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1. DA SÍNTESE DA INICIAL
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como o reembolso integral dos valores indevidamente cobrados.
Eis a síntese.
2. PRELIMINARMENTE
2.1. Da ilegitimidade passiva da ré Unimed Seguros Saúde S/A - do pedido
de expedição de ofício à estipulante
2
Consoante se extrai a seguir, o vínculo contratual entre a
estipulante Fundação Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL e
Unimed Seguros Saúde não mais existe, conforme faz prova a Carta de Não
Renovação enviada pela estipulante, a seguir colacionada:
Autor e réu devem ser parte legítimas. Isso quer dizer que, quanto ao
primeiro, deve haver ligação entre ele e o objeto do direito afirmado
1
WAMBIER, Luiz Rodrigues; ALMEIDA, Flávio Renato Correia de; TALAMINI, Eduardo, Curso
avançado de processo civil, vol. 1, 9ª ed., São Paulo: RT, p.138/139.
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em juízo. O autor, para que detenha legitimidade, em princípio deve
ser o titular da situação jurídica afirmada em juízo (art. 6º do CPC).
Quanto ao réu, é preciso que exista relação de sujeição diante da
pretensão do autor.
Para que se compreenda a legitimidade das partes, é preciso
estabelecer-se um vínculo entre o autor da ação, a pretensão trazida a
juízo e o réu. Terá de ser examinada a situação conflituosa
apresentada pelo autor. Em princípio, estará cumprido o requisito da
legitimidade das partes, na medida em que aqueles que figuram nos
pólos opostos do conflito apresentado pelo autor correspondam aos
que figuram no processo na posição de autor (es) e réus (s). Note-se
que, para aferição da legitimidade, não importa saber se procede ou
não a pretensão do autor; não importa saber se é verdadeira ou não a
descrição do conflito por ele apresentada. Isso constituirá o próprio
julgamento de mérito. A aferição da legitimidade processual antecede
logicamente o julgamento do mérito.
Assim, como regra geral, é parte legítima para exercer o direito de
ação aquele se afirma titular de determinado direito que precisa da
tutela jurisdicional, ao passo que será parte legítima, para figurar
no pólo passivo, aquele a quem caiba a observância do dever
correlato àquele hipotético direito. (grifou-se)
4
Grande do Sul sobre a impossibilidade de manutenção do contrato anterior
migrado para outra operadora, uma vez que a responsabilidade pela manutenção
requerida pelos artigos 30 e 31 da Lei 9656/98, veja-se:
5
trouxe aos autos qualquer argumento ou prova que justifique a inclusão no polo
passivo da Unimed Seguros Saúde S/A, considerando que a autora
provavelmente foi migrada para a apólice/contrato de outra operadora de saúde.
6
787, Tubarão/SC, CEP: 88.704-900.
7
Nesse sentido, ao analisar os autos, verifica-se a ausência de
comprovação da parte autora de que a seguradora negou cobertura para o
tratamento requerido, visto que a ré possui rede credenciada apta para o
atendimento dos segurados.
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Sobre o tema, é oportuno trazer à baila ainda, os ensinamentos de
Cintra, Grinover e Dinamarco2 na Obra Teoria Geral do Processo, ao falarem das
condições da ação:
2
CINTRA, Antônio Carlos de Araújo, GRINOVER, Ada Pellegrini Grinover, DINAMARCO, Cândido
R, Teoria Geral do Processo, 15ª Edição. São Paulo: Editora: Malheiros, 1999, p. 257.
3
NERY JUNIOR, Nelson. Código de Processo Civil Comentado. São Paulo: RT, 2003, p. 629.
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3. DAS RAZÕES DE IMPROCEDÊNCIA DA AÇÃO
3.1. Das disposições contratuais e da disponibilização da rede credenciada
pela seguradora - limites do reembolso face a livre escolha de profissionais
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Desta forma, cumpre destacar que a seguradora possui
profissionais aptos a atender a parte autora para as sessões que possuem
cobertura contratual, bem como, ainda assim, por livre escolha do
segurado, opta e requer cobertura por profissional não credenciada,
devendo-se observar os limites do reembolso.
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Fabrício, Julgado em: 07-04-2021)
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Importante destacar que, caso o autor venha a solicitar o
reembolso por terapias realizadas com profissionais não credenciados à
seguradora, incidirá a cobrança de coparticipação, nos limites de 30%, bem como
o reembolso será realizado nos limites do contrato, considerando a utilização de
rede não credenciada.
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foi a própria parte autora quem escolheu o tipo de plano posto em análise
nos autos, de sorte que não poderá pretender ampliá-lo judicialmente.
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DIREITO DO CONSUMIDOR. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO
DE REPARAÇÃO DE DANOS. PLANO DE SAÚDE. REGIME
FAMILIAR COM COPARTICIPAÇÃO. CLÁUSULA DE
LIMITAÇÃO DO REEMBOLSO DE DESPESAS
MÉDICO-HOSPITALARES. ATENDIMENTO EMERGENCIAL.
HOSPITAL DE REFERÊNCIA E DE ALTO CUSTO EM OUTRA
CAPITAL. PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO. CONTRATO DE
ADESÃO. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS
CONTRATUAIS E REVISÃO DE FATOS E PROVAS.
IMPOSSIBILIDADE. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
RECURSAIS. MAJORAÇÃO.
1. Ação ajuizada em 14/01/2014. Recurso especial interposto
em 02/06/2016 e concluso ao gabinete em 08/09/2016.
Julgamento: CPC/15.
2. O propósito recursal é definir se é abusiva cláusula de
contrato de plano de saúde que estabelece tabela de limite de
reembolso de despesas médico-hospitalares, bem como se sua
previsão na hipótese atende ao princípio da informação de
acordo com o Código de Defesa do Consumidor.
3. Entre as exigências mínimas de qualquer plano de saúde, o
art. 12, VI, da Lei 9.656/98 estabelece que deve ser realizado
pela operadora o reembolso, nos limites das obrigações
contratuais, das despesas efetuadas pelo beneficiário com
assistência à saúde, em casos de urgência ou emergência,
quando não for possível a utilização dos serviços próprios,
contratados, credenciados ou referenciados pelas operadoras,
de acordo com a relação de preços de serviços médicos e
hospitalares praticados pelo respectivo produto, pagáveis no
prazo máximo de trinta dias após a entrega da documentação
adequada.
4. Ante a aplicação subsidiária do CDC nos contratos dos
planos de saúde (art. 35-G, da LPS), toda cláusula que impõe
limitação ao beneficiário deve ser redigida com destaque,
permitindo sua imediata e fácil compreensão (art. 54, §4º, do
CDC).
5. O beneficiário de plano de saúde familiar com
coparticipação, que escolhe hospital privado de referência em
seu segmento, de outra capital e de alto custo para realização
do diagnóstico e tratamento, ainda que emergencial, da sua
doença, tem o respectivo ônus financeiro de custear com o
pagamento das despesas decorrentes de sua opção. Nesses
contornos, a operadora do plano de saúde contratado tem o
dever de reembolsar os valores nos limites do que foi
estabelecido contratualmente.
6. Na hipótese, primeiro e segundo graus de jurisdição foram
uníssonos ao registrar que a cláusula que prevê o limite de
reembolso de despesas médico-hospitalares é clara, precisa e de
fácil compreensão. Rever essas conclusões, acerca da
informação adequada do produto, demandaria o reexame de
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fatos e provas e a interpretação de cláusulas contratuais,
circunstâncias vedadas em recurso especial ante o óbice das
Súmulas 5 e 7, do STJ, aplicável às alíneas "a" e "c" do
permissivo constitucional.
7. Recurso especial conhecido e não provido.
(REsp 1679015/MS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,
TERCEIRA TURMA, julgado em 06/02/2018, DJe 15/02/2018)
(grifei)
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do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos
predeterminados. (grifou-se)
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3.2. Da legalidade da cobrança da coparticipação
18
Destarte, as cláusulas contratuais que regulam a cobrança de
coparticipação do contrato de plano de saúde coletivo empresarial encontram
permissivo no ordenamento jurídico. Elas são amparadas pelo artigo 16 da Lei
9.656/98:
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indiscriminada […] é que o summum jus (concessão de um
direito individual mal investigado) se transforme em summa
injuria (interesse coletivo desprotegido). Isto sem falar que o
juiz se substitui ao Legislativo e ao Executivo na implementação
de políticas públicas, concentrando em suas mãos uma parcela
de cada um dos três Poderes do Estado, com sérios riscos para
o Estado de Direito e para a segurança jurídica’ (DI PIETRO,
Maria Sylvia Zanella. Judicialização de políticas públicas pode
opor interesses individuais e coletivos)” AgInt no AREsp
1619479/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA
TURMA, julgado em 29/03/2021, DJe 05/04/2021)
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Ou seja, à luz do contrato de plano de saúde, pondere-se que as
referidas cláusulas não são iníquas nem abusivas, tampouco colocam o
consumidor em desvantagem exagerada, porque apenas descrevem hipótese de
riscos não cobertos, vigorando a cobertura securitária em relação aos demais
riscos contratados, conforme as próprias cláusulas acima transcritas demonstram.
21
(REsp 1755866/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, SEGUNDA
SEÇÃO, julgado em 09/12/2020, DJe 16/12/2020)
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Desse modo, em atenção ao mutualismo que rege os contratos de
plano de saúde coletivo empresarial e à necessária manutenção do equilíbrio
econômico contratual, deve ser julgada inteiramente improcedente a ação, não
havendo de se falar em declaração de nulidade da cláusula contratual que prevê a
cobrança de coparticipação.
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Ademais, para a inversão do ônus da prova existe a análise de
dois critérios: a verossimilhança e a hipossuficiência.
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demandante, o que, por si só, não possui o condão de fundamentar qualquer
pleito indenizatório, restando impugnada desde já.
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APELAÇÃO CÍVEL. PLANOS DE SAÚDE. TRATAMENTO
CIRÚRGICO. DESPESAS RELATIVAS AO PROCEDIMENTO.
DEVER DE COBERTURA. DANOS MORAIS. NÃO
OCORRÊNCIA. 1. Os contratos de planos de saúde estão
submetidos ao Código de Defesa do Consumidor, nos termos do
artigo 35 da Lei 9.656/98, pois envolvem típica relação de
consumo. Súmula 469 do STJ. Assim, incide, na espécie, o
artigo 47 do CDC, que determina a interpretação das cláusulas
contratuais de maneira mais favorável ao consumidor. Além
disso, segundo o previsto no art. 51, inciso IV, do Código de
Defesa do Consumidor, a operadora de plano de saúde não
pode impor obrigações abusivas que coloquem o consumidor
em manifesta desvantagem. 2. Ressarcimento dos valores
despendidos pela demandante, consoante comprovante de
pagamento juntado ao processo, tendo em vista que realizado
por profissional credenciado e em hospital credenciado, não
havendo motivo para negar a cobertura. 3. O descumprimento
contratual, por si só, não dá ensejo ao reconhecimento de
danos extrapatrimoniais. Hipótese em que a negativa de
cobertura, por si só, não configura dano moral. Caso em que o
autor não ficou sem o tratamento, tendo realizado às suas
expensas, ora obtendo o reembolso. Precedentes. APELAÇÃO
PARCIALMENTE PROVIDA.(Apelação Cível, Nº 70083431148,
Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
Isabel Dias Almeida, Julgado em: 18-12-2019)(grifei)
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A multiplicação exacerbada da conduta de movimentar a
máquina judiciária com o fim de postular uma compensação financeira em razão
de meros acontecimentos do cotidiano tem sido intitulada pela doutrina e
jurisprudência como a “indústria dos danos morais”.
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3. A jurisprudência desta Corte entende que, quando a
situação experimentada não tem o condão de expor a parte
a dor, vexame, sofrimento ou constrangimento perante
terceiros, não há falar em dano moral, uma vez que se trata
de circunstância a ensejar mero aborrecimento ou dissabor,
mormente quando mero descumprimento contratual,
embora tenha acarretado aborrecimentos, não gerou
maiores danos ao recorrente.
4. Agravo interno a que se nega provimento.
(Processo AgInt no AREsp 760538 / SP, Relator(a) Ministro
RAUL ARAÚJO, Órgão Julgador T4 - QUARTA TURMA, Data
do Julgamento 05/02/2019)(grifei)
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compensar materialmente os prejuízos moralmente sofridos, porque não são
passíveis de reconstituição.
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ressarcimento do dano não se transforme em ganho desmesurado,
importando em enriquecimento ilícito.
3.4.1. Dos consectários legais incidentes sobre a eventual condenação por danos
morais
Outrossim, quanto aos consectários legais de uma eventual
condenação por danos morais, cabe ressaltar que os mesmos deverão ser fixados
conforme o entendimento pacificado em nossa doutrina e Jurisprudência, como
incidentes a partir do arbitramento.
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o julgador definirá o valor exato a ser ressarcido diante das peculiaridades do
caso, definindo-se o exato resultado econômico da demanda até aquele momento.
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Os juros moratórios devem fluir, no caso de indenização por dano
moral, a partir da data do julgamento em que foi arbitrada a
indenização (REsp nº 903.258/RS, 4ª Turma, Rel. Min. Isabel
Gallotti, julgado em 21.06.2011). 7. Recurso especial parcialmente
provido. Processo REsp 494183 / SP. RECURSO ESPECIAL
2002/0155865-3. Relator(a) Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI
(1145). Órgão Julgador T4 - QUARTA TURMA. Data do
Julgamento: 01/09/2011. Data da Publicação/Fonte: DJe
09/09/2011.(Grifou-se)
4. Dos pedidos:
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e) Protesta pela produção de todos os meios de produção de
prova em direito admitidos, mormente a testemunhal, documental, pericial e o
depoimento pessoal, sob pena de confissão.
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