Cartilha Saúde Na Saúde - Manual de Atuação Da CONAP PDF
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Normalização bibliográfica
Coordenadoria de Documentação e Informação Jurídica – CDIJ
Bibliografia.
ISBN 978-85-68203-01-9
CDDir 341.6
Marcela de Almeida Maia Asfóra
Ruy Fernando Gomes Leme Cavalheiro
Saúde na Saúde
Manual de Atuação da
Coordenadoria Nacional de Combate
às Irregularidades Trabalhistas
na Administração Pública
Brasília
Ministério Público do Trabalho
2014
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO........................................................................................................................................................7
PARTE VI - BIBLIOGRAFIA....................................................................................................................................181
6
APRESENTAÇÃO
Todo trabalhador urbano e rural possui o direito à proteção da saúde, da segurança e da higie-
ne, nos termos do art. 7º, inc. XXII da Carta Magna. Logo, não tem relevância a natureza do vínculo –
celetista ou estatutário – existente entre o trabalhador e o tomador de serviço, em especial, pelo fato
desse direito integrar o chamado patamar civilizatório mínimo.
7
No plano internacional, essa obrigação da Administração decorre do compromisso assumido
pelo Brasil perante a OIT, em sua Convenção nº 161,1 em seu art. 3o:
Foi, então, elaborado o presente manual, visando ofertar diretrizes e instrumentos para viabi-
lizar, de forma articulada, a atuação dos membros do Órgão Ministerial Trabalhista na proteção da
saúde e da segurança das pessoas que trabalham nas unidades de saúde geridas pela Administração
Pública, em especial, para a implementação da Norma Regulamentadora nº 32 do Ministério do Tra-
balho e Emprego.
A primeira parte do manual apresenta um panorama teórico. São tecidas considerações acerca
dos riscos aos quais os profissionais de saúde estão expostos, do texto da Norma Regulamentadora
nº 32, bem como da atribuição do Ministério Público do Trabalho para assegurar a higidez, salubrida-
de e segurança do meio ambiente laboral das unidades de saúde geridas pela Administração Pública.
1
Promulgada pelo Decreto nº 127/1991, DOU de 23.5.1991. Disponível em < http://portal.mte.gov.br/legislacao/convencao-n-161.htm>. Acesso
em 24.08.2012.
8
Na segunda parte, são apresentadas sugestões para atuação dos Membros, no que pertine à
coleta de dados, identificação de parceiros e de unidades de saúdes a serem inspecionadas, planeja-
mento e execução das diligências.
As partes terceira e quarta foram reservadas à apresentação de modelos de peças que poderão
ser úteis para a atuação extrajudicial e judicial dos Membros do Parquet Trabalhista, no momento da
execução do Projeto Saúde na Saúde.
É importante frisar que os modelos a serem apresentados possuem caráter meramente suges-
tivo, sem qualquer pretensão de limitar o poder criativo ou de mitigar a independência funcional
dos Membros. Com efeito, o objetivo deste manual é auxiliar o Membro no momento da atuação em
defesa da salubridade, higidez e segurança do meio ambiente de trabalho das unidades de saúde
geridas pela Administração Pública, para assegurar a dignidade dos profissionais da área da saúde.
Por fim, considerando a importância na coleta de informações acerca das ações realizadas com
vistas à execução do Projeto Saúde na Saúde, necessário se faz o cadastramento dos respectivos pro-
cedimentos no MPT Digital, com indicação da área temática correspondente à Administração Pública
e vinculação ao projeto nacional.
9
10
PARTE I – ABORDAGEM TEÓRICA
Não se observa de modo efetivo o preceito do art. 7º, inc. XXII2 da Constituição Federal, que es-
tabelece a redução dos riscos inerentes ao trabalho, ou mesmo sua conexão com o disposto no art. 39,
§3º3 também da Carta Magna, que estende este direito aos servidores em geral.
2
Art. 7º, CF/88 - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: (…) XXII - redução
dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança.
3
Art. 39, § 3º, CF/88 - Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e
XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.
11
I.1.1 DOS RISCOS EXISTENTES NO MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NAS UNIDADES DE SAÚDE
O risco de contaminação por meio de contato com agente biológico é o mais preocupante, por
ser o mais recorrente, já que decorre do contato ocupacional com micro-organismos (vírus, bactérias,
fungos), culturas de células, parasitas, toxinas e príons (agentes infecciosos compostos por proteínas).
Este contato ainda é capaz de “transmitir mais de 20 tipos de patógenos diferentes, sendo o vírus da
imunodeficiência humana (HIV), o da hepatite B (HBV) e o da hepatite C (HCV) os agentes infecciosos
mais comumente envolvidos”6.
O contágio pode decorrer do contato direto com o paciente, mas, também, da ausência de pre-
venção no meio ambiente laboral durante a manipulação de materiais, em virtude de sua esterilização
inadequada, da não utilização de equipamentos de proteção eficazes ou do descarte incorreto de
materiais perfurocortantes e dos resíduos, por exemplo.
PARTE I – ABORDAGEM TEÓRICA
O Guia Técnico de 20087, editado pelo Ministério do Trabalho e Emprego exclusivamente acerca
dos riscos biológicos, indica duas formas de transmissão:
4
São considerados profissionais da saúde: médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem, atendentes de ambulatórios e hospitais, den-
tistas, limpeza e manutenção de equipamentos hospitalares, motoristas de ambulância, entre outros envolvidos em serviços de saúde.
5
Para efeito desta NR, consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função
de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador. Disponível em: <http://
portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEF1CA0393B27/nr_09_at.pdf>. Acessado em 23.08.2012.
6
Secretaria de Saúde do Estado do Rio Grande do Norte. Estatísticas dos agravos relacionados ao trabalho: acidente com exposição a risco biológico.
Disponível em <http://www.cerest.rn.gov.br/ contentproducao/aplicacao/sesap_cerest/cerest/agravos_cerest_rn/estatistic_sinan%20rn%20acbio-
-ok.pdf>. Acessado em 23.08.2012.
7
Disponível em: <http://www.mte.gov.br/seg_sau/guia_tecnico_cs3.pdf>. Acessado em 23.08.2012.
12
1. Direta - transmissão do agente biológico sem a intermediação de veículos ou veto-
res. Exemplos: transmissão aérea por bioaerossóis, transmissão por gotículas e con-
tato com a mucosa dos olhos;
Os agentes biológicos são seccionados em quatro classes de risco, no anexo I da Norma Regu-
lamentadora nº 32 do Ministério do Trabalho e Emprego, a depender da probabilidade de causarem
doenças ao ser humano, do grau de transmissibilidade para a coletividade e da existência ou não de
meios eficazes de profilaxia ou tratamento.
A exposição a agentes químicos pode ocasionar aos profissionais de saúde prejuízos não menos
graves do que os provocados pelos agentes biológicos:
8
Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEF1CA0393B27/ nr_09 _at.pdf.> Acessado em 23.08.2012.
13
Os danos físicos relacionados à exposição química incluem, desde irritação na pele
e olhos, passando por queimaduras leves, indo até aqueles de maior severidade,
causados por incêndio ou explosão. Os danos à saúde podem advir de exposição
de curta e/ou longa duração, relacionadas ao contato de produtos químicos tóxicos
com a pele e olhos, bem como a inalação de seus vapores, resultando em doenças
respiratórias crônicas, doenças do sistema nervoso, doenças nos rins e fígado e, até
mesmo, alguns tipos de câncer9.
Registre-se, ainda, que a exposição a agentes químicos pode decorrer de contato com os mate-
riais utilizados no tratamento e atendimento dos pacientes, bem como com os materiais de limpeza e
de manutenção dos equipamentos e instalações das unidades de saúde.
Os riscos físicos são verificados no meio ambiente de trabalho das unidades de saúde, pela ex-
posição aos agentes físicos, assim consideradas as “formas de energia a que possam estar expostos
os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações
ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom”10.
De fato, em diversas unidades de saúde são realizados exames com a utilização de radiação ioni-
zante e ultrassom. No setor de esterilização de materiais há máquinas, como autoclave, que ocasionam
aumento na temperatura e no ruído do local de trabalho.
PARTE I – ABORDAGEM TEÓRICA
9
Disponível em: <http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/riscos_quimicos.html> Acessado em 23.08.2012.
10
Item 9.1.5.1 da Norma Regulamentadora nº 9 do Ministério do Trabalho e Emprego. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/FF-
8080812BE914E6012BEF1CA0393B27/ nr_09_at.pdf.>. Acessado em 23.08.2012.
11
Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho - Enunciado nº 39. MEIO AMBIENTE DE TRABALHO. SAÚDE MENTAL. DEVER DO EMPREGADOR.
É dever do empregador e do tomador dos serviços zelar por um ambiente de trabalho saudável também do ponto de vista da saúde mental, coibindo
práticas tendentes ou aptas a gerar danos de natureza moral ou emocional aos seus trabalhadores, passíveis de indenização.
14
Diante do potencial intrínseco de ocasionar acidentes de trabalho, os agentes biológicos, quími-
cos e físicos devem ser neutralizados, na medida do possível, ou minimizados, por ser a proteção em
relação a esses gravames, um direito fundamental garantido a todo trabalhador nos termos do art. 7º,
inciso XXII e art. 39, § 3º da Constituição Federal de 1988.
E mais: a urgência na proteção do meio ambiente laboral das unidades de saúde apresenta-se,
ainda, pela própria natureza dos serviços prestados, posto que a saúde e a segurança no trabalho em
unidades de saúde são pressupostos para o desenvolvimento da própria atividade.
12
Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho 2009. Disponível em <http://www.previdencia.gov.br/ conteudoDinamico.php?id=1032>. Acessado
em 23.08.2012.
13
Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho 2010. Disponível em <http://www.previdencia.gov.br/ conteudoDinamico.php?id=1209>. Acessado
em 23.08.2012.
14
Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho 2011. Disponível em < http://www.previdencia.gov.br/ conteudoDinamico.php?id=1605>. Acessado
em 13.06.2013.
15
Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho 2012. Disponível em < http://www.previdencia.gov.br/estatisticas/aeat-2012/ >. Acessado em
18.12.2013.
15
casos. Em 2011, foram registrados 51.417 casos. Observa-se um aumento de 32,33% no número de
acidentes de trabalho entre os anos de 2007 e 2011, referentes às atividades de atendimento
hospitalar.
Os dados tornam-se mais alarmantes quando se verifica que a incidência de acidentes de traba-
lho nesse setor econômico, no ano de 2010, apresentou a proporção de 58,39 acidentes para cada
1.000 (mil) vínculos, proporcionalidade maior do que a verificada na construção de edifícios (CNAE
4120), no abate de suínos, aves e outros pequenos animais (CNAE 1012) e na siderurgia (CNAE 2421),
que apresentaram, respectivamente, a proporcionalidade de 18,10, 48,24 e 43,76 acidentes de traba-
lho para cada 1.000 vínculos.
Entre os anos de 2004 e 2008 foram registrados 1075 acidentes ocupacionais com material
biológico no Hospital das Clínicas de Porto Alegre, tendo sido constatado o aumento crescente no
número de acidentes. Foi evidenciado, ainda, que 2/3 da amostra era contaminada com o HCV, HBV
e/ou HIV16.
PARTE I – ABORDAGEM TEÓRICA
No Hospital Geral de Palmas, uma pesquisa realizada no ano de 2007 constatou que, do total de
389 profissionais de enfermagem (91% do efetivo), 178 (45,7%), afirmaram ter sofrido acidente com
material biológico (55,6% por acidente perfurocortante e 44,4% com fluidos) 17.
Em uma pesquisa realizada durante o ano de 2004 envolvendo 126 profissionais da Equi-
pe de Enfermagem das Clínicas Médica e Cirúrgica do Hospital Geral de Clínicas de Rio Branco
16
JOVELEVITHS Dvora; TRÄSEL Felipe; Outros. Acidentes de trabalho com material biológico em hospital universitário. Disponível em <https://www.
lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/21712/ 000739236.pdf?sequence=1>. Acessado em 13.09.2012.
17
MACHADO, Maria do Rosário Mascaro; MACHADO, Fernando de Almeida. Acidentes com material biológico em trabalhadores de enfermagem do
Hospital Geral de Palmas (TO). In Revista Brasileira de Saúde Ocupacional. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/rbso/v36n124/a11v36n124.pdf.>
Acessado em 13.09.2012.
16
e Fundação Hospital Estadual do Acre, verificou-se que 50,8% já sofreram acidentes percu-
tâneo 18.
Em 2003 foi realizada uma pesquisa em hospitais públicos do Distrito Federal, através da qual se
constatou que, do total de 570 profissionais de saúde avaliados, 223 (39,1%) informaram ter sofrido
acidente de trabalho com material biológico19.
Em Minas Gerais foram notificados 1.285 acidentes em 2007, 2.607 no ano de 2008 e 2.951 du-
rante o ano de 200921.
No Rio Grande do Norte, em 2007, foram notificados 259 acidentes, no ano de 2008 foram no-
tificados 425 casos, em 2009 houve aumento para 505 e em 2010 foram notificados 585 acidentes de
trabalho com material biológico. Destaque-se que a maior parte dos acidentes foi registrada em hos-
pitais geridos pela Administração Pública22.
17
É importante registrar que existe uma significativa subnotificação de acidentes de trabalho pe-
los profissionais de saúde, situação que faz crer ser consideravelmente maior o real número de acidentes
de trabalho que ocorrem em unidades hospitalares.
... Verificou-se que dos 64 acidentes sofridos com material perfurocortante 39 (60,9%)
acidentados não notificaram23.
... A análise dos acidentes de trabalho com exposição a material biológico por cate-
goria profissional revelou que os médicos foram os profissionais que mais se aciden-
taram, com 33,3%. Em 83,3% dos acidentes entre a equipe médica não foi realizada
avaliação pós-acidente, porém, em 50,0% dos casos foram realizados acompanha-
mento sorológico por um ano. Chama atenção o fato de não ter sido emitida a
CAT em nenhum destes casos.24 (grifo nosso)
23
BARBOSA, Mônica Arruda; FIGUEIREDO, Verônica Leite; PAES, Maione Silva Louzada. Acidentes de trabalho envolvendo profissionais de
enfermagem no ambiente hospitalar: um levantamento em banco de dados. In Revista Enfermagem Integrada. Ipatinga: Unileste – MG. Vol.2.
N.1. Jul./Ago de 2009. Disponível <http://www.unilestemg.br/enfermagemintegrada/artigo/v2/Monicabarbosa_Veronica_figueiredo_Maione_
paes.pdf>. Acessado em 23.08.2012.
24
PAIVA, Maria Henriqueta Rocha Siqueira; OLIVEIRA, Adriana Cristina. Fatores determinantes e condutas pós-acidente com material biológico
entre profissisonais do atendimento pré-hospitalar. Revista Brasileira de Enfermagem. Brasília, v. 64, n. 2, Abril de 2011. Disponível em <http://
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672011000200008&lng=en&nrm=iso>. Acessado em 23.08.2012.
18
Observa-se, destarte, a necessidade imperiosa de atuação estratégica dos Membros do Ministé-
rio Público do Trabalho, com o escopo de, efetivamente, alterar a realidade na qual os trabalhadores
das unidades hospitalares estão inseridos e buscar o respeito ao direito fundamental à realização do
labor em meio ambiente onde os riscos inerentes ao trabalho sejam eliminados, neutralizados ou mi-
nimizados, por meio da aplicação das normas de saúde, higiene e segurança, em especial da Norma
Regulamentadora nº 32 do Ministério do Trabalho e Emprego.
A Constituição Federal de 1988 estabelece a dignidade da pessoa humana como princípio irra-
diante das demais normas que compõem o ordenamento jurídico. Pode-se afirmar, então, que é nesse
preceito que a “ordem jurídica encontra o próprio sentido, sendo seu ponto de partida e seu ponto de
chegada”25.
Destarte, essa diretriz deve ser observada em todos os momentos de interpretação e de aplica-
ção das normas jurídicas, em defesa dos bens jurídicos constitucionalmente assegurados.
19
serviços de saúde no trabalho; e a de nº 187, que trata do marco promocional para a saúde e segurança
no trabalho. Apenas a última Convenção listada pende de ratificação pelo Brasil.
Evitar acidentes de trabalho é uma conduta que corresponde à proteção da vida, bem jurídico
tutelado pela Carta Magna, cuja preservação se confunde intrinsecamente com o respeito, a promo-
ção e a proteção da dignidade da pessoa humana.
Especificamente quanto ao meio ambiente de trabalho hospitalar, foi elaborada a Norma Re-
gulamentadora nº 32 (NR 32) pelo Ministério do Trabalho e Emprego26, em razão da peculiaridade
daquele meio ambiente laboral e da constante exposição dos trabalhadores a riscos de acidentes de
trabalho.
Em seu bojo, são estabelecidos os parâmetros de prevenção em relação aos riscos biológicos,
riscos químicos, radiações ionizantes, descarte de resíduos, condições de conforto quando das refei-
ções, lavanderias, limpeza e conservação e manutenção de máquinas e equipamentos.
PARTE I – ABORDAGEM TEÓRICA
Registre-se que esta norma é a primeira, em âmbito nacional e internacional, cujo escopo espe-
cífico é a defesa dos profissionais que laboram nas unidades de saúde, sejam profissionais da área de
saúde, sejam profissionais que realizam serviços de apoio técnico e logístico do atendimento assisten-
cial hospitalar.
A redação do item 32.1.2 da NR 32 estabelece que sua aplicação deve ser realizada em “qual-
quer edificação destinada à prestação de assistência à saúde da população, e todas as ações de
26
Portaria nº 485 do MTE, D.O.U. 11.11.2005, entrando em vigor em 16.11.2005 Texto integral disponível em <http://portal.mte.gov.br/data/files/8
A7C812D36A280000138812EAFCE 19E1/NR-32%20(atualizada%202011).pdf>. Acessado em 23.09.2012.
20
promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexi-
dade27”.
O item 32.2 destina-se à prevenção de acidentes decorrentes do contato com agente biológico,
sendo relevante destacar:
1. o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), além de observar o previsto na Nor-
ma Regulamentadora nº 09, deve conter a identificação dos riscos biológicos mais prová-
veis, bem como avaliação do local de trabalho e do trabalhador;
2. o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) deve conter o programa de
vacinação; procedimentos a serem adotados para diagnóstico, acompanhamento e preven-
ção de soroconversão e das doenças; medidas para descontaminação do local de trabalho,
bem como tratamento médico de emergência para os trabalhadores;
3. lavatórios exclusivos para higiene das mãos devem ser instalados em todo local onde exis-
ta a possibilidade de exposição a agente biológico. O lavatório deve ser provido de água
corrente, sabonete líquido, toalha descartável e lixeira provida de sistema de abertura sem
contato manual;
4. os trabalhadores com feridas ou lesões nos membros superiores só podem iniciar suas ati-
vidades após avaliação médica obrigatória com emissão de documento de liberação para o
trabalho;
5. o empregador deve vedar o uso de adornos, consumo de alimentos e bebidas nos postos
21
9. os colchões, colchonetes e demais almofadas devem ser revestidos de material lavável e
impermeável, permitindo a desinfecção e fácil higienização. O revestimento não pode apre-
sentar furos, rasgos, sulcos ou reentrâncias;
10. o empregador deve elaborar e implementar Plano de Prevenção de Riscos de Acidentes com
Materiais Perfurocortantes;
11. foi introduzido em 2011, o item 32.2.4.16.1, que determina que as empresas que produzem
ou comercializam materiais perfurocortantes devem disponibilizar, para os trabalhadores
dos serviços de saúde, capacitação sobre a correta utilização do dispositivo de segurança;
12. além das vacinas constantes no PCMSO, ao empregado deve ser disponibilizado, gratuita-
mente, programa de imunização ativa contra tétano, difteria e hepatite B.
22
A radiação ionizante é entendida como qualquer partícula ou radiação eletromagnética que,
ao interagir com a matéria, ioniza direta ou indiretamente seus átomos ou moléculas, conforme pre-
ceitua o item 32.4 da NR 32.
Considerando que a exposição a essa radiação pode causar tumores cancerígenos, por ser acu-
mulativa no corpo, necessária se faz a proteção à saúde dos trabalhadores que trabalham expostos a
radiações.
É obrigatório manter no local de trabalho o Plano de Proteção Radiológica (PPR), aprovado pela
Comissão Nacional de Energia Nuclear. O PPR deve fazer parte do PPRA e ser considerado na elabora-
ção e implementação do PCMSO.
O profissional deve ser capacitado para realizar atividades em áreas onde existam fontes de ra-
diações, sendo essencial o conhecimento acerca dos riscos radiológicos associados ao trabalho, o uso
de EPI adequado para a minimização dos riscos, bem como estar sob monitoração individual de dose
de radiação ionizante. Importante a análise do registro individual do trabalhador que deve conter as
A NR 32, nos itens 32.4.13, 32.4.14 e 32.4.15, especifica as medidas de prevenção destinadas
aos profissionais de saúde que prestam assistência a pacientes que se submetem aos tratamentos
de câncer.
O descarte dos resíduos também é um item relevante para a proteção da saúde e da segurança
dos trabalhadores. Não é raro que materiais perfurocortantes sejam encontrados nas roupas encami-
23
nhadas para a lavanderia, sendo relatados acidentes decorrentes do descarte incorreto destes e de
demais materiais.
Por essa razão, a NR 32 especifica a necessidade de observância das regras da ABNT quanto ao
recipiente utilizado para coleta dos resíduos. Os sacos plásticos devem ser preenchidos apenas até 2/3
de sua capacidade e devem ser fechados de tal forma que não se permita o seu derramamento.
Os recipientes devem ser constituídos de material lavável, resistente à punctura, ruptura e va-
zamento, com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, com cantos arredondados
e que sejam resistentes a tombos. Os recipientes das salas de cirurgia e parto não precisam de tampa
para vedação.
Existe recipiente específico para descarte de material perfurocortante, que deve ser preenchido
até 05 cm abaixo do bocal, deve ser mantido em suporte exclusivo e em altura que permita a visualiza-
ção da abertura para o descarte.
E com a superveniência da Lei nº 12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Só-
PARTE I – ABORDAGEM TEÓRICA
lidos, as disposições da NR 32 acerca deste tema devem ser interpretadas e aplicadas em conjunção
com as da norma.
Desse modo, as unidades de saúde estão obrigadas, pelo art. 20, inc. I da Lei, combinado com o
art. 13, inc. I, letra “g”, à elaboração de plano de gerenciamento de resíduos sólidos, que deverá conter,
como estabelece o inc. V de seu art. 21, “ações preventivas e corretivas a serem executadas em situa-
ções de gerenciamento incorreto ou acidentes”, medida que tem inegável impacto trabalhista, no que
tange à prevenção de acidentes e contaminações do meio ambiente de trabalho.
24
A lavanderia é um local que merece destaque no momento da fiscalização. Deve possuir duas
áreas distintas, uma considerada suja e outra limpa. As máquinas, independente do porte da lavan-
deria, devem conter duas aberturas, uma voltada para a área suja, onde as roupas são inseridas para
lavagem por um operador; e outra voltada para a área limpa, onde são retiradas as roupas por outro
operador. As áreas suja e limpa podem se comunicar apenas através de visores ou intercomunicadores.
Essas medidas de contenção visam evitar a contaminação higienizada da roupa pela roupa suja.
Considerando que o ambiente de trabalho é uno, e que todos os trabalhadores podem ter con-
tato com riscos químicos e biológicos, a NR 32 estabeleceu normas a serem observadas durante a
limpeza e a conservação do ambiente de trabalho.
O uso de adornos como brincos, tiaras e braceletes, e a varrição seca, nas áreas internas, são
proibidos pela NR 32, e devem ter esta proibição implementada nas unidades de saúde.
25
Um item relevante da NR 32 é o da exigência de programa de controle de animais sinantrópi-
cos (moscas, ratos, aranhas, formigas, dentre outros) em todas as unidades de saúde, em virtude do
potencial de transmissão de doenças ou agravos à saúde do ser humano. O programa deve ser apre-
sentado sempre que for solicitado.
É certo que em unidades hospitalares alguns trabalhadores manuseiam máquinas como autocla-
ve, estufa, caldeira, máquina de lavar e calandra. Desse modo, o item 32.9 da NR 32 trata da proteção da
saúde e da segurança dos trabalhadores que realizam manutenção de máquinas e equipamentos.
nação) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), bem como a Resolução da Diretoria Cole-
giada (RDC) 50/2002 (conforto térmico) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)28.
Destarte, outras normas podem e devem ser aplicadas ao meio ambiente laboral das unidades
de saúde, sempre com o escopo de preservar a integridade física e a saúde de seus trabalhadores. Da
análise da NR 32 se conclui que é necessária a atuação estratégica do Ministério Público do Trabalho,
com vistas a minimizar a exposição dos trabalhadores a riscos de acidentes de trabalho nas unidades
28
As normas elaboradas pela ANVISA para serem aplicadas nos serviços de saúde podem ser visualizadas neste endereço: <http://www.anvisa.
gov.br/servicosaude/ index.htm>.
26
hospitalares, objetivo que pode ser alcançado por meio da exigência de observância das normas que
tratam da proteção da saúde e da segurança no meio ambiente de trabalho nesses locais.
A competência da Justiça do Trabalho para demandas que tratem de meio ambiente do traba-
lho foi objeto de muita controvérsia, mesmo no que dizia respeito às relações de natureza privada.
Tendo a ação civil pública como causas de pedir disposições trabalhistas e pedidos
voltados à preservação do meio ambiente do trabalho e, portanto, aos interesses dos
empregados, a competência para julgá-la é da Justiça do Trabalho. (STF - RE 206.220,
Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 16-3-1999, Segunda Turma, DJ de 17-9-1999)
Inicialmente, o art. 39, parágrafo 3º, da Constituição Federal, estabelece como direitos dos servi-
dores alguns dos previstos no seu art. 7º, cujo elenco trata justamente dos direitos dos trabalhadores,
27
dentre os quais, o do inciso XXII, que consigna o direito à “redução dos riscos inerentes ao trabalho,
por meio de normas de saúde, higiene e segurança”.
As normas indicadas apontam para a conclusão de que as pessoas que trabalhem para a Admi-
nistração Pública, a qualquer título, têm direito não apenas à redução dos riscos inerentes ao trabalho,
mas, também, têm direito ao seu corolário lógico e expresso no texto constitucional, que é o direito à
normatização que trate da redução de tais riscos e promova a saúde, higiene e segurança no trabalho.
Tal normatização, como decidido pelo STF na ADIN nº 1347, tem como objetivo “minudenciar
prescrições destinadas a proteger a saúde dos trabalhadores em geral” e serve como implemen-
tação das regras celetistas e constitucionais que tratam do tema.
A súmula não limita a competência trabalhista aos celetistas, cujo reconhecimento é indiscutível
pela sua literalidade. Referida súmula trata de trabalhadores e, nesse sentido, permite inferir que tra-
PARTE I – ABORDAGEM TEÓRICA
balhador é o gênero, do qual são espécies o celetista e o estatutário. Essa leitura decorre justamente
do citado parágrafo 3º do art. 39 da Constituição Federal, que prevê o direito dos agentes públicos
em geral, ou seja, sem limitação alguma, à redução dos riscos inerentes ao trabalho e à normatização
implementadora de tal redução.
A aprovação da súmula nº 736, no ano de 2003, ensejou e fortaleceu decisões que reconhecem
28
a competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar ações sobre meio ambiente de trabalho
de local onde laborem trabalhadores estatutários, como se observa nas ementas a seguir transcritas:
29
servidores, caracterizando-se como verdadeiro interesse coletivo em sentido amplo.
Inteligência da Súmula n. 736 do Supremo Tribunal Federal. (TRT 14ª R.; RO 0000044-
14.2013.5.14.0401; Rel. Des. Carlos Augusto Gomes Lôbo; DJERO 28/05/2013; Pág. 30)
EMENTA: AÇÃO CIVIL PÚBLICA. TRABALHADORES COM VINCULAÇÃO ADMINIS-
TRATIVA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. PROTEÇÃO AO MEIO AM-
BIENTE DE TRABALHO. SÚMULA Nº 736, DO STF. A súmula nº 736, do STF, atribui
à Justiça do Trabalho a competência para julgar as ações que tenham como causa
de pedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e
saúde dos trabalhadores. Nas diversas demandas que chegaram àquela corte, não há
nenhuma declaração restritiva no sentido de que o referido verbete tenha aplicação
somente às relações celetistas.Competência que se declara. (TRT 22ª R.; RO 0000993-
14.2011.5.22.0004; Tribunal Pleno; Relª Desª Liana Chaib; Julg. 14/03/2012; DEJTPI
26/03/2012; Pág. 41)
EMENTA: AÇÃO CIVIL PÚBLICA. NORMAS DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABA-
LHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. Restando evidenciado que o obje-
to da ação civil pública diz respeito às condições de segurança, higiene, saúde dos
trabalhadores e medicina do trabalho, mesmo no âmbito do Corpo de Bombeiros
Militar do Estado de Rondônia, a competência para julgá-la é da Justiça do Trabalho.
Inteligência da Súmula STF n. 736. Recursos oficial e voluntário desprovidos (Proces-
so 01167.2006.004.14.00-0. TRT 14, 2ª Turma, Relatora: Juíza Socorro Miranda, publi-
cado em 14.11.2007)
EMENTA: TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA. NORMAS DE PROTEÇÃO AO MEIO
PARTE I – ABORDAGEM TEÓRICA
30
JURÍDICAS ASSECURATÓRIAS DA HIGIENE, SEGURANÇA E SAÚDE DO AMBIENTE DE
TRABALHO. A Justiça do Trabalho é competente para a análise de pretensão atinente
à proteção ao meio ambiente de trabalho, independente do regime jurídico a que es-
tejam submetidos os trabalhadores que prestam serviço ao recorrido, Poder Público
Estadual, na forma do precedente erigido pela Reclamação nº 3.303-1 do STF (TRT 1ª
R.; RO 0091900-91.2009.5.01.0003; Rel. Des. Fed. Luiz Augusto Pimenta de Mello; Julg.
19/10/2010; DORJ 28/10/2010)
E o advento da decisão do Supremo Tribunal Federal na ADI 3395-6/DF-MC, fortaleceu essa lei-
tura do art. 39, § 3º da Constituição Federal e da Súmula n. 736, pois fez com que o STF consignasse,
de modo expresso, a competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar ações cuja causa de
pedir seja a defesa do meio ambiente laboral no âmbito da Administração Pública. A Reclamação nº
3303-1/PI é exemplo da aplicação deste entendimento, vide sua ementa:
31
Sucessivas decisões do STF, posteriores à indicada, adotam o mesmo entendimento. Cita-se
como exemplo, a decisão monocrática denegatória de liminar, do ano de 2012, exarada nos autos da
Reclamação nº 13113 MC/AM proposta pelo Estado do Amazonas em face de decisão proferida em
Ação Civil Pública 0001504-28-2010.5.0012, sob a alegação de desrespeito ao acórdão proferido na
ADI 3.395/DF, já que a Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público do Trabalho objetiva “apurar
o descumprimento de normas relativas ao meio ambiente do trabalho, especialmente no que se refere
às condições de trabalho dos funcionários do Hospital 28 de Agosto, localizado em Manaus”. Seguem
as razões do Ministro para indeferimento da medida liminar pleiteada:
...Por estes fundamentos, e por tudo o mais que dos autos conste, rejeito as prelimi-
nares suscitadas pelo Reclamado, e no mérito, julgo PARCIALMENTE PROCEDENTE
a presente Ação Civil Pública, para efeito de condenar o Requerido ESTADO DO
AMAZONAS – SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE, para que, no prazo de 180 dias e
sob pena de decidir em multa diária, fixada no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais),
a reverter em favor do FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador, até o efetivo cum-
primento das determinações abaixo discriminadas, a adotar as seguintes medidas,
nas dependências do Hospital e Pronto Socorro 28 de Agosto:
I – Elaborar norma com os procedimentos de segurança a serem adotados pelos
trabalhadores no manuseio, armazenamento, descarte de resíduos dos serviços
de saúde, especialmente os materiais perfurocortantes, mediante o fornecimento
de equipamentos de proteção individual a material próprio ao acondicionamento
destes resíduos, bem como manter políticas de capacitação e divulgação destes
PARTE I – ABORDAGEM TEÓRICA
procedimentos;
II – Elaborar um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA e Programa
de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, os quais deverão conter estu-
dos ergonômicos em todos os setores, incluindo os fatores biomecânicos, a organi-
zação do trabalho e, ainda, disposições acerca dos procedimentos de segurança a
serem adotados pelos trabalhadores na realização de exames de raio X, bem como
a instalar uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA nas dependên-
cias do Hospital 28 de Agosto;
32
III – Implementar o dimensionamento do SESMT, de acordo com o número de fun-
cionários existentes no hospital e seu grau de risco, nos termos da Norma Regula-
mentadora nº 04’.
O Estado do Amazonas argumenta, em suma, que esse decisum afronta diretamen-
te o decido na ADI 3.395/DF, pois a competência para processar o feito é da Justi-
ça comum, uma vez que trata de temas relativos à saúde, higiene e segurança do
trabalho de servidores vinculados ao Poder Público por típica relação de ordem
estatutária ou de caráter jurídico-administrativo.
Requer, dessa forma, o deferimento da liminar, sustentando o perigo da demora
na fixação da multa diária até a execução das obrigações impostas na sentença
de mérito. Além disso, alega que o prazo de 180 dias para seu cumprimento é por
demais exíguo. (...)
Em uma análise perfunctória, própria da medida em espécie, parece-me que a de-
cisão reclamada não afronta, em tese, o conteúdo do acórdão proferido por oca-
sião do julgamento da ADI 3.395-MC/DF, Rel. Min. Cezar Peluso (...)
Em diversas oportunidades, esta Corte já se pronunciou, com fundamento no ci-
tado julgamento, que as causas intentadas por servidor contra a Administração
Pública devem ser processadas na Justiça comum, a qual compete decidir sobre a
existência, a validade e a eficácia das relações entre servidores e o Poder Público,
fundadas em vínculo jurídico-administrativo (Rcl 9.527-AgR/PI de minha relatoria).
No caso em exame, contudo, a referida Ação Civil Pública ‘tem por finalidade exigir
do Poder Público amazonense o cumprimento de normas relativas à higiene, saú-
33
ne e segurança do trabalho, o que não afastaria a incidência da Súmula 736 do STF. ...
Por essas razões, indefiro o pedido liminar.” (STF - Rcl 13113 MC/AM - Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, j. 01.02.2012, DJe-027 divulg. 07.02.2012, publ. 08.02.2012) (grifo nosso)
Conforme consignado pelo STF, a alegação de desrespeito ao decidido na ADI 3.395-MC não
foi verificada “porquanto a ação civil pública em foco tem por objeto exigir o cumprimento, pelo Po-
der Público (...), das normas trabalhistas relativas à higiene, segurança e saúde dos trabalhadores.” E,
também, “não se discute a validade, a existência ou a eficácia das relações entre servidores e o poder
público, porém normas relativas à saúde, higiene e segurança do trabalho, o que não afastaria a inci-
dência da Súmula 736 do STF”.
Estas reiteradas decisões do STF pacificam a competência da Justiça do Trabalho para conhecer
das demandas que tratem acerca do meio ambiente laboral, independente do regime jurídico a que
estejam submetidos os trabalhadores.
Delineada tal competência, por consequência lógica se deve reconhecer a atribuição do Minis-
tério Público do Trabalho para atuar na defesa dos interesses metaindividuais que são afetados pelo
equilíbrio e pela higidez do meio ambiente do trabalho em tais locais.
A leitura combinada de dispositivos constitucionais, como o art. 196, caput, o art. 226, inc. VIII
e o art. 7º, inc. XXII, indicam que a saúde é um direito de todos e que os trabalhadores têm direito a
PARTE I – ABORDAGEM TEÓRICA
um meio ambiente laboral dotado de segurança, esta advinda da prevenção por meio de normas de
saúde, higiene e segurança que reduzam os riscos inerentes ao trabalho.
Tais previsões constitucionais não estabelecem que a saúde e a segurança no ambiente de tra-
balho são um direito apenas dos empregados, mas, sim, dos trabalhadores. A distinção não realizada
pelo texto constitucional é importante, como se verá adiante.
34
Deve ser observado, ainda, que a saúde é um direito de todos, como consta expressamente do
caput do art. 196 da Constituição Federal, além de ser um direito social, como previsto em seu art. 6º,
pressuposto para a promoção do bem de todos, objetivo da República, consoante o inciso IV do art. 3º,
e dimensão da dignidade da pessoa humana, superprincípio fundamentador e orientador da República.
As normas de saúde e segurança do trabalho são de ordem pública, e têm como destinatários
não apenas os trabalhadores com vínculo direto com o tomador dos serviços, mas todos os trabalha-
dores que laborem naquele ambiente.
O meio ambiente do trabalho hígido, salubre e seguro, é um direito indivisível, sem titulares
específicos. Logo, os trabalhadores, empregados, terceirizados, servidores, comissionados, estatutá-
rios, estagiários, residentes, e detentores de quaisquer outras motivações para trabalharem naque-
le ambiente, são tutelados pela norma, assim como as pessoas que prestem serviços ao tomador, a
qualquer título, bem como terceiros sem relação com a cadeia produtiva, tais como agentes públicos,
fornecedores, consumidores, vizinhos e comunidade do local onde se situe o estabelecimento ou se
desenvolva a atividade.
Constata-se, desse modo, que o direito à segurança e à saúde no trabalho é direito de feição
transindividual, na medida em que pode ser coletivo, no que se refira aos trabalhadores com vínculo
direto ou indireto com aquele tomador, e difuso, no que se refira a todas as demais pessoas potencial-
mente expostas ao ambiente de trabalho, conforme previsão dos incisos II e III do parágrafo único do
art. 81 do Código de Defesa e Proteção do Consumidor.
35
Sandra Lia Simón29, tratando do tema, assevera que:
... Ao proteger-se o meio ambiente busca-se proteger o direito à vida dos in-
divíduos. Mas esse direito à vida deve ser interpretado na sua acepção mais ampla:
é imprescindível que as pessoas vivam e se movimentem num local adequado para
o seu livre desenvolvimento. Conseqüentemente, não é possível imaginar-se a vida
sem saúde. E a saúde, por sua vez, envolve valores físicos, mas também psíquicos,
para compreender a memória, os valores culturais, as tradições.
Por tal motivo, a tutela do meio ambiente, esteja ele caracterizado em qual-
quer uma de suas formas, compreende diretamente a proteção do direito à vida, mas
a uma vida saudável.
No que diz respeito ao meio ambiente do trabalho, portanto, nem o trabalho,
nem o local de trabalho serão os objetos principais de tutela, mas sim a vida e a saúde
daquele que lá trabalha. O objeto tutelado é a vida do trabalhador, a saúde do traba-
lhador, para que lhe seja garantida a possibilidade do livre desenvolvimento pessoal.
Por certo que, para a proteção desses valores, será fundamental proteger as
condições e o local de trabalho. Mas estes serão apenas os objetos mediatos da tute-
la, já que o objeto imediato é a proteção da vida e da saúde do trabalhador.
Por outro lado, todos os indivíduos, indistintamente, têm direito à saúde, ra-
zão pela qual se trata de um típico direito de massa. Logo, é possível afirmar que o
meio ambiente do trabalho envolve a tutela de interesses e direitos difusos e ele
mesmo deve ser considerado um bem difuso.
PARTE I – ABORDAGEM TEÓRICA
29
A proteção constitucional do meio ambiente do trabalho. Disponível em <http://www.gente vidaeconsumo.org.br/prof_convidados/sandra_
lia/protecao_constitucional.htm>. Acessado em 19 mar. 2012.
36
Enquanto os direitos de primeira geração (direitos civis e políticos) – que compreen-
dem as liberdades clássicas, negativas ou formais – realçam o princípio da liberdade
e os direitos de segunda geração (direitos econômicos, sociais e culturais) – que se
identificam com as liberdades positivas, reais ou concretas – acentuam o princípio
da igualdade, os direitos de terceira geração, que materializam poderes de ti-
tularidade coletiva atribuídos genericamente a todas as formações sociais,
consagram o princípio da solidariedade e constituem um momento importan-
te no processo de desenvolvimento, expansão e reconhecimento dos direitos
humanos, caracterizados, enquanto valores fundamentais indisponíveis, pela
nota de uma essencial inexauribilidade. (STF. MS 22.164 - Pleno - Rel. Min. Celso de
Mello, j. 30.10.1995, DJ 17.11.1995) (grifo nosso)
As duas feições do direito ao meio ambiente do trabalho equilibrado e hígido são, portanto,
metaindividuais.
A atribuição do Ministério Público do Trabalho para realizar ações no sentido de garantir a higi-
Nessa condição, a aplicação das normas que tratam da redução dos riscos inerentes à atividade
profissional deve ser assegurada a todo e qualquer trabalhador, independente da natureza de seu
vínculo ou da pessoa que toma seu labor.
37
O Ministério Público do Trabalho, portanto, pode e deve atuar em prol da proteção do meio
ambiente laboral na Administração Pública, com fulcro no art. 129, inc. II da Lei Maior e arts. 83, inc. III
e 84, inc. II da Lei Complementar nº 75/1993.
Sua legitimidade para a atuação em defesa dos direitos constitucionais, em geral, é pacificamen-
te reconhecida pelo STF:
O Poder Judiciário tem por característica central a estática ou o não-agir por impul-
so próprio (ne procedat iudex ex officio). (...) Não é isso o que se dá com o Ministério
Público. Este age de ofício e assim confere ao Direito um elemento de dinamismo
compensador daquele primeiro ponto jurisdicional de fragilidade. (...) Duas das com-
petências constitucionais do Ministério Público são particularmente expressivas des-
sa índole ativa que se está a realçar. A primeira reside no inciso II do art. 129 (...).
É dizer: o Ministério Público está autorizado pela Constituição a promover to-
das as medidas necessárias à efetivação de todos os direitos assegurados pela
Constituição. A segunda competência está no inciso VII do mesmo art. 129 e traduz-
-se no ‘controle externo da atividade policial’. Noutros termos: ambas as funções ditas
‘institucionais’ são as que melhor tipificam o Ministério Público enquanto instituição
que bem pode tomar a dianteira das coisas, se assim preferir. (STF - HC 97.969, Rel.
Min. Ayres Britto, julgamento em 1º-2- 2011, Segunda Turma, DJE de 23-5-2011)
(grifo nosso)
PARTE I – ABORDAGEM TEÓRICA
Ação civil pública promovida pelo Ministério Público contra Município para o fim de
compeli-lo a incluir, no orçamento seguinte, percentual que completaria o mínimo
de 25% de aplicação no ensino. CF, art. 212. Legitimidade ativa do Ministério Públi-
co e adequação da ação civil pública, dado que esta tem por objeto interesse social
indisponível (CF, art. 6º, arts. 205 e segs, art. 212), de relevância notável, pelo qual o
38
Ministério Público pode pugnar (CF., art. 127, art. 129, III) (STF - RE 190.938, 2a. T., Rel.
p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, j. 14.3.2006, DJE 22.5.2006).
E quanto à legitimidade do Ministério Público para a defesa dos direitos metaindividuais, o STF
já a havia reconhecido no fim dos anos 90:
39
como dispõe o art. 129, III, da CF. Cuidando-se de tema ligado à educação, amparada
constitucionalmente como dever do Estado e obrigação de todos (CF, art. 205), está
o Ministério Público investido da capacidade postulatória, patente a legitimidade ad
causam, quando o bem que se busca resguardar se insere na órbita dos interesses
coletivos, em segmento de extrema delicadeza e de conteúdo social tal que, acima
de tudo, recomenda-se o abrigo estatal. (STF. RE 163.231, Pleno, Rel. Min. Maurício
Corrêa, j. 26.2.1997, DJ 29.6.2001. No mesmo sentido, e mais recentes: AI 559.141-
AgR, 1a. T., Rel. Min. Marco Aurélio, j. 21.6.2011, DJE 15.8.2011; RE 514.023-AgR, 2a.
T., Rel. Min. Ellen Gracie, j. 4.12.2009, DJE 5.2.2010; RE 511.961, Pleno, Rel. Min. Gilmar
Mendes, j. 17.6.2009, DJE 13.11.2009)
O fato é que essa causa petendi estaria a sugerir, longe de qualquer debate sobre
a natureza do vínculo (se laboral, ou não, se de caráter estatutário, ou não), que se
pretende, na realidade, e numa perspectiva de pura metaindividualidade, provocada
pela iniciativa do Ministério Público, saber se normas referentes à higiene e à saúde
do trabalho estariam sendo observadas ou não por determinado ente público.
40
O SENHOR MINISTRO MENEZES DIREITO:
Exatamente por esse aspecto o Relator não enfrentou a questão do vínculo. Examina-
se, na realidade, apenas a Justiça Competente para julgar uma ação civil pública
relativa à higiene do trabalho.
Dentre esses direitos de essencialidade inquestionável, está, por sua clara natureza,
41
transindividuais, com apoio numa cláusula da Constituição que lhe assegura
uma das mais relevantes funções institucionais: a de atuar como verdadeiro
defensor do povo. (...)
No plano interno, o Ministério Público do Trabalho interpretou e defendeu sua atribuição para
a matéria por meio da reiterada e combativa atuação dos Procuradores do Trabalho, consubstanciada
na Orientação nº 07 da Coordenadoria Nacional de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho - Codemat:
Acerca desta Orientação da Codemat, deve ser observado que a atribuição para a coordenação
das atividades do Ministério Público do Trabalho quando se tratar de irregularidades trabalhistas em
PARTE I – ABORDAGEM TEÓRICA
geral, perpetradas pela Administração Pública, como as que se referem ao meio ambiente de trabalho,
e, especialmente neste caso, nas unidades de saúde, foi transferida à Conap - Coordenadoria Nacional
de Combate às Irregularidades na Administração Pública.
Neste sentido foi a revisão do anexo da Resolução nº 76/2008 do CSMPT - Conselho Superior
do Ministério Público do Trabalho, que apresenta o Temário Unificado do Ministério Público do Traba-
lho, para sua adequação ao conceito de “grupos temáticos” introduzido pela Resolução n. 86/2009 do
42
CSMPT, conforme informado pela própria comissão de revisão em sua Exposição de Motivos da Tabela
Taxonômica e Glossário – Temário MPT30.
As decisões de seus órgãos de controle finalístico interno, tais como as proferidas pela Câmara
de Coordenação e Revisão em processos de análise de arquivamento de inquéritos civis, também se
pronunciam pela atribuição do MPT para tal matéria:
No caso sub examen, contudo, ainda que se trate de questão afeta a servidores
estatutários, remanesce a legitimidade do parquet trabalhista para atuar na defesa do
meio ambiente de trabalho (Temário Unificado do MPT, 1.CODEMAT, 1.4. Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA).31
Finalmente, diversos Procuradores do Trabalho já, há anos, atuam na área, por meio de proce-
dimentos investigativos, tomada de Termos de Ajuste de Conduta, ajuizamento de ações, e, também,
pela produção intelectual, que estabelece bases doutrinárias mais amplas e sólidas para a atuação
ministerial de proteção ao meio ambiente de trabalho na Administração Pública, especialmente nas
suas unidades de saúde.
30
“Tabela Taxonômica e Glossário – Temário MPT”. 1a. Ed. Brasília: PGT, 2.012. Pg. 6.
31
CCR – Proc. PGT/CCR/PP/12390/2009 – Rel. Rogério Rodriguez Fernandez Filho, j. 03.05.2010. Disponível em <http://www.mpt.gov.br/
camaraArquivos/CCR_12390_2009.pdf>, acesso em 13.05.2012.
32
CCR – Proc. PGT/CCR/PP/7342/2009 – Rel. Rogério Rodriguez Fernandez Filho, j. 30.04.2010. Disponível em <http://www.mpt.gov.br/
camaraArquivos/CCR_7342_2010.pdf>, acesso em 13.05.2012.
33
Aplicabilidade Das Normas De Saúde E Segurança Laborais Na Administração Pública E Atuação Do Ministério Público Do Trabalho.
In “Revista do Ministério Público do Trabalho”, nº 44. São Paulo: LTr, 2013. Págs. 317-318.
43
balho decente, sadio, saudável e seguro é uma questão de cidadania. Esse processo,
porém, exige a superação de barreiras e preconceitos arraigados.
Desta forma, deve ser dado o mesmo nível de importância para as questões de qua-
lidade, segurança, saúde ocupacional e meio ambiente laboral.
O Estado, por sua vez, deve dar o bom exemplo, proporcionando a seus servidores,
estatutários ou celetistas, entre outros, as condições laborais seguras e saudáveis que
são exigidas dos particulares. O fato de a legislação brasileira, tradicionalmente, tra-
tar das questões relativas às condições de segurança e saúde dos trabalhadores ce-
letistas não exime a responsabilidade estatal para com seus servidores, assim como
não impede que essas mesmas normas, com os detalhamentos que se fizerem neces-
sários, sejam também aplicadas ao serviço público.
Além das questões legais e éticas, existem também as razões econômicas que, a seu
turno, revelam a urgente necessidade de redução de gastos com licenças médicas e
44
aposentadorias precoces, as quais podem estar relacionadas a doenças ocupacionais
e acidentes de trabalho.
Por fim, frise-se que o Ministério Público do Trabalho tem a prerrogativa e o poder-
-dever de fazer prevalecer o direito de todos os trabalhadores à higiene, à saúde e à
segurança laborais em face dos entes públicos inadimplentes, com vistas a viabilizar
o respeito à dignidade e às integridades física e psíquica dos servidores da Admi-
nistração Pública direta, autárquica ou fundacional, assim como faz em relação aos
trabalhadores celetistas, entre outros.
Pretende-se, por meio deste manual, integrar as ações dos Membros do Órgão Ministerial Tra-
balhista visando, mediante atuações articuladas, concretizar o Projeto Saúde na Saúde e proteger o
direito constitucional dos trabalhadores das unidades de saúde ao meio ambiente de trabalho salubre,
hígido e seguro.
Deve ser observado que a forma de atuação para a tutela ministerial do meio ambiente do tra-
balho nas unidades de saúde geridas pela Administração Pública, sugerida neste manual, engloba
etapas distintas, que podem ou não estar presentes em outros tipos de atuação do Ministério Público
do Trabalho, e que não são de observância indispensável.
Contudo, como este Manual tem como propósito fornecer aos Procuradores e aos servidores do
Ministério Público do Trabalho um meio para lidar com a maior parte das situações que exijam atuação
específica, as formas de ação verificadas na prática serão delineadas a seguir.
O pressuposto essencial para a leitura deste manual é o reconhecimento de que nem todas as
sugestões serão utilizadas em todos os casos concretos. Todavia, a disponibilização da maior gama
possível de sugestões é um dos objetivos deste manual, já que, por certo, esta disponibilização auxi-
liará na atuação ministerial.
47
II.1 COLETA DE DADOS E IDENTIFICAÇÃO DE UNIDADES E PARCEIROS GERAIS
Se a atuação ministerial é ativa, isto é, espontânea e não reativa, então o primeiro passo para a
execução do projeto é identificar as unidades públicas de saúde da área de atribuição da Procuradoria
respectiva.
Pode-se identificar tais unidades mediante consulta ao sistema CNESnet, do Ministério da Saú-
de . Por meio deste sistema são identificadas todas as unidades de saúde existentes em determinado
34
município.
Não há mecanismo de triagem pela personalidade jurídica das unidades, apenas mediante ao
acesso dos dados de cada unidade, pelo nome indicado na tela, é que se obtém o seu conjunto de
informações, inclusive se a unidade é administrada por pessoa jurídica de direito privado ou público e,
neste último caso, se pertence à esfera federal, estadual ou municipal.
É importante, ainda, o acesso aos dados que constam do Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (Sinan)35, tendo em vista que há informações sobre as notificações de acidentes decorren-
PARTE II – SUGESTÕES DE ATUAÇÃO
tes de contato com perfurocortantes , sendo possível verificar qual unidade apresenta o maior índice
de ocorrências.
A etapa de coleta de dados possui singular importância na execução do presente projeto, por-
que a partir das informações adquiridas será possível estabelecer prioridades e identificar as unidades
de saúde nas quais a atuação do Ministério Público do Trabalho deverá ser priorizada.
34
Disponibilizado publicamente no portal <http://cnes.datasus.gov.br/Lista_Tot_Es_Estado.asp>.
34
Disponibilizado em <http://portalweb04.saude. gov.br/sinan_net/default.asp>.
48
As unidades de saúde nas quais existam maior número de empregados e desenvolvam trata-
mentos de maior complexidade são locais mais propícios para o desencadeamento de doenças profis-
sionais e ocorrência de acidente de trabalho, exigindo, portanto, análise prioritária.
Para formalização dos atos praticados na etapa de coleta de dados e identificação, sugere-se a
autuação de expedientes promocionais em face de municípios, estados e órgãos federais, cujas unida-
De posse da relação de unidades, deve então se proceder à obtenção das demais informações
por unidade, necessárias à especificidade da matéria objeto da atuação. Assim, por exemplo, por meio
da consulta ao sistema CNESnet ou por meio de requisição, pode-se obter informações como a des-
crição das atividades desenvolvidas nas unidades, o número de trabalhadores, a espécie de vínculo, a
existência de outras empresas desenvolvendo atividades nas unidades, o número de leitos, as médias
de atendimento.
49
Estes dados serão necessários não apenas para a identificação das irregularidades objeto da au-
tuação, mas, também, para programar eventual diligência e para adaptar os check lists de acordo com
as especificidades de cada unidade.
Assim, por exemplo, os Conselhos Regionais de Enfermagem podem ser parceiros para a veri-
ficação junto aos enfermeiros e técnicos em enfermagem; a Vigilância Sanitária, para questões que
vão desde a arquitetura hospitalar, até a qualidade da água; os Conselhos Regionais de Fisioterapia,
para questões de ergonomia; os Conselhos Regionais de Psicologia, para verificações de assédio e de
estresse emocional; os Conselhos Regionais de Farmácia, para fiscalização acerca de medicamentos;
a Polícia Militar Ambiental, ou sua congênere local, para a fiscalização quanto ao manejo de resíduos,
alvarás ambientais para funcionamento.
PARTE II – SUGESTÕES DE ATUAÇÃO
A listagem não é exaustiva, nem em relação aos parceiros, nem em relação a suas atribuições.
O que se deve ter em mente é se a equação “isenção + técnica = resultados confiáveis” será resolvida
quando da escolha dos parceiros para as atividades. Quanto mais isenta e técnica for a entidade
parceira, mais confiáveis serão os resultados obtidos. Desse modo, caso se suspeite de vínculos ou
inimizades de qualquer natureza entre as entidades e os entes sujeitos da atuação, e caso se tenha
receio acerca da qualidade técnica do trabalho a ser desenvolvido, o comprometimento do resulta-
do será potencial.
50
Uma entidade parceira, que seja isenta e técnica, fornecerá não apenas resultados confiáveis,
aptos a evidenciar a existência ou não das irregularidades investigadas, como, ainda, fornecerá o labor
técnico apto a ensejar medidas cautelares ou antecipatórias de tutela, caso se decida judicializar
a questão.
Sugere-se a instauração de Procedimento Promocional em relação aos Entes Públicos cujas uni-
dades de saúde serão inspecionadas.
51
Passado o lapso temporal concedido na Notificação Recomendatória, faz-se necessária, en-
tão, fiscalização in loco para verificar as modificações realizadas no meio ambiente laboral, com a
finalidade de certificar as adequações realizadas, conforme roteiro sugerido neste manual.
Acaso não seja alcançada a solução extrajudicial, resta ao Membro do Ministério Público do Tra-
balho ajuizar Ação Civil Pública perante o Poder Judiciário Trabalhista.
A Ação Civil Pública e o Termo de Ajuste de Conduta também podem ser propostos a empresas
terceirizadas que mantêm contrato de prestação de serviços com a Administração Pública, tendo em
vista a responsabilidade solidária na proteção do meio ambiente de trabalho.
Antes de se proceder à execução de uma diligência que trate de meio ambiente de trabalho em
PARTE II – SUGESTÕES DE ATUAÇÃO
unidade de saúde, é imprescindível que se realize o planejamento, que deve levar em conta não ape-
nas a logística e o tempo a ser dedicado às diligências, como, principalmente, a questão da proteção à
saúde das pessoas que realizarão a diligência.
Deve se levar em consideração que todos os locais de diligências apresentam enormes riscos de
natureza biológica e química, principalmente, e física. Desse modo, é desaconselhável que as equipes
sejam compostas por gestantes e pessoas que apresentem condições de baixa imunidade, eis que sua
capacidade natural de proteção é reduzida, sendo, assim, mais suscetíveis aos riscos do ambiente.
52
E para todos os integrantes da equipe de diligências, duas medidas de proteção devem ser to-
madas, que são a verificação da vacinação individual e a adequação dos Equipamentos de Proteção
Individual (EPI).
A vacinação pode ser atualizada ou regularizada nos postos públicos de saúde, conforme os
riscos biológicos da região ou da unidade de saúde específica.
Quanto aos EPIs, estes devem ser compatíveis com os riscos específicos. Assim, máscaras, toucas,
luvas e botas devem ser portados pelos membros da equipe, e em quantidades que permitam a troca
caso seja necessário.
Neste manual se apresenta um modelo de check list, que pode ser adaptado conforme as
características da unidade que será inspecionada.
Talvez no início da execução das diligências, a equipe ainda não esteja acostumada com os pro-
cedimentos a seguir, de modo que é aconselhável que se disponha de mais tempo para sua execução,
a não ser que algum dos integrantes da equipe já tenha experiência prévia com tais trabalhos.
53
Além dos EPIs, deverá a equipe levar também câmeras fotográficas, blocos de anotações, álcool
gel, questionários para preenchimento pelas pessoas eventualmente entrevistadas, canetas, e sacolas
ou bolsas para acomodar estes itens.
A CCIH está prevista no art. 2º, inc. IV do Decreto nº 77.052, de 19 de janeiro de 1976, e é materia-
lização do poder normatizador do Ministro da Saúde, decorrente do inciso II do art. 87, da Constituição
Federal.
Esta comissão tem como função elaborar e implementar as ações do Programa de Controle de
Infecção Hospitalar, instituído pelo Ministério da Saúde, por meio da Portaria 2.616, de 12 de maio de
PARTE II – SUGESTÕES DE ATUAÇÃO
54
A Comissão tem como função, dentre outras, a de:
Deve ser observado, ademais, que a própria NR 32 se refere à CCIH como integrante do sistema
de prevenção danos e observação do meio ambiente de trabalho hospitalar, vide o seu item 32.10.2,
que estabelece que:
O Ministério Público foi dotado do poder de requisitar informações, trabalhos técnicos, diligências e documentos dos órgãos públicos e
37
particulares, como estabelecem, respectivamente, o inc. VII do art. 129 da Constituição Federal, o inc. do art. 8º da LC 75/93, e o parágrafo 1º do
art. 8º da Lei 7347/1985. A leitura das normas constitucionais referentes à obrigatoriedade e indisponibilidade da atuação do Ministério Público do
Trabalho, combinada à leitura das normas constitucionais e legais referentes ao seu poder de requisição de trabalhos técnicos, diligências, exames e
documentos, evidencia que, em sendo necessário, deve o Ministério Público do Trabalho requisitar, a quem estiver habilitado, os trabalhos técnicos
necessários ao desenvolvimento das investigações a seu cargo. Assim, a CCIH deve, mediante requisição do MPT, acompanhar as diligências
designadas.
55
Os livros de enfermagem - que também podem ser chamados de diários ou anotações, eis que
inexiste nomenclatura obrigatória - são a materialização de normas do Conselho Federal de Enferma-
gem (Cofen) sobre a implementação e registro do processo de enfermagem, como estabelecido no
Código de Ética da Enfermagem38, em seus arts. 68, 71 e 72, e regulamentado pela Resolução 358/2009
de tal conselho. Tais normas são de observância obrigatória, conforme os arts. 1º, 2º e 8º, inc. IV, da Lei
5905/1973.
Do Código de Ética, extrai-se que é tanto direito como dever do profissional de enfermagem, em
relação aos tomadores de seus serviços, registrar o processo de enfermagem.
O art. 6º da resolução 358/2009 estabelece que o processo de enfermagem deve ser registrado
PARTE II – SUGESTÕES DE ATUAÇÃO
formalmente.
Os referidos registros servem, pois, como um roteiro valioso para identificar os riscos a que este-
jam expostos os trabalhadores nos setores em que laborem profissionais de enfermagem ao longo da
prestação de seus serviços.
38
Disponível em <http://novo.portalcofen.gov.br/codigo-de-etica-dos-profissionais-de-enfermagem_4158 .html>. Acessado em 29.09.2012.
56
A etapa seguinte é a da própria verificação da regularidade das normas incidentes sobre as uni-
dades de saúde. Tal verificação pode ser realizada através da análise de documentos, de inspeção in
loco e de entrevistas.
Dentre outros itens, a variar conforme o tipo de unidade de saúde diligenciada, devem ser ob-
jeto de verificação os seguintes:
a) dimensionamento da equipe – requisitar laudos aos Conselhos Regionais de Enfermagem,
para dimensionar a quantidade de profissionais por leitos e pela complexidade de cada
atividade;
b) integração da CCIH com Cipa e SESMT;
c) controle de animais sinantrópicos;
d) capacitação de todos os profissionais que prestam serviço na unidade de saúde, inclusive
terceirizados e estudantes da área de saúde;
e) controle de infecção hospitalar em todas as pessoas que transitem na unidade de saúde;
f ) caso não haja integrante da equipe que seja da Vigilância Sanitária, verificar se as RDCs da
Anvisa, específicas à unidade diligenciada, estão sendo observadas;
g) controle da jornada junto aos conselhos, especialmente Coren e CRM;
h) substâncias que são manipuladas pelos trabalhadores (permissão pela legislação, forma de
manejo, capacitação para manejo);
i) se há barreiras e EPIs adequados, se as regras de ergonomia são observadas, se há mofo,
De acordo com a gravidade da situação verificada, é possível interditar o setor ou mesmo todo
o estabelecimento, ao longo da operação, por ato do Auditor Fiscal da Vigilância Sanitária39 ou de Au-
ditor Fiscal do Trabalho.
39
Conforme dispõe o art. 5º, inc. I do Decreto n. 77.052/1976, bem como o art. 2°, inc. VIII da Lei nº 6.437/77.
57
Caso se entenda grave a situação, mas não se obtenha a interdição administrativa, a medi-
da prática equivalente pode ser buscada no Judiciário, com fundamento não apenas nas normas
indicadas, como, ainda, no dever geral de cautela do julgador, previsto no art. 798 do Código de
Processo Civil40.
40
Há modelo de medida com este pedido no Capítulo 5 deste Manual.
58
59
60
PARTE III – MODELOS DE PEÇAS PARA ATUAÇÃO
ADMINISTRATIVA
CONSIDERANDO a aplicação da norma prevista no art. 7º, inc. XXII da Constituição Federal 1988
aos servidores públicos, conforme art. 39, §3º da Carta Maior;
61
CONSIDERANDO que o Ministério Público do Trabalho, na função de defensor da ordem social
e dos direitos trabalhistas indisponíveis, possui por missão constitucional velar pela observância da
legislação laboral no que pertine à garantia do meio ambiente de trabalho hígido e sadio, nos termos
do art. 127 da Constituição Federal;
com vistas na implementação das medidas necessárias ao cumprimento do dever legal de manuten-
ção da saúde, da segurança e da higiene dos profissionais das unidades de saúde.
Local, data
Procurador do Trabalho
a) Conveniência e oportunidade
A realização de audiências públicas deve ocorrer, preferencialmente, antes da abertura dos pro-
62
cedimentos investigatórios em face dos Entes Públicos, e, na medida do possível, seguir orientações
fixadas em reunião nacional.
b) Objetivos
• estimular os Entes Públicos ao cumprimento efetivo das normas jurídicas que tratam da
saúde, segurança e higiene dos profissionais das unidades de saúde por eles geridos.
c) Convidados / Convocados
63
• representante do Conselho Estadual de Saúde;
Considerando que a audiência pública possui como principal público alvo as entidades públicas,
torna-se mais apropriado encaminhar convocação, para garantir o comparecimento. Para os demais
participantes, convém enviar convites.
Necessidade de edital e prazo: Conforme os arts. 2º e 3º, a realização da audiência pública deve
ser precedida “da expedição de edital de convocação do qual constará, no mínimo, a data, o horário e
o local da reunião, bem como o objetivo e a forma de cadastramento dos expositores, além da forma
de participação dos presentes”, edital esse ao qual “será dada a publicidade possível, sendo facultada
sua publicação no Diário Oficial do Estado e obrigatória a publicação no sítio eletrônico, bem como a
afixação na sede da unidade do Ministério Público, com antecedência mínima de 10 (dez) dias úteis”.
Ata da audiência pública: O art. 4º estabelece que deverá ser lavrada “ata circunstanciada, no
prazo de 5 (cinco) dias, a contar de sua realização”, cuja cópia e extrato “deverão ser encaminhados ao
Procurador-Geral de cada unidade, ou a quem estes indicarem, no prazo de 05 dias após sua lavratura
para fins de conhecimento”.
No caso das audiências sobre meio ambiente do trabalho na Administração Pública, as atas deve-
rão ser encaminhadas, também, à Conap, para ciência e controle da execução do projeto Saúde na Saúde.
64
Ainda quanto à ata, seu extrato deverá ser afixado na sede da unidade e publicado “no sítio ele-
trônico do respectivo Ministério Público, assegurando-se aos inscritos e participantes a comunicação
por meio eletrônico, no respectivo endereço cadastrado”.
65
d) Modelo de convite para audiência pública
CONVITE
[Cidade, data.]
Prezado Senhor,
O Ministério Público do Trabalho realizará AUDIÊNCIA PÚBLICA com a finalidade de discutir a te-
mática da redução dos riscos inerentes ao trabalho desenvolvido nas unidades de saúde geridas pela
Administração Pública, através do cumprimento da legislação laboral que trata da proteção da saúde,
da segurança e da higiene no meio ambiente do trabalho.
PARTE III – MODELOS DE PEÇAS PARA ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA
O evento será realizado no dia ___ de _____de ____ , às ____horas, no ______, situado na Rua
___________ , nesta cidade.
Cordialmente,
Procurador do Trabalho
66
e) Modelo de notificação para audiência pública
[Cidade, data.]
Prezado Senhor
Nos termos dos artigos 8º, inciso VII, e 84, inciso II, da Lei Complementar n° 75/1993, fica
esse Município intimado a comparecer, por seu Prefeito Secretário de Saúde e Gestor das Unidades de
Saúde, ao Auditório _______, situado na Rua _________________, nesta cidade, no dia ___ de _____
de 20__, às __ horas, para participar de Audiência Pública.
Atenciosamente,
Procurador do Trabalho
67
III.3 MODELO DE NOTIFICAÇÃO RECOMENDATÓRIA
constitucional de redução dos riscos inerentes ao trabalho, através da observância das normas de saú-
de, segurança e higiene no meio ambiente de trabalho;
68
CONSIDERANDO que “Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como causa de
pedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e saúde dos trabalha-
dores”, conforme prescreve a Súmula 736 do Supremo Tribunal Federal;
NOTIFICA Vossa Excelência para que realize a adequação do meio ambiente de trabalho às exi-
gências normativas, no sentido de reduzir os riscos inerentes ao trabalho, bem como torne eficientes
as ações capazes de preservar o meio ambiente laboral seguro, hígido e sadio, em especial:
e) promover a capacitação dos trabalhadores, antes do início das atividades e de forma conti-
nuada, informando-os acerca dos riscos inerentes ao trabalho, nos termos dos itens 32.2.4.9,
32.2.4.10 e 32.3.10 da NR 32;
69
f ) fornecer, gratuitamente, programa de imunização ativa contra tétano, difteria, hepatite B e os
estabelecidos no PCMSO;
g) garantir a proteção das trabalhadoras gestantes, em atenção ao disposto nos itens 32.3.9.3.4
e 32.4.4 da NR 32;
h) realizar a capacitação dos trabalhadores responsáveis pela limpeza do edifício no qual é de-
senvolvido serviço de saúde, nos termos do item 32.8 da NR 32;
i) inserir cláusulas nos contratos de prestação de serviços terceirizados, que as empresas tercei-
rizadas possuem obrigação contratual de cumprir as disposições normativas acerca da proteção
da saúde, segurança e higiene dos empregados que laboram em serviços de saúde, em especial
PARTE III – MODELOS DE PEÇAS PARA ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA
Deverá constar em cláusula contratual específica no contrato administrativo que o ente público,
tão logo verifique a não observância, pela empresa prestadora de serviços, das normas trabalhistas
que versem sobre saúde, segurança e higiene do meio ambiente laboral, encaminhará notificação
informando do descumprimento das cláusulas contratuais e concedendo prazo para a regularização,
sob pena de rescisão contratual, conforme os arts. 67 e 78 da Lei 8666/1993.
Quando das licitações, deverão ser observados os arts. 44, 54, § 1º, 55 e 66 da Lei 8666/1993, no
que tange às terceirizações que realize, fiscalizando se os preços oferecidos pelas empresas licitantes
são compatíveis com o custo dos encargos sociais trabalhistas, especialmente os que se refiram às
medidas de proteção da saúde e segurança dos trabalhadores, englobando, por exemplo, EPIs, adi-
70
cionais de insalubridade e periculosidade, elaboração dos programas específicos (PPRA, PCMSO), den-
tre outros itens, sob pena de recusa da proposta, por inexequibilidade, especificando no contrato de
prestação de serviços as responsabilidades da empresa contratada em satisfazer os direitos dos seus
empregados, fiscalizando o cumprimento destas obrigações.
Deverá ainda, nos contratos, ser observado o texto das Instruções Normativas n° 02/2008 do
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG, especialmente a de que seus editais conte-
nham a disposição expressa de que “a execução completa do contrato só acontecerá quando o contra-
tado comprovar o pagamento de todas as obrigações trabalhistas referente à mão de obra utilizada,
quando da contratação de serviço continuado com dedicação exclusiva de mão de obra”.
Local, data
Procurador do Trabalho
71
III.4 MODELO DE REPRESENTAÇÃO
OFÍCIO nº
Cidade, data
Atenciosamente,
Procurador do Trabalho
72
III.5 MODELO DE DESPACHO EM APRECIAÇÃO PRÉVIA
Se confirmada, tal situação afronta, diretamente, o art. 7º, XII c/c art. 39, §3º da Constituição Fe-
deral, considerando que é um dos direitos dos trabalhadores e dos servidores públicos a diminuição
dos riscos inerentes ao trabalho, por meio da aplicação dos dispositivos legais que versam sobre a
salubridade, higidez e segurança do meio ambiente laboral.
Diante dos fatos noticiados, imperiosa se torna a imediata atuação do Ministério Público do Tra-
balho, na qualidade de órgão agente, nos termos do art. 127 da Constituição Federal de 1988 c/c art.
84, inc. II da Lei Complementar nº 75/1993, razão pela qual determino que: converta-se a Representa-
ção em Procedimento Preparatório de Inquérito Civil;
73
Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, a fim de verificar o cumprimento da legislação
laboral que trata de saúde, segurança e higiene, em especial a observância das disposições
contidas na Norma Regulamentadora nº 32 do Ministério do Trabalho e Emprego;
À Codin.
PARTE III – MODELOS DE PEÇAS PARA ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA
Local, data
Procurador do Trabalho
74
III.6 MODELO DE PORTARIA DE INQUÉRITO CIVIL
INQUÉRITO CIVIL
CONSIDERANDO a possibilidade de lesão ao art.7º, inc. XXII c/c art. 39, §3º da Constituição Fe-
deral de 1988, que asseguram a todo trabalhador, inclusive servidor público, o direito à redução dos
riscos inerentes ao labor, através da aplicação de normas referentes à proteção da saúde, da segurança
e da higiene no meio ambiente de trabalho;
CONSIDERANDO que até o momento o Município não demonstrou cumprir as normas laborais
referentes à proteção da saúde, segurança e higiene dos profissionais que laboram nas unidades de
saúde geridas pela Edilidade ora investigada, inclusive os dispositivos que compõem a Norma Regula-
mentadora nº 32 do Ministério do Trabalho e Emprego;
75
CONSIDERANDO que a dignidade da pessoa humana e o valor social do trabalho são fundamen-
tos da República Federativa do Brasil, nos termos do art. 1º da Constituição Federal de 1988;
CONSIDERANDO que a decisão prolatada pelo Supremo Tribunal Federal na ADI 3395/DF-MC
não retirou a competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar ações cuja causa de pedir seja
a defesa do meio ambiente laboral no âmbito da Administração Pública, não retirando, por conseguin-
PARTE III – MODELOS DE PEÇAS PARA ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA
CONSIDERANDO, por fim, que é função institucional do Ministério Público do Trabalho promo-
ver a defesa da ordem jurídica e dos direitos e interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos
afetos à seara trabalhista, nos precisos termos do art. 127 e art. 129, III da CF/88, arts. 6º, VII, “d” e 84, II
da Lei Complementar nº 75/93, bem como art. 8º, §1º da Lei nº 7.347/1985;
Resolve, instaurar INQUÉRITO CIVIL em face do Município ____ para apuração dos fatos em
toda a sua extensão, bem como para embasamento de eventuais medidas judiciais e extrajudiciais
cabíveis à espécie, adotando desde logo as seguintes providências:
1. o registro e a reautuação do Procedimento Preparatório nº ___ como Inquérito Civil, mantendo-se
a numeração, conforme termos do art. 2º, §8º da Resolução nº 69/2007 do CSMPT;
2. a afixação da presente Portaria em quadro de aviso acessível ao público, bem como no site desta
Procuradoria (http://www.prt__.mpt.gov.br/) para os fins de garantir a publicidade ao ato sem
76
se afastar da economicidade do seu custo, nos termos do art. 7º da Resolução nº 69/2007, do
Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho – CSMPT;
À Codin.
Local, data
Procurador do Trabalho
_________, pessoa jurídica de direito público, CNPJ nº, neste ato representada por ____, CPF
nº ___, nos autos do Procedimento Preparatório nº ______, firma o presente TERMO DE AJUSTE DE
CONDUTA, com fulcro no art. 5º, § 6º, da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, perante o MINISTÉRIO
PÚBLICO DO TRABALHO, por intermédio da Procuradoria Regional do Trabalho da ___ Região/,
representada pelo Procurador do Trabalho ______, nos seguintes termos:
PARTE III – MODELOS DE PEÇAS PARA ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA
DO OBJETO
78
2.1 elaborar, implementar e manter em funcionamento o Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional – PCMSO, observando as disposições contidas nas Normas Regulamentadoras nº
07 e 32 do Ministério do Trabalho e Emprego;
2.5 promover a capacitação aos trabalhadores, antes do início das atividades e de forma
continuada, informando-os acerca dos riscos inerentes ao trabalho, nos termos dos itens 32.2.4.9,
32.2.4.10 e 32.3.10 da NR 32;
2.6 fornecer, gratuitamente, programa de imunização ativa contra tétano, difteria, hepatite
B e os estabelecidos no PCMSO;
2.7 garantir a proteção das trabalhadoras gestantes, em atenção ao disposto nos itens
32.3.9.3.4 e 32.4.4 da NR 32;
2.8 realizar a capacitação dos trabalhadores responsáveis pela limpeza do edifício no qual é
desenvolvido serviço de saúde, nos termos do item 32.8 da NR 32;
79
2.9 inserir cláusulas nos contratos de prestação de serviços terceirizados, que as empresas
terceirizadas possuem obrigação contratual de cumprir as disposições normativas acerca da proteção
da saúde, segurança e higiene dos empregados que laboram em serviços de saúde, em especial as
disposições contidas na Norma Regulamentadora nº 32 do Ministério do Trabalho e Emprego;
CLÁUSULA QUARTA - O valor da multa será atualizado pelo INPC (Índice Nacional de Preços
ao Consumidor). Na ausência do INPC, a atualização monetária será efetuada com base no índice de
correção das dívidas trabalhistas.
CLÁUSULA QUINTA – O valor da multa prevista na cláusula anterior será reversível ao Fundo
de Amparo ao Trabalhador - FAT ou outro fundo criado em substituição ao mesmo, podendo também
80
ser convertido em bens ou serviços que beneficiem as comunidades ou os interesses diretamente
prejudicados, a critério do Ministério Público do Trabalho.
CLÁUSULA SEXTA - A multa aplicada não é substitutiva das obrigações pactuadas, que
remanescem, independentemente da aplicação da mesma, sendo que a multa tem natureza de
cláusula penal e, em caso de descumprimento do avençado, a mesma será executada perante à Justiça
do Trabalho, como obrigação de dar, enquanto a obrigação pactuada será executada como obrigação
de fazer, com a respectiva fixação de astreintes pelo Juízo do Trabalho competente, nos termos do
disposto nos artigos 644 e 645, ambos do CPC, procedendo-se à execução da obrigação de acordo
com os artigos 880 a 882 da CLT.
CLÁUSULA OITAVA - O presente Termo de Ajuste de Conduta produzirá efeitos legais a partir
de sua celebração, ficando assegurado o direito de revisão das cláusulas e condições, em qualquer
tempo, através de requerimento ao Ministério Público do Trabalho e terá eficácia de título executivo
extrajudicial, nos termos do art. 5º, § 6º da Lei 7.347/85, e, em caso de descumprimento, será executado
perante a Justiça do Trabalho, consoante artigo 5º, § 6º da Lei 7.347/85 e art. 876 da CLT.
CLÁUSULA NONA – O presente Termo de Ajuste de Conduta tem vigência por prazo
indeterminado, aplicando-se-lhe, ainda, o disposto nos artigos 10 e 448 da CLT, de forma que eventual
81
alteração na estrutura jurídica da empresa e/ou propriedade não afetará a exigência do seu integral
cumprimento.
Local, data
Procurador do Trabalho
PARTE III – MODELOS DE PEÇAS PARA ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA
82
III.8 RELATÓRIO DE ARQUIVAMENTO NA HIPÓTESE DE ADEQUAÇÃO ESPONTÂNEA SEM
CELEBRAÇÃO DE TAC
RELATÓRIO DE ARQUIVAMENTO
FATOS
O Município cumpriu a notificação, tendo apresentado, nas fls. __, os documentos requisitados.
FUNDAMENTOS
Nada obstante, a investigação poderá ser reaberta a qualquer tempo, seja para comprovar a
manutenção da observância da Norma Regulamentar nº 32 do Ministério do Trabalho e Emprego, seja
diante de evidência de novos fatos.
83
CONCLUSÃO
1. cientificar os interessados desta promoção de arquivamento, nos termos do art. 10, § 1º, da
Resolução nº 69/2007, do Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho;
Revisão do Ministério Público do Trabalho, para regular apreciação e, em sendo o caso, homologação
desta promoção de arquivamento, nos termos do estatuído no artigo 10 da Resolução nº 69/2007, do
Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho;
Local, data
Procurador do Trabalho
84
85
86
PARTE IV - MODELOS PARA ATUAÇÃO JUDICIAL
em face da ________________, pessoa jurídica de direito público interno, inscrita no CNPJ/MF sob
o nº ______________, com sede na _____________________, com espeque nas razões fáticas e
fundamentos jurídicos a seguir aduzidos.
42
A argumentação das medidas cautelares pode ser utilizada, também, em ações civis públicas, tanto em pedidos cautelares, antecipatórios ou
definitivos.
87
1. DOS FUNDAMENTOS DO PEDIDO
Sim, pois a vida é bem jurídico tutelado pelo nosso ordenamento jurídico, vide o caput do art.
5º da CF 88, e sua preservação se confunde intrinsecamente com o respeito, promoção e proteção da
dignidade da pessoa humana, princípio fundamental do texto constitucional, inscrito no inc. III do art.
1º, e princípio da ordem econômica, consoante o caput do art. 170.
Já a saúde e o bem-estar, por seu turno, são objeto de proteção constitucional no art. 6º da CF
88, como direito social, objetivo da ordem social, como estabelece o art. 192, e direito de todos e dever
do Estado, como preconiza o art. 196.
O meio ambiente de trabalho incólume e seguro é tutelado pela CF 88 no art. 170, que esta-
88
belece sua defesa como princípio da ordem econômica; no art. 200, que estabelece sua proteção es-
pecífica; e no art. 225, que estabelece que o meio ambiente equilibrado e protegido é direito de todos
e, assim como a saúde, incumbência do Poder Público.
No que tange à segurança no ambiente de trabalho, o art. 157, inc. II da CLT, estabelece clara-
mente que é incumbência do empregador “cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medi-
cina do trabalho”, além “fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção indi-
vidual adequado ao risco”, consoante o art. 166 da CLT.
Tem o Ministério Publico do Trabalho a atribuição de zelar pelos direitos metaindividuais dos tra-
balhadores, consoante o elenco do art. 127 da Constituição Federal, e como acima identificado, é um
direito dos trabalhadores a proteção de sua vida, saúde, bem-estar em um meio ambiente de trabalho
seguro e protegido.
89
Nesse sentido, este Órgão Ministerial requisitou, por repetidas vezes, que o município Requerido
apresentasse os documentos em comento, sem, contudo, lograr êxito. Os últimos expedientes requisi-
tórios, apesar de devidamente recebidos, não foram respondidos. Trata-se das notificações requisitó-
rias nº _________, conforme consta de certidão lavrada por servidor desta PRT (docs. anexados).
Informa-se, ademais, que o recalcitrante não atendimento das requisições expedidas por este
MPT foi noticiado ao Ministério Público Federal para as providências cabíveis dentro de seu âmbito de
PARTE IV - MODELOS PARA ATUAÇÃO JUDICIAL
A presente demanda pretende garantir aos servidores do Requerido a promessa de redução dos
riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança, na condição de garantia
fundamental assegurada no art. 7º, XXII, da CF/88 e estendida aos servidores públicos, por expressa
previsão do § 3º do artigo 39 da Lei Fundamental.
Por certo, não há o que se discutir, pelo menos desde o julgamento da Reclamação 3.303-1 pelo
STF, a competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar ações coletivas que objetivem o
90
cumprimento, pelo Poder Público, das normas trabalhistas relacionadas à higiene, à saúde e à segu-
rança. Confira-se:
De todo modo, de modo inequívoco, o enunciado da Súmula 736 do STF deixa claro competir
à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como causa de pedir o descumprimento de normas
trabalhistas relativas à segurança, higiene e saúde dos trabalhadores.
A medida cautelar de exibição judicial encontra substrato na regra dos artigos 844 e 845, ambos
do Código de Processo Civil. A específica hipótese em apreço enquadra-se na previsão do inciso II do
artigo 844 do CPC. Eis o teor do dispositivo legal em questão, ipsis litteris:
91
Outrossim, pertinente trazer à baila os ensinamentos do professor ELPÍDIO
DONIZETTI a respeito da utilidade da ação cautelar exibitória, segundo a
qual “o requerente tem acesso a elementos fáticos que lhe permitirão formar
um juízo acerca do direito material que julga possuir, a fim de que possa
exercê-lo, se for o caso, com maior segurança’’. (In “Curso Didático de Direito
Processual Civil”, 8ª edição, Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2007, p. 801)
Desse modo, mediante este expediente cautelar, pode-se não apenas obter os documentos que
PARTE IV - MODELOS PARA ATUAÇÃO JUDICIAL
o Requerido se nega a apresentar, como, ainda, pode-se obter a presunção jurídica de inexistência
dos documentos referidos. Qualquer das situações evidencia a necessidade deste pedido, eis que por
meio da ordem judicial ora pedida de exibição dos documentos se poderá analisar a adequação de
tais documentos ou a necessidade de confecção, pelo Requerido, dos programas a que se referem e da
aquisição dos equipamentos de proteção, visando a regularização do meio ambiente de trabalho de
seus agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias.
92
4. DOS PEDIDOS
Ante o exposto, o Ministério Público do Trabalho pede a Vossa Excelência que se digne rece-
ber a presente petição inicial para determinar liminarmente a exibição da seguinte documentação:
____________________________.
5. DOS REQUERIMENTOS
I - Da citação
Requer a intimação pessoal dos atos processuais, com remessa dos autos à Procuradoria do
Trabalho da ______________, nos termos da alínea “h”, do inciso II, do art. 18, da Lei Complementar n°
75/1993, do § 2º, do art. 236, do CPC e provimento TST/CGJT nº 04/2000.
Requer a isenção de despesas processuais, nos termos do art. 18 da Lei n° 7.347/1985, art. 87
do CDC, art. 19, § 2º e art. 27, do CPC e do art. 790-A, inciso II, da CLT.
93
IV - Da condenação do Requerido em despesas processuais
V – Das provas
Informa, outrossim, que anexados a esta petição inicial estão as cópias dos documentos
abaixo relacionados, dispensados de autenticação nos termos da OJ nº 134 da SDI-1, e da OJ nº 84 da
SDI-2, do E. TST.
- Apreciação prévia exarada nos autos do procedimento administrativo instigatório deste MPT;
Local, data
Procurador do Trabalho
94
IV.2 MEDIDA CAUTELAR DE BUSCA E APREENSÃO DE DOCUMENTOS43
em face da ________________, pessoa jurídica de direito público interno, inscrita no CNPJ/MF sob
o nº ______________, com sede na _____________________, com espeque nas razões fáticas e
fundamentos jurídicos a seguir aduzidos.
43
Elaborada a partir de peça do Procurador do Trabalho Cassio Luiz Casagrande.
95
1. DOS FUNDAMENTOS DO PEDIDO
Dessa forma, só restou ao Ministério Público vir ao Poder Judiciário para pedir a concessão de
PARTE IV - MODELOS PARA ATUAÇÃO JUDICIAL
ordem de busca e apreensão capaz de provar documentalmente a violação ao artigo 457 da CLT. Para
que, assim, a prova a ser produzida na ação principal seja eficaz.
Como demonstrado, o Ministério Público não dispõe de qualquer outro meio para que se con-
siga provar documentalmente os fatos relatados oralmente por diversos trabalhadores, senão através
da concessão desta medida cautelar.
A necessidade da busca e apreensão dos documentos é patente, uma vez que estes se desti-
nam a fazer prova documental de ato ilícito que vem sendo praticado pela referida empresa, qual seja
_______________ (por exemplo, utilização de EPIs inadequados e/ou vencidos, plano de proteção ra-
diológica vencido, exposição acidental a radiação – NR 32, 32.4.5.3), cuja prova apenas poderá se dar
96
mediante a busca e apreensão dos seguintes documentos: _____________ (por exemplo, cautelas e
documentos de aquisição dos EPIs, laudo de insalubridade, plano de proteção radiológica, relatório de
leitura dos dosímetros).
Nesse raciocínio, é de fundamental importância que se proceda a busca e apreensão ora reque-
rida, que deverá ser realizada não só com a presença do Oficial de Justiça, como também do Ministério
Público do Trabalho e da Polícia Federal.
2. DO DIREITO
É importante destacar que a jurisprudência dos Tribunais Trabalhistas tem acolhido a pretensão
ministerial em casos semelhantes:
97
para a persecução criminal, então ele também deve ser o legítimo depositário da
coisa que pretende utilizar à efetivação de seus fins institucionais, ou estar-se-ia
criando uma situação de descrédito ao Ministério Público mediante a ratificação
do conceito de que o objeto da apreensão estaria melhor guardado, mediante a
respectiva posse, pelo Poder Judiciário. Recurso ordinário a que se dá provimento.
(TST-ROMS-213027/1995, Subseção II Especializada em Dissídios Individuais, Ministro
Ronaldo José Lopes Leal, Acórdão n. 4187/1997, DJU de 17-10-1997, pág. 52718).
DJE de 27/5/99).
Por certo, não há o que se discutir, pelo menos desde o julgamento da Reclamação 3.303-1 pelo
STF, a competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar ações coletivas que objetivem o
98
cumprimento, pelo Poder Público, das normas trabalhistas relacionadas à higiene, à saúde e à segu-
rança. Confira-se:
De todo modo, de modo inequívoco, o enunciado da Súmula 736 do STF deixa claro competir
à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como causa de pedir o descumprimento de normas
trabalhistas relativas à segurança, higiene e saúde dos trabalhadores.
Há direitos referentes à saúde e segurança dos trabalhadores do Requerido que estão sendo
lesados pela violação do direito à _______________, conforme explanado acima, e a obtenção dos
documentos ___________________, evidenciará a lesão perpetrada. É nesse sentido que a busca e
99
apreensão, ora requerida, é medida urgente e sigilosa, eis que o conhecimento do pedido pelo Reque-
rido, sem dúvida, poderá frustrar o intento de se obter a prova ora visada.
5. DO SEGREDO DE JUSTIÇA
Há de ser deferida, obviamente, inaudita altera pars e sem demora, sob pena de modificação do
quadro fático que se quer preservar.
Somente com o sigilo é que essa medida não perderá sua natureza de tutela inibitória de ato
ilícito e possibilitará que o dano se torne ainda maior.
É nesse quadro fático delineado que se mostra a importância do Poder Judiciário e o essencial
deferimento da cautelar de busca e apreensão para ser possível o exercício posterior do Princípio do
Contraditório em toda a sua completude.
PARTE IV - MODELOS PARA ATUAÇÃO JUDICIAL
6. DOS PEDIDOS
2) a busca e apreensão de ______ e quaisquer outros documentos que possam comprovar _________
no endereço dos escritórios do Requerido, situados na ________;
100
4) a notificação do Ministério Público do Trabalho da data a ser realizada a diligência, para
acompanhamento do Oficial de Justiça por este Procurador do Trabalho;
7. DOS REQUERIMENTOS
I - Da citação
Requer a citação do Requerido para comparecer a eventual audiência que vier a ser designada
e, se lhe aprouver, ofertar resposta, sob pena de revelia e confissão ficta, com regular processamento
do feito.
Requer a intimação pessoal dos atos processuais, com remessa dos autos à Procuradoria do
Trabalho da _____________, nos termos da alínea “h”, do inciso II, do art. 18, da Lei Complementar n°
75/1993, do § 2º, do art. 236, do CPC e provimento TST/CGJT nº 04/2000.
Requer a isenção de despesas processuais, nos termos do art. 18 da Lei n. 7.347/1985, art. 87 do
CDC, art. 19, § 2º e art. 27, do CPC e do art. 790-A, inciso II, da CLT.
101
IV - Da condenação do Requerido em despesas processuais
V – Das provas
Requer a produção de todos os meios de prova em direito admitidas na esfera cautelar, especial-
mente depoimento pessoal do representante legal do Requerido, oitiva de testemunhas, juntada de
novos documentos, realização de perícias etc.
Informa, outrossim, que anexados a esta petição inicial estão as cópias dos documentos abaixo
relacionados, dispensados de autenticação nos termos da OJ nº 134 da SDI-1, e da OJ nº 84 da SDI-2,
do E. TST.
Local, data
Procurador do Trabalho
102
IV.3 MEDIDA CAUTELAR DE PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS44
em face da ________________, pessoa jurídica de direito público interno, inscrita no CNPJ/MF sob
o nº ______________, com sede na _____________________, com espeque nas razões fáticas e
fundamentos jurídicos a seguir aduzidos.
44
Elaborada a partir de peça do Procurador do Trabalho Fábio Lopes Fernandes.
103
1. DOS FUNDAMENTOS DO PEDIDO
Necessária se faz a presente medida cautelar judicial para que seja feita inspeção judicial e exa-
me pericial no local, para que este DD. Juízo compareça ao local e verifique a real situação vivida pelos
trabalhadores, e lhes sejam colhidos os testemunhos.
Também se faz mister que a presente inspeção judicial seja feita com a participação de auditores
médicos e engenheiros do trabalho, explicando e demonstrando os perigos que colocam em risco a
PARTE IV - MODELOS PARA ATUAÇÃO JUDICIAL
saúde e a integridade física dos trabalhadores, elaborando seus laudos específicos sobre o tema.
Ressalte-se, ainda, que a situação encontrada não permite que se postergue tal medida judicial,
sendo necessário obter a prova contemporânea e fidedigna do perigo a que são expostos os trabalha-
dores do Requerido.
2. DO DIREITO
A inspeção judicial vem prevista nos arts. 440 a 443 do CPC, e a produção antecipada de provas
vem prevista nos arts. 846 a 851 do CPC. Mas ambas as previsões de medidas no CPC são insuficientes
para a que ora se pleiteia.
104
Para tais situações, o art. 798 do CPC permite ao juiz que determine as medidas provisórias que
julgar adequadas, quando houver fundado receio de que uma parte, antes do julgamento da lide, cau-
se ao direito da outra lesão grave e de difícil reparação.
Trata-se do poder geral de cautela, que, segundo o ensinamento de Manoel Antônio Teixeira
Filho, é amplo, in verbis:
Estamos convencidos de que se o processo civil encontrou fortes motivos para con-
ceder ao juiz um poder geral de cautela, o processo do trabalho, a fortiori, reclama
para os juízes especializados idêntica potestade. A razão é lógica e se encontra es-
tampada no art. 765 da CLT, que atribui ao magistrado do trabalho “ampla liberdade
na direção do processo...”. Essa amplitude de liberdade, concedida pela lei, justifica
não só o impulso oficial do juiz, em relação a determinados atos do procedimento (p.
ex., a intimação de testemunhas: art. 825, parágrafo único; o início da execução: art.
878, caput etc.), mas a própria necessidade de outorgar-lhe um genérico poder de
acautelamento, destinado acima de tudo, a evitar que atos do réu possam causar aos
interesses do autor lesões graves e de difícil reparação.
105
Também oportuna a lição de Ovídio A. Baptista da Silva, in litteris:
Na realidade a ordem jurídica estatal oscila dentre dois ideais, de certo modo
inconciliáveis na prática: o ideal de justiça e o de efetividade dos direitos subjetivos.
Na medida em que se atende a um deles, desatende-se, ou atende-se com menor
eficiência o outro. A busca de uma justiça perfeita resulta, na prática, muitas vezes em
evidente injustiça, uma vez que a demora na busca da verdade enseja aos litigantes
maliciosos e desonestos amplas possibilidades de que a prestação jurisdicional
se torne vazia de sentido ou sensivelmente diminuída de valor, seja porque o
demandado, sabendo-se sem razão, faz desaparecer, enquanto a causa é debatida,
as garantias patrimoniais com que contava o demandante para a satisfação de seu
direito, seja porque o simples decurso do tempo se encarrega de tornar ilusório o
reconhecimento judicial da pretensão perseguida pela parte com sua ação.(Ovídio
Batista A. da Silva, in A Ação Cautelar Inominada no Direito Brasileiro, Ed. Forense,
1992, pp. 102/103)
Requerido, mister se faz a concessão de cautelar que seja misto de inspeção judicial e exame pericial
antecipado, a fim de que se possa obter o constatação real da inadequação do local à preservação da
saúde e segurança de seus trabalhadores.
106
Por certo, não há o que se discutir, pelo menos desde o julgamento da Reclamação 3.303-1 pelo
STF, a competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar ações coletivas que objetivem o
cumprimento, pelo Poder Público, das normas trabalhistas relacionadas à higiene, à saúde e à segu-
rança. Confira-se:
De todo modo, de modo inequívoco, o enunciado da Súmula 736 do STF deixa claro competir
à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como causa de pedir o descumprimento de normas
São condições da ação cautelar o fumus boni iuris e o periculum in mora, podendo-se definir o
primeiro, na lição de Humberto Theodoro Júnior, como “a plausibilidade do direito substancial invoca-
do por quem pretenda a segurança” e o segundo “como o risco que corre o processo principal de não
ser útil ao interesse demonstrado pela parte, em razão do periculum in mora, risco esse que deve ser
objetivamente apurável”.
107
O periculum in mora é evidente, eis que os trabalhadores se encontram sujeitos à inadequação
do meio ambiente de trabalho na unidade de saúde do Requerido, com grave risco à sua saúde e se-
gurança, como relatado nesta peça: ________________.
Patenteado o fumus boni iuris através da plausibilidade de o direito invocado ser tutelado na
ação civil coletiva e em ação civil pública, bem com o manifesto desrespeito a todas as normas que
garantem a dignidade do trabalhador.
5. DO SEGREDO DE JUSTIÇA
Há de ser deferida, obviamente, inaudita altera pars e sem demora sob pena de modificação do
quadro fático que se quer preservar.
Somente com o sigilo é que esta medida terá condições de retratar a realidade do meio ambien-
te do trabalho nas unidades de saúde do Requerido.
PARTE IV - MODELOS PARA ATUAÇÃO JUDICIAL
É neste quadro fático delineado que se mostra a importância do Poder Judiciário e o essencial
deferimento da cautelar de busca e apreensão para ser possível o exercício posterior do Princípio do
Contraditório em toda a sua completude.
108
6. DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer o MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO que Vossa Excelência se dig-
ne determinar, em data próxima, a INSPEÇÃO JUDICIAL para verificação in loco das condições de
alojamento e colheita dos testemunhos, notificando-se o Requerido, no ato para que, querendo,
acompanhe a diligência.
E, ao final, se infrutífera qualquer tentativa de conciliação entre as partes, julgar procedente esta
ação, confirmando eventual liminar deferida.
7. DOS REQUERIMENTOS
I - Da citação
Requer a intimação pessoal dos atos processuais, com remessa dos autos à Procuradoria do
Trabalho da _____________, nos termos da alínea “h”, do inciso II, do art. 18, da Lei Complementar n°
75/1993, do § 2º, do art. 236, do CPC e provimento TST/CGJT nº 04/2000.
109
III - Da isenção de custas
Requer a isenção de despesas processuais, nos termos do art. 18 da Lei n. 7.347/1985, art. 87
do CDC, art. 19, § 2º e art. 27, do CPC e do art. 790-A, inciso II, da CLT.
V – Das provas
Requer a produção de todos os meios de prova em direito admitidas na esfera cautelar, especial-
mente depoimento pessoal do representante legal do réu, desde já requerido, oitiva de testemunhas,
juntada de novos documentos, realização de perícias, etc.
Informa, outrossim, que anexadas a esta petição inicial estão as cópias dos documentos abaixo
relacionados, dispensadas de autenticação nos termos da OJ nº 134 da SDI-1, e da OJ nº 84 da SDI-2,
PARTE IV - MODELOS PARA ATUAÇÃO JUDICIAL
do E. TST.
Local, data
Procurador do Trabalho
110
IV.4 MEDIDA CAUTELAR DE INTERDIÇÃO/SUSPENSÃO DE ATIVIDADES
em face da ________________, pessoa jurídica de direito público interno, inscrita no CNPJ/MF sob
o nº ______________, com sede na _____________________, com espeque nas razões fáticas e
fundamentos jurídicos a seguir aduzidos.
111
1. DOS FUNDAMENTOS DO PEDIDO
Como evidenciam os documentos anexados, foi constatado alto risco à segurança e incolumi-
dade física e psicológica dos trabalhadores do Requerido, eis que seu estabelecimento apresenta as
seguintes inadequações: ________________________.
Assim, por medida de cautela e proteção dos trabalhadores do Requerido, devem ser interdita-
PARTE IV - MODELOS PARA ATUAÇÃO JUDICIAL
Tal medida se justifica pelo caput do art. 161 da CLT, combinado com o art. 157, inc. I da norma
consolidada, eis que existente na presente situação o grave e iminente risco previsto na Norma Regu-
lamentadora nº 3 do MTE, em seu item nº 3.1.1:
3.1.1 Considera-se grave e iminente risco toda condição ou situação de trabalho que
possa causar acidente ou doença relacionada ao trabalho com lesão grave à integri-
dade física do trabalhador.
45
A interdição pode ser de estabelecimento, setor ou máquina.
112
No mesmo sentido, e específico em relação às atividades de prestação de serviços de saúde,
como as prestadas pelo Requerido, se tem o inc. I do art. 5º do Decreto nº 77.052/1976, que estabelece:
Art 5º Uma vez constatada infração às leis sanitárias e demais normas regulamentares
pertinentes a autoridade competente procederá na seguinte forma:
I - Lavrará o auto de infração indicando a disposição legal ou regulamentar transgredida,
assinando ao indiciado o prazo de 10 (dez) dias para defesa, e interditando o local,
como medida cautelar, se o interesse da saúde pública assim o exigir.
No mesmo sentido, e em norma legislada, é a Lei 6.437/1977, vide seus arts. 1º e 2º, inc. VIII:
113
legitimado específico para a tutela judicial coletiva em matéria labor-ambiental (artigos
1º, I, 5º, e 21 da Lei 7.347/85), independentemente da instância administrativa.
II – Em tais hipóteses, a medida poderá ser deferida [a] “inaudita altera parte”, em
havendo laudo técnico preliminar ou prova prévia igualmente convincente; [b]
após audiência de justificação prévia (artigo 12, caput, da Lei 7.347/85), caso
não haja laudo técnico preliminar, mas seja verossímil a alegação, invertendo-
-se o ônus da prova, à luz da teoria da repartição dinâmica, para incumbir à em-
presa a demonstração das boas condições de segurança e do controle de riscos.
Como exsurge da narrativa acima, é necessário que o empregador ofereça condições adequadas
para que seus empregados possam desenvolver suas atividades em ambiente seguro e saudável.
Observe-se, ademais, que o pedido ora formulado é plenamente apto a ser concedido, quer na
forma de embargo ou interdição da obra, quer na forma de decisão judicial com os mesmos efeitos,
diante da regra do art. 461 do Código de Processo Civil, que em seu parágrafo 5º estabelece que:
PARTE IV - MODELOS PARA ATUAÇÃO JUDICIAL
O art. 461 em seu parágrafo 5º permitiu expressamente que a tutela do direito material fosse
privilegiada sob a forma processual. Isto é, ao estabelecer que a tutela específica ou o resultado prático
equivalente podem ser deferidos pelo magistrado, o Código de Processo Civil veio estabelecer regra
de efetivação da tutela jurídica, densificadora do comando de tutela jurisdicional efetiva contido no
inc. XXXV do art. 5º da Constituição Federal, pelo qual a prestação jurisdicional deve ser concedida de
modo a dar solução eficaz ao problema do direito material.
114
Ressalte-se, ainda, que a situação encontrada não permite que se postergue tal medida
judicial, sendo necessário preservar a saúde, segurança e vida dos trabalhadores do Requerido,
até que se constate a adequação de seu ambiente de trabalho ou o ajuizamento da ação ordinária
correspondente, dentro do prazo legal.
São condições da ação cautelar o fumus boni iuris e o periculum in mora, podendo-se definir o
primeiro, na lição de Humberto Theodoro Júnior, como “a plausibilidade do direito substancial invoca-
do por quem pretenda a segurança” e o segundo “como o risco que corre o processo principal de não
ser útil ao interesse demonstrado pela parte, em razão do periculum in mora, risco esse que deve ser
objetivamente apurável”.
Patenteado o fumus boni iuris através da plausibilidade de o direito invocado ser tutelado na
ação civil coletiva e em ação civil pública, bem com o manifesto desrespeito a todas as normas que
garantem a dignidade do trabalhador.
3. DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer o MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO que Vossa Excelência se digne
determinar a INTERDIÇÃO ou SUSPENSÃO das atividades do Requerido ou de seu setor ou máquina
indicado, até que se constate a adequação de seu ambiente de trabalho, por meio de documentos
115
apresentados pela Ré, submetidos à análise do Ministério Público do Trabalho e dos ________ (indicar
fiscais da entidade parceira), mediante laudo, ou o ajuizamento da ação ordinária correspondente,
dentro do prazo legal.
Requer-se, também, que a interdição ou suspensão das atividades seja realizada não só com a
presença do Oficial de Justiça, como também do Ministério Público do Trabalho e da Polícia Federal.
Requer-se, ainda, que seja cominada multa diária de _________ pelo descumprimento da or-
dem de interdição ou suspensão, e que do mandado conste a prescrição legal do crime de desobe-
diência.
E, ao final, se infrutífera qualquer tentativa de conciliação entre as partes, julgar procedente esta
ação, confirmando eventual liminar deferida.
4. DOS REQUERIMENTOS
PARTE IV - MODELOS PARA ATUAÇÃO JUDICIAL
I - Da intimação e citação
Requer a intimação pessoal dos atos processuais, com remessa dos autos à Procuradoria do
116
Trabalho da _____________, nos termos da alínea “h”, do inciso II, do art. 18, da Lei Complementar n°
75/1993, do § 2º, do art. 236, do CPC e provimento TST/CGJT nº 04/2000.
Requer a isenção de despesas processuais, nos termos do art. 18 da Lei nº 7.347/1985, art. 87 do
CDC, art. 19, § 2º e art. 27, do CPC e do art. 790-A, inciso II, da CLT.
V – Das provas
Requer a produção de todos os meios de prova em direito admitidas na esfera cautelar, especial-
mente depoimento pessoal do representante legal do Requerido, oitiva de testemunhas, juntada de
novos documentos, realização de perícias, etc.
Local, data
Procurador do Trabalho
117
IV.5 PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO CIVIL PÚBLICA - PEDIDO DE OBSERVÂNCIA NR N° 3246
46
Elaborada a partir de peça do Procurador do Trabalho José Fernando Ruiz Maturana.
118
1. DOS FUNDAMENTOS DO PEDIDO
Para que seja adequado o meio ambiente do trabalho na referida unidade de saúde, mister se
faz que o Requerido seja instado a providenciar o quanto segue:
(_____________________________________________________).
119
Como se vê, desconsidera o Requerido os riscos e as graves consequências provenientes de um
possível acidente ou moléstia adquirida em decorrência do trabalho, mormente no que tange à ativi-
dade de coleta de lixo, não restando outra alternativa ao Ministério Público do Trabalho senão intentar
a presente ação, para restabelecer definitivamente a ordem jurídica e o respeito à dignidade e à saúde
dos trabalhadores.
2. DO DIREITO
Daí, o artigo 200, inciso VIII, do mesmo Codex, atribuir ao sistema único de saúde o dever de
colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
PARTE IV - MODELOS PARA ATUAÇÃO JUDICIAL
120
a atividade profissional ou sobrevenham durante o trabalho, reduzindo ao mínimo, na medida do possível,
as causas dos riscos inerentes ao meio ambiente do trabalho (art. 4º).
• adotar as medidas que lhe sejam determinadas pelo órgão regional competente (art. 157,
inciso III);
• (________________________________________)
121
Por fim, dando cumprimento às disposições legais supramencionadas, o Ministério do Trabalho,
com fulcro no artigo 200 da CLT, editou a Portaria nº 3.214/78, aprovando as Normas Regulamenta-
doras relativas à segurança e medicina do Trabalho, dentre as quais, na questão em testilha, merecem
destaque as seguintes: __________.
Por seu turno, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, por meio de sua Diretoria Colegiada,
normatizou, por meio das competentes Resoluções da Diretoria Colegiada - RDCs, as seguintes obriga-
ções das unidades de saúde, referentes à saúde e segurança no trabalho: _________________________.
O material probatório acostado aos autos demonstra, à saciedade, que o Requerido não observa
corretamente as disposições referentes à saúde e a segurança no trabalho, afrontando direitos indis-
poníveis dos trabalhadores. Tal situação não pode perdurar, sob pena de colocar-se em risco a vida, a
saúde e a integridade física de dezenas de servidores. Impõe-se, portanto, a condenação.
A presente demanda pretende garantir aos trabalhadores do Requerido a redução dos riscos ine-
rentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança, na condição de garantia funda-
mental assegurada no art. 7º XXII, da CF/88 e estendida aos servidores públicos, por expressa previsão
do § 3º do artigo 39 da Lei Fundamental.
Por certo, não há o que se discutir, pelo menos desde o julgamento da Reclamação 3.303-1 pelo
STF, a competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar ações coletivas que objetivem o
cumprimento, pelo Poder Público, das normas trabalhistas relacionadas à higiene, à saúde e à segu-
rança. Confira-se:
122
EMENTA: CONSTITUCIONAL. RECLAMAÇÃO. ADI 3.395-MC. AÇÃO CIVIL PÚBLICA
PROPOSTA NA JUSTIÇA DO TRABALHO, PARA IMPOR AO PODER PÚBLICO
PIAUIENSE A OBSERVÂNCIA DAS NORMAS DE SAÚDE, HIGIENE E SEGURANÇA
DO TRABALHO NO ÂMBITO DO INSTITUTO MÉDICO LEGAL. IMPROCEDÊNCIA. 1.
Alegação de desrespeito ao decidido na ADI 3.395-MC não verificada, porquanto
a ação civil pública em foco tem por objeto exigir o cumprimento, pelo Poder
Público piauiense, das normas trabalhistas relativas à higiene, segurança e saúde
dos trabalhadores. 2. Reclamação improcedente. Prejudicado o agravo regimental
interposto. (STF, Plenário. Reclamação 3.303-1. Relator Ministro Carlos Aires Brito.
Julgado em 19/11/2007. Dje 16/05/2008)
De todo modo, de modo inequívoco, o enunciado da Súmula 736 do STF deixa claro competir
à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como causa de pedir o descumprimento de normas
trabalhistas relativas à segurança, higiene e saúde dos trabalhadores.
A lesão ao meio ambiente de trabalho traz como consequência lógica a morte e a agressão à
saúde dos trabalhadores, acarretando prejuízos irreparáveis à sociedade. A incúria dos empregadores
123
espelha os altos números de empregados mortos, mutilados e com a capacidade laboral reduzida,
resultando em um quadro assustador, onde o empregador, responsável pela adoção das medidas de
segurança, repassa ao Estado e aos trabalhadores a responsabilidade pelos danos oriundos do meio
ambiente.
Antônio Ermírio de Moraes, em matéria publicada no Jornal Folha de São Paulo, de 28.05.00,
noticiou que:
Os cálculos econômicos nesse campo são estarrecedores. Para cerca de 450 mil
acidentes que ocorrem anualmente no Brasil, as empresas têm uma despesa
de aproximadamente R$ 12,5 bilhões (contando os custos segurados e os não-
segurados); os familiares dos acidentados ou lesionados bancam mais de R$ 2,5
bilhões (acomodando-os, tratando deles e perdendo horas de trabalho e renda); e o
Estado, juntamente com as famílias, gasta estimativamente R$ 5 bilhões para acudir
os que se acidentam e adoecem no mercado informal e nada contribuem para a
formação do fundo previdenciário que garante o seguro aos acidentes do trabalho.
PARTE IV - MODELOS PARA ATUAÇÃO JUDICIAL
124
Essa responsabilidade, consideradas as suas devidas proporções, deve ser devolvida ao agente
causador, veja-se:
O meio ambiente, nas palavras de José Afonso da Silva, consiste na interação do conjunto de
elementos naturais, artificiais e culturais que propiciem o desenvolvimento equilibrado da vida humana.
Daí a afirmação de que o meio ambiente apresenta pelo menos 04 significativos aspectos: natural,
cultural, artificial e trabalho, todos amparados no sentimento de que o objeto maior tutelado é a vida com
saúde e qualidade (Celso Fiorillo). Logo, sendo o meio ambiente de trabalho uma das facetas do meio am-
biente, cabível a aplicação das normas correlatas, mormente a Lei de Política Nacional do Meio Ambiente.
Posta assim a questão, é de se dizer, ex vi do art. 8º da CLT, que o artigo 4º, inciso VII da Lei
6.938/81, conhecida como Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, tem aqui sua inteira aplicação,
máxime ao estatuir a imposição ao poluidor e ao predador, da obrigação, de recuperar e/ou indenizar os
danos causados... Mais adiante a mesma lei dispõe que: Sem obstar a aplicação das penalidades previs-
tas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar
A legislação pátria acolhe o princípio do poluidor-pagador, aplicável in casu não apenas pelo
descumprimento das normas de medicina e segurança do trabalho, mas igualmente, pela exposição
dos trabalhadores aos agentes prejudiciais à saúde.
Apenas para que fique ainda mais transparente, o artigo 1º, inciso III, da Lei nº 6.938/81, define
que a poluição é a degradação da qualidade ambiental, resultante de atividades que direta ou indireta-
mente prejudiquem a saúde.
125
Defendendo a aplicação das normas precitadas, destaca-se o magistério de Júlio César de Sá da
Rocha, verbis:
O meio ambiente de trabalho deve ter um tratamento consoante ao sistema jurídico
imposto ao meio ambiente pela Carta Constitucional (CF/88, art.225). Os princípios
do direito ambiental constitucional têm que ser aplicados inteiramente à ambiência
do trabalho, inclusive para que se dê maior unidade e harmonia à estrutura do
sistema, facilitando o conhecimento e interpretação do meio ambiente. (....) A regra
e a interpretação mais lógica que deve-se ter em relação ao meio ambiente de
trabalho é que seus dispositivos tutelam o meio ambiente e possuem eficácia plena
e imediata. (...) Em relação a degradação no ambiente de trabalho deve prevalecer o
princípio do poluidor/pagador e da responsabilidade objetiva quando se tratar de
poluição na ambiência de trabalho... (In, Meio Ambiente de Trabalho, publicado na
Revista Trabalho & Doutrina, Vol.11, pp.104/111 - não há grifos no original)
O que vai haver de resultado interessante nessa matéria? Quando debatemos o tema
a respeito das diferentes possibilidades de dano ao meio ambiente do trabalho;
quando falamos de microclima do trabalho, problema de luz, problema de ruído,
temperatura, umidade; quando falamos dos chamados contaminadores físicos,
químicos, biológicos; quando falamos da sobrecarga física ou mesmo da sobrecarga
psíquica, aquela que afeta a estrutura fundamental de todos nós, estamos discutindo
hipótese de dano. Hipóteses de dano que acarretam um mal à saúde, não desejado
pela Constituição.
126
Diante desta situação, o que nos resta concluir? Resta concluir que sempre que
conseguirmos demonstrar a hipótese de dano em matéria de meio ambiente
de trabalho, aplica-se a lei específica acerca da tutela de Direito Ambiental. E a lei
específica não encontra amparo material na Consolidação das Leis do Trabalho, no
Código Civil ou em qualquer outra legislação. A tutela específica do direito à vida
encontra amparo tão somente numa lei criada para a proteção da saúde que é a Lei
nº 6.938/81. (não há grifos no original). (In, A Ação Civil Pública e o Meio Ambiente de
Trabalho, in Revista do Ministério Público do Trabalho da 2a Região, Vol.2, pp.66/67)
Ora, as obrigações inadimplidas pelo ente público são imprescindíveis à concretização de direi-
tos de envergadura fundamental. Esta é a vocação desta ação coletiva: assegurar aos trabalhadores da
unidade de saúde do Requerido higidez física e mental, que decorrem, em última análise, da preserva-
ção do meio ambiente do trabalho, pelo Poder Público.
A doutrina vem amadurecendo para permitir que esse possa sim atingir determinado grupo ou
mesmo um universo ilimitado de pessoal, eis que se percebe com facilidade que algumas ações ou
omissões, como o não cumprimento de direitos fundamentais assegurados na Constituição Federal,
lesam o direito não apenas de uma pessoa, mas sim o próprio sentimento coletivo sobre a importância
daquele direito e sobre a cogência da sua observância.
Sim, pois em casos de lesões a direitos fundamentais e sociais, as vítimas do dano não se individuali-
zam, sendo o dano de ordem social, de ordem coletiva, como CARLOS ALBERTO BITTAR FILHO esclarece:
127
(...) se o indivíduo pode ser vítima de dano moral não há porque não o possa ser
a coletividade. Assim, pode-se afirmar que o dano moral coletivo é a injusta lesão
da esfera moral de uma dada comunidade, ou seja, é a violação antijurídica de um
determinado círculo de valores coletivos. Quando se fala em dano moral coletivo, está-
se fazendo menção ao fato de que o patrimônio valorativo de uma certa comunidade
(maior ou menor), idealmente considerado, foi agredido de maneira absolutamente
injustificável do ponto de vista moral, quer isso dizer, em última instância, que se
feriu a própria cultura, em seu aspecto material (apud SCHIAVI, Mauro, in “Aspectos
Polêmicos e Atuais do Dano Moral Coletivo Decorrente da Relação de Trabalho”,
Revista LTr, vol. 72, n° 07, julho de 2008.)
dos trabalhadores à proteção e ao meio ambiente seguro e saudável, bem como de periclitação da
incolumidade física de tais trabalhadores.
A lesão identificada aqui atinge toda a coletividade dos trabalhadores do Réu sujeitos a tais
ilicitudes, tanto os que já foram seus trabalhadores, como os que são e os que serão, o que configura
de forma inequívoca lesão de matiz coletivo, e, por conta da lesão, o dano moral coletivo. E como a
medida cautelar de exibição de documentos provou, o Réu se mantém inerte em suas obrigações de
cumprir as normas de prevenção de danos e de proteção aos trabalhadores.
128
permanecem lesionando a coletividade, surge o dever do Estado de banir exemplarmente tais prá-
ticas.
É nesse contexto que nasce a relevante função do Ministério Público do Trabalho, longa manus
do Estado com dever de resguardar os direitos trabalhistas, no sentido de tentar minorar os prejuízos
sofridos pela classe atingida e reprimir o cometimento de irregularidades de mesma ordem, por meio
da reparação civil coletiva.
Observe-se, ademais, que recentemente o Conselho da Justiça Federal – composto pelo Presi-
dente e Vice-Presidente do E. Superior Tribunal de Justiça e pelos Presidentes dos cinco E. Tribunais
Regionais Federais – aprovou na V Jornada de Direito Civil, o Enunciado de nº 455, que trata do dano
moral coletivo, ex vi:
ENUNCIADO 455 - A expressão ‘dano’, no art. 944, abrange não só os danos indivi-
duais, materiais ou imateriais, mas também os danos sociais, difusos, coletivos e
individuais homogêneos, a serem pleiteados pelos legitimados para propor ações
coletivas.
129
de políticas públicas que visem à redução dos níveis de desemprego, o que propicia, por conseguinte,
a reparação dos danos sofridos pelos trabalhadores, aqui incluídos os desempregados que buscam
uma colocação no mercado de trabalho.
130
Quanto mais tempo persistir a inércia e omissão do requerido em adotar as providências necessá-
rias, maiores serão as consequências. E para que servirá o provimento jurisdicional quando os atuais em-
pregados já tiverem sido vítimas de acidentes do trabalho com afastamentos ou lesões irreversíveis ou
fatais? Não é essa a finalidade da Justiça. Impõe-se estancar, de imediato, a conduta causadora de lesões.
Nesse contexto, conclui-se que a concessão de liminar se faz mister para assegurar o completo
respeito à saúde dos trabalhadores e a própria efetividade do processo.
Presentes, pois, o periculum in mora e o fumus boni juris, pressupostos indispensáveis à conces-
são da medida liminar.
Posto isto, requer o Ministério Público do Trabalho, com fundamento no art. 12, da Lei nº
(________________________________________).
7. DOS PEDIDOS
131
a) (repetir os pedidos liminares);
c) pague a indenização por dano moral coletivo diante das lesões causadas, cujo valor ora
sugerido é de ___________________, com destinação ou para o FAT ou para finalidades sociais/
assistenciais.
8. DOS REQUERIMENTOS
Requer-se, ainda:
b) a intimação pessoal dos atos processuais, com remessa dos autos à Procuradoria Regional do
Trabalho da ________________, nos termos da alínea “h”, do inciso II, do art. 18, da Lei Complementar
nº 75/1993, bem como do § 2º do art. 236 do CPC e do provimento TST/CGJT nº 04/2000;
c) a isenção de despesas processuais, nos termos do art. 18 da Lei nº 7.347/1985 c/c os arts. 57
do CDC, 19, § 2º e 27, do CPC e art. 790-A, inciso II, da CLT;
132
f ) a produção de todos os meios de prova em direito admitidas, especialmente o depoimento
pessoal do representante legal do réu, desde já requerido, oitiva de testemunhas, juntada de novos
documentos, realização de perícias etc.
Informa, outrossim, que anexadas a esta petição inicial estão as cópias dos documentos abaixo
relacionados, dispensadas de autenticação nos termos da OJ nº 134 da SDI-1, e da OJ nº 84 da SDI-2,
do E. TST.
(_____________________________________).
Local, data
Procurador do Trabalho
em face da ________________, pessoa jurídica de direito público interno, inscrita no CNPJ/MF sob
o nº ______________, com sede na _____________________, com espeque nas razões fáticas e
fundamentos jurídicos a seguir aduzidos.
47
Elaborada a partir de peça do Procurador do Trabalho Leandro Moreira
134
1. DOS FUNDAMENTOS DE FATO
Como será demonstrado nos tópicos seguintes, a Executada continua se eximindo de cumprir
as obrigações por ela assumidas no título executivo, e, por conseguinte, continua afrontando os prin-
cípios e normas constitucionais que cuidam da relação de trabalho existente entre a Administração
Pública e seus respectivos servidores.
Não restam dúvidas, portanto, que a(s) cláusula(s) indicada(s) estão sendo descumpridas.
135
1.2. DO OBJETO DA PRESENTE EXECUÇÃO
Por todo o exposto, e considerando que as condutas da primeira executada refletem a sua in-
tenção de não cumprir as obrigações assumidas, não resta opção ao Ministério Público do Trabalho
senão a de propor a presente ação executória com pedidos cumulados, a fim de atingir os seguintes
objetivos:
2. DO DIREITO
O art. 129, inciso IX, da CF/88 confere ao Ministério Público o dever de exercer outras funções
que lhe são estabelecidas pela lei, além daquelas elencadas no Texto Maior, desde que sejam compa-
tíveis com as finalidades da Instituição. Em observância ao dispositivo constitucional acima invocado,
o § 6º do art. 5º da Lei 7347/85, que regulamentou a ação civil pública, atribuiu ao Ministério Público a
possibilidade de tomar termo de compromisso de ajustamento de conduta (TAC) das pessoas investi-
gadas por seus Órgãos.
O termo de ajuste de conduta consiste num instrumento, por meio do qual uma pessoa se com-
promete, perante o Ministério Público, a adequar a sua conduta aos termos da lei. Responsabiliza-se,
ainda, pelo pagamento de multas para o caso de descumprimento do seu compromisso na forma,
modo e tempo estabelecidos. Consiste em meio pelo qual se formaliza a intenção das pessoas investi-
136
gadas de cumprir obrigação(ões) de fazer e/ou de não fazer, com o escopo de aproximar a sua conduta
dos ditames previstos no ordenamento jurídico pátrio.
Não restam dúvidas, portanto, acerca da legitimidade processual deste Parquet para propor a
presente ação executória. Primeiro porque a atuação do Ministério Público do Trabalho, in casu, está
em consonância com o art. 127 da CF/88, porquanto visa à observância da ordem jurídica por parte
do executado.
Em segundo lugar, a ação de execução tem como objetivo fazer valer aquilo que foi assumido
perante este Órgão Ministerial.
137
Por fim, foi este Parquet Laboral quem apurou as irregularidades praticadas pelo executado, to-
mou TAC do mesmo e identificou o seu descumprimento, de sorte que somente este MPT possui co-
nhecimento suficiente dos fatos para colher as informações necessárias para instruir esta ação.
Neste sentido, cumpre transcrever os escólios do professor CARLOS HENRIQUE BEZERRA LEITE:
Por todo o exposto, requer seja reconhecida a legitimidade do MPT para propor a presente ação
de execução de TAC.
Cumpre sustentar, ainda, a competência desta Justiça do Trabalho para processar as ações de
execução de termos de ajustamento de conduta firmados perante o Ministério Público do Trabalho.
Prescreve o art. 876 da CLT:
Art. 876 - As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido recurso
com efeito suspensivo; os acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de
conduta firmados perante o Ministério Público do Trabalho e os termos de concilia-
ção firmados perante as Comissões de Conciliação Prévia serão executada pela forma
estabelecida neste Capítulo.
O comando legal acima transcrito não deixa dúvidas. Todo e qualquer termo de ajustamento de
138
conduta firmado pelo MPT deve ser executado perante a Justiça do Trabalho. Esse é o norte trilhado
pela jurisprudência trabalhista, conforme demonstram as ementas abaixo transcritas:
139
Outrossim, a v. decisão do STF proferida na ADIN 3395 não afasta nem a competência da Justiça
do Trabalho para decidir esta demanda, muito menos a exigibilidade do título exequendo.
Nesse sentido, são diversas e recentes decisões do mesmo E. STF sobre o tema, nas quais reco-
nhece que os termos de ajuste de conduta do Ministério Público do Trabalho são infensos aos desloca-
mentos de competência originados pela EC 45/2005:
140
cendo o total descabimento de ações reclamatórias quando “(...) utilizadas como
instrumentos processuais típicos do processo de execução ou instrumento de re-
solução judicial de incidentes no processo de execução” (Rcl 2.680, Rel. Min. Gilmar
Mendes). 5. O que se pretende, na verdade, é atacar o próprio termo de ajuste de
conduta. Ato que, conforme já decidiu este Supremo Tribunal Federal, “não sendo
causa, não se compreende no objeto da decisão paradigma da ADIn MC 3395, re-
lativa à demarcação de competências jurisdicionais entre a Justiça do Trabalho e a
Justiça Ordinária” (Rcl 4.290-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence). Como bem ressal-
tou a autoridade reclamada, “a questão envolve a falta de legitimidade jurídica do
MPT para impor obrigações ao Executado (DETRAN), notadamente no âmbito das
relações jurídicas mantidas pela referida Autarquia com seus servidores, o que (...)
implicaria a ineficácia jurídica do título executivo, circunstância que atrairia a neces-
sidade de sua desconstituição pela via processual apropriada, e não a declaração da
incompetência da Justiça do Trabalho para executar o TAC”. Ademais, o menciona-
do termo de compromisso é anterior à concessão da liminar, pelo Ministro Nelson
Jobim, na ADI 3.395, pelo que insuscetível de impugnação nesta via reclamatória.
6. Por fim, a despeito dos argumentos deduzidos na inicial, o reclamante não se
141
redação dada pela EC 45/2004, que inclua, na competência da Justiça do Trabalho,
a (...) apreciação (...) de causas que ... sejam instauradas entre o Poder Público e seus
servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurí-
dico-administrativo”” O dispositivo constitucional do qual se excluiu a apreciação de
causas típicas da relação da ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo
é o art. 114, I, da Constituição, que trata da competência da Justiça do Trabalho, vale
dizer, de um órgão do Poder Judiciário. O ato reclamado é do Ministério Público do
Trabalho, compreendido na estrutura do Ministério Público da União (art. 128, I, O ato
reclamado é do Ministério Público do Trabalho, compreendido na estrutura do Minis-
tério Público da União (art. 128, I, b, CF), que não faz parte do Poder Judiciário (art. 92,
CF; v.g., ADIn 1576-MC, Moreira, DJ 06.11.98). Ademais, o TAC é meio de resolução de
conflito que, apesar de jurídico, não é judicializado: a ação direta paradigma trata de
causas judicializadas, se da competência da Justiça do Trabalho ou da Comum. Por
isso mesmo, não existe, no ato reclamado, qualquer referência à norma examinada
na ADIn 3395. Nesse sentido, a Rcl 4290 (Pertence, DJ 27.10.06). Nego seguimento
à reclamação (art. 21, § 1º, RISTF). (Rcl 4956, Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE,
julgado em 15/03/2007, publicado em DJ 22/03/2007 PP-00038)
PARTE IV - MODELOS PARA ATUAÇÃO JUDICIAL
Competente, pois, a Justiça do Trabalho para processar esta execução de Termo de Ajuste de
Conduta.
2.3. DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER E NÃO FAZER. EXECUÇÃO. IMPOSIÇÃO DE MULTA PELO
INADIMPLEMENTO
142
Estas, portanto, são as obrigações de fazer objeto da presente ação, as quais requer sejam ado-
tadas as medidas cabíveis para a sua integral observância.
Para tanto, cumpre ressaltar que a execução das obrigações de fazer e de não fazer fundadas em
título extrajudicial é regida pelas normas previstas nos arts. 632 a 645 do CPC. Esses dois dispositivos
legais, a propósito, preconizam o seguinte:
Art. 632. Quando o objeto da execução for obrigação de fazer, o devedor será citado
para satisfazê-la no prazo que o juiz Ihe assinar, se outro não estiver determinado no
título executivo.
Art. 645. Na execução de obrigação de fazer ou não fazer, fundada em título extra-
judicial, o juiz, ao despachar a inicial, fixará multa por dia de atraso no cumprimento
da obrigação e a data a partir da qual será devida. (Redação dada pela Lei nº 8.953,
de 13.12.1994)
A título de sugestão, este Ministério Público do Trabalho considera condizente com o caso con-
creto a fixação dos seguintes prazos para as obrigações a seguir listadas:
(_______________________________________).
Para o caso do executado não adotar tais condutas dentro do NOVO prazo a ser fixado por este
MM. Juízo, continuando a descumprir as obrigações contidas nas cláusulas ___________________ do
143
TAC, se requer que seja MAJORADO o valor da multa prevista no título, que é de _______________,
para _________________________.
Insta destacar, por fim, ser plenamente possível ao magistrado arbitrar, em sede de execução
por título extrajudicial, o valor da multa em quantia superior à estipulada no TAC.
O art. 461 do CPC, em seu § 6º, prescreve que “o juiz poderá, de ofício, modificar o valor ou a pe-
riodicidade da multa, caso verifique que se tornou insuficiente ou excessiva”. Este comando legal é per-
feitamente aplicável ao caso em testilha. O fato do termo de ajuste de conduta ter estipulado o valor
da multa para o caso de inadimplemento não impede que o magistrado aumente a sua intensidade. A
possibilidade de majoração decorre da própria natureza da multa, a qual serve como instrumento para
a consecução do resultado final, que é o cumprimento das obrigações de fazer e não fazer.
Ao verificar que o valor inicial foi insuficiente e, por conseguinte, majorá-lo, o magistrado estará,
em verdade, determinando medidas para a efetividade do processo de execução. É o que bem destaca
o festejado processualista LUIZ GUILHERME MARINONI:
PARTE IV - MODELOS PARA ATUAÇÃO JUDICIAL
144
Na verdade, tomando-se em consideração a natureza da multa, é fácil perceber que
sua fixação é feita sempre em caráter provisório, exatamente porque ela tem por fim
apenas garantir a efetividade da tutela judisdicional, e não um direito de crédito em
favor do autor ou um direito de não pagar uma multa superior a “x” por parte do réu.
(MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela Inibitória (individual e coletiva). 3ª edição. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais. P . 224)
3. DOS PEDIDOS
a) seja MAJORADO o valor da multa (astreintes) para __________________, sendo que esta
nova multa deve incidir tanto para o caso de descumprimento das obrigações de fazer (cláusulas
_____________) quanto para o caso da executada continuar descumprindo as obrigações de não fazer
(cláusulas ____________);
145
c) seja fixada multa no valor e forma requeridos na alínea “a” para o caso de ser constatado novo
descumprimento das obrigações da alínea “b” após o término dos prazos assinalados;
d) seja determinada a CITAÇÃO da Executada para, no prazo fixado em lei, pagar a quantia de
_________________, consoante planilha de cálculo que integra esta peça, sob pena de serem penho-
rados tantos bens da mesma quantos sejam suficientes para a garantia do crédito. O valor a ser pago
está atualizado apenas até _____________, de sorte que ao mesmo devem ser acrescidos juros e cor-
reção monetária até a data do efetivo pagamento;
e) não sendo encontrados bens suficientes para garantir o adimplemento do valor do crédi-
to exequendo indicado no item anterior, seja citada a executada para, querendo, oferecer embargos,
e, não embargada ou não acolhidos os embargos, o processamento do feito na forma do disposto
no art. 100 da Constituição Federal e arts. 730 e seguintes do CPC, com formação de precatório e
requisição do pagamento.
PARTE IV - MODELOS PARA ATUAÇÃO JUDICIAL
4. DOS REQUERIMENTOS
Requer-se, ainda:
a) a intimação pessoal dos atos processuais, com remessa dos autos à Procuradoria Regional
do Trabalho da ________________, nos termos da alínea “h”, do inciso II, do art. 18, da Lei Complementar
nº 75/1993, bem como do § 2º do art. 236 do CPC e do provimento TST/CGJT nº 04/2000;
146
b) a isenção de despesas processuais, nos termos do art. 18 da Lei nº 7.347/1985 c/c os arts.
57 do CDC, 19, § 2º e 27, do CPC e art. 790-A, inciso II, da CLT;
Informa, outrossim, que anexados a esta petição inicial estão as cópias dos documentos abaixo
relacionados, dispensados de autenticação nos termos da OJ n. 134 da SDI-1, e da OJ n. 84 da SDI-2,
do E. TST.
(_____________________________________).
Local, data
Procurador do Trabalho
147
148
PARTE V - “CHECK LIST” PARA VERIFICAÇÃO DO
CUMPRIMENTO DA NORMA REGULAMENTADORA
Nº 32 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO
PRONTO-SOCORRO
1. ( ) Lavatório exclusivo para higienização das mãos com torneiras que dispensem o contato com as
mãos quando do fechamento (32.10.15) provido com sabonete líquido, toalhas descartáveis e lixeira
provida de sistema de abertura sem contato manual (item 32.2.4.3 da NR-32).
3. ( ) Uso de calçados abertos, mesmo aqueles que só exponham as pontas dos pododáctilos ou o
peito de pé; (item 32.2.4.5 da NR-32).
4. ( ) Todos os trabalhadores com possibilidade de exposição a agentes biológicos devem usar ves-
timentas de trabalho adequadas e em condições de conforto que devem ser fornecidas sem ônus ao
empregado (item 32.2.4.6/32.2.4.6.2 da NR-32).
149
5. ( ) Fornecer EPIs em numero suficiente nos postos de trabalho e a sua reposição. Gorros, óculos
de proteção, máscaras, luvas descartáveis (item 32.2.4.7 da NR-32).
7. ( ) Colchões, colchonetes e demais almofadados devem ser revestidos de material lavável e im-
PARTE V - “CHECK LIST” PARA VERIFICAÇÃO DO CUMPRIMENTO DA NORMA REGULAMENTADORA
permeável, permitindo desinfecção e fácil higienização e o revestimento não deve apresentar furos,
rasgos ou reentrâncias (item 32.2.4.13/32.2.4.13.1 da NR-32).
9. ( ) Todo recipiente contendo produto químico manipulado ou fracionado deve ser identificado,
de forma legível, por etiqueta com o nome do produto, composição química, sua concentração, data
de envase e de validade, e nome do responsável pela manipulação ou fracionamento (item 32.3.2 da
NR-32).
Nº 32 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO
10. ( ) FISPQ nos locais de trabalho onde há utilização de substância com risco químico (item 32.3.4.1.2
da NR-32).
11. ( ) Identificação do gás e presença de válvula de segurança nos cilindros (item 32.3.8.2 da NR-32).
12. ( ) Sacos plásticos branco leitoso para acondicionamento de resíduos de saúde (NBR -9191),
preenchidos até 2/3 de sua capacidade e retirados imediatamente do local após o fechamento (item
32.5.2 da NR-32).
150
13. ( ) Segregação dos resíduos deve ser realizada no local onde são gerados, devendo ser observa-
da a utilização de recipientes que atendam as normas técnicas da ABNT, em número suficiente para
o armazenamento, próximos à fonte geradora, constituídos de material lavável, resistente à puntura e
vazamento, com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, com cantos arredonda-
dos e que sejam resistentes ao tombamento, identificados e sinalizados segundo as normas da ABNT
(item 32.5.3 e alíneas a, b, c, d da NR-32).
15. ( ) Em todos os postos de trabalho devem ser previstos dispositivos seguros e com estabilidade
que permitam aos trabalhadores acessar locais altos e sem esforço adicional (item 32.10.9 da NR-32).
16. ( ) Nos procedimentos de movimentação e transporte de pacientes deve ser privilegiado o uso de
dispositivos que minimizem o esforço realizado pelos trabalhadores (item 32.10.10 da NR-32).
18. ( ) Os dispositivos de ajuste dos leitos devem ser submetidos à manutenção preventiva, assegu-
rando a lubrificação permanente, de forma a garantir sua operação sem sobrecarga para os trabalhadores.
151
ESTABELECIMENTO: _____________________________________________________
ENFERMARIA
1. ( ) Deve haver 1 posto de enfermagem a cada 30 leitos (item 32.10.16 - 132.374-1 da NR-32).
PARTE V - “CHECK LIST” PARA VERIFICAÇÃO DO CUMPRIMENTO DA NORMA REGULAMENTADORA
2. ( ) Lavatório exclusivo para higienização das mãos com torneiras que dispensem o contato com
as mãos quando do fechamento (32.10.15 – 132.434-9) provido com sabonete líquido, toalhas descar-
táveis e lixeira provida de sistema de abertura sem contato manual (item 32.2.4.3 da NR-32).
3. ( ) Consumo de alimentos e bebidas nos postos de trabalho (item 32.2.4.5.c da NR-32).
4. ( ) Uso de calçados abertos, mesmo aqueles que só exponham as pontas dos pododáctilos ou o
peito de pé; (item 32.2.4.5.e da NR-32).
5. ( ) Todos os trabalhadores com possibilidade de exposição a agentes biológicos devem usar ves-
timentas de trabalho adequadas e em condições de conforto que devem ser fornecidas sem ônus ao
Nº 32 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO
6. ( ) Fornecer EPIs em número suficiente nos postos de trabalho e a sua reposição. Gorros, óculos
de proteção, máscaras, luvas descartáveis, pelo menos um avental de mangas longas, punho fechado
e fechamento frontal se for necessário (item 32.2.4.7 da NR-32).
152
8. ( ) Colchões, colchonetes e demais almofadados devem ser revestidos de material lavável e im-
permeável, permitindo desinfecção e fácil higienização e o revestimento não deve apresentar furos,
rasgos ou reentrâncias (item 32.2.4.13/32.2.4.13.1 da NR-32).
9. ( ) Deve ser assegurado dispositivo de segurança no uso de materiais perfurocortantes (item
32.2.4.16 da NR-32).
11. ( ) FISPQ nos locais de trabalho onde há utilização de substância com risco químico (item 32.3.4.1.2
da NR-32).
12. ( ) Identificação do gás e presença de válvula de segurança nos cilindros (item 32.3.8.2 da NR-32).
14. ( ) Sacos plásticos branco leitoso para acondicionamento de resíduos de saúde (NBR -9191),
preenchidos até 2/3 de sua capacidade e retirados imediatamente do local após o fechamento (item
32.5.2 da NR-32).
15. ( ) Segregação dos resíduos deve ser realizada no local onde são gerados , devendo ser observa-
da a utilização de recipientes que atendam as normas técnicas da ABNT, em número suficiente para
153
o armazenamento, próximos à fonte geradora, constituídos de material lavável, resistente à puntura e
vazamento, com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, com cantos arredonda-
dos e que sejam resistentes ao tombamento, identificados e sinalizados segundo as normas da ABNT
(item 32.5.3 e alíneas a, b, c, d da NR-32).
16. ( ) Os recipientes para coleta de perfurocortantes devem ter o limite máximo de enchimento
localizado a 5 cm abaixo do bocal e devem ser mantidos em suporte exclusivo e em altura que permita
PARTE V - “CHECK LIST” PARA VERIFICAÇÃO DO CUMPRIMENTO DA NORMA REGULAMENTADORA
17. ( ) Em todos os postos de trabalho devem ser previstos dispositivos seguros e com estabilidade
que permitam aos trabalhadores acessar locais altos e sem esforço adicional (item 32.10.9 da NR-32).
18. ( ) Nos procedimentos de movimentação e transporte de pacientes deve ser privilegiado o uso
de dispositivos que minimizem o esforço realizado pelos trabalhadores (item 32.10.10 da NR-32).
19. ( ) Os equipamentos e meios mecânicos utilizados para transporte devem ser submetidos perio-
dicamente à manutenção, de forma a conservar os sistemas de rodízio em perfeito estado de funciona-
Nº 32 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO
20. ( ) Os dispositivos de ajuste dos leitos devem ser submetidos à manutenção preventiva, asse-
gurando a lubrificação permanente, de forma a garantir sua operação sem sobrecarga para os traba-
lhadores.
154
ESTABELECIMENTO: _____________________________________________________
EMPRESA: ______________________________________________________________
CNPJ: __________________________________________________________________
1. ( ) EPIs (avental de chumbo que cobre a parte da frente e das costas e até abaixo do joelho e prote-
tor de tireoide). Deve haver um kit de proteção contra radiações ionizantes em cada sala e suplementares
para o equipamento de radiologia móvel (item 32.4.3.d da NR-32).
2. ( ) Dosímetro individual de cada trabalhador exposto (deve ficar na região mais exposta do tronco e
deve ser utilizado enquanto permanecer na área controlada. Se estiver de avental, sobre o mesmo) (item
32.4.3.e da NR-32).
3. ( ) Monitoração de áreas (32.4.5; 132.186-2) e sinalização quanto aos valores das taxas de dose (Max.
5. ( ) A posição da cabine de comando deve permitir ao operador, na posição de disparo, eficaz comu-
nicação e observação visual do paciente e visualização da entrada de qualquer pessoa durante o procedi-
mento radiológico (item 32.4.15.2, alínea a, b da NR-32).
155
6. ( ) As salas de raios X /tomografia/hemodinâmica devem estar sinalizadas na face exterior das
portas de acesso com o símbolo de radiação ionizante com os dizeres “raios X, entrada restrita” ou
“raios X, entrada proibida a pessoas não autorizadas” (item 32.4.15.3 a alínea a da NR-32).
7. ( ) Devem apresentar sinalização luminosa vermelha acima da face externa da porta de acesso com
os dizeres “Quando a luz vermelha estiver acesa, a entrada é proibida” e essa sinalização luminosa deve ser
acionada durante os procedimentos radiológicos (item32.4.15.3 alínea b da NR-32).
PARTE V - “CHECK LIST” PARA VERIFICAÇÃO DO CUMPRIMENTO DA NORMA REGULAMENTADORA
8. ( ) Deve haver um equipamento de raios X por sala (item 32.4.15.3.2 da NR-32).
10. ( ) Os equipamentos móveis devem possuir cabo disparador com um comprimento mínimo de 2
metros (item 32.4.15.6 da NR-32).
Nº 32 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO
156
CÂMARA ESCURA
11. ( ) Deve dispor de sistema de exaustão de ar localizado (item 32.4.15.4.a da NR-32).
12. ( ) Deve dispor de pia com torneira (item 32.4.15.4 alínea b da NR-32).
13. ( ) Deve manter recipientes de produtos químicos(fixador e revelador) bem vedados, garantindo
14. ( ) Esses produtos devem manter a rotulagem do fabricante na embalagem original (item 32.3.1
da NR-32).
15. ( ) Deve haver EPIs: luva, avental de látex nitrílico cobrindo todo o corpo, mascara respiratória
com filtro químico, gorro para uso na manipulação desses produtos (item 32.2.4.7 da NR-32).
1. ( ) Os resíduos de saúde devem ser acondicionados em saco plástico branco leitoso (NBR -9191),
PARTE V - “CHECK LIST” PARA VERIFICAÇÃO DO CUMPRIMENTO DA NORMA REGULAMENTADORA
preenchido até 2/3 de sua capacidade e fechados de tal forma que não permita o seu derramamento,
mesmo que virados com a abertura para baixo (item 32.5.2 da NR-32).
2. ( ) O transporte manual do recipiente de segregação deve ser realizado de forma que não exista o
contato do mesmo com outras partes do corpo, sendo vedado o arrasto. Devem ser utilizados meios téc-
nicos apropriados, de modo a preservar a saúde e a integridade física do trabalhador (item 32.5.4/32.5.5
da NR-32).
3. ( ) Em todos os serviços de saúde deve existir local apropriado para o armazenamento externo dos
resíduos, até que sejam recolhidos pelo sistema de coleta externa (item 32.5.8 da NR-32).
Nº 32 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO
4. ( ) O transporte dos resíduos para a área de armazenamento externo deve ser feito através de car-
ros constituídos de material rígido, lavável, impermeável, provido de tampo articulado ao próprio corpo
do equipamento e cantos arredondados (item 325.7.a da NR-32).
5. ( ) A sala de armazenamento temporário dos recipientes de transporte deve estar devidamente
sinalizada e identificada e atender, no mínimo, às seguintes características: pisos e paredes laváveis,
ralo sifonado, pontos de água e luz, ventilação, abertura dimensionada de forma a permitir a entrada
de recipientes de transporte e a separação dos recipientes conforme o tipo de resíduo (item 32.5.6 da
NR-32).
158
6. ( ) Deve ser elaborado plano de gerenciamento de resíduos sólidos com ações preventivas e cor-
retivas a serem executadas em situações de gerenciamento incorreto ou acidentes (Lei n. 12.305/2010,
art. 13, inc. I, letra “g”; art. 20, inc. I; art. 21, inc. V).
LIMPEZA E CONSERVAÇÃO
2. ( ) Empregador deve fornecer EPIs adequados aos riscos: sapato de segurança, luvas de borracha,
avental impermeável, máscara e vestimenta de trabalho sem ônus ao trabalhador (item 6.3 da NR-6 e
32.2.4.7/32.2.4.6/32.2.4.6.1 da NR-32).
LAVANDERIAS
2. ( ) A máquinas de lavar devem ter porta dupla ou de barreira, em que a roupa utilizada é inseri-
da pela porta situada na área suja, por um operador e, após lavada, retirada na área limpa, por outro
operador. Sendo que a comunicação entre as duas áreas somente é permitida por meio de visores ou
intercomunicadores (item 32.7.2/32.7.2.1 da NR-32).
159
3. ( ) As máquinas de lavar, centrífugas e secadoras devem ser dotadas de dispositivos eletromecâ-
nicos que interrompam seu funcionamento quando da abertura de seus compartimentos (item 32.7.4
da NR-32).
4. ( ) Manter calandras com: termômetro para cada câmara de aquecimento, termostato e disposi-
tivo de proteção que impeça a inserção de segmentos corporais dos trabalhadores junto aos cilindros
ou partes móveis da máquina (item 32.7.3 e alíneas a, b, c da NR-32).
PARTE V - “CHECK LIST” PARA VERIFICAÇÃO DO CUMPRIMENTO DA NORMA REGULAMENTADORA
5. ( ) É obrigatória a existência de sistemas de exaustão mecânica na lavanderia, tanto na área “suja”
quanto na área “limpa”.
REFEITÓRIO
1. ( ) Os trabalhadores não devem deixar o local de trabalho com os equipamentos de proteção
individual e as vestimentas utilizadas em suas atividades laborais (item 32.2.4.6.2 da NR-32).
Nº 32 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO
2. ( ) Os estabelecimentos com até 300 trabalhadores devem ser dotados de locais para refeição,
que atendam aos seguintes requisitos mínimos: água potável, localização fora do posto de trabalho,
piso lavável, limpeza, arejamento e boa iluminação, mesas e assentos em número suficiente, lavatórios
nas proximidades ou no próprio local, providos de papel toalha, sabonete líquido e lixeiro com tampa
de acionamento por pedal (item 32.6.2 da NR-32).
160
ESTABELECIMENTO: _____________________________________________________
CENTRO CIRÚRGICO
1. ( ) A higienização das vestimentas utilizadas nos centros cirúrgicos e obstétricos, serviços de
5. ( ) Uso de calçados abertos, mesmo aqueles que só exponham as pontas dos pododáctilos ou o
peito de pé (32.2.4.5.e da NR-32).
6. ( ) Fornecer EPIs em número suficiente nos postos de trabalho e a sua reposição. Gorros, óculos
de proteção, máscaras, luvas descartáveis, aventais impermeáveis (item 32.2.4.7 da NR-32).
161
7. ( ) Empregador deve: garantir a conservação e a higienização dos materiais e instrumentos de
trabalho (item 32.2.4.8.a da NR-32).
8. ( ) Colchões, colchonetes e demais almofadados devem ser revestidos de material lavável e im-
permeável, permitindo desinfecção e fácil higienização e o revestimento não deve apresentar furos,
rasgos ou reentrâncias (item 32.2.4.13/32.2.4.13.1 da NR-32).
PARTE V - “CHECK LIST” PARA VERIFICAÇÃO DO CUMPRIMENTO DA NORMA REGULAMENTADORA
10. ( ) Todo recipiente contendo produto químico manipulado ou fracionado deve ser identificado,
de forma legível, por etiqueta com o nome do produto, composição química, sua concentração, data de
envase e de validade, e nome do responsável pela manipulação ou fracionamento (item 32.3.2 da NR-32).
11. ( ) FISPQ nos locais de trabalho onde há utilização de substância com risco químico (item
32.3.4.1.2 da NR-32).
Nº 32 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO
12. ( ) Identificação do gás e presença de válvula de segurança nos cilindros (item 32.3.8.2 da NR-32).
13. ( ) Armazenar os cilindros contendo gases inflamáveis, se houver (como hidrogênio e acetileno),
a uma distância mínima de oito metros daqueles contendo gases oxidantes (como Oxigênio e Óxido
Nitroso) ou através de barreiras (item 32.3.8.3 da NR-32).
14. ( ) Sacos plásticos branco leitoso para acondicionamento de resíduos de saúde (NBR -9191), preen-
chidos até 2/3 de sua capacidade e retirados imediatamente do local após o fechamento (item 32.5.2
da NR-32).
162
15. ( ) Segregação dos resíduos deve ser realizada no local onde são gerados, devendo ser observa-
da a utilização de recipientes que atendam as normas técnicas da ABNT, em número suficiente para
o armazenamento, próximos à fonte geradora, constituídos de material lavável, resistente à puntura e
vazamento, com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, com cantos arredonda-
dos e que sejam resistentes ao tombamento, identificados e sinalizados segundo as normas da ABNT
(item 32.5.3 e alíneas a, b, c, d da NR-32).
17. ( ) Em todos os postos de trabalho devem ser previstos dispositivos seguros e com estabilidade
que permitam aos trabalhadores acessar locais altos e sem esforço adicional (item 32.10.9 da NR-32).
18. ( ) Nos procedimentos de movimentação e transporte de pacientes deve ser privilegiado o uso
de dispositivos que minimizem o esforço realizado pelos trabalhadores (item 32.10.10 da NR-32).
( ) Os dispositivos de ajuste dos leitos devem ser submetidos à manutenção preventiva, assegu-
20.
rando a lubrificação permanente, de forma a garantir sua operação sem sobrecarga para os trabalhadores.
21. ( ) Teto, paredes e piso com revestimento constituído de material liso, lavável, impermeável,
íntegro e resistentes à lavagem e ao uso de desinfetantes (item 32.10.16 da NR-32).
163
22. ( ) Vestiário(barreira física) exclusivo, separado por sexo, dotado de lavatórios, área de paramen-
tação, chuveiro, vaso sanitário e armários com chave e banco para descanso (item 32.10.16 da NR-32).
23. ( ) O empregador deve providenciar locais apropriados para fornecimento de vestimentas lim-
pas e para deposição das usadas (item 32.2.4.6.3 da NR-32).
24. ( ) É proibida a saída do local de trabalho com os EPIs e as vestimentas de trabalho utilizadas nas
PARTE V - “CHECK LIST” PARA VERIFICAÇÃO DO CUMPRIMENTO DA NORMA REGULAMENTADORA
25. ( ) Todas as torneiras da pia de escovação das mãos devem dispensar o contato com as mãos
quando do fechamento da água e não pode ser do tipo de pressão com temporizador (item 32.10.16
NR-32).
SALA CIRÚRGICA
26. ( ) Não deve haver infiltrações, falhas de cobertura impermeabilizantes nas paredes das salas
Nº 32 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO
27. ( ) O ar condicionado deve ter termostato individual para cada sala (item 32.10.16 da NR-32).
28. ( ) Não deve haver gambiarras ligando vários aparelhos na mesma tomada, e todas as tomadas
devem possuir espelho (item 10.2.2 da NR-10).
164
ção dos gases ou vapores anestésicos devem constar de documento próprio que deve ficar à disposi-
ção dos trabalhadores diretamente envolvidos e da fiscalização do trabalho.
30. ( ) Os recipientes nas salas de cirurgia e de parto não necessitam de tampa (item 32.5.3.1 da
NR-32).
1. ( ) A higienização das vestimentas utilizadas nos centros cirúrgicos e obstétricos, serviços de
tratamento intensivo, unidades de pacientes com doença infectocontagiosa e quando houver conta-
to direto da vestimenta com material orgânico, deve ser de responsabilidade do empregador (item
32.2.4.6.4 da NR-32).
2. ( ) Empregador deve: garantir a conservação e a higienização dos materiais e instrumentos de tra-
balho (item 32.2.4.8.a da NR-32). Checar como é realizada a esterilização e se usa óxido de etileno.
4. ( ) Consumo de alimentos e bebidas nos postos de trabalho (item 32.2.4.5.c da NR-32).
5. ( ) Uso de calçados abertos, mesmo aqueles que só exponham as pontas dos pododáctilos ou o
peito de pé (item 32.2.4.5.e da NR-32).
165
6. ( ) Fornecer EPIs em número suficiente nos postos de trabalho e a sua reposição. Gorros, óculos
de proteção, máscaras, luvas descartáveis, aventais impermeáveis (item 32.2.4.7 da NR-32).
8. ( ) Colchões, colchonetes e demais almofadados devem ser revestidos de material lavável e im-
permeável, permitindo desinfecção e fácil higienização e o revestimento não deve apresentar furos,
rasgos ou reentrâncias (item 32.2.4.13/32.2.4.13.1 da NR-32).
9. ( ) Deve ser assegurado dispositivo de segurança no uso de materiais perfurocortantes (item
32.2.4.16 da NR-32).
10. ( ) Todo recipiente contendo produto químico manipulado ou fracionado deve ser identificado,
de forma legível, por etiqueta com o nome do produto, composição química, sua concentração, data
de envase e de validade, e nome do responsável pela manipulação ou fracionamento (item 32.3.2 da
Nº 32 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO
NR-32).
11. ( ) FISPQ nos locais de trabalho onde há utilização de substância com risco químico (item 32.3.4.1.2
da NR-32).
12. ( ) Identificação do gás e presença de válvula de segurança nos cilindros (item 32.3.8.2 da NR-32).
13. ( ) Armazenar os cilindros contendo gases inflamáveis, se houver (como hidrogênio e acetileno),
a uma distância mínima de oito metros daqueles contendo gases oxidantes (como Oxigênio e Óxido
Nitroso) ou através de barreiras (item 32.3.8.3 da NR-32).
166
14. ( ) Sacos plásticos branco leitoso para acondicionamento de resíduos de saúde (NBR -9191),
preenchidos até 2/3 de sua capacidade e retirados imediatamente do local após o fechamento (item
32.5.2 da NR-32).
15. ( ) Segregação dos resíduos deve ser realizada no local onde são gerados, devendo ser observa-
da a utilização de recipientes que atendam as normas técnicas da ABNT, em número suficiente para
16. ( ) Os recipientes para coleta de perfurocortantes devem ter o limite máximo de enchimento
localizado a 5 cm abaixo do bocal e devem ser mantidos em suporte exclusivo e em altura que per-
mita a visualização da abertura do descarte (item 32.5.3.2/32.5.3.2.1 da NR-32).
17. ( ) Em todos os postos de trabalho devem ser previstos dispositivos seguros e com estabilidade
18. ( ) Nos procedimentos de movimentação e transporte de pacientes deve ser privilegiado o uso
de dispositivos que minimizem o esforço realizado pelos trabalhadores (item 32.10.10 da NR-32).
19. ( ) Os equipamentos e meios mecânicos utilizados para transporte devem ser submetidos perio-
dicamente à manutenção, de forma a conservar os sistemas de rodízio em perfeito estado de funciona-
mento (item 32.9.4 da NR-32).
167
20. ( ) Os dispositivos de ajuste dos leitos devem ser submetidos à manutenção preventiva, as-
segurando a lubrificação permanente, de forma a garantir sua operação sem sobrecarga para
os trabalhadores.
21. ( ) Teto, paredes e piso com revestimento constituído de material liso, lavável, impermeável,
íntegro e resistentes à lavagem e ao uso de desinfetantes (item 32.10.16 da NR-32).
PARTE V - “CHECK LIST” PARA VERIFICAÇÃO DO CUMPRIMENTO DA NORMA REGULAMENTADORA
22. ( ) Vestiário (barreira física) exclusivo, separado por sexo, dotado de lavatórios, área
de paramentação, chuveiro, vaso sanitário e armários com chave e banco para descanso
(item 32.10.16 da NR-32).
23. ( ) O empregador deve providenciar locais apropriados para fornecimento de vestimentas limpas
e para deposição das usadas (item 32.2.4.6.3 da NR-32).
24. ( ) É proibida a saída do local de trabalho com os EPIs e as vestimentas de trabalho utilizadas nas
atividades laborais (item 32.2.4.6.2 da NR-32).
Nº 32 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO
25. ( ) Todas as torneiras da pia de escovação das mãos devem dispensar o contato com as mãos
quando do fechamento da água e não pode ser do tipo de pressão com temporizador (item 32.10.16
da NR-32).
168
SALA CIRÚRGICA
26. ( ) Não deve haver infiltrações, falhas de cobertura impermeabilizantes nas paredes das salas
de cirurgia (item 32.10.16 da NR-32).
27. ( ) O ar condicionado deve ter termostato individual para cada sala (item 32.10.16 da NR-32).
30. ( ) Os recipientes nas salas de cirurgia e de parto não necessitam de tampa (item 32.5.3.1 da
NR-32).
UTI
2. ( ) Lavatório exclusivo para higienização das mãos com torneiras que dispensem o contato com
as mãos quando do fechamento (32.10.15 – 132.434-9) provido com sabonete líquido, toalhas descar-
táveis e lixeira provida de sistema de abertura sem contato manual (item 32.2.4.3 da NR-32).
3. ( ) Consumo de alimentos e bebidas nos postos de trabalho (item 32.2.4.5.c da NR-32).
4. ( ) Uso de calçados abertos, mesmo aqueles que só exponham as pontas dos pododáctilos ou o
peito de pé (item 32.2.4.5.e da NR-32).
5. ( ) Todos os trabalhadores com possibilidade de exposição a agentes biológicos devem usar ves-
timentas de trabalho adequadas e em condições de conforto que devem ser fornecidas sem ônus ao
Nº 32 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO
6. ( ) Fornecer EPIs em número suficiente nos postos de trabalho e a sua reposição. Gorros, óculos
de proteção, máscaras, luvas descartáveis (item 32.2.4.7 da NR-32).
170
8. ( ) Colchões, colchonetes e demais almofadados devem ser revestidos de material lavável e im-
permeável, permitindo desinfecção e fácil higienização e o revestimento não deve apresentar furos,
rasgos ou reentrâncias (item 32.2.4.13/32.2.4.13.1 da NR-32).
9. ( ) Deve ser assegurado dispositivo de segurança no uso de materiais perfurocortantes (item
32.2.4.16 da NR-32).
11. ( ) FISPQ nos locais de trabalho onde há utilização de substância com risco químico (item 32.3.4.1.2
da NR-32).
12. ( ) Identificação do gás e presença de válvula de segurança nos cilindros (item 32.3.8.2 da NR-32).
13. ( ) Sacos plásticos branco leitoso para acondicionamento de resíduos de saúde (NBR-9191),
14. ( ) Segregação dos resíduos deve ser realizada no local onde são gerados, devendo ser obser-
vada a utilização de recipientes que atendam as normas técnicas da ABNT, em número suficiente
para o armazenamento, próximos à fonte geradora, constituídos de material lavável, resistente à
puntura e vazamento, com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, com cantos
arredondados e que sejam resistentes ao tombamento, identificados e sinalizados segundo as nor-
mas da ABNT (item 32.5.3 e alíneas a, b, c, d da NR-32).
171
15. ( ) Os recipientes para coleta de perfurocortantes devem ter o limite máximo de enchimento
localizado a 5 cm abaixo do bocal e devem ser mantidos em suporte exclusivo e em altura que permita
a visualização da abertura do descarte (item 32.5.3.2/32.5.3.2.1 da NR-32).
16. ( ) Em todos os postos de trabalho devem ser previstos dispositivos seguros e com estabili-
dade que permitam aos trabalhadores acessar locais altos e sem esforço adicional (item 32.10.9 da
PARTE V - “CHECK LIST” PARA VERIFICAÇÃO DO CUMPRIMENTO DA NORMA REGULAMENTADORA
NR-32).
17. ( ) Nos procedimentos de movimentação e transporte de pacientes deve ser privilegiado o uso
de dispositivos que minimizem o esforço realizado pelos trabalhadores (item 32.10.10 da NR-32).
18. ( ) Os equipamentos e meios mecânicos utilizados para transporte devem ser submetidos
periodicamente à manutenção, de forma a conservar os sistemas de rodízio em perfeito estado de
funcionamento (item 32.9.4 da NR-32).
19. ( ) Os dispositivos de ajuste dos leitos devem ser submetidos à manutenção preventiva, assegu-
Nº 32 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO
rando a lubrificação permanente, de forma a garantir sua operação sem sobrecarga para os trabalhado-
res (item 32.9.5 da NR-32).
172
BERÇÁRIO/UTI NEONATAL
2. ( ) Lavatório exclusivo para higienização das mãos com torneiras que dispensem o contato com
as mãos quando do fechamento (32.10.15) provido com sabonete líquido, toalhas descartáveis e lixei-
ra provida de sistema de abertura sem contato manual (item 32.2.4.3 da NR-32).
4. ( ) Uso de calçados abertos, mesmo aqueles que só exponham as pontas dos pododáctilos ou o
peito de pé (item 32.2.4.5.e da NR-32).
5. ( ) Todos os trabalhadores com possibilidade de exposição a agentes biológicos devem usar ves-
timentas de trabalho adequadas e em condições de conforto que devem ser fornecidas sem ônus ao
empregado (item 32.2.4.6/32.2.4.6.2 da NR-32).
6. ( ) Fornecer EPIs em número suficiente nos postos de trabalho e a sua reposição. Gorros, óculos
8. ( ) Colchões, colchonetes e demais almofadados devem ser revestidos de material lavável e im-
permeável, permitindo desinfecção e fácil higienização e o revestimento não deve apresentar furos,
rasgos ou reentrâncias (item 32.2.4.13/32.2.4.13.1 da NR-32).
173
9. ( ) Deve ser assegurado dispositivo de segurança no uso de materiais perfurocortantes (item
32.2.4.16 da NR-32).
10. ( ) Todo recipiente contendo produto químico manipulado ou fracionado deve ser identificado,
de forma legível, por etiqueta com o nome do produto, composição química, sua concentração, data de
envase e de validade, e nome do responsável pela manipulação ou fracionamento (item 32.3.2 da NR-32).
PARTE V - “CHECK LIST” PARA VERIFICAÇÃO DO CUMPRIMENTO DA NORMA REGULAMENTADORA
11. ( ) FISPQ nos locais de trabalho onde há utilização de substância com risco químico (item 32.3.4.1.2
da NR-32).
12. ( ) Identificação do gás e presença de válvula de segurança nos cilindros (item 32.3.8.2 da NR-32).
13. ( ) Sacos plásticos branco leitoso para acondicionamento de resíduos de saúde (NBR -9191), preen-
chidos até 2/3 de sua capacidade e retirados imediatamente do local após o fechamento (item 32.5.2
da NR-32).
14. ( ) Segregação dos resíduos deve ser realizada no local onde são gerados , devendo ser observa-
Nº 32 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO
da a utilização de recipientes que atendam as normas técnicas da ABNT, em número suficiente para
o armazenamento, próximos à fonte geradora, constituídos de material lavável, resistente à puntura e
vazamento, com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, com cantos arredonda-
dos e que sejam resistentes ao tombamento, identificados e sinalizados segundo as normas da ABNT
(item 32.5.3 e alíneas a, b, c, d da NR-32).
15. ( ) Os recipientes para coleta de perfurocortantes devem ter o limite máximo de enchimento
localizado a 5 cm abaixo do bocal e devem ser mantidos em suporte exclusivo e em altura que permita
a visualização da abertura do descarte (item 32.5.3.2/32.5.3.2.1 da NR-32).
174
16. ( ) Em todos os postos de trabalho devem ser previstos dispositivos seguros e com estabilidade
que permitam aos trabalhadores acessar locais altos e sem esforço adicional (item 32.10.9 da NR-32).
17. ( ) Nos procedimentos de movimentação e transporte de pacientes deve ser privilegiado o uso de
dispositivos que minimizem o esforço realizado pelos trabalhadores (item 32.10.10 da NR-32).
18. ( ) Os equipamentos e meios mecânicos utilizados para transporte devem ser submetidos perio-
19. ( ) Os dispositivos de ajuste dos leitos devem ser submetidos à manutenção preventiva, assegu-
rando a lubrificação permanente, de forma a garantir sua operação sem sobrecarga para os trabalha-
dores (item 32.9.5 da NR-32).
1. ( ) Manter área exclusiva e com acesso restrito aos profissionais diretamente envolvidos para o
preparo desses medicamentos (item 32.3.9.4.1 da NR-32).
2. ( ) A área para manipulação de quimioterápicos deve dispor de: vestiário de barreira com dupla
câmara; sala de preparo de quimioterápicos; local destinado para atividades administrativas; local para
PARTE V - “CHECK LIST” PARA VERIFICAÇÃO DO CUMPRIMENTO DA NORMA REGULAMENTADORA
3. ( ) O vestiário deve dispor de: pia e material para lavar e secar as mãos; lava olhos; chuveiro de
emergência; EPIs e vestimentas para uso e reposição; armários para guarda de pertences; recipientes
para descarte de vestimentas usadas (item 32.3.9.4.2 da NR-32).
5. ( ) Dotar a sala de preparo desses medicamentos de cabine de segurança biológica classe II B2
Nº 32 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO
que deve ter: suprimento de ar necessário ao seu funcionamento; posicionado de forma a evitar for-
mação de turbulência aérea (item 32.3.9.4.5 da NR-32).
6. ( ) Fornecer avental de material impermeável com frente resistente e fechado nas costas, manga
comprida e punho justo, além de dispositivo de segurança que minimize a geração de aerossóis e a
ocorrência de acidentes durante a manipulação e a administração (item 32.3.9.4.6 alíneas d, e da NR-
32).
7. ( ) Disponibilizar um kit para a contenção de derramamentos (com no mínimo, luvas descartáveis,
avental impermeável, máscara respiratória, óculos de proteção, compressas absorventes, sabão, reci-
176
piente identificado para recolhimento de resíduos e descrição do procedimento) com orientação dos
profissionais envolvidos (enfermeiros e técnicos, farmacêuticos e profissionais da limpeza) sobre seu
uso (item 32.3.9.4.9.3 e 32.3.10.1 alínea d da NR-32).
LABORATÓRIOS
2. ( ) Consumo de alimentos e bebidas nos postos de trabalho (item 32.2.4.5.c da NR-32).
3. ( ) Uso de calçados abertos, mesmo aqueles que só exponham as pontas dos pododáctilos ou
o peito de pé (32.2.4.5.e).
4. ( ) Todos os trabalhadores com possibilidade de exposição a agentes biológicos devem usar ves-
5. ( ) Fornecer EPIs em número suficiente nos postos de trabalho e a sua reposição. Gorros, óculos
de proteção, máscaras, luvas descartáveis (item 32.2.4.7 da NR-32).
6. ( ) Deve ser assegurado dispositivo de segurança no uso de materiais perfurocortantes (item
32.2.4.16 da NR-32).
177
7. ( ) Todo recipiente contendo produto químico manipulado ou fracionado deve ser identificado,
de forma legível, por etiqueta com o nome do produto, composição química, sua concentração, data de
envase e de validade, e nome do responsável pela manipulação ou fracionamento (item 32.3.2 da NR-32).
8. ( ) FISPQ nos locais de trabalho onde há utilização de substância com risco químico (item
32.3.4.1.2 da NR-32).
PARTE V - “CHECK LIST” PARA VERIFICAÇÃO DO CUMPRIMENTO DA NORMA REGULAMENTADORA
9. ( ) Sacos plásticos branco leitoso para acondicionamento de resíduos de saúde (NBR -9191),
preenchidos até 2/3 de sua capacidade e retirados imediatamente do local após o fechamento (item
32.5.2 da NR-32).
10. ( ) Segregação dos resíduos deve ser realizada no local onde são gerados, devendo ser obser-
vada a utilização de recipientes que atendam as normas técnicas da ABNT, em número suficiente
para o armazenamento, próximos à fonte geradora, constituídos de material lavável, resistente à
puntura e vazamento, com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, com cantos
arredondados e que sejam resistentes ao tombamento, identificados e sinalizados segundo as nor-
mas da ABNT (item 32.5.3 e alíneas a, b, c, d da NR-32).
Nº 32 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO
11. ( ) Os recipientes para coleta de perfurocortantes devem ter o limite máximo de enchimento
localizado a 5 cm abaixo do bocal e devem ser mantidos em suporte exclusivo e em altura que permita
a visualização da abertura do descarte (item 32.5.3.2/32.5.3.2.1 da NR-32).
12. ( ) Em todos os postos de trabalho devem ser previstos dispositivos seguros e com estabilidade
que permitam aos trabalhadores acessar locais altos e sem esforço adicional (item 32.10.9 da NR-32).
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ISBN 978-85-68203-01-9
9 788568 203019