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8 a 27 de setembro de 2016.

DISCUTIR A PARTICIPAÇÃO DISCENTE NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM A


DISTÂNCIA, FOMENTANDO OS CONCEITOS DA EDUCAÇÃO 3.0

DISCUSS THE STUDENT PARTICIPANTION IN LEARNING THE PROCESS OF DISTANCE, PROMOTING THE
EDUCATION OF CONCEPTS 3.0

Enir da Silva Fonseca (Universidade de Ribeirão Preto – [email protected])


Carlos Fernando de Araújo Jr. (Universidade Cruzeiro do Sul – [email protected])

Resumo:
O presente artigo discute a participação discente neste processo fomentando os
conceitos da educação 3.0, onde o aluno em parceria com o professor que é gestor de
mudança, utilizam caminhos apropriados para a aprendizagem. Para sua consecução
procurou-se identificar quais os recursos tecnológicos utilizados para aprendizagem no
modelo semipresencial e as influências nas aulas tradicionais e presenciais, assim como
os critérios para pesquisas na internet em torno do aprendizado. O estudo foi realizado
de forma espontânea com alunos da disciplina de metodologia da pesquisa científica,
oferecida na modalidade semipresencial para quatro cursos de nível superior, e foi
realizada através de um questionário disponibilizado na sala de aula virtual. Durante o
processo discute-se que algumas instituições públicas e privadas transferem a
abordagem tradicional preparada para o modelo presencial ao EaD sem as devidas
adequações a nova modalidade, não levando em conta as necessidades de
aprendizagem do indivíduo. A interação entre o aprendiz e o professor e entre os
aprendizes devem ser realizada para que construção do conhecimento aconteça, e
atualmente as redes sociais apresentam-se como um grande facilitador ao processo.
Portanto, o desafio para a educação 3.0 reside não apenas em investir em alta
tecnologia de comunicação, mas em mudar a visão pedagógica do processo de ensino e
aprendizagem de modo a tornar as escolas e universidades ambientes mais humanos,
colaborativos, sustentáveis e alinhados às necessidades da sociedade da informação e
do conhecimento. Os resultados obtidos através da análise das contribuições dos
estudantes ao longo das atividades revelaram que os recursos e as ferramentas
potencializam o aprendizado, ficando como indicador para ações e correções na
melhoria do processo.

Palavras-chave: Educação 3.0; Ensino a distância; Tecnologias na educação.

Abstract:
Trying to identify the role of the student in the teaching and distance learning, this article
discusses the student’s participation in this process by promoting the concepts of
education 3.0, where students in partnership with the professor who is change manager,
use appropriate ways to learning. To achieve them we tried to identify the technological
resources used for learning in blended model and the influences of traditional and face,
as well as the criteria for internet searches around learning. The study was conducted

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spontaneously with students of the scientific research methodology course offered in


blended mode for four top-level courses, and was conducted through a questionnaire
available in the virtual classroom. During the process it is argued that some public and
private institutions transfer the traditional approach prepared for the classroom model
to Distance Learning without the necessary adjustments to new mode, not taking into
account the individual's learning needs. The interaction between the learner and the
teacher and between learners should be held for the construction of knowledge happens,
and now social networks are presented as a great facilitator to the process. So the
challenge for education 3.0 lies not only in investing in high-tech communication, but to
change the pedagogical vision of teaching and learning process in order to make schools
and more human environments universities, collaborative, sustainable and aligned to the
needs information society and knowledge. The results obtained by analyzing the
contributions of students over the activities revealed that the features and tools
empower learning, getting as an indicator for actions and corrections to improve the
process.

Keywords: Education 3.0; Distance learning; Technologies in education.

1. Introdução

O ensino por correspondência foi o precursor da educação a distância no Brasil com


as primeiras experiências, quando instituições privadas passaram a ofertar cursos técnicos
sem exigir escolarização anterior, modelo consagrado com a criação da Rádio Sociedade do
Rio de Janeiro. E com a continuidade do ensino a distância mantida após o surgimento do
Instituto Monitor, do Instituto Universal Brasileiro e de outras organizações similares,
conforme afirmam Vidal e Maia.

A Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, criada em 1923, mais tarde


incorporada pelo Ministério da Educação, é uma das primeiras iniciativas de
EAD que se tem notícia. O Instituto Monitor criado em 1939 e o Instituto
Universal Brasileiro fundado em 1941 são exemplos de iniciativas que ainda
hoje ofertam cursos por correspondência atendendo estudantes em todo o
território nacional. (VIDAL e MAIA, 2010, p. 14).

A partir da afirmação de Vidal e Maia (2010) e em pesquisas realizadas por Fonseca


(2012), constata-se que entre 1970 e 1980, instituições privadas e organizações não
governamentais (ONGs) começaram a oferecer cursos supletivos a distância, com aulas via
satélite complementado por materiais impressos. E ainda de acordo com Vidal e Maia
(2010), o MEC (Ministério da Educação) identificou na UAB (Universidade Aberta do Brasil) a
possibilidade para democratizar, expandir e interiorizar o ensino superior público e gratuito
no País, que ocorreu com a expansão do sinal da internet, facilitando o aumento na oferta
de cursos.
A evolução das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) facilitou as
instituições de ensino superior, na criação e ofertas em suas salas de aulas virtuais, de
programas educacionais totalmente a distância ou um misto com parte presencial e parte a
distância. E atenta as estas possibilidades, muitas empresas buscam cada vez mais a

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capacitação de seus funcionários por meio da EaD, tornando o treinamento corporativo


virtual uma realidade facilitada pela integração dos sistemas. A condução dos profissionais
para a escolha deste caminho indicam outras formas de aprendizado, que diferente da
capacitação pontual e presencial, permite a utilização de recursos para o aprendizado
individual ou de forma integrada com os seus pares no percurso do treinamento. Lengel
(2013) destaca que.

No ambiente 3.0, muito diferente das fábricas. A maioria das pessoas,


atualmente, trabalha em pequenos grupos. Elas resolvem problemas juntas.
Usam ferramentas digitais. Elas apresentam novas ideias para o outro.
(LENGEL 2013, p. 9).

Com a afirmação de Lengel (2013) é possível compreender que integrada a todas as


mudanças e inovações tecnológicas, as empresas contemporâneas necessitam com maior
frequência de profissionais com habilidades de liderança e dinamismo, mantendo-se o foco
na colaboração e na inventividade sem perder de vista a eficiência. Allan (2014) afirma que.

O termo Educação 3.0 foi usado pela primeira vez em 2007 pelo professor
Derek Keats, da Universidade de Witwatersrand, de Joanesburgo (África do
Sul), para definir o uso e o impacto na educação do aprendizado
colaborativo e personalizado, a reutilização de conteúdos de aprendizado e
o reconhecimento do aprendizado através de métodos formais ou
informais. (ALLAN, 2014, p. 1).

A partir da informação de Allan (2014), os profissionais envolvidos com a educação,


devem proporcionar um aprendizado de forma colaborativa para que o aprendiz adquira
habilidades na utilização da informação digital e em tempo real. Para o reconhecimento do
aprendizado, o docente aplica toda experiência acadêmica na integração do ensino com os
métodos formais ou não formais de aprendizado. Neste contexto é que se desenvolve o
conceito de educação 3.0, aplicando a tecnologia, a colaboração, o compartilhamento e o
respeito à individualidade, e à forma como cada pessoa é capaz de absorver o
conhecimento.

2. Problematização

O principal objetivo deste trabalho é de se discutir a participação discente no


processo de aprendizagem a distância fomentando os conceitos da educação 3.0, e ao
mesmo tempo analisar o processo educacional semipresencial na perspectiva do aluno e de
acordo com as necessidades contemporâneas para o uso de tecnologias. Ao considerarmos
as dimensões continentais do Brasil, identificam-se na educação a distância oportunidades
para o treinamento corporativo assim como no ensino superior. E conforme definido por
Hallal.

Nos últimos anos, a Educação a Distância vem surgindo como uma das mais
importantes ferramentas de transmissão do conhecimento e da

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democratização da informação. As diversidades de recursos tecnológicos e


comunicacionais colocados à disposição dos estudantes e professores nos
cursos a distância podem colaborar de maneira bastante eficaz na formação
e qualificação de profissionais. (HALLAL et al., 2014, p. 3).

Com a afirmação de Hallal (2014), constata-se que a transferência do conteúdo


utilizado no modelo presencial para EaD, sem a correta adequação e preocupação com a
nova modalidade, não garante a efetividade do aprendizado, assim como as necessidades do
indivíduo para as mudanças ocorridas na sociedade. Ferreti (1993) propõe que é necessário
ao usuário ter certas qualidades.

Conhecimento dos novos equipamentos; capacidade de ler e interpretar


dados formalizados como diagramas e gráficos; domínio de símbolos e
linguagem matemática; compreensão da lógica das operações;
compromisso; responsabilidade; disciplina; interesse; iniciativa; autonomia;
confiança; cooperação; participação; comunicação; criatividade; capacidade
de abstração; de raciocínio; etc. Parte desses requisitos refere-se a
habilidades cognitivas e outra bem mais ampla, a características sociais ou
de sociabilidade. (FERRETTI, 1993, p. 89).

Após a análise de Ferretti (1993), verifica-se que com o avanço tecnológico surgem
novas abordagens e formas de ensino, que estão evoluindo norteados pelos meios de
comunicação e material de apoio. As propostas existentes têm prometido o
desenvolvimento de habilidades e competências com autonomia, criatividade, capacidade
de aprender a aprender. Belloni (2008) complementa que:

A EaD tende doravante a se tornar cada vez mais um elemento regular dos
sistemas educativos, necessário não apenas para atender a demanda e: ou
grupos específicos, mas assumindo funções de crescente importância,
especialmente no ensino pós-secundário, ou seja, na educação da
população adulta, o que inclui o ensino superior regular e toda a grade e
variada demanda de formação contínua gerada pela obsolescência
acelerada da tecnologia e do conhecimento. (BELLONI, 2008, p. 4-5).

A partir das considerações de Belloni (2008), observa-se que é muito importante


trabalhar o potencial de cada pessoa, pois o indivíduo tem uma capacidade de aprendizado
diferenciada, e que pode ou não acontecer ao ler o material de apoio impresso ou
estudando em frente a tela do computador. A interação entre o aprendiz e o professor,
entre o aprendiz e seus semelhantes ou aprendiz com o mundo virtual deve ser conduzido
para que o aprendizado torne-se estável e constante.
Portanto, o desafio para a educação 3.0 reside não apenas em investir em
tecnologias de comunicação e colaboração, mas em mudar a visão pedagógica do processo
de ensino e aprendizagem de modo a tornar as escolas e universidades ambientes mais
humanos, colaborativos, sustentáveis e alinhados às necessidades da sociedade da
informação e do conhecimento, e conforme afirma Fava (2014).

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Os jovens Y e Z querem aprender de forma diferente, pois absorvem


informações de forma diversa. Se a geração X tem uma aprendizagem na
sequência de texto, som e imagem, ou seja, pensa no texto como sua forma
de comunicação primaria e nas imagens como auxiliares, as gerações Y e Z
aprendem de forma invertida, na sequência de imagem, som e texto.
(FAVA, 2014, p. 74).

De acordo com a afirmação de Fava (2014), é essencial que o aprendizado para as


novas gerações seja trabalhado em toda a sua concepção pedagógica, para que os conceitos
da educação 3.0 contemplem as necessidades dos educadores em adaptar o ensino à forma
em que cada um aprende, permitindo que o ensino seja individualizado e ao mesmo tempo
integrado aos recursos tecnológicos.

3. Justificativa

Discutir ofertas de disciplinas semipresenciais para um curso considerado presencial


torna-se um grande desafio ao docente e à universidade, que pode ser facilitado com as
constantes inovações tecnológicas, fato que se tornou mais aceitável na virtualização da
escola tradicional, permitindo que os conceitos trabalhados na EaD fiquem cada vez mais
presentes no ensino tradicional. Fava (2014) afirma que:

Os seres humanos têm necessidade inata de inovar, de se relacionar.


Entretanto, o novo assusta, amedronta, intimida. A exemplo dos grandes
inovadores, se não procurarmos agir de forma diferente, sendo receptivos
às novas ideias, o espirito se torna acanhado, estreito, fechado. (FAVA,
2014, p. 33).

A partir da afirmação de Fava (2014), e com minha experiência de 23 anos no ensino


técnico e superior, constato que o discente realmente tem preocupações com o novo, pois
está habituado a replicar o conteúdo trabalhado em aula sem muitas inovações, e que as
ações do docente na aula tradicional para o ensino e aprendizagem, estão centradas em sua
experiência, já que é o detentor da informação com a função de passá-la ao aprendiz
mediado ou não pelo uso da tecnologia, o que por vezes dificultam novas ideias dos
aprendentes, preocupados principalmente com a promoção de fase, ou seja, ser
considerado aprovado para nova série nos estudos. Hallal et al. (2014) indica que os
caminhos apontam para a renovação do ensino, formulando uma concepção mais ampla do
processo educativo, a fim de atender à demanda da sociedade.
Com a evolução da internet e o uso de novas tecnologias na educação presencial,
criaram-se alternativas para que a interação professor-aprendiz seja intensa e efetiva,
permitindo o acompanhamento do aluno além da sala de aula, ao mesmo tempo em que
melhorou o relacionamento do professor com sua turma. O uso de tecnologias desmistifica
a barreira do espaço e tempo, vivenciando situações que auxiliam na resolução de
problemas pontuais ou geograficamente produzidos. Carvalho e Araújo Jr. (2013) definem
que:

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Alunos e professores, ao se depararem com a de educação a distância,


devem conhecer as particularidades desta modalidade de ensino. Para que
a aprendizagem ocorra em disciplinas online se faz necessário que os
alunos e professores tutores tenham acesso a um ambiente adequado de
aprendizagem, conteúdos elaborados para esse fim e situações que
oportunizem interações entre educando e professor-tutor. (CARVALHO e
ARAÚJO JR., 2013, p. 67).

Com a abordagem de Carvalho e Araújo Jr. (2013), no estudo a distância além do uso
de tecnologia, o aluno constrói ou pode construir seu conhecimento com pesquisas na
internet, assistindo aos conteúdos em formato de vídeos, participando de fóruns de dúvidas
e temas apropriados, tornando-o independente no aprendizado e responsável por maior
parte dos conhecimentos adquiridos. E com simples ajustes, o tutor pode estabelecer novos
parâmetros de aprendizado, efetuando correções pontuais e direcionando o discente ao
aprendizado.
Manter uma equipe multidisciplinar envolvida e comprometida com o
acompanhamento e assessoramento do aprendiz permite criar mecanismos para que ele
compreenda quem é, o que faz, e qual a sua importância neste novo contexto, tornando-o
capaz de propor soluções aos novos desafios. Analisar o desempenho do aluno, integrando o
ensino mediado por tecnologias em paralelo ao modelo tradicional, e ao mesmo tempo
vinculando aos processos de ensino e aprendizagem focados com os conceitos da educação
3.0, poderemos criar alternativas de transformações da sociedade, nas organizações e no
trabalho.
Na interpretação dos aspectos pedagógicos, a educação 3.0 deve atender à
expectativa dos educadores em adaptar o ensino no formato que cada aluno compreende,
permitindo que o aprendizado seja individualizado, respeitando as características do
estudante. Desta forma, ao sofisticar os ambientes de estudo no ensino a distância, a equipe
multidisciplinar precisa oferecer soluções que promovam a pesquisa e a construção do
conhecimento alinhada às necessidades da sociedade.

4. Metodologia

Para consecução deste trabalho, foi realizada uma pesquisa com alunos
regularmente matriculados em 4 (quatro) cursos de nível superior matriculados na disciplina
de Metodologia da Pesquisa Científica, ofertada na modalidade semipresencial em um AVA
(Ambiente Virtual de Aprendizagem) e gerenciado pelo MOODLE (Modular Object Oriented
Dynamic Learning Environment). A coleta de dados foi realizada de forma espontânea no
mês de maio de 2016 para um grupo de 252 alunos distribuídos entre os cursos de
Administração, Direito, Educação Física e Tecnologia em Logística, com 30 (trinta) questões
semi estruturadas com múltiplas escolhas e perguntas abertas que são apresentadas abaixo.

Questionário - Aprendizagem no Ensino a Distância

1 - Em qual curso está matriculado?

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2- Qual a sua idade?


3- Indique o tempo disponível para seu estudo semanal fora da sala de aula?
4- Qual a principal forma de acesso a Internet?
5- Como você avalia o seu envolvimento com a disciplina de Metodologia da Pesquisa Científica.
6- Indique o motivo que melhor justifica o seu envolvimento com a disciplina de metodologia.
7- Qual a carga horária que você disponibiliza para o estudo desta disciplina? Onde você acessa o
Ambiente Virtual de Aprendizagem.
8- Onde você acessa o Ambiente Virtual de Aprendizagem.
9- Tendo em vista a disciplina de metodologia, você considera que o conteúdo contribua para
futuras pesquisas.
10 - Cite três situações em que ela lhe frustrou .
11 - Que fontes, em geral, você consulta para a realização de suas pesquisas e realização de seus
trabalhos?
12 - Onde você busca as informações?
13 - Você utiliza recursos tecnológicos para estudar em outras disciplinas?
14 - Em caso afirmativo a questão anterior, indique quais os recursos tecnológicos que você mais
utiliza?
15 - Qual estratégia utiliza na busca e recuperação da informação para a sua pesquisa?
16 - Ao pesquisar na Internet, seja no Google ou em qualquer outro site de busca, como você realiza
a pesquisa? Assinale as alternativas que julgar pertinente.
17 - Cite duas atividades da aula de Metodologia da Pesquisa Científica que mais lhe ajudam a
realizar um trabalho de pesquisa.
18 - Você cursou o Ensino Médio (ou o antigo 2° grau).
19 - Como classificaria seu desempenho no Ensino Médio (ou antigo 2° grau).
20 - Você já participou de algum outro curso a distância?
21 - Possíveis vantagens de estudo em uma disciplina a distância.
22 - Tempo de dedicação a atividades extras durante o curso.
23 - Há quanto tempo terminou o ensino médio?
24 - Qual a sua impressão em relação a este curso? "Relate em poucas palavras uma experiência
“positiva” que tenha encontrado ao desenvolver a disciplina nesta modalidade".
25 - Relate em poucas palavras uma experiência “negativa” que tenha encontrado ao desenvolver a
disciplina nesta modalidade.
26 - Você acessa o Ambiente de Aprendizagem (EaD) com qual objetivo.
27 - Em relação ao professor responsável pela disciplina. Assinale as alternativas que julgar
pertinente.
28 - Você procura o professor nos horários de plantões?
29 - As redes sociais auxiliam em seu estudo? Assinale as redes sociais que auxiliam em seu estudo.
Assinale as alternativas que julgar pertinente.
30 - Faça um comentário que julgar pertinente a respeito do uso de Tecnologias no Ensino.

Os resultados foram adquiridos em um formulário gerado pelo google forms conforme


Figura 1, com questões de múltipla escolha, seleção de alternativas e resposta aberta,
visando identificar o aprendizado na educação a distância.

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Figura 1: Pesquisa para o aprendizado no ensino a distância


Fonte: Autoria própria - Disponível em: https://docs.google.com/forms/d/1ivqY_0ck-
IgtltXjvpJe7db2OsabTVdEt0UPVNHA62A/viewform

Para validar os objetivos, foi realizada uma pesquisa qualitativa com dados coletados
espontaneamente, visando identificar a participação e as influencias no uso de tecnologias
no processo de ensino e aprendizagem. A abordagem qualitativa tem suas origens na
Fenomenologia, pois admite que seja possível conhecer os fenômenos a partir de contextos
menores, a partir do estudo dos significados individuais. André (1995) afirma que a
Fenomenologia enfatiza os aspectos subjetivos do comportamento humano. Desse modo,
para o sujeito chegar a entender como e que tipo de sentido ele dá aos acontecimentos, às
interações, aos fenômenos que ocorrem em sua vida diária, é necessária que ele observe e
reflita criticamente sobre os mesmos. Buscou-se compreender as experiências em uma aula
ofertada no ambiente virtual, identificando os relacionamentos ocorridos durante as
atividades desenvolvidas e a gestão do conhecimento obtido pelo aluno.
A tabela 1 representa a distribuição de alunos voluntários que participaram do
questionário proposto, que foi disponibilizado em um link no ambiente virtual de estudo,
aos matriculados no primeiro semestre da disciplina de Metodologia de Pesquisa Científica
do ano de 2016. Todas as respostas foram obtidas em horários e datas diversas.

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Tabela 1: Distribuição de alunos por curso


Indicação de data e Em qual o curso está Indicação de data e Em qual curso está
hora matriculado? hora matriculado
1 19/05/2016 18:40 Direito 16 21/05/2016 19:31 Administração
2 19/05/2016 21:01 Administração 17 22/05/2016 00:34 Educação Física
3 19/05/2016 21:02 Administração 18 22/05/2016 10:29 Direito
4 19/05/2016 23:47 Direito 19 22/05/2016 11:00 Direito
5 19/05/2016 23:56 Direito 20 22/05/2016 12:44 Direito
6 20/05/2016 09:37 Direito 21 22/05/2016 15:37 Administração
7 20/05/2016 13:32 Direito 22 22/05/2016 16:15 Tecnologia em Logística
8 20/05/2016 14:08 Administração 23 22/05/2016 18:06 Educação Física
9 20/05/2016 16:12 Tecnologia em Logística 24 22/05/2016 18:06 Educação Física
10 20/05/2016 23:28 Tecnologia em Logística 25 22/05/2016 18:28 Direito
11 21/05/2016 00:10 Direito 26 22/05/2016 20:30 Direito
12 21/05/2016 09:42 Direito 27 22/05/2016 20:54 Direito
13 21/05/2016 12:22 Direito 28 22/05/2016 23:46 Tecnologia em Logística
14 21/05/2016 17:20 Administração 29 23/05/2016 11:49 Tecnologia em Logística
15 21/05/2016 18:52 Tecnologia em Logística
Fonte: Autoria própria

5. Discussão e Resultados

Em análise preliminar representada no Gráfico 1, identifica-se uma maior


participação dos alunos do curso de Direito com 14 participações, representando 48,3% de
todos os 29 (vinte e nove) voluntários pesquisados, o que representa 24,6% dos 57 alunos
matriculados no curso. Para os cursos de Administração e Tecnologia em Logística identifica-
se a 20,7% com 6 participações em cada um dos cursos, e que nestas turmas estão
matriculados 72 e 68 alunos respectivamente, representando 8,3% e 8,8% dos alunos. E com
menor participação estão os alunos de Educação Física, com 10,3% dos contribuintes na
pesquisa, e em quantidade real representada por 3 participações o que equivale a 5,5% dos
55 alunos matriculados no curso.

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Gráfico 1: Distribuição dos alunos


Fonte: Autoria própria

É importante destacar que 88% dos alunos estão matriculados nas etapas iniciais dos
cursos, distribuídos em 37% para primeira etapa, 12% na segunda etapa e 39% na terceira
etapa, representado na tabela 2. Cada etapa indica o semestre letivo no respectivo curso.

Tabela 2: Quantidade de alunos por semestre


Período de estudo
Curso Total
1ª Etapa 2ª Etapa 3ª Etapa 4ª Etapa Demais Etapas
Administração 48 3 10 0 11 72
Direito 40 7 5 2 3 57
Educação Física 6 10 32 0 7 55
Logística 0 10 51 0 7 68
Total 94 30 98 2 28 252
Fonte: Autoria própria

No questionamento, foi solicitado aos alunos que avaliassem o seu envolvimento


com a disciplina de Metodologia da Pesquisa Científica, e conforme representado no Gráfico
2, 65,5% relatam a participação como boa. E para a forma de acesso ao ambiente virtual de
aprendizagem, 48,3% indicam que realizam as tarefas no final de semana ou quando chegam
em casa após as aulas, o que é demonstrado no Gráfico 3, já que são todos alunos do
período noturno com atividades profissionais durante o dia.

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Gráfico 2: Participação na disciplina Gráfico 3: Onde você acessa o Ambiente


Fonte: Autoria própria Virtual de Aprendizagem
Fonte: Autoria própria

Dentre as situações em que o aluno se sentiu frustrado com a disciplina


semipresencial identificou-se pontos relevantes como:

 Falta de exemplos das tarefas para ajudar na resolução;


 Muita leitura no AVA o que torna a disciplina cansativa;
 Poucas aulas presenciais;
 Falta de tempo para participação na disciplina que requer acesso fora da faculdade;
 Melhor filtro moderativo, muitos colegas participam dos fóruns e escrevem qualquer
coisa, prejudicando a participação e aprendizagem;
 Ter tirado nota na avaliação abaixo do que esperava, não ter compreendido alguns
tópicos apesar do esforço para tal.

Questionando os alunos para a utilização de recursos tecnológicos quando estudam


outras disciplinas fora do ambiente virtual de aprendizagem, 79,3% representado no Gráfico
4, indicam em suas respostas que utilizam a internet nos computadores pessoais (notebook),
celular e tablet, principalmente para assistir vídeo aula e aplicativos ligados às áreas de
estudo. Foi destacado também que o uso aumenta quando o docente disponibiliza material
de alguma forma através da internet, ou no aluno on-line, ou em página pessoal, ou e-mails
de grupo da turma.

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Gráfico 4: Utiliza recursos tecnológicos para estudar em outras disciplinas


Fonte: Autoria própria

Ao utilizar as tecnologias para o aprendizado, 44,8% dos alunos realizam pesquisas no


Google ou em qualquer outro site de busca por palavras chave. As pesquisas são realizadas
com os seguintes critérios e representado no Gráfico 5.

79,3% - Digito na caixa de texto a palavra que estou procurando, ou várias palavras, ou
ainda frases. Se estiver procurando um autor, apenas digito o nome dele.
27,6% - Utilizo mecanismos que limitam ou expandem mais a minha busca, como por
exemplo, aspas e sinais de adição e subtração.
17,2% - Procuro evitar palavras desnecessárias como artigos e preposições.
6,9% - Utilizo os termos “and”, “or”, “not” que me ajudam a combinar os termos da
minha pesquisa e são muito úteis em pesquisas mais complexas.
0% - Normalmente não faço pesquisas na Internet.

Dentre todos os alunos, é consenso que a interação com outros alunos, o suporte
técnico para a disciplina, como feedback e participação nos fóruns de dúvidas, auxiliam
muito no processo de aprendizado e pesquisas. E além das buscas em sites confiáveis, as
indicações de bibliografia norteiam todo o processo.

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Gráfico 5: Critérios para pesquisas na internet


Fonte: Autoria própria

Foi disponibilizada uma pergunta aberta, para que o aluno relate uma experiência
“positiva” que tenha encontrado ao desenvolver a disciplina nesta modalidade
semipresencial, verificamos que muitos associam a importância da tecnologia para todo seu
curso.

Experiência positiva indicada (relato dos alunos):

 Muitas vezes pensamos que não somos capazes de fazer algo ou uma tarefa, mas quando
finalmente paramos um pouco para entender o que está sendo exigido de nós, eu
particularmente acabo me surpreendendo com os resultados;
 De sabermos a relevância que tem essa matéria no meio e na vida acadêmica;
 Comecei a pesquisar mais, quanto à confiabilidade das matérias;
 Conhecimento simples que eu não prestava muita atenção;
 Interagir com os colegas;
 Flexibilidade de horários, permitindo encaixar o estudo da disciplina na janela de
oportunidade mais adequada da semana;
 Interação com outros alunos pelo fórum;
 Posso conciliar com o tempo disponível durante a semana;
 Envolvimento dos colegas fora do ambiente virtual, em comentários e trocas de
informações e impressões sobre os assuntos da matéria;
 Conhecimento, e aprender a fazer uso de métodos que me eram desconhecidos. Um
universo de informações e métodos úteis e interessantes;
 Ajuda a desenvolver conhecimentos, fazer amizades para futuros debates, interagir com o
pessoal que também faz o curso.

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Analisando as vantagens do estudo de uma disciplina na EaD, 75,9% dos alunos


confirmam a possibilidade de conciliar as atividades externas ao curso como um diferencial,
e 20,7% sinalizam a importância na flexibilidade dos horários, indicado no Gráfico 6. No
Gráfico 7 é apresentado quais são os objetivos que o aluno acessa o ambiente de
aprendizagem, com 55,2% que estão em busca de novos conhecimentos e 20,7% para
verificar se o professor disponibilizou novos conteúdos.

Gráfico 6: Vantagens de estudo em uma Gráfico 7: Você acessa o Ambiente de


disciplina a distância Aprendizagem (EaD) com qual
Fonte: Autoria própria objetivo
Fonte: Autoria própria

Outro ponto relevante identificado na pesquisa foi que as redes sociais se tornaram
um grande facilitador para interação entre os alunos, para troca de experiências particulares
e profissionais, e que ao mesmo tempo auxiliam muito no processo de aprendizagem, pois
ficam sabendo do conteúdo trabalhado quando não comparecem em uma aula no modelo
presencial, ou mesmo para troca de arquivos, trabalhos e dúvidas. O Gráfico 8 representa
quais as redes sociais que mais auxiliam no estudo.

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Gráfico 8: Redes sociais que auxiliam em seu estudo


Fonte: Autoria própria

Os alunos identificam que as tecnologias facilitam a realização das pesquisas, como o


uso de redes sociais que apresentam os resultados em poucos instantes, com 70,4% dos
alunos indicando o uso do Youtube para vídeo aulas, 59,3% com trocas de mensagens e
imagens através do WhatsApp, 51,9% com o uso do Google+ e 29,6% com o Facebook. A
troca de informações sobre os conteúdos ocorrem em 3,7% em redes como o Instagran,
Tumblr e Twitter.

6. Conclusões

As escolas investem cada vez mais em plataformas de alta conectividade para dentro
e para fora do seu espaço físico, permitindo uma integração transparente de dados, vídeo e
voz. No entanto, os sistemas desenvolvidos e implantados devem atender à crescente
demanda por criação e compartilhamento de conteúdo nas diferentes mídias existentes, a
qualquer hora do dia e em qualquer lugar.
Embora o ensino a distância contemple diversos momentos de interação entre os
indivíduos, pois necessita da participação dos alunos em fóruns e trabalhos em grupos, todo
o projeto deve ser focado em uma forma que estimule o pensamento e ações do aluno na
resolução de problemas, de maneira que as atividades propostas deem um novo significado
a partir do conhecimento existente, e que consequentemente implicará novos resultados.
A partir do questionário disponibilizado, identificou-se a necessidade de correções no
ambiente de estudo para atender dificuldades apresentadas pelos discentes durante o
processo de aprendizagem, como a falta de exemplos nas tarefas que ajudem sua resolução,
a melhoria do filtro nos fóruns mantendo o foco nas questões propostas, e uma alteração no
formato do material instrucional que estimule sua leitura.

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8 a 27 de setembro de 2016.

Outro ponto identificado para a melhoria no resultado da aprendizagem é a alteração


no formato das atividades, estimulando-as com exercícios que demonstrem as etapas de
construção de um artigo e trabalho de conclusão de curso, passo a passo.
O aluno deixa os estudos para o final de semana, momento que tem maior
flexibilidade em seus horários, por falta de tempo durante a semana ou envolvimento com
disciplinas presenciais. Durante a pesquisa identificou-se que o aluno julga não ser capaz de
fazer uma tarefa, mas quando finalmente compreende o que está sendo exigido, se
surpreende com o resultado e o aprendizado conseguido.
Se o aprendente estiver mergulhado em um meio que lhe proporcione e motive para
a construção de seu conhecimento, atuando e executando atividades condizentes, poderá
realizar novos empreendimentos e criar soluções inovadoras.
Portanto, o desafio neste formato da educação reside não apenas em investir em alta
tecnologia de comunicação e colaboração, mas em mudar a visão pedagógica do processo
de ensino e aprendizagem, de modo que transforme as escolas e universidades em
ambientes mais humanos, colaborativos, sustentáveis e alinhados às necessidades da
sociedade da informação e do conhecimento.

7. Referências

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