Código Do Procedimento Administrativo
Código Do Procedimento Administrativo
Código Do Procedimento Administrativo
Âmbito de aplicação
Deveres gerais
Poder disciplinar
Prescrição do procedimento disciplinar
Penas disciplinares
Circunstâncias dirimentes, atenuantes e agravantes
Suspensão e prescrição das penas
Formas, natureza e instauração
Instrução
Acusação
Defesa
Relatório final
Decisão
Impugnação
Tipos e regime dos processos
Revisão do processo disciplinar e reabilitação
Multas
Minutas
Tabela de correspondência
Princípios gerais
Princípios gerais do Código do Procedimento Administrativo aplicados
ao processo disciplinar
Como procedimento administrativo, se bem que especial porque
sancionatório, e por isso previsto em lei especial, com uma concreta
tramitação, deve o procedimento disciplinar igualmente obediência
aos princípios gerais - a que deve estar sujeita qualquer atuação da
Administração - contidos no Código do Procedimento Administrativo
(CPA) e portanto também aplicáveis ao processo disciplinar.
Princípio da legalidade
Começando pelo princípio da legalidade (art.º 3.º), tal significa que a
Administração está subordinada, no exercício da ação disciplinar, à
Lei e ao Direito. Ou seja, leis, decretos-lei, portarias, despachos, etc.,
bem como aos princípios gerais do Direito.
No fundo, a juridicidade, e não já a mera legalidade, da sua atuação
será aferida ao Direito em sentido amplo, a um bloco de legalidade
que, além do direito positivo, engloba igualmente estes princípios.
O que se pretende dizer é que uma decisão administrativa pode ser
legal, no sentido de que não viola norma legal, e ser, mesmo assim,
inválida, por violar, isso sim, princípios gerais.
Princípio da prossecução do interesse público e da proteção dos
direitos e interesses dos cidadãos
Quanto ao princípio da prossecução do interesse público e da
proteção dos direitos e interesses dos cidadãos (art.º 4.º), ele é
bem claro: interesse público como vetor orientador da ação da
Administração e sempre no respeito dos direitos e interesses de todos
quantos estabelecem uma relação com ela. É mais uma vez a
conformidade dos atos da Administração ao Direito em sentido
amplo.
Ver-se-á, a propósito dos deveres dos trabalhadores da
Administração, que toda a sua atuação deve estar exclusivamente ao
serviço do interesse público, que pode ser considerado como a
impressão digital de toda a função administrativa, aquilo que ela tem
de mais intrinsecamente seu e que não pode ser usurpado por
ninguém, salvo no caso limite de erro grosseiro nessa avaliação,
abrindo assim caminho à intervenção dos tribunais, pois estes têm o
dever de fazer cumprir a lei que a Administração incumpriu.
Poderá dizer-se, talvez de forma simples, que este interesse público é
o resultado da ponderação dos prós e contras de uma medida
administrativa concreta. Será a solução mais conveniente à luz dos
critérios de política administrativa para o caso concreto e nos limites
impostos por lei. É claro que este interesse público deve ser sempre
prosseguido no respeito dos direitos e interesses dos particulares, aos
quais deve ser sobreposto só nos casos e pelas formas previstas na
lei.
Princípios da igualdade e da proporcionalidade
No que respeita ao princípio da igualdade e da proporcionalidade
(art.º 5.º), exige-se um tratamento igual de situações de facto iguais
e um tratamento diverso de situações de facto diferentes. Portanto,
se as situações, sendo iguais, forem tratadas desigualmente ou se,
sendo desiguais, forem tratadas igualmente, há então violação deste
princípio.
Reclama a proporcionalidade que a atividade da Administração seja
proporcional aos fins que prossegue. Esta proporcionalidade, também
conhecida pelo princípio da proibição do excesso, o que pretende
afinal é que as decisões administrativas, sejam elas quais forem, não
apresentem inconvenientes excessivos relativamente às vantagens
que delas se espera.
Princípios da justiça e da imparcialidade
Passando agora ao princípio da justiça e da imparcialidade (art.º 6.º),
não vislumbramos na lei qualquer conceito de justiça. Parece até que,
neste segmento, esta disposição legal quer dizer tudo sem dizer
nada, deixando ao aplicador do direito a tarefa de densificação deste
comando normativo. Daí este reparo: parte-se de uma referência
abstrata a este princípio, quando sabemos que a justiça só se alcança
quando referida ao caso concreto.
No que concerne à imparcialidade, que é um dever geral de qualquer
trabalhador da Administração, como veremos adiante ao falarmos dos
deveres do art.º 3.º do Estatuto Disciplinar (ED), o que se pretende é
proibir favoritismos ou perseguições e vedar a intervenção de certos
trabalhadores em decisões em que se sejam parte interessada - a sua
violação pode ser causa de um pedido de suspeição de instrutor, de
que falaremos adiante, quando nos debruçarmos sobre esta matéria -
ED, art.º 43.º.
Princípio da boa-fé
Relativamente ao princípio da boa-fé (art.º 6.º-A), o que se quer
dizer é que a Administração e o particular, quando estabelecem uma
relação, devem pautar o seu comportamento segundo as regras da
boa-fé. Trata-se de uma referência aos valores fundamentais do
direito relevantes face ao caso concreto, nomeadamente no que
respeita à confiança que deve existir inter partes.
Princípio da colaboração da Administração com os particulares
Quanto ao princípio da colaboração da Administração com os
particulares (art.º 7.º), consagra-se aqui o dever da Administração
de cooperar com o particular, de o informar e esclarecer, quando este
solicite a informação, ou quando a Administração pratique ou
assuma, no decurso de qualquer procedimento, algum ato ou conduta
que possa lesar a esfera jurídica do particular.
Princípio da participação
No tocante ao princípio da participação (art.º 8.º), foi com o CPA que
o legislador ordinário consagrou pela primeira vez este princípio,
contido fundamentalmente no seu art.º 100.º, como sendo a
audiência dos interessados. O que se pretende com este princípio é
garantir um mecanismo de controlo da Administração na fase da
preparação das decisões. A defesa do arguido em processo disciplinar
no ED não é mais do que a consagração deste direito de audiência
antes da tomada de decisão neste foro específico, que é o disciplinar.
Princípio da decisão
No que respeita ao princípio da decisão (art.º 9.º), este constitui um
dever geral de decidir e exige que a Administração se pronuncie
sempre que seja solicitada. A exceção está no n.º 2, pois este dever
de decidir cessa se a Administração já se tiver pronunciado sobre o
mesmo pedido sem alteração da sua fundamentação de facto e de
direito nos últimos dois anos.
Princípios da desburocratização e da eficiência, da gratuitidade e do
acesso à justiça
Quanto aos restantes princípios da desburocratização e da eficiência,
da gratuitidade e do acesso à justiça, previstos nos artigos 10.º a
12.º do CPA, remete-se para a sua simples leitura, pois não colocam
problemas especiais em matéria disciplinar. Sem prejuízo de se
chamar a atenção para a necessidade de que o processo disciplinar
seja célere, como exigido no ED, com cumprimento dos prazos
previstos pela lei para as suas diferentes fases (início, instrução e
decisão), para que assim se possa emprestar eficiência às decisões
em sede disciplinar.
Âmbito de aplicação
Nesta matéria o que importa assinalar, no essencial, é que decorre do
art.º 1.º do Estatuto Disciplinar (ED), a regra de que todos os
trabalhadores que exerçam funções públicas ficam abrangidos pelos
seus normativos, independentemente da relação de emprego
estabelecida com a Administração Pública, ou seja: aos trabalhadores
nomeados, em comissão de serviço e com contrato individual de
trabalho (por tempo indeterminado) ou contrato a termo resolutivo
(certo ou incerto), em que se inclui o pessoal docente e não docente.
A exceção reporta-se a todos os que possuam estatuto especial (ex:
juízes, militares, etc.).
Infração Disciplinar
Nos termos do art.º 3.º do ED, a infração disciplinar é o
comportamento do trabalhador, por acão ou omissão, ainda que
meramente culposo, que viole deveres gerais ou especiais inerentes à
função que exerce.
Elementos essenciais
São assim elementos essenciais da infração disciplinar:
Ser trabalhador da Administração Pública: é
este o sujeito ativo da infração disciplinar, sendo
que o Estado é o sujeito passivo e o titular do
interesse ofendido;
Um comportamento do trabalhador: a infração
disciplinar é meramente formal ou de simples
conduta. A sua verificação não depende da
produção de resultados prejudiciais ao serviço, a
não ser que a lei assim o exija. Infringir
disciplinarmente é desrespeitar um dever geral ou
especial decorrente da função exercida. A conduta
do trabalhador pode ser uma ação ou omissão.
A ilicitude: ou seja, a contrariedade do facto à lei,
ou a inobservância de deveres gerais ou especiais
inerentes à função exercida. No exercício das suas
funções, o pessoal docente e o pessoal não docente
estão obrigados ao cumprimento dos deveres
gerais estabelecidos no art.º 3.º, n.º 2 a 11, do ED
e demais deveres (profissionais, específicos ou
especiais) decorrentes, respetivamente, da
aplicação do Estatuto da Carreira Docente - art.º
10.º, n.º 2, com alcance genérico ou transversal
perante as diferentes vertentes da sua ligação
funcional com a Administração Educativa e, em
particular, com o projeto educativo das escolas;
art.º 10.º-A, deveres para com os alunos; art.º
10.º-B, deveres para com a escola e os outros
docentes; e art.º 10º-A, deveres para com os pais
e encarregados de educação - e da aplicação do
Estatuto do Aluno do Ensino Não Superior (em
especial os artigos 5.º e 13.º) e do Estatuto do
Pessoal Não Docente (EPND) - art.º 4.º.
Podem também existir os chamados deveres da vida privada, cuja
violação é suscetível de gerar responsabilidade disciplinar por parte
destes trabalhadores da Administração Pública. Mas esta vida
privada, para efeitos disciplinares, deve ser entendida apenas como
as manifestações da sua vida particular que, por se revestirem de
publicidade, possam originar escândalo e pôr em causa a dignidade e
o prestígio do trabalhador ou da função exercida. Mas não já a vida
íntima deste, que só ao mesmo importa, como é evidente.
Deveres gerais
Vejamos agora cada um destes deveres gerais, com uma breve
referência aos números 2 e 3 do art.º 3.º onde se consagram dois
princípios constitucionais:
a) prossecução do interesse público, ou seja, a ação da
Administração deve sempre nortear-se pelo bem da comunidade -
art.º 269.º, n.º 1, da Constituição da República Portuguesa (CRP);
b) imparcialidade, isto é, tratar igualmente todos os cidadãos -
art.º 266.º, n.º 2, da CRP.
Dever de isenção
Previsto na alínea b) do n.º 2 e definido no n.º 4 do art.º 3.º do
Estatuto Disciplinar (ED). É um dever que está relacionado com o
valor da honestidade e está intimamente ligado ao princípio
constitucional da subordinação ao interesse público.
Dever de informação
Previsto na alínea d) do n.º 2 e definido no n.º 6 do art.º 3.º do ED.
Consiste em prestar ao cidadão as informações que forem solicitadas
e que sejam devidas. É a consagração do dever funcional de informar
o cidadão, acompanhando a alteração do paradigma do exercício de
funções públicas e da legislação sobre acesso à informação e aos
documentos administrativos (Lei n.º 46/2007, de 24 de agosto).
Dever de zelo
Previsto na alínea e) do n.º 2 e definido no n.º 7 do art.º 3.º do ED.
Consiste em conhecer e aplicar as normas legais e regulamentares e
as ordens e instruções dos superiores hierárquicos, bem como
exercer as funções de acordo com os objetivos que tenham sido
fixados e utilizando as competências que tenham sido consideradas
adequadas.
Dever de obediência
Previsto na alínea f) do n.º 2 e definido no n.º 8 do art.º 3.º do ED.
Da violação do dever de obediência nasce a desobediência. Fora da
hierarquia não é devida obediência. A ordem ou instrução apenas
obriga quando vem de legítimo superior hierárquico. E superior
hierárquico é aquele a quem a lei atribui todos ou alguns dos poderes
de direção, de inspeção, de superintendência e de disciplina.
Portanto, apenas há exclusão da responsabilidade disciplinar do
inferior quando este cumpra uma ordem ou instrução que considere
ilegal somente após ter reclamado das mesmas. Ou depois de ter
exigido a transmissão a escrito da ordem ou instrução às quais
imputa essa ilegalidade. A esta reclamação se chamava
anteriormente o direito de respeitosa representação. Caso não venha
a ter resposta, o subalterno deve cumprir, não sendo responsável
disciplinarmente pelo cumprimento da ordem ou instrução recebidas.
Se a ordem ou instrução forem para cumprir imediatamente, então o
trabalhador deve cumprir, mas de seguida adotar o procedimento
atrás referido. Não há dever de obediência quando o cumprimento da
ordem ou instrução implique a prática de qualquer crime. Aqui o
trabalhador simplesmente não deve cumprir, não sendo
responsabilizado disciplinarmente por esse facto (art.º 5.º do ED e
n.º 2 e 3 do art.º 271.º da CRP).
Dever de lealdade
Previsto na alínea g) do n.º 2 e definido no n.º 9 do art.º 3.º do ED.
O dever de lealdade deriva, de certo modo, do princípio constitucional
da subordinação ao interesse público.
Dever de correção
Previsto na alínea h) do n.º 2 e definido no n.º 10 do art.º 3.º do ED.
O dever de correção aparece aqui como cortesia, boa educação,
polidez e urbanidade.
Deveres de assiduidade e de pontualidade
Previstos nas alíneas i) e j) do n.º 2 e definidos no n.º 11 do art.º 3.º
do ED. São deveres complementares, pois dizem ambos respeito à
comparência ao serviço, mas em todo o caso distintos. Na verdade,
um trabalhador pode ser assíduo mas não pontual. E vice-versa.
O nexo de imputação traduz-se na censurabilidade da
conduta, a título de dolo ou culpa. Para que haja infração
disciplinar é ainda preciso, para além do facto e da sua
ilicitude, que se possa demonstrar que o facto (ato ou omissão)
pode ser imputado ao arguido a título de dolo (intenção) ou
mera culpa (negligência). Trata-se da distinção clássica entre a
intenção e a culpa. A intenção pressupõe uma conduta adotada
no sentido de produzir determinado resultado, em si mesmo
ilegal. A culpa ou negligência verifica-se quando o trabalhador,
estando consciente e possuindo liberdade para se conduzir,
tenha deixado de cumprir um dever, ainda que por simples
distração, inconsideração, leviandade, falta de conhecimento
das normas aplicáveis, etc.
Poder disciplinar
Sujeição ao poder disciplinar
O art.º 4.º do Estatuto Disciplinar (ED) afirma que todos os
trabalhadores são disciplinarmente responsáveis perante os
seus superiores hierárquicos. A regra é a de que os
trabalhadores ficam sujeitos ao poder disciplinar desde a
aceitação da nomeação, a celebração do contrato ou a posse,
ou desde o início legal de funções, quando este anteceda
aqueles atos. Ou seja, é disciplinarmente responsável quem
serve, e enquanto serve, a função pública e unicamente por
factos consumados durante o respetivo exercício.
A corroborar este entendimento, refere-se no n.º 4 do art.º
4.º do ED que a cessação da relação jurídica de emprego
público ou a alteração da situação jurídico-funcional não
impedem a punição por infrações cometidas no exercício da
função.
Prescrição do procedimento disciplinar
O art.º 6.º do Estatuto Disciplinar (ED) refere-se à prescrição
em processo disciplinar. O decurso de determinado lapso de
tempo faz desaparecer as exigências de efetivação da pena,
que deixou de ter atualidade, uma vez que a entidade
competente renunciou ao seu direito de punir.
Merecem aqui referência os prazos de prescrição do direito de
instaurar o procedimento disciplinar. Nos termos da lei, tal
direito prescreve nas seguintes situações:
A prescrição de longo prazo (1 ano)
Decorrido 1 ano sobre a data em que a infração houver sido
cometida (n.º 1). Aqui o que importa dizer é que o
procedimento disciplinar prescreve passado 1 ano sobre a
data em que a falta houver sido cometida. Mas é de salientar
que, neste caso, não pode haver conhecimento por parte do
superior hierárquico em momento anterior a este prazo de 1
ano. Porque, se assim for, passamos para o n.º 2 deste
artigo, ou seja, para um novo e curto prazo de prescrição,
que é de 30 dias.
A prescrição de curto prazo (30 dias)
Decorrido os 30 dias sobre o conhecimento da infração por
qualquer superior hierárquico, não tenha sido instaurado o
competente processo disciplinar (n.º 2).
A prorrogação penal da prescrição em processo disciplinar
No caso das infrações disciplinares que constituem
simultaneamente infrações penais, sendo o prazo
prescricional da lei penal superior a 1 ano, aplicar-se-á ao
processo disciplinar o prazo estabelecido na lei penal (n.º 3).
E para que estes prazos de prescrição penal, que constam do
art.º 118.º do Código Penal (CP), sejam aplicáveis ao
processo disciplinar, apenas importa indagar da pena máxima
abstratamente cominada na lei para o tipo legal de crime
(parte especial do CP), em cuja previsão os factos
disciplinarmente relevantes sejam, igualmente, em abstrato,
suscetíveis de subsunção.
Mas assim sendo, torna-se necessário que o instrutor use da
necessária cautela nesta sua emissão de um juízo jurídico-
penal dos factos (para poder beneficiar da prorrogação penal)
que virão eventualmente a constituir a sua acusação em
processo disciplinar, pois que, a existir erro nesta matéria, tal
prorrogação é indevida, podendo comprometer, em via de
recurso, a legalidade do ato decisório do procedimento
disciplinar (por prescrição).
Feita a participação destes factos ao Ministério Público (MP),
nos termos do art.º 8.º do ED, o instrutor não fica vinculado
na sua instrução, em termos de questão prejudicial, a
aguardar decisão judicial que irá caracterizar em termos
definitivos e penais os factos participados.
A suspensão da prescrição
Suspendem o prazo de prescrição de 1 ano ou superior (longa
duração) ou de 30 dias (curta duração), a instauração de
processo de sindicância aos órgãos ou serviços, bem como a
de processo de inquérito ou disciplinar, mesmo que não
dirigidos contra o trabalhador a quem a prescrição aproveite e
apenas pelo prazo máximo de 6 meses (n.º 4). Mas esta
suspensão só se opera se cumulativamente (n.º 5):
(1) os processos acabados de referir forem instaurados
nos 30 dias seguintes à suspeita da infração;
(2) o processo disciplinar subsequente a estes mesmos
processos for instaurado nos 30 dias seguintes à sua
receção pela entidade competente para o efeito;
(3) e, finalmente, se à data da instauração destes
processos/procedimento, não se encontre já prescrito o
direito de instaurar procedimento disciplinar - os
referidos prazos de 1 ano (ou superior) ou de 30 dias.
Prazo da prescrição para a conclusão do procedimento
disciplinar
O ED fixa agora um prazo máximo de 18 meses para a
conclusão do procedimento disciplinar, contados desde a data
da sua instauração até à notificação do arguido da decisão
final, sob pena de prescrever (n.º 6).
Este prazo de prescrição de 18 meses pode suspender-se nos
termos do disposto nos n.º 7 e 8, ou seja, durante todo o
tempo em que não possa ter lugar o início do procedimento
ou a continuação da sua tramitação, em virtude de decisão
jurisdicional ou de apreciação jurisdicional de qualquer
questão atinente ao caso em apreço, sendo que o referido
prazo de 18 meses só retoma a sua contagem a partir do dia
em que cesse a causa da suspensão.
Efeitos da pronúncia e da condenação em processo penal
No n.º 1 do art.º 7.º do ED, relativo aos efeitos da pronúncia
do arguido em processo-crime, determina-se que a secretaria
do tribunal, por onde corra o processo, deve entregar, no
prazo de 24 horas sobre o trânsito em julgado do despacho
de pronúncia ou equivalente, por termo nos autos, cópia de
tal despacho ao MP, a fim de que este a remeta ao órgão ou
serviço em que o trabalhador desempenha funções.
Sendo que em caso de condenação do trabalhador por
infração (n.º 2) deve-se aplicar, com as necessárias
adaptações, o disposto no n.º 1.
A condenação em processo penal não prejudica a ação
disciplinar que se imponha fazer atuar no caso concreto. É o
princípio da dupla responsabilidade disciplinar e penal,
derivada da independência destes ramos do direito. Não
havendo, pois, violação do princípio non bis in idem, ou seja,
de que ninguém pode ser punido duas vezes pelo mesmo
facto.
Factos passíveis de serem considerados infração penal
O art.º 8.º do ED trata da comunicação obrigatória que o
instrutor deve fazer ao MP, que tem o exercício da ação
penal, de todos os factos de que tome conhecimento na
instrução dos processos e que indiciem a prática de infração
criminal, com a cautela já anteriormente referida a propósito
da prescrição
Penas disciplinares
As penas aplicáveis aos trabalhadores são as mencionadas
nas alíneas a) a d) do n.º 1 e n.º 2 do art.º 9.º do Estatuto
Disciplinar (ED): repreensão escrita, multa, suspensão,
demissão ou despedimento por facto imputável ao
trabalhador e cessação da comissão de serviço dos titulares
de cargos dirigentes e equiparados. A enumeração da lei é
taxativa e é feita por ordem crescente de gravidade.
Caracterização e efeitos das penas
A caracterização das penas consta do art.º 10.º do ED. A
aplicação de algumas destas penas levanta problemas
delicados, que serão abordados na devida altura,
nomeadamente as mais gravosas que implicam a demissão
ou o despedimento por facto imputável ao trabalhador.
Os efeitos das penas estão no art.º 11.º do ED. Verifica-se
que nele se não estabelece qualquer efeito para a repreensão
escrita e para a multa, mas apenas para as demais penas.
A pena de multa não pode exceder o valor correspondente a
seis remunerações-base diárias por cada infração e um valor
total correspondente à remuneração-base de 90 dias por ano
(cfr. artigos 69.º e 70.º da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de
fevereiro).
A pena de suspensão não tem como efeitos a perda do direito
a férias e a impossibilidade de promoção.
A pena de despedimento aplica-se ao trabalhador contratado,
tendo como efeito a cessação da relação jurídica de emprego
público.
A pena de demissão aplica-se ao trabalhador nomeado, tendo
como efeito a cessação da relação jurídica de emprego
público.
Penas aplicáveis em caso de cessação da relação jurídica de
emprego público
As penas de multa, suspensão, demissão ou despedimento
por facto imputável ao trabalhador são executadas desde que
estes trabalhadores constituam nova relação jurídica de
emprego público.
Competência disciplinar
O princípio geral nesta matéria (art.º 13.º do ED) é que a
competência disciplinar dos superiores envolve sempre a dos
seus inferiores hierárquicos dentro do órgão ou serviço.
Competência para aplicação das penas
De acordo com orientações transmitidas pela Ministra da
Educação, a competência nesta matéria encontra-se repartida
da forma seguinte:
Pessoal docente
A competência para a aplicação da pena de repreensão
escrita é do órgão de administração e gestão do
estabelecimento de educação ou de ensino - n.º 1 do
art.º 116.º do Estatuto da Carreira Docente (ECD), com
a redação que lhe foi introduzida pelo Decreto-Lei n.º
15/2007, de 19 de janeiro. Sendo o arguido membro do
órgão de administração e gestão a competência para a
aplicação desta pena cabe ao diretor regional de
educação.
A competência para a aplicação das penas de multa e
suspensão é dos diretores regionais de educação - n.º 2
do art.º 116.º do ECD.
A competência para a aplicação das penas de demissão
ou despedimento por facto imputável ao trabalhador é
da Ministra da Educação - n.º 3 do art.º 116.º do ECD.
Pessoal não docente
A competência para a aplicação da pena de repreensão
escrita é do órgão executivo da escola ou do
agrupamento de escolas - n.º 1 do art.º 40.º do
Estatuto do Pessoal não Docente (EPND), aprovada pelo
Decreto-Lei n.º 184/2004, de 29 de julho. Sendo o
arguido membro do órgão de administração do
estabelecimento de educação ou de ensino a
competência para a aplicação desta pena cabe ao
diretor regional de educação respetivo.
A competência para a aplicação das penas de multa e
suspensão é do diretor regional de educação respetivo -
n.º 2 do art.º 40.º do EPND.
A competência para a aplicação das penas de demissão
ou despedimento por facto imputável ao trabalhador é
do membro do governo competente - n.º 3 do art.º
40.º do EPND.
Estas competências para aplicação das penas (pessoal
docente e não docente) são indelegáveis, exceto no que
diz respeito ao Governo - n.º 6 do art.º 14.º do ED.
Factos a que são aplicáveis as penas
Nos artigos 15.º a 19.º constam os factos a que são
aplicáveis as várias penas já elencadas no art.º 9.º do ED
(repreensão escrita, multa, suspensão, demissão ou
despedimento por facto imputável ao trabalhador), acrescidas
de uma outra aplicável só ao pessoal dirigente (cessação da
comissão de serviço).
A repreensão escrita
Segundo o art.º 15.º do ED a repreensão escrita é aplicável
por infrações leves de serviço. Existe no ED (art.º 28.º) um
processo simplificado para a aplicação desta pena disciplinar.
A multa
A multa, prevista no art.º 16.º do ED, é aplicável a casos de
negligência ou má compreensão dos deveres funcionais. No
corpo do artigo temos a cláusula genérica onde tudo o que
pode consubstanciar um caso de negligência ou má
compreensão dos deveres funcionais pode ser subsumido,
constituindo as diversas alíneas deste artigo exemplificações
que muito auxiliam o instrutor a compreender corretamente
estes conceitos.
A suspensão
A pena de suspensão está prevista no art.º 17.º, também
com a sua cláusula geral no corpo do artigo e exemplificações
nas suas alíneas.
A demissão e despedimento por facto imputável ao
trabalhador
As penas expulsivas estão previstas no art.º 18.º do ED, uma
vez mais com a mesma cláusula geral no n.º 1
(demonstração da inviabilização da manutenção da relação
funcional), suas exemplificações, e casos particulares do seu
n.º 2 - trabalhadores que, encontrando-se em situação de
mobilidade especial, exerçam qualquer atividade remunerada
fora dos casos previstos na lei e trabalhadores que estando
no gozo de uma licença extraordinária, exerçam qualquer
atividade remunerada nas modalidades que lhes estão
vedadas.
A cessação da comissão de serviço
Está prevista no art.º 19.º do ED. Pode ser aplicada aos
titulares de cargos dirigentes e equiparados:
1) a título principal, no caso das alíneas a) a d) do n.º
1;
2) a título acessório, pela prática de outras infrações,
que não estas, sempre que lhes corresponda pena igual
ou superior à de multa.
Escolha e medida das penas
O art.º 20.º do ED trata da matéria da escolha e medida das
penas. O que aqui se quer afirmar é que o instrutor, na sua
proposta de punição, deve ter sempre em conta os critérios
apontados nos artigos 15.º a 19.º do ED; em relação ao
arguido, é relevante saber:
a) A natureza, missão e atribuições do órgão ou
serviço;
b) As particulares responsabilidades inerentes à
modalidade da sua relação jurídica de emprego público
(nomeação, contrato de trabalho em funções públicas e
comissão de serviço);
c) O seu grau de culpa;
d) A sua personalidade;
e) As circunstâncias em que a infração tenha sido
cometida que militem contra ou a seu favor
Instrução
Início e termo da instrução. Prazos. Contagem
A instrução inicia-se no prazo de 10 dias a contar da notificação ao
instrutor do despacho que o nomeou e deve estar concluída em 45
dias a partir da data em que dê início a essa instrução - art.º 39.º do
Estatuto Disciplinar (ED) - só podendo ser excedido com autorização
da entidade que o nomeou e em casos de excecional complexidade.
Estes prazos são contados, nos termos do art.º 72.º do Código do
Procedimento Administrativo (CPA), em dias úteis.
A autuação como primeiro ato de instrução
O início da instrução deve ter lugar no prazo de 10 dias a contar da
notificação ao instrutor do despacho que o tenha nomeado, sendo a
autuação o primeiro ato de instrução, nos termos do n.º 1 do art.º
46.º do ED. E o que é que se autua? O despacho de instauração, os
atos de nomeação do instrutor e do secretário e demais
documentação atinente ao caso, designadamente a participação ou
queixa, juntando aos autos o registo biográfico do arguido.
Comunicações do início da instrução
A instrução deve ultimar-se no prazo de 45 dias após as
comunicações que o instrutor tem de fazer ao arguido, ao
participante e a quem o nomeou de que vai iniciar a sua instrução
(n.º 3 do art.º 39.º). Este prazo de 45 dias pode ser prorrogado pela
entidade que tenha instaurado o processo sob proposta
fundamentada do instrutor, nos casos de especial complexidade (n.º
1 do art.º 39.º).
Fase de instrução do processo
Participação ou queixa
A participação ou queixa pode ser feita por escrito ou oralmente,
devendo, neste caso, ser reduzida a escrita por quem a receber (art.º
40.º).
Sobre qualquer participação ou queixa de conduta infracionária,
praticada por um trabalhador, feita a superior hierárquico do mesmo,
recai despacho da entidade competente para instaurar o respetivo
procedimento, o qual será de arquivamento, se entender que não há
lugar a tal, e de instauração no caso contrário. Quando a entidade
competente para instaurar não for a competente para punir e
entenda que não há lugar a procedimento, deve a primeira submeter
o assunto à segunda.
A nomeação do instrutor
Uma vez proferido o despacho de instauração do processo disciplinar,
é necessário nomear um instrutor que proceda à sua instrução. A
nomeação do instrutor (regra geral) é da competência da entidade
que mandou instaurar o processo disciplinar, nos termos do art.º 42.º
do ED, com as especialidades previstas nos artigos 115.º e 38.º,
respetivamente, do Estatuto da Carreira Docente (ECD) e do Estatuto
do Pessoal Não Docente (EPND):
Nos processos disciplinares instaurados a pessoal docente
A nomeação do instrutor do pessoal docente é da competência do
órgão de administração e de gestão do estabelecimento de educação
ou de ensino (n.º 1 e 4), do diretor regional de educação (n.º 2 e 4)
e do inspetor-geral da educação, quer nos processos disciplinares por
si instaurados em consequência de ações inspetivas da IGE (n.º 3 e
4), quer a título excecional e com fundamento na manifesta
impossibilidade da nomeação do instrutor, através da respetiva
delegação regional e a pedido da entidade que instaurou o processo
(n.º 1, 2 e 6 do art.º 115.º do ECD).
Nos processos disciplinares instaurados a pessoal não docente
A nomeação do instrutor do pessoal não docente é da competência do
órgão executivo da escola ou do agrupamento de escolas (n.º 1 dos
artigos 37.º e 38.º), do diretor regional de educação (n.º 2 do art.º
37º e n.º 1 do art.º 38.º) e do inspetor-geral da educação (n.º 3 do
art.º 37.º e n.º 1 do art.º 38.º). Ou seja, segue-se a regra geral do
art.º 42.º do ED: a entidade que instaurar o processo disciplinar
nomeia o instrutor. Contudo, nos casos de processos disciplinares
instaurados pelo órgão executivo da escola ou do agrupamento de
escolas, respeitantes a casos de negligência grave ou de grave
desinteresse pelo cumprimento de deveres profissionais, de
procedimentos que atentem gravemente contra a dignidade e
prestígio do funcionário ou agente ou da função e de infrações que
inviabilizem a manutenção da relação funcional, a competência para
nomeação do instrutor compete ao diretor regional de educação
respetivo (art.º 38.º, n.º 1 do EPND).
Suspeição do instrutor
A suspeição do instrutor. Seus fundamentos
A lei exige ao instrutor que atue com isenção e imparcialidade no
apuramento dos factos. Para o mesmo efeito, confere ao arguido e ao
participante que possam «...deduzir a suspeição do instrutor quando
ocorra circunstância por causa da qual possa razoavelmente
suspeitar-se da sua isenção e da retidão da sua conduta...»,
constituindo fundamentos especialmente previstos os constantes das
várias alíneas do n.º 1 do art.º 43.º.
Decisão do pedido de suspeição do instrutor. Recurso
hierárquico da sua não admissão. Suspensão do processo
Arguida a suspeição do instrutor, deve este enviar imediatamente o
requerimento à entidade que tiver mandado instaurar o processo, que
decide em 48 horas (n.º 2 do art.º 43.º).
A suspensão preventiva do arguido. Requisitos legais. Competência
para a sua solicitação e decisão
Durante a instrução, pode vir a ser colocada a questão da suspensão
preventiva do arguido. Está prevista no art.º 45.º do ED, com as
especialidades constantes do n.º 7 e 8 do art.º 115.º do ECD e n.º 1
e 2 do art.º 39.º do EPND.
Consiste na possibilidade de suspender o arguido, ainda antes da
decisão final, sem perda da remuneração de base, quando a sua
presença é inconveniente para o serviço ou para o apuramento da
verdade, em caso de infração punível com pena de suspensão ou
superior. Pode ser pedida pela entidade que instaurou o processo e
pelo instrutor e é decidida pelo membro do Governo competente ou
pelo diretor regional de educação. Será o membro do Governo se o
arguido pertencer a órgão de administração e gestão. Será o diretor
regional de educação, nos restantes casos.
Neste sentido, para o pessoal docente, o n.º 7 do art.º 115.º do ECD
estipula:
A suspensão preventiva é proposta pelo órgão de administração e
gestão da escola ou pelo instrutor do processo e decidida pelo diretor
regional de educação ou pelo Ministro da Educação, conforme o
arguido seja docente ou membro do órgão de administração e gestão
do estabelecimento de educação ou de ensino.
Por sua vez, para o pessoal não docente, o n.º 1 do art.º 39.º do
EPND estipula:
A suspensão preventiva é proposta pelo órgão executivo da escola ou
do agrupamento de escolas ou pelo instrutor do processo e decidida
pelo membro do Governo competente ou pelo diretor regional de
educação, conforme o arguido seja ou não membro de um órgão de
administração e gestão do estabelecimento de educação ou de
ensino.
A notificação da suspensão deve indicar, ainda que genericamente, a
infração ou infrações de que o trabalhador é arguido.
Prazo da suspensão preventiva. Sua prorrogação até ao termo do ano
letivo
O prazo é de 90 dias com possibilidade de ser prorrogado até final do
ano letivo, sob proposta da entidade competente para instaurar o
processo disciplinar - para o pessoal docente (n.º 8 do art.º 115.º do
ECD) e para o pessoal não docente (n.º 2 do art.º 39.º do EPND) -
com os fundamentos da inconveniência para o serviço (requisito
funcional) ou para a descoberta da verdade (requisito processual).
Instrução do processo
Como prescreve o art.º 46.º, na instrução propriamente dita, o
instrutor promove as diligências necessárias ao esclarecimento da
verdade, por iniciativa sua ou a requerimento do arguido.
As diligências requeridas pelo arguido podem ser indeferidas, com
fundamento na existência de prova produzida suficiente, em
despacho fundamentado.
A audição do arguido, nesta fase, é obrigatória, se for requerida pelo
próprio e se o instrutor a considerar conveniente.
O arguido pode também requerer que sejam ouvidos representantes
da sua associação sindical.
As diligências a promover fora do lugar onde corre o processo podem
ser requeridas à respetiva autoridade administrativa ou policial.
Na fase de instrução, o número de testemunhas a inquirir não tem
limite (art.º 47.º).
Termo da instrução
Finda a instrução, o instrutor pode, nos termos do art.º 48.º do ED,
entender:
a) que os factos não constituem infração disciplinar;
b) que não foi o arguido o agente da infração;
c) ou que não é de exigir responsabilidade disciplinar por virtude de
prescrição ou outro motivo.
Nestas condições, elaborará no prazo de cinco dias o seu relatório e
remetê-lo-á imediatamente, com o respetivo processo, à entidade
que o tiver mandado instaurar, propondo que se arquive.
Caso contrário, deduzirá, no prazo de 10 dias, a acusação,
articulando os factos constitutivos da infração, com indicação das
respetivas circunstâncias de tempo, modo e lugar e das que integram
atenuantes e agravantes, com referência ainda aos correspondentes
preceitos legais e às penas aplicáveis.
Acusação
A notificação da acusação
Finda a instrução e entendendo-se, nos termos do art.º 48.º, n.º 2,
do Estatuto Disciplinar (ED), que deve ser deduzida acusação,
incumbe ao instrutor, no prazo de quarenta e oito horas, dela extrair
cópia para ser entregue ao arguido. Esta entrega traduz-se na
notificação da acusação ao arguido, a qual deve ser realizada, em
primeira linha, pessoalmente.
Pretende-se que o arguido, tão cedo quanto possível, fique ciente dos
factos pelos quais está acusado e, ainda, do prazo que dispõe para
deles se defender - a estabelecer de 10 a 20 dias, em resultado de
acusação notificada pessoalmente ou por via postal (art.º 49.º, n.º
1).
Mediante prévia autorização da autoridade que mandou instaurar o
processo e atendendo à complexidade processual, o instrutor pode
alargar o limite até ao máximo de 60 dias (art.º 49.º, n.º 4).
Apenas quando a notificação pessoal não for possível é que se
recorrerá à notificação postal (por carta registada com aviso de
receção), devendo fundamentar-se a razão do recurso a esta via e
juntando aos autos prova da impossibilidade de realização da
(anterior) notificação pessoal (designadamente o termo de notificação
pessoal do arguido não assinado por este).
Ficando nos autos comprovado que a notificação pessoal (primeiro) e
a notificação postal (depois) não obtiveram sucesso, notificar-se-á o
arguido por aviso no Diário da República. Neste caso, fazendo-se as
menções requeridas no n.º 3 do art.º 49.º, bem como do lugar onde
os autos podem ser consultados, dar-se-á um prazo de 30 a 60 dias
para o arguido apresentar a sua defesa (art.º 49.º, n.º 2 e 3).
Quando na acusação estejam em causa as gravosas consequências
previstas na parte inicial do n.º 5 do art.º 49.º (nomeadamente a
suscetibilidade de aplicação da pena de demissão), o instrutor, no
prazo de quarenta e oito horas, deve também remeter cópia da
acusação à comissão de trabalhadores respetiva (parte final do
artigo), não o podendo fazer, todavia, se o arguido a isso se opuser
(art.º 49.º, n.º 7).
Defesa
Incapacidade física e mental
É ao arguido que compete organizar a sua defesa. Todavia, este pode
estar incapaz ou impossibilitado de o fazer. Se assim suceder,
estando o arguido incapacitado por doença ou por incapacidade física
devidamente comprovadas, pode nomear um representante
especialmente mandatado para organizar a sua defesa - art.º 50.º,
n.º 1, do Estatuto Disciplinar (ED).
Se o arguido estiver impossibilitado de exercer tal direito, o instrutor
nomeia imediatamente um curador com poderes apenas para o
procedimento disciplinar, o qual pode usar de todos os meios de
defesa facultados ao arguido - art.º 50.º, 2 e 3 (a remissão para a lei
civil respeita ao art.º 143.º do Código Civil).
Relatório final
Relatório final do instrutor
A matéria relativa à elaboração do relatório final encontra-se no art.º
54.º do Estatuto Disciplinar (ED), o qual determina, no n.º 1, que
com a conclusão da instrução - com apresentação da defesa à
acusação e com as diligências a ela atinentes - o instrutor dispõe de
cinco dias para elaborar um relatório (prorrogáveis até ao limite de
20 dias, mediante autorização da entidade com competência para
decidir, nos termos do art.º 54.º, n.º 2).
O objetivo deste relatório é que a entidade competente decida nas
melhores condições, pelo que este documento deve evidenciar todos
os factos disciplinarmente relevantes e a respetiva prova. É com esse
propósito que o ED requer que o relatório seja completo e conciso,
referindo obrigatoriamente:
A existência material dos factos, referindo as diligências
efetuadas que os demonstraram e comprovaram;
A qualificação dos factos dados como provados, indicando o
dever ou deveres violados, o tipo de infração daí resultante e o
seu enquadramento nas normas do ED;
A gravidade das infrações, por referência ao disposto nos
artigos 20.º, 21.º, 22.º, 23.º e 24.º;
A determinação das importâncias que haja a repor e o seu
destino;
A proposta da pena adequada ou a proposta fundamentada de
arquivamento.
Terminado o relatório, o processo deve, nos termos do n.º 3, ser
remetido no prazo de vinte e quatro horas à entidade que o tenha
instaurado, a qual, não sendo competente para decidir, o enviará
para a entidade com competência para tal.
Decisão
O n.º 1 do art.º 55.º, do Estatuto Disciplinar (ED), dispõe que junto o
parecer ou pareceres referidos no art.º 54.º, n.º 4, ou decorrido os
prazos aí previstos para a sua entrega, a entidade competente
analisa o processo tendo em vista a sua decisão.
Concordando com as conclusões do relatório e não entendendo
necessárias a realização de novas diligências de prova, ou a emissão
do parecer do superior hierárquico do arguido ou de unidades
orgânicas do órgão, ou serviço a que o mesmo pertença, a entidade
competente deve decidir no prazo máximo de 30 dias, contados da
receção do processo - alínea a) do n.º 4 do art.º 55.º, determinando
o seu incumprimento, nos termos do n.º 6, a caducidade do direito de
aplicar a pena.
Sempre que a entidade competente para decidir discorde das
conclusões ou da proposta contida no relatório, deve fundamentar a
sua decisão (art.º 55.º, n.º 4). Não concordando
fundamentadamente com conclusões do relatório, pode a entidade
competente para a decisão ordenar a realização de novas diligências,
marcando um prazo para a sua realização, findo o qual proferirá, no
prazo máximo de 30 dias, a respetiva decisão - alínea b) do n.º 4 do
art.º 55.º, determinando o seu incumprimento, nos termos do n.º 6,
a caducidade do direito de aplicar a pena.
Antes de tomar a decisão final a entidade competente pode pedir
parecer ao superior hierárquico do arguido ou a unidades orgânicas
do órgão ou serviço a que o mesmo pertença, o qual deve ser emitido
em 10 dias. Do termo deste prazo é proferida a decisão do
procedimento no prazo máximo de 30 dias - alínea c) do n.º 4 do
art.º 55.º, determinando o seu incumprimento, nos termos do n.º 6,
a caducidade do direito de aplicar a pena.
A determinação do art.º 55.º, n.º 5, no sentido de impedir ao decisor
a invocação de factos novos, vale para todas as decisões finais,
independentemente da escala das penas, do facto de ser feita prova
complementar ou juntos pareceres.
Só assim não é quando a invocação de factos novos exclua, dirima ou
atenue a responsabilidade do arguido, isto é, que o beneficie.
Pluralidade de arguidos
A norma do art.º 56.º visa definir a entidade competente para
proferir a decisão condenatória no caso de existirem vários
trabalhadores arguidos pela prática do mesmo facto ou por factos
conexos entre si.
O primeiro critério, nos termos do n.º 1, é que decidirá relativamente
a todos os arguidos quem detenha competência para punir o
trabalhador de cargo ou de carreira, ou categoria, de complexidade
funcional superior.
Sendo os trabalhadores titulares do mesmo cargo ou de carreira, ou
categoria, de complexidade funcional idêntica, a decisão competirá,
nos termos do n.º 2, à entidade competente para punir o arguido
com antiguidade superior no exercício de funções públicas.
Notificação da decisão disciplinar
Pretende-se que o arguido, logo que possível, fique ciente da decisão
que recaiu sobre o procedimento.
A matéria relativa à notificação da decisão disciplinar encontra-se
prevista no art.º 57.º, o qual, no n.º 1, remete para o disposto no
art.º 49.º quanto à notificação da nota de culpa.
Pelo que a notificação do arguido deve ser feita pessoalmente,
apenas no caso de esta não ser conseguida é que se recorrerá à
notificação postal (carta registada com aviso de receção) ou, falhando
esta também, à publicação por aviso publicado no Diário da
República.
Respeitando a notificação a uma decisão disciplinar que implique
suspensão ou cessação de funções, a entidade que a tenha decidido
pode também autorizar que a notificação seja protelada pelo prazo
máximo de 30 dias, desde que ponderando, quer a imediata execução
da decisão, quer a permanência do trabalhador punido no exercício
das suas funções, se conclua que para o serviço resultam
inconvenientes mais graves na primeira das situações apontadas
(art.º 57.º, n.º 2).
A notificação deve ser feita ao instrutor e ao participante (dado este
ter legitimidade para a interposição de recurso hierárquico, nos
termos do art.º 60.º, n.º 1, a notificação deve ser feita ainda que não
requerida), comunicando-se também a decisão à comissão de
trabalhadores e à associação sindical se o processo lhes tiver sido
apresentado nos termos do art.º 54.º, n.º 4.
O conteúdo da notificação é o previsto no art.º 68.º do Código do
Procedimento Administrativo (CPA), dela devendo constar:
O texto integral do ato administrativo - entendendo-se como
tal não apenas o despacho que aplica a pena disciplinar, mas
também a fundamentação de facto e de direito em que aquele
se apoiou, juntando cópia integral do relatório final e, caso
exista, o parecer ou informação jurídicos que precederam a
decisão;
A identificação do procedimento administrativo em que a
decisão foi tomada, a data em que esta foi proferida e a
indicação do seu autor.
Adverte-se, no que respeita à prescrição do procedimento, que a
regra que impõe que o procedimento disciplinar seja concluído em 18
meses impõe que a notificação se realize dentro daquele prazo (art.º
6.º, n.º 6).
Início de produção de efeitos das penas
Nos termos do disposto no art.º 58.º, as penas disciplinares
começam a produzir os seus efeitos legais (estatuídos no art.º 11.º)
no dia seguinte ao da notificação do arguido ou, não podendo este
ser notificado (pessoalmente e por via postal), 15 dias após a
publicação de aviso publicado no Diário da República.
Impugnação
Natureza do recurso e legitimidade
Sem prejuízo do direito que assiste ao trabalhador-arguido e ao
participante de impugnarem judicialmente os despachos e as decisões
proferidas no âmbito do processo disciplinar, tanto pelo instrutor
como pelos seus superiores hierárquicos, e que não sejam de mero
expediente (art.º 59.º do Estatuto Disciplinar - ED), aqueles têm
também o direito de deles recorrerem hierarquicamente, i.e., para o
membro do Governo (art.º 60.º, n.º 1).
Prazos do recurso hierárquico
Os prazos-regra para a interposição de recurso hierárquico são os
seguintes:
a) 15 dias, contados da notificação do despacho ou da decisão (o
participante também tem legitimidade para recorrer da decisão que
puser termo ao processo, dentro deste prazo) - art.º 60.º, n.º 2;
b) 20 dias contados da publicação do aviso em Diário da República,
quando não se consegue a notificação pessoal ou por carta registada
com aviso de receção - art.º 60.º, n.º 2;
c) 15 dias contados do conhecimento pelo recorrente do despacho
ou decisão, se estes não tiverem sido notificados ou não tenha sido
publicado o aviso referido na alínea anterior - art.º 60.º, n.º 3.
Contudo há um prazo especial de 5 dias para impugnação hierárquica
do ato que indefira o requerimento de quaisquer diligências
probatórias (art.º 37.º, n.º 3).
Efeitos do recurso hierárquico
Este recurso hierárquico suspende a eficácia do ato recorrido (i.e., se
for recorrida uma pena, esta não poderá ser aplicada até decisão do
recurso), a não ser em dois casos:
a) O autor do ato recorrido considera que o seu ato deve ser
cumprido de imediato, pois se assim não o for, causa grave prejuízo
ao interesse público (art.º 60.º, n.º 4, 2.ª parte);
b) O membro do Governo (para onde se recorreu) considera o
mesmo, embora o autor do ato recorrido considere o contrário. Ou
seja, o membro do Governo revoga uma decisão do autor do ato
recorrido, que considerava que esse ato não deveria ser suspenso na
sua eficácia (art.º 60.º, n.º 5).
Em sede de recurso, o membro do Governo só pode agravar a pena
recorrida, se esse recurso for interposto pelo participante. Fora deste
caso, pode a mesma entidade revogar, manter ou alterar - mas aqui
somente para uma pena mais leve - o ato recorrido (art.º 60.º, n.º
7).
Aquando da interposição do recurso, pode haver ainda produção de
prova:
a) O recorrente pode:
1) Requerer novos meios de prova, que não pudessem ter sido
requeridos antes;
2) Juntar os documentos que entender, desde que não pudessem ter
sido utilizados antes;
b) O membro do Governo pode:
1) Ordenar novas diligências probatórias.
As diligências probatórias solicitadas pelo recorrente, e autorizadas
pelo Governo, no prazo de cinco dias, bem como as que sejam por
este determinadas em idêntico período de tempo, iniciam-se em cinco
dias e devem estar concluídas no prazo que esse mesmo governante
fixar (art.º 61.º).
Regime de subida dos recursos hierárquicos
É o seguinte o regime de subida dos recursos hierárquicos (art.º
62.º):
a) Imediatamente e nos próprios autos (i.e., não esperam pela
decisão final):
1) Os recursos das decisões interlocutórias (i.e., que não sejam
finais) que, ficando retidas, perdem o seu efeito útil;
2) Recurso de despacho que não admita a dedução de suspeição do
instrutor ou não aceite os fundamentos invocados para a mesma;
b) Diferidamente (i.e., sobem com a decisão final se dela se
recorrer):
Recurso das decisões interlocutórias que não ponham termo ao
processo, salvo se ocorrerem algumas das situações previstas no n.º
4 do art.º 37.º (despacho a indeferir o requerimento de quaisquer
diligências probatórias) e no n.º 2 e 3 do art.º 62.º - neste último
caso, situações referidas acima.
Em resumo, os pontos anteriores podem ser sintetizados neste
quadro.
Reabertura do processo disciplinar
Onde o atual ED inovou foi ao consagrar a possibilidade de reabertura
do procedimento disciplinar. Com efeito, diz-se no art.º 63.º que, no
caso de a aplicação da pena ter sido impugnada jurisdicionalmente
pelo trabalhador com fundamento em preterição de formalidade
essencial do processo disciplinar (por ex.: má elaboração da nota de
culpa), a instauração de procedimento disciplinar pode ser renovada
até ao termo do prazo para contestar a ação jurisdicional, de modo a
expurgar do processo disciplinar as invalidades formais que dele
inicialmente constavam.
a) 1.ª constatação: esta norma é inaplicável a casos de inexistência
de processo disciplinar (pois trata-se da reabertura de processo
disciplinar);
b) 2.ª constatação: só há lugar à reabertura do processo disciplinar,
se cumulativamente:
1) O trabalhador, no processo reaberto, voltar a ser acusado da
prática de factos (podem até ser novos, em relação à anterior
acusação) que tenham ocorrido antes de expirado um ano sobre a
sua prática - art.º 63.º, n.º 2, alínea a);
2) A preterição de formalidade essencial não tiver já sido objeto de
apreciação em anterior recurso hierárquico e este tenha sido
rejeitado ou indeferido - art.º 63.º, n.º 2, alínea b);
3) For a primeira renovação (só é possível uma renovação) - art.º
63.º, n.º 2, alínea c).
c) 3.ª constatação: a renovação do ato pode ter lugar antes da ação
de impugnação da pena aplicada, mesmo antes da própria decisão de
aplicação da pena, ou até em execução de sentença, onde haja o
trabalhador-arguido obtido ganho de causa (isto naturalmente se
ainda se estiver em prazo para tal);
d) 4.ª constatação: com a renovação ir-se-á prolongar a ação
judicial, pois ocorrida a reabertura do procedimento disciplinar - o
que pode acontecer até ao termo do prazo para contestar - a ação
não pode prosseguir sem interrupção dos seus trâmites e fases
normais, uma vez que ao trabalhador impugnante tem de se lhe dar
a oportunidade de se pronunciar sobre o renovado procedimento
disciplinar;
e) 5.ª constatação: invalidando-se o anterior processo disciplinar, a
instauração de novo processo disciplinar não faz retroagir os seus
efeitos à data do primeiro.
Efeitos de invalidade de penas disciplinares
Se um trabalhador intentar uma ação em tribunal e este anular ou
declarar nula ou inexistente uma pena de despedimento por facto
imputável ao trabalhador, de demissão ou de cessação da comissão
de serviço, este trabalhador pode optar:
a) Pela reintegração no serviço;
OU
b) Pela indemnização (se optar até à data da decisão jurisdicional
em 1ª instância - artigos 64.º e 65.º.
Se o trabalhador optar pela reintegração, tem direito,
cumulativamente - art.º 64.º:
a) A ser indemnizado por todos os danos patrimoniais e não
patrimoniais causados pela pena ilícita - art.º 64.º, n.º 1, alínea a);
b) A receber todas as remunerações que deixou de auferir desde a
data em que se tornou efetiva a aplicação da pena até ao trânsito em
julgado da decisão do tribunal (que invalidou essa pena - art.º 64.º,
n.º 1, alínea b) e n.º 2). Ou seja, havendo recurso, atender-se-á à
decisão do tribunal de recurso (Tribunal Central Administrativo ou
Supremo Tribunal Administrativo). Mas, repare-se, é preciso que,
entre esses dois momentos, o contrato não se extinga. Se, por ex.,
entretanto, o trabalhador morrer, só há direito a esses salários
intercalares desde a data do despedimento até à data da sua morte;
c) À reintegração no seu posto de trabalho, sem prejuízo da sua
categoria e antiguidade - art.º 64.º, n.º 1, alínea c).
No cálculo dos montantes há que deduzir os seguintes valores (art.º
64.º, n.º 3, n.º 4 e n.º 5):
a) Se o trabalhador não impugnou judicialmente a pena nos 30 dias
seguintes ao início do seu cumprimento, são-lhe deduzidas todas as
remunerações desde esse início até 30 dias antes da data dessa
impugnação;
b) As importâncias que o trabalhador tenha comprovadamente obtido
com a cessação da relação jurídica de emprego público e que não
receberia se não tivesse sido punido;
c) O montante do subsídio de desemprego, que o empregador
entregará à segurança social.
Se o trabalhador optar pela indemnização (em substituição da
reintegração), terá direito a uma indemnização, indexada à
antiguidade, e a calcular cumulativamente nos seguintes termos
(art.º 65.º):
a) Pena de demissão ou de despedimento
1) Um mês de remuneração base por cada ano completo de
antiguidade ou proporcionais se for fração de um ano, nunca sendo,
no entanto, inferior a seis meses de remuneração de base (art.º 65.º,
n.º 2, alínea a) e n.º 4). Para efeitos da determinação da
antiguidade, o tribunal deve atender a todo o tempo decorrido desde
a data do início da pena até ao transito em julgado da decisão judicial
(art.º 65.º, n.º 3). Ou seja, havendo recurso, a indemnização só
pode ser quantificada a final.
b) Pena de cessação da comissão de serviço
1) Um mês de remuneração base por cada mês completo de
antiguidade ou proporcionais se for fração de um mês, nunca sendo,
no entanto, inferior a três meses de remuneração base - art.º 65.º,
n.º 2, alínea b) e n.º 4.
Multas
As multas e as reposições de quaisquer quantias a que haja lugar na
sequência de processo disciplinar constituem receita do Estado (art.º
79.º) e devem ser pagas voluntariamente pelos condenados no prazo
de 30 dias, após notificação, ou pedido o seu pagamento em
prestações (art.º 81º, n.º 1). Findo esse prazo, ou não sendo
requerido o pagamento em prestações, serão essas importâncias
descontadas na remuneração, em prestações mensais, de montante a
definir pela entidade que aplicou a pena, mas nunca superior à sexta
parte da remuneração (art.º 81.º, n.º 2).
Isto não exclui o recurso à execução coerciva da dívida, que segue os
termos do processo de execução fiscal, constituindo título executivo a
certidão contendo o despacho condenatório (art.º 82.º).
Minutas
Disponibiliza-se, em seguida, um conjunto de minutas de documentos
necessários em diversas fases do processo disciplinar:
Identificação do processo
Autuação
Despacho de instauração
Despacho de nomeação do instrutor
Comunicação ao arguido, ao participante e à entidade que
nomeou o instrutor do início da instrução
Termo de compromisso de honra
Despachos
Auto de inquirição do participante
Auto de declarações do arguido
Notificação de testemunha para depor
Auto de não comparência
Auto de inquirição de testemunhas
Auto de acareação
Auto de diligências
Nota de culpa para pessoal docente
Nota de culpa para pessoal não docente
Notificação pessoal da acusação
Ofício de notificação da acusação
Aviso para citação em Diário da República
Termo de consulta
Modelo de relatório final
Certidão de notificação pessoal de decisão para pessoal docente
Certidão de notificação pessoal de decisão para pessoal não
docente
Ofício com notificação de decisão disciplinar para pessoal
docente
Ofício com notificação de decisão disciplinar para pessoal não
docente
Termo de conclusão e remessa