Resenha - Aula de Portugues Do Professor Criativo PDF

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

Departamento de Educação - DEDU


Curso de Licenciatura em Letras com a Língua Inglesa
Professora Pensilvânia Diniz Guerra Santos

JOÃO BOSCO DA SILVA


([email protected])

AULA DE PORTUGUÊS DO PROFESSOR CRIATIVO

FEIRA DE SANTANA - BAHIA


2009
Introdução:

Entendemos que o Livro de Irandé Antunes é um ato de cidadania, tentando


mostrar o perfil ideal aos professores, ao tempo em que procura contribuir para que os
alunos ampliem sua competência no uso oral e escrito da língua portuguesa. Como ela
mesma diz, a sua obra não pretende encerrar o tema, mas sim propor a participação
reflexiva, crítica e criadora de cada professor que atua no exercício do ensino da língua.

O ensino da língua portuguesa também pode possibilitar que as pessoas se


tornem cada vez mais críticas, mais participativas e atuantes, política e socialmente, muito
especialmente pela “voz”, pela “comunicação”, pela “atuação e interação verbal”, pela
linguagem, enfim, para melhorar a interatividade da língua, que somente acontece por
meio de textos orais e escritos, em práticas discursivas as mais diversas, conforme as
situações sociais em que se inserem.

No Capítulo 1:

Podemos perceber uma breve análise dos sinais de mudança, do querer


legitimado pelos PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais e os desdobramentos ao
SAEB – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, trabalhando a oralidade, a
escrita e a leitura, com propostas de ações para “virar a página” da história da educação
através dos professores. Aponta também algumas dificuldades e equívocos em relação às
atividades pedagógicas, no tratamento com a oralidade, a escrita, a leitura e a gramática.
Saber tais regularidades faz muita diferença, quando nos encontramos nas
situações reais de uso da língua, dentro e fora da escola. Não saber tais regularidades
concorre, significativamente, para deixar-nos limitados no acesso ao conhecimento e nas
atividades de sua produção e de sua distribuição. Não saber tais regularidades concorre
também para deixar os mais pobres ainda mais excluídos, os quais, “coincidentemente”,
são os menos escolarizados e os menos preparados para enfrentar as exigências de um
mercado de trabalho cada vez mais especializado. A manutenção de determinados
padrões de ensino da língua servem basicamente, para despistar ou encobrir o poder
critico das pessoas, impondo-lhes o domínio da palavra. O professor de português não
pode ficar apenas analisando se o sujeito é “determinado” ou “indeterminado”, por
exemplo, pois os alunos ficam privados de tomar consciência de que ou eles se
determinam a assumir o destino de suas vidas ou acabam sentindo-se como sujeitos
ocultos.
Existe, nesse contexto, a falta de uma política pública de valorização do trabalho
do professor, reduzido, quase sempre, à sala de aula, sem tempo para ler, para pesquisar,
para estudar. A sua tarefa é, portanto, somente de passar assuntos e exigir nas provas.
O que Irandé deixa transparecer no Livro é que os professores devem sair do seu
comodismo e ser instrumento de mudança, abrindo novos horizontes.

No Capítulo 2:

Percebemos alguns princípios teóricos capazes de fundamentar um ensino da


língua mais relevante e eficiente. Ela pega como pontos de referência a prática da escrita,
a prática da leitura, a prática da reflexão sobre a gramática e a prática da oralidade. Mas
para que dê certo, são expostas as principais implicações pedagógicas para cada
princípio, com sugestões de como o professor deve proceder.
O capítulo começa mostrando como se deve assumir a dimensão interacional da
linguagem, desde a valorização dos Princípios teóricos até o sujeito da aprendizagem. No
Primeiro princípio da prática pedagógica, que é “Explorando a escrita” vimos como é
importante sabermos das características da escrita e das etapas da elaboração de um
texto.
Já no Segundo princípio, da prática pedagógica, que é Explorando a Prática da
Leitura observamos como o público deve melhor explorar a leitura na sua interação e
significações. No Terceiro princípio da prática pedagógica, vimos o que significa
Explorando a Prática da Gramática utilizando-se de suas regras e prestígios, com as
formas de exploração da gramática, com a sugestão da professora Escritora Irandé
Antunes, sobre qual gramática o professor de português deve levar para a sala de aula.
E, finalmente, o Quarto e último princípio da prática pedagógica, que é
Explorando a prática da Oralidade, foi mostrado a importância da interatividade da
oralidade com a escrita, e a leitura.
Na realidade o que a autora propõe são algumas soluções, em respostas para a
queixa dos professores, que já não sabem ao certo, o que ensinar nas aulas de línguas,
com o intuito de alfabetizar, fazer crescer o letramento dos alunos e ampliar as
competências mais significativas para as atividades sociais, interativas, relativas aos usos
literários ou não das línguas.
Isso se torna mais fácil se o professor estiver consciente das amplas funções
desempenhadas pelo uso das línguas na construção das identidades nacionais e na
interatividade dos indivíduos nos grupos sociais. Além disso, precisam estar qualificados
para saber mais sobre as questões textuais – coesão, coerência, graus de informatividade
de um texto, precisando conhecer melhor as suas implicações lexicais, gramaticais e
discursivas da diversidade de tipos e gêneros, conhecendo mais sobre a intertextualidade
e seu peso na atividade de ler e elaborar textos, em confronto ou parceria com a
gramática.
A escrita acontece quando produzimos um texto que nos servirá para um
rascunho inicial. Uma boa redação vem de um rascunho, e nunca de uma primeira versão,
pois será por meio de sucessivas versões que o texto será aperfeiçoado e assim
obteremos um bom produto final. Com esse intuito os Parâmetros Curriculares Nacionais
nos indicam o planejamento e a coordenação dos aspectos que regem uma boa redação e
que o aluno provavelmente não o saberá sozinho.

No Capítulo 3:

Que não foi discutido em aula, ela dá algumas orientações e sugestões de


atividades que podem ser desenvolvidas no âmbito da escrita, da leitura, da reflexão
gramatical e da oralidade;

No Capítulo 4 (Redimensionando a avaliação).

Consideramos o mais importante de todos, exatamente porque vai focar no


resultado dos parâmetros analisados nos três capítulos anteriores. Vamos saber como
avaliar? Ela apresenta algumas considerações sobre determinados procedimentos de
avaliação, a partir da utilização dos princípios enfocados no seu Livro. Verificamos, por
exemplo, que os professores devem procurar saber mais sobre as grandes funções da
leitura e da escrita, para promover a gradativa inserção do indivíduo no mundo da escrita,
ou melhor, no mundo da cultura letrada, articulando melhor o ensino e avaliação,
avaliação e ensino, em todo o processo de aprendizagem e não somente numa prova
escrita.
Quando é feita a entrega de um trabalho, o professor é apenas o mediador da
correção e não será o único a corrigir. Para tanto, deve marcar nos textos as pistas para a
análise e a organização das idéias, sugerir o uso do dicionário e rever a estrutura do texto,
e não apenas destacar erros de desvios ortográficos. A ortografia será avaliada em plano
secundário, para que o aluno possa fazer uma revisão crítica, levando-os a visualizar
possíveis erros em suas escritas, desenvolvendo mais o seu ato de escrever.
A reescrita pode melhorar o trabalho e, consequentemente a avaliação, se for
feita antes do seu final, após todas as etapas anteriores cumpridas. A avaliação, também
nesse caso, passa pela auto-correção, para aperfeiçoamento dos instrumentos
lingüísticos, evitando as frases soltas, as quais só possuem finalidades didáticas e não
comunicativas e sociais. Os saberes apreendidos nessa fase podem ser discutidos em
sala de aula, apoiados nas reflexões dos textos. O tempo para essa reflexão é
fundamental e indispensável.
Portanto, os professores devem estar saber que o processo de avaliação e a
relação que se estabelece entre o ato de ensinar e o de avaliar/cobrar o conteúdo estão
intimamente ligados e indissociáveis e não pode haver uma única avaliação no processo
ensino-aprendizagem, pois, segundo a autora, existem práticas avaliativas travadas e
inflexíveis, que avaliam apenas o erro. A proposta é fazer uma avaliação diagnóstica, com
a concepção pedagógica para nortear a prática educativa, com a participação interativa
do aluno.

CONCLUSÃO:

Após na reflexão proporcionada no presente estudo, constatamos que há muito a


ser feito para que nossos alunos possam desenvolver seu senso crítico, a partir da
autonomia intelectual, mudando o conceito anterior, de que a escolar ensinava apenas as
disciplinas com seus conteúdos descontextualizados.
Saber argumentar em português é a chave do raciocínio, para entendermos as
demais leituras na vida de cada um, em busca dessa autonomia, passando a analisar seu
próprio texto. A leitura deve manter um meio salutar de encontro entre o ouvinte e um
falante (leitor e escritor), numa leitura formal transformada num diálogo informal, observar
os sinais de pontuação e as regras de uso social da língua.
O aluno precisa ter suas próprias opiniões e livros preferidos, e estar convencido
das vantagens de saber e de poder ler.
O professor tem uma participação fundamental no acompanhamento do aluno,
para que ele consiga desenvolver uma leitura crítica e prazerosa, tentando desvendar o
avesso do texto.
A sala de aula deve ter um ambiente adequado para estimular a leitura,
caracterizando a norma-padrão como a variedade prestigiada, mas não como a única
norma “certa”.
Por fim, vivemos numa sociedade com informações dinâmicas e por isso
devemos adequar o perfil da nossa classe com alunos não podem ser mais ativos e
participativos, contestando, se auto-avaliando dentro do seu mundo de compreensão
autônoma, tentando descobrir quais são as leituras mais interessantes, em textos com
relevâncias sociais, gêneros e temas diversificados. Irandé questiona no final do seu livro:
As aulas de português a favor de quem? A favor de quê? (...) para que as aulas de
português? As perguntas ficam cada vez mais sem respostas, se não estivermos
conscientes do nosso papel, enquanto professor de Português.

REFERÊNCIA:

ANTUNES, Irandé. Aula de Português – encontro & interação. São Paulo: Parábola
Editorial, 2009.

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