O Transporte de Cargas No Brasil e Sua Importância para A Economia
O Transporte de Cargas No Brasil e Sua Importância para A Economia
O Transporte de Cargas No Brasil e Sua Importância para A Economia
GRANDE DO SUL
DACEC – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS,
CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO.
CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
IJUÍ
2015
CRISTINE FURSEL ROCHA
IJUÍ
2015
Dedico este trabalho a todas as
pessoas que de alguma forma
contribuíram para que ele se
realizasse, principalmente minha
mãe, irmãos.
AGRADECIMENTOS
Agradeço а minha mãe Sueli Maria Fursel, heroína que me deu apoio e incentivo
nas horas difíceis.
O Brasil possui uma diversificada rede de sistemas de transporte, que contribui com o
desenvolvimento econômico e com a integraçãodo país, os modais de transporte aéreo,
aquaviário, ferroviário e rodoviário se complementam, permitindo o escoamento de
produtos entre as regiões. Cada um desses modais apresentam vantagens e
desvantagem, sendo possível escolher o mais rentável conforme as necessidades.
O modal de transporte rodoviário tem grande destaque na matriz de transporte
brasileira, com importante contribuição para o crescimento do país e desenvolvimento
econômico. No entanto, possui alguns problemas que prejudicam o desenvolvimento,
sendo necessários investimentos estratégicos, entre eles, para melhorar a condição das
rodovias e reduzir os roubos de cargas.
O Transporte é um dos principais fatores de produção na economia. O principal modal
para escoamento da produção é o rodoviário, mas observa-se um crescimento na escolha
de outros modais. Entretanto, assim como no caso do modal rodoviário, o setor como
um todo é prejudicado pela falta de investimentos. O custo do transporte é parte
fundamental na formação do preço dos bens, por isso a baixa qualidade da infraestrutura
de transporte impacta diretamente na sociedade de forma geral. O país necessita de
investimentos constantes no setor, a fim de se adequar a oferta de transporte e as
demandas previstas.
Brazil have a diverse transport system web, which contributes with the economic
development and country union. Air, water, rail and road transport means complements
themselves, allowing the production flow between regions. Each one of those means
provide both benefits and harm, making possible to choose the one profitable according
to ones need.
The road type of transport has a big distinction in the Brazilian transport matrix, with
important contribution to the growth and economic development. Nonetheless, have
some development prejudicial problems, making strategic investments necessary
between them, to improve the road conditions and reduce shipment theft.
Transportation is one of the main production instruments in economy. The leading mean
for flow production is the road one, but it is notable a growth at the choice of other
means. Though, as road transportation, the entire department is prejudiced for the lack
of investment.
The transport cost is a fundamental part on the shaping of the goods price, that explains
the low quality of the transport infrastructure directly affecting the whole society.
The Country needs constant investment on the sector, in order to suit the transport offer
and provided demands.
LISTA DE QUADROS
Gráfico 4 - Ranking de qualidade das rodovias dos países da América do Sul 2014.....38
INTRODUÇÃO...............................................................................................................10
1 TRANSPORTE NO BRASIL......................................................................................12
1.1 Histórico.................................................................................................................12
CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................65
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS............................................................................67
ANEXOS.........................................................................................................................71
INTRODUÇÃO
1 TRANSPORTE NO BRASIL
1.1 Histórico
pessoas e mercadorias, mais desenvolvida será sua economia (GRACIANO, 1971 apud
SCHMIDT, 2011).
Após a segunda guerra, a navegação não foi capaz de disputar com o transporte
rodoviário. Embora os investimentos recebidos no período colonial e a necessidade do
transporte envolver o deslocamento de mercadorias dos grandes centros urbanos
eindustriais localizados no litoral ou próximo dele o transporte marítimo não
desempenhoupapel considerável no processo de industrialização do Brasil (BARAT,
2007c apud SCHMIDT, 2011).
_____________________________
¹ Transporte por vias aquáticas onde os deslocamentos se dão entre os portos marítimos de um mesmo
país, ou entre estes e seus portos fluviais.
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L’Huillier (1982 apud SCHMIDT, 2011) atesta que o transporte não agrega nada
alem de despesas ao ciclo econômico, porem admite que estes custos são diminuídos
pelo aumento da utilidade dos bens no tempo e no espaço, reconhecendo que o
transporte tem a função de transferir bens de um ponto do espaço em que sua utilidade é
relativamente baixa, para outro onde a utilidade é relativamente elevada, ligando os
produtores aos consumidores.
Sendo o caminhão um meio de transporte flexível, tem sido preferência aos três
e navios, limitados por sua inflexibilidade e por exigir maior tempo e volume de carga.
Os fatores tempo e funcionalidade são primordiais na escolha do modal de transporte
em muitos casos. O que nesse caso o avião seria a melhor escolha, porem, nele o custo
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operacional é bastante elevado e possui uma capacidade de carga bem menor, fazendo
do caminhão, a melhor escolha na função de cumprir prazos e reduzir custos.
Com grande extensão territorial, o Brasil mantém uma vasta rede de sistemas de
transporte que, acima de interligar cidades e regiões e aproximar pessoas, contribui para
levar o desenvolvimento econômico aos locais mais distantes. Para integrar todo o País,
cumprindo assim o seu objetivo, os modais de transporte rodoviário, ferroviário, aéreo e
aquaviário se complementam, possibilitando o escoamento de produtos entre as regiões,
inclusive para o exterior (CNT, 2006).
Observa-se nessa tabela que o modal rodoviário, em 2014, foi responsável pela
maior quantidade de transporte de cargas nacionais, com 61,1%, seguido do ferroviário
com 20,7% e do aquaviário com 13,6% da movimentação anual. A participação do
transporte ferroviário esta crescendo, podendo ser justificado pelo aumento dos
investimentos nas ferrovias, e pelas péssimas condições de infraestrutura que o modal
rodoviário tem apresentado.
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O transporte aéreo deixou de ser apenas um meio para passageiros, fixando sua
posição no setor de cargas, iniciando com o correio de longa distancia, para ingressar no
campo das cargas com valor mais elevado, com dimensões e peso razoáveis, chegando a
existir empresas dedicadas somente ao transporte de cargas, mesmo assim as de
passageiros completam sua capacidade de transporte com cargas, como flores, frutas e
aparelhos eletrônicos,no entanto, é a ultima modalidade oferecida ao serviço publico
nos dias atuais.
- Possui maior segurança em relação ao modal rodoviário, uma vez que ocorrem
poucos acidentes, furtos e roubos;
- Pouco poluente.
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²A Lei no 9.432/1997 define a navegação de longo curso como aquela realizada entre portos brasileiros
e estrangeiros. Define a navegação de cabotagem como aquela realizada entre pontos ou portos do
território brasileiro, utilizando a via marítima ou essa e as vias navegáveis interiores. A navegação de
apoio marítimo, por sua vez, é aquela realizada para o apoio logístico a embarcações e instalações em
águas territoriais nacionais e na Zona Econômica, que atuem nas atividades de pesquisa e lavra de
minerais e hidrocarbonetos. A navegação de apoio portuário, por fim, é aquela realizada exclusivamente
nos portos e nos terminais aquaviários, para atendimento a embarcações e instalações portuárias.
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- Baixa flexibilidade;
- Transporte lento;
- Baixo custo de implantação quando se analisa uma via de leito natural, mas
pode ser elevado se existir necessidade de construção de infraestruturas especiais
como eclusas, barragens e canais.
Até a década de 30, o transporte por cabotagem foi o principal modal utilizado
para o transporte de carga a granel, quando ainda estavam em formação as malhas
rodoviária e ferroviária. Com a economia estabilizada nos últimos anos, a preferência
pela cabotagem se apresentou apropriada, e as empresas de navegação começaram a
investir outra vez no setor, no esforço de ampliar a participação do modal aquaviário.
Com índices de inflação e taxas de juro aparentemente estabilizados, as condições
político-econômicas contribuem para o desenvolvimento do comercio, e a cabotagem
passa a ocupar novos nichos de mercado, aumentando sua participação no transporte de
carga (CNT, 2006).
- Transporte lento;
Segundo a CNT (2006), assim como o setor ferroviário, os dois agentes públicos
que atuam no setor rodoviário em relação à infraestrutura são a ANTT e o DNIT. No
mapa da Malha Rodoviária (anexo 04), confeccionado pela Confederação Nacional do
Transporte (CNT), estão demonstradas toda a malha rodoviária federal pavimentada,
estadual e as rodovias não pavimentadas.
cargas;
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1- Transporte Rodoviário
Vantagens Desvantagens
Capacidade de tráfego por qualquer Limite do tamanho da carga/veículo
rodovia. (flexibilidade).
Usado em qualquer tipo de carga. Alto custo de operação.
Agilidade no transporte. Alto risco de roubo/acidentes.
Não necessita de entrepostos Vias com gargalos gerando gastos
especializados. extras e maior tempo para entrega.
Amplamente disponível. O modal mais poluidor que há.
Elimina manuseio entre origem e Alto valor de transporte.
destino.
Tem se adaptado a outros modais.
Fácil contratação e gerenciamento.
Fonte: Logística para todos. 2011.
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2- Transporte Aquaviário
Mar: Marítimo
Rio: Fluvial
Lagos: Lacustre
Vantagens Desvantagens
Transporte de grandes distâncias Depende de vias apropriadas.
Transporte de grandes volumes É de gerenciamento complexo, exigindo
muitos documentos.
Mercadoria de baixo valor agregado. Depende de terminais especializados.
Transporte oceânico. Tempo de trânsito longo
Frete de custo relativamente baixo.
Fonte: Logística para todos. 2011.
3- Transporte Ferroviário
O transporte ferroviário é mais lento e não possui muitas vias de acesso como o
rodoviário, no entanto é mais acessível, proporcionando menor frete, transporta maiores
quantidades e sem enfrentar congestionamentos.
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Vantagens Desvantagens
Alta eficiência energética. Tráfego limitado aos trilhos.
Grandes quantidades transportadas. Sistemas de bitolas inconsistentes.
Inexistência de pedágios. Malha ferroviária insuficiente.
Baixíssimo nível de acidentes. Malha ferroviária sucateada
Melhores condições de segurança da Necessita de entrepostos
carga. especializados.
Menor poluição do meio ambiente. Nem sempre chega ao destino final,
dependendo de outros modais.
Pouca flexibilidade de equipamentos.
Fonte: Logística para todos. 2011.
4- Transporte Aéreo
Vantagens Desvantagens
Transporte de grandes distâncias. Limite de volume e peso.
Tempo de trânsito muito curto. Frete elevado.
Seguro de transporte é muito baixo. Depende de terminais de acesso.
Está próximo aos centros urbanos.
Fonte: Logística para todos. 2011.
Esta aumentando cada vez mais a emissão do principal gás de efeito estufa
(GEE), dióxido de carbono, resultante do transporte de cargas. A eficiência energética
do transporte tem grande relação com a emissão de CO2 pelos veículos rodoviários de
cargas. Respondendo por 32% do consumo final do país, o setor de transporte é o
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Gráfico 2 – Evolução da extensão das rodovias federeis pavimentadas no Brasil de 2004 a 2014
(Valores em mil km).
Tabela 3 – Extensão da malha rodoviária federal pavimentada por região – 2004 e 2014.
Gráfico 3 – Densidade da malha rodoviária pavimentada por país - 2014 (valores em km/1.000
km²).
Gráfico 4–Ranking de qualidade das rodovias dos países da América do Sul 2014.
A rodovia com pavimento em Ótimo estado não gera aumento dos custos
operacionais, com Bom estado resulta em um acréscimo de 18,8% e as rodovias com
Péssimo estado do pavimento podem aumentar em até 91,5% os custos. Como exemplo,
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Alguns Estados têm praticado legislações especificas para reduzir esse tipo de
ação. Em São Paulo, a lei nº 15.315 aprovada em 2014, estabelece a cassação da
inscrição no cadastro de contribuintes do ICMS (Imposto sobre Operações relativas à
Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação) das empresas que possuírem em seus estoques algum
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São dois os perfis dos criminosos em ação: os que circulam nos grandes centros
urbanos, que atuam nos crimes de oportunidades, são pequenos grupos que atacam
veículos de menor carga, normalmente com produtos de primeira necessidade, e os que
atingem os depósitos de cargas ou caminhões grandes em rodovias, caracterizado como
crime organizado, as quadrilhas contam com o uso de armamento pesado, são grupos
estruturados, escolhem o alvo certo, e sabem aonde e quando abordar suas vitimas
(CNT 2015).
que permitem, em tempo real, que seja identificado o que ocorre com o veículo (CNT,
2015).
porém, de 2002 a 2012, a CIDE arrecadou R$ 76 bilhões, mas apenas R$ 37,6 bilhões
foram para a infraestrutura de transporte. Na realidade, o governo federal aumenta a
arrecadação com o combustível, prejudica o transporte de cargas, mas o setor que é
diretamente atingido, provavelmente, não receberá os benefícios desse aumento dos
impostos. O custo elevado do diesel é uma preocupação antiga dos transportadores, que
se sentem intimidados pelos rumos da economia e pelos impactos do preço do
combustível em suas atividades (CNT, 2015).
A importância do setor para o país é maior que apenas servir como ligação entre
a zona produtora e consumidora. O transporte é um dos essenciais fatores de produção
na economia e incentivador de riqueza e desenvolvimento. O setor de transporte além de
gerar empregos, auxilia para melhorar a distribuição de renda e diminui a distancia entre
a zona rural e urbana, proporcionando melhor qualidade de vida para a população. As
empresas dependem do transporte para receber os insumos de seus fornecedores e levar
seus produtos ate os consumidores. As mercadorias são movimentadas de uma região a
outra, por meio de ferrovias, rodovias, portos e aeroportos, criando emprego e renda. O
principal modal para escoamento da produção ainda é o rodoviário, mas verifica-se um
crescimento na escolha de outros modais como o ferroviário (CNT, 2012).
que a crise atual esta afetando de forma contraria o setor, de modo que os ganhos
apropriados nos últimos quatro anos foram anulados em poucos meses (CNT, 2015).
De acordo com a CNT, com a atual situação das rodovias, portos e terminais, o
investimento em melhorias e extensão dessas estruturas tente a gerar saltos
significativos de eficiência para o setor. As condições das rodovias são responsáveis por
aumentos de custos operacionais de 26,0% em media para o país. A melhoria das
rodovias possibilitaria um aumento imediato de produtividade do setor. Sendo um fator
importante de crescimento econômico, é imprescindível que se adote políticas
econômicas focadas na expansão da produtividade para colocar o país em condições
competitivas internacionais, permitindo alcançar um crescimento econômico sustentável
no longo prazo.
________________________
³O Custo Brasil é um termo genérico que abrange os diversos constrangimentos legais, institucionais,
burocráticose de infraestrutura, entre outros existentes no país, que condicionam as atividades
econômicas e sociais em seusmais diversos aspectos, restringindo ainda o crescimento econômico e
impondo impactos negativos à sociedadeem geral.
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De acordo com a Antaq, calcula-se que somente 50,3% (20.956 km) da extensão
de vias navegáveis sejam economicamente navegáveis, sendo 19.764 km utilizados para
o transporte de carga e 6.360 km para o transporte de passageiros. Ate então 1.192 km
são utilizados unicamente no transporte de passageiros e 5.168 km para o transporte
misto (carga e passageiro). No Brasil, o transporte hidroviário, apesar de seu grande
potencial, tem uma participação pouco significativa, com cerca de 7% no total de carga
transportada no país, considerando navegação interior e cabotagem, segundo Pesquisa
CNT da Navegação Interior 2013.
baixo nível de serviço oferecido nos terminais e a fraca integração com os demais
modais de transporte, continua a ser à base do transporte ao longo do eixo do Rio
Amazonas e de seus afluentes.
bitolas (de bitola estreita para bitola larga), a construção de ferrovias estruturantes, a
integração de ferrovias existes, a integração com portos marítimos e hidroviários e a
construção de contornos ferroviários.
Nordeste29,7%, seguida das Regiões Sudeste 22,3%, Sul 18,1%, Centro-Oeste 17,2% e
Norte 12,7%.
Constata-se que parte dos investimentos públicos autorizados a cada ano, acaba
não sendo realmente realizada, diferença que tem se tornado bastante significativa nos
últimos anos. Como percebido, nas ultimas décadas, onde ocorreu uma significativa
redução do investimento publico em infraestrutura de transporte, em 0% do PIB, de
62
1,8% em 1976 para 0,3% em 2013. Em 2013, dos R$ 19,1 bilhões autorizados para as
infraestruturas de transporte, somente R$ 12,5 bilhões foram efetivamente pagos. Tal
situação ocorre devido à dificuldade de execução e de gerenciamento dos investimentos
por parte do governo.
caminhões de empresas têm idade média de 8,5 anos, e os de autônomos tem 21 anos
em media.
A estrada de ferro terá 4,4 mil km, sairá de Goiás passando pelos estados de
Mato Grosso, Rondônia e Acre e atravessara os Andes, chegando aos portos do Peru.
Integra-se a malha da ferrovia Transcontinental, no Brasil, ate o porto de Açu no Rio de
Janeiro. O projeto abrira uma saída pelo Oceano Pacífico, o que facilitara e reduzira os
custos com o escoamento do minério, da soja e demais produtos de exportação.Os
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estudos de viabilidade serão feitos até meio de 2016, conforme acordo bilateral
assinado, só então,se terá conhecimento dos custos do empreendimento (CNT, 2015).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BATISTA, Eliezer; PAVAN, Renato Casali. A logística como condição básica para o
desenvolvimento sustentado: visão sistêmica, integrada e estratégica. São Paulo:
Macrologística, 2007. 25 p.
Logística Para Todos. Os cinco (05) modais de transporte. 2011. Disponível em:
http://logisticaparatodos-com-b.webnode.com.br/>. Acesso em Abril 2015.
FIESP. Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Modais de Transporte. 2011.
Disponível em: http://www.fiesp.com.br>. Acesso em: Jun. 2015.
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ANEXOS