Apostila Testes de Pocos Petrobras PDF

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ORGAN IZADOR
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Joäo Bosco Dias Marques


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AUTORES
Adalberto José Rosa
Alvaro Marcello Marco Peres
António Carlos Decnop Coelho
António Claudio de França Correa
Christiane de Camargo
Eduardo Augusto Puntel de Oliveira
Edson Tsuneo Kato
Francisco Lopes Tinoco

Joao Bosco Dias Marques


Pedro de Brito Nogueira
Renato de Souza Carvalho
Vicente Dias Spinelli Júnior

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ÍNDICE
1. INTRODUÇÄO À ANÀLISE DE TESTES EM POÇOS 5
1.1. 0 Teste de Formaçâo 5

1.2. Histórico dos Métodos de Análise de Testes em Poços 8


REFERENCIAS 11
2. TEORIA FUNDAMENTAL DA ANÁLISE DE TESTES EM POÇOS 13
2.1. Conceitos Fundamentais e Equaçâo da Difusividade 13
2.1.1. -
Equaçâo da difusividade Caso óleo 13
2.12. -
Equaçäo da difusividade Caso gás 22
2.1.3. Sistemas multifásicos 27
2.1.4. Variáveis adimensionais 28
2.1.5. Condiçäo inicial e condiçöes de contorno 28
2.2. -
Soluçöes Clássicas da Equaçäo da Difusividade Fluxo Radial 30
2.2.1. -
Reservatório infinito Modelo da fonte linear 30
2.2.2. -
Reservatório infinito Modelo da fonte cilíndrica 37
2.2.3. Reservatório circular corn manutençâo de pressâo 40
2.2.4. Reservatório circular corn fronteira selada 44
2.3. Efeito de Película e Dano ou Estímulo de Formaçâo 52
2.4. Índice de Produtividade 56
2.4.1. Fluxo radial transiente 56
2.4.2. Fluxo radial permanente 57
2.4.3. Fluxo radial pseudopermanente 57
2.4.4. Fluxo pseudopermanente em urna geometria qualquer 58
2.5. Outras Formas de Quantificaçâo do Dano ou Estímulo 58
2.5.1. Razâo de dano 58
2.5.2. Razâo de produtividade 59
2.5.3. Fator de dano 60
2.6, Raio de Investigaçâo 61
2.7. Estocagem 63
2.8. Fluxo Radial corn Efeitos de Estocagem e de Película 65
2.9. Superposiçäo de Efeitos 72
2.9.1. Superposiçâo de efeitos para urna variaçâo continua de vazäo 76
2.9.2. Método das imagens 76
REFERENCIAS 82
3. TESTE DE FLUXO 85
3.1. Métodos de Análise 85
3,1.1. Método do ajustamento corn as curvas-tipo de Agarwal 89
3.1.2. Método do ajustamento corn as curvas -tipo de Gringarten e de Bourdet 93
3,1.3. Método convencional 94
3.2. Teste de Fluxo corn Vazâo Variável 100
3.2.1. Teste de fluxo corn vazöes múltiplas - Método de Odeh & Jones 101
3.2.2. Teste de fluxo corn vazäo dupla - Método de Russel 105
3.3. Teste de Limite de Reservatório 107
3.3.1. Método convencional de análise 107
3.3.2. Método de Park Jones. 112
REFERENCIAS 116
4. TESTE DE CRESCIMENTO DE PRESSÄO 119
4.1. Método de Ajustamento corn Curvas -Tipo 120
4.2. Métodos Convencionais 127
4.2.1. Método de Homer 128
4.2.2. Método de MDH 133
4.2.3. Método de Agarwal 136
4.2.4. Método de Homer corn superposiçäo de efeitos 138
4.2.5. Método de Agarwal corn superposiçäo de efeitos 140
4.3. Estimativa da Pressâo Média 146
4.3.1. Método de Horner-MBH 146
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4.3.2. Método de MDH 151
4.3.3. Método de MDH -Dietz 154
4.3.4. Método de Agarwal -Dietz 155
4.3.5. Escolha do Método 161
4.3.6. Cálculo da pressäo média em um reservatório desenvolvido 161
REFERENCIAS 164
5. EFEITO DE LIMITES NOS TESTES DE PRESSÁO 167
5.1. -
Descontinuidades Lineares Falhas e Barreiras 167
5.1.1. Teste de fluxo 169
5.1.2. Teste de crescimento de pressäo 174
5.2. Reservatórios Limitados corn Diferentes Geometrias 182
5.2.1. Teste de fluxo 182
5.2.2. Teste de crescimento de pressäo 185
5.3. Reservatório corn Aqüífero e /ou Capa de Gás 186
5.3.1. Teste de fluxo 190
5.3.2. Raio de investigaçao de um teste de fluxo 192
5.3.3. Teste de crescimento de pressäo 192
5.4. Reservatório em Forma de Canal 193
5.4.1. Teste de fluxo 195
5.4.2. Teste de crescimento de pressäo 198
REFERENCIAS 203
APÉNDICE A 205
APÉNDICE B 210
APÉNDICE C 213
APÉNDICE D 234
APÉNDICE E 235
APÉNDICE F 237
APÉNDICE G 238
APÉNDICE H 247
APÉNDICE I 249
APÉNDICE J 251
APÉNDICE K 254
APÉNDICE L 260
APÉNDICE M 262

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1.
INTRODUÇAO À ANÁLISE DE TESTES EM POÇOS
O teste em poço de petróleo ou, simplesmente, o teste de poço, é urna importante etapa do pro -
cesso de avaliaçáo das formaçóes e imprescindível para se estimar o potencial produtivo de urna jazida
petrolífera. Um tipo de teste de poço bastante utilizado é conhecido como teste de formaçáo, cuja
análise dos dados - especialmente as variaçóes de pressáo e de vazáo contra o tempo - pode ser feita
por urna série de métodos de interpretaçáo disponíveis na literatura. O teste de poço normalmente é
realizado tanto na fase de exploraçáo como nas fases de desenvolvimento e de produçáo de um campo
petrolífero, sempre visando a obtençáo de dados que possam ajudar a definir a viabilidade econômica
dos projetos de desenvolvimento dos campos de óleo ou gas.
A expressáo avaliaçáo das formaçóes abrange múltiplas disciplinas que visara caracterizar os re-
servatórios, sendo o foco principal a obtençáo de dados para a previsáo da produçáo que se pode obter
de urna jazida caso ela venha a ser desenvolvida comercialmente. A avaliaçáo tern inicio corn as
prospecçóes geológicas, continua durante a perfuraçáo dos poços e se prolonga durante a fase de
produçáo do reservatório, finalizando apenas corn o esgotamento da jazida e seu abandono.
Geólogos e engenheiros iniciam o exame das amostras já na fase de perfuraçáo das formaçóes.
Cascalhos sao cuidadosamente correlacionados corn a profundidade medida durante a perfuraçáo. Os
mesmos cascalhos sao examinados tanto macroscopicamente como microscopicamente em urna seçáo
delgada para se determinar suas fácies litológicas e detectar a existência de hidrocarbonetos. Durante a
perfuraçáo de poços, os detectores de gás sinalizam a presença de hidrocarbonetos nas rochas atraves-
sadas pelo poço; as perdas de circulaçáo podem indicar a existência de fraturas naturais, que eventual-
mente podem estar preenchidas corn hidrocarbonetos; a diminuiçáo da densidade do fluido de perfura-
cao e a elevaçáo do nivel nos tanques de fluidos de perfuraçáo sao indícios de entrada de gás ou óleo no
poço e o aumento das taxas de penetraçáo pode indicar que o poço atravessa intervalos corn major
porosidade. Todas essas informaçóes sao úteis para urna avaliaçáo preliminar da jazida, mas é por meio
da aplicaçáo de duas importantes técnicas que se chega a uma avaliaçáo definitiva: a perfilagem (perfis
elétricos, acústicos, radioativos e magnéticos) e os testes de formaçáo. O propósito destas avaliaçóes é
responder questóes tais como: a geologia desta área é similar a outras já analisadas? O intervalo corre-
lacionado corn os dados obtidos pela análise da lama consiste de urna rocha -tipo conhecida, portadora
de porosidade e permeabilidade para ser comercialmente viável? Neste sentido, investigaçóes quantita-
tivas também podem ser respondidas: qual a porosidade dos cascalhos do intervalo analisado? Quais as
saturaçóes de óleo, gás e água destas amostras? Os valores medidos na superficie representara os
valores atuais da rocha em subsuperfície? As respostas destas investigaçóes complementara a interpre-
taçáo dos dados oriundos dos testes de poços.

1.1.0 Teste de Formaçáo


Geralmente os testes de formaçáo sao realizados mediante a descida de urna coluna especial den-
tro do poço (drill stem test - DST), que equivale a urna completaçáo temporária do poço para permitir a
produçáo controlada de fluidos do reservatório durante períodos relativamente curtos de tempo. Em
essência, provoca -se um diferencial de pressáo entre a formaçáo e o poço, tornando possível a produçáo
de fluidos da formaçáo. As pressóes obtidas durante o teste, pressöes de fluxo e de fechamento, sao
registradas contra o tempo. Os testes de formaçáo visam identificar ou confirmar o fluido existente na
rocha-reservatório e avahar o seu potencial produtivo. Há também os testes que sao realizados através
de ferramentas descidas a cabo.
O teste de formaçáo é um método direto de avaliaçáo que tanto pode ser realizado em poço aber-
to (TF) como após a descida e cimentaçáo dos tubos de revestimento (TFR). Por razáo de segurança,
nos poços marítimos só os TFRs sao permitidos. Além disso, a major segurança do poço revestido
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6 Introduçäo à Análise de Testes de Poços

permite realizar uma série de testes de formaçäo ou de produçáo, de duraçáo mais longa, que permitem
obter informaçóes mais confiáveis quanto ao potencial das zonas de interesse.
Nos últimos anos, sofisticados equipamentos de mediçáo foram desenvolvidos para realizaçäo de
testes de poços sob diversas condiçóes de operaçáo. A evoluçáo tecnológica tem contribuido para
melhorar a aquisiçäo de dados e para a introduçáo de novos métodos de análise, que buscam determinar
uma ou mais das seguintes variáveis: pressáo e temperatura iniciais do reservatório, permeabilidade
absoluta da rocha, dano de formaçáo, raio de investigaçao, permeabilidades relativas, limites do reser-
vatório, reserva de hidrocarboneto, potencial de produçáo da formaçâo, pressáo média do reservatório,
interferências entre poços, heterogeneidades do meio poroso, estimativa de fraturas e suas condutivida-
des, existencia de falhas, continuidade lateral e vertical, e outras características geométricas. Entre os
testes de poço mais comuns estäo o teste de fluxo, o teste de crescimento de pressáo e o teste de injeti-
vidade.
O teste de formaçâo consiste basicamente em provocar urna variaçä.o na vazâo do sistema poço -
reservatório e medir a variaçáo correspondente na pressáo e na vazáo do poço ao longo do tempo. A
interpretaçào do comportamento da pressä.o registrada no poço, em conjunto corn outros dados e
informaçóes relevantes permitirá, na maioria dos casos, a obtençáo de parâmetros característicos do
poço e do reservatório. O grau de resposta do poço é percebido na superficie de acordo corn as caracte-
rísticas do reservatório onde o poço está inserido, conforme ilustrado na Figura 1.1.

O comportamento do
poço durante um teste
de formaçlo revela
informaçóes do
reservatório
f-
1---

Figura 1.1 Análise de um teste de poço.

Os testes de formaçào säo muito importantes para as tomadas de decisilo nas atividades de E &P
(Exploracao e Produçáo) numa indústria de petróleo. Por exemplo, ao concluir a perfuraçáo, deve -se
decidir se o poço será completado para a produçäo ou se será abandonado. É de born senso nao investir
na completaçáo de um poço sem que haja pelo menos urna estimativa do seu potencial produtivo.
Geralmente, nos trabalhos de avaliaçáo os custos para investigar o reservatório sao relativamente
pequenos quando comparados aos investimentos exigidos para o desenvolvimento da produçáo.
Devido aos diversos fatores complicadores, entré eles a interaçáo entre o fluido de formaçäo e o
de perfuraçáo, a maioria dos dados obtidos de urna análise de teste de poço deve ser vista como urna
possível resposta. Em outras palavras, interpretar um teste de poço e desenvolver a partir dai um
modelo matemático de reservatório é resolver um problema de natureza inversa, como mostra o
esquema da Figura 1.2. Nesse tipo de problema é introduzida urna perturbaçáo no campo, ou seja,
provoca -se urna excitaçáo no sistema poço -reservatório e a resposta é medida. A partir da análise da
resposta sao estimadas as características e as propriedades do sistema. Corno em todo problema de

Entende-se por modelos matemáticos de reservatórios aqueles em que a engenharia de reservatórios tern dominio completo de
seus mecanismos de produçäo e das propriedades intrínsecas dos fluidos e rochas, sendo tais características e parámetros
representados por ferramentas matemáticas de natureza analítica ou numérica.
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Introduçáo à Análise de Testes de Poços 7

natureza inversa, em que diferentes combinaçoes de características e propriedades conduzem à mesma


resposta, também neste caso vários modelos de reservatório poderáo satisfazer o mecanismo e a respos-
ta observados no campo. Aqui, o modelo é aprimorado a cada informaçáo obtida por meio de análise de
outros testes ou por outro meio qualquer de avaliaçáo da formaçáo. Na engenharia, utilizando -se de um
termo mais apropriado, diz -se que o modelo é calibrado visando honrar as novas informaçóes.

perturbaçáo no campo resposta do campo


mecanismo
do reservatório

perturbaçáo no modelo resposta do modelo


modelo matemático
do reservatório

Figura 1.2 - Soluçào de um problema inverso.

Os testes objetivam avahar a formaçáo produtora sob condiçóes dinámicas de fluxo, tanto em po-
cos exploratórios como em pocos produtores. Atualmente busca -se substituir os testes convencionais
pelos testes a cabo, corn vistas à reduçáo dos riscos ambientais causados pela produçáo de hidrocarbo-
netos durante os testes convencionais, além de reduzir os custos de avaliaçáo. Esses testes, denomina-
dos de mini -DST, sáo realizados corn ferramentas descidas a cabo (wireline formation test - WFT) corn
capacidade para coletar amostras do fluido de formaçáo e registrar a pressáo em funçáo do tempo de
resposta durante a retirada de fluidos da formaçáo. Na categoria do mini -DST há a ferramenta MDT
dual packer e a MDT dual probe. As interpretaçóes de tais medidas fornecem a pressáo inicial do
reservatório (p) e a possibilidade da primeira estimativa quantitativa da permeabilidade da formaçáo
(k). Uma amostra do fluido é também coletada e analisada para se determinar o comportamento de fases
e propriedades desse fluido, tais como a viscosidade, o fator volume -formaçáo e a razáo de solubilida-
de. Além das mediçóes citadas, em alguns trabalhos o engenheiro e o geólogo desejaráo avahar a
necessidade de um programa de testemunhagem do poco, que envolve o uso de ferramentas especiais,
normalmente dispendiosas, as quais permitem a recuperaçáo da formaçáo na subsuperficie. Os testemu-
nhos sáo úteis na calibraçáo das mediçóes de propriedades do reservatório realizadas de maneira
indireta no poco, tais como aquelas obtidas por perfis, além de possibilitar um exame detathado das
fácies litológicas. O testemunho possibilita obter medidas quantitativas da porosidade, da permeabilida-
de e da geometria dos poros, bem como identificar a presença de argila, a mineralogia da rocha etc.
Outro importante teste é o de produçáo, que é realizado quando o poco encontra -se revestido. Es-
te teste tem duraçáo mais prolongada do que o teste de formaçáo convencional. Alguns autores citam
diversos testes corn poco revestido que sáo considerados como teste de produçáo, tais como: teste de
formaçáo de longa duraçáo (TLD), teste de limite do reservatório e teste de esgotamento. Todos estes
testes seguem praticamente a mesma rotina de interpretaçáo dos testes de curta duraçáo. Sao chamados
de teste de produçáo em funçáo do aproveitamento dos fluidos produzidos durante o teste.
Na indústria do petróleo é comum seguir urna sequência padronizada para o processo de interpre-
taçáo de testes de pocos. Esta sequência indica as atividades que antecipam e acompanham o engenhei-
ro ou equipe de profissionais que se encarregam da avaliaçáo e caracterizaçáo das formaçòes geológi-
cas. Basicamente segue -se o seguinte procedimento:

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8 Introduçäo à Análise de Testes de Poços

Avaliaçáo dos dados relacionados ao teste, tais como: geologia da área, perfis, objetivos do teste,
sequência de eventos, problemas operacionais ocorridos durante a perfuraçáo, dados de testes em
poços vizinhos etc.
Preparaçáo dos dados do teste para uso num sistema de interpretaçáo, que pode ser por meio de
softwares especializados ou planilhas elaboradas por engenheiros de avaliaçáo. Esta etapa consiste
em incluir os dados de pressáo e vazáo, dados do reservatório e do poço, dados de fluidos e separa -
çáo dos períodos do teste. Na maioria dos casos os períodos de teste sao: período de produçáo dos
fluidos, comumente chamado de período de fluxo, e período em que o poço está fechado, normal-
mente chamado de período de estática.
Seleçáo do período, fluxo ou estática, a ser analisado.
Elaboraçáo de gráficos específicos para diagnóstico. Nestes gráficos, identificam -se os regimes de
fluxos existentes e infere -se um modelo matemático representativo do comportamento observado.
Elaboraçáo de gráficos específicos para os regimes de fluxo identificados. Os parâmetros de cada
regime de fluxo podem ser inferidos através de características gráficas.
Simulaçáo do teste utilizando -se de um modelo já conhecido. Esta é a etapa de validaçáo do método
de interpretaçáo adotado.
O teste de formaçáo realizado corn coluna enfrenta hoje dois grandes desafios: o meio ambiente e
custo operacional. O meio ambiente é fator relevante, pois nestes testes em campos offshore há
queima de gás e eventualmente queima de óleo produzido durante o teste. O teste de formaçáo realizado
a cabo constitui urna alternativa interessante que evita maiores danos ao ambiente. Muito embora este
tipo de teste no proporcione respostas quanto ao limite do reservatório, a prática atual recomenda que,
sempre que possível, deve -se utilizá -lo e complementar os estudos corn outros métodos de avaliaçáo.

1.2. Histórico dos Métodos de Análise de Testes em Poços


A análise de uma formaçáo produtora de petróleo só se tornou possível com o desenvolvimento
dos primeiros equipamentos de mediçáo de pressáo de poço. Os primeiros dispositivos, baseados no
principio de tubo de Bourdon (1849), foram desenvolvidos e utilizados no inicio da década de 1920,
tornando possível verificar no campo a teoria da equaçáo da difuso de fluidos em meio poroso. Nesta
década, os irmáos Johnston realizaram os primeiros testes de formaçáo corn mediçáo de pressáo e vazáo
na superficie. No final da década, Sclater & Stephenson utilizaram em 1929 as mediçóes dos primeiros
equipamentos para um estudo de razáo gás/óleo. Em 1933 já havia mais de dez tipos diferentes de
equipamentos, entre eles o Amerada, o Humble e o MacDonald. A primeira empresa que introduziu os
medidores de pressáo em condiçóes de reservatório foi a Geophysical Research Corporation of Amera-
da, corn diversos testes coordenados por Millikan e Sidwell em poços de Oklahoma. Baseado no uso
destes equipamentos, Moore & Shilthuis (1933) elaboraram os primeiros trabalhos sugerindo avaliar a
permeabilidade absoluta da formaçáo a partir de informaçóes observadas de pressáo contra o tempo
durante o fechamento de um poço. Até esse momento, os conceitos de dano de formaçáo e de efeitos de
estocagem nao haviam sido formulados.
Embora a maioria dos métodos de análise de testes de pressáo em poços utilizada hoje em dia
considere o comportamento de fluxo monofásico, já em 1936 Muskat & Meres haviam introduzido a
soluçáo matemática para o problema que envolve o escoamento de gás, óleo e água num meio poroso.
Basicamente Muskat & Meres sugeriram generalizar a lei de Darcy aplicando -a para uma situaçáo onde
mais de uma fase está presente no meio.
Matthews & Russell (1967) foram os primeiros a publicar um tratado completo sobre análise de
teste de poço. Esta primeira monografia, atualizada posteriormente por Earlougher em 1977, reuniu
publicaçóes sobre análise de testes de poços entre 1930 e 1965, e tornou -se referência obrigatória para
muitos engenheiros de reservatórios que atuam na atividade de caracterizaçáo das formaçóes nas
companhias de petróleo.
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Introduçäo à Análise de Testes de Poços 9

Alguns trabalhos relevantes publicados entre 1930 e 1965 merecem ser destacados. Van Everdin-
gen & Hurst (1949) apresentaram soluçdo para o problema de poço corn efeito de estocagem. Miller,
Dyes & Hutchinson (1950) desenvolveram um método para estimar a permeabilidade absoluta do
reservatório, o fator de película e a pressdo média da regido drenada pelo poço através da análise de
dados de crescimento de pressáo. Este método, conhecido como método MDH, consiste em elaborar um
gráfico da pressdo do poço após o seu fechamento (pN,$), contra o logaritmo do tempo de fechamento do
poço (log At). Homer desenvolveu um método em 1951, considerado um dos mais populares métodos
de interpretaçdo de teste de crescimento de pressdo, que relaciona a pressdo do poço após o fechamento
(pWS) contra log [(t1, + At)/At], onde tp é o tempo de produçdo e At o tempo de fechamento do poço. 0
argumento (tp + At)/At ficou conhecido como tempo de Homer. O método de Homer foi desenvolvido
corn base na aplicaçdo do principio de Duhamel2, resultando numa soluçdo para a equaçdo de cresci -
mento de presso similar à de Theis, apresentada em 1937. Matthews, Brons & Hazerbroek (1954),
utilizando -se do trabalho anterior de Homer (1951), publicaram um método que ficou conhecido como
método MBH, útil para determinaçdo da pressdo média em reservatório limitado.
Perrine (1956) e Martin (1959) apresentaram urna deduçdo completa da equaçdo da difusdo apli-
cada para escoamento multifásico, onde associam as saturaçóes dos fluidos corn a variaçdo da presso
no tempo. Essa importante deduçäo pode ser encontrada no Apéndice B. Em 1965 Dietz sugeriu uma
metodologia para estimar a pressdo média da regido drenada pelo poço diretamente da curva de presso
em um teste de crescimento pressdo (NJ contra o logaritmo do tempo de fechamento do poço (log At).
A tabela de Dietz (1965) tornou-se popular na indústria do petróleo. Al-Hussainy et alii (1965) apresen -
taram urna importante definiçdo para a queda de pressdo em testes de poços de gás utilizando a trans-
formaçdo de Kirchhoff (1894). Este termo ficou conhecido como pseudopressdo, m(p). Dois métodos
aproximados foram desenvolvidos a partir desta definìçdo: o método p2, aplicável para o comportamen-
to de poços em reservatórios de gás corn baixa pressáo, e o método p, também um método aproximado,
aplicável para os casos em que o comportamento do gás pode ser considerado idéntico ao dos líquidos,
ou seja, para os casos de pressdo muito alta.
Se até meados de 1960 a atividade de interpretaçdo de testes de poços se restringia basicamente
As técnicas de interpretaçdo de gráficos log -log da pressáo contra o tempo de teste e, principalmente, as
atualmente denominadas técnicas convencionais, ou seja, técnicas baseadas na identificacao de linhas
retas em gráficos semi -logarítmicos da pressdo contra o tempo, posteriormente diversas outras técnicas
e métodos foram aparecendo, incluindo o chamado método de ajustamento corn curvas -tipo. Earlougher
et alii (1968), utilizando -se do principio de Duhamel (1933), mostraram como calcular a pressdo em
qualquer ponto de um reservatório selado de geometria retangular corn poço centralizado. Agarwal et
alii (1970) apresentaram graficamente a soluçdo de urn teste de poço corn fluxo radial transiente,
relacionando quatro variáveis /parâmetros adimensionais de teste: queda de pressdo no poço (pwD),
tempo (tD), coeficiente de estocagem (CD) e fator de película (s). As curvas originais de Agarwal et alii
obtiveram grande popularidade em funçdo de sua utilidade prática. Nasciam entdo os métodos de
análise baseados no ajustamento das chamadas curvas- padrdo ou curvas -tipo do comportamento da
pressáo aos dados de campo. Na época esse procedimento era em geral realizado de forma manual, mas
a partir da década de 1980 passou a ser feito corn o uso de softwares comerciais. Mais tarde, em meados
da década de 1970, Gringarten, Ramey & Raghavan (1974) atualizaram o trabalho inicial de Earlougher
introduzindo o conceito de deconvoluçdo ou desuperposiçao de efeitos, mostrando como avahar a
pressdo em qualquer ponto de um reservatório corn diferentes geometrias e diferentes posiçóes relativas
do poço. A atualizaçdo da monografia de Matthews & Russell tornou-se entdo necessária em funçdo do
grande número de artigos técnicos surgidos no final da década de 1960 e na década de 1970, o que
ocorreu corn a publicaçdo da monografia de Earlougher (1977).
Já no final da década de 1970, Gringarten et alii (1979) sugeriram urna nova forma de representar
o comportamento da queda de pressdo adimensional no poço em um gráfico log -log em funçdo do
logaritmo do tempo, desta vez corn tres variáveis /parâmetros somente, em vez de quatro como anteri-

2
Jean -Marie Constant Duhamel (1797 -1872) - matemático francés. Ver aplicaçäo do principio de Duhamel no Apéndice H.
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10 Introduçáo à Análise de Testes de Poços

ormente proposto por Agarwal et alii (1970): p,,D, tDICD e CDe2. A vantagem da proposta de Gringarten
et alii foi a reduçáo do número de curvas a serem usadas na técnica de ajuste corn curva-tipo, reduzindo
a incerteza e o grau de subjetividade gerados com o uso dessa técnica, pois nao raro duas ou mais
curvas podiam ser perfeitamente ajustadas As curvas corn os dados de campo3.
No inicio da década de 1980, Bourdet et alii (1983) publicaram um método que marcou a história
na atividade de interpretaçao ou análise de testes de poços, inserindo as curvas da derivada da pressáo.
Nascia a partir dal o método da derivada. Depois do advento da técnica da derivada da pressáo do poco,
muitos trabalhos foram publicados corn gráficos evidenciando diversos padróes de identificaçao de
regimes de escoamento e características geométricas da formaçao. Os gráficos gerados corn a técnica da
derivada vêm seudo utilizados hoje em dia como diagnóstico inicial, muitas vezes ratificada ou mesmo
retificada corn os modelos da geofísica e da geologia. A inclusao das curvas de derivada em um só
gráfico de análise também reduziu enormemente as incertezas da técnica de ajustamento corn curva -
tipo. Outras contribuiçóes importantes nesta década, dentre muitas, na avaliaçáo de reservatórios
fraturados e de reservatórios heterogêneos foram dadas por Cinco -Ley et alü (1981) e Stretsolva (1988),
respectivamente.
Ainda na década de 1980 outros trabalhos ganharam notoriedade. Aanonsen (1985) demonstrou
por meio de observaçóes que a saturaçao nao é unicamente funçáo da pressáo. Al-Khalifah, Homer &
Aziz (1987), por exemplo, admitindo a saturaçao de óleo corno funçao unicamente da pressao, sugeri-
ram um método novo para determinaçao das permeabilidades efetivas. Neste trabalho os autores
utilizaram a mesma equaçao de saturaçao sugerida por B4e et alii (1981), estendendo -a para três fases.
Já na década de 1990, Serra, Peres & Reynolds (1990), considerando a aproximaçao logarítmica
sugerida por Fetkovich (1973) e também a saturaçao de óleo como funçao unicamente da pressáo,
publicaram um artigo indicando um novo método para determinaçao das permeabilidades efetivas a
partir de um teste transiente de poco sob condiçao de escoamento bifásico de óleo e gás. Ainda nessa
década, Peres et alii (1989) deram suas contribuiçóes corn o método de integraçáo, aproveitado e
implementado em softwares comerciais de análise de testes de poços. Raghavan contribuiu também
corn a publicaçao de um livro sobre análise de testes de poços em 1993.
A história da análise de teste de poços foi resumida de forma elegante por Gringarten (2006) em
recente publicaçao. Neste artigo Gringarten divide a evoluçáo dos métodos de avaliaçao por década.
Nos anos 1950 os métodos resumiam -se à identificaçao de linhas retas em gráficos específicos, corn
ênfase nos reservatórios homogéneos. No final dos anos 1960 e início dos anos 1970 as análises eram
suportadas por curvas -tipo de pressao obtidas corn o uso de funçóes de Green e privilegiando a identifi-
caçáo dos efeitos próximos ao poco. No final dos anos 1970 as curvas -tipo foram desenvolvidas corn o
auxilio do algoritmo de Stehfest para a inversao numérica de soluçóes obtidas pelo método das trans-
formadas de Laplace, corn ênfase em reservatórios de dupla porosidade. No inicio dos anos 1980 o
método das derivadas enfatizou as interpretaçóes de reservatórios heterogêneos. Nos anos 1990 a
tecnologia contribuiu decisivamente corn medidores de alto desempenho, possibilitando avaliar diversas
camadas de ulna mesma formaçáo por meio da integraçáo dos diversos métodos de avaliaçao. Por firn,
no inicio deste século, a técnica de deconvoluçao4 vera ganhando notoriedade corn os trabalhos de Onur
& Reynolds (1998), Gringarten & Von Schroeter (2004) e Levitan (2006). Esta nova técnica soma -se ao
estado atual da arte de interpretar testes de poços, corn contribuiçóes que ainda precisara ser ratificadas
pelos engenheiros de reservatórios.
Por fim, vale registrar que nos últimos 20 anos, década de 1990 e primeira década do século 21,
os métodos de avaliaçáo ganharam relevância nas empresas de petróleo através da integraçáo corn a
atividade de simulaçao de reservatórios. É clara a tendência de utilizaçao cada vez mais frequente de
sofisticados simuladores desenvolvidos por prestadores de serviço nesta tarefa.
Vale também destacar que inúmeros trabalhos foram publicados por engenheiros da Petrobras
S.A. na área de análise de testes em poços de petróleo. Entre eles merecem citaçöes: Rosa & Home

3 Vide Capítulo 2.
4 Vide Capítulo 2.

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Introduçào à Anàlise de Testes de Poços 11

(1983), Kato (1990), Oliveira (1991), Coelho (1991), Carvalho et alit (1992), Peres et alit (1993),
Camargo (1993), Feitosa (1995), Spinelli (1997), Peres & Reynolds (2003), Marques (2006) e Barreto
(2011).

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12 Introduçäo à Análise de Testes de Poços

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2.
TEORIA FUNDAMENTAL DA ANÁLISE DE TESTES EM
POÇOS
Neste capítulo sao mostrados os conceitos básicos e os modelos teóricos clássicos comumente u-
tilizados na análise de testes de pressáo em pops. Sao desenvolvidas minuciosamente as equaçóes de
comportamento da pressao do pogo e do reservatório para diferentes regimes de fluxo sob condiçóes de
contorno específicas. O comportamento das pressóes dos diversos modelos de fluxo em meios porosos e
as hipóteses simplificadoras adotadas na obtençao dos mesmos sao essenciais para a compreensao dos
conceitos utilizados na análise de testes de pressáo em poços e, em particular, dos métodos analíticos de
interpretaçao de testes apresentados nos capítulos seguintes.

2.1.Conceitos Fundamentais e Equaçáo da Difusividade


O fenômeno físico a ser estudado é o fluxo monofásico de fluidos em meios porosos. Serao con-
siderados dois casos: fluxo de um fluido de compressibilidade pequena e constante (por exemplo, óleo
acima da pressáo de saturaçao) e fluxo de um gás. O caso de fluxo multifásico será tratado brevemente
na Seçao 2.1.3. A equaçao que descreve o fluxo de um fluido num meio poroso é chamada de equaçáo
da difusividade hidráulica, a partir da qual sao desenvolvidas soluçóes para as diversas situaçóes em
que os reservatórios podem se encontrar. Para o desenvolvimento de um modelo analítico que represen-
te satisfatoriamente este fenômeno físico é necessário o estabelecimento de hipóteses e premissas, em
geral simplificadoras.
Inicialmente é mostrada a deduçao da equaçáo de difusividade. Esta equaçáo é resultante da
combinaçáo de trés principios fundamentais da física: o principio da conservaçao da massa, uma
equaçáo de transporte e uma equaçáo de estado. Este procedimento é válido tanto para o fluxo monofá-
sico quanto para o fluxo multifásico. O principio de conservaçáo da massa é expresso matematicamente
através da equaçáo da continuidade. A equaçáo de transporte de fluido adotada é a lei de Darcy (1856) e
a equaçáo de estado é a da compressibilidade do sistema, tanto dos fluidos como do meio poroso, ou
seja, o comportamento da formaçao sujeita as variaçóes de pressáo.

2.1.1. Equaçáo da difusividade - Caso óleo


Na formulaçao da equaçáo da difusividade hidráulica em sistemas monofásicos - caso óleo - sao
admitidas as seguintes hipóteses:
Meio poroso homogéneo e isotrópico;
Fluxo estritamente horizontal e isotérmico;
Fluxo 3 -D (tridimensional) monofásico;
Sistema corn um único fluido (saturaçáo igual a 100%);
Poço penetrando totalmente a formaçao;
Pequenos gradientes de pressáo;
Fluido corn compressibilidade pequena e constante, e viscosidade constante;
Rocha corn compressibilidade pequena e constante;
Forças gravitacionais desprezíveis;
Fluido e rocha nao reagem entre si.

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14 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

Para o desenvolvimento das equaçóes será utilizado um elemento de meio poroso (volume de
controle) através do qual está ocorrendo o fluxo de um fluido cuja saturaçáo é igual a 100 %, ou seja, o
fluido que escoa é o único fluido presente no meio. A geometria do volume de controle está associada a
um dado sistema de coordenadas, por exemplo, cartesiano, cilíndrico etc. Para o problema em questáo,
ou seja, fluxo 3 -D, será adotado o sistema cartesiano de coordenadas e o volume de controle, tal como
esquematizado na Figura 2.1, tern a forma de um paralelepípedo corn dimensóes Ax, Ay e Az, e o fluxo
através do mesmo é estudado durante urn intervalo de tempo At. É interessante observar que a coorde-
nada de um dos vértices do paralelepípedo é (x, y, z) e, portanto, o volume de controle representa um
ponto genérico no meio poroso.

Figura 2.1 - Fluxo de fluido através de um elemento de meio poroso.


Inicialmente será deduzida a equaçáo da continuidade corn base no principio da conservaçáo da
massa e, em seguida, será introduzida a equaçáo de Darcy. Antes de proceder à deduçáo da equaçáo da
continuidade será apresentada urna breve discussáo sobre os conceitos do princípio da conservaçáo da
massa e da lei de Darcy.
O principio da conservaçáo da massa aplicado a um volume de controle (V.C.) estabelece basi -
camente que:
Massa que sai Massa que entra Variaçáo de
do V.C. no no V.C. no massa no V.C.
intervalo de intervalo de no intervalo de =0 (2.1)
tempo At tempo At tempo At

A lei de Darcy foi formulada por Henry Darcy (1856) quando estudava problemas de tratamento
de água através de filtros de areia. Urn esquema do aparato experimental utilizado por ele está mostrado
na Figura 2.2. Darcy observou que a vazáo através de um meio poroso era proporcional à área aberta ao
fluxo e à perda de potencial hidráulico, e inversamente proporcional ao comprimento do meio poroso e
à viscosidade do fluido. Os resultados de seus experimentos seguiam a seguinte equaçáo:
h,k -h2
q -KA (2.2)

onde q representa a vazáo de água através do cilindro de areia cuja seçáo transversal é igual a A, L é o
comprimento percorrido pelo fluido no filtro, hl e h2 sáo as alturas de água em manômetros colocados
nos faces de entrada e de salda do filtro (medidas a partir de um mesmo nivel de referéncia) e represen-
tara o potencial hidráulico nesses dois pontos, e K é urna constante de proporcionalidade relacionada ao
meio poroso. Mais tarde, corn a ajuda de outros investigadores, e realizando experimentos corn outros

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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 15

fluidos que nao a água, descobriu-se que a constante K podia ser escrita como funçao da viscosidade e
do peso específico do fluido, através da relaçao:

K= k (2.3)
!-t

onde y e II representam o peso específico e a viscosidade do fluido, respectivamente. Desta forma a


constante k representa a permeabilidade absoluta da rocha, sendo uma propriedade intrínseca desta.

Injeçáo de ague a
vazáo constante (g)
C
h,

hz
Nivel de
Coleta e mediçao _2
da áqu! referência

I I

Figura 2.2 - Esquema de um filtro de areia utilizado nos experimentos de Henry Darcy, 1856.
Para o fluxo horizontal, objeto de interesse do problema em questao, conforme ilustrado na
Figura 2.1, a Eq. (2.2) pode ser escrita como:
kA Ap
q (2.4)
!
Apesar da característica essencialmente macroscópica, a lei de Darcy, dada pela Eq. (2.4), pode ser
escrita de forma generalizada como:

vs =_ks ap (2.5)
µ as
onde s é urna trajetória qualquer de fluxo horizontal, ks a permeabilidade do meio poroso na direçao do
fluxo e vs = q/A a velocidade aparente do fluido através do meio poroso. Observa -se que a lei de Darcy
relaciona a velocidade aparente do fluido no meio poroso corn o gradiente de potencial (neste caso,
pressao).
O sinal negativo na Eq. (2.5) indica que o fluxo se processa no sentido de potenciais decrescen-
tes. Embora a lei de Darcy seja limitada para fluxo que apresente número de Reynolds menor que a
unidade, continua assim mesmo sendo a lei mais popularmente utilizada para fluxo em meio poroso,
urna vez que para líquidos em meios porosos os fluxos têm número de Reynolds baixo. Forchheimer
(1901) apresentou urna ampliaçao do uso da equaçao de Darcy considerando fluxos com número de
Reynolds maior que a unidade. A equaçao de Darcy é, portanto, um caso particular da equaçao de
Forchheimer.
A equaçao da continuidade pode ser desenvolvida a partir da aplicaçao da lei de conservaçao da
massa. A Figura 2.3 ilustra a movimentaçao do fluido na direçáo x através do elemento de meio poroso

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16 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

de área transversal A. As faces A e A' sao retângulos corn lados Ay e Az, ou ceja, têm urna área igual a
(Ay.Az). Da mesma forma, as faces normais As direçóes y e z têm, respectivamente, áreas (Ax.Az) e (Ax.Ay).

(qx)x I

L
__
(qx)x+Ox

x x +Ax
Figura 2.3 - Fluxo de fluido através de um elemento de melo poroso.

As vazaes de entrada e de salda na direçáo x sao representadas por qx, acompanhada dos subscri-
tos x e (x + Ax), que indicam, respectivamente, as posiçóes de entrada e de salda do fluido. O primeiro
subscrito indica a direçáo considerada. Portanto:
Vazáo de fluido que entra= (qx )x (2.6)

e
Vazáo de fluido que sai = (qx )x +Ax . (2.7)

Como q representa a vazáo volumétrica, isto é, volume por unidade de tempo, deve ser multiplicada
pela massa específica, p, para se obter a vazáo mássica, urna vez que se deseja trabalhar com "conser-
vaçáo de massa ". Assim:
Vazáo de massa que entra= (gxp)x (2.8)

e
Vazáo de massa que sai = (qx P)x+Ax (2.9)
A massa total que penetra o meio poroso através da face A e a massa que sai através da face A'
durante o intervalo de tempo At sao, respectivamente:
Massa que entra = At(gx p)x (2.10)

e
Massa que sai= At(gx P)x +Ax (2.11)

Se por acaso o fluxo do fluido houvesse ocorrido apenas na direçáo x, a variaçáo de massa dentro
do meio poroso durante o espaço de tempo considerado teria sido exatamente a diferença entre a massa
que entra e a massa que sai nessa direçáo. Dessa maneira:

(2.12)
Variaçáo de massa = At[(gxp)x - (qx P)x+Ax1.
O mesmo raciocinio pode ser feito para o movimento do fluido nas direçóes y e z, obtendo -se as parce-
las:

Variaçáo de massa = At[(gp)y -(gyp)y +oy (2.13)

para a direçáo y, e

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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 17

Variaçáo de massa = At[(gzP)z - (gz P)z+ez (2.14)

para a direçáo z. Como o fluxo está ocorrendo nas três direçöes, a variaçáo total de massa é igual à
soma das três parcelas. Assim:

Variaçáo total de massa = At[(gxp)x -(qx p)x+ex1 + &[(gyp)y -(qy p)ey ] + &[(q (2.15)
p)Z -(qz p)z+ez 1.

A variaçáo de massa dentro do elemento de meio poroso pode ser obtida também por meio de um
balanço de materiais. A variaçáo de massa durante o intervalo de tempo At é a diferença entre a massa
existente no meio poroso no final do intervalo de tempo e a massa existente no começo do intervalo.
Considerando -se que o inicio do intervalo de tempo seja um instante t qualquer, o final do intervalo será
(t + At). As massas dentro do meio poroso nos instantes t e (t + At) sao dadas, respectivamente, por:
Massa no inicio= (AxAyAzOp), (2.16)

e
Massa no final= (AxAyA24p)t +et (2.17)

A diferença entre essas duas parcelas é a variaçáo de massa durante o intervalo de tempo At. Assim:

Variaçáo total de massa = AxAyAz[(Op), , -(Op)t 1


Quaisquer que sejam os caminhos escolhidos para o cálculo da variaçáo de massa, os resultados
(2.18)

obtidos devem ser iguais. Portanto, as Eqs. (2.15) e (2.18) devem ser iguais, fornecendo:

AtL(gxP)x -(gxp)+ ex1 +AtkgyP)), -(qy P)y+ey1+


(2.19)
+ &L(gzp) z - (qz P)z+ez P &AY&L($P)t +et -(Mt
Dividindo -se essa expressáo por (AxAyAzAt) resulta em:
(gxP)x -(gxP)x +ex (gyP)y -(gyP)y +ey (gzP)z -(gzp)z +ez (OP)t +et -(0P)t
(2.20)
AxAyAz AxAyAz AxAyAz At

O quociente entre a vazáo q e a área através da qual o fluxo está ocorrendo, por definiçáo, é cha-
mada de velocidade aparente do fluido. Assim, o quociente entre a vazáo qx e a área A é a velocidade
aparente do fluido na direçáo x, que normalmente é representada por vx. Como a área A é igual ao
produto (AyAz), a velocidade aparente na direçáo x é dada pela expressáo:
Íx
(2.21)
AyA-
Da mesma forma as expressóes das velocidades aparentes nas direçôes y e z sao dadas, respectivamente,
por:
qy
vy (2.22)
AxAz

= qz
vz (2.23)

A substituiçáo das Eqs. (2.21) a (2.23) na Eq. (2.20) resulta em:

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18 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

(vx P)x - (vx P)x+Ox (vy P) y - (vy P) y+oy (vz P)z


- (vz P)z+Az ($P)r+ar - ($P)r (2.24)
x Ay Az At

Fazendo-se Ax, Ay, Az e at muito pequenos e aplicando-se a definiçáo de limite à Eq. (2.24) tern-se:
(vxP)x-(vxP)x+ax (vyP)y-(vyP)y+oy
lim + him
Ax -A0 4x Ay->0 Ay
(2.25)
+ lim
(vzP)z-(vzP)z+oz OP)r+or-4)r
hm
Az-A) Az At->0 At

Utilizando a definiçáo de derivada obtém-se finalmente a chamada eguaçáo da continuidade:

ax
(v
á á(vzP)=- á(0P).
0+ ay (v 0+ OZ at
(2.26)

A Eq. (2.26), apesar da sua aparente sofisticaçáo, é apenas urn balanço de massa que pode ser ex-
presso em palavras do seguinte modo: "A diferença entre a massa que entra e a massa que sai do
volume de controle, nas trés direçoes de fluxo, num dado intervalo de tempo infinitesimal At, é igual à
variaçáo de massa dentro do volume de controle nesse intervalo de tempo."
As expressóes das velocidades aparentes nas trés direçoes de fluxo sao dadas pela lei de Darcy,
Eq. (2.5), corn s substituido por x, y e z, respectivamente. Ao se introduzir as expressóes das velocida-
des na equaçáo da continuidade, (2.26), obtém-se urna nova forma para a equaçáo diferencial do
escoamento:
a kx ap)+ a ky ap a (kz apl_a (2.27)
P
ax\ ax ay µ ay) az P µ az J at($P)
Neste ponto sao introduzidas na equaçáo diferencial do escoamento as equaçóes de estado, isto é,
as equaçóes que representam as compressibilidades dos fluidos e da rocha. Portanto, a Eq. (2.27) ainda
é geral corn respeito ao tipo de fluido.
Pode -se optar por desenvolver a equaçáo da difusividade para líquido ou para gás, escolhendo -se
para isso a equaçáo de estado conveniente. Para o caso de fluxo de líquidos pode -se usar a equaçáo
geral da compressibilidade dos fluidos, escrita na forma:

c =-l ap
ap
(2.28)
P

A Eq. (2.28) pode ser desdobrada em funçáo de x, y e z para ser incorporada à Eq. (2.26), obten -
do-se as igualdades:
ap 1 ap
(2.29)
P ax c ax
ap 1 ap
(2.30)
P ay c ay
e
ap 1 ap
(2.31)
P az caz
A utilizaçáo destas expressóes na Eq. (2.27) resulta em:

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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 19

a
ax,
' kx
µ c
1 ap
ay)az
ax)+ay µ
a ' ky 1

c
ap a ( lc,
µ
onde c é a compressibilidade do líquido. O desenvolvimento do lado direito da Eq. (2.32) produz:
1

c
ap a
az)-at(P)
(2.32)

a ap
at a
+pat (2.33)
á($p)=$
Utilizando a Eq. (2.28) e a defmiçá.o de compressibilidade efetiva da formaçáo, dada por:
1 ap
(2.34)

podem ser obtidas as seguintes expressfies:


ap 1 ap
(2.35)
at cp at

e
a$ ap
-C $ (2.36)
at f at
cuja combinaçáo resulta em:
4,
(2.37)
at - cf w p atp
Assim, a substituiçáo da Eq. (2.37) na Eq. (2.33) produz:

($p )_ -(1)- (c+c f ) ap . (2.38)

A soma da compressibilidade do fluido c corn a compressibilidade efetiva da formaçáo cf é cha-


mada de compressibilidade total e é representada por c1i isto é, ct = c + cf. Desse modo a Eq. (2.38) pode
finalmente ser escrita como:
(pc,
(2.39)
at ) ct at
e a substituiçáo da Eq. (2.39) na Eq. (2.32) resulta na seguinte equaçáo diferencial:
a 'kx 1 ap) a 1 ap) a(kz 1 ap`ct ap
(2.40)
ax µ c ax + a y Cky
µ c a y+ az µ c az c at

Considerando-se a compressibilidade e a viscosidade do fluido constantes, a Eq. (2.40) simplifi-


ca-se para:
á
ax
k
x
ap
ax
+
á
ay
ky
ap
ay
+
/ ap
kZ
az \ az
á =µcr
ap
at
(2.41)

Para um meio poroso homogéneo e isotrópico as permeabilidades nas tres direçóes sáo iguais a
uma constante, ou seja, kx = ky = kZ = k. Neste caso a Eq. (2.41) reduz-se a:

alp a2p a2p ap (2.42)


axe aye az2 k at

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20 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

Como é comum se medir as pressóes dos fluidos no reservatório em vez da sua massa específica,
é conveniente escrever a Eq. (2.42) em termos da pressáo. Partindo da propriedade das derivadas (a
derivada segunda é a derivada da derivada primeira) e utilizando a Eq. (2.29), obtém -se:
a2p
a
(ap)_ a ap) azp +cap ap azp gap
z
+czp (2.43)
aX2 ax ax ax ax) ax2 ax ax axz , ax )
Similarmente, os termos emy e z resultam em:

rip azp
+czp/ap\z (2.44)
ay ay `ay )
e
a2p
ap
a2p +cz p (2.45)
azz GP azz az )
Também o lado direito da Eq. (2.42) pode ser desenvolvido, resultando em:
$µc: ap $µcr cp ap
(2.46)
k at k at
Substituindo as Eqs. (2.43) a (2.46) na Eq. (2.42) produz:

a2p
cp
ax
+c z p
ax
+cp
ay z
+c p
( ay)
+cp +c p
az
= $µct
k
cp-
aP
at
(2.47)
azz
Tanto a compressibilidade do líquido como os gradientes de presso sao em geral valores muito
pequenos, de modo que quando elevados ao quadrado resultam em termos muito menores ainda e,

czpl
r

l
ap
'2
- 0, czp
ap
y
z

- 0, czpl
r

l az
Após essa simplificaçáo, a equaçáo diferencial do escoamento, em termos de pressáo, apresenta a
I
portanto, desprezíveis quando comparados corn os outros termos da equaçáo. Assim, considera -se que:
2

3 0. (2.48)

seguinte forma:
azpazp+azp_ k ap
(2.49)
axz ay az2 oµct at

A Eq. (2.49) é conhecida como equaçáo da difusividade hidráulica. O termo k/(41ict) é chamado de
constante de difusividade hidráulica e é normalmente representado pelo símbolo 11, ou seja:
k
(2.50)
µct
Assim, a equaçáo da difusividade hidráulica pode ser escrita de forma mais compacta como:
a2p +a2p a2p ap
ax2 ay2 az2 (2.51)
1 at
As equaçóes diferenciais deduzidas nesta seçáo admitem que somente um fluido sature o meio
poroso. Na prática sabe -se que há sempre a presença de pelo menos mais um fluido (água) no meio
poroso. No caso de um meio poroso saturado corn água e óleo, por exemplo, em que somente o óleo
esteja fluindo (fluxo monofásico), a teoria apresentada, bem como as soluçóes da equaçáo da difusivi-

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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 21

dade a serem discutidas nas próximas seçóes, continuam válidas desde que a compressibilidade total
seja calculada por:
ct = co So + cSW + c f (2.52)

eque a permeabilidade absoluta seja substituida pela permeabilidade efetiva ao óleo (k0).
A Eq. (2.51) representa a equaçáo da difusividade hidráulica para o sistema cartesiano de coorde-
nadas. Para os sistemas de coordenadas cilíndricas, esféricas e elípticas, as equaçöes da difusividade sáo
dadas, respectivamente, por:

a) Coordenadas cilíndricas

1 a 1 a2p $µet ap
ao2 (2.53)
Y ar Cr apJ+
aY J r2 l I az2 k at
Se o fluxo for restrito apenas à direçáo radial r, entáo a Eq. (2.53) se torna:
a ap ci ap
arCOp,
1
(2.54)
r ar k at
onde x= rcos9 ey = rsenA, conforme ilustrado na Figura 2.4.

x =rCOSO
y = r selle

x
Figura 2.4 Coordenadas cilíndricas - sistema radial de fluxo.

b) Coordenadas esféricas
1

r2 ar
a (r 2 pp
ar
) , 1

seneael
a I

sen e aP j+
ao
1

sen2eao2
alp l
k
er ap
at
(2.55)

Para o (luxo restrito apenas à direçáo r, a Eq. (2.55) se reduz para:


1
-
a
r2 ar C
r
ar
2ap)_µc ap
k at
(2.56)

onde x= rsenAcosip, y= rsen8senO e z= rcosA.


c) Coordenadas elípticas
a2p
a42
+ a2p
arc =
2
a2 (cosh 2 cos 2,q)µct
k
ap
at
(2.57)

ondex = acoshcos1 ey = asenhsenrl, sendo e ri as coordenadas elípticas.

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22 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

2.1.2. Equaçáo da difusividade - Caso gás


Conforme a deduçáo apresentada na seçáo anterior, a equaçáo da continuidade para fluxo tridi-
mensional, em coordenadas cartesianas, é dada pela Eq. (2.26):
a a
(vxp)+--° lvyP)+ (v,p) =- (OP). (2.58)
ax ay az at
Para o caso de fluxo radial horizontal pode -se mostrar que, utilizando o sistema de coordenadas
cilíndricas, a equaçáo da continuidade passa a ser expressa como (Matthews & Russel, 1967):
a
1

r ar
(Prvr )=-- (P) at
(2.59)

onde vr é a velocidade aparente de fluxo na direçáo radial.


Segundo a lei de Darcy, para fluxo horizontal a velocidade aparente do fluido é dada por:
kr
vs =- a (2.60)

onde s é a trajetória horizontal de fluxo. A Eq. (2.60) é válida somente para pequenos gradientes de
potencial ou de pressáo. Existem situaçóes, como no caso de fluxo de gás nas imediaçóes do pop, em
que um efeito adicional devido à turbulência deve ser considerado, o que será objeto de estudo no
Capítulo 8.
No escoamento de fluidos em meios porosos geralmente utiliza -se como equaçáo de estado a
compressibilidade isotérmica, definida por:
1 aV\
(2.61)
V apJT

que pode ainda ser escrita como:

c__1a P
T. (2.62)
Pap
No caso particular de fluxo de gás usa -se a equaçáo de estado dos gases reais:
M
(2.63)
P ZRTp
Aplicando a Eq. (2.63) para gás ideal (Z = 1) resulta em:

P RTp' (2.64)

Na equaçáo da continuidade, Eq. (2.58), as expressóes das velocidades nas três direçóes de fluxo
sao dadas pela lei de Darcy, Eq. (2.60), corn s substituido por x, y e z, respectivamente. Ao se introduzir
a express-do das velocidades, obtém -se uma nova forma para a equaçáo diferencial do escoamento em
coordenadas cartesianas:
a kx ap 1 a Ì ky ap \ a kZ ap \ a
(2.65)
ax! µ ax J+-ayI,P µ y,+z`P µ z,=t(41)).
Para um meio poroso homogéneo e isotrópico as permeabilidades nas tres direç8es sao iguais a
urna constante, ou seja, kx =ky =kz =k Neste caso a Eq. (2.65) se reduz a:
.

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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 23

a'pap a'pap a'pap 1 a(op)


(2.66)
axµ ax ay ay+azµ az=kat
Similarmente, para fluxo radial horizontal obtém-se:
1 a prk, ap a
(2.67)
r ar µ ar ) at
ou simplesmente:
(pr
r ar µ ar )- k at (op)
(2.68)

para um meio poroso homogéneo e isotrópico em que kr = k, sendo k, a permeabilidade na direçáo


radial.

a) Gás ideal
Para um gás ideal admite -se que a viscosidade do gás seja constante. Assim, as equaçóes diferen-
ciais tornam -se:

C
p)+-( p)+- P)_µ a
(2.69)
ax p ax ay p ay az , p az k at (p

em coordenadas cartesianas, e:
/ al
p )_µ
rarp r kat(Op)
(2.70)

em coordenadas cilíndricas.
Conforme foi mostrado na seçáo anterior, a derivada do lado direito das Eqs. (2.69) e (2.70) pode
ser escrita como:

t (0 )_
g
ap
(2.71)

onde c1= cg + cf e cg é a compressibilidade do gás. No entanto, quando o gás comporta -se como ideal
(baixas pressóes), a sua compressibilidade é muito major que a da formaçáo, podendo -se entáo admitir
que e, - cg. Assim,

- P )0-at
a
at
(
_ ap . (2.72)

Mas, da equaçáo de estado dos gases ideais, Eq. (2.64),


ap M
(2.73)
ap RT
de modo que:
ap_apap_ M ap
(2.74)
at ap at RT at
e, portanto:
M
atRT
±W)=
ap
-at . (2.75)

Substituindo as Eqs. (2.64) e (2.75) na Eq. (2.69) obtém-se:

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24 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

a M ap a M ap a M ap _4µ M ap
(2.76)
ax ( RT p ax ) ay RT p ay )+ az ( RT p Dz ) k RT at
ou
a/ ap ) a r ap l
Vi-ay
a/ ap $µ ap
(2.77)
ax ,p ax + ay + az k at
que ainda pode ser escrita como:
a2p2 a2p2 a2p2
201 ap $µ aP2
(2.78)
ax2 + ay2 + az2 k at - kp at

Como a compressibilidade de um gás ideal é cg = 1 /p, o lado direito desta equaçáo pode ser escrito em
termos da compressibilidade do gás:
a2 n2 a2
a2p2 2 `41cg ape
(2.79)
ax2 + ay2 + az2 k at
Por seu turno, a equaçáo para fluxo radial pode ser escrita como:
1 a rM )=4)11 M ap
(2.80)
r ar ` RT pr ar k RT at

ou
1 a r ap 1_0µ ap
(2.81)
r ar rp ar k at

que também pode ser escrita como:


a ape _20µap_ µap2
r (2.82)
rar ar k at kp at

Para um gás ideal, cg - 1/p e o lado direito desta equaçáo pode ser escrito em termos da compressibili -
dade do gás:
1 a ap2,Olcg ap2
(2.83)
r ar ar k at

ou, equivalentemente:
ape ap2
a2p2 1
(2.84)
are ar-
rar k at

b) Gás real
No estudo do fluxo de um gás real através de um meio poroso utiliza -se o conceito de potencial
do gás real, também conhecido como pseudopressáo do gás real, desenvolvido por Al- Hussainy et alii
(1966):

m(p) = 2J 1?dP (2.85)


Pb

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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 25

onde Pb é urna pressáo base arbitrária. A escolha de pb é irrelevante, pois normalmente usa -se nas
equaçóes de fluxo urna diferença entre dois valores de m(p). Por exemplo,
P¡ Pi 132

m(12)- m(Pt) =2f _2J =2J µ2p (2.86)

Pb Pb PI

A vantagem do uso da pseudopressáo do gás real m(p) é que nao requer tantas hipóteses simplifi-
cadoras como no caso do gás ideal. Além disso, corn o advento dos computadores tornou -se mais fácil o
uso de urna soluçáo mais complexa, no caso a que envolve a utilizaçáo da funçáo m(p).
Os termos da integral que aparece na definiçao de m(p), Eq.(2.85), sáo funçóes da pressáo e po-
dem ser obtidos da análise PVT do gás ou de correlaçoes. Um método qualquer de integraçáo (regra de
Simpson, por exemplo) possibilita a determinaçáo de valores de m(p).
As equaçóes diferenciais do escoamento podem ser escritas em funçáo da pseudopressáo do gás
m(p). Para isso utiliza -se a regra de Leibniz e a seguinte manipulaçáo matemática:
Dm(p) am(p) ap 2p ap
(2.87)
ax ap ax µZ ax
de onde se obtém:
ap_µZam(p)
(2.88)
ax 2p ax

Similarmente:
ap µZ am( p)
(2.89)
ay - 2p ay

ap µZ am(p)
(2.90)
az 2p az
ap_µZam(p)
(2.91)
ar 2p ar
e
Di) µZam(p)
(2.92)
at 2p at
Admitindo -se novamente que ct _ cg, lembrando que:
ap = cg pap (2.93)

e substituindo as Eqs. (2.64), (2.72), (2.88), (2.89), (2.90) e (2.92) na Eq. (2.66) resulta na equaçáo da
difusividade hidráulica para fluxo tridimensional de gases reais em coordenadas cartesianas:
a2m(p) +a2m(p) +a2m(p) =µcg am(p)
(2.94)
axe aye az2 k at

Para fluxo radial horizontal obtém-se:


[
ram(p)1.01Cg am(p)
1 a
(2.95)
r ar ar J k at

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26 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

As Eqs. (2.94) e (2.95) sao idénticas às equaçóes desenvolvidas para o caso de fluxo de líquidos,
corn exceçao de que no caso do fluxo de gases nao foram necessárias hipóteses simplificadoras corn
respeito a pequenos gradientes de pressao, embora estes devam ser suficientemente pequenos para que
seja válida a lei de Darcy. Deve -se observar ainda que, apelar do uso da funçao pseudopressao do gás
real, m(p), as equaçóes da difusividade obtidas sao nao lineares, já que a viscosidade e a compressibili -
dade do gás dependem da pressao.
Urna aproximaçao para se contornar o problema da nao linearidade das equaçóes da difusividade
para gás real tem sido a de se usar para o produto µcg o seu valor inicial (µcg);, avaliado à pressao inicial
do sistema p;. Felizmente, a viscosidade do gás é urna funçao crescente da pressao, enquanto a compres -
sibilidade do gás é urna funçao decrescente da pressao, o que tende a reduzir a dependéncia do produto
µcg em relaçao à pressao. Esse efeito é particularmente favorável para altas pressóes, quando o produto
µcg é aproximadamente constante.
Para longos tempos de produçao, quando o reservatório atinge urn regime de fluxo estabilizado
(permanente ou pseudopermanente), o produto µcg é bastante diferente do inicial e aparentemente
provocaria erro considerável nos cálculos. No entanto, as equaçóes para regimes de fluxo estabilizados
nao dependem do produto µcg quando é empregada a pseudopressao m(p).
Em algumas situaçóes a funçao m(p) pode ser simplificada, dependendo do comportamento do
grupo de parâmetros e variáveis p/µZ. A Figura 2.5 ilustra o comportamento típico de p/µZ em funçao
da pressao p para um gás natural.

Pressáo (p)

Figura 2.5 - Gráfico típico de plµZ versus p.


Para baixas pressóes, o conjunto p /µZ é proporcional á pressao, o que significa que o produto µZ
é constante, isto é, p/µZ = ap, onde
a é urna constante (a = 1 /µZ). Neste caso:

-a z -Pi21_ a npz
Pz

Om(P)=2 rP dP
z
(2.96)
Pi

e, portanto, a equaçao da difusividade para o fluxo de gás pode ser escrita em termos de p2. Em outras
palavras, para baixas pressóes o gás se comporta como um gás ideal e a equaçao da difusividade toma a
forma, por exemplo, das Eqs. (2.79) e (2.83). A equaçao da difusividade torna -se entao semelhante à do
fluxo de líquido, bastando substituirp porp2.
Conforme indica a Figura 2.5, quando a pressao é suficientemente alta o quociente p /µZ também
se comporta linearmente corn a pressao. Nesse caso é comum se utilizar diretamente as equaçóes para
fluxo de líquidos (em termos de p), já que devido ao fato de a pressao ser muito alta o gás comporta -se
como se fosse urn líquido.
Para um gás natural típico, o limite superior para o uso da equaçao em termos de p2 (baixas pres-
sóes) é da ordern 100 kgficm2, enquanto em termos de p (altas pressóes) o limite inferior é da ordern de

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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 27

200 kgflcm2. Em qualquer caso, porém, é recomendável o uso da pseudopressáo m(p), o que elimina a
necessidade de verifrcaçâo dos intervalos de validade das aproximaçóes citadas.
É importante observar que o uso da funçáo m(p), como foi visto, permite a obtençáo de equaçóes
diferenciais similares as obtidas para fluxo de líquidos. Isso possibilita que as soluçóes da equaçáo da
difusividade sejam escritas diretamente por analogia com as equaçóes válidas para o caso de líquidos.

2.1.3. Sistemas multifásicos


Urna formulaçáo rigorosa para o fluxo multifásico deve levar em consideraçáo a distribuiçáo es-
pacial de cada urn dos componentes do fluido (por exemplo: metano, etano etc.) em funçáo do tempo.
Nesta formulaçao, denominada modelo composicional, um balanço de massa é feito para cada compo-
nente. Todas as propriedades dos fluidos sao calculadas rigorosamente como funçáo da pressáo, da
temperatura e da composiçáo do fluido.
Urna segunda opçáo é considerar o chamado modelo beta. Este modelo admite que o fluido seja
composto de dois pseudocomponentes, gás e óleo. Em geral, os pseudocomponentes gás e óleo podem
estar presentes tanto na fase líquida oleosa quanto na fase gasosa (vapor). Pode -se considerar também
urna terceira fase, fase líquida aquosa, composta por água de formaçáo e gás em soluçáo. As proprieda-
des de cada fase (oleosa, aquosa e gasosa) sáo tornadas como funçáo da pressáo e da temperatura
somente.
Outra opçáo, menos precisa, é o modelo black-oil. Nesta formulaçáo, caso particular do modelo
beta, o pseudocomponente gás pode ocorrer nas três fases (oleosa, aquosa e gasosa), enquanto o pseu-
docomponente óleo está restrito apenas à fase liquida oleosa. As parcelas de gás dissolvidas nos fluidos
líquidos sáo avaliadas pelo valor da solubilidade, R, e Rs, respectivamente as solubilidades do gás no
óleo e na água. O uso do fator de volume dos fluidos nesta formulaçáo, Bo, B,,, e Bg, permite avahar a
mudança de volume de cada componente em cada fase à medida que os fluidos sáo elevados da condi-
çáo de subsuperfície até a superficie. Estes fatores, se expressos em funçáo da pressáo, juntamente corn
a razáo de solubilidade do gás nas fases óleo e água, possibilitam ulna formulaçáo relativamente
simples para a equaçáo da difusividade.
O modelo black-oil é usado para modelar o fluxo de óleos de contraçáo normal ou baixa, enquan-
to o modelo beta pode ser usado para fluxo de óleo de alta contraçáo (óleo volátil) ou fluxo de gás
condensado retrógrado. No entanto, em qualquer dos casos, especialmente nos de óleo de alta contraçáo
(muito volátil), o tratamento mais rigoroso é o composicional.
O Apêndice A indica corn detalhes o tratamento da equaçáo da difusividade para sistemas multi -
fásicos, utilizando o modelo black -oil. Negligenciando as diferenças entre pressoes capilares e o efeito
da gravidade, o fluxo radial multifásico resulta no seguinte sistema de equaçóes para o óleo, o gás e a
água, respectivamente:

r
ko ap\_a So
(2.97)
1a(
rDr µoBo Dr ) at, Bo

,
la Rsko
r ar

01.0B0 B
RsWkw kg
ligBg
\ ap
ar
a
at Y
RS So
Bo
RsW SW
B B
/
(2.98)

a
rarµ.wB,v
kw ap
Dr
a
-at,BWi
S, (2.99)

onde:
So + Sg + 5, = 1 . (2.100)

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28 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

2.1.4. Variáveis adimensionais


Urna variável adimensional é definida sempre de modo a ser diretamente proporcional à variável
real correspondente. A constante de proporcionalidade contém um ou mais parâmetros do modelo (por
exemplo, permeabilidade, viscosidade, porosidade, espessura da formaçao, compressibilidade total
etc.). Esta definiçáo pode ser considerada como urna "mudança de escala ". As equaçóes resultantes, em
termos de variáveis adimensionais, nao dependem dos parámetros e salo bem mais compactas, facilitan-
do assim o estudo do comportamento do modelo e a apresentaçáo das soluçóes em termos gráficos
(curvas- tipo). Outra vantagem é que o uso de variáveis adimensionais permite escrever as equaçóes
resultantes em qualquer sistema de unidades. Esse artificio possibilita o uso de soluçöes gerais para
situaçaes reais específicas, conforme é mostrado em outras seçaes.
As variáveis adimensionais utilizadas neste livro sao identificadas pelo subscrito D. Assim, por
exemplo, o raio adimensional, o tempo adimensional e a queda de pressáo adimensional ou, simples-
mente, pressáo adimensional sáo definidos, respectivamente, pelas Eqs. (2.101), (2.102) e (2.103):

rD=- Y
r
(2.101)

Cikt
tD = (2.102)
1:0µet r,v

kh
PD = P(r,t)J (2.103)
C20311

onde r, é o raio do poço, h a espessura da formaçao, B o fator volume- formaçáo do fluido, q a vazáo de
referência medida em condiçóes-padrao e pi a pressáo inicial do reservatório. As constantes C e C2
dependem do sistema de unidades empregado. Os valores de C1 e C2, bem como de outras constantes de
transformaçao de unidades, podem ser encontrados no Apéndice ? para vários sistemas de unidades. Em
um sistema compatível de unidades (SI ou Darcy), C, = 1 e C2 = 1 /2n. No sistema de unidades usado
comumente na Petróleo Brasileiro S.A. Petrobras, CI = 0,0003484 e C2 = 19,03. Neste livro as
equaçóes sao apresentadas num sistema compatível de unidades (SI ou Darcy) ou corn a adiçáo de
constantes que facilitem o cálculo para outros sistemas de unidades.
Utilizando as variáveis adimensionais dadas pelas Eqs. (2.101), (2.102) e (2.103), pode-se mos-
trar que a forma adimensional da equaçäo da difusividade para fluxo radial, Eq. (2.54), é dada por:
1 a apD apD
rD 2.104
rD aro a rD ) a tD

ou, equivalentemente:

a2PD 1 apD aPD


(2.105)
ar rD arD atD

2.1.5. Condiçáo inicial e condiçóes de contorno


Inicialmente a discussáo será concentrada nas soluçóes para o fluxo radial. Neste caso o fluxo
ocorre radialmente e a equaçáo da difusividade, em termos adimensionais, é a EDP (equaçáo diferencial
parcial) dada pela Eq. (2.105). Busca -se conhecer a pressáo em funçäo do raio e do tempo, isto é, pD =
PD (rD, tD). A soluçao pode ser encontrada integrando -se a EDP três vezes: duas vezes em relaçáo ao
raio e uma vez em relaçáo ao tempo. Os parámetros de integraçáo devem ser conhecidos para se

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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 29

determinar completamente a soluçáo. Tais parâmetros de integraçáo correspondem as chamadas condi-


çáo inicial e condiçóes de contorno. As soluçóes da Eq. (2.105) estilo associadas aos modelos físicos de
interesse através de duas condiçóes de contorno (em relaçáo a rD) e da condiçáo inicial (em rendo a
tD).
Para a condiçáo inicial (CI) considera -se que inicialmente (t= 0) todo o reservatório se encontrava
em repouso numa pressáo uniforme igual à pressáo inicial p1. De acordo corn a definiçáo de pressáo
adimensional dada pela Eq. (2.103), a condiçáo inicial estabelece que:
pD (rD , tD = 0) = 0 para (rD > 0) . (2.106)

Tipicamente três opçóes para a condiçáo de contorno externa (CCE) san consideradas:

a) Opçáo 1
O reservatório é muito extenso de forma que a produçáo do poco é insuficiente para alterar as
condiçóes de repouso no seu limite externo. O reservatório se comporta como se fosse infinito, isto é,
nao há influencia dos limites externos do reservatório no comportamento da pressáo. Matematicamente,
esta condiçáo pode ser representada pela seguinte equaçáo:

rD -
hm pD(rD,tD) =0 para (tD > 0) .
(2.107)

b) Opçáo 2
O reservatório tern raio externo limitado igual a re (rep = re /rw), onde a pressáo se mantém cons-
tante e igual à pressáo inicial p;. Ou seja, o reservatório é realimentado de tal forma que nao haja queda
de pressáo nos limites externos. Neste caso, de acordo corn as definiçóes de variáveis adimensionais
dadas pelas Eqs. (2.101), (2.102) e (2.103), a CCE fica:

PD(rD = reD, tD) = 0 para (tD > 0) . (2.108)

c) Opçáo 3
O reservatório é selado no seu limite externo, isto é, nao há fluxo através do limite externo do re-
servatório (ponto rep = re/rw). Se nao há fluxo no limite externo, ou seja, se a velocidade do fluido é nula
no limite externo, o gradiente de pressáo naquele ponto deve ser nulo, conforme estabelece a lei de
Darcy, e a CCE deve ser:

aPD
=0 para (tp >0). (2.109)
arD
éD

Como condiçáo de contorno interna (CCI) considera-se um pop vertical produzindo com vazáo
de fundo constante igual a qB, onde q é a vazáo medida em condiçóes-padráo. Utilizando a lei de
Darcy, dada pela Eq. (2.5), a vazáo no poço, num sistema compatível de unidades, pode ser escrita
como:

qB ) =(27trh)µ -LP
.w
2nkh (r aAp \
µ ar
(2.110)

e a condiçáo de contorno interna fica:

r- aOp"
=
2rrkh
qBt
para (t > 0) . (2.111)

O sinal negativo que aparece na Eq. (2.110) é apenas urna convençao. Quando o poço está em produ-
çáo, o sentido da velocidade de fluxo é contrário ao sentido de crescimento da coordenada r e, portanto,

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30 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

a sua vazáo seria negativa. O sinal negativo foi colocado na equaçáo apenas para que a vazáo de
produçáo sej a positiva.
Em termos adimensionais a Eq. (2.111) simplifica-se para:

apD
rD = -1 para (tD > 0) . (2.112)
aYD f ro =1

2.2.Soluçóes Clássicas da Equaçáo da Difusividade - Fluxo


Radial
Nesta seçáo serán apresentadas soluçóes clássicas da equaçáo da difusividade para sistemas radi-
ais. Essas soluçóes consideram que um reservatório circular (cilíndrico) seja produzido corn vazáo de
fundo constante (na face da formaçáo) através de um único poço centralizado. O problema de valor
inicial e de contorno formado pela equaçáo da difusividade hidráulica e as respectivas condiçóes de
contorno e inicial associadas aos modelos físicos de interesse pode ser resolvido aplicando -se métodos
de soluçáo de equaçóes diferenciais parciais. Algumas das possibilidades sao: transformaçáo de Boltz-
mann e transformadas de Laplace ou de Fourier, entre outras. A transformada de Laplace tern sido
largamente utilizada em problemas de fluxo de fluidos em meios porosos. Esta transformada aplicada
em equaçóes do tipo da Eq. (2.104) resulta numa soluçáo geral representada pela combinaçáo linear de
funçóes de Bessel modificadas. Para consulta, nos Apéndices ?? e ? ?? sao apresentadas, respectivamen-
te, algumas propriedades da transformada de Laplace e as funçoes de Bessel modificadas utilizadas
neste livro.

2.2.1. Reservatório infinito - Modelo da fonte linear


O modelo da fonte linear ou linha fonte idealiza um poço vertical de dimensóes infinitesimais
(rw ->0)produzindo corn vazáo de fundo constante (na face da formaçáo) em um reservatório infinito
(sem efeitos de limites ou fronteiras). Mais precisamente, este modelo leva em conta as seguintes
hipóteses: o fluxo é radial monofásico de um fluido de compressibilidade pequena e constante, o meio
poroso homogéneo e isotrópico, a porosidade constante, a espessura uniforme, a extensáo radial infinita
e a produçáo se dá corn vazáo constante de fundo, através de um único poço de raio desprezível.
Pelo exposto nas seçóes anteriores, o problema da linha fonte pode ser escrito matematicamente
como:
a Z pD 1
apD = apD
EDP : (2.113)
arD rD arD atD

CI: pD (rD , tD = 0) = 0 , (rD > 0) (2.114)

CCE : lim pD (rD , tD ) = 0 , (tD > 0) (2.115)


rD

a
co: lim /rD PD \ = -1, (tD > 0) (2.116)
rD--jo\
arD i
onde pD = pD (rD , tD) Neste caso, a condiçáo de contorno interna (CCI) é a Eq. (2.112), produçáo do
.

poço corn vazáo constante, escrita para um poço vertical de dimensaes infinitesimais (rD 0). -
A transformada de Laplace pode ser usada para resolver o problema de valor inicial e de contor-
no representado pelas Eqs (2.113) a (2.116).

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Teoria Fundamental da Analise de Testes em Poços 31

A transformada de Laplace de urna funçáo F(x,t) em relaçáo a t, denominada 17(x, u) , é definida


como:

L{F(x, t)} = F(x, u) = fe' F(x, t)dt (2.117)


0

onde u é a chamada variável de Laplace. No Apéndice ?? encontra -se um resumo das propriedades e
tabelas das transformadas de Laplace. As propriedades da diferenciaçáo em relaçáo a te a x, respecti-
vamente, podem ser escritas como:

L{F'(t)} = L{a = uF(u) F(0 +) (2.118)


att)}
e
aF(x,t) dF(x,u)
(2.119)
ax dx

onde u é a variável de Laplace, t a variável independente em relaçáo à quai a transformada de Laplace é


tomada e x outra variável independente qualquer.
Tomando a transformada de Laplace da Eq. (2.113) e utilizando as propriedades dadas pelas Eqs.
(2.118) e (2.119), obtém -se:

+ =upD pD(rD,tD =0 +). (2.120)


dpD
A condiçao inicial do problema, dada pela Eq. (2.114), implica que o último termo da Eq. (2.120) seja
nulo. Logo:

d2pD +
drD
1 dpD -
up =0 (2.121)

ou, de forma equivalente:


1
pD up = 0.
rD d D
rD
D
(2.122)

A Eq. (2.122) é urna forma especial da equaçáo de Bessel, cuja soluçáo geral é (Abramowitz & Stegun,
1964):
pD (rD , u) = AKo (rD f) +BIo y) (rD (2.123)

onde A e B sao constantes arbitrárias a serem determinadas a partir das condiçóes de contorno, e Io e K0
sao as funçóes de Bessel modificadas de la e 2' espécies, respectivamente, e de ordern zero. O Apéndice
? ? ?, como já mencionado, apresenta um resumo das propriedades das funçóes de Bessel modificadas de
la e 2a espécies e ordens 0 e 1. O comportamento das funçóes de Bessel modificadas pode ser observado
na Figura 2.6.

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32 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

Figura 2.6 - Funçbes de Bessel modificadas lo, 11, Ko e K1.

Aplicando -se a transformada de Laplace nas condiçóes de contorno interna e externa, Eqs.
(2.115) e (2.116), respectivamente, resulta:
CCE : lim pD (rD , u) = 0 (2.124)
rD

CCI : lim /rD (2.125)


D dpDD \ u

Observe que além da propriedade dada pela Eq. (2.119), utilizou -se a tabela de transformadas de
Laplace, Eq. (E23) do Apéndice ? ?:

41}= . (2.126)

Substituindo a soluçáo geral do problema, Eq. (2.123), na transformada da CCE, Eq. (2.124), ob-
tent-se:

lim 1Ko (rD 1/4+ No (rD 1[1:4-) = 0 . (2.127)

,
rD

Como Ko( .0) 0 e Io(oc) -* conforme pode ser visto na Figura 2.6, conclui -se da Eq. (2.127) que B =
O. Consequentemente, a soluçáo geral do problema reduz -se a:

pD(rD,u) = AKO(rDJ). (2.128)

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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 33

A constante A é determinada corn a última equaçáo restante, a transformada de Laplace da CCI,


dada pela Eq. (2.125). Substituindo a soluçáo geral do problema, Eq. (2.128), na transformada da CCI,
Eq. (2.125), e utilizando o fato de que (Abramowitz & Stegun):
d
Ko (x) = -Ki (x) (2.129)
d
dx
e
lim[xK1 (x)] =1 (2.130)

obtém-se:

limLYD dd lAKoIYD))J= li
D
o` AYKiIYD )J=-ú A=
u
(2.131)

onde KI é a funçáo de Bessel modificada de 2a espécie e de ordern 1. Assim, no campo de Laplace a


soluçáo do problema da fonte linear é dada por:

pD(YD,u)=Ko(YDT4) (2.132)
u
Deseja -se obter a soluçáo do problema no campo real, isto é,
-1 Ko(YD-siTt)
pD(YD,tD) °G '{ (rD,u) } =G (2.133)
u

Para tanto, em vez da fórmula de inverso de transformadas de Laplace, podem ser utilizadas as tabelas
e as propriedades densa transformada. De acordo corn o Apéndice ? ?:

k2
1
exp (kJ) (2.134)
11 2t 4t) = Ko

onde k é urna constante, e:

(2.135)
u
L-1{F(u)
Entáo,
( 2

pD(YD,tD)=l 1 K° Y°
u
=
ID
1,
2tD
exp - Y°, JCItfn
4tD
(2.136)

onde tD é urna variável muda de integraçáo. Fazendo a seguinte mudança de variável:


a
YD
z= (2.137)
4tD

tern-se que:
2 2
tD=YD dtD= -YD
4z
dz (2.138)
4z
e, portanto,

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34 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

rZ
D
1 41D e
dz. (2.139)
PD(rD,tD)=-2 z

Finalmente, invertendo os limites de integraçáo, chega -se a:


1
PD (rD , tD) =
2
rD z dz .
(2.140)
41D

A funçáo integral exponencial é definida por:

E; (x) = E; (x) = J e-z dz (2.141)


x Z

e pode ser encontrada sob a forma de tabela ou gráfico em livros ou manuais de matemática. Um
resumo sobre a funçáo integral exponencial, incluindo urna tabela corn valores, é apresentado no
Apéndice C. Assim, a soluçáo do problema da linha fonte, dada pela Eq. (2.140), pode ser reescrita
como:

/ rD2 \ (r2
tD ) _ -
1 1 D
PD (rD , E; E. 2.142
D 4tD/

A Eq. (2.142) fornece o valor da pressáo adimensional (pD) em qualquer ponto do reservatório
(rD) e em qualquer tempo (tD), resultante da produçao corn vazáo de fundo constante (na face da forma -
çao) de um único poço vertical de raio infinitesimal em um reservatório infinito (sem efeitos de limites
ou fronteiras). Esta soluçáo corresponde ao chamado regime de fluxo radial transiente. A Figura 2.7
apresenta o gráfico da soluçáo do modelo da linha fonte, dado pela Eq. (2.142).

tD /ro2
1o4 105 106 101 108 109
4 56789 2 3 4 56789 2 3 4 56789 3 4 56789 2 3 4 56789
I L

5
........._.._... ....
{-.1r. --r
..._. ...

1.09

7
6

102 3 4 6 7 8 9 3 4 5 6 7 9 2 2 3 4 5 6 789 3 2 3 45678914


5
101 10 10 io 10
1Dhn

Figura 2.7 - Gráfico da soluçáo do modelo da linha fonte em termos adimensionais.

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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 35

Dois pontos sáo dignos de nota. Primeiro a vantagem de se trabalhar corn variáveis adimensio-
nais, que permite a apresentaçáo gráfica do comportamento do modelo, conforme mostrado na Figura
2.7. Segundo a observaçáo de que o problema pode ser escrito como funçáo de apenas urna nova
variável, definida como:
r2D
ZD = (2.143)
4tD

Esta transformaçáo de variáveis é conhecida como transformaçáo de Boltzmann. A abordagem da


transformaçáo de Boltzmann é baseada no método da similaridade que aparece em soluçóes corno a da
conduçáo transiente de calor em regióes semi -infinitas. Vale ressaltar que a transformaçáo de Boltz-
mann é limitada aos dominios semi -infinitos, isto é, ao regime transiente. A idéia é introduzir urna
variável de similaridade que combina as duas variáveis independentes e transforma a equaçáo diferenci-
al de parcial para ordinária. Em tese a equaçáo diferencial ordinária transformada é de mais fácil
soluçáo do que a equaçáo diferencial parcial original. A aplicaçáo da transformaçáo de Boltzmann ao
modelo da linha fonte, representado pelas Eqs. (2.113) a (2.116), permite obter a soluçáo do problema,
Eq. (2.142), sem a utilizaçáo do método da transformada de Laplace.
Em termos de variáveis reais, a soluçáo do problema da linha fonte, dada pela Eq. (2.142), pode
ser escrita como:
i
C2gBµ _O,rr2 C2gBµ Ei( µcrrz \
Prt= P kh 2
1
E.:
4C1kt
=
- p' kh
1

2 4C kt
(2.144)
\
Os valores das constantes C, e C2 dependem do sistema de unidades utilizado e podem ser encontrados
no Apéndice ?. O termo colocado entre colchetes possui valor positivo, o que mostra que a pressáo
calculada pela equaçáo será sempre menor do que a pressáo inicial do reservatório, conforme seria
esperado.
A análise do comportamento desta soluçáo pode ser feita com a ajuda da Figura 2.8, que apresen -
ta um perfil esquemático das pressóes ao longo do reservatório (distribuiçáo de pressáo em funçáo do
raio) para dois tempos consecutivos t1 e t2.

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36 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

Pogo (fonte linear)

-r-
h -T. T-- Fluxo (p, µ, c)

r
0 rw

Figura 2.8 - Modelo físico da fonte linear e distribuiçäo de pressäo.


Observa -se na Figura 2.8 que à medida que o tempo passa a queda de pressáo se propaga para
dentro do reservatório. Observa -se também que a pressáo tende para menos infinito quando se aproxima
da fonte linear (r --> 0). Este resultado pode ser explicado pela lei de Darcy. É importante salientar que
embora o modelo idealize o poço como urna linha fonte, na realidade o mesmo tem obrigatoriamente
um dado raio rw, de forma que a sua pressáo de fluxo é a pressáo no ponto r = rw. Assim, para calcular a
pressáo de fluxo do poço utiliza -se a Eq. (2.144) corn r = rw. Da mesma forma, a queda de pressáo
adimensional (ou, simplesmente, pressäo adimensional) no poço, p,D(tD), pode ser obtida corn a Eq.
(2.142), fazendo rD = 1.

De acordo com Abramowitz & Stegun, para pequenos argumentos a funçáo integral exponencial
pode ser aproximada por:
-E (- x)--- -ln(erx)= -ln(x)- 0,57722 (2.145)

onde y é a constante de Euler ('y= 0,5772156649). O erro da aproximacao logarítmica da funçáo integral
exponencial é menor do que 1% para x < 0,025. Entáo, corn erro menor que 1 %, a soluçáo da linha
fonte, dada pela Eq. (2.142), pode ser aproximada por:

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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 37

(
L 4tD
PD (rD , tD )= 21n y para tD /rD > 10 (2.146)
e rD
ou ainda:

PD(rD,tD)=- 1n 1

2
tD
z
rD
+ 0,80907 para tD /rD >10. (2.147)

Em termos de variáveis reais tern-se que:


(
P(r,t)= Pt -
C2gBµ
kh
1

2
1n
4Clkt
e7ictr2
-
para zr >10 (2.148)

ou, equivalentemente:

CzgBµ 1 ln/ 2
p(r,t)=pt J+080907 para > 10 (2.149)
kh 2 k2 r

onde:
Cik
(2.150)
011e:

é aconstante de difusividade hidráulica.


A pressáo calculada no ponto r = rx, (ou rD = 1, em termos adirnensionais) representa a pressáo no
poço. Assim, a partir das Eqs. (2.146) a (2.149) pode -se escrever a pressáo no poço como:
i
pD (rD =1, tD) = pWD (tD) = 1 ln etD para ED >10 (2.151)
2 \
ou, equivalentemente:

pWD (tD) = (ln tD + 0,80907) para tD > 10 . (2.152)


2

Em termos de variáveis reais:

4Clkt
p(r = r t) = pwf (t) = pt - C29B
kh
1
ln para rlt >10 (2.153)
2 el'Operrw / rw

ou ainda:

C2gBU Cikt
pwf (t) = Pi - kh
1
2
lnr
*let z
1^12v
+ 0,80907 para lz
rW
>10 . (2.154)

Na prática, tD = 10 corresponde a um tempo real da ordern de segundos. Conclui-se que a apro -


ximaçáo logarítmica da funçáo E1, em termos práticos, é sempre válida para calcular a pressáo no poço,
independentemente do tempo de produçáo.

2.2.2. Reservatório infinito - Modelo da fonte cilíndrica


O modelo da fonte cilíndrica considera um poço vertical de raio rW produzindo corn vazáo de
fundo constante ern um reservatório infinito (sem efeitos de limites ou fronteiras). 0 modelo leva em

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38 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Pops

conta as seguintes hipóteses: o fluxo é radial monofásico de um fluido de compressibilidade pequena e


constante, o meio poroso homogéneo e isotrópico, a porosidade constante e a espessura uniforme ao
longo do reservatório, a extensáo radial infinita e a produçáo, corn vazáo constante de fundo (na face da
formaçáo), ocorre através de um único poço de raio r .
Corn base no que já foi discutido nas seçóes anteriores, o problema da fonte cilíndrica pode ser
escrito matematicamente como:
azpD 1 aPD
= aPD
EDP : (2.155)
arD rD arD at])

CI: PD (rD , tD = 0) = 0 , (rD >1) (2.156)

CCE: lim pD(rD,tD)=0, (tD >0) (2.157)


rD

CCI : rD aPD = -1, (tD > 0) (2.158)


arD rp=1

onde PD = PD (rD , tD)


A transformada de Laplace também será utilizada para resolver o problema de valor inicial e de
contorno representado pelas Eqs. (2.155) a (2.158). Seguindo os mesmos passos usados para o caso do
modelo da linha fonte, apresentados na seçáo anterior, isto é, tomando a transformada de Laplace da
EDP, Eq. (2.155), em relaçáo ao tempo adimensional e utilizando as condiçóes inicial e de contorno
externa, Eqs. (2.156) e (2.157), chega-se à mesma soluçáo dada pela Eq. (2.128):

PD (rD , u) = AKo (rD J). (2.159)

Neste caso, a constante A é determinada corn a Eq. (2.158), condiçáo de contorno interna do problema,
cuja transformada de Laplace pode ser escrita como:

CCI dPD 1
: rD (2.160)
u
\ drD /ro =1
Substituindo a soluçáo geral do problema, Eq. (2.159), na transformada da CCI, Eq. (2.160), e utilizan-
do o fato de que

(x) _ -K1(x) (2.161)


dx Ko
obtém-se:

CrD
d
D
(AKo (rD ))] ro=1
= E_ ArD Kl (rD =-
)]ro_1=-1
1

u
A=
u'ruK
" 1
(j) (2.162)

onde K1 é a funçáo de Bessel modificada de 2a espécie e de ordern 1. Deste modo, a soluçáo do proble-
ma no campo de Laplace é:

Ko (rD -NITI) (2.163)


PD(rD,u)=
u VKi
((

1)
A transformada inversa da Eq. (2.163) náo é imediata. O resultado no campo real, ou sej a, o valor
da pressáo adimensional PD em um ponto rD do reservatório, num tempo qualquer após o inicio da
produçáo, pode ser obtido por meio de um algoritmo de inversáo numérica da transformada de Laplace.
Trés algoritmos sáo indicados para esta inversáo: o algoritmo de Stehfest (1970) (Apéndice D), o mais

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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 39

utilizado, o de Cramp e o de Zakian, menos utilizado. O algoritmo de inversáo numérica da transforma-


da de Laplace permite apresentar o comportamento da pressáo na forma de gráfico.
A soluçáo do problema é apresentada em forma de gráfico na Figura 2.9, onde a queda de pressáo
adimensional pD é colocada em funçáo da relaçdo tD /ró para varios valores de rD. Nessa figura pode-
se visualizar a comparaçáo entre a soluçáo da linha fonte ou integral exponencial (linha tracejada) e a
soluçáo considerando o poço cilíndrico, para diversos valores de rD. Segundo Mueller & Witherspoon
(1965), para tD /r9 > 50 o erro cometido ao se utilizar a soluçáo do modelo da linha fonte em lugar da
soluçáo exata (modelo da fonte cilíndrica) é de no máximo 1 %, qualquer que sej a o raio rD. Entretanto,
para rD > 20 a soluçáo da linha fonte satisfaz quando tD /ró > 0,5 , corn erro máximo de 1%.
10 r_
-r-, r _ _W._ .
_ 1 -._ --- _
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i i

102
i I I

2 3 4 5 6 7 89 3 4 5 6 7 8 9 2 3 4 5 8 7 89 2 3 4 5 8 7 8 9
. 2 2 3 4 5 6 7 89 3
102 10 10 10 10
tDrD2
Figura 2.9 - Pressáo adimensional para um reservatório infinito que produz corn vazáo constante através de um
único poço - sem efeitos de película e de estocagem - soluçóes da fonte linear (linha fonte) e da fonte cilíndrica.
Para o estudo da pressáo no poço (rD = 1), a funçáo integral exponencial pode ser utilizada, com
erro menor que 1 %, para tD > 50 ou corn erro máximo de 5 %, para tD > 10 (Mueller & Witherspoon).
Na prática, como tD = 50 corresponde a um tempo real da ordern de segundos, conclui -se que o modelo
da linha fonte é sempre born o suficiente para calcular a pressáo no poço (no raio rw). A mesma conclu-
sáo é válida para qualquer ponto rD do reservatório. Observe que quanto mais se está afastado do poço,
mais o mesmo se assemelha a ulna linha.
No poço (rD = 1) a soluçáo do modelo da fonte cilíndrica no campo de Laplace, Eq. (2.163), sim-
plifica-se para:

pD(rD =1,u) =pwD(u)=


Ko) (2.164)
u-sIT4Kl (NIT4)

Rotineiramente utilizam-se as seguintes aproximaçóes das funçóes de Bessel modificadas, para peque -
nos valores do argumento x (Abramowitz & Stegun):

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40 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

eYx
K1(x) 1 e Ko (x) - ln (2.165)
2

onde y é a constante de Euler (y = 0,5772156649). A aproximaçáo de K1 corresponde ao modelo da


fonte linear (soluçáo de longo tempo do modelo da fonte cilíndrica) e a aproximaçáo de K0 corresponde
à aproximaçáo logarítmica da funçáo E;. Com isso a Eq. (2.164) pode ser aproximada por:

ln(eL J/2) 1 lnu 1


(2.166)
pwD (u) =
u 2 u u 2

ou ainda:
1 1
pWD(u)=-2ulnu-2uln 4 1
(2.167)
Ce2y
cuja transformada inversa é:

pWD (tD )
1
= 2ln(eYtD ) - 2 ln
1
4
(e2Y¡
J
(2.168)

ou
i
pWD (tD) = 21n étD = (ln tD + 0,80907) . (2.169)
ry i 2

Observe que a Eq. (2.169) é igual à soluçáo do modelo da linha fonte quando se aplica a aproximaçáo
logarítmica, dada pela Eq. (2.151) ou pela Eq. (2.152).
Em resumo, a pressáo no pop (rD = 1) em regime de fluxo radial transiente pode ser calculada
com a Eq. (2.169), enquanto a pressáo fora do pop é dada pela Eq. (2.142). Eventualmente a pressáo
fora do pop pode ser aproximada pela Eq. (2.146) ou pela Eq. (2.147), desde que tD > 10 rD2

2.2.3. Reservatório circular com manutençáo de pressáo


Neste problema considera -se um poço vertical produzindo com vazáo constante no centro de um
reservatório circular, em cujas fronteiras (no raio re) a pressáo permanece constante. Isto significa dizer
que o reservatório estará sendo alimentado através de seu limite externo. Na prática esse tipo de situa -
çáo pode ser encontrado, por exemplo, quando se tern um influxo de água fornecido por um aqüífero
lateral também realimentado por alguna outra fonte ou muito extenso, de modo que a presso no contato
óleo-água se mantenha aproximadamente constante. O fluxo é radial monofásico, o fluido tem compres -
sibilidade pequena e constante, o meio poroso é homogéneo e isotrópico, com porosidade constante e
espessura uniforme, a extenso do reservatório é limitada, a fronteira possui manutençáo de pressáo e a
produçáo se dá através de um único pop (fonte cilíndrica) com vazáo de fundo constante (na face da
formaçáo).
Em termos de variáveis adimensionais, o problema pode ser escrito matematicamente pelo se-
guinte sistema de equaçóes:
2pD 1 apD
EDP :
= OPD (2.170)
arD2 rD arD atD

CI: pD(rD,tD =0)=0, (rD >1) (2.171)

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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 41

CCE :
pD (rD = reD, tD ) = 0 , (tD > 0) (2.172)

CCI : I rD áPD = -1, (t > 0) (2.173)


D ra=1

onde pD = pD (rD , tD) . A condiçáo de contorno externa, Eq. (2.172), representa a condiçâo de que a
pressáo no limite externo do reservatório, isto é, no ponto reD =re 1 rx, , se mantém constante e igual ä
pressáo inicial.
A transformada de Laplace pode ser usada para resolver o sistema formado pelas Eqs. (2.170) a
(2.173). Tomando a transformada de Laplace da Eq. (2.170) em relaçáo ao tempo adimensional e
utilizando as propriedades dadas pelas Eqs. (2.118) e (2.119), obtém -se:
d2 dpD
pD + dPD = uPD - PD (rD, tD = O+) . (2.174)
1
A condiçáo inicial do problema, dada pela Eq. (2.171), implica que o último termo da Eq. (2.174) seja
nulo. Logo:
d2PD +
drD rD
1 dpD
drD
upD =- (2.175)

ou, de forma equivalente:


1 d
`rD
-
PD
u pD = 0 . (2.176)
rD drD

A Eq. (2.176) é uma forma especial da equaçáo de Bessel, cuja soluçáo geral é:

PD(rD,u)=AKa(rDArt-i)+Blo(rDji) (2.177)

onde A e B sac, coeficientes constantes a serein detenninados e Io e K0 sac) as funçóes de Bessel modifi-
cadas de la e 2a espécies, respectivamente, e de ordern zero. O Apéndice ? ? ?, corno já mencionado,
apresenta um resumo das propriedades das funçóes de Bessel modificadas de la e 2a espécies e ordens 0
e 1.
Aplicando -se a transformada de Laplace nas condiçóes de contorno externa e interna, Eqs.
(2.172) e (2.173), respectivamente, resulta:
CCE: PD(rD =rep,u) =0 (2.178)

1
CCI :
/rD dPD (2.179)
drD u
\ i r =i
A imposiçáo das condiçóes de contorno (CCE e CCI) permite obter as constantes A e B da Eq. (2.177).
Após certa manipulaçáo algébrica, a soluçáo do problema, no campo de Laplace, pode ser escrita como:

pD(rD,u)=
Io(reD`u)K0(rD u)- K0(reD1 )Io(rD -) (2.180)
u3 /2fr
(Vu)K0(reD`1 ) +K1(Vu)I0(reDVu)J

A inversáo da Eq. (2.180) para o campo real nao é imediata. A utilizaçáo de um algoritmo de in-
versáo numérica da transformada de Laplace, corno, por exemplo, o de Stehfest, permite a apresentaçáo
da soluçáo em forma de gráfico, conforme mostrado na Figura 2.10.

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42 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

8,5

1I1I1lI1111111 1111111111111111Ei
111111111111111 11l11111111M

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8,0

1illilll111111 = 11111111!M0
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11111111INIII
7,5

7,0
1Ilil111111!l111
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1111111111111111111111
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111111
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4,5 -

111111111IU11111111 II1I
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11111=
104
i11111
mum =

105
111 MI
105
1 II
1

107
ty

Figura 2.10 Queda de pressäo adimensional em um poço no centro de um reservatório circular com manuten-
çäo de pressäo na fronteira externa, para diversos valores de reo.

O procedimento padräo para se obter o comportamento de um determinado modelo de fluxo e as


respectivas equaçóes da pressäo, utilizando a técnica de transformadas de Laplace, pode ser resumido
como segue:
1)Escrever a equaçao da difusividade com as condiçóes inicial e de contorno relativas ao modelo em
estudo.
2) Obter a soluçäo do problema no campo de Laplace aplicando as técnicas de transformada de Lapla-
ce. Usualmente a inverso analítica da soluçäo geral do problema nao é imediata.
3) Utilizar um algoritmo de inverso numérica da transformada de Laplace para obter a soluçäo no
campo real e colocar os resultados em forma de gráfico. Urna análise do gráfico da soluçäo geral do
problema permite a identificaçäo de regimes de fluxo e de particularidades do modelo.
4) Analisar as soluçóes de curto e longo tempos (ou mesmo de tempos intermediários) da soluçäo geral
no campo de Laplace de forma a obter soluçóes particulares, válidas em determinados intervalos de
tempo, para as quais a inversäo analítica seja conhecida. Estas equaçóes estaräo possivelmente asso-
ciadas aos regimes de fluxo identificados no item 3.

Para se obter a soluçäo de longo tempo no campo de Laplace basta analisar a equaçäo geral para
valores pequenos da variável de Laplace, isto é, u -> O. Inversamente, para a soluçäo de curto tempo
analisa -se a soluçäo geral no campo de Laplace para u co. -
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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 43

Soluçáo de curto tempo: para valores pequenos de tD, isto é, para valores grandes da variável uno
campo de Laplace, especialmente para o caso de re »
rw, a funçáo Ko(reDi) tende para zero muito
rapidamente e a Eq. (2.180) pode ser aproximada por:

pD (rD , u) =
Ko (rD V) (2.181)

Esta equaçáo é exatamente igual á Eq. (2.163), que é a soluçáo no campo de Laplace do modelo da
fonte cilíndrica que representa um poço produzindo corn vazáo constante de um reservatório infinito
Portanto, para tempos de produçáo razoavelmente pequenos (até que a influência da fronteira externa
seja sentida), um reservatório circular corn manutençáo de pressáo no limite externo se comporta
exatamente como um reservatório infinito. Quanto maior for o reservatório (maior o valor de reD), maior
será a duraçáo do período de comportamento de reservatório infinito (regime transiente).
Assim, nos tempos iniciais, utilizando a aproximaçáo logarítmica, a queda de pressáo adimensio-
nal ou, simplesmente, a pressáo adimensional em um poço situado no centro de um reservatório circular
corn manutençáo de pressáo no limite externo pode ser expressa pela Eq. (2.169):
i
PwD (tD) _ ]n ét° _ (ln tD + 0,80907 (2.182)
2

válida para tDA < 0,1 corn erro menor do que 1 %, onde o tempo adimensional tDA é definido por:
C, kt rwtD
tDA OU tDA = (2.183)
d ic, A

onde A é a área em planta do reservatório, neste caso, A= rcre . Este período de comportamento de
reservatório infinito, também chamado de período ou regime transiente, está representado na Figura
2.10 pelo comportamento linear inicial (reta semilog), conforme prevê a Eq. (2.182).
Soluçáo de longo tempo: para valores grandes de tD, isto é, para valores pequenos da variável u
no campo de Laplace, a Eq. (2.180) pode ser aproximada por:
pD(rD,tD) =1nreD -lnrD (2.184)

ou, no pop:
pW,D (tD) =1n reD (2.185)
válida para tDA > 0,3 com erro menor do que 1% quando re /r, >1000. A Eq. (2.185) representa o
chamado regime permanente, no qual a pressáo em qualquer ponto do reservatório é invariável corn o
tempo de produçáo. Em termos dimensionais a equaçáo da pressáo de fluxo no poço para este regime
pode ser escrita como:

Pwf (t) = pi - C khBµ lnl e (2.186)


l J
onde o valor da constante C2 depende do sistema de unidades utilizado e pode ser encontrado no
Apêndice ?.
O regime permanente, Eq. (2.185), está representado na Figura 2.10 pelos patamares de pressáo
adimensional (e, consequentemente, de pressáo real ou dimensional) constante, para diferentes valores
de reD. Quanto maior for o reservatório (maior o valor de reD), maior será o tempo tD para o inicio do
período permanente e maior também, conforme prevê a Eq. (2.185), será o valor da presso adimensio-
nal estabilizada. Consequentemente, menor será a presso de fluxo estabilizada no poço. Segundo
Earlougher (1977), o sistema atinge o regime permanente exato quando tDA> 0,4.

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44 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

Observe na Figura 2.10 que entre o regime transiente (reta semilog nos tempos iniciais) e o regi-
me permanente (patamares de pressáo constante de longo tempo) existe um período de transiçáo,
também chamado de transiente tardio.

2.2.4. Reservatório circular corn fronteira selada


Neste problema considera-se um pop vertical produzindo corn vazáo constante, no centro de um
reservatório circular de raio re, em cuja fronteira externa nao existe fluxo. O fluxo é radial monofásico,
o fluido tern compressibilidade pequena e constante, o meio poroso é homogéneo e isotrópico, corn
porosidade constante e espessura uniforme, extensáo limitada e fronteira externa selada, e a produçáo se
dá através de urn único pop (fonte cilíndrica) corn vazáo de fundo constante (na face da formaçáo).
Em termos de variáveis adimensionais, o problema pode ser escrito matematicamente pelo se-
guinte sistema de equaçóes:
a2pD 1 apD apD
EDP : (2.187)
arD2 rD arD atD

CI : pD(rD, tD =0)=0 , (rD >1) (2.188)

CCE :
apD =0 , (tD >0) (2.189)
arD
éD

CCI: rD apD =-1, (tD > 0) (2.190)


\ l rD-1
II

arD

onde pD = pD (rD, tD) A condiçáo de contorno externa, Eq. (2.189), representa a condiçáo de que o
.

reservatório é selado (náo existe fluxo) no limite externo, isto é, no ponto reD =Ye /rw .

A transformada de Laplace pode ser usada para resolver o sistema formado pelas. Eqs (2.187) a
(2.190). Tomando a transformada de Laplace da Eq. (2.187) corn relaçáo ao tempo adiinensional e
utilizando as propriedades dadas pelas Eqs. (2.118) e (2.119), obtém -se:

dPD = upD PD(rD,tD =0 +). (2.191)


dDD
+ri
A condiçáo inicial do problema, dada pela Eq. (2.188), implica que o último termo da Eq. (2.191) seja
nulo. Logo:
d2pD +
drD
1

rD
dpD
drD
-
u p° 0 (2.192)

ou, de forma equivalente:

/rD (2.193)
Y
D drdD dD
D upD = 0 .

A Eq. (2.193) é urna forma especial da equaçáo de Bessel, cuja soluçâo geral é:
pD(rD,u)= AKo(rD-ful+BI0(rD1,1T2) (2.194)

onde A e B sac) coeficientes constantes a serem determinados e Io e K0 sáo as funçóes de Bessel modifi-
cadas de la e 2a espécies, respectivamente, e de ordern zero. 0 Apêndice ? ? ?, como já mencionado,

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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 45

apresenta um resumo das propriedades das funçóes de Bessel modificadas de 1a e 2a espécies e ordens 0
e 1.
Aplicando -se a transformada de Laplace nas condiçóes de contorno interna e externa, Eqs.
(2.189) e (2.190), respectivamente, resultam as seguintes equaçóes:

dpD
CCE: =0 (2.195)
dr
éD

CCI rD
dPD 1
(2.196)
drD rp =1
u

A imposiçào das condiçóes de contorno (CCE e CCI) permite obter as constantes A e B da Eq. (2.194).
Após certa manipulaçáo algébrica, a problema, no campo de Laplace, pode ser escrita como:

PD (rD u) =
K1 (reD r )I0
¡do , ") --11 (reD J )Ko (rD'i) (2.197)
(rD
u3/2
[11 (reD ` )K1 (J) - K1 (reD v `")11(')

A inversáo da Eq. (2.197) para o campo real também nao é imediata. A utilizaçáo de um algoritmo de
inversáo numérica da transformada de Laplace, por exemplo o de Stehfest, permite a obtençäo da
soluçáo no campo real, cuja apresentaçáo em forma de gráfico pode ser vista na Figura 2.11.

_ N
WU I111
1

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1
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I .>

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. .

I I

103 104 105 106

TD

Figura 2.11 - Queda de pressáo adimensional em um pogo no centro de um reservatório circular corn fronteira
externa selada, para vários valores de r6D.

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46 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

Seguindo o procedimento proposto na seçáo anterior, seráo analisadas as soluçóes de curto e lon-
go tempos do problema.
Soluçiio de curto tempo: para valores pequenos de tD, ou seja, quando a variável u da transforma-
da de Laplace assume valores grandes, a funçáo K, (reo -) tende para zero rapidamente no campo de
Laplace, especialmente para o caso de re » rw . Com isso a Eq. (2.197) pode ser aproximada por:

Ka (rD \ft-t)
pD(rD,u) - (2.198)
u-17,44)
Esta equaçáo é exatamente igual à soluçáo no campo de Laplace do modelo da fonte cilíndrica que
representa um poço produzindo corn vazáo constante de um reservatório infinito, dada pela Eq. (2.163).
Portanto, para tempos de produçáo razoavelmente pequenos (até que a influencia da fronteira externa
seja sentida), um reservatório circular selado se comporta exatamente como um reservatório infinito
Quanto maior for o reservatório (maior o valor de reD), maior será a duraçáo do período de comporta -
mento de reservatório infinito (regime transiente).
Assim, nos tempos iniciais, utilizando a aproximaçáo logarítmica, a queda de pressáo ou pressáo
adimensional em um poço situado no centro de um reservatório circular selado no limite externo pode
ser expressa pela Eq. (2.169):

p,,,D (tD) = ln
2
ét° =
2
(ln tD + 0,80907) (2.199)

válida para tDA < 0,1 corn erro menor do que 1%, segundo Earlougher, onde o tempo adimensional tDA
definido pela Eq. (2.183). Este período de comportamento de reservatório infinito, também chamado de
período ou regime transiente, está representado na Figura 2.11 pelo comportamento linear inicial (reta
semilog), conforme prevé a Eq. (2.199).
Soluçcro de longo tempo: para valores grandes de tD, isto é, para valores pequenos da variável u
no campo de Laplace, a Eq. (2.197) pode ser aproximada por (Matthews & Russell):

PD (rD tD) - 2 rD
+ tD \ - reD
1n rD
3eD- 4eDlnreD -2reD -1 (2.200)
reD
-1\4 2
rep -1 2
4(reD -1)
2

Segundo Earlougher, esta equaçáo é válida de forma exata para tDA > 0,1 ou, corn erro menor do que
1 %, para tDA> 0,06. Finalmente, como
eD »1 entáo eD -1 eD e a soluçáo de longo tempo simplifi-
,

ca-se para:
2
pD(rD,tD)= 2zD
+
rD
+lnreD - -4
1nrD . (2.201)
reD 2reD

Observa -se na Eq. (2.201) que a queda de presso adimensional pD, em qualquer ponto do reser-
vatório, cresce linearmente corn o tempo tD, ou seja, a presso em um dado ponto cai linearmente corn o
passar do tempo, caracterizando um novo regime de fluxo, denominado período ou regime pseudoper-
manente. Além disso, constata -se na Eq. (2.201) que a taxa de variaçáo da presso adimensional em
relaçáo ao tempo tD é urna constante igual a 2/reD , que depende apenas do tamanho do reservatório.
A Eq. (2.201) pode ser escrita em termos de variáveis reais como:
\
C2gBµ 2Clkt r2 re
p(r,t)=pr Ich
$ltct e2
+ ln
r

w/
+ln
rw
} (2.202)

Fazendo r= rw:

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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 47

¡ C2 Op, 2Clkt ri!


r
rw
(e 3
p(Y-Yw,t)=pwf (t)=Pi ln + ln (2.203)
kh oI.ICtré +2 eZ Yw 4

e considerando que re » r, ou seja, que o segundo termo no interior do colchete seja desprezível,
pode -se escrever que:

pwf (t) = p¡
2Cikt
- C2gBµ [tcr2 +ln
e\ - 3 (2.204)
kh rw 4

ou:

pf =pwf
(t)+C2qBµ 2Clkt
2 +ln
re \-3_
- (2.205)
kh µctre rw, 4

Substituindo a Eq. (2.205) na Eq. (2.202) obtém-se urna segunda maneira de se escrever a equaçáo da
pressá.o em um ponto qualquer do reservatório para urn tempo qualquer:

qB ln¡
p(r,t)=p f (t)+C2µ
kh
I- r2
rw 1 gré
r (2.206)

A Eq. (2.202) ou a Eq. (2.206) peuurite calcular a distribuiçáo de pressáo ao longo do meio poroso
(pressáo versus raio) como urna funçáo do tempo, conforme ilustrado na Figura 2.12. Observe que, em
termos de variáveis reais, a presso no regime pseudopermanente, em qualquer ponto do reservatório,
declina linearmente com o tempo de produçáo segundo a taxa:
ap(r,t) 2C,C2gB C1C2gB
21c (2.207)
at 4h ci re Vp Ct

onde Vp = phA é o volume poroso da área drenada pelo poco.

Figura 2.12 - Esquema dos perfis de pressáo num reservatório circular selado que produz com vazáo constante
-
através de um poço localizado no seu centro Regime pseudopermanente.

Conforme prevê a Eq. (2.207), é importante salientar que a pressáo no reservatório cai de maneira
uniforme em qualquer ponto, isto é, a diferença de pressáo em qualquer ponto, entre dois instantes de

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48 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

produçáo no regime pseudopermanente, é a mesma, o que pode ser verificado pelos perfis de pressáo da
Figura 2.12, que sao exatamente iguais. Dal decorre a denominaçäo pseudopermanente. Outra caracte-
rística desses perfis de pressáo é que eles sao horizontais no ponto r = re, ou seja, as suas inclinaçóes
(gradientes da pressáo) sao nulas no limite externo do reservatório, conforme preconiza a condiçáo de
contorno externa apresentada na Eq. (2.189). Essa condiçáo de contorno externa representa o fato de
que, como o reservatório é selado (limitado e sem alimentaçáo externa), náo há fluxo no limite externo,
o que requer, de acordo com a lei de Darcy, que o gradiente de pressáo seja nulo.
É comum encontrar as equaçóes do regime pseudopermanente escritas em termos da pressáo mé-
dia do reservatório. A pressáo média p é definida como sendo a média ponderada das pressóes do
reservatório num dado instante de tempo, isto é:
Ye re

fpdV fprdr
rw rw
= Ye Ye
(2.208)
fdV frdr
Yw Yw

Substituindo (2.206) em (2.208) chega-se a:

C20µ re 3
Pwf =P- kh
ln
rw 4
(2.209)

ou
r2 ( (
r re 3
P(r,t)=p- ln + ln (2.210)
kh 2re2 rw 4

após a substituiçáo de (2.209) em (2.206).


Neste caso, como o reservatório é selado, a pressáo média tem que ser numericamnte igual à
pressáo estática do reservatório, isto é, caso o pogo fosse fechado num dado instante de tempo, no
regime pseudopermanente, eventualmente a pressáo do reservatório (em qualquer ponto) iria se estabili-
zar em um valor igual à pressáo média no instante do fechamento do poço.
Caso se deseje saber o comportamento da pressáo do pop no regime pseudopermanente, a Eq.
(2.201) deve ser utilizada para rD = 1, ou seja:

PWD(tD)=
2tD
2
reD
+
1

2 reD
2
+1nreD --=
4 r
3 2tD

JJ
+1n reD -- 3

4
(2.211)

ou, em termos de variáveis reais:

P wf (t) = Pi
C2011
kh
2C1kt
µcrre 2
+1n - --
rw
re 3

4
(2.212)

conforme já demonstrado anteriormente. Portanto, durante o período pseudopermanente, um gráfico da


pressáo no pop versus tempo de produçáo deve resultar numa linha reta, corn inclinaçáo dada pela Eq.
(2.207).
A pressáo estática em um reservatório (de líquido) de geometria qualquer, selado nos limites ex-
ternos, pode ser obtida através de um balanço de massa, neste caso representado pela equaçáo da
compressibilidade:

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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 49

1 AV
ci (2.213)
Vp A P

onde Vp = 4 hA é o volume poroso do reservatório e c, a compressibilidade total do sistema. AV corres-


ponde ao volume de fluido produzido (retirado do reservatório) medido em condiçóes de reservatório,
ou seja, AV = qBt, e ¿p é a queda de pressäo do reservatório, dada por (p; -p), onde p é a presso
estática (ou média) do reservatório, resultante da produçäo do volume AV. Portanto:
1 qBt
ct = (2.214)
P
pii -P
de onde resulta que a pressäo média do reservatório é dada por:
qB t.
P= Pi VpC,
(2.215)

Esta equaçäo está escrita para um sistema compatível de unidades. Para outros sistemas de unidades
(Petrobras ou Americano) esta equaçäo pode ser escrita como:

P =P; -2CiC2gBt.
Vp et
(2.216)

As constantes C1 e C2 podem ser encontradas no Apéndice ?. Para um sistema compatível de unidades,


C1= 1eC2 =1 /2n.
Conforme discutido anteriormente, a Eq. (2.207) mostra que a taxa de queda da pressäo em qual-
quer ponto do meio poroso é constante durante o periodo de fluxo pseudopermanente, inclusive no
ponto correspondente à pressäo média. Observe que a taxa de queda da pressäo média, derivada da Eq.
(2.216) em relaçao ao tempo, é exatamente igual à Eq. (2.207). Portanto, no regime pseudopermanente
o reservatório se comporta como um tanque pressurizado, sendo depletado à medida que o fluido é
retirado do sistema. Em outras palavras, o perfil de pressäo, dado pelas Eqs. (2.202), (2.206) ou (2.210),
declina segundo a equaçäo da compressibilidade do sistema.
Neste ponto, é interessante fazer um resumo do que foi discutido sobre o comportamento do mo-
delo em estudo (reservatório circular com fronteira selada). A Figura 2.13 ilustra o comportamento da
pressäo para vários tempos de produçäo.

Pi

PWi
Pw2
Pw3

Pw4
Pws

ln rw
ln r ln re

Figura 2.13 - Perfis de pressáo em um reservatório circular com fronteira selada.

Inicialmente, até que as fronteiras externas sejam atingidas, o comportamento é de reservatório


infinito (ti e t2). Após um período curto de transiçäo (t3), conhecido como regime transiente tardio, o

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50 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

período pseudopermanente é atingido (t4, t5 etc.). A queda de pressáo adimensional no poço para esses
regimes de fluxo pode ser representada graficamente pela Figura 2.14.

re /rw =1000 2000 5000

ln tD
Figura 2.14 - Queda de pressáo adimensional no poço para várias dimensiïes de
reservatórios circulares corn fronteira selada.

Os pontos 1 e 2 na Figura 2.14 indicam, respectivamente, o final do período transiente e o inicio


do período pseudopermanente. O intervalo entre os pontos 1 e 2 representa o período de transiçáo
(regime transiente tardio). A linha reta semilogarítmica representa o comportamento de reservatório
infinito e, como se pode notar, quanto maior a relaçáo re /rw, maior será a duraçáo do período transiente.
Utilizando a definiçáo de tDA, pela Eq. (2.183), a Eq. (2.211) pode ser escrita como:

pwD(tDA) =21LtDA +lnreD (2.217)

Deste modo, quando a queda de pressáo for representada por um gráfico cuja escala de tempo seja
ln(tDA), a familia de curvas da Figura 2.14 deverá ser reduzida a urna só curva, como é mostrado pela
Figura 2.15.

A Pseudopermanente

In tDA
Figura 2.15 - Queda de pressáo adimensional no poço em um reservatório circular corn fronteira externa selada.
A queda de pressáo no poço pode também ser representada por uma só curva em um gráfico car-
tesiano. Para isso é necessário construir um gráfico de pwD DA,- ln(re / rw) + 3/ 4 versus tDA, conforme
ilustra a Figura 2.16.

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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 51

Pseudopermanente

CO

tDA

Figura 2.16 - Queda de pressäo adimensional no poço em um reservatório circular corn fronteira externa secada.

Observa -se na Figura 2.16 que o período entre os pontos 1 e 2 representa o regime transiente tar-
dio, enquanto o regime pseudopermanente é definido por urna linha reta corn inclinaçáo 2rr.
Para urn reservatório de geometria qualquer, corn fronteiras seladas, a equaçáo do regime pseu-
dopermanente, dada pela Eq. (2.217), pode ser generalizada e escrita na seguinte forma (Dake, 1978):
1 4A
PWD(tDA) = DUDA + ln (2.218)
2 erCArW

ou ainda:
2,2458 A
PwD (tDA) - 27rtDA + 1 j

CA rw
(2.219)

onde CA é denominado fator de forma ou fator de geometria do reservatório (Dietz, 1965), e A ea área
de drenagem (em planta) do poço. Pela comparaçáo entre as Eqs. (2.217) e (2.219), verifica -se que para
um reservatório circular selado, corn o poço no centro, o fator de forma é CA = 31,6206. 0 Apêndice B
apresenta os fatores de forma para outras geometrias e diversas posiçôes do poço na área de drenagem.
O comportamento da presso em um poço que produz corn vazáo constante de um reservatório
limitado, selado nas fronteiras externas, pode ser resumido corno:

a) Período transiente - comportamento como reservatório infinito


PwD (tD) = in l __ _ (ln tD + 0,80907) (2.220)
2 J
válida para tDA < 0,1 corn erro menor do que 1%, no caso de reservatório cicular corn poço no centro.
Para outras geometrias e posiçóes do poço na área de drenagem, a Eq. (2.220) é válida quando tDA for
menor do que o valor especificado na última coluna da tabela do Apêndice B, coluna denominada
"transiente com erro < 1% para tDA < ".

b) período pseudopermanente - pressäo variando linearmente corn o tempo


2,2458 A
PWD(tDA) =2ntDA+ 2ln¡ 2
(2.221)
l A W

válida quando tDA for maior do que o valor especificado na terceira coluna da tabela do Apêndice B,
coluna "PP (pseudo- permanente) exato para tDA > ". Corn erro menor do que 1%, pode -se utilizar o valor
de tDA especificado na quarta coluna da tabela, "PP corn erro < 1% para tDA > ". O valor do fator de
forma de Dietz (CA) encontra -se na segunda coluna desta mesma tabela. Por exemplo, no caso de

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52 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

geometria cicular corn poço no centro (primeira linha da tabela), a Eq. (2.221) é válida para tDA > 0,10
corn erro menor do que 1 %, sendo CA = 31,6206.

c) período de transiçäo - regime transiente tardio


Nao existe urna equaçáo analítica geral para descrever este período de fluxo. É importante obser-
var na tabela de Dietz no Apéndice B, que este período é praticamente inexistente para geometrias de
drenagem regulares (circular, hexagonal e quadrado) corn o poço no centro. Isto se explica pelo fato de
que, neste caso, todas as fronteiras do reservatório sao atingidas, praticamente, ao mesmo tempo. Por
outro lado, quanto mais irregular for a geometria de drenagem e mais excéntrico o poço, maior será este
período de transiçäo entre os regimes transiente e pseudopermanente. Pode -se pensar que o regime
transiente é válido até que a fronteira mais próxima do poço seja atingida, enquanto o regime pseudo -
permanente acontece apenas após todas as fronteiras terem sido atingidas.
As soluçóes de longo tempo apresentadas nas últimas duas seçóes (2.2.3 e 2.2.4), para reservató-
rios finitos com manutençáo no limite externo (regime radial permanente) e selado no limite externo
(regime radial pseudopermanente), respectivamente, podem ser obtidas através de maneiras alternativas
conforme mostrado no Apéndice E.

2.3.Efeito de Película e Dano ou Estímulo de Formaçáo


A queda de pressáo ao longo do reservatório nao é uniforme, pois é afetada por heterogeneidades
no interior do mesmo. As operaçóes de perfuraçáo, por causa do filtrado da lama, ou de cimentaçao, por
exemplo, alteram a permeabilidade nas vizinhanças do poço, normalmente reduzindo -a. Neste caso
costuma -se dizer que a zona próxima ao poço sofreu um dano e que o poço encontra -se danificado.
Alteraçóes da formaçáo nas imediaçóes do poço aparecem também após operaçóes de estimulaçáo (por
exemplo, acidificaçao ou fraturamento hidráulico), operaçóes de workover e produçáo.
Outros processos podem ocorrer nas regióes próximas ao poço, desde processos físico -químicos,
químicos, biológicos, hidrodinâmicos, mecânicos e interaçoes térmicas envolvendo partículas e fluidos
nos poros da formaçáo. Muitas vezes as causas do dano de formaçáo nao se tornam conhecidas, mas
seus efeitos sao evidenciados pela queda de produtividade do poço. Fatores mecânicos ou mesmo
heterogeneidades, tais como penetraçáo parcial da zona produtora, canhoneio parcial ou ineficaz, fluxo
turbulento, variaçáo (reduçao) lateral da espessura permeável ou quaisquer outras anomalías que
impliquem em reduçao da produtividade sao também classificados como dano de formaçáo.
Na Figura 2.17 está ilustrado o comportamento da pressáo nas imdediaçoes de um poço vertical
situado em um reservatório de permeabilidade original k, sujo valor foi alterado (reduzido) para ks até
urna distância rs medida a partir do centro do poço. A linha tracejada indica o comportamento da
pressáo caso nao tivesse ocorrido nenhuma alteraçáo na permeabilidade da rocha, enquanto a curva
cheia mostra o comportamento real da pressáo. A queda de pressáo adicional /ps deve -se ao dano, ou
sej a, à reduçao da permeabilidade na regiáo delimitada pelo raio rs.

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-- pressäo do poço sem dano

- pressáo do poço com dano

k - permeabilidade original
rs
rw

Figura 2.17 - Comportamento da pressäo em um poço danificado e queda de pressäo adicional devida ao dano.
Caso a distribuiçáo de pressáo fosse apresentada em um gráfico em funçáo do logaritmo neperia-
no do raio, seria obtida a Figura 2.18. Nas imediaçóes do poço o comportamento seria praticamente
linear pois, conforme já foi comentado anteriormente, para pequenos valores do raio a soluçáo do
problema, dada pela funçao integral exponencial, pode ser aproximada por urna funçáo logarítmica. A
pressäo pwf seria a pressáo de fluxo obtida se nao houvesse o dano, enquanto é a pressáo de fluxo
real corn a presença do dano no poço.

lnr,,, lnrQ
lnr
Figura 2.18 - Perfil de pressáo em um reservatório corn urn poço danificado em funçäo do logaritmo neperiano do
raio.

Caso nao houvesse alteraçao da permeabilidade do reservatório, a queda de pressäo devida à pro -
duçao, do ponto rs até o poço, seria dada por:
kh
zq p.
035 p',» =1n1
r
l
sw
J . (2.222)

Entretanto, a queda de pressáo na regiáo alterada é:


)
ks/l rs
CZ qBµ
(ps-pwf)=ln rW
(2.223)

Subtraindo a Eq. (2.222) da Eq. (2.223) obtém-se urna equaçao para a queda de pressao adicional
devida à alteraçao da permeabilidade nas imediaçóes do pop:

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54 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

kh
C,2913µ
,
(Pwf -Pwf)
- k
ks
-1 ln
(r
rsw
(2.224)

Nota-se que essa queda de pressáo independe do tempo e varia coin a magnitude e profundidade da
alteraçáo das características do reservatório.
O conceito e, consequentemente, o modelo de efeito de película foi introduzido por van Everdin-
gen (1953) para representar matematicamente a situaçdo física descrita anteriormente. Nesse modelo
admite -se que toda a queda de pressáo adicional devida ao dano de formaçáo ocorra na interface
poço/reservatório, isto é, em ulna película de espessura infinitesimal junto á parede do poço, conforme
ilustra a Figura 2.19. Dai a denominaçáo fator de película, também chamado de skin, normalmente
representado pela letra s, como sendo a forma adimensional da queda de pressáo Aps.

Pi

pw

Pw

lnrw
ln r
Figura 2.19 - Representaçáo do efeito de película.
Para representar matematicamente essa situaçáo van Everdingen definiu o fator de película como
sendo:
kh ,
C2qB11 (Pwf - Pwf ) = s (2.225)

ou, simplesmente:
kh
APS =s (2.226)
C2 q13µ
Deste modo, em um dado instante de tempo pode -se escrever que:
Ich kh kh
(Pi -P wf) = (Pi -Pwf) + C (Pwf -Pwf) (2.227)

Usando -se as Eqs. (2.220) e (2.225) para representar, respectivamente, o primeiro e o segundo termos
do lado direito da Eq. (2.227), esta última equaçdo pode ser escrita como:

(pi +0,80907 +2s). (2.228)


C2gBµ -pwf) =2OntD
A Eq. (2.228) representa a queda de pressáo no poço em um determinado instante após o inicio da
produçdo. A introduçáo do fator de película tornou a equaçáo geral, válida para qualquer caso em que
haja tuna queda adicional de pressáo ao redor do poço.
Para o caso específico de alteraçáo de permeabilidade, a relaçáo entre o fator s, as permeabilida-
des e o raio da regido alterada pode ser obtida comparando -se as Eqs. (2.224) e (2.225):

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s= (2.229)
ks -1l4rwl
Quando ks < k, o valor de s é positivo e a indicaçáo é de dano da formaçâo. Para ks > k, o valor de s é
negativo, indicando estímulo do poço. Quando s= 0 a produtividade do poço é a original.
Quando a zona na vizinhança do poço tern permeabilidade maior que a permeabilidade original
do reservatório o poço tern fator de película negativo, s < 0, e se diz que o poço encontra -se estimulado,
o que pode ocorrer, por exemplo, através de acidificaçáo ou fraturamento hidráulico. Nestes casos o
comportamento da pressáo é representado conforme mostra a Figura 2.20.

- pressáo do poço estimulado

- pressáo do poço sem estímulo

k - permeabilidade original
arr---.

Figura 2.20 - Comportamento da pressáo em um poço estimulado.

A inclusáo do efeito de película nas equaçóes de fluxo pode ser tratada também através do con-
ceito de raio equivalente ou raio efetivo do pogo. A aproximaçáo logarítmica para o cálculo da queda
de pressäo no poço é dada pela expressá.o:

PwD (tD ) =
kh
(pi p) =
2
(ln tD + 0,80907 + 2s) (2.230)

Substituindo a definiçáo de tD na Eq. (2.230) obtém-se:


_

kh 1 Clkt
(Pi Pwf ) = in z
+ 0,80907 + 2s (2.231)
Cz qBµ 2 $Net rw /
que também pode ser escrita como:

kh 1 Clkt
(Pi Pwf) = ln + 0,80907 . (2.232)
C2q B ! 2
(r-we
s
y
Definindo -se o raio equivalente ou efetivo do poço como:
r', = (2.233)

pode -se escrever urna expressáo equivalente à Eq. (2.231), que permite o cálculo da queda de pressáo
ou da pressáo no poço sem incluir explicitamente o fator de película:

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56 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

kh Clkt
Pwj) = ln + 0,80907 (2.234)
C2 9111.1
Ot (rw)
A Eq. (2.234) indica que um fator de película positivo (poço danificado) produz um raio equiva-
lente menor do que o raio real rW, ou sej a, um poço com dano na formaçáo ao seu redor é equivalente a
um poço náo danificado mas corn um raio menor, o que corresponde a urna menor área transversal
aberta ao fluxo de fluidos. Em outras palavras, a queda adicional de pressáo que ocorre no caso real de
um poço danificado, devida por exemplo à reduçáo de permeabilidade nas imediaçóes, é provocada no
modelo equivalente pelo aumento da distância a ser percorrida pelo fluido até atingir o interior do poço.
Por outro lado, um fator de película negativo (poco estimulado) produz um raio equivalente maior do
que o raio real rW, implicando entáo em um aumento da área aberta ao fluxo no modelo equivalente,
responsável pela reduçáo da queda de pressáo em relaçäo ao caso de poço nao estimulado.

Exemplo 2.1 - Qual o raio efetivo de um poço que apresenta 0,80 m de parede corn permeabilidade
reduzida a 60% do valor original. Considere r, = 0,10 m.
Soluçáo:
O valor do fator de película s pode ser calculado pela Eq. (2.229):

)
1 ln(801010 0,667 x 2,197 =1,466
s \ 0 60k
O raio efetivo é obtido por meio da Eq. (2.233):

I/ =10e -1'466 2,31 cm .

2.4.Índice de Produtividade
O índice de produtividade de um poço é definido como o quociente entre a sua vazáo, medida em
condiçóes padráo, e o diferencial de pressáo aplicado no reservatório, isto é, a diferença entre as
pressóes do reservatório e do poço. Portanto, o índice de produtividade depende da geometria de fluxo e
do regime de fluxo a que está sujeito o poço.

2.4.1. Fluxo radial transiente


Usando a Eq. (2.153) para representar o comportamento da pressáo durante o regime radial tran -
siente, ou seja, a aproximaçáo logarítmica da soluçáo do modelo da fonte linear, e incluindo o efeito de
película, tern-se que:
(
4C1 kt
CABO'
Ply/ t) = Pt kh 2
ln
e 4)µctr,
(2.235)

Logo, o índice de produtividade (IP) do poço pode ser calculado por:


q kh 1 kh 1
IP =
Pt - Pf CzBµ 1
In
( kt \+ s CzBµ 1
ln/ C'kt,z+0,80907+2s
(2.236)
2 r(1µctr,v 2 \ 411-tct rw %

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Como era de se esperar, o índice de produtividade durante o regime transiente nao é constante, pois a
pressáo de fluxo declina corn o tempo. De fato, a Eq. (2.236) indica que, durante esse período de fluxo,
o índice de produtividade do poço diminui corn o passar do tempo.

2.4.2. Fluxo radial permanente


Durante o regime permanente o índice de produtividade de urn poço é definido como:

IP = (2.237)
Pe - Pwf
onde pe é a pressáo no limite externo do reservatório. Para a geometria de fluxo radial a equaçao da
pressáo no poço é dada pela Eq. (2.186):
C2gBµln7re
Pwf = P; \ (2.238)

Como o regime é permanente, a pressáo em um dado ponto se mantém constante e, particularmente no


limite externo do reservatório, se mantém igual à pressáo inicial. Portanto, pe = p; e a Eq. (2.238),
incluindo o efeito de película, pode ser escrita como:

C2011 'N \
Pwf = Pe - kh
ln re
w /
+S (2.239)

de onde se obtém a equaçáo da vazáo:


kh Pe- Pwf
CZBµ (r (2.240)
ln s
\ rw

e, consequentemente, do índice de produtividade:


q kh 1
IP = i
pe- Pwf C2B11 (2.241)
ln +s
w
2.4.3. Fluxo radial pseudopermanente
Durante o regime pseudopermanente o índice de produtividade de urn poço é definido como:

IP = (2.242)
P-Pwf
onde p é a pressáo média ou estática do reservatório.
Conforme foi visto anteriormente, para uma geometria radial o comportamento da pressáo de um
poço vertical no regime pseudopermanente, em funçao da pressáo estática, é dado pela Eq. (2.209), isto
é:

C2 gBµ / re \ 3
Pwf = P- kh
ln
`rw J 4
(2.243)

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58 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

de onde se pode escrever que a vazdo é obtida da expressäo:


kh (P-Pwf)
=
C2Bµ
hlre
\- 3 (2.244)
l\ rH, 4

ou, incluindo o efeito de película:


kh (P-Pwf)
q= CzBµ / (2.245)
]n +s
4

2.4.4. Fluxo pseudopermanente em urna geometria qualquer


A Eq. (2.245) pode ser generalizada para um pogo vertical em urna geometria de fluxo qualquer,
usando urna equaçáo generalizada do fluxo pseudopermanente (Dake):
Ich (P-Pwf)
9
C24µ 4A (2.246)
lln +s
2 Y
e CArw 2
\,

de onde se obtém a expressáo para o índice de produtividade:


kh
IP = _
/ _
lln 4A (2.247)
C2Bµ +s
2 eYCArW

2.5.Outras Formas de Quantificaçáo do Dano ou Estímulo


Além de se calcular o fator de película s e o raio efetivo de um poço, várias outras formas podem
ser empregadas para se quantificar o dano ou estímulo de um poço. Dentre essas maneiras podem ser
citados os cálculos da razáo de dano, da razáo de produtividade, também conhecida como eficiência de
fluxo, e do fator de dano.

2.5.1. Razáo de dano


A razáo de dano (RD) é definida como a relaçáo entre o índice de produtividade ideal ou teórico
(sem dano ou estímulo) e o índice de produtividade real do poço, ou seja:

1
D= (u lfftvim (2.248)

Quando o poço encontra -se danificado o IP real é menor que o teórico ou ideal, resultando em um valor
de RD > 1. Por outro lado, para poço estimulado o IP real é maior que o teórico e, consequentemente,
RD < 1. Para o caso de um poço sem dano ou estímulo, o valor da razáo de dano será unitário. Uma
razáo de dano igual a 4, por exemplo, significa que a produtividade desse poços poderia ser multiplica-
da por 4 se o dano fosse removido.
Para regime transiente a razáo de dano é dada por:

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RD=MAince =q /(1 -P4--2s)_ Pi -P,


(2.249)
(IF)a 491 (13,-pa» p, -p -4s
Novamente observa -se que, quando o poco encontra -se danificado, Ape > 0, resultando em um valor de
RD> 1. Por outro lado, para poco estimulado Aps < 0 e, consequentemente, RD < 1. Para o caso de um
poco sem dano ou estímulo, o valor da razáo de dano será unitário, para qualquer tempo de produçáo.
A Eq. (2.249) também pode ser escrita como:
1 =1 I. s
(2.250)
RD pi- P,Uf
Para um poco produzindo com vazáo constante o valor de p,vf é urna funçáo do tempo. Utilizando a
aproximaçáo logarítmica da soluçáo do modelo da fonte linear resulta em:
1

RD (2.251)
-1 On tD + 0,80907 + 2s)
2

ou:
2s
RD =1+ 2.252
ln tD + 0,80907

Observa -se que, assim como o índice de produtividade, a razáo de dano varia durante o regime de fluxo
transiente. Para um regime de fluxo estabilizado, permanente ou pseudopermanente, o índice de produ-
tividade é definido em funçáo da presso estática do reservatório, em vez da presso inicial. Nesse caso
a diferença entre a pressáo estática e a presso de fluxo é urna constante, qualquer que sej a o tempo de
produçáo de urn poco produtor de líquido. Isso indica que o valor da razáo de dano deverá atingir um
valor estabilizado depois que os limites do reservatório tiverem sido atingidos, conforme será visto a
seguir.
Para regime permanente a razáo de dano é definida por:

RD=
Pe -P (2.253)
Pe -P,f -tes
e para regime pseudopermanente:
P -P
RD= (2.254)
P -P,1 -tes

2.5.2. Razáo de produtividade


A razáo de produtividade (RP) de um poco, também conhecida como eficiencia de fluxo (EF), é
definida como sendo o inverso da razáo de dano:

RP = EF = 1 = (IP)rea! (2.255)
RD (IP)teórico

Portanto, a razáo de produtividade ou eficiência de fluxo é a razáo entre a queda de pressáo sem a
presença do dano ou estímulo e a queda de pressáo real, considerando o dano ou estímulo eventualmen-
te existente, isto é:

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Ap(sem skin)
RP =EF= (2.256)
Ap(com skin)
Assim, para poço danificado RP < 1, enquanto para poço estimulado RP > 1.
Para regime transiente a razáo de produtividade é dada por:

RP = (//3) P; -Pwf - APÇ Aps


(2.257)
(IP)teórico Pi - Pwf P, - Pwf
para regime permanente por:

RP = Pe - Pwf - OPS =1 Aps


(2.258)
Pe- Pwf Pe- Pwf
e para regime pseudopermanente:

RP - pwf - Aps =1 Aps

Pwf p-Pwf (2.259)

2.5.3. Fator de dano


O fator de dano é definido como:

FD =1- 1
RD
. (2.260)

Assim, para poço danificado RD > 1 e FD > 0, enquanto para poço estimulado RD < 1 e FD < O.

Exemplo 2.2 - Qual a razáo de dano para o poço do Exemplo 2.1 considerando que opere corn urna
vazáo de 200 m3std/d e uma pressáo de fluxo de 190 kgf/cm2, em um reservatório cuja pressáo inicial é
de 240 kgf/cm2. O fator volume- formaçáo do óleo é igual a 1,0 m3 /m3 std, a viscosidade é de 4 cp e o
reservatório tern capacidade (kh) de 7.200 md.m.
Soluçáo:
A razáo de dano é calculada corn a Eq. (2.249):
Pi -Pwf 240 -190
RD=
pi- p,f -¿Ps 240 - 190 -4ps
enquanto o cálculo de Aps pode ser feito por meio da equaçáo (2.226):
kh 1, 466x19,03x200x1,0x4
s Ps = =3,1 kgf /cm2 .

19,03 qB i S
7.200
Logo,
240-190 =1,066
RD=
240-190-3,1

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2.6. Raio de Investigaçáo


O conceito de ralo de investigaçáo é bastante ampio e existem na literatura inúmeras definiçées
tentando representá -lo. A idéia que parece melhor exemplificar o fenômeno físico do comportamento da
pressáo em um reservatório é a do raio de investigaçáo aparente, de Aronofsky & Jenkins (1954). Urna
vez produzida urna excitaçáo dentro de um reservatório, esta deverá se propagar corn a velocidade do
som naquele meio. Entretanto, as hipóteses simplificadoras da equaçáo da difusividade náo considerara
as perdas de energia por atrito ou as forças inerciais, resultando em uma soluçáo exponencial típica.
Esta soluçáo exponencial, como é o caso da soluçáo do modelo da linha fonte, representa o problema
real corn boa aproximaçáo e é utilizada para mostrar o fenômeno do comportamento da pressáo nos
reservatórios.
Para o caso de um poço produzindo corn vazáo constante de um reservatório infinito, a queda de
pressáo em um ponto qualquer e em um instante de tempo t1 após o início da produçáo é dada por:
r2
ap(r,t1)=pr-p(r,t1)=CkBµ 2E, (2.261)
4t 1D

A Eq. (2.261) indica que o perfil da pressáo dentro do reservatório, no instante ti, é equivalente
ao próprio gráfico da funçáo integral exponencial. A Figura 2.21 representa o perfil de pressáo em um
reservatório infinito, onde a distância é colocada em escala logarítmica.

lnrdl
1

tl
___A--Linha reta

lnrw 00
lnr
Figura 2.21 - Perfil de pressào em um reservatório infinito.
Conforme a teoria apresentada para o caso de poço finito, quanto maior a relaçáo tD/rD2, mais
próxima a funçáo integral exponencial ou sua aproximaçáo logarítmica estará da soluçáo exata do
problema. Para grandes valores de tD /rD2 a aproximaçáo logarítmica é equivalente à funçáo integral
exponencial. Assim, pode -se verificar que para um dado tempo e para valores de rD nao muito grandes,
a queda de pressáo no reservatório é diretamente proporcional ao logaritmo do raio. A Figura 2.21 ajuda
a esclarecer esta discussáo. Note -se que, para um dado tempo, existe um valor de r, acima do qual a
queda de pressáo náo pode ser representada como uma funçáo linear do logaritmo do raio. A extrapola -
çáo, do trecho onde a pressáo varia linearmente com o logaritmo do raio até a pressáo inicial do reserva-
tório, determina o valor do raio de investigaçáo aparente ou raio de drenagem aparente rdQ (também
denominado muitas vezes como, simplesmente, raio de drenagem) no instante considerado, conforme
mostra a Figura 2.21. Neste dado instante, a lei de Darcy para fluxo radial permanente pode ser aplicada
entre os raios r = rdQ e r = r,, (poço), já que nesse trecho a pressáo varia linearmente com o logaritmo do
raio, gerando a expressáo:
kh
4 (2.262)
CZBµIn(rdQ/rw)(p'-Pwf)
No entanto, a pressáo no poço no instante considerado também é dada por:

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62 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

kh
(pi 1
(1n tD + 0,80907) . (2.263)
C2 gBµ 2

A eliminaçáo da diferença entre as pressóes inicial e de fluxo (p, - pf) das duas equaçóes anteriores
resulta em:

ln( da = I 2 (ln tD + 0,80907) (2.264)

ou entáo:
rdaD =1,50 tD (2.265)

onde:
rda
rdaD- (2.266)

Usando variáveis reais a Eq. (2.265) pode ser escrita como:

rda =1,50Clkt =1,50 71t (2.267)


VI Ouc:

onde i1 é a constante de difusividade hidráulica, dada por = C1k l(dµct) em sistema qualquer de
unidades.
De acordo corn o desenvolvimento apresentado, o raio de investigaçáo aparente ou raio de drena -
gem aparente ou simplesmente raio de drenagem cresce linearmente com a raiz quadrada do tempo.
Caso este raio de investigaçáo seja considerado como a velocidade de propagaçáo do efeito de produçáo
corn vazdo constante q, verifica-se que a área de influência deste efeito aumenta diretamente corn o
passar do tempo. A Figura 2.22 ilustra esse fato.

lnrdl lnrd2
Px

lnr, 00
lnr
Figura 2.22 - Variaçáo do raio de investigaçáo aparente ou raio de drenagem aparente corn o tempo.

O exame da Eq. (2.267) indica que a expansáo da área do reservatório influenciada pelo distUrbio
causado pela produçáo do poco é funçáo da difusividade hidráulica k/(ßµc,) do meio poroso, a qual
pode ser considerada como urna velocidade de crescimento da área de influência. Deve -se ressaltar que
o conceito aqui apresentado corn o nome de raio de investigaçáo aparente é também denominado por
alguns autores de raio de investigaçáo efetivo.

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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 63

2.7. Estocagem
A estocagem é um fenômeno que ocorre nos tempos iniciais dos períodos de fluxo ou estática dos
testes de poços e, enquanto dura, o comportamento da pressáo é dominado por efeitos de poço, náo
representando a resposta do reservatório. Dois tipos principais de estocagem sao:
Estocagem dominada pela compressibilidade do fluido ou fluidos existente(s) no interior do
poço.
Estocagem dominada pela variaçáo de volume de fluido(s) no poço.
O primeiro tipo ocorre em situaçóes em que o poço se encontra cheio de fluido e, ao se iniciar o
teste, esse volume de fluido é descomprimido no período de fluxo ou comprimido no período de
estática. A Figura 2.23 mostra esquematicamente a estocagem no período de fluxo de um teste, onde
giorat é a vazáo de produçáo do poço na superficie (constante), q,es a contribuiçáo do reservatório e ges1oc a
contribuiçáo da estocagem (descompressáo do fluido existente no interior do poço).

qe.,mc

-- a--
F-

1. poço fechado 2. poço aberto


q,«, =O gres > O tempo, t

Figura 2.23 - Efeito de estocagem - compressibilidade do fluido - período de fluxo.


Inicialmente, o poço encontra -se fechado (1), corn todo o sistema em equilibrio. Ao abrir o poço
(2), a vazáo inicial será totalmente dominada pela descompressáo do fluido, q,.
Corn o passar do
tempo, a parcela da vazáo relativa à descompressáo diminui, tendendo a zero, e a contribuiçáo do
reservatório aumenta, tendendo a dominar. O periodo em que parte da vazáo total é fornecida pela
descompressáo do(s) fluido(s) existente(s) no poço é chamado de periodo de estocagem.
Para o período de estática, inicialmente o poço vinha produzindo corn vazáo constante (2) e, no
instante em que é fechado (1), a vazáo de produçáo na superficie se anula. Contudo, devido à compres-
sibilidade do(s) fluido(s) presente(s) no poço o reservatório continua a alimentar o poço, corn vazáo
decrescente e tendendo a zero. O período em que, apesar de o poço estar fechado, o reservatório conti-
nua alimentando o poço, devido à compressibilidade dos fluidos, é chamado de período de estocagem.
O segundo tipo de estocagem, devido à variaçáo de volume de fluido no poço, ocorre em situa -
çóes de testes em poços nao surgentes, onde o nivel de fluido cresce até o amortecimento do poço,
conforme mostrado na Figura 2.24.

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64 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

nivel (final
estático

bnra,l

T
- 4-
H
-N 4--
poço aberto
gres = (NW tempo, t

Figura 2.24 - Ilustraçäo do efeito de estocagem devido à variaçáo de volume de fluido no poço.
O coeficiente de estocagem é definido como:

CAV
= (2.268)
AP

onde AV é a variaçáo de volume de fluido no poço causado pela variaçáo de presso no poço Ap. Para o
caso da estocagem devida à compressibilidade do fluido, a Eq. (2.268) pode ser reescrita como:
C =Vwcw (2.269)
onde VW é o volume total da cámara de estocagem, formada pelo poço e pela coluna de produçao abaixo
da válvula, e cW é a compressibilidade média do fluido existente no poço. Portanto, no inicio da produ-
çáo o poço deve se comportar como um tanque de armazenamento de fluido e o diferencial de pressáo
pode ser expresso da seguinte forma:

tip= Pi- Pwf= --> AV =qBt (2.270)


c,yw

Em termos adimensionais o coeficiente de estocagem é definido, usando um sistema compativel


de unidades, como:
C
(2.271)
CD 274hc,r2
Mais adiante será demonstrado que durante o período de estocagem pura, ou seja, quando a vazáo
do reservatório é nula ou desprezível, o comportamento da presso no poço pode ser dado pela seguinte
expresso em termos adimensionais:
r
Pi,,DD)= (2.272)
D

onde p,D(tD) é a pressáo adimensional no poço no tempo adimensional tD. Observa -se que a pressáo é
proporcional ao tempo e, conseqüentemente, num gráfico cartesiano, P,wD versus tD resulta em urna linha
reta corn inclinaçáo 1 /CD, e um gráfico log -log, log p,,,D versus log tD, fornece uma linha reta corn
inclinaçáo 1.
Para poço de líquido, a variaçáo da compressibilidade corn a pressáo é desprezível e um gráfico
de pressáo de fluxo versus tempo deve resultar em urna linha reta durante o periodo em que a contribui-
çáo do reservatório nao for representativa. Entretanto, corn o decorrer do tempo, o reservatório vai

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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 65

aumentando gradativamente sua contribuiçáo, fazendo corn que a pressáo deixe de se comportar
linearmente em relaçáo ao tempo, até que uma vazáo constante em condiçóes de reservatório seja
alcançada, conforme pode ser visualizado na Figura 2.25. A partir desse ponto o comportamento da
pressáo pode ser inferido através da teoria apresentada em seçóes anteriores.

f -
a
tga mestoc

Fim do período de
estocagem pura

o
Tempo de produçäo
Figura 2.25 - Pressäo de fluxo versus tempo de produçäo para pogo corn estocagem.
A Eq. (2.272) indica a existencia de um periodo de estocagem pura, cuja duraçáo é funçáo do co-
eficiente de estocagem, da transmissibilidade da formaçáo (kh /µ) e do fator de película, como será visto
posteriormente. Um gráfico dos pontos iniciais de pressáo de fluxo versus tempo de produçäo (ver
Figura 2.25), apresenta uma linha reta corn coeficiente angular -mey1. O coeficiente de estocagem pode
ser calculado pela expressáo:

C= qB .
(2.273)
mes,oc

2.8.Fluxo Radial corn Efeitos de Estocagem e de Película


O modelo matemático para o problema de um pop com estocagem e efeito de película, que pro -
duz de um reservatório infinito com vazáo constante, baseia -se nas mesmas equaçóes descritas anteri-
ormente, corn exceçáo da condiçáo de contorno interna que deve ser agora modificada, conforme será
visto a seguir.
A vazáo total do pop, medida em condiçóes de fundo, pode ser escrita como sendo a soma de
duas parcelas:
qB = gres + (gB)estoc (2.274)
onde gres e (gB)estoc sao, respectivamente, as contribuiçóes do reservatório e do pop, esta última devida
ao efeito de estocagem. Esta contribuiçáo devida à estocagem pode ser calculada como:

C
Pt - Pwj (2.275)
(9B) estoc

ou ainda,

(2.276)
(9B)estoc = C dt

A parcela da vazáo proveniente do reservatório é determinada pela lei de Darcy:

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66 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

27rkh ap
gres =
rar )r= r,, (2.277)

Realizando algumas substituiçóes algébricas, obtém-se:


2nkh
gB rap -C dpwf (2.278)
µ ar r=rw dt

Utilizando -se as definiçóes de variáveis adimensionais na Eq. (2.278), resulta:


C1C2C dpwD ( apD
rD =1 (2.279)
OhctrW dtD arD ) rD _ i

ou
C3C dpwD rD apD =1 (2.280)
Ohctrw dtD arD )r
D

onde C3 = C1C2, ou ainda, em unidades compatíveis:


C dpwD aPD
/r (2.281)
24hctrr dtD D arD )r,=1=1
D

Esta é a razáo pela qual foi definido anteriormente o coeficiente de estocagem adimensional co-
mo sendo dado, em unidades compatíveis, por:
C
(2.282)
CD 27tOhctrw

Assim, a Eq. (2.281) assume a forma final:

CD
dPwD
rD
aPD =1. (2.283)
dtD arD
rD=1

A incluso do efeito de película é feita observando -se o modelo físico e matemático representado
na Figura 2.19. De acordo corn aquela figura tem -se que:

(2.284)
pwf (t) = Lp(r, t)jr=rW - APs
sendo que:
gresµ s (2.285)
OPs
27kh
t

Aplicando -se a lei de Darcy, a Eq. (2.284) assume a forma:

Pwf(t) = [p(r>t)1r-rN, -S(r r) (2.286)


1 r=rw

que, na forma adimensional, passa a ser escrita como:

PwD (tD ) = (rD, tD ) - s(rD aPD


arD _
(2.287)
CPD rD=1

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Teoria Fundamental da Analise de Testes em Poços 67

O problema completo pode ser posto da seguinte forma: a equaçao da difusividade é descrita
por:

a2 PD 1 aPD aPD (2.288)


arD rD arD atD

e as condiçóes inicial e de contorno sao:

PD(rD,O)-0 (2.289)

Jim PD(rD,tD)=0 (2.290)


rp ->0.

d a
C D PWD rD PD =1 (2.291)
aYD
-1

A soluçáo do sistema composto pelas Eqs. (2.288), (2.289), (2.290) e (2.291), aplicando a técnica
das transformadas de Laplace, foi desenvolvida por Agarwal et alii (1970) e é dada por:
Ko (rD
PD (rD,u) = (2.292)
u {/a1(J) +CDU[Ko(,J) +s J K1()]}
Para o cálculo da pressao no poco a equaçao no campo de Laplace é dada pela expressao:
Ko() +sVK1(J)
PwD(u) - (2.293)
u{JuK1(Jr) +CDU[KO (JO +sjiK1(VT, )1 }
Usualmente a soluçáo do problema no campo real é obtida invertendo -se numericamente através
do algoritmo de Stehfest. Agarwal et alii apresentaram graficamente a soluçáo dada pela Eq. (2.293)
para diversos valores do coeficiente de estocagem adimensional CD e do fator de película s, conforme
pode ser observado na Figura 2.26.

1D

Figura 2.26 - Gráficos típicos ou curvas -tipo utilizando o modelo de Agarwal et alii (1970).

Além da inversao numérica é possível a obtençao analítica (no campo real) das aproximaçóes de
curto e de longo tempo para a queda de pressao adimensional no poco PWD. Para facilitar essa análise,

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68 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

considera -se urna aproximaçáo normalmente válida para os tempos de duraçáo de um teste de pressáo,
dada por:
. (2.294)
Corn isso a Eq. (2.293) pode ser escrita como:
1
PwD (u) =
(2.295)
u 1 + CDu
Ko(J)+s }

Outra aproximaçáo em geral válida para os tempos de teste de interesse é dada pela expressáo:

K0(4) (2.296)
2

que equivale à aproximaçáo logarítmica, conforme apresentado anteriormente. Empregando esta


aproximaçáo, obtéin -se:
1
p wD (u) _
1 (2.297)
+CDu
Lln[2esI(e7 i )]

Aproximaçáo de curto tempo - da teoria das transformadas de Laplace sabe -se que o argumento
no campo real é inversamente proporcional ao argumento no chamado campo de Laplace. Entáo, para
tempos reais curtos a variável de Laplace u torna -se muito grande. Com isso a Eq. (2.297) pode ser
simplificada para:

PwD (u) - CU D
2 (2.298)

cuja inversäo para o campo real resulta em:


tD
PWD (tD) = (2.299)
D

conforme já indicado anteriormente. Portanto, para curto tempo, ou seja, para o chamado período de
estocagem pura, quando o comportamento da presso no poço é dominado pelos efeitos de estocagem, a
queda de presso é urna funçáo linear do tempo. Assim, um gráfico log -log da queda de presso adi-
mensional versus o tempo de produçáo adimensional deverá apresentar urna linha reta corn inclinaçáo
de 45 °', pois:
log px,D (tD) = log(tD/ CD) (2.300)

ou:
log p,,,D (t D) = logt D- log CD . (2.301)

Aproximaçáo de longo tempo - para longo tempo, ou seja, para valores pequenos do argumento
de Laplace, a Eq. (2.297) reduz -se a:
s
1 2e
pwD (u) =-lri (2.302)
u eNu
cuja transformada inversa é dada pela expressáo:

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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 69

PwD(tD)=-ln
2
-e
4tD
eY
2,
)
(2.303)

que ainda pode ser escrita como:

PwD (tD ) = étD I + 2sJ .


(2.304)
2 Llnll YJ
Observa -se entáo que a aproximaçáo de longo tempo é idêntica à aproximaçáo logarítmica da so-
luçáo do modelo da fonte linear acrescida do efeito de película. A Eq. (2.304) indica que para longo
tempo a queda de pressáo adimensional no poço é uma funçáo do logaritmo do tempo adimensional. De
fato, no longo tempo as curvas tendero para as curvas correspondentes aos casos de coeficiente de
estocagem adimensional nulo, CD = 0, ou seja, aproximam -se da soluçáo para o caso de um poço sem
efeitos de estocagem. É importante, na interpretaçáo de testes de pressáo, determinar o instante em que
os efeitos de estocagem náo mais afetara.o significativamente a resposta de pressáo. Esse instante
equivale ao ponto em que cada curva correspondente a um determinado par (CD, s) encontra aproxima-
damente a curva CD = 0, que representa o comportamento de um poço sem estocagem. Urna regna
prática estabelece que esse ponto esteja situado 1 '/2 ciclos logaritmos de tempo após o instante em que a
curva correspondente a urn determinado par inicia o desvio em relaçáo à reta de inclinaçáo unitária, isto
é, após o final do período de estocagem pura (Earlougher). Para poços em fluxo o final do efeito de
estocagem pode também ser estimado pela correlaçáo:
tD > (60 + 3,5s)CD para s >_ 0 (2.305)

tD > 60C paras <0 . (2.306)

Pode -se observar pelas equaçoes anteriores que o período de estocagem é diretamente proporcio-
nal ao coeficiente de estocagem, sendo portanto diretamente proporcional ao volume da câmara de
estocagem e à compressibilidade do fluido existente no interior do poço, e inversamente proporcional à
transmissibilidade da formaçáo. Assim, no caso da realizaçáo de um teste de pressáo, é possível mini-
mizar os efeitos da estocagem, o que permite a coleta de dados representativos muito mais do compor-
tamento do reservatório do que do poço. Isso pode ser conseguido reduzindo -se o volume da câmara de
estocagem, através da colocaçáo de urna válvula de controle de fluxo no fundo do poço, e nao na
superficie.
Outra forma de representar a Eq. (2.304) é:
1 ( 4tD / CD 2s
pwD (tD) = 21n CDe (2.307)
eY

o que indica que para longo tempo a soluçáo da queda de pressáo adimensional no poço correlaciona -se
corn a variável independente tD /CD através do grupo de parâmetros CDe2s. Para curto tempo já havia sido
mostrado que a queda de pressáo adimensional no poço é também urna funçáo de tD/CD. Baseando -se
nessas observaçóes, e no fato de que na prática verifica-se que para tempos intermediários o grupo
CDe2S também é um parâmetro de correlaçáo, Gringarten et alii (1979) sugeriram urna nova forma de
apresentar a soluçáo do problema de um poço com estocagem e fator de película. Neste conjunto de
curvas, normalmente conhecidas como curvas -tipo de Gringarten e mostradas na Figura 2.28, sao
utilizados somente três grupos adimensionais: pwD, tD /CD e CDe2s, diferentemente das curvas de Agar-
wal, onde sao utilizadas 4 variáveis adimensionais: pwD, tD, CD e s.

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70 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

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Figura 2.27 - Curvas-tipo de Gringarten et alii (1979).

Posteriormente, Bourdet et alii (1983) desenvolveram ulna nova forma de apresentar em um


gráfico log-log a soluçáo do problema de um poço que produz corn vazáo constante de um reservató-
rio infinito, incluindo efeitos de estocagem e de película. Essas curvas, usualmente denominadas
curvas -tipo de Bourdet, estáo apresentadas na Figura 2.28. Além das curvas propostas anteriormente

--
por Gringarten et alii (queda de pressáo adimensional - linhas pretas), as curvas de Bourdet et alii
incluem a chamada derivada da queda de pressáo adimensional (linhas vermelhas).

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G
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^

2
.

3 4 56789
1
...

2 3
.

4 56789
10
2 3 4 5 6 7 8 9
10
2 4 5 6 789
10
I
2 3
i
4567894
10

tD /CD

Figura 2.28 - Curvas -tipo de Bourdet et alii (1983).


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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 71

Também a exemplo de Gringarten et alii, Bourdet et alii utilizaram os tits grupos adimensionais:
PwD, tD/CD e CDe2s.Assim, tomando-se a derivada da funçáo pwD em relaçáo ao logaritmo neperiano da
variável independente tD/CD, pode-se escrever que:
dpwD
- dpwD --( t D I C D)d(tD/CD)
dpwD
(2.308)
d(tDICD)
(tD I CD)
Denominando:
dpwD
d(tD /CD)
- pwD (2.309)

corn o objetivo de se obter urna notaçáo equivalente e mais compacta, tern-se que:
dpwD
dln(tD / CD } - (tD / CD )pwD - g(tD / CD) (2.310)

Portanto, a derivada da queda de pressáo adimensional no poço em relaçáo ao logaritmo neperiano da


variável independente tD/CD é também urna funçáo do grupo tD/CD. Nas curvas -tipo de Bourdet mostra-
das na Figura 2.28 observa -se que na ordenada estáo colocados os valores de PwD e de
dpwD / dln(tD / CD) em funçáo da variável independente tD/CD, para diversos valores do grupo de
parámetros CDe2s, lembrando que o termo dpwD / d ln(tD / CD) pode também ser escrito como
(ID / CD )pwD
Durante o período de estocagem pura o comportamento da queda de pressào adimensional em um
poço que produz corn vazáo constante na superficie é dado pela Eq. (2.299). Dessa equaçáo obtém -se:

PwD- -1. (2.311)


d(tD/CD) d(tDICD)
Assim:
(tD ICD)PwD= tDICD. (2.312)

Tomando o logaritmo decimal da Eq. (2.312) resulta em:


log[(tD / CD )pwD ] = log(tD / CD) . (2.313)

Entáo, em um gráfico log -log a variável dependente (tD /CD)p'D é ulna funçáo linear da variável
independente tD /CD, corn coeficiente angular unitário. Além disso, durante o período de estocagem pura
os valores de (tD / CD )pwD e de pwD sao numericamente iguais a tD /CD.
A soluçáo de longo tempo para um poço que produz corn vazáo constante na superficie é dada
pela Eq. (2.304), da qual se pode escrever que:
i
[in4tD
d 1 2s
dpwD 2 rey =CD1 1 -1CD (2.314)
PwD° =CDdpwD =CD
d(tD l CD) dtD dtD 2 1D 2 tD

ou
, 1CD-1
ODICD)10'140 - (tDICD)2 tD 2
(2.315)

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72 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

Logo, para longo tempo, em um gráfico log -log a curva (tD ICD)pwD versus tDICD será uma reta
horizontal cujo valor da ordenada é igual a '/2. Observe na Figura 2.28 que, de fato, no longo tempo
todas as curvas da derivada (curvas vermelhas) convergem para uma única, cujo valor da ordenada é de
1/i

As curvas de Bourdet, ao incluírem tanto a queda de pressáo adimensional como a sua derivada,
facilitaram a caracterizaçáo dos vários regimes de fluxo que ocorrem durante um teste e, portanto, a
caracterizaçáo da geometria do reservatório, bem como a estimativa dos parámetros do sistema poço-
reservatório. Isso pode ser facilmente verificado observando -se o caráter das curvas mostradas na
Figura 2.28. Enquanto as curvas da pressáo apresentam um crescimento continuo e sao muito semelhan-
tes, as da derivada atingem um máximo, declinara e estabilizara, além de convergirem para um único
valor (0,5). Todos esses aspectos conferem urna grande vantagem ao uso da derivada em conjunto com
o uso da pressáo, quando comparado corn o uso exclusivo dos dados de pressáo.

2.9.Superposiçáo de Efeitos
O principio da superposiçáo de efeitos constitui uma particularidade matemática aplicável As e-
quaçóes diferenciais lineares. Segundo esse principio, qualquer combinaçáo linear de soluçóes desse
tipo de equaçáo é também urna soluçáo da equaçáo. Sendo a equaçáo da difusividade hidráulica urna
diferencial parcial linear, a superposiçáo de efeitos poderá ser aplicada tanto em relaçáo ao tempo
quanto ao espaço.
Um exemplo de superposiçáo no tempo é conseguido quando se altera a vazáo de um poço, con-
forme ilustra o esquema apresentado na Figura 2.29.

0 2

N
lC

ÌN

1 ]
t2 t3 tN_I tN

Tempo de fluxo

Figura 2.29 - Esquema de vazáo variável.


Para se determinar a queda de pressáo e, conseqüentemente, a pressáo em qualquer ponto do re-
servatório no instante tN deve -se superpor os efeitos das diversas variaçóes de vazáo (q, -qo), (qz-qi),
(q3 -q2), .., (Tv-qN 1), onde qo = 0. Isto pode ser imaginado como sendo vários poços produzindo de um
mesmo ponto, corn vazóes (q, -q0), (q2-qi), (q3 -q2), (qN- qN-1), durante os tempos tN, tN -t,, tN -t2, ...,
tN -tN 1, respectivamente.
Admitindo que o reservatório se comporte como se fosse infinito e utilizando a soluçáo da linha
fonte, a pressáo em qualquer ponto do sistema, para o caso de vazáo constante q (medida em condiçóes-
padráo), é dada, usando um sistema qualquer de unidades, pela Eq. (2.144), ou seja:
2

p(r,t) = pt -Ck 2
E,
4Ctkt
(2.316)
1

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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 73

Entáo, a queda de pressáo em relaçáo à pressáo inicial, Ap(r,t) = p; - p(r,t), para o caso de vazáo
constante é:

Ap(r,t) =Pr-P(r,t)= C2 RBµ E ucrr2


1
(2.317)
kh 2 4Cikt

No caso do esquema da Figura 2.29 a superposiçáo de efeitos fornece para a queda de pressáo no
instante tN a seguinte expressáo:
z-
icir2
AP(r,tN )- C2khBµ 4C1 ktN +(g2
- gt ) 2 E, 4Ck (tN -t1)
(2.318)
1 µclr2 1 4µct r 2
+(q3-q2)2E`
4C1 k( t N - t 2) 4Cik(tN -tN_i)
+...+(gN-gN-1)2Eí

Para o cálculo da queda de pressáo no próprio pop basta acrescentar o termo gNs na Eq. (2.318),
conforme será demonstrado a seguir usando variáveis adimensionais, isto é:
2
Oacrr2
Ap(r = rW,tN) =APW(tN) = Ckhµ R1
2
Et
4Ckt N
±(q2 - ql ) 2 E, 4Cik(tN
1

(2.319)
1 0Ncrr2 1 µctr2
+(R3-g2)2E, 4Ckt +qNs
(N- t 2)1
...+(gN-gN-1)2E, 4C
1
kt(N- t N-1)
De acordo corn as definiçóes de variáveis adimensionais, a soluçáo da Eq. (2.317) pode ser escri-
ta, conforme já foi apresentado anteriormente, como:
i 2

Lp1- P(r,t)1 qB Ap(r,t)=pD(rD,tD)= r


(2.320)
CkB
2R µ 2R !r 2
\.
4Ckt
1

Logo, a equaçáo da superposiçáo de efeitos no tempo dada pela Eq. (2.318) pode ser escrita de forma
mais geral como:

Ap(r,tN) =
C Al
kh
Lg1PD(rD,t1sID) +(q2 -gl)PD[rD,(tN - ti)D }+ (2.321)
+(q3 -g2)PD[rD,(tN - t2)D }
+ +(qN - qN-1)PD[rD,(tN -t N-1)DU

onde pD(rD,tD) é a soluçáo para a queda de presso adimensional no modelo fisico em questáo. Portanto,
diferentemente da Eq. (2.318), que é aplicável apenas quando o reservatório se comporta corno infinito,
a Eq. (2.321) é geral, sendo válida para qualquer geometria ou regime de fluxo, desde que seja usada a
soluçáo adequada para a queda de pressáo adimensional pD(rD,tD).
A Eq. (2.321) ainda pode ser escrita como:
kh ! f
= {R1PD(rD tND) +(q2- gi)PD[rD,(tN- t1)D]+
C2B!iAP(r,tN) (2.322)
+(q3 -g2)PD[rD,(tN -t2)D] + +(qN - RN- 1)PDLrD3(tN tN -1)D11
Dividindo a equaçáo por urna vazáo de referência qr:

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74 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

kh ql f
AP(r,tN) = pD(rD,tND)+(g2-gl)pD[rD,(tN- ti) D]+
C2grBl1 Ir Ir
(2.323)
(gs -q2)
PD [rD , (tN - t2 )D ] +... -F (gN - gN-1) PD [rD , (tN -tN-1) D J
qr gr
definindo urna vazáo adimensional qD = g/gr e usando a vazáo de referência gr na defmiçáo da queda de
presso adimensional, ou seja:
-
kh[p, p(r, t)] khAp(r, t)
PD (rD, tD ) _ (2.324)
C2g,B1-1 C20p.
a Eq. (2.323) pode ser escrita de forma adimensional e generalizada como:

PD(rD, tND)= g1DPD( rD, tND)+(q2- q1) DPD[ rD,(tN- t1 )D] +. +(aN- gN- I)DPD[rD,(tN -tN 1)D] (2.325)
onde o termo do lado esquerdo do sinal de igualdade representa a queda de pressáo adimensional no

ponto em questáo no tempo tN e cada um dos termos pD [rD, (tN - t j-i) D] j =


, 1,N, do lado direito
representa a soluçáo da queda de pressáo adimensional para o modelo físico em questáo avaliada no
tempo (tN -
Para cálculo da queda de pressáo adimensional no poco (rD = 1), incluindo um fator de película, a
Eq. (2.325) pode ser escrita como:
PwD(tD) = g1D[PD(1,tD) +s] +(q2
¡
-gl)DIPD[1,(t- ti) D] +s }+...+(qN - qN-1)D{PD[1,(t- tÑ_1)D]+s} (2.326)

onde as soluçóes pD [rD, (tN -tj_1)D ] nao incluem o efeito de película e:

kh(p, -Pwf)
PwD (tD) _ (2.327)
C2grBµ
A Eq. (2.326) pode ser reescrita em forma de somatório:

PwD(tD) =E(qj -gJ_1)D IPD[i,(t- tj-1)D]+s} (2.328)


j=1

onde to= 0ego =0.


Outra forma de se escrever a Eq. (2.328) pode ser obtida ao se observar nesta equaçáo ou na Eq.
j
(2.326) que, dos termos qj s, = 1,N, todos se cancelam, corn exceçáo do último, ou seja, do termo qNs,
resultando entao na expressao:
PwD(tD)=q1DPD(1,tD)+(q2 gl)DPD[l,(t-t1)D]+...+(gN gN-1)DPD[1,(t-tN1)D]+gNDs (2.329)

ou:

PwD (tD ) _ I(qj -qj-1)DPD[1, (t-tj_1)DJ ll

+gNDS (2.330)
j=1

Para exemplificar a superposiçao de efeitos no espaço pode -se considerar a situaçáo em que dois
pocos distintos, A e B, estejam produzindo corn vazóes constantes qA e qB (medidas em condiçóes-
padrao) de um reservatório infinito. Admitindo -se que ambos os poços iniciem a produçao simultanea-

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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 75

mente, o cálculo da queda de pressáo em um ponto C do reservatório é obtido pela soma dos efeitos das
produçóes dos poços A e B, isto é,
APc = APA,c +APB,c (2.331)

onde ApA,c e APB,c representam as quedas de pressáo no ponto C, referentes As produçóes dos poços A e
B, respectivamente:
/ 2 \
C2 gABU, 1 OW/ rAC
APA,c Pt -P(rAC,t) = E' (2.332)
kh 2 4C, kt

e
( 2 \
_ C2gBBll 1 plµct rBc
APB,c =Pt -P(rBc,t) - kh 2 Et 4C1 kt
(2.333)
\.

onde rAC e rBc sao as distâncias do ponto C aos pontos A e B, respectivamente. Entáo, a queda de
pressáo no ponto C é:
( \
C2gABµ 1 E / lctrÁC \ C2gBBµ 1 E' pµct reC (2.334)
APc = kh 2 ' 4C kt ) kh 2 4C1 kt

ou

C2Bµ epµctrac NcarBC


APc
kh
[A2 E'
1

4C kt
+gB 2E:
1

4C kt
(2.335)
1 1

A Eq. (2.335) pode ser escrita de forma mais geral como:

APc = LgAPD (rACD , tD) + gBPD (racD , tD )] (2.336)


ckh
ou ainda, em um caso mais geral, a queda de pressáo em um dado ponto do reservatório, representada
simplesmente por Ap (t), causada pela produçáo de N poços, distantes, respectivamente, r1, r2, ..., rN
desse ponto, seria dada por:

Ap(t)= C2Bµ g1PD( r1D, tD) +g2PD(r2D,tD) +... +gNPD(rND,tD)]


L (2.337)

ou:
N
Ckh
Ap(t)= EgJPD(rfD,tD) (2.338)
j =1
onde q1, j = 1,N sao as vazóes dos poços e pD(rD,tD) é, novamente, a soluçáo para a queda de pressáo
adimensional no modelo fisico em questáo, dependendo, portanto, da geometria do reservatório e dos
vários regimes de fluxo que estiverem ocorrendo durante o intervalo de tempo considerado.
Em um problema onde houver vários poços, cada um deles produzindo corn vazâo variável, o
cálculo da pressáo em urn determinado tempo requerá a aplicaçâo do principio da superposiçáo no
tempo e no espaço.

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76 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

2.9.1. Superposiçáo de efeitos para urna variaçáo continua de


vazáo
Considerando a Eq. (2.328) desenvolvida na seçäo anterior para o cálculo da queda de pressäo
adimensional no poço no caso de vazäo variável, e multiplicando e dividindo por (t t;_1)D = atij,
obtém-se:
N
(9'- 4'J-1-1)D qD
PWD(tD) =E U'DL1,(t- tj- 1)DJ +S }(t- tj -1)D = J U'DÍ1,(t- tj- 1)DJ-S }AtJ (2.339)
j =1 (tt tj -1)D AT]

onde AgjD = (qj -g1_1)D . Tomando o limite da Eq. (2.339) quando ATj tende a zero, resulta em:
N
PwD
0E
(tD) = AT,lira Aq`D {PD l,
AtiJ
(t -t '-I)D j+ s}At i . (2.340 )

O somatório da Eq. (2.340) se torna urna integraçäo quando AtiJ tende a zero, e os termos "A" se tornara
diferenciais. A variável ti é urna variável muda de integraçäo relativa ao termo tj_1. Entäo:
ID
ti)
PwD (tD) = f drigd f_PD L, (tD -'6)D 1+ s}di . (2.341)
0

Considere que pwC,D (tD) seja a soluçäo para a queda de presso adimensional em urn pop corn
fator de película e vazäo constante, ou seja, PwcD (tD) = PD (1, tD) + s , e que pWD(tD) seja a soluçäo para
a queda de pressäo adimensional no poço quando a vazáo é variável. Entäo a Eq. (2.341) se toma:
/13

PwD (tD) = f dqd L 'r)


[PwcD (tD - t)Jti (2.342)

A Eq. (2.342) possibilita calcular a superposiçäo de efeitos para urna variaçäo continua de vazäo. Esta
equaçäo é conhecida como a integral da convoluçáo e é de ampia utilidade nos métodos de análise de
teste de poço. Utilizando a propriedade da convoluçäo chega-se a outra forma da Eq. (2.342), para o
cálculo da queda adimensional de pressäo no pop:

PwD (tD) =
ID

f qD (ti)
aPwc iD - ti) (2.343)
0 D

2.9.2. Método das imagens


As descontinuidades provocadas por falhas ou barreiras de permeabilidade sao muito comuns em
reservatórios de petróleo. Particularmente, as falhas planas verticais selantes em forma geométrica
simples (um plano vertical), que impedem totalmente o fluxo de fluidos, têln tratamento analítico
simples.
Imagine o caso de um poço produtor A situado a urna distância L de urna falha plana vertical se-
lante, conforme ilustra a Figura 2.30.

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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 77

Falha plana vertical selante


Poço A %
d

/i
Figura 2.30 - Falha plana vertical selante próxima a um poço produtor.
A falha possui comprimento infinito e o reservatório é infinitamente extenso nas demais direçóes,
ou sej a, nenhum outro limite do reservatório (exceto a falha) será observado durante a produçáo do
poço A. O sistema mostrado na Figura 2.30 nao é infinitamente extenso em todos os sentidos, nao
permitindo portanto a aplicaçao direta da soluçao da fonte linear para reservatório infinito Porém, é
fácil verificar que as linhas de fluxo no reservatório da Figura 2.30 deveráo apresentar a conformaçao
da Figura 2.31, caso o poço seja colocado em produçáo corn vazáo constante q.

Figura 2.31 - Linhas de fluxo em um sistema corn falha plana vertical selante.
O sistema "semi -infinito" da Figura 2.31 pode ser substituido por um sistema infinito, utilizando -
se o chamado método das imagens. Esta técnica consiste em se colocar tantos poços quantos forem
necessários, em um sistema infinito, de tal modo que a confrguraçáo das linhas de fluxo seja idêntica à
real. No caso considerado, basta a colocaçáo de um poço imagem (A'), também a tuna distância L da
falha plana selante, o qual também estará produzindo corn vazáo q. Isso gera o sistema de linhas de
fluxo ilustrado na Figura 2.32.

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78 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

I. /1/)
Pogo (q)
I

I
I Poço imagem (q)
_ __1 I

//)
Figura 2.32 - Aplicaçáo do método das imagens para o caso de uma falha plana vertical selante.
O sistema da Figura 2.32 representa exatamente o reservatório real e o comportamento da pressáo
em qualquer ponto pode ser previsto aplicando -se o principio da superposiçáo de efeitos, considerando -
se dois pocos produzindo de um sistema infinito. A Figura 2.33 indica um sistema de coordenadas para
aplicaç o do método das imagens. Um poco real opera corn vazáo q constante a urna distância L de urna
falha simples selante representada pelo eixo y. Neste caso o poco real encontra -se à direita da falha,
diferentemente do exemplo mostrado na Figura 2.30, mas o problema é idéntico. Um poco imagem é
colocado também a uma distância L da falha, ou seja, em x = L. -

poco real
O Poço irrvagem

ar

Figura 2.33 - Localizaçáo do poço imagem em um sistema corn falha plana vertical selante.
Aplicando a superposiçáo de efeitos para um ponto qualquer no plano (x, y), obtém-se:
CIch
P(x,Y,t) =P, LYD(aiD,tD) +pD(a2D,tD)] (2.344)

ou, em termos adimensionais:


PD(xD,YD,tD) = pD (a1D,tD) +pD (a2D,tD) (2.345)

onde aiD e a2D sáo definidos por:

aiD =
al
rw
= i
rw
2
y2
= (xD +LD)Z +YD (2.346)

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Teoria Fundamental da Analise de Testes em Poços 79

á2
a2D =
rw
= 1 1(x+L)2 +Y2 = V(xD -LD)2 +YD
rw
(2.347)

onde xD = x/rw, yD = y/r,,, e LD = Llr,,,. Para um reservatório infinito e corn aD > 20 obtém-se a seguinte
relaçáo:
z
1 a1D \ 1 a2D
2

PD(xD,D,tD)=
Y (2.348)
2E' 4tDJ +2E' 4tD
Esta equaçáo possibilita o cálculo da pressáo em qualquer ponto do sistema (para up> 20), em qualquer
tempo.
Derivando a Eq. (2.348) em relaçáo a xD, obtém-se:
aDPI)

ax,
1

2 ax,,,
a 2
E./ aiD
' `4tD
+ á
axD
E a2D
`
2

4tD
(2.349)

Sabe -se por definiçáo que:


( 2 'N -u
a1D r e du
4tD ) 2
u (2.350)
aiD
4tD

e que a regra de Leibniz da derivada de uma integral estabelece que:


áh(x )
a[ax)] r
Jg(u)du = fg[h(x)1 gU (x)] a (2.351)
á.(xx)]l
f(x)
Aplicando-a na Eq. (2.350) resulta em:
a
[EI a = 0-
exp( aD /4tD)[4,0= 2 exp a12D /4tD ) (2.352)
4t -aD 1/4aalD
4tD a1D

De forma similar tern-se que:


a c D 2 exp( alp /4tD )
E (2.353)
aa2D 4tD a2D

Usando a regra da cadeia pode -se escrever que:


2
a aal D
E' /a21D a
Ei alD (2.354)
axD `4tD aalD \ 4tD axD

Substituindo a Eq. (2.352) na Eq. (2.354):


a
axD
E aD
' 4tD
2
\- 2exp a D/4tD)
alD
aalD
(2.355)
aXD

A derivada aalD /axD pode ser obtida a partir da Eq. (2.346), pois:

alD
2
- (TD +LD) 2 +YD2 (2.356)

Entáo:

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80 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

2a1D D =2(xD +LD)


D
(2.357)

OU

Dal/3 (xD +LD)


(2.358)
ax a1D

De forma análoga:
aa2D (XD
(2.359)
axD a2D

Usando a Eq. (2.358) na Eq. (2.355) resulta:


a
E. á1D
2 V-
2exp a21D/4tD) (XD tLD) 2(XD +LD)eXp(-a1D/4tD1
2
(2.360)
axD alp
\ 4tD a1D aiD

De forma similar:

a
2 - 2exp(- azDI4tD) (xD -LD) 2(XD -LD)eXpl a2D/4tD)
E a2D
2
(2.361)
axD 1 4tD a2D a2D a2D

Usando as Eqs. (2.360) e (2.361) na Eq. (2.349), fornece:

PD _1 ( r )eXp(_ 2 /nt ) 2(xD - LD ) exp - a2D /4tDz


(2.362)
2 2
axD 2 a1D a2D

OU

apD (XD + LD ) eXp(-- a1D 4tD ) (XD - LD ) exp a2D 14tD (2.363)
axD a1D a2D

Quando xo = 0, segue que a21D = LD + yD e aZD = LD + yD . Portanto, a2D = amp e a Eq. (2.363) se toma:

apD =
ax D
LD exp - (L2°4tD+ yD ) LD exp
(L2D + yD )
4tD
=0. (2.364 )
LD + .hD + yD

A Eq. (2.364) mostra que a derivada da presso em relaçäo à coordenada horizontal (x) é nula em
x = 0 (posiçäo da falha). Sendo a derivada da pressäo nula nessa direçäo, de acordo corn a lei de Darcy a
velocidade de fluxo e, conseqüentemente, a vazáo também será nula na direçäo horizontal (perpendicu-
lar à falha), o que comprova que o modelo da Figura 2.33 é de fato equivalente ao sistema real (poço
produtor próximo a urna falha plana vertical selante em um reservatório infinito - Figura 2.31).
O resultado da Eq. (2.364) é, portanto, a base do método das imagens. Isto implica que, se um
poço é perfurado próximo a urna falha simples, pode -se entäo representar esse sistema por meio de um
modelo equivalente de fluxo adicionando um poço imagem, conforme a Figura 2.32. E possível esten-
der a idéia para sistemas corn mais de urna barreira. A Figura 2.34, por exemplo, mostra um poço
localizado próximo a duas falhas selantes em ângulo reto (urna vertical e outra horizontal, representadas
pelos eixos cartesianos x e y). O poço 1 é o poço real, o poço 2 é a imagem do poço 1 em relaçäo à falba
vertical e evita que o fluxo cruze o eixo y devido aos efeitos do poço 1. 0 poço 3 é a imagem do poço 1
em relaçäo à falha horizontal e evita que o fluxo cruze o eixo x devido aos efeitos do poço 1. 0 poço 4
é a imagem, tanto do poço 2 em relaçäo à falha horizontal como do poço 3 em relaçäo à vertical, e

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Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços 81

previne o fluxo através do eixo x devido aos efeitos do pop 2 e através do eixo y devido aos efeitos do
pop 3.

( poço real Y

poço imagem

20 1

o.

Figura 2.34 - Localizaçáo dos poços imagem em um sistema corn duas falhas planas verticals selantes em
ángulo reto.

Quando os poços sao criados pelo método das imagens, a pressáo pode ser calculada em qualquer
ponto pelo principio da superposiçáo. No caso da Figura 2.34 tern-se:
PD(xD,YD,tD) -pD(alp+tD)+pD(a2p,tD)+pD(a3D,tD)+pD(a4D,tD) (2.365)

onde a1D é a distância adimensional de um ponto qualquer ao poço 1 e assim por diante. De forma
geral, se houver mais poços ou mais barreiras, a pressáo adimensional poderá ser calculada conforme a
seguinte equaçáo:
N
PD(xD,YD,tD)- EpD(aJD,tD) (2.366)
j =1

onde N é o número de poços, incluindo os reais e os poços imagem.


A Figura 2.35 mostra um poço situado entre duas barreiras de fluxo e os poços imagem cones-
pondentes. O poço a é a imagem do poço real em reina() à barreira A. O poço b é a imagem do poço
real em relaçáo à barreira B. Cada poço imagem causaria efeitos em relaçáo à outra barreira. Portanto,
outros poços imagem devem ser adicionados. O poço (a)b é a imagem do poço a em relaçao à barreira
B e é necessario para evitar que o poço a sofra efeitos de fluxo através da barreira B. O poço (b)a
previne efeitos de fluxo através da barreira A devidos ao poço b, e assim por diante. Portanto, urna linha
de infinitos poços imagem em ambos os sentidos poderiam ser formados para representar um sistema
equivalente. A pressáo adimensional pode ser entáo definida corno:
CO

PD (xD , YD , tD ) = E pD (aj D , tD ) - (2.367)


j=1

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82 Teoria Fundamental da Anál]se de Testes em Poços

B A

[(b)alb (a)b b a (b)a [(a)b]a


o o o
poço real
O poço imagem

Figura 2.35 - Localizaçäo dos poços imagem em um sistema corn duas fachas planas verticals selantes paralelas.

Outra aplicaçáo do método das imagens é a obtençáo da soluçáo, isto é, da resposta de pressáo,
em um reservatório fechado (selado nos limites externos) que produz através de um único poço, usando
somente a soluçáo da fonte linear ou linha fonte em um reservatório infinito. Para obter um sistema
fechado corn apenas um poço, basta adicionar duas falhas planas verticais selantes paralelas e horizon -
tais na Figura 2.35 e rebater as imagens em todas os sentidos, como mostrado na Figura 2.36. A pressáo
adimensional para urna retângulo fechado corn urn poço é dada pela Eq. (2.367).

poço real
B A 0 poço imagera
o o o o o o O

o o o o o O O

o o o o o o

o o o 0 o o o

o o o o o o o
Figura 2.36 - Localizaçäo dos poços imagem em um sistema retangular fechado corn um poço.

REFERENCIAS
Abramowitz, M. & Stegun, I. A. (ed.).: Handbook of mathematical functions with formulas, graphs and mathematical tables.
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Agarwal, R. G.; Al- Hussainy, R. & Ramey, H. J., Jr.: An investigation of wellbore storage and skin effect in unsteady liquid
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84 Teoria Fundamental da Análise de Testes em Poços

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3.
TESTE DE FLUXO
Um teste de fluxo consiste na medicalo das pressóes de fluxo durante o período de produçáo de
um poço. O objetivo de um teste de fluxo é a estimativa de parâmetros do sistema poço-reservatório,
tais como o coeficiente de estocagem do poço, o fator de película do poço e a permeabilidade da
formaçao. Deve -se mencionar que, rigorosamente, o que se obtém da análise de um teste é a permeabi-
lidade efetiva ao fluido que está sendo produzido. Portanto, embora se costume dizer que o valor
calculado é a permeabilidade absoluta da formaçao (rocha), na verdade para se obter esse valor é
necessário considerar a curva de permeabilidade relativa do reservatório em questao, efetuando -se entao
a devida correçao.
Em regióes onde existe estrutura para armazenamento do óleo, o teste de fluxo apresenta vanta -
gens sobre outros tipos de teste (como o de crescimento de pressao, por exemplo), pelo fato de sua
interpretaçao ser mais simples e também por nao implicar em perda de produçáo. Estao disponíveis na
literatura métodos para a análise de testes de fluxo corn vazao constante ou variável. Neste capítulo sao
apresentados os métodos de análise por ajustamento com curvas -tipo e convencional. Sao discutidos
também os métodos convencionais de Odeh & Jones e de Russell, aplicáveis aos testes de fluxo corn
vazao variável. Ainda é apresentado o método convencional de análise de teste de limite de reservató-
rio.
Para efeito de análise quantitativa, isto é, de estimativa de parâmetros do sistema poço -
reservatório, neste capítulo serán considerados somente os casos em que o reservatório se comporta
como radial infinito, ou seja, em que o regime é o radial transiente, e em que o reservatório é fechado,
ou seja, selado (sem alimentaçao) no limite externo. Outros efeitos de limites, tais como pressáo
constante em um ou mais dos limites externos, presença de falhas e barreiras, reservatório em forma de
canal etc., bem como efeitos das condiçóes de poço, como a presença de fraturas hidráulicas artificiais,
e análise de testes em poços horizontais, serán abordados em outros capítulos.

3.1.Métodos de Análise
É comum antes de se analisar em termos quantitativos um teste de fluxo, diagnosticar inicialmen-
te os regimes de fluxo por meio de urna análise das curvas de pressao e, principalmente, de derivada da
pressáo. Nesse diagnóstico, além da assinatura da derivada da pressao, sao levados em consideraçáo
outros dados relacionados ao teste, tais como: sequência de eventos, problemas operacionais ocorridos
durante a execuçao do teste, dados de testes em poços vizinhos (se houver), geologia da área, perfis etc.
Posteriormente, após o diagnóstico inicial e a aplicaçáo do chamado método de ajustamento corn
curvas -tipo, sao entao aplicados os chamados métodos convencionais de análise.
O método de ajustamento corn curvas -tipo em geral considera todos os dados de pressáo registra-
dos durante um teste, constituindo entao um diagnóstico do modelo de fluxo, ou seja, da geometria do
reservatório e dos regimes de fluxo observados durante o teste, bem como uma estimativa inicial e
preliminar das características e propriedades do sistema poço -reservatório. Por seu turno, os métodos
convencionais consideram somente os dados de pressao que nao estâo mais influenciados por efeitos de
estocagem no poço. Após a aplicaçáo do(s) método(s) convencional(is) aos dados do teste é feita urna
estimativa final das propriedades do sistema poço -reservatório. Em tese as estimativas feitas pelos dois
métodos devem ser próximas.
A preparaçao dos dados para análise, que pode ser feita por meio de softwares especializados ou
planilhas elaboradas por engenheiros de avaliaçao, consiste em inserir nos programas específicos os
dados de pressao e vazao do teste. Nesse diagnóstico inicial, em boa parte dos casos é possível visuali-

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86 Teste de Fuxo

zar claramente os regimes de fluxo ocorridos durante o teste do pop: transiente, permanente ou em
regime de explotaçáo, ou seja, pseudopermanente.
Conforme foi discutido no Capítulo 2, as curvas -tipo para um poço que produz com vazáo cons-
tante de um reservatório de óleo homogêneo e isotrópico infinito têm o formato das curvas mostradas
na Figura 3.1 (Bourdet et alii,1983).
Considere a equaçáo de comportamento de reservatório infinito ou a equaçáo válida para tempos
curtos (regime transiente) em outros tipos de reservatório, selado ou realimentado. Quando o regime de
fluxo radial infinito (transiente) é alcançado, após terem desaparecido os efeitos de estocagem, a
derivada se torna urna constante, conforme pode ser visto no gráfico da Figura 3.1. Conforme apresen-
tado no Capítulo 2, isso pode ser demonstrado utilizando -se da aproximaçáo logarítmica para a soluçáo
do modelo da fonte linear:
in( 4t/CD
pwD(tD)= CDe2sJ= [ln(tD /CD) +ln(CDe2s) +0,80907. (3.1)
2 2

Tomando a derivada em relaçáo ao ln(tD/CD):


dpwD 1
(3.2)
d ln(tD / CD) 2

Logo, para longo tempo, o chamado grupo- derivada, isto é, dp,,D / dln(tD / CD) , será constante igual a
1 e em um gráfico log -log a curva dpiD / d ln(tD / CD) versus tD/CD será urna reta horizontal cujo valor
da ordenada é igual a '/2. Observe na Figura 3.1 que, de fato, no longo tempo a curva da derivada
converge para um valor da ordenada igual a'/2.

tL)

Figura 3.1 - Curva -tipo para reservatório infinito.


Também corno já foi discutido detalhadamente no Capítulo 2, um reservatório homogêneo e iso-
trópico que possua um aqüífero adjacente ou urna capa de gás que seja capaz de manter a pressáo
constante em seus limites tern sua queda pressáo adimensional regida pela seguinte equaçáo:

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Teste de Fluxo 87

PwD =111reD -lnrD (3.3)

Portanto, no longo tempo a queda de pressáo adimensional será constante e a derivada, consequente-
mente, nula. Corn isso, a curva -tipo teria a conformaçáo ilustrada na Figura 3.2. Como as escalas sao
logarítmicas e o logaritmo de zero tende para -.0, quando a pressáo se estabiliza a curva da derivada cai
abruptamente.

tn

Figura 3.2 - Curva -tipo para reservatório corn manutençäo de pressáo no limite externo.
Conside agora um sistema homogêneo, isotrópico e fechado, ou seja, selado no limite externo.
Depois de estabelecido o regime pseudopermanente, a presso e, consequentemente, a queda de pressáo
no pop declina linearmente corn o tempo, conforme foi discutido no Capítulo 2. Portanto, numa escala
log -log a derivada da queda de pressáo adimensional em relaçáo ao ln(tD/CD), após o fim do regime
radial infinito (transiente), tenderia para urna linha reta de inclinaçáo unitária. Isso pode ser demonstra-
do matematicamente tornando a equaçáo que rege a queda de pressáo adimensional no poço no regime
pseudopermanentes:
kh
C29B1.1
(P; -Pwf = PwD =2n
r Clkt
+- in( A
0.0 2 rti
1
- + -ln
1

2
2,24581
CA
J+s (3.4)

que também pode ser escrita como:


2

PwD = 2 ln(2' 58
A
tip + ln + +s (3.5)
\ / 2
\ w ) l A

Conforme foi mostrado no Capítluo 2, a derivada em relaçáo ao ln(tD/CD) é equivalente a


(tD /CD)PwD , ou seja:

5 Vide Capítulo 2.

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88 Teste de Fluxo

dpWD
= (t D I CD)p,D (3.6)
dln(t D /CD)
onde:
dpwD dpwD
PwD = CD . (3.7)
d(tD I CD)= dtD

Derivando a Eq. (3.5) em relacao a I'D:

6113344) =27c(r.2 /A) (3.8)


dtD

e multiplicando por CD:


dpw- ,
CD j PwD = 27c (rw2 /-4)CD (3.9)
-pp
Logo, multiplicando por tD/CD:
OD I CD)p'D =27c(rw2 1 ,i)tD (3.10)

Tomando o logaritmo decimal dessa equacdo:

log[(tD / CD)p',,Dj= logrIrt (r2 / log tD (3.11)

Era°, numa escala log-log, ulna reta corn inclinaçäo unitária sera estabelecida para a derivada durante
o regime pseudopermanente, conforme indica a ilustracdo da Figura 3.3.

to

Figura 3.3 - Curva-tipo para reservatório limitado sem alimenta95o (selado) no limite externo.

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Teste de Fuxo 89

3.1.1. Método do ajustamento corn as curvas -tipo de Agarwal


Conforme será discutido em ulna das seçóes seguintes, o ponto crucial da análise pelo método
convencional está na determinaçào da linha reta semilog em um gráfico de pressáo versus tempo,
representativa do regime de fluxo radial transiente, ou da reta em um gráfico cartesiano, no caso de
regime pseudopermanente. Muitas vezes os dados de campo, caso nao sej am manipulados cuidadosa-
mente, podem levar o analista a conclusóes errôneas a respeito do teste. Um método alternativo para
análise de pressbes, principalmente no período transiente, baseia -se no ajustamento de curvas -tipo aos
dados de teste, originando dal o método normalmente denominado ajustamento corn curvas-tipo. Essa
técnica, usada em hidrologia há bastante tempo, consiste em superpor os dados de campo em gráficos
corn soluçóes- padráo e, do ajustamento, determinar os parâmetros do poco e do reservatório.
O problema de um poco que apresenta efeitos de estocagem e de película, e que produz de um re-
servatório infinito corn vazáo constante na superfície, foi resolvido analiticamente e discutido no
Capítulo 2. 0 resultado normalmente é apresentado em termos de grupos adimensionais em um gráfico
log -log, conforme foi discutido naquele capítulo. Essas curvas sao denominadas curvas -tipo para o
modelo em questáo, tendo sido introduzidas na literatura de engenharia de petróleo por Agarwal et alii
(1970). Como:
kh
pwD = (3.12)
C2 Ai wf

tern-se que:
logpwD =log[kh/(C2gBµ)]+logApwf (3.13)

isto é:

logpwD = a +log4pwf (3.14)

onde a = 1og[kh 1(C2gBp.)] é urna constante. De maneira similar:


Clkt
tD 2 (3.15)
441Ct rw

e, conseqüentemente:

log tD = log[Clk /(0µct rW )] + log t (3.16)

ou seja:
log tD = b + logt (3.17)

onde b= log[Clk /(4 tctrw )] é também uma constante. Diferenciando as Eqs. (3.14) e (3.17) obtém -se:
d(logpwD) = d(logi pwf) (3.18)

e
d (log tD ) = d(log t) (3.19)

de onde se pode escrever que:


d(logpwD) d(logOpwf )
(3.20)
d(1ogtD) d(logt)
A relaçáo da Eq. (3.20) reveste -se de um significado multo importante, mostrando que para os
mesmos parámetros CD e s, as tangentes às curvas log pwD versus log tD e log ¿pwf versus log t têm o

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90 Teste de Fuxo

mesmo valor, qualquer que seja o ponto considerado. Em outras palavras, dada urna curva de campo log
Op, f versus log t para um poço corn efeitos de estocagem e de película, que produz de urn reservatório
infinito com vazáo constante na superficie, existe urna curva teórica log p,,,D versus log tD que apresenta
exatamente o mesmo formato da curva de campo.
Na década de 1970 o procedimento do método de ajustamento corn curva-tipo consistia em colo-
car os dados de campo em um papel transparente corn escalas idénticas As do gráfico - padráo (curvas -
tipo) apropriado e, deslocando-se o papel transparente paralelamente aos eixos, encontrar a curva
teórica que melhor se ajustasse aos dados de campo, conforme ilustra o exemplo da Figura 3.4.

PAPELTRANSPARENTE C0M DADOS


DE CAMPO EM UM GRAFICO DE MESMA ESCALA
DO MODELOADIMENSIONAL

U4
n0

0.

10 ' 'I il I !! TT
1
a 5 6I89 2 3 4 5 B 188 2 3 4. 8 B 789 5 8 f 99 4
10 102 103 10

ID /CD

Figura 3.4 - Procedimento de ajustamento (matching) corn curva-tipo para análise de teste de pressáo usando as
curvas de Agarwal.

A um par (t, 4p,yf) qualquer corresponderá um único par (tD, p,,D) na curva -padráo. Essa técnica é
conhecida na literatura norte- americana como matching (ajustamento) e ao ponto escolhido do ajusta-
mento normalmente é atribuído o subscrito M. Esse ponto de ajustamento nao necessita estar sobre a
curva dos dados de campo, podendo ser qualquer ponto sobre o papel transparente e o seu correspon-
dente no papel da curva-padráo.
Atualmente a aplicaç io da técnica de ajustamento corn curva -tipo é realizada corn a ajuda de pro-
gramas computacionais (softwares) comerciais de análise de teste de formaçáo e o ajustamento pode ser
feito de maneira essencialmente manual, conforme mostrado na Figura 3.4, ou de maneira automatiza-
da. Neste último caso o software fornece urna maneira de efetuar um ajuste automatizado, em que o
usuário escolhe o modelo poço -reservatório a ser considerado (por exemplo: poço vertical em reservató-
rio infinito corn fluxo radial; poço horizontal em reservatório limitado corn geometria retangular; poço
vertical em reservatório corn fratura artificial vertical etc.) e as estimativas iniciais dos parâmetros a
serem determinados, e através de um processo de otimizaçáo (regressáo nao linear), o software estima
os valores desses parâmetros. Esse processo de otimizaçáo nada mais é do que a estimativa dos parâme-
tros (por exemplo: permeabilidade, fator de película, coeficiente de estocagem, distância entre o poço e
barreiras de permeabilidade etc.) a partir da minimizaçáo de ulna funçáo- objetivo, que representa, de
alguma maneira, os erros ou discrepâncias entre os dados e o modelo.
Diversos métodos estao disponíveis na literatura para a realizaçáo de processos de otimizaçáo e,
particularmente, para a análise automatizada de testes de pressáo em poços. Alguns desses métodos,

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Teste de Fluxo 91

normalmente usados nos softwares comerciais, sao discutidos nos trabalhos de Abbaszadeh & Kamal
(1988), Carvalho et alii (1992), Carvalho et alii (1995), Rosa & Home (1983), Rosa & Home (1991) e
Rosa & Horne (1994). Maiores detalhes sobre esses métodos, bem como outras referências, podem ser
encontrados no livro de Rosa et alii (2006).
Da Eq. (3.12) pode -se escrever que:
(PWD)M kh
(3.21)
(OPwf )M C20B11

ou
kh PwD
(3.22)
\A'wf /M
Analogamente, da Eq. (3.15) obtém-se:
r,) C1k
(3.23)
t /M 0.ACt rw

ou
¡tD Cl kh
(3.24)
t M (ephCt)rw p,

e, finalmente:
kh (tDt
4hct = Cz (3.25)
rw M

Conforme pode ser observado, do ajustamento da pressáo estima-se a transmissibilidade kh /µ do


reservatório (ou a permeabilidade se h e t forem conhecidos) e do ajustamento do tempo estima -se a
capacidade de armazenamento 4hc, da formaçáo produtora (ou a porosidade se h e ci forem conhecidos).
Quando sao conhecidas as porosidades, a compressibilidade total e a espessura da formaçáo, o ajusta-
mento do tempo pode servir para se verificar o valor da permeabilidade encontrado no ajustamento da
pressáo:
cp
k= I tD JM (3.26)
Clrw
Caso os dois valores obtidos para k nao coi\ncidam, um novo ajustamento deve ser tentado. Os pa-
râmetros Co e s sao lidos diretamente sobre a curva -tipo escolhida, isto é, aquela que melhor se ajusta
aos dados de campo. O valor de Co lido diretamente da curva-padrao pode ser comparado corn o valor
calculado a partir dos dados de campo. Para isso toma -se um ponto qualquer (t, Ap,vf) sobre a linha reta
log-log de 45 °, caso esta exista, e determina -se o coeficiente de estocagem por:
qBt
C= (3.27)
APwf

Posteriormente calcula -se o coeficiente de estocagem adimensional:


C3C
CD = (3.28)
Ohctrw

ou, usando unidades compatíveis,

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92 Teste de Fuxo

C
CD (3.29)
210hctrW

O método do ajustamento corn curvas -tipo permite prever qual seria a inclinaçáo da linha reta
semilog do gráfico convencional, representativa do fluxo radial transiente (reservatório infinito). Isso
pode ser feito manipulando -se as equaçóes anteriores:
qBju r APwf
(3.30)
2 kh I\ pwD lM

Multiplicando -se ambos os termos por 1,151:


' Y'wf
1,151C2 gala =1,151 ( (3.31)
pwD)M
Conforme será discutido na seçáo que trata do método convencional de análise, o lado esquerdo da Eq.
(3.31) é denominado m e corresponde à inclinaçáo da reta semi -log representativa do regime de fluxo
radial transiente. Portanto:
A
J
m=1,151 (3.32)
PwD /M
Outra aplicaçáo do método de ajustamento com curvas -tipo é a estimativa do tempo de inicio da
linha reta semilog do método convencional, ou seja, do tempo necessário para que todos os efeitos de
estocagem tenham desaparecido. O tempo necessário para que isso ocorra é determinado pelo ponto em
que a curva -tipo escolhida encontra a curva correspondente a CD = 0. Conseqüentemente, o tempo pode
ser lido diretamente sobre o papel transparente (dados de campo), e a partir desse instante o método
convencional poderá ser utilizado. Esse tempo também pode ser estimado pelas correlaçóes:
tD> CD (60 + 3,5s) para s >_0 (3.33)

tD> 60CD para s < 0 . (3.34)

Durante o período de estocagem pura, em que o poço funciona como um tanque, o comportamen-
to da pressáo é dado por:
tD
PwD = (3.35)
CD

Tomando -se o logaritmo dessa equaçáo:


log pwD = log(tD) - logCD . (3.36)

Portanto, no período de estocagem o gráfico log-log apresenta urna linha reta com inclinaçáo de 45 °, ou
seja, corn inclinaçáo ou tangente unitária. Quando os efeitos do reservatório começam a prevalecer, a
curva tende a se desviar da linha reta de inclinaçáo unitária, passando por um período de transiçáo, até
encontrar a curva CD = 0, quando entáo os efeitos de estocagem deixam de existir. Uma regra prática
diz que os efeitos de estocagem deixam de existir 1 1/2 (um e meio) ciclos logarítmicos de tempo após o
instante em que a curva inicia o desvio da linha reta de inclinaçáo unitária. Em outras palavras, a
transiçáo entre a estocagem pura e o comportamento como reservatório infinito sem estocagem dura
cerca de 1 1/2 (um e meio) ciclos logarítmicos de tempo (Earlougher, 1977). Considerando o que foi
exposto no método de ajustamento corn curva-tipo e o que será apresentado no método convencional,
conclui -se que, utilizados em conjunto esses dois métodos constituem uma ferramenta de extrema
utilidade na avaliaçáo de formaçóes produtoras.

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Teste de Fluxo 93

O ajustamento de curva-tipo aos dados de campo possibilita, ao menos teoricamente, a estimativa


simultânea de quatro parâmetros do sistema poço -reservatório, para o caso de um reservatório infinito
ou que se comporta ainda como infinito (regime transiente): CD, s, khlp. e 4hc,. No entanto, na prática
torna-se pouco confiável a estimativa simultânea desses quatro parâmetros. Isto ocorre porque durante o
processo de ajustamento é possível deslocar horizontalmente o papel transparente que contém a curva
de dados reais de campo e conseguir vários ajustamentos igualmente satisfatórios, pelo menos visual-
mente. Mesmo análises automatizadas podem encontrar dificuldades na estimativa de muitos parâme-
tros, pois esse tipo de problema é, na linguagem matemática, geralmente mal condicionado, decorrente
da existencia de correlaçáo entre alguns dos parâmetros ou de baixa sensibilidade do modelo matemáti-
co representativo do modelo fisico em relaçáo a um ou mais dos parâmetros.

3.1.2. Método do ajustamento corn as curvas -tipo de Gringarten


e de Bourdet
Para o modelo de um pop corn estocagem e fator de película, o método de ajustamento corn cur-
vas -tipo pode também ser utilizado coin as curvas de Gringarten et alii (1979), ou ainda com as curvas
de Bourdet et alii (1983). Nesses conjuntos de curvas -tipo sao utilizados somente tres grupos adimensi-
onais: p,,,D, tD/CD e CDe2s, em vez de quatro parâmetros como nas curvas -tipo de Agarwal. Isto significa
que apenas tres parâmetros podem ser estimados simultaneamente, o que indica um grau maior de
confiabilidade quando comparadas as curvas de Agarwal. Aparentemente, no caso das curvas de
Gringarten ou de Bourdet o grau de liberdade é menor e o ajustamento torna-se menos subjetivo.
Atualmente sáo usadas, preferencialmente, as curvas de Bourdet, pois estas incluem a derivada,
corn as vantagens já mencionadas no Capítulo 2. As curvas -tipo de Bourdet, ao incluírem as curvas da
queda de pressâo adimensional e da sua derivada permitem o ajustamento simultâneo dos dados de
pressâo de campo e de sua derivada, facilitando a caracterizaçâo dos vários regimes de fluxo durante o
teste e a estimativa dos parâmetros do sistema poço -reservatório.
Ao se construir o gráfico log -log com os dados de campo, visando o ajustamento corn ulna das
curvas -tipo, as derivadas da pressâo no poço (dpWJdt) do gráfico a ser ajustado sao calculadas numeri-
camente. Na Figura 3.5 está ilustrado o procedimento de ajustamento das curvas -tipo de Bourdet aos
dados de um teste de fluxo.

'11

O
1D

C5
,
g
i PAPEL TRANSPARENTE COM DADOS
DE CAMPO EM UM GRAFICO DE MESMA ESCALA
DO MODELOADIMENSIONAL

á 5

5
-II

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94 Teste de Fluxo

Figura 3.5 - Procedimento de ajustamento corn curva-tipo para análise de teste de pressäo usando as curvas de
Bourdet.

Usando as curvas de Gringarten ou de Bourdet, jä apresentadas no Capítulo2, e tomando um


ponto de ajuste M, do ajustamento da pressäo estima -se a transmissibilidade:
kh
C2gB PwD (3.37)
APwf

da abscissa obtém-se o coeficiente de estocagem:


Ci (kh`( t
(3.38)
C C3 µ/ tD I CD / M

e da curva-tipo escolhida estima-se o fator de película:


(C e
1
s= ln \ D 2s)M . (3.39)
2 CD

3.1.3. Método convencional


A equaçâo da queda de pressäo adimensional para urn pogo que produz corn vazäo constante de
um reservatório infinito, corn efeito de película e sem efeito de estocagem é, de acordo corn a soluçáo
do modelo da fonte linear (vide Capítulo 2):
1
/ 1
PwD(tD)=2Et 4t +s (3.40)
D
ou, utilizando a aproximaçao logarítmica para a funçáo integral exponencial:

pwD =2OntD +0,80907 +2s) (3.41)

onde se admite, portanto, que inicialmente todo o reservatörio encontrava -se à pressäo inicial p; e nao
sao considerados efeitos de estocagem no pop. Logo, se houver a presença de efeitos de estocagem, a
Eq. (3.41) somente será aplicável após os seus efeitos terem desaparecido. Ern termos de variáveis reais
essa equaçáo pode ser escrita como:

pwf =p; - 1,151C2 qBµ log t +log C1k2 +0,3514 +0,8686s (3.42)
kh t rw

onde pwfé a pressá.o de fluxo no pogo. Definindo-se:


q.13)1
m=1,151C2 (3.43)
kh
a Eq. (3.42) passa a ser expressa por:

Clk
pwf =Pt -m log t +log + 0,3514 + 0,8686 s (3.44)
\,01-tetrw

Urna análise da Eq. (3.44) indica que urn gráfico de pwf versus log t deverá produzir urna linha re-
ta corn coeficiente angular - m, conforme ilustra a Figura 3.6. Esse gráfico é conhecido na literatura
como gráfico semilog e a reta como reta semilog, o que denota a existencia do regime de fluxo radial

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Teste de Flux° 95

transiente. Observa -se nessa figura que para tempos relativamente curtos os dados de campo podem
estar influenciados por efeitos de estocagem no poço.

Desvio devido
Pt estocagem
tga = -m
a

0 log 't
Figura 3.6 - Análise de teste de fluxo pelo método convencional.
Urna vez determinada a inclinaçáo da reta do gráfico semilog da figura citada, pode-se calcular a
transmissibilidade da formaçáo a partir da equaçáo:
kh
1,151C2 g (3.45)
µ

ou ainda a permeabilidade, se forem conhecidas a espessura permeável da formaçáo h e a viscosidade


do fluido no reservatório t:

k =1,151C2 g4µ. (3.46)


mh
A Eq. (3.44) pode ser manipulada para se explicitar o fator de película:

P; -PWf Clk
s=1,151
m
lo t- l0 g 0,3514 (3.47)
$µcarW

Para se calcular o valor de s pela Eq. (3.47), toma -se um par (t, pwf) correspondente a um ponto qualquer
sobre a linha reta semilog da Figura 3.6. Pode -se, para efeito de simplificaçáo, escolher um ponto sobre
a reta correspondente ao tempo t = 1, resultando em:

Pt Clk
s =1,151 -PI) log 0,3514 (3.48)
2

onde pi 6, portanto, um ponto sobre a linha reta semilog, correspondente a t = 1, conforme mostrado na
Figura 3.6. A queda de pressáo devida ao efeito de película, que é outro modo de quantificar o dano ou
estimulo, é obtida da definiçáo do fator de película:
kh
OPS (3.49)
CZgB! -t

ou seja:
C2qBµ 1,151 C2gBµ ms
OP s s s (3.50)
kh 1,151 kh 1,151

o que produz finalmente:


OpS = 0,8686ms . (3.51)

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96 Teste de Fuxo

O raio efetivo do poço, que representa urna terceira maneira de se indicar e quantificar o dano ou
estímulo, é determinado pela expressào:
rw = rwe_s . (3.52)

Outro modo de se quantificar o dano ou estímulo é através da razáo de dano, definida como:
( ")teórico
RD = (3.53)
(")real
onde:

(IP) al q
- P-Pwf (3.54)

( ")teórico = -
P -Pwf -AP
q (3.55)

sendo que p éa presso estática do reservatório em um dado instante. Para comportamento de reserva -
tório infinito, p = pi. Assim,
Pi Pwf
RD (3.56)
P -Pwf -APs
Deve ser observado que, para um reservatório infinito que produz corn vazáo constante, a pressáo
de fluxo Pwf decresce corn o tempo. Portanto, a razáo de dano RD também diminui com o tempo e é
recomendável que seja utilizada sempre a última pressáo de fluxo para a estimativa do seu valor.
Finalmente, a razáo de produtividade ou eficiência de fluxo é definida como:
Rp = ( ")real
(3.57)
(IP) teórico
e pode também ser calculada pela relaçáo:

RP = 1 (3.58)
RD
ou ainda,

RP=1 AP
(3.59)
Pi - Pwf
sendo que para esta relaçáo também sao válidas as consideraçóes feitas sobre a razáo de dano.
Deve -se mencionar que para urn reservatório que produz corn pressáo constante no limite exter-
no, a pressáo estática usada no cálculo do indice de produtividade é igual à pressáo no limite externo,
isto é, p = pe.

Exemplo 3.3 - Os dados apresentados na Tabela 3.1 foram obtidos de um teste de fluxo realizado em
um poço vertical produtor de óleo.

Tabela 3.1 - Dados do teste de fluxo do Exemplo 3.3


t
Pwf Op I t
Pwf Ap

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Teste de Fluxo 97

(h) (k. cm2) (k_ cm2) (h) (k_ cm2) (k, cm2)
0,00 358,6 0,0 4 343,5 15,1
0,05 357,9 0,7 6 342,5 16,1
0,10 357,2 1,4 8 341,6 17,0
0,15 356,5 2,1" 10 341,1 17,5
0,20 355,9 2,7 12 340,6 18,0
0,25 355,3 3,3 16 340,1 18,5
0,50 352,9 5,7 20 339,8 18,8
0,75 351,0 7,6 24 339,6 19,0
1,00 349,4 9,2 30 339,2 19,4
2,00 346,0 12,6 35 339,0 19,6
45 338,7 19,9
Outros dados do poço e do reservatório sao:
Vazao de óleo (q0) 102,5 m3 std/d
Viscosidade do óleo (i, ) 1,82 cp
Fator volume- formaçao do óleo (B0) 1,19 m3 /m3 std
Porosidade (4)) 0,21
Compressibilidade total (c) 142 x 10 -6 cm2 /kgf
Raio do pop (rw) 0,125 m
Espessura da formaçao (h) 37 m
Utilizando o método de ajustamento corn curvas -tipo e o método convencional de análise, determine:
(a) O coeficiente de estocagem adimensional CD.
(b) A permeabilidade da formaçao.
(c) O fator de película s.
(d) A queda de pressao devida ao efeito de película.
(e) A razao de dano.
(f) O tempo para inicio da linha reta semilog.
(g) A inclinaçao da linha reta semilog.
So luçäo:
Utilizando os dados da Tabela 3.1 constrói -se inicialmente o gráfico log-log da Figura 3.7, para
análise pelo método de ajustamento corn curvas -tipo.

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98 Teste de Fluxo

100 I 1 1 1 1 1 1 1 I 1 1 1 1 111 1 1 1 1 1 1 1 I 1 11IIII

000 000000 -
0 0
0
10 0
= o =_

-
-
-
, fim da estocagem pura
1

0.1
- / I 1
I\

1 1 1
reta de inclinacáo unitaria

1 1 1 I 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
1 1 1 11
_

0.01 0 1 1 10 100
t(h)
Figura 3.7 - Gráfico log -log dos dados do Exemplo 3.3.
(a) Coeficiente de estocagem adimensional
Observa-se na figura Figura 3.7 que os primeiros pontos estáo alinhados sobre urna linha reta de
45 °, indicando a presença de efeitos de estocagem dominantes. Tomando -se o par (t = 0,15 h; zp = 2,1
kgf/cm2) sobre essa reta, pode -se determinar o coeficiente de estocagem:
qBt _102,5x1,19x0'15=
0,363m3 /kgf /cm2
24ßp 24 x 2,1
0,363
CD =3,35 x 103 .

2n4hctrw 2ntx0,21x37x142x10 -6 x(0,125)2

(b) Permeabilidade da formaçáo


Usando -se a curva de CD= 103 e s = 0 das curvas -tipo de Agarwal efetua -se urn born ajustamento
da curva log-log da Figura 3.7. Do ajustamento realizado torna-se um ponto de ajustagem M:
(t)M = 1 h -+ (tD)M = 5,6 x 103
(Ap)M= 1 kgficm2 -- (PD)M= 0,34.
A permeabilidade pode ser estimada por:
19,0301.1, (pD)M 19,03 x 102,5 x1,19 x 1,82 0,34
= md
h (ap)M 37 1

Esse valor estimado para a permeabilidade pode ser verificado através do ajustamento do tempo:

k= 4lJctrr (tD)M 0,21 x1,82 x142 x10-6 x(0,125)2 x5,6x103 =148


and .

0,0003484 (t)M 0,0003484 1 '


Como essa permeabilidade foi estimada a partir do ajustamento corn uma curva aproximada de CD =
103, o seu valor deve ser corrigido para o valor correto do coeficiente de estocagem adimensional:

k_14,8x 73,35x103 = 49 md
103

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Teste de Fluxo 99

Observa -se que este valor está coerente corn aquele obtido anteriormente a partir do ajustamento da
pressáo, ou seja, embora diferente, está muito mais próximo daquele do que o valor de 14,8 md.

(c) Fator de película


Do ajustamento corn a curva de CD = 103 e s = 0 obtém -se diretamente também o fator de pelícu-
la, conforme mencionado anteriormente no item (b).

(d) Queda de pressáo devida ao efeito de película


Como s = 0, tern-se que:
Ops = 0,8686ms = 0 .

(e) Razáo de dano


Pi-Pwf PiPw,f
Pi -Pw,f -Ps Pi -Pwf' -0

(1) Tempo para inicio da linha reta semilog


Do ajustamento das curvas: t - 10 h.

(g) Inclinaçáo da linha reta semilog


1
m= 1,151 AP =1,151x = 3,38 kgf l cm2
pD )M 0,34

Para a análise pelo método convencional constrói -se o gráfico semilog da Figura 3.8, no qual se
observa a presença de urna reta após o desaparecimento dos efeitos de estocagem no poço, característica
do regime radial transiente. Dessa reta sao calculadas a inclinaçáo m = 3,30 kgflcm2 e a pressáo corres -
pondente ao tempo de 1 hora, ou seja, plh = 344,1 kgflcm2.

360

355 o

350

345

340

335 Equaçáo da reta ajustada:


pf= 344,1 - 3,30 log t
330
0.01 0 1 1 10 100
t(h)
Figura 3.8 - Gráfico semilog dos dados do Exemplo 3.3.

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100 Teste de Fluxo

A partir da inclinaçáo da reta da Figura 3.8 pode -se calcular a permeabilidade:


19,03 x102,5 x1,19 x1,82
k =1,151 C2gBji =1,151 x 39,8 md .

mh 3,30 x37
O fator de película pode ser calculado como:

Clk
s =1,151 Pi -PI log 2
0,3514
m µctrw

s = 1,151+
358,6 - 344,1 log
0,0003484 x 39,8
0,3514 = -0,20 .

3,30 0,21 x1,82 x142 x10-6 x (0,125)2


Observe que os resultados obtidos a partir dos dois métodos sao praticamente os mesmos. Nem
sempre isso ocorre, pois o método de ajustamento corn curvas -tipo sempre apresenta urn maior grau de
subjetividade, ou seja, um menor grau de confiabilidade, pois a curva escolhida como sendo a mais
adequada depende da interpretaçáo do analista. O uso de programas computacionais para a realizaçáo
da análise com curvas -tipo, como é feito atualmente, tende a reduzir o grau de subjetividade.

3.2.Teste de Fluxo corn Vazáo Variável


Os métodos de análise descritos na seçáo anterior requerem a manutençáo de urna vazáo constan-
te na superficie durante a realizaçáo de um teste de fluxo. Na prática muitas vezes essa exigência nao é
possível de ser satisfeita, o que demanda o emprego das técnicas descritas nesta seçáo para a interpreta -
eao do teste de pressáo. Um teste corn vazáo variável pode consistir, desde uma série de vazóes diferen-
tes mas constantes durante determinados períodos, até uma vazáo totalmente descontrolada.
Os métodos de análise descritos nesta seçáo baseiam -se em um esquema de vazóes corn variaçóes
discretas. Caso a vazáo tenha sofrido variaçóes continuas durante o teste, o esquema real deve ser
substituído por urna aproximaçáo composta de trechos corn vazáo constante, o que equivale a urna
discretizaçáo da curva q versus t. A Figura 3.9 ilustra essa técnica.

Vazáo real

Esquema
aproximado

0 t
Figura 3.9 - Aproximaçáo para um esquema de vazáo variável.
A produçáo com vazáo variável, no entanto, pode ser deliberada em algumas situaçóes. Como
exemplo pode -se citar o caso em que se deseja minimizar os efeitos de variaçáo do coeficiente de
estocagem do poço, conforme será discutido em um capítulo posterior.

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Teste de Fluxo 101

3.2.1. Teste de fluxo corn vazóes múltiplas - Método de Odeh &


Jones
Odeh & Jones (1965) desenvolveram um método para a interpretaçáo de um teste de fluxo corn
múltiplas vazòes, cujo esquema pode ser exemplificado pela Figura 3.10.

o q2
101
N

t2 t3

Tempo de fluxo
Figura 3.10 - Esquema de teste de fluxo corn vazöes múltiplas.
A pressào de fluxo em um poço sem estocagem, que produz corn vazáo constante de um reserva-
tório infinito, é dada pela expressáo:
qBµ Clk
PWf = P; - 1151C 2 log t+log / \ +0,3514+0,8686s (3.60)
kh (11-tcl r);

onde se admite que a aproximaçáo logarítmica seja válida para representar a soluçáo do modelo da
fonte linear. Definindo -se:
Clk
.37= log, + 0,3514+ 0,8686 s (3.61)
1)µc;W

pode -se escrever que:

p; -pWf =1,151C2 gBp [log t+s]. (3.62)

Aplicando -se o principio da superposiçáo de efeitos, a queda de pressáo em um instante t qual -


quer, sendo ti_, < t <- t1, 1 5./ <- N, é dada por:

p - pWf = m'[g1 log t + (g2 - g1) log(t - tl ) + (q3 - q2) log(t - t2) +... + (3.63)
+ (q -q-1) log(t -
ti-i)1+ m'qls
onde to = 0, qo = 0 e:

m'=1,151C2 (3.64)
h .

Dividindo-se a Eq. (3.63) por gi obtém-se:

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102 Teste de Fluxo

pi - pwf
qj
-m
jt=1
91

q
g1-1
log(t -t1_1) + m's . (3.65)

A análise do teste é efetuada construindo-se o gráfico da Figura 3.11, onde o coeficiente angular é m' e
o coeficiente linear é:
b' = (3.66)

b"

Er(qe - qe -1) log(t - tP


1)]
t=1 L qj
Figura 3.11 - Teste de fluxo corn múltiplas vazöes - Método de Odeh & Jones.
A partir do coeficiente angular estima -se a permeabilidade:
Bt
k= 1,151C2 (3.67)
m'h
e a partir dos coeficientes linear e angular determina -se o fator de película:
(
b' Ck
s=1,151 ;-log
m
1 0,3514 . (3.68)
\ OWtrw2 /

Exemplo 3.4 - Os dados de vazao e de pressao da Tabela 3.2 referem-se a um teste de fluxo corn
vazöes múltiplas realizado em um poço vertical produtor de óleo.

Tabela 3.2 - Dados do teste de fluxo do Exemplo 3.4


t (h) qo (STB/d) pwf(psi)
0 0 3.000
3 500 2.892
6 1.000 2.778
9 1.500 2.660
12 2.000 2.538
Outros dados do poço e do reservatório sao:
Viscosidade do óleo (lug) 1,0 cp
Fator volume- formaçao do óleo (Bo) 1,35 bbl/ STB
Porosidade (0) 0,22
Compressibilidade total (c,) 21 x 10 -6 psi 1

Ralo do poço (rw) 0,33 ft

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Teste de Fluxo 103

Espessura da formaçao (h) 15 ft


Área do reservatório (A) 3.484.800f?
Pede -se analisar o teste e calcular:
(a) A permeabilidade da formaçao produtora.
(b) O fator de película do poço.
(c) A razao de produtividade do poço.
Soluçáo:
A análise do teste é efetuada construindo -se um gráfico semelhante ao mostrado na Figura 3.11,
que representa graficamente a equaçáo:

Pi - pwf m,± q1 - g1-1 log(t -ti-1)


qi 1=1 qi
Definindo-se:

f (t)= E q1 - q1-1 log(t -


1=1 q.i
os termos da equaçáo, para os vários períodos de fluxo, sao dados por:

12 periodo j
de fluxo: = i; t = 3 h; pwf= 2.892 psi
Pi -Pwf P -Pwf 3.000 -2.892
= 0,2160 psi /STB /d
q q1 500

f(t=3)=E q1 - q1-1 log(t -t1_1) _± [ g1 -9,1q7-1 log(t -tl-1)J =


1=1 q 1=1

q1
- q0 log(t - to) = 500 0
log(3 -0) = 0,477
q1

22 período de fluxo: j = 2; t = 6 h; pwf= 2.778 psi


Pi - Pwf =Pi- Pwf 3.000- 2.778
0,2220 psi / STB / d
q q2 1.000

.Î (t = 6) = ± - q1 q1-1
log(t -t1-1) _E [171 - 17" log(t -ti-1)J =
1=1 qi 1=1 q2

=
q1
- q0 log(t - to ) + g2 - q1 -
log(t t1) =
500-0
1.000
log(6 - 0) + 1.000-500
1.000
log(6 -3) = 0,628
q2 q2
32 período j
de fluxo: = 3; t = 9 h; pwf= 2.660 psi
Pi- Pwf _Pi- Pwf -
3.000 2.660
0,2267 psi/ STB / d
q1 q3 1.500

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104 Teste de Fuuxo

f (t = 9) = qi - qt-1 log(t - t1-1) =1 q1


- q1-1 log(t - 11-1)
1=1 q1 i=i_ q3

q1 - q° log(t - to ) + q2 q1
log(t -t1) + q3 q2
log(t - t2) =
q3 q3 q3
500 -0
log(9 - 0) + 1.000 - 500 log(9 - 3) + 1.500 -1.000 log(9 - 6) = 0,737
1.500 1.500 1.500

42- período de fluxo: j = 4; t = 12 h; p,,,f= 2.538 psi


Pi- Pwf - Pi- Pwf 3.000-2.538
=0,2310 psi/STB/d
qJ q4 2.000

4
f(t=12)=E ql q1-1
log(t -t1-1) _E qt - ql 1
log(t -t1_1) = q1 - q° log(t - to) +
!=1 q! 1=1 q4 q4

+ q2 q1
log(t-t1)+ q3 - q2 log(t-t2)+ q4 - q3 log(t-t2)= 500 -0 log(12-0)+
q4 q4 q4 2.000
1.000 -500
log(12 - 3) + 1.500 -1.000 log(12 - 6) + 2.000 -1.5001og(12 - 9) = 0,822
2.000 2.000 2.000
Ì
A Figura 3.12 apresenta o gráfico de
Pt Pwf
versus f(t) = ql - q1-1 log(t - tl )
q j 1 q
A partir da reta ajustada aos pontos säo obtidos os coeficientes angular m' = 0,0432 psi / STB / d e
linear b' = 0,195 psi / STB / d.

0.24

0.24

0.23

0.23
MINIMMON1111111 MMMMM MMMMMMMMM MMMMMMMMM

0.22

0.22
MMMMMMMMMMMMMMMMMMMM MMMMM 11111111111MMEMO
0.21

0.21

0.20 /o .MMMM 111111111nME MMMMMM MMMMMMM


Equaçáo da reta a'ustada:
0.20 f)
[(p;-p l qj] = 0,0432/(t) + 0,195
EOM
0.19
00 01 02 03 04 05 06 07 08 09
f(t)
Figura 3.12 - Gráfico para análise do teste de fluxo corn vazöes múltiplas do Exemplo 3.4.
(a) Permeabilidade da formaçäo produtora

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Teste de Fluxo 105

k =1,151C2 =1,151x141,2x 339 md .

m 010432x015
,

(b) Fator de película do poco

b' Clk
s=1,151 - log 2\ 0,35141
m' Olt rw i
r
0195 0,0002637x339
s =1151x log 0,3514= -125
0,0432 0,22x1,0x21x10 -6 x(0,33)2

(c) Razáo de produtividade do poco

(IP)reai P -Pwf ln[4A /(e7CAr,,2)]


RP
(IP) ideal P -Pwf ln[4A /(0CArW )] +2s
CA = 30,88 (admitindo poco no centro de um reservatório circular)
144 x 3.484.800 /[1,781 x 30,88 x (0,33)21} =120
RP =
ln {4 x 3.484.800 /[1,781 x 30,88 x (0,33)2 ] }+ 2 x (-1,25)

O método empregado na análise admite que o reservatório tenha se comportado como infinito du-
rante o teste. Isso pode ser verificado calculando -se o tempo necessário para o reservatório atingir o
regime pseudopermanente. De acordo corn a teoria apresentada no Capítulo 2 o regime pseudoperma-
nente ocorre, corn erro menor que 1%, para:
0,0002637ktpp 379 , 2 x 0 22 x 10 x 21 x 10 -6 x3.484.800
(tDA)pp > 0,10 > 0,10 = tpp > _ 18 h.
tA 339

Como a duraçáo do teste foi de 12 h, portanto menor que o tempo para atingir o regime pseudoperma-
nente, conclui -se que o método de análise foi corretamente aplicado.

3.2.2. Teste de fluxo corn vazáo dupla - Método de Russel


O método de Russel (1963), conhecido como teste de fluxo corn vazáo dupla, é um caso particu-
lar do método de Odeh & Jones. Nesse caso o esquema de vazóes segue o que está representado na
Figura 3.13:

q]

q2

0
0 t, t
At
0

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106 Teste de Fluxo

Figura 3.13 - Esquema de vazáo para o teste de fluxo corn vazáo dupla.
Aplicando o principio da superposiçáo de efeitos e admitindo que o reservatório se comporte co-
mo infinito, que o poço no apresente efeitos de estocagem e que a aproximaçáo logarítmica seja válida,
obtém -se a expressáo:

pi -pwf = m'gt[log(t1 +At)+s]+m'(g2 -g1)[log(Ot)+s] (3.69)

ou ainda,
log(ti +Otl q2
=pt -m'q1 log(At) -7n/q23- .
(3.70)
l of /J q1

Na Figura 3.14 é mostrada a análise gráfica do teste de fluxo corn vazáo dupla, Eq. (3.70).

pwfo

Pi

Figura 3.14
log(t' log
``
+at +qz
At q1
- Teste de fluxo corn duas vazbes - Método de Russel.
At

Definindo-se o coeficiente angular como:


-m1 = -m'q1 (3.71)
a permeabilidade pode ser calculada por:

k=1,151C2 g1Bp (3.72)


m1h

e o fator de película através da expressáo:

s=1,151 q1 lrpl -(pwf )°r=o log( C1k 0,3514 (3.73)


lg1
C -g21LL m1 J (111Ctrw

onde p1 é a pressáo de fluxo pwf tomada sobre a linha reta para At = 1 e (pwf) °r-o é a pressáo de fluxo no
instante da mudança de vazáo.
Neste tipo de teste é possível estimar a pressáo inicial do reservatório, em funçáo do coeficiente
linear (pwfo) da reta da Figura 3.14, que é a representaçáo gráfica da Eq. (3.70):

Pi = pwfo + m'g2s (3.74)

ou:
MI
Pi A lf (3.75)
ql

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Teste de Fuxo 107

3.3.Teste de Limite de Reservatório


O regime de fluxo pseudopermanente é alcançado pela produçáo de um poço em um reservatório
finito por um tempo suficientemente longo, possibilitando a determinaçáo dos parâmetros do reservató-
rio, bem como do volume poroso da regido drenada. Um teste de fluxo executado corn a finalidade de
se determinar o volume poroso da regido drenada por um poço é denominado teste de limite de reserva-
tório e foi introduzido por Jones (1956).

3.3.1. Método convencional de análise


A equaçáo de fluxo do regime pseudopermanente para um poço que produz corn vazáo constante
é dada, na forma adimensional, por:
r
pwD= 2lttDA+
2
lnl Tl +- ln (2,2458)±s (3.76)

onde a constante CA é denominada fator de geometria, sendo portanto urna funçáo da geometria do
sistema poço -reservatório. De acordo corn a teoria apresentada no Capítulo 2, a equaçáo da queda de
pressâo adimensional no poço para urn reservatório circular limitado que produz no regime de fluxo
pseudopermanente é:
3
pwD = 2TGtDA + In(reD ) - +s (3.77)

que também pode ser escrita corno:

pwD=2zrtDA+ln +lne-3i4-lnn+s (3.78)


wi
ou ainda:

+s .
pwD = 2rrtDA +
2
ln
r z
+
21n(0,07102)
(3.79)

Comparando as Eqs. (3.76) e (3.79) verifica-se que:


2,2458
0,07102 (3.80)
CA

ou seja, CA= 31,62 para o caso de reservatório circular limitado.


Uma análise da Eq. (3.76) indica que, uma vez atingido o regime de produçáo pseudopermanente,
a pressâo no poço varia linearmente corn o tempo. Assim, um gráfico da pressâo de fluxo versus tempo
-
de produçáo deve resultar em urna linha reta com inclinaçáo m* e coeficiente linear (interseçáo corn o
eixo vertical) p;n como mostrado na Figura 3.15.

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108 Teste de Fluxo

A
Pwf

Ant
tga = -m*

Figura 3.15
0
- tPp

- Teste de limite de reservatório - Método convencional de análise.


Tempo (t)

Se colocada em termos de variáveis reais, a Eq. (3.76) se transforma em:

f=2r 1 tA ¡+
kh Clkt 2,2458)+s
C204 (Pi - Pw
(pi )
1
ln A+ -ln l (3.81)
C2 JIl 2 rw/ 2 ` CA

ou seja,
1/2

PWf - P, C2qBµ ln 2,2458A


2
+s 27c( h2g j (3.82)
kh CArw t t

Definindo-se:

C2gBµ ln/2,2458A\1/2 +s
Pint= Pi (3.83)
kh CArw

m* = 2 ClC2gB
cßhctA
(3.84)

a Eq. (3.82) reduz-se a:

Pwf = Pint -m t (3.85)

que é a equaçáo de urna linha reta. Portanto, o método de análise do teste de limite consiste em se
ajustar ulna linha reta sobre os dados de campo e determinar o seu coeficiente angular -m *. Assim, o
volume poroso é calculado a partir da Eq. (3.84):

Vp = $hA = 2 CiC24B
.
m et
(3.86)

Para se estimar o fator de geometria CA é necessária a utilizaçáo dos valores de m e de pi deter-


minados na análise transiente convencional. A manipulaçáo algébrica das Eqs. (3.48) e (3.83) produz:

CA= 5,457 'n exp[2,303(pint -p1)/m]. (3.87)

O tempo necessário para que o reservatório atinja o regime pseudopermanente de produçáo é es-
timado através do inicio da linha reta cartesiana dos dados de campo na Figura 3.15). Desse modo, (t

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Teste de Fluxo 109

C1ktPP
(t DA) pp $é1Ctf1 (3.88)

ou
1,151 m*
(tDA)pp (3.89)
27G m tPP

Corn os valores de CA e (tDA)pp pode -se estimar a forma da área de drenagem do poço através da
comparaçáo corn os valores apresentados na tabela do Apéndice B.

Exemplo 3.5 - Um poço vertical produtor de óleo foi submetido a um teste de fluxo, procurando -se
obter urna vazáo constante ao redor de 63 m3 std/d. As pressóes foram registradas no fundo do poço e as
vazóes medidas em um separador. Os dados de pressáo e de vazáo estáo apresentados na Tabela 3.3.

Tabela 3.3 - Dados de presso e de vazáo do Exemplo 3.5.

t Pwf 4 t Pwf 9
(h) (kgf/cm2) (m3 std/d) (h) (kgf7cm2) (m3 std/d)
0 81,13 14 65,17 63,0
1 67,10 80,1 15 65,07 63,0
2 64,91 75,5 18 64,91 63,0
3 65,05 69,8 20 64,82 63,0
4 65,59 57,1 25 64,62 63,0
5 65,91 63,0 30 64,46 63,0
6 65,51 64,9 35 64,32 63,0
7 65,67 63,0 40 64,19 63,0
8 65,60 63,0 50 63,97 63,0
9 65,51 63,0 60 63,76 63,0

10 65,42 63,0 70 63,56 63,0

11 65,34 63,0 80 63,37 63,0

12 65,27 63,0 92 63,13 63,0

13 65,20 63,0

Outros dados do poço e do reservatório sáo:


Viscosidade do óleo (l.to) 3,93 cp
Fator volume- formaçáo do óleo (B0) 1,243 m3/ m3 std
Porosidade (0) 0,205
Compressibilidade total (ce) 147 x 10 -6 cm21kgf
Raio do poço (rw) 0,0762 m
Espessura da formaçáo (h) 39,6 m
Utilizando o método convencional de análise de teste de limite de reservatório, determine:

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110 Teste de Fluxo

(a) A permeabilidade da formaçáo.


(b) O volume poroso do reservatório.
(c) A área drenada pelo poço.
(d) O raio equivalente do reservatório.
(e) O fator de geometria CA.
(f) O tempo para inicio do regime pseudopermanente

Soluçáo:
(a) Permeabilidade da formaçáo
Na Figura 3.16 está mostrado o gráfico semilog dos dados de pressáo da Tabela 3.3. Observe que
os primeiros pontos foram desprezados ao se traçar a reta semilog, pois estáo influenciados pela varia-
çáo de vazáo.

68

o
67

66 o

o
o

o
63 Equaçáo da reta ajustada:
pWf= 67,410 - 1,987 log t

62
1 10 100
t(h)
Figura 3.16 - Gráfico semilog dos dados de pressáo do Exemplo 3.5.
Do gráfico da Figura 3.16 obtém-se para a inclinaçáo da reta semilog (período de fluxo transiente) o
valor de m= 1,987 kgflcm2, a partir do qual se calcula a permeabilidade:
011 19,03 x 63 x 1,243 x 3,93 = 86 md
k =1,151C2 -1151 x .

mh 1,987 x 39,6

(b) Volume poroso do reservatório


Inicialmente constrói -se o gráfico cartesiano da Figura 3.17, a partir do qual se obtém o valor de
m* = 0,0203 kgflcm2 /h, que é a inclinaçáo da reta cartesiana (período de fluxo pseudopermanente).

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Teste de Flux° 111

68.0
------------------
--------------------
67.0 r7MM--------------
mmm imEmm
=-=:
Equaçzo da reta ajustada:

-
===== pf= 64,988 0,0203 t
-------------------
66.0
01111111EMII--------------
1-----------------
Ñ Illllll:ININIE11111111111.----11111111111111,111111,111111,-1.1-
1111111\.\111111111111111111111111
65.0 1111<1.11111111111111111,11,1111111111
+11

MMI\\INIII-----I-------
----li-------------
64.0
-----INEEMOI-----------
--1111---fOM----------
-----------MiMI--IIN---
-------------i----
---------------i--
-----III-I----------MIEM
----------------
------------------
63.0

62.0
0 10
MIMM 20 30 40 50 60 70 80 90 100
t(h)

=.
Figura 3.17 - Gráfico cartesiano dos dados de pressáo do Exemplo 3.5.
O volume poroso é dado por:

Vp =
CiC2gB
- 2 x 0,0003484 x19,03 x 63 x1,243 1,09 x 10
6
1113 .

m ct 0,0203 x147 x10-6

(c) Área drenada pelo poço


6
V 1,09 x 10 6
P = 0,135 x10 M2 .
hO 39,6 x 0,205

(d) Raio equivalente do reservatório


1,09 x106
Vp = 7Ce2h0 re= = 207 m .

TC x 39,6 x 0,205

(e) Fator de geometria CA


CA = 5,456 4, exp[2,303(pint -1>> )/ m]
in
Do gráfico cartesiano da Figura 3.17 lê -se p1,, = 64,99 kgf7cm2 e do gráfico semilog da Figura 3.16
obtém -se pi = 67,41 kgflcm2. Logo:
1'987
CA = 5,456 exp[2,303(64,99 - 67,41)/1,987] = 32,3 .

0,0203
Como CA = 32,3 conclui -se que o reservatório aproxima-se de um círculo corn poço no centro, de
acordo corn a tabela do Apêndice B.
(f) Tempo para inicio do regime pseudopermanente (tpp)
Do gráfico cartesiano pfversus t (Figura 3.17) obtém -se: tpp - 40 h.

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112 Teste de Fluxo

3.3.2. Método de Park Jones.


Jones (1957) desenvolveu também um método de interpretaçáo de teste de limite de reservatório
que possibilita a análise simultânea dos períodos de fluxo transiente e pseudopermanente. O período
transiente é regido pela equaçáo:
C2gBµ 1 r Ckt2 }+0,80907+2s
pwf -pt kh 2
ln . (3.90)
(1)I-lctYw

Diferenciando-se essa equaçáo em relaçáo ao tempo resulta em:


dpwf C2gBµ 1
(3.91)
dt kh 2t
Definindo -se a funçao Yde Park Jones como sendo:
dpwf /dt
Y= (3.92)
q

tem -se que:


C2Bµ 1
Yinftntto - (3.93)
2kh t

onde Ynfinito e o valor de Y para o regime transiente, isto é, para o período em que o reservatório se
comporta como se fosse infinitamente extenso. Tomando -se o logaritmo decimal da Eq. (3.93):

log Yinfmito =1 C2Bµ logt . (3.94)


2kh

Entáo, um gráfico de log -infinito contra log t deve resultar em urna linha reta com coeficiente angular
igual a -1, conforme ilustra a Figura 3.18. Deve -se mencionar que os valores de Ypodem ser calculados
numericamente a partir dos dados de pressáo versus tempo, utilizando -se o conceito de diferenças
finitas.

tw 45° (
o

logt
Figura 3.18 - Teste de limite de reservatório - Período transiente - Método de Park Jones.
Durante o período pseudopermanente o comportamento de um reservatório de geometria qual -
quer é dado pela Eq. (3.82). Derivando-se essa equaçáo em relaçáo ao tempo:
dpwf
2n/ C1C2gB (3.95)
dt clhctA l
A funçâo Yneste caso passa a ser:

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Teste de Fluxo 113

dp,vf l dt
Yfnito = 27c (C1 C2 B (3.96)
4hctA

onde Yfntto refere -se ao regime de fluxo estabilizado (pseudopermanente). A Figura 3.19 apresenta o
comportamento completo da funçáo Y, tanto para curto como para longo tempo.

log Y

log t
Figura 3.19 - Teste de limite de reservatório - Método de Park Jones.
O valor da permeabilidade é estimado tomando -se um ponto (t45. ,Y,450) sobre a reta de 45° da
Figura 3.19 e usando -se a Eq. (3.93):
1
=C241. (3.97)
2h t45°Y45°

O raio de investigaçáo ri de van Poollen (1964) é definido admitindo -se uma distribuiçáo de
presso pseudopermanente em um sistema circular de raio igual ao raio de investigaçáo, tal que:
infinito = Yfinito (3.98)

ou seja,
C2Bµ r, pe

1 - 2n ( (3.99)
2kh t cl)hctnri2

de onde se obtém:
C1kt
ri =2 . (3.100)
$Net

O valor máximo de rt, o qual será denominado de raio de drenagem rd, é alcançado quando o re-
servatório de fato atinge o regime pseudopermanente, o que corresponde ao tempo de estabilizaçáo test
indicado na Figura 3.19. Portanto:
21 Clktest
(3.101)
(Wuct

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114 Teste de Fluxo

Deve -se observar que o raio de investigaçáo aparente de Aronofsky & Jenkins (1954), apresenta-
do e discutido no Capítulo 2, também conhecido como raio de drenagem aparente de Aronofsky &
Jenkins, definido como:
Clkt
rdQ =1,50 (3.102)
eµCt

é mais conservador que o raio de investigaçáo de van Poollen, dado pela Eq. (3.100), pois para t = test
seria dado por:

= 1,50.I Clktest (3.103)


V $µCt

sendo, portante, menor que o valor do raio de drenagem dado pela Eq. (3.101). Corrêa (1983) sugere,
no entanto, que o raio de investigaçáo de van Poollen seja utilizado para o cálculo de volume provado
de óleo a partir de análise de teste de pressáo.
O volume poroso é estimado usando -se o valor estabilizado da funçáo Y:
(
Vp = 2
C1CZB
(3.104)
CtYfinito

e o volume original de óleo é dado por:


(1- Swi )
N=27cC1CZ (3.105)
CtYfnito

onde Swi é a saturaçáo inicial de Agua existente na zona de óleo do reservatório. Mesmo que durante o
teste náo seja atingido o regime pseudopermanente, o método de Park Jones permite a estimativa do
mínimo volume provado de óleo:
C1C2(1 -Swi)
Nmínimo = 2n ( 3.106 )
CtYmínimo

onde Yminimo é o menor valor da funçáo Y alcançado durante o teste, conforme mostrado na Figura 3.20.

log Y

log t
Figura 3.20 - Teste de limite de reservatório - Determinaçáo do mínimo volume provado de óleo.

Exemplo 3.6 - Utilizando os dados do Exemple 3.5 e o método de Park Jones, analise o teste determi-
nando:
(a) A permeabilidade da formaçáo.

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Teste de Fluxo 115

(b) O volume poroso do reservatório.


(c) O tempo de estabilizaçáo.
(d) O raio de drenagem.
Soluçáo:
Na Tabela 3.4 sáo apresentados os valores de Y, calculados utilizando -se o conceito de diferenças
finitas, tendo sido empregada a chamada diferença descendente.

Tabela 3.4 - Dados de pressäo e de vazäo do Exemplo 3.6.

Y
t
Pu q
-dpwf Iat
(kgf lcm2,h1
(h) (kgflcm2) (m3 std/d) (kgf7cm2 / h)
m3 std /d

0 81,13 - - -
1 67,10 80,1 14,03 0,175
2 64,91 75,5 2,19 0,0290
3 65,05 69,8 -0,14 -0,00201
4 65,59 57,1 -0,54 -0,00946
5 65,91 63,0 -0,32 -0,00508
6 65,51 64,9 0,400 0,00616
7 65,67 63,0 -0,16 -0,00254
8 65,60 63,0 0,070 0,00111
9 65,51 63,0 0,090 0,00143
10 65,42 63,0 0,090 0,00143
11 65,34 63,0 0,080 0,00127
12 65,27 63,0 0,070 0,00111
13 65,20 63,0 0,070 0,00111
14 65,17 63,0 0,030 0,000476
15 65,07 63,0 0,100 0,001590
18 64,91 63,0 0,050 0,000847
20 64,82 63,0 0,045 0,000714
25 64,62 63,0 0,040 0,000635
30 64,46 63,0 0,032 0,000508
35 64,32 63,0 0,028 0,000444
40 64,19 63,0 0,026 0,000413
50 63,97 63,0 0,022 0,000349
60 63,76 63,0 0,021 0,000333
70 63,56 63,0 0,020 0,000317
80 63,37 63,0 0,019 0,000302
92 63,13 63,0 0,020 0,000317

Na Figura 3.21 apresenta -se o gráfico log -log da funçáo Y de Park Jones em funçáo do tempo de
teste.

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116 Teste de Fluxo

0.01

o
o
0.001

o
Yfrntto - 0,000312
o

test = 49 h
1E-4 I
10 100 1000
t (h)
Figura 3.21 - Gráfico log -log da funçáo Yde Park Jones - Exemplo 3.6.
(a) Permeabilidade da formaçáo

Do gráfico da Figura 3.21 obtém-se: t45o = 30h - Y45o = 0,000508 (kgf


/cm z )lh
m3 std / d

C24. 1 19,03 x1,243 x3,93 x( 1


\= 77,0 md .

2h t 45° Y
45°
2x39,6 30x0,000508, '

(b) Volume poroso do reservatório

Da Figura 3.21 obtém-se: finito = 0,000312 (kgf/ cm2) l h Logo:


m3std /d

V - 2n C1C2B = 27.c x 0,0003484 x19,03 x1,243 x106 m3 .

CtYfinito 147 x10-6 x 0,000312

(c) Tempo de estabilizaçáo


Da Figura 3.21 obtém-se: teSt _ 49 h.
(d) Raio de drenagem
0,0003484 x 77,0 x 49,
rd = 2 C1ktest 211 m .

Olict 0,205x3,93x147x10-6

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Russell, D. G.: Determination of Formation Characteristics From Two -Rate Flow Test, J. Pet. Tech (Dec. 1963) 1347 -1355;
Trans., AIME 228. Also Reprint Series, No 9 - Pressure Analysis Methods, Society of Petroleum Engineers of AIME,
Dalas (1967) 136 -144.
Van Poollen, H. K.: Radius -of- drainage and stabilization -time equations. Oil and Gas J., 138 -146, Sept. 14, 1964.

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118 Teste de Fluxo

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4.
TESTE DE CRESCIMENTO DE PRESSÁO
Um dos procedimentos técnicos mais difundidos para a avaliaçáo de formaçóes produtoras de
petróleo consiste no chamado teste de crescimento de pressáo, muitas vezes denominado simplesmente
como teste de crescimento (buildup test na literatura em inglés). Esse teste baseia -se no registro conti-
nuo das pressòes de fundo, após o fechamento de um poço que tenha estado produzindo por um deter-
minado período, conforme ilustrado na Figura 4.1. Denomina -se pwf a pressáo no poço durante o
período de fluxo, pws a pressáo durante o período de fechamento, pwffa última pressáo de fluxo, isto é, a
pressáo de fluxo no instante em que o poço é fechado para o crescimento de pressáo, tp o tempo de
produçáo (ou de fluxo) e Ot o período de tempo medido a partir do momento em que o poço é fechado.

Presso

Pws

Pxf

Puff

o
o tp Tempo

Vazáo

o
o Tempo

Figura 4.1 - Esquema de vazáo e gráfico do comportamento da pressáo em um poço submetido a um


teste de crescimento de pressáo.

Quando bem realizado, um teste de crescimento de pressáo pode fornecer informaçóes a respeito
do sistema poço- formaçáo, tais como: permeabilidade efetiva do meio poroso ao fluido produzido,
indicaçao de dano ou estímulo da formaçáo e pressáo média na regido drenada pelo poço.
Embora seja possivel a análise de um teste de crescimento de pressáo antecedido de vazáo de
produçáo variável, a análise do teste flea bastante simplificada quando se produz o poço corn vazáo
constante antes do fechamento. A análise de testes de crescimento de pressáo pode ser feita utilizando -
se tanto o método de ajustamento corn curvas -tipo como os chamados métodos convencionais.
Neste capítulo serán considerados somente os casos em que, durante o período de crescimento de
pressáo, também chamado de período de fechamento ou período de estática, o reservatório se comporta

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120 Teste de Crescimento de Press5o

como radial infinito, ou seja, em que o regime é o radial transiente. Efeitos de limites, tais como limites
externos selados em diferentes geometrias, pressáo constante em um ou mais dos limites externos,
presença de falhas e barreiras etc., bem como efeitos das condiçóes de poço, como a presença de
fraturas hidráulicas artificiais, e análise de testes em poços horizontais, serán abordados em outros
capítulos.

4.1.Método de Ajustamento corn Curvas -Tipo


As curvas -tipo para o comportamento da pressáo em um poço sao normalmente desenvolvidas
para um teste de fluxo, ou seja, para representar o comportamento de pressáo em um poço, inicialmente
fechado, que é colocado em produçáo. No caso de um teste de crescimento de pressáo, a curva -tipo
correspondente depende do tempo de produçáo (tp), ou seja, para cada tempo de produçáo seria necessá-
rio gerar e utilizar uma curva-tipo específica, o que tornaria pouco prático esse método. Urna alternativa
será, entao, empregar as curvas -tipo de fluxo na análise de testes de crescimento.
Admitindo -se que o poço tenha produzido corn urna vazáo constante q durante um tempo de
produçáo tp, a queda de pressáo no poço em um instante At após o fechamento pode ser determinada
pela utilizaçáo do principio da superposiçáo de efeitos6. Desse modo, a queda de pressáo no instante de
tempo (tp +At) após o inicio da produçáo seria a resultante da soma dos efeitos causados pela produçáo
do poço corn vazáo +q desde o instante inicial e pela produçáo do poço corn urna vazáo negativa -q
desde o instante do fechamento. Fisicamente, isso poderia ser visto como um poço produzindo desde o
inicio corn vazáo q e outro poço, hipotético, situado no mesmo local, injetando corn vazáo q a partir do
instante do fechamento do poço real. Portanto, a queda de pressáo adimensional no poço, em qualquer
instante após o seu fechamento, é dada por:
kh
pwsD(tp +At)D = pws(tp +At)j= pWDL(tp +ot)Dj- pWD (AtD) (4.1)
C2 Ai Lp,
ou, simplesmente:
kh r,
pwsD(AtD)° L Yi- pws(At)]= pwDL(tp +At)D]- pwD(AtD) (4.2)
CZgB.t
já que, para efeito de um teste de crescimento de pressáo, os tempos de interesse medidos durante o
teste sao os valores de At. A Eq. (4.2) ainda pode ser escrita de maneira mais compacta corno:
kh
PwsD = -pws)=pwDL(tp + At) Di- pwD(AtD) (4.3)
C2gB11(P
onde pwsD (AtD ), ou PwsD simplesmente, é a queda de pressáo adimensional no poço durante o período de
fechamento; o primeiro termo do lado direito da equaçáo corresponde ao efeito de um poço produzindo
desde o inicio (t = tp +At = 0) corn vazáo constante q e o segundo termo corresponde ao efeito de um
poço injetando a partir do instante de fechamento (At = 0) corn vazáo q ou, de maneira equivalente,
produzindo corn vazáo -q.
No instante do fechamento (At = 0) a queda de pressáo adimensional no poço é dada por:
kh
pwD (tpD) (Pi - pwf ) (4.4)
= C2 gBlt
ou seja:

6 Vide Capítulo Erro! Fonte de referência nao encontrada..

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Teste de Crescimento de Press5o 121

kh ¡
(4.5)
lPi -Pwff)=PwD(tpD)
C29,B!!
onde Pwf é a última presso de fluxo ou a primeira do fechamento, isto é, pwff = pws (At = 0). Subtraindo
(4.3) de (4.5) obtém-se:
kh ¡

ws- Pwf)= PWD(tpD)- PWDktp +At)DJ +PWD(AtD) (4.6)


C2 qBu
A Eq. (4.6) é denominada equaçc o generalizada do crescimento (buildup) e o termo do lado
esquerdo é definido como sendo a queda de presscro adimensional do buildup, ou seja:
kh p ws
PwDBU(AtD) = CZgBIt Pw,ff ). (4.7)

Observa -se entáo que, no caso de um teste de crescimento, a queda de pressáo adimensional no pop a
ser utilizada na análise é definida em termos da diferença entre a pressáo no pop durante a estática
(pws) e a pressáo de fluxo no instante do fechamento (Pwff ), diferentemente da definiçáo usada normal-
mente, em que a queda de pressáo adimensional é proporcional à diferença entre a pressáo inicial do
reservatório (p) e a pressáo em qualquer instante. Pode -se entáo definir a queda de pressáo a ser usada
na análise de teste de crescimento como sendo:
(4.8)
APwBU(At) = Pws (At) - Pwff
ou, simplesmente:

(4.9)
APwBU(At) =Pws -Pwff
Em termos dimensionais, a equaçáo generalizada do crescimento (buildup), Eq. (4.6), pode ser escrita
como:

APwBU = (Pi - Pwff ) - [pi - Pwf (tp + At)]+ [pi - Pwf (At)] (4.10)
APwf (tp)- Apwf(tp + At) +Apwf(At).
A Figura 4.2 apresenta urna interpretaçáo gráfica para o crescimento de pressáo. As linhas chei-
as correspondem aos valores observados durante o teste, enquanto a linha tracejada corresponde à
pressáo de fluxo no poço caso o mesmo náo tivesse sido fechado.
Caso a linha tracejada da Figura 4.2 pudesse ser prevista corn precisáo, a análise do período de
crescimento deveria utilizar como dados de pressáo as diferenças entre as pressées do periodo de
fechamento (p,), dadas pela linha cheia, e as pressées de fluxo extrapoladas (pwfextrapolada), dadas pela
linha tracejada. Essa diferença poderia ser denominada como Apwf(At) = Pws -Pwf extrapolada , ou simples
mente (Apwf )extrapolado , e corresponderia exatamente ao comportamento da queda de pressáo no pop
durante um fluxo com vazáo constante q, a partir da situaçáo inicial (pressáo inicial do reservatório
igual apt). Pode -se dizer, entáo, que analisar o periodo de crescimento equivaleria a analisar um período
de fluxo equivalente, desde que fossem consideradas como quedas de pressáo os valores de (Ap,,f
)extrapolado Esse processo corresponderia ao uso da chamada desuperposiçao de efeitos, tendo em vista
que o cálculo dos valores de (Ap f)extraporado significa desuperpor o efeito da vazáo negativa -q (desde At
= 0) do efeito total causado pelas vazées +q (desde t = 0) e -q. Em outras palavras, caso fossem adi-
mensionalizados, os valores de (Apwf)extrapoado corresponderiam ao termopwD (AtD) das Eqs. (4.3) e (4.6).
Ocorre que esses valores extrapolados em geral nao estáo disponíveis. Por esse motivo costuma -se
utilizar, como queda de pressáo, o que foi denominado ApwBu(At), que de acordo corn a Eq. (4.8) é dada
pela diferença entre a pressáo durante a estática e a última pressáo de fluxo.

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122 Teste de Crescimento de Pressáo

APwr Rw.s

Apf (tp)
PSuBU
APuf (t1,+At)
11
,_.
(At)

L .
' Alf extrapolado
o
tp

0 At

Figura 4.2 - Interpretaçáo gráfica do crescimento de pressáo.

As áreas hachuradas na Figura 4.3 representam as diferenças (ou os erros) entre os valores de
para dois tempos de produçáo distintos, tpl e tp2. Observe que o ApwBU pode ser
ApwBU e (APwf )extrapolado,
uma boa aproximaçáo do (Apwf )extrapolado no caso de os tempos de produçáo serem suficientemente
Tongos. Na verdad,, ApwBU seria exatamente igual ao (Apwf)extrapolado caso o poço estivesse no regime
permanente no instante do seu fechamento. Entretanto, como ilustra a Figura 4.3, para tempos de
produçáo relativamente pequenos, a diferença entre esses valores é significativa. Portanto, ApwBU (At)
versus At pode ser analisado como se fosse um fluxo apenas no caso de tp At . »
PwA

Pf

(APw,f)extrapofada

P,,wfl (AP')extrapolado

0
tp t
l P2

Figura 4.3 - Influência do tempo de produçáo nos valores de ApwBU e (APwf)extrapolado

Coln a hipótese de que tp » At ou, em outras palavras, de que tp + At -tp , o termo

PwD (tpD) - PwD [(t + MD] é pequeno em comparaçáo corn pWD (AtD) e pode ser desprezado na Eq.
(4.6). Corn esta hipótese, a equaçáo do crescimento de pressáo simplifica -se para:
kh ¡

ws Pw.f.f )-PwD(AtD)
(4.11)
C2gBla

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Teste de Crescimento de Pressáo 123

Por outro lado, conforme apresentado no Capítulo 2, a equaçáo do fluxo pode ser escrita como:

kh
(4.12)
C2qBll"i -Pw,f)=PwD(tD)-
Comparando as Eqs. (4.11) e (4.12) conclui -se que, caso as hipóteses simplificadoras aplicadas à Eq.
(4.6) sejam obedecidas, os gráficos de ApwBU versus At e de 4p,,r versus t seráo equivalentes. Assim,
poder -se -á construir um gráfico log-log de ApwBU versus At e ajustar sobre as curvas -tipo desenvolvidas
para fluxo.
Vale observar que a Eq. (4.11) ignora a influencia do termo pwD (tPD) - pwD [(t + At)D ] Esta é
.

a razáo pela qual os dados do crescimento de pressáo (buildup) divergiráo da soluçáo de fluxo para
valores de tempo (At) suficientemente grandes. Esta diferença é referida como efeito do tempo de
produçáo.
Em resumo, a análise de um teste de crescimento pode ser feita usando -se as curvas -tipo desen-
volvidas para fluxo, mas o erro cometido depende da relaçáo 4t/tp. Além disso, para limitar o erro a um
determinado valor, quanto maior for o tempo de teste (At), maior também deverá ter sido o tempo de
produçáo antes do fechamento (tp). Portanto, as diferenças entre as duas curvas seráo tanto maiores
quanto menores forem os tempos de produçáo. Como mostrado na Figura 4.4, para um mesmo valor do
produto CDe2s, a curva-tipo para crescimento de pressáo (estática) apresenta valores menores de queda
de pressáo adimensional (também chamada simplesmente de pressáo adimensional) que a curva -tipo
desenvolvida para fluxo. O inicio da divergencia entre as curvas dar-se -á para valores de tempo
(AtD/CD) suficientemente grandes.

.....
=2:::::
Fluxo

O Estática

a diferença é devida ao
efeito do tempo de produçáo

tDICD OU otDICD

Figura 4.4 - Comparaçáo entre as curvas -tipo de fluxo e de estática para um dado tempo de produçáo e
um mesmo valor de CDe2s.

O procedimento padráo para tentar corrigir os efeitos do tempo de produçáo é o uso do tempo
equivalente de Agarwal (1980). Nesse trabalho foi apresentado um método de análise de teste de
crescimento que considera os efeitos do tempo de produçáo. Esse método, inicialmente desenvolvido
como sendo um método convencional de análise, propicia também um tratamento adequado para a
análise por ajustamento com curvas -tipo. Isto porque, conforme foi discutido anteriormente, o uso de
curvas -tipo desenvolvidas para fluxo na análise de testes de crescimento pode induzir a erros considerá-
veis nos resultados.

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124 Teste de Crescimento de Pressáo

O ponto de partida para o desenvolvimento do método de Agarwal é a equaçáo generalizada do


crescimento de pressáo (buildup) dada pela Eq. (4.6):
kh
Ip ff ] -
(t p + At ) -PwPwD( t +At )D j+ PwD (At
t pD) -PwD [(p ( D) ( 413 )
(4.13)
C2gBµ
onde pwff é a última pressáo de fluxo ou a primeira do fechamento, isto é, pif= pws (At = 0).
Agarwal considerou que todas as trés soluçóes de fluxo no lado direito da Eq. (4.13) fossem
dadas pela equaçáo do fluxo radial transiente. Conforme mostrado no Capítulo 2, para fluxo radial em
um reservatório infinito, sem efeitos de estocagem, a queda de pressáo adimensional no poço, utilizan -
do-se a aproximaçáo logarítmica, é dada pela expressáo:

pwD (tD) = (ln tD + 0,80907) + s . (4.14)


2
Substituindo a Eq. (4.14) na Eq. (4.13) obtém -se:
-
kh t pD AtD
lYws(tp + At) -pwffj= ln +0,80907 +s . (4.15)
gBµ 2 (tp +At)D
Definindo-se:
tpD AtD
AteD = (4.16)
+ At)D
tern-se:
kh r
+ At) -Pwff J= 2 (1n AteD + 0,80907) + s (4.17)
CqBµ [ ws(tp

ou, de maneira equivalente:


kh } +s
[Ns(tp +At) -pwff J= 2 ln(4AYeD (4.18)
gBµ
onde y = 0,5772156649 é a constante de Euler7.
Conforme mencionado anteriormente, urna nova queda de pressáo adimensional no poco pode
ser definida por:
kh fp ws(tp +At)- pwff.I.
PwDBU(At)= (4.19)
C29Bµ"

Assim, a Eq. (4.18) pode ser escrita como:


/ 4AteD 1
PwDBU(AteD) = 1 ln +s . (4.20)
) 2 . e1
Esta equaçáo é idéntica à obtida para a queda de pressáo adimensional no poco em um teste de fluxo
corn vazáo constante em um reservatório infinito, desde que a queda de pressáo seja definida conforme
a Eq. (4.19) e o tempo de fluxo adimensional seja substituido pelo tempo equivalente adimensional
(AteD) dado pela Eq. (4.16). Ou seja, um gráfico de ApwBU versus Ate é exatamente igual à curva de fluxo
correspondente, Apwf versus t. Portanto, a análise das pressóes do periodo de crescimento através do
método de ajustamento corn curvas -tipo pode ser feita ajustando -se as curvas -tipo desenvolvidas para
fluxo os dados da queda de pressáo medida no teste, dada por ApWBU(At) = pws(At) - pwff, em funçáo do
tempo equivalente de teste (Ate), em urn gráfico Iog-log.

' Vide Capítulo Erro! Fonte de referência nêo encontrada..

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Teste de Crescimento de Pressäo 125

É interessante observar que, para um dado At, em vez de tentar corrigir o valor do ApwBU corres -
pondente, Agarwal propôs manter ApwBU e corrigir At, de forma que ApwBU versus Ate seja equivalente à
curva de fluxo. Um inconveniente desta metodologia é que o tempo equivalente (Ate) pode ser bem
menor que o tempo real de fechamento (At), podendo dificultar a ajustagem nas curvas -tipo. Em termos
dimensionais, o tempo equivalente de Agarwal (Ate) é dado por:
tpAt 1
Ate = _ (4.21)
tp + At 1 1

tp At

Observe que o maior valor de Ate é tp, isto é, quando At -> oo, Ate -> tp.
Deve -se salientar que ao desenvolver o seu método, Agarwal considerou que o sistema poço-
reservatório se comporta no regime radial transiente. Nos casos em que esta hipótese náo seja válida,
por exemplo, poço fechado durante o período de estocagem ou sistema sujeito a efeitos de barreiras
próximas ou limites do reservatório, o método de Agarwal pode nao funcionar, isto é, nestes casos nao
há a garantia de que ApwBU versus Ate seja equivalente à curva de fluxo. Independentemente disto, na
prática o método de Agarwal tern sido utilizado como opçäo, mesmo em outras geometrias e em outros
regimes de fluxo que nao sej am o regime radial transiente.
Para a análise dos dados de derivada, considere a substituiçáo das definiçóes das Eqs. (4.19) e
(4.16) na Eq. (4.17), obtendo -se:
r -

1 tpDAtD 1 tpDAtD
pwDBU (AtD ) = 2 ln +0,80907+s = ln + 0,80907 + s (4.22)
2 tpD +AtD
t + At)D

ou:

pwDBU (AtD ) = 1ntpD + ln(AtD) - ln(tpD + AtD ) + 0,80907]+ s . (4.23)

Tomando a derivada da Eq. (4.23) em relaçäo a (AtD/CD) resulta em:

dpwDBU (At D) dpwDBU (At D) CD d ln(AtD ) d [ln(tpD + AtD ) (4.24)


d (AtD / CD) D d (AtD ) 2 d(AtD) d(AtD)
ou:

dpwDBU (AtD) CD 1 1
=CD tpD
(4.25)
d (AtD l CD) 2 AtD tpD + AtD 2 (tpD + AtD )AtD

Como, por definiçáo8:


dpWDBU(AtD)
(4.26)
d(AtDICD) pwDBU(AtDI

a Eq. (4.25) pode ser escrita como:

C tpD
pwDBU(AtD)= (4.27)
2 (tpD + AtD )AtD

ou:

8
Vide Capítulos 2 e 3.

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126 Teste de Crescimento de Pressáo

tpD +
tpD
OtD\i
CD
r
JPWDBU (Ot ) = - 1

2
(4.28)

A expressao do lado esquerdo da Eq. (4.28) é denominada grupo -derivada do crescimento de pressáo
ou da estática.
De acordo corn o desenvolvimento apresentado nos Capítulos 2 e 3, no longo tempo (regime
radial transiente) o grupo-derivada para um teste de fluxo era dado por:
r
tD 1
PwD(tD) =- .
(4.29)
\ CD 2

Pelo fato de pwDBU versus AteD ser equivalente a um fluxo, o grupo- derivada adimensional da estática,
em analogia à Eq. (4.29), pode também, alternativamente, ser escrito como:
(
OteD ll , 1
(4.30)
JPwBUD(AteD)= 2
onde:
(At eD )
PwDBU (AteD ) - dPwDBU
d(OteD lCD)
(4.31)

Pode -se mostrar que as Eqs. (4.30) e (4.28) sao equivalentes. Basta substituir a definiça de AteD,
dada pela Eq. (4.16), na Eq. (4.30). Assim, como no caso de um teste de fluxo as curvas -tipo do grupo -

j
derivada sao curvas log-log de (tD / CD) pwD (tD) versus (tD /CD), conclui -se que no caso de um teste de
crescimento as curvas -tipo devem ser curvas log-log de:
I tpD At /
\ (AtD I (AteD
At \ (4.32)
PwDBU (AtD) versus
tpD \ CD /
ou, equivalentemente:
i
v C PwBUD(AteD) versus
CtD
(4.33)

Portanto, em termos de variáveis dimensionais, a análise por curva-tipo dos dados de campo de um teste
de crescimento deve ser feita ajustando -se, as curvas -tipo de fluxo, os pontos de pressao e grupo -
derivada, colocados em urna escala log -log, isto é:
APwsU = Pws -Pwff versus Ate. (4.34)
e

[(t + At) / t ] At pws (At) versus Ate ou Ate pis (Ate) versus Ate (4.35)

respectivamente, onde:

IX, (At) = dPws (At) 1 dPws (At) (4.36)


dAt At d ln At
e

Pws (Ate) = dPws


(Ate) - 1 dPws (Ate )
(4.37)
dAte Ate d In Ate
Como ApWBU (At) = pws (At) - pwf- , observe que:

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Teste de Crescimento de Pressáo 127

d[ApWBU (At)] dpws (At)


APYVBU (At) = = = pws (At) . (4.38)
dAt dAt
Como o tempo equivalente de Agarwal pode ser bastante reduzido quando comparado a At, pa-
ra efeito de identificaçao do modelo recomenda -se fazer o gráfico log-log do grupo- derivada versus At
em vez de At,, especialmente se o sistema poço -reservatório nao se comportar no regime radial transien-
te.
Na Seçao 4.2.5 será discutida a generalizaçao do método convencional de Agarwal para o caso
de teste de crescimento precedido de vazóes múltiplas, ilustrado na Figura 4.8. Neste caso, conforme
mostrado na Seçáo 4.2.5, a equaçao de Agarwal para o período de crescimento, em termos de variáveis
reais, pode ser escrita como:

fri
Pws - Pwff = log te + log( C + 0,3514 + 0,8686s (4.39)
rl+ /
onde o tempo equivalente generalizado de Agarwal é definido por:
-
N
Lígi-gi i)gN ,T( tp +Atqv
t p- t + At
te = (4.40)
11=11
j=i

O símbolo grego nesta equaçáo representa o produtório. Como era de se esperar, quando a vazao é
constante durante o período que antecede o fechamento do poço, o tempo equivalente generalizado de
Agarwal, tef simplifica -se para a definiçao do tempo equivalente Ate, dado pela Eq. (4.21).
Observe que a Eq. (4.39) é equivalente à equaçao de teste de fluxo corn vazao constante (neste
caso qN) em um reservatório infinito9. Portanto, em analogia ao que já foi discutido nesta seçao, a
análise por curva -tipo dos dados de campo de um teste de crescimento precedido de vazòes múltiplas
deve ser feita ajustando -se, As curvas -tipo de fluxo, os pontos de pressao e grupo-derivada, colocados
em ulna escala log-log, representados, respectivamente, por:
ApwsU = Pws - pwff versus te . (4.41)
e

to px (te) versus to .
(4.42)

onde:

(te) 1 dpws (te)


Pws (te) = dpws (4.43)
dte te d ln te
Além do diagnóstico do modelo e de urna estimativa dos parâmetros da formaçao (k, s, CD), o
método de ajustamento corn curvas -tipo permite determinar o tempo final dos efeitos de estocagem.
Este fato é de suma importância para definir o inicio da linha reta dos métodos convencionais.

4.2. Métodos Convencionais


Sao vários os chamados métodos convencionais utilizados na análise de testes de crescimento de
pressao. Normalmente a aplicaçao de urn ou mais desses métodos é precedida pelo uso do método de
ajustamento corn curva -tipo, conforme discutido na seçao anterior. Entre os métodos convencionais

9 Vide Capítulo Erro! Fonte de referência nao encontrada..

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128 Teste de Crescimento de Pressäo

podem ser mencionados o método de Homer e o método de Agarwal, bem como métodos, derivados
desses dois, usados também para a estimativa da pressáo média na área de influência de um poço.

4.2.1. Método de Horner


O método de Homer (1951) é o método convencional mais utilizado para a análise de testes de
crescimento e exige que a vazáo tenha sido razoavelmente constante antes do fechamento do poço.
Admitindo -se que o poço tenha produzido corn uma vazáo constante q durante um tempo de
produçáo tp, a queda de pressáo no poço em um instante At após o fechamento pode ser determinada
pela utilizaçáo do principio da superposiçáo de efeitos10. Desse modo, a queda de pressáo no instante de
tempo (tp +Ot) após o início da produçáo seria a resultante da soma dos efeitos causados pela produçáo
do poço corn vazáo +q desde o instante inicial e pela produçáo do poço corn urna vazáo negativa -q
desde o instante do fechamento, ou seja:
(4.44)
PwsDktp +At)DJ =PwDL(tp + At) D}- PWD(AtD)
rr

onde PwsD é a queda de pressáo adimensional no poço durante o período de fechamento.


A expressáo geral da superposiçáo de efeitos para um teste de crescimento de pressáo, Eq.
(4.44), pode também ser obtida de urna forma mais elegante através da aplicaçáo do principio de
Duhamel, apresentado no Apéndice F. Segundo esse principio, Eq. (F.1), a queda de pressáo adimensi-
onal no poço é dada por:

(tD 'T) (4.45)


PwD (tD ) = rD gD (ti) aPwcD dti
Jo etD
onde PwcD é a queda de presso adimensional no poço quando a vazáo é constante e qD = q /qr, sendo qr
urna vazáo de referência, e 1; é apenas uma variável de integraçáo.
Escolhendo qr = q tern-se que durante o período de fluxo qD = 1. Durante o período de fecha -
mento qD = 0 e t = tp + At ou tD = tpD + OtD. Assim, a Eq. (4.44) simplifica-se para:
rpD
aPwcD (tpD+ AtD (4.46)
PwD (tpD + AtD) ^ Z) dti
p .

Fazendo 4 = tpD + OtD -ti e d1 _ - di, a Eq. (4.46) pode ser escrita como:
WI)
aPwCD(4)
+OtD)=- (4.47)
PwD(tpD
I pD +Ot D a 074

cujo resultado é:

PwD(tpD +AtD)=-PwcD()I t=AID +LtD)-PwcD(AtD) (4.48)


=tPD+Otp -PwcD(tpD
Esta equaçáo é idéntica á Eq. (4.44), onde a queda de pressáo adimensional no poço durante o cresci-
mento de pressáo foi denominada pWDs e a queda de pressáo adimensional em um poço que produz corn
vazáo constante na face da formaçáo foi chamada de pwD.
A equaçáo da queda de pressáo adimensional em um poço que produz corn vazáo constante de
um reservatório infinito, corn efeito de película e sem efeitos de estocagem, é dada por10:

pwD (tD) = (ln tD + 0,80907 + 2s) (4.49)


12

1° Vide Capítulo Erro! Fonte de referência nao encontrada..

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Teste de Crescimento de Pressäo 129

onde se admite o modelo da fonte linear e que sej a válida a aproximaçao logarítmica para a soluçao
desse modelo10. Empregando a Eq. (4.49) na Eq. (4.44) obtém -se:

PWSD = [1n(t + At)D + 0,80907 + 2s- [ln(AtD) + 0,80907 + 2s] (4.50)


1 2
o que resulta em:
1

PwsD = 21n (4.51)


At
D
ou, em variáveis reais,
kh 1 (tp
(Pt - Pws ) = 21n At
(4.52)

onde p,s representa a pressao no poco no instante At após o seu fechamento. Rigorosamente, a permea-
bilidade que aparece na Eq. (4.52) deveria ser representada pelo símbolo k«f já que é a permeabilidade
efetiva ao fluido produzido. Por simplicidade de notaçao, porém, será usado o símbolo k, mas o analista
deve estar atento para o fato de que o valor calculado deve ser reportado como sendo a permeabilidade
efetiva, e nao a permeabilidade absoluta da rocha. Portanto, a estimativa da permeabilidade absoluta
deve ser feita usando -se dados de permeabilidade relativa do reservatório em questao.
Observa -se também que na Eq. (4.52) nao aparece o fator de película s, que foi cancelado após
a aplicaçao do principio da superposiçao de efeitos. Isso se deve ao fato de que os dois termos da
superposiçao contêm o fator de película, mas têm sinais opostos. Fisicamente, o desaparecimento do
fator de película na equaçao final da superposiçao, que representa o comportamento da pressáo durante
o teste de crescimento, é explicado pelo fato de que, em nao havendo mais efeitos de estocagem, nao há
mais fluxo do reservatório para o interior do poco, ou seja, o fluxo continua ocorrendo somente no
interior do reservatório. Como o modelo matemático considerado admite que o efeito de película ocorra
somente na parede do poco, nao havendo fluxo nesse ponto nao haverá efeito do fator de película sobre
o comportamento de pressao no poco.
A Eq. (4.52) também pode ser escrita na forma:

p +Otl
Pws = P, -m log J (4.53)
Ct 4t
onde:
gBµ (4.54)
m =1,151C2
kh
De acordo corn a Eq. (4.53), um gráfico de Pws versus log [(tp +4t) /At] deve resultar em urna li-
nha reta corn coeficiente angular igual a -m. Portanto, o método de Homer consiste em se ajustar urna
linha reta aos dados de pressáo colocados em um gráfico contra os valores de log[(tp +At) /At] e se
determinar a inclinaçao -m dessa reta. Assim, a transmissibilidade é calculada a partir da Eq. (4.54):
kh
1,151C2 B (4.55)
µ m
Quando sao conhecidas a espessura permeável e a viscosidade do fluido produzido em condiçóes de
reservatório, a permeabilidade efetiva da formaçao a esse fluido é calculada por:

k = 1,151C2 qB t (4.56)
mh
Embora esteja sendo representada pelo símbolo k, a permeabilidade calculada através da Eq.
(4.56) é, conforme mencionado no parágrafo anterior e já discutido no Capítulo 3, na verdade a perme-

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130 Teste de Crescimento de Pressáo

abilidade efetiva do meio poroso ao fluido que está sendo produzido. No caso de fluxo de óleo, por
exemplo, deveria ser representada por ka em vez de k. Portanto, o cálculo da permeabilidade absoluta
deve ser feito posteriormente levando -se em conta dados de permeabilidade relativa.
Um gráfico de Horner típico é apresentado na Figura 4.5, onde p# é a chamada pressáo extrapo-
lada. Como se pode observar, à medida que o tempo passa (At crescente), a relaçáo (tp+At) /At diminui.
Os primeiros pontos do gráfico sao influenciados pelos efeitos de estocagem e geralmente ficam
desviados da linha reta.

0 1 2 3 4 J

log(
tP +At
At
l)
Figura 4.5 - Gráfico de Homer típico.

Para um tempo de fechamento infinito tem-se a expressáo:


t + At
lim P )= 1 (4.57)
At-->- At
que aplicada à Eq. (4.53) resulta em:

pws(At-loo) =pi. (4.58)

Assim, a pressáo extrapolada para (tp+At)lAt = 1, representada na Figura 4.5 por p ", deverá ser igual à
pressáo inicial p; sempre que o reservatório se comportar como infinito, isto é, quando os limites do
reservatório nao tiverem sido atingidos, quer durante o período de fluxo, quer durante o período de
fechamento.
Quando o gráfico de Horner é aplicado para reservatórios que estej am produzindo por um tem-
po relativamente longo, isto é, quando os limites externos do reservatório já tiverem se manifestado, a
pressáo extrapolada p* é utilizada no cálculo da pressáo média na regiáo drenada pelo pop. Para esse
caso, Horner recomenda que o tempo de produçáo seja calculado pela expressáo:
NP
tP = (4.59)
Ìestabilizada
onde Np representa a produçáo acumulada do pop até o instante do fechamento e gestabnrzada a vazáo
estabilizada imediatamente antes do fechamento, ambas medidas em condiçóes- padráo.

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Teste de Crescimento de Press5o 131

O fator de película pode ser determinado a partir da presso de fluxo no instante do fechamen-
to, cuja equaçáo para o caso de reservatório infinito éll:
kh 11n(4tPD
(Pi -Pwff) +s (4.60)
2 eY
C,29B1,
onde p,vf é a última presso de fluxo antes do fechamento, enquanto a pressáo de fundo em um instante
qualquer após o fechamento é dada pela Eq. (4.52). Eliminando -se p; das Eqs. (4.52) e (4.60) resulta
em:

kh \ rt +Ate
- Pwff - 2 ln +s (4.61)
C4te
(Pws .

D lnll p At

Para efeito de simplificaçáo toma -se At = 1 e o corresponderte valor de pressáo, denominado pi, sobre a
linha reta do gráfico de Horner. Usando a definiçáo de tempo adimensional, o logaritmo na base 10 em
vez do logaritmo neperiano, a definiçáo de m, de acordo com a Eq. (4.54), substituindo o valor da
constante y e explicitando o valor de s na Eq. (4.61), obtém -se:

s =1,151
Pl - Pwff log(Clri /rW) + log/
tP +1
0,3514 (4.62)
m tp

onde ti = k /(Opct) é a constante de difusividade hidráulica. Quando tp » 1, a Eq. (4.62) simplifica -se
para:
Pwff
s=1,151 Pl log(Clrl / r,v )- 0,3514] (4.63)

que é a expressáo normalmente utilizada para se determinar o fator de película a partir de testes de
crescimento de pressáo. A queda de pressáo devida ao efeito de película é calculada por:
Aps = 0,8686ms (4.64)

e o raio efetivo do pop é determinado pela expressáo:


r11
rwe-s (4.65)

Por ocasiáo da apresentaçáo de seu trabalho no 3° Congresso Internacional de Petróleo em


1951, Horner incluiu uma aproximaçáo para se corrigir a pressáo extrapolada no caso de um reservató-
rio circular limitado com pop no centro. Apenas para efeito ilustrativo as conclusóes finais seráo aqui
apresentadas, uma vez que existem atualmente métodos mais precisos aplicáveis ao caso em questáo.
Horner mostrou que, para um reservatório circular limitado com pop no centro, a queda de pressáo
adimensional no poço durante o período de fluxo pode ser aproximada por:
/ rep2
PwD(tD)= E, Y (4.66)
2 4 D+ \ 4t
onde a funçáo Y é definida por:

Y() _ -Et () + e (4.67)

Assim, para o período de fechamento a aproximaçáo da queda de presso no pop em um instante At é:

Vide Capítulo Erro! Fonte de referência náo encontrada..

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132 Teste de Crescimento de Pressäo

tp+At 1
2
reD y(
2
reD
Pws =Pi- 111
og
At + 2,303
Y
4(tp +Ot)D 4tD
(4.68)

que, para tempos de crescimento razoavelmente pequenos, simplifica -se para:


log(t

P
+At \
y
r 2
reD
Pws =Pr -m + 1 (4.69)
At 2,303 \4tpD)

o que demonstra que um gráfico de Pws versus log [(tp+At)lAt] deverá produzir urna linha reta corn
inclinaçáo -m. A extrapolaçáo para log [(tp +At)/At] = 0 determina urna pressáo falsa p` e a Eq. (4.69) se
torna:
2
eD (4.70)
P = Pi Y
2,303 4tpD

Urna vez conhecida a pressáo inicial p;, determina -se o valor da funçáo Y e, de urn gráfico ou tabela
dessa funçáo, obtém-se o argumento da funçáo Y, que num sistema compativel de unidades é:
2 2
re
reD = (4.71)
4tpD 4rltp
A pressáo média na regido drenada pelo poço é determinada a partir de um balanço de materi-
ais:
/4,Ot;
= Pi (4.72)
2,303 re
onde é utilizado também um sistema de unidades compatíveis. Portanto, o método consiste em se
colocar em gráfico Pws versus log [(tp+At) /At] e determinar os valores de p` e m. Conhecendo -se p,
encontra -se eD / 4tpD através da Eq. (4.70) e de um gráfico da funçáo Y. Finalmente, a pressáo média
na área drenada pelo poço é calculada pela Eq. (4.72).
Em dezembro de 1971, Ramey & Cobb apresentaram um trabalho sobre crescimento de pressáo
que resumia e colocava sob urn novo enfoque as teorias utilizadas pelos técnicos até entáo. Nesse artigo
foi mostrado que o gráfico de Horner apresenta um trecho reto maior que qualquer outro método
estudado. Verificou -se também que o final da linha reta semilog é urna funçáo bastante acentuada do
tempo de produçáo antes do fechamento do poço. Para o caso de um poço que produz do centro de urn
quadrado fechado, essas conclusóes sac) apresentadas pela Figura 4.6.

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Teste de Crescimento de Pressáo 133

tam
_
Ata,0.1 axle~ To 0.04
t+ t,Ctw 0.0. -
At A
0.1

TOP OF STRAIGHT 01

LINE
0.4

I I

IO 10` 103 10'

t + At
At

Figura 4.6 - -
Gráfico de Homer generalizado Poço no centro de um quadrado fechado. Reproduzida
de Ramey, H. J., Jr. & Cobb, W. M., A general pressure buildup theory for a well in a closed drainage
area, J. Pet. Tech., 1493 -1505, Dec., Copyright © 1971, corn permissao de SPE-AIME.

Urna análise criteriosa dessa figura indica que a pressao média na regiao drenada pelo poço é
alcançada para um tempo de fechamento &DA = 0,1. Note -se que para um poço no centro de um qua -
drado fechado o regime pseudopermanente é atingido para um tempo de produçao tDA = 0,1, fato este
que associado ao principio da superposiçáo confirma a conclusao anterior. Para tempos de produçao
menores que tDA = 0,06 o comportamento de reservatório limitado nao deverá ser observado, por maior
que seja o tempo de fechamento.
A Eq. (4.72) é aplicável a qualquer geometria e sua forma generalizada é:
kh
C2gBg(pi -p)= 2lttpDA (4.73)

Esta equaçáo será a base para o cálculo da pressao média a partir da pressáo extrapolada pelo método de
Homer, como será visto na próxima seçao.
Em 1974, Cobb & Smith apresentaram um artigo que estendia o escopo do artigo de Ramey &
Cobb (1971) para várias geometrias. De urna maneira geral, as conclusóes iniciais foram confirmadas,
isto é, o método de Homer é o que produz o maior trecho reto na análise de crescimento de pressáo e o
comprimento desse trecho linear é urna funçao do tempo de produçáo.
Pelo exposto até agora, está claro que o método de Homer é tuna ferramenta de importância
capital na análise de testes de crescimento de pressáo e, sempre que possível, deverá ser utilizado.

4.2.2. Método de MDH


O método de MDH (Miller, Dyes & Hutchinson, 1950) fornece meios de se estimar a permea-
bilidade, o fator de película e, ainda, a pressáo média na regiáo drenada pelo poço, através da análise de
dados de crescimento de pressao. Em sua forma original, o método admitia um poço produzindo corn
vazao constante de um reservatório circular e mostrava que, durante o período de fechamento, um
gráfico de p,,,s versus log At deveria produzir uma linha reta corn inclinaçao inversamente proporcional à
permeabilidade da formaçao. Foram estudados os casos de reservatório limitado, corn poço produzindo
no regime pseudopermanente, e reservatório circular com manutençao de pressao no limite externo,
corn poço produzindo no regime permanente antes de ser fechado.

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134 Teste de Crescimento de Pressäo

Pode -se mostrar, de urna maneira simples, que nao há necessidade de se estar produzindo em
regime estabilizado (permanente ou pseudopermanente) para se aplicar o gráfico de MDH, como é
chamado o gráficopN versus log At.
Durante o período de crescimento de pressáo, a aplicaçáo do principio da superposiçáo fornece
a equaçao da pressáo no pop:
kh
C,201.1(Pt -Pws)= PwD((tP +4t)D]- PwD(AtD) (4.74)

Quando o período de produçao é muito grande em relaçao ao tempo de fechamento, tern-se que:
(4.75)
PwD ktp +G1t)D ]= PwD (tpD )
Deste modo, para tp » At, a Eq. (4.74) flea simplificada para:
kh
C2 qBg
(pi - Pws) = PwD (tpD) - PWD (At D) (4.76)

Para tempos de fechamento nao muito longos, a aproximaçao logarítmica deve ser utilizada pa-
ra representar o último termo do membro direito da Eq. (4.76), ou seja, o comportamento de reservató-
rio infinito é admitido após o fechamento:
40tD
pwD(OtD)=lri y
j+S. (4.77)
C

Entao, a Eq. (4.76) se transforma em:


kh 2lnr4e'' (4.78)
(P; -Pws)= PWD(tpD)- s
C 2 q1
q la l /JI

ou, substituindo a definiçáo de tempo adimensional no termo logarítmico, usando o logaritmo na base
10 em vez do neperiano e rearranjando os termos:

C2qB11 4Clk
Pws = p; -1,151 0,8686pwD (tpD) - log 0,8686 s +1,151 CC2:111C2:111311
log At . (4.79)
kh ey f tet rW

Como o termo pwo(tpo) é urna constante, um gráfico de p,


versus log At produzirá ulna linha re-
ta. Definindo pl como sendo a pressáo durante o fechamento (medida sobre essa linha reta) correspon-
dente a um tempo de fechamento unitário, ou seja, para At = 1, entáo:

pl = p; -1,151 C Bµ 0,8686pwD(tpD) -log


4Clk
0 8686 s (4.80)
2
ey4 1 r
Com isso, a Eq. (4.79) pode ser escrita de forma compacta como:
Pws =P1 +mlogAt (4.81)

onde:

m =1,151 C2gBµ (4.82)


kh
Portanto, traçando -se urna linha reta pelos dados de campo em um gráfico de pws versus log At obtém-se
ulna linha reta corn coeficiente angular m, a partir do qual a permeabilidade pode ser calculada por:

k =1151 C2gB1 (4.83)


mh

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Teste de Crescimento de Pressáo 135

Um gráfico típico de MDH é mostrado na Figura 4.7. Note que, conforme definido anterior-
mente, a pressáo pi deve ser tomada sobre o trecho reto, para At = 1, já que os pontos iniciais podem
estar influenciados por efeitos de estocagem, náo se configurando ainda a linha reta. Conclui -se também
que, conforme mencionado anteriormente, uma linha reta será obtida, independentemente do regime de
fluxo que ocorria no instante em que o pop foi fechado, já que o termo pwD(tpD) é urna constante,
independentemente de como é calculado.

tga=m
pl
Limites do
reservatório

Desvio devido à
estocagem

0,1 1 10 100 1000

At
Figura 4.7 - Gráfico de MDH típico.
Para o cálculo do fator de película, toma -se a equaçáo da presso no instante do fechamento,
admitindo, para efeito de simplificaçáo, que o reservatório se comporte como infinito:
kh 1 pD
PwD(tpD)= Cz9Bµ (pi -Pwf =Zln +s (4.84)
el(

onde pwff é a última pressáo de fluxo antes do fechamento. Por outro lado, durante o fechamento o
comportamento da pressáo é dado pela Eq. (4.78), que também pode ser escrita como:

2hµ (Pt -Pws) = 1 lnl - 1 lnr 40íD


.1 1 \ 40tD (4.85)
4 pD + s s ln 4 pD 1
C B 2 e
J 2 l e7 2 e 2 eY

ou ainda:
i
k
C2q µ
(Pt -Pws) = 2 1n
(
4eD
J
ln é 1 w
10). (4.86)

Substituindo At =1 na equaçáo anterior:


k
2I B µ
(P; - Pi )= 2 ln 4e7D 2
ln(

Finalmente, subtraindo a Eq. (4.84) da Eq. (4.87), usando o logaritmo na base 10, empregando
e r w
(4.87)

a
definiçáo de m e explicitando s:

s=1,151[ P1 -pw}7 log(C11j/rw)-0,3514 (4.88)


m

onde r1= k /(Oµct ) é a constante de difusividade hidráulica.

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136 Teste de Crescimento de Pressäo

A queda de pressao devida ao efeito de película e o raio efetivo do poço sao calculados pelas
Eqs. (4.64) e (4.65), respectivamente.

4.2.3. Método de Agarwal


Conforme foi discutido na Seçao 4.1, Agarwal (1980) apresentou um método de análise de teste
de crescimento que considera os efeitos do tempo de produçao. Também como foi discutido anterior-
mente, o método de Homer inclui na equaçao da pressáo o valor do tempo de produçáo t,, mas o de
MDH nao.
De acordo com o método de Agarwal, a queda de pressao adimensional no pop durante o perí-
odo de crescimento de pressáo, definida por:
kh rr,,
PwDBU (At) = U' ws (tp + At) - pwff J (4.89)
C24Bµ
onde pwf- é a última pressáo de fluxo ou a primeira do fechamento, isto é, pwff = pws (At = 0), é dada pela
Eq. (4.20):
( 4AteD
PwDBU (AteD)=-ln Y
)+s (4.90)

onde:
tPDAtD
AteD - (4.91)
(ti + At) D
Em termos de variáveis reais a Eq. (4.90) passa a ser escrita na forma:

C1k2
Pws(tt +At)= pws(At =O) +m log Ate +log +0,3514 +0,8686s (4.92)
\4) trw
ou, simplesmente:

Ctk (4.93)
Pws (At) = pwJf + m logAte + log + 0,3514 + 0,8686s
OPetrw

onde:
gBµ (4.94)
m =1,151C2
kh
e
tP At 1
Ate
=tp +At 1 1 (4.95)
tp At

Portanto, um gráfico de pws versus log Ate deverá resultar em urna linha reta com inclinaçao m, a partir
da qual se estima a permeabilidade. Da Eq. (4.93) obtém -se a seguinte expressao para calcular o fator
de película:

-Pwff log(Cm/tw)-0,3514 (4.96)


s=1,151LP1
m

onde tl = k /(ßµc,) é a constante de difusividade hidráulica. O valor de pi deverá ser lido sobre a linha
reta semilog para Ate =1.

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Teste de Crescimento de Pressäo 137

Para um tempo de fechamento infinito, Ate -> tp. Assim, a pressáo extrapolada para Ate =tp, so-
bre a linha reta semilog, denominada p *, será igual à pressáo inicial p, sempre que o reservatório se
comportar como infinito, isto é, quando os limites do reservatório nao tiverem sido atingidos, quer
durante o período de fluxo, quer durante o período de fechamento.
Observe que quando tp »
At, Ate At. Neste sentido, pode -se entender o método de MDH co-
mo Bendo um caso particular do método de Agarwal.
No trabalho de Agarwal (1980) é apresentada também a extensäo do método para a análise
convencional de outros tipos de teste, como, por exemplo, o teste de fluxo com vazöes múltiplas (veja a
Seçáo 4.2.5 deste capítulo). Ainda segundo Agarwal, o método do ajustamento de curvas -tipo aos dados
de pressào também pode ser aplicado normalmente usando -se as curvas de Agarwal et alii (1970),
Gringarten et alii (1979) ou qualquer outra, desde que se utilize o tempo efetivo ou equivalente Ate e
que os efeitos de estocagem já tenham desaparecido durante o período de fluxo, conforme já foi discuti-
do na Seçáo 4.1 deste capítulo.
É possível provar que o método de Agarwal vale para qualquer tempo de produç io, inclusive
quando o reservatório já vinha produzindo em um regime estabilizado ( pseudopermanente) antes do
fechamento. Considere a equaçáo generalizada do crescimento de presso (buildup), Eq. (4.13):
kh Irp
t + At)-
C,ZqBIYws(p t + At )DJl+ PWD( At D)
ll
) PwffJ -PWD( t pD)- PwDL(p
rr

( 4.97 )

ou:

(4.98)
PWDBU (AtD) = PWD (tpD) -PwD [(tp + At)D +PwD (At D).
Admitindo comportamento de reservatório infinito para representar o termo p,wD (AtD), empregando a
aproximaçáo logarítmica, ou seja,
r 4AtD
PwD(AtD)= ln +s (4.99)
r /
e substituindo na Eq. (4.98), obtém-se:

PwDBU (At D)=PwD(tpD)-PwDL(tp + At) Di+21n(4&D (4.100)

Somando e subtraindo o termo ln(tp + At)D 1:


2

PwDBU (At D ) = PwD (tpD ) - PwD L(tp + At)D + 1nI 44D + s +


J (4.10
1)
+114' +At)D1- ln(tp +At)D]
P

- PwD L(tp + At)D + 2 ln e7


1

PwDBU (AtD ) = PwD (tpD ) + ln(AtD )+


(4.10

+
2
ln(t + At)D - 2
ln(t + At)D 1+s
2)

(
PwDBU(AtD)=PwD(tpD)-PwDL(tp+At)D+ln é +Zln
¡r
1 At
+21n(tp+At)D]+s (4.10
t
p iD 3)

Para pequenos valores de At podem ser efetuadas as seguintes simplificaçóes:

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138 Teste de Crescimento de Pressáo

ln[(tp +At)DJ_ln(tpD) (4.104)

+At)D]= PwD(tpD) (4.105)


PWDL(tp

que substituidas na Eq. (4.103) resultara em:

PwDBU (At D)=PwD(tpD)-PwD(tpD)+2lri


4
+lnt AtAt
+21n(tpD)+s (4.106)
P ID
1'-) +-ln
PwDBU(AtD) = 21n
4
(
At 1 4
+-ln(t p D)+s =-ln(-1+-1n 1 1 tpDAtD
+s
`ey 2tp +AtI D
2 2 eyJ 2
-
(tp +At)D
(4.107)

PwDBU(AtD)- +s (4.108)
2 e (ttp+At)D
P
(
PwDBU (Atop) = 21nI 4AD +s . (4.109)

A Eq. (4.109) é idéntica à Eq. (4.20), desenvolvida para comportamento de reservatório infinito, o que
mostra a validade do método de Agarwal para qualquer tempo de produçáo.

4.2.4. Método de Horner corn superposiçáo de efeitos


Quando a vazáo varia durante o periodo de fluxo que antecede o fechamento do poco e é possí-
vel determinar o seu valor em vários instantes de tempo, o principio da superposiçáo de efeitos pode ser
aplicado para se desenvolver um método de análise para as pressoes do período de crescimento. Consi-
dere como exemplo o esquema de vazóes ilustrado na Figura 4.8.

o qN
N

q=0

I I I IF At->
ti 1, tN_1 1N

Tempo, t

Figura 4.8 - Esquema de vazáo variável antes do período de estática de um teste de pressáo.

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Teste de Crescimento de Pressáo 139

Admitindo comportamento de reservatório infinito, cuja soluçáo para a queda de pressáo adi-
mensional é representada pela expressáo12:

PwD (tD ) =
1

2
D)1+s
lnl 4
e
(4.110)

a aplicaçáo do principio da superposiçáo de efeitos ao esquema de vazáo da Figura 4.8 resulta na


seguinte equaçáo para a pressáo de fundo durante o período de fechamento do poco:
N qJ /tN -tJ -1 +At\
Pws (ot) = pi -m log (4.111)
J =1 qN
tN - tj + I t

onde:

m =1,151 , (4.112)
CZ JNBµ
kh
Como tN = tp, a Eq. (4.111) pode também ser escrita como:
N (
+At\
log tp -t1
qJ
Pws(Ot)= pi -mE -1 (4.113)
J =1 qN
tP - t J + At
N t t +At\
E qN-log \ tp -t J
qJ
Portanto, um gráfico de Ay, versus 1 resulta em uma linha reta com coeficien-
1 =1
dt i
te angular -m, a partir do qual se pode estimar a permeabilidade da forma ao:

k =1,151 CzgNBµ (4.114)


mh
Em analogia ao método de Homer para teste de crescimento precedido de vazáo constante, a
I
extrapolaçào da linha reta para = 0, denominada p *, será igual à pressáo inicial p, apenas quando o
reservatório se comportar como infinito, isto é, quando os limites do reservatório nAo tiverem sido
atingidos, quer durante o período de fluxo, quer durante o período de fechamento.
O fator de película pode ser determinado através da equaçáo da pressáo de fluxo no instante do
fechamento do poco. Nesse instante, ou seja, quando t = tN = tp, a expressáo para a superposiçáo de
efeitos é dada por13:
N
-q j-1
Pwf(tp)°Pwff `Pi -m log(tp -t J_1) + log/ C21 +0,3514 + 0,8686 s (4.115)
J=1 qN \ rw

onde 11= k 1(0.1c1) é a constante de difusividade hidráulica. Explicitando o valor de s:


i
s=1,151
P: -PwJJ gJ -gJ-1 log(tp -tJ_i) -log C,
..,

-0,3514 (4.116)
m J_1 qN \
rw
/
Caso os limites do reservatório tenham sido alcançados durante o teste, o cálculo do fator de película é
dado por:

s=1,151P-Pwff
m
IN

J=1
i
qJ
qN
log(tp - t J_1) - log C1r1
2
rw
-0,3514 (4.117)

12Vide Capítulo Erro! Fonte de referência nao encontrada..


" Esta equaçáo considera que o regime de fluxo é o radial transiente.

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140 Teste de Crescimento de Pressâo

onde p* é a pressáo extrapolada, isto é, a pressáo extrapolada da linha reta para = 0, no gráfico de p,s
versus Z.
Como um exemplo de aplicaçáo, o método de Horner corn superposiçao de efeitos poderia ser
usado na análise de um teste de formaçáo em poço nao- surgente. Neste caso, as vagies durante o
período de fluxo (slug test) poderiam ser calculadas, em funçáo do crescimento de coluna, pela expres-
sáo:

pwf (tj)-pwf (1' j-1)


q =24 (4.118)
'Y tj-tj
onde qj (m3 /d) é a vazáo média no intervalo de tempo (ti- (m) o diámetro interno da coluna, y
(kgflcm2/m) o gradiente do fluido produzido, pwf (kgflcm2) a pressáo de fluxo e t o tempo em horas.
Os métodos de análise de testes em poços nao- surgentes seráo estudados em detalhe no Capítu-
lo 10.

4.2.5. Método de Agarwal corn superposiçáo de efeitos


Quando a vazáo que antecede o fechamento do poço náo é constante, o principio da superposi-
çáo de efeitos pode ser empregado para se desenvolver um método de Agarwal generalizado, o qual
leva em consideraçáo a variaçáo das vazóes de produçáo durante o período de fluxo. Para tanto, as
vazóes de produçáo que antecedem o período de fechamento devem ser conhecidas. Considere, por
exemplo, o esquema de vazóes ilustrado na Figura 4.8.
A equaçáo da pressáo de fluxo no instante do fechamento do poço, isto é, no instante t = tN =
t,,, é dada pela Eq. (4.115). Como já foi visto neste capítulo, a Eq. (4.113) é a equaçáo da pressáo de
fundo durante o período de crescimento (q = 0). Subtraindo a Eq. (4.113) da Eq. (4.115) obtém -se:
qj

-tj-3(g'-gj-1)igN]-log/p -t1
N +OtgN
pws - pwff = mE log(tp
tp -tj+Ot
j=1
(4.119)

+m log + 0,3514 + 0,8686 s

onde ri = k /(d tc,) é a constante de difusividade hidráulica e


qNB t (4.120)
m = 1,151C2
kh
De forma equivalente, a Eq. (4.119) pode ser escrita como:

pwa - pwff = m log


N

j=1
N

J i
1
tp-tj-l+AtgN
tp -t +Ot
q.,

(4.121)

C121
+ m log +0,3514+0,868 s
\ Yw

ou, simplesmente:

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Teste de Crescimento de Pressáo 141

Pws =Pwff +m log te + log ÇZl + 0,3514 + 0,8686 s (4.122)


ri,,,` i
onde o tempo equivalente generalizado de Agarwal é definido por:

te =
(N
tP -ti l (gi-gi-i)/qN1
(tp -t-1 +Ot qf
qN
(4.123)
1! \ tP - ti + At
i=1 i=1

e o símbolo grego nesta equaçáo representa o produtório. Portanto, um gráfico de pws versus log te
deverá resultar em uma linha reta corn inclinaçáo in, a partir da qual se estima a permeabilidade. Da Eq.
(4.122) obtém-se a seguinte para calcular o fator de película:

s = 1,151[
Pi - Pwff log(C1rl / rw) - 0,3514]J
onde o valor de pi deverá ser lido sobre a linha reta semilog para te =1.

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142 Teste de Crescimento de Pressáo

Exemplo 4.1 - Os dados mostrados na Tabela 4.1 referem -se a um teste de crescimento de pressáo
realizado em um poco produtor de óleo.
Tabela 4.1 - Dados de pressáo do teste de crescimento do Exemplo 4.1

At (h) p,vs (kgflcm2)


0 171,90
0,05 181,72
0,10 189,39
0,15 195,50
0,20 200,42
0,25 204,42
0,50 216,17
0,75 221,32
1,00 224,00
2,00 228,18
3,50 230,51
5,00 231,78
8,00 233,26
12,00 234,38
16,00 235,07
24,00 235,92

Outros dados do sistema poço -reservatório sao:


Viscosidade do óleo (t0) 1 cp
Fator volume- formaçao do óleo (Bo) 1,25 m3/ m3 std
Porosidade (4)) 0,16
Compressibilidade total (c1) 147 x 10 -6 cm2/kgf
Raio do poco (rw) 0,1 m
Espessura da formaçao (h) 9,8 m
Vazáo de óleo (go) 88 m3 std/d
Tempo de produçao (tp) 25 h
Pressáo inicial do reservatório (pi) 238,5 kgf/cm2

Analise o teste, obtendo o maior número possível de informaçóes, usando os métodos de:
(a) MDH
(b) Agarwal

No caso do método de Agarwal, utilize as curvas de Gringarten para o processo de ajustamento


corn curvas -tipo. Comente os resultados obtidos.
Soluçáo:
(a) Método de MDH

A Figura 4.9 apresenta o gráfico de MDH, ou seja,p,ys contra logAt. Desse gráfico sao lidos os
valores do coeficiente angular da reta, m = 5,57 kgflcm2, e da pressáo de fechamento correspondente ao
tempo de 1 hora, plh = 228,30 kgf7cm2.

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Teste de Crescimento de Pressáo 143

240
NII1111 I111111111111:íIÍÍÌ
M111111=111111=1111111rííi11111
11111 M111111=1!::s11111111
M111111 M111111MMIi111111111111111
IN11111 =111111/0111111=11111
11111 :Ti11i11111111111
11111 IIIII
11111111111
220 iIÌÌÌ lIIIIIII,IIIIIIIIIIIIL.

111111111111011
11111_11111 11111111111

I
200

Illilllli
11111 ia
I
Reta ajustada.
1111 pws= 5,57 ogAt +228,30

180
0.01 0.1 10 100
At (h)

Figura 4.9 - Gráfico de MDH - Exemplo 4.1


(al) Permeabilidade da formaçáo
88 x1,25 x 1=
k=1,151C2 =1,151 x 19,03 x 44,1 md
mh 5,57 x 9,8

(a2) Fator de película do poço

s=1,151
plh - Pwff log
Clk
0,3514
m ONct rw

s =1 151
228,30 - 171,90 logg
0,0003484 x 44,1
0,3514 =5,7 .

5,57 0,16 x 1 x 147 x10-6 x(0,02


(b) Método de Agarwal
A aplicaçáo do ajustamento corn curva -tipo, associada ao método de Agarwal, requer o cálculo
-
dos valores de ApWBU = pws - pwff =pws pws(At = 0) e do tempo equivalente:
tEAt 25At
Ate = =
+ At 25 + At

Os valores de ApWBU e de Ate están apresentados na Tabela 4.2.

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144 Teste de Crescimento de Pressáo

Tabela 4.2 - Valores de ApwBU e Ate - Exemplo 4.1

At (h) pws (keUm2) Ate(h) ApwBU (kg,f7cm2)

0 171,90 0 0
0,05 181,72 0,050 9,82
0,10 189,39 0,100 17,49
0,15 195,50 0,149 23,60
0,20 200,42 0,198 28,52
0,25 204,42 0,248 32,52
0,50 216,17 0,490 44,27
0,75 221,32 0,728 49,42
1,00 224,00 0,962 52,10
2,00 228,18 1,852 56,28
3,50 230,51 3,070 58,61
5,00 231,78 4,167 59,88
8,00 233,26 6,061 61,36
12,00 234,38 8,108 62,48
16,00 235,07 9,756 63,17
24,00 235,92 12,245 64,02

(bi) Análise através de ajustamento com as curvas -tipo de Gringarten


A Figura 4.10 mostra o gráfico log -log dos dados de presso usando o tempo equivalente.
100

10

0,01 01 1 10 100
Ate (h)

Figura 4.10 - Curva log ApwBU versus log Ate.


Ajustando -se a curva da Figura 4.10 corn as curvas -tipo de Gringarten obtém -se CDe2s = 106. O
tempo de inicio da linha reta semilog é de Ate - 8 h. Pode -se tomar como ponto M de ajustamento o par:
(Ate)M - 1 h 3 (tDI CD)M - 37
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Teste de Crescimento de Pressäo 145

(APwaU)nr= 10 kgflcm2 - (PwD)M= 1,6.


(b11) Permeabilidade

k=C 2 gBµC PwD PwD =19,03x 88x1,25x1 (1,6


) -1903gBµ 34,2md.
l APwBU M h \APwBU M 9,8 ,10 )

(b12) Coeficiente de estocagem


tD 0,0003484ktµc1rx2, kh t Ich ( At
= 0,002189- C 0,002189
CD C 127 hcrrW µ µt D lC D
34 2x9 1 M3
C = 0,002189x ' '8( 0,0198
1 37) kgf 1 cm2
C C 0,0198
D = =1.369
2rtlhctrw 27t x 0,16 x 9,8 x147 x10-6 x(0,10)2

(b13) Fator de película do poço


CDe2s =106 e2s =10/1.369 s = 3,3

(b2) Análise pelo método convencional

A Figura 4.11 contém o gráfico semilog utilizando o tempo equivalente Ate, de onde sáo obti-
dos os valores: m= 8,99 kgf7cm2 eplh = 226,18 kgfcm2.
240 _III
AMI III..Ill
111
ÌÍÌeÌÌIll
III

I11
ÚUÌÌ
1Ì1Ï
111IlgraM111

Ill
III
MIIIIIII
MITI
III
III
Ill
III
220 11Il III
III III
III

ÌÌÌÌÌ
III
III

ÌÌÌÌÌ
III
Ill
Ill
III

O
200
VIII Ill Ill
ÌeÌÌ
VIII
III
Reta ajustada:
III
III
1ÌÌ p,s= 8,99 log At + 226,18 In
ll
180
0.01 0.1
_ÌÌlI111IIII
'IIII
10
III

100
At, (h)

Figura 4.11 - Gráfico pws versus log Ate - Exemplo 4.1.

(b21) Permeabilidade

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146 Teste de Crescimento de Pressáo

88 x 1,25 x 1=
k=1,151C2 qBµ =1,151x19,03 qBµ =1,151 x 19,03 x 27,3 md .
mh mh 8,99 x 9,8

(b22) Fator de película do poço

s =1,151
Pm - Pwff log/
Clk
0,3514
2
m ^^
iWtrw
ljj''
II

226,18 -171,90 0,0003484 x 27,3


s =1,151 logg 0,3514 =1,2
X0,16 x 1 x 147 x 10 -6 x (0,1)2

Comentários:
1) 0 método de MOH produziu valores muito otimistas para a permeabilidade e pessimistas
para o fator de película.
2) 0 ajustamento corn as curvas de Gringarten, por ser um método de valor muito mais qualita-
tivo do que quantitativo, produz resultados apenas aproximados para a permeabilidade e pa-
ra o fator de película.
3) É importante frisar que os dados deste problema foram obtidos através de um simulador
computacional, utilizando -se os seguintes parâmetros: k = 30 md, s=2 e CD= 1.400. Obser-
ve, portanto, a proximidade entre os valores reais dos parámetros e os obtidos pelo método
de Agarwal. Note também que o ajustamento correto deveria ser feito corn a curva de Grin-
garten correspondente a CDe2s= 1.400e2x2 = 7,6x104. Como esta curva náo aparece no con-
junto de curvas -tipo, foi escolhida aquela correspondente a CDe2s =106, por ter apresentado o
melhor ajustamento visual. Caso tivesse sido utilizada a curva correta, certamente os valores
calculados seriam mais próximos dos usados na simulaçáo e dos obtidos no método conven-
cional de Agarwal.

4.3. Estimativa da Pressáo Média


Algumas técnicas, derivadas dos métodos apresentados na Seçáo 4.2, permitem a estimativa da
pressâ.o média em diversas geometrias de reservatório. Essas técnicas podem ser aplicadas em um
reservatório que produz através de um único poço ou em um reservatório desenvolvido, isto é, que
produz através de vários poços. Neste último caso a pressáo calculada representa a média na área de
influência ou de drenagem do poço.

4.3.1. Método de Horner -MBH


Este método, baseado no método de Homer, foi proposto em 1954 por Matthews, Brons & Ha-
zebroek. Para o seu desenvolvimento considera -se que, após o fechamento de um poço que produz coin
vazáo constante q durante um tempo tp, a queda de pressáo adimensional pode ser calculada através do
principio da superposiçáo:

+ot)D]= PwDktp +Ot)D]- PwD(stD). (4.125)


PwsD[(tp
Admitindo comportamento de reservatório infinito para representar o termo p,D(AtD), empregando a
aproximaçáo logarítmica, ou seja,

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Teste de Crescimento de Pressäo 147

1 40tD
PWD (DtD ) = +s (4.126)
2 eT
e substituindo na Eq. (4.125), obtém-se:

46,1D l
PwsD[(tP +Ot)D1=PwD[(tp +4t)D- s. (4.127)
21n

Somando e subtraindo 114,


2
+ At) J:

4tD
PwsD =PwDL(t P +ot)D]-lln
2 ey 2P
s+11n(t +At)D j-11n[(t
2 P
+At)D (4.128)

PwsD=PwDL(tP+At)D1-Zln(AtD)-1n1 é 1+ln(tP+ At) D-ln(tP+ At)D]-s (4.129)

tp+At 1 4
PwsD=PwDL(tp+Ot)D1+21n
1
1n (tp +At)D1 -s. (4.130)
At
D-2 e

Para pequenos valores de At, quando comparados ao tempo de produçáo (tp), podem ser efetua-
das as seguintes simplificaçóes:

1nktp + ln(tpD) (4,131)

(4.132)
PwDI(tP +At) D=PwD(tpD)
que substituidas na Eq. (4.130) produzem:
1 + At 1 ¡4tpD1
PwsD = 21n +PwD(tpD)-2lrlll J s (4.133)
At iD e

ou:

kh 1 + 1 4tPD 1
(Pt -Pws)= 21n -tP +PWD(tPD) -21n J s. (4.134)
C z9lt
B At C ey

Corno o termo pWD (t pD) - (1/ 2)1n(4t pD / e7)- s é urna constante, um gráfico de Pws versus
1og[(tp +At) /At] deve apresentar urna linha reta. Esse fato mostra que o gráfico de Homer é válido para
qualquer tempo de produçáo. Neste caso, porém, observe que a presso extrapolada, p*, nao será igual à
presso inicial. A pressáo extrapolada será igual à presso inicial apenas se o reservatório se comportar
como infinito, isto é, se os limites do reservatório nao tiverem sido atingidos.
Quando o valor de At toma -se suficientemente grande, quando comparados ao tempo de produ-
çao (tp), as aproximaçóes dadas pelas Eqs. (4.131) e (4.132) deixam de ser válidas e a curva que repre-
senta a expressáo geral da superposiçáo, Eq. (4.125), nao mais é urna reta, conforme indica a Figura
4.12.

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148 Teste de Crescimento de Pressáo

Figura 4.12 - Gráfico de Horner - Reservatório limitado.

A pressáo média p mostrada na Figura 4.12, que seria medida se o poco permanecesse fecha-
do por um tempo teoricamente infinito, representa a pressáo média na área de influencia do poco no
instante do fechamento e pode ser obtida através de um balanço de materiais, caso seja conhecida a
pressáo inicial do reservatório. Utilizando a definiçáo de compressibilidade:

c =- (4.135)
V dV
P
e lembrando que no sistema rocha-fluido todos os componentes sao compressíveis, pode -se usar o
conceito de compressibilidade total:

et . (4.136)
V dV
P
Aplicando esta equaçáo para urna variaçáo finita de pressáo, entre a pressáo inicial e urna pressáo média
qualquer:
1 AV 1 AV
ct (4.137)
V Ap V (p,- )7)
Neste caso, o volume de referência que aparece no denominador deve ser o volume poroso (Ve) e a
variaçáo de volume que aparece no numerador corresponde à produçáo de fluido (medida em condiçóes
de reservatório), já que esta é devida aos efeitos de contraçáo do volume poroso e de expansáo dos
fluidos, decorrentes da reduçáo de pressáo. Como o volume poroso é dado por Vp = Ah) e a produçáo
em condiçóes de reservatório por qBt, tern-se:
c1Ah4(pi - p) = gBtp (4.138)
ou, em variáveis adimensionais:
kh
C2gB}r.
(Pi - P) = 21CtpDA (4.139)

onde:
Clktp
tpDA (4.140)
OPE iA

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Teste de Crescimento de Pressáo 149

O valor da pressáo média pode também ser calculado a partir da presso extrapolada, p*, obtida
em um teste de crescimento de pressáo. Avaliando a Eq. (4.134) para At -->

(PI-P*)=pwD(tpD)-Zln s (4.141)
kB u
CzR

e subtraindo a Eq. (4.141) da Eq. (4.139) obtém-se a expressáo:

z*
Cp (p-p)=4ntpDA+ln 4t eY D 2rP wD(tpD)-Sl
(4.142)

que também pode ser escrita como:

C2 (p *- p)= 4lttpDA +lnié A tpDA ]_2WD(tPDA)_s].


w
(4.143)

De acordo corn Earlougher (1977), página 189, podem ser obtidos valores de PwD (tpDA) para
qualquer relaçáo Irw, a partir da soluçáo pwD(tpDA) para um determinado valor de VA Irw. Para isso
usa-se a equaçáo proposta por Earlougher, que incluindo o fator de película é:

l yt fi /r,
pwD( V74 / rw; tpDA )= lpWD(`i /rw;tpDA)]tabelado +lri +s. (4.144)
(Y", rw)tabelado

Substituindo a Eq. (4.144) na Eq. (4.143):


2kh
C2RBµ(p
*

-P)=
4r¿tpDA +ln
4 j
tpDA/- 2{I pwD (A /rw;tpDA)- ln( /rw)Lbelado -s (4.145)

Os valores de [PD (° 4 /rw;tpDA)Jtabelado podem ser obtidos através do método das imagens14,
para ulna dada geometria:
2
ai
+S
PwD(Y"lrw;tpDA)= 2 E`
J-1
4C kt
1p
(4.146)

onde aj é a distância entre o poco real e o poço imagem j, ou ainda:


( 2
1 aJD
PwD(lrw;tpDA)=-EI +S (4.147)
2 j-1 4tpDA
onde a jD = aj l ,1711 Para se calcular o efeito do próprio poço tern-se que: alp = rw /.1.74 Substituindo
. .

a aproximaçáo logarítmica para o cálculo do efeito do poço na Eq. (4.147):

(4t pD \ a 1D
PwD(5/rw;tpDA)=ln
2
1

er
+-E;1

2 4tpDA
+s (4.148)
/

pwD ( v"/ rw; tpDA )= 1 ln e7


2 rw
i
4A
t p DA + E. JD
, 2 j_2 \ 4tpDA
\
1 / a2
+ s. (4.149)

A partir desta equaçáo pode ser deduzida a Eq.(4.144):

14 Vide Capítulo 2.

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150 Teste de Crescimento de Pressáo

(
\
f
PWD(5lrw ;tpDA-IPwD(/rw>tpDA)Jtabeado ll
44t +2Ei / 4l
rw
nA +S
\e / j=2 pDA

(4.150)
¡ 4 A 1 2
alD `
2 p
DA +- E=
2 Y
rw
2 4tpDA
e J=2 tabelado

ou

PwD( /rwtpDA)-U
f,,wD
( /rw;tpDA)tabelado +ln
(
/rw
/ rw ) tabelado
+s (4.151)

que é exatamente a Eq. (4.144).


A Tabela G.1 do Apéndice G, utilizando a nomenclatura mostrada na Figura G.1, apresenta os
valores de pD para vários pontos de um quadrado com poço no centro, para a relaçáo 1174 /r = 2000.
Utilizando -se os valores de pWD(tpDA) determinados conforme descrito nos parágrafos anteriores,
é possível construir gráficos semelhantes aos de MBH mostrados nas Figuras H.1, H.2, H.3 e H.4 do
Apéndice H, bastando para isso empregar a Eq. (4.145). 0 grupo que aparece no lado esquerdo da Eq.
(4.145) é a ordenada das Figuras H.1, H.2, H.3 e H.4, sendo denominado:
21ch
PDMBH = (P* -P) (4.152)
C2qBµ
ou

PDMBH = 2,303(p* -p) /m (4.153)

O procedimento para se determinar a presso média consiste em:


1. Obterp* do gráfico de Horner;

2. Calcular tpnA Clomp


Olict A
3. Ler nas Figuras H.1 a H.4 o valor de/JD/al/0PDA);
4. Calcular a pressäo média pela expressáo
* m
P (tpDA) (4.154)
-P 2,303 pDMBH
Outras aplicaçóes da equaçáo de MBH, Eq.(4.142), (4.143) ou (4.145), podem ser citadas, tais
como o cálculo do fator de geometria (CA), também conhecido como fator de Dietz (discutido no
Capítulo 2) e o cálculo da queda de pressáo para uma das geometrias que constam das Figuras H.1 a
H.4.
A determinaçáo do fator de geometria (CA) é feita através da Eq. (4.142). Para tempos de pro-
duçáo razoavelmente pequenos:
1 ( 4t pD
PwD(tpD)= -ln +s. (4.155)
2 \ ey
Substituindo-se na Eq. (4.142):
PDMBH (tpDA) = 4ThtpDA (4.156)

Por outro lado, para grandes valores do tempo de produçáo tpD, o regime é pseudopermanente, ou seja:

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Teste de Crescimento de Pressäo 151

(
1 4A
PwD(tpD)=ln +27LtpDA+S. (4.157)
2 2 r CAYw/
2

Substituindo-se a Eq. (4.157) na Eq. (4.142):


PDMBH (t pDA) = ln(CAt pDA) (4.158)

Para tpDA = 1 obtém-se:


PDMBH (t pDA= 1) = ln(CA ) (4.159)

isto é:
CA
epDMBH (t pDA=1) (4.160)

onde o valor de pDMBH(tpDA =1) deve ser lido sobre o trecho linear ou sobre sua extrapolaçáo linear nas
Figuras H.1 a H.4.
A queda de pressáo adimensional para qualquer forma geométrica incluida nas Figuras H.1 a
H.4 pode ser obtida manipulando -se a Eq. (4.143):
A
PwD (tpDA) - 21CtpDA + ln
e
tpDA -2PDMBH (tpDA) (4.161)
w

4.3.2. Método de MDH


Para se calcular a pressáo média na regiáo drenada pelo pop, usando o método de MDH, a Eq.
(4.73), que representa o balanço de materiais em um reservatório fechado deve ser utilizada. Essa
equaçao admite nao ter havido alimentaçáo através do limite externo do reservatório. Portanto, para
poço que produz de um reservatório limitado a cornbinaçáo das Eqs. (4.73) e (4.125) resulta em:
kh r
(p- Pws)= PWDL(tp +ot)D]- PwD(AtD)- 27ztpDA (4.162)
C2 qBµ
que é a expressáo generalizada para qualquer geometria ou tempo de produçáo. No caso específico de
um pop que produz no regime pseudopermanente, como foi originalmente proposto no método de
MDH, a queda de pressáo adimensional no pop é dada por15:
1
i 4A
PWD (tD) = 2TtDA + ln +s . (4.163)
2 erCArw
Logo, o primeiro termo do lado direito da Eq. (4.162) é dado por:

PwDItp +At)D]= 2n(t + &t)DA +2ln +S. (4.164)


ErCA Y2w
Corn isso a Eq. (4.162) se transforma em:
(
Ich
+S-pwD(dtD)-27titpDA (4.165)
Cz Bµ(P-Pws)=27C(tp+Ot)DA+Zln erCr2w A

ou

15 Vide Capítulo Erro! Fonte de referência nao encontrada..

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152 Teste de Crescimento de Press5o

kh
+s - pD (AtD)
1
(P -Pws) = 2rtAtDA + ln\ (4.166)
qBµ erCArw
Quando a aproximaçáo logarítmica é utilizada para representar o último termo da Eq. (4.166),
isto é, o termo p,,,D(AtD), entáo:
/ 4At D\
pwD (AtD) = 1 ln +s (4.167)
2 , e7 j
o que, após o uso da relaçáo entre AtDA e AtD, e substituiçáo em (4.166), resulta em:

C29.5 (p - Pws) = 2trAtDA - 11n(AtDA) - 1n(CA) . (4.168)


1

Para pequenos tempos de fechamento, o termo 27t /tDA pode ser desprezado. A Tabela 4.3 indi-
ca o erro cometido ao se aproximar o termo (2nAtDA - 21nAtDA) por (- J.
2lnAtDA

Tabela 4.3 - Erro na aproximaçáo de MDH

Atná 21tAt A - 1n AtDA 2tAt _,A - 21n AtDA Erro (%)

0,0001 0,0006 4,6052 4,6058 - 0,01


0,001 0,0063 3,4537 3,4602 - 0,18
0,002 0,0126 3,1073 3,1199 - 0,40
0,005 0,0314 2,6492 2,6806 - 1,20
0,01 0,0628 2,3026 2,3654 - 2,70
0,02 0,1257 1,9560 2,0817 - 6,00

Portanto, admitindo -se um erro máximo em torno de 1 %, para AtDA < 0,005 a Eq. (4.168) pode ser
simplificada para:

C qBµ
(p - pws ) - -
2
ln(AtDA ) - 2 ln(CA ) = -21n(CAAtDA ) (4.169)

de onde se obtém:
C2gBµ 1 C2gBµ 2,303
Pws = p+ ln(CAAtDA) = p + log(CAAtDA) (4.170)
kh 2 kh 2
ou:
\
C2gBFt log(CAAtDA) C2gBµ log CA Clkßt (4.171)
Pws = P + 1,151 = P + 1,151
kh kh Oµcl A,

ou ainda:
Cl CAAl
pws = P + m log + m log At (4.172)
i
onde = kl(illµct) é a constante de difusividade hidráulica. Logo, um gráfico de p,NS versus log At deverá
produzir urna linha reta corn coeficiente angular m, dado pela Eq. (4.82).

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Teste de Crescimento de Pressáo 153

A Eq. (4.172) é útil na determinaçáo da pressáo média na área drenada pelo poco. Tomando -seps
sobre a linha reta, ou seja, a pressáo sobre a linha reta para At = 1, conforme ilustrado na Figura 4.7, a
pressáo média ou estática é calculada por:

P=P1-mlog(CiCATII. (4.173)
A

Ramey & Cobb (1971) generalizaram o método de MDH para pocos que nao atingem o regime
pseudopermanente antes do fechamento. Na expressao geral do método de MDH, Eq. (4.162), define -
se:
kh
PDMDH - CZgBµ(P-Pws) (4.174)

ou
1,151
PDMDH - m
(P - Pws ) (4.175)

Assim,

+At)D]- PwD(AtD)- 2lCtpDA (4.176)


PDMDH = PwDL(tp

Calculando -se os valores de p,,,D[(tp +At)D] e de pwD(AtD) para cada geometria, utilizando por e-
xemplo o método das imagens, podem ser construidos gráficos generalizados de MDH a partir da Eq.
(4.176), conforme ilustra a Figura 4.13 para o caso de um quadrado corn poco no centro.

REGION STRAIGHTENED
- BY MUSKAT PLOT
CORRECT SLOPE BELOW
DASHED LINE

: n

IÓ'
at.
-
Figura 4.13 - Gráfico de MDH generalizado Poço no centro de um quadrado. Reproduzida de
Ramey, H. J., Jr. & Cobb, W. M., A general pressure buildup theory for a well in a closed drainage
area, J. Pet. Tech., 1493 -1505, Dec., Copyright © 1971, com permissáo de SPE -AIME.

O procedimento para cálculo da pressáo média consiste em se escolher um ponto qualquer (At,
reta do gráfico de pws versus log At, determinar os valores de AtDA e tpDA, e ler PDMDH
pws) sobre a linha
em um gráfico semelhante ao da Figura 4.13. Finalmente, a pressáo média na área drenada pelo poco é
entao calculada por:

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154 Teste de Crescimento de Pressäo

P= Pws + P DMDH (4.177)


1,151
A Figura H.5 do Apéndice H mostra um gráfico de MDH para o caso de um poço situado no
centro de um círculo ou de um quadrado, que produz no regime pseudopermanente ou permanente antes
do fechamento. Esse gráfico só pode ser empregado, portanto, quando o reservatório tiver atingido um
regime de fluxo estabilizado antes do fechamento do poço.

4.3.3. Método de MDH -Dietz


Dietz (1965) apresentou um método para se estimar a pressdo média na regido drenada pelo po-
ço diretamente do gráfico PWS versus log At. O procedimento consiste em se determinar qual o valor de
At tal que do gráfico semilog possa ser lido diretamente o valor da pressáo média p .
Utilizando a equaçáo geral de MDH, Eq. (4.162), e admitindo (tp +At) _ tp e

r4At'
PwD(AtD) = ln +s (4.178)
Y

tern-se que:
kh
C zi Pws) = PwD (tpD) - ln 44v D
e j
S 27tt pDA (4.179)

Quando o valor de p, no gráfico semilog for igual a )7, a Eq. (4.179) resultará em:
40íD
PwD (t pD) - 2 ln
1 -s - 27CtPDA =0 (4.180)
e J Pws =ñ

ou
ln(AtD = 2pwD(tpD)- 4tttpDA - ln(4 /eti') -2s . (4.181)

Podem ser consideradas as duas situaçóes seguintes:

a) O poço produzia no regime transiente antes do fechamento

Neste caso tern-se que:


1 ( 4fitpDAl
PwD(tpD)=21n +s .
(4.182)
e r rw
2

Substituindo a Eq. (4.182) na Eq. (4.181) obtém-se a expressáo:


tPDA
( At D)Pws=P (4.183)
=
r exp(41ttpDA)
ou:
tp
(At) (4.184)
exp(41tt pDA )

b) O poço produzia no regime pseudopermanente antes do fechamento

O valor de pWD(tpD) é dado por16:

16 Vide Capítulo Erro! Indicador nao definido..

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Teste de Crescimento de Pressäo 155

(
1 4A
pwD(tpD)=-ln + 2nt pDA + s . (4.185)
2 r
CArwi e
Substituindo a Eq. (4.185) na Eq. (4.181) obtém-se:
A
(AtD)pws=p 2
(4.186)
CArw

ou
Oµct A
(At)pwc= P = C1kCA
(4.187)

4.3.4. Método de Agarwal -Dietz


No chamado método de Agarwal -Dietz, a determinaçáo da pressáo média, utilizando o método
de Agarwal e urna abordagem semelhante à do método de Dietz, pode ser feita diretamente a partir do
gráfico pws versus log Ate, entrando -se corn o valor de Ate para o qual pws = p . Esse valor de Ate é
obtido combinando -se a e quaçáo de Agarwal, Eq. (4.109),

PWDBU(AteD) =2BpI
C
kh ¡Yws(tp
+At)- pwff1= 1n4AveD I
+s= 2(1nAteD +0,80907 +2s) (4.188)

corn urn balanço de materiais, Eq. (4.139), a qual pode ser escrita na forma:
kh r

C 4n
LU'i - Pwff) + wff - P)]= 2ntpDA (4.189)

A Eq. (4.5) fornece a primeira parcela do lado esquerdo da Eq. (4.189), ou seja:
kh
(Pi -P wff )= PwD (tpD) (4.190)

Substituindo a Eq. (4.190) na Eq. (4.189), explicitando o valor de Pwff:

Pwff =P +Ckµ2?ttpDA- pwD(tpD)J (4.191)

e substituindo a Eq. (4.191) na Eq. (4.188), obtém-se:

pws(tp +At)- p -CkBt [2ntpDA- PwD(tpD)] =C (ln AteD + 0,80907 + 2s). (4.192)
qBt
Fazendo pws (tp + At) = p :

hl(AteD )pws = 2PwD (tpD) - 4ttpDA - 0,80907 - 2s . (4.193)

Duos situaçóes podem ser consideradas ao se analisar a Eq. (4.193):

a) O poço produzia no regime transiente antes do fechamento

Neste caso:

PwD(tpD) = (lntpD +0,80907)+s. (4.194)

Substituindo a Eq. (4.194) na Eq. (4.193) resulta em:

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156 Teste de Crescimento de Pressáo

(4.195)
lAteD 1Pws=P = expLln(tpD) -47LtpDA

ou
tp
(Ate ) P =p exp(4ntpDA)
(4.196)

b) O poço produzia no regime pseudopermanente antes do fechamento


Neste caso a queda de pressáo no instante do fechamento era dada porl':
1 22458 A
pwD(tpDA)=27LtpDA+-1n
(
' +s. (4.197)
2 CA /1!
i
Substituindo a Eq. (4.197) na Eq. (4.193):
µctA
( (4.198)
`te P,tis =P C1kCA

Exemplo 4.2 - Os dados seguintes foram retirados de um teste de crescimento de pressáo realizado no
intervalo produtor 750 - 810 m de um pop que perfurou urna formaçáo portadora de óleo:

(a) Leitura da carta de pressáo:

At (in) Pws (in) At (in) Pws (in)

0 0,5225 0,070 0,959


0,002 0,589 0,090 0,966
0,004 0,635 0,120 0,973
0,006 0,678 0,150 0,976
0,008 0,717 0,200 0,981
0,010 0,760 0,300 0,988
0,013 0,820 0,400 0,991
0,016 0,862 0,500 0,992
0,020 0,893 0,700 0,9945
0,024 0,910 0,900 0,9975
0,030 0,921 1,200 1,0005
0,036 0,928 1,500 1,002
0,045 0,940 2,000 1,003
0,055 0,950 2,381 1,0035

(b)Dados do registrador de pressáo


Identificaçáo: Amerada 1.856n
Profundidade: 800 m
Coeficiente angular: 55,1206 kgf/cm2lin
17
Vide Capítulo Erro! Indicador nao definido..

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Teste de Crescimento de Pressáo 157

Coeficiente linear: 0,0139 kgf/cm2


Temperatura de fundo: 43 °C
Capacidade do relógio: 24 h
Constante do relógio: 288 min /in

(c) Dados adicionais

Viscosidade do óleo (i) 13 cp


Fator volume- formaçáo do óleo (B0) 1,092 m3/ m3 std
Porosidade (4) 0,147
Compressibilidade total (c,) 165,5 x 10 -6 cm2/kgf
Raio do poco (rw) 0,108 m
Espessura permeável da formaçáo (h) 11 m
Densidade do gás (dg) 0,862
Saturaçáo de água (Sw) 13%
Vazáo de óleo (q0) 10 m3 std/d
Tempo de produçáo (te) 770 d
Espaçamento entre pocos 400 m

Pede -se interpretar o teste usando os métodos de Horner -MBH, MDH e MDH- Dietz.

Soluçâo:
Primeiramente pode -se efetuar um ajustamento de curva -tipo aos dados, cona o objetivo de se es-
timar o inicio da linha reta semilog no gráfico convencional (At)JLRSL A Figura 4.14 mostra o gráfico
log ApwBU versus log At. Ajustando -se as curvas -tipo de Agarwal a essa curva pode -se estimar o inicio
da linha reta semilog (gráfico convencional) como seudo (At)ILRSL = 2 h.

00000000000 0 0 0 0 0 00 00
o
- o
o
o
o

-
_ estocagem pura

0.01 I I 1 1 1 1 1 1 I I 1 I 1 1 1 I I T 1 1 1 1 1 1 I I 1 1 1 1 1 1

0.001 0.01 0.1 1 10


At (in)

Figura 4.14 - Gráfico log-log dos dados de pressáo do Exemplo 4.2 - Método de Homer -MBH.

(a) Método de Horner -MBH

A Tabela 4.4 apresenta os dados necessários para a construçáo do gráfico de Homer. Note que o
tempo de produçáo de 770 d equivale a 3.850 in.

Tabela 4.4 - Dados para o gráfico de Homer no Exemplo 4.2


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158 Teste de Crescimento de Press50

(t +Ot\
At (in) pWS (in) Ap,,au (in) lóg
At
0 0,5225 - -
0,002 0,589 0,0665 6,284
0,004 0,635 0,1125 5,983
0,006 0,678 0,1555 5,807
0,008 0,717 0,1945 5,682
0,010 0,760 0,2375 5,585
0,013 0,820 0,2975 5,472
0,016 0,862 0,3395 5,381
0,020 0,893 0,3705 5,284
0,024 0,910 0,3875 5,205
0,030 0,921 0,3985 5,108
0,036 0,928 0,4055 5,029
0,045 0,940 0,4175 4,932
0,055 0,950 0,4275 4,845
0,070 0,959 0,4365 4,740
0,090 0,966 0,4435 4,631
0,120 0,973 0,4505 4,506
0,150 0,976 0,4535 4,409
0,200 0,981 0,4585 4,284
0,300 0,988 0,4655 4,108
0,400 0,991 0,4685 3,983
0,500 0,992 0,4695 3,887
0,700 0,9945 0,472 3,740
0,900 0,9975 0,475 3,631
1,200 1,0005 0,478 3,506
1,500 1,002 0,4795 3,410
2,000 1,003 0,4805 3,285
2,381 1,0035 0,481 3,209

A Figura 4.15 apresenta o gráfico de Horner dos dados de pressáo do teste. Desse gráfico sao ob-
tidos os seguintes valores: m = 0,0202 in; plh = 0,984 in; p* = 1,0702 in.

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Teste de Crescimento de Pressáo 159

1.10

MMOMMINUMMOMMEMMEMMEMMEMMEMOMMMEMOMME
uMEMMEMMMENNIMMEMMIUMMMOMMEMMEMOMMII
iiiiiiiiiiiïiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
MOMuNMAEMuMEMMEMOaMOMMaNNMEMlEM
1.00 Iiï7:!77AMM:\\rME
WOMMEMENIMMEMMINIMMEMMMOMMEMMEMMINIMOM
morm.-._ r*
iiiiiiiiíIiiiiïi::iiiiiiiiiiiiiiiïi
MIauMMauOaWARa-.aIaauMaMME
MOMMENMEMMEMOIMM MM MM MEMMI.:a.OMMENMEM
MEMMIIMMEMMEMEMEM MM MM mommommoìCnmumm
Nummumumwminnommummr::_
MOIMMEMEMOMMEMMENMEMW1MMMEMMINIMMIMME
MEMINIMMAMMOMMEMEMEMrNEMMErEMMEMONME
0.90 naEMaOaaEMMEaaaanaiMuaIUMMaMaM
.-. iiiiiiiiiiióiiiïiiiiiiiiiiiiiii°°iii
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiQiiiiiiiii
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiMiiiiiiiiiiiEiiiii
MEMMEMMUMMOMMEMEMMIMMrMMr-MMIMMIMMUIMM
0.80 iiMiMiíEiiiiiiiiïiiiiiiüiiiiiüiiiiiü
MMIIMMEIMMEMMEMMMOMMMOMMEMEMEMOMMIUMM
MEMOMMMIMMEMMIIMMOMMEMMEMMEMMEMMIMMME
iiiiiiiiiiiiiiïiiiiiiiiiiiiiiiEiiiii
MEMEMMEMMOMMEMEMOMMMOMMEMMONMEMEMMMM
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
0.70 iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiïiiiiiii
ME
: Reta ajustada.
ME
E P. =- 0,0202 log[(tp +4t) /dt] + 1,0702 7-7

0.60
3 4 5 6 7

1og[(tp +ot)/At]

Figura 4.15 - Gráfico de Homer - Exemplo 4.2.

(ai) Permeabilidade da formaçáo


10 ,092 =254md.
k=1,151C2 gB=1,151x19,03x
mh 0,0202 x 55,12 x11

(a2) Fator de película do pop


Ph -mPwff
s=1,151 log
,,hh
Y'Clk 2
tYwi 0,3514

s =1,15110'984
- 0,5225 log
0,0003484 x 254
0,3514 = 20,9 .

g _0,147x13x165,5x10-6 x(0,108)2

(a3) Queda de presso devida ao dano no poço


`-'l's = 0,87ms = 0,87 x 0,0202 x 55,12 x 20,9 = 20,25 kgf l cm 2

(a4) Presso média na área de drenagem do poço


0,0003484ktp 0,0003484 x 254 x (770 x 24)
tpDA = = 32,3
OKA 0,147 x 13 x 165,5 x10-6 x(400)`
Gráfico de MBH
tpDA = 32,3 >PDMBH = 6,90

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160 Teste de Crescimento de Pressáo

* m 0, 0202 x 55,12 2
= x6,90=55,67 kgf /cm
-p 2,303PDNraH(tpDA)-(55,12x1,0702+0,0139) 2,303

(a5) Razáo de dano do poço


Pwff 55,67-28,81
=41.
p -p - ,Aps 55,67 -28,81- 20,25

(b) Método de MDH

A Figura 4.16 mostra o gráfico de MDH, isto é, p,s versus log At, a partir do qual sao obtidos os
seguintes valores: m = 0,0181 in; plh = 0,986 in.

(b1) Permeabilidade da formaçáo


10x1, 092 x 13
k=1,151C2 gBµ =1,151 x 19,03 x 283 md .

mh 0,0181x55,12x11

(b2) Fator de película do poço

CIk21
s=1,151[plh -PWff log 0,3514]
L
l.icrrW )

s - 11,151{ 0,986 - 0,5225 10 g


0,0003484 x 283
0,3514 = 24,0 .

0,0181 0,147 x13 x 165,5 x 10-6 x(0,108)2

1.10

.nuu._n1__nm
iiiiiiiiiiniin.
....111_....11_::.'.9é:
1.00
.non_.n.narnm
.n.n_v::nl .rt>r..nnl
..III1 ..1IIar....111
S^.ï011_.P_Cill_..1I111
.nnn_Wriiun.mm MIMI
..1IIII.L'.11111_..1I111
P16111111
..11111V...I111 ...I111

ro
0.90
ÌÌ
..1I111NINIM..11111.._..1I111
..1I111t.7..1I111
...IIII_...I111
.R7UÖÌÌÌÌÌÌ
...II IIrM...1111
...I111
..111I1
..1I111

0.80
BI
ÌÌ.ÌÌÌNIÌÌÌ
11101
..
O

I
0.70 Reta ajustada:
p = 0,0181 log At + 0,9979

0.60
0.001 0.01 01 10

At (in)

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Teste de Crescimento de Pressáo 161

Figura 4.16 - Gráfico de MDH - Exemplo 4.2.


(b3) Queda de pressáo devida ao dano no poço

Aps = 0,87ms = 0,87 x 0,0181 x 55,12 x 24,0 = 20,83 kgf /cm2

(b4) Pressáo média na área de drenagem do poço


Toma-se um ponto sobre a reta do gráfico de MDH (Figura 4.16): At = 1 h = 0,208 in > Pws =
0,986 in.
0,0003484 x 283 x 1
(atDA)lh - 0,0003484kAt =1,948 x10-3
4)NctA 0,147 x13 x165,5 x10-6 x (400)`
Figura C.13 do Apéndice C
(AtDA)lh = 1,948x10 -3 1,45

P = Pws + PDMDH = 0,986+ 0,0181 x1,45 = 1,0088 in


1,151

= 1,0088 in x55,12 kgf / cm2 I in + 0,0139 = 55,62 kgf / cm2

(c) Método de MDH-Dietz

Para poço no centro de um quadrado o regime pseudopermanente inicia -se aproximadamente pa-
ra tpDA = 0,1. Assim,

)pp 0,0003484 x 283 x (t )


O 1- (t p )PP _ 51 h
cßµctA 0,147 x13 x165,5 x10-" x(400)4
Como tp = 77 d = 1.848 h »
(tp)pp = 51 h = o poço já produzia no regime pseudopermanente antes de
ser fechado para o teste de crescimento de pressáo. Entáo,
4 w,A =0,147x13x165,5x10-6x(400)2 =16'
(fit) Pws °P 6h
ClkCA 0,0003484 x 283 x 30,88

(At) Pws =P =16,6 h= 3,458 in Gr °f °Pws versus log Ot p n 1,0077 in =55,56 kgf /cm2

4.3.5. Escolha do Método


Antes do aparecimento do método de Agarwal recomendava -se o uso do método de Horner -MBH
dentre todos os métodos convencionais existentes para a análise de testes de crescimento. A vantagem
do método de MDH residia somente na sua maior simplicidade. O método de Agarwal, no entanto,
reúne a simplicidade do método de MDH e as vantagens do método de Homer, pois leva em conta o
tempo de produçáo. Além disso, permite a análise de teste de crescimento através de ajustamento corn
curvas -tipo desenvolvidas para teste de fluxo.

4.3.6. Cálculo da pressáo média em um reservatório desenvol-


vido
A Figura 4.17 mostra um exemplo de reservatório sendo drenado através de diversos poços, corn
diferentes vazóes de produçáo.

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162 Teste de Crescimento de Pressáo

Figura 4.17 - Reservatório produzindo através de vários pocos.

A área de influência do poco i, cuja vazáo é q;, é denominada Ai, onde a espessura média da for-
macáo é h; e a pressáo média p A espessura média da formaçáo em cada área de drenagem pode ser
.

estimada através de perfis e a pressáo média a partir de testes de pressáo nos pocos.

a) Determinaçäo das áreas de drenagem de cada poco

Russel & Matthews (1967) mostraran que no regime pseudopermanente de um fluxo monofásico
os volumes drenados por cada poco sao proporcionais As suas vazóes, isto é:
9t (4.199)
gr
onde Vd; é ovolume drenado pelo poco i e qr é a vazáo total do reservatório. O volume drenado por
cada poco é dado por:
Vdt = A;h; (4.200)

onde Ti; é a espessura média na área de drenagem do poco i.


A relacáo entre os volumes drenados por um pop./ qualquer e cada um dos pocos i é dada por:

Vd> gj (4.201)
Vdi q,
ou ainda:
A/if _q1
(4.202)
A; h; q;

Tomando j= 1, tern-se:
Acht _ qi (4.203)
A; h; q;
onde i = 2, 3, ..., np e np é o número total de pocos. Rearranjando os termos da Eq. (4.203), obtém -se:

Athtgz - Athtgl = 0. (4.204)

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Teste de Crescimento de Press5o 163

A Eq. (4.204) gera n, -1 equaçóes. A np ésima equaçäo é dada por:


Al +A2 + +Anp =Ai (4.205)

onde At é a área total do reservatório. Tem -se, portanto, um sistema de np equaçóes lineares e np incóg-
nitas:
- =0 i= 2,3,...,np
np (4.206)
EA, =4
cuja soluçäo resulta na determinaçäo das áreas drenadas por cada poço (A). Os volumes drenados sao
calculados pela Eq. (4.200).

b) Determinaçäo da pressäo média do reservatório

A pressäo média do reservatório é obtida através de urna média ponderada das pressóes nos vo-
lumes de drenagem de cada pop:
np

AihiPi
p= (4.207)
np

`4ihi
i =i

Usando a Eq. (4.199), a pressäo média pode também ser calculada com a expressäo:
np

(4.208)

Exemplo 4.3 - Um reservatório corn área de 1,943 km2 contém tés poços produtores de óleo. Após
certo período de produçáo, os poços foram fechados e realizados testes de crescimento de pressäo para
se obter as pressóes médias nas suas respectivas áreas de drenagem. Outros dados sao:

Poço 1 Poço 2 Paço 3

Vazáo de produçáo de óleo, qi (m3 std /d) 16 32 13

Espessura média da formaçáo, h; (m) 12 12,5 11


Press-6es médias obtidas dos testes, pi (kgf7cm2) 160,9 155,2 167,5

Pede -se que sejam calculadas:


a) A área drenada por cada pop.
b) A pressäo média do reservatório.

Soluçäo:
Parte (a) :

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164 Teste de Crescimento de Pressáo

As áreas drenadas sáo calculadas a partir do sistema de equaçóes da Eq. (4.206). Substituindo -se
os valores de qi e h1 do problema, a Eq. (4.206) pode ser escrita como:
12x32A1 -12,5x16A2 =0 384A1 - 200A2 = 0 (: 8) 48A1 - 25A2 = 0
12x13A1 -11x16A3 =0 156A1 -176A3 = 0 (: 4) 39A1 - 44A3 = 0
A1 + A2 + A3 = 1,943 Al + A2 + A3 =1,943 Al + A2 + A3 =1,943

Da 1' equaçáo do sistema de equaçóes: A1 = . Substituindo esta expressáo nas demais e-


48
quaçóes, tern-se:
39 x 25 39x25
A2 44A 3 = 0 AZ
48 48x44 -A3 =0
73
+ 11A2 + A3 =1,943 A2 + A3 =1,943
8
Logo,

A2 =1,943: 48(394425 +73=0,9801km2.


l
Substituindo-se o valor de A2 na 1á equaçáo:

Al = ?5 A2 = ?5 x 0,9801 = 0,51O5 km2 .

48 48
Finalmente, da 3' equaçáo:
A3 =1,943 - Al - A2 =1,943 -0,5105 -0,9801= 0,4524 km2
Parte (b):
Da Eq. (4.208):

i=1 gtp` 16 x 160,9 +32 x155,2 +13x167,5 2


P =159,3 kgflcm .
nn 16+32+13
E qi
i=1

Equivalentemente, da Eq. (4.207):

Ai/7/13i
i=1 0,5105x12x160,9+0,9801x12,5x155,2+0,4524x11x167,5
/cm2.
na _ 0,5105x16+0,9801x12,5+0,4524x11
i=1

REFERENCIAS
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Teste de Crescimento de Press5o 165

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Earlougher, R. C., Jr.: Advances in well test analysis. Dallas, Texas, USA, SPE of AIME, Monograph Series 5, 1977.
Gringarten, A. C.; Bourdet, D. P.; Landel, P. A. & Kniazeff, V. J.: A comparison between different skin and wellbore storage
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Homer, D. R.: Pressure build -up in wells. Proc. Third World Pet. Cong., The Hague, Sec. II, 503 -523, 1951; Reprint Series,
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Matthews, C. S.; Brons, F. & Hazebroek, P.: A method for determination of average pressure in a bounded reservoir. Trans.
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Miller, C. C.; Dyes, A. B. & Hutchinson, C. A., Jr. The estimation of permeability and reservoir pressure from bottom -hole
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Ramey, H. J., Jr. & Cobb, W. M.: A general pressure buildup theory for a well in a closed drainage area. J. Pet. Tech., 1493-
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166 Teste de Crescimento de Pressáo

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5.
EFEITO DE LIMITES NOS TESTES DE PRESSAO
Neste capitulo sao discutidos os efeitos, sobre o comportamento da pressao e da sua derivada, dos
vários tipos de limites externos normalmente encontrados nos reservatórios de petróleo. Além disso, sao
apresentados métodos de análise para as diferentes geometrias de reservatório.
Entre os diversos tipos de limite podem ser citadas as descontinuidades, como falhas e pinchouts,
as variaçoes de espessura, as presenças de aqüífero e/ou capa de gás, e os limites virtuais determinados
pela existencia de diversos poços em um reservatório desenvolvido. Além disso, reservatórios isolados,
ou sej a, de pequenas dimensóes, normalmente explotados por um único poço, podem apresentar dife-
rentes geometrias externas. Diferentes sistemas deposicionais podem também resultar em diferentes
geometrias externas dos reservatórios, como, por exemplo, reservatórios em forma de canal, onde
muitas vezes pode predominar a geometria de fluxo linear.

5.1.Descontinuidades Lineares - Falhas e Barreiras


As descontinuidades provocadas por falhas ou barreiras de permeabilidade sao muito comuns em
reservatórios de petróleo. Particularmente, as falhas planas selantes, que impedem totalmente o fluxo
de fluidos e, como o próprio nome indica, apresentam -se em urna forma geométrica simples (um plano),
possibilitam um tratamento analítico do problema e o desenvolvimento de métodos de análise de testes
bastante simplificados. Ainda visando facilitar a obtençáo de soluçoes analíticas, admite-se também que
essas falhas, além de planas, sejam verticais.
Imagine o caso de um poço produtor A situado a urna distância L de urna falha plana vertical se-
lante, conforme ilustra a Figura 5.1. Nesse caso o reservatório é limitado em uma das direçóes pela
presença da falha plana vertical selante, que define urna fronteira situada à distância L do poço. Por
outro lado, se admite que o reservatório seja infinitamente extenso nas demais direçóes, ou seja, que
nenhum outro limite do reservatório seja observado durante a execueao de um teste no poço A. Isso
significa que o teste deverá ser suficientemente curto para que o reservatório se comporte como infinito,
ou melhor, como "semi -infinito ", já que na realidade todos os reservatórios sáo limitados.

Poço A
4--L - Falha plana selante

Figura 5.1 - Falha plana vertical selante próxima a um poço produtor.

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168 Efeito de Limites nos Testes de Pressáo

Nos parágrafos seguintes será apresentado o desenvolvimento de métodos de interpretaçao de tes-


tes de fluxo e de crescimento no poço A da situaçao apresentada na Figura 5.1. Esses métodos basear-
se -ao somente na soluçao mais simples até agora apresentada neste texto, ou seja, na soluçao da linha-
fonte para um poco que produz corn vazao constante de um reservatório infinito O sistema mostrado na
Figura 5.1 nao é infinitamente extenso em todos os sentidos, nao permitindo, portanto, a aplicaçao
direta da soluçao da fonte linear. Porém, é fácil verificar que as linhas de fluxo no reservatório da
Figura 5.1 deverao apresentar a conformaçao da Figura 5.2 caso o poço seja colocado em produçao com
vazao constante q.

Figura 5.2 - Linhas de fluxo em um sistema corn falha plana vertical selante.

O sistema "semi- infinito" da Figura 5.2 pode ser substituido por um sistema infinito, utilizando -
se o método das imagens. Conforme foi discutido no Capítulo 2, esta técnica consiste em se colocar
tantos poços quantos forem necessários, em um sistema infinito, de tal modo que a configuraçao das
linhas de fluxo seja idéntica à configuraçao real. No caso considerado, basta a colocaçao de um poço
imagem (A'), a urna distância L da falha plana selante, o qual também estará produzindo corn vazao q.
Isso gera o sistema de linhas de fluxo ilustrado na Figura 5.3. Esse sistema representa exatamente o
reservatório real e o comportamento da pressao em qualquer ponto poderá ser agora previsto aplicando -
se o principio da superposiçao de efeitos, considerando -se dois poços produzindo de um sistema
infinito.

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Efeito de Limites nos Testes de Pressáo 169

A A
< »
Pogo (q) , Poço imagem (g)

Figura 5.3 - Aplicaçáo do método das imagens ao caso de urna falha plana vertical selante.

5.1.1. Teste de fluxo


Aplicando -se o principio da superposiçáo de efeitos', a queda de pressáo adimensional no poço
A será:

pwD(tD)=pDA(YD =1tD)+P DA' (rD =2L/rw,tD) (5.1)

onde as quedas de pressáo pDA e pDA- sáo devidas, respectivamente, As produçóes dos pocos A e A',
isto é, do poço A e da sua imagem, conforme mostrado na Figura 5.3.
Admitindo -se que seja válida a aproximaçáo logaritmica da soluçáo da linha fonte, a queda de
pressáo adimensional em um ponto qualquer de um reservatório infinito, devida à produçáo de um poço
corn vazáo constante, é dada pela expressáo':
1 4tD
pD(YD,tD)=-lri (5.2)
2 er rD/
Deve -se observar que a Eq. (5.2) somente é válida, corn erro aceitável (máximo de 2 %), quando
tD I rD >_ 50 , conforme discutido no Capítulo 2. Além disso, caso a pressáo esteja sendo avaliada no
poço, deve -se incluir o efeito de um fator de película nao nulo eventualmente presente.
Para tempos curtos o efeito do poço imagem sobre o comportamento da pressáo no poço A será
desprezível. Portanto, a resposta de pressáo será decorrente da produçáo de um poço corn vazáo cons-
tante (medida em condiçóes- padráo) em um sistema infinito. Havendo as presenças de efeitos de
estocagem e de película, o comportamento da pressáo no poço será influenciado da maneira descrita nos
Capítulos 2 e 3. A curva -tipo, durante esse período de tempo, terá o caráter já apresentado e discutido
naqueles dois capítulos. Quando o tempo de produçáo for suficientemente longo para que os efeitos de
estocagem já tenham desaparecido, a soluçáo de curto tempo para a queda de pressáo no poço A será
obtida através da aplicaçáo da Eq. (5.1), desprezando -se o efeito do poço imagem (segundo termo do
lado direito da equaçáo) e usando -se para a queda de pressáo devida à produçáo de urn poço em um
reservatório infinito a Eq. (5.2) avaliada em rD = 1:

18 Vide Capítulo Erro! Fonte de referência nao encontrada..

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170 Efeìto de Limites nos Testes de Pressáo

PwD(tD)=2 ln/ 4tD + 2s1 I (5.3)


e J
onde s é o fator de película eventualmente existente no poco A. Em variáveis reais a Eq. (5.3) transfor-
ma-se em:

Clk
Pw,f (t) = Pt -m log t +log + 0,3514 + 0,8686s (5.4)

onde:

m = 1,151CZ . (5.5)

Para longo tempo, o efeito de estocagem no poco continuará nao existindo, mas haverá influência
da produçáo do poco imagem sobre a pressào do poco real (poco A). Aplicando a Eq. (5.1), admitindo
que o tempo seja suficientemente longo para que a Eq. (5.2) seja válida para representar também a
queda de pressáo devida à prdouçáo do poco imagem (A') e lembrando que o fator de película náo
influi na parcela correspondente ao efeito do poco imagem, tem-se:
/ 1 4tD
PwD (tD ) = ln 4tD + 2s + 1 ln (5.6)
2 e7 J 2 e7(2L/rw)2
ou
4tD
PwD (tD ) =1ri -ln(2L / rw) + s (5.7)
e7
ou ainda, em variáveis reais:

C1k2
pwf (t) = p; - 2m log t + log ( log(2L /rw) + 0,4343s + 0,3514 (5.8)
L I.1ct rw
As solucaes de curto e de longo tempo, Eqs. (5.4) e (5.8), indicam que os dados de um teste de
fluxo produziriam um gráfico semelhante ao da Figura 5.4. Os primeiros pontos estariam influenciados
pelos efeitos de estocagem, em seguida seria obtida urna primeira linha reta corn inclinaçáo igual a m,
cuja equaçáo é dada pela Eq. (5.4), depois haveria um período de transiçáo e finalmente seria obtida
urna segunda linha reta, com inclincáo dobrada, isto é, igual a 2m, cuja equaçáo é dada pela Eq. (5.8). 0
tempo tx corresponderia ao ponto de interseçáo dessas dual retas.

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Efeito de Limites nos Testes de Pressäo 171

log t
Figura 5.4 - Teste de fluxo em um sistema infinito corn falha plana vertical selante.

A análise da reta de inclinaçáo m da Figura 5.4 permite a estimativa da permeabilidade e do fator


de película, usando -se as equaçóes do método convencional de análise de teste de fluxo (Capítulo 3):

k =1,151 Cz 4Bµ (5.9)


mh
e

Pwf
s =1,151 \ logt - log Clk2\ 0,3514 (5.10)
fil
[(Pi l $Nrrw
onde o par (t,pN)) corresponde a um ponto qualquer sobre a linha reta semilog de inclinaçáo m (ou seu
prolongamento) da Figura 5.4. Pode -se, para efeito de simplificaçáo, escolher um ponto sobre a reta
correspondente ao tempo t = 1, resultando em:

s =1,151 (Pi -11 log 0,3514 (5.11)


m )
onde pi é, portanto, um ponto sobre a linha reta semilog de inclinaçáo m ou sobre o seu prolongamento,
correspondente a t = 1.
A distância á falha (L) pode ser determinada em funçáo do tempo da interseçáo das duas retas
(ti), mostrado na Figura 5.4. Definindo -se txi, como sendo o tempo adimensional correspondente a tx e
igualando -se as Eqs. (5.3) e (5.7):
1 [ 4txD l
ln + 2s =1n1 4txD ln(2L / rw) + s . (5.12)
er l e1
Da Eq. (5.12) obtém-se o valor de L:

L = 0,75AirwtxD (5.13)

ou, em variáveis reais:

Clkt11 (5.14)
L=0,75
$Ft

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172 Efeito de Limites nos Testes de Pressáo

É importante frisar que a ocorrência de uma reta corn inclinaçao dobrada em relaçao a urna reta
anterior, conforme mostrado na Figura 5.4, nao é garantia da existência de urna falha plana selante.
Pressóes tomadas durante o período de estocagem podem levar o analista a interpretar erroneamente
como seudo a primeira das duas retas semilog da Figura 5.4. Isso indica a importância de, antes do
emprego do método convencional, aplicar-se o ajustamento com curvas- tipo19 para estimar o final dos
efeitos de estocagem, ou seja, para verificar se é possivel a aplicaçao do método convencional de
análise, bem como para obter urna estimativa inicial dos parâmetros de reservatório.
Na Figura 5.5 sao apresentadas curvas características para o fluxo em um sistema infinito corn
uma falha plana vertical selante, onde L Jwf= pi- pwf e t é o tempo de fluxo. Una curva -tipo tradicional,
ou seja, em variáveis adimensionais, teria o mesmo formato dessa figura, como será mostrado a seguir.
Portanto, enquanto as curvas -tipo sao apresentadas corn variáveis adimensionais, as chamadas curvas
características sao as curvas equivalentes, mas em variáveis reais. Ambas sao sempre apresentadas em
escala log-log.

Apwf

2m/2,303

m/2,303

Figura 5.5 - Curvas características (log-log) para um sistema infinito corn falha plana vertical selante.

Conforme foi discutido anteriormente, no inicio do teste prevalece o comportamento de um pop


com efeito de estocagem em um reservatório infinito. Após o desaparecimento dos efeitos de estocagem
obtém-se o regime de fluxo radial infinito, quando a pressao é determinada pela Eq. (5.4). Assim, na
curva -tipo o chamado grupo- derivada seria igual a''/2, conforme foi demonstrado no Capítulo 3, ou seja:

(tD / CD) p',43 =- (5.15)

dpwD
onde P D é definido como P D = d(tD /CD) . Por outro lado, substituindo as definiçóes das variáveis

adimensionais na Eq. (5.15) obtém-se:

tApwf = C2 Bµ x (5.16)

onde LXpw f = pi -p f
Apw = dOp,, f / dt . Mas, de acordo corn o que foi apresentado no Capítulo 3,
define-se:

19
Vide Capitulo Erro? Fonte de referência nAo encontrada.,

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Efeito de Limites nos Testes de Pressâo 173

m =1,151 C2 qB}r (5.17)


kh
Multiplicando e dividindo a Eq. (5.16) por 1,151:
m
t Ep i f =1,151 C2 17Bµ x l x 1 1,151 CZ 1731
1
(5.18)
kh 2 1,151 kh 2,303 2,303
Portanto, na curva dimensional da Figura 5.5, o produto entre o tempo e a derivada da queda de presso
em relaçáo ao tempo é igual a m12,303.
Para tempos longos, usando o mesmo raciocinio e considerando que a equaçáo que define o com-
portamento da pressáo adimensional no poço é a Eq. (5.7), conclui -se que o grupo- derivada seria igual
a 1 na curva -tipo adimensional, isto é:

(tD l CD) p'D =1 (5.19)

e na curva real (dimensional) esse valor seria de 2m/2,303.


Conclui -se entáo que o modelo de reservatório corn poço próximo de urna falha plana vertical
selante pode ser identificado ao se observar no comportamento da curva característica, ou seja, no
gráfico log -log do grupo- derivada versus tempo, dois patamares horizontais, sendo o valor da ordenada
correspondente ao segundo patamar igual ao dobro do valor da ordenada correspondente ao primeiro
patamar. Além disso, os valores dos patamares observados podem ser usados para se estimar o valor de
m e, consequentemente, a permeabilidade, usando -se a Eq. (5.17).
Considere agora a situaçáo mostrada na Figura 5.6, onde um poço encontra -se próximo a duas
falhas planas selantes verticais e ortogonais entre si. Seguindo um desenvolvimento similar ao caso
anterior, pode -se demonstrar que as curvas -tipo teráo o formato da Figura 5.7. Usando esse procedimen-
to podem ser também desenvolvidas as curvas -tipo (Figura 5.8) e os gráficos convencionais de análise
para casos em que as falhas formem urn ángulo qualquer entre si.

/////// /// /
\

Figura 5.6 - Poço próximo a duas falhas planas selantes verticais e ortogonais.

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174 Efeito de Limites nos Testes de Press5o

4m/2,303

t Op;,,,.f m/2,303

Figura 5.7 - Curvas características para um sistema infinito corn um poço próximo a duas falhas
selantes verticais e ortogonais entre si.

27c Y
R=
R m/2,303
Apwf

f
t Ap¡t, m/2,303

Figura 5.8 - Curvas características para urn sistema infinito corn um poço equidistante de duas
falhas verticais selantes formando um ângulo 0 entre si.

5.1.2. Teste de crescimento de pressáo


Para este tipo de teste aplica -se, além da superposiçáo de efeitos no espaço, devida à presença dos
dois poços, também a superposiçáo no tempo, que representa o fechamento do poço real e do poço
imagem, conforme exemplificado na Figura 5.9.

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Efeito de Limites nos Testes de Pressäo 175

q q

o tp
E---- At
t o tp
I--At
t

(a) poço real (b) poço imagem

Figura 5.9 - Esquemas de vazáo durante um teste de crescimento de pressáo - Sistema corn fa-
lha plana vertical selante.

A análise dos dados de pressáo através do método de ajustamento corn curvas -tipo pode ser feita
usando -se a curva-tipo desenvolvida para teste de fluxo, cujo formato é o das curvas características
mostradas na Figura 5.5, substituindo -se o tempo de fluxo t pelo tempo de fechamento equivalente de
Agarwal (Ate), conforme definido no Capítulo 4, e a queda de pressáo no poço durante o fluxo (Apwi)
pela chamada queda de presso no poço durante o fechamento (buildup), denominada ApwBU, calculada
através da expressáo:
APwBU (tp + At) = Pws (tp + At) - (Pws )ot =o = Pws(tp + At) - pwff (5.20)

ou, simplesmente:

APwBU (At) = Pws (At) - Pwff (5.21)

onde pws é a pressáo no poço durante o período de estática (fechamento) e pwff a pressáo de fluxo final
ou última pressáo de fluxo ou, ainda, a primeira pressáo do período de fechamento.
Conforme foi discutido no Capítulo 4, o ajustamento coin curvas -tipo de fluxo usando a queda de
pressáo dada pela Eq. (5.21) e o tempo equivalente de Agarwal (Ate) apresenta o inconveniente de
reduzir os valores de tempo medidos durante o teste, já que os valores de Ate, dados pela expressáo:
tpAt
Ate = (5.22)
t + At

sao sempre menores que os valores reais medidos (At). Isso faz corn que a duraçáo equivalente do teste
sej a reduzida, dificultando o ajuste.
Também de acordo com o que foi apresentado no Capítulo 4, a análise dos dados da derivada da
pressáo através do método de ajustamento corn curvas -tipo pode ser feita construindo -se e ajustando -se
sobre as curvas -tipo desenvolvidas para fluxo um gráfico log -log de
[(tr + At) / t ] At p;s (At) versus Ate , onde p,s (At) = dpws (At) l d (At) .
Para o desenvolvimento do método convencional de análise, considere a queda de pressáo adi-
mensional no poço real A, durante o período de fechamento, dada pela expressáo:
PwsD[(tp +At)D] =PD[rD =1,(tp +At)D] +s- [PD(rD =1,AtD) +s]+
(5.23)
+PD[rD = 2L /rw,(tp +At)D] -PD(rD = 2L /rw,AtD)
onde os quatro primeiros termos do lado direito da equaçáo, incluindo o fator de película s, referem-se
ao efeito do poço real e os dois últimos ao efeito do poço imagem. A queda de pressáo adimensional,
pwSD, é definida da maneira convencional, isto é, em relaçáo à pressáo incial:
kh(pi -Pws)
PwsD = (5.24)
C2 qBl

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176 Efeito de Limites nos Testes de Pressáo

Eliminando os fatores de película, que se cancelam, a Eq. (5.23) pode ser simplificada para:
PWSD[(tp+at)D] =PDÍrD =1,(tp +Ot)D] -PD(rD = 1,AtD)+
(5.25)
+PD[rD + &t)D] -PD(rD = 2LIrw,AtD)
=2L/rw,(5,

já que a influência do fator de película desaparece na equaçao da superposiçao durante um teste de


crescimento.
Após o desaparecimento dos efeitos de estocagem ou quando esses efeitos nao estao presentes, a
funçao que representa aproximadamente a queda de pressáo adimensional devida à produçao de um
poco corn vazao constante de um reservatório infinito é dada por20:
1 4tD
PD (rD , tD) = ln para tD l rD > 50 (5.26)
2 e7 r2
D

com erro máximo de 2 %, e:


r 2
_ rD para (5.27)
PD(rD,tD)=- tD / rD > 50
2 E` 4tD
corn erro máximo de 1%.
Para tempos de fechamento (At) muito pequenos o efeito do último termo da Eq. (5.25) é despre-
zível. Além disso, para cálculo da queda de pressáo no próprio poco pode -se quase sempre usar a Eq.
(5.26), já que rD = 1 implica que a condiçao tD /rr >_ 50 é satisfeita para pequenos valores de tempo.
Portanto, usando a Eq. (5.26) para representar a queda de pressáo no poco devida à sua própria produ-
çao, ou sejam, o primeiro e o segundo termos do lado direito da Eq. (5.25), e a Eq. (5.27) para represen-
tar a queda de pressao no poco devida ao efeito do poco imagem, ou sej a, o terceiro termo do lado
direito da Eq. (5.25), esta simplifica -se para:
4(tp +At)D 1 4AtD 1 (2L /rw)2
PwsD L(tp+ At)D ]= 1n ln E. (5.28)
e Y
e7 / 4(tp + At) D
ou:
rr(t +At)D 1 (2L/r )2
PwsD rtp At)D ] = 21nL p (5.29)
D J 2E 4 (t p + At )D

ou ainda:
+Ot 1 (2L/rw)2
At)D] = ln/tp (5.30)
4(t p+ Ot)D
PwsDL(tp
2 At 2

Admitindo ainda a simplificaçao adicional de que (tp +Ot) = tp no último termo do lado direito da Eq.
(5.30):
'tp + At ( rw )2
PwsD[(tp + At) D] = E, (5.31)
2 D
2 [ 24t pD
Observa-se que no primeiro termo envolvendo (tp+At) nao foi feita a simplificaçao (tp+Ot) _ tp, para que
pudesse ser obtida a equaçáo de Horner, como será visto a seguir. Transformando os primeiros dois
termos da Eq. (5.31) em variáveis reais pode -se escrever que:


Vide Capítulo Errol Fonte de referência nao encontrada..

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Efeito de Limites nos Testes de Press5o 177

(t +At m (2L/rw)2
Pws = p; -m log At + 2,303 E' 4tpD
(5.32)

ou ainda:

m (2Llrw)2 rtp +At


Pws = Pi m logt (5.33)
+ 2,303 E' 4t pD l
onde os dois primeiros termos do lado direito da equaçáo sao constantes e somente o último varia com o
tempo de fechamento At.
Quando o tempo de fechamento for suficientemente longo, os efeitos do poço imagem também
poderáo ser avaliados pela aproximaçáo logarítmica. Assim, a Eq. (5.25) tornar -se -á:
1 4(tp +At)D
21n C4AYD +
1

pwsD[(tp +At)D] = 21n


e e
_ (5.34)
1 4(t p +At)D 4AtD
+- ln 1
ln
2 e "(2L/rw)2 2 e7(2LIrw)2
cuja simplificaçáo resulta em:
(t +Atl
PwsD[(tp+ At) D]=1n1 pAt ID (5.35)

que, em variáveis reais, transforma -se em:


+Atl
pws = p; - 2m log (t l JI ( 5.36 )

De acordo corn as Eqs. (5.33) e (5.36), os dados de um teste de crescimento de pressáo em um


sistema infinito corn falha plana vertical selante deveráo produzir em um gráfico semilog duas retas
corn inclinaçóes m e 2m, respectivamente. A Figura 5.10 ilustra essa situaçáo.

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178 Efeito de Limites nos Testes de Pressáo

At 4-
..E---- pi
.. tga = m
tg13 = 2m

O
pWS
a
estocagem
O
l 00
O
1x
SLit O O

1 10 102 103 104


¡tp+Atl
`l
At J
Figura 5.10 Exemplo de gráfico de Homer Teste de crescimento de pressào em um sistema
infinito corn falha plana vertical selante.

A permeabilidade pode ser estimada da maneira usual, através da inclinaçáo m e da Eq.(5.5):

k = 1,151C2
qmh (5.37)
enquanto a distância à falha é estimada a partir do ponto de interseçáo das duas retas. Igualando as Eqs.
(5.31) e (5.35) obtém-se:
1lntp+At 1 (2L/rw)2 tp+At
E =1n (5.38)
2 At 2 4tpD ( At ) xD
L

ou

1 (2L/rw)2 tp +At
1 ln (5.39)
2 ' 4tpD 2 At
x

O lado esquerdo da Eq. (5.39) é exatamente a soluçáo da integral exponencia121 para tD = tpD e rD
2L/r,, ou seja:
2-
1 [
pD(rD =2L/rw,tD =tpD)_ (5.40)
-ZEi (24tr)
pD

Portanto, entrando -se em um gráfico da soluçâo da integral exponencial corn o valor de


pp = ln[(t + At)! At]X , obtém-se o argumento da funçáo integral exponencial:
2

2' Vide Capitulo Erro! Fonte de referência náo encontrada..

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Efeito de Limites nos Testes de Pressáo 179

/tpD tpD
2
(5.41)
rD
Figura C.2
(2L /rw)2 Figura C.2

i
Da definiçáo de to tern-se:
tpD \ Ciktp
- z
(5.42)
rD i Figura C.2 °r---t.

t
OU
/t \ Ciktp
pD
(5.43)
Figura C.2
(2L)2

Desta igualdade isola -se o valor de L:


Ciktp
L= (5.44)
40.1..Ct (t pD I r123) Figura C.2

O cálculo do fator de película pode ser feito através de urna expressáo obtida pela combinaçáo
das equaçóes do fluxo e do fechamento. Para o período de fluxo usa -se a Eq. (5.1), podendo -se admitir
que seja válida a aproximaçáo logarítmica para o cálculo da queda de pressáo devida ao poço real e para
o poço imagem considera -se a integral exponencial. Entáo:

rr 11
z

pwD(tD) =2Lln( étD) +2s]_!E1_ (2 (5.45)


j 4trw)
D

ou, em variárveis reais:

Cik tn OµctL2
pwf(t)=pi -m log t + log 2
+ 0,3514 + 0,8686s
2,303 ` Cikt
(5.46)
\.011ctrw
Para o período de crescimento de pressáo utiliza -se a equaçáo da reta de inclinaçáo 2m:
ftp +1 t5
pws = pi - 2m log At
(5.47)

Avaliando a Eq. (5.46) no instante do fechamento (t = tp) obtém-se:


Cik m
pwff =pi-m logtp +log , z
+0,3514+0,8686s + E. pctL2 (5.48)
N,Ctrw 2,303 Ciktp
onde pws- é a última pressáo de fluxo, isto é, a pressáo de fluxo no instante de fechamento. Por outro
lado, a Eq. (5.47) para At = 1 fornece:
pi = pi - 2m log(tp + 1) (5.49)

onde pi é a pressáo, lida sobre a segunda reta semi -log (reta de inclinaçáo 2m), ou sobre a sua extrapo-
laçáo, para At = 1. Combinando-se as Eqs.(5.48) e (5.49):

Pi pwff Ctk2 \ ( tp +1) 2 i


/ 2\
s =1,151 log +log + E, ONotL 0,3514 (5.50)
m
51 trw tp 2,303 Ciktp

onde pi é o valor lido sobre a reta de inclinaçáo 2m para At = 1 e pwf é a última pressáo de fluxo ou a
primeira do crescimento, ou seja, pwf= pws (At = 0).

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180 Efeito de Limites nos Testes de Pressáo

Exemplo 5.1 - Um teste de crescimento de pressáo, cujos dados estilo apresentados na Tabela 5.1, foi
realizado em um pop supostamente localizado nas proximidades de urna falha. Caso esta hipótese se
confirme após a análise do teste, calcule a distancia aproximada até a falha. Que outras informaçóes
você pode obter do teste?
Dados adicionais do poço e do reservatório:
Porosidade (0) 0,21
Viscosidade do óleo (go) 1,0 cp
Compressibilidade total (c) 2 x 10 -5 psä 1

Espessura da formaçáo (h) 10 ft


Vazáo de óleo (q0) 80 STBId
Fator volume -formaçáo do óleo (B0) 1,23 bbl/STB
Raio do poço (rw) 0,33 ft
Tempo de produçáo (te) 200 h

Tabela 5.1- Dados do teste de crescimento de presso do pop do Exemplo 5.1

At (h) P. (psi) (tp+At)lAt

0,00 2.803 -
0,25 3.135 801,00
0,50 3.156 401,00
0,75 3.169 267,67
1,00 3.177 201,00
1,50 3.191 134,37
2,00 3.198 101,00
2,50 3.207 81,00
3,00 3.214 67,67
3,50 3.218 58,14
4,00 3.224 51,00
4,50 3.227 45,44
5,00 3.232 41,00
5,50 3.235 37,36
6,00 3.240 34,33
6,00 3.245 29,57
8,00 3.252 26,00
10,00 3.264 21,00
12,00 3.272 17,67
15,00 3.285 14,33
20,00 3.300 11,00
25,00 3.312 9,00
50,00 3.346 5,00
100,00 3.378 3,00

Soluçáo:
Inicialmente constrói -se o gráfico de Homer, mostrado na Figura 5.11, de onde se obtém p* =
3.442,5 psi, m1 = m = 70,9 psi, m2 = 2m = 136,7 psi e [(t,+ At) /At]x = 35,2. A relaçáo m2 u 2 m1 indica
que de fato deve existir uma falha nas proximidades do pop. O valor de plh é obtido sobre a linha reta
de inclinaçáo 2m para At = 1 h:

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Efeito de Limites nos Testes de Press5o 181

(200 +1)
P1h= -136,7 log + 3442,5 = -136,7 log + 3442,5 = 3.127,65 psi

3500
[

i
1 I I I I I I 1

MIN E
Reta ajustada: MINN E
E
- 136 7 log [(t, +ot)!et]+ 3442,5 MOM
i
3400
I

.
3300

`-r-M =NM

3200

MI =MIME
Reta ajustada:
r1~
3100
MN ME
p,vs = - 70,9 log [(tp +4t)/&]+ 3340,7
I
3000
1 10 100 1000
(tp +4t)/4t

Figura 5.11 - Gráfico de Horner - Exemplo 5.1.


(a) Cálculo da permeabilidade média efetiva ao óleo (ko)
80 x 1,23 x 1,0
k -1 151C 2 q0B ° µ° =1,151 x 141 2 x 22,6 md .
° mth 70,9x10

(b) Cálculo da distância do poco à falha (L)

De acordo corn a teoria apresentada, o valor de L é dado pela expressào:


Ctktp 0,0002637ktp
2 z
LV 40w1(tpD / rD ) Figura C.2 40,C, (t pD / rD ) Figura C.2

onde:
/
t pD
rD
2
i Figura C.2 -
(2L /rw )2 - Figura C.2

é o valor obtido de um gráfico da funçáo integral exponencial (Figura C.2 do Apéndice C) corn o valor
de:

P (2L/rw)2
tpD = 11n[(t p
2
+4t)lOt]x.

Assim:

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182 Efeito de Limites nos Testes de Pressáo

t pD FiguraC.2 tpD
PD = ln[(tp +Ot)/Ot]x= = 1,78 =16
(2L! rw 2 2ln(35,2) (2L/rw)
0,0002637 x 22,6 x 200 = 66,6
L= ft .

4x 0,21x1,0x2x10 -5 x16
(c) Cálculo do fator de película do poço (s)

Pi Ctk 1 rL2
s =1,151 Pwff log + log 0,3514
m Owtrw2 /
tp + 2,303 E` Clktp

s =1151
Plh - Pwff logg
0,0002637k \
2 + log
(tp +1)2 1
E.
0µciL2
0,3514
µCt rw tp + 2,303 0,0002637ktp

3.127,65- 2.803 0,0002637x 22 6 (200 +1)2


s =1151 log + log +
70,9 0,21 x 1,0 x 2x10-5 x (0,33) 2 200

+
1
E:
- 0,21x10x2x10 -5 x(66,6)2
Q3514 1
2,303 'L 0,0002637x 22,6x 200 j J

s =1,151 4,579- log(13.030) + log(202) + 1 Ei (-0,01563)-0,35141


2,303 J

s =1,151L4,579 -4,115+ 2,305+ 1 x (-3,61) -0,35141= 0,98.


2,303

5.2.Reservatórios Limitados corn Diferentes Geometrias


Várias sáo as geometrias de reservatórios limitados para as quais podem ser obtidas soluçóes ana-
líticas e, consequentemente, desenvolvidos métodos para a análise de testes de poços situados nesses
reservatórios. Dentre essas geometrias simples podem ser citados os reservatórios circulares, quadrados,
retangulares, em forma de canal etc. Nesta seçáo sera.o apresentados os comportamentos da pressáo e da
sua derivada, bem como os métodos de análise, para diversas geometrias de reservatórios limitados.

5.2.1. Teste de fluxo


Conforme foi discutido no Capítulo 2, mesmo em um reservatório limitado, com as fronteiras ex-
ternas seladas, no inicio da produçáo o regime de fluxo será transiente, influenciado pelos eventuais
efeitos de estocagem e de película no poço. Portanto, o comportamento da pressáo será o mesmo
observado em um reservatório infinito. No longo tempo, ou seja, após algum tempo de produçáo,
suficiente para que todas as fronteiras externas passem a influenciar o comportamento da presso no
poço, é atingido o regime de fluxo pseudopermanente, durante o qual a pressáo declina linearmente com
o tempo. Neste caso a equaçáo para a queda de presso adimensional no poço é dada por:

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Efeito de Limites nos Testes de Pressáo 1ß3

(
1 4A
PwD (tDA ) = 2rttDA + ln +s - (5.51)
eYC Arw

onde CA é o coeficiente de forma ou de geometria. Como:


Cikt C11 t2
l A) _ (rw l A) tD (5.52)
4.xctA O1 trw
entáo:
i
4A
pwD (tD) = 2rt(rw / A) tD + 1 ln 2
+s . (5.53)
2 \eCArwi
Y

Quando o tempo for suficientemente longo, os últimos dois termos do lado direito da Eq. (5.53)
serán despreziveis se comparados corn o primeiro. Corn isso, a queda de pressáo adimensional poderá
ser aproximada por:

PwD (tD) = 21t(r l A) tD


(5.54)

Tomando o logaritmo da Eq. (5.54) obtém -se:


(5.55)
1og[pwD(tD)] - log[2rt (rw / A)] + log tD
ou
tD
log[pwD (tD )] - log[27t(rw / A)]+ log CD (5.56)
CD
que resulta em:

¡_ t
lo g[PwD(D)]= rZ / A)] + lo g C D + lo g(D
lo g [2rt (w t / C D) (5.57)

Portanto, um gráfico de log[pWD(tD)] versus log (tD /CD) deve resultar em urna linha reta de inclinaçáo
unitária. Este comportamento, no entanto, raramente é observado, pois o tempo necessário para ser
válida a aproximaçáo da Eq. (5.54) seria muito grande.
Derivando a Eq. (5.53) corn relaçáo a (tD /CD),

pwD(tD)= 2rz(rWIA)CD (5.58)


d(tD /CD)
e multiplicando o resultado por (tD/CD):

(tD /CD)pwD(tD) =21t(rw /A)tD (5.59)

Tomando o logaritmo da Eq. (5.59) obtém -se:


log[(tD / CD )PwD (tDA= log[2it (rw / A) tD ] (5.60)

ou:
log[(tD / CD )P'wD (t D)]= log[2rt(rw / A)] + log tD (5.61)

ou ainda:
z "\-
log[(tD / CD )P,ND (tD )] = log A+ logt CD (5.62)
2rt , l D

ou, finalmente:

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184 Efeito de Limites nos Testes de Pressäo

2\
log[(tD / CD )P,vD (tD )] = log 2 (`A./
rw
+ log CD +log
tD
j (5.63)
CD

Logo, o gráfico do grupo -derivada em urna curva-tipo, isto é, log[(tD / CD )PwD (tD )] versus log (tD /CD),
apresentará uma reta com coeficiente angular unitário após ter sido atingido o regime de fluxo pseudo -
permanente.
No curto tempo as curvas -tipo da queda de pressäo adimensional e do grupo -derivada mostraráo
um comportamento de reservatório infinito, apresentando eventualmente efeitos de estocagem e de
película, seguidos do regime de fluxo radial transiente (infinito).
Similarmente As curvas adimensionais, as curvas dos dados reais de um teste de fluxo, queda de
pressáo (Op,,f) e grupo- derivada (tOpxf) versus t, onde Apwf é a derivada da queda de pressáo em
relaçáo ao tempo, em um gráfico log -log também apresentaräo o comportamento descrito anteriormen-
te, conforme ilustrado na Figura 5.12.

Fluxo radial infinito


t

Figura 5.12 - Gráfico log -log da queda de pressáo e do grupo- derivada (curvas características)
durante um teste de fluxo em um reservatório limitado sem alimentaçáo na fronteira externa.

Em alguns casos outras características particulares podem ser observadas nas curvas -tipo, além
das que aparecem na Figura 5.12. Por exemplo, no caso de um poço no centro de um retângulo, em que
a relaçáo entre as dimensóes dos lados seja significativamente maior que 1, o comportamento da
derivada é mostrado na Figura 5.13. Além do comportamento devido à estocagem e do valor constante
no início do teste, representativo do fluxo radial transiente, e da inclinaçáo unitária no longo tempo,
devida ao fluxo pseudopermanente, nota -se um período intermediário corn inclinaçáo igual a 1 /2. Este
regime de fluxo intermediário corresponde ao chamado fluxo canal, que será discutido em detalhes na
Seçáo 5.4. Nesse regime o fluxo é linear transiente ou, mais precisamente, pseudolinear transiente. Isso
decorre do fato de que, em um tempo intermediário, nao há ainda efeitos dos limites mais distantes do
reservatório (no caso em questáo, dos lados verticais do retângulo, que estáo muito mais distantes do
poço que os lados horizontais), de modo que as linhas de fluxo sao lineares (exceto nas imediaçóes do
pop), em funçäo da forma alongada do reservatório.

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Efeito de Limites nos Testes de Pressáo 185

tApwf

Fluxo radial infinito

Figura 5.13 - Gráfico log -log do grupo-derivada em um reservatório retangular alongado corn
um poco no centro.

A análise do período de fluxo radial transiente, tanto pelo método de ajustamento com curva -tipo
como pelo método convencional, ;á foi discutida no Capítulo 3, hem como do período de fluxo pseudo -
permanente, que corresponde ao chamado teste de limite de reservatório. Em termos de variáveis reais a
Eq. (5.51) pode ser escrita como:

kh
C2gBji
(pi -pw ) =2 Cíkt

Oµc,A)
}+ -ln
1

2
-A
rW
+ -11 ln
2
2,2458

CA )
+s (5.64
)

equaçáo esta que é a base para a análise do teste de limite de reservatório pelo método convencional.

5.2.2. Teste de crescimento de pressáo


Similarmente ás outras geometrias, a análise através do método de ajustamento corn curvas -tipo
pode ser feita usando -se a curva -tipo desenvolvida para teste de fluxo, substituindo -se o tempo de fluxo
t pelo tempo de fechamento equivalente de Agarwal (Ate), conforme definido no Capítulo 4 e dado por:
t At
Ate = p (5.65)
tp + At

e a queda de pressáo no pop durante o fluxo (Apwf) pela chamada queda de pressáo no poço durante o
fechamento (buildup), denominada ApwBU, calculada através da expressáo:
APWBU (At) = p,,, (At) - pwff (5.66)

onde p,, é a pressáo no poco durante o período de estática (fechamento) e pwffa última pressáo de fluxo.
Por sua vez, também de acordo corn o que foi apresentado no Capítulo 4 e apresentado em seçóes
anteriores deste capítulo para outras geometrias, a análise dos dados da derivada da pressáo através do
método de ajustamento com curvas -tipo pode ser feita construindo -se e ajustando -se sobre as curvas -
tipo desenvolvidas para fluxo um gráfico log -log de [(t + At) / t ] At p'' (At) versus Ate , onde
pS(At)= dpWS(At)/d(At).
O comportamento da pressáo e a análise de um teste de crescimento pelo método convencional,
tanto em reservatórios muito grandes, isto é, que se comportam durante o fluxo e/ou durante o cresci-

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186 Efeito de Limites nos Testes de Press5o

mento como reservatórios infinitos, como também em reservatórios limitados, já foram abordados no
Capítulo 2 e também no Capítulo 3, já que, conforme mencionado anteriormente e também no Capítulo
4, normalmente um teste de crescimento é analisado como um teste de fluxo usando o tempo equivalen-
te de Agarwal.

5.3. Reservatório corn Aqüífero e /ou Capa de Gás

Conforme foi visto no Capítulo 2, um reservatório de óleo homogéneo e isotropico, que possua
um sistema de manutençáo de presso constante em seus limites externos, quando produzido corn vazáo
constante atinge no longo tempo o regime de fluxo permanente. Essa manutençáo de pressáo poderia
ser proporcionada pela presença de urna linha periférica de poços injetores corn pressáo constante ou de
um aqüífero lateral muito grande, capaz de manter a pressáo no contato óleo /água aproximadamente
constante.
A partir do instante em que é atingido o regime permanente a pressáo no sistema nao sofre mais
nenhuma variaçáo. Por exemplo, para um reservatório cilíndrico que produz através de um poco vertical
localizado no seu centro, o comportamento da queda de pressáo adimensional no poço durante o regime
permanente é dada por:

pwD = ln reD + s (5.67)


onde reD = re /rw, re é o raio do reservatório, r,, o raio do poço e s o fator de película.
No longo tempo a curva -tipo da queda de pressáo adimensional (gráfico log -log de p,,D versus
tD/CD) tenderá para urna constante igual a log[ln(reD) +s]. Por outro lado, como a derivada de urna
-
constante é igual a zero, o gráfico log-log de (tD / CD)píD versus tD /CD tenderá para co. No curto e
médio tempos seráo observados o período de estocagem e o regime de fluxo transiente (radial infinito).
Os mesmos comportamentos seráo seguidos pelas variáveis reais, conforme exemplificado na Figura
5.14. Portanto, urna queda acentuada do valor do grupo-derivada em um gráfico log -log pode ser
indicativo da presença de ulna fronteira corn pressáo constante.

APwf

t Apw f

Figura 5.14 - Gráfico log -log da queda de pressáo


e do grupo- derivada (curvas características)
em um reservatório limitado com manutençáo de pressáo nos limites externos.

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Efeito de Limites nos Testes de Pressäo 187

Os dados de longo tempo náo permitem urna análise pelo método convencional, pois a presso
tende para urna constante. Os dados de curto tempo (período influenciado pelos efeitos de estocagem) e
tempo intermediário (radial infinito) sao analisados de acordo corn os métodos apresentados no Capítu-
lo 3
Além da situaçáoo mencionada nos parágrafos anteriores, outra causa para a manutençáo de pres-
sáo pode ser a presença de capa de gás e/ou aqüífero de fundo. A maioria dos modelos utilizados na
análise de testes de pressáo admite que o reservatório seja limitado no seu topo e na sua base por
camadas impermeáveis. Essa hipótese, porém, nao é válida quando há urna capa de gás e/ou um aqüífe-
ro de fundo. No caso de um reservatório corn urna grande capa de gás, em que somente o óleo esteja
sendo produzido, o contato gás /óleo pode ser considerado como urn limite de pressáo aproximadamente
constante, o que provoca um componente vertical para o fluxo de óleo. O efeito da capa de gás depende
do nivel de comunicaçáo vertical e a hipótese de manutençáo de pressáo deve -se à grande compressibi-
lidade do gás.
Embora corn a continuaçáo da produçáo o contato gás/óleo tenda a descer, para efeito de análise
de teste pode -se admitir que seja estacionário (já que a duraçáo de um teste geralmente é pequena),
representando entáo um limite corn manutençáo de pressáo. Assim, a produçáo é devida a dois efeitos:
expansáo do óleo e influxo proveniente da capa de gás. Este último efeito causa o fluxo vertical do óleo.
No caso de um aqüífero de fundo o mesmo processo ocorreria, embora em muitos casos a cornu-
nicaçao vertical nao seja tao boa, em funçáo de efeitos de diagênese, que tendem a reduzir a permeabi-
lidade da rocha no aqüífero.
Quando há a presença de urna capa de gás ou de um aqüífero de fundo, é prática comuni se ca-
nhonear o poço somente em uma parte do intervalo produtor, de modo a evitar a formaçáo prematura de
cone e a produçáo prematura de gás e/ou água. Logo, nessas situaçòes haverá a chamada completaçáo
parcial ou entrada restrita (assunto a ser discutido no Capítulo 11). Streltsova -Adams (1979) estudou o
comportamento de fluxo em um poço corn entrada restrita e limite superior (ou inferior) corn pressáo
constante (pi), conforme ilustrado na Figura 5.15. Nesse exemplo, no limite superior (topo do reservató-
rio) a pressáo é mantida constante e o limite inferior (base do reservatório) é impermeável. A permeabi-
lidade horizontal (radial) é k,..

Limite superior corn


pressáo constante

hi 1
kY
z
h2

h,

Figura 5.15 - Poço vertical corn completaçáo parcial em um reservatório corn pressáo constante
no limite superior.

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1ß8 Efeito de Limites nos Testes de Pressáo

Admitindo que a vazáo de fluxo seja uniforme no intervalo canhoneado, ou seja, que qB /hp seja
constante, onde q é a vazáo na superficie e hi, o intervalo canhoneado, e que o poço tenha raio infinite-
simalmente pequeno (modelo da fonte linear ou linha- fonte), a condiçáo de contorno interna é dada, em
um sistema compatível de unidades, pelas equaçóes:
dp Op,
lim /r hl < z < h2 (5.68)
r->o dr JJ = 27tkrhp
e

dp < z < hl
limlr 1= 0, JO (5.69)
r-->o dr )) lh2 < z < hi
onde z é o eixo vertical do sistema de coordenadas cartesianas, corn crescimento no sentido de cima
para baixo e z = 0 no topo do reservatório, e r é a coordenada horizontal (radial).
No limite superior admite -se que a presso seja constante devida à capa de gás:

P(r, z =0,t)= pt (5.70)


e no limite inferior nao há fluxo (camada inferior é impermeável):
dp(r,z,t)
(5.71)
dz _z =h,
Streltsova -Adams obteve urna soluçáo analítica da equaçáo da difusividade, sujeita As condiçóes
de contorno dadas pelas Eqs. (5.68) a (5.71), para um reservatório lateralmente infinito, sem efeito de
estocagem e sem efeito de película no poço. Para essa soluçáo foram definidas as seguintes variáveis
adimensionais, válidas para um sistema qualquer de unidades:

PD(rD,tp) krht[P; P(r,z,t)] (5.72)


C2qBµ
Clkrt
(5.73)
tD =
ct
µ2r
e

rD =-htr (5.74)

Observa -se que a distância adimensional utilizada por Streltsova -Adams é o inverso da espessura
adimensional, definida normalmente como:

hp kr (5.75)
r V kz
Nota-se também que a queda de pressáo adimensional depende somente da distância radial e do tempo,
e nao depende de z, embora a pressáo real (p) dependa. Portanto, o valor de pD apresentado por Strelt-
sova -Adams representa urna média das pressóes ao longo da dimensao z. Particularmente, no poço
representa urna média das pressóes ao longo do trecho perforado hp. Alternativamente, a pressáo pode
ser avaliada em urn determinado ponto da espessura do reservatório, isto é, para um determinado valor
de z, como no exemplo comentado a seguir.
Streltsova -Adams apresentou os resultados em forma de tabelas de pD versus tD e rD para várias
razóes de completaçáo parcial (hp/h4). Deve -se frisar que, para o cálculo da presso no poço, r = rW.
Portanto, de acordo corn a definiçáo da Eq. (5.74), a distância adimensional, para o caso em que se
analisa o comportamento da presso no poço, é dada pela expressáo:

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Efeito de Limites nos Testes de Pressäo 189

rWD
= -
he kr
(5.76)

Além disso, a definiçáo do tempo adimensional passa a ser:


Cíkrt
tpw = (5.77)
t trw
que é a forma tradicional de se definir o tempo adimensional, e a queda adimensional de presso no
poço é denominada p,D (r,D, tD,) ou, simplesmente, pwD.
A Figura 5.16 mostra exemplos desses resultados (curvas -tipo) para o caso em que todo o inter-
valo produtor é canhoneado (completado), ou seja, hp = h,. As pressóes mostradas na figura foram
avaliadas, usando a soluçáo analítica, na metade do intervalo produtor, isto é, para z = hp/2 = h,/2. A
curva superior corresponde à soluçáo do modelo da fonte linear para fluxo radial transiente (soluçáo da
integral exponencial)22.
I I

0,01
2pwD=Et[-11(4tD)7
^ 0,1

1
rD = 0,5

2pwD
T

1 4tD

Figura 5.16 - Curvas -tipo para a queda de pressáo adimensional em um poço vertical corn completaçáo
total em um reservatório corn pressáo constante no limite superior (Streltsova-Adams, 1979).

Observa -se na Figura 5.16 que, para tempos curtos, o comportamento da presso no caso de limi-
te superior corn pressáo constante é idéntico ao caso em que o limite superior é impermeável, isto é, o
comportamento é de fluxo radial transiente. Após algum tempo, porém, a curva de p,D desvia-se da
curva do caso corn limites impermeáveis, atingindo menores valores para a queda de pressáo, devido ao
suporte fornecido pela capa de gás. No longo tempo a queda de pressáo tende para uma constante,
conforme esperado. Novamente, a exemplo do que ocorre no caso de pressáo constante no limite
externo, no longo tempo é alcançado o regime permanente de fluxo. Em termos de pressóes reais, um
gráfico da pressáo de fluxo em funçáo do logaritmo do tempo (ln t) apresentaria os seguintes compor -
tamentos (em ordem seqüencial), conforme discutido no Capítulo 2: curva influenciada por efeitos de
estocagem e película, reta (regime radial transiente), curva influenciada pelos efeitos do limite superior
de pressáo constante e, finalmente, reta horizontal (regime permanente, pressáo constante). Portanto,
dados reais mostrando esse comportamento podem ser a indicaçáo da presença de urna capa de gás e /ou
de um aqüífero que fornece adequado suporte de pressáo para o reservatório de óleo. Eventualmente a
reta semi -log pode ainda estar mascarada pelos efeitos de estocagem.

22
Vide Capítulo Erro! Fonte de referência nao encontrada..

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190 Efeito de Limites nos Testes de Press5o

Para efeito de análise pelos métodos convencionais é importante estimar a duraçáo do período em
que as soluçóes dos modelos com manutençáo de pressáo no limite superior (ou inferior) e corn limites
impermeáveis sáo idénticas, bem como o tempo em que o regime permanente é alcançado. Nota -se na
Figura 5.16 que aproximadamente 1 '/2 ciclos logarítmicos separam o fim do fluxo radial transiente
(ponto onde ulna determinada curva -tipo deixa de coincidir corn a soluçáo do fluxo transiente represen-
tada pela curva superior - soluçáo da fonte linear) do inicio do fluxo permanente (ponto onde a pressáo
passa a ser constante), conforme indicaçáo das setas verticais. Um exame da Figura 5.16 e da tabela
apresentada por Streltsova-Adams mostra que esses dois eventos correspondem, aproximadamente, a

rDtD =
r2kZClkrt
ht kr4tc,r2
= Clkzt
4! tht
(5.78)
um determinado valor do produto rD2/tD. Denominando esse produto de tD, tern -se que:

- tD .

Inspecionando a soluçáo analítica observou -se que o tempo adimensional para o final do fluxo
radial transiente (tD ff.) era de 0,05:

Ck tffZ
tD = t 2 = 0,05 (5.79)
(1lactht

onde tfrr é o tempo (real) para o final do fluxo radial (transiente). Portanto, a duraçáo do fluxo radial
depende, além da porosidade, da viscosidade e da compressibilidade, como sempre, também da perme -
abilidade vertical e da espessura da formaçáo. Por sua vez, o tempo adimensional para o inicio do fluxo
radial permanente (tDfp) era aproximadamente igual a 1:

D;fp = Cl kZ t`f2 =1 (5.80)


$Nt hr
onde tif é o tempo (real) para o inicio do fluxo radial permanente. Nesse instante a pressáo atinge um
valor estabilizado porque o influxo através do limite (contato gas /óleo) é igual à produçáo de óleo no
pop.
Os critérios mencionados sáo importantes, tanto para o projeto corno para a análise de urn teste.
Se possivel o período de fluxo deve ser longo o suficiente para se atingir o regime permanente. O tempo
para inicio do fluxo permanente (t fp) pode ser estimado usando -se a resposta de pressáo do teste,
verificando-se quando a presso deixa de variar. Corn isso determina -se, aproximadamente, o final do
fluxo radial transiente. Por outro lado, a regra dos 1 1/2 ciclos logarítmicos mencionada anteriormente
pode ser empregada para se estimar o final do fluxo radial transiente. Corn isso pode -se estimar o
período em que ocorreu o fluxo radial transiente e traçar a reta semi -log que representa esse regime de
fluxo. A partir da inclinaçáo da reta semi -log pode ser feita a estimativa do produto krht /lt. na análise
pelo método convencional, conforme o procedimento discutido no Capítulo 3. Conhecendo -se a espes-
sura e a viscosidade do fluido pode -se determinar a permeabilidade horizontal kr.
Conclui -se que a análise de dados de pressáo para curto tempo (mas após o desaparecimento dos
efeitos de estocagem) é essencial nos casos de limites com presso constante. Se o fluxo radial transien-
te for mascarado por efeitos de estocagem, a análise só poderá ser feita com o uso de curvas -tipo que
incorporem esse efeito ou com dados de vazáo medidos no fundo do poço, que consideram, portanto,
somente a contribuiçáo do reservatório para a produçáo total do poço, excluindo -se a contribuiçáo
devida à descompressáo do fluido do interior do pop (efeito de estocagem).

5.3.1. Teste de fluxo


Quando há suspeita da presença de um limite superior ou inferior com pressáo constante, a pro-
duçáo do pop deve ser, sempre que possível, mantida com vazáo constante até que seja atingido o

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Efeito de Limites nos Testes de Pressäo 191

fluxo permanente. A análise do teste pode ser feita corn curvas -tipo, corno as da Figura 5.16, e corn os
métodos convencionais, colocando-se os dados em gráfico cartesiano e em gráfico semi -log. A evidên-
cia da manutençáo de pressáo será dada pela presença de urna reta no gráfico semi -log, representando o
fluxo radial transiente, seguida por um valor constante (em ambos os gráficos), representando o fluxo
permanente. A análise do fluxo radial transiente através do gráfico semi -log (método convencional)
permite estimar a permeabilidade e o fator de película, usando as equaçóes apresentadas no Capítulo 3
para teste de fluxo em reservatório infinito e considerando como espessura somente o intervalo canho-
neado (completado) hp. Corn o prosseguimento do teste, ainda no regime transiente, o fluxo poderá ter a
aparência de um fluxo pseudoradial, em que as linhas de fluxo sáo radiais horizontais em todo o reser-
vatório, exceto nas imediaçóes do pogo, em funcáo da completaçáo parcial. Neste caso o fator de
película calculado poderá incluir o dano (ou estímulo) real do poco e um dano aparente devido à
geometria das linhas de fluxo (restriçáo do fluxo nas imediaçóes do poço). Poderá entáo ser necessário
utilizar os métodos descritos na seçáo referente a completaçáo parcial do Capítulo 11.
A expressáo para a queda de pressáo adimensional durante o período de fluxo radial permanente
(PDp), para o caso em que a razáo de completaçáo seja igual a 1, ou seja, hp/hr =1, e para rD < 0,1 (o que
sempre será obedecido quando se trata de analisar a pressáo no poco, onde r = rW) é dada por Streltso-
va- Adams:
pDP(rD,tD) = pDp(rD) =-2,34 log rD -0,49 , rD < 0,1 (5.81)

Esta equaçáo, aplicada no pogo (r = rw), resulta em:


pwDp 2,34 log rWD - 0,49 , rWD < 0,1 (5.82)

onde pwDp é a queda de pressáo adimensional no poco durante o regime de fluxo radial permanente. Em
variáveis reais tern-se que:
krhr (p; - Pwfp) = 2,341og
rw kZ
-0,49 r =
rw' f kZ
¡ < 0,1 (5.83)
C2gBµ h, kr hr I kr
onde p,Ufp é a pressáo de fluxo no poço durante o regime radial permanente. Esta equaçáo pode ser usada
para se estimar kr a partir da mediçáo da pressáo durante o regime permanente, já que kZ pode ser
estimada a partir do tempo (observado durante o teste) para atingir esse regime, empregando -se a Eq.
(5.80). Incluindo -se o efeito de película a Eq. (5.83) passa a ser expressa como:
krhr (pr - PWfP) = 2 34log rw kZ
+s - 0 49 rWD =
rW kZ
< 0,1 (5.84 )
C2gBp. hr kr hr kr

Nota -se que a Eq. (5.84), válida para o caso de urna capa de gás que mantenha a pressáo constan-
te no limite superior, e a Eq. (5.67), válida para o caso de manutençáo de pressáo no limite externo, sao
muito diferentes. A Eq. (5.84) aplica -se quando há um limite superior ou inferior corn pressáo constan-
te, acima ou abaixo da zona de óleo. O índice de produtividade do poco durante o regime estabilizado
de fluxo (permanente) (IPp), ao menos no início, quando o contato gás /óleo ou óleo /água encontra-se
ainda próximo da sua posiçáo original, pode ser previsto corn essa equaçáo:
krhr
IP =
(5.85)
C2Bµ - 2,3410 +s-0,49
kkr

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192 Efeito de Limites nos Testes de Pressáo

5.3.2. Raio de investigaçáo de um teste de fluxo


Conforme foi apresentado no Capítulo 3, para o fluxo radial horizontal transiente, quando o re-
servatório é limitado superior e inferiormente por camadas impermeáveis, o raio de investigaçáo de van
Poollen (1964) durante um teste de fluxo pode ser definido por:
4C1 kt
rinv - O ct
(5.86)

o que indica que o raio de investigaçáo cresce indefinidamente com a raiz quadrada do tempo. Essa
defmiçáo é obtida admitindo-se urna distrïbuiçao de pressáo pseudopermanente em um sistema circular
de raio igual ao raio de investigaçáo, mas em geral corresponde também ao raio a partir do qual a queda
de pressáo adimensional é menor que 0,1. No caso em que há um limite (superior ou inferior) com
pressáo constante, no entanto, o distúrbio de presso nao se propaga indefinidamente no interior do
reservatório. Uma vez que o regime de fluxo permanente tenha sido atingido, a produçáo do pop é
mantida pelo influxo através do limite de pressáo constante, o campo de pressóes nao mais se altera e é
impossível investigar mais no interior do reservatório. A soluçáo analítica obtida por Streltsova -Adams
mostra que a queda de presso adimensional (pDp) é aproximadamente igual a 0,1 para rD = 1,25. Logo,
para rD > 1,25 nao é possível que a queda de pressáo adimensional seja maior que 0,1, independente-
mente da duraçao do teste. Corn isso pode -se também definir um raio de investigaçáo adimensional para
o caso de limite superior ou inferior com pressáo constante (fluxo permanente):

rDinvp =1,25 (5.87)

ou, usando a definiçáo de rD dada pela Eq. (5.74):

r¡nvp =1,25 ht r . (5.88)


V z

Observe que o raio de investigaçáo depende da espessura da formaçáo e da anisotropia de permeabili -


dade, mas nao depende do tempo nem da constante de difusividade hidráulica, como no caso da Eq.
(5.86).
Outra maneira de se definir o raio de investigaçáo é utilizar o tempo para o inicio do regime per-
manente, dado pela Eq. (5.80), na definiçáo convencional do radio de investigaçáo, Eq. (5.86). Corn
isso obtém -se um valor ligeiramente superior ao da definiçáo anterior:
kr
rnp = 2 ht (5.89)
kZ

Urna terceira definiçáo pode ser obtida considerando-se que o raio de investigaçáo é controlado
pelo tempo durante o qual o regime é radial horizontal transiente, dado pela Eq.(5.79). Substituindo esse
tempo na Eq. (5.86) resulta em um valor mais conservador para o raio investigado:
kr
rnvp = 0,45 ht (5.90)
kZ

5.3.3. Teste de crescimento de pressáo


A análise de um teste de crescimento de presso nesse tipo de reservatório pode ser feita usando -
se os métodos apresentados no Capítulo 4, tais como os métodos de Horner, Agarwal e MDH. Particu-
larmente, o método de MDH é preferível neste caso em comparaçáo com o método de Homer. Isso
ocorre porque, conforme foi apresentado no Capítulo 4, no desenvolvimento do método de MDH
admite -se que pD(tp + At)D seja aproximadamente constante. Isso só é válido quando At tp. No «
entanto, no caso em que durante o período de fluxo o poço tenha atingido o regime permanente, como

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Efeito de Limites nos Testes de Pressáo 193

se admite no modelo em questao, pD(tp + Ot)D é de fato constante, independentemente do valor de At.
Portanto, as condiçóes sao ótimas para o uso do método de MDH.

5.4. Reservatório em Forma de Canal

Um reservatório em forma de canal é aquele corn dois limites laterais impermeáveis paralelos.
Nesse tipo de geometria o fluxo normalmente é denominado de fluxo canal. Esse tipo de geometria de
reservatório pode ocorrer em sistemas deposicionais canalizados, resultando em reservatórios alonga-
dos, ou seja, em que o comprimento é relativamente grande quando comparado corn a largura (reserva -
tórios relativamente estreitos).
O modelo mais simples a ser considerado admite a existência de um pop localizado à meia-
distância entre os limites, conforme ilustra esquematicamente a Figura 5.17, onde L é a distância entre o
pop e a borda do canal, ou seja, a metade da largura do canal, sendo esta entao a dimensao característi-
ca do sistema. Os limites externos sao considerados impermeáveis, como se fossem duas falhas planas
verticais, paralelas e selantes. A largura do canal é definida como W = 2L. Pode -se definir como
distância adimensional característica:
LD =Llrti,,. (5.91)

L = metade da largura do canal

Figura 5.17 - Linhas de fluxo em um reservatório em forma de canal corn urn poço no seu centro
(tempo longo).

Nessa geometria, inicialmente as linhas de fluxo serán radiais, convergindo para o pop, enquan-
to nao houver efeito dos limites do reservatório (canal) sobre o comportamento da pressáo. Portanto,
inicialmente o regime de fluxo será radial transiente. A duraçao desse regime dependerá das caracterís-
ticas do sistema-rocha fluido, como em qualquer outra geometria, e da largura do canal. Quanto menor
for a largura do canal, menor será a duraçao do regime radial transiente.
No longo tempo as linhas de fluxo serán paralelas, exceto nas imediaçóes do poço, onde haverá
urna convergência para este, conforme mostrado na Figura 5.17. Logo, para tempos longos o regime de
fluxo será similar ao fluxo linear transiente, exceto pela presença da distorçao das linhas de fluxo nas
imediaçóes do poço. Este efeito pode ser representado por um pseudodano e o regime de fluxo pode ser
chamado de pseudolinear transiente. Eventualmente, entre esses dois regimes de fluxo poderia ocorrer
ulna transiçao em que haveria efeitos dos limites ainda sobre o fluxo radial, antes que o fluxo pseudoli-
near fosse estabelecido. Em outras situaçóes o regime radial poderia ser mascarado por efeitos de
estocagem ou nao ser observado se a largura do canal fosse muito pequena. De qualquer modo este
último caso é equivalente ao anterior, pois o nao aparecimento do fluxo radial é também decorrente dos
efeitos de estocagem. Caso esse efeito nao existisse, o fluxo radial seria sempre observado, por menor
que fosse a sua duraçao.
Pode -se definir como tempo adimensional:

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194 Efeito de Limites nos Testes de Pressáo

tD tD tD 4tDrw
tDL = (5.92)
LD (LI r)2 (W 12/rw)2 W2

onde to é definido da maneira convencional:


Cikt
tD = (5.93)
O !rw
A queda de pressáo também pode ser definida da maneira convencional, utilizada para os casos de fluxo
radial:
kh(p;-p) (5.94)
PD =
C2gBµ
sendo no poço expressa como:
kh (P: Pwf)
PwD = (5.95)
C2913µ
onde pwf é a pressäo de fluxo no poço. Empregando essas definiçóes, a queda de pressáo adimensional
no poço para fluxo linear transiente é dada por (Earlougher, 1977):
2
4tDrw tD rw (5.96)
PwD = 7CtDL = 1L =2 7C

w2 W2
Substituindo a definiçáo de tD, Eq. (5.93), na Eq. (5.96):
Ciktrw Cikt (5.97)
PwD =2 7t
2
=2 IC
2
4PtrrW 0I-CtW
Definindo -se um novo tempo adimensional como:
Cikt
tDw = 2
(5.98)
OµctW
a Eq. (5.97) passa a ser dada por:

PwD = 2.J7ztDw . (5.99)


Incluindo o efeito do dano aparente (pseudodano) causado pela confluêncìa de linhas de fluxo na
direçáo do poço, e a presença de um eventual dano mecânico, a Eq. (5.99) pode ser escrita como:

PwD = 2.J1rtDw +sw +s (5.100)

ou ainda:

PwD = 2.J7ztDw +st (5.101)


onde sW é o pseudofator de película, devido à convergência das linhas de fluxo nas imediaçóes do poço,
s o fator de película mecânico convencional e st o fator de película total, isto é, st = sW + s. Nutakki &
Mattar (1982) propuseram urna equaçáo aproximada para relacionar o pseudofator de película (sw) e a
largura do canal:
sw = 1,5184185 (5.102)

equaçáo esta que também pode ser escrita como:


syy =1,335WD,1ss (5.103)

onde WD é a largura adimensional do canal, dada por WD "-= W/rti,,.

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Efeito de Limites nos Testes de Pressáo 195

5.4.1. Teste de fluxo


A identificaçao dos regimes de fluxo (radial transiente e pseudolinear transiente) pode ser feita
através do uso das mesmas técnicas já estudadas para outras geometrias, como, por exemplo, das
curvas -tipo. O primeiro regime de fluxo (radial transiente) pode nao se desenvolver plenamente quando
é pequena a largura do canal ou pode ser mascarado por efeitos de estocagem no pop. De acordo corn
Nutakki & Mattar, o final do fluxo radial transiente ocorre, aproximadamente, quando tD = 0,67 LD , o
que equivale a tDL = 0,67. Essa igualdade também pode ser escrita como:

LD =1,221tD ffr (5.104)

onde tD seria o tempo adimensional necessário para o final do fluxo radial transiente. Nota-se que a
Eq. (5.104) é similar à definiçao de raio de investigaçao. No caso de fluxo radial, por exemplo, o raio de
investigaçao adimensional pode ser definido pela expressao:

rDinv = 2 tD (5.105)

onde tD é o tempo adimensional de fluxo. Portanto, a diferença reside apenas na constante de proporcio-
nalidade e a Eq. (5.104) pode ser usada também para inferir a largura do canal. Observa -se também que
o reservatório comporta -se como infinito (em fluxo radial transiente) por mais tempo no caso de fluxo
em um canal do que, por exemplo, em um quadrado com lado equivalente à largura do canal. Isso
ocorre porque no caso do canal o reservatório apresenta grande extensao em urna das dimensóes.
Ainda de acordo corn Nutakki & Mattar, o início do fluxo pseudolinear transiente ocorre quando
tD = 0,38d, ou seja, = 0,38 LD , onde tDil é o tempo adimensional para o inicio do fluxo (pseu-
tD fl
do) linear (transiente). Observa -se, portanto, que há um período de superposiçao dos fluxos radial e

linear, entre tD = 0,384 e tD = 0,67 LD , o que significa que nesse período os dados podem ser
analisados tanto pelo fluxo radial transiente como pelo fluxo pseudolinear transiente, corn erro relati-
vamente pequeno (em torno de 2 %). Para se evitar essa superposiçao e melhorar a confiabilidade da
análise, pode -se admitir que o inicio do fluxo pseudolinear transiente ocorra no momento em que
termina o fluxo radial transiente, isto é, = 0,674 Como tDyy = tD /WD , tem -se que:
tDi .

tDwl =tDi /WD = 0,674, /WD = 0,67(W/2/rW)2 /W2, = 0,67W20 /Wo /4= 0,67/4 = 0,1675 (5.106)

Logo, o inicio do regime de fluxo pseudolinear transiente ocorre quando tDW = 0,1675 .

A Eq. (5.101) indica que, durante o fluxo pseudolinear transiente, a queda de pressao adimensio-
nal no pop varia linearmente corn a raiz quadrada do tempo adimensional tDW A inclinaçao da reta
.

adimensional é igual a 2-Frc e o coeficiente linear é igual a s, = sW + s. Tomando -se o logaritmo dessa
equaçao obtém -se:
log p,,D = 1og(2. J7ttDW + st ). (5.107)

Portanto, devido ao fator de película total (s,), a curva log -log de pr,D versus tDyy, nao será urna reta, nao
tendo entao inclinaçao constante (igual a '/2), como ocorre no caso de fluxo estritamente linear, sem
efeito de película (por exemplo, fluxo no interior de uma fratura). Essa inclinaçao constante somente
será observada para tempos muito longos, quando o termo st tornar-se desprezível perante o ter-
mo (2 /1rtDW ). Por isso, a curva-tipo da pressao utilizada no diagnóstico de fluxo linear em fraturas nao
é imediatamente aplicável para detectar o fluxo canal. Para longo tempo, porém, a Eq. (5.107) simplifi-
ca para:

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196 Efeito de Limites nos Testes de Pressäo

log pD = log(2 ittDw) (5.108)

ou
log ptiD = log(VtDw )+ log(2J) (5.109)

ou ainda:

logp,,D = +log(2í) (5.110)


21logtDw
indicando que a inclinaçáo da curva -tipo é igual a 1/4 no longo tempo. O tempo necessario para que se
observe essa reta de inclinaçáo igual a '/Z, no entanto, em geral é muito grande e náo tem utilizaçáo
prática, isto é, normalmente náo se observa urna reta no gráfico log-log da pressáo, diferentemente do
que ocorre coin a derivada, conforme será discutido a serguir.
Para efeito de análise do comportamento da curva -tipo da derivada, toma -se a derivada da Eq.
(5.101) corn relaçáo a (tD w / CD ):

dpwD
PwD = CD.117C/tDw . (5.111)
d(tDw /CD)
Multiplicando ambos os termos por tDw /CD e manipulando a equaçáo resulta em:

tDw (5.112)
(tDw /CD)Pw,D =11jjTC CD
D

Tomando o logaritmo:
( f itn w
lo gL(tDw/CD)PwD1=log CD (5.113)
D

obtém-se:

log[(tDw / CD )PWD ] = logl.V 7CCD )+ 21og(tDw /CD). (5.114)

Logo, a curva -tipo (log -log) da derivada apresentará, no longo tempo, urna reta corn inclinaçáo igual a
após o período de fluxo radial transiente, durante o qual a derivada é constante, conforme foi discu-
tido no Capítulo 3. O mesmo ocorrerá com as curvas dos dados reais, notando -se entáo no gráfico log -
log o período influenciado pela estocagem (reta corn inclinaçáo de 45° tanto para a pressáo como para o
grupo- derivada), seguida de transiçáo, fluxo radial transiente (grupo- derivada constante), transiçáo e
fluxo pseudolinear transiente (grupo- derivada corn inclinaçáo'/2, isto é, reta de 45 °).
Do que foi exporto em termos de curvas -tipo conclui -se que os valores adimensionais das variá-
veis, bem como os valores reais de um teste de fluxo, teráo o comportamento ilustrado na Figura 5.18.

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Efeito de Limites nos Testes de Pressäo 197

t Apwf
Fluxo radial infinito
t

Figura 5.18 - Gráfico log -log característico da queda de pressáo e do grupo- derivada em um poco
localizado em um reservatório em forma de canal.

O ajustamento dos dados de teste, cujo formato deverá ser o da Figura 5.18, com as curvas -tipo
desse tipo de modelo, tanto para a pressáo como para a sua derivada, permite a estimativa da permeabi-
lidade, usando -se o ajuste na escala vertical, e da largura do canal, usando -se o ajuste da escala horizon-
tal e levando -se em conta também o fato de o fluxo pseudolinear transiente ter inicio aproximadamente
em tDW = 0,1675 .

Considerando -se o método convencional, o período de fluxo radial transiente é analisado pelas
técnicas descritas no Capítulo 3. Caso esse regime de fluxo sej a visível, permitirá a estimativa da
permeabilidade e do fator de película mecánico s. Se o regime radial for mascarado por efeitos de
estocagem, a análise só poderá ser feita através de ajustamento com curvas -tipo ou, preferencialmente,
através do uso de um medidor de vazáo de fundo de poco e da aplicaçáo de técnicas de análise para
vazáo variável (Capítulo 3). 0 período de fluxo radial transiente geralmente é mascarado por efeitos de
estocagem quando:
CD (60 + 3,5 s) > 0,25 LD .
(5.115)
Para análise do período de fluxo pseudolinear transiente pelo método convencional pode -se ex-
pressar a reta da Eq. (5.101) termos de variáveis reais:
APwf = Pi -Pwf = mfV7+Lpst (5.116)
onde o coeficiente angular desse período de fluxo (pseudo) linear é dado por:
qB Ciµ
mfl =2-JcC2 h
(5.117)
koctW2
e o coeficiente linear, equivalente à queda de pressáo devida ao efeito de película total, é:

`pst _C2
4µ(sw +s). (5.118)

Portanto, um gráfico da queda de pressáo em funcao da raiz quadrada do tempo de fluxo deverá resultar
em urna linha reta com inclinacáo (coeficiente angular) mfl e coeficiente linear Apst
Caso o valor da permeabilidade possa ser obtido a partir da análise do período de fluxo radial
transiente, a largura do canal poderá ser estimada pela Eq. (5.117). Além disso, com o valor do fator de

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198 Efeito de Limites nos Testes de Pressáo

película mecânico (s) estimado pela análise do fluxo radial transiente, pode -se estimar o pseudofator de
película (S W), através do coeficiente linear da reta do período de fluxo pseudolinear transiente, dado pela
Eq. (5.118).

5.4.2. Teste de crescimento de pressáo


A análise de um teste de crescimento em um reservatório em forma de canal é um processo re-
lativamente complexo. Isso decorre do fato de que diversos regimes e geometrias de fluxo podem
ocorrer nesse tipo de reservatório. Especificamente durante o crescimento de pressáo, a aplicaçdo do
principio da superposiçäo de efeitos resultará em várias possíveis combinaçóes (superposiçoes) desses
regimes de fluxo, dificultando a obtençäo de soluçcies analíticas e, consequentemente, o entendimento
do comportamento da pressâo e a análise do teste. De qualquer forma, a soluçáo para essa geometria de
reservatório, exceto para o curto tempo em que a presso está influenciada pela estocagem, pode ser
obtida usando -se a soluçáo da fonte linear e o método das imagens23, aplicando -se o principio da
superposiçäo de efeitos no espaço para se desenvolver a equaçâo do fluxo. Para se obter o comporta-
mento da pressâo durante o período de fechamento deve -se ainda aplicar a superposiçâo de efeitos no
tempo (vazäo variável)24. Em tese devem ser utilizadas infinitas imagens para representar um canal com
poço no seu interior. Na prática, no entanto, basta um número finito de imagens, já que as mais distan-
tes terâo efeito praticamente nulo sobre o comportamento de pressâo no poço real.
A análise através do método de ajustamento com curvas -tipo pode ser feita usando -se a curva -
tipo desenvolvida para teste de fluxo, substituindo -se o tempo de fluxo t pelo tempo de fechamento
equivalente de Agarwal (Ate) e a queda de pressâo no poço durante o fluxo (Aptif) pela chamada queda
de pressâo no poço durante o fechamento (buildup), denominada ¿p,,,BU, calculada através da expressäo:
APwBU (At) = Pws (At) - p,,,ff (5.119)
onde P,
é a pressâo no poço durante o período de estática (fechamento) e pwff a última pressáo de fluxo.
Por outro lado, a análise dos dados da derivada da pressáo através do método de ajustamento com
curvas -tipo pode ser feita construindo -se e ajustando -se sobre as curvas -tipo desenvolvidas para fluxo
um gráfico log -log de [(t + At) / t ] At pws (At) versus Ate, onde pws (At) = dp,,s (At) / d(At) .

Utilizando as definiçóes das variáveis adimensionais e o conceito de tempo equivalente do mé-


todo de Agarwal, o tempo equivalente adimensional é calculado como:
CIkAt2
AteD = (5.120)
$µcrrw
e aqueda de pressâo adimensional no poço, durante o período de crescimento de pressáo, é definida
como:
kh(Pws -Pwff)
PWDBU = (5.121)
C2gBµ
Na Figura 5.19 é apresentado o comportamento típico da queda de pressâo adimensional em um
gráfico semi -log durante um teste de crescimento em um poço localizado em um reservatório em forma
de canal, onde se admite que os efeitos de estocagem já tenham desaparecido. Observa -se para um
tempo equivalente intermediário (até aproximadamente AteD = 15 nesse exemplo) a presença de um
regime de fluxo praticamente radial transiente, ou sej a, um comportamento linear da queda de pressâo
adimensional em funçáo do logaritmo do tempo adimensional equivalente. Similarmente, um gráfico da
pressáo medida durante o crescimento (pWS) em funçáo do logaritmo do tempo equivalente também

23
Vide Capítulo Erro! Indicador nao definido..
24
Vide Capitulo Erro! Indicador nao definido..

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Efeito de Limites nos Testes de Pressáo 199

resultaria em um gráfico corn o formato da Figura 5.19, o que possibilitaria urna análise também pelo
método convencional, como será discutido a seguir.

15

PwsD

10

12 13 14 15 16
log AteD

Figura 5.19 - Comportamento típico da queda de pressáo adimensional em um gráfico semi-log


durante um teste de crescimento em um pop localizado em um reservatório em forma de canal.

Na Figura 5.20 é mostrado um exemplo de curva -tipo da derivada que poderia ser construída para
essa geometria, onde foi usado o tempo equivalente Ate em vez do tempo real de teste At. Observa -se
que, depois de terem desaparecido os efeitos de estocagem. Em seguida há urn crescimento continuo da
curva -tipo da derivada. Para tempos de fechamento intermediários a curva da derivada é aproximada-
mente reta, mas para grandes valores de Ate há um crescimento acentuado da derivada.

I I

(AteD l CD)pwsD

AteD 0D CD )

Figura 5.20 - Comportamento típico da derivada da queda de presso adimensional em um gráfico log-
log durante um teste de crescimento em um poço localizado em um reservatório em forma de canal,
usando o tempo adimensional equivalente (AteD).

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200 Efeito de Limites nos Testes de Pressáo

Caso tivesse sido usado o valor de At em vez do tempo equivalente Ate, o formato da curva da
derivada teria a configuraçao mostrada no exemplo da Figura 5.21, onde foram usadas variáveis reais
( dimensionais) em vez das variáveis adimensionais. Nota -se que, diferentemente do gráfico da Figura
5.20, nao há um crescimento acentuado da inclinaçáo da curva para valores grandes do tempo de
fechamento. Em vez disso, a aparéncia é de urna reta durante todo o tempo, embora haja urna pequena
concavidade na curva. Portanto, para efeito de diagnóstico talvez o gráfico da Figura 5.20 seja mais
interessante. Os comportamentos apresentados pela Figura 5.20 e pela Figura 5.21 serao mais bem
discutidos e justificados quando da análise pelo método convencional.

1000

100

* 4.1M
,r,r.,r
10

10 100 1000
At

Figura 5.21- Exemplo de comportamento da derivada da queda de pressáo adimensional em


um gráfico log -log durante um teste de crescimento em um poço localizado em um reservatório em
forma de canal, usando o tempo At.
A análise pelo método convencional do período de fluxo radial transiente permite a estimativa da
permeabilidade através da inclinaçáo da reta semi -log da Figura 5.19, ou sej a, pws versus log(Ate). Além
disso, corno o tempo equivalente pode ser escrito como:
tPAt tp
Ate (5.122)
t + At t / At + l

o valor limite para Ate é igual a tp, quando At-*oo. Portanto, para se obter a pressáo final do crescimento,
ou seja, a chamada pressáo extrapolada, a reta semi -log deve ser extrapolada para log(tp) ou, em um
gráfico adimensional, para log(tpD). Esse procedimento é análogo à extrapolaçáo feita no gráfico de
Homer para log[(tp + At) /At] = 0 no caso de fluxo radial. No caso do fluxo em um reservatório em
forma de canal, no entanto, a extrapolaçáo da reta correspondente ao tempo intermediário resultará em
urna estimativa pobre da pressáo do reservatório. Como mostra a Figura 5.19, para se obter a pressáo do
reservatório é necessário utilizar os dados de longo tempo do teste de crescimento. Conforme foi
apresentado na Seçáo 5.1.2, no caso de urna única falha plana selante a extrapolaçáo da segunda reta, de
inclinaçáo duas vezes maior que a da primeira reta, possibilita a obtençáo da pressáo do reservatório.
No caso de duas falhas planas, ou seja, de reservatório em forma de canal (Figura 5.17), o continuo
crescimento da inclinaçáo da reta toma a extrapolaçáo dificil. Isso ocorre porque o processo de cresci-
mento da pressáo em um reservatório em forma de canal é muito mais lento que no fluxo radial. Portan-
to, para se obter a correta pressáo extrapolada seria necessário que o tempo de fechamento fosse igual
ao tempo de produçáo (tp), o que nem sempre é viável.
A dificuldade decorrente do crescimento da inclinaçáo da curva de pressáo também acontece corn
a curva da derivada para longos tempos de fechamento. Após um periodo em que a derivada mantém -se
constante em aproximadamente '/Z, representando o fluxo aproximadamente radial transiente, há um
crescimento continuo, conforme mostrado na Figura 5.20. Portanto, enquanto no teste de fluxo, tanto a

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Efeito de Limites nos Testes de Pressáo 201

presso (em um tempo muito longo), como o grupo- derivada (em um tempo longo), apresentam retas de
inclinaçäo igual a '/a, no teste de crescimento as curvas apresentam um aumento continuo, e particular-
mente acentuado, de inclinaçäo quando Ate -> tp .

Em algumas situaçóes podem ser obtidas soluçóes analíticas para o teste de crescimento de pres-
säo. Aplicando o principio da superposiçäo de efeitos, a queda de pressäo adimensional após o fecha-
mento do poço, utilizando a definiçäo tradicional ou convencional, seria dada por:
PwsD = PwD(t DO- PwD(AtDw) (5.123)

onde t é o tempo total de produçäo, ou seja, t = tp + At e, consequentemente, tow = tpDW + fltpw. Admi-
tindo, por exemplo, que no momento de fechamento do pop o fluxo já fosse pseudolinear transiente, a
expressäo da queda de pressäo adimensional seria dada pela Eq. (5.101):
PwD (tDw) = 2J1EtDw + st . (5.124)

Admitindo que o valor de At já seja suficientemente grande para que o efeito da vazäo -q também possa
ser calculado através da equaçäo do fluxo pseudolinear transiente, tern-se que:
PwD(AtDw) - 2.J7CAtpw +St . (5.125)

Substituindo as Eqs. (5.124) e (5.125) na Eq. (5.123) obtém-se:


PwsD = pw - 2117mAtpw (5.126)

Usando a definiçäo convencional da queda de pressäo adimensional, dada por:


kh
PwD = (Pi -Pw) (5.127)

a Eq. (5.126) pode ser escrita como:


kh
C2gBp.
Co i -Pws) = 27ttpw - 27tAtpw (5.128)

ou ainda, já que tpw = tpDW +Atpw :

kh
(Pi -Pws )= 2,,Jn(tppw +Atpw)- 2J7rAtpw (5.129)
C2gBµ
de onde se pode explicitar a queda de pressäo em variáveis reais:
CZgBµ
Pi -Pws= (2,T(tppw +Atpw) -2. f7rAtpw ). (5.130)
kh
Por seu turno, a queda de pressäo no momento do fechamento do poço, dada em variáveis adi-
mensionais pela Eq. (5.124), pode ser escrita em variáreis reais como:
kh r
Pw (tpd= 2.1»ttppw +st (5.131)
CzBµ
ou:
kh [p
i -Pwjji=2117ttpDw +St (5.132)
C2qB µ
ou ainda:

Pi - Pwjf = kBµ (2. 117ttppw + st). (5.133)

Subtraindo a Eq. (5.130) da Eq. (5.133) obtém-se:

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202 Efeito de Limites nos Testes de Pressáo

pws Pwff = C kµ (2 VictPDw + sr 2117c(tPDw + AtDw ) + 2. JnOtDW ) (5.134)

ou:

Pws pwff = C
Bµ L2ltPDw +tDw + VAtDw (5.135)
V tPDw
Empregando a definiçáo do tempo adimensional resulta em:

(V
Pws Pwff V;tP+At+,ID )+stJ (5.136)
4:1)µc, W

ou:

Pws pwff = 2 ,r C 2 g13


h kOctW
C111 ( tP JtP +At + t)+ C2913µ
Ich
s (5.137)

ou ainda:

APwBU 2 C2
qB
k c1W2
r
`
tP JtP +Ot + Ot)+ Ckµ st . (5.138)

Esta equaçáo também pode ser escrita de forma compacta como:

APwBU =mfl (JtP .JtP +At+ Kt) +0,87mst (5.139)


onde:

mft=2 C2 g13h C1µ (5.140)


k4c,W 2
A Eq. (5.139) indica que um gráfico da queda de pressáo medida durante o período de crescimen-
to, isto é, ApwBU = Pws pwsf (At = 0) = Pws Pwf (t p) = Pws Pwff° , em funçáo de
(. JtP ftP + At + Ot) , resultará em uma linha reta corn inclinaçáo mfl, da mesma maneira que ocorria
no teste de fluxo. O termo (jtP JtP + At + At) é o análogo, no caso do fluxo linear, do tempo
equivalente de Agarwal (Ate) para fluxo radial. A pressáo extrapolada, que no caso de um reservatório

co, o que corresponde a Jt, . JtP t-


infinito seria a pressáo inicialp;, pode ser obtida extrapolando -se a reta definida pela Eq. (5.138) para At
Jt, + At + .

A Eq. (5.139) pode ser empregada para se entender os comportamentos ilustrados nos exemplos
da Figura 5.20 e da Figura 5.21. Derivando essa equaçáo em relaçáo ao tempo de fechamento At obtém-
se:
( \
dOPwBU
dAt
_
'
OPwBU
m
2.JtP 1

+ At t
1

)
(5.141)

Multiplicando por At (tP + At) / tP : `

Ot(t +4t) mft


OPwBU [(tp +At) Ot Ot.JtP +At] (5.142)
tP 2t P
e tomando o logaritmo resulta em:

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Efeito de Limites nos Testes de Pressäo 203

1og{[At(tp +At)/tp]Apx,BU}=1og(m fl / 2tp )+ log [(tp + At) At -AtVtp + At] (5.143)

ou:

log{[At (tp + At) / tp ] ApwBU }=1og(m fl / 2tp ) + log [11(tp + At)2 At - V(tp + At)(At)Z 1. (5.144)

Para valores de At nao muito grandes quando comparados corn tp, o termo V(tp + At)2 At deve prepon-

derar em relaçao ao termo i (tp + At)(At)2 Além disso, pode -se efetuar a aproximaçáo (tp + At) _ tp.
.

Corn isso a Eq. (5.144) pode ser aproximada por:

log {[At(tp +At) /tp]ApwBU } =log(m fl /2tp) + log [j(tp)2At] (5.145)

ou:

log {[At (tp + At) / tp ] Apÿ, BU }= log( m fl / 2tp) + log tp + log At . (5.146)
2
Isso mostra que um gráfico log -log do grupo- derivada em funçao de At deverá resultar, para valores
intermediários de At, ou seja, para valores de tempo de fechamento suficientemente longos para que o
fluxo pseudolinear seja válido, mas suficientemente pequenos para que as aproximaçóes implícitas na
Eq. (5.146) sejam válidas, em uina linha reta corn inclinaçao igual a 1/2. Esse comportamento é o que
encontra-se ilustrado na Figura 5.21 para tempos de fechamento entre 10 e 100. Para valores maiores
que 100 a aparencia ainda é de urna reta corn a mesma inclinaçao anterior, embora Naja urna leve
concavidade par cima. Por outro lado, na Figura 5.20 observa -se que o trecho aproximadamente reto
corn inclinaçao igual a Y2 é menor, após o que há um continuo e acentuado crescimento da inclinaçao da
curva.

REFERENCIAS
Agarwal, R. G.: A new method to account for producing time effects when drawdown type curves are used to analyze pressure
buildup and other test data. In: Annual Fall Meeting of the SPE -AIME, 55, Dallas, Sept. 21 -24, 1980.
Earlougher, R. C., Jr.: Advances in well test analysis. Dallas, SPE of AIME, Monograph Series Volume 5, 1977.
Nutakki, R. & Mattar, L.: Pressure transient analysis of wells in very long narrow reservoirs. In: Annual Fall Technical
Conference and Exhibition of the SPE of AIME, 57. New Orleans, LA, USA, Sept. 26 -29, 1982. (SPE 11221.)
Rosa, A. J. & Corrda, A. C. F.: Análise de testes de pressáo em pops. Salvador, Bahia, Brasil,
PETROBRAS/CENPES/DIVEN/SEN -BA, 1987. (Apostila.)
Rosa, A. J. & Carvalho, R. S.: Análise de testes de press-do em pops - Volume I. Salvador, Bahia, Brasil,
PETROBRAS/Universidade Corporativa, Janeiro, 2001. (Apostila.)
Rosa, A. J., Marques, J. B. D. & Carvalho, R. S.: Avaliaçáo das Formaçöes - Análise de testes em pops. Salvador, Bahia,
Brasil, PETROBRAS/Universidade Corporativa, Janeiro, 2006. (Apostila.)
Streltsova- Adams, T. D.: Pressure drawdown in a well with limited flow entry. J. Pet. Tech., 1469 -1476, Nov. 1979.
Streltsova- Adams, T. D. & McKinley, R. M.: Effect of partial completion on the duration of aflerflow and beginning of the
formation straight line on a Horner plot. JPT Forum, J. Pet. Tech., 550 -552, Mar. 1981.
Van Poollen, H. K.: Radius -of- drainage and stabilization -time equations. Oil and Gas J., 138 -146, Sept. 14, 1964.

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204 Efeito de Limites nos Testes de Pressáo

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APÉNDICE A

Equaçáo da Difusividade - Escoamento Multifásico


Neste desenvolvimento da equaçáo da difusividade hidráulica para escoamento multifásico é
considerado um volume de controle contendo saturaçóes de óleo So, de água S,,, e de gás Sg. A massa
de óleo contida numa unidade de volume do reservatório pode ser escrita como:

(1)So
mo = Pos (AA)

onde é a porosidade, Bo o fator volume- formaçáo do óleo e Pos a massa específica do óleo em condi-
çòes-padráo ou standard. A massa de água é:
OS,
mw =
Bw
P. (A.2)

onde, similarmente, pm é a massa específica da água em condiçóes- padráo ou standard.


O gás está presente em duas fases: gás livre e gás dissolvido na água e no óleo. A massa de gás
livre é representada por:

mg,L = Pgs (A.3)

onde pgs é a massa específica do gás em condiçóes -padráo ou standard. Finalmente, a massa total de gás
dissolvida nos fluidos é:
ORsso $Rswsw
M g, dissolvido - Bo g Bw
P gs (A.4)

onde RS e R5,,, sao as razóes de solubilidade do gás no óleo e na água, respectivamente. Portanto, a massa
total de gás numa unidade de volume é:

mg = Sg p gs + RsSo p + 4RswSw p
Bg Bo Bw (A.5 )

Usando a Lei de Darcy num sistema de geometria radial, obtêm -se para cada fase no volume de
controle as seguintes equaçóes para óleo, água e gás, respectivamente:

ko ap
Povro - itoBo
Pos
dr
(A.6)

dp
Pwvrw = -wBw Pws (A.7)

kg dp Rskn dp Rswkw ap
Pgvrg Pgs P gs (A.8)
µ gBg dr µoo Pgs
Rohe, dr µwBw dr
onde kx (x = o, g e w) é a permeabilidade efetiva ao fluido x, µx representa a viscosidade do fluido, vrx a
velocidade radial do fluido no meio poroso e px a massa específica do fluido nas condiçóes de reserva -
tório. Note que Bx= p54x, onde s representa a condiçáo-padráo ou standard. De uma forma geral a
equaçáo da continuidade numa geometria radial para uma fase x qualquer pode ser escrita como:

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206 Apêndice A

/
r ar `J rpxvrx = aat x
(A.9)

As equaçes da continuidade para o óleo, gás e agua sac), respectivamente:

1 a ko ap a So
r ar rµoBo ar)-at(Bo) (A.10 )

1 a (r kw
ap
1=ç á(Sw (A.11)
rar }.l ,,,8,,, ar J at 8,,, J
l

rar
a
r¡ Rsko
\LoBo
Rswkw
1L,,B,
jai)
kg
µgBg ) ar
Expandindo a Eq. (A.10) corn uso da regra da cadeia resulta em:
- a
at C
RsSo + RswSw + Sg l
Bo B,,, Bg 1 (A.12 )

r
r ko
\µ oBo J ar
a 'r - --
ap 1
ar
+
ap a
ar ar µoBo
ko
-
a
at ,Bo )
' S° (A.13)

considerando que a permeabilidade efetiva ao óleo ko seja funçáo das saturaçóes de óleo e de ägua, So e
e que a viscosidade do óleo µo e o fator volume-formaçáo Bo sac) funçóes da pressáo. Expandindo o
S,,,,
segundo temo do lado esquerdo da Equaçáo (A.13) resulta que:

i' ko
r oµoBo ar
a(
lr
ap
ar I
)+
r
ap ( i
lµoBo aso
jako aso

)ap-a (so
Dr +
ap ) ako
ar (}.0Bo as
1

ar
(A.14)
+apko ap µoBo Jr at
Dr a C 1
B o)
Considerando que ap/ar, aS°lar e aS,HJar sac) pequenos, os seguintes produtos de gradientes:

i
(A.15)
ap) ' ap( ar ) e (ar) ar )
podem ser desprezados. A equaçáo do óleo se reduz a:

a (rap)= *!oBo a So`


I\ (A.16)
r ar ar ko at Bo
De forma similar, as equaçóes da água e do gás sao, respectivamente,

1 a/r H.
ap $u wBtiv a Sw
(A.17)
r ar ar ) kw at BW

a a \ 0( Rsko Rsx,k,,, kg
1 /RSSo RswSw + Sg (A.18)
r ar (r ar J \ µoBo µwBw }l.gBg at Bo B,,, Bg )
Expandindo a derivada parcial da Eq. (A.16) corn respeito ao tempo, utilizando a regra da cadeia,
resulta na seguinte equaçáo para o óleo,

1 a
r ar (rapl
ar , =$µoBo[
ko L Bo
1 aso ap
ap at
+S
( 1
° ap Bo
á \apl.
at
(A.19)

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Apéndice A 207

Por conveniencia, as derivadas parciais com respeito à presszo sao denotadas por B° , So e assim
por diante. Também se sabe que:

a 1 1 aB°
(A.20)
ap,B0 - -Bp ap
Logo, a Eq. (A.19) pode ser reescrita como:

a (yap - /
1
°II r'_S°B°1ap (A.21)
l' ar)
I


r ar k° 1 T° B° ) at

O mesmo procedimento pode ser feito corn a Eq. (A.17), resultando em:

1 a ap w S, SwBx ap
(A.22)
r ar ar kµ w B ) at
A equaçzo do gás é mais trabalhosa, pois a solubilidade é também funçzo da presszo. Expandin-
do a Eq. (A.18) resulta em:

a tr ap ) or RskO + Rswkw + kg RSSó RsS° RSS°Bó


rar ar ) I

µoBo µwBw '.AgBg B° Bo Bo


2

(A.23)
,
RswSw +, RswSw RswSwBw Sg SgBg ap
B B B 2
Bg Bg at
O lado direito das Eqs. (A.21) e (A.22) estzo relacionados conforme a Eq.(A.24) a seguir:

.
SBB °) (S, SB (A.24)
XO
(S° J

o nde Xx (x = o e g) representa a mobilidade do fluido x, ou sej a, a razzo entre a permeabilidade efetiva


ao fluido x e sua viscosidade kx/µx. Logo,

(
S
°
- S °B°
Bo )\. Bo
' Rs,0 + Rswkw +
Bw
Xg
Bg
\ Rs SO
Bo
RS

s,
°
SOBO
Bo )
+
L
(A.25)
RsWSW R , _
w
SBw Sg SgB;
B BN,
Bw Bg Bs
Substituindo a Eq. (A.24) na Eq. (A.25) resulta:

1 (S, SoBo )1 RsXo RswXw A,g \ I RSS° RS (S,


% ° Bo Bo B Bg Bo BO ° Bo /
(A.26)
X SOBo SgB;
B B X°
°
B° ) Bg Bg
Colocando todos os termos que multiplicara So - S°Bo /B0 para o lado direito resulta na expres-
sao:

(S, S0B107 Rs Rswñ,w %g RS Rsw i Rsso RswSw Sg SgBg


(A.27)
o
B° JB° BwX°
Â,oBg
BO B X.°
, B0 B Bg Bg

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208 Apéndice A

ou
, , , \
S/ SoBo g =
Rsso Rswsw + S,g g g
(A.28)
,21. B2g
B° °Bg Bo Bw Bg /
Multiplicando por Bg:

SoB/ \ Xg \ -( RsSoBg RswSwBg


g
SgBg \
(A.29)
CS, Bo /\ Xo i Bo Bw
Bg ,
Definindo mobilidade total como = + Xg + XW, e sabendo que Sg + So + Sw = 1 e que
Sg + S° + 5,, = 0 , resulta em:

(So
I`
SBBo Xr - Xo - 1

J
r RsoBg
Il
+ RS Bg S,0 SBg
g
(A.30)

Adicionando os termos SoBo /Bo e SwB,ti /B, a cada lado da Eq. (A.30) obtém-se:

S°B/ \r ñ,t - Áo - l SoBo SwBN, ( RsSoBg RawSwBg


o
Bo 1 Xo I Bo Bw Bo Bw ° B0
(A.31)
w SgBg I.
Bw Bg )
Substituindo a Eq. (A.24) na Eq. (A.31):

/So
SoB° j(íi,t - ñ,o -X) + SoBo SWB,
=
RsSoBg RswSwBg
Is' o
)
BO XO Bo Bw Bo BW S°Bo
BO
(A.32)
SgBg
Bo

Novamente, colocando todos os termos que multiplicam So - S° Bo / Bo para o lado direito re-
sulta:

S°B/ / %t -ko-k +1+ Xw \ _ g RswSwBg SoB/ StivBw SgBg \ (A.33)


Xo X° Bw
Bo Bo Bo Bw Bg
Finalmente:

SoB/ y a,t \ RSSoBg S°B/


+
RswSwBg SWBw SgBg
(A.34)
o Bo / X0, Bo Bo Bw Bw Bg

Define-se a compressibilidade total dos fluidos como sendo:

ct = Soco + Swcw + Sgcg , (A.35)

Os componentes da Eq. (A.35), por deduçáo, ficam assim definidos: abaixo da pressáo de bolha a
compressibilidade do óleo é definida por:

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Apéndice A 209

co
_- B
(
Bo
,
- R,SBg ) (A.36)

De forma semelhante:

c _ - Bf
1

w
, .
R,.,,,Bg
)
(A.37)

enquanto a compressibilidade do gás é definida como:

c =- B'
Bg
g (A.38)

Observe que substituindo as Eqs. (A.36), (A.37) e (A.38) na Eq. (A.35) obtém-se:

RSSoBg SBBó S,,,Bw SgBg


c, + RSWSwBg (A.39)
By,,

ou, comparando a Eq. (A.34) com a Eq. (A.39) tem-se que:


,
(s,0-SBBOI
(A.40)
oJ-cr.
A Eq. (A.21) se torna entáo:

(
r pl-((p r l

pat ( A.41 )
r ar ar Xt

A Eq. (A.41) é semelhante à equaçáo da difuso para um fluido monofásico de pequena compressibili-
dade, representada por:

I a rrap1=rµocrlaP (A.42)
r ar I` Dr J I\ ko /I at
Em suma, para chegar à Eq. (A.42), Perrine (1956) e Martin (1959) negligenciaram os produtos dos
gradientes aplar, Molar e aSti,/ar entre si. Note que a equaçáo da difusáo para um fluido monofásico de
pequena compressibilidade se toma igual à equaçáo da difusáo para um fluido multifásico, pela simples
substituiçáo de X0 por X,.

REFERENCIAS

Perrine, R. L.: Analysis of pressure buildup curves. Drill. and Prod. Prac. API Bulletin, pp. 482 -509, 1956.
Martin, J. C.: Simplified equations of flow in gas drive reservoirs and the theoretical foundation of multiphase pressure
buildup analysis. Artigo SPE 1235; Trans., AIME, v. 216, pp. 321 -323, 1959.

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APÉNDICE B

Funçáo Integral Exponencial


Definiçáo:
A funçáo integral exponencial é definida por:
rQZ
Ei(x)= Ei( x)= J -dz.
z
(B.1)

Séries Infinitas:
A funçáo integral exponencial pode ser expandida em uma série de potência (para x pequeno) ou em urna
série assintótica (para x grande), dadas respectivamente por:
2
E; (x) = y+ ln x + x + x +... (B.2)
1.1! 2.2!
e

E1(x) =
x
1 + -+
t I

+...I (B.3)

onde y é a constante de Euler (7 = 0,5772156649). Com base nestas séries infinitas, urna rotina
FORTRAN é apresentada no livro Numerical Recipes25 (p. 218).
Aproximaçáo Racional:
0<x<1 Ei(x)+ln(x)=a0+a1 x+a2x2+a3x3+a4x4+a5x5+£(x)
onde:
le(x)l< 2x10-7

ao = 0,57721566 a3 = 0,05519968

at = 0,99999193 a4 = 0,00976004

a2 = -0,24991055 a5 = 0,00107857

x4 +atx3 +a2x2 +a3x+a4


1<x<oo xexEi (x) = +£ x
x4 +btx3 +b2x2 +b3x+b4 ( )

onde:
I£(x) < 2x10-8

al = 8,5733287401 bt = 9,5733223454

a2 =18,0590169730 b2 = 25,6329561486

a3 = 8,6347608925 b3 = 21,0996530827

a4 = 0,2677737343 b4 = 3,9584969228

Press, W. H.; Teukolsky, S. A.; Vetterling, W. T.; Flannery, B. P. Numerical recipes in FORTRAN: The art of scientific
25

computing, 2nd ed. New York: Cambridge University, 1992.

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Apéndice B 211

Tabela:

Tabela B.1 - Funçáo Integral Exponencial E;(x) = -E,(-x)

Y x= Y x= Y/10 x= Y/100 x= Y/1000 x= Y/10000


1,0 0,2194E 00 0,1823E 01 0,4038E 01 0,6332E 01 0,8633E 01
1,1 0,1860E 00 0,1737E 01 0,3944E 01 0,6236E 01 0,8538E 01
1,2 0,1584E 00 0,1660E 01 0,3858E 01 0,6149E 01 0,8451E 01
1,3 0,1355E 00 0,1589E 01 0,3779E 01 0,6069E 01 0,8371E 01
1,4 0,1162E 00 0,1524E 01 0,3705E 01 0,5995E 01 0,8297E 01
1,5 0,1000E 00 0,1464E 01 0,3637E 01 0,5927E 01 0,8228E 01
1,6 0,8631E-01 0,1409E 01 0,3574E 01 0,5862E 01 0,8163E 01
1,7 0,7466E-01 0,1358E 01 0,3514E 01 0,5802E 01 0,8103E 01
1,8 0,6471E-01 0,1310E 01 0,3458E 01 0,5745E 01 0,8046E 01
1,9 0,5620E-01 0,1265E 01 0,3405E 01 0,5691E 01 0,7991E 01
2,0 0,4890E-01 0,1223E 01 0,3355E 01 0,5639E 01 0,7940E 01
2.1 0,4261E-01 0,1183E 01 0,3307E 01 0,5591E 01 0,7891E 01
2.2 0,3719E-01 0,1145E 01 0,3261E 01 0,5544E 01 0,7845E 01
2.3 0,3250E-01 0,1110E 01 0,3218E 01 0,5500E 01 0,7800E 01
2.4 0,2844E-01 0,1076E 01 0,3176E 01 0,5457E 01 0,7758E 01
2.5 0,2492E-01 0,1044E 01 0,3137E 01 0,5417E 01 0,7717E 01
2.6 0,2185E-01 0,1014E 01 0,3098E 01 0,5378E 01 0,7678E 01
2.7 0,1918E-01 0,9849E 00 0,3062E 01 0,5340E 01 0,7640E 01
2.8 0,1686E-01 0,9573E 00 0,3026E 01 0,5304E 01 0,7604E 01
2.9 0,1482E-01 0,9309E 00 0,2992E 01 0,5269E 01 0,7569E 01
3,0 0,1305E-01 0,9057E 00 0,2959E 01 0,5235E 01 0,7535E 01
3,1 0,1149E-01 0,8815E 00 0,2927E 01 0,5202E 01 0,7502E 01
3,2 0,1013E-01 0,8583E 00 0,2897E 01 0,5171E 01 0,7470E 01
3,3 0,8939E-02 0,8316E 00 0,2867E 01 0,5140E 01 0,7440E 01
3,4 0,7891E-02 0,8147E 00 0,2938E 01 0,5110E 01 0,7410E 01
3,5 0,6970E-02 0,7942E 00 0,2810E 01 0,5081E 01 0,7381E 01
3,6 0,6161E-02 0,7745E 00 0,2783E 01 0,5053E 01 0,7353E 01
3,7 0,5448E-02 0,7554E 00 0,2756E 01 0,5026E 01 0,7325E 01
3,8 0,4820E-02 0,7371E 00 0,2731E 01 0,4999E 01 0,7299E 01
3,9 0,4267E-02 0,7194E 00 0,2706E 01 0,4973E 01 0,7273E 01
4,0 0,3780E-02 0,7024E 00 0,2681E 01 0,4948E 01 0,7247E 01
4,1 0,3355E-02 0,6859E 00 0,2658E 01 0,4924E 01 0,7223E 01
4,2 0,2974E-02 0,6700E 00 0,2634E 01 0,4900E 01 0,7198E 01
4,3 0,2637E-02 0,6546E 00 0,2612E 01 0,4876E 01 0,7175E 01
4,4 0,2340E-02 0,6397E 00 0,2590E 01 0,4853E 01 0,7152E 01
4,5 0,2076E-02 0,6253E 00 0,2568E 01 0,4831E 01 0,7130E 01
4,6 0,1844E-02 0,6114E 00 0,2547E 01 0,4809E 01 0,7108E 01
4,7 0,1637E-02 0,5979E 00 0,2527E 01 0,4788E 01 0,7086E 01
4,8 0,1455E-02 0,5848E 00 0,2507E 01 0,4767E 01 0,7065E 01
4,9 0,1293E-02 0,5721E 00 0,2457E 01 0,4746E 01 0,7044E 01
5,0 0,1150E-02 0,5598E 00 0,2468E 01 0,4726E 01 0,7024E 01
5,1 0,1022E-02 0,5478E 00 0,2449E 01 0,4706E 01 0,7004E 01
5,2 0,9095E-03 0,5362E 00 0,2431E 01 0,4687E 01 0,6985E 01
5,3 0,8093E-03 0,5250E 00 0,2413E 01 0,4668E 01 0,6966E 01
5,4 0,7204E-03 0,5140E 00 0,2395E 01 0,4650E 01 0,6947E 01
5,5 0,6414E-03 0,5034E 00 0,2377E 01 0,4631E 01 0,6929E 01

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212 Apêndice B

Tabela B.1 - Funça.o Integral Exponencial E,(x) = E;( -x) (continuaçao)


Y x=Y x=Y/10 x= Y/100 x= Y/1000 x=Y/10000
5,6 0,5713E-03 0,4930E 00 0,2360E 01 0,4613E 01 0,6911E 01
5,7 0,5089E-03 0,4830E 00 0,2344E 01 0,4596E 01 0,6893E 01
5,8 0,4535E-03 0,4732E 00 0,2327E 01 0,4578E 01 0,6876E 01
5,9 0,4042E-03 0,4637E 00 0,2311E 01 0,4561E 01 0,6859E 01
6,0 0,3603E-03 0,4544P 00 0,2295E 01 0,4545ç 01 0,6842E n1
6,1 0,3213E-03 0,4454E 00 0,2280E 01 0,4528E 01 0,6825E 01
6,2 0,2865E-03 0,4366E 00 0,2264E 01 0,4512E 01 0,6809E 01
6,3 0,2556E-03 0,4280E 00 0,2249E 01 0,4496E 01 0,6793E 01
6,4 0,2281E-03 0,4197E 00 0,2235E 01 0,4481E 01 0,6777E 01
6,5 0,2035E-03 0,4115E 00 0,2220E 01 0,4465E 01 0,6762E 01
6,6 0,1817E-03 0,4036E 00 0,2206E 01 0,4450E 01 0,6747E 01
6,7 0,1622E-03 0,3959E 00 0,2192E 01 0,4435E 01 0,6732E 01
6,8 0,1448E-03 0,3883E 00 0,2178E 01 0,4420E 01 0,6717E 01
6,9 0,1293E-03 0,3810E 00 0,2164E 01 0,4406E 01 0,6702E 01
7,0 0,1155E-03 0,3738E 00 0,2151E 01 0,4392E 01 0,6688E 01
7,1 0,1032E-03 0,3668E 00 0,2138E 01 0,4378E 01 0,6674E 01
0,9222F-04 0,3599E 00 125E 0 4364E 01 0 660E 01
7,2 - 0 01 >
7,3 0,8242E-04 0,3532E 00 0,2112E 01 0,4350E 01 0,6646E 01
7,4 0,7367E-04 0,3467E 00 0,2099E 01 0,4336E 01 0,6632E 01
7,5 0,6585E-04 0,3403E 00 0,2087E 01 0,4323E 01 0,6619E 01
7,6 0,5888E-04 0,3341E 00 0,2074E 01 0,4310E 01 0,6606E 01
7,7 0,5265E-04 0,3280E 00 0,2062E 01 0,4297E 01 0,6593E 01
7,8 0,4709E-04 0,3221E 00 0,2050E 01 0,4284E 01 0,6580E 01
7,9 0,4212E-04 0,3163E 00 0,2039E 01 0,4272E 01 0,6567E 01
8,0 0,3768E-04 0,3106E 00 0,2027E 01 0,4259E 01 0,6554E 01
8,1 0,3371E-04 0,3050E 00 0,2015E 01 0,4247E 01 0,6542E 01
8,2 0,3016E-04 0,2996E 00 0,2004E 01 0,4235E 01 0,6530E 01
8,3 0,2699E-04 0,2943E 00 0,1993E 01 0,4223E 01 0,6518E 01
8,4 0,2416E-04 0,2891E 00 0,1982E 01 0,4211E 01 0,6506E 01
8,5 0,2163E-04 0,2840E 00 0,1971E 01 0,4199E 01 0,6494E 01
8,6 0,1936E-04 0,2790E 00 0,1960E 01 0,4187E 01 0,6482E 01
8,7 0,1733E-04 0,2742E 00 0,1950E 01 0,4176E 01 0,6471E 01
8,8 0,1552E-04 0,2694E 00 0,1939E 01 0,4165E 01 0,6459E 01
8,9 0,1390E-04 0,2648E 00 0,1929E 01 0,4153E 01 0,6448E 01
9,0 0,1245E-04 0,2602E 00 0,1919E 01 0,4142E 01 0,6437E 01
9,1 0,1115E-04 0,2557E 00 0,1909E 01 0,4131E 01 0,6426E 01
9,2 0,9990E-05 0,2513E 00 0,1899E 01 0,4121E 01 0,6415E 01
9,3 0,8950E-05 0,2471E 00 0,1889E 01 0,4110E 01 0,6404E 01
9,4 0,8019E-05 0,2429E 00 0,1879E 01 0,4099E 01 0,6393E 01
9,5 0,7186E-05 0,2387E 00 0,1869E 01 0,4089E 01 0,6383E 01
9,6 0,6440E-05 0,2347E 00 0,1860E 01 0,4078E 01 0,6372E 01
9,7 0,5772E-05 0,2308E 00 0,1851E 01 0,4068E 01 0,6362E 01
9,8 0,5174E-05 0,2269E 00 0,1841E 01 0,4058E 01 0,6352E 01
9,9 0,4638E-05 0,2231E 00 0,1832E 01 0,4048E 01 0,6342E 01

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cilíndrica (Mueller & Witherspoon, 1965).

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gura C.2 - Soluçáo da equaçâo da difusividade - Modelo da fonte linear (soluçáo integral exponencial) -
(Mueller & Witherspoon, 1965).

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214 Apéndice C

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gher, 1977).

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Apéndice C 215

Figura C.4 - Queda de pressáo adimensional de um poço no centro de um reservatório circulara corn manutençáo
de pressáo nos limites externos (Earlougher, 1977).

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216

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Figura C.5 - Queda de pressáo adimensional de um pogo corn estocagem e fator de película em um reservatório
infinito (Agarwal et alii, 1970).

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Apéndice C 217

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Figura C.6 - Queda de pressáo adimensional e derivada da queda de pressáo adimensional em um poço corn
estocagem e fator de película em um reservatório infinito (Bourdet et alii, 1983).

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218

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Figura C.7 - Queda de pressáo adimensional para vários pontos de um reservatório quadrado corn poço no
centro (sem estocagem e sem fator de película) ver Tabela C.1. -

Area = A

xD = x/L

Figura C.8 - Sistema de coordenadas cartesianas adimensionais para um poço no centro de um quadrado.

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Apêndice C 219

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Figura C.9 - Queda de pressáo adimensional para vários pontos de um reservatório quadrado com poço no
centro sem estocagem e sem fator de película) - ver Tabela C.1

Searchable, web-optimized PDF created using a watermarked evaluation copy of CVISION Maestro
220 Apêndice C

Tabela C.1 - Queda de pressáo adimensional para vários pontos de um reservatório quadrado corn poço no centro
(sem estocagem e sem fator de película)

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0,0015 4,7543 0,0109 0,0004 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
0,0020 4,8981 0,0261 0,0021 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
0,0025 5,0097 0,0456 0,0056 0,0001 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
0,0030 5,1009 0,0675 0,0109 0,0004 0,0001 0,0000 0,0000 0,0000
0,0040 5,2447 0,1141 0,0261 0,0021 0,0007 0,0000 0,0000 0,0000
0,0050 5,3563 0,1607 0,0456 0,0056 0,0021 0,0001 0,0001 0,0000
0,0060 5,4474 0,2053 0,0675 0,0109 0,0047 0,0004 0,0002 0,0001
0,0070 5,5245 0,2475 0,0906 0,0178 0,0085 0,0011 0,0006 0,0003
0,0080 5,5913 0,2871 0,1141 0,0261 0,0135 0,0021 0,0012 0,0007
0,0090 5,6502 0,3243 0,1376 0,0354 0,0194 0,0036 0,0021 0,0013
0,0100 5,7029 0,3592 0,1607 0,0456 0,0261 0,0056 0,0034 0,0021
0,0150 5,9056 0,5063 0,2676 0,1023 0,0675 0,0218 0,0154 0,0109
0,0200 6,0494 0,6211 0,3592 0,1607 0,1142 0,0456 0,0350 0,0266
0,0250 6,1610 0,7147 0,4379 0,2164 0,1609 0,0735 0,0597 0,0474
0,0300 6,2522 0,7939 0,5065 0,2685 0,2061 0,1032 0,0876 0,0716
0,0400 6,3965 0,9232 0,6224 0,3628 0,2906 0,1650 0,1485 0,1263
0,0500 6,5099 1,0279 0,7192 0,4470 0,3685 0,2276 0,2125 0,1854
0,0600 6,6050 1,1178 0,8041 0,5242 0,4415 0,2904 0,2772 0,2466
0,0700 6,6888 1,1983 0,8815 0,5968 0,5112 0,3532 0,3418 0,3086
0,0800 6,7654 1,2728 0,9539 0,6661 0,5786 0,4160 0,4061 0,3711
0,0900 6,8374 1,3434 1,0231 0,7334 0,6446 0,4788 0,4700 0,4338
0,1000 6,9063 1,4114 1,0902 0,7992 0,7095 0,5417 0,5336 0,4965
0,1500 7,2311 1,7347 1,4119 1,1186 1,0274 0,8558 0,8492 0,8106
0,2000 7,5468 2,0501 1,7271 1,4335 1,3421 1,1700 1,1636 1,1248
0,2500 7,8611 2,3644 2,0414 1,7478 1,6563 1,4841 1,4778 1,4390
0,3000 8,1753 2,6786 2,3556 2,0620 1,9705 1,7983 1,7919 1,7531
0,4000 8,8036 3,3069 2,9839 2,6903 2,5988 2,4266 2,4202 2,3814
0,5000 9,4320 3,9352 3,6122 3,3186 3,2271 3,0549 3,0486 3,0098
0,6000 10,0603 4,5636 4,2406 3,9469 3,8555 3,6833 3,6769 3,6381
0,7000 10,6886 5,1919 4,8689 4,5752 4,4838 4,3116 4,3052 4,2664
0,8000 11,3169 5,8202 5,4972 5,2036 5,1121 4,9399 4,9335 4,8947
0,9000 11,9452 6,4485 6,1255 5,8319 5,7404 5,5682 5,5618 5,5230
1,0000 12,5735 7,0768 6,7538 6,4602 6,3687 6,1965 6,1902 6,1513
2,0000 18,8567 13,3600 13,0370 12,7433 12,6519 12,4797 12,4733 12,4345
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Apéndice C 221

Continuaçáo
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0,2000 1,0393 0,9632 1,1030 1,0834 1,0561 0,9931 0,9338 0,9103
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0,4000 2,2959 2,2196 2,3597 2,3400 2,3127 2,2496 2,1903 2,1667
0,5000 2,9242 2,8479 2,9880 2,9683 2,9410 2,2879 2,8186 2,7950
0,6000 3,5525 3,4763 3,6163 3,5966 3,5693 3,5062 3,4469 3,4233
0,7000 4,1808 4,1046 4,2446 4,2249 4,1976 4,1346 4,0752 4,0517
0,8000 4,8092 4,7329 4,8729 4,8533 4,8259 4,7629 4,7036 4,6800
0,9000 5,4375 5,3612 5,5012 5,4816 5,4542 5,3912 5,3319 5,3083
1,0000 6,0658 5,9895 6,1296 6,1099 6,0826 6,0195 5,9602 5,9366
2,0000 12,3490 12,2727 12,4127 12,3930 12,3657 12,3027 12,3434 12,2198
4,0000 24,9153 24,8391 24,9791 24,9594 24,9321 24,8690 24,8097 24,7861
8,0000 50,0480 49,9717 50,1117 50,0921 50,0647 50,0017 49,9424 49,9188
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Apêndice C 223

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(Matthews et alii, 1954).

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224 Apéndice C

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226 Apêndice C

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Apèndice C 227

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DIMENSIONLESS SHUT-INTIME, AtpDA

Finura C.15 - Queda de pressáo adimensiona! de MBH para urn poco no centro de rum círculo ou de urn quadrado
- Regime de fluxo estabilizado antes do fechamento (Miller, Dyes & Hutchinson, 1950; Perine, 1956; Kumar &
Ramey, 1972).

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228 Apéndice C

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Curva -tipo para fratura vertical em um reservatório infinito, sem estocagem no pogo (Gringarten et
alii, 1972a, 1972b e 1974). Reproduzida de Earlougher, R. C., Jr., Advances in Well Test Analysis, Copyright ©
1977, corn permissäo de SPE -AIME

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Apéndice C 229

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Figura C.18 Curva -tipo para fratura vertical de condutividade infinita poço sem estocagem no centro de um
reservatório quadrado (Gringarten et alii, 1972a, 1972b e 1974). Reproduzida de Earlougher, R. C., Jr., Advances
in Well Test Analysis, Copyright © 1977, corn permissáo de SPE -AIME.

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230 Apéndice C

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Figura C.19 Curva -tipo para fratura vertical de condutividade infinita poço sem estocagem no centro de um -
reservatório quadrado. Reproduzida de Earlougher, R. C., Jr., Advances in Well Test Analysis, Copyright © 1977,
corn permissáo de SPE -AIME.

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Figura C.20 - Curva -tipo para fratura vertical de fluxo uniforme - poço sem estocagem no centro de um reserva -
tório quadrado. Reproduzida de Earlougher, R. C., Jr., Advances in Well Test Analysis, Copyright © 1977, corn
permissáo de SPE-AIME.

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Apéndice C 231

Fator de forma de Dietz


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Geometrias (sistemas PP corn erro < 1% erro < 1%
CA permanente)
selados) para tDA >
exato para tDA > para tDA <

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27,6 0,2 0,07 0,09

27,1 0,2 0,07 0,09

21,9 0,4 0,12 0,08

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0,098 0,9 0,60 0,015

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12,9851 0,7 0,25 0,03

4,5132 0,6 0,30 0,025

3,3351 0,7 0,25 0,01

21,8369 0,3 0,15 0,025


2

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232 Apêndice C

Fator de forma de Dietz (continuaçäo)


PP (pseudo - PP corn erro < Transiente corn
Geometrias (sistemas
CA permanente) 1% erro < 1% para
selados)
exato para tDA > para tDA > tDA <

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4,5141 1,5 0,50 0,06


2

1
2,0769 1,7 0,50 0,02
2

1
3,1573 0,4 0,15 0,005
2

0,5813 2,0 0,60 0,02


2

1
1 1

0,1109 3,0 0,60 0,005


2

5,3790 0,8 0,30 0,01


4

2,6896 0,8 0,30 0,01


4

0,2318 4,0 2,00 0,03


4

0,1155 4,0 2,00 0,01


4

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2,3606 1,0 0,40 0,025
s

Fonte: Advances in well test analysis (Monograph v. 5) de R. C. Earlougher Jr.

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Apéndice C 233

REFERENCIAS

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flow: I. Analytical treatment. Soc. Pet. Eng. J., 279 -290, Sept. 1970; Trans. AIME, 249.
Bourdet, D. P.; Whittle, T. M.; Douglas, A. A. & Pirard, Y. M.: A new set of type curves simplifies well test analysis. World
Oil, 95 -106, May 1983.
Earlougher, R. C., Jr.: Advances in well test analysis. Dallas, SPE of AIME, Monograph Series Volume 5, 1977.
Earlougher, R. C., Jr.; Ramey, H. J., Jr.; Miller, F. G. & Mueller, T. D. Pressure distributions in rectangular reservoir. J. Pet.
Tech., 199-208, Feb. 1 968; Trans. AIME, 243.
Dietz, D. N. Determinations of average reservoir from build -up surveys. J. Pet. Tech., 955 -959, Aug. 1965; Trans. AIME, 234.
Gringarten, A. C.; Bourdet, D. P.; Landel, P. A. & Kniazeff, V. J.: A comparison between diferent skin and wellbore storage
type- curves for early-time transient analysis. In: Annual Fall Technical Conference and Exhibition of the SPE of
AIME, 54. Las Vegas, Nevada, USA, Sept. 23 -26, 1979. (SPE 8205.)
Kumar, A., Ramey, H. J., Jr. Well test analysis for a well in a constant-pressure square. In: Annual Fall Technical Conference
and Exhibition fo the SPE of AIME, 47. San Antonio, TX, USA, Oct. 8 -11, 1972 (SPE 4054).
Matthews, C. S., Brons, F., Hazebroek, P. A method for determination of average pressure in a bounded reservoir. Trans.
-
AIME, 201, 182 -191, 1954; Reprint Series, No. 9 Pressure Analysis Methods, SPE of AIME, Dallas, 51 -60, 1967.
Miller, C. C., Dyes A. B., Hutchinson, C. A, Jr. The estimation of permeability and reservoir pressure from bottom -hole
pressure buildup characteristics. Trans. AIME, 189, 91 -104, 1950; Reprint Series, No. 9 - Pressure Analysis Methods,
SPE of AIME, Dallas, 11 -24, 1967.
Mueller, T. D., Witherspoon, P. A. Pressure interference effects within reservoirs and aquifers. J. Pet. Tech., 471 -474, April
1965; Trans. AIME, 234.
Perrine, R. L., Analysis of pressure -buildup curves. Drill and Prod. Prac., API, 482 -509, 1956.

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APÉNDICE D

Algoritmo de Stehfest
O algoritmo de Stehfest' é frequentemente utilizado para se efetuar a chamada inversáo numérica
do campo de Laplace para o campo real.
Dada a funçáo F(u), transformada de Laplace de F(t) em relaçáo a t, o valor aproximado de
F(to) pode ser calculado co.... se uinte ex icsbâo:
F(to)
1n2VrF 1n2i1
(D.1)
to 1 to lIl

onde os coeficientes V, sáo dados por:


ks +n12(2k }!
+n/2 °( l2)
= (-1) (D.2)
k=int [(i +1) /2] (n/2 - k)! (k!) (i - k)! (2k - i)!
2

sendo n par. Como se observa, os valores dos coeficientes V, dependem somente de n. Outra proprieda-
de denses coeficientes é que V =0 . O valor de n depende do número de dígitos da máquina, tipica-

r
,ente 8 < n < 16. A f nçáo F(t) deve ser suave, scm oscilaOcs rápidas. A tabela a seguir apresenta os
valores dos coeficientes V; para n = 10.

Valores dos coeficientes V. para n=10

i Vt i V,

1 0,08333... 6 -236957,5
2 -32,08333... 7 375911,666...
3 1279 8 -340071,666...
4 -15623,666... 9 164062,5
5 84244,1666... 10 -32812,5

io
Obs.: V,. =0
J=1

Stehfest, H. Algorithm 386, numerical inversion of Laplace Transforms - D5. Communications of the ACM, 13 (1): 47, Jan de
1970.

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APÉNDICE E

Para qualquer tempo e tamanho de raio de poço, a equaçáo do comportamento da pressáo para o
caso de reservatório circular selado é26:
2 eD+t (3éD-4eDln rep -2eD-1)+
P,rt)= Pi - 21rkh

2
reD -1
pJ 2
rep- z 2
4 J-reDlnrD 4(reD -1)

e
1

¡
(E.1)
-0c,2,to 2
7c
Jl (anreD)Jl(an)Y0(anrD)-Y(an)Jo(anrD)]
n=1 an[Ji(arD)-J?(an)1
onde J0, Yo, J1, Y1 sao funçóes de Bessel de P e 2a espécies de ordern O e 1, respectivamente, e os
valores de a
sao as raízes da equaçào:
Jl (an reD)Y1(an)- Jl (an )Yi(anreD) =0. (E.2)

A pressáo no poço para o caso em que re » rw pode ser obtida a partir da Eq. (E.1), resultando
em:
antD J1
2tD
Pwf - Pt - 27rkh +lnreD- 3+2 e
2
(anreD)
2
(E.3)
reD 4
ff

n=1anLJl (anreD) -Jl (an)


O valor de oc cresce de forma monotônica corn n, isto é, ai < a2 < a3.... Para um determinado valor de
tD, a exponencial exp(-a12tD) decresce monotonicamente, isto é, exp(- al2tD) > exp(- a221D) >
exp(- a32tD). A porçáo Bessel do somatório decresce à mediada que n aumenta. Assim, para um tD
suficientemente longo, todos os termos do somatório tornam -se muito pequenos, podendo ser negligen-
ciados. Logo, a Eq. (E.3) reduz -se a:

Pwf = Pt
2zD
+1nreD -3 (E.4)
27[kh reD 4

ou, simplesmente,

PwD=2zD+lnreD-3 (E.5)
reD 4

A equaçào que rege o comportamento da pressáo no poço para um reservatório corn manutençáo
de pressáo nos limites é1:

pwf Pi -
27kh
gµ 1nreD -2 ¡¡ ff
n=1F'nLJI
e RnIDJI (F'nreD)
¡¡ ll
(E.6)
(ßn)-JO(f'nreD)J
onde os valores de an sao as raízes da equaçào:
(E.7)

De forma semelhante ao caso anterior, para um tempo adimensional (tD) suficientemente longo,
todos os termos do somatório tornam -se muito pequenos, podendo ser negligenciados. Logo, a Eq. (E.6)
se reduz a:
(E.8)

ou, simplesmente:

26
Matthews, C. S. & Russell, D. G.: Pressure buildup and flow tests in wells. Dallas, SPE of AIME, Monograph
Series Volume 1, 1967.

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236 Apéndice E

PwD -InreD (E.9)

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APÉNDICE F

O Principio de Duhamel
O principio de Duhamel27 é utilizado para se obter expressóes gerais para a chamada superposi-
çáo de efeitos, aplicável as equaçòes diferenciais lineares. Considere, por exemplo, que pcD(rD,tD) seja a
soluçáo para a queda de pressáo adimensional em um reservatório que produz através de um pogo com
vazáo constante na face da formaçáo e que pD(rD,tD) seja a soluçáo para a queda de pressào adimensio-
nal quando a vazáo na superficie, ou seja, em condiçóes- padráo, é variável. O principio de Duhamel
estabelece que a relaçáo entre as funçóes pD(rD,tD) e pÇD(rD,,tD) é dada pela expressáo:
ro
( rD,T)
PD(rD,tD)= f 9D(tD ti) apcD (r d2 (F.1)

ou
tp
¡¡ apcD (rDtD - t) d r (F.2)
pD (rD , tD ) 9D lr)
_ 0
onde ap`D(at'tD -ti) é a derivada de r t corn respeito a tD avaliada em (D-
t 'r) e:
pcD(DD) P
D

qD (ti) = g('r) / q, (F.3)

sendo gr uma vazáo qualquer de referência e ti apenas urna variável de integraçáo. Integrando a Eq.
(F.1) por partes obtém-se:

ÌD(rD,tD)=9D(0+)pcD(rD,tD)+J pcD(i)a9DatD-ti)di (F.4)

27 Jean -Marie Constant Duhamel, notável Fisico e Matemático francès (1797 - 1872).
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APÉNDICE G

Transformada de Laplace
Definiçáo: A transformada de Laplace da funçáo F(t), representada por G fr(t) }, resulta na fun-
çáo F(u) , definida como:

F(u) = í4F(t)1=
. e ""F(t)dt (U.1)

onde F(t) é urna funçáo da variável real t e u é urna variável (complexa) do campo de Laplace. A
funçáo F(t) é chamada de funçáo original e F(u) é a funçáo imagem ou transformada da funçáo
original. No caso de duas variáveis a transformada é dada por:
F(u,v)= G {F(x,y)} =e-ux vyF(x,y)dxdy. (G.2)

A funçáo unitária, utilizada nas operaçóes seguintes, é definida como:


0 t <0

U(t)= t =0 (G.3)
2
1 t >0

Nas tabelas seguintes ski apresentadas algumas das principais propriedades da transformada de
Laplace e as transformadas de algumas das funçóes mais comumente usadas.

Operaçöes para a transformada de Laplace (propriedades)

Funç10 Original

F(t)

Fórmula de inversáo
1
+¿°°
eutF(u) du F(u) (G.5)
27ti

Linearidade

aF(t)+bG(t) A F (u)+ b G (u) (G.6)

Diferenciaçáo em rendo à t

F'(t) uF (u) -F(0+) (G.7)

F(")(t) u"F(u)-un-1F(0+)-un-2F'(0+)-...-F(n-1)(0+) (G.8)

Diferenciaçáo em relaçáo à x
aF (x, t) dF (x, u) (G.9)
ax dx
"F(x,t) d"F (x,u) (G.10)
ax" dx"

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Apêndice G 239

Integraçáo

IF(t)dti 1 F(u) (G.11)


u

fF(k)dkdt ZF(u) (G.12)


b u
Teorema da convoluçáo

F* G = F(t)G(t - t)dt = F(t - ti)Get)dt F (u)G (u) (G.13)

Diferenciaçáo

-tF(t) F'(u) (G.14)

(-1)ntnF(t) F(n) (u) (G.15)

Integraçáo

1 F(t) f F (x)dx (G.16)

Transformaçáo linear

eat F(t) F(u - a) (G.17)

1 F(t/a) a>0 F(au) (G.18)


a
l e(b/a)tF(t/a)
a
a>0 F(au - b) (G.19)

Translaçáo
F(t - b)U(t - b) b >0 buF(u) (G.20)

Funçóes periódicas

Cut F(t)dt
F(t + a) = F(t) b (G.21)
1-é au

F(t + a) = -F(t) rCut F(t)dt


(G.22)
au
1+ e

Algumas transformadas de Laplace

Funçáo Original Funçáo Imagem

F(t)
1 (G.23)

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240 Apêndice G

t (G.24)
n-1
1
(G.25)
(n -1)! un
1
(G.26)

(G.27)

-[n+(1/2)] (G.28)
1.3.5...(2n -1)J
tk-1
F(k)
(k > 0) (G.29)
u
1
(G.30)
u+a
1

te-at (G.31)
(u + a)2
tn-1 Cat 1
(n=1,2,3...) (G.32)
(n-1)! (u + a)n
i'(k)
tk-le-at (k > 0) (G.33)
(u+k
Cat -e-i 1
(a b) (G.34)
b-a (u + a)(u + b)
ae-at -be-ht u
(a b) (G.35)
a-b (u + a)(u + b)
1
(b - c)e-at (c - a)e-bt + (a - b)e-ci a b, c constantes distintas (G.36)
(u + a)(u + b)(u + c)
(a -b)(b - c)(c - a)
1
-sen at (G.37)
a u2+a2
u
cos at (G.38)
U2 +a2
1
1 senk at -a2
(G.39)
a u2
u
cosh at (G.40)
u2 - a2
1 (1- cos at) (G.41)
a2 u(u2 +a2)

1, (at - sen at) u2(u2 +a2)


(G.42)
a3
1
1
(sen at- at cos at) (u2 +a2)2
(G.43)
2a3

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Apêndice G 241

t u
-sen
2a
at
(u2 a2)2
(G.44)

12a (sen at + at cos at)


(u2
u
a2)2
(G.45)

t cos at
u
2
-a 2
(G.46)
(u2 +
cos at - cos bt -,
(a2 b2) (G.47)
b2 -a2 (u2 +a`)(u` +b`)
1

-1 bt (G.48)
b (u2 +a2) +b2
u+a
e-at cos bt (G.49)
(u2 +a2) +b2

- e-2 at r cos atj at 3a2


e
at
( sen (0.50)
2 2 u3 +a3
4a3
sen at cosh at - cos at senh at (G.51)
u4 +4a4
12 u
sen at senh at (G.52)
2a u4 +4a4
13 1
(senh at - sen at) (G.53)
2a u4 -a4
1, u
(cosh at - cos at) u4
-a4
(G.54)
2a
8a3u2
(1+ a2 t 2 )sen at - at cos at (u2
(G.55)

at (G.56)
1 e (1- 2at)
lztt (u + a)3/2
(e-bt -e-at)
I1 u+a -,lu+b (G.57)
2y nt3
1

1tt
-aea terfc
2
a 1

+a
(G.58)

1 2 ,Nru
+ aea terfc a,Ft. (G.59)
1tt u -a 2

1 2a e_azt rfievdx VT1


(G.60)
tt u+a2

a
ea Cerf
z
a VT(u-a2)
(G.61)

2
a-v7C
e_a 2t
f e`d>L
2

(ul+ a z )
(G.62)

eazt [b -a erf aV7] - bebzt erfc b b2


(u-a2)(b+)
-a2 (G.63)

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242 Apêndice G

ea't a erfc a (G.64)

Alte
l
-at
er.Î (b -a) (u+a)Vu+b
(G.65)

eaz`Lá eri (ayr)-11 +ebZ` erfc b b2 -a2


j(u - a2 )(b +
(1-n)n
) (G.66)

(2n)!
n!
t n2n, lt)
.

u
n+2
1 (G.67)

n! (1-n)n
(G.68)
(2n+1)!H2n+1(j) u
n+3
u

Vu +2a
ae-at [I1(at) + Io (at)] (G.69)
VTI
e-2(a+b)tI ra -bt\ 1
(G.70)
oII\ 2 Vu+aVu+b
r(k)
(kk > 0 (G.71)
(u+a)k(u+b)k
1 (a+b)t rIo(a-bt \ \ 1

te 2
(a -b 1 1 (G.72)
LL
2 ) 2 (u +a)2(u +b)2
1 at
(at)
V'u +2a -j; (G.73)
t Ju +2a +
k -i (a+b)t 1 (a - b)k
e tJ (k >0) (G.74)
t 2 Ik(a-b
2 (Ju +a + Ju+b)2k
11

s -2v
-e
a"
I1i
-t -1-at
2
1

2
(flu +a +l/tt)
Vu +a (V > -1) (G.75)

1
Jo(at) /
(G.76)
Vue +a2
(ru2 +a2 -u)v
rr

avJv (at) (v > -1) (G.77)


Vu2 +a2
( \k-1/2 1
(k >0) (G.78)
Jk-1/2(at)
r(k), 2a
kak (G.79)
Ik (at) (1U2 +C/2 -u)k (k>0)

(U-Vu2-a2)k (v>-1) (G.80)


avI(at) f
Vu2-a2
k-1 / 2
1
(k>0) (G.81)
F(k) \2a)k-u2 Ik-u2(at)

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Apéndice G 243

U(t -k) 1 e-ku (G.82)


u

-
(t k)U(t - k) zek (G.83)
u
t kµl U(t e (µ > 0) (G.84)
( r(µ) uµ

U(t) - U(t -k) 1- e-ku (G.85)


u

1+coth ku
L U(t - nk) (G.86
n=0 u(1-e-ku) 2u )

1
an-lU(t -nk) (G.87)
n=0
u(eku -a)
00

U(t) + 2L (-1)n U(t - 2nk) 'tank ku (G.88)


n=1
u
1
(-1)n U(t- nk) (G.89)
n=0
u(1+ e -ku)

z
CO

tU(t) + 2/, (-1)"(t 2nk)U(t - 2nk)- tank ku (G.90)


n=1 u
00
1
2EU[t-(2n+1)k] u senh ku
(G.91)
n=0
1
2E(-1)nU[t-(2n+1)k] u cosh ku
(G.92)
n=1

U(t) + 2L U(t 2nk) - 1u Goth ku (G.93)


n=1
k nu
sen ktl 2 2
coth (G.94)
u +k 2k
1
(Ay U(t-nit)sen t (G.95)
n=0
(u2+1)(1-e-7[u)
1 e-k/u (G.96)
Jo(2 kt)
u

cos 2 kt e-k/u
(G.97)
u
1 k/u
1 cosh 2-\/- (G.98)
7ct u

1 sen 2 kt 3/2
e-klu (G.99)
Vick u

senh 2 kt s z
ek/u (G.100)
u

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244 Apéndice G

ue
k/u 0) (G.101)

ek/u (!1>0) (G.102)


e-k (k > 0) (G.103)

2YfC -, k 1

u
e-k,r (k 0) (G.104)

k2
k.r
1 e 4r (G.105)
nt

2
VVVVVV
t e
k2
41 - k erfc k=
2,5
2 2 i erfc uslz e
_ k,r
(k > (G.106)

1
e-k,17; (n = 0,1,2,...; k?_ 0)
(4 t) 2 n iin erfC 2V 1+Z n
(G.107)
u
k2
4t k 1 n-1
(G.108)
(2-[r
Hn U 2
e-k u (n = 0,1,2,...; k> 0)
2n11¡¡ 1Ltn+1

ct
e
k2
41 -aeakea2terfc alt¡ + k eu
k
a+11T4
(k >_ 0) (G.109)

-eakea z terfc a15+ k


2 +erfc
2 k ae-k,/u
u(a+) (k _> 0) (G.110)

-lak
eakea 2 terfc

1
avi+

l
2 k

e
e-k,I

-k.s.lu (u+a)
+ ) (k > 0)
(G.111)

e 2 Io( 2aVt2l -kZJU(t-k) (k >_ 0) (G.112)


Vu(u +a)
I
e-kV u2+a2
Jo alit2 - k2
JU(t
- k) I
(k _> 0) (G.113)
Vu2+a2
/ f e-k
uz_a2
Iol ayt2 -k2 )(/(t -k) ¡
(k >_ 0) (G.114)
1112 -a2
-k(-42+a2 -u
II
Jol aAlt2 +2ktJ e (G.115)
> 0)
1/112 +a
ak
J1I aV t2 -k2 e-ku e-kV u2+a2
(k ? 0) (G.116)
,Jt2
-k2 JU(t-k)
U(t-k)
2kk2 11(a11t2 -k2 e-kyu2-a2 - e-ku
(k > 0)
(G.117)

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Apéndice G 245

1
ave- kyu2 +a'
t -k 2v JvaVt2 -k2/U( t-k)¡¡

v
(v > -1,k >- 0) (G.118)
+k _¡S2
+a2ps2 +a2 +ul
-y -lilt (y= 0,5774156649) 1ln u (G.119)
u
k-1

(k)
[yr(k) - In t] k lnu
u
(k > 0) (G.120)

in (a>0)
ea` [ln a + E1(at)] (G.121)
u-a
ln u
cos t Si(t) sen Ci(t) - (G.122)
u2 +1
ulnu
- sen t Si(t) - cos Ci(t) (G.123)
u2 +1

1 ln (1+ ku) (k > 0) (G.124)


E1lkl u
1(e-bt e-at u +a
ln (G.125)
t u+b
i.
-2CiL- 11n(1+k2u2) (k>0) (G.126)
u

21n a - 2Ci(at) 1 ln(u2 +a2) (a > 0) (G.127)


u
2
[at ln a + sen at - at Ci(at)] z In(u2 +a2) (a> 0) (G.128)
a
(1- cos at)
u

in
u
2
(G.129)
uza
2
2

u2
-2 (1- cosh at) In (G.130)
u Za
k
lt senkt arctan
u
(G.131)

1 arctan k
Si(kt) (G.132)
u u
k2
ek2U2

k 1
e 4t

t
erfc ku (k > 0) (G.133)

érf 1 ek2u2 erfc ku (k > 0) (G.134)


2k u

ekuerfcKu (k> 0) (G.135)


Tcli(t + k)

1 U(t-k) Jerfc/ (k>_0) (G.136)


Tut

1 1
ef"`erfc ku (k >_ 0) (G.137)
Vic(t + k) Vu

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246 Apêndice G

1nt sen2k15 erf


k 1 )
(G.138)

k2
1 2k
t *euerfc(J (G.139)

t21 U(t-k) Ko(ku) (k > 0) (G.140)

-
2t
1
e
-47 K (kJ() (k > 0) (G.141)

1 ekuK1(ku)
kt(t+2k) (k > 0) (G.142)
u
kz
1e at
1
Ki (k.,1;) (k > 0) (G.143)
k ,ft7
2
k r
Ko (2 2kt) 1 euKol k (k>0) (G.144)
nt ,ru \u
1
[U(t)-U(t-2k)] rce-kuIo (kw) (k > 0) (G.145)
t(2k-t)
k-t [U(t)-U(t-2k)]
nk t(2k-t) é kuI1(ku) (k > 0) (G.146)

1
e°uE1(au) (a > 0) (G.147)
t+a
1
1 -ue°uE1(au) (a > 0) (G.148)
(t + a)2 a
1
a1-neauE,n (au) (G.149)
(a > 0; n = 0,1,2,...)

Ci(u) sen u (G.150)


t2 +1

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APÉNDICE H

Funçóes de Bessel
A equaçáo diferencial ordinária do tipo:
d zy+ 1 dv
xv =0 (H.1)
dx2 x dx
onde X é ulna constante, é urna forma especial da chamada equaçáo de Bessel. As soluçóes desta
equaçáo tomam a forma de séries. Urna soluçáo é I0(\fiz) e é chamada de funçáo de Bessel modificada
de la espécie e ordern zero. A soluçáo independente Ko('z) é chamada de funçáo de Bessel modifica-
da de 2° espécie e ordern zero. As séries das duas funçóes sao, respectivamente:
Z2 Z4 (42)2n
lo(Z) =1 + -+ +..._
(n!)2
(H.2)
22 2242
2n
eY zz
Ko(z) =- ln Io(z) + (z) 1 [ (H.3)
2

onde y= q .
r v 577215665 (constante de Euler). Para z rpequeno, as K (H.2) e (N
, .. Eqs.
2
3) se tornam:
(H.3) .

Io(z) - 1+?
2
;
z->o
límlo(z) =1 (H.4)

e
i
eYz
Ko(z).---. (H.5)
2

Para z grande, as Eqs. (H.2) e (H.3) se tornara:


z z
jo(z) e
Z
1+ 1 3
2
3 5
+...
+1 (H.6)
2i; 8z 2!(8z)2 3!(8z)2

e
vz
)4n2-32)
Kn +... (H.7)
(2z) 8z 2!(8z)2

Note que, quando n= 0, a Eq. (I.7) resulta na funçáo Ko(z).

Corno Io (-z) e K0(5z) sao soluçóes independentes da equaçáo de Bessel modificada, Eq.
(H.1), entáo a soluçáo geral desta equaçáo é dada por:
v(x)= AI0(.x) +BK0(,I:) (H.8)

onde A e B sao constantes a serem determinadas. No trato da Eq. (H.8) se faz necessário, eventualmen-
te, o uso das derivadas das funçóes Io (Ifiz) e Ko (Jz) De acordo corn Abramowitz & Stegun, verifi-
.

cam-se duas propriedades em relaçáo às funçóes de Besssel:

d Io(z) =Ii(z) (H.9)

= -K1(z) . (H.10)
dz Ko (z)

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248 Apéndice H

Assim sendo, as funçóes de Bessel de la e 2a espécies e ordern 1 sao definidas como:


"-1
I1(z)=
2z2
+
4z3
+..._ (zn!(n/2)2-1)! (H.11)
22 2242 n
e
-1
11
K1(z) = in( e2z \I1(z) +L\Z12n + I1+-2 +...+ (H.12)
2
/ n=1
2 n
(!)
!2 n

Note que quando z = 0, I1(z) = 0 e zKi(z) = 1. Quando z tende para infinito, K1(z) é calculado pela Eq.
(H.7).
Outras fórmulas recorrentes sáo:

z I1(z) _ zIo(z) -11(z) (H.13)


dz
z-'-K1(z) _ -zKo (z) -K1(z) . (H.14)
dz
O comportamento das funçöes de Bessel encontra -se representado na Figura C.1

Figura H.1 - Funçbes de Bessel de 1a e 2a espécies e ordens 0 e 1.

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APÉNDICE I

Equaçáo da Difusividade - Escoamento Bifásico de Óleo e Gás


As equaçóes da difusividade do óleo e do gás em um reservatório operando sob condiçóes de me-
canismo de gás em soluçäo num sistema de coordenadas qualquer e corn as condiçóes simplificadoras
adotadas no Capítulo 13, podem ser representadas como:
aa
.(avp) (i.ï)
=k at
e
b
0 (R a Vp) = (I.2)
k
onde a, b e fi sao simplificaçóes utilizadas por B4)e et al (1981) na equaçáo geral do gás e do óleo,
definidas conforme a Eq. (13.17), e R é a razáo gás /óleo, dada pela Eq. (13.16). Nesta deduçáo é
admitido que a saturaçáo de óleo So é funçáo unicamente da pressáo. A formulaçáo é do tipo black-oil.
Usando a regra da cadeia pode -se escrever que:
a 1 dB ap 1
(I.3)
at Bx BX dp at

onde o subscrito x = o, g, para óleo e gás, respectivamente, e


DR, =dR,ap
(I.4)
at dp at
A água conata é considerada incompressível e imóvel, dal resulta que:
as aso
(1.5)
at -- at
No entanto, é possível dizer que:
a ' so` 1 aso so aBo
(I.6)
at,Bo, - Bo at Bo at
Logo:
aso á (so` So aBo
(I.7)
at ° at Bo, Bo at

Diferenciando o termo b = R,, So 1Bo + Sg /Bg obtém-se:


ab a (so), so aR, 1 asg
S
a 1
(1.8)
s
at at Bo Bo at Bg at g at Bg

Usando as relaçóes das Egs. (I.3), (I.4), (I.5) e (I.7), pode-se rearranjar a Eq. (I.8), resultando na equa-
çao:
ab'R s
_B a So` coo
so so dR,. Sg dBg\ap
at \ B at C Bo ,+ BoBg dp + Bo dp Bg dp at

Multiplicando a Eq. (I.9) por O/k e usando a definiçáo de compressibilidade total dada por:
Sg dBg SoBg dR,. So dB
(I.10)
r B dp Bo dp Bo dp
resulta na expressào:

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250 APÊNDICE I

- ab=
k at k
r Rs . -Bg
Bg aso
at B
+ k Bg
ct
ap.
at
(I.11)

A definiçao dada na Eq. (1.11) segue a melma definiçao dada pela Eq. (A.39), excetuando a fase
água, que neste caso é considerada incompressível e imóvel. A Eq. (I.1) pode ser reescrita da seguinte
forma:
a (so) _kv
(avp) (1.12)
at Bo (1)

Substituindo a Eq. (I.12) na Eq. (1.11) resulta que:

k at R` Bg
(avp)+ k Bg at
(I.13)

Realizando a expansao no lado esquerdo da Eq.(I.12), obtém-se:


Rv(avp)+avpvR=k áb (1.14)

Combinando este resultado corn a Eq. (I.13) produz:


i
ct ap
R- RS -B°
Bg
v (avp)+ avpvR =4)
k Bg at
. (I.15)

Como:
R-R =A g Bo
(I.16)
X° Bg

+ = k ro krg
lI t = (1.17)
µo Ng
entao:

R- R5 -_2
Bg
/
= `o Bo
Bg
(I.18)

Utilizando este resultado na Eq. (I.15) e adotando a = X0/B0 obtém-se:


V (avp)+ / Bg
,\ avpvR = t a at (I.19)
X, t

Em coordenadas radiais a Eq. (I.19) se toma:


1 a r' ap BgXo ap DR et ap
a (I.20)
r ar ar / BoXt ar ar k X, at
que é idéntica à Eq. (13.25) a que se deseja chegar. A Eq. (I.19) é geral para a pressào em qualquer
sistema de coordenadas. Deve -se observar que nesta deduçao nao foi negligenciado nenhum termo, nem
qualquer aproximaçao foi considerada.

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APÉNDICE J

SoluçAo Analítica para o Escoamento Bifásico de Óleo e Gás


Neste Apéndice é apresentada a soluçáo analítica da pressáo de um teste transiente de produçáo
corn vazáo constante na face produtora em um reservatório sob condiçáo de escoamento bifásico de
óleo e gás. As condiçóes simplificadoras sao as mesmas adotadas no Capítulo 13. Para esta soluçáo é
r
aplicada a LraIlsTOïIr1Ä:ÄO de B_Itzil
UC
d_taa F
uaa.ar. Por
fonte linear.
de iVUw
ßV11G111[L1111 e auVlauV V I+VUl.cilo uG Por .le
uv çán
yuv, os
.. termos
adimensionais, tD, rD e mD, representam o tempo adimensional, o raio adimensional e a pseudopressáo
adimensional, respectivamente. As equaçóes que representam estas variáveis na forma adimensional
sao:
kX n t
t = (J.1)
OCti rw
r
rD = (J.2)

2 n kh rp;
k" jdp
2zkhm (p) p (J.3)
1YlD = -
go go
Com estas definiçöes, a Eq. (13.26) pode ser reescrita sob a forma adimensional como:
p kro
2rckh f
27tkhm (p) Boµo dp (J.4)
mD = - +p

que é idéntica à Eq. (13.28) para 1 < rD < oc. O segundo termo do lado esquerdo da Eq. (J.4) é o termo
nao linear denominado de MD, definido como:
Bg aR
MD = (J.5)
Bof r
É importante observar que a Eq. (J.4) foi deduzida considerando que a saturaçáo de óleo é funçáo
unicamente da pressáo. Sem esta consideraçdo nao seria possível escrever a equaçáo da difusáo em
termos de pseudopressáo tal como a Eq. (J.5). A condiçáo de contorno interna é de vazáo constante na
face produtora do poço, que em sua forma adimensional é dada por:
am
h m rD I -1 (J.6)
-40 rD

Para reservatório corn extensáo radial infinita, a condiçáo de contorno externa pode ser expressa
em sua forma adimensional como:
lim mD(rD,tD)= 0 .
(J.7)

A condiçáo inicial tern sua forma adimensional conforme:


mD (rD SO= 0 (J.8)

para 0 < rD < oo. As tres equaçóes anteriores representam as condiçóes de contorno e inicial que possibi-
litam a soluçáo da Eq. (J.4). Para esta soluçáo é utilizada a transformada de Boltzmann, que reduz urna
equaçáo diferencial parcial em urna equaçáo diferencial ordinária. A variável da transformada de
Boltzmann neste caso é:

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252 Apêndice J

-_
Y2
D
zD (J.9)
4tD
Usando esta transformada de variável, pode -se reescrever as Eqs. (J.4), (J.6) e (J.7) conforme:
d ( dm D dm D
+ GOZO -O (J.10)
dzD ZD dzD dzD

onde o termo cD é definido por:


BgXo dR crrt
aD + (J.11)
CD ..,o,,,r N Cri 1
r

As duas condiçóes de contorno se transformam entá.o em:


lim zD
dm D__ 1
(J.12)
ZD->o dzD 2

e
lim mD (zD ) = 0 (J.13)
Z D

O termo cD é o fator de pseudocompressibilidade na sua forma adimensional, composto por ou-


tros dois termos: o primeiro termo que incorpora os efeitos da nao linearidade, (Bg?,o /BOXI)(dR/dzD), e o
segundo termo que reflete as razóes entre compressibilidade total e mobilidade total, (c, /(ct,X). Para ,
resolver a Eq. (J.10) corn as condiçóes de contorno dadas pelas Eqs. (J.12) e (J.13) é utilizado um
artificio de mudança de variável, dada por:
dm D
WD = (J.14)
dz D
Usando esta mudança de variável, pode -se reescrever a Eq. (J.10) como:
dw D + (1+ CDZD )WD
ZD = O (J.15)
d D

ou
dwD
+CDdzD wD=O (J.16)
(ZD i
A forma como está representada a Eq. (J.16) sugere o11seguinte fator de integraçáo:
I = zD exp EDCD(u)du). (J.17)

A Eq. (J.16) se torna entáo:


d
dz D
[zD exp (i ZO cD (u)du )wD
)=
0 (J.18)

o que implica dizer que:


( rZD
ZD exp I CD (u)du )WD = C1 (J.19)

ou, usando a definiçäo dada pela Eq. (J.14):


dm
zD C1 exp (-- f:)ZO CD (u)du J (J.20)
dz DD
onde u é ulna variável muda de integraçáo e Cl urna constante que pode ser determinada. Tomando o
limite de ambos os lados da Eq. (J.20) quando zD tende a zero e usando a condiçao de contorno repre-
sentada pela Eq. (J.12) resulta:

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Apéndice J 253

dmD 1
Z1im Cl (J.21)
dz D 2

Logo:
dm p
dzD
1

2zD
exp (- D c (u)du ) (J.22)

Integrando a Eq. (J.22) desde 0 até co obtém -se:


exp (-- PD (u)du ) dx
l ZD m mD(zD))-
J
mD(zDi = --2 JZD X
(J.23)

Usando agora acondiçáo inicial representada pela Eq. (J.13), a Eq. (J.23) se reduz a:
exp(- D(u)du)
(J.24)
mD(zD) = dx
2JZD x
que representa urna funçáo exponencial modificada. Esta é a soluçáo analítica para o comportamento da
pseudopressáo quando o escoamento é bifásico. Observe que, se a razáo gás /óleo R for constante, a Eq.
(J.11) reduzir -se -á a:
_ ct
CD D (J.25)
Ctikt
o que será possível quando o reservatório se encontrar acima da pressáo de bolha. Logo, a Eq. (J.25)
pode ser aplicada quando todos os pontos do reservatório estiverem acima da pressáo de bolha. Se for
negligenciada a variaçáo da viscosidade do óleo, entáo a Eq. (J.25) reduzir-se -á a:
Ct
CD = (J.26)
C ti

que é a forma aplicada para um fluxo monofásico de gás real. Se for negligenciada a variaçáo da
compressibilidade, ou seja, CD = 1, entáo a Eq. (J.24) tomar-se -á uma formulaçáo conhecida, que é a
funçáo integral exponencial utilizada para escoamento de líquido monofásico:
mD
1 ¡°° Crdu
u
(J. 27)
(z D) .
2 JZD u

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APÉNDICE K

Representaçáo Aproximada da Funçáo kro/(µoBo) - Duas retas


K.1 - Teste transiente de presso - drawdown
A idéia inicial de representar a relaçáo entre k
(µ.B) e a pressáo no poço durante o período tran-
siente por meio de duas retas surgiu de observaçòes de resultados numéricos. A representaçáo por meio
de duas retas, Figura K.1, é um exemplo utilizado por Serra (1988) em sua tese de doutorado.

O Funçáo

-- a = bp+c
M
E o Pressäo pi
a = bp+c

160 180 200 220 240 260 280


Pressáo do poço, pwf (kgf/cm2)

Figura K.1: Modelo de duas retas para representar a funçáo a versus pressáo do poço.

Usando as duas retas mostradas na Figura K.1, pode -se aproximar a integral sob a curva conforme
a equaçáo:
fP adp f (ap + d)dp + fP' (bp +c)dp
P J PHf PI

onde a, b, c e d sao parâmetros das duas retas. Integrando o lado direito da Eq. (K.1) obtém-se:

134
adp 2(Pi -pWf) +d(pi -pWf) +2(Pi- Pi) +c(pr -p1).
O objetivo aqui é analisar se a curva do quadrado da presso pwf ou (p? - pwf) versus o logarit-
mo do tempo resulta em urna linha reta. Para reescrever a Eq. (K.2) numa forma que possibilite uma
análise de curva típica em termos do quadrado da pressáo, sao definidos dois parâmetros, â e b , que
satisfaçam as condiçóes:

2 (P1 --p f ) =2(Pi -P f) +d(p1 -Pwf ) (K.3)

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Apêndice L 255

2 (P?-Pi)= 2(P?-pi) + - Pi)


Logo:
2d
â=a+
Pi + Pwf
e
2c
b=b+
Pi + Pi
Aqui cabe urna observaçáo importante: para urn dado valor de pi, o parámetro b é urna constante,
enquanto o parámetro â depende da presso do poço, que é funçáo do tempo. Para esta análise, conside-
ra-se que durante o teste transiente a pressáo do poço pwfatinja valores menores do que a pressáo pi. Para
um valor arbitrário e fixo de presso no pop p,,f, a Eq. (K.3) pode ser reescrita como:
2c
b =b+ (K.7)
Pi + P1
Observe que a Eq. (K.7) náo implica dizer que âp = ap + d, mas que as áreas sob a linha a = âp
e a = ap + d têm o mesmo valor no intervalo pwf _< p <_ pi. Isto significa que a linha a = âp muda
corn o valor de pwf , ou com o tempo, isto é, quando pwf diminui aumenta o parámetro â se d > O.

Portanto, a= â [pwf (t)] . A Figura M.2 ilustra o comportamento da funçáo a.

-o

O
Funçäo a

a = bp+c

Pressáo pt
a=bp+c

160 180 200 220 240 260 280


Pressäo do poço, p i (kgf/cm2)

Figura K.2: Modelo esquemático final da funçäo a versus pressäo do poço. Corrigir a figura.

Usando as Eqs. (K.3) e (K.4) na Eq. (K.2) resulta:


pt â
f adp =
2
2
(p1 - f) + 2(Pi
Pw2
b
- pi2). 2 2
(K.8)

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256 Apéndice K

Adicionando e subtraindo
2
(p? - pi) no lado direito da Eq. (K.8) chega-se a:
ra
Jp
adp ~ á2 (P? - P f) (b
2
â) (P? - Pi) (K.9)

Aproximando a pseudopressáo durante o período transiente de produçáo por urna expressáo loga-
rítmica definida conforme a Eq. (13.32), resulta que:
27tkh rni 1 r4tD
mwD = j
adp = lnl` +s . (K.10)
qo 2

Usando entáo as Eq. (K.9) e (K.10) pode -se obter, após rearranjo, urna expressáo que é definida como
rendo o quadrado da presso adimensionalizada pwpg, ou seja:
2rtkh â 2itkh (b -â)
+ s-
2 1
(Pi -Pi)
2 2
(Pi -Pwf) = ln\
2
PwDg = (K.11)
qo 2 2 /4tD
t 90 2

Rigorosamente â só é constante se e somente se d = O. No entanto, por razóes práticas, é conside-


rada uma relaçáo entre pwf e â tal que â comporta -se como urna constante. Fazendo assim, um gráfico
de A,/ ou (p2 - paf)
versus o logaritmo do tempo resulta numa linha reta. Olhando para a forma da Eq.
(K.11) pode-se também verificar, por analogia, um fator de película aparente smd definido por:
2rtkh (b - â)
smd -s
2 2
(Pi -P1) (K.12)
qo 2

Se o valor de b é maior do que o valor de â , o fator de película aparente smd é menor do que o
verdadeiro dano ou estímulo mecânico, s. Isto explica o fato de que, em análise utilizando o método do
quadrado da pressáo no período transiente de produçáo, o valor do dano é subestimado ou superestimado
em relaçáo ao verdadeiro dano mecánico. Considerando â como uma constante, a Eq. (K.11) exibe urna
curva num gráfico de (p? - pwf) versus o logaritmo do tempo, corn inclinaçáo dada por:
1,151(2q)
(K.13)
â2rtkh
Considerando que seja conhecido o valor da vazdo e da espessura do reservatório, pode -se estimar o
valor de âk a partir do valor da inclinaçáo da reta do gráfico, através da expressáo:
1,151(280)
âk = (K.14)
th2ith
Para avaliaçáo do fator de película aparente, basta usar as Eqs. (K.11) e (K.12):

smd = 1,151
(Pi - Pwf 2
1 t + 3,23 (K.15)
(Pori rw i
onde (p? - p2f)1 representa o valor de (pi -p f) obtido pela extrapolaçáo da reta até o tempo de
teste t = 1, e ctr e X,t; sáo a compressibilidade total e a mobilidade total, respectivamente. Para usar a Eq.
(K.15) é necessario estimar um valor para kAt,. Isto é feito utilizando o seguinte raciocínio:
kk
ka= ro =âpk (K.16)
µBo
desde que p < p1, ka = k(ap +d). A Eq. (K.16) é correta se e somente se d = O. Aplicando a Eq. (K.16)
para a pressáo inicial p, obtém -se:
( kkr
= (ak)Pi (K.17)
tµoBo i

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Apéndice L 257

ou, multiplicando por Bol:

kíri [kkro
= _ (âk)PtBor (K.18)
11oji
Observe que o valor de a
é urna estimativa do valor correto, pois d = O. No entanto, como este
valor aparece na Eq. (K.15) corno argumento de um logaritmo, urn erro grande nesta estimativa nao
afeta em muito o cálculo do valor do fator de película aparente s,d. A aproximaçao adimitda na Eq.
(K.16) fomece um método para estimar kkro como funçao da pressao, pois:
(kkro)pwj = (âk)Pwf (µ0Bo)pw, .
(K.19)

Da Eq. (K.19) é possível determinar (kkro )n como funçáo da pressao na face produtora do po-
ço. O valor de âk pode ser calculado diretamente através da Eq. (K.14) desde que se construa o gráfico
de (p2 - p f) contra o logaritmo do tempo. Considerando que a estimativa representada pela Eq.
(K.16) seja válida, a Eq. (K.19) fornecerá resultados bastante confiáveis. Para obtençao da permeabili -
dade efetiva inicial basta fazerpwf. =pi.

K.2 - Teste de Crescimento de Pressáo (Buildup)


Para o caso de teste de crescimento de pressao (buildup), a pressáo do poço (pws) é considerada
maior que a pressao de interseçao das duas linhas retas (pi). O argumento usado aqui é o inverso do
argumento utilizado para o caso do teste transiente de pressáo, ou seja, a reta do gráfico do quadrado da
pressáo tern inicio numa pressáo maior que a pressáo pi. Em outras palavras, é necessário que pws seja
maior que pi num tempo muito curto, que é o que normalmente ocorre. A equaçao básica para represen-
tar o comportamento da pseudopressao para o teste de crescimento de pressao, desde que sejam aceitas
as condiçóes que tornam o caso de escoamento bifásico de óleo e gás similar ao caso de escoamento
monofásico de líquido, é dada por:
2nkh rpws
mDs = JP.f.s
adp = 1 ln 4e D
+ s - ln (RH i) (K.20)
qo 2
onde RHI é definido conforme a Eq. (13.103) e mDs conforme a Eq. (13.102). Utilizando o mesmo
raciocinio do caso de teste transiente de pressáo, a funçao de pseudopressao pode ser reescrita trocando
p, porpws e pwf por Pwfs:

mDs =
2 rukh rP w3
goJ
Pw
adp =
,s
2 nkh 2

q
2 )

Pwf s +
( 2
Pws
1 -2
Pi) -
Zb
(K.21) - )
onde:
2d
ab= a (K.22)
+(Pl +Pwf,$)
e

Lb =b+ 2c (K.23)
(Pws +Pi)
Note que âb e bb para o crescimento de pressao sao diferentes dos valores de â e b para o caso
de teste transiente de pressáo, sendo iguais, se e somente se, d = 0 e c = O. É fácil verificar que se d = 0
entao âb = a e â a , assim como se e 0, entao b para o drawdown e bb para o buildup sao iguais a
b. Note também que está sendo considerado que pws > pl durante o buildup e pwf> pi durante o draw-
down. De urna forma geral, para tempos longos no teste de buildup, o valor de (pi + pwfs) é aproxima-

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258 Apêndice K

damente igual ao valor de (pi + pwf) e o valor de (pi + p,$) é aproximadamente igual ao valor de (pi +
p;). Logo, é possível, numa dada condiçáo, obter âb â e bb ^ b Normalmente a análise de buildup .

pelo método de Homer utiliza um gráfico de (pws - Pwf,$) ou pws em funçáo do tempo de Homer
definido conforme a Eq. (13.103). Adicionando e subtraindo(bb /2)(pi - Pwf,$) no lado direito da Eq.
(K.21) e usando o resultado na Eq. (K.20), pode -se obter urna expressáo para o período de buildup
similar à Eq. (K.11) obtida para o caso de drawdown, ou sej a:

PDsg =
2nkh bb 2 2
(Pws - Pwf ,s
1 ( 4 tD
ln(RH)+s+ 2nkh (bb - âb)) (P2 Pwr;s (K.24)
'10 2 L e J q. 2

onde a primeira igualdade serve para definir o termo pDsg e os dois últimos termos do lado direito pode
ser tratado como fator de película aparente, ou sej a:
27tkh (bb - ab) 2 2
Smb = S +
qo 2
(Pi - Pwf ,$) (K.25)

Note que se p> > pwfs e (bb - ab) > 0 , o cálculo para o fator de película aparente fica superesti-
mado para o período de buildup. De forma inversa, se (bb -ab) < 0, o cálculo do fator de película

aparente fica subestimado. Utilizando a Eq. (K.24) e traçando um gráfico semilog de (pws - pwf,$)
versus logaritmo de RH; (j =1 ou 2), uma linha reta é exibida corn coeficiente de inclinaçáo:
1,151 (2 q0)
m (K.26)
b b kh

Admitindo que seja conhecido o valor da espessura do reservatório testado, o valor de bbk pode
ser estimado usando a expressáo:
(bbk) 1,151(2go)
(K.27)
mbh
Utilizando as Eqs. (K.24) e (K.25) pode -se chegar a tuna equaçáo para cálculo do fator de pelícu-
la aparente a partir de dados de um teste de crescimento de pressáo em um reservatório sob condiçáo de
escoamento bifásico de óleo e gás. A equaçáo terá a forma:

smb = 1,151
(P.2 -P f s) / kXt¿Z + 3,23 (K.28)
mb Octirw

onde p' 2 é a pressáo extrapolada para um tempo infinito no gráfico de (pws -Pf,$) versus RH., (j =1
ou 2) e t é o tempo a partir do instante do fechamento. Desta forma o fator de película aparente para
qualquer tempo de fechamento pode ser determinado. Por exemplo, se o tempo de fechamento é igual a
1, o valor do fator de película aparente é dado por:

Smb = 1,151 (pis - Pr,$) logi


kX
\ + 3,23 (K.29)
"lb arwi
onde pis representa a presso para t = 1 durante o teste de buildup. Para usar as Eqs. (K.28) e (K.29) é
necessário estimar o valor de k211. Isto é possível utilizando o mesmo raciocinio usado no caso do teste
transiente de pressáo. Note que:
a= kk lbbk)P
(K.30)
µoBo

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Apéndice L 259

desde que p < p; e ka = k(bp+c). A Eq. (K.30) é correta se e somente se c = O. Extrapolando a Eq.
(K.30) para a presso inicial pi, obtém-se:
%Ïir°
/ _ (bbk)p (K.31)
\.110-0
ou, multiplicando por B01:

are = k'kIr° _ (bbk)prBoi (K.32)


/
I

Wp

O valor de kíir; é estimado a partir desta equaçáo usando o valor de (bbk) obtido com a inclinaçäo
da curva de (pw5 - Pwf,$) versus logaritmo de RH], através da Eq. (K.27). Note que, se náo houver urna
grande depleçäo no reservatório durante o teste de fluxo, é razoável admitir que pi = p *. Por fim, note
também que a Eq. (K.30) fornece um modo de estimar kkro :

kXtt = ) = (bbk)piBor (K.33)


µo /;

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APÉNDICE L

Modelo de Fluxo Radial Esférico


Assumindo -se que a permeabilidade média na direçáo horizontal seja dada por:
kh = ., kXkY
, (L.1)
Um sistema equivalente isotrópico pode ser definido usando a permeabilidade média geométrica
k:
kZ
k
k = VkhzkZ = (L.2)
kh h
e utilizando fatores geométricos de escala nas coordenadas horizontal e vertical definidos respectiva-
mente por, segundo Larsen:

Foh =
kh
v-
6
kh
Fcv
k
kv
=3
kh

kv
(L.3)

Adotando o modelo de fonte esférica e definindo r como a distância ao centro do modelo, a equa-
çáo de fluxo esférico em um meio homogéneo e isotrópico é dada por:

r-2
( r2 a °\ 1a-P
1
l (L.4)
ar ar i1 at
onde
k
71 (L.5)
ltcr
é a difusividade hidráulica do modelo isotrópico equivalente. Impondo vazáo q constante na superficie
da esfera de raio rp, entáo, da lei de Darcy para fluxo esférico,
qB k ap
(L.6)
µ ar r=rP
47t rP

Nas aplicaçoes normais de teste de formaçâo, a mediçáo de fluidos é realizada em condiçóes de


superficie, assim, o fator volume de formaçáo corrige a vazáo de superficie para as condiçóes de
reservatório. Note que no tipo de teste analisado neste capítulo, a vazáo é medida em condiçáo de fluxo
no fundo do poço e nao de superficie, assim, o fator volume de formaçâo B deve corrigir volumes entre
a presso de bombeio em que o aparato de teste opera e a pressáo de reservatório, onde o fluxo em meio
poroso ocorre de fato. Usualmente, pode -se utilizar a aproximaçâo B = 1 para fluxo monofásico de óleo
ou água. No caso de gás ou de bombeio abaixo da pressâo de saturaçáo do líquido do reservatório,
deve -se observar com cuidado a correçáo mais adequada de forma a quantificar bem a vazáo que ocorre
no meio poroso.
Ao considerar reservatório inicialmente em equilibrio e infinito na direçáo radial, outras condi-
çóes de contorno sao representadas por:
p(r,O) =P; e p(°°,t)= p, . (L.7)
Adotando as transformaçóes de variáveis:

rD =-r
P
, tD =? w
, PD = [P, P(r,t)], (L.8)

onde rw e h sao comprimento e espessura de referéncia, obtém -se a forma adimensional da equaçáo
diferencial e das suas condiçóes de contorno:

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Apêndice L 261

r apD
- nut D PD(YD,O) =0 PD(°°,tD) =0,
, = -1. (L.9)
r2
D
ay ¡YD
D\ D D
, ,
urD r =r
D pD

Aplicando transformada de Laplace à equaçáo diferencial parcial, assim como a propriedade de primei-
ra derivada no campo de Laplace utilizando a condiçáo inicial definida acima, reduz -se o problema à
equaçáo diferencial ordinária:
dPD
+ sdpD = o, (L.10)
D rD drDD
cuja soluçáo geral é dada por:

PD =Aie -rD ,r +
rD
AZ

rD
e r° /
Ur
s (L.11)

Na qual os coeficientes sao determinados em funçáo das condiçóes de contorno do problema. Para um
reservatório infinito a constante A2 é necessariamente nula. Para fluxo constante no pop esférico de
raio rpD, tern-se:

logo:
e-(1-rD )
PD .
. srD, l+IS),

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APÉNDICE M

Variáveis e Parâmetros em Diversos Sistemas de Unidade


Variável ou parâmetro SI DARCY PETROBRAS AMERICANO
Comprimento m cm m ft
Massa kg g kg lb
Temperatura absoluta K K K °R
Tempo s s h h
Permeabilidade m2 Darcy and and
Pressáo Pa atm kgffcm2 psi
Viscosidade Pas cp cp cp
Vazáo de óleo mals cm3/s mild bbl/d
Vazáo de gás m3/s cm3 /s 103 m3 /d 103 ft3 /d
Volume m3 cm3 m3 bbl
,3 s s m3
indice de produtividade 's bbt
psi
Pa atm kgf /cm2

Constantes das Equaçöes

Constante SI ou DARCY PETROBRAS AMERICANO


C1 1 0,0003484 0,0002637
C2 1/(2m) 19,03 141,2
C3 1/(2n) 1/(21c) 0,8936
C4 - 136,2 1.421,8
C5 1 0,0008361 1,127x10-3
ag 1/rt 7.702,5x103 50.299,54
Cfl° l/rrc 1,259 8,128

Cfig 2 / 509.654 2.895,50


Ci(,, 2,45/(270 6,37 44,1
CA 2,45/rt 2.578,20x103 15.703,90
eflo 1 /(2-F7c) 0,630 4,064

Cfig 1/Jc 0,01053 0,00916

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Nomenclatura 263

Constantes Físicas

Constante Universal dos Gases (R)

psi ft3 lbf fi atm cm3 cal (kgf / cm2) m3


Unidade -gK
mol -lb °R mol -Ib °R mol -gK mol mol -kgK
R 10,73 1.545 82,05 1,987 0,08478

oAPI
141,5
°t1Pl 131,5
d(60°F)

Agua

Massa esp(6Cí0fi° a 15,56 °C Gradiente a 15,56 °C


Ponto triplo Massa molecular
F) (60 °F)

0,01 °C 999,014 k.g1m3 0,0999 kgflcm2 /m 18


32,018 °F 62,4 lb/ft3 0,4331 psi /ft
491,688 °R 8,34 lblgal
273,16 K 350 lb/bbl

Ar
Massa específica @ 15,56 °C (60 °F) Massa molecular média

1,2232 kg/m3 28,966


1,2232x10-3 g/cm3
0,076362 lb/ft3

Outras Constantes Físicas e Matemáticas


Constante Valor
Aceleraçáo da gravidade (g) 9,807 m /s2
e 2,718
3,142
Constante de Euler (y) 0,5772156649

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264 Nomenclatura

Comprimento
Polegada Milha americana Milímetro
Pé (fi) Jarda (yard) Metro (m)
(in) (U.S. mile) (mm)

1 0,08333333 0,02777778 1,578283x10 -5 25,4 0,0254


12 1 0,3333333 1,893939x10-4 304,8 0,3048
36 3 1 5,681818x10 -4 914,4 0,9144
63.360 5.280 1.760 1 1.609.344 1.609,344
0,03937008 3,280840x10-3 1,093613x10 -3 6,213712x10 -7 1 0.001
39,37008 3,280840 1,093613 6,213712x10 -4 1.000 1

Área
Polegada Pé quadrado Jarda quadrada Milha quadrada Metro
Acre acre
quadrada (in2) (ft2) (square yard) (U.S. square mile) quadrado (m2)

1 6,944444x10-3 7,716049x10-4 1,594225x10-7 2,490977x10-10 6,4516x10-4


144 1 0,1111111 2,295684x10-5 3,587006x10-8 9,290304x10
2

1.296 9 1 2,066116x10-4 3,228306x10 -' 0,8361274


6.272.640 43.560 4.840 1 0,0015625 4.046,856
4.014.489.600 27.878.400 3.097.600 640 1 2.589.988
1.550,0031 10,76391 1,195990 2,471054x10-4 3,861022x10-7 1

Volume

Polegada Pé cúbico (ft3) Metro cúbico Galán america-


Litro (l) Barril (bbl)
cúbica (in 3) (ms) no (U.S. gallon)

1 5,787037x10-4 0,01638706 1,638706x10-5 4,329004x10 -3 1,030715x10-4


1.728 1 28,31685 0,02831685 7,480520 0,1781076
61,02374 0,03531467 1 0,001 0,2641720 6,289810x10 -3
61.023,74 35,31467 1.000 1 264,1720 6,289810
231,0000 0,1336806 3,785412 0,003785412 1 0,023 80952
9.702,001 5,614584 158,9873 0,1589873 42 1

Massa

Onça (ounce) Libra (lb) Quilograma (kg) Tonelada (ton)

1 0,0625 0,02834952 2,834950x10 -5


16 1 0,4535924 4,535924x10-4
35,27396 2,204623 1 0,001

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Nomenclatura 265

35.273,96 2.204,623 1.000 1

Força

Newton (N) Quilograma-força (kgf) Libra-força (lbf) dina

1 1,020x10 -1 2,248x10-1 1,000x105


9,807 1 2,205 9,804x105
4,4425 4,535x10-1 4,446x105
1,000x10 -5 1,020x1 0-6 2,248x10-6 1

Pressäo

kgficm2 kPa lbflin2 (psi) Atmosfera (atm) dina/cm2 bar

1 98,06650 14,22334 0,9678411 0,9806x106 0,980665

0,01019716 1 0,1450377 0,009869233 0,99995x104 0,01

0,07030695 6,894757 1 0,06804596 6,8944x104 0,06894757


1,033227 101,3250 14,69595 1 1,0132x106 1,01325

Energia

Caloria Erg = Joule (J) =


BTU
(Cal) dinacm
ftlbf Nm Wh kgfm

1 252,165 1,055x101° 778,171 1,055,060 0,293 107,586


3,966x10 -3 1 4,184x107 3,086 4,184 1,162x10-3 0,427
9,479x10-11 2,390x10-8 1 7,376x10 -8 1,000x10 -7 2,777x10-11 1,020x10 -8
1,285x10-3 0,324 1,356x107 1 1,356 3,765x10 -4 0,138
9,478x10-4 0,239 9,999x106 0,738 1 2,777x10-4 0,102
3,413 8,606x102 3,601x1013 2,656x103 3,601x103 1 3,672x102
9,295x10 -3 2,344 9,806x101° 7,233 9,807 2,723x10 -3 1

Permeabilidade
Milidarcy (md) Darcy m2 C1722

1 1x10-3 9,86923x10 -16 9,86923x10 -12


1.000 1 9,86923x10 -13 9,86923x10 -9
101.325x101° 101,325x1010 1 104

101,325x109 101,325x106 10-4 1

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266 Nomenclatura

Viscosidade

Centipoise (cp) Pascal -segundo (Pa.$) dina

-2
1 1x10 3 1X10
1.000 1 10
100 0,1 1

Temperatura
° Fahrenheit kelvin TK = (TF + 459,67)/1,8
° Rankine kelvin TK = TR /1,8

° Fahrenheit ° Rankine TR = TF + 459,67


° Fahrenheit ° Celsius Tc= (TF- 32)/1,8

° Celsius kelvin TK = Tc + 273,15

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