Iphan - Área 5
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LÍNGUA PORTUGUESA
1. Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados.................................... 1
2. Reconhecimento de tipos e gêneros textuais...................................................... 4
3. Domínio da ortografia oficial....................................................................... 18
4. Domínio dos mecanismos de coesão textual. 4.1. Emprego de elementos de referenciação,
substituição e repetição, de conectores e de outros elementos de sequenciação textual. 4.2.
Emprego de tempos e modos verbais.................................................................. 20
5. Domínio da estrutura morfossintática do período. 5.1. Emprego das classes de palavras.
5.2. Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração. 5.3. Relações de
subordinação entre orações e entre termos da oração. 5.4 Emprego dos sinais de pontuação.
5.5. Concordância verbal e nominal. 5.6. Regência verbal e nominal. 5.7. Emprego do sinal
indicativo de crase. 5.8. Colocação dos pronomes átonos........................................... 28
6. Reescrita de frases e parágrafos do texto. 6.1. Significação das palavras. 6.2. Substitui-
ção de palavras ou de trechos de texto. 6.3. Reorganização da estrutura de orações e de
períodos do texto. 6.4. Reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade.... 64
TESTES................................................................................................. 66
GABARITO.............................................................................................. 70
FUNDAMENTOS DA PRESERVAÇÃO
DO PATRIMÔNIO CULTURAL
1. Noções sobre história política, econômica e social do Brasil. 1.1 Noções sobre história e
institucionalização do patrimônio cultural no Brasil e no mundo, com ênfase na trajetória do
IPHAN................................................................................................... 1
2. Marcos internacionais da preservação: Convenção relativa à Proteção do Patrimônio Mundi-
al, Cultural e Natural (1972); Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial
(2003)................................................................................................... 26
3. Legislação brasileira sobre preservação de bens culturais. 3.1. Constituição Federal (arti-
gos 20, 23, 24, 30, 215 e 216). 3.2. Decreto-Lei nº 25/1937, e suas alterações. 3.3. Lei
nº 3.924/1961. 3.4. Lei nº 11.483/2007, e suas alterações (art. 9º). 3.5. Decreto nº
3.551/2000. 3.6. Decreto nº 9.238/2017.......................................................... 37
4. Legislação aplicada ao patrimônio cultural. 4.1. Portaria IPHAN nº 187/2010; Portaria
IPHAN nº 420/2010; Portaria IPHAN nº 127/2009; Portaria IPHAN nº 137/2016............ 60
TESTES................................................................................................. 80
GABARITO.............................................................................................. 81
ATUALIDADES
1. Tópicos atuais e relevantes de diversas áreas, tais como: política, economia, sociedade,
educação, cultura, desenvolvimento sustentável e meio ambiente, relacionados ao patrimônio
cultural.................................................................................................. 1
TESTES................................................................................................. 13
GABARITO.............................................................................................. 14
ADMINISTRAÇÃO GERAL
1. Evolução da administração. 1.1. principais abordagens da administração (clássica até con-
tingencial). 1.2. Evolução da administração pública no Brasil (após 1930); reformas adminis-
trativas; a nova gestão pública. 1.3. Governança, governabilidade e accountability na Adminis-
tração Pública. 1.4. Transparência na Administração Pública. 1.5. Processos participativos de
gestão pública. 1.6. Qualidade na Administração Pública. 1.7. Gestão por resultado na produ-
ção de serviços públicos. 1.8. Plano de Reforma do Aparelho do Estado.......................... 1
2. Processo administrativo. 2.1. Funções de administração: planejamento, organização, dire-
ção e controle. 2.2. Processo de planejamento. 2.2.1. Planejamento estratégico: visão, mis-
são e análise SWOT, matriz GUT e ferramenta 5W2H. 2.2.2. Análise competitiva e estraté-
gias genéricas. 2.2.3. Redes e alianças. 2.2.4. Planejamento tático. 2.2.5. Planejamento
operacional. 2.2.6. Administração por objetivos. 2.2.7. Balanced scorecard. 2.2.8. Processo
decisório. 2.3. Organização. 2.3.1. Estrutura organizacional. 2.3.2 Tipos de departamentali-
zação: características, vantagens e desvantagens de cada tipo. 2.3.3. Organização informal.
2.3.4. Cultura organizacional. 2.4. Direção. 2.4.1. Motivação e liderança. 2.4.2. Comunica-
ção. 2.4.3. Descentralização e delegação. 2.5. Controle. 2.5.1. Características. 2.5.2. Ti-
pos, vantagens e desvantagens. 2.5.3. Sistema de medição de desempenho organizacional...... 21
3. Gestão de pessoas. 3.1. Equilíbrio organizacional. 3.2. Objetivos, desafios e característi-
cas da gestão de pessoas. 3.3. Recrutamento e seleção de pessoas. 3.3.1. Objetivos e ca-
racterísticas. 3.3.2. Principais tipos, características, vantagens e desvantagens. 3.3.3. Prin-
cipais técnicas de seleção de pessoas: características, vantagens e desvantagens. 3.4. Análise
e descrição de cargos. 3.5. Capacitação de pessoas. 3.6. Gestão de desempenho. 3.7. Ges-
tão por competências................................................................................... 45
CARO CANDIDATO,
“Durante a elaboração deste material, a Equipe Decisão empenhou-se em fazer chegar até Você um conteú-
do da melhor qualidade, obedecendo criteriosamente ao Programa constante do Edital deste Concurso. Vá-
rios profissionais estão sempre envolvidos no processo de criação de nossas apostilas. Em virtude da urgên-
cia de finalização do material, tal processo é extremamente delicado, e passa por muitas fases: elaboração,
correção, digitação, diagramação, impressão e encadernação. Durante esse processo todo, algumas falhas
não intencionais podem ocorrer pelas quais nos desculpamos antecipadamente. A Equipe Decisão coloca
esses mesmos profissionais à sua disposição caso isso ocorra ou mesmo para dirimir quaisquer dúvidas com
relação ao conteúdo. Para isso, por favor, entre em contato conosco utilizando-se dos nossos e-mails ou tele-
fones que se encontram na capa desta apostila e no nosso site. Desejamos que alcance seus objetivos e que
façamos parte desse resultado.”
um texto é um conjunto de idéias, o que pode - Sempre restam duas alternativas consideradas
ser insuficiente para o total do entendimento do possíveis. Nesse caso, é necessária uma nova
tema desenvolvido. leitura.
Textos retirados de revistas e de jornais de circulação lendo apenas o parágrafo inicial, terá as informações
nacional têm a preferência. Portanto, o romance, a poesia básicas do assunto. A grande diferença em relação ao
e o conto são quase que exclusividade das provas de artigo e ao editorial está no objetivo. O autor quer apenas
Literatura (que também trabalham interpretação, por "passar" a informação, quer dizer, não busca convencer o
evidente). Assim, seria interessante observar as leitor/receptor de nada. É aquele texto que os jornalistas
características fundamentais desses produtos da chamam de objetivo ou isento, despido de subjetividade e
imprensa. de intencionalidade.
São os preferidos das bancas. Esses textos autorais “O juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto, ex-
trazem identificado o autor. Essas opiniões são de presidente do Tribunal Regional do Trabalho de São
expressa responsabilidade de quem as escreveu - Paulo, negou-se a responder ontem à CPI do judiciário
chamado aqui de articulista - e tratam de assunto da todas as perguntas sobre sua evolução patrimonial. Ele
realidade objetiva, pautada pela imprensa. Vejamos um invocou a Constituição para permanecer calado sempre
exemplo: um dado conflito eclode em algum ponto do que era questionado sobre seus bens ou sobre contas no
planeta (a todo o instante surge algum), e o professor exterior.” (Folha de S. Paulo, 05/05/99).
Décio Freitas, historiador, abordará, em seu artigo em
ZH, os aspectos históricos do embate. Portanto, os temas
são, quase sempre, bem atuais. Trata-se, em verdade, de As Crônicas
texto argumentativo, no qual o autor/emissor terá como
objetivo convencer o leitor/receptor. Nessa medida, é Estamos diante da Literatura. Os cronistas não
idêntico à redação escolar, tendo a mesma estrutura: possuem compromisso com a realidade objetiva. Eles
introdução, desenvolvimento e conclusão. retratam a realidade subjetiva. Dessa maneira, Rubem
Braga, cronista, jornalista, produziu, por exemplo, um
texto abordando a flor que nasceu no seu jardim. Não
Exemplo de Artigo importa o mundo com suas tragédias constantes, mas
sim o universo interior do cronista, que nada mais é do
“Os nomes de quase todas as cidades que chegam ao que um fotógrafo de sua cidade. É interessante verificar
fim deste milênio como centros culturais importantes que essas características fundamentais da crônica vão
seriam familiares às pessoas que viveram durante o final desa-parecendo com o tempo. Não há, por exemplo, um
do século passado. O peso relativo de cada uma delas cronista de Porto Alegre (talvez o último deles tenha sido
pode ter variado, mas as metrópoles que contam ainda Sérgio da Costa Franco). Se observarmos o jornal Folha
são basicamente as mesmas: Paris, Nova Iorque, Berlim, de S. Paulo, teremos, junto aos editoriais e a dois artigos
Roma, Madri, São Petesburgo.” (Nelson Archer - caderno sobre política ou economia, uma crônica de Carlos Heitor
Cidades, Folha de S. Paulo, 02/05/99) Cony, descolada da realidade, se assim lhe aprouver
(Cony, muitas vezes, produz artigos, discutindo algo da
realidade objetiva). O jornal busca, dessa maneira, arejar
Os Editoriais essa página tão sisuda. A crônica é isso: uma janela
aberta ao mar. Vale lembrar que o jornalismo, ao seu
Novamente, são opinativos, argumentativos e início, era confundido com Literatura. Um texto sobre um
possuem aquela mesma estrutura. Todos os jornais e assassinato, por exemplo, poderia começar assim:"
revistas têm esses editoriais. Os principais diários do país Chovia muito, e raios luminosos atiravam-se à terra. Num
produzem três textos desse gênero. Geralmente um deles desses clarões, uma faca surge das trevas..." Dá-se o
tratará de política; outro, de economia; um outro, de nome de nariz de cera a essas matérias empoladas,
temas internacionais. A diferença em relação ao artigo é muito comuns nos tempos heróicos do jornalismo. Sobre
que o autor, o editorialista, não expressa sua opinião, a crônica, há alguns dados interessantes. Considerada
apenas serve de intermediário para revelar o ponto de por muito tempo como gênero menor da Literatura, nunca
vista da instituição, da empresa, do órgão de teve status ou maiores reconhecimentos por parte da
comunicação. Muitas vezes, esses editoriais são crítica. Muitos autores famosos, romancistas, contistas ou
produzidos por mais de um profissional. O editorialista é, poetas, produziram excelentes crônicas, mas não são
quase sempre, antigo na casa e, obviamente, da conhecidos por isso. Carlos Drummond de Andrade é um
confiança do dono da empresa de comunicação. Os belo exemplo. Pela grandeza de sua poesia, o grande
temas, por evidente, são a pauta do momento, os cronista do cotidiano do Rio de Janeiro foi abafado. O
assuntos da semana. mesmo pode-se falar de Olavo Bilac, que, no início do
século passado, passou a produzir crônicas num jornal
carioca, em substituição a outro grande escritor, Machado
As Notícias de Assis. Essa divisão dos textos da imprensa é didática
e objetiva esclarecer um pouco mais o vestibulando. No
Aqui temos outro gênero, bem diverso. As notícias são entanto, é importante assinalar que os autores modernos
autorais, isto é, produzidas por um jornalista claramente fundem essa divisão, fazendo um trabalho misto. É o
identificado na matéria. Possuem uma estrutura bem caso de Luis Fernando Veríssimo, que ora trabalha uma
fechada, na qual, no primeiro parágrafo (também crônica, com os personagens conversando em um bar,
chamado de lide), o autor deve responder às cinco terminando por um artigo, no qual faz críticas ao poder
perguntinhas básicas do jornalismo: Quem? Quando? central, por exemplo. Martha Medeiros, por seu turno,
Onde? Como? E por quê? Essa maneira de fazer texto produz, muitas vezes, um artigo, revelando a alma
atende a uma regra do jornalismo moderno: facilitar a feminina. Em outros momentos, faz uma crônica sobre o
leitura. Se o leitor/receptor desejar mais informações quotidiano.
sobre a notícia, que vá adiante no texto. Fato é que,
“Quando Rubem Braga não tinha assunto, ele abria a c) Jornalismo Opinativo: editorial, artigo,
janela e encontrava um. Quando não encontrava, dava no crônica, opinião ilustrada, opinião do leitor.
mesmo, ele abria a janela, olhava o mundo e comunicava
que não havia assunto. Fazia isso com tanto engenho e
arte que também dava no mesmo: a crônica estava feita. Acrescentando alguns elementos, reduz-se essa
Não tenho nem o engenho nem a arte de Rubem, mas classificação a duas categorias:
tenho a varanda aberta sobre a Lagoa - posso não ver
melhor, mas vejo mais. Otto Maria Carpeaux não gostava a) Jornalismo Informativo: nota, notícia,
do gênero "crônica", nem adiantava argumentar contra, reportagem, entrevista
dizer, por exemplo, que os cronistas, uns pelos outros,
escreviam bem. Carpeaux lembrava então que escrever é b) Jornalismo Operativo: editorial, comentário,
verbo transitivo, pede objeto direto: escrever o quê? artigo, resenha, coluna, crônica, caricatura, carta
Maldade do Carpeaux. (...) Nelson Rodrigues não tinha
problemas. Quando não havia assunto, ele inventava. Evidencia-se a proximidade que há entre gênero e tipos
Uma tarde, estacionei ilegalmente o Sinca-Chambord na textuais. Os tipos textuais, assim, não se limitam
calçada do jornal. Ele estava com o papel na máquina e especificamente ao literário, ao jornalístico, ao técnico ou
provisoriamente sem assunto. Inventou que eu descia de ao científico: são, na verdade, modelos gerais, que são
um reluzente Rolls Royce com uma loura suspeita, mas escolhidos, adaptados e readaptados de acordo com
equivalente à suntuosidade do carro. Um guarda nos cada função especifica que exercem na comunicação.
deteve, eu tentei subornar a autoridade com dinheiro, o
guarda não aceitou o dinheiro, preferiu a loura. Eu fiquei
sem a multa e sem a mulher. Nelson não ficou sem Classificação Formal e Funcional
assunto.” (Carlos Heitor Cony, Folha de S. Paulo,
02/01/98) Uma das grandes dificuldades encontradas nas
classificações de tipos textuais decorre da não
diferenciação entre os planos ou níveis de análise, para
2. RECONHECIMENTO DE uma classificação dos tipos textuais-discursivos em
níveis.
TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS
a) Primeiro Nível - Estruturas Discursivas: São
Tipologia Textual estruturas discursivas disponíveis na língua, e, portanto,
pertencentes ao plano das potencialidades da língua,
Comunicar-se com eficiência parece, a princípio, algo tradicionalmente identificadas como gêneros de discurso:
fácil e simples a qualquer indivíduo. No entanto durante
esse processo realizado automaticamente, não se - estrutura narrativa [predicados de ação; ligação
questiona a seqüência de passos a percorrer para que se temporal];
consiga realizar o complexo ato de comunicação por meio
da língua. - estrutura descritiva [predicados estáveis, ou
equilibrados, em torno de entidades];
organizações típicas associadas às diversas atividades expressão lingüística. Utilizar-se de um tipo textual como
desenvolvidas pelos indivíduos, como, por exemplo, a uma estrutura básica normalmente usada em uma
estória, a piada, o editorial. determinada situação o torna uma valiosa "ferramenta"
(ou "instrumento") que o indivíduo procura, guia e
c) Terceiro Nível: Função ou propósito comunicativo com controla para poder expressar a função primordial da
que dada unidade discursiva é empregada, sua força linguagem que é atingir uma comunicação, em maior ou
ilocucionária, ou a variedade de eventos comunicativos a menor grau, argumentativa, ou seja, uma comunicação
que se associa. cujo objetivo é integralmente alcançado e concretizado.
Gêneros:
Gêneros Textuais
1. Primários
Editorial
2. Secundários
2. O gênero secundário, por tipos de enunciados da fala As características da linguagem são: ser
aprimorados por meio da escrita. No que se refere ao formal, padrão, objetiva, conceitual; por ser
estilo é possível fazer algumas observações: Quando impessoal, emprega-se a terceira pessoa;
escrevemos, devemos criar um estilo próprio para quanto ao conteúdo, sua estrutura é dissertativa,
valorizar o nosso trabalho. Sem nos alongarmos no organizada em tese (apresentação sucinta de
assunto, sugerimos aqui apenas três qualidades uma questão a ser discutida); desenvolvimento (
fundamentais do estilo: clareza, concisão e originalidade. possuir argumento e contra-argumentos
A Clareza é a expressão de um pensamento. Para que indispensáveis à discussão e à defesa do ponto
ela ocorra, é necessário: pontuar corretamente, evitar de vista do jornal) e conclusão (síntese das
construção de frases com palavras em ordem inversa e idéias anteriormente desenvolvidas) Além disso,
evitar períodos longos, com muitas orações intercaladas. deve-se usar exemplos que ilustram o assunto
em questão. Possuir coerência entre o título e o
Exemplo: "Meu tio, que chegou hoje, o qual é diretor de conteúdo, não ter assinatura e expressa o ponto
marketing de uma multinacional, trouxe-me boas notícias, de vista do veículo ou da empresa responsável
mas eu não as contarei a ninguém, enquanto morar aqui, pela publicação. Desta forma, o editorial é um
porque isso, estou certo, me prejudicaria, por muito texto opinativo, cujas idéias expressas contêm a
tempo, na minha repartição." visão de seus responsáveis.
informativo. Assim como o repórter, o cronista se inspira Crônica Dissertativa: Opinião explícita, com
nos acontecimentos diários, que constituem a base da argumentos mais “sentimentalistas” do que
crônica. Entretanto, há elementos que distinguem um “racionais” (em vez de “segundo o IBGE a
texto do outro. Após cercar-se desses acontecimentos mortalidade infantil aumenta no Brasil”, seria
diários, o cronista dá-lhes um toque próprio, incluindo em “vejo mais uma vez esses pequenos seres não
seu texto elementos como ficção, fantasia e criticismo, alimentarem sequer o corpo”). Exposto tanto na
elementos que o texto essencialmente informativo não 1ª pessoa do singular quanto na do plural.
contém. Com base nisso, pode-se dizer que a crônica
situa-se entre o Jornalismo e a Literatura, e o cronista Crônica Narrativo-Descritiva: É quando uma
pode ser considerado o poeta dos acontecimentos do dia- crônica explora a caracterização de seres,
a-dia. A crônica, na maioria dos casos, é um texto curto e descrevendo-os. E, ao mesmo tempo mostra
narrado em primeira pessoa, ou seja, o próprio escritor fatos cotidianos ("banais", comuns) no qual pode
está "dialogando" com o leitor. Isso faz com que a crônica ser narrado em 1ª ou na 3ª pessoa do singular.
apresente uma visão totalmente pessoal de um
determinado assunto: a visão do cronista. Ao desenvolver Crônica Humorística: Apresenta uma visão
seu estilo e ao selecionar as palavras que utiliza em seu irônica ou cômica dos fatos.
texto, o cronista está transmitindo ao leitor a sua visão de
mundo. Ele está, na verdade, expondo a sua forma Crônica Lírica: Linguagem poética e metafórica.
pessoal de compreender os acontecimentos que o Expressa o estado do espírito, as emoções do
cercam. Geralmente, as crônicas apresentam linguagem cronista diante de um fato de uma pessoa ou
simples, espontânea, situada entre a linguagem oral e a fenômeno.No geral as emoções do escritor.
literária. Isso contribui também para que o leitor se
identifique com o cronista, que acaba se tornando o Crônica Poética: Apresenta versos poéticos em
porta-voz daquele que lê. Em resumo, podemos forma de crônica.
determinar cinco pontos:
Crônica Jornalistica: Apresentação de
• Narração histórica pela ordem do tempo em que se aspectos particulares de noticias ou fatos. Pode
deram os fatos. ser policial, esportiva ou política.
• Seção ou artigo especial sobre literatura, assuntos Crônica Histórica: Baseada em facto reais, ou
científicos, esporte etc., em jornal ou outro factos históricos
periódico.
• Normalmente possuiu uma crítica indireta. Nos últimos concursos do país, além dos textos mais
comuns (narração, descrição e dissertação) novos textos
• Muitas vezes a crônica vem escrita em tom vêm sendo propostos. Um deles é a carta. Esse é um
humorístico. Exemplos de autores deste tipo de tipo de texto que se caracteriza por envolver um
crônica são Fernando Sabino, Helyda Rezende, remetente e um destinatário. É normalmente escrita em
Leon Eliachar. primeira pessoa, e sempre visa um tipo de leitor. É
necessário que se utilize uma linguagem adequada com o
tipo de destinatário e que durante a carta não se perca a
Origem visão daquele para quem o texto está sendo escrito.
Dependendo do leitor há até mesmo tratamentos
A palavra crônica deriva do Latim chronica que específicos, no caso de autoridades como o papa (Vossa
significava, no início da era cristã, o relato de Santidade), o juiz, o presidente, entre outros. Há algumas
acontecimentos em ordem cronológica (a narração de características que marcam esse tipo de texto:
histórias segundo a ordem em que se sucedem no
tempo). Era, portanto, um breve registro de eventos. No - Local e Data
século XIX, com o desenvolvimento da imprensa, a
crônica passou a fazer parte dos jornais. Ela apareceu - Destinatário
pela primeira vez em 1799, no Journal de Débats,
publicado em Paris. - Saudação
fortes e se estão bem desenvolvidos; se a informação sobre a legislação que ampara o tema do
linguagem está adequada ao gênero; se o texto parecer. E por último, o encerramento, dado através da
apresenta título e se é convidativo e por fim expressão formal que traduz a posição favorável ou não,
observe se o texto como um todo é persuasivo. sobre o assunto analisado, a data grafada em
Reescreva-o se necessário. continuação do texto ou em linha nova e parágrafo e a
assinatura localizada ao lado ou sob a assinatura de cada
membro. Segue abaixo um exemplo:
Relatórios
Patrícia Silva
Estrutura Interna:
Professores, historiadores, filósofos, psicólogos e outros observadas marcas textuais como coerência, coesão,
estão, mais que em outros tempos, preocupados em ironia, intencionalidade e outros em sua relação. A partir
esclarecer os problemas e dar soluções para os possíveis da experiência leitora, a abordagem de tais recursos
motivos de não-criticidade na escola. O que durante anos textuais será relatada conforme a experiência feita com
ficou restrito a pesquisadores e estudiosos das áreas da os discentes do ensino médio selecionados.
linguagem, hoje é de interesse geral. Muitos se habilitam
a falar que o problema da leitura está na precária
condição sócio-econômica das pessoas; outros dizem A Coerência
haver falta de interesse e/ou de preparo dos profissionais
da área (professores) que, sem salários dignos, não A incoerência textual se dá quando o receptor não
conseguem manter seu aperfeiçoamento contínuo. consegue perceber qualquer continuidade no sentido e
Alguns acreditam que o hábito da leitura se dá desde o arrisca uma opinião desfocada, ou mesmo não entende a
nascimento (leitura de mundo) e que um dos aspectos quebra dos sentidos. No caso das charges estudadas
importantes a serem analisados em assíduos e bons (Figuras 2 e 3), podemos perceber pistas. Primeiramente
leitores é o fato de terem contato com os livros desde a percebe-se a presença de figuras específicas e logo
infância, sempre incentivados pelos pais. Existe uma parte-se para a leitura de falas ou de outras marcas
infinidade de estudos que analisam livros, poesias, presentes. Alguns destes textos apresentam somente as
crônicas, contos e outros tipos de textos como objeto ilustrações dispensando a parte verbal, mas, neste caso,
simbólico de pesquisa em áreas diferentes da Lingüística. as charges em questão apresentam tanto uma parte
Particularmente, no caso da charge, não é freqüente o verbal quanto uma não-verbal complementares no
trato com esta tipologia textual, embora ela contenha os sentido o que dá certa coerência ou deslizamento de
elementos essenciais para ser considerada enquanto sentidos. No caso, a figura mostra concretamente ações,
processo de comunicação (texto), podendo ser verificada atitudes, expressões, gestos que auxiliam na produção de
em suas formações discursivas, dentro de um contexto determinados sentidos. A parte escrita explica o que está
sócio-histórico-ideológico. Na leitura de charges pode-se ocorrendo e dá uma “pitada de pimenta” ao texto, pois
aplicar, como diz Koch, a “metáfora do iceberg: como além de ser um objeto de análise temporal, utiliza muito
este todo texto possui apenas uma pequena superfície humor, sátira e/ou ironia. Portanto, existe coerência na
exposta e uma imensa área imersa subjacente”. Portanto, charge se ela tiver os elementos que façam com que o
a partir disso, o que interessará é desvendar “um jogo de leitor descubra sentidos possíveis em sua leitura, mas
linguagem”, ou seja, a heterogeneidade da charge, tudo nem sempre eles apresentarão a apreensão de sentidos
que ela suporta explícita ou implicitamente, o que ela fala mesmos ou na mesma ordem, isso depende de
ou deixa de falar. Inicialmente a justificativa para a experiências leitoras, de mundo e as próprias vivências
análise da charge é sustentada pelo fato de pode ser de cada um. Neste sentido o encaminhamento que o
considerada texto, conforme Koch (1995), pois “... texto é leitor dá a interpretação do texto que não precisa ter
resultado da atividade verbal de indivíduos socialmente necessariamente coerente, pois estamos diante de um
atuantes, na qual estes coordenam suas ações no intuito processo de antecipação de sentidos e estes podem
de alcançar um fim social, em conformidade com as sempre ser outros. O importante aqui é fazer com que os
condições sob as quais a atividade verbal se realiza” e, alunos percebam os elementos constitutivos de uma
ainda, “Um texto passa a existir no momento em que charge na maioria dos casos (ilustrações e escrita) e que
parceiros de uma atividade comunicativa global, diante de uma faz com que a outra tome corpo, que tenha
uma manifestação lingüística, pela atuação conjunta de significação. Ficaria fácil demonstrar esse fenômeno se o
uma complexa rede de fatores de ordem situacional, leitor apenas olhasse para as figuras e fizesse sua leitura
cognitiva, sociocultural e interacional, são capazes de sem a parte escrita e vice-versa. Como seria sua
construir, para ela, determinado sentido.” Essa interpretação do texto desta forma? Talvez faltassem
abordagem inicial vai ao encontro da proposta de Orlandi alguns dados essenciais para que o assunto fosse
(1998), que vê a interpretação como uma das formas de abordado da mesma forma, pois se testarmos com a
ligar a língua e a história na produção de sentidos, sem figura 2, o aluno veria apenas a cena de um bandido
esquecer de situar a ideologia como parte do apontando o dedo para um policial. Com a escrita
funcionamento da interpretação. No caso da charge, esta inserida existe a constatação de que o bandido está
foi escrita em determinado contexto histórico-social e, repreendendo o policial pelo uso de arma de fogo. Por
possivelmente, pode revelar-se em sua discursividade. vezes a charge pode trazer o inesperado como a
Vista deste ângulo, a análise da charge supõe a leitura da mudança de foco, um gesto diferente que faz a
imagem e da escrita. Partindo da visão de que texto é interpretação tomar outro rumo, mas isso depende da
construção de sentidos, a charge pode ser considerada intenção do chargista.
um texto? Por ser o objeto que alia o verbal ao não-
verbal, teremos como ponto de partida o fato de ser o
texto a unidade de sentidos em construção e não aqueles A Coesão
que estão ali previamente automatizados, prontos e
construídos. Não tomemos o texto somente como o que Ao ler/analisar uma charge, verificamos que a escrita
está escrito no papel ou como o objeto de estudo está vinculada a imagem, em muitos casos. Uma é
gramatical, mas aquilo que se forma ao logo da leitura: a dependente da outra. Pode-se dizer que a imagem não
“construção de sentidos”. No caso a charge seria o texto sobreviveria sem a escrita e viceversa. Isso depende do
que utiliza o verbal e o não-verbal na construção de material, não é regra. Talvez, para alguns leitores, os
sentidos. sentidos poderão estão ali e não causam nenhuma
surpresa. Para outro leitor que não tem as mesmas
experiências leitoras do primeiro pode ser mais
O Processo de Apreensão de Sentidos nas Charges trabalhoso. A leitura de charges depende em muito do
universo em que o leitor está inserido, suas experiências
Nesta fase do trabalho, feita a sondagem da turma, o de mundo, leituras, pensamentos, sentimentos,... Nas
debate e reflexão sobre o assunto das charges, serão charges das figuras 2 e 3, quem sabe, não existiria a
A Intencionalidade
Propaganda
Figura 2
Texto curto ou texto longo?
Informativo.
Agora vejamos de outra forma. A imagem mostra uma atenção. Pode ter um destaque com relação ao
maçã e o texto diz: a tentação do sabor. Faz muita restante do texto do cartaz.
diferença, não? Evitar a redundância significa ganho de
tempo e de espaço que poderá ser utilizado para o • Textos: os textos usados em cartazes são curtos
desenvolvimento de algo mais, como um novo ou em tópicos. Eles são divididos em blocos
argumento, uma idéia acessória, etc. Se, num filme de menores. A idéia é transmitir algumas informações
trinta segundos, por exemplo, tivermos redundância de maneira rápida e objetiva.
texto/imagem, teremos aí os mesmíssimos trinta
segundos de informação. Mas se o texto ocupar trinta • Palavras Chaves: colocar em destaque as
segundos com a informação X, e a imagem ocupar trinta palavras chaves para chamar a atenção do
segundos com a informação complementar Y, o filme assunto apresentado no cartaz.
continuará com trinta segundos de tempo, mas com
sessenta segundos de informação. Pura malandragem • Desenhos, fotos ou imagens: esses recursos
para fazer o anúncio crescer; é fermento de publicitário! têm como objetivo ilustrar as informações,
Um outro cuidado a se tomar é evitar o reaproveitamento tornando o cartaz mais atraente, estando sempre
do mesmo texto para diferentes mídias (muita gente integrado ao conteúdo.
apela para este recurso). Isto, porque diante de cada
mídia o comportamento do Sr. Target poderá alterar–se,
e um texto que eventualmente funcione bem na TV talvez
não repita o mesmo desempenho no rádio. Finalmente, Tenha bom senso na escolha das figuras (prefira imagens
se for o caso, radicalize no combate à redundância: grandes e visíveis ao espectador).
elimine o texto e veja se a imagem fala melhor sozinha!
Não é incomum que isto aconteça. Caso real. Antes, • Uso de cola: ao usar cola para fixar as imagens
alerto que já no Volume 1 deste livro evitei a todo custo a no cartaz, lembre-se de limpar as bordas das
reprodução de anúncios pelas razões que lá expus na figuras. Nunca deixar pontas soltas e sem colar.
Apresentação. Havia me proposto a fazer o mesmo neste
segundo volume, mas abro uma exceção para um • Referência: pode aparecer em destaque menor,
anúncio maravilhoso que eu e o Newton Cesar criamos, mas não deve deixar de ser escrita no cartaz.
certa vez, e que foi um caso típico da eliminação pura e
simples do texto. Era um anúncio para um cliente de • Cores: usar no máximo três cores. Evitar cores
varejo – Lojas Camicado, de São Paulo, SP – e Dia das claras, como: amarelo, verde limão ou similares.
Mães no calendário promocional. Note que outra imagem
já havia sido produzida e o texto correspondente redigido, • Linhas de Suporte: sempre que for necessário o
mas o sem–graça do Newton resolveu mudar a imagem uso de linhas como suporte para auxílio na hora de
de última hora. Quando vi o que ele tinha aprontado, escrever o texto, lembre-se de riscá-las a lápis
decidi simplesmente eliminar o texto. sem pressionar muito para evitar marcas,
apagando ao término da escrita.
Faça o Sr. Target sonhar!
• Esboço: antes de colar ou escrever, faça um
esboço ou uma montagem prévia do seu cartaz
Ninguém compra produtos, compram–se pro-messas,
para evitar rasuras ou borrões.
compram–se benefícios. Compram–se, enfim,
idealizações, projeções, sonhos. Faça, portanto, o Sr.
• Rasuras: não serão permitidos rasuras e borrões
Target sonhar. Charles Revson, fundador da indústria de
nos cartazes.
cosméticos Revlon, dizia: “na indústria fabricamos
cosméticos, na loja vendemos esperança”. Ou, como
• Revisão: Sempre fazer uma revisão do texto.
dizem alguns publicitários “ninguém compra uma broca,
compra buracos na parede!” Em suma, o que o
consumidor quer – e paga por isso – é a obtenção de
resultados (para entender melhor a extensão do
significado de “o que o consumidor quer”, veja capítulo O
marketing e as necessidades humanas). Este princípio
cabe perfeitamente em qualquer produto que você vá
anunciar. Seu anúncio promete resultados? Nada mais a
dizer.
Cartaz
Anúncio Exemplo:
Exemplo:
que envolva muita matemática e símbolos, como a o ambiente e o terceiro as novas tecnologias. No fim da
química. lista está a física e a química. As pessoas não se
interessam pelas disciplinas académicas.
Ou a física quântica?
indígena e africana.
- O verbo catequizar é derivado da palavra
catequese deveria ser escrito com "s", mas, Ex.: paçoca, muçulmano,
como é derivado do grego, já veio formado para miçanga...
nosso vernáculo (língua do país).
Ç (só é grafado
SS Emprego do e
antes de a, o, u)
- grafam-se com g as palavras terminadas em –ágio, - Quando articulamos as consoantes dessa forma,
égio, -ígio, ógio, úgio. percebemos suas semelhanças e diferenças quanto à
articulação. As semelhanças entre p, b e m, de uma
Ex: pedágio, colégio, prestígio, relógio, refúgio. maneira didática, podem ser explícitas da seguinte forma:
Vibração das
Bilabial Nasal
- grafam-se com g os substantivos terminados em –gem. Cordas Vocais
[p] + - -
Ex: viagem, margem. [b] + - +
[m] + + +
Emprego do j
Por que isso interfere na grafia das palavras?
- Grafam-se com j as palavras de origem africana e
indígena. Quem fala inglês entenderá mais facilmente: tomemos
como exemplo a palavra comfort (conforto). A pronúncia
Ex: pajem, canjica, jiló. correta dessa palavra requer a pronúncia do [m], correto?
Esse primeiro "o", ao contrário do que a maioria pensa,
não tem som de "o", muito menos de "õ", como supõem
Emprego do x muitos falantes do português. Esse primeiro "o" tem um
som que fica entre um "ó" (aberto) e um "a" mais fechado,
- grafam-se com x as palavras de origem indígena ou como vocês podem ouvir aqui. Se prestarem bastante
africana. atenção a essa pronúncia do Google Tradutor,
perceberão que o [m] é, de fato, pronunciado e não
Ex: xangô. nasaliza a vogal anterior a ele. Assim sendo, na língua
inglesa, M pode preceder consoantes que não sejam
bilabiais porque será pronunciado como M, não como
- depois de ditongo, usa-se x. consoante que apenas nasaliza a vogal anterior. (O
mesmo serve para a consoante [n], que, em muitas
Ex: eixo, caixote. palavras da língua inglesa, também deve ser articulada e
não servirá, na grafia das palavras, como um indicador de
nasalidade da vogal.) Em português, ao contrário, uma
Emprego do ch consoante [m] (ou [n]) após uma vogal, na mesma sílaba,
é sempre para indicar a nasalidade dessa vogal. Em
A origem da palavra é que vai determinar o emprego do termos de grafia, é o que chamamos de dígrafo, isto é,
ch. dois grafemas (letras) para representar um único fonema
(som): campo, som, compromisso, canto, menta,
conto, etc. O que a ortografia da língua portuguesa tenta,
Emprego do l ou u então, é respeitar as regras fonológicas que regem a
própria língua, porque essas regras primam pelo menor
- a letra l, em final de sílaba, em muitas regiões soa como esforço dos falantes no proferimento dos sons.
u, dando origem a dificuldades gráficas. Para o emprego
de tais letras, é útil comparar com palavras da mesma
família.
4. DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COE-
Ex: alto-falante – altura. SÃO TEXTUAL. 4.1. EMPREGO DE ELE-
MENTOS DE REFERENCIAÇÃO, SUBSTI-
TUIÇÃO E REPETIÇÃO, DE CONECTORES
M antes de P e B
E DE OUTROS ELEMENTOS DE SEQUEN-
Isso todo mundo aprende ainda pequeno, quando está CIAÇÃO TEXTUAL. 4.2. EMPREGO DE
sendo alfabetizado, mas pouca gente sabe por quê. A TEMPOS E MODOS VERBAIS
explicação é bem simples: p, b e m são consoantes a
que chamamos bilabiais, isto é, são consoantes que, Coerência é a ligação, a harmonia, a conexão ou o
para serem proferidas, os lábios precisam-se tocar. Logo nexo entre os fatos ou as idéias dentro de um texto.
no primeiro período da minha graduação, cursei uma Coesão é o conjunto de recursos lingüísticos
disciplina chamada Linguística I - Fonética e Fonologia. responsáveis pelas ligações que se estabelecem entre as
Durante algumas aulas, os alunos ficavam parecendo um partes de uma frase, entre as orações de um período ou
bando de loucos articulando consoantes "no ar". :) A entre os parágrafos de um texto. Em outras palavras,
questão é que, para a maioria das pessoas, consoantes coesão é a costura necessária para que as partes
são bê, cê, dê, efe, gê, etc., ditas dessa forma. O que componham harmonicamente o todo. Pela similaridade
acontece, na verdade, é que, na faculdade, eu precisava das definições abordaremos “coerência e coesão” como
articular apenas as consoantes. Para os leigos, é como um único tema. Existem dois tipos de coesão: a
se eu "fingisse" fazer o som que faz a consoante, sabe? referencial e a seqüencial. A coesão referencial permite a
Finjo que vou dizer "bê" e, antes de pronunciar o "ê", eu recuperação de termos do texto, evitando repetições. Os
me calo. pronomes, os advérbios ou locuções adverbiais e os
sinônimos são os recursos lingüísticos mais usados no
estabelecimento da coesão referencial. A coesão
Pra que serve isso? seqüencial permite a ordenação das idéias num
encadeamento lógico, compreensível. Este tipo de 2. Premissa menor (a que menciona uma parte
coesão utiliza, na maioria das vezes, os conectivos: as daquela totalidade)
preposições ou locuções prepositivas e as conjunções ou
locuções conjuntivas. O uso correto dos tempos verbais e 3. Conclusão
do vocabulário pertinente ao assunto também ajuda na
seqüência de idéias. Em um mesmo texto podemos
encontrar recursos de coesão referencial e seqüencial. Exemplo:
Agora, sabendo dessas definições, perguntamos: você
quer expressar suas idéias? É claro que, para isso, terá 1. Todo homem é mortal.(premissa maior)
de usar frases. As frases são os blocos de idéias, que
precisam ser estruturados adequadamente, como os 2. Sócrates é homem. (premissa menor)
blocos de tijolos em uma construção, para que seu texto
realmente fique de pé. A organização das frases 3. Sócrates é mortal. (conclusão)
representa a organização de suas próprias idéias. Quem
irá acreditar em idéias bagunçadas? Para isso é preciso
que haja, no texto, coerência e coesão, conforme Para analisarmos um silogismo, precisamos verificar se
explicitado acima e que dependem do nosso ele atende a duas condições:
pensamento, o qual funciona basicamente por dois tipos
de raciocínio: - é válido?
Apesar de as premissas e a conclusão serem No primeiro exemplo, o conectivo e liga duas palavras; no
verdadeiras, o silogismo é inválido. A conclusão é segundo, o conectivo mas liga duas orações.
verdadeira acidentalmente, não necessariamente. O erro
do raciocínio ficará claro se trocarmos "Divinópolis" por Os conectivos dividem-se em duas classes:
"Minha fazenda", por exemplo. A falha é semelhante à do coordenativos e subordinativos.
silogismo anterior: a premissa maior afirma que toda
cidade tem casas, e não que todo lugar em que há casas
é uma cidade (o que seria falso). Quadro dos conectivos:
Ex: Foste elogiado por teres alcançado uma boa Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato que
colocação. teve início no passado e que pode se prolongar até o
momento atual.
c) Gerúndio: O gerúndio pode funcionar como adjetivo Ex: Tenho estudado muito para os exames.
ou advérbio.
Ex: Saindo de casa, encontrei alguns amigos. Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido
(função de advérbio). antes de outro fato já terminado.
Nas ruas, havia crianças vendendo doces. Ex: Ele já tinha estudado as lições quando os
(função adjetivo). amigos chegaram. (forma composta)
Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em Ele já estudara as lições quando os amigos
curso; na forma composta, uma ação concluída. chegaram. (forma simples)
d) Particípio: Quando não é empregado na formação dos Ex: Ele estudará as lições amanhã.
tempos compostos, o particípio indica geralmente
o resultado de uma ação terminada, flexionando-se em
gênero, número e grau. Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato que
deve ocorrer posteriormente a um momento atual mas já
Ex: Terminados os exames, os candidatos terminado antes de outro fato futuro.
saíram.
Ex: Antes de bater o sinal, os alunos já terão
Quando o particípio exprime somente estado, sem terminado o teste.
nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a
função de adjetivo (adjetivo verbal).
Futuro do Pretérito (simples) - Enuncia um fato que
Ex: Ela foi a aluna escolhida para representar a pode ocorrer posteriormente a um determinado fato
escola. passado.
3ª Des. Ou simplesmente:
1ª 2ª Desinênci tema + { -r, -res, -r, -rmos, -rdes, -rem (1ª, 2ª e 3ª conj.)
conjugaçã tempora
conjugação conjugação a pessoal
o l
1ª/2ª e
3ª conj. Observe o quadro:
CANTAR VENDER PARTIR
cataRA vendeRA partiRA RA Ø
1ª 2ª 3ª Des. Desinência
conjugação conjugação conjugação temporal pessoal Infinitivo Pessoal
1ª /2ª e Infinitivo Impessoal + { -es (2ª pessoa do singular), -mos
3ª conj.
(1ª pessoa do plural), -des (2ª pessoa do plural), -em ( 3ª
CANTAR VENDER PARTIR pessoa do plural) (1ª, 2ª e 3ª conj.)
cantaR vendeR partiR Ø
Veja:
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES CANTAR VENDER PARTIR
cantaREM VendeREM PartiREM R EM cantar vender partir
cantarES venderES partirES
Quando você chegar à minha casa, já terei Ex.: "Macunaíma é o herói com muita
telefonado a Manuel. preguiça e sem nenhum caráter".
Perceba que o significado é totalmente diferente em Composto- constituído por mais de uma oração.
ambas as frases apresentadas. No primeiro caso,
esperarei "você" praticar a sua ação para, depois, praticar Ex.: "Nós não podemos fingir /que as
a minha; no segundo, primeiro praticarei a minha. Por crianças não têm inconsciente".
isso o uso do advébio "já". Assim, observe que o mesmo
ocorre nas frases a seguir::
Período
Quando você tiver terminado o trabalho,
telefonarei a Manuel.
Período é a frase constituída de uma ou mais ora-ções,
Quando você tiver terminado o trabalho, já terei formando um todo, com sentido completo. O período
telefonado a Manuel. pode ser simples ou composto.
Período Composto: é aquele constituído por duas ou elaborar seu discurso da maneira como quiser ou como
mais orações: julgar ser compreendido na situação discursiva. Porém a
língua falada, mais freqüentemente, organiza-se em
Quando você partiu minha vida ficou sem períodos simples, ao passo que a língua escrita costuma
alegrias. apresentar maior elaboração sintática, o que faz
Quero aquelas flores para presentear minha notarmos a presença maior de períodos compostos. Um
mãe. dos aspectos mais notáveis dessa complexidade sintática
Vou gritar para todos ouvirem que estou nos períodos compostos é o uso dos vários recursos de
sabendo o que acontece ao anoitecer. coesão. Isso pode ser visualizado no exercício de
Cheguei em casa, jantei e fui dormir. transformação de alguns períodos simples em período
composto fazendo uso dos chamados conectivos
(elementos lingüísticos que marcam a coesão textual).
Saiba que: Como toda oração está centrada num verbo
ou numa locução verbal, a maneira prática de saber
quantas orações existem num período é contar os verbos Exemplos:
ou locuções verbais.
1. Eu tenho um gatinho muito preguiçoso. Todo dia ele
procura a minha cama para dormir. Minha mãe não gosta
Período Composto por Coordenação do meu gatinho. Então, eu o escondo para a minha mãe
não ver que ele está dormindo comigo.
Períodos compostos por coordenação são os pe-
2. Eu tenho um gatinho muito preguiçoso, que todo dia
ríodos que, possuindo duas ou mais orações, apre-
sentam orações coordenadas entre si. Cada oração procura a minha cama para dormir. Como a minha mãe
coordenada possui autonomia de sentido em rela-ção às não gosta dele, eu o escondo e, assim, ela não vê que o
outras, e nenhuma delas funciona como ter-mo da outra. gatinho está dormindo comigo.
As orações coordenadas, apesar de sua autonomia em
relação às outras, complemen-tam mutuamente seus Notem que no exemplo (1) temos um parágrafo formado
sentidos. A conexão entre as orações coordenadas por quatro períodos. Já no exemplo (2) o parágrafo está
podem ou não ser realizadas através de conjunções organizado em apenas dois períodos. Isso é possível
coordenativas. Sendo vincu-ladas por conectivos ou articulando as informações por meio de alguns conectivos
conjunções coordenativas, as orações são coordenadas (que, como, assim) e eliminando os elementos
sindéticas. Não apre-sentando conjunções coordenativas, redundantes (o gatinho, minha mãe = ele, ela).
as orações são chamadas orações coordenadas
assindéticas. Finalmente, os períodos são definidos materialmente no
registro escrito por meio de uma marca da pontuação,
das quais se excluem a vírgula e o ponto-e-vírgula. O
Período é a unidade lingüística composta por uma ou recurso da pontuação é uma forma de reproduzir na
escrita uma longa pausa percebida na língua falada.
mais orações. Tem como características básicas:
Todas as orações de um período composto podem ligar-
1. a apresentação de um sentido ou significado se por conetivos coordenativos (formando os períodos
completo compostos por coordenação) ou subornativos (formando
os períodos compostos por subordinação), estando esses
2. encerrar-se por meio de certos símbolos de conectivos claros ou ocultos.
pontuação.
Orações Coordenadas Assindéticas
Uma das propriedades da língua é expressar enunciados
articulados. Essa articulação é evidenciada internamente
pela verificação de uma qualidade comunicativa das São as orações não iniciadas por conjunção
informações contidas no período. Isto é, um período é coordenativa.
bem articulado quando revela informações de sentido
completo, uma idéia acabada. Esse atributo pode ser Ex. Chegamos a casa, tiramos a roupa,
exibido em termos de um período constituído por uma banhamo-nos, fomos deitar.
única oração - período simples – ou constituído por mais
de uma oração – período composto.
Orações Coordenadas Sindéticas
Exemplos:
São cinco as orações coordenadas, que são iniciadas por
1. Sabrina tinha medo do brinquedo. uma conjunção coordenativa.
Conjunções: mas, porém, todavia, no entanto, Verbo na voz passiva + oração subordinada
entretanto, contudo. substantiva subjetiva.
Ex. Sempre foi muito estudioso, no entanto não Ex. Foi afirmado que você subornou o guarda.
se adaptava à nova escola.
Ex. Estude, ou não sairá nesse sábado. Ex. Todos desejamos que seu futuro seja
brilhante.
Ex. Estudou como nunca fizera antes, por isso Ex. Lembro-me de que tu me amavas.
conseguiu a aprovação.
Conjunções: porque, que, pois - antes do verbo. (sujeito) + verbo + termo intransitivo + prep. +
oração subordinada substantiva completiva
Ex. Conseguiu a aprovação, pois estudou como nominal.
nunca fizera antes
Ex. Tenho necessidade de que me elogiem.
Período Composto por Subordinação
Períodos compostos por subordinação são períodos E) Apositiva: funciona como aposto da oração principal;
que, sendo constituídos de duas ou mais orações, em geral, a oração subordinada substantiva apositiva
possuem uma oração principal e pelo menos uma oração vem após dois pontos, ou mais raramente, entre vírgulas.
subordinada a ela. A oração subordinada está
sintaticamente vinculada à oração principal, podendo oração principal + : + oração subordinada
funcionar como termo essencial, integrante ou acessório substantiva apositiva.
da oração principal. As orações subordinadas que se
conectam à oração principal através de conjunções Ex. Todos querem o mesmo destino: que
subordinativas são chamadas orações subordinadas atinjamos a felicidade.
sindéticas. As orações que não apresentam conjunções
subordinativas geralmente apresentam seus verbos nas
formas nominais, sendo chamadas orações reduzidas. F) Predicativa: funciona como predicativo do sujeito do
verbo de ligação da oração principal.
1. Orações Subordinadas Substantivas:
(sujeito) + VL + oração subordinada substantiva
São seis as orações subordinadas substantivas, que são predicativa.
iniciadas por uma conjunção subordinativa integrante
(que, se) Ex. A verdade é que nunca nos satisfazemos
com nossas posses.
A) Subjetiva : funciona como sujeito da oração principal.
Existem três estruturas de oração principal que se usam Nota: As subordinadas substantivas podem vir
com subordinada substantiva subjetiva: verbo de ligação introduzidas por outras palavras:
+ predicativo + oração subordinada substantiva subjetiva.
Pronomes interrogativos (quem, que, qual...)
Ex. É necessário que façamos nossos deveres.
verbo unipessoal + oração subordinada Advérbios interrogativos (onde, como, quando...)
substantiva subjetiva.
Perguntou-se quando ele chegaria.
Verbo unipessoal só é usado na 3ª pessoa do
singular; os mais comuns são convir, constar, Não sei onde coloquei minha carteira.
parecer, importar, interessar, suceder,
acontecer.
Orações Subordinadas Adjetivas
Ex. Convém que façamos nossos deveres.
A) Restritiva: é aquela que limita, restringe o sentido do Ex. Construímos nossa casa, conforme as
substantivo ou pronome a que se refere. A restritiva especificações dadas pela Prefeitura.
funciona como adjunto adnominal de um termo da oração
principal e não pode ser isolada por vírgulas.
F) Consecutiva: funciona como adjunto adverbial de
Ex. A garota com quem simpatizei está à sua conseqüência.
procura.
Conjunções: (tão)... que, (tanto)... que,
(tamanho)... que.
B) Explicativa: serve para esclarecer melhor o sentido
de um substantivo, explicando mais detalhadamente uma Ex. Ele fala tão alto, que não precisa do
característica geral e própria desse nome. A explicativa microfone.
funciona como aposto explicativo e é sempre isolada por
vírgulas.
G) Temporal: funciona como adjunto adverbial de tempo.
Ex. Londrina, que é a terceira cidade do região
Sul do país, está muito bem cuidada. Conjunções: quando, enquanto, sempre que,
assim que, desde que, logo que, mal.
Orações Subordinadas Adverbiais Ex. Fico triste, sempre que vou à casa de
Juvenildo.
São nove as orações subordinadas adverbiais, que são
iniciadas por uma conjunção subordinativa
H) Final: funciona como adjunto adverbial de finalidade.
A) Causal: funciona como adjunto adverbial de causa.
Conjunções: a fim de que, para que, porque.
Conjunções: porque, porquanto, visto que, já
que, uma vez que, como, que. Ex. Ele não precisa do microfone, para que
todos o ouçam.
Ex. Saímos rapidamente, visto que estava
armando um tremendo temporal.
I) Proporcional: funciona como adjunto adverbial de
proporção.
B) Comparativa: funciona como adjunto adverbial de
comparação. Geralmente, o verbo fica subentendido Conjunções: à proporção que, à medida que,
tanto mais.
Conjunções: (mais) ... que, (menos)... que,
(tão)... quanto, como. Ex. À medida que o tempo passa, mais
experientes ficamos.
Ex. Diocresildo era mais esforçado que o
irmão(era).
Orações Reduzidas
C) Concessiva: funciona como adjunto adverbial de Quando uma oração subordinada se apresenta sem
concessão. conjunção ou pronome relativo e com o verbo no
infinitivo, no particípio ou no gerúndio, dizemos que ela é
Conjunções: embora, conquanto, inobstante, uma oração reduzida, acrescentando-lhe o nome de
não obstante, apesar de que, se bem que, infinitivo, de particípio ou de gerúndio.
mesmo que, posto que, ainda que, em que pese.
Ex. Ele não precisa de microfone, para o
Ex. Todos se retiraram, apesar de não terem ouvirem.
terminado a prova.
Pontuação
D) Condicional: funciona como adjunto adverbial de
condição. A língua escrita apresenta muitas diferenças em relação à
língua falada. Na fala, podemos contar com uma série de
Conjunções: se, a menos que, desde que, recursos para dar eficácia à mensagem, tais como
caso, contanto que. gestos, tom da voz, expressão facial, entoação, etc.
Enfim, quando falamos, a nossa mensagem é reforçada
Ex. Você terá um futuro brilhante, desde que se por inúmeros recursos que não temos quando
esforce. escrevemos. Há certos recursos da linguagem - pausa,
melodia, entonação e até mesmo, silêncio - que só estão
presentes na oralidade. Na linguagem escrita, para
substituir tais recursos, usamos os sinais de pontuação.
a) para separar os elementos mencionados numa - A multidão foi, aos poucos, avançando para o
relação: palácio.
- O apartamento tem três quartos, sala de i) para isolar as orações coordenadas, exceto as
visitas, sala de jantar, área de serviço e dois introduzidas pela conjunção e:
banheiros.
- Ele já enganou várias pessoas, logo não é
Nota: Mesmo que o e venha repetido antes de cada um digno de confiança.
dos elementos da enumeração, a vírgula deve ser
empregada: Rodrigo estava nervoso. Andava pelos - Você pode usar o meu carro, mas tome muito
cantos, e gesticulava, e falava em voz alta, e ria, e roía as cuidado ao dirigir.
unhas.
- Não compareci ao trabalho ontem, pois estava
doente.
b) para isolar o vocativo:
- Por favor, Ricardo, venha até o meu gabinete. - Foi um grande escândalo. Às vezes gritava;
outras, estrebuchava como um animal.
c) para isolar o aposto: - Não se sabe ao certo. Paulo diz que ela se
suicidou, a irmã, que foi um acidente.
- Dona Sílvia, aquela mexeriqueira do quarto
andar, ficou presa no elevador.
k) para separar o paralelismo de provérbios:
- Rafael, o gênio da pintura italiana, nasceu em
Urbino. - Ladrão de tostão, ladrão de milhão.
e) para isolar o adjunto adverbial antecipado: - Marina, que é uma criatura maldosa, “puxou o
tapete” de Juliana lá no trabalho.
- Lá no sertão, as noites são escuras e
perigosas. - Vidas Secas, que é um romance
contemporâneo, foi escrito por Graciliano
- Ontem à noite, fomos todos jantar fora. Ramos.
4. Dois-pontos
n) para isolar orações intercaladas:
Os dois-pontos são empregados para:
- Não lhe posso garantir nada, respondi
secamente. a) uma enumeração:
- O filme, disse ele, é fantástico. - ... Rubião recordou a sua entrada no escritório
do Camacho, o modo porque falou: e daí tornou
atrás, ao próprio ato.
2. Ponto
- Estirado no gabinete, evocou a cena: o menino,
Emprega-se o ponto, basicamente, para indicar o término o carro, os cavalos, o grito, o salto que deu,
de um frase declarativa de um período simples ou levado de um ímpeto irresistível... (Machado de
composto. Assis)
- Criança, foi uma garota sapeca; moça, era O criado pediu licença para entrar:
inteligente e alegre; agora, mulher madura, - O senhor não precisa de mim?
tornou-se uma doidivanas. - Não obrigado. A que horas janta-se?
- As cinco, se o senhor não der outra ordem.
- Bem.
b) separar vários itens de uma enumeração: - O senhor sai a passeio depois do jantar? de
carro ou a cavalo?
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos - Não.
se-guintes princípios: (José de Alencar)
I - igualdade de condições para o acesso e
permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e 6. Ponto de Exclamação
divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções, e O ponto de exclamação é empregado para marcar o fim
coexistência de instituições públicas e privadas de qualquer enunciado com entonação exclamativa, que
de ensino; normalmente exprime admiração, surpresa, assombro,
IV - gratuidade do ensino em estabelecimentos indignação etc.
oficiais;
........ - Viva o meu príncipe! Sim, senhor... Eis aqui um
(Constituição da República Federativa do Brasil) comedouro muito compreensível e muito
repousante, Jacinto!
c) marcar aumento de emoção: - Maria José sempre muito generosa - sem ser
artificial ou piegas - a perdoou sem restrições.
- As palavras únicas de Teresa, em resposta
àquela carta, significativa da turvação do infeliz, - Um grupo de turistas estrangeiros - todos muito
foram estas: “Morrerei, Simão, morrerei. Perdoa ruidosos - invadiu o saguão do hotel no qual
tu ao meu destino... estávamos hospedados.
Perdi-te... Bem sabes que sorte eu queria dar-
te... e morro, porque não posso, nem poderei
jamais resgatar-te. (Camilo Castelo Branco) c) substituir a vírgula ou os dois pontos:
Os parênteses são empregados para: O adjetivo concorda em gênero e número com o termo
a que se refere (substantivo ou pronome), quer exerça a
a) destacar num texto qualquer explicação ou comentário: função de adjunto adnominal (Comprei um bom livro),
quer a de predicativo (O livro é bom). Adjunto adnominal.
- Todo signo lingüístico é formado de duas Referindo-se a mais de um substantivo ou pronome, o
partes associadas e inseparáveis, isto é, o adjunto adnominal a estes antepostos concorda em
significante (unidade formada pela sucessão de gênero e número com o mais próximo (O professor exigiu
fonemas) e o significado (conceito ou idéia). completo silêncio e disciplina. Galoparam por estreitas
estradas e caminhos); sendo nomes próprios ou de
b) incluir dados informativos sobre bibliografia parentesco os termos modificados pelo adjunto, este vai
(autor, ano de publicação, página etc.): Mattoso para o plural (os dedicados Pedro e Paulo; os estudiosos
Camara (1977:91) afirma que, às vezes, os João e Maria). Se o adjunto adnominal está posposto a
preceitos da gramática e os registros dos mais de um substantivo ou pronome, pode concordar em
dicionários são discutíveis: consideram erro o gênero com o termo mais próximo a que se refira, ou
que já poderia ser admitido e aceitam o que adotar a flexão masculina, se os termos modificados
poderia, de preferência, ser posto de lado. tiverem gêneros diferentes; e pode concordar em número
com o termo mais próximo a que se refira, ou ir para o
plural. Exemplos (a concordância mais rara está entre
c) indicar marcações cênicas numa peça de teatro: parênteses):
(1) livro e caderno encapado (ou encapados);
Abelardo I - Que fim levou o americano?
João - Decerto caiu no copo de uísque! (2) livro e caderneta encapada (ou encapados);
Abelardo I - Vou salvá-lo. Até já!
(sai pela direita) (3) livros e caderno encapados (ou encapado);
(Oswald de Andrade) (4) livros e cadernetas encapadas (ou encapados).
O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa: a) Parte (o grosso, o resto, a metade) dos
Eu sei (sei: 1a pessoa do singular, concordando com o espectadores protestaram ou protestou (a
sujeito eu). Havendo mais de um sujeito, o verbo vai para concordância no plural evidencia os elementos
o plural: componentes do todo; o verbo no singular realça o
conjunto como unidade);
(1) na 1a pessoa (nós), se entre os sujeitos houver um da
1a pessoa (Eu, tu e ele saímos); b) João foi um dos competidores que mais se
destacaram ou que mais se destacou (o singular
(2) na 2a pessoa (vós), se, não existindo sujeito da 1a põe em realce o sujeito dentro do grupo em
pessoa, houver um da 2a (Tu e ele saístes); relação ao qual está sendo referido).
(3) na 3a pessoa (eles ou elas), se os sujeitos forem
todos da 3a pessoa (João, Carlos e seus irmãos saíram).
A concordância do verbo na 2a pessoa do plural (vós), na 4. Sujeito pronome relativo "que":
linguagem corrente do Brasil, é de uso raro, não sendo a) Sou eu que quero;
poucos os exemplos literários em que o verbo com sujeito
tu e ele aparece na 3a pessoa do plural. b) Fomos nós os que resolvemos;
c) Sereis vós aqueles que tereis de resolver (o
verbo concorda em número e pessoa com o
Casos particulares (com um só sujeito). Havendo um pronome pessoal antecedente imediato ou
só sujeito, ocorrem, entre outros, os seguintes casos mediato do relativo).
particulares de concordância verbal:
(1) Imperava a violência, o crime, o desrespeito à pessoa aquilo...etc. Na escrita é indicada por meio do acento
humana (sujeitos pospostos); grave ( ` ).Para que ela ocorra, é necessário que haja:
(2) Minha casa, minha pátria é aqui (sujeitos sinônimos a) um termo regente que exija a preposição a;
ou quase sinônimos;
(3) Um grito, uma palavra, um olhar bastava (sujeito com b) um termo regido que seja modificado pelo
enumeração gradativa); artigo a ou por um dos pronomes
demonstrativos de 3.ª pessoa menciona-dos
(4) Castigos, conselhos, nada o corrigia (sujeito resumido acima.
por um pronome indefinido: nada, tudo, ninguém);
(5) Nem luz de vela, nem luz de lampião lhe iluminavam o
quarto. Jamais um grito ou uma palavra áspera lhe Regra Geral
saíram dos lábios (substantivos no singular ligados por
nem ou ou, podendo o fato expresso pelo verbo ser A crase ocorrerá sempre que o termo anterior exigir a
atribuído a todos os sujeitos); preposição a e o termo posterior admitir o artigo a ou as.
(6) Nem Pedro nem Antônio conseguirá eleger-se. Fui Vou a a praia.= Vou à praia.
devagar, mas ou o pé ou o espelho traiu-me (composição
do sujeito idêntica à anterior, só se podendo, todavia, Para se certificar, substitua o termo feminino por um
atribuir o fato expresso pelo verbo a um dos sujeitos); masculino, se a contração ao for necessária, a crase será
necessária.
(7) Ou eu ou ela iremos à festa. Nem eu nem ela iremos à
festa (sujeitos de pessoas gramaticais diferentes, ligados
Ex.: Vou à praia./ Vou ao clube.
por ou ou nem: o verbo concorda, no plural, com a
pessoa que tiver precedência na ordem das pessoas
gramaticais);
Emprego Obrigatório da Crase
(8) Um ou outro (um ou outro aluno) haverá de acertar.
Nem um nem outro (nem um nem outro aluno) haverá de Sempre ocorrerá crase:
acertar (sujeito um ou outro, nem um nem outro, como
pronomes substantivos ou como pronomes adjetivos: 1) Nos casos em que a regra geral puder ser aplicada.
verbo no singular);
Ex.: Dirigiu-se à professora.
(9) Um e outro são competentes (ou é competente) para
isso (locução um e outro: admite verbo no plural ou no
singular; 2) Nas locuções conjuntivas, adverbiais e prepositivas
(10) O menino com seu amigo brincavam à beira do lago. (formadas por a + palavra feminina).
César, com suas legiões, levou o inimigo de vencida
(sujeitos unidos pela partícula com: verbo no plural, - À medida que passa tempo a violência aumenta.
quando não houver realce de nenhum dos sujeitos; no
singular, quando o primeiro sujeito estiver sendo - O povo brasileiro vive à mercê de políticos muitas
realçado); das vezes corruptos.
(11) Você, como eu, parece ter jeito para música. Você - Gosto muito de sair à noite.
como eu temos jeito para música (sujeitos ligados pelas
conjunções comparativas como, assim como, bem como
etc.; verbo no singular, quando se quer dar destaque ao 3) Na indicação do número de horas, quando ao trocar
primeiro sujeito; no plural, sem esse destaque). o número de horas pela palavra meio-dia, obtivermos
a expressão ao meio-dia.
Concordância figurada (silepse): Concordância que se
faz com o sentido ou idéia que as palavras exprimem, - Retornou às oito horas em ponto./( Retornou ao
não com sua forma gramatical. A silepse pode ser: meio-dia em ponto.)
b) de gênero (Vossa Senhoria [referindo-se a Ex.:Farei para o jantar uma bacalhoada (à moda de
pessoa do sexo masculino] foi bem tratado?); Portugal) à portuguesa.
Ex.:Ele está apto a concorrer ao cargo. Ex.: Dei a ela oportunidade de se redimir./
Solicito a V.Sª a confirmação do pedido./
Convidei a várias pessoas para a reunião.
3) Diante de nome de cidade (topônimo) que repudie o
artigo.
11) Diante de numerais cardinais quando estes se
Ex.:Turistas vão freqüentemente a Tiradentes. referem a substantivos não determinados pelo artigo.Ex.:
Daqui a duas semanas retornarei ao trabalho.
Ex.: Voltei da Espanha./ Fui à Espanha. Preposição a + pronomes = à, àquilo, àquele(s), àquela
Voltei de Tiradentes./ Fui a Tiradentes. (s)
Se o nome da cidade estiver determinado, a crase será Ex.: Assistimos àquela peça teatral.
obrigatória.
5) Quando o a estiver no singular diante de uma palavra Os pronomes oblíquos átonos (o, a, os, as, lhe, lhes, me,
no plural. te, se, nos, vos) costumam apresentar problemas de
colocação, uma vez que podem ocupar três posições:
Ex.: Como posso resistir a pessoas tão
encantadoras? 1. antes do verbo (próclise ou pronome proclítico):
Ex.: Isto me levou a uma decisão drástica. 2. no meio do verbo (mesóclise ou pronome mesoclítico):
Ex.: Entregarei a Nossa Senhora da Conceição 3. depois do verbo (ênclise ou pronome enclítico):
minha oferenda.
Revelaram-me os verdadeiros motivos.
8) Diante da palavra terra, quando esta significar terra
firme, tomada em oposição a mar ou ar. Convém lembrar que os pronomes oblíquos átonos nunca
podem vir no início da frase, embora na linguagem
Ex.: Os pilotos já voltaram a terra. popular isso ocorra com freqüência. Assim, não são
aceitas pelas norma culta construções como:
9) Diante da palavra casa (no sentido de lar, moradia) Me convidaram para a festa.
quando esta não estiver determinada por adjunto
adnominal. Nos revelaram os verdadeiros motivos.
Ex.: Não voltarei a casa esta semana. Devemos dizer:
Uso da Próclise: É obrigatória quando houver palavra Quanto nos custou tal procedimentos!
que atraia o pronome para antes do verbo. As palavras
que atraem o pronome são as seguintes:
c) optativas (orações que exprimem um desejo):
a) palavras ou expressões negativas:
Deus te abençoe.
Nunca me informavam os verdadeiros motivos.
Uso da Mesóclise:
b) advérbios:
A mesóclise é obrigatória com o verbo no futuro do
Sempre me informavam os verdadeiros motivos. presente ou no futuro do pretérito. Desde que não haja
antes palavra atrativa.
Obs.: Se houver vírgula depois do advérbio, ele deixa de Convidar-me-ão para a cerimonia.
atrair o pronome.
Convidar-me-iam para a cerimônia.
Aqui se trabalha.
Desejo me compreendam. (Desejo que me com- Saiu da sala, não nos revelando os motivos
preendam.)
Caso haja palavra atrativa, coloca-se pronome antes do 2. Morar/ residir – normalmente vêm introduzidos pela
verbo auxiliar ou depois do verbo principal. preposição em.
Ex.: Ele mora em São Paulo./ Maria reside em Santa
Não lhe quero dizer a verdade. OU Não quero Catarina.
dizer-lhe a verdade.
Não lhe ia dizendo a verdade. OU Não ia 3. Namorar – não se usa com preposição.
dizendo-lhe a verdade. Ex.: Joana namora Antônio.
Ex.: As criaCRnças obedecem aos pais./ O aluno Ex.: Viso a uma situação melhor.
desobedeceu ao professor.
5 – Querer
5. Simpatizar/ antipatizar – exigem a preposição com. a) no sentido de desejar: usa-se sem preposição.
Ex.: Simpatizo com Lúcio./ Antipatizo com meu professor Ex.: Quero viajar hoje.
de História.
b) no sentido de estimar, ter afeto: usa-se com a
Estes verbos não são pronominais, portanto, são preposição a.
considerados construções erradas quando os mesmos Ex.: Quero muito aos meus amigos.
aparecem acompanhados de pronome oblíquo:
Simpatizo-me com Lúcio./ Antipatizo-me com meu
professor de História. 6 – Proceder
a) no sentido de ter fundamento: usa-se sem
6. Preferir - este verbo exige dois complementos sendo preposição.
que um usa-se sem preposição e o outro com a Ex.: Suas queixas não procedem.
preposição a.
Ex.: Prefiro dançar a fazer ginástica. b) no sentido de originar-se, vir de algum lugar: exige a
preposição de.
Segundo a linguagem formal, é errado usar este verbo Ex.: Muitos males da humanidade procedem da falta
reforçado pelas expressões ou palavras: antes, mais, de respeito ao próximo.
muito mais, mil vezes mais, etc.
Ex.: Prefiro mil vezes dançar a fazer ginástica. c) no sentido de dar início, executar: usa-se a preposição
a.
Ex.: Os detetives procederam a uma investigação
Verbos que apresentam mais de uma regência criteriosa.
1 – Aspirar
a) no sentido de cheirar, sorver: usa-se sem preposição. 7 - Pagar/ perdoar
Ex.: Aspirou o ar puro da manhã. a) se tem por complemento palavra que denote coisa:
não exigem preposição.
b) no sentido de almejar, pretender: exige a preposição a. Ex.: Ela pagou a conta do restaurante.
Ex.: Esta era a vida a que aspirava.
b) se tem por complemento palavra que denote pessoa:
são regidos pela preposição a.
2 – Assistir Ex.: Perdoou a todos,
a) no sentido de prestar assistência, ajudar, socorrer:
usa-se sem preposição.
Ex.: O técnico assistia os jogadores novatos. 8 – Informar
a) no sentido de comunicar, avisar, dar informação:
b) no sentido de ver, presenciar: exige a preposição a. admite duas construções:
Ex.: Não assistimos ao show.
1) objeto direto de pessoa e indireto de coisa (regido
c) no sentido de caber, pertencer: exige a preposição a. pelas preposições de ou sobre).
Ex.: Assiste ao homem tal direito. Ex.: Informou todos do ocorrido.
3 - Esquecer/lembrar
a) Quando não forem pronominais: são usados sem 9 – Implicar
preposição. a) no sentido de causar, acarretar: usa-se sem
Ex.: Esqueci o nome dela. preposição.
Ex.: Esta decisão implicará sérias conseqüências.
b) Quando forem pronominais: são regidos pela
preposição de. b) no sentido de envolver, comprometer: usa-se com
Ex.: Lembrei-me do nome de todos. dois complementos, um direto e um indireto com a
preposição em.
Ex.: Implicou o negociante no crime.
4 – Visar
a) no sentido de mirar: usa-se sem preposição. c) no sentido de antipatizar: é regido pela preposição
Ex.: Disparou o tiro visando o alvo. com.
Ex.: Implica com ela todo o tempo.
b) no sentido de dar visto: usa-se sem preposição.
Ex.: Visaram os documentos.
10- Custar
c) no sentido de ter em vista, objetivar: é regido pela a) no sentido de ser custoso, ser difícil: é regido pela
preposição a. preposição a.
Variáveis Invariáveis
As seis classes que são do grupo das variáveis são: O grupo das invariáveis é composto por:
1. Substantivo: Palavra que dá nome aos seres em 1. Advérbio: Palavra que modifica o sentido:
geral.
Do verbo: Suas palavras nos sensibili-zaram
- Casa, sapato, carro, mesa... profundamente.
Os substantivos aceitam flexão, portanto são Do próprio advérbio: Você sabe muito bem
variáveis. minha opinião.
2. Artigo: Palavra que acompanha o substantivo 2. Preposição: Palavra que liga dois termos entre si:
determinando-o:
- Falou sobre suas viagens.
- Uma casa, os sapatos, o carro, uma mesa
- Lutarei contra todos.
- Umas casas, o sapato, os carros, umas
mesas...
Os artigos podem sofrer modificação e são 3. Conjunção: palavra que liga:
usados no plural ou singular, portanto, também
pertencem ao grupo das variáveis. Termos: Brigavam como cão e gato.
- Casa bonita, sapato grande, carro novo, mesa 4. Interjeição: palavra que exprime sentimento ou
pequena... emoção:
- Casas bonitas, sapatos grandes, carros novos, - Oba! Hoje é feriado nacional!
mesas pequenas...
Argentina, Brasil, caderno, mesa, livro, lápis etc. Concreto: quando indica um ser de existência
independente, real ou não.
NOTA: Qualquer palavra precedida de artigo é um Menino, Deus, alma, terreiro, couve-flor...
substantivo, ou seja, pode ser uma palavra substantivada.
O sim, o não, o porquê, o ser, o amar, o querer, o Abstrato: quando indica um ser de existência
triste, o alegre, etc., são palavras substantivadas. dependente, isto é, ser que não existe no mundo exterior,
mas apenas em nossa consciência.
Ex.: O não é uma palavra amarga.
Amor, saudade, inveja, entrada, dor...
Tristeza, bondade, patriotismo, velhice, colheita, O substantivo pode ser primitivo ou derivado.
limpeza, firmeza, inteligência, etc.
Primitivos: são os que não derivam de outra palavra.
Recife; (identifica um ser da espécie cidade) a) Não estão relacionados nesta lista coletivos formados
do próprio radical da palavra acrescidos de sufixos
designativos de coleção.
Simples: quando o substantivo é formado por um só
radical. Árvore arvoredo
Corda cordame
Composto: quando o substantivo for formado por mais
de um radical. Sapo sapataria
Azul-marinho
b) A lista de coletivos não é completa, mas não existem
Pé- de- moleque coletivos para todo e qualquer substantivo.
enxame de abelhas” e não basta simplesmente - “um Observação: Podemos incluir nesta relação os subs-
cardume”, “um enxame”, a menos que o contexto já tantivos terminados em “m”, havendo simplesmente a
esclareça o coletivo. troca do “m” por “n” e o acréscimo do “s”.
Girassol girassóis
Flexão do Substantivo
Pernalta pernaltas
a) Plural dos Substantivos
Madressilva madressilvas
Forma-se o plural dos substantivos, acrescentando-se um
“s“ ao singular quando terminados em vogal ou ditongo. Lobisomem lobisomens
Beija-flor beija-flores
Abaixo-assinado abaixo-assinados
Ambos os elementos (termos) variam.
Vice-rei vice-reis
Nos compostos de palavras variáveis (substantivos, adje-
Salva-vida salva-vidas tivos, numerais).
Parede-mestra paredes-mestras
- Nos compostos cujos elementos denotam sons de
coisas só o 2º elemento varia. Rico-homem ricos-homens
Amor-perfeito amores-perfeitos
Só o 1º elemento (termo) varia:
Tenente-coronel tenetes-coronéis
a) Nos substantivos compostos cujos elementos são
ligados por preposição. Couve-rébano couves-rebanos
b) Quando o 2º elemento exprime idéias de finalidade ou Ambos os elementos (teRmos) SÃO invariáveis
semelhança, só o 1º varia.
a) Nas formas substantivas:
Salário-família salários-família
A estou-fraca as estou-fraca
Navio-escola navios-escola
O disse-me-disse os disse-me-disse
Saia-balão saias-balão
O bumba-meu-boi os bumba-meu-boi
Manga-rosa mangas-rosa
Grão-mestre grão-mestres
b) em “ÕES”
Grão-ducado grão-ducados
Canção canções
Grã-cruz grã-cruzes
Mamão mamões
Bel-prazer bel-prazeres
Limão limões
Grão-ducal grão-ducais
Eleição eleições
Grão-lama grão-lamas
a) Réptil e projétil, como paroxítonas, fazem plural répteis O plural de alguns substantivos troca o “o” fechado tônico
e projéteis e como oxítonos, fazem o plural: reptis e pro- pelo “o” tônico aberto.
jetis.
singular (ô) plural (ó)
fogo fogos
4. Aos substantivos terminados em “r” ou “z” acrescenta- corpo corpos
se a terminação “es” olho olhos
miolo miolos
Altar altares forno fornos
tijolo tijolos
Açúcar açúcares corno cornos
caroço caroços
Rapaz rapazes esforço esforços
coro coros
Exemplar exemplares
5. Aos substantivos terminados em “s”, sendo monos- Os masculinos são: Homem, menino, rapaz, boi,
sílabos, acrescentam-se-lhes “es”. etc.
macaco macaca
Sendo os substantivos paroxítonos, ficam invariáveis, e o
adjunto adnominal indicar-lhe-á o número: filho filha
O xis os xis
As palavras terminadas em “e”, têm a terminação femi-
nina “a” nos seguintes casos:
Observação 2: O mesmo acontece com as palavras que
só se usam no plural. São chamadas “pluralia tantum” mestre mestra
infante infanta
6. Os substantivos terminados em “x”, ficam invariáveis
monge monja
O ônix-os ônix
professor professora
cidadão cidadã
Certos nomes de pessoas:
ermitão ermitoa
cavaleiro amazona
chorão chorona
cavalheiro dama
hortelão horteloa
compadre comadre
valentão valentona
genro nora
Existem, ainda, substantivos que têm uma só forma para marido mulher
os dois sexos. São os chamados COMUM DE DOIS.
Distingue-se o sexo, quando se lhe antepõe o “o” para o padrasto madrasta
masculino e o “a” para o feminino:
padrinho madrinha
o camarada a camarada
pai mãe
o estudante a estudante
píton pitonisa
Observação: Estes nomes de animais são chamados
EPICENOS. poeta poetisa
profeta profetisa
judeu judia
2. Analítico: emprego de uma palavra de aumento ou de
maestro maestrina diminuição (grande, enorme, pequeno etc.) junto ao
substantivo.
pierrô pierrete
Homem grande homem pequeno
rei rainha
Menino grande menino pequeno
sandeu sandia
A caixa objeto
Alguns substantivos mudando de número, mudam de
O capital dinheiro significado.
O vencimento-fim
Atenção: Os substantivos que vêm após palavras de Os vencimentos-salário
idéia coletiva devem ficar sempre no plural.
A vontade-desejo
Caixa de fósforos As vontades-caprichos
Maço de velas
Existem certos diminutivos irregulares como:
Dúzia de ovos
A artéria a arteríola
Grupo de estudantes
A árvore a arvoreta, o arbusto
Par de chinelos
O astro o asteróide
Porção de batatas
A barba a barbicha
Boa parte de mulheres
O beijo o beijota
A porção a porciúncula
O corpo o corpete
A questão a questiúncula
A cruz a cruzeta
O verso o versículo
O diabo o diabrete
A espada o espadim
Adjetivo
A estátua a estatueta
Adjetivo é a palavra variável que serve para caracterizar
O farol o farolete seres e objetos exprimindo aparência, modo de ser,
estado, qualidade.
A fazenda a fazendola
Inteligência lúcida Homem perverso
O galo o galispo
Pessoa descontraída Céu azul
A laje a lajota
Mulher bonita Jovem sentimental
O palácio o palacete
Homem mortal Água morna
A pedra o pedrisco
Mata verde Menino estudioso
A perdiz o perdigoto
Praia limpa Laranjeiras floridas
A porta a portinhola
Terras secas Animais lindos
O rabo o rabicho
Roupa suja Papel branco
O rio o riacho
Água mole Gelo pequeno
A rua a ruela
baixo veloz
Grau do Adjetivo
b) Derivado: O que deriva de outro substantivo ou verbo: O Grau do Adjetivo exprime a intensidade das qualidades
dos seres. Dois são os Graus do Adjetivo: Comparativo e
Altaneiro (de alto) Superla-tivo, cada um deles compreendendo tipos:
Noite escura
Artigo
d) Composto: O que tem mais de uma palavra;
Dá-se o nome de artigo à palavra que, anteposta ao
substantivo, serve para determina-lo ou inde-termina-lo.
Comissão luso-brasileira Observe a frase: “O menino entrou na sala”. Nesse caso,
a palavra grifada é artigo defi-nido, pois determina o
Mata verde-escuro substantivo, individualizando. Nesta outra frase: “Um
menino entrou na sala”, a palavra grifada é artigo
indefinido, pois o subs-tantivo a que ele se refere passa a
Flexão do Adjetivo ter um sentido indeterminado. O artigo pode ser, então:
- Número
Numeral
- Grau
Dá-se o nome de numeral à palavra que quantifica os
seres ou indica a posição que podem ocupar numa série.
Flexão de Gênero
Os numerais dividem-se em:
- Quanto ao gênero, os adjetivos classificam-se em uni- Cardinais: designam quantidades determinadas de seres
formes e biformes.
ou quantidades em si mesmas.
São eles:
2. no, na, nos, nas, quando associados a verbos
terminados em som nazal. Invariávei
Variáveis
s
Pronomes Indefinidos são palavras que se referem à Os regimes democráticos onde todos têm
terceira pessoa do discurso, dando-lhe sentido vago ou direitos iguais deve vigorar em todas as nações.
expressando quantidade indeterminada. (ERRADO)
Pronomes Interrogativos são aqueles usados na Vossa Senhoria deve comparecer com seus
formulação de perguntas diretas ou indiretas. Assim como convidados à festa.
os indefinidos, referem-se a Terceira Pessoa do Discurso.
Sua Majestade partirá com sua comitiva amanhã
São eles: que, quem, qual, quanto... de manhã.
O livro que estou lendo é muito bom. Vossa Excelência, conte-nos as novidades.
Assim: O livro que estou lendo é muito bom. Emprego dos Pronomes Pessoais.
Os Pronomes Relativos são: 1. Os pronomes pessoais do caso reto (eu, tu, ele/ela,
nos, vós, eles/elas) devem ser empregados na função
Variáveis Invariáveis sintática de sujeito. Considera-se errado seu emprego
O qual, cujo, quanto Que, quem, onde como complemento.
4. As formas retas eu e tu só podem funcionar como Queriam falar com nós dois.
sujeito. Considera-se errado seu emprego como comple-
mento. Queriam conversar convosco.
Nunca houve desentendimentos entre eu e tu. Queriam conversar com vós próprios.
(errado)
Nunca houve desentendimentos entre mim e ti. 7. Os pronomes oblíquos podem aparecer combinados
(certo) entre si. As combinações possíveis são as seguintes:
me + o = mo
*Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando
precedidas de preposição não se usam as formas retas me + os = mos
eu e tu, mas as formas oblíquas mim e ti.
me + a = ma
Ninguém irá sem eu. (errado)
me + as = mas
Ninguém irá sem mim. (certo)
te + o = to
Nunca houve discussões entre eu e tu. (errado)
te + os = tos
Nunca houve discussões entre mim e ti. (certo)
te + a =ta
lhe + as = lhas
Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas eu
e tu é obrigatório, na medida em que tais pronomes nos + o = no-lo
exercem a função sintática de sujeito.
nos + os = no-los
Observe que nos exemplos que seguem não há erro lhes + os = lhos
algum, pois os pronomes e, si consigo foram empregados
como reflexivos. lhes + a = lha
Cada um faça por si mesmo a redação. Você pagou o livro ao livreiro? - Sim, paguei-lho.
O professor trouxe as provas consigo. Verifique que a forma combinada lho resulta da fusão lhe
(que representa o livreiro) com o (que representa o livro).
Nunca lhe obedeci. (certo) Verifique que no primeiro caso empregou-se Vossa
Excelência, porque o interlocutor falava diretamente com
o governador, Já no segundo caso, empregou-se Sua
9. Há pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo Excelência, pois se falava do governador.
pode funcionar como sujeito. Isso ocorre com os verbos
deixar, fazer, ouvir, mandar, sentir, ver seguidos de
infinitivo; o pronome oblíquo será sujeito desse infinitivo. 14. Você e os demais pronomes de tratamento (Vossa
Majestade, Vossa Alteza, etc.), embora se refiram à
Deixei-o sair. pessoa com quem falamos (2a. pessoa, portanto), do
ponto de vista gramatical, comportam-se como pronomes
Sofia deixou-se estar à janela. (Machado de de terceira pessoa.
Assis)
Você trouxe seus documentos?
sujeito Vi-o chegar.
Vossa Excelência não precisa incomodar-se com
seus problemas.
É fácil perceber a função de sujeito dos pronomes
oblíquos, desenvolvendo as orações reduzidas de
infinitivo. Emprego dos Pronomes Demonstrativos
A ti tocou-te a máquina mercante. (Gregório de Esta caneta que está comigo é azul.
Matos)
Este relógio que eu tenho nas mãos é de ouro.
Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo não
constitui pleonasmo vicioso, e sim ênfase. Isto que está aqui comigo é um livro.
11. Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem a b) Os demonstrativos de 2a. pessoa (esse, isso, etc.)
pronomes possessivos, exercendo função sintática de indicam que o ser está relativamente próximo à pessoa
adjunto adnominal. com quem se fala. Podem aparecer com os pronomes tu,
te, ti contigo, você, vocês e com o advérbio de lugar aí.
Roubaram-me o livro.
Essa caneta que está contigo é azul.
Roubaram meu livro.
Pretendo fazer as compras ainda nesta semana. 5. O, a, os, as, são pronomes demonstrativos quando
podem ser substituídos por aquele, aquela, aquilo, isso.
Agora estou tranqüilo: neste ano o Corinthians
montou um time à altura de suas tradições. Achei o que procuras.
Há exatamente dois anos o São Paulo Jamais consegui compreender tais decisões.
conquistou seu último campeonato; nesse ano
possuía um esquadrão imbatível.
7. Mesmo e próprio são demonstrativos de reforço e
equivalem ao termo a que se referem, concordando com
c) Os demonstrativos de 3a. pessoa (aquele, aquilo, etc.) ele.
revelam tempo remoto ou bastante vago.
Ele mesmo fez o exercício.
Em 1950 realizou-se a Copa do Mundo no Brasil;
naquele ano o Uruguai surpreendeu a todos, Elas próprias resolveram o problema.
conquistando o título.
Logo no início do século foi publicado o Código Obs.: Em expressões como: por isso, além disso, isto é,
Civil; naquela época a sociedade brasileira era o uso do demonstrativo nem sempre está em
bem mais conservadora. conformidade com a regra; nessas expressões, sua forma
é fixa.
a) Devemos empregar este (e variações) e isto quando 1. Normalmente, o pronome possessivo antecede o
queremos fazer referência a alguma coisa que ainda vai substantivo a que se refere; nada impede, porém, que ele
ser falada. venha posposto ao substantivo, como nos exemplos que
seguem:
Espero sinceramente isto: que se procedam às
reformas. Recebi notícias suas.
Tenho comigo uma carta sua. (uma carta que Quebrei a perna. (certo)
pertence a você)
Tenho comigo sua carta. (uma carta escrita por Obs.: A palavra seu que antecede nomes de pessoas
você) não é pronome possessivo, mas corruptela de senhor.
Pedro saiu com sua irmã. (irmã de quem? De 1. Os pronomes relativos virão antecipados de
Pedro, ou do interlocutor?) preposição, se a regência assim determinar.
Obs.: É considerado dispensável o uso do possessivo de Quem cala consente. (Aquele que cala
terceira pessoa quando já está sendo utilizada a forma comsente.)
dele e flexões; entretanto, ele pode ser empregado como
reforço em benefício da clareza.
3. O pronome relativo que pode ser empregado com
Pedro saiu com sua irmã dele. referência a pessoas ou coisas.
A professora disse ao diretor que concordava Não conheço o rapaz que saiu. (refere-se a
com sua nomeação dela. pessoa)
Esta é a pessoa sobre a qual lhe falei. Aonde eu for, virás comigo.
Este é o móvel sob o qual ficou escondido o Os pronomes pessoais de tratamento representam a
documento. forma de se tratar as pessoas: trato cortês ou informal.
Os mais usados são:
Militares
8. O relativo onde é usado para indicar lugar e equivale a
em que, no qual. Esta é a casa onde moro. Pronome Abreviatura Usado para
de
Não conheço o lugar onde você está. tratamento
a
Vossa V. Ex. Oficiais generais (até coronéis)
Não conheço o lugar aonde você irá.
Excelência
a
Vossa V. S. Outras patentes militares
Obs.: Senhoria
* Aonde é empregado com verbos que dão idéia de Pronome de Abreviatura Usado para
movimento e equivale a para onde; é resultado da tratamento
combinação da preposição a + onde.
Vossa V. S. Papa
Sempre morei na cidade onde nasci. Santidade
Pronome de tratamento Abreviatura Usado para Abrir - eu abro - você abre - ele/ela abre - nós
abrimos - vocês abrem - eles/elas abrem
Vossa Senhoria V. S.ª Dom
Doutor Dr. Doutor Outros Verbos Regulares podem ser: Cantar, Dever,
Comendador Com. Comendador Partir, etc.
Professor Prof. Professor
Verbos Irregulares
Os Verbos Irregulares são aqueles que sofrem
Verbo
alterações no seu radical e as desinências podem não ser
as mesmas para todos os verbos.
Verbo é a palavra que expressa processos, ação,
estado, mudança de estado, fenômeno da natureza, Exemplos:
conveniência, desejo e existência. Desse modo, enquanto
os nomes (substantivo, adjetivo) indicam propriedades Passear - eu passeio - você passeia - ele/ela passeia -
estáticas dos seres, o verbo denota os seus movimentos, nós passeamos - vocês passeiam - eles/elas passeiam
por isso sua característica de dinamicidade.
Querer - eu quero - você quer - ele/ela quer - nós
Exemplos: queremos - vocês querem - eles/elas querem
1. Um homem já escorregou neste chão molhado. Ser - eu sou - você é - ele/ela é - nós somos - vocês são -
...[escorregar: verbo = ação que expressa a dinamicidade eles/elas são.
de "homem"]
Estar - eu estou - você está - ele/ela está - nós estamos -
2. Por enquanto as matas continuam indefesas. vocês estão - eles/elas estão.
...[continuar: verbo = estado que expressa a dinamicidade
de "matas"] Outros Verbos Irregulares: Dar, Perder, Fazer, Dizer, Pôr,
Rir, etc.
3. Anoitecia rapidamente!
...[anoitecer: verbo = fenômeno dinâmico da natureza]
Verbos Regulares
4. Convém aguardar mais alguns minutos.
...[convir: verbo = conveniência que expressa a Os verbos regulares são aqueles que não sofrem
dinamicidade de "aguardar..."] alterações em seu radical.
5. Nossos estudantes anseiam um bom emprego. 1ª conjugação:
...[ansiar: verbo = desejo que expressa a dinamicidade de
"nossos estudantes"] Canto
Cantas
6. Houve tumulto no momento da votação. Canta
...[haver: verbo = existência que expressa a dinamicidade Cantamos
de "tumulto..."]
2ª conjugação:
Vendes
Vende MODO INDICATIVO
Pretérito Pretérito
Present Pretérito Futuro do Futuro do
3ª conjugação: imperfeit mais-que-
e perfeito presente pretérito
o perfeito
Parto Hei Havia Houve Houvera Haverei Haveria
Partes Hás Havias Houveste Houveras Haverás Haverias
Parte Há Havia Houve Houvera Haverá Haveria
Havemo Houvemo Houvéramo Haveremo Haveríamo
Havíamos
s s s s s
Havei Havíeis Houveste Houvéreis Havereis Haveríeis
Verbos Irregulares
Houvera
Hão Haviam Houveram Haverão Haveriam
m
Os verbos irregulares são aqueles que sofrem alterações,
em geral, em seu radical.
Formas Nominais
Tenho
Infinitivo impessoal
Tens
Tem
HAVER
Temos
Tendes
Infinitivo pessoal
Têm
Haver
Observação: note que o verbo TER sofreu alterações em
Haveres
seu radical em praticamente todas as pessoas na
Haver
conjugação do presente do indicativo.
Havermos
Haverdes
A seguir veremos alguns exemplos de verbos irregulares
Haverem
em todos os modos.
Gerúndio
Verbos Irregulares - 1ª Conjugação - Dar
Havendo
MODO INDICATIVO
Particípio
Pretérito
Futuro
Pretérito Pretérito mais- Futuro do
Presente do Havido
imperfeito perfeito que- pretérito
presente
perfeito
Dou Dava Dei Dera Darei Daria
Dás Davas Deste Deras Darás Darias Verbos Irregulares - 3ª Conjugação - Ferir
Dá Dava Deu Dera Dará Daria
Damos Dávamos Damos Déramos Daremos Daríamos MODO INDICATIVO
Dais Dáveis Destes Déreis Dareis Daríeis Pretérito
Pretérito Pretérito Futuro do Futuro do
Dão Davam Deram Deram Darão Dariam Presente mais-que-
imperfeito perfeito presente pretérito
perfeito
Firo Feria Feri Ferira Ferirei Feriria
Formas Nominais Feres Férias Feriste Feriras Ferirás Feririas
Fere Feria Feriu Ferira Ferirá Feriria
Ferimos Feríamos Ferimos Feríramos Feriremos Feriríamos
Infinitivo impessoal
Feris Feries Feristes Feríreis Feríreis Feriríeis
Ferem Feriam Feriram Feriram Ferirão Feririam
DAR
Infinitivo pessoal
Formas Nominais
Dar
Infinitivo impessoal
Dares
Dar
Darmos FERIR
Dardes
Infinitivo pessoal
Darem
Gerúndio Ferir
Ferires
Dando Ferir
Ferirmos
Particípio Ferirdes
Ferirem
Dado
Gerúndio
Precavido
Formas Nominais
Verbos Abundantes
Infinitivo impessoal
Os verbos abundantes são aqueles que apresentam duas
IR formas de mesmo valor. Em geral, essas formas são mais
freqüentes no particípio. Vejamos alguns exemplos:
Infinitivo pessoal
PARTICÍPIO PARTICÍPIO
Ir INFINITIVO
REGULAR IRREGULAR
Ires Anexar Anexado Anexo
Irmos Dispersar Dispersado Disperso
Irdes Eleger Elegido Eleito
Irem Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Gerúndio Matar Matado Morto
Morrer Morrido Morto
Indo Pegar Pegado Pego
Soltar Soltado Solto
Particípio
Geralmente, os particípios regulares são usados com os
Ido verbos auxiliares TER e HAVER, enquanto os particípios
irregulares são usados com o verbo SER.
Verbos Defectivos
Verbos Auxiliares
Os verbos defectivos são aqueles que não possuem a
conjugação completa. Verbos auxiliares são aqueles que fornecem informação
semântica adicional ao verbo principal, ou seja, acrescem
Precaver
informações sobre tempo, número, pessoa, etc.:
MODO INDICATIVO Eu tenho estudado matemática.
Pretérito Pretérito
Pretérito Futuro do Futuro do
Presente imperfeit mais-que-
o
perfeito
perfeito
presente pretérito Há de haver uma cura para a doença.
Não tem Precavia Precavi Precavera Precaverei Precaveria
Precaves Precavera Precaverá Precaveria Um carro foi comprado por Juca.
Não tem Precavias
te s s s
Não tem Precavia Precaveu Precavera Precaverá Precaveria
Precave Precavía Precave Precavêra Precavere Precavería Advérbio
mos mos mos mos mos mos
Precavíei Precaves Precavêrei Precaverei Precaveríei Aspectos Morfológicos: Advérbio é a palavra que modifica
precaveis
s tes s s s
o verbo, o adjetivo e o advérbio, denotando circunstância.
És muito corajoso e pouco prudente (adjetivos). Exemplos: Rui Barbosa é o gênio que ora exaltamos.
Classificam-se em:
Observação: Quando o advérbio modifica o adjetivo ou
outro advérbio, indica apenas intensidade. a) Causa - por que.
Exemplos: Certamente ele fará a prova. Quero saber como vai você.
i) Desculpa - Perdão!
7. Tempo: afinal, agora, ainda, amanhã, anteontem,
antes, breve, cedo, depois, enfim, hoje, já, jamais, logo,
Preposição
Obs.: Não basta, neste caso, propor apenas a
Preposição é a palavra ou expressão (locução correção gramatical, numa situação escolar
prepositiva) que serve para ligar duas palavras, envolvendo a escrita. É preciso, na reescritura
estabelecendo relação entre elas. As principais do texto, eliminar o supérfluo, buscando a
preposições são: clareza e a eficácia da mensagem.
- A, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, REESCRITA: (Ausentei-me do serviço para consultar um
entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás. oculista.)
A língua faz parte de nossa vida diária. Por isso, é ILMO. SR DIRETOR
importante conhecer, através da reflexão linguística, seu
funcionamento nas diversas situações do cotidiano. A CULTUR - CULTURA E TURISMO POR SUA VEZ
ausência dessa reflexão na dinâmica da produção escrita RESPONSAVÉIS KELLY E ELIANE, VEM MUI
compromete sobretudo a superfície textual. Exemplos: RESPEITOSAMENTE A PRESENÇA DE V. SA.
REQUERER AUTORIZAÇÃO PARA EXCURSÕES
TEXTO 1 - Ambiguidade na propaganda de produto: "CULTURAL". UM EVENTO QUE TRAZ APRENDIZADO
“Nunca use a almofadinha HAPPY BABY quando E "ENTERTENIMENTO" AOS ALUNOS.
aquecida diretamente sobre a pele do bebê, fraldas
descartáveis e calças plásticas”. REESCRITA:
REESCRITA: (Quando entro num prédio, desespera-me Considerações: Do ponto de vista da comunicação, o
pensar que algo grave poderá ocorrer comigo). texto acima cumpre o seu papel: através do código
escrito, o emissor transmite uma mensagem que, bem ou
mal, pode ser decodificada pelo destinatário. Sob o
TEXTO 3 - Problemas gramaticais e ineficiência da enfoque linguístico, entretanto, são evidentes as falhas
mensagem: “Necessitei ausentar-se do serviço, por que relativas à formalização dos processos de formação do
encontrava-me com dificuldades de enxergar, porque texto, indicando que o produtor não domina os recursos
minha profissão requer uma boa visão”. específicos da modalidade escrita. Neste caso, sem
considerar o deslize na escolha da forma (requerimento),
6. Indique o único item que serve como argumento 9. Indique o único segmento que serve como
favorável à defesa da legalização da pena de morte no argumento contrário à defesa da manutenção do
Brasil: ensino superior gratuito no Brasil:
a) A incapacidade de um ser humano julgar o outro com a) Há um princípio de justiça social segundo o qual o
a isenção de ânimo. pagamento por bens e serviços deve ser feito
b) O sistema carcerário encontra-se privado das desigualmente conforme as desigualdades de ganho.
condições necessárias capazes de promover a b) A Europa considera investimento a formação de
reabilitação para a plena convivência social. quadros de nível superior.
c) A irreparabilidade do erro jurídico. c) Nos EUA, a maior parte do orçamento das melhores
d) O sensacionalismo da mídia ao expor o sentimento universidades é composta por doações, convênios com
dos familiares e amigos do réu diante da consumação da empresas ou órgãos federais, fundos privados, cursos de
pena. atualização profissional.
e) Os estados americanos que legalizaram a pena de d) Nos EUA, o montante arrecadado pelas universidades
morte apresentaram um recrudescimento no número de de seus estudantes, a título de taxas escolares, não
crimes violentos. chega ao percentual de 20% de seu orçamento global.
e) No Brasil, país com renda per capita de
7. Leia o seguinte texto adaptado de "A Folha de São aproximadamente US$ 2 mil, uma raxa escolar de US$
Paulo" de 24/04/94: 13 mil/ano por aluno, conforma estimativa do Banco
"A arte brasileira dos anos 60 começa com um movi- Mundial, é quantia astronômica.
mento aparentemente conservador, a volta à figura
depois do domínio dos abstratos na década de 50. 10. "Um dos mais respeitados colégios particulares
Mas estava ali a senha para uma revolução. A pop da cidade do Rio de Janeiro está fechando as portas
arte não incorpora só os símbolos do consumo, tira- por causa da briga crônica entre pais de alunos e
dos das propagandas, dos quadrinhos e das placas donos de escolas em torno das mensalidades esco-
de trânsito. Tenta incorporar os objetos do mundo. E lares"
o mundo não se reduz a quadros, esculturas e Assinale a alternativa que contém uma conseqüência
gravuras – suporte tradicional da arte." Interprete do fato relatado:
com F (Falsa) ou V (Verdadeira) as seguintes afir- a) Duas escolas se prontificaram a admitir os alunos da
mações a respeito do texto. A seguir, assina a escola extinta. Uma delas está contratando boa parte de
alternativa que contém a seqüência correta: seu corpo docente.
( ) A pop arte dos anos 60 rompeu com o suporte b) A interferência do governo na fixação dos índices de
tradicional da arte. reajuste das mensalidades escolares é conseqüência do
( ) Os abstratos da década de 50 cederam lugar às "lobby" bem sucedido dos proprietários de escolas
figuras na década de 60. privadas junto ao MEC.
( ) Os anos 60 revelaram-se conservadores em c) O triste desfecho desse fato emblemático da situação
relação à arte dos anos 50. da educação brasileira.
1. VVV d) Dois meses depois que o governo federal liberou os
2. VVF preços das mensalidades escolares, a Justiça de São
3. VFF Paulo decidiu que os reajustes voltam a ser controlados,
4. FVV não podendo exceder os índices mensais de inflação.
5. FVF e) O Sindicato dos Professores do Rio de Janeiro
realizou levantamento segundo o qual esta é a escola
8. Leia com atenção o segmento abaixo para respon- que melhor remunera os professores.
der á questão:
"As relações dos cidadãos com os dirigentes se pau- 11.Quem .......... seu amigo, jamais ..........., mas sim lhe
taram, ao longo dos séculos, pelo assistencialismo e dá bons ...........
a subserviência. Os indivíduos nunca participaram de a) preza, o dilata, conselhos
nada. E isso faz com que nosso espírito de mobi- b) preza, o delata, conselhos
lização seja mínimo e o de organização, caótico. Mais c) presa, delata-o, conselhos
difícil mesmo que reunir as pessoas é conseguir or- d) preza, dilata-o, conselhos
denar, sistematizar a sua participação. A verborragia e) presa, o dilata, concelhos
dissipa a capacidade de ação. E é crítica a nossa ca-
pacidade crítica; não fomos formados para a análise 12.Eles ................. ajudar e ............... as ................... no
desapaixonada de fatos ou situações; por isso mês- arquivo.
mo, nossas opiniões são tão fluidas e nossas posi- a) quiseram, puzeram, fixas.
ções, tão personalistas." Marque o item que não com- b) quizeram, puseram, fixas.
pleta corretamente a sentença abaixo, de acordo com c) quiseram, puzeram, fichas.
o que se depreende do trecho lido: d) quiseram, puseram, fichas.
A dificuldade de arregimentação e de organização e) quizeram, puseram, fichas.
participativa dos cidadões deve-se ao fato de:
a) nas reuniões, as pessoas falarem coisas sem 13. Assinale a alternativa em que todas as palavras
relevância para o que se está discutindo são escritas com “g”:
a) _ibóia, _eca, pa_em; 22. Em qual das orações abaixo o sujeito é inexis-
b) ferru_em, estran_eiro, verti_inoso; tente?
c) ma_estade, _lo, vare_ista; a) Tristonha, escondia o rosto com as mãos.
d) _irau, pa_é, ri_eza; b) Durante o dia, caminhamos sob um sol terrível.
e) _enipapo, _erico, tra_etória. c) Nesta terra faz muito frio.
d) Precisa-se de operários nesta obra.
14. Assinale a alternativa onde não ocorre erro de e) Ela estava logo ali na esquina.
grafia:
a) pobreza, através, fertilisar, maisena; 23. Em: “Um peixe resvalou à flor da água; do céu
b) taxa, indigesto, paisano, enchoval; baixou um raio de sol”. Os termos grifados são:
c) defesa, obesidade, profetizar, anestesia; a) adjunto adnominal – adjunto adnominal
d) expatriar, babaçu, camursa; b) adjunto adverbial – adjunto adnominal
e) n.d.a. c) objeto indireto – objeto direto
d) adjunto adverbial – objeto indireto
15. “Uma _____deliciosa tomou conta dos que se e) objeto direto – adjunto adnominal
apertavam de encontro às cordas, em toda a _____do
percurso”. 24. Em “O Brasil foi descoberto pelos portugueses”,
a) espectativa, espectadores, extensão; o termo grifado é:
b) espectativa, expectadores, extenção; a) adjunto adverbial de modo
c) expectativa, expectadores, extenção; b) sujeito
d) expectativa, espectadores, extensão; c) objeto indireto
e) expectativa, expectadores, extensão. d) agente da passiva
e) aposto
16. Assinale a alternativa em que há uma palavra
escrita incorretamente: 25. Considere os termos grifados nas frases:
a) quisermos, marquesa, surgir; 1. O ar campestre é muito saudável.
b) sujeito, mochila, chícara; 2. Ela anda meio triste ultimamente.
c) flecha, granjeiro, exceção; 3. Brevemente chegará o carnaval.
d) ojeriza, perquisar, girassol; Pela ordem, eles se classificam como:
e) n.d.a. a) adjunto adnominal – predicativo do sujeito – sujeito
b) predicativo do sujeito – adjunto adverbial de modo –
17. Escreve-se com CH a palavra: sujeito
a) _inqar; c) adjunto adnominal – adjunto adverbial de modo –
b) pu_ar; objeto direto
c) en_oval; d) predicativo do sujeito – predicativo do objeto – objeto
d) me_er; direto
e) en_ente. e) adjunto adverbial – complemento nominal – predicativo
do sujeito
18. Marque a alternativa em que estão grafados
corretamente os substantivos derivados de: limpo, 26. No verso: "Ouviram do Ipiranga as margens
defender, barão, surdo. plácidas", o sujeito é:
a) limpeza, defeza, baroneza, surdeza a) Ipiranga
b) limpeza, defesa, baronesa, surdez b) Inexistente
c) limpesa, defeza, baronesa, surdesa c) As margens plácidas
d) limpeza, defeza, baronesa, surdez d) Oculto
e) limpeza, defesa, baroneza, surdez e) Indeterminado
19. Indique a alternativa em que todas as palavras 27.Os velhos lembraram-se do passado, os moços
seriam completadas com a mesma letra: aproveitaram o presente, ninguém cuidou do futuro.
a) bu_ina, bu_linar, ca_ar; Os termos grifados no período acima exercem a
b) fu_ilar, a_ilar, ga_olina; função sintática, respectivamente de:
c) introdu_ir, reali_ar, desli_ar; a) sujeito e objeto direto
d) ca_ebre, anali_ar, gentile_a; b) adjunto adnominal e objeto indireto
e) n.d.a. c) objeto direto e objeto direto
d) predicativo do sujeito e sujeito
20. Em que alternativa usaríamos somente “X”? e) adjunto adverbial e sujeito
a) _ícara, pi_e, be_iga;
b) en_endo, en_erto, _epa; 28.É objeto indireto:
c) ta_ativo, sinta_e, bro_e; a) Fomos e voltamos a cavalo.
d) bre_a, ni_o, en_ova; b) Precisamos de auxílio
e) n.d.a. c) Leitura é útil a todos.
d) Vivemos para aprender
21. Na oração “A partir daquele dia, começaram a e) Aprendemos através do estudo.
maltratá-lo na escola”, o sujeito é:
a) naquele dia 29.Vende tudo, Henrique! Os termos grifados são,
b) oculto – “eles” respectivamente:
c) na escola a) complemento verbal e sujeito
d) indeterminado b) adjunto adverbial e vocativo
e) posposto c) adjunto adverbial e sujeito
d) complemento verbal e vocativo
e) complemento verbal e aposto b) Um sistema tributário obsoleto não permite que haja
conscientização dos contribuintes.
30.O rapaz de emocionou e todos o respeitaram. A c)A prefeitura necessitava de que os computadores
palavra destacada é: fossem instalados com urgência.
a) pronome pessoal: sujeito d)Ninguém tem dúvida de que a microinformática
b) artigo: objeto direto racionaliza o sistema tributário.
c) artigo: adjunto adnominal e)Alguns prefeitos temiam que a utilização do computador
d) pronome pessoal: objeto indireto gerassem emprego.
e) pronome pessoal: objeto direto
38. Só compramos frutas que estão maduras. A
31. Eu fui para casa, eles não. oração grifada é:
1. Período com duas orações a)a principal do período
2. Eu e Ele são pronomes b)subordinada adjetiva restritiva
3. Para é preposição c)subordinada adverbial temporal
a) apenas a primeira alternativa é correta d)subordinada substantiva objetiva direta
b) apenas a segunda alternativa é correta e)coordenada sindética
c) apenas a terceira alternativa é correta
d) todas são corretas 39. Preparem-se bem: logo terão sucesso. A oração
e) apenas a primeira é incorreta destacada é:
a) coordenada assindética
32. Sou favorável a que você não desista da luta. b)coordenada sindética adversativa
Essa oração é uma oração: c)coordenada sindética conclusiva
a)coordenada sindética d)subordinada adverbial temporal
b)subordinada adjetiva explicativa e)subordinada adverbial condicional
c)a principal do período
d)subordinada substantiva completiva nominal 40. Assinale a alternativa que contém a classificação
e)subordinada adverbial concessiva do seguinte período:
A Lei Afonso Arinos é a única norma legal que proíbe
33. À medida em que o tempo passa, as nossas a discriminação racial no país.
ilusões desaparecem. Essa oração é: a) principal e subordinada adjetiva
a)subordinada adverbial proporcional b) coordenadas assindética e sindética
b)oração principal c) subordinada adjetiva e adverbial
c)subordinada adverbial concessiva d) principal e subordinada adverbial
d)coordenada assindética e) principal e subordinada substantiva
e)subordinada substantiva
41. Assinale a alternativa incorreta quanto à com-
34. Assinale a alternativa que contém um período cordância verbal:
formado por três orações: a) As crianças parecem gostarem do filme.
a)Dona Glória prometera a Deus que Bentinho seria b) Já tinha havido muitas brigas na família.
padre. c) Dava dez horas o relógio da sala.
b)Depois de formado, Bentinho casa-se com Capitu. d) Já tinha feito dois anos que ele não ia lá.
c)O livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa
contração cadavérica. 42. Assinale a alternativa que completa corretamente
d)Nas noites de verão, ou todas as noites, o pai a frase:
abandona a mesa. “Não se ________ mais esses móveis. Antigamente
e)Poucos são os livros didáticos favoráveis aos ________ muitas fábricas que os ____________. “
investimentos. a) encontram – haviam – fabricava
b) encontra – havia – fabricavam
35. No período: Se ele foi aprovado, não sei. A oração c) encontram – havia – fabricava
"Se ele foi aprovado" é: d) encontram – havia – fabricavam
a)principal
b)coordenada assindética 43. Igual à anterior:
c)subordinada substantiva subjetiva “Já ________ dez anos que ele morreu. Nunca mais
d)subordinada substantiva objetiva direta ______ pessoas com sensibilidade como a dele.”
e)subordinada adverbial causal a) vai fazer – vão haver
b) vão fazer – vão existir
36. No período: "São tais as injustiças econômicas, c) vai fazer – vão existir
que suas conseqüências se refletem nas transações d) vão fazerem – vai haver
especulativas", há uma oração subordinada:
a)adjetiva restritiva 44. Indique a alternativa correta quanto à concor-
b)adverbial condicional dância:
c)adverbial causal a) Comumente se vê ruas bem floridas.
d)adverbial consecutiva b) Com os novos computadores, obtêm-se resultados
e)objetiva direta excelentes.
c) Quais dentre vós fará esse trabalho?
37. Há oração subordinada substantiva subjetiva no d) Nunca tantos devera a tão poucos.
período:
a) Decidiu-se que a microinformática seria implantada 45. Assinale a alternativa correta:
naquele Município. a) Seria vinte e sete de março, quando a esquadra partiu
da Europa.
ANOTAÇÕES _____________________________________
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1. NOÇÕES SOBRE HISTÓRIA POLÍTICA, sido dominada pelas tropas francesas. Dez anos depois,
ECONÔMICA E SOCIAL DO BRASIL. 1.1 um movimento de independência pôs fim à anexação da
Cisplatina, dando origem ao Uruguai. Em 1815, a
NOÇÕES SOBRE HISTÓRIA E INSTITUCIO- administração joanina elevou o Brasil à condição de
NALIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL Reino Unido. Essa nova nomeação extinguiu
NO BRASIL E NO MUNDO, COM ÊNFASE politicamente a condição colonial do país. Inconformados,
NA TRAJETÓRIA DO IPHAN os lusitanos que permaneceram em Portugal se
mostravam insatisfeitos com o fato do Brasil tornar-se a
Independência e Nascimento do Estado Brasileiro sede administrativa do governo português. Foi quando,
em 1820, um movimento revolucionário lutou pelo fim da
A chegada da família real portuguesa no Brasil marcou condição política secundária de Portugal. A chamada
intensamente os destinos do Brasil e da Europa. Pela Revolução do Porto criou um governo provisório e exigiu
primeira vez na história, um rei europeu transferia a o retorno de Dom João VI a Portugal. Temendo a perda
capital de seu governo para o continente americano. do seu poder, Dom João VI foi pra Portugal e deixou o
Escoltados por embarcações britânicas, cerca de 10 mil seu filho, Dom Pedro I, como príncipe regente do Brasil.
pessoas fizeram a viagem que atravessou o oceano Os revolucionários, mesmo inspirados por princípios
Atlântico. Sofrendo diversos inconvenientes durante a liberais, exigiram a volta do pacto colonial. No Brasil, as
viagem, os súditos da Coroa Portuguesa enfrentaram repercussões desses acontecimentos impulsionaram a
uma forte tempestade que separou o comboio de formação de um movimento que possibilitou a
embarcações. Parte dos viajantes aportou primeiramente independência do Brasil.
na Bahia e o restante na cidade do Rio de Janeiro.
Responsabilizados por escoltar a Família Real e defender
O Processo de Independência do Brasil
as terras portuguesas da invasão napoleônica, os
ingleses esperavam vantagens econômicas em troca do
apoio oferecido. Já na Bahia, D. João, orientado pelo Para compreender o verdadeiro significado histórico
economista Luz José da Silva Lisboa, instituiu na Carta da independência do Brasil, levaremos em consideração
Régia de 1808 a abertura dos portos a “todas as nações duas importantes questões: Em primeiro lugar, entender
amigas”. A medida encerrava o antigo pacto colonial que que o 07 de setembro de 1822 não foi um ato isolado do
conduziu a dinâmica econômica do país até aquele príncipe D. Pedro, e sim um acontecimento que integra o
momento. Além de liberar o comércio, essas medidas processo de crise do Antigo Sistema Colonial, iniciada
trouxeram outras importantes conseqüências de ordem com as revoltas de emancipação no final do século XVIII.
econômica. O contrabando sofreu uma significativa Ainda é muito comum a memória do estudante associar a
diminuição e os recursos arrecadados pela Coroa independência do Brasil ao quadro de Pedro Américo, "O
também aumentaram. Ao mesmo tempo, os produtos Grito do Ipiranga", que personifica o acontecimento na
ingleses tomaram conta do país, impedindo o figura de D. Pedro. Em segundo lugar, perceber que a
desenvolvimento de manufaturas no Brasil, as cidades independência do Brasil, restringiu-se à esfera política,
portuárias tiveram notório desenvolvimento. Dois anos não alterando em nada a realidade sócio-econômica, que
se manteve com as mesmas características do período
mais tarde, o decreto de 1808 transformou-se em um
tratado permanente. No ano de 1810, os Tratados de colonial. Valorizando essas duas questões, faremos uma
Aliança e Amizade e de Comércio e Navegação, fixaram breve avaliação histórica do processo de independência
os interesses britânicos no mercado brasileiro. Foram do Brasil. Desde as últimas décadas do século XVIII
assinala-se na América Latina a crise do Antigo Sistema
estabelecidas taxas alfandegárias preferenciais aos
produtos ingleses. Os produtos ingleses pagavam taxas Colonial. No Brasil, essa crise foi marcada pelas rebeliões
de 15%, os portugueses de 16% e as demais nações de emancipação, destacando-se a Inconfidência Mineira
estrangeiras pagariam uma alíquota de 24%. Além e a Conjuração Baiana. Foram os primeiros movimentos
sociais da história do Brasil a questionar o pacto colonial
desses valores, o tratado firmava um compromisso em
que o tráfico negreiro seria posteriormente extinguido. e assumir um caráter republicano. Era apenas o início do
Além de trazer transformações no jogo econômico, o processo de independência política do Brasil, que se
governo de Dom João VI empreendeu outras mudanças. estende até 1822 com o "sete de setembro". Esta
Adotada como capital do império, a cidade do Rio de situação de crise do antigo sistema colonial, era na
Janeiro sofreu diversas modificações. Missões verdade, parte integrante da decadência do Antigo
estrangeiras vieram ao país avaliar as riquezas da região, Regime europeu, debilitado pela Revolução Industrial na
a Biblioteca Real foi construída, o primeiro jornal do país Inglaterra e principalmente pela difusão do liberalismo
foi criado. Além disso, novos prédios públicos foram econômico e dos princípios iluministas, que juntos
estabelecidos. A Casa da Moeda, Banco do Brasil, a formarão a base ideológica para a Independência dos
Academia Real Militar e o Jardim Botânico foram algumas Estados Unidos (1776) e para a Revolução Francesa
das obras públicas do período joanino. Nas questões (1789). Trata-se de um dos mais importantes movimentos
externas, Dom João VI empreendeu duas campanhas de transição na História, assinalado pela passagem da
militares nas fronteiras do país. No ano de 1809, tropas idade moderna para a contemporânea, representada pela
britânicas e portuguesas conquistaram a cidade de transição do capitalismo comercial para o industrial.
Caiena, capital da Guina Francesa. A manobra, que tinha
por objetivo agredir o governo francês, colocou a região
Os Movimentos de Emancipação
sob o domínio do Brasil até quando o Congresso de
Viena restituiu a região à França. No ano de 1817, as
tropas imperiais invadiram a Província Cisplatina. Essa A Inconfidência Mineira destacou-se por ter sido o
nova investida militar era importante por razões diversas. primeiro movimento social republicano-emancipacionista
Além de ser uma região de rico potencial econômico, o de nossa história. Eis aí sua importância maior, já que em
domínio sob a região da Cisplatina impedia uma possível outros aspectos ficou muito a desejar. Sua composição
invasão napoleônica às colônias da Espanha, que havia social por exemplo, marginalizava as camadas mais
populares, configurando-se num movimento elitista
estendendo-se no máximo às camadas médias da gradualmente deixava de ser colônia de Portugal, para
sociedade, como intelectuais, militares, e religiosos. entrar na esfera do domínio britânico. Para Inglaterra
Outros pontos que contribuíram para debilitar o industrializada, a independência da América Latina era
movimento foram a precária articulação militar e a postura uma promissora oportunidade de mercados, tanto
regionalista, ou seja, reivindicavam a emancipação e a fornecedores, como consumidores. Com a assinatura dos
república para o Brasil e na prática preocupavam-se com Tratados de 1810 (Comércio e Nave-gação e Aliança e
problemas locais de Minas Gerais. O mais grave contudo Amizade), Portugal perdeu definiti-vamente o monopólio
foi a ausência de uma postura clara que defendesse a do comércio brasileiro e o Brasil caiu diretamente na
abolição da escravatura. O desfecho do movimento foi dependência do capitalismo inglês. Em 1820, a burguesia
assinalado quando o governador Visconde de Barbacena mercantil portuguesa colocou fim ao absolutismo em
suspendeu a derrama -- seria o pretexto para deflagar a Portugal com a Revolução do Porto. Implantou-se uma
revolta - e esvaziou a conspiração, iniciando prisões monarquia constitucional, o que deu um caráter liberal ao
acompanhadas de uma verdadeira devassa. Os líderes movimento. Mas, ao mesmo tempo, por tratar-se de uma
do movimento foram presos e enviados para o Rio de burguesia mercantil que tomava o poder, essa revolução
Janeiro responderam pelo crime de inconfidência (falta de assume uma postura recolonizadora sobre o Brasil. D.
fidelidade ao rei), pelo qual foram condenados. Todos João VI retorna para Portugal e seu filho aproxima-se
negaram sua participação no movimento, menos Joaquim ainda mais da aristocracia rural brasileira, que sentia-se
José da Silva Xavier, o alferes conhecido como duplamente ameaçada em seus interesses: a intenção
Tiradentes, que assumiu a responsabilidade de liderar o recolonizadora de Portugal e as guerras de
movimento. Após decreto de D. Maria I é revogada a independência na América Espanhola, responsáveis pela
pena de morte dos inconfidentes, exceto a de Tiradentes. divisão da região em repúblicas.
Alguns tem a pena transformada em prisão temporária,
outros em prisão perpétua. Cláudio Manuel da Costa
morreu na prisão, onde provavelmente foi assassinado. O Significado Histórico da Independência
Tiradentes, o de mais baixa condição social, foi o único
condenado à morte por enforcamento. Sua cabeça foi A aristocracia rural brasileira encaminhou a
cortada e levada para Vila Rica. O corpo foi esquartejado independência do Brasil com o cuidado de não afetar
e espalhado pelos caminhos de Minas Gerais (21 de abril seus privilégios, representados pelo latifúndio e
de 1789). Era o cruel exemplo que ficava para qualquer escravismo. Dessa forma, a independência foi imposta
outra tentativa de questionar o poder da metrópole. O verticalmente, com a preocupação em manter a unidade
exemplo parece que não assustou a todos, já que nove nacional e conciliar as divergências existentes dentro da
anos mais tarde iniciava-se na Bahia a Revolta dos própria elite rural, afastando os setores mais baixos da
Alfaiates, também chamada de Conjuração Baiana. A sociedade representados por escravos e trabalhadores
influência da loja maçônica Cavaleiros da Luz deu um pobres em geral. Com a volta de D. João VI para Portugal
sentido mais intelectual ao movimento que contou e as exigências para que também o príncipe regente
também com uma ativa participação de camadas voltasse, a aristocracia rural passa a viver sob um difícil
populares como os alfaiates João de Deus e Manuel dos dilema: conter a recolonização e ao mesmo tempo evitar
Santos Lira.Eram pretos, mestiços, índios, pobres em que a ruptura com Portugal assumisse o caráter
geral, além de soldados e religiosos. Justamente por revolucionáriorepublicano que marcava a independência
possuír uma composição social mais abrangente com da América Espanhola, o que evidentemente ameaçaria
participação popular, a revolta pretendia uma república seus privilégios. A maçonaria (reaberta no Rio de Janeiro
acompanhada da abolição da escravatura. Controlado com a loja maçônica Comércio e Artes) e a imprensa
pelo governo, as lideranças populares do movimento uniram suas forças contra a postura recolonizadora das
foram executadas por enforcamento, enquanto que os Cortes. D. Pedro é sondado para ficar no Brasil, pois sua
intelectuais foram absolvidos. Outros movimentos de partida poderia representar o esfacelamento do país. Era
emancipação também foram controlados, como a preciso ganhar o apoio de D. Pedro, em torno do qual se
Conjuração do Rio de Janeiro em 1794, a Conspiração concretizariam os interesses da aristocracia rural
dos Suaçunas em Pernambuco (1801) e a Revolução brasileira. Um abaixo assinado de oito mil assinaturas foi
Pernambucana de 1817. Esta última, já na época que D. levado por José Clemente Pereira (presidente do
João VI havia se estabelecido no Brasil. Apesar de Senado) a D. Pedro em 9 de janeiro de 1822, solicitando
contidas todas essas rebeliões foram determinantes para sua permanência no Brasil. Cedendo às pressões, D.
o agravamento da crise do colonialismo no Brasil, já que Pedro decidiu-se: "Como é para o bem de todos e
trouxeram pela primeira vez os ideais iluministas e os felicidade geral da nação, estou pronto. Diga ao povo que
objetivos republicanos. fico". É claro que D. Pedro decidiu ficar bem menos pelo
povo e bem mais pela aristocracia, que o apoiaria como
imperador em troca da futura independência não alterar a
A Família Real no Brasil e a Preponderância Inglesa realidade sócio-econômica colonial. Contudo, o Dia do
fico era mais um passo para o rompimento definitivo com
Se o que define a condição de colônia é o monopólio Portugal. Graças a homens como José Bonifácio de
imposto pela metrópole, em 1808 com a abertura dos Andrada e Silva (patriarca da independência), Gonçalves
portos, o Brasil deixava de ser colônia. O monopólio não Ledo, José Clemente Pereira e outros, o movimento de
mais existia. Rompia-se o pacto colonial e atendia-se independência adquiriu um ritmo surpreendente com o
assim, os interesses da elite agrária brasileira, cumpra-se, onde as leis portuguesas seriam obedecidas
acentuando as relações com a Inglaterra, em detrimento somente com o aval de D. Pedro, que acabou aceitando o
das tradicionais relações com Portugal. Esse episódio, título de Defensor Perpétuo do Brasil (13 de maio de
que inaugura a política de D. João VI no Brasil, é 1822), oferecido pela maçonaria e pelo Senado. Em 3 de
considerado a primeira medida formal em direção ao junho foi convocada uma Assembléia Geral Constituinte e
"sete de setembro". Há muito Portugal dependia Legislativa e em primeiro de agosto considerou-se
economicamente da Inglaterra. Essa dependência inimigas as tropas portuguesas que tentassem
acentua-se com a vinda de D. João VI ao Brasil, que desembarcar no Brasil. São Paulo vivia um clima de
instabilidade para os irmãos Andradas, pois Martim liberdades comerciais. Além de possibilitar o acesso a
Francisco (vice-presidente da Junta Governativa de São uma maior gama de produtos industrializados, a abertura
Paulo) foi forçado a demitir-se, sendo expulso da dos portos concedeu um visível alargamento dos lucros
província. Em Portugal, a reação tornava-se radical, com obtidos com a comercialização dos gêneros agrícolas
ameaça de envio de tropas, caso o príncipe não com as nações da Europa. Nesse sentido, vemos que a
retornasse imediatamente. José Bonifácio, transmitiu a administração joanina ganhou uma relativa sustentação
decisão portuguesa ao príncipe, juntamente com carta política. No entanto, vemos que essa nova página da
sua e de D. Maria Leopoldina, que ficara no Rio de história brasileira não significava apenas uma nova fase
Janeiro como regente. No dia sete de setembro de 1822 de benefícios. Em Pernambuco, uma revolta de natureza
D. Pedro que se encontrava às margens do riacho republicana foi contra a elevação dos impostos
Ipiranga, em São Paulo, após a leitura das cartas que promulgada por Dom João VI. O aumento das tarifas foi
chegaram em suas mãos, bradou: "É tempo... um desdobramento da ampliação dos cargos públicos e o
Independência ou morte... Estamos separados de envolvimento em guerras que prejudicavam o equilíbrio
Portugal".Chegando no Rio de Janeiro (14 de setembro das finanças governamentais. Por fim, na década de
de 1822), D. Pedro foi aclamado Imperador Constitucional 1820, uma revolução liberal em solo lusitano exigiu não
do Brasil. Era o início do Império, embora a coroação só o retorno de D. João VI para a Europa, bem como o
apenas se realizasse em primeiro de dezembro de 1822. fim das concessões oferecidas ao Brasil. A partir desse
A independência não marcou nenhuma ruptura com o momento, integrantes da elite local se movimentaram em
processo de nossa história colonial. As bases sócio- torno da possibilidade da independência. Para tanto,
econômicas (trabalho escravo, monocultura e latifúndio), valeram-se das ambições do jovem Dom Pedro I, que
que representavam a manutenção dos privilégios encerrou esse período oficializando a autonomia do Brasil
aristocráticos, permaneceram inalteradas. O "sete de às margens do rio Ipiranga.
setembro" foi apenas a consolidação de uma ruptura
política, que já começara 14 anos atrás, com a abertura
dos portos. Política Joanina
ao governo, por este adotar uma linha de conduta militar foi reforçado com a fundação da Academia Militar,
necessária para conservar a sua existência como da Academia da Marinha, do hospital e do arquivo militar,
governo e indivíduos". A exatidão dessas afirmações da fábrica de pólvora, etc.
pode, aliás, ser verificada no próprio texto da Carta Régia
que declarava o caráter provisório da medida, “em razão O Brasil eleva-se a “Reino Unido a Portugal e
das críticas e públicas circunstâncias da Europa’’”. A Algarves”: Lançadas assim as bases da autonomia
franquia dos portos teve importantes conseqüências, pois administrativa da colônia, essa nova situação foi
deu início a um duplo processo: o da emancipação formalizada com a elevação do Brasil à categoria de
política do Brasil e o seu ingresso na órbita de influência Reino Unido a Portugal e Algarves, por ocasião do
inglesa. Os grandes proprietários escravistas brasileiros Congresso de Viena (1814-1815). O Congresso de Viena,
havia muito reivindicavam o livre comercio com as nações reunido logo depois da derrota de Napoleão em Leipzig
estrangeiras. Assim, não obstante o seu caráter (1814), marcou o início de uma vasta reação
provisório, a medida tornou-se irreversível, pois os antinapoleônica na Europa. Através dele, reorganizou-se
grandes proprietários não aceitariam a volta pura e o mapa político europeu, segundo os interesses do
simples à antiga condição colonial. Além disso, essa absolutismo. Dois foram os princípios adotados nessa
camada dominante colonial contava com o apoio da reorganização: o da legitimidade e o do equilíbrio
burguesia inglesa, a quem não interessava o fechamento europeu. Pelo princípio da legitimidade, retornaram ao
do mercado brasileiro. poder os antigos monarcas absolutistas depostos pelos
revolucionários franceses; pelo princípio do equilíbrio
O Alvará de 1° de abril de 1808: A revogação do Alvará europeu, realizou-se no Congresso de Viena a partilha de
de 1785 de D. Maria I, que proibia a manufatura no Brasil, territórios europeus e coloniais entre as potências de
ampliava a liberdade econômica. O Brasil estava modo equilibrado. Ora, segundo o princípio da
autorizado não apenas a fazer livremente o comércio com legitimidade, a situação da dinastia bragantina era
o estrangeiro, como poderia doravante dedicar-se "ilegítima", pois o Congresso de Viena só reconhecia
livremente à atividade manufatureira. Contudo, o Alvará Portugal como sede do reino. O Brasil era considerado
de 1 ° de abril não foi suficiente para promover o colônia. O reconhecimento da legitimidade dinástica
desenvolvimento manufatureiro no Brasil. Havia dois dependia, assim, do retorno de D. João a Portugal. Esse
fortes obstáculos: de um lado o escravismo e, de outro, a impasse, todavia, foi solucionado com a elevação do
concorrência inglesa. A escravidão impedia o Brasil a reino, legitimando a permanência da Corte no
desenvolvimento do mercado interno, pois o escravo era Brasil, através da lei de 16 de dezembro de 1815,
abastecido pelo senhor, com toda parcimônia previsível. assinada por D. João. Com a decisão de permanecer no
Nesse tempo, a Inglaterra encontrava-se em plena Brasil, D. João neutralizou qualquer tentativa de
Revolução Industrial e estava em condições de produzir emancipação política, mas, em compensação, provocou
em grande quantidade mercadorias de boa qualidade a enorme insatisfação em Portugal.
baixo preço. Além disso, como nação favorecida,
colocava com facilidade suas mercadorias no Brasil.
Portanto, não havia como enfrentar com êxito a
concorrência inglesa. Resultado: o Alvará de 1° de abril Independência do Brasil
tornou-se letra morta. Não obstante, a sua importância
reside no fato de que a proibição da produção Em 7 de setembro de 1822, o Brasil livrou-se da
manufatureira estava formalmente suspensa. condição de colônia, conquistando sua independência
política. O movimento de independência foi o resultado de
O transplante do Estado português: Chegando ao uma forte reação das camadas sociais mais abastadas,
Brasil, a Corte se instalou no Rio de janeiro. Em 11 de às pretensões e tentativas das Cortes de Lisboa de
março de 1808 iniciou-se a reorganização do Estado, restabelecer o pacto colonial. Mas, para entendermos os
com a nomeação dos ministros. Assim, foram sendo acontecimentos que culminaram com o movimento de
recriados todos os órgãos do Estado português: os independência, é necessário considerar o período de
ministérios do Reino, da Marinha e Ultramar, da Guerra e permanência do governo português no Brasil. A partir daí
Estrangeiros e o Real Erário, que, em 1821, mudou o ocorreram importantes transformações políticas, sociais e
nome para Ministério da Fazenda. Também foram econômicas que marcariam os últimos anos do domínio
recriados os órgãos da administração e da justiça: colonial lusitano. O estabelecimento do governo
Comselho de Estado, Desembargo do Paço, Mesa da português no Brasil encerrou quatro séculos de
Consciência e Ordens, Conselho Supremo Militar. Dessa monopólio comercial, ao mesmo tempo em que pôs em
maneira, peça por peça, o Estado português renasceu no prática uma política de aumento de impostos. Porém,
Brasil. Todavia, a complexa rede burocrática implantou-se enquanto as mudanças nas relações comerciais da
à revelia da colônia, e a ela se sobrepôs como um corpo Colônia favoreceram a burguesia comercial inglesa (em
estranho, pois o Estado foi recriado para empregar a detrimento dos comerciantes reinóis), o aumento de
nobreza parasitária que acompanhara o regente, impostos prejudicou as camadas populares, parcelas da
ignorando os interesses do Brasil. Apesar disso, esse burguesia comercial, e até mêsmo os grandes
transplante do Estado teve importantes conseqüências proprietários agrários.
porque o Brasil não era mais administrado "de fora". Com
a transferência da Corte ocorreu a interiorização do
centro de decisão e a dispersão colonial foi atenuada com Retorno do Rei a Portugal
o surgimento de um centro aglutinador representado pelo
Estado português. Ocorreu, assim, a inversão brasileira: Assim, o descontentamento com o governo de dom
os negócios do Brasil, antes a cargo do Ministério da João 6º. não tardou a se manifestar. Em 1817, eclodiu a
Marinha e do Ultramar, passaram a ser de competência insurreição pernambucana, que não teve êxito. Em 1820,
do Ministério do Reino; no plano da justiça, o Tribunal de o reino de Portugal foi palco da revolução Liberal do
Relação do Rio de janeiro foi convertido em Casa de Porto. Os revolucionários lusitanos convocaram as Cortes
Suplicação, tribunal supremo de última instância*; o setor Gerais. Entre suas deliberações, exigiram o retorno
imediato de dom. João 6º. a Portugal. O monarca decidiu tornando-se Pedro 1º. Iniciavam-se o Império e o Primeiro
voltar, mas antes de fazê-lo concedeu poderes ao seu reinado.
filho dom Pedro, para governar o Brasil na condição de
regente. As Cortes de Lisboa promulgaram uma série de
decretos anulando os poderes regenciais de dom Pedro. Libertação dos Escravos
Quando ficou evidente que as Cortes tinham por objetivo
recolonizar o Brasil, começou a se formar uma ampla No início da colonização do Brasil (século XVI), não havia
aliança anticolonialista, integrada por diversas forças no Brasil trabalhadores para a realização de trabalhos
sociais que compunham a sociedade brasileira daquele manuais pesados. Os portugueses colonizadores
período. Mas as lideranças desses grupos divergiam tentaram usar o trabalho indígena nas lavouras. A
profundamente sobre os rumos do movimento de escravidão indígena não pôde ser levada adiante, pois os
independência. religiosos católicos se posicionaram em defesa dos índios
condenando sua escravidão. Logo, os colonizadores
buscaram uma outra alternativa. Eles buscaram negros
Conservadores e Radicais na África para submetê-los à força ao trabalho escravo
em sua colônia. Foi neste contexto que começou a
Para os conservadores, a independência pressupunha entrada dos escravos africanos no Brasil.
tão somente a obtenção de autonomia administrativa e
liberdade de comércio. Os radicais, porém, defendiam a
ruptura com a antiga metrópole, e iam além, ao Como era a Escravidão no Brasil
questionar as relações de dominação vigentes, baseada
no trabalho escravo e na grande propriedade agrária. Os Os negros africanos, trazidos da África, eram
partidários do conservadorismo estavam vinculados aos transportados nos porões dos navios negreiros. Em
grandes proprietários, ao comércio e à burocracia oficial. função das péssimas condições deste meio de transporte
O representante mais notório do pensamento desumano, muitos morreram durante a viagem. Após
conservador foi José Bonifácio de Andrada e Silva. Já os desembarcaram no Brasil eram comprados como
radicais tinham maior inserção entre bacharéis, letrados, mercadorias por fazendeiros e senhores de engenho, que
padres, jornalistas, funcionários públicos e militares. Entre os tratavam de forma cruel e, muitas vezes, violenta.
os defensores do radicalismo estão Gonçalves Ledo, Embora muitos considerassem normal e aceitável, a
Januário da Cunha Barbosa e Cipriano Barata. A união escravidão naquela época, havia aqueles que eram
desse grupo heterogêneo resultou na criação do Partido contra este tipo de prática, porém eram a minoria e não
Brasileiro, também conhecido por Partido da tinham influência política para mudar a situação. Contudo,
Independência, que daria sustentação social e política ao a escravidão permaneceu por quase 300 anos. O
movimento de independência. principal fator que manteve o sistema escravista por
tantos anos foi o econômico. A economia do Brasil
contava quase que exclusivamente com o trabalho
O "Dia do Fico" escravo para realizar os trabalhos nas fazendas e nas
minas. As providências para a libertação dos escravos,
Pressionado pelas Cortes de Lisboa para regressar à de acordo com alguns políticos da época, deveriam ser
Portugal, dom Pedro recebeu, em janeiro de 1822, uma tomadas lentamente.
petição com 8 mil assinaturas solicitando a sua
permanência. Sua decisão foi tomada com base numa
frase célebre: "Como é para o bem do povo e felicidade O Início do Processo de Libertação dos Escravos e
geral da nação, estou pronto, diga ao povo que fico", que Fim da Escravidão
deu origem ao chamado "dia do Fico". A decisão
expressou publicamente a adesão do regente à causa Na segunda metade do século XIX surgiu o
brasileira. A partir de então, sucederam-se os atritos movimento abolicionista, que defendia a abolição da
políticos com as Cortes de Lisboa. Ministros portugueses escravidão no Brasil. Joaquim Nabuco foi um dos
pediram demissão. Formou-se um novo ministério, e José principais abolicionistas deste período. A região Sul do
Bonifácio de Andrada e Silva foi nomeado ministro do Brasil passou a empregar trabalhadores assalariados
Reino e Negócios Estrangeiros. Em maio de 1822, o brasileiros e imigrantes estrangeiros, a partir de 1870. Na
príncipe regente aceitou o título de Defensor Perpétuo do região Norte, as usinas produtoras de açúcar substituíram
Brasil, oferecido pelo Senado da Câmara do Rio de os primitivos engenhos, fato que possibilitou o uso de um
Janeiro. Em junho, decidiu convocar uma Assembléia número menor de escravos. Já nos principais centros
Constituinte. Em agosto, resolveu considerar inimiga as urbanos, era grande a necessidade do surgimento de
tropas portuguesas que eventualmente desembarcassem indústrias. Visando não causar prejuízo financeiros aos
no Brasil. proprietários rurais, o governo brasileiro, pressionado
pelo Reino Unido, foi alcançando seus objetivos
lentamente. A primeira etapa do processo foi tomada em
"Independência ou Morte" 1850, com a extinção do tráfico de escravos no Brasil.
Vinte e um anos mais tarde, em de 28 de setembro de
As Cortes de Lisboa elaboraram um decreto que 1871, foi promulgada a Lei do VentreLivre. Esta lei
anulava os poderes de dom. Pedro. Este último tornava livres os filhos de escravos que nascessem a
acontecimento, teve como conseqüência a declaração partir da decretação da lei. No ano de 1885, foi
formal de independência do Brasil, proclamada por dom promulgada a lei Saraiva-Cotegipe (também conhecida
Pedro em 7 de setembro de 1822, às margens do riacho como Lei dos Sexagenários) que beneficiava os negros
Ipiranga, em São Paulo: "É tempo (...) independência ou com mais de 65 anos de idade. Foi somente em 13 de
morte (...) Estamos separados de Portugal". Em maio de 1888, através da Lei Áurea, que a liberdade total
dezembro de 1822, ele foi coroado imperador do Brasil, e definitiva finalmente foi alcançada pelos negros
brasileiros. Esta lei, assinada pela Princesa Isabel (filha
de D. Pedro II), abolia de vez a escravidão em nosso Janeiro a capital política e econômica de todo o Império
país. No Brasil, a Lei Áurea, é o símbolo máximo da Português. Outro episódio inédito na trajetória de
libertação dos escravos, e ela veio, fruto de uma pressão qualquer país do continente americano será o da
interna muito forte. No Brasil, muitos abolicionistas tinham independência sob um regime monárquico. É também no
grande representatividade na sociedade colonial e o século XIX que o Brasil adota seu atual sistema de
próprio exército imperial vacilava ao fazer o papel de governo, a República. No campo econômico, as
capitão do mato, ao executarem as ordens dos Senhores transformações também foram de grande vulto, pois a
de Engenhos, que eram os grandes escravistas, os donos situação vigente no final do século anterior, de acordo
de engenhos e os donos das grandes fazendas, onde se com Celso Furtado, era a de uma constelação de
plantava a cana para a fabricação do açúcar, grande sistemas econômicos, alguns se comunicando e outros
riqueza do Período Colonial. Para a libertação dos completamente isolados. As comunicações se davam em
escravos, além da pressão interna e externa, a mão de dois polos principais, o das economias do açúcar e do
obra mais qualificada, barata e abundante, proporcionada ouro. Acessório ao núcleo açucareiro, predominante no
pela vinda da Europa, de levas de imigrantes que litoral do nordeste estava articulada a pecuária que
passaram a ocupar lugar de destaque nas lavouras e nos ocupava o interior da mesma região. Ao núcleo mineiro,
canaviais nordestinos, onde os escravos trabalhavam no sudeste, ligava-se a pecuária do sul do país,
duro sob a lei do chicote e sem receber salários que só estendendo-se do atual Rio Grande do Sul até São Paulo.
eram pagos aos novos trabalhadores europeus mais No Maranhão e Pará localizavam-se núcleos autônomos
afeitos ao trabalho, digase a bem da verdade, não que de desenvolvimento. Na virada do século, o polo
isto justifique o barbárie da escravidão e até mesmo o econômico baseado no ouro das Minas Gerais entraria
racismo. A situação dos escravos no Brasil começou a em inexorável decadência, deixando a América
mudar justamente na época das migrações dos europeus Portuguesa dependente de uma prosperidade precária,
que proporcionou farta mão de obra e, em contra partida, baseada nas condições de anormalidade do mercado
manter a escravidão já era uma tarefa muito difícil, mundial de produtos tropicais (extrativismo no Pará,
principalmente a partir da formação dos quilombos, pois algodão e arroz no Maranhão e cana-de-açúcar no
não esqueça que era lá que os escravos se refugiavam restante do nordeste). A chegada da família real ao Brasil
fugindo do castigo e dali partia para a invasão de mudou fundamentalmente o cenário político local,
fazendas com o intuito de libertar seus irmãos, contribuindo principalmente para reforçar as relações
envolvendo-se em lutas sangrentas e quase sempre comerciais e sociais numa colônia que não se via e nem
ajudados por fervorosos defensores da libertação dos funcionava como uma unidade, além de liberar o território
escravos e é claro com uma ajudinha de Deus. Na do pacto colonial. A abertura dos portos e outros tratados
Constituição outorgada de l824, apareceram os primeiros posteriores dariam o controle econômico efetivo do país à
sinais para a abolição da escravatura. Falava-se em Inglaterra, mesmo depois de conquistada a
¨homens livres¨, embora defendessem como legitima, a independência. A situação começaria a mudar
propriedade sobre os não livres, o que é uma forma gradualmente na metade do século, quando o sistema de
violenta de racismo, pois só os negros eram tratados desiguais assinados por D. João VI e D. Pedro I,
escravizados. O Brasil foi o último país do Ocidente a onde as potências europeias levavam vantagens
conceder a libertação dos escravos. Algumas leis que esmagadoras nos acordos comerciais, chegou ao fim,
antecederam a Lei Áurea, como a que proibiu o tráfego com a aprovação da Tarifa Alves Branco. Tal tarifa, que
de escravos, embora nunca fosse cumprida, fortificou o levava o nome de seu idealizador, buscou eliminar as
movimento abolicionista que acabou levando a outras leis vantagens tarifárias conquistadas por muitas nações
como a Lei do Ventre Livre que determinava a liberdade a estrangeiras através de tratados assinados
todo filho de escravo, a partir daquela lei. A Lei dos equivocadamente. A predominância da economia inglesa
Sexagenários que também dava um basta ao sim senhor prosseguia, mas agora o Brasil começava a se organizar
humilhante a que eram submetidos os escravos. Todas melhor no campo econômico. É importante mencionar
essas leis e a pressão política dos abolicionistas levaram durante este período a atuação do Barão de Mauá (Irineu
ao fim da escravidão, através da Lei Áurea assinada pela Evangelista de Sousa), como financista e industrial, figura
Princesa Isabel, no dia l3 de maio de l888, redigida pelo que destoava do típico latifundiário da época pelo seu
então Ministro dos Negócios da Agricultura, Rodrigo empreendedorismo, iniciando a atividade industrial no
Augusto da Silva, que não previa nenhum tipo de país, bem como a instalação das primeiras ferrovias,
indenização aos fazendeiros pela perda dos escravos, mas, constituindo infelizmente, uma honrosa e singular
apenas declarava extinta a escravidão. Durante o exceção ante à elite agrícola brasileira. Durante quase
processo de discussão da Lei Áurea, a sociedade estava todo o século prosseguiria o lucrativo e horrendo
dividida em três grupos. Os que eram totalmente contra, comércio de escravos, assim como ocorrera nos três
os que eram totalmente favoráveis e os que defendiam séculos anteriores. O Império encontrava-se no dilema da
uma lei gradativa. Dizem que a sabedoria vem com a pressão externa europeia, em especial da Inglaterra, para
idade e deve ser por isto que Ruy Barbosa, então Ministro eliminar a escravidão e seu comércio, enquanto que no
da Fazenda, teve uma atitude interessante, mandou cenário interno, a abolição de tal prática significaria a
queimar todos os registros de escravos existentes para perda de sua maior fonte de apoio, os grandes
evitar uma futura solicitação de indenização por parte dos latifundiários escravagistas, causando consequentemente
fazendeiros que perderam o direto sobre eles. o fim da Monarquia. Assim, a situação arrastou-se até
1888, com o previsível desfecho de extinção da
escravidão, e o igualmente previsível resultado de queda
Vida Intelectual e Artística do Império. O produto que marcaria o período começa a
ganhar importância por volta do meio do século,
O século XIX é um momento de grandes e indeléveis constituindo-se logo no principal produto de exportação
transformações para a população do Brasil, que, logo no do país, chegando quase a preencher toda a pauta de
início do período se depara com o episódio inédito de exportação: esse produto era o café, e sua importância
receber o monarca de sua metrópole. Não bastasse o para a economia brasileira duraria ainda quase cem anos,
acontecimento único, é estabelecida na cidade do Rio de extrapolando o século XIX, fazendo a riqueza de uma
elite agrícola no sudeste do país, e efetivamente, que o aumento da especialização da economia brasileira,
atrasando a industrialização do Brasil. Em meados do voltada para atender as necessidades instantâneas dos
século XIX muitas transformações ocorreram na mercados externos, era o que motivava o crescimento
economia e na sociedade do Império brasileiro. Foi um econômico e proporcionava um equilíbrio financeiro,
extenso período de evolução para o país, que começa a porém indicava um lado completamente vulnerável na
se transformar lentamente numa nação moderna. organização econômica do Império. Era impossível o
desenvolvimento de outros setores econômicos no
mercado interno devido a grande concentração de renda.
Problemas Econômicos e Financeiros do Brasil Portanto, o Brasil não tinha outra opção a não ser
Independente importar todas as suas necessidades, esgotando as
rendas produzidas pelo setor de exportação. A transição
A economia brasileira não apresentou uma importante para o trabalho assalariado
transformação. Sendo assim, o Brasil permanecia como Em meados do século XIX, com o esgotamento da oferta
um país economicamente dependente, por um lado tinha interna de escravos e com a grande necessidade de
se tornado independente de Portugal, mas por outro ficou braços nos cafezais, surgiu a possibilidade de expandir o
ligado ainda mais com a Inglaterra. trabalho assalariado.
Para isso, os particulares e o governo imperial tinham três
A Crise Econômica: Quando o Brasil se tornou alternativas, a primeira seria converter os escravos em
independente de Portugal, não tinha condições de ser um trabalhadores assalariados, mas o preconceito em
país industrializado, dependia apenas das exportações, e relação aos negros prevalecia, e, além disso, eles
do setor agrícola. O país começou a enfrentar uma grave consideravam que os escravos seriam incapazes de
crise econômica, os produtos agrícolas tiveram seus competir no mercado assalariado, pois a escravidão com
preços reduzidos, e conseqüentemente foram reduzidas o tempo assolava a produtividade dos negros. A segunda
as exportações. O açúcar estava sofrendo algumas alternativa seria a empregar a mão-de-obra das culturas
limitações, até mesmo o algodão estava tendo suas de subsistência, porém esta não era a melhor opção,
exportações reduzidas para a Inglaterra. A crise do setor devido à grande despesa que ela traria, e, além disso, os
agrícola foi a principal causa da situação econômico- grandes proprietários que tinham em seu poder as
financeira do Brasil, destaque da primeira metade do culturas de subsistências não entregariam a sua mão-de-
século XIX, período em que se realizava o fortalecimento obra para os cafezais. A terceira alternativa e a decisiva
da independência política. era trazer trabalhadores estrangeiros (europeus), com
disposição para trabalhar nas lavouras de café.
A Crise Financeira: Durante muito tempo a crise Foi assim que começou a expansão do trabalho
financeira permaneceu no Brasil, até praticamente 1850. assalariado no Brasil.
Foram dois fatores que resultaram esta crise: o
impedimento das exportações agrícolas e o
fortalecimento da dependência financeira relacionada à Sistema de Parceria
Inglaterra. Os preços dos produtos ingleses estavam
entrando em queda nas alfândegas brasileiras. Isso a) Implantado pelo senador Campos Vergueiro, utilizando
causou um aumento evidente nas importações, o que mão-de-obra imigrante.
acabou por obrigar o Brasil a fazer empréstimos com
alguns bancos ingleses. A crise tinha uma tendência em b) Estabelecimento de 364 famílias de alemães e suíços
se agravar anualmente, contando de forma principal com na fazenda do senador Vergueiro, em Ibicaba, interior de
os gastos que Dom Pedro I teve com a guerra da São Paulo.
Ciplastina.
c) Proposta feita aos imigrantes:
No século XVIII, Haiti, colônia da França, era o • Cultivo de gêneros necessários ao sustento da
principal produtor de cafeeiro. O plantio do café chega ao família. Ocorrendo excedente, os imigrantes
Brasil neste mesmo século, em alguns lugares do país o poderiam vendê-lo.
café era cultivado ao lado das plantações de algodão ou
cana-de-açúcar. O café conquistou muita gente por onde d) As propostas não se concretizaram. Os imigrantes
era levado, foi do Rio de Janeiro ao vale do Paraíba. As viviam num regime de escravidão. Em muitas fazendas,
plantações de café, mais conhecidas como cafezais recebiam pés de café muito velhos, cuja capacidade de
chegaram rapidamente ao sul de Minas, nas cidades de produção já se esgotara. Os imigrantes se revoltaram, em
Juiz de Fora e Mar de Espanha. Em 1840, o café chega 1857. Foi a chamada "Revolta de Ibicaba".
às boas terras do interior de São Paulo, e sua produção
acelerada atinge o Oeste Paulista, o principal centro de
exportação. As modificações ocorridas no Brasil devido à República
expansão do café foram acontecendo lentamente. Como
por exemplo, as atividades comerciais se tornaram mais Considerado o marco da passagem do Brasil entre os
dinâmicas, os meios de transportes, com o séculos XIX e XX, o período republicano traz um
desenvolvimento das estradas de ferro, se tornaram mais ampliado leque de informações e debates históricos. A
modernos, assim como as regiões portuárias de Santos e República da Espada e os governos oligárquicos figuram
Rio de Janeiro, e a erradicação do trabalho escravo que entre os primeiros momentos dessa parte da nossa
foi substituído pelo trabalho assalariado. A recuperação história. Além de mostrar as graves conseqüências de
econômico-financeira do país é resultado de todas essas uma ordem política excludente, manifestada por suas
transformações que ocorreram no país. Devemos lembrar revoltas, esse período também traz dados sobre a
instalação da democracia no país e os diversos governos primeiros anos da República foram marcados pelas
experimentados até os dias atuais. dissensões, pelas divergências e pelas disputas em torno
do caminho a seguir e da conciliação dos diferentes
Sob o ponto de vista econômico, a segunda metade interesses das forças que sustentavam o novo regime. Os
do século 19 caracterizou-se pela crise do Vale do monarquistas conseguiram aproveitar habilmente as
Paraíba - até então, a mais importante região produtora brechas no bloco político que apoiava a República. Em
de café brasileira - e a emergência dos cafeicultores do várias ocasiões, como na Revolta da Armada, as figuras
Oeste paulista. Ao contrário dos grandes fazendeiros do identificadas com a Monarquia souberam compor com os
Paraíba, que apoiavam as instituições monárquicas, os elementos descontentes com os primeiros governos
dos Oeste paulista faziam oposição à centralização do republicanos para lutar contra o novo regime, em favor da
Império. De outro lado, ampliou-se a propaganda restauração da Monarquia. Com o passar do tempo,
republicana. Embora a proposta sempre tivesse tido porém, não conseguiram manter o mêsmo espaço que
espaço nas discussões políticas, foi em 1870 que o tiveram outrora, sendo derrotadas pelos militares e civis
Partido Republicano foi formalmente criado, no Rio de que exerceram os primeiros mandatos presidenciais.
Janeiro. Nos anos seguintes, outros partidos semelhantes
seriam organizados em províncias importantes do
Império. Os republicanos "históricos" criticavam a Constituição de 1891
centralização da Monarquia, seu caráter hereditário, o
poder excessivo nas mãos de Pedro 2°, a vitaliciedade do Após o início da República havia a necessidade da
Senado e o sistema político em geral, que excluía a elaboração de uma nova Constituição, pois a antiga ainda
maioria absoluta da população. Outro elemento seguia os ideais da monarquia. A constituição de 1891,
fundamental para a crise da Monarquia foi o desgaste garantiu alguns avanços políticos, embora apresentasse
entre os militares e o Império. O Exército brasileiro, cada algumas limitações, pois representava os interesses das
vez mais "popular" em sua composição, passou a estar elites agrárias do pais. A nova constituição implantou o
em franca contradição com o elitismo que sempre voto universal para os cidadãos ( mulheres, analfabetos,
caracterizou o regime monárquico. As idéias trazidas da militares de baixa patente ficavam de fora ). A
Guerra do Paraguai só alimentaram a disposição militar constituição instituiu o presidencialismo e o voto aberto. A
em "purificar" os costumes políticos, consolidando a auto- última grande tarefa do Governo Provisório foi a
imagem do Exército, de salvador nacional. elaboração da primeira constituição republicana. Para
isso foi eleita, em 1890, uma Assembléia Constituinte,
que passou a discutir um projeto constitucional elaborado
A Chegada da República em grande parte por Rui Barbosa. Após três meses de
trabalho, o projeto foi aprovado, com pequenas
Aos poucos, os militares foram se colocando contra a modificações, promulgando-se, assim, a nova
Monarquia, aproximando-os daqueles que já levantavam Constituição. Ela organizou a política e juridicamente o
a bandeira da República. A abolição da escravidão, em País até 1930. Inspirada no modelo dos EUA, a
1888, foi o golpe de misericórdia. Os grandes Constituição era basicamente:
fazendeiros, extremamente dependentes da mão-de-obra
escrava, ressentiram-se contra a Monarquia. Esta, por - Republicana
sua vez, isolava-se cada vez mais ao perder, uma a uma,
suas forças de sustentação - fossem civis ou militares. - Federativa
Com a saúde debilitada, o que só alimentava os boatos
de que a Monarquia estava à deriva, o imperador ainda - Presidencialista
tentou incorporar as críticas de seus opositores com a
nomeação do visconde de Ouro Preto para chefiar o - Liberal
gabinete ministerial, em julho de 1889. Ouro Preto propôs
uma série de reformas políticas e sociais, recebendo O Brasil passava a ser uma República Federativa,
inúmeras críticas dos setores conservadores que ainda composta por 20 estados. Como em todo o sistema
sustentavam o Império. Diante da crescente hostilidade verdadeiramente federalista, cada estado possuía grande
do Exército, Ouro Preto resolveu aumentar os poderes da autonomia, tinha o direito de eleger seu governador e sua
Guarda Nacional, o que foi recebido como afronta pelos Assembléia Legislativa, possuía sua própria Constituição
militares. Vários pequenos episódios ocorridos entre julho e organizava sua administração, seu sistema judiciário,
e novembro de 1889 radicalizaram ainda mais um quadro seus serviços públicos, seu sistema escolar, suas forças
que já era de grande tensão. Assim, no dia 15 daquele policiais etc. A nova Constituição estabelecia três
mês, sob a liderança do marechal Deodoro da Fonseca, o poderes: Executivo, Legislativo e o Judiciário:
Brasil passou da Monarquia à Republica.
- O Poder Executivo era exercido pelo presidente
da república. Este e o vice-presidente eram
A Reação dos Monarquistas eleitos por voto popular direto, para um mandato
de quatro anos. O eleitor votava separadamente
Nesse processo, os monarquistas não tiveram êxito em para presidente e vice, sendo que o primeiro não
impedir o crescimento da bandeira republicana. No final poderia ser reeleito para o mandato posterior. A
do século 19, a Monarquia já dava claros sinais de ser um escolha dos ministros cabia ao presidente. O
sistema incapaz de conciliar as velhas e novas regime era presidencialista.
demandas, atendendo satisfatoriamente os setores
conservadores sem, contudo, ignorar a força crescente - O Poder Legislativo era exercido pelo
dos militares, das camadas médias urbanas (que Congresso Nacional, era constituído da Câmara
surgiram com o aumento das cidades, notadamente em dos Deputados e pelo Senado Federal, ambos
São Paulo) e dos fazendeiros do Oeste paulista. Assim eleitos pelo povo. Elegiam-se três senadores
como em toda fase de intensa transformação, os para cada estado, e o mandato durava nove
anos. Elegiase ainda um deputado para cada 70 internacional, e um operariado incipiente começou a
mil habitantes, com um mandato de três anos de despontar nos centros urbanos mais dinâmicos do país.
duração. Nos portos brasileiros, italianos, russos, alemães e
espanhóis, trouxeram na bagagem, além do desejo de
- O Poder Judiciário, formado pelos Juizes ascenderem socialmente, novas idéias para a
Federais, tinha como órgão superior o Supremo organização da sociedade, estando entre elas o(s)
Tribunal Federal. anarquismo(s). No Brasil, que acabara de passar por uma
reorganização no aparelho de Estado, tiveram início as
A constituição garantia aos cidadãos os direitos e as mais variadas tentativas de colocar o país no caminho da
liberdades individuais, no entanto o voto era apenas para estabilidade política. Como salienta Alexandre Samis, o
os homens maiores de 21 anos, o que reduziu o termo anarquismo servia desde então para associar
eleitorado a 5 % da população. O liberalismo estava imagens negativas aos inimigos da ordem (ou da
reservado para o desfrute de uma minúscula elite. O voto República), repetindo o que já havia ocorrido durante a
era descoberto, ou seja, não-secreto, o que permitia, a Revolução Francesa.
realização da fraude eleitoral. No plano teórico, a
Constituição de 1891 era equilibrada e liberal, porém na
pratica funcionou mediocremente, pois garantiu as Individualidades e Atuação Coletiva
oligarquias rurais o controle sobre a máquina
administrativa e sobre o sistema político e econômico do Entre os indivíduos anarquistas que chegaram da
Brasil. Europa, alguns se destacaram pela sua atuação mais
efetiva como Artur Campagnoli. Este chegou a São Paulo
em 1888, comprou uma área de terra considerada
Primeira República improdutiva e fundou a Colônia de Guararema, com ajuda
de russos, franceses, espanhóis, italianos (a maioria) e
nas décadas de 20 e 30 teve a colaboração de
Historicamente, há uma certa tendência, tanto dentro brasileiros. Dois anos mais tarde veio o engenheiro
do Brasil quanto fora dele, em identificar os defensores agrônomo Giovanni Rossi e cerca de 200 imigrantes da
do anarquismo como terroristas, agitadores ou Itália, em duas levas, para fundar a Colônia Cecília no
desordeiros. Muito desse preconceito ainda vivo, pode Paraná. Esta experiência ácrata resistiu de 1890 a 1894.
ser explicado em parte pela perturbação que qualquer Os anarquistas concentrados, uns na lavoura, outros em
doutrina de lógica extremada provoca na mente de empreitadas contratadas junto ao governo para a
indivíduos inseguros. Mas enfim, no que consiste um construção da estrada de rodagem Serrinha-Santa
anarquista? Na tentativa de definir de uma forma simples Bárbara, recebiam salários semanais que auxiliavam os
sem ser reducionista, Sebastien Faure ressalta que “todo companheiros da Colônia. Moradias, escolas e estradas
aquele que contesta a autoridade e luta contra ela é um faziam parte da organização interna que funcionava a
anarquista”. Já a origem da palavra anarquismo tem suas partir de uma assembléia. Quando a assembléia precisou
raízes no grego. A soma de archon, que significa delegar responsabilidades a alguém para gerir todo o
governante, e o prefixo an, que indica sem, formam a dinheiro do núcleo, criou um estrato que seria, mais tarde,
idéia central de “sem governante”. Portanto, anarquia responsável em grande parte pelo fracasso da
significa estar ou viver sem governo, e pode ser usada experiência. Assim mesmo, a vitalidade da colônia
tanto para expressar a condição negativa da falta dele, ou assustou as autoridades, que começaram a enxergá-la
da condição positiva dele (o governo) não existir. Como como um grande perigo à ordem. O governo republicano,
ressalva, devemos lembrar que a inexistência de então, passou a acusar os anarquistas de terem se
estruturas formais no movimento anarquista, dificulta apossado de terras mais férteis, ameaçando-os de
qualquer tentativa de traçar um perfil desse grupo no expulsão e prisão. A partir daí, alguns colonos
Brasil. No plano teórico trataremos os anarquistas como começaram a desistir. Uma epidemia ocasionou a morte
aqueles que recusam a participação política e a luta pelo de sete anarquistas. Para ajudar, um homem de origem
domínio do Estado, vias que apenas instaurariam outras argentina que se dizia anarquista, chamado José Goriga,
relações de poder. obteve a confiança dos colonos e assumiu a
responsabilidade pelos fundos comunais obtidos com a
venda do milho. Posteriormente, fugiu com todo o
A Chegada das Idéias Anarquistas dinheiro e com o arquivo da Colônia, complicando a
situação da comunidade que veio a se desintegrar
A independência política do Brasil em 1822, o fim do totalmente em 1894. A colônia Cecília representiu
tráfico de escravos em 1850, e abolição da escravatura historicamente a primeira grande marca da presença
em 1888, juntamente com a acumulação de capital anarquista no Brasil. Outra figura relativamente
gerada pela cafeicultura, iriam possibilitar a lenta e importante foi o alemão Frederico Kniestedt (1873-1947)
gradual modernização da sociedade brasileira, que que no ano de 1914 chegou em definitivo a Porto Alegre,
transformaria a sociedade rural e escravocrata em uma onde desenvolveu atividade anarquista e antifascista até
sociedade urbana e industrial. No fim do século XIX, a à sua morte. Participou também da Federação Operária
imigração européia passou a desempenhar um papel do Rio Grande do Sul, militando entre os sindicalistas
fundamental na formação social brasileira. Desde 1850 a revolucionários. No Rio Grande do Sul, o russo Elias
produção cafeeira, em larga expansão, utilizou-se de Iltchenco aparece como um dos fundadores de uma outra
estrangeiros para o trabalho na lavoura em detrimento da colônia formada por russos e ucranianos que mesclava
mão-de-obra escrava, pressionada profundamente pelos elementos anarquistas e que se estabeleceu na região de
agentes internacionais. A política imigrantista tornou-se, Erebango (atual Getúlio Vargas). Escrevendo sobre
com o tempo, uma dos instrumentos para a derrubada do esses imigrantes, Edgar Rodrigues registrou a situação:
poder monárquico em 1889, tido como arcaico em "Por volta de 1909, anúncios republicanos chegavam à
relação ao resto da América Latina. Concomitante a esse Ucrânia. Já então ninguém se recordava ali do sofrimento
processo, o Brasil ajustou-se paulatinamente à conjuntura que as primeiras levas de imigrantes tiveram pela frente
ao desembarcar por aqui, em 1878. E novamente organizar fortemente a luta operária em outros
acreditaram nas promessas de uma vida paradisíaca no continentes. Representa o auge do movimento operário
Brasil. Vinte famílias de camponeses ucranianos combativo em todo o mundo. No que tange às diferenças
venderam tudo o que tinham e para cá embarcaram, com entre os anarquistas e os socialistas, uma delas pode ser
escala em Londres. Com eles viajava Elias Iltchenco". Já observada nas próprias palavras de Oiticica: “O
na colônia, a luta pela sobrevivência promoveu uma anarquismo não visa apenas a emancipar os
riquíssima experiência de apoio mútuo e solidariedade trabalhadores, pretende emancipar os homens”,
humana entre as famílias dos trabalhadores. Os mais criticando obviamente a difusão das idéias de Marx no
hábeis cumpriam as mais diversas tarefas dentre as quais Brasil, muito bem lembrada no estudo de Leandro
cultivava-se a terra, plantava-se e colhiase tendo em vista Konder. A já referida Silvia Petersen salientou a questão
a distribuição da prosperidade. Politicamente, a atividade do partido político. Os socialistas consideram a luta
conjunta fez surgir, em 1918, alguns organismos partidária uma das vias para a derrubada da sociedade
libertários importantes, como a União dos Trabalhadores capitalista, mas ao tratar os anarquistas no Brasil ela os
Rurais Russos do Brasil, sediada em Erechim. Ossep caracteriza da seguinte forma: “a vertente sindicalista do
Stefanovetch, anarquista oriundo da colônia gaúcha, ficou anarquismo considerava que o sindicato e suas lutas de
conhecido pela sua atuação cultural tanto no teatro, caráter econômico [grifo nosso], seriam as experiências
passando por ator nas peças libertárias, como na música, fundantes da futura sociedade ácrata [...]”. Consoante
utilizando seu domínio sobre o violino. No seu círculo de com nossos estudos, entendemos que ações concretas
amizades apareceu um militante genuinamente brasileiro do movimento anarquista como um todo, desarticulam tal
chamado José Oiticica, intelectual carioca que contribuiu tese reducionista. Relativo a isso cabe salientar que, por
para a fundação do Partido Comunista de inspiração mais que os sindicatos definissem em seus estatutos
libertária em 1919. Entretanto, talvez o indivíduo de maior orientações no sentido estritamente econômico, é dos
reconhecimento na história do anarquismo no Brasil seus componentes que advém o apoio para a fundação
talvez tenha sido Domingos Passos. Natural do Rio de de escolas livres, universidades populares (como a do
Janeiro, tendo nascido, provavelmente, na última década Rio de Janeiro, em 1904), grupos de teatro social,
do século XIX, sua trajetória militante esteve em grande bibliotecas comunitárias e inclusive para lutas na
parte ligada à sua organização de classe, a União dos modificação na gramática portuguesa, para adaptá-la ao
Operários em Construcção Civil (UOCC), fundada como linguajar do operariado. Em segundo lugar, a sede dos
União Geral da Construcção Civil (UGCC) em abril de sindicatos serviam para uma intensa propaganda
1917 (a UGCC havia sido, na verdade fundada em 1915, educativa, sociológica, de cultura geral, e discussões
mas teve existência breve). Atravessou o Brasil de norte teóricas sobre os rumos da ação direta. Portanto,
a sul, divulgando ideais anarquistas, e sendo reprimido e conceituar os sindicatos como via para lutas de caráter
preso em vários momentos pela polícia dos estados. Não econômico é, no mínimo, problemático. Ainda no plano
foi à toa que Domingos Passos ganhou de seus das ações, muitas organizações operárias surgiram no
contemporâneos a alcunha de “Bakunin Brasileiro”. Rio Grande do Sul (FORGS), no Rio de Janeiro (FORJ),
Poucos como ele se entregaram de tal forma ao ideal e no Paraná (FOP), em Pernambuco (Federação de
sofreram tanto as conseqüências dessa dedicação à luta resistência dos Trabalhadores Pernambucanos), no
pela emancipação dos homens e mulheres. Durante Ceará (União Geral dos Trabalhadores), em Alagoas
apenas uma década, em grande parte passada nas (Federação Operária de Alagoas), em Minas Gerais
prisões e nas selvas tropicais, Passos tornou-se a grande (Federação Operária Mineira), entre outras, apontando
referência de militância libertária e social de seu tempo. para o surto de industrialização no país.
Com o passar do tempo, as ações operárias Além das organizações culturais e proletárias, a
promovidas por socialistas e anarquistas vão se atuação prática contra os capitalistas se fez de modo
espalhando no Brasil. Os três congressos operários muito intenso. Greves, boicotes, sabotagens fizeram
brasileiros (1906, 1913 e 1920) afirmaram as parte do espectro de lutas proletárias. Entre as mais
reivindicações essenciais dos trabalhadores que se marcantes greves, destaca-se a de 1906 no Rio Grande
situavam em torno do aumento da participação social, da do Sul, que ressaltou a ascensão dos anarquistas na
crítica ao capitalismo vigente e da redução da jornada de recém-fundada Federação Operária do Rio Grande do
trabalho para oito horas. Os meios para se atingir os Sul. O estado, até 1905 estava sob hegemonia dos
objetivos é que se diferenciaram até mesmo entre os socialistas. A greve em si durou 21 dias (de 3 a 21 de
próprios anarquistas. No Brasil, os libertários estiveram outubro) e reivindicou a jornada de 8 horas. A
historicamente atrelados aos sindicatos. Analisando um mobilização girou em torno de 3000 operários que se
documento do Coletivo Domingos Passos, fica visível que dividiram entre fabricantes de móveis, de fios tecidos, de
a particularidade do anarquismo está por ele ser o doces, de vidros, de chapéus, entre outros. Os industriais
referencial do qual se parte para a ação. No caso da propuseram 9 horas e a greve foi perdendo força até o
relação entre anarquismo e sindicalismo, o documento fim de outubro. É possível destacar também o papel das
define: mulheres na greve em Porto Alegre, a partir do jornal
Correio do Povo, de 11 de outubro de 1906 no seguinte
O Anarquismo Sindicalista: Encontra no Sindicalismo trecho: “[...] e o número de mulheres operárias é enorme,
Revolucionário uma forma dos trabalhadores assumirem e sobre elas, principalmente procuraram e conseguiram
o controle direto da revolução social e sobre a produção. exercer influência e domínio os promotores da
Surge na França, da cisão dos sindicatos revolucionários campanha”. A partir de um livro de Margareth Rago, se
com os sindicatos reformistas, na última década do pode perceber que a condição de opressão da mulher era
século XIX. Impulsiona o Movimento Operário teorizada por inúmeros pensadores de caráter libertário,
Internacional, com forte presença em quase todos os apesar de certas contradições no campo prático. Em
países da Europa, da América e da Oceania, além de 1917 o movimento grevista se espalhou pelo Brasil. A
carestia, os baixos salários e a violência contra os sendo modificada e se tornando cada vez mais
operários foram alguns dos motivos. Em São Paulo, uma repressora em relação à atuação dos operários. Em
multidão de mais de 10 000 pessoas presenciaram o 1907, Adolfo Gordo aprovou a lei de expulsão dos
enterro de José Martinez, operário assassinado em julho “perigosos à ordem pública”, sendo esta lei reeditada em
pela polícia paulista. Alguns aumentos e a jornada de 8 vários anos seguintes. O tenentismo apavorou ainda mais
horas foram implantadas em algumas fábricas. Mas a o governo central, que não pensou duas vezes em
violência do processo, tanto no Rio de Janeiro como em combater a tudo e a todos com a violência de Estado. Até
São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná, associou ainda o fim da República Velha e início do período varguista, a
mais a figura do anarquismo à do criminoso inimigo da causa anarquista esteve presente. Confrontos como os
ordem. A extradição dos elementos “perigosos”, que foi da Praça da Sé, em 1934, contra os integralistas de Plínio
acelerada neste momento, era comum desde 1894, Salgado, marcaram a contribuição dos libertários para o
como é possível observar num documento do Ministério retrocesso do fascismo no Brasil. A falta de partidos
da Justiça e Negócios Interiores do governo Brasileiro: anarquistas foi enfraquecendo gradualmente a ação
libertária. Muitos passaram a atuar no novo Partido
Anarchistas: Tendo chegado ao conhecimento da policia Comunista Brasileiro, fundado por ex-anarquistas em
que na Gavea se estava constituindo uma associação 1922. Um outro elemento que pesava contra os
formada, em sua maioria, de individuos estrangeiros que anarquistas foi a vitória dos bolcheviques na Revolução
faziam propaganda entre os operários [...]; Russa de 1917. O entusiasmo comunista tomou conta de
apprehendeuse nessa occasião diversos jornaes grande parte do proletariado brasileiro, que viu na
anarchistas [...] cujos primeiros artigos eram verdadeiros revolução dos sovietes, um exemplo concreto de
gritos de guerra contra o capital. [...] Esses individuos, mudança social. De qualquer modo, a pujança que o
sobremodo perigosos, foram expulsos do territorio movimento atingiu no Brasil pode ser simbolizada pela
brasileiro, seguindo uns para a Hespanha, e outros para o ação opressora e sanguinária do governo em relação à
Rio da Prata. A partir disso se pode perceber que a colônia de Cleveland, que em sua origem foi definida
“questão social era caso de polícia”, há muito tempo no como uma colônia no Estado do Pará, e ficou conhecida
país. Uma outra característica fundamental do movimento como Clevelândia. Ela nasceu durante a presidência de
ácrata foi a extensa produção de material impresso. Arthur Bernardes (1922-26), período em que o país
Jornais como A Pátria (RJ), A Vida (RJ), A Luta (RS), O estava quase sempre em estado de sítio - situação sob a
Libertário (SP), O Despertar (RJ), A Plebe (SP), Voz do qual os cidadãos perdem suas liberdades formais -, e
Povo (PE), Vanguarda (SP), A Lanterna (SP), e revistas vivia uma repressão violentíssima em nome da "ordem
como Kurtur (RJ), Renascença (SP), Remodelações (RJ) pública", ameaçada, segundo o governo, pelas greves
e Revista Liberal (RS) remontam à numerosa atuação abusivas, levantes, e atos de grupos descontentes com
dos anarquistas no âmbito da divulgação de suas idéias. os rumos da economia. Políticos, lideranças operárias,
No campo da literatura ainda aparecem, Edgar Leunroth, setores insubordinados das forças armadas, além de
Fábio Luz (autor dos livros “Os emancipados” e “O milhares de suspeitos de conspiração contra o governo,
ideólogo”, 1906) e especialmente Lima Barreto. Em foram deportados, presos, isolados em suas ilhas. Samis
qualquer livro de teoria da história que se preze, a idéia aponta que “no Rio de Janeiro, para escapar dos
de que as condições temporais em que o indivíduo está advogados e seus hábeas corpus, salvaguarda da
inserido, interferem na sua forma de ver o mundo, é liberdade individual de seus clientes, o governo fez das
básica. No caso do final do século XIX, a influência de ilhas de Bom Jesus, Rasa, e das Flores, verdadeiros
correntes teóricas prestigiadas pela ideologia das classes campos de prisioneiros”. Em suma, o avanço das
burguesas, como o evolucionismo, o positivismo e o premissas comunistas de Marx, a perda de poder dos
cientificismo, teve relativa importância. Os intelectuais sindicatos e o alto teor repressivo fizeram os anarquistas
brasileiros daquela época eram levados à supervalorizar perder grande parte de sua expressividade entre o
as possibilidades da ciência (englobadas numa única operariado. Certamente, a partir do que foi exposto aqui,
“Ciência”, mitificada), desprezando tudo aquilo que não pôde-se observar que a presença libertária no Brasil
pudesse passar pelo crivo da mesma. A fé na ciência durante o fim do século XIX e começo do XX marcou
trazia a confiança que faltava a todos no sentido de que profundamente a ascensão de um movimento operário
se daria um fim a sofrida humanidade e se criasse, enfim, que se acostumou até hoje, na prática, a resistir a toda e
um mundo melhor. Exatamente contra isso, Afonso qualquer forma de opressão do santíssimo Estado que
Henrique de Lima Barreto foi um intelectual que não se nos governa. Como diria o pensador anarquista Jean
maravilhou com a Ciência, e via com reservas a idéia de Proudhon: “Ser governado é ser cuidado, inspecionado,
Civilização. Seus escritos podem ser conferidos no jornal espionado, dirigido, legislado, regulamentado,
A Lanterna e na revista Vida, e o seu inconformismo com identificado, doutrinado, aconselhado, controlado,
relação ao que via recaía principalmente sobre e caráter avaliado, pesado, censurado, e mandado por homens
elitista de todas as sociedades. Seus pensamentos não que não têm nem o direito, nem os conhecimentos, nem
foram ocasionais. valor para fazê-lo”.
Diferente de Lima Barreto, havia os “radicais de Nos 18 anos da Segunda República país passa por
ocasião” como, por exemplo, os intelectuais boêmios, um acelerado processo de industrialização por
que apregoavam um discurso de esquerda mas não substituição de importações. Em meados dos anos 50 a
ultrapassavam os limites da retórica. Outros “anarquistas” indústria ultrapassa a agricultura na composição do
declararam guerra ao Estado, mas perceberam que só Produto Nacional Bruto. A política econômica do governo
conseguiriam avançar exigindo conquistas a partir dele. Juscelino Kubitschek estimula a indústria nacional e, ao
Casos como estes foram se tornando comum por dois mesmo tempo, abre o mercado brasileiro para o capital
fatores essenciais. Com o aumento do número de greves estrangeiro sob a forma de empréstimos ou de
e manifestações operárias, a legislação brasileira foi investimentos diretos. No final dos anos 50 os rumos a
serem impressos à economia brasileira são o grande Goulart, na Central do Brasil, no Rio de Jáneiro, serviu
divisor de águas da sociedade civil. Os setores como estopim para o golpe. Neste comício eram
nacionalistas defendem um desenvolvimento autônomo, anunciadas as reformas que mudariam o Brasil, tais como
centrado no crescimento do mercado interno. A oposição um plebiscito pela convocação de uma nova constituinte,
quer ampliar a industrialização pela maior abertura do reforma agrária e a nacionalização de refinarias
mercado aos capitais internacionais. estrangeiras. Foi neste cenário que, depois de um
encontro com trabalhadores, em 1964, João Goulart
Sociedade na Segunda República: Durante a Segunda (eleito à época, democraticamente, pelo Partido
República a população urbana supera a rural e a Trabalhista Brasileiro – PTB) foi deposto e teve de fugir
migração campo-cidade se intensifica. O principal pólo de para o Rio Grande do Sul e, em seguida, para o Uruguai.
atração é a região centro-sul, onde se concentra o parque Desta maneira, o Chefe Maior do Exército, o General
industrial do país. O crescimento do operariado é Humberto Castelo Branco, tornou-se presidente do Brasil.
acompanhado do fortalecimento das classes médias As principais cidades brasileiras foram tomadas por
urbanas, formadas por comerciários, bancários, soldados armados, tanques, jipes, etc. Os militares
funcionários intermediários das empresas estatais e incendiaram a Sede, situada no Rio de Janeiro, da União
militares. Sem experiência anterior de organização e Nacional dos Estudantes (UNE). As associações que
pouco politizados, esses setores são a base principal de apoiavam João Goulart foram tomadas pelos soldados,
sustentação do populismo. dentre elas podemos citar: sedes de partidos políticos e
sindicatos de diversas categorias. O golpe militar de 1964
foi amplamente apoiado à época e um pouco antes por
O Estado Novo jornais como O Globo, Jornal do Brasil e Diário de
notícias. Um dos motivos que conduziram ao golpe foi
A forte concentração de poder no Executivo federal, uma campanha, organizada pelos meios de
em curso desde fins de 1935, a aliança com a hierarquia comunicação, para convencer as pessoas de que Jango
militar e com setores das oligarquias, criaram as levaria o Brasil a um tipo de governo semelhante ao
condições para o golpe político de Getúlio Vargas em 10 adotado por países como China e Cuba, ou seja,
de novembro de 1937, inaugurando um dos períodos comunista, algo inadmissível naquele tempo, quando se
mais autoritários da história do país, que viria a ser dizia que o que era bom para os Estados Unidos era bom
conhecido como Estado Novo. A justificativa dada pelo para o Brasil. Em 1965, as liberdades civis foram
presidente foi a necessidade de impedir um "complô reduzidas, o poder do governo aumentou e foi concedida
comunista", que ameaçava tomar conta do país, o ao Congresso a tarefa de designar o presidente e o
chamado Plano Cohen, que foi depois desmascarado vicepresidente da república.
como uma fraude. Alegava também a necessidade de
aplacar os interesses partidários mesquinhos que
dominavam a disputa eleitoral. Na "Proclamação ao Povo Era Vargas
Brasileiro", em que Getúlio anunciava o novo regime, ele
diz: "Entre a existência nacional e a situação de caos, de A revolução de 1930 teve início em 1929, ou seja,
irresponsabilidade e desordem em que nos começou a ser estruturada. Melhor dizendo, precipitou os
encontrávamos, não podia haver meio termo ou acontecimentos, pois o descontentamento popular vinha
contemporização. Quando as competições políticas demonstrando cansaço ante os desmandos do governo,
ameaçam degenerar em guerra civil, é sinal de que o cujo partido majoritário, o P.R.P., liderava a política, com
regime constitucional perdeu o seu valor prático, especialidade, a política do café. A monocultura era
subsistindo, apenas, como abstração." Nessa ocasião, defendida pelo Congresso Brasileiro. Líderes como Rui
Vargas anunciou a nova Constituição de 1937, de Barbosa, já em seu tempo haviam delatado, em seus
inspiração fazcista, que suspendia todos os direitos discursos na Tribuna Parlamentar ou nos jornais
políticos, abolindo os partidos e as organizações civis. O (censurados) da época, os erros do partido do governo.
Congresso Nacional foi fechado, assim como as Aproximavase o colapso. Os levantes de 22 e 24 haviam
Assembléias Legislativas e as Câmaras Municipais. deixado rastros inapagáveis de descontentamento
popular. Em 1926 as elites descontentes haviam lançado
Golpe Militar 1964 o Partido Democrático e o país vivia, desde então, duas
fortes contradições. Na esperança de garantir o
O Governo estadunidense tornou públicos, em 31 de prosseguimento da reforma financeira que implantara.
março de 2004, documentos da política dos Estados Washington Luís lançou o paulista Júlio Prestes de
Unidos e das operações da CIA que, ao ajudar os Albuquerque, fiel à sua política, como sucessor. Em
militares brasileiros, conduziram à deposição do março de 1930. Dentro de um clima agitado, a população
presidente João Goulart, no dia 1º de abril de 1964. O foi convocada às eleições presidenciais. A escolha seria,
governo americano e os militares brasileiros viam em de um lado, o Presidente de São Paulo, Dr. Júlio Prestes
João Goulart alguém perigoso porque, além de simpatizar e, de outro Getúlio Vargas, líder da Aliança Liberal. Em
com o regime Castrista de Cuba, mantinha uma política meio a muita violência, as eleições processaramse e Júlio
exterior independente de Washington, e tinha Prestes foi o vencedor. Esse resultado apontou um único
nacionalizado uma subsidiaria da ITT (eumpresa caminho: a Revolução. A maioria simpatizante da Aliança
norteamericana). Além disso, Goulart tinha nacionalizado, Liberal iniciou reuniões de militares em vários estados e o
no início de 1964, o petróleo, bem como a terra ociosa assassinato de João Pessoa, na Paraíba, foi o estopim do
nas mãos de grandes latifundiários, e aprovado uma lei levante. Em 1929 os preços do café haviam caído, como
que limitava a quantidade de benefícios que as reflexo do "crash" da Bolsa de Nova York. Era o começo
multinacionais poderiam retirar do país. Outro motivo foi o da ruína da República Velha. As eleições de março,
Brasil ser o maior exportador de suco de laranja do acusadas de fraudulentas, foram a gota que faltava para
mundo, fato que punha em risco a indústria norte- que o povo se manifestasse abertamente contra o
americana deste setor, situada no estado da Flórida. Em governo. Em 3 de outubro, em manobra conjunta no Rio
1964, o comício organizado por Leonel Brizola e João Grande do Sul, na Paraíba e em Minas Gerais, estourou
O estado de sítio aumenta o poder de Vargas e de A ditadura Vargas, ou Estado Novo, dura oito anos.
alguns altos oficiais do Exército e da própria polícia. Começa com o golpe de 10 de novembro de 1937 e se
Crescem a repressão aos movimentos sociais e a estende até 29 de outubro de 1945, quando Getúlio é
conspiração para instaurar uma ditadura no país. É nesse deposto pelos militares. O poder é centralizado no
clima que se inicia a campanha para as eleições Executivo e cresce a ação intervencionista do Estado. As
presidenciais, previstas para janeiro de 1938. Forças Armadas passam a controlar as forças públicas
estaduais, apoiadas pela polícia política de Filinto Müller.
Campanha eleitoral: Três candidatos são Prisões arbitrárias, tortura e assassinato de presos
lançados à Presidência. O paulista Armando de políticos e deportação de estrangeiros são constantes.
Sales Oliveira é apoiado pelos partidos Em 27 de dezembro de 1939 é criado o Departamento de
Constitucionalista (sucessor do Partido Imprensa e Propaganda (DIP), responsável pela censura
Democrático) e Republicano Mineiro, pelo aos meios de comunicação, pela propaganda do governo
governador gaúcho, José Antônio Flores da e pela produção do programa Hora do Brasil.
Cunha, e por facções liberais de outros Estados.
O paraibano José Américo de Almeida é apoiado As bases do regime: O Estado Novo é apoiado
pelo Partido Libertador do Rio Grande do Sul, pelas classes médias e por amplos setores das
pelo governo de Minas e pela maioria das burguesias agrária e industrial. Rapidamente
oligarquias nordestinas. O terceiro candidato é o Vargas amplia suas bases populares recorrendo
integralista Plínio Salgado. Vargas declara seu à repressão e Cooptação dos trabalhadores
apoio a José Américo, mas, ao mesmo tempo, urbanos: intervém nos sindicatos, sistematiza e
encomenda secretamente ao jurista Francisco amplia a legislação trabalhista. Sua principal
Campos, simpatizante do fascismo e futuro sustentação, porém, são as Forças Armadas.
Ministro da Justiça, uma nova Constituição para Durante o Estado Novo elas são reaparelhadas
o Estado autoritário que pretende estabelecer. com modernos armamentos comprados no
Exterior e começam a intervir em setores
Plano Cohen: Em 30 de setembro de 1937 o considerados fundamentais para a segurança
general Góis Monteiro, chefe do Estadomaior do nacional, como a siderurgia e o petróleo. A
Exército, divulga à nação o "tenebroso" Plano burocracia estatal é outro ponto de apoio: cresce
Cohen: uma suposta manobra comunista para a rapidamente a abre empregos para a classe
tomada do poder através da luta armada, média. Em 1938, Vargas cria o Departamento
assassinatos e invasão de lares. O Plano não Administrativo do Serviço Público (Dasp),
passa de uma fraude forjada por membros da encarregado de unificar e racionalizar o aparelho
Ação Integralista para justificar o golpe de burocrático e organizar concursos para recrutar
estado. Frente à "ameaça vermelha", o governo novos funcionários.
pede ao Congresso a decretação de estado de
Propaganda: No início dos anos 40 o Estado várias batalhas no vale do rio Pó: tomam Monte
Novo alcança certa estabilidade. Os inimigos Castelo em 21 de fevereiro de 1945, vencem em
políticos já estão calados e as ações Castelnuovo em 5 de março e participam da
conciliatórias com os diversos setores da tomada de Montese em 14 de abril. Ao todo são
burguesia evitam oposições. Na época, o jornal enviados cerca de 25 mil homens à guerra.
O Estado de S. Paulo, sob controle direto do Morrem 430 pracinhas, 13 oficiais do Exército e
DIP, não cansa de publicar editoriais exaltando o oito da Aeronáutica.
espírito conciliador do ditador. Um deles, por
exemplo, diz que Vargas é um "homem sem ódio
e sem vaidade, dominado pela preocupação de O Segundo Mandato
fazer o bem e servido por um espírito de
tolerância exemplar, sistemáticamente devotado Em 1950, Vargas voltou ao poder através de eleições
ao serviço da Pátria". Inúmeros folhetos de democráticas. Neste governo continuou com uma política
propaganda enaltecendo o caráter conciliador de nacionalista. Criou a campanha do " Petróleo é Nosso"
Vargas e sua faceta de "pai dos pobres" são que resultaria na criação da Petrobrás.
produzidos pelo DIP e distribuídos nos
sindicatos, escolas e clubes.
O suicídio de Vargas
Foi de São Paulo que partiram as primeiras - ensino primário obrigatório e gratuito;
manifestações em prol da reconstitucionalização do país.
O manifesto do Partido Democrático (2431931) partido - autonomia dos sindicatos e representação
que nascera em São Paulo em 1926 e era representado profissional;
por industriais e elementos da classe média repercutiu
em vários estados, incentivando vários grupos - restrição à imigração (visava principalmente
constitucionalistas. Os paulistas exigiram, além de uma aos japoneses);
nova Constituição, um interventor que fosse paulista e
civil, pois Getúlio havia colocado, como interventor de - nacionalização das empresas estrangeiras de
São Paulo, o tenente pernambucano João Alberto. Além seguros;
disso, a aristocracia paulista pretendia retomar o poder
político, de onde fora desalojado pela Revolução de 1930. - proibição a empresas estrangeiras de se
"A chamada Revolução Constitucionalista de São Paulo, apossarem de órgãos de divulgação;
que encheu o ano de 1932, não foi um mero fruto de
circunstancias. Nem foi a explosão de um irresistível - obrigação às empresas estrangeiras de
sentimento de revanche. Foi, antes, um ato deliberado, manterem, no mínimo, dois terços de
longa e friamente calculado e pensado pelos empregados brasileiros;
responsáveis e dirigente máximos do PRP, objetivando a
retomada do poder do qual haviam sido desalojados tão - criação do mandado de segurança para a
violentamente". As manifestações antigetulistas levaram o defesa dos direitos e liberdades individuais;
PRP a aliarse ao Partido Democrático, seu antigo inimigo,
formandose a'Frente única Paulista (FUP) contra o - três poderes: Executivo, Judiciário e legislativo.
Governo provisório, A nomeação de Pedro de Toledo,
paulista e civil, para interventor de São Paulo não impediu
a eclosão do movimento revolucionário. Em 23 de maio O poder Legislativo era formado pelo Senado e pela
de 1932, a reação contra um grupo de estudantes, que já Câmara. Havia dois senadores por estado, com mandato
havia investido contra alguns jornais favoráveis a Getúlio, de oito anos. Os deputados eram eleitos por quatro anos,
resultou na morte de quatro manifestantes, Martins, com um número proporcional ao número de habitantes de
Miragaia, Dráusio e Camargo, cujas Iniciais formaram a cada estado. Uma das novidades dessa Constituição era
sigla revolucionária paulista: MMDC. A revolução armada a representação classista, isto é, os sindicatos de patrões
explodiu a 9 de julho de 1932, sob a liderança militar dos e empregados podiam eleger seus deputados, que
generais Isidoro Dias Lopes (SP) e Bertolo Klinger (MT) e tinham os mesmos direitos dos outros parlamentares.
a liderança civil de Francisco Morato e Pedro de Toledo.
São Paulo contava inicialmente com o apoio dos rebeldes
mineiros liderados por Artur Bernardes e dos rebeldes Movimentos Sociais e Período Militar
gaúchos liderados por Borges de Medeiros: ambos foram
presos pelas forças legais. São Paulo, que pensava, O regime militar nasceu de um golpe de estado
segundo a propaganda, que o movimento não passaria desfechado a 31 de março de 1964 contra o presidente
de "uma simples parada militar, mera marcha triunfal até João Goulart. Apoiaram o golpe os partidos
o Rio" viuse envolvido num grande conflito armado. conservadores (PSD e UDN), o empresariado, os
Perdendo seus aliados, não possuindo condições proprietários rurais e a classe média urbana, unidos,
bélicomilitares, acusado de fazer; um movimento acima de tudo, para dar combate ao comunismo e à
separatista, São Paulo se rendeu as forças federais. A corrupção. As causas imediatas do colapso do regime da
revolução durou apenas. Entretanto, se a Revolução Carta de 1946 são assim resumidas por José Guilherme
Paulista de 1932 foi um fracasso do ponto de vista militar, Merquior: "Instabilidade governamental, desintegração do
foi um sucesso do ponto de vista político, pois em 1933 sistema partidário, virtual paralisia da capacidade
Getúlio Vargas promoveu eleições para a Assembléia decisória do Legislativo, atitudes equívocas por parte do
constituinte, que se instalou a 10 de novembro, sendo presidente Goulart, quando nada com respeito à
responsável pela elaboração de uma nova Constituição, sucessão; a ameaça representada por uma reforma
promulgada em 1934. Além disso, este movimento agrária mal definida; inquietação militar em face da
revelou a existência de duas concepções de Estado: de tolerância do governo aos motins dos sargentos; e
um lado, o liberalismo, que pressupõe o indivíduo acima radicalismo crescente, tanto da direita como da esquerda
do Estado e, do outro, o intervencionismo do Estado na (...), tudo isto complementado pela inflação em alta e,
política, na economia e nas relações entre classes, naturalmente, pelo fantasma assustador da revolução
produzindo o centralismo. cubana" ("Patterns of State Building in Brazil and
Argentina," in Hall, J.A organizador, States in History,
London; Blackwell, 1986, p. 284). O novo regime, todavia,
A Constituição de 1934 evitou uma ruptura completa com os fundamentos
constitucionais da democracia representativa. Embora
Promulgada em 16 de julho, enunciada pela Constituição tenha abolido já de início as eleições diretas para a
alemã de Weimar, a nova Constituição brasileira, liberal e Presidência e posteriormente para os governos estaduais
centralizadora, estabelecia: e principais prefeituras, manteve a periodicidade e a
exigência de um mínimo de legitimação democrática para
- regime presidencial e federativo; esses mandatos, por meio da eleição indireta pelo
Congresso ou pelas assembléias, conforme o caso.
- extinção do cargo de vicepsidente; Ademais, os líderes militares reiteraram, diversas vezes,
a intenção de permanecer por pouco tempo no poder. A (partido do governo), PMDB, PT, PDT e PTB. Estes
partir de 1968, em resposta à pressão do movimento partidos disputaram, em 1982, as primeiras eleições
estudantil e ao início da luta armada por parte de setores diretas para governador desde 1965, casadas com as
radicalizados da oposição, o regime militar se enrijece, eleições para o Congresso e para as assembléias
passando o País pelo período de maior repressão política estaduais. Contados os votos, constatouse que o
de sua história sob a presidência do general Garrastazu processo eleitoral continuava praticamente bipartidário, e
Médici (19691974). Estes fatos acabaram se sobrepondo que a oposição elegera dez dos 22 governadores,
à intenção inicial dos militares de permanecer pouco inclusive os de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
tempo no poder. Aos militares, contudo, faltava uma idéia O enfrentamento plebiscitário que se quisera eliminar
clara sobre as reformas econômicas e com a reforma partidária de 1979 estava de volta, agora
políticoinstitucionais que teriam de implantar com seu num contexto de aguda recessão, crescente desemprego
prolongamento no poder. O sistema militar tampouco e visíveis sinais de debilitamento entre importantes
podia proporse como definitivo, pois isso implicaria lideranças políticas do regime. Tendo conquistado os
romper definitivamente as pontes que lhe asseguravam principais governos estaduais, a oposição passou a
um mínimo de legitimidade. Com a ascensão do general dispor de suportes de poder suficientes para tentar fazer
Geisel à Presidência, em março de 1974, tem início a o sucessor do general Figueiredo. Absorvendo deserções
chamada "abertura gradual", cujo objetivo era afrouxar das hostes do partido do governo e sabendo capitalizar a
pouco a pouco as amarras ditatoriais do regime e, assim, energia cívica mobilizada pelo frustrado movimento a
evitar confrontos traumáticos. A característica principal do favor de eleições diretas para presidente (desencadeado
processo de abertura patrocinado por Geisel foi seu no primeiro trimestre de 1984), a oposição, empunhando
extremo gradualismo, seu caráter por assim dizer a candidatura de Tancredo Neves, do PMDB mineiro, um
experimental e, por conseguinte, a permanente incerteza político moderado e conciliador, logrou formar a maioria
que durante vários anos pairou quanto a seus rumos e necessária para vencer a disputa sucessória no Colégio
até mesmo quanto à sua continuidade. Ainda em 1974, Eleitoral, em janeiro de 1985, encerrando o ciclo dos
realizaramse eleições para o Congresso, num momento governos militares.
em que ninguém duvidava de mais uma tranqüila vitória
do partido do governo, a Arena. O resultado foi o inverso:
uma rotunda derrota para o governo. O MDB cresceu de A Abertura Política
12% para 30% do Senado, conquistando 16 das 22
cadeiras em disputa e de 28% para 44% na Câmara dos A presidência do General Ernesto Geisel (19741979)
Deputados. A magnitude dos ganhos da oposição trouxe caracterizouse pela abertura política. Vinha o grupo
para primeiro plano duas dificuldades que as diretrizes militar dominante mantendose no poder preservando as
iniciais da abertura não haviam contemplado: (1) a características essenciais do regime, mascarando o seu
possibilidade de um novo impasse institucional, dado o caráter autoritário e repressivo. Houve o término da
caráter bipartidário do sistema; e (2) os votos repressão policial, a liberalização do sistema eleitoral,
oposicionistas achavamse fortemente concentrados nos permitindose a formação de novos partidos, a eliminação
estados econômicamente mais dinâmicos do País. Com a parcial da censura à imprensa, a suspensão dos atos
eleição de 1974, o governo viuse, então, diante de institucionais e a anistia dos presos políticos.
pressões contraditórias: de um lado, a necessidade de
começar a construir pontes com a sociedade civil, tendo
em vista a magnitude e os contornos nítidamente A Lei Falcão
plebiscitários (antigoverno) do crescimento eleitoral do
MDB; de outro, a necessidade de preservar a coesão Após a derrota nas eleições legislativas de novembro de
política do campo governista e, especialmente, das 1974, o Governo baixou decreto, apelidado de Lei Falcão,
Forças Armadas. Uma das alternativas adotadas pelo elaborado pelo Ministro da Justiça, Armando Falcão,
regime para fazer frente à crescente onda oposicionista limitando drasticamente o acesso de candidatos ao rádio
foi manter o elevado ritmo de crescimento econômico, e à televisão, com o fim de evitar mais uma vitória
iniciado em 1967, ainda que a necessidade de oposicionista nas eleições municipais de 1976.A morte do
desaquecer a economia já começasse a se tornar jornalista Vladimir Herzog e do operário Manuel Fiel Filho,
evidente. A sucessão do general Geisel pelo general presos no DOICODI do II Exército, em São Paulo,
João Baptista de Oliveira Figueiredo, no início de 1979, acelerou o processo de redução da atuação dos
concluiu de maneira frustrante uma etapa do processo de organismos repressivos, a partir de 1976.
liberalização. Frustravase a expectativa de que a
sucessão representasse a culminação do processo de
abertura e conduzisse o País diretamente à plenitude O Pacote de Abril; A Figura do Senador Biônico
democrática, sinalizando o regime que decidira prolongar
a estratégia "gradual e segura" de abertura política. Em 1977, o MDB conseguiu rejeitar, no Congresso
Todavia, importantes demandas da oposição como a Nacional, um projeto de reforma judiciária apresentado
anistia a todos os cidadãos antes punidos com cassação pelo Governo, tendo este fechado o Legislativo, aprovado
e perda dos direitos políticos, bem como aos exilados por a reforma por decreto e editado o chamado Pacote de
participação em ações armadas, e o restabelecimento Abril, um conjunto de esdrúxulas medidas eleitorais,
praticamente total da liberdade de imprensa foram instituindo a figura do senador biônico, a ser eleito, não
atendidas em 1978/79. Em dezembro de 1979, o governo pelo povo, mas por um Colégio Eleitoral, que tinha a
promove a reforma partidária também reclamada por maioria de seus membros oriundos do partido
líderes oposicionistas que não desejavam integrarse ao governamental a ARENA. Deste modo, a abertura de
MDB. Ao fazêla, o governo dava ao mesmo tempo um Geisel pôde ser levada até o final de seu governo, com a
grande passo para desfazer a velha frente de oposições e revogação, em janeiro de 1979, do AI5. O sucessor do
livrarse do impasse plebiscitário embutido na estrutura Presidente Ernesto Geisel foi o General João Batista de
bipartidária. No começo da década de 80, cinco novos Figueiredo, exChefe do SNI e da Casa Militar do Governo
partidos conseguem se firmar na arena política: PDS
Médici, que tomou posse em março de 1979, com O período que se estende da queda da monarquia até
mandato até 1985. 1894, é chamado como República da Espada (1889-
1894), conhecido também como República Jacobina.
Corresponde à época de consolidação do regime
A Lei da Anistia; A Reforma Partidária e a Extinção do republicano federativo contra as tentativas de restauração
Bipartidarismo monárquica no Brasil. Com a proclamação da República
foram dissolvidas as Assembléias Provinciais e Câmaras
Com a finalidade de completar o projeto da abertura, o Municipais. Governadores foram nomeados para os
Presidente João Batista de Figueiredo foi eleito para Estados – antigas Províncias – que compunham o novo
exercer o mais longo mandato atribuído a um presidente sistema de governo. Intendentes seriam a primeira
brasileiro: seis anos. Foi um governo com reflexos diretos autoridade municipal. Os primeiros meses de república
da crise econômica de 1981 a 1984, das brigas internas não foram fáceis. Pouco mais de um mês após a
do grupo palaciano e da falta de habilidade política do proclamação da república, em 18 de dezembro, o
Presidente. Em agosto de 1979, foi aprovada a Lei da governo abafava um motim no 2o. Regimento de
Anistia, pela qual foram anistiados os acusados de Artilharia Montada. A sociedade brasileira tornava-se
"crimes políticos e conexos", ou seja, tanto os adversários cada vez mais complexa. As cidades cresciam, expandia-
do regime militar, quanto os opressores e torturadores. se o setor industrial, desenvolvia-se o setor industrial,
Ainda naquele ano, foi aprovada a Reforma Partidária, desenvolvia-se a classe operária e ampliava-se o setor
extinguindose o bipartidarismo e permitindose a criação terciário (bancos, comércio, transporte): o Brasil não era
de vários partidos políticos. A ARENA passou a se mais só o café. O próprio governo tomou algumas
chamar PDS (Partido Democrático Social), e do MDB iniciativas para modernizar o país, como durante a
surgiram cinco novos partidos: PMDB, PP, PT, PDT e presidência de Rodrigues Alves (1902-1906), quando a
PTB. O PDS, partido governamental, com os senadores cidade do Rio de Janeiro, então capital do país, passou
biônicos, deteve a maioria no Congresso Nacional e, por uma transformação radical: removeram-se morros,
conseqüentemente, no Colégio Eleitoral. alagaram-se ruas, abriram-se praças, reformou-se o porto
– a cidade foi profundamente remodelada. Da noite para
o dia, expulsa dos cortiços para os bairros periféricos, a
Eleições Diretas para Governos Estaduais população pobre estabeleceu-se nos morros, distante de
seu local de trabalho, aumentando assim as favelas que
Em novembro de 1980, foi aprovada emenda tinham surgido a poucos anos. Do Morro da Providência,
constitucional estabelecendo eleições diretas para as favelas espalharam-se pelas encostas da cidade:
Governador. Cisões internas dos grupos reacionários do Saúde, Santo Antônio, Salgueiro, Mangueira... Nos
regime levaram ao afastamento do General Golbery da morros, o samba desenvolveu-se rapidamente. Originário
Chefia da Casa Civil, substituído por Leitão de Abreu, que da Bahia, foi no Rio de Janeiro que se popularizou. A
já havia ocupado o cargo no Governo Médici. Dois anos partir de 1916, começaram a aparecer os primeiros
depois, realizaramse eleições diretas para os governos sambas, especialmente para o carnaval, que na época já
estaduais, pela primeira vez, desde 1965, com o PDS era a maior festa popular. Logo foi gravado o primeiro
ganhando em 12 Estados, o PMDB em 10 e o PDT em 1. samba, fazendo muito sucesso: Pelo telefone. Em 1904,
o “bota-abaixo”, nome popular dado às reformas
conduzidas pelo prefeito Pereira Passos, fez crescer o
A Redemocratização e a Campanha pelas Diretas Já clima de revolta da população contra o que ironicamente
Lima Barreto chamou de “civilização”. Em agosto de
Em novembro de 1983, os partidos oposicionistas mesmo ano, iniciou-se a vacinação obrigatória, sob a
encetaram a campanha das Diretas Já, visando a coordenação do médico sanitarista Osvaldo Cruz, pois,
introdução de uma emenda constitucional determinando apenas nesse ano, uma epidemia de varíola provocou a
que as eleições presidenciais de 1984 fossem realizadas morte de 4 mil pessoas no Rio de Janeiro. A falta de
pelo voto popular, transformandose no maior movimento esclarecimento sobre as razões da vacinação, aliada aos
de massa da História do Brasil. Sob esse clima, o transtornos criados pela reforma da cidade, acabou por
Deputado Dante de Oliveira apresentou um projeto de deflagrar uma revolta popular contra o governo, que ficou
emenda constitucional restabelecendo as eleições diretas conhecida como a Revolta da Vacina. Durante quatro
para Presidente, não sendo aprovada no Congresso dias, o Rio de Janeiro viveu uma verdadeira guerra civil.
Nacional por não atingir a maioria de dois terços, A população, amotinada, construía barricadas e atacava
necessária para a modificação de matéria constitucional, as tropas mobilizadas pelo governo para retomar o
permanecendo a escolha do futuro Presidente pela via controle da cidade. Alguns militares, descontentes com o
indireta, através do Colégio Eleitoral. Para a sucessão governo, tentaram organizar um golpe militar. O caos
presidencial a direita peemedebista conseguiu impor ao tomou conta da capital. Depois de sufocar a rebelião
partido a candidatura de , para Presidente, e José Sarney militar, o governo cercou e bombardeou durante várias
exPresidente do PDS , para Vice, com a direita horas os últimos redutos dominados pelos revoltosos,
pedessista escolhendo Paulo Salim Maluf, Tancredo conseguindo reassumir o controle total da cidade. Os
Neves ligado aos grupos mais conservadores do País e suspeitos de participação nos conflitos, segundo o
que contava com a simpatia do General Figueiredo. Em historiador José Maria dos Santos, “começaram a ser
15 de janeiro de 1985, o Colégio Eleitoral elegeu recolhidos em grandes batidas policiais. Não se fazia
Tancredo Neves para a Presidência da República e José distinção de sexos, nem de idades. Bastava se
Sarney para VicePresidente por 480 votos a favor, contra desocupado ou maltrapilho e nºao provar residência
180 e 26 abstenções. habitual para ser culpado. Conduzidos para bordo de um
paquete de Lôide Brasileiro, em cujos porões já se
encontravam a ferros e no regime da chibata foram
Governos Democráticos sumariamente expulsos para o Acre”. E o “bota-abaixo”
continuou destruindo o centro antigo do Rio de Janeiro.
No lugar surgia uma cidade moderna, que precisava
encontrar espaço para um veículo até então para derrubar a Monarquia começaram a manifestar suas
desconhecido dos cariocas: o automóvel. O primeiro divergências tão logo alcançaram seu objetivo. Essas
veículo, importado da França, foi trazido pelo jornalista divergências explodiram de forma mais acentuada no
José do Patrocínio, em 1982. Tinha custado 20 mil Congresso Constituinte, em que se formou um forte grupo
francos. Depois de se montado, os jornais anunciaram de oposição ao marechal presidente e seu autoritarismo,
que o estranho veículo estava prestes a circular. Num provocando a sua renúncia. O Congresso Constituinte,
Domingo de manhã, Patrocínio ao volante e o poeta resultado da primeira eleição republicana, foi instalado
Olavo Bilac a seu lado iniciaram o passeio, um ano após a Proclamação da República, ou seja, no
acompanhados por um grande público ávido de conhecer dia 15 de novembro de 1890. Seu objetivo era apreciar o
a novidade. projeto de Constituição elaborado por uma comissão
especial, nomeada já em dezembro de 1889, pelo
Governo Provisório.
O Governo Provisório
Constituição federal, e decretar impostos sobre suas sua carreira política e militar. Logo que assumiu a
exportações, imóveis, indústrias, profissões e presidência da República, Floriano Peixoto logo
transmissão de propriedade. Caberiam à União os demonstrou a força militar de seu governo sufocando
impostos sobre as importações e as taxas de correios e uma revolta chefiada pelo sargento Silvino de Macedo na
telégrafos federais. A administração pública ficou fortaleza de Santa Cruz. No Rio Grande do Sul, as lutas
estruturada em três poderes: partidárias transformaram-se numa longa e sangrenta
guerra civil. Dividia-se politicamente o Rio Grande do Sul
• Poder Executivo, exercido pelo presidente da entre os castilhistas, partidários de Júlio de Castilhos,
República, pelo vice-presidente e pelos presidente do Estado, e os federalistas chefiados por
ministros; nos Estados, o titular do Poder Silveira Martins, com o apoio de João Nunes da Silva
Executivo era o presidente de Estado, como era Tavares, barão de Itagui, e do caudilho Gumercindo
chamado naquela época o governador; Saraiva. Os federalistas propunham-se “a libertar o Rio
Grande do Sul da tirania de Castilhos” conforme
• Poder Legislativo, exercido pelo Congresso declaravam no manifesto em que concitavam os
Nacional, formado por duas câmaras - a Câmara riograndenses a acompanhá-los. É bom notar, entretanto,
Alta ou Senado e a Câmara Baixa ou Câmara que o qualificativo federalista não tinha o sentido de
dos Deputados -, cujos titulares eram eleitos por federativo. Pelo contrário, os federalistas desejavam,
voto direto; em nível estadual, o Poder teoricamente, maior predominância do poder federal
Legislativo era exercido pelas Assembléias sobre o estadual, defendendo também a adoção do
Legislativas; sistema parlamentar. Então após o combate do Inhanduí,
os revolucionários praticamente ficavam vencidos. Porém
• Poder Judiciário, cujo principal órgão era o eles não se deram por vencidos depois dessa batalha. No
Supremo Tribunal Federal, secundado por juízes Rio de Janeiro surgiria a 6 de setembro de 1893 a
e tribunais federais nas diferentes regiões bra- Revolta Armada, levando os revoltosos suas operações
sileiras; nos Estados tal poder era exercido pelos militares ao Sul, daí em diante identificam-se
tribunais e juízes estaduais. perfeitamente os dois movimentos cuja finalidade
imediata era a queda do governo de Floriano. Durante a
Revolta Armada, inicialmente no Rio de Janeiro,
DOIS GOVERNOS MILITARES ocorreram diversos combates, e a guerra chegou
novamente ao Rio Grande do Sul. Porém, o governo
Embora a constituição de 1891 afirmasse que o preparou-se suficientemente bem para se defender.
presidente da república seria eleito pelo voto direto da Fracassara a Revolta Armada terminando a Revolução
população, afirmava também que após a sua Federalista. Salvara-se a República. Lamentavelmente,
promulgação o primeiro presidente seria eleito porém, revestiu-se de tremenda crueldade a vingança
excepcionalmente pelo Congresso. Foi isso que ocorreu. empreendida por elementos governistas, com o general
Candidataram-se ao cargo de presidente o Mal. Deodoro Everton Quadros no Paraná e o coronel Moreira César
da Fonseca e o presidente do Congresso Prudente de em Santa Catarina, contra os revolucionários vencidos.
Morais; à vice-presidência concorreram o ex-ministro da Ocorreram fuzilamentos até no cemitério, ao pé da cova
Marinha almirante Eduardo Wandenkolk e o ex-ministro já aberta. Essas acontecimentos mancharam um pouco
da Guerra Floriano Peixoto. (OBS. A constituição dizia as causas republicanas. Floriano terminara com violência
que, diferentemente de hoje, se candidatam em chapas o seu governo. Ao contrário do que acontecia durante o
separadas o presidente e o vice.) Foi vitoriosa a chapa Império, quando as províncias não podiam sequer
dos dois marechais, embora a votação de seus escolher seu governo e dependiam em tudo do poder
concorrentes demonstrasse a existência de uma central, o regime federativo, instituído pela Constituição
ponderável força política oposta ao governo. A oposição a republicana, atribuiu muitos poderes aos governos
Deodoro formara-se durante o Governo Provisório, estaduais. Essa autonomia concedida aos Estados,
chegando mesmo a transformar-se em séria dissidência aliada às diversidades econômicas e políticas existentes
entre aqueles que haviam criado o novo regime. entre eles, provocou agitações e lutas de grupos
Hábituado à disciplina militar o velho marechal irritava-se partidários com o objetivo de alcançar maior projeção em
profundamente com a violência dos ataques que lhe eram seu Estado e no país. O primeiro presidente, Deodoro da
desferidos pelos adversários. Com a aprovação de uma Fonseca, enfrentou logo no início de seu governo uma
lei sobre a responsabilidade do presidente da republica, série de dificuldades decorrentes de seu autoritarismo e
provavelmente preparando o caminho para um da crise econômico-financeira. Rui Barbosa, seu ministro
impeachment. Deodoro resolveu desferir um golpe mortal na pasta da Fazenda ao estabelecer novo regime
no Congresso: Em 3 de novembro de 1891 dissolvia-o financeiro, provocara um fenômeno econômico de 1889 a
apesar de não ter poderes constitucionais para isso e, 1892 que se convencionou chamar de encilhamento.
confiado no Exército, proclamava estado de sítio. Apenas Facilitara-se o crédito, dera-se liberdade aos Bancos,
o governador do Pará, Lauro Sodré, não apoiou o golpe emitira-se bastante; esperava-se assim estimular a
de Deodoro. No Rio Grande do Sul, porém, alguns economia republicana. Os resultados, porém, foram
militares aliados aos elementos da oposição ao governo diversos. Não foram criadas grandes empresas agrícolas
depuseram o governador Júlio de Castilhos constituindo ou industriais e sim companhias dedicadas sobretudo à
uma junta governativa pitorescamente cognominada de exploração dos valores das respectivas ações,
governicho. Paralelamente, o almirante Custódio José de desenvolvendo-se desenfreado jogo de Bolsa. Quando
Melo, no Rio de Janeiro, toma a iniciativa de anular o se evidenciou que as fabulosas empresas eram
golpe de Deodoro; na manhã de 23 de novembro, ocupa absolutamente insolváveis, era tarde. O país já sofria os
vários navios e, ameaçando bombardear a cidade, intima efeitos de uma inflação desordenada e as taxas cambiais
o governo a rendição. Embora Deodoro contasse com o favoreciam substancialmente as moedas estrangeiras.
apoio da maioria da guarnição militar, preferiu renunciar Não admitindo a forte oposição que lhe movia o
ao poder, evitando assim uma guerra civil. Ao entregar o Legislativo, em que via a intenção dos parlamentares de
governo ao vice-presidente Floriano Peixoto, encerrava tirá-lo do governo, Deodoro tentou dissolver o Congresso,
25.08.1961 a
Ranieri Mazzilli Nova República
07.09.1961
PMDB lançou como candidato a presidência Tancredo com os militares. O PT chegou a orientar oficialmente
Neves. O PMDB foi apoiado pelo PFL, formou-se então a seus parlamentares a não votarem em Tancredo no
Aliança Democrática. Com a aliança e um acordo Político Colégio Eleitoral. Ainda assim, o apoio que ele
o PFL lançou José Sarney como vice-presidente de conseguira reunir tinha sido mais do que suficiente para
Tancredo Neves. O Partido dos Trabalhadores e o garantir a vitória. Com 480 votos, contra 180 do candidato
Partido Comunista do Brasil, negaram-se a participar das do PDS, Paulo Maluf, Tancredo Neves foi eleito
eleições, pois consideravam os candidatos ilegítimos. Em presidente da República - o primeiro civil desde o golpe
15 de Novembro de 1985 Tancredo Neves foi eleito de 1964. Caberia a ele a consolidação da transição
Presidente da República do Brasil acabando assim com a democrática, a despeito da sua relativa proximidade com
ditadura militar. Em 14 de Março, um dia antes da sua o regime que terminava. Contudo, os dias que se
posse Tancredo Neves foi internado, seu caso foi se seguiram à sua eleição foram decisivos para os rumos da
agravando e o mesmo faleceu no dia 21 de Abril. Nova República. A vitória de Tancredo Neves no Colégio
Tancredo Neves nem chegou a tomar posse do Cargo de Eleitoral foi resultado de um acordo entre o PMDB, seu
Presidente da República. José Sarney que era o Vice partido, e políticos da Frente Liberal, uma dissidência do
Presidente tomou posse do cargo dando início a uma PDS que mais tarde fundaria o PFL, atual Democratas.
nova fase Nova República. Normalmente, um regime Esse acordo, conhecido como Aliança Democrática,
político é dividido em fases cujos nomes buscam garantiria o apoio da Frente Liberal ao candidato da
caracterizar aquilo que distingue uma da outra. Por serem oposição e manteria, ao mesmo tempo, a transição
diferentes, cada fase começa, em geral, com a aprovação democrática sob controle, num momento em que eram
de uma nova Constituição, numa tentativa de ultrapassar apresentadas propostas mais à esquerda, especialmente
ou mesmo apagar o passado recente. No Brasil, desde o pelo PT. O acordo entre a Frente Liberal, que naquele
fim do Império, já tivemos a República Velha (1889-1930), momento ainda estava no PDS, e o PMDB previa o
com a Constituição de 1891; a Era Vargas (1930-45), lançamento de José Sarney, ex-presidente da Arena e do
com a de 1934; a república populista (1945-64), com a de próprio PDS, como vice na chapa encabeçada por
1946; e o regime militar (1964-85), com a de 1967. O Tancredo Neves. Sarney havia saído do partido do
período atual, iniciado logo após o fim da ditadura militar, governo em função de divergências com o grupo que
é chamado de Nova República. Com ela, ganhamos apoiara Maluf como candidato da legenda à sucessão
também mais uma Constituição: a de 1988. Porém, presidencial.
apesar do nome, a Nova República já nasceu velha,
carregando antigos vícios da política brasileira. Longe de
ter sido uma ruptura completa com o período anterior, Sarney e a morte de Tancredo
desde seu início a Nova República abrigou nomes
bastante conhecidos durante o regime militar. Nascido no Maranhão como José Ribamar Ferreira de
Araújo Costa, José Sarney, nome que adotaria a partir de
1965, era um político tão experiente quanto Tancredo.
A sucessão de Figueiredo Havia ocupado os cargos de deputado federal,
governador e senador do Maranhão. Contudo, sua
Em abril de 1984, o Congresso Nacional rejeitou a ligação com os militares dava-se num nível diferente: ao
emenda do deputado Dante de Oliveira, que instituía a contrário de Tancredo Neves, que apenas mantinha um
eleição direta para o cargo de presidente da República. diálogo com o regime, Sarney era organicamente ligado à
Na época, houve uma grande mobilização por todo o país ditadura. Afinal, fora presidente da Arena e do PDS, os
- conhecida como campanha pelas Diretas Já - a favor da dois partidos de sustentação do regime militar. Na
proposta, que acabou derrotada naquele mês. véspera da posse, Tancredo foi internado às pressas num
Desgastado politicamente, o PDS, sucessor da Arena, hospital de Brasília. Quem assumiu a Presidência foi o
partido de apoio à ditadura, optou por lançar um vice, José Sarney, efetivado no cargo após a morte do
candidato civil à sucessão do general João Baptista titular, no dia 21 de abril de 1985 - mesmo dia em que
Figueiredo. Na disputa no Colégio Eleitoral, o PMDB morrera o também mineiro Joaquim da Silva Xavier, o
apresentou o nome de Tancredo Neves, com amplo apoio Tiradentes. Curiosamente, a responsabilidade pela
das oposições. Mineiro de São João del Rei, Tancredo de transição democrática ficaria a cargo de um dos políticos
Almeida Neves era um político experiente: havia sido civis mais influentes da ditadura militar e que, apenas dez
deputado estadual, federal, ministro da Justiça do meses antes, era presidente do partido de apoio ao
governo Getúlio Vargas, primeiroministro durante o governo.
governo João Goulart, senador e governador do seu
estado natal. Durante a ditadura, integrou os quadros do
MDB, que fazia oposição ao regime. Porém, conservador,
com a volta do pluripartidarismo decidiu sair da legenda História e Institucionalização do Patrimônio
para fundar o Partido Popular, que assumiria o papel de Brasileiro
interlocutor dos militares, na época.
A Revolução Francesa em 1792 pode ser considerada o
momento histórico que deu origem as primeiras
Transição democrática discussões acerca da preservação do patrimônio
nacional. De acordo com SALADINO, 2011 apud
Ao longo da campanha pelas Diretas, Tancredo CHATTERJEE, 2004: Esse período é indicado como o
destacou-se como um político conciliador, o que lhe valeu momento em que as promessas de uma modernidade
o epíteto de "linha auxiliar do governo". Com a derrota da foram associadas mais caracteristicamente às aspirações
emenda Dante de Oliveira, seu nome logo surgiu como políticas universais de cidadania no contexto da nação.
um dos mais fortes à sucessão presidencial. Setores à Para consolidação de uma nação recém-formada, a
esquerda, como o Partido dos Trabalhadores, acusavam necessidade de criação de uma identidade impulsiona a
o ex-governador mineiro, que retornara ao PMDB em instituição de símbolos, que possibilitem aos indivíduos
1981, de defender uma transição democrática pactuada partilharem de elementos nacionais comuns e assegurar
o sentimento de pertencimento. Por ser uma instituição totalidade dos nossos bens culturais, incluindo hábitos,
de representação por natureza, os museus serviram crendices, cantos, lendas e superstições populares. Ele
como principais artifícios de homologação entendia que “arte é uma palavra geral, que nesse seu
cultural/identitária, sobretudo de uma maneira sentido geral significa a habilidade com que o engenho
pedagógica, ressaltando o discurso oficial de humano se utiliza das ciências das coisas” (ANDRADE,
uniformidade cultural, que cada vez mais aparecia no 1936). Seu projeto buscava o equilíbrio entre o popular e
Ocidente. Nessas instituições, os elementos locais e o erudito, além de dar uma ênfase muito grande aos
regionais desapareciam em nome de um discurso aspectos imateriais da cultura, ou seja, aquilo que não é
nacional, construindo arbitrariamente a imagem de uma necessariamente um bem tangível. Embalado pelo
nação homogênea e coesa. Na França, o discurso do movimento folclorista do qual era defensor, sua proposta
patrimônio, seus valores e importância de sua incluía registros de músicas, usos e costumes, assim
preservação se consolidaram no âmbito de um contexto como o “saber” e o “saber fazer”. Propostas essas que
de destruição dos bens culturais móveis e imóveis após a evidenciam a clarividência de Mário de Andrade. De
Revolução. No Brasil, a questão preservacionista é acordo com seu anteprojeto, ele definiu o patrimônio
relativamente recente, tendo em vista que no Segundo artístico nacional como: Entende-se por patrimônio
Reinado as preocupações eram voltadas apenas para as artístico nacional, todas as obras de arte pura ou de arte
obras de arte e históricas, e na República se percebia um aplicada, popular ou erudita, nacional ou estrangeira,
quadro de abandono geral e ausência de preocupação pertencentes aos poderes públicos, a organismos sociais
por parte dos governantes, para com a proteção de bens e a particulares, estrangeiros, residentes no Brasil. (cap.
culturais arquitetônicos. O que se percebia na época, II – Anteprojeto do SPAN) A instituição de um novo jogo
eram atitudes pontuais, de um ou outro em particular, político gerado pelo golpe de Estado de 1937 estimula a
algum colecionador ou intelectual, que solicitava a defesa industrialização e a modernização do país. Nessa nova
de monumentos arquitetônicos, como é o caso de conjuntura é criado o Serviço de Patrimônio Histórico e
Augusto de Lima, em Minas Gerais e Gustavo Barroso no Artístico Nacional – SPHAN, com o objetivo de proteger
Rio de Janeiro. Na década de 20, nota-se uma os bens nacionais no sentido de evitar sua perda, já que
preocupação maior com a valorização do patrimônio tratamos aqui, de um contexto de destruição devido à
brasileiro principalmente oriundo do movimento cultural industrialização desenfreada da época. Tomando por
intitulado “Semana de 22”, com destaque para Mário de base o Anteprojeto de Mário de Andrade, que sofreu
Andrade e Lúcio Costa, que viriam a exercer papel modificações, pois suas ideias democráticas de cultura
determinante na criação e funcionamento da agência iam contra o discurso oficial do Estado Novo, foi aprovado
nacional de proteção. Em 1923, o deputado Luiz Cedro o decreto-lei nº 25, responsável por organizar a proteção
apresenta um projeto de lei destinado a salvar nosso do patrimônio histórico e artístico nacional. Nesse
patrimônio, sugerindo a criação de uma inspetoria dos decreto, o conceito visionário de cultura imaterial não é
monumentos históricos. O jurista Jair Lins, em 1925, a contemplado, não privilegiando a representação de
pedido do governador mineiro Mello Vianna, tratou de culturas que foram marginalizadas pelo novo projeto
defender os bens representativos do nosso passado, nacionalista. Segundo (SANTOS, 1997 apud JULIÃO,
onde bens móveis ou imóveis, de ordem histórica ou 2006): O órgão oficializou um conceito de patrimônio
artística deveriam ser conservados para a coletividade. restritivo, associado ao universo simbólico das elites, à
No final da década, o deputado Wanderley Pinho ideia hierárquica da cultura e ao critério exclusivamente
apresenta um projeto relativo à proteção do patrimônio estético dos bens culturais. O Serviço de Patrimônio
nacional cultural, que incluía bens preserváveis como Histórico e Artístico Nacional – SPHAN –
forros, portas, janelas, azulejos, etc. que pudessem ser institucionalizado em 30 de Novembro de 1937 definia
retirados de uma edificação para outra, o que ocorria com patrimônio histórico e artístico nacional como: O conjunto
freqüência naquele tempo. Importante ressaltar que estes dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja
anseios fragmentados pela preservação nacional, eram conservação seja de interesse público, quer por sua
quase na sua totalidade voltados para o patrimônio de vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer
pedra e cal. No entanto, a década de 30 propiciou uma por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico,
regulamentação de caráter oficial no que diz respeito à bibliográfico ou arquivístico. (Art. 1º Decreto-lei, nº 25). O
preservação do patrimônio nacional. Em 1933, a cidade órgão foi dirigido por Rodrigo de Melo Franco de
de Ouro Preto é tombada como Monumento Nacional, Andrade, que manteve seu cargo por 30 anos. Ao
colocando o Brasil em um cenário preservacionista. A assumir a diretoria contou com a colaboração de
Constituição de 1934, a primeira a ser promulgada no intelectuais, arquitetos, historiadores, juristas, literatos e
Governo Vargas, trouxe dispositivos de proteção às etc., preocupados com os assuntos acerca do patrimônio,
belezas naturais, patrimônio histórico e cultural e como, Mário de Andrade, Lúcio Costa, Gilberto Freyre,
competência da União em matéria de riquezas do Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes,
subsolo, mineração, águas, florestas, caça, pesca e sua Afonso Arinos de Melo Franco, Oscar Niemeyer, entre
exploração. Esse artigo colocou o patrimônio sob a outros. A direção de Rodrigo de Melo Franco foi marcada
proteção legal do Estado. Em 1936, o recém criado pela moderação, esquecendo as concepções populares
Ministério da Educação e Saúde Pública, sob o comando acerca do patrimônio defendidas por Mário de Andrade.
de Gustavo Capanema, solicita a Mário de Andrade, por Com o passar do tempo, o próprio Mário foi se afastando
indicação de Carlos Drummond de Andrade, um do cenário da instituição e das suas atividades no Estado.
anteprojeto de lei que regulamentasse o preceito De acordo com Rodrigo de Melo Franco de Andrade em
constitucional, voltado para a organização de um serviço entrevista ao Jornal do Comércio do Recife em 18 de
de proteção ao patrimônio artístico nacional. O projeto Agosto de 1939, ele discorre sobre o entendimento do
propunha a criação do Serviço do Patrimônio Artístico SPHAN acerca da dimensão histórica dos bens a serem
Nacional – SPAN, com o objetivo de “determinar, tombados: As coisas que requerem preservação por se
organizar, conservar, defender e propagar o patrimônio acharem vinculadas a fatos memoráveis da história do
artístico nacional” (ANDRADE, 1936). Mário de Andrade, Brasil não consistem apenas nos monumentos ou obras
intelectual à frente de seu tempo, propôs um projeto ligados diretamente a algum episódio histórico nacional.
visionário, bastante extenso, tentando proteger a Entendem-se também de notável valor histórico para os
fins estabelecidos no Decreto-Lei nº. 25 todos os bens, própria instituição e desmotivação do mesmo, além da
móveis ou imóveis, que se possam considerar descontinuidade das diretrizes políticas, e principalmente
particularmente expressivos ou característicos dos da instituição em momentos importantes para assegurar a
aspectos e das etapas principais da formação do Brasil e proteção dos bens culturais. Em 1994, ocorreu a última
da evolução peculiar dos diversos elementos que mudança para resgatar não só o nome da instituição, mas
constituíram a população Brasileira. (ANDRADE, 1987, também as raízes do patrimônio histórico e artístico
p.28). O órgão teve sua atuação voltada para o nacional, propostas por Mário de Andrade e outros
tombamento de bens edificados de valor religioso, civil, idealizadores. No contexto do governo Collor, o Brasil
oficial e militar, abraçando um patrimônio monumental sofreu perdas significativas no que diz respeito às
apoiado na excepcionalidade e na projeção nacional do instituições culturais de uma maneira geral, como
que seria memorável. Dentro dessa concepção, Choay fechamento de museus, casas de cultura, delegacias
denomina esse fenômeno de ““consagração do regionais, escritórios técnicos e demissões de
monumento histórico” e que gerou, como um de seus profissionais especializados na área patrimonial. As
resultados mais duradouros, a noção de que o ações ocorridas nesse governo impulsionaram a
monumento histórico era insubstituível: os danos que eles mobilização de segmentos da sociedade, comprometidos
sofrem são irreparáveis, sua perda irremediável.” com a história, com a cultura e com a preservação do
(CHOAY, 2001,p.136). As primeiras ações do SPHAN patrimônio histórico nacional. Atualmente, o IPHAN tem
envolveram a criação do Museu Nacional de Belas Artes, por entendimento que o patrimônio cultural não se
no Rio de Janeiro (1937), o Museu da Inconfidência, em restringe apenas a imóveis oficiais isolados, igrejas ou
Ouro Preto (1938) e o Museu de São Miguel das Missões palácios, mas na sua concepção contemporânea se
no Rio Grande do Sul (1940). Essas ações procuravam estende a imóveis particulares, trechos urbanos e até
reafirmar o discurso nacional de uniformidade, ambientes naturais de importância paisagística, passando
ressaltando o passado histórico brasileiro, com os por imagens, mobiliário, utensílios e outros bens móveis.
preceitos de civilização, glorificando personagens Por este motivo é possível realizar uma das mais
históricos, fatos memoráveis e heróis nacionais, com o importantes distinções que se pode fazer com relação ao
objetivo de educar a população. Além desses preceitos Patrimônio Cultural, pois sendo ele diferente das outras
explanados acima, a eleição de elementos que foram modalidades da cultura restritas apenas ao mercado
percebidos como autenticamente brasileiros – podemos cultural, apresenta interfaces significativas com outros
citar o barroco mineiro como expressão cultural importantes segmentos da economia como a construção
tipicamente brasileira, de “estilo puro” –, também foi de civil e o turismo, ampliando exponencialmente o potencial
suma importância para a validação do discurso em de investimentos. (SITE OFICIAL IPHAN). Dentro desse
questão. Na prática dos tombamentos, o SPHAN novo contexto, a instituição valida o patrimônio imaterial.
privilegiou inicialmente os bens imóveis dos séc. XVI, Retomando o anteprojeto visionário proposto por Mário
XVII e XVIII, predominantemente da arquitetura colonial e de Andrade em 1936, o IPHAN, somente em 2000, institui
religiosa, sobretudo nos estados do Rio de Janeiro, Minas o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial,
Gerais e Bahia. Posteriormente os imóveis de estilo através do Decreto Federal nº 3551, impulsionado por
neoclássico, a exemplo da Igreja da Pampulha, em Belo experiências veiculadas ao modelo patrimonial japonês,
Horizonte em 1947 também identificados como voltado para a preservação do “saber fazer”. Assim, são
merecedores de proteção e preservação. A ênfase dada realizados registros de práticas culturais brasileiras, como
aos tombamentos arquitetônicos foi justificada por a titulação de “Mestre das Artes de Minas Gerais”, a
Rodrigo de Melo Franco em 1939, como “pragmatismo” e aqueles que são percebidos pela própria comunidade dos
destacava que “o trabalho era penoso de inventário pela artistas como artesãos notáveis. Percebe-se aqui, a
vastidão do território e pela disseminação dos bens ao preocupação do IPHAN com a inclusão da comunidade
longo de todos os estados” – daí “principiar dos na elaboração e certificação dos saberes culturais
monumentos arquitetônicos, por ser mais facilmente brasileiros. O IPHAN encontra-se atualmente desafiado a
praticável a investigação a seu respeito.” (ANDRADE, não só representar, mas como também fomentar,
1987,p. 29). Desde a sua criação, a instituição teve seu promover a diversidade cultural de nosso país,
nome alterado diversas vezes de acordo com o considerando a transformação antropológica da palavra
entendimento dos tecnocratas de plantão em cada cultura. Se anteriormente, o patrimônio estava
governo, mostrando assim, a influência da cultural comprometido com a ideia de nação, no sentido
personalista presente no poder. Primeiramente o SPHAN tradicional de preservação do passado, hoje, a palavra de
passou ser o Departamento do Patrimônio Histórico e ordem é diversidade, tanto no âmbito cultural, quanto
Artístico Nacional (DPHAN) em 1946; depois natural, ou biológico, no sentido de preservar as culturas
transformado em Instituto do Patrimônio Histórico e diversas enquanto expressões da unidade da vida
Artístico Nacional (IPHAN) em 1970; sendo humana.
posteriormente dividido em SPHAN (secretaria), na
condição de órgão normativo, e na Fundação Nacional
Pró Memória (FNPM), como órgão executivo, em 1979. IPHAN
Em 1990, o SPHAN e o FNPM foram extintos, para a
criação do Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(IBPC), e finalmente, em 06 de Dezembro de 1994, (Iphan) é uma autarquia federal vinculada ao Ministério
através da medida provisória nº752, o IBPC se transforma da Cultura que responde pela preservação do Patrimônio
em Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Cultural Brasileiro. Cabe ao Iphan proteger e promover
Particularmente, a descontinuidade das políticas culturais os bens culturais do País, assegurando sua permanência
envolvendo o órgão refletiu negativamente junto à e usufruto para as gerações presentes e futuras. O Iphan
sociedade, aos órgãos internacionais de preservação possui 27 Superintendências (uma em cada Unidade
mas, principalmente, trouxeram prejuízos ao patrimônio Federativa); 27 Escritórios Técnicos, a maioria deles
nacional. Tais prejuízos envolveram ausência de localizados em cidades que são conjuntos urbanos
investimento financeiro, acarretando abandono de obras tombados, as chamadas Cidades Históricas; e, ainda,
e restaurações já iniciadas, redução do corpo técnico da cinco Unidades Especiais, sendo quatro delas no Rio de
Organização das Nações Unidas para a Educação, públicos ou privados, rápido desenvolvimentos urbano e
Ciência e Cultura, representantes de outras organizações turístico, destruição devida a mudança de utilização ou de
intergovernamentais com objectivos idênticos. propriedade da terra, alterações profundas devidas a uma
causa desconhecida, abandono por um qualquer motivo,
ARTIGO 9.º conflito armado surgido ou ameaçando surgir,
1 – Os Estados membro do Comité do Património calamidades e cataclismos, grandes incêndios, sismos,
Mundial exercerão o seu mandato desde o termo da deslocações de terras, erupções vulcânicas, modificações
sessão ordinária da Conferência Geral no decurso da do nível das águas, inundações e maremotos. O Comité
qual tiverem sido eleitos e até ao final da terceira sessão poderá, em qualquer momento e em caso de urgência,
ordinária subsequente. proceder a nova inscrição na lista do património mundial
2 – No entanto, o mandato de um terço dos membros em perigo e dar a tal inscrição difusão imediata.
designados na primeira eleição terminará no final da 5 – O Comité definirá os critérios com base nos quais um
primeira sessão ordinária da Conferência Geral que se bem do património cultural e natural poderá ser inscrito
siga à sessão no decurso da qual tenham sido eleitos, e o em qualquer das listas referidas nos parágrafos 2 e 4 do
mandato de um segundo terço dos membros designados presente artigo.
simultaneamente terminará no final da segunda sessão 6 – Antes de recusar um pedido de inscrição numa das
ordinária da Conferência Geral que se siga à sessão no duas listas nos parágrafos 2 e 4 do presente artigo, o
decurso da qual tenham sido eleitos. Os nomes de tais Comité deverá consultar o Estado parte no território do
membros serão sorteados pelo presidente da Conferência qual esteja situado o bem do património cultural ou
Geral após a primeira eleição. natural em causa.
3 – Os Estados membro do Comité deverão escolher 7 – O Comité, com o consentimento dos Estados
para os representar pessoas qualificadas no domínio do interessados, coordenará e encorajará os estudos e as
património cultural ou do património natural. pesquisas necessárias à constituição das listas referidas
nos parágrafos 2 e 4 do presente artigo.
ARTIGO 10.º
1 – O Comité do Património Mundial adoptará o seu ARTIGO 12.º
regulamento interno. O facto de um bem do património cultural e natural não
2 – O Comité poderá a qualquer momento convidar para ter sido inscrito em qualquer das duas listas referidas nos
as suas reuniões organismos públicos o privados, assim parágrafos 2 e 4 do artigo 11.º não poderá de qualquer
como pessoas privadas, para proceder a consultas sobre modo significar que tal bem não tenha um valor
questões específicas. excepcional para fins diferentes dos resultantes da
3 – O Comité poderá criar órgãos consultivos que julgue inscrição nas referidas listas.
necessários à execução das suas funções.
ARTIGO 13.º
ARTIGO 11.º 1 – O Comité do Património Mundial deverá aceitar e
1 – Cada um dos Estados parte na presente Convenção estudar os pedidos de assistência internacional
deverá submeter, em toda a medida do possível, ao formulados pelos Estados parte na presente Convenção
Comité do Património Mundial um inventário dos bens do no que respeita aos bens do património cultural e natural
património cultural e natural situados no seu território e situados nos seus territórios, que figuram ou sejam
susceptíveis de serem inscritos na lista prevista no susceptíveis de figurar nas listas referidas nos parágrafos
parágrafo 2 do presente artigo. Tal inventário, que não 2 e 4 do artigo 11.º. Tais pedidos poderão ter por objecto
será considerado exaustivo, deverá comportar uma a protecção, conservação, valorização ou restauro de tais
documentação sobre o local dos bens em questão e bens.
sobre o interesse que apresentam. 2 – Os pedidos de assistência internacional em aplicação
2 – Com base nos inventários submetidos pelos Estados do parágrafo 1 do presente artigo poderão igualmente ter
em aplicação do parágrafo 1 acima, o Comité deverá por objecto a identificação de bens do património cultural
estabelecer, actualizar e difundir, sob o nome de «lista do e natural definido nos artigos 1.º e 2.º, sempre que
património mundial», uma lista dos bens do património pesquisas preliminares tenham permitido estabelecer que
cultural e do património natural tal como definidos nos as mesmas merecem ser prosseguidas.
artigos 1.º e 2.º da presente Convenção, que considere 3 – O Comité deverá decidir do andamento a dar a tais
como tendo um valor universal excepcional em aplicação pedidos, determinar, se necessário, a natureza e
dos critérios que tiver estabelecido. De dois em dois anos importância da sua ajuda e autorizar a conclusão, em seu
deverá ser difundida uma actualização da lista. nome, de acordos necessários com o governo
3 – A inscrição e um bem na lista do património mundial interessado.
apenas poderá ser feita com o consentimento do Estado 4 – O Comité deverá determinar uma ordem de prioridade
interessado. A inscrição de um bem situado num território para as suas intervenções. Fá-lo-á tendo em conta a
que seja objecto de reivindicação de soberania ou de importância respectiva dos bens a salvaguardar para o
jurisdição por vários Estados não prejudicará em nada os património mundial, cultural e natural, a necessidade em
direitos das partes no diferendo. assegurar assistência internacional aos bens mais
4 – O Comité deverá estabelecer, actualizar e difundir, representativos da natureza ou do génio e da história do
sempre que as circunstâncias o exijam, sob o nome de mundo e da urgência dos trabalhos a empreender, a
«lista do património mundial em perigo», uma lista dos importância dos recursos dos Estados no território dos
bens que figurem na lista do património mundial para a quais se encontrem os bens ameaçados e principalmente
salvaguarda dos quais sejam necessários grandes a medida em que tais Estados poderiam assegurar a
trabalhos e para os quais tenha sido pedida assistência, salvaguarda de tais bens pelos seus próprios meios.
nos termos da presente Convenção. Tal lista deverá 5 – O Comité deverá estabelecer, actualizar e difundir
conter uma estimativa do custo das operações. Apenas uma lista dos bens para os quais tenha sido dada
poderão figurar nesta lista os bens do património cultural assistência internacional.
e natural ameaçados de desaparecimento devido a uma 6 – O Comité deverá decidir da utilização dos recursos do
degradação acelerada, projectos de grandes trabalhos fundo criado nos termos do artigo 15.º da presente
Convenção. Procurará os meios de aumentar tais a um determinado projecto desde que a aplicação de tal
recursos e tomará todas as medidas úteis para o efeito. programa ou a execução de tal projecto tenha sido
7 – O Comité deverá cooperar com as organizações decidida pelo Comité. As contribuições feitas ao Fundo
internacionais e nacionais, governamentais e não não poderão estar sujeitas a qualquer condição política.
governamentais, com objectivos idênticos aos da
presente Convenção. Para a aplicação dos programas e ARTIGO 16.º
execução dos seus projectos, o Comité poderá recorrer a 1 – Sem prejuízo de qualquer contribuição voluntária
tais organizações, especialmente do Centro Internacional complementar, os Estados parte na presente Convenção
de Estudos para a Conservação e Restauro dos Bens comprometem-se a pagar regularmente, de dois em dois
Culturais (Centro de Roma), ao Conselho Internacional anos, ao Fundo do Património Mundial, contribuições,
dos Monumentos e Locais de Interesse (ICOMOS) e à cujo montante, calculado segundo uma percentagem
União Internacional para a Conservação da Natureza e uniforme aplicável a todos os Estados, será decidido pela
Seus Recursos (UICN), assim como a outros organismos Assembleia Geral dos Estados parte na Convenção,
públicos ou privados e a pessoas privadas. reunidos no decurso de sessões da Conferência Geral da
8 – As decisões do Comité serão tomadas por maioria de Organização das Nações Unidas para a Educação,
dois terços dos membros presentes e votantes. O quórum Ciência e Cultura. Tal decisão da assembleia geral requer
será constituído pela maioria dos membros do Comité. a maioria dos Estados parte, presentes e votantes, que
não tenham formulado a declaração referida no parágrafo
ARTIGO 14.º 2 do presente artigo. A contribuição obrigatória dos
1 – O Comité do Património Mundial será assistido por Estados parte na Convenção não poderá, em caso
um secretariado nomeado pelo director-geral da algum,
Organização das Nações Unidas para a Educação, ultrapassar 1% da sua contribuição para o orçamento
Ciência e Cultura. ordinário da Organização das Nações Unidas para a
2 – O director-geral da Organização das Nações Unidas Educação, Ciência e Cultura.
para a Educação, Ciência e Cultura, utilizando o mais 2 – Qualquer Estado no artigo 31.º ou no artigo 32.º da
possível os serviços do Centro Internacional de Estudos presente Convenção poderá, no entanto, no momento do
para a Conservação e Restauro dos Bens Culturais depósito do seu instrumento de ratificação, aceitação ou
(Centro de Roma), do Conselho Internacional dos adesão, declarar que não ficará vinculado pelas
Monumentos e Locais de Interesse (ICOMOS) e da União disposições do parágrafo 1 do presente artigo.
Internacional para a Conservação da Natureza e Seus 3 – Qualquer Estado parte na Convenção que tenha
Recursos (UICN), nos domínios das suas competências e formulado a declaração referida no parágrafo 2 do
das suas respectivas possibilidades, deverá preparar a presente artigo poderá, em qualquer momento, retirar a
documentação do Comité, a ordem do dia das suas referida declaração mediante notificação do director-geral
reuniões e deverá assegurar a execução das suas da Organização das Nações Unidas para a Educação,
decisões. Ciência e Cultura. No entanto, a retirada da declaração
apenas terá efeito, no que refere à contribuição
obrigatória devida por tal Estado, a partir da data da
IV - Fundo para a protecção do património mundial, assembleia geral seguinte dos Estados parte.
cultural e natural 4 – A fim de que o Comité possa prever as suas
operações de forma eficaz, as contribuições dos Estados
ARTIGO 15.º parte na presente Convenção que tenham formulado a
1 – É constituído um fundo para a protecção do declaração referida no parágrafo 2 do presente artigo
património mundial, cultural e natural de valor universal deverão ser pagas de forma regular, pelo menos de dois
excepcional, denominado Fundo do Património Mundial. em dois anos, e não deverão ser inferiores às
2 – O Fundo será constituído com fundos de depósito, em contribuições que tais Estados deveriam pagar caso se
conformidade com as disposições do regulamento encontrassem vinculados pelas disposições do parágrafo
financeiro da Organização das Nações Unidas para a 1 do presente artigo.
Educação, Ciência e Cultura. 5 – Qualquer Estado parte na Convenção que se
3 – Os recursos do Fundo serão constituídos por: encontre atrasado no pagamento da sua contribuição
a) Contribuições obrigatórias e contribuições voluntárias obrigatória ou voluntária, relativamente ao ano em curso
dos Estados parte na presente Convenção; e ao ano civil imediatamente anterior, não poderá ser
b)Pagamento, doações ou legados que poderão fazer: eleito para o Comité do Património Mundial; tal disposição
i) Outros Estados; não se aplica aquando da primeira eleição. O mandato de
ii) A Organização das Nações Unidas para a Educação, um tal Estado, já membro do Comité, terminará no
Ciência e Cultura, as demais organizações do sistema momento de qualquer eleição referida no parágrafo 1 do
das Nações Unidas, nomeadamente o Programa de artigo 8.º da presente Convenção.
Desenvolvimento das Nações Unidas e outras
organizações intergovernamentais: ARTIGO 17.º
iii) Organismos públicos ou privados, ou as pessoas Os Estados parte na presente Convenção deverão
privadas; estabelecer ou promover a criação de fundações ou de
c)Qualquer juro devido pelos recursos do Fundo; associações nacionais, públicas e privadas, cujo objectivo
d)Produto das colectas e receitas das manifestações seja o encorajamento da protecção do património cultural
organizadas em proveito do Fundo; e e natural, conforme definido pelos artigos 1.º e 2.º da
e)Quaisquer outros recursos autorizados pelo presente Convenção.
regulamento que o Comité do Património Mundial
elaborará. ARTIGO 18.º
4 – O destino das contribuições feitas ao Fundo e das Os Estados parte na presente Convenção deverão
demais formas de assistência prestadas ao Comité será contribuir nas campanhas internacionais de colecta,
estabelecido por este. O Comité poderá aceitar organizadas em favor do Fundo do Património Mundial,
contribuições destinadas apenas a um certo programa ou sob os auspícios da Organização das Nações Unidas
para a Educação, Ciência e Cultura. Deverão facilitar as O Comité do Património Mundial poderá igualmente
colectas feitas com tais objectivos pelos organismos fornecer assistência internacional a centros nacionais ou
mencionados no parágrafo 3 do artigo 15.º. regionais de formação de especialistas, a todos os níveis,
nos domínios da identificação, protecção, conservação,
valorização e restauro do património cultural e natural.
V – Condições e modalidades de assistência
internacional ARTIGO 24.º
Uma assistência internacional de elevada importância
ARTIGO 19.º apenas poderá ser concedida após estudo científico,
Qualquer Estado parte na presente Convenção poderá económico e técnico detalhado. Tal estudo deverá
solicitar assistência internacional em favor dos bens do recorrer às mais avançadas técnicas de protecção,
património cultural ou natural de valor universal conservação, valorização e restauro do património
excepcional situados no seu território. Deverá anexar ao cultural e natural e corresponder aos objectivos da
pedido de assistência os elementos informativos e os presente Convenção. Deverá pesquisar os meios para a
documentos mencionados no artigo 21.º, de que dispõe e utilização racional dos recurso disponíveis no Estado
de que o Comité necessitará para tomar a sua decisão. interessado.
aplicação da Convenção, bem como a experiência que 1 – Cada um dos Estados parte na presente Convenção
tenham adquirido na matéria. terá a faculdade de denunciar a Convenção.
2 – Tais relatórios deverão ser levados ao conhecimento 2 – A denúncia deverá ser notificada mediante
do Comité do Património Mundial. instrumento escrito depositado junto do director-geral da
3 – O Comité deverá apresentar um relatório sobre as Organização das Nações Unidas para a Educação,
suas actividades a cada uma das sessões ordinárias da Ciência e Cultura.
Conferência Geral da Organização das Nações Unidas 3 – A denúncia tomará efeito doze meses após a data da
para a Educação, Ciência e Cultura. recepção do instrumento da denúncia. Em nada alterará
as obrigações financeiras a assumir pelo Estado que a
tenha efectuado, até à data em que a retirada tome efeito.
VIII – Cláusulas finais
ARTIGO 36º
ARTIGO 30.º O director-geral da Organização das Nações Unidas para
A presente Convenção foi redigida em inglês, árabe, a Educação, Ciência e Cultura informará os Estados
espanhol, francês e russo, fazendo os cinco textos membros da Organização e os Estados não membros
igualmente fé. referidos no artigo 32º, bem como a Organização das
Nações Unidas, do depósito de todos os instrumentos de
ARTIGO 31.º ratificação, aceitação ou adesão mencionados nos artigos
1 – A presente Convenção será submetida à ratificação 31º e 32º, e das denúncias previstas pelo artigo 35º.
ou aceitação dos Estados membro da Organização das
Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, em ARTIGO 37º
conformidade com as suas respectivas normas 1 – A presente Convenção poderá ser revista pelo
constitucionais. Conferência Geral da Organização das Nações Unidas
2 – Os instrumentos de ratificação ou aceitação serão para a Educação, Ciência e Cultura. A revisão apenas
depositados junto do director-geral da Organização das vinculará, no entanto, os Estados que se tornem parte na
Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura. Convenção revista.
2 – Caso a Conferência Geral adopte uma nova
ARTIGO 32.º Convenção que constitua revisão total ou parcial da
1 – A presente Convenção fica aberta à adesão de presente Convenção, e salvo disposições em contrário da
qualquer Estado não membro da Organização das nova convenção, a presente Convenção deixará de estar
Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura aberta a ratificação, aceitação ou adesão a partir da data
convidado a ela aderir pela Conferência Geral da da entrada em vigor da nova convenção.
Organização.
2 – A adesão terá lugar mediante o depósito de um ARTIGO 38º
instrumentos de adesão junto do director-geral da Em conformidade com o artigo 102º da Carta das Nações
Organização das Nações Unidas para a Educação, Unidas, a presente Convenção será registada no
Ciência e Cultura. Secretariado das Nações Unidas, a pedido do director-
geral da Organização das Nações Unidas para a
ARTIGO 33.º Educação, Ciência e Cultura.
A presente Convenção entrará em vigor três meses após
a data do depósito do vigésimo instrumento de Feito em Paris aos 23 dias do mês de Novembro de
ratificação, aceitação ou adesão, mas unicamente para 1972, em dois exemplares autenticados contendo a
os Estados que tenham depositado os seus respectivos assinatura do presidente da Conferência Geral, reunida
instrumentos de ratificação, aceitação ou adesão em tal na sua décima sétima sessão, e do director-geral das
data, ou anteriormente. Para qualquer outro Estado, Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, os
entrará em vigor três meses após o depósito do quais serão depositados nos arquivos da Organização
respectivo instrumento de ratificação, aceitação ou das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura,
adesão. sendo cópias certificadas conforme aos originais
entregues a todos os Estados referidos nos artigos 31º e
ARTIGO 34.º 32º e à Organização das Nações Unidas.
As disposições abaixo aplicar-se-ão aos Estados parte na
presente Convenção com sistema constitucional
federativo ou não unitário: Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio
a)No que se refere às disposições da presente Cultural Imaterial
Convenção cuja aplicação seja da competência da acção
legislativa do poder legislativo federal ou central, as A Conferência Geral da Organização das Nações Unidas
obrigações do Governo federal ou central serão idênticas para a Educação, a Ciência e a Cultura, doravante
às dos Estados parte não federativos; denominada “UNESCO”, em sua 32ª sessão, realizada
b)No que se refere às disposições da presente em Paris do dia 29 de setembro ao dia 17 de outubro de
Convenção cuja aplicação seja da competência da acção 2003, Referindo-se aos instrumentos internacionais
legislativa de cada um dos Estados, regiões, províncias existentes em matéria de direitos humanos, em particular
ou cantões que constituem o Estado federal, que não à Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948,
sejam obrigados, em virtude do sistema constitucional da ao Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais
Federação, a tomar medidas legislativas, o Governo e Culturais, de 1966, e ao Pacto Internacional dos
federal levará as referidas disposições, acompanhadas Direitos Civis e Políticos, de 1966, Considerando a
do seu parecer favorável, ao conhecimento das importância do patrimônio cultural imaterial como fonte de
autoridades competentes dos referidos Estados, regiões, diversidade cultural e garantia de desenvolvimento
províncias ou cantões. sustentável, conforme destacado na Recomendação da
UNESCO sobre a salvaguarda da cultura tradicional e
ARTIGO 35.º popular, de 1989, bem como na Declaração Universal da
UNESCO sobre a Diversidade Cultural, de 2001, e na ambiente, de sua interação com a natureza e de sua
Declaração de Istambul, de 2002, aprovada pela Terceira história, gerando um sentimento de identidade e
Mesa Redonda de Ministros da Cultura, Considerando a continuidade e contribuindo assim para promover o
profunda interdependência que existe entre o patrimônio respeito à diversidade cultural e à criatividade humana.
cultural imaterial e o patrimônio material cultural e natural, Para os fins da presente Convenção, será levado em
Reconhecendo que os processos de globalização e de conta apenas o patrimônio cultural imaterial que seja
transformação social, ao mesmo tempo em que criam compatível com os instrumentos internacionais de direitos
condições propícias para um diálogo renovado entre as humanos existentes e com os imperativos de respeito
comunidades, geram também, da mesma forma que o mútuo entre comunidades, grupos e indivíduos, e do
fenômeno da intolerância, graves riscos de deterioração, desenvolvimento sustentável.
desaparecimento e destruição do patrimônio cultural 2. O “patrimônio cultural imaterial”, conforme definido no
imaterial, devido em particular à falta de meios para sua parágrafo 1 acima, se manifesta em particular nos
salvaguarda, Consciente da vontade universal e da seguintes campos:
preocupação comum de salvaguardar o patrimônio a) tradições e expressões orais, incluindo o idioma como
cultural imaterial da humanidade, Reconhecendo que as veículo do patrimônio cultural imaterial;
comunidades, em especial as indígenas, os grupos e, em b) expressões artísticas;
alguns casos, os indivíduos desempenham um importante c) práticas sociais, rituais e atos festivos;
papel na produção, salvaguarda, manutenção e recriação d) conhecimentos e práticas relacionados à natureza e ao
do patrimônio cultural imaterial, assim contribuindo para universo;
enriquecer a diversidade cultural e a criatividade humana, e) técnicas artesanais tradicionais.
Observando o grande alcance das atividades da 3. Entende-se por “salvaguarda” as medidas que visam
UNESCO na elaboração de instrumentos normativos para garantir a viabilidade do patrimônio cultural imaterial, tais
a proteção do patrimônio cultural, em particular a como a identificação, a documentação, a investigação, a
Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, preservação, a proteção, a promoção, a valorização, a
Cultural e Natural de 1972, Observando também que não transmissão – essencialmente por meio da educação
existe ainda um instrumento multilateral de caráter formal e não-formal - e revitalização deste patrimônio em
vinculante destinado a salvaguardar o patrimônio cultural seus diversos aspectos.
imaterial, Considerando que os acordos, recomendações 4. A expressão “Estados Partes” designa os Estados
e resoluções internacionais existentes em matéria de vinculados pela presente Convenção e entre os quais a
patrimônio cultural e natural deveriam ser enriquecidos e presente Convenção está em vigor.
complementados mediante novas disposições relativas 5. Esta Convenção se aplica mutatis mutandis aos
ao patrimônio cultural imaterial, Considerando a territórios mencionados no Artigo 33 que se tornarem
necessidade de conscientização, especialmente entre as Partes na presente Convenção, conforme as condições
novas gerações, da importância do patrimônio cultural especificadas no referido Artigo. A expressão “Estados
imaterial e de sua salvaguarda, Considerando que a Partes” se referirá igualmente a esses territórios.
comunidade internacional deveria contribuir, junto com os
Estados Partes na presente Convenção, para a Artigo 3: Relação com outros instrumentos
salvaguarda desse patrimônio, com um espírito de internacionais
cooperação e ajuda mútua, Recordando os programas da Nenhuma disposição da presente Convenção poderá ser
UNESCO relativos ao patrimônio cultural imaterial, em interpretada de tal maneira que:
particular a Proclamação de Obras Primas do Patrimônio a) modifique o estatuto ou reduza o nível de proteção dos
Oral e Imaterial da Humanidade, Considerando a bens declarados patrimônio mundial pela Convenção
inestimável função que cumpre o patrimônio cultural para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural
imaterial como fator de aproximação, intercâmbio e de 1972, ao qual está diretamente associado um
entendimento entre os seres humanos, Aprova neste dia elemento do patrimônio cultural imaterial; ou
dezessete de outubro de 2003 a presente Convenção. b) afete os direitos e obrigações dos Estados Partes em
virtude de outros instrumentos internacionais relativos aos
I. Disposições gerais direitos de propriedade intelectual ou à utilização de
recursos biológicos e ecológicos dos quais são partes.
Artigo 1: Finalidades da Convenção
A presente Convenção tem as seguintes finalidades:
a) a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial; II. Órgãos da Convenção
b) o respeito ao patrimônio cultural imaterial das
comunidades, grupos e indivíduos envolvidos; Artigo 4: Assembléia Geral dos Estados Partes
c) a conscientização no plano local, nacional e 1. Fica estabelecida uma Assembléia Geral dos Estados
internacional da importância do patrimônio cultural Partes, doravante denominada “Assembléia Geral”, que
imaterial e de seu reconhecimento recíproco; será o órgão soberano da presente Convenção.
d) a cooperação e a assistência internacionais. 2. A Assembléia Geral realizará uma sessão ordinária a
cada dois anos. Poderá reunir-se em caráter
Artigo 2: Definições extraordinário quando assim o decidir, ou quando receber
Para os fins da presente Convenção, uma petição em tal sentido do Comitê Intergovernamental
1. Entende-se por “patrimônio cultural imaterial” as para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial ou
práticas, representações, expressões, conhecimentos e de, no mínimo, um terço dos Estados Partes.
técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e 3. A Assembléia Geral aprovará seu próprio Regulamento
lugares culturais que lhes são associados - que as Interno.
comunidades, os grupos e, em alguns casos, os
indivíduos reconhecem como parte integrante de seu Artigo 5: Comitê Intergovernamental para a
patrimônio cultural. Este patrimônio cultural imaterial, que Salvaguarda do Patrimônio Cultural
se transmite de geração em geração, é constantemente Imaterial
recriado pelas comunidades e grupos em função de seu
1. Fica estabelecido junto à UNESCO um Comitê 3. O Comitê poderá criar, em caráter temporário, os
Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio órgãos consultivos ad hoc que julgue necessários para o
Cultural Imaterial, doravante denominado “o Comitê”. O desempenho de suas funções.
Comitê será integrado por representantes de 18 Estados 4. O Comitê poderá convidar para suas reuniões qualquer
Partes, a serem eleitos pelos Estados Partes constituídos organismo público ou privado, ou qualquer pessoa física
em Assembléia Geral, tão logo a presente Convenção de comprovada competência nos diversos campos do
entrar em vigor, conforme o disposto no Artigo 34. patrimônio cultural imaterial, para consultá-los sobre
2. O número de Estados membros do Comitê aumentará questões específicas.
para 24, tão logo o número de Estados Partes na
Convenção chegar a 50. Artigo 9: Certificação das organizações de caráter
consultivo
Artigo 6: Eleição e mandato dos Estados membros do 1. O Comitê proporá à Assembléia Geral a certificação de
Comitê organizações nãogovernamentais de comprovada
1. A eleição dos Estados membros do Comitê deverá competência no campo do patrimônio cultural imaterial.
obedecer aos princípios de distribuição geográfica e As referidas organizações exercerão funções consultivas
rotação eqüitativas. perante o Comitê.
2. Os Estados Partes na Convenção, reunidos em 2. O Comitê também proporá à Assembléia Geral os
Assembléia Geral, elegerão os Estados membros do critérios e modalidades pelos quais essa certificação será
Comitê para um mandato de quatro anos. regida.
3. Contudo, o mandato da metade dos Estados membros
do Comitê eleitos na primeira eleição será somente de Artigo 10: Secretariado
dois anos. Os referidos Estados serão designados por 1. O Comitê será assessorado pelo Secretariado da
sorteio no curso da primeira eleição. UNESCO.
4. A cada dois anos, a Assembléia Geral renovará a 2. O Secretariado preparará a documentação da
metade dos Estados membros do Comitê. Assembléia Geral e do Comitê, bem como o projeto da
5. A Assembléia Geral elegerá também quantos Estados ordem do dia de suas respectivas reuniões, e assegurará
membros do Comitê sejam necessários para preencher o cumprimento das decisões de ambos os órgãos.
vagas existentes.
6. Um Estado membro do Comitê não poderá ser eleito
por dois mandatos consecutivos. III. Salvaguarda do patrimônio cultural imaterial no
7. Os Estados membros do Comitê designarão, para seus plano nacional
representantes no Comitê, pessoas qualificadas nos
diversos campos do patrimônio cultural imaterial. Artigo 11: Funções dos Estados Partes
Caberá a cada Estado Parte:
Artigo 7: Funções do Comitê a) adotar as medidas necessárias para garantir a
Sem prejuízo das demais atribuições conferidas pela salvaguarda do patrimônio cultural imaterial presente em
presente Convenção, as funções do Comitê serão as seu território;
seguintes: b) entre as medidas de salvaguarda mencionadas no
a) promover os objetivos da Convenção, fomentar e parágrafo 3 do Artigo 2, identificar e definir os diversos
acompanhar sua aplicação; elementos do patrimônio cultural imaterial presentes em
b) oferecer assessoria sobre as melhores práticas e seu território, com a participação das comunidades,
formular recomendações sobre medidas que visem a grupos e organizações não-governamentais pertinentes.
salvaguarda do patrimônio cultural imaterial;
c) preparar e submeter à aprovação da Assembléia Geral Artigo 12: Inventários
um projeto de utilização dos recursos do Fundo, em 1. Para assegurar a identificação, com fins de
conformidade com o Artigo 25; salvaguarda, cada Estado Parte estabelecerá um ou mais
d) buscar meios de incrementar seus recursos e adotar inventários do patrimônio cultural imaterial presente em
as medidas necessárias para tanto, em conformidade seu território, em conformidade com seu próprio sistema
com o Artigo 25; de salvaguarda do patrimônio. Os referidos inventários
e) preparar e submeter à aprovação da Assembléia Geral serão atualizados regularmente.
diretrizes operacionais para a aplicação da Convenção; 2. Ao apresentar seu relatório periódico ao Comitê, em
f) em conformidade com o Artigo 29, examinar os conformidade com o Artigo 29, cada Estado Parte
relatórios dos Estados Partes e elaborar um resumo prestará informações pertinentes em relação a esses
destes relatórios, destinado à Assembléia Geral; inventários.
g) examinar as solicitações apresentadas pelos Estados
Partes e decidir, de acordo com critérios objetivos de Artigo 13: Outras medidas de salvaguarda
seleção estabelecidos pelo próprio Comitê e aprovados Para assegurar a salvaguarda, o desenvolvimento e a
pela Assembléia Geral, sobre: valorização do patrimônio cultural imaterial presente em
i) inscrições nas listas e propostas mencionadas nos seu território, cada Estado Parte empreenderá esforços
Artigos 16, 17 e 18; para:
ii) prestação de assistência internacional, em a) adotar uma política geral visando promover a função
conformidade com o Artigo 22. do patrimônio cultural imaterial na sociedade e integrar
sua salvaguarda em programas de planejamento;
Artigo 8: Métodos de trabalho do Comitê b) designar ou criar um ou vários organismos
1. O Comitê será responsável perante a Assembléia competentes para a salvaguarda do patrimônio cultural
Geral, diante da qual prestará contas de todas as suas imaterial presente em seu território;
atividades e decisões. c) fomentar estudos científicos, técnicos e artísticos, bem
2. O Comitê aprovará seu Regulamento Interno por uma como metodologias de pesquisa, para a salvaguarda
maioria de dois terços de seus membros. eficaz do patrimônio cultural imaterial, e em particular do
patrimônio cultural imaterial que se encontre em perigo;
d) adotar as medidas de ordem jurídica, técnica, esse patrimônio na Lista por solicitação do Estado Parte
administrativa e financeira adequadas para: interessado.
i) favorecer a criação ou o fortalecimento de instituições 2. O Comitê elaborará e submeterá à aprovação da
de formação em gestão do patrimônio cultural imaterial, Assembléia Geral os critérios que regerão o
bem como a transmissão desse patrimônio nos foros e estabelecimento, a atualização e a publicação dessa
lugares destinados à sua manifestação e expressão; Lista.
ii) garantir o acesso ao patrimônio cultural imaterial, 3. Em casos de extrema urgência, assim considerados de
respeitando ao mesmo tempo os costumes que regem o acordo com critérios objetivos aprovados pela Assembléia
acesso a determinados aspectos do referido patrimônio; Geral, por proposta do Comitê, este último, em consulta
iii) criar instituições de documentação sobre o patrimônio com o Estado Parte interessado, poderá inscrever um
cultural imaterial e facilitar o acesso a elas. elemento do patrimônio em questão na lista mencionada
no parágrafo 1.
Artigo 14: Educação, conscientização e
fortalecimento de capacidades Artigo 18: Programas, projetos e atividades de
Cada Estado Parte se empenhará, por todos os meios salvaguarda do patrimônio cultural
oportunos, no sentido de: imaterial
a) assegurar o reconhecimento, o respeito e a valorização 1. Com base nas propostas apresentadas pelos Estados
do patrimônio cultural imaterial na sociedade, em Partes, e em conformidade com os critérios definidos pelo
particular mediante: Comitê e aprovados pela Assembléia Geral, o Comitê
i) programas educativos, de conscientização e de selecionará periodicamente e promoverá os programas,
disseminação de informações voltadas para o público, em projetos e atividades de âmbito nacional, sub-regional ou
especial para os jovens; regional para a salvaguarda do patrimônio que, no seu
ii) programas educativos e de capacitação específicos no entender, reflitam de modo mais adequado os princípios e
interior das comunidades e dos grupos envolvidos; objetivos da presente Convenção, levando em conta as
iii) atividades de fortalecimento de capacidades em necessidades especiais dos países em desenvolvimento.
matéria de salvaguarda do patrimônio cultural imaterial, e 2. Para tanto, o Comitê receberá, examinará e aprovará
especialmente de gestão e de pesquisa científica; e as solicitações de assistência internacional formuladas
iv) meios não-formais de transmissão de conhecimento; pelos Estados Partes para a elaboração das referidas
b) manter o público informado das ameaças que pesam propostas.
sobre esse patrimônio e das atividades realizadas em 3. O Comitê acompanhará a execução dos referidos
cumprimento da presente Convenção; programas, projetos e atividades por meio da
c) promover a educação para a proteção dos espaços disseminação das melhores práticas, segundo
naturais e lugares de memória, cuja existência é modalidades por ele definidas.
indispensável para que o patrimônio cultural imaterial
possa se expressar.
V. Cooperação e assistência internacionais
Artigo 15: Participação das comunidades, grupos e
indivíduos Artigo 19: Cooperação
No quadro de suas atividades de salvaguarda do 1. Para os fins da presente Convenção, cooperação
patrimônio cultural imaterial, cada Estado Parte deverá internacional compreende em particular o intercâmbio de
assegurar a participação mais ampla possível das informações e de experiências, iniciativas comuns, e a
comunidades, dos grupos e, quando cabível, dos criação de um mecanismo para apoiar os Estados Partes
indivíduos que criam, mantém e transmitem esse em seus esforços para a salvaguarda do patrimônio
patrimônio e associálos ativamente à gestão do mesmo. cultural imaterial.
2. Sem prejuízo para o disposto em sua legislação
nacional nem para seus direitos e práticas
IV. Salvaguarda do patrimônio cultural imaterial no consuetudinárias, os Estados Partes reconhecem que a
plano internacional salvaguarda do patrimônio cultural imaterial é uma
questão de interesse geral para a humanidade e neste
Artigo 16: Lista representativa do patrimônio cultural sentido se comprometem a cooperar no plano bilateral,
imaterial da humanidade sub-regional, regional e internacional.
1. Para assegurar maior visibilidade do patrimônio cultural
imaterial, aumentar o grau de conscientização de sua Artigo 20: Objetivos da assistência internacional
importância, e propiciar formas de diálogo que respeitem A assistência internacional poderá ser concedida para os
a diversidade cultural, o Comitê, por proposta dos seguintes objetivos:
Estados Partes interessados, criará, mantérá atualizada e a) salvaguarda do patrimônio que figure na lista de
publicará uma Lista representativa do patrimônio cultural elementos do patrimônio cultural imaterial que necessite
imaterial da humanidade. medidas urgentes de salvaguarda;
2. O Comitê elaborará e submeterá à aprovação da b) realização de inventários, em conformidade com os
Assembléia Geral os critérios que regerão o Artigos 11 e 12;
estabelecimento, a atualização e a publicação da referida c) apoio a programas, projetos e atividades de âmbito
Lista representativa. nacional, sub-regional e regional destinados à
salvaguarda do patrimônio cultural imaterial;
Artigo 17: Lista do patrimônio cultural imaterial que d) qualquer outro objetivo que o Comitê julgue
requer medidas urgentes de necessário.
salvaguarda
1. Com vistas a adotar as medidas adequadas de Artigo 21: Formas de assistência internacional
salvaguarda, o Comitê criará, manterá atualizada e A assistência concedia pelo Comitê a um Estado Parte
publicará uma Lista do patrimônio cultural imaterial que será regulamentada pelas diretrizes operacionais
necessite medidas urgentes de salvaguarda, e inscreverá
previstas no Artigo 7 e pelo acordo mencionado no Artigo ii) organismos e programas do sistema das Nações
24, e poderá assumir as seguintes formas: Unidas, em especial o Programa das Nações Unidas para
a) estudos relativos aos diferentes aspectos da o Desenvolvimento, ou outras organizações
salvaguarda; internacionais;
b) serviços de especialistas e outras pessoas com iii) organismos públicos ou privados ou pessoas físicas;
experiência prática em patrimônio cultural imaterial; d) quaisquer juros devidos aos recursos do Fundo;
c) capacitação de todo o pessoal necessário; e) produto de coletas e receitas aferidas em eventos
d) elaboração de medidas normativas ou de outra organizados em benefício do Fundo;
natureza; f) todos os demais recursos autorizados pelo
e) criação e utilização de infraestruturas; Regulamento do Fundo, que o Comitê elaborará.
f) aporte de material e de conhecimentos especializados; 4. A utilização dos recursos por parte do Comitê será
g) outras formas de ajuda financeira e técnica, podendo decidida com base nas orientações formuladas pela
incluir, quando cabível, a concessão de empréstimos com Assembléia Geral.
baixas taxas de juros e doações. 5. O Comitê poderá aceitar contribuições ou assistência
de outra natureza oferecidos com fins gerais ou
Artigo 22: Requisitos para a prestação de assistência específicos, vinculados a projetos concretos, desde que
internacional os referidos projetos tenham sido por ele aprovados.
1. O Comitê definirá o procedimento para examinar as 6. As contribuições ao Fundo não poderão ser
solicitações de assistência internacional e determinará os condicionadas a nenhuma exigência política, econômica
elementos que deverão constar das solicitações, tais ou de qualquer outro tipo que seja incompatível com os
como medidas previstas, intervenções necessárias e objetivos da presente Convenção.
avaliação de custos.
2. Em situações de urgência, a solicitação de assistência Artigo 26: Contribuições dos Estados Partes ao
será examinada em cárater de prioridade pelo Comitê. Fundo
3. Para tomar uma decisão, o Comitê realizará os estudos 1. Sem prejuízo de outra contribuição complementar de
e as consultas que julgar necessários. caráter voluntário, os Estados Partes na presente
Convenção se obrigam a depositar no Fundo, no mínimo
Artigo 23: Solicitações de assistência internacional a cada dois anos, uma contribuição cuja quantia,
1. Cada Estado Parte poderá apresentar ao Comitê uma calculada a partir de uma porcentagem uniforme aplicável
solicitação de assistência internacional para a a todos os Estados, será determinada pela Assembléia
salvaguarda do patrimônio cultural imaterial presente em Geral. Esta decisão da Assembléia Geral será tomada
seu território. por maioria dos Estados Partes presentes e votantes, que
2. Uma solicitação no mesmo sentido poderá também ser não tenham feito a declaração mencionada no parágrafo
apresentada conjuntamente por dois ou mais Estados 2 do presente Artigo. A contribuição de um Estado Parte
Partes. não poderá, em nenhum caso, exceder 1% da
3. Na solicitação, deverão constar as informações contribuição desse Estado ao Orçamento Ordinário da
mencionados no parágrafo 1 do Artigo 22, bem como a UNESCO.
documentação necessária. 2. Contudo, qualquer dos Estados a que se referem o
Artigo 32 ou o Artigo 33 da presente Convenção poderá
Artigo 24: Papel dos Estados Partes beneficiários declarar, no momento em que depositar seu instrumento
1. Em conformidade com as disposições da presente de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão, que não
Convenção, a assistência internacional concedida será se considera obrigado pelas disposições do parágrafo 1
regida por um acordo entre o Estado Parte beneficiário e do presente Artigo.
o Comitê. 3. Qualquer Estado Parte na presente Convenção que
2. Como regra geral, o Estado Parte beneficiário deverá, tenha formulado a declaração mencionada no parágrafo 2
na medida de suas possibilidades, compartilhar os custos do presente Artigo se esforçará para retirar tal declaração
das medidas de salvaguarda para as quais a assistência mediante uma notificação ao Diretor Geral da UNESCO.
internacional foi concedida. Contudo, a retirada da declaração só terá efeito sobre a
3. O Estado Parte beneficiário apresentará ao Comitê um contribuição devida pelo Estado a partir da data da
relatório sobre a utilização da assistência concedida com abertura da sessão subseqüente da Assembléia Geral.
a finalidade de salvaguarda do patrimônio cultural 4. Para que o Comitê possa planejar com eficiência suas
imaterial. atividades, as contribuições dos Estados Partes nesta
Convenção que tenham feito a declaração mencionada
no parágrafo 2 do presente Artigo deverão ser efetuadas
VI. Fundo do patrimônio cultural imaterial regularmente, no mínimo a cada dois anos, e deverão ser
de um valor o mais próximo possível do valor das
Artigo 25: Natureza e recursos do Fundo contribuições que esses Estados deveriam se estivessem
1. Fica estabelecido um “Fundo para a Salvaguarda do obrigados pelas disposições do parágrafo 1 do presente
Patrimônio Cultural Imaterial”, doravante denominado “o Artigo.
Fundo”. 5. Nenhum Estado Parte na presente Convenção, que
2. O Fundo será constituído como fundo fiduciário, em esteja com pagamento de sua contribuição obrigatória ou
conformidade com as disposições do Regulamento voluntária para o ano em curso e o ano civil
Financeiro da UNESCO. imediatamente anterior em atraso, poderá ser eleito
3. Os recursos do Fundo serão constituídos por: membro do Comitê. Essa disposição não se aplica à
a) contribuições dos Estados Partes; primeira eleição do Comitê. O mandato de um Estado
b) recursos que a Conferência Geral da UNESCO alocar Parte que se encontre em tal situação e que já seja
para esta finalidade; membro do Comitê será encerrado quando forem
c) aportes, doações ou legados realizados por: realizadas quaisquer das eleições previstas no Artigo 6
i) outros Estados; da presente Convenção.
Artigo 27: Contribuições voluntárias suplementares conformidade com a Resolução 1514 (XV) da Assembléia
ao Fundo Geral, e que tenham competência sobre as matérias
Os Estados Partes que desejarem efetuar contribuições regidas por esta Convenção, inclusive a competência
voluntárias, além das contribuições previstas no Artigo reconhecida para subscrever tratados relacionados a
26, deverão informar o Comitê tão logo seja possível, essas matérias.
para que este possa planejar suas atividades de acordo. 3. O instrumento de adesão será depositado junto ao
Diretor Geral da UNESCO.
Artigo 28: Campanhas internacionais para
arrecadação de recursos Artigo 34: Entrada em vigor
Na medida do possível, os Estados Partes apoiarão as A presente Convenção entrará em vigor três meses após
campanhas internacionais para arrecadação de recursos a data do depósito do trigésimo instrumento de
organizadas em benefício do Fundo sob os auspícios da ratificação, aceitação, aprovação ou adesão, mas
UNESCO. unicamente para os Estados que tenham depositado seus
respectivos instrumentos de ratificação, aceitação,
aprovação ou adesão naquela data ou anteriormente.
VII. Relatórios Para os demais Estados Partes, entrará em vigor três
meses depois de efetuado o depósito de seu instrumento
Artigo 29: Relatórios dos Estados Partes de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão.
Os Estados Partes apresentarão ao Comitê, na forma e
com periodicidade a serem definidas pelo Comitê, Artigo 35: Regimes constitucionais federais ou não-
relatórios sobre as disposições legislativas, unitários
regulamentares ou de outra natureza que tenham Aos Estados Partes que tenham um regime constitucional
adotado para implementar a presente Convenção. federal ou não-unitário aplicarse-ão as seguintes
disposições:
Artigo 30: Relatórios do Comitê a) com relação às disposições desta Convenção cuja
1. Com base em suas atividades e nos relatórios dos aplicação esteja sob a competência do poder legislativo
Estados Partes mencionados no Artigo 29, o Comitê federal ou central, as obrigações do governo federal ou
apresentará um relatório em cada sessão da Assembléia central serão idênticas às dos Estados Partes que não
Geral. constituem Estados federais;
2. O referido relatório será levado ao conhecimento da b) com relação às disposições da presente Convenção
Conferência Geral da UNESCO. cuja aplicação esteja sob a competência de cada um dos
Estados, países, províncias ou cantões constituintes, que
em virtude do regime constitucional da federação não
VIII. Cláusula transitória estejam obrigados a tomar medidas legislativas, o
governo federal as comunicará, com parecer favorável, às
Artigo 31: Relação com a Proclamação das Obras autoridades competentes dos Estados, países, províncias
Primas do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade ou cantões, com sua recomendação para que estes as
1. O Comitê incorporará à Lista representativa do aprovem.
patrimônio cultural imaterial da humanidade os elementos
que, anteriormente à entrada em vigor desta Convenção, Artigo 36: Denúncia
tenham sido proclamados “Obras Primas do Patrimônio 1. Todos os Estados Partes poderão denunciar a
Oral e Imaterial da Humanidade”. presente Convenção.
2. A inclusão dos referidos elementos na Lista 2. A denúncia será notificada por meio de um instrumento
representativa do patrimônio cultural imaterial da escrito, que será depositado junto ao Diretor Geral da
humanidade será efetuada sem prejuízo dos critérios UNESCO.
estabelecidos para as inscrições subseqüentes, segundo 3. A denúncia surtirá efeito doze meses após a recepção
o disposto no parágrafo 2 do Artigo 16. do instrumento de denuncia. A denúncia não modificará
3. Após a entrada em vigor da presente Convenção, não em nada as obrigações financeiras assumidas pelo
será feita mais nenhuma outra Proclamação. Estado denunciante até a data em que a retirada se
efetive.
2. As emendas serão aprovadas por uma maioria de dois III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em
terços dos Estados Partes presentes e votantes. terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um
3. Uma vez aprovadas, as emendas a esta Convenção Estado, sirvam de limites com outros países, ou se
deverão ser objeto de ratificação, aceitação, aprovação estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem
ou adesão dos Estados Partes. como os terrenos marginais e as praias fluviais;
4. As emendas à presente Convenção, para os Estados IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com
Partes que as tenham ratificado, aceito, aprovado ou outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e
aderido a elas, entrarão em vigor três meses depois que as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede
dois terços dos Estados Partes tenham depositado os de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço
instrumentos mencionados no parágrafo 3 do presente público e a unidade ambiental federal, e as referidas no
Artigo. A partir desse momento a emenda correspondente art. 26, II; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
entrará em vigor para cada Estado Parte ou território que 46, de 2005)
a ratifique, aceite, aprove ou adira a ela três meses após V - os recursos naturais da plataforma continental e da
a data do depósito do instrumento de ratificação, zona econômica exclusiva;
aceitação, aprovação ou adesão do Estado Parte. VI - o mar territorial;
5. O procedimento previsto nos parágrafos 3 e 4 não se VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
aplicará às emendas que modifiquem o Artigo 5, relativo VIII - os potenciais de energia hidráulica;
ao número de Estados membros do Comitê. As referidas IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
emendas entrarão em vigor no momento de sua X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios
aprovação. arqueológicos e pré-históricos;
6. Um Estado que passe a ser Parte neste Convenção XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
após a entrada em vigor de emendas conforme o § 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao
parágrafo 4 do presente Artigo e que não manifeste uma Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da
intenção em sentido contrario será considerado: administração direta da União, participação no resultado
a) parte na presente Convenção assim emendada; e da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos
b) parte na presente Convenção não emendada com hídricos para fins de geração de energia elétrica e de
relação a todo Estado Parte que não esteja obrigado outros recursos minerais no respectivo território,
pelas emendas em questão. plataforma continental, mar territorial ou zona econômica
exclusiva, ou compensação financeira por essa
Artigo 39: Textos autênticos exploração.
A presente Convenção está redigida em árabe, chinês, § 2º A faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de
espanhol, francês, inglês e russo, sendo os seis textos largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada
igualmente autênticos. como faixa de fronteira, é considerada fundamental para
defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização
Artigo 40: Registro serão reguladas em lei.
Em conformidade com o disposto no Artigo 102 da Carta
das Nações Unidas, a presente Convenção será Art. 23. É competência comum da União, dos Estados,
registrada na Secretaria das Nações Unidas por do Distrito Federal e dos Municípios:
solicitação do Diretor Geral da UNESCO. I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das
instituições democráticas e conservar o patrimônio
Feito em Paris neste dia três de novembro de 2003, em público;
duas cópias autênticas que levam a assinatura do II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e
Presidente da 32a sessão da Conferência Geral e do garantia das pessoas portadoras de deficiência;
Diretor Geral da UNESCO. III - proteger os documentos, as obras e outros bens de
valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as
paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
3. LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE PRE- IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização
SERVAÇÃO DE BENS CULTURAIS. 3.1. de obras de arte e de outros bens de valor histórico,
artístico ou cultural;
CONSTITUIÇÃO FEDERAL (ARTIGOS 20, V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à
23, 24, 30, 215 E 216). 3.2. DECRETO-LEI Nº educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à
25/1937, E SUAS ALTERAÇÕES. 3.3. LEI Nº inovação; (Redação dada pela Emenda
3.924/1961. 3.4. LEI Nº 11.483/2007, E SUAS Constitucional nº 85, de 2015)
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em
ALTERAÇÕES (ART. 9º). 3.5. DECRETO Nº qualquer de suas formas;
3.551/2000. 3.6. DECRETO Nº 9.238/2017 VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o
Constituição Federal abastecimento alimentar;
IX - promover programas de construção de moradias e a
CAPÍTULO II melhoria das condições habitacionais e de saneamento
DA UNIÃO básico;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de
Art. 20. São bens da União: marginalização, promovendo a integração social dos
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem setores desfavorecidos;
a ser atribuídos; XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e
fronteiras, das fortificações e construções militares, das minerais em seus territórios;
vias federais de comunicação e à preservação ambiental, XII - estabelecer e implantar política de educação para a
definidas em lei; segurança do trânsito.
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento
para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito territorial, mediante planejamento e controle do uso, do
Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural
nacional.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº local, observada a legislação e a ação fiscalizadora
53, de 2006) federal e estadual.
§ 6 º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal III - conferências de cultura;Incluído pela Emenda
vincular a fundo estadual de fomento à cultura até cinco Constitucional nº 71, de 2012
décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o IV - comissões intergestores; Incluído pela Emenda
financiamento de programas e projetos culturais, vedada Constitucional nº 71, de 2012
a aplicação desses recursos no pagamento de:(Incluído V - planos de cultura;Incluído pela Emenda Constitucional
pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) nº 71, de 2012
I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído VI - sistemas de financiamento à cultura;Incluído pela
pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) Emenda Constitucional nº 71, de 2012
II - serviço da dívida;(Incluído pela Emenda Constitucional VII - sistemas de informações e indicadores
nº 42, de 19.12.2003) culturais;Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada 2012
diretamente aos investimentos ou ações VIII - programas de formação na área da cultura;
apoiados.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de eIncluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
19.12.2003) IX - sistemas setoriais de cultura.Incluído pela Emenda
Constitucional nº 71, de 2012
Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado § 3º Lei federal disporá sobre a regulamentação do
em regime de colaboração, de forma descentralizada e Sistema Nacional de Cultura, bem como de sua
participativa, institui um processo de gestão e promoção articulação com os demais sistemas nacionais ou
conjunta de políticas públicas de cultura, democráticas e políticas setoriais de governo.Incluído pela Emenda
permanentes, pactuadas entre os entes da Federação e a Constitucional nº 71, de 2012
sociedade, tendo por objetivo promover o § 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
desenvolvimento humano, social e econômico com pleno organizarão seus respectivos sistemas de cultura em leis
exercício dos direitos culturais.(Incluído pela Emenda próprias. Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de
Constitucional nº 71, de 2012) 2012
§ 1º O Sistema Nacional de Cultura fundamenta-se na
política nacional de cultura e nas suas diretrizes,
estabelecidas no Plano Nacional de Cultura, e rege-se Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937
pelos seguintes princípios:(Incluído pela Emenda
Constitucional nº 71, de 2012 Organiza a proteção do patrimônio
I - diversidade das expressões culturais; Incluído pela histórico e artístico nacional.
Emenda Constitucional nº 71, de 2012
II - universalização do acesso aos bens e serviços O Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil,
culturais; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de usando da atribuição que lhe confere o art. 180 da
2012 Constituição, DECRETA:
III - fomento à produção, difusão e circulação de
conhecimento e bens culturais;Incluído pela Emenda CAPÍTULO I
Constitucional nº 71, de 2012 DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO
IV - cooperação entre os entes federados, os agentes NACIONAL
públicos e privados atuantes na área cultural; Incluído
pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012 Art. 1º Constitue o patrimônio histórico e artístico nacional
V - integração e interação na execução das políticas, o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país
programas, projetos e ações desenvolvidas; Incluído pela e cuja conservação seja de interêsse público, quer por
Emenda Constitucional nº 71, de 2012 sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil,
VI - complementaridade nos papéis dos agentes quer por seu excepcional valor arqueológico ou
culturais; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de etnográfico, bibliográfico ou artístico.
2012 § 1º Os bens a que se refere o presente artigo só serão
VII - transversalidade das políticas culturais; Incluído pela considerados parte integrante do patrimônio histórico o
Emenda Constitucional nº 71, de 2012 artístico nacional, depois de inscritos separada ou
VIII - autonomia dos entes federados e das instituições da agrupadamente num dos quatro Livros do Tombo, de que
sociedade civil; Incluído pela Emenda Constitucional nº trata o art. 4º desta lei.
71, de 2012 § 2º Equiparam-se aos bens a que se refere o presente
IX - transparência e compartilhamento das artigo e são também sujeitos a tombamento os
informações;Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, monumentos naturais, bem como os sítios e paisagens
de 2012 que importe conservar e proteger pela feição notável com
X - democratização dos processos decisórios com que tenham sido dotados pelo natureza ou agenciados
participação e controle social; Incluído pela Emenda pelo indústria humana.
Constitucional nº 71, de 2012
XI - descentralização articulada e pactuada da gestão, Art. 2º A presente lei se aplica às coisas pertencentes às
dos recursos e das ações; Incluído pela Emenda pessôas naturais, bem como às pessôas jurídicas de
Constitucional nº 71, de 2012 direito privado e de direito público interno.
XII - ampliação progressiva dos recursos contidos nos
orçamentos públicos para a cultura.Incluído pela Emenda Art. 3º Exclúem-se do patrimônio histórico e artístico
Constitucional nº 71, de 2012 nacional as obras de orígem estrangeira:
§ 2º Constitui a estrutura do Sistema Nacional de Cultura, 1) que pertençam às representações diplomáticas ou
nas respectivas esferas da Federação:Incluído pela consulares acreditadas no país;
Emenda Constitucional nº 71, de 2012 2) que adornem quaisquer veiculos pertecentes a
I - órgãos gestores da cultura;Incluído pela Emenda emprêsas estrangeiras, que façam carreira no país;
Constitucional nº 71, de 2012 3) que se incluam entre os bens referidos no art. 10 da
II - conselhos de política cultural;Incluído pela Emenda Introdução do Código Civíl, e que continuam sujeitas à lei
Constitucional nº 71, de 2012 pessoal do proprietário;
4) que pertençam a casas de comércio de objetos 2) no caso de não haver impugnação dentro do prazo
históricos ou artísticos; assinado. que é fatal, o diretor do Serviço do Patrimônio
5) que sejam trazidas para exposições comemorativas, Histórico e Artístico Nacional mandará por símples
educativas ou comerciais: despacho que se proceda à inscrição da coisa no
6) que sejam importadas por emprêsas estrangeiras competente Livro do Tombo.
expressamente para adôrno dos respectivos 3) se a impugnação for oferecida dentro do prazo
estabelecimentos. assinado, far-se-á vista da mesma, dentro de outros
Parágrafo único. As obras mencionadas nas alíneas 4 e 5 quinze dias fatais, ao órgão de que houver emanado a
terão guia de licença para livre trânsito, fornecida pelo iniciativa do tombamento, afim de sustentá-la. Em
Serviço ao Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. seguida, independentemente de custas, será o processo
remetido ao Conselho Consultivo do Serviço do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que proferirá
CAPÍTULO II decisão a respeito, dentro do prazo de sessenta dias, a
DO TOMBAMENTO contar do seu recebimento. Dessa decisão não caberá
recurso.
Art. 4º O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional possuirá quatro Livros do Tombo, nos quais Art. 10. O tombamento dos bens, a que se refere o art. 6º
serão inscritas as obras a que se refere o art. 1º desta lei, desta lei, será considerado provisório ou definitivo,
a saber: conforme esteja o respectivo processo iniciado pela
1) no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e notificação ou concluído pela inscrição dos referidos bens
Paisagístico, as coisas pertencentes às categorias de arte no competente Livro do Tombo.
arqueológica, etnográfica, ameríndia e popular, e bem Parágrafo único. Para todas os efeitos, salvo a disposição
assim as mencionadas no § 2º do citado art. 1º. do art. 13 desta lei, o tombamento provisório se
2) no Livro do Tombo Histórico, as coisas de interêsse equiparará ao definitivo.
histórico e as obras de arte histórica;
3) no Livro do Tombo das Belas Artes, as coisas de arte
erudita, nacional ou estrangeira; CAPÍTULO III
4) no Livro do Tombo das Artes Aplicadas, as obras que DOS EFEITOS DO TOMBAMENTO
se incluírem na categoria das artes aplicadas, nacionais
ou estrangeiras. Art. 11. As coisas tombadas, que pertençam à União, aos
§ 1º Cada um dos Livros do Tombo poderá ter vários Estados ou aos Municípios, inalienáveis por natureza, só
volumes. poderão ser transferidas de uma à outra das referidas
§ 2º Os bens, que se inclúem nas categorias enumeradas entidades.
nas alíneas 1, 2, 3 e 4 do presente artigo, serão definidos Parágrafo único. Feita a transferência, dela deve o
e especificados no regulamento que for expedido para adquirente dar imediato conhecimento ao Serviço do
execução da presente lei. Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Art. 5º O tombamento dos bens pertencentes à União, Art. 12. A alienabilidade das obras históricas ou artísticas
aos Estados e aos Municípios se fará de ofício, por ordem tombadas, de propriedade de pessôas naturais ou
do diretor do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico jurídicas de direito privado sofrerá as restrições
Nacional, mas deverá ser notificado à entidade a quem constantes da presente lei.
pertencer, ou sob cuja guarda estiver a coisa tombada,
afim de produzir os necessários efeitos. Art. 13. O tombamento definitivo dos bens de
propriedade partcular será, por iniciativa do órgão
Art. 6º O tombamento de coisa pertencente à pessôa competente do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico
natural ou à pessôa jurídica de direito privado se fará Nacional, transcrito para os devidos efeitos em livro a
voluntária ou compulsóriamente. cargo dos oficiais do registro de imóveis e averbado ao
lado da transcrição do domínio.
Art. 7º Proceder-se-à ao tombamento voluntário sempre § 1º No caso de transferência de propriedade dos bens
que o proprietário o pedir e a coisa se revestir dos de que trata êste artigo, deverá o adquirente, dentro do
requisitos necessários para constituir parte integrante do prazo de trinta dias, sob pena de multa de dez por cento
patrimônio histórico e artístico nacional, a juízo do sôbre o respectivo valor, fazê-la constar do registro, ainda
Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e que se trate de transmissão judicial ou causa mortis.
Artístico Nacional, ou sempre que o mesmo proprietário § 2º Na hipótese de deslocação de tais bens, deverá o
anuir, por escrito, à notificação, que se lhe fizer, para a proprietário, dentro do mesmo prazo e sob pena da
inscrição da coisa em qualquer dos Livros do Tombo. mesma multa, inscrevê-los no registro do lugar para que
tiverem sido deslocados.
Art. 8º Proceder-se-á ao tombamento compulsório § 3º A transferência deve ser comunicada pelo
quando o proprietário se recusar a anuir à inscrição da adquirente, e a deslocação pelo proprietário, ao Serviço
coisa. do Patrimônio Histórico e Artistico Nacional, dentro do
mesmo prazo e sob a mesma pena.
Art. 9º O tombamento compulsório se fará de acôrdo com
o seguinte processo: Art. 14. A. coisa tombada não poderá saír do país, senão
1) o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, por curto prazo, sem transferência de domínio e para fim
por seu órgão competente, notificará o proprietário para de intercâmbio cultural, a juízo do Conselho Consultivo do
anuir ao tombamento, dentro do prazo de quinze dias, a Serviço do Patrimônio Histórico e Artistico Nacional.
contar do recebimento da notificação, ou para, si o quisér
impugnar, oferecer dentro do mesmo prazo as razões de Art. 15. Tentada, a não ser no caso previsto no artigo
sua impugnação. anterior, a exportação, para fora do país, da coisa
tombada, será esta sequestrada pela União ou pelo sob pena de multa de cem mil réis, elevada ao dôbro em
Estado em que se encontrar. caso de reincidência.
§ 1º Apurada a responsábilidade do proprietário, ser-lhe-á
imposta a multa de cincoenta por cento do valor da coisa, Art. 21. Os atentados cometidos contra os bens de que
que permanecerá sequestrada em garantia do trata o art. 1º desta lei são equiparados aos cometidos
pagamento, e até que êste se faça. contra o patrimônio nacional.
§ 2º No caso de reincidência, a multa será elevada ao
dôbro.
§ 3º A pessôa que tentar a exportação de coisa tombada, CAPÍTULO IV
alem de incidir na multa a que se referem os parágrafos DO DIREITO DE PREFERÊNCIA
anteriores, incorrerá, nas penas cominadas no Código
Penal para o crime de contrabando. Art. 22. (Revogado pela Lei n º 13.105, de
2015)(Vigência)
Art. 16. No caso de extravio ou furto de qualquer objéto
tombado, o respectivo proprietário deverá dar
conhecimento do fáto ao Serviço do Patrimônio Histórico CAPÍTULO V
e Artístico Nacional, dentro do prazo de cinco dias, sob DISPOSIÇÕES GERAIS
pena de multa de dez por cento sôbre o valor da coisa.
Art. 23. O Poder Executivo providenciará a realização de
Art. 17. As coisas tombadas não poderão, em caso acôrdos entre a União e os Estados, para melhor
nenhum ser destruidas, demolidas ou mutiladas, nem, coordenação e desenvolvimento das atividades relativas
sem prévia autorização especial do Serviço do Patrimônio à proteção do patrimônio histórico e artistico nacional e
Histórico e Artistico Nacional, ser reparadas, pintadas ou para a uniformização da legislação estadual
restauradas, sob pena de multa de cincoenta por cento complementar sôbre o mesmo assunto.
do dano causado.
Parágrafo único. Tratando-se de bens pertencentes á Art. 24. A União manterá, para a conservação e a
União, aos Estados ou aos municípios, a autoridade exposição de obras históricas e artísticas de sua
responsável pela infração do presente artigo incorrerá propriedade, além do Museu Histórico Nacional e do
pessoalmente na multa. Museu Nacional de Belas Artes, tantos outros museus
nacionais quantos se tornarem necessários, devendo
Art. 18. Sem prévia autorização do Serviço do Patrimônio outrossim providênciar no sentido de favorecer a
Histórico e Artístico Nacional, não se poderá, na instituição de museus estaduais e municipais, com
vizinhança da coisa tombada, fazer construção que lhe finalidades similares.
impeça ou reduza a visibílidade, nem nela colocar
anúncios ou cartazes, sob pena de ser mandada destruir Art. 25. O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico
a obra ou retirar o objéto, impondo-se nêste caso a multa Nacional procurará entendimentos com as autoridades
de cincoenta por cento do valor do mesmo objéto. eclesiásticas, instituições científicas, históricas ou
artísticas e pessôas naturais o jurídicas, com o objetivo
Art. 19. O proprietário de coisa tombada, que não de obter a cooperação das mesmas em benefício do
dispuzer de recursos para proceder às obras de patrimônio histórico e artístico nacional.
conservação e reparação que a mesma requerer, levará
ao conhecimento do Serviço do Patrimônio Histórico e Art. 26. Os negociantes de antiguidades, de obras de arte
Artístico Nacional a necessidade das mencionadas obras, de qualquer natureza, de manuscritos e livros antigos ou
sob pena de multa correspondente ao dobro da raros são obrigados a um registro especial no Serviço do
importância em que fôr avaliado o dano sofrido pela Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, cumprindo-lhes
mesma coisa. outrossim apresentar semestralmente ao mesmo relações
§ 1º Recebida a comunicação, e consideradas completas das coisas históricas e artísticas que
necessárias as obras, o diretor do Serviço do Patrimônio possuírem.
Histórico e Artistico Nacional mandará executá-las, a
expensas da União, devendo as mesmas ser iniciadas Art. 27. Sempre que os agentes de leilões tiverem de
dentro do prazo de seis mezes, ou providenciará para vender objetos de natureza idêntica à dos mencionados
que seja feita a desapropriação da coisa. no artigo anterior, deverão apresentar a respectiva
§ 2º À falta de qualquer das providências previstas no relação ao órgão competente do Serviço do Patrimônio
parágrafo anterior, poderá o proprietário requerer que Histórico e Artístico Nacional, sob pena de incidirem na
seja cancelado o tombamento da coisa.(Vide Lei nº 6.292, multa de cincoenta por cento sôbre o valor dos objetos
de 1975) vendidos.
§ 3º Uma vez que verifique haver urgência na realização
de obras e conservação ou reparação em qualquer coisa Art. 28. Nenhum objéto de natureza idêntica à dos
tombada, poderá o Serviço do Patrimônio Histórico e referidos no art. 26 desta lei poderá ser posto à venda
Artístico Nacional tomar a iniciativa de projetá-las e pelos comerciantes ou agentes de leilões, sem que tenha
executá-las, a expensas da União, independentemente sido préviamente autenticado pelo Serviço do Patrimônio
da comunicação a que alude êste artigo, por parte do Histórico e Artístico Nacional, ou por perito em que o
proprietário. mesmo se louvar, sob pena de multa de cincoenta por
cento sôbre o valor atribuido ao objéto.
Art. 20. As coisas tombadas ficam sujeitas à vigilância Parágrafo único. A. autenticação do mencionado objeto
permanente do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico será feita mediante o pagamento de uma taxa de
Nacional, que poderá inspecioná-los sempre que fôr peritagem de cinco por cento sôbre o valor da coisa, se
julgado conveniente, não podendo os respectivos êste fôr inferior ou equivalente a um conto de réis, e de
proprietários ou responsáveis criar obstáculos à inspeção, mais cinco mil réis por conto de réis ou fração, que
exceder.
Art. 29. O titular do direito de preferência gosa de Diretoria do Patrimônio Histórico Nacional, dentro de
privilégio especial sôbre o valor produzido em praça por sessenta (60) dias, sob pena de multa de Cr$ 10.000,00 a
bens tombados, quanto ao pagamento de multas Cr$ 50.000,00 (dez mil a cinqüenta mil cruzeiros), o
impostas em virtude de infrações da presente lei. exercício dessa atividade, para efeito de exame, registro,
Parágrafo único. Só terão prioridade sôbre o privilégio a fiscalização e salvaguarda do interêsse da ciência.
que se refere êste artigo os créditos inscritos no registro
competente, antes do tombamento da coisa pelo Serviço Art 5º Qualquer ato que importe na destruição ou
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. mutilação dos monumentos a que se refere o art. 2º desta
lei, será considerado crime contra o Patrimônio Nacional
Art. 30. Revogam-se as disposições em contrário. e, como tal, punível de acôrdo com o disposto nas leis
penais.
Rio de Janeiro, 30 de novembro de 1937, 116º da
Independência e 49º da República. Art 6º As jazidas conhecidas como sambaquis,
manifestadas ao govêrno da União, por intermédio da
Este texto não substitui o publicado no DOU de 6.12.1937 Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, de
acôrdo com o art. 4º e registradas na forma do artigo 27
desta lei, terão precedência para estudo e eventual
o
Lei n 3.924, de 26 de julho de 1961 aproveitamento, em conformidade com o Código de
Minas.
Dispõe sôbre os monumentos
arqueológicos e pré-históricos. Art 7º As jazidas arqueológicas ou pré-históricas de
qualquer natureza, não manifestadas e registradas na
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o forma dos arts. 4º e 6º desta lei, são consideradas, para
CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a todos os efeitos bens patrimoniais da União.
seguinte Lei:
Art 3º São proibidos em todo o território nacional, o Art 11. Desde que as escavações e estudos devam ser
aproveitamento econômico, a destruição ou mutilação, realizados em terreno que não pertença ao requerente,
para qualquer fim, das jazidas arqueológicas ou pré- deverá ser anexado ao seu pedido o consentimento
históricas conhecidas como sambaquis, casqueiros, escrito do proprietário do terreno ou de quem esteja em
concheiros, birbigueiras ou sernambis, e bem assim dos uso e gôzo desse direito.
sítios, inscrições e objetos enumerados nas alíneas b, § 1º As escavações devem ser necessàriamente
c e d do artigo anterior, antes de serem devidamente executadas sob a orientação do permissionário, que
pesquisados, respeitadas as concessões anteriores e não responderá, civil, penal e administrativamente, pelos
caducas. prejuízos que causar ao Patrimônio Nacional ou a
terceiros.
Art 4º Tôda a pessoa, natural ou jurídica que, na data da § 2º As escavações devem ser realizadas de acôrdo com
publicação desta lei, já estiver procedendo, para fins as condições estipuladas no instrumento de permissão,
econômicos ou outros, à exploração de jazidas não podendo o responsável, sob nenhum pretexto,
arqueológicas ou pré-históricas, deverá comunicar à impedir a inspeção dos trabalhos por delegado
especialmente designado pela Diretoria do Patrimônio escavações, os indícios que determinaram a escolha do
Histórico e Artístico Nacional, quando fôr julgado local e, posteriormente, uma súmula dos resultados
conveniente. obtidos e do destino do material coletado.
§ 3º O permissionário fica obrigado a informar à Diretoria
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,
trimestralmente, sôbre o andamento das escavações, CAPÍTULO IV
salvo a ocorrência de fato excepcional, cuja notificação Das descobertas fortuitas
deverá ser feita imediatamente, para as providências
cabíveis. Art 17. A posse e a salvaguarda dos bens de natureza
arqueológica ou pré-histórica constituem, em princípio,
Art 12. O Ministro da Educação e Cultura poderá cassar direito imanente ao Estado.
a permissão, concedida, uma vez que:
a) não sejam cumpridas as prescrições da presente lei e Art 18. A descoberta fortuita de quaisquer elementos de
do instrumento de concessão da licença; interêsse arqueológico ou pré-histórico, histórico, artístico
b) sejam suspensos os trabalhos de campo por prazo ou numismático, deverá ser imediatamente comunicada à
superior a doze (12) meses, salvo motivo de fôrça maior, Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ou
devidamente comprovado; aos órgãos oficiais autorizados, pelo autor do achado ou
c) no caso de não cumprimento do § 3º do artigo anterior. pelo proprietário do local onde tiver ocorrido.
Parágrafo único. Em qualquer dos casos acima Parágrafo único. O proprietário ou ocupante do imóvel
enumerados, o permissionário não terá direito à onde se tiver verificado o achado, é responsável pela
indenização alguma pelas despesas que tiver efetuado. conservação provisória da coisa descoberta, até
pronunciamento e deliberação da Diretoria do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional.
CAPÍTULO III
Das escavações arqueológicas realizadas por Art 19. A infringência da obrigação imposta no artigo
instituições, científicas especializadas da União dos anterior implicará na apreensão sumária do achado, sem
Estados e dos Municípios prejuízo da responsabilidade do inventor pelos danos que
vier a causar ao Patrimônio Nacional, em decorrência da
Art 13. A União, bem como os Estados e Municípios omissão.
mediante autorização federal, poderão proceder a
escavações e pesquisas, no interêsse da arqueologia e
da pré-história em terrenos de propriedade particular, CAPÍTULO V
com exceção das áreas muradas que envolvem Da remessa, para o exterior, de objetos de interêsse
construções domiciliares. arqueológico ou pré-histórico, histórico, numismático
Parágrafo único. À falta de acôrdo amigável com o ou artístico
proprietário da área onde situar-se a jazida, será esta
declarada de utilidade pública e autorizada a sua Art 20. Nenhum objeto que apresente interêsse
ocupação pelo período necessário à execução dos arqueológico ou pré-histórico, numismático ou artístico
estudos, nos têrmos do art. 36 do Decreto-lei nº 3.365, de poderá ser transferido para o exterior, sem licença
21 de junho de 1941. expressa da Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional, constante de uma "guia" de liberação na qual
Art 14. No caso de ocupação temporária do terreno, para serão devidamente especificados os objetos a serem
realização de escavações nas jazidas declaradas de transferidos.
utilidade pública, deverá ser lavrado um auto, antes do
início dos estudos, no qual se descreva o aspecto exato Art 21. A inobservância da prescrição do artigo anterior
do local. implicará na apreensão sumária do objeto a ser
§ 1º Terminados os estudos, o local deverá ser transferido, sem prejuízo das demais cominações legais a
restabelecido, sempre que possível, na sua feição que estiver sujeito o responsável.
primitiva. Parágrafo único. O objeto apreendido, razão dêste artigo,
§ 2º Em caso de escavações produzirem a destruição de será entregue à Diretoria do Patrimônio Histórico e
um relêvo qualquer, essa obrigação só terá cabimento Artístico Nacional.
quando se comprovar que, dêsse aspecto particular do
terreno, resultavam incontestáveis vantagens para o
proprietário. CAPÍTULO VI
Disposições Gerais
Art 15. Em casos especiais e em face do significado
arqueológico excepcional das jazidas, poderá ser Art 22. O aproveitamento econômico das jazidas, objeto
promovida a desapropriação do imóvel, ou parte dêle, por desta lei, poderá ser realizado na forma e nas condições
utilidade pública, com fundamento no art. 5º, alíneas prescritas pelo Código de Minas, uma vez concluída a
K e L do Decreto-lei nº 3.365, de 21 de junho de 1941. sua exploração científica, mediante parecer favorável da
Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ou
Art 16. Nenhum órgão da administração federal, dos do órgão oficial autorizado.
Estados ou dos Municípios, mesmo no caso do art. 28 Parágrafo único. De tôdas as jazidas será preservada
desta lei, poderá realizar escavações arqueológicas ou sempre que possível ou conveniente, uma parte
pré-históricas, sem prévia comunicação à Diretoria do significativa, a ser protegida pelos meios convenientes,
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, para fins de como blocos testemunhos.
registro no cadastro de jazidas arqueológicas.
Parágrafo único. Dessa comunicação deve constar, Art 23. O Conselho de Fiscalização das Expedições
obrigatòriamente, o local, o tipo ou a designação da Artísticas e Científicas encaminhará à Diretoria do
jazida, o nome do especialista encarregado das Patrimônio Histórico e Artístico Nacional qualquer pedido
III - opinar sobre os planos de ação e as propostas II - preparar o despacho de expediente pessoal do
referentes ao processo de acompanhamento e avaliação Presidente do IPHAN e ocupar-se do preparo e do
da execução das agendas do IPHAN; despacho de seu expediente administrativo;
IV - examinar, opinar e decidir sobre as questões III - preparar o despacho de expediente institucional;
relacionadas à proteção e à defesa dos bens culturais; IV - apoiar na articulação e na interlocução do Presidente
V - apreciar as propostas de edição de normas de âmbito do IPHAN com os Departamentos, as Superintendências,
nacional; as Unidades Especiais e com o público externo;
VI - aprovar o regimento interno do IPHAN e zelar pelo V - apoiar e coordenar as atividades da Coordenação-
seu cumprimento; Geral de Licenciamento Ambiental;
VII - analisar, discutir e decidir sobre as matérias VI - apoiar e secretariar as reuniões da Diretoria
relativas: Colegiada, do Conselho Consultivo e do Comitê Gestor; e
a) ao plano anual, ao plano plurianual, à proposta VII - gerenciar os canais de atendimento ao cidadão, nos
orçamentária e ao desenvolvimento institucional, de termos da Lei n° 12.527, de 18 de novembro de 2011.
forma a estabelecer as metas e os indicadores de
desempenho dos planos, dos programas, dos projetos e Art. 16.À Coordenação-Geral de Licenciamento
das atividades; Ambiental compete:
b) à remuneração relativa a serviços, aluguéis, produtos, I - assessorar o Presidente do IPHAN nas questões
permissões, cessões, operações e ingressos; relativas ao licenciamento ambiental;
c) ao valor das multas estabelecidas na legislação de II - coordenar, participar e propor as diretrizes para a
proteção ao patrimônio cultural; implementação de política nacional para a proteção aos
d) aos critérios e aos procedimentos de fiscalização e bens culturais acautelados, no âmbito dos licenciamentos
aplicação de penalidades; ambientais, pela legislação federal sob a
e) às políticas administrativas internas e de gestão e responsabilidade da União, dos Estados, do Distrito
desenvolvimento de pessoas; Federal e dos Municípios, de forma articulada com os
f) às fontes de recursos para viabilização das ações Departamentos e as Superintendências;
institucionais; e III - promover a articulação institucional do IPHAN com os
g) ao relatório anual e à prestação de contas; demais órgãos e entidades públicos envolvidos nos
VIII - assessorar o Presidente do IPHAN; e processos de licenciamento ambiental; e
IX - apoiar, prestar assistência técnica, orientar, IV - apoiar, coordenar, orientar, monitorar e supervisionar
acompanhar e supervisionar as unidades do IPHAN no as ações das unidades do IPHAN no que se refere à
exercício de suas atribuições. participação no processo de avaliação de impacto aos
bens acautelados no âmbito do licenciamento ambiental.
Art. 13.Ao Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural
compete examinar, apreciar e decidir questões
relacionadas com: Seção III
I - o tombamento e a rerratificação de tombamento; Dos órgãos seccionais
II - o registro do patrimônio de natureza imaterial e a sua
revalidação; e Art. 17.À Procuradoria Federal junto ao IPHAN, órgão de
III - a saída temporária de bens acautelados pela União. execução da Procuradoria-Geral Federal, compete:
Parágrafo único.A critério do Presidente do IPHAN, I - representar judicial e extrajudicialmente o IPHAN,
poderão ser levadas ao Conselho Consultivo do observadas as normas estabelecidas pela Procuradoria-
Patrimônio Cultural, em caráter consultivo, outras Geral Federal;
questões relevantes. II - orientar a execução da representação judicial do
IPHAN, quando ela estiver sob a responsabilidade dos
Art. 14.Ao Comitê Gestor compete: demais órgãos de execução da Procuradoria-Geral
I - propor as diretrizes e as estratégias para a Política Federal;
Nacional de Patrimônio Cultural e para o Sistema III - exercer atividades de consultoria e assessoramento
Nacional de Patrimônio Cultural; jurídicos no âmbito do IPHAN, aplicando, no que couber,
II - propor as diretrizes para: o disposto no art. 11 da Lei Complementar nº 73, de 10
a) o planejamento estratégico e a gestão estratégica do de fevereiro de 1993;
IPHAN; e IV - auxiliar os demais órgãos de execução da
b) a política de gestão de pessoas e a implementação de Procuradoria-Geral Federal na apuração de liquidez e
mecanismos destinados ao seu desenvolvimento; certeza dos créditos, de qualquer natureza, relativas às
III - colaborar na formulação de diretrizes para normas atividades do IPHAN, para inscrição em dívida ativa e
internas de âmbito nacional; cobrança;
IV - elaborar e propor alterações no regimento interno; e V - zelar pela observância da Constituição, das leis e dos
V - apreciar outros assuntos que lhe sejam submetidos atos emanados dos Poderes Públicos, sob a orientação
pela Diretoria Colegiada. normativa da Advocacia-Geral da União e da
Procuradoria-Geral Federal;
VI - coordenar e supervisionar, técnica e
Seção II administrativamente, os órgãos descentralizados; e
Dos órgãos de assistência direta e imediata ao VII - encaminhar à Advocacia-Geral da União ou à
Presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Procuradoria-Geral Federal, conforme o caso, pedido de
Artístico Nacional apuração de falta funcional praticada por seus membros.
XIII - apoiar a execução das ações de cooperação, IX - assinar os atos de tombamento de bens culturais,
fomento e promoção, com vistas à preservação, à conforme deliberação do Conselho Consultivo do
salvaguarda e à difusão do patrimônio cultural. Patrimônio Cultural, e submetê-los à homologação do
Ministro de Estado da Cultura;
X - determinar o registro dos bens culturais de natureza
Seção VI imaterial, conforme deliberação do Conselho Consultivo
Das Unidades Especiais do Patrimônio Cultural;
XI - autorizar a saída temporária do País de bens
Art. 25.Às Unidades Especiais, subordinadas aos acautelados pela União; e
Departamentos, competem a coordenação, o XII - reexaminar e decidir, em última instância, as
planejamento, a operacionalização e a execução das questões relacionadas com a proteção e com a defesa
ações do IPHAN no âmbito de suas atribuições, de dos bens culturais.
acordo com as diretrizes da Diretoria Colegiada e com as Parágrafo único. As atribuições a que se referem os
normas do IPHAN. incisos I, II, IV, VI e VIII do caput poderão ser delegadas.
§ 1ºAo Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular
compete a gestão dos acervos sob a sua guarda, Art. 27.Aos Diretores, Superintendentes e Diretores de
relacionados com as expressões e as manifestações do Unidades Especiais incumbe:
folclore e da cultura popular,a realização de ações I - supervisionar, planejar, coordenar, orientar,
educativas e expositivas, e a produção de conhecimento acompanhar e avaliar a execução dos assuntos sob a sua
nas áreas do folclore, das artes, dos saberes e dos responsabilidade;
fazeres da cultura popular. II - assistir o Presidente, em sua área de atuação, no
§ 2ºAo Centro Nacional de Arqueologia compete a gestão gerenciamento, no monitoramento e na avaliação das
do patrimônio arqueológico do País , o registro e o ações do IPHAN; e
cadastro dos sítios arqueológicos, a publicação das III - exercer outras atribuições que lhes forem cometidas
autorizações para as pesquisas arqueológicas, e a gestão pelo Presidente do IPHAN.
dos bens móveis arqueológicos.
§ 3ºAo Centro Cultural Sítio Roberto Burle Marx compete
a gestão dos acervos sob a sua guarda, e a pesquisa, a CAPÍTULO VII
divulgação e a difusão da memória e do trabalho de DO PATRIMÔNIO E DOS RECURSOS FINANCEIROS
Roberto Burle Marx.
§ 4ºAo Centro Cultural do Patrimônio - Paço Imperial Art. 28.Constituem patrimônio do IPHAN:
compete a promoçãoe a difusão do patrimônio cultural, I - os acervos das extintas Secretarias do Patrimônio
por meio de atividades expositivas e educativas. Histórico e Artístico Nacional - SPHAN e da Fundação
§ 5ºAo Centro Lucio Costa compete a promoção das Nacional Pró-Memória - PRÓ-MEMÓRIA;
atividades formativas e de pesquisa aplicada na área do II - os bens e direitos que lhe foram transferidos na forma
patrimônio cultural. da lei, decorrentes da extinta Rede Ferroviária Federal
§ 6ºAo Centro de Documentação do Patrimônio compete S.A. - RFFSA; e
a gestão documental e do conhecimento do patrimônio III - os bens e direitos que adquirir e aqueles que lhe
cultural no IPHAN. forem doados.
administração dos bens que estejam sob sua guarda e Art. 33.O IPHAN atuará em articulação com os órgãos e
responsabilidade. as entidades da administração pública federal, direta e
indireta, com os Estados, os Municípios, o Distrito Federal
Art. 32.O regimento interno do IPHAN definirá o e com a sociedade civil organizada para a consecução de
detalhamento dos órgãos integrantes de sua estrutura seus objetivos finalísticos, de acordo com as diretrizes da
organizacional, as competências das respectivas política cultural definidas em ato do Ministro de Estado da
unidades e as atribuições de seus dirigentes. Cultura.
ANEXO II
COORDENAÇÃO-GERAL DE
1 Coordenador-Geral DAS 101.4
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Divisão 1 Chefe DAS 101.2
DEPARTAMENTO DE
PLANEJAMENTO E 1 Diretor DAS 101.5
ADMINISTRAÇÃO
1 Assessor FCPE 102.4
Coordenação-Geral de
1 Coordenador-Geral FCPE 101.4
Planejamento e Orçamento
Coordenação 1 Coordenador FCPE 101.3
Serviço 1 Chefe DAS 101.1
Serviço 1 Chefe FCPE 101.1
Coordenação 1 Coordenador FCPE 101.3
Coordenação 1 Coordenador DAS 101.3
Divisão 1 Chefe DAS 101.2
Coordenação-Geral de Logística,
1 Coordenador-Geral FCPE 101.4
Convênios e Contratos
Coordenação 1 Coordenador DAS 101.3
Divisão 1 Chefe DAS 101.2
Coordenação 1 Coordenador FCPE 101.3
Divisão 1 Chefe DAS 101.2
Coordenação 1 Coordenador FCPE 101.3
Coordenação 1 Coordenador DAS 101.3
Divisão 1 Chefe DAS 101.2
Coordenação-Geral de Gestão de
1 Coordenador-Geral FCPE 101.4
Pessoas
Coordenação 1 Coordenador DAS 101.3
Divisão 1 Chefe DAS 101.2
Divisão 1 Chefe FCPE 101.2
Coordenação 1 Coordenador FCPE 101.3
Coordenação 1 Coordenador DAS 101.3
Divisão 1 Chefe DAS 101.2
Divisão 1 Chefe DAS 101.2
Coordenação-Geral de Tecnologia
1 Coordenador-Geral FCPE 101.4
da Informação
Divisão 1 Chefe FCPE 101.2
Divisão 1 Chefe FCPE 101.2
DEPARTAMENTO DO
PATRIMÔNIO MATERIAL E 1 Diretor DAS 101.5
FISCALIZAÇÃO
1 AssistenteTécnico DAS 102.1
Coordenação-Geral de Identificação
1 Coordenador-Geral FCPE 101.4
e Reconhecimento
Coordenação 1 Coordenador FCPE 101.3
Coordenação-Geral de
1 Coordenador-Geral DAS 101.4
Normatizaçãoe Gestão de Território
Coordenação 1 Coordenador DAS 101.3
Coordenação 1 Coordenador FCPE 101.3
Coordenação-Geral de
1 Coordenador-Geral FCPE 101.4
Conservação
Coordenação 1 Coordenador FCPE 101.3
Coordenação 1 Coordenador FCPE 101.3
Coordenação-Geral de Autorização
1 Coordenador-Geral FCPE 101.4
e Fiscalização
Coordenação 1 Coordenador DAS 101.3
Coordenação 1 Coordenador DAS 101.3
DEPARTAMENTO DO
1 Diretor DAS 101.5
PATRIMÔNIO IMATERIAL
Coordenação 1 Coordenador DAS 101.3
Serviço 1 Chefe DAS 101.1
Coordenação-Geral de Identificação
1 Coordenador-Geral DAS 101.4
e Registro
Divisão 1 Chefe FCPE 101.2
Coordenação 1 Coordenador DAS 101.3
Coordenação-Geral de Promoção e
1 Coordenador-Geral FCPE 101.4
Sustentabilidade
Coordenação 1 Coordenador FCPE 101.3
DEPARTAMENTO DE
1 Diretor DAS 101.5
COOPERAÇÃO E FOMENTO
Divisão 1 Chefe DAS 101.2
Serviço 1 Chefe FCPE 101.1
Coordenação-Geral de Cooperação
1 Coordenador-Geral DAS 101.4
Nacional
Coordenação 1 Coordenador FCPE 101.3
Coordenação-Geral de Cooperação
1 Coordenador-Geral DAS 101.4
Internacional
Divisão 1 Chefe FCPE 101.2
DEPARTAMENTO DE PROJETOS
1 Diretor DAS 101.5
ESPECIAIS
1 Assistente Técnico DAS 102.1
1 Assistente Técnico DAS 102.1
Coordenação-Geral de Gestão de
1 Coordenador-Geral DAS 101.4
Projetos
Coordenação 1 Coordenador DAS 101.3
Coordenação 1 Coordenador DAS 101.3
Divisão 1 Chefe DAS 101.2
SUPERINTENDÊNCIA DO IPHAN
1 Superintendente DAS 101.4
NO ESTADO DE PERNAMBUCO
Coordenação Administrativa 1 Coordenador DAS 101.3
Coordenação Técnica 1 Coordenador DAS 101.3
Divisão 1 Chefe DAS 101.2
Escritório Técnico de Igarassu 1 Chefe DAS 101.1
Escritório Técnico de Olinda 1 Chefe DAS 101.2
Escritório Técnico do Parque
Histórico Nacional dos 1 Chefe DAS 101.2
Guararapes/Fernando de Noronha
SUPERINTENDÊNCIA DO IPHAN
1 Superintendente DAS 101.4
NO ESTADO DE MINAS GERAIS
Coordenação Administrativa 1 Coordenador DAS 101.3
Coordenação Técnica 1 Coordenador DAS 101.3
Divisão 1 Chefe DAS 101.2
Escritório Técnico de Congonhas 1 Chefe DAS 101.2
Escritório Técnico de Diamantina 1 Chefe DAS 101.2
Escritório Técnico de Ouro Preto 1 Chefe DAS 101.2
Escritório Técnico de Serro 1 Chefe DAS 101.1
Escritório Técnico de Mariana 1 Chefe DAS 101.1
SUPERINTENDÊNCIA DO IPHAN
1 Superintendente DAS 101.4
NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Coordenação Administrativa 1 Coordenador DAS 101.3
Coordenação Técnica 1 Coordenador DAS 101.3
Divisão 1 Chefe DAS 101.2
Escritório Técnico do Médio Vale do
1 Chefe DAS 101.1
Paraíba Vassouras
Escritório Técnico da Região dos
1 Chefe DAS 101.1
Lagos -São Pedro D’Aldeia
Escritório Técnico da Região
1 Chefe DAS 101.1
Serrana -Petrópolis
Escritório Técnico do Litoral Sul -
1 Chefe DAS 101.1
Paraty
SUPERINTENDÊNCIA DO IPHAN
1 Superintendente DAS 101.4
NO ESTADO DA BAHIA
Coordenação Administrativa 1 Coordenador DAS 101.3
Coordenação Técnica 1 Coordenador DAS 101.3
Divisão 1 Chefe DAS 101.2
Escritório Técnico de Porto Seguro 1 Chefe DAS 101.2
Escritório Técnico de Cachoeira 1 Chefe DAS 101.1
Escritório Técnico de Lençois 1 Chefe DAS 101.1
Escritório Técnico de Rio de Contas 1 Chefe DAS 101.1
SUPERINTENDÊNCIA DO IPHAN
1 Superintendente DAS 101.4
NO ESTADO DE SÃO PAULO
Coordenação Administrativa 1 Coordenador DAS 101.3
Coordenação Técnica 1 Coordenador DAS 101.3
Escritório Técnico do Vale do
1 Chefe DAS 101.1
Ribeira -Iguape
SUPERINTENDÊNCIA DO IPHAN
1 Superintendente DAS 101.4
NO ESTADO DO PARÁ
Coordenação Administrativa 1 Coordenador DAS 101.3
Coordenação Técnica 1 Coordenador DAS 101.3
SUPERINTENDÊNCIA DO IPHAN
1 Superintendente DAS 101.4
NO DISTRITO FEDERAL
Coordenação Administrativa 1 Coordenador DAS 101.3
Coordenação Técnica 1 Coordenador DAS 101.3
SUPERINTENDÊNCIA DO IPHAN
NO ESTADO DO RIO GRANDE DO 1 Superintendente DAS 101.4
SUL
Coordenação Administrativa 1 Coordenador DAS 101.3
Coordenação Técnica 1 Coordenador DAS 101.3
Parque Histórico Nacional das
1 Chefe DAS 101.2
Missões
SUPERINTENDÊNCIA DO IPHAN
1 Superintendente DAS 101.4
NO ESTADO DE GOIÁS
Coordenação Administrativa 1 Coordenador DAS 101.3
Coordenação Técnica 1 Coordenador DAS 101.3
Escritório Técnico de Goiás 1 Chefe DAS 101.2
Escritório Técnico de Pirenópolis 1 Chefe DAS 101.1
SUPERINTENDÊNCIA DO IPHAN
1 Superintendente DAS 101.4
NO ESTADO DO MARANHÃO
Coordenação Administrativa 1 Coordenador DAS 101.3
Coordenação Técnica 1 Coordenador DAS 101.3
Escritório Técnico de Alcântara 1 Chefe DAS 101.1
SUPERINTENDÊNCIA DO IPHAN
1 Superintendente DAS 101.4
NO ESTADO DO AMAZONAS
Coordenação Administrativa 1 Coordenador DAS 101.3
Coordenação Técnica 1 Coordenador DAS 101.3
SUPERINTENDÊNCIA DO IPHAN
1 Superintendente DAS 101.3
NO ESTADO DA PARAÍBA
Divisão Administrativa 1 Chefe DAS 101.2
Divisão Técnica 1 Chefe DAS 101.2
Escritório Técnico de Areia 1 Chefe DAS 101.1
SUPERINTENDÊNCIA DO IPHAN
1 Superintendente DAS 101.3
NO ESTADO DO PIAUÍ
Divisão Administrativa 1 Chefe DAS 101.2
Divisão Técnica 1 Chefe DAS 101.2
Escritório Técnico de Parnaíba 1 Chefe DAS 101.1
Escritório Técnico de São Raimundo
1 Chefe DAS 101.2
Nonato
SUPERINTENDÊNCIA DO IPHAN
1 Superintendente DAS 101.3
NO ESTADO DO PARANÁ
Divisão Administrativa 1 Chefe DAS 101.2
Divisão Técnica 1 Chefe DAS 101.2
SUPERINTENDÊNCIA DO IPHAN
1 Superintendente DAS 101.3
NO ESTADO DE RONDÔNIA
Divisão Administrativa 1 Chefe DAS 101.2
Divisão Técnica 1 Chefe DAS 101.2
SUPERINTENDÊNCIA DO IPHAN
NO ESTADO DE SANTA 1 Superintendente DAS 101.3
CATARINA
Divisão Administrativa 1 Chefe DAS 101.2
SUPERINTENDÊNCIA DO IPHAN
1 Superintendente DAS 101.3
NO ESTADO DE SERGIPE
Divisão Administrativa 1 Chefe DAS 101.2
Divisão Técnica 1 Chefe DAS 101.2
Escritório Técnico de São Cristóvão 1 Chefe DAS 101.1
SUPERINTENDÊNCIA DO IPHAN
1 Superintendente DAS 101.3
NO ESTADO DE ALAGOAS
Divisão Administrativa 1 Chefe DAS 101.2
Divisão Técnica 1 Chefe DAS 101.2
Escritório Técnico do Alto Sertão -
1 Chefe DAS 101.1
Piranhas
SUPERINTENDÊNCIA DO IPHAN
1 Superintendente DAS 101.3
NO ESTADO DO CEARÁ
Divisão Administrativa 1 Chefe DAS 101.2
Divisão Técnica 1 Chefe DAS 101.2
Escritório Técnico de Sobral 1 Chefe DAS 101.1
Escritório Técnico de Icó 1 Chefe DAS 101.1
SUPERINTENDÊNCIA DO IPHAN
NO ESTADO DO ESPÍRITO 1 Superintendente DAS 101.3
SANTO
Divisão Administrativa 1 Chefe DAS 101.2
Divisão Técnica 1 Chefe DAS 101.2
SUPERINTENDÊNCIA DO IPHAN
NO ESTADO DO MATO GROSSO 1 Superintendente DAS 101.3
DO SUL
Divisão Administrativa 1 Chefe DAS 101.2
Divisão Técnica 1 Chefe DAS 101.2
Escritório Técnico de Corumbá 1 Chefe DAS 101.1
SUPERINTENDÊNCIA DO IPHAN
1 Superintendente DAS 101.3
NO ESTADO DO AMAPÁ
Divisão Administrativa 1 Chefe DAS 101.2
Divisão Técnica 1 Chefe DAS 101.2
SUPERINTENDÊNCIA DO IPHAN
1 Superintendente DAS 101.3
NO ESTADO DO ACRE
Divisão Administrativa 1 Chefe DAS 101.2
Divisão Técnica 1 Chefe DAS 101.2
NO ESTADO DO TOCANTINS
SUPERINTENDÊNCIA DO IPHAN
1 Superintendente DAS 101.3
NO ESTADO DE RORAIMA
Divisão Administrativa 1 Chefe DAS 101.2
Divisão Técnica 1 Chefe DAS 101.2
SUPERINTENDÊNCIA DO IPHAN
NO ESTADO DO RIO GRANDE DO 1 Superintendente DAS 101.3
NORTE
Divisão Administrativa 1 Chefe DAS 101.2
Divisão Técnica 1 Chefe DAS 101.2
SUPERINTENDÊNCIA DO IPHAN
1 Superintendente DAS 101.3
NO ESTADO DO MATO GROSSO
Divisão Administrativa 1 Chefe DAS 101.2
Divisão Técnica 1 Chefe DAS 101.2
CENTRO NACIONAL DE
FOLCLORE E CULTURA 1 Diretor DAS 101.4
POPULAR
Coordenação Administrativa 1 Coordenador DAS 101.3
Coordenação Técnica 1 Coordenador DAS 101.3
Divisão 1 Chefe FCPE 101.2
Divisão 1 Chefe FCPE 101.2
Divisão 1 Chefe DAS 101.2
Divisão 1 Chefe DAS 101.2
CENTRO NACIONAL DE
1 Diretor DAS 101.4
ARQUEOLOGIA
Serviço 1 Chefe DAS 101.1
Coordenação 1 Coordenador FCPE 101.3
Coordenação 1 Coordenador DAS 101.3
Coordenação 1 Coordenador DAS 101.3
CENTRO CULTURAL DO
1 Diretor DAS 101.3
PATRIMÔNIO - PAÇO IMPERIAL
Divisão Administrativa 1 Chefe FCPE 101.2
Divisão Técnica 1 Chefe FCPE 101.2
CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO
1 Diretor DAS 101.3
DO PATRIMÔNIO
Divisão 1 Chefe FCPE 101.2
Divisão 1 Chefe FCPE 101.2
Serviço 1 Chefe FCPE 101.1
50 FG-1
58 FG-2
63 FG-3
ANEXO III
DA SEGES/MP PARA O
IPHAN
CÓDIGO DAS - UNITÁRIO
VALOR
QTD.
TOTAL
DAS 101.5 5,04 1 5,04
DAS 101.4 3,84 2 7,68
DAS 101.2 1,27 1 1,27
SALDO DO REMANEJAMENTO 4 13,99
ANEXO IV
as disposições do Decreto-Lei nº 25/37, no tocante à Multa de vinte por cento sobre o valor do bem;
aplicação de multas por infrações contra o patrimônio Parágrafo único: A comunicação de que trata o inciso V
histórico e artístico nacional; Considerando a deverá ser feita por escrito, antes de ocorrido o(s)
necessidade de estabelecer procedimento específico dano(s).
para apuração das infrações e aplicação das penalidades
aos infratores do patrimônio cultural edificado; Art. 3º Sem prejuízo da penalidade de multa, haverá o
Considerando a necessidade de, em conformidade com a embargo da obra, assim considerada qualquer
Lei nº 9.784/99, estabelecer o rito para a tramitação e intervenção em andamento sem autorização do Iphan,
apreciação dos recursos contra a imposição das multas inclusive a colocação de equipamento publicitário, em
previstas no Decreto-Lei nº 25/37, no tocante ao bem edificado tombado.
patrimônio cultural edificado, resolve: Parágrafo único. No caso de resistência à execução da
penalidade prevista no caput, o embargo poderá ser
Art. 1º Regular os procedimentos para imposição de efetuado com a requisição de força policial.
penalidades decorrentes de infrações contra o patrimônio
cultural edificado, tipificadas no Decreto-Lei nº 25, de 30
de novembro de 1937, os meios de defesa dos autuados, CAPÍTULO II
o sistema recursal, bem como a forma de cobrança dos DA AÇÃO FISCALIZADORA
créditos decorrentes das infrações.
Seção I
Dos procedimentos iniciais
CAPÍTULO I
DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS AO Art. 4º Os agentes de fiscalização serão designados pelo
PATRIMÔNIO CULTURAL EDIFICADO Presidente do Iphan, entre os servidores do quadro de
pessoal da Autarquia, ocupantes de cargos técnicos de
Art 2º. São infrações administrativas às regras jurídicas nível superior, conforme indicação dos Superintendentes
de uso, gozo e proteção do patrimônio cultural edificado, Estaduais.
nos termos do que dispõem os artigos 13, 17, 18, 19, 20 Parágrafo único. Em caráter excepcional poderão ser
e 22 do Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937: designados como agentes de fiscalização servidores do
I – Destruir, demolir ou mutilar coisa tombada (art. 17 do quadro de pessoal do Iphan ocupantes de cargos de nível
Decreto-Lei nº 25/37): médio, desde que possuam mais de cinco anos de efetivo
Multa de cinqüenta por cento sobre o valor do dano e exercício no Iphan, na data de publicação desta Portaria.
reparação do dano;
II – Reparar, pintar ou restaurar coisa tombada sem Art. 5º A ação fiscalizadora será empreendida conforme o
prévia autorização do Iphan (art. 17 do Decreto-Lei nº Plano de Fiscalização elaborado pela Coordenação
25/37): Técnica de cada Superintendência Estadual.
Multa de cinqüenta por cento sobre o valor do dano e Parágrafo único. A observância do Plano de Fiscalização
reparação do dano; não será necessária quando houver notícia de ameaça ou
III – Realizar na vizinhança de coisa tombada construção de ocorrência de dano a bem cultural edificado
que lhe impeça ou reduza a visibilidade, sem prévia especialmente protegido que demande atuação imediata
autorização do Iphan (art. 18 do Decreto-Lei nº 25/37): dos agentes de fiscalização.
Multa de cinqüenta por cento sobre o valor da obra
irregularmente construída e demolição da obra; Art. 6º São instrumentos de fiscalização:
IV – Colocar sobre a coisa tombada ou na vizinhança I – Notificação para Apresentação de Documentos - NAD;
dela equipamento publicitário, como anúncios e cartazes, II – Auto de Infração – AI;
sem prévia autorização do Iphan (art. 18 do Decreto-Lei III – Termo de Embargo – TE.
nº 25/37):
Multa de cinqüenta por cento sobre o valor do
equipamento publicitário irregularmente colocado e Seção II
retirada do equipamento; Da Notificação para Apresentação de Documentos
V – Deixar o proprietário de coisa tombada de informar ao
Iphan a necessidade da realização de obras de Art. 7º A NAD será expedida quando:
conservação e reparação que o referido bem requeira, na I - for constatada, em bem tombado edificado e/ou em
hipótese dele, proprietário, não possuir recursos seu entorno, em conjunto ou individualmente, a
financeiros para realizá-las (art. 19 do Decreto-Lei nº realização de intervenção cujo projeto não tenha sido
25/37): aprovado pelo Iphan e não seja possível, de plano,
Multa correspondente ao dobro do dano decorrente da constatar a ocorrência do dano, ou:
omissão do proprietário. II – houver incerteza sobre autoria ou algum elemento
VI - Deixar o adquirente de bem tombado de fazer, no que componha a materialidade de infração ao patrimônio
prazo de 30 (trinta) dias, o devido registro no Cartório de cultural edificado e seja necessária a apresentação de
Registro de Imóveis, ainda que se trate de transmissão informações complementares por parte do notificado.
judicial ou causa mortis (art. 13, §1º do Decreto-Lei nº § 1º A NAD deverá indicar de forma clara e precisa quais
25/37): as informações e/ou documentos devem ser
Multa de dez por cento sobre o valor do bem; apresentados pelo notificado.
VII - Deixar o adquirente de bem edificado tombado, no § 2º O prazo para o notificado apresentar as informações
prazo de 30 (trinta) dias, de comunicar ao Iphan a e/ou documentos requeridos na NAD será de 5 (cinco)
transferência do bem: (art. 13, § 3º do Decreto-Lei nº dias, podendo ser prorrogado por igual período.
25/37) Multa de dez por cento sobre o valor do bem; § 3º O não cumprimento da notificação no prazo
VIII – Alienar bem edificado tombado sem observar o estabelecido pressupõe a ocorrência do dano e
direito de preferência da União, Estados e Municípios (art. acarretará o embargo da obra, seguido da lavratura do AI.
22, § 2º do Decreto-Lei nº 25/37):
Estadual, desde que tempestivamente requerido e § 2º Anulado o Auto de Infração com lavratura de outro
devidamente justificado pelo autuado. para apuração do mesmo ilícito, o processo findo deverá
§ 4º A decisão do Superintendente que deferir a ser apensado ao novo procedimento instaurado.
prorrogação de prazo deverá ser motivada e registrada
nos autos do processo administrativo. Art. 27. O erro no enquadramento legal é irregularidade
formal que não acarreta a nulidade do AI e pode ser
Art. 20. A defesa do autuado poderá ser feita por ele corrigido de ofício pela Autoridade Julgadora.
diretamente, ou por intermédio de representante legal, Parágrafo único. Havendo correção no enquadramento
sendo obrigatória, nesta hipótese, a apresentação do legal, será dada ciência ao autuado, sendo-lhe devolvido
correspondente instrumento de mandato. o prazo para defesa.
Parágrafo único. O autuado, ou seu representante legal,
acompanharão o procedimento administrativo e poderão Art. 28. Na análise do processo administrativo poderão
ter vista dos autos na repartição, bem como deles extrair, ser solicitadas pela Autoridade Julgadora outras
mediante o pagamento da despesa correspondente, as informações julgadas necessárias para o melhor
cópias que desejarem. esclarecimento dos fatos.
Parágrafo único. Vindo aos autos novas informações e/ou
Art. 21. Apresentada a defesa, será verificada sua documentos solicitados pela Autoridade Julgadora, o
tempestividade com aposição de certidão nos autos. autuado será intimado para sobre eles manifestarse, no
Parágrafo único. Para fins de verificação da prazo de 10 (dez) dias.
tempestividade, considera-se protocolada a defesa na
data de postagem, quando enviada pelos Correios. Art. 29. Poderá a Autoridade Julgadora solicitar a
manifestação da Procuradoria Federal, desde que sejam
Art. 22. Não havendo apresentação de defesa no prazo explicitadas, de forma clara e objetiva, as questões
legal, este fato será certificado pela Autoridade Julgadora jurídicas a serem esclarecidas.
no respectivo processo administrativo. Parágrafo único. O prazo para manifestação da
Procuradoria Federal é de 15 (quinze) dias contados do
recebimento do processo administrativo.
Seção II
Da Autoridade Julgadora Art. 30. Não havendo outros atos instrutórios a serem
praticados, a Autoridade Julgadora requererá à
Art. 23. Compete à Autoridade Julgadora decidir em Coordenação Técnica o preenchimento da Ficha de
primeira instância sobre os Autos de Infração lavrados Avaliação.
pelos agentes de fiscalização, confirmando-os ou não, §1º A Ficha de Avaliação será preenchida de acordo com
cabendo-lhe ainda, caso julgue procedente a autuação, modelo aprovado pelo Depam e deverá conter a
indicar o valor da multa, nos termos da legislação descrição do dano, construção irregular ou equipamento
aplicável. publicitário, bem como o valor estimado destes.
§ 2º No caso das infrações tipificadas nos incisos VI, VII e
Art. 24. As Autoridades Julgadoras e respectivos VIII do art. 2º, a Ficha de Avaliação conterá apenas a
substitutos serão designadas por Portaria expedida pelos descrição do bem e o respectivo valor.
Superintendentes Estaduais, entre os servidores § 3º A Ficha de Avaliação deverá ser juntada ao processo
ocupantes de cargos de nível superior do quadro de administrativo.
pessoal do Iphan.
§ 1º Os Superintendentes Estaduais poderão designar
para o exercício das atribuições previstas no caput mais Seção IV
de um servidor, fora os substitutos, inclusive os Chefes Do julgamento
dos Escritórios Técnicos.
§ 2º Na hipótese de serem designados dois ou mais Art. 31. Verificada a regularidade formal do processo e
servidores para atuarem simultaneamente como estando ele devidamente instruído, competirá à
autoridades julgadoras na mesma Superintendência Autoridade Julgadora proferir decisão no prazo de 30
Estadual, os processos ser-lhes-ão distribuídos por (trinta) dias.
sorteio ou segundo critérios objetivos, a serem definidos
pelo Depam. Art. 32 A decisão da Autoridade Julgadora conterá:
I - o relatório resumido da autuação e da defesa;
II - a indicação dos fundamentos da penalidade imposta,
Seção III ou da nulidade do AI, ou da improcedência da autuação;
Da instrução III- a indicação do valor da multa.
Parágrafo único. O valor da multa será calculado tendo-
Art. 25. Recebido o processo administrativo pela se por parâmetro o valor do bem, ou do dano, ou da obra
Autoridade Julgadora e transcorrido o prazo para defesa, ou do equipamento publicitário, conforme estimativa
competirá a ela verificar-lhe a regularidade formal. constante na Ficha de Avaliação referida no art. 30.
Art. 26. As incorreções ou omissões do AI não Art. 33. Confirmado o AI e fixado o valor da multa, o
acarretarão sua nulidade, quando deste constarem autuado será intimado para pagá-la no prazo de 10 (dez)
elementos suficientes para determinar a infração e dias ou, querendo, apresentar recurso.
possibilitar a defesa do autuado. § 1º A intimação conterá a advertência de que o não
§ 1º Observado erro ou omissão que implique a nulidade pagamento da multa no prazo assinalado, sem a
do AI, tal circunstância será declarada por ocasião do interposição de recurso, acarretará a inclusão do autuado
julgamento e dessa decisão será dada ciência ao agente no Cadastro Informativo de créditos não quitados do setor
autuante. público federal – Cadin, bem como a inscrição do crédito
correspondente na Dívida Ativa e respectiva execução, Art. 42. Em qualquer fase da instância recursal, poderá
nos termos da Lei nº 6.830, de 28 de novembro de 1980. ser instada a Procuradoria Federal junto ao Iphan a emitir
§ 2º A intimação será realizada por via postal com aviso parecer, desde que seja indicada de modo específico a
de recebimento ou outro meio válido que assegure a questão jurídica a ser esclarecida.
certeza de sua ciência, devendo o aviso de recebimento
ser juntado aos autos.
§ 3º O prazo para o pagamento da multa será contado a Seção II
partir da data de recebimento da intimação, constante no Do recurso para o Presidente
aviso de recebimento, ou da ciência do autuado, caso a
intimação não se tenha realizado por via postal. Art. 43. Da decisão proferida pelo Superintendente
§ 4º Caberá à Autoridade Julgadora realizar a intimação Estadual caberá recurso ao Presidente, no prazo de 10
do autuado. (dez) dias.
Parágrafo único. O recurso será dirigido ao
Art. 34. Acolhida a defesa, o Auto de infração será Superintendente Estadual, observado, em relação a seu
considerado improcedente e dessa decisão será dada trâmite e instrução, o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 35 e
ciência ao autuado, bem como ao agente de fiscalização nos arts. 36, 37 e 38, naquilo que lhe for aplicável.
responsável pela lavratura do documento em questão.
Art. 44. Recebido o recurso, o Presidente o encaminhará
ao Depam para manifestação.
CAPÍTULO V
DOS RECURSOS Art. 45. A manifestação do Depam será apresentada por
meio de parecer técnico elaborado pela Câmara de
Seção I Análise de Recursos, que funcionará naquele
Do recurso para o Superintendente Estadual Departamento.
§ 1º A Câmara de Análise de Recursos será composta
Art. 35. O autuado poderá, no prazo de 10 (dez) dias, pelo Diretor do Depam, que a presidirá, e por quatro
contados da data da ciência do julgamento do AI, servidores designados por ele, totalizando cinco
apresentar recurso. membros.
§ 1º O recurso será dirigido à Autoridade Julgadora, a § 2º É de 25 (vinte e cinco) dias o prazo para que a
qual, se não reconsiderar a decisão no prazo de 5 (cinco) Câmara apresente o parecer técnico.
dias, o encaminhará ao Superintendente Estadual.
§ 2º O recurso poderá ser interposto utilizando-se Art. 46. Da decisão proferida pelo Presidente não cabe
formulário próprio, sendo que nas alegações o recorrente recurso.
deverá expor os fundamentos do pedido de reexame, Parágrafo único. Mantida a aplicação da penalidade de
podendo juntar os documentos que julgar convenientes. multa, o recorrente será intimado para, no prazo de 10
(dez) dias, efetuar o pagamento, observado, no que
Art. 36. O Superintendente Estadual poderá confirmar, couber, o disposto nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 33.
modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente a
decisão recorrida, devendo a sua decisão conter a
indicação dos fatos e fundamentos que a motivam. CAPÍTULO VI
§ 1º Verificando a necessidade de informações ou DOS TERMOS DE COMPROMISSO
pareceres complementares, o Superintendente Estadual
poderá solicitá-los ao setor competente, indicando os Art. 47. Poderá o Iphan, alternativamente à imposição de
pontos a serem esclarecidos. penalidade, firmar termo de compromisso de ajuste de
§ 2º Se da aplicação do disposto no caput deste artigo conduta, visando à adequação da conduta irregular às
puder decorrer gravame à situação do recorrente, este disposições legais.
deverá ser cientificado para que formule suas alegações
no prazo de 10 (dez) dias, contado do recebimento da Art. 48. O pedido para formalização do termo de
intimação. compromisso não será conhecido quando apresentado
após o julgamento do AI.
Art. 37. O recurso terá efeito suspensivo quanto à multa.
Art. 49. O termo de compromisso será firmado pelo
Art. 38. O recurso não será conhecido quando interposto Superintendente Estadual, após manifestação prévia da
fora do prazo. Coordenação Técnica e da Procuradoria Federal junto ao
Iphan.
Art. 39. É de 30 (trinta) dias o prazo para o § 1º As metas e compromissos objeto do termo referido
Superintendente Estadual proferir sua decisão, admitida a neste artigo deverão, no seu conjunto, ser compatíveis
prorrogação por igual período, desde que devidamente com as obrigações previstas nas normas de proteção do
justificada. patrimônio cultural e descumpridas pelo Administrado,
bem assim com a missão institucional do Iphan.
Art. 40. Mantida a aplicação da penalidade de multa, o § 2º Do termo de compromisso constará,
recorrente será intimado para, no prazo de 10 (dez) dias, necessariamente, o estabelecimento de multa pelo seu
efetuar o pagamento, ou querendo, apresentar recurso. descumprimento, cujo valor será correspondente, no
Parágrafo único. A intimação será realizada observando- mínimo, ao montante da penalidade que seria aplicada,
se o disposto nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 33. acrescido de 20%.
Art. 41. Na primeira instância, os processos aguardarão o Art. 50. Quando o valor da multa for superior a R$
prazo para interposição de recursos junto à Autoridade 50.000,00 (cinqüenta mil reais), a minuta do termo de
Julgadora. compromisso deverá ser previamente submetida à
aprovação do Depam e do Procurador-Chefe da III – não tendo sido confirmado o pagamento da multa, a
Procuradoria Federal junto ao Iphan. Superintendência deverá remeter os autos do processo
Parágrafo único. A minuta do termo deverá vir instruída administrativo à CGPLAN para inscrição do infrator no
com Nota Técnica da Procuradoria Federal junto à Cadin.
Superintendência e com Parecer da Coordenação IV – efetuada a inscrição no Cadin, o processo será
Técnica. devolvido à Superintendência Estadual, para, na
seqüência, ser encaminhado à unidade da Procuradoria
Art. 51. O julgamento do AI será sobrestado até decisão Federal junto ao Iphan encarregada do assessoramento
final sobre o pedido de formalização de termo de jurídico àquela Superintendência.
compromisso. V – certificada, por meio de despacho do Procurador
Federal incumbido da análise, a regularidade formal do
Art. 52. A Superintendência Estadual acompanhará o processo administrativo, a Procuradoria Federal junto ao
cumprimento das obrigações firmadas no termo de Iphan o encaminhará ao órgão de execução da
compromisso. Procuradoria-Geral Federal - PGF, no Estado de origem
§ 1º Cumprida integralmente a obrigação assumida pelo do débito, encarregado de proceder à inscrição do crédito
interessado, será elaborado relatório visando subsidiar a correspondente na Dívida Ativa e respectiva execução,
decisão da autoridade competente, que determinará o conforme disposto na Lei nº 11.457, de 16 de março de
arquivamento do processo administrativo correspondente. 2007, na Lei nº 6.830, de 28 de novembro de 1980 e na
§ 2º Descumprida total ou parcialmente a obrigação Portaria PGF nº 267, de 16 de março de 2009.
assumida, tal fato deverá ser imediatamente comunicado
à Procuradoria Federal junto ao Iphan para que promova Art. 56. Os débitos vencidos para com o Iphan serão
a execução judicial do termo de compromisso. acrescidos de juros e multa de mora, nos termos do art.
37-A da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002.
Art. 53. Os termos de compromisso firmados e todos os
documentos a ele relacionados, bem como os que vierem Art. 57. Havendo o recolhimento da multa, o autuado
a ser produzidos nas fases de acompanhamento da deverá encaminhar ao Iphan uma via do respectivo
execução do objeto do termo deverão ser juntados ao comprovante, devidamente autenticado e sem rasuras.
processo administrativo. Parágrafo único. Recebido o comprovante, a
Superintendência Estadual comunicará o fato por escrito
à CGPLAN, solicitando o arquivamento do processo.
CAPÍTULO VII
DA COBRANÇA DO DÉBITO
CAPÍTULO VIII
Art. 54. O não recolhimento da multa no prazo estipulado DISPOSIÇÕES FINAIS
no AI ou na decisão do Superintendente Estadual, sem
interposição de recurso, ou no prazo estabelecido em Art. 58. A receita proveniente da cobrança das multas
decisão irrecorrível na esfera administrativa implica o será destinada ao orçamento do Iphan e será empregada
vencimento do débito e acarretará a adoção das medidas na melhoria da atividade fiscalização.
destinadas a sua cobrança.
Art. 59. Os prazos fixados nesta Portaria contam-se na
Art. 55. Transcorrido o prazo para o pagamento da multa, forma dos arts. 66 e 67 da Lei nº 9.784/99.
serão adotadas as seguintes providências:
I – a Superintendência Estadual encaminhará à Art. 60. As intimações de que tratam o art. 40 e o § único
Coordenação-Geral de Planejamento e Orçamento – do art. 46 serão realizadas pela Superintendência
CGPLAN, do Departamento de Planejamento e Estadual à qual o processo administrativo estiver
Administração - DPA, extrato simplificado do débito, o vinculado.
qual deverá conter o número do processo administrativo
que lhe deu origem, o nome e o CPF/CNPJ do infrator e o Art. 61. São anexos desta Portaria os modelos de
valor da dívida. Notificação para Apresentação de Documentos – NAD,
II – a CGPLAN certificará, por meio de pesquisa no SIAFI, de Auto de Infração – AI, de Termo de Embargo – TE e o
o pagamento ou não do débito, comunicando o resultado formulário para a interposição de recursos.
à Superintendência, no prazo de 10 (dez) dias a partir do
recebimento do extrato referido no inciso I. Art. 62. Esta Portaria entra em vigor 60 (sessenta) dias
após a sua publicação.
para os projetos complementares, com elementos e Art. 6º Ao requerer a autorização para intervenção, o
informações necessárias e suficientes e nível de precisão interessado deverá apresentar os seguintes documentos:
adequado para caracterizar a intervenção e assegurar a I – para todas as categorias de intervenção:
viabilidade técnica e executiva do sistema proposto; a) formulário de requerimento de autorização de
XIII - Especificações: definição dos materiais, intervenção devidamente preenchido;
acabamentos e procedimentos de execução a serem b) cópia do CPF ou CNPJ do requerente e;
utilizados em obra, em especial revestimentos de pisos, c) cópia de documento que comprove a posse ou
paredes e tetos de todos os ambientes e fachadas; propriedade do imóvel pelo requerente, tais como
XIV – Mapeamento de Danos: representação gráfica do escritura, contrato de locação, contas de luz ou de água
levantamento de todos os danos existentes e ou talão de IPTU.
identificados no bem, relacionando-os a seus agentes e II – para colocação de Equipamento Publicitário ou
causas; Sinalização:
XV – Memorial Descritivo: detalhamento da proposta de a) descrição ou projeto do equipamento publicitário ou da
intervenção, com as devidas justificativas conceituais das sinalização, contendo, no mínimo, indicação do local
soluções técnicas adotadas, dos usos definidos e das onde ele será instalado, dimensões gerais e descrição
especificações dos materiais; dos materiais a serem utilizados.
XVI – Planta de Especificação de Materiais: III – para Reforma/Construção Nova:
representação gráfica em planta das especificações de a) anteprojeto da obra contendo, no mínimo, planta de
acabamentos por cômodos, contendo tipo, natureza, situação, implantação, plantas de todos os pavimentos,
cores e paginação dos pisos, forros, cimalhas, rodapés e planta de cobertura, corte transversal e longitudinal e
paredes, com detalhes construtivos em diferentes fachadas, diferenciando partes a demolir, manter e a
escalas, se necessário; construir, conforme normas da ABNT.
XVII – Levantamento de Dados ou Conhecimento do IV – para Restauração:
Bem: conhecimento e análise do bem no que se refere a) anteprojeto da obra contendo, no mínimo, planta de
aos aspectos históricos, estéticos, artísticos, formais e situação, implantação, plantas de todos os pavimentos,
técnicos. Objetiva compreender o seu significado atual e planta de cobertura, corte transversal e longitudinal e
ao longo do tempo, conhecer a sua evolução e, fachadas, diferenciando partes a demolir, manter e a
principalmente, os valores pelos quais foi reconhecido construir, conforme normas da ABNT;
como patrimônio cultural; b) levantamento de dados sobre o bem, contendo
XVIII – Projeto Executivo: consiste na definição de todos pesquisa histórica, levantamento planialtimétrico,
os detalhes construtivos ou executivos necessários e levantamento fotográfico, análise tipológica, identificação
suficientes à execução dos projetos arquitetônico e de materiais e sistema construtivo;
complementares. c) diagnóstico do estado de conservação do bem,
incluindo mapeamento de danos, analisando-se
especificamente os materiais, sistema estrutural e
CAPÍTULO II agentes degradadores;
DA AUTORIZAÇÃO DE INTERVENÇÃO d) memorial descritivo e especificações;
e) planta com a especificação de materiais existentes e
Seção I propostos.
Disposições Gerais §1º A critério do requerente, poderá ser apresentado o
projeto executivo em lugar do anteprojeto.
Art. 4º A realização de intervenção em bem tombado, §2º Para a realização de pesquisa histórica, o Iphan
individualmente ou em conjunto, ou na área de entorno disponibilizará o acesso aos arquivos desta Autarquia
do bem, deverão ser precedidas de autorização do Iphan. Federal pertinentes ao bem em questão.
Art. 5º Para efeito de autorização, são consideradas as Art. 7º No caso de intervenção em bem tombado
seguintes categorias de intervenção: individualmente, enquadrada, nos termos dos arts. 3º, VII
I - Reforma Simplificada; e 5º, §1º, na categoria Restauração, o requerente, além
II - Reforma/Construção nova; dos documentos assinalados no art. 6º, deverá
III - Restauração; apresentar o projeto executivo da obra.
IV - Colocação de Equipamento Publicitário ou §1º O disposto no caput aplica-se aos bens equiparados
Sinalização; aos tombados individualmente, nos termos do art. 5º, §
V - Instalações Provisórias. 2º.
§1º As intervenções caracterizadas como §2º É facultado ao requerente apresentar inicialmente,
Reforma/Construção nova (Inciso II), quando tiverem de com o requerimento de autorização de intervenção,
ser realizadas em bens tombados individualmente, serão apenas os documentos listados nos incisos I e III ou I e IV
enquadradas na categoria Restauração (Inciso III). do art. 6º, conforme o caso, observando-se o seguinte:
§2º Para efeito de enquadramento na categoria I – recebido o requerimento devidamente instruído, o
Restauração, equiparam-se aos bens tombados Iphan analisará o anteprojeto da obra e emitirá parecer
individualmente aqueles que, integrando um conjunto técnico aprovando-o ou desaprovando-o;
tombado, possuam características que os singularizem, II – aprovado o anteprojeto, caberá ao requerente
conferindo-lhes especial valor dentro do conjunto, e nos encaminhar para aprovação o projeto executivo
quais, para a realização de intervenção, requeira-se correspondente, no prazo de seis meses;
conhecimento especializado. III – recebido e analisado o projeto executivo, o Iphan
emitirá novo parecer técnico aprovando-o ou
desaprovando-o;
Seção II IV – somente após aprovado o projeto executivo, o
Dos documentos necessários para análise requerente será autorizado pelo Iphan a executar a obra;
V – a inobservância do prazo do inciso II acarretará o
cancelamento da aprovação do anteprojeto e o
Art. 10. Mediante solicitação, o Iphan informará os Art. 16. Protocolado o requerimento, o Iphan terá o prazo
critérios a serem observados para a realização de de 45 (quarenta e cinco) dias para concluir a análise e
intervenção em bem tombado ou na sua área de entorno. disponibilizar a decisão ao requerente.
§1º A contagem do prazo será suspensa a partir do
Art. 11. A solicitação deverá ser apresentada por meio de momento em que for proferido despacho determinando a
requerimento, conforme formulário próprio, fornecido pelo complementação de documentos e/ou a apresentação de
Iphan, acompanhado de cópia do CPF ou CNPJ do esclarecimentos.
requerente. §2º O prazo voltará a correr a partir do encaminhamento,
Parágrafo único. No requerimento deverá ser assinalado via sistema de protocolo do Iphan, dos documentos e/ou
o campo “Informação Básica”. esclarecimentos requisitados.
§3º O prazo do caput poderá ser prorrogado por igual
Art. 12. O Iphan fornecerá os critérios para a área período, desde que devidamente justificado.
indicada pelo requerente, por meio do formulário, cujo
modelo consta no Anexo I. Art. 17. O formulário de requerimento deverá ser
assinado pelo proprietário ou possuidor bem, ou, ainda,
Art. 13. Para intervenções caracterizadas como por seus representantes legais, e deverá conter
Reforma/Construção Nova ou Restauração é facultado ao informações precisas sobre:
interessado formalizar consulta prévia de projeto I – a localização do bem pelo nome do logradouro e
arquitetônico, encaminhando os seguintes documentos: numeração predial;
I – formulário de requerimento devidamente preenchido; II – CPF ou CNPJ do requerente;
II – cópia do CPF ou CNPJ do requerente; III – categoria de intervenção pretendida;
III – cópia de documento que comprove a propriedade ou IV – descrição dos serviços a serem realizados, no caso
posse do bem, tais como escritura, contrato de locação, de Reforma Simplificada;
contas de luz ou de água ou talão de IPTU; V – data da solicitação.
IV – estudo preliminar, contendo planta de situação,
implantação, plantas de todos os pavimentos, planta de Art. 18. Os projetos deverão ser encaminhados para
cobertura, corte transversal e longitudinal e fachadas, aprovação em duas vias.
representando partes a demolir e a construir; §1º Todas as folhas dos projetos serão assinadas pelo
V – memorial descritivo. requerente, ou por seu representante legal, e pelo autor
§1º O resultado da consulta prévia será fornecido pelo do projeto.
Iphan por meio de parecer técnico, cujo modelo consta no §2º No caso de intervenção caracterizada como Reforma
Anexo II. Simplificada, não é necessária a apresentação de projeto,
§2º A resposta à consulta prévia, caso positiva, configura sendo suficiente a descrição da intervenção proposta no
unicamente aprovação para desenvolvimento do corpo do requerimento de autorização.
anteprojeto, não consistindo em autorização para
execução de qualquer obra. Art. 19. A cópia do CPF ou CNPJ poderá ser substituída
§ 3º Ao formalizar consulta prévia o requerente poderá pela apresentação do documento original a servidor do
encaminhar mais de uma proposta para ser analisada e Iphan, que certificará o ato no verso do requerimento.
selecionada pelo Iphan para desenvolvimento do
anteprojeto. Art. 20. O reconhecimento de firma de documentos para
§ 4º A resposta à consulta prévia tem validade de 6 (seis) instrução do processo somente será exigido quando
meses, contados a partir da emissão do parecer técnico e houver dúvida de autenticidade.
vincula, durante seu prazo de validade, a decisão sobre
um eventual pedido de aprovação de projeto pelo Iphan, Art. 21. A decisão sobre o requerimento de autorização
desde que não haja modificação nas normas vigentes. de intervenção, bem como eventual despacho que
determine a complementação de documentos e/ou a materiais que serão empregados, bem como cálculo de
apresentação de esclarecimentos serão comunicados ao estabilização e de resistência dos diversos elementos
requerente, preferencialmente, por: construtivos, além de desenhos de detalhes, desde que
I – via postal; devidamente justificado.
II – ciência nos autos; Parágrafo único. O Iphan embargará a obra autorizada no
III – notificação pessoal. caso de não serem apresentados dentro do prazo
§1º Constitui ônus do requerente informar o seu endereço determinado os elementos referidos no caput do artigo,
para correspondência, bem como as alterações ficando a obra paralisada enquanto não for satisfeita essa
posteriores. exigência.
§2º Considera-se efetivada a notificação por carta com
sua entrega no endereço fornecido pelo requerente. Art. 26. Caso o requerente deseje efetuar alteração no
§3º Poderá o requerente cadastrar endereço de correio projeto aprovado deverá encaminhar requerimento e os
eletrônico para o recebimento das notificações de que documentos necessários para elucidação das
trata esse artigo, sem prejuízo da necessidade de ela modificações propostas ao Iphan, previamente à
realizar-se de outro modo. execução das obras.
§4º O não atendimento de exigência contida na § 1° Nesta nova análise, aplicar-se-ão os critérios de
notificação no prazo de 60 (sessenta) dias importará o intervenção vigentes na data do novo requerimento.
indeferimento do requerimento, seguido do arquivamento § 2º A execução de obras em desacordo com o projeto
do processo administrativo. aprovado pelo Iphan implicará o imediato embargo da
obra, nos termos da Portaria Iphan nº 187/10.
será concedida pelo Iphan, desde que não haja Art. 38. É de 30 (trinta) dias o prazo para o
modificações com relação ao projeto aprovado. Superintendente proferir sua decisão, admitida a
§2º O pedido de prorrogação deve ser apresentado 30 prorrogação por igual período, desde que devidamente
dias antes do vencimento da validade da aprovação justificada.
anterior.
§3º A aprovação será automaticamente cancelada se,
findo o prazo de validade da proposta de intervenção ou Seção II
projeto, a intervenção não tiver sido iniciada ou, se Do recurso para o presidente
iniciada, tiver sua execução totalmente paralisada por
período superior a sessenta dias. Art. 39. Nos processos de Reforma/Construção Nova e
§4º Ocorrendo efetivo impedimento judicial ao início das Restauração, da decisão proferida pelo Superintendente
obras ou à sua continuidade, o Iphan poderá prorrogar a Estadual caberá recurso ao Presidente do Iphan, no
aprovação anteriormente concedida. prazo de 15 (quinze) dias. Parágrafo único. O recurso
observará, no que couber, o disposto nos artigos 35, 36,
Art. 33. No caso de autorização concedida para 37 e 38.
Instalações Provisórias, deverá constar o prazo para
retirada das referidas instalações. Art. 40. Recebido o recurso, o Presidente do Iphan o
encaminhará ao Departamento de Patrimônio Material e
Art. 34. A autorização para intervenção em bem edificado Fiscalização – Depam, para manifestação.
tombado ou na sua área de entorno poderá a qualquer
tempo, mediante ato da autoridade competente, ser: Art. 41. A manifestação do Depam será apresentada por
I - revogada, atendendo a relevante interesse público, meio de parecer técnico elaborado pela Câmara de
ouvida a unidade técnica competente; Análise de Recursos, que funcionará naquele
II - cassada, em caso de desvirtuamento da finalidade da Departamento.
autorização concedida; § 1º A Câmara de Análise de Recursos será composta
III – anulada, em caso de comprovação de ilegalidade na pelo Diretor do Depam, que a presidirá, e por quatro
sua concessão. servidores designados por ele, totalizando cinco
membros.
§ 2º É de 30 (trinta) dias o prazo para que a Câmara
CAPÍTULO III apresente o parecer técnico.
DOS RECURSOS
Art. 42. Da decisão proferida pelo Presidente não cabe
Seção I recurso.
Do recurso para o superintendente estadual
Art. 43. Em qualquer fase da instância recursal, poderá
Art. 35. Da decisão que deferir ou indeferir o ser instada a Procuradoria Federal junto ao Iphan a emitir
requerimento de autorização de intervenção cabe parecer, desde que seja indicada de modo específico a
recurso. questão jurídica a ser esclarecida.
§1º O prazo para interposição recurso é de quinze dias,
contados da data em que o requerente tiver sido
comunicado da decisão. CAPÍTULO IV
§2º Em se tratando de interessados que, sem terem DISPOSIÇÕES FINAIS
iniciado o processo, têm direitos ou interesses que
possam ser afetados pela decisão, a contagem do prazo Art. 44. O Iphan poderá, a qualquer momento, firmar
iniciar-se-á a partir da publicação da decisão no quadro cooperações com instituições públicas licenciadoras de
de avisos da unidade do Iphan que a tiver proferido. obras, sejam elas municipais, estaduais ou federais, para
§3º O recurso poderá ser interposto utilizando-se integrar os procedimentos de aprovação de projetos
formulário próprio, cujo modelo consta no Anexo IV desta visando à maior agilidade e eficiência, preservando-se a
Portaria. competência de cada órgão ou entidade.
§4º O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a Parágrafo único. Nos casos de cooperação definidas no
decisão, a qual, se não a reconsiderar, no prazo de cinco caput, deverão ser garantidos, no mínimo, os conceitos e
dias, o encaminhará ao Superintendente Estadual. documentação exigidos nessa norma, podendo-se
adicionar novos procedimentos, desde que explicitados
Art. 36. O recurso não será conhecido quando interposto aos requerentes.
fora do prazo.
Art. 45. Fica revogada a Portaria Iphan nº10, de 10 de
Art. 37. O Superintendente do Iphan poderá confirmar, setembro de 1986.
reformar ou anular a decisão recorrida, devendo a sua
decisão conter a indicação dos fatos e fundamentos que Art. 46. Esta Portaria entra em vigor 45 dias após a sua
a motivam. publicação.
Parágrafo único. A reforma da decisão recorrida
implicará:
I- ou na aprovação da proposta de intervenção ou projeto
e conseqüente deferimento do requerimento com a
concessão da autorização;
II – ou na desaprovação da proposta de intervenção ou
projeto e consequente indeferimento do requerimento de
autorização de intervenção.
Art. 4º São documentos referenciais para a prática de e) O aproveitamento econômico das jazidas, objeto da
Educação Patrimonial pelo Iphan as publicações referida lei, é vedado em qualquer hipótese.
Educação Patrimonial: Histórico, conceitos e processos,
IPHAN, 2014, e a publicação Educação Patrimonial: 02. No que diz respeito ao processo para registro de
inventários participativos, IPHAN, 2016, bens culturais de natureza imaterial que constituem
patrimônio cultural brasileiro, conforme disposições
Art. 5º São instrumentos estratégicos de implementação do Decreto no 3.551/2000, que o instituiu e dispôs
da política de Educação Patrimonial pelo Iphan as Casas sobre outras providências, assinale, respectivamente,
do Patrimônio, quando resultantes de um arranjo o órgão/autoridade a quem devem ser dirigidas as
institucional entre o Iphan, a comunidade local, sociedade propostas para registro, acompanhadas da própria
civil e demais instituições públicas e privadas, para documentação técnica (1), bem como o
promoção de ações educativas, visando fomentar e órgão/autoridade que decidirá sobre o registro (2).
favorecer a construção do conhecimento e a participação a) Ao ministro da Cultura (1); o presidente da República
social para o aperfeiçoamento da gestão, proteção, (2).
salvaguarda, valorização e usufruto do patrimônio cultural b) Ao presidente do IPHAN (1); o Conselho Consultivo
brasileiro. do Patrimônio Cultural (2).
Parágrafo único. A organização e o funcionamento das c) Ao secretário estadual de Cultura (1); o ministro da
Casas do Patrimônio dar-se-ão por meio de parceria, a Cultura (2).
ser instituída por Acordo de Cooperação Técnica- ACT, d) Aos órgãos do Ministério da Cultura, às unidades do
com critérios definidos pela CEDUC/ COGEDIP/ DAF. IPHAN ou à entidade, pública ou privada, que detenham
conhecimentos específicos sobre a matéria, nos termos
Art. 6º São objetivos das Casas do Patrimônio: do regulamento (1); o ministro da Cultura (2).
I - Ampliar as possibilidades de diálogo entre o Iphan e a e) Ao Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural (1);
sociedade por meio da Educação Patrimonial; o presidente do IPHAN (2).
II - Ampliar a capilaridade das ações do Iphan e interligar
espaços que promovam práticas e atividades de natureza 03. Com relação aos crimes contra o ordenamento
educativa de valorização do patrimônio cultural; urbano e o patrimônio cultural dispostos na Lei no
III - estimular a participação das comunidades nas 9.605/1998, assinale a alternativa correta.
discussões e propostas de redefinição do uso social dos a) As condutas delituosas descritas na referida lei não
bens culturais; têm previsão de punição a título culposo.
IV - Interligar experiências e espaços que promovam b) Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou
práticas e atividades de natureza educativa, de modo a monumento urbano é considerado dano ao patrimônio
propiciar uma avaliação conjunta dos significados e cultural, sendo irrelevantes para a caracterização da
alcances dessas iniciativas; infração penal qualquer argumento de valorização do
V - Incentivar a associação das políticas de patrimônio patrimônio público ou autorização do proprietário ou do
cultural ao desenvolvimento social e econômico; Poder Público para a prática de grafite.
VI - Aperfeiçoar as ações focadas nas expressões c) Todas as condutas descritas na referida lei preveem,
culturais locais e territoriais, contribuindo para a além das demais sanções, o pagamento de multa pelo
construção de mecanismos de apoio junto às infrator.
comunidades, aos produtores culturais, às associações d) Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou
civis, às entidades de classe, às instituições de ensino e monumento urbano pode ser punido a título culposo.
aos setores públicos, para uma melhor compreensão das e) Promover construção em solo não edificável, ou no
realidades locais. seu entorno, assim considerado em razão de seu valor
paisagístico, ecológico, artístico, turístico, histórico,
Art7º Esta portaria entra em vigor na data de sua cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou
publicação. monumental, é considerado infração penal, não se
cogitando qualquer autorização a permitir tal tipo de
conduta.
TESTES
04. Acerca das disposições referentes à proteção e à
salvaguarda de bens culturais constantes da
01. De acordo com a Lei no 3.924/1961, que dispõe
Constituição Federal, assinale a alternativa correta.
sobre os monumentos arqueológicos e pré-
a) É competência comum da União, dos estados e do
históricos, assinale a
Distrito Federal proteger os documentos, as obras e
alternativa correta.
outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os
a) Nenhum objeto que apresente interesse arqueológico
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios
ou pré-histórico, numismático ou artístico poderá ser
arqueológicos.
transferido para o exterior, em qualquer hipótese.
b) É facultado aos estados, ao Distrito Federal e aos
b) O proprietário ou ocupante do imóvel onde for
municípios vincular a fundo estadual de fomento à cultura
verificado o achado é o responsável pela conservação
até cinco décimos por cento da própria receita tributária
definitiva da coisa descoberta.
líquida para o financiamento de programas e projetos
c) A União, bem como os estados e os municípios,
culturais.
mediante autorização federal, poderão proceder a
c) É competência da União, dos estados, do Distrito
escavações e pesquisas, no interesse da arqueologia e
Federal e dos municípios legislar concorrentemente sobre
da pré-história, em terrenos de propriedade particular,
responsabilidade por dano a bens e direitos de valor
com exceção das áreas muradas que envolvem
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
construções domiciliares.
d) Com duração plurianual, será estabelecido em lei o
d) As atribuições no âmbito da União, por meio dos
Plano Nacional de Cultura, visando ao desenvolvimento
ministérios competentes, não podem, em nenhuma
cultural do País e à integração das ações do Poder
hipótese, ser delegadas a unidade da Federação.
Público.
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Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial,
efeito) marítima, aérea e aeroespacial;
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o XI - trânsito e transporte;
corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e
prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a metalurgia;
execução de serviços públicos, por meio de fundo XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;
próprio;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, XIV - populações indígenas;
de 1998) XV - emigração e imigração, entrada, extradição e
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, expulsão de estrangeiros;
geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional; XVI - organização do sistema nacional de emprego e
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de condições para o exercício de profissões;
diversões públicas e de programas de rádio e televisão; XVII - organização judiciária, do Ministério Público do
XVII - conceder anistia; Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra dos Territórios, bem como organização administrativa
as calamidades públicas, especialmente as secas e as destes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
inundações; 69, de 2012) (Produção de efeito)
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de
recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos geologia nacionais;
de seu uso; (Regulamento) XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, poupança popular;
inclusive habitação, saneamento básico e transportes XX - sistemas de consórcios e sorteios;
urbanos; XXI - normas gerais de organização, efetivos, material
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema bélico, garantias, convocação e mobilização das polícias
nacional de viação; militares e corpos de bombeiros militares;
XXII - executar os serviços de polícia marítima, XXII - competência da polícia federal e das polícias
aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela rodoviária e ferroviária federais;
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) XXIII - seguridade social;
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a XXV - registros públicos;
pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
industrialização e o comércio de minérios nucleares e XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em
seus derivados, atendidos os seguintes princípios e todas as modalidades, para as administrações públicas
condições: diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados,
a) toda atividade nuclear em território nacional somente Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art.
será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de
do Congresso Nacional; economia mista, nos termos do art. 173, § 1°,
b) sob regime de permissão, são autorizadas a III;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
comercialização e a utilização de radioisótopos para a 1998)
pesquisa e usos médicos, agrícolas e XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa
industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº marítima, defesa civil e mobilização nacional;
49, de 2006) XXIX - propaganda comercial.
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os
comercialização e utilização de radioisótopos de meia- Estados a legislar sobre questões específicas das
vida igual ou inferior a duas horas; (Redação dada pela matérias relacionadas neste artigo.
Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe Art. 23. É competência comum da União, dos Estados,
da existência de culpa; (Incluída pela Emenda do Distrito Federal e dos Municípios:
Constitucional nº 49, de 2006) I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do instituições democráticas e conservar o patrimônio
trabalho; público;
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e
exercício da atividade de garimpagem, em forma garantia das pessoas portadoras de deficiência;
associativa. III - proteger os documentos, as obras e outros bens de
valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização
agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; de obras de arte e de outros bens de valor histórico,
II - desapropriação; artístico ou cultural;
III - requisições civis e militares, em caso de iminente V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à
perigo e em tempo de guerra; educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
radiodifusão; 85, de 2015)
V - serviço postal; VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias qualquer de suas formas;
dos metais; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o
de valores; abastecimento alimentar;
VIII - comércio exterior e interestadual; IX - promover programas de construção de moradias e a
IX - diretrizes da política nacional de transportes; melhoria das condições habitacionais e de saneamento
básico;
aprovada por dois terços dos membros da Câmara habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição
Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios Constitucional nº 58, de 2009)
estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais
respectivo Estado e os seguintes preceitos: de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de
I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, até 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil)
para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição
simultâneo realizado em todo o País; Constitucional nº 58, de 2009)
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de
primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil)
do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos
do art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição
mil eleitores;(Redação dada pela Emenda Constitucional Constitucional nº 58, de 2009)
nº 16, de1997) p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais
III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e
janeiro do ano subseqüente ao da eleição; de até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil)
IV - para a composição das Câmaras Municipais, será habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição
observado o limite máximo de: (Redação dada pela Constitucional nº 58, de 2009)
Emenda Constituição Constitucional nº 58, de q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de
2009) (Produção de efeito) (Vide ADIN 4307) mais de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil)
a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e
(quinze mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda quatrocentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
Constituição Constitucional nº 58, de 2009) Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de
15.000 (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil) mais de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil)
habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição habitantes e de até 3.000.000 (três milhões) de
Constitucional nº 58, de 2009) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição
c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de Constitucional nº 58, de 2009)
30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de
mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda mais de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até
Constituição Constitucional nº 58, de 2009) 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes; (Incluída pela
d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
50.000 (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de
mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição mais de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de
Constitucional nº 58, de 2009) até 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes; (Incluída
e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de
vinte mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição mais de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até
Constitucional nº 58, de 2009) 6.000.000 (seis milhões) de habitantes; (Incluída pela
f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de
(cento sessenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda mais de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até
Constituição Constitucional nº 58, de 2009) 7.000.000 (sete milhões) de habitantes; (Incluída pela
g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de
300.000 (trezentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda mais de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até
Constituição Constitucional nº 58, de 2009) 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e (Incluída pela
h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
de 300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de
(quatrocentos e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela mais de 8.000.000 (oito milhões) de
Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição
i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais Constitucional nº 58, de 2009)
de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos
de até 600.000 (seiscentos mil) habitantes; (Incluída pela Secretários Municipais fixados por lei de iniciativa da
Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009) Câmara Municipal, observado o que dispõem os arts. 37,
j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação
de 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 dada pela Emenda constitucional nº 19, de 1998)
(setecentos cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas
Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009) respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para
k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais a subseqüente, observado o que dispõe esta
de 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de Constituição, observados os critérios estabelecidos na
até 900.000 (novecentos mil) habitantes; (Incluída pela respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites
Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009) máximos: (Redação dada pela Emenda Constitucional
l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de nº 25, de 2000)
900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio
(um milhão e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela máximo dos Vereadores corresponderá a vinte por cento
Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009) do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela
m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de b) em Municípios de dez mil e um a cinqüenta mil
até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a trinta por cento do subsídio dos
Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população
Constitucional nº 25, de 2000) entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos
c) em Municípios de cinqüenta mil e um a cem mil mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda
habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
corresponderá a quarenta por cento do subsídio dos IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para
Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Municípios com população entre 500.001 (quinhentos mil
Constitucional nº 25, de 2000) e um) e 3.000.000 (três milhões) de habitantes; (Redação
d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de
habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores 2009)
corresponderá a cinqüenta por cento do subsídio dos V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população
Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda entre 3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito
Constitucional nº 25, de 2000) milhões) de habitantes; (Incluído pela Emenda
e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para
corresponderá a sessenta por cento do subsídio dos Municípios com população acima de 8.000.001 (oito
Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda milhões e um) habitantes. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000) Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
o
f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o § 1 A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por
subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a cento de sua receita com folha de pagamento, incluído o
setenta e cinco por cento do subsídio dos Deputados gasto com o subsídio de seus Vereadores. (Incluído pela
Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
o
de 2000) § 2 Constitui crime de responsabilidade do Prefeito
VII - o total da despesa com a remuneração dos Municipal: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de
Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco 2000)
por cento da receita do Município; (Incluído pela I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste
Emenda Constitucional nº 1, de 1992) artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, 2000)
palavras e votos no exercício do mandato e na II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês;
circunscrição do Município; (Renumerado do inciso VI, ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na
IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da Lei Orçamentária. (Incluído pela Emenda Constitucional
vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta nº 25, de 2000)
o
Constituição para os membros do Congresso Nacional e § 3 Constitui crime de responsabilidade do Presidente da
o
na Constituição do respectivo Estado para os membros Câmara Municipal o desrespeito ao § 1 deste
da Assembléia Legislativa; (Renumerado do inciso VII, artigo.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de
pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) 2000)
X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de
Justiça; (Renumerado do inciso VIII, pela Emenda Art. 30. Compete aos Municípios:
Constitucional nº 1, de 1992) I - legislar sobre assuntos de interesse local;
XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras II - suplementar a legislação federal e a estadual no que
da Câmara Municipal; (Renumerado do inciso IX, pela couber;
Emenda Constitucional nº 1, de 1992) III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência,
XII - cooperação das associações representativas no bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da
planejamento municipal; (Renumerado do inciso X, pela obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes
Emenda Constitucional nº 1, de 1992) nos prazos fixados em lei;
XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a
específico do Município, da cidade ou de bairros, através legislação estadual;
de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de
eleitorado; (Renumerado do inciso XI, pela Emenda concessão ou permissão, os serviços públicos de
Constitucional nº 1, de 1992) interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem
XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. caráter essencial;
28, parágrafo único. (Renumerado do inciso XII, pela VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da
Emenda Constitucional nº 1, de 1992) União e do Estado, programas de educação infantil e de
ensino fundamental; (Redação dada pela Emenda
Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Constitucional nº 53, de 2006)
Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores e VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da
excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da
os seguintes percentuais, relativos ao somatório da população;
o
receita tributária e das transferências previstas no § 5 do VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento
art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no territorial, mediante planejamento e controle do uso, do
exercício anterior: (Incluído pela Emenda Constitucional parcelamento e da ocupação do solo urbano;
nº 25, de 2000) IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural
I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de local, observada a legislação e a ação fiscalizadora
até 100.000 (cem mil) habitantes; (Redação dada pela federal e estadual.
Emenda Constituição Constitucional nº 58, de
2009) (Produção de efeito) Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo
II - 6% (seis por cento) para Municípios com população Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e
entre 100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo
habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Municipal, na forma da lei.
Constitucional nº 58, de 2009)
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas
exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos unidades da Federação;
Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais V - reorganizar as finanças da unidade da Federação
de Contas dos Municípios, onde houver. que:
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de
sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias
membros da Câmara Municipal. fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta estabelecidos em lei;
dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão
para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes judicial;
a legitimidade, nos termos da lei. VII - assegurar a observância dos seguintes princípios
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou constitucionais:
órgãos de Contas Municipais. a) forma republicana, sistema representativo e regime
democrático;
b) direitos da pessoa humana;
CAPÍTULO V c) autonomia municipal;
DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS d) prestação de contas da administração pública, direta e
indireta.
SEÇÃO I e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de
DO DISTRITO FEDERAL impostos estaduais, compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em ensino e nas ações e serviços públicos de
Municípios, reger- se-á por lei orgânica, votada em dois saúde.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29,
turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por de 2000)
dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará,
atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição. Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências a União nos Municípios localizados em Território Federal,
legislativas reservadas aos Estados e Municípios. exceto quando:
§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por
observadas as regras do art. 77, e dos Deputados dois anos consecutivos, a dívida fundada;
Distritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
Estaduais, para mandato de igual duração. III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita
§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e
aplica-se o disposto no art. 27. nas ações e serviços públicos de saúde;(Redação dada
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
do Distrito Federal, das polícias civil e militar e do corpo IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação
de bombeiros militar. para assegurar a observância de princípios indicados na
Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei,
de ordem ou de decisão judicial.
SEÇÃO II
DOS TERRITÓRIOS Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder
Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou
judiciária dos Territórios. de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação
§ 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, for exercida contra o Poder Judiciário;
aos quais se aplicará, no que couber, o disposto no II - no caso de desobediência a ordem ou decisão
Capítulo IV deste Título. judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do
§ 2º As contas do Governo do Território serão submetidas Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior
ao Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal Eleitoral;
de Contas da União. III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de
§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil representação do Procurador-Geral da República, na
habitantes, além do Governador nomeado na forma desta hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução
Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e de lei federal. (Redação dada pela Emenda
segunda instância, membros do Ministério Público e Constitucional nº 45, de 2004)
defensores públicos federais; a lei disporá sobre as § 1º O decreto de intervenção, que especificará a
eleições para a Câmara Territorial e sua competência amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se
deliberativa. couber, nomeará o interventor, será submetido à
apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia
Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
CAPÍTULO VI § 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou
DA INTERVENÇÃO a Assembléia Legislativa, far-se-á convocação
extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito § 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV,
Federal, exceto para: dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou
I - manter a integridade nacional; pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da suspender a execução do ato impugnado, se essa
Federação em outra; medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem
pública;
§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão
afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
impedimento legal. Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos
Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no
Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no
CAPÍTULO VII âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o
subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça,
SEÇÃO I limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por
DISPOSIÇÕES GERAIS cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário,
Art. 37. A administração pública direta e indireta de aplicável este limite aos membros do Ministério Público,
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito aos Procuradores e aos Defensores
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de Públicos; (Redação dada pela Emenda
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e Constitucional nº 41, 19.12.2003)
eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos
I - os cargos, empregos e funções públicas são pelo Poder Executivo;
acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de
forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional pessoal do serviço público; (Redação dada pela
nº 19, de 1998) Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - a investidura em cargo ou emprego público depende XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor
de aprovação prévia em concurso público de provas ou público não serão computados nem acumulados para fins
de provas e títulos, de acordo com a natureza e a de concessão de acréscimos ulteriores; (Redação
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de
comissão declarado em lei de livre nomeação e cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o
exoneração; (Redação dada pela Emenda disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39,
Constitucional nº 19, de 1998) § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela
III - o prazo de validade do concurso público será de até Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
dois anos, prorrogável uma vez, por igual período; XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de públicos, exceto, quando houver compatibilidade de
convocação, aquele aprovado em concurso público de horários, observado em qualquer caso o disposto no
provas ou de provas e títulos será convocado com inciso XI: (Redação dada pela Emenda Constitucional
prioridade sobre novos concursados para assumir cargo nº 19, de 1998)
ou emprego, na carreira; a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos b) a de um cargo de professor com outro técnico ou
em comissão, a serem preenchidos por servidores de científico; (Redação dada pela Emenda
carreira nos casos, condições e percentuais mínimos Constitucional nº 19, de 1998)
previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de c) a de dois cargos ou empregos privativos de
direção, chefia e assessoramento; (Redação dada profissionais de saúde, com profissões
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) regulamentadas; (Redação dada pela Emenda
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre Constitucional nº 34, de 2001)
associação sindical; XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos funções e abrange autarquias, fundações, empresas
limites definidos em lei específica; (Redação dada públicas, sociedades de economia mista, suas
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos indiretamente, pelo poder público; (Redação dada
públicos para as pessoas portadoras de deficiência e pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
definirá os critérios de sua admissão; XVIII - a administração fazendária e seus servidores
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e
determinado para atender a necessidade temporária de jurisdição, precedência sobre os demais setores
excepcional interesse público; administrativos, na forma da lei;
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio XIX - somente por lei específica poderá ser criada
de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser autarquia e autorizada a instituição de empresa pública,
fixados ou alterados por lei específica, observada a de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo
iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de
geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de sua atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional
índices; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
nº 19, de 1998) (Regulamento) XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de criação de subsidiárias das entidades mencionadas no
cargos, funções e empregos públicos da administração inciso anterior, assim como a participação de qualquer
direta, autárquica e fundacional, dos membros de delas em empresa privada;
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito XXI - ressalvados os casos especificados na legislação,
Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato as obras, serviços, compras e alienações serão
eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, contratados mediante processo de licitação pública que
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos assegure igualdade de condições a todos os
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os servidores ativos e inativos e dos pensionistas,
Municípios instituirão conselho de política de observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro
administração e remuneração de pessoal, integrado por e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dada
servidores designados pelos respectivos pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Poderes. (Redação dada pela Emenda Constitucional § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência
nº 19, de 1998) (Vide ADIN nº 2.135-4) de que trata este artigo serão aposentados, calculados os
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos
componentes do sistema remuneratório §§ 3º e 17: (Redação dada pela Emenda
observará: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Constitucional nº 19, de 1998) I - por invalidez permanente, sendo os proventos
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se
complexidade dos cargos componentes de cada decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional
carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da
de 1998) lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
II - os requisitos para a investidura; (Incluído pela 19.12.2003)
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao
III - as peculiaridades dos cargos. (Incluído pela tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade,
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão complementar; (Redação dada pela Emenda
escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento Constitucional nº 88, de 2015)
dos servidores públicos, constituindo-se a participação III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo
nos cursos um dos requisitos para a promoção na de dez anos de efetivo exercício no serviço público e
carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios cinco anos no cargo efetivo em que se dará a
ou contratos entre os entes federados. (Redação dada aposentadoria, observadas as seguintes
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) condições: (Redação dada pela Emenda
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público Constitucional nº 20, de 1998)
o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de
XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos de
estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando idade e trinta de contribuição, se mulher; (Redação
a natureza do cargo o exigir. (Incluído pela Emenda dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
Constitucional nº 19, de 1998) 1998) (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta
os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais
Municipais serão remunerados exclusivamente por ao tempo de contribuição. (Redação dada pela Emenda
subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de Constitucional nº 20, de 1998)
qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de § 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por
representação ou outra espécie remuneratória, ocasião de sua concessão, não poderão exceder a
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em
XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência
1998) para a concessão da pensão. (Redação dada pela
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e § 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por
a menor remuneração dos servidores públicos, ocasião da sua concessão, serão consideradas as
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, remunerações utilizadas como base para as contribuições
XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) do servidor aos regimes de previdência de que tratam
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário este artigo e o art. 201, na forma da lei. (Redação dada
publicarão anualmente os valores do subsídio e da pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
remuneração dos cargos e empregos § 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios
públicos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, diferenciados para a concessão de aposentadoria aos
de 1998) abrangidos pelo regime de que trata este artigo,
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos ressalvados, nos termos definidos em leis
Municípios disciplinará a aplicação de recursos complementares, os casos de servidores: (Redação
orçamentários provenientes da economia com despesas dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para I portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda
aplicação no desenvolvimento de programas de Constitucional nº 47, de 2005)
qualidade e produtividade, treinamento e II que exerçam atividades de risco; (Incluído pela
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
racionalização do serviço público, inclusive sob a forma III cujas atividades sejam exercidas sob condições
de adicional ou prêmio de produtividade. (Incluído pela especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) física. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados 2005)
em carreira poderá ser fixada nos termos do § § 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição
4º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto
1998) no § 1º, III, "a", para o professor que comprove
exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da de magistério na educação infantil e no ensino
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, fundamental e médio. (Redação dada pela Emenda
incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado Constitucional nº 20, de 15/12/98)
regime de previdência de caráter contributivo e solidário, § 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos
mediante contribuição do respectivo ente público, dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é
Art. 42. Os membros das Polícias Militares e Corpos de Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de
Bombeiros Militares, instituições organizadas com base representantes do povo, eleitos, pelo sistema
na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do proporcional, em cada Estado, em cada Território e no
Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Distrito Federal.
Emenda Constitucional nº 18, de 1998) § 1º O número total de Deputados, bem como a
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito representação por Estado e pelo Distrito Federal, será
Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à
em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e população, procedendo-se aos ajustes necessários, no
do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas
dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de
as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos setenta Deputados. (Vide Lei Complementar nº 78, de
governadores. (Redação dada pela Emenda 1993)
Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do
Distrito Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes
em lei específica do respectivo ente estatal. (Redação dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o
dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) princípio majoritário.
§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três
Senadores, com mandato de oito anos.
SEÇÃO IV § 2º A representação de cada Estado e do Distrito
DAS REGIÕES Federal será renovada de quatro em quatro anos,
alternadamente, por um e dois terços.
Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá § 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.
articular sua ação em um mesmo complexo
geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as
à redução das desigualdades regionais. deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão
§ 1º Lei complementar disporá sobre: tomadas por maioria dos votos, presente a maioria
I - as condições para integração de regiões em absoluta de seus membros.
desenvolvimento;
II - a composição dos organismos regionais que
executarão, na forma da lei, os planos regionais, SEÇÃO II
integrantes dos planos nacionais de desenvolvimento DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL
econômico e social, aprovados juntamente com estes.
§ 2º Os incentivos regionais compreenderão, além de Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do
outros, na forma da lei: Presidente da República, não exigida esta para o
I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as
custos e preços de responsabilidade do Poder Público; matérias de competência da União, especialmente sobre:
II - juros favorecidos para financiamento de atividades I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de
prioritárias; rendas;
III - isenções, reduções ou diferimento temporário de II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento
tributos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas; anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de
IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social curso forçado;
dos rios e das massas de água represadas ou III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
represáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais
periódicas. de desenvolvimento;
§ 3º Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo
incentivará a recuperação de terras áridas e cooperará e bens do domínio da União;
com os pequenos e médios proprietários rurais para o VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de
estabelecimento, em suas glebas, de fontes de água e de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas
pequena irrigação. Assembléias Legislativas;
VII - transferência temporária da sede do Governo
Federal;
VIII - concessão de anistia;
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no
votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, artigo anterior;
de 2001) II - cujo procedimento for declarado incompatível com o
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do decoro parlamentar;
diploma, serão submetidos a julgamento perante o III - que deixar de comparecer, em cada sessão
Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa
Constitucional nº 35, de 2001)
a que pertencer, salvo licença ou missão por esta § 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões
autorizada; preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; da legislatura, para a posse de seus membros e eleição
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos,
previstos nesta Constituição; vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição
VI - que sofrer condenação criminal em sentença imediatamente subseqüente. (Redação dada pela
transitada em julgado. Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos § 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo
casos definidos no regimento interno, o abuso das Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão
prerrogativas asseguradas a membro do Congresso exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos
Nacional ou a percepção de vantagens indevidas. equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato Federal.
será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo § 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional
Senado Federal, por maioria absoluta, mediante far-se-á: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
provocação da respectiva Mesa ou de partido político 50, de 2006)
representado no Congresso Nacional, assegurada ampla I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de
defesa. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº decretação de estado de defesa ou de intervenção
76, de 2013) federal, de pedido de autorização para a decretação de
§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será estado de sítio e para o compromisso e a posse do
declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou Presidente e do Vice-Presidente- Presidente da
mediante provocação de qualquer de seus membros, ou República;
de partido político representado no Congresso Nacional, II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da
assegurada ampla defesa. Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que requerimento da maioria dos membros de ambas as
vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos Casas, em caso de urgência ou interesse público
deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a
deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º.(Incluído aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas
pela Emenda Constitucional de Revisão nº 6, de 1994) do Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 50, de 2006)
Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador: § 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso
I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual
de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo,
Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão
diplomática temporária; da convocação. (Redação dada pela Emenda
II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, Constitucional nº 50, de 2006)
ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular, § 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de
desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão
cento e vinte dias por sessão legislativa. elas automaticamente incluídas na pauta da
§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de convocação.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32,
investidura em funções previstas neste artigo ou de de 2001)
licença superior a cento e vinte dias.
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á
eleição para preenchê-la se faltarem mais de quinze SEÇÃO VII
meses para o término do mandato. DAS COMISSÕES
§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador
poderá optar pela remuneração do mandato. Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão
comissões permanentes e temporárias, constituídas na
forma e com as atribuições previstas no respectivo
SEÇÃO VI regimento ou no ato de que resultar sua criação.
DAS REUNIÕES § 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é
assegurada, tanto quanto possível, a representação
Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares
na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º que participam da respectiva Casa.
de agosto a 22 de dezembro. (Redação dada pela § 2º Às comissões, em razão da matéria de sua
Emenda Constitucional nº 50, de 2006) competência, cabe:
§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma
transferidas para o primeiro dia útil subseqüente, quando do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver
recaírem em sábados, domingos ou feriados. recurso de um décimo dos membros da Casa;
§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a II - realizar audiências públicas com entidades da
aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias. sociedade civil;
§ 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a III - convocar Ministros de Estado para prestar
Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições;
em sessão conjunta para: IV - receber petições, reclamações, representações ou
I - inaugurar a sessão legislativa; queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das
II - elaborar o regimento comum e regular a criação de autoridades ou entidades públicas;
serviços comuns às duas Casas; V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou
III - receber o compromisso do Presidente e do Vice- cidadão;
Presidente da República; VI - apreciar programas de obras, planos nacionais,
IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar. regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles
emitir parecer.
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não
somente poderá constituir objeto de novo projeto, na alterem o fundamento legal do ato concessório;
mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos
absoluta dos membros de qualquer das Casas do Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou
Congresso Nacional. de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo unidades administrativas dos Poderes Legislativo,
Presidente da República, que deverá solicitar a Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no
delegação ao Congresso Nacional. inciso II;
§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de V - fiscalizar as contas nacionais das empresas
competência exclusiva do Congresso Nacional, os de supranacionais de cujo capital social a União participe, de
competência privativa da Câmara dos Deputados ou do forma direta ou indireta, nos termos do tratado
Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, constitutivo;
nem a legislação sobre: VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste
Público, a carreira e a garantia de seus membros; ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos Federal ou a Município;
e eleitorais; VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer
orçamentos. das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil,
§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e
de resolução do Congresso Nacional, que especificará sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;
seu conteúdo e os termos de seu exercício. VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de
§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto despesa ou irregularidade de contas, as sanções
pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, previstas em lei, que estabelecerá, entre outras
vedada qualquer emenda. cominações, multa proporcional ao dano causado ao
erário;
Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as
maioria absoluta. providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se
verificada ilegalidade;
X - sustar, se não atendido, a execução do ato
SEÇÃO IX impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E Deputados e ao Senado Federal;
ORÇAMENTÁRIA XI - representar ao Poder competente sobre
irregularidades ou abusos apurados.
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, § 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado
operacional e patrimonial da União e das entidades da diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de
administração direta e indireta, quanto à legalidade, imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e § 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no
renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas
Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
controle interno de cada Poder. § 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física débito ou multa terão eficácia de título executivo.
ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, § 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional,
guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.
públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em
nome desta, assuma obrigações de natureza Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o
pecuniária.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº art. 166, §1º, diante de indícios de despesas não
19, de 1998) autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não
programados ou de subsídios não aprovados, poderá
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso solicitar à autoridade governamental responsável que, no
Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos
Contas da União, ao qual compete: necessários.
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo § 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados
Presidente da República, mediante parecer prévio que estes insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal
deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de
recebimento; trinta dias.
II - julgar as contas dos administradores e demais § 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da Comissão, se julgar que o gasto possa causar dano
administração direta e indireta, incluídas as fundações e irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá
sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público ao Congresso Nacional sua sustação.
federal, e as contas daqueles que derem causa a perda,
extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por
erário público; nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos próprio de pessoal e jurisdição em todo o território
de admissão de pessoal, a qualquer título, na nacional, exercendo, no que couber, as atribuições
administração direta e indireta, incluídas as fundações previstas no art. 96.
instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as § 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão
nomeações para cargo de provimento em comissão, bem nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes
como a das concessões de aposentadorias, reformas e requisitos:
I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da
anos de idade; República, auxiliado pelos Ministros de Estado.
II - idoneidade moral e reputação ilibada;
III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da
econômicos e financeiros ou de administração pública; República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro
IV - mais de dez anos de exercício de função ou de domingo de outubro, em primeiro turno, e no último
efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do
mencionados no inciso anterior. ano anterior ao do término do mandato presidencial
§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão vigente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
escolhidos: 16, de 1997)
I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação § 1º A eleição do Presidente da República importará a do
do Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre Vice-Presidente com ele registrado.
auditores e membros do Ministério Público junto ao § 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que,
Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta
os critérios de antigüidade e merecimento; de votos, não computados os em branco e os nulos.
II - dois terços pelo Congresso Nacional. § 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na
§ 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias
as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, após a proclamação do resultado, concorrendo os dois
vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele
Tribunal de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à que obtiver a maioria dos votos válidos.
aposentadoria e pensão, as normas constantes do art. § 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer
40. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de morte, desistência ou impedimento legal de candidato,
1998) convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior
§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as votação.
mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando no § 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores,
exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato
de Tribunal Regional Federal. com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República
manterão, de forma integrada, sistema de controle interno tomarão posse em sessão do Congresso Nacional,
com a finalidade de: prestando o compromisso de manter, defender e cumprir
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do
plurianual, a execução dos programas de governo e dos povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a
orçamentos da União; independência do Brasil.
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada
à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo
e patrimonial nos órgãos e entidades da administração motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este
federal, bem como da aplicação de recursos públicos por será declarado vago.
entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de
garantias, bem como dos direitos e haveres da União; impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão Presidente.
institucional. Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei
conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele
dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob convocado para missões especiais.
pena de responsabilidade solidária.
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do
sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos,
irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de serão sucessivamente chamados ao exercício da
Contas da União. Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o
do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-
se, no que couber, à organização, composição e Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-
fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias
Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de depois de aberta a última vaga.
Contas dos Municípios. § 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão período presidencial, a eleição para ambos os cargos
sobre os Tribunais de Contas respectivos, que serão será feita trinta dias depois da última vaga, pelo
integrados por sete Conselheiros. Congresso Nacional, na forma da lei.
§ 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar
o período de seus antecessores.
CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO Art. 82. O mandato do Presidente da República é de
quatro anos e terá início em primeiro de janeiro do ano
SEÇÃO I seguinte ao da sua eleição.(Redação dada pela Emenda
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA Constitucional nº 16, de 1997)
REPÚBLICA
Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República
não poderão, sem licença do Congresso Nacional,
ausentar-se do País por período superior a quinze dias, XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o
sob pena de perda do cargo. projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas
de orçamento previstos nesta Constituição;
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional,
SEÇÃO II dentro de sessenta dias após a abertura da sessão
DAS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da forma da lei;
República: XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; termos do art. 62;
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta
direção superior da administração federal; Constituição.
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos Parágrafo único. O Presidente da República poderá
previstos nesta Constituição; delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao
como expedir decretos e regulamentos para sua fiel Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da
execução; União, que observarão os limites traçados nas
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; respectivas delegações.
VI - dispor, mediante decreto, sobre:(Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
a) organização e funcionamento da administração federal, SEÇÃO III
quando não implicar aumento de despesa nem criação ou DA RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA
extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda REPÚBLICA
Constitucional nº 32, de 2001)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do
vagos;(Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de Presidente da República que atentem contra a
2001) Constituição Federal e, especialmente, contra:
VII - manter relações com Estados estrangeiros e I - a existência da União;
acreditar seus representantes diplomáticos; II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes
sujeitos a referendo do Congresso Nacional; constitucionais das unidades da Federação;
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
X - decretar e executar a intervenção federal; IV - a segurança interna do País;
XI - remeter mensagem e plano de governo ao V - a probidade na administração;
Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão VI - a lei orçamentária;
legislativa, expondo a situação do País e solicitando as VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
providências que julgar necessárias; Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se especial, que estabelecerá as normas de processo e
necessário, dos órgãos instituídos em lei; julgamento.
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas,
nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da
Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los República, por dois terços da Câmara dos Deputados,
para os cargos que lhes são privativos; (Redação dada será ele submetido a julgamento perante o Supremo
pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99) Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os perante o Senado Federal, nos crimes de
Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais responsabilidade.
Superiores, os Governadores de Territórios, o § 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:
Procurador-Geral da República, o presidente e os I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia
diretores do banco central e outros servidores, quando ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal;
determinado em lei; II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os do processo pelo Senado Federal.
Ministros do Tribunal de Contas da União; § 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento
Constituição, e o Advogado-Geral da União; do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos do processo.
termos do art. 89, VII; § 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o infrações comuns, o Presidente da República não estará
Conselho de Defesa Nacional; sujeito a prisão.
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, § 4º O Presidente da República, na vigência de seu
autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por mandato, não pode ser responsabilizado por atos
ele, quando ocorrida no intervalo das sessões estranhos ao exercício de suas funções.
legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou
parcialmente, a mobilização nacional;
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do SEÇÃO IV
Congresso Nacional; DOS MINISTROS DE ESTADO
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre
que forças estrangeiras transitem pelo território nacional brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos
ou nele permaneçam temporariamente; direitos políticos.
SEÇÃO V
DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE CAPÍTULO III
DEFESA NACIONAL DO PODER JUDICIÁRIO
SUBSEÇÃO I SEÇÃO I
DO CONSELHO DA REPÚBLICA DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
consulta do Presidente da República, e dele participam: I - o Supremo Tribunal Federal;
I - o Vice-Presidente da República; I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela
II - o Presidente da Câmara dos Deputados; Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
III - o Presidente do Senado Federal; II - o Superior Tribunal de Justiça;
IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
Deputados; IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal; V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI - o Ministro da Justiça; VI - os Tribunais e Juízes Militares;
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito
cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Federal e Territórios.
Presidente da República, dois eleitos pelo Senado § 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional
Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital
com mandato de três anos, vedada a recondução. Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar- § 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais
se sobre: Superiores têm jurisdição em todo o território
I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio; nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
II - as questões relevantes para a estabilidade das 2004)
instituições democráticas.
§ 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo
de Estado para participar da reunião do Conselho, Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
quando constar da pauta questão relacionada com o Magistratura, observados os seguintes princípios:
respectivo Ministério. I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do substituto, mediante concurso público de provas e títulos,
Conselho da República. com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil
em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no
mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se,
SUBSEÇÃO II nas nomeações, à ordem de classificação;(Redação dada
DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - promoção de entrância para entrância,
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de alternadamente, por antigüidade e merecimento,
consulta do Presidente da República nos assuntos atendidas as seguintes normas:
relacionados com a soberania nacional e a defesa do a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três
Estado democrático, e dele participam como membros vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de
natos: merecimento;
I - o Vice-Presidente da República; b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de
II - o Presidente da Câmara dos Deputados; exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a
III - o Presidente do Senado Federal; primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo
IV - o Ministro da Justiça; se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar
V - o Ministro de Estado da Defesa;(Redação dada pela vago;
Emenda Constitucional nº 23, de 1999) c) aferição do merecimento conforme o desempenho e
VI - o Ministro das Relações Exteriores; pelos critérios objetivos de produtividade e presteza no
exercício da jurisdição e pela freqüência e XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco
aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o
aperfeiçoamento; (Redação dada pela Emenda mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros,
Constitucional nº 45, de 2004) para o exercício das atribuições administrativas e
d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá jurisdicionais delegadas da competência do tribunal
recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade e
dois terços de seus membros, conforme procedimento a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; (Redação
próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
votação até fixar-se a indicação; (Redação dada pela XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, grau, funcionando, nos dias em que não houver
retiver autos em seu poder além do prazo legal, não expediente forense normal, juízes em plantão
podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho permanente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
ou decisão; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
de 2004) XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será
III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva
antigüidade e merecimento, alternadamente, apurados na população; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
última ou única entrância; (Redação dada pela Emenda de 2004)
Constitucional nº 45, de 2004) XIV os servidores receberão delegação para a prática de
IV previsão de cursos oficiais de preparação, atos de administração e atos de mero expediente sem
aperfeiçoamento e promoção de magistrados, caráter decisório; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
constituindo etapa obrigatória do processo de 45, de 2004)
vitaliciamento a participação em curso oficial ou XV a distribuição de processos será imediata, em todos
reconhecido por escola nacional de formação e os graus de jurisdição. (Incluído pela Emenda
aperfeiçoamento de magistrados; (Redação dada pela Constitucional nº 45, de 2004)
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais
corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal
mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal e Territórios será composto de membros, do Ministério
Federal e os subsídios dos demais magistrados serão Público, com mais de dez anos de carreira, e de
fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, advogados de notório saber jurídico e de reputação
conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade
nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de
superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, representação das respectivas classes.
nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal
mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que,
obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus
e 39, § 4º;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº integrantes para nomeação.
19, de 1998)
VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
dependentes observarão o disposto no art. 40; (Redação I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) após dois anos de exercício, dependendo a perda do
VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o
autorização do tribunal; (Redação dada pela Emenda juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença
Constitucional nº 45, de 2004) judicial transitada em julgado;
VIII o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público,
magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão na forma do art. 93, VIII;
por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos
Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º,
defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
45, de 2004) 1998)
VIIIA a remoção a pedido ou a permuta de magistrados Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
de comarca de igual entrância atenderá, no que couber, I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou
ao disposto nas alíneas a , b , c e e do inciso II; (Incluído função, salvo uma de magistério;
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário participação em processo;
serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob III - dedicar-se à atividade político-partidária.
pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
determinados atos, às próprias partes e a seus contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou
advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a privadas, ressalvadas as exceções previstas em
preservação do direito à intimidade do interessado no lei; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
sigilo não prejudique o interesse público à V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se
informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do
nº 45, de 2004) cargo por aposentadoria ou exoneração. (Incluído pela
X as decisões administrativas dos tribunais serão Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares
tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus Art. 96. Compete privativamente:
membros; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº I - aos tribunais:
45, de 2004) a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus
regimentos internos, com observância das normas de
processo e das garantias processuais das partes, conjuntamente com os demais Poderes na lei de
dispondo sobre a competência e o funcionamento dos diretrizes orçamentárias.
respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos; § 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os tribunais interessados, compete:
dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo
exercício da atividade correicional respectiva; Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos aprovação dos respectivos tribunais;
de juiz de carreira da respectiva jurisdição; II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e
d) propor a criação de novas varas judiciárias; Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e a aprovação dos respectivos tribunais.
títulos, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo único, § 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as
os cargos necessários à administração da Justiça, exceto respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo
os de confiança assim definidos em lei; estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus Executivo considerará, para fins de consolidação da
membros e aos juízes e servidores que lhes forem proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei
imediatamente vinculados; orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais estipulados na forma do § 1º deste artigo. (Incluído pela
Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169: § 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este
a) a alteração do número de membros dos tribunais artigo forem encaminhadas em desacordo com os limites
inferiores; estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos procederá aos ajustes necessários para fins de
seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído
vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, § 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não
onde houver; (Redação dada pela Emenda Constitucional poderá haver a realização de despesas ou a assunção de
nº 41, 19.12.2003) obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores; de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias; autorizadas, mediante a abertura de créditos
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda
do Distrito Federal e Territórios, bem como os membros Constitucional nº 45, de 2004)
do Ministério Público, nos crimes comuns e de
responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas
Eleitoral. Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em
virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e
membros ou dos membros do respectivo órgão especial à conta dos créditos respectivos, proibida a designação
poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e
lei ou ato normativo do Poder Público. (Vide Lei nº nos créditos adicionais abertos para este fim. (Redação
13.105, de 2015) (Vigência) dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). (Vide
Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e § 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem
os Estados criarão: aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos,
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou pensões e suas complementações, benefícios
togados e leigos, competentes para a conciliação, o previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez,
julgamento e a execução de causas cíveis de menor fundadas em responsabilidade civil, em virtude de
complexidade e infrações penais de menor potencial sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos
ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo, com preferência sobre todos os demais débitos, exceto
permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo. (Redação
o julgamento de recursos por turmas de juízes de dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
primeiro grau; § 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares
II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos tenham 60 (sessenta) anos de idade ou mais na data de
eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato expedição do precatório, ou sejam portadores de doença
de quatro anos e competência para, na forma da lei, grave, definidos na forma da lei, serão pagos com
celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de preferência sobre todos os demais débitos, até o valor
impugnação apresentada, o processo de habilitação e equivalente ao triplo do fixado em lei para os fins do
exercer atribuições conciliatórias, sem caráter disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento
jurisdicional, além de outras previstas na legislação. para essa finalidade, sendo que o restante será pago na
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados ordem cronológica de apresentação do
especiais no âmbito da Justiça Federal. (Renumerado precatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 62, de 2009).
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados § 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à
exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos
atividades específicas da Justiça. (Incluído pela Emenda de obrigações definidas em leis como de pequeno valor
Constitucional nº 45, de 2004) que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de
sentença judicial transitada em julgado. (Redação dada
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
administrativa e financeira. § 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados,
§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas por leis próprias, valores distintos às entidades de direito
orçamentárias dentro dos limites estipulados público, segundo as diferentes capacidades econômicas,
sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do § 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos
regime geral de previdência social. (Redação dada pela após comunicação, por meio de petição protocolizada, ao
Emenda Constitucional nº 62, de 2009). tribunal de origem e à entidade devedora. (Incluído pela
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
de direito público, de verba necessária ao pagamento de § 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei
seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em complementar a esta Constituição Federal poderá
julgado, constantes de precatórios judiciários estabelecer regime especial para pagamento de crédito
apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento de precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios,
até o final do exercício seguinte, quando terão seus dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e
valores atualizados monetariamente. (Redação dada pela forma e prazo de liquidação. (Incluído pela Emenda
Emenda Constitucional nº 62, de 2009). Constitucional nº 62, de 2009).
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos § 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União
serão consignados diretamente ao Poder Judiciário, poderá assumir débitos, oriundos de precatórios, de
cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão Estados, Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os
exequenda determinar o pagamento integral e autorizar, a diretamente. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62,
requerimento do credor e exclusivamente para os casos de 2009).
de preterimento de seu direito de precedência ou de não
alocação orçamentária do valor necessário à satisfação
do seu débito, o sequestro da quantia SEÇÃO II
respectiva. (Redação dada pela Emenda Constitucional DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
nº 62, de 2009).
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de
comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de
liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade,
responsabilidade e responderá, também, perante o de notável saber jurídico e reputação ilibada.
Conselho Nacional de Justiça. (Incluído pela Emenda Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal
Constitucional nº 62, de 2009). Federal serão nomeados pelo Presidente da República,
§ 8º É vedada a expedição de precatórios depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do
complementares ou suplementares de valor pago, bem Senado Federal.
como o fracionamento, repartição ou quebra do valor da
execução para fins de enquadramento de parcela do total Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal,
ao que dispõe o § 3º deste artigo. (Incluído pela Emenda precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
Constitucional nº 62, de 2009). I - processar e julgar, originariamente:
§ 9º No momento da expedição dos precatórios, a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato
independentemente de regulamentação, deles deverá ser normativo federal ou estadual e a ação declaratória de
abatido, a título de compensação, valor correspondente constitucionalidade de lei ou ato normativo
aos débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3,
ativa e constituídos contra o credor original pela Fazenda de 1993)
Pública devedora, incluídas parcelas vincendas de b) nas infrações penais comuns, o Presidente da
parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso
esteja suspensa em virtude de contestação administrativa Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da
ou judicial. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de República;
2009). c) nas infrações penais comuns e nos crimes de
§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal responsabilidade, os Ministros de Estado e os
solicitará à Fazenda Pública devedora, para resposta em Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica,
até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos
abatimento, informação sobre os débitos que preencham Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União
as condições estabelecidas no § 9º, para os fins nele e os chefes de missão diplomática de caráter
previstos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de permanente;(Redação dada pela Emenda Constitucional
2009). nº 23, de 1999)
§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das
da entidade federativa devedora, a entrega de créditos pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de
em precatórios para compra de imóveis públicos do segurança e o habeas data contra atos do Presidente da
respectivo ente federado. (Incluído pela Emenda República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do
Constitucional nº 62, de 2009). Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do
§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Procurador-Geral da República e do próprio Supremo
Constitucional, a atualização de valores de requisitórios, Tribunal Federal;
após sua expedição, até o efetivo pagamento, e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo
independentemente de sua natureza, será feita pelo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o
índice oficial de remuneração básica da caderneta de Território;
poupança, e, para fins de compensação da mora, f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a
incidirão juros simples no mesmo percentual de juros União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive
incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando as respectivas entidades da administração indireta;
excluída a incidência de juros compensatórios. (Incluído g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal
§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade
créditos em precatórios a terceiros, independentemente ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à
da concordância do devedor, não se aplicando ao jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de
cessionário o disposto nos §§ 2º e 3º. (Incluído pela crime sujeito à mesma jurisdição em uma única
Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
instância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda
22, de 1999) Constitucional nº 45, de 2004) (Vide Lei nº 13.105,
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados; de 2015) (Vigência)
l) a reclamação para a preservação de sua competência e I - o Presidente da República;
garantia da autoridade de suas decisões; II - a Mesa do Senado Federal;
m) a execução de sentença nas causas de sua III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
competência originária, facultada a delegação de IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara
atribuições para a prática de atos processuais; Legislativa do Distrito Federal; (Redação dada pela
n) a ação em que todos os membros da magistratura Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em V - o Governador de Estado ou do Distrito
que mais da metade dos membros do tribunal de origem Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional
estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente nº 45, de 2004)
interessados; VI - o Procurador-Geral da República;
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Brasil;
Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal; VIII - partido político com representação no Congresso
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de Nacional;
inconstitucionalidade; IX - confederação sindical ou entidade de classe de
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da âmbito nacional.
norma regulamentadora for atribuição do Presidente da § 1º O Procurador-Geral da República deverá ser
República, do Congresso Nacional, da Câmara dos previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e
Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma em todos os processos de competência do Supremo
dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da Tribunal Federal.
União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio § 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de
Supremo Tribunal Federal; medida para tornar efetiva norma constitucional, será
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e dada ciência ao Poder competente para a adoção das
contra o Conselho Nacional do Ministério providências necessárias e, em se tratando de órgão
Público; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de administrativo, para fazê-lo em trinta dias.
2004) § 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a
II - julgar, em recurso ordinário: inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da
data e o mandado de injunção decididos em única União, que defenderá o ato ou texto impugnado.
instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a
decisão; Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício
b) o crime político; ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria
decididas em única ou última instância, quando a decisão constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua
recorrida: publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em
a) contrariar dispositivo desta Constituição; relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei administração pública direta e indireta, nas esferas
federal; federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em
face desta Constituição. lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
d) julgar válida lei local contestada em face de lei 2004) (Vide Lei nº 11.417, de 2006).
federal. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação
2004) e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais
§ 1º A argüição de descumprimento de preceito haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre
fundamental, decorrente desta Constituição, será esses e a administração pública que acarrete grave
apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da insegurança jurídica e relevante multiplicação de
lei. (Transformado em § 1º pela Emenda Constitucional nº processos sobre questão idêntica. (Incluído pela Emenda
3, de 17/03/93) Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo § 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a
Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá
inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de ser provocada por aqueles que podem propor a ação
constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e direta de inconstitucionalidade.(Incluído pela Emenda
efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Constitucional nº 45, de 2004)
Poder Judiciário e à administração pública direta e § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que
indireta, nas esferas federal, estadual e contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a
municipal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal
45, de 2004) que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará
demonstrar a repercussão geral das questões que outra seja proferida com ou sem a aplicação da
constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a súmula, conforme o caso. (Incluído pela Emenda
fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, Constitucional nº 45, de 2004)
somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois
terços de seus membros. (Incluída pela Emenda Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se
Constitucional nº 45, de 2004) de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos,
admitida 1 (uma) recondução, sendo: (Redação dada
Art. 103. Podem propor a ação direta de pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009)
inconstitucionalidade e a ação declaratória de
I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Redação fixar prazo para que se adotem as providências
dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009) necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo
II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado da competência do Tribunal de Contas da
pelo respectivo tribunal; (Incluído pela Emenda União; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
Constitucional nº 45, de 2004) 2004)
III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, III - receber e conhecer das reclamações contra membros
indicado pelo respectivo tribunal; (Incluído pela Emenda ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus
Constitucional nº 45, de 2004) serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de
IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado serviços notariais e de registro que atuem por delegação
pelo Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Emenda do poder público ou oficializados, sem prejuízo da
Constitucional nº 45, de 2004) competência disciplinar e correicional dos tribunais,
V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal podendo avocar processos disciplinares em curso e
Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de determinar a remoção, a disponibilidade ou a
2004) aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais
VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo ao tempo de serviço e aplicar outras sanções
Superior Tribunal de Justiça; (Incluído pela Emenda administrativas, assegurada ampla defesa; (Incluído pela
Constitucional nº 45, de 2004) Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime
Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de contra a administração pública ou de abuso de
2004) autoridade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado de 2004)
pelo Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela V - rever, de ofício ou mediante provocação, os
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) processos disciplinares de juízes e membros de tribunais
IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior julgados há menos de um ano; (Incluído pela Emenda
do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, Constitucional nº 45, de 2004)
de 2004) VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre
X - um membro do Ministério Público da União, indicado processos e sentenças prolatadas, por unidade da
pelo Procurador-Geral da República; (Incluído pela Federação, nos diferentes órgãos do Poder
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Judiciário; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido 2004)
pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes VII - elaborar relatório anual, propondo as providências
indicados pelo órgão competente de cada instituição que julgar necessárias, sobre a situação do Poder
estadual; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual
2004) deve integrar mensagem do Presidente do Supremo
XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional,
Ordem dos Advogados do Brasil; (Incluído pela Emenda por ocasião da abertura da sessão legislativa. (Incluído
Constitucional nº 45, de 2004) pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação § 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a
ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro função de Ministro-Corregedor e ficará excluído da
pelo Senado Federal. (Incluído pela Emenda distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe,
Constitucional nº 45, de 2004) além das atribuições que lhe forem conferidas pelo
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Estatuto da Magistratura, as seguintes: (Incluído pela
Supremo Tribunal Federal e, nas suas ausências e Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal I receber as reclamações e denúncias, de qualquer
Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº interessado, relativas aos magistrados e aos serviços
61, de 2009) judiciários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados 2004)
pelo Presidente da República, depois de aprovada a II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e
escolha pela maioria absoluta do Senado de correição geral; (Incluído pela Emenda Constitucional
Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº nº 45, de 2004)
61, de 2009) III requisitar e designar magistrados, delegando-lhes
§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações atribuições, e requisitar servidores de juízos ou tribunais,
previstas neste artigo, caberá a escolha ao Supremo inclusive nos Estados, Distrito Federal e
Tribunal Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº Territórios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
45, de 2004) de 2004)
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação § 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da
administrativa e financeira do Poder Judiciário e do República e o Presidente do Conselho Federal da Ordem
cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo- dos Advogados do Brasil. (Incluído pela Emenda
lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas Constitucional nº 45, de 2004)
pelo Estatuto da Magistratura: (Incluído pela Emenda § 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos
Constitucional nº 45, de 2004) Territórios, criará ouvidorias de justiça, competentes para
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo receber reclamações e denúncias de qualquer
cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo interessado contra membros ou órgãos do Poder
expedir atos regulamentares, no âmbito de sua Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares,
competência, ou recomendar providências; (Incluído pela representando diretamente ao Conselho Nacional de
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício 2004)
ou mediante provocação, a legalidade dos atos
administrativos praticados por membros ou órgãos do
Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça,
juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e observados os princípios estabelecidos nesta
idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça. Constituição.
§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu § 1º A competência dos tribunais será definida na
Presidente e o Vice-Presidente- dentre os Constituição do Estado, sendo a lei de organização
desembargadores. judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.
§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais
e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada
juntas eleitorais. a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
§ 1º - Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os § 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do
integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída,
funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos
garantias e serão inamovíveis. Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio
§ 2º - Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos
justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil
por mais de dois biênios consecutivos, sendo os integrantes. (Redação dada pela Emenda Constitucional
substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo nº 45, de 2004)
processo, em número igual para cada categoria. § 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar
§ 3º - São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior os militares dos Estados, nos crimes militares definidos
Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares
denegatórias de habeas corpus ou mandado de militares, ressalvada a competência do júri quando a
segurança. vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir
§ 4º - Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da
somente caberá recurso quando: graduação das praças. (Redação dada pela Emenda
I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constitucional nº 45, de 2004)
Constituição ou de lei; § 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois processar e julgar, singularmente, os crimes militares
ou mais tribunais eleitorais; cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça,
diplomas nas eleições federais ou estaduais; sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de demais crimes militares. (Incluído pela Emenda
mandatos eletivos federais ou estaduais; Constitucional nº 45, de 2004)
V - denegarem habeas corpus, mandado de § 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar
segurança, habeas data ou mandado de injunção. descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a
fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à
justiça em todas as fases do processo. (Incluído pela
SEÇÃO VII Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES § 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante,
com a realização de audiências e demais funções da
Art. 122. São órgãos da Justiça Militar: atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva
I - o Superior Tribunal Militar; jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e
II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei. comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de
quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de
República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Justiça proporá a criação de varas especializadas, com
Federal, sendo três dentre oficiais-generais da Marinha, competência exclusiva para questões agrárias. (Redação
quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente
posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis. prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local do
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo litígio.
Presidente da República dentre brasileiros maiores de
trinta e cinco anos, sendo:
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e CAPÍTULO IV
conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
atividade profissional; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de
II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e 2014)
membros do Ministério Público da Justiça Militar.
SEÇÃO I
Art. 124. À Justiça Militar compete processar e julgar os DO MINISTÉRIO PÚBLICO
crimes militares definidos em lei.
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente,
funcionamento e a competência da Justiça Militar. essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-
lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e
dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
SEÇÃO VIII § 1º - São princípios institucionais do Ministério Público a
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia
funcional e administrativa, podendo, observado o disposto
no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus
extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo- membros, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela
os por concurso público de provas ou de provas e títulos, Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
a política remuneratória e os planos de carreira; a lei c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39,
disporá sobre sua organização e § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II,
funcionamento. (Redação dada pela Emenda 153, III, 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998) Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta II - as seguintes vedações:
orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto,
diretrizes orçamentárias. honorários, percentagens ou custas processuais;
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva b) exercer a advocacia;
proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra
considerará, para fins de consolidação da proposta função pública, salvo uma de magistério;
orçamentária anual, os valores aprovados na lei e) exercer atividade político-partidária; (Redação dada
orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
estipulados na forma do § 3º. (Incluído pela Emenda f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
Constitucional nº 45, de 2004) contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo privadas, ressalvadas as exceções previstas em
for encaminhada em desacordo com os limites lei. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo § 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o
procederá aos ajustes necessários para fins de disposto no art. 95, parágrafo único, V. (Incluído pela
consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
poderá haver a realização de despesas ou a assunção de I - promover, privativamente, a ação penal pública, na
obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei forma da lei;
de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos
autorizadas, mediante a abertura de créditos serviços de relevância pública aos direitos assegurados
suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias
Constitucional nº 45, de 2004) a sua garantia;
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a
Art. 128. O Ministério Público abrange: proteção do patrimônio público e social, do meio
I - o Ministério Público da União, que compreende: ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
a) o Ministério Público Federal; IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou
b) o Ministério Público do Trabalho; representação para fins de intervenção da União e dos
c) o Ministério Público Militar; Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios; V - defender judicialmente os direitos e interesses das
II - os Ministérios Públicos dos Estados. populações indígenas;
§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o VI - expedir notificações nos procedimentos
Procurador-Geral da República, nomeado pelo Presidente administrativos de sua competência, requisitando
da República dentre integrantes da carreira, maiores de informações e documentos para instruí-los, na forma da
trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela lei complementar respectiva;
maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para VII - exercer o controle externo da atividade policial, na
mandato de dois anos, permitida a recondução. forma da lei complementar mencionada no artigo anterior;
§ 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração
iniciativa do Presidente da República, deverá ser de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos
precedida de autorização da maioria absoluta do Senado de suas manifestações processuais;
Federal. IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas,
§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe
Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de
integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para entidades públicas.
escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo § 1º - A legitimação do Ministério Público para as ações
Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, civis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas
permitida uma recondução. mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta
§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Constituição e na lei.
Federal e Territórios poderão ser destituídos por § 2º As funções do Ministério Público só podem ser
deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na exercidas por integrantes da carreira, que deverão residir
forma da lei complementar respectiva. na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do
§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja chefe da instituição. (Redação dada pela Emenda
iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores- Constitucional nº 45, de 2004)
Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o § 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á
estatuto de cada Ministério Público, observadas, mediante concurso público de provas e títulos,
relativamente a seus membros: assegurada a participação da Ordem dos Advogados do
I - as seguintes garantias: Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel em
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e
podendo perder o cargo senão por sentença judicial observando-se, nas nomeações, a ordem de
transitada em julgado; classificação.(Redação dada pela Emenda Constitucional
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, nº 45, de 2004)
mediante decisão do órgão colegiado competente do
§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem
disposto no art. 93. (Redação dada pela Emenda conferidas pela lei, as seguintes:
Constitucional nº 45, de 2004) I receber reclamações e denúncias, de qualquer
§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público interessado, relativas aos membros do Ministério Público
será imediata. (Incluído pela Emenda Constitucional nº e dos seus serviços auxiliares;
45, de 2004) II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e
correição geral;
Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos III requisitar e designar membros do Ministério Público,
Tribunais de Contas aplicam-se as disposições desta delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de
seção pertinentes a direitos, vedações e forma de órgãos do Ministério Público.
investidura. § 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho.
Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público § 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do
compõe-se de quatorze membros nomeados pelo Ministério Público, competentes para receber
Presidente da República, depois de aprovada a escolha reclamações e denúncias de qualquer interessado contra
pela maioria absoluta do Senado Federal, para um membros ou órgãos do Ministério Público, inclusive
mandato de dois anos, admitida uma recondução, contra seus serviços auxiliares, representando
sendo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público.
2004)
I o Procurador-Geral da República, que o preside;
II quatro membros do Ministério Público da União, SEÇÃO II
assegurada a representação de cada uma de suas DA ADVOCACIA PÚBLICA
carreiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
III três membros do Ministério Público dos Estados; 1998)
IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal
Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça; Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que,
V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da diretamente ou através de órgão vinculado, representa a
Ordem dos Advogados do Brasil; União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos
VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação termos da lei complementar que dispuser sobre sua
ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro organização e funcionamento, as atividades de
pelo Senado Federal. consultoria e assessoramento jurídico do Poder
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Executivo.
Público serão indicados pelos respectivos Ministérios § 1º - A Advocacia-Geral da União tem por chefe o
Públicos, na forma da lei. Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público Presidente da República dentre cidadãos maiores de
o controle da atuação administrativa e financeira do trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação
Ministério Público e do cumprimento dos deveres ilibada.
funcionais de seus membros, cabendo lhe: § 2º - O ingresso nas classes iniciais das carreiras da
I zelar pela autonomia funcional e administrativa do instituição de que trata este artigo far-se-á mediante
Ministério Público, podendo expedir atos regulamentares, concurso público de provas e títulos.
no âmbito de sua competência, ou recomendar § 3º - Na execução da dívida ativa de natureza tributária,
providências; a representação da União cabe à Procuradoria-Geral da
II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.
mediante provocação, a legalidade dos atos
administrativos praticados por membros ou órgãos do Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito
Ministério Público da União e dos Estados, podendo Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se dependerá de concurso público de provas e títulos, com a
adotem as providências necessárias ao exato participação da Ordem dos Advogados do Brasil em
cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos todas as suas fases, exercerão a representação judicial e
Tribunais de Contas; a consultoria jurídica das respectivas unidades
III receber e conhecer das reclamações contra membros federadas. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
ou órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, 19, de 1998)
inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo
competência disciplinar e correicional da instituição, é assegurada estabilidade após três anos de efetivo
podendo avocar processos disciplinares em curso, exercício, mediante avaliação de desempenho perante os
determinar a remoção, a disponibilidade ou a órgãos próprios, após relatório circunstanciado das
aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais corregedorias. (Redação dada pela Emenda
ao tempo de serviço e aplicar outras sanções Constitucional nº 19, de 1998)
administrativas, assegurada ampla defesa;
IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos
disciplinares de membros do Ministério Público da União SEÇÃO III
ou dos Estados julgados há menos de um ano; DA ADVOCACIA
V elaborar relatório anual, propondo as providências que (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de
julgar necessárias sobre a situação do Ministério Público 2014)
no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar
a mensagem prevista no art. 84, XI. Art. 133. O advogado é indispensável à administração da
§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no
Corregedor nacional, dentre os membros do Ministério exercício da profissão, nos limites da lei.
Público que o integram, vedada a recondução,
Assim como as Empresas Públicas, estas entidades são estrutura centralizada - quando há delegação de atri-
autorizadas por Lei Específica a funcionar como buição.
prestadoras de serviços públicos (COPASA, CEMIG,
BHTRANS), ou exploradoras de atividade econômica Descentralização: Serviço descentralizado é todo aquele
(Banco do Brasil). Além desta autorização é necessário o em que o Poder Público transfere sua titularidade ou, sim-
registro do seu estatuto social no cartório público plesmente, sua execução, por outorga ou delegação, a
competente (Cartório Civil de Registro de Pessoas autarquias, entidades paraestatais, empresas privadas ou
Jurídicas). Só admitem o regime jurídico de pessoal na particulares individualmente. Há outorga quando o Estado
forma celetista. Seu patrimônio é próprio, ou seja, cria uma entidade e a ela transfere, por lei, determinado
pertencente à própria Entidade e não ao ente político serviço público ou de utilidade pública; há delegação
que a criou, trata-se de um patrimônio distinto do quando o Estado transfere, por contrato (concessão) ou
governo. ato unilateral (permissão ou autorização), unicamente a
execução do serviço, para que o delegado o preste ao
d) Fundações Públicas: As Fundações Públicas são público em seu nome e por sua conta e risco, nas
Entidades integrantes da Administração Pública condições regulamentares e sob controle estatal. Desta
Indireta, formadas por um patrimônio personalizado, forma, ocorre descentralização quando o poder de deci-
destacado por um fundador (no caso da Fundação são em matérias específicas a entes dotados de persona-
Pública, vinculado a uma das esferas de governo) para lidade jurídica própria. É dizer, na administração descen-
uma finalidade específica. Não podem ter como fim o tralizada a realização das atividades é feita pela empresa
lucro, mas, nada impede que, pelos trabalhos (pública ou privada) criada para a consecução de deter-
desenvolvidos o lucro aconteça. Neste caso, esta receita minada atividade, ou seja, a realização das atividades
não poderá ser repartida entre seus dirigentes, ocorre em nome próprio. Há também a transferência da
devendo, ser aplicada na função específica para qual atividade decisória, pois compete a unidade descentra-
a entidade fora criada, ou seja, no âmbito interno da lizada a decisão da conveniência e oportunidade para
própria Fundação. Quem destacou o patrimônio para a realização de obras ou serviços (não competindo tal
constituição da Fundação define o regime a ser decisão ao poder público tenha outorgado ou delegado
seguido. Se foi um particular, temos uma Fundação dada atividade). Para que ocorra descentralização é
Privada, se foi ente público, teremos uma Fundação mister:
Pública. As Fundações Privadas são regulamentadas
pelo Código Civil, ou seja, pelas leis de direito - Atribuição de personalidade jurídica ao ente
privado, e não tem em seu patrimônio recursos criado, diverso da matriz (União, Estados,
públicos, portanto, não compõe a Administração Distrito Federal e Municípios).
Pública Indireta, razão pela qual, não serão objeto
deste estudo. A exemplo temos a Fundação Roberto - Conferir ao ente desconcentração do poder
Marinho e a Fundação Airton Senna. As Fundações decisório, ou seja, haverá a criação de um ente
Públicas compõem a Administração Pública Indireta, descentralizado com personalidade jurídica pró-
e quanto a sua natureza jurídica, temos muita pria, autônoma da matriz (art. 37, CR/88 e art. 3º
divergência doutrinária. Hoje, a posição majoritária, CEMG).
reconhecida inclusive pelo STF (Supremo Tribunal
Federal), é de que as duas são possíveis, tanto a - Órgãos e patrimônio próprios. Devendo obser-
Fundação Pública com personalidade jurídica de Direito var formas de se suster independentes da ma-
Privado quanto a Fundação Pública com personalidade triz, a partir do exercício da atividade para qual
jurídica de Direito Público. As Fundações Públicas de fora criada.
Direito Público admitem os dois regimes jurídicos de
pessoal, o estatutário e o celetista, já, as Fundações - Estabelecimento de normas para controle ou
Públicas de Direito Privado admitem somente o regime tutela específica (tutela DL 200/67 - art. 19 a 29),
jurídico celetista. Em suma, o Estado poderá criar nos limites da lei, pelo órgão instituidor.
Fundações regidas pelo Direito Público ou autorizar por
lei Fundações regidas pelo Direito Privado; devendo, em - Impossibilidade de avocação, é dizer, impos-
ambos os casos, ser editada uma Lei Complementar para sível envolvimento na administração do ente
definir suas áreas de sua atuação. (Art. 37, XIX, CF). descentralizado, não pode a União intervir na
administração do INSS.
5. decisões são mais consistentes com os obje- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
tivos empresariais. Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:
II - produzidos no País; o
II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7 do art.
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras. 23 desta Lei, quando for o caso. (Incluído pela Lei nº
IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam
12.349, de 2010)
em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no
§ 10. A margem de preferência a que se refere o §
País. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) o
5 poderá ser estendida, total ou parcialmente, aos bens
V - produzidos ou prestados por empresas que
e serviços originários dos Estados Partes do Mercado
comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista
Comum do Sul - Mercosul. (Incluído pela Lei nº
em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da
Previdência Social e que atendam às regras de 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)
acessibilidade previstas na legislação. (Incluído pela Lei § 11. Os editais de licitação para a contratação de bens,
nº 13.146, de 2015) (Vigência) serviços e obras poderão, mediante prévia justificativa da
o
§ 3 A licitação não será sigilosa, sendo públicos e autoridade competente, exigir que o contratado promova,
acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo em favor de órgão ou entidade integrante da
quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva administração pública ou daqueles por ela indicados a
abertura. partir de processo isonômico, medidas de compensação
comercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições
§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
o vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na
§ 5 Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida
forma estabelecida pelo Poder Executivo
margem de preferência para: (Redação dada pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência) federal. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide
I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que Decreto nº 7.546, de 2011)
atendam a normas técnicas brasileiras; e (Incluído pela § 12. Nas contratações destinadas à implantação,
Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de
II - bens e serviços produzidos ou prestados por tecnologia de informação e comunicação, considerados
empresas que comprovem cumprimento de reserva de estratégicos em ato do Poder Executivo federal, a
cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou licitação poderá ser restrita a bens e serviços com
para reabilitado da Previdência Social e que atendam às tecnologia desenvolvida no País e produzidos de acordo
regras de acessibilidade previstas na legislação. (Incluído com o processo produtivo básico de que trata a Lei
o
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) n 10.176, de 11 de janeiro de 2001. (Incluído pela Lei
o o
§ 6 A margem de preferência de que trata o § 5 será nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)
estabelecida com base em estudos revistos § 13. Será divulgada na internet, a cada exercício
periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco) anos, financeiro, a relação de empresas favorecidas em
o o
que levem em consideração: (Incluído pela Lei nº decorrência do disposto nos §§ 5 , 7 , 10, 11 e 12 deste
12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) artigo, com indicação do volume de recursos destinados a
(Vide Decreto nº 7.709, de 2012) (Vide Decreto nº cada uma delas. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
7.713, de 2012) (Vide Decreto nº 7.756, de 2012) § 14. As preferências definidas neste artigo e nas demais
I - geração de emprego e renda; (Incluído pela Lei nº normas de licitação e contratos devem privilegiar o
12.349, de 2010) tratamento diferenciado e favorecido às microempresas e
II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e empresas de pequeno porte na forma da lei. (Incluído
municipais; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) pela Lei Complementar nº 147, de 2014)
III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados § 15. As preferências dispostas neste artigo prevalecem
sobre as demais preferências previstas na legislação
no País; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
quando estas forem aplicadas sobre produtos ou serviços
IV - custo adicional dos produtos e serviços; e
(Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) estrangeiros. (Incluído pela Lei Complementar nº
V - em suas revisões, análise retrospectiva de resultados. 147, de 2014)
(Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) o
o Art. 4 Todos quantos participem de licitação promovida
§ 7 Para os produtos manufaturados e serviços
nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm
tecnológica realizados no País, poderá ser estabelecido direito público subjetivo à fiel observância do pertinente
margem de preferência adicional àquela prevista no § procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer
o
5 . (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que
Decreto nº 7.546, de 2011) não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização
o
§ 8 As margens de preferência por produto, serviço, dos trabalhos.
grupo de produtos ou grupo de serviços, a que se referem Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta
o o
os §§ 5 e 7 , serão definidas pelo Poder Executivo lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado
federal, não podendo a soma delas ultrapassar o em qualquer esfera da Administração Pública.
montante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço o
dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros. Art. 5 Todos os valores, preços e custos utilizados nas
licitações terão como expressão monetária a moeda
(Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide
corrente nacional, ressalvado o disposto no art. 42 desta
Decreto nº 7.546, de 2011)
o o o Lei, devendo cada unidade da Administração, no
§ 9 As disposições contidas nos §§ 5 e 7 deste artigo pagamento das obrigações relativas ao fornecimento de
não se aplicam aos bens e aos serviços cuja capacidade bens, locações, realização de obras e prestação de
de produção ou prestação no País seja serviços, obedecer, para cada fonte diferenciada de
inferior: (Incluído pela Lei nº 12.349, de recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas
2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) exigibilidades, salvo quando presentes relevantes razões
I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; de interesse público e mediante prévia justificativa da
ou (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) autoridade competente, devidamente publicada.
Parágrafo único. (Vetado). (Redação dada pela Lei nº orçamentários para seu pagamento, sob pena de
8.883, de 1994) nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver
dado causa.
Art. 11. As obras e serviços destinados aos mesmos fins
terão projetos padronizados por tipos, categorias ou Art. 15. As compras, sempre que possível,
classes, exceto quando o projeto-padrão não atender às deverão: (Regulamento) (Regulamento) (Regulam
condições peculiares do local ou às exigências ento) (Vigência)
específicas do empreendimento.
I - atender ao princípio da padronização, que imponha
compatibilidade de especificações técnicas e de
Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de
desempenho, observadas, quando for o caso, as
obras e serviços serão considerados principalmente os
condições de manutenção, assistência técnica e garantia
seguintes requisitos: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de oferecidas;
1994) II - ser processadas através de sistema de registro de
I - segurança; preços;
II - funcionalidade e adequação ao interesse público; III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento
III - economia na execução, conservação e operação; semelhantes às do setor privado;
IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra, materiais, IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas
tecnologia e matérias-primas existentes no local para necessárias para aproveitar as peculiaridades do
execução, conservação e operação; mercado, visando economicidade;
V - facilidade na execução, conservação e operação, sem V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos
prejuízo da durabilidade da obra ou do serviço; órgãos e entidades da Administração Pública.
VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de o
§ 1 O registro de preços será precedido de ampla
segurança do trabalho adequadas; (Redação dada pela pesquisa de mercado.
Lei nº 8.883, de 1994) o
§ 2 Os preços registrados serão publicados
VII - impacto ambiental.
trimestralmente para orientação da Administração, na
imprensa oficial.
o
Seção IV § 3 O sistema de registro de preços será regulamentado
Dos Serviços Técnicos Profissionais Especializados por decreto, atendidas as peculiaridades regionais,
observadas as seguintes condições:
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços I - seleção feita mediante concorrência;
técnicos profissionais especializados os trabalhos II - estipulação prévia do sistema de controle e
relativos a: atualização dos preços registrados;
I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou III - validade do registro não superior a um ano.
o
executivos; § 4 A existência de preços registrados não obriga a
II - pareceres, perícias e avaliações em geral; Administração a firmar as contratações que deles
III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de outros
financeiras ou tributárias; (Redação dada pela Lei nº meios, respeitada a legislação relativa às licitações,
8.883, de 1994) sendo assegurado ao beneficiário do registro preferência
IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras em igualdade de condições.
o
ou serviços; § 5 O sistema de controle originado no quadro geral de
V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou preços, quando possível, deverá ser informatizado.
o
administrativas; § 6 Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar
VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; preço constante do quadro geral em razão de
VII - restauração de obras de arte e bens de valor incompatibilidade desse com o preço vigente no mercado.
histórico. o
§ 7 Nas compras deverão ser observadas, ainda:
VIII - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem
o
§ 1 Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, indicação de marca;
os contratos para a prestação de serviços técnicos II - a definição das unidades e das quantidades a serem
profissionais especializados deverão, preferencialmente, adquiridas em função do consumo e utilização prováveis,
ser celebrados mediante a realização de concurso, com cuja estimativa será obtida, sempre que possível,
estipulação prévia de prêmio ou remuneração. mediante adequadas técnicas quantitativas de estimação;
o
§ 2 Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica- III - as condições de guarda e armazenamento que não
se, no que couber, o disposto no art. 111 desta Lei. permitam a deterioração do material.
o
o
§ 3 A empresa de prestação de serviços técnicos § 8 O recebimento de material de valor superior ao limite
especializados que apresente relação de integrantes de estabelecido no art. 23 desta Lei, para a modalidade de
seu corpo técnico em procedimento licitatório ou como convite, deverá ser confiado a uma comissão de, no
elemento de justificação de dispensa ou inexigibilidade de mínimo, 3 (três) membros.
licitação, ficará obrigada a garantir que os referidos
integrantes realizem pessoal e diretamente os serviços Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em órgão
objeto do contrato. de divulgação oficial ou em quadro de avisos de amplo
acesso público, à relação de todas as compras feitas pela
Administração Direta ou Indireta, de maneira a clarificar a
Seção V identificação do bem comprado, seu preço unitário, a
Das Compras quantidade adquirida, o nome do vendedor e o valor total
da operação, podendo ser aglutinadas por itens as
Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada compras feitas com dispensa e inexigibilidade de
caracterização de seu objeto e indicação dos recursos licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
aos casos de dispensa de licitação previstos no inciso IX e) venda de bens produzidos ou comercializados por
do art. 24. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) órgãos ou entidades da Administração Pública, em
virtude de suas finalidades;
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos
Seção VI ou entidades da Administração Pública, sem utilização
Das Alienações previsível por quem deles dispõe.
o
§ 1 Os imóveis doados com base na alínea "b" do inciso
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, I deste artigo, cessadas as razões que justificaram a sua
subordinada à existência de interesse público doação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica
devidamente justificado, será precedida de avaliação e doadora, vedada a sua alienação pelo beneficiário.
o
obedecerá às seguintes normas: § 2 A Administração também poderá conceder título de
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa propriedade ou de direito real de uso de imóveis,
para órgãos da administração direta e entidades dispensada licitação, quando o uso destinar-
autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as se: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005)
entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública,
de licitação na modalidade de concorrência, dispensada qualquer que seja a localização do imóvel; (Incluído
esta nos seguintes casos:
pela Lei nº 11.196, de 2005)
a) dação em pagamento;
II - a pessoa natural que, nos termos de lei, regulamento
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou ou ato normativo do órgão competente, haja
entidade da administração pública, de qualquer esfera de implementado os requisitos mínimos de cultura, ocupação
governo, ressalvado o disposto nas mansa e pacífica e exploração direta sobre área rural,
o o
alíneas f, h e i; (Redação dada pela Lei nº 11.952, de observado o limite de que trata o § 1 do art. 6 da Lei
o
2009) n 11.952, de 25 de junho de 2009; (Redação dada pela
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos Lei nº 13.465, 2017)
constantes do inciso X do art. 24 desta Lei; § 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2 ficam
o
nunca inferior ao da avaliação e desde que esse não Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas
ultrapasse a 50% (cinqüenta por cento) do valor parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas
constante da alínea "a" do inciso II do art. 23 desta por instituições federais; (Redação dada pela Lei nº
lei; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) 8.883, de 1994)
II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal
falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins quando se tratar, respectivamente, de licitação feita por
residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou
usinas hidrelétricas, desde que considerados Municipal, ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Lei
dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não nº 8.883, de 1994)
integrem a categoria de bens reversíveis ao final da III - em jornal diário de grande circulação no Estado e
concessão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) também, se houver, em jornal de circulação no Município
o
§ 4 A doação com encargo será licitada e de seu ou na região onde será realizada a obra, prestado o
instrumento constarão, obrigatoriamente os encargos, o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo
prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob ainda a Administração, conforme o vulto da licitação,
pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a
caso de interesse público devidamente área de competição. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
justificado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 1994)
o
§ 5 Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário o
§ 1 O aviso publicado conterá a indicação do local em
necessite oferecer o imóvel em garantia de que os interessados poderão ler e obter o texto integral
financiamento, a cláusula de reversão e demais do edital e todas as informações sobre a licitação.
obrigações serão garantidas por hipoteca em segundo o
§ 2 O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou
grau em favor do doador. (Incluído pela Lei nº 8.883, de da realização do evento será:
1994) I - quarenta e cinco dias para: (Redação dada pela Lei nº
o
§ 6 Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou 8.883, de 1994)
globalmente, em quantia não superior ao limite previsto a) concurso; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
no art. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei, a Administração
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado
poderá permitir o leilão. (Incluído pela Lei nº 8.883, de contemplar o regime de empreitada integral ou quando a
1994) licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e
o
§ 7 (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007) preço"; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
II - trinta dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis,
1994)
a fase de habilitação limitar-se-á à comprovação do
a) concorrência, nos casos não especificados na alínea
recolhimento de quantia correspondente a 5% (cinco por
cento) da avaliação. "b" do inciso anterior; (Incluída pela Lei nº 8.883, de
1994)
Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo
aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de "melhor técnica" ou "técnica e preço"; (Incluída pela Lei nº
dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da 8.883, de 1994)
autoridade competente, observadas as seguintes regras: III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não
I - avaliação dos bens alienáveis; especificados na alínea "b" do inciso anterior, ou
II - comprovação da necessidade ou utilidade da leilão; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
alienação; IV - cinco dias úteis para convite. (Redação dada pela Lei
III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade nº 8.883, de 1994)
de concorrência ou leilão. (Redação dada pela Lei nº o
§ 3 Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão
8.883, de 1994) contados a partir da última publicação do edital resumido
ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva
disponibilidade do edital ou do convite e respectivos
Capítulo II anexos, prevalecendo a data que ocorrer mais
Da Licitação tarde. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
o
§ 4 Qualquer modificação no edital exige divulgação
Seção I pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-
Das Modalidades, Limites e Dispensa se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando,
inqüestionavelmente, a alteração não afetar a formulação
Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se das propostas.
situar a repartição interessada, salvo por motivo de
interesse público, devidamente justificado. Art. 22. São modalidades de licitação:
Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a I - concorrência;
habilitação de interessados residentes ou sediados em II - tomada de preços;
outros locais. III - convite;
IV - concurso;
Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das V - leilão.
concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e o
§ 1 Concorrência é a modalidade de licitação entre
dos leilões, embora realizados no local da repartição quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação
interessada, deverão ser publicados com antecedência, preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de
no mínimo, por uma vez: (Redação dada pela Lei nº qualificação exigidos no edital para execução de seu
8.883, de 1994) objeto.
o
I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação § 2 Tomada de preços é a modalidade de licitação entre
feita por órgão ou entidade da Administração Pública interessados devidamente cadastrados ou que atenderem
a todas as condições exigidas para cadastramento até o b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e
terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, cinqüenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de
observada a necessária qualificação. 1998)
o
§ 3 Convite é a modalidade de licitação entre c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e
interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cinqüenta mil reais). (Redação dada pela Lei nº 9.648,
cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número de 1998)
mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual o
§ 1 As obras, serviços e compras efetuadas pela
afixará, em local apropriado, cópia do instrumento Administração serão divididas em tantas parcelas
convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na quantas se comprovarem técnica e economicamente
correspondente especialidade que manifestarem seu viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor
interesse com antecedência de até 24 (vinte e aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à
quatro) horas da apresentação das propostas. ampliação da competitividade sem perda da economia de
o
§ 4 Concurso é a modalidade de licitação entre escala. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, o
§ 2 Na execução de obras e serviços e nas compras de
científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios
bens, parceladas nos termos do parágrafo anterior, a
ou remuneração aos vencedores, conforme critérios
cada etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço ou
constantes de edital publicado na imprensa oficial com
compra, há de corresponder licitação distinta, preservada
antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.
o a modalidade pertinente para a execução do objeto em
§ 5 Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer
interessados para a venda de bens móveis inservíveis licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
o
para a administração ou de produtos legalmente § 3 A concorrência é a modalidade de licitação cabível,
apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra
imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no
art. 19, como nas concessões de direito real de uso e nas
lance, igual ou superior ao valor da avaliação. (Redação
licitações internacionais, admitindo-se neste último caso,
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
o o observados os limites deste artigo, a tomada de preços,
§ 6 Na hipótese do § 3 deste artigo, existindo na praça quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro
mais de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo internacional de fornecedores ou o convite, quando não
convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é houver fornecedor do bem ou serviço no País. (Redação
obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
enquanto existirem cadastrados não convidados nas o
§ 4 Nos casos em que couber convite, a Administração
últimas licitações. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso,
1994) a concorrência.
o o
§ 7 Quando, por limitações do mercado ou manifesto § 5 É vedada a utilização da modalidade "convite" ou
desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção "tomada de preços", conforme o caso, para parcelas de
do número mínimo de licitantes exigidos no § 3 deste
o uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e
artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamente serviços da mesma natureza e no mesmo local que
justificadas no processo, sob pena de repetição do possam ser realizadas conjunta e concomitantemente,
convite. sempre que o somatório de seus valores caracterizar o
o
§ 8 É vedada a criação de outras modalidades de caso de "tomada de preços" ou "concorrência",
licitação ou a combinação das referidas neste artigo. respectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as
o o
§ 9 Na hipótese do parágrafo 2 deste artigo, a parcelas de natureza específica que possam ser
executadas por pessoas ou empresas de especialidade
administração somente poderá exigir do licitante não
diversa daquela do executor da obra ou serviço.
cadastrado os documentos previstos nos arts. 27 a 31,
que comprovem habilitação compatível com o objeto da (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
o
licitação, nos termos do edital. (Incluído pela Lei nº 8.883, § 6 As organizações industriais da Administração
Federal direta, em face de suas peculiaridades,
de 1994)
obedecerão aos limites estabelecidos no inciso I deste
Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os artigo também para suas compras e serviços em geral,
desde que para a aquisição de materiais aplicados
incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em
exclusivamente na manutenção, reparo ou fabricação de
função dos seguintes limites, tendo em vista o valor
meios operacionais bélicos pertencentes à
estimado da contratação:
União. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
I - para obras e serviços de engenharia: (Redação dada o
§ 7 Na compra de bens de natureza divisível e desde
pela Lei nº 9.648, de 1998)
que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, é
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil
permitida a cotação de quantidade inferior à demandada
reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) na licitação, com vistas a ampliação da competitividade,
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e podendo o edital fixar quantitativo mínimo para preservar
quinhentos mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, a economia de escala. (Incluído pela Lei nº 9.648, de
de 1998) 1998)
c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e o
§ 8 No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro
quinhentos mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, dos valores mencionados no caput deste artigo quando
de 1998) formado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo,
II - para compras e serviços não referidos no inciso
quando formado por maior número. (Incluído pela Lei nº
anterior:(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
11.107, de 2005)
a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil
reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) Art. 24. É dispensável a licitação:
I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10%
(dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I
do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida
uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou
serviços da mesma natureza e no mesmo local que do desenvolvimento institucional, ou de instituição
possam ser realizadas conjunta e dedicada à recuperação social do preso, desde que a
concomitantemente; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de contratada detenha inquestionável reputação ético-
1998) profissional e não tenha fins lucrativos;(Redação dada
II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez pela Lei nº 8.883, de 1994)
por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de
artigo anterior e para alienações, nos casos previstos acordo internacional específico aprovado pelo Congresso
nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um Nacional, quando as condições ofertadas forem
mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que manifestamente vantajosas para o Poder Público;
possa ser realizada de uma só vez; (Redação dada pela (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Lei nº 9.648, de 1998) XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem; objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou
quando caracterizada urgência de atendimento de entidade.
situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários
segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e padronizados de uso da administração, e de edições
outros bens, públicos ou particulares, e somente para os técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços
bens necessários ao atendimento da situação de informática a pessoa jurídica de direito público interno,
emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e por órgãos ou entidades que integrem a Administração
serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de Pública, criados para esse fim específico;(Incluído pela
180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, Lei nº 8.883, de 1994)
contados da ocorrência da emergência ou calamidade, XVII - para a aquisição de componentes ou peças de
vedada a prorrogação dos respectivos contratos; origem nacional ou estrangeira, necessários à
V - quando não acudirem interessados à licitação anterior manutenção de equipamentos durante o período de
e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem garantia técnica, junto ao fornecedor original desses
prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, equipamentos, quando tal condição de exclusividade for
todas as condições preestabelecidas; indispensável para a vigência da garantia; (Incluído pela
VI - quando a União tiver que intervir no domínio Lei nº 8.883, de 1994)
econômico para regular preços ou normalizar o XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o
abastecimento; abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas
VII - quando as propostas apresentadas consignarem ou tropas e seus meios de deslocamento quando em
preços manifestamente superiores aos praticados no estada eventual de curta duração em portos, aeroportos
mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de
pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, movimentação operacional ou de adestramento, quando
observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a
persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta normalidade e os propósitos das operações e desde que
dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do
do registro de preços, ou dos serviços; (Vide § 3º do art. inciso II do art. 23 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883,
48) de 1994)
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito XIX - para as compras de material de uso pelas Forças
público interno, de bens produzidos ou serviços prestados Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e
por órgão ou entidade que integre a Administração administrativo, quando houver necessidade de manter a
Pública e que tenha sido criado para esse fim específico padronização requerida pela estrutura de apoio logístico
em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer
contratado seja compatível com o praticado no de comissão instituída por decreto; (Incluído pela Lei nº
mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 8.883, de 1994)
IX - quando houver possibilidade de comprometimento da XX - na contratação de associação de portadores de
segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada
do Presidente da República, ouvido o Conselho de idoneidade, por órgãos ou entidades da Admininistração
Defesa Nacional; (Regulamento) Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao mão-de-obra, desde que o preço contratado seja
atendimento das finalidades precípuas da administração, compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela
cujas necessidades de instalação e localização Lei nº 8.883, de 1994)
condicionem a sua escolha, desde que o preço seja XXI - para a aquisição ou contratação de produto para
compatível com o valor de mercado, segundo avaliação pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso de obras e
prévia;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) serviços de engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou de que trata a alínea “b” do inciso I do caput do art. 23;
fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)
desde que atendida a ordem de classificação da licitação XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de
anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo energia elétrica e gás natural com concessionário,
licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, permissionário ou autorizado, segundo as normas da
devidamente corrigido; legislação específica; (Incluído pela Lei nº 9.648, de
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros 1998)
gêneros perecíveis, no tempo necessário para a XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou
realização dos processos licitatórios correspondentes, sociedade de economia mista com suas subsidiárias e
realizadas diretamente com base no preço do controladas, para a aquisição ou alienação de bens,
dia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço
contratado seja compatível com o praticado no XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de direito
mercado. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) público interno de insumos estratégicos para a saúde
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de produzidos ou distribuídos por fundação que, regimental
serviços com as organizações sociais, qualificadas no ou estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão da
âmbito das respectivas esferas de governo, para administração pública direta, sua autarquia ou fundação
atividades contempladas no contrato de gestão. (Incluído em projetos de ensino, pesquisa, extensão,
desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e
pela Lei nº 9.648, de 1998)
estímulo à inovação, inclusive na gestão administrativa e
XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e
financeira necessária à execução desses projetos, ou em
Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a
parcerias que envolvam transferência de tecnologia de
transferência de tecnologia e para o licenciamento de
produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde -
direito de uso ou de exploração de criação
SUS, nos termos do inciso XXXII deste artigo, e que
protegida. (Incluído pela Lei nº 10.973, de 2004) tenha sido criada para esse fim específico em data
XXVI - na celebração de contrato de programa com ente anterior à vigência desta Lei, desde que o preço
da Federação ou com entidade de sua administração contratado seja compatível com o praticado no
indireta, para a prestação de serviços públicos de forma mercado. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)
associada nos termos do autorizado em contrato de § 1
o
Os percentuais referidos nos incisos I e II
consórcio público ou em convênio de
do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para
cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) compras, obras e serviços contratados por consórcios
XXVII - na contratação da coleta, processamento e públicos, sociedade de economia mista, empresa pública
comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei,
ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva como Agências Executivas. (Incluído pela Lei nº 12.715,
de lixo, efetuados por associações ou cooperativas de 2012)
formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa o
§ 2 O limite temporal de criação do órgão ou entidade
renda reconhecidas pelo poder público como catadores que integre a administração pública estabelecido no
de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos
inciso VIII do caput deste artigo não se aplica aos órgãos
compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de
ou entidades que produzem produtos estratégicos para o
saúde pública. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de o
SUS, no âmbito da Lei n 8.080, de 19 de setembro de
2007).
1990, conforme elencados em ato da direção nacional do
XXVIII - para o fornecimento de bens e serviços,
produzidos ou prestados no País, que envolvam, SUS. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)
o
cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa § 3 A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI
nacional, mediante parecer de comissão especialmente do caput, quando aplicada a obras e serviços de
designada pela autoridade máxima do órgão.(Incluído engenharia, seguirá procedimentos especiais instituídos
pela Lei nº 11.484, de 2007). em regulamentação específica. (Incluído pela Lei nº
XXIX - na aquisição de bens e contratação de serviços 13.243, de 2016)
o
para atender aos contingentes militares das Forças § 4 Não se aplica a vedação prevista no inciso I
o
Singulares brasileiras empregadas em operações de paz do caput do art. 9 à hipótese prevista no inciso XXI
no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço do caput.(Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)
e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas
pelo Comandante da Força. (Incluído pela Lei nº 11.783, Art. 25. É inexigível a licitação quando houver
inviabilidade de competição, em especial:
de 2008).
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros
XXX - na contratação de instituição ou organização,
que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou
pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a
representante comercial exclusivo, vedada a preferência
prestação de serviços de assistência técnica e extensão
de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser
rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência
feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro
Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na
do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a
Reforma Agrária, instituído por lei federal. (Incluído pela obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou
Lei nº 12.188, de 2.010) Vigência Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do equivalentes;
o
disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei n 10.973, de 2 II - para a contratação de serviços técnicos enumerados
de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com
contratação dela constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, profissionais ou empresas de notória especialização,
de 2010) vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e
XXXII - na contratação em que houver transferência de divulgação;
tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único III - para contratação de profissional de qualquer setor
o artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo,
de Saúde - SUS, no âmbito da Lei n 8.080, de 19 de
desde que consagrado pela crítica especializada ou pela
setembro de 1990, conforme elencados em ato da
opinião pública.
direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da o
§ 1 Considera-se de notória especialização o
aquisição destes produtos durante as etapas de absorção
profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua
tecnológica. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)
especialidade, decorrente de desempenho anterior,
XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins
estudos, experiências, publicações, organização,
lucrativos, para a implementação de cisternas ou outras
aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos
tecnologias sociais de acesso à água para consumo
relacionados com suas atividades, permita inferir que o
humano e produção de alimentos, para beneficiar as
seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais
famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta
adequado à plena satisfação do objeto do contrato.
regular de água. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) o
§ 2 Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos
de dispensa, se comprovado superfaturamento,
respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal,
Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o Estadual e Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou
agente público responsável, sem prejuízo de outras outra equivalente, na forma da lei;
sanções legais cabíveis. IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e
ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS),
o o
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2 e 4 do art. 17 demonstrando situação regular no cumprimento dos
e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de encargos sociais instituídos por lei. (Redação dada pela
inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente Lei nº 8.883, de 1994)
justificadas, e o retardamento previsto no final do V - prova de inexistência de débitos inadimplidos perante
o
parágrafo único do art. 8 desta Lei deverão ser a Justiça do Trabalho, mediante a apresentação de
comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade certidão negativa, nos termos do Título VII-A da
superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo
no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia o o
Decreto-Lei n 5.452, de 1 de maio de 1943. (Incluído
dos atos. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)
pela Lei nº 12.440, de 2011) (Vigência)
Parágrafo único. O processo de dispensa, de
inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo, Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica
será instruído, no que couber, com os seguintes
limitar-se-á a:
elementos:
I - registro ou inscrição na entidade profissional
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa
competente;
que justifique a dispensa, quando for o caso;
II - comprovação de aptidão para desempenho de
II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
atividade pertinente e compatível em características,
III - justificativa do preço.
quantidades e prazos com o objeto da licitação, e
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa
indicação das instalações e do aparelhamento e do
aos quais os bens serão alocados. (Incluído pela Lei nº pessoal técnico adequados e disponíveis para a
9.648, de 1998) realização do objeto da licitação, bem como da
qualificação de cada um dos membros da equipe técnica
que se responsabilizará pelos trabalhos;
Seção II III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que
Da Habilitação recebeu os documentos, e, quando exigido, de que tomou
conhecimento de todas as informações e das condições
Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos locais para o cumprimento das obrigações objeto da
interessados, exclusivamente, documentação relativa a: licitação;
I - habilitação jurídica; IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei
II - qualificação técnica; especial, quando for o caso.
III - qualificação econômico-financeira; o
§ 1 A comprovação de aptidão referida no inciso II do
IV - regularidade fiscal e trabalhista; (Redação dada "caput" deste artigo, no caso das licitações pertinentes a
pela Lei nº 12.440, de 2011) (Vigência) obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por
V - cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. pessoas jurídicas de direito público ou privado,
o devidamente registrados nas entidades profissionais
7 da Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº 9.854, de
competentes, limitadas as exigências a: (Redação dada
1999)
pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, I - capacitação técnico-profissional: comprovação do
licitante de possuir em seu quadro permanente, na data
conforme o caso, consistirá em:
prevista para entrega da proposta, profissional de nível
I - cédula de identidade;
superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade
II - registro comercial, no caso de empresa individual;
competente, detentor de atestado de responsabilidade
III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor,
técnica por execução de obra ou serviço de
devidamente registrado, em se tratando de sociedades
características semelhantes, limitadas estas
comerciais, e, no caso de sociedades por ações,
exclusivamente às parcelas de maior relevância e valor
acompanhado de documentos de eleição de seus
significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências
administradores;
de quantidades mínimas ou prazos máximos; (Incluído
IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades
pela Lei nº 8.883, de 1994)
civis, acompanhada de prova de diretoria em exercício;
V - decreto de autorização, em se tratando de empresa II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
ou sociedade estrangeira em funcionamento no País, e a) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
ato de registro ou autorização para funcionamento b) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
expedido pelo órgão competente, quando a atividade o
§ 2 As parcelas de maior relevância técnica e de valor
assim o exigir. significativo, mencionadas no parágrafo anterior, serão
definidas no instrumento convocatório. (Redação dada
Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e pela Lei nº 8.883, de 1994)
o
trabalhista, conforme o caso, consistirá em: (Redação § 3 Será sempre admitida a comprovação de aptidão
dada pela Lei nº 12.440, de 2011) (Vigência) através de certidões ou atestados de obras ou serviços
I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas similares de complexidade tecnológica e operacional
(CPF) ou no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC); equivalente ou superior.
o
II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes § 4 Nas licitações para fornecimento de bens, a
estadual ou municipal, se houver, relativo ao domicílio ou comprovação de aptidão, quando for o caso, será feita
sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e através de atestados fornecidos por pessoa jurídica de
compatível com o objeto contratual; direito público ou privado.
Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso
empresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes ou cancelado o registro do inscrito que deixar de
normas: satisfazer as exigências do art. 27 desta Lei, ou as
I - comprovação do compromisso público ou particular de estabelecidas para classificação cadastral.
constituição de consórcio, subscrito pelos consorciados;
II - indicação da empresa responsável pelo consórcio que
deverá atender às condições de liderança, Seção IV
obrigatoriamente fixadas no edital; Do Procedimento e Julgamento
III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a
31 desta Lei por parte de cada consorciado, admitindo-se, Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a
para efeito de qualificação técnica, o somatório dos abertura de processo administrativo, devidamente
quantitativos de cada consorciado, e, para efeito de autuado, protocolado e numerado, contendo a
qualificação econômico-financeira, o somatório dos autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto
valores de cada consorciado, na proporção de sua e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão
respectiva participação, podendo a Administração juntados oportunamente:
estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de até 30% I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o
(trinta por cento) dos valores exigidos para licitante caso;
individual, inexigível este acréscimo para os consórcios II - comprovante das publicações do edital resumido, na
compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas forma do art. 21 desta Lei, ou da entrega do convite;
empresas assim definidas em lei; III - ato de designação da comissão de licitação, do
IV - impedimento de participação de empresa leiloeiro administrativo ou oficial, ou do responsável pelo
consorciada, na mesma licitação, através de mais de um convite;
consórcio ou isoladamente; IV - original das propostas e dos documentos que as
V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos instruírem;
praticados em consórcio, tanto na fase de licitação quanto V - atas, relatórios e deliberações da Comissão
na de execução do contrato. Julgadora;
o
§ 1 No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a
a liderança caberá, obrigatoriamente, à empresa licitação, dispensa ou inexigibilidade;
brasileira, observado o disposto no inciso II deste artigo. VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua
o
§ 2 O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes homologação;
da celebração do contrato, a constituição e o registro do VIII - recursos eventualmente apresentados pelos
consórcio, nos termos do compromisso referido no inciso licitantes e respectivas manifestações e decisões;
I deste artigo. IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação,
quando for o caso, fundamentado circunstanciadamente;
X - termo de contrato ou instrumento equivalente,
Seção III conforme o caso;
Dos Registros Cadastrais XI - outros comprovantes de publicações;
XII - demais documentos relativos à licitação.
Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem
Administração Pública que realizem freqüentemente como as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes
licitações manterão registros cadastrais para efeito de devem ser previamente examinadas e aprovadas por
habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no assessoria jurídica da Administração. (Redação dada
máximo, um ano. (Regulamento) pela Lei nº 8.883, de 1994)
o
§ 1 O registro cadastral deverá ser amplamente
divulgado e deverá estar permanentemente aberto aos Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação
interessados, obrigando-se a unidade por ele responsável ou para um conjunto de licitações simultâneas ou
a proceder, no mínimo anualmente, através da imprensa sucessivas for superior a 100 (cem) vezes o limite
oficial e de jornal diário, a chamamento público para a previsto no art. 23, inciso I, alínea "c" desta Lei, o
atualização dos registros existentes e para o ingresso de processo licitatório será iniciado, obrigatoriamente, com
novos interessados. uma audiência pública concedida pela autoridade
o
§ 2 É facultado às unidades administrativas utilizarem- responsável com antecedência mínima de 15
se de registros cadastrais de outros órgãos ou entidades (quinze) dias úteis da data prevista para a publicação do
da Administração Pública. edital, e divulgada, com a antecedência mínima de 10
(dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios
Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou previstos para a publicidade da licitação, à qual terão
atualização deste, a qualquer tempo, o interessado acesso e direito a todas as informações pertinentes e a
fornecerá os elementos necessários à satisfação das se manifestar todos os interessados.
exigências do art. 27 desta Lei.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se cada parcela até a data do efetivo pagamento; (Redação
licitações simultâneas aquelas com objetos similares e dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
com realização prevista para intervalos não superiores a d) compensações financeiras e penalizações, por
trinta dias e licitações sucessivas aquelas em que, eventuais atrasos, e descontos, por eventuais
também com objetos similares, o edital subseqüente antecipações de pagamentos;
tenha uma data anterior a cento e vinte dias após o e) exigência de seguros, quando for o caso;
término do contrato resultante da licitação XV - instruções e normas para os recursos previstos
antecedente. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) nesta Lei;
XVI - condições de recebimento do objeto da licitação;
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de XVII - outras indicações específicas ou peculiares da
ordem em série anual, o nome da repartição interessada licitação.
o
e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o § 1 O original do edital deverá ser datado, rubricado em
tipo da licitação, a menção de que será regida por esta todas as folhas e assinado pela autoridade que o expedir,
Lei, o local, dia e hora para recebimento da permanecendo no processo de licitação, e dele extraindo-
documentação e proposta, bem como para início da se cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação e
abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o fornecimento aos interessados.
o
seguinte: § 2 Constituem anexos do edital, dele fazendo parte
I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara; integrante:
II - prazo e condições para assinatura do contrato ou I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas
retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64 desta partes, desenhos, especificações e outros complementos;
Lei, para execução do contrato e para entrega do objeto II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos e
da licitação; preços unitários; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
III - sanções para o caso de inadimplemento; 1994)
IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o III - a minuta do contrato a ser firmado entre a
projeto básico; Administração e o licitante vencedor;
V - se há projeto executivo disponível na data da IV - as especificações complementares e as normas de
publicação do edital de licitação e o local onde possa ser execução pertinentes à licitação.
examinado e adquirido; o
§ 3 Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se
VI - condições para participação na licitação, em como adimplemento da obrigação contratual a prestação
conformidade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de do serviço, a realização da obra, a entrega do bem ou de
apresentação das propostas; parcela destes, bem como qualquer outro evento
VII - critério para julgamento, com disposições claras e contratual a cuja ocorrência esteja vinculada a emissão
parâmetros objetivos; de documento de cobrança.
VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de o
§ 4 Nas compras para entrega imediata, assim
comunicação à distância em que serão fornecidos entendidas aquelas com prazo de entrega até trinta dias
elementos, informações e esclarecimentos relativos à da data prevista para apresentação da proposta, poderão
licitação e às condições para atendimento das obrigações ser dispensadas: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
necessárias ao cumprimento de seu objeto;
IX - condições equivalentes de pagamento entre I - o disposto no inciso XI deste artigo; (Incluído pela Lei
empresas brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações nº 8.883, de 1994)
internacionais; II - a atualização financeira a que se refere a alínea "c" do
X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e inciso XIV deste artigo, correspondente ao período
global, conforme o caso, permitida a fixação de preços compreendido entre as datas do adimplemento e a
máximos e vedados a fixação de preços mínimos, prevista para o pagamento, desde que não superior a
critérios estatísticos ou faixas de variação em relação a quinze dias. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
preços de referência, ressalvado o disposto nos
parágrafos 1º e 2º do art. 48; (Redação dada pela Lei nº Art. 41. A Administração não pode descumprir as
9.648, de 1998) normas e condições do edital, ao qual se acha
XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação estritamente vinculada.
o
efetiva do custo de produção, admitida a adoção de § 1 Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar
índices específicos ou setoriais, desde a data prevista edital de licitação por irregularidade na aplicação desta
para apresentação da proposta, ou do orçamento a que Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis
essa proposta se referir, até a data do adimplemento de antes da data fixada para a abertura dos envelopes de
habilitação, devendo a Administração julgar e responder à
cada parcela; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da
XII - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) o
faculdade prevista no § 1 do art. 113.
XIII - limites para pagamento de instalação e mobilização o
§ 2 Decairá do direito de impugnar os termos do edital
para execução de obras ou serviços que serão
de licitação perante a administração o licitante que não o
obrigatoriamente previstos em separado das demais
fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos
parcelas, etapas ou tarefas;
envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos
XIV - condições de pagamento, prevendo:
envelopes com as propostas em convite, tomada de
a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado
preços ou concurso, ou a realização de leilão, as falhas
a partir da data final do período de adimplemento de cada
ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em
parcela; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
que tal comunicação não terá efeito de recurso. (Redação
b) cronograma de desembolso máximo por período, em
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
conformidade com a disponibilidade de recursos o
§ 3 A impugnação feita tempestivamente pelo licitante
financeiros;
não o impedirá de participar do processo licitatório até o
c) critério de atualização financeira dos valores a serem
trânsito em julgado da decisão a ela pertinente.
pagos, desde a data final do período de adimplemento de
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação licitação, e facultativo nos demais em que a
às finalidades de interesse público, respeitados os Administração puder substituí-lo por outros instrumentos
direitos do contratado; hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados despesa, autorização de compra ou ordem de execução
no inciso I do art. 79 desta Lei; de serviço.
o
III - fiscalizar-lhes a execução; § 1 A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou ou ato convocatório da licitação.
o
parcial do ajuste; § 2 Em "carta contrato", "nota de empenho de despesa",
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar "autorização de compra", "ordem de execução de serviço"
provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços ou outros instrumentos hábeis aplica-se, no que couber, o
vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da disposto no art. 55 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
necessidade de acautelar apuração administrativa de 8.883, de 1994)
faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese o
§ 3 Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei
de rescisão do contrato administrativo. e demais normas gerais, no que couber:
o
§ 1 As cláusulas econômico-financeiras e monetárias I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação
dos contratos administrativos não poderão ser alteradas em que o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo
sem prévia concordância do contratado. conteúdo seja regido, predominantemente, por norma de
o
§ 2 Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas direito privado;
econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas II - aos contratos em que a Administração for parte como
para que se mantenha o equilíbrio contratual. usuária de serviço público.
o
§ 4 É dispensável o "termo de contrato" e facultada a
Art. 59. A declaração de nulidade do contrato substituição prevista neste artigo, a critério da
administrativo opera retroativamente impedindo os efeitos Administração e independentemente de seu valor, nos
jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além casos de compra com entrega imediata e integral dos
de desconstituir os já produzidos. bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações
Parágrafo único. A nulidade não exonera a futuras, inclusive assistência técnica.
Administração do dever de indenizar o contratado pelo
que este houver executado até a data em que ela for Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento
declarada e por outros prejuízos regularmente dos termos do contrato e do respectivo processo
comprovados, contanto que não lhe seja imputável, licitatório e, a qualquer interessado, a obtenção de cópia
promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu autenticada, mediante o pagamento dos emolumentos
causa. devidos.
b) quando necessária a modificação do valor contratual bem como o empenho de dotações orçamentárias
em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa suplementares até o limite do seu valor corrigido, não
de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei; caracterizam alteração do mesmo, podendo ser
II - por acordo das partes: registrados por simples apostila, dispensando a
a) quando conveniente a substituição da garantia de celebração de aditamento.
execução;
b) quando necessária a modificação do regime de
execução da obra ou serviço, bem como do modo de Seção IV
fornecimento, em face de verificação técnica da Da Execução dos Contratos
inaplicabilidade dos termos contratuais originários;
c) quando necessária a modificação da forma de Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas
pagamento, por imposição de circunstâncias partes, de acordo com as cláusulas avençadas e as
supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada normas desta Lei, respondendo cada uma pelas
a antecipação do pagamento, com relação ao conseqüências de sua inexecução total ou parcial.
cronograma financeiro fixado, sem a correspondente
contraprestação de fornecimento de bens ou execução de Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do §
obra ou serviço; o o o
2 e no inciso II do § 5 do art. 3 desta Lei deverão
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram cumprir, durante todo o período de execução do contrato,
inicialmente entre os encargos do contratado e a a reserva de cargos prevista em lei para pessoa com
retribuição da administração para a justa remuneração da deficiência ou para reabilitado da Previdência Social, bem
obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção como as regras de acessibilidade previstas na
do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na legislação. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis 2015) (Vigência)
porém de conseqüências incalculáveis, retardadores ou Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o
impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso cumprimento dos requisitos de acessibilidade nos
de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, serviços e nos ambientes de trabalho. (Incluído pela Lei
configurando álea econômica extraordinária e nº 13.146, de 2015) (Vigência)
extracontratual. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
1994)
o
§ 1 O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas Art. 67. A execução do contrato deverá ser
condições contratuais, os acréscimos ou supressões que acompanhada e fiscalizada por um representante da
se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% Administração especialmente designado, permitida a
(vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de
contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou informações pertinentes a essa atribuição.
o
de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por § 1 O representante da Administração anotará em
cento) para os seus acréscimos. registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a
o
§ 2 Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os execução do contrato, determinando o que for necessário
limites estabelecidos no parágrafo anterior, à regularização das faltas ou defeitos observados.
o
salvo: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) § 2 As decisões e providências que ultrapassarem a
I - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) competência do representante deverão ser solicitadas a
seus superiores em tempo hábil para a adoção das
II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre
medidas convenientes.
os contratantes. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
o
§ 3 Se no contrato não houverem sido contemplados Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito
preços unitários para obras ou serviços, esses serão pela Administração, no local da obra ou serviço, para
fixados mediante acordo entre as partes, respeitados os representá-lo na execução do contrato.
o
limites estabelecidos no § 1 deste artigo.
o
§ 4 No caso de supressão de obras, bens ou serviços, Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir,
se o contratado já houver adquirido os materiais e posto remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no
no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela total ou em parte, o objeto do contrato em que se
Administração pelos custos de aquisição regularmente verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da
comprovados e monetariamente corrigidos, podendo execução ou de materiais empregados.
caber indenização por outros danos eventualmente
decorrentes da supressão, desde que regularmente Art. 70. O contratado é responsável pelos danos
comprovados. causados diretamente à Administração ou a terceiros,
o
§ 5 Quaisquer tributos ou encargos legais criados, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do
alterados ou extintos, bem como a superveniência de contrato, não excluindo ou reduzindo essa
disposições legais, quando ocorridas após a data da responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento
apresentação da proposta, de comprovada repercussão pelo órgão interessado.
nos preços contratados, implicarão a revisão destes para
mais ou para menos, conforme o caso. Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos
o
§ 6 Em havendo alteração unilateral do contrato que trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais
aumente os encargos do contratado, a Administração resultantes da execução do contrato.
o
deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio § 1 A inadimplência do contratado, com referência aos
econômico-financeiro inicial. encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à
o
§ 7 (VETADO) Administração Pública a responsabilidade por seu
o
§ 8 A variação do valor contratual para fazer face ao pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou
reajuste de preços previsto no próprio contrato, as restringir a regularização e o uso das obras e edificações,
atualizações, compensações ou penalizações financeiras
decorrentes das condições de pagamento nele previstas,
suspensão do cumprimento de suas obrigações até que Estado competente, ou Secretário Estadual ou Municipal,
seja normalizada a situação; conforme o caso.
o
XVI - a não liberação, por parte da Administração, de § 4 A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior
área, local ou objeto para execução de obra, serviço ou permite à Administração, a seu critério, aplicar a medida
fornecimento, nos prazos contratuais, bem como das prevista no inciso I deste artigo.
fontes de materiais naturais especificadas no projeto;
XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior,
regularmente comprovada, impeditiva da execução do Capítulo IV
contrato. DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA TUTELA
Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão JUDICIAL
formalmente motivados nos autos do processo,
assegurado o contraditório e a ampla defesa. Seção I
XVIII - descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, Disposições Gerais
sem prejuízo das sanções penais cabíveis. (Incluído pela
Lei nº 9.854, de 1999) Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em
assinar o contrato, aceitar ou retirar o instrumento
Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser: equivalente, dentro do prazo estabelecido pela
I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, caracteriza o descumprimento total da
Administração, nos casos enumerados nos incisos I a XII obrigação assumida, sujeitando-o às penalidades
e XVII do artigo anterior; legalmente estabelecidas.
II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica
no processo da licitação, desde que haja conveniência aos licitantes convocados nos termos do art. 64,
o
para a Administração; § 2 desta Lei, que não aceitarem a contratação, nas
III - judicial, nos termos da legislação; mesmas condições propostas pelo primeiro adjudicatário,
IV - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) inclusive quanto ao prazo e preço.
o
§ 1 A rescisão administrativa ou amigável deverá ser
precedida de autorização escrita e fundamentada da Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos
autoridade competente. em desacordo com os preceitos desta Lei ou visando a
o
§ 2 Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII frustrar os objetivos da licitação sujeitam-se às sanções
a XVII do artigo anterior, sem que haja culpa do previstas nesta Lei e nos regulamentos próprios, sem
contratado, será este ressarcido dos prejuízos prejuízo das responsabilidades civil e criminal que seu ato
regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ensejar.
ainda direito a:
I - devolução de garantia; Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que
II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a simplesmente tentados, sujeitam os seus autores, quando
data da rescisão; servidores públicos, além das sanções penais, à perda do
III - pagamento do custo da desmobilização. cargo, emprego, função ou mandato eletivo.
§ 3º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins desta
§ 4º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) Lei, aquele que exerce, mesmo que transitoriamente ou
o
§ 5 Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do sem remuneração, cargo, função ou emprego público.
o
contrato, o cronograma de execução será prorrogado § 1 Equipara-se a servidor público, para os fins desta
automaticamente por igual tempo. Lei, quem exerce cargo, emprego ou função em entidade
paraestatal, assim consideradas, além das fundações,
Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo empresas públicas e sociedades de economia mista, as
anterior acarreta as seguintes conseqüências, sem demais entidades sob controle, direto ou indireto, do
prejuízo das sanções previstas nesta Lei: Poder Público.
o
I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e § 2 A pena imposta será acrescida da terça parte,
local em que se encontrar, por ato próprio da quando os autores dos crimes previstos nesta Lei forem
Administração; ocupantes de cargo em comissão ou de função de
II - ocupação e utilização do local, instalações, confiança em órgão da Administração direta, autarquia,
equipamentos, material e pessoal empregados na empresa pública, sociedade de economia mista, fundação
execução do contrato, necessários à sua continuidade, na pública, ou outra entidade controlada direta ou
forma do inciso V do art. 58 desta Lei; indiretamente pelo Poder Público.
III - execução da garantia contratual, para ressarcimento
da Administração, e dos valores das multas e Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem
indenizações a ela devidos; às licitações e aos contratos celebrados pela União,
IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o Estados, Distrito Federal, Municípios, e respectivas
limite dos prejuízos causados à Administração. autarquias, empresas públicas, sociedades de economia
o
§ 1 A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II mista, fundações públicas, e quaisquer outras entidades
deste artigo fica a critério da Administração, que poderá sob seu controle direto ou indireto.
dar continuidade à obra ou ao serviço por execução direta
ou indireta.
o
§ 2 É permitido à Administração, no caso de concordata Seção II
do contratado, manter o contrato, podendo assumir o Das Sanções Administrativas
controle de determinadas atividades de serviços
essenciais. Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato
o
§ 3 Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá sujeitará o contratado à multa de mora, na forma prevista
ser precedido de autorização expressa do Ministro de no instrumento convocatório ou no contrato.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos
multa. dentro de 24 (vinte e quatro) horas, terá o juiz 10
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, (dez) dias para proferir a sentença.
declarado inidôneo, venha a licitar ou a contratar com a
Administração. Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no
prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a
inscrição de qualquer interessado nos registros cadastrais Art. 108. No processamento e julgamento das infrações
ou promover indevidamente a alteração, suspensão ou penais definidas nesta Lei, assim como nos recursos e
cancelamento de registro do inscrito: nas execuções que lhes digam respeito, aplicar-se-ão,
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e subsidiariamente, o Código de Processo Penal e a Lei de
multa. Execução Penal.
quando a utilização dos mesmos verificar-se em prazos Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observar-se-
menores que um mês. á procedimento licitatório específico, a ser estabelecido
o
§ 5 As receitas financeiras auferidas na forma do no Código Brasileiro de Aeronáutica.
parágrafo anterior serão obrigatoriamente computadas a
crédito do convênio e aplicadas, exclusivamente, no Art. 123. Em suas licitações e contratações
objeto de sua finalidade, devendo constar de administrativas, as repartições sediadas no exterior
demonstrativo específico que integrará as prestações de observarão as peculiaridades locais e os princípios
contas do ajuste. básicos desta Lei, na forma de regulamentação
o
§ 6 Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou específica.
extinção do convênio, acordo ou ajuste, os saldos
financeiros remanescentes, inclusive os provenientes das Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para
receitas obtidas das aplicações financeiras realizadas, permissão ou concessão de serviços públicos os
serão devolvidos à entidade ou órgão repassador dos dispositivos desta Lei que não conflitem com a legislação
recursos, no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias do específica sobre o assunto. (Redação dada pela Lei nº
evento, sob pena da imediata instauração de tomada de
8.883, de 1994)
contas especial do responsável, providenciada pela
Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a
autoridade competente do órgão ou entidade titular dos o o
recursos. IV do § 2 do art. 7 serão dispensadas nas licitações
para concessão de serviços com execução prévia de
Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações obras em que não foram previstos desembolso por parte
realizados pelos órgãos dos Poderes Legislativo e da Administração Pública concedente. (Incluído pela Lei
Judiciário e do Tribunal de Contas regem-se pelas nº 8.883, de 1994)
normas desta Lei, no que couber, nas três esferas
administrativas. Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação. (Renumerado por força do disposto no art. 3º
Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e da Lei nº 8.883, de 1994)
as entidades da administração indireta deverão adaptar
suas normas sobre licitações e contratos ao disposto Art. 126. Revogam-se as disposições em contrário,
o
nesta Lei. especialmente os Decretos-leis n s 2.300, de 21 de
novembro de 1986, 2.348, de 24 de julho de 1987, 2.360,
Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas e o
de 16 de setembro de 1987, a Lei n 8.220, de 4 de
fundações públicas e demais entidades controladas direta o
ou indiretamente pela União e pelas entidades referidas setembro de 1991, e o art. 83 da Lei n 5.194, de 24 de
no artigo anterior editarão regulamentos próprios dezembro de 1966.(Renumerado por força do disposto no
devidamente publicados, ficando sujeitas às disposições art. 3º da Lei nº 8.883, de 1994)
desta Lei.
o
Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este Brasília, 21 de junho de 1993, 172 da Independência e
artigo, no âmbito da Administração Pública, após o
105 da República.
aprovados pela autoridade de nível superior a que
estiverem vinculados os respectivos órgãos, sociedades e Este texto não substitui o publicado no DOU de
entidades, deverão ser publicados na imprensa oficial. 22.6.1993, republicado em 6.7.1994 e retificado em
6.7.1994
Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser
anualmente revistos pelo Poder Executivo Federal, que
os fará publicar no Diário Oficial da União, observando
como limite superior a variação geral dos preços do 3. LEGISLAÇÃO ADMINISTRATIVA. 3.1. LEI
mercado, no período. (Redação dada pela Lei nº 9.648, Nº 8.112/1990, E SUAS ALTERAÇÕES. 3.2.
de 1998) LEI Nº 9.784/1999, E SUAS ALTERAÇÕES
(PROCESSO ADMINISTRATIVO). 3.3. LEI Nº
Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações 12.527/2011 (LEI DE ACESSO À INFORMA-
instauradas e aos contratos assinados anteriormente à
sua vigência, ressalvado o disposto no art. 57, nos
ÇÃO). 3.4. CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIO-
o o o
parágrafos 1 , 2 e 8 do art. 65, no inciso XV do art. 78, NAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PO-
o
bem assim o disposto no "caput" do art. 5 , com relação DER EXECUTIVO FEDERAL, INSTITUÍDO
ao pagamento das obrigações na ordem cronológica, PELO DECRETO Nº 1.171/1994, E SUAS
podendo esta ser observada, no prazo de noventa dias ALTERAÇÕES
contados da vigência desta Lei, separadamente para as
obrigações relativas aos contratos regidos por legislação
o
Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990
anterior à Lei n 8.666, de 21 de junho de
1993. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) Dispõe sobre o regime jurídico dos
Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do servidores públicos civis da União, das
patrimônio da União continuam a reger-se pelas autarquias e das fundações públicas
o
disposições do Decreto-lei n 9.760, de 5 de setembro de federais.
1946, com suas alterações, e os relativos a operações de
crédito interno ou externo celebrados pela União ou a O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
concessão de garantia do Tesouro Nacional continuam Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
regidos pela legislação pertinente, aplicando-se esta Lei, Lei:
no que couber.
Título I
VIII - reintegração;
Capítulo Único IX - recondução.
Das Disposições Preliminares
o
Art. 1 Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Seção II
Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em Da Nomeação
regime especial, e das fundações públicas federais.
o
Art. 9 A nomeação far-se-á:
o
Art. 2 Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado
legalmente investida em cargo público. de provimento efetivo ou de carreira;
II - em comissão, inclusive na condição de interino, para
o
Art. 3 Cargo público é o conjunto de atribuições e cargos de confiança vagos. (Redação dada pela Lei nº
responsabilidades previstas na estrutura organizacional 9.527, de 10.12.97)
que devem ser cometidas a um servidor. Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado
os brasileiros, são criados por lei, com denominação para ter exercício, interinamente, em outro cargo de
própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para confiança, sem prejuízo das atribuições do que
provimento em caráter efetivo ou em comissão. atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela
remuneração de um deles durante o período da
o
Art. 4 É proibida a prestação de serviços gratuitos, interinidade. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
salvo os casos previstos em lei. 10.12.97)
Art. 23. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 26. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45,
de 4.9.2001)
Seção VII Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver
Da Readaptação completado 70 (setenta) anos de idade.
Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge,
determinará o imediato aproveitamento de servidor em companheiro ou dependente que viva às suas expensas
disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou e conste do seu assentamento funcional, condicionada à
entidades da Administração Pública Federal. comprovação por junta médica oficial; (Incluído pela Lei
o
Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3 do art. 37, nº 9.527, de 10.12.97)
o servidor posto em disponibilidade poderá ser mantido c) em virtude de processo seletivo promovido, na
sob responsabilidade do órgão central do Sistema de hipótese em que o número de interessados for superior
Pessoal Civil da Administração Federal - SIPEC, até o ao número de vagas, de acordo com normas
seu adequado aproveitamento em outro órgão ou preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles
entidade. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.527, de estejam lotados.(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
10.12.97)
exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de chefia imediata. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
Natureza Especial, nos afastamentos, impedimentos 10.12.97)
legais ou regulamentares do titular e na vacância do Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de
cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração caso fortuito ou de força maior poderão ser compensadas
de um deles durante o respectivo período. (Redação a critério da chefia imediata, sendo assim consideradas
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) como efetivo exercício. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
o
§ 2 O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do 10.12.97)
cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo de
Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial,
impedimentos legais do titular, superiores a trinta dias nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou
consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva provento. (Vide Decreto nº 1.502, de 1995) (Vide
substituição, que excederem o referido período. (Redação Decreto nº 1.903, de 1996) (Vide Decreto nº 2.065, de
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 1996) (Regulamento) (Regulamento)
§ 1º Mediante autorização do servidor, poderá haver
Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos consignação em folha de pagamento em favor de
titulares de unidades administrativas organizadas em terceiros, a critério da administração e com reposição de
nível de assessoria. custos, na forma definida em regulamento. (Redação
dada pela Medida Provisória nº 681, de 2015)
§ 2º O total de consignações facultativas de que trata o §
Título III 1º não excederá trinta e cinco por cento da remuneração
Dos Direitos e Vantagens mensal, sendo cinco por cento reservados
exclusivamente para a amortização de despesas
Capítulo I contraídas por meio de cartão de crédito (Incluído pela
Do Vencimento e da Remuneração Medida Provisória nº 681, de 2015)
Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo Art. 46. As reposições e indenizações ao erário,
exercício de cargo público, com valor fixado em lei. atualizadas até 30 de junho de 1994, serão previamente
comunicadas ao servidor ativo, aposentado ou ao
Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, pensionista, para pagamento, no prazo máximo de trinta
acrescido das vantagens pecuniárias permanentes dias, podendo ser parceladas, a pedido do
estabelecidas em lei. interessado. (Redação dada pela Medida Provisória nº
o
§ 1 A remuneração do servidor investido em função ou 2.225-45, de 4.9.2001)
o
cargo em comissão será paga na forma prevista no art. § 1 O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao
62. correspondente a dez por cento da remuneração,
o
§ 2 O servidor investido em cargo em comissão de provento ou pensão. (Redação dada pela Medida
órgão ou entidade diversa da de sua lotação receberá a Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
o o
remuneração de acordo com o estabelecido no § 1 do § 2 Quando o pagamento indevido houver ocorrido no
art. 93. mês anterior ao do processamento da folha, a reposição
o
§ 3 O vencimento do cargo efetivo, acrescido das será feita imediatamente, em uma única
vantagens de caráter permanente, é irredutível. parcela. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-
o
§ 4 É assegurada a isonomia de vencimentos para 45, de 4.9.2001)
o
cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo § 3 Na hipótese de valores recebidos em decorrência de
Poder, ou entre servidores dos três Poderes, ressalvadas cumprimento a decisão liminar, a tutela antecipada ou a
as vantagens de caráter individual e as relativas à sentença que venha a ser revogada ou rescindida, serão
natureza ou ao local de trabalho. eles atualizados até a data da reposição. (Redação dada
o
§ 5 Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
salário mínimo. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008
Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for
Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou
mensalmente, a título de remuneração, importância disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta dias
superior à soma dos valores percebidos como para quitar o débito. (Redação dada pela Medida
remuneração, em espécie, a qualquer título, no âmbito Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
dos respectivos Poderes, pelos Ministros de Estado, por Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo
membros do Congresso Nacional e Ministros do Supremo previsto implicará sua inscrição em dívida ativa. (Redação
Tribunal Federal. dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração as
vantagens previstas nos incisos II a VII do art. 61. Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento não
serão objeto de arresto, seqüestro ou penhora, exceto
Art. 43. (Revogado pela Lei nº 9.624, de 2.4.98) (Vide Lei nos casos de prestação de alimentos resultante de
nº 9.624, de 2.4.98) decisão judicial.
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja Das Gratificações e Adicionais
ou tenha sido proprietário, promitente comprador,
cessionário ou promitente cessionário de imóvel no Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas
Município aonde for exercer o cargo, incluída a hipótese nesta Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes
de lote edificado sem averbação de construção, nos doze retribuições, gratificações e adicionais: (Redação dada
meses que antecederem a sua nomeação; (Incluído pela pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Lei nº 11.355, de 2006) I - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia
IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor e assessoramento; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
receba auxílio-moradia; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 10.12.97)
2006) II - gratificação natalina;
V - o servidor tenha se mudado do local de residência IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres,
para ocupar cargo em comissão ou função de confiança perigosas ou penosas;
do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, V - adicional pela prestação de serviço extraordinário;
níveis 4, 5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de VI - adicional noturno;
Estado ou equivalentes; (Incluído pela Lei nº 11.355, de VII - adicional de férias;
2006) VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.
VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou IX - gratificação por encargo de curso ou
função de confiança não se enquadre nas hipóteses do concurso. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
o
art. 58, § 3 , em relação ao local de residência ou
domicílio do servidor; (Incluído pela Lei nº 11.355, de
2006) Subseção I
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha Da Retribuição pelo Exercício de Função de Direção,
residido no Município, nos últimos doze meses, aonde for Chefia e Assessoramento
exercer o cargo em comissão ou função de confiança, (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
desconsiderando-se prazo inferior a sessenta dias dentro
desse período; e (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de em função de direção, chefia ou assessoramento, cargo
alteração de lotação ou nomeação para cargo de provimento em comissão ou de Natureza Especial é
efetivo. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) devida retribuição pelo seu exercício.(Redação dada pela
IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de Lei nº 9.527, de 10.12.97)
2006. (Incluído pela Lei nº 11.490, de 2007) Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será remuneração dos cargos em comissão de que trata o
o
considerado o prazo no qual o servidor estava ocupando inciso II do art. 9 . (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
outro cargo em comissão relacionado no inciso 10.12.97)
V. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal
Art. 60-C. (Revogado pela Lei nº 12.998, de 2014) Nominalmente Identificada - VPNI a incorporação da
retribuição pelo exercício de função de direção, chefia ou
Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a assessoramento, cargo de provimento em comissão ou
vinte e cinco por cento do valor do cargo em comissão, de Natureza Especial a que se referem osarts. 3º e 10 da
o o
da função de confiança ou do cargo de Ministro de Lei n 8.911, de 11 de julho de 1994, e o art. 3 da Lei
o
Estado ocupado. (Redação dada pela Medida Provisória n 9.624, de 2 de abril de 1998. (Incluído pela Medida
nº 805, de 2017) Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
o
§ 1 O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25% Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste
(vinte e cinco por cento) da remuneração de Ministro de artigo somente estará sujeita às revisões gerais de
Estado. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008 remuneração dos servidores públicos federais. (Incluído
o
§ 2 O valor do auxílio-moradia será reduzido em vinte e pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
cinco pontos percentuais a cada ano, a partir do segundo
ano de recebimento, e deixará de ser devido após o
quarto ano de recebimento. (Redação dada pela Medida Subseção II
Provisória nº 805, de 2017) Da Gratificação Natalina
o o
§ 3 O prazo de que trata o § 2 não terá sua contagem
suspensa ou interrompida na hipótese de exoneração ou Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um
mudança de cargo ou função. (Incluído pela Medida doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no
Provisória nº 805, de 2017) mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo
o
§ 4 Transcorrido o prazo de quatro anos após encerrado ano.
o pagamento do auxílio-moradia, o pagamento poderá ser Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15
retomado se novamente vierem a ser atendidos os (quinze) dias será considerada como mês integral.
requisitos do art. 60-B. (Incluído pela Medida Provisória
nº 805, de 2017) Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do
mês de dezembro de cada ano.
Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, Parágrafo único. (VETADO).
colocação de imóvel funcional à disposição do servidor ou
aquisição de imóvel, o auxílio-moradia poderá ser Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua gratificação
mantido por um mês, limitado ao valor pago no mês natalina, proporcionalmente aos meses de exercício,
anterior. (Redação dada pela Medida Provisória nº 805, calculada sobre a remuneração do mês da exoneração.
de 2017)
Art. 66. A gratificação natalina não será considerada
para cálculo de qualquer vantagem pecuniária.
Seção II
Subseção IV
Dos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou Subseção VII
Atividades Penosas Do Adicional de Férias
Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago ao
em locais insalubres ou em contato permanente com servidor, por ocasião das férias, um adicional
substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida, correspondente a 1/3 (um terço) da remuneração do
fazem jus a um adicional sobre o vencimento do cargo período das férias.
efetivo. Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função
o
§ 1 O servidor que fizer jus aos adicionais de de direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo
insalubridade e de periculosidade deverá optar por um em comissão, a respectiva vantagem será considerada
deles. no cálculo do adicional de que trata este artigo.
o
§ 2 O direito ao adicional de insalubridade ou
periculosidade cessa com a eliminação das condições ou
dos riscos que deram causa a sua concessão.
Subseção VIII
Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de Da Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
servidores em operações ou locais considerados (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
penosos, insalubres ou perigosos.
Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou
afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, das Concurso é devida ao servidor que, em caráter
operações e locais previstos neste artigo, exercendo suas eventual: (Incluído pela Lei nº 11.314 de
atividades em local salubre e em serviço não penoso e 2006) (Regulamento)
não perigoso. I - atuar como instrutor em curso de formação, de
desenvolvimento ou de treinamento regularmente
Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades instituído no âmbito da administração pública
penosas, de insalubridade e de periculosidade, serão federal; (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
observadas as situações estabelecidas em legislação II - participar de banca examinadora ou de comissão para
específica. exames orais, para análise curricular, para correção de
provas discursivas, para elaboração de questões de
Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos provas ou para julgamento de recursos intentados por
servidores em exercício em zonas de fronteira ou em candidatos; (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
localidades cujas condições de vida o justifiquem, nos III - participar da logística de preparação e de realização
termos, condições e limites fixados em regulamento. de concurso público envolvendo atividades de
planejamento, coordenação, supervisão, execução e
Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que avaliação de resultado, quando tais atividades não
operam com Raios X ou substâncias radioativas serão estiverem incluídas entre as suas atribuições
mantidos sob controle permanente, de modo que as permanentes; (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
doses de radiação ionizante não ultrapassem o nível IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de
máximo previsto na legislação própria. exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar
Parágrafo único. Os servidores a que se refere este essas atividades. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
o
artigo serão submetidos a exames médicos a cada 6 § 1 Os critérios de concessão e os limites da
(seis) meses. gratificação de que trata este artigo serão fixados em
regulamento, observados os seguintes
parâmetros: (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
Subseção V I - o valor da gratificação será calculado em horas,
Do Adicional por Serviço Extraordinário observadas a natureza e a complexidade da atividade
exercida; (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com II - a retribuição não poderá ser superior ao equivalente a
acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) em relação à 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada
hora normal de trabalho. situação de excepcionalidade, devidamente justificada e
previamente aprovada pela autoridade máxima do órgão
Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário ou entidade, que poderá autorizar o acréscimo de até 120
para atender a situações excepcionais e temporárias, (cento e vinte) horas de trabalho anuais; (Incluído pela Lei
respeitado o limite máximo de 2 (duas) horas por jornada. nº 11.314 de 2006)
III - o valor máximo da hora trabalhada corresponderá aos
seguintes percentuais, incidentes sobre o maior
Subseção VI vencimento básico da administração pública
Do Adicional Noturno federal: (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se máxima do órgão ou entidade.(Redação dada pela Lei nº
tratando de atividades previstas nos incisos I e II do caput 9.527, de 10.12.97) (Férias de Ministro - Vide)
deste artigo; (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007) Parágrafo único. O restante do período interrompido será
b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se gozado de uma só vez, observado o disposto no art.
tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do caput 77. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
o
§ 2 A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
somente será paga se as atividades referidas nos incisos Capítulo IV
do caput deste artigo forem exercidas sem prejuízo das Das Licenças
atribuições do cargo de que o servidor for titular, devendo
ser objeto de compensação de carga horária quando Seção I
desempenhadas durante a jornada de trabalho, na forma Disposições Gerais
o
do § 4 do art. 98 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.314
de 2006) Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
o
§ 3 A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso I - por motivo de doença em pessoa da família;
não se incorpora ao vencimento ou salário do servidor II - por motivo de afastamento do cônjuge ou
para qualquer efeito e não poderá ser utilizada como companheiro;
base de cálculo para quaisquer outras vantagens, III - para o serviço militar;
inclusive para fins de cálculo dos proventos da IV - para atividade política;
aposentadoria e das pensões. (Incluído pela Lei nº V - para capacitação; (Redação dada pela Lei nº 9.527,
11.314 de 2006) de 10.12.97)
VI - para tratar de interesses particulares;
VII - para desempenho de mandato classista.
o
Capítulo III § 1 A licença prevista no inciso I do caput deste artigo
Das Férias bem como cada uma de suas prorrogações serão
precedidas de exame por perícia médica oficial,
Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que observado o disposto no art. 204 desta Lei. (Redação
podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
o
no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as § 3 É vedado o exercício de atividade remunerada
hipóteses em que haja legislação específica. (Redação durante o período da licença prevista no inciso I deste
dada pela Lei nº 9.525, de 10.12.97) (Férias de Ministro - artigo.
Vide)
o
§ 1 Para o primeiro período aquisitivo de férias serão Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias
exigidos 12 (doze) meses de exercício. do término de outra da mesma espécie será considerada
o
§ 2 É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao como prorrogação.
serviço.
o
§ 3 As férias poderão ser parceladas em até três
etapas, desde que assim requeridas pelo servidor, e no Seção II
interesse da administração pública. (Incluído pela Lei nº Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da
9.525, de 10.12.97) Família
Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por
efetuado até 2 (dois) dias antes do início do respectivo motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais,
o
período, observando-se o disposto no § 1 deste dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou
artigo. (Férias de Ministro - Vide) dependente que viva a suas expensas e conste do seu
o
§ 3 O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em assentamento funcional, mediante comprovação por
comissão, perceberá indenização relativa ao período das perícia médica oficial. (Redação dada pela Lei nº 11.907,
férias a que tiver direito e ao incompleto, na proporção de de 2009)
o
um doze avos por mês de efetivo exercício, ou fração § 1 A licença somente será deferida se a assistência
superior a quatorze dias. (Incluído pela Lei nº 8.216, de direta do servidor for indispensável e não puder ser
13.8.91) prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou
o
§ 4 A indenização será calculada com base na mediante compensação de horário, na forma do disposto
remuneração do mês em que for publicado o ato no inciso II do art. 44. (Redação dada pela Lei nº 9.527,
exoneratório. (Incluído pela Lei nº 8.216, de 13.8.91) de 10.12.97)
o o
§ 5 Em caso de parcelamento, o servidor receberá o § 2 A licença de que trata o caput, incluídas as
o
valor adicional previsto no inciso XVII do art. 7 da prorrogações, poderá ser concedida a cada período de
Constituição Federal quando da utilização do primeiro doze meses nas seguintes condições: (Redação dada
período. (Incluído pela Lei nº 9.525, de 10.12.97) pela Lei nº 12.269, de 2010)
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não,
Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemente mantida a remuneração do servidor; e (Incluído pela Lei
com Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte) nº 12.269, de 2010)
dias consecutivos de férias, por semestre de atividade II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem
profissional, proibida em qualquer hipótese a remuneração. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
o
acumulação. § 3 O início do interstício de 12 (doze) meses será
contado a partir da data do deferimento da primeira
Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por licença concedida. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
o
motivo de calamidade pública, comoção interna, § 4 A soma das licenças remuneradas e das licenças
convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por não remuneradas, incluídas as respectivas prorrogações,
necessidade do serviço declarada pela autoridade concedidas em um mesmo período de 12 (doze) meses,
o
observado o disposto no § 3 , não poderá ultrapassar os
Seção IV
Da Licença para o Serviço Militar Seção VIII
Da Licença para o Desempenho de Mandato Classista
Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar
será concedida licença, na forma e condições previstas Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem
na legislação específica. remuneração para o desempenho de mandato em
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor confederação, federação, associação de classe de âmbito
terá até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir nacional, sindicato representativo da categoria ou
o exercício do cargo. entidade fiscalizadora da profissão ou, ainda, para
participar de gerência ou administração em sociedade
cooperativa constituída por servidores públicos para
Seção V prestar serviços a seus membros, observado o disposto
Da Licença para Atividade Política na alínea c do inciso VIII do art. 102 desta Lei, conforme
disposto em regulamento e observados os seguintes
Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem limites: (Redação dada pela Lei nº 11.094, de 2005)
remuneração, durante o período que mediar entre a sua I - para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados, 2
escolha em convenção partidária, como candidato a (dois) servidores; (Redação dada pela Lei nº 12.998, de
cargo eletivo, e a véspera do registro de sua candidatura 2014)
perante a Justiça Eleitoral. II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000
o
§ 1 O servidor candidato a cargo eletivo na localidade (trinta mil) associados, 4 (quatro) servidores; (Redação
onde desempenha suas funções e que exerça cargo de dada pela Lei nº 12.998, de 2014)
direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou III - para entidades com mais de 30.000 (trinta mil)
fiscalização, dele será afastado, a partir do dia imediato associados, 8 (oito) servidores. (Redação dada pela Lei
ao do registro de sua candidatura perante a Justiça nº 12.998, de 2014)
o
Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do § 1 Somente poderão ser licenciados os servidores
pleito. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) eleitos para cargos de direção ou de representação nas
o
§ 2 A partir do registro da candidatura e até o décimo referidas entidades, desde que cadastradas no órgão
dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, competente. (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014)
o
assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente § 2 A licença terá duração igual à do mandato, podendo
pelo período de três meses. (Redação dada pela Lei nº ser renovada, no caso de reeleição. (Redação dada pela
9.527, de 10.12.97) Lei nº 12.998, de 2014)
Seção VI Capítulo V
Da Licença para Capacitação Dos Afastamentos
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Seção I
Art. 87. Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o Do Afastamento para Servir a Outro Órgão ou
servidor poderá, no interesse da Administração, afastar- Entidade
se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva
remuneração, por até três meses, para participar de curso Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício
de capacitação profissional. (Redação dada pela Lei nº em outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos
9.527, de 10.12.97) Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas
seguintes hipóteses: (Redação dada pela Lei nº 8.270, de
17.12.91) (Regulamento) (Vide Decreto nº 4.493, de
XI - afastamento para servir em organismo internacional contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da
de que o Brasil participe ou com o qual coopere. (Incluído decisão recorrida. (Vide Lei nº 12.300, de 2010)
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito
Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de suspensivo, a juízo da autoridade competente.
aposentadoria e disponibilidade: Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de
I - o tempo de serviço público prestado aos Estados, reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão
Municípios e Distrito Federal; retroagirão à data do ato impugnado.
II - a licença para tratamento de saúde de pessoal da
família do servidor, com remuneração, que exceder a 30 Art. 110. O direito de requerer prescreve:
(trinta) dias em período de 12 (doze) meses. (Redação I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de
dada pela Lei nº 12.269, de 2010) cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que
III - a licença para atividade política, no caso do art. 86, afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das
o
§2 ; relações de trabalho;
IV - o tempo correspondente ao desempenho de mandato II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo
eletivo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior ao quando outro prazo for fixado em lei.
ingresso no serviço público federal; Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da
V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à data da publicação do ato impugnado ou da data da
Previdência Social; ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado.
VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
VII - o tempo de licença para tratamento da própria saúde Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso,
que exceder o prazo a que se refere a alínea "b" do inciso quando cabíveis, interrompem a prescrição.
VIII do art. 102. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
o
§ 1 O tempo em que o servidor esteve aposentado será Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não podendo
contado apenas para nova aposentadoria. ser relevada pela administração.
o
§ 2 Será contado em dobro o tempo de serviço prestado
às Forças Armadas em operações de guerra. Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é
o
§ 3 É vedada a contagem cumulativa de tempo de assegurada vista do processo ou documento, na
serviço prestado concomitantemente em mais de um repartição, ao servidor ou a procurador por ele
cargo ou função de órgão ou entidades dos Poderes da constituído.
União, Estado, Distrito Federal e Município, autarquia,
fundação pública, sociedade de economia mista e Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a
empresa pública. qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade.
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de sobre conflito de interesses. (Incluído pela Lei nº 11.784,
poder. de 2008
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso
XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada
pela autoridade superior àquela contra a qual é Capítulo III
formulada, assegurando-se ao representando ampla Da Acumulação
defesa.
Art. 118. Ressalvados os casos previstos na
Constituição, é vedada a acumulação remunerada de
Capítulo II cargos públicos.
o
Das Proibições § 1 A proibição de acumular estende-se a cargos,
empregos e funções em autarquias, fundações públicas,
Art. 117. Ao servidor é proibido: (Vide Medida Provisória empresas públicas, sociedades de economia mista da
nº 2.225-45, de 4.9.2001) União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem dos Municípios.
o
prévia autorização do chefe imediato; § 2 A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade condicionada à comprovação da compatibilidade de
competente, qualquer documento ou objeto da repartição; horários.
o
III - recusar fé a documentos públicos; § 3 Considera-se acumulação proibida a percepção de
IV - opor resistência injustificada ao andamento de vencimento de cargo ou emprego público efetivo com
documento e processo ou execução de serviço; proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no decorram essas remunerações forem acumuláveis na
recinto da repartição; atividade. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos
casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um
seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado; cargo em comissão, exceto no caso previsto no parágrafo
o
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem- único do art. 9 , nem ser remunerado pela participação
se a associação profissional ou sindical, ou a partido em órgão de deliberação coletiva. (Redação dada pela
político; Lei nº 9.527, de 10.12.97)
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à
de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o remuneração devida pela participação em conselhos de
segundo grau civil; administração e fiscal das empresas públicas e
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de sociedades de economia mista, suas subsidiárias e
outrem, em detrimento da dignidade da função pública; controladas, bem como quaisquer empresas ou entidades
X - participar de gerência ou administração de sociedade em que a União, direta ou indiretamente, detenha
privada, personificada ou não personificada, exercer o participação no capital social, observado o que, a
comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou respeito, dispuser legislação específica. (Redação
comanditário; (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008 dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a
repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que
previdenciários ou assistenciais de parentes até o acumular licitamente dois cargos efetivos, quando
segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; investido em cargo de provimento em comissão, ficará
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese
qualquer espécie, em razão de suas atribuições; em que houver compatibilidade de horário e local com o
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado exercício de um deles, declarada pelas autoridades
estrangeiro; máximas dos órgãos ou entidades
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; envolvidos. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
XV - proceder de forma desidiosa; 10.12.97)
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição
em serviços ou atividades particulares;
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao Capítulo IV
cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e Das Responsabilidades
transitórias;
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam Art. 121. O servidor responde civil, penal e
incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com administrativamente pelo exercício irregular de suas
o horário de trabalho; atribuições.
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais
quando solicitado. (Incluído pela Lei nº 9.527, de Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato
10.12.97) omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em
Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do prejuízo ao erário ou a terceiros.
o
caput deste artigo não se aplica nos seguintes § 1 A indenização de prejuízo dolosamente causado ao
casos: (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008 erário somente será liquidada na forma prevista no art.
I - participação nos conselhos de administração e fiscal 46, na falta de outros bens que assegurem a execução do
de empresas ou entidades em que a União detenha, débito pela via judicial.
o
direta ou indiretamente, participação no capital social ou § 2 Tratando-se de dano causado a terceiros,
em sociedade cooperativa constituída para prestar responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em
serviços a seus membros; e (Incluído pela Lei nº 11.784, ação regressiva.
o
de 2008 § 3 A obrigação de reparar o dano estende-se aos
II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, sucessores e contra eles será executada, até o limite do
na forma do art. 91 desta Lei, observada a legislação valor da herança recebida.
Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:
poderão cumular-se, sendo independentes entre si. I - crime contra a administração pública;
II - abandono de cargo;
Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor III - inassiduidade habitual;
será afastada no caso de absolvição criminal que negue a IV - improbidade administrativa;
existência do fato ou sua autoria. V - incontinência pública e conduta escandalosa, na
repartição;
Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado VI - insubordinação grave em serviço;
civil, penal ou administrativamente por dar ciência à VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular,
autoridade superior ou, quando houver suspeita de salvo em legítima defesa própria ou de outrem;
envolvimento desta, a outra autoridade competente para VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
apuração de informação concernente à prática de crimes IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão
ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que do cargo;
em decorrência do exercício de cargo, emprego ou X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio
função pública. (Incluído pela Lei nº 12.527, de 2011) nacional;
XI - corrupção;
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções
Capítulo V públicas;
Das Penalidades XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.
Art. 127. São penalidades disciplinares: Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação
I - advertência; ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, a
II - suspensão; autoridade a que se refere o art. 143 notificará o servidor,
III - demissão; por intermédio de sua chefia imediata, para apresentar
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; opção no prazo improrrogável de dez dias, contados da
V - destituição de cargo em comissão; data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará
VI - destituição de função comissionada. procedimento sumário para a sua apuração e
regularização imediata, cujo processo administrativo
Art. 128. Na aplicação das penalidades serão disciplinar se desenvolverá nas seguintes
consideradas a natureza e a gravidade da infração fases: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
cometida, os danos que dela provierem para o serviço I - instauração, com a publicação do ato que constituir a
público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os comissão, a ser composta por dois servidores estáveis, e
antecedentes funcionais. simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da
Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade transgressão objeto da apuração; (Incluído pela Lei nº
mencionará sempre o fundamento legal e a causa da 9.527, de 10.12.97)
sanção disciplinar. (Incluído pela Lei nº 9.527, de II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa
10.12.97) e relatório; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
III - julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos 10.12.97)
o
casos de violação de proibição constante do art. 117, § 1 A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-
incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever á pelo nome e matrícula do servidor, e a materialidade
funcional previsto em lei, regulamentação ou norma pela descrição dos cargos, empregos ou funções públicas
interna, que não justifique imposição de penalidade mais em situação de acumulação ilegal, dos órgãos ou
grave. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) entidades de vinculação, das datas de ingresso, do
horário de trabalho e do correspondente regime
Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de jurídico. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
reincidência das faltas punidas com advertência e de 10.12.97)
o
violação das demais proibições que não tipifiquem § 2 A comissão lavrará, até três dias após a publicação
infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo do ato que a constituiu, termo de indiciação em que serão
exceder de 90 (noventa) dias. transcritas as informações de que trata o parágrafo
o
§ 1 Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias anterior, bem como promoverá a citação pessoal do
o servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser servidor indiciado, ou por intermédio de sua chefia
submetido a inspeção médica determinada pela imediata, para, no prazo de cinco dias, apresentar defesa
autoridade competente, cessando os efeitos da escrita, assegurando-se-lhe vista do processo na
penalidade uma vez cumprida a determinação. repartição, observado o disposto nos arts. 163 e
o
§ 2 Quando houver conveniência para o serviço, a 164. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
o
penalidade de suspensão poderá ser convertida em § 3 Apresentada a defesa, a comissão elaborará
multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de relatório conclusivo quanto à inocência ou à
vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças
a permanecer em serviço. principais dos autos, opinará sobre a licitude da
acumulação em exame, indicará o respectivo dispositivo
legal e remeterá o processo à autoridade instauradora,
para julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação
10.12.97) precisa do período de ausência intencional do servidor ao
o
§ 4 No prazo de cinco dias, contados do recebimento do serviço superior a trinta dias; (Incluído pela Lei nº
processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão, 9.527, de 10.12.97)
o
aplicando-se, quando for o caso, o disposto no § 3 do b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos
art. 167. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) dias de falta ao serviço sem causa justificada, por período
o
§ 5 A opção pelo servidor até o último dia de prazo para igual ou superior a sessenta dias interpoladamente,
defesa configurará sua boa-fé, hipótese em que se durante o período de doze meses; (Incluído pela Lei nº
converterá automaticamente em pedido de exoneração 9.527, de 10.12.97)
do outro cargo. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) II - após a apresentação da defesa a comissão elaborará
o
§ 6 Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má- relatório conclusivo quanto à inocência ou à
fé, aplicar-se-á a pena de demissão, destituição ou responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças
cassação de aposentadoria ou disponibilidade em relação principais dos autos, indicará o respectivo dispositivo
aos cargos, empregos ou funções públicas em regime de legal, opinará, na hipótese de abandono de cargo, sobre
acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou a intencionalidade da ausência ao serviço superior a trinta
entidades de vinculação serão comunicados. (Incluído dias e remeterá o processo à autoridade instauradora
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) para julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
o
§ 7 O prazo para a conclusão do processo 10.12.97)
administrativo disciplinar submetido ao rito sumário não
excederá trinta dias, contados da data de publicação do Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:
ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das
por até quinze dias, quando as circunstâncias o Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e
exigirem. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar de
o
§ 8 O procedimento sumário rege-se pelas disposições demissão e cassação de aposentadoria ou
deste artigo, observando-se, no que lhe for aplicável, disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder,
subsidiariamente, as disposições dos Títulos IV e V desta órgão, ou entidade;
Lei. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) II - pelas autoridades administrativas de hierarquia
imediatamente inferior àquelas mencionadas no inciso
Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a anterior quando se tratar de suspensão superior a 30
disponibilidade do inativo que houver praticado, na (trinta) dias;
atividade, falta punível com a demissão. III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na
forma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos
Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido casos de advertência ou de suspensão de até 30
por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos (trinta) dias;
casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e IV - pela autoridade que houver feito a nomeação,
de demissão. quando se tratar de destituição de cargo em comissão.
Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este
artigo, a exoneração efetuada nos termos do art. 35 será Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:
convertida em destituição de cargo em comissão. I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com
demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade
Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em e destituição de cargo em comissão;
comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
132, implica a indisponibilidade dos bens e o III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.
o
ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal § 1 O prazo de prescrição começa a correr da data em
cabível. que o fato se tornou conhecido.
o
§ 2 Os prazos de prescrição previstos na lei penal
Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em aplicam-se às infrações disciplinares capituladas também
comissão, por infringência do art. 117, incisos IX e XI, como crime.
o
incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em § 3 A abertura de sindicância ou a instauração de
cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos. processo disciplinar interrompe a prescrição, até a
Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público decisão final proferida por autoridade competente.
o
federal o servidor que for demitido ou destituído do cargo § 4 Interrompido o curso da prescrição, o prazo
em comissão por infringência do art. 132, incisos I, IV, começará a correr a partir do dia em que cessar a
VIII, X e XI. interrupção.
Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do
mental do acusado, a comissão proporá à autoridade recebimento do processo, a autoridade julgadora proferirá
competente que ele seja submetido a exame por junta a sua decisão.
o
médica oficial, da qual participe pelo menos um médico § 1 Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da
psiquiatra. autoridade instauradora do processo, este será
Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será encaminhado à autoridade competente, que decidirá em
processado em auto apartado e apenso ao processo igual prazo.
o
principal, após a expedição do laudo pericial. § 2 Havendo mais de um indiciado e diversidade de
sanções, o julgamento caberá à autoridade competente
Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será formulada para a imposição da pena mais grave.
o
a indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a § 3 Se a penalidade prevista for a demissão ou
ele imputados e das respectivas provas. cassação de aposentadoria ou disponibilidade, o
o
§ 1 O indiciado será citado por mandado expedido pelo julgamento caberá às autoridades de que trata o inciso I
presidente da comissão para apresentar defesa escrita, do art. 141.
o
no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do § 4 Reconhecida pela comissão a inocência do servidor,
processo na repartição. a autoridade instauradora do processo determinará o seu
o
§ 2 Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será arquivamento, salvo se flagrantemente contrária à prova
comum e de 20 (vinte) dias. dos autos. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
o
§ 3 O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo
dobro, para diligências reputadas indispensáveis. Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comissão,
o
§ 4 No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na salvo quando contrário às provas dos autos.
cópia da citação, o prazo para defesa contar-se-á da data Parágrafo único. Quando o relatório da comissão
declarada, em termo próprio, pelo membro da comissão contrariar as provas dos autos, a autoridade julgadora
que fez a citação, com a assinatura de (2) duas poderá, motivadamente, agravar a penalidade proposta,
testemunhas. abrandá-la ou isentar o servidor de responsabilidade.
Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a
obrigado a comunicar à comissão o lugar onde poderá autoridade que determinou a instauração do processo ou
ser encontrado. outra de hierarquia superior declarará a sua nulidade,
total ou parcial, e ordenará, no mesmo ato, a constituição
Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não de outra comissão para instauração de novo
sabido, será citado por edital, publicado no Diário Oficial processo. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
da União e em jornal de grande circulação na localidade 10.12.97)
o
do último domicílio conhecido, para apresentar defesa. § 1 O julgamento fora do prazo legal não implica
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para nulidade do processo.
o
defesa será de 15 (quinze) dias a partir da última § 2 A autoridade julgadora que der causa à prescrição
o
publicação do edital. de que trata o art. 142, § 2 , será responsabilizada na
forma do Capítulo IV do Título IV.
Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que,
regularmente citado, não apresentar defesa no prazo Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a
legal. autoridade julgadora determinará o registro do fato nos
o
§ 1 A revelia será declarada, por termo, nos autos do assentamentos individuais do servidor.
processo e devolverá o prazo para a defesa.
Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20
crime, o processo disciplinar será remetido ao Ministério (vinte) dias, contados do recebimento do processo, no
Público para instauração da ação penal, ficando curso do qual a autoridade julgadora poderá determinar
trasladado na repartição. diligências.
Art. 172. O servidor que responder a processo disciplinar Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada
só poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado sem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se
voluntariamente, após a conclusão do processo e o todos os direitos do servidor, exceto em relação à
cumprimento da penalidade, acaso aplicada. destituição do cargo em comissão, que será convertida
Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o em exoneração.
parágrafo único, inciso I do art. 34, o ato será convertido Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá
em demissão, se for o caso. resultar agravamento de penalidade.
Art. 216. (Revogado pela Medida Provisória nº 664, de Art. 219. A pensão poderá ser requerida a qualquer
2014) (Vigência) (Revogado pela Lei nº 13.135, de tempo, prescrevendo tão-somente as prestações
2015) exigíveis há mais de 5 (cinco) anos.
Art. 217. São beneficiários das pensões:
Parágrafo único. Concedida a pensão, qualquer prova 3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e
posterior ou habilitação tardia que implique exclusão de nove) anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de
beneficiário ou redução de pensão só produzirá efeitos a 2015)
partir da data em que for oferecida. 4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta)
anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
Art. 220. Perde o direito à pensão por morte: (Redação 5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43
dada pela Lei nº 13.135, de 2015) (quarenta e três) anos de idade; (Incluído pela Lei nº
I - após o trânsito em julgado, o beneficiário condenado 13.135, de 2015)
pela prática de crime de que tenha dolosamente resultado 6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de
a morte do servidor; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) idade. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
o
II - o cônjuge, o companheiro ou a companheira se § 1 A critério da administração, o beneficiário de pensão
comprovada, a qualquer tempo, simulação ou fraude no cuja preservação seja motivada por invalidez, por
casamento ou na união estável, ou a formalização desses incapacidade ou por deficiência poderá ser convocado a
com o fim exclusivo de constituir benefício previdenciário, qualquer momento para avaliação das referidas
apuradas em processo judicial no qual será assegurado o condições. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
o
direito ao contraditório e à ampla defesa. (Incluído pela § 2 Serão aplicados, conforme o caso, a regra contida
Lei nº 13.135, de 2015) no inciso III ou os prazos previstos na alínea “b” do inciso
VII, ambos do caput, se o óbito do servidor decorrer de
Art. 221. Será concedida pensão provisória por morte acidente de qualquer natureza ou de doença profissional
presumida do servidor, nos seguintes casos: ou do trabalho, independentemente do recolhimento de
I - declaração de ausência, pela autoridade judiciária 18 (dezoito) contribuições mensais ou da comprovação
competente; de 2 (dois) anos de casamento ou de união
II - desaparecimento em desabamento, inundação, estável. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
o
incêndio ou acidente não caracterizado como em serviço; § 3 Após o transcurso de pelo menos 3 (três) anos e
III - desaparecimento no desempenho das atribuições do desde que nesse período se verifique o incremento
cargo ou em missão de segurança. mínimo de um ano inteiro na média nacional única, para
Parágrafo único. A pensão provisória será transformada ambos os sexos, correspondente à expectativa de
em vitalícia ou temporária, conforme o caso, decorridos 5 sobrevida da população brasileira ao nascer, poderão ser
(cinco) anos de sua vigência, ressalvado o eventual fixadas, em números inteiros, novas idades para os fins
reaparecimento do servidor, hipótese em que o benefício previstos na alínea “b” do inciso VII do caput, em ato do
será automaticamente cancelado. Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e
Gestão, limitado o acréscimo na comparação com as
Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiário: idades anteriores ao referido incremento. (Incluído pela
I - o seu falecimento; Lei nº 13.135, de 2015)
o
II - a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer § 4 O tempo de contribuição a Regime Próprio de
após a concessão da pensão ao cônjuge; Previdência Social (RPPS) ou ao Regime Geral de
III - a cessação da invalidez, em se tratando de Previdência Social (RGPS) será considerado na
beneficiário inválido, o afastamento da deficiência, em se contagem das 18 (dezoito) contribuições mensais
tratando de beneficiário com deficiência, ou o referidas nas alíneas “a” e “b” do inciso VII
levantamento da interdição, em se tratando de do caput. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
beneficiário com deficiência intelectual ou mental que o
torne absoluta ou relativamente incapaz, respeitados os Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de
períodos mínimos decorrentes da aplicação das alíneas beneficiário, a respectiva cota reverterá para os
“a” e “b” do inciso VII; (Redação dada pela Lei nº 13.135, cobeneficiários. (Redação dada pela Lei nº 13.135, de
de 2015) 2015)
IV - o implemento da idade de 21 (vinte e um) anos, pelo I - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de
filho ou irmão; (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
2015) II - (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.135, de
V - a acumulação de pensão na forma do art. 225; 2015)
VI - a renúncia expressa; e (Redação dada pela Lei nº
13.135, de 2015) Art. 224. As pensões serão automaticamente atualizadas
VII - em relação aos beneficiários de que tratam os na mesma data e na mesma proporção dos reajustes dos
incisos I a III do caput do art. 217: (Incluído pela Lei nº vencimentos dos servidores, aplicando-se o disposto no
13.135, de 2015) parágrafo único do art. 189.
a) o decurso de 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem
que o servidor tenha vertido 18 (dezoito) contribuições Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a
mensais ou se o casamento ou a união estável tiverem percepção cumulativa de pensão deixada por mais de um
sido iniciados em menos de 2 (dois) anos antes do óbito cônjuge ou companheiro ou companheira e de mais de 2
do servidor; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) (duas) pensões. (Redação dada pela Lei nº 13.135, de
b) o decurso dos seguintes períodos, estabelecidos de 2015)
acordo com a idade do pensionista na data de óbito do
servidor, depois de vertidas 18 (dezoito) contribuições
mensais e pelo menos 2 (dois) anos após o início do Seção VIII
casamento ou da união estável: (Incluído pela Lei nº Do Auxílio-Funeral
13.135, de 2015)
1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do servidor
idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) falecido na atividade ou aposentado, em valor equivalente
2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) a um mês da remuneração ou provento.
anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
Art. 241. Consideram-se da família do servidor, além do Art. 244. Os adicionais por tempo de serviço, já
cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas concedidos aos servidores abrangidos por esta Lei, ficam
expensas e constem do seu assentamento individual. transformados em anuênio.
Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a companheira
ou companheiro, que comprove união estável como Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art. 116 da
entidade familiar. Lei nº 1.711, de 1952, ou por outro diploma legal, fica
transformada em licença-prêmio por assiduidade, na
Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se sede o forma prevista nos arts. 87 a 90.
município onde a repartição estiver instalada e onde o
servidor tiver exercício, em caráter permanente. Art. 246. (VETADO).
Art. 243. Ficam submetidos ao regime jurídico instituído Art. 248. As pensões estatutárias, concedidas até a
por esta Lei, na qualidade de servidores públicos, os vigência desta Lei, passam a ser mantidas pelo órgão ou
servidores dos Poderes da União, dos ex-Territórios, das entidade de origem do servidor.
autarquias, inclusive as em regime especial, e das
o
fundações públicas, regidos pela Lei nº 1.711, de 28 de Art. 249. Até a edição da lei prevista no § 1 do art. 231,
outubro de 1952 - Estatuto dos Funcionários Públicos os servidores abrangidos por esta Lei contribuirão na
Civis da União, ou pela Consolidação das Leis do forma e nos percentuais atualmente estabelecidos para o
o
Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1 de servidor civil da União conforme regulamento próprio.
maio de 1943, exceto os contratados por prazo
determinado, cujos contratos não poderão ser Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a
prorrogados após o vencimento do prazo de prorrogação. satisfazer, dentro de 1 (um) ano, as condições
o
§ 1 Os empregos ocupados pelos servidores incluídos necessárias para a aposentadoria nos termos do inciso II
no regime instituído por esta Lei ficam transformados em do art. 184 do antigo Estatuto dos Funcionários Públicos
cargos, na data de sua publicação. Civis da União, Lei n° 1.711, de 28 de outubro de 1952,
o
§ 2 As funções de confiança exercidas por pessoas não aposentar-se-á com a vantagem prevista naquele
integrantes de tabela permanente do órgão ou entidade dispositivo. (Mantido pelo Congresso Nacional)
onde têm exercício ficam transformadas em cargos em
comissão, e mantidas enquanto não for implantado o Art. 251. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
plano de cargos dos órgãos ou entidades na forma da lei.
Art. 252. Esta Lei entra em vigor na data de sua § 2º O custeio da aposentadoria é de responsabilidade
publicação, com efeitos financeiros a partir do primeiro integral do Tesouro Nacional.
dia do mês subseqüente.
Art. 240. ..............................................................................
Art. 253. Ficam revogadas a Lei nº 1.711, de 28 de a) ........................................................................................
outubro de 1952, e respectiva legislação complementar, b) ........................................................................................
bem como as demais disposições em contrário. c) ........................................................................................
d) de negociação coletiva;
o
Brasília, 11 de dezembro de 1990; 169 da e) de ajuizamento, individual e coletivamente, frente à
o
Independência e 102 da República. Justiça do Trabalho, nos termos da Constituição Federal.
Este texto não substitui o publicado no DOU de Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a
12.12.1990 e republicado em 18.3.1998 satisfazer, dentro de 1 (um) ano, as condições
necessárias para a aposentadoria nos termos do inciso II
do art. 184 do antigo Estatuto dos Funcionários Públicos
Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 Civis da União, Lei n° 1.711, de 28 de outubro de 1952,
aposentar-se-á com a vantagem prevista naquele
Dispõe sobre o regime jurídico dos dispositivo."
servidores públicos civis da União, das
autarquias e das fundações públicas Senado Federal, 18 de abril de 1991. 170° da
federais. Independência e 103° da República.
Partes vetadas pelo Presidente da República e mantidas Este texto não substitui o publicado no DOU de 19.4.1991
pelo Congresso Nacional, do Projeto que se transformou
na Lei n.° 8.112, de 11 de dezembro de 1990, que
"dispõe sobre o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
Civis da União, das autarquias e das fundações públicas
federais". Regula o processo adminis-
trativo no âmbito da
O PRESIDENTE DO SENADO FEDERAL: Faço saber Administração Pública Federal.
que o CONGRESSO NACIONAL manteve, e eu, MAURO
BENEVIDES, Presidente do Senado Federal, nos termos O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
do § 7° do art. 66 da Constituição, promulgo as seguintes Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
partes da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990: Lei:
"Art. 87 ................................................................................
§ 1° ..................................................................................... CAPÍTULO I
§ 2° Os períodos de licença-prêmio já adquiridos e não DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
gozados pelo servidor que vier a falecer serão
convertidos em pecúnia, em favor de seus beneficiários o
Art. 1 Esta Lei estabelece normas básicas sobre o
da pensão. processo administrativo no âmbito da Administração
Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção
Art. 192. O servidor que contar tempo de serviço para dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento
aposentadoria com provento integral será aposentado: dos fins da Administração.
I - com a remuneração do padrão de classe o
§ 1 Os preceitos desta Lei também se aplicam aos
imediatamente superior àquela em que se encontra órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União,
posicionado; quando no desempenho de função administrativa.
II - quando ocupante da última classe da carreira, com a o
§ 2 Para os fins desta Lei, consideram-se:
remuneração do padrão correspondente, acrescida da I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura
diferença entre esse e o padrão da classe imediatamente da Administração direta e da estrutura da Administração
anterior. indireta;
II - entidade - a unidade de atuação dotada de
Art. 193. O servidor que tiver exercido função de direção, personalidade jurídica;
chefia, assessoramento, assistência ou cargo em III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de
comissão, por período de 5 (cinco) anos consecutivos, ou poder de decisão.
10 (dez) anos interpolados, poderá aposentar-se com a
gratificação da função ou remuneração do cargo em o
Art. 2 A Administração Pública obedecerá, dentre outros,
comissão, de maior valor, desde que exercido por um aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
período mínimo de 2 (dois) anos. razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla
§ 1° Quando o exercício da função ou cargo em comissão defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse
de maior valor não corresponder ao período de 2 (dois) público e eficiência.
anos, será incorporada a gratificação ou remuneração da Parágrafo único. Nos processos administrativos serão
função ou cargo em comissão imediatamente inferior observados, entre outros, os critérios de:
dentre os exercidos. I - atuação conforme a lei e o Direito;
§ 2° A aplicação do disposto neste artigo exclui as II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a
vantagens previstas no art. 192, bem como a renúncia total ou parcial de poderes ou competências,
incorporação de que trata o art. 62, ressalvado o direito salvo autorização em lei;
de opção. III - objetividade no atendimento do interesse público,
Art. 231. .............................................................................. vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
§ 1° ..................................................................................... IV - atuação segundo padrões éticos de probidade,
decoro e boa-fé;
CAPÍTULO II CAPÍTULO V
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS DOS INTERESSADOS
o o
Art. 3 O administrado tem os seguintes direitos perante Art. 9 São legitimados como interessados no processo
a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam administrativo:
assegurados: I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e titulares de direitos ou interesses individuais ou no
servidores, que deverão facilitar o exercício de seus exercício do direito de representação;
direitos e o cumprimento de suas obrigações; II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm
II - ter ciência da tramitação dos processos direitos ou interesses que possam ser afetados pela
administrativos em que tenha a condição de interessado, decisão a ser adotada;
ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles III - as organizações e associações representativas, no
contidos e conhecer as decisões proferidas; tocante a direitos e interesses coletivos;
III - formular alegações e apresentar documentos antes IV - as pessoas ou as associações legalmente
da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo constituídas quanto a direitos ou interesses difusos.
órgão competente;
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, Art. 10. São capazes, para fins de processo
salvo quando obrigatória a representação, por força de administrativo, os maiores de dezoito anos, ressalvada
lei. previsão especial em ato normativo próprio.
CAPÍTULO III
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA
o
Art. 4 São deveres do administrado perante a
Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos
normativo: órgãos administrativos a que foi atribuída como própria,
I - expor os fatos conforme a verdade; salvo os casos de delegação e avocação legalmente
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; admitidos.
III - não agir de modo temerário;
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se
colaborar para o esclarecimento dos fatos. não houver impedimento legal, delegar parte da sua
competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes
não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando
for conveniente, em razão de circunstâncias de índole
CAPÍTULO IV técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
DO INÍCIO DO PROCESSO Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo
aplicase à delegação de competência dos órgãos
o
Art. 5 O processo administrativo pode iniciar-se de ofício colegiados aos respectivos presidentes.
ou a pedido de interessado.
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se
processo administrativo deverá ser iniciado perante a preferencialmente na sede do órgão, cientificando-se o
autoridade de menor grau hierárquico para decidir. interessado se outro for o local de realização.
CAPÍTULO IX
CAPÍTULO VII DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo processo administrativo determinará a intimação do
o servidor ou autoridade que: interessado para ciência de decisão ou a efetivação de
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; Díligências.
o
II - tenha participado ou venha a participar como perito, § 1 A intimação deverá conter:
testemunha ou representante, ou se tais situações I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade
ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e administrativa;
afins até o terceiro grau; II - finalidade da intimação;
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o III - data, hora e local em que deve comparecer;
interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro. IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou
fazer-se representar;
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em V - informação da continuidade do processo
impedimento deve comunicar o fato à autoridade independentemente do seu comparecimento;
competente, abstendo-se de atuar. VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
o
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o § 2 A intimação observará a antecedência mínima de
impedimento constitui falta grave, para efeitos três dias úteis quanto à data de comparecimento.
o
disciplinares. § 3 A intimação pode ser efetuada por ciência no
processo, por via postal com aviso de recebimento, por
Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou telegrama ou outro meio que assegure a certeza da
servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória ciência do interessado.
o
com algum dos interessados ou com os respectivos § 4 No caso de interessados indeterminados,
cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro desçonhecidos ou com domicílio indefinido, a intimação
grau. deve ser efetuada por meio de publicação oficial.
o
§ 5 As intimações serão nulas quando feitas sem
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição observância das prescrições legais, mas o
poderá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo. comparecimento do administrado supre sua falta ou
irregularidade.
de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes
direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu da tomada da decisão, juntar documentos e pareceres,
interesse. requerer diligências e perícias, bem como aduzir
alegações referentes à matéria objeto do processo.
o
§ 1 Os elementos probatórios deverão ser considerados
CAPÍTULO X na motivação do relatório e da decisão.
o
DA INSTRUÇÃO § 2 Somente poderão ser recusadas, mediante decisão
fundamentada, as provas propostas pelos interessados
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou
e comprovar os dados necessários à tomada de decisão protelatórias.
realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão
responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos Art. 39. Quando for necessária a prestação de
interessados de propor atuações probatórias. informações ou a apresentação de provas pelos
o
§ 1 O órgão competente para a instrução fará constar interessados ou terceiros, serão expedidas intimações
dos autos os dados necessários à decisão do processo. para esse fim, mencionando-se data, prazo, forma e
o
§ 2 Os atos de instrução que exijam a atuação dos condições de atendimento.
interessados devem realizar-se do modo menos oneroso Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá
para estes. o órgão competente, se entender relevante a matéria,
suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a
Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as decisão.
provas obtidas por meios ilícitos.
Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos
Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto solicitados ao interessado forem necessários à
de interesse geral, o órgão competente poderá, mediante apreciação de pedido formulado, o não atendimento no
despacho motivado, abrir período de consulta pública prazo fixado pela Administração para a respectiva
para manifestação de terceiros, antes da decisão do apresentação implicará arquivamento do processo.
pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada.
o
§ 1 A abertura da consulta pública será objeto de Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou
divulgação pelos meios oficiais, a fim de que pessoas diligência ordenada, com antecedência mínima de três
físicas ou jurídicas possam examinar os autos, fixando-se dias úteis, mencionando-se data, hora e local de
prazo para oferecimento de alegações escritas. realização.
o
§ 2 O comparecimento à consulta pública não confere,
por si, a condição de interessado do processo, mas Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um
confere o direito de obter da Administração resposta órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo
fundamentada, que poderá ser comum a todas as máximo de quinze dias, salvo norma especial ou
alegações substancialmente iguais. comprovada necessidade de maior prazo.
o
§ 1 Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser
Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da emitido no prazo fixado, o processo não terá seguimento
autoridade, diante da relevância da questão, poderá ser até a respectiva apresentação, responsabilizando-se
realizada audiência pública para debates sobre a matéria quem der causa ao atraso.
o
do processo. § 2 Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de
ser emitido no prazo fixado, o processo poderá ter
Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem
materia relevante, poderão estabelecer outros meios de prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu no
participação de administrados, diretamente ou por meio atendimento.
de organizações e associações legalmente reconhecidas.
Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam
de outros meios de participação de administrados deve- ser previamente obtidos laudos técnicos de órgãos
rão ser apresentados com a indicação do procedimento administrativos e estes não cumprirem o encargo no
adotado. prazo assinalado, o órgão responsável pela instrução
deverá solicitar laudo técnico de outro órgão dotado de
Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a qualificação e capacidade técnica equivalentes.
audiência de outros órgãos ou entidades administrativas
poderá ser realizada em reunião conjunta, com a Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o
participação de titulares ou representantes dos órgãos direito de manifestar-se no prazo máximo de dez dias,
competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada salvo se outro prazo for legalmente fixado.
aos autos.
Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração
Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha Pública poderá motivadamente adotar providências
alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado.
competente para a instrução e do disposto no art. 37
desta Lei. Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e
a obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados documentos que o integram, ressalvados os dados e
estão registrados em documentos existentes na própria documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo
Administração responsável pelo processo ou em outro direito à privacidade, à honra e à imagem.
órgão administrativo, o órgão competente para a
instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos Art. 47. O órgão de instrução que não for competente
ou das respectivas cópias. para emitir a decisão final elaborará relatório indicando o
pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e
CAPÍTULO XIV
CAPÍTULO XI DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO
DO DEVER DE DECIDIR
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos,
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los
emitir decisão nos processos administrativos e sobre por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados
solicitações ou reclamações, em matéria de sua os direitos adquiridos.
competência.
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos
Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, administrativos de que decorram efeitos favoráveis para
a Administração tem o prazo de até trinta dias para os destinatários decai em cinco anos, contados da data
decidir, salvo prorrogação por igual período em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
o
expressamente motivada. § 1 No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo
de decadência contar-se-á da percepção do primeiro
pagamento.
o
CAPÍTULO XII § 2 Considera-se exercício do direito de anular qualquer
DA MOTIVAÇÃO medida de autoridade administrativa que importe
impugnação à validade do ato.
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados,
com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não
quando: acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou poderão ser convalidados pela própria Administração.
sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou
seleção pública; CAPÍTULO XV
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO
licitatório;
V - decidam recursos administrativos; Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em
VI - decorram de reexame de ofício; face de razões de legalidade e de mérito.
o
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a § 1 O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a
questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco
relatórios oficiais; dias, o encaminhará à autoridade superior.
o
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou § 2 Salvo exigência legal, a interposição de recurso
convalidação de ato administrativo. administrativo independe de caução.
o o
§ 1 A motivação deve ser explícita, clara e congruente, § 3 Se o recorrente alegar que a decisão administrativa
podendo consistir em declaração de concordância com contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à
fundamentos de anteriores pareceres, informações, autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a
decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à
integrante do ato. autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou
o
§ 2 Na solução de vários assuntos da mesma natureza, inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído
pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os pela Lei nº 11.417, de 2006).
fundamentos das decisões, desde que não prejudique
direito ou garantia dos interessados. Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por
o
§ 3 A motivação das decisões de órgãos colegiados e três instâncias administrativas, salvo disposição legal
comissões ou de decisões orais constará da respectiva diversa.
ata ou de termo escrito.
Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso
administrativo:
CAPÍTULO XIII I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO processo;
DO PROCESSO II - aqueles cujos direitos ou interesses forem
indiretamente afetados pela decisão recorrida;
Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação III - as organizações e associações representativas, no
escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado tocante a direitos e interesses coletivos;
ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis. IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou
o
§ 1 Havendo vários interessados, a desistência ou interesses difusos.
renúncia atinge somente quem a tenha formulado.
o
§ 2 A desistência ou renúncia do interessado, conforme Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o
o caso, não prejudica o prosseguimento do processo, se prazo para interposição de recurso administrativo,
a Administração considerar que o interesse público assim contado a partir da ciência ou divulgação oficial da
o exige. decisão recorrida.
o
§ 1 Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso
Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o administrativo deverá ser decidido no prazo máximo de
processo quando exaurida sua finalidade ou o objeto da trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão
decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato competente.
superveniente.
Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto: Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade
I - fora do prazo; competente, terão natureza pecuniária ou consistirão em
II - perante órgão incompetente; obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o
III - por quem não seja legitimado; direito de defesa.
IV - após exaurida a esfera administrativa.
o
§ 1 Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente
a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo
para recurso. CAPÍTULO XVIII
o
§ 2 O não conhecimento do recurso não impede a DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Administração de rever de ofício o ato ilegal, desde que
não ocorrida preclusão administrativa. Art. 69. Os processos administrativos específicos
continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes
Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei.
poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou
parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer
competência. órgão ou instância, os procedimentos administrativos em
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo que figure como parte ou interessado: (Incluído pela Lei
puder decorrer gravame à situação do recorrente, este nº 12.008, de 2009).
deverá ser cientificado para que formule suas alegações I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
antes da decisão. anos; (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental;
Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
da súmula vinculante, o órgão competente para decidir o III – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose
inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia
pela Lei nº 11.417, de 2006). irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de
Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia
Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença
reclamação fundada em violação de enunciado da de Paget (osteíte deformante), contaminação por
súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou
e ao órgão competente para o julgamento do recurso, que outra doença grave, com base em conclusão da medicina
deverão adequar as futuras decisões administrativas em especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída
casos semelhantes, sob pena de responsabilização após o início do processo. (Incluído pela Lei nº 12.008, de
pessoal nas esferas cível, administrativa e penal. 2009).
o
(Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). § 1 A pessoa interessada na obtenção do benefício,
juntando prova de sua condição, deverá requerê-lo à
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem autoridade administrativa competente, que determinará
sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido as providências a serem cumpridas. (Incluído pela Lei nº
ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou 12.008, de 2009).
o
circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a § 2 Deferida a prioridade, os autos receberão
inadequação da sanção aplicada. identificação própria que evidencie o regime de
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá tramitação prioritária. (Incluído pela Lei nº 12.008, de
resultar agravamento da sanção. 2009).
o
§ 3 (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
o
§ 4 (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
CAPÍTULO XVI
DOS PRAZOS Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação.
detém, ou, ainda, remeter o requerimento a esse órgão poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que
ou entidade, cientificando o interessado da remessa de deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se:
seu pedido de informação. I - o acesso à informação não classificada como sigilosa
§ 2o O prazo referido no § 1o poderá ser prorrogado por for negado;
mais 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou
qual será cientificado o requerente. parcialmente classificada como sigilosa não indicar a
§ 3o Sem prejuízo da segurança e da proteção das autoridade classificadora ou a hierarquicamente superior
informações e do cumprimento da legislação aplicável, o a quem possa ser dirigido pedido de acesso ou
órgão ou entidade poderá oferecer meios para que o desclassificação;
próprio requerente possa pesquisar a informação de que III - os procedimentos de classificação de informação
necessitar. sigilosa estabelecidos nesta Lei não tiverem sido
§ 4o Quando não for autorizado o acesso por se tratar de observados; e
informação total ou parcialmente sigilosa, o requerente IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros
deverá ser informado sobre a possibilidade de recurso, procedimentos previstos nesta Lei.
prazos e condições para sua interposição, devendo, § 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser
ainda, ser-lhe indicada a autoridade competente para sua dirigido à Controladoria-Geral da União depois de
apreciação. submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade
§ 5o A informação armazenada em formato digital será hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão
fornecida nesse formato, caso haja anuência do impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias.
requerente. § 2o Verificada a procedência das razões do recurso, a
§ 6o Caso a informação solicitada esteja disponível ao Controladoria-Geral da União determinará ao órgão ou
público em formato impresso, eletrônico ou em qualquer entidade que adote as providências necessárias para dar
outro meio de acesso universal, serão informados ao cumprimento ao disposto nesta Lei.
requerente, por escrito, o lugar e a forma pela qual se § 3o Negado o acesso à informação pela Controladoria-
poderá consultar, obter ou reproduzir a referida Geral da União, poderá ser interposto recurso à
informação, procedimento esse que desonerará o órgão Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a que
ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento se refere o art. 35.
direto, salvo se o requerente declarar não dispor de
meios para realizar por si mesmo tais procedimentos. Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de
desclassificação de informação protocolado em órgão da
Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da informação administração pública federal, poderá o requerente
é gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução de recorrer ao Ministro de Estado da área, sem prejuízo das
documentos pelo órgão ou entidade pública consultada, competências da Comissão Mista de Reavaliação de
situação em que poderá ser cobrado exclusivamente o Informações, previstas no art. 35, e do disposto no art.
valor necessário ao ressarcimento do custo dos serviços 16.
e dos materiais utilizados. § 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser
Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos dirigido às autoridades mencionadas depois de submetido
previstos no caput todo aquele cuja situação econômica à apreciação de pelo menos uma autoridade
não lhe permita fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio hierarquicamente superior à autoridade que exarou a
ou da família, declarada nos termos da Lei no 7.115, de decisão impugnada e, no caso das Forças Armadas, ao
29 de agosto de 1983. respectivo Comando.
§ 2o Indeferido o recurso previsto no caput que tenha
Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida como objeto a desclassificação de informação secreta ou
em documento cuja manipulação possa prejudicar sua ultrassecreta, caberá recurso à Comissão Mista de
integridade, deverá ser oferecida a consulta de cópia, Reavaliação de Informações prevista no art. 35.
com certificação de que esta confere com o original.
Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões
cópias, o interessado poderá solicitar que, a suas denegatórias proferidas no recurso previsto no art. 15 e
expensas e sob supervisão de servidor público, a de revisão de classificação de documentos sigilosos
reprodução seja feita por outro meio que não ponha em serão objeto de regulamentação própria dos Poderes
risco a conservação do documento original. Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, em seus
respectivos âmbitos, assegurado ao solicitante, em
Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de qualquer caso, o direito de ser informado sobre o
decisão de negativa de acesso, por certidão ou cópia. andamento de seu pedido.
II - no grau de secreto, das autoridades referidas no § 2o Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista
inciso I, dos titulares de autarquias, fundações ou de informações classificadas, acompanhadas da data, do
empresas públicas e sociedades de economia mista; e grau de sigilo e dos fundamentos da classificação.
III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos
incisos I e II e das que exerçam funções de direção,
comando ou chefia, nível DAS 101.5, ou superior, do Seção V
Grupo-Direção e Assessoramento Superiores, ou de Das Informações Pessoais
hierarquia equivalente, de acordo com regulamentação
específica de cada órgão ou entidade, observado o Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser
disposto nesta Lei. feito de forma transparente e com respeito à intimidade,
§ 1o A competência prevista nos incisos I e II, no que se vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como às
refere à classificação como ultrassecreta e secreta, liberdades e garantias individuais.
poderá ser delegada pela autoridade responsável a § 1o As informações pessoais, a que se refere este
agente público, inclusive em missão no exterior, vedada a artigo, relativas à intimidade, vida privada, honra e
subdelegação. imagem:
§ 2o A classificação de informação no grau de sigilo I - terão seu acesso restrito, independentemente de
ultrassecreto pelas autoridades previstas nas alíneas “d” classificação de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem)
e “e” do inciso I deverá ser ratificada pelos respectivos anos a contar da sua data de produção, a agentes
Ministros de Estado, no prazo previsto em regulamento. públicos legalmente autorizados e à pessoa a que elas se
§ 3o A autoridade ou outro agente público que classificar referirem; e
informação como ultrassecreta deverá encaminhar a II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por
decisão de que trata o art. 28 à Comissão Mista de terceiros diante de previsão legal ou consentimento
Reavaliação de Informações, a que se refere o art. 35, no expresso da pessoa a que elas se referirem.
prazo previsto em regulamento. § 2o Aquele que obtiver acesso às informações de que
trata este artigo será responsabilizado por seu uso
Art. 28. A classificação de informação em qualquer grau indevido.
de sigilo deverá ser formalizada em decisão que conterá, § 3o O consentimento referido no inciso II do § 1o não
no mínimo, os seguintes elementos: será exigido quando as informações forem necessárias:
I - assunto sobre o qual versa a informação; I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa
II - fundamento da classificação, observados os critérios estiver física ou legalmente incapaz, e para utilização
estabelecidos no art. 24; única e exclusivamente para o tratamento médico;
III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de
ou dias, ou do evento que defina o seu termo final, evidente interesse público ou geral, previstos em lei,
conforme limites previstos no art. 24; e sendo vedada a identificação da pessoa a que as
IV - identificação da autoridade que a classificou. informações se referirem;
Parágrafo único. A decisão referida no caput será III - ao cumprimento de ordem judicial;
mantida no mesmo grau de sigilo da informação IV - à defesa de direitos humanos; ou
classificada. V - à proteção do interesse público e geral
preponderante.
Art. 29. A classificação das informações será reavaliada § 4o A restrição de acesso à informação relativa à vida
pela autoridade classificadora ou por autoridade privada, honra e imagem de pessoa não poderá ser
hierarquicamente superior, mediante provocação ou de invocada com o intuito de prejudicar processo de
ofício, nos termos e prazos previstos em regulamento, apuração de irregularidades em que o titular das
com vistas à sua desclassificação ou à redução do prazo informações estiver envolvido, bem como em ações
de sigilo, observado o disposto no art. 24. voltadas para a recuperação de fatos históricos de maior
§ 1o O regulamento a que se refere o caput deverá relevância.
considerar as peculiaridades das informações produzidas § 5o Regulamento disporá sobre os procedimentos para
no exterior por autoridades ou agentes públicos. tratamento de informação pessoal.
§ 2o Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser
examinadas a permanência dos motivos do sigilo e a
possibilidade de danos decorrentes do acesso ou da CAPÍTULO V
divulgação da informação. DAS RESPONSABILIDADES
§ 3o Na hipótese de redução do prazo de sigilo da
informação, o novo prazo de restrição manterá como Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam
termo inicial a data da sua produção. responsabilidade do agente público ou militar:
I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos
Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade desta Lei, retardar deliberadamente o seu fornecimento
publicará, anualmente, em sítio à disposição na internet e ou fornecê-la intencionalmente de forma incorreta,
destinado à veiculação de dados e informações incompleta ou imprecisa;
administrativas, nos termos de regulamento: II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir,
I - rol das informações que tenham sido desclassificadas inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou
nos últimos 12 (doze) meses; parcialmente, informação que se encontre sob sua
II - rol de documentos classificados em cada grau de guarda ou a que tenha acesso ou conhecimento em
sigilo, com identificação para referência futura; razão do exercício das atribuições de cargo, emprego ou
III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos função pública;
de informação recebidos, atendidos e indeferidos, bem III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de
como informações genéricas sobre os solicitantes. acesso à informação;
§ 1o Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou
publicação prevista no caput para consulta pública em permitir acesso indevido à informação sigilosa ou
suas sedes. informação pessoal;
V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal Art. 35. (VETADO).
ou de terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal § 1o É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de
cometido por si ou por outrem; Informações, que decidirá, no âmbito da administração
VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente pública federal, sobre o tratamento e a classificação de
informação sigilosa para beneficiar a si ou a outrem, ou informações sigilosas e terá competência para:
em prejuízo de terceiros; e I - requisitar da autoridade que classificar informação
VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos como ultrassecreta e secreta esclarecimento ou
concernentes a possíveis violações de direitos humanos conteúdo, parcial ou integral da informação;
por parte de agentes do Estado. II - rever a classificação de informações ultrassecretas ou
§ 1o Atendido o princípio do contraditório, da ampla secretas, de ofício ou mediante provocação de pessoa
defesa e do devido processo legal, as condutas descritas interessada, observado o disposto no art. 7o e demais
no caput serão consideradas: dispositivos desta Lei; e
I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada
Armadas, transgressões militares médias ou graves, como ultrassecreta, sempre por prazo determinado,
segundo os critérios neles estabelecidos, desde que não enquanto o seu acesso ou divulgação puder ocasionar
tipificadas em lei como crime ou contravenção penal; ou ameaça externa à soberania nacional ou à integridade do
II - para fins do disposto na Lei no 8.112, de 11 de território nacional ou grave risco às relações
dezembro de 1990, e suas alterações, infrações internacionais do País, observado o prazo previsto no §
administrativas, que deverão ser apenadas, no mínimo, 1o do art. 24.
com suspensão, segundo os critérios nela estabelecidos. § 2o O prazo referido no inciso III é limitado a uma única
§ 2o Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar renovação.
ou agente público responder, também, por improbidade § 3o A revisão de ofício a que se refere o inciso II do § 1o
administrativa, conforme o disposto nas Leis nos 1.079, deverá ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos, após
de 10 de abril de 1950, e 8.429, de 2 de junho de 1992. a reavaliação prevista no art. 39, quando se tratar de
documentos ultrassecretos ou secretos.
Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver § 4o A não deliberação sobre a revisão pela Comissão
informações em virtude de vínculo de qualquer natureza Mista de Reavaliação de Informações nos prazos
com o poder público e deixar de observar o disposto previstos no § 3o implicará a desclassificação automática
nesta Lei estará sujeita às seguintes sanções: das informações.
I - advertência; § 5o Regulamento disporá sobre a composição,
II - multa; organização e funcionamento da Comissão Mista de
III - rescisão do vínculo com o poder público; Reavaliação de Informações, observado o mandato de 2
IV - suspensão temporária de participar em licitação e (dois) anos para seus integrantes e demais disposições
impedimento de contratar com a administração pública desta Lei.
por prazo não superior a 2 (dois) anos; e
V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar Art. 36. O tratamento de informação sigilosa resultante de
com a administração pública, até que seja promovida a tratados, acordos ou atos internacionais atenderá às
reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a normas e recomendações constantes desses
penalidade. instrumentos.
§ 1o As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão
ser aplicadas juntamente com a do inciso II, assegurado o Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de Segurança
direito de defesa do interessado, no respectivo processo, Institucional da Presidência da República, o Núcleo de
no prazo de 10 (dez) dias. Segurança e Credenciamento (NSC), que tem por
§ 2o A reabilitação referida no inciso V será autorizada objetivos:
somente quando o interessado efetivar o ressarcimento I - promover e propor a regulamentação do
ao órgão ou entidade dos prejuízos resultantes e após credenciamento de segurança de pessoas físicas,
decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso empresas, órgãos e entidades para tratamento de
IV. informações sigilosas; e
§ 3o A aplicação da sanção prevista no inciso V é de II - garantir a segurança de informações sigilosas,
competência exclusiva da autoridade máxima do órgão inclusive aquelas provenientes de países ou
ou entidade pública, facultada a defesa do interessado, organizações internacionais com os quais a República
no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da Federativa do Brasil tenha firmado tratado, acordo,
abertura de vista. contrato ou qualquer outro ato internacional, sem prejuízo
das atribuições do Ministério das Relações Exteriores e
Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem dos demais órgãos competentes.
diretamente pelos danos causados em decorrência da Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a
divulgação não autorizada ou utilização indevida de composição, organização e funcionamento do NSC.
informações sigilosas ou informações pessoais, cabendo
a apuração de responsabilidade funcional nos casos de Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei no 9.507, de 12
dolo ou culpa, assegurado o respectivo direito de de novembro de 1997, em relação à informação de
regresso. pessoa, física ou jurídica, constante de registro ou banco
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à de dados de entidades governamentais ou de caráter
pessoa física ou entidade privada que, em virtude de público.
vínculo de qualquer natureza com órgãos ou entidades,
tenha acesso a informação sigilosa ou pessoal e a Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão proceder
submeta a tratamento indevido. à reavaliação das informações classificadas como
ultrassecretas e secretas no prazo máximo de 2 (dois)
CAPÍTULO VI anos, contado do termo inicial de vigência desta Lei.
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
§ 1o A restrição de acesso a informações, em razão da à autoridade superior ou, quando houver suspeita de
reavaliação prevista no caput, deverá observar os prazos envolvimento desta, a outra autoridade competente para
e condições previstos nesta Lei. apuração de informação concernente à prática de crimes
§ 2o No âmbito da administração pública federal, a ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que
reavaliação prevista no caput poderá ser revista, a em decorrência do exercício de cargo, emprego ou
qualquer tempo, pela Comissão Mista de Reavaliação de função pública.”
Informações, observados os termos desta Lei.
§ 3o Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos
previsto no caput, será mantida a classificação da Municípios, em legislação própria, obedecidas as normas
informação nos termos da legislação precedente. gerais estabelecidas nesta Lei, definir regras específicas,
§ 4o As informações classificadas como secretas e especialmente quanto ao disposto no art. 9o e na Seção
ultrassecretas não reavaliadas no prazo previsto no caput II do Capítulo III.
serão consideradas, automaticamente, de acesso público.
Art. 46. Revogam-se:
Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da I - a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005; e
vigência desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou II - os arts. 22 a 24 da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de
entidade da administração pública federal direta e indireta 1991.
designará autoridade que lhe seja diretamente
subordinada para, no âmbito do respectivo órgão ou Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias
entidade, exercer as seguintes atribuições: após a data de sua publicação.
I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao
acesso a informação, de forma eficiente e adequada aos
objetivos desta Lei; Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994
II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e
apresentar relatórios periódicos sobre o seu Aprova o Código de Ética Profissional
cumprimento; do Servidor Público Civil do Poder
III - recomendar as medidas indispensáveis à Executivo Federal.
implementação e ao aperfeiçoamento das normas e
procedimentos necessários ao correto cumprimento do O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições
disposto nesta Lei; e que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo
IV - orientar as respectivas unidades no que se refere ao em vista o disposto no art. 37 da Constituição, bem como
cumprimento do disposto nesta Lei e seus regulamentos. nos arts. 116 e 117 da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro
de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n° 8.429, de 2 de
Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão da junho de 1992, DECRETA:
administração pública federal responsável:
I - pela promoção de campanha de abrangência nacional Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do
de fomento à cultura da transparência na administração Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, que
pública e conscientização do direito fundamental de com este baixa.
acesso à informação;
II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública
ao desenvolvimento de práticas relacionadas à Federal direta e indireta implementarão, em sessenta
transparência na administração pública; dias, as providências necessárias à plena vigência do
III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da Código de Ética, inclusive mediante a Constituição da
administração pública federal, concentrando e respectiva Comissão de Ética, integrada por três
consolidando a publicação de informações estatísticas servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou
relacionadas no art. 30; emprego permanente.
IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética
relatório anual com informações atinentes à será comunicada à Secretaria da Administração Federal
implementação desta Lei. da Presidência da República, com a indicação dos
respectivos membros titulares e suplentes.
Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o disposto
nesta Lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua
da data de sua publicação. publicação.
Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de 11 de Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e
dezembro de 1990, passa a vigorar com a seguinte 106° da República.
redação:
“Art. 116. ................................................................... Este texto não substitui o publicado no DOU de
................................................................................... 23.6.1994.
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão
do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou,
quando houver suspeita de envolvimento desta, ao
conhecimento de outra autoridade competente para ANEXO
apuração;
........................................................................” (NR)
Código de Ética Profissional do
Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei no 8.112, de Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal
1990, passa a vigorar acrescido do seguinte art. 126-A:
CAPÍTULO I
“Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsa-
bilizado civil, penal ou administrativamente por dar ciência
l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de que j) desviar servidor público para atendimento a interesse
sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, particular;
refletindo negativamente em todo o sistema; l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente
m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e autorizado, qualquer documento, livro ou bem
qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, pertencente ao patrimônio público;
exigindo as providências cabíveis; m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de
seguindo os métodos mais adequados à sua organização parentes, de amigos ou de terceiros;
e distribuição; n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele
o) participar dos movimentos e estudos que se habitualmente;
relacionem com a melhoria do exercício de suas funções, o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente
tendo por escopo a realização do bem comum; contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas humana;
ao exercício da função; p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu
q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de nome a empreendimentos de cunho duvidoso.
serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce
suas funções;
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as CAPÍTULO II
instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, DAS COMISSÕES DE ÉTICA
tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez,
mantendo tudo sempre em boa ordem. XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional,
quem de direito; ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições
t) exercer com estrita moderação as prerrogativas delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma
funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê- Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar
lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com
do serviço público e dos jurisdicionados administrativos; as pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, conhecer concretamente de imputação ou de
poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse procedimento susceptível de censura.
público, mesmo que observando as formalidades legais e XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos
não cometendo qualquer violação expressa à lei; organismos encarregados da execução do quadro de
v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta
classe sobre a existência deste Código de Ética, ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e
estimulando o seu integral cumprimento. para todos os demais procedimentos próprios da carreira
do servidor público.
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético,
Seção III entende-se por servidor público todo aquele que, por
Das Vedações ao Servidor Público força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste
serviços de natureza permanente, temporária ou
XV - E vedado ao servidor público; excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do
tempo, posição e influências, para obter qualquer poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas,
favorecimento, para si ou para outrem; as entidades paraestatais, as empresas públicas e as
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros sociedades de economia mista, ou em qualquer setor
servidores ou de cidadãos que deles dependam; onde prevaleça o interesse do Estado.
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade,
conivente com erro ou infração a este Código de Ética ou
ao Código de Ética de sua profissão; 4. GESTÃO DE PESSOAS NO SETOR
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o PÚBLICO. 4.1. GESTÃO DE PROCESSOS.
exercício regular de direito por qualquer pessoa,
causando-lhe dano moral ou material; 4.1.1. CONCEITOS DA ABORDAGEM POR
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao PROCESSOS. 4.2. TÉCNICAS DE MAPEA-
seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento MENTO, ANÁLISE E MELHORIA DE
do seu mister; PROCESSOS
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias,
caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal
Gestão de Pessoas
interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados
administrativos ou com colegas hierarquicamente
superiores ou inferiores; Gestão de pessoas ou administração de recursos huma-
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer nos é uma associação de habilidades e métodos, polí-
tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, ticas, técnicas e práticas definidas com objetivo admi-
doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, nistrar os comportamentos internos e potencializar o capi-
familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da tal humano. A Gestão de Pessoas se divide em:
sua missão ou para influenciar outro servidor para o
mesmo fim; Provisão de recursos humanos: Recrutamento
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva e Seleção;
encaminhar para providências;
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do Aplicação de Recursos Humanos: Integração,
atendimento em serviços públicos; Desenho e Análise de Cargos;
Desenvolvimento de Recursos Humanos: Tre- foi ocupada por finanças, tecnologia e marketing. O RH
inamento e Desenvolvimento Organizacional; deve se especializar cada vez mais em gestão de
pessoas, se aprofundando mais nos seus fundamentos
Manutenção de Recursos Humanos: Benefí- de aquisição, aplicação, desenvolvimento e manutenção
cios Sociais e Relações Trabalhistas; do seu capital humano ou deve ampliar seu escopo de
atuação se preocupando em conhecer mais o negócio da
Monitoração de Recursos Humanos: Sistemas empresa para adequar as competências humanas à
de Informações de RH (Software); estratégia organizacional. Em seu novo papel, o RH deve
delegar o papel de cuidar das pessoas para os gestores
de equipes. São eles que precisam aprender a cuidar de
Processo de Provisão consiste em abastecer a empresa seu pessoal dentro de políticas institucionalmente
com mão de obra qualificada. Refere-se ao recrutamento definidas, mas com a sensibilidade de flexibilidade que só
e seleção de pessoal. Planejamento de Recursos Huma- o líder pode aplicar. O RH então, neste contexto, deve
nos é o processo de decisão a respeito dos recursos hu- desempenhar o papel de consultor interno destes líderes,
manos necessários para atingir os objetivos organiza- assessorando-os e desenvolvendo suas habilidades de
cionais, dentro de determinado período de tempo. Trata- comunicação, liderança e negociação. Não dá mais para
se de antecipar qual a força de trabalho e talentos huma- tapar o sol com a peneira, a organização é feita de pes-
nos necessários para a realização a ação organizacional soas. São elas que promovem mudanças necessárias.
futura. O planejamento estratégico de RH deve ser parte São elas que estabelecem os limites e potencialidades
integrante do planejamento estratégico da organização e das empresas. São elas que tomam as decisões que
deve contribuir para o alcance dos objetivos da or- conduzem a organização para o futuro. Por outro lado,
ganização, incentivando o alcance dos objetivos indivi- lidar com pessoas representa um dos maiores desafios
duais das pessoas. Recrutamento é o conjunto de téc- dos gestores. Conduzi-las nesta direção é um trabalho
nicas e procedimentos que visa atrair candidatos poten- complexo e incerto, que envolve mudanças profundas em
cialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro toda a organização que só se efetivam no longo prazo.
da organização. O recrutamento é feito a partir das Neste sentido, preparar a organização para este futuro
necessidades presentes e futuras de Recursos Humanos implica em indicar processos de mudanças já.
da organização. Seleção de Pessoal é a escolha dos
candidatos recrutados que melhor se ajustam no cargo
em aberto. O objetivo básico da seleção de pessoal é Políticas e Sistemas de Informações Gerenciais
escolher e classificar os candidatos adequados às
necessidades da organização. Processo de Aplicação Todas as funções da administração - planejamento,
consiste na análise e descrição de cargos e avaliação de organização, liderança, e controle são necessárias para o
desempenho. bom desempenho da organização. Para apoiar essas
funções, especialmente o planejamento e o controle, são
Clima Organizacional: O clima organizacional de destacada importância os sistemas que fornecem in-
afeta a motivação, o desempenho e a satisfação formações aos administradores. Esses sistemas de
no trabalho. Ele cria certos tipos de expectativas informações estão ligados ao sistema físico - operacional
cujas conseqüências se seguem em decorrência e surgem da necessidade de desenvolver as operações
de diferentes ações. As pessoas esperam certas fundamentais da firma. Podemos dizer até que esses
recompensas, satisfações e frustrações na base sistemas são criados automaticamente pelas neces-
de suas percepções do clima organizacional. O sidades de administração operacional. Como exemplo:
clima organizacional é o conjunto de fatores que podemos citar: Os sistemas de informações de controle
interferem na satisfação ou descontentamento de estoque, de banco de dados de estrutura de produtos
no trabalho. É o conjunto de variáveis que busca de processo de produção, de planejamento e controle da
identificar os aspectos que precisam ser melho- produção. Existem muitas definições do SIG, para nossos
rados, em busca da satisfação e bem-estar dos propósitos definimos como um método formal de tornar
colaboradores. Educação Corporativa é a prática disponíveis para a administração, oportunamente, as in-
coordenada de gestão de pessoas e de gestão formações precisas necessárias para facilitar o processo
do conhecimento tendo como orientação a de tomada de decisão e para dar condições para que as
estratégia de longo prazo de uma organização. funções de planejamento, controle e operacionais da
organização sejam executadas eficazmente. O sistema
Tecnologia em RH: otimiza a gestão e os custos fornece informações sobre o passado, o presente, e o
de serviço por empregado, diminui a relação de futuro projetado sobre efeitos relevantes dentro e fora da
dependência entre o empregado e o Recursos organização. O uso da palavra "formal" em nossa defi-
Humanos, dá mais autonomia aos empregados, nição não pretende negar a importância da rede informal
que se tornam responsáveis pelo uso e benefício de comunicações no mecanismo de controle da organi-
que obtém dos sistemas, redução de custos das zação. De fato, muitas vezes os administradores detec-
tarefas administrativas,. tam problemas antes que apareçam nos relatórios for-
mais de controle, porque estão sintonizados nos boatos.
Vivemos numa era em que o capital é abundante no A capacidade dos administradores de manter canais efi-
mundo, embora os investimentos sejam mais criteriosos. cazes de comunicação informal, de perceber as implica-
Uma era em que a tecnologia está se tornando cada vez ções das informações que esses canais transmitem, e de
mais comoditizada e acessível apesar de ainda repre- avaliar, decidir e agir rapidamente sobre essas infor-
sentar condição mínima para atuar no mercado. O prin- mações amplia enormemente a utilidade da SIG.
cipal fator de competitividade é a capacidade de inovar,
de pensar diferente, de agregar valor. E não é capital,
tecnologia nem mercado que vão gerar isso, mas as A Importância do SIG para as Empresas
pessoas. Assim, o RH deve se preparar para ocupar uma
posição estratégica ao lado da alta administração que já
- melhoria na adaptação da empresa para em- 2. O executivo necessita das informações que
frentar os acontecimentos não previstos, a partir deseja;
das constantes mutações nos fatores ambien-
tais; 3. Entregues aos executivos as informações que
ele necessita, suas decisões melhorarão;
- otimização na prestação dos seus serviços aos
clientes; 4. Mais comunicação significa desempenho me-
lhor;
- melhor interação com seus fornecedores;
5. Um executivo não tem que saber como
- aumento do nível de motivação das pessoas funciona um sistema de informações.
envolvidas.
Os sistemas de informações, como geradores de infor- Um Intuito de eliminar tais elementos, atualmente tra-
mações de caráter decisório, devem ser estabelecidos balha-se com os.Sistemas em tempo real, de modo a
como processos de comunicação mediante os quais são proporcionar sistemas eficientes, devidamente integrados
fornecidos os elementos básicos para as decisões nos às decisões empresariais, assegurando a validade das
vários pontos da empresa. O SIG auxilia os executivos ações.
das empresas a consolidar o tripé básico de sustentação
da empresa: quantidade, produtividade e participação. A
qualidade não deve estar associada apenas ao produto Tecnologias de Apoio
ou serviço final. A qualidade deve envolver o nível de
satisfação das pessoas no trabalho, associado a uma Podemos citar os seguintes:
quantidade de vida que se estenda à sua estrutura
pessoal, familiar e social. A produtividade não deve ser Leitura Ótica: Tecnologia e sistemas de leitura
abordada como um assunto de tempos e métodos, de automática, normalmente. Efetuada por meio do
ergonomia ou de linhas de produção. Ela deve ir até o conceito de código de barras.
nível de produtividade global e consolidar a filosofia de
comprometimento de todos para com os resultados Scannerização: Tecnologia de copiagem de
parciais e globais da empresa. Para que a empresa documentos, com palavras, números ou
possa usufruir as vantagens básicas do sistema de imagens, transformando - os em entradas de
informações gerenciais, é necessário que alguns aspec- dados para os sistemas de informação.
tos sejam observados, entre os quais podem ser citados:
Coletores Eletrônicos de Dados: Tecnologia
a) O envolvimento adequado da Alta e Média de Sistemas de coleta de dados de diversas ori-
administração com o SIG; gens, tipo cartão de ponto de trabalho auto-
mático, sistemas de controle de pessoal (crachá
b) A competência por parte das pessoas eletrônico), etc...
envolvidas no SIG
Edi - Troca Eletrônica de Dados: Tecnologias individuais. Tal material possibilita o mapeamento e
e sistemas de transmissão e retransmissão de comparação de competências exigidos pela Organização.
informação. Ferramentas importantes para o Com a competitividade predominando nas organizações,
processo de venda das empresas, bem como de as empresas passaram a exigir mais de seus funcio-
identificação de produtos e pessoas. nários, sendo fundamental a adequação ao cargo, sua
produção e o bom relacionamento. A seleção psicológica
Multimídia: Incorporação de som e imagem por competências permite:
(vídeo, televisão) aos sistemas de informação.
Ferramentas importantes para o processo de • Elevada facilidade na avaliação de um futuro
venda das empresas, bem como de identificação desempenho
de produtos e pessoas.
• Maior garantia de uma contratação de sucesso
Telecomunicações e Satélites: Incorporação
de sistemas e tecnologias para comunicação • Melhor adequação do profissional à empresa e
entre empresas e dentro da empresa, tais como ao cargo
palestras e conferências eletrônicas, reuniões à
distância, via rádio, circuito de televisão, • Aumento de produtividade
sistemas de segurança etc...
• Baixo rotatividade de mão-de-obra
Aplicativos Genéricos
Recrutamento
Workflow: Sistema de Gerenciamento e dis-
tribuição de informações de forma eletrônica de Processo de localizar, identificar e atrair candidatos capa-
um processo, dentro de uma organização. zes. Classifica-se em recrutamento interno e externo. É
de responsabilidade da Administração de Recursos
Data Warehousing: É um sistema complemen- Humanos.
tar de banco de informações, organizado para
permitir que todas as empresas realizem a busca
e coleta de dados oriundos de diversas bases e Seleção
sistemas operacionais. É um armazém organiza-
do de informações de todos os sistemas aces- É um exercício de previsão. Busca prever quais can-
sível de forma pretensamente inteligível para didatos serão bem sucedidos, se encontrados. É de
qualquer usuário dentro da empresa. responsabilidade da Administração de Recursos Huma-
nos em conjunto com a gerência da área ou setor
Internet: Rede mundial de computadores que se solicitante.
comunicam entre si, utilizando uma linguagem
comum.
Etapas do Recrutamento
Browser: Software que permite e facilita a pes-
quisa e capacitação de informações dentro de Definição de Perfil: levantamento junto às
um sistema ou rede de computadores. É utili- gerências das qualificações necessárias para
zado para as redes de Internet e Intranet ou exercer a função referente à vaga em aberto
mesmo para sistemas ou subsistemas empresa-
riais. Divulgação da vaga: utilização os meios de
comunicação supostamente mais acessíveis aos
Cartão de Crédito: O acoplamento da rede possíveis candidatos
mundial de cartões de crédito, junto com a Inter-
net, permite a empresa agilizar o processo de Recepção e triagem de currículos de acordo com
pagamento e recebimento de contas à distância. o perfil previamente definido
harmonia entre os candidatos, estimulando-os a minado cargo seja ele qual for, desde o mais simples, até
uma participação ativa, propondo a vivência de a funçaõ mais complexa dentro das organizações. Para
situações semelhantes às atividades que exer- que uma empresa sirva de modo eficiente os serviços
cerão em suas funções, objetivando observar que presta, investir no desenvolvimento de pessoas é
atitudes, postura, linguajar, relacionamento inter- investir, deste modo na própria qualidade. Mas, o invés-
pessoal, traços de personalidade, interesses e timento deve alcançar todos os colaboradores que parti-
comprometimento com a tarefa cipam da organização, visando os resultados, já que
decorrem das atividades coletivas, do todo organiza-
- Testes de conhecimento específico da área, cional. O treinamento deve ser priorizado quando uma
quando necessário nova realidade se apresentar a organização e deve
preparar as pessoas para o enfrentamento e execução
- Redação de próprio punho, com tema livre ou a imediata das diversas tarefas peculiares, dando oportu-
ser definido pelo selecionador nidades para o contínuo desenvolvimento pessoal, não
apenas no cargo que ocupam naquele momento, mas
- Psicometria (dependendo do perfil da vaga) também em outros que o colaborador possa vir a exercer.
A mudança nas atitudes das pessoas cria entre elas clima
- Entrevista Individual para aprofundamento do satisfatório, dando-lhes satisfação e motivação, além de
conhecimento sobre o candidato, e avaliação de torná-las mais receptivas as tecnicas de supervisão e
sua firmeza frente a aceitação da proposta que gestão. A avaliação de treinamento propicia o feedback
lhe será apresentada necessário ao profissional de RH, para se concluir até
que ponto o treinamento executado produziu modifica-
- Laudo do candidato: avaliação final e conclusi- ções de comportamentos pretendidos como também, se o
va do processo seletivo treinamento alcançou as metas já estabelecidas ante-
riormente. Cabe, ainda, fazer referência as avaliações do
- Encaminhamento dos candidatos selecionados aprendizado, de reação e dos resultados do treinamento,
para a empresa, para entrevista com quem cou- que seriam outras possibilidades de intervenção.
ber a resolução final da admissão do candidato
interpessoais (atitudes) necessárias para que perícia no que tange a função a um determinado cargo
determinado desempenho seja obtido. seja ele qual for, desde o mais simples, até a funçaõ mais
complexa dentro das organizações. Para que uma
C. Avaliação de competências e resultados: é empresa sirva de modo eficiente os serviços que presta,
a conjugação das avaliações de competências e investir no desenvolvimento de pessoas é investir, deste
resultados, ou seja, é a verificação da existência modo na própria qualidade. Mas, o invéstimento deve
ou não das competências necessárias de acordo alcançar todos os colaboradores que participam da
com o desempenho apresentado. organização, visando os resultados, já que decorrem das
atividades coletivas, do todo organizacional. O
D. Avaliação de potencial: com ênfase no treinamento deve ser priorizado quando uma nova
desempenho futuro, identifica as potencialidades realidade se apresentar a organização e deve preparar as
do avaliado que facilitarão o desenvolvimento de pessoas para o enfrentamento e execução imediata das
tarefas e atividades que lhe serão atribuídas. diversas tarefas peculiares, dando oportunidades para o
Possibilita a identificação de talentos que contínuo desenvolvimento pessoal, não apenas no cargo
estejam trabalhando aquém de suas que ocupam naquele momento, mas também em outros
capacidades, fornecendo base para a que o colaborador possa vir a exercer. A mudança nas
recolocação dessas pessoas. atitudes das pessoas cria entre elas clima satisfatório,
dando-lhes satisfação e motivação, além de torná-las
E. Balanced Scorecard: sistema desenvolvido mais receptivas as tecnicas de supervisão e gestão. A
por Robert S. Kaplan e David P. Norton na avaliação de treinamento propicia o feedback necessário
década de 90, avalia o desempenho sob quatro ao profissional de RH, para se concluir até que ponto o
perspectivas: financeira, do cliente, dos treinamento executado produziu modificações de
processos internos e do aprendizado e comportamentos pretendidos como também, se o
crescimento. São definidos objetivos treinamento alcançou as metas já estabelecidas
estratégicos para cada uma das perspectivas e anteriormente. Cabe, ainda, fazer referência as
tarefas para o atendimento da meta em cada avaliações do aprendizado, de reação e dos resultados
objetivo estratégico. do treinamento, que seriam outras possibilidades de
intervenção.
Treinamento e Desenvolvimento
Etapas de Elaboração do Treinamento
Tem objetivo imediato, de curto prazo, tornar o
funcionário apto a uma atividade ou a desenvolver uma É interessante observar que treinar leva ao seguinte
habilidade específica, tem como finalidade adaptar o questionamento: Por que treinar? Quem treinar? Como e
trabalhador ao desenvolvimento de determinada função quando treinar? Algumas etapas de elaboração devem
ou cargo. Pode ser entendido ainda segundo Nunez ser seguidas, ou seja, primeiro é necessário um
citado por Silva et al46 como sendo um processo que diagnóstico, uma identificação das necessidades que
auxilia o trabalhador a alcançar a eficiência em suas possam levar a um treinamento, em seguida deve ser
atividades, a partir da aquisição de hábitos apropriados elaborada uma programação de treinamento para atender
de pensamento e ação, de técnicas de conhecimento e ao que se pede e que foram diagnosticadas a partir das
de atitudes. O treinamento pode fazer parte da Educação necessidades, partindo-se da análise organizacional das
Continuada, ou da Educação em Serviço. “Treinamento é operações e tarefas e da análise individual e coletiva e,
um processo de assimilação cultural a curto prazo, que finalmente a aplicação e execução. Após estas etapas,
objetiva repassar ou reciclar conhecimento, habilidades deve ser feita a avaliação dos resultados obtidos. Com
ou atitudes relacionadas diretamente à execução de relação à execução, deve-se levar em consideração os
tarefas ou à sua otimização no trabalho” (MARRAS 2001, diversos tipos de treinamento, como:
p. 145). Robbins (2002 - b, p. 469) comenta que: “A
maioria dos treinamentos visa à atualização e ao - Integração que objetiva adaptar os
aperfeiçoamento das habilidades técnicas dos colaboradores a organização;
funcionários”. Percebe-se que o treinamento pode trazer
um grande retorno para o profissional e para a empresa, - O técnico-operacional, que visa capacitar a
pois um profissional bem mais qualificado terá uma pessoa de tarefas específicas;
motivação maior e o seu resultado na execução das
tarefas será maior e mais produtivo, conseqüentemente a - O gerencial, que leva a competencia técnica,
maior produtividade do empregado poderá contribuir administrativa e comportamental;
efetivamente para os resultados da organização.
Treinamento significa desenvolver o potencial, - E o comportamental que objetiva solucionar
aperfeiçoar o desempenho e aumentar, deste modo, a problemas no contexto do trabalho, como as
produtividade e as relações interpessoais. Mas inter-relações.
necessário se faz preparar o potencial humano diante do
exigente mercado de trabalho e das novas tecnologias, Fatores como adequação do programa as necessidades
visando desenvolver habilidades e conhecimentos que da organização, qualidade do material utilizado no
viabilizem uma nova realidade, onde o desempenho treinamento, cooperação dos envolvidos e pessoal de
profissional deve ser maximizado. É um recurso que alem chefia, preparo dos instrutores e a própria qualidade do
de gerar um bom clima organi-zacional, é também o pessoal a ser treinado, devem ser levados em
gerenciador do desenvolvimento de pessoal, consideração na execução de um determinado
apresentando um conjunto de atividades objetivando a treinamento.
aprendizagem e a capacidade produtiva. Portanto treinar
é desenvolver habilidades para executar tarefas por
determinado trabalho, aumentando o conhecimento e a Motivação e Liderança
Aparte o benefício acima, que apesar de imediato, pode Nota: podem existir processos cujas entradas e saídas
não se aplicar a um grande número de organizações, a são pouco tangíveis ou se confunde, principalmente
gestão por processos traz vantagens administrativas sob quando se trata de processos nas áreas de serviços ou
diversos pontos de vista. de transferência de conhecimento e informação.
3. Descrição das interações entre os processos. 4. Indicadores de Eficácia do Processo: são indicado-
res destinados a medir a capacidade do processo em
Essa é uma tarefa que envolve toda a organização e, atender em atender aos critérios de aceitação definidos
conseqüentemente, pessoal devidamente treinado per- para suas saídas. Idealmente para cada critério de
tencente aos diversos setores e níveis hierárquicos, lide- aceitação definido deveria existir um indicador correspon-
rado por um grupo encarregado de coordenar os traba- dente, capaz de medi-lo.
lhos.
Nota: quando tratamos de “Gestão da Quali-
dade”, os indicadores mais significativos são os
Identificando os Processos Existentes indicadores de eficácia, no entanto, nada impede
que na descrição de processos sejam incluídos
Encarregados de Áreas ou Departamentos em todos os indicadores de custo, de produtividade, de
níveis na organização devem ser convidados a listar as satisfação do cliente, entre outros.
tarefas existentes em seus setores e quais grupos de
tarefas poderiam ser considerados como “processos”.
Pessoal que tem conhecimento sistêmico sobre a organi- 5) Objetivos da qualidade para os produtos do
zação também deveria ser consultado. As seguintes processo: são metas quantitativas ou mensuráveis. Para
diretrizes podem ser observadas pelo pessoal envolvido: cada indicador definido, deve existir uma meta definido.
Por exemplo, objetivo de “99% de atendimento aos limites
1. As atividades de um mesmo processo são dimensionais” ou “95% de entrega em até 4 horas após
interdependentes e conduzem a um mesmo pro- abertura do chamado”;
duto final ou a um mesmo grupo de produtos
finais; 6) Fornecedores: fornecedores de um processo são
outros processos dentro da organização, fornecedores
2. Processos necessariamente devem receber externos, ou o próprio cliente. Qualquer entidade que
entradas; entregue entradas ou recursos para um processo deve
ser considerada seu fornecedor. Os processos, dentro da
3. Processos necessariamente devem produzir organização, que fornecem entradas para outros
saídas; processos são chamados de “Fornecedores Internos” (ver
também adiante, neste documento, o título “Fornecedor
4. As atividades de processos são, por natureza, Interno e Cliente Interno”).
repetitivas. Tarefas únicas podem constituir um
“projeto”, mas não um processo; Nota: o cliente externo atua como “fornecedor”
para a organização sempre que fornecer
entradas ou recursos para um processo. Por processo que as produz, a sistemática de verificação
exemplo, quando fornece requisitos ou deveria ser descrita.
especificações para o produto, quando entrega
componentes para serem incorporados ao
produto final ou quando fornece equipamentos
para serem reparados. TESTES
7) Lista de entradas por fornecedor: é a relação das 1. A gestão do conhecimento nas empresas resulta
entradas que cada um dos fornecedores identificados de uma tendência administrativa que reconhece o
entrega ao processo que está sendo descrito; conhecimento como riqueza. As ações no âmbito da
empresa para sua aplicação referem-se a
8) Critérios de aceitação para as entradas: para cada (A) busca de conhecimento externo, difusão de novas
entrada, critérios de aceitação apropriados, que possam tecnologias e informação de colaboradores.
ser verificados no momento apropriado, devem ser (B) aplicação do conhecimento especializado, criação de
definidos; sistemas de segurança e confidencialidade.
(C) localização de sujeitos com maior conhecimento,
9) Sistemática de verificação das entradas: caso a manutenção sua na empresa e a difusão de segredos.
organização realize a verificação das entradas no início (D) criação, identificação, integração, recuperação e
do processo que as recebe, a sistemática de verificação compartilhamento do conhecimento dentro da empresa.
deveria ser descrita. É importante, que a descrição da (E) avaliação, reprodução e aprimoramento de
sistemática de verificação de entradas inclua definição estratégias empresariais a partir da capacitação científica.
das autoridades para aceitar ou rejeitar essas entradas;
2. O estudo da formas de liderança tem sido de
10) Descrição de como são realizadas as atividades grande utilidade para a gestão de pessoas. A
do processo, passo a passo: é desejável que as liderança que tem como principal característica
atividades do processo sejam documentadas. Docu- determinar as diretrizes sem participação dos demais
mentos que descrevem as atividades dos processos são membros do grupo é definida como
úteis para treinamentos, para consulta por parte de pes- (A) autocrática.
soas não familiarizadas com o processo, para auditorias (B) democrática.
e, sobretudo, para que o conhecimento sobre “como (C) liberal.
fazer” passe a pertencer à organização. Quanto mais (D) carismática.
detalhada a descrição das atividades do processo, mais (E) emergencial.
conhecimento será transferido para a organização;
3. O termo cultura organizacional diz respeito a um
11) Recursos: todo processo utiliza recursos. Recursos particular sistema de valores compartilhados pelos
incluem edificações, instalações, equipamentos, docu- integrantes de uma organização. As organizações
mentos, sistemas de informação e comunicação, bem podem ter uma cultura forte ou uma cultura fraca;
como recursos humanos. Os recursos devem ser descri- nesses casos, respectivamente,
tos para que possam ser provisionados pela organização. (A) as condutas são marcadas pela autoridade ou pela
falta de autoridade.
Nota: recursos se diferenciam de entradas (B) os integrantes da organização têm alta escolaridade
porque recursos não são transformados em ou baixa escolaridade.
saídas pelo processo. (C) os valores exercerão forte influência comportamental
ou pouco serão acatados.
(D) há maior rotatividade ou há menor ambiguidade e
12) Clientes: clientes de um processo são outros proces- inconsistências nos valores.
sos dentro da organização, fornecedores externos, ou o (E) as condutas são marcadas pela falta de autoridade ou
próprio cliente externo. Qualquer entidade que receba pelo excesso de autoridade.
saídas de um processo deve ser considerada seu cliente.
Os processos, dentro da organização, que recebem 4. Muitas são as técnicas para o desenvolvimento de
entradas de outros processos são chamados de “Clientes pessoas, dentre as quais destaca-se a rotação de
Internos”. cargos. Essa estratégia se caracteriza
(A) pela redução do período de permanência do
Nota: o fornecedor externo atua como “cliente” colaborador na empresa.
da organização sempre que receber saídas de (B) pelo trabalho em equipe na condição de supervisor ou
um de seus processos. Por exemplo, quando consultor.
recebe requisitos ou especificações para forneci- (C) pelo envolvimento em cursos ou seminários externos.
mento, quando recebe componentes para serem (D) pelo emprego de exercícios de simulação de casos ou
incorporados ao produto ou serviço ou quando situações de conflito.
recebe equipamentos para serem reparados. (E) pela movimentação das pessoas em várias posições
na organização.
13) Critérios de aceitação para as saídas: os critérios 5. Dentre os elementos que constituem o ambiente
de aceitação para as saídas são os mesmos que os interno de uma organização, pode-se destacar a
critérios de aceitação para as entradas dos processos atmosfera psicológica. Esses elementos estão
subseqüentes. diretamente relacionados à satisfação das
necessidades humanas e, em seu conjunto, são
14) Sistemática para verificação das saídas: caso a definidos como
organização realize a verificação das saídas no final do (A) elementos extraorganizacionais.
16. Recrutamento é um conjunto de técnicas e (A) Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e
procedimentos para atração de candidatos realizar sua missão.
qualificados e capazes de ocupar cargos na empresa. (B) Proporcionar à organização pessoas bem treinadas.
Marque, entre as alternativas abaixo, a incorreta: (C) Aumentar a auto-atualização e a satisfação das
(A) O recrutamento pode ser interno, quando a empresa pessoas no trabalho.
procura preencher a vaga através de remanejamento de (D) Desenvolver e manter a qualidade de vida no
seus empregados. trabalho.
(B) A entrada de recursos humanos com idéias novas, (E) Realizar prospecção de mercados para a abertura de
com diferentes abordagens dos problemas internos da novos negócios.
organização, pode ser considerada uma desvantagem do
recrutamento externo.
(C) A requisição de empregados, ou de pessoal, pode ser
considerada o documento inicial do processo de GABARITO
recrutamento.
(D) Para o recrutamento externo a equipe responsável 1. D 11. B
pelo preenchimento da vaga pode utilizar arquivos de 2. A 12. A
currículos de candidatos, contatos com outras empresas
3. C 13. D
do mesmo mercado, cartazes e anúncios, agências de
recrutamento. 4. E 14. A
5. B 15. C
17. A seleção de pessoas faz parte do processo de 6. A 16. D
provimento de pessoal, que ocorre a partir do 7. E 17. B
recrutamento, na escolha e classificação de 8. D 18. D
candidatos adequados às necessidades da 9. A 19. C
organização. Marque a alternativa correta: 10. A 20. E
(A) São técnicas de seleção - entrevistas, provas ou
testes de conhecimento, testes psicométricos, exames
médicos, testes de personalidade.
(B) A seleção é um processo de comparação entre os
requisitos do cargo e as características dos candidatos. ANOTAÇÕES
Estas informações são obtidas pela descrição e análise
do cargo.
(C) A entrevista é a técnica de seleção mais utilizada nas _____________________________________
pequenas, médias e grandes empresas, apesar da
subjetividade e imprecisão. _____________________________________
(D) As provas de conhecimentos, gerais ou específicos, _____________________________________
são instrumentos para avaliar subjetivamente os
conhecimentos e habilidades adquiridos através do _____________________________________
estudo, da prática ou do exercício.
_____________________________________
18. O programa de integração de novos empregados
tem como objetivo sua introdução no local de _____________________________________
trabalho. Estão relacionadas abaixo algumas
vantagens do programa. Marque a alternativa _____________________________________
incorreta:
(A) A gerência pode explicar ao empregado sua posição _____________________________________
na organização. _____________________________________
(B) O novo empregado é instruído levando-se em conta
os requisitos definidos na descrição do cargo que irá _____________________________________
ocupar.
(C) Redução no número das demissões. _____________________________________
(D) O novo empregado recebe apenas informações
gerais sobre a empresa, pois normas e regulamentos são _____________________________________
confidenciais.
_____________________________________
19. O conteúdo do treinamento pode envolver quatro
tipos de mudança de comportamento. Assinale a _____________________________________
alternativa incorreta:
_____________________________________
(A) Transmissão de informações - aumentar o
conhecimento das pessoas sobre a organização. _____________________________________
(B) Desenvolvimento de habilidades - conservar as
habilidades e destrezas. _____________________________________
(C) Desenvolvimento de atitudes - desenvolver ou
modificar comportamentos. _____________________________________
(D) Desenvolvimento de conceitos - ajudar as pessoas a
pensarem em termos globais e estratégicos. _____________________________________
1. TÓPICOS RELEVANTES E ATUAIS DE chuvas, greves e outros eventos de força maior que
DIVERSAS ÁREAS, TAIS COMO POLÍTICA, impactaram, em dois meses, o prazo de conclusão dos
gasodutos". A Petrobras ressaltou ainda que o custo final
ECONOMIA, SOCIEDADE, EDUCAÇÃO, TE- da obra ficou em US$ 59,20/metro.pol (indicador de custo
CNOLOGIA, ENERGIA, RELAÇÕES INTER- de gasoduto), dentro da métrica mundial para este tipo de
NACIONAIS, DESENVOLVIMENTO SUS- obra, de acordo com dados da IPA (Independent Project
TENTÁVEL, SEGURANÇA E ECOLOGIA, Analisys).
SUAS INTER-RELAÇÕES E SUAS
VINCULAÇÕES HISTÓRICAS Documento indica relação entre ex-diretor da
Petrobras e J&F
Fatos Relevantes divulgados, Publicados em
Periódicos, Internet, Imprensa e Mídia em Geral. Documento apreendido pela Polícia Federal indica
acordo do ex-diretor de Abastecimento da Petrobas,
Para responder às questões de Atualidades da prova, Paulo Roberto Costa, com a consultoria do Grupo J&F,
além de acompanhar as notícias do dia, tente responsável pela empresa de produtos frigoríficos, Friboi
contextualizar as informações. As questões de (JBS). Grupo foi o maior doador de campanhas eleitorais
atualidades também irão avaliar a quantas anda a relação em 2014. Segundo informações do jornal Estado de S.
do candidato com a História. Não vá fazer a prova sem Paulo, uma planilha encontrada no computador do ex-
saber tudo sobre o que acontece no país, os últimos diretor apresenta nomes e valores que sugerem a
acidentes Ambientais, as principais notícias políticas e devolução de dinheiro para a Friboi. Entre outros
econômicas, os principais acontecimentos científicos e documentos apreendidos, durante as investigações da
sócias. Estes são alguns exemplos de notícias que as Operação Lava Jato, algumas anotações de Costa
Bancas de Concursos exploram nas provas. mostram também quantias que teriam sido recebidas pela
empresa e que seriam dividas. Entretanto, mesmo após a
apresentação dos arquivos, a J&F negou o envolvimento
Em nota, Petrobras nega 'empresa de fachada' com o Paulo Roberto Costa e disse não haver qualquer
acordo fechado entre as duas partes, de acordo com o
A Petrobras nega que a Transportadora Gasene, jornal paulista. As informações confirmadas eram de que,
criada em 2005 como Sociedade de Propósito Específico no final de 2012, Paulo Roberto Costa chegou a procurar
(SPE), seja uma "empresa de fachada" e informa que se o Grupo J&F para a prestação de serviços relacionados
trata de uma integrante de modelo de negócio ao aluguel de embarcações para exploração de petróleo
mundialmente utilizado, de project finance. A estatal no mar. Por outro lado, na época que o assunto tornou-se
petroleira também acrescentou que a existência da público, o Grupo argumentou que o acordo não havia sido
Gasene sempre foi informada nos balanços da Petrobras. concretizado.
O comunicado divulgado pela empresa é uma resposta
às matérias do jornal O Globo, publicadas nos dias 4, 5 e
6 de janeiro, e explica que o modelo de negócio constitui Rejeição a Lula para as Eleições 2018 atinge
em uma empresa com objetivo específico de captar metade do País, diz Datafolha
recursos para implantação de um projeto e de
individualizar custos, receitas e resultados. No Metade dos eleitores brasileiros não votaria em Lula
comunicado, a Petrobras informa que o Santander foi se as eleições presidenciais de 2018 fossem hoje.
contratado como estruturador do projeto e foi criada a PB Pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira (29)
Bridge Trust 2005, com sede em Nova Iorque, para ser indica que 49% dos brasileiros não votariam no ex-
sócia da Gasene Participações Ltda, com 99,99%. – presidente Luiz Inácio Lula da Silva se o pleito fosse hoje.
Trata-se de uma figura jurídica existente na legislação A aversão a Lula está numa crescente, segundo o
americana que tem por finalidade gerir um conjunto de instituto, uma vez que, em novembro, era de 47% e, em
bens. O outro 0,01% era detido por Antonio Carlos Pinto dezembro, de 48%. O Datafolha destaca que a rejeição
de Azeredo, sócio e administrador da Domínio atual a Lula é mais alta que aquela atingida nos meses
Assessores, que prestou serviços de contabilidade e que sucederam o escândalo do mensalão, em 2005. A
administração tributária para a Transportadora Gasene. A lista de rejeição tem ainda Aécio Neves (PSDB) com 23%
companhia diz que não houve irregularidade no endereço e Michel Temer (PMDB), com 21%. A pesquisa mostrou
da SPE como o mesmo do escritório da Domínio, já que o ainda que José Serra (PSDB), com 19%, seguido de
presidente era Antônio de Azeredo. – Não se trata de perto por Geraldo Alckmin (PSDB), com 17%, e Marina
'laranja' ou 'empresa de fachada'. Muito pelo contrário, Silva (Rede), com 15%. A pesquisa Datafolha foi
pois tudo estava de acordo com o que prevê a lei das realizada entre os dias 24 e 25 de fevereiro de 2016 com
sociedades anônimas – esclareceu a Petrobras, em 2.768 eleitores de 171 cidades do País. A margem de
comunicado distribuído na noite de terça-feira. A erro do estudo é de dois pontos percentuais para mais ou
Petrobras também negou sobrepreço de 1.800% sobre o para menos.
custo da Gasene. – Muito pelo contrário, a contratação da
construção dos gasodutos GASCAC (Cacimbas-Catu) e
GASCAV (Cabiúnas-Vitória), pela Transportadora Simulações
Gasene, foi feita por um valor 4,4% abaixo da estimativa
orçada, utilizando-se um projeto básico robusto. O custo Apesar da rejeição ao seu nome, Lula não está
total realizado desse empreendimento foi 20% acima do completamente fora da disputa à Presidência da
valor contratado originalmente. A empresa informa que o República. Em disputas estimuladas para a Presidência
incremento de custos é admissível para uma obra desse no primeiro turno, Lula fica atrás de Aécio e Marina, mas
porte e ocorreu "a custos adicionais decorrentes de não é carta fora do baralho. Isso porque a margem de
dificuldades de travessias por furos direcionais (de rios e erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais
estradas), maior presença de rochas, incidências de
ou para menos. No primeiro cenário, em que Lula e Aécio Lula quanto Dilma são reconhecidos por terem valorizado
estão no páreo, o petista tem 20% das intenções de voto e dado autonomia aos órgãos de controle, como a
- mesmo nível conquistado em dezembro de 2015. Já Procuradoria-Geral da República.
Aécio tem 24% da preferência, três pontos percentuais a
menos que em dezembro. Marina Silva tem 19% e
brancos e nulos totalizam 16%. Jair Bolsonaro (PP) teria Articulação no Congresso
6% dos votos; Ciro Gomes (PDT), 5%; Eduardo Jorge
(PV), 2%; e Michel Temer (PMDB), 1%. Indecisos são Para o vice-líder do governo, Silvio Costa (PTdoB-PE),
5%. Na segunda simulação, com Geraldo Alckmin Lula vai cumprir um papel importante de articulador com a
(PSDB), o petista tem os mesmos 20% que conquistaria base do governo no Congresso Nacional, inclusive
contra Aécio - em dezembro, tinha 22% nessa hipótese. desarmando a continuidade do processo de
Marina Silva (Rede) lidera a corrida presidencial nessa impeachment de Dilma. Costa disse que as críticas feitas
simulação, com 23% das intenções de voto. Brancos e pela oposição são ireresponsáveis, por não considerarem
nulos seriam 19% do total, enquanto Alckmin teria 12%, a situação ecônomica do país. “A oposição está dizendo
Jair Bolsonaro (PP) conquistaria 7%, Ciro Gomes atingiria de forma irresponsável que o presidente aceitou [o cargo]
6%. Luciana Genro (PSOL) ficaria com 3%, e Eduardo por causa do foro privilegiado. Se o presidente Lula
Jorge (PV) atingiria 2%. Indecisos são 6% nesta estivesse preocupado com o foro privilegiado, teria
simulação. Na terceira hipótese, Marina Silva teria 23% assumido [o cargo] desde o ano passado, antes de
dos votos, Lula ficaria com 21% e José Serra (PSDB) Michel [Temer], acrescentou Costa, que, desde o ano
atingiria 15%. Completam a corrida à Presidência 2018 os passado, defende a ida de Lula para o governo. No ano
eventuais candidatos Jair Bolsonaro (6%), Ciro Gomes passado, o vice-presidente Michel Temer chegou a
(5%), Luciana Genro (3%), Michel Temer (2%) e Eduardo assumir a articulação política do governo Dilma. Segundo
Jorge (2%). Brancos e nulos são 18% nessa simulação, o deputado, Dilma colocou os interesses do país acima
enquanto os indecisos somariam 6%. No quarto cenário, de “possíveis vaidades”. “A presidenta teve um
com os três possíveis candidatos tucanos, Aécio Neves comportamento correto, mostrou uma preocupação impar
teria 20%, Lula ficaria com 19%, Marina totalizaria 17%, com o país, e o presidente Lula deu uma aula de
Serra conquistaria 7% e Alckmin chegaria aos 5% - compromisso com o povo brasileiro.” Costa disse ainda
mesmo patamar de Bolsonaro. Completam a lista Ciro que estava muito feliz e comparou Lula com o técnico de
Gomes (4%), Luciana Genro (2%), Michel Temer (1%) e futebol Pepe Guardiola, treinador do time alemão Bayern
Eduardo Jorge (1%). Brancos e nulos seriam 13%, e os de Munique, considerado o melhor do mundo. “Dilma
indecisos 5%. contratou um Pepe Guardiola para comandar os seus
atletas no Congresso Nacional. A sinergia entre Executivo
e Legislativo vai aumentar, e a presidenta mostra, com
Aliados dizem que Lula ajudará país a sair da crise; essa atitude, que pensa no país”, afirmou.
oposição fala em manobra
agora, na última hora, sair da situação delicada em que o de gasolina, óleo diesel, querosene. Além disso, também
governo se encontra”, acrescentou. é responsável pelo abastecimento de usinas
termoelétricas. É a principal fonte de energia brasileira.
As principais bacias petrolíferas são: Bacia de Campos, a
"Voz das ruas" maior do Brasil; bacia de Santos, Bacia do Espírito Santo
e Bacia do Recôncavo Baiano. Há alguns anos o país
Para o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM), mesmo importava cerca de 60% do petróleo consumido
com a nomeação de um nome forte como Lula, o governo internamente. Entretanto, atualmente, o país é quase
tem pouca margem para reverter a situação de crise. completamente abastecido pela produção interna. Além
Pauderney afrimou que os deputados serão pressionados disso, recentemente, foram descobertas grandes reser
pela “voz das ruas” a votar pela saída da presidenta. "O vas de petróleo na camada do pré-sal no fundo oceânico
ex-presidente Lula, agora ministro de Dilma, tem pouca do litoral de Santos (SP) e do Espírito Santo. A energia
margem de manobra. Apesar de estar num governo hidroelétrica é a principal fonte de energia utilizada para
terminal, de estar como um ministro forte em um governo produzir eletricidade no país. Atualmente, 90% da energia
terminal, há um instinto de sobrevivência de cada elétrica consumida no país advém de usinas hidrelétricas.
deputado, que foi eleito pelo povo, e as ruas mandaram Apesar disso, o país só utiliza 25% do seu potencial
um recado muito claro." hidráulico. Além do mais, o Brasil ainda importa parte da
energia hidroelétrica, uma porção dessas importações é
referente à propriedade paraguaia da Usina Binacional de
As manifestações de 13 de março em todo o Brasil Itaipu, outra parte se refere à compra de eletricidade
produzida pelas usinas de Garabi e Yaciretá, na
Milhões de manifestantes foram às ruas neste domingo Argentina. A produção de Carvão Mineral é destinada
(13) nas maiores manifestações contra o governo Dilma para a geração de energia termelétrica e como matéria-
Rousseff. As estimativas da Polícia Militar em diferentes prima principal para as indústrias siderúrgicas. Sua
Estados totalizam mais de 3,3 milhões de pessoas nos produção no Brasil está concentrada nos estados de
protestos ocorridos em pelo menos 250 cidades. O maior Santa Catarina, no vale do Tubarão, e no Rio Grande do
ato ocorreu na Avenida Paulista, em São Paulo. De Sul, no vale do Rio Jacuí. Apesar da existência
acordo com o Datafolha, 500 mil pessoas participaram da dessas reservas, o carvão mineral brasileiro não é de boa
manifestação na Paulista. A Polícia Militar calcula público qualidade, o que faz com que o país importe cerca de
de 1,4 milhão. Apesar da multidão, não foram registradas 60% do que consome, uma vez que os fornos das
ocorrências graves, segundo a PM de SP. Apenas uma siderúrgicas e hidrelétricas necessitam de carvões
mulher foi detida por desacato e levada à delegacia minerais de alta qualidade e que produzam poucas
depois de ter arremessado garrafas de espumante contra cinzas. Os biocombustíveis são fontes de energia
policiais e causado pequeno tumulto em frente ao Museu recentemente implantadas no país, caracterizados por
de Arte de São Paulo (Masp). A presidente Dilma passou serem do tipo renovável. São originados de produtos
o dia no Palácio da Alvorada, em Brasília. Não fez vegetais (como a mamona, a cana-de-açúcar, entre
pronunciamento nem apareceu em público. No fim do dia, outros). Seu uso é amplamente defendido, pois se trata
reuniu ministros do núcleo duro do governo para avaliar de uma energia mais limpa e que, portanto, acarreta em
como foi o 13 de março pelo país. E continuou em menos danos para o meio ambiente. Por outro lado, os
silêncio. À noite, o Palácio do Planalto divulgou nota: "A críticos apontam que muitas áreas naturais são
liberdade de manifestação é própria das democracias e devastadas para o cultivo das matérias-primas
por todos deve ser respeitada". As manifestações deste necessárias para essa fonte de energia. Os
domingo só pioram a situação da presidente. O governo é biocombustíveis mais utilizados no país são: o Etanol
fustigado pela lei, atravessa uma situação econômica (álcool), o Biogás e o Biodiesel. O gás natural geralmente
dramática, não tem apoio político e, neste 13 de março, é produzido de forma conjunta ao petróleo e é
foi lembrado que a parte da população que o rejeita é responsável por quase 10% do consumo nacional de
significativa e faz barulho. Pior de tudo, mostra análise do energia. Seu uso predominante é na produção de gás de
editor-executivo de ÉPOCA Leandro Loyola, a gritaria cozinha, no abastecimento de indústrias e usinas
chega no início da semana em que o processo de termoelétricas e na produção de combustíveis
impeachment será retomado na Câmara. Momento mais automotores. A energia nuclear também é um recurso
delicado, impossível. energético utilizado no país. O seu uso foi idealizado no
início da década de 1960 e implantado a partir de 1969,
com a criação do Programa Nuclear Brasileiro, sob a
Fontes Energéticas argumentação de que a energia hidroelétrica, por si só,
não seria suficiente para conduzir a matriz energética do
Brasil. Tal argumento se mostrou falso primeiramente
As fontes de energia são extremamente importantes pela descoberta da real capacidade hidráulica do país (a
para o desenvolvimento de um país. Além disso, a terceira maior do mundo) e, em segundo lugar, pela
qualidade e nível de capacidade das fontes de energia de descoberta posterior de novas formas de produção de
um determinado local são indicativos para apontar o grau energia, como os biocombustíveis. Em 1981, foi
de desenvolvimento da região. Países com maiores inaugurada a primeira Usina Nuclear brasileira, localizada
rendas geralmente dispõem de maior poder de consumo na cidade de Angra dos Reis e, por isso, denominada de
energético. No Brasil não é diferente: à medida que o Angra I. Porém, por problemas técnicos, ela foi
país foi se modernizando, o setor energético brasileiro foi desativada e, atualmente, não se encontra em operação.
se desenvolvendo. As principais fontes de energia do Posteriormente, em um acordo com a Alemanha, foram
Brasil, atualmente, são: energia hidroelétrica, petróleo, iniciados os projetos de Angra II e III, que deveriam entrar
carvão mineral e os biocombustíveis, além de algumas em funcionamento na década de 1980. Entretanto, a
outras utilizadas em menor escala, como gás natural e usina de Angra II começou a operar em 2000 e Angra III
a energia nuclear. O petróleo é utilizado para a geração até hoje não foi concluída. Além dos altos gastos e do
de energia para veículos motores, através da produção baixo nível produtivo (apenas 3% da produção nacional
de eletricidade), as usinas nucleares de Angra são Enquanto não houver uma mudança no paradigma, tratar-
duramente criticadas por grupos ambientais em razão dos se a causa, não a doença, essas epidemias serão
altos riscos em casos de acidentes ou vazamentos e pelo recorrentes”, afirma.
não estabelecimento de um local fixo para a destinação
dos resíduos radioativos gerados pela usina. As fontes
de energia são de fundamental importância, em especial Dengue
na atual sociedade capitalista. Essas substâncias, após
serem submetidas a um processo de transformação, Somente entre o início do ano e a primeira quinzena
proporcionam energia para o homem cozinhar seus de fevereiro deste ano, a dengue matou 14 pessoas e
alimentos, aquecer e iluminar o ambiente, etc. Contudo, infectou quase 42 mil nos três Estados do Centro-Oeste e
foi com o advento das Revoluções Industriais, juntamente no Distrito Federal. Outras 20 mortes nesses Estados
com a intensificação do processo de urbanização, que a estão sob investigação. Em apenas seis semanas de o
utilização das fontes energéticas teve um aumento número de casos de dengue confirmados representa
extraordinário. O atual modelo capitalista é altamente cerca de 30% de todos os casos registrados (125.722) e
dependente de recursos energéticos para o 65% dos contabilizados ano passado (65.610). No Estado
funcionamento das máquinas industriais e agrícolas; os de São Paulo, a Baixada Santista viu os casos de dengue
automóveis também necessitam de combustíveis para se saltarem de 33 no final de janeiro para 611 no último dia
deslocarem; e a urbanização aumentou a demanda de 23. Só no Guarujá há 312 casos de dengue confirmados
eletricidade. Diante desse cenário, o consumo de energia neste ano e outros 660 aguardando a confirmação. Em
aumentou de forma significativa, fato que tem gerado todo o ano passado, foram registrados 81 casos na
grandes problemas socioambientais. Isso porque a cidade. Até o momento foram confirmadas na baixada
maioria das fontes utilizadas é de origem fóssil (carvão, três mortes por dengue - duas no Guarujá e uma em
gás natural, petróleo), e sua queima libera vários gases Santos. Já em Ribeirão Preto (SP), o total de casos de
responsáveis pela poluição atmosférica, efeito estufa, dengue nesse ano (1.688) já supera os do ano passado
contaminação dos recursos hídricos, entre outros fatores inteiro (1.674). Na região Sul do país, foram confirmados
nocivos ao meio ambiente. Outro aspecto negativo é que 530 casos no Paraná nesse início de ano, contra 893 ano
essas fontes não são renováveis, ou seja, elas se passado, e o primeiro registro de morte por dengue
esgotarão da natureza. Segundo estimativas da Agência hemorrágica, em Londrina. Já no Rio Grande do Sul, o
Internacional de Energia (AIE), caso se mantenha a Hospital de Caridade da cidade de Ijuí (400 km de Porto
média de consumo das últimas décadas, as reservas de Alegre) registrou nessa quinta-feira o primeiro caso de
petróleo e gás natural irão se esgotar em 100 anos e as dengue hemorrágica no Estado em três anos. Segundo a
de carvão, em 200 anos. A energia nuclear, também de Secretaria da Saúde do Estado, sete casos da doença
origem não renovável, é motivo de várias manifestações foram confirmados e outros 184 estão sob suspeita. “A
contra o seu uso, pois pode haver a liberação de material dengue é uma doença difícil de combater, que não se
radioativo em caso de acidentes em uma usina nuclear, enfrenta na base do imediatismo. São necessárias ações
como os que ocorreram em Chernobyl (Ucrânia) e em continuas, porque se for interrompido o combate por dois
Fukushima Daiichi (Japão). Com o intuito de diversificar a ou três meses, por exemplo, todo o trabalho anterior se
matriz energética, várias pesquisas foram desenvolvidas perde. Isso desanima os gestores públicos”, diz o
para a obtenção de fontes limpas e renováveis. Entre elas sanitarista.
estão a energia solar (obtida através do Sol), energia
eólica (dos ventos), energia das marés (correntes
marítimas), biomassa (matéria orgânica), hidráulica (das Meningite
águas), entre outras. Estas fontes, além de serem
encontradas em abundância na natureza, geram menos O Ministério da Saúde não tem um número
impactos ambientais. consolidado de casos de meningite no Brasil nestas
primeiras semanas, mas a quantidade de casos e mortes
na Bahia já é considerável. A quantidade de casos e
Epidemias óbitos por meningite vem sofrendo uma sensível redução
na última década, mas o número de vítimas ainda é
Após dois anos de incidência moderada do vírus da elevado. Foram 5.019 casos, com 941 mortes. Já ano
dengue, o Brasil volta a ver a quantidade de casos da passado, o Ministério da Saúde contabilizou 2.555 casos,
doença alcançar patamares elevados e o número de com 500 óbitos.“A meningite aparece anualmente, de
mortes crescer a cada dia. A situação é mais grave nos forma sazonal. Essa doença requer um estudo
Estados do Centro-Oeste, no Distrito Federal, além de longitudinal para ser melhor compreendida. A academia
Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo (principalmente produz trabalhos belíssimos sobre essa patologia, mas
na Baixada Santista e em Ribeirão Preto). Na Bahia, o eles não são aplicados pelo poder público”, diz Almério
surto não é de dengue, e sim de meningite, que já de Castro Gomes.
infectou 20 pessoas e causou seis mortes neste ano.
Além da meningite e da dengue, outras doenças tropicais
como a malária, a leishmaniose e a esquistossomose Outras doenças
ainda provocam centenas de mortes por ano e fazem
milhares de vítimas, sobretudo entre a população carente. Se os casos de meningite diminuíram, os de
Para o médico e sanitarista Almério de Castro Gomes, esquistossomose cresceram entre 1995 e 2007 – período
doutor em Saúde Pública pela USP (Universidade de São em que o Ministério da Saúde contabilizou os dados. Em
Paulo) e professor titular da mesma universidade, o país 1995 eram 9.995 casos, número que saltou para 112.334
não investe na vigilância e atua a reboque dos surtos e dois anos depois. De 1997 a 2007, o número de casos
epidemias. “A prioridade não pode ser a atuação nunca esteve abaixo dos 76 mil. No mesmo período,
emergencial, esperar acontecer para correr atrás. O ocorreram, em média, 500 mortes por ano. Depois da
enfrentamento a essas doenças requer um tipo de esquistossomose e da dengue, as doenças tropicais que
programa com continuidade, com vigilância permanente. mais matam no Brasil são a leishmaniose e a malária.
Entre 2000 e 2008 ocorreram, em média, 3.000 casos de específicos para nenhuma dessas enfermidades.
leishmaniose por ano, com cerca de 200 óbitos em cada Recomenda-se que o paciente, nos três casos,
ano. O Nordeste concentra a maioria de vítimas. Já a permaneça em repouso e beba bastante líquido. Alguns
malária, que atinge os Estados da Amazônia, medicamentos são indicados para dor, mas não se deve
registrou 314 mil casos em 2008, com 67 óbitos. Para fazer uso de remédios que contenham ácido
Castro Gomes, o poder público nas esferas municipal, acetilsalicílico, pois eles podem desencadear
estadual e federal é responsável pelo alto número de hemorragias. Não existem vacinas contra as doenças
vítimas e falha ao se distanciar das pesquisas citadas no texto. Assim sendo, a melhor forma de
acadêmicas. “O poder público procura a academia para prevenir-se é pela destruição dos locais propícios à
resolver determinados problemas, mas não há uma multiplicação do mosquito Aedes, garantindo sempre que
política de integração. Temos muitos pesquisadores não haja acúmulo de água parada. Ele é transmitido por
ótimos que não são aproveitados”, diz. De acordo com um mosquito já bem conhecido pelos brasileiros: o Aedes
ele, a figura do sanitarista, do profissional da saúde aegypti, o mesmo que transmite a dengue e a febre
pública coletiva, perdeu força a partir do final da década chikungunya (lê-se chicungunha). Diante da epidemia de
de 70. “Hoje não se dispõe desse sanitarista, que seria o dengue enfrentada pelos brasileiros e dos casos
médico da comunidade. A medicina tradicional vê o confirmados de febre chikungunya, o que não faltam são
pessoal, o individual. Para a saúde pública o paciente é a dúvidas sobre o novo vírus, que é "primo" da dengue - ou
comunidade toda”, afirma. Ainda segundo Castro Gomes, seja, da mesma família dos flavivírus. Segundo informe
o Estado deveria incentivar a comunidade a compreender publicado em maio pelo Ministério da Saúde, a doença
seu papel diante de surtos e epidemias, como a do vírus tem evolução benigna e não há relatos de mortes. Os
da dengue. “O ambiente somos nós, as pessoas, as sintomas são parecidos com os da dengue e da febre
relações. O ambiente não é estático, é dinâmico. O chikungunya, mas há diferenças que podem indicar o
indivíduo interfere no ambiente e precisa se colocar como quadro clínico.
parte do ambiente para refletir e agir”, afirma.
Dengue mata mais, mas chikungunya afeta corpo por A dengue, o chinkungunya e o zika vírus são
mais tempo transmitidos pelo mesmo vetor: o mosquito Aedes
aegypti. Ao picar uma pessoa infectada com o vírus, a
A dengue é a mais mortal das três doenças. "O fêmea dos mosquito passa por um período de incubação
chikungunya tem maior morbidade porque as dores nas e, após oito a dez dias, já está apta a transmitir a doença
juntas podem persistir por meses e até anos, evoluindo à próxima pessoa que for picada. Essa característica
para a forma crônica, o que pode acontecer em até 30% do Aedes aepyti de transmitir três doenças diferentes é
dos casos", explica Marise Oliveira Fonseca. No caso do comum a outros insetos. Segundo a professora do
zika vírus, não há relatos de mortes causadas pelo vírus, departamento de Clinica Médica e Infectologia da UFMG
mas como a dengue, é preciso tomar cuidado para que (Universidade Federal de Minas Gerais), Marise Oliveira
não haja complicações hemorrágicas, ou seja, não fazer Fonseca, os vírus encontraram no mosquito um ambiente
uso de medicamentos com base em ácido acetilsalicílico favorável para se instalar e se reproduzir. "Há uma
e drogas anti-inflamatórias. Mesmo com uma mortalidade adaptação do vírus ao mosquito, que consegue não só
maior do que as outras, o imunologista Esper Kallás recebê-lo, mas também dar condições para que ele se
afirma que a porcentagem de mortes é muito baixa. Ele multiplique", diz. O infectologista e imunologista Esper
citou o exemplo de São Paulo, que teve 15 mortes Kallás, professor da Faculdade de Medicina da USP
confirmadas, de acordo com o mais recente balanço (Universidade de São Paulo), explica ainda que o Aedes
divulgado pela prefeitura, em um universo de 57.794 aegypti tem potencial para levar outros tipos de vírus.
casos confirmados da doença. "É claro que é uma "Em laboratório, já foi provado que o vetor pode ser
epidemia, mas ela tem uma frequência baixa de infectado com febre amarela e febre de mayaro. Na vida
mortalidade. No geral, as pessoas morrem porque têm real, deve haver algum fator restritivo que impede que
outros problemas de saúde associados", afirma. isso ocorra", conta. A febre de mayaro é transmitida pelo
mosquito Heamagogus, o mesmo da febre amarela, e é
"prima" do chikungunya, por ser causada por um vírus
Nem toda pessoa infectada desenvolve os sintomas pertencente à família dos togavirius.
acontecer com outros vírus semelhantes. Por isso seria mesma condicionada pelo padrão vigente de liberdades
raro, mas em teoria, pode sim acontecer", diz. públicas [Pouvoir politique et classes sociales. Paris:
Maspero, 1971, vol. II, p. 70 e segs]. Nesse sentido, os
períodos, fases e etapas de um regime (suas
Conflitos Políticos Sociais subdivisões) não correspondem, necessariamente, aos
períodos tradicionais de governo (suas datações), nem a
A desfaçatez da famosa frase de Benedito Valadares seu calendário oficial. Esse princípio de classificação do
a propósito do golpe militar que instituiu o Estado Novo jogo político, ou melhor, essa proposição teórica sobre
em 1937 - “É interessante observar o ser possível fazer- como conceber as relações - políticas - entre os
se uma revolução às claras, sem o povo desconfiar” diferentes agentes sociais no campo político permite que
[Tempos idos e vividos: memórias. Rio de Janeiro: nos livremos da tarefa, supostamente obrigatória, de
Civilização Brasileira, 1966, p. 174] - trai sem dúvida o reduzir a luta política à luta de classes.
caráter elitista e autocrático do processo de mudança
política no Brasil. Mas a declaração do líder político
mineiro pode ser compreendida igualmente como um Impeachment
indício da natureza esotérica da cena política. A cena
política nunca é totalmente transparente, as disputas A série de manifestações pedindo o impeachment da
entre as forças sociais não são exatas, as estratégias presidente Dilma Rousseff coloca em questão esse
perseguidas pelos partidos não são explícitas, as instituto jurídico. Veja abaixo dez mitos e verdades sobre
declarações dos agentes não podem ser tomadas o processo de impeachment.
literalmente, os interesses de grupo nunca aparecem
como aquilo que são. A cena política é um espaço social
que oculta mais do que revela ao observador. Há duas O que leva ao impeachment?
maneiras de entender as conseqüências dessa última
proposição. Ou se toma a cena política como uma Para que o pedido de abertura de impeachment tenha
aparência, uma projeção falsificada de uma realidade que consistência, devem existir provas de que o mandatário
é anterior a ela, a justifica e explica (sua “essência”), ou cometeu algum crime comum (como homicídio ou roubo)
se toma a cena política como uma realidade per se. No ou crime de responsabilidade - que envolve desde
primeiro caso, todo esforço consiste em conectar e improbidade administrativa até atos que coloquem em
revelar os interesses sociais ocultos pela luta entre risco a segurança do país, explicitados na lei 1.079.
atores, idéias, partidos e organizações políticas. Esses
interesses são invariavelmente interesses "de classe". No
segundo caso, é preciso assumir que agentes, interesses O segundo colocado nas eleições assume?
e concepções inerentes a eles podem constituir-se não
antes ou fora do espaço político, mas na própria cena Não. Segundo a Lei 1.079/50, caso o processo de
política e atuar independentemente dos condiciona impeachment seja julgado e considerado procedente,
mentos “de classe”. Partindo do princípio de que é quem assume é o vice, no caso, Michel Temer (PMDB-
preciso evitar a confusão usual que reduz as relações de SP), que permanece até o fim do mandato. Caso o vice
classe às relações entre partidos (confusão típica da também seja afastado ainda durante a primeira metade
corrente dominante da Ciência Política) e, igualmente, do mandato, serão convocadas novas eleições. Caso ele
aquela que reduz a relação entre partidos às relações de seja afastado a partir da segunda metade do mandato, as
classe (como reivindica certa “ortodoxia”) [Ver Nicos eleições são indiretas, no caso, apenas os membros do
Poulantzas, Pouvoir politique et classes sociales. Paris: Congresso Nacional podem votar nos candidatos.
Maspero, 1971, vol. , p. . Poulantzas, 1977, p. 245], a Enquanto as eleições acontecem, quem assume é o
cena política não precisa ser tomada sempre como um terceiro na linha sucessória, o presidente da Câmara dos
lugar de manifestação, refratada ou não, da luta de Deputados, atualmente o peemedebista Eduardo Cunha.
classes; mas como um espaço de lutas sociais tornadas
possíveis graças à função específica de mediação das
instituições políticas (cujo espaço de existência e Qualquer pessoa pode pedir o impeachment do
manifestação é a cena política). Essa maneira de presidente?
compreender o jogo político - como um negócio
governado por suas próprias leis e costumes e conduzido Sim. Qualquer pessoa pode encaminhar ao Congresso
(ainda que não comandado) pelos políticos profissionais - Nacional uma denúncia de crime de responsabilidade, o
me parece mais eficiente para revelar a natureza e o alvo que inclui políticos como parlamentares. No entanto, cabe
da guerra política. Assim, esse lugar ou espaço social ao presidente da Câmara dos Deputados julgá-la
exige, enquanto espaço social específico, uma percepção procedente e abrir uma comissão especial para analisar o
da sua organização, da sua evolução e da sua pedido.
transformação concreta numa conjuntura concreta. É
preciso, numa análise de conjuntura, reconstruir o que
Nicos Poulantzas designou como a periodização de uma O pedido de impeachment pode ser feito via abaixo-
cena política. Poulantzas insistiu na diferença pouco assinado?
evidente entre cronologia histórica e periodização
política. Enquanto a primeira é tão só a disposição dos Não. A denúncia por crime de responsabilidade precisa
acontecimentos (os “fatos” políticos propriamente ditos) ser feita por uma pessoa física e deve ser acompanhada
numa seqüência reconhecível ao longo de um intervalo dos documentos que a comprovem. No caso do
determinado, a periodização política seria a subdivisão impeachment do ex-presidente Fernando Collor, o
temporal do espaço político e a disposição, em processo durou cerca de sete meses, desde a instalação
seqüência, de diferentes regimes políticos através do da comissão parlamentar mista de inquérito, em 1º de
tempo. Esses regimes estariam ligados à “luta partidária” junho de 1992, até a renúncia de Collor, em 29 de
na cena política, ou, simplesmente, à luta política, ela dezembro de 1992.
proposta se baseia em três eixos: o primeiro é consolidar caso de micro e pequenas empresas, o valor cai
direitos. O segundo, dar segurança jurídica. E o terceiro para R$ 800.
eixo é a geração de empregos", disse. Ele contestou as
críticas de que a mudança retira direitos dos Home office - O trabalho em casa (home office)
trabalhadores. "Nenhum direito está ameaçado porque entra na legislação e terá regras específicas,
direito você não revoga, direito você aprimora. E nós como reembolso por despesas do empregado;
queremos garantir igualdade de condições para todos os
brasileiros para que o trabalhador possa escolher através Má-fé - Juízes poderão dar multa a quem agir
da sua respectiva convenção coletiva e escolher a forma com má-fé em processos trabalhistas.
mais vantajosa para o trabalhador usufruir dos seus
direitos", ressaltou. A favor da reforma, o deputado Celso
Maldaner (PMDB-SC) defendeu a aprovação do projeto Negociado sobre o legislado
por entender ser necessário modernizar a legislação
atual. “Todos os direitos dos trabalhadores serão Veja, abaixo, pontos que poderão se sobrepor à
respeitados. O que estamos fazendo é modernizar a lei quando houver acordo entre empresários e
legislação trabalhista, que está em vigor desde 1943 e trabalhadores:
precisa incorporar a realidade de profissões que nem
existiam naquela época”, afirmou. Durante a sessão, a - Pacto quanto à jornada de trabalho,
oposição protestou com cartazes e palavras de ordem em observados os limites constitucionais;
diversos momentos. Deputados oposicionistas chegaram
a subir à mesa do plenário, com placas e cartazes, para - Banco de horas anual;
fazer um protesto. Nesse momento, irritado com a
manifestação, o presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ), - Intervalo intrajornada, respeitado o limite
empurrou o deputado Afonso Florence (PT-BA). Mais mínimo de trinta minutos para jornadas
tarde, pediu desculpas publicamente. Os oposicionistas superiores a seis horas;
afirmam que a aprovação do texto vai fragilizar as
relações de trabalho, além de gerar demissões. A - Adesão ao Programa Seguro-Emprego
deputada Benedita da Silva (PT-RJ) classificou de “farsa”
o argumento de que as mudanças na legislação - Plano de cargos, salários e funções
trabalhista não vão retirar direitos dos trabalhadores. “É
uma farsa dizer que não tira direitos. Dá ao empregador - Regulamento empresarial;
plena liberdade para não assegurar os direitos dos
trabalhadores”, disse. - Representante dos trabalhadores no local de
trabalho;
- Valor nominal do décimo terceiro salário; - Definição legal sobre os serviços ou atividades
essenciais e disposições legais sobre o
- Remuneração do trabalho noturno superior à atendimento das necessidades inadiáveis da
do diurno; comunidade em caso de greve;
- Licença-paternidade nos termos fixados em lei; - Autorização para mulher romper compromisso
contratual, mediante atestado médico, se este
- Proteção do mercado de trabalho da mulher, for prejudicial à gravidez;
mediante incentivos específicos;
- Repouso remunerado de duas semanas em
- Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, caso de aborto não criminoso;
sendo no mínimo de 30 dias;
- Dois descansos diários de meia hora cada para
- Normas de saúde, higiene e segurança do mulheres lactantes com filho de até seis meses;
trabalho;
- Exigência de que os locais destinados à guarda
- Adicional de remuneração para as atividades dos filhos das operárias durante o período da
penosas, insalubres ou perigosas; amamentação deverão possuir, no mínimo, um
berçário, uma sala de amamentação, uma
- Aposentadoria; cozinha dietética e uma instalação sanitária.
- Ação, quanto aos créditos resultantes das Veja outras alterações propostas pelo projeto:
relações de trabalho, com prazo prescricional de
cinco anos para os trabalhadores urbanos e Férias em três etapas - Atualmente, as férias
rurais, até o limite de dois anos após a extinção podem ser tiradas em dois períodos, desde que
do contrato de trabalho; um deles não seja inferior a 10 dias corridos.
Pelo novo texto, desde que o empregado
- Proibição de qualquer discriminação no tocante concorde, as férias poderão ser usufruídas em
a salário e critérios de admissão do trabalhador até três períodos, sendo que um deles não
com deficiência poderá ser inferior a 14 dias corridos e os
demais não poderão ser menores do que 5 dias
- Proibição de trabalho noturno, perigoso ou corridos, cada um. Também fica vedado o início
insalubre a menores de 18 anos e de qualquer das férias no período de dois dias que antecede
trabalho a menores de 16 anos, salvo na feriado ou dia de repouso semanal remunerado.
condição de aprendiz, a partir de 14 anos;
Terceirização - O projeto propõe uma série de
- Medidas de proteção legal de crianças e salvaguardas para o trabalhador terceirizado.
adolescentes; Em março, o presidente Michel Temer sancionou
uma lei que permite a terceirização para todas
- Igualdade de direitos entre o trabalhador com as atividades de uma empresa. O texto inclui
vínculo empregatício permanente e o trabalhador uma espécie de quarentena, na qual o
avulso; empregador não poderá demitir o trabalhador
efetivo e recontratá-lo como terceirizado em um
período de 18 meses. A empresa que horas extras serão pagas com o acréscimo de
recepcionar um empregado terceirizado terá, 50% sobre o salário-hora normal. As horas
ainda, que manter todas as condições que esse extras poderão ser compensadas diretamente
trabalhador tem na empregadora-mãe, como uso até a semana seguinte. Caso isso não aconteça,
de ambulatório, alimentação e segurança. deverão ser pagas.
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- estabilidade do pessoal; Segundo essa teoria, um homem pode ser pago para agir
e se comportar de certa maneira preestabelecida, a qual
- iniciativa e; lhe deve ser explicada, muito minuciosamente e, em
hipótese alguma, permitindo que suas emoções interfiram
- espírito de equipe. no seu desempenho. A Sociologia da Burocracia propôs
um modelo de organização e os administradores não
tardaram em tentar aplicá-los na prática em suas
A Teoria Clássica de Fayol concebe a organização em empresas. A partir daí, surge a Teoria da Burocracia na
termos de estrutura, forma e disposição das partes que a Administração. Então a burocracia é uma forma de
constituem. Assim, a estrutura e a forma de organização organização que se baseia na racionalidade, isto é, na
marca a essência da Teoria Clássica, como concebida adequação dos meios aos objetivos (fins) pretendidos, a
por Fayol. fim de garantir a máxima eficiência possível no alcance
dos objetivos. Weber identifica três fatores principais que
favorecem o desenvolvimento da moderna burocracia:
Críticas
- O Desenvolvimento de uma Economia
A maior crítica relativa à influência negativa que os Monetária: Na Burocracia, a moeda assume o
conceitos Taylor e Fayol tiveram na gestão de empresas - lugar da remuneração em espécie para os
mais especificamente nas indústrias – pode ser funcionários, permitindo a centralização da
claramente observado no filme de Carlitos: "Tempo autoridade e o fortalecimento da administração
Modernos". Dessa forma, tanto as teorias desenvolvidas burocrática;
por Taylor, como as de Fayol, sofreram críticas por serem
eminentemente mecanicistas e, até mesmo, motivadas no - O crescimento quantitativo e qualitativo das
sentido da exploração do trabalhador, como se fora uma tarefas administrativas do Estado Moderno;
máquina. Principalmente a partir da contribuição de
psicólogos e sociólogos, iniciada com Elton Mayo e Mary - A superioridade técnica – em termos de
Parker Follet, surgem outras escolas de Administração, a eficiência – do tipo burocrático de administração:
começar pela Escola de Relações Humanas. A partir daí, serviu como uma força autônoma para impor sua
as teorias de Taylor são vistas como distorcidas, do ponto prevalência.
de vista do trabalhador, considerado uma simples peça
no processo de produção e submetido a uma supervisão
policialesca. Por outro lado, não corresponde à verdade o O desenvolvimento tecnológico fez as tarefas
conceito genérico de que o trabalhador não tem outros administrativas tenderem ao aperfeiçoamento para
interesses e motivações senão os representados pela acompanhá-lo. Assim, os sistemas sociais cresceram em
recompensa financeira. Da mesma forma se estendem as demasia, as grandes empresas passaram a produzir em
críticas às teorias de Fayol, às quais se nega a massa, sufocando as pequenas. Além disso, nas grandes
comprovação da validade dos princípios estabelecidos, empresas há uma necessidade crescente de cada vez
pela ausência de trabalhos experimentais. mais se obter um controle e uma maior previsibilidade do
seu funcionamento. Segundo o conceito popular, a
burocracia é visualizada geralmente como uma empresa,
Abordagem Burocrática repartição ou organização onde o papelório se multiplica
e se avoluma, impedindo as soluções rápidas e
A Teoria da Burocracia desenvolveu-se dentro da eficientes. O termo é empregado também com o sentido
administração ao redor dos anos 1940, principalmente em de apego dos funcionários aos regulamentos e rotinas,
função dos seguintes aspectos: causando ineficiência à organização. O leigo passou a
dar o nome de burocracia aos defeitos do sistema.
1. A fragilidade e parcialidade tanto da Teoria Entretanto para Max Weber a burocracia é exatamente o
Clássica como da Teoria das Relações contrário, é a organização eficiente por excelência e para
Humanas, que não possibilitam uma abordagem conseguir esta eficiência, a burocracia precisa detalhar
global, integrada e envolvente dos problemas antecipadamente e nos mínimos detalhes como as coisas
organizacionais; devem acontecer. Em relação a este parágrafo
acrescente-se que para Merton¹, não existem uma
organização totalmente racional e o formalismo não tem a
- o poder de cada pessoa é impessoal e deriva A burocracia é uma organização que se caracteriza pela
do cargo que ocupa; profissionalização dos seus participantes. Cada
funcionário é um profissional pelas seguintes razões:
- obedece ao superior não em consideração a
pessoa, mas ao cargo que ele ocupa; - é um especialista, ou seja, cada funcionário é
especializado nas atividades do seu cargo;
- as pessoas vêm e vão, mas os cargos
permanecem; - é assalariado - os funcionários da burocracia
participam da organização e recebem salários
- cada cargo abrange uma área ou setor de correspondentes ao cargo que ocupam;
competência e de responsabilidade.
- é nomeado por superior hierárquico;
- não há cargo sem controle ou supervisão; - é fiel ao cargo e identifica-se com os objetivos
da empresa, o funcionário passa a defender os
- a hierarquia é a ordem e subordinação, a interesses do seu cargo e da sua organização.
graduação de autoridade correspondente às
diversas categorias de participantes,
funcionários e classes; Completa Previsibilidade do Funcionamento
- os cargos estão definidos por meio de regras O modelo burocrático de Weber parte da pressuposição
limitadas e específicas. de que o comportamento dos membros da organização é
perfeitamente previsível:
Objetivos
- Redução no nível de atrito, entre as pessoas,
pois cada funcionário conhece aquilo que é Máxima eficiência da organização:
exigido dele e quais os limites entre suas
responsabilidade e as do outro; - uma organização é racional se os meios mais
eficientes são escolhidos para a implementação
das metas,
- Constância, pois os mesmos tipos de decisão
devem ser tomados nas mesmas circunstâncias; - a racionalidade funcional é atingida pela
elaboração – baseada no conhecimento
cientifico – de regras que servem para dirigir,
- Subordinação dos mais novos aos mais antigos partindo de cima, todo comportamento de
dentro de uma forma estrita e bem conhecida, de encontro à eficiência.
modo que o supervisor possa tomar decisões
que afetam o nível mais baixo;
Weber usa o termo burocratização em um sentido mais
amplo, referindo-se também às formas de agir e de
- Confiabilidade, pois o negócio é conduzido de pensar que existem não somente no contexto
acordo com regras conhecidas. As decisões são organizacional, mas que permeiam toda a vida social
previsíveis e o processo decisório elimina a antiga.
discriminação pessoal;
Disfunções da Burocracia
- Benefícios sob o prisma das pessoas na
organização, pois a hierarquia é formalizada, o Conseqüências imprevistas são oito:
trabalho é dividido entre as pessoas de maneira
ordenada, as pessoas são treinadas para se Internalização das regras e exagerado apego aos
tornarem especialistas em seus campos As regulamentos: As normas e regulamentos se
pessoas podem fazer carreira na organização transformam de meios, em objetivos. Passam a ser
em função de seu mérito pessoal e competência absolutos e prioritários. O funcionário adquire "viseiras" e
técnica. esquece que a flexibilidade é uma das principais
características de qualquer atividade racional. Os
regulamentos passam a ser os principais objetivos do
Racionalidade Burocrática burocrata, que passa a trabalhar em função deles.
objetivos organizacionais que foram realmente seus elementos componentes e das relações entre eles.
estabelecidos. Procura entender como os sistemas funcionam.
Abordagem Sistêmica
As Organizações como Sistemas
Surge a partir dos trabalhos de Ludwig von Bertalanfy
publicados em 1950 e 1968. Tem por finalidade a A Organização como um Sistema Sócio-Técnico:
identificação das propriedades, princípios e leis
característicos dos sistemas em geral,
independentemente do tipo de cada um, da natureza de
poder governamental, com a instituição das assembleias poder era contrabalanceada pelo controle dos
provinciais. A instituição do presidente do conselho de governadores no âmbito estatal, a cultura política
[2]
ministros, em 1847, foi outra reforma . O caráter da brasileira ficou definida por traços patrimonialistas e
administração, contudo, permanecia patrimonialista, com clientelistas, que tolheram o desenvolvimento da
o Estado a serviço das oligarquias locais. A situação democracia no Brasil – como identificou o estudo, por
permaneceu semelhante após a proclamação da exemplo, de José Murillo de Carvalho (2002). O primeiro
República. Somente com o fim da chamada República esforço no sentido de superar a característica
Velha, em 1930, o Estado brasileiro passou a se patrimonialista do Estado brasileiro ocorreu na Era
comprometer com o mínimo de modernização, mas ainda Vargas, quando a primeira reforma administrativa ocorreu
em estilo burocrático, nos moldes das reformas do estado no Brasil. Embora instituída em um período ditatorial
alemão. É considerada a primeira grande reforma na (1937-1945), tratou-se de uma tentativa ambiciosa de
administração pública brasileira a criação do burocratizar a Administração Pública, introduzindo no
Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), aparelho estatal imperativos de impessoalidade,
em 1938, por Getúlio Vargas. Este departamento foi um hierarquia, sistema de mérito, e a separação entre o
primeiro passo no sentido da profissionalização da público e o privado. A reforma, com forte inspiração
administração pública no Brasil. As mudanças que weberiana, prestigiava a racionalidade e a eficiência,
culminaram com a criação do DASP são tidas também visando impulsionar o modelo de crescimento baseado na
como as primeiras reformas paradigmáticas na industrialização via substituição de importações. Se, por
Administração Pública brasileira, ou seja, reformas de um lado, o Estado Novo de Vargas fechou o Congresso
grande impacto e expressão. A reforma administrativa de Nacional e as assembléias legislativas, suspendeu
1937 foi o primeiro passo em direção à burocratização da garantias constitucionais, centralizou recursos, perseguiu
administração pública brasileira, na tentativa de superar o adversários políticos e outorgou uma nova Constituição;
patrimonialismo. A reforma paradigmática seguinte por outro, estimulou o crescimento da indústria nacional e
também aconteceu através de decreto. Trata-se do promoveu a racionalização burocrática do serviço público,
decreto-lei 200/67, que estabelecia como princípios da revisando o modelo de administração de pessoal, de
administração pública federal o planejamento, a material e do orçamento. Entre os maiores exemplos de
coordenação, a descentralização, a delegação de suas medidas reformistas, está a criação do
competência e o controle. Estabelecia também a divisão Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP),
entre administração pública direta e indireta, Embora em organizado com a missão de definir e executar a política
seus primeiros anos este decreto tenha favorecido a para o pessoal civil. É a partir desse momento que a
descentralização da administração (com relativa admissão mediante concurso público e a capacitação
autonomia para empresas estatais e órgãos locais), o técnica do funcionalismo entram em vigor, assim como a
governo militar, fortalecido após o AI-5, logo decidiu ser racionalização de métodos na elaboração do orçamento
inviável que as decisões não passassem por seu crivo. da União. Segundo Marcelino (2003), doutor em
Temos a seguir as reformas promovidas pela constituição administração pela USP, o Dasp obteve relativo êxito na
de 1988, que descentralizou ainda mais a administração tentativa de universalizar o sistema do mérito no Brasil
pública, fortalecendo também a participação popular; e até 1945, ano do fim do Estado Novo, quando foram
aquela empreendida desde o governo de Fernando nomeados os primeiros servidores civis sem concurso
Collor, que enxugou a máquina estatal ao privatizar público para cargos de vários organismos públicos.
empresas periféricas ao serviço público. Findou-se, dessa forma, o impulso reformista da década
de 30. Somente nos anos 60 que um novo ciclo
reformista se reiniciou, influenciado por estudos
Reformas Administrativas realizados no período de governo de JK. Formulado
novamente por um governo autocrático, a essência do
A reformulação do aparelho estatal é um tema projeto de reforma administrativa de 1967 estava na
constante nos debates políticos nacionais e, em pouco defesa da expansão da intervenção do Estado na vida
tempo, estará presente na plataforma dos Presidentes da econômica e social. Acima de tudo, essa reforma
República. Em busca da compreensão do funcionamento buscava modernizar o aparelho do Estado e torná-lo mais
atual da Administração Pública e das disfunções do eficiente, prescrevendo princípios de planejamento,
nosso Estado, este artigo realiza um breve retrospecto coordenação e descentralização para a administração
analítico das reformas administrativas brasileiras (1937, federal. Entre as principais medidas instituídas pelo
1967, 1995), levando em consideração o contexto Decreto-Lei nº 200/1967, que estabelecia os princípios
histórico no qual ocorreram. Inicialmente, cabe ressaltar norteadores dessa reforma administrativa, estão a
que foi no início do século XIX, com a vinda da família substituição das atividades de funcionários estatutários
real portuguesa ao Brasil, que se criaram as condições por celetistas e a criação de entidades da administração
para o surgimento do nosso espaço público, na medida descentralizada (fundações, empresas públicas,
em que a transferência da Corte favoreceu a sociedades de economia mista e autarquias) para a
transformação de uma constelação caótica de realização da intervenção econômica do Estado. Porém,
organismos superpostos em um aparelho de Estado. de acordo com Marcelino (2003) o ímpeto modernizante e
Enquanto na era colonial, como constata Caio Prado a tentativa de dar maior agilidade e flexibilidade à atuação
Júnior (1979), a Administração Pública brasileira da Administração acabaram por multiplicar a
caracterizava-se por atribuições que não obedeciam a administração indireta, provocando um efeito dicotômico
princípios uniformes de divisão de trabalho e hierarquia, ainda hoje sentido entre Estado tecnocrático e moderno
fazendo surgir funções e competências que já pertenciam (representado pelas entidades da administração
a outros servidores; no período em que a Corte esteve descentralizada) e Estado burocrático e defasado (o
aqui o governo criou uma série de instituições e Estado da administração direta). Embora entre 1979 e
inovações jurídico-administrativas que tiveram grande 1982 outros importantes avanços tenham ocorrido na
impacto no cotidiano da antiga colônia. Como resultado Administração Pública em decorrência de programas
do processo histórico que se desenrolou do século XIX instituídos pelo Poder Executivo, os quais buscavam a
até a Revolução de 1930, no qual a centralização do desburocratização e a desestatização, o governo civil de
1985 ainda teve de enfrentar a excessiva centralização Gestão Pública e a cultura política liberal: ao focar-se na
do aparelho estatal – uma herança dos governos necessidade de descentralização e do controle civil das
autoritários na política nacional. Outro grande desafio a ações governamentais, a Nova Gestão Pública dá
ser superado pelos novos governos democráticos estava independência e responsabilidade aos indivíduos. É um
ligado à imagem negativa do serviço público como fonte tipo de administração focada na liberdade e na cidadania.
geradora de privilégios e ineficácia, em função de anos Conforme argumenta o economista indiano Amartya Sen,
de reprodução de práticas patrimonialistas e fisiológicas, ganhador do Prêmio Nobel em 1998, a meta de um
durante os quais 100 mil empregados ingressaram no processo de desenvolvimento deve ser a expansão das
serviço público sem concurso. A solução para esse escolhas dos cidadãos, e isso só pode ser feito tendo a
desafio, porém está na segunda parte deste artigo, na liberdade também como um meio e não somente como
qual focaliza-se a reforma administrativa do período um fim das ações dos governos. Dessa forma, é possível
democrático. não apenas melhorar a eficiência dos órgãos públicos,
mas também fortalecer imensamente a posição do
indivíduo perante o Estado, dando a ele voz e vez« nas
A Nova Gestão Pública decisões sobre os assuntos de interesse geral. É
exatamente isso que a Nova Gestão Pública faz. Nesse
Os problemas da administração pública brasileira são sentido, ela resgata aquilo que Tocqueville tanto elogiava
amplamente conhecidos. Em pesquisas de opinião na cultura política norte-americana: quando permite-se
pública, são raríssimos os serviços fornecidos pelo que os indivíduos participem com freqüência da vida em
Estado que os indivíduos avaliam como de boa comum, eles passam a entender a importância da justiça,
qualidade. Talvez apenas os bombeiros tenham a da confiança, do respeito às opiniões diferentes e da
imagem de honestidade e eficiência que a população própria liberdade. E é assim que se constrói uma
espera dos aparatos governamentais. Mas uma mudança democracia sólida. Por isso defendemos a idéia de que a
no paradigma de prestação de serviços públicos pode Nova Gestão Pública pode contribuir para fortalecer uma
fazer com que isso mude. E quais são as vantagens da cultura política liberal no Brasil. Com cidadãos mais livres
Nova Gestão Pública sobre o atual modelo burocrático e colaborativos, nosso regime democrático irá tornar-se
brasileiro? Desde o início do Século XX, com a ampliação gradualmente mais forte, capaz de propiciar uma vida
da esfera de atuação do Estado, tem-se desenvolvido melhor aos habitantes deste País. Isso seria, por assim
diferentes teorias para estimular a eficiência do aparelho dizer, a ƒnossa revolução≈ mencionada por Sérgio
público. Uma das mais importantes contribuições para o Buarque de Holanda: não é um fato abrupto ou violento,
estudo da burocracia moderna foi dada pelo sociólogo ocorrido de um dia para o outro, que modificará os rumos
alemão Max Weber, que enfatizava a necessidade de de nossa história; é a gradual, mas segura, marcha para
racionalidade, a eficiência, a divisão especializada de a democratização de nossas instituições e para a
tarefas, a existência de regras impessoais de conduta e a ampliação de nossa cidadania que nos dará o futuro que
total separação da pessoa e do cargo por ela ocupado . tanto queremos.
Tudo isso seria implantado tendo em vista o oferecimento
de melhores serviços a um menor custo. Hoje em dia,
atualizando algumas dessas premissas, a Nova Gestão Governança e Governabilidade
Pública deseja estabelecer um modelo de administração
ainda mais eficaz, com a utilização de práticas realizadas Governabilidade diz respeito às condições de
por empresas privadas nos órgãos governamentais. Um legalidade de um determinado governo para atentar às
importante aspecto da Nova Gestão Pública é sua defesa transformações necessárias, enquanto que governança
intransigente da descentralização de recursos e de está relacionada à capacidade de colocar as condições
competências. Se, por um lado, essa ferramenta é da governabilidade em ação. Governabilidade e
amplamente usada em empresas modernas é, por outro, governança dizem respeito à democracia e cidadania,
um retorno ao ideal da subsidiariedade acima descrito: as não a projeto de poder. No entanto, deploravelmente o
autoridades maiores vão sendo acionadas apenas na Brasil apresenta um vício de raiz, que emperra as
medida em que os indivíduos e a organização mais significações. O termo governança, originado do inglês
próxima não são capazes de resolver, sozinhos, os governance, no sentido de regulação social com vistas à
problemas que enfrentam. Com isso, o indivíduo pode governabilidade, vincula-se à probabilidade normativa de
agir com maior liberdade e expor suas preferências de “bom governo”, no sentido da participação, eficácia,
modo mais aberto, ajudando na formulação de políticas inovação, confiabilidade, como condições para evitar
mais eficazes. Afinal, em uma cidade, os moradores métodos de pirataria nos governos: tais como o
sabem quais são os problemas de seu bairro, e quem os clientelismo, favorecimentos imorais, corrupção, etc.
analisa apenas de longe nem sempre consegue entender Seria então, controlar as políticas do governo, sem ser
as questões tais como elas se colocam localmente. São, incriminado de ingerência no plano político e social,
portanto, as melhores pessoas para avaliar as condições transformar o ato governamental em ação pública, o
de sua vizinhança e sugerir as reformas necessárias. A ambiente governamental em espaço público, para
Nova Gestão Pública, dessa forma, dá aos cidadãos mais articulação das ações do governo, questionando a
poder para cooperarem com os agentes públicos, seja governança através da demarcação do alcance da
por meio de pesquisas a respeito de sua satisfação com governabilidade, imperando aí o consenso controlado. A
as ações do governo, seja pelo seu envolvimento direto capacidade de governabilidade resulta da afinidade de
no desenho e implementação dos projetos estatais. Como legitimidade do Estado e do seu governo com a
em uma empresa privada, para se oferecer um bom sociedade, enquanto que governança é a capacidade
produto, é preciso ouvir o cliente. Só ele saberá o que abrangente financeira e administrativa de uma
mais lhe agrada. Apenas com um cliente satisfeito uma organização de praticar políticas. Sem governabilidade é
empresa consegue estabelecer sua credibilidade, impossível governança. Então g overnança é o conjunto
fortalecer sua marca e prosperar. Não é isso o que de normas, persuasão e procedimentos que são
queremos que aconteça com a democracia brasileira? adequados à vida coletiva de determinada sociedade. É
Existe, portanto, um ponto convergente entre a Nova fundamental destacar que governança congrega o
conceito de capital social ou cultura cívica. A os inconvenientes do estado de natureza, que devem
ingovernabilidade é o domínio da desordem, que origina o certamente ser grandes, se os homens têm de ser juízes
colapso e degeneração do corpo político. No cenário em causa própria." Assim Locke vê o Estado como o
político a corrupção é um dos maiores riscos para a pacificador, o instrumento que ajuda o homem a viver
sobrevivência de um governante no poder. A política tem melhor e ter segurança, aprendendo a conviver com os
muito de ação pela influência dos recursos de poder, outros, pois se não tem essa capacidade é o Estado que
como: cargos, votos, pessoas, e a disputa neste sentido vai regular as relações. Vivemos no Brasil, um país
nem sempre atende a importância da dimensão social. A carregado por uma cultura "perversa" que deixou marcas
democracia é um processo, é um caminho que leva a de paternalismo e nepotismo, pois é certo que o Estado
uma sociedade cada vez mais livre e participativa. A brasileiro se apoiou durante muito tempo em práticas
transparência da estrutura de poder estatal e o respeito perversas (clientelismo e o "jeitinho brasileiro") que
aos interesses da sociedade são a única segurança de causaram desequilíbrio na governança, afetando a
paz social. Há necessidade de se mobilizar toda a governabilidade. Nota-se então um verdadeiro problema
sociedade para esse extraordinário esforço de superar as na distribuição social de poder, que se concentra nas
dificuldades desse cenário político, reduzindo a mãos de poucos prejudicando a maioria da população
fragilidade gerada pelo momento, transformando a brasileira.
situação do Brasil, para que o povo brasileiro se torne
sujeito e não apenas objeto de sua própria história. O
novo panorama político que desejamos para o Brasil terá Administração Gerencial
como principal desafio reconstruir com rapidez e energia
as organizações de solidariedade e de participação, No século XXI, com as rápidas mudanças ocorridas
dilaceradas pelos excessos do economismo e de uma nos vários cenários – econômico, social, político,
corrupção dissoluta, que já não obedecem a objetivos tecnológico – surgiram novas tecnologias gerenciais para
sociais. No meu ponto de vista os partidos devem ser administrar as organizações, inclusive para as
responsáveis pela governabilidade, pois somente assim organizações governamentais. Dentro desse contexto,
existirá maior propriedade na governança. São dois em que se assemelham organizações privadas e
termos que não se confundem, pois são distintos entre si, organizações públicas? Organizações é agrupamento de
senão vejamos a diferença: enquanto a Governabilidade pessoas que tem objetivos organizacionais comuns,
é a capacidade de identificar necessidades e anseios executam tarefas visando alcançar esses objetivos dentro
sociais e transformá-los em políticas públicas que do ambiente organizacional, fazendo uso dos recursos
produzam resultados na sociedade, dando respostas disponíveis. Ou seja, ambas possuem objetivos, realizam
efetivas aos problemas que pretende enfrentar, atividades no espaço organizacional, através das
Governança seria certamente a capacidade de ação que pessoas, mobilizam recursos, perseguem metas e são
o Estado possui para implementação das políticas chamadas organizações. Os objetivos a serem
públicas e no atingimento dos objetivos coletivos. A alcançados devem estar alinhados ao planejamento
Governabilidade nos apresenta muitos elementos que estratégico; as atividades, coerentes com os objetivos
irão determinar o espaço de possibilidade do exercício do traçados no curto, médio e longo prazo; os recursos,
poder, e ainda, as condições em maior ou menor grau de otimizados na execução dessas atividades; as metas,
eficácia dentro do qual o poder é exercido nesse espaço; claras e bem definidas. Administrar uma organização
já a Governança revela experiências novas no nosso país consiste em tomada de decisão acerca da melhor forma
com um alto grau de eficiência na desprivatização do de combinar todas essas variáveis para cumprir a missão
poder público e na reversão de práticas clientelistas, ou expressa em seu Planejamento Estratégico. Para
seja, uma boa governança ajuda no desmantelamento do Chiavenato (2000, p.6), “A tarefa da Administração é a de
clientelismo. Fazendo uma análise filosófica de governar, interpretar os objetivos propostos pela organização e
não podemos deixar de citar os grandes estudiosos no transformá-los em ação organizacional [...]”, por meio dos
assunto e suas ideias deixadas para a ciência, a exemplo processos de planejamento, organização, direção e
de Focault, Hobbes e Locke. Para Michael Focault (2004, controle. Assim, o procedimento de gerenciar os recursos
p. 286), governabilidade no sentido de regulação do e gerir as pessoas é único tanto na esfera pública, quanto
indivíduo é conceituada como o "conjunto das práticas na privada. As práticas administrativas são as mesmas,
pelas quais é possível constituir, definir, organizar, divergindo somente quanto a legislação específica, as
instrumentalizar as estratégias que os indivíduos, em sua normas internas e a cultura organizacional. Na
liberdade, podem ter uns em relação aos outros". Assim, administração publica, o processo evolutivo dos modelos
governar é tanto dirigir condutas individuais ou coletivas praticados pelas organizações governamentais evoluiu
que envolvam poder e liberdade. Quando falamos de através de três modelos básicos: patrimonialista,
condutas coletivas faz-se necessário citar o Estado como burocrático e gerencial, três formas que se sucedem no
regulador dessas condutas. As condutas ruins ou fora das tempo, sem negar, no entanto, alguns princípios do
regras da sociedade que os indivíduos enquanto modelo anterior. O modelo patrimonialista iniciou ainda na
cidadãos possam cometer devem ser reguladas para que Monarquia e foi até meados de 1936 quando Getúlio
não haja desordem, dessa forma concordo com Thomas Vargas implementou o modelo burocrático, idealizado
Hobbes (2002, p. 127-128) quando nos diz que mesmo pelo sociólogo alemão Max Weber, amparados nos
com as leis naturais existentes e que cada indivíduo princípios da impessoalidade, do formalismo e do
respeita quando da vontade de respeitar e poder fazer profissionalismo(meritocracia), entre outros, como
isso com mais segurança: "se não for instituído um poder tentativa de eliminar a corrupção e o nepotismo,
suficientemente grande para nossa segurança, cada um presentes no modo de gestão anterior, e melhorar a
confiará, e poderá legitimamente confiar, apenas em sua eficiência, com foco nos processos. Em 1995, a
própria força e capacidade, como proteção contra todos administração pública foi revitalizada com a adoção do
os outros". [grifos nossos]. Aqui observamos que o modelo gerencial, cujo objetivo principal era dotar a
Estado deve utilizar o poder para regular a segurança dos máquina pública de maior agilidade, flexibilidade e
indivíduos em sociedade. Já John Locke (2002, p. 28): eficiência, apoiando-se nos pilares da burocracia. O foco
"concordo que o governo civil seja o remédio correto para migrou dos processos para os clientes, com ênfase na
resultados que precisam ser atingidos. Lacombe o gestor estará agindo com eficiência, ou se por sua vez
apud Bergue (2010, pag. 48). ele preferir utilizar o serviço convencional dos correios, o
que demandará mais tempo e recursos, poderá ser
De um modo geral trabalhar com eficiência, significa considerado ineficiente, por ignorar a utilização das
medir qual o tempo, esforço e custo são utilizados para tecnologias da informação e comunicação disponíveis na
se realizar uma determinada tarefa, preocupando-se em empresa. A eficácia por sua vez mede o nível de
realizar corretamente as ações e atividades propostas da resultados das ações executadas pelos gestores e
melhor forma possível, enquanto trabalhar com eficácia é funcionários, que são considerados eficazes no âmbito
produzir com ênfase em alcançar o resultado esperado. organizacional quando conseguem obter ótimos
resultados no seu ambiente de trabalho. Por exemplo, um
funcionário que trabalha no setor de vendas de uma loja
Diferenciação de calçados, pode ser considerado eficaz quando
consegue realizar um grande número vendas, de forma
Diante das definições apresentadas, verificamos que consistente, valendo-se de sua empatia, ou por saber
apesar da semelhança morfológica, que muitas vezes detectar rapidamente as necessidades e gostos dos
causa uma confusão semântica, eficiência e eficácia clientes, e desse modo pelo volume de vendas, consegue
possuem significados diferentes e portanto, podemos atingir rapidamente as metas estabelecidas pela
chegar a diferenciação delas no âmbito organizacional. empresa, enquanto que um funcionário considerado
Para as organizações um funcionário eficiente produz de ineficaz precisa batalhar junto aos clientes para
forma rápida e inteligente enquanto um funcionário eficaz convencê-los a fazer uma compra, sendo que geralmente
produz a um nível elevado, desse modo, o ideal para os este funcionário tem dificuldades em alcançar as metas
gestores e a combinação da eficiência e eficácia de modo da empresa.
que a organização consiga produzir e oferecer os
melhores produtos e serviços, com maior rapidez e
utilizando menos recursos, conforme explica Chiavenato Eficiência versus Eficácia
apud Jacobsen (2012, pág 37) “a eficiência está voltada
para a melhor maneira pela qual as coisas devem ser Emerson apud Chiavenato (2011, pág. 149), utilizou a
feitas ou executadas (métodos de trabalho) para que os expressão “engenharia de eficiência como uma
recursos sejam aplicados da forma mais racional possível especialidade na obtenção e maximização da eficiência”.
no desenvolvimento de suas atividades”. Chiavenato Chiavenato explica que para Emerson eficiência é a
(2011), apresenta o seguinte quadro para demonstrar as relação entre o que é conseguido e o que pode ser
diferenças entre eficiência e eficácia: conseguido, de onde surgiu a expressão percentagem de
eficiência, que é utilizada para melhor representar aquela
EFICIÊNCIA EFICÁCIA razão. Deste modo e considerando a definição
Ênfase nos meios Ênfase nos resultados apresentada, temos que a eficiência está voltada para a
Fazer corretamente as Fazer as coisas certas melhor maneira (the best way) pela qual as coisas devem
coisas ser feitas ou executadas (métodos) objetivando que os
Resolver problemas Atingir objetivos recursos (pessoas, máquinas, matérias-primas) sejam
Salvaguardar os recursos Otimizar a utilização dos aplicados da melhor maneira possível. Considerando que
recursos a eficiência não tem sua preocupação com os fins, mas
simplesmente com os meios, Chiavenato (2011, pág.
Cumprir tarefas e Obter resultados
149), esclarece que “o alcance dos objetivos visados não
obrigações
entra na esfera de competência da eficiência; é um
Treinar os subordinados Dar eficácia aos
assunto ligado à eficácia”. Portanto, o administrador que
subordinados
têm sua preocupação em fazer executar corretamente as
Manter as máquinas Máquinas em bom tarefas, estará voltado para a eficiência, enquanto que ao
funcionamento utilizar os meios fornecidos por aqueles que lhe estão
Presença nos templos Prática dos valores religiosos subordinados, com o intuito de avaliar os resultados
Rezar Ganhar o céu alcançados, verificando se as tarefas que estão sendo
Jogar futebol com arte Ganhar a partida realizadas são de fato as que deveriam ser feitas, então
estará se voltando para a eficácia. O ideal portanto, seria
A eficiência no ambiente de trabalho pode ser vista como que o administrador considerasse a organização em que
o tempo necessário para se executar uma determinada trabalha sob o ponto de vista da eficácia e de eficiência,
tarefa. Gestores e funcionários eficientes, utilizando simultaneamente, pois a eficácia serve como uma medida
estratégias que economizam tempo, completam tarefas para alcance de resultados e por sua vez a eficiência será
no menor tempo possível e utilizando a menor quantidade uma medida da utilização dos recursos neste processo, e
de recursos disponíveis, enquanto que gestores e desse modo se conseguir que a organização seja
funcionários ineficientes costumam tomar o caminho mais igualmente eficiente e eficaz, a mesma alcançará a
longo para executar determinada tarefa, o que demanda excelência em seus produtos e/ou serviços, pois estará
mais tempo e utilização de recursos. Por exemplo, um utilizando adequadamente seus recursos no alcance de
gestor que trabalha na matriz de uma determinada seus objetivos. No que tange à comparação entre
empresa, localizada em São Luís, capital do estado do eficiência e eficácia, a doutrina nos ensina que “esta
Maranhão que deseja se comunicar com um gerente que última é a concretização dos objetivos desejados por
trabalha numa filial da referida empresa e por sua vez determinada ação do Estado, não sendo levados em
esta localizada na cidade de Bacabal/MA, para consideração os meios e os mecanismos utilizados para
encaminhar a nova tabela de preços dos produtos tanto. Assim, o Estado pode ser eficaz em resolver o
vendidos pela loja, pode alcançar seu objetivo utilizando- problema do analfabetismo no Brasil, mas pode estar
se do correio eletrônico, também conhecido como e-mail, fazendo isso com mais recursos do que necessitaria. Na
que permite enviar a mensagem através da internet, eficiência, por sua vez, há clara preocupação com os
quase que instantaneamente ao destinatário, desta forma mecanismos que foram usados para a obtenção do êxito
na atividade do Estado. Assim, procura-se buscar os alcoólica acima de 0,1 mg de álcool por litro. O Estado
meios mais econômicos e viáveis, para maximizar os torna-se eficiente ao preocupar-se com a vida do
resultados e minimizar os custos. Em síntese: é atingir o indivíduo, aplicando-lhe as medidas cabíveis para impedir
objetivo com o menor custo e os melhores resultados qualquer fatalidade que possa ocorrer, não só do atuante,
possíveis” A eficiência, assim, caracterizar-se-ia em “um mas também de todos que possam estar em condição de
conceito econômico, que introduz, no mundo jurídico, vítimas, no caso, os pedestres ou passageiros. Desse
parâmetros relativos de aproveitamento ótimo de modo, a eficácia torna-se imediata, pois o resultado da
recursos escassos disponíveis para a realização máxima ação é justamente a obrigação ou dever que o Estado
de resultados desejados. Não se cuida apenas de exigir tem em relação à segurança a vida do indivíduo. Enfim,
que o Estado alcance resultados com os meios que lhe podemos dizer que a Administração tem que conviver
são colocados à disposição pela sociedade (eficácia), com um desafio constante: Manter a organização com
mas de que os efetue o melhor possível (eficiência), elevados níveis de eficiência e eficácia. Embora em
tendo, assim, uma dimensão qualitativa. A eficiência diz determinados momentos seja necessário privilegiar-se
respeito ao cumprimento das finalidades do serviço um dos dois indicadores em detrimento, no geral a
público, de modo a satisfazer necessidades dos usuários, organização só será sólida e próspera se conciliar um
do modo menos oneroso possível, extraindo-se dos bom desempenho nas duas áreas.
recursos empregados a maior qualidade na sua
prestação.” Assim, “eficiente é a atuação administrativa
que promove de forma satisfatória e os fins em termos A Evolução do Conceito de Gestão da Qualidade
quantitativos, qualitativos e probabilísticos. Para que a
administração esteja de acordo com o dever de eficiência, A preocupação com a qualidade, no sentido mais
não basta escolher meios adequados para promover seus amplo da palavra, começou com W.A. Shewhart,
fins. A eficiência exige muito mais do que mera estatístico norte-americano que, já na década de 20, tinha
adequação. Ela exige satisfatoriamente na promoção dos um grande questionamento com a qualidade e com a
fins atribuídos à administração. Escolher um meio variabilidade encontrada na produção de bens e serviços.
adequado para promover um fim, mas escolher um fim de Shewhart desenvolveu um sistema de mensuração
modo insignificante, com muitos efeitos negativos dessas variabilidades que ficou conhecido como Controle
paralelos ou com pouca certeza, é violar o dever de Estatístico de Processo (CEP). Criou também o Ciclo
eficiência administrativa. Atividade essencial para o PDCA (Plan, Do, Check e Action), método essencial da
Estado, o controle administrativo mostra-se fundamental gestão da qualidade, que ficou conhecido como Ciclo
para a aplicação dos princípios da eficiência e da eficácia, Deming da Qualidade. Logo após a Segunda Guerra
tendo sua conceituação como “todo aquele que o Mundial, o Jápão se apresenta ao mundo literalmente
Executivo e os órgãos de administração dos demais destruído e precisando iniciar seu processo de
Poderes exercem sobre suas próprias atividades, visando reconstrução. W.E. Deming foi convidado pela Japanese
mantê-las dentro da lei, segundo as necessidades do Union of Scientists and Engineers (JUSE) para proferir
serviço e as exigências técnicas e econômicas de suas palestras e treinar empresários e industriais sobre
realizações, pelo que é um controle de legalidade e controle estatístico de processo e sobre gestão da
mérito. Sob ambos esses aspectos pode e deve operar- qualidade. O Japão inicia, então, sua revolução gerencial
se o controle administrativo para que a atividade pública silenciosa, que se contrapõe, em estilo, mas ocorre
em geral se realize com legitimidade e eficiência, paralelamente, à revolução tecnológica “barulhenta” do
atingindo a finalidade plena, que é a satisfação das Ocidente e chega a se confundir com uma revolução
necessidades coletivas e atendimento aos direitos cultural. Essa mudança silenciosa de postura gerencial
individuais dos administrados”. Richard Boyle (1989, p. proporcionou ao Japão o sucesso de que desfruta até
20) considera que para avaliar eficácia é necessário hoje como potência mundial. O período pósguerra trouxe
definir claramente os objetivos da organização. No setor ainda dimensões novas ao planejamento das empresas.
público, para este autor, devem participar políticos, o Em virtude da incompatibilidade entre seus produtos e as
corpo técnico-burocrático e a população. É importante necessidades do mercado, passaram a adotar um
observar que a Constituição Federal prevê a avaliação de planejamento estratégico, porque caracterizava uma
resultados quanto à eficácia no seu artigo 74, inciso II. preocupação com o ambiente externo às empresas. A
crise dos anos 70 trouxe à tona a importância da
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário disseminação de informações. Variáveis informacionais,
manterão, de forma integrada, sistema de controle interno sócio-culturais e políticas passaram a ser fundamentais e
com a finalidade de: começaram a determinar uma mudança no estilo
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, gerencial. Na década de 80, o planejamento estratégico
quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, se consolida como condição necessária, mas não
financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da suficiente se não estiver atrelado às novas técnicas de
administração federal, bem como da aplicação de gestão estratégica. A gestão estratégica considera como
recursos públicos por entidades de direito privado; fundamentais as variáveis técnicas, econômicas,
informacionais, sociais, psicológicas e políticas que
Sendo assim a Administração, seja ela Direta ou Indireta, formam um sistema de caracterização técnica, política e
deve aplicar os melhores meios de produção, procurando cultural das empresas. Tem também, como seu interesse
sempre alcançar suas metas por meio da eficiência e básico, o impacto estratégico da qualidade nos
eficácia no seu setor. Podemos exemplificar uma consumidores e no mercado, com vistas à sobrevivência
administração como sendo eficiente quando ela usa os das empresas, levando-se em consideração a sociedade
ferramentas a sua disposição para operar determinada competitiva atual. A competitividade e o desempenho das
tarefa em benefício da coletividade, por outro lado, a organizações são afetados negativamente em termos de
eficácia é o resultado esperado daquilo que foi planejado qualidade e produtividade por uma série de motivos.
e colocado em ação pela administração. Como exemplo, Dentre eles destacam-se:
podemos citar: “A Lei Seca” (lei 11.705), aprovada em 19
de junho de 2008, que proíbe o consumo de bebida
a) deficiências na capacitação dos recursos - Como chegar a este objetivo ou solucionar este
humanos; problema?
b) modelos gerenciais ultrapassados, que não Quais são as opções disponíveis e acessíveis a sua
geram motivação; empresa para que você alcance o seu objetivo ou resolva
algum problema? É importante lembrar que se deve ao
c) tomada de decisões que não são sustentadas menos considerar todas as opções antes de descartá-las.
adequadamente por fatos e dados; e
d) posturas e atitudes que não induzem à - Quais os melhores métodos para alcançar o objetivo ou
melhoria contínua. resolver o problema?
- Tomar ações corretivas, caso o projeto tenha eficácia. Contudo, propõe-se uma nova forma de atingir
sido desviado dos objetivos. esses resultados: a interação entre os diversos atores
sociais, que devem se unir para enfrentar as ações
- Analisar os resultados individualmente e, caso sociais segundo os preceitos da flexibilidade, da visão
estejam fora dos padrões da empresa, analisar estratégica, da transparência e da comunicação. Nessa
suas possíveis causas, bem como as ações que conjuntura, o governo tem a função de gerenciar a rede
podem ser feitas para corrigi-lo. de atores, que devem se comunicar e dividir
responsabilidades. Nesse contexto, o conceito de boa
- Promover melhorias em sistemas e métodos de governança foi muito bem sintetizado por Canotilho, como
trabalho, se necessário. sendo "a condução responsável dos assuntos do Estado".
Canotilho enumera como princípios condizentes com a
boa governança:
Cuidados na implementação do Ciclo PDCA
- Transparência;
Por se tratar de uma ferramenta administrativa de
controle que constitui um ciclo é essencial que todas as - Coerência entre as diversas políticas do
partes sejam realizadas com o mesmo empenho para Estado;
obter bons resultados. Caso falte alguma parte, o
processo será prejudicado no todo. - Abertura, como uma busca de soluções através
Algumas dicas importantes do que NÃO deve ser feito de formas clássicas e novas (negociação e
para evitar atrasos e prejuízos no ciclo PDCA são: participação);
conceitos em uma só categoria, soba a denominação resultado não apenas da obrigação, mas sim do
capacidade governativa. desejo sincero de informar tudo o que possa ser
relevante para as partes interessadas.
f) ampliar o poder funcional dos empregados; 8. esforço permanente pela eliminação de erros.
Porque o improviso custa caro e fica-se refém do SEIKETSU que significa asseio, padronização,
diagnóstico do presente, segundo Peter Druker (1999) “O higiene, e também o estágio onde se evita que
planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas às as etapas anteriores retrocedam.
implicações futuras de decisões presentes". Qualquer
atividade humana realizada sem qualquer tipo de preparo SHITSUKE que significa disciplina, com o
é uma atividade aleatória que conduz, em geral, o cumprimento rigoroso de tudo que foi
indivíduo e as organizações a destinos não esperados, estabelecido pelo grupo.
altamente emocionantes e via de regra a situações piores
que aquelas anteriormente existentes. A qualidade é fruto Os cinco S somente terão sucesso se forem praticados
de um esforço direcionado de um indivíduo ou grupo para de forma sistemática e contínua, bem como sejam
fazer algo acontecer conforme o que foi anteriormente resultado do consenso do grupo envolvido neste
desejado e estabelecido, portanto a qualidade somente processo.
poderá ser alcançada através de um trabalho planejado.
SEITON que significa colocar em ordem, Para Motta (1990), a eficiência refere-se ao
guardando de forma ordenada tudo que é cumprimento de normas e a redução de custos. Sua
necessário. utilidade é verificar se um programa público foi executado
de maneira mais competente e segundo a melhor relação
SEISO que significa limpeza, eliminação da custo-resultado. Eficácia refere-se ao alcance de
sujeira, acabando com as fontes dos problemas. resultados e à qualidade dos produtos e serviços e sua
utilidade é verificar se os resultados previstos foram
- Destas duas pessoas colectivas, uma é Surgiu na França o pilar da Escola Clássica,
necessariamente uma pessoa colectiva pública. comandado por Henry Fayol - engenheiro -, nascido na
A segunda – a entidade tutelada – será Grécia e educado no França, onde trabalhou e
igualmente, na maior parte dos casos, uma desenvolveu seus estudos. Na Teoria Clássica de Fayol e
pessoa colectiva pública. seus seguidores a ênfase é posta na estrutura da
organização. O objetivo é buscar a maior produtividade
- Os poderes de tutela administrativa são do trabalho, maior eficiência do trabalhador e da
poderes de intervenção na gestão de uma empresa. A Teoria Clássica da Administração partiu de
pessoa colectiva. uma abordagem sintética, global e universal da empresa,
com uma visão anatômica e estrutural, enquanto na
- O fim da tutela administrativa é assegurar, em Administração Científica a abordagem era,
nome da entidade tutelar, que a entidade fundamentalmente operacional (homem/máquina). A
tutelada cumpra as leis em vigor e garantir que experiência administrativa de Fayol começa como
sejam adoptadas soluções convenientes e gerente de minas, aos 25 anos e prossegue na
oportunas para a prossecução do interesse Compagnie Comantry Fourchambault et Decazeville, aos
público. 47 anos, uma empresa em difícil situação, que ele
administra com grande eficiência e, em 1918, entrega ao
seu sucessor em situação de notável estabilidade. Fayol
Figuras Afins sempre afirmou que seu êxito se devia não só às suas
qualidades pessoais, mas aos métodos que empregara.
Em primeiro lugar, a tutela não se confunde com a Exatamente como Taylor, Fayol procurou demonstrar
hierarquia: este é um modo de organização situado no que, com previsão científica e métodos adequados de
interior de cada pessoa colectiva pública, ao passo que a gerência, os resultados desejados podem ser alcançados.
tutela administrativa assenta numa relação jurídica entre Sua teoria da Administração está exposta em seu famoso
duas pessoas colectivas diferentes. Em segundo lugar, livro “Administração Industrial e Geral”, publicado em
tão-pouco se pode confundir a tutela administrativa com 1916 e, basicamente, está contida na proposição de que
os poderes dos órgãos de controle jurisdicional da toda empresa pode ser dividida em seis grupos de
Administração Pública: porque a tutela administrativa é funções, a saber: Funções técnicas, relacionadas com a
exercida por órgãos da Administração e não por produção de bens e serviços da empresa.
Tribunais; e o seu desempenho traduz uma forma de
exercício da função administrativa e não da função - Funções comerciais, relacionadas com a
jurisdicional. Em terceiro lugar, não se confunde a tutela compra e venda.
administrativa com certos controles internos da
Administração, tais como a sujeição a autorização ou - Funções financeiras, relacionadas com a
aprovação por órgãos da mesma pessoa colectiva procura e gerência de capitais.
pública.
- Funções de segurança, relacionadas com a
proteção e preservação dos bens e das pessoas.
Abordagem Clássica
- Funções contábeis, relacionadas com os
A Teoria Clássica da Administração representa, hoje, inventários, registros, balanços e estatísticas.
a conquista de uma longa história, no campo do
conhecimento humano que despontou no início do século - Funções administrativas, relacionadas com a
XX, no quadro da 2ª Revolução Industrial. Com a 2ª integração de cúpula das outras cinco funções.
Revolução Industrial, principalmente com o surgimento da As funções administrativas coordenam e
energia elétrica e o uso dos combustíveis de petróleo, há sincronizam as demais funções da empresa,
um novo surto de progresso, acompanhado da expansão pairando sempre acima delas.
do capitalismo financeiro, que viria permitir a criação e o
funcionamento de grandes organizações empresariais. Nenhuma das cinco funções essenciais tem o encargo de
formular o programa geral da empresa. Essa atribuição
compete à 6ª função, a função administrativa que
constitui, propriamente, a Administração. Para deixar claramente observado no filme de Carlitos: "Tempo
claro essa função coordenadora, Fayol assim define o ato Modernos". Dessa forma, tanto as teorias desenvolvidas
de administrar: por Taylor, como as de Fayol, sofreram críticas por serem
eminentemente mecanicistas e, até mesmo, motivadas no
Prever: visualizar o futuro e traçar o programa sentido da exploração do trabalhador, como se fora uma
de ação. máquina. Principalmente a partir da contribuição de
psicólogos e sociólogos, iniciada com Elton Mayo e Mary
Organizar: constituir o duplo organismo da Parker Follet, surgem outras escolas de Administração, a
empresa, material e social. começar pela Escola de Relações Humanas. A partir daí,
as teorias de Taylor são vistas como distorcidas, do ponto
Comandar: dirigir e orientar o pessoal de vista do trabalhador, considerado uma simples peça
no processo de produção e submetido a uma supervisão
Coordenar: ligar, unir, harmonizar todos os atos policialesca. Por outro lado, não corresponde à verdade o
e todos os esforços coletivos. conceito genérico de que o trabalhador não tem outros
interesses e motivações senão os representados pela
Controlar: verificar que tudo ocorra de acordo recompensa financeira. Da mesma forma se estendem as
com as regras estabelecidas e as ordens dadas. críticas às teorias de Fayol, às quais se nega a
comprovação da validade dos princípios estabelecidos,
Segundo Fayol, a Administração não se refere apenas ao pela ausência de trabalhos experimentais.
topo da organização: existe uma proporcionalidade da
função administrativa, que não é privativa da alta cúpula,
mas, ao contrário, se distribui por todos os níveis Abordagem Burocrática
hierárquicos. Segundo ele, tudo em Administração é
questão de medida, de ponderação e de bom senso. Os A Teoria da Burocracia desenvolveu-se dentro da
princípios que regulam a empresa devem ser flexíveis e administração ao redor dos anos 1940, principalmente em
maleáveis, e não rígidos. São princípios fundamentais de função dos seguintes aspectos:
Fayol:
1. A fragilidade e parcialidade tanto da Teoria
- divisão de trabalho; Clássica como da Teoria das Relações
Humanas, que não possibilitam uma abordagem
- autoridade e responsabilidade; global, integrada e envolvente dos problemas
organizacionais;
- disciplina;
2. a necessidade de um modelo de organização
- unidade de comando; racional capaz de caracterizar todas as variáveis
envolvidas, bem como, o comportamento dos
- unidade de direção; membros dela participantes, é aplicável não
somente à fábrica, mas a todas as formas de
- subordinação dos interesses individuais ao organização humana e principalmente às
interesse geral; empresas;
- equidade; Segundo essa teoria, um homem pode ser pago para agir
e se comportar de certa maneira preestabelecida, a qual
- estabilidade do pessoal; lhe deve ser explicada, muito minuciosamente e, em
hipótese alguma, permitindo que suas emoções interfiram
- iniciativa e; no seu desempenho. A Sociologia da Burocracia propôs
um modelo de organização e os administradores não
- espírito de equipe. tardaram em tentar aplicá-los na prática em suas
empresas. A partir daí, surge a Teoria da Burocracia na
Administração. Então a burocracia é uma forma de
A Teoria Clássica de Fayol concebe a organização em organização que se baseia na racionalidade, isto é, na
termos de estrutura, forma e disposição das partes que a adequação dos meios aos objetivos (fins) pretendidos, a
constituem. Assim, a estrutura e a forma de organização fim de garantir a máxima eficiência possível no alcance
marca a essência da Teoria Clássica, como concebida dos objetivos. Weber identifica três fatores principais que
por Fayol. favorecem o desenvolvimento da moderna burocracia:
A Burocracia é uma organização que se caracteriza por - O ocupante do cargo não pode fazer o que
uma sistemática divisão do trabalho. Esta divisão do quiser, mas o que a burocracia impõe que ele
trabalho atende a uma racionalidade que é adequada ao faça;
objetivo a ser atingido, ou seja, a eficiência da
organização, através de: - a disciplina no trabalho e o desempenho no
cargo são assegurados por um conjunto de
- aspecto funcional da burocracia; regras e normas, que tentam ajustar o
funcionário às exigências do cargo e das
- divisão sistemática do trabalho, do direito e do organizações;
poder;
- todas as atividades de cada cargo são
- estabelecimento das atribuições de cada desempenhadas segundo padrões claramente
participante; definidos.
A burocracia fixa as regras e normas técnicas para o - tudo na burocracia é estabelecido no sentido
desempenho de cada cargo: de prever todas as ocorrências e transformar em
rotina sua execução.
- Redução no nível de atrito, entre as pessoas, - uma organização é racional se os meios mais
pois cada funcionário conhece aquilo que é eficientes são escolhidos para a implementação
exigido dele e quais os limites entre suas das metas,
responsabilidade e as do outro;
- a racionalidade funcional é atingida pela
- Constância, pois os mesmos tipos de decisão elaboração – baseada no conhecimento
devem ser tomados nas mesmas circunstâncias; cientifico – de regras que servem para dirigir,
partindo de cima, todo comportamento de
- Subordinação dos mais novos aos mais antigos encontro à eficiência.
dentro de uma forma estrita e bem conhecida, de
modo que o supervisor possa tomar decisões Weber usa o termo burocratização em um sentido mais
que afetam o nível mais baixo; amplo, referindo-se também às formas de agir e de
pensar que existem não somente no contexto
- Confiabilidade, pois o negócio é conduzido de organizacional, mas que permeiam toda a vida social
acordo com regras conhecidas. As decisões são antiga.
previsíveis e o processo decisório elimina a
discriminação pessoal;
Disfunções da Burocracia
- Benefícios sob o prisma das pessoas na
organização, pois a hierarquia é formalizada, o Conseqüências imprevistas são oito:
trabalho é dividido entre as pessoas de maneira
ordenada, as pessoas são treinadas para se Internalização das regras e exagerado apego aos
tornarem especialistas em seus campos As regulamentos: As normas e regulamentos se
pessoas podem fazer carreira na organização transformam de meios, em objetivos. Passam a ser
em função de seu mérito pessoal e competência absolutos e prioritários. O funcionário adquire "viseiras" e
técnica. esquece que a flexibilidade é uma das principais
características de qualquer atividade racional. Os
regulamentos passam a ser os principais objetivos do
Racionalidade Burocrática burocrata, que passa a trabalhar em função deles.
novidade torna-se uma ameaça à sua segurança. Com controle já está ultrapassado e não é capaz de resolver
isto a mudança passa a ser indesejável. os conflitos internos. Na verdade ele define a burocracia
de Weber como mecanicista, acreditando que ela tende a
Despersonalização do relacionamento: A burocracia desaparecer devido às rápidas transformações
tem como uma de suas características a impessoalidade ambientais, além do aumento e da complexidade das
no relacionamento entre os funcionários, já que enfatiza organizações que vão surgindo. Por fim, Chiavenato
os cargos e não as pessoas levando a uma diminuição (2003) descreve uma cuidadosa crítica na qual diz que a
das relações personalizadas entre os membros da burocracia é talvez seja uma das melhores alternativas,
organização. porque levando em consideração as teorias anteriores,
que são prescritivas e normativas, ela preocupa-se em
Categorização como base do processo decisório: A descrever e explicar as organizações, dando ao
burocracia se assenta em uma rígida hierarquização da administrador a escolha de que considera mais
autoridade, portanto quem toma decisões será aquele apropriada.
mais alto na hierarquia.
Weber, citado em Chiavenato (2003), considera a - Para enfrentar a complexidade é preciso ter a
burocracia como a forma mais racional para atingir os capacidade de enxergá-la.
objetivos organizacionais. Perrow, defende a burocracia
como um fator importante para a racionalização da - Quem utiliza o enfoque sistêmico aprende a
estrutura organização. Segundo ele, as disfunções da “enxergar sistemas” e a sua complexidade.
burocracia são apenas conseqüências do fracasso de
uma burocracia mal adequada. Katz e Kahn defendem Complexidade - esta palavra refere-se ao grande número
que a burocracia é uma organização super-racionalizada, de problemas e variáveis que as organizações devem
e não considera o ambiente e a natureza organizacional. enfrentar. O nível de complexidade está relacionado a
Ambos defendem que as pessoas tornam as vantagens quantidade de problemas e variáveis existentes. O
maiores do que realmente são. Para eles, o sistema enfoque sistêmico é uma ferramenta que possibilita a
burocrático só sobrevive por que as exigências do compreensão da multiplicidade e interdependência das
ambiente são óbvias e as exigências das tarefas causas e variáveis dos sistemas complexos e a
individuais são mínimas, não necessitando de grandes organização das soluções complexas para os problemas
processos. Bennis, segundo Chiavenato (2003), critica a complexos.
burocracia sob o ponto de vista de que seu sistema de
- Objetivos
Para definir cada uma delas, devemos responder a uma
- Indicadores pergunta específica em cada caso:
Neste contexto, o conceito de Balanced Scorecard quanto nossos processos internos, o que só será possível se
às perspectivas estratégicas pode ser assim resumido: aprendermos com a experiência e praticarmos a
inovação. Depois de definir cada uma das perspectivas,
Balanced Scorecard, Conceito: Para tornar nossa ao responder essas perguntas, é preciso transformar a
empresa mais valiosa e lucrativa, precisamos satisfazer o estratégia em ação. Dessa forma, 4 elementos
mercado e nossos clientes. Para isso, é preciso melhorar importantes que fazem parte do conceito de Balanced
Scorecard (BSC) deverão ser determinados para cada com esse intuito são a Matriz GE e a Matriz BCG. Ambas
perspectiva individualmente. Ampliar seus conhecimentos representam as ferramentas estratégicas mais utilizadas
sobre estratégia sempre é uma boa ideia. quando se faz necessário identificar e avaliar os negócios
que a empresa deve implementar ou abandonar. A Matriz
GE surgiu como opção à Matriz BCG. Foi criada nos anos
Definindo objetivos, indicadores, metas e projetos 70 pela parceria entre as empresas General
estratégicos Eletric e Consultora McKinsey com o objetivo de dar
suporte à administração de produtos e marcas.
Tendo entendido plenamente como cada uma das Compreende um modelo de análise de negócios muito
perspectivas influi e deve ser tratada em seu negócio, é utilizado por holdings, sociedades controladoras não
preciso agora definir para cada uma delas: operacionais que tem seu patrimônio composto de ações
de outras companhias, como suporte à tomada de
- Seus objetivos decisão no momento de deliberar onde investir –
basicamente, definir qual unidade deve receber mais,
- Que indicadores usar menos ou nenhum aporte de investimentos – ou resolver
quais produtos ou marcas adicionar ao portfólio. Em
- As metas a serem atingidas outros termos, por meio de uma necessidade da General
Eletric, cuja direção passou a encontrar dificuldades para
- Os projetos estratégicos na prática fundamentar suas decisões relevantes visando configurar
sua carteira de negócios com base somente nos extratos
obtidos a partir do BCG, foi criado um modelo mais
Para facilitar seu entendimento desses 4 conceitos do abrangente de planejamento de portfólios alicerçado no
Balanced Scorecard, apresentamos a seguir uma fracionamento da organização em unidades de negócio.
definição prática. A ideia seria trabalhar sobre uma plataforma mais ampla
de fatores que pudessem ser transformados em
Objetivos: Definir o que a empresa deseja alcançar em indicadores de atratividade de mercado e de força
cada perspectiva estratégica. competitiva. Isso ajudaria a definir entre as tais unidades
de negócio quais estariam melhor posicionadas e em
condições coerentemente justificáveis de receber
Indicadores: Indicam o desempenho da empresa investimentos. Em contraparte, exporia as unidades
referente a cada objetivo definido. vulneráveis em relação as quais seria conveniente, sob
certos aspectos, interromper a alocação de recursos. A
finalidade da Matriz é permitir a construção do perfil de
Metas: Em função dos indicadores, qual o nível de negócios de uma empresa controlada através da análise
performance esperado que se deve atingir. de seu potencial de atratividade ou nível de
competitividade em relação à indústria ou segmento em
que atua, oferecendo à controladora condições de decidir
Projetos estratégicos: As ações, iniciativas e sobre a continuidade ou interrupção das aditividades
intervenções que devem ser tomadas para que se atinjam naquele mercado. O Modelo ressalta as condições
as metas de desempenho determinadas. Como se vê, o externas e as competências da organização, o que acaba
Balanced Scorecard tem um conceito que visa decupar gerando subsídios úteis ao planejamento do portfolios de
cada etapa da análise até se chegar ao nível operacional: negócios no caso das organizações que atuam em várias
o que precisamos fazer para chegar aos objetivos áreas de interesse. Como resultado de sua elaboração,
estratégicos da empresa? São as chamadas iniciativas ou uma das vantagens que se apresentam é a enorme
projetos estratégicos que traduzem a estratégia em ações quantidade de informação que pode ser visualizada de
práticas, que devem ser medidas e acompanhadas. E uma vez. Todos os quadros podem ser sobrecarregados
para que tudo isso fique mais fácil de se entender e e a matriz pode ser ampliada para conter todos os
divulgar pela empresa, devemos construir um Mapa produtos sob análise. Seu gráfico é composto por uma
Estratégico do BSC. série de círculos, cada um indicando um mercado
específico, que pode ser expressado de várias maneiras,
tanto como um produto como um espaço geográfico.
Matriz GE / McKinsey Assim, por exemplo, poderia ocorrer um círculo para cada
um dos produtos ou família de produtos da empresa,
Toda empresa com planos para o futuro precisa ter além da possibilidade de apontar um círculo para cada
uma perspectiva de longo prazo. Sendo assim, cedo ou região ou país em que os produtos são vendidos. Os
tarde, acaba se deparando com a complexa tarefa de círculos também podem ser distribuídos entre vários
realizar uma análise periódica de sua carteira de gráficos, que podem ser utilizados para assinalar os
negócios. Ou seja, há um momento em que surge a principais concorrentes do mercado e adaptados a
responsabilidade de empreender um estudo da evolução qualquer objetivo de negócio. A Matriz GE, Também
que apresentarão seus produtos do ponto de vista da Chamada, pelo mercado, de Matriz McKinsey surgiu
rentabilidade e aceitação dos clientes, se antecipando a como uma alternativa à Matriz BCG, visando a sua
possíveis perdas econômicas. O objetivo desse estudo ou utilização na administração de produtos, marcas e
análise é descobrir quais aspectos do negócio unidades de negócio, ajudando as organizações a decidir
necessitam receber maior atenção e que pontos podem onde investir ou quais produtos ou marcas adicionar ao
ser ignorados, se revelados desvantajosos para a portfólio. A Matriz GE adiciona 5 quadrantes à Matriz
empresa. O propósito fundamental é que a sua posição BCG, totalizando 9, contra 4 da antecessora,
competitiva em determinada atividade seja representada aumentando, assim, as oportunidades de análise.
através de um conjunto de variáveis que manifestem forte
correspondência com alguns fatores de êxito internos e
externos. Os métodos tradicionais de análise utilizados
O modelo das cinco forças de Porter permite analisar o forças (Serra, Torres & Torres, 2004). Nesta
grau de atratividade de um setor da economia. Ele dimensão, deve-se considerar a atividade e
identifica os fatores que afetam a competitividade, dentre agressividade dos concorrentes diretos. Aqueles
os quais uma das forças está dentro do próprio setor, que vendem um mesmo produto num mesmo
sendo que os demais são externos. Abaixo veremos as mercado que a organização em questão.
forças competitivas do modelo Porter:
- Sempre existirão.
Ameaça de Produtos ou bens
substitutos: São aqueles que não são os - A autoridade flui na maioria das vezes na
mesmos produtos que o seu, mas atendem à horizontal.
mesma necessidade. É prudente avaliar este
tipo de produto. Geralmente surgem em - É instável.
mercados situados nos extremos e após certo
tempo este se estabiliza em toda a região. - Não está sujeita a controle.Está sujeita aos
sentimentos.
- Líder informal.
for muito fechada se dará num período de longo prazo, devem ser executadas pela Diretoria (CEO). Os gerentes
porém sendo um pouco mais flexível, se dará no curto ou intermediários, supervisores, ou chefes de
médio prazo. A política de "portas abertas" deve ser departamentos, devem obrigatoriamente fazer parte do
incentivada pelos gestores até se tornar comum na processo, ou etapas como a de comunicação não
organização. funcionariam, é seu papel também incentivar as
mudanças propostas, é por eles que as instruções
Abertura a novas idéias: Grau em que a empresa é normalmente chegam, e se falhar nessa etapa todo o
dinâmica, está atenta às mudanças, tem senso de processo pode vir por água abaixo. Dessa forma conclui-
oportunidade, estabelece objetivos arrojados, é líder de se que apenas com a integração de todos é possível
tendências e cria um ambiente motivador. Nesse fazer com que se mude a cultura de uma organização.
ambiente a empresa valoriza e incentiva as novas idéias
de seus colaboradores. Pode ser feito incentivos
financeiros como premiações por economia na mudança Componentes da Cultura Organizacional
de algum processo, criar uma caixa de sugestões, ter
reuniões periódicas entre setores na busca de melhorias, Toda cultura se apresenta em três diferentes níveis:
criar um grupo de melhoria, etc. Depende muito da artefatos, valores compartilhados e pressuposições
comunicação, ela deve ser aberta a ponto do funcionário básicas.
ter a ousadia de expor e criar novos métodos e
procedimentos. É um trabalho que pode trazer resultados Artefatos: Constituem o primeiro nível da cultura, o mais
no curto, médio, ou longo prazo. superficial, visível e perceptível. Artefatos são as coisas
concretas que cada um vê, ouve e sente quando se
Desempenho profissional: O trabalho é estimulante depara com uma organização. Incluem os produtos,
para os funcionários e oferece desafios profissionais, serviços, e os padrões, de comportamento dos membros
possibilidade de crescimento e valorização pessoal. A de uma organização. Quando se percorre os escritórios
própria prática de idéias faz com que o profissional sinta- de uma organização, pode-se notar como as pessoas se
se mais valorizando, pode-se também fazer rodízios, vestem, como elas falam, sobre o que conversam, como
onde o funcionário deixa de ser um especialista numa se comportam, o que são importantes e relevantes para
função e começa a ter conhecimento de outras elas. Os artefatos são todas ou eventos que podem nos
atividades, ajudando no entendimento do todo do indicar visual ou auditivamente como é a cultura da
processo e seu objetivo final. A construção de um plano organização. Os símbolos, as histórias, os heróis, os
de carreira também é importante, mas certamente é mais lemas, as cerimônias anuais são exemplos de artefatos.
viável em empresas de grande porte. Seus resultados
são de médio a longo prazo. Valores compartilhados: Constituem o segundo nível da
cultura. São os valores relevantes que se tornam
Aprendizado: A empresa estimula e proporciona importantes para as pessoas e que definem as razões
oportunidade de desenvolvimento profissional para os pelas quais elas fazem o que fazem. Funcionam como
funcionários. A empresa não passa da fase de apenas justificativas aceitas por todos os membros. Em muitas
cobrar qualificação do quadro funcional, mas passa a culturas organizacionais os valores são criados
incentivar. Pode-se fazer isso com cursos internos, auxílio originalmente pelos fundadores da organização.
financeiro nos estudos (faculdade, curso de línguas,
cursos profissionalizantes específicos, etc.). Pode ser Pressuposições básicas: Constituem o nível mais
implantado com divulgação de uma nova política de íntimo, profundo e oculto da cultura organizacional. São
valorização dos funcionários incentivando aos estudos, as crenças inconscientes, percepções, sentimentos e
tem um reflexo muito bom, e seus resultados podem ser pressuposições dominantes nos quais as pessoas
de curto prazo. Critérios para recrutamento, seleção, acreditam. A cultura prescreve a maneira de fazer as
promoção de empregados. Os tipos de pessoas que são coisas adotadas na organização, muitas vezes através de
contratadas e os que têm sucesso são aqueles que pressuposições não escritas e nem sequer faladas. Os
aceitam e comportam-se de acordo com os valores da funcionários aprendem a cultura organizacional através
organização. É fundamental não ter o favoritismo de de várias formas, como histórias, rituais, símbolos
algumas pessoas, onde o caráter paternalista, pode ser materiais e linguagem.
visto muito fortemente em empresas familiares acontecer
tornando a organização desacreditada internamente. Histórias: Contos e passagens sobre o fundador da
Aplica-se com um recrutamento e seleção feita por companhia, lembranças, sobre dificuldades ou eventos
profissionais qualificados, onde são buscados especiais, regras de conduta, corte e recolocação de
profissionais que se encaixam com o perfil da vaga e os funcionários. Acertos e erros do passado geralmente
objetivos da organização. Seu retorno é de longo prazo. É ancoram o presente no passado e explicam a legitimação
importante porém ressaltar que antes de qualquer atitude das práticas atuais.
deve-se primeiramente fazer um diagnóstico da atual
cultura da organização, para poder assim fazer um plano Rituais e Cerimonias: São seqüências repetitivas de
de ação e finalmente executa-lo e controla-lo. atividades que expressam e reforçam os valores
principais da organização. As cerimônias de fim de ano e
as comemorações do aniversário da organização são
Aplicação das ferramentas citadas rituais que reúnem e aproximam a totalidade dos
funcionários para motivar e reforçar aspectos da cultura
Os mecanismos acima citados, realmente podem ser da organização, bem como reduzir os conflitos.
aplicados, e são formas de fazer com que a organização
mude sua cultura corporativa, claro que se deve observar Símbolos Materiais: A arquitetura do edifício, as salas e
o tamanho e a estrutura de cada empresa e adaptar a mesas, o tamanho e arranjo físico dos escritórios
ferramenta conforme sua situação. A mudança da cultura constituem símbolos materiais que definem o grau de
certamente começa de cima para baixo, e podem e igualdade ou diferenciação entre as pessoas e o tipo de
comportamento ( como assumir riscos ou seguir a rotina, utilização de recursos". Sob esta ótica, várias pessoas
autoritarismo ou espírito democrático, estilo participativo estão envolvidas na administração de uma organização
ou individualismo, atitude conservadora ou inovadora) do terceiro setor, mesmo que, à primeira vista, não se
desejado pela organização. Os símbolos materiais percebam como tal. A administração se caracteriza como
constituem a comunicação não verbal. uma atividade meio; não é um fim em si mesma.
Administrar diz respeito ao desempenho da organização
Linguagem: Muitas organizações e mesmo unidades como um todo, em um determinado contexto.
dentro das organizações utilizam a linguagem como um Desempenho, por sua vez, está relacionado aos
meio de identificar membros de uma cultura ou conceitos de eficácia, eficiência e efetividade. Eficácia é a
subcultura. Ao aprender a linguagem, o membro confirma capacidade de realizar objetivos, eficiência é utilizar
a aceitação da cultura e ajuda a preserva-la. As produtivamente os recursos, efetividade é realizar a coisa
organizações desenvolvem termos singulares para certa para transformar a situação existente. Portanto, os
descrever equipamentos, escritorios, pessoas - chaves, conceitos e técnicas de administração devem servir para
fornecedores, clientes ou produtos. Também a maneira que as organizações alcancem o desempenho que
como as pessoas se vestem e os documentos utilizados desejam. Sinteticamente, estas funções podem ser
constituem formas de expressar a cultura organizacional. descritas da seguinte maneira:
A cultura organizacional se caracteriza pela sua aceitação
implícita pelos seus membros. Ela é também reforçada Planejamento: diz respeito às decisões sobre
pelo próprio processo de seleção, que elimina as pessoas objetivos, ações futuras e recursos necessários
com características discrepantes com os padrões para realizar objetivos.
estabelecidos e ajuda a preservar a cultura.
Organização: compreende as decisões sobre a
divisão de poder, traduzido em autoridade,
Tipos de Cultura: tarefas e responsabilidades entre pessoas e na
divisão de recursos para realizar as tarefas.
Culturas Adaptativas: Caracterizam-se pela sua
maleabilidade e flexibilidade e são voltadas para a Direção ou Coordenação: trata de ativar as
inovação e a mudança. São organizações que adotam e pessoas para atingir os objetivos propostos e
fazem constantes revisões e atualizações, em suas proporcionar o sentido de missão, na expressão
culturas adaptativas se caracterizam pela criatividade, de Peter Drucker.
inovação e mudanças. De um lado, a necessidade de
mudança e a adaptação para garantir a atualização e Controle: abrange as decisões sobre a
modernização, e de outro, a necessidade de estabilidade compatibilidade entre objetivos esperados e
e permanência para garantir a identidade da organização. resultados alcançados.
O Japão, por exemplo, é um país que convive com
tradições milenares ao mesmo tempo em que cultua e No entanto, as organizações não são iguais; possuem
incentiva a mudança e a inovação constantes. objetivos e contam com recursos diferentes entre si,
atuam em campos distintos. Isto faz com que a
Culturas Conservadoras: Se caracterizam pela administração de cada uma se caracterize por ênfases
manutenção de idéias, valores, costumes e tradições que distintas. Numa tipologia bastante sintética, mas que
permanecem arraigados e que não mudam ao longo do serve ao propósito deste texto, podemos agrupar as
tempo. São organizações conservadoras que se mantêm organizações em: governamentais, privadas com fins de
inalteradas como se nada tivesse mudado no mundo ao lucro e privadas sem fins lucrativos. Permeando estes
seu redor. grupos, encontra-se o plano cultural onde atuam – temos,
assim, um quadro inicial de referência. As organizações
Culturas Fortes: Seus valores são compartilhados governamentais têm o objetivo de atender as
intensamente pela maioria dos funcionários e influencia necessidades públicas e de gerir o funcionamento do
comportamentos e expectativas. Empresas como IBM, Estado. Como necessidades e prioridades são definidas a
3M, Merk, Sony, Honda, estão entre aquelas que partir do jogo político de forças da sociedade, podemos
ostentam culturas fortes. dizer que os princípios clássicos que regem a
administração pública - impessoalidade, hierarquia,
Culturas Fracas: São culturas mais facilmente regras estabelecidas etc. - apresentam-se de forma
mudadas. Como exemplo, seria uma empresa pequena e distinta em cada ambiente cultural tratado. Já as
jovem, como está no início, é mais fácil para a empresas privadas são caracterizadas por atender as
administração comunicar os novos valores, isto explica a necessidades de grupos de consumidores, estando
dificuldade que as grandes corporações tem para mudar inseridas num contexto maior ou menor de competição
sua cultura. em mercados. Isto faz com que tenham que estar
organizadas a partir da idéia de conquistar um lugar no
mercado em meio a outras empresas que oferecem
Conceitos básicos produtos ou serviços, de certa forma, semelhantes.
Quanto maior a competitividade do setor, mais precisam
A administração trata, desde seus primórdios, de estabelecer estratégias de diferenciação perante os
organizar o trabalho de forma racional. A partir do final do consumidores, responder às iniciativas da concorrência e
século XIX, começa a adquirir o status de ciência, com as antecipar-se, captando tendências de futuro. O plano
tentativas de aplicação de métodos científicos ao estudo cultural irá caracterizar tanto sua atuação no mercado
e aprimoramento do trabalho, assim como ao quanto sua relação com a sociedade em geral,
desempenho do trabalhador. Desde então, há sucessivas especialmente nas relações de trabalho e na influência
definições para esta atividade. Maximiano (1997), por que exercem junto a políticas de caráter público. As
exemplo, sugere que "a administração é o processo de organizações sem fins lucrativos atuam no âmbito da
tomar e colocar em prática decisões sobre objetivos e sociedade civil, onde o aspecto político tem papel de
destaque. São pautadas por interesses que podem variar Tribunais; e o seu desempenho traduz uma forma de
desde um conjunto de membros (um sindicato, por exercício da função administrativa e não da função
exemplo) até propostas mais amplas de transformação jurisdicional. Em terceiro lugar, não se confunde a tutela
social (o caso das ongs), passando pelas propostas de administrativa com certos controles internos da
assistência aos carentes (entidades beneficentes). Sua Administração, tais como a sujeição a autorização ou
atuação diz respeito a atingir fins públicos, a partir da aprovação por órgãos da mesma pessoa colectiva
utilização de recursos privados e públicos. O ambiente pública.
cultural irá condicionar seus objetivos e as estratégias
para realizá-los. Diante desta multiplicidade de Funções Administrativas: A tarefa da administração de
organizações, as noções de eficiência, eficácia e um empreendimento é a de interpretar os objetivos
efetividade, assim como os processos básicos da propostos pela organização e transformá-los em ações
administração – planejamento, organização, direção e organizacionais que visem a concretização desses
controle – vão assumir características específicas em objetivos. A realização dessa tarefa somente será
cada tipo de organização. O que importa ressaltar é que possível através da gestão das funções básicas
estas quatro funções gerais são inerentes à existência de administrativas do planejamento, organização, direção e
qualquer uma delas, formam uma totalidade e devem controle de todas as atividades realizadas em todas as
estar ajustadas à missão organizacional para que se áreas e em todos os níveis da organização. Portanto,
obtenha o seu melhor desempenho. Não existem antes de iniciarmos o desenvolvimento do sistema de
fórmulas pré-estabelecidas para a administração das gestão, faz-se necessário conhecermos um pouco mais
organizações. Cada uma encontra, a partir das dessas funções administrativas. No quadro abaixo
indicações gerais, as maneiras mais adequadas ao seu procuramos demonstrar e expandir essas funções, que
desempenho. No entanto, já existe um corpo teórico serão detalhadas a seguir, para que o leitor possa vir a
bastante extenso em administração e muito esforço pode ter uma visão mais abrangente das atribuições de cada
ser economizado se os membros das organizações do uma.
terceiro setor – em particular seus dirigentes – se
dedicarem a estabelecer procedimentos a partir da teoria Planejamento Organização Direção Controle
existente. Isto requer um esforço particular, no caso das - Designar
organizações do terceiro setor, tendo em vista os - Dividir trabalho as pessoas
- Definir
desafios que enfrentam para manter-se atuantes. Mas é - Definir Missão
padrões
- Designar as - Coordenar
tarefa possível, mesmo com poucos recursos. - Formular atividades os esforços
-
Objetivos
Conceito: Consiste no conjunto dos poderes de Monitorar
- Agrupar as -
intervenção de uma pessoa colectiva pública na gestão o
- Definir os planos atividades em Comunicar
desempe
de outra pessoa colectiva, a fim de assegurar a para alcança-los órgãos e cargos
nho
legalidade ou o mérito da sua actuação. Resultam as - Motivar
seguintes características: - Programar as - Definir
- Ação
atividades autoridade e - Liderar
corretiva
responsabilidade
- A tutela administrativa pressupõe a existência
- Orientar
de duas pessoas colectivas distintas: a pessoa
colectiva tutelar, e a pessoa colectiva tutelada.
As funções administrativas
- Destas duas pessoas colectivas, uma é
necessariamente uma pessoa colectiva pública.
As empresas não trabalham na base da improvisação.
A segunda – a entidade tutelada – será
Quase tudo nelas é planejado antecipadamente. O
igualmente, na maior parte dos casos, uma
planejamento figura como a primeira função
pessoa colectiva pública.
administrativa, por ser exatamente aquela que serve de
base para as demais funções. O planejamento é a função
- Os poderes de tutela administrativa são
administrativa que determina antecipadamente quais são
poderes de intervenção na gestão de uma
os objetivos que devem ser atingidos e detalha os planos
pessoa colectiva.
necessários para atingí-los da melhor maneira possível.
O planejamento define onde se pretende chegar, o que
- O fim da tutela administrativa é assegurar, em
deve ser feito, quando, como e em que seqüência.
nome da entidade tutelar, que a entidade
tutelada cumpra as leis em vigor e garantir que
sejam adoptadas soluções convenientes e
Processo do Planejamento
oportunas para a prossecução do interesse
público. Avaliação do
Contexto
↓
Figuras Afins Definição de Resultados Finais
→
Objetivos Esperados
Em primeiro lugar, a tutela não se confunde com a ↓
hierarquia: este é um modo de organização situado no Meios
interior de cada pessoa colectiva pública, ao passo que a Atividades
Definição dos
tutela administrativa assenta numa relação jurídica entre Projetos
Meios de →
duas pessoas colectivas diferentes. Em segundo lugar, Políticas
Execução
Planos
tão-pouco se pode confundir a tutela administrativa com Recursos
os poderes dos órgãos de controle jurisdicional da ↓
Administração Pública: porque a tutela administrativa é Definição dos
exercida por órgãos da Administração e não por Meios de Controle
Supervisão 02
Supervisão 03
Supervisão 01
Supervisão 02
Supervisão 03
Supervisão 01
Supervisão 02
Supervisão 03
Cadeia de comando departamentalizado
A
Funcional: são agrupadas de acordo com as funções da
empresa. É o mais utilizado pelas empresas, por ser
muito racional. A principal vantagem é que apresenta
especialização nas áreas técnicas, além de melhorar os
B C recursos nessas áreas. A principal desvantagem é que
pode ocorrer um descumprimento de prazos e
orçamentos, este tipo de departamentalização não tem
condições para uma perfeita homogeneidade das demais
D E atividades da empresa.
Administração Central
Base 02
Base 03
Base 04
Base 11
Base 12
Base 21
Base 22
Base 23
Projeto: As atividades e as pessoas recebem atribuições
temporárias. O gerente de projeto é responsável pela
realização de todo o projeto ou de uma parte dele.
Terminada a tarefa, o pessoal é designado para outros
departamentos ou outros projetos.
Diretoria de
Produtos (ou serviços): Neste tipo, as atividades são Cobrança
agrupadas feitas de acordo com as atividades essenciais
a cada um dos produtos ou serviços da empresa. É muito
usada em empresas que tem produtos diferentes e Administração
Comercial Projetos
representa um volume importante. A grande vantagem é Financeira
o acompanhamento dos resultados sobre o produto. Mas
há desvantagens, pois pode ocorrer duplicidade de
tarefas aumentando os custos e benefícios.
Projeto 01
Projeto 02
Diretoria
Geral
Liderança
Clientes: Neste tipo as atividades são agrupadas com
base as necessidades diversas e exclusivas dos clientes Vários foram os autores que abordaram os tipos de
da empresa. Um exemplo o grupo ALGAR do senhor liderança. No entanto, sobressai-se uma teoria mais
Alexandrino Garcia, usa esse tipo de departamento, para comummente referenciada, e bastante utilizada, de White
que não conhece o grupo é umas das melhores e Lippitt (1939). De acordo com estes autores existem
empresas em destaque na revista exame e trabalha com essencialmente três tipos de liderança: Autoritária, Liberal
vários seguimentos como Agronegócios, Turismo, e Democrática. Assim, explorar-se-ão as características
Telecomunicação entre outros. A vantagem é que nesse principais de cada tipo, trabalhando vantagens e
modelo dá condições para conhecer e dar melhor inconvenientes de cada um. Iniciaremos esta abordagem
tratamento ao cliente. A grande desvantagem é a troca de pelo estudo do líder autoritário: fixa directrizes sem a
recursos, pois várias vezes o atendimento ao cliente é participação do grupo, determina as técnicas para a
sazonal, ou seja, periódico. Na figura que segue em execução das tarefas. É também ele que designa qual a
exemplo por cliente mostra uma loja de departamentos. tarefa de cada um dos subordinados, e qual será o
companheiro de trabalho de cada sujeito. É dominador,
Administração provocando tensão e frustração no grupo. Tem uma
Geral postura essencialmente directiva, dando instruções
concretas, sem deixar espaço para a criatividade dos
liderados. Este líder é pessoal, quer nos elogios, quer nas
Setor Setor Setor
Masculino Feminino Infantil
críticas que faz. As consequências desta liderança estão
relacionadas com uma ausência de espontaneidade e de
iniciativa por parte dos liderados, bem como pela
inexistência de qualquer amizade no grupo, visto que os
Processo: Neste são agrupadas conforme as etapas de
objectivos são, o lucro e os resultados de produção. O
um processo. É considerado de maneira pelo qual são
trabalho só se desenvolve na presença física do líder,
executados os serviços ou processos para conseguir a
visto que quando este se ausenta, o grupo produz pouco
meta ou objetivo especifico. É muito usado em operações
e tende a indisciplinar-se, expandindo sentimentos
industriais. A vantagem é que pode observar a maior
recalcados. O líder autoritário provoca grande tensão,
especialização e rapidez técnica. A desvantagem é que a
agressividade e frustração no grupo. Relativamente ao
estilo de líder liberal, também denominado de laissez faire
grande vantagem. Um recente estudo realizado sobre a consistentes e se aplicam a uma grande variedade de
força de Trabalho nos Estados Unidos revelou que os situações. Isto permite que os cientistas possam
salários e os benefícios adicionais não são os motivos generalizar os efeitos da lei da gravidade ou enviar
pelos quais uma pessoa gosta de seu emprego ou nele astronautas com segurança para consertar um satélite no
permanece. Muito mais importantes são a qualidade do espaço. Mas, como foi bem observado por um conhecido
trabalho exercido e o apoio recebido em seu ambiente de pesquisador do comportamento, “Deus deu todos os
trabalho. Ter executivos com boas habilidades problemas fáceis para os físicos”. Os seres humanos são
interpessoais é o mesmo que garantir um ambiente de complexos. Como eles são todos diferentes, a
trabalho mais agradável, que, por sua vez, facilita a possibilidade de fazer generalizações simples e precisas
contratação e a manutenção de pessoas qualificadas. De é limitada. Duas pessoas geralmente reagem de maneira
acordo com os dados do Center of Creative Leadership diferente a uma mesma situação, e uma mesma pessoa
de Greensboro, Carolina do Norte, cerca de 40% das muda seu comportamento em situações diferentes. Por
novas contratações de executivos fracassam no prazo de exemplo, nem todas as pessoas são motivadas pelo
18 meses. Quando se verificou a causa desse fracasso, dinheiro, e o seu comportamento na igreja aos domingos
constatou-se que, em 82% dos casos, o problema era “a é diferente daquele mostrado na festa da noite anterior.
falta de habilidade em manter um bom relacionamento Isto não significa,evidentemente, que não possamos dar
com os seus pares e seus subordinados”. Em explicações razoavelmente precisas sobre o
corroboração a essas descobertas, aparecem pesquisas comportamento humano, ou fazer previsões válidas.
realizadas para determinar quais habilidades os Significa, todavia, que os conceitos de comportamento
recrutadores das universidades consideram mais organizacional precisam refletir condições situacionais ou
importantes para a eficácia profissional dos graduados contingenciais. Podemos dizer que x leva a y, mas
em MBA. Essas pesquisas, coerentemente, apontam as apenas sob as condições z (as variáveis contingenciais).
habilidades interpessoais como as mais importantes. A ciência do comportamento organizacional se
Descobrimos, assim, que as habilidades técnicas são desenvolveu utilizando conceitos gerais e alterando sua
necessárias, mas insuficientes para o sucesso das aplicação para determinadas situações. Assim sendo, os
atividades de gestão. Hoje em dia, em um ambiente de estudiosos do comportamento organizacional evitam
trabalho cada vez mais competitivo e demandante, os afirmar que líderes eficazes devem sempre buscar as
executivos não podem depender apenas de suas idéias de seus seguidores antes de tomar uma decisão.
habilidades técnicas. Eles precisam também de Em vez disto, veremos que um estilo participativo de
habilidades interpessoais. Este livro foi escrito para ajudar liderança pode ser o melhor em algumas situações, mas,
os executivos, atuais e futuros, a desenvolver essas em outras, um estilo mais autocrático se mostrará mais
habilidades. O comportamento organizacional é um eficaz. Em outras palavras, a eficácia do estilo de
campo de estudos que investiga o impacto que liderança depende da situação na qual é empregado. À
indivíduos, grupos e a estrutura têm sobre o medida que você ler este livro, encontrará diversas
comportamento dentro das organizações, com o teorias baseadas em pesquisas sobre como as pessoas
propósito de utilizar esse conhecimento para promover a se comportam nas organizações. Mas não espere
melhoria da eficácia organizacional. É um bocado de encontrar relações do tipo causa e efeito diretas. Não há
palavras, por isso vamos examiná-las por partes. O muitas delas! As teorias do comportamento
comportamento organizacional é um campo de estudos. organizacional refletem a matéria com a qual lidam. As
Essa afirmação significa que se trata de uma área de pessoas são complexas e complicadas, e as teorias
especialidade, com um corpo comum de conhecimentos. desenvolvidas para explicar suas ações também o são. A
O que é que ele estuda? Ele estuda três determinantes compreensão do comportamento organizacional nunca foi
do comportamento das organizações: indivíduos, grupos tão importante para os executivos. Um rápido exame das
e estrutura. O comportamento organizacional aplica o enormes mudanças que estão ocorrendo nas
conhecimento obtido sobre as pessoas, os grupos e o organizações confirma essa idéia. Por exemplo, o
efeito de estrutura sobre o comportamento, para fazer funcionário tradicional está envelhecendo; cada vez mais
com que as organizações trabalhem mais eficazmente. mulheres e membros de minorias estão entrando para o
Para resumir essa definição, podemos dizer que o mercado de trabalho; o downsizing e o amplo uso de
comportamento organizacional se preocupa com o estudo trabalhadores temporários estão minando os laços de
do que as pessoas fazem nas organizações e de como lealdade que historicamente prendiam os funcionários a
esse comportamento afeta o desempenho dessas seus empregadores; e a competição globalização está
empresas. Como esse estudo está voltado exigindo que os funcionários se tornem mais flexíveis
especificamente para situações relacionadas com o para adaptarem-se à rápida mudança. Em suma, existem
emprego, enfatiza-se o comportamento relativo a diversas oportunidades e desafios para que os executivos
funções, trabalho, absenteísmo, rotatividade, de hoje utilizem os conceitos do comportamento
produtividade, desempenho humano e administração. organizacional. Nesta seção, abordaremos alguns dos
Existe cada vez mais uma concordância de opiniões assuntos mais críticos enfrentados pelos executivos, para
sobre os componentes ou tópicos que constituem a área os quais o estudo do comportamento organizacional
de estudos do comportamento organizacional. Embora oferece soluções - pelo menos algumas idéias que
haja alguma controvérsia sobre a importância relativa de possam resultar em soluções. As organizações não se
cada um deles, é consenso que o comportamento limitam mais às fronteiras dos países. A rede Burger king
organizacional inclui tópicos básicos como motivação, pertence a uma empresa inglesa, e a rede McDonald’s
comportamento e poder de liderança, comunicação vende seus hambúrgueres em Moscou. A Exxon, tida
interpessoal, estrutura e processos de grupos, como uma empresa norte-americana, tem 75% de suas
aprendizado, desenvolvimento de atitudes e percepção, receitas provenientes de vendas fora dos Estados
processos de mudanças, conflitos, planejamento do Unidos. A Toyota fabrica carros em Kentucky; a General
trabalho e estresse no trabalho. Existem poucos (se é Motors, no Brasil. A Ford (dona de parte da Mazda) envia
que existem) princípios simples e universais que explicam executivos de Detroit para o Japão, para ajudar os
o comportamento organizacional. Nas ciências físicas - executivos da Mazda em suas operações. Esses
química, astronomia, física - existem leis que são exemplos ilustram a afirmação de que o mundo virou uma
aldeia global. De sua parte, os executivos precisam verdade, mas eles representavam apenas uma
aprender a lidar com pessoas de diferentes culturas. A porcentagem muito pequena e chegavam a ser
globalização afeta as habilidades humanas dos totalmente ignorados pelas grandes organizações. Além
executivos em, pelo menos, duas maneiras. Em primeiro do mais, sempre se acreditou que essas minorias
lugar, como executivo, crescem cada vez mais as procurariam assimilar-se. Por exemplo, a maioria da mão-
chances de você ser enviado em missões internacionais. de-obra norte-americana antes de 1980 era formada por
Você pode ser transferido para uma unidade operacional homens brancos, que trabalhavam em período integral
ou subsidiária de sua organização em outro país. Quando para sustentar uma mulher que não trabalhava e filhos
estiver lá, terá de administrar uma mão-de-obra que em idade escolar. Agora, esse perfil é minoria!
provavelmente será bastante diferente daquela com a Atualmente, 46% da força de trabalho empregada nos
qual você estava acostumado a lidar, seja quanto a Estados Unidos é de mulheres. As minorias e os
necessidades, aspirações ou atitudes. Em segundo lugar, imigrantes respondem por 23%. Como um exemplo, a
mesmo ficando em sua terra natal, você poderá ter de Hewlett-Packard tem em seus quadros 19% de minorias e
trabalhar com chefes, colegas e outros funcionários que 40% de mulheres.Uma unidade da Digital Equipment
nasceram e foram criados em culturas diferentes. O que é Corporation, em Boston, fornece uma previsão parcial do
motivador para você pode não o ser para eles. Se seu futuro. Entre os 350 funcionários da fábrica, existem
estilo de comunicação é franco e direto, para eles pode homens e mulheres provenientes de 44 países, que falam
parecer desconfortável e ameaçador. Para trabalhar 19 idiomas diferentes. Quando uma mensagem precisa
eficazmente com essas pessoas, você precisa ser publicada para esse pessoal, ela precisa ser feita nas
compreender sua cultura, como elas foram formadas e seguintes versões: inglês, chinês, francês, espanhol,
como adaptar seu estilo de gerenciamento a essas português, vietnamita e dialeto haitiano. A diversidade da
diferenças. À medida que formos discutindo os conceitos força de trabalho traz implicações importantes para as
de comportamento organizacional neste livro, práticas administrativas. Os executivos precisam
freqüentemente mencionaremos como as diferenças modificar sua filosofia de tratar todo o mundo do mesmo
culturais podem exigir que os executivos modifiquem modo, reconhecendo as diferenças e respondendo a elas
suas práticas. Um dos desafios mais importantes e de maneira que assegure a retenção de funcionários e
abrangentes enfrentados pelas organizações hoje em dia maior produtividade, sem que se cometa qualquer
é a adaptação às diferenças entre as pessoas. O tempo discriminação. Essa mudança inclui, por exemplo, a
utilizado para descrever esse desafio é diversidade da oferta de treinamento diferenciado e a revisão de
força de trabalho. Enquanto a globalização enfoca as programas de benefícios para torná-los mais “amigáveis
diferenças entre pessoas de diferentes países, a às famílias”. A diversidade, quando bem administrada,
diversidade da força de trabalho enfoca as diferenças pode aumentar a criatividade e a inovação dentro das
entre as pessoas em um determinado país. A diversidade organizações, bem como melhorar as decisões tomadas,
da força de trabalho significa que as organizações estão por trazer novas perspectivas em relação aos problemas.
se tornando mais heterogêneas em termos de raça, etnia Quando não é administrada adequadamente, há aumento
e sexo de seus participantes. Mas o termo também se potencial da rotatividade, maior dificuldade de
aplica a qualquer pessoa que fuja da norma comunicação e mais conflitos interpessoais. William
convencional. Além dos grupos mais óbvios mulheres, French é executivo em uma área difícil. Ele é diretor de
negros, latinos, asiáticos -, também se incluem na produção da fábrica da Alcatel Network Systems em
diversidade os deficientes físicos, os representantes da Raleigh, Carolina do Norte. Essa indústria fabrica
terceira idade e os homossexuais. Essa situação é produtos para rede de telecomunicação de dados, setor
comum praticamente em todo o mundo, especialmente no que enfrenta uma competitividade acirrada. Para
Canadá, na Austrália, na África do Sul e no Japão, além sobreviver, French precisa cortar supérfluos, aumentar a
dos países europeus e dos Estados Unidos. Os produtividade e melhorar a qualidade. E ele tem se dado
executivos no Canadá e na Austrália, por exemplo, têm bem. Entre 1993 e 1997, reduziu o ciclo de tempo de
sido obrigados a se adaptar aos grandes fluxos de produção em 75%, diminuiu os defeitos de produção em
trabalhadores asiáticos. A “nova” África do Sul está se 40% e aumentou enormemente a produtividade dos
caracterizando pelo número cada vez maior de negros funcionários. Por meio da utilização de equipes de
em posições-chave, técnica e administrativamente. As trabalho autogerenciadas, processos mais eficientes e
mulheres, tradicionalmente relegadas a trabalhos implementação constante de programas de melhorias,
temporários mal-remunerados no Japão, agora estão sua unidade da Alcatel é hoje um modelo de eficiência.
galgando posições de chefia. Os acordos com os Mais e mais executivos estão enfrentando os desafios
sindicatos dentro da criação da União Européia, que abriu encarados por William French. Eles têm de aumentar a
as fronteiras em grande parte da Europa Ocidental, produtividade de sua empresas e a qualidade dos
aumentaram a diversidade de mão-de-obra nas empresas produtos e serviços que oferecem. Em busca dessa meta
que operam em países como Alemanha, Portugal, Itália e de melhoria de qualidade e de produtividade, estão
França. Costumávamos adotar a abordagem da fusão implementando programas como o Qualidade Total
quanto às diferenças nas organizações, assumindo que (TQM) e o de reengenharia - programas que exigem o
as pessoas que eram diferentes automaticamente envolvimento extensivo dos funcionários. Em tempos de
gostariam de ser assimiladas com rapidez. Hoje em dia, rápidas e dramáticas mudanças, pode ser necessário
contudo, reconhecemos que os trabalhadores não deixam pensar a melhoria da qualidade e da produtividade de
de lado seus valores culturais e suas preferências de uma perspectiva do tipo: “Como faríamos as coisas se
estilo de vida quando chegam no emprego. O desafio estivéssemos começando do zero?”. Essa é,
para as organizações, portanto, é conseguir acomodar os essencialmente, a abordagem da reengenharia. Ela pede
diferentes grupos de pessoas, atendendo a seus aos executivos que reconsiderem como o trabalho seria
diferentes estilos de vida, necessidades familiares e jeitos feito e como a organização seria estruturada, caso eles
de trabalhar. A premissa da fusão está sendo substituída estivessem começando tudo de novo. Para ilustrar o
por uma abordagem que reconheça e valorize tais conceito de reengenharia, imaginemos um fabricante de
diferenças. Não é verdade que as organizações sempre patins na década de 60. Seu produto era,
abrigaram membros de diferentes grupos? Sim, é essencialmente, um sapato com rodas na sola. O modelo
típico era uma botina de couro amarrada na frente, Monitoração de Recursos Humanos: Sistemas
apoiada em uma plataforma de aço, à qual eram fixadas de Informações de RH (Software);
quatro rodas de madeira. Se nosso fabricante usasse
uma abordagem de melhoria contínua, poderia introduzir Processo de Provisão consiste em abastecer a empresa
pequenos incrementos em seu produto. Por exemplo, com mão de obra qualificada. Refere-se ao recrutamento
poderia colocar ganchinhos na frente, para facilitar a e seleção de pessoal. Planejamento de Recursos
amarração dos patins; usar um couro mais macio, para Humanos é o processo de decisão a respeito dos
torná-los mais confortáveis; ou utilizar outro tipo de recursos humanos necessários para atingir os objetivos
ferragens nas rodinhas, para que o deslizamento ficasse organizacionais, dentro de determinado período de
mais suave. Agora, quase todos nós conhecemos os tempo. Tratase de antecipar qual a força de trabalho e
patins in-line. Eles representam a reengenharia dos talentos humanos necessários para a realização a ação
patins. O objetivo era encontrar um equipamento para organizacional futura. O planejamento estratégico de RH
patinação que aumentasse a velocidade, a mobilidade e o deve ser parte integrante do planejamento estratégico da
controle do movimento. Os patins de lâmina para gelo organização e deve contribuir para o alcance dos
conseguiam esse desempenho, em um tipo totalmente objetivos da organização, incentivando o alcance dos
diferente de calçado. A parte superior era de plástico objetivos individuais das pessoas. Recrutamento é o
injetado, comum na prática de esqui. Os cadarços foram conjunto de técnicas e procedimentos que visa atrair
substituídos por fechos mais práticos. E as quatro rodas candidatos potencialmente qualificados e capazes de
de madeira, colocadas em dois pares, foram substituídas ocupar cargos dentro da organização. O recrutamento é
por quatro ou seis rodinhas de plástico, colocadas em feito a partir das necessidades presentes e futuras de
linha. O resultado dessa reengenharia, que não se Recursos Humanos da organização. Seleção de Pessoal
parecia muito com os patins tradicionais, mostrou-se é a escolha dos candidatos recrutados que melhor se
universalmente superior. O resto, é claro, é história. Os ajustam no cargo em aberto. O objetivo básico da seleção
patins in-line revolucionaram o negócio. Os executivos de pessoal é escolher e classificar os candidatos
contemporâneos sabem que qualquer esforço para a adequados às necessidades da organização. Processo
melhoria da qualidade e da produtividade deve incluir os de Aplicação consiste na análise e descrição de cargos e
funcionários. Estes não apenas serão a principal força na avaliação de desempenho.
execução das mudanças como também participarão cada
vez mais do planejamento delas. O estudo do Clima Organizacional: O clima organizacional
comportamento organizacional oferece idéias importantes afeta a motivação, o desempenho e a satisfação
para ajudar os executivos a realizar essas mudanças. no trabalho. Ele cria certos tipos de expectativas
cujas conseqüências se seguem em decorrência
de diferentes ações. As pessoas esperam certas
3. GESTÃO DE PESSOAS. 3.1. EQUILÍBRIO recompensas, satisfações e frustrações na base
ORGANIZACIONAL. 3.2. OBJETIVOS, DE- de suas percepções do clima organizacional. O
clima organizacional é o conjunto de fatores que
SAFIOS E CARACTERÍSTICAS DA GESTÃO interferem na satisfação ou descontentamento
DE PESSOAS. 3.3. RECRUTAMENTO E no trabalho. É o conjunto de variáveis que busca
SELEÇÃO DE PESSOAS. 3.3.1. OBJETIVOS identificar os aspectos que precisam ser
E CARACTERÍSTICAS. 3.3.2. PRINCIPAIS melhorados, em busca da satisfação e bem-
estar dos colaboradores. Educação Corporativa
TIPOS, CARACTERÍSTICAS, VANTAGENS é a prática coordenada de gestão de pessoas e
E DESVANTAGENS. 3.3.3. PRINCIPAIS de gestão do conhecimento tendo como
TÉCNICAS DE SELEÇÃO DE PESSOAS: orientação a estratégia de longo prazo de uma
CARACTERÍSTICAS, VANTAGENS E DES- organização.
VANTAGENS. 3.4. ANÁLISE E DESCRIÇÃO
Tecnologia em RH: otimiza a gestão e os custos
DE CARGOS. 3.5. CAPACITAÇÃO DE PES- de serviço por empregado, diminui a relação de
SOAS. 3.6. GESTÃO DE DESEMPENHO. dependência entre o empregado e o Recursos
3.7. GESTÃO POR COMPETÊNCIAS Humanos, dá mais autonomia aos empregados,
que se tornam responsáveis pelo uso e benefício
Gestão de pessoas ou administração de recursos que obtém dos sistemas, redução de custos das
humanos é uma associação de habilidades e métodos, tarefas administrativas,.
políticas, técnicas e práticas definidas com objetivo
administrar os comportamentos internos e potencializar o A avaliação de desempenho pode ser definida como a
capital humano. A Gestão de Pessoas se divide em: identificação e mensuração das ações que os colabo-
radores de uma organização realizaram durante deter-
Provisão de recursos humanos: Recrutamento minado período.A avaliação de desempenho tem como
e Seleção; objetivo diagnosticar e analisar o desempenho individual
e grupal dos funcionários, promovendo o crescimento
Aplicação de Recursos Humanos: Integração, pessoal e profissional, bem como melhor desempenho.
Desenho e Análise de Cargos; Além disso, fornece à Administração de recursos huma-
nos informações para tomadas de decisões acerca de
Desenvolvimento de Recursos Humanos: salários, bonificações, promoções, demissões, treina-
Treinamento e Desenvolvimento Organizacional; mento e planejamento de carreira, proporcionando o
crescimento e o desenvolvimento da pessoa avaliada.
Manutenção de Recursos Humanos: Através da avaliação de desempenho é mais fácil
Benefícios Sociais e Relações Trabalhistas; fornecer feedback às pessoas da organização, baseado
em informações sólidas e tangíveis, e auxiliá-las no
caminho para o autodesenvolvimento. Outro benefício é a
consideração aspectos que não estavam previstos nos para não prejudicar o avaliado; ou muito altas,
objetivos, ou não tivessem sido comunicados ao cola- para não ter que justificá-las no futuro.
borador. E ainda, deve-se permitir ao colaborador sua
auto-avaliação para discussão com seu gestor. 3. Efeito de recenticidade Costuma-se destacar
na memória do avaliador apenas os fatos mais
J. Padrões de desempenho: também chamada de pa- recentes. Dificilmente consegue-se lembrar de
drões de trabalho é quando há estabelecimento de metas tudo que aconteceu num período de um ou dois
somente por parte da organização, mas que devem ser anos. Nesse caso, seria importante adotar a
comunicadas às pessoas que serão avaliadas. prática de realizar anotações frequentes.
K. Frases descritivas: trata-se de uma avaliação através 4. Erro constante (Complacência / Rigor
de comportamentos descritos como ideais ou negativos. excessivo) Por vezes, cada avaliador adota o
Assim, assinala-se “sim” quando o comportamento do seu próprio padrão de desempenho. Isso faz
colaborador corresponde ao comportamento descrito, e com que alguns pareçam muitos complacentes,
“não” quando não corresponde. Uma mudança marcante enquanto outros seriam rigorosos demais. Definir
nos métodos de avaliação é a passagem do avaliado conjuntamente um padrão de desempenho é
como ser passivo para ser agente. essencial para reduzir essas características
pessoais.
Além disso, a intro-dução do conceito de competência, 5. Erro de "primeira impressão" Sabe aquela
compreendido como “o conjunto de conhecimentos, estória de que "a primeira impressão é a que
habilidades e atitudes do indivíduo” (ZARIFIAN, apud fica"? Isso também acontece na avaliação de
SOUZA, 2005, p.96) levou à criação de novas formas de desempenho. Nesse caso, o avaliador tem que
avaliar as pessoas em uma organização: tentar se concentrar no período atual, e não em
avaliações passadas. As pessoas mudam e me-
A. Avaliação 360 graus: neste método o avaliado recebe recem obter o crédito por seu desenvolvimento
feedbacks (retornos) de todas as pessoas com quem ele profissional.
tem relação, também chamados de stakeholders, como
pares, superior imediato, subordinados, clientes, entre 6. Erro de semelhança (auto-identificação) O
outros. avaliador costuma ser mais favorável àqueles
que se parecem consigo mesmo, seja pelas
B. Avaliação de competências: trata-se da identificação características profissionais, pelos interesses
de competências conceituais (conhecimento teórico), téc- pessoais, pela formação na mesma faculdade ou
nicas (habilidades) e interpessoais (atitudes) necessárias por pertencer ao mesmo grupo social.
para que determinado desempenho seja obtido.
7. Erro de fadiga / rotina Depois de preencher o
C. Avaliação de competências e resultados: é a conju- 152º. questionário, ninguém consegue mais dis-
gação das avaliações de competências e resultados, ou tinguir as diferenças entre as pessoas. Não se
seja, é a verificação da existência ou não das competên- deve preencher uma avaliação atrás da outra.
cias necessárias de acordo com o desempenho apresen-
tado. 8. Incompreensão do significado dos fatores
de avaliação Se os fatores de avaliação não
D. Avaliação de potencial: com ênfase no desempenho estiverem claramente definidos, poderá ocorrer
futuro, identifica as potencialidades do avaliado que faci- erros de interpretação e ocasionar distorções
litarão o desenvolvimento de tarefas e atividades que lhe nos resultados. Para alguns, ser pontual é estar
serão atribuídas. Possibilita a identificação de talentos no posto de trabalho exatamente no horário
que estejam trabalhando aquém de suas capacidades, determinado. Para outros, cinco minutos de
fornecendo base para a recolocação dessas pessoas. atraso não seria motivo de uma avaliação
negativa. Distinguir o que é "atraso", por exem-
E. Balanced Scorecard: sistema desenvolvido por RO- plo, seria um processo essencial para tornar tal
bert S. Kaplan e David P. Norton na década de 90, avalia item bem definido para todos.
o desempenho sob quatro perspectivas: financeira, do
cliente, dos processos internos e do aprendizado e cres- Vivemos numa era em que o capital é abundante no
cimento. São definidos objetivos estratégicos para cada mundo, embora os investimentos sejam mais criteriosos.
uma das perspectivas e tarefas para o atendimento da Uma era em que a tecnologia está se tornando cada vez
meta em cada objetivo estratégico. mais comoditizada e acessível apesar de ainda
representar condição mínima para atuar no mercado. O
principal fator de competitividade é a capacidade de
Erros no processo de avaliação inovar, de pensar diferente, de agregar valor. E não é
capital, tecnologia nem mercado que vão gerar isso, mas
1. Efeito de Halo/Horn É a tendência em esten- as pessoas. Assim, o RH deve se preparar para ocupar
der uma avaliação positiva (efeito de Halo) ou uma posição estratégica ao lado da alta administração
negativa (efeito de Horn) de uma pessoa para que já foi ocupada por finanças, tecnologia e marketing.
todos os itens da avaliação, sem fazer uma aná- O RH deve se especializar cada vez mais em gestão de
lise adequada de cada um dos fatores separa- pessoas, se aprofundando mais nos seus fundamentos
damente. Se ele é bom em algo, automa- de aquisição, aplicação, desenvolvimento e manutenção
ticamente torna-se bom em tudo. Ou o contrário. do seu capital humano ou deve ampliar seu escopo de
atuação se preocupando em conhecer mais o negócio da
2. Tendência Central Por medo ou insegurança, empresa para adequar as competências humanas à
o avaliador deixa de atribuir notas muito baixas estratégia organizacional. Em seu novo papel, o RH deve
delegar o papel de cuidar das pessoas para os gestores sistemas de informações gerenciais podem, sob
de equipes. São eles que precisam aprender a cuidar de determinadas condições, trazer os SIGuintes benefícios
seu pessoal dentro de políticas institucionalmente para as empresas:
definidas, mas com a sensibilidade de flexibilidade que só
o líder pode aplicar. O RH então, neste contexto, deve - redução dos custos das operações;
desempenhar o papel de consultor interno destes líderes,
assessorando-os e desenvolvendo suas habilidades de - melhoria no acesso as informações,
comunicação, liderança e negociação. Não dá mais para propiciando relatórios mais precisos e rápidos,
tapar o sol com a peneira, a organização é feita de com menor esforço;
pessoas. São elas que promovem mudanças
necessárias. São elas que estabelecem os limites e - melhoria de produtividade, tanto setorial quanto
potencialidades das empresas. São elas que tomam as global;
decisões que conduzem a organização para o futuro. Por
outro lado, lidar com pessoas representa um dos maiores - melhoria nos serviços realizados e oferecidos;
desafios dos gestores. Conduzi-las nesta direção é um
trabalho complexo e incerto, que envolve mudanças - melhoria na tomada de decisões, por meio de
profundas em toda a organização que só se efetivam no fornecimento de informações mais rápidas e
longo prazo. Neste sentido, preparar a organização para precisas;
este futuro implica em indicar processos de mudanças já.
- melhoria na estrutura organizacional, por
facilitar o fluxo de informações;
Políticas e Sistemas de Informações Gerenciais
- melhoria na adaptação da empresa para
Todas as funções da administração - planejamento, emfrentar os acontecimentos não previstos, a
organização, liderança, e controle são necessárias para o partir das constantes mutações nos fatores
bom desempenho da organização. Para apoiar essas ambientais;
funções, especialmente o planejamento e o controle, são
de destacada importância os sistemas que fornecem - otimização na prestação dos seus serviços aos
informações aos administradores. Esses sistemas de clientes;
informações estão ligados ao sistema físico - operacional
e surgem da necessidade de desenvolver as operações - melhor interação com seus fornecedores;
fundamentais da firma. Podemos dizer até que esses
sistemas são criados automaticamente pelas - aumento do nível de motivação das pessoas
necessidades de administração operacional. Como envolvidas.
exemplo: podemos citar: Os sistemas de informações de
controle de estoque, de banco de dados de estrutura de Os sistemas de informações, como geradores de
produtos de processo de produção, de planejamento e informações de caráter decisório, devem ser
controle da produção. Existem muitas definições do SIG, estabelecidos como processos de comunicação mediante
para nossos propósitos definimos como um método os quais são fornecidos os elementos básicos para as
formal de tornar disponíveis para a administração, decisões nos vários pontos da empresa. O SIG auxilia os
oportunamente, as informações precisas necessárias executivos das empresas a consolidar o tripé básico de
para facilitar o processo de tomada de decisão e para dar sustentação da empresa: quantidade, produtividade e
condições para que as funções de planejamento, controle participação. A qualidade não deve estar associada
e operacionais da organização sejam executadas apenas ao produto ou serviço final. A qualidade deve
eficazmente. O sistema fornece informações sobre o envolver o nível de satisfação das pessoas no trabalho,
passado, o presente, e o futuro projetado sobre efeitos associado a uma quantidade de vida que se estenda à
relevantes dentro e fora da organização. O uso da sua estrutura pessoal, familiar e social. A produtividade
palavra "formal" em nossa definição não pretende negar a não deve ser abordada como um assunto de tempos e
importância da rede informal de comunicações no métodos, de ergonomia ou de linhas de produção. Ela
mecanismo de controle da organização. De fato, muitas deve ir até o nível de produtividade global e consolidar a
vezes os administradores detectam problemas antes que filosofia de comprometimento de todos para com os
apareçam nos relatórios formais de controle, porque resultados parciais e globais da empresa. Para que a
estão sintonizados nos boatos. A capacidade dos empresa possa usufruir as vantagens básicas do sistema
administradores de manter canais eficazes de de informações gerenciais, é necessário que alguns
comunicação informal, de perceber as implicações das aspectos sejam observados, entre os quais podem ser
informações que esses canais transmitem, e de avaliar, citados:
decidir e agir rapidamente sobre essas informações
amplia enormemente a utilidade da SIG. a) O envolvimento adequado da Alta e Média
administração com o SIG;
5. Um executivo não tem que saber como Browser: Software que permite e facilita a
funciona um sistema de informações. pesquisa e capacitação de informações dentro
de um sistema ou rede de computadores. É
utilizado para as redes de Internet e Intranet ou
Um Intuito de eliminar tais elementos, atualmente mesmo para sistemas ou subsistemas
trabalha-se com os.Sistemas em tempo real, de modo a empresariais.
proporcionar sistemas eficientes, devidamente integrados
às decisões empresariais, assegurando a validade das Cartão de Crédito: O acoplamento da rede
ações. mundial de cartões de crédito, junto com a
Internet, permite a empresa agilizar o processo
de pagamento e recebimento de contas à
Tecnologias de Apoio distância.
pelos quais uma pessoa gosta de seu emprego ou nele astronautas com segurança para consertar um satélite no
permanece. Muito mais importantes são a qualidade do espaço. Mas, como foi bem observado por um conhecido
trabalho exercido e o apoio recebido em seu ambiente de pesquisador do comportamento, “Deus deu todos os
trabalho. Ter executivos com boas habilidades problemas fáceis para os físicos”. Os seres humanos são
interpessoais é o mesmo que garantir um ambiente de complexos. Como eles são todos diferentes, a
trabalho mais agradável, que, por sua vez, facilita a possibilidade de fazer generalizações simples e precisas
contratação e a manutenção de pessoas qualificadas. De é limitada. Duas pessoas geralmente reagem de maneira
acordo com os dados do Center of Creative Leadership diferente a uma mesma situação, e uma mesma pessoa
de Greensboro, Carolina do Norte, cerca de 40% das muda seu comportamento em situações diferentes. Por
novas contratações de executivos fracassam no prazo de exemplo, nem todas as pessoas são motivadas pelo
18 meses. Quando se verificou a causa desse fracasso, dinheiro, e o seu comportamento na igreja aos domingos
constatou-se que, em 82% dos casos, o problema era “a é diferente daquele mostrado na festa da noite anterior.
falta de habilidade em manter um bom relacionamento Isto não significa,evidentemente, que não possamos dar
com os seus pares e seus subordinados”. Em explicações razoavelmente precisas sobre o
corroboração a essas descobertas, aparecem pesquisas comportamento humano, ou fazer previsões válidas.
realizadas para determinar quais habilidades os Significa, todavia, que os conceitos de comportamento
recrutadores das universidades consideram mais organizacional precisam refletir condições situacionais ou
importantes para a eficácia profissional dos graduados contingenciais. Podemos dizer que x leva a y, mas
em MBA. Essas pesquisas, coerentemente, apontam as apenas sob as condições z (as variáveis contingenciais).
habilidades interpessoais como as mais importantes. A ciência do comportamento organizacional se
Descobrimos, assim, que as habilidades técnicas são desenvolveu utilizando conceitos gerais e alterando sua
necessárias, mas insuficientes para o sucesso das aplicação para determinadas situações. Assim sendo, os
atividades de gestão. Hoje em dia, em um ambiente de estudiosos do comportamento organizacional evitam
trabalho cada vez mais competitivo e demandante, os afirmar que líderes eficazes devem sempre buscar as
executivos não podem depender apenas de suas idéias de seus seguidores antes de tomar uma decisão.
habilidades técnicas. Eles precisam também de Em vez disto, veremos que um estilo participativo de
habilidades interpessoais. Este livro foi escrito para ajudar liderança pode ser o melhor em algumas situações, mas,
os executivos, atuais e futuros, a desenvolver essas em outras, um estilo mais autocrático se mostrará mais
habilidades. O comportamento organizacional é um eficaz. Em outras palavras, a eficácia do estilo de
campo de estudos que investiga o impacto que liderança depende da situação na qual é empregado. À
indivíduos, grupos e a estrutura têm sobre o medida que você ler este livro, encontrará diversas
comportamento dentro das organizações, com o teorias baseadas em pesquisas sobre como as pessoas
propósito de utilizar esse conhecimento para promover a se comportam nas organizações. Mas não espere
melhoria da eficácia organizacional. É um bocado de encontrar relações do tipo causa e efeito diretas. Não há
palavras, por isso vamos examiná-las por partes. O muitas delas! As teorias do comportamento
comportamento organizacional é um campo de estudos. organizacional refletem a matéria com a qual lidam. As
Essa afirmação significa que se trata de uma área de pessoas são complexas e complicadas, e as teorias
especialidade, com um corpo co-mum de conhecimentos. desenvolvidas para explicar suas ações também o são. A
O que é que ele estuda? Ele estuda três determinantes compreensão do comportamento orga-nizacional nunca
do comportamento das organi-zações: indivíduos, grupos foi tão importante para os executivos. Um rápido exame
e estrutura. O comportamento organizacional aplica o das enormes mudanças que estão ocorrendo nas
conhecimento obtido sobre as pessoas, os grupos e o organizações confirma essa idéia. Por exemplo, o
efeito de estrutura sobre o com-portamento, para fazer funcionário tradicional está envelhecendo; cada vez mais
com que as organizações traba-lhem mais eficazmente. mulheres e membros de minorias estão entrando para o
Para resumir essa definição, podemos dizer que o mercado de trabalho; o downsizing e o amplo uso de
comportamento organizacional se preocupa com o estudo trabalhadores temporários estão minando os laços de
do que as pessoas fazem nas organizações e de como lealdade que historicamente prendiam os funcionários a
esse comportamento afeta o desempenho dessas seus empregadores; e a competição globalização está
empresas. Como esse estudo está voltado exigindo que os funcionários se tornem mais flexíveis
especificamente para situações relacionadas com o para adaptarem-se à rápida mudança. Em suma, existem
emprego, enfatiza-se o comportamento relativo a diversas oportunidades e desafios para que os executivos
funções, trabalho, absenteísmo, rotatividade, de hoje utilizem os conceitos do comportamento
produtividade, desempenho humano e administração. organizacional. Nesta seção, abordaremos alguns dos
Existe cada vez mais uma concordância de opiniões assuntos mais críticos enfrentados pelos executivos, para
sobre os componentes ou tópicos que constituem a área os quais o estudo do comportamento organizacional
de estudos do comportamento organizacional. Embora oferece soluções - pelo menos algumas idéias que
haja alguma controvérsia sobre a importância relativa de possam resultar em soluções. As organizações não se
cada um deles, é consenso que o comportamento limitam mais às fronteiras dos países. A rede Burger king
organizacional inclui tópicos básicos como motivação, pertence a uma empresa inglesa, e a rede McDonald’s
comportamento e poder de liderança, comunicação vende seus hambúrgueres em Moscou. A Exxon, tida
interpessoal, estrutura e processos de grupos, como uma empresa norte-americana, tem 75% de suas
aprendizado, desenvolvimento de atitudes e percepção, receitas provenientes de vendas fora dos Estados
processos de mudanças, conflitos, planejamento do Unidos. A Toyota fabrica carros em Kentucky; a General
trabalho e estresse no trabalho. Existem poucos (se é Motors, no Brasil. A Ford (dona de parte da Mazda) envia
que existem) princípios simples e universais que explicam executivos de Detroit para o Japão, para ajudar os
o comportamento organizacional. Nas ciências físicas - executivos da Mazda em suas operações. Esses
química, astronomia, física - existem leis que são exemplos ilustram a afirmação de que o mundo virou uma
consistentes e se aplicam a uma grande variedade de aldeia global. De sua parte, os executivos precisam
situações. Isto permite que os cientistas possam aprender a lidar com pessoas de diferentes culturas. A
generalizar os efeitos da lei da gravidade ou enviar globalização afeta as habilidades humanas dos
executivos em, pelo menos, duas maneiras. Em primeiro do mais, sempre se acreditou que essas minorias
lugar, como executivo, crescem cada vez mais as procurariam assimilar-se. Por exemplo, a maioria da mão-
chances de você ser enviado em missões internacionais. de-obra norte-americana antes de 1980 era formada por
Você pode ser transferido para uma unidade operacional homens brancos, que trabalhavam em período integral
ou subsidiária de sua organização em outro país. Quando para sustentar uma mulher que não trabalhava e filhos
estiver lá, terá de administrar uma mão-de-obra que em idade escolar. Agora, esse perfil é minoria!
provavelmente será bastante diferente daquela com a Atualmente, 46% da força de trabalho empregada nos
qual você estava acostumado a lidar, seja quanto a Estados Unidos é de mulheres. As minorias e os
necessidades, aspirações ou atitudes. Em segundo lugar, imigrantes respondem por 23%. Como um exemplo, a
mesmo ficando em sua terra natal, você poderá ter de Hewlett-Packard tem em seus quadros 19% de minorias e
trabalhar com chefes, colegas e outros funcionários que 40% de mulheres.Uma unidade da Digital Equipment
nasceram e foram criados em culturas diferentes. O que é Corporation, em Boston, fornece uma previsão parcial do
motivador para você pode não o ser para eles. Se seu futuro. Entre os 350 funcionários da fábrica, existem
estilo de comunicação é franco e direto, para eles pode homens e mulheres provenientes de 44 países, que falam
parecer desconfortável e ameaçador. Para trabalhar 19 idiomas diferentes. Quando uma mensagem precisa
eficazmente com essas pessoas, você precisa ser publicada para esse pessoal, ela precisa ser feita nas
compreender sua cultura, como elas foram formadas e seguintes versões: inglês, chinês, francês, espanhol,
como adaptar seu estilo de gerenciamento a essas português, vietnamita e dialeto haitiano. A diversidade da
diferenças. À medida que formos discutindo os conceitos força de trabalho traz implicações importantes para as
de comportamento organizacional neste livro, práticas administrativas. Os executivos precisam
freqüentemente mencionaremos como as diferenças modificar sua filosofia de tratar todo o mundo do mesmo
culturais podem exigir que os executivos modifiquem modo, reconhecendo as diferenças e respondendo a elas
suas práticas. Um dos desafios mais importantes e de maneira que assegure a retenção de funcionários e
abrangentes enfrentados pelas organizações hoje em dia maior produtividade, sem que se cometa qualquer
é a adaptação às diferenças entre as pessoas. O tempo discriminação. Essa mudança inclui, por exemplo, a
utilizado para descrever esse desafio é diversidade da oferta de treinamento diferenciado e a revisão de
força de trabalho. Enquanto a globalização enfoca as programas de benefícios para torná-los mais “amigáveis
diferenças entre pessoas de diferentes países, a às famílias”. A diversidade, quando bem administrada,
diversidade da força de trabalho enfoca as diferenças pode aumentar a criatividade e a inovação dentro das
entre as pessoas em um determinado país. A diversidade organizações, bem como melhorar as decisões tomadas,
da força de trabalho significa que as organizações estão por trazer novas perspectivas em relação aos problemas.
se tornando mais heterogêneas em termos de raça, etnia Quando não é administrada adequadamente, há aumento
e sexo de seus participantes. Mas o termo também se potencial da rotatividade, maior dificuldade de
aplica a qualquer pessoa que fuja da norma comunicação e mais conflitos interpessoais. William
convencional. Além dos grupos mais óbvios mulheres, French é executivo em uma área difícil. Ele é diretor de
negros, latinos, asiáticos -, também se incluem na produção da fábrica da Alcatel Network Systems em
diversidade os deficientes físicos, os representantes da Raleigh, Carolina do Norte. Essa indústria fabrica
terceira idade e os homossexuais. Essa situação é produtos para rede de telecomunicação de dados, setor
comum praticamente em todo o mundo, especialmente no que enfrenta uma competitividade acirrada. Para
Canadá, na Austrália, na África do Sul e no Japão, além sobreviver, French precisa cortar supérfluos, aumentar a
dos países europeus e dos Estados Unidos. Os produtividade e melhorar a qualidade. E ele tem se dado
executivos no Canadá e na Austrália, por exemplo, têm bem. Entre 1993 e 1997, reduziu o ciclo de tempo de
sido obrigados a se adaptar aos grandes fluxos de produção em 75%, diminuiu os defeitos de produção em
trabalhadores asiáticos. A “nova” África do Sul está se 40% e aumentou enormemente a produtividade dos
caracterizando pelo número cada vez maior de negros funcionários. Por meio da utilização de equipes de
em posições-chave, técnica e administrativamente. As trabalho autogerenciadas, processos mais eficientes e
mulheres, tradicionalmente relegadas a trabalhos implementação constante de programas de melhorias,
temporários mal-remunerados no Japão, agora estão sua unidade da Alcatel é hoje um modelo de eficiência.
galgando posições de chefia. Os acordos com os Mais e mais executivos estão enfrentando os desafios
sindicatos dentro da criação da União Européia, que abriu encarados por William French. Eles têm de aumentar a
as fronteiras em grande parte da Europa Ocidental, produtividade de sua empresas e a qualidade dos
aumentaram a diversidade de mão-de-obra nas empresas produtos e serviços que oferecem. Em busca dessa meta
que operam em países como Alemanha, Portugal, Itália e de melhoria de qualidade e de produtividade, estão
França. Costumávamos adotar a abordagem da fusão implementando programas como o Qualidade Total
quanto às diferenças nas organizações, assumindo que (TQM) e o de reengenharia - programas que exigem o
as pessoas que eram diferentes automaticamente envolvimento extensivo dos funcionários. Em tempos de
gostariam de ser assimiladas com rapidez. Hoje em dia, rápidas e dramáticas mudanças, pode ser necessário
contudo, reconhecemos que os trabalhadores não deixam pensar a melhoria da qualidade e da produtividade de
de lado seus valores culturais e suas preferências de uma perspectiva do tipo: “Como faríamos as coisas se
estilo de vida quando chegam no emprego. O desafio estivéssemos começando do zero?”. Essa é,
para as organizações, portanto, é conseguir acomodar os essencialmente, a abordagem da reengenharia. Ela pede
diferentes grupos de pessoas, atendendo a seus aos executivos que reconsiderem como o trabalho seria
diferentes estilos de vida, necessidades familiares e jeitos feito e como a organização seria estruturada, caso eles
de trabalhar. A premissa da fusão está sendo substituída estivessem começando tudo de novo. Para ilustrar o
por uma abordagem que reconheça e valorize tais conceito de reengenharia, imaginemos um fabricante de
diferenças. Não é verdade que as organizações sempre patins na década de 60. Seu produto era,
abrigaram membros de diferentes grupos? Sim, é essencialmente, um sapato com rodas na sola. O modelo
verdade, mas eles representavam apenas uma típico era uma botina de couro amarrada na frente,
porcentagem muito pequena e chegavam a ser apoiada em uma plataforma de aço, à qual eram fixadas
totalmente ignorados pelas grandes organizações. Além quatro rodas de madeira. Se nosso fabricante usasse
uma abordagem de melhoria contínua, poderia introduzir predominante é o sistema - a organização toda.
pequenos incrementos em seu produto. Por exemplo, Trabalham-se as motivações e objetivos individuais,
poderia colocar ganchinhos na frente, para facilitar a grupais e organizacionais, e problemática de
amarração dos patins; usar um couro mais macio, para diferenciação e integração de subsistemas. Procura-se
torná-los mais confortáveis; ou utilizar outro tipo de ampliar e aperfeiçoar a capacidade de trabalho em
ferragens nas rodinhas, para que o deslizamento ficasse equipe, de diagnóstico e administração de conflitos
mais suave. Agora, quase todos nós conhecemos os intergrupais, a competência interpessoal de comunicação
patins in-line. Eles representam a reengenharia dos interdependência e integração. Nesse nível, o DI é
patins. O objetivo era encontrar um equipamento para orientado para interdependência de subsistemas e
patinação que aumentasse a velocidade, a mobilidade e o trabalho em equipe e para o desempenho organizacional
controle do movimento. Os patins de lâmina para gelo como um todo. A competência interpessoal é um
conseguiam esse desempenho, em um tipo totalmente processo de qualificação profissional primordial para
diferente de calçado. A parte superior era de plástico funções de liderança e outras funções de predominância
injetado, comum na prática de esqui. Os cadarços foram de intercâmbio social.
substituídos por fechos mais práticos. E as quatro rodas
de madeira, colocadas em dois pares, foram substituídas
por quatro ou seis rodinhas de plástico, colocadas em A Comunicação Interpessoal - Dar e Receber Feed-
linha. O resultado dessa reengenharia, que não se back
parecia muito com os patins tradicionais, mostrou-se
universalmente superior. O resto, é claro, é história. Os Um bom exemplo é a Janela de Johari - idealizada por
patins in-line revolucionaram o negócio. Os executivos Joseph Luft e Harry Ingham em 1961 que representa as
contemporâneos sabem que qualquer esforço para a áreas da personalidade, percepção de um indivíduo em
melhoria da qualidade e da produtividade deve incluir os relação a si mesmo e aos outros. Ilustra as relações
funcionários. Estes não apenas serão a principal força na interpessoais e os processos de aprendizagem em grupo.
execução das mudanças como também participarão cada
vez mais do planejamento delas. O estudo do Não conhecido pelo
comportamento organizacional oferece idéias importantes Conhecido pelo EU
EU
para ajudar os executivos a realizar essas mudanças.
Conhecido pelos Eu
Eu cego
outros aberto
Competência Interpessoal
Não conhecido pelos Eu
Eu desconhecido
Nos grupos de treinamento, o coordenador é um outros secreto
educador que orienta o grupo para a aprendizagem de
um material de estudo muito especial: o próprio grupo, "Eu Aberto" - nosso comportamento mais comum, é
suas características de constituição e funcionamento. conhecido por nós e por qualquer um que nos observe.
Através desse estudo, o indivíduo, como membro desse Ex, nossas características, maneira de falar, atitude geral,
grupo, é levado a estudar também seu próprio papel, sua habilidades, etc.
personalidade e atuação, e seu significado ou
conseqüências para os demais membros e o grupo como "Eu Cego" - são características que geralmente não
um todo. O desenvolvimento interpessoal passa a ser estamos cientes e que são percebidas facilmente pelas
uma necessidade de desenvolvimento organizacional e outras pessoas.
social. Sendo a pessoa o subsistema principal da
organização, este sistema e o macrossistema social "Eu Secreto" - são as coisas referente a nós mesmos que
dependerão do funcionamento efetivo do primeiro, em conhecemos mas que escondemos dos outros - podem
seu contexto habitual - o grupo humano. O ser de grande importância ou mesmo assuntos
desenvolvimento interpessoal pode ser orientado para irrelevantes.
três níveis de conseqüências: o individual, o grupal e o
organizacional. No nível individual, o foco predominante é "Eu desconhecido" - são coisas que não temos
intrapessoal e interpessoal, na forma de díade (par ou consciência e nem os outros tem conhecimento.
grupo de 2). Trabalham-se as motivações, os objetivos
pessoais, a problemática de inter-relação, de afetividade No "Eu secreto" e no "Eu cego" que podem haver
e intimidade. Procura-se obter autoconhecimento e modificações quando de indivíduos trabalhando juntos,
conscientização, habilidades de percepção, diagnose e experimentalmente , com espírito de cooperação e
comunicação para expressão verbal e emocional, para compreensão.
dar e receber feedback. O indivíduo que se conhece e
aceita pode fazer opções mais realísticas de mudanças Obs: Qualquer modificação em um dos quadrantes
pessoais e preservar sua autenticidade. No nível grupal, o provoca mudanças em todos os demais. A insegurança
foco é interpessoal, intragrupal e grupal, examinado-se os diminui a lucidez e a confiança recíproca faz aumentá-la.
eventos de díade (par ou grupo de 2), subgrupos e grupo
total. Trabalham-se as motivações e objetivos comuns ao Há dois fatores que regulam o fluxo interpessoal que
conjunto e a vários subconjuntos, bem como a determinam o tamanho de cada quadrante na Janela de
problemática do poder, da autoridade controle e influência Johari: - Busca de feedback e auto exposição - são eles
social. Procura-se aperfeiçoar habilidades de que propiciam um desenvolvimento individual e de
comunicação efetiva, de dar e receber feedback, e competência interpessoal.
diagnosticar e administrar conflitos, de liderança e
participação em grupo. Se a competência interpessoal é a) Busca de feedback: ver-se com os olhos dos
alcançada nesse nível, os membros do grupo podem outros, isto é, solicitar e receber respostas/
dispor-se a trabalhar em equipe de forma real e não reações dos outros, em termos verbais e não
apenas no rótulo. No nível organizacional o foco
verbais para conhecer como o seu para o grupo, provocando assim menos erros de
comportamento está afetando os outros. interpretação por parte dos outros. O objetivo principal
dos processos de busca de feedback e auto-exposição
b) Auto-exposição: significa dar feedback aos consiste em movimentar informações das áreas cega e
outros, revelando seus próprios pensamentos, secreta para a área livre, onde serão úteis a todos.
percepções e sentimentos de como o
comportamento dos outros o está afetando.
Importância do Feedback nas Relações Interpessoais
O desequilíbrio da Janela de Johari pode apresentar-se
no sentido vertical ou no sentido horizontal, quando um Feedback é um termo da eletrônica significando
deles é preferido em detrimento do outro haverá retroa-limentação, pode ainda significar o comportamento
conseqüências prováveis em termos de reações de um objeto que é controlado pela margem de erro à
emocionais negativas e disfuncionalidade da dinâmica qual o objetivo está sujeito, ou no comportamento
interpessoal. humano e nas relações interpessoais - pode-se
considerar que todo o comportamento dirigido para um
fim requer feedback. Para alcançar um objetivo, alguns
Estilo Interpessoal sinais do objetivo são absolutamente necessários, em
algum momento, para orientar o comportamento. No
a) Estilo Interpessoal I - "Eu desconhecido" - predomínio processo de desenvolvimento da competência
da área desconhecida, criatividade reprimida - interpessoal, feedback é um processo de ajuda para
relacionamento praticamente impessoal. A pessoa parece mudança de comportamento, é comunicação a uma
ter uma carapaça exibindo comportamentos rígidos, pessoa ou grupo, no sentido de fornecer-lhe informações
ficando retraída e observando mais do que participando. sobre com sua atuação está afetando outras pessoas.
Este estilo parece estar relacionado a sentimentos de Feedback eficaz ajuda o indivíduo (ou grupo) a melhorar
ansiedade interpessoal e busca de segurança. Este estilo seu desempenho e assim alcançar seus objetivos.
tende a gerar hostilidade nos outros, pois a falta de
relacionamento é, geralmente interpretada em função das
necessidades das outras pessoas. Normalmente este O Feedback precisa ser:
estilo é encontrado nas organizações burocráticas, onde
é até conveniente evitar abertura e envolvimento. - Descritivo ao invés de avaliativo - sem
julgamento, apenas o relato de um evento.
b) Estilo Interpessoal II - "Eu secreto" - Sua característica
principal é perguntar muito sobre si mesmo, como as - Específico ao invés de geral - quando se diz a
outras pessoas o percebem, o que acham de suas idéias alguém que ele é "dominador" isto tem menos
e atos, tem muita necessidade de receber feedback. significado do que indicar seu comportamento
Porém ao mesmo tempo indica pouco desejo de exporse. numa determinada ocasião. "nesta reunião você
Sua diferença principal em relação ao estilo I é a vontade não ouviu a opinião dos demais e fomos
expressa de manter relações com nível razoável de forçados a aceitar sua decisão para não receber
participação no grupo, através de pedidos freqüentes de suas críticas exaltadas..."
feedback. Quanto mais utilizado o processo de solicitar
feedback e menos o de auto-exposição, mais aumenta e - Compatível com as necessidades - de ambos,
se consolida o eu secreto - neste estilo a pessoa pode ser comunicador e receptor, pode ser altamente
vista como superficial e distante. Entre as inúmeras destrutivo quando satisfaz somente às
razões para isto, está a concepção de julgamento necessidades do comunicador sem levar em
negativo de sua pessoa. No trabalho pode ocorrer um conta as necessidades do receptor.
clima de permissividade indevida ou excessiva, em que
todos opinam e dão feedback ao superior, sem que este - Dirigido - para comportamentos que o receptor
complemente o processo com auto-exposição, o que possa modificar, pois em caso contrário a
tende a ser disfuncional da comunicação, gerando frustração será apenas incrementada se o
tensões e sentimentos negativos. receptor reconhecer falhas naquilo que não está
sob seu controle mudar.
c) Estilo Interpessoal III - "Eu cego" - O indivíduo utiliza
intensamente o processo de auto-exposição e muito - Solicitado ao invés de imposto - será mais útil
pouco o de solicitar feedback. Sua participação no grupo quando o receptor tiver formulado perguntas que
é atuante, dando informações mas solicitando pouco. os que o observam possam responder.
Pode ser percebido como egocêntrico, com exagerada
confiança nas próprias opiniões e valorizando sua - Oportuno - em geral o feedback é mais útil o
autoridade. Este estilo acaba por ampliar o "eu cego", mais próximo possível após o comportamento
pois os outros passam a sonegar informações em questão, dependendo naturalmente do clima
importantes. As razões para a não solicitação de emocional, etc.
feedback está no receio de conhecer sua imagem pelos
outros, necessidade de não perder poder, autoritarismo, - Esclarecido para assegurar comunicação
etc. No trabalho este estilo prejudica a produtividade precisa - um modo de proceder é fazer com que
pelos ressentimentos, hostilidades, e finalmente apatia o receptor repita o feedback recebido pra ver se
decorrentes do processo, afastando a confiança mútua e corresponde ao que o comunicador quis dizer.
a criatividade.
Os insucessos freqüentes na comunicação interpessoal
d) Estilos Interpessoal IV - "Eu aberto" - Caracteriza-se tem indicado, entretanto, que estes requisitos, embora
pelo equilíbrio de busca de feedback e de auto- compreendidos e aceitos intelectualmente, não são fáceis
exposição, O comportamento da pessoa é claro e aberto
de serem seguidos, tanto no processo de dar feedback b) membros selecionados para desempenhar
quanto no de receber feedback. uma função específica de observador para o
grupo.
2. Reconhecendo que feedback é um processo Antes de concordar ou discordar com uma afirmação,
de exame contínuo. você deve assegurar-se de que está respondendo à
mensagem que o outro enviou. A paráfrase é uma das
3. Aprendendo a ouvir, a receber feedback sem maneiras de testar a compreensão da mensagem antes
reações emocionais (defensivas) de reagir a ela.
Verificação de percepção
Quando aplicar A Retirada (evitar): - Quando as duas partes ganham menos o que
queriam e talvez mais.
- Quando você não pode vencer.
- Para reduzir os custos.
- Quando os riscos são baixos, e o assunto não
é importante. - Para criar uma base comum de poder.
- Quando os riscos são altos, mas você não está - Para atacar um inimigo comum.
pronto.
- Quando as habilidades se complementam.
- Para ganhar tempo.
- Quando há tempo.
- Para deixar o outro nervoso.
- Quando você quer evitar o uso posterior de
- Para preservar a neutralidade ou reputação. outros métodos.
- Quando você acha que o problema vai sumir - Quando há ambiente de confiança.
sozinho.
- Quando há confiança na capacidade técnica do
- Quando você ganha com o atraso. outro.
- Para criar uma obrigação do outro mais tarde. - Quando você tem razão.
- Quando o assunto não é importante para você - Numa situação de “ele ou eu”.
(riscos baixos).
- Diante de altos riscos.
- Quando a responsabilidade é limitada.
- Quando estão em jogo princípios importantes.
- Para manter a harmonia.
- Quando você é mais forte (nunca comece uma
- Quando qualquer solução serve. luta que não vai vencer).
- Para criar boa vontade (ser magnânimo). - Para ganhar status, demonstrar poder.
- Quando você vai perder de qualquer jeito. - Nos negócios de curto prazo que não se
repetirão.
- Para ganhar tempo.
- Quando o relacionamento não é importante.
- Quando os outros tem a mesma força que Um método eficaz para gerenciar conflito é o de
você. Planejamento Preventivo. Aqui a idéia é de provocar
comflitos “benéficos” na ocasião oportuna. O
- Quando você não tem tempo para vencer. planejamento leva a um programa de “manutenção
preventiva”. É a chave para manter o conflito em níveis bem-estar dos colaboradores Para Bennis (1996, p.6),
administráveis. A seguir, apresentamos algumas “clima significa um conjunto de valores ou atitudes que
maneiras pelas quais o planejamento facilita a afetam a maneira pela qual as pessoas se relacionam
administração de conflitos: umas com as outras, tais como sinceridade, padrões de
autoridade, relações sociais, etc." Clima organizacional é
- Planejamento Técnico: Programações, um conjunto de causas que interferem no ambiente de
prioridades e recursos de mão-de-obra são trabalho. As causas podem variar de acordo com os
fontes comuns de conflito nas empresas. níveis culturais, de comunicação, econômicos e
Portanto, se as funções de planejamento e psicológicos dos indivíduos. Pode-se, ainda, definir clima
programação forem executados de forma organizacional como sendo uma visão fotográfica que
correta, aumentará a probabilidade de cumprir retrata as percepções mais negativas ou positivas dos
metas e conse-quentemente haverá diminuição indivíduos, que pode ser afetada por fatores internos ou
dos níveis de conflito. externos. O clima é em geral influenciado pela cultura da
organização, embora alguns fatores como políticas
- Planejamento de Integração: O organizacionais, formas de gerenciamento, lideranças
comportamento humano é grande fonte de formais e informais, atuação da concorrência e influências
conflito; estes conflitos também podem ser governamentais também possam alterá-lo. Pode-se
administrados por meio de planejamento. Um também definir clima organizacional como um conjunto de
“plano de integração” bem implantado aumenta valores, ou seja, aquilo que identifica os colaboradores
substancialmente a capacidade das equipes de como seres humanos, suas raças, culturas, crenças.
trabalho lidar com o conflito. Essas diferenças culturais devem ser reconhecidas como
importante nas organizações, pois mostra a visão de
- Processo do Planejamento: Ao administrar cada um em relação ao ambiente de trabalho. O conceito
conflito, o “processo” de planejamento é tão de clima organizacional é muito abrangente e complexo,
importante quanto o próprio plano, pois obtém-se pois busca sintetizar numerosas percepções, atitudes e
assim o comprometimento pessoal através do sentimentos em um número limitado de dimensões, numa
envolvimento dos participantes no plano. Esta tentativa de mensuração.
abordagem de consenso resulta num plano
unificado que resulta em implementação com
menos conflito. O nível mais baixo de conflito Avaliação do Clima Organizacional
existe porque prováveis diferenças são
eliminadas durante o planejamento, quando os A avaliação do clima organizacional é necessária a fim
recursos ainda não estão totalmente de que a organização tenha parâmetros para buscar
comprometidos. melhorias no ambiente interno corrigindo problemas que
possam estar causando insatisfação dos colaboradores
prejudicando a produtividade dos mesmos e os
Clima Organizacional resultados da organização. O clima organizacional reflete,
também, a capacidade da empresa para atrair e reter
Segundo Chiavenato (1994), o clima organizacional colaboradores competentes que contribuam com os
influencia a motivação, o desempenho humano e a resultados desejados (Campello & Oliveira, 2004). Daí a
satisfação no trabalho. Ele cria certos tipos de preocupação das empresas em avaliar o clima
expectativas cujas conseqüências se seguem em organizacional. Os profissionais de recursos humanos
decorrência de diferentes ações. As pessoas esperam juntamente com os líderes da organização devem sempre
certas recompensas, satisfações e frustrações na base analisar o clima organizacional buscando todas as
de suas percepções do clima organizacional. Essas informações possíveis que possam influenciar no
expectativas tendem a conduzir à motivação. O clima resultado dos colaboradores, tais como preocupações,
organizacional pode ser visto, também, como um insatisfações, sugestões, dúvidas e inseguranças.
conjunto de fatores que interferem na satisfação ou Baseado nessas informações pode-se fazer um
descontentamento no trabalho. Entende-se por fatores de planejamento voltado para a melhoria das condições de
satisfação aqueles que demonstram os sentimentos mais trabalho tendo em vista, além da satisfação do
positivos do colaborador em relação ao trabalho, tais colaborador, o aumento da produtividade do mesmo.
como: a realização, o reconhecimento, o trabalho em si, a Avaliar o clima organizacional não compete apenas aos
responsabilidade e o progresso. Por fatores de profissionais de recursos humanos, mas sim a todas as
descontentamento, temos aqueles que contribuem com pessoas engajadas no processo. Pode-se fazer essa
uma conotação negativa, do ponto de vista do constatação, pois pessoas que estão diretamente ligadas
colaborador, tais como: as políticas e administração, a às áreas ou setores a serem avaliados podem analisar
supervisão, o salário e as condições de trabalho. Quando com uma margem mais segura como é e como pode ser
existe um bom clima organizacional, a tendência é que a melhorado o desempenho dos colaboradores para o
satisfação das necessidades pessoais e profissionais cumprimento dos objetivos da organização. Muitas
sejam realizadas, no entanto, quando o clima é tenso, empresas fazem pesquisa de clima interno com o objetivo
ocorre frustração destas necessidades, provocando de levantar e atuar nos aspectos mais significativos
insegurança, desconfiança e descontentamento entre os identificados na pesquisa, como, por exemplo, o Banco
colaboradores. Na opinião de Chiavenato (1994, p.53), “o Real (2003), onde são definidas quatro frentes de ação
clima organizacional é favorável quando proporciona para análise, a seguir descritas:
satisfação das necessidades pessoais dos participantes,
produzindo elevação do moral interno. É desfavorável Desempenho e Avaliação: critérios claros de
quando proporciona frustração daquelas necessidades." avaliação dos funcionários;
Clima organizacional pode ser definido também como um
conjunto de variáveis que busca identificar os aspectos Desenvolvimento de Pessoas: recrutamento
que precisam ser melhorados, em busca da satisfação e interno, treinamento mais alinhado às metas;
envolvimento e a participação de todos. A gestão de processo de moldar seus padrões culturais: os primeiros
clima, em síntese, é uma gerência dos fatores líderes, ao desenvolverem formas próprias de equacionar
ambientais, de relacionamento e resultados, em que os problemas da organização, acabam por imprimir a sua
devem ser cuidados os aspectos de comunicação e visão de mundo aos demais e também a sua visão do
valores para que a área e a empresa tenham visibilidade, papel que a organização deve desempenhar no mundo.
atratividade e um grande poder de retenção. A Ao discutir técnicas possíveis de investigação dos
manutenção e a atração de bons profissionais e de fenômenos culturais de uma organização, Schein confere
talentos potenciais é um dos grandes prêmios das grande relevância às entrevistas com estes membros
empresas que cuidam e se atêm às questões ambientais fundadores, elementos-chave da organização.
do trabalho.
c) Analisar as crenças, valores e convicções dos c) atentar para o conteúdo dos discursos e
criadores ou portadores da cultura. Ao desenhar memorandos;
a biografia dessas pessoas na organização, é
preciso recuperar suas propostas, metas, sua d) particular atenção deve ser dada às anedotas
visão do mundo e da organização, seu modo de e estórias que circulam através da rede cultural.
agir e de avaliar os resultados;
Alguns sintomas de males culturais podem estar
d) Explorar e analisar junto a pessoas de dentro presentes em: foco em questões internas, foco no curto
da organização as observações surpreendentes prazo, baixo moral do grupo, explosões emocionais,
descobertas durante as entrevistas. Essa fragmentação e inconsistência (diferentes padrões de
investigação conjunta poderá auxiliar no vestimenta, discursos, diferentes ambientes físicos,
processo de desvendar as premissas básicas e diferentes hábitos de trabalho e rituais). Ainda,
seu padrão de interação para formar o Shrivastava apud Freitas (1991), descreve a cultura
paradigma cultural; através de seus produtos, sugerindo a análise de quatro
categorias como um bom indicador de uma cultura. São
elas:
O trabalho de Deal & Kennedy apud Freitas (1991)
sugere dois tipos de análise. A primeira envolve aspectos 1. mitos e sagas;
que podem ser vistos de fora que consistem em:
A Avaliação de Desempenho é uma importante realizado quanto maior for o número de pessoas
ferramenta de Gestão de Pessoas que corresponde a avaliadas.
uma análise sistemática do desempenho do profissional
em função das atividades que realiza, das metas F. Auto-avaliação: é a avaliação feita pelo
estabelecidas, dos resultados alcança-dos e do seu próprio avaliado com relação a sua performance.
potencial de desenvolvimento. O objetivo final da O ideal é que esse sistema seja utilizado
Avaliação de Desempenho é contribuir para o conjuntamente a outros sistemas para minimizar
desenvolvimento das pessoas na organização. O o forte viés e falta de sinceridade que podem
resultado final da Avaliação de Desempenho deve ocorrer.
apresentar as informações necessárias para a
identificação de oportunidades de melhoria e a G. Relatório de performance: também
elaboração de um plano de ações em relação a vários chamada de avaliação por escrito ou avaliação
níveis – geral da organização, por área e individual. da experiência, trata-se de uma descrição mais
Existem vários sistemas, ou métodos, de avaliação de livre acerca das características do avaliado, seus
desempenho. Os métodos mais tradicionais de avaliação pontos fortes, fracos, potencialidades e
de desem-penho são: dimensões de comportamento, entre outros
aspectos. Sua desvantagem está na dificuldade
A. Escalas gráficas de classificação: é o de se combinar ou comparar as classificações
método mais utilizado nas empresas. Avalia o atribuídas e por isso exige a suplementação de
desempenho por meio de indicadores definidos, um outro método, mais formal.
graduados através da descrição de desempenho
numa variação de ruim a excepcional. Para cada H. Avaliação por resultados: é um método de
graduação pode haver exemplos de avaliação baseado na comparação entre os
comportamentos esperados para facilitar a resultados previstos e realizados. É um método
observação da existência ou não do indicador. prático, mas que depende somente do ponto de
Permite a elaboração de gráficos que facilitarão vista do supervisor a respeito do desempenho
a avaliação e acompanhamento do desempenho avaliado.
histórico do avaliado.
I. Avaliação por objetivos: baseia-se numa
B. Escolha e distribuição forçada: consiste na avaliação do alcance de objetivos específicos,
avaliação dos indivíduos através de frases mensuráveis, alinhados aos objetivos
descritivas de determinado tipo de desempenho organizacionais e negociados previamente entre
em relação às tarefas que lhe foram atribuídas, cada colaborador e seu superior. É importante
entre as quais o avaliador é forçado a escolher a ressaltar que durante a avaliação não devem ser
mais adequada para descrever os levados em consideração aspectos que não
comportamentos do avaliado. Este método estavam previstos nos objetivos, ou não
busca minimizar a subjetividade do processo de tivessem sido comunicados ao colaborador. E
avaliação de desempenho. ainda, deve-se permitir ao colaborador sua auto-
avaliação para discussão com seu gestor.
C. Pesquisa de campo: baseado na realização
de reuniões entre um especialista em avaliação J. Padrões de desempenho: também chamada
de desempenho da área de Recursos Humanos de padrões de trabalho é quando há
com cada líder, para avaliação do desempenho estabelecimento de metas somente por parte da
de cada um dos subordinados, levantando-se os organização, mas que devem ser comunicadas
motivos de tal desempenho por meio de análise às pessoas que serão avaliadas.
de fatos e situações. Este método permite um
diagnóstico padronizado do desempenho, K. Frases descritivas: trata-se de uma
minimizando a subjetividade da avaliação. Ainda avaliação através de comportamentos descritos
possibilita o planejamento, conjuntamente com o como ideais ou negativos. Assim, assinala-se
líder, do desenvolvimento profissional de cada “sim” quando o comportamento do colaborador
um. corresponde ao comportamento descrito, e “não”
quando não corresponde.
D. Incidentes críticos: enfoca as atitudes que
representam desempenhos altamente positivos Uma mudança marcante nos métodos de avaliação é a
(sucesso), que devem ser realçados e passagem do avaliado como ser passivo para ser agente.
estimulados, ou altamente negativos (fracasso), Além disso, a introdução do conceito de competência,
que devem ser corrigidos através de orientação compreendido como “o conjunto de conhecimentos,
constante. O método não se preocupa em habilidades e atitudes do indivíduo” (ZARIFIAN, apud
avaliar as situações normais. No entanto, para SOUZA, 2005, p.96) levou à criação de novas formas de
haver sucesso na utilização desse método, é avaliar as pessoas em uma organização:
necessário o registro constante dos fatos para
que estes não passem despercebidos. A. Avaliação 360 graus: neste método o
avaliado recebe feedbacks (retornos) de todas
E. Comparação de pares: também conhecida as pessoas com quem ele tem relação, também
como comparação binária, faz uma comparação chamados de stakehol-ders, como pares,
entre o desempenho de dois colaboradores ou superior imediato, subor-dinados, clientes, entre
entre o desempenho de um colaborador e sua outros.
equipe, podendo fazer o uso de fatores para
isso. É um processo muito simples e pouco B. Avaliação de competências: trata-se da
eficiente, mas que se torna muito difícil de ser identificação de competências conceituais
(conhecimento teórico), técnicas (habilida-des) e perícia no que tange a função a um determinado cargo
interpessoais (atitudes) necessárias para que seja ele qual for, desde o mais simples, até a funçaõ mais
determinado desempenho seja obtido. complexa dentro das organizações. Para que uma
empresa sirva de modo eficiente os serviços que presta,
C. Avaliação de competências e resul-tados: investir no desenvolvimento de pessoas é investir, deste
é a conjugação das avaliações de competências modo na própria qualidade. Mas, o invéstimento deve
e resultados, ou seja, é a ve-rificação da alcançar todos os colaboradores que participam da
existência ou não das com-petências organização, visando os resultados, já que decorrem das
necessárias de acordo com o desempenho atividades coletivas, do todo organizacional. O
apresentado. treinamento deve ser priorizado quando uma nova
realidade se apresentar a organização e deve preparar as
D. Avaliação de potencial: com ênfase no pessoas para o enfrentamento e execução imediata das
desempenho futuro, identifica as potencia- diversas tarefas peculiares, dando oportunidades para o
lidades do avaliado que facilitarão o de- contínuo desenvolvimento pessoal, não apenas no cargo
senvolvimento de tarefas e atividades que lhe que ocupam naquele momento, mas também em outros
serão atribuídas. Possibilita a identi-ficação de que o colaborador possa vir a exercer. A mudança nas
talentos que estejam trabalhando aquém de atitudes das pessoas cria entre elas clima satisfatório,
suas capacidades, fornecendo base para a dando-lhes satisfação e motivação, além de torná-las
recolocação dessas pessoas. mais receptivas as tecnicas de supervisão e gestão. A
avaliação de treinamento propicia o feedback necessário
E. Balanced Scorecard: sistema desenvol-vido ao profissional de RH, para se concluir até que ponto o
por Robert S. Kaplan e David P. Norton na treinamento executado produziu modificações de
década de 90, avalia o desempenho sob quatro comportamentos pretendidos como também, se o
perspectivas: financeira, do cliente, dos treinamento alcançou as metas já estabelecidas
processos internos e do aprendizado e anteriormente. Cabe, ainda, fazer referência as
crescimento. São definidos objetivos estra- avaliações do aprendizado, de reação e dos resultados
tégicos para cada uma das perspectivas e do treinamento, que seriam outras possibilidades de
tarefas para o atendimento da meta em cada intervenção.
objetivo estratégico.
Obrigatoriedade de Gestão de Qualidade e da do Ciclo PDCA de Controle de Shewhart são a base das
Produtividade modernas técnicas de gestão da qualidade. Entre os
muitos que trabalharam com Shewhart, dois discípulos
Dentro das condições económicas vigentes no país e, destacaram-se significativamente nos anos seguintes:
principalmente, dentro dos preceitos da nova política Juran e Deming. A abordagem de Juran está baseada na
industrial implantada pelo governo, as empresas nacio identificação dos problemas da organização e em sua
nais estão vivendo momentos complexos e de grande solução através de metodologia adequada. Prega
pressão. Acostumadas a uma condição de mercado planejamento, controle e melhoria da qualidade, tripé que
protegido, que imperou no Brasil durante muitos anos, as constitui a chamada Trilogia Juran. Deming está mais
empresas descuidaram-se dos quesitos de qualidade e voltado para o lado humanístico, depositando grande
produtividade, simplesmente porque estes itens não eram confiança e respeito no empregado. Valoriza o homem e
cobrados e, consequentemente, não constituíam motivo promove sua participação no processo de gestão da
de preocupação para seus dirigentes. Ao contrário, as qualidade. Sua doutrina está baseada em 14 pontos, que
questões financeiras, principalmente aquelas constituem os princípios de Deming e vêm sendo
relacionadas ao rendimento do capital nas aplicações de utilizados por várias empresas em todas as partes do
curto prazo e alto risco, ocupavam todo o tempo do mundo: Ford, General Motors, Nashua, Sony, entre elas.
empresário fazendo a administração do negócio, nos Deming coloca, também, grande ênfase no uso da
seus aspectos operacionais, ficar esquecida. Como estatística para a gestão da qualidade. Outros nomes
consequência, as empresas sofreram processo de devem, igualmente, receber destaque, como atuantes em
degradação quanto a qualidade e produtividade da sua qualidade e produtividade: Ishikawa, Feigenbaum, Crosby
operação e dos produtos e serviços gerados. Sabemos e Taguchi. Por último, deve ser considerado que essas
que não conseguimos competir em qualidade, custo e diversas abordagens deram origem a três escolas
prazos de entrega com empresas similares de outros distintas: americana, japonesa e europeia. A escola
países. Os indicadores de qualidade e produtividade americana é essencialmente liderada por Juran, sofrendo
doBrasil apontam simplesmente valores vergonhosos. E ainda grande influência de Taylor. A japonesa está
amplamente conhecida a nossa taxa de rejeição de baseada fundamentalmente nos princípios de Deming,
25000 PPM (partes por milhão) em oposição à média nos métodos estatísticos e, sobretudo, no respeito e na
mundial de 200 PPM. Não há o que comentar sobre os valorização do ser humano. A européia tem por base a
nossos giros de estoque e muito menos falar sobre o padronização estabelecida pela norma ISO 9000 editada
desperdício, principalmente na área da construção civil. A em 1987. Esta norma transformou-se em padrão de
situação não é só preocupante, mas muito grave. Não referência para a qualidade. As diversas abordagens e
podemos ficar observando, perplexamente, essas novas escolas para a gestão da qualidade foram desenvolvidas
condições, esperando as coisas resolverem-se por si ao longo do tempo, tendo à frente cientistas, estudiosos e
próprias. Isto não vai acontecer; ao contrário, se líderes na questão da qualidade e da produtividade. Não
insistirmos nesse procedimento as coisas tenderão para faz sentido afirmar ser determinada abordagem ou escola
uma condição muito pior do que a de agora. O momento melhor que outra. O mais sensato é estudar e conhecer
é de ação. É preciso agir, de forma organizada, todas as abordagens e escolas e utilizar de cada uma o
disciplinada e obstinada, no sentido de reparar a situação que melhor se aplica ao nosso caso particular.
vigente, levando as empresas nacionais a níveis de
qualidade e produtividade compatíveis com a média das
internacionais. É preciso resgatar e consolidar a Tecnologia da Gestão de Qualidade
soberania de nossas empresas, se não em nível mundial,
pelo menos dentro dos limites de nossas próprias As diversas abordagens e escolas existentes orientam
fronteiras. Enfim, é obrigatório, para não dizer a implantação de sistema ou processo para a gestão da
mandatório, que se implemente no país uma gestão qualidade e da produtividade. Entretanto, para a efetiva
voltada para a qualidade e a produtividade. implementação desta filosofia em uma empresa real e em
operação é necessário dispor de conjunto de
ferramentas, normas e critérios que fornecerá os meios
As Diversas Abordagens para a realização do trabalho. Essas ferramentas, normas
e critérios compõem o que se pode denominar de
A gestão da qualidade ou a gestão para a qualidade é, tecnologia de gestão da qualidade e da produtividade,
efetivamente, uma evolução tecnológica das várias e apresentada a seguir. Qualquer empresa ou organização
muitas técnicas de administração empresarial. Essa atuando na área fabril ou na de serviços é composta,
evolução processou-se ao longo de muitos anos e está essencialmente, de conjunto de processos. Processo é
baseada em diferentes abordagens lideradas pelos qualquer conjunto ordenado de atividades realizadas com
chamados gurus da qualidade. Qualidade e produtividade o objetivo de atingir meta pré-estabelecida. A simples
passaram a ser estudadas e trabalhadas como ciência a emissão de uma nota fiscal por um balconista, ao
partir do início do século 20, com os trabalhos de Taylor. completar uma venda, é um processo. Compras de
Seus métodos transformaram-se na base de grande parte máquinas e materiais, limpeza do escritório ou da oficina,
da moderna técnica de administração empresarial. Ainda marcação do cartão de ponto, entrega de produto na
no início do século, Ford introduziu os conceitos iniciais residência do cliente etc. são exemplos de processos
da fabricação em série e em alta escala. Foi o pioneiro reais que acontecem no dia-a-dia das empresas. Os
responsável pela aplicação da administração científica processos existem, estão continuamente presentes, são
calcada nos preceitos de Taylor. Revista de executados seguidamente e conduzem aos resultados
Administração, São Paulo v. 28, n. 1, p. 81-85, finais do empreendimento. Observa-se, na quase
janeiro/março 1993. Por volta de 1930 o controle da totalidade das organizações, que esses processos são
qualidade entrou em sua fase científica com os estudos realizados seguindo o entendimento individual dos
de Shewhart, pai do Controle Estatístico do Processo, responsáveis por sua execução. Essas pessoas
técnica longamente utilizada na atualidade para a gestão executam seus processos ou seu trabalho dentro do que
da qualidade. O Quadro de Controle e a técnica gerencial julgam ser a melhor e amais correia maneira. A prática
demonstra, infelizmente, que na grande maioria das mesmo assim o processo mostra-se fora de controle
situações a melhor e a mais correta maneira de realizar conforme indicado na medição. Neste caso, é necessário
um processo ou um trabalho não coincide com aquela aplicar a metodologia para solução de problemas,
adotada. Surge outra questão. Como dizer qual é a descrever o problema, identificar suas causas e definiras
melhor maneira de executar um processo ou um trabalho ações necessárias para eliminá-las e, consequentemente,
sem ter um padrão de comparação, uma referência? Há, resolver o problema retornando o processo às condições
então, a necessidade de medir o trabalho realizado no de controle. Os quatro passos para a implantação da
processo e compará-lo a um padrão previamente gestão da qualidade e da produtividade descritos formam,
estabelecido e aceito por todas as pessoas envolvidas em seu conjunto, a técnica gerencial do Ciclo PDCA de
com o mesmo. Com essas considerações chegamos ao Controle. Esta técnica envolve planejamento das
primeiro passo para a gestão da qualidade e da operações (P), sua execução (D do inglês DO) com o
produtividade. É necessário identificar todos os processos treinamento de pessoas, verificação da operação (C do
presentes ou existentes na organização, estudar cada um inglês Check) através do Controle Estatístico do Processo
deles e definir a melhor e mais correta maneira de ou de outra ferramenta adequada e, por último, ação (A)
executá-los. Em outras palavras, propõe-se um para a correção do processo, se necessária. A técnica
planejamento dos processos operacionais da empresa. gerencial do Ciclo PDCA de Controle tem se mostrado
Este engloba o estabelecimento de objetivos ou metas muito eficiente para a implantação de gestão da
para cada processo, a identificação das características qualidade e da produtividade. Foi introduzida por
críticas do processo que demandam medição e controle, Shewhart por volta de 1930 e usada por Deming no
além do próprio método de execução. Trata-se de treinamento de empresários japoneses em 1950. O Ciclo
trabalho de grande vulto, longa duração e que envolverá PDCA de Controle foi um dos pilares para a revolução da
praticamente todas as pessoas da organização. qualidade e da produtividade no Japão, após a Segunda
Entretanto, tem de ser feito se efetivamente se deseja Guerra Mundial. A utilização do Ciclo PDCA deve ser
gerenciar a qualidade e a produtividade com suas contínua. Após a padronização das operações e o
consequentes melhorias. Esse planejamento ou revisão treinamento ou retreinamento do pessoal, os processos
dos processos é denominado tecnicamente de adquirem condição de estabilidade com os controles
padronização das operações. E, fundamentalmente, um indicando aderência contínua aos objetivos e metas.
disciplinamento de toda a organização. Com os Obtém-se assim a condição de Rotina. Obtida a rotina, é
processos devidamente padronizados póde-se iniciar o preciso pensar em melhoria dos processos. Fixam-se
segundo passo da gestão da qualidade e da novas metas e novos objetivos, obviamente melhores que
produtividade. Todas as pessoas envolvidas com os os existentes. Aplicando a técnica gerencial do Ciclo
processos devem ser treinadas ou retreinadas nas PDCA de Controle desenvolve-se todo o projeto de
operações padronizadas, de forma a assegurar que cada melhoria que permitirá atingir as novas metas e os novos
uma realizará a operação da maneira correta e mais objetivos. Em resumo, todo o processo de gestão da
eficaz para a sua execução. Após esse treinamento e a qualidade e da produtividade está baseado no Ciclo
consequente conscientização das pessoas para a nova PDCA de Controle. Através desta técnica gerencial
filosofia operacional, a melhoria da qualidade e da obtém-se a rotina dos processos e a partir desta faz-se
produtividade já se fará sentir, sendo visível o bom sua melhoria ou a do próprio processo. O processo
andamento das atividades e dos resultados obtidos. Em rotina/melhoria é contínuo, de forma a se ter melhoria
um terceiro passo é necessário medir o trabalho contínua dos processos. A Metodologia para Solução de
executado, verificando sua aderência às metas Problemas e o Controle Estatístico do Processo são
estabelecidas na etapa inicial do planejamento. Existem chamados de ferramentas da qualidade. Na verdade são,
várias ferramentas disponíveis para essa medida ou efetivamente, ferramentas que reforçam a técnica
controle do processo. A mais eficiente é o Controle gerencial do Ciclo PDCA de Controle. O treinamento das
Estatístico do Processo — CEP. Através desta técnica é pessoas, realizado na segunda etapa do Ciclo PDCA, é
possível controlar variáveis ou atributos do processo — também ferramenta da qualidade conhecida como
as suas características críticas identificadas na etapa do Treinamento Operacional. Várias outras ferramentas
planejamento — e verificar, continuamente, se ele está estão disponíveis, acoplando-se às fases do Ciclo PDCA
cumprindo as metas e os objetivosestabelecidos. Em de Controle. Evidentemente, o homem é elemento-chave
função dos resultados de medição e controle inicia-se o no processo de gestão da qualidade e da produtividade.
quarto passo do processo da gestão. Se as medições Da motivação e do comprometimento das pessoas vai
indicam estar o processo cumprindo metas e objetivos, depender o sucesso do programa de gestão. Algumas
nada há a fazer. A execução da operação deve continuar, ferramentas da qualidade atuam principalmente na
mantendo-se o controle. Se, ao contrário, a medição questão do envolvimento das pessoas, em sua motivação
mostrar que metas e objetivos não estão sendo e seu comprometimento. Os Círculos de Controle da
cumpridos, existe alguma anomalia, algum problema Qualidade — CCQ — constituem atividade voluntária
agindo no processo. E necessário conhecer esse conduzida pelas pessoas da organização. Funcionários
problema, identificar suas causas e adotar as ações pertencentes a uma mesma área ou setor, sob a mesma
necessárias para eliminá-las ou neutralizá-las. É chefia, reúnem-se voluntariamente visando à solução de
importante a abordagem dos problemas ser conduzida de problemas ligados a sua própria área e sob a orientação
forma ordenada, disciplinada e até mesmo científica. Para de seu próprio chefe. Os estudos de Juran, confirmados
tanto, há a disponibilidade de ferramenta específica, uma por Deming, mostraram que 85% dos problemas de uma
metodologia que disciplina oprocesso de solução de organização demandam o envolvimento do nível
problemas. De modo geral, duas situações mutuamente gerencial para sua solução. Os 15% restantes podem ser
exclusivas podem ocorrer quando da identificação de resolvidos pelos próprios funcionários sem o
anomalia ou problema no processo. Em uma delas o envolvimento das chefias. O CCQ procura trabalhar
padrão operacional não está sendo seguido. Neste caso, nesses 15% dos problemas, treinando os participantes
é necessário retreinar os envolvidos para que os em técnicas de solução de problemas em equipe. O CCQ
procedimentos padronizados sejam obedecidos. Na promove o envolvimento das pessoas, Revista de
outra, o padrão operacional está sendo obedecido, mas Administração, São Paulo v. 28, n. 1, p. 81-85,
cessário coordenar os diversos projetos de iniciativas es- mas, política, comunicação, liderança e estudos de estru-
tratégicas da empresa, de forma a tornar a ação mais tura organizacional. Uma gestão de projetos bem-suce-
próxima possível da intenção, obtendo, assim, os melho- dida exige planejamento e coordenação extensivos. O flu-
res resultados. Para isso, é necessário promover o ali- xo de trabalho e a coordenação devem ser administrados
nhamento entre as iniciativas, bem como o alinhamento horizontalmente, e não verticalmente, como ocorre na ge-
das iniciativas com a estratégia da empresa e garantir rência tradicional. Na administração vertical, os trabalha-
que o produto obtido esteja próximo ao esperado. O PMO dores são organizados em cadeias de comando de cima
– Project Management Office (ou escritório de geren- para baixo. Por isso, têm poucas oportunidades de inte-
ciamento de projetos) pode atuar como elemento de or- ragir com outras áreas funcionais. Na gerência de pro-
ganização dessas iniciativas estratégicas organizacionais. jetos o trabalho é organizado ao longo dos vários grupos
Além disso, é importante destacar que, como qualquer funcionais que trabalham em interação permanente, co-
outro aspecto da administração, o gerenciamento de pro- mo um “time de projeto”. Tal organização permite uma
jetos precisa evoluir e se adaptar constantemente às ne- melhoria na coordenação e comunicação entre os subor-
cessidades cada vez mais dinâmicas das organizações. dinados e seus gerentes. O fluxo horizontal de trabalho a-
Para tanto, faz-se uso dos modelos de maturidade em carreta produtividade, eficiência e eficácia. As empresas
gerenciamento de projetos. Os projetos modernos envol- que conseguiram se especializar em fluxo horizontal de
vem grande complexidade técnica e requerem alta diver- trabalho são, geralmente, mais lucrativas que aquelas
sidade de habilidades, além de um ambiente cada vez que continuam a utilizar exclusivamente o fluxo vertical.
mais restritivo e exigente em termos de recursos. Para li- Além do aspecto organizacional, é importante salientar o
dar com essa nova e complexa natureza das atividades e papel dos processos. No passado, o foco da gestão de
com a incerteza inerente a essa complexidade, novas for- projetos estava em alocar pessoal competente para asse-
mas de gestão se desenvolveram. A moderna administra- gurar o sucesso. Apesar dessa abordagem ser necessá-
ção ou gestão de projetos é uma delas. Considerada uma ria, o pensamento atual diz que procedimentos, proces-
área distinta da prática gerencial, o gerenciamento de sos, políticas e ferramentas mais formalizadas são vitais
projetos é relativamente novo e seus métodos não eram para o planejamento e gerenciamento. As soluções para
conhecidos, até pouco tempo, por grande parte do nível problemas impostos por demandas que mudam rapida-
gerencial das organizações. Seu início data da década de mente e por tecnologias complexas precisam ser, de al-
1950, com os militares americanos, mas somente no final guma forma, complexas ou adaptáveis às novas condi-
da década de 1980 é que começou a se espalhar em ções. Como resposta às demandas, surgiram novas for-
grande escala fora da esfera militar. Entretanto, existiram mas de gerenciamento que adotaram o modelo sistêmico
também iniciativas pioneiras de algumas empresas, espe- ou por processo. As organizações ou os gerentes de pro-
cialmente as que têm na execução de projetos sua ativi- jetos podem dividir os projetos em etapas que proporci-
dade principal. Para Harold Kerzner, um dos grandes au- onem melhor controle gerencial das operações em anda-
tores da disciplina, gerenciamento de projetos é planeja- mento. Essas etapas compõem o ciclo de vida do projeto,
mento, organização, direção e controle de recursos orga- que em muitas empresas formam um conjunto específico
nizacionais num dado empreendimento, levando-se em de procedimentos utilizados em todos os projetos execu-
conta tempo, custo e desempenho estimados. Caso o tados pela mesma. Ao identificar uma oportunidade, tor-
projeto esteja sendo executado com o acompanhamento na-se necessário um estudo de viabilidade para decidir se
de um cliente externo, também deve ser considerada a o projeto deve ser realizado. O gerente de projeto deve
preocupação em manter boas relações com o cliente e a- determinar se o estudo de viabilidade será tratado como a
tendê-lo. A Figura representa de forma iconográfica essa primeira fase do projeto ou como um projeto autônomo
visão do autor. separado. No caso desse estudo preliminar não for clara-
mente identificável, é melhor tratá-lo como um projeto
separado. As etapas iniciam-se e encerram-se dentro do
ciclo de vida de um projeto, que em geral envolvem pro-
cedimentos técnicos de transferência. As entregas de
uma etapa geralmente são checadas, para garantir que
estejam efetivamente concluídas, antes que o trabalho
seja iniciado na etapa subseqüente. No entanto, não é
incomum que uma etapa seja iniciada antes do termino
de outra, desde que os riscos envolvidos sejam conside-
rados aceitáveis. Essa prática de sobreposição de etapas
é denominada de paralelismo que resume-se em uma
técnica de compressão do cronograma. Assim como os
projeto seus ciclos de vida são únicos e singulares, mês-
mo que em muitas organizações é comum a padroniza-
ção do numero de etapas. Estas possuem temporali-
dades diferentes em cada projeto. Os ciclos de vida do
projeto geralmente definem:
implementadores estejam envolvidos com os re- gerente de projetos deve ser cuidadoso ao planejar o ci-
quisitos e o projeto). clo de vida de um projeto.
As descrições do ciclo de vida do projeto podem ser mui- O sucesso de implantação de um PMO (Project
to genéricas ou muito detalhadas. Descrições altamente Management Office) requer apoio da alta direção da
detalhadas dos ciclos de vida podem incluir formulários, empresa, a adoção de um modelo de governança, a
gráficos e listas de verificação para oferecer estrutura e escolha de pessoal com perfil adequado, a escolha de
controle. A maioria dos ciclos de vida do projeto compar- uma metodologia comum, um plano robusto de
tilha diversas características comuns: implantação e comunicação. Foi discutida a importância
da comunicação no gerenciamento de projetos e sua
• As fases geralmente são seqüenciais e normal- correlação com as falhas de projetos.
mente são definidas por algum formulário de
transferência de informações técnicas ou de en-
trega de componentes técnicos. Definição de Escritório de Projeto:
tração pública direta e indireta em um determinado de 1988 trouxe melhor entendimento para a questão ao
exercício, que, no Brasil, coincide como o ano civil. precisar a composição do orçamento anual que passará a
ser integrado pelas seguintes partes:
aplicações contam com o apoio do orçamento fiscal e até princípio pode-se citar a Atividade 4775, cujo título é
mesmo da seguridade. "Capacitação de agentes atuantes nas culturas de
oleaginosas". Mas, também, existem vários exemplos do
não cumprimento como, por exemplo, a Ação 0620
Anualidade ou Periodicidade "Apoio a projetos municipais de infra-estrutura e serviços
em agricultura familiar’, ou o subtítulo "Ações de
O orçamento deve ser elaborado e autorizado para um Saneamento Básico em pequenas cidades da Região
determinado período de tempo, geralmente um ano. A Sul"
exceção se dá nos créditos especiais e extraordinário
autorizados nos últimos quatro meses do exercício,
reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados Não Vinculação ou Não Afetação das Receitas
ao orçamento do exercício subsequente. Este princípio
tem origem na questão surgida na Idade Média sobre a Nenhuma parcela da receita geral poderá ser
anualidade do imposto. E aí se encontra a principal reservada ou comprometida para atender a certos casos
conseqüência positiva em relação a este princípio, pois ou a determinado gasto. Ou seja, a receita não pode ter
dessa forma exige-se autorização periódica do vinculações. Essas reduzem o grau de liberdade do
Parlamento. No Brasil, o exercício financeiro coincide gestor e engessa o planejamento de longo, médio e curto
com o ano civil, como sói acontecer na maioria dos prazos. Este princípio encontra-se claramente expresso
países. Mas isso não é regra geral. Na Itália e na Suécia no inciso IV do art. 167 da CF de 88, mas aplica-se
o exercício financeiro começa em 1/7 e termina em 30/6. somente às receitas de impostos. "São vedados "a
Na Inglaterra, no Japão e na Alemanha o exercício vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou
financeiro vai de 1/4 a 31/3. Nos Estados Unidos começa despesa, ressalvadas a repartição do produto da
em 1/10, prolongandose até 30/9. O § 5º do art. 165 da arrecadação dos impostos a que se referem os arts., 158
CF 88 dá respaldo legal a este princípio quando dispõe e 159, a destinação de recursos para manutenção e
que: "A lei orçamentária anual compreenderá:" O desenvolvimento do ensino (art. 212), prestação de
cumprimento deste princípio torna-se evidente nas garantias às operações de crédito por antecipação de
ementas das Leis Orçamentárias, como por exemplo, a receita, previstas no art. 165, § 8º". As evidências de
da Lei 10.837/2004: "Estima a receita e fixa a despesa da receitas afetadas são abundantes:
União para o exercício financeiro de 2004." Observe-se,
finalmente, que a programação financeira, trimestral na Taxas, contribuições: servem para custear
Lei 4.320/64 e mensal nos Decretos de certos serviços prestados;
Contingenciamento, limitando a faculdade de os órgãos
empenhar despesas, não mais ao montante das dotações Empréstimos: comprometidos para
anuais, pode ser entendido como um abandono parcial do determinadas finalidades;
princípio da anualidade.
Fundos: receitas vinculadas.
apenas uma entrada líquida para a União de apenas R$ se ao total de R$ 636,5 milhões. Ou seja, só se cumpre a
154,7 milhões, parte da história estaria perdida. regra de ouro se se considera na contabilização os dados
relativos ao Orçamento das Estatais. Ainda com relação
ao princípio do equilíbrio, um terceiro conceito surge a
Equilíbrio partir da Lei de Responsabilidade Fiscal: o chamado
Equilíbrio Fiscal. Na verdade, exige-se mais que o
Princípio clássico que tem merecido maior atenção, equilíbrio, exige-se um superávit (fiscal), ou seja, a receita
mesmo fora do âmbito específico do orçamento, pautado (primária) deve superar a despesa (primária) de forma
nos ideais liberais dos economistas clássicos (Smith, Say, que o saldo possa ser utilizado para pagamento do
Ricardo). O keynesianismo (a partir dos anos 30) serviço da dívida pública. Essa variação do princípio do
tornouse uma contraposição ao princípio do orçamento equilíbrio faz parte das orientações orçamentárias
equilibrado, justificando a intervenção do governo nos constantes das leis de diretrizes orçamentárias. O art. 15
períodos de recessão. Admitia-se o déficit (dívida) e seu da Lei nº 10.707, de 30 de julho de 2003 (LDO 2004)
financiamento. Economicamente haveria compensação, dispõe, por exemplo, que: "Art. 15. A elaboração do
pois a utilização de recursos ociosos geraria mais projeto da lei orçamentária de 2004, a aprovação e a
emprego, mais renda, mais receita para o Governo e, execução da respectiva lei deverão levar em conta a
finalmente, recolocaria a economia na sua rota de obtenção de superávit primário em percentual do Produto
crescimento. No Brasil, as últimas Constituições têm Interno Bruto - PIB, conforme discriminado no Anexo de
tratado essa questão ora de maneira explícita ora de Metas Fiscais, constante do Anexo III desta Lei."
forma indireta. A Constituição de 1967 dispunha que: "O
montante da despesa autorizada em cada exercício
financeiro não poderá ser superior ao total de receitas Legalidade
estimadas para o mesmo período." Observa-se a
existência de dificuldades estruturais para o cumprimento Historicamente, sempre se procurou dar um cunho
desse princípio, principalmente em fases de crescimento jurídico ao orçamento, ou seja, para ser legal, tanto as
da economia, pois as despesas públicas normalmente receitas e as despesas precisam estar previstas a Lei
crescem mais que as receitas públicas quando há Orçamentária Anual, ou seja, a aprovação do orçamento
crescimento da renda interna. De qualquer forma, ex- deve observar processo legislativo porque trata-se de um
ante, o equilíbrio orçamentário é respeitado, conforme dispositivo de grande interesse da sociedade. O respaldo
pode ser verificado nos Arts. 2º e 3º da Lei 10.837/2003, a este princípio pode ser encontrado nos art. 37 166 da
onde: A Receita Total é estimada em R$ CF de 1988. O Art. 166 dispõe que: "Os projetos de lei
1.469.087.336,00, e a Despesa Total é fixada em R$ relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias,
1.469.087.336,00. Entretanto, nas cifras acima encontra- ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão
se um tremendo déficit, devidamente financiado por apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
empréstimos. O déficit aparece embutido nas chamadas forma do regimento comum." A evidência de seu
Operações de Crédito que classificam tanto os cumprimento encontra-se na própria ementa das leis
financiamentos de longo prazo contratados para obras, as orçamentárias, como por exemplo, a da Lei nº
operações de curto prazo de recomposição de caixa e 10.837/2003: "O Presidente da República Faço saber que
que se transformam em longo prazo pela permanente o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
rolagem e a receita com a colocação de títulos e lei:"
obrigações emitidas pelo Tesouro. A CF 88 adotou uma
postura mais realista. Propôs o equilíbrio entre operações
de crédito e as despesas de capital. O art. 167, inciso III, Publicidade
veda: "a realização de operações de créditos que
excedam o montante das despesas de capital ...."; Qual O conteúdo orçamentário deve ser divulgado
a mensagem que se encontra vinculada a esse (publicado) nos veículos oficiais de comunicação para
dispositivo? Claramente a de que o endividamento só conhecimento do público e para eficácia de sua validade.
pode ser admitido para a realização de investimento ou Este princípio é consagrado no art. 37 da CF de 88: "A
abatimento da dívida. Ou seja, deve-se evitar tomar administração pública direta e indireta de qualquer dos
dinheiro emprestado para gastar com despesa corrente, Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
mas pode pegar emprestado para cobrir despesa de Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
capital (o déficit aqui é permitido). Essa é uma norma impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
lógica e de grande importância para as finanças públicas também, ao seguinte: ..."
do País. Na verdade, é a Regra de Ouro reforçada na Lei
de Responsa-bilidade Fiscal (LRF, art. 12, § 2º): "O
montante previsto para as receitas de operações de Clareza ou Objetividade
crédito não poderá ser superior ao das despesas de
capital constantes do projeto de lei orçamentária." Essa O orçamento público deve ser apresentado em
Regra também significa, por outro lado, que a receita linguagem clara e compreensível a todas pessoas que,
corrente deve cobrir as despesas correntes (não pode por força do ofício ou interesse, precisam manipulá-lo.
haver déficit corrente). A Regra de Ouro vem sendo Difícil de ser empregado em razão da facilidade de a
adequadamente cumprida nos últimos orçamentos, burocracia se expressar em linguagem complexa.
exceto nos dois últimos (2003 e 2004). Para o exercício Observe-se, por exemplo, o título da ação nº 0373 do
de 2004, o valor das operações de crédito dos orçamento para 2004: "Equalização de Juros e Bônus de
orçamentos fiscal e da seguridade é de R$ 629,7 bilhões. Adimplência no Alongamento de Dívidas Originárias do
Se somado a esse, o valor corresponde ao Orçamento de Crédito Rural".
Investimento das Estatais: OIE - (R$ 5,9 milhões) chega-
se ao total de R$ 635,6 milhões. Já as despesas de
capital dos orçamentos fiscal e da seguridade social Exatidão
somam R$ 612,7 milhões. Com R$ 23,8 do OIE, chega-
De acordo com esse princípio as estimativas devem programas visa proporcionar maior racionalidade e
ser tão exatas quanto possível, de forma a garantir à eficiência na administração pública e ampliar a
peça orçamentária um mínimo de consistência para que visibilidade dos resultados e benefícios gerados para a
possa ser empregada como instrumento de programação, sociedade, bem como elevar a transparência na
gerência e controle. Indiretamente, os autores aplicação dos recursos públicos. Cada programa contém
especializados em matéria orçamentária apontam os arts. objetivo, indicador que quantifica a situação que o
7º e 16 do Decreto-lei nº 200/67 como respaldo ao programa tenha por fim modificar e os produtos (bens e
mesmo. serviços) necessários para atingir o objetivo. A partir do
programa são identificadas as ações sob a forma de
atividades, projetos ou operações especiais,
Orçamento-Programa especificando os respectivos valores e metas e as
unidades orçamentárias responsáveis pela realização da
Essa técnica orçamentária foi introduzida na esfera ação. A cada projeto ou atividade só poderá estar
federal pelo Decreto-Lei nº 200, de 23/2/67, que associado um produto, que, quantificado por sua unidade
menciona o orçamento-programa como plano de ação do de medida, dará origem à meta.
Governo Federal, quando, em seu art. 16, determina: “em
cada ano será elaborado um orçamento-programa que
pormenorizará a etapa do programa plurianual a ser
realizado no exercício seguinte e que servirá de roteiro à
execução coordenada do programa anual”. A concepção
do orçamento-programa está ligada à idéia de
planejamento. De acordo com ela, o orçamento deve
considerar os objetivos que o Governo pretende alcançar,
durante um período determinado de tempo. Com base
nesta característica, o orçamento-programa ultrapassa a
fronteira do orçamento como simples documento
financeiro, aumentando sua dimensão. O ordenamento
das ações do Governo sob a forma de programas visa
dar maior visibilidade aos resultados e benefícios gerados
para a sociedade, garantindo objetividade e transparência
à aplicação dos recursos públicos. Às ações que Ação
compõem o programa, estão associados os produtos
(bens ou serviços) resultantes da execução destas, Os programas são compostos de ações, gênero de
quantificados no tempo por metas. Sendo assim, pode-se que são espécies os projetos, as atividades e as
dizer que o orçamento passa a ser um instrumento de operações especiais. As operações especiais poderão
operacionalização das ações do governo, viabilizando fazer parte dos programas quando efetivamente
seus projetos/atividades/operações especiais em contribuírem para a consecução de seus objetivos. O
consonância com os planos e diretrizes formuladas no enquadramento de uma ação em um dos três itens
planejamento. depende do efeito gerado pela sua implementação.
Programa Projeto
Programa é um conjunto articulado de ações Instrumento de programação para alcançar o objetivo de
estruturas e pessoas motivadas ao alcance de um um programa, envolvendo um conjunto de operações,
objetivo comum. Este objetivo é concretizado num limitadas no tempo, das quais resulta um produto que
resultado (solução de um problema ou atendimento de concorre para a expansão ou aperfeiçoamento da ação
demanda da sociedade), expresso pela evolução de do Governo.
indicadores no período de execução do programa,
possibilitando-se, assim, a avaliação objetiva da atuação Exemplo: “Implantação da rede nacional de
do Governo. A Portaria 42, de 14.04.1999, do Ministério bancos de leite humano”.
do Orçamento e Gestão, estabeleceu novos critérios para
a classificação funcional concebida pela Lei nº 4.320, de
17.03.1964. O programa é o instrumento de organização Atividade
da atuação governamental que articula um conjunto de
ações que concorrem para um objetivo comum É o instrumento de programação utilizado para
preestabelecido, mensurado por indicadores instituídos alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um
no plano, visando a solução de um problema ou o comjunto de operações que se realizam de modo
atendimento de determinada necessidade ou demanda contínuo e permanente, das quais resulta um produto ou
da sociedade. Toda ação do Governo está estruturada serviço necessário à manutenção da ação de Governo.
em programas orientados para a realização dos objetivos
estratégicos definidos para o período do Plano Plurianual Exemplo: “Fiscalização e Monitoramento das
- PPA, que é de 4 anos. O programa é o módulo comum Operadoras de Planos e Seguros Privados de
integrador entre o plano e o orçamento. Em termos de Assistência à Saúde”.
estruturação, o plano termina no programa e o orçamento
começa no programa, o que confere a esses
instrumentos uma integração desde a origem. O Operação Especial
programa, como único módulo integrador e as ações,
como instrumento de realização dos programas. A São despesas que não contribuem para a
organização das ações do Governo sob a forma de manutenção, expansão ou aperfeiçoamento das ações de
1. Estabelecimento das diretrizes gerais do Governo; até quatro meses antes do término do primeiro exercício
financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da
2. Quantificação dos recursos financeiros; sessão legislativa. Cabe à lei complementar dispor sobre
a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do
3. Transmissão das diretrizes gerais e do plano de PPA. Essa lei complementar ainda não foi promulgada,
trabalho de cada Ministério/órgão aos níveis menores de portanto ainda estão em vigor as regras estatuídas no art.
sua competência; 35, parág. 2° , I do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias, transcritos no parágrafo anterior. O PPA não
4. Os níveis inferiores (unidades orçamentárias) elaboram é imutável no seu período de vigência. Lei específica,
seu programa de trabalho (projetos e atividades) com a mesma tramitação descrita supra, poderá alterá-lo,
evidenciando para cada projeto e atividade: conforme já ocorrido.
ressalvadas as alterações por ele propostas e aprovadas 2. O chefe do Executivo recebe o projeto
pelo Plenário da Comissão, bem como as decorrentes de aprovado pelo Legislativo e, julgando-o no todo
destaques aprovados pela Comissão. O Relatório-Geral é ou em parte inconstitucional ou contrário ao
discutido e votado pelo Plenário da Comissão e, interesse público, poderá vetá-lo total ou
posteriormente, submetido ao Plenário do Congresso parcialmente. Para isso o Executivo terá o prazo
Nacional. Aprovada a redação final, o projeto é então de 15 dias úteis a contar da data do recebimento
encaminhado à sanção do Presidente da República. A do projeto, além de 48 horas para comunicar ao
devolução para sanção deve ocorrer até o encerramento presidente do Senado as razões do veto. O veto
da sessão legislativa. Por conseguinte, a sessão não parcial ou total deverá ser apreciado em sessão
poderia ser encerrada sem a aprovação e o do Congresso Nacional e votado num prazo não
encaminhamento do projeto de lei orçamentária ao superior a 30 dias. Com o voto da maioria
Executivo. absoluta dos deputados e senadores, em
escrutínio secreto, o veto será rejeitado, e o
projeto aprovado anteriormente pelo Legislativo
Execução do Orçamento retornará ao Executivo para promulgação, que
terá quarenta e oito horas para promulgá-la ou
Publicada a Lei Orçamentária, desencadeia-se, então, em caso de silêncio será promulgado pelo
o processo de execução do Orçamento do Governo Presidente do Senado ou Vice Presidente do
Federal. Nesta fase, os Ministérios ou órgãos executam Senado, após 48 horas.
os programas governamentais contemplados na Lei
Orçamentária, mediante uma série de decisões e
atividades financeiras que possibilitam atingir as metas e No caso de manutenção de veto parcial, o projeto será
objetivos explicitados no orçamento-programa anual que promulgado pelo Executivo sem a parte vetada.
deverá estar em harmonia com o Plano Plurianual do
Governo. A elaboração e administração orçamentária e
financeira se desenvolvem dentro do exercício definido Nota: A promulgação de um Lei, apenas mostra que ela
como o ano civil, isto é, de 01 de janeiro a 31 de torna-se exeqüível, mais ainda não é obrigatória, pois há
dezembro, conforme dispõe o art. 34 da Lei nº 4.320/64. necessidade de publicá-la.
A execução orçamentária constitui uma atribuição do
Executivo. O seu procedimento molda e influencia a Publicação: é o ato pelo qual é dado o conhecimento
tomada de decisões e desenvolve-se de acordo com a que uma lei nova está em vigor. Ao contrário da
distribuição e poder dentro do Governo. promulgação, que revela a executoriedade de uma lei, a
publicação impõe sua obrigatoriedade.
Aprovação e Publicação da Lei do Orçamento O ciclo orçamentário, ou processo orçamentário, pode ser
definido como um processo contínuo, dinâmico e flexível,
Aprovação: Como nas demais leis a aprovação do por meio do qual se elabora, aprova, executa, controla e
orçamento é formalizada através dos seguintes atos: avalia a programação de dispêndios do setor público nos
aspectos físico e financeiro. Logo, ciclo orçamentário
a) decretação pelo Poder Legislativo corresponde ao período de tempo em que se processam
as atividades típicas do orçamento público, desde sua
b) sanção pelo chefe do Executivo; e concepção até a apreciação final. Convém ressaltar que o
ciclo orçamentário não se confunde com o exercício
c) promulgação por um ou outro poder financeiro. Este, na realidade, é o período durante o qual
se executa o orçamento, correspondendo, portanto, a
uma das fases do ciclo orçamentário. No Brasil, o
A decretação revela toda decisão, tomada por uma exercício financeiro coincide com o ano civil, ou seja,
pessoa ou por uma instituição, a que se conferem inicia em 01 de janeiro e encerra em 31 de dezembro de
poderes especiais e próprios para decidir ou julgar, cada ano, conforme dispõe o art. 34 da Lei n° 4.320/64.
resolver ou determinar. Por outro lado, o ciclo orçamentário envolve um período
muito maior, iniciando com o processo de elaboração do
A sanção representa a concordância do chefe do orçamento, passando pela execução e encerramento com
Executivo com os termos da lei decretada pelo controle. Identifica-se, basicamente, quatro etapas no
Legislativo. ciclo ou processo orçamentário:
d) Controle.
Poderão ocorrer as seguintes situações quanto a
aprovação do orçamento (CF, art. 66):
Créditos orçamentários são autorizações constantes na
1. O chefe do Executivo recebe o projeto Lei Orçamentária para a realização de despesas. São
aprovado (decretado) pelo Legislativo e, aqueles aprovados pelo Legislativo na lei do orçamento e
concordando com seus termos, sanciona-o. provêm de recursos do tesouro (nacional) e de outras
fontes. São eles:
- Créditos Extraordinários
Resultantes da anulação parcial ou total de dotações
orçamentárias: Este recurso é válido, apesar de precisar
• Créditos Suplementares: são os destinados a ser evitado, já que um orçamento bem planejado
reforço de dotação (ex. pagamento de pessoal - impossibilitaria a anulação de dotações.
despesa de custeio);
Operações de crédito: Este recurso é pernicioso, pois
• Créditos Especiais: são os destinados a aumenta a despesa correspondente à dotação
despesas para as quais não haja dotação orçamentária suplementada e a referente à operação de
orçamentária específica; crêdito (juros, despesas administrativas), além de
endividar o patrimônio público.
• Créditos Extraordinários: são os destinados a
despesas urgentes e imprevisíveis, em caso de
guerra, comoção intestina ou calamidade Dívida Ativa
pública.
Constituem Dívida Ativa as importâncias relativas a
tributos, multas e créditos da Fazenda Pública, lan-çados
Os créditos suplementares e especiais são autorizados mas ainda não recebidos no prazo de venci-mento, a
por lei aprovada pelo Poder Legislativo e abertos através partir da data de sua inscrição. O artigo 39 da Lei
de decreto do Poder Executivo. Os créditos 4.320/64 classifica a Dívida Ativa em dois grupos:
suplementares podem ser autorizados na própria lei
orçamentária até determinada importância, o que - DÍVIDA ATIVA TRIBUTÁRIA e
usualmente é feito em termos percentuais, e tal
autorização não fere o princípio da exclusividade, pois - DÍVIDA ATIVA NÃO TRIBUTÁRIA.
não se trata de matéria estranha ao orçamento. Quando
concedidos, incorporamse ao orçamento, sendo
adicionados à dotação orçamentária a que se destinou o O primeiro grupo reúne somente os créditos rela-tivos a
reforço. Os créditos extraordinários, pela sua tributos e respectivos adicionais e multas. Já a Dívida
característica de urgência e imprevisibilidade, são abertos Ativa não Tributária são os demais em-préstimos
por decreto do Executivo, independente de prévia compulsórios, contribuições estabeleci-das em lei, multas
autorização do Legislativo. Os créditos especiais e de qualquer origem ou natureza, exceto as tributárias,
extraordinários, se abertos nos últimos quatro meses foros, laudêmios, aluguéis ou taxas de ocupação, custas
antes do encerramento do exercício, terão vigência até o processuais, preços e serviços prestados por
exercício seguinte ou até cessarem as causas que estabelecimentos públicos, etc. Os créditos mencionados,
provocaram a sua abertura, porém incorporando-se ao exigíveis pelo trans-curso do prazo de pagamento, serão
orçamento financeiro (CF/ 88, art. 167 § 2º). Outra inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida
característica importante desses créditos é que, quando Ativa, em registro próprio, depois de apurada a sua
autorizados, apresentam as respectivas despesas liquidez e certeza, e a respectiva receita será escriturada
realizadas separadamente das previstas no orçamento. A a esse título, somente, no exercício em que forem
fim de não prejudicar o equilíbrio do orçamento em efetivamente arrecadadas. A receita da Dívida Ativa
execução, a lei determina que cada solicitação de crédito abrange os créditos mencionados, bem como os valores
adicional seja acompanhada da indicação de recursos correspondentes à atualização monetária, juros de mora
hábeis desde que não comprometidos (art. 43 § 1º da Lei e encargos devidos. Por conseguinte, a inscrição da
4.320/64) São recursos hábeis: Dívida Ativa faz-se em livro especial, numerado, em
termos sumários, que contém os seguintes requisitos
I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial essenciais:
do exercício anterior; I - o nome do devedor e seu domicilio ou residência;
II - os provenientes de excesso de arrecadação; II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de
III - os resultantes da anulação parcial ou total de mora acrescidos;
dotações orçamentárias ou de créditos adicionais III - a origem e a natureza do crédito, mencionando,
autorizados em lei; e especificamente, a disposição da lei ou processo
IV - o produto de operações de crédito autorizadas, em administrativo em que seja fundado;
forma que juridicamente possibilite o Poder Executivo IV - a data da inscrição.
realizá-las Feita a inscrição, emite-se uma Certidão da Dívida Ativa,
onde se menciona, além dos dados relativos ao crédito, o
número do livro e da folha em que foi lavrado.
Superávit Financeiro: É a diferença positiva entre o
ativo e o passivo financeiro e o recurso mais legítimo para
se abrir créditos adicionais. Superávit financeiro Despesa Pública: Categorias, Estágios
representa dinheiro em caixa, disponível, proveniente de
receita realizada a maior que a despesa, em exercícios Define-se como despesa pública o conjunto de
anteriores. dispêndios do Estado ou de outra pessoa de direito
público, para o funcionamento dos serviços públi-cos. As
Excesso de arrecadação: É o saldo positivo das despesas, à semelhança das receitas, po-dem ser
diferenças acumuladas mês a mês, entre a arrecadação orçamentárias e extra-orçamentárias, de-pendendo de
prevista e a realizada, considerando-se ainda a tendência estarem ou não incluídas no orça-mento. A Despesa
do exercício. Só se pode pensar em excesso de compreende os recursos des-pendidos na gestão e
arrecadação a partir do segundo semestre do exercício, computados na apuração do resultado do exercício, que
pois deve-se avaliar a tendência de arrecadação de mês consta do Balanço Patrimonial. A classificação
a mês. econômica, que abran-ge tanto a despesa quanto a
receita, possibilita ana-lisar o impacto das ações disposição das unidades orçamen-tárias através do
governamentais na eco-nomia como um todo. SIAFI.
Evento
1. Estágio Preliminar: Movimentação de Crédito ou
Descentralização Concedente Beneficiada
A descentralização de crédito é a transferência, por uma As unidades administrativas somente poderão des-
unidade orçamentária ou administrativa, para outra centralizar créditos mediante provisão (Evento de
unidade, do poder de utilizar créditos orça-mentários ou provisão) desde que autorizadas pela unidade orça-
adicionais que estejam sob a sua su-pervisão ou lhe mentária que efetuou a transferência. O crédito re-cebido
tenham sido dotados ou trans-feridos. O Decreto n.º mediante provisão, somente poderá ser uti-lizado em
93.872, de 23.12.1986, es-tabelece as normas gerais de despesa pertinente ao programa de tra-balho vinculado
administração orça-mentária e financeira e o Decreto n.º às atividades da unidade orça-mentária que efetuou o
825, de 28.05.1993 estabelece normas para a provisionamento, inclusive no tocante aos objetivos
programação e execução orçamentária e financeira. básicos da programação. A unidade gestora
Existem al-guns pré-requisitos básicos para o início da (orçamentária ou administrativa) beneficiada com
movi-mentação ou descentralização dos créditos orça- descentralização através de des-taque (descentralização
mentários ou adicionais, indicados a seguir: externa) poderá cedê-lo parcialmente à unidade gestora
de outro ministério ou órgão, mediante nova
a) Lei Orçamentária: os créditos constantes da Lei descentralização externa.
Orçamentária Anual poderão ser utilizados ou mo- A descentralização posterior dos créditos recebidos, no
vimentados tão logo seja publicada a Lei Orça-mentária âmbito do ministério ou órgão recebedor, far-se-á através
Anual e colocados à disposição das uni-dades de provisão. Até o advento do Decreto n.º 825/93, a
orçamentárias através do Sistema Integrado de descentralização de crédito era utilizada somente no
Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI, ou âmbito da Administração Direta. A partir da edição
do SIAFEM no caso dos Estados e Muni-cípios. daquele diploma legal, ficou estabelecido o seguinte:
a) pela unidade responsável pela descentralização; c) Empenho Global: quando se tratar de despesa
contratual e outras de valor determinado, sujeitas a
b) se houver saldo que a comporte; e parcelamento, tais como: compromissos decorren-tes de
aluguéis de imóveis e de equipamentos, ser-viços de
c) nas seguintes situações: terceiros, vencimentos, salários, proventos e pensões,
inclusive as obrigações patronais decor-rentes. Somente
- quando houver engano no valor do crédito poderão empenhar despesa:
descentralizado ou necessidade de reduzi-lo;
- a unidade orçamentária, à conta dos cré-ditos
- quando houver alteração orçamentária que que lhe tenham sido atribuídos em le-gislação
justifique a providência; específica, mediante destaque/pro-visão;
- quando houver cancelamento do ato que lhe - a unidade administrativa, capacitada a de-
deu origem; ou sempenhar os atos de gestão, regularmente
cadastrada como unidade gestora à qual te-nha
- quando a provisão ou o destaque tiver sido sido concedida provisão ou destaque de crédito.
feito inadequadamente ou indevida-mente.
i) Empenho com Garantia de Pagamento Contra a) As UGE que desejarem emitir a NE com Garantia de
Entrega. Pagamento Contra Entrega, deverão indicar es-sa opção
em campo específico contido no docu-mento,
denominado “PAGAMENTO CONTRA EN-TREGA”.
2.4. Nota de Empenho - NE
b) O preenchimento do campo pagamento contra entrega
O empenho da despesa será formalizado me-diante a poderá ser feita da seguinte maneira:
emissão de documento denominado “nota de empenho”,
do qual constará: o nome do credor, a especificação e a - com “0” - indica a emissão de NE normal, isto
importância da despesa, bem como os demais dados é, sem Garantia de Pagamento Contra Entrega;
necessários ao controle da execução orçamentária e o
acompanhamento da programação financeira. O - com “1” - indica a emissão de NE com Ga-
cronograma de desem-bolso previsto, que deverá ser rantia de Pagamento Contra Entrega, utili-zando
informado na nota de empenho, não poderá exceder o o limite fixado pela STN;
limite de saque fixado para a unidade. Esse cronograma
consiste em informar no documento o mês (ou meses, no - com “2” - indica a emissão de NE com Ga-
caso de pagamento parcelado) previsto pela unida-de rantia de Pagamento Contra Entrega, utili-zando
para efetuar o pagamento. O valor do empenho não o limite da própria UG.
poderá exceder o saldo da dotação, preceden-do sempre
à realização da despesa, admitindo-se excepcionalmente, Será admitida emissão de NE com garantia de Pa-
que a emissão da respectiva nota de empenho seja gamento Contra Entrega, apenas quando se tratar de
concomitante com o ato que autoriza o pagamento da despesas dos grupos 4 - Outras Despesas Cor-rentes, 5 -
despesa, desde que não seja decorrente de contrato. As Investimento e 6 - Inversões Financei-ras.
despesas relativas a contratos, convênios, acordos e
outros ajustes de vigência plurianual, serão empenhadas
em cada exercício financeiro pela parte nele a ser 2.5. Pré-Empenho
executada.
A despesa deverá ser classificada na categoria, grupo, 2.5.1. Objetivo: Destina-se a reserva antecipada da
modalidade de aplicação e no elemento pró-prio, de parcela do orçamento para posterior registro do em-
acordo com sua natureza. Deverá ser ob-servado penho de despesa através da transação “PE”.
rigorosamente, inclusive, os objetivos do programa de
trabalho. O empenho deverá ser refor-çado quando seu
valor se revelar insuficiente para atender à despesa a ser 2.6. Anulação de Empenho
realizada.
O empenho deverá ser anulado no decorrer do e-xercício:
2.4.1. Empenho com Garantia de Pagamento Contra a) parcialmente - quando seu valor exceder o mon-tante
Entrega da despesa realizada:
O empenho com Garantia de Pagamento Contra Entrega - o serviço contratado não tiver sido pres-tado;
é o processo pelo qual as UGE garantem aos
fornecedores de pequenas compras de bens, materiais e - o material encomendado não tiver sido en-
serviços, inscritos no SICAF, o paga-mento da despesa tregue;
até 72 horas após o recebimento do bem, material ou
serviço, por intermédio da e-missão da OB - o empenho tiver sido emitido incorreta-mente.
correspondente.
O empenho deverá, ainda, ser anulado no encerra-mento
do exercício quando a despesa não tiver sido liquidada,
2.4.3. Procedimentos salvo aquelas que se enquadrem nas condições previstas
para inscrição em restos a pa-gar.
O limite para a emissão do Empenho com Garantia de
Pagamento Contra Entrega, será o teto fixado para
dispensa de licitação, que poderá ser consulta-do por 3. Estágio de Recebimento: Liquidação
meio da transação CONLIMINEC. Para e-missão da NE
com Garantia de Pagamento Contra entrega, poderão ser 3.1. Conceito: De acordo com o artigo 63 da Lei
utilizados dois tipos de limites: 4.320/64, “a liquidação da despesa consiste na veri-
ficação do direito adquirido pelo credor tendo por base os
a) o estabelecido pela UG 170500 – COFIN/ títulos e documentos comprobatórios do respectivo
STN – para os OSPF; crédito”. Esse estágio da despesa é a comprovação de
que o credor cumpriu todas as o-brigações constantes do
b) o correspondente aos saldos transferidos e empenho.
das receitas próprias disponíveis na Con-ta
Única da própria UGE.
3.2. Finalidade: A liquidação da despesa tem por
finalidade reconhecer ou apurar:
Na emissão de NE com Garantia de Pagamento Contra
Entrega, deverá ser observado o seguinte: - a origem e o objeto do que se deve pagar;
A liquidação envolve, portanto, todos os atos de A programação financeira tem por finalidade a for
verificação e conferência, desde a entrada do ma-terial ou mulação de diretrizes para a elaboração das pro-postas
a prestação do serviço até o reconheci-mento da de programação financeira, estabelecimento do fluxo de
despesa. Ao fazer a entrega do material ou a prestação caixa e fixação de limites de saques pe-riódicos contra a
do serviço, o credor deverá apre-sentar a nota fiscal conta única do Tesouro Nacional, objetivando assegurar
(quando houver impostos a pagar), fatura ou conta às unidades orçamentárias a soma dos recursos
correspondente, acompa-nhada da 1ª via da nota de necessários ao cumprimento de seus programas de
empenho (não se aceita cópia), devendo o funcionário trabalho.
competente atestar o recebimento do material ou a
prestação do serviço correspondente, no verso da nota
fiscal, fatura ou conta. No caso de empenho estimativo ou 4.1.3. Órgão Central - OC
global, a primeira via da nota de empenho somente será
exigível com o título de crédito (nota fiscal, fatura ou O órgão central de programação financeira é a Se-
conta) referente a última parcela dos bens forne-cidos ou cretaria do Tesouro Nacional.
dos serviços prestados. Ressalte-se que na liquidação da
despesa, por ocasião do rece-bimento do material, da
executo da obra ou da pres-tação do serviço, certos 4.1.4. Órgãos Setoriais - OSPF
cuidados especiais deverão ser observados, dentre eles:
As Secretarias Executivas dos Ministérios e órgãos
a) Verificação, se necessário, da confor-midade equivalentes da Presidência da República e do Mi-nistério
com a proposta, contrato, convênio, acordo ou da Defesa, através de seu setor específico.
ajuste, se houver;
Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos Os totais dos valores apresentados na Proposta de
termos em que dispuser a lei de diretrizes orça-mentárias, Programação Financeira poderão exceder as do-tações
o Poder Executivo estabelecerá a pro-gramação aprovadas no Orçamento Geral da União, sendo o
financeira e o cronograma de execução mensal de excesso considerado apenas como simples estimativa,
desembolso. não representando qualquer garantia de concessão de
créditos adicionais. Os compromissos em moeda
estrangeira deverão ser programados em reais, fazendo-
4.1.1. Conceito se o ajuste dos valores segundo a variação cambial.
- pessoal não regido pela Lei 8.112/90; A Secretaria do Tesouro Nacional, aprovará o li-mite
global de saque de cada Ministério ou Órgão, com base
- pessoal contratado temporariamente; na proposta apresentada, ajustada ao flu-xo de caixa do
Tesouro Nacional. Dentro das dis-ponibilidades previstas,
- transferências ao Governo do Distrito Fe-deral; na conformidade do item anterior, os Ministérios ou
órgãos da Presidência da República e dos Poderes
- pessoal no exterior. Legislativo e Judiciário, aprovarão o limite de saque de
cada unidade orça-mentária. Os limites globais de saque
As liberações de recursos, da STN para os Órgãos poderão ser alterados, de acordo com as disponibilidades
Setoriais do Sistema de Programação Financeira, serão de caixa do Tesouro Nacional e as reais necessidades
efetuadas por Fontes de Recursos e por Ca-tegoria de das unidades orçamentárias, segundo o crono-grama de
Gastos, nas datas a seguir discrimina-das: pagamento resultante dos compromissos assumidos. Os
compromissos financeiros só pode-rão ser assumidos
a) Categoria “A”: os limites de saque rela-tivos a dentro do limite de saque apro-vado e evidenciado pelos
esta categoria de gastos serão con-cedidos até o registros contábeis. A Se-cretaria do Tesouro Nacional
dia 20 de cada mês para os órgãos do Poder fará a liberação de cotas aos Órgãos Setoriais de
Legislativo e o Poder Ju-diciário e do Ministério Programação Finan-ceira, levando em consideração:
Público, e no último dia útil de cada mês para os
órgãos do Po-der Executivo. a) o cronograma de desembolso aprovado,
fixando o limite de saque; e
b) Demais Categorias de Gastos, inclusive os
recursos da seguridade social: dia 10,20 e 30 de b) o efetivo ingresso de recursos no caixa do
cada mês. Tesouro Nacional.
a) por iniciativa dos órgãos setoriais, me-diante b) Ordem Bancária de Pagamento – OBP,
reformulação do cronograma de de-sembolso destinada a pagamento direto ao credor, em
setorial reduzindo ou aumentando o limite de espécie, junto à agência de domicílio ban-cário
saque da unidade gestora; da Unidade Gestora; e
b) por iniciativa da unidade gestora, através de c) Ordem Bancária para Banco – OBB, des-
revisão da partilha do limite de saque, a- tinada a pagamento a banco, inclusive ao a-
umentando ou diminuindo o limite partilha-do. gente financeiro, caso seja este o benefici-ário
ou deva realizar pagamento à vista de
documentação específica emitida pela Uni-dade
A alteração da descentralização de recursos finan-ceiros, Gestora.
que importe em redução de limite anterior-mente
autorizado, levará em consideração os com-promissos d) Ordem Bancária de Câmbio – OB, desti-nada
efetivamente assumidos pela unidade detentora do poder à aquisição de moeda estrangeira (Ex:
de saque. As transferências fi-nanceiras, cota, repasse, Pagamento de Diárias, Dívida Externa etc.).
sub-repasse e pagamen-tos diversos, entre unidades
gestoras integrantes do caixa único do Tesouro Nacional,
serão efetuadas através do SIAFI e precedidas de 3.7. SUPRIMENTO DE FUNDOS.
autorização com-petente.
1. Conceito e Objetivo: Em casos excepcionais, a
autoridade competente poderá autorizar a realiza-ção de
4.3. Movimentação de Recursos Financeiros despesa por meio de suprimento de fundos, quando esta
não poder ser realizada pelo processo normal da
A movimentação de recursos financeiros é feita a-través execução orçamentária. Essa previsão está contida no art
de três formas: cota, repasse e sub-repasse. 74 do Decreto-lei 200/67 e ar-tigos 68 e 69 da Lei
4.320/64, bem como nos arti-gos 45 e 47 do Decreto n.º
93.872/86.
4.3.1. Formas de Movimentação
2. Aplicação: Suprimento de fundos consiste na entrega
a) Cota: É a movimentação de recursos financeiros do de numerário a servidor, sempre precedida de empenho
órgão central para os setoriais de programação na dotação própria à despesa a re-alizar, que não possa
financeira. Está relacionada com os créditos orça- subordinar-se ao processo normal, assim considerada
mentários e adicionais, do lado orçamentário. nos seguintes casos:
Não se concederá suprimento destinado a cobrir contas da importância aplicada até 31 de de-zembro ser
despesas de locomoção de servidor em via-gem quando apresentada até o dia 15 de janeiro su-bseqüente. O
este houver recebido diárias, posto que estas se detentor de suprimento de fundos in-dicará os saldos em
destinam a suprir as despesas de ali-mentação, pousada seu poder em 31 de dezembro, para efeito de
e locomoção urbana. Os valo-res limites para concessão contabilização e reinscrição da res-pectiva
de suprimento de fun-dos, bem como o limite máximo responsabilidade.
para despesas de pequeno vulto, serão fixados em
portaria e disponi-bilizados no SIAFI para consulta. A
concessão e aplicação de suprimento de fundos, para 6. Comprovação: Os documentos comprobatórios das
atender peculiaridades da Presidência e da Vice- despesas efetuadas serão extraídos em nome da
Presidên-cia da República, do Ministério da Fazenda, do repartição onde o suprido esteja em exercício, exigindo-
Departamento de Polícia Federal, das repartições do se documento fiscal sempre que a ope-ração estiver
Ministério das Relações no exterior, bem assim militares sujeita a tributação. O servidor tem 30 dias para prestar
e de inteligência, obedecerão a regime especial de contas do suprimento, todavia se a importância do
execução estabelecido em instruções aprovadas pelos suprimento for aplicada até o en-cerramento do exercício
respectivos Ministros de Estado, pelo Chefe da Casa financeiro, ou seja, até 31 de dezembro, a despesa
Militar e pelo Secretário-Geral da Presidência da deverá ser comprovada até 15 de janeiro seguinte. Se o
República, sendo vedada a delegação de competência suprido deixar de prestar contas no prazo estabelecido,
(Dec. n.º 2.497, de 12 Fev 98). A entrega do numerário, deverá ser procedida à tomada de contas especial, sem
sempre precedido do empenho ordinário na dotação preju-ízo das providências administrativas para apuração
própria das despesas a realizar, será feita mediante: das responsabilidades e imposição das penalidades
cabíveis.
- crédito em conta bancária, em nome do
suprido, aberta, com autorização do ordena-dor
de despesa, para esse fim; ou 6.1. Prestação de Contas: A prestação de contas da
aplicação dos recursos de suprimento de fundos deverá
- entrega do numerário ao suprido através de ser feita mediante apresentação dos seguin-tes
OPB. documentos:
4. Ato de Concessão: A autorização do suprimento de O eventual saldo não utilizado do suprimento de fundos,
fundos será formalizada no documento de con-cessão, do pelas unidades “off-line” deverá ser recolhi-do, dentro do
qual constarão o valor do suprimento, sua destinação, o prazo estabelecido para a prestação de contas, à conta
nome do suprido e seu cargo/ função, o prazo de bancária da unidade gestora, mediante GR – se no
aplicação, a data para prestação de contas e as mesmo exercício da conces-são, ou ao tesouro nacional,
assinaturas do ordenador de des-pesa e do responsável mediante DARF – se em exercício posterior ao da
pelo suprimento. concessão. O saldo de suprimento de fundos das
unidades “on-line” será, no exercício, revertido ao limite
de saque da mês-ma, mediante GR; em exercício
5. Prazo de Aplicação: O prazo de aplicação do posterior, se consti-tuirá em receita do tesouro nacional,
suprimento não poderá exceder a 90 dias nem ultra- mediante DARF. Quando impugnada a prestação de
passar o exercício financeiro, devendo a prestação de contas, parcial ou totalmente, deverá a autoridade
ordena-dora determinar imediatas providências ins-crição de empenho em restos a pagar terá validade
administra-tivas para apuração das responsabilidades e até 31 de dezembro do ano subseqüente, quando será
im-posição das penalidades cabíveis, bem assim, pro- automaticamente cancelado. Permanecerá em vigor, no
mover a tomada de contas para julgamento pelo tribunal entanto, o direito do credor por 5 (cinco) anos, a partir da
de contas da união, quando for o caso. data de inscrição. É vedada a reinscrição de empenhos
em restos a pagar. O reconhecimento de eventual direito
do credor far-se-á através da emissão de nova nota de
7. Contabilização: O suprimento de fundos é con- empenho, no exercício do reconhecimento, à conta de
tabilizado e incluído nas contas do ordenador como despesas de exercícios anteriores, respeitada a categoria
despesa realizada .As restituições, por falta de apli- e-conômica própria. Os restos a pagar com prescrição
cação, parcial ou total, ou aplicação indevida, cons- interrompida assim considerada a despesa cuja inscrição
tituirão anulação de despesa. A receita financeira oriunda em restos a pagar tenha sido cancelada, mas ainda
será contabilizada conforme instruções vi-gentes no vigente o direito do credor, poderão ser pagos à conta de
período. O último ato formaliza-se pela baixa da despesas de exercícios anteri-ores, respeitada a
responsabilidade do detentor junto ao SIAFI. categoria econômica própria. A diferença entre o valor de
despesa inscrita em restos a pagar e o valor real a ser
pago, deverá ser:
3.8 Restos a Pagar
- empenhada à conta de despesas de exer-
1. Conceito cícios anteriores, quando o valor inscrito for
menor do que o valor a ser pago;
Consideram-se restos a pagar, ou resíduos pas-sivos, de
acordo com o art. 36 da lei n.º4.320/64, as despesas - cancelada, quando o valor inscrito for ma-ior do
legalmente empenhadas mas não pagas dentro do que o valor a ser pago.
exercício financeiro, ou seja, até 31 de dezembro (arts. 35
e 67 do decreto n.º 93.872/86). O regime de competência
– adotado na administra-ção pública apenas para as O pagamento de despesas inscritas em restos a pagar é
despesas – exige que os atos e fatos contábeis sejam feito tal como ocorre com o pagamento de qualquer
considerados con-forme o exercício a que pertençam, ou despesa, exigindo-se apenas a observân-cia das
seja, em que foram gerados. Neste caso, se uma formalidades legais, independente de reque-rimento do
despesa foi em-penhada em um exercício financeiro e credor.
somente foi paga no seguinte, ela deve ser contabilizada
como pertencente ao exercício em que ocorreu o empe-
nho. 3.9. Despesas de Exercícios Anteriores
3. Inscrição
O reconhecimento da dívida a ser paga à conta de
O Decreto n.º 93.872/86, em seu artigo 35 deter-mina despesas de exercícios anteriores cabe à autorida-de
que o empenho da despesa não liquidada será competente para empenhá-la, devendo o pro-cesso
considerado anulado em 31 de dezembro, para todos os conter, no mínimo, os seguintes elementos:
fins, salvo os casos previstos em normas legais. É
vedada a inscrição em restos a pagar do saldo de - importância a pagar;
empenhos para pagamento de despesas com
vencimentos, diárias e ajudas de custo. A ins-crição de - nome, CPF ou CGC e endereço do credor;
despesas em restos a pagar será prece-dida, após a
depuração, pela anulação de empe-nhos, no exercício - data do vencimento do compromisso;
financeiro de sua emissão. Os empenhos não anulados,
bem como os referentes a despesas já liquidadas e não - causa da não emissão do empenho, se for o
pagas, serão automa-ticamente inscritos em restos a caso e
pagar no encer-ramento do exercício, pelo valor devido,
ou caso seja este desconhecido, pelo valor estimado. A
Receitas
Em sentido amplo, receitas públicas são ingressos de
Introdução recursos financeiros nos cofres do Estado, que se
desdobram em receitas orçamentárias, quando
O orçamento é instrumento de planejamento de qualquer representam disponibilidades de recursos financeiros
entidade, seja pública ou privada, e representa o fluxo para o erário, e em ingressos extraorçamentários, quando
previsto dos ingressos e das aplicações de recursos em representam apenas entradas compensatórias. Em
determinado período. A matéria pertinente à receita é sentido estrito, são públicas apenas as receitas
disciplinada, em linhas gerais, pelos arts. 3o, 9o, 11, 35 e orçamentárias.
Quando, por exemplo, o imposto de renda pessoa física é correspondente na natureza da receita código
recolhido dos trabalhadores, aloca-se a receita pública “1112.04.10”, segundo o esquema abaixo:
Por exemplo, no que diz respeito à origem, a Receita das Receitas Públicas, incorporando-se categoria
Tributária é um dos detalhamentos possíveis para econômica e origem:
Receitas Correntes. Esquema da Classificação e Códigos
Recolhimento: Consiste na transferência dos valores De acordo com o art. 77 do CTN: As taxas cobradas pela
arrecadados à conta específica do Tesouro Nacional, União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
responsável pela administração e controle da Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições,
arrecadação e pela programação financeira, observando- têm como fato gerador o exercício regular do poder de
se o princípio da unidade de tesouraria ou de caixa, polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço
conforme determina o art. 56 da Lei no 4.320, de 1964, a público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou
seguir transcrito: posto à sua disposição. A taxa está sujeita ao princípio
constitucional da reserva legal e, sob a ótica
Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em orçamentária, classifica-se em: Taxas de Fiscalização10
estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, e Taxas de Serviço.
vedada qualquer fragmentação para criação de caixas
especiais. Taxas de Fiscalização ou de Poder de Polícia
Classificação da Despesa por Esfera Orçamentária Seguridade Social (S) ou de Investimento das Empresas
Estatais (I), conforme disposto no § 5o do art. 165 da CF.
Na LOA, a esfera tem por finalidade identificar se a Na base de dados do SIOP, o campo destinado à esfera
despesa pertence ao Orçamento Fiscal (F), da
orçamentária é composto de dois dígitos e será A classificação funcional é formada por funções e
associado à ação orçamentária: subfunções e busca responder basicamente à indagação
“em que área de despesa a ação governamental será
realizada?”. Cada atividade, projeto e operação especial
identificará a função e a subfunção às quais se vinculam.
A atual classificação funcional foi instituída pela Portaria
no 42, de 14 de abril de 1999, do então Ministério do
Orçamento e Gestão (MOG), e é composta de um rol de
funções e subfunções prefixadas, que servem como
agregador dos gastos públicos por área de ação
governamental nos três níveis de Governo. Trata-se de
uma classificação independente dos programas e de
aplicação comum e obrigatória, no âmbito dos Municípios,
- Orçamento Fiscal (código 10): referente aos dos Estados, do Distrito Federal e da União, o que
Poderes da União, seus fundos, órgãos e permite a consolidação nacional dos gastos do setor
entidades da administração direta e indireta, público.
inclusive fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público; [CÓDIGO-EXEMPLO DA ESTRUTURA COMPLETA DA
PROGRAMAÇÃO]
- Orçamento da Seguridade Social (código
20): abrange todas as entidades e órgãos a ela A classificação funcional é representada por cinco dígitos,
vinculados, da administração direta ou indireta, sendo os dois primeiros relativos às funções e os três
bem como os fundos e fundações instituídos e últimos às subfunções. Na base de dados do SIOP,
mantidos pelo Poder Público; e existem dois campos correspondentes à classificação
funcional:
- Orçamento de Investimento (código 30):
orçamento das empresas em que a União, direta
ou indiretamente, detenha a maioria do capital
social com direito a voto.
representando, portanto, uma agregação neutra. Nesse abaixo relacionados e constarão apenas do orçamento,
caso, as ações estarão associadas aos programas do tipo não integrando o PPA:
operações especiais que correspondem aos códigos
Estrutura Programática
http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/Arquiv
Programa os/spi/publicacoes/Orientacoes_para_Elaboracao_do_PP
A_2012-2015.pdf
Toda ação do Governo está estruturada em
programas orientados para a realização dos objetivos
estratégicos definidos para o período do PPA, ou seja, A Lei do PPA 2012-2015 foi elaborada com base em
quatro anos. Os novos conceitos de cada categoria do diretrizes oriundas do Programa de Governo. Dentre
Plano 2012-2015, bem como exemplos constantes no essas diretrizes, destaca-se a Visão Estratégica, que
documento de orientação para elaboração da indica em termos gerais o País almejado em um horizonte
programação poderão ser encontrados no endereço: de longo prazo e estabelece, ainda, os Macrodesafios
Programa de Gestão, Manutenção e Serviços A integração das ações orçamentárias com o PPA é
ao Estado: aquele que expressa e orienta as retratada na figura a seguir:
ações destinadas ao apoio, à gestão e à
manutenção da atuação governamental.
XII - encerrada a etapa competitiva e ordenadas as execução do contrato, comportar-se de modo inidôneo ou
ofertas, o pregoeiro procederá à abertura do invólucro cometer fraude fiscal, ficará impedido de licitar e contratar
contendo os documentos de habilitação do licitante que com a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e,
apresentou a melhor proposta, para verificação do será descredenciado no Sicaf, ou nos sistemas de
atendimento das condições fixadas no edital; cadastramento de fornecedores a que se refere o inciso
XIII - a habilitação far-se-á com a verificação de que o XIV do art. 4o desta Lei, pelo prazo de até 5 (cinco) anos,
licitante está em situação regular perante a Fazenda sem prejuízo das multas previstas em edital e no contrato
Nacional, a Seguridade Social e o Fundo de Garantia do e das demais cominações legais.
Tempo de Serviço - FGTS, e as Fazendas Estaduais e
Municipais, quando for o caso, com a comprovação de Art. 8º Os atos essenciais do pregão, inclusive os
que atende às exigências do edital quanto à habilitação decorrentes de meios eletrônicos, serão documentados
jurídica e qualificações técnica e econômico-financeira; no processo respectivo, com vistas à aferição de sua
XIV - os licitantes poderão deixar de apresentar os regularidade pelos agentes de controle, nos termos do
documentos de habilitação que já constem do Sistema de regulamento previsto no art. 2º.
Cadastramento Unificado de Fornecedores – Sicaf e
sistemas semelhantes mantidos por Estados, Distrito Art. 9º Aplicam-se subsidiariamente, para a modalidade
Federal ou Municípios, assegurado aos demais licitantes de pregão, as normas da Lei nº 8.666, de 21 de junho de
o direito de acesso aos dados nele constantes; 1993.
XV - verificado o atendimento das exigências fixadas no
edital, o licitante será declarado vencedor; Art. 10. Ficam convalidados os atos praticados com base
XVI - se a oferta não for aceitável ou se o licitante na Medida Provisória nº 2.182-18, de 23 de agosto de
desatender às exigências habilitatórias, o pregoeiro 2001.
examinará as ofertas subseqüentes e a qualificação dos
licitantes, na ordem de classificação, e assim Art. 11. As compras e contratações de bens e serviços
sucessivamente, até a apuração de uma que atenda ao comuns, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito
edital, sendo o respectivo licitante declarado vencedor; Federal e dos Municípios, quando efetuadas pelo sistema
XVII - nas situações previstas nos incisos XI e XVI, o de registro de preços previsto no art. 15 da Lei nº 8.666,
pregoeiro poderá negociar diretamente com o proponente de 21 de junho de 1993, poderão adotar a modalidade de
para que seja obtido preço melhor; pregão, conforme regulamento específico.
XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante poderá
manifestar imediata e motivadamente a intenção de Art. 12. A Lei nº 10.191, de 14 de fevereiro de 2001,
recorrer, quando lhe será concedido o prazo de 3 (três) passa a vigorar acrescida do seguinte artigo:
dias para apresentação das razões do recurso, ficando os “Art. 2-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
demais licitantes desde logo intimados para apresentar Municípios poderão adotar, nas licitações de registro de
contra-razões em igual número de dias, que começarão a preços destinadas à aquisição de bens e serviços
correr do término do prazo do recorrente, sendo-lhes comuns da área da saúde, a modalidade do pregão,
assegurada vista imediata dos autos; inclusive por meio eletrônico, observando-se o seguinte:
XIX - o acolhimento de recurso importará a invalidação I - são considerados bens e serviços comuns da área da
apenas dos atos insuscetíveis de aproveitamento; saúde, aqueles necessários ao atendimento dos órgãos
XX - a falta de manifestação imediata e motivada do que integram o Sistema Único de Saúde, cujos padrões
licitante importará a decadência do direito de recurso e a de desempenho e qualidade possam ser objetivamente
adjudicação do objeto da licitação pelo pregoeiro ao definidos no edital, por meio de especificações usuais do
vencedor; mercado.
XXI - decididos os recursos, a autoridade competente fará II - quando o quantitativo total estimado para a
a adjudicação do objeto da licitação ao licitante vencedor; contratação ou fornecimento não puder ser atendido pelo
XXII - homologada a licitação pela autoridade licitante vencedor, admitir-se-á a convocação de tantos
competente, o adjudicatário será convocado para assinar licitantes quantos forem necessários para o atingimento
o contrato no prazo definido em edital; e da totalidade do quantitativo, respeitada a ordem de
XXIII - se o licitante vencedor, convocado dentro do prazo classificação, desde que os referidos licitantes aceitem
de validade da sua proposta, não celebrar o contrato, praticar o mêsmo preço da proposta vencedora.
aplicar-se-á o disposto no inciso XVI. III - na impossibilidade do atendimento ao disposto no
inciso II, excepcionalmente, poderão ser registrados
Art. 5º É vedada a exigência de: outros preços diferentes da proposta vencedora, desde
I - garantia de proposta; que se trate de objetos de qualidade ou desempenho
II - aquisição do edital pelos licitantes, como condição superior, devidamente justificada e comprovada a
para participação no certame; e vantagem, e que as ofertas sejam em valor inferior ao
III - pagamento de taxas e emolumentos, salvo os limite máximo admitido.”
referentes a fornecimento do edital, que não serão
superiores ao custo de sua reprodução gráfica, e aos Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua
custos de utilização de recursos de tecnologia da publicação.
informação, quando for o caso.
Brasília, 17 de julho de 2002; 181º da Independência e
Art. 6º O prazo de validade das propostas será de 60 114º da República.
(sessenta) dias, se outro não estiver fixado no edital.
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de
Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo de validade da 18.7.2002 e retificado em 30.7.2002
sua proposta, não celebrar o contrato, deixar de entregar
ou apresentar documentação falsa exigida para o
certame, ensejar o retardamento da execução de seu
objeto, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na
c) se refere à conduta do profissional, ao conjunto de públicos com os quais interage, eis que fortalece a
atitudes que deve assumir no desempenho de sua imagem da organização.
profissão. b) O código de ética raramente traz para a empresa
d) engrandece o ambiente, nos faz ir além, buscar mais, harmonia, ordem transparência, tranqüilidade, em razão
superarmos a nos mesmos, ela traz a soma de forças. dos referenciais que cria deixando um lastro decorrente
do descumprimento de sua missão e de seus
12. Deve existir na relação entre empregado e patrão: compromissos.
a) Autoconsciência. c) A adoção de um código de ética é uma ótima
b) Disputa. oportunidade de aumentar a integração entre os
c) Interesse. funcionários da empresa e estimular o comprometimento
d) Disponibilidade. deles
d) Enquanto muitos executivos apenas vêem um
13. Por que a relação de humildade entre empregados modismo capaz de capitalizar benefícios ou dividendos,
e patrões é importante? outros têm se desdobrado para criar um instrumento
a) Para ultrapassar períodos de estresse e tensão, de genuíno, com adesão voluntária de todos os integrantes
grande volume de trabalho e sobrecarga emocional em da organização, incorporando de maneira natural e
função de prazos e importância dos projetos. profissional os princípios éticos da instituição.
b) Acreditar no que você faz é meio caminho andado para
o sucesso. 19. Assinale a única alternativa correta:
c) Para saber ouvir, saber pedir ajuda e saber reconhecer a) O Tribunal de Justiça é uma instituição de portas
seus próprios erros. abertas ao povo, sem distinções de raça, gênero, credo,
d) Para haver transparência é necessário que haja a status social ou econômico
confiança de ambos os lados de que tudo que é discutido b) A imparcialidade, a isenção e o senso de justiça não se
no escritório é confidencial. coadunam com a ação do Tribunal de Justiça em suas
diferentes áreas de atuação
14. “Um dos problemas mais comuns que sempre c) O espírito de cooperação, a cordialidade e o respeito
afetam a eficiência de uma pessoa”. Esse trecho faz são atitudes essenciais que orientam o comportamento
referencia à: somente dos magistrados do Tribunal de Justiça em suas
a) Atitudes no serviço. relações com o público.
b) Organização do Trabalho. d) Alguns servidores apenas são importantes para a
c) Comportamento profissional. consecução da missão do Tribunal de Justiça,
d) Procrastinação. independentemente de sua posição hierárquica ou das
funções que exercem.
15. Como agora as empresas estão cada vez mais
equiparadas em termos de qualidade do produto, isso 20. São requisitos essenciais para aprimorar o
deixou de ser um diferencial tão grande quanto há desempenho do Tribunal de Justiça e atingir os
alguns anos atrás. Então o que faz a diferença resultados esperados:
atualmente? a) a pesquisa e a consulta
a) É a Qualidade no Atendimento. b) a perseverança e o comprometimento com a mídia
b) A procrastinação. c) o constante aperfeiçoamento e a valorização das
c) O comportamento profissional. pessoas
d) A organização no trabalho d) as atividades de democratização e prestação
jurisdicional
16. Com relação aos conceitos de ética, julgue a
alternativa incorreta:
a) Ética enfatiza a conformidade com padrões idealísticos GABARITO
do bem e mal, como aquelas aplicadas a médicos e
advogados.
1. C 11. A
b) É um conjunto de princípios da conduta correta.
2. B 12. D
c) É estudo da natureza especifica da moral e das
3. C 13. A
escolhas específicas feitas por uma pessoa.
d) É as regras ou padrões governando a conduta pessoal 4. D 14. C
ou de membros de uma profissão. 5. A 15. A
6. B 16. C
17. Com relação a origem da ética, julgue a alternativa 7. C 17. B
correta: 8. D 18. A
a)A origem da palavra ética vem do grego “ethos”, que 9. A 19. A
quer dizer o modo de ser, o caráter.* 10. B 20. C
b) A origem da palavra ética vem do romano “ethos”, que
quer dizer o modo de ser, o caráter.
c) A origem da palavra ética vem do latim “ethos”, que
quer dizer o modo de ser, o caráter.
d) A origem da palavra ética vem do grego “ethos”, que
TESTES
quer dizer o modo de ser, moral.
a) Arquivo e do Congresso;
35. Os documentos que, não sendo de uso corrente b) Homem e da Comunidade;
nos órgãos produtores, por razões de interesse c) Público e da Vida;
administrativo, aguardam a sua eliminação ou d) Governo e da Política;
recolhimento para guarda permanente são chamados e) Estado e da Sociedade.
de:
a) documentos correntes 43. Estabelecer os prazos de vida do documento
b) documentos intermediários dentro da instituição, de acordo com os valores infor-
c) documentos históricos mativos e probatórios, é atividade da comissão de:
d) documentos permanentes a) avaliação de documentos;
b) incineração de documentos;
36. A fase em que se define a eliminação ou a guarda, c) restauração de documentos;
temporária ou permanente, de um documento d) movimentação de documentos;
denomina-se: e) preservação de documentos
a) indexação
b) inventário 44. Quanto ao gênero, os microfilmes são documen-
c) avaliação tos classificados como:
d) gestão a) cartográficos
b) iconográficos
37. A gestão de documentos se relaciona c) audiovisuais
internamente com a área de: d) textuais
a) arquivamento
b) conservação 45. A fase da operação de arquivamento, em que é
c) guarda de documentos feito o arranjo dos documentos, de acordo com a co-
d) preservação e restauração dificação dada aos mesmos, denomina-se:
a) classificação
38. Os arquivos correntes são também conhecidos b) automação
como: c) ordenação
d) inspeção
a) arquivos de terceira idade
b) arquivos de primeira idade 46. Considere os nomes abaixo.
1) José Amadeo
c) arquivos organizacionais 2) Angel O’ Neil
d) arquivos históricos 3) J. F. Amadeo
4) Rafael Colorado Filho
5) Dr. Renato Figueroa
39. Confere tratamento especial aos objetos durante o A seqüência dos números que correspondem à or-
encaminhamento: dem alfabética, obedecendo às regras da ABNT é:
a) a indexação a) 3 – 1 – 4 – 5 – 2
b) o registro b) 2 – 5 – 1 – 3 – 4
c) a microfilmagem c) 3 – 1 – 5 -4 – 2
d) o protocolo d) 2 – 3 – 1 – 4 -5
40. O processo que implica em tirar fotografias em 47. O conjunto de princípios (análise, arranjo, descri-
miniatura dos documentos chama-se: ção, avaliação, transferência e recolhimento dos do-
a) fotografia digital cumentos) e técnicas a serem observadas na consti-
b) digitalização de documentos tuição, organização, desenvolvimento e utilização dos
c) microfilmagem arquivos, denomina-se:
d) nenhuma das respostas está correta a) arquivoconomia
b) arquivonomia
41. Receber o documento, ler o documento identifi- c) arquivologia
cando o assunto principal e o(s) assunto(s) secundá- d) arquivística
rio(s) de acordo com o seu conteúdo, localizar o có-
digo, utilizando o índice, quando necessário, anotar o 48. O processo de análise da documentação de arqui-
código na primeira folha do documento e preencher vos, visando estabelecer a sua destinação, de acordo
a(s) folha(s) de referência para os assuntos secun- com seus valores probatórios e informativos deno-
dários são rotinas correspon-dentes às operações de: mina-se:
a) prescrição; a) arranjo
b) notação; b) avaliação
c) avaliação; c) descrição
d) classificação; d) classificação
e) restauração.
49. A Transferência de documentos dos arquivos in-
42. O art. 4º da Lei 8.159 menciona que todos têm termediários para os arquivos permanentes é chama-
direito a receber dos órgãos públicos informações de da de:
seu interesse par-ticular ou de interesse coletivo ou a) triagem
geral, contidas em documentos de arquivos que b) seleção
serão prestadas no pra-zo da lei, sob pena de respon- c) descarte
sabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja im- d) recolhimento
prescindível à segurança do:
GABARITO _____________________________________
1. B 11. B 21. C 31. D 41. D _____________________________________
2. C 12. B 22. C 32. B 42. E
3. A 13. A 23. A 33. D 43. A _____________________________________
4. C 14. C 24. B 34. B 44. C _____________________________________
5. C 15. D 25. C 35. B 45. C
6. C 16. C 26. D 36. C 46. A _____________________________________
7. A 17. A 27. A 37. B 47. D
8. C 18. B 28. C 38. B 48. B _____________________________________
9. A 19. C 29. B 39. B 49. D
10. D 20. B 30. C 40. C 50. C _____________________________________
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ANOTAÇÕES
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