Aula 01 - Introdução

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AULA 01 - INTRODUÇÃO

• Introdução à eletricidade
Eletricidade é uma forma de energia. Assim, podemos afirmar que o estudo da eletricidade
consiste em aprender maneiras de controlar a energia elétrica.

• Definindo elementos, compostos e resistência, bem como reconhecendo suas funções nas
instalações elétricas.
• Descrevendo a corrente elétrica, carga elétrica, tensão elétrica (contínua e alternada) e
resistência elétrica, reconhecendo a importância e utilidade de cada uma delas na
compreensão da eletricidade.
• Verificando o funcionamento dos circuitos série, paralelo, monofásico, bifásico e trifásico
• Utilizando os conceitos das leis da eletricidade
• Materiais elétricos
Todos os corpos são formados por matéria e podem ser classificados em elementos ou compostos.
A diferença entre elementos e compostos é que os elementos têm todos os átomos iguais. Esse é o caso do alumínio,
do cobre, do hidrogênio e do oxigênio. Já os compostos são formados por combinações de elementos, como ocorre
com a água, que é formada por hidrogênio e oxigênio.
Aqui estamos interessados nos materiais elétricos, classificados em função de suas características, que os habilitam a:
 conduzir as correntes elétricas (materiais condutores);
 isolar as correntes elétricas (materiais isolantes);
 transformar energia elétrica em energia mecânica (materiais magnéticos);
 controlar energia elétrica (materiais semicondutores).
Vamos pensar agora nas instalações elétricas: classificaremos os materiais condutores e isolantes somente quanto às
suas propriedades elétricas, embora também seja possível classificá-los segundo suas propriedades físicas, químicas e
mecânicas.
A resistividade é a propriedade elétrica que caracteriza um material elétrico, determinando a
sua resistência,. A resistividade de um material é dada por:

onde:
R é a resistência do material
L é o comprimento do material em metros
A é a área da secção reta em metros quadrados
e ρ (rô) é a resistividade do ρ material. Sua unidade no SI (Sistema Internacional de Unidades) é
ohm х metro, ou Ω х m.
Podemos dizer, então, que os materiais com resistividade próxima de 10−8 Ω х m são bons
condutores; com valores na ordem de 1010 Ω х m são isolantes; e, em uma faixa
intermediária, na ordem de 10−4 e 107 Ω х m, temos os semicondutores.
As resistividades são dada considerando 20o C, uma vez que há uma variação da resistividade
com a temperatura, o que alterará a resistência do material. Essa variação é praticamente
linear, ou seja, quanto maior a temperatura, maior será a resistividade e, portanto, a
resistência do material
Condutores

Os materiais condutores conduzem bem a eletricidade, pois têm uma estrutura


que permite que elétrons se movam livremente. Ainda assim, sempre haverá
alguma perda de energia.
Isolantes

Nos materiais isolantes, não há movimento livre dos elétrons. Esse é um


material cujos elétrons estão fortemente ligados ao núcleo atômico, sendo,
portanto, incapazes de escapar e mover-se livremente através do material.
Semicondutores
O material semicondutor é um meio termo entre o condutor e o isolante. Os mais utilizados são
o silício (Si) e o germânio (Ge). Esses materiais não são nem bons condutores, nem bons
isolantes. Ou seja, eles permitem que um fluxo de corrente os atravesse, ainda que com
resistência considerável. São importantes por servir de base para componentes eletrônicos
como diodos, transistores e circuitos integrados
• Corrente elétrica
A corrente elétrica corresponde ao movimento no interior de um condutor de
cargas geralmente negativas – os elétrons. O sentido convencional da corrente é
orientado do polo positivo para o negativo.
A corrente elétrica surge a partir da aplicação de uma força externa que pode
ter origem mecânica, magnética ou elétrica.
Quando aplicamos a diferença de potencial na extremidade de um condutor, ela
provoca o deslocamento dos elétrons livres, pois criou um campo elétrico. Esse
campo tem a direção do menor potencial e cria o que chamamos de corrente
elétrica.
A medida da quantidade desse deslocamento de cargas é chamada de intensidade de corrente elétrica e sua
unidade é o ampère, homenagem ao pesquisador André-Marie Ampère. Dizemos que 1 A (um ampère) de
corrente é o deslocamento de um coulomb através de um ponto qualquer de um condutor durante um
intervalo de tempo de um segundo. Lembrando que um coulomb equivale à carga transportada por
6,24 х 1018 elétrons, e que a carga de um elétron é de 1,6 х 10-19, então a definição de intensidade de corrente
pode ser representada pela equação:

Em que:
I = corrente em ampères
Q = carga em coulombs
t = tempo em segundos
• Tensão elétrica
Ao pensarmos em um condutor elétrico, sabemos que em seu interior os elétrons livres
não estão em repouso, pois se movimentam em razão da agitação térmica. Entretanto,
esse movimento não se traduz em uma corrente elétrica porque é totalmente aleatório.
Ao aplicarmos esse campo aos dois lados do condutor, uma diferença de potencial aparece
e conduz à movimentação dos elétrons. O valor da diferença de potencial é chamado de
tensão e sua unidade é o volt, homenagem ao pesquisador Alessandro Volta. O volt é
definido pela equação a seguir:

A diferença de potencial de um ponto não pode ser medida isoladamente, mas sempre em
relação a uma referência, que muitas vezes é o potencial zero, chamado massa ou terra.
• Tensão e corrente contínuas
A tensão contínua é definida como a tensão que mantém o mesmo sinal (+ ou –) e o mesmo
valor ao longo do tempo. Já a corrente contínua é aquela que circula sempre no mesmo
sentido com uma intensidade constante ao longo do tempo

Os geradores de tensão contínua e corrente contínua são normalmente as pilhas e as baterias,


ou seja, geradores químicos. Outro exemplo desses geradores são as células fotovoltaicas, que
fazem parte dos painéis solares.
• Tensão e corrente alternadas
Uma tensão alternada é uma tensão variável, que se reveza entre valor positivo e valor
negativo. Uma corrente alternada (CA) é uma corrente variável que circula alternativamente
em um sentido depois em outro.
A definição mais completa diria que uma tensão alternada é uma tensão periódica variável
cujo valor médio é nulo. Isso pode ser explicado pelas áreas hachuradas A e B na : elas
demonstram uma tensão alternada.
De qualquer forma, nosso maior interesse está em uma tensão alternada
simétrica e senoidal, aquela que utilizamos no nosso dia a dia.
Podemos então, definir período como o tempo necessário para a realização de um ciclo
completo, ou seja, de zero a um valor máximo positivo e de volta ao zero, atingindo o mesmo
valor máximo agora negativo e de volta ao zero .
• Resistência elétrica
• Como vimos anteriormente o que caracteriza a resistência é a resistividade, que é diferente
para cada tipo material. A resistência é a aptidão de um material em se opor à passagem de
corrente elétrica. Além da resistividade, que representaria a natureza do material, a
resistência é influenciada por fatores como comprimento (quanto mais comprido o material
utilizado, maior sua resistência) e espessura. Considere um condutor de forma esférica, por
exemplo: quanto maior o diâmetro, menor a resistência elétrica. Por isso, nunca devemos
relacionar o tamanho de um resistor com o valor de sua resistência.
• As resistências são utilizadas de duas maneiras diferentes:
 para modificar a intensidade da corrente elétrica; ou
 para produzir calor devido ao efeito joule.
As resistências usam como notação a letra R (sempre em maiúscula), e como
unidade o ohm, representado pela letra grega Ω (ômega maiúsculo), uma
homenagem ao físico e matemático alemão George Simon Ohm.
Se não levarmos em consideração o efeito da temperatura, a resistência pode
ser determinada pela Lei de Ohm, que relaciona tensão e corrente, como segue:

em que:
R = valor da resistência em Ω
V = valor da tensão em volts
I = valor da corrente em ampère
• Circuitos
Circuitos série e paralelo
Ao montarmos um circuito elétrico, podemos associar as resistências ou resistores de duas
formas, em série ou em paralelo.
No circuito série, os resistores são ligados de forma que a extremidade de um é ligada a
extremidade de outro e assim por diante.
A resistência total da configuração é a soma das resistências que dela participam, ou seja, R T
= R x 4.
Quanto mais resistores colocarmos em série maior será a resistência total. É importante lembrar
que a ordem dos resistores não altera o valor final total.
A combinação em paralelo pode ser identificada da seguinte forma: os resistores estão ligados
em um ponto comum.
A resistência total de uma combinação em paralelo é representada matematicamente por:

• Tendo somente duas resistências em paralelo, podemos simplificar a equação da resistência


total da seguinte forma:
• Circuitos monofásicos, bifásicos e
trifásicos
Ao estudarmos a história da eletricidade, vemos que, em seu início, discutia-se muito a utilização da corrente alternada
(CA) ou corrente contínua (CC). A elevação ou o abaixamento da tensão é mais simples em CA, pois os transformadores
elevadores ou abaixadores têm seu modelo construtivo mais simples e com bom rendimento.
Em função da possibilidade da manipulação da eletricidade, podemos utilizar a energia de três formas diferentes
Circuitos monofásicos: os circuitos monofásicos são geralmente utilizados em residências com baixo consumo, ou nas
áreas rurais com transformadores especiais chamados monobuchas. Os circuitos monofásicos são compostos por dois fios,
sendo um utilizado para fase e outro como neutro. Contudo, existe a possibilidade de usarmos duas fases. Assim, na
primeira situação a tensão normal de uso é o 127 V, entre fase-neutro. Caso utilizemos duas fases a tensão seria de 220 V,
entre fases. É importante lembrar que as tensões citadas são as geralmente utilizadas no Brasil, mas elas dependem do
modelo construtivo do transformador a ser utilizado.
Circuitos bifásicos e trifásicos: A geração de energia elétrica nas usinas, sua transmissão e sua distribuição são feitas de
forma trifásica alternada com sinal senoidal, simétrico e equilibrado. Essa energia é disponibilizada em alta tensão nos
grandes centros. Em razão de suas características construtivas, eles podem ter sistema trifásico a três fios ou a quatro fios;
no primeiro caso teríamos a ligação interna do transformador em triângulo (Δ), ou uma ligação em estrela (Y), na qual
incluímos o neutro no ponto comum das ligações
No Brasil, as tensões utilizadas são 127 V e 220 V.

Os valores de tensão utilizados dependerão de como o transformador será construído. Por exemplo,
se ele for um transformador 380/220 V, significa que entre fases teremos 380 V e entre fase e neutro
220 V. O mesmo acontece no caso de um transformador 220/127 V.
• Leis da eletricidade: leis de Ohm e de
Kirchhoff
Georg Simon Ohm verificou que existia uma relação constante entre a tensão aplicada e a
corrente desenvolvida em um circuito elétrico, pois quanto maior o valor da resistência colocada
no circuito, maior deveria ser a tensão aplicada para se estabelecer uma mesma corrente
elétrica. Dessa forma, Ohm obteve então a primeira Lei, conhecida como Lei de Ohm.
Em um circuito série ligamos os resistores extremidade com extremidade, de forma que exista
um único caminho para a corrente, e a resistência total é a soma das resistências que participam
da série. Aplicando a Lei de Ohm, podemos agora concluir que, ligando esse conjunto de
resistores a uma fonte de tensão, teremos uma circulação de corrente. Como só existe um
caminho para essa corrente, a corrente total deve passar por cada um dos resistores. Assim, a
corrente em um circuito série será a mesma para qualquer componente do circuito. Seguindo a
mesma linha de raciocínio e aplicando a Lei de Ohm, a tensão em cada componente de um
circuito série será a soma das tensões individuais, ou matematicamente:
As formulações remetem à Segunda Lei de Kirchhoff ou Lei das Tensões de Kirchhoff , que
diz: “A soma das quedas de tensão em um circuito fechado é igual à tensão total aplicada ao
circuito ”. Quanto à soma algébrica, ele diz: “ A soma algébrica de todas as tensões existentes em
um caminho fechado em um circuito é igual a zero ”. Devemos somar separadamente as quedas
(cargas) das elevações (fontes).
Já em um circuito paralelo, as resistências estão ligadas todas entre dois pontos ou lado a lado,
de forma que existirá mais de um caminho para a corrente. Para termos a corrente total deste
circuito, portanto, devemos somar as correntes em cada um dos elementos que participam dele.
A tensão aplicada, por sua vez, será igual para todos os elementos deste circuito,
matematicamente:
Portanto, podemos agora enunciar a Primeira Lei de Kirchhoff ou Lei das Correntes de
Kirchhoff. A soma de todas as correntes que entram em um nó é sempre igual à soma de todas as
correntes que dele saem. Ou, podemos dizer que a soma algébrica de todas as correntes em um
nó é igual a zero. Novamente, na soma algébrica deve se considerar se a corrente está entrando
ou saindo do nó em questão.

Nó é o ponto de conexão entre dois ou mais elementos do circuito.


Potência elétrica
Toda vez que uma força produz movimento, ela realiza trabalho. Se pensarmos na rapidez com
que este trabalho é realizado, encontraremos a potência que, no caso da eletricidade, é definida
pela letra P e expressa em watt, que pode ser definido como a razão com que se faz trabalho em
um circuito elétrico quando uma corrente de 1 A flui por ele ao ser aplicada uma tensão de 1 V.
A fórmula da potência é:

Em um circuito elétrico residencial, a potência tem papel preponderante, pois todo trabalho a
ser realizado e toda a fiação a ser dimensionada deve considerar o cálculo da potência a ser
instalada no local.
• Sistema elétrico de potência
Muitas vezes não percebemos como as coisas que fazemos em nosso dia a dia realmente
acontecem. Quando chegamos em casa, por exemplo, ligamos a televisão e, se estiver escuro,
acendemos a luz. Para isso, basta ligar o interruptor ou conectar os equipamentos a uma
tomada, pois sabemos que ali existe eletricidade. Mas como exatamente isso acontece? Como é
gerada a energia elétrica? E, uma vez que a energia é gerada, como ela chega a nossas casas,
escritórios, indústrias?
A Figura a seguir nos mostra, de forma esquemática, o que chamamos de sistema elétrico de
potência, que engloba a geração, a transmissão e a distribuição de energia elétrica.
O principal objetivo do sistema elétrico de potência é transferir toda a energia elétrica
convertida pela transformação de qualquer fonte de energia primária (p. ex. água, carvão,
vento) aos consumidores. Consequentemente, o ciclo iniciado pela escolha da forma de energia
elétrica tem como objetivo final o consumidor.
• Sistema de
geração
O sistema de geração é constituído pelo
conjunto de unidades geradoras e seus
equipamentos correlatos.
• Tipos mais comuns de usinas
geradoras de energia elétrica
A energia hidrelétrica é gerada em uma usina hidrelétrica e tem como fonte de produção a
Hidrelétricas força da água em movimento. Devido ao enorme potencial hidrelétrico do Brasil, a maioria da
energia gerada e consumida no país é hidrelétrica.

A energia termelétrica resulta da combustão de materiais de fontes não renováveis como


Termelétricas carvão, petróleo e gás natural, e também de outros, de fontes renováveis, como a lenha, o
bagaço de cana, etc. Pode ser utilizada tanto como energia mecânica como por eletricidade.

A energia nuclear é produzida a partir de uma reação chamada de fissão, um termo da física
nuclear que significa a divisão de um núcleo de átomo pesado em dois ou vários fragmentos.
Nucleares A fissão do núcleo de um átomo bombardeia uns contra os outros, levando ao rompimento dos
núcleos e gerando grandes quantidades de energia. As usinas nucleares podem provocar
acidentes graves no ecossistema, como ocorreu na usina de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.

A energia geotérmica, ou geotermal, é a energia obtida a partir do calor proveniente do interior


Geotérmicas
da Terra.
• Fontes alternativas de energia
A necessidade de se manter um parque gerador compatível com o desenvolvimento do país
motiva a busca continua pelo aumento da produção de energia, mas, ao mesmo tempo, exige
que cada vez mais pensemos na preservação do meio ambiente por meio da utilização
consciente dos recursos naturais. Assim, além de desenvolver tecnologias para melhor utilização
das fontes convencionais, novas tecnologias vêm sendo criadas para utilização de fontes
alternativas de energia para geração de energia elétrica.
A biomassa é constituída de materiais de origem orgânica vegetal e animal (como o bagaço da
cana-de-açúcar, resíduos agrícolas e excrementos de animais). É um tipo de energia produzido
por meio de um processo bioquímico: a decomposição pelas bactérias dos excrementos animais
produz gás metano, que, então, produz energia elétrica. Essa decomposição libera CO2, que irá
ser absorvido pelas plantas na realização da fotossíntese. O gás produzido nesse processo é
chamado de biogás, e o biodigestor é o equipamento no qual ocorre a produção pela
decomposição dos materiais orgânicos (Figura 2.4).
A energia eólica, por sua vez, é produzida usando a força dos ventos para movimentar as grandes hélices dos
aerogeradores, que estão acopladas por um eixo a uma turbina. A quantidade de energia gerada depende do tamanho
das hélices e dos ventos da região onde está instalada a usina. Embora o custo de implantação de uma usina eólica seja
muito superior ao de uma usina hidrelétrica (60% a 70%), a energia eólica é limpa e renovável, e por isso muito atraente.
Existe também a possibilidade de utilizar a energia do Sol para a geração de energia, podendo ela ser de dois tipos: a
térmica e a fotovoltaica. A energia térmica é gerada a partir de coletores solares que captam a energia solar e a
transferem à água. Já a energia fotovoltaica pode ser coletada por lâminas ou por painéis fotovoltaicos ambos capturam
a radiação liberada pelo Sol e produzem energia elétrica. A energia solar é renovável, além de não ser poluente; os
painéis exigem pouca manutenção e o custo deles vem caindo, o que torna sua instalação cada vez mais viável e
desonera investimentos em linhas de transmissão. No entanto, a quantidade de energia produzida varia muito de acordo
com as condições climáticas, sem contar o período da noite, quando a produção é totalmente zerada.
Uma usina hidrelétrica é considerada uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH) quando sua capacidade instalada é
superior a 1 MW e igual ou inferior a 30 MW e a área do seu reservatório tem até 3 km2. Itaipu, por exemplo, tem uma
potência instalada de 14 mil MW e seu lago ocupa 1.350 km2. Para podermos considerar uma usina como uma PCH,
além das considerações já feitas, outros fatores devem ser considerados, como a localização e o seu impacto ambiental.
O custo da energia gerada é maior que o de uma usina convencional, pois seu reservatório tem um volume pequeno e
não permite controle de armazenamento de água, assim, caso haja uma época de seca, a usina irá parar. A grande
vantagem desse tipo de instalação está na utilização em regiões isoladas com rios de tamanho médio a pequenos.
Existem, ainda, três maneiras de se aproveitar a energia dos oceanos. A primeira usa a energia das correntes
marítimas, que é captada por meio de hélices fixadas no fundo do mar que são giradas pela força do deslocamento
das águas. Um cabo de corrente contínua transporta a energia gerada até a superfície e a distribui para os sistemas
existentes. Importantes vantagens são a forte potência obtida devido à densidade da água, a previsibilidade dos
movimentos oceânicos, a produção regular de energia, o recurso inesgotável e não poluente. Porém, o custo de
instalação e a manutenção são muito elevados, existe a corrosão dos materiais pela água do mar, e a presença das
hélices causa ondas sonoras de baixa frequência que afastam a fauna marítima do local.
A segunda é a maremotriz, também chamada de energia das marés. Uma barragem em um estuário deixa passar a
água do mar tanto na subida como na descida da maré, e essa água faz girar uma turbina que produz energia elétrica
com ajuda de um gerador. Contudo, a construção de uma barragem em uma praia tem investimentos elevados e há
poucos locais de aproveitamento, pois são necessárias fortes marés, além dos problemas de continuidade de
produção em função da falta de correntes oceânicas em determinados momentos.
Com a ação dos ventos, o mar cria ondas com grande potencial energético, e este é mais um modo de geração de
energia por meio do movimento do oceano. Diversas técnicas de exploração vêm sendo desenvolvidas, e é importante
se conhecer o potencial que as ondas podem nos oferecer. É possível se obter essa energia em uma área muito
grande, com um mínimo de perdas, uma vez que as ondas podem produzir cerca de 20 kW por metro de frente de
onda, 50 vezes mais que 2m2 de área de um painel solar.
• Sistema de transmissão
A tensão dessas linhas depende da quantidade de energia a ser transportada e da distância a ser
percorrida. Quanto maior a distância entre a geração e o consumo, maior será a tensão para
transmissão. Além disso, é preciso considerar, igualmente, se a transmissão será feita em
corrente alternada ou contínua. Gráfico da transmissão em função desses parâmetros.
Havendo transporte de energia, seja primária ou secundária, estabelece-se um fluxo de carga
entre a fonte de energia e os consumidores. Esse fluxo é variável, pois, como o consumo varia a
cada momento em razão das necessidades dos consumidores, a geração terá também que ser
variável, visto que a cada instante a geração de todas as fontes do sistema elétrico terá que se
adequar à carga solicitada pelos consumidores. Portanto, em quaisquer análises do sistema
elétrico, é necessário que se conheça primeiramente o fluxo de carga entre geração e consumo.
Em uma equação simplificada do tema, podemos escrever:
Energia elétrica gerada = Energia elétrica perdida
Ou seja, a equação acima representa a equação fundamental de geração e consumo de energia
elétrica, ponto de partida para o estudo dos sistemas elétricos de potência.
Exercícios

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