Resumo AUTO DA COMPADECIDA

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA (UNEB)


UNIVERSIDADE ACADÊMICA DE ENSINO À DISTÂNCIA (UNEAD)
CURSO DE LICENCIATURA LETRAS PORTUGUÊS

AUTO DA COMPADECIDA
Comentários sobre o filme

Claudia de Souza Mota da Paz

ESPLANADA – BA
2015
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Claudia de Souza Mota da Paz

AUTO DA COMPADECIDA
Comentários sobre o filme

Trabalho apresentado à UNEB EAD para


aprovação da avaliação parcial da Disciplina
Introdução aos Estudos Literários, Curso
Licenciatura Letras Português.

Professora: Lilian Almeida


Tutor: Fabrício Pimenta Carvalho

ESPLANADA – BA
2015
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AUTO DA COMPADECIDA

O Auto da Comparecida é uma peça teatral escrita por Ariano Vilar Suassuna em
1955, mas a história tornou-se muito conhecida após ser lançada na televisão em
1999 em formato de minissérie transmitida pela Rede Globo de Televisão e em 2000
com a adaptação para o cinema.

A princípio, é interessante ressaltar que há uma confusão com o título da obra, em


que a designação “auto” é confundida por “alto”, mas “auto” refere-se a um gênero
da literatura que trabalha com elementos cômicos e tem intenção moralizadora. O
Auto da Compadecida é um drama nordestino que contém elementos da literatura
de cordel, com tom de comédia e trabalha com a linguagem oral e apresenta o
regionalismo com características evidentes do nordeste brasileiro.

É notória durante o enredo do filme, a intervenção do narrador (palhaço) em vários


momentos, isso porque como é baseado na peça teatral, a qual é escrita em
pantomima (teatro de rua), o apresentador entra na trama para conversar com o
publico.

O enredo se dá no interior dá no sertão nordestino (sertão da Paraíba), envolvendo


dois personagens principais: João Grilo, um sertanejo mentiroso e esperto, que se
aproveita da estupidez dos ricos e do clero para exercer sua esperteza e sempre
consegue levar a melhor e Chicó, o maior covarde da região e também mentiroso.
João Grilo depois que consegue convencer o padre a enterrar o cão do padeiro, e
vender um gato à mulher adúltera do patrão, tenta enganar o cangaceiro Severino,
mas é morto pelo homem que trabalha para o cangaceiro. Todos são mortos, menos
Chicó, que sai de cena para rezar pelo amigo. João Grilo vai parar no tribunal
celeste e não aceira as acusações do diabo (Encourado) diante de Manuel (Cristo) e
chama por Nossa Senhora (Compadecida). Com toda sua esperteza, consegue
superar o diabo. Vão para o purgatório: o bispo, o padre, o sacristão, o padeiro e sua
mulher; Severino e o “cabra” vão para o céu; e João Grilo, graças à intervenção de
Compadecida, volta à vida com a promessa de se portar direito. Reencontra-se com
Chicó, que prometeu todo o dinheiro para Nossa Senhora.
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O filme mostra a questão social do sertão do nordeste, uma região de pessoas


simples e sofridas, que precisam lutar para sobreviver em meio à seca e aos
problemas decorrentes da corrupção e degradação de valores morais e sociais.
Nesse âmbito, a ESPERTEZA da personagem JOÃO GRILO decorre de sua
imaginação fértil e elevada criatividade em articular situações, histórias e mentiras
no intuito de sobreviver nesse local pobre e de sofrimento. Sua aparência física
frágil, pequeno, franzino, desnutrido é considerada característica de um anti-herói,
mas toda sua capacidade de astúcias e elevada esperteza consegue vencer muitos
e ganhar prestígio, mesmo depois de sua morte, não desistiu de lutar. Assim,
acontece com o povo do sertão, um povo sofrido, religioso, acuado pela seca e fome
e a personagem João Grilo é a figura que representa esse povo.

É interessante ressaltar que a obra tem um cunho religioso, especificamente o


catolicismo, mas tratado de forma cômica, como algo simples, agradável, leve e não
como uma coisa formal, difícil e penosa, mostrando uma intimidade do povo com
Deus. Isso leva a crer pelo povo do sertão que Deus, intermediado por Nossa
Senhora Aparecida compreende as falhas do homem, que é misericordioso, tem
compaixão daquele povo mediante suas inúmeras dificuldades de sobrevivência. Há
evidências religiosas do antagonismo bem X mal, céu X inferno, em que o
julgamento moral condenam-se os vícios e as vaidades e glorifica-se a modéstia e a
humildade.

Nessa mesma linha, percebe-se que em Auto da Compadecida, há uma severa


crítica aos representantes da Igreja, pois seus maus costumes levam à corrupção da
instituição, com seu abuso de poder favorecem os ricos e têm hábitos que são
condenados pela Igreja.

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