O Amor É Paciente e Bondoso
O Amor É Paciente e Bondoso
O Amor É Paciente e Bondoso
I. O AMOR É UM MANDAMENTO
1. O amor não é um sentimento, pois sentimentos não
podem ser ordenados,
“Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu
vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que
sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” – João 13.34,35
“Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como
também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e
sacrifício a Deus, em aroma suave” - Efésios 5.1,2
“Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os
irmãos. Quem não ama permanece na morte” – 1 João 3.14
“Permaneça o amor fraternal” – Hebreus 13.1
Deus, portanto, ordena o amor. Não se trata de uma escolha pessoal
ou de um espasmo de fim de ano. Não se trata de um sentimento bom
e generoso que devemos ter em público. O amor, diferente do que se
pensa por aí, não nos é natural, como respirar. Por natureza, somos o
oposto do amor e assim não conseguimos ter sentimentos amorosos
por nós mesmos.
2. O amor não é uma mera decisão que está em nosso
controle.
Quando o Senhor nos ordena a amar, nossa incapacidade fica
escancarada. Não sabemos amar como Ele ama. O outro extremo em
relação ao amor é o de pensar nele como uma escolha. É até coerente
pensarmos no amor nestes termos, mas o amor não é uma escolha
pessoal e autônoma. Da mesma forma que não consigo crer sem a
graça de Deus, também não consigo amar à parte da graça de Deus.
3. O amor é um mandamento divino,
É prudente considerarmos o amor não como um mero sentimento ou
uma simples escolha pessoal. É bíblico reconhecermos que o amor é
um mandamento. Jesus nos orienta a pensar desta forma:
“Mas eu digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem”
(Mateus 5:44)
Não está em nosso poder amar do modo como Jesus ensinou. Deus
capacita sobrenaturalmente seu povo para que exista amor.
“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que,
estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para
que produza mais fruto ainda. Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho
falado; permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo
produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o
podeis dar, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós, os ramos.
Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim
nada podeis fazer” (João 15.1-5).
É através do amor que a igreja é edificada. Não meramente
por intermédio dos dons, mas dos dons exercidos com amor.
II. O AMOR É PACIENTE
Na Bíblia, o amor não é um relaxamento que nos permite reencontrar
a verdadeira substância da nossa personalidade. Na Bíblia, o amor é
uma guerra que Deus declara a nós e ganha. O que nos concilia é o
confronto.
O amor impõe-se às comunidades de fé porque elas não estão à altura
de manifestá-lo e porque, por isso mesmo, devem render-se a ele para
que seja Deus a ganhar as guerras comuns entre homens dentro das
igrejas. O paradoxo é que somos chamados a amar como Deus ama
porque odiamos
como os homens odeiam. Logo, o amor não é algo que fica guardado
para quando nos damos bem uns com os outros, mas algo a que
somos obrigados por naturalmente nos darmos mal uns com os
outros.
Amar exige ter paciência.
O termo em grego descreve o homem que é lento para a irritação.
Utiliza-se para referir-se ao próprio Deus em sua relação com os
homens. Ao tratar com os homens, por mais recalcitrantes,
desumanos e ferinos que sejam, devemos exercer a mesma paciência
que Deus tem para conosco.
O amor tem uma infinita capacidade para suportar. Não perde o
domínio depressa, mas suporta pacientemente. A ACF traz a seguinte
afirmação: “o amor é sofredor”. Por natureza nossos relacionamentos
com outros são determinados por simpatia e antipatia, que se
alternam rapidamente. Em pouco tempo não queremos ter mais nada
a ver com algumas. Rapidamente nossa paciência se esgota. O
genuíno amor, porém, “é longânimo”. Também poderíamos traduzir:
Não perde o fôlego.
Num tempo em que os nervos das pessoas estão à flor da pele, o amor
paciente é necessidade vital. Há pessoas que têm o pavio curto, e
outras que nem têm pavio. As pessoas estão parecendo barris de
pólvora: explodem ao sinal de qualquer calor. O amor tem uma
infinita capacidade de suportar situações adversas e pessoas hostis. A
ideia é a mesma da longanimidade. Quem ama tem um ânimo longo,
um ânimo esticado ao máximo. O amor é paciente com as pessoas. Ele
tem a capacidade de andar a segunda milha. Quando alguém o fere,
ele dá a outra face. Ele não paga ultraje com ultraje.