Dissidencias Sexuais Genero Repositorio PDF
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S a l va d o r E D U FB A 2 0 1 6
ISBN 978-85-232-1538-5
CDD: 306.76
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editora da ufba
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7
Introdução caras que desfazem gêneros
Leandro Colling
19
Corpos que ainda importam
Judith Butler
43
Transfeminicídio: violência de gênero e o gênero
da violência
Berenice Bento
69
(Pre)ocupando al 15-M. Activismos feministas y
queer/cui r en l as protestas contra l as políticas de
austeridad
Gracia Trujillo
91
“Fiz do meu corpo a revolução”: gastropolíticas
e contestações de gênero, sexualidade e espécie
Íris Nery do Carmo
109
Trânsi tos de género: leituras queer/ trans*
da potência do rizoma género
João Manuel de Oliveira
153
Corpos em cena e trânsito: sujeitos em devir
na filmografia de Cl áudia Priscill a
Fernanda Capibaribe Leite
177
Mulheres poderosas: género, raça , sexualidade,
cl as se, nação e outras categorias nómadas na
literatura contemporânea de mulheres africanas
Catarina Isabel Caldeira Martins
193
“Com esse eu caso”: homens trans, beleza
e reconhecimento
Tiago Duque
217
As guerras de pensamento não ocorrerão
nas universidades
Jaqueline Gomes de Jesus
233
E u vou bater uma siririca e vou gozar na minha ,
cara
Yuri Tripodi
239
Sobre os autores e as autoras
O impacto foi grande e Reagan não podia mais dizer que ninguém
estava morrendo vítima do HIV. Sáez (2007, p. 68) ainda destaca outro
aspecto importante. Ao contrário do que apregoam algumas pessoas
que criticam os estudos queer, o ativismo e sua posterior sistemati-
zação conceitual e teórica não defendem ou produzem divisões nos
movimentos sociais. O ACT UP, destaca Sáez, foi capaz de aglutinar
diversas pessoas, como gays, lésbicas, transexuais, negras, latinas,
prostitutas, pobres, drogadas e outras tantas, pois todas percebiam
que a má gestão do governo as atingia transversalmente, ou melhor,
interseccionalmente.
Em abril de 1990, surgiu outro grupo, o Queer Nation, que meses
depois faria uma polêmica intervenção na Parada do Orgulho Gay
de Nova York. Ativistas empunhavam cartazes com dizeres: “Ódio
aos heterossexuais”. Na verdade, esse grupo externalizava o seu
descontentamento com o próprio rumo do movimento gay da épo-
ca que, na busca de aceitação, defendia que LGBTs se comportassem
como os heterossexuais, em geral usando o argumento de que ser
homossexual é normal ou até mesmo alegando que nascemos he-
terossexuais ou homossexuais. Como explica Penedo (2008, p. 48),
o Queer Nation
Boa leitura!
re fe rênci as
CÓRDOBA, D.; SÁEZ, J.; VIDARTE, P. (Org.). Teoria queer. Políticas bolleras,
maricas, trans, mestizas. 2. ed. Madrid: Editorial Egales, 2007.
1 Tradução de Viviane v.
4 Nota da tradução: isso, nesse caso, se refere à luta por reconhecimento mencionada ante-
riormente e às questões que decorrem dessa luta.
Violência de gênero e o
gênero da violência
Berenice Bento
n o r a s to do co n ce i to “ feminicíd io”
o u : o q ue po de um co n ceito?
A primeira vez que se utilizou a expressão “femicídio” foi em
1801 para se referir a um assassinato de uma mulher. (RUSSELL;
HERMES, 2006, p. 76) Radford e Russell (1992, p. 76) recuperam esse
conceito e afirmam que “o femicídio está no extremo final do con-
tínuum do terror contra as mulheres, o qual inclui uma grande va-
riedade de abusos verbais e físicos.” Tal definição irá encontrar no
gênero da vítima a motivação do crime. Marcela Lagarde fará uma
tradução cultural de “femicídio” para “feminicídio”, para significar
o assassinato de centenas de mulheres não trans mexicanas, majo-
ritariamente na Ciudad Juárez.4 Segundo Lagarde (2006, p. 20),
3 O que apresentarei neste capítulo são resultados parciais da pesquisa sobre transfeminicí-
dio. Ainda há um longo caminho a ser percorrido, seja no que se refere à análise dos dados
e à construção dos marcos conceituais.
4 Vale destacar que em outros contextos o termo “femicídio” continua a ser utilizado para
interpretar o assassinato de corpos femininos em outros contextos. Destaco as pesquisas
de Nadera Shalhoub-Kevorkian (2009) sobre o femicídio na Palestina.
a n a r r a ção do s cr i m e s
6 Há uma alentada bibliografia sobre o tema. Não é meu objetivo fazer uma discussão especí-
fica sobre os assassinatos de Ciudad Juárez, mas sugerir como esses casos podem nos ajudar
a entender a natureza da violência letal no Brasil contra as travestis, as mulheres trans e as
mulheres transexuais.
a pr ox i ma çõ e s e n tr e o s a s s assinatos
e m c i u da d j uá r e z e br a si l 7
No quadro 1 apresento algumas regularidades que se notam nos
crimes contra as travestis, mulheres transexuais, mulheres trans e
as mulheres não trans em Ciudad Juárez.
Uma possível interpretação para a natureza dessa violência está
na posição que o feminino ocupa na ordem de gênero. O transfe-
minicídio, tal qual o feminicídio, se caracteriza como uma política
disseminada, intencional e sistemática de eliminação das travestis,
mulheres trans e mulheres transexuais, motivada pela negação de
humanidade às vítimas. O transfeminicídio seria a expressão mais
potente e trágica do caráter político das identidades de gênero. A pes-
soa é assassinada porque, além de romper com os destinos naturais
do seu corpo-sexual-generificado, o faz publicamente e demanda
esse reconhecimento das instituições sociais.
A principal função social do transfeminicídio é a espetaculari-
zação exemplar. Os corpos desfigurados importam na medida em
que contribuem para a coesão e reprodução da lei de gênero que
define que somos o que nossas genitálias determinam. Da mesma
forma que a sociedade precisa de modelos exemplares, de heróis,
os não exemplares, os párias, os seres abjetos também são estrutu-
rantes para o modelo de sujeitos que não devem habitar a Nação.
condições
Pobres. Trabalham na prostituição. Pobres.
sociais
8 Não se pode negligenciar a violência que os homens trans sofrem diariamente, inclusive pela
herança do gênero feminino que carregam. (BENTO, 2015b, 2015c) Socialmente é inaceitável
uma mulher entrar no reino divino do masculino. É importante ressaltar essa dimensão para
não se construir uma imagem de aceitabilidade social para suas existências. O que a pesquisa
sobre transfeminicídio está tentando entender é a natureza de um tipo específico de violên-
cia: os crimes letais contra as travestis, as mulheres trans e as mulheres transexuais.
9 Isadora Lins França (2009), Camilo Albuquerque de Braz (2009), Élcio Nogueira dos Santos
(2009), Marcelo Natividade (2008), Giancarlo Cornejo (2010), Sérgio Carrara (2005), Néstor
Perlongher (1987). Para uma análise dessa bibliografia, cf. Bento (2011).
da do s s o br e o s a s s a s s i n a dos d e pessoas
t r a n s e tr ave sti s n o br a s i l
Atualmente, são três fontes que registram os assassinatos de gays,
lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais no Brasil: a Secretaria de
Direitos Humanos da Presidência da República, o Grupo Gay da Bahia
11 A pesquisa sobre transfeminicídio no Brasil está em andamento. Neste capítulo vou priori-
zar a análise parcial dos dados presentes no Relatório de Assassinato de Homossexuais no
Brasil (LGBT) publicado anualmente pelo Grupo Gay da Bahia.
12 <http://tgeu.org/>.
13 Sugiro a leitura do artigo Transfobia e crimes de ódio: Assassinatos de pessoas transgênero como
genocídio, de Jaqueline de Jesus (2013). A autora faz uma excelente análise dos dados do
relatório da International Transgender Europe.
14 <http://www.sdh.gov.br/assuntos/lgbt>.
15 <http://grupogaydabahia.com.br/> e <https://homofobiamata.wordpress.com/>.
16 Na página está escrito: “Viado é mulher tem mais é que morrer”. Acredito que haja um erro
de digitação, fazendo mais sentido a utilização do “e”.
17 Utilizo “jovem trans” porque não há nenhuma indicação na matéria sobre a autoidentidade
de gênero da vítima.
18 <https://homofobiamata.wordpress.com/estatisticas/relatorios/>.
c o nclusão
[...] Como dialogar com gente que vem dizer que mulher
trans não é mulher, mas que isso é apenas divergência
teórica? Ora, o que está sendo chamado de teoria é uma
agressão constante às vidas das mulheres trans e demais
pessoas trans. ( JARID, 2015, p. 16)
referênci as
JARID, A. O que é ser mulher. Caros Amigos, São Paulo, ano 19, p. 16-17,
219. 2015.
Páginas eletrônicas:
<http://www.sdh.gov.br/assuntos/lgbt>
<http://grupogaydabahia.com.br/>
<https://homofobiamata.wordpress.com/>
Activismos feministas y
queer/cuir en las protestas
contra las políticas
de austeridad
Gracia Trujillo
1 La Troika financiera está formada por la Comisión Europea, el Banco Central Europeo y el
Fondo Monetario Internacional. En el contexto actual de rescates de algunos países como
España o Grecia, estas tres instituciones son las que imponen la política financiera a seguir
a los países, a cambio de la financiación solicitada.
2 La referencia mencionada es un número especial sobre el Sur de Europa de una revista sueca,
Lambda nordica, la única dedicada a temas lgtb-queer en el ámbito de los países nórdicos:
Trujillo y Santos (2014). Con trabajos sobre Portugal, Italia y España. La revista es de acceso
abierto: (www.lambdanordica.se).
3 Escribí sobre estas cuestiones en “Desde los márgenes. Prácticas y representaciones queer
en el Estado español”, en Grupo de Trabajo Queer, El eje del mal es heterosexual. Figuraciones,
movimientos y prácticas feministas queer. Madrid, Traficantes de Sueños, 2005.. p, 29-44. (El
libro completo, que es copy left, está disponible on line: <http://www.traficantes.net/sites/
default/files/pdfs/El%20eje%20del%20mal-TdS.pdf>).
4 A este respecto, véase “Del sujeto político la Mujer a la agencia de las (otras) mujeres: el impac-
to de la crítica queer en el feminismo del Estado español”, en Política y Sociedad, Universidad
Complutense de Madrid. v. 46, n. 1, 159-170, 2009. Disponible en: <http://revistas.ucm.es/in-
dex.php/POSO/article/view/23024>. Sobre el uso del término cuir en Latinoamérica, López y
Davis (2010). Y Rivas (2011).
5 La concepción del poder de Michel Foucault es uno de los elementos centrales de las teo-
rías y prácticas queer. El poder es entendido no como el conjunto de instituciones que ga-
rantizan la sujeción de las personas, sino como una red compleja de relaciones susceptibles
de producirse en todas partes. Un poder que no se adquiere sino que se ejerce y, en pala-
bras de Foucault (1978, p. 116), “donde hay poder hay resistencia, y no obstante (o mejor:
por lo mismo), ésta nunca está en posición de exterioridad respecto del poder”..
“s o m o s to da s pe r r a s fl autas!”
D i s i de n ci a s s e xua l e s y genéricas en el 15-M
Las personas que estudiamos y/o que formamos parte de los
movimientos sociales sabemos que éstos rara vez surgen de la nada.
El 15-M apareció en numerosos medios de comunicación, e incluso
en algunos análisis que pretendían ser más rigurosos, como una
revuelta popular que había surgido de manera espontánea. No fue
así. El movimiento de los indignadxs es heredero de otras movi-
lizaciones, dentro y fuera del estado español, y tiene además una
genealogía feminista y queer.
7 El recorrido de la ATMB, las acciones, manfiestos, etc., se pueden ver en nuestro blog: www.
asambleatransmaricabollodesol.blogspot.com
8 En Soley-Beltrán y Sabsay (2012).
9 Un ejemplo de los muchos disponibles en cuanto al uso del humor, en clave queer, es el
siguiente texto: http://madrid.tomalaplaza.net/2012/02/18/transmaribolleras-al-borde-de-
un-ataque-de-nervios/
10 Un ejemplo de las multiples noticias que aparecieron es este: http://elcomercio.pe/mundo/
africa/egipto-turbas-violan-mujeres-sacarlas-medio-publico-noticia-1723307
12 Algunos de los eslóganes frente a estas alusiones son “Placer anal contra el capital” o el del
Colectivo Hetaira, que trabaja en defensa de los derechos de las trabajadoras del sexo: “Las
putas insistimos, los políticos no son nuestros hijos”.
13 Sobre la lucha feminista dentro del 15-M, Revolucionando. Feminismos en el 15-M. Barcelona:
Ed. Icaria, 2012.
14 Sobre esta cuestión, Butler, “Cuerpos en alianza y la política de la calle”, traducción de Patricia
Soley- Beltrán, Revista Transversales, nº 26, 2012, disponible en: http://www.trasversales.net/
t26jb.htm
15 A las resistencias a todo lo queer por parte de un sector del feminismo argentino se refiere
también Valeria Flores en su libro Interruqciones. Ensayos de poética activista. Escritura, polí-
tica, pedagogía (2013).
Butler, J. “Acerca del término queer”, en Cuerpos que importan. Sobre los
límites materiales y discursivos del “sexo”. Buenos Aires: Paidós, 2002.
Rivas, F. Diga “queer” con la lengua afuera: sobre las confusiones del
debate latinoamericano. In: POR UN FEMINISMO sin mujeres. Santiago de
Chile: Territorios sexuales ediciones, 2011, p. 59-75.
gastropolíticas
e contestações de gênero,
sexualidade e espécie 1
Íris Nery do Carmo
2 Publicações em papel, geralmente compostas por colagens feitas à mão, de modo que tex-
tos ou desenhos são impressos, recortados e colados em folhas de papel que são montadas
numa determinada ordem e xerocadas. Esse tipo de formatação manual é uma característi-
ca-chave dos zines (ou fanzines). O baixo custo e a facilidade de confeccionar um zine fizeram
com que ele se tornasse um dos principais meios de expressão das ideias e da música punk
(MAGALHÃES, 1993 apud CAMARGO, 2010) – uma referência musical, política e estética cons-
tante no campo. Doravante, o itálico será utilizado como recurso gráfico para marcar catego-
rias nativas identificadas no trabalho de campo e estrangeirismos.
3 A perspectiva adotada por Hall (2000) defende que certos conceitos-chaves, quando se mos-
tram limitados e não mais “bons para pensar”, podem ser postos “sob rasura”. Isto é, uma vez
que não há como substitui-los por conceitos “mais verdadeiros”, a rasura permite que conti-
nuemos a pensar com eles, trabalhando, contudo, não mais no paradigma em que foram uma
vez gerados. Esse seria o caso do conceito de identidade (ou identificação) ainda necessário
– especialmente dada a sua centralidade para questões envolvendo a agência e política.
4 Doravante, utilizarei para a escrita deste ensaio o recurso gráfico do sublinhado a fim
indicar termos êmicos, isto é, categorias provindas do campo etnográfico.
a v i n ga n ça do s co r po s
5 Autoras como Eliza Bachega Casadei (2012), Jéssika Ribeiro, Jussara Costa e Idalina Santiago
(2012) e Gabriela Marques e Joana Pedro (2012) relacionaram, em suas pesquisas, o Festival
Vulva la Vida ao que seria o feminismo riot grrrl ou “feminismo punk” brasileiro.
6 Disponível em: <http://dancadavinganca.bandcamp.com/>. Acesso em: 08 out. 2015.
7 Cisgênero é uma categoria êmica utilizada para designar pessoas cuja identidade de gênero
mantém coerência com o sexo o qual lhe foi designado ao nascer. Blog do festival: <https://
festivalvulvalavida.wordpress.com/>. Acesso em: 13 mar. 2013.
figura 2 – Camiseta
do Ladyfest São Paulo
(2013)
Fonte: Acervo da autora.
FACCHINI, R. “Não faz mal pensar que não se está só’: estilo, produção
cultural e feminismo entre as minas do rock em São Paulo”. Cadernos Pagu,
Campinas, n. 36, p. 117-153, jan./jun. 2011.
HALL, S.. Quem precisa da identidade? In: SILVA, Tomaz Tadeu da (Org.).
Identidade e diferença. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. p. 103-133.
leituras queer/trans* da
potência do rizoma género
João Manuel de Oliveira
1 E por isso não o vou grafar em itálico. Vou mantê-lo como se fosse português.
2 Usada aqui no sentido que Butler (1992) dá ao regime de heterossexualidade hegemónica.
3 Sobre quem Maria Bethânia canta em A balada de Gisberta. A história cruel de Gisberta
com espancamento, tortura e afogamento, dos quais resultou sua morte, deu origem a
uma campanha quer nacional, quer internacional, “Justiça para Gisberta”, que será uma das
primeiras da Transgender Europe contra violência antitrans.
4 Esse prefixo é usado por grupos dentro do movimento trans* com determinadas dimensões
políticas. Contudo, no espaço desta teoria, a ideia de cis esconde mais do que revela, dado
que as pessoas não trans* também recorrem a tecnologias de género e viajam no espetro
dos géneros.
c o n c lu são – co r po s e m luta
BUTLER, J. Bodies that matter: on the discursive limits of sex. New York:
Routledge, 1992.
BUTLER, J. Senses of the the subject. New York: Fordham University Press,
2015.
NEGRI, A. Spinoza for our time. New York: Colombia University Press, 2013.
SINGER, L. Erotic welfare: sexual theory and politics in the age of epidemic.
New York: Routledge, 1993. p. 220.
o pós-gênero
e o teatro de Copi
Renata Pimentel
1 Creo que esto es Copi. Copi es la desmesura. [...] Fue un excelente autor teatral y un gran actor
permanente. Un hombre, a mi critério, que habia entremezclado lo real y lo imaginario de una
manera tan poderosa y tan sublime que costaba enormemente ver la diferencia. [...] Podemos
dizer que el teatro de Copi es un teatro de acción, diria, de acción terrible. [...] Este és el teatro
de Copi: un teatro sin condicionamientos, porque Copi era imposible de condicionar, de en-
casillar. [...] Es un provocador.
2 Un teatro dibujado que sucede con la velocidad de los dibujos. No hay descanso, todo es
continuo separado entre cuadro y cuadro, entre dibujo y dibujo. Copi dibuja con los actores,
y esta manera de concebir el teatro lo hace ser creador de un lenguaje. [...] En el teatrocó-
mic, a una muerte le sucede una resurreción. Todo es posible en el mundo del dibujo, ahí
radica la libertad desmesurada del artista: dibujar con actores.
referênci as
sujeitos em devir
na filmografia
de Cláudia Priscilla
Fernanda Capibaribe Leite
1 Trecho retirado do filme Vestido de Laerte (CLÁUDIA PRISCILLA; PEDRO MARQUES, 2012,
13 min).
referênci as
re fe rênci as
Mama, Amina. Beyond the masks. Race, gender and subjectivity. London
and New York: Routledge, 1995.
1 Utilizo a palavra “outro sexo”, “sexo oposto” ou “sexo” entre aspas em um sentido crítico,
na tentativa de problematizar qualquer perspectiva bionaturalizante dessa categoria, des-
tacando, portanto, seu caráter sociocultural.
2 A etnografia utilizada para a realização desta pesquisa envolveu o ambiente online e offline,
e ocorreu de junho de 2010 a agosto de 2013. Além disso, também utilizei a análise de
matérias jornalísticas, entrevistas e imagens.
3 Todas as citações escritas em português nesta pesquisa, mas referentes a escritos em ou-
tras línguas, são traduções livres dos fragmentos extraídos dos originais.
6 Segundo as informações da bula deste remédio, seu uso é para o tratamento “da falta do
hormônio masculino testosterona”. Sob o título “Reações adversas”, lê-se sobre reações
desagradáveis tanto para o uso por homens (por exemplo, “sinais de estimulação sexual
excessiva”) e por meninos pré-adolescentes (por exemplo, “desenvolvimento sexual pre-
coce”). Mas não há registros ou menções ao uso, e suas consequências, em “mulheres
biológicas”.
Ser um “homem feminino”, após ter passado por uma fase mais
jovem na qual performatizou uma masculinidade “brucutu” pode
ser compreendido como sinal do quanto corpo e performance
compõem a passabilidade desejada, isto é, a teletransmissão mais
adequada para cada um. Em especial, ser menos “brutalizado” está
dentro das expectativas do que podemos perceber em campo sobre
o que é ser um “homem lindo”. Sobre isso, discutirei a seguir.
9 Utilizo “teletransmissivo” aqui a partir da discussão feita anteriormente neste texto quando
do uso de “teletramsissão”.
i m pl i ca çõ e s e n tr e de s e jo e reconhecimento
c o ns i de r a çõ e s fi n a i s
r eferênci as
DELEUZE, G.; PARNET, C. Diálogos. São Paulo: Ed. Escuta, 1998. p. 91-119.
HUIJG, D. D. Eu não preciso falar que eu sou branca, cara, eu sou Latina!
Ou a complexidade da identificação racial na ideologia de ativistas jovens
(não) brancas. Cadernos Pagu, Campinas, n. 36, p. 77-116, jan./jun. 2011.
figura 1 – Na mesa,
minutos antes de
minha fala
Foto: Andréa Magnoni
figura 4 – Derramando e
manipulando terra no palco
Foto: Andréa Magnoni.
Não. [uníssono]
Por que será que não estão aqui? [ruídos] Será que é porque não querem?
[Marlene Wayar comenta em espanhol]:
Deve ter alguém [no Seminário], mas não nesta sala..
Pra n sermos quase nada nunca que é ser tudo ao mesmo tempo.
Oitavo Sexo, Terceiro Milênio.
Faz é tempo era uma vez escrevia numa lógica linear exemplo
discursivo como avaliação mas é tanta possibilidade perdida q n cabe
nesse escrito e n quero q caiba me deleitei nas probabilidades d uma
escritura para acabar-começar com a escrita galáxias pomba geram
exus e agora pinto a unha d um vermelho aberto e forte e com o
mesmo tom pinto letras em um caderninho
dance dance dance dance dance dance dance dance + uma vez
dance dance dance dance dance dance dance dance
eterna mente
dance