FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO - Unidade 2 PDF
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As autoras
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FACULDADE ARAGUAIA - FARA
1º Edição - 2016
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio e para qualquer
fim. Obra protegida pela Lei de Direitos Autorais
DIRETORIA GERAL:
Professor Mestre Arnaldo Cardoso Freire
DIRETORIA FINANCEIRA:
Professora Adriana Cardoso Freire
DIRETORIA ACADÊMICA
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DIRETORIA ADMINISTRATIVA
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DIRETORIA PEDAGÓGICA:
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VICE-DIRETORIA PEDAGÓGICA
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COORDENAÇÃO GERAL DO NÚCLEO DE TECNOLOGIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Professora Especialista Terezinha de J. Araújo Castro
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COORDENAÇÃO E REVISÃO TÉCNICA DE PRODUÇÃO DE CONTEÚDO EM VÍDEO E WEB
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Bruno Adan Vieira Haringl
FACULDADE ARAGUAIA
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Site Institucional
www.faculdadearaguaia.edu.br
33
SUMÁRIO
34
APRESENTAÇÃO
Caro(a) estudante,
Guimarães Rosa
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UNIDADE II – A EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO, DO
CONHECIMENTO E DA APRENDIZAGEM
Esta unidade tem como objetivo contribuir para que vocês, acadêmicos(as) do
curso de Pedagogia, tenham uma compreensão sobre o contexto educacional na
sociedade da informação, do conhecimento e da aprendizagem. Para isso,
buscaremos contextualizar a educação em uma sociedade que traz como
características a complexidade, a incerteza e um enorme avanço, principalmente nas
questões tecnológicas e científicas. O que aponta para uma necessidade de
mudanças de atitudes, ideias e posicionamentos. No âmbito educacional destaca-se
a urgência de uma educação coesa ao contexto, uma educação realmente de
qualidade.
Nossa finalidade é conduzir você a uma leitura reflexiva sobre a educação
nesse contexto contemporâneo e a urgência de mudanças significativas no trabalho e
na formação dos educadores para atender às exigências postas à sociedade. Para
tal, nosso estudo será fundamentado em estudiosos da área que discutem as
principais características educacionais para o século XXI, bem como seus
antecedentes históricos.
A educação na sociedade da informação, do conhecimento e da aprendizagem
está organizada em dois capítulos com o objetivo de facilitar a compreensão das
discussões propostas. Antes de iniciarmos nosso diálogo nessas duas vertentes,
vamos apresentar a você uma visão rápida do que seja, para alguns autores, essa
sociedade a qual nos referimos: sociedade da informação, do conhecimento e da
aprendizagem. Para atingir nosso objetivo são sugeridos, ao longo da unidade, textos
complementares e vídeos para que ampliem os conhecimentos e as discussões.
Os fundamentos teóricos são respaldados pelos autores Gadotti (2000),
Dermeval Saviani (2007) e José Carlos Libâneo (1990), dentre outros, para a
compreensão dos percursos da educação e as tendências na atualidade. Ao longo
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do texto serão inseridas referências dos principais autores citados para que você
conheça o lugar do qual falamos e se aproprie das ideias defendidas pelos autores.
Também são apresentadas atividades com o objetivo de levá-lo(a) a reflexão
sobre os assuntos abordados. É imprescindível que você realize todas as atividades,
pois estas comporão a sua avaliação ao final da disciplina, além de ajudá-lo(a) a
compreender os conteúdos abordados.
Bons estudos!
Introdução
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Para Jonassen (2007), é preciso que o professor tenha competência
pedagógica para fazer uma leitura crítica das informações que estão disponíveis na
Internet. Quanto ao aluno, ele deve ter capacidade cognitiva para transcender do
pensamento elementar para o pensamento crítico, que compreende a reorganização
dinâmica do conhecimento em formas significativas e utilizáveis por meio de três
competências gerais: avaliar, analisar e relacionar. Coutinho (2011) chama a atenção
para o fato de que o acesso à informação não é garantia de conhecimento. Para que
ocorra a aprendizagem, é necessário que, frente às informações apresentadas, as
pessoas possam reelaborar o seu conhecimento ou até mesmo desconstruí-lo com o
propósito de uma nova construção, uma vez que o conhecimento se adquire quando
as diversas informações se inter-relacionam e criam uma rede de significações que
se interiorizam no indivíduo.
39
Após as considerações apresentadas nesta unidade sobre a sociedade da
aprendizagem, da informação e do conhecimento, convidamos você a ampliar os
estudos sobre as concepções de educação e os fundamentos sociais, a qualidade na
educação e as tendências pedagógicas.
Moacir Gadotti: possui graduação em Pedagogia (1967) e Filosofia (1971) pela Faculdade de
Filosofia Nossa Senhora Medianeira, mestrado em Educação: História, Política, Sociedade
pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1973) e doutorado em Ciências da
Educação pela Universidade de Genebra (1977). É doutor honoris causa pela Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro (2000). É professor titular aposentado da Universidade de São
Paulo e presidente de honra do Instituto Paulo Freire. Tem vasta experiência na área de
Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: educação, Paulo Freire, filosofia da
educação, educação de jovens e adultos e educação para a sustentabilidade. Tem numerosos
livros publicados no Brasil e no exterior, entre os quais se destacam: Pedagogia da Terra
(2001), Educar para a sustentabilidade (2008), Boniteza de um sonho: ensinar e aprender
com sentido (2002), Os mestres de Rousseau (2004), Paulo Freire: uma bibliografia
(1996), Pedagogia da Práxis (1995), História das Ideias Pedagógicas (1993), Escola
Cidadã (1992), Pensamento pedagógico brasileiro (1987), Concepção dialética da
educação (1983) e A Educação contra a educação (1981). Para visualizar a versão original
e atualizada de seu currículo, consulte o sítio do
CNPq:<http://lattes.cnpq.br/03935582893782>
Dermeval Saviani: possui graduação em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1966)
marcos que persistem na educação brasileira.
e doutorado em Filosofia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1971). Em 1986
obteve o título de livre-docente; em 1990 foi aprovado no Concurso Público de Professor Adjunto de História
da Educação da UNICAMP; e em 1993 foi aprovado no Concurso Público de Professor Titular de História da
Educação da UNICAMP. Atualmente é pesquisa e desenvolvimento, ensino da Universidade Estadual de
1.1Campinas
Educação Tradicional
e professor aposentado da Universidade Estadual de Campinas. É Professor Emérito da
UNICAMP, Pesquisador
Enraizada naEmérito do CNPqde
sociedade e Coordenador Geral do Grupo
classes escravista dade Idade
Estudos eAntiga,
Pesquisasdestinada
"História, a
Sociedade e Educação no Brasil" (HISTEDBR). Tem experiência na área de Educação, com ênfase em
uma pequena
Filosofia minoria,
e História a educação
da Educação, tradicional iniciou
atuando principalmente seu declínio
nos seguintes já no brasileira,
temas: educação movimento
legislação do ensino e política educacional, história da educação, história da educação brasileira,
renascentista, mas ela sobrevive até hoje, apesar da extensão média da escolaridade
historiografia e educação, história da escola pública, pedagogia e teorias da educação, além de ser autor
de diversos livros. Para conhecer mais sobre o professor Saviani procure pelo seu currículo lattes disponível 40
em: <http://lattes.cnpq.br/2205251281123354>.
trazida pela educação burguesa. A educação nova, que surge de forma mais clara a
partir da obra de Rousseau1, desenvolveu-se nesses últimos dois séculos e trouxe
consigo numerosas conquistas, sobretudo no campo das ciências da educação e das
metodologias de ensino. Temos o conceito de "aprender fazendo" de John Dewey i e
as técnicas Freinetii. A educação tradicional e a nova têm em comum a concepção da
educação como processo de desenvolvimento individual. Todavia, o traço mais
original da educação desse século é o deslocamento de enfoque do individual para o
social, para o político e para o ideológico. A pedagogia institucional é um exemplo
disso. A experiência de mais de meio século de educação nos países socialistas
também o testemunha. A educação, no século XX, tornou-se permanente e social.
Existem ainda muitas diferenças entre regiões e países, entre o Norte e o Sul, entre
países periféricos e hegemônicos, entre países globalizadores e globalizados.
Entretanto, há ideias universalmente difundidas, entre elas a de que não há idade para
se educar, de que a educação se estende pela vida e que ela não é neutra.
1Jean-Jacques Rousseau foi um importante filósofo, teórico político e escritor suíço. Nasceu em 28 de
junho de 1712 na cidade de Genebra (Suíça) e morreu em 2 de julho de 1778 em Ermenoville (França).
É considerado um dos principais filósofos do iluminismo, sendo que suas ideias influenciaram a
Revolução Francesa (1789). Escreveu, além de estudos políticos, romances e ensaios sobre educação,
religião e literatura. Sua obra principal é Do Contrato Social. Nesta obra, defende a ideia de que o ser
humano nasce bom, porém a sociedade o conduz a degeneração. Afirma também que a sociedade
funciona como um pacto social, onde os indivíduos, organizados em sociedade, concedem alguns
direitos ao Estado em troca de proteção e organização. Obras principais: Discurso Sobre as Ciências
e as Artes; Discurso Sobre a Origem da Desigualdade Entre os Homens; Do Contrato Social;
Emílio, ou da Educação; Os Devaneios de um Caminhante Solitário.
Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/biografias/rousseau.htm>. Acesso em 19 jun. 2016.
41
igual para todos, agora não como princípio de justiça social, mas apenas como
parâmetro curricular comum.
42
Freire, consolidar o seu "Projeto da Escola Cidadã", como resposta à crise de
paradigmas. A concepção teórica e as práticas desenvolvidas a partir do conceito de
Escola Cidadã podem constituir-se numa alternativa viável, de um lado, ao projeto
neoliberal de educação, amplamente hegemônico, baseado na ética do mercado, e,
de outro lado, à teoria e à prática de uma educação burocrática, sustentada na
"estadolatria" (Antonio Gramsci). É uma escola que busca fortalecer autonomamente
o seu projeto político-pedagógico, ao relacionar-se dialeticamente - não mecânica e
subordinadamente - com o mercado, o Estado e a sociedade.
Seja qual for à perspectiva que a educação contemporânea tomar, uma
educação progressista será sempre contestadora, superadora dos limites impostos
pelo Estado e pelo mercado; portanto, uma educação muito mais voltada para a
transformação social do que para a transmissão cultural. Por isso, acredita-se que a
pedagogia da práxis, como uma pedagogia transformadora, em suas várias
manifestações, pode oferecer um referencial geral mais seguro do que as pedagogias
centradas na transmissão cultural, neste momento de perplexidade.
Atividade Complementar
Vamos entender o que dizem Paulo Freire e Moacir Gadotti sobre “Escola Cidadã”! Para
isso, veja o vídeo e leia o texto apresentado na sequência. Em seguida produza um texto
sobre a Escola Cidadã.
A Escola Cidadã, por Paulo Freire.
https://www.youtube.com/watch?v=ZC1ruqUnX7I
43
Para Delors (1998), a prática pedagógica deve se preocupar em desenvolver
quatro aprendizagens fundamentais que serão, para cada indivíduo, os pilares2 do
conhecimento: aprender a conhecer3 indica o interesse, a abertura para o
conhecimento que verdadeiramente liberta da ignorância; aprender a fazer4 mostra a
coragem de realizar, de correr riscos, de errar mesmo na busca de acertar; aprender
a conviver5 traz o desafio da convivência que apresenta o respeito a todos e o
exercício de fraternidade como caminho do entendimento; aprender a ser6 que,
talvez, seja o mais importante por explicitar o papel do cidadão e o objetivo de viver.
O autor aponta como principal consequência da sociedade do conhecimento a
necessidade de uma aprendizagem ao longo de toda a vida, fundamentada em quatro
pilares que são, concomitantemente, do conhecimento e da formação continuada.
Dolores (1999) complementa que uma nova concepção ampliada de educação
deve fazer com que todos possam descobrir, reanimar e fortalecer o seu potencial
criativo revelar o tesouro escondido em cada um de nós. Isto supõe que se
ultrapasse a visão puramente instrumental da educação, considerada como a via
obrigatória para obter certos resultados (saber fazer, aquisição de capacidades
diversas, fins de ordens econômicas), e se passe a considerá-la em toda sua
plenitude: realização da pessoa que, na sua totalidade, aprende a ser.
A escola, na sociedade do século XXI, sociedade da informação, do
conhecimento e da aprendizagem, precisar levar em conta que: as TIC alteram o
2Os saberes e competências a se adquirir são apresentados, aparentemente, divididos; não podem, no
entanto, dissociar-se por estarem relacionados e constituírem interação com o fim único de uma
formação holística do indivíduo.
3É necessário tornar prazeroso o ato de compreender, descobrir, construir e reconstruir o conhecimento
para que não seja efêmero, para que se mantenha ao longo do tempo e para que valorize a curiosidade,
a autonomia e a atenção permanentemente. É preciso também pensar o novo, reconstruir o velho e
reinventar o pensar.
4 Não basta se preparar com cuidados para inserir-se no mercado de trabalho. A rápida evolução por
que passam as profissões pede que o indivíduo esteja apto a enfrentar novas situações de emprego e
a trabalhar em equipe. Ele deve desenvolver espírito cooperativo e humildade na reelaboração
conceitual e nas trocas, valores necessários ao trabalho coletivo. Ter iniciativa e intuição, gostar de
certa dose de risco, saber comunicar-se e resolver conflitos e ser flexível. Aprender a fazer envolve
uma série de técnicas a serem trabalhadas.
5No mundo atual, este é um importantíssimo aprendizado por ser valorizado quem aprende a viver com
Atividade Complementar
Leia e analise o texto a seguir. A partir de suas vivências e da fala do autor, redija
um texto sobre as exigências e os desafios do professor no século XXI.
pelos momentos cultural e político da sociedade que servem de apoio para a sua
prática pedagógica. Nosso objetivo é proporcionar a você, estudante, uma leitura
crítica sobre essas vertentes para que possam contribuir em sua caminhada
acadêmica no curso de Pedagogia.
Nessa direção apresentamos na sequência, no entendimento de Saviani (1997)
e Libâneo (1990), as principais características das tendências pedagógicas
brasileiras, influenciadas pelos momentos cultural e político da sociedade que servem
de apoio para a sua prática pedagógica. Para Jennifer Fogaça7, não se deve usar uma
delas de forma isolada em toda a sua docência. Mas procurar analisar cada uma e ver
a que melhor convém ao seu desempenho acadêmico, com maior eficiência e
qualidade de atuação. De acordo com cada nova situação que surgir, usa-se a
tendência mais adequada. Hoje, observa-se, na prática docente, uma mistura dessas
tendências. Os professores Saviani (1997) e Libâneo (1990) propõem a reflexão sobre
as tendências pedagógicas e mostram que as principais tendências pedagógicas na
Tradicional
Renovadora Progressista
Tendências liberais
Renovadora não diretiva
(Escola Nova)
Tendências Tecnicista
pedagógicas
brasileiras
Libertadora
Tendências Libertária
progressistas
"Crítico-social dos conteúdos"
ou "histórico-crítica"
TENDÊNCIA DESCRIÇÃO
Não tem a ver com algo aberto ou democrático, mas com a
instigação da sociedade capitalista ou sociedade de classes,
que sustenta a ideia de que o aluno deve ser preparado para
Liberais
papéis sociais de acordo com as suas aptidões, aprender a
viver em harmonia com as normas desse tipo de sociedade,
tendo uma cultura individual.
Linhas de pensamento pedagógico liberais
Foi a primeira a ser instituída no Brasil por motivos históricos.
Nesta tendência, o professor é a figura central e o aluno é um
Tradicional receptor passivo dos conhecimentos considerados como
verdades absolutas. Há repetição de exercícios com
exigência de memorização.
Por razões de recomposição da hegemonia da burguesia,
Renovadora
esta foi a próxima tendência a aparecer no cenário da
Progressiva
educação brasileira. Caracteriza-se por centralizar no aluno,
47
considerado como ser ativo e curioso. Dispõe da ideia de que
ele “só irá aprender fazendo”, valorizam-se as tentativas
experimentais, a pesquisa, a descoberta, o estudo do meio
natural e social. Aprender se torna uma atividade de
descoberta, é uma autoaprendizagem. O professor é um
facilitador.
Anísio Teixeira foi o grande pioneiro da Escola Nova no
Brasil. É um método centrado no aluno. A escola tem o papel
Renovadora não
de formadora de atitudes e se preocupa mais com a parte
diretiva (Escola
psicológica do que com a área social ou pedagógica. Para
Nova)
aprender, deve estar significativamente ligado com suas
percepções, modificando-as.
Skinner foi o expoente principal dessa corrente psicológica,
também conhecida como behaviorista. Neste método de
ensino, o aluno é visto como depositário passivo dos
conhecimentos que devem ser acumulados na mente por
meio de associações. O professor é quem deposita os
Tecnicista conhecimentos, pois ele é visto como um especialista na
aplicação de manuais e sua prática é extremamente
controlada. Articula-se diretamente com o sistema produtivo
para aperfeiçoar a ordem social vigente o capitalismo e
formar mão de obra especializada para o mercado de
trabalho.
Partem de uma análise crítica das realidades sociais,
sustentam implicitamente as finalidades sociopolíticas da
educação. Essas são tendências que não condizem com as
Tendências
ideias implantadas pelo capitalismo. A evolução e a
progressistas
popularização da análise marxista da sociedade
possibilitaram o desenvolvimento da tendência progressista,
que se ramifica em três correntes:
Linhas de pensamento pedagógico progressistas
Também conhecida como a pedagogia de Paulo Freire, essa
tendência vincula a educação à luta e organização de classe
do oprimido. Para esse, o saber mais importante é a de que
ele é oprimido, ou seja, ter consciência da realidade em que
Libertadora vive. Além da busca pela transformação social, a condição de
se libertar pela elaboração da consciência crítica passo a
passo com sua organização de classe. Centraliza-se na
discussão de temas sociais e políticos; o professor coordena
atividades e atua juntamente com os alunos.
Procura a transformação da personalidade num sentido
libertário e autogestionário. Parte do pressuposto de que
somente o vivido pelo educando é incorporado e utilizado em
situações novas, por isso o saber sistematizado só terá
Libertária relevância se for possível seu uso prático. Enfoca a livre
expressão, o contexto cultural, a educação estética. Os
conteúdos, apesar de disponibilizados, não são exigidos
pelos alunos e o professor é tido como um conselheiro à
disposição do aluno.
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Tendência que apareceu no Brasil nos fins dos anos 1970,
ela acentua a prioridade de focar os conteúdos no seu
confronto com as realidades sociais, é necessário enfatizar o
"Crítico-social conhecimento histórico. Prepara o aluno para o mundo
dos conteúdos” adulto, com participação organizada e ativa na
ou "Histórico- democratização da sociedade, por meio da aquisição de
crítica" conteúdos e da socialização. É o mediador entre conteúdos
e alunos. O ensino/aprendizagem tem como centro o aluno.
Os conhecimentos são construídos pela experiência pessoal
e subjetiva.
Fonte: Disponível em: <http://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/tendencias-
pedagogicas-brasileiras.htm>. Acesso em: 26 jul. 2016.
São
conhecimentos
Preparação A aprendizagem é
e valores Exposição e
intelectual e Autoridade do receptiva e Nas escolas que
sociais demonstração
moral dos professor que mecânica, sem se adotam filosofias
acumulados ao verbal da
Tradicional alunos para exige atitude considerar as humanistas
longo do tempo matéria e/ou
assumir seu receptiva do características clássicas ou
e repassados por meio de
papel na aluno próprias de cada científicas
aos alunos modelos
sociedade idade
como verdades
absolutas
Os conteúdos
são
Por meio de
A escola deve estabelecidos a O professor é É baseada na
experiências, Montessori, Decroly,
adequar as partir das auxiliador no motivação e na
Renovada pesquisas e Dewey, Piaget,
necessidades experiências desenvolviment estimulação de
Progressivista método de Cousinet, Lauro de
individuais ao vividas pelos o livre da problemas. O aluno
solução de Oliveira Lima
meio social alunos frente às criança aprende fazendo
problemas
situações
problema
Centralizada no
aluno; o
professor deve
Baseia-se na
Método garantir um Aprender é
Renovada Não busca dos Carl Rogers,
Formação de baseado na clima de modificar as
Diretiva conhecimentos "Sumnerhill", escola
atitudes facilitação da relacionamento percepções da
(Escola Nova) pelos próprios de A. S.Neill
aprendizagem pessoal e realidade
alunos
autêntico,
baseado no
respeito
São Relação
É modeladora
informações Procedimentos objetiva em
do
ordenadas e técnicas para que o professor Aprendizagem Skinner, Gagné,
comportament
Tecnicista numa a transmissão transmite baseada no Bloon, Mager. Leis
o humano ao
sequência e recepção de informações e desempenho 5.540/68 e 5.692/71
usar técnicas
lógica e informações o aluno deve
específicas
psicológica fixá-las
Fonte: Santos (2012), Roberto Ferreira dos. Tendências pedagógicas: o que são e para que servem.
Disponível em: <http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0327.html>. Acesso em: 10
ago. 2016.
50
Quadro 3 - Tendências pedagógicas progressistas
Tendência Papel da Professor x
pedagógica Conteúdos Métodos Aprendizagem Manifestações
escola Aluno
Não atua em
escolas, porém Valorização da
visa levar experiência
professores e Temas vivida como base
alunos a atingir geradores da relação
A relação é de
um nível de retirados da Grupos de educativa.
Libertadora igual para igual, Paulo Freire
consciência da problematizaçã discussão Codificação-
horizontalmente
realidade em o do cotidiano decodificação.
que vivem na dos educandos Resolução da
busca da situação
transformação problema
social
Conteúdos
O método parte
culturais
de uma relação Papel do aluno Makarenko, B.
universais que Baseadas nas
Crítico-social direta da como Charlot,
são estruturas
dos conteúdos Difusão dos experiência do participador e do Suchodolski,
incorporados cognitivas já
ou histórico- conteúdos aluno professor como Manacorda, G.
pela estruturadas nos
crítica confrontada com mediador entre o Snyders
humanidade alunos
o saber saber e o aluno Demerval Saviani
frente à
sistematizado
realidade social
Fonte: Santos (2012), Roberto Ferreira dos. Tendências pedagógicas: o que são e para que servem. Disponível
em: <http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0327.html>. Acesso em: 10 ago. 2016.
Fórum de discussão
A partir do texto 1 e da imagem 1 redija um texto sobre os principais pontos de cada vertente,
essa produção deve ser postada no FÓRUM DE DISCUSSÃO.
Texto 1 - Tendências pedagógicas na prática escolar, de José Carlos Libâneo:
https://blogdonikel.wordpress.com/2014/03/26/tendencias-pedagogicas-na-pratica-
escolar-segundo-jose-carlos-libaneo/ Acesso em: 2 set. 2016.
51
Questionário
52
3 - A prática pedagógica, segundo Delors (1998), deve preocupar-se em desenvolver
quatro aprendizagens fundamentais, que serão para cada indivíduo os pilares do
conhecimento. Das alternativas a seguir a que não caracteriza aprendizagens
fundamentais é:
(A) aprender a conhecer.
(B) aprender a ter.
(C) aprender a conviver.
(D) aprender a ser.
5 – Das tendências pedagógicas brasileiras a seguir, aquela que não está vinculada
a tendência liberal é:
(A) tradicional.
(B) renovadora progressiva.
(C) tecnicista.
(D) libertária.
6 - Foi a primeira a ser instituída no Brasil por motivos históricos. Nesta tendência, o
professor é a figura central e o aluno é um receptor passivo dos conhecimentos
considerados como verdades absolutas. Há repetição de exercícios com exigência de
memorização. Essa é uma descrição da tendência pedagógica...
(A) renovadora progressista. (C) tradicional.
(B) tecnicista. (D) libertária.
53
seu uso prático. Enfoca a livre expressão, o contexto cultural, a educação estética. Os
conteúdos, apesar de disponibilizados, não são exigidos pelos alunos e o professor é
tido como um conselheiro à disposição do aluno. Essa descrição é de uma tendência
pedagógica...
(A) tradicional da linha de pensamento pedagógico liberal.
(B) libertária da linha de pensamento pedagógico progressista.
(C) libertadora da linha de pensamento pedagógico progressista.
(D) tecnicista da linha de pensamento pedagógico liberal.
10 – Para Moran (2011), a sociedade está caminhando para ser uma sociedade que
aprende de novas maneiras, por novos caminhos, com novos participantes (atores),
de forma contínua. O autor acrescenta que a educação escolar precisa, cada vez
mais, ajudar a todos a aprender de forma mais individual, humana, afetiva e ética, com
a integração do individual e do social, os diversos ritmos, métodos, tecnologias, para
construir cidadãos plenos em todas as dimensões.
(A) verdadeiro.
(B) falso.
Referências
FABELA, S. A vida toda para Aprender. In: Portal dos psicólogos. Portugal. 2005.
Disponível em: <http://www.psicologia.com.pt/artigos/textos/A0321.pdf>. Acesso em:
20 out. 2014.
MACEDO, L., P; PRETTY, Ana Lúcia Sícoli; PASSOS, Norimar Christe. Os jogos e o
lúdico na aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artmed, 2005.
PELIZZARI, A.; KRIEGL, M.L.; BARON, M.P.; FINCK, N.T.L & DOROCINSKI, S. I.
Teoria da Aprendizagem Significativa Segundo Ausubel. In: Revista PEC:
Curitiba, v. 2, n. 1, p. 37-42. 2001/2002.
SANTOS (2012), Roberto Ferreira dos. Tendências pedagógicas: o que são e para
que servem. Disponível em:
<http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0327.html>. Acesso em: 10
ago. 2016.
iJohn Dewey e sua influência na educação. Em 20 de outubro de 1959, há exatos 150 anos, nascia o
filósofo John Dewey, um dos maiores pedagogos norte-americanos. Dewey foi um dos pioneiros em
psicologia funcional e principal nome de uma corrente filosófica que ficou conhecida como pragmatismo
ou instrumentalismo, uma vez que, para essa escola, as ideias só têm importância quando servem de
instrumento para a resolução de problemas reais. O filósofo também defendia a educação progressiva,
na qual o objetivo é educar a criança como um todo, visando seu crescimento físico, emocional e
intelectual. Dewey acreditava na ideia de que os alunos fixavam melhor os ensinamentos quando
realizavam tarefas associadas ao conteúdo que fora ensinado. Foi assim que as atividades manuais e
criativas ganharam espaço no currículo escolar e os alunos foram estimulados a experimentar e
desenvolver seus próprios pensamentos. Desta forma, a democracia e liberdade de expressão
ganharam peso, por permitirem o maior desenvolvimento dos indivíduos. Ele considerava ambos como
56
instrumentos essenciais para a manutenção emocional e intelectual das crianças. Disponível em:
<http://noticias.bol.uol.com.br/educacao/2009/10/20/conheca-as-ideias-de-john-dewey-e-sua-
influencia-na-educacao.jhtm>. Acesso em 19 jun. 2016.
iiAs técnicas Freinet não fazem sentido se vistas isoladamente, compartimentalizadas. Elas devem ser
vistas como uma coleção de estratégias e formas de ação que, em conjunto, permitem atingir o objetivo
proposto. Cada uma das atividades tem sentido se desenvolvida a partir de uma concepção cooperativa
de produção. Algumas destas técnicas têm uma relação quase imediata com as atividades que
desenvolvemos para o MuLEC. Outras justificam o desenvolvimento de alguns aspectos da interface
ou de alguns módulos auxiliares. As principais técnicas, que serão descritas a seguir, são: cooperativa
escolar; a imprensa na escola; o jornal escolar; a correspondência interescolar; o livro da vida; o jornal
mural; o fichário escolar cooperativo; o estudo do meio; a aula-passeio; a biblioteca; o fichário
autocorretivo; os planos de trabalho; os cantos das atividades; os complexos de interesse.
57