O Samba Jazz e Sua Relevância para A Bateria Popular No Brasil - Projeto e Produtos - EMUFPA - O

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA ARTE


ESCOLA DE MÚSICA
PROJETOS E PRODUTOS MUSICAIS II
PROFESSORA: ADRIANA CLAIREFONT MELO COUCEIRO

MASTER CLASS
O Samba Jazz e a sua relevância para música popular na Bateria

ALUNO: MARCOS DE SOUSA SANTANA DA SILVA

Belém, 19 de novembro de 2018


1 IDENTIFICAÇÃO:

Nome: Marcos de Sousa Santana da Silva


Telefone: 91 81566021
E-mail: [email protected]

Curso: Técnico em Instrumento Musical – Música Popular - Bateria


Semestre: 4º
Disciplina: Projetos e Produtos Musicais II
Título: O samba jazz e a sua relevância para música popular na bateria.
Período de execução: 2º Semestre de 2018
Professor Orientador: Walter da Silva Almeida
Local da Realização: Auditório do EMUFPA

1. RESUMO

O presente projeto apresenta como proposta o Master Class intitulado: O Samba Jazz e
a sua relevância para música popular na Bateria, a ser realizado no III ENIM/II Grooves
do Pará/2019, o qual consiste em uma ação extensionista de estímulo e resgate a música
de caráter jazzística feita no Brasil, a fim de motivar alunos, pesquisadores, professores,
sobretudo bateristas a, não somente conhecerem, mas sobretudo, estimular a formulação
de apresentações artísticas do gênero, iniciando uma possível reconstrução da Cena
Instrumental em Belém do Pará, também e sobretudo fomentar a pesquisa em Música
Popular Brasileira

3. PALAVRAS-CHAVE
Samba Jazz; Bateria; Música Popular
4. JUSTIFICATIVA
Nestes quase dois anos como aluno do Curso Técnico em Instrumento Musical –
Música Popular/Bateria, percebi através das disciplinas: Laboratório de Música
Instrumental I e II, que existe uma lacuna muito grande no tocante ao conhecimento
do repertório de caráter jazzístico, ao meu ver, tão importante na formação do
profissional do instrumentista popular, sobretudo o baterista, tendo em vista que a
bateria nasceu para o Jazz na década de 20 como afirma Berendt e Huesmann (2015):

Os primeiros sets de baterias eram chamados também de traps, na gíria


inglesa: coisa engraçada, estranha. Sem dúvida, foram os músicos afro-
americanos de New Orleans que transformaram uma parafernália de circo e
efeitos especiais num instrumento realmente apto para a improvisação
polirrítmica. “A bateria de Jazz não tem predecessores na história da
música”, escreveu Stanley Crouch (BERENDT E HUESMANN, 2014, p.
414)

Analisando este fato, faço a seguinte observação: ao mesmo tempo um que


observo os professores empenhados em nos fazer conhecer, aprender, vivenciar o
repertório standard de jazz, do outro, vejo alunos que não possuem, ou não possuíam a
menor vivência com o gênero se esforçando para internalizar aspectos musicais, porém,
por vezes, sem estímulo de projeção no mercado de trabalho, tendo em vista que a cena
musical em Belém para a música instrumental de caráter jazzístico está há um bom
tempo as minguas, ou quase inexistente. Além disso, talvez isso ocorra devido à falta de
familiaridade com o público, ou outras razões que no momento desconheço, contudo,
antes de ingressar na EMUFPA eu já pesquisava sobre um subgênero do jazz que
sempre me chamou muito a atenção por associar características basilares do jazz norte-
americano com a música brasileira, o então Samba Jazz que ao meu ver, se torna um
tema muito interessante pela familiaridade do público-alvo e demais interessados com o
samba no tocante a um imbricamento cultural deste gênero na culta brasileira como
afirma Moreira et al. (2011):
A história da Bateria no Brasil se confunde com a história dos bateristas de
samba, bossa e samba jazz, desde a primeira geração, passando por diferentes
épocas e formações. O samba, assim como o futebol, está completamente
estabelecido na cultura brasileira (Moreira et al., 2011, p. 21)

Ao observar também o trabalho de Pesquisa desenvolvido na escola pelo projeto


intitulado “A formação piano, baixo e bateria no jazz e na música instrumental
brasileira” coordenado por 3 dos meus professores: Isac, Adelbert e Walter me senti
estimulado a pesquisar mais sobre este estilo que teve seu auge na década de 60, devido
ao surgimento de diversos trios(piano, baixo e bateria) tais como Tamba Trio, Zimbo
Trio, Bossa Jazz com destaque aos bateristas como Edison Machado, Airto Moreira,
Dom Um Romão, Hélcio Milito, Rubens Barsoti, e sobretudo o que mais me chamou a
atenção e que já venho acompanhando e estudando há uns três anos, chamado Tutty
Moreno, sobre este vale frisar, como afirma Moreira et al. (2011) que ele está para o
samba assim como Jack DeJhonette está para o jazz, devido a sua forma solta de tocar.
Após participar como convidado no corrente ano para fazer participação especial
em uma apresentação do Emufpa Jazz Trio na Ufpa, de ter participado do 1º Recital
de Bateria Emufpa tocando com êxito a música “Devagar com Louça” de Joyce e Tutty
Moreno e de longas conversas com meus colegas de curso, músicos “da noite”, alunos
de outras escolas, meu professor e com renomado professor de Bateria da EMUFRN –
Prof Dr Cléber Campos – convidado como palestrante para II ENIM/I Grooves do Pará,
por estar concluindo este curso com aproveitamento, estar como voluntário ministrando
aulas no Curso Livre de Bateia EMUFPA sob a coordenação do Prof Esp. Walter
Almeida, estar cursando Graduação em Música, me senti em uma condição que me
favorece, neste momento, a proposição deste Master Class que nada mais é do que uma
clínica de estudos sobre: breves aspectos históricos sobre o samba jazz, base técnica
necessária para a condução de Grooves na bateria, e aspectos musicais gerais da
linguagem indispensáveis a compreensão do Gênero como linguagem, improvisação,
forma, swing, grooves e a experiência de tocar com outros músicos na forma Jam
Session1 voltada ao assunto.
O público alvo do evento serão estudantes acadêmicos ou autodidatas de bateria e
percussão de nível médio a avançado, que tenham noções de leitura musical e alguma

1
Em música popular, como o jazz, jam significa tocar sem saber o que vem à frente, de improvisação.
Nos clubes de jazz é comum que, após o número principal, os músicos presentes sejam convidados para
subir ao palco e tocar junto com a banda sem nenhum ensaio prévio
prática de improvisação. No entanto, entusiastas da música jazzística e músicos de
outros instrumentos aproveitarão também as demais informações e análises
desenvolvidas na aula. O impactos da proposta serão: 1) Transmissão e troca de
conhecimentos durante as experimentações, 2) Contribuição efetiva de conhecimento e
progressão acadêmica dos interessados neste quesito; 3) Artigo a ser confeccionado e
publicado em jornal ou revista sobre os resultados do evento e 4) Divulgação midiática
de todos os envolvidos.

A clínica acontecerá no auditório da EMUFPA com duração de 4 (quatro) horas,


será divulgada nas mídias sociais e com cartazes espalhados em lugares estratégicos da
cidade. Os recursos para realização deste projeto serão em parte concedidos pela
EMUFPA e em parte, através da captação em empresas tenham interesse em apoiar
eventos desta natureza.
A avaliação dos resultados será realizada por um questionário a ser preenchido por
todos os inscritos no evento, e por um relatório final a ser confeccionado pelo
ministrante sob a orientação do coordenador do evento.

Objetivos

Geral:
O projeto destina-se ao resgate do samba tocada na bateria, como na sua origem em
Edison Machado na década de 50, bem como o fomento do jazz tocado à moda
brasileira, com swing próprio, polirritmia avançada e a interação necessária aliada a
filosofia do jazz be bop. Se o jazz mostra a excelência da música popular para o mundo,
o samba jazz mostrará tal excelência segundo os brasileiros.

Específicos:
Desenvolvimento técnico inerente ao jazz, aspectos particulares do jazz e do samba e
como os dois se cruzam, prática de standard brasileiros com trio, separação do samba
jazz por sua amplitude do latim jazz e reflexão sobre o papel do baterista em trio
jazzístico.

Metodologia

Segundo o Dicionário Informal, um masterclass trata de uma aula em conjunto


com material didático geralmente distribuído para o apoio dos conhecimentos
estudados. Já para Ax (2018) o conceito se amplia ao ser uma aula ministrada por um
especialista pesquisador em que assuntos são explanados e logo depois individualmente
os alunos são inseridos no contexto do assunto, tendo suas práticas inqueridas e
analisadas. Seguindo como norte os conceitos de masterclass citados a cima é que o
presente trabalho se desenvolverá, contando com dois músicos de apoio experientes na
pratica do jazz (guitarra e contrabaixo), que apesar de não compor a formação mais
tradicional – piano, contrabaixo e bateria – não implicam na descaracterização do estilo.
Teremos uma pequena introdução que abordará os conceitos históricos iniciais e o
desenvolvimento do samba jazz bem como também aspectos da atualidade sobre que é
produzido no assunto.
O material de apoio didático impresso contará com o estudo das conduções do livro
"Novos caminhos da Bateria Brasileira" de Sergio Gomes, trabalhando 4 tipos de
conduções de samba tocadas ao prato de condução, sendo esta a base do estudo e do que
será desenvolvido a seguir, logo após os estudos de condução serão mesclados com os
conceitos de bumbo 1(bumbo no tempo 2 do compasso binário de semínimas) e 2
(popularmente chamado de bumbo dobrado). Tendo em vista o tempo de duração do
evento, os alunos mais desenvoltos serão inicialmente chamados para a próxima etapa
que consiste no desenvolvimento do Comping(condução) na mão esquerda(him shot
caixa e kit) os materiais dessa seção serão do livro "The new breed" do baterista Garry
Chester IA,IB e IIA,IIB os mesmos exercícios serão executados para o bumbo e depois
trabalharemos toques de bumbo e caixa simultâneos e paralelos com os presentes
materiais a cima, exercícios desenvolvidos na Disciplina Bateria III – Emufpa.
Seguindo a aula, teremos o estudo do free ride2, em que a base ou ostinato ficará por
conta do bumbo e da caixa enquanto são lidos os exercícios progressivos do livro
Syncopation de Ted Reed, em busca do caráter livre e aberto do jazz para o samba,
transitando entre grooves e posteriormente abrindo um espaço para perguntas e
respostas (interação entre instrumentistas).
Improvisação e linguagem serão assuntos trabalhados através da análise auditiva de
gravações importantes do samba jazz como "Samba Jazz e outras Bossas" de Tutty
Moreno, "Samba de Bossas” de Milton Banana e "Pano pra Manga" de Rosa Passos,
observando similaridades e divergências entre os vocabulários de cada um forçando a
pratica de improvisação segundo esses discos, começando pelo trading four3 até formas
de 8 compassos para uma ambientação com o estilo. Fechando o evento a Jam Session
irá fazer com que os bateristas já bem iniciados no tocante a técnica coloquem em
prática musicalmente o que foi estudado, afirmando a importância de se ouvir os outros
músicos enquanto se toca observando a constância de tempo e a dinâmica necessária
para que se soe bem.

Equipe Técnica

Ministrante do masterclass, contrabaixista e guitarrista convidados, equipe de apoio de 2


pessoas e técnico de som.

Planilha de recursos/equipamento/instrumentos/outros
Instrumento/Equipamento Marca/Fabricante Quantidade Observação
bateria
mesa
cabos
Note book
Data show

2
Conduzir livre, sem repetir células ao conduzir no prato durante a música
3
Dois ou mais músicos se revezam para tocar quatro compassos de solo durante a forma da música.
Caixa Amplificada

Cronograma (mês/dias/horas/semanas/atividades)
Mês Dia/Horário Atividades Responsável Observação
Dez/18 elaboração Ministrantes Primeira reunão para...
Fev/18 elaboração elaboração continuação
Maio/18 elaboração elaboração conclusão

Referências bibliográficas

BERENDT, Joachim E., HUESMANN, Günther (Rev.). O Livro do Jazz: de Nova


Orleans ao século XXI. Tradução de Rainer Patriota e Daniel Oliveira Pucciarelli. São
Paulo: Perspectiva: Edições SESC SP, 2014.

MOREIRA, Uirá. A História da Bateria no Brasil. Bossa Nova, Samba Jazz e Samba.
Modern Drummer. Rio de Janeiro, vol 100 p. 25-29, mar. 2011.

AX, Emmanuel - masterclass at Community Music Center. San Francisco, CA.

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