TranstornoProcessamentoAuditivoCentral Digital
TranstornoProcessamentoAuditivoCentral Digital
TranstornoProcessamentoAuditivoCentral Digital
TRANSTORNO DO
PROCESSAMENTO
AUDITIVO CENTRAL
Orientando a
Família e a Escola
São José - SC
2018
Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Paula Sanhudo da Silva – CRB-14/959,
com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
Bibliografia: p. 54-57.
ISBN 978-85-54307-09-7
DIRETOR DE ADMINISTRAÇÃO
Marcionei de Oliveira
ELABORAÇÃO
Kátia Helena Pereira
ILUSTRAÇÕES
Vinícius Araújo
5
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 7
INTRODUÇÃO 8
AUDIÇÃO 10
O SISTEMA AUDITIVO PERIFÉRICO 10
O SISTEMA AUDITIVO CENTRAL 11
USO DO SISTEMA FM 47
PROCESSO TERAPÊUTICO 49
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 54
APRESENTAÇÃO
7
INTRODUÇÃO
8
Família e escola são pontos de apoio e sustentação do ser humano,
quanto melhor for à parceria entre ambas, mais positivos e significativos
serão os resultados na formação do sujeito. Vida familiar e vida escolar
são simultâneas e complementares, uma vez que tudo o que se relaciona
aos filhos tem a ver, de algum modo, com os pais e vice-versa, bem como
tudo que se relaciona aos alunos tem a ver, sob algum ângulo, com a
escola e vice-versa.
Diante desta perspectiva, o manual Transtorno do Processamento
Auditivo Central: Orientando a Família e a Escola têm como finalidade
principal a mobilização dos pais e também a comunidade escolar sobre
o entendimento do Transtorno do Processamento Auditivo Central e o
que estes podem fazer de melhor para auxiliar seu filho e aluno após o
resultado do exame.
9
AUDIÇÃO
10
O SISTEMA AUDITIVO CENTRAL
11
O QUE É PROCESSAMENTO
AUDITIVO CENTRAL?
12
O QUE É TRANSTORNO DO
PROCESSAMENTO AUDITIVO
CENTRAL (TPAC)?
13
CONHECENDO MAIS
SOBRE O TPAC
14
ENTENDENDO AS
CARACTERÍSTICAS DE
CADA CLASSIFICAÇÃO
DO TPAC
(SEGUNDO CLASSIFICAÇÃO DE
BELLIS (2002), FERRE (1997));
15
Figura 4 – Ruído competitivo (crianças conversando e barulho do ventilador)
dificultam o entendimento da fala do professor.
16
• Tendem a apresentar um vocabulário de recepção e emissão
reduzidos;
• A memória auditiva (responsável por toda a informação auditiva
de curto prazo que recebemos do que está ao nosso redor)
pode estar com dificuldades;
• Tempo de atenção auditiva reduzido, ou seja, em atividades
que necessitam se manter por muito tempo escutando, sem
outros estímulos visuais, por exemplo, se cansam com mais
facilidade. Podendo ter um aprendizado deficitário pelo tempo
da atenção auditiva ser reduzida;
• Tal déficit também compromete a eficiência das habilidades de
figura-fundo auditiva2 e fechamento auditivo3 da informação,
ou seja, compromete a compreensão de falantes rápidos ou
que não falam com clareza, bem como dificuldade em focar a
atenção a um determinado estímulo e entender a fala de outras
pessoas quando há outros sons competindo com esse.
3 É a capacidade para resgatar o todo da palavra quando partes dela são omiti-
das, seja por um ruído competitivo ou por falha na comunicação.
17
Figura 6 – Dificuldade para acompanhar o ditado, pois é uma tarefa
multimodal (auditiva, visual e motora)
18
diferenças de ênfase, que acarretam grandes diferenças de
significados;
• Dificuldades em extrair palavra chaves da mensagem;
• Tanto a leitura quanto soletração podem estar afetados pela
dificuldade em associar a porção do som ao seu símbolo, levando
a baixa velocidade e precisão na leitura e em consequência uma
pior compreensão daquilo que é lido;
• Habilidade de música pode estar afetada, quando necessita
tocar instrumentos que utilizem do movimento das duas mãos
ou de diferentes partes do corpo. Ex.: piano, flauta, violão.
19
Figura 7 – Dificuldade no uso da pontuação tanto na leitura quanto na escrita.
20
• Dificuldades em compreender o que ouvem. Este sintoma
aparece com mais frequência em sentença complexas e em
sentenças que incluem várias formas temporais (antes, depois,
primeiro, então), espaciais (sobre, dentro, fora, ao lado) e
outros conceitos relacionados. Desta forma, podem solicitar a
repetição da mensagem, ou utilizar as expressões: Hã?, O quê?,
Não entendi!;
21
• Baixa habilidade em comunicação, apresentando déficit em
vocabulário, semântica (significado) e sintaxe (na estrutura das
palavras dentro da frase). Podendo aparecer esta defasagem
tanto na linguagem oral e/ou escrita, ou seja, podem apresentar
dificuldades para narrar fatos ou estórias, déficit para manter
uma sequencia lógica de e/ou apresentam uma narrativa
muito simplificada. Na escrita de um texto, podem apresentar
dificuldades para organizar as ideias e manter uma estruturação
com inicio, meio e fim;
• Na escrita é muito comum apresentarem erros gramaticais, de
pontuação e do emprego do tempo verbal;
• Podem até ter uma boa leitura, mas com pouca compreensão.
Esta dificuldade na compreensão e interpretação de textos ou
enunciados vão interferir no desempenho e no rendimento
de todas as matérias, que exijam uma maior interpretação
linguística;
• A grande maioria tem dificuldade em fazer sozinha qualquer
tarefa acadêmica.
22
algo em mente tempo suficiente para ser usado em uma tarefa
imediata (como guardar um número de telefone para ser
discado), e ainda com a atenção, tanto a sustendada (quando
temos de manter a atenção em algo mesmo com distrações
ao nosso redor) como a alternância de atenção entre objetos
(como por exemplo, o ato de ler um livro e estar na frente da
televisão, ao mesmo tempo);
• Dificuldades na habilidade de identificar problemas e tentar
resolvê-los;
• Dificuldades em seguir direções;
• Podem ser considerados bagunceiros ou desorganizados,
por apresentarem dificuldades nas habilidades de organizar,
sequencializar, planejar ou resgatar as informações adequadas
para executar tarefas. Por exemplo, podem:
— Deixar a carteira da sala de aula bagunçada;
23
— Deixar o quarto bagunçado;
24
— Ter dúvidas sobre o que vai acontecer na escola e/ou
quais as disciplinas que terá no dia;
Figura 12 – Esquece quais as disciplinas terá no dia e quais os horários que elas
vão ocorrer.
25
— Não copiar toda a matéria do quadro e não conseguir
acompanhar as correções das tarefas em sala;
— Deixar atividades de sala de aula e/ou provas com
questões incompletas ou sem resposta, ou esquecer de
realizar alguma tarefa em sala de aula ou em casa que fora
solicitada pelo professor;
— Ter dificuldades na organização do caderno. Às vezes não
conseguem finalizar a matéria em um mesmo caderno,
trocando- o por outro ou escrevendo a matéria em páginas
aleatórias e não na sequência da matéria;
• Dificuldades no planejamento motor fino (rasgar e recortar
papéis; realizar jogos de pequenos encaixes, como quebra-
cabeça, lego, casinha; abotoar; fazer dobraduras; nós simples e
laços; etc) e motor amplo (correr; saltar; pular; etc.);
• As dificuldades para execução das atividades tanto em casa
quanto na escola vão se intensificando à medida que aumentam
a complexidade destas tarefas, ou seja, devido ao aumento da
idade, as tarefas e atividades exigidas serão mais complexas e
em contrapartida as dificuldades em executá-las serão maiores
e as cobranças da família e da escola também;
• Apresentam boa compreensão daquilo que ouvem, mas o
vocabulário de emissão (fala) é pobre. Por exemplo:
— Quando precisam contar uma estória ou narrar algum
fato, a fluência verbal é rebaixada, ou seja, é mais pobre que
o esperado para a idade, pois apresentam dificuldades na
organização da linguagem expressiva;
— Podem ter dificuldades em formular sentenças comple-
xas e responder diretamente para questões verbais. As di-
ficuldades vão sendo mais percebidas, quando pela idade
se exige que seu filho (a) / aluno (a) tenha argumentações
mais elaboradas durante o processo dialógico, seja para
responder um questionamento ou realizar uma pergunta;
— As dificuldades aparecem principalmente em atividades
que tenham que lembrar e repetir verbalmente mais de
dois elementos;
• Em virtude desta defasagem na organização da linguagem
expressiva (fala) e a presença de um vocabulário reduzido, a
compreensão da leitura e a produção de um texto escrito estão
prejudicados;
26
• Pouca motivação para execução de tarefa e por consequência
também podem comprometer o desempenho das atividades
que são solicitadas tanto da escola, quanto em casa;
27
ORIENTAÇÕES GERAIS
PARA TODOS OS SUBTIPOS
DO TPAC
28
necessárias, com frases e palavras diferentes, reestruturando
a mensagem e não simplesmente repetindo a mesma frase.
EM SALA DE AULA:
29
EM CASA:
30
ORIENTAÇÕES CONFORME
OS SUBTIPOS PRIMÁRIOS E
SECUNDÁRIOS DO TPAC
ORIENTAÇÕES ACADÊMICAS:
31
Figura 15 – A posição na sala de aula deve ser preferencialmente na 1º ou 2º
carteira, mais ao centro.
32
barulho alto), melhorando assim, o seu acesso a informação
auditiva;
• Realizar intervalos mais frequentes entre as atividades, pois
estes alunos apresentam reduzido tempo de atenção ao som,
evitando assim a fadiga auditiva, possibilitando um maior
aproveitamento nas atividades, correções e na compreensão
da explicação de matérias novas.
33
• Após solicitar que seu filho faça algumas tarefas com ordens
sequenciadas, pedir que ele verbalize os passos necessários
para completar a tarefa. Caso ele não entenda todos os itens, é
necessário repeti-la explicando a mesma solicitação de forma
diferente.
• Sugestões de Atividades4:
— Estimular a estruturação da linguagem e das habilida-
des auditivas, através de jogos, como por exemplo, Stop ou
Adivinhação;
Como jogar Stop?
1. Antes de começar a brincadeira, os jogadores definem
quais serão as categorias do jogo. Exemplos de cate-
gorias comuns são: NOMES, ANIMAIS, CORES, FRUTAS,
CARROS, etc;
2. Decidido isso, cada jogador desenha uma tabela com
colunas em uma folha de papel e escreve, em cada
uma destas colunas, o nome de uma das categorias.
Dependendo do nível acadêmico da criança/ adoles-
cente o jogo pode ser realizado em duplas;
3. Em um saco não transparente colocar as letras do alfa-
beto ou diversas sílabas (vai depender do nível acadê-
mico da criança/ adolescente), para que seja sorteada
qual será a letra/sílaba que vai ser feita a jogada;
4. Todos escrevem em suas tabelas, o mais rápido possí-
vel, palavras que começam com aquela letra/sílaba e
se encaixam na categoria correspondente. O primeiro
a preencher todas as categorias diz “stop” em voz alta;
— Realizar a leitura conjunta (lendo ao mesmo tempo que
a criança/adolescente) uma sílaba, palavra, frase ou texto. A
complexidade da leitura vai depender do nível acadêmico
que a criança/adolescente esteja apresentando;
— Fazer brincadeiras, como por exemplo: fale em 01 minu-
to: nomes de animais, que iniciem com a letra M, e se a
criança/adolescente não estiver alfabetizado ou tenha difi-
culdades de fazer esta relação, falar então o som da sílaba,
34
exemplo: MA. Fazer tal brincadeira dando outras sugestões,
nome de carro, cores, frutas, objetos;
— Outra sugestão de brincadeira é falar duas sílabas na or-
dem contrária e pedir que a criança/adolescente inverta e
fale a palavra que formou.
Por exemplo: do – de vai ficar dedo
to – ga, vai ficar gato
ORIENTAÇÕES ACADÊMICAS:
35
• As provas/avaliações devem ser realizadas em ambiente
tranquilo, de preferência fora de sala de aula e sem controle
de tempo;
• Sugestões de Atividades5:
36
— Importante aprender a cantar e/ou a dançar, pois
favorece a integração das informações no Sistema Nervoso
Central;
ORIENTAÇÕES ACADÊMICAS:
37
Figura 18 – A posição na sala de aula deve ser preferencialmente na 1º ou 2º
carteira, mais ao centro.
38
ORIENTAÇÕES AOS FAMILIARES
• Quando for passar algum recado ou solicitar que faça algo, seja
claro e objetivo na mensagem, fale exatamente o que deve ser
comunicado, para que seu filho possa entender a mensagem;
• Mas se ocorrer alguma situação na conversa em que você tenha
utilizado o sarcasmo, ou o humor irônico na fala, é importante que
além de usar entonação exagerada, que faça a checagem da infor-
mação, perguntando ao seu filho se compreendeu a mensagem.
Evite conversas contendo piadas e/ou palavras com duplo sentido.
• Sugestões de Atividades6:
— Estimular jogos que realizem desafios em relação à
informação ouvida e o estímulo visual, como por exemplo o
jogo Genius (o objetivo do jogo é acompanhar e repetir sem
errar a sequência de luzes e sons durante o maior tempo
que puder). Pode ser realizado o download gratuito deste
jogo através do aplicativo para smatphones;
— Estimular a leitura em voz alta diariamente, fazendo com
que dramatize, exagerando a fala e as expressões faciais;
39
— Importante aprender a tocar um instrumento musical,
fazer aulas de canto, dança, teatro;
— Estimular atividades/brincadeiras que proporcionem
cantar músicas murmurando.
ORIENTAÇÕES ACADÊMICAS:
40
• Usar pistas de outras modalidades sensoriais (visuais e/ou tá-
teis) para facilitar a associação dos padrões sonoros e do con-
teúdo exposto;
• Antes do aluno realizar a atividade solicitada pelo professor, pe-
dir que ele visualize e verbalize os passos necessários para com-
pletar a tarefa. Realizar tal solicitação discretamente, para não
constrangê-lo;
• Caso perceba que o aluno não compreendeu a informação, é ne-
cessário que o professor repita, reestruturando as informações,
onde deve refrasear (reestruturar a fala em frases mais simples),
utilizando sempre uma linguagem simples e clara;
• No caso de provas/avaliações dar preferência a questões de múl-
tipla escolha, com frases objetivas, evitando questões abertas,
em que a resposta tenha que ser dada através de frases comple-
xas ou através de um pequeno parágrafo de texto.
41
jetos pessoais (arrumar o material escolar, brinquedos/jogos;
livros, etc.);
• Importante a criança/adolescente sempre receber um reforço
positivo de tudo que fizer correto.
• Sugestões de Atividades7:
— Estimular o processamento da linguagem através de
jogos que envolvam o desenvolvimento da memória audi-
tiva (responsável por toda a informação auditiva de curto
prazo que recebemos do que está ao nosso redor) (ex. jo-
gos de adivinhação, charada);
— Em casa priorize o desenvolvimento de tarefas diárias e
acadêmicas que promovam a resposta do seu filho em voz
alta, ou seja, pedir que repita o que foi solicitado, antes de
executar. Desta forma estimula-se o reconhecimento de
palavras chave (principal) e da compreensão do assunto
que foi abordado;
— Também seria importante todos os dias durante 15 a 30
minutos, o desenvolvimento da interpretação da leitura
em voz alta de textos ou histórias lidas ou contadas por
outra pessoa;
42
— Estimular a estruturação da linguagem e das habilidades
auditivas, através de jogos, como por exemplo, Stop (ver
explicação página 34) ou Adivinhação;
ORIENTAÇÕES ACADÊMICAS:
43
e que as informações sejam fragmentadas em partes menores
para que o aluno entenda efetivamente o conteúdo;
• Utilizar o pré-ensino das informações novas, onde o professor
antes de explicar a matéria que seja novidade para a turma, use
demonstrações e exemplos práticos do conteúdo (através de
filme, vídeos curtos, palavra chave, leitura de um pequeno tex-
to, entre outros);
• Usar pistas de outras modalidades sensoriais (visuais e/ou táteis)
para facilitar a associação dos padrões sonoros e do conteúdo
exposto;
• Caso perceba que o aluno não compreendeu a informação, é
necessário que o professor repita, reestruturando as informa-
ções, onde deve refrasear (reestruturar a fala em frases mais
simples e curtas), utilizando sempre uma linguagem simples
e clara;
• Quando o professor escrever no quadro para que o aluno tenha
que copiar (textos, correções, tarefas, atividades, bilhetes, etc.),
verificar se conseguiu anotar/copiar efetivamente tudo que foi
repassado. Quando necessário possibilitar a ajuda de um cole-
ga para tomar notas.
44
ORIENTAÇÕES AOS FAMILIARES
45
— Utilizar uma agenda para organizar suas atividades de
vida diária e escolar, trabalhando assim, com a memória
de trabalho (é a memória que permite o armazenamento
temporário de informação, e ela tem capacidade limitada),
planejamento das atividades, atenção sustentada (é a ha-
bilidade de manter o foco durante uma atividade contínua
e repetitiva) e atenção focalizada (é a habilidade de manter
o foco e a concentração em um limitado conjunto de estí-
mulos, sejam palavras, números, cores, um desenho, etc. É
dela que nos utilizamos para assistir um filme, escutar uma
música, pensar em um problema de matemática e imitar
e realizar ações ou procedimentos como ler, escrever ou
compreender as palavras que escutamos). Caso a criança/
adolescente ainda não tenha se apropriado da leitura fazer
esta agenda com gravuras;
— Estimular o processamento da linguagem e das habili-
dades auditivas através de jogos que envolvam o desen-
volvimento da memória auditiva (ex. adivinhação, charada,
jogo Genius - ver explicação página 39, STOP - ver explica-
ção página 34);
— Caso seu filho já tenha iniciado o processo de leitura, rea-
lizar uma leitura conjunta (lendo ao mesmo tempo que ele)
de uma sílaba, palavra ou frase e ir aos poucos aumentan-
do a complexidade até chegar a um parágrafo e depois a
um pequeno texto. A complexidade da leitura vai depender
do nível que ele esteja.
46
USO DO SISTEMA FM
(FREQUÊNCIA MODULADA)
47
QUAIS AS VANTAGENS DO USO DO SISTEMA FM?
48
PROCESSO
TERAPÊUTICO
49
Figura 25 – O profissional que realizou o exame do processamento auditivo
central deve ter conhecimento, treinamento e habilidade na aplicação
dos testes, como também conhecimento na avaliação comportamental
e na interpretação dos resultados obtidos. Ele que vai orientar a família
sobre a necessidade da realização de atendimento fonoaudiológico para a
reabilitação das habilidades auditivas que se apresentam em déficit. Bem
como encaminhará para outras avaliações ou acompanhamentos médicos
e/ou terapêuticos dependendo de cada caso.
50
Figura 26 – A terapia fonoaudiológica deve ser especifica para a reabilitação
das habilidades auditivas alteradas. Bem como os exercícios solicitados pela
terapeuta devem ser realizados em casa.
51
ou doenças, e não de sintomas. É considerado tanto a presença de um ou
mais distúrbios em adição a um distúrbio primário, quanto o efeito desses
distúrbios adicionais. (VALDERAS, 2009).
Deve-se considerar que dependendo da habilidade auditiva alterada,
os sintomas e manifestações comportamentais observados em indivíduos
com TPAC poderão ser diversos e heterogêneos. Como também poderão
apresentar características de outros transtornos: cognitivos, defasagens
linguísticas e comportamentais.
Este fato se deve em virtude da organização do SNC, pois os outros pro-
cessamentos da informação realizados no córtex, como o processamento
visual, cognitivo, de memória, atencional e de linguagem, também utili-
zam algumas vias do processamento auditivo. Desta forma, os sintomas
e comportamentos observados no TPAC frequentemente são observados
em outros transtornos do neurodesenvolvivento, sensoriais e/ou cognitivos.
O TPAC pode ocorrer sozinho, ou pode estar associado a outras patolo-
gias, ou ser sintoma de um transtorno global maior. Quando as defasagens
apresentadas pelos indivíduos são apenas do TPAC, diz-se que é uma
disfunção primária, ou seja, que as alterações nas habilidades auditivas não
vem associada a uma ou outras comorbidades ou que estas alterações das
habilidades auditivas não são sintomas de um transtorno global maior.
Importante destacar que quando o indivíduo apresenta uma consi-
derável sobreposição e acentuados comportamentos ou deficits sociais,
auditivos, acadêmicos e de linguagem, não necessariamente indica que
o indivíduo tenha somente um Transtorno do Processamento Auditivo
Central. Muitos, se não a maioria dos sintomas, são também manifesta-
ções que são atribuídas a outros transtornos, que podem ser tanto a base
etiológica para a condição do indivíduo, ou que podem coexistir, sendo
comorbidade com o TPAC. Como estes sinais e sintomas não são exclusi-
vos do TPAC deve-se realizar um diagnóstico diferencial por uma equipe
multidisciplinar e averiguar a presença de comorbidades ou a presença
de um transtorno global maior.
Cabe ressaltar que a presença de um TPAC não exclui a possibilidade
da presença de outros transtornos em comorbidades. Neste caso durante
o processo avaliativo o fonoaudiólogo deve realizar uma anamnese minu-
ciosa e ter um olhar apurado para suspeitar de outras comorbidades asso-
ciadas ao TPAC. Bem como durante o exame do Processamento Auditivo
Central, quando o indivíduo apresenta determinados padrões de compor-
tamento e desempenho durante os testes, o avaliador já pode suspeitar
da possibilidade de existirem outros transtornos associados, necessitando
então a efetivação de outras avaliações complementares para a realização
de um diagnóstico diferencial.
52
Algumas das comorbidades mais encontradas:
• Transtorno da Fala, do tipo Transtorno Fonológico;
• Transtorno Específico de Aprendizagem, que pode ter as se-
guintes apresentações: com prejuízo na Leitura; com prejuízo
na Expressão Escrita; com prejuízo na Matemática;
• Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH);
• Transtorno da Linguagem ou Transtorno de Desenvolvimento
da Linguagem (TDL).
53
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