Elda Viana Biografia
Elda Viana Biografia
Elda Viana Biografia
Se não for por amor não vai em frente. Eu não tenho casa, quem tem é o
maracatu, eu tenho a comunidade dentro da minha casa, cuidando das
coisas do maracatu. Quando eu vejo aquele batuque do maracatu na rua,
chega a doer, eu choro de emoção. (Elda Viana)
Dona Elda, Mãe Elda, Elda d’Oxóssi, rainha Elda, sacerdotiza Elda Viana, Elda de Porto Rico, ialorixá Elda
Viana, Elda da Macaia do Oxossi, títulos que escondem e desvelam uma mulher guerreira de 81 anos, 40
deles como rainha de uma grande nação de baque virado: Elda Ivo Viana, rainha da Nação do Maracatu
Porto Rico.
Dona Elda, como várias meninas do Recife nesta época, casou cedo com Enock José de Lira,
também de menor, no cartório de Água Fria.
Nasce Edileusa, dona Leo, e algum tempo depois o casal se separa.
Visitando sua tia Zefa, que vendia peixe na frente do Banhista, Elda Viana conheceu João Francisco
Chacon, que foi o pai de seus 4 filhos. “Mamãe vinha e dava aquelas fugidinhas da igreja da vovó e
vinha pra Banhista cantar.”, conta Edileusa.
Já grávida de Jurandir, foram para o Rio de Janeiro, Edileusa tinha 3 anos.
No final da década de 60 voltou para o Recife e foi morar no bairro de Mangabeira, zona norte, com a mãe e
depois moraram em Santo Amaro, e Águas Compridas.
Em 1969, com 30 anos, foi mãe de Jailson Viana Chacon, Mestre Chacon:
Nascido em 06 de Fevereiro de 1969 em Recife – PE. Desde a adolescência já mestreava a Nação
do Maracatu Porto Rico em apresentações folclóricas como vice diretor de bateria pois na época
não existia o termo Mestre e sim Diretor e Vice Diretor de bateria, a partir do ano 2000 é o Mestre
do Maracatu. É Babalorixá e atualmente junto com sua irmã Edileuza de Oxum cuida da parte
espiritual da Macaia de Oxóssi. Todos os seus filhos - Jeisse, Jhayana, Jhadyel - foram/são
batuqueiros e a pequena Jhadyanna, nascida em 2018, com certeza estará na nação.
Dona Elda já estava separada de João Francisco quando se muda para a comunidade do Bode, bairro do Pina,
para o mesmo local onde hoje mora e construiu a sede do Ylê Oxossi Gongorira e Nação do Maracatu Porto
Rico."Jailson" estava de braço", segundo Edileuza que já tinha 13 anos.
O local era o mesmo, mas muito diferente.
"Em Recife foi feita ainda na década de 1970, na nação nagô e mais tarde na década de 1980, na
nação jeje pelo renomado Babalorixá Raminho de Oxóssi, sendo que hoje ela afirma que seu terreiro
é traçado jeje-nagô." (ABZ Koslinski)
Dona Elda conta que o maracatu não a interessava, frequentava a casa de Eudes Chagas por causa da religião
para se aprofundar no nagô. Seu filho, Jailson Chacon Viana conta que conheceu o maracatu em 1976,
quando tinha sete anos.
Minha mãe, Dona Elda, me levava junto na casa de seu avô de santo Eudes, que estava lhe ensinando
o conhecimento do Ifá (Jogo de Búzios). Era depois da escola, nos finais de tarde. Eudes falava sobre
o maracatu e eu já criança, ouvia atento. Minha mãe começou a sair de baiana e eu de índio. Os
irmãos de lanceiro e outros personagens, todos envolvidos desde cedo.
Elda foi uma rainha inovadora, e revolucionária conseguindo inúmeras vitória e legitimidade dentro da
tradição do maracatu. Aos 41 anos estava morando no Pina e com seu terreiro instalado, com muitas filhas,
muitas moças bonitas, sempre com muita gente em torno dela como contou Armando Arruda a Ivaldo Lima e
a partir de uma iniciativa de alguns folcloristas amigos de Eudes Chagas, o Porto Rico do Oriente sai do
museu e dona Elda, que que iria participar como princesa, foi escolhida rainha.
O maracatu que ela herdou não passava de alguns tambores, 12 a 14, caixa e gonguê, uma corte pequena, um
estandarte antigo. Eudes Chagas não tinha conseguido manter o maracatu para fazer frente ao Indiano e
Elefante. Mestre Jaime foi contratado como diretor de apito e aparecia aos domingos de tarde para os ensaios
sem entrar em outros aspectos da nação. Dona Elda foi a única responsável pelas decisões que levaram Porto
Rico a ser a nação vitoriosa das duas últimas décadas do século passado. Recebeu uma ajuda inicial de
alguns folcloristas para fazer sua coroação e colocar o maracatu na rua, mas não se deixou prender por eles.
"Afasta-se de Armando Arruda e todos os que tentam imobilizar seu maracatu na “camisa de força da
tradição”, convida Raminho de Oxóssi para ser seu rei, e com isso ganha apoios diversos, a exemplo
dos organizadores da Noite dos Tambores Silenciosos. Elda Viana demonstrou uma incrível
capacidade para jogar com a tradição (coroação) e com a implantação de grandes mudanças nos
figurinos, aproximando-os do luxo e glamour das escolas de samba. A introdução de grupos de dança
com coreografias durante o desfile, fazendo composições com outras agremiações para engrandecer
em número o Porto Rico, foi outro recurso utilizado. Estas estratégias surtem rápido efeito, pois em
1983 o Porto Rico é consagrado campeão no carnaval, repetindo o feito em 1984 e 1985. Seu
prestígio cresce e com ele as alianças, imprescindíveis para a construção de uma hegemonia entre os
maracatuzeiros e maracatuzeiras. […] O certo é que à medida que Elda Viana, do Porto Rico,
inovava nos seus desfiles e arrebatava os campeonatos, os demais maracatus procuravam imitá-la,
mesmo que de forma tímida.
(LIMA, Ivaldo MF, doutorado)
Depois de 3 anos a nação comandada por Elda ivo Viana passa a ganhar quase todos os anos e quando perde
fica em segundo. Inovando com mais brilho e saias com armações, introduzindo a corte mirim e a bruxa de
pano, provocando polêmicas.
Em 2 de agosto de 1985 funda o Urso Zé da Pinga no bairro do Pina junto com seus filhos do Ilê Axé Oxóssi
Gongobira, ligado à religião Jurema Sagrada.
Líder religiosa e gestora, durante 20 anos ela foi a única mola propulsora de toda a nação. Alem da
articulação política com as prefeitura e outras nações, ela fazia toda a gestão dos recursos para conseguir
colocar o maracatu na rua, um maracatu cada vez com mais brilho e beleza.
Sempre costurou e durante anos fez as fantasias da nação. Em vários documentários que registram alguns
cotidianos da nação ela aparece pilotando sua máquina de costura.
Dona Elda é funcionária pública aposentada, tendo trabalhado no estado por mais de 22 anos. Trabalhou na
escola Assis Chateaubriand, em Brasília Teimosa, onde foi zeladora e professora de OSPB, matéria que
poderia ser dada por leigos. Ela conta que o foco da matéria era disciplina, ensinar as crianças se comportar,
a falar corretamente, a cumprimentar as pessoas.
Manteve uma Escolinha de reforço na sua casa no Bode, onde ensinava o básico da matemática - as 4
operações e tabuada - e fazia as lições de casa com as crianças. Da escolinha de reforço pra Escolinha de
Baque foi um pulo. Ela já tinha sido a responsável pela introdução da corte mirim nos desfiles de maracatu e
agora montava a Escola de Batuque. As crianças que frequentaram essa escola nos anos 80, hoje são grandes
batuqueiros da nação.
A partir de 2000 seu filho Mestre Chacon passa a dividir com ela as responsabilidades e se torna o diretor de
apito, mestre de Porto Rico. Até 2010 (?) dona Elda ainda costurava as roupas da corte e continuava atuando
como líder religiosa e rainha.
"Dona Elda, apesar de continuar sendo a rainha do Maracatu, atualmente não é a responsável pela
manutenção e organização da sede por estar com a doença de Alzheimer e impossibilitada de
continuar em suas funções sendo substituída por sua filha, Edileusa Viana. Mesmo assim, ela
continua desfilando. “Quando ela sai na passarela, você não reconhece ela, não. Já é outra pessoa, já
fica com a proteção de todo mundo, os espíritos e orixás chegam modificando ela”, conta Amanda
Mariana, integrante da Nação. [Queiroz, Leandro. Coroado no Congo, no movimento Manguebeat ]
"Se o trabalho do candomblé for hoje para mim ir para a igreja, receber a missa, a benção do padre,
então meu trabalho hoje foi este, então tenho de seguir logo para a igreja. Eu vou à igreja quando o
candomblé permite para eu ir à igreja.” (Elda Viana, yalorixa e rainha do maracatu, depoimento para
o documentário da BBC, The actress, The bishop and the carnival Queen.)
“Minha mãe, quando assumiu o Maracatu em 1979, não existia saia de armação, foi ela quem criou saia de
armação no Maracatu. Não existia corte mirim, foi minha mãe quem pôs corte mirim. Não existia brilho,
minha mãe pôs brilho... Eu inovei o baque, na questão de colocar muitas conduções de conversões. Eu tirei o
que tem dentro do Candomblé, tocado para o Orixá e introduzi dentro dos baques, montando toda uma
dinâmica de percussividade de condução de breque, de paradas…” (mestre Chacon Viana).
Era preciso disputar a legitimidade e aceitação frente à poderosa Madalena, tida por muitos setores da
intelectualidade local como a sucessora de Dona Santa, antiga rainha do Elefante, considerada símbolo da
tradição nos maracatus. E era preciso dispor de capital simbólico para fazer frente a essa disputa. Elda Viana
não só soube acumulá-lo através das suas performances na passarela, como também construiu estratégias
discursivas que lhe permitiram fazer frente à Madalena, rivalizando-a de igual para igual. […] O certo é que
à medida que Elda Viana, do Porto Rico, inovava nos seus desfiles e arrebatava os campeonatos, os demais
maracatus procuravam imitá-la, mesmo que de forma tímida. O que não passou despercebido pelos
“tradicionalistas de plantão”, denunciando que os maracatus estavam se descaracterizando. […] após a
estratégia de Elda Viana, praticamente todos os maracatus começaram a apostar na contratação de grupos, ou
no estabelecimento de parcerias com vistas à presença de um grande número de desfilantes na passarela
(LIMA, Ivaldo Marciano de França. Batalhas para além de confetes e serpentinas. A espetacularização no
Carnaval pernambucano e nos maracatus-nação. Publicação “Tempos de Folia”. Editora Massangana da
Fundação Joaquim Nabuco.)
Elda Ivo Viana, mais conhecida como Mãe Elda de Oxóssi é Ialorixá e rainha do Maracatu Nação
Porto Rico. Viúva por seis vezes, criou seus filhos e comprou seu barracão com a venda de frutos do
mar na Praia do Pina, dando “aulas de reforço para crianças”. Hoje, Dona Elda promove diversas
atividades culturais na comunidade. Diz ela que os vizinhos reclamam quando não há ensaios das
agremiações, nem festa no seu barracão, pois todos se envolvem direta ou indiretamente: a
vizinhança, seus filhos, noras, genros, outros parentes e filhos da religião.
A Ialorixá declara que sua marca no maracatu foi a construção de uma grande sede erguida por ela,
a qual funciona como residência e barracão, ocupando um quarteirão do bairro. No local são
guardadas centenas de fantasias e adereços do maracatu e do Urso Zé da Pinga - agremiação fundada
por ela, Edileuza (sua filha biológica e atual presidente da agremiação), entre outras pessoas. Destaca
ainda que foi ela quem introduziu ricas vestimentas no maracatu e que seu filho Chacon “modificou
a batida do baque virado”, diferenciando-o dos demais grupos recifenses. Dona Elda é a única
Rainha de Maracatu viva, coroada ainda com as bênçãos da Igreja Católica. Aquelas que a
precederam foram coradas em cerimônias realizadas dentro do Candomblé. [SILVA, Claudilene.
Sem elas não haveria carnaval: mulheres do carnaval do Recife/ Claudilene Silva; Ester Monteiro de
Souza. - Recife: Fundação de Cultura da Cidade do Recife, 2011. p.62.]
Cronologia
Década de 60 e 70 / Resumo
• José Eudes Chagas, babalorixá conhecido, estabelece no Pina a Nação do Maracatu Porto Rico em 1967.
• A Noite dos Tambores Silenciosos, cerimônia que ocorre na segunda-feira de carnaval no Pátio do Terço
tem antecedentes na cerimônia onde dona Santa e o Maracatu Elefante dançavam para os eguns na porta
da igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. Depois da morte da rainha em 1962, ela passa a
ser feita pelas Tias do Terço, Eugênia, mãe de Yaya e Sinha e a sobrinha delas Badia. A partir de 1968
Paulo Viana junto Edvaldo Ramos e Badia dão novo fôlego para esta cerimônia, que é transfira para a
frente da casa das Tias e ganha visibilidade.
• Zé Gomes, pequeno comerciante, principal articulador do Maracatu Nação Indiano nos anos 1960,
promoveu modificações em seu grupo para que o mesmo oferecesse “um espetáculo visual” na passarela
do Carnaval recifense da época, chegando a desfilar com cerca de duzentos figurantes nos últimos anos
da década de 1960. Mestre Luiz de França está à frente do Leão Coroado.
• Os desfiles são marcados pelas vitórias do Indiano, Leão Coroado e Estrela Brilhante. Eudes Chagas não
consegue transformar Porto Rico em um maracatu competitivo para fazer frente a estes maracatus,
todos marcados pela presença da rainha dona Madalena.
26 de março - Porto Rica do Oriente se estabelece no Pina pelas mãos do Babalorixá José Eudes Chagas e
com a ajuda do lendário batuqueiro Veludinho, de mestre Luiz de França e tendo o apoio de Katarina Real
antropóloga americana que tinha importante participação na organização folclórica de Recife. Ela era
reconhecida como “representante do folclore estadual” ao ponto de receber o título de Cidadã do Recife,
quando ocupava o cargo de secretária geral da Comissão Pernambucana de Folclore.
Katarina Real, antropóloga americana e biografa de Eudes Chagas, foi literalmente falar com o bispo para
conseguir a coroação dele. Quem era o Arcebispo de Olinda e Recife Dom Helder Câmara, que até se
comprometeu a coroar pessoalmente o rei se ela conseguisse autorização de um superior à ele. Infelizmente
ela não conseguiu falar com a pessoa e ao final Eudes foi coroado pelo Reverendo Dom Isaac Minervino
Barbosa, Bispo da Ordem de São Crisóstomo, da Igreja Brasileira.
10 de dezembro - coroação do rei Eudes Chagas e da rainha dona Mera (Merolina Pimentel) na casa 41 do
Pátio do Terço, centro do Recife [ livro Eudes, o Rei do Maracatu / fotos da Fundação Joaquim Nabuco].
Segundo Marcelo, ela era yalorixá e tinha terreiro.
1968 - Campeã – Porto Rico do Oriente / Vice - Leão Coroado / Terceiro - Indiano.
Porto Rico sob comando de Eudes Chagas estréia no Recife com 12 tambores e já é vitorioso.
Eudes Chagas foi parceiro de Paulo Viana, na Noite dos Tambores Silenciosos, sendo o Porto Rico o único
maracatu a estar no evento todos os anos, de 1968 até o ano de sua morte.
1972 -Campeã - Indiano. / Vice – Leão Coroado / Terceiro – Porto Rico do Oriente.
1973 - Campeã - Leão Coroado / Vice – Estrela Brilhante/ Terceiro lugar – Indiano.
1976 - Campeã – Estrela Brilhante / Vice – Indiano e Porto Rico do Oriente / Terceiro – Cambinda
Estrela.
1977 - Campeã – Estrela Brilhante. / Vice – Leão Coroado / Terceiro – Cambinda Estrela.
1978 - Campeão categoria – Indiano. / Vice – Estrela Brilhante. / Terceiro – Almirante do Forte.
15 de dezembro - morte de José Eudes Chagas. O maracatu Porto Rico vai para o museu pelas mãos da
viúva.
Porto Rico não desfila. Os participantes do maracatu decidem retirar o maracatu do museu com a ajuda de
folcloristas e outras lideranças como Armando Arruda.
Ao longo dos anos 1980, os maracatus passaram por uma fase em que alguns grupos voltaram a
desfilar no Carnaval da cidade, por exemplo, Porto Rico, Estrela Brilhante, Elefante. […] Nas
décadas de 1980 e 1990, sob diferentes formas, os movimentos negros organizados, notadamente
o “Movimento Negro Unificado” (MNU), agiram no sentido de valorizar os maracatus,
positivando-os. E o resultado desta luta pelo reconhecimento da cultura negra pode ser percebido
no lugar que vão ocupar no início do presente século.1
Nos anos 1980, algumas novidades começam a aparecer em cena. O Porto Rico, “ressurgido” em
1981 sob a articulação de Armando Arruda, que entrega os destinos do grupo para a sua atual
proprietária, Elda Viana, rainha do referido maracatu, é o grande responsável pela maior parte
destas mudanças. O Porto Rico se via na condição de superar uma grande rainha de maracatu,
Dona Madalena, que na época se encontrava no Estrela Brilhante, e foi o grande campeão dos
carnavais de 1981 e 1982. Em 1980, o campeão foi o maracatu Indiano, considerado o grande
rival do Estrela Brilhante, e que havia sido o antigo grupo de Dona Madalena.
Na década de 80 a pessoa que regia a percussão era chamado “diretor de batuque” sendo a adoção do termo
“mestre” algo mais recente.
1 (GUILLEN, Isabel C. M. . O Carnaval tem seus direitos, quem não pode com ele não se meta! Os maracatus-nação no Carnaval do
Recife no século XX. In: Guillen, Isabel Cristina Martins; Silva, Augusto Neves da. (Org.). Tempos de Folia: estudos sobre o Carnaval do
Recife. 1ed.Recife: Editora Massangana, 2018, v. 1, p. 195-216.)
Com a saída de Madalena do Estrela Brilhante no início da década de 1980, este maracatu entra em declínio.
O campo de força entre os Maracatus-Nação, termo cunhado por Ivaldo Lima, se reconfigura. A disputa será
travada entre Porto Rico, Elefante e Leão Coroado.
No final da década Leão Coroado e o Elefante diminuem suas atividades e o Maracatu-Nação Estrela
Brilhante cresce com a ajuda e envolvimento de jovens de classe média da cidade e passou a disputar com o
Porto Rico, o grande campeão da década.
8 de outubro de 1980 - Coroação de Elda Viana pelo cônego Miguel Cavalcante, na Igreja Nossa Senhora do
Rosário dos Homens Pretos, no bairro São José, Recife, PE.
A sede da Nação do Maracatu Porto Rico passa a estar na Macaia do Oxóssi, Ylê Oxossi Guangoubira, no
Bairro do Pina, à Rua Eurico Vitrúvio, 483.
1o. desfile de carnaval de dona Elda como rainha do Porto Rico com "14 alfaias, 1 gonguê,
3 taróis e 4 mineiros
1982 - Campeã - Estrela Brilhante / vice - Indiano
Depois de dois anos sob liderança de Elda Viana, a nação PR torna-se campeã.
O Urso Zé da Pinga foi fundado em 02 de agosto de 1985, no bairro do Pina, por participantes do
Centro Ilê Axé Oxóssi Gongobira, ligado à religião Jurema Sagrada. De acordo com Edileuza Lira da
Silva, atual presidente, a ideia “partiu de uma brincadeira no nosso Centro. Mestre José da Pinga,
nossa entidade, é muito brincalhão e disse que quando era matéria grossa gostava muito de mulher e
adorava ser o ‘urso’…”. Depois desse fato, resolveram consultá-lo sobre a organização de um Urso
de Carnaval, e recebida sua autorização, fundaram o Zé da Pinga.
http://site.carnavalrecife.com/compositores-e-agremiacoes/ursos-la-ursa/
Morre o jornalista negro Paulo Viana, responsável pela Noite dos Tambores.
1988 - Campeã - Porto Rico
Viagem à Europa
A nação PR foi escolhida como representante da cultura do Recife e viajou para a Europa. Tocaram no
aniversário da cidade de Bonn, na Alemanha, além de se apresentar em Berlim, Hanover, Unna, Munster e
Borhn, também na Alemanha, além de Bruxelas, na Bélgica, e me Barcelona, na Espanha.
The Actress, The Bishop and the Carnival Queen (1991) BBC /documentário/ficção. Direção: Howard
Reid Realização: BBC, Grã-Bretanha, 1991
Filme da BBC, produzido por Howard Reid, de 50 minutos que mostra o carnaval do Recife e foca na
rivalidade entre o Maracatu Porto Rico e o Maracatu Elefante. Dona Elda é a grande estrela. Aparece mestre
Jaime, diretor de bateria e dona Elda se apresenta como rainha e presidente do maracatu, seu marido Zeca,
como rei, e seu filho Jailson como "um dos batuqueiros e que dirige a bateria do maracatu Porto Rico”. Ele
está tocando alfaia com o apito na boca em uma cena, mas no desfile de carnaval é mestre Jaime quem canta.
"Se o trabalho do candomblé for hoje para mim ir para a igreja, receber a missa, a benção do padre,
então meu trabalho hoje foi este, então tenho de seguir logo para a igreja. Eu vou à igreja quando o
candomblé permite para eu ir à igreja.” (Elda Viana, yalorixa e rainha do maracatu, depoimento para
o documentário da BBC, The actress, The bishop and the carnival Queen.)
Podemos ver nosso mestre Shacon quase menino logo no início do filme.Marcelo, presidente do
Maracatu Encanto do Pina, filho de mãe maria da Quixaba, pai de mestra Joana, era contramestre do
Maracatu Porto Rico. Ruminig em suas falas sempre ressalta a importância de Marcelo em sua
formação como batuqueiro.
https://youtu.be/xvc4XU9yyyA
2000 -
Lançamento do CD No Baque das Onda do Maracatu Nação Porto Rico, com o apoio do SIC-PE.
• Marivalda foi coroada pela rainha Elda Ivo Viana, do Maracatu Nação Porto Rico, e pelo babalorixá
Raminho de Oxossi.
http://youtu.be/rhb7d9JKNcE
Vídeo raro e delicioso. É Porto Rico, majestoso e vibrante!
“Antes da coroação...não só antes da coroação como antes de avenida, pelo Carnaval, nós
temos de cuidar muito de Exu, porque Exu é o dono da brincadeira do Carnaval; é quem
livra a gente do mal para o inimigo não chegar perto, que a gente faça um bom Carnaval,
uma boa festa, uma boa apresentação. Não só o Carnaval como qualquer tipo de
apresentação a gente temos que cuidar muito de Exu. E cuidar do rei e da rainha, que é
Xangô e Iansã. Então, esse rei a gente tem que dá a ele um sacrifício de uma ovelha e à Iansã
também temos que dar um sacrifício e assim por diante. Aí, cuidando desses três orixás,
então, a gente pode sair tranqüilo, que a rua está acobertada; a nossa cabeça também. Então,
a boneca seda-madeira, Dona Inês; ela recebe sacrifício junto com Iansã. Já a boneca Dona
Bela recebe sacrifício junto com Exu. Já a boneca Dona Elisabete recebe frutas nos pés da
mãe Oxum. Então, aí vem a força; aí vem a história boa, vem tudo de bom que a gente
oferece, tudo de bom que a gente quer, vendo o maracatu”.
VIANA, Elda. Rainha do maracatu-nação Porto Rico. Entrevista gravada por Janote Pires Marques.
Recife, dez. 2002.
2003 - Campeã
http://culturabrasil.cmais.com.br/programas/veredas/arquivo/carnaval-de-sujo-o-urso-ze-da-pinga
Batuque Book, Climério de Oliveira Santos e Tarcísio Santos Resende. 2004 - Livro e vídeo que registram o
baque de Algumas nações.
“Eugênia de Freitas Maakaroun atualmente é uma cineasta mineira radicada no Rio de Janeiro. Durante
alguns meses esteve em Pernambuco com sua equipe onde dirigiu e produziu este curta documentário sobre
as origens das nações seculares do estado chamado "Maracatu Ritmos Sagrados".
Dissertação apresentada ao curso de Mestrado em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da Universidade
Federal de Minas Gerais. Mestre em Artes Visuais. Orientador: Professor Doutor Heitor Capuzzo Filho. Belo
Horizonte. Escola de Belas Artes. 2005. ENTREVISTAS REALIZADAS EM 2003 E 2004
Parte I - http://www.youtube.com/watch?v=wp3MgPmNmB0&feature=share&list=RD023bT5vVWvgYo
Parte II - http://youtu.be/3bT5vVWvgYo
• 1a. visita – janeiro de 2003/ conversa com dona Elda e vê Chacon ensinando; o menino Walace
mostra várias salas e a pesquisadora filma;
• 2a. visita – entrega o filmado
• 3a. visita – dona Elda autoriza as imagens do filme
• 4a. visita 2005
•
2005 - Campeã Porto Rico
TIMARACATU - Este é um trabalho de pesquisa que foi realizado no âmbito do projecto INOV-Art/
DgArtes do Ministério da Cultura de Portugal em parceria com o Núcleo de Etnomusicologia do
Departamento de Música da Universidade Federal de Pernambuco, Brasil.
Parte I - http://youtu.be/X_4-zGIXh-M
Parte II - http://youtu.be/OvzlfvEVC4c
Encanto do Pina , com mestra Joana apitando, é campeã do grupo 1 e sobe de categoria.
Gravações e entrevistas do Inventário Cultura dos Maracatus Nação, o lançamento será em 2011.
Entrevista com mestre Chacon, pai Marcelo do Encanto do Pina (que conta parte da história do senhor
Eudes).
Julho - Dona Elda viaja para Santos, SP, participou da Virada Cultural de Santos e em 5 de julho ministrou
uma palestra aos oficineiros e membros do Quiloa sobre sua história na Nação do Maracatu Porto Rico, sobre
a composição e os significados dos elementos do cortejo de maracatu, sobre a importância das bonecas do
maracatu. Ao final da palestra, Mãe Elda encantou a todos dançando e cantando loas da Nação Porto Rico.
Gravação do Maracatu Porto Rico, projeto Inventário Sonoro dos Maracatus Nação de Pernambuco,
financiado pelo FUNCULTURA e executado no Laboratório de História Oral e da Imagem da UFPE
(LAHOI).
https://youtu.be/q0V_Rq-0xNA
http://blogs.ne10.uol.com.br/social1/2013/02/08/lenine-toca-com-nacao-porto-rico-neste-sabado/
Participação no V Festival Percussivo De São José do Rio Preto, SP / Mães do Pina I [ dona Elda cantando}
https://youtu.be/EzfJqjiA_Yg
Dona Júlia, uma das calungas de Eudes Chagas, voltou à nação em 2014, depois de estar
desaparecida por mais de 30 anos. Ela foi a segunda calunga da nação, depois de dona Inês, e
também confeccionada por Eudes Chagas. Ela desapareceu do museu da universidade rural do
Recife, responsável por sua guarda desde os anos 70. Ela foi entregue para a Nação em janeiro de
2014 pelo terreiro de Xambá onde foi deixada.
http://globotv.globo.com/rede-globo/bom-dia-pe/t/edicoes/v/calunga-desaparecida-ha-30-anos-
volta-as-maos-dos-donos/3104888/
Fotos do Zé da Pinga
http://imagensehpalavras.blogspot.com/2015/09/o-urso-ze-da-pinga.html
2. TV Globo - Jornal da Globo Reportagem: Beatriz Castro Imagens: San Costa . A importância das
calungas no maracatu - A boneca de cera, conhecida como calunga, é um elemento importante para a
existência e para a proteção do maracatu. Em meio aos rituais das casas de candomblé elas, como
divindades, são referenciadas e cultuadas pelas nações. Esta reportagem exibida no Jornal da Globo
mostra a festa realizada no Ylê Axé Oxóssi Guangoubira para comemorar a volta da Calunga Dna Júlia
que esteve desaparecida por 30 anos e foi entregue no terreiro de Xambá que ao jogar os búzios recebeu
a revelação de que a mesma pertencia ao Porto Rico. Uma curiosidade da reportagem esta relacionada ao
Homem da Meia noite que também é um calunga do candomblé, só que gigante!
Entrevista com Elda e Edileusa, ambas da nação Porto Rico. Realizada em maio de 2017,
em Recife. Dissertação de Mariana
2018 - Campeão - Encanto da Alegria / vice - Porto Rico
Porto Rico fica em 3o. lugar- nota baixa inexplicável para estandarte: 8,6!