Estudos de Caso de Perícia
Estudos de Caso de Perícia
Estudos de Caso de Perícia
Autores:
José Heriberto Costa
Osmar Guimarães de Lima
Ril Moura
Sergio Correia Barbosa
Ubirajara de Barros Júnior
Álan Teixeira de Oliveira
Estudos de Casos de
Perícia
2017
ISBN 978-85-69486-06-0
CDD-657.450981
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Introdução
Trata-se de ação ordinária de alteração contratual, revisão de pres-
tação, saldo devedor e repetição de indébito com pedido parcial de ante-
cipação parcial de tutela impetrada por XXXX e outra em face de Banco
X onde o Autor alega o seguinte:
a) que adquiriu uma casa em 18 de março de 1997 através de fi-
nanciamento pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH) que têm por
base a lei 4380/64;
b) que o contrato foi firmado com base na legislação específica do
SFH, não constando vinculação à lei 8.692 de 28 de julho de 1993 que
impôs o PCR (Plano de Comprometimento de Renda) significando pois
que o contrato tem por base as disposições anteriores devendo, portanto,
ser respeitada a imperatividade do PES/CP (Plano de Equivalência Sala-
rial por Categoria Profissional) sendo justo pois o pedido de alteração do
contrato para que o mesmo fique adequado às normas do PES/CP ;
c) que os autores não estão mais conseguindo acompanhar os
aumentos das prestações e do saldo devedor em razão dos altíssimos
valores que o Banco Réu vem cobrando, sendo que as prestações e o
saldo devedor vêm sendo corrigidos de forma ilegal em vista da apli-
cação da TR;
d) que ocorreram várias tentativas dos autores em adequar o con-
trato ao PES/CP mas não tem sido este o entendimento do Banco Réu
que insiste em afirmar que o negócio foi feito pelo PCR da lei 8.692 / 93.
Para fundamentar suas alegações o Autor invoca o argumento de
que as leis 4.595/64 e 4.380/64 foram recepcionadas pela Constituição
Federal passando a vigorar com força de lei complementar e só poderiam
ser alteradas por preceito da mesma natureza, estando a lei 8.692/93 em
nível inferior na hierarquia das leis (fls. 6).
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QUESITOS DO AUTOR
1) Qual a data, e valor e prazo do contrato de financiamento habi-
tacional em questão?
Resposta - A perícia responde que conforme fls. 48/60 o contrato
firmado entre Autor e Réu está datado 18 de março de 1997. O valor do
financiamento concedido foi R$ 37.566,60 (trinta e sete mil quinhentos
e sessenta e seis reais e sessenta centavos) a ser quitado em 180 meses
podendo ser prorrogado por mais 60 meses (fls. 59).
2) Qual o plano de financiamento habitacional ao qual o presente
contrato está enquadrado? Este plano prevê o reajuste das prestações de
acordo com os aumentos salariais do mutuário titular?
Resposta - A perícia responde que o plano de financiamento ao
qual o presente contrato está enquadrado é o PCR (Plano de Compro-
metimento de Renda). Tal plano não prevê os reajustes das prestações
de acordo com os aumentos salariais do mutuário titular e sim mediante
a aplicação do mesmo índice e na mesma periodicidade da atualização
do saldo devedor do contrato conforme estabelecido no art. 4º da lei
8.692/93 abaixo transcrito:
Art. 4º O reajustamento dos encargos mensais nos contra-
tos regidos pelo Plano de Comprometimento da Renda terá
por base o mesmo índice e a mesma periodicidade de atu-
alização do saldo devedor dos contratos, mas a aplicação
deste índice não poderá resultar em comprometimento de
renda em percentual superior ao máximo estabelecido no
contrato.
A Perícia esclarece que o percentual máximo de comprometimen-
to de renda estabelecido em contrato é de 30%.
3) A qual categoria profissional pertence o mutuário titular do contrato?
Resposta - A Perícia responde que a categoria profissional infor-
mada pelo Autor em sua inicial é a de securitário.
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Considerações finais
Após análise dos autos e respostas aos quesitos a Perícia apresenta
as seguintes considerações finais:
a) O contrato firmado entre autor e réu previa em sua cláusula
sexta o reajuste das prestações pelo plano de comprometimento de renda
(PCR) conforme definido na lei 8.692 de 28 de julho de 1993, e não pelo
PES/CP como deseja o autor.
b) Pelo art. 15 da lei 8.692/93 e pela cláusula 13ª do contrato fir-
mado entre as partes, o reajuste do saldo devedor deve ser efetuado pelos
mesmos índices utilizados para a atualização dos depósitos em caderneta
de poupança correspondentes ao dia da assinatura do contrato, e não pelo
INPC, conforme pretendido pelo autor.
Ainda por tal plano a prestação mensal também deve ser reajusta-
da pelo índice da caderneta de poupança, correspondente à data de assi-
natura do contrato.
c) A lei 8.692/93 e o contrato em sua cláusula 8ª asseguram ao
mutuário que as prestações mensais não podem comprometer mais de 30
% (trinta por cento) da renda familiar.
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REAJUSTE DA APROPRIAÇÃO
REAJUSTE SALDO DEVEDOR
PRESTAÇÃO PRESTAÇÃO DO ENCARGO
PRESTAÇÃO DO
LIQUIDA TOTAL Juros s/ Saldo Dev.
(PCR)
SEGURO VALOR VALOR Após
0,9488833% a m. Amortização ÍNDICE
ANTERIOR ATUALIZADO Amortização
Nº DATA ÍNDICE VALOR ÍNDICE VALOR efetiva
- - - 18/03/1997 --- 436,14 --- 66,22 502,36 --- --- 37.566,60 --- 37.566,60 37.566,60
01 18/04/1997 1,006826 439,12 1,006826 66,67 505,79 358,90 80,22 37.566,60 1,006826 37.823,03 37.742,81
02 18/05/1997 1,005375 441,48 1,005375 67,03 508,51 360,06 81,42 37.742,81 1,005375 37.945,68 37.864,26
03 18/06/1997 1,006852 444,50 1,006852 67,49 511,99 361,75 82,75 37.864,26 1,006852 38.123,71 38.040,95
04 18/07/1997 1,006112 447,22 1,006112 67,90 515,12 363,17 84,05 38.040,95 1,006112 38.273,46 38.189,41
05 18/08/1997 1,005941 449,88 1,005941 68,31 518,18 364,53 85,35 38.189,41 1,005941 38.416,29 38.330,94
06 18/09/1997 1,007163 453,10 1,007163 68,79 521,89 366,32 86,78 38.330,94 1,007163 38.605,51 38.518,73
07 18/10/1997 1,005848 455,75 1,005848 69,20 524,95 367,64 88,11 38.518,73 1,005848 38.743,99 38.655,87
08 18/11/1997 1,006476 458,70 1,006476 69,65 528,34 369,17 89,53 38.655,87 1,006476 38.906,21 38.816,69
09 18/12/1997 1,017818 466,87 1,017818 70,89 537,76 374,89 91,98 38.816,69 1,017818 39.508,32 39.416,34
10 18/01/1998 1,010347 471,70 1,010347 71,62 543,32 377,88 93,82 39.416,34 1,010347 39.824,18 39.730,36
11 18/02/1998 1,012784 477,73 1,012784 72,54 550,27 381,81 95,92 39.730,36 1,012784 40.238,27 40.142,35
12 18/03/1998 1,003073 479,20 1,003073 72,76 551,96 382,07 97,13 40.142,35 1,003073 40.265,71 40.168,58
13 18/04/1998 1,005875 482,02 1,005875 73,19 555,20 383,39 98,62 40.168,58 1,005875 40.404,57 40.305,95
14 18/05/1998 1,003025 483,48 1,003025 73,41 556,88 383,61 99,86 40.305,95 1,003025 40.427,87 40.328,01
15 18/06/1998 1,006184 486,47 1,006184 73,86 560,33 385,03 101,43 40.328,01 1,006184 40.577,40 40.475,97
16 18/07/1998 1,004977 488,89 1,004977 74,23 563,11 385,98 102,91 40.475,97 1,004977 40.677,41 40.574,51
17 18/08/1998 1,003782 490,74 1,003782 74,51 565,24 386,46 104,27 40.574,51 1,003782 40.727,96 40.623,69
18 18/09/1998 1,004456 492,92 1,004456 74,84 567,76 387,19 105,73 40.623,69 1,004456 40.804,71 40.698,97
19 18/10/1998 1,010421 498,06 1,010421 75,62 573,68 390,21 107,85 40.698,97 1,010421 41.123,10 41.015,25
20 18/11/1998 1,010369 503,22 1,010369 76,41 579,63 393,22 110,00 41.015,25 1,010369 41.440,54 41.330,54
21 18/12/1998 1,004759 505,62 1,004759 76,77 582,39 394,04 111,57 41.330,54 1,004759 41.527,23 41.415,66
22 18/01/1999 1,004249 507,77 1,004249 77,10 584,86 394,66 113,11 41.415,66 1,004249 41.591,63 41.478,52
23 18/02/1999 1,007588 511,62 1,007588 77,68 589,30 396,57 115,05 41.478,52 1,007588 41.793,26 41.678,21
24 18/03/1999 1,007615 515,52 1,007615 78,27 593,79 398,49 117,03 41.678,21 1,007615 41.995,59 41.878,56
25 18/04/1999 1,007488 519,38 1,007488 78,86 598,23 400,35 119,02 41.878,56 1,007488 42.192,15 42.073,13
26 18/05/1999 1,004866 521,90 1,004866 79,24 601,14 401,17 120,74 42.073,13 1,004866 42.277,86 42.157,12
27 18/06/1999 1,002200 523,05 1,002200 79,42 602,47 400,90 122,15 42.157,12 1,002200 42.249,87 42.127,72
28 18/07/1999 1,002698 524,46 1,002698 79,63 604,09 400,82 123,64 42.127,72 1,002698 42.241,38 42.117,74
29 18/08/1999 1,003236 526,16 1,003236 79,89 606,05 400,94 125,22 42.117,74 1,003236 42.254,03 42.128,81
30 18/09/1999 1,002961 527,72 1,002961 80,12 607,84 400,94 126,78 42.128,81 1,002961 42.253,56 42.126,78
31 18/10/1999 1,001610 528,57 1,001610 80,25 608,82 400,38 128,19 42.126,78 1,001610 42.194,60 42.066,41
32 18/11/1999 1,002321 529,79 1,002321 80,44 610,23 400,09 129,71 42.066,41 1,002321 42.164,05 42.034,34
33 18/12/1999 1,002819 531,29 1,002819 80,67 611,95 399,98 131,31 42.034,34 1,002819 42.152,84 42.021,53
34 18/01/2000 1,002282 532,50 1,002282 80,85 613,35 399,65 132,85 42.021,53 1,002282 42.117,42 41.984,57
35 18/02/2000 1,002850 534,02 1,002850 81,08 615,10 399,52 134,50 41.984,57 1,002850 42.104,23 41.969,73
36 18/03/2000 1,001381 534,75 1,001381 81,19 615,95 398,79 135,96 41.969,73 1,001381 42.027,69 41.891,73
37 18/04/2000 1,002219 535,94 1,002219 81,37 617,31 398,39 137,56 41.891,73 1,002219 41.984,69 41.847,13
38 18/05/2000 1,001872 536,94 1,001872 81,53 618,47 397,82 139,12 41.847,13 1,001872 41.925,47 41.786,35
39 18/06/2000 1,002457 538,26 1,002457 81,73 619,99 397,48 140,79 41.786,35 1,002457 41.889,02 41.748,23
40 18/07/2000 1,001645 539,15 1,001645 81,86 621,01 396,79 142,36 41.748,23 1,001645 41.816,91 41.674,55
41 18/08/2000 1,002059 540,26 1,002059 82,03 622,29 396,26 144,00 41.674,55 1,002059 41.760,36 41.616,36
42 18/09/2000 1,000980 540,79 1,000980 82,11 622,90 395,28 145,51 41.616,36 1,000980 41.657,14 41.511,63
43 18/10/2000 1,001472 541,58 1,001472 82,23 623,87
1 394,48 147,11 41.511,63 1,001472 41.572,14 41.425,63
44 18/11/2000 1,001400 542,34 1,001400 82,35 624,69 393,63 148,71 41.425,63 1,001400 41.483,62 41.334,91
45 18/12/2000 1,001164 542,97 1,001164 82,44 625,42 392,68 150,30 41.334,91 1,001164 41.383,03 41.232,73
46 18/01/2001 1,001238 543,65 1,001238 82,54 626,19 391,73 151,91 41.232,73 1,001238 41.283,77 41.131,86
47 18/02/2001 1,001063 544,22 1,001063 82,63 626,85 390,71 153,52 41.131,86 1,001063 41.175,59 41.022,07
48 18/03/2001 1,000498 544,50 1,000498 82,67 627,17 389,45 155,05 41.022,07 1,000498 41.042,50 40.887,45
49 18/04/2001 1,001636 545,39 1,001636 82,81 628,19 388,61 156,78 40.887,45 1,001636 40.954,34 40.797,56
50 18/05/2001 1,001978 546,46 1,001978 82,97 629,44 387,89 158,58 40.797,56 1,001978 40.878,26 40.719,68
51 18/06/2001 1,001309 547,18 1,001309 83,08 630,26 386,89 160,29 40.719,68 1,001309 40.772,99 40.612,69
52 18/07/2001 1,002153 548,36 1,002153 83,26 631,62 386,20 162,16 40.612,69 1,002153 40.700,13 40.537,97
53 18/08/2001 1,003706 550,39 1,003706 83,57 633,96 386,08 164,31 40.537,97 1,003706 40.688,20 40.523,90
54 18/09/2001 1,002135 551,57 1,002135 83,75 635,31 385,35 166,22 40.523,90 1,002135 40.610,42 40.444,20
55 18/10/2001 1,002538 552,97 1,002538 83,96 636,92 384,74 168,22 40.444,20 1,002538 40.546,84 40.378,62
56 18/11/2001 1,002155 554,16 1,002155 84,14 638,30 383,97 170,19 40.378,62 1,002155 40.465,64 40.295,45
57 18/12/2001 1,002284 555,42 1,002284 84,33 639,75 383,23 172,19 40.295,45 1,002284 40.387,49 40.215,29
58 18/01/2002 1,002314 556,71 1,002314 84,53 641,23 382,48 174,23 40.215,29 1,002314 40.308,35 40.134,12
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REAJUSTE DA APROPRIAÇÃO
REAJUSTE SALDO DEVEDOR
PRESTAÇÃO PRESTAÇÃO DO ENCARGO
PRESTAÇÃO DO
LIQUIDA TOTAL Juros s/ Saldo Dev.
(PCR)
SEGURO VALOR VALOR Após
0,9488833% a m. Amortização ÍNDICE
ANTERIOR ATUALIZADO Amortização
Nº DATA ÍNDICE VALOR ÍNDICE VALOR efetiva
59 18/02/2002 1,001568 557,58 1,001568 84,66 642,24 381,42 176,16 40.134,12 1,001568 40.197,05 40.020,89
60 18/03/2002 1,001884 558,63 1,001884 84,82 643,45 380,47 178,16 40.020,89 1,001884 40.096,29 39.918,13
61 18/04/2002 1,002402 559,97 1,002402 85,02 645,00 379,69 180,29 39.918,13 1,002402 40.014,01 39.833,73
62 18/05/2002 1,001884 561,03 1,001884 85,18 646,21 378,69 182,34 39.833,73 1,001884 39.908,77 39.726,43
63 18/06/2002 1,001714 561,99 1,001714 85,33 647,32 377,60 184,39 39.726,43 1,001714 39.794,52 39.610,14
64 18/07/2002 1,002391 563,33 1,002391 85,53 648,87 376,75 186,58 39.610,14 1,002391 39.704,84 39.518,26
65 18/08/2002 1,002272 564,61 1,002272 85,73 650,34 375,83 188,78 39.518,26 1,002272 39.608,05 39.419,27
66 18/09/2002 1,002270 565,90 1,002270 85,92 651,82 374,89 191,00 39.419,27 1,002270 39.508,75 39.317,75
67 18/10/2002 1,002375 567,24 1,002375 86,13 653,36 373,97 193,27 39.317,75 1,002375 39.411,13 39.217,85
68 18/11/2002 1,002923 568,90 1,002923 86,38 655,27 373,22 195,68 39.217,85 1,002923 39.332,49 39.136,81
69 18/12/2002 1,003789 571,05 1,003789 86,70 657,76 372,77 198,28 39.136,81 1,003789 39.285,10 39.086,82
70 18/01/2003 1,003979 573,32 1,003979 87,05 660,37 372,36 200,96 39.086,82 1,003979 39.242,34 39.041,38
71 18/02/2003 1,004207 575,74 1,004207 87,42 663,15 372,02 203,72 39.041,38 1,004207 39.205,63 39.001,91
72 18/03/2003 1,003478 577,74 1,003478 87,72 665,46 371,37 206,37 39.001,91 1,003478 39.137,56 38.931,19
73 18/04/2003 1,005736 581,05 1,005736 88,22 669,28 371,53 209,52 38.931,19 1,005736 39.154,50 38.944,97
74 18/05/2003 1,003284 582,96 1,003284 88,51 671,47 370,76 212,21 38.944,97 1,003284 39.072,87 38.860,66
75 18/06/2003 1,005184 585,98 1,005184 88,97 674,95 370,65 215,33 38.860,66 1,005184 39.062,12 38.846,79
76 18/07/2003 1,004570 588,66 1,004570 89,38 678,04 370,30 218,37 38.846,79 1,004570 39.024,32 38.805,95
77 18/08/2003 1,004154 591,11 1,004154 89,75 680,86 369,75 221,35 38.805,95 1,004154 38.967,15 38.745,80
78 18/09/2003 1,004371 593,69 1,004371 90,14 683,83 369,26 224,43 38.745,80 1,004371 38.915,15 38.690,72
79 18/10/2003 1,002964 595,45 1,002964 90,41 685,86 368,22 227,23 38.690,72 1,002964 38.805,40 38.578,17
80 18/11/2003 1,002285 596,81 1,002285 90,61 687,43 366,90 229,91 38.578,17 1,002285 38.666,32 38.436,41
81 18/12/2003 1,002222 598,14 1,002222 90,82 688,95 365,53 232,61 38.436,41 1,002222 38.521,81 38.289,20
82 18/01/2004 1,001040 598,76 1,001040 90,91 689,67 363,70 235,06 38.289,20 1,001040 38.329,03 38.093,96
83 18/02/2004 1,001524 599,67 1,001524 91,05 690,72 362,02 237,65 38.093,96 1,001524 38.152,02 37.914,37
84 18/03/2004 1,000786 600,14 1,000786 91,12 691,26 360,05 240,10 37.914,37 1,000786 37.944,17 37.704,07
85 18/04/2004 1,001328 600,94 1,001328 91,24 692,18 358,24 242,70 37.704,07 1,001328 37.754,14 37.511,44
86 18/05/2004 1,001317 601,73 1,001317 91,36 693,09 356,41 245,32 37.511,44 1,001317 37.560,85 37.315,52
87 18/06/2004 1,001932 602,89 1,001932 91,54 694,43 354,76 248,13 37.315,52 1,001932 37.387,62 37.139,49
88 18/07/2004 1,001692 603,91 1,001692 91,69 695,61 353,01 250,91 37.139,49 1,001692 37.202,33 36.951,42
89 18/08/2004 1,001775 604,99 1,001775 91,86 696,84 351,25 253,74 36.951,42 1,001775 37.017,01 36.763,27
90 18/09/2004 1,002150 606,29 1,002150 92,05 698,34 349,59 256,70 36.763,27 1,002150 36.842,31 36.585,62
91 18/10/2004 1,000764 606,75 1,000764 92,12 698,87 347,42 259,33 36.585,62 1,000764 36.613,57 36.354,24
92 18/11/2004 1,001419 607,61 1,001419 92,25 699,87 345,45 262,16 36.354,24 1,001419 36.405,83 36.143,66
93 18/12/2004 1,001996 608,82 1,001996 92,44 701,26 343,65 265,18 36.143,66 1,001996 36.215,81 35.950,63
94 18/01/2005 1,001929 610,00 1,001929 92,62 702,62 341,79 268,21 35.950,63 1,001929 36.019,98 35.751,77
95 18/02/2005 1,002033 611,24 1,002033 92,81 704,04 339,93 271,31 35.751,77 1,002033 35.824,45 35.553,14
96 18/03/2005 1,001940 612,42 1,001940 92,99 705,41 338,01 274,41 35.553,14 1,001940 35.622,12 35.347,71
97 18/04/2005 1,002049 613,68 1,002049 93,18 706,85 336,10 277,58 35.347,71 1,002049 35.420,13 35.142,55
98 18/05/2005 1,002623 615,29 1,002623 93,42 708,71 334,34 280,95 35.142,55 1,002623 35.234,73 34.953,78
99 18/06/2005 1,002901 617,07 1,002901 93,69 710,76 332,63 284,44 34.953,78 1,002901 35.055,18 34.770,74
100 18/07/2005 1,002293 618,49 1,002293 93,91 712,39 330,69 287,80 34.770,74 1,002293 34.850,47 34.562,67
101 18/08/2005 1,003331 620,55 1,003331 94,22 714,77 329,05 291,50 34.562,67 1,003331 34.677,80 34.386,30
102 18/09/2005 1,002408 622,04 1,002408 94,45 716,49 327,07 294,97 34.386,30 1,002408 34.469,10 34.174,13
103 18/10/2005 1,002125 623,36 1,002125 94,65 718,01 324,96 298,40 34.174,13 1,002125 34.246,75 33.948,35
104 18/11/2005 1,002435 624,88 1,002435 94,88 719,76 322,91 301,97 33.948,35 1,002435 34.031,01 33.729,04
105 18/12/2005 1,002160 626,23 1,002160 95,08 721,31 320,74 305,49 33.729,04 1,002160 33.801,90 33.496,41
106 18/01/2006 1,002312 627,68 1,002312 95,30 722,98 318,58 309,10 33.496,41 1,002312 33.573,85 33.264,75
107 18/02/2006 1,002395 629,18 1,002395 95,53 724,71 316,40 312,78 33.264,75 1,002395 33.344,42 33.031,63
108 18/03/2006 1,000692 629,62 1,000692 95,60 725,22 313,65 315,97 33.031,63 1,000692 33.054,49 32.738,52
109 18/04/2006 1,000986 630,24 1,000986 95,69 725,93 310,96 319,28 32.738,52 1,000986 32.770,80 32.451,52
110 18/05/2006 1,001320 631,07 1,001320 95,82 726,89 308,33 322,74 32.451,52 1,001320 32.494,35 32.171,62
111 18/06/2006 1,001804 632,21 1,001804 95,99 728,20 305,82 326,39 32.171,62 1,001804 32.229,65 31.903,26
112 18/07/2006 1,001860 633,39 1,001860 96,17 729,55 303,29 330,10 31.903,26 1,001860 31.962,60 31.632,51
113 18/08/2006 1,002408 634,91 1,002408 96,40 731,31 300,88 334,03 31.632,51 1,002408 31.708,68 31.374,64
114 18/09/2006 1,001633 635,95 1,001633 96,56 732,51 298,19 337,75 31.374,64 1,001633 31.425,88 31.088,13
115 18/10/2006 -
31
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41
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de
05 de outubro de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/constituicao/constitui%C3% A7ao.htm>.
BRASIL. Decreto-Lei nº 2291 de 21 de novembro de 1986. Di-
ário Oficial Brasília 24 de novembro de 1986 seção 1 extingue o Banco
Nacional da Habitação BNH e dá outras providências.
BRASIL. Lei nº 8177 de primeiro de março de 1991. Diário
Oficial Brasília 01 de março de 1991 seção 1 estabelece regras para a
desindexação da economia e dá outras providências
CARDOSO, Adauto Lúcio Construindo a Utopia Lúcio Costa
e o pensamento urbanístico do Brasil. Revista de estudos regionais e
urbanos. São Paulo 1989.
42
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
TRABALHISTA
43
INTRODUÇÃO
A liquidação de sentença antecede a execução, quando a decisão
defere o direito, mas não define o valor “sentença ilíquida”.
O artigo 879 da CLT define em seu caput que a liquidação poderá
ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos.
A liquidação por cálculo consiste na apresentação das partes de
seus cálculos.
Na liquidação por arbitramento o conhecimento técnico é primor-
dial para auferir o valor a executar, hipótese que via de regra se recorre a
prova pericial, em virtude da complexidade da matéria, exigindo inclusi-
ve pelo juiz ou pelo perito a definição de parâmetros.
A liquidação far-se-á por artigos quando houver a necessidade de
provar novos fatos, hipótese muito liquidada por perícia contábil no âm-
bito trabalhista.
É possível que a liquidação seja feita por mais de uma hipótese,
ou seja, parte por cálculos, parte por arbitramento e parte por artigos,
dependendo da decisão.
O §6º do referido artigo estabelece a possibilidade de liquidação
por perícia, quando os cálculos forem complexos.
44
45
46
47
PRESCRIÇÃO DE RECLAMAR
A Constituição Federal estabelece em seu art.7º, inciso XXIV:
“XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações
de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os
trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos
após a extinção do contrato de trabalho;(Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000).”
Interpretado o inciso XXIX, do artigo 7º da CF, podemos afirmar
que existe dois tipos de prescrição das relações de trabalho:
Bienal quanto ao direito de reclamar e quinquenal quanto ao direi-
to de pleitear créditos das relações de trabalho.
Exercido o direito no período bienal de reclamar após a extinção
do contrato de trabalho, o Autor terá o direito quinquenal dos créditos
das relações de trabalho.
Nos contratos de trabalho vigentes o direito do autor de reclamar
é quinquenal a partir da data do ajuizamento da reclamação dos créditos.
PRESCRIÇÃO DE FÉRIAS
A CLT em seus artigos 134 e 149 fixam os prazos administrativos
para prescrição das férias:
48
PRESCRIÇÃO DO FGTS
A prescrição do FGTS é trintenária para os depósitos dos salários
pagos ao longo do contrato de trabalho, todavia, nas ações trabalhistas
segue a prescrição trabalhista prevista no art. 7º, inciso XXIX da C.F.,
quando o FGTS é um acessório de verbas salariais.
Neste caso, se a verba principal estiver prescrita, a verba acessória
não existirá (Súmula 206 do TST).
“Súmula nº 206 do TST
A prescrição da pretensão relativa às parcelas remunera-
tórias alcança o respectivo recolhimento da contribuição
para o FGTS”.
49
SALÁRIO E REMUNERAÇÃO
O Salário é o valor ajustado entre as partes, como contraprestação
do serviço, sem acréscimo ou inclusão de outra verba.
O salário semanal ou mensal compreende além do período de ati-
vidade, o destinado ao repouso.
50
Exercício:
a) O perito, na realização do laudo pericial, necessitava apurar
o valor unitário da hora extra a 50% que tomava por base
apenas o salário base.
Sabendo que o funcionário trabalhava 30 horas por semana
e recebia além do salário base uma gratificação de função de
40% perfazendo R$4.800,00 de remuneração mensal, infor-
me qual o valor do salário base.
R.:R$3.500,00
b) O perito consultando o comprovante de pagamento do fun-
cionário encontrou as seguintes verbas:
Ordenado R$4.400,00
Horas extras 50% R$1.860,00
Adicional Noturno R$ 880,00
Comissões R$2.120,00
Qual o valor do salário base? R$4.400,00.
Qual o valor da remuneração do funcionário? R$9.260,00
51
Exercício:
Calcule os seguintes valores:
a) Um trabalhador recebe atualmente salário mensal de R$
1.080,00, e trabalha 6 horas por dia. Calcule o valor do salá-
rio hora desse trabalhador. R.: R$6,00
b) Um trabalhador recebe atualmente salário diário de R$ 24,00,
e trabalha 36 horas por semana. Calcule o salário mensal des-
se trabalhador. R.: R$720,00.
c) Um trabalhador recebe atualmente salário mensal de R$
1.320,00, e trabalha 44 horas por semana produzindo 660
peças quinzenalmente. Calcule quantas peças são produzidas
por hora e o valor do salário hora do trabalhador. R.: 6 peças
por hora e R$6,00 salário-hora.
d) Um trabalhador recebe atualmente R$ 4,00 por hora, trabalha
44 horas por semana e produz 16 peças por dia em uma in-
dústria. O empregador precisava produzir 5.280 peças em um
mês. Calcule quantos empregados seria necessário contratar,
para atender a necessidade da produção e o valor do salário
mensal de cada trabalhador. R.: 12 e R$880,00.
52
53
Exercício:
a) Um empregado recebe atualmente salário mensal de R$
1.320,00, com jornada de 220 horas mensais, tendo prestado
12 horas extras em um determinado mês. Calcule quanto o
trabalhador receberá a título horas extraordinárias, levando-
-se em conta o adicional de 50%. R.: R$108,00.
b) Um empregado recebe salário mensal de R$ 880,00, com
uma jornada semanal de 44 horas, tendo elaborado 10 horas
extras em um determinado mês. Calcule quanto o trabalhador
receberá a título horas extraordinárias, levando-se em conta o
adicional de 100%. R.: R$80,00.
c) Um empregado recebe salário mensal de R$ 1.080,00, com
uma jornada semanal de 36 horas. Calcule o valor de uma hora
extra, levando-se em conta o adicional de 50%. R.:R$9,00.
d) Um empregado recebe salário mensal de R$ 540,00, com jor-
nada de 180 horas, tendo prestado 7 horas e 15 minutos de
horas extras. Calcule quanto o mesmo tem a receber de horas
extraordinárias, levando-se em conta o adicional de 50%. R.:
R$32,63.
e) Um empregado recebe salário mensal de R$ 2.160,00, com
jornada de 180 horas mensais, recebeu R$888,00 correspon-
dente a 45 horas extras prestadas com acréscimos de 50% e
100%. Calcule quantas horas extras foram prestadas a 50% e
quantas horas a 100%. R.: 32 horas a 50% e 13 horas a 100%.
54
Exercício:
Faça a conversão do sistema sexagesimal (60 min/hora) para o
sistema centesimal (100 partes/hora):
a) 3:25h. = 3,4166
b) 6:35h. = 6,5833
c) 1:10h. = 1,1666
d) 5:18h + 2:27h. = 7,75
e) 4:30h. + 0:52h. = 5,3666
f) Um empregado recebe salário mensal de R$ 550,00, com
uma carga horária semanal de 44 horas. Durante uma semana
ele trabalhou no horário das 8:45h as 20:35, com 1:15h de
intervalo, de segunda a sábado. Seu adicional de hora extra é
de 50%. Calcule quanto esse trabalhador receberá a título de
horas extras. R.: R$73,13
55
56
Exercício:
a) Qual o valor do DSR correspondente ao reflexo de R$5.200,00
pagos a título de Horas Extras mensais.
É sabido que o referido mês possui um total de 30 dias, sendo
6 destinados a descanso e feriados. R.: R$1.300,00
b) Qual o valor das horas extras de um funcionário que rece-
beu R$832,00 de DSR no mês de 30 dias e 5 repousos. R.:
R$4.160,00
c) O funcionário recebia R$15,00 por hora para uma jornada
mensal de 220 horas, em determinado em maio prestou 32 de
horas extras com acréscimo de 50%.
57
ADICIONAL NOTURNO
Considera-se noturno o trabalho executado entre 22 horas e 5 ho-
ras do dia seguinte (art. 73, § 2º, da CLT), o que corresponde a um perí-
odo de 7 horas.
A hora do trabalho noturno é computada como sendo de 52 minu-
tos e 30 segundos (art. 73, § 1º, da CLT).
O adicional noturno estipulado por Lei é de no mínimo 20% sobre
a hora normal.
Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quin-
zenal, o trabalho noturno terá remuneração superior a do
diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acrés-
cimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora
diurna. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 9.666, de 1946)
§ 1º A hora do trabalho noturno será computada como de
52 minutos e 30 segundos. (Redação dada pelo Decreto-lei
nº 9.666, de 1946)
§ 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o
trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas
do dia seguinte. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 9.666,
de 1946)
§ 3º O acréscimo, a que se refere o presente artigo, em
se tratando de empresas que não mantêm, pela natureza
de suas atividades, trabalho noturno habitual, será feito,
tendo em vista os quantitativos pagos por trabalhos diur-
nos de natureza semelhante. Em relação às empresas cujo
trabalho noturno decorra da natureza de suas atividades, o
aumento será calculado sobre o salário mínimo geral vi-
gente na região, não sendo devido quando exceder desse
limite, já acrescido da percentagem. (Redação dada pelo
Decreto-lei nº 9.666, de 1946)
58
Exercício:
Calcule:
a) Quantas horas noturnas terão no horário normal das 22h às
1h30min? R.: 4 horas noturnas.
b) Quantas horas noturnas terão no horário normal das 19h às
2h? 4,5714 horas noturnas.
c) Quantas horas noturnas terão no horário normal das 21h às
8 h? 11,4285 horas
Um empregado recebe salário mensal de R$ 1.760,00. Seu horário
normal de trabalho é das 13h00min as 22h00min, carga mensal de 220
horas e uma hora de intervalo para refeição. Durante uma semana com
carga semanal de 44 horas ele estendeu seu horário até as 24h00min,
de segunda a sexta. Seu adicional de hora extra é de 50% e o adicional
noturno é de 20%. Calcule quanto esse trabalhador receberá a título de
horas extras, e adicional noturno. R.:137,14 horas extras e R$18,29 de
adicional noturno
INTERVALO INTRAJORNADA
O intervalo intrajornada é o horário de alimentação e repouso,
concedido durante o expediente de trabalho.
O caput do artigo 71 da CLT determina que em qualquer trabalho
contínuo, cuja duração exceda a seis horas, é obrigatório a concessão de
um intervalo para repouso e alimentação, que deverá ser de no mínimo
uma hora e, salvo acordo escrito ou convenção coletiva em contrário, não
poderá exceder de duas horas.
Nas jornadas diárias de até seis horas de trabalho, o intervalo será
15 minutos quando a duração for superior a 4 horas, conforme artigo 71
da CLT § 1º.
60
Exercício:
a) Um funcionário, com carga semanal de 30 horas e 180 men-
sais de segunda a sexta e 15 minutos de intervalo diário,
constatou no final do mês que havia trabalhado 20 dias, que
o mês possuía 5 sábados, 5 domingos e 1 feriado e ainda que
61
INTERVALO INTERJORNADA
Dispõe a CLT, em seu artigo 66, que entre duas jornadas de tra-
balho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para
descanso.
“Art. 66 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um
período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para des-
canso”.
62
Exercício:
a) Um funcionário, com carga horária de 44 horas semanais,
consultando seu registro de frequência semanal, verificou que
havia cumprido a seguinte jornada
63
Valor do benefício
O valor da remuneração média dos últimos três meses trabalhados
e aplica-se na tabela abaixo:
TABELA DE 2008
Acima de
Até R$ 685,06 De R$ 685,07 até R$ 1.141,88
R$ 1.141,88
64
Exercício:
a) Um funcionário foi admitido em 10/03/2008 e demitido em
31/10/2008, recebendo um salário de R$600,00 desde a ad-
missão até o desligamento.
65
DANOS MORAIS
Indenização concedida pelo poder judiciário pela perda prove-
niente da ofensa à moral ou a dignidade ou à reputação da pessoa.
No âmbito da Justiça do Trabalho, a indenização normalmente é
arbitrada com base no salário da vítima, muito embora possa ser fixada
pelo juiz com base no que considere justo e adequado.
66
Exercício:
a) Um funcionário ajuizou ação em 18/03/2008, na Justiça do
Trabalho, requerendo Danos Morais, a decisão definitiva
ocorreu em 10/07/2008, condenado o Réu a pagar a quantia
de R$2.500,00.
Qual o período de correção monetária e qual a taxa de juros
de mora, sabendo-se que os juros de mora são pagos com a
taxa de 12% ao ano simples.
R.: A correção monetária será aplicada de 10/07/2008 até a
data do efetivo pagamento e os juros de mora serão aplicados
de 18/03/2008 até a data do efetivo pagamento.
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CORREÇÃO MONETÁRIA
A correção monetária consiste na recomposição do poder aquisiti-
vo da moeda segundo seu indexador.
Considerando que no Brasil existe desvalorização diária da moe-
da, a aplicação da correção monetária é uma forma justa de preservar o
direito do empregado.
No Brasil, a correção monetária foi introduzida nos créditos de-
correntes da relação do trabalho em 22/11/66 através do Decreto-lei nº
75, de 21/11/66.
O Decreto-lei nº2.322, de 27/02/87 alterou o critério de correção
monetária para indexá-la a OTN.
A lei nº7.738/89, de 15/01/89 alterou o indexador da correção mo-
netária, extinguindo a OTN e indexando aos índices da caderneta de pou-
pança.
Em 01/03/91 até a data atual, a Lei 8.177, art. 3º, parágrafo 2º, in-
dexou a correção monetária dos débitos trabalhistas, a Taxa Referencial
(TR).
O Conselho Superior da Justiça do Trabalho publica mensalmente
a tabela com os índices de correção monetária.
Decisão proferida em 04/08/15 pelo Tribunal Pleno do TST (pro-
cesso nº TST-ArgInc-479-60.2011.5.04.0231), a atualização monetária
dos débitos trabalhistas pela TR, prevista no art. 39 da Lei 8.177/91, foi
declarada inconstitucional.
À decisão foi atribuída efeito, para que o IPCA-E seja aplicado a
partir de 30 de junho de 2009.
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Exercício:
Faça um resumo, a partir das peças acima (Inicial, Ata de Audi-
ência e Sentença), de todas as parcelas deferidas, bem como tudo aquilo
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LAUDO PERICIAL
CÁLCULO DE LIQUIDAÇÃO
SÍNTESE DA DEMANDA
A Autora foi admitida na Ré em 30/09/2007 tendo o contrato de
trabalho rescindido em 30/04/2008, sem justa causa.
A Ré foi revel.
Os pedidos e decisão serão elencados no tópico “DECISÃO DOS
PEDIDOS”.
Processo em fase de liquidação.
DAS DILIGÊNCIAS
Não foi realizado diligência, tendo em vista a condenação ter sido
procedida à revelia da Ré e os parâmetros da sentença.
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DOS CÁLCULOS
Concluídos os cálculos, a perícia apurou a quantia total de
R$51.213,88 (cinquenta e um mil, duzentos e treze reais e oitenta e oito
centavos, conforme resumo sintético:
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LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
Ril Moura
É economista e contador; professor de cursos de graduação e pós-gra-
duação da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis da Universidade
Federal do Rio de Janeiro – UFRJ; auditor e consultor econômico-financeiro;
sócio de Florentino Auditores Independentes; ex-diretor da Fundação Nacio-
nal de Apoio Gerencial – FUNAGER; ex-conselheiro do Conselho Regional
de Contabilidade do Rio de Janeiro; integrante da Comissão para tratar do Ca-
dastro Nacional de Peritos Contábeis do sistema CFC/CRCs e da Comissão
com incumbência de tratar de assuntos relativos à Perícia Contábil do CRC/RJ;
Membro da Academia Brasileira de Ciências Econômicas, Políticas e Sociais
(ANE); Membro da Academia de Ciências Contábeis do Estado do Rio de Ja-
neiro (ACCERJ); Membro da Associação de Peritos Judiciais do Estado do Rio
de Janeiro, perito de Varas Cíveis, Órfãos e Sucessões, Fazenda Pública, Varas
Empresariais, Câmaras Cíveis, Órgão Especial, Varas Federais e da Justiça do
Trabalho; autor de livros publicados sob os títulos: ”Perícia Contábil Judicial
e Extrajudicial”; “Amortização, Depreciação e Exaustão”; “Cadastro, Crédito
e Cobrança”; “Contabilidade Para Não Contadores”; “Direitos do Acionista”;
“Reservas – Reforço de Capital”; “Técnicas de Auditoria”; “Plano de Contas”; e
“Contabilidade Básica”; e é autor de matérias publicadas nas Revistas do Conse-
lho Federal de Contabilidade, do Conselho Regional de Contabilidade do Rio de
Janeiro e do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul.
Resumo
Este capítulo trata de um exercício real de perícia contábil, sobre
liquidação de sentença, atentando para a forma processualística, em con-
formidade com o Novo Código de Processo Civil (NCPC), Lei 13.105,
de 16 de março de 2015, em vigor desde 18 de março de 2016, prevendo
o artigo 509 que, quando a sentença condenar ao pagamento de quantia
ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do
devedor, prevendo o Código duas modalidades distintas de liquidação:
123
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
1. Considerações Gerais
De acordo com o Novo Código de Processo Civil – CPC (Lei n°
13.105, de 16 de março de 2015), em vigor desde 18 de março de 2016,
dispõe o § 1° do art. 203 que, ressalvadas as disposições expressas dos
procedimentos especiais, sentença é o procedimento por meio do qual o
juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do
procedimento comum, bem como extingue a execução.
Assim, sentença é todo pronunciamento judicial apoiado em qual-
quer dos incisos dos arts. 485 e 487.
Entende-se por Liquidação de Sentença, ato que precede a exe-
cução de sentença ilíquida (que não é ou não está líquida), que tem por
fim apurar a quantidade certa do valor da condenação. É fazer líquido,
reduzir à quantidade certa.
Ao levar a efeito a liquidação, já terá sido proferida a sentença
condenatória, sendo assim a liquidação não integra a sentença, não po-
dendo desta forma, alterar a sentença, nem discutir novamente a lide
durante a liquidação.
De acordo com o novo CPC, a liquidação de sentença está prevista
do “Capítulo XIV – DA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA”, atentando
para os artigos a seguir.
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3. Petição Inicial
EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA .......VARA
DE FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE ........................
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4. Contestação
PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA DE FAZENDA
PÚBLICA DA COMARCA DE .....................................
ENELIS, pela Procuradoria Geral do Estado, nos autos da ação
ordinária que, perante esse MM. Juízo, lhe é movida por 4RM, vem
apresentar sua CONTESTAÇÃO, em conformidade com os fatos e fun-
damentos adiante narrados:
RESUMO DA LIDE
Trata-se de ação por meio da qual pretende a parte autora a revi-
são de seus proventos de inatividade, requerendo que “a conversão de
cruzeiros reais para URV seja efetuada a partir do dia do pagamento,
reajustando-se o vencimento em 11,98% desde março/1994, assim como
a condenação do Estado ao pagamento de todas as parcelas atrasadas”.
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“A” “B”
- 09/08/2013
0,000000 0,287666
Data de Venci- Quant. Integ. Totais Data do Fator de Valor Taxa de Totais
Referên- mentos URV 11,98% Mensais Índice Correção Atuali- Juros em R$
cia UFIR-RJ zado 0,5% a.m.
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68.147,03
RESUMO
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“B”
Remunera-
Remune-
Mês de ção Diferença
ração a ser Diferença %
Comparação Contrache- R$
paga R$
que R$
31/07/1994 305,42 388,29 (82,87) -21,34
____________________________________________________
O embargado declara que os embargos apresentados não co-
adunam com o que foi determinado na Sentença, que, no caso em
tela, o embargado apenas aplicou o percentual de 11,98% sobre os seus
vencimentos a partir de março de 1994; que os demonstrativos acima
elaborados pelo embargante estão incorretos em vários aspectos, o que
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DIF.
ACUML. ACUML.
PERC.
DT. VAR. VAR.
BASE 100 BASE 100
REF. SAL. URV.
mar/94 35,00 36,64 135,0000 136,6391
abr/94 35,00 41,08 182,2500 192,7719
mai/94 35,00 39,91 246,0375 269,7109
jun/94 60,04 41,69 393,7537 382,1448
jul/94 5,57 44,08 415,6977 550,5889 1,3244937
32,45%
161
162
11. Embargado
a) Que o Dr. Perito informe como se deu a conversão da moeda
por ocasião da transformação da URV PARA O REAL, e qual reflexo
ocorreu no pagamento do autor;
b) Que o Dr. Perito informe qual foi a legislação que serviu de
base para a aplicação da conversão;
c) Que o Dr. Perito informe a data de vencimento do pagamento do
autor no período de mudança da URV PARA O REAL.
d) Queira o Dr. Perito informar se houve redução nos vencimentos
do autor em 1993 e 1994, devido a conversão pela URV em razão da
medida provisória n° 457/94 e da Lei 8.880/94?
e) Que o Dr. Perito aponte as divergências existentes entre a pla-
nilha do exequente e do executado, informando em que parâmetros se
deram os cálculos e qual a metodologia aplicada por ele para chegar ao
valor final;
f) Que o Dr. Perito apresente planilha, informando como se deu a
evolução remuneratória do autor, a partir do ano de 1994, com a indica-
ção da existência de eventual diferença salarial dos valores cobrados no
presente processo;
163
12. Embargande
1. Queira o Sr. Perito informar qual o valor do vencimento per-
cebido pelo autor nos meses de Novembro de 1993 a julho de 1994,
demonstrado em seus contracheques;
2. Queira o Sr. Perito informar, levando em conta o disposto na Lei
8.880/94, quais os parâmetros estipulados para a conversão dos salários
em URV e, ainda, a data de sua vigência;
“3. Queira o Sr. Perito demonstrar, através de planilha, os valores
do vencimento percebido pelo ex-servidor e sua conversão em URV nos
meses de Novembro/93, Dezembro/93, Janeiro/94, Fevereiro/94 e Mar-
ço/94, considerando o disposto na Lei 8.880/94;”
4. Considerando as informações obtidas na resposta do quesito
anterior, houve reajustes concedidos pelo Estado no período reclamado,
aplicado aos vencimentos do autor?
5. Considerando o valor do vencimento percebido pelo autor nos
meses de novembro/93 a julho de 1994, sempre observado o disposto na
Lei 8.880/94, houve perda salarial no período decorrente da conversão
em URV, conforme reclamado na inicial ou ganho em função de apli-
cação de outros percentuais de reajuste praticados pelo Estado? Caso
resulte pela perda ou ganho, explicitar por meio de planilha de cálculo;
6. Quaisquer outros elementos que julgue útil e oportuno para o
deslinde da controvérsia.
____________________________________________________
Atendendo determinação do juiz, a fonte pagadora fez juntada
dos contracheques, a seguir resumidos.
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_________________________________________________________
Por esta forma, em razão de sua nomeação como perito do juízo,
fls. 81 dos presentes autos, a sua tarefa agora consiste em formular pro-
posta de honorários periciais.
Em que valor os seus honorários foram requeridos?
____________________________________________________
Os honorários periciais foram homologados, os quais serão pa-
gos ao final pela parte sucumbente, uma vez que a autora, requerente da
prova, é beneficiária de gratuidade de justiça; e sendo fixado o prazo de
30 dias para entrega do laudo, contados da data que o perito indicar para
início dos trabalhos, da qual deverão ser cientificadas as partes (art. 474
do CPC).
____________________________________________________
____________________________________________________
166
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
INTRODUÇÃO
4RM ajuizou ação em face do ENELIS, alegando, como se ob-
serva dos autos do processo n° 0075239-22.2011.8.19.0001, em apenso,
ser servidor público estadual; que recebeu direitos e vantagens em valor
inferior, em razão de equívocos na conversão de moedas – URV para
Real; e pleiteia a condenação dos réus a promoverem a revisão de valo-
res, além do pagamento da diferença.
Às fls. 84/92 de os mesmos autos do processo n° 0075239-
22.2011.8.19.0001, em apenso, o réu declara, em resumo, que não há
nos autos qualquer documento que demonstre que os proventos do autor
foram defasados por força da conversão em URV; e que o servidor
recebia sua remuneração no início do mês seguinte.
DESENVOLVIMENTO
Trata-se de perícia determinada para proceder a Liquidação
de Sentença, prolatada pelo MM Juízo às fls. 115/119 do processo n°
0075239-22.2011.8.19.0001, em apenso.
Vê-se da Sentença, fls. 115/119, “...Ante o exposto, JULGO
PROCEDENTE o pedido para condenar o réu ao pagamento das dife-
renças que vierem a ser apuradas em liquidação de sentença, resultante
da aplicação do critério da Lei n° 8.880/94 na conversão da URV do valor
dos seus vencimentos, considerando as datas dos efetivos pagamentos,
respeitado o prazo prescricional de cinco anos anteriores à propositura da
ação, acrescida de juros de mora de 0,5% ao mês, nos termos do art. 1°-F,
da Lei 9494/97, a contar da citação, até a data em que entrou em vigor a
alteração legislativa de 2009, quando passará a reger a hipótese o índice
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RAZÕES DA APELAÇÃO
APELANTE: 4RM
APELADO ENELIS
COLENDO TRIBUNAL
PRELIMINARMENTE
1ª PRELIMINAR
1. O Apelante requereu o Benefício da GRATUIDADE DE JUSTI-
ÇA, e conforme a r. decisão com o despacho de Fl., proferido pelo Juiz “a
quo”, lhe foi concedido a JG requerida a fl. 79, requerendo mui respeito-
samente, a este Colendo Tribunal, que receba o presente recurso e lhe de
o devido prosseguimento, mantendo a JG concedida pelo Juizo “a quo”.
2ª PRELIMINAR
2. O respectivo recurso de APELAÇÃO está sendo interposto den-
tro do prazo legal, pois sua publicação se deu no dia 10/05/2014,estando
portanto “a tempore” para todos os seus legais e jurídicos efeitos.
DA SENTENÇA NOS EMBARGOS E DOS INÚMEROS CÁL-
CULOS DIVERGENTEM PARA A FORMACÃO DO ENTENDI-
MENTO DO JUÍZO “A QUO”
A r. sentença declinou que o apelante, apesar de ter seu direito
reconhecido em todos os graus de recurso, não possui qualquer valor a
receber, ferindo a coisa julgada de forma direta.
Sobre o Dr. Perito ...... e seu trabalho apresentado, há inúmeros
erros cometidos em seu trabalho, que serão matéria de análise futura,
onde tais erros induziram o i. juízo” a quo”, em erro no momento de
sentenciar o feito.
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Apelante: 4RM
Apelado: ENELIS
CONTRARRAZÓES DE APELAÇÃO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA;
COLENDA TURMA;
EMINENTES DESEMBARGADORES:
BREVE RESUMO DO PROCESSO
Trata-se de embargos à execução nos quais se alega excesso de
execução, por ausência de defasagem salarial sofrida pelo embargado em
razão da conversão de seus vencimentos em URV.
Inicialmente, importante registrar que na ação originária o ape-
lante pleiteava a reposição de supostas diferenças salariais decorrentes
da implantação do Programa de Estabilização Econômica em 1994, que
determinou, à época, a regra de conversão de salários em Unidade Real
de Valor — URV.
A sentença julgou parcialmente procedente o pedido, condenando
o réu proceder ao pagamento das diferenças que viessem a ser apuradas
em liquidado de sentença.
Tal entendimento foi mantido após finda a fase recursal.
Pois bem. Iniciada a execução pela parte autora, o réu opôs embar-
gos à execução, alegando a existência de excesso de execução, eis que
não há valor a executar. Isto porque inaplicável a ele o resultado do REsp
n° 1.101.726/SP, bem como suas conclusões, haja vista que tratava de
diferenças devidas a servidores federais.
A sentença recorrida extinguiu o feito, com exame do mérito, na
forma do inciso Ido art. 487, inciso I, do CPC/I5, para reconhecer o ex-
cesso apontado na inicial e, em consequência, declarar extinta a execu-
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DA METODOLOGIA
1 - O foco da prova pericial é comunicar às partes interessadas,
em linguagem simples, os fatos observados sob a ótica da ciência con-
tábil para esclarecer os pontos dúbios e revelar a verdade que se quer
conhecer.
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Apêndice 1
Processo Nº XXXXXXX-38.2012.8.19.0203
Autor: ADMINISTRADORA DE CONDOMÍNIOS LTDA.
Réu: CONDOMÍNIO ALFA
CONTA ORDINÁRIA
RECEITA
MÊS/ANO (R$) DESPESA (R$) SALDO (R$)
abr/10 344,10 0,00 344,10
mai/10 20.859,06 22.301,60 -1.098,44
jun/10 10.908,60 11.885,41 -2.075,25
jul/10 8.662,39 8.356,24 -1.769,10
ago/10 15.187,78 10.310,53 3.108,15
set/10 8.954,37 11.391,96 670,56
out/10 7.520,32 9.445,78 -1.254,90
nov/10 8.976,32 7.129,79 591,63
dez/10 8.916,57 12.997,15 -3.488,95
jan/11 7.620,12 5.524,19 -1.393,02
fev/11 8.876,36 10.926,48 -3.443,14
mar/11 8.209,97 9.657,04 -4.890,21
abr/11 6.867,30 11.262,83 -9.285,74
mai/11 11.903,33 13.864,60 -11.247,01
jun/11 9.052,46 8.363,50 -10.558,05
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Apêndice 2
Processo Nº XXXXXXX-38.2012.8.19.0203
Autor: ADMINISTRADORA DE CONDOMÍNIOS LTDA.
Réu: CONDOMÍNIO DO EDIFÍCIO ALFA
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Anexo ao Apêndice 2
Processo Nº XXXXXXX-38.2012.8.19.0203
Autor: ADMINISTRADORA DE CONDOMÍNIOS LTDA.
Réu: CONDOMÍNIO DO EDIFÍCIO ALFA
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Sentença
O MM. Dr. Juiz de Direito acatou a conclusão do laudo pericial do
Perito proferindo a seguinte sentença a seguir. Esta foi retirada do site do
TJRJ e a contadoria do juízo atualizou os valores:
Aos 12 dias do mês de maio do ano de dois mil e quinze, às
14:00h no Juízo de Direito da Primeira Vara Cível do Foro
Regional de Jacarepaguá, na sala de audiências, onde pre-
sente se encontrava o M.M. Juiz de Direito, Dr. OSCAR
LATTUCA. Feito o pregão, compareceram as partes acom-
panhadas de seus patronos. Pelo MM. Juiz foi feita a pro-
posta do pagamento nos termos da conclusão do perito de
fls. 420, no valor devidamente atualizado de R$26.840,00
(vinte e seis mil e oitocentos e quarenta reais), divididos
em 36 parcelas fixas de R$745,55 (setecentos e quarenta
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Comentários Finais
O objetivo deste trabalho foi apresentar para o leitor as técnicas
de elaboração de um laudo contábil respeitando as normas e a legislação
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Referências
BRASIL. Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil.
Brasília, DF. 2002.
NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE – NBC TP 01, DE 27
DE FEVEREIRO DE 2015. Da nova redação à NBC TP 01 – Perícia
Contábil.
NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE – NBC PP 01, DE 27
DE FEVEREIRO DE 2015. Da nova redação à NBC PP 01 – Perito
Contábil.
WAMBIER, Teresa Arruda Alvim; WAMBIER, Luiz Rodrigues – Coor-
denadores. Novo Código de Processo Civil comparado – Artigo por
artigo. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015.
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Resumo
Procedimento levado a efeito nos termos do art. 103 do Dec.
Lei7661/45 (antiga Lei de Falências) com o propósito de instruir a ex-
posição circunstanciada, na qual, considerando as causas da falência,
o procedimento do devedor, antes e depois da sentença declaratória da
quebra, especificar a ocorrência de atos que constituem crime falimentar,
indicando os responsáveis. Peça técnica necessária à formação do inqué-
rito judicial destinado à apuração de fatos ou circunstâncias que possam
servir de fundamentação à ação penal (CPP 509) em face dos gestores da
sociedade falida.
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2. Esclarecimentos Necessários
EMPRESA DISTRIBUIDORA DE TÍTULOS E VALORES MO-
BILIÁRIOS LTDA, em 16 de fevereiro de 1993 teve sua falência decre-
tada pelo Juízo da 7ª Vara de Falências e Concordatas da Comarca da
Capital do Rio de Janeiro.
A quebra da instituição foi por assim dizer, apenas o ápice do pro-
cesso de Liquidação Extrajudicial, a qual estava submetida desde 30 de
julho de 1987.
É indispensável à caracterização da conduta adotada pelo Banco
Central, ao longo do período compreendido entre a data da decretação da
Liquidação Extrajudicial (30/07/1987) e a da falência (16/02/1993), sendo
necessário para melhor compreensão dos fatos, um rápido retrospecto
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3. Breve Histórico
Em meados do ano de 1987, iniciou-se, por parte do BACEN, uma
“auditoria” envolvendo, precipuamente, as atividades desenvolvidas
pela Empresa junto ao mercado de capitais.
Ao final das investigações patrocinadas pelo BACEN, ficou con-
signado na conclusão do “Relatório Preliminar de Inspeção”, datado de
15 de julho de 1987, verbis:
“Levando-se em conta o possível estado de insolvência em
que se encontra a sociedade, entendemos, s.m.j., que não
resta para o presente caso nenhuma outra medida punitiva
a ser adotada por esta fiscalização, senão a imediata in-
tervenção desta autarquia, conforme prevê o art. 2º, da lei
6.024, de 13.03.74”.
Ainda que em rápida “passada de olhos”, poder-se-ia afirmar, fren-
te aos vacilantes termos do “Relatório Preliminar de Inspeção”, que nem
o próprio Banco Central tinha, nos idos de 1987, a verdadeira noção
sobre a situação econômico-financeira da Empresa.
Indo de encontro à sugestão feita quando do encerramento da ins-
peção, o BACEN lançou mão de um remédio extremo, qual seja, de-
cretou arbitrariamente a Liquidação Extrajudicial da Empresa D.T.V.M.
LTDA.
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DA ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE
Nos termos dos atos constitutivos, cláusulas quinta, a sociedade
era gerida pelos sócios José e Wagner, que exerciam as funções de sócio
gerente, assinando sempre em conjunto, ficando dispensados de caução.
DAS DECLARAÇÕES DOS SÓCIOS
Os Srs. José, Fábio, Ricardo e Wagner prestaram as declarações de
que trata o art. 34 da Lei Falimentar, conforme termo de Declarações as
Fls. 273, 274, 289 e 500, respectivamente.
DA ARRECADAÇÃO DE BENS
Os bens pertencentes a massa falida encontram-se relacionados as
Fls. 410/412 e 498.
DOS LIVROS COMERCIAIS
Foram examinados os seguintes livros:
LIVRO DIÁRIO Nº 01 – Com 300 fls.., numeradas tipo-
graficamente de 001 a 600, registro na Junta Comercial do
Estado do Rio de Janeiro sob nº 39302 em 26/01/83, es-
criturado até as fls. 181, contendo o registro das operações
ocorridas na sociedade no período de 30 de dezembro de
1982 a 29 de dezembro de 1983, com o termo de encerra-
mento pelo Juízo as fls. 181, datado de 13/09/93.
LIVRO DIÁRIO Nº 01 (FILIAL) - Com 30 fls., nu-
meradas mecanicamente de 01 a 30, sem registro na Junta
Comercial do Estado de Minas Gerais, totalmente escritu-
rado, contendo o registro das operações ocorridas na socie-
dade no período de 02 de dezembro de 1985, com o termo
de encerramento pelo juízo as fls. 30, datado de 13/09/93.
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Ativo
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C) Gerais:
ATIVO CIRCULANTE + REALIZÁVEL L/PRAZO
3.331.706,35 = 1,12
PASSIVO CIRCULANTE + REALIZÁVEL A L/ PRAZO
2.977.215,26
Considerando-se os valores disponíveis e realizáveis, a empresa
possui Cz$ 1,12 para satisfazer a cada Cz$ 1,00 de obrigações exigíveis
a curto e a longo prazo.
De acordo com os registros exarados no livro Diário nº 17, Fls.
043, o Balanço utilizado para fundamentar o pedido de falência, espelha-
va a seguinte posição:
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Ativo
Circulante 76.961.976,79
Disponível 32.404.720,33
Caixa e Bancos 32.404.720,33
Realizável 44.557.256,46
Títulos e Valores Mobiliários 43.039.113,19
Outros Valores 1.518.143,27
Permanente 60.494.160,36
Investimentos 12.309.295,07
Imobilizado 48.184.865,79
Total do Ativo 137.456.137,65
Passivo
Circulante 621.178.740,61
Encargos da Massa 1.785.718,28
Cont. e Encargos a Pagar 1.785.718,28
Credores Diversos 619.393.022,33
Credores N/ Habilitados 1.085.178,26
Credores N/ Habilitados 8.931.800,49
Credores Quirografarios Habili-
tados 606.571.646,44
Credores Quirog. N/ Habilitados 2.804.377,14
Patrimônio Líquido (483.722.602,96)
Capital Social 5.720,80
Correção Monetária do Capital 1.137.768.531,86
Reservas de Lucros 10.988.823,37
Prejuízos Acumulados (1.632.485.678,99)
Total do Passivo 137.456.137,65
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2) GRAU DE ENDIVIDAMENTO
EXIGIBILIDADES 619.393.022,33 = 4,51
ATIVO TOTAL 137.456.137,65
O Ativo total está 4,51 vezes comprometido com o capital de terceiros.
4) ÍNDICES DE LIQUIDEZ
A) Imediata:
DISPONIBILIDADE 75.443.033,50 = 0,12
PASSIVO CIRCULANTE 619.393.022,33
O grau na faixa de Cr$ 0,12 para pagamento de cada Cr$ 1,00 de
dívida, a curtíssimo prazo, é considerado estado de insolvência.
B) Corrente:
ATIVO CIRCULANTE 121.519.233,30 = - 0,19
PASSIVO CIRCULANTE 619.393.022,33
Grau de Liquidez Corrente de 0,19 expressa que, para cada Cz$
1,00 de obrigações assumidas com terceiros a curto prazo, a empresa
possui Cz$ 0,19 de valores circulantes.
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1 A descrição realizada na denúncia deve estar completamente adequada aos fatos inse-
ridos na lei penal como delito, para que assim, possa o magistrado julgar e verificar tipi-
cidade, ilicitude e culpabilidade, a fim de aplicar a pena ou afastar a pretensão punitiva
estatal, por via da absolvição própria (art. 386, I a VII, CPP).
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3 A razão social das empresas citadas no laudo foi alterada e o respectivo número de
CNPJ foi omitido por questão de sigilo.
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4 Os nomes dos sócios das empresas citadas no laudo foram alterados por questão de
sigilo.
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