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MATERIAIS BETUMINOSOS

Impermeabilização Pavimentação

1) Compostos essencialmente de BETUME


 Definição da ABNT: TB-27 (NBR 7208): " Betume é uma mistura de hidrocarbonetos de
consistência sólida, líquida ou gasosa, de origem natural ou pirogênica, complemente solúvel em
dissulfeto de carbono, freqüentemente acompanhado de seus derivados não-metálicos. "

 Definição da ASTM: " Betume é uma mistura de hidrocarbonetos pesados, obtidos em estado
natural ou por diferentes processos físicos ou químicos, com seus derivados de consistência
variável e com poder aglutinante e impermeabilizante, sendo complemente solúvel no bissulfeto de
carbono."

 É muito difícil conseguir duas porções de betume absolutamente iguais: sempre há


variações entre os hidrocarbonetos presentes ou nas proporções.

 Características fundamentais do betume:


a) É um aglomerante.
b) É hidrófugo: repele a água e não se dissolve nela.
c) É sensível à temperatura: funde e solidifica facilmente.
d) É quimicamente inerte: pode ser usado como revestimento de proteção (Ex.: metais).
e) É fácil de se obter em grandes quantidades e o preço é baixo.

 Inconvenientes:
a) Baixo ponto de fusão (amolecimento): deformação fácil.
b) Torna-se quebradiço quando envelhece devido à oxidação e à evaporação dos constituintes que
conferem a plasticidade.

2) Materiais Betuminosos Básicos


São composições de betumes em outras substâncias: argilas, areias, óleos, solventes, graxas,
etc.

 ASFALTO
- Definição da ABNT: TB-27 (NBR 7208): " É um material sólido ou semi-sólido, de cor entre
preta e pardo escura, que ocorre na natureza ou é obtido pela destilação do petróleo, que funde
gradualmente pelo calor, e no qual os constituintes predominantes são os betumes."
- Constituido por betume + argilas, siltes, areias, impurezas minerais e orgânicas, etc.
- Encontrados no solo (asfaltos nativos ou naturais) ou obtidos durante a industrialização do
petróleo (asfaltos de petróleo ou pirogenados).
- Materiais derivados do asfalto
* Asfaltos diluídos ou soluções asfálticas: asfaltos dissolvidos em solventes orgânicos
(gasolina, querosene ou óleo mineral).
* Emulsões asfálticas ou hidroasfaltos: asfaltos “diluídos” em água.

 Alcatrões: são obtidos por pirogênese (aquecimento) de hulha, madeira, turfa, linhito, etc.
São misturas de betumes com substâncias encontradas nos vegetais (essências); em desuso no
Brasil.
- Na construção, a TB-27 (NBR 7208) só aceita o alcatrão de hulha para uso em pavimentação.
- Eles possuem um teor de carbono livre maior do que nos asfaltos e menos hidrocarbonetos
complexos gerando uma diminuição da solubilidade no dissulfeto de carbono e um aumento da
fluidez em temperaturas mais baixas.

 Os cimentos asfálticos são asfaltos sólidos ou semi-sólidos de consistência adequada à


pavimentação.
 Os asfaltos modificados são asfaltos com substâncias destinadas a modificar um pouco o seu
comportamento normal (adição de alcatrões e (ou) polímeros).

I- Propriedades dos materiais betuminosos

I.1- Características dos betumes


→ Alta força adesiva: são materiais aglomerantes como o cimento ou a cal MAS não precisam
de água para a reação de endurecimento (ao contrario, a umidade prejudica)
No caso do cimento e da cal, o endurecimento ocorre por reações químicas e a dureza
permanente e irreversível. Enquanto, no caso dos materiais betuminosos, o endurecimento só
ocorre por fenômenos físicos; eles amolecem com o calor e endurecem com o resfriamento.
→ Baixo ponto de fusão: são bastante sensíveis à variações de temperatura; de uma maneira geral:
T°C < 10 são sólidos 10 < T°C < 50 são viscosos
T°C > 50 são fluidos T°C < 0 são quebradiços
→ Hidrofugantes (repelem a água); são impermeáveis, mas com espessura adequada
→ Quimicamente inertes com a maioria dos materiais usados na construção.
→ Muito plásticos na temperatura adequada: moldam-se com pequenas pressões.
→ Envelhecem quando exposto ao ar livre ou ao calor levando a uma perda das propriedades
características, principalmente a plasticidade).
→ Más condutores do calor, da eletricidade e do som.
→ Ardem com chama longa e fumaça preta e espessa; incendeiam-se com facilidade
→ Relativamente baratos: são subprodutos de fabricação de outros materiais ou é encontrado
naturalmente.
→ Todos os hidrocarbonetos de betume são solúveis no dissulfeto de carbono.
→ São compostos por até 10000 substâncias diferentes; os elementos de base são carbono
(80%) hidrogênio (10%) e outros elementos (10%).
I.2- Envelhecimento
É o processo de perda da plasticidade, da aderência e da impermeabilidade quando o
material é exposto diretamente à intempérie (quando protegidos, eles podem conservar sua
composição e propriedades por anos); o envelhecimento se dá por:
- Causas físicas: com a evaporação dos componentes oleosos leves responsáveis pela plasticidade.
- Causas químicas: com a oxidação dos constituintes gerando formação de CO2 e H2O que
evaporam, e de álcoois e acetonas que são levados pelas chuvas.
O envelhecimento se inicia pelas camadas superficiais com formação de uma crosta dura mas
o processo continua (pela migração dos óleos internos até a superfície) com intensidade
decrescente até que uma camada externa seja suficientemente grossa para interompê-lo.

I.3- Densidade
Ela varia entre 0,9 e 1,4 kg/dm3 e permite uma avaliação grosseira da pureza do material assim
como controlar a uniformidade ou constância de propriedades em diferentes partidas de
fornecimento.
Sua determinação pode ser realizada segundo dois métodos:
 Por pesagem hidrostática (método ASTM D70):

A medição é feita a 25 °C e a densidade será: D = M/m

 Pelo ensaio do picnômetro; existe dois métodos segundo a consistência do material:


a) Material betuminoso com consistência fluida
1- Pesar o picnômetro limpo e seco: m0
2- Encher com água destilada e colocá-lo num banho a 25 oC por um tempo > 30 mn
3- Pesar o picnômetro com água após secar seu exterior: ma
4- Colocar a amostra no picnômetro cuidadosamente para que não seja incorporado
ar na massa: mb
A densidade será: D = mb - m 0
ma - m 0
b) Material betuminoso semi-sólido
1- Repetir os passos 1, 2 e 3 do item anterior obtendo assim m’0 e m’a
2- Aquecer a amostra até o material fique suficientemente fluido e enche-se
o picnômetro até a metade.
3- Esfria-se o picnômetro até a temperatura de 25oC e pesa-se: m’b
4- Completa-se com água destilada e mantém-se num banho de água a 25oC
5- Seca-se exteriormente, e pesa-se: m’c
’ ’ ’
A densidade será: D = mb - m0
’ ’ ’ ’
(m a - m 0) - (m c - m b)
I.4- Dureza
É a resistência que os materiais betuminosos opõem à penetração ou risco.
Betumes têm pouca dureza mas sua medida permite estabelecer uma classificação.
Ela é medida pelo índice de penetração: MB 107 (NBR 6576): o ponto de penetração é a
profundidade que uma agulha padrão com diâmetro de 1 mm penetra na amostra (em 1/10 mm) em
condições padronizadas de carga (Ex.: 100 g.), temperatura (Ex.: 25oC) e tempo de aplicação da
carga (Ex.: 5 s.); serão feitas 3 medidas.

As outras condições recomendas pela norma em função da consistência do material são: carga de
200 g. durante 60 s. a 0oC ou caraga de 50 g. durante 5 s. a 46,1oC

Procuram-se asfaltos que apresentam bastante dureza depois de aplicados, para resistir às
deformações causadas pelo tráfego e compressão.
Mas, um material com maior dureza apresentará:
- uma menor plasticidade: ruim para impermeabilização, o material tornando-se mais quebradiço
- um maior ponto de amolecimento: ruim para o trabalho de aplicação (será necessário um maior
aquecimento)

I.5- Viscosidade
É a resistência à deformação oposta por um fluido à ação de uma força (resistência ao
escoamento); é a conseqüência do atrito interno que se opõe à fluidez.

Pode ser medida segundo dois métodos:


a) Medida do tempo que uma determinada quantidade de material leva para escoar através de um
orifício padrão a uma temperatura estabelecida pelo método.
O equipamento utilizado é o viscosímetro Saybolt-Furol: MB-517 e MB-581
É medido o tempo necessário para encher um frasco de 60 ml de material betuminoso saindo do
orifício de um tubo com dimensão padronizadas numa temperatura determinada: quanto mais
longo o tempo de escoamento, maior a viscosidade do produto asfáltico e mais próximo estará
da consistência semi-sólida.
Observação: devido à ampla escala de viscosidades dos materiais betuminosos, não se encontrou
ainda um viscosímetro padrão; então, as normas permitem ensaios a 50, 60, e 82 oC no caso de
materiais ainda muito viscosos nas temperaturas mais baixas.

b) Medida da viscosidade cinemática que relaciona a adesão do fluido às paredes do recipiente


com a sua densidade.
A viscosidade cinemática (MB-293) é o quociente entre a viscosidade dinâmica e a densidade do
líquido em exame em m2/s ou stokes (1 m2/s = 1 stoke).
A viscosidade dinâmica é força tangencial que opõe um líquido colocado entre dois planos cujo
um avança em Ns/m2 ou poise (1 Ns/m2 = 1 poise):

É medido o tempo de escoamento do líquido por dentro de um tubo capilar sob determinadas
condições de temperatura e desnível; cada tipo de viscosímetro têm um fator de conversão que
permite transformar o tempo de escoamento em unidades de viscosidade (geralmente em
centistokes):
A NB-105 apresenta tabelas que permitem a conversão da viscosidade Saybolt-Furol em
viscosidade cinemática.

I.6- Ponto de amolecimento


É a temperatura em que o material betuminoso torna-se mole
Quando mais alto, ele melhora as condições de uso do material:
- Não amolecerá nos dias quentes; bom p/ uso em pavimentação e impermeabilização
- Mas, necessitará mais calor para a aplicação: o material deverá ser colocado e compactado mais
rapidamente antes que esfrie e endurece.
Ele aumenta com o aumento da dureza: mais um revestimento asfáltico resiste ao calor, mais ele
resistirá aos esforços mecânicos; mas, em contrapartida, se ele é mais duro, então será mais
quebradiço e frágil ...
O ponto de amolecimento é medido pelo método do anel e bola (MB-164):
1) A amostra fundida é moldada num anel de latão
2) Após esfriamento, o anel é colocado num suporte junto com uma esfera de aço em cima do
material betuminoso
3) O conjunto é colocado num banho de etileno glicol que será aquecido
4) Com o aumento de temperatura, o material betuminoso vai amolecer, e para uma certa
temperatura, ele vai “cair” junto com a esfera no fundo do suporte; a temperatura para a qual
isto ocorre, é a temperatura ou ponto de amolecimento
I.7- Ductilidade
É a capacidade dos materiais sofrerem alongamento sem se romperem; é uma forma de
medir a plasticidade.
Uma certa ductilidade é necessária para que o material possa "acompanhar" as variações
dimensionais de outros materiais nos quais ele está aplicado sem fissurar ou gretar:
- uma baixa ductilidade pode levar à ruptura por tração do material betuminoso devido à
dilatação do material de suporte.
- uma ductilidade excessiva pode gerar ondulações nos pavimentos devidas ao tráfego.
O ensaio (MB-167) consiste na medida da distância, em cm, que um corpo de prova padrão, de
forma semelhante a um “8” pode se distender antes da ruptura (seção 1 cm2, velocidade de tração 5
cm/mn, 25oC ):

A ductilidade aumenta quando a temperatura e o ponto de penetração aumentam e quando a


viscosidade diminui.
I.8- Ponto de Fulgor e de Combustão
O ponto de Fulgor é a temperatura para a qual os gases emanados de um material betuminoso
fazem uma rápida explosão ao contato de uma chama-piloto.
O ponto de combustão é a temperatura para a qual a amostra, após inflamar-se com a chama-
piloto, continua queimar-se no mínimo por 5 segundos.
O ponto de combustão é situado um pouco acima do ponto de Fulgor.
O conhecimento do ponto de Fulgor é importante em termos de segurança dos trabalhos: ele
limita a temperatura de aquecimento para evitar a inflamação e explosão.
O ponto de Fulgor aumenta com o aumento do ponto de amolecimento.
Determinação dos pontos de Fulgor e de combustão
- O processo do vaso aberto Cleveland (MB-50) é usado para asfaltos com Ponto de Fulgor >
80oC: a amostra é submetida a uma marcha de aquecimento normalizada e, de tempos em tempos é
passada uma pequena chama de tamanho padrão sobre amostra; o ponto de Fulgor será a
temperatura pela qual ocorra o primeiro lampejo e o ponto de combustão será a temperatura pela
qual a amostra se inflame e fica acesa 5 s.

- O processo do vaso aberto Tag (ASSHO-T79) é usado para asfaltos diluídos que inflamam-se
para temperaturas mais baixas (< 80oC): o método é idêntico ao processo Cleveland, mas, neste
caso, a amostra é colocada no banho-maria.

I.9- Análise sumária da constituição


São ensaios realizados quando se quer obter mais informações sobre a natureza físico-
química e o grau de pureza do material betuminoso.

1) Determinação do teor de betume total


- Solubilidade no dissulfeto de carbono CS2: o betume é constituído de materiais inteiramente
solúveis no dissulfeto de carbono. Este ensaio representa um modo de determinar se há impurezas
ou materiais estranhos no betume: todo material que não se dissolve não será betume, mas, nem
todos os compostos solúveis no CS2 são betume. Um bom asfalto é solúvel a 99,5 % no CS2.
- Solubilidade no tetracloreto de carbono CCl4: o CCl4 dissolve todos os compostos de betume
exceto os carbenos.
- Ensaio (MB-166): a amostra é pesada e é colocado solvente em excesso; quando não se consegue
mais dissolver nada, a solução é filtrada. O resíduo que não passar no filtro é seco e pesado dando
a percentagem de impureza na amostra.

2) Ensaio de perda por aquecimento (evaporação) : consiste na determinação do teor de


materiais voláteis do betume dando uma ideia da rapidez de envelhecimento.
É determinado pelo ensaio da película delgada: o material é colocado num recipiente de maneira
a ter uma espessura de cerca de 3 mm e, é feito um ensaio de penetração por agulha. Em seguida, a
amostra é colocada em estufa a 163oC durante 5 horas e depois de resfriada, é feito uma novo
ensaio de penetração por agulha. A diferença entre as duas medidas dá a percentagem de perda
por aquecimento.
3) Teor de cinza (MB-47) ou determinação da percentagem de material não orgânico.
Consiste na calcinação da amostra com un jato de fogo até peso constante: o resíduo será composto
por minerais não participantes do betume.

4) Ensaio de destilação (asfaltos diluídos, emulsões asfálticas e alcatrões)


Consiste na determinação da quantidade e tipo de resíduo que tais materiais podem deixar por
volatilização de seus componentes.
A amostra é aquecida em um aparelho de destilação até 360°C; o resíduo final é submetido a
outros ensaios tais como consistência, betume total, penetração, ductilidade, etc. permitindo uma
classificação do material ensaiado.

5) Teor de água (MB-37): determinação da quantidade de água infiltrada.


É feito um ensaio de destilação: no balão são colocados a amostra pesada com um solvente
(nafta: 100ml); no aquecimento, o solvente arrasta a água do betume que se condensa no outro
recipiente.

II- Cimentos Asfálticos


São betumes de alto peso molecular quase puros ou com alguma mistura de material mineral
(siltes, areias, argilas, terras)
Os asfaltos podem ser nativos ou de petróleo:
- São materiais termoplástico, de componentes poliméricos
- São sólidos ou quase à temperatura ambiente
- Tornam-se fluido com o aquecimento e no resfriamento, endurece novamente; este processo pode
ser repetido tantas vezes quanto se deseje mas, atenção ao envelhecimento

II.1- Cimentos Asfálticos Nativos (CAN)


São asfaltos encontrados na natureza, geralmente associado a materiais minerais ou água;
podem ser extraídos a partir de:
1) Rochas asfálticas: são rochas sedimentarias areníticas ou calcária impregnadas com asfalto com
teores variando de 6 a 30%. O asfalto é extraído pela fragmentação e aquecimento das rochas que
afundam; o asfalto sobrenada e, em seguida, é refinado.
2) Depósitos, jazidas que formam verdadeiros lagos endurecidos de asfalto. O material extraído
contém asfalto com teores variando de 40 a 60%. Depois do refino, o teor em asfalto pode atingir
95%.
A EB-94 classifica os asfaltos nativos de petróleo em 9 tipos de acordo com o ponto de
penetração em 1/10 mm (Ver Tabela 25.5)

II.2- Cimentos Asfálticos de Petróleo (CAP)


São subprodutos da destilação do petróleo constituídos pelos hidrocarbonetos mais pesados:

O asfalto não é o resíduo ultimo da destilação do petróleo, ele pode ser ainda fracionado para
dar graxas, óleos pesados, negro de fumo, piche, breu, etc.
Eles apresentam um teor maior de betume que os CAN e são mais voláteis
(resíduo mineral menor).
1) Cimentos Asfálticos de Petróleo para utilização em pavimentação
As Normas Brasileiras (TB-27) chamam de cimento asfáltico preparado de petróleo (CAP), o
asfalto obtido especialmente para apresentar as qualidades e consistência própria para uso direto na
construção de pavimento
A EB-78 classifica os Cimentos Asfálticos de Petróleo para utilização em pavimentação
segundo a consistência medida:
* pela viscosidade cinemática  Ver quadro 1
* pelo índice de penetração (IP)  Ver quadro 2
Observação: o índice de Susceptibilidade Térmica liga o ponto de amolecimento com o ponto de
penetração.
2) Cimentos Asfálticos de Petróleo para utilização em impermeabilização
É utilizado o asfalto oxidado ou soprado: que é obtido fazendo-se passar uma corrente de ar
sobre o asfalto aquecido a 200oC ocorrendo assim uma polimerização dos resíduos e redução do
oxigênio com aumento dos asfaltenos gerando um aumento de viscosidade. É um asfalto
envelhecido artificialmente que tem:
* Uma consistência mais dura * Menor poder aglutinante e adesividade
* Menor sensibilidade à temperatura * Menor contração e fissuramento na aplicação
Ele é recomendado para impermeabilizações e não deve ser usado em pavimentação devido a
uma perda de suas propriedades aglomerantes.
A EB-635 classifica os asfaltos (oxidados) para Impermeabilizações na Construção Civil em três
tipos segundo sua aplicação:
Tipo I Tipo II Tipo III
Ponto de amolecimento 60 a 75 °C 75 a 95 °C 95 a 105 °C
Ponto de penetração 25 a 40 20 a 35 15 a 25
Ductilidade mínima 5 cm 5 cm 5 cm
Solubilidade mínima no CS2 99 % 99 % 99 %
Ponto de Fulgor mínimo 230 °C 230 °C 230 °C
Perda máx. por aquecimento (5 horas a 1% 1% 1%
163 °C)
Fundações Intermediário Coberturas

III- Materiais derivados dos asfaltos


CAN e CAP apresentam diversos problemas na hora da aplicação:
São sólidos nas temperaturas ambientes normais: então precisam ser aquecido a altas
temperaturas antes da aplicação;
Não aderem às superfícies úmidas: necessitam superfícies bem secas;
São muito viscoso: apresentam dificuldades para penetrar nos poros dos materiais da base.
Solução: uso de asfaltos "dissolvidos": líquidos ou frios
- que são líquidos ou quase nas temperaturas ordinárias (menos viscosos)
- que solidificam só depois de aplicados
São: * os asfaltos diluídos ou soluções asfálticas (em solventes orgânicos)
* as emulsões asfálticas ou hidroasfaltos (em água com um artifício químico)

III.1- Asfaltos diluídos


São chamados também soluções asfálticas, asfaltos recortados ou "cut-backs"
São obtidos com a adição de um solvente ou diluente aos CAP obtendo assim uma tinta preta
com viscosidade dependendo da quantidade e tipo de solvente e que, quando protegida do ar,
permanece líquida por muito tempo.
Na aplicação, o solvente evapora e ocorre deposição do asfalto (são aplicados em temperaturas
mais baixas que os CAP).
Dependendo do tipo de solvente, eles aderem em superfícies úmidas, no entanto, não se aplicam
em dias de chuva, com temperatura ambiente inferior a 10oC e em superfícies molhadas.
Os asfaltos diluídos são classificação em função do tempo de cura que é o tempo necessário
para que, numa fina película, o diluente evapore, deixando somente o asfalto:
- Cura rápida (ADR, CR ou RC); solvente: naftas leves (gasolina)
- Cura média (ADM, CM ou MC); solvente: querosene
- Cura lenta (ADL, CL ou SC); solvente: óleos pesados ou óleo diesel
Propriedades (comparadas com os asfaltos puros CAP):
- Menor plasticidade, poder aglutinante e ponto de Fulgor
- Envelhecem mais rapidamente
- Mais permeáveis
- Mais “finos” (menos viscosos): penetração mais fácil nos poros e capilares do concreto,
argamassas ou madeiras
- Boa aderência aos metais
Principais usos: pintura primária na aplicação de asfaltos puros (CAP) em pavimentação e
impermeabilização, tinta antioxidante para metais, tinta preservadora de madeira.
1) Classificação p/ uso em pavimentação: é feita segundo a viscosidade cinemática mínima: ver
quadros 3 (CR) e 4 (CM). É a classificação adotado pelo DNER
Tipo Asfalto Diluente
30 52 % 48 %
70 63 % 37 %
250 70 % 30 %
2) Classificação p/ uso em impermeabilização: é feita segundo o tempo de cura e a
percentagem de solvente: ver tabelas 25-7 (CR), 25-8 (CM) e 25-9 (CL)
III.2- Emulsões asfálticas ou hidroasfaltos
São asfaltos emulsionados na água com auxílio de uma substância emulsionante (substância
tensoativa → sabão):
Mistura de asfalto com água sem emulsionante Mistura de asfalto com água sem emulsionante

O produto obtido fica com 40-70 % de asfalto, 1-2% de emulsionante e o restante de água.

Obtenção: mistura do emulsionante e água a 90oC com um fino jato de asfalto a 120oC em
misturadores (baixa velocidade) ou homogeneizadores (alta velocidade).
Ocorre a formação da emulsão composta por microgotas de asfalto com o agente
emulsionante (diâmetro entre 1 e 15 µm) dispersas na fase continua de água:

As emulsões asfálticas são líquidas na temperatura ambiente: elas perdem a água com o tempo,
depositando o asfalto e podem ser aplicadas a frio e também sobre superfícies úmidas.
Comparado com o asfalto puro (CAP): elas têm maior plasticidade inicial e maior aderência mas
apresentam menor resistência mecânica e o resíduo de soda (que vem do sabão) pode atacar alguns
materiais em contato.
É um material já envelhecido devido ao processo de obtenção durante o qual ocorre a perda de
muitos componentes voláteis.
A emulsões asfálticas são classificadas em duas grandes famílias:
1) Emulsões aniônicas (em desuso): nas quais o agente emulsionante possui uma "cabeça" com
carga negativa (Ex.: oleato de sódio, resinato de potássio). Além da função emulsificante,
apresenta boa adesão com agregados de natureza básica (calcários e dolomitas)

2) Emulsões catiônicas (mais usadas): nas quais o agente emulsionante possui uma "cabeça" com
carga positiva (Ex.: sais de amina ou de poliaminas graxas). Apresentam boa adesão com os
agregados de natureza ácida que são os mais comuns (granitos, quartzitos, etc.).
As Normas Brasileiras classificam as emulsões asfálticas para pavimentação em função do
tempo de ruptura que é o tempo necessário para que se separem as fases aquosas e sólidas que
pode ser visualizada por uma mudança de cor que passa de marrom escura para preta. Depois deve-
se deixar curar entre 10 a 12 horas para a evaporação da água. Temos as emulsões asfálticas de:
- Ruptura rápida (RR) com tempo de ruptura de 40 minutos:

- Ruptura média (RM) com tempo de ruptura de 2 horas:

- Ruptura lenta (RL) com tempo de ruptura de 4 horas:

Principais usos das emulsões: primer (pavimentação e impermeabilização),


impermeabilização de madeiras, proteção de metais, impermeabilização em geral.
Caso especial: emulsões para lamas asfálticas: são misturas de emulsão asfáltica, agregados
miúdos, fíler, água, cimento ou cal usadas para capear estradas, para sua conservação, acabamento
ou rejuvenecimento de pavimentos degradados:

III.3- Feltro asfáltico


É uma mistura de aparas de papel, algodão e celulose embebida de asfalto na forma de uma
folha de cartolina preta normalmente vendida em bobinas.
Principal aplicação: em impermeabilização como reforço.
Fabricação: é obtido fazendo passar o feltro dentro de um tanque de asfalto quente; o grau de
impregnação depende da velocidade de passagem do feltro no tanque.
A norma EB-636 "Feltros Asfálticos para Impermeabilização na Construção Civil" os classifica
em dois grupos:
1) Os “250/15”: para impermeabilizações comuns
2) Os “500/30”: em casos de alta pressão hidráulica combinado com a necessidade de alta
durabilidade (para obras de alta responsabilidade como por exemplo metrôs e subterrâneos).
* O “250” da sigla 250/15 quer dizer que o papelão usado é de 250 g/m 2 antes de receber o
asfalto e passa para um peso de 550 g/m2 depois de saturado pelo asfalto (500 g/m2 para 1100
g/m2 no caso do 500/30).
* O “15” da sigla 250/15 quer dizer que uma tira de 5 cm de largura deve ter resistência
suficiente para suportar um peso de 15 kgf com um alongamento mínimo de 2%.
* Não devem apresentar trincas e rachaduras quando dobrados a 90o (mesmo a 0 oC).
* Ponto de amolecimento fica entre 35 e 65 oC.
* Eles não devem apresentar pontos sem saturação, nem desagregação, poeiras, bordas
fissuradas ou irregulares, quebraduras, fissuras ou rachaduras.
* Não pode ser recoberto com mica, talco, areia ou outras substâncias que possam diminuir sua
adesão ao asfalto de impermeabilização.
* Geralmente vendido em bobinas de 1 m de largura e 40 m de comprimento.

III.4- Feltros mineralizados e cartões prensados


Feltros mineralizados: são feltros asfálticos recobertos com pedrisco, fíler, talco ou mica e depois
prensados dando placas quase rígidas (servem como cobertura) que podem ser planas (telhado
mineralizado) ou onduladas (telhas asfálticas).
Atenção: não podem ser usados como reforço de impermeabilização
Cartões prensados: impregnação com asfalto de chapas de juta, de fibras de vidro ou metal.
Placas prensadas: placas de asfalto misturado com carga inorgânica e depois prensadas.

IV- Alcatrões e derivados


São materiais betuminosos que resultam da condensação de matérias gasosas produzidas na
destilação seca (sem ar) da hulha, turfa, linhito, graxas, etc.
Fabricação (destilação destrutiva): o carvão é aquecido a 1200oC (sem ar) e se plastifica; o
alcatrão gasoso sai do forno a 600-700oC e é condensado a 86oC por jatos de licor amoniacal; é
obtido assim o alcatrão bruto que após redestilação, refina e retificação dá o alcatrão de
destilação que é classificado em 14 tipos segundo a viscosidade (ver tabela 25-15)

As temperaturas de aplicação são:


* RT-1 e RT-2: 15 a 50oC * RT-3 até RT-6: 25 a 65oC
* RT-7 até RT-9: 65 a 110oC * RT-10 até RT-12: 80 a 120oC
Comparado aos asfaltos, eles têm:
- Maior teor de constituintes leves voláteis ou líquidos voláteis então serão mais fluidos e
plásticos;
- Melhor adesividade aos agregados e aos materiais que serão revestidos devido à maior “finura”,
melhorando as características aglomerantes;
- Maior sensibilidade à temperatura; serão mais moles quando quentes e mais duros a baixas
temperatura;
De uma maneira geral, são mais fáceis de aplicar e penetram mais do que os asfaltos, mas, a faixa
de temperatura de aplicação é muito estreita.
Servem mais como coadjuvante nas pavimentações e impermeabilizações asfálticas e em
mástiques para calafetagens (tornando mais maleáveis os asfaltos muito duros).
 O piche é obtido a partir dos resíduos finais de destilação de alcatrões e de diversas substâncias
orgânicas (petróleo, resinas, etc); ele é composto por uma mistura de betume (entre 11 e 17%) e
com muito resíduos de argila, pedriscos, etc.
- É um material sólido ou quase sólido (de cor preta) nas temperaturas ordinárias
- Ele funde desuniformemente deixando nódulos e grãos no seu seio
- Existe sob três tipos: mole, semi-duro e duro
- Não é usado diretamente em impermeabilização; ele pode ser empregado como correção dos
asfaltos muito fluidos e em mastiques.
 O breu é o resíduo da destilação do piche que perdeu quase todo seu betume, ele tem aparência
vítrea, grande dureza e é sólido a temperatura ordinária (mástiques); é usado como corretivo na
preparação de massas de calafetar.

V- Misturas betuminosas
Os materiais betuminosos podem ser misturados entre si ou com outros materiais quando se
deseja modificar algumas propriedades

1) Adição de 15 a 20% de alcatrão ao asfalto melhora a aderência aos agregados,

2) Materiais betuminosos filerizados


Fíler é un pó mineral de grande finura: calcários, pós de pedra, carvão, cinzas volantes, micas,
talcos, amianto, cimento, etc.
A adição de 15 a 40% de fíler no asfalto geralmente:
- aumenta a viscosidade
- diminui a sensibilidade a temperatura
- torna o envelhecimento mais lento: os constituintes oleosos ficam retidos pelas partículas de
fíler (adsorção) que os devolve quando o material betuminoso vai perdendo os que havia
conservado

3) Asfaltos modificados (asfalto-polímero)


São dispersões dos CAP com polímeros (podendo ou não envolver reação química para sua
estabilização). O CAP deve ser compatível com o polímero.
- Polímeros geralmente usados
SBS (copolímero de estireno butadieno) APP (polipropileno atático)
SBR (borracha de butadieno estireno) Resinas epóxi e poliuretanas
EVA (copolímero de etileno acetato de vinila) Polietileno
EPDM (terpolímero etileno propileno diesso) Borrachas vulcanizadas
- Vantagens dos asfaltos modificados: diminuição da susceptibilidade térmica; aumento da
adesão e coesão, da elasticidade, da resistência ao envelhecimento, do ponto de amolecimento, da
resistência à deformação permanente e da resistência à fadiga.
- Podem ser usados em impermeabilização e pavimentação.

VI-Mantas asfálticas pré-fabricadas


As mantas asfálticas são mantas calendradas ou extrudadas de algum tipo de asfalto modificado
(asfalto oxidado, emulsão com elastômeros, etc.) reforçadas por uma base ( feltro asfáltico, véu de
vidro, lâminas de polietileno, etc.)

Observação: existe mantas de borracha butílica e de PVC ou PVC com asfalto

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