Xangô Orixá Da Vitória e Da Justiça - APOSTILA PDF
Xangô Orixá Da Vitória e Da Justiça - APOSTILA PDF
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiça - 2
Bàbá King
Prof. Dr. Síkírù Sàlámi
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APOSTILA
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Este material conta com apoio de nove videoaulas do Bàbá King com descrição detalhada do conteúdo, ditados, rezas e cantigas em iorubá e
imagens da devoção a Xangô na África como parte do curso Xangô: Orixá da Vitória e da Justiça. Mais informações em: oduduwacursos.com.br
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Índice
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Introdução
Kábíyèsí, àngó!
Mojúbà
Ìbà Akọ́dà
Ìbà A ẹ̀dá
Vossa majestade, Xangô! Eu o saúdo!
Saúdo a todos. Saúdo você.
Saúdo os primórdios da existência.
Saúdo as energias da mãe natureza.
Neste curso o sacerdote e pesquisador iorubá Babá King tem por objetivo transmitir
ensinamentos sobre Xangô segundo conceitos do culto tradicional aos orixás na África.
Professor Doutor pela Universidade de São Paulo (USP), Síkírù Sàlámì, conhecido como
Babá King ou Professor King, é fundador do Centro Cultural Oduduwa, da Editora Oduduwa e
do Oduduwa Templo dos Orixás, que tem unidades no Brasil, África e Europa. Iniciado em
Xangô, Babá King desenvolve pesquisa sobre este orixá há mais de trinta anos. Em 1990,
publicou pela Editora Oduduwa conteúdo sobre Xangô em A Mitologia dos Orixás Africanos.
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entender a justiça como uma questão de direito e não de vingança. Este orixá nos ensina
que a verdade e a justiça andam juntas, mas são relativas, pois o que é verdadeiro para um,
pode não ser para outro. Deixar a justiça nas mãos de Xangô é pedir a ele que coloque
ordem na desordem e equilíbrio nas relações.
As oferendas a Xangô visam recuperar, manter ou conquistar o que é nosso por
direito. Xangô é, ainda, patrono da nobreza. Como ele foi o quarto Aláàfin Ọ̀yọ́ (rei de Oyó),
todos os seus filhos carregam uma coroa. Quem pede auxílio a Xangô pede a sua coroa e
quem tem a sua coroa precisa desenvolver a sua nobreza. A nobreza de Xangô nos preenche
com saúde, prosperidade, defesa e tudo de bom.
Conforme relatos míticos, Xangô lutou muito para vencer. Quem o cultua pedindo
vitória encontrará em si os recursos necessários para realizar o que pretende. Cultuamos
Xangô para que nosso esforço não seja vão. As questões que exigem vitória podem ter
origem em desentendimentos no trabalho, nos relacionamentos e na família, mas as
oferendas trazem harmonia a esses ambientes. A harmonia e a vitória andam juntas.
No âmbito biológico, primeira instância de nossa defesa, o equilíbrio e o bem-estar
podem diminuir, permanecer estáveis ou aumentar. A devoção a Xangô ajuda a manter e a
elevar a boa condição física. Há oferendas específicas para ajudar aqueles que se sentem
inseguros, são medrosos, têm síndrome do pânico ou têm fragilidade emocional a
desenvolverem as defesas e a autoconfiança necessárias para caminhar. A certeza de estar
sendo defendido, de conter em si a rocha de Xangô implantada no Ori por meio de
oferendas, aumenta o sentimento de segurança física, mental, emocional e espiritual.
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Cultuamos Xangô para que ele nos dê axé para guiarmos nossos caminhos com
autoconfiança, autoestima elevada e segurança física, emocional, mental e espiritual. Quem
lidera está no caminho da riqueza, da prosperidade, da vitória e do sucesso. Ninguém é
bem-sucedido ou vitorioso sem liderar e é nossa capacidade de liderança que determina o
alcance de nosso sucesso. É possível materializar o potencial de liderança por meio da
devoção a Xangô.
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Xangô abomina a mentira. Cada um diz o que bem entende, mas as inverdades não
sobrevivem por muito tempo. Quem quer prosperar no trabalho tem que ser verdadeiro,
justo, correto, entender a dinâmica e o que é esperado do seu trabalho e agir de modo
correspondente. Quanto mais transmitimos a verdade a nossos parceiros, mais eles gostam
de nosso trabalho e mais desejam ficar conosco. Xangô aprecia quem trabalha de forma
correta, de modo aceitável, e abençoa seus devotos e aquilo que fazem para que possam
ser vistos e apreciados, lembrando sempre que apenas a verdade leva à vitória.
Reconhecer a superioridade do adversário é caminho de vitória. Quando temos um
adversário muito bom no trabalho não adianta dizer que ele é ruim, pois quanto mais
renegamos sua supremacia, competência e superioridade, mais ele nos vence. Xangô abre
nossos olhos para vermos as coisas como são. Quando admitimos que nosso adversário é
melhor que nós, podemos buscar as forças necessárias para superá-lo, mas dizer que ele é
inferior seria mentir.
Ao cultuar Xangô adquirimos o poder de influenciar nossa vida e a das pessoas que
integram nosso universo. Quem tem poder conquista uma das qualidades mais importantes
para vencer: a respeitabilidade. Quem é respeitável é respeitado, admirado, apreciado. As
qualidades humanas são notórias; apreciá-las pode se transformar em trabalho, dinheiro e
prestígio. Todos querem se associar a pessoas respeitáveis e prestigiadas, mas boas
associações são uma questão de poder.
A força pode ser física, emocional, mental ou espiritual. Quando fazemos uma
oferenda para Xangô ele reforça a modalidade de força da qual precisamos. Cabe lembrar
que ninguém consegue alcançar vitória, riqueza e sucesso sem pressões. Esta é uma das
razões pelas quais fazemos oferendas a Xangô: para podermos resistir às pressões.
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Entre os orixás primordiais estão Exu, Ifá, Ogum e Oxalá. Cada um deles teve uma
incumbência na criação do planeta e de seus habitantes, incluindo homens, animais,
vegetais e minerais. Eles também atuaram no processo civilizatório e na transmissão do
conhecimento. Ifá era responsável pelas informações e pelo conhecimento. Ogum, pela
organização e pela capacidade de desvendar os mistérios da terra. Oxalá, pela criatividade
necessária para descobrir a utilidade dos recursos naturais, incluindo os de nossos talentos;
tudo o que se constrói tem origem na inspiração e, graças à criatividade regida por Oxalá, o
progresso humano é notório.
Exu, o grande maestro de tudo, tem a incumbência de possibilitar a realização dos
trabalhos e de auxiliar os demais orixás na manutenção da ordem e do equilíbrio entre os
homens e deles com tudo o que integra a existência. Ori também é um orixá primordial, pois
deu origem a tudo aquilo que Elédùnmarè criou e nada existe sem uma origem.
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiça - 10
Xangô teve a missão de civilizar as pessoas e ensinou muito ao povo durante seu
reinado em Oyó. Embora ele fosse similar aos demais na aparência física, nasceu com
energia divina e era incomum: narram os mitos que saíam labaredas de fogo da sua boca, o
que evidencia que ele não era apenas mais um.
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiça - 11
Os mitos sugerem que Xangô foi usado pelo povo. Enquanto ele foi provedor, todos
queriam ser seus amigos, mas em dado momento ele já havia cumprido sua missão e já
havia ensinado tudo o que podia, e o povo virou as costas para ele. Isso acontece com todos
os orixás na mitologia: eles surgem, servem o povo, produzem mestres capazes de
transmitir informações para as gerações seguintes e deixam o mundo quando não são mais
necessários para a sociedade. Mas a rejeição do corpo físico favorece o reconhecimento
mitológico, divino e espiritual. Para ser divinizado e venerado Xangô não poderia mais estar
fisicamente presente. Daí a necessidade de ele se retirar da sociedade para dar lugar à
veneração popular.
As necessidades de Xangô eram similares às do povo e ele tinha sentimentos e
comportamentos humanos, como se ofender, ficar com raiva e brigar, mesmo porque, se ele
não tivesse esse aspecto humano, ficaria muito difícil cumprir sua missão em Oyó. Esta
incluía ensinar os conceitos de justiça, vitória, defesa, poder, força, sucesso, riqueza,
coragem, segurança e autoestima. Além disso, ensinou a seus ministros as artes da
medicina e da magia e transmitiu conhecimentos sobre a natureza para que eles pudessem
proteger o reino de Oyó durante sua ausência.
As pessoas se incomodavam com o fato de Xangô ser bravo e briguento, mas ele
tinha que discipliná-las. Dadas as suas qualidades, todos o queriam como rei, mas o
criticavam justamente por possuir tais qualidades. Quando a presença de Xangô deixou de
fazer sentido, ele começou a usar seu poder e conhecimentos de forma prejudicial e as
pessoas começaram a pressioná-lo para que se retirasse do trono.
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiça - 12
O povo de Oyó, então, começou a se indagar sobre o desaparecimento de Xangô.
Como ele estava aborrecido quando desapareceu, seus oponentes, que haviam recebido
dele tudo o que possuíam de poder e conhecimentos, começaram a dizer que ele havia se
enforcado: Ọba so! Os inimigos de Xangô foram à floresta, onde supostamente ele teria se
enforcado, mas não o encontraram. Quando retornaram a Oyó encontraram os amigos e o
povo dizendo Ọ
ba kòso! : “o Rei não se enforcou!” Por isso cantamos:
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O Machado de Xangô
Entre os seus símbolos incluem-se o o
é àngó (machado de Xangô), geralmente
esculpido em madeira. O machado de Xangô tem dois lados, que representam o certo e o
errado, a correção do que está errado e a manutenção e aperfeiçoamento do que está certo.
O o é àngó simboliza a resistência, a segurança, a firmeza e a defesa. Esse machado tem o
poder do controle atmosférico. Os Bàbá Mọgbà, grandes sacerdotes e ẹlẹ́gún de Xangô, o
utilizam para chamar a chuva e o trovão e para transmitir o axé de Xangô para as pessoas,
apontando esse machado em sua direção.
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O Pilão
Xangô era um ser incomum, dotado de força física, mental e espiritual incomparável,
tão forte a nível energético que seu corpo chegava a ficar cem vezes mais pesado. Seu trono
foi feito no odó, pilão de madeira ultra resistente, porque toda vez em que ele sentava todo o
seu poder mágico e toda a sua vitalidade espiritual caíam sobre o assento. É por isso que
Xangô é assentado no pilão, em geral com a boca invertida. O pilão é usado em iniciações e
oferendas para que o devoto ganhe resistência, vitalidade e força.
O Fogo
Xangô domina iná, o fogo, com o qual impede a vinda do mal. A fogueira de Xangô
libera seu axé de defesa e nos torna intocáveis por inimigos humanos e, espirituais. Ele nos
defende de ataques mágicos, feitiços, pragas e qualquer outro mal que alguém possa nos
desejar. Até mesmo uma lamparina pode ser acesa com a finalidade de nos defender. O
fogo atualiza o tempo em que Xangô ensinava ao povo de Oyó como utilizar a capacidade
mágica de transcender aspectos físicos da condição humana.
Quando Xangô falava algo muito impactante o fogo saía de sua boca como uma
assinatura espiritual que autenticava a profundidade, a grandeza, a seriedade e o impacto de
suas palavras. Trabalhar com o fogo de Xangô significa usar o seu axé para transformar
tudo em uma verdade incontestável.
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Ère Ṣàngó
Ère àngó são estátuas feitas em homenagem a Xangô. Há figuras masculinas e
femininas segurando o o é e o ẹ̀rẹ̀, que mobilizam o axé de Xangô. A estátua sacralizada
serve de instrumento de defesa, propiciando coragem para vencer o medo, a insegurança e a
síndrome de pânico. Desde os tempos primordiais Xangô usa o machado, o fogo e essas
estátuas para curar enfermidades de cunho emocional. Nas festividades em sua
homenagem os ọmọ àngó, os Bàbá Mọgbà, as Ìyá Mọgbà e os ẹ
lẹ́gùn àngó carregam os
símbolos de Xangô e os utilizam para transmitir axé aos presentes.
A Rocha
Àpáta, a rocha, é outro símbolo de Xangô, senhor das pedras, especialmente, das
rochas monumentais, gigantescas e pré-históricas. Algumas delas têm superfícies cavadas
pela ação das chuvas. A água empoçada sobre elas é ideal para banhos, que desenvolvem a
intuição nata para tomar decisões e escolher direções. Xangô orienta quanto aos caminhos
de defesa e segurança. Quando tocamos uma rocha com nosso Ori e chamamos por Xangô,
ou quando nos banhamos na água lá empoçada, buscamos saber que rumo seguir.
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Tranças
Durante seu reinado Xangô foi um rei exemplar por sua força, prestígio e poder de
influência. Seu aspecto físico era único: os mitos narram que ele era tão bonito que as
pessoas se impressionavam com sua beleza e seu Ori era tão forte que era necessário
trançar e trabalhar o seu cabelo. É comum até hoje os Bàbá Mọgbà, sacerdotes de Xangô,
trançarem seus cabelos. Esse poder extraordinário é transmitido aos seus devotos por meio
da iniciação.
A Roupa de Xangô
As roupas de Xangô eram enfeitadas com adornos como búzios, que na época
representavam o dinheiro: ele era tão rico que se vestia com dinheiro. Seu corpo era tão
forte que para cobri-lo era preciso usar roupas de couro vermelho para que não rasgassem.
Ele costumava usar saias, vestimentas em geral destinadas a mulheres na sociedade iorubá,
como recurso para acomodar sua enorme vitalidade. Esta é a origem do a ọ àngó,
vestuário usado até hoje por seus devotos, que inclui batas decoradas com búzios e
miçangas vermelhas e brancas e saias. A roupa de Xangô integra os elementos de seu
assentamento e somente pode ser vestida por iniciados, Pode-se fazer oferendas
diretamente diante dessa roupa.
A Tartaruga
Xangô simboliza a vida e tudo o que se refere a ele é muito vivo. Um de seus símbolos
é ìjàpá, a tartaruga, animal longevo, dinâmico e organizado. A tartaruga tem seu próprio
dinamismo, assim como Xangô, que tem seu ritmo e pode conferir longevidade a seus
devotos. A saúde, a realeza, a riqueza, a coragem, a segurança, a autoestima e o bem-estar
devem ser longevos. A adoção da tartaruga no culto a Xangô é justamente para que tudo de
bom perdure em nossas vidas.
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Alibé
Há uma semente muito usada no culto a Xangô, conhecida como agba, em iorubá, e
como alibé, em português. Depois de sacralizada ela atrai coragem e segurança,
promovendo a defesa para que tudo corra bem e para que não haja acidentes ou incidentes
desagradáveis no caminho.
Kele
O kele de Xangô é um colar de miçangas pequenas vermelhas e brancas. Depois de
sacralizado com as folhas e com um dos animais do orixá ele pode ser usado por seus
iniciados e por devotos que enfrentam dificuldades, perseguições, problema com sonhos,
feitiços e insegurança.
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As Cores de Xangô
As cores de Xangô são o vermelho e o branco. O vermelho simboliza o fogo, a vida, o
sangue, as ações, a coragem, a determinação, o pragmatismo e a verdade única, certa, sem
dúvida e incontestável; esta cor representa o que é original, único e incomparável em um ser
humano. O branco simboliza o ponto de equilíbrio, o ẹ̀rọ̀, a harmonia.
Xangô age de modo intenso, mas busca o ponto de equilíbrio para que os seus
conhecimentos possam ser facilmente absorvidos. Ele é cultuado para que o seu axé
equilibre a vitalidade e a força humana e para que as pessoas aprendam a usar
corretamente os próprios recursos. O vermelho e o branco em conjunto, como o fogo e a
água, formam o axé de Xangô.
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiça - 19
Ẹ̀bi e À
re: O Errado Não se Torna o Certo
Xangô é o orixá da Justiça. Se cultuamos Xangô e a justiça não prevalece em nossa
vida, algo está errado. Não podemos querer transformar o injusto em justo. É comum que as
pessoas com problemas judiciais busquem Xangô e peçam para vencer seus adversários.
Mas quando alguém está errado e pede justiça a Xangô acaba perdendo a causa: é melhor
pedir a Xangô o axé necessário para superar a situação na qual se encontra.
A vida é feita de vitórias e derrotas; na lei humana nem sempre o mais justo vence,
mas com a benção de Xangô o injusto não vence o justo, o errado não vence o certo e o mal
feito não vence o que foi bem feito. A justiça de Xangô faz valer a verdade absoluta, mas não
transforma o certo em errado, nem o errado em certo. Xangô é um orixá temperamental,
justo e verdadeiro: não castiga pelo erro porque o próprio erro castiga a quem errou. No
entanto, ele castiga a quem nega o erro.
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O dinheiro compra muitas coisas por corrupção, mas o poder, o prestígio e a força
fazem o que o dinheiro não pode fazer. Às vezes nosso adversário tem uma situação de
prestígio social ou condições materiais necessárias para praticar injustiças como se nada
tivesse acontecido. Xangô combate situações como essa porque ele próprio não é corrupto
nem traidor.
Xangô trabalha com situações que envolvem os poderes físico e espiritual. O poder
espiritual é adquirido por meio de oferendas e se sobrepõe a qualquer tipo de sofrimento,
dominando a força dos oponentes. O poder espiritual de Xangô pode se transformar em
força física, que ninguém conseguirá roubar. Quem busca superar seus adversários precisa
materializar as bênçãos de Xangô, que traz o poder espiritual necessário para vencer. Ao
cultuá-lo nos tornamos fisicamente mais fortes, inquebráveis, intocáveis e incontestáveis,
ficando mais próximos das verdades que nos levarão a todas as nossas vitórias.
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiça - 21
A ausência da verdade faz a pessoa tombar e sua presença a faz sobreviver a
tempestades porque a prática da verdade possibilita discernir entre o certo e o errado e ter
clareza quanto ao rumo a seguir. Xangô abomina a mentira, a falsidade e a inverdade. Esta
questão tem a ver com a sobrevivência: só conseguimos sobreviver se enxergamos as
coisas como elas são, formos leais conosco e fizermos as coisas como devem ser feitas.
Xangô orienta a fazer as coisas como se deve.
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiça - 22
É muito comum em nossa sociedade que as pessoas falem mal umas das outras.
Quando inventamos algo sobre alguém ou repetimos uma inverdade que ouvimos a seu
respeito estamos praticando uma injustiça que pode destruir a sua vida. Recorremos a
Xangô para ele nos defender contra as injustiças que são frutos de línguas venenosas e
afetam o progresso e o bem-estar. O devoto de Xangô é um articulador que usa o seu axé
para abençoar aqueles que sofreram qualquer tipo de injustiça.
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Fidelidade e Lealdade
A fidelidade e a lealdade são virtudes raras, que os devotos de Xangô devem cultivar.
Narram os mitos que dezesseis rainhas eram esposas de Xangô, sendo Oyá a principal. Um
dos símbolos de Oyá é a lealdade e, como Xangô é apaixonado pela lealdade, Oyá o
conquistou. Ela foi a única esposa de Xangô que o acompanhou até o último momento da
sua permanência na terra. Os dois têm similaridade energética, com predomínio do
elemento fogo: Xangô é a força dos raios, trovões e relâmpagos e Oyá, a força dos ventos e
tempestades. Uma louvação a Oyá a chama de “A poderosa que tem sabedoria e coragem
para andar pelo fogo sem se queimar”. A sabedoria de Oyá ajudava muito Xangô e o que os
unia era a lealdade. Diz uma cantiga:
Xangô é invocado para que o ser humano recupere sua libido, pois a falta de desejo
sexual é uma enfermidade. Não podemos ter vergonha de tratar deste assunto e não é
impureza abordar a sexualidade no meio sagrado, pois o ser humano é fruto dela.
É frequente nos depararmos com vários orixás que cuidam da sexualidade humana.
Cultuamos Xangô para recuperar a vontade de viver, o desejo de sentir o corpo como ele
deve ser sentido em cada momento. Xangô é associado à sexualidade, à libido, ao desejo
sexual e à fertilidade. Homens e mulheres estéreis, com impotência sexual ou dificuldade
para conceber recorrem a ele para conseguir ter filhos. Seu axé, assim como o de Oxum e de
Iemanjá, aumenta a fertilidade biológica e material daqueles que recorrem a ele.
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiça - 25
Xangô foi um rei exigente, caprichoso, rico, próspero e notável. Foi líder, pai, amigo e
provedor de soluções. Cultuamos Xangô com vários objetivos, mas precisamos de
mensageiros que conduzam a ele os nossos pedidos. Toda oferenda é um intermediário
entre o ser humano e o orixá. A comida que integra todo ritual é um elemento de troca.
O alimento tem minérios da terra e água da chuva e passa pelos processos de
germinação e maturação. Ele é plantado com o axé de Ogum, de Oko e de outros orixás da
agricultura e da terra; depois é colhido, lavado, processado e cozido. Esses processos
envolvem a água, que lava e prepara o alimento, o fogo, que o transforma e o trabalho - suor,
dedicação e devoção – de quem o prepara. Oferecemos comida para os orixás porque os
axés de todas as pessoas que participam de seu preparo se unem e vêm a ser elementos de
diálogo com o divino. A comida que oferecemos aos orixás é símbolo espiritual de todo o
esforço que garante a nossa sobrevivência. A oferenda é um meio de colocarmos nossa
vitalidade a serviço dos nossos sonhos.
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiça - 26
O àkàsà (acaçá) é preparado com farinha de milho branco que, depois de cozida
como se fosse uma polenta, é despejado num alguidar ou numa gamela.
O iyán (inhame), depois de descascado, cortado em pedaços e cozido com pouca
água para não encharcar, é pilado até virar uma massa úmida que lembra o purê. Pode-se
fazer doze bolinhas com essa massa, colocá-las num alguidar ou numa gamela e depois
colocar molho de feijão ou de quiabo por cima.
Há outros dois pratos principais a serem oferecidos a Xangô. Um deles é a sopa
gbẹgiri, preparada com feijão fradinho descascado e cozido até desmanchar por completo,
depois temperado com peixe e azeite de dendê. Se as pessoas gostarem e quiserem, podem
acrescentar pimenta e pedaços de carne.
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiça - 27
Outra oferenda é o quiabo cortado, cozido e temperado com azeite de dendê, peixe,
camarão e todo tipo de tempero para ficar bem gostoso. Esse molho à base de quiabo é
jogado sobre as massas citadas acima.
Chegando ao assentamento de Xangô, o ofertante o saúda três vezes: Kábíyèsí!
Kábíyèsí! Kábíyèsí! Depois, toca a oferenda no chão de três a doze vezes. Como o número
sagrado de Xangô é o doze, porque no jogo de búzios o odu de Xangô, Èjìila-A ẹbọra, tem o
número doze, recomenda-se que se toque a comida no chão doze vezes. Depois disso a
oferenda é deixada no chão, diante do assentamento. O sacerdote joga um pouco de água
de um copo no chão e no assentamento e, com o s
ẹ̀kẹ̀rẹ̀ na mão, evoca Xangô. Durante a
evocação o sacerdote e o ofertante vão pedindo a Xangô a qualidade de axé que eles
desejam obter.
Quando se evoca qualquer orixá durante a entrega das oferendas os Oris dos
presentes despertam para receber o seu axé. É importante expressar os objetivos que se
deseja alcançar, incluindo a capacidade de reconhecer e aceitar as bênçãos recebidas.
Munida desta capacidade a pessoa consegue obter resultados positivos.
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiça - 28
Folhas de Xangô
Xangô trabalha com o axé de algumas folhas. O ojúoró (vitória-régia) e o ò
íbàtà
(lótus) são plantas aquáticas que atraem a vitória e tornam a pessoa intocável,
neutralizando todo o mal enviado para ela. O t ẹ̀tẹ̀ (bredo, caruru) confere perseverança e se
alguém tentar sabotar o filho de Xangô, o uso dessa planta o defenderá porque esse axé
possibilita superar barreiras e vencer inimigos. O r ẹnrẹn (língua-de-sapo) e o Orìrì
(oriri-de-Oxum) trazem equilíbrio, tranquilidade, paz e harmonia. A a
bamọda
(folha-da-fortuna) atrai sorte, progresso e riqueza e transforma sonhos e desejos em
realidade. O pèrègún (dracena) recompensa o esforço e a luta. O yèyé (cajá-mirim) fornece
axé para sobreviver a pressões, dificuldades e limitações e para que um indivíduo consiga
tornar-se o número um.
O akòkò (acocô) torna o Ori venerável e manifesta sua realeza, sua grandeza, seu
potencial nato; essa folha é tão importante que entre os iorubás ninguém assume uma
situação hierárquica notável sem banhar seu Ori com akòkò. O kókò (folha de taioba) amplia
os horizontes para que tudo em que se esteja trabalhando seja grandioso. O ewé ìlasa (folha
de quiabo) aumenta a sorte, o magnetismo e o poder atrativo.
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiça - 29
a vitória e adia a data da morte. A galinha d’angola harmoniza, reduz tensões e desarticula
pressões, ajuda a resolver problemas e superar dificuldades.
O frango e o galo trocam as desgraças e o mal pelo bem, o azar pela sorte, o
sofrimento pelo alívio, as lágrimas por sorrisos, a tristeza pela alegria e a derrota pela vitória.
O pombo dá domínio sobre dificuldades e sofrimentos. O igbin amortece tudo, para que o
devoto de Xangô resista ao impacto das adversidades; também neutraliza sofrimentos,
tensões e os aborrecimentos. Diz o ditado iorubá que “o mugido do boi é grande”, e o boi
também simboliza Xangô porque tudo em Xangô é grandioso.
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiça - 30
AULA 8 - APROVEITAMENTO DO A
Xangô oferece a solução contra as perseguições. O machado de Xangô pode ser
sacralizado e guardado na casa ou na empresa da pessoa perseguida. Qualquer pessoa que
sofra algum tipo de perseguição, injustiça ou sabotagem pode ter em seu poder esse
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiça - 31
machado, alcançar vitória e ficar protegido de maldades, feitiços, pragas, raiva, ódio e
rejeição social.
Tudo o que ocorre de bom na vida do ser humano depende das ações do seu Ori.
Ẹlẹ́dạ́ é, em si, um axé pronto e detém o poder máximo sobre a vida, mas nem sempre a
consciência dos seres consegue alcançar as mensagens e a grandeza do próprio Ori. Xangô
ajuda o Ori do seu devoto a despertar e a se interessar mais por situações e circunstâncias
que poderão levá-lo à vitória. Xangô colabora muito com o crescimento do ser humano por
meio de seu diálogo com Ori.
Xangô era tão justo que transmitiu todos os seus conhecimentos ao povo para que as
pessoas pudessem sobreviver em sua ausência. Hoje a injustiça ocorre por diversos fatores,
como incapacidade dos seres humanos, egoísmo, ignorância e egocentrismo, entre muitos
outros. Quando cultuamos Xangô pedimos justiça e vitória sobre a injustiça e sobre as
dificuldades. A solução para alguns problemas está em nós. Como Xangô é o orixá da
justiça, ele nos ajuda a vencermos também as injustiças que praticamos contra os outros e
contra nossas próprias vidas.
Há pessoas a quem os outros boicotam ou de quem falam mal e reclamam sem
necessidade. Xangô abomina a maldade e adora trabalhar com as questões sociais. Por
isso se diz: “O grande sábio Xangô, que esfrega a boca dos maldosos na terra”.
Lamentavelmente a maldade faz parte da natureza humana, mas Xangô nos disciplina e faz
valer os direitos que cada um de nós tem para estarmos todos bem e para impedir que
outros sejam sabotadores do nosso bem-estar, da nossa felicidade e da nossa glória na
vida.
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiça - 32
Como Xangô equilibra as relações entre os seres humanos e os àbíkú, é comum ser
assentado junto a Ẹgbẹ́, que também desempenha essa função.
Narram os mitos que Jàkúta era o orixá que originalmente manipulava as pedras,
sendo depois essa tarefa assumida por Xangô. Algumas pessoas os confundem, mas eles
são deuses distintos. Cultuamos Jàkúta para desenvolver poderes defensivos, e muitas
vezes para complementar o grande axé de Xangô.
Se não tivermos os assentamentos de todos esses orixás não há problema. O
importante é sabermos que no momento de nos dirigirmos a Xangô podemos pedir também
que Oyá, Oxum, Obá, Ẹgbẹ́, Bayànnì, Dada e Jàkúta nos abençoem juntamente com ele.
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiça - 33
IORUBÁ TRADUÇÃO
Oríkì àngó 1 Evocação a Xangô 1
1 Káábíyèsí àngó! Xangô, Vossa Majestade, eu te saúdo!
11 Ní ibi tí wọ́n gbé ndá iná irọ́ Onde os malfeitores se unem para fazer o mal
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiça - 34
14 Ki igba ẹdùn bọ́ọ̀ àrá E enche essas paredes com centenas de ẹdùn àrá
IORUBÁ TRADUÇÃO
Oríkì àngó 2 Evocação a Xangô 2
1 Káábíyèsí ò! (3x) Vossa Majestade, eu te saúdo! (3x)
2 àngó Olúkòso O rei não se enforcou (Epíteto de Xangô)
3 Àkàtà yẹrì yẹrì O fogo indomável que se espalha
4 A tú wọn ká Ele que desune o que está unido
5 Ní ibi tí wọ́n gbé ndá iná irọ́ Onde os malfeitores se unem para fazer o mal
O sábio poderoso que esfrega
6 Ọlọ́ọ̀lọ̀ tí nfẹnu ìkà lọlẹ́
A boca do mentiroso no chão
7 A-waápọn-mọ̀rí Que se preocupa em resolver todos os casos difíceis
Ele, que por ter seu poder desafiado,
8 Ó torí ijà dáko sẹ́bàá ọ̀nà
Fez sua horta onde todos pudessem vê-la
Se aqueles que passam por sua horta não o saúdam,
9 àngó ní bó ò kí ládòbò, ijà ni
Ele protesta
10 Bó o si kí ládòbò, ọ̀ràn Quando é saudado, observa a forma como é saudado
11 ẹ́ẹ́rẹ́jọbí ọmọ Àrìrà O poder do ẹ́rẹ́ que une as pessoas
Alànà tóóró kan ayé, Ele que tem o poder de abrir conexão
12
Alànà tóóró k’ọ̀run Entre o mundo físico e o espiritual através do raio
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiça - 35
IORUBÁ TRADUÇÃO
Oríkì àngó 3 Evocação a Xangô 3
1 àngó o jẹ ọka ogun ọdun Xangô, que come comida feita há 20 anos
3 àngó iyan ọdun mẹta ngobona Xangô, que faz o i yan se manter quente por três anos
4 Okunrin Alagbara inu iná O homem (deus) poderoso que sobrevive dentro do fogo
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiça - 36
Se eu transgredir involuntariamente
5 Bàbá bí èmì bá ẹ̀ ẹ
seus princípios ético e morais
Não me puna se eu transgredir seus princípios ético e
6 Kí o má e já o
morais
IORUBÁ TRADUÇÃO
Orin àngó 2 Cantiga de Xangô 2
1 Ọba kòso, ọba kòso O rei de Kòso
2 Oníbàntẹ́ owó jingbẹ́nẹ́ Aquele que tem seu manto feito de dinheiro
IORUBÁ TRADUÇÃO
Orin àngó 3 Cantiga de Xangô 3
10 Bàbá tani yíò dúró Quem se atreverá a desafiar a força do meu pai Xangô
2 Bàbá tani yíò dúró Quem se atreverá a desafiar a força do meu pai Xangô
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiça - 37
5 Bàbá tani yíò dúró Quem se atreverá a desafiar a força do meu pai Xangô
IORUBÁ TRADUÇÃO
Orin àngó 4 Cantiga de Xangô 4
1 Olúkòso Aládó Olúkòso Aládó1
1
Epítetos de Xangô que significam, respectivamente, “O rei não se enforcou” e “aquele que racha o pilão”.
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiça - 38
IORUBÁ TRADUÇÃO
1 àngó jẹ́ njay é pẹ́ẹ́ pẹ́ẹ́ o Xangô, permita que eu viva por muitos e muitos anos
16 Ibà a sángiri Eu saúdo aquele que tem força para rachar a parede
19 Jẹ́ kí gbogbo ọjọ́ ayé mi ó yẹmí o Permita que eu seja feliz todos os dias da minha vida
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiça - 39
Encerramento
É impossível um ser humano conseguir resumir a grandeza e importância dos orixás.
Xangô é orixá da civilização, que ensinou ao homem o conhecimento da magia, da liderança,
do senso de defesa, a autoestima, autoconfiança, segurança pessoal, força, resistência. É
um orixá que ensinou o homem a trabalhar suas emoções para chegar à vitória, ao sucesso
e ao bem estar. Espero que você tenha aprendido e gostado e que consiga assimilar para o
seu dia-a-dia todas as riquezas de Xangô, para que o seu Ori possa ser o seu maior
guerreiro.
Káábíyèsí àngó!
Axé!
Bàbá King
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