Metodologia Científica - L. Camboim
Metodologia Científica - L. Camboim
Metodologia Científica - L. Camboim
TÉCNICAS DE ESTUDO E
METODOLOGIA CIENTÍFICA
CAUCAIA-CE
2013-1
CAMBOIM NETO, Luis de França.
Técnicas de estudos e metodologia científica / Luis de França
Camboim Neto. Fortaleza: FATENE, 2013.
57 p. il.: 30 cm
Inclui Bibliografia
CDD 001.42
1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 6
REFERÊNCIAS ........................................................................................... . 41
GLOSSÁRIO................................................................................................ . 43
Palavras utilizadas em pesquisa ................................................................. . 43
Palavra ou expressões latinas utilizadas em pesquisas ............................. . 47
Cora Coralina
6
1 INTRODUÇÃO
indução serviam ao método científico, pois o cientista deve trabalhar com o falseamento, ou seja,
deve fazer uma hipótese e testá-la procurando não provas de que ela está certa, mas provas de que
ela está errada. Se a hipótese não resistir ao teste, diz-se que ela foi rejeitada. Caso não, diz-se
que foi aceita. Popper provou também que a ciência é um conhecimento provisório, que funciona
através de sucessivos falseamentos, ao contrário do conhecimento religioso, que trabalha com
verdades eternas. Karl Raimund Popper (Viena, 28 de Julho de 1902 - Londres, 17 de Setembro
de 1994) foi um filósofo da ciência austríaco naturalizado britânico. É considerado por muitos
como o filósofo mais influente do século XX a tematizar a ciência. Foi também um filósofo
social e político de estatura considerável, um grande defensor da democracia liberal e um
oponente implacável do totalitarismo.
Na década de 70 e 80 os estudos de Thomas Kuhn, a estrutura das Revoluções
Científicas, trouxeram à tona o uso do conceito de paradigma, aplicado à história do fazer
científico. Thomas Kuhn percebeu que os paradigmas são elementos essenciais do método
científico, sendo os momentos de mudança de paradigmas chamados de revoluções científicas.
Thomas Samuel Kuhn (Cincinnati, 18 de Julho 1922 - Cambridge, 17 de Junho 1996) foi um
físico dos Estados Unidos da América cujo trabalho incidiu sobre história e filosofia da ciência,
tornando-se um marco importante no estudo do processo que leva ao desenvolvimento científico.
Mais recentemente a metodologia da pesquisa científica tem sido abalada pela crítica ao
pensamento cartesiano elaborada pelo filósofo francês Edgar Morin. Morin propõe, no lugar da
divisão do objeto de pesquisa em partes, uma visão sistêmica, do todo. Esse novo paradigma é
chamado de Teoria da complexidade (complexidade entendida como abraçar o todo). Edgar
Morin, o seu verdadeiro nome é Edgar Nahoum, nasceu em Paris em 8 de Julho 1921, é um
sociólogo e filósofo francês de origem Judaico-Espanhola (sefardita). Pesquisador emérito do
CNRS (Centre National de la Recherche Scientifique). Formado em Direito, História e Geografia
se adentrou na Filosofia, na Sociologia e na Epistemologia. Um dos principais pensadores sobre
complexidade. É um pensador de expressão internacional, um humanista, preocupado com a
elaboração de um método capaz de apreender a complexidade do real, tecendo severas críticas à
fragmentação do conhecimento. Autor de mais de trinta livros, entre eles: O método, Introdução
ao pensamento complexo, Ciência com consciência e Os sete saberes necessários para a
educação do futuro. Durante a Segunda Guerra Mundial, participou da Resistência Francesa. É
considerado um dos pensadores mais importantes do século XXI.
11
3 A NATUREZA DO CONHECIMENTO
“Conhecer é SER, é VIVER,
é PENSAR, é FAZER.”
3.1 Conceitos
computadores, a definição atual é dada por Claude Shannon (1916-2001): a informação está
presente sempre que um sinal é transmitido de um lugar para outro.
O conhecimento não pode ser inserido num computador por meio de uma representação,
pois neste caso seria reduzido a uma informação. Assim, neste sentido, é absolutamente
equivocado falar-se de uma "base de conhecimento" num computador. No máximo, podemos ter
uma "base de informação", mas se é possível processá-la no computador e transformar o seu
conteúdo, e não apenas a forma, o que nós temos de fato é uma tradicional base de dados.
O conhecimento pode ainda ser aprendido como um processo ou como um produto.
Quando nos referimos a uma acumulação de teorias, idéias e conceitos o conhecimento surge
como um produto resultante dessas aprendizagens, mas como todo produto é indissociável de um
processo, podemos então olhar o conhecimento como uma atividade intelectual através da qual é
feita a apreensão de algo exterior à pessoa.
Aristóteles (384 - 322 a.C) dividiu o conhecimento em três áreas: científica, prática e
técnica.
Pelo conhecimento o homem penetra nas diversas áreas da realidade para dela tomar
posse. A própria realidade apresenta níveis e estruturas diferentes em sua própria constituição.
Assim, a partir de um ente, fato ou fenômeno isolado, pode-se subir até situá-lo dentro
de um contexto mais complexo, ver seu significado e função, sua natureza aparente e profunda,
sua origem, sua finalidade, sua subordinação a outros entes, enfim, sua estrutura considerada.
E foi com o passar do tempo que o homem descobriu que não há apenas um tipo de
conhecimento, mas sim vários. Os principais são: o conhecimento popular, o conhecimento
filosófico, o conhecimento teológico, o conhecimento científico e o conhecimento mítico.
13
É um tipo de conhecimento que ajuda o ser humano a "explicar" o mundo por meio de
representações que não são logicamente raciocinadas, nem resultantes de experimentações
científicas. O homem primitivo, diante de uma natureza totalmente desconhecida, misteriosa e
amedrontadora viu-se impossibilitado de descobrir respostas reais, criando assim explicações
fantásticas para os fenômenos naturais.
Até 600 a.C, aproximadamente, o homem grego explicava tudo por meio dos mitos, os
quais começaram a surgir já no período Neolítico. Temos, entre outros, os mitos nórdicos (Tor –
deus do trovão, e outros) e os mitos gregos (Zeus e Apolo, por ex.).
Assim, ainda que o conhecimento mítico crie representações para atribuir um sentido às
coisas, ele ainda se baseia na crença de que seres fantásticos e suas histórias sobrenaturais é que
são os responsáveis pela razão de ser do existente.
O conhecimento mítico surge de um relacionamento emocional, não lógico ente sujeito-
objeto. Então, são três características básicas desse conhecimento imaginativo, ilógico e
explicativo.
idéias, na procura de uma formulação geral que explique os fenômenos observados, aspecto que
dificulta a transmissão, de pessoa a pessoa, desse modo de conhecer. É verificável, visto que está
limitado ao âmbito da vida diária e diz respeito àquilo que se pode perceber no dia-a-dia.
Finalmente é falível e inexato, pois se conforma com a aparência e com o que se ouviu dizer a
respeito do objeto. Em outras palavras, não permite a formulação de hipóteses sobre a existência
de fenômenos situados além das percepções objetivas.
razão, não são passíveis de observação sensorial direta ou indireta (por instrumentos), como a que
é exigida pela ciência experimental. O método por excelência da ciência é o experimental: ela
caminha apoiada nos fatos reais e concretos, afirmando somente aquilo que é autorizado pela
experimentação. Ao contrário, a filosofia emprega “o método racional, no qual prevalece o
processo dedutivo, que antecede a experiência, e não exige confirmação experimental, mas
somente coerência lógica”. O procedimento científico leva a circunscrever, delimitar, fragmentar
e analisar o que se constitui o objeto da pesquisa, atingindo segmentos da realidade, ao passo que
a filosofia encontra-se sempre à procura do que é mais geral, interessando-se pela formulação de
uma concepção unificada e unificante do universo. Para tanto, procura responder às grandes
indagações do espírito humano e, até, busca as leis mais universais que englobem e harmonizem
as conclusões da ciência.
Conhecimento Religioso
Conhecimento Popular Conhecimento Filosófico
(Teológico)
Valorativo Valorativo Valorativo
Reflexivo Racional (Lógico) Inspiracional (Dogmático)
Assistemático Sistemático Sistemático
Verificável Não verificável Não verificável
Falível Infalível Infalível
Inexato Exato Exato
1 O vento não é o sopro dos deuses (explicação Religiosa e Mítica), nem um fenômeno
provocado pela chuva (explicação popular). A movimentação do ar se dá pelo deslocamento
das camadas de alta pressão da atmosfera para as camadas de baixa pressão (explicação
científica).
4 FUNDAMENTOS DA CIÊNCIA
“A ciência não é o único caminho de acesso ao
conhecimento e a verdade.”
4.1 Conceitos
Diversos autores tentaram definir o que se entende por ciência. Consideramos mais
precisa a definição de Ferrari (1974), expressa em seu livro Metodologia da ciência.
Entendemos por ciência uma sistematização de conhecimentos, um conjunto de
proposições logicamente correlacionadas sobre o comportamento de certos fenômenos que se
deseja estudar: “A ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais, dirigidas ao
sistemático conhecimento com objeto limitado, capaz de ser submetido à verificação”.
As ciências possuem:
a) Objetivo ou finalidade: Preocupação em distinguir a característica comum ou as leis gerais
que regem determinados eventos.
b) Função: Aperfeiçoamento, através do crescente acervo de conhecimentos, da relação do
homem com o seu mundo.
c) Objeto: Subdividido em:
• Material, aquilo que se pretende estudar, analisar, interpretar ou verificar, de modo geral; e,
• Formal, o enfoque especial, em face das diversas ciências que possuem o mesmo objeto
material.
1
Seu início é marcado pela tomada de Roma pelos germanos: a derrubada do Império Romano do Ocidente ocorreu
no ano de 476. O fim da era medieval é dado pelo ataque de Constantinopla, capital do Império Romano do Oriente,
tomada pelos turcos em 1453.
2
Os filósofos Pré-socrático aparecem entre os éculos VII e VII a. C. Em todas colônias gregas que se espalham pela
costa do Mediterrâneo, principalmente na Ásia Menor. Quanto a natureza, a preocupação destes primeiros
pensadores( physis) e cosmológica. Isto e, procuravam neste mundo um princípio que explicasse sua existência e
ordem, dai filósofos da natureza.Alguns filósofos se destacaram neste período. -Tales de Mileto– Grande,
Anaxímenes de Mileto, Pitágoras de Samos,, Xenofanes de Colofon e outros.
21
• Lógica
1 – FORMAIS • Matemática
• Física
1 – NATURAIS • Química
• Biologia e outras
CIÊNCIAS
• Antropologia Cultural
2 – FACTUAIS • Direito
• Economia
2 – SOCIAIS
• Política
• Psicologia Social
• Sociologia
5 O MÉTODO CIENTÍFICO
O começo de todas as ciências é o espanto de
as coisas serem o que são.
5.1 Conceitos
É o método proposto pelo racionalista René Descartes (1596 a 1650) que pressupõe
que só a razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro. O raciocínio dedutivo tem o
objetivo de explicar o conteúdo das premissas. Por intermédio de uma cadeia de raciocínio em
ordem descendente, de análise do geral para o particular, chega a uma conclusão. Usa o
24
silogismo, construção lógica para, a partir de duas premissas, retirar uma terceira logicamente
decorrente das duas primeiras, denominada de conclusão.
Exemplo: Todo homem é mortal...........................................(premissa maior)
Pedro é homem.....................................................(premissa menor)
Logo, Pedro é mortal.............................................(conclusão)
Método proposto pelo empirista Francis Bacon (1561 a 1626). Considera que o
conhecimento é fundamentado na experiência, não levando em conta princípios preestabelecidos.
No raciocínio indutivo a generalização deriva de observações de casos da realidade concreta. As
constatações particulares levam à elaboração de generalizações.
Exemplo:
Antônio é mortal. João é mortal. Paulo é mortal.
Ora, Antônio, João e Paulo são homens. Todos os homens são mortais
Método proposto por Karl Raimund Popper (1902 a 1994). Consiste na adoção da
seguinte linha de raciocínio: quando os conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto são
insuficientes para a explicação de um fenômeno, surge o problema. Para tentar explicar as
dificuldades expressas no problema, são formuladas conjecturas ou hipóteses. Das hipóteses
formuladas, deduzem-se conseqüências que deverão ser testadas ou falseadas. Falsear significa
tornar falsas as conseqüências deduzidas das hipóteses. Enquanto no método dedutivo se procura
a todo custo confirmar a hipótese, no método hipótetico-dedutivo, ao contrário, procuram-se
evidências empíricas para derrubá-la.
25
Um dos mais utilizados nas ciências sociais e apresenta alguns aspectos curiosos.
Pode ser considerado o mais primitivo e, portanto, o mais impreciso. Mas, por outro lado, pode
ser tido como um dos mais modernos, haja vista ser o que possibilita o mais elevado grau de
precisão nas ciências sociais. Consiste na avaliação de informações através da observação, isto é,
analisa as coisas dando importância para o que está sendo comentado ou explícito visualmente
para então se tomar decisão e procurar bases para o estudo.
6 A PESQUISA CIENTÍFICA
"Tempo virá em que uma pesquisa diligente e contínua esclarecerá aspectos que
agora permanecem escondidos. Tempo virá em que os nossos descendentes
ficarão admirados de que não soubéssemos particularidades tão óbvias a eles...
Muitas descobertas estão reservadas para os que virão, quando a lembrança de
nós estiver apagada. O nosso universo será um assunto sem importância, a menos
que haja uma coisa a ser investigada a cada geração... A natureza não revela seus
mistérios de uma só vez".
6.1 Conceitos
Essa pesquisa tem como objetivo investigar fontes primárias, que se constituem de
dados que não foram codificados, organizados e elaborados para os estudos científicos, como:
documentos, arquivos, plantas, desenhos, fotografias, gravações, estatísticas e leis, para poder
descrever e analisar situações, fatos e acontecimentos anteriores, bem como comparar com dados
da realidade presente. Muitas pessoas relacionam a pesquisa documental somente com estudos
históricos, porém neste último a finalidade única é estudar e resgatar fatos que ocorreram no
passado, por meio de documentos e registros; entretanto, observa-se que a extensão da pesquisa
documental é mais ampla.
32
Podemos distinguir vários gêneros de pesquisa, mas tendo em conta que nenhum tipo
é auto-suficiente, pois "na prática, mesclamos inúmeros acentuando mais este ou aquele tipo de
pesquisa”.
As formas clássicas de classificação da pesquisa são discriminadas a seguir:
− Pesquisa Básica: objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem
aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais; e,
− Pesquisa Aplicada: objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução
de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.
− Pesquisa Quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir
em números opiniões e informações, para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de
recursos e de técnicas estatísticas percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão,
coeficiente de correlação, análise de regressão etc.); e,
− Pesquisa Qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito,
isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não
pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados
são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas
estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o
instrumento-chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados
indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem.
34
− Pesquisa Exploratória: visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a
torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Envolve levantamento bibliográfico; entrevistas
com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; análise de
exemplos que estimulem a compreensão. Assume, em geral, as formas de Pesquisas
Bibliográficas e Estudos de Caso;
− Pesquisa Descritiva: visa descrever as características de determinada população ou
fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas
padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a
forma de levantamento; e,
− Pesquisa Explicativa: visa identificar os fatores que determinam ou contribuem para a
ocorrência dos fenômenos. Aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razão, o
“porquê” das coisas. Quando realizada nas ciências naturais, requer o uso do método
experimental, e nas ciências sociais requer o uso do método observacional. Assume, em geral,
a formas de Pesquisa Experimental e Pesquisa Expost-facto.
Artigo científico é uma reflexão que apresenta resultado sucinto de pesquisa realizada
de acordo com a metodologia de ciência aceite por uma comunidade de pesquisadores. Por este
motivo, considera-se científico o artigo que foi submetido ao exame de outros cientistas, que
verificam as informações, os métodos e a precisão lógico-metodológica das conclusões ou
resultados obtidos. É o o resultado de sínteses de trabalhos maiores ou elaborados, em
substituição às teses e dissertações; são desenvolvidos, sob a orientação de um pesquisador. São
submetidos às comissões e conselhos editoriais dos periódicos, que avaliam sua qualidade e
decidem sobre sua qualidade relevância e adequação ao veículo.
Os artigos surgiram como forma de propogação do conhecimento em substituição as
correspondências trocadas entre as várias cortes européias (Mecanismo de comunicação). As
idéias circulavam através de cartas já que eram para grupos restritos. Como há diversidade no que
seja o método em cada área da ciência, a forma do artigo científico pode variar em sua
apresentação, não existindo uma estrutura única que assegure, por si mesma, a cientificidade de
um artigo ou texto que se pretenda científico.
Diante dessa impossibilidade de uma construção textual objetivamente científica, há a
necessidade do exame do artigo pela comunidade científica, pois a ciência é uma forma de
conhecimento de caráter público, cuja validade só se estabelece após o debate em torno dos
resultados apresentados e do caminho percorrido - o método - que conduziu a sua construção.
Deste modo, o artigo científico, ao tornar público e aberto ao debate o conhecimento
elaborado em pesquisa, é um meio fundamental para a divulgação e desenvolvimento da ciência.
Para Lakatos e Marconi (1991) os artigos científicos têm as seguintes características:
a) não se constituem em matéria de um livro;
b) são publicados em revistas ou periódicos especializados;
c) permitem ao leitor, por ser completos, repetir a experiência
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O artigo científico tem a mesma estrutura dos demais trabalhos científicos, ou seja,
elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais
a) o título e subtítulo (se houver) devem figurar na página de abertura do artigo, na língua do
texto;
b) a autoria: Nome completo do(s) autor(es) na forma direta, acompanhados de um breve
currículo que o (s) qualifique na área do artigo;
c) o currículo: incluindo endereço (e-mail) para contato, deve aparecer em nota de rodapé;
d) resumo na língua do texto: O resumo deve apresentar de forma concisa, os objetivos, a
metodologia e os resultados alcançados, não ultrapassando 250 palavras. Não deve conter
citações “Deve ser constituído de uma seqüência de frases concisas e não de uma simples
enumeração de tópicos. Deve-se usar o verbo na voz ativa e na terceira pessoa do singular
”ativa”. (ABNT. NBR-6028, 2003, p. 2); e,
e) palavras-chave na língua do texto: elemento obrigatório que deve figurar abaixo do resumo,
antecedidas da expressão: Palavras-chave separadas entre si por ponto, conforme a NBR 6028, 2003,
p. 2.
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7.3.2.1 Introdução
7.3.2.2 Desenvolvimento
7.3.2.3 Conclusão
7.4 Ilustrações
As ilustrações (quadros, figuras, fotos etc), devem ter uma numeração seqüencial.
7.5 Tabelas
Exemplo
“No começo de um projeto podemos fazer tudo, mas não sabemos nada.
No final do projeto sabemos tudo, mas não podemos fazer nada.”
AUTOR DESCONHECIDO
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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
______. NBR 6024: numeração progressiva das seções de um documento. Rio de Janeiro, 1989.
2 p.
DEMO, Pedro. Introdução à metodologia da ciência. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1987. 118 p.
GIL, Antônio Carlos. Colo elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 184 p.
SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São Paulo:
Cortez, 2002. 334 p.
42
- BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
COSTA, Marco Antonio da. Metodologia da pesquisa. 2. ed. São Paulo: Interciência.
2009.
REY, L. Planejar e redigir trabalhos científicos. 2. ed. Edgard Blucher: 2003, 328p.
RUIZ, João Álvaro. Metodologia cientifica: guia para eficiência nos estudos. 6. ed.
São Paulo: Atlas, 2002.
GLOSSÁRIO
Folha de Rosto: É a folha seguinte a capa e deve conter as mesmas informações contidas na
Capa e as informações essenciais da origem do trabalho.
Glossário: Elemento opcional de um trabalho acadêmico que consiste de uma lista em ordem
alfabética de palavras ou expressões técnicas usadas no texto, acompanhada das respectivas
definições.Gráfico: É a representação gráfica das escalas quantitativas recolhidas durante o
trabalho de pesquisa.
Hipótese: É a suposição de uma resposta para o problema formulado em relação ao tema. A
Hipótese pode ser confirmada ou negada.
Índice (ou Índice Remissivo): É uma lista que pode ser de assuntos, de nomes de pessoas
citadas, com a indicação da(s) página(s) no texto onde aparecem. Alguns autores referem-se a
Índice como o mesmo que Sumário.
Indução: "Processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares,
suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes
examinadas." (Lakatos, Marconi, 1991: 47).
Informação: Ação ou resultado de informar(-se). Conjunto de dados sobre algo ou alguém.
Relato de acontecimentos ou fatos, transmitido ou recebido.
Instrumento de Pesquisa: Material utilizado pelo pesquisador para colher dados para a pesquisa.
Introdução: É o primeiro capítulo de um relatório de pesquisa, onde o pesquisador irá
apresentar, em linhas gerais, o que o leitor encontrará no corpo do texto. Por isso, apesar do nome
Introdução, é a última parte a ser escrita pelo autor.
Justificativa: É a parte mais importante de um projeto de pesquisa já que é nesta parte que se
formularão todas as intenções do autor da pesquisa. A justificativa num projeto de pesquisa,
como o próprio nome indica, é o convencimento de que o trabalho de pesquisa é fundamental de
ser efetivado. O tema escolhido pelo pesquisador e a hipótese levantada são de suma importância,
para a sociedade ou para alguns indivíduos, de ser comprovada. Deve-se tomar o cuidado, na
elaboração da justificativa, de não se tentar justificar a hipótese levantada, ou seja: tentar
responder ou concluir o que vai ser buscado no trabalho de pesquisa. A justificativa exalta a
importância do tema a ser estudado, ou justifica a necessidade imperiosa de se levar a efeito tal
empreendimento.
Material Permanente: É a descrição de todo capital necessário para aquisição de materiais que
têm duração contínua. São aqueles materiais que se deterioram com mais dificuldade como
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apud: Significa "citado por". Nas citações é utilizada para informar que o que foi transcrito de
uma obra de um determinado autor na verdade pertence a um outro.
Ex.: (Napoleão apud Loi) ou seja, Napoleão "citado por" Loi
et al. (et alli): Significa "e outros". Utilizado quando a obra foi executada por muitos autores.
Ex.: Numa obra escrita por Helena Schirm, Maria Cecília Rubinger de Ottoni e Rosana
Velloso Montanari escreve-se: SCHIRM, Helena et al.
ibid ou ibdem: Significa "na mesma obra".
idem ou id: Significa "igual a anterior".
In: Significa "em".
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ipsis litteris: Significa "pelas mesmas letras", "literalmente". Utiliza-se para expressar que o
texto foi transcrito com fidelidade, mesmo que possa parecer estranho ou esteja
reconhecidamente escrita com erros de linguagem.
ipsis verbis: Significa "pelas mesmas palavras", "textualmente". Utiliza-se da mesma forma que
ipsis litteris ou sic.
opus citatum ou op.cit.: Significa "obra citada"
passim: Significa "aqui e ali". É utilizada quando a citação se repete em mais de um trecho da
obra.
sic: Significa "assim". Utiliza-se da mesma forma que ipsis litteris ou ipsis verbis.
supra: Significa "acima", referindo-se a nota imediatamente anterior.
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Logo pelo título fica claro que Descartes não era céptico, pois se é um método para
procurar a verdade pressupõe que ela exista.
Bom senso é o mesmo que razão para Descartes, ou seja, é o poder de bem julgar e
distinguir o verdadeiro do falso e é igual em todos os Homens.
A Matemática é muito importante para o método porque ele está a seguir o método
matemático, ou seja, parte de princípios claros e distintos e procede a deduções e demonstrações
para o resultado ser o mais objetivo possível.
No método cartesiano, a razão tem 2 poderes fundamentais:
Intuição intelectual (racional) à apreensão imediata de um objeto ou ser, que é presente
imediatamente á razão à existência de idéias inatas (idéias exclusivamente racionais); e, poder de
raciocinar no sentido de construir cadeias de deduções/demonstrações.
Regras do método
Regra da evidência: Só considerar o verdadeiro/evidente (claro e distinto);
Regra da divisão: dividir o mais difícil em parcelas pequenas para se tornar mais fácil de
conhecer;
Regra da síntese: Começar por conhecer as coisas mais simples e faceis e ir gradualmente até
conhecer as mais difíceis.
Regra da enumeração: Fazer revisão geral para ter a certeza que nada foi omitido.
Idéias Inatas: são idéias que, nascidas conosco, são como as do criador que gera no ser criado
sua imagem e semelhança, ou seja são as idéias puras e verdadeira de uma pessoa. Estas idéias
inatas, claras e distintas, não são inventadas, mas produzidas pelo entendimento, pelo
conhecimento.
Idéias Adventícias: não são claras e distintas porque se baseiam na experiência sensível
(Empirismo); e,
Idéias Factícias ou Fictícias – dependem da livre associação dos dados sensíveis recolhidos
(Imaginação)
René Descartes
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Isaac Newton
• Nasceu em 25/12/1642, em Woolsthorpe, na Inglaterra. Suas descobertas durante o século XVII
guiaram os estudos da física pelos 200 anos seguintes;
• Por trás de fenômenos aparentemente banais construiu a base de teorias revolucionárias;
• Em 1661, com 18 anos, ingressa na universidade de Cambridge, estudou matemática e filosofia;
Em 1668, depois de idealizar as leis de reflexão e refração de luz, construiu o primeiro
telescópio reflexivo; Em 1669, assume o cargo de professor de matemática na universidade de
Cambridge; Em 1672, é convidado para a Real Sociedade Britânica;
• Em 1687, publica “Princípios Matemáticos da Filosofia Natural”, o famoso “Principia”, em que
descreve as leis da gravidade e dos movimentos;
• Em 1696, é nomeado Guardião da Casa da Moeda; · Em1705, ele recebe um título de nobreza
da rainha Anne e passa a se chamar Sir Isaac Newton; Em 1727, ele morre, no dia 20 de março
e é enterrado na abadia londrina de Westminster, na Inglaterra.
Galileu Galilei
• Viveu entre 1564 e 1642; · Criticava Aristóteles dizendo que “A tradição e a autoridade dos
antigos sábios não são fontes de conhecimento científico” e que a única maneira de
compreender a natureza é experimentando; Achava que fazer ciência é comprovar através da
experiência; · Dizia que “o livro da natureza é escrito em caracteres matemáticos”;
• foi acusado, pelas autoridades, de ser inimigo da fé. Foi julgado pelo tribunal do santo ofício, a
Inquisição. Ele reconheceu diante dos inquisitores que estava “errado”, para poder terminar
suas pesquisas. Segundo a lenda, ele disse baixo: “Eppur si muove”, ou, “mas ela anda”, ou
seja, que a Terra não é um ponto fixo no centro do universo. A história de Galileu é um
exemplo célebre de como a violação à liberdade de opinião das pessoas pode ser altamente
prejudicial ao desenvolvimento das ciências.
René Descartes
• Viveu entre 1596 e 1650; Demonstrou como a matemática poderia ser utilizada para descrever
as formas e as medidas dos corpos;
53
• Inventou a geometria analítica; Sua obra mais famosa chama-se “discurso sobre o método”
(1636). Nela, Descartes procura nos convencer que o raciocínio matemático deveria servir de
modelo para o pensamento filosófico e para todas as ciências;
• Uma das frases mais célebres da história do pensamento filosófico é: “Penso, logo existo.”. Ele
acreditava que dessa verdade ninguém poderia duvidar.
• O raciocínio matemático é baseado, principalmente, na lógica dedutiva, em que nós partimos de
uma verdade para encontrarmos outras verdades.
Outros cientistas
Francis Bacon (1561 a 1626): Para Bacon, a descoberta de fatos verdadeiros não depende do
raciocínio silogístico aristotélico mas sim da observação e da experimentação regulada pelo
raciocínio indutivo. O conhecimento verdadeiro é resultado da concordância e da variação dos
fenômenos que, se devidamente observados, apresentam a causa real dos fenômenos.Mostrou a
importância da experimentação para a aquisição dos conhecimentos científicos;
Nicolau Copérnico (1473 a 1543): Mostrou que o sol fica no centro do sistema, mas, achava que
a órbita da terra era uma circunferência perfeita, o que era errado, mas, o alemão Kepler (1571 a
1630) o corrigiu, mostrando que a distância da terra e do sol é variável, em forma de elipse.
Louis Pasteur (1822 a 1895) foi o primeiro cientista a provar que seres invisíveis a olho nu, os
microorganismos, eram os responsáveis por diversas doenças. Suas descobertas ajudaram a salvar
vidas e abriram as portas para o avanço da microbiologia e da imunologia;
Francesco Redi (1626 a 1698): Era um médico italiano e demonstrou que não existia a geração
espontânea, uma idéia aristotélica. Ele fez uma experiência: Ele colocou carne em vários vidros.
Deixou alguns abertos e cobriu outros com um tecido fino de algodão, que permitisse a entrada
de ar. Este tecido era importante, pois para os defensores da geração espontânea, o ar era
fundamental para que o fenômeno acontecesse. Se a teoria da geração espontânea fosse
verdadeira, as larvas de moscas deveriam aparecer tanto nos vidros abertos quanto nos vidros
cobertos com gaze, mas, após alguns dias, surgiram larvas só nos vidros abertos. Redi mostrou,
então, que as larvas surgiam das moscas, e não por geração espontânea. As moscas podiam entrar
nos vidros abertos e depositar seus ovos sobre a carne, mas não conseguiam entrar naqueles
cobertos pelo tecido.
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Escrever um trabalho científico não é uma tarefa tão simples, já que exige conhecimento
das normas, postura crítica e uma disciplina intelectual. Esses requisitos básicos só se podem ser
adquiridos escrevendo. O importante é o estudante notar que cada novo conhecimento lhe
permitirá desvelar novos significados.
Para escrever uma boa redação científica, de um modo geral, é importante conhecer
alguns elementos que torna seu trabalho mais consistente, tais como: objetividade,
impessoalidade, estilo, clareza e coesão e modéstia e cortesia.
OBJETIVIDADE
IMPESSOALIDADE
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ANDRADE, Maria Margarida de. Metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos na graduação. São
Paulo, Atlas. 2001, pp. 101-104.
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Expressões como “o meu trabalho”, “eu penso”, “na minha opinião” etc. devem ser
evitadas, por apresentarem a conotação de subjetividade inerente à linguagem expressa na
primeira pessoa. Devem-se evitar também expressões como “o presente trabalho”, “neste
trabalho”, ”o autor descreve” etc. O emprego do pronome impessoal “se” é o mais adequado
para os trabalhos de graduação: “procedeu-se ao levantamento”, “procurou-se obter tal
informação”, “fez-se tal coisa”, ou “realizou-se” etc.
Outro recurso que contribui para a objetividade na redação consiste em usar verbos nas
formas que tendem à impessoalidade: “tal informação foi obtida”, “a busca empreendida”, “o
procedimento adotado” etc.
Tais procedimentos criam certo distanciamento da pessoa do autor, razão pela qual a
impessoalidade favorece a objetividade; contudo, é necessário prestar atenção para não misturar
formas pronominais: o “se” impessoal empregado em uma frase ou parágrafo, a primeira pessoa,
ou seja, os pronomes “eu” ou “nós”, ou as formas verbais a eles correspondentes, em outra frase
ou parágrafo.
Desaconselha-se, também, o plural de modéstia, chamado plural majestático, que
consiste em usar o “nós” como primeira pessoa do singular “eu”. Além de dificultar
sobremaneira a concordância, soa pedante e antiquado.
ESTILO
Importante é lembrar que simplicidade não exclui correção gramatical, que é requisito
indispensável da redação científica.
CLAREZA E CONCISÃO
MODÉSTIA E CORTESIA
Fernando Pessoa