PROJECTO

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Índice
CAPÍTULO I..............................................................................................................................4
1. Introdução...........................................................................................................................4
CAPÍTULO II............................................................................................................................5
2. CASAMENTOS PREMATUROS EM MOÇAMBIQUE..................................................5
2.1 Casamentos Prematuros em Moçambique entre 2016-2019.......................................5
2.2 Justificativa..................................................................................................................5
2.3 Situação Problema.......................................................................................................5
2.4 Quais são os factores que influenciam aos casamentos prematuros em Moçambique?
5
2.5 Hipótese.......................................................................................................................6
2.5.1 Mudança sociocultural.........................................................................................6
2.5.2 Manter as raparigas na escola..............................................................................6
2.5.3 Empoderamento económico da mulher................................................................7
2.5.4 Reforma legal.......................................................................................................7
2.6 Objectivos....................................................................................................................8
2.6.1 7.1 Objectivo Geral:.............................................................................................8
2.6.2 7.2 Objectivo Específico......................................................................................8
2.7 QUADOR TEÓRICO..................................................................................................8
2.8 Metodologia.................................................................................................................9
2.8.1 Tipo de abordagem na pesquisa...........................................................................9
2.8.2 Tipo de pesquisa quanto ao Nível de Investigação e objetivos............................9
2.8.3 Tipo de pesquisa quanto ao Procedimento e a Fonte de informação O tipo de
pesquisa quanto aos procedimentos e fonte temos:............................................................9
2.8.4 Técnica de coleta de dados...................................................................................9
CAPÍTULO III.........................................................................................................................10
3. Fundamentação Teórica....................................................................................................10
3.1 Casamentos Prematuros em Moçambique.................................................................10
3.1.1 Análise da Situação............................................................................................12
3.2 Abordagens positivas para reduzir os casamentos prematuros.................................13
3.3 Eixos Estratégicos.....................................................................................................14
3.3.1 Comunicação e mobilização social....................................................................14
3.3.2 Acesso à Educação de qualidade e retenção......................................................14
3.3.3 Empoderamento das crianças do sexo feminino................................................15
3

3.3.4 Saúde Sexual e Reprodutiva...............................................................................15


3.3.5 Mitigação/resposta e Recuperação.....................................................................16
3.3.6 Quadro político legal..........................................................................................16
4. Cronograma das Actividades............................................................................................17
5. Orçamento.........................................................................................................................18
6. Referencias Bibliográficas................................................................................................19

Índice de Figuras

Figura 1: Analise da Situação dos Casamentos Prematuros - Fonte: INE, 2011....................12


Figura 2: Representação Percentual de cada Província............................................................13
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CAPÍTULO I

1. Introdução
Uma em cada dez raparigas moçambicanas está casada aos 15 anos e metade estão casadas
aos 19 anos de idade. Este índice elevado de casamentos prematuros em Moçambique tem
atraído a atenção de vários seguimentos da sociedade, instituições do Governo, organizações
da sociedade civil e parceiros no fortalecimento de acções de advocacia e sensibilização para
a eliminação desta prática. Neste trabalho vou desenvolver o tema Casamentos prematuros
em Moçambique, seus factores e esforços que estão a ser feitos para reverter esta
problemática.
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CAPÍTULO II

2. CASAMENTOS PREMATUROS EM MOÇAMBIQUE

2.1 Casamentos Prematuros em Moçambique entre 2016-2019

2.2 Justificativa
Moçambique está entre os dez países do mundo com a maior prevalência de casamentos
prematuros.
Análises baseadas em Inquéritos Demográficos e de Saúde (IDS) realizados no país mostram
que cerca de 10% das mulheres moçambicanas estão casadas aos 15 anos e metade aos 19
anos (Silva-Leander, Basak & Schneider, 2014). Esta situação expõe as jovens mulheres ao
risco de uma gravidez/maternidade precoce e suas consequências negativas para a saúde e
desenvolvimento social das jovens mães e dos seus filhos (Arnaldo, Frederico & Dade,
2014).
Estes esforços também têm sido direccionados para estudos que permitam um melhor
conhecimento da magnitude, tendências, determinantes e impacto dos casamentos
prematuros, como forma de obter informação para a concepção e desenho de políticas,
(CECAP, 2015; UNICEF, 2015).

2.3 Situação Problema


Os casamentos prematuros são um flagelo social em Moçambique. Milhares de raparigas,
principalmente nas zonas rurais do país, são vítimas desta prática nociva que afecta
negativamente a sua sobrevivência e desenvolvimento, privando-as de ter acesso aos serviços
de protecção, educação, saúde e outros, que garantam a realização dos seus direitos como
crianças e raparigas.

O presente projecto de pesquisa visa aprofundar de forma clara e precisa, todos os aspectos
ligados ao fenómeno dos casamentos prematuros, procurando destacar as causas e
consequências do fenómeno em questão.

2.4 Questão Norteada: Quais são os factores que influenciam aos casamentos
prematuros em Moçambique?
A pressão económica sobre as famílias e o incentivo que é o “preço de venda” das raparigas
para o casamento em troca de valores monetários ou bens materiais, aparece como um dos
factores que faz com que os pais e ou famílias entreguem suas filhas menores para o
casamento forçado.
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 Pressões e Incentivos económicos -- Incentivos materiais de compensação (lobolo);


Redução de despesas familiares (menos uma boca para alimentar)
 Factores socioculturais -- Normas sobre idade apropriada para o casamento definidas
por líderes comunitários; Não há precepção dos benefícios de se adiar o casamento;
Ritos de iniciação sexual;
 Educação -- Raparigas que completaram o ensino secundário têm 53% menos
probabilidade de estarem casadas antes dos 18 anos do que raparigas que não tiverem
acesso à educação;
 Religião -- Meninas em agregados familiares religiosos (especialmente de fé
muçulmana) têm menos probabilidade de se casar do que crianças em famílias que
não seguem uma religião;
 Região -- Há mais casamentos prematuros nas áreas rurais; 56% das mulheres entre
20-24 anos casaram antes dos 18 em áreas rurais e 36% em áreas urbanas.

2.5 Hipótese

2.5.1 Mudança sociocultural.


Poucos progressos serão feitos para a eliminação dos casamentos prematuros a menos que as
normas culturais que fomentam e promovem os casamentos prematuros sejam mudadas. O
casamento é uma instituição moldada pelas atitudes sociais, por isso provocar mudanças para
que o casamento ocorra mais tarde através de intervenções com foco em famílias individuais,
não é susceptível de provocar alterações de atitudes e comportamentos ao nível mais amplo
da comunidade. O trabalho com os lideres tradicionais, igrejas e mesquitas, assim como com
as raparigas que se encontram no comando dos ritos de iniciação, é crucial para transmitir os
benefícios de se retardar o casamento. Isto pode ser suplementado por meio de campanhas
através dos, mas Mídias, incluindo as rádios comunitárias.

2.5.2 Manter as raparigas na escola.


Decorrente do abandono escolar por parte das raparigas devido ao casamento prematuro, e
para que elas possam completar a escola primária e fazer a transição e manterem-se na escola
secundária, é crucial que a escola e o casamento sejam mutuamente exclusivos – embora
medidas podem e devem ser tomadas para proporcionar oportunidades para que as raparigas
já casadas voltem para a escola. A baixa qualidade da educação leva alunos (tanto rapazes
como raparigas) a abandonaram e não completarem o ensino, portanto aumentar a qualidade
da educação é uma estratégia chave para manter as raparigas na escola.
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2.5.3 Empoderamento económico da mulher.


As raparigas e suas famílias precisam de melhorar as suas perspectivas económicas. Somente
quando as famílias e as raparigas poderem colher os benefícios económicos do investimento
na sua educação, através de um maior poder aquisitivo na vida adulta, é que as famílias e as
próprias raparigas poderão visualizar o investimento na educação como um incentivo muito
forte para atrasar a idade de casamento. Isto requer uma atenção muito especial para a
mulher, na criação de programas de emprego, educação técnica e vocacional, e a expansão do
acesso as micro-finanças entre outras medidas de empoderamento das raparigas
economicamente pobres. As transferências monetárias também podem jogar um papel
importante na redução das pressões económicas dos agregados familiares que influenciam a
ocorrência dos casamentos prematuros.

2.5.4 Reforma legal.


A idade legal para o casamento é 18 anos segundo a Lei da Família (Lei 10/2004) e a Lei de
Promoção e Protecção dos Direitos da Criança (Lei 7/2008). No entanto, existe uma lacuna
nesta legislação, permitindo o casamento aos 16 anos com o consentimento dos pais
(ironicamente com nenhuma menção do consentimento da criança). Uma vez que a maioria
destes casamentos prematuros resultam de acordos familiares, a actual legislação acaba
conferindo cobertura legal ao casamento de crianças que tenham a idade de 16 anos.
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2.6 Objectivos

2.6.1 7.1 Objectivo Geral:


O tema em analise tem como objectivo apresentar dados sobre os Casamentos Prematuros
em Moçambique entre 2016-2019.

2.6.2 7.2 Objectivo Específico


 Tem como objectivo especifico responder a questão factores que influenciam os
casamentos prematuros em Moçambique.
 Identificar as possíveis causas por de trás do fenômeno de casamentos prematuros em
Moçambique entre 2016-2019;

2.7 QUADOR TEÓRICO


Casamento: Casamento é a união voluntaria entre duas pessoas que desejam construir uma
família, formando um vínculo conjugal que está baseado nas condições dispostas pelo direito
civil.

Prematuro: Segundo alguns dicionários da língua portuguesa, em particular o “Dicionário


Aurélio”, a palavra prematuro significa precoce.

Precoce: Que se produz antes do tempo normal, Imaturo (Que ainda não atingiu a
maturidade, que não é maduro)

Portanto:

Casamento prematuro: É a união voluntária entre duas pessoas imaturas, que desejam
construir uma família, porém em outros casos é a união de um adulto com uma criança, ainda
em fase de crescimento.

Tipos de casamentos prematuros predominantes em Moçambique: Em Moçambique


predominam três tipos de casamentos prematuros, nomeadamente:

 Após a realização dos ritos de iniciação;


 Quando uma criança é predestinada a casar-se com um homem mais velho;
 Durante os ritos de iniciação.
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2.8 Metodologia

2.8.1 Tipo de abordagem na pesquisa


Quanto ao tipo de abordagem na pesquisa optou-se pela:

Revisão Bibliográfica

Sendo o tema de pesquisa “Casamentos Prematuros em Moçambique entre 2016-2019”, essa


forma de abordagem vai facilitar na obtenção de resultados adequados ao problema, na
medida em que que vai se analisado de pesquisas já feitas por organizações e o Governo com
vista a dar a conhecer os trabalhos já feitos e sendo feitos para o combate a esta questão.

2.8.2 Tipo de pesquisa quanto ao Nível de Investigação e objetivos


O tipo de pesquisa quanto ao nível de investigação e objetivos optou-se pela:

Nível Pesquisa Bibliográfica


Objetivo Pesquisa Compratória

2.8.3 Tipo de pesquisa quanto ao Procedimento e a Fonte de informação O tipo de


pesquisa quanto aos procedimentos e fonte temos:

Procedimento Pesquisa não - Experimental


Fonte Pesquisa Bibliográfica

2.8.4 Técnica de coleta de dados


A técnica de colecta de dados optou-se pela revisão bibliográfica
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CAPÍTULO III

3. Fundamentação Teórica
3.1 Casamentos Prematuros em Moçambique
O casamento prematuro é um dos problemas mais graves de desenvolvimento humano em
Moçambique mas que ainda é largamente ignorado no âmbito dos desafios de
desenvolvimento que o país persegue – requerendo por isso uma maior atenção dos decisores
políticos.
Moçambique é um dos países ao nível mundial com as taxas mais elevadas de prevalência de
casamentos prematuros, afectando cerca de uma em duas raparigas, representando uma
grande violação dos direitos humanos das raparigas. Esta situação influencia negativamente
os esforços para a redução da pobreza e o alcance dos Objectivos de Desenvolvimento do
Milénio
(ODMs) - em particular influenciando para que as raparigas fiquem grávidas precocemente e
deixem ter acesso a educação, aumentando os riscos de mortalidade materna e infantil.
A pressão económica exercida sobre os agregados mais pobres e as práticas socioculturais
prevalecentes, continuam a conduzir as famílias a casarem as suas filhas cada vez mais cedo,
quando as raparigas ainda não atingiram maturidade suficiente para o casamento e para a
gravidez ou para assumirem a responsabilidade para serem esposas e mães. A maior parte das
desistências escolares estão ligadas a gravidez precoce nas raparigas, numa fase do seu
desenvolvimento físico e emocional em que elas ainda não se encontram preparadas para
gerar uma criança, com consequências bastante sérias para a sua saúde e para a sobrevivência
dos seus filhos.
Moçambique encontra-se em 10° lugar no mundo entre os países mais afectados pelos
casamentos prematuros, atendendo os dados relacionados com a proporção de raparigas com
idades entre os 20-24 anos que se casaram enquanto crianças, isto é, antes dos 18 anos de
idade. A maior parte destes casamentos são de facto uniões, mais do que casamentos
legalmente registados, mas são usualmente formalizados através de procedimentos
costumeiros como
o pagamento do lobolo para a família da rapariga.
Com a aprovação da Estratégia Nacional para a Prevenção e Combate dos Casamentos
Prematuros - 2016-2019, o Governo de Moçambique reitera o seu compromisso na
implementação dos direitos e definição de acções prioritárias a serem implementadas pelas
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instituições do Estado, da sociedade civil, do sector privado, das Organizações Não


Governamentais e demais intervenientes, visando o combate dos casamentos prematuros.

Moçambique é o décimo país com a prevalência mais elevada. De acordo com o Inquérito
Demográfico e de Saúde (IDS) de 2011, 14% das mulheres entre os 20 e 24 anos de idade
casaram antes dos 15 anos e 48% antes dos 18 anos de idade, uma situação que requer uma
intervenção coordenada dos vários sectores da sociedade.

Os casamentos prematuros constituem uma violação dos direitos humanos e têm como
consequências a (i) perpetuação da pobreza, a (ii) violência contra o género, (iii) problemas
de saúde reprodutiva e a (iv) perda de oportunidades de empoderamento por parte das
crianças do sexo feminino e mulheres. Os Países que apresentam uma taxa elevada de
casamentos prematuros tendem a ter um Produto Interno Bruto baixo. A pobreza é um
determinante dos casamentos prematuros tal como a violência e a discriminação baseada no
género.

Actualmente emerge uma maior consciencialização de que os casamentos prematuros


comprometem a possibilidade de se atingir os objectivos quatro e cinco de Desenvolvimento
do Milénio (ODM) que apelam para uma redução de dois terços da taxa de mortalidade de
crianças de menos de cinco anos e para três quartos, nas mortes maternas, até 2015. Os
casamentos prematuros também comprometem o alcance da meta de educação para todos.

Com efeito, o Governo Moçambicano, com a participação da sociedade civil, lançou em


2011, uma campanha nacional de Tolerância Zero à Violência e ao Abuso de Crianças. O
Plano de Acção da Criança (PNAC II) definiu acções para a prevenção e combate dos
casamentos prematuros (Meta 10). A Conferência da Mulher e Género, realizada em 2014,
teve como um dos temas principais os casamentos prematuros e concluiu ser necessária a
definição de uma estratégia contra os casamentos prematuros.

Inserida no contexto da Campanha para Eliminação dos Casamentos Prematuros em África, o


Governo Moçambicano lançou em Julho de 2014, a Campanha Nacional de Prevenção e
Combate aos Casamentos Prematuros.

A Estratégia Nacional de Prevenção e Combate dos Casamentos Prematuros baseia-se na


Constituição da República de Moçambique de 2004, que destaca a igualdade de direitos entre
mulheres e homens em todos os domínios, e na Declaração Universal dos Direitos Humanos
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(1948) a qual, no artigo 2º, reconhece que toda a pessoa tem todos os direitos e liberdades
proclamados na Declaração, sem distinção de raça, cor, sexo, língua ou religião.

Em Moçambique, a idade núbil está fixada em 18 anos. Contudo, a Lei da Família define que
“a mulher ou homem com mais de dezasseis anos, a título excepcional, pode contrair
casamento, quando ocorram circunstâncias de reconhecido interesse público e familiar e
houver consentimento dos pais ou dos representantes legais”.

3.1.1 Análise da Situação


Na análise da situação dos casamentos prematuros constatou-se o seguinte:

As famílias que vivem nas zonas rurais, nas regiões Norte e Centro do País e as famílias mais
pobres são as que apresentam maior tendência para a prática de casamentos prematuros.

De acordo com os dados do IDS 2011, a Província do Niassa regista 24% de mulheres entre
os 20 e 24 anos de idade casadas antes dos 15 anos de idade, seguida de Zambézia, Sofala e
Nampula com 17% cada. No concernente aos casamentos antes dos 18 anos, Nampula regista
62%, Cabo Delgado 61%, Manica 60% e Niassa (56%).

Figura 1: Analise da Situação dos Casamentos Prematuros - Fonte: INE, 2011.

Em números absolutos, Nampula constitui a Província com mais jovens casadas antes dos 15
anos (35,365) e antes dos 18 anos (129,604), ultrapassando a Zambézia (com 34,681 e 95,525
respectivamente). O destaque das províncias de Nampula e Zambézia é claro na ilustração 1
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do gráfico abaixo, que mostra o peso de cada província no que respeita ao número de crianças
do sexo feminino casadas antes dos 18 anos de idade.

Figura 2: Representação Percentual de cada Província

Os contextos específicos socioeconómicos e culturais determinam a existência de casamentos


prematuros. As províncias da zona Norte registam maiores índices de casamentos
prematuros. A região Centro é medianamente afectada, enquanto na região Sul verificam-se
taxas de prevalência reduzidas.

Há evidências que demonstram que as filhas dos agregados mais pobres casam mais cedo. Há
indicação de que os dois quintis de população mais rica registam uma taxa reduzida de
casamentos precoces do que os restantes três quintis mais pobres.

3.2 Abordagens positivas para reduzir os casamentos prematuros


Os desafios relacionados com a pobreza, a desigualdade de género, a violência contra a
mulher, o fraco acesso à escola por parte das raparigas, a prevalência de práticas sociais
prejudiciais, o quadro legal são determinantes do casamento prematuro e requerem uma
abordagem integrada, que inclua programas comunitários dirigidos às raparigas, pais e líderes
comunitários campanhas dos órgãos de informação e liderança e engajamento activos de
Parlamentares que se consubstanciam no seguinte:
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Abordagem 1: Empoderamento das raparigas com informação, habilidades e redes de apoio


para aumentar os conhecimentos sobre si próprias, o mundo que as rodeia e que sejam
capazes de tomar decisões sobre as suas vidas.

Abordagem 2: Sensibilizar pais e mobilizar os membros da comunidade, incluindo os líderes


tradicionais e praticantes de medicina tradicional. Sendo as normas sociais a força motora da
prática dos casamentos prematuros, as intervenções são dirigidas à mudança das suas atitudes
em relação a esta prática.

Abordagem 3: Melhorar o acesso e a qualidade de educação das crianças em especial das


raparigas. Fornecer incentivos económicos, bolsas de estudo, uniformes e alimentos para
incentivar as raparigas a matricular-se ou a permanecer nas escolas.

Abordagem 4: Oferecer apoio económico e incentivos para as raparigas e suas famílias,


através de transferências sociais monetárias e em espécie, para as raparigas ou suas famílias.

Abordagem 5: Desenvolver um quadro politico-legal que estabeleça a idade mínima legal


para o casamento em 18 anos e capacitar os funcionários públicos para a sua implementação.

3.3 Eixos Estratégicos


3.3.1 Comunicação e mobilização social
O envolvimento das matronas e mestres dos ritos de iniciação, líderes religiosos, fazedores de
opinião, activistas e outros é importante para influenciar a alteração de comportamentos em
relação às crianças, especificamente as crianças do sexo feminino, e, em relação ao
casamento prematuro. O seu engajamento na mudança de atitude em relação às crianças é
fundamental para o sucesso da presente estratégia.

O acesso à informação e aos meios de comunicação têm impacto positivo na mudança de


normas sociais. A divulgação de mensagens através da rádio, televisão, jornais, revistas e
telemóveis como meios de divulgação de informação influencia a adopção de
comportamentos positivos em relação às crianças.

3.3.2 Acesso à Educação de qualidade e retenção


O Governo de Moçambique está a implementar políticas no sector de Educação e
Desenvolvimento Humano, as quais visam aumentar a participação da Criança do sexo
feminino na escola, com destaque para a abolição da taxa de matrícula no ensino básico e o
aumento do número de salas de aulas, entre outras medidas que resultam no aumento do
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acesso das crianças, especialmente do sexo feminino, à educação contudo, prevalece o


desafio para assegurar a retenção das raparigas na escola.

O empoderamento e a educação das crianças do sexo feminino têm como consequências


positivas a melhoria da saúde materna, a redução da mortalidade infantil, o aumento dos
níveis de nutrição familiar e o crescimento da força de trabalho e a oportunidade de
crescimento económico. As crianças do sexo feminino mais capacitadas podem aspirar a uma
vida profissional e à independência como alternativa ao casamento.

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PRONAE) é um programa do Ministério da


Educação e Desenvolvimento Humano, que consiste na suplementação das necessidades
nutricionais dos alunos matriculados, através do fornecimento de uma refeição diária aos
alunos, aliada a uma educação nutricional.

Os programas de saúde escolar e nutrição contribuem para manter as crianças na escola e


promover uma educação de qualidade. Moçambique tem um programa de saúde escolar que
faz parte do programa nacional integrado do sector de Saúde.

3.3.3 Empoderamento das crianças do sexo feminino


Os determinantes económicos associados às normas sociais, desigualdade, exclusão,
marginalização e insegurança, contribuem para a prevalência da prática dos casamentos
prematuros. Factores culturais relacionados com os ritos de iniciação são igualmente
apresentados como um factor associado aos casamentos prematuros.

Muitas crianças do sexo feminino são vítimas de abuso sexual ou violência e não denunciam
o infractor às autoridades devido ao estigma que esses crimes trazem à própria vítima. A
maioria das famílias prefere resolver os casos de abuso sexual fora dos tribunais, por via de
indemnização ou casamento. As crianças, especialmente as crianças do sexo feminino e
seus/suas encarregados/as de educação, precisam de ter instrumentos e poderes para quebrar
o silêncio e denunciar às autoridades locais os casos de abuso e violência doméstica,
incluindo os casamentos prematuros. Melhorar o nível escolar, adquirir qualificações
profissionais e ter acesso ao crédito, são formas de empoderar as crianças do sexo feminino.

3.3.4 Saúde Sexual e Reprodutiva


Ao casar precocemente, a criança do sexo feminino abandona a escola e passa a assumir o
papel de mulher e esposa sendo forçada a manter relações sexuais com um homem,
geralmente mais velho, não escolhido por ela.
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A violência praticada contra a criança atenta contra a sua dignidade, liberdade e


desenvolvimento e influencia negativamente, a sua personalidade e o seu futuro.

As crianças do sexo feminino, nos casamentos prematuros, dependem economicamente dos


maridos e não têm formação profissional de qualquer tipo. Esta situação faz com que as
crianças do sexo feminino sejam expostas a muitos riscos tais como o abuso sexual, violência
doméstica, gravidez precoce, risco de mortalidade materno-infantil e de fístula obstétrica que
podem ter efeitos devastadores na sua saúde e desenvolvimento futuro, pelo facto de o seu
sistema reprodutivo não estar totalmente formado, bem assim à falta de informação e de
assistência médica.

3.3.5 Mitigação/resposta e Recuperação


Em Moçambique, o casamento antes dos 16 anos é ilegal, sob qualquer circunstância. Nos
termos da Lei de Família de 2004, a idade legal para o casamento, sem consentimento
parental passou dos 16 para os 18 anos. A idade mínima para que um casamento se possa
realizar, com o consentimento parental, foi aumentada dos 14 para os 16 anos, abrindo assim
a possibilidade de realizar o casamento de uma rapariga entre os 16 e 18 anos de idade sem
que se verifique o seu consentimento.
As crianças, especialmente as raparigas, e seus cuidadores precisam ter poderes para quebrar
a cultura do silêncio e para capacitá-los a denunciar à Polícia ou as autoridades locais, casos
de abuso e violência doméstica, incluindo o casamento forçado.

Para além da realização de campanhas de sensibilização e de formação de líderes e juízes


comunitários, sobre os direitos da Criança e sobre o impacto negativo dos casamentos
prematuros é necessário disponibilizar serviços de atendimento às vítimas.
Existe em Moçambique um Mecanismo de Atendimento Integrado às Vítimas de Violência e
os Gabinetes de Atendimento da Mulher e Criança Vítima de Violência. A Estratégia
Nacional de Segurança Social Básica para 2015-2019, também deverá garantir o atendimento
das crianças envolvidas nos casamentos prematuros, vivendo em situação de pobreza.

3.3.6 Quadro político legal


A Constituição da República defende os direitos das crianças à protecção da família, da
sociedade e do Estado, tendo em vista o seu desenvolvimento integral e acesso aos cuidados
necessários ao seu bem-estar, à opinião e à participação nos assuntos que lhes dizem respeito,
em função da sua idade e maturidade. Outras medidas que têm sido adoptadas pelo Governo
são a criação do Conselho Nacional dos Direitos da Criança (CNAC) e da Comissão de
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Direitos Humanos e do Parlamento Infantil, bem como a sensibilização para as questões dos
direitos da Criança nos meios de comunicação social.
A idade núbil em Moçambique está fixada nos 18 anos, por força da Lei da Família vigente
(Lei nº 10/2004, de 25 de Agosto) a qual também estipula que “a mulher ou o homem com
mais de dezasseis anos, a título excepcional, pode contrair casamento, quando ocorram
circunstâncias de reconhecido interesse público e familiar e houver consentimento dos pais
ou dos legais representantes”.
De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, o consentimento “livre e
pleno” não pode ser reconhecido se uma das partes envolvidas não tiver maturidade para
tomar uma decisão informada sobre o parceiro para a vida.
A Carta Africana sobre os Direitos e Bem-Estar da Crianças estabelece no seu artigo 21 que
os estados signatários devem tomar medidas legais específicas para a eliminação do
casamento de crianças e a promessa de casamento de meninas e rapazes com menos de 18
anos de idade. Assim, a legislação Moçambicana deve ser revista para se adequar aos
compromissos internacionais assumidos.
Além de mais, a capacidade de implementação da lei é limitada e os casamentos prematuros
continuam a ser frequentes ao abrigo do direito consuetudinário, impondo-se a sensibilização
dos líderes tradicionais e religiosos, das mestres e das matronas sobre este assunto.

3.4 Cronograma das Actividades

Período (Maio)
Actividades 1ª SM 2ª SM 3ª SM 4ª SM

Escolha do tema X

Levantamento Bibliográfico X

Leitura de obras X

Analise critica do material X

Elaboração do projecto X
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Entrega do projecto X

Apresentação X

3.5 Orçamento
Itens Quantidade Valor Unitário Valor Total

Papel A4 40 folhas 1.00,00 Mt 40,00 Mt

Caneta 1 10,00 Mt 10,00 Mt

Lápis 1 8,00 Mt 8,00 Mt

Borracha 1 10,00 Mt 10,00 Mt

Internet 4 horas 30,00 Mt 60,00 Mt

Digitação 19 paginas 40,00 Mt 760,00 Mt

Encadernação 1 40,00 Mt 40,00 Mt

Transporte 1 100,00 Mt 100,00 Mt

Lanche 3 50,00 Mt 150,00 Mt

Total 1.178,00 Mt
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4. Referencias Bibliográficas
http://www.unicef.org.mz/estrategia-nacional-de-prevencao-e-combate-aos-casamentos-
prematuros-2016-2019/ (Dia 19 de Maio de 2019 pelas 14:51h)

http://cepsamoz.org/wp-content/uploads/2017/05/CEPSA_BROCHURA-_Casamentos-
Prematuros_Completo_Final.pdf (Dia 19 de Maio de 2019 pelas 13:00h)

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