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Universidade de Aveiro Departamento de Línguas e Culturas

2014

Andreia Sofia Relatório de Estágio na Empresa MOLDIT - Indústria


Gonçalves Martins de Moldes, S.A.
Universidade de Aveiro Departamento de Línguas e Culturas
2014

Andreia Sofia Relatório de Estágio na Empresa MOLDIT - Indústria


Gonçalves Martins de Moldes, S.A.

Relatório de estágio apresentado à Universidade de Aveiro para cumprimento


dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Línguas e
Relações Empresariais, realizado sob a orientação científica da Prof.ª Doutora
Rosa Lídia Coimbra, Professora Auxiliar do Departamento de Línguas e
Culturas da Universidade de Aveiro.
Dedico este trabalho aos meus pais pelo apoio incondicional e pela
determinação em me darem sempre a melhor formação.
o júri

presidente Prof.ª Doutora Ana Maria Martins Pinhão Ramalheira


Professora Auxiliar da Universidade de Aveiro

vogais Prof.ª Doutora Rosa Lídia Torres do Couto Coimbra e Silva


Professora Auxiliar da Universidade de Aveiro (orientadora)

Licenciado Nuno Miguel de Abreu Pereira da Silva


Diretor de Recursos da Moldit – Industria de Moldes, SA, reconhecido como especialista pela
Universidade de Aveiro (arguente)
agradecimentos Agradeço à Administração da Moldit por ter proporcionado este Estágio.

Agradeço ao Dr. Nuno Silva, meu supervisor de estágio, e em particular à


equipa do departamento comercial pelo acolhimento e orientação. Sinto
também a necessidade de agradecer à Micaela Tavares, assistente comercial,
que trabalhou durante os 6 meses do meu estágio diretamente comigo. A sua
compreensão, amizade e apoio enriqueceram o meu estágio e tornaram-no
uma experiência ainda mais gratificante.

Gostaria de agradecer à minha orientadora, a Prof.ª Doutora Rosa Lídia


Coimbra pela disponibilidade, empenho e ensinamentos que sempre me
transmitiu, fazendo deste relatório uma realidade.

À minha família, obrigada pelo apoio e por acreditarem nas minhas


capacidades.

Ao meu namorado, pela compreensão e incondicional apoio.

Gostaria ainda de agradecer a todos os que contribuíram, direta ou


indiretamente, para este trabalho e não fora anteriormente mencionados.
palavras-chave Indústria dos moldes, departamento comercial, orçamentação, inovação,
exportação, processos dos moldes.

Resumo O presente relatório resulta do estágio curricular realizado na empresa Moldit,


e tem como objetivo descrever as atividades desenvolvidas, apresentar a
empresa onde decorreu o estágio e divulgar os conhecimentos adquiridos ao
longo do estágio. O estágio realizado no âmbito do Mestrado em Línguas e
Relações Empresariais decorreu entre Janeiro e Julho de 2014.

Neste relatório consta também um estudo de caso referente aos processos de


produção dos moldes com o levantamento da terminologia da especialidade.
keywords Moulds industy, commercial department, quotation, innovation, exportation,
moulds processes.

Abstract This report describes the internship carried out in Moldit and it describes all the
activities developed, the presentation of the company where it was developed
and discloses the acquired knowledge during the curricular internship for the
Masters degree in Languages and Business Relations from January 2014 to
July 2014.

The report also includes a case study referring to the processes of production
of molds with a survey of the industry’s terminology.
Índice:
Introdução .............................................................................................................................. 3

Parte I - A entidade de acolhimento ......................................................................................... 5

1. Descrição da entidade de acolhimento do estágio................................................................. 7

1.1. Localização .................................................................................................................... 8

1.2. Moldit Brasil ................................................................................................................. 9

1.3. E.P.P.T.-Exportools-Portuguese Tools, Ace ....................................................................10

1.4. Grupo Durit ..................................................................................................................11

Parte II – A área comercial. Estágio e tarefas desenvolvidas .....................................................13

2. O departamento comercial..................................................................................................15

2.1. Estrutura e funções ......................................................................................................16

2.2. Principais mercados......................................................................................................17

3. Estágio Curricular ................................................................................................................19

3.1. Primeiro contacto com a empresa .................................................................................19

3.2. Ferramentas de trabalho ..............................................................................................20

3.3. Características linguísticas ............................................................................................21

3.4. Atividades desenvolvidas..............................................................................................22

3.4.1. Atividades de organização .......................................................................................23

3.4.2. Atividades comerciais ..............................................................................................25

3.4.3. Atividades de contabilidade ....................................................................................30

3.4.4. Traduções ...............................................................................................................30

3.4.5. Atividades de secretariado e receção .......................................................................31

3.4.6. Participação em diversas atividades.........................................................................31

Parte III – A indústria dos moldes ...........................................................................................35

4. A importância da indústria dos moldes em Portugal ............................................................37

4.1. Evolução da indústria de moldes em Portugal ...............................................................37

1
5. Processos dos moldes – da orçamentação à expedição: Moldit – Um estudo de caso ............44

6. Considerações finais do estágio ...........................................................................................52

Bibliografia e Webgrafia .........................................................................................................56

Anexos ...................................................................................................................................59

Anexo I – Software PHC .......................................................................................................61

Anexo II – Registo de orçamentos (folha Excel) .....................................................................61

Anexo III – Orçamento (versão em Português) ......................................................................62

Anexo IV – Orçamento (versão em Inglês).............................................................................64

Anexo V – Orçamento (versão em Francês) ...........................................................................67

Anexo VI – Orçamento de alteração de moldes .....................................................................70

Anexo VII – Orçamento para produção de peças plásticas .....................................................73

Anexo VIII – Confirmação de encomenda de produção de plásticos .......................................77

Anexo IX – Dossier de orçamentação ....................................................................................78

Anexo X – Pedido de orçamento de textura ..........................................................................81

Anexo XI – Estudo de caso em esquema ...............................................................................84

Anexo XII – Plano de estágio ................................................................................................89

2
Introdução

O presente relatório resulta do estágio curricular realizado na Moldit – Indústrias de


Moldes, SA., empresa do Grupo Durit, situada em Loureiro, Oliveira de Azeméis, insere-se no
âmbito do Mestrado em Línguas e Relações Empresariais e integra-se na fase final deste mesmo
curso que iniciei em Setembro de 2012, na Universidade de Aveiro.

Com a duração de 6 meses, de 20 de Janeiro a 19 de Julho de 2014, este estágio, inserido


no departamento comercial da Moldit, deu-me a oportunidade tanto de consolidar parte dos
conhecimentos adquiridos durante o mestrado, como de adquirir novos conhecimentos
principalmente relacionados com a indústria dos moldes, os métodos de negociação e processos
de fabrico neste setor. Outra das oportunidades proporcionadas foi o facto de contactar com uma
indústria nova para mim e o departamento comercial, por ser tão abrangente, levou-me a ter de
conhecer os vários setores da empresa, percebendo o que se fazia em cada um e podendo ter
uma visão geral mais alargada da empresa.

Durante o estágio desempenhei funções de assistente de secretária comercial, sob a


supervisão do Dr. Nuno Silva, administrador da Moldit, e com o acompanhamento de Micaela
Tavares, secretária comercial. A orientação do estágio, por parte da Universidade de Aveiro, ficou
a cargo da Prof.ª Doutora Rosa Lídia Coimbra, do Departamento de Línguas e Culturas.

Este relatório pode ser dividido em 3 partes distintas. A primeira parte, de cariz mais
introdutório, foca a empresa, a sua história e evolução, a sua localização, a sua fábrica no Brasil,
parcerias e o Grupo Durit, no qual está inserida.

A segunda parte, de cariz explicativo, destaca o departamento comercial, onde se insere o


estágio. É feita a apresentação do departamento comercial e do seu pessoal, bem como a sua
dinâmica e principais funções. Nesta secção figura, igualmente, uma descrição das tarefas
desempenhadas, das ferramentas de trabalho utilizadas, das características linguísticas requeridas
e das competências adquiridas e desenvolvidas durante o período do estágio.

Quanto à terceira parte, esta consiste num projeto de pesquisa e desenvolvimento acerca
do setor dos moldes. Aborda a importância desta indústria para o país, fazendo menção à sua
história e evolução dos processos de fabrico e consequentemente da evolução da própria
indústria. Está também incluído nesta parte um estudo de caso sobre os vários processos de

3
fabrico de um molde para injeção de matéria plástica. Este estudo foi desenvolvido e relatado
tendo em consideração unicamente os procedimentos utilizados na Moldit.

Por fim, e quase em jeito de conclusão, é elaborada uma apreciação global do estágio,
com comentários sobre a empresa, o seu funcionamento e estrutura, a dinâmica de trabalho e a
importância e propósito das tarefas desempenhadas.

4
Parte I – A entidade de acolhimento

5
6
1. Descrição da entidade de acolhimento do estágio

A Moldit - Indústria de Moldes, SA é uma empresa com sede na zona industrial de Ul -


Loureiro, no concelho de Oliveira de Azeméis, região tradicional de produção de moldes para
plásticos. Tem como missão atuar de forma segura e rentável dentro das atividades da indústria
dos moldes e dos plásticos, tanto no mercado nacional como no internacional, fornecendo os
melhores serviços e produtos, tendo em conta as necessidades dos seus clientes. A
responsabilidade social e ambiental é também um fator de grande preocupação para a Moldit. A
chave do sucesso reside na garantia da produção de moldes de alta tecnologia e qualidade,
reduzindo os custos de produção e prazos de entrega, melhorando o serviço ao cliente.

A empresa foi fundada em 1990, registando o início da sua atividade em 1991, sendo
vendida no final do ano de 1993 ao Grupo Durit. Originalmente construída para produzir moldes
para a injeção de termoplásticos, atualmente, produz moldes para injeção e compressão de
plásticos, termoplásticos e termoduros e produz também peças por moldação injetadas. Tem
capacidade para ser autónoma nesses diferentes segmentos de produtos, desde a conceção até
ao envio do produto final.

No ano 2000, a Moldit iniciou no seu parque de máquinas o processo de injeção para
ensaio dos moldes e produção de amostras, reforçando assim a garantia de qualidade dos moldes
que saem de fábrica.

Em 2003 dá-se a instalação da Moldes e Plásticos da Bahia S.A. – Moldit Brasil.

Com o objetivo de se manter atual e competitiva, a Moldit tem evoluído, apostando na


inovação ao nível das tecnologias, inovação de produto, inovação ao nível das tecnologias de
transformação de plásticos, inovação ao nível dos tratamentos térmicos e pioneirismo na
introdução de equipamento de furação rápida. Tem investido em tecnologias avançadas de
produção, como os centros de maquinação a alta velocidade, furação rápida, bi-injeção e
equipamentos de grande porte, especificamente fresadoras, retificadoras, máquinas de
eletroerosão com comutação automáticas de ferramentas, mandriladoras, tornos, prensa de
ajustamentos e máquinas de injeção. Os softwares de apoio à produção e ao desenvolvimento de
produto fazem também parte das apostas na evolução da empresa.

Relativamente às cooperações da Moldit, esta tem ligações com entidades do sistema


científico e tecnológico como é o caso do CENTIMFE (centro tecnológico da indústria de moldes,

7
ferramentas especiais e plásticos), Universidade do Minho e Universidade de Aveiro, CEIIA
(Centro de Excelência e Inovação para a Indústria Automóvel). A Moldit é associada da CEFAMOL
– Associação da Indústria Nacional de Moldes e da AIMMAP – Associação das Indústrias
Metalúrgicas, Metalomecânicas e Afins de Portugal, participando de forma pró-ativa na atividade
destas associações e integrando por diversas vezes, os membros de missões de prospeção de
mercados, organizadas principalmente pela CEFAMOL.

Figura 1 – Moldit

1.1. Localização

Moldit – indústria de moldes, S.A. situa-se na zona industrial de Ul - Loureiro, como


anteriormente referido. Esta zona industrial, relativamente recente, encontra-se atualmente
numa fase de grande desenvolvimento, considerando a Área de Acolhimento Empresarial que
está a ser construída a escassos metros da Moldit. Sobre esta área empresarial, no Boletim
Municipal do Município de Oliveira de Azeméis de 14-05-2013, consta que:

“…o Município desenvolveu um projeto de conceção da Área de Acolhimento Empresarial de Ul-


Loureiro, AAE-UL, de forma a dotar o concelho de um espaço de acolhimento empresarial qualificado e
vocacionado para o desenvolvimento da atividade empresarial numa lógica de gestão integrada, …
favorecendo e facilitando a transferência de inovação e tecnologia. 1(in Boletim Municipal Oliveira de
Azeméis)

Cerca de metade dos 44 hectares da área empresarial encontram-se já reservados para


multinacionais estrangeiras e continuam as negociações com a AICEP com o intuito da instalação
de ainda mais empresas estrangeiras.

1
http://www.cm-oaz.pt/boletimmunicipal/283.pdf (acedido em: 26-03-2014)

8
Aliado a este fator de desenvolvimento estão os acessos rodoviários. A zona industrial de
Ul- Loureiro tem acessos rápidos às autoestradas A1, A25, A29 e A32 e está próxima dos portos de
Aveiro e Leixões, uma mais-valia para empresas maioritariamente exportadoras.

Figura 2 - Localização da Moldit

1.2. Moldit Brasil

A Moldes e Plásticos da Bahia S.A. – Moldit Brasil, fundada em 2004, em Camaçari, na


Bahia, é uma planta da Moldit, que visa a criação de vantagem comerciais no mercado sul-
americano. Com a criação desta empresa, a Moldit começa o seu processo de internacionalização,
acompanhando assim os passos da empresa mãe, Durit, que já lá tinha uma fábrica.

A Moldit Brasil produz moldes de grande porte para injeção de plástico, direcionados para
a indústria automóvel, embalagens e utensílios domésticos.

Primeiramente, a fábrica destinava-se apenas à produção de moldes para injeção de


plásticos. Contudo, em 2012, 8 anos depois da sua instalação, foi ampliada, passando a ter uma
unidade para injeção de termoplásticos. Com a aquisição de uma máquina de injeção, a
expectativa é de que em dois anos a fábrica duplique a capacidade de produção e o seu
consequente faturamento.

Com um investimento de cerca de 10 milhões de reais, a ampliação da Moldit Brasil,


localizada no Polo industrial Petroquímico, abrange uma área de 1.200 m2.

Atualmente, o diretor geral da Moldit Brasil é o engenheiro José Costa, acumulando este
cargo, igualmente, com a direção geral da Moldit Portugal. A fábrica de São Salvador da Bahia

9
conta com cerca de 40 funcionários entre os setores de produção de moldes e injeção de
plásticos, departamentos de desenvolvimento de projetos, comercial e financeiro.

Figura 3 - Moldit Brasil

1.3. E.P.P.T.-Exportools-Portuguese Tools, Ace

Exportools é uma empresa que se dedica à comercialização de moldes metálicos. A forma


jurídica ACE (Agrupamento Complementar de Empresas) dita a natureza da empresa. Os moldes
vendidos pela Exportools são fabricados pelas suas três empresas agrupadas: MoldWorld –
Tecnologia de Moldes, S.A., A. Silva, Godinho & C.ª Lda e Moldit – Indústria de Moldes, S.A.

Localizada no concelho de Oliveira de Azeméis, tal como as suas empresas agrupadas, a


Exportools está mais vocacionada para os mercados críticos e de difícil entrada. A cargo desta
empresa estão mercados como por exemplo o mexicano, o russo, o iraniano e o sul-africano.

De uma forma muito genérica, a Exportools dedica-se a vender moldes que serão feitos
numa das três empresas do agrupamento, distribuídos de acordo com a capacidade e
competência de cada uma.

Figura 4 - Logótipo da Exportools

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1.4. Grupo Durit

Durit - Metalurgia Portuguesa do Tungsténio, Lda. foi fundada no ano de 1981 na Zona
Industrial de Albergaria-a-Velha pelo Engº. Manuel Valente e pelo Dr. Flausino Silva que,
juntamente com mais cinco quadros da empresa metalúrgica onde trabalhavam, no ramo de
Minas e Metalurgia, criaram um projeto empresarial pioneiro na indústria portuguesa de Metal
Duro. O projeto da empresa viria a ser considerado pela Direção-Geral da Indústria como de
“relevância industrial”.

Dedicada à produção de Metal Duro, ferramentas de longa duração e peças técnicas


resistentes ao desgaste, Durit opera na metalurgia do tungsténio, [elemento químico com a
temperatura de fusão mais elevada de todos os metais (3410º C) e com uma densidade de 19,30
(g/cm3)]. A Durit trabalha mais precisamente com carboneto de tungsténio, material obtido
através da carburação do tungsténio.

“A palavra sueca “tungsten” significa pedra pesada e foi utilizada para descrever um mineral
branco, encontrado na Suécia em 17581. Mais tarde, em 1896, Henri Moissan fazendo reagir o ácido
túngstico e o carboneto de cálcio, num forno elétrico da sua invenção, preparou o carboneto de tungsténio
(WC).”2 (Cristina Fernandes, 2002)

Como forma de internacionalização, a Durit apostou, inicialmente, na constituição de uma


empresa técnico-comercial na Alemanha. Em 1990, após a aquisição de uma empresa da
companhia americana Hughes Tools dedicada à metalurgia de Metal Duro, localizada em São
Salvador da Bahia, Brasil, a Durit expande assim, desta feita, para o mercado sul-americano. Seis
anos depois, a aposta é feita no mercado espanhol com a abertura da Durit Ibérica em Madrid.

Atualmente com mais de 500 trabalhadores, entre investigadores, engenheiros e


especialistas, distribuídos nos 4 países, a Durit investe essencialmente na procura de soluções
eficazes e resultados adequados às necessidades dos clientes.

A sua vontade de inovação tecnológica e de disputa pelos mercados internacionais foram


as motivações fundamentais para a evolução e desenvolvimento do Grupo Durit.

A criação do Grupo Durit teve início em 1985 com a Duromin, Equipamentos para Minas,
Pedreiras e Obras Públicas, empresa dedicada à comercialização de ferramentas de perfuração,
localizada em Albergaria-a-Nova. Posteriormente participa em empresas como:

11
Vitricer – Fritas e Vidros Cerâmicos, que se dedica ao desenvolvimento, produção e à
comercialização de esmaltes, corantes e aditivos para a indústria cerâmica, localizada em
Albergaria-a-Velha.

Helitene - Indústria de Plásticos, dedicada à produção e comercialização de tubos técnicos


de plástico por extrusão, faz parte do Grupo desde 1987 e está sediada em Vagos.

Moldit – Indústria de Moldes, dedicada à produção de moldes para compressão e injeção


de plástico e peças técnicas de plástico injetado, situa-se em Loureiro, Oliveira de Azeméis.

DuritSteel, dedicada à maquinação e montagem de componentes em aço, ferro fundido e


metais não ferrosos - produção de peças maquinadas de precisão, localizada em Albergaria-a-
Velha.

DURITCAST, dedicada à produção de peças de ferro fundido e aço para as indústrias de


transportes, energia, construção de máquinas, construção naval, bombas e válvulas, localizada em
Travassô, Águeda.

TEandM, dedicada à produção de revestimentos técnicos de alta fiabilidade para a


indústria, conferindo às superfícies de componentes e ferramentas as características adequadas
às utilizações a que estão sujeitas. TEandM situa-se em Taveiro, Coimbra.

Figura 5 - Durit

2
http://ria.ua.pt/bitstream/10773/4374/1/220.pdf (acedido em: 05-08-2014)

12
Parte II – A área comercial. Estágio e tarefas desenvolvidas

13
14
2. O departamento comercial
Antes de abordar as tarefas desempenhadas pelo departamento comercial na Moldit,
penso que seria oportuno explicar sucintamente o que é uma empresa de moldes em termos do
seu funcionamento e dinâmica de trabalho e, principalmente, como o comercial se integra nesse
funcionamento.

Primeiramente, seria relevante referir que uma empresa de moldes está integrada na
indústria transformadora, no setor secundário com produtos semiacabados, ou seja, os produtos
que fornece não são o produto final, mas sim meios de atingir esse produto final que, no caso dos
moldes para plásticos, é a peça plástica.

Numa empresa de moldes, com um vocabulário técnico muito próprio e preciso, é


essencial que a comunicação se processe de uma forma clara para todos. Assim sendo, o
departamento comercial da Moldit que tem como função angariar clientes, renovar e alimentar as
relações comerciais e fazer negociações dos moldes, tem também como função a realização e
envio dos orçamentos que darão origem às negociações. Esta tarefa requer um conhecimento
muito elevado de todos os processos a que um molde está sujeito, daí quase todos os comerciais
da empresa terem como base da sua formação o desenho técnico ou produção de moldes.

Na fase de negociações, os comerciais são muitas vezes confrontados com situações para
as quais são necessárias soluções técnicas. Como forma de arranjarem uma solução viável e que
melhor se adeque às necessidades do cliente, para além de recorrerem ao seu conhecimento
sobre construção de moldes, recorrem também aos colegas do departamento de engenharia,
encarregues da conceção e desenvolvimento de projetos e conjuntamente desenvolvem novas
ideias inovadoras para a construção do molde, podendo este fator ser crucial na decisão de
adjudicação de um molde.

Todos estes aspetos denotam uma necessidade de comunicação, entreajuda e alguma


iniciativa para que o processo seja dinâmico e não fique estanque ou restrito apenas a uma
pessoa. A informação tem de circular, não só dentro do departamento como também, pelo
menos, pelos responsáveis dos vários departamentos.

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2.1. Estrutura e funções

O departamento comercial da Moldit é composto por seis pessoas. Dessas seis pessoas
temos um diretor comercial, três business developers, um orçamentista e uma assistente
comercial.

O Engenheiro José Costa, juntamente com o cargo de diretor geral da empresa, acumula
também o cargo de diretor comercial, passando por ele as maiores decisões em termos de
negociação e venda dos moldes.

Existindo mercados específicos destinados a cada um, os três business developers da


Moldit são:

● Nelson Soares, o comercial sénior da empresa que, na falta do Engenheiro Costa é quem
valida as orçamentações, ficando também a seu poder algumas decisões de menor escala.

● Filipe Martins, que trata das orçamentações e negociações com os seus mercados
designados, trata também da participação em feiras como a Euromold.

● Sérgio Fernandes, o mais recente membro da equipa, a par com o orçamentista, que, tal
como o Filipe, trata das orçamentações e negociações com os seus mercados.

O departamento comercial é ainda composto por um orçamentista, José Castro, que foi
recentemente transferido do departamento de engenharia para o comercial, a fim de
conseguirem dar uma pronta resposta aos pedidos de cotação de peças que têm vindo a
aumentar significativamente.

Falta ainda referir Micaela Tavares, assistente comercial, que tem a seu cargo as mais
diversas tarefas relacionadas com os processos dos moldes. Fazem, então, parte das suas funções:

● abertura dos dossiers de consulta dos pedidos de orçamentação;

● envio formal dos orçamentos e suas revisões;

● envio de confirmações de encomendas de moldes, alterações a moldes ou produção de


peças plásticas;

● abertura dos dossiers internos dos moldes adjudicados;

● envio de orçamentos de alteração a moldes;

16
● faturação de moldes, produções plásticas e transportes;

● organização e arquivamento de toda a documentação referida nos pontos anteriores.

2.2. Principais mercados

Como anteriormente referido, a cada business developer estão determinados mercados


específicos. Desta forma, o Nelson tem a seu cargo os mercados português, espanhol e holandês,
o Filipe os mercados alemão, austríaco e da República Checa e o Sérgio, os mercados francês,
polaco e turco.

Sendo a Moldit uma empresa mais vocacionada para a construção de moldes de grandes
dimensões e destinados principalmente à indústria automotiva, os seus principais mercados
encontram-se precisamente nos países fabricantes de automóveis. Esses mercados são o alemão,
o espanhol e o português. Porém, o mercado turco, atualmente, tem vindo a mostrar-se cada vez
mais promissor e, com alguns moldes já em curso, as perspetivas da adjudicação de novos moldes
são bastante favoráveis.

Dentro do mercado alemão, dos principais clientes da Moldit encontram-se a Röchling


Automotive e a Polytec Composites, já no mercado espanhol a que se destaca mais em termos de
volume de negócios realizados com a Moldit é a Maier. Em Portugal, a Moldit tem relações
comerciais próximas com várias empresas, destacando-se entre elas a Inapal Plásticos para quem
já realizou várias pequenas obras, como alterações a moldes, e para quem também já fez vários
moldes.

Quanto à percentagem de volume de negócios, no ano de 2013, o mercado alemão


mostra-se claramente em evidência com quase 50% das vendas da Moldit, como se pode verificar
no gráfico abaixo. As percentagens são elaboradas com base nas somas dos preços dos moldes e
não com base na quantidade de moldes adjudicados. Apesar disto e tendo em conta a
discrepância em relação aos outros mercados, fica patente que o mercado alemão é aquele com o
qual foram concretizados mais negócios.

17
Figura 6 - Volume de negócios por mercado

18
3. Estágio Curricular

O estágio curricular é a etapa da vida de um estudante em que este coloca em prática os


conhecimentos teóricos adquiridos nas aulas. O estágio deve não só proporcionar a aprendizagem
profissional, como também a social e cultural, tendo como finalidade para o estudante o
desenvolvimento da reflexão sobre a realidade e o futuro dos cenários socioeconómicos

Com o intuito de desenvolver a consciência crítica e a capacidade de compreender a


realidade, o estágio curricular, caracteristicamente prático, leva a que o estudante possa interferir
sobre essa realidade. Leva à compreensão dos processos, identificação de problemas e conceção
de soluções.

3.1. Primeiro contacto com a empresa

Como foi anteriormente referido, o estágio decorreu no departamento comercial da


empresa Moldit sob a supervisão do Dr. Nuno Silva. Sendo este o diretor administrativo e,
portanto, integrando o departamento financeiro da empresa, isso fez com que não trabalhasse
diretamente com ele. Assim sendo, trabalhei diretamente com Micaela Tavares, assistente
comercial e responsável, entre outras tarefas, pela formalização de qualquer tipo de negociação,
quer de moldes, alterações ou produção de peças plásticas.

O primeiro dia de estágio foi especificamente destinado à apresentação dos meus colegas
do departamento comercial e dos colaboradores de alguns departamentos – aqueles com que
viria a trabalhar mais frequentemente. Fiz também uma visita à fábrica, onde, para além de me
apresentarem todos os departamentos me foram indicadas as várias secções de produção, tanto
de moldes como de injeção de plásticos, as máquinas e suas funções. Sendo a indústria dos
moldes completamente nova para mim desconhecia em absoluto qualquer processo ou
mecanismo a esta associado.

À minha chegada na empresa tinha já, ao lado da secretária da Micaela, uma secretária e
um computador com acesso à rede.

Tive a oportunidade, então, de observar o trabalho da Micaela, as várias funções que lhe
estão incumbidas, os procedimentos inerentes a cada função, bem como a organização do
departamento em termos de documentos necessários e arquivação dos mesmos.

19
3.2. Ferramentas de trabalho

No início do estágio, como anteriormente referido, foi-me disponibilizado uma secretária


e um computador, bem como o telefone da Micaela que passou a ser partilhado. O computador,
com acesso à rede interna da Moldit, tinha também o software da empresa instalado e outras
ferramentas essenciais como o Microsoft Office, Correio Eletrónico e acesso à Internet.

O software utilizado pela Moldit é o programa PHC, que está dividido em PHC Aços e PHC
Plásticos, sendo o Aços referente a moldes e alterações a moldes e o Plásticos referente à injeção
de peças plásticas. Sendo um software com várias funcionalidades, não tive a oportunidade de as
explorar todas, mas explorei profundamente as referentes ao departamento comercial. No caso
do PHC Aços, a sua utilização destina-se ao tratamento dos seguintes aspetos: faturação,
introdução de projetos, introdução de encomendas de moldes (por número) e informação de
clientes, fornecedores e contactos. Já no caso do PHC Plásticos, as funcionalidades do programa
utilizadas pelo departamento comercial são a introdução de encomendas e faturação de
produções.

O correio eletrónico é uma ferramenta essencial para a comunicação dentro de uma


empresa, não só a nível externo como a nível interno. Maioritariamente, a comunicação deve ser
feita por correio eletrónico, uma vez que, desta forma, existe uma salvaguarda no caso de uma
eventual dúvida que possa ocorrer posteriormente. Sendo este um instrumento de trabalho
preferencial na Moldit, foi-me fornecido um e-mail ([email protected]) para efeitos
de comunicação a nível interno. Toda a comunicação a nível externo saía do e-mail da Micaela ou
então dos restantes comerciais do departamento, caso ela não se encontrasse na empresa.

Outro instrumento de trabalho de elevada relevância é o Microsoft Excel, uma vez que
permite a análise, gestão e organização de informação de uma forma simples, filtrada e
esquematizada. Ao longo do estágio utilizei esta ferramenta essencialmente para a elaboração de
várias listagens como: faturações pendentes, numeração de orçamentos de moldes, orçamentos
de plásticos e transportes. Para além de facilitar a compreensão da informação e de executar
cálculos, o Excel torna-se uma ferramenta de extrema importância no que diz respeito à filtragem
e organização de informação.

Outra ferramenta de trabalho considerada, hoje em dia, como imprescindível no mundo


empresarial é a Internet. Para além de ser um meio extraordinário com grandes benefícios para
os negócios, a Internet é também um portal que possibilita a obtenção de informação de forma

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rápida e prática. Uma vez que, ao longo do estágio foi necessário recorrer a algum trabalho de
pesquisa, a Internet foi um recurso frequente.

3.3. Características linguísticas

No departamento comercial de uma empresa exportadora é imprescindível o


conhecimento e uso de mais do que uma língua.

No caso da Moldit, o inglês é a língua mais utilizada, visto ser considerada a língua oficial
dos negócios e, principalmente, pelo facto de a Moldit negociar e exportar grande parte da sua
produção, particularmente para a Europa, mas também para outros continentes, como a América
do Sul, onde se encontra a Moldit Brasil.

Seguidamente, a língua portuguesa é naturalmente a segunda língua mais utilizada na


Moldit para comunicar entre colegas, fornecedores, transportadores, etc. Outra das razões é o
facto de ter uma vasta lista de contactos e clientes a nível nacional e trabalhar diretamente com a
sua planta no Brasil.

Além do inglês e do português, devido à maior parte dos seus clientes se encontrarem na
Europa e por ser a língua com maior número de falantes na empresa comparativamente ao
alemão, o francês pode ser considerada a terceira língua mais utilizada na Moldit.

O caso do uso da língua alemã é mais complexo, pois não sendo tratada como língua
oficial na empresa é bastante utilizada, talvez até mais do que a francesa. Dadas as características
de produção da Moldit – fabricante de moldes de grandes dimensões, em particular, para a
indústria automóvel com um vasto mercado localizado na Alemanha – e visto que da sua carteira
de clientes internacionais são os alemães em maior número, o conhecimento desta língua torna-
se importante. Se o uso da língua inglesa está bastante normalizado nos negócios, há clientes que
insistem em usar a sua língua mãe. Tendo em consideração a reputação da indústria automóvel
alemã, existem clientes da Moldit que optam por enviar as especificações técnicas, tanto para a
execução de orçamentos como, posteriormente, para a produção do molde fazendo com que o
fornecedor tenha obrigatoriamente de conhecer a língua, pelo menos no que diz respeito aos
termos mais técnicos.

21
Em termos linguísticos, o estágio mostrou-se bastante interessante a nível técnico. Em
qualquer das línguas referidas e, tendo em conta que este foi o meu primeiro contacto com a
indústria dos moldes, adquiri conhecimentos a nível dos termos técnicos utilizados bem como tive
a possibilidade de aplicar os já adquiridos durante o meu percurso académico, essencialmente, na
compreensão e redação de e-mails, leitura e tradução de documentos e introdução de dados.

3.4. Atividades desenvolvidas

As atividades desenvolvidas ao longo do estágio foram bastante diversificadas. Passo


agora a descrever as tarefas que desempenhei e que se encontram subdivididas por secções:
atividades de organização, referentes à organização do espaço físico do departamento comercial;
atividades comerciais, referentes às tarefas associadas aos moldes, alterações a moldes e injeção;
atividades de contabilidade, referentes à faturação; traduções, de alemão para português;
atividades de secretariado e receção, relacionadas com o contacto próximo com os clientes e
funcionários dos vários setores da empresa e participações em atividades, referente a pequenas
tarefas esporádicas desenvolvidas ao longo do estágio.

Existe um conjunto muito volumoso de processos e metodologias no departamento


comercial que vão para além do contacto com o cliente. Para além daqueles que abaixo descrevo,
patente em todos esses processos está o arquivamento de documentação essencial para uma boa
organização e para que não haja falhas na comunicação e todos os procedimentos estejam
justificados. O arquivamento pode ser tanto a nível informático como em papel.

Figura 7 - Registo de orçamentos

O facto de as atividades comerciais estarem profundamente ligadas à orçamentação e,


portanto, ligadas aos vários processos do fabrico de moldes fez com que adquirisse

22
conhecimentos relativamente à indústria dos moldes, e auxiliou no meu trabalho de pesquisa
para a descrição e desenvolvimento do estudo de caso presente neste relatório.

3.4.1. Atividades de organização

A organização é um dos fatores mais importantes do departamento comercial em


qualquer empresa. Todos os documentos, negociações, relatórios e contactos devem estar
organizados de modo a que sejam facilmente acedidos, e a Moldit não é exceção a essa
necessidade imprescindível de organização do seu departamento comercial.

Primeiramente, é de extrema importância referir que a Moldit está a implementar a


metodologia dos 5S. Esta metodologia de baixo custo consiste na iniciação de um caminho de
melhoria contínua no que diz respeito às condições de trabalho, higiene e segurança, motivação e
produtividade e tem como objetivos organizar e facilitar o trabalho, valorizar o local de trabalho,
eliminar desperdícios de materiais e tempo e favorecer um estado de espírito de evolução e
progresso. Os 5S representam 5 fases: a primeira, Seiri, significa separar – separar o que é
necessário do que não é necessário. A segunda, Seiton, significa ordenar – um lugar para cada
coisa e cada coisa no seu lugar. A terceira, Seiso, significa limpar – suprimir as fontes de sujidade.
A quarta, Seiketsu, significa normalizar – definir padrões para as melhores práticas. E, por fim, a
quinta, Shitsuke, significa rigor – medir e continuar a melhorar as fases anteriores.

Na Moldit fiz uma pequena formação acerca desta metodologia, que é atualmente
utilizada em larga escala na indústria, na qual me foram explicadas todas as fases e como me
deveria comportar e o que seria necessário para que todos os parâmetros fossem alcançados.

No departamento comercial é bem notória a presença dos 5S no que concerne a


identificação de todos os materiais, documentações, dossiers, armários, etc. Uma vez que são
feitas avaliações periódicas para verificarem a evolução dos setores e departamentos da empresa
também eu tive de colaborar para a melhoria do departamento. Fiz várias etiquetas de
identificação, as quais colei nos locais respetivos dos materiais, organizei os armários e tirei
fotografias de modo a mostrar o standard, ou seja, a maneira como estes se devem sempre
encontrar e organizei também as capas dos dossiers e dos vários registos por ordem numérica,
para que todos os documentos sejam encontrados de modo simples e rápido.

23
Figura 8 - Dossiers de orçamentação

Outra atividade referente à organização do departamento que também elaborei foi a


listagem e atualização dos cartões de visita dos contactos comerciais da Moldit. Estes contactos
foram organizados de duas formas: a nível informáticos, no software da empresa, o PHC e a nível
físico, numa capa e separados mediante ordem alfabética do nome do país de onde são
provenientes. Estes contactos comerciais são provenientes das visitas comerciais e das feiras nas
quais a Moldit participou. Para cada participação em cada feira são elaborados memorandos.
Esses memorandos encontram-se no departamento comercial e, como tal, uma vez que estava a
organizar os contactos, estendi a organização também aos memorandos existentes desde o ano
2006. Organizei também os relatórios de visitas comerciais e os relatórios de missões
empresariais organizadas pela CEFAMOL e pela AICEP.

Figura 9 - Relatórios, missões e memorandos

No que diz respeito aos moldes adjudicados, os orçamentos que deram origem a esses
moldes eram arquivados mediante o número de orçamento. Contudo, a Micaela achou que seria

24
interessante organizar esses dossiers por número de molde, e assim o fiz. Atualmente, os dossiers
de orçamentação que deram origem a moldes, desde 2007 ao presente, estão arquivados por
ordem ascendente de número de molde.

Figura 10 - Moldes adjudicados

Estas atividades, apesar de aparentemente menos relevantes, deram-me uma visão mais
ampla do departamento e de como tudo se processava, facilitando o posterior tratamento de
todos os assuntos comerciais.

3.4.2. Atividades comerciais

As atividades comerciais são todas aquelas que estão diretamente relacionadas com a
venda ou possibilidade de venda das produções e serviços da Moldit e podem ser divididas em
três aspetos distintos: as atividades relacionadas com moldes, atividades relacionadas com
alterações a moldes e atividades relacionadas com produção de peças plásticas.

Relativamente aos moldes, a Micaela, que recebe os pedidos de orçamentação,


reencaminhava-os para mim e, ainda bem cedo no decurso do estágio comecei a abrir dossiers de
orçamentação. Esses dossiers eram abertos tanto em formato digital como fisicamente e
continham toda a informação vinda do cliente. A sua abertura em formato digital consistia na
atribuição de um número de orçamentação na folha Excel de registo de orçamentos e com esse
número identificar uma pasta na rede interna do departamento comercial onde eram colocados
todos os e-mails e documentos recebidos do cliente e posteriormente os enviados para o cliente.
A nível físico, existe uma folha standard onde são colocados todos os documentos impressos, tal
como acontece no formato digital, tanto os recebidos do cliente e posteriormente os enviados
para o cliente. No rosto dessa folha é indicado o número de orçamento, a data de abertura do

25
dossier, o nome do cliente e do funcionário que fez o pedido de orçamentação, que é a pessoa
com quem se contacta em caso de alguma dúvida será a pessoa para quem se enviará o
orçamento e é também indicado o nome do projeto e da peça a orçamentar. Os dossiers são
entregues então aos comerciais responsáveis para este procederem à orçamentação.

Figura 11 - Dossiers de orçamentação

Posteriormente comecei também a escrever os e-mails com os orçamentos que enviava


para a Micaela que verificava se tudo estava em ordem e os enviava para os clientes. Esses e-
mails continham o orçamento do molde, os serviços e materiais contemplados, as condições de
pagamento e, no caso de algumas empresas que o pediam, eram também anexados documentos
como os Cost Breakdown, ou seja, documentos com os custos descriminados que tinha de
preencher mediante informações fornecidas. O orçamento era feito com base numa folha de
cálculo utilizada pelos comerciais e pelo orçamentista da Moldit que tive de aprender a
interpretar. Depois de enviado o e-mail com o orçamento inseria os dados na folha Excel de
registo de orçamentos e atualizava a pasta do orçamento na rede comercial. Imprimia também
uma cópia do orçamento para anexar ao dossier e outra para arquivar na capa dos registos.

26
Figura 12 - Orçamento de molde

No caso de o molde ser adjudicado, o dossier era entregue à diretora industrial e era
aberto um novo número de molde. Era feito um separador numa capa com as indicações do
número do molde, nome do molde, número do orçamento e com as condições de pagamento. À
medida que fosse faturado, era adicionado o número de fatura correspondente à percentagem
em questão. Os processos dos moldes continham a informação técnica enviada pelo cliente, as
negociações efetuadas, a encomenda do cliente ou documento equivalente com o aval para
avançarem os trabalhos e uma ficha técnica elaborada pelo comercial responsável contendo
todas as características do molde. Em simultâneo era também necessário introduzir os dados no
software da empresa, o PHC. A partir desses dados eram, posteriormente, feitas as faturas. A
nível interno eram enviadas confirmações de encomendas. Essas confirmações eram feitas via e-
mail para os responsáveis dos vários departamentos e continham as informações gerais acerca do
molde adjudicado.

Relativamente às alterações aos moldes, que podem ser tanto para moldes ainda em
curso como para moldes já expedidos, estas eram pedidas diretamente ao departamento de
engenharia que, depois de estudadas as alterações enviava as informações técnicas para ser
enviado o orçamento. Assim, era aberto um novo número de orçamentação e elaborados todos
os processos referidos anteriormente no que diz respeito aos moldes e era feito o e-mail para
envio do orçamento. Esse e-mail continha uma grelha com a descrição da alteração, com a
descriminação do preço/hora, das horas necessárias e do custo total. Por vezes eram necessários
também enviar outros documentos fornecidos pelo departamento de engenharia e também Cost
Breakdown elaborados a partir da informação recebida. Tal como acontece com os orçamentos
dos moldes, os de alterações a moldes também são revistos e enviados pela Micaela, sendo que o

27
posterior processo de arquivação é igual. No caso de as alterações serem aprovadas, são
anexados aos processos dos moldes essa informação, é introduzida no processo do molde no PHC
a alteração e é enviado um e-mail de confirmação de alteração, tal como no caso descrito
anteriormente.

Figura 13 - Orçamento de alteração

No caso dos orçamentos de injeção, o processo é essencialmente o mesmo do dos


moldes. Recebe-se o e-mail do cliente e é aberto um número de orçamentação num registo
diferente, ou seja, os orçamentos de moldes e alterações a moldes não têm a mesma
numerologia dos orçamentos de injeção. Depois de feitos todos os passos já descritos
anteriormente, o dossier é entregue ao líder do departamento de injeção para este fazer o
orçamento. Com o orçamento feito, o dossier volta de novo para o departamento comercial e
através das fichas fornecidas é elaborado o e-mail contendo o orçamento. São descritos os
aspetos mais importantes a ter em consideração e o preço enviado é referente ao valor a cobrar
por cada peça ou conjunto de injeções. Como descrito anteriormente para os dois tipos de
orçamentos mencionados, tem também de ser arquivada toda a documentação relevante a nível
informático e físico.

28
Figura 14 - Orçamento de produção de peça plástica

No que diz respeito às encomendas de injeção, estas contêm as características e


quantidade das peças e eram enviadas para a Micaela que me reencaminhava de modo a ter
acesso aos documentos anexos e poder abrir os processos no PHC plásticos (existem dois PHC
distintos: para moldes era utilizado o PHC aços e para a injeção era o PHC plásticos) e fazer as
confirmações de encomenda. As encomendas eram então arquivadas juntamente com as
confirmações de encomenda e separadas por cliente. Os ensaios dos moldes são também
produções de plásticos, introduzidas, portanto, no PHC plásticos, mas o arquivamento é
juntamente com o processo do molde.

Figura 15 - Confirmação de encomenda de produção de peças plásticas

29
Ao longo do estágio fui tomando conhecimento de todas as negociações e fiz todas as
atividades aqui descritas, no início com menos frequência, mas a partir do segundo mês posso
afirmar que foram as que mais desenvolvi e às quais dediquei parte significativa do meu tempo.

3.4.3. Atividades de contabilidade

Estas atividades são essencialmente referentes à faturação. Como mencionei no tópico


das atividades comerciais, todos os dados tinham de ser corretamente introduzidos no PHC de
modo a posteriormente serem faturadas todas as parcelas. Através das explicações e auxílio da
Micaela e apesar de não ter sido muito frequente, fiz algumas faturas tanto de moldes como de
plásticos. Tinha de ter em consideração quais as parcelas a faturar no caso dos moldes e as
quantidades de peças no caso dos plásticos. Foram-me também fornecidos e explicados os
códigos contabilísticos e possíveis motivos de isenção e os tipos de faturas no que diz respeito aos
vários tipos de mercados.

Depois de emitidas as faturas estas tinham também de ser arquivadas, tal como todos os
documentos no departamento comercial. Havia duas capas, uma referente aos moldes e outra
aos plásticos e as faturas eram arquivadas por ordem ascendente de número. Para além disso,
estas também eram arquivadas junto com os processos dos moldes e por cliente, no que diz
respeito às faturas de plásticos.

Apesar de estas atividades não estarem diretamente relacionadas com as lecionadas no


curso, penso serem uma mais-valia na minha aprendizagem e, de facto, sendo o estágio no
departamento comercial da empresa, fazem parte de um conjunto de atividades importantes e
que considero indispensáveis numa experiência de trabalho integral.

3.4.4. Traduções

Como referi anteriormente no tópico das características linguísticas, a Moldit tem


diversos clientes de origem alemã e a indústria automóvel alemã é uma das suas grandes clientes.
Assim sendo, alguns dos cadernos de especificações que são enviados para a Moldit contendo as
características e materiais a aplicar nos moldes vêm apenas na língua alemã. Quando o molde é

30
adjudicado é essencial ter em consideração todas as pequenas especificações e para isso é
necessário saber-se o que vem estipulado nos cadernos de especificações.

Uma vez que no departamento de engenharia ninguém está totalmente à vontade com a
língua alemã, cabe ao departamento comercial a tradução dos cadernos. Sendo que uma das
vertentes do curso era o alemão e tenho uma licenciatura em tradução, pude colocar em prática
os conhecimentos adquiridos na universidade. O facto de ser uma tradução tão técnica colocou-
me alguns desafios, mas tive a ajuda da Micaela que é bilingue.

Estas traduções foram muito interessantes do ponto de vista técnico, sendo que para
além de adquirir conhecimentos a nível do vocabulário, apercebi-me também de como eram
executados vários processos dos moldes e qual a sua importância para além do nível de
exigências dos clientes e do nível de qualidade que impunham aos fornecedores.

3.4.5. Atividades de secretariado e receção

Durante o estágio curricular e passados já um par de meses do seu início comecei a


realizar tarefas a nível de receção e secretariado. Estas tarefas consistiam fundamentalmente no
atendimento de chamadas telefónicas dos clientes da empresa, reencaminhando-as devidamente,
e na receção e acolhimento de clientes nas instalações da Moldit. Para além disto, procedi
também à organização das folhas de comunicação dos funcionários da empresa.

Estas atividades deram-me a oportunidade de contactar com os clientes da empresa


provenientes de vários pontos do globo, ao mesmo tempo que me deram uma ideia mais real dos
funcionários da Moldit. A comunicação com os clientes não nacionais da empresa era feita
exclusivamente em inglês, mostrando-se uma mais-valia no que diz respeito à prática desta
língua.

3.4.6. Participações em diversas atividades

Um pouco diferente do alinhamento dos tópicos anteriores, este destina-se à descrição


de pequenas atividades, esporádicas, mas relevantes realizadas durante o estágio. Assim sendo,
categorizei as atividades como de marketing, feira de moldes, dossier, Cadflow e questionários e
passo a descrever as tarefas desempenhadas.

31
 Marketing

No que se refere a atividades de marketing, participei em dois tipos distintos: a


elaboração de pequenos textos em inglês de apresentação da Moldit a constar no site de uma
feira de moldes – a Expomold3 e auxiliei e dei sugestões na elaboração de um Power Point de
apresentação a nível comercial das produções feitas na Moldit.

Os textos elaborados tiveram como base outros mais antigos feitos por um anterior
funcionário da empresa. O que fiz exatamente foi arranjar os textos, retirando informação que
considerei excessiva e acrescentando outra que achei pertinente, e atualizar a informação de
forma a aparecerem no site como forma de apresentar a empresa que será expositora nessa
mesma feira.

Já a apresentação Power Point das produções da Moldit foi elaborada por um comercial
que pediu ajuda quanto à mancha gráfica da apresentação. Essa apresentação foi posteriormente
aprovada pelo marketing. Falámos também em realizar outras apresentações, contudo,
infelizmente, não houve oportunidade de as fazer pois entretanto acabou o estágio.

 Feira de moldes

Durante o estágio contactei com um colega do curso, André Costa, que se encontrava a
estagiar numa empresa de comercialização de equipamentos industriais e que me disse que ia
estar presente como expositor numa feira de moldes na Marinha Grande. Falei com os comerciais
da empresa e passei ao André os contactos da Moldit. Ele enviou os convites e no dia 08-05-2014
fomos à feira Moldplas no Exposalão Batalha.

Figura 16 - Bilhete de entrada na feira Moldplas

3
Texto disponível em: http://www.euromold.com/index.php?id=1065&l=1 (acedido em:27-10-2014)

32
Para além de mostrar a minha proatividade, com a organização e participação nesta visita,
a quantidade de informação assimilada foi bastante grande. Para além de haver empresas a
exporem os seus produtos, havia também demonstrações, principalmente no que diz respeito à
injeção de pequenas peças de plástico, dando-me assim uma noção de como era acionado esse
processo e quais a várias técnicas de injeção e extração de peças. Adquiri também noções de
quais os materiais necessários na produção de moldes e qual o seu formato e onde se aplicavam.

 Dossier

Os comerciais e orçamentista referiram um dia que os dossiers de orçamentação


deveriam estar estruturados de forma diferente, uma vez que o que demoravam demasiado
tempo a escrever as especificações dos moldes, fazendo com que o trabalho se acumulasse mais
facilmente.

O que a Micaela e eu fizemos, mediante as sugestões dos colegas do departamento, foi


elaborar uma nova folha de dossier4 contendo as informações gerais com espaços a serem
preenchidos. Assim sendo, estão mencionadas as notas gerais, que se referem às cláusulas
previstas e contempladas para o fabrico do molde, as condições de pagamento, que por vezes
diferem das condições standard da Moldit e as especificações do molde, como o tipo de molde, se
de injeção ou compressão, etc., os vários aços, o sistema de injeção.

 Cadflow

O Cadflow é um software de orçamentação que não é utilizado na Moldit e, por isso, o


orçamentista entrou em contacto com a empresa distribuidora do software para que fosse feita
uma apresentação do mesmo de modo a avaliarem a sua necessidade na elaboração dos
orçamentos.

Como combinado, foi feita a apresentação à qual eu tive oportunidade de assistir e ver
também como funcionava o programa. Para além das questões técnicas abordadas como
encontrar o lado de desmoldagem da peça, foram também focadas questões de divisão de custos
e Cost Brealdown automático. Com a apresentação do programa, para além de me aperceber de
questões técnicas que, apesar de serem referentes à orçamentação, feita, portanto, no
departamento comercial, não conseguia ter a real perceção, retive também algumas técnicas no

4
Ver anexo IX

33
que diz respeito à elaboração de orçamentos para envio ao cliente e preenchimento de Cost
Breakdown.

Figura 17 - Logótipo da Cadflow

 Questionários

Vários clientes pedem que lhes sejam preenchidos questionários relativamente à tipologia
da empresa e às capacidades de produção. Esses questionários vêm normalmente de novos
clientes juntamente com o primeiro pedido de cotação. Geralmente estes questionários são
extensos e pedem uma vasta quantidade de informação relativa a várias secções.

Foi-me dado um desses questionários para responder. A parte referente a informações


comerciais, como os cinco principais clientes, contudo, perguntas referentes a logística, compras,
financeiras, qualidade, maquinaria, etc., e para as quais não encontrei a resposta em
questionários anteriormente respondidos tive de pedir ajuda aos responsáveis de cada um desses
setores. O preenchimento de questionários ajudou-me também a ter uma perceção mais realista
da empresa e como esta trabalha e com que maquinaria.

O conjunto de todas as tarefas realizadas, mesmo que por muito pequenas ou de maior
ou menor relevância para o departamento comercial, fizeram com que o estágio se tornasse rico
na diversidade de funções e nos conhecimentos adquiridos.

34
Parte III – A indústria dos moldes

35
36
4. A importância da indústria dos moldes em Portugal

O setor dos moldes em Portugal está localizado essencialmente em duas regiões: Marinha
Grande e Oliveira de Azeméis sendo constituído por cerca de 450 empresas, na sua maioria, PME
(Pequenas e Médias Empresas) dedicadas à conceção, desenvolvimento e fabrico de moldes e
ferramentas especiais e empregando cerca de 7640 trabalhadores.

A Indústria Portuguesa dos Moldes para Plásticos é bastante prestigiada a nível


internacional, impulsionada por uma relação competitiva entre qualidade, preço e prazos de
entrega, fazendo de Portugal um dos principais fabricantes e fornecedores de moldes a nível
mundial, principalmente para a Indústria Automóvel, como são exemplo as marcas Volkswagen,
Renault, Audi, Mercedes, Citroën, mas também de outros setores industriais como de
eletrodomésticos, embalagem, telecomunicações, sendo exemplo a Bosch, Braun, Siemens, entre
muitas outras.

Este Setor tem conseguido manter-se na vanguarda usando tecnologia e maquinaria de


ponta na conceção, desenvolvimento e fabrico dos moldes, sendo capaz de trazer para o mercado
ideias e soluções inovadoras.

Como resultado do seu prestígio e da consequente procura externa, Portugal exporta


mais de 85% da sua produção anual de moldes para injeção de plásticos, perfazendo um total de
cerca de 543 milhões de euros. O valor total de produção atingiu cerca de 639 milhões de Euros
relativamente ao ano de 20135, sendo os principais mercados a Alemanha, Espanha, França, Brasil
e República Checa.

4.1. Evolução da indústria de moldes em Portugal

A indústria dos moldes desenvolveu-se a partir da indústria do vidro.

De facto, a primeira necessidade de moldes surgiu precisamente na indústria vidreira que,


até então, os importava da Alemanha ou da Áustria. Surge, por isso, no séc. XX a produção de
moldes para vidro. Assim sendo, instala-se no final dos anos 20 a primeira oficina de moldes, na
Marinha Grande, pelos irmãos Aires Roque e Aníbal Abrantes, e, no final dos anos 30, instala-se

http://www.cefamol.pt/cefamol/pt/Cefamol_IndustriaMoldes/Situacao_Actual/Ficheiros/IPM_Janeiro%202
013_PT.pdf (acedido em: 09-10-2014)

37
também em Oliveira de Azeméis a primeira fábrica para produção de moldes para vidros daquela
região. Nesta altura chega a Portugal a baquelite:

“Bakelite was the first thermo setting resin to be developed and was obtained by making phenol
and formaldehyde react. The result of the reaction is the formation of a resin which changes into plastic
state because of heat and thus can be worked in moulds to produce articles of different shapes. If the
heating treatment in the mould is made longer, the material hardens and retains the shape it has been
given. It is for this reason that it is called thermosetting resin. The inventor of Bakelite was Leo Hendrick
Baekeland”6 (Cannon - Plastics Museum)

Com o início da 2ª Grande Guerra e a consequente escassez de matérias-primas, a


indústria dos moldes sofre um abrandamento significativo, fazendo com que o seu arranque em
força se desse apenas em 1945, e sendo produzido o primeiro molde para injeção de
termoplástico no ano seguinte. Nos finais dos anos 50, as empresas portuguesas começaram com
a exportação de moldes, sendo o seu primeiro cliente Inglaterra.

 Anos 50 e 60

Entre os anos 50 e 70, a indústria portuguesa de moldes espelhou quase na perfeição a


evolução da economia Portuguesa, sendo que esta indústria sustentou o crescimento económico
português durante esse período. O setor dos moldes foi marcado por características da indústria
tradicional portuguesa, como a indústria vidreira e a metalomecânica, ao mesmo tempo que
exibe novas características, únicas, que o fazem evidenciar. De entre essas características,
destacam-se a capacidade contínua e sistemática de inovação e um alto nível de competitividade
que dá origem ao sucesso em mercados externos cada vez mais sofisticados e exigentes. Da
capacidade de inovação, nesta fase ainda primária da indústria de moldes, evidencia-se a
capacidade de segmentação e tailorização da produção dos moldes, baseada numa organização
do trabalho que distribui a produção de peças unimolde e multimolde por diferentes operários,
cada um especializado numa fase ou processo de fabrico específico.

Como motores para o sucesso, a Indústria Portuguesa de Moldes possuía características


distintas dos seus concorrentes. A rapidez na entrega das encomendas, as tecnologias utilizadas, o
nível competitivo dos preços e a qualidade dos serviços prestados, o facto de estar especializada
em moldes de alta precisão e grande complexidade e o facto de, internamente, a nível nacional,

6
http://museo.cannon.com/museonew/UKmuseo/storia/storia2UK.asp?decenpass= (acedido em: 29-04-
2014)

38
existir um elevado grau de concorrência, fazendo com que as empresas se queiram superar umas
às outras, favorecem o setor dando-lhe notoriedade internacional e impulsionando investimentos
constantes no aperfeiçoamento da produção e melhoria da oferta.

No final da década de 60 é fundada a CEFAMOL, atualmente Associação Nacional da


Indústria de Moldes, mas que na altura se designava Centro de Fabricantes de Moldes, encarada
como o primeiro sinal de um forte associativismo empresarial do setor.

 Anos 70

Na década de 70 dá-se uma necessidade por parte da indústria dos moldes de se adaptar
à realidade, com uma exigência por parte dos clientes de melhoria da produtividade e com uma
necessidade de resposta à procura de peças cada vez mais geométricas e menos lineares com
especificações gradualmente mais exigentes. Para suprir estas novas exigências, a indústria
portuguesa de moldes viu-se obrigada a investir em máquinas ferramentas programáveis – as
máquinas NC (de controlo numérico), entrando, assim, numa nova geração de tecnologias.

Estas máquinas ferramenta desenvolveram-se devido ao grande desenvolvimento da


indústria automóvel americana e à consequente procura criada e apareceram pela primeira vez
na década de 50 na indústria aeronáutica americana. Mas nos anos 70 o mercado das máquinas
ferramentas sofre uma revolução com o sucesso dos fabricantes japoneses que apresentaram
máquinas mais multifacetadas e flexíveis. Isto e o facto de apostarem em linhas de montagem
especializadas conferem uma vantagem competitiva aos japoneses que com preços reduzidos
abrem as portas à exportação, acontecendo uma massificação das máquinas ferramenta em
médias e até pequenas empresas.

É de realçar que as tecnologias introduzidas nesta década se destinam apenas aos


desenhos 2D, sendo que na década seguinte aparecerá o CAD (Computer Aided Design) para
modelos geométricos em 3D.

 Anos 80

A década de 80 e posteriormente a de 90 foram, para a indústria dos moldes, um período


de grande prosperidade com um enorme crescimento. Esse crescimento está intimamente ligado
ao sucesso da indústria dos plásticos. Nesta altura exploraram-se as enormes potencialidades do
plástico, tendo-se chegado mesmo a acreditar que este material poderia substituir todos os
outros.

39
Como anteriormente referido, foi nesta altura que se implementaram as tecnologias de
CAD/CAM que envolvem o desenho 3D. Esta aposta na inovação tecnológica mostrou-se
extremamente importante uma vez que o futuro da indústria necessitava urgentemente de se
modernizar para conseguir mais clientes, principalmente a nível internacional.

No final desta década é ainda iniciado um antigo projeto da CEFAMOL – a construção de


um centro tecnológico que visa o desenvolvimento técnico e tecnológico das indústrias nacionais
de moldes e de ferramentas especiais. Para além desta dinâmica trazida pela CEFAMOL ao setor
dos moldes, no final da década de 80 o crescimento do número de empresas também foi deveras
impressionante, sendo que, por exemplo, na Marinha Grande abriram cerca de 40 empresas

 Anos 90

A 15 de janeiro de 1991 é formalmente criado o CENTIMFE – Centro Tecnológico da


Indústria de Moldes e Ferramentas Especiais, implementado pela CEFAMOL e com o intuito de:

“Desenvolvendo atividades que vão desde a assistência técnica, ao suporte e transferência


tecnológica, passando pela formação especializada, a actuação do CENTIMFE corporiza-se numa
abordagem consistente e integrada face ao lançamento de bases para a competitividade Industrial.” 7
(CENTIMFE)

A década de 90 serviu basicamente para cimentar a indústria, sempre com expectativas


de expansão e exportação. Uma vez que já eram dominadas as principais tecnologias, a indústria
consegue cada vez mais afirmar-se no mercado internacional. Contudo, nos anos finais desta
década começa a denotar-se que a indústria está a entrar num período decisivo no que diz
respeito à sua evolução. A concorrência de outros países, nomeadamente da Europa de Leste, e
Ásia torna-se desafiante na medida em que Portugal não consegue competir com essas regiões
em termos de preços.

 Inovação

A indústria dos moldes tem a necessidade de se manter sempre atualizada, tanto no que
diz respeito ao uso das mais recentes tecnologias, como à aquisição de novas técnicas de forma a
encontrar soluções à medida dos clientes. E precisamente este é o grande desafio que tem de ser

7
http://www.centimfe.com/index.php/pt/sobre-o-centimfe-3/interface-inovacao-e-parceria (acedido em:
29-10-2014)

40
gradualmente superado para que a indústria possa continuar o caminho que vem traçando ao
longo dos mais de cinquenta anos da sua história em Portugal.

A nível tecnológico também são grandes as inovações que se avizinham e a necessidade


de se sentirem sempre um passo à frente no que diz respeito à inovação vai sendo cada vez mais
importante. As empresas têm de estar ao nível das exigências requeridas.

“As tecnologias de fresagem de alta velocidade (Faria, 2002), digitalização a laser, soldadura a
laser e mesmo a prototipagem virtual e/ou “aumentada” 24 anunciam-se como importantes no palco das
tecnologias. Os moldes continuam a tornar-se cada vez mais complexos e exigentes (depois dos moldes para
injeção multi-material, injeção sobre tecido e outros materiais, etc., e o desenvolvimento de outros
conceitos integrando na moldação a decoração – “in-mold labeling”, começam agora a aparecer os moldes
com conceitos ainda mais avançados - “in-mold assembling”).8” (E. Beira, C. Crespo, N. Gomes & J.

Meneses, 2004)

Atualmente a indústria portuguesa de moldes encontra-se num período de estagnação


apesar da sua importância estratégica e da adaptabilidade a novos desafios, daí a capacidade de
inovação ser tão importante para esta indústria.

 Exportação

A partir dos anos 60 o setor dos moldes apresenta-se como um importante motor das
exportações portuguesas de base tecnológica. Pode dizer-se que a evolução das exportações
descreve razoavelmente a trajetória de crescimento e atual maturidade da indústria.

Assim sendo, ao mesmo tempo que a inicial dependência do mercado norte-americano se


esvanecia (as exportações para os EUA chegaram a representar cerca de 60 a 70 % do seu volume
na década de 70, encontrando-se em 2013 nos 4% (dados da CEFAMOL), o mercado europeu
torna-se dominante, nomeadamente devido à adesão, em 1986, à CEE – Comunidade Económica
Europeia, atual União Europeia.

A trajetória dos moldes foi-se alterando ao longo dos anos. Se na década de 80 as


exportações eram essencialmente constituídas por pequenos moldes para brinquedos e utilidades
domésticas, hoje-em-dia a sua relevância é residual. Em contrapartida, a indústria automóvel foi-
se tornando cada vez mais importante e, segundo dados da CEFAMOL referentes ao ano de 2013,
representa 72% do volume de exportações.

8
http://in3.dem.ist.utl.pt/msc_04history/aula_6_a.pdf (acedido em: 29-10-2014)

41
Já os anos 90 foram prósperos na exportação de moldes para peças de eletrodomésticos
e, tal como aconteceu com os moldes para brinquedos e utilidades domésticas, foi perdido
importância, chegando aos 3% em 2013.

A nível da exportação o setor cresceu muito, sendo que desde 2004 nunca desceu dos
75% e no ano de 2013 se destinou a 80 mercados (países) distintos. Por outro lado, a indústria
também fez por se modificar ao longo dos tempos, estando presente nos mercados de ponta de
cada década e mostrando uma indispensável capacidade de adaptação à produção de moldes
cada vez mais complexos e peças plásticas gradualmente mais sofisticadas. Ao acompanhar a
evolução das tendências, a indústria portuguesa de moldes manteve-se sempre na linha de frente
da procura e consequente exportação.

 Futuro

A indústria dos moldes em Portugal parece estar condicionada ao rápido desenvolvimento


das competências no que diz respeito à conceção e produção de moldes nos países do Sudoeste
da Ásia, com especial ênfase na China e, mais recentemente, na Índia. A gradual deslocalização da
produção de peças plásticas também para esta região por parte de muitos clientes americanos e
europeus são preocupantes para a indústria e obrigam à utilização da sua capacidade de
inovação.

“…o sector apresenta alguns sinais de estagnação decorrentes, por um lado, da crescente pressão
dos clientes (geralmente grandes grupos económicos), que determinam os preços e condições de
fornecimento de forma concertada e, por outro, da deslocalização de diversas indústrias para outras regiões
do globo (e.g. para a Ásia), que colocam ameaças crescentes ao sector em Portugal. De facto, estes sinais de
estagnação têm vindo a evidenciar-se em Portugal uma vez que após o crescimento acentuado verificado
para o sector, na década de 90, se assiste a uma tendência para a estabilização desde 2001.” 9 (Sociedade

Portuguesa de Inovação ,2008)

Se a nível de preços as economias do sudoeste asiático são extremamente competitivas, é


também verdade que muitos clientes continuam a preferir a experiência e acabamento que a
indústria portuguesa lhes proporciona. Para moldes cada vez mais complexos e exigentes é
necessário recorrer a soluções inovadoras e precisas.

9
http://www.spi.pt/UserFiles/File/Documentos/53/Plano_estrategico_sector_moldes.pdf (acedido em: 29-
10-2014)

42
A indústria portuguesa de moldes é ainda conhecida por utilizar tecnologia de ponta
aliada a uma inovação nas práticas de conceção de produto que lhe dão notoriedade nos
mercados internacionais.

43
5. Processos dos moldes – da orçamentação à expedição:

Moldit – Um estudo de caso

Tendo por base o estágio curricular feito na Moldit, S.A. – empresa especializada em
moldes de injeção de plásticos e moldes de compressão – é agora apresentado um estudo com
base na observação dos processos na empresa no que diz respeito à orçamentação, produção e
ensaio de moldes para injeção de matéria plástica. Uma vez que é utilizado algum vocabulário
técnico e visto que já foram elaborados glossários, nomeadamente por colegas deste mestrado, é
de referir a dissertação de Marisa Inês Gomes da Silva com o título “Tradução de vocabulário
técnico da indústria de moldes” e que pode ser encontrada no URL
http://ria.ua.pt/bitstream/10773/9161/1/disserta%C3%A7%C3%A3o.pdf que integra um glossário
que poderá ser um complemento ao estudo agora apresentado.

O início de todo este processo dá-se na lista de contactos das empresas produtora de
peças plásticas em larga escala. As peças são desenvolvidas e desenhadas pelos engenheiros
especializados dessas empresas e uma vez que a Moldit faça parte dessa lista de contactos é
enviado um pedido de cotação via e-mail com o desenho da peça stylo (peça não final, mas com
contornos muito semelhantes à final) em 3D e uma ficha de especificações onde constam as
orientações precisas para a construção do molde. Normalmente, como os ficheiros 3D são muito
pesados, as empresas optam por colocá-los num FTP - File Transfer Protocol (Protocolo de
Transferência de Arquivos) – enviando um e-mail para os ficheiros serem descarregados e a
solicitar a respostas aos pedidos dando um prazo.

Todos os pedidos de cotação, singulares ou projetos, passam impreterivelmente pela


assistente comercial que lhes atribui um número e abre o dossier de consulta contendo toda a
informação vinda do cliente para ser feita a orçamentação. Os dossiers são abertos tanto
fisicamente, em papel, como informaticamente. Existe também uma listagem em Excel onde
estão identificados o número de orçamentação, nome da peça, nome da empresa e pessoa a
contactar, como forma de catalogação da informação.

Segue-se o processo de orçamentação que para além da análise da peça por si só tem em
consideração aspetos como prazos ou condições de pagamento que podem ser fulcrais na
abordagem ao cliente e podem também inflacionar os valores finais a cobrar. Para o orçamento
têm essencialmente de ser considerados as dimensões da peça, o tipo de aço pedido pelo cliente,
número de movimentos e balancés, sistema de injeção e número de bicos, quantidade de

44
componentes e horas de trabalho e maquinações. Após esta parte mais técnica, feita através de
observação da peça e interpretação das fichas de especificações, há que ter em conta
informações adicionais existentes nos cadernos de encargos; o facto da continentalidade do
molde: se para o mercado nacional ou internacional e, nesse caso, a que país se destina, devido
aos encargos alfandegários; considerar os prazos dados para a execução do molde, uma vez que,
dependendo da urgência do molde e da capacidade de produção da fábrica, o molde poderá ser
recusado; as penalidades também têm de ser consideradas e, muitas vezes, negociadas, pois
apesar de não estarem previstos atrasos, eles podem acontecer, até mesmo por motivos
externos, e a Moldit arcar com prejuízos avultados; finalmente têm de ser consideradas as
condições de pagamento, visto que o investimento num molde requer grandes quantias de
dinheiro os pagamentos são divididos em prestações que têm de ser acordadas por ambas as
partes. Um orçamento pode estar sujeito a várias revisões até que sejam acordados todos os
parâmetros referidos.

Com a conformidade de todos os aspetos dá-se a adjudicação do molde onde a Moldit


recebe uma Letter of Intent ou diretamente Purchase Order em que estão descriminados todos os
pontos da negociação com prazos e condições de pagamento. O documento é revisto pela
assistente comercial e pelo business developer responsável pela negociação e, estando tudo em
conformidade dá-se o arranque do molde.

Depois de concluído todo o processo no departamento comercial segue-se o trabalho de


engenharia. Em alguns casos, esta transição não é assim tão linear, visto que em orçamentações
mais complexas é necessária comunicação entre os departamentos comercial e de engenharia de
forma a garantir a exequibilidade do molde e a fiabilidade do produto final. A entreajuda é
essencial nesta indústria e, em particular entre os vários departamentos da empresa, de modo a
serem identificados problemas e serem encontradas soluções de forma mais rápida e tudo siga
consoante o plano.

O departamento de engenharia toma conhecimento da adjudicação do molde e alguns


dias depois, dependendo da urgência com que o molde é preciso, recebe do cliente o desenho 3D
e por vezes também o 2D da peça final de modo a poderem começar com o projeto preliminar do
molde. Na Moldit, os programas utilizados para se trabalharem as peças 3D são o CATIA V5 e o
UNIGRAPHICS, já as peças 2D são trabalhadas no CAD KEY.

45
No projeto preliminar é feito o esquiço do molde. Através desse esboço são validados os
aços e a exequibilidade da peça. Tendo em consideração o tipo de material a injetar e o número
de injeções previstas e sendo que a peça tem e manter sempre o mesmo nível de qualidade,
apesar de já ter sido orçamentado um tipo de aço, se se verificar que este não é o mais indicado,
por exemplo, uma matéria plástica mais corrosiva requer aço mais duro, essa informação
constará no relatório do projeto preliminar e terá de ser revisto com o cliente. Quanto à
exequibilidade da peça, se esta for verificada com o preliminar e validada pelo cliente dá-se
ordem de avanço do molde. Nesta fase do processo é sempre feita uma reunião com o cliente de
modo a este dar validação e ordem de avanço ou então para serem limadas algumas arestas que
não estejam ainda bem definidas. Assim sendo, o desenho 2D terá de ser refeito e a peça terá de
ser ajustada. Pode ainda ser necessário fazer o estudo Mold-Flow, ou seja, o estudo do
comportamento da peça onde é verificado se enche ou não, a possibilidade de empeno, o tempo
de ciclo (tempo decorrido desde o momento em que o molde fecha, dá-se o avanço da unidade
de injeção, o plástico é injetado há o recalque, o recuo da unidade de injeção, a plastificação, ou
seja, introdução de novos grãos de plástico na unidade de injeção e a abertura do molde para
extração das peças. O arrefecimento também faz parte deste processo, iniciando-se no momento
da injeção e terminando com a abertura do molde.) e o número de pontos de injeção necessários.
Com a aprovação do cliente dá-se ordem para a compra do aço.

Figura 18 - Exemplo de projeto preliminar

Dá-se, então, início ao projeto do molde. É enviada informação acerca da tipologia e


número de bicos necessários para a empresa fornecedora do sistema de injeção. Na Moldit, este
é um componente que tem, obrigatoriamente, de ser fornecido por outra empresa, sendo que
existem clientes que trabalham apenas com um determinado tipo de fornecedor de sistemas de

46
injeção e, por isso mesmo, a empresa terá necessariamente de usar os sistemas desse fornecedor
específico. Em simultâneo inicia-se a elaboração do Projeto CAD 3D. Este projeto consiste
essencialmente na elaboração do desenho do molde com todas as suas formas e componentes
definidos. Assim sendo, procede-se à modelação do macho e da cavidade que compõem o molde.
Esta modelação, que consiste no desenho 3D do molde sem adição de componentes, terá de ser
validada pela produção e só depois dessa validação é possível avançar-se para os componentes.
Essencialmente, os componentes são, por exemplo, parafusos, casquilhos, guias, etc. necessários
à composição do molde. É também elaborado o sistema de refrigeração ou aquecimento do
molde. No caso dos moldes para injeção de termoplásticos aplica-se o sistema de refrigeração,
pois a matéria plástica é injetada quente no molde e tem de ser arrefecida para se proceder à
remoção da peça sem haver empeno da mesma, já nos moldes de compressão aplica-se o sistema
de aquecimento, pois a matéria-prima utilizada é mais dura e através da compressão do macho e
da cavidade que têm de se encontrar a temperaturas muito elevadas é que a peça será moldada.
Nesta fase são preparadas também as listas de materiais necessários e é enviada para as compras
sobre os componentes standard e não standard que terão de ser encomendados.

Figura 19 - Exemplo de projeto 3D do molde

De modo a que a produção não pare e que os prazos sejam cumpridos, ao mesmo tempo
que decorrem os trabalhos no departamento de engenharia com a elaboração do projeto 3D do
molde, a produção começa também a trabalhar no molde. Com a validação da modelação dá-se
início à maquinação. A informação dos desenhos 3D vindos da engenharia são atualizados e de
seguida vão para a produção. A maquinação, que é, basicamente, o trabalho conciso que tem de
ser feito aos blocos de aço de modo a que estes adquiram o formato do molde, está dividida em
três fases, a fresagem “CNC”, a furação e a erosão.

47
A fresagem, que consiste na retirada do excesso de metal da superfície do bloco, a fim de
lhe dar uma forma e acabamento desejados, pode ser convencional, ou seja, feita a partir de
acessórios, ou recorrendo a CNC. As CNC (Comando Numérico Computorizado) são máquinas que
procedem à gravação da superfície dos blocos de aço e trabalham com CAM (Computer Aided
Manufacturing). CAM é um sistema que faz com que os desenhos 3D feitos na engenharia sejam
exportados para a CNC e que trabalha com um software designado DEPOCAM. Sintetizando, com
a atualização dos 3D no CAM é enviada à CNC uma ordem de início de produção. A CNC vai
converter a informação do CAM em números e a partir daí começa a definir a área de gravação
através da remoção de aço.

Figura 20 - Fresagem dos blocos de aço

Após a gravação dos blocos vem, ou a furação ou a erosão. Não existindo uma rigidez
sequencial e sendo que um não interfere com o outro, cabe ao departamento de planeamento
decidir qual o primeiro processo a ser feito. Este aspeto está também relacionado com a carga de
trabalho de uma secção comparativamente à outra; a que estiver mais livre é a que trabalhará
primeiro no molde de modo a que este não tenha de ficar em linha de espera e que haja sempre
uma dinâmica de trabalho, fazendo com que tudo esteja em movimento.
A furação consiste na execução de furos cilíndricos nos blocos de aço. Esses furos podem
ter diferentes diâmetros e são feitos como forma de refrigerar o molde, para colocar parafusaria e
para as guias. A refrigeração é feita através de água que entra nesses furos e arrefece a peça. As
guias são o que vai fazer com que o molde seja fechado na posição correta. Ao mesmo tempo que
fazem com que o encaixe seja perfeito, no caso de moldes mais simples, como caixas, existe uma
guia que vai estar descentrada e fazer com que a posição de encaixe seja apenas uma, evitando
posteriores erros de injeção.

48
Figura 21 – Furação

A erosão consiste na remoção de aço recorrendo a eletricidade. Este processo é utilizado


para remoções muito minuciosas e precisas que requerem um acabamento exato que não se
conseguem obter com a maquinação, por exemplo, a remoção de uma determinada quantidade
muito pequena de aço num canto ou friso de difícil acesso. A erosão é um processo elétrico que
trabalha com elétrodos positivos e negativos. O molde é introduzido na máquina de erosão,
ficando submerso num líquido – dielétrico. São introduzidas informações na máquina acerca do
local onde deve incidir e qual a quantidade de aço a ser removida e começa o processo de erosão.
Nesse banho dielétrico, os elétrodos negativos vão atuar no molde removendo o aço e dando-lhe
um acabamento preciso.

Figura 22 - Erosão: banho dielétrico

49
Depois de concluídos os trabalhos de produção o molde seque para a bancada onde os
blocos de gravação e as placas de estrutura, juntamente com os componentes comprados, vão ser
montados. É também nesta fase que o sistema de injeção é inserido. Na montagem do molde
procede-se à afinação e deteção de erros. Procede-se ao ajuste do molde que é feito na prensa.
Se o molde não encaixar totalmente ou forem detetadas falhas, este já não pode prosseguir para
o ensaio, caso contrário, segue para o primeiro ensaio. Os ensaios não têm obrigatoriamente de
ser feitos na empresa fabricante de moldes, aliás, alguns clientes requerem que os ensaios sejam
feitos nas suas instalações, mas tendo a Moldit no seu parque de máquinas uma secção de
injeção, é comum que os ensaios sejam feitos na empresa.

Figura 23 - Bancada: montagem do molde

O primeiro ensaio é uma data muito importante para o cliente, pois é quando este terá
finalmente peças depois de semanas de espera e é quando terá a real perceção do trabalho feito
no molde. Com as peças do ensaio o cliente também poderá ver se serão necessárias alterações a
essas peças ou se, por exemplo, encaixam bem em outras peças tiradas de outros moldes. Caso
tudo esteja em conformidade é dada ordem de avanço ao fabrico para pequenas alterações e
melhoramentos. E depois de efetuadas estas alterações é feito um segundo ensaio de modo a
validar os melhoramentos. Normalmente são pedidos 3 ensaios até que o molde seja aprovado,
contudo, podem ser feitos mais ou menos ensaios, consoante a perfeição ou imperfeição das
peças tiradas.

50
Figura 24 - Máquina de injeção

No caso de ser um molde com textura, o cliente elabora o seu standard e envia à Moldit.
A textura não é feita na Moldit, pelo que o molde tem de ser enviado para uma empresa
fornecedora e só depois regressa à Moldit para novo ensaio. Se necessário, o molde regressa à
empresa de texturização para melhoramentos, regressando para novo ensaio. Com a aprovação
do molde dá-se a sua expedição.
Falta ainda referir dois aspetos importantes que são transversais a todo o processo de
fabrico do molde. O departamento de qualidade está presente em todas as fases descritas, desde
os procedimentos standard tidos pelo departamento comercial à verificação da qualidade da
produção do molde até à asseguração de que o molde sai das instalações da Moldit nas melhores
condições. Também os Project Leaders e a diretora industrial são parte integrante de todo o
processo de fabrico do molde. No que concerne a diretora industrial, esta pode cooperar e
intervir em negociações tipicamente do departamento comercial, acompanhando depois todas as
fases pelas quais passa o molde. Já a função dos Project Leaders é a de fazerem o seguimento do
molde e reportarem todas as informações ao cliente. Ao ser adjudicado o molde, o dossier
contendo todas as negociações e condições acordadas é entregue pelo comercial responsável
pela negociação ao Project Leader e partir desse momento este fica encarregue de contactar com
cliente e fazer o acompanhamento contínuo do molde.
Os processos descritos podem ser vistos num vídeo feito na Moldit por QUECENA
Produções Audiovisuais e disponível no URL https://www.youtube.com/watch?v=W5jB_-
HTzMg&feature=youtu.be . Este vídeo de apresentação e promoção da empresa mostra de forma
sucinta os processos dos moldes na Moldit, tornando-se assim um recurso complementar à leitura
do estudo de caso, enriquecendo-o.

51
6. Considerações finais do estágio
Pretende o presente relatório retratar as funções de assistente comercial júnior que
desempenhei durante o estágio na empresa Moldit. O estágio nesta empresa permitiu-me por em
prática alguns conhecimentos de várias áreas adquiridos ao logo deste curso de Mestrado, bem
como ensinamentos que aprendi na Licenciatura em Tradução, que conclui na Universidade de
Aveiro. Como parte constituinte do estágio existe também uma vertente de inserção no mercado
de trabalho, provindo desta uma noção realista das competências exigidas aos profissionais no
que concerne a capacidade de trabalho em equipa, a tomada de decisão e resolução de
problemas, a polivalência, autonomia e proatividade.
Para além do aprofundamento e desenvolvimento dos conhecimentos adquiridos ao
longo do curso de Mestrado, tive noção de que, muitas vezes, essa bagagem teórica nem sempre
corresponde exatamente à aplicada no dia a dia em ambiente de trabalho. O know-how adquirido
no decorrer do estágio completa de forma integral este ciclo de aprendizagem, aliando a teoria à
prática.

O regulamento do estágio determina que tem de ser elaborado um plano de estágio entre
o estudante e a empresa a ser aprovado pelo diretor de curso. Neste plano são enumeradas as
diversas funções a desempenhar durante o estágio, sendo que umas podem merecer mais
atenção do que outras, mediante o volume de trabalho da empresa acolhedora do estágio. No
meu plano de estágio10 são contemplados as seguintes atividades:

 Atender clientes para receber e tratar os pedidos de orçamentação e outras solicitações


comerciais;

 Proceder à elaboração de orçamentos, com base em informações fornecidas;

 Registar informações comerciais, no programa informático existente (PHC);

 Receber e analisar, em colaboração com a hierarquia, as reclamações dos clientes;

 Dar seguimento às reclamações em função das indicações fornecidas;

 Contactar os clientes telefonicamente ou por escrito;

 Marca e coordenar reuniões internas e com clientes;

 Avaliar o grau de satisfação dos clientes;

 Organizar e tratar os elementos de informação necessários à gestão comercial;

10
Ver anexo XII

52
 Arquivar toda a documentação relativa à área.

Maioritariamente o meu plano de estágio foi cumprido, apesar de ter sido dada menos
atenção à execução das tarefas referentes à gestão das reclamações dos clientes, organização de
reuniões e avaliação do grau de satisfação dos clientes, isto porque o volume de trabalho, no que
se refere à abertura e envio de orçamentos era bastante elevado, fazendo com que a maior parte
do tempo decorrido no estágio fosse mais dedicado a essas tarefas em detrimento das
anteriormente referidas. Por isso, no ponto 4 do presente relatório onde descrevo as atividades
desenvolvidas, dou grande importância às atividades comerciais referentes à orçamentação, não
focando a gestão das reclamações dos clientes, organização de reuniões e avaliação do grau de
satisfação dos clientes em nenhum dos subtópicos.

Em contrapartida, foi-me dada a liberdade de poder fazer outro tipo de tarefas como as
de tradução, o que me deixou entusiasmada, pois pude por em prática os conhecimentos
adquiridos na Licenciatura e que infelizmente nem sempre tive a oportunidade de aplicar.

Confesso que no início do estágio tudo me pareceu muito confuso. Como comecei em
janeiro havia ainda assuntos pendentes do ano anterior que se juntavam aos do presente ano e,
como o volume de trabalho era tão grande, era complicado estarem a explicar-me como tratar a
informação e proceder com a documentação. Aos poucos fui-me ambientando à acelerada
dinâmica de trabalho do departamento comercial e, à medida que me foram explicadas as
tarefas, fui-me sentindo mais à vontade. O ambiente no departamento era, apesar de por vezes
frenético, bastante comunicativo. Aliás, existe mesmo a necessidade de comunicação entre os
comerciais, orçamentista e assistente comercial de modo a haver uma partilha de experiências e
ideias, facilitando a orçamentação e informando sobre os níveis a que estavam as negociações.

Sempre que os comerciais iam em visitas comerciais ao estrangeiro, partilhavam aspetos


da cultura, da gastronomia, do comportamento dos habitantes e de como tinham corrido as
reuniões com os clientes do país em questão. Para mim, o facto de haver esta partilha de
experiências foi completamente enriquecedor.

O estágio serviu também para me dar uma noção diferente de responsabilidade. A


indústria dos moldes move vários milhares de Euros e, tendo em consideração este facto, na
redação de orçamentos não pode haver erros, e se os houver têm de ser imediatamente
corrigidos. Não pode haver erros quanto aos aços, quanto ao sistema de injeção e a todos os
acabamentos contemplados, pois o cliente não vai querer pagar mais por um material mais fraco

53
nem a empresa quer perder dinheiro, fornecendo um material mais caro por um preço mais
reduzido.

Outra mais-valia para mim foi o facto de ter de aprender a trabalhar com o software da
empresa, o PHC. Nunca tinha trabalhado com este programa, mas considerei ser bastante
intuitivo e de simples manuseamento. Em simultâneo deparei-me com algumas limitações no que
diz respeito ao Excel. A verdade é que durante a minha formação académica esta não foi uma
ferramenta muito utilizada, fazendo com que a prática se vá perdendo e algumas funções sejam
mesmo desconhecidas. Apesar de este ter sido um obstáculo, o facto é que também serviu para
reavivar a memória a aprender novas funções através do auxílio, principalmente, da Micaela.

O estágio foi uma etapa muito importante do meu percurso académico. Para além de me
dar uma ideia de como é estar no mercado de trabalho, facultou-me também a oportunidade de
conhecer uma nova indústria para mim que, de tão interessante que considerei decidi fazer um
estudo de caso baseado em todos os processos. Para além de interessante, descrever todos os
processos dos moldes foi muito desafiante. Não conhecia absolutamente nada de moldes, mas
hoje em dia tenho umas noções mais alargadas e penso ter feito um bom trabalho no que
concerne à descrição dos processos. Admito não estar ainda totalmente à vontade com a
linguagem mais técnica, aliás, a descrição está feita com uma linguagem simples e de fácil
perceção, a meu ver.

Fazendo o balanço do estágio, acredito que a minha aprendizagem foi progressiva e


positiva, pois adquiri novos conhecimentos e competências que me deram mais confiança nas
minhas capacidades, fazendo com que atualmente me sinta mais preparada para trabalhar em
ambiente empresarial e desenvolver tarefas de forma autónoma e proativa. Para isto contribuiu
em muito o auxílio do pessoal do departamento comercial sempre muito profissionais e prontos a
ajudar.

O estágio mostrou-se motivador e enriquecedor, superando as minhas expectativas


iniciais, contudo, tenho consciência do percurso tanto a nível de trabalho como de formação que
tenho ainda de percorrer numa constante aquisição de novas aprendizagens e consequente
experiência de trabalho.

Com este relatório penso ter conseguido descrever e comentar a relevância das
atividades desenvolvidas e demonstrar os conhecimentos adquiridos ao longo do estágio
curricular. Sendo o estágio curricular uma experiência única no que concerne a entrada na

54
realidade do ambiente de trabalho, considero-o também muito gratificante e enriquecer a nível
do crescimento pessoal.
Durante o estágio tentei sempre ser empenhada e atenta às tarefas que me atribuíram e
às explicações que me davam. Dediquei-me profundamente à compreensão dos vários processos
de negociação, conceção e fabricos dos moldes, ao mesmo tempo que me mostrei sempre
disponível para auxiliar os meus colegas do departamento comercial, bem como os de outros
departamentos. Considero que tarefas como a elaboração e envio de documentação oficial para
os clientes da empresa demonstram a confiança depositada no meu trabalho pelos colegas que
desde logo me acolheram e se mostraram sempre disponíveis para me ensinar e ajudar.
Considero que o estágio é uma transição gradual da Universidade para o mercado de
trabalho dotando o estagiário das responsabilidades básicas do dia a dia do mundo profissional.
Aprendi sobre a importância da comunicação em ambiente de trabalho, o valor da entreajuda e o
que é ser-se profissional. E em muito devo aos colegas que sempre me aconselharam e guiaram
da melhor maneira.
Encaro este estágio como uma transição entre a Universidade e a entrada no mercado de
trabalho, penso ter sido mesmo um grande passo para o início da minha carreira profissional,
possibilitando o meu crescimento tanto a nível pessoal como profissional e preparando-me para
enfrentar as exigências do mercado de trabalho. As capacidades desenvolvidas no estágio fazem
de mim uma pessoa profissionalmente mais conscienciosa.

55
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Moldit – Moldes para plásticos [consultado a 21-06-2014 em URL: http://www.moldit.pt/ ]

Sociedade Portuguesa de Inovação (2008), Plano estratégico para o setor dos moldes em Portugal
– Relatório final, Engineering & Tooling, pp. 2-3 [consultado a 29-10-2014 em URL:
http://www.spi.pt/UserFiles/File/Documentos/53/Plano_estrategico_sector_moldes.pdf ]

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Anexos

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Anexo I – Software PHC

Anexo II – Registo de Orçamentos (folha Excel)

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Anexo III – Orçamento (versão em Português)

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Anexo IV – Orçamento (versão em Inglês)

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Anexo V – Orçamento (versão em Francês)

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Anexo VI – Orçamento de Alteração de Moldes

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Anexo VII – Orçamento para produção de peças plásticas

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Anexo VIII – Confirmação de encomenda de produção de plásticos

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Anexo IX – Dossier de Orçamentação

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Anexo X – Pedido de Orçamento de Textura

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Anexo XI – Estudo de caso em esquema

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Após gravação – Furação ou Erosão (de acordo com planeamento)

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2º Ensaio
- Validação de melhoramentos
- X ensaios até que o molde seja aprovado

Expedição do molde

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Anexo XII – Plano de estágio

Mestrado em Línguas e Relações Empresariais

Plano de Estágio

MOLDIT – Indústria de Moldes, S.A.


http://www.moldit.pt/ (site brevemente disponível)

Localizada em Loureiro, no distrito de Aveiro, Moldit S.A., dedica-se à produção de moldes


para plásticos e peças plásticas injetadas, sendo líder na fabricação de moldes de média e grande
dimensão para o mercado internacional. A empresa foi criada em 1990, começado a produzir
moldes no ano seguinte. Em 1993 foi adquirida pelo Grupo Durit e em 1998 alterou a sua
designação comercial de Moldite para Moldit S.A. Em 2004, a empresa expandiu-se além-
fronteiras e iniciou a construção da nova unidade no Brasil, na Bahia.

A Moldit trabalha com mercados como o Sul-africano, Alemão, Canadiano, Mexicano,


Turco, entre outros, e tem como industrias clientes a indústria automóvel, a de brinquedos, de
equipamentos de escritório e utilidades domésticas.

Aluna

Nome: Andreia Sofia Gonçalves Martins

Nº Mecanográfico: 45867

Contacto: 917420676

Email: [email protected]

Supervisor

Nome: Nuno Miguel de Abreu Pereira da Silva

Contacto: 256690050

Email: [email protected]

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Área do estágio: Departamento Comercial

Duração: 6meses

Data de início: 20 Janeiro

Data de fim: 19 Julho

Tarefas a desempenhar:

o Atender clientes para receber e tratar os pedidos de orçamentação e outras solicitações


comerciais;
o Proceder à elaboração de orçamentos, com base em informações fornecidas;
o Registar informações comerciais, no programa informático existente (PHC);
o Receber e analisar, em colaboração com a hierarquia, as reclamações dos clientes;
o Dar seguimento às reclamações em função das indicações fornecidas;
o Contactar os clientes telefonicamente ou por escrito;
o Marcar e coordenar reuniões internas e com clientes;
o Avaliar o grau de satisfação dos clientes;
o Organizar e tratar os elementos de informação necessários à gestão comercial;
o Arquivar toda a documentação relativa à área.

Bibliografia

Cefamol – Associação Nacional da Indústria dos Moldes


http://www.cefamol.pt/cefamol/pt/CEFAMOL_DirAssociados/Empresa_20060504115602/index.h
tml (12-12-13)

Seminário - “7º Programa-Quadro – Oportunidades para PME”


http://www.aeportugal.pt/areas/internacionalizacao/docs/atividades2009/MOLDIT%207%20Mai
o%202009.pdf (12-12-13)

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