Teoria Critica Influencias Na Politica D PDF
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Teoria Critica Influencias Na Politica D PDF
& TEORIA
,
CRITICA
REFLEXÕES CONTEMPORÂNEAS
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CLODOMIRO JOSÉ BANNWART JÚNIOR
ORGANIZADOR
DIREITO
& TEORIA
,
CRITICA
REFLEXÕES CONTEMPORÂNEAS
1ª EDIÇÃO
BIRIGUI - SP
2015
BOREAL
fDllURA
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APRESENTAÇÃO DOS CAPÍTLlLOS
Para Habermas, os dois pressupostos de autono1nia podem ser lidos sob a ótica da
"co-originalidade", o que vale dizer que ambas são construídas simultaneamente
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e de forma recíproca, verificando uma simbiose na autonomia jurídica por
intermédio do princípio do discurso.
O artigo de Ti ago Brene, O judiciário entre a interação e fragmentação dtt
tripartição do poder. Análise da Dupla Dimensão de Validade do Direito sob a
perspectiva das competências típicas e atípicas, avoca questão predominantemente
técnica do Direito, tal como competê ncias típica e atípic a, para analisar a situação
contemporânea do Judiciário brasileiro dentro da arquitetura da tripartição
do Poder para, posteriormente, submeter esta estru turação à análise da 'Teoria
Crítica do Direito. Ao som de Olhos Iguais aos Seus, Álbum O Papa é Pop
(1989) Engenheiros do Hawaii.
O capítulo de Evandro Gustavo de Souza, A Ponderação de Direitos
Fundanientais: uma abordagem na teoria discursiva do direito de Habermas, busca
apresentar à problemática envolvendo a questão da ponderação de direitos
fondamentais construída na teoria de Robert Alexy e bastante criticada por
Habermas, em sua teoria discursiva do Direito.
No capítulo deAlessandra da Silva, intitulado Desenvolvimento Sustentável
sob a perspectiva da Teoria Critica, aborda-se a Teoria Critica como um método
de compreender as questões atuais com a possibilidade de colocar planos de
ações práticas na relação do homem com a natureza, no sentido de buscar
medidas que possibilitem o desenvolvimento da sociedade, mas que observem
cuidadosamente a proteção ambiental tendo por princípio o desenvolvimento
sustentável.
O capítulo de Annila Carine da Cruz busca despertar o interesse prático
pela Bioética, como uma força de emancipação dos seres humanos em relação aos
eventuais prejuízos que o desenvolvimento não regulamentado da biotecnologia
moderna pode causar a autocompreensáo ética da espécie como um todo.
João Henrique de Almeida Scaff e Rita de Cássia Resquetti Tarifa
Espolador, em capítulo intitulado Do capitalismo à possibilidade de uma
positivação do biodireito sob um enfoque crítico, explicita as mudanças, os
problemas e consequências decorrentes do capitalismo e da biotecnologia.
Destaca a relevância dada pelas empresas ao positivismo, tendo como objetivo
central realçar as dificuldades da elaboração de uma legislação específica.
Maicon Castilho e Rita de Cassia Resquetti Tarifa Espolador dedicam
capítulo sobre o estudo das principais questões relacionadas às pesquisas e
técnicas envolvendo a manipulação genética de seres humanos. Para tanto,
o tema será abordado com base nos pressupostos da Teoria Crítica de Escola
de Frankfurt. Busca-se, destarte, estabelecer, a partir da Teoria Crítica, alguns
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princípios e conceitos orientadores para a conformação entre estas novas relações
biotecnológicas e os valores éticos e morais prevalenres na prática social.
Galileu Marinho das Chagas e Angela Lúcia Guerhaldt Cruz, analisam
a crise ambiental planetária com fenômenos que desestabilizam os ecossistemas
e comprometem a existência humana, como precedent es históricos que
extinguiram sociedades antigas, desenvolvido sob a ótica da Teoria Crítica da
Escola de Frankfurt, e conclui pela necessidade de criar novo padrão de conduta
do homem sobre o ambiente, denominado consciência ecológica, capaz de
conduzir à sustentabilidade e preservar relações sociais, políticas e negociais.
No estudo de Tiago Freire dos Santos e Miguel Eti nger de Araúj t ;
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quatro grandes paradigmas éticos existentes: teleológico, teológico teleológico
moral de Ka n t e moral pós-convencional de Habermas.
Thiago Moreira de Souza Sabião visa elucidar a evolução da ética
tributária no Direito Brasileiro em face da intensa atividade legislativa em matéria
tributária, do burocrático e complexo sistema tributário, e a sua incidência
sobre o atu aJ panorama fiscal brasileiro diante da história e conturbada relaçáo
jurídica entre Estado e contribuinte, elucidando as práticas e efeitos decorrentes
e desejáveis sob a perspectiva da ética que deveria jazer sobre o Direito Tribudrio
brasileiro.
Marcos Guilhen Esteves, com capítulo intitulado O significado do direito
em habermas e seu papel frente à sociedade de consumo, trata, inicialme nt e da
,
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superando o direito de estados para um direito de indivíduos no âmbito
internacional.
O texto de autoria de Elve Miguel Cenci e Taisa Vieira Scripes destaca
que o modelo teórico da política delib erativa pode contribuir de maneira
significativa para abordar questões de natureza tributária, sobretudo aquelas
suscetíveis a processos de deliberação pública. Em sintonia com o Plano Diretor,
a aplicação da alíquota progressiva do IPTU pressupõe um amplo debate em
torno da função social da propriedade urbana. Portanto, o Plano Diretor é o
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ainda, apresentar qual a concepção que se adota do objeto litigioso do processo
civil brasileiro.
Gilvan Luiz Hansen e Ed er Fernandes Monica, com o capítulo A Teoria
Crítica sob oprisma discursivo de Habermas, ab orda m a teoria crítica e seus desafios
contemporâneos dentro do matiz discursivo de Jü rgen Habermas, enfocando as
condições de sua possib ilidade na teoria deste filósofo. Tais reflexões levam à
indicação de temas possíveis dentro de uma agenda para uma teoria crítica da
sociedade no século XXI, com base nas próprias reflexões de H ab e r m as e na
facticidade contemporânea.
Giovanne Bressan Schiavon com o capítulo Política deliberativa de
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enfoque nas deficiências dos procedimentos investiuatórios na atual etapa de pós-
º .
Clodomirojosé Bannwartjúnior
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SUMÁRIO
CAPÍTULO 1
TRILOGIA DO CONHECIMENTO: TEORIA, P Á TICA E CRÍTICA . . . . .
.
. .
.
. .. . . . . . . . . . .
.
. .
. 1
Caio Shir?;uemy Ca�siano I hii
CAPÍTULO li
TEORIA CRÍTICA: 1 FLUE CIAS A FILOSOFIA DO DIREITO
NO ORDENAlv1ENTO JURÍDICO E NO PODER. . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
.
. . . . . . . . . . .
19
Bruno Alwusto 5 mpaio Fuga
CAPÍTU LO Ili
ANÁLISE ECONÓMICA DO DIREITO E A TEORIA CRÍTICA . . . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . .
.3 7
Tha/les Alexandre Takada
CAPÍTULO IV
O PRINCÍPIO DO DISCURSO NA FRONTEIRA DO LIBERALISMO
E DO REPUBLICANISMO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Ana Karína de Andrade Alves Sanfelíce
Clodomiro josé Banmt artjúnior
CAPÍTULO V
O JUDICIÁRIO ENTRE A INTERACÃO E A FRAGMENTACÃO
DA TRIPARTIÇÃO DO PODER: A NÁLISE DA DUPLA DIM ENSÃO
DE VALIDADE DO DIREITO SOB A PERSPECTIVA DAS
COMPETÊNCIAS TÍPICAS E ATÍPICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . 65
Tiago Brene
CAPÍTULO VI
A PONDERAÇÃO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS: UMA ABORDAGEM
NA TEORIA DISCURSIVA DO DIREITO DE HABERMAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
Evandro Gustavo de Souza
CAPÍTULO VII
DESENVOLV IMENTO SUSTENTÁVEL SOB A PERPSPESTIVA DA
TEORIA CRITICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 08
Alessandra da Silva
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.f"'io l /1•111·ir1111· dt• 1\l1111'itlu St't!f./'
APfTUL XI
CRISE AMBIENTAL E CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA A PARTIR
DA TEORIA CRITICA 1-iABERMASIANA: PERSPECTIVA
DO DIREITO INTERNACIONAL . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 s
Gnlilcu Morin/Jo das Chagas
!111,()'cla l.1ícia Guerlwhh Cruz
CAPÍTULO XII
TEORIA CRÍTICA E A CRISE AMBIENTAL: AÇÃO COMUNICATIVA
COMO MEIO DE PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . .. . .. . .. . . . . . .. . 186
Tiago Freire dos Santos
Migue l Hinger de !lraújo jú nior
CAPÍTULO XIII
CRÍTICA SOBRE A UNIVERSALIDADE DO PRINCÍPIO DA
BOA-FÉ OBJETIVA: REFLEXÕES À POSSIBILIDADE
EMANCIPATÓRIA DA HUMANIDADE ..... . ... . . . . . . . . . .... . ..... . .. . . .. . . . .. . . .. . .. . . . . . .. . . . 199
CAPÍTULO XIV
DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS: CRÍTICAS NA
216
BUSCA DE UMA RECONSTRUÇÃO CONCEITUAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . ..... . . . . . . . . . .
CAPÍTULO XV
IVA DA
O PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA SOB A PERSPECT
DE HABERMAS 232
TEORIA CRÍTICA E DA RAZÃO COMUNICATIVA
. . .. . . . ... . . . .. . . .
. . .
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CAPÍTULO XVI
A DIMENS ÃO ÉTICA DO PLANEJAMENTO
TRIBUT ÁRIO·
LIBERDADE DE INICIATIVA VERSUS CAPACIDA
·111iagn Moreira de Souza Sabiâo
DE CONT IBUTIV
A..··············· ....252 R
CAPÍTULO XVII
f
O SIGNl lCADO DO DIREITO EM HABERMAS E SEU
PAPEL
FRENTE A SOCIEDADE DE CONSUMO.............. .
. .. ................. · .
· ·· · · · · ·274
Marcos Gwlhen Esteves
· · · . ·
· · · · ·
·
·
CAPÍTULO XVIII
A TEORIA CR ÍTICA E O TRABALHO ESCRAV
O.......... ........ ·
. ·..·.. ·· ·· ·· · · · 290
Renal a Calheiros Zarelli
· · · · ·
· · · · ·
CAPÍTULO XIX
A TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE SOB O CRIVO DA TEO
RIA
CR ÍTICA: UMA NECESSIDADE OU UM INSTITUTO JUR ÍDICO
IN ÚTIL? . ... . . . . . . . . 306
Ana Cláudia Corrêa Zuin Manos do Amaral
. . .
CAPÍTULO XX
A PERSPECTIVA HABERMASIANA DE TRANSI ÇÃO DO
DIREITO INTERNACIONAL PARA O DIREITO COSMOPOLITA . .
.
. .
. . .. . . . .. . .. . 320
. . . . . . . .
CAPÍTULO XXI
O PLANO DIRETOR SOB A PERSPECTIVA DA DEMOCRACIA DELIBERATIVA . . . . .3 34 . .
DIREITO CONTEMPORANEO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
34 6
Mónica Pimenta júdice
Sérgio Luiz de Almeida Ribeiro
....................................... 384
A
E IMPROCEDENCIA · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · ·
· · · · · · · · · · · ·
· ·
.
Fredie Didierjr.
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C' �fTULO >r:x>I
r, tO ,L CRÍTICA SOB O PR IS/'v\A DISCURSIVO DE HABERMAS......................398
Eder Fernandes \.fonica
Gíli'Dn Luiz Han�en
c1-.• ;1 LO XXVl
PO ÍTICA DELIBERATIVA DE HABERMAS E CONTROLE
DE CO 1STITUCI01 ALIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ,41 5
Gioranne Bressan Schim on
CJ-DÍ! 1 0 XXV!l
PRETE SÕES DE VERDADE E CORREÇÃO NA JURISDIÇÃO:
AD.GU. 1E TAÇÃO CÉTICA E A CRÍTICA VIA
COr I RAD I ÇÃO PERFOR/V\ATIVA.. .... . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
.
. . . . . . . .
.430
Frederico Oféa
CAPÍ O XXVlll
ARGU ./iE TAÇÃO BIPOLAR, RACIONAL, OU AMBAS?............................... .445
Tiago Cagliano Pinto Alberto
ÍT LO XXIX
HABER VtAS E CONTRADITÓRIO: A DIALÉTICA E A PARTICIPAÇÃO
COI ·o CONDIÇÕES DE POSSIBILIDADE DA DECIS ÃO...................................466
Eduardo Arruda Alvim
Daniel l;Vil/ían Granado
Leonard Ziesemer Schmitz
C PÍTULO XXX
AGIR COMUNICATIVO E A LEGITIMAÇÃO DEMOCRÁTICA
DA INVESTIGAÇÃO CRIMINA L................................................................ ,480
Rodrigo Lemos Arteiro
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TEORIA CRÍTICA: INFLUÊNCIAS NA FILO OFI,
DO DIREITO, NO ORDENAtv\ENTO JURÍ DI O E
NO PODER
INTRODUÇÃO
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DIRl'.JTO & TEORIA CRITICA
.
maneira independente e con 1 ·tntelcctua1s prove111entcs de d't s tt n tos campos ele
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ITOP:lA CRÍTICA
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Em 1933 '
como o Instituto era patrocinado com recursos judeus, os
· ·
�
dommacão social Havia necess1"dade de reorga111zaçao da soc1edade para superar
.
.
·
a cnse da razão. O principal objetivo adotado por eles era a criação de sociedades
e organizações livres da dominação e, assim, proporcionar maior contri buicão e
,
desenvolvimento por parte dos cidadãos.
A Teoria Crítica não se bate nem por uma ação cega e nem por um
conhecimento vazio, pois questiona ela o sentido da teoria e da prática. Para a
Teoria Crítica, não é possível demonstrar "como as coisas são" senão a panir da
perspectiva de "como deveriam ser" (NOBRE, 2004:9). É possível perceber que
aquele que separa rigidamente "como as coisas são" de "como devem ser", só
consegue o parcial (NOBRE, 2004:1 O).
Procura a Teoria Crítica um ponto de vista capaz de analisar os obstáculos
a "serem superados para que as potencialidades melhores presentes no existente
possam se realizar". O foco é um diagnóstico do presente para permitir uma
produção de prognóstico sobre o rumo do desenvolvimento histórico. (NOBRE,
2004:10)
Neste contexto histórico de pré segunda guerra mundial, em 1933 as
instalações do instituto de Frankfurt foram depredadas iniciando um longo
exílio de seus pesquisadores que iria durar até 1950. Essa etiqueta Escola de
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DIREI r o li 1 EORIA o i ílCA
Vocês, os escri c o rcs, consrrocm a aç:io segu i 11d o a.� regras da l ôgic a , como
se es t i vessem o rga n i z a n d o uma p a rt id a de xad rez: aqu i , o assass i no; ali, a
v ír i m a ; a coU , o ctimpl i ce; a l h u res, 0 hcndicU rio d o crime. Ao d e t e t i ve,
as reg ras d o j o go para co11seg u i r enc u rrala r o assassi no
b a a co n h ecer
st
e p a ra q ue a ju s t i ça t r i u n fo. Para vocês, niio con t a m o co n c i n ge nrc , o
i n ca l c u tivc l , o i nco m e n s u dvc l ; e , sem d t'cvi d a , nossas l eis n ã o se a po i a m
na cau sali dade, e s i m na pro babil idade e n a cs ra t ís c i ca ; referem-se ao
u n ive rs ;tl e nfo ao pa r t i cu l a r, porq ue o i n d i víd u o fica à m argem de todo
dlculo.
"E isso'' - p rosseguia, i m p l adve l , nosso ented iado personagem - "é
o que h<i de i mperdoáve l nos romances pol iciais: o escri tor constru í
los segu i ndo as regras de uma l óg i ca alheia a realidade, estranha ao
conringenre, ao i ncomensu rável e ao individual. Isso é o que há ele
impe rdoável, porque a ou tra obsessão , a de encontrar um final feliz, esta
j us tifi cada. Afi nal de con tas, essa é uma das mentiras com que mamemos
o Estado e a sociedade, i ncapazes de subsistir em a fé de seus cidadãos em
uma ordem moral (CORTINA, 20 1 0:9).
3. Sobre o tema, Perelman (1 998 : 1 6 7) afirma: enqua nto os axiomas de um sistema formal fazem a bstração de
q ua lq uer contexto - o que permite comparar um sistema formal a um jogo como o de xadrez (. . . )
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· TEORIA CRÍT/CI, 23
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ülP.El lO & TEOP.I/\ Cl!l llC/\
u:i.� cr a . nao
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D o co n tex to a c i m a c i t a d o , i n fe re-se
q u e na T eo r i a ( :rít i c1 h :í a
va l o r i z aç :1o das <> i t u ·1 ço
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l igad o s ao h o m
.
em e à s o c i e d a d e , e n q u a n to 11 � t e o r i a cra d i c i o 1 1 3 J , as c i l: l l c i as
esp eci 3 l izada s s ã o ap l i cadas ao
m a ior n li m cro d e cas os poss ív ·is de oca s í f,cs ,
porém a o r ig e m d os pro ble m
as e os fi ns pe rseg u i d o s c m s u a �1 p l i ca çã o são
c o s id e ra d os e x te ri o re s .
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TEORIA CRfTICA 25
4. Neste sentido: "A revisão habermasiana d a tradição da Teoria Crítica inicia-se nos anos sessenta com A
transformação estrutural da esfera públ ica. Nesse livro, Habermas rastreia a emergência da sociedade civil
burguesa, comparada com a correspondente emergência de uma esfera pública, n a qual cidadão particulares
cooperam para constitu i r o público". Simone Cham bers. Teoria Crítica / Fred Rush, (org) ; tradução Beatriz
Katinsky, Regina Andrés Rebollo. Aparecida, SP: Ideias & Letras, 2008 :276.
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DIREITO & TEORIA CRÍTICA
d e est ud o d e te ma s com
' 0 prop os1 ' to de n ã o fi car disperso, propomos fazer um
i.eco ne tem at1 , .
·
co n a ob ra d e H a b . . . .
. erm as Dir eito e Democracia entre facttctdade e
.
L J
va 1uade e n os tem as do pl
e
' I as gerais na
·
•
·
mos a rn d a co nexões com probl e m as d o ord enam ento
.
·
1 un d1c o l i ga d os à co n tem
• , • •
po ra n eid ad e.
autonomia dos cidadãos. Afirma ainda Antonio Ianni Segatto que essa tensão
reside no q ue é considerado em cada caso concreto como verdadeiro, adequado e
justo.
5. Direito e democracia: um guia de leitura de Habermas. Marcos Nobre e Ricardo Terra organ izadores.
Malh eiros Editores Ltda. 2008 :37.
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TEORIA CRillCA
27
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28 DIREITO & TEORIA CRÍTICA
H á tam bé m para el e u m p robl ema cen tra l q ue reside n a i n stru m e n tal i dade
do d i re i to para fins da regul aç ã o pol í t i ca e , ass i m , d i sso l ve a l i gaçã o ex iste n te e n tre
pol í ti ca e a real i zação de d i re i tos dos uais n ã o se p ode m d ispor. O l egi slador deve
q
escol her e n tre d i re i to formal, m ate ria l ou pro ced i ment a l : dep ende da maté ri a a
ser regu l ada (20 I I : I 82). Po r depe nder da p ol íti ca h á um aspe c to i n strumen ta l
que dife re de no rmas m o ra i s ue cons t i tue m se m p re u m fi m e m s i mesmo , as
q
normas j r íd icas se rvem ta m b é m como m e ios para fi n s j u ríd i cos (20 I 1 : 2 1 8)
u
6. Direito e democracia: um guia de leitura de Haberma s. Marcos Nobre e Ricardo Terra organizad
ores.
Malheiros Editores Ltda. 2008 : 75.
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,
1,
1 •
TEORIA CRÍTICA
29
jurídicos e uma argumentação moral que obedece à sua própria raci onalidade
procedi mental" (20 1 1 :203) . Afirma ain d a que não há uma vinculação automática
da justiça à lei (20 1 1 :204) .
Na sequênci a H abermas co n fi rm a que o vazio posi tivista não pode ser
preenchido normativamente n e m por i n teresse d as determ i n adas classes, pois
as condições de legitimação para a lei dem ocréÍ tica têm q u e ser buscadas na
própria racional idade do processo de legisl ação (20 1 ] :2 1 0) . As i n terpretações
do d i reito não serve m apenas para tapar buracos, m as s i m desenvol ver 0 d i re i t o
de forma construtiva (20 1 1 :2 1 1 ) ; h á uma evi dente m o ral iza ção do direi to e
somente teorias d a justiça e da moral ancoradas n o p roced i m en to p ro m etem «
um novo estilo cognitivo, o u seja, na prática uma decisão mais flexível e sensível
ao contexto e disposta a apreender (20 1 1 :226) . Para ele não poderia um sistema
ju rídico somente ligado ao direito positivo e não também somente à pol íti ca :
"a partir do momento em que a validade do direito é desligad a dos aspectos da
justiça, que ultrapassa as decisões do legislador, a identidade do direito torna-se
extremamen te difusa" (20 1 1 :237) .
3 PROPOSTAS CONTEMPORÂNEAS
7. Teoria Crítica/Fred Rush, (org); tradução Beatriz Katinsky, Regina Andrés Rebailo. Aparecida, SP: Ideias &
Letras, 2008 :266.
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DIREITO & iEORIA CRÍTICA
De l i m i ta mo s o te n1 ·1 e"111
· '
t t.cs
A g ra nncs
J 1• 11sntu
• tos d o D 'H e 1 to q tte tL·atam
· ' '
ou
l i d a m co m p ro b le m as co n te m po râ n e os : 0 u so d a é t i ca para fu ndament ar
d e cisõ es 1' ud i c h i s , ef' .· 'd J
, ,1 ctt v 1 a c1c nJ a s d e cis ões , co m p ro c e d i menco e processo, c om
ar1 v 1s m o J u d i ci a l e o u tro s ass
· . . •
. .
u n tos a f i n s .
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TEORIA CRITICA
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32 DIREITO & TEORIA CRÍTICA
r
p eve r.
Habermas j á a fi rm
ava que uma administração tem que abandonar a
neutral idade no trato com as n
ormas e a clássica divisão dos poderes (20 1 1 : 1 80) .
Não pensam os a qui em um su er
p juiz, ou um j uiz Hércules como a fi rmava
Dworkin , mas um j uiz ativo e
preocu p ado com a efetivi dade na so l ução dos
conflito s .
O processo é então um diálogo, não com um juiz soberano ou con d ici onad o
à von ta de e ao comportam ento das partes; neste sentido o con traditório é um
poderoso fator de conte nção do arbítrio do j uiz (OLIVEIRA, 2003: 1 1 2) . Deve
o j ulgado r respei tar o contraditório, contudo ser ativo em suas determinações e
no impuls o �ficial, não comporta o ordenamento j u ríd ic o um j u lga dor inerte e
alheio aos probl emas concr etos.
Habermas se apóia no agir comunicativo como uma das solu ções para
essa tensão; o agir comunicativo leva em conta o entendimento linguístico como
mecanismo de coordenação da ação; a própria linguagem assume um papel de
coordenação n a ação e p assa a ser explorada como fonte primária da integração
social (20 1 2:36) .
A técnica é necessária, pois diante da omissão do legislador o j uiz
deve fazer o necessário; o juiz deve ter poder para prestar a adequada tutela
jurisdicional, ou seja, um espaço de discrição. Não comporta o processo apenas
como fim, ou o juiz apenas para ser expectador da atitude das partes, de acordo
com Dinamarco o formalismo é fator de empobrecimento do processo e cegueira
para os seus fins.
Ocorre que embora útil essa gestão mais ativa de casos, esta atitude
implica em mais poder discricionário e mais flexibilidade de procedimento9,
problemas estes que trazem, às vezes, um ativismo j udicial, principalmente
8. Sobre o tema ler capítulo d e l ivro: FUGA, Bruno Augusto Sampaio. Direito contemporâneo: perspectivas.
Clodomiro José Bannwwart Jún ior, Frederico Oleá. 1 ed. Curitiba: CRV, 201 3 :4 7 .
9. Sobre o tema ler artigo: FUGA, Bruno Augusto Sampaio. O princípio da adequação no sistema brasileiro
diante do proj eto do novo código de p rocesso do civil. Direito comparado de Portugal, França, I nglaterra e
Nova Zelândia. Disponível em: http://www. tex. pro.br.
..___
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TEORIA CRITICA
33
CONCLUSÃO
Verificamos aqui que a Teo ria Crít i ca p ro c u ra va não ficar al heia à con exão
global dos setores de produção e, incl usive, estava l i gada à em anci pação d a
sociedade em relação à inj ustiça. A fi rma a Teoria Crítica q u e n ão se d eve pautar
por uma ação cega e nem por conhecimen to vazi o, sen do i m porta n te q u estionar
o sentido da teoria e da prática.
A análise da sociedade deve ser p a ut ad a à l uz da emanci pação abri n do
caminho para a efetiva compreensão das relações sociais vi gentes É en tão neste
.
norte que o presente capítulo dedicou seu objeto de estudo, apresen tando
breve contexto da origem da Teoria Crítica e em especial o recorte temático dos
estudos de Habermas.
Afirmamos que o direito não está restrito apenas ao ordenamento
jurídico ou a letra da lei, que há uma pluralidade e uma complexa sociedade
atual. A tensão interna permeia a relação entre coercibilidade e imposição fática
da norma com a sua aludida pretensão de correção normativa; ao passo que
a tensão externa pode ser colhida no nexo funcional que o direito mantém
com o poder político. Habermas assegura, inclusive, que o conceito de direito
moderno intensifica e operacionaliza a tensão en tre facticidade e validade na
área do comportamento.
A tensão entre facticidade e validade é sentida principalmente no insti tuto
da discricionariedade j udicial, na flexibilidade procedimental' e no princípio da
colaboração. Com o decorrer da histórica chega-se a conclusão que o positivismo
não é a solução, que o legislador não consegue prever todas as situações e que
o juiz deve então ser mais ativo, atendo-se com a efetividade das soluções dos
conflitos, não somente com uma formalidade oca e vazia.
Contudo, p ensar em um juiz mais ativo, implica em gozar ele de mais
poderes para usufruir da discricionariedade judicial, empregando flexibilidade
procedimental e agindo de forma mais ativa para, inclusive, agir em prol do
princípio da colaboração. Não é possível estabilizar definitivamente expectativas
de comportamentos sociais, o desafio então para a elaboração normativa é uma
tensão entre norma e realidade.
Atestamos também que o direito, por depender da política em inúmeras
situações, há um aspecto i nstrumental que difere de normas morais que constituem
sempre um fim em si mesmas, pois as normas jurídicas servem também como
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DIREITO & TEORIA CRÍTIC;,
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porâneo, pois h á
meios para fins j ur ídicos. Res ide então ai prob le m a co n tem
0
tudo e
essa tensão ent ra facticidade e valid ade, 0 legislado r não co n segu e prever
leg islar sobre tudo, e o j ulgador por este fa to e tam bém p or desc rença no poder
legislativo, age com alto poder d iscricionário e ta m bé m de fo rma ativa, poré m
fa
passa ele então ser um fo rte ent e para modi fi car pol íticas púb licas e ze r parte
da política pura.
O Estado, vendo esta manobra do direito m ode rno, utiliz
a o ordena mento
j urídico como estratégia do poder e como m eio para atin gir determinados fins.
Essa tensão, tanto interna como externa, é utili zada ent ão como manobra para
determi nados fins, tanto do legislativo, pois vemo s o Esta do apoi ar determin adas
leis que são de seu interesse, como também ter fo rte infl uên cia em determi�àdo s
j ulgados, principalmente quando envolve ações de mas sa ou ações q ue tem o
Estado como réu.
Esse certamente é o discurso contemp orâneo e um dos maiores problemas
dos j uristas; h á uma real necessidade de normas de caráte r aberto tendo em vista a
i mpo ssibilidade d e o legislador prever tudo, além do uso do p oder d iscricionário
por p arte do j ulgador. Não pretende o p resente capítulo apo n tar n o rtes para a
solução desses conflitos que são partes da estrutura do direito n a m odernid ade,
contudo é n ecessário demonstrar e fomen tar a discussão com u m a v isão crítica e
com o p ropós i to de alcançar a emancipação da sociedade em rel ação à i nj ustiça.
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DIRWO & TEORIA CRÍTICA
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