Reacoes Ao Meio de Contraste PDF
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CATEGORIA: EM ANDAMENTO
SUBÁREA: Enfermagem
A crescente utilização dos meios de contraste na tomografia computadorizada tem seu uso
cada vez mais presente na medicina preventiva, elucidatória e diagnóstica, as pesquisas
realizadas sobre os (MCI) até a atualidade não provam que as reações adversas a estes
sejam devidas ao seu conteúdo em iodo, mesmo assim o processo de dessensibilização
que consiste na administração de anti-histamínicos e corticosteroide 12h e 2h antes da
injeção da realização do exame, está cada vez mais presente nos hospitais e clínicas que
realizam este procedimento, protocolos foram criados para garantir uma segurança efetiva e
eficaz ao paciente que será exposto ao meio de contraste iodado (MCI) utilizado, assim
proporcionando maior segurança para a equipe profissional que irá executa-lo. A
enfermagem está cada vez mais inserida neste contexto, pois dela irá partir todo o processo
de histórico e anamnese do paciente, dessa forma procurando levantar o maior número de
dados e assim orientando de forma mais adequada e eficaz para a realização do exame,
tendo como o principal item a segurança de todos os envolvidos; paciente e profissional.
Nesse projeto pretendo abranger o efeito do meio de contraste utilizado na tomografia, por
via oral, endovenosa e retal, em pacientes submetidos a esse tipo de exame. Relatando as
reações ao contraste, as quais os pacientes foram submetidos e as intercorrências por eles
vividas e apresentação de técnicas inovadoras para diminuir os efeitos colaterais aos
exames de contraste, realizados na cidade de São Sebastião - SP.
2. INTRODUÇÃO
Exames contrastados são exames radiológicos que utilizam meios de contraste para
realçar estruturas anatômicas que não são evidenciadas na imagem radiológica
convencional. Os (MCI) foram introduzidos na prática clínica em 1950 e desde então têm
sido amplamente empregados, principalmente depois do advento da tomografia
computadorizada (FELIX,2013).
Todo local, seja clínica ou hospital, estabelece suas práticas e rotinas para a
execução dos exames contrastados. O equipamento utilizado para a execução desses
exames geralmente é a fluoroscopia. Nesse trabalho será enfatizado o contraste utilizado
em Tomografia.
É importante compreender a abordagem ao usuário, características técnicas, assim
como ter conhecimento da anatomia morfofuncional e das patologias que podem ser
visibilizadas por meio dos exames contrastados.
Os exames realizados na tomografia computadorizada serão apresentados com base nos
sistemas;
São eles:
Sistema Nervoso, que engloba o Tecido Nervoso, Encéfalo, Medula espinhal, Tronco
Encefálico, Cerebelo, Meninges, Vascularização e SN Periférico.
Sistema Muscular, que engloba a Face, ATM, Pescoço, Tórax, Abdome, Dorso, Membros
superiores e inferiores.
Sistema Respiratório, que engloba o Nariz, Faringe, Laringe, Traqueia, Brônquios e
Pulmões.
Sistema Cardiovascular, que engloba coração e vasos sanguíneos, geralmente nesse
sistema se realiza a Angiotomografia que pode diagnosticar problemas em todo o sistema
circulatório, como aneurismas e obstruções dos vasos sanguíneos.
Sistema Digestório, que engloba a Boca, Faringe, Esôfago, Estômago, Duodeno, Intestino
grosso, Intestino Delgado, Reto e Ânus.
Sistema Urinário, Rins, Glândula suprarrenal, Veia renal, Artéria renal, Ureter, Bexiga e
Uretra.
Sistema Reprodutor Feminino, Útero, Ovários, Tubas uterinas e Vagina.
Sistema Reprodutor Masculino, Próstata, Escroto, Testículos, Epidídimo, Pênis, Canal
deferente, vesícula seminal e glândula bulbouretral.
Sistema Linfático, que engloba a circulação linfática e os órgãos linfáticos.
Sistema Endócrino, que engloba a Hipófise, Glândulas Tireóide, Paratireóides e
suprarrenais, Pâncreas, Timo, Gônadas e Glândula Pineal.
Sistema Tegumentar, que engloba a pele.
Sistema Articular, que engloba as Articulações Fibrosas, Cartilagíneas e Sinoviais.
Sistema Esquelético, Axial e Apendicular, não há necessidade da utilização de contraste
V.O. ou Endovenosa e geralmente para esse sistema e solicitado a Ressonância Magnética
( SUGAWARA, 2004), ( NOBREGA,2010).
Meios de Contraste
A Tomografia computadorizada tem sido um exame radiológico de ampla indicação e
escolha para fins diagnósticos, principalmente na última década. No entanto, apesar de ser
bastante elucidativo, em diversos casos, o procedimento oferece riscos associados à
exposição à radiação e ao meio de contraste iodado. Sobre estas questões é escassa a
disponibilidade de publicações na literatura de enfermagem (JUCHEM, 2004). A falta de
critérios adequados na utilização do meio de contraste poderá causar ao paciente dados
preocupantes e muitas vezes irreversíveis, sendo o papel do enfermeiro de extrema
importância, tendo em vista que possíveis complicações serão evitadas a partir de uma
eficaz atuação do mesmo.
Propriedade do meio de contraste
Os meios de contraste iodado são compostos que contém o iodo como elemento
radiopaco, e quando presente em determinado órgão, absorve mais radiação do que as
estruturas anatômicas que o circundam (DIAS, BARROS, GRILLO,2013). Os contrastes
iodados são geralmente classificados por possuírem características físico-químicas
relevantes no aparecimento das reações adversas. Assim são classificados de acordo a sua
capacidade de dissociação quando em solução.
- Os iônicos de alta osmolalidade que, quando em solução, dissociam-se em íons.
- O não-iônico de baixa osmolalidade que, quando em solução não se dissociam em íons.
- E o não-iônico isosmolar que mantém a osmolalidade semelhante a do plasma.
Pesquisas apontam que ambas as formas não-iônicas diminuem o risco de ocorrência de
reações adversas ao contraste iodado, devido a sua característica de não aumentar a
osmolalidade plasmática (DIAS, BARROS, GRILLO,2013). Atualmente o contraste iodado
mais utilizado é o contraste não-iônico de baixa osmolaridade, sendo este com índice de
reações de forma leve, mas salientamos que o risco de óbito e reações graves não se pode
prever.
Capacidade de dissociação:
Iônicos: quando em solução, formam um composto iônico. Ânions e cátions se dissociam.
Não-iônicos: quando em solução não se dissociam (SUGAWARA, DAROS,2004).
Composição química:
Iodados: contêm o elemento iodo como agente radiopaco.
Não iodados: não contêm elemento iodo em sua composição (SUGAWARA, DAROS,2004).
Natureza química:
Orgânicos: contêm o elemento químico carbono em suas moléculas.
Inorgânicos: não contêm o elemento químico carbono em suas moléculas.
(SUGAWARA, DAROS,2004).
Solubilidade:
Hidrossolúveis: são aqueles meios de contrastes solúveis em água.
Os produtos de contraste iodados são hidrossolúveis apesar da sua elevada concentração
de iodo. No caso dos MCI iónicos, a sua hidrossolubilidade depende da formação de sais de
sódio ou de meglumina e no caso dos MCI não-iónicos depende da ligação de grupos
hidrofílicos às cadeias laterais. A hidrofilia é essencial, mas pode-se tornar numa
desvantagem se ocorrer um processo de pinocitose celular, com atraso da eliminação do
contraste, que fica aprisionado a nível intra-celular. A lipofilia dos MCI iónicos aumenta a sua
capacidade de ligação às proteínas, aumentando a sua toxicidade. (SANTOS, GAIVÃO,
TAVARES, FERREIRA,2009).
Vias de Administração:
Oral: o usuário faz a ingestão do meio de contraste.
Parenteral: a administração do meio de contraste é feita via endovenosa.
Endocavitário: o meio de contraste é administrado por meio de orifícios naturais das
estruturas anatômicas, aquelas que se comunicam com o exterior.
Intracavitário: o meio de contraste é administrado por meio da parede da cavidade a ser
estudada.
Exames que utilizam meios de contrastes endovenoso, oral e retal
Os usos de meios de contrastes têm o objetivo de propiciar uma avaliação funcional e
estrutural de determinadas estruturas anatômicas. Por exemplo, quando o interesse for o
sistema excretor, utiliza-se o contraste iodado para evidenciar os rins, ureteres, bexiga -
bem como a funcionalidade destes, salvo quando houver contraindicações pela
sensibilidade ao composto químico iodo.
Tomografia de abdome
Tomografia de Tórax
Tomografia de Crânio
Tomografia de Pescoço
Tomografia de Pelve
Angiotomografia
Restrições à Administração do Meio de Contraste
Como já é de conhecimento, os meios de contrastes, podem causar reações
alérgicas. Existem condições específicas que impedem o uso de meios de contrastes em
usuário que esteja utilizando determinados fármacos, que tenha patologias e outras
condições restritivas. Pacientes que fazem uso de medicações anti-hiperglicemiante como a
Metformina são orientados a suspender o uso por 12 horas antes do exame de (MCI), e
somente retornarem o seu uso após 48 horas do exame realizado, desde que a função renal
esteja normal.
A metformina é uma droga que foi aprovada nos Estados Unidos da América, em
1994. O efeito adverso mais importante associado a esse medicamento é a acidose lática,
estimada em ocorrer em 0,184/1000 pacientes. A mortalidade desses casos é de 50%. A
metformina é excretada pelo rim por filtração glomerular. A meia vida é de três horas e
aproximadamente 90% da droga é eliminada em 24 horas. Qualquer fator que reduza a
excreção renal da metformina ou aumente os níveis plasmáticos de ácido lácteo deve ser
identificado. Insuficiência renal é uma situação de risco. A injeção intravenosa de meio de
contraste em paciente em uso de metformina é preocupante. Portanto a medicação deve ser
suspensa temporariamente nos pacientes que receberão meio de contraste IV. Se ocorrer
acumulo de metformina, resultando um acumulo de lactato. Os pacientes com maior risco
são aqueles com função renal limítrofe ou com insuficiência renal incipiente. Também é
recomendável dosar a creatinina antes da reintrodução da metformina nos pacientes que
clinicamente apresentarem redução do volume urinário (RBM-REVISTA BRASILEIRA DE
MEDICINA,2013). Nos pacientes com IRC em diálise a maior preocupação é a sobrecarga
hídrica pois os meios de contraste são hiperosmolares. A diálise remove as moléculas do
contraste. Apenas se houver insuficiência cardíaca ou se utilizado grande volume de meio
de contraste é que devemos nos preocupar em dialisar om paciente imediatamente após o
exame. Caso contrário, deve manter-se a rotina de diálise. Para os pacientes que estão com
IRC e diálise intermitente, recomenda-se utilizar exames de imagem que não dependam da
utilização de meios de contraste iodado para a sua realização. Para esses pacientes de
risco se recomenda mensuração da creatinina sérica antes do exame. Se a creatinina
estiver aumentada, devemos considerar a substituição do exame (RBM-REVISTA
BRASILEIRA DE MEDICINA,2013). A tomografia computadorizada com o uso de (MCI) não
são realizadas em gestantes.
Riscos decorrentes do uso do contraste
O usuário pode apresentar diversas reações ao usar um meio de contraste. Estas
reações podem ser classificadas como leves, moderadas, graves ou fatais.
Tempo decorrido após a administração
Muitos pacientes relatam calor e apresentam hiperemia em face, que não deve ser
associado com reação alérgica. No hospital utilizamos o meio de contraste não-iônico,
devido a menor possibilidade de o paciente vir a ter uma reação alérgica.
Dor ou ardor no local do acesso venoso pode estar relacionada com extravasamento
ou uma flebite em decorrência de uma punção venosa ter sido realizada de forma incorreta.
Sendo estas reações, quanto ao tempo, subdivididas em reações imediatas e tardias. Não
faz parte das atribuições do processo de trabalho do técnico em radiologia puncionar, este
somente deverá ser realizado pelo Enfermeiro ou Técnico de enfermagem. Sendo
necessário que se tenha um cuidado com o paciente portador do acesso venoso para que,
ao executar procedimentos não os contamine.
Protocolo de atuação reações adversas agudas ao produto de contraste
Grau I
Sintomas:
Manifestações cutâneo-mucosas:
prurido, eritema, urticária localizada ou generalizada ± angioedema
Com ou sem
Manifestações gastro-intestinais:
náuseas, vómitos
Terapêutica
Medidas Gerais:
- Interromper administração contraste e fármacos
- Oxigénio por máscara (2-4 l /min)
- Monitorização cardíaca
- Hidroxizina 1f EV se sintomas persistentes e intensos
- Hidrocortisona 1 a 3 mg/Kg EV
- Metoclopramida 10 mg EV se vómitos persistentes
Grau II
Sintomas:
Sinais cardiovasculares:
Hipotensão arterial ( PAS > 60 e < 90 mmHg)
Sinais respiratórios:
Tosse, Taquipneia, dispneia
Terapêutica
CHAMAR PLANTONISTA (BIP)
Medidas Gerais:
- Interromper administração contraste e fármacos
- Oxigênio por máscara ( 6-10 l/min)
- Monitorização cardíaca.
- Hidroxizina 1Fr EV se sintomas persistentes e intensos
- Hidrocortisona 2 a 4 mg/Kg EV
Situações Especificas:
Se Broncoespasmo ligeiro:
- Sabultamol - 2 puffs
Se Hipotensão:
- Elevação MMII
- Expansão volêmica: Lactato de Ringer 500 a 1.000 cc rápido
Grau III
Sintomas:
Colapso Cardiovascular:
- PAS, 60 mmHg
- Taquicardia ou Bradicardia
Sinais Neurológico:
- Perda de conhecimento sem parada cardiorespirátoria, crise convulsiva
Terapêutica
Medidas gerais:
Se Bradicardia < 50 bpm (Além das medidas gerais):
- Atropina EV: 0,5 mg (1 ampola), a cada 3-5 min se necessário até 3 mg
Grau IV
Sintomas:
Falência cardio-respiratória:
- Parada respiratória e/ou
- Ausência de pulso carotídeo e femoral
Medidas gerais:
Tomografia
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Proporcionar informações importantes sobre a reação do contraste durante a sua
inserção no paciente.
3. METODOLOGIA
4. DESENVOLVIMENTO
Nos artigos encontrados e utilizados para elaborar este trabalho, foi
observado que todos relatam a preocupação na utilização dos meios de contraste,
seja ele iônico e não iônico. Os meios de contraste iodado (MCI) são compostos que
contém o iodo como elemento radiopaco que quando introduzido no organismo, por
diferentes vias, permitem aumentar a sensibilidade e a especificidade das imagens
radiográficas.
Uma tentativa de atenuar e/ou prevenir os sinais e sintomas apresentados
pelos pacientes destaca-se o uso da pré-medicação como prática em pacientes
alérgicos ao contraste iodado (WASHINGTON, 2013). Segundo o CBR (Colégio
Brasileiro de Radiologia, 2015), com base em estudos internacionais, as reações
adversas ao exame feito com contraste iodado iônico acontecem de 1 para cada 150
mil pacientes e, entre os que apresentam alguma reação, as mortes acontecem uma
a cada 15 mil. O estudo mostrou que em pessoas com mais de 65 anos a média é
de 35 óbitos por milhão dos que usam o contraste. Já em pacientes com menos de
65 anos são registradas 4 mortes por milhão. O que é considerado um índice bem
baixo (CAMIZ, 2015).
O uso do contraste iodado não-iônico é que o colaborador se sinta útil e
trabalhe mais motivado uma vez que entende exatamente o que e porque está
executando suas tarefas, estimulando um olhar crítico desde o setor operacional.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS