Parecer - Fase 1 - Isolamento Social Rígido - Decreto Estadual e Municipal de Fortaleza

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COMUNICADO

REF. PRORROGAÇÃO DO ISOLAMENTO SOCIAL NO ESTADO DO CEARÁ -


DECRETO ESTADUAL N° 33.617 DE 06 DE JUNHO DE 2020 E DECRETO
MUNICIPAL DE FORTALEZA Nº 14.699 DE 07 DE MAIO DE 2020.

Fortaleza, 08 de maio de 2020.

Prezados (as) Senhores (as) Síndicos (as) e Condôminos (as),

A GESTART CONDOMÍNIOS, em atenção ao compromisso de mantê-los sempre


atualizados a respeito das questões que envolvem o Direito Condominial, e preocupada com a
saúde e a integridade de nossos clientes, vem informar acerca das determinações emanadas
pelo Excelentíssimo Senhor Governador do Estado do Ceará – Sr. Camilo Santana –, por meio
do DECRETO nº 33.617, de 06 de junho de 2020 e pelo Excelentíssimo Senhor Prefeito de
Fortaleza – Sr. Roberto Cláudio – por meio do DECRETO nº 14.699, de 07 de junho de 2020,
que prorrogam a Política de Isolamento Social como Medida de enfrentamento à COVID –
19, e dá outras providências.

Por força do Decreto estadual n° 33.617, ficam prorrogadas, EM TODO O


ESTADO DO CEARÁ, até o dia 14 de junho de 2020 as vedações e demais disposições do
Decreto n° 33.519, de 19 de março de 2020, e alterações posteriores.

Os decretos em análise trouxeram grande novidade para o âmbito


condominial, uma vez que, pela primeira vez desde a decretação do início do
isolamento social, trouxeram previsões e determinações expressas de aplicação aos
condomínios, veja-se:

“Art. 1º - § 1° No período a que se refere o “caput”, deste artigo, permanecerão


em vigor todas as medidas gerais e regras de isolamento social previstas
no Capítulo II, do Decreto n.° 33.608, de 30 de maio de 2020, as quais
estabelecem:
§ 3° O uso das áreas comuns e de lazer de condomínios verticais e
horizontais deverá atender a normas mínimas de segurança que,
DEFINIDAS POR CADA CONDOMÍNIO, busquem evitar a proliferação da
COVID-19, dentre as quais:
I - preservação do distanciamento social mínimo entre moradores quando do
uso das áreas e equipamentos comuns.
II - intensificação da limpeza dos locais e equipamentos de uso comum, em
especial após cada utilização;
III - disponibilização de álcool, especialmente em gel, nos espaços comuns
para uso pelos moradores e empregados do condomínio;
IV - definição de número máximo de pessoas que poderão usar
simultaneamente espaços e equipamentos, evitando aglomerações;
V - proibição de festas ou eventos de qualquer natureza com aglomerações
de pessoas;
VI - vedação à utilização de academias.

§ 4° Para condomínios preponderantemente de temporada, permanece a


vedação total quanto ao uso das áreas de lazer”

Nesse mesmo sentido, segue o destaque dado pelo Ministério Público do


Estado do Ceará, através do CENTRO DE APOIO OPERACIONAL DA CIDADANIA –
CAOCIDADANIA - o qual fez observações e deu destaque a alguns pontos do Decreto
Estadual nº 33.617, dentre eles, o § 3º do Art. 1º, que informam acerca do retorno
das atividades nos condomínios, suas possibilidades e necessidade de regramento.
Diante do exposto tem-se que, os condomínios já podem flexibilizar a
utilização de suas áreas comuns, exceto as academias, que não poderão ser abertas
em nenhuma hipótese, desde que obedeçam às determinações de segurança trazidas
pelo decreto, dispondo, se necessário, de um regramento próprio, a depender de sua
realidade.

A fim de atender aos anseios dos moradores, ao tempo do cumprimento dos


decretos, faz-se necessário que seja adotado um PLANO DE REABERTURA RESPONSÁVEL, em
que sejam analisadas quais áreas comuns o condomínio possui, quais possuem viabilidade de
reabertura e de qual forma. As áreas abertas devem ser priorizadas e, na medida do possível,
a ventilação natural amplamente utilizada.

Ressalta-se que, a depender da realidade de cada condomínio, algumas áreas


poderão permanecer sem uso, desde que, não seja possível cumprir o protocolo para
reabertura e utilização.

Para as áreas de lazer em locais fechados, tais como salões gourmets, salões de
jogos, brinquedotecas, etc., a recomendação é que o uso se faça mediante reserva por
agendamento, por cada unidade, sendo recomendado ainda o uso dos espaços com ventilação
natural, permitindo uma melhor circulação de vento, nos termos das recomendações do
Ministério da Saúde.
Importante faz-se salientar que, nos termos do Decreto Estadual nº 33.617 para
a reabertura das áreas de lazer, deverá ser definido, por cada condomínio, um número máximo
de usuários simultâneos de cada espaço ou equipamento, garantindo a não formação de
aglomerações.

Ademais, os condomínios terão que refazer a sua programação de limpeza,


intensificando a higienização constante das áreas a serem utilizadas, bem como se
programando para o necessário reforço na aquisição dos materiais e produtos de limpeza,
notadamente álcool 70%, preferencialmente em gel, e dispensers para todos os ambientes que
serão utilizados ou áreas de acesso e circulação.

Sugere-se ainda a afixação de cartazes, com as orientações a serem seguidas, em


todas as áreas utilizadas ou de acesso, reforçando, sobremaneira, a necessidade da
manutenção das medidas de distanciamento social.

Independente do pertencimento ao grupo de risco ou suspeita de contaminação,


por força dos supramencionados decretos, conforme § 2° do art. 1°, fica prorrogada a
expressa determinação da obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção facial,
por todo e qualquer morador, funcionário, entregador, etc. sempre que for necessário
que alguém deixe sua residência ou adentre às dependências do condomínio. Considerando
que residência é o interior das unidades, faz-se necessário o uso das máscaras faciais, inclusive,
para eventual circulação interna no condomínio, especialmente nos elevadores, bem
como na utilização das áreas comuns que possivelmente sejam reabertas.

Por oportuno, reitera-se que as assembleias gerais de condomínio, bem como


festas ou quaisquer outros eventos de qualquer natureza que ensejem a aglomeração de
pessoas, permanecem com a realização presencial suspensa por força do art. 1°, §3°, V.

Ressalte-se que, conforme previsões constantes no Código Civil Brasileiro, em


caso de omissão, desídia ou má gestão na conservação e guarda das partes comuns do
condomínio, poderá o síndico, conforme o caso concreto, responder civil ou criminalmente por
seus atos ou omissões.

Nesse sentido, é aconselhável que o síndico consulte o conselho de seu


condomínio, a fim de determinarem, juntos, quais as medidas que irão adotar à sua realidade
condominial.

Em relação aos condomínios “preponderantemente de temporada”,


conforme previsto no §4º do Art. 1º do supramencionado decreto, tem-se que tal
conceito não consta no ordenamento jurídico pátrio, sendo, portanto, uma definição fática, que
dependerá da realidade de cada empreendimento, devendo a administração proceder com essa
análise e caracterização. Para estes condomínios, permanece a vedação total quanto ao
uso das áreas de lazer.

Considerando que também restou prorrogado o dever geral de


permanência domiciliar, permanece limitado o acesso ao condomínio de visitas não
essenciais, salvo nas hipóteses excepcionadas pelo decreto, tais como a prestação de
assistência ou cuidados a idosos, a crianças ou a portadores de deficiência ou necessidades
especiais.

Para os condomínios localizados em outros municípios, compete-nos reforçar que,


por força do artigo 2°, I do decreto estadual, foi determinada a manutenção do isolamento
social rígido, com restrição na liberação de atividades, nos municípios de Acaraú, Camocim,
Itarema e Sobral, ocasião em que os prefeitos deverão lançar atos normativos próprios, a fim
de regular as medidas que atendam as particularidades locais.

Ressalta-se que permanece autorizado o ingresso dos corretores de imóveis às


unidades e a liberação de atuação da cadeia da construção civil, desde que, devidamente
cumpridos os protocolos sanitários de segurança determinados e exigências constantes nos
anexos.

Ademais, tem-se que, independente do teor do decreto, as obras em condomínios,


devem obedecer, também, aos regramentos presentes na Convenção, no Regimento Interno,
na NBR 16.280 da ABNT, tais como, autorização da administração, apresentação de ART,
obediência ao horário de execução e respeito aos horários de repouso e silêncio, entre outros.

Percebe-se que, desde os decretos que regravam a fase de transição, a intenção


dos governantes é apenas de retomar responsável e gradativamente a economia do estado e
não de liberação da livre circulação das pessoas, sendo assim, temos que, por força dos
supramencionados decretos, fica estabelecido a “manutenção do DEVER GERAL DE
PERMANÊNCIA DOMICILIAR mediante o controle da circulação de pessoas e
veículos.”

Ressalta-se que os decretos de flexibilização foram lançados apenas para a 1ª fase


do plano de retomada (de 8 a 14 de junho de 2020), e que, o teor das futuras determinações
e fases dependerá diretamente do comportamento da sociedade frente as publicações vigentes.
O descumprimento ao disposto nos Decretos sujeitará o infrator à
responsabilização cível, administrativa e criminal, sem prejuízo do uso da força
policial, se necessário para prevenir ou fazer cessar a infração, sendo assim, a
administração do condomínio poderá exigir do prestador de serviços que ele cumpra
todas as determinações do decreto e dos protocolos geral e setorial, bem como,
solicitar que o responsável pela realização da obra assine Termo de Responsabilidade
pelo cumprimento das determinações governamentais.

Pelo exposto, solicitamos a compreensão e colaboração de todos, para que sejam


cumpridas as determinações dos órgãos públicos, a fim de contribuir com o controle no avanço
da COVID-19, bem como que os prejuízos advindos de tal situação sejam reduzidos,
ressaltando que, apesar das medidas de flexibilização, o vírus permanece ativo, contaminando
e até matando diversas pessoas.

À disposição para maiores esclarecimentos.

GESTART CONDOMÍNIOS

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