Livro Ilhabela 61-70

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UMA VIAGEM PELA HISTÓRIA DO ARQUIPÉLAGO DE ILHABELA

Praia do Curral Praia da Feiticeira

Com cerca de 500 metros de extensão, é Muito freqüentada, está localizada a pouco
uma das praias mais procuradas pelos turistas. mais de 200 metros da estrada principal e a cerca
Abriga vários bares, restaurantes e campings. de cinco quilômetros do terminal das balsas na
Distante cerca de oito quilômetros da balsa, na direção sul. Esta praia abriga um antigo engenho
direção sul da Ilha de São Sebastião. Na ponta e a sede da fazenda São Mathias, tombados pelo
do Ribeirão, no setor direito da praia, estão os patrimônio histórico nacional. Duas cachoeiras
destroços do navio cargueiro “Aymoré”, um dos deságuam na praia.
preferidos para o mergulho comtemplativo.
Praia do Veloso

Nivaldo Simões
Praia de areia monazítica, fica no setor sul da
Ilha de São Sebastião, ao lado da praia do Curral.
Praia com pouco mais de 100 metros de exten-
são e fácil acesso.
No setor costeiro da Ilha de São Sebastião
voltado para o alto-mar, existem pequenas e lin-
das praias, a maior delas habitadas por comuni-
dades tradicionais e com o acesso sendo possível
somente por meio de barcos ou, em alguns casos,
por trilhas que cortam a mata. Dentre essas praias,
destaque para a Serraria, Guanxumas, Mansa,
Praia do Curral. Vermelha e Figueira. Há também a praia do Estácio
ou Eustáquio, a única que conta com alguma
Praia das Enchovas infra-estrutura de apoio ao turista; no caso, dois
bares. Outro destaque é a praia da Caveira, que
Fica a pouco mais de 45 minutos de caminha- é desabitada.
da a partir da praia do Bonete. Praia formada por
areia monazítica e muitas pedras roliças.
Nivaldo Simões

Praia do Gato

A praia do Gato está situada na Baía dos


Castelhanos e pode ser alcançada através de uma
trilha, a partir do setor norte da praia dos Cas-
telhanos. Formada por uma areia grossa, mistu-
rada a inúmeras conchas, a orla da praia do Gato
é minúscula, com cerca de 50 metros de exten-
são. Possui pontos curiosos, como a “Pedra do
Gato”, que adentra o mar, podendo ser escalada
facilmente da praia. Também chama a atenção
uma pedra em forma de pirâmide existente no
meio da praia. Praia do Veloso.

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Praia da Pacoíba Praia do Itaquanduba

Localizada a 12 quilômetros da Vila rumo ao Faz divisa com a praia do Itaguaçu e é fre-
setor norte da Ilha de São Sebastião, a praia da qüentada principalmente por moradores da re-
Pacoíba é muito reservada e de baixa freqüência. gião. O local dispõe de vários hotéis e uma
O acesso é feito por um estreito caminho, a garagem náutica.
partir da estrada principal. Não há bares ou res-
taurantes. Com cerca de 200 metros de exten- Praia da Ilha das Cabras
são, possui areia firme. O local é muito bonito
e serve de refúgio a quem não gosta de muita Fica a cerca de dois quilômetros do terminal
agitação. No passado, ali funcionaram dois en- das balsas, no setor sul da Ilha de São Sebastião,
genhos, cujas ruínas podem ser visitadas.
próxima ao Santuário Ecológico da Ilha das
Cabras. O local é indicado para os principiantes
Nivaldo Simões
que querem ver de perto as maravilhas do fundo
do mar. Praia urbanizada que conta com três
bares, um hotel e uma escola de mergulho.

Praia do Jabaquara

Distante 16 quilômetros da Vila, é uma das


mais belas praias do Litoral Norte paulista. Com
areias claras e cerca de 300 metros de extensão,
a praia é cortada por dois cristalinos riachos,
oferecendo encanto e tranqüilidade. Abriga um
Praia da Pacoíba. núcleo de comunidade tradicional. Embora não
seja urbanizada, a praia conta com um restauran-
Praia do Rabo Azedo te de boa qualidade, antiga sede de fazenda.

No setor norte do Canal, a praia do Rabo Praia do Pequeá


Azedo fica abrigada dos ventos do sul.
Próxima à Vila, fica localizada no Saco Gran-
Nivaldo Simões

de, local procurado para o fundeio de embarca-


ções de pesca e recreio. A ponta da praia do
Pequeá é bastante freqüentada por pescadores.

Praia do Perequê

Com cerca de 900 metros de extensão, sua


orla é repleta de coqueiros. Fica a cerca de dois
quilômetros do terminal das balsas, a meio ca-
minho da Vila. A praia oferece várias opções de
hotéis e bares instalados em quiosques. Com
Praia do Rabo Azedo. ventos do quadrante sul, torna-se o local prefe-

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rido pelos praticantes de windsurfe e kitesurfe. Praia Saco da Capela


Praia urbanizada e de águas calmas.
Situada no centro histórico do município,
Prainha do Julião entre a Ponta do Paqueá e a Vila, esta praia tam-
bém é uma das mais freqüentadas de Ilhabela.
Famosa por sua beleza, esta praia faz divisa Reúne amantes da pesca, esportes náuticos e
com a praia Grande, podendo-se chegar até ela banhistas que gostam de uma praia calma. Ma-
por uma trilha na avenida principal ou então pela jestosas casas de veraneio, iate clube, veleiros e
costeira, via praias Grande ou Feiticeira. Sua orla lanchas contrastam com os barcos pesqueiros
possui menos do que 200 metros e à sua frente que fundeiam ao largo.
está localizado o Ilhote, uma pequena ilha de pedra

Nivaldo Simões
que serve de local de pouso para aves migratórias.
Nivaldo Simões

Praia Saco da Capela.


Prainha do Julião.
Praia do Siriúba
Praia de Santa Tereza
A praia do Siriúba é indicada pela segurança
Ao lado da Vila, a praia é freqüentada por de suas águas. Localiza-se no setor norte de
moradores locais. No local funciona o único Ilhabela a cerca de três quilômetros da Vila. O
posto de combustível flutuante de Ilhabela e um local servia, no passado, para o embarque da
entreposto pesqueiro. Localizada no Saco do produção de cachaça do engenho Siriúba.
Indaiá, local de fundeio de barcos pesqueiros e
Nivaldo Simões

de recreio.
Nivaldo Simões

Praia de Santa Tereza. Praia do Siriúba.

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Martin Ramos
Praia da Fome.

Praia da Guarapocaia Praia de Itaguaçu

Praia com cerca de 250 metros de extensão, Com 400 metros de extensão, essa praia conta
localizada no setor norte da Ilha de São Sebas- com bares e restaurantes de boa qualidade, com
tião a cerca de seis quilômetros da Vila. Águas destaque para o Deck, um dos mais tradicionais
tranqüilas e praia com coqueiros altos. Antiga pontos de encontro dos ilhéus.
sede de fazenda. Um restaurante local oferece
Nivaldo Simões

serviço de praia. Fácil acesso para as Pedras do


Sino, um dos atrativos turísticos do arquipéla-
go de Ilhabela.

Praia Grande

Situada no setor sul da Ilha de São Sebastião,


a cerca de seis quilômetros do terminal das balsas.
Com cerca de 300 metros de extensão, faz divisa
com a prainha do Julião. Praia urbanizada, conta
com bares, restaurantes, uma igreja e duas qua-
dras esportivas. Visão panorâmica do Canal de Praia de Itaguaçu. Em segundo plano,
São Sebastião. o Pico de São Sebastião.

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Outros pontos turísticos Pesca

• Secretaria da Cultura; Ilhabela é atualmente um dos locais privilegia-


• Antigo Fórum e Cadeia; dos da costa brasileira para os amantes da pesca
• Igreja de Nossa Senhora D’Ajuda e Bom esportiva. Empresas especializadas levam turistas
Sucesso; do mundo inteiro a conhecer a exuberância de
• Casarões do final do século XVII; suas águas.
• Saco do Sombrio; O arquipélago é considerado um dos maiores
• Passeios de Escunas. pesqueiros em oceano e peixes costeiros de
corrida, como os bonitos, as bicudas, os xaréus
Clubes náuticos e as “voadoras” anchovas. Procurada também
por pescadores de costeira e praias, diversos
• Yatch Club de Ilhabela; eventos acontecem durante o ano, como o tor-
• Pindá Yacht Clube. neio de anchova em setembro. Entretanto, é no
período de novembro a fevereiro que ocorrem
Clube social os principais campeonatos esportivos, como o
tradicional Torneio de Pesca Oceânica, promo-
• Esporte Clube de Ilhabela. vidos anualmente pelo Yatch Club de Ilhabela.
A temporada de torneios disputados em cerca
Passeios Marítimos de 20 etapas é realizada nas modalidades Tag/
Catch and Release.
Ilha da Vitória, Ilha dos Búzios, contorno à Ilha Locais para pesca com barco: praias do
de São Sebastião, praia do Poço, praia da Fome, Jabaquara, Pacoíba e Fome, no setor norte;
praia do Jabaquara, praia do Bonete, Saco do Borrifos, Itapecerica, Taubaté e Ponta da Sepituba,
Sombrio, Enseada das Enchovas, canal sul e norte. no setor sul.

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Saco do Indaiá, antigo porto de embarcações pesqueiras.

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Saco da Capela, local de onde saem a maioria das embarcações locadas para passeio, pesca ou mergulho.

Mergulho Principais atividades


econômicas do município
O arquipélago de Ilhabela possui cerca de
140 quilômetros de perímetro, às vezes com Turismo, construção civil, hotelaria, acampa-
águas azuis, outras com águas verdes, mas sem- mentos turísticos, butiques, comércio de anti-
pre limpas. Boa parte dessa costeira permanece guidades, locação e venda de equipamentos de
e permanecerá indêntica a quando aqui chega- mergulho, depósitos de material de construção,
ram os primeiros europeus, no século XVI. A bares e lanchonetes, restaurantes e pizzarias,
exuberância da fauna e da flora marinhas con- docerias e sorveterias, artesanatos, garagens náu-
vida para o mergulho contemplativo. Diversos ticas, oficinas mecânicas, estaleiros, postos de
naufrágios – alguns localizados a cerca de 40 metros combustível, farmácias, livrarias e papelarias,
de profunidade – podem ser visitados com o bancas de jornais, imobiliárias e construtoras,
auxílio das operadoras de mergulho da cidade. distribuidoras de bebidas, locação de vídeos,
O santuário ecológico da Ilha das Cabras é in- comércio de artigos náuticos, artesanato naval,
dicado aos principiantes. marcenarias, pesca, gráfica.

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Riqueza
cultural caiçara

Nivaldo Simões
Além do patrimônio natural, Ilhabela preser-
va a riqueza da cultura caiçara. Resultado do
contato entre diferentes povos – europeus, indí-
genas e negros –, a cultura caiçara manifesta-se
na arquitetura das casas, no artesanato, nas em-
barcações de pesca e nas festas populares, como
a Congada de São Sebastião e outras manifesta-
ções folclóricas animadas pela “cirandinha” e
“quebra-chiquinha”.

Ilhabela, sua gente,


sua história.
As manifestações folclóricas em Ilhabela tive-
ram muito destaque e importância até a década
de 1960, tendo em vista, principalmente, a difi-
culdade de acesso às principais ilhas que formam Dona de casa da comunidade caiçara dos
o nosso município-arquipélago, bem como a Castelhanos alimentando a criação.
inexistência dos sinais de rádio e televisão; o que
Nivaldo Simões

deixava dezenas de comunidades insulares prati-


camente isoladas do mundo e motivava os mora-
dores à prática de diversas atividades artísticas,
culturais e religiosas.
Embora não tenham a mesma força e pujança
do passado, as manifestações folclóricas, princi-
palmente as de cunho religioso, constituem ainda
importante fonte de preservação da cultura caiçara
e da memória histórica popular do arquipélago.
Nesse sentido, é impossível falar sobre o folclo-
re de Ilhabela sem mencionar Iracema França
Lopes Corrêa, dona Dedé, formada pela Escola
de Folclore, anexa ao Museu de Folclore Paulista.
O texto deste trabalho tem como base as pesqui-
sas que dona Dedé realizou e publicou ao longo
de muitos anos. Pescador.

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Agosto é conhecido como o mês do


folclore e, no dia 22 desse mês, é co-
memorado no Brasil o Dia do Folclo-
re. O folclore, que se traduz como a
sabedoria do povo, pode ser definido
como o conjunto de manifestações de
caráter popular de um povo. É o con-
junto de elementos artísticos feitos do
povo para o povo, sempre ressaltando
o caráter de tradicionalidade dessas re-
presentações, sempre transmitidas de
uma geração a outra pela prática.
O folclore de Ilhabela sempre foi
recheado de festas, brincadeiras, trava-
Martin Ramos

línguas, lendas, danças, cânticos, adivi-


nhas, ditados e personagens; tudo muito
valorizado pelo linguajar típico caiçara.
As principais festas religiosas de
Ilhabela subsistiram ao passar dos sécu-
los, sendo que, nas últimas décadas,
foram influenciadas pelo grande con-
tingente de migrantes que chegaram à
cidade.
As principais festas religiosas de
Ilhabela são as de Nossa Senhora
D’Ajuda e Bom Sucesso, São Benedito,
Santa Verônica, São Pedro, São João e
Santo Antônio.
Martin Ramos

Eventos

Nossa Senhora D’Ajuda e Bom Su-


cesso é a padroeira de Ilhabela, com as
comemorações à Santa sendo realiza-
das no dia 2 de fevereiro, com alvora-
da, missa, procissão, apresentações
artísticas e quermesse.
A Festa de São Benedito ocorre no
mês de maio, sem data fixa. Antiga-
mente, a festa era realizada sempre no
final da semana de lua cheia, época em
que os pescadores não saem para pes-
car à noite, pois a claridade permite aos
Festas religiosas de Ilhabela. peixes evitar as redes.

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Congada plexo mouro-cristão do livro de Carlos Magno


e os Doze Pares de França.
Durante a Festa de São Benedito é realizada a Todos aqueles que tomam parte na Congada
Congada de Ilhabela, a maior manifestação fol- de Ilhabela, congos e tocadores, o fazem por
clórica cultural caiçara, que atravessou o tempo promessas suas ou de seus familiares. Os congueiros
chegando aos dias de hoje com muitas caracte- consideram-se “escravos” de São Benedito, di-
rísticas originais, que podem ser observadas em zem-se “promesseiros” e nunca se apresentam
em outra ocasião a não ser durante a Festa em
toda a sua organização. Acredita-se que esse ritual
homenagem ao Santo.
é repetido há mais de um século e meio, man-
Antigamente a Festa de São Benedito era or-
tendo-se as falas, a música, as fantasias e a repre-
ganizada pela confraria de São Benedito, extinta
sentação. mais tarde pelas autoridades religiosas. Em mea-
De acentuada aculturação africana bantu, a dos da década de 1940, os padres, condenando
Congada de Ilhabela situa-se entre as que repre- o costume de unir a Congada à festa religiosa,
sentam dois grupos que se desentendem, por chegaram a proibir a entrada dos congos no
quererem ambos festejar São Benedito. A drama- recinto da Igreja com seus trajes característicos.
tização faz-se com partes faladas, cantos e danças, A realização da Congada foi proibida pelos pa-
ao som da marimba de madeira e de atabaques. dres do Convento de São Francisco (São Sebas-
Observa-se no seu entrecho influência do com- tião) entre os anos de 1944 e 1956.

Nivaldo Simões

Congueiro.

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Martin Ramos UMA VIAGEM PELA HISTÓRIA DO ARQUIPÉLAGO DE ILHABELA

Outrora, os congos eram, na maioria, pesca-


dores. Hoje são funcionários, empregados do
comércio, pedreiros, marítimos, caseiros, apo-
sentados, marceneiros, empregados de hotéis e
restaurantes etc.
O motivo da participação individual na Con-
gada é sempre de ordem religiosa: promessa ou
devoção. Há aqueles, ainda, que fizeram promes-
sas, paralelamente à Congada, como confeccio-
nar espadas de madeira, trabalhar no arranjo das
barracas para a quermesse, ajudar no preparo
das refeições para os congueiros, ou tocar marim-
ba ou atabaque.
Os congos ou congueiros, para a representa-
ção, são divididos em dois grupos. O primeiro
Atualmente é o Conselho Paroquial que se
é formado pelos Congos de Cima, que compreen-
incumbe da parte religiosa e da quermesse, cuja
de os Fidalgos ou Vassalos, considerados “cris-
renda auferida é destinada às obras de conservação
tãos”, e que simbolizam, de forma confusa, os
e restauração da Igreja Matriz, cuja paróquia foi
“Pares de França”, com seu Rei. O segundo gru-
criada em 1809, e que tem como Padroeira (tam-
po é formado pelos Congos de Baixo ou Congos
bém do município) Nossa Senhora D’Ajuda e
do Embaixador, que são os “não batizados”,
Bom Sucesso.
pagãos, mouros ou infiéis.
Os festejos religio-
Nivaldo Simões

O congueiro “novato” começa sendo Congo


sos iniciam-se com um
de Baixo; não havendo número fixo para este. Os
tríduo preparatório,
Fidalgos são 12, na legenda dos Pares de França,
festa eclesiástica que
mas há ocasiões em que se apresentam com nú-
dura três dias.
mero maior.
Nos últimos anos, o
A Congada de Ilhabela possui organização fixa
grupo da Congada de
e permanente. As figuras principais são o Rei, o
Ilhabela é constituído,
Embaixador e o Secretário. A Rainha tem apenas
em média, por 45 pes-
função decorativa. Os congos apresentam-se em
soas. Nos velhos tem-
fileiras de dois, com a frente para o Rei e sua Rainha,
pos, participava quase
guardando uma certa distância do Embaixador.
O Rei. uma centena de pes-
soas. Um velho caiçara
Martin Ramos

afirma que tomavam parte na Congada “umas


duzentas pessoas”, que chegavam de canoas vin-
das de todas as praias do arquipélago.
Para os caiçaras, ter um papel na representação
é tido como algo sagrado, também conferindo
importância à vida cotidiana. Há participantes de
todas as idades. Os meninos mais novos são, ge-
ralmente, filhos ou netos de pessoas que já toma-
ram parte na Congada, conhecendo, portanto, o
enredo da representação desde pequenos.

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