O poema narra a chegada do dramaturgo Ariano Suassuna ao céu após sua morte. Jesus envia a Morte para buscá-lo, mas ela enfrenta dificuldades para encontrá-lo no Brasil. Quando Ariano finalmente chega ao céu, é recebido por outros artistas e Jesus, que o convida para escrever peças para o teatro celestial. Ariano aceita o convite e se torna o padroeiro da cultura no céu.
O poema narra a chegada do dramaturgo Ariano Suassuna ao céu após sua morte. Jesus envia a Morte para buscá-lo, mas ela enfrenta dificuldades para encontrá-lo no Brasil. Quando Ariano finalmente chega ao céu, é recebido por outros artistas e Jesus, que o convida para escrever peças para o teatro celestial. Ariano aceita o convite e se torna o padroeiro da cultura no céu.
O poema narra a chegada do dramaturgo Ariano Suassuna ao céu após sua morte. Jesus envia a Morte para buscá-lo, mas ela enfrenta dificuldades para encontrá-lo no Brasil. Quando Ariano finalmente chega ao céu, é recebido por outros artistas e Jesus, que o convida para escrever peças para o teatro celestial. Ariano aceita o convite e se torna o padroeiro da cultura no céu.
O poema narra a chegada do dramaturgo Ariano Suassuna ao céu após sua morte. Jesus envia a Morte para buscá-lo, mas ela enfrenta dificuldades para encontrá-lo no Brasil. Quando Ariano finalmente chega ao céu, é recebido por outros artistas e Jesus, que o convida para escrever peças para o teatro celestial. Ariano aceita o convite e se torna o padroeiro da cultura no céu.
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A CHEGADA DE ARIANO SUASSUNA NO CU
Autores: Klvisson Viana e Bule-Bule
(Todos os direitos reservados) Nos palcos do firmamento Jesus concebeu um plano De montar um espetculo Para Deus Pai Soberano E, ao lembrar de um dramaturgo, Mandou buscar Ariano. Jesus mandou-lhe um convite, Mas Ariano no leu. Estava noutro idioma, Ele num canto esqueceu, Nem sequer observou Quem foi que lhe escreveu. Depois de um tempo, mandou Uma segunda missiva. A secretria do artista Logo a dita carta arquiva, Dizendo: Viagem longa A meu mestre no cativa. Jesus sem ter a resposta Disse torcendo o bigode: Eu vejo que Suassuna teimoso igual a um bode. No pode, mas ele pensa Que soberano e pode! Jesus, j perdendo a calma, Apelou pra outro suporte. Para cumprir a misso, Autorizou Dona Morte: V buscar o escritor, Mas v se no erra o corte! A morte veio ao Pas Como turista estrangeiro, Achando que o Brasil Era s Rio de Janeiro. No rastro de Suassuna, Sobrou pra Ubaldo Ribeiro. Porm, antes de encontr-lo, Sofreu um constrangimento Passando em Copacabana, Um malfazejo elemento Assaltou ela levando Sua foice e documento. A morte ficou sem rumo E murmurou dessa vez: Pra no perder a viagem Vou vender meu picinez Para comprar outra foice Na loja de algum chins. Por um e noventa e nove A dita foice comprou. Passando a mo pelo ao, Viu que ela enferrujou E disse: Vai essa mesma, Pois comprar outra eu no vou! A morte saiu bolando, Sem direo e sem tino, Perguntando a um e a outro Pelo escritor nordestino, Obteve informao, Gratificando um menino. Ao encontrar Joo Ubaldo, Viu naufragar o seu plano, Se lembrando da imagem Disse: Aqui h um engano. Perguntou para Joo Onde que estava Ariano. Nessa hora Joo Ubaldo, Quase ficando maluco, Tomou um susto arretado, Quando ali tocou um cuco, Mas, gaguejando, falou: Ele mora em Pernambuco! A morte disse: Danou-se Dinheiro no tenho mais Para viajar to longe, Mas Ariano sagaz. Escapou mais uma vez, Vai voc mesmo, rapaz! Quando chegou l no Cu Com o escritor baiano, Cristo lhe deu uma bronca: J foi baldado o meu plano. Pedi um da Paraba E voc trouxe um baiano. Joo Ubaldo talentoso, Porm no escreve tudo. Viva o Povo Brasileiro sua obra de estudo, Mas quero pea de humor, Que o Cu t muito sisudo. Foi consultar os arquivos Pra ressuscitar Joo, Mas achou desnecessrio, Pois j era ocasio Pra ele vir prestar contas Ali na Santa Manso. Jesus olhou para a Morte E disse assim: Serafina, Vejo no s mais a mesma. Tu j foste mais malina, T com pena ou t com medo, Responda logo, menina?! Jesus, eu vou lhe falar Que preciso de dinheiro. Ariano mora bem No Nordeste brasileiro. Disse o Cristo: Tenho pressa, Passe l no financeiro! S fao que pra o Senhor. Pra outro, juro no ia. Ele que se conformasse Com o escritor da Bahia. Se dependesse de mim, Ariano no morria. A morte na internet Comprou passagem barata. Quase morria de susto Naquela viagem ingrata. De vez em quando dizia: Eita que viagem chata! Uma aeromoa lhe trouxe Duas barras de cereais. Diz ela: Estou de regime. Por favor, no traga mais, Porque se vier eu como, Meu apetite voraz! Quando chegou no Recife, Ficou ela de planto Na porta de Ariano Com sua foice na mo, Resmungando: Qualquer hora Ele cai no alapo! A morte colonizada, Pensando em lhe agradar, Uma faixa com uma frase Ela mandou preparar, Dizendo: Welcome Ariano, Mas ele no quis entrar. Vendo a tal faixa, Ariano Ficou muito revoltado. Comeou a passar mal, Pediu pra ser internado E a morte foi lhe seguindo Para ver o resultado. Eu no sei se Ariano Morreu de raiva ou de medo. Que era contra estrangeirismos, Isso nunca foi segredo. Certo que a morte o matou Sem lhe tocar com um dedo. Chegou no Cu Ariano, Tava a porta escancarada. So Pedro quando o avistou Resmungando na calada, Correu logo pra o porto, Louvando a sua chegada. Um anjinho de recado Foi chamar o Soberano, Dizendo: - O Senhor agora Vai concretizar seu plano. So Pedro mandou dizer Que aqui chegou Ariano. Jesus saiu apressado, Apertando o n da manta E disse assim: Vou lembrar Dessa data como santa Que a arte de Ariano Em toda parte ela encanta. So Pedro l no porto Recebeu bem Ariano, Que chegou meio areado, Meio confuso e sem plano. Ao perceber que morreu, Se valeu do Soberano. Com um chapelo de palha Chegou Ascenso Ferreira, O grande Cmara Cascudo, Z Pacheco e Z Limeira. Joo Firmino Cabral Veio engrossar a fileira. E o prprio Joo Ubaldo (Que foi pra l por engano) Veio de braos abertos Para abraar Ariano. E esse falou: - Ubaldo, Morrer no tava em meu plano! Logo chegou Jorge Amado E o ator Paulo Goulart. Veio tambm Chico Anysio Que comeou a contar Uma anedota engraada Descontraindo o lugar. Logo chegou Jesus Cristo, Com seu rosto bronzeado. Veio de braos abertos, Suassuna emocionado Disse assim: Esse o Mestre, O resto papo furado! Suassuna que, na vida, Sonhou em ser imortal, Entrou para Academia, Mas percebeu, afinal, Que imortal a vida No plano celestial. Jesus explicou seus planos De fazer uma companhia De teatro e ele era O escritor que queria Para escrever suas peas, Enchendo o Cu de alegria. Nisso Ariano responde: Senhor, eu me sinto honrado, Porm escrever uma obra servio demorado. s vezes gasto dez anos Para obter resultado. Nisso Jesus gargalhou E disse: Fique vontade. Tempo aqui no problema, Estamos na eternidade E voc pode criar Na maior tranquilidade. Um homem bem pequenino Com chapeuzinho banzeiro, Com um singelo instrumento, Tocou um coco ligeiro Falando da Paraba: Era Jackson do Pandeiro. Logo chegou Luiz Gonzaga, Lindu do Trio Nordestino, E apontou Dominguinhos Junto a Jos Clementino E o grande Humberto Teixeira, Raul e Z Marcolino. Depois chegou Marins Com Abdias de lado E Waldick Soriano, Com um vozeiro impostado, Cantou Torturas de Amor, Como sempre apaixonado. Veio ento Silvio Romero Com Catulo da Paixo, Suassuna enxugou As lgrimas de emoo E Catulo, com seu pinho, Cantou Luar do Serto. Leandro Gomes de Barros Junto a Leonardo Mota, Chegou Juvenal Galeno, Otaclio Patriota. At Rui Barbosa veio Com ttulo de poliglota. Chegou Regina Dourado, Tocada de emoo, Juntinho de Ariano, Veio e beijou sua mo E disse: Na sua pea Quero participao. Ariano dedicou-se quele projeto novo. Ao concluir sua pea, Jesus deu o seu aprovo E a pea foi encenada Finalmente para o povo. Na pea de Ariano S participa alma pura. Ariano virou santo, Corrigiu sua postura. L no Cu ganhou o ttulo Padroeiro da cultura. Os artistas que por ele J nutriam grande encanto Agora estando em apuros, Residindo em qualquer canto, Lembra de Santo Ariano E acende vela pro santo. Ariano foi Quixote Que lutou de alma pura. Contra a arte descartvel Vestiu a sua armadura Em qualquer dia do ano Eu digo: viva Ariano Padroeiro da Cultura! FIM Curtir