Escravidão Negra e Indígena
Escravidão Negra e Indígena
Escravidão Negra e Indígena
A obra inglesa que engrandeceu São Paulo - por Rogério Toledo Arruda
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27/06/2019 Escravidão negra e indígena
Este tema, assim como todos os outros, será abordado de forma sucinta, por
estar relacionado com a escravidão negra em território paulista, uma vez que
os negros foram os primitivos responsáveis pelo grande desenvolvimento da
lavoura cafeeira em nosso território.
Quanto à escravidão indígena, a abordagem é uma homenagem aos
verdadeiros donos do solo brasileiro.
Muito se especula sobre esse assunto que mexe com o emocional de milhões
de pessoas.
Foi durante o Século XIX que mais controvérsias causou, tanto em nosso
país, quanto em outros cantos do mundo.
Temos, no entanto, que levar em consideração que, desde a chegada dos
primeiros europeus em nossa terra, a escravidão passou a fazer parte de
nossa rotina diária. Primeiro com os índios e, em seguida, com os negros.
Surgem, aqui, duas perguntas:
O que é escravidão?
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Fatos como este último, encontramos nos relatos bíblicos, quando os judeus
foram escravizados pelo babilônios. Se não fosse a atuação rme de seus
sábios, procurando de todas as formas manter a unidade do povo,
possivelmente a raça judia ali teria desaparecido.
O conforto de que desfrutavam na Babilônia – uma das mais prósperas
cidades da antiguidade – era in nitamente superior ao que possuíam em
Jerusalém.
Grandes avenidas, jardins suntuosos, palácios majestosos, comércio agitado,
grande força militar, rica vida familiar, conforto no se alimentar e vestir –
tudo isso mexeu com a cabeça dos cativos hebreus.
Como consequência, milhares passaram a preferir essa vida cativa, aos
rigores da terra natal.
Durante o cativeiro muitos começaram a deixar a religião de origem, para
aceitarem a do local.
No entanto, a di culdade dos sábios talvez tenha sido ainda maior quando da
libertação promovida pelos persas. Milhares desses libertos não queriam
voltar para a “terra prometida”, pois já estavam ambientados em seu
novo lar.
Há muito custo os líderes religiosos conseguiram com que muitos voltassem
aos poucos; como era de se esperar os relatos bíblicos não fazem referência
a quantos não retornaram.
Em outras situações, a razão para a adaptação dos escravos era o fato de que
muitos possuíam aptidões pro ssionais altamente úteis aos dominantes.
Dessa forma passavam a desfrutar de muitos privilégios.
A ÁFRICA NEGRA
Até meados do Século XV, o que hoje conhecemos como países, obviamente
não existiam. Havia, isto sim, uma enorme divisão tribal, de forma que, em
territórios como a Angola moderna, tínhamos dezenas de tribos. Muitas eram
aparentadas, mas outras não.
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OS COMBOIOS DA VERGONHA
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Não podemos nos esquecer, ainda, de que tudo isso foi assistido de forma
quase pací ca pela Igreja Católica. Esta, que vivia em verdadeiro
concubinato com muitas realezas europeias calou-se e, até agradeceu a
penetração branca em territórios africanos:
Era a grande oportunidade de converter almas para o sagrado
Reino de Deus!
Se assim era, pergunta-se: Que Deus era esse?
Não podemos, no entanto, deixar de mencionar que partiu de terras
protestantes britânicas o primeiro brado de alerta para a grande violência
que se perpetrava. Vagarosamente foi surgindo o “trá co e a escravidão
humanitária.”
A muito custo, e depois de auferirem lucros gigantescos com o trá co de
“mercadorias negras” as pessoas começaram a dizer:
– Não é bem assim que se faz!!! Coitados!!!
AS ESCRAVIDÕES NO BRASIL
ESCRAVIDÃO INDÍGENA
Antes de falarmos propriamente dos negros, temos que nos reportar a uma
escravidão que passou a vigorar logo após a chegada dos portugueses à
nossa terra – a escravidão indígena.
Como aconteceu em território africano, houve de início um deslumbramento
de ambas as partes, deixando, até, um certo estado de êxtase em alguns.
É sabido, pela carta de Caminha, que alguns índios dançaram à beira-mar
junto aos portugueses e, também é sabido, que alguns marinheiros fugiram
para terra antes que a frota de Cabral partisse para as Índias.
No entanto, esse deslumbramento pouco durou. Poderia ter durado até
menos, não fosse a decisão do Rei D. João III de dar início à colonização
(ou invasão) somente a partir de 1530.
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Até essa data o que ocorria era apenas o escambo, onde navios
portugueses, franceses e de outras nações, aportavam em nossa costa
trazendo “presentes” para os índios, e conseguindo dos mesmos o trabalho
de cortarem o pau-brasil e o embarcarem nas naus.
No entanto, com a chegada da esquadra de Martim Afonso de Souza em
1531, tudo mudou. Ao ser fundada a primeira vila – São Vicente – em
janeiro do ano seguinte, foi dado o sinal de partida para o maior
genocídio de nossa história, acompanhado de uma bárbara
escravidão daqueles que não foram assassinados.
O regime de escravidão não foi apenas um suplício físico para os indígenas,
ele também foi um suplício espiritual.
Além das diversas atividades a que foram submetidos – como ocorre em
qualquer regime escravocrata – os indígenas, por sua natureza de liberdade
e extrema ligação com o meio ambiente, sofreram desde muito cedo pelo
afastamento total de seu meio, de seus companheiros e, mais ainda, de sua
cultura e religiosidade. Eram submetidos a uma catequese da qual nada
entendiam, além de serem obrigados a um batismo totalmente sem sentido,
bem como a adotar nomes de origem europeia.
Obrigados a trabalhos forçados, tanto nas fazendas quanto nos meios
urbanos, desestruturam-se completamente. Vieram as doenças, a fraqueza
física, a saudade e a desesperança. Viveram perdidos em seu novo meio,
tornando-se alvo fácil para o vício da bebida.
O alcoolismo generalizou-se em sua raça e, assim, a degradação como seres
humanos levou-os à morte prematura.
Nada disso incomodava os colonos, pois novas presas poderiam substituir
aquelas que se fossem.
Como se isso não bastasse, foram as índias instrumento de desejos sexuais
de homens sedentos. Quando não as prostituiam, as levavam para seus lares,
onde o destino estava selado – seriam escravas domésticas, escravas
sexuais e escravas de gravidezes sem m.
Em poucos anos estavam combalidas, vendo seus senhores à caça das mais
novas.
E lá das terras distantes da Corte ouvia-se o rei:
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E aqui, temos que nalmente fazer alusão a fato mais grave ainda.
Toda essa barbárie, além de ter sido cometida em nome de uma Coroa, o foi
também, em nome de um homem e sua cruz.
Em todas as suas ações os “piedosos” homens brancos zeram questão de
ostentar o estandarte do “ lho de Deus” e, até aos dias de hoje, esses
piedosos homens repetem o cântico que “com seus atos são
aguardados de braços abertos por Jesus Cristo.”
No entanto, Jesus não os aguardará. Depois de provocarem tanto sofrimento
e destruição com sua selvageria, movida pela cobiça, quem irá recebê-los
estará muito distante da morada do Senhor.
A morada de Deus não são templos erguidos na luxuria, inveja, ambição,
cruzes e estandartes erguidos.
Muito menos, em mentes que disseminam ódio e destruição.
A morada de Deus é o coração dos inocentes!
E neste momento, ele se encontra muito ocupado – está agasalhando as
almas daqueles “pagãos” que padeceram e morreram sob o jugo da
decantada “civilização europeia.”
ESCRAVIDÃO NEGRA
ANTECEDENTES
ESCRAVIDÃO NEGRA
O AMBIENTE URBANO
Nesse ambiente urbano, além dos rigores de horário, muitos escravos foram
utilizados na geração de rendas à custa de trabalhos externos, ou sendo
locados a terceiros.
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ESCRAVIDÃO NEGRA
O AMBIENTE RURAL
No ambiente rural tudo foi diferente!
Uma vez que senhores-de-engenho e fazendeiros se encontravam
plenamente em seus domínios, com poderes absolutos sobre suas
“mercadorias”, puderam ir muito mais além no trato dos escravos. Esse trato
não se fez sentir apenas em desumanas horas de sobrecarga de trabalho.
Também o foi, e sobretudo, em vestimentas, alimentação e maus tratos.
Era ín ma a vestimenta dos negros, sendo na maioria das vezes, a mesma
para diferentes estações climáticas. Muitos proprietários adotaram a
“norma civilizada” de fornecer um novo jogo de roupas a cada ano que se
passava.
Quanto à alimentação, fosse qual fosse, servia apenas para manter em pé os
corpos daqueles que teriam que cumprir as exigências dos senhores, durante
anos a o. Isto depois de uma jornada de quatorze a dezesseis horas diárias
de árduo trabalho, com relativa folga aos domingos.
A covardia – web
E
m
o
ut
ro Coroação de uma rainha na festa de Reis – 1776
s – Carlos Julião – web
ca
so
s a reação foi o nascimento de verdadeiro
ódio por seus proprietários ou capatazes.
Estes últimos muitas vezes eram negros
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao promulgar a Lei Áurea a monarquia nada mais fez do que lavar as mãos
diante das grandes pressões internacional e interna. Foi o complemento do
que já havia ocorrido após o término da Guerra do Paraguai.
Por ocasião da invasão paraguaia, o Brasil mal dispunha de forças militares
para enfrentar a situação. O governo teve que recorrer ao recrutamento, ao
voluntariado – e aos escravos. A estes foi oferecida a liberdade, caso
voltassem com vida após servirem a pátria. Este oferecimento atraiu enorme
contingente de negros, que fugiam de suas propriedades, almejando a
libertação futura.
Juntamente com essa leva, outra surgiu. Muitos senhores ofereciam
“graciosamente” alguns escravos para irem à luta. Visavam com isso livrar
seus próprios lhos dos horrores da guerra.
Ambos os fatos chegaram a transformar o exército nacional em exército de
escravos negros. E estes foram um dos grandes responsáveis por nossa
vitória nal.
A imprensa paraguaia chegou a ridicularizar nossas forças: foi publicada, em
jornais da época, a charge mostrando um negro empunhando sua carabina
(que era uma banana), e os dizeres:
“Exército de los macaquitos!”
Essa propaganda de guerra poderia ter se transformado em uma exaltação
do homem negro em nossa terra. Mas ….
– “Imaginem!
Nossas vitórias foram conquistadas por Deodoro, Osório, Tamandaré – e
outros homens brancos!
Se podemos sempre exaltar nossos valorosos comandantes, por que não
exaltamos aqueles que almejavam sua liberdade?
Ora, para que se lembrar dos negros?
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