A Teoria Da Perfuracao e Completacao de
A Teoria Da Perfuracao e Completacao de
A Teoria Da Perfuracao e Completacao de
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Ketson Patrick de Medeiros Freitas
Priscila Sayme Almeida Souza
A TEORIA DA PERFURAÇÃO E
COMPLETAÇÃO DE POÇOS DE
PETRÓLEO
2021
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APRESENTAÇÃO
perfuração. Logicamente, a perfuração também é a responsável por possibilitar a retirada dos fluidos de
subsuperfície.
Perfurado o poço, é necessário prepara-lo para que se tenha uma produção segura e otimizada.
Essa preparação do poço, na indústria do petróleo, recebe o nome de “completação”. Além disso, é
altamente relevante uma utilização adequada de fluidos, tanto na perfuração, quanto na completação.
Esses fluidos, entre suas diversas funções, promove uma pressão hidrostática para conter os fluidos da
formação.
completação e intervenção em poços de petróleo, além das propriedades das rochas e fluidos do sistema
petrolífero.
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SUMÁRIO
Apresentação 4
Capítulo I 6
Perfuração de poços de petróleo: vertical, direcional e horizontal 6
Capítulo II 17
Completação e intervenção em poços de petróleo 17
Capítulo III 27
Fluidos de perfuração de poços de petróleo 27
Capítulo IV 38
Propriedade dos fluidos e das rochas dos sistemas petrolíferos 38
Índice Remissivo 47
Sobre os autores 48
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
Capítulo I
INTRODUÇÃO
Na cadeia produtiva do petróleo, incialmente são realizados diversos estudos para a localização e
determinação de uma possível jazida. Uma vez localizada, parte-se para a etapa de perfuração. É nessa
A perfuração pode ser feita tanto em terra como no mar. Enquanto no ambiente terrestre
(Onshore) essa etapa é realizada através de sondas de perfuração, no ambiente marítimo (Offshore) utilizam-
se as plataformas marítimas.
A trajetória de perfuração de um poço de petróleo pode ser tanto vertical, como também
direcional ou até mesmo horizontal, a depender dos objetivos de cada campo de exploração.
PERFURAÇÃO VERTICAL
A perfuração vertical é o tipo de trajetória mais intuitiva, onde o objetivo desejado encontra-se
Vale lembrar que, como apresentado por Thomas (2001), dificilmente existe um poço
rigorosamente vertical, pois ocorrem, naturalmente, alguns desvios. Estes desvios devem ser
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
Poços verticais que se desviam bastante da vertical podem apresentar problemas de mapeamento
de subsuperfície, além, é claro, de atingir a profundidade final numa posição bastante afastada do objetivo
Existem diversas causas e fatores que podem acarretar a formação de um poço tortuoso, e
logicamente, devem ser observadas durante a perfuração de um poço vertical. As mais importantes são:
PERFURAÇÃO DIRECIONAL
Quando o objetivo desejado não se encontra diretamente abaixo da locação na superfície, faz-se
perfuração direcional.
São diversas as aplicações dos poços direcionais na indústria petrolífera. Souza (2011), em seu
trabalho intitulado “Estudo do estado da arte da perfuração direcional de poços de petróleo”, reúne as
Umas das principais aplicações, é a utilização na exploração de reservas em locais inviáveis para
a perfuração de poços verticais, como no caso de reservatórios localizados abaixo de: grandes centros
urbanos, áreas de proteção ambiental, rios, lagos, regiões montanhosas, entre outras.
domo salino, sem atravessá-lo. Dessa maneira, evitam-se os problemas ocasionados devido a perfuração
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
de formações salinas, como por exemplo, o colapso da seção do poço localizada na região do domo,
Uma terceira aplicação é perfuração de formações que apresentam falhas geológicas. Nesse caso
o poço é desviado através da falha ou paralelo a ela, evitando assim, perfurar poços verticais através de
falhas muito inclinadas, o que poderia ocasionar o deslizamento e cisalhamento da coluna de revestimento
É possível utilizar a perfuração direciona, também, para criar ramificações secundárias. Essa
técnica, conhecida como sidetrack, consiste em uma linha secundária de prospecção, isto é, uma perfuração
direcional feita a partir de um poço existente. É utilizada quando não se atinge o objetivo na primeira
tentativa, ou até mesmo quando se deseja contornar uma obstrução, como por exemplo uma coluna de
perfuração aprisionada.
maneira incontrolável. É uma ocorrência catastrófica, e que muitas vezes impossibilita o acesso a
plataforma. Nessas situações, podem ser utilizados os poços de alívio, que são poços direcionais
perfurados buscando alcançar o poço em blowout, para que se possa controlar a situação por meio da
plataforma”. Isto é, a partir de uma única plataforma, são perfurados vários poços em diferentes posições
e direções, e até mesmo diferentes objetivos. Isso ocorre, pois, a perfuração de muitos poços verticais
PERFURAÇÃO HORIZONTAL
O poço horizontal consiste em uma perfuração direcional que atinge um ângulo em torno de 90º
com a vertical. Dessa forma, é possível perfurar o poço ao longo da camada desejada, cobrindo uma
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
da reserva.
Essa é uma técnica comumente utilizada para a exploração de reservatórios não convencionais,
que são geralmente reservatórios que possuem uma baixa permeabilidade. Assim, esses reservatórios
necessitam de uma maior exposição à coluna de produção, para serem considerados economicamente
Uma outra problemática que também é contornada com a utilização dos poços horizontais, é a
ocorrência dos denominados cones de água e gás. Como explicado por Gontijo (2015), como a água e o
gás possuem maior mobilidade que o petróleo, os mesmos tendem a fluir em direção ao poço, tomando,
cada um, a forma de um cone. Quando esses cones atingem a extremidade do poço vertical, a água ou o
Quando se utilizam poços horizontais, o influxo de fluidos ocorre ao longo de todo a região
horizontal do poço, reduzindo os gradientes de pressão nos fluidos que levariam a formação do cone de
água ou gás.
A perfuração horizontal ainda permite alcançar objetivos que se encontram bastante afastados
horizontalmente da sua locação de superfície. Esses poços de longo alcance, também conhecidos como
ERW (Extended-Reach Wells), podem apresentar um afastamento horizontal de mais de 10 km, como é o
caso da plataforma Yastreb, no campo Chayvo, que possui uma perfuração com um deslocamento
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
PROCEDIMENTO DA PERFURAÇÃO
A perfuração mais comum de um poço de petróleo é rotativa. Isto é, baseia-se na ação de rotação
e peso aplicados a uma broca existente na extremidade de uma coluna de perfuração, constituída,
Os fragmentos de rochas são continuamente removidos por meio da injeção de um fluido (lama)
de perfuração. Esse fluido é injetado por bombas para o interior da coluna de perfuração, sai pela broca
na extremidade e retorna a superfície pelo espaço anular entre a coluna e a parede do poço.
profundidade, a coluna e broca são removidas. É descido então, um tubo de revestimento de aço. Esse
revestimento é cimentado no poço, isolando as rochas atravessadas. Após isso, é novamente descida a
coluna de perfuração com uma broca de menor diâmetro. E inicia-se a perfuração da próxima fase.
subsuperfície”.
Esse sistema corresponde aos equipamentos responsáveis por sustentar o peso da broca e coluna
de perfuração em utilização, bem como os tubos a disposição para uso. Os equipamentos desse sistema
A torre ou mastro é uma estrutura piramidal de aço, que promove um espaçamento vertical livre
acima da plataforma de modo a permitir a execução das manobras de retirada ou descida da coluna de
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
A subestrutura é constituída também de aço e sustenta a torre ou mastro. Ela cria um espaço de
A fundação nada mais é que a base que fica apoiada sobre o solo, constituída geralmente de
concreto e aço. E o estaleiro é uma estrutura metálica que acomoda todas as tubulações disponíveis, de
A energia utilizada nos equipamentos dos sistemas de uma perfuração é geralmente fornecida por
motores diesel. Porém, podem ser obtidas, também, por meio de turbinas a gás, quando esse tipo de
hidrocarboneto é produzido na própria plataforma, ou ainda, quando disponível, pode ser utilizada a
Os sistemas de transmissão são variados, podendo trabalhar tanto com corrente alternada quanto
contínua. E a energia gerada é transmitida para os equipamentos de todos os sistemas, como o guincho,
Esse é o sistema que permite a movimentação dos tubos perfuração, de revestimento, brocas e
outros equipamentos. Os principais elementos deste sistema são: guincho, bloco de coroamento, catarina,
O guincho é o equipamento que recebe a energia mecânica responsável por fornecer tração ao
cabo de perfuração. É constituído por um tambor principal, onde é enrolado o cabo, freios, molinetes,
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
estrutura cilíndrica com função de amortecer os golpes na movimentação das cargas, e o elevador é um
equipamento na forma de anel bipartido, que prende e sustenta os tubos durante a movimentação.
SISTEMA DE ROTAÇÃO
O sistema de rotação da broca em uma perfuração, pode se dado por 3 tipos de mecanismos
A mesa rotativa é um equipamento que transmite uma rotação ao Kelly, um tubo de parede externa
poligonal (de seção quadrada ou hexagonal). O Kelly, por sua vez, transmite a rotação à coluna de
perfuração. Nesse mecanismo, existe ainda um dispositivo chamado Swivel, que separa os elementos
rotativos dos estacionários. Sendo assim a parte superior do equipamento não gira e sua parte inferior
permite a rotação. É também através do Swivel que é injetado o fluido de perfuração na coluna.
Já o Top Drive, trata-se de um motor conectado no topo da coluna, eliminando o uso da mesa
rotativa e do Kelly. O motor desliza em trilhos fixados à torre, para absorção do torque devido à rotação.
Esse sistema permite que a retirada ou descida da coluna seja feita tanto com rotação, como circulação
deslocamento positivo, colocado acima da broca. Nesse sistema o torque é gerado pela passagem de
fluido de perfuração no interior do motor. O giro só se dá na parte inferior do equipamento, com isso a
coluna de perfuração não gira, reduzindo significativamente seu desgaste. Essa característica também faz
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
com que esse sistema seja amplamente empregado na perfuração de poços direcionais, principalmente,
horizontais.
SISTEMA DE CIRCULAÇÃO
perfuração. Inicialmente, o fluido é succionado dos tanques pelas bombas de lama, sendo injetado na
coluna de perfuração até sair por orifícios na broca conhecidos como jatos de brocas. O fluido retorna à
superfície percorrendo o espaço anular entre a coluna e a parede do poço. Na superfície, o fluido passa
por um tratamento.
na adição de produtos químicos. O primeiro equipamento nessa fase é a peneiro vibratória, que tem a
função de separar os sólidos mais grosseiros. Posteriormente, o fluido passa pelo desareiador, que retira
O fluindo ainda é encaminhado para um equipamento denominado mud cleanner, que nada mais é
que um dessiltador com uma peneira. E ainda é possível utilizar centrífugas, para a retirada de partículas
ainda menores que não foram removidas. Um último equipamento é o desgaseificador, que elimina o gás
incorporado. O fluido seque então para os tanques e podem ser adicionados produto químicos, caso
necessário.
O sistema de segurança, além da “cabeça de poço”, que permite a ancoragem e vedação das
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
se de um conjunto de válvulas que permite fechar o poço. Ele é acionado quando se ocorre um kick, isto
é, um fluxo indesejado de fluidos da formação para o poço, e logicamente, quando ocorre o blowout, o
Existem praticamente dois tipos de mecanismos dos preventores: o anular e o de gaveta. O BOP
anular fecha o anular de um poço através da ação de um pistão deslocado em um corpo cilíndrico e
comprimindo uma borracha contra a tubulação. Já no BOP de gaveta, dois pistões deslocam duas gavetas,
de preventores utilizados depende do campo explorado. Por exemplo, em campos onshore, é geralmente
utilizado um preventor anular e dois do tipo gaveta. Já no ambiente offshore, são instalados normalmente
SISTEMA DE MONITORAMENTO
É percebido que para um máximo de eficiência e economia, é necessária uma perfeita combinação
equipamentos para registro e controle destes parâmetros. Esses equipamentos podem ser classificados
“indicador de peso” no gancho e sobre a broca, o “manômetro” que indica a pressão de bombeio, o
“torquímetro” que mede o torque na coluna e nas conexões, o “tacômetro” que mede a velocidade de
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
registrador que mostra a taxa de penetração da broca, essa informação permite avaliar as mudanças das
SISTEMA DE SUBSUPERFÍCIE
responsável por aplicar rotação e peso sobre a broca. Ela é constituída por tubos que são classificados
em: comandos, tubos pesados e tubos de perfuração. Os comandos são elementos que fornecem peso e
rigidez a coluna, os tubos pesados são os intermediários que promovem uma transição de rigidez, e os
tubos de perfuração são os mais próximos à broca, sendo mais flexíveis e ocupando a maior parte da
coluna de perfuração.
formações. Esse equipamento pode ser classificado em: broca com partes móveis e broca sem partes
móveis.
As brocas sem partes móveis diminuem a possibilidade de falhas. Elas podem ser constituídas
por lâminas de aço, diamantes naturais ou diamantes artificiais. As primeiras possuem uma vida útil muito
curta, sendo raramente utilizadas. As de diamantes naturais perfuram pelo efeito de esmerilhamento e
são mais utilizadas em operações de testemunhagem. Já os diamantes sintéticos permitem uma perfuração
pelo mecanismo de cisalhamento, podendo ser utilizadas em formações mais duras e abrasivas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
bastante complexo, e que ao longo do tempo foi evoluindo e apresentando novas tecnologias e técnicas
Dentre essas técnicas, observam-se as distinções entre os tipos de perfuração, em: vertical,
direcional e horizontal. Enquanto a perfuração vertical é a mais intuitiva, visando um objetivo abaixo da
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Falcão JL (2007). et al. Perfuração em Formações Salinas. Perfuração em Formações Salinas, 2(2).
Gontijo GSV (2015). Aplicação do Método dos Elementos de Contorno na simulação dos fenômenos
Souza LZDE (2011). Estudo do estado da arte da perfuração direcional de poços de petróleo.
Thomas JE et al (2001). Fundamentos Engenharia Petróleo. 2 ed. Rio de Janeiro: Interciência. 278p.
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
Capítulo II
INTRODUÇÃO
O Assim que se termina a perfuração e são realizados os testes para determinar a viabilidade
econômica de produção de determinado poço, é necessário colocá-lo em condições seguras para a sua
produção. O conjunto de operações realizadas nesta etapa, para equipar o poço, chama-se completação
(Silva, 2016).
Ainda de acordo com Silva (2016), diversos fatores devem ser levados em consideração para
decidir o tipo de completação mais adequado ao poço. Dentre esses fatores estão: localidade do poço,
número de zonas produtoras, mecanismos de produção, tipos de fluidos, entre outros. De modo geral, o
ideal é que a completação tenha caráter permanente, a fim de minimizar as futuras operações de
intervenção no poço.
Thomas et al. (2001), em seu livro Fundamentos de Engenharia de Petróleo, classifica os tipos de
natal. Em sistemas onshore, isto é, em ambientes terrestres, a cabeça do poço fica localizada na superfície,
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
Já na maioria dos casos nos sistemas offshore (ambiente marítimo), os equipamentos de superfície
são instalados no leito submarino, caracterizando a completação molhada. É interessante ressaltar que,
em alguns casos, em águas rasas, é possível instalar a árvore de natal na própria plataforma, caracterizando
a barreira entre o meio poroso e o interior do poço. Ao longo da perfuração são descidos e cimentados
dutos de aço. Nesse tipo de classificação da completação, leva em conta o tipo de revestimento utilizado
na região de produção, isto é, a zona do poço onde estão localizados os fluidos que se deseja produzir.
As completações podem ser então do tipo: “poço aberto”, “revestimento canhoneado” ou “liner rasgado”.
Na completação de “poço aberto” a parede do poço na zona de produção fica sem nenhuma
tipo de completação utilizada em formações bem consolidadas e com pouco risco de desmoronamentos.
revestimento são cimentados em toda extensão do poço. Nas zonas produtoras é realizado o canhoneio,
isto é, cargas explosivas e direcionadas são detonadas, perfurando o tubo, o cimento e até parte da
Um liner é uma estrutura semelhante ao tubo de revestimento, que ao invés de ser cimentado na
zona produtora, fica acoplado (suspenso) nos revestimentos superiores. Na completação de “liner
rasgado”, essas estruturas são descidas previamente rasgadas e instaladas defronte as zonas de interesse.
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
Vale lembrar que, é denominado coluna de produção, a tubulação metálica descida no interior do
revestimento do poço, que é responsável por conduzir os fluidos produzidos até a superfície.
Já a “completação múltipla” permite produzir ao mesmo tempo duas ou mais zonas diferentes
do reservatório, através do mesmo poço. Esse tipo de completação pode ainda ser subdividida em
duas ou mais zonas para permitir a entrada de fluidos. Já na “completação múltipla dupla” são descidas
ETAPAS DA COMPLETAÇÃO
Reunindo os conhecimentos apresentados por Leite (2001), Silva (2016) e Thomas et al. (2001),
observa-se que as etapas (opcionais e obrigatórias) que compõe a completação típica de um poço são, em
do poço em produção.
Basicamente, nesta etapa são instalados a cabeça do poço e o BOP (Blow Out Preventer) um
equipamento cuja principal função é impedir que os fluidos das formações atinjam a superfície de maneira
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
descontrolada. Instalados esses equipamentos, é possível acessar o interior do poço, com toda a segurança
CONDICIONAMENTO DO POÇO
de uma ferramenta composta por uma broca e um raspador. Este equipamento serve para gabaritar o
interior do revestimento, isto é, remover tampões mecânicos ou restos da cimentação que porventura
salina, cuja composição é compatível com o reservatório e com os fluidos nele contido. E com uma
densidade capaz de fornecer uma pressão hidrostática, no fundo do poço, ligeiramente superior à pressão
AVALIAÇÃO DA CIMENTAÇÃO
A cimentação possui basicamente duas principais funções, tanto propiciar um suporte mecânico
ao revestimento, quanto promover uma vedação hidráulica impedindo a migração de fluido através e por
trás do revestimento.
Para se avaliar a qualidade da cimentação, são utilizados perfis acústicos, que medem a aderência
do cimento ao revestimento e do cimento à formação. Podem ser citados como exemplos desses perfis
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
de avaliação: o CBL e VDL, que são perfis sônicos, e também o CEL ou PEL, que é um tipo de perfil
ultrassônico.
CANHONEIO
moldadas para esta finalidade, promovendo a comunicação do interior do poço com a formação
produtora. A explosão dessas cargas gera jatos de energia que atravessam o revestimento, o cimento e
ainda penetram a formação, criando canais de fluxo do meio poroso para o poço.
Os canhões utilizados podem ser descidos através de um cabo pelo revestimento (canhoneio
convencional), ou por cabo através da coluna de produção (o que limita o diâmetro do canhão e
consequentemente seu potencial explosivo), ou até mesmo enroscado na coluna de produção (tipo que
Considera-se o canhoneio uma etapa opcional, pois, como visto, existe a possibilidade de uma
completação do tipo poço aberto, no qual não é necessário a realização do canhoneio em si. Porém, na
FRATURAMENTO HIDRÁULICO
O fraturamento hidráulico trata-se também de uma outra etapa opcional, que é frequentemente
utilizada na exploração de reservatórios não convencionais. Basicamente, consiste na injeção, sob altas
pressões, de uma solução composta por água, produtos químicos e um propante (normalmente areia,
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
De maneira resumida, a solução ao ser injetada no poço, sob altas pressões, cria fraturas artificiais
fechamento natural das fraturas e uma parte dos fluidos utilizados é recuperado (o chamado flowback).
fraturadas. Existe ainda a possibilidade de utilizar produtos químicos ácidos na solução, buscando
promover uma acidificação na rocha matriz, quando essa junção de técnicas acontece é denominada
“fraturamento ácido”.
A coluna de produção é o equipamento formado pelo conjunto de tubos metálicos, onde são
futuras.
Vale lembrar que sua principal função de conduzir os fluidos produzidos até a superfície, serve
principalmente para proteger o revestimento do poço. Isto é, caso os fluidos escoassem diretamente pelo
revestimento, este estaria susceptível aos fluidos abrasivos e corrosivos, além das altas pressões.
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
-Produção de areia;
-Vazão de produção
é necessário “dar a partida” na produção dos fluidos. Essa indução de surgência, ocorre justamente nesta
última etapa, e pode ser realizada por diversas maneiras, tais como as técnicas de: válvula de gas-lift;
reduzindo assim sua hidrostática. O gás é injetado pelo anular e passa para o interior da colune, de maneira
O “flexitubo” é uma outra técnica que também se baseia na gaseificação dos fluidos da coluna de
produção. Neste caso, porém, o gás é injetado por um tubo flexível de metal (flexitubo), descido pelo
interior da coluna.
Por fim, a técnica de “substituição de fluidos”, como o próprio nome sugere, trata-se da
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
INTERVENÇÕES EM POÇOS
Posteriormente à completação, durante toda a vida produtiva dos poços, são necessárias e
Sem a necessidade de sonda, têm-se diversas operações com cabo, tais como: substituição de
Quando existe a necessidade de utilizar uma sonda, geralmente essas intervenções visam corrigir:
baixa produtividade, ou também, avaliar outras zonas que não se encontram em produção.
As “intervenções de recompletação” são aquelas que objetivam substituir as zonas que estavam
em produção ou colocar novas zonas em produção. Esse tipo de intervenção também se dá quando
fluxo do reservatório para o poço, através da eliminação de danos na formação. Ou ainda, são aquelas
que eliminam e corrigem falhas mecânicas na estrutura, ou que buscam reduzir a produção excessiva de
gás ou água.
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
método elevação artificial inadequado ou com defeito, que esteja restringindo a vazão de produção.
do poço. Os métodos mais utilizados são, os já citados, faturamento hidráulico e acidificação, embora
essas atividades sejam mais realizadas durante a completação do poço. Vale lembrar que a acidificação
Por fim, as “intervenções de abandono” são aquelas realizadas no final de operações, visando
tamponar o poço, de acordo com as normas rigorosas que objetivam minimizar riscos de acidentes e
danos ao meio ambiente. Quando se tem uma previsão de retornar ao poço, no futuro, realiza-se o
“abandono temporário”. Já quando não se prevê o retorno ao poço, é efetuado o “abandono definitivo”.
diferença entre os dois, basicamente, consiste na retirada total dos equipamentos, abandono definitivo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A completação nada mais é que o conjunto de operações realizadas após a perfuração, que visam
possibilita não só uma otimização da produção, como também, reduz as necessidades de grandes
otimização da produção, durante a vida produtiva de determinado poço. Elas podem ser realizadas com
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Silva AOM (2016). Perfuração e completação de poços HPHT. Universidade Federal Fluminense
Silveira GAG et al. (2016). Aplicabilidade dos diferentes tipos de completação em poços terrestres
produtores de gás na Bacia do Parnaíba. Universidade Federal do Rio de Janeiro (Monografia), Rio
de Janeiro. 72p.
Thomas JE et al (2001). Fundamentos Engenharia Petróleo. 2 ed. Rio de Janeiro: Interciência. 278p.
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
Capítulo III
INTRODUÇÃO
Para se atingir as áreas de interesse, onde os hidrocarbonetos estão armazenados, faz-se necessário
realizar a perfuração. A perfuração de poços de petróleo inclui o uso de ferramenta especiais, bem como,
a utilização de um fluido com propriedades também especiais. Este fluido é denominado fluido de
perfuração.
Registros mais antigos apontam que uma mistura lamacenta de água e argila era utilizada nas
perfurações. Com o objetivo de “amolecer” a rocha facilitando a penetração e auxiliando na remoção dos
pedaços de rochas pulverizados. Essa é uma das razões no qual o fluido de perfuração também era
Hoje em dia, os fluidos de perfuração ainda são chamados de lamas, porém não são constituídos
apenas de água e argila. Ao invés disso, os engenheiros de fluido projetam cuidadosamente compostos e
Os fluidos de perfuração são encarados de diferentes maneiras por diferentes autores. O Instituto
Americano de Petróleo (API), por exemplo, considera fluido de perfuração qualquer fluido circulante
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
Já outros autores, como Thomas et al. (2001), consideram os fluidos de perfurações como
misturas complexas de sólidos, líquidos, produtos químicos e, por vezes, até de gases. Podendo assumir
aspectos de suspensão, dispersão coloidal ou emulsão, dependendo do estado físico dos componentes.
cascalhos gerados pelas brocas, carreando-os para a superfície. Além disso, essa lama exerce também
paredes do poço. Por fim, os fluidos ainda resfriam e lubrificam a coluna e broca de perfuração.
Essas misturas devem ser especificadas de forma a garantir uma perfuração rápida e segura. Dessa
-Ser bombeável;
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
principal da fase contínua ou dispersante. Dessa forma, os fluidos são divididos em: fluidos à base de
água; fluidos à base de óleo; fluidos à base sintética e fluidos à base de ar ou gás.
Nesse tipo de fluido, logicamente, a água é a fase contínua e o principal componente, podendo
A “água doce” é aquela que possui uma salinidade inferior a 1000ppm de NaCl equivalente. É o
tipo de água que não necessita de um pré-tratamento pois não afeta o desempenho dos aditivos utilizados.
Já a “água dura”, trata-se daquela com presença de sais de cálcio e de magnésio dissolvidos, em
A “água salgada” pode ser natural, como a água do mar, ou uma água salgada por meio da adição
Os principais fatores para a seleção do tipo de água são: disponibilidade, custo de transporte e
tratamento, tipos de formações geológicas perfuradas, produtos químicos utilizados, além dos
Os “fluidos não inibidos” são utilizados, principalmente, na perfuração das camadas rochosas
superficiais, as quais são, geralmente, inertes ao contato com água. Essa categoria ainda pode ser
subdividida em fluidos “nativos”, “levemente tratados” e “com baixo teor de sólidos”. Os primeiros,
utilizam o fluido sem nenhum tratamento, enquanto os fluidos levemente tratados realizam tratamentos
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
simples com floculantes ou dispersantes. Já os fluidos com baixo teor de sólidos são utilizados para
Os “fluidos inibidos”, por sua vez, são empregados na perfuração de rochas com elevado grau de
atividade na presença de água, isto é, rochas que interagem quimicamente com o fluido, tornando-se
Os “fluidos inibidos” também podem ser subdivididos, nos que utilizam uma Inibição física ou
inibição química. Os inibidores físicos, geralmente, impedem o contato direto com a água, sendo exemplo
desses inibidores os polímeros, os lignosulfonatos e até mesmo emulsões com óleo. Já os inibidores
químicos reagem com a rocha, reduzindo a interação desta com a água, são exemplos: os eletrólitos (Ca,
As vantagens dos fluidos à base de água em relação aos demais consiste na grande aceitação
ambiental, baixos custos, possibilidade de ser biodegradável e de fácil dispersão na coluna d’água.
Entretanto, esse tipo de fluido apresenta uma baixa capacidade de inibição de folhelhos, de lubricidade e
Tendo em vista as dificuldades apresentadas pelos fluidos à base de água, como a baixa lubricidade
As principais características dos fluidos à base de óleo vão de encontro com as deficiências dos
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
-Alto grau de inibição em relação às rochas ativa (como o folhelho, por exemplo).
Dessa forma, esse tipo de fluido tem apresentado melhores resultados em poços HPHT (alta
pressão e alta temperatura), em formações de folhelho (tanto argilosos, quanto plásticos), em poços
direcionais horizontalmente afastados (devido a menor abrasão), em formações salinas (seja de halita,
silvita ou carnalita), e em diversas outras explorações onde o fluido aquoso não seja tão adequado.
Entretanto devido ao alto custo e grau de poluição, os fluidos à base de óleo são empregados
com menor frequência do que os fluidos à base de água, além de estarem sujeitos a rigorosa restrição
Além da questão ambiental e dos altos custos, existe ainda outras desvantagens dos fluidos
oleosos, como: dificuldade na detecção de gás (devido a solubilidade na fase contínua), dificuldade no
combate à perda de circulação e menor número de perfis que podem ser executados.
Basicamente, os fluidos oleosos são divididos em dois tipos: Emulsão água-óleo e Emulsão
Inversa. Na emulsão água-óleo, o teor de água é menor que 10%. Enquanto na emulsão inversa esse teor
fica entre 10 a 45%. A escolha de cada tipo depende principalmente do custo e das características do
campo.
Esses tipos de fluidos surgiram na década de 90, e foram desenvolvidos buscando solucionar as
problemáticas dos fluidos à base de água, observando também as restrições ambientais impostas aos
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
Os fluidos sintéticos são também chamados de “pseudo-lamas à base de óleo”, pois na prática,
substituem os fluidos oleosos, proporcionando uma menor toxicidade e menor produção de volume de
resíduos.
O fluido base utilizado são substâncias químicas sintéticas, o que os tornam mais caros do que os
oleosos. Porém os fluidos sintéticos são amplamente utilizados em áreas marítimas, onde é proibido o
Conforme Schaffel (2002), os fluidos sintéticos podem ser divididos em fluidos de primeira e
segunda geração. Os fluidos de primeira geração, surgiram inicialmente e são compostos pelos ésteres,
Já os fluidos sintéticos de segunda geração utilizam alquilbenzenos lineares (LABs), linear alfa
olefinas (LAOs), olefinas internas (IOs) e parafinas lineares (LPs). Basicamente, os fluidos de segunda
geração tendem a serem mais baratos que os de primeira geração, entretanto apresentam também maior
toxicidade.
Com isso, os fluidos sintéticos apresentam como vantagem uma maior biodegradabilidade e
menor toxicidade ao ambiente marinho, além de emitir menos compostos tóxicos, o que é importante
em locais de trabalho fechado, como as sondas offshores. Contudo, são mais caros e podem demandar
maior volume de aditivos químicos para aumentar sua estabilidade (Rangel, 2015).
Esse tipo de fluido utiliza, como parte ou todo, o ar ou gás como fluido circulante na perfuração
rotativa. É um tipo de fluido não recirculado, empregado em algumas situações, tais como:
De acordo com Thomas et al. (2001) os fluidos à base de ar ou gás podem ser divididos em: ar
Na perfuração com ar puro utiliza-se apenas ar comprimido, nitrogênio ou gás natural como
fluido. Essa técnica visa aumentar a taxa de penetração, sendo aplicável em formações duras, estáveis ou
fissuradas. Porém não é utilizada em formações com elevada quantidade de água ou que contenham
hidrocarbonetos.
Em formações que produzam água em quantidade suficiente para comprometer a perfuração com
ar puro, é executada em conjunto a perfuração com névoa, que consiste em uma mistura de água dispersa
no ar ou gás.
Já a espuma trata-se também de uma dispersão de gás em líquido, porém, a fase contínua é
constituída por um filme delgado de uma fase líquida, estabilizada através de um tensoativo específico,
denominado espumante. Como a espuma apresenta alta viscosidade, ela é bastante utilizada quando se
Por fim, a perfuração com fluidos aerados consiste na diminuição da densidade do sistema por
meio da injeção de ar, nitrogênio ou gás natural no fluxo contínuo do fluido. Essa técnica é recomendada
possibilidade de evitar perda de fluidos e danos as formações. Entretanto, possuem como limitações,
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
retirada de sólidos ou gases incorporados ao fluido durante a perfuração, e quando necessário, na adição
de produtos químicos.
Um sistema típico de tratamento conta com uma série de equipamentos, no qual o fluido, após
da lama. Os principais destes equipamentos são: peneira vibratória, desareiador, dessiltador, mud cleaner,
centrífuras e desgaseificador.
separar os sólidos mais grosseiros do fluido, tais como cascalhos e grãos maiores que a areia.
8 a 20 polegadas cada um. Os hidrociclones, basicamente, são equipamentos que aceleram o processo de
O fluido parte então para o “dessiltador”, que também se trata de um conjunto de hidrociclones,
a 5 poleadas). A função deste equipamento é retirar as partículas com dimensões equivalentes ao silte,
que são partículas de tamanho maior que a argila e menor que a areia.
O próximo equipamento geralmente é o “mud cleaner”, que nada mais é que um dessiltador com
uma peneira. Parte das partículas retiradas nesse equipamento é descartada e parte retorna ao fluido para
Em muitos casos, utilizam-se também as “centrífugas”, para retirar partículas ainda menores que
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
Por fim, geralmente em perfurações de formações com gás, é utilizado o “desgaseificador”, que
é responsável por eliminar o gás da formação que foi incorporado ao fluido durante a perfuração.
Retirados os contaminantes da lama, são adicionados, quando necessário, aditivos químicos para
ajustes de propriedades. O fluido então retorna para o tanque de onde é bombeado para o poço
novamente.
Os fluidos especiais de perfuração são aqueles utilizados em situações pontuais. Estes fluidos
ainda se enquadram nas classificações gerais, como fluidos à base de água, de óleo, sintético ou ar. O que
Por exemplo, existem fluidos à base de ar, do tipo espuma, que são aditivados com surfactantes,
um material tensoativo, permitindo a mistura do fluido com argila o que aumenta a eficiência de
carreamento de sólidos. Esse é um tipo especial de fluido de perfuração utilizado nas situações pontuais
Outro exemplo, são os fluidos à base de água com baixo teor de sólidos, que são empregados
quando se deseja aumentar a taxa de penetração da broca. Ou ainda os fluidos aquosos que são
emulsionados com óleo, por meio de um tensoativo, o que reduz a densidade do sistema, sendo um tipo
Seixas (2010), divide os principais aditivos quanto sua natureza, classificando-os em: “aditivos
Os “aditivos poliméricos” utilizam tanto polímeros naturais (como o amido), quanto sintéticos
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
principias exemplos são: bentonita, barita, vermiculita, lignina, gipsita, magnetita porosa, dentre diversos
outros. São aditivos que vão possuir a função de: modificar a densidade, ajustar a viscosidade, agente
principais exemplos são os sais de cloreto de sódio, cloreto de potássio e cloreto de cálcio. Basicamente,
eles possuem a função de dificultar o escoamento hidráulico para a formação, graças à viscosidade de
seus filtrados.
Por fim, os “aditivos surfactantes” são também chamados de tensoativos. Como exemplo, podem
ser citados os ácidos graxos e até alguns tipos de sabões. Além da principal função emulsificante, esses
São utilizados ainda diversos outros tipos de aditivos, como os: taninos, paraformaldeídos,
CONSIDERAÇÕES FINAIS
durante o processo de perfuração do poço. Isso porque, esse fluido possibilita a limpeza do fundo do
poço, bem como promove a pressão hidrostática necessária para conter os fluidos da formação. Isso sem
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
contar, é claro, as funções secundárias, tais como: resfriamento e lubrificação das brocas e colunas de
perfuração.
Por mais simples que possa parecer intuitivamente, a “lama de perfuração” abrange diversas
tecnologias, existindo uma variedade de tipos de fluidos, podendo ser classificado em: “fluidos à base de
água”, “fluidos à base de óleo”, “fluidos à base sintética” e “fluidos à base de ar ou gás”.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Caenn R (2014). Fluidos de perfuração e completação. 6 ed. Rio de Janeiro: GEN LTC. 712p.
Guimarães IB et al. (2007). Estudo dos constituintes dos fluidos de perfuração: proposta de uma
1: 1–8.
Rangel NS (2015). Gerenciamento de resíduos da perfuração de poços de petróelo e gás offshore: Fluidos
Schaffel SB (2002). A questão ambiental na etapa de perfuração de poços marítimos de óleo e gás no
Niterói. 85p.
Thomas JE et al (2001). Fundamentos Engenharia Petróleo. 2 ed. Rio de Janeiro: Interciência. 278p.
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
Capítulo IV
As substâncias e misturas podem assumir diferentes formas sem necessariamente alterar sua
constituição. Uma forma bem simples de perceber isso é analisar a água, que pode ser encontrada no
estado líquido, de vapor ou até na forma de gelo, porém continua sendo formada por duas moléculas de
Esses diferentes estados físicos também conhecidos como fases, são definidos principalmente
pelas condições de pressão e temperatura a que a substância está submetida. Essa dinamicidade da
“comportamento de fases”.
estes fluidos estão constantemente submetidos a alterações das condições de pressão e temperatura
Vale lembrar que o petróleo não é uma substância pura e sim uma mistura de hidrocarbonetos,
dessa maneira além de considerar as pressões e temperaturas do sistema, é necessário levar em conta
Percebe-se logo que existe uma diferença do comportamento de fases de uma substância pura
para o comportamento de fases de uma mistura. E entender as nuances de cada tipo, permite abordar
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
comportamento de fases de um substancia pura e o de uma mistura. Quando uma substancia pura, na
fase líquida, é aquecida, o momento em que uma infinitesimal parte passa para o estado gasoso, é
conhecido como “ponto de bolha”. Se esse aquecimento se der em uma pressão constante, a temperatura
no ponto de bolha se manterá constante até que toda a substância seja evaporada, mesmo continuando
Já no caso das misturas, quando se atinge o ponto de bolha, à uma pressão constante, ao se
continuar cedendo calor ao sistema, é observada também a elevação da temperatura durante o processo
de vaporização da mistura.
Isso ocorre pois no momento do ponto de bolha, é atingido a temperatura de ebulição das frações
mais leves da mistura. Com isso, é necessário que a temperatura seja elevada para que se atinja os pontos
de ebulição dos componentes mais pesados. E assim conseguir a vaporização completa de todos as
frações.
uma mistura, é interessante também o conhecimento sobre diversas outras propriedades físicas, tais
como: densidade, viscosidade, massa específica, pressão de saturação, fator volume de formação,
em amostras retiradas de um reservatório real. Essas amostras geralmente são coletadas logo na
perfuração inicial, e muitas vezes também, ao longo de toda a vida produtiva do poço.
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
durante a operação de um poço exploratório, é inviável, tanto por causa do tempo demandado para a
completa caracterização, quanto pelos altos custos que envolvem as medições dessa natureza.
A grande questão disso tudo, é que na maioria dos casos, as propriedades dos fluidos nas
reservatório, visto que em subsuperfície o petróleo está submetido altas temperaturas e pressões.
subsuperfície, as condições de pressão, volume e temperatura (daí o termo PVT) vão drástica e
constantemente se alterando. Isso também ocorre quando são injetados diferentes fluidos no reservatório
Para uma mais coerente e adequada caracterização das propriedades, é geralmente realizada a
chamada “análise PVT”. Essa análise é um formato de estudo sobre o comportamento de fluidos,
“célula PVT”.
Nessas células são aplicadas variações de pressão, volume e temperatura nas amostras de petróleo,
além de utilizar a injeção de outros fluidos para modificar o estado original do produto. Dessa maneira,
é possível simular as diferentes condições em que o hidrocarboneto estará exposto, permitindo uma
Existem ainda diversos casos em que não é possível realizar as análises PVT. De Guetto (1995)
exemplifica alguns desses casos, como por exemplo quando as amostras coletadas não são confiáveis ou
até mesmo quando essas amostras nem se quer foram coletadas para redução de custos.
Nesses casos, uma forma de contornar essa problemática é utilizando as chamadas “correlações
PVT”. Essas correlações são importantes ferramentas em tecnologia de reservatórios, as quais são
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
utilizadas para estimar as propriedades PVT de petróleo a partir de dados basilares e medidas
De acordo com Gomes (2008), os modelos de correlações PVT constituem a base da avaliação
além disso, indica a quantidade e local de origem das amostras utilizadas nas análises.
POROSIDADE
reservatórios de subsuperfície. Para que seja possível uma rocha armazenar esses fluidos, uma
A porosidade é definida como sendo a relação entre o volume de espaços vazios de uma rocha e
o volume total da mesma. Ou seja, a porosidade permite mensurar a capacidade de uma rocha em
armazenar fluidos.
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
A porosidade é uma propriedade adimensional, isto é, não é determinada por uma grandeza física,
e é geralmente expressa em porcentagem. O valor é obtido literalmente pela razão entre o volume poroso
alguns processos geológicos subsequentes à conversão dos sedimentos em rochas, como por exemplo,
as porosidades decorrentes de fraturas ou até mesmo de cavidades formadas pela dissolução de parte da
rocha.
“porosidade relativa”. Enquanto a primeira considera todos os espaços vazios da rocha, a porosidade
relativa considera apenas os poros interconectados, isto é, os espaços ocupados por fluidos que podem
Por fim, é interessante abordar como é efetivamente medida a porosidade de uma rocha-
reservatório. A forma mais comum é através de experimentos laboratoriais em uma amostra da rocha.
de Boyle”. Basicamente, o porosímetro de Boyle é constituído por duas pequenas câmaras, de volumes
Com a válvula fechada, umas das câmaras está previamente à vácuo, e a outra recebe a amostra.
A válvula é então aberta permitindo que o ar expanda para câmara evacuada. É medida a pressão absoluta
Na parte matemática do experimento utiliza-se como base a equação e lei dos gases, no qual o
produto do volume e pressão iniciais do sistema (𝑃𝑖 𝑉𝑖 ), é igual ao produto do volume e pressão finais
𝑃𝑖 𝑉𝑖 = 𝑃𝑓 𝑉𝑓 (Equação 01)
Sabendo as pressões inicial (𝑃𝑖 ) e final (𝑃𝑓 ), bem como o volume de cada câmara (𝑉𝑐 ), é possível
determinar o volume de sólidos (𝑉𝑠 ), que é justamente o volume ocupados somente por rocha, ou seja, o
volume total da amostra (𝑉𝑡 ), sabe-se por consequência que a diferente entre os valores é justamente o
volume dos espaços vazios ou poros (𝑉𝑝 ). Assim é possível determinar finalmente a porosidade (Φ)
(Equação 03).
𝑉𝑝 (𝑉𝑡 −𝑉𝑠 )
Φ= = (Equação 03)
𝑉𝑡 𝑉𝑡
PERMEABILIDADE
Para melhor entender essa propriedade, uma clássica analogia feita é com relação aos condutores
elétricos, na qual a permeabilidade é equivalente ao inverso da resistência que o material oferece ao fluxo.
permeabilidade, foi inicialmente formulada pelo francês Henry Darcy em 1856. Na época, Darcy estudava
fluido escoar por um filtro de areia de comprimento (𝐿) e área de abertura ao fluxo (𝐴). Medindo ainda
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
Nesses estudos Darcy concluiu que “a vazão através de um meio poroso é proporcional à área
Diante disso, e utilizando uma constante (𝑘) de proporcionalidade característica do meio poroso,
foi possível formular a equação para o fluxo de fluido horizontal em meio poroso (Equação 04):
𝑘𝐴∆𝑝
𝑞= (Equação 04)
𝜇𝐿
Nessa equação a constante (𝑘) é justamente o valor da permeabilidade absoluta, no qual sua
unidade de medida é denominada Darcy, ou suas variações recorrentes, como miliDarcy ( 𝑚𝐷), por
exemplo.
mesmos princípios do experimento de Darcy. No qual a amostra de rocha a ser analisada corresponde
Por fim, vale lembrar que essa formulação foi estabelecida para experimentos controlados e em
reservatório real é necessário ajustar diversos fatores, tais como: tipo de fluxo (laminar ou turbulento),
direção do fluxo (linear ou radial), associações litológicas (em série ou paralelo), dentre outros.
SATURAÇÃO DE FLUIDOS
Uma outra característica altamente relevante na indústria do petróleo é saber quais e qual a
quantidade de cada tipo de fluido presente na rocha. Isso porque o valor econômico do reservatório é
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
mais valioso do que este mesmo reservatório, caso fosse constituído principalmente de água.
saturação (𝑆𝑓 ) de um determinado fluido é dada pela fração do volume de poros (𝑉𝑝 ) que é ocupada pelo
𝑉𝑓
𝑆𝑓 (%) = 𝑉𝑝
𝑥100 (Equação 05)
forma, se uma rocha contiver apenas um único tipo de fluido, a saturação deste será de 100%.
Com relação a medição, a determinação da saturação de fluidos pode ser feita por métodos diretos
física da rocha, tais como: registros elétricos de perfilagem dos poços ou medidas de pressão capilar.
formação. Vale ressaltar, entretanto, que a medição direta é falha, isso porque diversos fatores alteram a
Um desses fatores, por exemplo, pode ser a lama utilizada na perfuração que penetra os poros da
formação. Ou também a redução de pressão, que acaba acarretando uma liberação de gás em solução e
É justamente por fatores de influência como estes, que são realizados diferentes prévios
procedimentos laboratoriais, como a imersão da amostra em óleo diesel, quando se deseja medir a
saturação somente de água, ou até mesmo o ato de revestir a amostra com parafina, para evitar a
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
entendimento das propriedades dos fluidos e das rochas que compõe o sistema petrolífero. Essas
propriedades são essenciais para prever o comportamento do reservatório, possibilitando com isso a
Dentre as propriedades dos fluidos podem ser citadas: viscosidade, compressibilidade, fator
volume de formação, pressão de saturação, razão de solubilidade, dentre outras. Já com relação as
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
De Ghetto G et al. (1995). Pressure-volume- temperature correlations for heavy and extra heavy oils. International
Gomes GB (2008). Análise estatística de correlações pvt de petróleos. Universidade Federal do Espírito
Montalvo MEDA (2008). Escoamento de emulsões óleo em água atrtavés de micro-capilares. Pontifícia
Rosa LAS et al. (2006) Engenharia de reservatório de petróleo. 1 ed. Rio de Janeiro: Interciência. 808p.
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A ARTE DA ELEVAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO
ÍNDICE REMISSIVO
B
P
base de água, 29, 30, 31, 35, 37
porosidade, 41, 42, 43, 46
base de óleo, 29, 30, 31, 32, 37
pvt, 39, 46
base sintética, 29, 31, 37
brocas, 11, 13, 15, 28, 37 R
C recompletação, 24
canhoneio, 18, 19, 21 S
cimentação, 19, 20
circulação, 10, 12, 13, 22, 31, 32, 33, 36 saturação de fluidos, 44, 45, 46
correlações, 39, 40, 41, 46
T
D tratamento, 13, 28, 29, 34, 43
direcional, 4, 6, 7, 8, 16
V
F vertical, 4, 6, 7, 8, 9, 10, 16
fluidos especiais, 35
fraturamento hidráulico, 19, 21 W
workover, 24
H
horizontal, 4, 6, 8, 9, 16, 44
|47
SOBRE OS AUTORES
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