Montando o PAINEL FRONTAL e o PC
Montando o PAINEL FRONTAL e o PC
Montando o PAINEL FRONTAL e o PC
INTRODUÇÃO
Qualquer micreiro que se preze, não compra PCs montados; compra as peças e monta ele
mesmo. Este é um guia "mais que completo" sobre montagem de micros, manutenção e solução de
problemas, que esmiúça os passos necessários e explica os "porquês" de muitas etapas, além de incluir
muitas dicas. A profundidade faz com que ele seja interessante não apenas para quem está começando,
mas também para os já experientes.
2. INICIANDO
Depois de desempacotar as peças, a primeira coisa a fazer é mudar a posição da chave de tensão
da fonte de alimentação. Por segurança, todas as fontes vem de fábrica com a posição no "220V", já
que ligar a fonte chaveada para 220 em uma tomada de 110 não causa danos, bem diferente do que
acontece ao fazer o contrário. O problema é que a lei de murphy faz com que você sempre esqueça de
trocar a chave de posição, fazendo com que mais adiante o micro simplesmente não ligue e você fique
sem saber o por que.
Apesar de muitas vezes não parecer, o gabinete é um componente bastante barato e fácil de
fabricar. A matéria prima básica são chapas de aço bastante finas, que são dobradas e prensadas até
chegar à forma final. Este aço bruto é bastante barato e pouco resistente, ao contrário do aço temperado
usado em aplicações mais nobres. Os gabinetes mais baratos chegam a custar menos de 100 reais e
quase metade deste valor é referente à fonte de alimentação que vem de brinde.
O maior problema com os gabinetes baratos é a presença de rebarbas, que agem como lâminas,
cortando os dedos dos descuidados. A presença de rebarbas é sinônimo de gabinete de baixa qualidade,
uma dica para evitar o fabricante na próxima compra, para não cometer o mesmo erro duas vezes.
Além da questão do acabamento, existe uma tendência crescente de substituir o aço por
alumínio nos modelos mais caros. Existem ainda gabinetes de materiais alternativos, voltados para
quem gosta de casemod, feitos acrílico, resina, vidro ou até mesmo madeira.
Além do material usado, acabamento e da questão estética de uma forma geral, os gabinetes se
diferenciam pela presença de portas USB ou conectores de audio frontais (ou outros acessórios) e pela
questão da ventilação.
De qualquer forma, a principal função do gabinete é servir como um suporte para os demais
componentes. Você pode muito bem montar um micro dentro de um armário, de uma gaveta, ou até
mesmo dentro de uma caixa de pizza, mas sem uma fonte de alimentação com um mínimo de
qualidade, você corre o risco de ver pentes de memória queimados, HDs com badblocks, capacitores
estufados na placa-mãe e assim por diante em pouco tempo. DE uma forma geral, as fontes que
acompanham os gabinetes valem o que custam (muito pouco), por isso você deve procurar substituí-las
por fontes melhores em qualquer micro com componentes mais caros, ou em micros de trabalho, que
vão desempenhar um papel importante.
Como (com exceção de alguns modelos high-end) todas as fontes utilizam o mesmo tamanho
padrão, é muito fácil substituir a fonte por outra.
3. FERRAMENTAS
Para simplesmente montar um PC, você não precisa de muitas ferramentas. Na verdade, você
pode se virar muito bem usando apenas uma chave de fenda.
Boas ferramentas podem durar a vida toda, por isso são uma boa coisa em que se investir. Elas
também são um sinal de status, que pode ajudar a criar uma boa impressão e transmitir confiança para o
cliente.
Mesmo no caso das chaves de fenda, existe uma grande diferença de qualidade entre as chaves
baratas e as para uso profissional. A principal diferença é a dureza do aço usado. Chaves baratas são
feitas de um aço mole, que espana facilmente e não se ajusta bem aos parafusos, acabando por espaná-
los mais facilmente também. Chaves de qualidade utilizam pontas de um aço muito mais duro, que
possuem formas mais perfeitas e se encaixam mais perfeitamente nos parafusos, permitindo que você
use muito mais força antes de chegar ao ponto de espaná-los.
Veja uma comparação entre a ponta de uma chave barata, já desgastada pelo uso e a ponta de
uma chave de melhor qualidade. Você dificilmente conseguiria remover um parafuso bem apertado
usando a chave da esquerda, enquanto a chave da direita conseguia removê-lo sem problemas:
O aço é uma matéria prima relativamente barata hoje em dia, tanto que já é usado até em pregos
e parafusos. A diferença (e o custo) está no processo de forja, que determina a dureza e resistência do
produto final e no acabamento, que determina a perfeição das formas. É justamente aí que reside a
diferença entre um katana japonesa, capaz de cortar uma barra de ferro e uma imitação barata, que você
pode comprar na tabacaria da esquina ;).
Um bom conjunto de chaves pode custar mais de 100 reais, mas é o tipo do investimento que
você não se arrepende de fazer. Justamente por serem caros e atenderem a um público restrito, não é o
tipo de ítem que você vai encontrar em supermercados ou na loja de ferragens da esquina. Se você não
mora perto de nenhuma loja especializada, é mais fácil pesquisar e comprar pela web. Este conjunto da
foto abaixo, por exemplo, foi comprado via web de uma loja da Inglaterra (pelo Ebay), por US$ 35:
4. PREPARANDO O TERRENO
Voltando à montagem, o próximo passo é tirar ambas as tampas do gabinete. Aproveite para
remover também as tampas das baias dos drives de CD e DVD que for utilizar.
Remova também a tampa do painel ATX, ao lado das aberturas dos exaustores. Cada placa-mãe
utiliza uma combinação própria de conectores, de forma que o que vem com o gabinete é inútil, já que
nunca combina com os conectores da placa-mãe. Por isso o substituímos pela tampa que acompanha a
placa-mãe, feita sob medida para ela. A tampa do painel ATX é chamada em inglês de "I/O plate",
embora o nome seja pouco usado por aqui.
A parte interna do gabinete possui um padrão de furação, destinado aos suportes e parafusos que
prendem a placa-mãe. Todos os parafusos necessários devem vir junto com o gabinete:
Dependendo da marca e modelo, podem ser usados pinos plásticos, como os da esquerda,
encaixes como os da direita ou (mais comum) espaçadores metálicos como os do centro. Existem ainda
suportes plásticos como os dois na parte inferior da foto, que podem ser usados como apoio, inseridos
nos furos na placa-mãe que não possuam par no gabinete. Eles eram mais usados antigamente, na época
dos gabinetes AT, mas é sempre bom ter alguns à mão.
O conjunto com os parafusos e espaçadores necessários deve vir junto com o gabinete. Ele é
chamado de "kit de montagem" pelos fabricantes. Normalmente o gabinete vem também com o cabo de
força, com exceção dos modelos sem fonte, onde o cabo vem junto com a fonte avulsa.
As placas ATX possuem normalmente 6 furos para parafusos e mais dois ou três pontos de
apoio adicionais, que podem ser usados pelos suportes plásticos. A posição deles, entretanto, varia de
acordo com a distribuição dos componentes na placa, de forma que o gabinete inclui um número muito
maior de furos. Com o tempo, você acaba aprendendo a descobrir quais usar "de olho", mas no início
você acaba perdendo tempo comparando as furações da placa e do gabinete para ver onde colocar os
suportes.
Uma dica é que você pode usar uma folha de papel para achar mais facilmente as combinações
entre a furação da placa-mãe e a do gabinete. Coloque a placa-mãe sobre o papel e use uma caneta para
fazer pontos no papel, um para cada furo disponível. Depois, coloque o papel sobre a chapa do gabinete
e vá colocando os parafusos onde os pontos coincidirem com a furação. Muito simples mas bastante
prático.
É importante apertar os parafusos de suporte usando uma chave torx, para que eles continuem
no lugar depois de parafusar e desparafusar a placa-mãe. Se não forem bem apertados, os parafusos de
suporte acabam saindo junto com os usados para prender a placa-mãe ao removê-la, o que não é muito
agradável.
5. CONECTORES DO PAINEL
Antes de instalar a placa-mãe, você pode aproveitar para encaixar os conectores do painel
frontal do gabinete e das portas USB frontais, que são muito mais fáceis de encaixar com a placa-mãe
ainda sobre a mesa, do que com ela já instalada dentro do espaço apertado do gabinete, com pouca luz.
Infelizmente, não existe muita padronização nos contatos do painel frontal, cada
fabricante faz do seu jeito. Embora o mais comum seja que os pinos fiquem no canto inferior direito
da placa, até mesmo a posição pode mudar de acordo com a placa. Em muitas ele fica mais para cima,
quase no meio da placa.
Nos gabinetes ATX, temos basicamente 5 conectores: Power SW (o botão liga/desliga), Reset
SW (o botão de reset), Power LED (o led que indica que o micro está ligado), HD LED (o led que
mostra a atividade do HD) e o speaker:
Cada um dos contatos é formado por dois pinos, um positivo e um neutro. Nos conectores, o fio
colorido corresponde ao positivo e o branco ao neutro. Tanto os dois botões, quanto o speaker (que
usa um conector de 4 pinos, embora apenas 2 sejam usados) não possuem polaridade, de forma que
podem ser ligados em qualquer sentido. Os LEDs por sua vez, precisam ser ligados na polaridade
correta, caso contrário não funcionam.
Quase sempre, a própria placa traz uma indicação resumida decalcada, indicando inclusive as
polaridades, mas em caso de dúvidas você pode dar uma olhada rápida no manual, que sempre traz um
esquema mais visível:
Em micros antigos, ainda na época dos gabinetes AT, existiam também os conectores Keylock
(uma chave no gabinete que permitia travar o teclado), Turbo SW (a chave do botão "turbo") e o Turbo
LED (o LED correspondente).
O botão "turbo" é uma história curiosa. Ele surgiu com o lançamento dos primeiros micros 286
e tinha a função de reduzir a freqüência de operação do processador, fazendo com que o micro ficasse
com um desempenho similar ao de um XT (o micro operava à freqüência normal apenas enquanto o
botão estivesse pressionado).
Isso permitia rodar alguns jogos e outros programas que ficavam rápidos demais se executados
no 286. Por algum motivo, o botão "turbo" continuou presente nos gabinetes AT até a época dos micros
Pentium, embora não fosse mais usado.
Outra curiosidade era o mostrador do clock, também usado na época dos micros Pentium 1. Ele
tinha uma função puramente decorativa, mostrando a freqüência de operação do processador. O
engraçado era que ele não tinha relação nenhuma com a freqüência real. Era simplesmente um painel
digital, configurado através de jumpers, onde você podia colocar a freqüência que quisesse. Felizmente
ele também saiu de moda e não é mais usado nos gabinetes atuais.
6. CONECTORES USB
Em seguida, temos os conectores das portas USB frontais, também conectados diretamente na
placa-mãe. Eles precisam ser encaixados com atenção, pois inverter os contatos das portas USB
(colocando o pólo positivo de alimentação na posição do negativo de dados, por exemplo) vai fazer
com que pendrives, mp3players e outros dispositivos eletrônicos conectados nas portas USB sejam
queimados, um problema muito mais grave do que deixar parafusos soltos ou inverter a polaridade de
um LED, por exemplo.
Os conectores USB (ou headers USB) na placa-mãe são conectores de 9 pinos, facilmente
reconhecíveis. Cada porta USB utiliza 4 pinos, dois para a alimentação e dois para dados, sendo que
dentro de cada par, um é o positivo e o outro o negativo. O nono pino do conector serve apenas como
orientação, indicando o lado referente aos dois fios pretos, referentes ao pólo neutro do par de
alimentação:
Cada header USB inclui duas portas. Uma placa-mãe com "12 portas USB" normalmente inclui
4 portas no painel traseiro e mais 4 headers para a conexão das portas frontais do gabinete. Alguns
gabinetes possuem 4 portas frontais, mas a maioria inclui apenas duas, Existem ainda diversos tipos de
suportes com portas adicionais, leitores de cartões e outras bugigangas instaladas na baia do drive de
disquetes, em uma das baias dos drives ópticos ou em uma das aberturas traseiras. Assim como as
portas frontais, eles também são ligados nos headers USB da placa-mãe.
Dentro de cada header a ordem os fios é a seguinte: VCC (vermelho), DATA - (branco),
DATA + (verde) e GND (preto), onde o GND fica sempre do lado do nono pino, que serve como
guia. Ligue primeiro os pinos da porta 1, para não arriscar misturá-los com os da segunda porta. :)
Fazendo isso com a atenção, não existe muito o que errar; o problema é que se você precisa
montar vários micros, acaba tendo que fazer tudo rápido, o que abre espaço para erros.
Instalação dos conectores das portas USB frontais do gabinete
A partir de 2007, a Asus passou a fornecer "agrupadores" para os conectores do painel e das
portas USB frontais junto com as placas. Eles são práticos, pois ao invés de ficar tentando enxergar as
marcações na placa-mãe você pode encaixar os conectores no suporte e depois encaixá-lo de uma vez
na placa-mãe:
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7. PROCESSADOR
Antes de instalar a placa-mãe dentro do gabinete, você pode aproveitar também para instalar o
processador, o cooler e os módulos de memória.
Com exceção dos antigos Pentiums e Athlons em formato de cartucho, todos os processadores
são ligados ao chipset e demais componentes da placa-mãe através de um grande número de pinos de
contato. Como o encapsulamento do processador é quadrado, seria muito fácil inverter a posição de
contato (como era possível nos 486), o que poderia inutilizar o processador quando o micro fosse
ligado e a alimentação elétrica fornecida pela placa-mãe atingisse os pinos errados.
Para evitar isso, todos os processadores atuais possuem uma distribuição de pinos que coincide
com a do soquete em apenas uma posição. Você pode notar que existe uma seta no canto inferior
esquerdo deste Athlon X2, que coincide com uma pequena seta no soquete:
O encaixe do processador é genericamente chamado de "ZIF" (zero insertion force), nome que
indica justamente que você não precisa fazer nenhuma pressão para encaixar o processador. A própria
ação da gravidade é suficiente para encaixá-lo no soquete. O ideal é simplesmente segurar o
processador alguns milímetros acima do soquete e simplesmente soltá-lo, deixando que a lei da
gravidade faça seu trabalho. Isso evita que você entorte os pinos se estiver sonolento e tentar encaixar o
processador no sentido errado.
Danos aos pinos do processador são desesperadores, pois é muito difícil desentortar os pinos. Se
alguns poucos pinos forem entortados, sobretudo pinos nos cantos, você pode tentar desentortá-los
usando uma lâmina, tentando deixá-los alinhados com os outros da fileira. Em alguns casos, um alicate
de precisão também pode ajudar. O trabalho nunca vai ficar perfeito, mas você tem a chance de deixar
os pinos retos o suficiente para que eles entrem no soquete, mesmo que seja necessário aplicar um
pouco de pressão.
A boa notícia é que no sistema LGA não existem mais pinos para serem entortados no
processador, de forma que ele torna-se um componente muito resistente mecanicamente. A má é que
agora temos um grande número de pinos ainda mais frágeis no soquete da placa-mãe, o que demanda
ainda mais cuidado ao instalar o processador. Diferentemente dos pinos dos processadores tradicionais,
os pinos do soquete LGA são praticamente impossíveis de desentortar. Ao danificar um grande número
deles, você simplesmente condena a placa-mãe.
A melhor estratégia continua sendo suspender o processador apenas alguns milímetros acima
dos pinos de contato e simplesmente soltá-lo, deixando o resto por conta da gravidade. Assim você
minimiza a possibilidade de danificar os pinos. No caso dos processadores soquete 775, duas guias de
um dos lados do soquete impedem que o processador seja encaixado na direção errada. Olhando com
atenção, você verá também uma seta em baixo relevo no canto inferior esquerdo do soquete, que faz
par com a seta decalcada em um dos cantos do processador.
Outra mudança trazida pelo sistema LGA é que a pressão necessária para manter o processador
no lugar é feita pelo próprio soquete, e não mais pelo cooler. Isso faz com que a força necessária para
fechar a alavanca do soquete nas placas soquete 775 seja muito maior.
8. PASTA TÉRMICA
Com o processador instalado, o próximo passo é usar a boa e velha pasta térmica para melhorar
a condutividade térmica com o cooler. Hoje em dia, existe diversos tipos de pasta térmica, que vão
desde a boa e velha pasta térmica banca, à base de óxido de zinco, que é bem barata e muitas vezes
vendida em tubos de 50 gramas ou mais até diversos tipos de pasta térmica "premium" com diferentes
compostos, vendidas em seringas ou vidros. Os próprios coolers muitas vezes acompanham envelopes
de pasta térmica branca.
Usar uma pasta "premium", baseada em algum composto metálico normalmente reduz a
temperatura de operação do processador em dois ou até três graus em relação a usar alguma pasta
branca genérica. A diferença é maior em overclocks mais extremos, onde a dissipação térmica do
processador (e consequentemente a temperatura de funcionamento) é mais elevada.
Independentemente do tipo escolhido, a idéia básica é passar uma fina camada de pasta térmica
cobrindo todo o dissipador do processador. Se você simplesmente esparramar um montinho de pasta
sobre o processador, a pressão exercida pelo cooler vai se encarregar de espalhá-la cobrindo a maior
parte do dissipador de qualquer forma, mas a aplicação nunca fica perfeita, de forma que se você tiver
tempo para espalhar a pasta uniformemente, antes de instalar o cooler, o resultado será sempre um
pouco melhor. Aplicar uma camada de pasta é especialmente importante nos processadores LGA, pois
neles o cooler não exerce uma pressão tão forte sobre o processador.
Muitos coolers, sobretudo os coolers dos processadores boxed vem com uma camada de pasta
térmica (quase sempre cinza) pré-aplicada. O principal objetivo é a praticidade, já que elimina uma das
etapas da instalação do cooler.
Caso prefira utilizar sua própria pasta térmica, remova a camada pré-aplicada no cooler usando
uma flanela e álcool isopropílico. Não use espátulas ou qualquer outro objeto metálico, pois você vai
arranhar a base do cooler, o que também prejudica a dissipação de calor.
O maior problema é que muitos coolers (em sua maioria fabricadas entre 2001 e 2005)
utilizavam uma camada de elastômero (um tipo de borracha, que podia ser rosa, cinza, ou mesmo
branca), no lugar da pasta térmica. Ele é um material que derrete se aquecido a temperaturas superiores
a 60 graus, de forma que a pressão do cooler acaba moldando-o ao processador.
O elastômero não é tão eficiente quanto a pasta térmica (mesmo se comparado à pasta branca
comum) e tem a desvantagem de ser descartável, precisando ser substituído depois da primeira
remoção do cooler. Ele era usado por que era barato e era considerado "bom o bastante" pelos
integradores e não por ser realmente eficiente.
É fácil reconhecer o elastômero, pois ele tem aspecto e consistência de chiclete. É sempre
recomendável removê-lo e substituí-lo por pasta térmica antes de instalar o cooler. Ao se deparar com
um cooler com a camada de elastômero ao dar manutenção, remova sempre toda a camada antiga antes
de aplicar a pasta e reinstalar o cooler. Misturar os dois materiais acaba resultando em uma camada
ainda mais ineficiente.
9. COOLER
Para manter o processador firme no lugar (evitando mal contatos nos pinos) e eliminar o
excesso de pasta térmica o cooler precisa pressionar o processador com uma certa pressão. Na maioria
dos coolers antigos, você precisava da ajuda de uma chave de fenda para instalar e remover o cooler. A
ponta era presa em um pequeno encaixe na presilha do cooler e você precisava de uma boa dose de
força para encaixá-la no soquete:
Este sistema levava a acidentes, pois com freqüência a chave de fenda escapava, muitas vezes
destruindo trilhas e inutilizando a placa-mãe. Como a pressão era exercida sobre os pinos laterais do
soquete, também às vezes acontecia deles quebrarem. Para não ter que descartar a placa-mãe, você
acabava sendo obrigado a fazer algum "chunxo" para prender ou colar o cooler no soquete.
Para solucionar estes dois problemas, tanto a Intel quanto a AMD desenvolveram novos
sistemas de encaixe.
A AMD passou a usar uma "gaiola" plástica em torno do processador. Os pinos de encaixe
ficam na gaiola, que é presa à placa por dois ou quatro parafusos e pode ser substituída em caso de
quebra. O cooler é encaixado através de um sistema de alavanca, onde você encaixa a presilha dos dois
lados e usa a alavanca presente no cooler para prendê-lo ao soquete:
Nas placas soquete 775, a pressão necessária para manter o processador preso é exercida pelo
encaixe metálico incluído no próprio soquete. A Intel se aproveitou disso para desenvolver um sistema
de encaixe bastante engenhoso, onde o cooler exerce menos pressão sobre a placa-mãe e é preso por 4
presilhas.
A forma correta de instalar o cooler é ir encaixando uma das presilhas de cada vez, fazendo um
"X", onde você encaixa primeiro a presilha 1, depois a 3, depois a 2 e por último a 4.
É bem mais fácil instalar o cooler, antes de instalar a placa-mãe dentro do gabinete:
Outra forma de instalar o cooler seria pressionar as 4 presilhas de uma vez, usando as duas
mãos, com a placa já instalada dentro do gabinete. Esta segunda opção faz com que seja exercida uma
grande pressão sobre a placa-mãe, o que é sempre bom evitar.
Como você pode ver na foto, os adesivos formam uma "cratera" de área sem contato com o
cooler em torno deles. Para amenizar o problema, você acaba tendo que usar mais pasta térmica, o que
também é ruim, já que para ser eficiente, a camada de pasta térmica deve ser o mais fina possível. Por
serem feitos de material plástico, os próprios adesivos não conduzem bem o calor, agravando ainda
mais o problema:
Na maioria dos casos, fornecedores com conhecimento de causa e preocupados com a qualidade
não fazem esse tipo de coisa, até por que, é perfeitamente possível controlar as trocas dos
processadores utilizando a numeração usada tanto pela Intel, quanto pela AMD. Em casos onde o
fornecedor for irredutível com relação ao uso dos adesivos, recomendo que procure outro.
Com relação à alimentação, existem dois tipos de conectores para o cooler. Além do conector
tradicional, com 3 pinos, existe o conector PWM, que possui 4 pinos. Ele foi introduzido pela Intel em
2004 e é usado na maioria das placas atuais (tanto para processadores Intel quanto AMD). O conector
de 4 pinos é perfeitamente compatível com coolers que utilizam o conector antigo de 3 e você também
pode conectar coolers que utilizam o conector de 4 pinos em placas com o conector de 3 pinos sem
risco. A guia presente em um dos lados do conector impede que você encaixe o conector invertido ou
ocupando os pinos errados, por isso não existe o que errar:
No conector de 3 pinos, dois deles são responsáveis pela alimentação elétrica (+12V e GND),
enquanto o terceiro é usado pela placa-mãe para monitorar a velocidade de rotação do cooler (speed
sensor). O quarto pino permite que o BIOS da placa-mãe controle a velocidade de rotação do cooler
(PWM pulse), baseado na temperatura do processador. Com isso o cooler não precisa ficar o tempo
todo girando na rotação máxima, o que além de reduzir o nível de ruído do micro, ajuda a economizar
energia.
Ao conectar um cooler com o conector de 4 pinos em uma placa com o conector de 3, você
perde o ajuste da rotação, de forma que o cooler simplesmente passa a girar continuamente na
velocidade máxima, mas com exceção disso não existe problema algum.
Além do cooler principal, temos a questão dos exaustores extra, que são um ítem cada vez mais
importante nos PCs atuais. Alguns exaustores ainda utilizam conectores molex, como os utilizados pelo
HD, mas a grande maioria dos de fabricação recente podem ser ligados aos conectores oferecidos pela
placa-mãe. A vantagem de utilizá-los é que a placa-mãe pode monitorar as velocidades de rotação dos
exaustores, permitindo que você as monitore via software.
Esta placa da foto, por exemplo, possui 4 conectores, sendo que dois foram posicionados
próximos às portas SATA:
10. MEMÓRIA
Continuando, você pode aproveitar também para instalar os módulos de memória com a placa
ainda fora do gabinete. O chanfro do conector impede que você encaixe um módulo DDR2 (ou DDR3)
em uma placa que suporte apenas módulos DDR ou vice-versa, de forma que a principal dica é segurar
sempre os módulos pelas bordas, evitando assim qualquer possibilidade de danificá-los com estica:
Além da posição do chanfro, outra forma de verificar rapidamente qual o tipo de memória
utilizado pela placa, é verificar a tensão, decalcada próximo ao chanfro. Módulos DDR utiliza 2.5V,
módulos DDR2 utilizam 1.8V e módulos DDR3 utilizam 1.5V:
Em placas com 4 slots de memória, o primeiro e o terceiro slots formam o canal A, enquanto o
segundo e o quarto formam o canal B. Para usar dois módulos em dual-channel, você deve instalar o
primeiro módulo o primeiro slot e o segundo módulo no segundo, populando simultaneamente ambos
os canais. Em caso de dúvidas sobre a instalação em alguma placa específica, você pode confirmar a
posição correta na seção "Memory" ou "System Memory" do manual.
Outra observação é que não é obrigatório usar dois módulos em placas dual-channel. O uso de
dois módulos é desejável do ponto de vista do desempenho, mas a placa funciona perfeitamente com
apenas um.
As exceções ficam por conta das antigas placas para Pentium 4 que utilizavam módulos de
memórias Rambus. Nelas era realmente obrigatório instalar módulos RIMM em pares e usar
terminadores nos soquetes não utilizados. Também é preciso usar módulos em pares em placas soquete
7 antigas, que utilizam módulos de 72 vias.
11. INSTALANDO A PLACA-MÃE
Depois de tudo isso, podemos finalmente instalar a placa dentro do gabinete, prendendo-a nos
suportes usando parafusos. Na verdade, você pode instalar a placa logo no início da montagem, e
encaixar o processador, cooler, memória e os conectores do painel frontal com ela já dentro do
gabinete. A questão é que é bem mais fácil instalar estes componentes com a placa "livre" sobre a
bancada do que dentro do espaço apertado no gabinete.
Uma chave magnética ajuda bastante na hora de posicionar os parafusos. Lembre-se que você
pode transformar qualquer chave de fenda em uma chave magnética usando um pequeno ímã de
neodímio, como os encontrados dentro do mecanismo que movimenta a cabeça de leitura do HD. Cuide
apenas para não largá-los sobre mídias magnéticas, como disquetes ou o próprio HD.
Não se esqueça também de encaixar a tampa do painel ATX que acompanha a placa antes de
instalá-la:
Voltamos então à velha pergunta: o que fazer com fontes antigas, que oferecem apenas 300 ou
350 watts e ainda utilizam o conector ATX de 20 pinos? A resposta curta é que você não deve usá-las
ao montar um PC novo, pois não vale a pena arriscar a saúde dos demais componentes para economizar
os 50 ou 70 reais de uma fonte nova. A resposta longa é que a maioria das placas funciona usando um
conector ATX de 20 pinos, desde que o conector P4 auxiliar esteja conectado. Entretanto, isto reduz o
fornecimento elétrico da placa-mãe, o que pode causar problemas ao utilizar processadores e/ou placas
3D com um consumo elétrico mais elevado.
Algumas placas possuem um conector molex ao lado do conector P4 auxiliar. Esta combinação
era comum por volta de 2001 a 2002, quando as fontes com o conector extra ainda não eram comuns.
Neste caso, você pode escolher qual dos dois usar:
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12. HD E DVD
O próximo passo é instalar os drives. Alguns gabinetes são espaçosos o suficiente para que você
instale os HDs antes mesmo de prender a placa-mãe, mas na maioria dos casos eles ficam parcialmente
sobre a placa, de forma que você precisa deixar para instalá-los depois.
Ao usar drives IDE, você precisa se preocupar também com a configuração de master/slave. No
caso do drive óptico (vou adotar este termo daqui em diante, já que você pode usar tanto um drive de
CD quanto de DVD), o jumper está disponível bem ao lado do conector IDE. Colocá-lo na posição
central configura o drive como slave, enquanto colocá-lo à direita configura o drive como master. Para
o HD, a configuração do jumper varia de acordo com o fabricante, mas você encontra o esquema de
configuração na etiqueta de informação do drive. Quase sempre, o HD vem configurado de fábrica
como master e ao retirar o jumper ele é configurado como slave.
HDs SATA não utilizam jumpers de configuração de master/slave, pois cada porta permite a
instalação de um único HD. Apesar disso, a maioria dos drives incluem um jumper que permite forçar o
HD a operar em modo SATA/150 (evitando problemas de compatibilidade com algumas placas
antigas). Em muitos HDs (como na maioria dos modelos da Seagate) ele vem ativado por padrão,
fazendo com que o drive opere em modo SATA/150 por default. Ao usar uma placa equipada com
portas SATA/300, não se esqueça de verificar a posição do jumper, para que a taxa de transferência da
interface não seja artificialmente limitada.
Ao instalar o HD e o drive óptico em portas separadas, você pode configurar ambos como
master. Atualmente é cada vez mais comum que placas novas venham com apenas uma porta IDE, o
que o obriga a instalar um como master e o outro como slave. É comum também que o drive óptico seja
instalado como slave mesmo ao ficar sozinho na segunda porta, já deixando o caminho pronto para
instalar um segundo HD como master futuramente.
Ao usar dois (ou mais) HDs SATA, é importante que o HD de boot, onde você pretende instalar
o sistema operacional, seja instalado na porta SATA 1. É possível mudar a configuração de boot através
do setup, dando boot através dos outros HDs, mas o default é que o primeiro seja usado.
A identificação de cada porta vem decalcada sobre a própria placa-mãe. Na foto temos "SATA1"
e "SATA2" indicando as duas portas SATA e "SEC_IDE", indicando a porta IDE secundária. Ao lado
dela estaria a "PRI_IDE", a porta primária:
Nas placas e cabos atuais, é usada uma guia e um pino de controle, que impedem que você
inverta a posição da cabos IDE. Em placas e cabos antigos era comum que estas proteções não estejam
presentes. Nestes casos, procure um número "1" decalcado em um dos lados do conector. A posição do
"1" deve coincidir com a tarja vermelha no cabo e, do lado do drive, a tarja vermelha fica sempre
virada na direção do conector de força:
Os cabos IDE possuem três conectores. Normalmente dois estão próximos e o terceiro mais
afastado. O conector mais distante é o que deve ser ligado na placa-mãe, enquanto os dois mais
próximos são destinados a serem encaixados nos drives. Ao instalar apenas um drive no cabo, você
deve usar sempre as duas pontas do conector, deixando o conector do meio vago (nunca o contrário).
Você deve utilizar sempre cabos de 80 vias em conjunto com os HDs IDE atuais, pois eles
oferecem suporte aos modos ATA-66. ATA-100 e ATA-133. Os drives ópticos podem utilizar cabos
comuns, de 40 vias, pois eles trabalham sempre em modo ATA-33.
Você deve receber os cabos IDE e SATA juntamente com a placa-mãe. Normalmente o pacote
inclui também o cabo do disquete (embora hoje em dia seja cada vez mais raro usá-lo) e também um
adaptador para converter um conector molex da fonte no conector de força SATA. A maioria das fontes
oferece apenas um único conector de força SATA, de forma que você acaba precisando do adaptador ao
instalar um segundo HD. Em placas que não possuem portas IDE, o cabo é substituído por um segundo
cabo SATA.
"Kit" com cabos e manuais que acompanha a placa-mãe
O drive óptico acompanha um segundo cabo IDE (quase sempre um cabo de 40 vias),
permitindo que, ao usar um drive óptico e HD IDE, você os instale em portas separadas.
Aqui temos os cabos IDE e SATA instalados. O cabo IDE preto está instalado na IDE primária e
vai ser usado pelo HD, enquanto o cinza, instalado na IDE secundária, vai ser usado pelo drive óptico:
Ao instalar dois ou mais HDs na mesma máquina, deixe sempre que possível um espaço de uma
ou duas baias entre eles, o que ajuda bastante na questão da refrigeração:
Assim como em outros componentes, a temperatura de funcionamento dos HDs tem um
impacto direto sob a sua via útil. O ideal é que a temperatura de operação do HD não ultrapasse os 45
graus (você pode monitorá-la usando o programa de monitoramento incluído no CD de drivers da
placa, ou usando o lm-sensors no Linux), mas, quanto mais baixa a temperatura de funcionamento,
melhor.
Caso tenha alguns trocados disponíveis, uma medida saudável é instalar um exaustor na entrada
frontal do gabinete, puxando o ar para dentro. O fluxo de ar vai não apenas reduzir a temperatura de
operação dos HDs (muitas vezes em 10 graus, ou mais) mas também dos demais componentes do
micro, incluindo o processador. Para melhores resultados, o exaustor frontal deve ser combinado com
outro na parte traseira, na abertura ao lado do processador, desta vez soprando o ar para fora.
Para instalar o exaustor frontal, você precisa remover a frente do gabinete. Em muitos dos
modelos atuais, ela é apenas encaixada, de forma que basta puxar com cuidado. Em outros ela é presa
com parafusos, escondidos nas laterias.
É sempre chato ficar colocando parafusos dos dois lados, tanto para os HDs, quanto para o drive
óptico, mas é importante que você resista à tentação de instalar os drives "nas coxas", sem usar todos os
parafusos. A questão fundamental aqui é a vibração. Colocando parafusos apenas de um lado, ou
colocando apenas um de cada lado, a movimentação da cabeça de leitura dos HDs e do drive óptico vão
fazer com que o drive vibre dentro da baia, aumentando o nível de ruído do micro, sem falar de
possíveis problemas relacionados ao desempenho ou mesmo à vida útil dos drives.
O toque final é instalar o cabo de áudio do drive de CD, usado para tocar CDs de áudio. Hoje
em dia ele não é mais tão usado, pois a maioria dos programas é capaz de reproduzir CDs obtendo as
faixas digitalmente, a partir do próprio cabo de dados do drive (o mesmo processo usado para ripar
CDs), mas é sempre bom ter o cabo instalado, já que você nunca sabe que programas o dono do micro
vai utilizar. O cabo é fornecido junto com o drive e é encaixado na entrada "CD" da placa-mãe, um
conector de 4 pinos.
FINALIZANDO
Como disse a pouco, é importante instalar um exaustor na abertura traseira do micro, soprando
o ar para fora. O exaustor dentro da fonte de alimentação também faz este trabalho, mas a principal
função dele é resfriar a própria fonte. O exaustor traseiro age mais diretamente, empurrando pra fora
rapidamente o ar quente que já passou pelo cooler do processador.
A maioria dos gabinetes atuais inclui um tubo (chamado de "túnel de vento" pelos fabricantes)
que vai sobre o processador. O tubo canaliza o ar externo, fazendo com que o cooler do processador
utilize o ar frio vindo de fora, ao invés de ficar simplesmente circulando o ar quente dentro do gabinete.
Nesta configuração, o ar entra pelo tubo, refrigera o processador e sai pelo exaustor traseiro (e
pela fonte), criando um sistema de circulação bastante eficiente. Se você instalar também o exaustor
frontal, melhor ainda.
Concluindo, falta apenas instalar a placa de vídeo e outras placas de expansão (como uma
segunda placa de rede, modem ou uma placa de captura) e a montagem está completa.
Alguns poucos gabinetes utilizam protetores independentes para as aberturas dos slots, mas na
maioria é usada uma simples chapa cortada, onde você precisa remover as tampas dos slots que serão
usados. Algumas sempre esbarram em capacitores da placa-mãe, por isso precisam ser removidas com
mais cuidado. O aço cortado é praticamente uma lâmina, é bem fácil se cortar.
Tanto os slots PCI Express x16, quanto os slots AGP, utilizam um sistema de retenção para
tornar o encaixe da placa de vídeo mais firme. Ao remover a placa, não se esqueça de puxar o pino do
lado direto do slot, senão você acaba quebrando-o.
Toda placa-mãe inclui pelo menos um jumper, o jumper responsável por limpar o CMOS
(CLR_CMOS ou CLRTC). Em muitas placas, ele vem de fábrica na posição discharge (com o jumper
entre os pinos 2 e 3), para evitar que a bateria seja consumida enquanto a placa fica em estoque. A
maioria das placas não dão boot enquanto o jumper estiver nesta posição, o que pode ser confundido
com defeitos na placa.
Antes de ligar o micro, certifique-se que o jumper está na posição 1-2 (indicada no manual
como "Normal" ou "Default").