Feije Langguth 2013 Mamferosmedioegrandeporte Nordeste
Feije Langguth 2013 Mamferosmedioegrandeporte Nordeste
Feije Langguth 2013 Mamferosmedioegrandeporte Nordeste
DE BIOLOGIA
SUMÁRIO
COMISSÃO EDITORIAL
Maria Regina de V. Barbosa, Alfredo Langguth, Martin Lindsey Christoffersen,
Ricardo de Sousa Rosa, Roberto Sassi
Printed in Brazil
Impresso no Brasil
Gráfica JB Ltda
Av. Monsenhor Walfredo Leal, 681 - Tambiá
João Pessoa - Paraíba
12 de setembro de 2013
Anderson Feijó1
[email protected]
Alfredo Langguth1,2
[email protected]
1
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Zoologia) e Departamento de
Sistemática e Ecologia, CCEN, Universidade Federal da Paraíba, Campus I, João
Pessoa;
2
Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Monitoramento Ambiental, CCAE,
Universidade Federal da Paraíba, Campus IV, Rio Tinto; Paraíba, Brasil.
CONTEÚDO
Resumo/Abstract...............................................................................................3
Introdução...........................................................................................................5
História do Estudo da Fauna de Mamíferos do Nordeste do Brasil...................7
Organização do Trabalho...................................................................................9
A Classificação Evolutiva e o Uso das Categorias de Subespécies, Espécie
e Gênero Neste Trabalho .............................................................................10
Material e Métodos .........................................................................................12
Lista de Espécies .............................................................................................15
Tratamento das Espécies ................................................................................17
Considerações Gerais ....................................................................................133
Agradecimentos .............................................................................................136
Referências ....................................................................................................137
Lista de Localidades .......................................................................................155
Tabelas ..........................................................................................................163
Lâminas .........................................................................................................181
RESUMO
tratamento de cada espécie incluiu nome científico e comum, localidade tipo, descrição dos
caracteres externos e do crânio acompanhados de fotos do crânio de todas as espécies.
Seguem ainda comparações com espécies próximas da região. A distribuição geográfica
geral das espécies e em particular a distribuição documentada no Nordeste são discutidas.
Uma nova espécie do gênero Dasyprocta e outra de Coendou foram descritas e um
neótipo para a Sus hydrochaeris Linnaeus foi designado. A localidade tipo de Dasypus
septemcinctus, Lontra longicaudis e Conepatus amazonicus foi restrita. O Conepatus
e o Cabassous do Nordeste foram corretamente identificados. Mapas com os registros
documentados são fornecidos para cada espécie. Foram registradas 281 localidades de
ocorrência inseridas em 132 municípios. Todavia, excluindo-se os municípios com menos
de quatro espécies registradas, o mapa resultante mostra grandes vazios o que demonstra
que grande parte dos registros ocorreu de forma oportunista e que não correspondem a
levantamentos planejados. Cento e doze localidades de coleta estão inseridas na Mata
Atlântica e 164 na Caatinga talvez porque os quatro estados considerados neste trabalho
possuem áreas de Caatinga maiores que as de Mata Atlântica. Todavia as regiões mais
áridas e centrais do Nordeste foram até agora pouco amostradas, a exemplo da parte
central do Ceará, do sudoeste de Pernambuco e da caatinga de Alagoas. Foi documentada
uma extensão na distribuição de Cabassous tatouay e observada uma distribuição disjunta
de Bradypus variegatus. Característico dos mamíferos de médio e grande porte é possuir
populações de menor tamanho que as dos pequenos mamíferos, muitos ocupam o topo das
cadeias tróficas, possuem uma maior área de vida, tendem a serem os primeiros afetados
pelas atividades antrópicas e constituem muitas das espécies bandeiras em campanhas
conservacionistas. As conseqüências dessas características são a dificuldade de coleta
de espécimes e o pequeno tamanho das amostras em coleções científicas. Isto torna o
seu estudo taxonômico mais difícil.
Palavras-chave: Mamíferos de médio e grande porte, Nordeste do Brasil, distribuição,
taxonomia, Coendou sp. nov., Dasyprocta sp. nov.
ABSTRACT
excluding municipalities with fewer than four species, the resulting map shows large
gaps which means that most of the records were opportunistics and do not correspond to
planned surveys. One hundred and twelve collecting localities are inserted in the Atlantic
Forest and 164 in the Caatinga, perhaps because the four states considered in this work
possess Caatinga areas larger than those of Atlantic Forest. The more arid and central
areas of Brazilian Northeast were hitherto poorly sampled, such as the central parts of
Ceará, southwest Pernambuco and the Caatinga of Alagoas. An extention of distribution
of Cabassous tatouay was documented and a disjunct distribution of Bradypus variegates
was observed. Characteristic of medium and large size mammals is to have populations
smaller than that of small mammals, many are at the top of food chains and have a larger
home range. They tend to be the first mammals affected by human activities and many
are flags species of conservation campaigns. The consequence of these features is the
difficulty of collecting specimens and the small size of samples in scientific collections.
This makes their taxonomic study harder.
Key words: Medium and large size mammals, Brazilian Northeast, distribution, taxonomy,
Coendou n. sp., Dasyprocta n. sp.
INTRODUÇÃO
27 espécies das quais 11 são de medio e grande porte (VIEIRA, 1953). Uma
terceira expedição foi realizada em 1957 nos estados de Paraíba e Pernambuco.
Entre 1976 e 1978, o projeto “Ecologia, evolução e zoogeografia da
região semi-árida do nordeste do Brasil” da Academia Brasileira de Ciência,
financiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), foi executado por
um grupo de pesquisadores do Carnegie Museum dos Estados Unidos. Este
projeto trabalhou novamente na região da Chapada do Araripe, principalmente
em Exu, PE e Crato, CE e dele participaram Michael R. Willig, Michael A. Mares,
Karl E. Streilein e Thomas E. Lacher Jr. Ao todo foram registradas 80 espécies
de mamíferos, 15 delas de médio e grande porte (MARES et al. 1981; WILLIG
e MARES, 1989).
Em 1991, o projeto da Fundação Biodiversitas “Inventário Faunístico
da Mata Atlântica Fase 1 – Mamíferos” financiado pela John D. e Catherine T.
MacArthur Foundation, coordenado pelo Dr. Gustavo A. B. da Fonseca, trabalhou
em Alagoas na região de Prata e de São Miguel dos Campos. O material coletado
encontra-se no Museu Nacional.
Foi com a formação das coleções mastozoológicas da Universidade
Federal da Paraíba (em 1978) e da Universidade Federal de Pernambuco (em
1968) que se realizou um verdadeiro avanço no conhecimento da mastofauna
destes estados através de coletas sistemáticas. O CNPq através do Programa
Nacional de Zoologia fomentou estudos sobre a mastofauna da Mata Atlântica,
coordenado por Alfredo Langguth, em 1982 e 1983. Posteriormente, o projeto
“Mamíferos dos Remanescentes de Floresta Atlântica do nordeste do Brasil”,
financiado pelo CNPq, foi coordenado por Alexandre Reis Percequillo entre
2005 e 2007. A criação dos cursos de Pós-Graduação em Ciências Biológicas-
Zoologia na UFPB e na UFPE estimulou a realização de dissertações e teses
com os mamíferos do Nordeste. A implantação de unidades de conservação, por
exemplo: Reserva Biológica Guaribas - PB, Estação ecológica de Caetés - PE,
Reserva Biológica Saltinho - PE, Parque Nacional do Catimbau – PE, Estação
Ecológica de Murici – AL, Reserva Biológica Pedra Talhada – AL/PE, entre outras,
também estimulou o levantamento de mamíferos. O material desses estudos foi
conservado nas coleções da UFPB e UFPE que hoje contém a maior diversidade
de espécies entre as coleções brasileiras com mamíferos do Nordeste.
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
- Classificação evolutiva
Uma classificação evolutiva utiliza várias fontes de informações
relacionadas: o ponto de ramificação na árvore filogenética, o grau de
diferença morfológica entre dois taxa, a distribuição geográfica, a ecologia e a
paleontologia. Essa classificação não ranqueia e baseia os taxa exclusivamente
em poucos caracteres diagnósticos (sinapomorfias) provenientes de uma análise
destinada a delimitar taxa holofiléticos.
Para a taxonomia evolutiva um grupo é monofilético quando as espécies
nele incluídas e seus ancestrais são derivados da espécie ancestral mais recente
que também está incluída neste táxon. Essa definição não requer que um ex-
grupo (um táxon que forma parte de um grupo monofilético sensu Hennig e que
transforma este grupo em parafilético ao ser retirado dele) seja incluído em um
táxon monofilético. Aceitam-se, portanto os grupos parafiléticos. Os reptília, por
exemplo, que deram origem ao ex-grupo das aves são um taxón monofilético
Vol. 22(1/2), 2013 11
- Subespécie
A categoria de subespécie tem sido negligenciada nos últimos tempos.
Seu uso reflete mais a história dos taxa do que verdadeiros estudos de variação
geográfica e está baseado simplesmente em pequenas diferenças morfológicas
entre espécimes. Conhecer a variação geográfica das populações é necessário
para definir subespécies de acordo com critérios modernos (MAYR, 1942;
MAYR, 1977).
Revisões recentes a exemplo de VAN ROSMALEN et al. (2002) e
GREGORIN (2006) têm sinonimizado as subespécies, as tem elevado a categoria
de espécie ou simplesmente as tem ignorado sem uma análise mais precisa
da variação geográfica. De acordo com WILSON e BROWN (1953), o conceito
de subespécie é o mais crítico e desordenado da teoria sistemática moderna.
O’BRIEN e MAYR (1991), a fim de estabelecer um critério para
12 Rev. Nordestina Biol.
- Espécie
O conceito biológico de espécie seguido neste trabalho a define como
um grupo de populações naturais potencialmente intercruzantes entre si que
estão reprodutivamente isoladas de outros grupos. O intercruzamento não se
observa nos espécimes de museu estudados, mas pode ser inferido através
dos dados morfológicos (MAYR, 1977).
- Gênero
Na discussão seguinte sobre o conceito de gênero, seguimos as idéias
resumidas por MAYR e ASHLOCK (1991). Eles definem o gênero como uma
categoria taxonômica obrigatória diretamente acima da espécie na hierarquia
lineana. Um gênero é um grupo monofilético ou parafilético composto por
uma ou mais espécies que está separado de outros táxons genéricos por um
determinado hiato. Ver também comentários sobre subgêneros em Coendou
(C.) prehenselis e Cebus (S.) libidinosos.
MATERIAL E MÉTODOS
LISTA DE ESPÉCIES
SUPERORDEM XENARTHRA
ORDEM CINGULATA
Família DASYPODIDAE
Subfamília DASYPODINAE
Descrição: Espécie de médio porte (C: 385; 5) com a cabeça estreita, alongada
e cônica. As bandas móveis na parte média do corpo variam de oito a dez. As
orelhas são bem desenvolvidas (O: 41; 5) e próximas entre si. As placas que
compõem o escudo escapular e pélvico possuem formas poligonais e são
menores que as das bandas móveis que são retangulares. Na metade proximal
18 Rev. Nordestina Biol.
Subfamília EUPHRACTINAE
Subfamília TOLYPEUTINAE
Localidade Tipo: “In Índia Orientali”, restrito a Suriname, onde não ocorre, por
THOMAS (1911), e posteriormente redefinida como Pernambuco por SANBORN
(1930) baseado na referência de LINNAEUS (1758:51) ao “tatu apara” de
MARCGRAVE (1648:232).
Descrição: Tatu de pequeno porte (CC: 240; 5). Tolypeutes é o único gênero
de tatu com a habilidade de flexionar-se ventralmente formando uma bola
(KRIEG, 1948:100). T. tricinctus tem uma dura e convexa carapaça, formado
pelo escudo escapular e o pélvico. Esses são compostos por placas rígidas hexa
ou pentagonais e estão separados por três, raramente uma ou duas, bandas
móveis formadas por placas retangulares. O escudo cefálico é achatado, de
forma triangular e com a base arredondada. Ele é formado por cerca de 30
placas organizadas, caracteristicamente, em uma grande placa central posterior,
seguida por dois pares de placas de aproximadamente o mesmo tamanho e por
fim uma placa central anterior. As outras placas variam sua disposição e são
menores. A orelha (O: 25; 4) é cônica e quando o animal assume a forma de bola,
se dobra na metade. A cauda é curta e completamente coberta por pequenas
placas arredondadas que não formam anéis. O ventre possui longos pelos
amarelados e castanhos. As maõs têm cinco dedos, com o terceiro apresentando
a garra mais desenvolvida. Os pés (PC: 48; 4) têm garras semelhantes a cascos,
sendo o segundo, terceiro e quarto dedo de tamanhos similares.
O crânio (CCBas: 68,3; 4) possui um rostro largo e triangular. Os
arcos zigomáticos (LZig: 32,3; 5) são paralelos e próximos ao crânio. Uma
característica proeminência óssea, rugosa, observa-se acima da órbita. O
palato (CPal: 42,3; 5) é longo e se estende além do último molar. A bula auditiva
é incompleta, possuindo somente um anel timpânico. Em vista lateral, o perfil
dorsal do rostro apresenta um ângulo pequeno em relação a horizontal de
Frankfurt. A extremidade do nasal se estende pouco além do pré-maxilar. A crista
supraoccipital é saliente e a sagital está ausente. A mandibula (CMand: 55,8;
4) possui a borda inferior do corpo curva. A série dentária inferior não atinge a
borda anterior do ramo. O proceso coronóide é estreito, de extremidade aguda
e direcionada para trás. O processo condiloide é mais baixo que o anterior, do
qual está separado por uma larga reentrância. O proceso angular é largo, com o
extremo truncado. A borda inferior do ramo é mais alta que a do corpo mandibular,
formando uma reentrância submandiblar pouco acentuada. Os dentes, 8/7-8,
são cilíndricos e homodontes.
Vol. 22(1/2), 2013 25
Localidade Tipo: Paraguai, restrito a 27º de latitude sul por CABRERA (1958).
Descrição: Espécie de tatu de médio porte (CC: 285; 1). A coloração geral da
carapaça é amarela amarronzada. O focinho é arredondado e robusto. O escudo
cefálico apresenta largas e simétricas placas dérmicas que variam de 44 a 52.
No dorso do pescoço, há três bandas de placas dérmicas pequenas. As bandas
móveis variam de 10 a 13, na linha média, tendo placas retangulares com a
borda anterior trilobulada. As orelhas (O: 43; 1) são grandes e arredondadas,
com forma cônica e estão posicionadas na lateral da cabeça. A cauda (C: 165;
1) é cônica e sem uma cobertura de placas ósseas, com apenas diminutas
escamas concentradas na região ventro-distal da cauda. Essa característica
é responsável pelo nome popular “tatu-de-rabo-mole” ou “tatu-rabo-de-couro”.
A mão tem cinco dedos, apresentando o terceiro e quarto garras notadamente
Vol. 22(1/2), 2013 27
Comparações: Cabassous possui uma cauda nua, ou seja, sem uma cobertura
de placas ósseas o que o diferencia dos outros gêneros recentes da ordem
Cingulata. Dos outros tatus da região, diferencia-se por ter o crânio com a região
pós-orbital mais larga e a mandíbula com o processo condilóide mais alto que
o coronóide. Entre as cinco espécies reconhecidas, C. tatouay diferencia-se de
C. unicinctus (Linnaeus, 1758) que ocorre nas Guianas e no Pará pela ausência
de uma faixa clara na borda da carapaça e pelo tamanho maior. Segundo
WETZEL (1980), o comprimento da cabeça e corpo em C. tatouay é 410-490
mm e em C. unicinctus não excede 350 mm. C. tatouay distingui-se também
de C. squamicaudis de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul por possuir menos
de 50 placas dérmicas no escudo cefálico e pelo tamanho maior (WETZEL,
1980). C. tatouay distingue-se ainda de C. chacoensis pelas orelhas maiores.
Ocorrência no Nordeste: CRUZ et al. (2002) citam esta espécie para oito
localidades na APA da Chapada do Araripe em Pernambuco. Estes registros
se basearam em entrevistas e possuem um menor grau de confiança, já que
muitas vezes os moradores locais podem confundir os nomes vernaculares
das espécies.
Baseando-se nos cinco espécimes examinados, esta espécie parece
estar associada a regiões de mata. Mesmo no interior do Ceará (UFPE 1288,
UFPE 462) ou de Pernambuco (UFPE 839) C. tatouay ocorre em florestas de
28 Rev. Nordestina Biol.
ORDEM PILOSA
Subordem VERMILINGUA
“Tamanduás”
Família CYCLOPEDIDAE
Entrevista: Esta espécie foi citada apenas uma vez para o município de Igarassu,
Pernambuco.
Descrição: Espécie de grande porte (CC: 1260; 1). A coloração geral do corpo
é cinza ou marrom-escuro. Os pelos são longos, grossos e ásperos. A região
mediana do dorso apresenta uma crina de pelos que aumenta gradualmente
em direção à cauda. O focinho é extremamente alongado. A cabeça é de cor
grisalha, o nariz é preto e as orelhas são pequenas e arredondadas. O ventre
e as patas traseiras são marrom escuro, enquanto que os membros dianteiros
são esbranquiçados ou amarelados, com uma mancha negra ao redor do punho.
Uma faixa de pelos de coloração preta delimitada por uma estreita borda de
pelos brancos ou amarelados se estende através da região peitoral e pescoço
em direção aos ombros estreitando-se gradualmente. A cauda é longa e coberta
por uma densa pelagem comprida.
Como não encontramos nenhum crânio proveniente do Nordeste, a
descrição foi baseada em HUSSON (1978) e em um crânio da região sudeste
do Brasil (MZUSP 7789). O crânio é longo e estreito (CCBas: 340; 3). O rostro
é bem longo (CRos: 224,9; 3), sendo o nasal (CNas: 171,1; 3) tão longo quanto
o frontal. O arco zigomático é ausente. O palato (CPal: 305,6; 3) é longo, se
estendendo até a proximidade da bula que é achatada. A extremidade anterior
do nasal está alinhada com a do pré-maxilar. Em vista lateral, o crânio apresenta
um perfil dorsal ligeiramente convexo, enquanto que o ventral é côncavo. O corpo
da mandíbula (CMand: 295,6; 3) é longo e estreito, com o processo coronóide
reduzido a uma baixa saliência pontiaguda e com processo angular pequeno
e arredondado. O processo condilóide é pontiagudo e orientado para trás. Os
dentes estão ausentes.
Subordem FOLIVORA
“Preguiças”
Família BRADYPODIDAE
que se estende por toda a Mata Atlântica até Missiones na Argentina, como uma
subespécie diferente (B. variegatus variegatus Schinz, 1825) daquelas que se
estendem pelo sudoeste da Bacia Amazônica, Bolivia, Paraguai e noroeste da
Argentina (B. v. boliviensis (Gray, 1871), localidade tipo Buena Vista, Santa Cruz,
Bolívia), bem como das preguiças do baixo Amazonas (B. v. trivittatus Cornalia,
1849 localidade tipo Pará, Brasil).
Sobre o uso do epíteto variegatus no lugar de infuscatus ver WETZEL
e KOCK (1973).
Entrevistas: Na Paraíba foi citado para João Pessoa (Mata Buraquinho e Mata
do Campus I da UFPB). Em Pernambuco foi citado para Igarassu (Refúgio
Ecológico Charles Darwin e a Usina São José) e Recife (Mata de Dois Irmãos).
ORDEM PRIMATES
Subordem HAPLORRHINI
Infraordem SIMIIFORMES
Parvordem PLATYRRHINI
Família CEBIDAE
Descrição: Espécie de médio porte (CC: 384; 6). A pelagem no topo da cabeça
é mais longa, formando um capuz que pode estar dividido em dois tufos. A
cor do capuz é marrom enegrecido. A região nucal é vermelha ferruginosa. A
faixa pré-auricular é marrom escura e separada do capuz. Os pelos do queixo
formam uma barba curta. A coloração da garganta e da região ventral do tronco
é amarela alaranjada, sendo o tórax mais escuro que o abdômen. A região dorsal
do corpo é marrom acinzentada com alguns pelos avermelhados. Ela apresenta
uma faixa dorsal longitudinal mais escura difusa e interrompida no terço anterior
das costas. A lateral do corpo é amarelo alaranjado. Os braços são amarelados
e antebraço amarronzados com o limite entre ambas as partes difuso. As coxas
são amareladas com alguns pelos avermelhados principalmente do lado medial.
A lateral dos braços e o dorso dos pés são marrom ou marrom escuro, às vezes
grisalho. O dorso da cauda possui cor marrom escuro, sendo a metade distal
enegrecida. Ventralmente a metade proximal é amarelada e a distal é marrom.
O crânio (CCBas: 72,1; 3) possui um rostro muito curto e a caixa
encefálica muito desenvolvida. Os nasais são curtos e estreitos. A parte anterior
do osso frontal forma um ângulo quase reto com a horizontal de Frankfurt,
enquanto a parte posterior é quase paralela com esta linha, participando do
perfil arredondado do crânio. As cristas temporais são pouco definidas, formando
eventualmente uma pequena crista sagital. As órbitas são separadas por um
septo interorbital. As bulas auditivas são pequenas e convergem anteriormente.
O palato (CPal: 31,3; 3) se estende até o nível do último molar. O plano occiptal
forma com a horizontal de Frankfurt um ângulo menor que 90 graus. O arco
zigomático (LZig: 68,9; 3) é curto, fortemente arqueado e estreito verticalmente. A
Vol. 22(1/2), 2013 41
Comentários: A taxonomia dos macacos pregos vem ao longo dos anos sendo
discutida (ELLIOT, 1913; TATE, 1939; HERSHKOVITZ 1949; HERSHKOVITZ
1955; HILL, 1960; TORRES DE ASSUMPÇÃO, 1988; RYLANDS et al. 2000;
GROVES 2001). A ampla variação nos padrões de pelagem entre os indivíduos
de uma mesma população devido a idade, o sexo e a variação individual tem
42 Rev. Nordestina Biol.
Vieirópolis (UFPB 6029, 6030); Paraíba sem localidade definida (UFPB 6441,
UFPB 6452). PERNAMBUCO: Serrita Loc. 1 (MN 23309, MN 23311, MN 23313,
MN 23317, MN 23318), Loc. 2 (MN 23310, MN 23312, MN 23314, MN 23315, MN
23316, MN 23319, MN 23320), Loc. 3 (MN 23321); Pernambuco sem localidade
mais precisa (MN 31579, MN 31580, MN 31581, MN 31582, MN 31583, MN
31584, MN 31585, MN 31586, MN 31648, MN 31691). CEARÁ: São Benedito
Loc. 2 (MN 23327).
Descrição: Espécie de médio porte (CC: 377; 2). A pelagem da testa e topo
da cabeça, “capuz”, possui os pelos curtos orientados para trás. A cabeça
apresenta um perfil frontal arredondado, sem tufos ou cristas. A barba é amarela
44 Rev. Nordestina Biol.
Família ATELIDAE
Descrição: Espécie de macaco de grande porte (CC: 458; 4). Ela possui a
coloração do corpo preta, sendo pés, mãos e a parte distal da cauda de cor
avermelhada. A área avermelhada pode variar em extensão e alguns exemplares
podem apresentar tufos dessa cor em outras regiões do corpo. Uma barba preta
está presente nos machos.
A.belzebul possui um crânio largo, robusto e achatado dorsoventralmente
(CCBas: 98,5; 4). As órbitas são largas e direcionadas anteriormente. O arco
zigomático é largo (LZig: 70,1; 4) e robusto e a caixa encefálica é larga e achatada
(LCx: 48,8; 4). Comparando-se aos outros primatas, o rostro é longo e largo. As
cristas temporais são bem marcadas e prolongam-se de forma quase paralela
até o occipital. A barra pós-órbital é robusta e completa. O palato (CPal: 39,0;
4) é largo e sua borda posterior está alinhada com o último molar superior ou
estende-se pouco além desse. Os processos pterigóides são bem desenvolvidos
e divergentes. A bula auditiva é achatada. Em vista lateral, o crânio possui
um perfil dorsal achatado com o rostro formando um pequeno ângulo com a
horizontal de Frankfurt. Os pré-maxilares estendem-se muito além dos nasais.
A mandíbula (CMand: 75,0; 3) apresenta um ramo vertical bem alto. O processo
coronóide é pouco mais baixo que o condilóide, e a região angular é arredonda,
sem formar um processo. Essas características refletem a adaptação do crânio
para alojar estruturas relacionadas com a vocalização a longo alcance, a exemplo
do osso hióide que possui uma cavidade de aspecto subglobular. Os molares
são largos, com coroa baixa e adaptados para mastigação de vegetais. Fórmula
dentária i 2/2 c 1/1 p 3/3 m 2/2.
ORDEM LAGOMORPHA
Família LEPORIDAE
bandas: a base é cinza, seguida por uma estreita faixa castanha escura, depois
uma área amarela e o ápice castanho escuro. Alguns espécimes possuem o
dorso mais escuro devido a um maior comprimento do ápice castanho. Na região
do pescoço, atrás das orelhas, a coloração tende a ser avermelhada. Nas laterais
do corpo, a coloração é mais clara que o dorso. As orelhas (O: 58; 2) são longas
e de cor castanha na parte externa do pavilhão até a ponta e esbranquiçadas
internamente. O ventre é branco, com a base dos pelos cinza. A cabeça possui
uma coloração semelhante a do dorso e ao redor do olho apresenta uma área
de coloração branca que se estende em direção ao focinho. Uma mancha clara
transversal na garganta forma um colar incompleto. A cauda (C: 28; 3) é curta
e de cor avermelhada.
O crânio (CCBas: 64,2; 5) possui um rostro longo e robusto. Os
nasais (CNas: 30,2; 5) são compridos, retangulares e largos, sendo a sutura
fronto-nasal reta. A região interorbital (LIntorb: 15,9; 5) é larga e plana. A crista
supraorbital forma dois processos, um rostral e um caudal, que podem estar
total ou parcialmente ligados ao crânio. Os arcos zigomáticos (LZig: 34,1; 4)
são robustos e quase paralelos entre si, sendo o processo do osso esquamosal
pequeno. O osso interparietal é distinto e em alguns espécimes mais velhos
suas suturas podem estar obliteradas. A sutura do osso parietal com o frontal
é altamente interdigitada. O escudo supra-occipital é quadrado. O forâmen
incisivo é comprido, se estendendo até o início da série de molariformes. O
palato (CPal: 8,1; 4) é muito curto, começa no inicio da série de molariformes e
termina ao nível da borda posterior do primeiro molar. Os incisivos são sulcados
anteriormente. Como nos roedores, um longo diastema (CPala: 21,0; 4) separa
os incisivos dos molariformes. Em vista lateral é possível observar numerosas
fenestras na face lateral do rostro e em menor quantidade no esquamosal, por
trás da base do arco zigomático. O meato acústico é elevado e direcionado
para trás. A mandíbula (CMand: 45,8; 5) apresenta a borda inferior do corpo
ligeiramente curvada. O processo coronóide é diminuto, limitado a uma pequena
protuberância triangular na borda anterior do ramo ascendente. O processo
condilóide é largo, retangular e está localizado bem acima do nível do coronóide.
O processo angular é largo e arredondado, com uma distinta borda semi-lunar,
limitando a fossa massetérica, que é rasa. A borda inferior do ramo ascendente
se projeta ventralmente além da linha do corpo da mandíbula. Um forâmen
mental está situado anterior a série de molariformes inferior, e fenestras estão
presentes ao longo do corpo da mandíbula. Os dentes molariformes inferiores
diminuem gradualmente de tamanho da frente para trás. Fórmula dentária i 2/1
c 0/0 p 3/2 m 3/3.
ORDEM CARNIVORA
Subordem FELIFORMIA
Família FELIDAE
Descrição: Espécie de gato pintado de médio porte (CC: 700; 1). A coloração
geral de fundo da pelagem é amarelo amarronzado, sendo mais escura sobre a
cabeça e o meio do dorso e mais claro nas partes laterais, até ser tornar branca
ou esbranquiçada no ventre. O branco está presente também nos lábios, queixo,
garganta e ao redor dos olhos. Duas linhas pretas, delgadas, contínuas ou
não, se estendem desde os olhos pelo dorso da cabeça até o pescoço, e entre
estas linhas se observam numerosas pintas pretas. Na lateral da cabeça, uma
linha preta e larga se estende desde o canto do olho até a lateral do pescoço
e outra, tortuosa, passa por baixo desta, pela lateral da bochecha e vai até a
garganta. A orelha (O: 57; 1) tem pelo amarelado na face interna do pavilhão e
na região externa é negra com uma grande mancha branca central. Os pelos
do dorso do pescoço são curtos e direcionados para frente. Na região médio-
dorsal do pescoço e corpo estão presentes de três a cinco series de manchas
alongadas, as mais mediais geralmente unem-se em uma linha grossa. No
ombro, membros e lateral do corpo seguem quatro a cinco fileiras de manchas
oceladas extremamente irregulares, cada uma delas formada por vários traços
pretos que rodeiam um centro de cor mais escura que a cor de fundo. Estas
manchas podem ser separadas entre si ou juntarem-se para formar bandas
oblíquas ao longo do corpo. Geralmente, dentro das manchas oceladas há um
ou vários pontos negros. Estas manchas passam a ser completas, mas sempre
irregulares no abdômen e nos membros, assim como debaixo do pescoço, onde
frequentemente reúnem-se para formar duas ou três faixas transversais. No
dorso das mãos e pés há pequenas pintas pretas. Na cauda (C: 340; 1) sobre
um fundo claro podem apresentar grandes manchas que tendem a se ordenar
em faixas transversais, em geral de seis a oito, as últimas muito largas e às
vezes unidas umas as outras. Nos espaços entre as faixas frequentemente há
pontos negros isolados.
O crânio (CCBas: 108,1; 2) possui o rostro curto e largo. Os nasais
são curtos, largos anteriormente e de forma triangular. A extremidade anterior
do pré-maxilar estende-se além da extremidade do nasal. Em vista dorsal,
os nasais não cobrem completamente os forâmens incisivos. As órbitas são
grandes, direcionadas para frente e posicionadas na metade anterior do crânio.
O processo pós-orbital do osso frontal é afilado e comprido. Em vista lateral, o
56 Rev. Nordestina Biol.
PARAÍBA: São José da Lagoa Tapada Loc. 1 (UFPB 3240). CEARÁ: Mulungu
Loc. 4 (UFPE 2001); Granja Loc. 2 (UFPE 2000); No ceará sem localidade mais
precisa (UFPE 2383).
Descrição: Gato pintado de pequeno porte (CC: 454; 6). A coloração do fundo é
variável entre um amarelo claro a um amarelo escuro, mas sempre mais escuro no
dorso e mais claro nas laterais. O ventre é branco, assim como os lábios, queixo,
garganta e ao redor dos olhos. Duas linhas pretas delgadas estão presentes,
contínuas ou não, se estendendo desde os olhos até o pescoço. Entre estas,
numerosas manchas pretas dispersas no topo da cabeça se unem para formar
de duas a três linhas irregulares sobre o pescoço. Na lateral da cabeça, uma
linha preta se estende do canto do olho até ao nível da orelha e outra, abaixo
desta, segue do focinho até o mesmo ponto que a anterior. Os pelos no dorso do
pescoço são curtos e direcionados para trás. Na região médio dorsal do corpo,
linhas pretas descontínuas percorrem toda a extensão do corpo até a base da
cauda. Adjacente a estas linhas, fileiras de rosetas correm diagonalmente em
sentido dorso-ventral. Cada roseta possui forma circular, a parte central é de cor
58 Rev. Nordestina Biol.
amarela mais escura que a coloração de fundo, a borda é demarcada por uma
linha semicircular preta na região posterior ou por pintas pretas ao redor de toda
a mancha. As manchas passam a ser completas ou sólidas no abdômen e nos
membros. Duas ou três listras pretas transversais estão presentes embaixo do
pescoço. A orelha (O: 45; 6) tem pelo amarelado na face interior do pavilhão e na
região externa é negra com uma grande mancha branca central. Nas mãos e pés
as pintas são pequenas. A cauda (C: 282; 6) pode apresentar grandes manchas
que tendem a unir-se em faixas transversais. Nas peles examinadas da nossa
região, observamos uma grande variação no padrão das manchas, das linhas
dorsais e da coloração de fundo.
O crânio (CCBas: 80,1; 3) possui o rostro curto e largo. Os nasais são
curtos, largos anteriormente e de forma triangular. A extremidade anterior do pré-
maxilar está alinhada com a extremidade anterior do nasal. As órbitas são grandes,
direcionadas para frente e posicionadas na metade anterior do crânio. O processo
pós-orbital do osso frontal possui o vértice arredondado. Em vista lateral, o crânio
apresenta um perfil dorsal convexo. A região interorbital (LIntorb: 15,3; 3) é estreita,
com largura muito menor que a da região pós-orbital. A caixa encefálica é grande
e arredondada. A crista sagital está ausente. Os arcos zigomáticos (LZig: 56,6; 3)
são convergentes entre si. O palato (CPal: 30,1; 3) é largo, podendo apresentar
na margem posterior um saliência medial. A bula auditiva é bem desenvolvida e
arredondada. A fossa massetérica ocupa a maior parte do ramo mandibular. O
processo coronóide é bem desenvolvido e com o extremo arredondado. O processo
condilóide é baixo e está alinhado com a série dentária. O processo angular é
pequeno e se estende além do nível do processo condilóide. A borda inferior do
corpo da mandíbula é convexa. Fórmula dentária i 3/3 c 1/1 p 3/2 m 1/1.
Penha; 14- Exu; 15- Inajá; 16- Moreno; 17- Recife; 18- São Caetano; 19- Serra Talhada;
20- Aquiraz; 21- Caridade; 22- Crateús; 23- Crato; 24- Iguatu; 25- Itapipoca; 26- Mulungu;
27- São Benedito; 28- Viçosa; 29- Quebrangulo; 30- Roteiro; 31- Viçosa; 32- Pombal; 33-
Santa Quitéria; 34- Canoa Quebrada; 35- Várzea Alegre. Ver Fig. 1 para mais explicações.
Localidade Tipo: Brasil, Morro da Arara, sobre o Rio Mucuri, Bahia, onde Wied
obteve o lectótipo (AVILA-PIRES, 1965).
Descrição: Gato pintado de pequeno porte (CC: 405; 1). A coloração geral de
fundo da pelagem é variável, mas sempre é mais escura sobre a cabeça e o meio
do dorso e mais claro nas partes laterais, até se tornar branca ou esbranquiçada
no ventre. A pelagem nos lábios, queixo, garganta e ao redor dos olhos é também
branca. Na lateral da cabeça, uma linha preta e larga se estende desde o canto
do olho até a lateral do pescoço e outra, por baixo desta, tortuosa, e passa pela
lateral da bochecha e vai até a garganta. A orelha (O: 20; 1) tem pelo amarelado
na face interna do pavilhão e na região externa é negra com uma grande mancha
branca central. Os pelos da parte dorsal do pescoço são curtos e direcionados
para frente. Duas linhas pretas, delgadas, contínuas ou não, se estendem desde
os olhos pelo dorso da cabeça até o pescoço, e entre estas linhas se observam
numerosas pintas pretas. Na região médio-dorsal do pescoço e corpo estão
presentes até cinco séries de manchas alongadas, as mais mediais geralmente
unem-se em uma linha grossa. No ombro, membros e lateral do corpo seguem
quatro a cinco fileiras de manchas oceladas extremamente irregulares, cada
uma delas formada por vários traços pretos que rodeiam um centro de cor
mais escura que a cor de fundo. Estas manchas são geralmente separadas
entre si, mas podem se juntar e formar bandas oblíquas. No centro do ocelo há
um ou vários pontos negros. As manchas passam a ser completas ou sólidas,
mas sempre irregulares no abdômen e nos membros, assim como debaixo
do pescoço, onde frequentemente reúnem-se para formar duas ou três faixas
transversais. No dorso das mãos e pés há pequenas pintas pretas. A cauda é
relativametne longa (CC/C = aprox. 1,3). Ela tem pelagem espessa e longa e
e sobre um fundo muito pálido há, às vezes, grandes manchas que tendem a
unir-se em faixas transversais, em geral de seis a oito, as últimas muito largas
e às vezes unidas umas as outras. Nos espaços entre as faixas frequentemente
há pontos negros isolados.
O crânio (CCBas: 88,3; 4) possui o rostro curto e largo. Os nasais são
curtos, largos anteriormente e de forma triangular. A extremidade anterior do
pré-maxilar está pouco a frente da extremidade anterior do nasal. As órbitas
são grandes, arredondadas, voltadas para frente, e posicionadas inteiramente
na metade anterior do crânio. O processo pós-orbital do osso frontal é curto e
Vol. 22(1/2), 2013 61
Entrevistas: Esta espécie foi citada apenas uma vez para o município de São
Caetano (Reserva Paticular do Patrimônio Natural Pedra do Cachorro) em
Pernambuco.
Aratuba (UFPB 6594); Caridade Loc. 1 (UFPB 6587); Loc. 2 (UFPE 1943);
Caucaia Loc. 3 (UFPE 1995); Crato Loc. 7 (UFPE 452); Marco Loc. 1 (UFPB
6450); Mulungu Loc. 7 (UFPE 1992), Loc. 6 (UFPE 1994).
Subordem CANIFORMIA
Família CANIDAE
Entrevistas: Cerdocyon thous foi uma das espécies mais citadas ao lado do
Callithrix jacchus. Em Pernambuco tem registro para Arco Verde, Gravatá,
Parnamirim, Buíque e Brejo da Madre de Deus. Na Paraíba foi citado para
Mamanguape, São João do Cariri, João Pessoa, Mataraca, Areia, Teixeira,
Itapororoca, Pilões, São José dos Cordeiros e Cabaceiras. E no Ceará para
os municípios de Fortaleza, Aiuaba, Várzea Alegre, Santa Quitéria e Várzea
da Conceição.
Vol. 22(1/2), 2013 71
Família MUSTELIDAE
Localidade Tipo: “Chile, sobre tudo ao norte”, restrita por CABRERA (1958)
aos arredores de Santiago, Chile.
Ocorrência no Nordeste: Esta espécie foi citada pela primeira vez por
MARCGRAVE (1648). Existem registros na Paraíba e Pernambuco, mas não
não há evidência da sua ocorrência no estado do Ceará (ROCHA, 1948; PAIVA,
1973).
este grupo. Sua opinião foi seguida pelos autores posteriores, certamente por
ser a mais cômoda ao sinonimizar todas as formas sob a espécie L. longicaudis.
Consideramos o argumento da falta de informação pouco sustentável como
justificativa para sinonimizar estas formas de lontra, pois acaba obscurecendo
a diversidade descrita.
Uma nova contribuição foi feita por TRINCA et al. (2012) num estudo
de filogeografia das lontras. Eles apresentam uma árvore filogenética onde se
podem identificar quatro grupos: um na Colômbia, outro na Bolívia, um terceiro
grupo com amostras provenientes da região ao norte do rio Amazonas, incluindo
as Guianas e um quarto no leste da América do Sul, correspondente a amostras
obtidas na bacia dos rios Paraná-Paraguai-Uruguai que chegam até o Rio de
Janeiro e uma única amostra isolada do nordeste do Brasil, em Recife,PE.
Em relação a árvore filogenética da Figura 3 (TRINCA et al. 2012:7)
observa-se que, no clado 1, a posição dos haplótipos LI-ANC31 e LI-ANC32 de
Caiena, Guiana Francesa, é questionável, pois os separa de outras amostras
da mesma origem no clado 2. Para explicar essa incongruência biogeográfica,
os autores formulam hipóteses que certamente não são as mais parcimoniosas.
Desconsiderando esses haplótipos, resta no clado 1, a amostra de Recife
(PE) numa posição basal, como grupo-irmão dos haplótipos do centro-oeste
e sudeste do Brasil.
Caso se comprove que as lontras do Nordeste representem uma
espécie distinta o nome disponível seria Lontra longicaudis (Olfers, 1818) da
Paraíba, Brasil. Para o grupo do sudeste e centro-oeste o nome mais antigo
seria Lontra platensis (Waterhouse, 1838), localidade tipo Maldonado, Uruguai.
O nome Lontra enudris (Cuvier, 1823) de Caiena, Guiana Francesa estaria
disponível para o grupo do Norte.
Considerando que as lontras são animais semi-aquáticos e dispersam
ao longo dos cursos de água é fácil de entender que as amostras da Bacia
dos rios Paraná-Paraguai-Uruguai formem um grupo monofilético. O grupo
ao norte do Amazonas é também monofilético. Já entre o Rio de Janeiro e a
Boca do Amazonas existem uma série de pequenas e grandes bacias isoladas
onde a evolução das lontras é dificil de rastrear, fora o fato de que essa área
praticamente não foi amostrada. A coleta de um maior número de espécimes é
necessária para definir com maior segurança as espécies.
Família MEPHITIDAE
Descrição: Espécie de médio porte (CC: 328,; 4). A coloração do corpo, membros
e focinho é preta. Duas largas listras brancas são visíveis no dorso que se unem
anteriormente e se estendem por parte da cabeça. Estas linhas podem variar
em largura e em comprimento, se estendendo até a base da cauda ou até a
região anterior à garupa. A cabeça possui pelos curtos e o rinário é contornado
por vibrissas longas. As orelhas (O: 18; 4) são relativamente curtas e possuem
uma mecha de pelos brancos na base da borda posterior. A cauda (C: 182; 4)
é peluda, com os pelos maiores que os do dorso. Ela possui uma coloração
preta no 1/3 basal, e o restante é dominado por pelos brancos e longos que
82 Rev. Nordestina Biol.
Família PROCYONIDAE
Descrição: Espécie de médio porte (CC: 513; 2). A coloração do dorso varia de
marrom escuro a marrom avermelhado. Os pelos possuem a região proximal
castanho amarelado ou avermelhado e a parte distal preta. Há uma grande
variação individual na coloração de espécimes da mesma localidade, alguns
predominantemente pretos, outros amarelados ou cinzentos. Há três manchas
brancas ao redor de cada olho: uma sobre, outra abaixo e a última entre o olho
e a orelha. A orelha possui o lado externo do pavilhão uniformemente escuro e
o lado interno margeado por uma banda branca (O: 44; 2). A superfície ventral
do corpo possui uma coloração mais clara que o dorso. A cauda (C: 437; 2)
apresenta anéis de cor marrom escuro ou preto alternado com anéis de coloração
amarelado ou avermelhado.
O crânio (CCB: 106,4; 1) possui um formato triangular em vista dorsal. O
rostro é longo, estreito e distintamente constrito por trás dos caninos. Os nasais
são longos, com as suturas obliteradas em espécimes adultos. O processo pós-
orbital do osso jugal está presente e é mais desenvolvido nos machos. No palato,
o processo postero-lateral do maxilar tem o extremo agudo. A largura interorbital
(LIntorb: 22,1; 1) é maior que a pós-orbital. O dorso do frontal apresenta um leve
inchaço. A caixa encefálica é larga, curta e representa menos que a metade do
comprimento total do crânio. As cristas temporais se unem na região anterior
da caixa encefálica podendo formar uma crista sagital. Os machos mais velhos
desenvolvem uma alta crista sagital, enquanto as fêmeas e os machos jovens
geralmente não possuem. A crista supraoccipital é proeminente. O palato (CPal:
66,6; 1) é longo, estendendo-se além do último molar numa distância similar a
metade da série dentária. Entre a parte posterior dos forâmens incisivos observa-
se um forâmen palatino medial. A mandíbula (CMand: 80,1; 1) apresenta a borda
inferior fortemente arqueada. O processo coronóide é pouco inclinado para trás,
curto e de vértice arredondado e o condilóide localiza-se acima da série dentária.
O processo angular é pequeno e estreito. Os caninos são comprimidos no sentido
buco-lingual, formando duas margens afiadas, anterior e posterior. Os molares
são largos e com cúspides baixas. Fórmula dentária i 3/3 c 1/1 p 4/4 m 2/2.
(GOMPPER, 1995). Difere também de C. thous pela cauda anelada, pelo focinho
afilado, pelo palato longo, se estendendo até o nível do processo esquamosal
do arco zigomático e pelo canino achatado lateralmente de bordas afiadas.
Nasua diferencia-se de Procyon pelo rostro alongado e estreito, ao invés de
curto e largo.
Entrevista: Citado para o município de Igarassu (Usina São José), mun. Recife
(Mata de Dois Irmãos) e Sirinhaém (Mata de Xanguá, Usina Trapiche) todos no
estado de Pernambuco.
86 Rev. Nordestina Biol.
Descrição: Espécie de médio porte (CC: 597; 6), característico pela sua máscara
na face. Esta é formada por uma mancha de coloração preta ao redor de cada
olho e conectadas entre si na porção medial. Acima de cada olho há uma faixa
coronal de pelos brancos que destacam ainda mais a máscara. Alguns indivíduos
fogem desse padrão, apresentando áreas perioculares pretas que não se
conectam entre si. A coloração da testa é grisalha, com os pelos apresentando
a base branca ou amarelada e a região distal preta. As orelhas (O: 59; 6) são
relativamente largas, de cor acinzentada na base e com uma banda branca no
ápice. Os membros geralmente possuem uma coloração mais escura que o
dorso do corpo e na sua metade distal os pelos são extremamente curtos. As
mãos e os pés possuem como características marcantes dedos longos e finos
com garras, com o pé apresentando dedos mais curtos. O andar é plantígrado.
A cauda (C: 316; 6) também é característica da espécie, apresentando anéis de
cor marrom escuro ou preto alternado com anéis de coloração cinza. A ponta da
cauda é espessa e escura. A região ventral do corpo, dos membros e da cabeça
apresenta uma coloração mais clara que a do dorso.
Vol. 22(1/2), 2013 87
ORDEM PERISSODACTYLA
Família TAPIRIDAE
ORDEM ARTIODACTYLA
Família TAYASSUIDAE
Localidade Tipo: Não mencionada por LINK (1795), mas como sua descrição
provavelmente foi baseada no “Pécari” de BUFFON (1776), a localidade tipo foi
restrita por HERSHKOVITZ (1963) a Caiena, Guiana Francesa.
Família CERVIDAE
ORDEM RODENTIA
Infraordem HYSTRICOGNATHI
Família CAVIIDAE
Introduction
The type locality of Sus hydrochaeris Linnaeus, 1766 has been
discussed by several authors. Four localities were proposed as shown in the
following taxonomic review.
MARCGRAVE (1648:230) was the first to describe and illustrate
a capybara in his work Historia Brasiliae Naturalis, a description that was
reproduced by RAY (1693:126).
LINNAEUS (1766:103) in the 12th edition of the Systema naturae gives
for the first time a binomial name to the capybara as follows:
[SUS]
“Hydrochaeris”
“S. plantis tridactylis, cauda nulla. “
Capybara. Marcgr. bras. 230. Raj. quadratic. 126. an?
(pullum tantum vidi.)
Habitat in Surinamo.
“Corpus rufum, Setis apice nigris. Aures obtusae, non parvae.
Folliculus excretorius pone, sed juxta umbilicum, & Porus excretorius
supra clunes. Pedes postici ungula succenturiata tantum unica s.
interiore deficiente exteriore”
He refers to MARCGRAVE (1648) and RAY (1693) and in the next line
says “I saw a young” and then adds “Habitat in Surinamo”. Finally, Linnaeus
provides a concise and little informative description mentioning characters of
few taxonomic utility as position of the genitalia and giving the characteristics
of feet for those of hands.
HOLLISTER (1914) mentions Surinam as the type locality of H.
hydrochaeris. TATE (1935) provides a detailed taxonomic history since LAET
(1640) until 1935. He fixed the type locality of Sus hydrochaeris Linnaeus, 1766
as “Brazil (probably the province of Pernambuco)” considering that the species
was based on the description of MARCGRAVE (1648) and that the young animal
seen by Linnaeus had no indication of locality (“Stated without locality”). There
is no sufficient evidence to affirm that this specimen comes from Suriname.
To TATE (1935:354) the citation of Suriname as habitat could be an error of
Linnaeus, as occurred with the description of other species. CABRERA (1961)
also cites Pernambuco as the type locality. CARVALHO (1965) however restricts
the type locality to “banks of the São Francisco river, in the State of Alagoas,”
considering that “at the time of Marcgrave, this region was part of Pernambuco”.
MONES (1975) proposes a new amendment arguing that the observations of
Marcgrave were held on both banks of the São Francisco river, proposing as type
locality “San Francisco River on the border between the states of Alagoas and
Sergipe, Brazil.” To XIMENEZ (1978) the type locality should be restricted to the
104 Rev. Nordestina Biol.
margin of “Rio São Francisco, Sergipe State, Brazil.” Note that MARCGRAVE
(1648:230) reports that capybaras “walk in large quantities, along the banks of
the Rio São Francisco.”
HUSSON (1978:451), agreeing with TATE (1935), stated that there are
two syntypes that served to the original description of Sus hydrochaeris: the
young animal mentioned by Linnaeus and the animal described by MARCGRAVE
(1648:230). Thus, we have Suriname and Brazil as potential type localities. To end
this controversy, HUSSON (1978) selects “the juvenile of Suriname” mentioned
by LINNAEUS (1766) as the lectotype of Sus hydrochaeris Linnaeus, 1766.
HUSSON (1978:451) considers that the fact that LINNEAUS (1766) had seen the
material (“pusillum tatum vidi”) “makes it very likely” that this animal really comes
from Suriname. We think that this hypothesis, because of the lack of evidence,
cannot be sustained nor rejected. At no point in the work of LINNAEUS (1766)
was it clearly stated that the juvenile animal seen by him comes from Suriname.
Adding to that, we have no information on the existence of the juvenile
specimen seen by Linnaeus, and designated as lectotype by HUSSON (1978).
BALK (1749) does not mention any capybara in his list of animals of the Museum
Adolpho Fridericianum, a place where other specimens described by Linnaeus
have been found. It is likely that the animal has never been preserved as a
specimen.
Finally, MONES and OJASTI (1986) did not decide for one of the type
localities proposed by others authors, citing just the “São Francisco River on the
border between Alagoas and Sergipe, Brazil and Suriname.”
Considering: (a) that the type locality of Sus hydrochaeris Linnaeus,
1766 remains uncertain, since four places have been proposed, (b) that the choice
of the lectotype does not by itself define Surinam as the type locality since its
origin is unknown, (c) there is no known specimen corresponding to the lectotype,
and (d) that Sus hydrochaeris Linnaeus, 1766 is not a monotypic species since
several subspecies have been proposed (MONES and OJASTI, 1986) and it is
anticipated that new subspecies may be proposed (CABRERA 1961), we find
justified the designation of a neotype with precise origin (ICZN Art. 75).
The Neotype
It is a skull without mandible, from which the left jugal, basioccipital,
exoccipital and paraocipital bones are missing. Also missing are the incisors,
p4 and m1 on both sides and the right m2. The specimen was collected near the
São Francisco River, 2 km southwest of the city of Penedo, State of Sergipe,
Brazil by Alfredo Ximenez on September 15, 1975 and is illustrated in XIMENEZ
(1978). The specimen is kept in the Collection of Mammals from the Department
of Systematics and Ecology, Federal University of Paraíba with the number
UFPB 10.
with long and wide rostrum. The nasals are rectangular and wide. The zygomatic
arch is robust, with vertically broad jugal bone and contributing to the outer
portion of the mandibular joint. The palate extends to the posterior end of m3. It
has a large diastema between the incisors and premolars. There we observe an
interpremaxilar foramen smaller than the incisive foramina located behind. The
dentition is extremely lofodont. The molar row converges significantly anteriorly,
the distance between the last molars being about four times that between the
premolars. The m3, which is extremely elasmodont, has 13 prisms on the lingual
side and 14 on the buccal side, the first is Y-shaped the others simple. M3 has the
mesodistal length similar to that of the remaining molariforms together. Dental
formula i 1/1 C 0/0 p 1/1 m 3/3.
Introdução
A localidade tipo de Sus hydrochaeris Linnaeus, 1766 tem sido discutida
por diversos autores. Quatro locais foram propostos como se vê na seguinte
revisão.
MARCGRAVE (1648:230) foi o primeiro a descrever e ilustrar uma
capivara em sua obra Historia Naturalis Brasiliae, descrição que foi reproduzida
por RAY (1693:126).
LINNAEUS (1766:103) na 12ª edição do Systema naturae aplica pela
primeira vez um nome binomial à capivara como segue:
[SUS]
“Hydrochaeris”
“S. plantis tridactylis, cauda nulla”.
Capybara. Marcgr. bras. 230. Raj. quadr. 126. an ?
(pullum tantum vidi.)
Habitat in Surinamo.
“Corpus rufum, Setis apice nigris. Aures obtusae, non parvae. Folliculus
excretorius pone, sed juxta umbilicum, & Porus excretorius supra
clunes. Pedes postici ungula succenturiata tantum unica s. interiore
deficiente exteriore.”
O Neótipo
Trata-se de um crânio sem mandíbula, do qual estão faltando o jugal
esquerdo, o basioccipital, o exoccipital e o paraocipital. Também falta os dentes
incisivos, o p4 e o m1 em ambas as séries dentárias e o m2 da série dentária
direita. O espécime foi coletado próximo ao rio São Francisco, 2 km sudoeste
da cidade de Penedo, estado de Sergipe, Brasil por Alfredo Ximenez em 15 de
setembro de 1975 e encontra-se ilustrado em XIMENEZ (1978). O exemplar
está depositado na coleção de mamíferos do Departamento de Sistemática e
Ecológica, da Universidade Federal da Paraíba com o número UFPB 10.
Descrição do Neótipo
O crânio (ver Lam. 36 e Tabela 10) é robusto e achatado dorsalmente,
com o rostro comprido e largo. Os nasais são retangulares e largos. O arco
zigomático é robusto, com o jugal largo verticalmente e contribuindo na porção
externa da articulação mandibular. O palato se estende até o extremo posterior
do m3. Ele possui um grande diastema entre o incisivo e o pré-molar. Onde
se observam um forâmen interpremaxilar um pouco menor que os forâmens
incisivos localizados mais atrás. A dentição é extremamente lofodonte. As séries
de molariformes superiores convergem nitidamente para frente, sendo a distancia
entre os últimos molares cerca de quatro vezes aquela entre os pré-molares. O
m3, que é extremamente elasmodonte, possui de 13 prismas do lado lingual e 14
do lado bucal, sendo o primeiro em forma de Y e os posteriores são simples. O
m3 possui o comprimento mesodistal similar ao do conjunto dos três molariformes
anteriores. Fórmula dentária i 1/1 c 0/0 p 1/1 m 3/3.
Família CUNICULIDAE
Localidade Tipo: “Brasilia, Guiana” restrito por TATE (1935) a Caiena, Guiana
Francesa.
até a garupa e podem formar uma linha. A fileira inferior é apenas visível nos
extremos anterior e posterior do corpo. As fileiras mais dorsais são mais curtas,
sendo visíveis apenas na região posterior do corpo. Os pelos do corpo são
curtos e brilhantes. O dorso da cabeça possui a mesma coloração do dorso do
corpo, mas os pelos são mais curtos. No focinho há longas vibrissas, sendo as
superiores pretas ou enegrecidas e as inferiores esbranquiçadas ou brancas.
Pelos semelhantes também estão situados por trás e por baixo do olho, sendo
os superiores pretos e os inferiores brancos. As orelhas (O: 41; 1) possuem
um tufo de pelos esbranquiçados ou amarelados no lado interno do pavilhão.
A garganta, bochecha e o ventre possuem uma coloração uniforme branca ou
creme. Há uma distinta separação entre o dorso escuro e o ventre branco. A
cauda (C: 6; 1) é bem pequena. Os membros possuem cinco dedos. A mão
possui o polegar com uma pequena unha, enquanto os outros dedos possuem
garras maiores e de igual tamanho. Os pés (PC: 105; 1) possuem nos três
dedos medianos garras bem desenvolvidas e de igual tamanho, enquanto nos
dedos laterais elas são menores. A paca tem um par externo e um interno de
sacos bucais nas bochechas que estão vinculados a emissão de som (ver sua
descrição detalhada em HERSHKOVITZ, 1955).
O crânio (CCBas: 132,3; 5) é largo e triangular, com um rostro curto
e largo. Os nasais (CNas: 44; 5) são curtos, largos e retangulares. O processo
pós-orbital do frontal localiza-se próximo da sutura fronto-parietal. Uma
conspícua projeção lacrimal está presente na borda superior da órbita. A caixa
encefálica é curta e larga, ocupando cerca de um terço do comprimento total
do crânio. As cristas temporais se juntam para formar uma baixa crista sagital
na metade posterior da caixa encefálica. A região frontal e a face externa do
arco zigomático são caracteristicamente enrugadas. O palato (CPal: 64,1; 5)
é longo, estreitando-se muito por diante da série dentária, e estendendo-se
posteriormente até a borda anterior do último molar. Em vista lateral, o crânio
possui um perfil dorsal convexo. O extremo dos nasais está alinhado com a
ponta do pré-maxilar, podendo ultrapassa-ló. Observa-se um canal infraorbital
largo, característico dos histricognatos. O arco zigomático (LZig: 86,8; 5) é
robusto, formando o maxilar e jugal uma placa rugosa que cobre ventralmente
boa parte da mandíbula. O meato auditivo é pequeno e direcionado dorsalmente.
O processo paraoccipital é bem desenvolvido, ultrapassando a bula auditiva. A
mandíbula (CMand: 87,7; 5) possui um corpo fortemente curvado, onde a metade
anterior do corpo se projeta ventralmente, alojando o grande alvéolo do incisivo.
O processo coronóide é reduzido, situado lateralmente à série dentária e mais
baixo que o processo condilóide. Este é arredondado e pouco mais alto que à
série dentária. O processo angular é largo e arredondado. Fórmula dentaária i
1/1 c 0/0 p 1/1 m 3/3.
Família DASYPROCTIDAE
Holotype: an adult male specimen preserved as stuffed skin and skull collected in
the Biological Reserve Guaribas (60º 44’ S, 35º 9’ W), municipality of Mamanguape,
state of Paraíba, Brazil on March 12, 2013. The specimen is deposited in the
Collection of Mammals from the Department of Systematics and Ecology of the
Federal University of Paraíba with the number UFPB 7050.
Paratypes: UFPB 6919, skin and skull, from Reserva Biologica Guaribas,
Vol. 22(1/2), 2013 113
Diagnosis: Species with the mid-dorsal region of the body slightly darker than the
sides extending to the base of the tail. The rump has the coloration of the back dark
brown speckled with orange. The base of the hair is white followed by a broad yellow
band. The distal band is brown interspersed by yellow-orange smaller segments.
The side of the rump has an orange color. The base of the hairs is yellowish and
the distal band is brown interspersed by yellow-orange smaller segments.
Description of the holotype: A medium size rodent (CC: 479; 1) with the dorsal
part of the head brown speckled with yellow-orange. The hairs in this area have
yellow orange bands, interspersed with darker bands. The cheeks are more
yellowish in color than the top of the head. The mystacial vibrissae are long and
black, some reach the ears. The chin, circumbucal and intermandibular regions
have tiny white hairs. The ventral region of the neck is yellow and there the basal
band of the hairs is whitish. The ear (O: 43; 1) has a smooth indentation on the
edge of the pinna, and is covered with sparse hairs. The inner side of the pinna
has small, yellow-orange hairs with a brown base. The hairs on the back of the
body gradually increase in size caudally. The general color of the body is aguti.
The mid-dorsal region of the body has a wide and subtle strip of darker brown
hairs speckled with orange which become gradually lighter toward the sides. The
general coloration of the rump is dark brown speckled with orange, while the sides
are orange. The hairs are very long in the dorsal region and they have a wide
whitish basal band followed by a wide yellow-orange band. The distal band is
aguti, brown interspersed with yellow-orange. On the sides of the rump, the hairs
have the basal band long and white and the distal band of an uniform orange
color. There, some hairs have short and brown sub terminal bands. The belly
has a yellow area in the thoracic region that narrows caudally passing through a
greyish aguti abdomen. The limbs have a brown color speckled with orange on
the outer side and yellow on the inner side. Hands and feet have five fingers and
are covered by short brown hairs speckled with orange
The skull (CCBas: 94.7; 1) has wide and long nasal bones (CNas:
35,4; 1), slightly constricted in the middle. The anterior border of the nasal bone
is concave, with its medial end projected forward. The premaxillary has a well
developed nasal spine that projects forward, beyond the incisors, lining up with
the end of the nasals. The frontal bone is flattened anteriorly and slightly convex
posteriorly. The supraorbital ridge is prominent and the lachrymal bone is large.
The pos-orbital process of the frontal bone is triangular, directed downward and
placed at level of the fronto-squamosal suture. The zygomatic arches (LZig: 44.5;
1) are almost parallel, low and matching with the molar row. In lateral view, the
114 Rev. Nordestina Biol.
arches show a strong concavity in the dorsal outline. The temporal ridges are
distinct only in the posterior braincase, where they join to form a low and short
sagittal crest. The supraoccipital crest is salient. The paraoccipital process is
triangular, well developed and meet the auditory bulla. The outer borders of the
small incisive foramina (CFI: 6.9; 1) forms a rhomb. They are separated by a
broad septum. A narrow mid palatal ridge extends from the maxillo-premaxillary
suture to the premolar tooth. The posterior border of the palate (CPal: 36.0; 1) is
“U” shaped and reach the second molar. In lateral view, the dorsal profile of the
skull is convex, with a steeper slope at level of the parietal. The mandible (CMand:
51.7; 1) has the ventral border of the corpus convex. The coronoid process is
low, rounded and placed slightly below the top of the condyloid process which is
taller and with the rear edge rounded and projected backwards. It is separated
from the angular process by semilunar and deep notch. The angular process is
narrow and its tip is vertically aligned with the condyloid process. A strong crest
departs from the angular process and extends along the lower edge of the ramus
until the premolar. The molar series (CSDent: 17.0; 1) has the occlusal surfaces
oriented slightly labially. The anterior face of the incisors is of orange color. The
molariforms are of subequal size. Dental formula i 1/1 c 0/0 p 1/1 m 3/3.
Comparisons: The paratype differs from the holotype by having a slightly darker
color on the sides of the rump and also on the anterior part of midline of the back.
D. iacki differs from D. prymnolopha by the absence of a black area between
and behind the ears and by having the hairs of the rump with a large whitish or
yellowish basal band, instead of grayish. D. iacki also differ from Dasyprocta
croconota by having the rump black speckled instead of a pure red. D. iacki
differs from D. azarae by its general color brown alternating with orange instead
of uniform olive aguti and gray rump of the later. D. iacki is distinguished from
Dasyprocta leporina - that occurs from the left bank of the Amazon River to the
Guianas- by its lighter coloration, being smaller and having a more slender skull
than D. leporina (IACK-XIMENES, Op. cit.).
Diagnose: Espécie com a região médio dorsal do corpo até a base da cauda
ligeiramente mais escura que as laterais. A garupa apresenta a coloração do
dorso castanha escura salpicada de laranja. A base dos pelos da garupa é branca
seguida por uma banda larga amarela. A banda distal é marrom intercalada
por pequenos segmentos de amarelo-alaranjado. A lateral da garupa tem uma
coloração alaranjada. A banda basal dos pelos da região lateral da garupa é
amarelada e a distal é marrom intercalada de pequenos segmentos amarelo-
alaranjada.
Comparações: O parátipo UFPB 6919 difere do holótipo por ter a cor da região
lateral da garupa e também da parte anterior da região medial do dorso um
pouco mais escuras. D. iacki distingue-se de D. prymnolopha pela ausência da
faixa preta da cabeça e por ter os pelos da garupa com uma larga banda basal
esbranquiçada ou amarelada, ao invés de cinzenta. D. iacki também difere
de Dasyprocta croconota por ter a garupa salpicada de preto ao invés de um
vermelho puro. D. iacki diferencia-se de D. azarae pelo colorido geral castanho
alternado com laranja, ao invés de oliváceo e da garupa acinzentada. D. iacki
é distinta de Dasyprocta leporina - que ocorre da margem esquerda do Rio
Amazonas até as Guianas – pela sua coloração mais clara, por ser de menor
porte e por ter o crânio mais delgado que D. leporina (IACK-XIMENES, Op. cit.).
Família ERETHIZONTIDAE
citam o trabalho de ALLEN (1904) que fala da variação nos seios nasofrontais
da nova espécie Coendou sanctaemartae. Fica claro pelas descrições de
Allen que a serie típica de C. sanctaemartae é um composto de espécies de
Sphiggurus e Coendou. Em parte dos exemplares “há considerável inflação
na região frontal....o terço anterior dos nasais é quase plano mas na borda
posterior de primeiro terço se elevam abruptamente para encontrar os frontais
altamente inflados.[caracteres de Coendou.] já nos outros espécimes incluindo
o tipo tem muito pouca inflação sendo os nasais e frontais quase tão chatos
como no grupo Sphiggurus”. Assim os argumentos de ALBERICO et al. (1999)
em pró da variação individual ficam enfraquecidos.
VOSS e ANGERMANN (1997) consideram que ambos os gêneros não
podem ser significativamente diagnosticados como táxons separados com base
nos argumentos de HANDLEY e PINE (1992) que como mostramos acima não
são convincentes.
BONVICINO et al. (2002) através de dados cariotípicos e moleculares,
sugerem que Coendou e Sphiggurus representam gêneros diferentes. Hoje o
número de espécies amostradas por estes autores seria considerado baixo, mas
na época foi uma valiosa primeira aproximação ao problema. O seu cladograma
(Op. cit. Fig 1) já mostra as tendências que hoje tem melhor suporte, a monofilia
dos ouriços bem como a dos clados dos Coendou e dos Sphiggurus. A análise
cariotípica também dá suporte a estes dois grupos, um deles Coendou com
2n=82, conservador no numero diplóide e o outro conservador no numero
fundamental NF=76. Esta última característica se observa em muitos grupos
de mamíferos. Por outro lado, os autores abraçaram a cândida idéia de que
uma distância genética semelhante àquela registrada em outros gêneros de
mamíferos justificaria a separação dos dois gêneros. Obviamente eles não
consideraram os numerosos gêneros que têm distâncias genéticas diferentes
das dos Coendus. Esta idéia estéril de buscar um número mágico que defina
gêneros e espécies não condiz com a teoria taxonômica (MAYR e ASHLOCK,
1991) porque os gêneros não são definidos por distância genética entre espécies.
Todavia a valiosa informação cariotípica e filogenética fornecida por BONVICINO
et al. (2002) serve de apoio a manutenção dos dois grupos separados sejam
gêneros ou subgêneros.
VOSS (2011) argumenta que os caracteres cromossômicos discutidos
por BONVICINO et al. (2002),a saber diploidia e número fundamental, não
são filogeneticamente interpretáveis na ausência de homologia nos braços
cromossômicos. Discordamos, pois valiosas hipóteses filogenéticas podem ser
construídas com a simples comparação da morfologia cromossômica. O teste
destas hipóteses não vem pelo conhecimento das homologias dos braços, mas
pela comparação com filogenias externas morfológicas ou moleculares.
VOSS et al. (2013) consideram que seus resultados filogenéticos mostram
que Sphiggurus no sentido de ELLERMAN (1940), CABRERA, (1961), HONACKI
et al. (1982), WOODS (1984), WOODS (1993), WOODS e KILPATRICK (2005)
não é monofilético. Todavia, ao se retirar do clado de Sphiggurus aquelas
Vol. 22(1/2), 2013 123
Holotype: skull with mandible (Lam. 41) of an adult specimen, sex unknown, skin
not preserved (Lam. 42) Collected by H. Fernandes on August 21, 2012 in the
Community Sitio Barreiros, municipality of Aratuba, Baturite Range, Ceará, Brazil
(4° 23’ 30.5” S, 39º 00’ 45.4” W) .The specimen is deposited in the Collection of
Mammals of the Department of Systematics and Ecology, Federal University of
Paraíba with number UFPB 6809.
Paratype: skull with mandible (Lam. 43) and flat skin of an adult female collected
by Alfonso Mota on January 19, 1954. The specimen is deposited in the Museu
Nacional, Federal University of Rio de Janeiro with the number MN 34504.
Diagnosis: A medium sized species, with body densely covered with tricolor quills.
On the back they are long with a short dirty white basal band, followed by a long
brown intermediate band and a dirty white terminal band. On the sides of the
body, the quills are shorter than on the back and are distinctly darker. This is due
to short basal and distal bands of dirty white color and a long intermediate brown
band. The quills are not covered by hair. The skull shows a strong pneumatization
in the nasofrontal region, which extends to the anterior half of the nasal bones
producing a uniformly convex dorsal profile. The rostrum is broad.
Description: Based on the skull of the holotype, on pictures of this dead animal
(Lam. 42) and on the paratype. Species of medium size (CC: 500; 1). Body densely
covered with quills which vary in length and thickness, from the snout to tail.
The quills are not covered by hairs. The nose is bulbous, big and soft. Mistacial
vibrissae are long and black, some extending to the shoulders. Short quills are
found around the eyes and muzzle, being a bit longer on the cheeks. Ears (O: 20;
1) are short and are concealed by the quills. The quills of the dorsal part of the
body are longer and have a relatively short dirty white basal band followed by a
broad middle band of brown color and a dirty white terminal band much shorter
than the middle band. On the sides of the body, the quills are smaller with their
distal and basal bands dirty white and much shorter compared to those of the
dorsal region. The intermediate band is long and brown. The ventral surface of
the body and the inner part of limbs is covered with thin and flexible quills grayish-
brown colored. On the thorax, the quills are bicolored with a gray base and a
Vol. 22(1/2), 2013 125
short whitish terminal. On the external side, the limbs are covered by hard quills.
Hands and feet have four fingers, and are covered by stiff hairs instead of quills.
The tail (C: 460; 1) is dorsally prehensile. The upper side of the proximal half of
the tail has the same pattern of tricolor quills as the back of the body. Towards the
tip, the quills become gradually thinner and shorter, disappearing completely over
the distal half. This has the upper side differentiated into thin transverse bands of
calloused skin. The proximal half of the ventral surface of the tail has short quills,
thin and flexible, they decrease and taper gradually distalwards.
The skull (CCBas: 93.1; 1) is characterized by a strong pneumatization
on the naso-frontal region. The nasal bones (CNAs: 40.9; 1) have an uniformly
convex dorsal profile. In side view, the skull profile is also uniformly convex, with
a gentle slope over the braincase. The rostrum is short, tall and broad, with the
pre-maxillary strongly projecting forward and the incisors orthodont-proodont.
The nasal aperture has a heart-shaped contour, laterally stretched when in frontal
view. The anterior border of the nasal bone is positioned caudally in relation to
the incisors. It is concave, with its medial end projected forward. The frontonasal
suture is “U” shaped and placed anterior to the post-orbital process. The incisive
foramina (CFI: 9.3, 1) are short, separated by a septum. They occupy the middle
part of the diastema extending to the vicinity of the maxillo-premaxillary suture.
The supraorbital region of the frontal bone shows two processes, the pre-orbital
that is small and the post-orbital that is larger. Between these processes the lateral
border of the frontal bone is rounded and straight. Bellow the post- orbital process
a shallow groove extends vertically along the lateral surface of the frontal bone
and is limited laterally by anterior temporal ridge formed on the anterior border of
the temporal bone. This groove is deeper in the paratype. The dorsal root of the
zygomatic process of the maxillary that delimits laterally the infraorbital foramen
is, in its middle part, very narrow in the holotype and wider in the paratype. The
temporal lines do not join to form a crest in the posterior part of the parietal bone.
The supraoccipital crest is well developed laterally. The posterior border of the
palate is “V” shaped with the anterior end rounded and is aligned with the anterior
part of the last molar. The zygomatic arches (LZig: 58.1; 1) are curved, wider
at the level of the jugal bones. These bones form the vertically wider part of the
zygomatic arch. The auditory bulla is large, narrowing posteriorly and in contact
with the paraoccipital process. The ventral border of the mandibule is concave.
The angular process is flattened dorsoventrally and ends at level of the condyloid
process. The latter ends just above the sharp tip of the coronoid process. The
anterior border of the ramus reaches the mandibular body at level of the rear
half of the m3. Thus in lateral view the four molariforms may be seen but in the
paratype only three are visible. The anterior face of the incisors is yellowish. The
molariforms are pentalofodont, subquadrangular in occlusal view, of equal size
and oriented slightly outward. The upper molar series diverges slightly caudally.
Dental formula i 1/1 c 0/0 p 1/1 m 3/3.
region of C. (C.) prehensilis, the quills have a relatively long and white distal band,
the base of the quills is bright yellowish followed by a narrower dark brown or
black band. In C. (C.) baturitensis the basal band of quills is short, of dirty white
color, the broad intermediate band is brown and the terminal band is again short
and dirty white. In Coendou (C.) baturitensis the lateral region of the body has
shorter tricolor quills with very short, dirty white colored base and tip separated by
a long brown band. While in C. (C.) prehensilis there is no distinction between the
quills of the lateral and dorsal parts of the body. In C. (C.) baturitensis the nasals
are uniformly convex, however in C. (C.) prehensilis, show the dorsal profile of
nasals with a sudden lift in the middle of the bone. In C. (C.) baturitensis the
border of the frontal bones between the pre-orbital and the post-orbital processes
is straight while in C. (C.) prehensilis this border is concave.
C. (C.) baturitensis differs from C. (Sphiggurus) speratus by having the tip
of the quills white, instead of reddish, the ventral region covered by thin, flexible
quills instead of hairs. The strong pneumatization of the nasofrontal region is
absent in C. (S.) speratus. The latter has vertically narrow jugal bones, narrow
nasals and incisive and premaxillae not projected forward. “Coendou” simonsi
(=”Coendou” bicolor) differs from C. (C.) baturitensis by having shorter nasals,
jugal bone vertically narrower, supraorbital border of the frontal bone concave
and the zygomatic archs farther apart from the skull in dorsal view.
Geographic Distribution: So far this species is only known from the Baturité
Range in the state of Ceará, Brazil (Fig. 35).
Parátipo: crânio com mandíbula (Lam. 43) e pele aberta de uma fêmea adulta
coletada por Afonso Mota em 19 de janeiro de 1954. O exemplar está depositado
no Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro com o número
MN 34504.
a parte interna dos membros esta coberta por espinhos finos e flexíveis de cor
marrom acinzentada. Os do tórax são bicolores de base cinza e uma reduzida
banda terminal esbranquiçada. Os membros estão cobertos por espinhos no lado
externo. As mãos e os pés possuem quatro dedos e estão cobertos de pelos duros
ao invés de espinhos. A cauda (C: 460; 1) é preênsil quando virada para cima. O
lado superior da metade proximal da cauda tem o mesmo padrão de espinhos
tricolores que o dorso do corpo. Em direção a ponta, os espinhos tornam-se
gradualmente mais finos e curtos, chegando a desaparecer completamente na
metade distal. Esta tem o dorso diferenciado em finas bandas transversais de pele
calosa. A metade proximal da superfície ventral da cauda possui espinhos curtos,
finos e flexíveis. Estes diminuem e afinam-se gradualmente em direção distal.
O crânio (CCBas: 93,1; 1) se caracteriza por uma acentuada
pneumatização na região nasofrontal. Os nasais (CNas: 40,9; 1) são
uniformemente convexos em perfil dorsal. Em vista lateral, o perfil dorsal do crânio
é uniformemente convexo, com um suave declive sobre a caixa encefálica. O
rostro é curto, alto e largo, com os pré-maxilares se projetando fortemente para
frente e os incisivos ortodontes-proodontes. A abertura nasal tem contorno em
forma de coração e é mais larga na parte lateral quando em vista frontal. A borda
anterior do osso nasal é posicionada caudalmente em relação aos incisivos. Ela é
côncava, com seu extremo medial projetado para frente. A sutura nasofrontal tem
forma em “U” e é anterior ao processo pós-orbital. Os forâmens incisivos (CFI:
9,3; 1) são curtos e estão separados por um septo. Eles ocupam a parte média
do diastema se estendendo até as proximidades da sutura maxilo-pré-maxilar.
A região supraorbitária do frontal apresenta dois processos, o pré-orbital que é
diminuto e o pós-orbital que é maior. Entre estes processos a borda do frontal
é arredondada e reta. Por baixo do processo pós-orbital se origina um canal
vertical raso ao longo da parede lateral do frontal e está limitado lateralmente
pela crista temporal anterior formada na borda anterior do osso temporal. Este
canal é mais fundo no parátipo. A raiz dorsal do processo zigomático do maxilar
que limita lateralmente o forâmen infraorbital é bem estreita na parte média no
holótipo e mais larga no parátipo. As linhas temporais não se juntam para formar
uma crista na região posterior do parietal. A crista supraoccipital está lateralmente
bem desenvolvida. A margem posterior do palato possui um formato em “V” com
o extremo anterior arredondado e está alinhada com a parte anterior do último
molar. Os arcos zigomáticos (LZig: 58,1; 1) são curvos e mais abertos à altura dos
jugais, estes formam a parte mais larga verticalmente do arco zigomático. A bula
auditiva é grande, se estreita posteriormente e está em contato com o processo
paraoccipital. A borda ventral da mandibula é côncava. O processo angular é
achatado dorsoventralmente e com o extremo ao nível do processo condilóide.
Este está localizado um pouco acima do vértice agudo e saliente do processo
coronóide. A borda anterior do ramo mandibular atinge o corpo da mandíbula
a nível da metade posterior do m3. Em vista lateral se observam os quatro
molariformes. Mas no parátipo se observam apenas três. A face anterior dos
incisivos é amarelada. Os molariformes são pentalofodontes, subquadrangulares
em vista oclusal, de igual tamanho e estão ligeiramente orientados para fora. A
Vol. 22(1/2), 2013 129
Figura 35. Mapa dos municípios da região da Serra de Baturité. Em cinza áreas florestadas
da serra. (●) = localidade tipo de Coendou (C.) baturitensis. - Map of the municipalities
around the Baturite Range. In gray the forested areas of the range. (●) = type locality of
Coendou (C.) baturitensis.
Vol. 22(1/2), 2013 131
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Figura 36. Mapa com todos os munícipios onde se coletaram mamíferos de médio e
grande porte.
136 Rev. Nordestina Biol.
Figura 37. Mapa com os municípios onde se coletaram mais de quatro espécies de
mamíferos de médio e grande porte. Jp= João Pessoa; Mn= Mamanguape; Rc= Recife;
Qb= Quebrangulo; Bo= Bodocó; Ex= Exu; Cr= Crato; Sb= São Benedito; Mu= Mulungu; Vi=
Viçosa; Ma= Manimbu; Sm= São Miguel dos Campos. O número junto ao ponto representa
a quantidade de espécies registradas nesse muicípio. Em cinza escuro o bioma Cerrado,
em cinza claro o bioma Caatinga e em branco o bioma Mata Atlântica.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
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LISTA DE LOCALIDADES
Baturité (4º 19’S, 38º 53’O) Granja (3º 7’S, 40º 50’O)
Loc 1. Açudinho Loc.1 Goiabeira
Loc.2 Sítio Raposa Loc.2 Serra do Covão (3º 18’S,
Loc.3 Serra de Baturité 41º 41’O)
Campos Sales (7º 4’S, 40º 22’O) Guaraciaba do Norte (4º 10’ S, 40º
Loc.1 Sítio Canto 45’ O)
Caridade (4º 13´ S, 39º 11’ O) Ipú (4º 19’ S, 40º 42’O)
Loc.1 Comunidade Balança Loc.1 Serra de Ibiapaba, 7 km NW
Loc.2 Caridade de Ipú
Caucaia (3º 44’S, 38º 39’O) Icaraí (3º 3’S, 39º 38’O)
Loc.1 Caucaia Loc.1 Mosquito
Loc.2 Iparana (3º 41’ 38” S, 38º
156 Rev. Nordestina Biol.
Areia (6º 57’S, 35º 41’O) Cuité (6º 28’S, 36º 8’O)
Loc.1 Parque Estadual Mata do
Pau Ferro (6º 59’S, 35º 45; O) Cuitegi (6º 53’S, 35º 30’O)
Loc.1 1 Km da Cidade de Cuitegi
Barra de Santa Rosa (6º 43’S, 36º 3‘ O)
Jacaraú (6º 37’S, 35º 16’O)
Boa Vista (6º 43’S, 35º 16’O) Loc.1 Estrada para Jacaraú, PB
Loc.1 Fazenda Bravo, 11 km S de 71, na entrada para a Usina
Boa Vista Chuá
Boqueirão (7º 28’S, 36º 8’O) João Pessoa (7º 6’S, 34º 51’O)
Loc. 1 Serra do Cornoio Loc.1. Proximidade do Biotério,
Centro de Ciências Exatas e da
Cabedelo (6º 58’S, 34º 49’O) Natureza, Campus Universitário
Loc.1 Floresta Restinga, Mata do I, UFPB (7º 8’S, 34º 50’O)
Amém (6º 59’S, 34º 49’O) Loc.2. Campus Universitário I,
Loc.2 Cabedelo UFPB
Loc.3. Jardim Veneza
Catolé do Rocha (6º 20’S, 37º 44’O) Loc.4. Reserva da Mata do
Buraquinho (7º 8’S, 34º 51’O)
Campina Grande (7º 13’S, 35º 52’O) Loc.5. Br 101, 70 Km S de João
Loc.1 Br 230, proximidade da Pessoa
Polícia Federal (Rodoviária) Loc.6. Br 230, ao Lago do IBDF, 1
Loc.2 Estrada para Campina Km do Campus do IPE
Grande, km 135, Fazenda Maria Loc.7. Avenida Pedro II, próximo a
da Luz Mata do Buraquinho
Loc.3 Br 230, 40 km E de Campina Loc.8. Avenida Beira Rio, Pontilhão
Grande (7º 7’S, 34º 52’O)
Loc.4 Estrada de Campina Grande Loc.9. Avenida Rui Carneiro (7º
6’S, 34º 50’O)
Conde (7º 15’S, 34º 54’O) Loc.10. Mata próximo a praia do
Loc.1 Zona Rural do Conde Sol
Loc.11. Bairro do Jaguaribe
Congo (7º 50’ S, 36º 39’O) Loc.12. Br 230, em frente ao
Centro Universitário de João
Coremas (6º 59’S, 37º 56’ O) Pessoa – Unipê (7º 9’S, 34º
51’O)
Cruz do Espírito Santo (7º 8’S, 35º Loc.13. João Pessoa
5’O) Loc.14 Entre João Pessoa e
Loc.1 4 km W de Cruz do Espírito Campina Grande
158 Rev. Nordestina Biol.
São José da Lagoa Tapada (6º 56’S, Taperoá (7º 12’S, 36º 49’O)
38º 9’ O)
Loc.1. Serra de Santa Catarina Teixeira (7º 13’S, 37º 15’O)
Loc.1. Vista Alegre, proximidades
São José dos Cordeiros (7º 23’S, do Pico do Jabre
36º 48’O) Loc.2. Pico do Jabre, OSO de
Loc.1 RPPN Fazenda Almas (7º Teixeira
28’S, 36º 53’O) Loc.3. Pedra do Tendó
Loc.4 Pico do Jabre, 18 km WSW
São João do Cariri (7º 23’S, 36º de Teixeira
32’O)
Loc.1 BR 412, 12 Km NE de São Vieirópolis (6º 30’S, 38º 15’O)
João do Cariri (7º 25’S, 36º 30’O)
Várzea (6º 46’S, 36º 59’O)
São Mamede (6º 55’S, 37º 5’O) Loc.1 Sítio Correia
Loc.1 Zona Rural de São Mamede
Loc.2 Fazenda Britto Uiraúna (6º 31’S, 38º 24’O)
Loc.3 São Mamede
Santa Luzia (6º 52’S, 36º 55’ O) Arcoverde (8º 25’S, 37º 3’O)
Loc.1. Serra de Santa Luzia Loc.1 Br 232, Transnordestina
Loc.2 Serra da Tubiba
Araripina (8º 40’ S, 35º 43º O)
Santa Rita (7º 6’ S, 34º 58’O) Loc.1 Monte Alegre
Loc.1. Estrada de Lucena para
Santa Rita Bodocó (7º 46’S, 39º 55’O)
Loc.2 Tabuleiro de Patrocínio, Loc.1. Carambola
Usina São João Loc.2. Bodocó
Loc.3 RPPN Gargau, Usina Loc.3. Sítio Milho Verde
Japungu (6º 59’ 55” S, 34º 57’ Loc.4. Sítio Sossego
36” O) Loc.5 Sítio Serra do Brejo
Loc.6 Sítio Serra Joaquim Mariano
Sousa (6º 46’S, 38º 13’O)
Loc.1 52 km de Sousa, entre Bom Nome (8º 7’S, 37º 37’O)
Pombal e São Francisco
Chabocão Aparecida. Carnaubeira da Penha (8º 18’S,
160 Rev. Nordestina Biol.
Garanhuns (8º 53’S, 36º 29’O) Pesqueira (8º 21’S, 36º 41’O)
Loc.1 Sítio Rancaria Loc.1 Pesqueira
Loc.2 Sítio Pedra Grande Loc.2 Sítio Seriema
Vol. 22(1/2), 2013 161
1
Bom Jesus da Lapa, BA; 2Serra da Capivara, PI; 3
Brejo do Piauí, PI; 4Central, BA;
5
Sul da Bahia.
Vol. 22(1/2), 2013 165
1
HUSSON (1978)
166 Rev. Nordestina Biol.
Tabela 5 - Continuação
CC C PS PC O P (Kg)
Galictis cuja
MZUSP 8454 480 210 - 70 12 -
MZUSP 19821 380 160 - 67 22 0,87
MN 29980 370 >90 - 80 10 -
MN 29981 190 160 - 50 15 0,59
MN 29982 185 125 - 55 22 0,52
MN 29986 195 160 - 50 17 0,90
Lontra longicaudis
UFPE 1713 710 500 115 125 25 -
UFPB 6446 675 495 - 120 27 10,30
UFPB 6949 565 375 - - 24 5,30
UFPB 7303 780 500 127 130 22 9,30
Conepatus amazonicus
MZUSP 8453 330 200 - - 10 -
MN 2997 180 150 - 50 10 0,44
UFPB 6796 410 185 67 73 32 1,10
UFPB 6887 395 195 75 79 23 1,69
Nasua nasua
UFPB 6855 527 465 85 92 49 -
UFPB 6857 500 410 83 92 39 4,6
Procyon cancrivorus
UFPB 432 570 315 136 145 58 -
UFPB 6064 580 333 144 151 59 9,5
UFPB 6851 658 280 140 145 62 7,6
UFPB 6859 515 330 144 150 52 -
UFPB 6861 620 330 142 147 61 7,0
UFPB 6884 640 310 148 156 63 -
Potos flavus
UFPB 3565 420 467 85 91 41 2,0
UFPB 6941 426 525 - 95 41 2,0
1
Santander, Colombia. 2Darien, Colombia. 3Annapolis, Goias. 4Monte Pirri, Panamá.
5
Cativeiro 6Cundinamarca, Colombia.
170 Rev. Nordestina Biol.
AM 2558732 - -
825 25 86 44
-
CONN 175162 850 50 - 190 90
-
CONN 180112 832 60 - 87 93
Tayassu pecari
-
RNH 218363 950 56 200 215 80
-
RNH 218313 1040 30 200 225 80
-
RNH 218353 1085 33 188 207 80
-
RNH 218343 1110 33 195 220 80
-
RNH 218383 995 30 205 225 90
Mazama gouazoubira
1
PADILLA e DOWLER (1994); 2ANDERSON, (1997); 3HUSSON (1978)
Tabela 7 - Medidas cranianas dos Cingulata em mm. Ver p. 13 para explicação das medidas.
CCBas CPala CPal CSDent CNas CRos LAnt LMo LIntorb LPorb LCPorb LCx LZig LMast ACr CMand
Dasypus novemcinctus
UFPB 746 - - 59,0 21,9 27,8 48,7 30,3 - 26,5 - 21,7 30,3 - 36,0 23,6 66,8
UFPB 744 80,8 20,4 59,1 22,9 26,7 51,8 28,7 14,6 26,4 - 21,7 24,4 36,3 33,1 24,5 70,1
Vol. 22(1/2), 2013
UFPB 6074 77,2 18,5 56,0 18,5 - - 28,8 15,3 26,5 - 21,8 29,4 36,9 24,1 24,5 66,2
UFPB 6287 76,6 17,5 56,8 20,8 24,9 47,5 - 14,9 - - 22,3 29,0 - 24,9 25,4 66,3
Euphractus sexcinctus
UFPB 6475 86,4 9,4 52,3 43,4 33,6 48,1 41,8 21,8 37,7 22,5 22,5 37,7 56,2 48,9 29,3 74,8
UFPB 6444 85,6 9,7 54,7 43,3 34,4 48,9 42,2 20,3 37,7 23,4 23,4 39,1 58,8 47,8 30,2 74,8
UFPB 5368 88,5 11,7 58,5 43,6 36,4 49,8 43,3 20,6 37,6 23,9 23,9 39,2 58,4 46,8 32,3 75,6
UFPB 6239 87,6 10,5 55,8 43,3 37,7 47,7 39,2 19,8 36,5 23,1 23,1 36,0 55,6 45,0 27,1 74,6
UFPB 6275 91,0 10,4 58,7 45,5 35,1 51,3 40,7 21,2 36,4 22,9 22,9 36,2 - 44,9 29,0 77,8
Tolypeutes tricinctus
MN 42941 - 11,6 42,1 26,1 24,2 36,5 25,4 12,5 24,2 25,4 20,3 25,8 32,1 24,6 23,2 57,3
MN 1503 72,4 3,9 45,0 26,4 28,5 38,0 27,7 15,8 26,2 26,9 26,9 27,1 34,0 25,0 24,0 -
MN 294042 67,3 15,5 41,8 24,9 23,55 39,0 25,1 14,8 23,6 23,7 20,4 26,0 32,0 24,7 - 55,4
MN 42923 64,9 13,2 40,5 22,6 24,2 34,4 23,9 13,7 23,9 23,1 20,4 25,6 31,0 24,0 21,5 54,7
MN 324404 68,9 14,3 42,2 37,2 24,8 34,1 25,9 14,6 23,8 24,4 20,0 27,1 32,6 25,1 25,0 56,0
Cabassous tatouay
UFPE 462 98,3 - 56,4 35,2 - 50.8 - - 41,4 - - - 54,2 46,3 32,7 73,5
1
Bom Jesus da Lapa, BA; 2Central , BA; 3Bom Jesus da Lapa, BA; 4Sul da Bahia.
171
Tabela 8 - Medidas cranianas dos Pilosa em mm. Ver p. 13 para explicação das medidas.
172
CCBas CPal CNas CRos LAnt LIntorb LPorb LCPorb LCx LMast ACr CMand
Cyclopes didactylus
MN 17294 48,5 22,0 13,7 14,5 11,5 11,8 9,9 9,1 23,7 13,8 14,0 32,6
MN 172931 45,9 20,3 12,8 13,8 10,0 9,0 9,0 7,9 21,8 12,6 13,9 30,5
UFPB 782 44,4 - - 13,3 8,1 7,9 - - 23,0 - 14,2 -
Myrmecophaga tridactyla
ESALQ 221 360 327 181,5 239,0 57,2 45,8 - 45,8 64,7 58,0 52,0 321
MN 375612 330 298 169,5 218,5 54,2 50,5 49,2 44,0 62,9 55,2 57,0 281
3 330 292 162,3 217,4 56,7 54,1 53,0 56,9 65,5 54,9 54,9 285
MN 68176
Tamandua tetradactyla
UFPB 779 98,2 - 32,2 43,0 28,1 22,9 - - 37,0 - 31,3 -
UFPB 2082 117,5 99,6 36,7 51,9 28,8 22,6 - 22,7 37,3 - 31,4 80,2
UFPB 6883 116,5 - 36,7 53,9 30,2 23,8 - 23,6 35,4 - 29,7 97,3
UFPB 6948 109,1 95,9 - - 29,3 25,2 - 23,2 40,1 25,5 31,9 95,0
Bradypus variegatus
UFPB 754 71,8 21,5 - 16,7 26,7 23,1 28,6 24,3 32,2 35,5 32,5 55,4
UFPB 753 70,5 22,0 13,3 16,6 25,1 22,2 27,7 21,3 30,9 33,4 29,1 56,0
UFPB 756 68,3 20,3 14,1 16,1 24,2 22,1 28,8 22,1 30,9 32,1 - 52,8
UFPB 1273 70,6 18,8 13,8 15,0 23,3 23,1 29,2 23,7 33,4 34,3 29,9 55,4
UFPB 769 - 20,7 - - - 22,1 - 24,7 32,9 34,0 29,2 56,1
UFPB 762 - 20,2 - - - 21,9 - 21,8 32,4 34,6 30,2 54,8
1 2 3
Sem procedência; Caldas Novas, GO; Parque Nacional das Emas, GO.
Rev. Nordestina Biol.
Tabela 9 - Medidas cranianas dos Primates em mm. Ver p. 13 para explicação das medidas.
CCBas CPal CSDent LRos LMo LCPorb LCx LZig LMast ACr CMand
Cebus (S.) libidinosus
UFPB 6029 75,5 32,4 27,7 29,9 - 40,2 53,0 71,0 54,2 45,1 57,5
Vol. 22(1/2), 2013
UFPB 6441 70,0 29,8 27,5 28,4 28,5 40,2 49,8 66,6 56,4 52,6 59,3
UFPB 5084 71,0 31,8 27,4 27,6 28,4 39,3 52,6 69,2 52,5 49,4 63,2
Cebus (S.) flavius
UFPB 5090 68,9 29,3 25,8 25,2 24,2 40,0 49,9 57,9 49,0 43,6 58,4
UFPB 5088 72,4 33,0 28,7 30,5 23,9 41,7 52,3 - 50,2 43,1 62,4
UFPB 5101 67,7 30,2 27,9 28,5 25,0 39,6 50,3 65,5 48,6 47,4 57,5
Callithrix jacchus
UFPB 2252 37,1 14,9 11,2 - 14,2 20,9 25,6 29,3 26,3 22,4 30,4
UFPB 2261 36,5 14,4 11,0 - 13,8 20,7 25,4 28,5 26,4 21,9 29,5
UFPB 2245 - 14,0 10,7 - 12,5 19,9 - 26,1 - - 26,5
UFPB 2243 36,0 15,0 11,2 - 13,6 22,1 25,3 29,6 25,7 22,7 30,1
UFPB 6279 37,7 14,5 11,3 11,5 13,2 21,7 25,0 30,3 26,7 22,8 30,8
UFPB 2685 35,1 14,4 11,4 10,3 13,3 21,8 25,2 29,2 26,3 21,9 29,8
Alouatta belzebul
UFPB 416 99,8 40,0 35,1 27,1 40,6 39,7 47,0 73,1 51,6 41,6 48,8
UFPB 2761 84,5 33,2 34,9 21,9 32,5 37,2 48,2 62,2 45,1 36,8 73,0
UFPB 6763 95,7 37,5 38,2 25,5 34,2 37,1 49,5 69,8 49,1 39,3 -
UFPB 6457 114,0 45,6 39,5 32,2 36,0 37,2 50,8 75,5 51,7 36,3 103,4
173
Tabela 10 -. Medidas cranianas dos Lagomorpha e Rodentia em mm. Ver p. 13 para explicação das medidas.
174
CCBas CPala CPal CFI CSDent CNas LMo LIntorb LZig ACr CMand
Sylvilagus (T.) brasiliensis
UFPB 922 66,4 22,3 - 19,5 - 30,6 - 17,5 - 21,3 55,7
MN 1540 66,0 20,7 7,5 18,3 13,3 28,1 20,8 14,9 34,4 21,0 53,0
MN 24039 63,0 20,8 7,0 16,3 14,0 29,9 21,5 15,0 34,0 23,3 20,9
MN 24041 62,6 20,4 9,7 18,7 13,6 30,4 21,4 15,1 34,3 22,3 47,6
MN 43303 63,2 - 8,5 - 14,1 32,1 21,8 17,1 34,0 21,9 52,0
Hydrochoerus hydrochaeris
UFPB 6236 206,3 60,1 130,3 33,2 79,7 80,3 57,8 67,6 126,1 59,6 158,0
UFPB 10+ - 64,3 133,8 32,6 78,5 77,8 57,5 65,3 - 53,1 -
Cuniculus paca
UFPB 6451 120,5 41,9 60,0 8,0 25,7 37,5 21,2 38,0 78,5 35,4 79,2
MN 661671 138,0 49,8 69,5 10,7 28,0 52,5 28,2 34,8 99,8 37,8 95,3
MN 691482 132,0 49,0 58,2 11,7 26,0 42,5 24,1 34,5 84,1 34,0 88,8
MN 692061 129,2 42,7 62,0 11,8 27,3 41,5 23,6 34,3 78,5 34,2 83,8
MN 691682 141,8 48,9 71,0 14,1 29,6 46,0 23,4 39,8 93,5 37,4 91,6
Dasyprocta prymnolopha
MN 43216 80,4 21,9 25,3 6,2 17,3 33,1 16,9 25,1 42,9 27,2 48,8
MN 43145 80,3 23,2 24,5 7,4 16,7 33,0 17,3 26,3 44,6 26,3 48,5
MN 43150 83,5 22,4 26,0 7,4 16,7 33,3 18,6 31,6 47,1 31,6 50,9
MN 43142 88,0 26,1 23,6 9,9 17,5 35,3 - 28,9 47,6 28,9 50,7
Rev. Nordestina Biol.
Tabela 10 Continuação.
CCBas CPala CPal CFI CSDent CNas LMo LIntorb LZig ACr CMand
Dasyprocta iacki sp. nov.
UFPB 8763 84,4 25,2 31,9 8,5 13,9 34,8 17,0 28,7 44,2 32,3 47,9
Vol. 22(1/2), 2013
UFPB 8673 91,8 26,5 35,6 7,2 16,5 37,5 19,8 33,7 45,9 29,5 51,9
UFPB 8683 93,3 26,8 37,0 10,4 15,9 36,5 19,8 33,9 44,9 34,5 53,0
UFPB 7050* 94,7 24,7 36,0 6,9 17,0 35,4 18,1 28,1 44,5 34,7 51,7
UFPB 6919** 86,2 22,8 33.4 6,2 17,7 33,7 16,4 26,4 41,3 29,0 50,9
Coendou (C.) prehensilis
MZUSP 8456 85,7 26,2 27,3 6,3 18,7 35,8 - - - 26,5 56,8
MZUSP 7531 91,0 26,9 26,0 - 20,5 - - - - 28,7 65,8
UFPB 7299 92,4 27,4 44,7 11,9 20,6 36,8 17,2 35,8 53,2 28,6 -
UFPE 1770 77,6 21,6 25,1 10,0 19,2 32,3 - - 49,3 28,0 49,0
UFPE 931 75,2 18,0 32,2 5,7 18,8 30,1 15,1 35,1 50,1 28,2 51,5
UFPB 6762 - 25,6 40,9 8,26 19,6 38,2 17,8 34,9 50,5 28,2 -
UFPB 7301 89,6 22,6 39,5 9,6 20,2 - 17,6 34,1 52,4 28,2 58,8
Coendou (C.) baturitensis sp nov.
UFPB 6809* 88,2 23,8 38,7 9,8 20,9 40,9 18,0 36,3 53,9 30,2 63,8
MN 34504** 94,1 25,9 44,4 6,6 21,3 - 18,9 38,1 58,1 31,3 63,3
Coendou (S.) speratus
UFPB 7300 58,2 12,7 23,2 - 14,6 19,4 14,0 20,2 38,7 23,7 37,9
1
Santa Isabel, AM; 2Barcelos, AM; 3Biotério do DSE/UFPB; *Holótipo; **Parátipo; +Neótipo.
175
176 Rev. Nordestina Biol.
Tabela 11 – Continuação.
AOrb Lintorb LPorb LCPorb LCx LZig LMast ACr CMand
Leopardus pardalis
UFPB 3240 26,2 26,6 - 27,7 48,3 80,6 47,5 - -
UFPE 2383 - 25,5 - 31,0 - 82,8 52,1 45,1 79,0
Leopardus tigrinus
MN 24896 - 15,2 - 28,9 - 56,7 36,7 37,1 54,9
UFPB 2083 22,9 15,4 40,0 26,5 42,5 58,4 36,8 36,8 56,9
UFPB 6791 22,7 15,5 39,1 29,5 37,1 54,9 34,0 33,7 52,0
Leopardus wiedii
UFPE 978 - 17,5 - 32,9 - 62,7 41,3 37,1 57,2
MN 72785 24,0 17,6 51,8 29,7 45,6 68,8 42,1 36,4 60,8
MN 481615 26,6 17,0 46,2 31,6 44,2 61,0 41,2 34,8 60,7
MN 511415 26,0 18,0 - 31,5 43,5 65,1 41,0 36,0 60,8
Puma concolor
MN 53862 - - - 42,3 - 128,2 76,9 58,5 125,5
ESALQ 122 39,0 36,8 - 42,2 71,1 126 79,2 54,3 133,9
Puma yagouarondi
UFPB 6473 19,3 15,9 39,1 27,6 41,5 55,3 35,0 35,0 35,6
UFPB 6472 21,2 16,3 39,2 27,6 - 60,5 36,8 36,3 63,6
MZUSP2441 - 15,1 - 29,1 - 56,3 36,4 34,5 58,5
UFPB 6754 20,2 14,3 35,6 29,9 39,3 52,7 33,4 33,9 52,2
Panthera onca
ESALQ S/N 43,5 47,2 74,8 49,7 70,3 157,0 97,9 59,0 156,8
ESALQ 109 51,9 46,5 74,4 47,0 87,0 173,5 110,1 66,7 170,5
Cerdocyon thous
UFPB 6063 - 26,6 - 31,2 - 71,7 43,8 38,8 106,7
UFPB 6462 22,8 30,1 42,7 32,4 46,4 76,3 46,7 39,6 -
UFPB 6466 24,4 27,7 - 30,4 44,8 75,2 44,2 38,5 106,6
UFPB 6958 - 26,2 - 31,8 - 73,2 45,9 38,7 -
UFPB 6468 22,3 27,3 41,3 30,9 44,6 71,1 44,2 36,7 -
Speothos venaticus
ZMK 2851 22,1 26,6 31,1 22,5 48,5 76,0 - - 90,5
Starck 54.842 22,6 27,8 31,7 22,4 48,0 75,5 - - 95,5
MCZ 280563 22,9 25,3 27,7 19,5 44,6 76,9 - - 96,3
USNM 2703704 22,0 30,2 30,6 21,1 47,5 77,0 - - 100,6
USNM 2703694 22,0 25,5 17,9 20,2 46,6 75,2 - - -
USNM 2703684 21,7 30,5 - 21,9 47,4 76,3 - - 97,3
USNM 2701715 20,9 27,1 28,3 22,1 45,9 75,6 - - 96,0
MN 30356 21,7 29,6 - - 47,0 75,1 - - 93,8
MN s/n7 22,3 27,8 - 23,4 44,9 77,8 - - 94,3
Bern 11508 - 26,6 28,4 22,3 49,0 79,3 - - 98,3
ZMB 310039 23,5 27,5 30,8 23,6 51,7 80,1 - - 101,4
ZMB 4882610 22,3 25,4 30,2 25,8 49,3 72,6 - - 93,5
ZMB 3778711 22,1 27,2 29,4 22,2 47,8 78,8 96,8
1
Lago Santa, MG; 2Rio Curicuriai AM; 3Bocaina, RJ; 4Cáceres, MT; 5Descalvados, MT;
6
Tapirapuã,MT; 7Brasília, DF; 8Pará; 9Itapoca, SC; 10
Col. Hansa, SC; 11
Rio de Janeiro;
12 13 14 15
Chaqueada, SP; Itaituba, PA; Rio Jupari, RO; Curralinho, PA
178 Rev. Nordestina Biol.
Procyon cancrivorus
UFPB 6463 126,4 73,1 48,5 30,9 6,0 29,6 43,5 34,6 30,9
UFPB 6859 122,2 67,0 49,7 25,5 9,1 33,1 39,8 33,9 30,2
UFPB 6654 - 73,5 50,8 27,2 11,2 34,3 43,9 33,6 31,4
UFPB 6656 125,1 68,7 46,9 30,2 7,1 29,9 42,2 34,7 30,2
UFPB 6271 126,9 72,0 46,9 30,7 6,9 27,0 43,1 34,0 32,3
Potos flavus
UFPB 790 81,2 35,0 22,1 10,6 - - 23,3 23,3 20,6
UFPB 3565 79,9 36,4 24,5 12,3 - - 21,9 21,5 19,3
UFPB 6941 84,9 36,4 - 11,5 - - 23,1 23,0 20,0
Vol. 22(1/2), 2013 179
Tabela 12 Continuação.
LMo AOrb LIntorb LPorb LCPorb LCx LZig LMast ACr CMand
Eira barbara
UFPB 858 31,9 15,0 21,5 29,5 23,1 44,1 54,5 46,3 37,6 65,2
UFPB 2017 32,4 14,8 22,6 31,7 21,2 43,5 58,8 45,1 40,5 64,5
Galictis cuja
UFPE 977 20,0 - 13,2 - 15,2 - 37,7 33,0 19,8 38,2
UFPB 2596 21,1 9,9 15,8 20,7 17,5 34,4 38,9 36,3 22,9 40,9
MZUSP 8454 24,9 - 7,6 - 18 - 34,3 39,9 - 47,0
MN 1498 21,8 - 15,9 - 14,3 - 38,6 35,0 18,5 -
MN 29981 19,9 - 13,7 - 16,7 - 37,8 32,2 21,4 40,3
MN 25684 23,3 - 17,6 - 16,3 - 44,9 40,0 23,3 47,2
Lontra longicaudis
UFPB 7303 39,1 19,8 24,6 35,2 18,5 52,0 80,7 75,1 38,7 74,4
UFPB 5969 40,5 22,0 25,8 37,5 18,3 57,2 - 79,7 38,2 77,2
UFPE 1713 40,6 - 23,3 - 20,0 - 77,0 75,1 40,3 76,7
UFPE1707 35,5 - 22,2 - 18,0 - - - - 65,1
Conepatus amazonicus
UFPB 6887 31,9 - 25,4 25,3 22,6 38,6 48,8 42,8 30,6 49,0
UFPB 6796 32,7 - 25,1 23,2 20,3 34,1 49,2 41,8 25,8 53,8
UFPB 6888 26,7 - 22,2 21,2 18,8 31,3 42,0 35,6 26,8 46,1
Nasua nasua
UFPB 3566 30,4 18,1 22,1 28,1 26,5 44,2 55,4 39,5 34,5 80,5
Procyon cancrivorus
UFPB 6463 38,9 25,0 29,7 30,3 25,8 54,4 89 74,7 49,7 93,3
UFPB 6859 41,1 24,9 27,9 33,3 27,1 57,9 82,2 72,7 45,6 89,6
UFPB 6654 40,7 25,4 29,6 35,0 26,8 58,3 - - - 93,8
UFPB 6656 43,8 24,2 27,7 35,7 26,5 55,0 87,2 77,9 44,2 94,2
UFPB 6271 46,9 26,4 29,3 33,3 27,6 55,9 87,0 76,6 43,5 94,3
Potos flavus
UFPB 790 24,5 17,5 21,9 29,8 19,5 38,2 - 41,3 35,2 57,0
UFPB 3565 25,1 17,5 20,5 31,0 22,7 37,0 55,4 40,0 33,6 55,3
UFPB 6941 24,9 18,6 22,9 35,1 20,4 36,9 - 40,2 35,4 56,4
180 Rev. Nordestina Biol.
Lam.1
Lam.2
Lam.3
Lam.4
Lam.5
Lam.6
Lam.7
Lam.8
Lam.9
Lam.10
Lam.11
Lam.12
Lam.13
Lam.14
Lam.15
Lam.16
Lam.17
Lam.18
Lam.19
Lam.20
Lam.21
Lam.22
Lam.23
Lam.24
Lam.25
Lam.26
Lam.27
Lam.28
Lam.29
Lam.30
Lam.31
Lam.32
Lam.33
Lam.34
Lam.35
Lam.36
Lam.37
Lam.38
Lam.39
Lam.40
Lam.41
Lam.42
Lam.43
Lam.44