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HISTÓRIA MILITAR

A Primeira Guerra Mundial


INTRODUÇÃO
- A Primeira Guerra Mundial foi a primeira guerra do século XX.
- Primeiro conflito em estado de guerra total.
- Estendeu-se de 1914 a 1918
- Resultado das transformações que aconteciam na Europa.
- Como resultado temos um trauma drástico.
- Geração de jovens traumatizada com os horrores da guerra.
- A frente de batalha, sobretudo a Ocidental, ficou marcada pela
carnificina vivida nas trincheiras
- Saldo de 10 milhões de mortos.
CAUSAS

As principais causas que contribuíram para a Guerra foram:


- Disputas imperialistas;
- Nacionalismos;
- Alianças militares;
- Corrida armamentista.
GUERRA FRANCO-PRUSSIANA
A guerra franco-prussiana foi um conflito armado envolvendo a França
contra um conjunto de estados germânicos liderados pela Prússia,
que se desenrolou entre 1870 e 1871.
Em sua origem estava a política desenvolvida pelo chanceler prussiano
Otto von Bismarck, com a intenção de UNIFICAR A ALEMANHA.
Em oposição, o imperador francês Napoleão III tinha como objetivo
reconquistar o prestígio perdido interna e externamente, depois de
inúmeros reveses político-diplomáticos.
O poderio militar prussiano também constituía uma ameaça à
supremacia francesa no continente europeu.
GUERRA FRANCO-PRUSSIANA
A primeira questão que colocasse as duas potências em lados opostos
seria o bastante para iniciar o conflito, e este episódio acabou sendo a
disputa pela sucessão ao trono da Espanha.
O que precipitou os eventos da guerra foi a candidatura de Leopoldo,
príncipe de um reino que se localizava na Região Germânica e primo do
rei da Prússia, Guilherme I, ao trono espanhol, vago logo a seguir à
revolução espanhola de 1868.
Pressionado por Bismarck, Leopoldo aceitou a candidatura, e o governo
francês, alarmado com a perspectiva de uma aliança prussiano-
espanhola, ameaçou declarar guerra à Prússia caso essa pretensão não
fosse retirada, seguida a uma imediata renúncia.
GUERRA FRANCO-PRUSSIANA

Na realidade, isto fazia parte dos planos do chanceler prussiano, Von


Bismark, que Napoleão III acabou cedendo sem muita reflexão. A
questão não era realmente o trono espanhol, este era apenas um
pretexto para que a França declarasse guerra à Prússia, pois a França
deveria ser a potência agressora, estimulando os estados alemães a
lutarem em conjunto contra um agressor em comum.
GUERRA FRANCO-PRUSSIANA
Em 19 de Julho de 1870, a França declarou guerra à Prússia, e
imediatamente o Estado Meridional da Alemanha se colocou ao lado
do rei da Prússia Guilherme I, numa frente comum.
Os franceses conseguiram mobilizar um pouco mais de 200.000
homens, que incorporaram no exército da Alsácia e da Lorena.
Quanto aos alemães, formaram, num curto espaço de tempo, um forte
exército de 400.000 soldados, sob o comando de Guilherme.
A batalha que decidiu o conflito foi a Batalha de Sedan, de 1 de
setembro de 1870, concluída com a rendição das tropas francesas e a
captura de Napoleão III.
GUERRA FRANCO-PRUSSIANA
O Tratado de Frankfurt, assinado a 10 de maio de 1871, acabou com a
guerra, acabando por impor uma humilhante derrota à França.
A França perdeu parte das províncias de Alsácia e Lorena e teve que
pagar uma pesada indenização de guerra, aceitando ainda a ocupação
alemã (agora como país unificado) até a satisfação da dívida.
A nova Assembleia Nacional francesa, eleita para negociar a paz,
reuniu-se em Bordéus em 13 de Fevereiro e Adolphe Thiers foi eleito
como o primeiro presidente da Terceira República. Os pesados
encargos foram completamente saldados em Setembro de 1873, e
nesse mesmo mês, depois de uma ocupação de cerca de três anos, as
tropas alemãs deixariam o solo francês.
IMPERIALISMO

Na questão imperialista, o enfoque pode ser dado ao temor que a


ascensão da Alemanha gerou em nações como Rússia, França e Grã-
Bretanha.
Os alemães haviam passado pelo processo de unificação na segunda
metade do século XIX e, após isso, lançaram-se à busca
de colônias para seu país. Isto chamou a atenção da França, por
exemplo, que via seus interesses serem prejudicados com o
fortalecimento alemão.
NACIONALISMO

A questão dos nacionalismos envolveu diferentes nações. A Alemanha


encabeçava um movimento conhecido como pangermanismo. Esse
movimento nacionalista servia como suporte ideológico para o Império
Alemão defender os seus interesses de expansão territorial no começo
do século XX.
O pangermanismo ainda se expressava nas questões econômicas, pois
os alemães pretendiam colocar-se como a força econômica e militar
hegemônica da Europa.
NACIONALISMO
A questão nacionalista mais complexa envolvia os Bálcãs, região no
sudeste do continente europeu. No começo do século XX, os Bálcãs
eram quase inteiramente dominados pelo Império Áustro-Húngaro,
que estava em ruínas por causa da multiplicidade de nacionalidades e
movimentos separatistas que existiam em seu território.
A grande tensão nos Bálcãs envolvia a Sérvia e a Áustria-Hungria na
questão referente ao controle da Bósnia. Os sérvios lutavam pela
formação da Grande Sérvia e, por isso, desejavam anexar a Bósnia ao
seu território (a Bósnia era parte da Áustria-Hungria desde 1908
oficialmente). Esse movimento nacionalista de sérvios era apoiado pela
Rússia por meio do pan-eslavismo, ideal em que todos os eslavos
estariam unidos em uma nação liderada pelo czar russo.
REVANCHISMO

Na questão nacionalista, havia também o revanchismo francês. Essa


questão envolvia os ressentimentos que existiam na França a respeito
do desfecho da Guerra Franco-Prussiana, conflito travado entre Prússia
e França em 1870 e 1871. A derrota francesa foi considerada
humilhante, principalmente por dois fatores: a rendição ter sido
assinada na Galeria dos Espelhos, no Palácio de Versalhes, e pela perda
da Alsácia-Lorena. Após o fim desse conflito, a Prússia autoproclamou-
se como Império Alemão.
ALIANÇAS
Tríplice Entente
Rússia
Grã-Bretanha
França.
Tríplice Aliança
Alemanha
Áustria-Hungria
Império Otomano
Itália.
ALIANÇAS

Esses acordos militares incluíam cláusulas secretas de cooperação


militar caso uma nação fosse atacada por outra nação adversária. Por
fim, toda essa hostilidade deu a garantia para todas as potências e
chefes de Estado na Europa de que a guerra era apenas questão de
tempo.
Por essa razão, as nações europeias iniciaram uma corrida
armamentista com o objetivo de se fortalecer para o conflito que
ocorreria.
ESTOPIM

O que faltava para que a guerra tivesse início era um estopim, que
aconteceu em 28 de junho de 1914, durante a visita do arquiduque
Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austríaco, a Sarajevo, capital
da Bósnia. A visita do arquiduque foi entendida como uma provocação
e colocou em movimento os grupos nacionalistas que existiam na
Sérvia e Bósnia.
ESTOPIM

O resultado da visita do arquiduque foi que um membro de um


movimento nacionalista bósnio, a mão negra, armado de um revólver,
meteu-se à frente do carro que levava Francisco Ferdinando e sua
esposa, Sofia, e abriu fogo, assassinando ambos. A consequência direta
do ato foi uma crise política gravíssima que ficou conhecida como Crise
de Julho.
A PRIMEIRA GRANDE GUERRA

Como não houve saída diplomática para a Crise de Julho, a


consequência final foram declarações de guerra acontecendo em
cadeia. Em 29 de julho, a Áustria declarou guerra à Sérvia; no dia 30,
russos (em defesa da Sérvia), alemães e austríacos mobilizaram seus
exércitos. Em 1º de agosto, a Alemanha declarou guerra à Rússia e, no
dia 3, à França. No dia 4, o Reino Unido declarou guerra à Alemanha.
Era o começo da Primeira Guerra Mundial.
PAÍSES ENVOLVIDOS

Como mencionado, os dois grupos que lutaram entre si na Primeira


Guerra Mundial ficaram conhecidos como Tríplice Aliança (as principais
forças eram a Alemanha, Áustria-Hungria, Império Otomano e Itália)
e Tríplice Entente (as principais forças eram a Rússia, Grã-Bretanha e
França).
No caso da Itália, o país fazia parte da Tríplice Aliança, mas recusou-se a
participar da guerra quando ela se iniciou. Em 1915, a Itália aderiu à
Tríplice Entente.
PAÍSES ENVOLVIDOS

Naturalmente, a Primeira Guerra Mundial não se resumiu ao


envolvimento desses países, pois diversas outras nações envolveram-se
no conflito. No lado da Entente, países como Grécia, Estados Unidos,
Canadá, Japão e até mesmo o Brasil entraram no confronto.
No lado da Tríplice Aliança, houve a participação da Bulgária.
LOCAL ONDE OCORREU O CONFLITO

Os combates da Primeira Guerra Mundial, em sua maioria,


aconteceram no continente europeu. Na Europa, destacaram-se a
Frente Ocidental, em que os alemães lutaram contra franceses e
britânicos, e a Frente Oriental, em que os alemães lutaram contra
sérvios e russos.
Durante a guerra, houve também batalhas no Oriente Médio, isto é,
nas regiões que estavam sob domínio do Império Otomano.
Fases da Primeira Guerra

A Primeira Guerra Mundial pode ser dividida em duas grandes fases:


A primeira fase ficou conhecida como Guerra de Movimento e
aconteceu entre agosto e novembro de 1914.
A segunda fase ficou conhecida como Guerra de Trincheiras e ocorreu
entre 1915 e 1918.
Fases da Primeira Guerra

Da primeira fase da guerra, destacou-se o plano alemão de invasão à


França pelo território belga, o chamado Plano Schlieffen. Esse plano foi
elaborado pelo conde Alfred von Schlieffen e consistia basicamente em
uma manobra para envolver as tropas francesas e conquistar Paris,
capital da França.
Poucos meses depois que os franceses conseguiram impedir os
alemães de conquistar Paris, iniciou-se a segunda fase da guerra,
caracterizada pelas trincheiras. As trincheiras eram corredores
subterrâneos construídos para abrigar os soldados e separar os
exércitos que lutavam entre si. Muitas vezes, a distância entre uma
trincheira e outra era mínima.
GUERRA DE TRINCHEIRAS

O espaço entre as trincheiras era conhecido como “terra de ninguém”


e era preenchido com sacos de areia, arames farpados e tudo que fosse
necessário para garantir a proteção das tropas e para informar que
tropas inimigas aproximavam-se. Durante a guerra de trincheiras,
foram utilizadas pela primeira vez armas químicas.
Os alemães inicialmente utilizaram gás clorídrico, que, com o tempo,
também passou a ser utilizado por franceses e britânicos. Por fim, o gás
clorídrico foi substituído pelo gás mostarda.
A FRENTE OCIDENTAL
Milhões de homens ficavam uns diante dos outros nos parapeitos de
trincheiras barricadas com sacos de areia, sob as quais viviam como – e
com – ratos e piolhos. De vez em quando seus generais procuravam
romper o impasse. ]
Dias e mesmo semanas de incessante bombardeio de artilharia […]
“amaciavam” o inimigo e o mandavam para baixo da terra, até que no
momento certo levas de homens saíam por cima do parapeito,
geralmente protegido por rolos e teias de arame farpado, para a “terra
de ninguém”, um caos de crateras de granadas inundadas de água,
tocos de árvore calcinadas, lama e cadáveres abandonados, e
avançavam sobre as metralhadoras, que os ceifavam, como eles sabiam
que aconteceria.
FRENTE ORIENTAL

Na Frente Oriental, os alemães conseguiram impor pesadas derrotas


aos russos em batalhas como a de Tannenberg, garantindo grandes
conquistas territoriais.
A violência da guerra também foi destacada durante os combates que
aconteceram na Sérvia. No Oriente Médio, destacou-se a perseguição
que o Império Otomano promoveu contra os armênios, o que levou
ao Genocídio Armênio.
ENTRADA DOS EUA
Em 1917, os Estados Unidos entraram na guerra, quando uma embarcação
britânica foi atacada por alemães, causando a morte de mais de uma
centena de americanos. Nesse mesmo ano, os russos, fragilizados por tantas
derrotas e por uma crise econômica duríssima, retiraram-se da guerra, e
a Revolução Russa consolidou o socialismo no país.
A Primeira Guerra Mundial encerrou-se como resultado do esfacelamento
das forças da Tríplice Aliança. Bulgária, Áustria-Hungria e Império Otomano
renderam-se, sobrando apenas a Alemanha. O Império Alemão, arrasado
pela guerra, também se rendeu após uma revolução estourar no país e levar
ao fim da monarquia alemã. Aqueles que implantaram a república no país
(os socialdemocratas) optaram por um armistício para colocar fim à guerra
após quatro anos.
Consequências
Como consequência do armistício e da derrota alemã, o Tratado de Versalhes foi
assinado em junho de 1919. A assinatura desse tratado aconteceu exatamente no
mesmo local onde os franceses haviam ratificado sua derrota em 1871. Dessa vez,
os derrotados eram os alemães, que assinavam um tratado que impunha termos
duríssimos à Alemanha.
A Alemanha perdeu todas as suas colônias ultramarinas, além de territórios na
Europa. Foi obrigada a pagar uma multa pesadíssima, que arrastou o país pra uma
crise econômica sem precedentes na sua história. Suas forças militares foram
restritas a 100 mil soldados de infantaria. A rigidez dos termos do Tratado de
Versalhes é entendida pelos historiadores como a porta que deu abertura para o
surgimento e crescimento do nazismo.
O fim da guerra também marcou a reconfiguração do mapa europeu por causa do
esfacelamento dos Império Alemão, Austro-húngaro e Otomano. Diversas novas
nações surgiram, como Polônia, Finlândia, Iugoslávia etc.
PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NA GUERRA

A participação do Brasil na Primeira Guerra Mundial foi estabelecida


em abril de 1917, após os alemães terem afundado navios brasileiros.
Seis meses depois, o Brasil declarava guerra ao Império Alemão e
mandou enfermeiras, médicos e aviadores que fizeram missões de
observação no Mar Mediterrâneo.
PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NA GUERRA
Quando a Primeira Guerra Mundial foi deflagrada em 28 de julho de 1914, o
Brasil adotou uma postura neutra em 4 de agosto de 1914. A posição
brasileira seguiu a decisão dos EUA, que também declarou a neutralidade na
primeira fase do combate.
A atitude brasileira refletia a tendência diplomática iniciada com o marechal
Hermes da Fonseca (1850 - 1923) à frente do Ministério da Guerra.
Havia um intenso intercâmbio político e comercial entre Brasil e Alemanha.
O Brasil enviava oficiais brasileiros para servirem no Exército alemão, que era
considerado o mais bem preparado e organizado da época. Por sua parte, o
governo brasileiro adquiria armas de empresas alemãs.
Além disso, o país contava com uma quantidade considerável de imigrantes
alemães no sul do país. Assim sendo, o Brasil entendeu que não havia motivo
para se envolverem no conflito europeu.
PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NA GUERRA

A mudança de postura começou em 11 de abril de 1917, após um


submarino alemão torpedear e afundar o navio brasileiro Paraná.
Diante disso, o Brasil rompeu relações diplomáticas com a Alemanha.
Em maio daquele ano, mais dois navios comerciais brasileiros foram
torpedeados próximo ao litoral da Europa, o "Tijuca" e o "Lapa".
O afundamento das embarcações causou enorme comoção popular e a
opinião pública via com bons olhos a declaração de guerra à Alemanha.
Como resposta, o Brasil confiscou 45 navios mercantes que estavam
ancorados em portos nacionais.
PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NA GUERRA

Os alemães fariam um ataque ao cargueiro "Macau", e a prenderiam


um comandante brasileiro na costa da Espanha. Por conseguinte, em
26 de outubro de 1917, o país adotou uma posição beligerante.
Em estado de guerra, o governo brasileiro proibiu aos alemães do país
qualquer tipo de comércio com o exterior.
O presidente Wenceslau Braz sancionou a Lei da Guerra, em 16 de
novembro de 1917. Entre outras retaliações foram cassadas as licenças
que permitiam o funcionamento de bancos e companhias de seguros
pertencentes a alemães.
PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NA GUERRA
O Brasil foi o único país da América do Sul a entrar na guerra na condição de
combatente. Os governos da Bolívia, Equador, Uruguai e Peru limitaram-se a
romper relações diplomáticas com a Alemanha. Já o Chile, o México,
Venezuela, Paraguai e Argentina permaneceram neutros.
Em guerra, o Brasil enviou para combate em 16 de maio de 1918, uma
divisão naval com embarcações do Rio Grande do Sul, Bahia, Paraíba, Rio
Grande do Norte, Piauí e Santa Catarina.
O Brasil também auxiliou em combates aéreos realizando missões de
reconhecimento e na ajuda médica a soldados feridos.
O governo do presidente Delfim Moreira mandou uma delegação para atuar
na Conferência de Paz, realizada em Versalhes em 1919. Ali seria assinado
o Tratado de Versalhes.
PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NA GUERRA

O Brasil pedia compensações financeiras pelas perdas das embarcações


afundadas. Como indenização conseguiu que os navios alemães
confiscados durante a guerra passassem ao Estado brasileiro.
Também participou da implantação da Liga das Nações, precursora da
ONU (Organização das Nações Unidas).
CONCLUSÃO

DÚVIDAS?

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