Mandado de Segurança para Nova Reintegração Na Justiça Do Trabalho
Mandado de Segurança para Nova Reintegração Na Justiça Do Trabalho
Mandado de Segurança para Nova Reintegração Na Justiça Do Trabalho
trabalho
Empregado reintegrado por decisão judicial é demitido logo após seu retorno à empresa.
Peticionando ao juiz da causa, tem negado o seu pedido de nova reintegração, e recorre ao
Tribunal do Trabalho através da presente petição.
"Leal para com o adversário, ainda quando ele seja desleal contigo.
Leal para com o juiz, que ignora os fatos e deve confiar no que tu lhe
dizes; e que, mesmo quanto ao direito, às vezes tem de confiar no que tu
lhe invocas". Eduardo Couture
DOS FATOS
Como tal proposta não foi aceita, a XXXXX não apenas deixou de reintegrar o
impetrante em função compatível com sua situação, como ainda, com manifesto abuso de
direito e violação à decisão judicial transitada em julgado, promoveu sua dispensa, sem justa
causa, aos 03.03.00.
A r. decisão atacada entendeu que o comando sentencial foi devidamente cumprido (fls.
330), fundamentando que hodiernamente não há que se falar em garantia de emprego, pois a
XXXXX tem a prerrogativa de demitir a qualquer tempo, alicerçada pelo seu poder diretivo,
não havendo razão legal para uma outra ordem de reintegração.
Não obstante o respeito devido ao Juízo impetrado, o recorrente entende que a hipótese,
para efeito do presente mandamus, é de lesão a direito líquido e certo, a ensejar, como
providência de caráter urgente, o reconhecimento da nulidade da segunda demissão, efetivada
sem justa causa e em exatos 16 (dezesseis dias) após a reintegração determinada
judicialmente, razão pela qual requereu, perante a instância a quo, que, em execução do
julgado, fosse garantida a reintegração que, segundo a condenação transitada em julgado,
estava calcada na estabilidade do trabalhador, em decorrência de aquisição de doença
profissional.
"Por tudo quanto dito, e porque, como bem o concluiu o Sr. perito, as
circunstâncias retratadas nestes autos bem se amoldam às hipóteses fáticas
preconizadas pela cláusula 48, b, da norma coletiva, encontrando-se o
obreiro, à época da rescisão do pacto laboral, acometido por moléstia
profissional reconhece este juízo a nulidade do ato demissional, bem como a
garantia de emprego invocada pelo obreiro". (fls. 181).
Neste mesmo sentido podemos angariar a lição de R. Limongi França, que afirma o
seguinte:
O respeito ao direito adquirido, que se alicerça aos efeitos da coisa julgada material, se
vislumbra em dois momentos, neste caso concreto.
"Sendo certo que restou provado nos autos que o reclamante apresenta
moléstia profissional devido a esforços físicos realizados durante sua
atividade na reclamada, não poderia ter sido o mesmo demitido, sendo tal
dispensa, portanto, nula. Tendo em vista a nulidade da rescisão contratual,
deve o reclamante ser reintegrado, bem como indenizado". Acórdão de nº
02960084530/99, Turma 10
Como se observa, na hipótese concreta, a coisa julgada estava a garantir não apenas a
reintegração, mas a reintegração em virtude de doença profissional, sendo certo que pouco
importa que tenha a norma convencional, que amparou a estabilidade, deixado ou não de vigir
a posteriori, uma vez que a sentença, confirmada por v. acórdão, reconheceu, em favor do
impetrante, a existência do direito à estabilidade e determinou a reintegração, à luz do melhor
Direito e do princípio maior de Justiça, segundo o qual quem causa um prejuízo (incapacidade
laborativa, doença profissional) deve arcar com as respectivas conseqüências (estabilidade,
reintegração).
Também deve ser reformada a r. decisão impugnada no tocante às verbas devidas após a
segunda despedida, vez que a coisa julgada garantia ao impetrante a estabilidade no emprego,
fora as hipóteses excepcionais de rescisão não verificadas no caso concreto, e, portanto, se a
empresa se recusa à reintegração, deve arcar com a indenização correspondente a todo o
período de remuneração a que teria direito o impetrante até a sua aposentadoria.
A par do exposto, goza de fumus boni iuris a tese sustentada, no sentido de que a
despedida perpetrada pelo ex-empregador configura lesão a direito líquido e certo, que merece
imediata e pronta tutela judicial, no sentido de preservar a própria autoridade da coisa julgada,
ao menos até que a egrégia Turma possa proclamar, em definitivo, a solução para o caso
concreto.
Requer, outrossim, seja, após concedida a medida liminar, notificado o MM. Juízo do
Trabalho da 2ª Vara de São José dos Campos para prestar as informações de lei, bem como
seja solicitada a manifestação do Ministério Público para que, ao final, em face da manifesta
lesão a direito líquido e certo, seja concedido, em definitivo, o mandado de segurança,
confirmando-se a liminar em todos os seus termos.
Nestes termos,
Pede deferimento.