Economia Regional e Teoria Espacial de Preços-1 PDF

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Economia regional e desenvolvimento económico

Os estudos nessa área abordam a questão regional do ponto de vista


económico, social, fiscal e metodológico (teórico) com a redefinição do que
vem a ser o problema regional.

Do ponto de vista económico, em quatro linhas de pesquisa:


I) Mudanças da indústria sob o aspecto regional;
II) II) diferenças macrorregionais e sectoriais entre as várias regiões;
III) III) impacto regional do comércio de bens interno e externo;
IV) IV) papel dos incentivos fiscais e do investimento público para a
promoção do crescimento regional.
Existem as restrições comuns em economias regionais que determinam a
questão da localização, tais como: economias de concentração espacial,
custos de transporte e logística, dentre outras, o que leva à economia de
escala e ganhos de eficiência económica, determinando a existência da
divisibilidade imperfeita dos factores de produção e demais recursos naturais.
Problemas determinados sobre a economia regional
Os factores para desenvolvimento económico regional em conjunto com as
questões políticas do poder relacionadas, sempre levarão à preocupações do
bem-estar social e da melhoria de vida dos indivíduos locais.
Desenvolvimento Económico
O desenvolvimento económico pode ser definido como uma combinação
de crescimento sustentado, reestruturação produtiva com
aprofundamento tecnológico e melhoria nos indicadores sociais da
população em geral. São metas relativamente fáceis de definir, mas difíceis
de alcançar: no último meio século, contam-se nos dedos de uma mão os
países que deixaram a condição de subdesenvolvidos. Isso reflecte o facto
de que o desenvolvimento não se alcança com receitas prontas, predefinidas:
o que funciona em um país pode não funcionar em outro, a política certa em
uma época pode se tornar um equívoco no momento seguinte.

A complexidade do processo de desenvolvimento e ao mesmo tempo a sua


relevância para o bem-estar de bilhões de pessoas do planeta têm
funcionado como uma importante motivação a incentivar os pesquisadores
que actuam nessa área.
Como avançar em cada uma das dimensões que caracterizam o
desenvolvimento?
Há complementaridades entre elas?
Qual deveria ser priorizada?
Quais instrumentos utilizar
Infra-estrutura económica

A área de infra-estrutura económica caracteriza-se por ter tecnologias


consideradas específicas (os investimentos não são recuperáveis – sunk
investiments), possuir especificidades decorrentes de sectores que actuam
sob monopólio natural (elevado investimento e longo prazo de maturação dos
projectos) e oferecer produtos e serviços que são consumidos em larga
escala (consumidores cativos e com demanda bastante rígida).
Métodos tradicionais de Análise em Economia Regional e Urbana
•Medidas de Localização e Especialização (HADDAD et al. 1989:231-32)
–Medidas de localização, de natureza setorial, se preocupam com a
localização das atividades entre as regiões, procurando verificar padrões de
concentração ou dispersão espacial;
–As medidas de especialização, se concentram na análise da estrutura
produtiva de cada região. Analisam o grau de especialização regional, assim
como sua diversificação interperíodos.
ECONOMIA REGIONAL
A economia regional apresenta-se diversificada, empregando actividades nos
três sectores da economia e ainda uma forte relação entre os mesmos no
sentido de dinamização económica da Região
SECTOR PRIMÁRIO
Na agricultura as principais actividades agrícolas da Região são: fruticultura,
culturas agro-industriais, culturas alimentares e oleícolas.
Na fruticultura podemos ter o cultivo batata, de maracujá, caqui, limão,
banana e abacaxi.
SECTOR SECUNDÁRIO
Na Industrialização regional conta com empreendimentos dos segmentos de
calçados e de reciclagem plástica; e de minerais não metálicos;
SECTOR TERCIÁRIO:
O sector terciário o crescimento se concentra mais especificamente nas
cidades.
As principiais actividades desenvolvidas no sector terciário destacam-se: o
comércio a retalho com evidência para segmentos de combustíveis e de
alimentos; o comércio tem nos supermercados os maiores realces e serviços
principalmente nas áreas de saúde e educação.
Equilíbrio especial de preços
Um dos segmentos que mais interfere na eficiência dos diversos
sectores da economia de um país é o segmento de transporte
A distribuição do transporte de carga pelos diferentes modais é decorrência
da geografia de cada país e também dos incentivos governamentais no
sector.

Em geral Países com pequena extensão territorial vocacionam o seu


transporte no modelo rodoviário, enquanto países com grandes extensões,
com, priorizam o transporte para o modelo ferroviário e hidroviário, dado que
estes modais possuem uma maior eficiência e competitividade no transporte
de longas distâncias
O modelo de equilíbrio espacial: Lösch
"A teoria de August Lösch distingue-se, de igual modo, radicalmente da
abordagem de Weber, na medida em que presta especial atenção à definição
das áreas de mercado e o móbil da escolha da localização é a maximização
do lucro.
As hipóteses do seu modelo são as seguintes:
I) o mercado é um plano homogéneo ao longo do qual os consumidores se
distribuem de forma equilibrada (a densidade populacional é uniforme);
II não são admitidas variações na distribuição espacial das matérias-primas,
do trabalho e do capital;
III) as preferências dos consumidores são consideradas constantes e os seus
rendimentos idênticos;
IV) não é admitida a interdependência locativa entre as empresas;
v) Os custos de transporte são proporcionais à distância a percorrer;
VI) os consumidores e produtores têm um conhecimento perfeito do mercado
e maximizam, respectivamente, a utilidade e os lucros."
Delimitação de Áreas de mercados
Faz-se necessário fazer a distinção de mercado global do produto
e mercado do projecto, este último visa suprir a necessidade de uma parcela
do mercado global e tentamos aferir qual a magnitude da procura total.
Os estudos de mercado para projectos de implantação de
industrias novas, torna-se mais complexo, em comparação a um estudo de
ampliação, pois neste último, já possuímos dados para justificar a existência
de um mercado não atendido.
O mercado pode ser definido como a área geográfica para onde
convergem a ofertas e a procura, com o fim de estabelecer um preço único.
Podemos também definir o mercado competitivo como um certo
número de compradores e vendedores, que em estreito contacto, compram e
vendem entre si.
Podemos considerar o mercado internacional, nacional, regional e
local, fazer análises de mercados de competição imperfeita, com oligopólios e
monopólios. O objectivo do estudo de mercado é determinar a quantidade de
bens e serviços provenientes de uma nova unidade produtora, em
determinada área geográfica, sob determinadas condições de vendas, o
consumidor está disposto a adquirir os mesmos.
ELASTICIDADE DO PRODUTO
Ao movimento de bens e serviços entre produtores e
consumidores, chamamos de estudo da comercialização.
Em países desenvolvidos, esse estudo é de grande importância,
pois torna-se bastante difícil concorrer baixando os preços, já que
praticamente, em países desenvolvidos não há procura insatisfeita.
A quantidade de produtos que os consumidores estão dispostos a
consumir, a cada preço alternativo é expressa em uma escala, considerando
um nível de renda e a possibilidade de variação de preços.
Definimos procura como a relação entre preços e quantidades
procuradas. A oferta, definimos como a relação de preços e quantidades
ofertadas.
Assim como podemos fazer relação entre o preço e as quantidades
procuradas, também fazemos a relação entre a quantidade procurada e a
renda. A relação entre níveis de renda e quantidade procurada de um
determinado bem de consumo, corresponde a função consumo para esse
bem específico.
Definimos como Elasticidade a intensidade com que a procura de
um bem aumenta em resposta a uma baixa de preço (elasticidade-preço) ou
a uma elevação de renda (elasticidade-renda).
A elasticidade-preço é a relação entre variações relativas de
quantidades procuradas e a variações relativas de preços. A elasticidade-
renda é a relação entre variações relativas de quantidades procuradas e
variações relativas de rendas.
A elasticidade-preço é negativa devido as variações de preços e
quantidades procuradas serem inversamente correlacionadas, ou seja, se os
preços sobem, diminuem as quantidades procuradas.
A elasticidade-renda é positiva devido a renda e quantidades
procuradas estarem directamente relacionadas entre si, ou seja, se a renda
aumenta, as quantidades procuradas aumentam e vice-versa.
Verificamos que a procura é elástica ao preço se as variações de
quantidades procuradas forem mais que proporcionais as variações de
preços. Sendo inelástica, quando ocorrer o contrário.
Quando as variações proporcionais de quantidades e preços são
iguais, a procura se define como de elasticidade unitária. Caso haja uma
redução de preço, a receita de uma empresa qualquer, aumentará se a
procura for elástica, diminuirá se for inelástica ou não se alterará se for uma
elasticidade unitária.
O grau de elasticidade depende de dois fatores básicos:
• Grau de essencialidade do produto: a procura por alimentos
de primeira necessidade tende a ser inelástica, opostamente
aos produtos de luxo, que são elásticos.
• Possibilidade de substituição por outro bem: a procura de
produtos que competem entre si, por serem produtos
similares, no mercado, são relativamente elástica, devido O
facto de que se o preço aumentar, os consumidores podem
substituí-lo por outro.
A elasticidade da procura total de um bem é relativamente
inelásctica, enquanto que a elasticidade da procura de um projecto pode ser
relativamente elástica.
Para aferir o coeficiente de elasticidade-preço, são necessários os
seguintes dados: Variações de preços médios e Variações nas quantidades
procuradas.
os aspectos financeiros, são estruturados com base nos preços de
mercado, admitindo-se como margem de segurança, a venda desses
produtos abaixo desses preços.
Nos países subdesenvolvidos, torna-se muito difícil aferir a
elasticidade-preço, face as distorções criadas pelo próprio sistema de preços,
em conseqüência de processos inflacionários crônicos.

CICLO DE VIDA DO PRODUTO


Os produtos apresentam um padrão de desenvolvimento conhecido
como ciclo de vida. Independente do produto ele passa por várias etapas e o
tempo em ficará nelas dependerá dele e das políticas adoptadas pelos
produtores.
Do momento em que é introduzido por uma empresa ao ponto em que
os clientes não estão mais interessados em comprá-lo, um produto ou serviço
passa através de diversas etapas distintas como já foi comentado
anteriormente. Em cada etapa ou estágio, a empresa experimentará desafios
diferentes tanto na venda como na produção do produto ou serviço.

Os períodos do ciclo de vida do produto são: a introdução, o


crescimento, a maturidade e saturação e o declínio. Mas, mesmo antes
de entrar na fase de introdução o produto pode passar por uma etapa de pré-
produto, onde são tomadas as decisões relacionadas à alocação dos gastos
de pesquisa e desenvolvimento, aquisição e outras. E depois passar pela
etapa de desenvolvimento, na qual são decididos o desenho do produto e a
estratégia empresarial.
O período introdutório vem logo após as decisões dessas duas etapas,
a partir daí o bem é exposto no mercado. Se o produto ou serviço é
realmente novo, poucos concorrentes estarão oferecendo o mesmo e como o
número de clientes também é relativamente baixo e como suas necessidades
provavelmente não são perfeitamente entendidas, o projecto do produto ou
serviço pode ser submetido a mudanças, adaptando-o de acordo com as
exigências do cliente. Nesta etapa a empresa precisa ser flexível na forma
como adaptar se a essas exigências, pois isso determinará a aceitação ou
não do produto no mercado. As decisões tomadas estão relacionadas com a
determinação óptima das instalações e com as estratégias de marketing.
Caso o produto seja aceito pelo público inicia-se a etapa de
crescimento em que começa haver um retorno do capital investido, isto é, as
vendas aumentam e consequentemente a operatividade também, tudo isso
rapidamente devido o mercado se encontrar em expansão. Com a adopção
do novo produto e expansão das vendas começam a surgir os concorrentes,
e os preços provavelmente cairão. Os concorrentes vendo a atractividade do
produto ou serviço, começam a desenvolver suas próprias versões.
Diferentes grupos de clientes provavelmente começarão a surgir e o produto
ou serviço pode começar a ter uma característica de estandardizar se. A
estandardização é útil para que a empresa possa atender a procura. Nesta
etapa, acompanhar a procura através de entrega rápida e confiável,
mantendo os níveis de qualidade altos e expandindo a capacidade é a
principal tarefa da gestão de produção. As decisões tomadas nesses
períodos são sobre a expansão da capacidade produtiva, as estratégias de
marketing que devem ser seguidas e ao planeamento da produção.
No período de maturidade após o período de rápido crescimento, os
produtos ou serviços já não são novidade no mercado. Tornando-se “o
padrão” – amadurecem. As vendas começam a diminuir, e
consequentemente, a operatividade também, a concorrência é cada vez mais
acirrada ganhando ênfase em relação aos preços. Devido a esta alteração
para a competição baseada em preços, as questões de custo e produtividade
juntamente com fornecimento confiável provavelmente serão as principais
preocupações da produção. Os produtos menos eficientes tendem a sair do
mercado, mas algumas empresas tentando prolongar essa etapa introduzem
novos modelos.
O produto atinge a saturação, quando a concorrência se torna bem
mais estimulada e o produto passa a depender das condições económicas.
Os ofertantes fazem esforço para convencer os consumidores sobre novos
usos e procuram modificar sua embalagem e sua aparência, para que o
consumidor ache que está comprando algo com maior valor.

No período de maturidade e saturação as decisões tomadas estão


relacionadas á promoção, fixação do preço e planeamento de produção, com
afectação na parte de armazenamento.
A última etapa é a de declínio, ela pode ocorrer pelo desaparecimento
da necessidade pelo produto, pelo surgimento de novos produtos mais
eficazes e/ou porque os concorrentes introduziram um produto substituto
melhor. A procura cai tornando o controlo dos custos de produção muito
importante, as empresas que não se encontram preparadas não conseguem
suportar essa queda nas vendas e acabam saindo do mercado. Para as
empresas que continuarem com os produtos ou serviços tradicionais haverá
um mercado residual e se a capacidade no sector for superior à procura, o
mercado continuará a ser dominado por concorrência em preço. Aqui tem
que se tomar decisões sobre a eventual transferência das instalações
produtivas, o esforço de marketing e o planeamento da produção.

TIPOS DE COMPETIÇÕES DE UM MERCADO

No mercado podemos ter os seguintes tipos de competição:


• Competição Pura: caracterizada pela homogeneidade dos
produtos e compreende duas subcategorias que são a
competição perfeita, onde existe um grande número de
compradores e vendedores, perfeito conhecimento e
mobilidade e, a competição imperfeita, onde os produtos são
homogéneos, mas não há mais grande numero de
compradores e produtores.
• Competição Monopolista: quando existe diferencial de
produtos, os bens não são idênticos, as diferenças podem
ser reais ou imaginárias, geradas pela propaganda. O
Monopólio é a ausência de competição, um só vendedor.
• Competição Oligopólios: quando existe uma situação de
mercado na qual, num limitado número de produtores, cada
um é bastante forte para influenciar o mercado, mas não o é
para desprezar a reacção dos seus competidores.
A concorrência é feita, modernamente, por uma diferenciação de
produtos e não mais pela diferenciação de preços, devido a isso, a
competição monopolista ser a mais comum em países que já atingiram um
nível de renda elevado.
Em países em desenvolvimento, faz-se importante a competição
oligopólios, devido o tamanho do mercado limitado, as deficiências do
sistema de transporte e a existência de procura insatisfeita, tornam
desnecessárias as diferenciações de produtos, impedindo um grande número
de vendedores.

ETAPAS DO ESTUDO DE MERCADO

O estudo de mercado tem por objectivo responder a três


perguntas fundamentais que são: quanto se poderá vender; a que
preços e quais são os problemas de comercialização.
Existe duas distinções que precisamos saber quanto ao estudo,
uma aspecto quantitativo que diz respeito ao dimensionamento da procura
actual juntamente com a projecção do seu crescimento futuro e o aspecto
qualitativo que se refere à identificação dos principais factores que
influenciam ou determinam essa procura.
A elaboração do estudo se desdobra em etapas a seguir:
• Recolha de antecedentes ou informações estatísticas e não
-estatísticas, visando a identificação do produto, a
delimitação da área de mercado e o dimensionamento da
procura e oferta actual;
• Análise dessas informações e projecção de tendências, para
definir a procura e a oferta potencial ou futura e a existência
de mercado para o projecto.

A primeira acção para iniciar um estudo de mercado é identificar o


produto, determinando os seus usos e características técnicas, matérias-
primas, o processo tecnológico empregado para sua produção, forma de
apresentação e etc.
Após este início, partimos para a delimitação da área de
mercado, onde buscaremos saber a população consumidora, em termos de
área geográfica. Desta forma, por exemplo, cada mercado possui diferenças,
podemos citar por exemplo o mercado de carros novos, possui um público
limitado, assim como os produtos infantis e etc.
Após essas definições acima, passamos para o dimensionamento
da procura actual e potencial do produto e o seu confronto com a estimativa
da oferta existente e prevista para o futuro.
Com a suposição de que os mesmos factores do passado
continuarão no futuro, a influenciar a procura e a oferta, a tendência
histórica se fundamenta para fazer suas previsões. È importante saber que o
crescimento do consumo é o resultado ou o somatório de vários factores
como renda, gostos do consumidor, população, preços e políticas
governamentais.
Por este e outros motivos devemos seleccionar o tipo mais
conveniente da função, seguido da determinação dos parâmetros dessa
função, de maneira que os valores ajustados fiquem os mais próximos dos
valores observados.
Para a extrapolação do consumo futuro de um bem, precisamos
identificar a sua tendência secular, de longo prazo, eliminando-se a influência
de variações cíclicas, sazonais ou aleatórias, que influenciaram o consumo
passado. Devido a isso, não podemos fazer uma extrapolação histórica de
maneira simples e superficial, necessitando de uma análise ponderada dos
factores que determinaram o crescimento e flutuações da procura e dos
demais elementos que possam influenciar no futuro.
Quando o factor renda tem maior importância na formação das
quantidades procuradas, se justifica a projecção com base no coeficiente de
elasticidade renda, este será alto, significando que todos os demais factores
se compensam, menos a renda.
Todas as projecções estão fundamentadas na suposição de que
variam muito pouco ou se mantém constantes: os gastos dos consumidores;
os coeficientes técnicos de produção; a distribuição da renda e os preços
relativos de centrais hidroeléctricas.
Depois que analisar a estrutura da oferta através do levantamento
da fontes produtoras e supridoras desse bem, devendo se distinguir:
• Capacidade nominal e efectiva de produção;
• Grau de utilização dessa capacidade;
• Margens de lucros dos actuais produtores, determinando o
limite de suas possibilidades de redução de preço;
• Localização geográfica das diferentes empresas produtoras
e suas práticas de comercialização; e
• Grau e forma do crescimento da oferta e planos de
expansão das empresas concorrentes.

Discriminação de Preços

A discriminação de preços é uma das formas prevalecentes da prática de


fixação de preços em que, um operador estabelece preços diferenciados
tendo em consideração os distintos grupos de consumidores, os serviços de
rede subscritos, a disposição a pagar revelada pelos subscritores e os
diferentes níveis de consumo.
Na realidade, a discriminação de preços, surge da combinação da
sensibilidade dos consumidores, relativamente aos preços e às ofertas
distintas de fornecedores alternativos (Miles, 1986).
Práticas de preços: discriminação de preços, preços não lineares, preços
conjuntos, preços ao longo do tempo
Até agora considerámos que a empresa vende todas as unidades do produto
ao mesmo preço. No entanto, há muitos exemplos que mostram que nem
sempre é assim.
Fotocópias: descontos para estudantes; descontos para um no grande de
unidades
• Revistas científicas: bibliotecas e particulares
• Software: novos clientes e upgrades
• Comboios e camionetas: descontos especiais para a terceira idade ou em
certos dias da semana
• Companhias aéreas: descontos significativos a viajantes que passem a
noite de sábado para domingo no local de destino; cartões de acumulação de
milhas
• Gasolineiras: cartões de pontos
• Restaurantes: ementas turísticas, almoço/jantar
• T ake-away das pizzarias: descontos vários, dependendo da
combinação da encomenda
• Cinemas: descontos para portadores do cartão jovem; descontos à 2a feira
• Automóveis: mesma marca e modelo a preço diferente em diferentes países
• Telemóveis: vários pacotes de chamadas
• Lojas de vestuário: saldos
• Hipermercados: cartões família
Discriminação de preços
• Por vezes as empresas cobram preços diferentes pelo mesmo produto a
clientes diferentes: discriminação de preços.
• Vamos considerar o caso mais simples, de CMg constante
No entanto, para que a empresa possa segmentar o mercado é preciso:
– Que os consumidores com valorizações mais elevadas não possam
comprar aos preços mais baixos (fazendo-se passar por indivíduos com baixa
valorização),
– Nem que os que compram aos preços mais baixos possam revender aos
que têm valorizações mais altas (arbitragem).
• Em suma, para implementar a discriminação de preços é preciso:
– Identificar compradores que valorizem o produto de forma distinta (exigir a
apresentação do cartão de estudante, do BI para comprovar a idade, etc) e
oferecer o bem a cada um a um preço correspondente à sua disposição a
pagar
– Separar os diferentes grupos de compradores, isto é, impedir a revenda.
• É mais fácil impedir a revenda nos serviços (são logo consumidos e alguns
são não transaccionáveis - exs: refeição, corte de cabelo) do que nos
produtos.
• A existência de custos de transporte dificulta a revenda.
• Até agora vimos discriminação ao longo da curva. Mas também pode existir
discriminação entre curvas.
• Quando há procuras diferenciadas é mais fácil fazer discriminação de
preços. Ex: quando a empresa vende para diferentes países (caso dos
automóveis).
• Quando os mercados têm elasticidades da procura diferentes, a
empresa vai vender a preço mais alto no mercado com menor elasticidade e
tem aí uma margem maior. Lembrar
P=⎛ε⎞CMg P−CMg=1
Preços não lineares
• A implementação da discriminação de preços pode ser difícil (seleccionar
segmentos, impedir revenda) ou mesmo ilegal. Outras formas de a empresa
com poder de mercado se apropriar do excedente do consumidor e da perda
de bem-estar social são:
– fazer descontos de quantidade – praticar uma tarifa em duas partes –
vender em pacotes
Descontos de quantidade
• Os descontos de quantidade podem resultar simplesmente da existência de
economias de escala (no processamento das encomendas, por exemplo
(CF), ou na própria produção), ou então servir para a empresa se apropriar
do EC em dois casos:
i) Quando defronta procuras diferentes (clientes heterogéneos) e não as
consegue distinguir ou não as pode separar por outra razão;
ii) quando os clientes são homogéneos.
Os manuais de micro economia ensinam que no modelo de monopólio o
empresário pode adoptar 3 tipos de discriminação de preços. Na
discriminação de preço de primeiro grau, cobra-se para cada consumidor um
preço diferente, equivalente ao preço de reserva de cada indivíduo, ou o
máximo que ele estaria disposto a pagar pelo produto. Em outras palavras é
como se o monopolista pudesse “entrar na cabeça” de cada consumidor e
descobrir quanto ele estaria disposto a pagar. Essa, segundo os manuais,
seria a única maneira de encontrarmos o Óptimo de Pareto em uma estrutura
monopólica.
A discriminação de segundo grau baseia-se na cobrança de preços diferentes
de acordo com a quantidade consumida. Um bom exemplo são as tarifas de
energia eléctrica, onde o valor é calculado a partir do consumo de cada
residência. Segundo os manuais, essa prática aumenta o bem-estar do
consumidor e aufere maiores lucros para os empresários.
Por fim, a discriminação de preços de terceiro grau divide os
consumidores em dois ou mais mercados. Cada grupo com a sua própria
função de procura, são exemplos as tarifas aéreas, os bilhetes de meia-
entrada(bilhetes com descontos) para estudantes e idosos. Essa é a
discriminação mais comum, se o empresário puder dividir seus mercados
consumidores, cada um possuirá curvas de procura com elasticidades
diferentes e cobrará um preço maior para o de menor elasticidade.
Utilizando o exemplo dos bilhetes, podemos imaginar que os estudantes são
agentes com menor renda, são dependentes e, portanto mais sensíveis às
variações de preços. Actualmente este exemplo deixou de ser apenas
estratégia de uma empresa, monopolista ou não, tornando-se obrigação
conforme a lei de diversos países.
Discriminação de preços é a prática de cobrar preços diferentes pelo mesmo
produto [1]. Para que a discriminação de preços seja eficaz, é necessário que
a empresa seja capaz de identificar os diferentes consumidores, e de lhes
cobrar preços diferentes e os consumidores não tenham a possibilidade de
fazer arbitragem (os consumidores aos quais o produto é vendido a um preço
mais baixo não o podem vender aos outros). A pratica de discriminação de
preços se assemelha um pouco ao Dumping.

A discriminação de preços pode ser dividida em três graus de acordo com a


capacidade de cada uma das partes (consumidores e produtores) de
estabelecer preços diferenciados.
A discriminação de preços de 1° grau (ou perfeita) consiste na venda de
cada unidade de produto ao preço máximo que o consumidor está disposto a
pagar por essa unidade (o seu preço de reserva) [2].

Com este tipo de discriminação é transaccionada a mesma quantidade que


em concorrência perfeita (correspondente à igualdade entre preço e custo
marginal), mas o excedente do consumidor passa a ser zero. Num monopólio
com discriminação de preços de 1° grau:

▪ a curva da procura coincide com a curva da receita marginal;


▪ o monopolista apropria todo o excedente do consumidor;
▪ O lucro do monopolista é igual ao excedente económico total;
▪ O volume de produção maximiza o excedente económico total;
A eficiência é máxima, mas a equidade é questionável
A discriminação de preços de 2° grau consiste na venda de cada conjunto
(ou lote) de unidades a um preço específico. Assim, o preço depende do
número de unidades adquiridas
A discriminação de preços de 3° grau consiste em cobrar preços
diferentes a grupos diferentes de consumidores.

Identificando grupos de consumidores com elasticidades preço da procura


diferentes, a empresa procurará cobrar-lhes preços diferentes (preços mais
elevados aos consumidores com procura menos elástica) [4].

O caso mais frequente é o de um monopolista que vende em dois


mercados separados. O seu objectivo, como sempre, é o de
maximizar o seu lucro

Receita do produtor com e sem discriminação de preço

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