Amor de Mãe - Maria Stella Salvador

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Maria Stella Salvador

Amor de Mãe

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Paginação e capa:
PAULUS Editora
Impressão e acabamento:
www.artipol.net

Depósito legal: 341 790 /12


ISBN: 978-972-30-1258-3
© PAULUS Editora, 2012
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Avisa-se o leitor de que este livro não é fruto de quaisquer mensagens de visões ou
locuções recebidas pela autora, mas de estudo da mensagem de Fátima em alguns dos
diversos documentos sobre a mesma escritos, e ainda de meditações pessoais da
autora sobre as palavras da Virgem Maria aos pastorinhos em cada uma das
aparições.
Agradeço a Deus e a Nossa Senhora toda a luz e capacidade que me foi concedida
para escrever esta obra.
Para todos os que a lerem, peço as maiores bênçãos do Céu.
MARIA STELLA SALVADOR

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Dedicatória
A Ti, Mãe, dedico este livro, que nos ensina a meditar nas palavras que nos vieste
dizer à Cova da Iria, palavras de Mãe atenta e cuidadosa, palavras de carinho, aviso,
exortação, ensinamento.
Por elas nos revelas o Teu Coração Imaculado e o Teu Amor de Mãe, que nos
indica o caminho estreito de Jesus.
Rogo-Te que abençoes este livro e todos aqueles que o lerem, a fim de que, ao
meditarem as Tuas palavras na Cova da Iria, sigam a direção que nos indicas e se
entreguem mais e mais ao Amor d’Aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida.
MARIA STELLA SALVADOR

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Prólogo
«O nosso mediador é só um, segundo a palavra dos Apóstolos: “Pois há um só Deus e um só mediador
entre Deus e os homens: Jesus Cristo, homem que se entregou para resgatar a todos.” (1TM 2,5-6) Mas a
função maternal de Maria em relação aos homens, de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de
Cristo; manifesta antes a sua eficácia. Com efeito, todo o influxo salvador da Virgem Santíssima sobre os
homens se deve ao beneplácito divino e não a qualquer necessidade; deriva da abundância dos méritos de
Cristo, funda-se na Sua mediação e dela depende inteiramente, aurindo aí toda a sua eficácia; de modo
nenhum impede a união imediata dos fiéis com Cristo, antes a favorece.»
Estas palavras do Concílio Vaticano II (LG, n.º 60) elucidam sobre a presença e a importância de Maria:
Ela de modo nenhum impede a união imediata dos fiéis com Cristo, antes a favorece.
Encontramos a confirmação deste facto em Fátima.O centro de Fátima é Jesus Cristo, o culto eucarístico.
Mas é Maria quem nos conduz para este centro. E é esta precisamente a mensagem central de Fátima.
Maria quer dizer-vos: «Amo-vos, queridos filhos.» Todas as palavras que pronunciou em Fátima
manifestam o seu carinho maternal, a sua preocupação maternal por causa da nossa salvação eterna. Quer
conduzir-nos para Jesus, quer ensinar-nos a amar Jesus.
As páginas deste livro querem sublinhar estas verdades. Trata-se de contemplações sobre a mensagem de
Fátima. O autor põe as palavras na boca da Maria para nos ajudar a entrar em contacto pessoal com a Mãe que
fala aos seus filhos. Trata-se de contemplações, não de revelações privadas nem de um trabalho científico
sobre Fátima. As palavras foram escritas com muito amor e fervor para com Nossa Senhora de Fátima, e
pretendem despertar nos leitores estes mesmos sentimentos: um amor mais profundo para com a nossa querida
Mãe do Céu, que está preocupada connosco.
E isto é o que nós desejamos a todos os leitores deste livro: que encontrem um amor mais pessoal e mais
íntimo para com Maria, a Mãe de Deus e a nossa Mãe. «E os fiéis lembrem-se de que a verdadeira devoção
não consiste numa emoção estéril e passageira, mas nasce da fé, que nos faz reconhecer a grandeza da Mãe de
Deus e nos incita a amar filialmente a nossa mãe e a imitar as suas virtudes.» (LG, n.º 67) Portanto, que o
fruto deste livro seja: libertar-se dos pecados e imitar as virtudes de Maria.Para que isto se possa realizar nos
corações de todos os leitores deste livro, dirigimos as nossas orações confiantes ao Filho de Maria.
PE. PAULLUS SEEANNER, ORC
Neste livro, as aparições de Nossa Senhora estão reduzidas aos diálogos dela com Lúcia.
Para melhor conhecimento de cada aparição, aconselhamos a leitura livro Memórias da Irmã Lúcia, do qual os diálogos foram extraídos.

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1.ª APARIÇÃO

13 de maio de 1917
NOSSA SENHORA: Não tenhais medo. Eu não vos faço mal.
LÚCIA: Donde é Vossemecê?
NOSSA SENHORA: Sou do Céu.
LÚCIA: E que é que Vossemecê me quer?
NOSSA SENHORA: Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos, no
dia 13, a esta mesma hora. Depois vos direi quem sou e o que quero. Depois, voltarei
ainda aqui uma sétima vez.
LÚCIA: E eu também vou para o Céu?
NOSSA SENHORA: Sim, vais.
LÚCIA: E a Jacinta?
NOSSA SENHORA: Também.
LÚCIA: E o Francisco?
NOSSA SENHORA: Também, mas tem que rezar muitos terços.
LÚCIA: A Maria das Neves já está no Céu?
NOSSA SENHORA: Sim, está.
LÚCIA: E a Amélia?
NOSSA SENHORA: Estará no Purgatório até ao fim do mundo.
Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser
enviar-vos, em acto de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido, e de súplica
pela conversão dos pecadores?
LÚCIA: Sim, queremos.
NOSSA SENHORA: Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o
vosso conforto.
Rezem o terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da
guerra.

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«Não tenhais medo»

Meus queridos filhos, sou vossa Mãe, a Mãe que vos visita,para vos avisar de
certas coisas, para chamar a vossa atenção, para vos aliviar dos vossos males, para
vos fazer alguns pedidos, para vos dizer que vos amo. A todos Eu digo: «Não tenhais
medo.»
Estas Minhas palavras não foram só para aquelas três crianças incultas, atónitas,
assustadas, que nada compreendiam daquilo que viam, apesar de já terem recebido
uma certa preparação dada pelo Anjo.
Essa preparação tocou-os interiormente e ficou-lhes no coração, em nível
inconsciente, pronta para agir em momento oportuno.
Naquele momento tudo foi admiração, tudo foi novo, porque nova era a
experiência pela qual estavam a passar. Em nada se parecia o que experimentavam
com o que tinham experimentado com o Anjo.
Por muito belo que o Anjo fosse, por muito que a sua presença se impusesse, essa
beleza e essa presença não se podiam comparar com a beleza que Deus Me deu, com
a graça que Ele irradia através de Mim, e faz da Minha presença uma presença de
amor, de confiança e de alegria.
Comuniquei esse amor, essa confiança e essa alegria àquelas crianças, e tornei
expansivo o coração da pequena Jacinta, para que a sua alegria a levasse à
comunicação da graça que lhe fora concedida, a fim de que o Meu Amor vos pudesse
transmitir o Amor de Deus e a Sua Mensagem, através de Mim.
Era preciso que todos soubessem o que vos viera dizer, e continua a ser preciso que
todos saibam, pois apesar de muitos procurarem Fátima, poucos conhecem o Amor
que tornou Fátima aquilo que é, a mensagem que Fátima vos transmite através
daqueles lábios inocentes, e que vos continua a transmitir, ainda, nos dias de hoje.
Meus filhos, muitos de vós têm medo de Fátima e, por isso, a contestam. Têm
medo daquilo que dela ouvem dizer. Têm medo porque não conhecem realmente
nada a respeito da Minha mensagem, que é acima de tudo uma mensagem de Amor,
do Amor de Deus, que Me permitiu visitar-vos, e do Meu amor que Me fez procurar-
vos, Amor que, como a Cruz, tem duas hastes: o Meu Amor a Deus, que me faz
entristecer, por O ver tão pouco amado, e o Meu Amor por vós, a quem vejo correr
perigos tão grandes.
Meus amados filhos, repito-vos o que então disse: «Não tenhais medo.» Não
tenhais medo de Mim, das Minhas palavras, do Meu Amor, porque o Meu Amor é
Amor de Mãe, é Amor vigilante, compassivo, cuidadoso. Meus filhos, quero
despertar em vós o desejo, o interesse pela Minha mensagem, para que depois vos
derrameis em obras de vida.
Não tenhais medo daquilo que a vida exija de vós, porque tendes convosco esta
Mãe vestida de luz, luz que é a graça de Deus, que mais não espera senão pelo vosso
consentimento, pela vossa confiança para derramar esta graça inesgotável sobre vós
que sois Meus filhos, a quem quero salvar, a quem quero abraçar, com quem quero
viver eternamente, na Pátria Celeste, onde já não tereis dor alguma, mas alegria
contínua e festa eterna.

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«Eu não vos faço mal»

Meus pobres filhos, como vós sofreis! Comovo-Me com a vossa miséria, com os
vossos sofrimentos, com a vossa angústia, com os enganos em que viveis.
Acercai-vos de Mim. Eu não vos faço mal. Quem faz mal sois vós, a vós próprios,
e é o inimigo das vossas almas, que teimais em ignorar, e com o qual ides vivendo e
convivendo diariamente, pois ele assentou arraiais no vosso mundo.
É desse mal que vos quero libertar, não só a alguns, mas a todos vós. Sou, Meus
filhos, Mãe terníssima, que não ama mais uns que os outros. Amo-vos a todos, e a
todos quero conduzir à salvação.
Não tenhais receio daquilo que vos pode trazer a vossa convivência Comigo. Vede
que Eu não vos faço mal. Não vos vou conduzir a enganos. Vou conduzir-vos à
verdade, à luz, ao conhecimento verdadeiro que tanto ambicionais, mas ao qual não
conseguis chegar pelos vossos próprios meios, por muito inteligentes que sejais.
Vede onde vos conduziu a vossa ciência, essa ciência de que tanto vos ufanais.
Quantos conhecimentos, ainda há pouco tempo tidos como verdadeiros, constatais
agora que são falsos ou imperfeitos. Vedes que é sempre possível ir mais além no
conhecimento, que nunca sabeis tudo e que frequentemente vos enganais.
Se fordes por Mim, se caminhardes Comigo, chegareis facilmente a conhecimento
muito mais profundo, porque começareis a entender o pouco que sabeis e o nada que
sois.
Para chegar a este conhecimento é preciso passar pela escola do Meu Amor, que
vos ensinará a verdadeira humildade de coração. É desta humildade que tendes medo
e, por isso, a desdenhais.
O homem é naturalmente orgulhoso. Quer saber tudo, dar opinião em tudo, até
naquilo que não sabe, saindo disso, muitas vezes, profundamente humilhado quando
alguém lhe demonstra que não tem razão, quando vê que outro sabe mais que ele.
Quantas vozes arrogantes se levantam no vosso mundo, falando do que não sabem!
São vozes irónicas, escarninhas, pois a ignorância tapa-se, muitas vezes, com a ironia,
como com uma capa, para esconder que não sabe e fingir conhecimentos.
Para vós é fácil conhecer este engano. Meus filhos, nunca o verdadeiro
conhecimento, a inteligência, a ciência, se mascaram com a ironia, porque os homens
verdadeiramente sabedores não descem a tal, nem disso têm necessidade.
Não vos faço mal, Meus filhos. Não vos vou conduzir onde não quereis. Vou, com
Amor de Mãe, ensinar-vos o caminho por onde vós próprios quereis seguir: o
caminho da luz e da felicidade.
Não vos venho atormentar, venho abrir-vos a porta da vida, a porta que em vão
procurais tatear no vosso mundo de cegos.
Venho abrir os vossos olhos, mostrar-vos onde está a verdade de que suspeitais e
que vos foge pelos caminhos que procurais frequentar.
Não recuseis ouvir-Me. Prestai-Me ao menos alguma atenção, porque Eu trago-vos
o segredo da paz de que tanto precisais.
Acercai-vos, como se acercaram as crianças inocentes, quando o mais natural seria
fugirem daquilo que não entendiam, como acontece a qualquer criança ignorante que
viva no meio das serras.
Fazei como elas, aproximai-vos que, como a elas, quero ensinar-vos com o Meu

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carinho de Mãe, fazer soar as Minhas palavras nos vossos corações, derreter neles o
gelo do materialismo, da indiferença, do espírito do mundo, que tanto vos faz sofrer.
Venho cuidar de vós. Não recuseis os Meus cuidados. Vinde, Meus filhos. Acercai-
vos. Eu não vos faço mal.

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«Sou do Céu»

Sou do Céu, o Céu é a Minha Casa, é lá que Eu moro. Moro junto do Meu Deus,
porque o Céu é o lugar onde está Deus.
Eu sou do Céu. O Céu é verdadeiramente a Minha Pátria, como é de todos vós.
Com mais propriedade, Eu sou do Céu, porque a Minha Alma foi sempre um lugar
onde Deus esteve plenamente, desde que fui concebida. Tornei-Me, na Minha
conceção, o Céu de Deus, o lugar por Ele ocupado na totalidade, que nunca Lhe foi
disputado por rival algum. Eu sou, realmente, a Casa de Deus.A Casa d’Ele é a
Minha Casa. Sou do Céu. Sempre pertenci ao Céu, sempre estive no Céu, mesmo
quando o Meu corpo vivia na Terra e passava pelas mesmas dificuldades que vós.
Vede se compreendeis, Meus filhos. Eu sou do Céu, por lá habitar agora em corpo
e alma, mas isso não foi mais que tornar sensível para Mim uma realidade que já
existia, porque Eu, por ser Imaculada, sempre fui do Céu, porque sempre fui o
Tabernáculo de Deus.
Vós também sois do Céu, mas para vós é uma Pátria longínqua, uma Pátria em que
nem sempre pensais, que normalmente não desejais, à qual nem sempre pertenceis,
porque muitas vezes a recusais quando pelo pecado a trocais.
No entanto, sabeis que não ficareis sempre neste mundo.Não há ninguém entre vós
que o ponha em dúvida. E, apesar disso, ai, Meus filhos! O pensamento de que um
dia haveis de sair daqui é para vós um pensamento estranho, perturbador, ao qual
procurais fugir. Para vós é espantoso, é até aflitivo, pensar que passareis desta vida
para uma outra que não vedes, da qual ouvistes falar, mas de que não vistes
testemunhas pessoais.
É isso que vos assusta e vos faz afastar esse pensamento.
Eu desejaria, Meus filhos, despertar em vós a consciência da existência do Céu,
não uma consciência de conhecimento vago, mas um conhecimento cheio de certezas,
baseadas na fé que deveis ter na Palavra do Senhor. Desejaria encher os vossos
corações de desejos do Céu. Queria ver-vos a desejar o Céu não para fugir ao
sofrimento, mas por uma verdadeira saudade da Pátria a que pertenceis com mais
verdade do que à Pátria que tendes neste mundo, porque esta tereis de a deixar e o
Céu é para sempre.
A vossa Pátria aqui é uma Pátria de empréstimo. Deveis suspirar pela Pátria
verdadeira, onde vos espera o amor do Pai, os carinhos da Mãe, que vos enxugarão
todas as lágrimas, que vos tirarão todas as dores.
Meus filhos, não há lugar mais belo, mais feliz que o Céu. Porque é que não o
desejais? Porque é que vos apegais tanto ao mundo que tendes de deixar? Eu sei que
há em todos vós o instinto da defesa da vida. O instinto foi Deus quem o pôs em vós,
para que a defendêsseis dos perigos que por vezes a ameaçam.
É normal, é até bom que gosteis de viver, em parte por esse instinto de
sobrevivência, em parte por amor à vontade de Deus. Mas isso não impede que o
vosso coração não sinta o desejo do Céu, uma certa saudade desse lugar melhor, a
que, pelos merecimentos de Meu Filho, tendes direito.
É um pouco à maneira daquelas pessoas que vão viver para o estrangeiro e que, por
muito bem que sejam tratadas, por muito que lhes agrade esse país, sentem sempre a
saudade, a nostalgia da Pátria.

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É assim que vos quero ver a desejar o Céu. Ponde de parte a ideia de que a morte
deve ser só para os outros, só para os mais velhos. Exercitai-vos no desejo do Céu.
Imaginai-o como quiserdes, mas ficai com a certeza de que a vossa imaginação fica
sempre muito aquém da realidade, que ela não consegue atingir a beleza e a felicidade
que vos espera no Céu. Então porquê recusar tal pensamento? Pensai no Céu com
amor, sem receio da hora da passagem, porque quando o nosso Deus quiser que deis
tal salto, Eu receber-vos-ei nos braços, estes braços de Mãe, ansiosa de vos abraçar.
Não receeis a morte, Meus filhos, receai só o pecado. A morte é apenas uma
passagem, uma porta que se abre para maravilhas que não conseguis imaginar.
Quero ajudar-vos a preparar o vosso céu, a vossa passagem para junto de Mim,
para que, quando chegar a hora, tal não vos seja difícil, não entreis em pânico, nem
sequer em receios, por nessa hora terdes as vossas almas preparadas, prontas para
entrar, e não vos ser preciso ainda alguma espera de purificação.
Filhinhos, Eu sei verdadeiramente o que vos espera, a grande felicidade que vos
aguarda. Habituai-vos a dizer Comigo no vosso íntimo: «Eu sou do Céu.»

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«No dia 13, a esta mesma hora vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos »

Pedi àquelas crianças que fossem ali seis meses seguidos, no mesmo dia e à mesma
hora, porque eles não tinham preparação para lhes poder transmitir a Minha
Mensagem toda num dia só. Precisava de os ir preparando mês a mês com as Minhas
palavras, com a oração e com o sofrimento que os iria fazer crescer na direção certa.
O mesmo era pedir-lhes que fossem fiéis ao seu encontro Comigo, porque, no
encontro Comigo, encontrariam a luz e a força de que necessitavam para a missão
que Deus lhes confiava.
Este encontro mensal era para eles visível, mas todos os dias tinham Comigo vários
encontros invisíveis, através da oração e, principalmente, da oração do terço.
E vós, gostaríeis de vos encontrar Comigo? Vejo esse desejo nos vossos corações.
Meus filhos, é tão fácil encontrardes-vos Comigo! Depende só de vós, porque Eu
aproximo-Me sempre que Me chamais. E vós? Quanto vos chamo! Não vos
aproximais! Estais sempre longe, sempre fora da Minha casa, que é o ambiente da
oração.
É tão fácil encontrardes-vos Comigo! Quereis? Então pegai no vosso terço. Rezai.
Quanto melhor o rezardes, mais verdadeiro e profundo é o nosso encontro.
Quando pegais no terço, chamais-Me. Fico feliz quando um filho assim Me chama
e vou logo para junto dele. Mas constato, com tristeza, que a maioria de vós, depois
de Me ter chamado, não Me presta atenção, desvia de Mim os seus olhos, esquece-
Me, e vai dizendo palavras soltas, enquanto brinca com os seus pensamentos, com os
seus interesses.
É assim que Me mandais embora. É assim que Me ausento do vosso terço, com a
tristeza da Mãe que se vê desprezada pelos filhos tão amados.
Como os pastorinhos perseveraram nos seus encontros Comigo, é preciso que vós
também persevereis.
Não vos aflijais se vos distraís sem querer, porque Eu própria quero ensinar-vos a
rezar. Quando dais conta de que estais distraídos, chamai-Me de novo, virai a atenção
para Mim que Eu só desejo ajudar-vos. Estendo para vós os Meus braços, e só espero
que vos lanceis neles através da oração, que procurareis fazer cada vez melhor, com a
Minha ajuda.
Sede fiéis a estes encontros. Mostrai-Me, por eles, o vosso amor, que Eu vos
prometo mostrar-vos o Meu Amor, abençoando os vossos esforços, como abençoei os
esforços daquelas três crianças.
Que nenhum de vós pense que os amei mais a eles do que vos amo a vós, pelo
motivo de Me ter mostrado visivelmente.Eles tinham, pela Vontade de Deus, uma
missão especial.Vós também, pela Vontade de Deus, tendes a vossa. Tanto vós, como
Eu, apenas temos de nos curvar, adorar a Sua Vontade Santíssima, e cumpri-la com
amor.
Aceitai a missão que tendes, cada um na sua casa, no seu trabalho, como as
crianças aceitaram a delas, e Eu vos protegerei, como as protegi.
Sois todos Meus filhos. A todos quero acompanhar. Só vos peço fidelidade,
perseverança, como lhes pedi a eles. Como a eles,Eu vos acompanho. Não penseis
que a missão deles era mais fácil, porque vos enganais. Aquelas três crianças tiveram
uma missão muito difícil. Vós, ao menos, estais protegidos daquilo que os curiosos e

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os interrogatórios necessários, as dúvidas e a proximidade familiar lhes fazia sofrer.
Meus filhos, não tenhais ambições fora da Vontade de Deus. Vivei a vossa
realidade. Não vivais de sonhos.
No segredo da vossa oração, estais Comigo. Eu venho para junto de vós, todos os
dias. Não falteis ao nosso encontro, não só seis meses, mas todos os dias da vossa
vida.

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«Depois vos direi quem sou e o que quero»

Naquele primeiro dia não lhes anunciei formalmente quem era, mas os seus
corações simples e puros facilmente entraram em comunicação Comigo e, no seu
íntimo, eles sabiam quemEu era. Nunca sequer aqueles meninos puseram em dúvida,
no interior das suas almas, que fosse Eu a Senhora que tinham visto.
Não lhes disse logo o que queria, mas o seu amor de filhos deu-lhes uma intuição
muito fina e eles começaram desde logo a descobrir aquilo que Eu queria deles e das
outras pessoas que se acercavam.
Começaram por perceber que Eu queria o terço, que queria a conversão dos
pecadores.
Deixaram de rezar terços a correr para irem brincar, e começaram a sofrer com
amor aquilo que de desagradável lhes acontecia, vendo aí a Vontade de Deus, a sua
missão reparadora, a conversão de muitos irmãos.
Meus filhos, a vós também digo que depois Me manifestarei com mais clareza e
vos direi aquilo que quero de todos. Ainda não compreendeis bem estas coisas. É
preciso que vos vá ensinando, instruindo passo a passo, como a crianças pequeninas.
Depois vos direi muitas coisas, mas só depois de Me mostrardes que as quereis
conhecer, depois de mostrardes o vosso interesse por Mim e pela Minha Mensagem.
Sabeis quem sou. Sabei-lo todos vós. Sabeis que sou a vossa Mãe, a Mãe que Jesus
vos deu quando estava pendente da Cruz, mergulhado num mar de dores, de tal
maneira que só por ser Deus e vos amar de forma infinita, se compreende que tenha
sido possível lembrar-se de tal delicadeza de amor, que tenha sido possível, até,
lembrar-se de vós.
Sabeis que sou a Mãe que, do Céu, vos segue com os olhos, atenta a todos os
vossos movimentos, cuidadosa, preocupada com as vossas infidelidades, com os
vossos descuidos.
Mas a Meu respeito pouco mais sabeis e Eu quero que saibais mais. Quero
mostrar-vos a Minha forma de pensar e de amar, a Minha forma de sofrer e de viver.
Se fordes fiéis, diariamente, aos vossos encontros Comigo, manifestar-Me-ei a vós,
dir-vos-ei muitas coisas a Meu respeito, entre elas, irei dizer-vos o que quero.
O que quero de vós é pouco e é muito. É pouco para os que Me amam. É muito
para os indiferentes e para aqueles que não querem deixar as vias do pecado.
Aos poucos vos irei dizendo o que quero. Nunca vos digo tudo de uma vez.
Nenhum de vós tem capacidade para receber de repente a manifestação de tudo o que
Eu quero, até porque muitas coisas dependem do vosso desenvolvimento e da
aceitação diária.
Agora já sabeis alguma coisa. Não é muito, mas chega, por agora, se o souberdes
aceitar, se puserdes em prática aquilo que sabeis que Eu quero.
A cada um de vós peço todos os dias, em nome de Jesus, qualquer coisa daquilo
que fazeis. Peço-vos que façais com mais amor o vosso dever, que ameis o vosso
próximo, o trateis com delicadeza, com caridade. Peço-vos que aceiteis a Vontade de
Deus, como ela se manifestar. Chega-vos este programa? Oh! Se chega!Com ele
podereis chegar a alta santidade.
Mas não vos esqueçais de que só o cumprireis se rezardes, e que, quanto mais
rezardes, melhor o cumprireis. Esta é uma das coisas que agora vos peço, é até a

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primeira coisa que vos peço, a que vos é indispensável para viverdes bem.
Meus filhos, hoje e sempre sou vossa Mãe, a Mãe que enxuga os prantos, que
modera as dores, que ensina a viver as alegrias. Confiai-Me a vossa vida, que ficareis
em boas mãos. Confiai em Mim. Sabeis quem sou. Sou vossa Mãe.

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«Sim, vais»

«Sim, vais», disse Eu à pequena Lúcia, quando ela Me perguntou se ia para o Céu.
E como gostaria de o poder dizer a todos vós!
Meus filhos, entendei que isto que Eu disse à Lúcia, disse-o vendo o futuro na luz
de Deus, pois só Deus conhece o futuro e só a Sua luz no-lo desvenda. Foi na luz de
Deus que Eu vi qual seria a opção final de Lúcia. O que lhe disse não foi como que
um destino. Não foi o Céu oferecido de bandeja, por ela Me escutar naquele
momento. Disse-lhe: «Sim, vais», mas isso não excluía todo o esforço que ela teria de
fazer. Não foi um presente que lhe fiz, foi o desvendar daquilo que ela iria querer e
escolher, por sua própria vontade e determinação.
Eu não determinei que ela se salvaria. Seria ela que iria querer salvar-se, lutar e
sofrer para tal. Lutar contra as tentações, sofrer tudo o que tal opção lhe traria a nível
de vencimento pessoal e de trabalho pelo Reino do senhor nos seus irmãos.
Igualmente para vós, Meus filhos, não sou Eu que disponho do vosso futuro. Sois
vós que dispondes dele. O vosso Pai do Céu respeita-vos tanto que não vos impõe a
salvação à força. Vós é que tendes de a escolher.
É para que façais a vossa opção em termos de vida eterna que Eu vos procuro
tanto, que corro atrás de vós, porque sei, porque vejo na luz de Deus as vossas
possibilidades. Sei e vejo que muitos de vós não vos salvaríeis se não fosse com estas
Minhas ajudas, com esta Minha perseguição amorosa de Mãe.
Ai, Meus queridos filhos! Quantos de vós! Quantos de vós nem com as Minhas
ajudas quererão salvar-se! Ai, Meus filhos! É com os olhos cheios de lágrimas que
vejo na luz de Deus a opção final de muitos de vós!
Sou vossa Mãe e sei os perigos grandes que correis com o vosso procedimento,
com a vossa lassidão, os vossos desleixos, os descuidos com a oração, os perigos que
correis pela falta de critério, pela falta de discernimento entre o que é pecado e o que
não é pecado.
Meus filhos, atualmente cometem-se os mais horríveis pecados e, o que é pior de
tudo, é que vós já nada considerais pecado!
Meus filhos, como podeis comungar com as vossas almas nesse estado? Não sentis
bater o vosso coração de temor de Deus?Os vossos corações são de pedra! Tantos de
vós fazem comunhões sacrílegas, porque vivem em pecado, alguns de vós até
publicamente, em situações contra a lei de Deus, em falsos matrimónios, em recusa
da maternidade, e, com os vossos pecados, aumentais a confusão geral daqueles que
já não sabem o que pensar e que, por ignorância, acabam por dizer que as leis da
Igreja devem ter mudado, e fazem como vós, porque vós passais por bons a seus
olhos.
Cuidado, Meus filhos, com o escândalo que provocais! Não queirais, com o vosso
pecado, com o vosso escândalo, com a vossa falsidade mascarada de virtude, atrair ao
pecado outras almas!
Meus filhos, só Deus vê os vossos corações, e os vossos irmãos muitas vezes são
enganados com as vossas aparências de santidade, quando nas vossas almas está o
pecado e o sacrilégio!
A vossa Mãe angustia-se a olhar para muitos de vós. Meus filhos, olhai para Mim!
Convertei-vos, arrependei-vos! Largai toda a vida de pecado, por muito que isso vos

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custe!
É preciso muita oração da vossa parte para dar força a muitos dos vossos irmãos
que são tão fracos, que não conseguem optar por Mim e pelo nosso Deus. Ajudai-Me,
Meus filhos, vós que estais perto do Meu Coração. Ajudai-Me com as vossas orações
por esses irmãos, para que também se salvem, como vós vos quereis salvar.
É preciso trabalhar muito para impedir o avanço do mal, que alastra em rios de
lama.
Filhinhos, trabalhai Comigo. Orai, orai muito, para não cairdes em tentação, para
que os vossos irmãos não caiam, e para que os que caíram saiam do pecado.
Aceitai toda a cruz, todo o sofrimento. Mortificai-vos, mesmo, por amor deles,
porque só a oração e a penitência vencem o mal.
Colaborai Comigo, Meus filhos, pois vós e só vós sois os autores da vossa escolha,
da vossa salvação. Ajudai-Me a ajudar-vos, para que Eu possa dizer a todos vós como
disse à Lúcia: «Sim, vais.»

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«Também»

Também a Jacinta iria para o Céu, respondi Eu à pergunta de Lúcia. Com que
amor, com que carinho o disse, fitando o rosto da pequenita, levantando assim o véu
que cobria o futuro, que cobria a sua vontade, a sua opção final, que não foi mais que
o continuar da sua opção diária, pois a Jacinta nunca optou senão por Deus.
Basta-Me a palavra “também” para definir aquilo que ela iria escolher, porque o
seu amor a isso a inclinava. Por essa escolha, ela iria sofrer e sofrer muito, porque o
caminho que leva ao Céu não é um caminho fácil.
Caminho fácil é o do mundo, que vos embala com promessas falsas de vãos
prazeres de luxos e de modas. Mas esse caminho fácil, por onde tantos de vós querem
seguir, desemboca em becos sem saída, onde tantas vezes vos desesperais sem saber
o que fazer, ou como resolver os vossos problemas.
Para alguns de vós, esse beco sem saída é um caminho de conversão, porque, ao
sentir-vos aflitos, recorreis a Mim, e mudais de caminho. É justamente com esse fim
que o Senhor permite certas situações bastante aflitivas para vós, e que levam aqueles
que não têm fé a perguntar porque é que Deus permite tais coisas.
Pois é, Meus filhos, permite-o para vos levar à conversão, à mudança de vida, para
verdes que o mundo não vos dá felicidade e não resolve os vossos problemas, para
que vos desiludais dele e procureis o caminho estreito, rude, mas verdadeiro e seguro,
esse caminho onde Me encontrais, pronta a amparar-vos, a resolver as vossas
dificuldades, a vencer as vossas angústias, a trazer-vos a cura dos vossos males.
Também a vós, Eu quero dizer essa pequena palavra: “também”. Também, sim,
também vós podereis ir para o Céu, se quiserdes acompanhar-Me neste caminho,
seguir Comigo dentro da lei do Senhor, se não andardes por caminhos maus,
caminhos falsos, tentando desculpar-vos de tantas formas, nenhuma delas válida,
porque a lei do Senhor é só uma, e só tereis a Vida Eterna se Lhe obedecerdes.
Filhinhos, dizei-Me porque não quereis escutar a Minha voz? Porque não fazeis o
que tanto vos tenho recomendado, e continuais na mesma vida descuidada, de mãos
dadas com o pecado a que já vos habituastes? Ai, Meus filhos, tende muito cuidado,
se vos adaptastes a algum pecado, de forma a viverdes comodamente com ele e a já
não vos incomodar nem inquietar.
Meus filhos, se isso vos acontece, estais em grande perigo, porque com esse
pecado que não quereis corrigir, em que já não pensais, estais diariamente a dizer
“não” a Deus, e correis o perigo de, se morrerdes ainda nessa forma de pensar,
passardes desta vida para a outra com o não na boca.
Na outra vida, Meus queridos filhos, não vos poderei valer, porque não poderei
demover a vossa vontade, como estou tentando fazer agora. Na outra vida, nem vós
podereis modificar aquilo em que a vossa vontade estava no momento da morte.
É grave, muito grave este perigo, Meus filhos. É a vossa Mãe que vos pede, não
arrisqueis a vossa eternidade por uns instantes de prazer, por uns dias ou uns anos que
sejam, mais a vosso gosto.
É tão horrível, Meus filhos, o estado de quem passa assim para a eternidade, que
não dá para se arrepender perante essa desgraça, que só então vê! Garanto-vos que, se
fosse possível alguma alma então arrepender-se, Deus a perdoaria e a salvaria. Mas
tal não é possível, porque a alma não quer. A vossa teimosia branda de agora

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transformar-se-á em teimosia agressiva e deliberada.
Filhos meus, o Céu também é para vós, sejam quais forem os vossos erros, os
vossos pecados. Peço-vos como Mãe, arrependei-vos, convertei-vos, mudai de vida.
Quero dar-vos a felicidade, quero-vos eternamente Comigo, porque vos amo,
porque sou vossa Mãe e quero no Céu não só aqueles três pastorinhos, não só os
santos que já lá estão, mas vós também.

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«Também, mas tem que rezar muitos terços»

Assim Me referi ao pequeno Francisco.


Francisco era um rapazinho como qualquer rapazinho da sua idade, com qualidades
e com defeitos. Na verdade, Francisco tinha mais qualidades que defeitos, e estes
também não eram grandes, dada a sua pouca idade.
No entanto, as traquinices habituais dos rapazes iam já aparecendo na sua vida. Os
rapazes foram sempre dados a brincadeiras mais violentas que as meninas, e para eles
é mais fácil cair em faltas, pelos maus exemplos, pelas companhias que frequentam e
que arrastam para as mesmas coisas.
Compreendei, Meus filhos, que a alma do Francisco era ainda uma alma de criança
serrana, sem contágio do mal, mas cujo brilho começava a ser embaciado aos olhos
de Deus, pelas companhias de outros rapazes menos delicados e com educação
familiar muito inferior.
O mesmo não acontecia com a Jacinta que, mais pequena, vivia mais recolhida na
sua casa, nem com a Lúcia, dado o seu carácter e a sua condição de filha mais nova,
vigiada por todos em casa.
Apontei ao Francisco a forma de apagar as suas faltas com a oração, uma vez que
não lhe seria exigido o sofrimento da Jacinta, e porque seria o primeiro a partir.
Apontei-lhe a oração do terço. Isso não queria dizer que a irmã e a prima estivessem
dispensadas de o rezar. Elas igualmente iriam rezar muitos terços.
Quis, principalmente, ao apontar-lhe este meio de santificação, apontá-lo a todos
vós, que tendes muito mais a purificar que o Francisco.
Meus filhos, se o Francisco, que era um rapaz, uma criança inocente, precisava de
rezar muitos terços, que direi de vós? Se as pequeninas faltas do Francisco
precisavam de muitos terços para se apagarem, que direi das vossas, cheias de
malícia? Que direi de vós a quem tanto tenho falado e ensinado, e que continuais sem
emenda das vossas faltas, que as escudais com a desculpa do vosso feitio, dos tempos
em que viveis, do vosso trabalho, de que os outros também fazem, e quantas mais
desculpas, todas inválidas aos olhos de Deus.
Compreendei, Meus filhos, que no Céu não entra sombra alguma. Todas as almas,
para entrarem no Céu, têm de estar cristalinas, a fim de refletirem a luz de Deus.
Sereis vós próprios que vos lançareis na purificação se não estiverdes em
condições, e, conforme for a natureza das manchas que levardes e a sua quantidade,
assim poderá levar mais ou menos tempo a vossa purificação.
Apontei ao Francisco o meio fácil de se purificar na Terra.A purificação do
Francisco seria centrada principalmente na oração, como a da Jacinta e da Lúcia seria
no sofrimento, que também não as dispensou da oração.
Para vós todos também, aponto o terço como meio mais fácil de vos purificardes. É
um caminho que abro àqueles que são mais frágeis, com mais medo de sofrer. Mas
reparai que não rezeis terços maquinais, a correr, para serem muitos. O terço deve ser
rezado com amor, para realmente vos purificar. Terços maquinais, a pensar noutras
coisas, perdem o valor. Não era assim que o Francisco rezava. Foi por rezar muitos
terços com amor que ele se tornou uma alma contemplativa, porque Eu, através do
terço, dou às vossas almas, quando o rezais bem, a graça da contemplação.
Aproveitai este meio poderoso, que ponho nas vossas mãos, e tereis tudo a ganhar

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com ele.
Reparai agora noutro ponto que vos desvendo a respeito dos terços que mandei
rezar ao Francisco.
Não penseis, Meus filhos, que esses terços todos que ele rezou foram apenas para
se purificar, nem que ele tivesse faltas grandes para tal. Já vos disse que o Francisco
apenas tinha pequenas faltas de rapazinho, que ainda pouco pensa no que faz.
O Francisco rezou os terços por si e pelas almas que Deus tinha ligado à dele. Era
através do terço que Eu queria que ele as ajudasse a salvar. O Francisco seria o
primeiro a partir. Tinha pouco tempo. Era preciso, portanto, rezar muito para
satisfazer a sua missão, para cumprir aquilo de que, perante o Senhor, tinha
obrigação. E ele só entraria no Céu depois de o cumprir.
Aconselhei-lhe a forma de o conseguir na Terra, no pouco tempo que lhe restava, e
ele obedeceu com fidelidade. Aliou a isso também bastante sofrimento voluntário,
como a sua irmã e a sua prima.
Mas ele tinha pressa, por isso era preciso rezar muito. E assim o Francisco, através
do Meu terço, chegou à oração contínua aconselhada por Jesus.
Tirai das vossas cabeças a ideia de que o Francisco precisou de rezar muitos terços
para expiar os seus pecados. Ele expiou as suas pequenas faltas, e conseguiu, através
do terço, a conversão de muitas almas e a perfeição da oração, que muitos de vós
passam dezenas de anos sem conseguir.
O terço, quando o rezais bem, é para vós um meio de expiação, intercessão,
reparação, santificação.
Prestai-Me atenção, Meus filhos. O terço é um tesouro que ponho nas vossas mãos.
Pensai nisto cada vez que lhe pegais, e acabareis por lhe pegar muito mais e com
mais amor. Pensai que é o tesouro que vossa Mãe vos dá para vos santificardes e para
santificardes aqueles de quem tendes responsabilidade. Não se pega num tesouro de
qualquer maneira, e não deve ser de qualquer maneira que rezais o terço.
Prendei-lhe a vossa atenção. Meditai-o com amor. Pensai que vos dirigis a Mim,
que estais a usar o crédito da vossa Mãe para comprar a santidade e para comprar
almas para o Céu.
Este foi o caminho simples do Francisco, que o levou a uma santidade grande. Será
também o vosso, se quiserdes ser fiéis.
Filhos queridos, não recuseis o colar de pérolas que vos ofereço e que é formado
por tantas lágrimas que choro por vós em todo o mundo.
Pegai no terço e rezai, Meus filhos. Vós também ireis para o Céu, mas tendes de
rezar muitos terços.

22
«Sim, está»

Sim, está, respondi à curiosidade infantil de Lúcia. Em duas palavras revelei-lhe o


destino eterno de uma jovem que ela conhecera. E foi com verdadeira satisfação de
Mãe que o disse, de Mãe que vê um filho alcançar a meta almejada, chegar com êxito
ao fim da carreira, iniciando uma vida de contínua felicidade, sem possibilidade de a
vir a perder.
Sim, estão Comigo, essa alma e muitas mais, muitos irmãos vossos, que aceitaram
a Salvação que o Meu Filho lhes trouxe, pelas quais Ele não derramou em vão o Seu
Sangue, que não deixaram esterilizar para si o Meu sofrimento, que souberam aceitar
o tesouro que o Senhor oferece a todos.
Sabeis, Meus filhos, que enquanto estais no mundo, estais sempre em perigo,
correis sempre algum risco de deixar perder esse tempo, de o desperdiçar, de, como
loucos, o trocar por punhados de lixo?
Meus filhos, vejo tanto lixo à vossa volta que, como Mãe, temo pela sorte de
muitos de vós que, inconscientemente, brincam com esse lixo, como crianças
ignorantes que se entretivessem brincando numa lixeira. A qualquer de vós, a vossa
própria mãe procuraria retirar do meio do lixo, falando-vos das doenças, dos
contágios que poderíeis apanhar.
Maiores doenças, maiores contágios apanham as vossas almas junto do lixo
espiritual que vos rodeia por todos os lados e de que já nem fazeis caso, dizendo,
como quem sabe o que diz, que isso não vos faz mal, não vos afeta.
Se vísseis como Eu, estremeceríeis de horror e perguntaríeis a vós próprios como é
possível terdes os olhos abertos e não verdes, serdes criaturas inteligentes e não
quererdes reconhecer o grande mal que vos faz o contágio com os ambientes que
frequentais porque quereis, onde vos meteis com tanta imprudência só porque outros
que conheceis também vão, e não quereis ficar para trás, mal vistos entre os amigos.
Sou uma Mãe que avisa, sou uma Mãe que vê ao longe, que vê onde as mães da
Terra não veem. Sou uma Mãe que vê do Céu, à luz de Deus, os perigos de que vós
não tendes consciência.
Meus filhos, todo o ambiente de moral confusa é perigoso.São ambientes
resvaladiços, onde podereis facilmente escorregar e sujar-vos. Todas essas conversas
livres, esses divertimentos que entontecem, que vos fazem sair de vós, são ambientes
maus. Essas euforias, tantas vezes provocadas pelo álcool ou por qualquer outra
excitação, são sinais de doença, de contágio no ar.
Muitos de vós estão ofendendo a Deus com a forma de falar, de proceder e de
vestir.
Grande doença, Meus filhos, grassa no mundo, com as modas que são vírus que ele
vos lança, com os quais adoeceis, e passeais a vossa doença por todo o lado, às vezes
até nos santuários, como se ela fosse agradável de ver.
Meus filhos, é a vossa Mãe que vos diz, sois muito desagradáveis de ver do Céu,
com as roupas que a vossa moda vos dita, e com ela ofendeis a Deus diariamente.
Não estais belas, minhas filhas, assim vestidas estais muito feias a Meus olhos, aos
olhos dos Anjos, aos olhos de todos que vos veem com os olhos clarificados pela luz
de Deus e, o que é pior, aos olhos do próprio Deus.
Venho abrir os vossos olhos, tentar fazer neles penetrar alguma luz, e pedir-vos

23
que, por amor de Deus e por amor das vossas almas imortais, deixeis de vos meter
nesse lixo, deixeis de proceder assim, de vestir assim, para Eu poder dizer de vós
daqui a algum tempo, tempo esse que vós não sabeis quanto será, muito ou pouco,
aquilo que disse dessa jovem: «Sim, está no Céu.»
Não brinqueis com a eternidade. Não troqueis o Céu por uns gozos passageiros,
por uns simulacros de beleza, que são banalidade mundana. Prestai atenção. Se Me
amais um pouco, fazei o que vos digo, porque o que vos digo é a expressão do Meu
Amor de Mãe, que vê mais do que vós e que quer a vossa salvação, que quer dar-vos
todo o bem, dar-vos o Céu.

24
«Estará no Purgatório até ao fim do mundo»

Queridos filhos, como vossa Mãe tenho o direito e o dever de vos avisar daquilo
que vos espera do lado de lá do vosso mundo, assim como a vossa mãe terrena vos
avisa das coisas que não sabeis, conforme a vossa idade e a vossa inexperiência.
Perante Mim, todos vós sois crianças e muito inexperientes. Todos,
constantemente, vos meteis em perigos, mesmo aqueles que se ufanam do seu saber.
Se vós soubésseis, ao menos, como sabeis pouco, procuraríeis, com mais frequência,
aprender algumas lições junto de Mim. Mas como presumis que sabeis, torna-se-Me
muito difícil, para não dizer impossível, ensinar-vos, pois faltais às Minhas aulas.
Sois como crianças que, por conseguirem ler algumas palavras se recusassem a ir à
escola, dizendo já saber.
Meus filhinhos, vede que, junto de Mim, aprendereis a ciência de vossa Mãe, que
está em melhor posição que vós para ver.Vós vedes de baixo, muito de baixo, e
tendes à vossa frente as limitações da vossa carne, o orgulho do vosso espírito, as
ambições pessoais, as tentações que rondam, os espaventos do mundo, os barulhos, a
grande confusão em que viveis.
Como quereis ver para este lado com tanta coisa à frente e, para mais, sendo
bastante fracos de vista?
Eu, vossa Mãe, vejo tudo do lado de cima. Nada se põe diante dos meus olhos a
dificultar-Me a visão. Vejo bem, vejo mais do que, por vezes, desejaria ver, porque
vejo coisas que Me magoam e afligem muito, coisas que vós fazeis por inconstância,
por desinteresse, por apego ao pecado.
Vinde, meus filhos, aqueles entre vós que têm vontade de aprender Comigo. Não
recuso ninguém nas minhas lições. Todos podeis vir quando quiserdes, mas procurai
não adiar, não aconteça que não chegueis a vir e que fiqueis dolorosamente
surpreendidos ao chegar ao lado de cá. Foi o que aconteceu a esta jovem.
Bem gostariam, muitos de vós, de poder apagar estas Minhas palavras àquelas
crianças, mas elas estão firmemente escritas em todos os livros que descrevem, com
rigor, as aparições de Fátima, e digo-vos, meus filhos, elas são muito importantes.
Lendo-as, aprendereis a não vos deixar enganar por aqueles que inventarem a ideia de
que o Purgatório não existe.
Meus filhos, onde ouvistes tal coisa? As pessoas que o dizem estão erradas e são
maus instrumentos no vosso mundo, procurando enganar-vos e levar-vos a uma vida
descuidada de facilidades.
É o Meu Coração de Mãe que vos procura e vos fala em Fátima. Reparai que nessa
altura ainda não havia estas ideias modernas que dizem que o Purgatório não existe, e
Eu vim avisar-vos da sua existência com alguma antecedência, para que, quando
essas teorias chegassem, não lhes désseis atenção. Elas chegaram e vós estais
descuidados. Por isso, muitos de vós estão confusose já não sabem bem em que
acreditar.
Meus filhos, prestai atenção. O Purgatório existe e é muito doloroso, muito mais
doloroso do que qualquer dor que experimenteis na Terra, porque na Terra tendes
sempre possibilidade de vos distrairdes e a vossa própria carne abafa a dor. No
Purgatório não há distrações, não há carne, é pura dor, dor purificadora, é dor de estar
afastado de Deus, é dor de verdes as vossas manchas, tantas, tão grandes, que

25
demoram, por vezes, muito a desaparecer, mesmo no meio dessa purificação.
E não penseis que é o vosso Deus de Amor que vos lança aí. Sois vós próprios que,
ao verdes como sois, à luz de Deus, para lá fugis, vos retrais d’Ele, vos colocais nessa
situação, pois não podeis suportar a vossa fealdade no meio da luz do Pai.
Meus filhos, tende cuidado com os pecados que praticais, porque o pecado, mesmo
perdoado, deixa sempre uma marca difícil de tirar. É como a cicatriz que fica de uma
ferida curada. Vede se conseguis, por vossos próprios meios, tirar uma cicatriz do
vosso corpo. Para isso são precisas operações delicadas.
O mesmo acontece com as vossas almas. Tende cuidado.Procurai viver em pureza,
em reta intenção, no Amor de Deus.
A respeito das marcas que tendes dos pecados já cometidos, colocai-vos, desde já,
sob a ação poderosamente purificadora da Caridade que apaga a multidão dos
pecados. A Caridade tem força para purificar as vossas almas, fazer nelas as
operações necessárias para vos retirar essas cicatrizes, a fim de que chegueis belos e
sem marcas, no fim da vossa vida.
Mas aviso-vos, meus filhos, a ação da Caridade não é fácil.A Caridade é fogo que
vos queimará, mas é preferível, é maisfácil que seja agora.
A Caridade é o fogo do Amor que vos levará a fazer tudo por Deus, a não
reclamar, a sorrir aos vossos irmãos, mesmo aqueles que vos incomodam, vos levará
a perdoar sem condições, nem divulgações do perdão, vos levará a viver sem críticas,
sem murmurações, sem duplas intenções.
É difícil, mas Eu sou a vossa Mãe e companheira. Estou convosco, quero e
prometo ajudar-vos a trilhar este caminho que vos aponto.
A Caridade deve levar-vos também a rezar por estes pobres irmãos vossos que já
não se podem valer a si mesmos pois é sempre possível, pelas vossas orações, ou
sacrifícios, diminuir o tempo previsto inicialmente para a sua purificação no
Purgatório. Lembrai-vos de que o que rezais por eles encontrareis em depósito para
vós se tiverdes de ir para tal lugar. Por isso, é duplamente vantajoso rezar por tais
irmãos.
Filhinhos, esta é a lição que hoje vos queria transmitir. Aproveitai-a. Ponde-a em
prática. Fazei o que puderdes para chegardes sem demora, depois da morte, aos Meus
braços ansiosos de Mãe.

26
«Quereis oferecer-vos a Deuspara suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em acto de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão

dos pecadores?»

Esta minha pergunta não perturbou, nem causou confusão ou dúvidas naquelas
crianças. A sua resposta afirmativa foi imediata. Eles aceitaram sem qualquer
reticência a minha proposta, porque viram nela o Meu desejo de Mãe, que,
preocupada com outros filhos, lhes pedia este oferecimento e, para tal, os fortaleceria.
Não recearam a sua fraqueza de crianças, porque naquele momento de decisão
confiaram em Mim. Foi como lançarem-se no espaço, com a certeza de que cairiam
nos Meus braços.
Esta confiança das crianças, em vão a procuro em vós, meus filhos. Tendes sempre
tantos raciocínios, tantos receios, tantas falsas prudências! Tudo isso é porque não
confiais em Mim, porque não Me vedes realmente como vossa Mãe.
Não pensais que, se sou vossa Mãe, tenho forçosamente de vos proteger? Qual é a
mãe que não protege os filhos que vê em perigo, mesmo que sejam culpados desse
perigo por qualquer imprudência? Vede que a imprudência, se é cometida na base da
confiança em Mim, torna-Me responsável por vós. É uma imprudência muito
diferente daquelas que fazeis com tanta frequência, para satisfazer a vossa vontade, os
vossos apetites, as vossas ambições.
A estes Meus pequeninos filhos Eu pedi diretamente este oferecimento, o que não
faço, geralmente, a todos vós, Meus filhos. Dou-vos muitas vezes a entender o que
gostaria que fizésseis, convido-vos de diversas maneiras, através de leituras, de
conselhos, de inspirações na oração. Mas a resolução, como com aquelas crianças,
tem de ser sempre vossa. Nunca forcei um filho a coisa alguma. Apenas peço.
Peço a todos que ganheis consciência do mal que alastra pelo mundo e que tanto
preocupa o Meu Coração.
Este Meu pedido não é por vós tomado em consideração, pois, se o fosse, não
viveríeis com tanta despreocupação, de mãos dadas com o mundo, com o
secularismo, com o pecado. Viveis indiferentes a este problema porque não Me
amais. Como não Me amais, não pensais em Mim, não escutais as palavras que, por
todas as formas, segredo aos vossos corações.
Vim a Fátima para chamar a vossa atenção, para vos prevenir, antes que as lamas
do pecado do mundo chegassem até vós.
Tendes a Minha Mensagem esquecida. Dizeis, como quem sabe, que Fátima é
oração e penitência, mas que são essas palavras para vós? Têm algum eco nos vossos
corações? Se tivessem, praticá-las-íeis e, através dessa prática, Eu faria chegar ao
vosso conhecimento tudo o mais que precisais de conhecer.
Mas vós não rezais, não fazeis penitência. Se rezais algumas orações, muitas vezes
fazei-lo a correr, como quem cumpre uma obrigação aborrecida, e deixais essas
orações para depois de tudo o resto que vos apetece fazer.
Rezais sem amor, Meus filhos, e, por isso, não conseguis fazer penitência, a
verdadeira penitência, que significa mudançade vida.
Não mudais de vida. Continuais escravizados à vossa forma de pensar, aos vossos
apetites, às vossas raivas, aos vossos pecados.
Com quem poderei contar, entre vós, para que Me ajudem a rezar por todos aqueles

27
que não Me escutam e se afundam mais nas lamas do pecado?
Quem, entre vós, Me quer escutar, escutar a Minha Mensagem até ao fim e pôr em
prática, na própria vida os Meus conselhos de Mãe?
Se vísseis um filho vosso em perigo de morte, sem lhe poderdes valer, o vosso
coração e a vossa boca gritariam que se afastasse desse perigo. Então
compreenderíeis a Minha aflição, o motivo por que percorro o mundo à procura de
filhos transviados.
Ai, queridos filhos, muito ou pouco, todos vós estais transviados, todos vos
transviais todos os dias. Escutai a Minha voz. Sede dóceis a vossa Mãe, como o
foram aquelas três crianças.
Não peço a todos o oferecimento que lhes pedi a elas, mas peço a todos, isso sim,
que aceiteis com amor a Vontade de Deus, o sofrimento que Ele vos quiser mandar, e
que o ofereçais pela conversão dos pecadores, e para reparar o vosso Deus
tãoofendido.
Meus filhos, vós precisais de mudar de vida, de fazer bons propósitos. Fazei hoje o
propósito de aceitar a Vontade do Senhor, mesmo que não a compreendais. E fazei o
propósito de rezar com mais amor, de pensar em Mim, de pedir a Minha ajuda,
porque Eu não vos faltarei. Não deixarei cair nenhum filho que confie em Mim.
Aumentai a vossa confiança. Fitai o Meu rosto. Quero comunicar-vos a Minha
Mensagem.
A Minha Mensagem para hoje é esta: Há almas a salvar. É preciso que vos
responsabilizeis, que rezeis, que trabalheis para a sua salvação. Há pecado a reparar.
É preciso que repareis. É preciso que vos convertais vós próprios, em primeiro lugar,
a um amor mais puro ao Senhor, pela aceitação da Sua Vontade.
Conto convosco, Meus filhos. Agradeço e abençoo a todos os que Me escutarem e
disserem sim ao Meu convite.

28
«Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto»

Meus amados filhos, vim junto de vós para vos mostrar o Meu Amor de Mãe e
arredar de todos vós o medo de sofrer, como o arredei das três crianças que tão
prontamente abriram os seus corações às Minhas palavras e aos Meus convites.
É fácil para Mim trabalhar em almas tão maleáveis como as daqueles pequenitos, e
gostaria muito que todos vós Me désseis tal facilidade, com a abertura sincera dos
corações às Minhas palavras, ao Meu Amor de Mãe.
Filhos muito queridos, Eu desejaria ter só alegrias para vos anunciar, mas tenho de
vos anunciar dores, porque, forçosamente, vos esperam dores, quer pela vossa
situação de criaturas da Terra, quer pelos vossos pecados, mas, mais ainda, pela
reparação que é precisa pelos pecados tão graves deste século.
Não vos posso retirar o sofrimento, mas posso fortalecer-vos, para que o encareis
sem medo, até com amor. Este é o milagre que quero fazer nas vossas almas fracas e
temerosas, que tudo fazem para escapar à mais pequena dor, que inventam mil
mentiras para se desculparem e fugirem à humilhação.
Meus filhos, vede diante de Mim aquelas três crianças serranas. Vede como Eu as
fortaleci, porque elas precisavam de fortaleza para a grande missão que acabavam de
aceitar. Não lhes escondi o sofrimento que as esperava, mas mergulhei-as na luz da
graça de Deus, que as fortaleceu, como a mais forte couraça.
É isso precisamente que quero fazer a todos vós, mas só o posso fazer se, como
elas, estiverdes dispostos a aceitar o que Deus vos enviar, estiverdes permeáveis à
graça.
Vós já ouvistes falar da graça de Deus. Alguns de vós até já ouviram e leram muito
sobre isso, mas nenhum de vós a conhece verdadeiramente, porque a vossa carne
pecadora, o vosso espírito soberbo são barreiras que a afastam e são cegueira que
afeta os olhos da vossa alma.
A graça que foi concedida a estas crianças foi sensível e muito especial, porque tal
era necessário para a sua missão.
Não espereis ver a luz da graça de Deus, como a viram os meninos, pois vós não
tendes a missão deles. Mas podeis ter a certeza de que, se Me abrirdes os vossos
corações, se acederdes aos Meus pedidos, Eu nela vos mergulharei, mesmo sem
sentirdes, como os mergulhei a eles sensivelmente, e a graça agirá em vós da mesma
forma, dando-vos força para sofrer tudo aquilo que for preciso para a reparação de
tanto pecado e para a conversão, vossa e dos vossos irmãos.
Não tenhais medo, Meus filhos, confiai em Mim. Nada vos darei que não possais
suportar. Ajudar-vos-ei, com a Minha mão, a levar o peso da vossa cruz.
Prometo-vos estar junto de vós sempre que sofrerdes, amparar-vos na vossa luta,
segurar-vos para não cairdes, defender-vos, como a mãe defende os seus filhos, de
qualquer perigo que os ameace.
Vós não sabeis, Meus filhos, mas correis muitos perigos e precisais de Mim muitas
vezes, muitas mais vezes do que aquelas em que reparais que escapastes de um
perigo, porque há perigos que não vedes, dos quais vos defendo e de que não dais
conta.
Agradecei, filhos Meus, todas as noites, antes de adormecerdes, todos os perigos de
que vos defendi durante o dia, pois sou como mãe que vigia o seu filhinho, afasta

29
qualquer inseto que nele queira pousar e se lança na frente de alguém que o queira
roubar.
Assim vos vigio, Meus filhos, e com solicitude especial, aqueles que se Me
entregam, que aceitam as Minhas palavras e Me dizem “sim”.
Não tenhais medo. De qualquer forma teríeis de sofrer.Faz parte da vossa condição
de seres humanos. Todos sofrem na Terra. Também sofri quando aqui vivi e podeis
ter a certeza de que foi muito mais do que vós, mas como Me entregava à Vontade de
Deus para o que Ele quisesse, a Sua graça fortalecia-Me.
Abro-vos os Meus braços. Só precisais de vos lançar neles, para que vos erga, vos
mergulhe no banho da graça. O caminho nos Meus braços é um caminho mais fácil
do que aquele que podereis fazer pelo vosso pé, a tremer de medo.
Vamos! Os Meus filhos não têm medo! Eu torno-os fortes e valentes. Avançai para
Mim, para avançardes Comigo para a batalha em que triunfaremos juntos.

30
«Rezem o terço todos os diaspara alcançarem a paz para o mundoe o fim da guerra»

Apareci em Fátima com o terço nas mãos. Levava-o Comigo para vos mostrar
quanto o prezo, quanto o abençoo. Porque Eu terei de abençoar, certamente, aquilo
que transporto Comigo.Ao meu contacto, qualquer objeto fica abençoado. Mas Eu
não apareci em Fátima com qualquer objeto nas Minhas mãos. Apareci com o terço.
Este é o objeto que Eu abençoo especialmente.
Meus filhos, quantos de vós trazeis o terço convosco? Quantos de vós o trazeis nas
vossas mãos, no vosso corpo? Tendes atualmente tantas formas de usar o terço
convosco! E vós, trazei-lo?
Sabei, Meus filhos, que o terço é um objeto que vos protege de muitos perigos, não
sabeis quantos, além de o seu uso tornar mais fácil para vós a sua recitação, trazer-vo-
la-á memória com mais frequência e facilitar-vos a contagem.
E quantos de vós, Meus filhos, nem um terço têm! Quantos de vós sabem que têm
um em algum lugar, mas não sabem bem onde. Quantos de vós sabem onde têm o
terço, mas nunca ou quase nunca o rezam!
Pergunto-vos: Quantos de vós têm verdadeiro amor ao Meu terço? Quantos de vós
mo rezam com desejo de Me agradar, de Me dizer palavras belas, palavras que só
mães e filhos entendem?
E, no entanto, ouvis o Meu pedido bem claro: Rezem o terço todos os dias. E vós,
rezais?
Vós, os que rezais, como o fazeis? Ai, Meus filhos, vejo-vos tantas vezes rezá-lo à
pressa a pensar noutra coisa! Quantas vezes o rezais só para “não deixardes de o
rezar”. É uma fidelidade que vos agradeço, mas não o façais farisaicamente. Não
fiqueis presos à obrigação pela obrigação, a uma recitação que vos maça, só porque
prometestes rezá-lo.
Volto a pedir-vos: Rezai o terço com amor. Nem sempre o podeis fazer com
alegria, com satisfação espiritual, mas podeis sempre fazê-lo com amor, se não com
amor sentido, pelo menos com amor de vontade, que é ainda o mais importante.
Rezai o terço para Me agradar, para Me dar satisfação, mesmo que vós não sintais
nenhuma, mesmo que as preocupações andem à vossa volta, mesmo que as distrações
venham perturbar-vos.
Procurai durante o terço repousar em Mim, como se estivésseis sentados nos Meus
joelhos, e Eu prometo-vos pacificar as vossas inquietações.
Lembrai-vos que prometi dar-vos paz. Pedi que rezásseis oterço para alcançar a paz
e não falto às Minhas promessas.Pelo terço dar-vos-ei a paz, a paz nos vossos
corações, a paz nas vossas famílias, no vosso ambiente social, no vosso país, no
mundo.
Para alcançardes a paz, todos deveis rezar o terço. Não basta mandardes rezar os
vossos amigos, ou algumas pessoas que pensais rezarem melhor que vós. É bom que
eles rezem, mas não é bastante, porque é necessário que vós também rezeis.
Por muito fraca que vos pareça a vossa oração, não a enfraqueçais ainda mais,
deixando de a fazer. A vossa oração, mesmo fraca e imperfeita, é preciosa para Mim,
e se não a fazeis ficará uma falha, uma lacuna, no muro protetor da paz.
Vede agora, Meus filhos, quantas pessoas não rezam! Quantas falhas, quantas
lacunas neste muro! É por essas brechas, tantas, tantas, que entra aquele que vos traz

31
a desunião, que vos traz a mentira e a guerra.
Todos os males de que vos queixais, vede-os agora à luz que projeto sobre eles. É
tudo muro por construir, pela vossa falta de oração.
Se há muitos que não rezam, vede a vossa responsabilidade. Deveis fazer a vossa
obra e a deles, pois dela depende a paz e a felicidade de todos. Sois como pedreiros
que fizessem serões para erguer a proteção, porque os seus companheiros não
cumprem com o seu dever. Mas eles veem que, se não o fazem, deixarão entrar os
inimigos à vontade. Deitam as mãos ao trabalho porque é preciso trabalhar
rapidamente, pois o tempo urge, e nem sabem se ainda chegará. Nem têm tempo para
pensar de quem é essa obrigação.
De facto, Meus filhos, a oração é cada vez mais urgente, é obrigação de todos, e
não há tempo para fazer cálculos, para ver se já a cumpristes na parte que vos
compete. Pois, se assim foi, não pareis, e lançai mãos à parte que os vossos irmãos
deixaram por fazer, porque por aí, vede, o vosso inimigo está entrando. Vede como
entra!... Vede através das notícias de crimes, de brigas, de escândalos, de guerras,
com todas as suas consequências.
Rezai, Meus filhos, rezai, que Eu vos sustentarei, não deixarei que caiais de
cansaço. Rezai, porque o interesse é vosso. Rezai, Meus filhos! Sou vossa Mãe, e as
mães nunca enganam.
Escutai a Minha voz, filhos! Quero dar-vos a paz, quero que sejais felizes, mas
depende muito de vós. Ouvi o Meu conselho, o conselho que hoje vos deixa o Meu
Coração de Mãe: Rezai, rezai com amor, rezai o terço todos os dias.

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2.ª APARIÇÃO
13 de junho de 1917
LÚCIA: Vossemecê, que me quer?
NOSSA SENHORA: Quero que venhais aqui no dia 13 do mês que vem; que
rezeis o terço todos os dias e que aprendeis a ler. Depois direi o que quero.
Lúcia pediu a cura de um doente.
NOSSA SENHORA: Se se converter, curar-se-á durante o ano.
LÚCIA: Queria pedir-lhe para nos levar para o Céu.
NOSSA SENHORA: Sim, a Jacinta e o Francisco levo-os em breve, mas tu ficas
cá mais algum tempo. Jesus quer servir-Se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele
quer estabelecer no mundo a devoção ao Meu Imaculado Coração. A quem a abraçar
prometo a salvação, e serão queridas de Deus estas almas, como flores postas por
Mim a adornar o Seu trono.
LÚCIA: Fico cá sozinha?
NOSSA SENHORA: Não, filha. E tu, sofres muito? Não desanimes. Eu nunca te
deixarei. O Meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá
até Deus.

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«Quero que venhais aqui no dia 13 do mês que vem; que rezeis o terço todos os dias e que aprendeis a ler»

Escolhi o dia 13 de maio para a Minha primeira aparição e os outros dias 13 para
as aparições seguintes.
Comecei em maio, mês que há muito Me é dedicado pelos Meus filhos. As Minhas
aparições começaram com o perfume das flores, no mês em que elas atapetam os
campos.
Eu gosto de flores, sabeis? Gosto das flores do campo, das flores dos jardins e das
flores que são as vossas almas em graça.
Meus filhos, sois as Minhas flores, nas quais procuro beleza e perfume para
oferecer ao Pai, através de Jesus. São as flores que compõem o magnífico jardim que
Lhe quero apresentar. Por isso cuido de vós com tanto cuidado, e penaliza-Me
quando deixais que os ventos do pecado vos levem as pétalas, vos sequem as folhas,
vos murchem.
Colocai-vos nas Minhas mãos, que Eu cuidarei da flor das vossas almas, como a
melhor jardineira. Vereis que, com as Minhas lições, haveis de florir, como floriam
os campos quando, em maio, vim à Terra.
Mês a mês, chamei as três crianças e chamei as pessoas que, com elas, se
apresentaram na Cova da Iria, por piedade, por curiosidade, pelo desejo de pedir
alguma coisa. Tudo servia e tudo continua a servir para agrupar os Meus filhos à
Minha volta e tentar conquistá-los.
Fui ali no mês seguinte e nos outros, e chamei cada vez mais pessoas para junto de
Mim.
Meus filhos, Eu não fui a Fátima só nessas seis vezes. Fui muitas mais, e continuo
a ir, mas vós não Me vedes, porque o tempo em que Me apresentei visivelmente
passou. Mas vou até lá e gosto de lá vos encontrar, sempre que podeis ir a Fátima.
Fátima é o lugar onde vos podeis encontrar Comigo com mais facilidade. Mas
Fátima é também uma mágoa para Mim, porque muitos de vós não vão lá para Me
encontrarem, vão para passear. Às vezes, alguns vão a Fátima para pedir alguma
coisa ou para cumprir uma promessa.
Meus filhos, apesar de em Fátima vos poderdes encontrar melhor Comigo, pedidos
podeis fazê-los em qualquer parte que sempre vos ouço.
Prefiro ver-vos em Fátima apenas por amor, para vos encontrardes com vossa Mãe,
que ali vos espera em ambiente de oração.
Sabei que tudo o que fazeis em Fátima sem respeito Me desagrada. Desagradam-
Me todas essas conversas no Meu Santuário, conversas completamente desligadas de
Mim, todo o ambiente de excursão folclórica de que, por vezes, vos rodeais e que vos
dissipa do espírito de oração, todas essas roupas modernas que exibis, que desnudam
os vossos corpos! Tudo isso são as mágoas que, em Fátima, chora o Meu Coração
Imaculado, que se aflige perante as vossas nódoas!
Sabei que, se vos apresentais assim, apresentais-vos cheios de nódoas. Não vos
admireis que muitos dos vossos pedidos fiquem por atender e que não tenhais paz nos
vossos corações.
Desejo muito ver-vos em Fátima. Vir a Fátima é como vir abraçar-Me. Mas não
Me venhais abraçar cobertos das nódoas dos vossos pecados, das vossas imodéstias,
da vossa vida dissipada e sem arrependimento.

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Abraço todo o filho que aqui se apresenta arrependido, seja qual for o volume dos
seus pecados. Quisera o Meu Coração que todos os pecadores, os maiores de todos,
aqui viessem com o coração arrependido, porque uma mãe não recusa filho algum.
Mas manda lavar os que estão sujos e manda vestir os que estão despidos.
Não façais também, da vossa vinda a Fátima, uma ocasião de maior pecado,
coroando uma vida pecadora com uma comunhão sacrílega. Quantos de vós o fazem,
e fazem com isso chorar mais o Meu coração!
Quantos de vós que faltam sistematicamente à Missa de domingo, tantos que nem o
domingo respeitam, outros que carregam consigo pecados numerosos, se atrevem,
porque aqui vieram passear, a ir à Comunhão, sem terem passado primeiro pelo
confessionário.
Meus filhos, isso é muito grave. Pensais que não vejo essas coisas? Tirai das
vossas cabeças a ideia, atualmente tão espalhada, de que basta arrepender-vos no
vosso íntimo para não ser preciso confessar-vos e poderdes ir à Comunhão.
Essa ideia é errada! Como é esse vosso arrependimento? Vós sabeis muito bem que
é um arrependimento fingido, um teatro que fazeis diante do Senhor, e que, saindo de
Fátima, voltareis a fazer o mesmo, porque não tendes intenção de vos emendardes.
Um verdadeiro arrependimento tem sempre propósito de emenda, mesmo que a
pessoa saiba que é fraca e que pode voltar a cair. Por isso, confia-Me sinceramente o
seu propósito, com o desejo firme de não voltar a cair nesses pecados de que se
arrepende.
Meus filhos, não venhais a Fátima ofender a Deus.
Vinde para vos converterdes, isso sim, e, mesmo aqueles que se consideram
convertidos, vinde procurar, junto de Mim, nova conversão, conversão para mais
perto de Mim, para que Eu vos leve ao Senhor, e façais progressos de virtude e
santidade.
Escolhi, meus filhos, o dia 13, como podia ter escolhido qualquer outro, mas
preferi este dia procurando, com esta escolha, mostrar-vos a inutilidade das vossas
superstições, que não vos levam senão a outras superstições e, por vezes, a lugares
perigosos.
Meus filhos, vós que vindes a Fátima, não frequenteis lugares de superstição, que
são lugares do meu inimigo.
O dia escolhido para as Minhas aparições em Fátima denuncia a falsidade de tudo
aquilo que se liga a essas vias estranhas de superstição, crendice, espiritismo e
bruxaria, onde, tantas vezes, procurais remédio para os vossos males, onde vos
afundais, cada vez em maior profundidade de mal, e que, se por vezes parece aliviar-
vos e conceder-vos alguma coisa, tantas vezes tapando-se até com imagens Minhas, é
para melhor vos agarrar nas suas malhas.
Meus filhos, mais vale a cruz, por mais pesada que seja, levada por amor de Deus,
do que o alívio, tomado pelas mãos do inimigo do Senhor.
Filhinhos, esta é a lição que tenho hoje para vós. Aproveitai-a. Vinde ter Comigo,
de coração aberto ao Meu Amor, como o Meu Coração se abre para vós.
Vinde a Fátima falar Comigo, estar Comigo, que Eu vos aben-çoarei. Do Meu
trono no Céu desço lá muitas vezes. Vejo os vossos corações e aquilo que Me trazeis
da vossa vida.

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O Meu Amor de Mãe espera-vos. Enquanto não podeis vir, abençoo-vos, abençoo
os vossos projetos, tudo o que fazeis por Jesus.
A Minha bênção desce sobre vós neste momento. Recebei-a nas vossas almas,
como chuva benfazeja nesse jardim que, dia a dia quero cultivar.

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«Depois direi o que quero»

Meus filhos, na frase anterior, reparai, já tinha anunciado que queria três coisas:
que ali voltassem no dia 13 do mês seguinte, que rezassem o terço todos os dias e que
aprendessem a ler. Estas são três coisas que também vos peço. Peço que vades a
Fátima algumas vezes, que rezeis o terço todos os dias e que cumprais o vosso dever.
Vede agora que, depois de lhes ter pedido estas três coisas, acrescentei: «Depois
direi o que quero.» Isto quer dizer que os Meus pedidos não estavam esgotados. Quer
dizer que, depois de terdes rezado, depois de cumprirdes o vosso dever, quando
fordes a Fátima, quando escutardes, quando meditardes a Minha Mensagem, ela
encerrará novos pedidos Meus.
Foi a ida à Cova da Iria nos outros dias 13 que trouxe às crianças a revelação das
outras coisas que Eu queria. Será o estudo dessa Mensagem, a união que tereis
Comigo em Fátima ou nas vossas casas, se lá não puderdes ir, que vos trará o resto
dos Meus pedidos.
Já vos disse que nunca vos peço tudo de uma vez. Tenho de preparar os vossos
corações. Tenho de os encher de amor, para eles se resolverem e até desejarem dar o
que Eu quiser, dar-se até a si próprios.
Meus filhos, tenho realmente outras coisas a pedir-vos, mas ireis conhecê-las
gradualmente, à medida que os vossos corações forem derretendo o gelo que os isola
de Mim. Quereis dar-Me os vossos corações gelados, para que Eu os aqueça e os
torne mais agradáveis a Jesus?
Meus pobres filhos, quantos de vós desejam tanto ser agradáveis a Jesus, desejam
amá-l’O mais, amá-l’O muito, mas simplesmente não conseguem, fracassam em
todos os propósitos, caem sempre em pequenas faltas, que são como pequenos atilhos
que vos prendem e não vos deixam correr, voar para Ele. As vossas almas sofrem,
gemem, choram, com a impotência da vossa miséria. Chegais a perguntar a vós
próprios o que há de verdade em toda a história da vossa vida, nos vossos desejos, por
vezes contraditórios. E duvidais, se não será ilusão, erro de sentimentos, o que vos
parece quererdes.
Queridos filhos, sei que muitos de vós pensam ter andado para trás, e nada vos
parece verdade, daquilo que desejastes na juventude. Parece-vos serem fogos de
palha, coisas do passado, a que não conseguis voltar. E, no entanto, bem que o
desejaríeis.
Esse vosso desejo é a melhor garantia, para Mim, daquilo que vós sois, no vosso
íntimo. Pouco Me importa que não tivésseis conseguido atingir o grau de amor que
desejais. Será que nesse grau de amor desejado não se meteria um pouco de vaidade,
que é necessário abater?
Meus filhos, importa-Me ainda menos que não sintais nada, pois não desejo
amimar a vossa sensibilidade. Quero fazer de vós almas que desejem puramente, e
não almas que desejem sensivelmente.
Toda a impotência para o bem, de que vos queixais, filia-se apenas na miséria da
criatura humana. Aceitai que sois fracos. Aceitai não conseguir nada. Aceitai não
sentir nada. Aceitai o desgosto imenso de vos parecer amar menos agora do que no
passado, com entusiasmos fáceis. Aceitai o sofrimento tremendo de vos parecer que
sois almas sem amor.

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Sois isso mesmo, é verdade. Humilhai-vos nessa verdade. Dai-Me esta vossa
humilhação. Entregai-vos nas Minhas mãos. Entregai-Me os vossos corações, e
podeis ter a certeza de que Eu os farei amar como vós nunca pensastes que fosse
possível.
Os vossos corações são de pedra. Eu derreterei essa pedra, como gelo no meio do
fogo. Sossegai os vossos anseios nos Meus braços de Mãe. Ficai Comigo. Hei de
pedir-vos algumas coisas, mas dar-vos-ei tanto amor que, tudo quanto vos pedir, vos
parecerá pouco.
Aquietai-vos. Encostai a vossa cabeça no Meu Coração. Esperai em paz, na paz
que Eu vos quero transmitir. Orai em silêncio. Acostumai-vos ao Meu ambiente de
oração, de recolhimento. Esperai calmamente. Depois vos direi o que quero.

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«Se se converter, curar-se-á durante o ano»

Meus filhos, toda a cura implica mudança de vida. A própria cura é uma mudança,
uma passagem do estado de doença ao estado de saúde.
Mas como quereis mudar o estado dos vossos corpos e não pensais no estado das
vossas almas?
Todos vós que estais doentes, já perguntastes a vós próprios como está a saúde das
vossas almas? Não estarão as vossas almas mais doentes que os vossos corpos? Já
pensastes se a doença não será uma chamada de atenção que Deus vos faz, para
pensardes na doença das vossas almas?
Meus filhos, não tenhais ilusões, nem sejais soberbos. Muito ou pouco doentes,
todos vós tendes na vossa alma qualquer ponto fraco que é preciso curar. Às vezes
tendes até diversas doenças que teimais em não ver, mas cujas manifestações os
vossos irmãos sentem, por vezes, bem dolorosamente.
Tende cuidado com a vossa alma. Não a deixeis desprezada, como se não vos
servisse para nada. Se o corpo vos é necessário e o trazeis devidamente tratado e
asseado, não vos esqueçais de que a alma se vê muito bem aqui do lado de cima e
muitos de vós trazem-na tão suja e maltratada que enoja os anjos.
Tende cuidado, meus filhos, com o asseio e com a saúde da vossa alma. Lembrai-
vos de que é com ela que atravessareis para o lado de cá. O corpo fica aí, e desfazer-
se-á. A alma viverá eternamente, segundo a forma como a tiverdes no momento da
partida, que vós não sabeis quando será.
Desejai curar os vossos corpos, sim, meus filhos, mas não vos esqueçais das vossas
almas. Se apenas pedis a cura do corpo e deixais a alma no mesmo estado de pecado,
não estranheis de não vos curardes, até porque muitas doenças da alma se manifestam
nos vossos corpos.
Desejo muito curar-vos, se tal estiver nos eternos planos do Senhor, mas quero, em
primeiro lugar, que vos convertais, porque vejo as coisas com realidade e sei
conhecer o que é mais importante para vós.
Esta Minha resposta a Lúcia é chamada de atenção para todos vós. Primeiro
convertei-vos. Primeiro virai-vos para a Vontade de Deus e para o Seu Amor,
purificando as vossas almas de todo o pecado e do afeto ao pecado. E se pensais que
já cumpristes estes requisitos, que já estais virados para Deus, virai-vos ainda mais,
pois nos caminhos da Vontade do Senhor e do Seu Amor é sempre possível avançar.
Cada avanço é uma cura de alma a nível mais profundo, um novo embelezamento
para ela.
Como Eu gosto de vos ver curados e belos, mas curados e belos, primeiro, a nível
de alma, e só depois a nível de corpo.
Dir-Me-eis, talvez, que sem a doença, sem essa preocupação, esse incómodo ou
essas dores, amaríeis mais o Senhor.Não tenhais essas ilusões, Meus filhos! Como foi
que O amastes, quando não sofríeis desse mal? Aceitai primeiro a Vontade d’Ele.
Convertei-vos ao Senhor e, então, pedi a cura do vosso corpo.
Não vos esqueçais de que prometi aquela cura durante o ano, e não imediatamente,
se essa pessoa se convertesse. Isso quer dizer que quero uma conversão perseverante.
Não penseis que Me enganais! Meus pobres filhos, Eu vejo os vossos corações,
conheço os vossos pensamentos. Não podeis mentir-Me. Sei exatamente se a vossa

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conversão é sincera ou se são só aparências, para pedir a cura.
É preciso que sejais sinceros e perseverantes.
Os Meus cuidados de Mãe não são cuidados levianos. Sei o que faço e o que peço.
O que faço e o que peço é para vosso bem, são medidas inteligentes, que têm em vista
o vosso futuro, o futuro que quero que partilheis Comigo.
Fazei o que vos digo e tereis a alma sã, sereis felizes, poderei curar-vos, poderei
esperar ficar convosco eternamente, no Céu, onde é a Minha morada, e onde vos
quero receber no dia em que partirdes da Terra.

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«Sim, a Jacinta e o Franciscolevo-os em breve»

Que melhor prenda pode receber um filho do que saber que irá em breve reunir-se
com a sua mãe, se dela estiver fisicamente afastado?
Aqueles meninos, durante todo o mês estavam fisicamente afastados de Mim, tal
como vos acontece a vós. Os seus corações, porém, estavam unidos a Mim, coisa que
pouco vos acontecea vós.
Nos dias 13 daqueles seis meses, estavam perto de Mim fisicamente e viam-Me
com os seus olhos. Essa visão enchia-lhes o olhar de tanta beleza e o coração de tanto
amor, que ansiavam todo o mês seguinte pela Minha presença, de novo.
E vós, quantas vezes Me desejais? Se hoje vos dissesse que vos levaria em breve
para junto de Mim, como ficaria o vosso ânimo? Ficaríeis alegres ou tristes? Sei que a
grande maioria de vós viria pedir-Me para não vos levar ainda, lembrando-Me de que
fazeis falta na vossa família, no vosso trabalho, no vosso grupo, no vosso apostolado,
em tantas coisas a que vos deixais prender, mas que são a manifestação do vosso
pouco espírito sobrenatural, da vossa falta de amor, do vosso pouco ou nenhum apego
à Vontade de Deus.
Meus filhos, venho hoje dizer-vos que Eu levarei em breve vários entre vós, até
vários daqueles que menos contam com isso neste momento. Se não vos importais,
desejaria muito ser Eu própria a levar-vos, em vez de vos deixar fazer sozinhos esta
passagem, sempre difícil para vós, passagem que vos assusta, que vos atemoriza. Se a
fizerdes de mão dada Comigo, ou até nos Meus braços, vereis que não é difícil.
Atravessareis de olhos fechados e não vereis nada de assustador. Só os abrireis
quando Eu vos disser que já passámos e então deslumbrar-vos-eis com a magnífica
claridade, com a beleza que vos espera.
Gostaríeis de passar assim a porta que vos assusta? Meus filhos, é fácil. Basta
deixar-vos guiar por Mim, sem protestos, sem reclamações. Basta dizer sim ao que
vos peço, mesmo que não vos seja agradável. Vós sabeis que nem sempre aquilo que
as mães mandam os filhos fazer é agradável. Mas obedecem, porque sabem que ela só
ordena o que é bom, certo e justo para eles.
Amados filhos, levarei nos Meus braços todos aqueles que o quiserem. Mas não
basta dizer que quereis. É preciso fazer aquilo que vos tenho aconselhado, que vos
tenho pedido e o que vos continuarei a pedir. É preciso mudar de vida. É preciso
serdes bons, viverdes em pureza e em caridade. Tereis algumas dificuldades. Sim, a
felicidade não é fácil e é preciso conquistar o Céu à custa de renúncia e de obediência
à Vontade de Deus.
Mas Eu sou uma Mãe guerreira e, por vós, empunharei armas. Se quiserdes que
vos ajude, aceitai esta luta e Eu estarei ao vosso lado. Empunhareis as armas Comigo
e Comigo vencereis.
Haverá alguma luta, algum sofrimento, agora. Aquelas crianças também os
tiveram. Mas depois, na hora da passagem, nessa hora em que os fortes tremem,
vereis como é fácil Comigo. Direis então que valeu a pena a luta na Minha
companhia para tão facilmente vencerdes.
Prestai atenção. Vós não sabeis os desígnios do Senhor.Não sabeis se tendes muito
tempo, se tendes pouco. Normalmente aconselhais-vos uns aos outros a não pensar
nisso. Eu aconselho justamente o contrário, e digo-vos: Pensai nisso.

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Pensai nisso, sim, Meus filhos, porque é o negócio mais importante da vossa vida,
o único verdadeiro negócio, pelo qual vale a pena lutar, fazer cálculos, estabelecer
estratégias e manhas.
Esses cálculos, essas estratégias e essas manhas, Eu vo-las quero ensinar, para que
a vossa luta seja o mais fácil possível, e tenhais o menor número de feridas e quedas.
Ficai junto de Mim. Juntos vamos calcular as vossas possibilidades. Veremos
juntos o que é que vos falta e o que é que tendes de deixar ao entrar nesta luta. Se
seguirdes os Meus conselhos, se fizerdes o que vos peço, chegareis ao fim vitoriosos
e, junto de Mim, gozareis eternamente o prémio que o Senhor dá àqueles que optam
por Ele, que O amam, que fazem a Sua Vontade.
Estais na Terra para preparar a vossa eternidade. Não desperdiceis o tempo que
tendes para isso. Lembrai-vos: como à Jacinta e ao Francisco, a muitos de vós virei
buscar em breve.

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«Mas tu ficas cá mais algum tempo»

Meus filhos, há coisas que vós desejais e que o Senhor não vos concede, porque
não fazem parte dos Seus desígnios, dos Seus planos sobre vós. Nem tudo o que
desejais é bom, e, mesmo entre as coisas que vos parecem boas, nem todas são boas
para vós.
Lembrai-vos de que não basta uma coisa ser boa para que a tenhais. É preciso que
Deus o queira a vosso respeito. Se Ele não o quiser, é em vão que procurais, que
desejais ter, fazer, estar nisso que vos atrai e que os outros têm, fazem ou onde estão.
Não desejeis as coisas desmedidamente, mesmo que sejam coisas boas. Perguntai
antes se elas são do agrado do Senhor para vós.
Quantas vezes fracassais em coisas onde irmãos vossos têm proveito, e perguntais
a vós próprios porque é que tal vos acontece. Não precisais de vos interrogar muito,
porque Eu explico-vos os motivos dos vossos fracassos. Fracassais em muitas coisas,
porque vos meteis nelas por vossa própria vontade, porque achais bonito,
interessante, proveitoso talvez, mas não procurais ver qual será a Vontade de Deus
para vós a esse respeito.
Pedis poucos conselhos e, muitas vezes, quando os pedis, não os seguis. Fiais-vos
na vossa própria cabeça, naquilo que ouvis dizer, e seguis os vossos impulsos
imprudentes.
Vede a Lúcia, Meus filhos. Bem que ela gostaria de seguir os primos para o Céu,
mas calou-se, assim que Eu lhe disse que ficaria cá mais algum tempo, porque tal era
da Vontade de Deus.Não voltou a pedir para a levar para o Céu, porque sabia que, por
muito bom que o Céu seja, não era ainda para ela. Embora no íntimo do seu coração o
desejasse, a sua boca não mais o pediu, porque o Céu, para ela como para vós, é o
encontro com Deus, e Deus o determina, conforme a Sua Vontade.
É cumprindo a Sua Vontade que O encontrais sobre a Terra.A Vontade de Deus,
em cada dia, deve ser para vós o principal tema de meditação.
Procurai conhecê-la, estudai-a, e encontrá-la-eis. Ao encontrá-la, abraçai-vos com
ela, por muito amarga que vos pareça, pois o mesmo é abraçar o Senhor, nesse
momento. No momento em que abraçais a Sua Vontade, estais no Céu. Apenas a
vossa sensibilidade se encontra fechada para o sentir.
Entretanto, com esta Minha lição, ficais a sabê-lo, e podeis fazer um ato de vontade
nesse abraço, e um ato de fé naquilo que vos digo, que não é mais que o recordar das
palavras de Jesus acerca da Vontade do Pai.
Amados filhos, não desejeis coisas inúteis ou até demasiadas coisas úteis, porque
correreis o risco de vos encherdes de riquezas que vos pesam. Desejai, isso sim,
cumprir a Vontade de Deus com todo o amor de que fordes capazes. Empregai, para
isso, todas as forças, treinai-vos como atletas que buscam um alto prémio.
Velai pelos vossos desejos. A maior parte deles, ainda que parecendo bons, não
valem nada, porque são filhos do egoísmo, da vã vaidade. Só o desejo de cumprir a
Vontade de Deus vos leva à humildade de quem aceita e nada recusa ao Senhor.
Não queirais escolher das mãos d’Ele os vossos sofrimentos ou as vossas alegrias.
Deixai que Ele escolha, que Ele distribua entre vós dores e alegrias, e ficai contentes
com a parte que vos couber, pois podeis ter a certeza de que é parte escolhida com
cuidado, melhor para vós, que aquela, talvez mais vistosa, que coube ao vosso irmão,

43
e que só será boa para ele se ele a souber aceitar com humildade.
Meus filhos, a Lúcia ficou mais algum tempo, muito tempo para o seu desejo do
Céu, muito tempo para as vossas contas sobre tempo. Esse era o seu caminho. Não
tem a ver com facilidade ou dificuldade de santificação. Tem a ver somente com a
Vontade de Deus, que deve ser para vós o único desejo a nortear todos os outros.
Sois Meus filhos, aceitai como Eu. Aprendei a dizer como Eu, em todas as
circunstâncias: Fiat.

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«Jesus quer servir-Se de ti para Me fazer conhecer e amar»

Fazer-Me conhecer e amar era a missão da Lúcia. Ela estava encarregada de


transmitir a Minha Mensagem, tanto a que era dada na Cova da Iria, como a que lhe
transmiti mais tarde.
Para transmitir a Minha Mensagem não foi preciso à Lúcia ficar muitos anos a falar
e a ser interrogada. Não lhe foi preciso falar com muitas pessoas, posteriormente às
seis aparições, porque a Vontade de Deus cumpre-se, estando as pessoas onde
estiverem. E ela cumpriu-a, recolhida num convento.
Não penseis, meus filhos, que para fazer muito é preciso andar muito, falar muito,
dar muito nas vistas. Fixai isto: para fazer muito, é apenas preciso amar muito.
Vede se não será também para muitos de vós esta uma missão a cumprir. Vede se
esta missão não será para todos vós. Pois, se todos sois Meus filhos, é muito natural, é
próprio de filhos, que procurem fazer amar a sua Mãe, desejar que todos gostem
d’Ela. O vosso desejo de que todos Me amem é o reflexo do vosso amor por Mim.
Jesus quis servir-Se de Lúcia para Me fazer conhecer e amar. Pergunto-vos, Meus
filhos: Ela conseguiu-o? Vós amais-Me?E os vossos irmãos, a vossa família, os
vossos vizinhos, os vossos colegas, amam-Me? O mundo ama-Me? Pensai nisso cada
um de vós, e vereis as grandes lacunas que encontrais, no amor que os Meus filhos
Me deviam ter.
A missão da Lúcia foi lançar as sementes, mas o solo é ingrato. Ela precisa de
colaboradores para regar, adubar, mondar. É difícil a cultura do amor, porque o joio
do egoísmo está desenvolvido e tende a abafá-la, à mistura com cardos e outras ervas
daninhas.
Lúcia cumpriu a sua missão, mas aqueles a quem ela era dedicada não a aceitaram.
A Minha Mensagem está esquecida pela maior parte dos Meus filhos, mesmo pelos
que vão a Fátima.A grande maioria não sabe o que Eu disse, o que Eu quero, o que
aconselho e não põe em prática aquilo que Eu pedi. Por isso não posso dar-vos os
grandes tesouros de graças que prometi a quem seguisse os Meus conselhos.
Meus filhos, Eu não sou Mãe de uma só filha. Tenho muitos filhos, todos vós, e a
todos quero hoje dizer que conto convosco, que Me quero servir de vós para Me fazer
conhecer e amar. Aquilo que pedi à Lúcia, peço agora aos filhos que dizem amar-me:
fazei-Me conhecida, fazei-Me amada.
Mas, em primeiro lugar, vós próprios amais-Me? Amais-Me a ponto de tomar a
peito esta missão? Vede que não é uma missão qualquer, é uma missão importante,
manifestar a vossa Mãe e torná-l’A amada. Como o podereis fazer? Não é possível
obrigar alguém a amar. Como o fareis? A única forma é começardes vós a amar de
forma efetiva. Mostrai que Me amais, unindo-vos a Mim na vossa vida prática,
falando de Mim, pregando o Meu terço, apregoando as suas maravilhas, a graça do
Senhor, de que estou cheia como ninguém, porque ela passa através de Mim, sem
interferência alguma, sem que a mínima poeira ponha algum ponto nesta luz.
Sim, vós podeis fazer-Me conhecida e amada. Reparai que o mesmo é colaborar,
tornar mais rápido o triunfo de vossa Mãe. Quanto mais depressa Me amardes,
quantas mais pessoas Me amarem, mais cedo triunfarei daquele que vos quer perder.
Meus filhos, não vos escondo e é com muita mágoa que vos digo que se têm
perdido muitos irmãos vossos. Como podeis pensar nisso, sem que o vosso coração se

45
confranja de dor? Reparai, são irmãos vossos que, pela vossa falta de oração, não
encontraram suporte e escorregaram para a recusa eterna!
Colaborai Comigo, Meus filhos. Tornai-Me conhecida, tornai conhecida a Minha
Mensagem. Tornai-Me amada. Amai-Me sem pieguices, de quem promete muito e
não faz nada. Amai-Me com amor forte, amor que dá, amor que entrega tudo, que
perdoa tudo, amor que sai de si próprio, da sua vontade, do seu querer, do seu parecer
e se lança, se perde em Mim, para que Eu o purifique, o transforme, o embeleze e o
entregue a Jesus.
Meus filhos, esta é a missão que vos dou, uma missão de amor, uma missão que é
amor, a missão de Me amardes e de fazer com que todos os vossos irmãos Me
conheçam e amem.

46
«Ele quer estabelecer no mundoa devoção ao Meu Imaculado Coração»

Foi nesta aparição que, pela primeira vez, manifestei o Meu Coração aos homens, e
manifestei-o não rodeado de alegres flores, mas na sua realidade dolorosa. Aquelas
crianças perceberam, por uma luz que lhes foi concedida, o que significa o Coração
rodeado de espinhos.
Meus filhos, vós sabeis que Eu estou no Céu, e que no Céu há permanente
felicidade porque possuímos Deus, Ele é a nossa felicidade, e de nada mais
precisamos.
No entanto, há ainda a felicidade que nos dá saber que o Senhor é amado pelos
Seus filhos, saber que vós estais no caminho do Céu, saber que Eu própria sou por
vós amada. Essa parte da Minha felicidade não está concluída, parece até estar muito
afastada.
A íntima dor do Coração de Deus perante o pecado do homem, de que vos falam as
Sagradas Escrituras e que se manifestou na explosão do sofrimento inaudito de Jesus,
também toca o Meu Coração, e a forma que Eu tenho de vo-lo manifestar é apresentá-
lo rodeado de espinhos.
Esses espinhos representam os vossos pecados, aqueles pecados com que magoais,
com que ofendeis o nosso Deus de tantas maneiras. Nada há que façais para O
ofender que não Me magoe também, pois Eu sou a criatura que Lhe está mais
próxima, que melhor vê a Sua Santidade ofendida, o Seu Amor de Pai ultrajado. Sou
Eu quem, depois d’Ele, mais o sente, e queria poder evitar tais ofensas. O Meu Amor
por Ele é tão grande que Me sujeitaria aos maiores sofrimentos para evitar que O
ofendêsseis.
Oh, Meus filhos! Como é que não se confrangem os vossos corações de dor
perante aquilo que fazeis, perante o pecado que se desenrola ante os vossos olhos? A
vossa miséria é tão grande que não sabeis, não calculais como é grande a infinita
Santidade do Senhor, porque se o calculásseis, sentir-vos-íeis obrigados a respeitá-la,
mantendo uma santidade como a Santidade d’Ele exige.
É por isso que Eu peço reparação. É por isso que Jesus quer estabelecer no mundo
a devoção ao Meu Imaculado Coração.Percebeis agora porque é doloroso o Meu
Coração? Percebeis como a dor está ligada à pureza, à imaculabilidade do Meu
coração? Justamente, por ser Imaculado, vê e sente o que vós não vedes nem sentis, a
mágoa que o pecado faz à Santidade, à perfeição infinita do nosso Deus.
Só um Coração Imaculado pode sentir esta dor. Por ser Imaculado e por no mundo
haver pecado, os pecados de todos vós, o Meu Coração não pode estar sem dor.
Meus filhos, o Meu Coração é Imaculado, é verdade. Isso é a Minha glória e é a
Minha dor. Quanto mais aperfeiçoardes os vossos corações, mais sentireis Comigo,
mais participareis nesta dor, que só corações puros atingem, a dor de ver o Senhor
pouco amado, de O ver ofendido.
O Meu Coração pede reparação, com vista a apagar o pecado ante a face do
Senhor. Reparando o pecado, reparais o Meu Coração, pois toda a reparação, toda a
glória que Lhe dais, é mágoa que Lhe tirais, é alívio para Mim.
Foi assim que apresentei o Meu Coração em Fátima, e é assim que vo-lo apresento
agora, mas agora com muitos mais espinhos, pois em vez de reparardes, aumentastes
o volume de pecados com que ofendeis o Senhor.

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Filhos Meus, não façais isso! Olhai para Mim e resolvei-vos a reparar. Começai a
sentir Comigo. Aproximai-vos de Mim e Eu vos farei sentir, de forma a comover os
vossos corações.
Praticai a reparação que vos peço. Ela é muito necessária para todo o mundo.
Mudai de vida. Convertei-vos ao Senhor e deixai de fazer pecados. Rezai. Pedi
perdão por vós e pelos vossos irmãos.
Vede, olhai para o Meu Imaculado Coração, agora que com-preendestes. Amai-o.
Fazei o que vos peço. Há uma grande necessidade de que o façais. Com a reparação
ao Meu Coração, pode-reis fazer muito pelo mundo. Podereis salvar muitas
almas,podereis salvar-vos.

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«A quem a abraçar prometo a salvação, e serão queridas de Deus estas almas, como flores postas por Mima adornar o Seu trono»

Meus filhos, vós prestais muito pouca atenção à devoção ao Meu Coração
Imaculado. Esta devoção foi por Mim pedida e enriquecida com estas belas
promessas. Alguma vez pensastes nelas com a devida atenção? Alguma vez
meditastes sobre elas e sobre as vantagens que vos trazem?
Tendes tão pouco cuidado com a vossa alma, que deixais correr as horas, os dias,
os meses, os anos, como água de manso ribeiro. Mas esta é água que se esgota, e um
dia não correrá mais. Então desejaríeis ter tido mais cuidado, ter aproveitado melhor
o vosso tempo, este tempo que vos é dado para tratardes da vossa salvação, da vossa
santificação, tarefa nada fácil para vós, e à qual não prestais atenção.
Venho oferecer-vos a salvação pelas Minhas mãos. Não prestais sequer reparo
neste bem que vos trago. Meus filhos, quantos de vós cuidam de saber de que trata
esta devoção e de a praticar?E entre aqueles que já sabem, quantos a praticam?
Mesmo que nada vos oferecesse em troca, deveria bastar-vos saber que é uma
devoção que Me agrada, para procurardes conhecê-la até ao pormenor, para a
poderdes cumprir de forma a dar-Me alegria.
Isto é o que fariam filhos que Me amassem. Continuo a perguntar-vos o que já
tenho perguntado: Vós amais-Me? Quantos Me dizem que sim, mas, Meus filhos,
esse sim não corresponde àquilo que, na prática, vós fazeis.
Filhos que amam não o mostram com essa falta de cuidado, de atenção pelas
Minhas palavras, que roça a falta de respeito.
Filhos que amam não procedem dessa maneira, não se preocupando com aquilo
que dá gosto a sua Mãe. Filhos que amam vivem com os olhos virados para sua Mãe,
procurando satisfazê-la, ainda quando ela não pede nada, dando-lhe pequenos
presentes, e mais ainda, quando escutam os seus conselhos; são prontos a executá-los,
com maior perfeição, quanto maior for o seu amor por ela.
Reparai que Eu disse que vos dou a salvação. Vede bem, a salvação, que se torna
para vós objeto de frequentes lutas, que sofre ataques tão graves da parte das
tentações que vos assediam.Não receais por ela? Não receais que a vossa fraqueza
não seja capaz de a alcançar? Eu vo-la ofereço. Apenas vos peço a devoção ao Meu
Coração Imaculado.
E digo-vos mais. Digo-vos que sereis queridas de Deus, como flores postas por
Mim a adornar o Seu trono.
Pois é, Meus filhos, se tiverdes devoção ao Meu Coração ele vos levará a um amor
mais profundo a Deus, ele vos levará à reparação, à perfeição, à santidade.
O Meu Coração é um caminho que não conheceis, que nunca quisestes conhecer,
mas é um caminho seguro, como braços de Mãe.
Como os braços da mãe levam o seu filho com segurança para qualquer lado, assim
Eu vos trarei, seguramente, para o Céu, se quiserdes abraçar esta devoção, que Jesus
deseja difundir entre vós, mas a qual ainda bem poucos seguem, mesmo entre os
Meus filhos mais devotados.
Quero hoje pôr este desejo nos vossos corações, o desejo de vos dedicardes a Mim,
de seguirdes o Meu Coração naquilo que ele quer de vós. Fitai os olhos em Mim. Eu
vos ensinarei tudo o que quero. Sereis as Minhas flores, as flores que entregarei ao
Senhor, que Ele olhará com extremo afeto.

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Meus amados filhos, quereis agradar-Me? Praticai a devoção ao Meu Coração, que,
através dele Eu vos comunicarei um amor cada vez maior, amor que, para vós, se
torna sempre tão difícil de conseguir, em contacto com o ar pestilento do pecado do
mundo.
A atmosfera do Meu Coração é a atmosfera pura, cujo ar deveis respirar, para
manterdes saudáveis as vossas almas.
Filhos, Comigo é fácil chegar ao Céu! É sempre fácil o caminho para um filho,
desde que vá entre os braços da mãe, mesmo que nesse caminho haja precipícios e
dificuldades incontáveis, que a criança não conseguiria transpor.
Nenhum de vós sabe quais as dificuldades que vos esperam no caminho no dia de
amanhã. Acautelai-vos. Mais vale fazê-lo Comigo, que sou guia inteligente e
conhecedora de todos os perigos, de todas as armadilhas que o vosso inimigo vos
lance. Conheço-as todas e desmancho-as, antes que nelas tropeceis.
São estas as promessas que vos faço. Olhai para Mim. Apesar do Meu Coração
doloroso que pede reparação, Eu sorrio para vós. Espero atrair-vos. Espero por vós.
Os Meus braços estendem-se para vós. Sois Meus filhos e Eu sou vossa Mãe, Aquela
que quer o melhor para vós, Aquela que vos tornará tudo fácil.
Dou-vos o Meu Amor de Mãe. Dai-Me o vosso amor, a vossa ternura de filhos.
Espero por vós. Espero a vossa aceitação ao Coração que vos dou.

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«Não, filha»

Não, filha, não ficas sozinha, quis Eu dizer à Lúcia. Não, Meus filhos, não ficais
sozinhos, digo a todos vós. Não estais sozinhos. Eu estou convosco. Mesmo que
pelos vossos pecados Me escorraceis, Eu ainda estarei perto, a olhar para vós, à
espera do mais pequeno sinal para vos dar a mão e vos ajudar a sair de dificuldades.
Meus filhos, se Me prestardes atenção, ouvireis dos Meus lábios, muitas vezes,
estas palavras. Muitas vezes tenho de vo-las dizer, em diversas situações, quer pelos
sentimentos de tristeza e solidão que experimentais tão frequentemente, quer por
aquelas coisas que gostais de fazer, de dizer, de pensar, mas não deveis, quer ainda
por ocasiões em que quereis deixar para depois ou para outra pessoa o vosso trabalho.
Não, filhos, digo-vo-lo com muita frequência, mas vós, aturdidos com os barulhos
do mundo e com os barulhos dos vossos desejos e paixões, não Me ouvis.
Ouvis tanta coisa, Meus filhos, mas não Me ouvis a Mim. Desejo muito que Me
ouçais, desejo falar-vos, aconselhar-vos, responder-vos, consolar-vos nas vossas
aflições.
Procurai ouvir-Me. Para isso é preciso silenciar tantos barulhos que consentis no
vosso interior, tantas conversas que lá forjais, tantos planos que fazeis e que depois
nem chegais a pôr em prática, tantas buscas do “eu”, tantas imaginações do futuro
incerto, tantas recordações do passado que não podeis mudar.
Tudo isso faz em vós tanto barulho que não podeis ouvir a Minha voz. A Minha
voz é suave, é voz de Mãe. Só a ouvireis se estiverdes atentos, se não dialogardes
constantemente com o vosso “eu”, se não remoerdes no que vos fizeram e no que
quereis fazer.
Habituai-vos a fazer silêncio em vós. Quero fazer-vos participantes do Meu
silêncio, que se liga firmemente à Minha paz. Se conseguirdes calar em vós essas
vozes de desejos de tantas coisas, vozes de imaginações inúteis, de projetos vãos, de
ressentimentos, também conseguireis a paz de coração.
Meus filhos, para vosso bem, dai sossego ao vosso coraçãoe à vossa mente.
Procurai viver Comigo. Procurai encontrar-Me e acabareis por sentir-Me, e, Comigo,
a paz que vos trago.
Não, filhos, não tenhais medo! Eu não vos falto. Não tenhais medo da vida, não
tenhais medo daquilo que Deus queira de vós. Quantos de vós andam a fugir ao
Senhor, a deixar a sua conversão para mais tarde, com medo que Deus lhes peça
alguma coisa difícil.
Meus filhos, porque é que Ele vos iria pedir alguma coisa mais difícil que aos
vossos irmãos? Não será esse receio um desejo escondido de ter importância, de
sobressair?
Compreendei que, numa primeira análise, a vida terá dificuldades com Deus ou
sem Deus. Terá, sem dúvida, mais dificuldades sem Deus, porque com Ele as
dificuldades são dulcificadas e quanto mais vos aproximardes d’Ele mais o Seu Amor
as dulcificará.
Por certo vos pedirá coisas, como pede a todos os filhos, mas, se vos aproximardes,
amá-l’O-eis, e então, sereis vós a desejar dar-Lhe coisas.
Sabei que toda a recusa de dar, todo o receio de que qualquer coisa seja demais
para vós, é falta de amor. Quando o sintais, pedi a Jesus que vos permita amá-l’O,

51
pois sabei que não O estais a amar.
Se Lhe pedirdes seja o que for na vossa vida espiritual, com o pedido do amor à
frente, ficai a saber que Ele vo-lo dará. Dar-vos-á o conhecimento d’Ele mesmo, a fé,
a força de vencer, a esperança, se primeiro Lhe pedirdes que vos conceda que O
ameis, para acreditardes, para vencerdes, para esperardes e confiardes.O amor que
pedireis será o segredo do vosso sucesso. Quanto mais crescerdes em amor, mais
crescereis em todas as virtudes.
Não, Meus filhos, não estais sós, quero hoje dizer-vos. E acrescento, para vos dar
maior segurança: Sim, Meus filhos, Eu estou aqui, estou convosco, hoje e sempre, e
ensino-vos segredos que vos farão vencedores neste caminho de gigantes, onde vós,
como crianças, passareis levados nos Meus braços.
Fazei silêncio para Me ouvirdes. Venho a vós com a minha ternura. Ensino-vos,
acompanho-vos. Sou Mãe de muitos filhos, todos vós. A todos digo constantemente,
nos seus problemas: Estou aqui.

52
«E tu, sofres muito?»

Vós sofreis, Meus filhos, todos vós sofreis. O Meu Coração vê o vosso sofrimento.
Quantas vezes invejais outras pessoas que vos parecem ter vida melhor que a vossa,
mais despreocupada, mais repousada, livre de cuidados económicos, saudável.
Não vos iludais. Todos sofrem no vosso mundo e também aqueles que vos parecem
não sofrer.
Uns têm o sofrimento oculto nos seus corações, outros sofrem dores que vós não
tendes capacidade para avaliar, outros ainda, talvez sofram menos que vós, porque
eles próprios não têm capacidade para mais.
Lembrai-vos que vos será pedido conforme a capacidade que tendes, conforme o
que vos foi dado. Mas também será segundo essa capacidade que recebereis a
felicidade no Céu, o gozo de Deus.
Não olheis para a vida dos outros, Meus filhos, olhai para a vossa. Em vez de vos
ocupardes a pensar se os vossos irmãos sofrem muito ou pouco, ocupai-vos a estudar
a Vontade de Deus a vosso respeito e a pedir-Lhe que vos dê a graça de sempre a
cumprirdes.
Desejai, Meus filhos, que a Vontade de Deus se cumpra em vós e em todo o
mundo. Aquilo que sofreis, aceitai-o com amor.
Abraçai a cruz e abraçai-vos a Mim, porque Eu vos ajudarei a levá-la, como não
pude fazer a Jesus no Caminho do Calvário, embora muito o desejasse.
Meus amados filhinhos, Eu quisera tirar todo o sofrimento de cima de vós. Todas
as vossas dores desejaria ser Eu a levá-las, ser Eu a sofrê-las, para vos poupar esses
incómodos que tanto vos custam, e que vós, como crianças que não sabem apreciar
tesouros, tantas vezes recusais.
Não vos posso tirar o sofrimento, porque o sofrimento é o tesouro que o Senhor
vos dá, no mundo que desperdiçou, que perdeu o tesouro da graça.
Todos vós, Meus filhos, desprezais diariamente o tesouro da graça, preferindo o
vosso contentamento, o vosso gozo, à Vontade de Deus.
Depois de desprezardes este tesouro, só vos resta o tesouro da dor, e esse cai-vos
em cima como chuva benfazeja, em pleno campo. Não tendes onde vos abrigar, não
tendes por onde fugir à dor.
Podeis pedir com humildade que ela vos seja retirada, mas pedi-o como Jesus,
submetendo-vos à Vontade de Deus, sempre.
Se ela não vos for retirada, aceitai-a como graça purificadora, santificadora, que
vos unirá mais a Jesus, quanto mais vos crucificar com Ele.
Prestai muita atenção ao que vos ensino. Quanto mais a dor vos magoar, vos
afligir, mais fortemente vos estará a unir com Jesus, sobre a Sua Cruz.
Quando sentirdes que já não podeis mais, então o vosso abraço com Ele estará
completo. Tereis com Ele uma união apertada pelos cravos da dor que, se vos
dilaceram, também vos unem Àquele que é o supremo gozo dos Anjos, de todos os
bem-aventurados, a Minha total felicidade.
Não vos posso tirar aquilo que, eu sei, vos fará eternamente felizes: a união com
Jesus. Essa união, podeis começá-la aqui, deveis começá-la aqui, e tê-la-eis, não em
sentimentos que por vezes são ilusões de sensibilidade, mas na dor aceite por Ele, em
união com Ele.

53
Meus filhos, poderei pedir-vos que avanceis um pouco mais? Poderei pedir-vos
que procureis mortificar-vos por amor de Jesus, para mais vos unirdes com Ele,
procurando nessas mortificações uma contrariedade de maior ligação na cruz, que
nem todos os dias se vos apresenta dolorosa e, portanto, unificante?
Sim, vós podeis procurar essa união com Ele, apertando um pouco, por vossa
vontade, os cravos que unem ou que unirão a vossa mão à mão de Jesus.
Aprendei Comigo, Meus filhos. Podeis fazer isto sem entrar em penitências
extraordinárias, apenas mortificando os vossos gostos, a vossa vontade, a vossa
vaidade, os vossos desejos de cada momento. Se o conseguirdes fazer muitas vezes,
isso já será extraordinário, num mundo onde só impera o prazer, o orgulho, a vaidade,
a ambição.
Tentai unir-vos com Jesus desta maneira, e dai-Me essas pequenas dores,
vencimentos, contrariedades, privações que vos impondes, porque isso será um
tesouro que pondes na Minha mão para comprar almas, para as livrar das mãos do
inimigo que as tem presas.
Vede o que podeis lucrar por um olhar que retirais, por uma coisa de que vos
privais, por uma resposta que calais, porum prazer que evitais, por uma aceitação que
fazeis: conseguis uma união maior com Jesus e salvais almas.
Eu acompanho-vos nesta caminhada difícil, sempre pronta a dar-vos a mão, a
ajudar-vos naquilo que custa. Invocai-Me, chamai por Mim, ligai-vos a Mim, e vereis
que, na companhia de vossa Mãe, tudo vos será mais fácil e o sofrimento vos custará
menos, porque Eu sei consolar-vos, e preparar-vos-ei para tudo aquilo que, por
Vontade do Senhor, vierdes a sofrer.

54
«Não desanimes»

Não desanimes, disse Eu à Lúcia, perante o sofrimento que ela Me manifestava.


Com isso queria dizer-lhe que não deixasse de ser valente a falar de Mim, que não se
deixasse influenciar por aqueles que, através de maus modos e calúnias, queriam que
ela acabasse por concordar com eles, por mentir, dizendo que inventara tudo, que
queriam que ela não viesse mais ter Comigo nos dias 13.
Ela, como sabeis, estivera bastante desanimada e confusa com o que lhe diziam,
resolvida a não voltar à Cova da Iria. Precisava do incentivo que o Meu carinho de
Mãe lhe transmitia.
Quantos de vós não pensariam o mesmo que ela, com o desejo de vos livrardes de
complicações, de problemas, de confrontos com a opinião pública, de maiores
sofrimentos! Vós desanimais tão facilmente, Meus filhos!
Venho hoje junto de vós, dizer-vos exatamente o que disse à Lúcia nesse dia: Não
desanimes!
Tereis, certamente, nas vossas vidas, ainda muitos problemas, muito sofrimento,
mas não vos deixeis invadir pela tristeza, essa tristeza que vos deprime, quando já não
sabeis o que fazer em determinada circunstância, que voltas dar a certo assunto, que
mais dizer para convencer determinada pessoa de que está a errar, principalmente se
essa pessoa é da vossa família, essa pessoa que vedes fugir de vós, do vosso convívio,
das vossas opiniões, por caminhos que talvez ainda não sejam de todo maus, mas que
pensais também não serem de todo bons e poderem levar a quedas dolorosas.
Meus filhos, lançai fora de vós a tristeza. Experimentai sorrir nesses momentos de
dor fina. Experimentai sorrir para essa pessoa que vos causa preocupação, para aquela
que vos faz sofrer, que vos diz coisas que vos magoam. Experimentai mostrar amor,
em vez de mostrar cara franzida e opiniões rígidas.
Bem sei, Meus filhos, que por vezes não conseguis entrar em diálogo, mas podeis
esforçar-vos por mostrar boa cara, boa disposição, por fazer um favor com um
sorriso.
Estou a ensinar-vos os Meus segredos. A receita que vos dou é aquela que Eu
própria uso convosco. Quanta dor, por vezes,Me dais! Mas Eu procuro-vos sempre
com amor, procuro sempre pôr diante de vós a melhor maneira de resolverdes os
vossos problemas.
E foi essa maneira melhor que vim trazer a Fátima, lugar onde vos congreguei à
Minha volta, para vos ensinar aquilo que não sabíeis, antes mesmo que os
acontecimentos se dessem.
Mas vós não tomastes atenção às Minhas lições, e passais por Fátima indiferentes,
como quem passa numa visita turística. Fátima, Meus filhos, deve ser para vós a
escola onde deveis aprender as lições da vossa Mãe.
As lições que vos dei em Fátima não foram só para aquelas três crianças, foram
para todos vós, os daquele tempo e os de agora. Vejo, com pena, que estais
esquecidos de tudo, como se Fátima agora só existisse para recordação piedosa do
que aconteceu há várias dezenas de anos.
Não, Meus filhos, Fátima não está ultrapassada. É atual e, se não quereis desanimar
nos problemas da vossa vida, tereis de aprender Comigo. Tereis de aprender o que
vos vim ensinar e que agora vos recordo.

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Meus filhos, não desanimeis de aprender. Vindes sempre a tempo, se não protelais
esse tempo voluntariamente.
Vinde aprender Comigo. Estou disposta a ensinar-vos, como ensinei aquelas
crianças e, se fordes dóceis, farei em vós maravilhas, como fiz nelas.
Mas não esqueçais. Para isso precisais de ser dóceis e de não desanimar. Junto da
vossa Mãe aprendereis a vencer as dificuldades, porque aprendereis a amar a Deus e a
ser fiéis.
Vinde às Minhas lições. Aprendei Comigo e aprendereis a ser felizes.

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«Eu nunca te deixarei»

Não temais, Meus filhos queridos. Eu não vos deixarei. A verdadeira mãe nunca
pode deixar os filhos abandonados, em sofrimento, em dores, em privações. Eu sou
vossa verdadeira Mãe. Dei-vos à luz em dor imensa, no alto do Calvário.
Cada vez que olho para vós, Meus filhos, lembro-Me de Jesus, do Seu rosto, cuja
dor tornava quase irreconhecível, esse rosto tão querido, que Me partia o Coração de
dor por causa do seu aspeto.
Lembrando-me do Meu adorado Filho, da dor tão grande que então senti, poderei
alguma vez recusar-vos o Meu auxílio, a Minha proteção de Mãe, a Minha
companhia?
Estou convosco, Meus filhos, acompanho-vos na vossa infância, na vossa
juventude, na vossa idade adulta, como acompa-nhei Jesus. Acompanho-vos nos
vossos trabalhos, como Oacompanhei a Ele. Acompanho-vos, como a Ele, nas vossas
dores, até ao fim.
A Ele não pude ajudar. Apenas O pude seguir, acompanhar com os olhos e com o
Coração. A vós posso prestar toda a ajuda, se quiserdes aceitá-la e aceitar-Me.
Meus filhos, é este Meu Coração partido de dor, atravessado por espadas do mais
atroz sofrimento, o lugar que Eu tenho para vos receber. É este Coração que vos dou,
que vos ofereço, como lugar de paz, onde esquecereis as vossas dores e onde
aprendereis o remédio para elas.
A maior parte dos vossos sofrimentos vêm do facto de estardes sempre a fazer a
vossa vontade, e de a vossa vontade não saber o que é melhor para vós, e se deixar
guiar por apetites, por vaidades, por ambições, por paixões.
Aproximai-vos do Meu Coração. Vinde perguntar-Me o que haveis de fazer nessas
circunstâncias em que estais, nesses desejos que tendes, nesses problemas que vos
afligem. Eu vos darei os Meus conselhos de Mãe e vos mostrarei o que deveis fazer.
Mas vede que, se pedis o Meu conselho, tendes de viver perto de Mim, e procurar
cumprir o que vos mostro ser Meu desejo.
Ai, Meus filhos! Quantas vezes Me rezais, Me pedis ajuda, mas não procurais
escutar-Me e, quando Me escutais, desviais o vosso rosto, porque os Meus conselhos
não vos agradam, são contrários aos vossos apetites, àquilo de que gostais, aos vossos
hábitos, às vossas tendências defeituosas. E desculpais-vos, dizendo que sois assim.
É verdade, Meus filhos, sois assim e, justamente por serdes assim, vos digo que é
tempo de aprenderdes, de vos modificardes, para deixardes de ser assim. Para isso
tereis de Me procurar com sinceridade, com verdadeiro desejo de fazer aquilo que Eu
vos disser, aquilo que Eu, por qualquer meio, fizer chegar a vós.
Sabeis que tenho muitos meios de vos falar? Não espereis que faça soar a Minha
voz aos vossos ouvidos, mas falo-vos através de inspirações que ponho no vosso
coração, através de conselhos que alguém ligado a Mim, e em posição de aconselhar,
vos dá, e também através de leituras ou através de palavras que ouvis.
Tudo Eu aproveito, Meus filhos, para chegar a vós. Aproveitai vós tudo para
chegardes a Mim. Se o fizerdes, chegareis a Mim certamente, pois não é difícil
encontrar-Me, tal é o Meu desejo de que Me encontreis. Eu própria vou ao vosso
encontro, chamo-vos filhos, olho-vos com amor.
Meus filhos, Eu nunca vos deixarei. Não Me deixeis vós e fareis Comigo a vossa

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caminhada. Caminhareis facilmente, apoiados a Mim, agasalhados de todos os frios e
aragens pelo Meu manto.
Conservai-vos assim e o vosso caminho será fácil. Vinde Comigo e chegareis sem
dificuldade à Casa do Pai.

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«O Meu Imaculado Coraçãoserá o teu refúgio e o caminhoque te conduzirá até Deus»

Pobres filhos que não sabeis o caminho! Pobres filhos, constantemente a


experimentar caminhos e constantemente enganados nos atalhos por onde vos meteis,
tendo de voltar atrás tantas vezes, correndo perigos, donde saís feridos, correndo
outros perigos que não sabeis! Pobres filhos! Quantas vezes vos socorro, mesmo sem
notardes, para vos dar novas oportunidades de acertardes com o caminho!
Mas vós continuais a errar, porque caminhais como cegos, e o pior é que teimais
que vedes bem!
Meus filhos, quanto maior for a vossa certeza de verdes bem, maior é a vossa
cegueira, porque quando virdes bem, a luz que vos guiará será uma luz de humildade,
que vos dará sempre o receio de errar, ao guiardes-vos pelos vossos critérios. Mas
essa luz dar-vos-á a orientação certa, porque é a luz do Espírito Santo.
Sei, meus filhos, que compreendeis muito pouco disto que vos digo. Alguns, entre
vós, não chegam sequer a perceber nada.Por isso, venho hoje mostrar-vos o caminho
fácil e seguro que vos conduzirá ao Céu, sem que andeis às curvas, sem vos ferirdes
em espinhos de orgulho, caminho em que não encontrareis lixos de vaidades, para
com eles vos carregardes, como fazeis por outros caminhos. Este é um caminho
simples, tão simples que dele não fazeis caso. É aquele caminho estreito que Jesus
vos aponta.
Este caminho é o Meu Coração Imaculado, que é a via mais fácil que podeis
encontrar. Não precisais de procurar muito, pois Eu própria vo-lo mostro, vos abro a
porta, vos convido a entrar. Por isso não é preciso fazer grandes coisas, nem saber
muito.É preciso apenas fazer aquilo que Eu vos digo, seguir os conselhos que vos
dou.
Para seguir o caminho do Meu Coração deveis estar atentos aos Meus
ensinamentos, e não apenas lê-los, como quem lê uma história de um facto passado.
O que vos indico em Fátima é para este tempo, é atual, é para vós.
Estai atentos a todas as Minhas palavras. São todas importantes e encerram lições
para a vossa vida. Se as cumprirdes, entrareis no caminho do Meu Coração. Se não as
procurais entender, se não as cumpris, que vindes fazer aqui?
Meus filhos, não venhais junto de Mim por curiosidade, só para saber o que Eu
digo, porque, depois de o saberdes, tendes uma responsabilidade maior a respeito
daquilo que fazeis. Depois de saberdes, se não o cumpris, estais a ser infiéis e
desrespeitosos para com vossa Mãe e, com isso, fazeis muito mal a vós próprios.
Vede que, em Fátima, vos peço oração, principalmente a oração do terço. E vós,
fazeis oração? Rezais o terço? Muitos dos que vêm a Fátima não rezam o terço nas
suas casas, e muitos nem mesmo em Fátima.
Se quiserdes seguir o caminho do Meu Coração Imaculado, ele será o vosso
refúgio em todas as tormentas, o lugar onde encontrareis consolo quando estiverdes
desconsolados, quando vos sentirdes sós, abandonados, frustrados, mas isso só se
estiverdes neste caminho.
Se quereis entrar, prestai-Me atenção. É preciso que comeceis a rezar, não uma vez
por dia, mas várias vezes ao dia, até que vos habitueis a rezar Comigo e a fazer do dia
oração.
É preciso que rezeis o terço, mas que rezeis com atenção, com amor. É preciso que

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modifiqueis nas vossas vidas o que nelas há de pecado, que renuncieis a tudo o que
no vosso dia fazeis contrário à Vontade de Deus, à Sua Lei, ao Seu Amor.
Se rezardes, se quiserdes realmente fazer esta emenda de vida, Eu vos irei
mostrando, aos poucos, o que é que tendes de modificar, de renunciar.
Se vos consagrardes ao Meu Coração estareis na Minha intimidade, revelar-vos-ei
os Meus segredos de santidade, segredos simples, e admirar-vos-eis de não os terdes
descoberto mais cedo. A razão é que o segredo da santidade que a vossa Mãe vos
revela, só é revelado àqueles que querem seguir o caminho seguro dos Meus
consagrados, caminho que eles fazem nos Meus braços, onde Eu os consolo, onde Eu
os aninho, onde sou o seu refúgio em todos os perigos.
Meus filhos, nenhum de vós, por mais ilustre, por mais conhecimentos e virtudes
que tenha ou julgue ter, por mais elevado cargo que ocupe, está dispensado das
Minha lições, porque Eu sou a Mãe de todos vós, e vós sois apenas as Minhas
crianças, que gostam de brincar com brinquedos perigosos, fazendo jogos que não
sabem e colocando-se em grandes perigos quando julgam saber.
Meus filhos, aprendei: Fora da Vontade de Deus tudo é falso, mesmo que vos
pareça elevado, belo, sublime, necessário. Rezai para que o vosso orgulho, a vossa
vontade própria, o vosso “eu”, as vossas ambições, a vossa carne, o mundo, o vosso
inimigo, não vos ceguem, e deixai-vos guiar por Mim.
Eu levar-vos-ei à meta sem dificuldade, pois conheço o caminho, far-vos-ei felizes,
porque sou feliz e quero fazer-vos participantes da Minha felicidade, trazer-vos-ei
para o Céu, porque o Céu é o lugar onde estou, consolar-vos-ei na Terra, porque sou
vossa Mãe.

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3.ª APARIÇÃO
13 de julho de 1917
LÚCIA: Vossemecê que me quer?
NOSSA SENHORA: Quero que venham aqui no dia 13 do mês que vem; que
continuem a rezar o terço todos os dias em honra de Nossa Senhora do Rosário, para
obter a paz do mundo e o fim da guerra, porque só Ela lhes poderá valer.
LÚCIA: Queria pedir-Lhe para nos dizer quem é; para fazer um milagre com que
todos acreditem que vossemecê nos aparece.
NOSSA SENHORA: Continuem a vir aqui todos os meses. Em Outubro direi
quem sou, o que quero e farei um milagre que todos hão-de ver para acreditarem.
LÚCIA: Tenho aqui por pedido, se vossemecê melhora um aleijadinho da Moita.
NOSSA SENHORA: Melhorá-lo-ei ou dar-lhe-ei meios de se governar. Que reze
sempre o terço com a família.
LÚCIA: Tenho aqui por pedido, se vossemecê melhora uma mulher de Pedrógão.
NOSSA SENHORA: Que reze o terço; dentro de um ano curar-se-á.
LÚCIA: E se melhora um homem de Atouguia ou o leva para o Céu, o mais
depressa melhor…
NOSSA SENHORA: Levo, mas não tenham pressa; Eu bem sei quando o hei-de
vir buscar.
LÚCIA: E se converte uma mulher de Fátima e seus filhos.
NOSSA SENHORA: Dentro de um ano converter-se-ão.
Sacrificai-vos pelos pecadores e dizei muitas vezes e em especial sempre que
fizerdes algum sacrifício: Ó Jesus, é por Vosso amor, pela conversão dos pecadores e
em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria.
(Nossa Senhora mostra agora o inferno aos pastorinhos.)

NOSSA SENHORA: Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres
pecadores. Para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao Meu
Imaculado Coração. Se fizerem o que Eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão
paz.
A guerra vai acabar. Mas se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI
começará outra pior. Quando virdes uma noite iluminada por uma luz desconhecida,
sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai punir o mundo de seus crimes,
por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para a
impedir, virei pedir a consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração e a
Comunhão Reparadora dos primeiros sábados. Se atenderem aos Meus pedidos, a
Rússia converter-se-á e terão paz. Se não, espalhará os seus erros pelo mundo,
promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo
Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Por fim o Meu
Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-Me-á a Rússia, que se
converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz. Em Portugal conservar-
se-á sempre o dogma da fé…
(Nossa Senhora revela um segredo.)

Isto não o digais a ninguém. Ao Francisco, sim, podeis dizê-lo.


Quando rezardes o terço, dizei, depois de cada mistério:Ó meu Jesus, perdoai-nos e

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livrai-nos do fogo do inferno. Levai as almas todas para o Céu, principalmente
aquelas que mais precisarem.
LÚCIA: Vossemecê não me quer mais nada?
NOSSA SENHORA: Não, hoje não te quero mais nada.
Nota: Os pedidos de curas e de conversões não puderam ser extraídos do livro Memórias da Irmã Lúcia, por a vidente aí declarar que fez alguns pedidos, mas não se lembrar já,
exatamente, quais foram.
Assim, o autor recorreu aos livros:

– As Aparições e Mensagem de Fátima nos Manuscritos da Irmã Lúcia de António Augusto Borelli Machado.

– Fátima, Mensagens e Implicações do Rev. Pe. Domingos Rebelo.

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«Quero que venham aqui no dia 13 do mês que vem; que continuem a rezar o terço todos os dias em honrade Nossa Senhora do Rosário, para obter a paz do mundo e o fim da
guerra, porque só Ela lhes poderá valer»

Meus amados filhos, escutai o que vos peço hoje.


Pedi àquelas três crianças que voltassem ali no dia 13 do mês seguinte. Pedi
assiduidade, fidelidade ao encontro Comigo. A vós também peço assiduidade e
fidelidade aos nossos encontros, não no dia 13 do mês que vem, mas diariamente,
pois é diariamente que deveis vir ter Comigo.
Saio ao vosso encontro todos os dias. Vinde de terço nas mãos e lançai-vos aos
meus pés. Lançai-vos nos meus braços. Não encontrareis braços mais amorosos, nem
os da vossa mãe da terra. Como ela e mais que ela, Eu vos acarinharei, consolar-vos-
ei nos vossos desgostos, aconselhar-vos-ei nas vossas dificuldades, nas dúvidas que
tendes tantas vezes.
Confiai em Mim e vinde, diariamente, encontrar-vos Comigo no lugar que
quiserdes, no lugar que puderdes, pois Eu irei lá, para estar convosco, embora não Me
vejais, não sintais no vosso corpo o toque da Minha presença e, por vezes, nem na
vossa alma vo-lo deixe sentir, para que não vos apegueis a gostos espirituais e não
Me procureis para vos consolardes e gozardes da Minha presença.
Rezar para vos sentirdes muito bem, muito consolados e animados, é amar
grosseiramente, é amar-vos a vós próprios e não a Mim.
Quero purificar-vos de tais imperfeições. Quero que Me procureis só por Mim,
para Me honrardes, para Me mostrardes amor, e, assim, Eu vos levarei a um mais
puro amor a Jesus, em queO amareis só por Ele, e não pelo que sentis de consolação
com o Seu Amor.
Meus filhos, não estranheis as vossas distrações durante o terço. Não estranheis
sequer que não vos apeteça rezá-lo. Tudo isso Eu vos faço passar, para que vejais que
sois fracos, e para que o rezeis apenas porque Me amais, ou porque Me quereis amar.
Basta que sintais pena dessa situação e que não vos acomodeis a ela, procurando lutar
para vos manterdes atentos, tantas vezes, quantas vezes notardes que vos distraístes.
Se assim fizerdes, podeis ter a certeza de que rezastes bem, embora, sensivelmente
vos pareça o contrário.
Não vos fieis, meus filhos, nos valores da vossa sensibilidade. Fiai-vos, isso sim,
naquilo que vos ensino, naquilo que vos peço, porque Eu, como vossa Mãe e como
Rainha do Céu e da Terra, sei o que é melhor para vós, sei o que vos pode salvar, sei
o que vos peço.
Quereis salvar-vos, meus filhos? Então fazei o que vos digo. Tenho razões de sobra
para vos pedir o terço, e para ligar a ele a paz do mundo, o fim das guerras e a vossa
salvação.
Se rezardes o terço, se Me honrardes com ele, alcançareis a paz, porque Eu sou a
Rainha da paz. Tenho paz para dar, mas nãoa posso dar a quem só fomenta guerras.
Sim, meus filhos, todos vós fomentais guerras. Fomentais guerras no vosso íntimo,
quando discorreis convosco mesmos sobre aquilo que o Senhor vos dá a sofrer,
quando comparais a vossa vida com a vida dos vossos irmãos que, à primeira vista,
vos parecem mais felizes. Mas reparai que é só à primeira vista. Digo-vos que não
queirais estar no lugar daqueles que invejais, porque ou sofrem ocultamente coisas

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que vós não sabeis, ou porque o estado das suas almas é tão deplorável que inspira
certos receios.
Fomentais outras guerras no vosso íntimo, com as vossas ambições, os vossos
desejos de possuir, de conseguir qualquer coisa; com o vosso trabalho desordenado,
que não vos dá repouso ao espírito; com aquelas coisas que remoeis interiormente
acerca do que vos fizeram ou disseram, sobre a forma como mostrais a vossa zanga,
sobre aquilo que ireis dizer ou fazer.
Viveis em guerra contínua no vosso interior e quantas vezes viveis em guerra com
os vossos irmãos, com os vossos companheiros de trabalho e com a vossa família, em
choque de opiniões e de ideias, em que nunca quereis ser aquele que cede.
Aprendei a ceder e a sorrir, mesmo que não gosteis de alguma coisa, se ela não
prejudicar a justiça ou a caridade para com o próximo. Aprendei a ser pequenos, a
viver como criancinhas que ainda não sabem brincar às guerras, que é coisa que os
vossos filhos aprendem cedo, pois vós próprios os ensinais, não lhes ocultando as
vossas guerras e questões pessoais, deixando-os ver espetáculos de violência e
comprando-lhes brinquedos que a essa violência incitam.
E vindes vós falar de paz, como se com palavras feitas de ideias ocas se construísse
a paz!
A paz, meus filhos, constrói-se vivendo-a, espalhando-a com o vosso exemplo. As
únicas palavras que constroem a paz são as da oração virada para o Céu e as da
caridade virada para os irmãos.
Por isso vos digo: Rezai o terço todos os dias para alcançar a paz, pois, se rezardes
o terço diariamente, com amor, Eu ensinar-vos-ei a espalhar a caridade e derramarei
bênçãos de paz sobre vós.
A paz foi-Me dada pelo Senhor do Céu e da Terra. A paz repousa nas Minhas
mãos. Sou Eu quem luta com aquele que quer espalhar a guerra entre vós, para que
vos destruais mutuamente, para que, como ele, vos enchais de ódio e caiais nas suas
mãos.
Recomendo-vos, meus filhos, não vos deixeis levar pelo ódio, pela raiva, nem pelo
ressentimento, porque tudo isso são armas de Satanás, que ele põe nas vossas mãos
viradas contra vós próprios.
Eu posso valer-vos, porque sou Aquela que luta e que vence. Pedi-Me, através do
terço, que venha vencer esta batalha contra o ódio, que venha derramar a Minha paz
sobre o mundo pecador.
Posso e quero valer-vos, mas é preciso que vós queirais que vos valha, porque, se
não quereis, atais as Minhas mãos e condenais-Me a ver-vos cair, sem remédio, com
grande dor da Minha parte.
Sois livres. Não posso violentar a vossa liberdade. É preciso que mostreis aquilo
que quereis, é preciso que o mostreis pela vossa fidelidade e assiduidade.
Meus filhos, rezai. Pedi a paz. É vossa Mãe que vos pede, para que vos possa valer,
para que possa derramar sobre a Terra a paz de Jesus.
Vim a Fátima trazer-vos o remédio para a paz. Tomai-o, se o quereis, porque é o
único remédio de que podeis dispor para a alcançardes. Acreditai em Mim. Sou vossa
Mãe. Nunca vos enganaria.
Escutai-Me. Fazei o que vos digo e alcançareis a paz.

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«Continuem a vir aqui todos os meses»

Meus filhos, a grande maioria de vós não pode estar todos os meses em Fátima,
mas aquelas crianças podiam. Por isso lho pedi. Eu só peço aquilo que vós podeis
fazer. Não podeis estar todos os meses em Fátima, mas podeis estar Comigo todos os
dias. E estais?
Lembrai-vos de Mim, vossa Mãe, viva, olhando por vós, tanto quanto Me deixais,
e pesarosa por não Me deixardes fazer mais.
Queridos filhos, deixai que vos mostre o Meu Amor de Mãe. Sabeis o que é uma
mãe? Uma mãe é uma criatura que vive em cuidados com os seus filhos, em cuidados
carinhosos a maior parte das vezes, em cuidados de preocupação tantas outras, em
cuidados de aflição, outras ainda.
Assim sou Eu a vosso respeito. Vivo em cuidados de carinho, dispondo para vós as
coisas da melhor maneira, para alimentar-vos e educar-vos, para tratar de vós e
corrigir-vos, mesmo que estes cuidados carinhosos nem sempre sejam muito do vosso
agrado.
Pedi às três crianças que continuassem a ir ali todos os meses. Peço-vos a vós que
continueis a vir aqui todos os dias. Sim, meus filhos, vinde aqui, vinde à oração,
vinde para junto de Mim.
Peço-vos que não rezeis só por rezar, apressadamente a maior parte das vezes, sem
pensar em Mim.
Pensai em Mim, invocai-Me, tornai-Me presente pelas vossas chamadas. Toda a
mãe vem ao chamado do seu filho, e vem mais depressa se ele chamar com força, se
estiver em perigo ou doente.
Chamai-Me em vosso auxílio. Chamai, que Eu venho e hei de acudir-vos na
dificuldade em que estiverdes.
Quero hoje marcar encontro convosco, não para todos os meses, mas para todos os
dias, para amanhã, para o dia seguinte, para o outro, e assim sempre, sempre, até à
vossa hora final.
Meus queridos filhos, não falteis a este encontro. Não Me façais a indelicadeza de
esperar por vós em vão. Guardai no vosso dia alguns minutos para estar Comigo, e
vereis que ficareis com mais paz e mais esclarecidos acerca dos vossos problemas.
Peço-vos que não passeis esses minutos a rezar um terço a correr. Rezai o terço,
nessa hora, se quiserdes, mas com muito amor e com o pensamento em Mim e
naquilo que, através do mistérios, vos quero dizer.
Também podeis, nesses minutos, falar Comigo acerca daquilo que sofreis, do que
vos aflige, pedindo-Me conselho para as vossas dúvidas. Se procurardes estar
realmente Comigo nesses minutos, esclarecer-vos-ei, apontar-vos-ei o caminho a
seguir, e dar-vos-ei luz para iluminardes a vossa vida, conceder-vos-ei graças na
medida da confiança que mostrardes ter em Mim.
Sabeis quanto poder o Senhor pôs nas Minhas mãos? Não, meus filhos, não sabeis,
porque, se soubésseis não Me largaríeis com os vossos pedidos, com as vossas
súplicas de conselho, quando não soubésseis como resolver certos assuntos da vossa
vida.
Sabeis quanto amor vos tenho, como é maternal o Meu Coração? Também não
sabeis, porque se o soubésseis não Me largaríeis com as vossas palavras de carinho,

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com os vossos beijos de filhos, com o vosso desejo de Me agradar.
É tudo isso que vos quero ensinar, no vosso encontro diário Comigo.
Meus filhos, quero dizer-vos ainda que, naqueles dias em que vos encontrardes mal
dispostos, não falteis ao encontro. A vossa Mãe espera-vos e aceita-vos com toda a
vossa indisposição. Terei mesmo muito desejo de resolver o assunto que vos dá
disposição tão má e tal aborrecimento.
Vinde, mesmo que não saibais o que Me dizer. Ficai junto de Mim sem dizer nada.
Olhai uma estampa com o Meu rosto. Eu vos garanto que saíreis do nosso encontro
com a alma pacificada pela Minha presença.
Queridos filhos, este é o meu pedido para hoje: Encontrai-vos Comigo todos os
dias. Vinde todos os dias junto de vossa Mãe. Vinde para junto de Mim. Continuai a
vir aqui todos os dias.

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«Em Outubro direi quem sou [...] e farei um milagre que todos hão-de ver para acreditarem»

Às vezes, meus filhos, demorais muito a entender a Vontade de Deus a vosso


respeito. Quero hoje dizer-vos que não é preciso que a entendais, desde que a aceiteis,
porque a Vontade de Deus é sábia e escolhe sempre o melhor para vós, mesmo que
tal não vos pareça, nos vossos limitados conhecimentos, sempre comandados pelos
vossos gostos e prazeres.
A Vontade de Deus é aquilo que Ele quer de vós, manifesta-se na vossa vida diária,
principalmente através do vosso dever, das obrigações que tendes para com os vossos
familiares, os vossos superiores, os vossos inferiores, aqueles que convosco
convivem e trabalham.
Mas vós estais tão cegos que, muitas vezes, não a quereis ver e reclamais dela,
indispondo-vos contra determinado trabalho, contra deveres familiares, contra
acontecimentos que surgem independentemente da vossa vontade e contrariam os
vossos gostos, a vossa tranquilidade onde gostaríeis de viver embalados, e da qual o
Senhor vos sacode para que acordeis e façais mais trabalho produtivo para o Seu
Reino.
Despertai em vós o espírito de fé, meus filhos, vendo a Vontade do Senhor no
vosso dever e nessas coisas que surgem. Aprendei a encarar o vosso dia com olhos de
fé e vivereis mais felizes, com mais paz.
Acreditai que sereis mais verdadeiramente homens e mulheres, quando vos
ligardes livremente à Vontade de Deus, pois só nessa altura sereis realmente livres,
partilhando da liberdade dos filhos de Deus, da liberdade que é dele, e que Ele dá aos
que se Lhe entregam.
Não desejeis milagres para acreditar. Prescindi disso e a vossa recompensa será
maior. Preferi sempre caminhar na fé pura, na fé que nada vê de sensível, mas que
acredita, que acredita firmemente na Palavra do Senhor, naquilo que nas Sagradas
Escrituras Ele revela, Ele promete, Ele pede. Isto sem pedir explicações senão as
necessárias para melhor executar aquilo que Ele vos pede, que vos dá a fazer, tal
como Eu fiz, quando o Anjo Me anunciou que Eu seria a Mãe do Filho de Deus, e Eu
apenas quis saber a forma como isso se faria, isto é, o que Eu própria teria de fazer
para tal. Afinal era bem simples. Nada mais havia a fazer senão aceitar.
Para a maioria das vossas coisas acontece exatamente o mesmo: deveis aceitar
aquilo que o Senhor quer fazer.
Habituai-vos, antes de cada trabalho, de cada ação, a perguntar: “Que quereis de
mim, Senhor? Como quereis que faça isto? Como se fará isto?”
Umas vezes recebereis luzes para melhor executar a vossa tarefa. Frequentemente
sentireis que a deveis fazer com mais cuidado, com mais diligência, com mais
caridade, com mais mortificação. Outras vezes sentireis, como Eu, que deveis apenas
deixar o Senhor fazer, e não interferir nem fugir à Sua ação.
Meus filhos, Eu deixei o milagre para o último mês das Minhas visitas a Fátima. O
milagre foi a coroa das Minhas manifestações visíveis. Com ele terminei e seria de
esperar que, a partir daí, todos acreditassem. Tal não aconteceu.
A partir daí, muitos se empenharam em destruir a ideia de milagre. As pessoas que
o presenciaram passaram pelo mundo, passaram do mundo. Que vos resta deste
milagre? Em que é que ele exerce alguma influência para aumentar a vossa fé? Ponde

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estas perguntas a vós próprios, e vede que na realidade o milagre passa e a descrença
humana fica.
Por isso vos digo: Acreditai sem desejar milagres. Os milagres, muitas vezes,
servem para estimular a curiosidade, mas não vos servirão para nada, se não
modificardes as vossas vidas.
Reparai que, quem não quer crer, arranja sempre uma resposta mais ou menos
científica, para o milagre e, quando não arranja resposta, desculpa-se com a palavra
sugestão,
Por isso, meus filhos, os milagres são cada vez mais raros, e o Senhor evita-os, não
vão eles fazer-vos mais mal que bem.
Deixai a ideia do milagre e vivei o dia a dia em simplicidade, como Eu vivi, e
também como Eu, amai a Vontade de Deus, obedecei-Lhe, e estareis no caminho
certo, no caminho de Amor, no caminho do Céu.

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«Melhorá-lo-ei ou dar-lhe-ei meios de se governar»

Meus filhos, vós não avaliais bem como sou vossa amiga, as riquezas de Amor que
o Meu Imaculado Coração tem para vós, porque, se o soubésseis avaliar, teríeis muito
mais confiança em Mim, descansaríeis em Mim as vossas preocupações, e os
desgostos não vos afetariam tanto, nem chegariam, muitos deles, a afetar-vos, porque
a vossa confiança em Mim Me faria afastá-los de vós.
Ponde confiança em Mim, como fez esta criança aleijada que Eu tomei ao Meu
cuidado, a quem melhorei o suficiente para poder trabalhar no Meu serviço, a quem
não deixei faltar meios de se manter.
Reparai, meus filhos, que Eu não o curei completamente, porque aquela era a cruz
em que o Senhor queria que se santificasse, mas tomei-o ao Meu serviço. Ele nunca
reclamou por mais do que aquilo que Eu lhe dava, e nunca deixei que lhe faltasse
nada do que precisava.
É assim que Eu trato os que confiam em Mim. Sou uma Mãe muito rica, mas
espero a vossa confiança. A vossa confiança é a medida que encherei para vos dar. Se
a tendes pequenina, recebereis pouco, se a tendes grande, recebereis muito. Se tendes
confiança de filhos, recebereis continuamente e nada vos faltará.
Meus filhos, tomai bem atenção ao que vos digo e não deturpeis as Minhas
palavras. Quando vos digo que nada vos faltará, falo dentro das medidas da
sobriedade, da modéstia, da temperança, que são as Minhas medidas. Não Me refiro
às vossas ambi-ções tresloucadas de luxo, de prazeres, de honras, de poder, de
dinheiro.
Não vos faltará nada se aceitais viver à Minha maneira saudável, equilibrada e
simples. Se pensais em luxos, em grandezas, em coisas desnecessárias, não conteis
que vo-las dê, porque essas coisas iriam desviar de Mim os vossos corações, que
entrariam em moleza e se afastariam em desejos de outras coisas, ainda mais
absorventes para vós.
Se quiserdes ter tudo Comigo, tereis de deixar que vos trate como filhos pequenos;
tereis de abandonar a vossa sabedoria de adultos e deixar que vos ensine; tereis de
reconhecer que tendes muito a aprender Comigo e a reformar nas vossas vidas.
Meus filhos, não façais a figura triste de pessoa que não quer ser corrigida, porque
todos vós errais em certas coisas. Nenhum de vós sabe tudo, e, a maioria de vós
aventura-se a fazer muitas coisas que não sabe, ofendendo-se quando alguém mais
sabedor o tenta corrigir.
Se quereis ser meus filhos, tereis de passar por humilhações e aceitá-las, deixar que
Eu vos ensine pela boca dos vossos superiores e até de irmãos que vos parecem da
mesma categoria ou até inferiores.
Meus filhos, não queirais medir categorias de pessoas, nem fazer juízos sobre elas.
Aproveitai tudo o que, através seja de quem for, chegar até vós para o vosso
aperfeiçoamento. Se tendes dúvida no conselho, procurai uma melhor opinião, mas
nunca, nunca reclameis.
Lembrai-vos de que sois os meus filhos pequenos, doentes, aleijados, que Eu trato
de curar, de empregar em serviço Meu, e aos quais darei tudo o que uma mãe dá ao
filho querido que se lhe confia, que vive perto dela, que se reconhece pobre e doente.
Peço-vos hoje confiança em Mim e humildade para aceitardes todos os serviços

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que Eu vos mandar, mesmo aqueles serviços que não são vistosos
Meus filhos, escutai o Meu segredo: os serviços, quanto menos vistosos, quanto
mais ocultos, mais perto, mais escondidos estarão no Meu Coração.
Tudo é bom para vós se estais Comigo, se aceitais as minhas normas, se aceitais
ser Meus, ser pequenos filhos e ser tratados como tais.
Vivereis em paz, vivereis Comigo, como este rapaz, que depois se tornou homem,
mas ficou sempre Comigo.
Viver Comigo vale mais que todas as riquezas, porque viver Comigo vos prepara
para o Céu, que é a maior riqueza, a única riqueza pela qual vale a pena lutar.
Quereis viver Comigo, meus filhos? Começai hoje, começai agora a dar-Me a
vossa confiança, a vossa obediência, a proceder como filhos, e nada vos faltará.

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«Que reze sempre o terço com a família»

Nunca Me cansarei, queridos filhos, de vos recomendar que rezeis o terço com as
vossas famílias.
O terço em família é a melhor garantia da Minha presença entre vós, de Me
chamardes, de Me levardes a ajudar-vos, a unir-vos. Aquele que se afasta do terço em
família, afasta-se da família e afasta-se de Mim. Tendes razão para recear pelo
membro que se afasta do terço em família, e de, insistentemente, pedir por ele.
Pelo terço em família podeis pedir tudo, conseguir tudo.As minhas mãos estão
carregadas de graças para a família que reza junta.
Já são tão poucas as famílias que rezam juntas! Por isso são bem poucas as famílias
unidas. Por isso, cada um procura a satisfação do seu egoísmo. Todos se recusam a
ceder, porque o orgulho desmedido dita leis entre vós. Atualmente, as famílias
preferem desunir-se a sacrificar-se, cedendo naquilo que agrada ao outro.
Cada um procura a satisfação da sua vontade, do seu gosto, do seu prazer, do seu
capricho, e todos acham que ceder é descer.
Há entre vós um desejo de afirmação pessoal que toca as raias do ridículo, porque,
por qualquer ninharia emproais o vosso rosto, vos zangais e dizeis “não”.
Não vedes, meus filhos, que mais vale dizer sim, e apostar com esse sim na vossa
felicidade, do que com o “não” semear a discórdia, a desunião entre vós? Não vedes
que estais a ser maus para vós próprios, porque vos condenais à infelicidade, aos
ressentimentos, às más palavras, a imensos incómodos, a muitos nervos?
E a vossa pobre família? Como será possível não lhe terdes amor e sujeitá-la a
tantas angústias, a tantas discussões, a tanto mau viver, quando uma cedência ou um
silêncio fariam reinar a harmonia entre vós?
Meus filhos, viveis muito mal, porque viveis mergulhados em vós próprios, sem
atenção àqueles que vivem convosco. Muitas vezes sois simpáticos fora de casa, e
fazeis sofrer imensamente os vossos familiares com as vossas ideias, a vossa vaidade,
o vosso orgulho indomável, que prefere sofrer e fazer sofrer a dobrar-se.
Viveis muito mal, porque partis de princípios errados. Partis de vida mundana.
Andais manejados pela moda das ideias e por outras modas, conforme elas vão
aparecendo. É a essas modas que vos curvais como servos, incapazes de olhar de
frente e dizer “não”!
Aprendei a dizer “não”! Não àqueles que dizeis amar e fazeis sofrer tanto com o
vosso mau feitio, as vossas opiniões cheias de si próprias e do vosso orgulho.
Aprendei a dizer “não” à moda das ideias, à moda que vos leva ao individualismo, ao
egoísmo, a só pensar em vós, mesmo em coisas de nenhuma ou pouca importância,
coisas de que podíeis, facilmente, desistir, e de que desistiríeis se, realmente, em vós,
vivesse o amor.
As vossas almas são duras! Vós não amais, meus filhos, fingis que amais. Não
amais os vossos maridos, as vossas esposas, os vossos filhos, os vossos pais, porque
estais prontos a deixá-los à menor coisa, quando eles contrariam as vossas vaidades,
as vossas opiniões, os vossos prazeres, aquilo a que, orgulhosamente, chamais a vossa
afirmação pessoal, que não é outra coisa senão egoísmo, orgulho tão mesquinho,
como ridículas são, por vezes, as vossas questões.
O mundo põe-vos diante dos olhos luxos, coisas que desejaríeis possuir. Quantas

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vezes, por essas coisas, começais a desprezar aqueles que mais devíeis amar.
O vosso prazer pessoal põe-vos diante dos olhos pessoas que vos levam a
afastamentos, a quebras de amor familiar, tantas vezes a traições e a quebras de
vínculos. Isso não é amor, meus filhos, é apenas egoísmo, concupiscência, tentação a
que cedeis, como escravos cegos.
Aprendei Comigo, meus filhos. Tudo isso será curado, se rezardes o terço em
família. Eu vos prometo ajudar-vos a vencer as vossas más tendências, se fizerdes o
que vos digo, e prometo estabelecer o amor entre as pessoas de família que
conseguirdes juntar. Todos juntos, rezai por aqueles que não conseguis agregar a vós.
Procurai tratar com amor essas pessoas e acabareis por conquistá-las e viver em paz
com elas.
Rezai, meus filhos! Rezai! Reconhecei os vossos erros e rezai. É a única forma de
conseguirdes ser felizes no meio do mundo egoísta em que viveis.
Aprendei de Mim o segredo da felicidade para a vossa família. Ele é só este: a
oração em família.
«Que reze o terço;dentro de um ano curar-se-á»
Meus filhos, reparais como insisto tanto na reza do terço?Esta e outras curas faço-
as depender do terço.
Vós podeis perguntar o porquê da cura só dentro de um ano e não imediatamente.
A razão é que a cura imediata iria apenas dar uma alegria à pessoa em questão, que
depressa esqueceria a graça e continuaria com a mesma vida de pouca oração que
tinha até aí. O terço durante um ano gera uma habituação que dará fruto com a
continuidade. Além disso, esse ano de espera seria um ano de fé e de esperança que
modificaria muito esta alma na sua vida futura e a levaria a não ter a sua cura como
coisa de pouca monta, que facilmente se esquece.
Meus filhos, aprendei que, se quereis curar-vos das vossas enfermidades do corpo
ou da alma, tendes de o pedir com paciência e perseverança, como vos ensinam nos
evangelhos os casos de imensas curas.
Aprendei que a cura se consegue através da oração, da oração repetida
incansavelmente. Que se canse mais depressa o Senhor de vos ouvir e vos mande a
cura, do que vós de a implorar.
O pedido da cura através do terço é a forma mais fácil de a conseguir, porque o
terço é uma oração formada por orações bíblicas, orações inspiradas, orações no
Espírito. Vós sabeis, nenhum de vós o põe em dúvida, que só o Espírito Santo sabe
rezar bem, porque só o Espírito Santo penetra o pensamento de Deus, o sentir de
Deus e desencadeia o Seu poder.
As vossas orações, por muito belas que sejam, se forem apenas feitas por vós, pela
vossa inteligência, são muito fracas e não encerram poder.
Quando o Espírito Santo reza em vós, a vossa oração torna-se poderosa, porque é a
oração de Deus. E vós, meus filhos, sabeis chamá-l’O, para que ele reze em vós? A
grande maioria não sabe, e, mesmo quem pensa saber, como é que tem a certeza de
não se enganar, de não estar a fazer a sua própria construção de oração, de estar a
pedir o que deve ser pedido?
Meus filhos, quando usais orações bíblicas, orações inspiradas, podeis ter a certeza
de falar a linguagem de Deus, de pedir o que deveis. É por isso que vos aconselho o

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terço.
Não penseis que Deus se cansa dessa oração repetida. Pensai que o Pai repete uma
palavra, o Seu Verbo, desde a eternidade, e essa Palavra deu vida a toda a vida.
Ao rezardes o terço, repetis aquilo que o Céu vos ensinou a rezar. Usai
incansavelmente de tal linguagem, mesmo que algumas vezes tenhais distrações. Se
não forem de propósito, não têm importância, porque o Espírito Santo reza-as
convosco e em vós, dando todo o valor à vossa oração.
Tendes um meio tão fácil de mover o poder do Senhor! Usai-o!
Mas prestai atenção! Não venhais com exigências de curas rápidas e sujeitai
sempre tudo à Vontade de Deus. A cura será no devido tempo, quando o terço vos
tiver educado e habituado a rezar de verdade.
Pedi, em primeiro lugar, a vossa cura espiritual, porque todos vós precisais muito
dela. Precisais de ver, ouvir e mover-vos naquilo que o Senhor quer de vós. Precisais
de aprender a perdoar e a amar. Isso só o aprendereis em contacto com Ele na oração.
Por isso, precisais de rezar muito, rezar, rezar. Tais lições são demoradas de aprender,
dada a vossa natural fraqueza e tendência para o mal.
Meus filhos, rezai o terço com continuidade, e vereis as maravilhas, os prodígios
que o Senhor fará em vós, seja no que Lhe pedis, seja noutros aspetos da vossa vida,
Volto a recomendar-vos que rezeis o terço com amor, uma vez que é uma oração
tão importante. Rezai-o com respeito, e o Espírito Santo rezará convosco.

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«Levo, mas não tenham pressa;Eu bem sei quando o hei-de vir buscar»

Meus filhos, oiço as vossas preces. Umas vezes atendo-as, outras não, conforme a
fé com que pedis, e de acordo com o que pedis seja ou não da Vontade de Deus.
Muitas vezes pedis, mas na realidade não sabeis o que pedis, porque pedis sem
refletir, apenas impulsionados pelos vossos desejos pessoais.
Alguns de vós pedem saúde, êxito em trabalhos que têm para fazer, dinheiro para
certas coisas, pedis para vos livrar de determinados problemas, de algum sofrimento.
Outros, como este homem, pedem para morrer.
Não sabeis quantos filhos mais Me fazem este pedido!QUE SABEIS VÓS, MEUS
FILHOS, DA VIDA E DA MORTE? A vida e a morte continuam a ser para vós
mistério no qual o Senhor só deixa penetrar quem Ele quer.
Se nos outros pedidos vos enganais frequentemente, e mais tarde vindes a constatar
que afinal pedistes aquilo que não era bom para vós, muito mais vos enganais em
assunto tão delicado como é a vida e a morte.
Que sabeis da vida? Sabeis muito pouco, diria mesmo que não sabeis nada, porque,
se soubésseis, não a destruiríeis como desgraçadamente fazem tantos de vós! Meus
filhos, onde estaríeis se a vossa vida tivesse sido destruída? Não digais que tal não
vos importa, por causa dos sofrimentos que experimentais, porque, se fôsseis postos
na eminência da morte, recuperaríeis logo a vontade de viver.
Apesar de tudo quanto sentis e dizeis, viver é aquilo a que estais acostumados e
assusta-vos a ideia da experiência da morte.
Eu sei, meus filhos, que por vezes o sofrimento vos faz perder o raciocínio e a
firmeza de vontade. Por isso, deveis preparar-vos nas épocas em que não sofreis, ou
em que sofreis menos, para encarar esses sofrimentos extremos, por uma vida de
entrega à Vontade de Deus e de união com Jesus.
Se durante o bom tempo o agricultor passar as horas a divertir-se e não colher
nada, que fará ele durante o mau tempo?
Assim vós, também, no tempo bom, quando não estais doentes, ou quando as
vossas dores não vos afligem muito, quando os problemas não são grandes,
armazenai grandes doses de oração, de piedade, de união com Deus e Comigo,
porque elas hão de fazer-vos falta para vos segurar bem durante as tempestades, como
fazem os marinheiros que se amarram para não serem arrastados pelo temporal.
E porque pedis, por vezes, a morte para findar os vossos sofrimentos ou os dos
vossos familiares? Se a vida vos continua no meio das dores, é porque elas vos fazem
falta para a vossa purificação. Asseguro-vos de que no Purgatório desejaríeis que a
vossa vida de sofrimento se tivesse prolongado mais porque, por muito duro que esse
sofrimento seja, é sempre muito menor do que o que ali se sente, principalmente por
vos verdes privados de Deus.
Quando dizeis que alguém finalmente descansou, porque morreu, também não
sabeis do que estais a falar, porque a grande maioria não está a descansar, mas a
sofrer ainda mais. E não porque Deus os queira a sofrer, mas porque eles próprios se
afastam e se lançam na purificação dolorosa, pois não podem suportar a presença
puríssima e gloriosa do Senhor diante das misérias e impurezas que trazem da Terra.
Não peçais a morte, nem para vós, nem para os vossos. Preparai-vos e preparai-os,
isso sim, para chegarem ao fim o mais puros possível. Isso só se consegue através da

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aceitação da Vontade de Deus em amor, e compunção humilde pelas vossas faltas.
Sim, meus filhos, Eu sei quando vos hei de vir buscar. Desejai que Eu vos venha
buscar, mas só no tempo devido, no fim daquele tempo que vos foi dado. Desejai
aproveitar bem o tempo. Aproveitai-o verdadeiramente, fazei-o render com atos de
amor, com entrega, abandono total à Vontade do Senhor, a fim de que ao lado de cá
possais chegar com a pureza necessária para mergulhardes para sempre nos Seus
braços.

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«Sacrificai-vos pelos pecadorese dizei muitas vezes e em especial sempre que fizerdes algum sacrifício:Ó Jesus, é por Vosso Amor,pela conversão dos pecadorese em reparação pelos
pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria»

Sacrifício, pedi sacrifício pelos pecadores! Tendes de vos sacrificar uns pelos
outros, porque todos vós sois pecadores, todos precisais de esforço, de reparação.
Como Jesus, que Se sacrificou por todos vós, não sofreu por Si, mas por vós, é
preciso que vos sacrifiqueis pelos vossos irmãos, e o Senhor suscitará alguém que se
sacrifique por vós. Sacrificardes-vos por vós próprios será um sacrifício bastante
eivado de amor próprio, de interesse pessoal, de ideia de lucro, que tira ao sacrifício
muito da sua pureza e, portanto, do seu valor.
É melhor, mais valioso, porque mais mergulhado na caridade que apaga todo o
pecado, o sacrifício feito pelos irmãos, em reparação, em intercessão, feito por amor
de Jesus, que Se sacrificou por todos, no desejo de que todos se salvassem, e, cuja
maior dor foi saber que, para muitos, tal sacrifício seria em vão e que os Seus filhos,
os Seus queridos filhinhos, O rejeitariam e d’Ele se afastariam para sempre, apesar de
tudo o que por eles fizera e sofrera.
Jesus executou a obra da Salvação, mas não vos tirou a liberdade de opção. Cabe-
vos a vós aceitar a salvação que Jesus vos trouxe ou rejeitá-la. Muitos a rejeitam, mas
essa rejeição pode ser dissolvida, como cristais de sal na água da vossa oração e do
vosso sacrifício. Quanto maior for o cristal de sal, mais difícil éde dissolver e mais
água requer. Quanto mais quente tiverdesa vossa água, mais fácil será essa tarefa.
Não há conversões impossíveis, meus filhos. Há, simplesmente, pouca oração,
porque vós cansais-vos de rezar, e ainda vos cansais mais depressa de fazer
sacrifícios. Ao fim de algum tempo, pensais que não vale a pena cansar-vos com tal
pessoa, que vos parece dura de comover, dura de entender. Achais que já não muda
de vida, e largais da mão esse meu filho, que assim ficará mais empedernido, mais
vulnerável, porque não tem quem reze por ele, quem por ele se sacrifique.
E assim se têm perdido muitos irmãos vossos, enquanto vos afundais na moleza do
vosso descanso, na dissipação das vossas distrações.
Enquanto descansais, enquanto vos divertis, enquanto procurais os vossos prazeres,
os vossos gostos, por vezes tão mesquinhos quanto dispensáveis, pensais que se está a
jogar e a resolver o destino eterno de muitos irmãos vossos? Enquanto perdeis tempo,
muitos filhos meus estão a perder a felicidade eterna. Dos Meus olhos correm
lágrimas de Mãe que vê os filhos caírem no abismo, sem lhes poder valer, porque eles
não querem.
Apelo para vós. Lançai sobre os vossos irmãos ondas e ondas de oração, ondas e
ondas de sacrifício. Lembrai-vos desse trabalho importante. Não percais tempo! O
Coração de Jesus e o Meu Coração esperam a vossa oração reparadora para as
brechas que as infidelidades e os pecados fazem no edifício da salvação; esperam o
vosso sacrifício, principalmente o sacrifício da aceitação do vosso dever, da Vontade
de Deus a vosso respeito para, com esse cimento, ajudar a erguer os vacilantes e os
que caem, para, com essa lança de dor, furar a couraça dura dos renitentes.
O Coração de Jesus e o Meu Coração esperam que os filhos nos mostrem o seu
amor, o amor que dizem ter, mas que não provam por atos. Provai com atos o vosso
amor, e com ele consolareis os nossos Corações entristecidos com as mágoas que nos
dão aqueles que não querem crer, que não querem aceitar a Salvação, aqueles cuja

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boca só se abre para dizer coisas desagradáveis a nosso respeito.
Dizei-nos vós coisas belas. Enchei com as vossas palavras de amor os nossos
ouvidos, procurando ultrapassar com elas o ruído, o clamor das blasfémias.
É essa a função de todos vós. É vocação para todos. É aquilo que hoje vos peço, e
que peço não só para fazerdes hoje, mas para fazerdes mais e mais todos os dias da
vossa vida, procurando ultrapassar o amor que demonstrastes no dia anterior,
ultrapassar as provas que já destes desse amor.
Dai-nos amor. Recebereis em troca o Meu Amor de Mãe e o Amor infinito de
Jesus.

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«Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores»

Pobres pecadores, pobres filhos! Desejaria não ter de falar sobre este assunto. É de
todos os assuntos que se referem aos meus filhos aquele de que mais Me custa falar,
porque ele trata de um mal tão grande, como nunca houve outro semelhante, nem
poderá haver no futuro.
Todos os males que receais, todos os males que vos aconteceram e todo o
sofrimento que experimentastes, aquele que temeis e a que tentais fugir, não é nem
uma pálida sombra do sofrimento horrível, do pavor que experimentam as pobres
almas que escolhem o inferno.
Sim, meus filhos, o inferno sois vós que o escolheis. Nunca o nosso Deus para lá
vos mandaria se vós não quisésseis, se tivésseis o menor vislumbre de
arrependimento antes de morrerdes.
Mas vós sabeis, sabeis muito bem que a morte surge, muitas vezes, quando não
pensais e que os minutos, as horas que precedem a morte são, a maior parte das
vezes, de inconsciência, tornando-se muito difícil a consciência de conversão e
arrependimento, se a tal não estiverdes, anteriormente, inclinados.
Deveis, meus filhos, rezar muito pelos moribundos, pois esses momentos finais não
são fáceis, e a pobre alma tem muita dificuldade em reunir energias para tomar
resoluções, decisões diferentes daquelas pelas quais tinha optado durante a vida.
Os vossos irmãos precisam, nesses momentos, de todo o apoio que lhes puderdes
dar mesmo sem os conhecerdes, sem estardes junto deles. As vossas orações chegam
lá, vão sustentar, amparar as almas em maiores dificuldades, conquistar-lhes alguma
lucidez, alguma luz, alguma força, para resistir aos ataques finais do inimigo que as
procura cegar, desorientar, adormentar.
Nessa inconsciência, quantos caem como folhas secas no abismo negro em que ele,
que foi anjo da luz, agora habita.
Meus filhos, que nenhum de vós se sinta salvo por causa do vosso bom génio, das
virtudes que pensais ter, das graças que recebestes do Senhor, até dos dons que
tenhais, ou que pensais que tendes. Se este anjo tão inteligente, tão iluminado, caiu,
vós também podeis cair, como têm caído muitos, mais sábios e mais iluminados que
vós.
Confiai no Senhor que vos quer salvar, e humilhai-vos, pedindo-Lhe a graça da
Sua Salvação.
Humilhai-vos, meus filhos, não tenhais receio de vos humilhar. Humilhai-vos
perante o Senhor, servindo-O, aceitando como serviço d’Ele todo o pequeno dever
que, por vezes, vos aborrece.
Humilhai-vos perante os vossos irmãos considerando-os sempre melhores que vós,
porque não vedes o segredo das suas almas.
Humilhai-vos, ajudando-os em tudo o que vos for possível, considerando-vos
servos do Senhor e servos dos vossos irmãos que são Seus filhos.
Humilhai-vos perante vós próprios, no reconhecimento das vossas culpas, sem
procurar desculpas para elas, pois a única desculpa que tendes é a de serdes fracos e
miseráveis.
Humilhai-vos, meus filhos, porque não vão almas humildes para o inferno. A
humildade não entra lá, porque o inferno não é morada para os humildes, mas para

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aqueles que não querem servir, que não se humilham.
Humilhai-vos, meus filhos, é a vossa Mãe que vos pede, porque, com a humildade
estareis acumulando valores de salvação, que vos disporão bem a alma para a vossa
hora final, seja ela como for.
Não receeis humilhar-vos, mesmo que vos doa. É uma dor preciosa, uma dor que
faz bem, uma dor de salvação.
Não vos mostro o inferno, a vós, filhos queridos. É preciso graças muito especiais
para o ver e não morrer de susto. Vós não precisais de ver esse espetáculo horrível
que Eu mostrei àquelas crianças, por causa da sua missão. Vós precisais apenas de
tomar atenção às Minhas palavras, de seguir os Meus conselhos porque, se os
seguirdes como deveis, não caireis lá.
Filhos muito amados, o Meu Coração confrange-se de dor perante o espetáculo dos
filhos que se perdem, e dos outros que vejo em vida para lá se encaminharem.
Não queirais ser desse número. Mudai de vida. Fugi a esses pecados que vos
escravizam. Fugi a essa descrença que vos faz sorrir, com ceticismo às Minhas
manifestações. Fugi à desobe-diência ao vosso dever. Fugi às invejas e aos
desentendimentos com o próximo. Fugi às seduções do mundo, aos desejos do luxo,
do prazer. Fugi às seduções das modas licenciosas. Fugi a tudo que contrarie a Lei de
Deus.
Humilhai-vos nas misérias que vedes em vós e, do fundo dessa miséria, confiai,
porque o Senhor salva os humildes.
Meus filhos, escutai o Meu segredo: quanto mais vos humilhardes no vosso nada,
no vosso dever, perante o Senhor, mais facilmente vos salvareis.
Fazei o que vos ensino, porque vos espera uma eternidade, porque o tempo de
agora passa depressa, e o outro não passa mais, porque é eterno.
Nesta eternidade esperam-vos os Meus braços amorosos de Mãe ansiosa de vos
consolar dos vossos sofrimentos atuais.
Trabalhai agora, que é bem pouco, para depois ficardes Comigo. Espero-vos.

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«Para as salvar,Deus quer estabelecer no mundoa devoção ao Meu Imaculado Coração»

Meus filhos, a devoção ao Meu Coração é uma devoção salvadora. Vede se


compreendeis que não se trata de uma pequena devoção, mais ou menos terna, mais
ou menos piegas, própria para quem não sabe mais. A devoção ao Meu Imaculado
Coração é uma grande devoção, é a devoção para estes tempos, devoção que Eu vim
anunciar no princípio do século, pedi vários anos depois e ainda não é bem
compreendida, nem bem praticada.
E, no entanto, se a praticásseis como devíeis, não cairíeis tão facilmente no pecado,
não correria a vossa alma tantos perigos, porque estarieis mais perto de Mim e
escutaríeis, com vontade mais atenta e mais dócil, os Meus conselhos.
A devoção ao Meu Coração é uma dedicação total a Mim, para, através de Mim
encontrardes Jesus e, por Ele, irdes ao Pai, vosso fim último, vossa única razão de
existir.
A devoção ao Meu Coração é uma entrega total àquilo que vos peço, que vos digo,
que vos ensino.
Peço-vos a confissão mensal. Pensais que é muito, meus filhos? Quantas vezes
tomais banho durante o mês?
Escutai a vossa Mãe que é sábia, primeiro por ser Imaculada, depois por estar mais
perto de Deus que os anjos e, por isso, ver na Sua luz as vossas manchas, os perigos
que correis, tudo o que fazeis. Digo-vos, Eu que sei, que a vossa alma se suja muito
mais facilmente que o vosso corpo, que ela precisa igualmente de higiene e que,
normalmente, todos vós cheirais muito mal das sujidades que deixais permanecer nas
vossas almas.
Queridos filhos, vós estais tão acostumados a fazer essas coisas, a dizer essas
palavras fortes, a preguiçar no vosso trabalho, a ver espetáculos que ofendem a moral,
a dizer mentiras, a arreliar-vos com os vossos irmãos, a remoer nas ofensas, a
ambicionar vaidades, cargos, posições, tantas, tantas coisas que fazeis, para já não
falar das vezes que faltais aos Mandamentos da Lei de Deus em matéria grave, em
impurezas, escândalos, invejas, rapinas. Meus filhos, porque fazeis vós tantas
pequenas rapinas no vosso trabalho? Podem não ser coisas grandes, não ser grave,
mas suja-vos e mostra a indelicadeza, o embotamento da vossa consciência.
E vós, que vos dizeis católicos e faltais à Missa ao domingo, onde está o vosso
amor a Deus?
Todas estas coisas e muitas outras que fazeis todos os dias, vos sujam e exalam
cheiro desagradável.
Concordai que limpá-las uma vez por mês é um mínimo que vos peço, para não
vos acontecer adoecerdes gravemente em contacto com tanta sujidade que vos
transforma em seres semelhantes àqueles que, por vezes, encontrais na rua, tão sujos
que deles vos afastais. Eles acostumaram-se à sujidade que trazem em cima de si. Já
não reparam, desleixaram-se da sua aparência e a sua esperança de vida é fraca.
O mesmo acontece às vossas almas, se não tratais de as purificar minimamente.
É por isso que vos peço a confissão mensal, para honrardes o Meu Coração
Imaculado. Vede lá se teríeis coragem de ir, cobertos de imundícies, abraçar a vossa
mãe da terra que vos sorri lavada e perfumada.
Para contactardes Comigo também deveis estar limpos e o vosso cuidado deveria

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ser limpar-vos mais vezes ainda, para Me agradardes, Àquele, entre vós, que Me
quiser agradar, que Me quiser dar abraços de filho, aconselho uma confissão mais
frequente que a mensal, mas, se praticardes a mensal, já cumpris aquilo que o Meu
Coração vos pede, e neste caminho, com o tempo, ireis entendendo mais e tornar-vos-
eis mais exigentes convosco.
Peço-vos a comunhão e a confissão reparadoras, porque as fazeis por Me amardes,
porque Eu vo-lo peço, porque o Meu Coração está amargurado e ofendido com tantos
filhos que se afastam do caminho, que ofendem o Senhor gravemente e não se
arrependem, e que, em vez de ouvirem os Meus conselhos, falam mal de Mim,
espalham erros a Meu respeito, qual deles o mais grave.
Que pensaríeis de filhos que difamassem a própria mãe? Se da vossa própria mãe
se tratasse, procuraríeis que ela nem o soubesse e trataríeis de, vós próprios, lhe dar
mais provas de carinho para a consolar do mau comportamento desses pobres irmãos.
É isso que vos peço, meus filhos, pois com o vosso amor, tapais as faltas deles e
pondes em movimento o mecanismo do Amor que os converterá.
Peço-vos quinze minutos de companhia, meditando os mistérios do rosário. Algum
de vós pode achar muito fazer, por mês, quinze minutos de companhia a sua Mãe?
Se pensardes nisso, vereis e sentireis necessidade de aumentar esse tempo e fazer
essas visitas muito mais vezes.
Peço-vos o terço. Já vo-lo pedi tantas vezes e muitos de vós ainda não o dão, ou
dão-no de má vontade. Já vos expliquei a necessidade que tendes do terço e o seu
valor. Ponde-o em prática, meus filhos, como Eu vos ensinei, e sereis vós próprios os
primeiros beneficiados.
É pouco o que vos peço, reconhecei-o, mas com este pouco espero ir tocando os
vossos corações e ir conseguindo que vos chegueis mais a Mim.
Chegados a Mim, ajudar-Me-eis na salvação dos vossos irmãos em perigo de
perdição.
É por isso que a devoção ao Meu Coração Imaculado é devoção que vos entrega a
Mim e salva almas.
Compreendeis agora porque é que Deus quer estabelecer a devoção ao Meu
Imaculado Coração? Compreendeis como, através dela, podereis ajudar na obra da
Salvação? Então ponde-a em prática e a vossa própria salvação ficará assegurada.

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«Se fizerem o que Eu vos disser,salvar-se-ão muitas almas e terão paz»

Algum de vós poderá duvidar, meus filhos, de que se fizerdes aquilo que Eu vos
disser as almas se salvarão? Aquilo que vos digo é ciência de salvação e, se o
puserdes em prática, salvar-vos-eis certamente.
Sou a Mãe que sabe todos os segredos da Salvação, todos os segredos da santidade.
A santidade, seja qual for a forma que apresente, não tem mistérios para Mim. A
vossa vida, por dura que vos pareça, é para Mim fácil de resolver. Mas não posso, não
devo ser Eu a resolver as vossas vidas. Sois vós que deveis fazê-lo. Mas Eu sei a
forma como o fareis com facilidade, com utilidade, transformando tudo o que vos
aflige em frutos de salvação, em tesouros que acumulareis para a eternidade, que é o
futuro para o qual caminhais.
Fazei o que vos digo, o que vos recomendo, e salvar-vos-eis. Além disso, ajudareis
a salvar muitas outras almas, porque uma alma que se santifica dá a mão a muitas
almas irmãs e ajuda-as na subida.
A vossa vida, meus filhos, é um caminho por onde seguis em fila, de mão dada. Os
que sobem amparam aqueles que a eles se agarram; os que caem arrastam outros na
queda. Os que se perdem puxam alguns irmãos para o abismo.
É preciso fortalecer a fila, puxar pelos que se deixaram arrastar na queda. Para isso
tendes de fazer algumas coisas, e, muitas vezes, perguntais o quê. É bem simples,
meus filhos, tendes de fazer aquilo que Eu vos digo.
Eu digo-vos que rezeis. É sempre o ponto em que mais insisto, porque é o ponto de
partida. Quem não reza, dificilmente conseguirá dar passos sem cair, porque se
encontra totalmente enfraquecido. Se rezais, alimentais-vos, encostais-vos a Mim,
que sou a Mãe forte que vos segura, que não vos deixará cair, que vos coloca nos
braços de Jesus ao abrigo dos perigos.
Digo-vos que frequenteis os sacramentos, porque eles purificam e fortalecem. Com
a oração e os sacramentos, meus filhos, sereis muito fortes, porque além de vos
escorardes em Jesus, colocais Jesus em vós, e Jesus é sempre Aquele que é forte, que
tem poder.
Jesus é invencível e, unidos a Ele, será Ele que vencerá os vossos combates.
Unidos a Jesus, tendes o Céu convosco, viveis em salvação.
Digo-vos, meus filhos, que cumprais a Vontade de Deus, porque, se a cumprirdes,
tendes a batalha vencida, o Céu ganho, uma vez que a Vontade do Senhor é que todos
vos salveis. Por isso, tudo preparou para vos facilitar a caminhada. Pelos Seus
Mandamentos apontou-vos o caminho que, se assim não fosse, desconheceríeis
totalmente. A Sua Vontade dá-vos todos os dias material de trabalho para a vossa
tarefa de salvação. Aceitai-o das mãos d’Ele, com amor, mesmo que, à primeira vista,
não vos agrade, vos pareça inferior ou menos vistoso que o dos vossos irmãos.
Aceitai-o porque é o que de melhor o Senhor arranjou para aquilo que precisais de
fazer, na ordem da salvação, da santificação pessoal e da salvação dos vossos irmãos.
Amparados por Jesus e por Mim, aceitando a Vontade de d’Ele, deixando de O
ofender, tereis confiança e paz.
Perdeis a paz pela insegurança em que viveis, por desejardes muitas coisas,
algumas das quais até nem são boas para vós, ou não o são de todo. Outras poderão
ser boas, mas não estarem no momento ou na situação certa. E vós viveis

83
atormentados com esses desejos inúteis.
Se aceitardes de coração a Vontade do Senhor, guiar-vos-eis inteiramente por ela,
descansareis na Vontade d’Ele e vivereis em paz.
A própria paz do mundo será o prémio que o Senhor dará a quem proceder de
acordo com a Vontade d’Ele, a quem fizer aquilo que Eu digo.
Sei o que digo, meus filhos, escutai-Me.
A hora em que viveis é grave. Não deixeis por mais tempo de pôr em prática as
Minhas recomendações, porque vos espreitam grandes perigos.
Fazei o que vos digo, meus filhos, convertei-vos, rezai, rezai, rezai muito,
aproximai-vos frequentemente dos sacramentos, fazei a Vontade de Deus. Em troca,
Eu vos prometo a paz, Eu vos prometo a salvação.

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«A guerra vai acabar. Mas, se não deixarem de ofender a Deus,no reinado de Pio XI começará outra pior»

Meus filhos, aprendei a escutar-Me quando vos falo. Falo-vos de tantas formas,
mas não Me escutais. Se Me escutásseis havíeis de mudar as vossas vidas, e não
mudais. Nunca mudais! Continuais a dar mais importância à vossa comodidade,
àquilo que vos agrada, à vaidade sob qualquer aspeto, às vossas ambições pessoais,
ao vosso prazer.
Tomai conta que, acima de qualquer interesse vosso, deve estar sempre a Vontade
de Deus, que deve ser por vós prontamente aceite, prontamente cumprida.
Escutai-Me quando vos digo: Tende cuidado! Tende cuidado com o que fazeis,
com as intenções do vosso coração, porque o que está dentro do coração é que
realmente interessa e não as palavras que vos sobem aos lábios. Quantas palavras
enganadoras vos escuto! Quantas palavras bonitas dizeis aos vossos irmãos, quando o
vosso coração está longe, ruminando os seus egoísmos!
É o vosso coração que Eu quero, porque é no vosso coração que se travam as lutas
da vossa guerra, daquela guerra que todos tendes de travar para conquistar o Céu.
Se vos deixardes guiar por Mim, as vossas pequenas guerras terminarão uma após
outra. Sempre tereis algumas lutas, mas na Minha companhia, com a Minha poderosa
ajuda, haveis de as vencer todas e vivereis em paz.
A guerra começa sempre pelo choque de interesses. A vossa guerra interior
também resulta do choque entre os interesses de Deus, manifestados pela Sua
Vontade, e os interesses do vosso inimigo e do próprio mundo. Tendes também
permanentemente guerra com os interesses do vosso egoísmo e da vossa carne.
Meus pobres filhos, embrenhados em tantas lutas! Meus pobres filhos,
constantemente feridos, tão cansados que, por vezes, já nem força têm para segurar as
armas que lhes garantem a vitória. É assim que as deixais cair. É assim que
abandonais a oração, que a descurais e substituís por coisas que tendes para fazer. É
assim que encheis a imaginação, o pensamento, de coisas inúteis, que parecem não
fazer mal, mas são pesos que vos carregam e mais vos enfraquecem!
Queridos filhos, que vedes tão pouco!
Reparai que, quando cedeis às tentações e ofendeis a Deus, reacende-se a vossa
guerra e caís vítimas dos vossos descuidos.
A ofensa a Deus é sempre uma luta perdida por vós, é sempre o início de novas
investidas, de novas guerras.
As guerras em que o mundo se debate, em que tantos sofrem e morrem, são o
espelho da guerra que em vós transportais. Meditai um pouco nos horrores de uma
guerra, e depois vede isso tudo dentro de vós quando deixais que ela progrida no
vosso interior, quando não tratais de a vencer, de a apagar com o Amor de Deus.
Vós só pensais nas guerras do mundo. Garanto-vos que a vossa guerra íntima em
nada lhe fica atrás e que, se pudésseis ver no vosso interior, ficaríeis horrorizados
com os estragos e o sofrimento que ela faz nas vossas almas, quando deixais que
alastre, quando vos expondes a ela, quando por ela vos deixais seduzir como loucos
que se lançam ao fogo, porque o fogo brilha.
Meus filhos, a ofensa a Deus produz a guerra no mundo, não porque Deus queira a
guerra, mas porque vós a quereis, por-que vós a provocais. A própria guerra é uma

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ofensa a Deus, porque nela se chocam os egoísmos, os vícios, as maldades, porque,
por ela, sofrem os inocentes.
Anos e anos o nosso Deus reprime e evita muitas guerras prestes a explodir, mas o
vosso pecado faz com que, por vezes, deixe que experimenteis, que proveis essa
amargura.
Não estranheis, meus filhos, Eu ter dito que recomeçaria nova guerra no reinado de
Pio XI, quando afinal começou no reinado de Pio XII. Ela teria, efetivamente
começado no reinado de Pio XI se não fossem algumas almas que rezaram e se
sacrificaram para que fosse atrasada ou evitada. Não foi evitada, porque a vontade
dos homens se manifestou, firmemente, com a liberdade que Deus lhe deu, e as almas
orantes não foram suficientes para abafar essa vontade deformada e maldosa.
Muitas outras guerras têm eclodido aqui e ali, pelo vosso mundo, por vontade dos
homens, mas o Senhor tem impedido outra guerra mundial, que seria catastrófica para
vós, dada a alta tecnologia de que dispondes e de que tão mau uso fazeis.
O Senhor tem-no impedido, esperando pelo arrependimento de muitos filhos e pela
oração e sacrifício daqueles que se dizem Seus.
Meus filhos, até quando esperará e evitará que vos lanceis fratricidamente uns
contra os outros, por todo o mundo? Os que estão longe não se aproximam. Os
pecadores não se arrependem. Os filhos orantes cansam-se e alguns voltam-se para o
pecado também como um caminho mais sedutor.
Como impedir que se percam aqueles que hoje dizem pertencer ao Senhor e
amanhã talvez O atraiçoem como tantos outros?
Estou preocupada, meus filhos, porque vejo já muito poucas saídas para vós,
porque vós próprios fechastes as que estavam abertas e serviram para salvação de
tantos. Fechaste-as com a vossa permissão à imoralidade, com o vosso fechar de
olhosa toda a maldade camuflada, com a vossa permissividade e aceitação de tudo o
que deixais entrar nas vossas casas e nas vossas vidas. Fechaste-as com o vosso
respeito humano, a vergonha de proclamar a vossa fé na roda dos amigos, pela vossa
facilidade em descuidar a oração.
Filhos queridos, é uma Mãe preocupada que se vos dirigee vos pede que tenhais
cuidado, que deixeis de ofender a Deus e vos agarreis à oração, porque, com a oração
feita todos os dias,vos podeis salvar. Rezai para evitardes as guerras íntimas. Rezai
para evitardes as guerras no vosso mundo.
A oração é a arma que neutraliza a guerra. Usai-a. Usai-a com cuidado, com
valentia, com sabedoria. Usai-a sob a minha direção e vencereis.

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«Quando virdes uma noite iluminadapor uma luz desconhecida, sabeique é o grande sinal que Deus vos dáde que vai punir o mundo de seus crimes,por meio da guerra, da fome e de
perseguições à Igreja e ao Santo Padre»

Queridos filhos, é preciso que escuteis a Minha voz, voz de Mãe aflita, de Mãe
angustiada pelas preocupações, que vos avisa antecipadamente dos males que vós
provocais e que sobre vós vão cair. O grande problema é que não Me escutais.
Por todo o mundo ando a avisar os meus filhos, para que a tempo se arrependam,
mudem de vida e, por vezes, do lugar onde vivem. Mas os ouvidos da maioria de vós
estão fechados. Não atendeis o que vos digo e muitos ainda troçam ou pretendem
impedir-Me de falar, como se uma Mãe não tivesse sempre o direito de falar aos
filhos e de os avisar enquanto é tempo de se salvarem.
Também aqui, em Portugal, avisei. Primeiro avisei sobre o que deveriam fazer para
afastar a guerra. Depois avisei sobre o sinal pelo qual iríeis conhecer a sua
proximidade.
Como vós sois, meus filhos! Não tardaram muitos de vós a tentar encontrar
explicações naturais para este fenómeno. Mas os verdadeiros cientistas, aqueles que
procuram a ciência verdadeira e não falsas capas de ciência para taparem os prodígios
de Deus, esses viram bem que não se tratava de um fenómeno normal.
Encheis os ouvidos com qualquer coisa. Acreditais em tudo o que se diz, e isso é
um grande mal, em que sois vós próprios e as vossas famílias os principais
prejudicados.
Aprendei, meus filhos, a não acreditar em tudo indiscriminadamente. Aprendei a
separar a verdade do erro. Aprendei a discernir. Só Eu vos posso ensinar estes
segredos facilmente, porque o Senhor Me deu a facilidade do discernimento e Me
colocou no vosso caminho como Mãe, Mestra, condutora da vossa viagem. Sou
Mulher, sou humana, sou uma de vós, sou vossa compatriota. Em terra estrangeira
confia-se mais num compatriota bem relacionado que em qualquer estrangeiro
desconhecido.
Vós também estais em terra alheia. Não é aqui a vossa Pátria, mas encontrais uma
compatriota que convive com o Rei. E vindes a descobrir que esta compatriota
também é vossa Mãe. Que mais quereis, meus filhos? Tendes nas mãos a realização
da felicidade. Tendes em Mim quem vos ajudará a conseguir tudo, desde que não seja
assaltar o palácio do Rei, roubar as Suas riquezas, desde que não seja rebolar-vos pela
lama das ruas.
Sim, meus filhos, muitos de vós gostam de rebolar-se na lama. Tendes, na
realidade, gostos estranhos. Sou vossa compatriota e vossa Mãe, mas vós não vos
pareceis Comigo no que se refere a gostos e a preferências. Tendes os gostos difíceis
de entender para quem vive na Luz, porque vós viveis nas trevas e nessas trevas
muitas vezes caís, vos magoais, vos sujais.
Nada percebeis destas trevas, desta terra estrangeira onde os estranhos facilmente
vos enganam, dando às coisas e às próprias palavras significados falsos.
Escutai-Me e Eu vos ensinarei a verdadeira língua deste Reino, e então entendereis
os embustes com que vos tendes deixado enganar. Escutai-Me e tomai atenção aos
Meus avisos e às luzes que vos mando, aos sinais que vos envio para conhecerdes
onde estais e para fugirdes e, se vos for possível, neutralizardes os males que tantas

87
vezes atraís.
Prestai-Me atenção por respeito, por amor, e Eu vos irei ajudando a ver cada vez
melhor no caminho difícil que tendes de trilhar e que vos levará ao palácio do Rei, na
vossa Pátria verdadeira, onde Eu também estou à vossa espera, ansiosa por vos
abraçar.

88
«Para a impedir, virei pedir a consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coraçãoe a Comunhão Reparadorados primeiros sábados»

Meus filhos, sou uma Mãe que pede. Muito raramente vos mando alguma coisa. Só
peço. Vós fazeis como quereis. Umas vezes obedeceis-Me, outras não. A maior parte
das vezes fazeis de conta que aquilo que vos digo não vos diz respeito, que não é para
vós, mas para outros. E assim desperdiçais os Meus conselhos, com graves prejuízos
para todos vós.
Reparai no que aqui vos digo: para impedir a guerra, virei pedir a consagração da
Rússia ao Meu Imaculado Coração e a Comunhão reparadora nos primeiros sábados.
Quem tomou atenção ao Meu pedido? Quem obedece? Quem faz esta Comunhão
reparadora? Alguns até inventam outras formas de fazer o primeiro sábado, mas nas
quais não incluem a Sagrada Comunhão.
Ai, meus filhos! O que vós sofreis pela vossa inconsciência, pela vossa falta de
cuidado, por não refletirdes nas ciladas, nos enganos em que vos deixais envolver!
Passais pelo mundo, descuidados, sem atenção ao que realmente é importante,
preocupando-vos só com coisas transitórias e fúteis!
Viveis como se nada mais houvesse que o vosso mundo presente, como se a vossa
vida na Terra devesse durar para sempre. Tomais a peito coisas que nada valem,
empenhais-vos nelas, lutais e sofreis por elas! Tendes os olhos fechados para os
verdadeiros valores e viveis como se a verdade não existisse.
Abri os vossos olhos, meus filhos! Vede que a vossa vida só existe como
caminhada para a vida verdadeira. Reconhecei que não vale a pena perder esse tempo
que vos é dado com tanta briga, tanta confusão, tanta futilidade. Abri os olhos e vede
os vossos erros. Vede como é transitório tudo aquilo de que fazeis gala. Vede como é
transitória a beleza, a juventude, a vida.
A verdade, a verdadeira vida, a verdadeira beleza e juventude, ficam para lá
daquilo que veem os vossos olhos carnais. Podeis atingi-lo com os olhos espirituais
que Deus vos deu, mas que teimais em trazer fechados, deixando que o mundo e as
más tendências tomem conta de vós.
É por viverdes com os olhos fechados que, muitas vezes, frequentais a igreja, ides
a Fátima, frequentais até grupos de oração, fazeis retiros, mas não modificais as
vossas vidas.
Continuais a pensar da mesma maneira, porque não consentis em alterar o vosso
pensamento. Continuais a dizer as mesmas coisas, a fazer o mesmo que fazíeis
anteriormente. Procedeis exatamente como se não fizésseis esses retiros, como se não
frequentásseis essas orações.
Meus filhos, não é fazendo muitas coisas que fareis o que é bom. Só fareis o que é
bom quando consentirdes em abrir os olhos aos verdadeiros valores, quando
acreditardes realmente naquilo que vos diz Jesus nos evangelhos, quando aceitardes
as Minhas palavras de Mãe, que vos querem alertar e sacudir da letargia de pecado e
da indiferença em que o mundo mergulhou.
A consagração da Rússia seria o sinal do abrir dos olhos para o problema do
mundo. Não foi feita a seu tempo e a guerra estalou como castanha nas mãos de
criança que, imprudentemente fecha os olhos e lança as mãos às brasas. Não só a
castanha, as próprias brasas queimaram a criança, as labaredas cresceram e
envolveram-na antes que ela abrisse os olhos.

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Esta criança sois vós. Continuais na vossa imprudência, metendo as mãos nas
brasas, esperando tirar castanhas assadas sem vos queimardes. Mas como não abris os
olhos, os vossos dedos queimam-se e nada agarrais senão dor.
Foi feita a consagração da Rússia no meio dos sorrisos irónicos de muitos. O
resultado viu-se em breve com a queda da sua política e com a libertação dos países
oprimidos.
Mas nem tudo está feito, meus filhos, O resto da tarefa é vossa. Assim como houve
sorrisos irónicos e críticas à consagração da Rússia, também há sorrisos irónicos e
novas ideias, novas teorias, a respeito da devoção dos primeiros sábados. Mas se a
praticardes, vereis a queda do pecado que governa o mundo, como vistes a derrocada
do governo comunista.
Aquela devoção que agora vos parece de pouco interesse, de pouco valor, como
mais uma a juntar a outras, e que nem sabeis bem para que servirá, será aquela que
levará ao abrir dos vossos olhos para as Minhas palavras, para mudardes de vida, de
uma vida de vaidades e imodéstias, de ambições, rancores e futilidades, para a vida
de fé verdadeira que deveis ter.
Dai-Me a vossa mão, meus filhos. Crede nas Minhas palavras. São palavras ditadas
pelo Amor de Mãe. São palavras da Mãe que vos ama e se preocupa convosco. Vinde
até Mim, aceitai o que vos digo, fazei o que vos aconselho, para vosso bem, e para o
bem de todos os vossos familiares.
Meus filhos, ainda tendes tempo, mas talvez não tenhais muito tempo. Aproveitai
aquilo que tendes, porque o negócio da vossa salvação é mais importante que
qualquer outro.
Escutai o Meu conselho: ponde em prática o que vos digo a respeito da devoção
dos primeiros sábados, consenti que abra os vossos olhos a respeito das verdades que
tendes tão esquecidas e mudai a vossa forma de viver de acordo com o que vos tenho
aconselhado, para que possais ser salvos.

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«Se atenderem aos Meus pedidos,a Rússia converter-se-á e terão paz»

Prometi-vos a paz se fizésseis o que Eu vos dizia. Mas não fizestes. Poucos, muito
poucos entre vós, fazem aquilo que Eu digo. Esses têm paz. Vivem em paz nos seus
corações. Têm paz consigo próprios e paz com os irmãos porque, fazendo o que Eu
digo, aprendem a conviver, a dar e a receber, mesmo que recebam coisas pouco
agradáveis. E assim vivem em paz.
Desejava fazer do vosso mundo um jardim, um outro jardim do Paraíso, onde todos
fôsseis felizes, onde todos tivésseis paz.Por isso vos aconselho uma e outra vez aquilo
que deveis fazer. Mas nunca Me atendeis e o vosso jardim continua por fazer e o
vosso mundo continua a encher-se de guerras, de ódios, de crimes, de imoralidades,
como nunca se viu.
Acabastes por perder também o sentido do bem e do mal, que é uma noção que foi
dada a todo o homem, seja qual for a raça e a forma de pensar ou a cultura em que
está inserido.
Disse que, se fizésseis o que vos digo a Rússia se converteria. Mas não seria só a
Rússia. Vós próprios vos converteríeis porque, se fizésseis o que Eu vos digo, havíeis
de vos converter, certamente, porque aquilo que vos digo é sempre em ordem à vossa
conversão pessoal.
Quantos disseram que nada tinham a ver com a Rússia ou com a sua conversão, e
não viram que seriam eles próprios os beneficiados, quer pela própria conversão, quer
pela paz que alcançariam, evitando o espalhar dos erros.
Foi devido à vossa inércia no serviço do Senhor que os erros se espalharam. Não
culpeis os governos, não culpeis aqueles que espalharam as ideias que fizeram sofrer
tantos países. Culpai-vos a vós mesmos que nada fizestes para o evitar.
Muitos de vós poderão dizer que ainda não eram nascidos nesse tempo e que,
portanto, isto não vos diz respeito.
Tendes razão no que respeita ao passado. E agora? Também nada podeis fazer? E
que fazeis? Pondes em prática o que vos digo, o que vos recomendo, ou não tendes
tempo para essas coisas?
Meus filhos, vós tendes sempre tempo para tudo. Tendes sempre tempo para coisas
inúteis. Só não tendes tempo quando se trata de Me dar atenção. Só vos queixais do
tempo, das horas ou de outras coisas, quando vos digo para rezardes, quando vos digo
para fazerdes os primeiros sábados. Porquê, meus filhos? Alguma vez pensais como
isto é importante?
Vamos, saí do vosso desinteresse, da vossa modorra espiritual e capacitai-vos da
importância e da urgência das Minhas palavras.
Em 1917 falei para o futuro. Aquilo que pedi era para fazer tendo em vista males
futuros que era preciso evitar. O que agora digo é para o presente. O mal já está
instalado. É preciso combatê-lo se não quiserdes que vos vença. Se não vos levantais
para rezar,se não empunhais as armas que vos aponto, sereis todos vencidos, o mal
sufocar-vos-á nas suas lamas.
Filhinhos, cada vez é mais dura e mais acesa a luta, mas Eu estou a vosso lado,
como Mãe guerreira, e ajudo-vos no combate. Não vos deixo sós, luto a vosso lado.
Empunhai as Minhas armas, as armas da oração, da caridade, dos sacramentos.
Quero ajudar-vos a vencer, quero que vençais, porque sois Meus filhos, filhos muito

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amados, que sigo com os olhos, e anseio por ver a salvo, um dia, na Casa do Pai.
Trabalhai agora, lutai agora, por Mim, Comigo, e tereis a Minha proteção, a paz de
Jesus que Eu vos dou.

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«Se não, espalhará os seus errospelo mundo, promovendo guerrase perseguições à Igreja»

Muito tem sido perseguida a Igreja bendita que o Meu Filho fundou. Já foi
perseguida nos primeiros tempos, tendo os próprios Apóstolos dado o sangue em sua
defesa, em testemunho da sua fé. Depois foi perseguida através de heresias e cismas.
Mais recentemente perseguiram-na e perseguem-na as ideias socialistas de estados
laicos e ateus.
Até os seus filhos, que deviam defendê-la, a perseguem com ideias novas que vão
surgindo por todo o mundo no cérebro de alguns cristãos, ideias que podem ter algum
fundo de verdade, mas depois se desviam para o erro, para o ataque mais ou menos
direto.
E o que é pior é que esses idealistas levam outros atrás de si, levantam dúvidas em
mentes pouco esclarecidas, seduzem os ingénuos e os imprudentes.
Os erros têm-se espalhado pelo mundo como má semente da qual crescem ervas
daninhas que abafam a boa cultura.
Toda essa má semente é lançada pelo meu inimigo que a espalha entre vós,
chegando a criar dúvidas em alguns daqueles que mais chegados estão, e perante a
indiferença geral, que é outra má semente que se espalhou.
É esta vossa indiferença que tem dado bom clima ao proliferar do joio na seara do
Senhor. Justamente porque ficais indiferentes às Minhas recomendações, não fazeis o
que vos digo e deixais que os erros se espalhem.
São os erros que fazem estalar os ódios, que promovem as guerras. Enquanto
houver erros haverá sempre lutas de palavras ou de atos.
Meus queridos filhos, aprendei Comigo a arte de não aceitar o erro, de ver onde ele
está e de o recusar. Não vos deixeis conquistar pelo que é errado, mesmo que vo-lo
apresentem embrulhado em cores e brilhos.
Tudo aquilo que vos ensinarem e que seja contrário aos evangelhos, por muito
bonito que pareça, por muito que tente remediar os vossos sofrimentos, podeis ter a
certeza de que é errado.
Tudo o que vos ensinarem que seja contrário ao que ensina ou determina a Igreja,
mesmo que pareça solucionar os vossos problemas, tende a certeza de que é errado.
Tudo o que é contra os mandamentos do Senhor, mesmo que pareça simplificar a
vossa vida, acreditai que é errado.
Como podeis pensar em solucionar as dificuldades com erros? Mesmo que pareça
tirar-vos agora de dificuldades, o erro levantar-se-á contra vós, e lançar-vos-á, no
futuro, em dificuldades maiores, colocando-vos na mão daquele que promove o erro,
as discórdias e as guerras.
Estai certos de pisar sempre terreno seguro, se fizerdes sempre o que Eu vos digo.
E Eu digo-vos que sigais os evangelhos, que obedeçais à Lei de Deus, à Lei da Igreja,
que cumprais o vosso dever, que rezeis, que frequenteis os sacramentos.
Mesmo com dor, este é o caminho que deveis trilhar, porque é o caminho que
conduz ao Céu. É o único caminho, não há outro.Não o procureis noutro lado, noutras
ideias, ou noutras religiões, em presumidas facilidades.
Não procureis o caminho em vida a dois sem matrimónio.Não entreis no caminho
do matrimónio estéril, egoísta, criminoso.
Meus filhos, olhai para vós próprios, para a vida que deixais correr, por interesses

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de egoísmo, e largai esses desejos de posse de coisas boas, pois não há coisa tão boa
como o filho que o Senhor vos quer pôr nos braços e vós recusais, dando preferência
a uns móveis, umas viagens, umas roupas, uns trabalhos.
Vede o que fazeis. Já não sois crianças. Tendes responsabilidades e este assunto é
sempre muito grave e muito delicado.
Mas as Minhas mãos de Mãe também são delicadas para lhe pegar, e, por isso,
venho hoje pedir-vos, com lágrimas nos olhos, que façais um esforço para vencerdes
os vossos egoísmos e comodidades, as vossas tentações e paixões, para vos
sacrificardes até, e encetardes o caminho santo e seguro do matrimónio responsável,
que não é para brincar como crianças, mas para encarar de forma adulta.
E vós que ainda não chegastes a este caminho, não tenteis entrar nele por falsas
portas que vos seduzem, porque estão mais perto. Essas portas levam a caminhos
enlameados onde vos sujais, e que não vão dar ao Céu, onde um dia desejais chegar.
Sou vossa Mãe, filhinhos, e aponto-vos o caminho seguro.Na dúvida, procurai ver
o que dizem os Mandamentos do Senhor, e ficareis esclarecidos. Os Mandamentos
não estão ultrapassados. Foram do tempo de Moisés e são de agora. São de todos os
tempos.
Não venhais com teorias modernas sobre o amor, porque só ama, realmente, quem
cumpre os Mandamentos. Tudo o mais não passa de simulacros de amor, egoísmo
mascarado, falsidade e pecado.
Não queirais vós também aumentar o já tão grande caudal de pecado que enlameia
o vosso mundo, que o Senhor para vós criou tão belo.
Meus filhos, tereis paz se fizerdes o que vos digo, se seguirdes os Meus conselhos.
Se não o fizerdes, apenas espalhareis ainda mais os erros e vivereis em contínuas
discórdias.
Mas, para fazerdes o que vos digo, para seguirdes pelo caminho do Senhor, que
não é um caminho de facilidades, é preciso força, coragem, e essa só a podereis ir
buscar à oração.
Por isso, mais uma vez vos dou o Meu conselho de sempre: rezai, meus filhos,
rezai, rezai para terdes força, rezai para terdes coragem, rezai para terdes paz.

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«Os bons serão martirizados,o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas»

Meus filhos, é com o Coração triste que vos revelo algumas das coisas que vos
acontecerão, porque o mal se levanta contra vós, uma vez que não pode atingir-Me,
nem a Meu Filho. As forças do mal odeiam-vos porque sois Meus filhos, e querem
ocasionar-vos todo o sofrimento que lhes for possível.
Estai atentos, meus filhos, não durmais! Oh, quanto dormem os meus filhos! Estão
constantemente a cair em embustes e não veem que cada vez mais se afundam no
pecado. Calam-se submissamente às vozes da impiedade do mundo, e o mal vai
alastrando, primeiro sorrateiramente, agora às claras, mais tarde em avalanche, na
ideia de destruir o Reino de Deus, de destruir os Seus filhos.
Sim, tereis de sofrer, é verdade. Nova era de mártires já está em curso. Muitos de
vós, que agora nem pensais nisso, sereis postos na situação de renegar Jesus, renegar
a Igreja, ou morrer.
Muitos de vós, sereis martirizados nos vossos corações através de mau ambiente
familiar ou de trabalho.
Muitos de vós terão de sofrer na sua carne ou no seu espírito, mas lembrai-vos de
que só aquele que perseverar até ao fim é que será salvo.
Meus filhos, preparai-vos, pois não sabeis as surpresas que o amanhã vos trará.
Rezai para terdes força para as duras batalhas da vida, que se aproximam de todos.
Não será demais tudo o que rezeis. Rezai, e estareis sob a Minha proteção poderosa.
Sois o Meu exército de crianças, que Eu transformo em guerreiros. Coloco nas vossas
mãos as Minhas armas: O santo terço e o Meu Escapulário. Usai-os sem vergonha,
nem respeitos humanos.
Meus filhos, não andeis sem proteção. Não sejais desprevenidos, nem
inconscientes do mal que vos rodeia, e tudo fará para vos prejudicar, espreitando por
todas as frestas, para ver por onde entrar. Tapai as frestas com arrependimento, com
penitência, e elevai as vossas preces incessantemente para o alto.
Rezai, meus filhos, pelo Santo Padre. É verdade que ele terá muito que sofrer. Ele
sofre já muito, vós não sabeis quanto, mas Eu sou a Mãe em quem ele confia. Eu o
protegerei, mas não o impedirei de sofrer. Rezai por ele, e não largueis o seu lado,
para alinhar noutro exército.
Rezai pelas nações. Ai, meus filhos, quanta da Minha aflição, a aflição que mostro
através das Minhas imagens é por causa das nações. Rezai para que haja um
arrependimento, uma conversão geral, para que o castigo das nações, provocado e
despoletado por elas próprias, seja afastado.
Ai as nações! Ai as nações! Não queirais ver, não tenhais sequer curiosidade em
saber, porque as vossas almas são limitadas para a dor, e essa dor será demasiado
grande para qualquer de vós! Limitai-vos a rezar, rezar, rezar, pela conversão dos
povos, para que a Minha profecia em Fátima não venha a realizar-se, como não se
realizou a destruição de Nínive profetizada por Jonas, por os ninivitas terem feito
penitência.
Sois poucos, é verdade, mas tendes uma grande missão.Que cada um de vós valha
por mil, reze por mil, faça penitência por mil, e assim, unidos a Mim, ajudar-Me-eis a
salvar as nações, a salvar o mundo de grandes males.
Não digais nunca que tudo está perdido, porque há sempre salvação para o mundo,

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se vos arrependerdes sinceramente, se fizerdes o que vos digo, se vos colocardes sob
a Minha proteção, se rezardes.
Rezai, filhos, rezai Comigo, implorai Comigo, e a Misericórdia do Senhor descerá
sobre vós.

96
«Por fim o Meu Imaculado Coração triunfará»

Sim, meus filhos, o Meu Coração triunfará, mas não com um triunfo fácil. Os
triunfos fáceis não conduzem a nada de sólido. São apenas entusiasmos passageiros.
O triunfo do Meu Coração não se fará sem dificuldades, sem terdes primeiro de
passar por algumas tribulações bastante difíceis.
Dizeis muitas vezes, entre vós, que os tempos estão maus, que a vida está cada vez
mais difícil. Meus queridos filhos, os tempos estão maus, sim, mas vós mal dais conta
disso, porque tendes os olhos fechados no sono com que o mundo vos embala.
Acordareis desta suavidade subitamente, e, então sim, vereis que os tempos são maus
e a vida difícil. Mas isto só quando fordes acordados do vosso sono.
Não penseis que estais em paz, meus filhos. Rodeia-vos guerra, e guerra violenta.
É tempo de acordardes e verdes como caem à vossa volta aqueles que andam sem
cuidado, que caminham de olhos fechados, no aturdimento que lhes dá o mundo, com
os seus luxos e as suas modas, com o trabalho mal organizado, com as ambições, os
desejos desmesurados de honras e de prazeres, de bem-estar e de afirmação pessoal.
Acordai agora para a luta difícil que vos rodeia, para que comeceis a empunhar as
Minhas armas, a fim de que não sejais apanhados desprevenidos em dias ainda mais
difíceis.
É tempo de acordar e de alinhar junto do Meu exército para, sob o Meu comando,
colaborardes no Meu triunfo.
O Meu triunfo inaugurará a verdadeira era da paz. A paz em que pensais viver é
apenas uma paz dos vossos sonhos e não uma paz verdadeira.
Se vísseis com olhos bem esclarecidos, veríeis quanta guerra, quanta luta vos faz
aquele que vos quer perder. Recebeis feridas sobre feridas. Lançais a culpa para tudo
e para todos, menos para vós próprios, que não vos sabeis defender, e não quereis
aprender a fazê-lo.
Meus amados filhos, precisais de aprender a resistir às tentações das coisas
sedutoras mas perigosas, às tentações de pecado, que podem ir até à morte da graça
nas vossas almas.
É grave, muito grave, a situação de pecado do mundo. O mundo faz, atualmente,
do pecado a sua gala, a sua vaidade. Vim a Fátima denunciar o pecado e pedir que
renunciásseis a ele.
Não eram aquelas três criancinhas os pecadores a quem Eu Me dirigia, quando
pedia que não pecásseis, quando pedia para fazerdes aquilo que vos dizia, a fim de
terdes paz.
Aquelas crianças eram inocentes e estavam desejosas de Me agradar. Nos seus
corações Eu já tinha triunfado.
Servi-Me deles para Me dirigir a vós, porque também em vós o Meu Coração quer
triunfar.
O Meu triunfo, mais que um triunfo estrondoso, quer ser um triunfo no íntimo dos
vossos corações, irradiando para as vossas almas.
Só quando Eu triunfar em todos vós, o Meu Coração triunfará realmente e a paz se
estenderá sobre o mundo, porque, quando o Meu Coração triunfar, todos vós fareis a
vontade do Senhor, que é o que o Meu Coração mais deseja.
Quereis, meus filhos, que o Meu Coração triunfe? Começai por reformar as vossas

97
vidas. Começai a converter-vos, a perguntar-Me no Santo Terço o que é que deveis
fazer, e Eu iluminarei as vossas mentes nesse sentido. Se então Me obedecerdes,
triunfarei em vós e estareis ajudando ao triunfo do Meu Imaculado Coração em todo
o mundo.

98
«O Santo Padre consagrar-Me-á a Rússia, que se converterá, e será concedidoao mundo algum tempo de paz»

A Rússia, meus filhos, a Rússia! A Rússia, a Minha filha tão querida e que tantos
espinhos tem cravado no Meu Coração!A Rússia, que foi filha fiel no passado, mas
que traiu, como fazem tantos de vós, mas em cujo coração sempre ficou a saudade de
sua Mãe.
A Rússia é o retrato de cada um de vós, meus filhos. Vós também muitas vezes
traís, pensando viver uma vida mais fácil, mais moderna, mais de acordo com o
mundo em que viveis.
Como ela, muitas vezes tentais impor aos irmãos as vossas ideias, tentais
conquistar amizades, fazer alianças, com quem vos parece que vale a pena, tentais
dominar, tentais crescer, sobressair, dar nas vistas, ter honras e poder!
Meus filhos, vede que, como a Rússia, muitas vezes tendesideais que vos parecem
poder resolver a vossa vida e não aceitais quando vos dizem que não são bons, porque
partem de bases falsas. Fechais os ouvidos e continuais no vosso erro até
experimentardes em vós próprios os resultados nocivos da prática dessas ideias
erradas.
Quantas vezes vos entregais ao que não é, ao que promete e não dá. Quantas vezes
acreditais nessas promessas e nelas empenhais tudo o que tendes, desde a vossa fé, os
vossos bens, a vossa família e até a vossa vida.
É o que acontece quando prestais ouvidos a teorias que brotam de fora da Igreja, de
terrenos antagónicos. Por vezes estão mascaradas com palavras belas, palavras
semelhantes às dos vossos verdadeiros pastores, palavras até semelhantes às Minhas.
TUDO ISSO SÃO VOZES DE SEREIAS QUE TENTAM LEVAR-VOS PARA
FORA DA BARCA DE PEDRO, que tentam até, tantas vezes, controlar os
marinheiros dessa barca com o fim, que nunca conseguirão, de a fazerem naufragar.
Meus filhinhos! Como a Rússia está espelhada nas vossas almas pecadoras, mas
ansiosas de felicidade, de pão e de luz!
Como na Rússia, nos corações dos velhos, nunca se apagou a fé que foram, em
segredo, transmitindo aos novos, também em vós há sempre a luzinha da crença a
indicar-vos que há um caminho que conduz à Pátria. O vosso mal, meus filhos, é que
desviais os olhos dessa luzinha para mergulhardes nas trevas em vez de vos
aproximardes para a ver crescer.
Como a Rússia, também vós tendes, por vezes, mudanças de vida, algumas
conversões no meio das desilusões que experimentais com os vossos erros.
Meus filhos, como a Rússia, também vós sois atacados por aqueles que vos querem
perder, e semeiam em vós as suas violências, os seus vícios, as suas imoralidades,
umas vezes de forma camuflada, outras descaradamente. E, como ela, também vós
caís nos mesmos enganos.
A Rússia converter-se-á, sim é verdade, mas primeiro tem de ser purificada de toda
a imundície que lá prolifera, e isso não se fará sem dor. Pobre Rússia! Ainda terás de
sofrer, mas no fim serás minha, e então, só então, meus filhos, o mundo terá paz.
Quanta luta pela paz quando a paz seria fácil de alcançar se todos a quisessem
verdadeiramente. Mas uns querem a paz de uma maneira, outros de outra. Todos
querem a paz sem renunciarem aos seus prazeres, pensando até ter algum lucro
material com ela.

99
Isso não é paz, é fantasia! A paz adquire-se à custa de cedências mútuas, de
renúncias e muito amor a Deus.
Nem todos entendeis as Minhas palavras, porque os vossos corações estão
endurecidos pela luta diária da vossa vida. Procurai, meus filhos, chegar-vos para
Mim que diariamente vos irei ensinando novos segredos de paz.
A paz, a Minha paz, a paz de Jesus, assentará então em corações pacificados, que
são os únicos que têm capacidade para a receber.
São os vossos corações que Eu quero pacificar para que possais passar pelas
tribulações e ultrapassá-las, alcançando, então, o tempo de paz que vos está
prometido.

100
«Em Portugal conservar-se-á sempre o dogma da fé»

Portugal, filho querido do Meu Coração, como Eu te tenho acarinhado e protegido!


Apesar disso, tantos dos teus filhos procedem para Comigo como estranhos e calcam
aos pés a lei do Senhor! Quantas queixas poderia Eu fazer deste povo tão querido e
tão ingrato, este povo tão desatento e tão virado para a vulgaridade e para o mundo!
Já foi povo de altos valores morais, povo com o qual Eu podia contar. Hoje é um
povo que faz gala em rivalizar com outros povos no que eles têm de mais vil, mais
baixo, mais degradante!
Meus filhos, como estais mudados! Quão baixo caíram as vossas ambições! Os
vossos avós ambicionavam o Céu. Vós ambicionais os prazeres do mundo, as
vaidades do mundo, a vida fácil que nunca conseguireis.
Tristes ideais os vossos, meus filhos! Caminhais com os olhos no chão, não
procurando ver nada mais além.
E, no entanto, no vosso íntimo vive sempre a insatisfação e, em muitos, a
desorientação da procura de uma resposta para as frustrações e para os medos.
Buscais caminhos obscuros que prometem luz, mas que dão apenas focos luminosos,
que vos encandeiam e com os quais aumentam a vossa cegueira.
Buscais, meus filhos, caminhos errados fora da vossa Igreja, caminhos onde não
encontrais uma Mãe para vos agarrardes.Mas esta Mãe, que vós abandonais, ainda
vos procura e pergunta-vos: porque fazeis isso, filhinhos? Porque vos afastais?
Porque ides procurar nessas paragens os enganos, as falsidades que vos levarão a
abismos mais fundos, abismos de negação da fé, abismos de blasfémia, abismos de
perdição?
Oh, como está larga, como está facilitada para vós a salvação nas ideias atuais!
Tudo se resume ao que cada um pensa e ao seu agir conforme o que pensa, para se
salvar! Mas não vos esqueçais de que Jesus vos disse que o caminho é estreito. Não é,
não pode ser, uma abertura com a elasticidade das ideias.
O caminho é sempre da estreiteza por onde passa o fio da renúncia, o fio do dever.
O fio do dever leva-vos, primeiro que tudo, aos vossos deveres para com Deus, que
são os primeiros que descurais. Quantos de vós são bons profissionais, bons cidadãos,
bons familiares, mas não cumprem os deveres que têm para com o Senhor que vos
criou, não Lhe rezam, não santificam o domingo, não vão à Missa, não frequentam os
sacramentos.
Não esqueçais que estais no mundo para amar e servir a Deus e que, se falhais
neste dever, falhais em todos os outros porque, tarde ou cedo, a vossa vida sofrerá a
influência da vossa falta de relacionamento com Deus e da obediência à Sua Lei e
acabareis por descuidar os outros deveres, ressentindo-se com isso a vossa vida
familiar e profissional.
Sim, meus filhos, em Portugal manter-se-á sempre o dogma da fé, mas quantos o
seguirão? Manter-se-á para quantos?
Procurai fazer parte daqueles que aderem à fé, que aderem à luz, que aderem ao
Senhor.
Não façais parte daqueles que O renegam e não O servem, que sorriem, troçam,
tentam mostrar-se superiores, indo depois cair em superstições que a maior parte das
vezes apenas querem lucros materiais e, em nome de algumas frases bonitas,

101
simuladas adivinhações, coisas espetaculares, os fazem cair no ridículo e lhes levam o
fruto do seu trabalho.
Tende caridade, meus filhos, e aproveitai o privilégio de em Portugal se manter o
dogma da fé, pois nem todos os países terão a mesma sorte que o vosso pequeno país.
Amai o vosso país, porque Eu também o amo, e conservo-o no Meu Coração.
Aceitai com humildade permanecer no rebanho do Senhor. Aceitai a vossa fé, sem
tentar fazer-lhe cortes nem acrescentamentos de ideias falsas.
Levantai os olhos do chão. Procurai ao longe, no firmamento, o lugar a que
pertenceis e esperai que para vós chegue o dia de lá entrar para, enfim, descansardes
de tanto trabalho.
Dou a fé ao vosso país, meus filhos, amai-a e transmiti-a aos vossos irmãos, a fim
de que vos possais encontrar todos, um dia, Comigo, na Casa do Pai.

102
«Isto não o digais a ninguém»

Meus filhos, quem são os vossos amigos? Tendes ao menos, amigos? Amigos em
quem possais confiar, com quem possais compartilhar tristezas e alegrias, amigos
cheios de amor e compaixão? Se algum de vós encontrou um destes amigos, digo-vos
que encontrou um tesouro mais valioso que qualquer tesouro que possais imaginar.
Recomendei a estas crianças que não revelassem o Meu segredo, porque o mundo
não estava preparado para o receber, para o compreender.
Também vos recomendo que tenhais prudência e não reveleis os vossos segredos a
pessoas que não estejam preparadas para tal, quer pela falta de entendimento, quer
pela falta de retidão, quer pela falta de prudência.
É preciso que aprendais a guardar segredo, em primeiro lugar o vosso segredo. Não
vos reveleis com facilidade. Não sejais levianos com as vossas coisas, ou sereis os
primeiros a lamentar-vos quando as virdes correndo de boca em boca.
Não era isso que Eu queria para o Meu segredo. O Meu segredo era para guardar
até data oportuna, altura em que tivesse vantagem para vós revelá-lo.
Mas, na data prevista, o mundo ainda se revelava imaturo para ele. Ainda o sois
atualmente, o que é muito lamentável.
Quantos de vós lucraram com ele? A grande maioria havia de troçar, de encolher
os ombros, tratando de esquecer o que acabara de ouvir por curiosidade.
É assim que perdeis o fruto do segredo que tanto desejastes saber e não vos
preparais para os grandes sofrimentos futuros que, como disse Jesus, cairão sobre vós
como as dores na mulher em trabalho de parto.
É por curiosidade que vos lançais com avidez sobre qualquer notícia que circule,
com o título de mensagem Minha ou do Senhor. A maior parte das vezes trata-se de
invenção, como depois o tempo se encarrega de confirmar.
Estais tão acostumados, sois tão gulosos por estas coisas, que já nem sabeis o que
fazer com elas e, mesmo quando as palavras são verdadeiras, passais à frente e não as
traduzis em mudança de vida.
O Meu segredo tenta fazer-vos compreender a grande graça que vós tendes em ser
mantido em Portugal o dogma da fé e alerta-vos para o aproveitardes, para não
quererdes acompanhar outros países nos seus erros.
E procura também dar-vos o significado e o valor das dores, mesmo das mais
difíceis, e mostrar-vos a minha proteção, tanto maior, quanto mais Me chamardes em
vosso socorro. Essa tarefa cabe a Portugal, onde se manterá sempre o dogma da fé.
Meus filhos, tenho tanta pena de que não saibais seguir as Minhas instruções! Mas
ainda assim quero dizer-vos que não vos assusteis com o que vos disserem, seja o que
for que lerdes ou ouvirdes. Muitos de vós assustam-se com anúncios de desgraças,
que ouvis frequentemente.
Repito-vos: NÃO TENHAIS MEDO! Tende apenas cuidado em vos manterdes
junto de Mim, porque Eu sempre vos esconderei debaixo do Meu manto, como
qualquer mãe esconderia o filho querido.
Meus filhos, junto de Mim não haverá mal que vos possa atingir. Está nas Sagradas
Escrituras que os que se chegam para o Senhor estão a salvo.
Não entreis também em pânico por causa dos vossos familiares que vedes
afastados de Mim. Orai por eles, isso sim, orai muito, orai sempre, sacrificai-vos

103
também, que Eu, com esse vosso pobre capital, cá Me arranjarei, escondendo-o na
riqueza dos méritos de Jesus, para alcançar a sua salvação.
Mostrai valor, meus filhos, mesmo que não sintais nenhum. Firmai-vos na
confiança em Mim, que não vos falto. Erguei o vosso rosto e procurai sorrir. Ficai
tranquilos, atentos, obedecendo sempre ao que vos digo.
A vós confio também um segredo, mas este podeis dizê-lo a toda a gente: a
confiança em Jesus e em Mim é a chave que vos dará a vitória, sejam quais forem as
vossas tribulações.
Sede confiantes no Meu Amor e no poder que Jesus Me dá. Quero salvar-vos a
todos. Hei de salvar todos aqueles que se chegarem para Mim, que confiarem, que
fizerem o que Eu digo, porque aquilo que Eu digo é apenas para vosso bem.Estendo-
vos os braços. Estendei os vossos. Sou a vossa Mãe.

104
«Ao Francisco, sim, podeis dizê-lo»

Filhos queridos, como é grande o Meu Amor por vós.


E vós amais-Me? Sois realmente meus amigos? Sois amigos de confiança, como
era o pequeno Francisco, que foi autorizado a conhecer o Meu segredo? Como
mostrais que sois meus amigos?
Vós, meus filhos, estais sempre a pedir a Deus provas pelas coisas mais diversas
até, por vezes, a maior parte das vezes, sem necessidade alguma. Muitas vezes
pensais ter provas, quando afinal o Senhor Se calou à vossa pretensão infantil, e vós
deixastes apenas falar a imaginação, tomando-a como resposta, e guiando-vos,
cegamente, por ela.
Tende cuidado, meus filhos, com aquilo que pensais. Não vos firmeis nas vossas
ideias. Não acrediteis que tudo o que pensais é certo, que tudo o que vos vem à
cabeça é iluminação, é voz de Deus.
Tende cuidado, meus filhos, com as provas que pedis. Preferi, primeiro, dar vós as
vossas provas de amor. Não peçais contas a Deus pelo Seu Amor, que Ele já vo-lo
provou um número infinito de vezes.
Agora é a vossa vez de viver da fé e, assim, acreditar, cegamente, no Amor, no
Amor com que Ele vos ama, mesmo sendo vós tão fracos e tão imperfeitos.
Lançai-vos, em fé, no Amor Misericordioso do Senhor. Acreditai que tudo o que
vos manda, até as provas mais difíceis, mais cruciantes e custosas de entender, são
mandadas pelo Seu Amor, que apenas espera que as aceiteis, as cubrais com o vosso
próprio amor, para fazer delas as joias que formarão a vossa coroa no Céu.
O Francisco, o meu filho tão meu amigo, que tomou à letra o que Eu lhe dissera
sobre o terço, por ser meu amigo, rezava terços sobre terços. Qual de vós seria capaz
de o imitar? Não tinham conta os terços do Francisco, porque ele não punha conta no
que Me dava, porque o seu amor por Mim era muito grande.
Por isso ele foi participante do Meu segredo. O Francisco não era um anjo, era um
rapaz sujeito a quedas. Tinha imperfeições, mas o amor cobre todas as imperfeições.
É isso que vos peço, meus filhos: Amor. Peço que Me ameis e que Me mostreis,
Me proveis esse amor.
Pedir amor não é pedir muito. É pedido normal numa mãe.É isso que vos peço
porque, se Me amardes, fareis o que vos aconselho e, então, sereis felizes, como era o
Francisco, mesmo quando sofria.
Tereis Comigo também um segredo, segredo que Eu comunicarei a cada um de
vós, segredo que é um, mas que a cada um comunicarei de maneira diferente, à
Minha maneira e à vossa maneira.
Escutai-Me, meus filhos. O segredo que quero comunicar às vossas almas é grande
com o infinito de Deus, e é tão pequeno que cabe no coração de cada um de vós. O
Meu segredo é Amor.

105
«Quando rezardes o terço, dizei,depois de cada mistério: Ó meu Jesus, perdoai-nos e livrai-nos do fogo do inferno. Levai as almas todas para o Céu, principalmente aquelas que

mais precisarem»

Meus filhos, como está o vosso amor por Jesus? É para Jesus, unicamente para
Jesus, que Eu vos quero dirigir. É para Ele que ambiciono possuir os vossos corações,
todo o vosso amor.
Gosto que Me ameis, mas, se fosse preciso escolher, preferiria que O amásseis a
Ele e Me esquecêsseis a Mim. Tal não é preciso exatamente por Vontade d’Ele, pois
Jesus deseja que os que O amam Me amem também, porque Eu sou Sua Mãe, a Mãe
que Ele ama e quer ver amada por todos aqueles que Me deu por filhos, todos vós.
Para melhor vos orientar para Jesus, introduzi esta pequena oração no Meu terço,
que vós rezais tão apressadamente e com tanta falta de cuidado.
Tentei chamar a vossa atenção para Jesus, mesmo que, durante as outras orações
estivésseis distraídos. Se estivestes distraídos, é ela a ocasião de pedirdes perdão a
Jesus dessa distração.
Tendes também durante o dia tantas ocasiões em que vos sujais de pecados grandes
ou pequenos, que não é demais que Lhe peçais perdão cinco vezes durante o terço.
Procurai, ao menos nesta ocasião, estar atentos, porque em serdes perdoados o
interesse é todo vosso.
Levei-vos também a pedir a Jesus que vos livre do fogo do inferno, do qual fazeis
tão pouco caso.
Dizei-Me uma coisa, meus filhos: Quem tem, atualmente, medo do inferno?
Pensais nele como numa história daquelas com que, antigamente, tinham o mau gosto
de querer fazer medo às crianças. E dizeis que já sois muito crescidos para acreditar
nessas coisas.
Meus queridos filhos, tenho-vos recomendado que não tenhais medo de desgraças
que vos anunciem. Venho hoje dizer-vos que deveis temer, durante a vossa vida, uma
única coisa: o fogo do inferno.
Sim, meus filhos, temei que a vossa inconstância vos leve a abandonar o Senhor e
a escolher a parte contrária, que habita justamente nesse fogo em que não quereis crer
ou do qual não fazeis caso.
Temei que a vossa fraqueza vos leve a trair, a escolher o pecado, a não querer
obedecer à Lei de Deus, a não O querer servir. Os que não O querem servir escolhem
esse fogo. Não há outra alternativa para nenhum de vós. Sois vós, só vós, que
escolheis, mas escolheis tão mal, frequentemente!
É porque vejo as vossas escolhas erradas, que vos venho alertar e ponho nos vossos
lábios, cinco vezes em cada terço, o pedido a Jesus para que vos livre de tal desgraça.
Porque, se Lho pedirdes muito, habituais-vos a não querer optar pela desgraça
eterna.E Ele, que vos ama tanto, e que não deseja senão salvar-vos, dar-vos-á todas as
graças de perseverança que Lhe pedis.
Mas não deveis pedir só para vós. O cristão é por vocação apóstolo. Todos vós vos
deveis preocupar com a salvação dos vossos irmãos pois além do dever de amor que
tendes para com eles, o vosso amor por Jesus deve levar-vos também a desejar que
não se desperdice a salvação que Ele adquiriu à custa do Seu Sangue.
Sim, deveis pedir-Lhe pelos vossos irmãos, e lembrar-vos de que alguns estão

106
muito necessitados das vossas orações, porque estão em grave perigo de escolher mal
e, se escolhem mal à hora da morte, a morte tira-lhes toda a possibilidade de voltar a
escolher melhor. Do lado de cá não é possível escolher mais.
Rezai para que aqueles que estão em perigo de vida, por doença prolongada ou
súbita, por desastre, talvez, escolham bem, enquanto têm lucidez para tal. E ninguém
sabe até quando dura a sua lucidez de escolha. Rezai pelos que estão saudáveis agora
e, daqui a minutos, podem estar de partida.
Lançai sobre todos os vossos irmãos esta oração que, no Meu terço, envolta em
tantas orações a vossa Mãe, tem muita eficácia.
Desejo, meus filhos, que tenhais, nesta oração, uma atenção grande, que a façais de
coração pois ela tem intenção universal e, por ela, podeis salvar muitos irmãos
vossos.
Lembrai-vos, meus filhos, o terço pode fazer maravilhas em vós, à vossa volta e
em círculos que desconheceis.
Confiai em Mim. Confiai-Me os terços que rezais e, com eles, farei cordões de
escadas para salvar muitos filhos.
Queridos filhos, vós amais-Me? Provai-Me o vosso amor, não Me recusando os
terços que puderdes rezar. Preciso deles para salvar os vossos irmãos. Pelo terço
colaborareis Comigo, e ajudar-Me-eis a salvar almas, tornar-vos-eis colaboradores na
Salvação, verdadeiros membros úteis no Corpo Místico de Cristo.
Aprendei Comigo. Não digais que não sabeis o que fazer para converter as pessoas.
Eu aponto-vos o caminho: rezai, rezai o terço.

107
«Hoje não te quero mais nada»

Como seria bom, meus filhos que, ao findar o dia, pudesse dizer a cada um de vós:
«Hoje não te quero mais nada», como disse a esta pequenita, que tinha cumprido o
que Eu lhe pedira. Como seria bom e proveitoso se todos os dias fizésseis o que vos
peço.
A Lúcia tinha ido à Cova da Iria como Eu tinha dito. Tinha falado Comigo,
escutado as Minhas palavras, a Mensagem que confiara ao seu coração. Tinha feito
tudo o que lhe pedira. Nada mais era preciso.
Convosco também marco encontro, encontro diário. Eu compareço, mas vós faltais
e, quando vindes, é aborrecidos, cansados com outras coisas que preferistes fazer,
preocupados com aquilo que desejais.
Vindes a correr, com o desejo de não vos demorardes muito, de vos despachardes.
Trazeis um olho em Mim, outro nas vossas coisas, quando não são os dois naquilo
que vos interessa mais que Eu.
Que apressados são, meus filhos, os vossos encontros Comigo! Há sempre outras
coisas para fazer primeiro, há sempre outras coisas à espera, e não vos podeis
demorar!
É com mágoa, com muito pesar que olho para vós, meus apressados filhos, quando
fingis que fazeis oração! Sim, porque fazer oração, nessas condições, é fingimento
com que tapais os vossos olhos.
Convenceis-vos de que fizestes o vosso dever para Comigo, que fizestes o que vos
pedia, por virdes, fora de horas, tantas vezes ao fim do dia, já cheios de sono, rezar
apressadamente com o pensamento noutro lado! Como estais enganados! Para vós há
muito mais a fazer, e Eu quero de vós ainda muito, quase sempre tudo.
Meus filhos, além da vida de trabalho que tendes, dessa correria em que andais,
muitas vezes sem necessidade, ainda vos sobrecarregais com desejos, sonhos vãos,
ambições, imaginações e até obrigações que tomais quando deveríeis parar, pensar
que já chega o vosso trabalho, e dizer não àquilo que vos sobrecarrega, vos tira o
tempo de estar Comigo, o descanso, a tranquilidade e, tantas vezes, a paz.
Aprendei, filhos, a ficar com o vosso trabalho, a fazê-lo com honestidade, com
consciência, e a não vos sobrecarregardescom trabalhos suplementares, com os quais
entrais numa euforia de trabalho, que vos embriaga e vos faz perder mais do que
ganhar.
Aprendei a ter tempo para rezar, tempo para estar Comigo. Dai-Me do vosso
tempo, pois não sabeis se ainda tendes muitopara dar.
Não permitais, nem em nome da caridade, que a maior parte das vezes não o é, que
vos tirem o vosso tempo de oração seguidamente.
Por caridade, podeis dispensá-lo uma ou outra vez, mas vede bem se, nessa
caridade não meteis amor próprio ou ambições pessoais. Se for só por amor do irmão
que o Senhor vos manda, podeis fazê-lo, podeis atrasar a vossa oração ou até diminuí-
la, mas analisai o que vos é pedido e a frequência com que esses pedidos são feitos,
não se dê o caso de ser uma cilada mascarada de caridade para vos afastar da oração.
Meus filhos, vede bem o que o Senhor vos pede em matéria de dever. Isso é o que
deveis fazer e não aquilo de que gostais, porque vos agrada ou porque vos promove
socialmente. Cumpri os vossos deveres pontualmente e, depois, ficai em paz. Cumpri

108
o vosso dever de oração. Esse é o dever a que mais falhais. Prestai atenção neste
ponto.
Imitai os pastorinhos, sempre prontos a correr para Mim, a escutar-Me, a falar-Me,
sem pressas, e que só se iam embora quando Eu os despedia, quando Eu não queria
mais nada.
Perguntai-Me, ao fim do dia, se ainda quero alguma coisa de vós, e alegrai-vos, se
sentirdes que vos digo: «Não, hoje não te quero mais nada.»
Se virdes que ainda quero alguma coisa, cumpri-a, e, se vos parecer que é tarde,
vede onde falhaste durante o dia para no dia seguinte poderdes a tempo e horas, fazer
tudo o que é vosso dever para com Deus e para com os homens.
Meus filhos, vede agora se vos podeis despedir de Mim, se fizestes tudo o que vos
pedi...
Olhai-Me nos olhos, vede o que falta. Fazei propósitos. Quero amanhã e todos os
dias, de agora em diante, poder dizer-vos, quando forem horas de vos deitardes: Hoje
não te quero mais nada.

109
4.ª APARIÇÃO
19 de agosto de 1917
LÚCIA: Que é que Vossemecê me quer?
NOSSA SENHORA: Quero que continueis a ir à Cova da Iria no dia 13; que
continueis a rezar o terço todos os dias. No último mês farei o milagre para que todos
acreditem.
LÚCIA: Que é que vossemecê quer que se faça ao dinheiro que o povo deixa na
Cova da Iria?
NOSSA SENHORA: Façam dois andores: um leva-o tu com a Jacinta e mais duas
meninas, vestidas de branco; o outro, que o leve o Francisco com mais três meninos.
O dinheiro dos andores é para a festa de Nossa Senhora do Rosário, e o que sobrar é
para a ajuda de uma capela que hão-de mandar fazer.
LÚCIA: Queria pedir-lhe a cura de alguns doentes.
NOSSA SENHORA: Sim, alguns curarei durante o ano.
Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o
inferno, por não haver quem se sacrifique e peça por elas.

110
«Quero que continueis a ir à Cova da Iria no dia 13; que continueis a rezar o terço todos os dias»

O terço, sempre o terço! Achais fastidioso que vos repita tão frequentemente este
pedido? Meus filhos, é pedido de Mãe que vê os perigos que correis e que sabe a
forma de vos livrardes deles, que vê as feridas que tendes e conhece o remédio para
as curar, mas que também sabe que não usais esse remédio e, por isso, não se cansa
de repetir o que deveis fazer.
Não encareis com fastio, com aborrecimento, o Meu terço. Encarai-o como uma
prova visível do Meu amor, do Meu cuidado por vós, da Minha preocupação, por
causa das vossas imprudências.
Como hei de, meus filhos, mostrar-vos melhor o Meu Amor de Mãe? Como vo-lo
hei de provar, se vós recusais olhar para a prova que vos dou, se fechais o vosso terço
numa gaveta? Como vos hei de proteger, se recusais a Minha proteção, porque não
ma pedis reiteradamente, através do terço?
É através do terço que o vosso pedido de socorro chega ao Céu.
É verdade que toda a oração é oração, mas muitas das vossas orações perdem-se
entre os fumos da vossa vaidade espiritual. Sim, meus filhos, é preciso que saibais
que muitas das vossas orações são vaidosas.
O terço é a oração humilde que vos põe no vosso lugar e vos mostra quão pouco
sabeis rezar, vos mostra como sois distraídos, inconstantes. Por isso, muitos de vós
não gostam do terço.
Sim, o terço humilha-vos, humilha a vossa vaidade espiritual de pessoas que
pensam que sabem rezar, que até pensam saber rezar bem de outras maneiras. E então
dizeis que perdeis tempo com ele, que vos distraís.
Meus filhos, aprendei que o Meu terço nunca é uma perda de tempo, mesmo que
nele não consigais prender a atenção, mesmo que nele estejais distraídos do princípio
ao fim, desde que essa distração não seja propositada.
Sim, filhinhos, o terço, o Meu terço humilha a vossa vaidade. Vede então que o
Meu terço é caminho de humildade, é caminho por onde vão os Meus filhos
pequenos, aqueles que não sentem forças para galgar caminhos difíceis.
Deixai que o terço vos humilhe, que a humildade é terreno seguro para os vossos
pés. Em qualquer outro caminho correiso risco de resvalar, mas não neste caminho
firme, que foi também o caminho que Eu pisei.
Reparai, meus filhos, o caminho do terço é o Meu caminho, o caminho que Eu
segui na Terra. Vós rezai-lo, Eu vivi-o. Como desejo que o vivais também, tanto
quanto puderdes, porque neste caminho vos santificareis, certamente!
No Meu terço encontrais-Me e encontrais Jesus, porque o terço vos projeta para
nós, para a nossa vida, para o nosso Amor, para a nossa Santidade.
Vós não sois santos, mas deveis ambicionar sê-lo. Ser santos deve ser a vossa
ambição, aquilo que vos seduz, e para cuja realização tendeis em cada momento.
Que a santidade seja o objetivo dos vossos olhos cobiçosos, do vosso coração
ambicioso. Então, estendereis as vossas mãos, com verdadeiro desejo, para o Meu
terço, e podeis ter a certeza de que cada terço que rezais são passos andados no
caminho de aproximação à nossa Santidade, onde chegareis ainda sem ela, pobres
mas humildes, prontos a ser cobertos com a santidade infinita de Jesus, que a lançará
sobre vós, feliz por cobrir a nudez dos Seus amados filhos.

111
Caminhai em humildade, porque a humildade é limpa. Quando quereis caminhar à
vontade do que vos apetece ou não apetece, carregais-vos de amor próprio, de
vaidade, de soberba, mesmo em terreno espiritual, e tudo isto são impurezas,
sujidades, mais ou menos acentuadas, que impedirão o Senhor de lançar sobre vós o
manto da Sua Santidade, enquanto não vos limpardes primeiro.
Aviso-vos, meus filhos, essa limpeza, essa purificação, é sempre dolorosa, mas
muito mais do lado de cá.
Procurai agora a purificação, a vida humilde, em contacto com o Meu terço. Pedi-
Me que, em cada terço que rezais, vos purifique um pouco mais, vos faça caminhar
na direção do Amor, como Eu caminhei na Minha vida.
Contemplai a vida de Jesus e a Minha no terço e muito aprendereis. Aprendereis
sempre coisas novas, pois as lições que tendes para aprender só terminarão quando
terminar a vossa vida.
Espero, queridos filhos, que não cerreis os vossos corações à compreensão do
terço, que vos quero dar; que deixeis que continue a ensinar-vos, a fim de
caminhardes Comigo, no Meu caminho, para descansardes, finalmente, nos braços de
Jesus a quem Eu vos quero, cada vez mais, ensinar a amar.
Não vos despeço. Ficai Comigo hoje e sempre. Continuai Comigo em todos os
instantes do vosso dia e ajudar-vos-ei a resolver muitas coisas, todas as coisas.
Para tal, bastará olhardes para Mim quando não vos for possível dizer nada. E
durante o dia procurai ter uns minutos para falar Comigo. Vereis que arranjareis
também tempo e amor para rezardes o terço, todos os dias, como vos recomendo.

112
«No último mês farei o milagrepara que todos acreditem»

Prometi o milagre para o último mês das aparições, e cumpri.O milagre foi-vos
dado.
Nas vossas vidas acontecem milagres diariamente, muitos dos quais sou Eu que
peço a Jesus para vós, mas estais tão acostumados que não reparais. Muitas vezes
nem reparais quando vos acontece aquilo que queríeis, que até Me tínheis pedido.
Ficais satisfeitos, de uma satisfação cheia de si própria, como se tal tivesse
acontecido por acaso, ou como se vos fosse devida alguma coisa. Não mais pensais
em agradecer, e voltais logo as baterias dos vossos desejos para outro lado.
E assim viveis para vós próprios, para os vossos desejos, insatisfeitos, cegos para o
que já vos foi dado.
Meus filhos, gostaria que vivêsseis dentro da realidade e não uma vida de sonhos.
Quero fazer nas vossas vidas, na vida de todos vós, o milagre que vos faça
acreditar, acreditar no Amor do Senhor, acreditar na Vida Eterna para onde caminhais
com tanta despreocupação,no meio das preocupações que a vossa vida diária encerra.
Sim, meus filhos, é possível viver despreocupado no meio das preocupações. Vós
sois disso os exemplos. Olhai para a vossa vida, para o vosso trabalho. Vede o que
vos preocupa.
Preocupam-vos problemas de saúde, da vossa saúde ou da saúde dos vossos
familiares. Preocupam-vos incidentes, questões, dificuldades no vosso trabalho.
Preocupa-vos não conseguir bons resultados no que fazeis, no que projetais fazer.
Preocupa-vos, talvez, não ter um trabalho certo e seguro. Preocupam-vos ainda
perseguições de pessoas próximas, falta de amor ou de concórdia entre vós.
Preocupam-vos desejos que tendes de conseguir coisas, cargos, promoções, melhoria
de vida, de alcançar estima, amor de alguém.
Tudo isso se agita em vós e vos agita, como barco a tripulantes durante a
tempestade. Mas, nestas circunstâncias, o que fazem os bons marinheiros? Não ficam
a chorar, a lamentar-se, a olhar para aquilo que balança e se choca no seu barco.
Tratam de agarrar bem os volumes úteis e deitar fora a carga inútil. Tratam de cuidar,
para que não haja rombo no barco, e lançar fora água que entre. Procuram cuidar das
máquinas e segurar bem o leme. Isto são preocupações sólidas guiadas pela realidade.
Também nas vossas tempestades em vez de ficardes a lamentar, a olhar para as
vossas questões pessoais, preocupai-vos em ver de que lado ruge o vento, de que lado
vem a água.
Preocupai-vos em vos agarrar ao leme. Preocupai-vos em segurar a boa carga, não
vá pela borda fora, e lançai fora as cargas desnecessárias. Logo Eu farei o milagre de
amainar a vossa tempestade.
Sabei, meus filhos, que o vento e as ondas são, respetivamente, a origem dos
problemas e os próprios problemas. Se os encarardes sem lhes verdes a origem, não
os conseguireis resolver, e correis o risco de ir com o vosso navio de encontro à
tempestade, e ser afundado por uma onda maior.
A carga boa são os vossos bons pensamentos, bons desejos, até bom carácter, carga
que vos fará muita falta, mas que podeis perder na tormenta.
A carga má são as vossas vaidades, os vossos desejos de possuir, as inutilidades a
que vos entregais, a ânsia de sobressair, os pecados que fazeis.

113
Sim, deveis deitar tudo isso fora, se não for antes, pelo menos na altura da
tormenta, porque correis o risco de afundar com tanto peso. Deitá-lo-eis fora,
arrependendo-vos e mudando de vida.
O vosso leme é a oração a que vos deveis agarrar firmemente, mais firmemente,
quanto maior for a tempestade.
Meus filhos, encarai esta viagem como ela é, e não em sonhos de criança ou de
ébrio. Vede que esta viagem é apenas viagem.É viagem com um fim.
Não espereis ficar sempre viajando até totalmente afundar nas águas. Que
pensamento triste esse, meus filhos! Triste e falso!A vossa viagem tem um fim e um
dia chegareis ao porto.
Não queirais chegar desprevenidos, sendo atirados para lá, no meio dos escombros
do vosso barco, tendo na vossa conta uma viagem falhada de marinheiro embriagado.
Não deixeis que o mundo vos embriague. Pedi-Me, meus filhos, e virei em vosso
socorro. Pedirei a Jesus o milagre da fé para vós, mas é preciso que o queirais.
Também no fim da vossa vida, nessa hora difícil da vossa viagem, farei um milagre
para crerdes, se realmente o quiserdes. Farei para vós um milagre mais importante
que o milagre do Sol. Farei o milagre da vossa conversão final, da vossa opção final
para o Senhor, pelo Senhor.
Sim, meus filhos, as Minhas mãos estão carregadas de bênçãos para vós. Não faço
milagres inúteis. O poder do Senhor não se move inutilmente. Mas, se vós quiserdes,
removerei céus e terra para vos salvar.
Crede em Mim. Crede na vossa Mãe que vos procura, cheia de Amor. Amai-Me,
meus filhos. Todos, todos precisais do Meu Amor. Dou-o a todos. Espero amor de
todos vós, de cada um de vós.

114
«Façam dois andores: um leva-o tucom a Jacinta e mais duas meninas, vestidas de branco; o outro, que o leveo Francisco com mais três meninos»

Meus filhos, vede como Eu aproveito os vossos costumes para os tornar em


instrumentos de construção e de conquista de almas para o Reino do Senhor.
Mas, para isso, é preciso que vós aceiteis dar-Me a direção dos vossos costumes,
dos vossos divertimentos sãos. Se não o fizerdes, aos poucos, eles tornar-se-ão, para
vós, pouco atraentes, e inventareis novas formas para eles, certamente mais
agressivas e menos sãs.
O costume dos andores existia naquele povo e com eles arranjavam donativos
diversos a que era preciso dar boa utilização. Ensinei aos Meus filhos a forma de
aplicar o dinheiro que lhes dessem para que não se tornassem presas de coisas vãs ou
de coisas pessoais.
Quantas vezes vós próprios deixais de lado a verdadeira necessidade e procurais no
que é vão e transitório o objeto dos vossos inúteis gastos.
Pensai na vossa vida. Olhai para o que fazeis. Fazei um exame de consciência sério
e encontrareis muita coisa inútil, desde guloseimas a vaidades, vaidades com coisas
de vestir, vaidades com coisas que tendes nas vossas casas, que servem para mostrar
às outras pessoas que tendes coisas boas, coisas caras, coisas melhores que aqueles
que vos visitam, para mostrar que tendes melhor gosto, que estais atualizados.
Quanto deitais fora! Quanto estragais! Meus filhos, desde a comida que esbanjais e
lançais ao lixo, às roupas que vos servem para uma estação apenas, tudo fazeis para
mostrar luxo, gostos refinados, e fazeis disso os objetivos da vossa vida, o motivo por
que vos cansais com tanto trabalho, com trabalho por vezes excessivo.
Não vedes que o vosso cansaço põe um travo amargo naquilo que os vossos olhos
cobiçam por vaidade, por ostentação?Não vedes que não chegais sequer a gozar isso,
verdadeiramente, porque o vosso corpo cansado, a vossa alma que corre em busca de
novas coisas, de coisas ainda melhores, já não têm verdadeira capacidade para as
apreciar?
Meus filhos, dizei-Me: Que pensais fazer disso tudo que agora tendes? Talvez,
dentro de algum tempo, deitar fora, quando vos fartardes!
Dizei-Me agora também: Achais que esses gastos vos dão alguma vantagem na
caminhada que fazeis constantemente para o Céu? Não serão eles até obstáculos que
vos impedem de caminhar, que vos carregam de preocupações, de desejos, de
ambições?
Entrai bem em vós, dentro dos vossos desejos e vede quantas coisas inúteis,
supérfluas desejais, coisas que podereis dispensar e respirar de alívio, de satisfação,
na paz que dá desejar poucas coisas.
Meus filhos, é bom que desejeis ser úteis. É bom que desejeis ter aquilo de que
precisais para a vossa vida de todos os dias.É bom que desejeis dar conforto à vossa
família. Mas não encheis vós a vossa família de coisas, até afogar a vida familiar
nelas? Vede quanto essas coisas vos ocupam e ocupam aqueles que vivem convosco,
a ponto de quase não terem tempo de se encontrar como uma família.
Meus filhos, é tempo de pensar em pôr um limite às coisas materiais, de pôr um
travão aos gastos inúteis, de parar na corrida em que andais. É tempo de pensar, de
fazer planos, para que ganheis paz e tranquilidade.
Pensai e fazei planos junto de Mim. Procurai ver o que deveis fazer de acordo com

115
as ideias que vos patenteio.
Procurai-Me. Eu vos ensinarei, vos direi o que deveis fazer, o que deveis comprar,
o que deveis ter, em que vos deveis ocupar.
Não ouvireis a Minha voz, mas porei no vosso íntimo a certeza daquilo que o
Senhor quer de vós e para vós.
Meus filhos, como a Lúcia, perguntai-Me o que é que Eu quero que façais com o
vosso dinheiro. Vereis que vos mostrarei muitas formas de o aplicardes com
utilidade.
Não receeis, que não vos mergulharei em obrigações de pobreza e não vos
mandarei passar necessidades, nem fazê-las passar à vossa família. Não esqueçais de
que sou vossa Mãe e que também na Terra administrei a minha casa, onde procurei
sempre ter o maior conforto que podia dar aos Meus, mas sem desejar nada para além
do que podia ter.
Meus filhos, Eu era pobre. Muitos de vós não são pobres, mas, junto de Mim,
aprendereis a administrar o que tendes sem vos perderdes em excessos.
Procurai-Me. Como vossa Mãe sinto-Me obrigada a dar-vos os melhores
conselhos. Se os seguirdes, vereis que a vossa vida muda e, seja ela como for,
Comigo sentir-vos-eis felizes.
Perguntai-Me com confiança: «Mãe, que quereis que faça?»
Eu farei que sobre vós venha a luz que vos ilumine, que dissipe as vossas dúvidas e
podereis caminhar em segurança, em tranquilidade e em paz.
É a paz que quero dar-vos, a paz que é Minha, a paz de Jesus.

116
«O dinheiro dos andores é para a festade Nossa Senhora do Rosário,e o que sobrar é para a ajudade uma capela que hão-de mandar fazer»

Nestas Minhas palavras continuo a ensinar os Meus filhos sobre a forma de utilizar
os bens que lhes são colocados na mão, seja de que forma for, sempre pela mão do
Pai do Céu.
A estas crianças o dinheiro viria das mãos mais diversas, e elas corriam o perigo de
parar aí, de ver uma doação feita a elas, de forma popular e dispersa, e que elas
poderiam utilizar segundo diversos critérios.
Também vós, naquilo que recebeis, correis o perigo de pensar que é vosso,
unicamente vosso, porque fostes vós que o ganhastes, por vezes com bastante
dificuldade.
Meus filhos, abri os olhos para a realidade das coisas. Neste mundo tudo é vosso,
porque o vosso Pai, que o criou, vo-lo deu, o põe à vossa disposição, e vós tendes o
direito e até o dever de Lho pedir, como filhos que sois, mas nada há que seja
inteiramente vosso, a não ser o vosso pecado.
Fazeis parte de uma grande família. Convencei-vos de que a vossa família não pára
nas pessoas do vosso sangue. A vossa família abarca todo o mundo. Tendes irmãos
por toda a parte, de todas as cores, de todos os credos, em todas as nações, e tendes
obrigação de os amar, mesmo aqueles que são desagradáveis, de os ajudar, de os
proteger, de lhes valer.
Nunca vos fecheis com aquilo que é vosso, porque o que vos sobra, aquilo que
gastais em tanta inutilidade, que não vos serve para nada senão para fomentar a
vaidade, falta a muitos irmãos vossos.
O vosso Pai distribuiu a riqueza pelo mundo, de forma que todos pudessem viver,
sem luxo, mas de forma agradável. Muitos guardaram para si grande parte dessas
riquezas e, por isso, forçosamente, terão de faltar noutros lados onde muitos filhos,
irmãos vossos, verdadeiramente irmãos vossos, morrem de necessidades várias.
É este o grande pecado do mundo, que tem levado a muitos outros pecados. Por
causa da ambição humana e por tudo faltar em alguns lados, têm deflagrado as
guerras e os países fabricam cada vez mais as armas mortíferas para dominar ou para
não serem dominados.
Por causa da ambição e da miséria, caiu a humanidade no crime do aborto. Pelos
mesmos motivos se praticam crimes de furto, de traição, os abandonos mais cruéis
àqueles que não se podem defender.
Por causa da ambição das coisas materiais, pela ambição das honras, dos cargos
importantes, pela ambição do poder e do dinheiro, se cometem as grandes injustiças e
se perdem muitas almas que, de tanto ambicionarem o poder, o sucesso, a riqueza,
acabam por se quererem colocar a si próprios no lugar que só pertence a Deus e
recusam curvar-se e obedecer-Lhe, a não ser para conseguirem alguma coisa de
material, alguma estima humana, uma parcela de bem parecer junto dos irmãos, uma
subida nas opiniões, nas honras, no poder.
Meus filhos, como é perigoso possuir! Não queirais possuir senão o que vos é
necessário. Não desejeis possuir estimas, lugares importantes. Tudo isso leva a
ambições maiores, pois a ambição humana não pára naquilo que em cada dia
consegue. Essas ambições são desejos de soberba e levam-vos por desvios para
caminhos errados.

117
Dai do que tendes. Não vireis a cara ao necessitado material ou espiritualmente.
Não acumuleis tesouros na terra, nem tesouros de dinheiro, nem tesouros de honras.
Se tendes um lugar destacado, aproveitai-o para servir melhor, porque há muitos que
precisam de se chegar a vós para minorar as suas penas.
Meus filhos, em tudo isto que vos aconselho, usai de prudência e bom senso. Dai
de vós o que o Senhor vos dá, mas não permitais desperdício dos bens do Senhor,
sejam quais forem, por quem não os estime e os aproveite para viver em preguiça.
Orientai os vossos irmãos que sofrem de qualquer necessidade, com os vossos
conselhos carinhosos. Não queirais só encher-lhe a mão e depois afastar-vos
desinteressados.
Quando dais, dai principalmente o vosso coração. Tende atenção aos abusos e
escolhei principalmente instituições organizadas para fazer os vossos donativos
materiais. Que nunca eles sirvam para fomentar o vício, mas para o curar.
Meus filhos, lembrai-vos dos vossos templos, dos vossos sacerdotes, alguns deles
tão necessitados. Sede generosos com eles, porque estão ao vosso serviço e é vossa
obrigação sustentá-los.
Prestai atenção ao que aconselhei a estas crianças. Pedi-Me também sempre
conselho e Eu vos ensinarei a usar aquilo que o Senhor vos dá.
Sede filhos parecidos Comigo. Sede generosos, sede até magnânimos. Aquilo de
que não precisais não é vosso, é de todos, e está nas vossas mãos para o distribuirdes.
Meus filhos, disse-vos a princípio que nada é vosso senão o vosso pecado, mas é
preciso que vos diga que as consequências do vosso pecado também não são só
vossas, pois estendem-se a todo o Corpo Místico, como ondulação provocada nas
águas pela queda de um corpo.
Quando caís, a ondulação do pecado atinge os vossos irmãos. Quando amais o
Senhor, O servis, vos sacrificais para Lhe obedecer, quando Lhe rezais, essas vossas
ações também vão atingir os vossos irmãos num alcance que desconheceis.
Convencei-vos, meus filhos, de que sois irmãos, membros de um Corpo. Todo o
Corpo espera a vossa ação, a ação que vós, como membros específicos podeis fazer.
Muitas dessas ações só vós podeis e, se não as fazeis, ficam por fazer, com prejuízo
para muitos.
Não sois o centro de nada, não sois muito importantes, sois pequeninos nadas de
que o Senhor Se quer servir, e Se serve, na medida em que vós o consentis.
Sede obedientes. Sede exatamente o que sois: filhos pequenos. O Senhor servir-Se-
á de vós para espalhar as Suas riquezas, para espalhar o Seu Reino.

118
«Sim, alguns curarei durante o ano»

Meus amados filhos, tenho sempre os olhos em vós! Tenho tanta pena das vossas
almas e dos vossos corpos sofredores! Como Eu desejo aliviar-vos, mas vós não
quereis tomar os remédios que vos aponto.
Como quereis, filhos, curar-vos sem remédios? Quando ides ao médico, não
recusais tomar aquilo que ele vos aconselha. Aceitais até tratamentos dolorosos e
operações difíceis. Não ousais pedir ao médico que vos cure sem vos receitar nada.
E vindes ter Comigo, pedir a solução dos vossos males, das vossas doenças, dos
vossos problemas, sem aceitar a receita que vos aponto, pedindo apenas um milagre,
como se tivésseis direito a receber milagres para premiar as vossas vidas pecadoras.
Meus filhos, as vossas doenças físicas são muitas vezes resultado dos vossos
pecados que vos vão minando a alma e depois o corpo. Outras vezes são-vos
mandadas como sinal de alerta, para mudardes de vida, para prestardes atenção ao
nada que sois,para verdes que esta vossa vida é transitória, para não esperardes que
ela dure eternamente, como não dura eternamente a vossa juventude, a vossa força, a
vossa beleza, os vossos gozos materiais.
Nestes casos, como poderei Eu fazer-vos o milagre e curar-vos, sem que aprendais
a aproveitar a lição que a doença vos traz?
Tendes primeiro de mudar de vida, de vos arrepender, de vos chegar mais ao
Senhor, e, só então, esperar a cura.
Quando vos sentirdes doentes, meus filhos, meditai. Fazei um exame de
consciência, para vedes o que é que está mal convosco, nas vossas relações com
Deus. Vede como está a vossa frequência de oração, como está a vossa caridade,
como está o vosso perdão. Examinai como ocupais o vosso tempo, o que vedes, como
vos distraís, como cumpris o vosso dever. Olhai para aquelas coisas que fazeis, que
dizeis, que pensais, e que desagradam ao Senhor.
Meus filhos, tendes muito de emendar, muito de modificar, e está-vos sendo
transmitido um sinal para acordardes dessa modorra em que andais e para lançardes
mãos à obra na vossa emenda de vida.
Eu quero curar-vos e curar-vos-ei, certamente, se tal for da Vontade do Senhor, e
vir que aquilo que vos aflige vos serviude medida de educação, de conversão.
Não esqueçais também que há dores, há doenças que servem para santificação
pessoal, ou para participardes da conversão dos vossos irmãos. São sofrimentos
especiais que são dados a algumas almas. Há também doenças que vêm no fim da
vida. Vós não sabeis os planos do Senhor a vosso respeito. Podereis ter vida curta ou
longa. Pedi a cura, mas aceitai sempre a Vontade do Pai, que sabe o que é melhor
para vós.
Depois de procurardes emendar-vos daquilo que está mal, ficai em paz, porque, se
a vossa doença não for final, nem for para partilhar com ela dos sofrimentos de Jesus,
sereis curados.
Tende atenção à confiança que deveis ter, ao amor com que deveis encarar todo o
sofrimento. Não desespereis, mesmoque tenhais de esperar. Todo o sofrimento vos é
muito útil, se o souberdes aproveitar inteligentemente, se souberdes ver mais além
que os limitados horizontes que vos cercam, se souberdes olhar para o Céu, onde
vossa Mãe vos espera.

119
Esperai vós por Mim com paciência. Aproveitai o tempo que vos é dado para
crescer no Amor de Deus, e para diminuir nos vossos próprios conceitos. Se
soubésseis como é precioso o tempo que desperdiçais! Meus filhos, desperdiçar o
tempo é agir como crianças que deitassem fora ouro aos punhados.
É ouro cada minuto que tendes. Se é um minuto com dor, é ouro enfeitado com
pedras preciosas. Aproveitai-o. Oferecei-o ao Senhor como prova do vosso amor, e
recebereis o Amor d’Ele em troca.
Ouvi o segredo que vossa Mãe tem para vós: aproveitai o vosso tempo. Usai-o com
inteligência, pois dele depende o grande negócio da salvação das vossas almas.
Usai-o com prudência e sereis vós a lucrar. Perguntai-Me todos os dias o que
deveis fazer, e Eu ajudar-vos-ei a dirigir bem essa difícil empresa.
Filhinhos, receio sempre a vossa fraqueza. Apoiai-vos em Mim, que Eu vos porei a
salvo, trazer-vos-ei, finalmente, para a felicidade, quando o vosso tempo terminar.
Até lá, trabalhai, com os olhos em Mim, como Eu tenho sempre os olhos em vós.

120
«Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o inferno, por não haverquem se sacrifique e peça por elas»

Com estas palavras, meus filhos, falei de algo muito importante. Quero hoje que
presteis atenção a este ponto, para que vejais quanto tendes falhado em matéria tão
grave.
Reparai que vos digo: rezai, rezai muito. Rezar muito não é rezar de vez em
quando; não é rezar uma vez por dia; não é rezar qualquer coisa, a correr. Rezar
muito é isso mesmo que o nome indica: é rezar muito.
Não digais que não podeis fazer isto que vos peço. Não digais que não tendes
tempo, porque vós tendes muito tempo que desperdiçais com coisas sem importância,
com divertimentos vãos, com coisas que a nada levam e que, se as não tivésseis, não
vos fariam falta alguma.
Tendes tempo disponível. Todos vós o tendes, mas não estais acostumados a
aproveitá-lo, e deixais que passe sem o utilizardes. Dizei-Me: Em que ocupais o
tempo das vossas idas e vindas? Em pensamentos que não sabeis depois descrever,
talvez em conversas desnecessárias, em coisas para passar o tempo.
Sabeis, meus filhos, que enquanto estais assim distraídos, se perdem almas? Oh,
meus filhos, será que isto não vos aflige, vós que vos afligis tanto quando presenciais
ou até quando sabeis de algum grande desastre, de algum acidente com perda de
vidas?
Meus filhos, a queda no inferno é pior que qualquer desastre, que qualquer
catástrofe que possa acontecer no mundo, mesmo que fosse a sua completa
destruição.
Se tendes em vós um mínimo de sensibilidade, haveis de vos afligir por saberdes
que irmãos vossos se perdem para sempre, optam pela desgraça eterna, como loucos
que nunca mais poderão sair dessa desgraça, porque atingem a impossibilidade de
mudar, de querer.
A sua desgraça será quererem ser sempre desgraçados, preferirem o ódio eterno ao
Amor Eterno, antes quererem, pelo motivo desse mesmo ódio, o eterno sofrimento, a
curvarem-se perante Deus, a aceitar o perdão que Ele, certamente, daria, se elas
quisessem.
Meus filhos, vós não podeis sequer entender como isto é, na realidade do seu
horror, porque não suportaríeis entender plenamente tal coisa. Será suficiente se vos
sentirdes preocupados, aflitos, com esta ideia, a ideia de que muitos se perdem,
enquanto vós perdeis tempo, enquanto vós gozais.
Que essa preocupação, essa aflição de verdes irmãos vossos a perderem-se, vos
faça rezar por eles, rezar muito, rezar sempre, aproveitando para isso todas as
oportunidades, pois todas as horas são horas para morrer alguém, e não sabeis se
algum irmão se perderá porque vós não fizestes, pelo vosso lado, esforço de oração
para romper a sua teimosia orgulhosa.
Um dia, no Céu, vereis quantas almas vos agradecerão, agora já humildes, as
orações que fizestes por elas, mesmo sem as conhecerdes, e que lhes permitiu vencer,
no último instante, o orgulho que as cegava e as punha em tão grave perigo.
Mas é preciso que vos diga, meus filhos que, para certas almas muito obstinadas,
rezar não basta. É preciso que façais sacrifícios por elas, os sacrifícios que elas não
fazem, os sacrifícios que lhes ganharão o Céu, que são o passaporte de entrada para

121
almas que recusam tratar dos documentos de pureza e humildade que as identificarão.
É preciso que sejais vós a tratar disso para elas. Algumas, por certo, conheceis.
Talvez até as tenhais na vossa família. Outras são para vós desconhecidas, mas perto
ou longe, meus filhos, há sempre alguém que precisa de vós, da vossa oração, do
vosso sacrifício.
Tomai a peito esta missão que vos dei em Fátima. Se nesse tempo ela era
importante, muito mais o é agora, nestes anos de impiedade, de indiferença religiosa,
nestes anos em que se vive para o mundo e em que se faz gala da imoralidade.
O Meu pedido vem diretamente para agora. Não é pedido de anos passados, a que
já não seja preciso atender. Mais do que nunca, é preciso que atendais este Meu
pedido, porque agora as almas correm perigo muito maior.
Fiz este pedido com tristeza, como Mãe que sofre por ver a desgraça de tantos
filhos, e não poder fazer mais por eles. Agora peço-vos, com uma tristeza maior, pois
vejo o pouco caso que fizestes do que vos disse e porque vejo um número cada vez
maior de almas em perigo de perdição eterna.
Atendei a vossa Mãe. Fazei o que puderdes pelos vossos irmãos.
Não percais tempo, meus filhos. Tendes tão pouco! Muito menos tempo têm alguns
irmãos vossos que precisam urgentemente da vossa oração e do vosso sacrifício.
Muitos precisam agora, neste momento. Vede a importância de todos os
momentos. Vede a grande responsabilidade que ponho nas vossas mãos: a ajuda na
boa opção dos vossos irmãos. Muito depende de vós.
Orai, meus filhos. Começai a rezar, mas não logo, quando tiverdes mais tempo ou
mais disposição, e sim agora, já neste momento e no outro e em todos os que
puderdes.
Habituai-vos a amar esses irmãos desconhecidos, que são muito amados por Jesus.
Sim, todos são muito amados, mesmo aqueles que O não amam, que O recusam.
Jesus ficar-vos-á eternamente grato por cada alma que ajudardes a salvar. Mostrai-
Lhe amor, ajudando com as vossas orações e sacrifícios a salvar os filhos tão amados
por quem Ele morreu e O recusam.
Meus filhos, conto convosco. Não Me desiludais. Sempre que rezais pelos vossos
irmãos, abençoo-vos. Sempre que vos sacrificais por eles, beijo-vos.
Rodeio-vos com os Meus cuidados, com o Meu Amor, e tudo farei por vós, para
vos ajudar na vossa tarefa.
Confiai em Mim. Eu quero confiar em vós.

122
5.ª APARIÇÃO
13 de setembro de 1917
NOSSA SENHORA: Continuem a rezar o terço, para alcançarem o fim da guerra.
Em Outubro virá também Nosso Senhor, Nossa Senhora das Dores e do Carmo, São
José com o Menino Jesus, para abençoarem o mundo. Deus está contente com os
vossos sacrifícios, mas não quer que durmais com a corda. Trazei-a só durante o dia.
LÚCIA: Têm-me pedido para lhe pedir muitas coisas: a cura de alguns doentes, de
um surdo-mudo.
NOSSA SENHORA: Sim, alguns curarei, outros não.
Em Outubro farei o milagre, para que todos acreditem.

123
«Continuem a rezar o terço,para alcançarem o fim da guerra»

Meus filhos, o Meu Coração de Mãe vem hoje falar-vos mais uma vez da eficácia
do terço para acabarem as guerras, tanto as guerras entre países, como as guerras
entre vós, e ainda as guerras que tendes de suportar convosco mesmo, com o vosso
carácter, com o vosso temperamento. Quero falar-vos também da eficácia do terço,
para afastar as guerras que o vosso inimigo vos faz e que, por vezes, tanto vos
perturbam.
Meus filhos, vós percebeis muito pouco de guerras. As estratégias militares são
muito complicadas e os segredos de guerra bem guardados. Mas se é difícil
entenderdes de guerras, das guerras que deflagram pelo mundo aqui e ali, muito mais
difícil são de entender as vossas guerras com os irmãos, porque cada umde vós pensa
ter razão e, afinal, normalmente, cada um apenas tem meia razão.
Mais difíceis ainda são as guerras íntimas que tendes de travar com as vossas
tendências que, muitas vezes, não conseguis dominar, e se tornam aliadas do vosso
inimigo nas guerras que ele trava contra vós.
Estas são arquitetadas por uma inteligência superior à inteligência de qualquer de
vós. Quanto mais as tentais entender, quanto mais as discutis, mais nelas vos enredais
e mais dificuldades tendes de vencer, porque o vosso inteligente inimigosabe aliciar-
vos com gostos de acordo com as vossas tendências, sabe encher-vos de razões,
contra as razões dos vossos irmãos, sabe entristecer-vos e enervar-vos tanto, que
percais a vontade de rezar, tanto que só vos apeteça consolar-vos com qualquer coisa.
Essa coisa, se não for pecado, pelo menos será um amolecimento, uma perda de
tempo, um afastamento d’Aquele a quem vos deveis unir em primeiro lugar para
conseguirdes vencer.
É contra tudo isto que o terço é a arma simples, a arma segura e terrível, que o
vosso inimigo teme, porque ela dá a vitória a quem a empunha, mesmo que seja com
mão trémula.
Meus filhos, o terço alcança todas as graças, vence todas as guerras. É com o terço
que vencereis e que alcançareis o fim das guerras, as exteriores e as interiores, tantas
vezes tão difíceis que vós próprios já não sabeis o que fazer nessas circunstâncias.
Quando a tentação vos assedia, pegai no terço; quando a tristeza vos ronda, pegai
no terço; quando vos sentis enervados, indecisos, confusos, pegai no terço.
Pegai no terço sempre que não sintais valor nem vontade alguma para o bem. Pegai
no terço sempre que não vos apetecer rezar, quando estiverdes aborrecidos, com
vontade de largar tudo.
Vereis então como essa vossa guerra se pacifica, como o vosso caminho se
ilumina, como a vossa tristeza diminui até se esvair.
Meus filhos, quando ouvirdes falar de guerras em qualquer lado, quando vos
falarem de desventuras ou as presenciardes, pegai no terço e rezai por essas pessoas,
para que a paz desça sobre elas, para que sejam salvas desse mal, do mal que as
guerras trazem.
Não penseis que podeis vencer as vossas dificuldades sozinhos. Só conseguis
enredar-vos em complicações, nervos e tristeza.
Quando algum problema vos ameaçar, fugi logo para junto de Mim, de terço na
mão, porque muitas vezes isso que vos aflige é estratégia do vosso inimigo para vos

124
afastar da oração. Se lhe fazeis a vontade, ele vence.
Não façais o que ele quer. Nesses alturas rezai mais e ele afastar-se-á ao ver
frustrados os seus planos que, afinal, vos levam a uma maior oração.
É pela oração, só pela oração que vencereis. Este é o Meu ensinamento de hoje
para vós. Esta é a arma que vos dou, a arma infalível que qualquer um pode manejar:
a oração, o terço.
Deposito o Meu terço nas vossas mãos, filhinhos, usai-o. Dou-vo-lo com amor.
Usai-o e rezai-o com amor. Mostrai nele e por ele, amor, amor que Eu terei a
felicidade de ir aumentando na proporção em que o rezardes.

125
«Em Outubro virá Nosso Senhor, Nossa Senhora das Dores e do Carmo, São José com o Menino Jesus,para abençoarem o mundo»

Meus filhos, tenho-vos procurado para vos cobrir de bênçãos. Aproveito todas as
vossas disposições boas para vos abençoar, porque vós precisais muito de ser
abençoados.
A bênção tem efeitos benéficos sobre vós, meus filhos.Por isso, deveis procurar
receber uma bênção sempre que puderdes.
Mesmo que continueis a sentir-vos iguais, com a bênção sois reforçados com o
poder do Senhor contra todo o poder das trevas, que tudo faz para vos desencorajar e
vos fazer cair nas redes que, por todo o lado, vos estende.
Procurai receber, muitas vezes a bênção do Santíssimo Sacramento. É a mais
poderosa bênção, aquela que mais vos enche de forças, de graças e de luzes.
Mas há outras bênçãos. É sempre bom, sempre útil a bênção de um sacerdote. Não
a desprezeis, mesmo que tenhais com esse sacerdote muita confiança, mesmo que ele
seja da vossa família, e que, por vezes, vos esqueçais do que ele é.
Vós próprios podeis abençoar-vos uns aos outros. Há em todos vós, meus filhos,
uma força de amor, uma força de caridade, que posta em movimento vai movimentar
o poder do Senhor.
Quando abençoais um irmão vosso, com verdadeira intenção de o fazer, com
desejo de que ele seja abençoado, movimentais a bênção poderosa de Jesus, que se
compraz em abençoar e abençoa, com agrado, todos aqueles sobre os quais vós
estendeis a prece da bênção.
Esse vosso irmão fica fortalecido, protegido, rodeado por uma maior força de amor
que vós chamastes sobre ele.
Deveis muitas vezes abençoar os vossos irmãos, principalmente aqueles que vedes
com alguma necessidade, aqueles que vedes enfraquecidos por tentações, por
problemas, com dificuldades de decisão, tristes ou doentes. Este é um dever de
caridade que tendes para com eles e que, muitas vezes, a maior parte das vezes,
sempre ou quase sempre descurais.
Alguns de vós nunca o fizeram por desconhecerem como abençoar é importante. A
partir de agora, meus filhos, utilizai, em favor dos vossos irmãos, mais esta arma que
vos confio.
Vós próprios, quando não tiverdes quem vos abençoe, ajoelhai-vos e pedi-Me a
bênção. Vereis que vos sentireis melhor, com mais forças para resistir à tristeza, à
tentação, à dúvida. E, mesmo que a provação pela qual estejais passando, pela
Vontade do Senhor, não vos permita sentir diferenças, podeis ter a certezade que elas
existem quando sois abençoados.
Meus filhos, o mundo precisa também de ser abençoado, Pedi ao Senhor que o
abençoe. Pedi muitas vezes, com fé, com amor, com esperança e confiança firme de
que Ele o abençoa, porque ama todos os filhos que o habitam, e porque o criou e
muito deseja torná-lo naquilo que foi antes de o pecado o começar a destruir.
Filhinhos, nesse dia viemos, efetivamente, abençoar o mundo, e o mundo veio a
conhecer o resultado da bênção, com o fim da guerra, que em breve se verificou. Sem
a bênção do Céu, continua-ria a revolver-se sangrentamente.
Depois dessa guerra outras surgiram pela vontade livre dos homens, que não
pedem para serem abençoados, fortalecidos e libertos dos poderes do mal e, assim, os

126
deixam enredar em si cada vez mais.
Pedi, meus filhos, muitas vezes ao Senhor que venha abençoar o mundo e assim o
livre das guerras e de todo o mal que faz sofrer tanto criaturas inocentes.
Não esqueçais o valor da bênção. Utilizai-a. Distribuí-a por todo o mundo, para
que o pecado seja vencido mais depressa, para que a luz dissipe as trevas e todos
vejam claramente e sem dúvidas quem é Aquele que devem adorar.
Meus filhos, Eu vos abençoo agora. Parai um momento e recebei a Minha bênção,
que vos traz a luz e a força de Jesus. Ele vos guarda no Seu Amor, dá-vos a Sua
graça, a Sua força, a Sua luz e a Sua paz.

127
«Deus está contentecom os vossos sacrifícios,mas não quer que durmais com a corda»

Meus queridos filhos, quando é que vos poderei dizer o que disse a estas crianças,
que Deus está satisfeito com os vossos sacrifícios? Qual de vós se sacrifica o que
deve para colaborar na obra da conversão dos seus irmãos, para a sua própria
conversão?
Meus filhos, vós sentis-vos mais motivados para aquilo que vos agrada, que fala
aos vossos sentidos. É o que enche os vossos olhos, os vossos ouvidos, o vosso
paladar, aquilo que lisonjeia, de qualquer forma, a vossa vaidade! Meus queridos,
como Eu gostaria de vos fazer entender que a satisfação dos sentidos não vos conduz
a nada de útil e pode conduzir ao pecado! Como Eu gostaria de vos mostrar o valor
da mortificação, não por si própria, mas com finalidade de purificação e conversão,
com finalidade apostólica.
A dificuldade que tendes em compreendê-lo e pô-lo em prática reside na vossa
falta de visão no que toca à Vida Eterna, na inconsciência em que viveis, no turbilhão
para onde o mundo vos arrasta.
Estas crianças compreenderam o que era perder-se uma alma. Compreenderam-no
dentro das suas limitações de crianças, do lugar e do tempo em que viveram. Mas o
que entenderam chegou para se darem totalmente à missão de tudo fazerem pela
conversão dos pecadores.
Que fazeis vós neste sentido? Sabeis que pertenceis ao Corpo Místico de Cristo,
mas sabei-lo verdadeiramente ou só em teoria? Como é que vos sentis motivados para
este trabalho? Que fazeis para que se convertam aqueles que jazem nas trevas do
pecado?
Meus filhos, todos vós sois pecadores. Não penseis que istoé missão que dou a
santos para converter pecadores. Pecadores não são só aqueles que vedes ou sabeis
fazerem grandes peca-dos, não são só aqueles que estão afastados do Meu
Filho.Pecadores sois vós também.
Oh, meus filhinhos, como Eu queria que compreendêsseis isto, que assumísseis a
vossa posição de pecadores diariamente per-doados, de pecadores que se chegam
constantemente, com confiança de crianças à fonte do perdão, de pecadores que não
se sentem com direitos a nada, senão à Misericórdia, ao Amor infinito, de pecadores
que empregassem todos os cuidados e todosos meios para se converterem cada vez
mais e para converterem os seus irmãos!
Sabeis, meus filhos, que um sacrifício que façais com amor pode salvar um irmão
vosso? Sim, muitos de vós o sabem! Já tem sido dito. Mas quantos de vós o praticam?
E se praticam, com que frequência o fazem? Se o fazem com alguma frequência,
como é que o escondem?
Examinai-vos bem e vede se sois capazes de sofrer em silêncio, sem fazer cara de
vítimas, sem dar a entender que sofreis, perfumando a vossa cabeça, como diz Jesus.
Perfumar a cabeça é usar o perfume do sorriso, da boa palavra, da atitude de
disponibilidade, que leve o vosso próximo a pensar que isso não vos custa nada, ou
até a nem reparar em vós.
Esse é o sacrifício que agrada a Jesus, como Ele próprio o diz nos evangelhos.
Meus filhos, normalmente não vos são pedidos sacrifícios extraordinários. Muitos
de vós nem sequer teriam possibilidades físicas para tal. Mas é pedido a todos o

128
sacrifício do dever diário, feito com boa cara, principalmente aquele que mais vos
custa e aquele que costumais omitir ou adiar.
Também vos é pedido que vos priveis de algumas coisas desnecessárias, que vos
priveis de alguns gastos, poucos ou muitos, à medida que disso vos fordes lembrando.
Quando vos lembrais de que podereis privar-vos de qualquer coisa, tomai atenção
porque, se isso vos foi lembrado é porque, provavelmente, tal vos é pedido. Se for
coisa de que vos possais privar, sem prejuízo da vossa saúde ou da paz doméstica,
não precisais de entrar em diálogo com os vossos apetites, porque eles vos derrotarão,
certamente, aliciando-vos com as suas razões. Nessa altura fazei o que o Senhor vos
pede, com paz, com amor, e guardai-o no segredo do vosso coração, onde Deus o vê,
eque afinal é o único que vos interessa que veja, porque é o único que vos pode
premiar.
Estas crianças, no seu ardente desejo de mortificação, tornavam-se imprudentes,
deitando-se com a apertada corda à cintura, o que, com as dores que lhes causava, as
impedia de dormir. Foi preciso o Meu Amor vigilante para acabar com o que lhes
fazia mal à saúde.
Convosco haverá também este perigo? Não creio, meus filhos, porque vós tendes
até dificuldade em sofrer aquilo que vos acontece diariamente.
De qualquer forma, sabei que não vos são pedidas mortificações extraordinárias se
não cumpris aquilo que o vosso dever impõe, se não aceitais com amor aquilo que o
Senhor vos envia.
Se quereis entregar-vos a outras penitências, mas omitis o vosso dever e reclamais
de alguma dor física, de alguma falta de atenção, de gratidão de alguém, se contais a
meio mundo o que sofreis e o que vos fizeram, se não sabeis oferecer e calar, amar e
sorrir, então estais em erro.
Quando puserdes em prática isto que vos ensino, então Jesus ficará satisfeito
convosco e ir-vos-á pedindo outras coisas, como se faz a pessoas com as quais temos
confiança e com as quais podemos contar.
Gostaria de contar convosco, com a vossa vida de oração e sacrifício. Quereis dar-
Me aquilo que sofreis no dia a dia? Dai-mo com sorrisos. Eu gosto de vos ver sorrir,
porque o sorriso mostra que se dá de boa vontade, que se dá com amor.
É esse amor sacrificado que vos peço, amor que quero tornar semelhante ao Meu
Amor de Mãe de todos vós.
Queridos filhos, amar é dar, amar é dar-se. Dai-vos todos ao Meu Amor e ao Meu
serviço, que é o serviço do Senhor, o serviço da salvação de todos os seus filhos.
Os vossos irmãos precisam de vós. Vós precisais de treino espiritual, treino que só
a mortificação dá à alma, como a ginástica o dá ao corpo,
Vinde Comigo encher de sorrisos todo o vosso dia. Tapai com o sorriso todos os
aborrecimentos, toda a irritação, e sereis como atletas que se preparam para
competição.
A competição dura o que durar a vossa vida. Correi para chegar à meta onde Eu
vos espero, onde vos abraçarei e levarei para a eterna felicidade que quero
compartilhar convosco.

129
«Trazei-a só durante o dia»

Mandei estas crianças usarem a corda só durante o dia, porque usá-la durante a
noite se tornava excessivo e prejudicial para a sua saúde.
Foi o seu excesso de zelo, o desejo de sacrifício, pela conversão dos pecadores, que
eles sabiam em grave perigo de cair no inferno que eles tinham visto, que Me fez
corrigir-lhes aquilo que era demasiado.
A vós também quero corrigir excessos, mas já não de mortificação, como a estas
crianças. A vós quero corrigir os excessos de vaidade, de luxo, de prazer, de
comodismo, de gastos, de autocomiseração, de ressentimentos, de trabalhos, de
futilidades, de irritação, de imoralidade, de ambição e tantos outros que vos tenho
apontado.
A qual de vós poderei dizer “basta”, em matéria de sacrifício?
Meus filhos, quanto tendes de aprender com estas crianças serranas, ignorantes de
tudo o que vós achais importante, ignorantes em letras, em artes, em ciências, em
coisas do mundo, mas cheios, a transbordar de amor a Deus e aos irmãos!
É isso justamente que vos falta, meus filhos: amor.
Vede bem, examinai as vossas consciências. Reparai que todas as vossas faltas são
faltas de amor.
Filhos, se vós amásseis por certo não faríeis isso de que vos acusais. Se tivésseis
mais uns graus de amor ao Senhor, evitaríeis os pecados em que caís. Eles deixariam
até de ter para vós tanto atrativo, porque vos sentiríeis permanentemente atraídos pelo
rosto de incomparável beleza do vosso Mestre.
Se amásseis mais a Jesus, derramaríeis o Seu Amor sobre os irmãos, mesmo à
custa de algum sofrimento, pois também foi com sofrimento que Ele espalhou o Seu
Amor em Sangue sobre vós.
Se amásseis os vossos irmãos, não lhes faríeis o que lhes fazeis, não falaríeis dos
seus defeitos, cercá-los-íeis de respeito e de ternura.
Vou pôr o Meu dedo sobre a vossa ferida, essa ferida infetada que transportais e
não vedes. Meus filhos, tudo isso acontece porque vos amais a vós próprios mais que
a qualquer outra pessoa, mais até do que amais Jesus.
O vosso egoísmo é a ferida que vos faz sofrer quando alguma coisa não corre à
medida dos vossos desejos, quando tendes, por qualquer motivo, de vos privar de
alguma coisa, quando sofreis alguma falta de atenção, quando deixais a oração, o
tempo de estar com Jesus, para fazer alguma coisa que agrada mais aos vossos
sentidos.
Meus filhos, deixai-Me tratar essa ferida de egoísmo, tão grande e tão feia. Não
deixeis que ela aumente, à medida que os anos vão passando e vos torne em pessoas
cada vez com menos paciência e mais desejosas de comodidades.
Sim, meus filhos, a ferida do egoísmo tende sempre a aumentar se não tratais dela,
e vós tendes muito pouco jeito para isso. Alguns de vós tentam, até com boa vontade,
mas reparam, com desgosto, que não conseguem vencer esse mal.
Colocai-vos sob a Minha direção. Como estas crianças, obe-decei-Me. Fazei o que
Eu vos digo para fazer, deixai o que Eu digo para não fazer, e vereis como a ferida do
egoísmo se irá curando e aprendereis a amar como nunca amastes.
Amar é tudo o que tendes de fazer para vencer a luta pelo Céu, a luta que tendes de

130
travar por vós e pelos que não querem lutar, mas que tendes obrigação de ajudar,
porque são vossos irmãos, porque são como crianças doentes, incapazes de ver, de
ouvir, de fazer alguma coisa de verdadeiramente útil para a eternidade que os espera.
Enchei os vossos corações com a palavra eternidade. Deixai-a ecoar em vós e
vereis como a vida do mundo é fútil, e como tendes perdido tempo com aquilo que
passa tão rapidamente que não pode acompanhar-vos.
Sim, no fim da vossa viagem, chegareis sós com o amor que tiverdes no coração.
Só o amor conta realmente para a vida verdadeira, para a vida que não acaba, para a
qual caminhais, e também para esta vida de passagem, para que seja feita com paz e
alegria.
Onde ireis buscar esse amor? Meus filhos, não podeis comprá-lo, mas podeis pedi-
lo, pois Jesus tem no Seu Coração um reservatório infinito de Amor. Só Ele vo-lo
pode dar, e vós deveis pedir-Lho sem cessar, porque enquanto durar a vossa vida o
amor é sempre susceptível de crescer.
Desejai amor. Desejai aumentar em amor, incessantemente. Aprendei, meus filhos,
a aspirar por amor com toda a alma, a chegar-vos para Jesus muitas vezes ao dia,
sempre que vos lembrardes, e pedir-Lhe que vos encha de amor. É o pedido que Lhe
podeis fazer para vós que mais Lhe agrada e, sem dúvida, o satisfará.
Pedi-Me também a Mim que vos ajude a chegar-vos para Jesus, porque vós tendes
sempre a tendência para fugir, como crianças com desejo de brincar.
Andai pela Minha mão, e Eu conduzir-vos-ei com segurança.
Meus filhos, é o Meu Coração cheio de Amor que vos procura. Procurai-Me. Não
vos fugirei. Vinde a Mim. A todos acolherei e ensinarei a progredir no caminho do
amor.

131
«Sim, alguns curarei»

Amados filhos, já vos falei tantas vezes sobre cura! Já sabeis porque é que tantas
vezes adoeceis. Meus filhos, no Paraíso não havia doenças, porque não havia pecado.
O homem era belo e feliz. Com o pecado, foi buscar para si tudo aquilo de que veio a
queixar-se, magoado.
Todos esses males que vos pesam, eu quisera tirar de cima de vós. Meus filhos,
quisera ver-vos belos e fortes! Sim, alguns curarei, mas quanto desejaria curar-vos
todos!
Porquê só alguns filhos? Porque só alguns Me dão liberdade para o fazer. Outros,
apesar de dizerem que querem ser curados, atam as Minhas mãos, antes que Eu as
levante para abençoar.
Atam-nas com os seus pecados pessoais e com toda a resistência aos meus
conselhos, resistência essa que escondem no coração.
Estas almas pedem muito para ser curadas, mas nada fazem de concreto para isso.
Não mudam de opiniões, não mudam de forma de ver, não mudam de vida.
Quantos parecem até muito cumpridores. A seus olhos e aos olhos dos irmãos são
almas muito cumpridoras, muito piedosas, pois correm de igreja em igreja, de um a
outro exercício de piedade. Mas como estão realmente os seus corações?
Por dentro Eu não vejo piedade, não vejo amor. Vejo rancores, teimosias, apegos,
principalmente apegos ao “eu”, às ideias, às opiniões pessoais, àquilo que sabem,
àquilo que querem.
Outros, pela sua saúde ou vida profissional, não podem andar nestas corridas, ditas
de piedade, mas clamam por cura e, tantas vezes, dizem que não são ouvidos.
Pois não, meus filhos, não podeis ser ouvidos porque as vozes dos vossos vícios,
das vossas zangas, das vossas futilidades, das ambições, falam mais alto que vós.
Fazei calar essas vozes! Tornai-vos mansos, conciliadores, modestos, almas
orantes, e então o vosso pedido chegará ao Céu.
Alguns parecem ter-se convertido, mas o Senhor sabe que a sua emenda não é
verdadeira. É como uma moeda de troca para se curarem.
Meus filhos, não vos esqueçais de que Deus vê os vossos corações e sabe sempre
os motivos por que fazeis seja o que for.
Tudo o que fazeis com duplas intenções não tem valor. Sois como aqueles judeus
que foram a Betânia ver Jesus, mas também para ver Lázaro, para satisfazer a sua
curiosidade, e depois trataram de cogitar planos para matar os dois.
As duplas intenções são falsas e o Senhor desvia delas o Seu rosto. Duplas
intenções conduzem a pecado exterior ou interior pois mesmo parecendo que estais a
fazer uma ação boa, estais apenas a procurar os vossos interesses e, assim, desterrais
Deus daquilo que fazeis.
E vós, minhas filhas, achais que gosto de vos ver a fazer os vossos pedidos dessa
forma mundana, que ofende a presença do Senhor? Porque trazeis essas modas para
as igrejas e até para os Meus Santuários? Isso não é forma de se pedir coisa alguma.
Apresentar-vos assim é o mesmo que dizer que vos sentis muito bem como estais,
que sabeis o que quereis, que não quereis agradar-Me, e que pouco vos importam as
Minhas opiniões sobre o assunto. É assim que quereis curar-vos e pedir a cura para os
outros?

132
Não sabeis, realmente, pedir como deveis, pedir com humildade, com
perseverança.
Muitas vezes, cansais-vos de pedir quando Eu queria ver-vos fazê-lo mais, com
mais fidelidade, maior emenda da vossa vida. Por vezes estais quase a ser atendidos,
quando vos cansais e voltais à antiga futilidade e pecado.
Meus queridos filhos, sim, alguns curarei, aqueles que pedirem como deve ser e
procurarem viver de acordo com os Meus conselhos de Mãe, que vê mais do que vós,
que vê o que fazeis de perigoso, com a desculpa de que agora é assim e de que todos
o fazem.
Pois fazem, meus filhos, mas fazem mal, e vós, se quereis salvar-vos, se quereis
curar-vos, não os deveis imitar.
São as vossas almas que quero curar primeiro. Só depois curarei os vossos corpos.
Não queirais o contrário, porque estareis a laborar em erro.
O vosso corpo é importante, mas cuidado! Por causa dele não descuideis a vossa
alma, porque o lugar por onde a encaminhardes agora é onde ela ficará depois.
E vede, meus filhos, quanto mais imperfeições acumulardes, mais difícil se tornará
para vós a purificação, mais doloroso será limpar-vos dessas faltas, das quais agora
costumais sorrir.
Olho com tristeza para alguns de vós, olho com esperança para outros. Mas,
carregados de tristeza ou de esperança, os Meus olhares de Mãe são sempre olhares
de amor.
Correspondei ao Meu Amor. Procurai emendar-vos diariamente daquilo que vos
aponto, para vosso bem. O que vos digo é sério, muito sério. Pensai nisso e vede o
que tendes de modificar.Não receeis, Eu dar-vos-ei força.
Vamos, meus filhos, ânimo. Ponde mãos à obra, que Eu estarei convosco, e dar-
vos-ei a vitória... vitória para a qual deveis tender, com a qual vos deveis preocupar,
porque é a realização de toda a vossa vida.
Também quero dizer-vos que há muitas pessoas que sofrem por outros motivos. Já
vos falei dos sofrimentos necessários, dos sofrimentos purificadores, apostólicos, dos
sofrimentos que muitos sentem como participantes do Corpo Místico de Meu Filho.
O sofrimento é e será sempre para vós um mistério que em vão tentais decifrar.
O sofrimento é um dos mistérios que tereis de aceitar com fé, com esperança e com
caridade.
O sofrimento é a cruz que vos guia no exercício das virtudes teologais, que é o
caminho que conduz à perfeita união com Deus, com mais segurança e melhor que
qualquer dom de oração que possais receber, até qualquer dom extraordinário que
julgueis possuir.
Há sofrimento em muitas pessoas, que o aceitam, e vivem em conformidade com a
Vontade do Senhor, há sofrimento de velhinhos, há o sofrimento das crianças, há o
sofrimento da Minha vida e há o sofrimento de dimensões infinitas, que esmagaram o
Corpo e a alma do Meu Filho.
Porquê tanto sofrimento? Porque sofreis tanto? Porque sofrem os inocentes?
Meus filhos, quem era mais inocente que Jesus? Apesar de nenhum de vós se poder
considerar inocente, o sofrimento não é, por força, sempre consequência do pecado
atual. É consequência do pecado original que vos lançou numa situação de miséria,

133
de incapacidades e carências. É uma consequência da Redenção, que vos leva a
colaborar com Jesus, mais perto ou mais longe.
Meus filhos, é necessário que todos vós aceiteis a vontade de Deus a vosso
respeito, e essa Vontade Santíssima nem sempre vê as coisas conforme os vossos
desejos, mas conforme o plano da Redenção.
É por isso que alguns de vós curarei, sim, mas não o farei a todos, porque para
Mim a vontade do Senhor é o único guia de tudo o que faço.
Desejo muito que ela seja para vós também o guia pelo qual guiais os vossos
desejos e as vossas ações.
Podeis sempre pedir a cura. Deveis mesmo fazê-lo, pois quando pedis com
humildade e aceitação sobre vós ou desce a cura, ou desce uma bênção de
santificação para vós e para o próximo.
Esta é a Minha lição hoje. Amai aquilo que o Senhor vos dá, mesmo que não seja
do vosso agrado. Uni-vos a ele através do exercício das virtudes teologais e estareis a
colaborar com Ele na salvação do mundo.

134
«Outros não»

Outros não, porquê? Porque é que não posso fazer o bem que desejo a todos os
meus filhos? Não sou Eu a Rainha do Céu e da Terra? Não tenho Eu todo o poder
junto do Coração de Jesus?
Certamente, mas não posso fazer-vos o bem à força. Não posso fazer-vos o bem
que vós não quereis que Eu vos faça.
Quereis que vos ajude, dizeis vós. Não, meus filhos, não quereis, porque se
quisésseis, não Me atáveis as mãos dessa maneira.Que diríeis de um doente que
atasse o seu operador e lhe pedisse que o operasse mesmo assim?
Que quereis que vos faça se vós sois aqueles que se afastam na vossa vida diária,
se não procurais a Minha companhia, se preferis mil distrações?
Não é verdade que, quantas vezes para alguns de vós, frequentemente para outros,
sempre ou quase sempre para alguns outros, chegais ao fim do dia sem um
pensamento para Jesus ou para Mim, que deixastes passar as horas de maneira estéril,
sem saberdes bem em quê?
Sim, alguns, muito poucos, amam-Me, procuram a Minha companhia. Outros, não.
Para esses outros, olho com pena e, sem cessar, multiplico as Minhas chamadas,
através de acontecimentos, de pessoas, de leituras, de inspirações. Com alguns
resulta.Com outros, não.
Meus filhos, quantos de vós fingem ser meus amigos, meus devotos, e não são.
Quantos de vós fingem ser meus filhos, mas são filhos que não Me amam, que só
fingem amar-Me para manter uma fachada que os vossos irmãos possam ver!
Quantos de vós Me amam, meus filhos? Quantos de vós amam, realmente, Jesus?
Não Me refiro às palavras que dizeis, e que podem até ser verdadeiras num
momento de emoção espiritual, que confundis, frequentemente, com fervor. Refiro-
Me ao que fazeis, ao amor próprio que amimais, a que dais comodidades de vontades
satisfeitas, mesmo que as comodidades em que vivais sejam poucas, por qualquer
motivo.
Sabei que, mesmo que a vossa vida não seja de facilidades e o trabalho seja muito,
vós sabeis sempre contentar o amor próprio, mesmo que seja só em pensamento.
Quantas vezes cercais o amor próprio de pensamentos que lhe são agradáveis,
porque não lhe podeis dar outra coisa!
Quantas vezes vos satisfazeis com aquilo de que gostais, com prejuízo do vosso
dever ou do vosso tempo de oração!
Quantas vezes acariciais o amor próprio com vaidades que poderíeis dispensar,
com comidas fora de horas, gulodices e outras, só em estilo de consolação!
Quantas vezes não fazeis oração, porque queríeis ler uma revista, ver um
programa!
Vede, meus filhos, como fazeis tantas vezes parte do grupo que diz que quer, mas
não quer, desses outros a quem não posso socorrer, porque quando a graça lhes seria
concedida, se encontram conversando com o amor próprio, amimando-o e
consolando-o.
Meus filhos, tenho muita pena de não poder fazer mais por vós. Queria fazer tanto,
dar-vos tanto! Porque é que não quereis?
Porque é que preferis desperdiçar o pouco tempo que tendes para trabalhar pelo

135
Reino de Deus em vós e nos vossos irmãos?
Por que desperdiçais o pouco tempo que tendes para vos santificardes?
Quantos de vós, meus filhos, terão de passar na purificação, depois da morte, mais
tempo do que aquele que passais na Terra!
Oh, filhos amados, vede como o tempo urge! Fostes colocados no mundo não para
vos servirdes, mas para servir.
Viestes ao mundo com uma missão, a missão de vos santificardes e de ajudardes na
santificação dos vossos irmãos. Se não a cumpris, falhais naquilo que o Senhor quer
de vós.
Quanto tempo tendes ainda? Não sabeis. Ponde mãos à obra, deixai que Eu vos
ajude.
Quero fazer em vós grandes coisas. Quero fazer em vós milagres.
Quero converter-vos, curar-vos, salvar-vos. Deixai que eu atue.
Não vos recuseis, não fujais para outros lados. A qualquer momento virei ter
convosco e, se vos encontrar recetivos, derramarei sobre vós tesouros de graças.
Queridos filhos, penso muito em vós, muito mais do que vós pensais em Mim.
Pensai também vós um pouco na vossa Mãe. Pensai em Mim, que Me dareis com
isso grande satisfação.
Pensai nas belezas com que Deus Me adornou, na graça transbordante com que Me
revestiu. Pensai na Minha vida, naquilo que fiz, que disse, que sofri. Pensai no que
vos tenho dito em tantas manifestações pelo mundo e, especificamente, em Fátima.
E, quando pensardes em Mim, pensai também em imitar-Me naquilo que puderdes,
e pensai em fazer o que vos digo nos evangelhos e nas outras vezes que vos tenho
falado.
Procurai ser filhos dedicados, verdadeiros filhos atentos, verdadeiros filhos da
Serva do Senhor para Comigo O servirdes, para serdes do grupo daqueles que O
glorificam e sobre os quais Ele derrama as Suas bênçãos.
Comigo, na Minha companhia, servi, com humildade e podereis cantar Comigo no
fim da vossa vida: «O Senhor fez em mim maravilhas!»
Sim, o Senhor fará em vós maravilhas na medida em que vós quiserdes, na medida
em que O deixardes fazê-las. Sois fracos? Tornar-vos-á fortes. Sois pecadores?
Tornar-vos-á santos.
Sim, o Senhor fará tudo em vós, como fez tudo em Mim, se Lhe corresponderdes
com humildade.
Largai, meus filhos, essas coisas inúteis e dedicai-vos ao que verdadeiramente vos
é útil, necessário, indispensável. Não o descuideis!
Ficai Comigo que Eu vos ensinarei a estar atentos ao vosso caminho.
Ficai Comigo e colocar-vos-eis sob a Minha proteção, no pequeno grupo que levo
com cuidado e que prometo entregar, fielmente, seguramente, a Jesus, já nesta vida e
depois, sem demoras, dar-lhe entrada na Casa do Pai.

136
«Em Outubro farei o milagre,para que todos acreditem»

Meus filhos, prometi este milagre para que crêsseis, porque Eu queria que crêsseis
nestas crianças, que acreditásseis que Eu lhes aparecia e lhes transmitia palavras de
Mãe à qual é preciso obedecer se quereis ser felizes, ser santos, se quereis livrar-vos
de muitos perigos.
Este milagre era necessário para vosso benefício, para que acreditásseis e
aproveitásseis destas Minhas vindas maternais. Vede que não foi feito para alimentar
a curiosidade que todos vós tendes em grande escala.
Muitos milagres úteis poderiam ser feitos e não são para que a vossa curiosidade
não cresça ainda mais e vos torneis criaturas descrentes de tão saciadas, fartas de
prodígios, saturadas e céticas do valor do esforço pessoal na vida de todos os dias,
vendo as coisas que são de Deus como algo vulgar e pouco importante.
Meus filhos, é isso mesmo que vós pretendeis com a curiosidade que vos leva a
correr à menor notícia, tantas vezes falsa, de prodígios e milagres, que vos faz
procurar pessoas pelas quais sois frequentemente enganados.
Meus filhos, aprendei que até aqueles que julgais santos se podem enganar. Não
corrais atrás das criaturas, pois arriscais-vos a cansar a vossa alma e a não atingir
proveito algum.
Quando andais a correr atrás de pessoas, quando mergulhais insaciavelmente em
revelações que vos surgem de muitos lados, correis o perigo de cair num fanatismo
estéril, um prazer enganador de quem come doces e mais doces que enganam, iludem
a fome, mas não alimentam.
Quereis revelações, meus filhos? Abri a Bíblia. Aí as tendes sempre que quiserdes
e nunca as esgotareis. Saciai, nessa fonte inesgotável, toda a vossa sede de
conhecimento, pois aí não correis o perigo de tal se transformar em mera curiosidade,
pouco sã.
É certo que através do tempo tem havido revelações privadas. Também tem havido
muita mentira, com o nome de revelações. Como sabeis distinguir umas das outras?
Em primeiro lugar, elas não podem nunca estar em contradição com as Sagradas
Escrituras ou com a Igreja. Depois, há que diferençar entre revelações necessárias,
úteis para o vosso aperfei-çoamento, e aquelas que visam alimentar a curiosidade de
cada um, as que se contradizem, que apresentam sinais estranhos ou frases
disparatadas, as que visam fazer medo, criar pânico, mas não vos dizem que não
tenhais medo e que vos refugieis junto de Mim.
Tendes revelações comprovadas com milagres ou não comprovadas. Vede que o
maior milagre que responde pelas revelações são a pureza de vida e obediência à
Igreja da pessoa ou pessoas envolvidas, porque, meus filhos, não é fácil levar no
vosso mundo uma vida pura, mortificada e, principalmente, obediente, mesmo
quando posta à prova.
Meus filhos, porque é que procurais preferencialmente tudo aquilo que vos cheire a
revelação? Olhai bem para o vosso fundo e vede que estais sempre desejosos daquilo
que é novo, que é diferente, daquilo que parece milagre.
Jesus não fez em Nazaré muitos milagres por causa da descrença dos habitantes.
Hoje não faz muitos milagres por causa do fanatismo das massas que facilmente
fazem cair no ridículo aquilo que deve ser tido no maior respeito, e se degladiam por

137
Paulo, por Cefas ou por Apolo, sem se importarem com a Igreja, sem compreenderem
que não são as pessoas que são importantes, que o que é importante é pertencerdes à
Igreja de Cristo, pois ela é a Arca salvadora que Jesus vos deixou.
Não abrais fendas nesta Arca, com a vossa arrogância, com o vosso pretenso saber,
com o vosso amor exagerado às criaturas que vos dizem aquilo que gostais de ouvir.
Calafetai-a, antes, com a vossa obediência.
Sabeis também, meus filhos, que não importa que na Igreja haja pessoas que vos
desagradem por qualquer motivo ou opinião. Importa a Igreja em si, em bloco, e esse
bloco sois todos vós. Se vos afastais dela, sereis membros deslocados num corpo que
enchem de dores.
Não vos afasteis com as vossas opiniões arrogantes. Quando vos sentirdes tentados
a mostrar que sabeis mais ou melhor do que aqueles que têm por missão ensinar-vos,
lembrai-vos de que a arrogância vos faz deslocar no Corpo Místico, e que isso não se
fará sem dor.
Não queirais aumentar a dor neste Corpo que já sofre tanto. Sede humildes dentro
da Igreja. Tratai de obedecer, pois a Salvação faz-se por meio da obediência, uma vez
que foi pela desobe-diência que o pecado entrou no mundo.
Usai um juízo muito são para verdes em que é que deveis acreditar.
Quando quero dar-vos a entender qualquer coisa em revelação privada, mostro-o
sempre bem. Por isso, porque a mensagem de Fátima era muito importante para vós,
principalmente para os tempos que agora viveis, prometi e fiz o milagre de
outubro.Mas muito maiores milagres realizei nas almas, principalmente naquelas três
crianças, cujas vidas era necessário que fossem conhecidas, para melhor
comprovação da Minha ação de Mãe.
Esta ação de Mãe ainda continua a manter-se junto de vós, porque vos quero ajudar
nestas época em que viveis, perturbados e confusos com muitas coisas.
Filhinhos, não vos deixeis perturbar e não entreis em questões uns com os outros.
Principalmente, nunca coloqueis em dúvida o magistério da Igreja. O mesmo seria se
crianças pequenas deixassem a casa dos pais e vivessem sozinhas no mundo.
Perturbação e questões é aquilo em que o vosso inimigo vos quer lançar. Não
façais o seu jogo. Vivei em paz.
Deixai a busca do milagre, do maravilhoso, das revelações. Bem vos basta, em
cada dia, fazer o vosso trabalho e manter a vossa oração.
Se vierdes junto de Mim tereis, para tal, a Minha ajuda. Eu vos levarei a Jesus, e
não parareis nas criaturas.
Meus filhos, o mundo vive perturbado, mas vós não vos deixeis perturbar com
ideias ou com notícias. Refugiai-vos junto de Mim, como fazem as crianças com sua
mãe. Eu vos darei a tranquilidade, o Amor e a paz de Jesus.

138
6.ª APARIÇÃO
13 de outubro de 1917
NOSSA SENHORA: Quero dizer-te que façam aqui uma capela em Minha honra;
que sou a Senhora do Rosário; que continuem sempre a rezar o terço todos os dias. A
guerra vai acabar e os militares voltarão em breve para as suas casas.
LÚCIA: Eu tinha muitas coisas para Lhe pedir: se curava uns doentes e se
convertia uns pecadores.
NOSSA SENHORA: Uns sim, outros não. É preciso que se emendem, que peçam
perdão pelos seus pecados.
Não ofendam mais a Nosso Senhor, que já está muito ofendido.

139
«Quero dizer-te que façam aquiuma capela em Minha honra;que sou a Senhora do Rosário; que continuem a rezar o terço todos os dias»

Esta Minha última aparição foi, pelas palavras que Eu disse, o resumo de todas as
outras.
Aqui recapitulei, em despedida, aquilo que de importante tinha dito, aquilo em que,
realmente, no seu interior, consistia a Minha mensagem para vós.
Tinha pedido o terço em todas as aparições. Nesta última, como remate de todas,
volto a pedi-lo, para ver se compreendeis, pela Minha insistência, a sua importância.
Compreendeis agora, meus filhos, quanto Eu o quero? Com-preendeis que, se eu o
quero, não é para vos cansar, é porque ele é de uma importância capital para vós?
Porque é que deixais as vossas ocupações sobreporem-se à vossa união com Deus?
Se Lhe tirais o tempo que Lhe deveis dar, não tendes verdadeira união com Ele,
tendes apenas união com os vossos interesses, para a qual vos servis da capa de todas
as desculpas que imaginais e com as quais vos enganais a vós próprios.
Meus filhos, não vivais de enganos. Vivei de realidades, as realidades para as quais
vim a Fátima chamar a vossa atenção, sempre tão dispersa.
Disse-vos, finalmente, quem sou, apesar de todos os que realmente Me amavam já
o saberem, pois os verdadeiros filhos conhecem sempre a sua Mãe.
Vós sabeis que sou Rainha, Rainha do Céu, Rainha da Terra. Como tal, posso ter
os títulos daquilo que Me pertence, tantos títulos quantos os poderes que o Senhor Me
concedeu.
Em Fátima preferi o título de Senhora do Rosário, para reforçar em vós o
conhecimento de Mãe e Rainha do Rosário, porque o rosário é uma coroa que Eu
tenho e que ponho nas mãos dos Meus filhos.
As Minhas coroas de Rainha são joias e são armas, porque aquilo que é Meu é
arma contra o meu e vosso inimigo.
Em Fátima vim mostrar-vos o valor desta arma poderosa e vim dizer-vos que esta
arma é uma coroa que tiro da Minha cabeça, e vos entrego, com a confiança de uma
Mãe que dá uma joia a um filho na esperança de que ele a utilize bem.
Não desprezeis, não malbarateis esta riqueza. Não a fecheis numa gaveta, porque a
riqueza da vossa Mãe é para usar, para gastar em altos negócios, para pôr a render
sem demoras, sem preguiças.
Com o interesse, o cuidado, a diligência com que as pessoas, as empresas de altas
finanças geram os seus dinheiros e os empregam para que rendam cada vez mais,
procedei vós também com este tesouro.
Reparai que, se eles passarem um dia útil sem negociar, sem movimentar os seus
capitais, outros descobrem a oportunidade e lhes passam à frente, causando-lhes altos
prejuízos.
O mesmo acontece convosco, quando passais um dia sem mover este capital, sem
descobrir negócio a fazer com ele, forma de o fazer render, coisas a adquirir.
O vosso grande negócio são as almas. Se vos descuidais, o vosso inimigo apanha-
vos aquilo que podíeis adquirir para Jesus.
Vede, meus filhos, a responsabilidade que vos dou com este belo tesouro que vos
entrego.
Sim entrego-vos o Meu Rosário, conjunto de as rosas celestes, de valor
incalculável para vós, e que, tantas vezes, desperdiçais, negligenciais, passais

140
distraidamente pelos dedos, como não teríeis coragem de fazer à vossa caneta e ao
vosso papel, se estivésseis a tratar de negócios terrenos.
Ainda não percebestes, meus filhos, que aquilo para que caminhais é a vossa única
razão de estar na Terra, e que tudo o que fazeis aqui se subordina a isso, devendo, por
isso, ser feito com diligência e amor?
Vede se entendeis que estais na Terra em caminhada para o Céu, que tudo aquilo
que vos acontece, os deveres que tendes, são pela Vontade de Deus os instrumentos
da vossa santificação.
Por isso, deveis aceitá-los com amor, fazê-los com amor. Mas não deveis
escravizar-vos a eles, viver em função deles e para eles.
Em favor dos deveres que tendes, não sacrifiqueis os deveres que tendes para com
Deus.
Não aumenteis os vossos deveres, a ponto de vos tirarem o tempo para o vosso
Criador, pois d’Ele vindes e só para Ele caminhais.
Se perdeis o caminho, não O encontrareis, sereis eternamente infelizes. As coisas
que tanto desejais, as coisas de que agora vos ocupais com tanto afinco, não vos
acompanharão para além da Terra.
Rezai, meus filhos. Vós deveis rezar, precisais muito de rezar, mesmo aqueles
entre vós que já rezam ou pensam que rezam.
Aceitai as Minhas palavras, todos vós. Rezai mais. Não retrocedais no caminho da
oração. Avançai sempre. Rezai mais... sempre mais.

141
«A guerra vai acabar e os militares voltarão em breve para as suas casas»

Prometi que a guerra ia acabar e efetivamente acabou, porque Eu cumpro o que


prometo.
Aquela guerra ia acabar, porque as orações e a penitência que aquelas crianças
faziam, e que levavam outros a fazer, eram como chuva lançada sobre o fogo.
Se todos vós rezásseis mais, com mais amor, mais intenção, as guerras do vosso
mundo terminariam igualmente. Mas porque não rezais, os ódios acumulam-se em
privado e em público, nas vossas casas, nos vossos empregos, até entre pessoas que
não se conhecem.
Há ódio nas famílias, nos locais de trabalho e até em lugares de oração. Esse ódio,
acrescentado à ambição daqueles que têm o poder, faz estalar as guerras privadas e as
guerras entre os povos.
Tenho muito poucos filhos que rezam verdadeiramente e que vivem como rezam e
o que rezam.
Muitos de vós dizem que rezam, mas apenas dizem palavras que não acompanham
nem com a mente, nem com o coração, nem com a vida.
Já Jesus vos disse: «De que vos serve dizer Senhor, Senhor, se não fazeis a
Vontade de vosso Pai que está nos Céus?»
Se ao menos o vosso «Senhor, Senhor» fosse para implorar misericórdia para vós,
pelos vossos pecados, ainda vos valia, mas normalmente rezais porque vos sentis bem
a rezar, ou porque considerais uma obrigação que até vos é grata.
Sim, meus filhos, rezar é uma obrigação que tendes, mas a primeira obrigação é
projetardes a oração na vossa vida e cumprirdes nela a Vontade de Deus.
Não rezais bem se deixais que em vós cresçam pensamentos de ressentimento
contra o vosso próximo.
Não rezais bem se deixais florescer a vaidade na vossa vida, vaidade pelo que
fazeis, pelo que rezais, pelo que tendes, pelo que vestis.
Não rezais bem se vos apresentais vestidos de forma imodesta, expondo o vosso
corpo aos olhares cobiçosos de qualquer.
Nunca rezareis bem se não rezardes com humildade, se não souberdes reconhecer
os vossos erros, se vos tornais fatores de quedas, de pecados, de maus pensamentos
do vosso próximo.
É por isso que há muita oração sem efeito, porque fica afogada no vosso pecado,
no vosso orgulho, no vosso ressentimento, na vossa vaidade, na vossa imodéstia.
Com tanto peso em cima, meus filhos, a vossa oração não pode subir.
Há, realmente, muito pouco quem reze e cuja oração suba e realize a tomada
daquilo que pretende junto do Altíssimo.
A oração, feita com pureza e humildade, sobe e apossa-se daquilo que quer.
A oração que fazeis, carregada com os pecados com que pactuais livremente, dos
quais até, muitas vezes, fazeis gala, cai no chão. É uma oração pesada, que não tem
força para subir.Por isso, não conseguis o que quereis, o que pedis.
Meus filhos, prestai atenção! Se quereis a paz, tereis a paz, mas tereis, em primeiro
lugar, de pedir, com as vossas almas pacificadas de maus desejos, de ambições, do
próprio querer, que tão bem sabeis impor a tudo e a todos.
Tereis de rezar com humildade, reconhecer que sois fracos, limitados, que sabeis

142
pouco ou nada, mesmo daquilo que julgais saber. Só rezando com alma de criança
chegareis com sucesso ao Coração do Pai.
Quantas vezes pensais que sabeis coisas e tentais impô-las ao vosso próximo!
Meus filhos, tudo o que sabeis nada é.
Não queirais saber nada senão aquilo que Jesus vos ensina.É só para Jesus que Eu
vos aponto, meus filhos. É só para Ele que vos guio, porque Ele é a vossa salvação e
a vossa recompensa final.
Se soubésseis o que é estar com Jesus no Céu, largaríeis imediatamente todas as
vossas vaidades e pontos de vista para vos virardes unicamente para Ele, para
poderdes estar com Ele e levar para Ele o maior número de almas que vos fosse
possível, por amor d’Ele que as quer, e por amor delas, porque lhes desejaríeis dar
todo o bem.
É justamente esse o motivo que Me fez vir a Fátima. Vim por amor de Jesus, a
quem desejo dar-vos.
Vim por vosso amor, para que não vos percais nos caminhos cada vez mais difíceis
do vosso mundo.
Meus filhos, não vos prometo facilidades. Eu própria não as tive. Prometo
acompanhar-vos, guiar-vos, ensinar-vos a viver e a rezar.
Prometo-vos a paz. Prometo-vos o Céu. Prometo-vos Jesus.

143
«Uns sim, outros não»

Sim, meus filhos, uns sim, outros não. Não poderei tratar todos vós da mesma
forma, embora vos ame a todos com o mesmo Amor de Mãe.
Já Jesus vos disse: «Onde estiverem duas mulheres moendo juntas, uma será
tomada e a outra deixada.» Isto é porque os vossos corações são diferentes nos seus
quereres e nos seus sentimentos.
Não posso tratar da mesma forma um filho que quer e um que não quer, embora,
por vezes, o dissimule. Não posso tratar do mesmo modo um filho que ama e um
filho que não ama, embora possa fingir que ama.
Não esqueçais que, se com facilidade podeis enganar os vossos irmãos, não podeis,
de forma alguma, enganar o vosso Deus, que penetra inteiramente no vosso querer,
no vosso sentir, naquiloque fazeis e no que pensais. É na Sua luz que Eu vejo em vós
e que sei como devo tratar a cada um.
Não vos adianta fingir, meus filhos, pelo menos nada vos adianta diante de Mim,
por muito que vos pareça adiantar junto dos vossos irmãos.
Gostaria de fazer muito por todos vós! Oh! Quanto Eu gostaria! Por isso vos
procuro tanto, para ver se consigo fazer-vos entender aquilo que é realmente
importante para vós; para ver se consigo desviar-vos das futilidades do mundo e
levar-vos a modificar, a emendar as vossas vidas.
É com dor que vejo que só alguns querem, realmente, fazer aquilo que vos
aconselho, que só alguns querem emendar-se e fazem esforços nesse sentido.
É com dor que vejo que tantos preferem ficar nas suas opiniões, naquilo que
pensam, naquilo que julgam saber, nas suas vaidades, nos seus processos para
alcançar coisas do mundo, até a nível de poder espiritual.
Meus filhos, sabei que se quereis realmente emendar-vos e por vossa fraqueza não
o conseguistes ainda, mas sabeis reconhecê-lo e procurais pôr em prática aquilo que
vos ensino, essa vossa fraqueza, para Mim, só conta no aspeto de que terei de vos
ajudar ainda mais, pois sois filhos pequeninos e fracos.
Sereis contados no grupo daqueles em que Eu poderei, sim, fazer aquelas coisas
que Me pedem, porque delas precisam, realmente.
É com muita alegria, muito amor, que o farei. Por vós, arrancarei até milagres a
Jesus.
Sois os Meus filhos queridos e, se quereis emendar-vos, nada vos arrancará dos
Meus braços de Mãe, que vos apertam e vos defendem, como qualquer mãe faz a seu
filho.
Mas Eu não sou qualquer mãe. Eu sou a Mãe poderosa, porque Me sirvo do poder
de Jesus em vosso proveito. Se Me recusais, só perdeis, vós próprios.
Jesus põe o Seu poder à Minha disposição. Uso-o em proveito dos Meus filhos e,
quanto mais fracos, mais poder Eu ponho em ação, por vós e para vós.
Mas se podeis, se sabeis, se quereis, se possuís, não precisais de Mim. Neste caso,
não posso ajudar-vos, porque vós já tendes tudo.
Meus pobres filhos, na realidade sois os mais pobres, porque não podeis, não
sabeis, não quereis emendar-vos, e não possuís coisa alguma que possa ajudar-vos, na
vossa arrogância, na arrogância do vosso querer, do vosso entender, e na arrogância
dos vossos gostos.

144
Sois realmente aqueles por quem eu não posso fazer nada. Como tenho pena de
vós! Como sangra de dor o Meu Amor de Mãe!
Procuro-vos, Meus filhos, incessantemente. Não é tarde!É a hora exata, a vossa
hora, a hora de Jesus para vós. Não a deixeis passar.
Por muito que vos custe, humilhai o vosso querer, o vosso saber. Aceitai que vos
ensine, aceitai a humildade de Jesus pobre, de Jesus pequeno, de Jesus operário,
caminhante, sofredor, atraiçoado, troçado, ferido, crucificado.
Aceitai crucificar as vossas ideias mundanas. Aceitai crucificar os vossos quereres,
o vosso “eu”, as vossas comodidades, vaidades, prazeres.
Aceitai ficar junto de Mim, com Jesus Menino, para que, como a Ele, Eu vos
ensine a falar, a andar, a viver.
Jesus abençoará o vosso esforço, sorrirá para vós e tereis a felicidade de caminhar
na vida pela Minha mão, de passar para o lado de cá diretamente para os Meus braços
e ser por Mim introduzidos no Céu, onde Ele vos espera e Eu vos espero, com
cuidado atento, amoroso, de Mãe que vê mais que as vossas mães, que pode mais que
elas, que ama mais que elas.
Do Meu Coração brota para vós todo este Amor. Não o desperdiceis.
Correspondei porque o tempo passa. Para muitos de vós já é pouco. Não sejais
descuidados.
Não deixeis que o mundo e o vosso inimigo tapem os olhos da vossa alma, que Eu
prometo abrir para a luz.
Meus filhos, segui a luz que vos aponto. A luz indica Jesus, indica o Céu, porque o
Céu é Deus, porque Deus é o Céu
Que posso mais fazer por vós, meus filhos? Tudo farei se mo deixardes fazer, pela
vossa vida de aceitação e de humildade.É na humildade que vos deveis aproximar de
Mim. Espero-vos em pobreza, em humildade, em aceitação, e tudo farei por vós.

145
«É preciso que se emendem,que peçam perdão pelos seus pecados»

Meus filhos, como está a vossa noção de pecado? Tendes,atualmente, uma


mentalidade tão elástica que se adapta a todas as formas de vida e maneiras de viver,
sem que coisa alguma vos admire. Tudo vos passa despercebido, tão acostumados
estais a ver situações pecaminosas, na vida corrente. Isso tornou-se para vós algo de
vulgar, tão vulgar que não reparais se é pecado ou não.
Sabeis, afinal, o que é pecado? Pecado é tudo aquilo que ofende o Senhor, tudo o
que vai contra os Seus Mandamentos e contra os Mandamentos da Igreja.
O pecado não deixa de ser pecado porque muitas pessoas o fazem.
Isso não é desculpa para nenhum de vós e, no entanto, é com essa frase que tentais
desculpar as vossas imodéstias, a vossa linguagem desbragada, as vossas omissões, a
imoralidade em que tantas vezes viveis.
É pecado vosso, todo o pecado que os outros cometem por vossa causa.
Não digas que não tendes responsabilidade naquilo que o vosso próximo faz,
porque ele não o faria se vós não dissésseis aquelas coisas, se não olhásseis dessa
maneira, se não vestísseis dessa forma, se não fizésseis isso que fazeis.
Atualmente passais uma esponja sobre a palavra pecado. Procurais ignorá-la,
envergonhais-vos dela, como um adulto se envergonharia de acreditar em contos de
fadas. Pensais que não se usa, que é palavra do século passado, de pessoas
antiquadas, atrasadas em civilização.
Não vedes que, ao perderdes o sentido de pecado, perdeis, vós próprios, o sentido
de civilização e passais a comportar-vos como selvagens uns com os outros.
É esse o grande laço, a armadilha em que o vosso inimigo prende muitos dos Meus
filhos. Vós também estais lá presos?Se pensais que o pecado não existe, que é um
sinal de atraso ou de velhice, estais presos na armadilha e não conseguireis de lá sair
sem fazerdes tudo o que vos aconselho.
Meus filhos, se sois do grupo para o qual pecar é somente roubar, matar, talvez
praticar adultério, estais também presos, bem seguros, no laço do inimigo, que
consiste justamente em vos cegar para não o verdes. Meus filhos, para muitos de vós,
já nem o aborto é pecado, mas apenas uma necessidade social.
Como estais mal, meus filhos, mal principalmente porque já nem vedes o vosso
mal, tão acostumados estais a chafurdar na lama que o mundo vos apresenta.
É disso tudo que é preciso emendar-vos. É disso tudo que é preciso pedir perdão,
se quereis seguir pelo caminho do Senhor, se quereis ser ouvidos, atendidos nas
vossas orações.
Filhinhos, por muitos pecados que tivésseis, se vos quisésseis emendar, se
pedísseis perdão, estaríeis no caminho certo. Mas o que Me preocupa a vosso respeito
é o descuido com que caminhais, é esse raciocinar, esse pensar que isto agora já não
tem importância, porque os tempos são outros.
Vós, que assim pensais, estais num caminho muito perigoso, escorregadio.
Estendo-vos a mão para vos tirar dele. Aceitai-a, meus filhos, antes que seja tarde
demais.
Quando tiverdes dúvidas sobre alguma coisa, se está certa ou não, pensai se Eu a
faria. A vossa sã inteligência mostrar-vos-á a resposta.
Se achais que Eu não o faria, não o façais também, pois os filhos verdadeiramente

146
filhos imitam as suas mães, e guiam-se pela sua forma de proceder.
Imitai-Me, meus filhos, e estareis no bom caminho, no caminho da virtude, no
caminho do Céu.
Abençoo os vossos esforços. Sou a Mãe que vos avisa, vos ajuda, porque vos ama
e vos quer levar, um dia, para casa, para a Casa do Pai, livres de todos os perigos.
Confiai em Mim e guiar-vos-ei ao caminho certo, que vós não sabeis quanto
durará, qual a sua extensão, mas vos levará, sem dúvida, à felicidade.

147
«Não ofendam mais a Nosso Senhor,que já está muito ofendido»

Meus amados filhos, gostaria de fazer-vos penetrar na mágoa do Meu Coração


quando pronunciei estas palavras.
Fiz-vos com elas o maior pedido que vos posso fazer, aquele que o Meu Coração
mais deseja: que deixeis de ofender o Senhor.
Meus filhos, a vossa ignorância religiosa é muito grande. Deveis, se quereis
realmente agradar-Me, procurar instruir-vos nessa matéria.
Deveis estudar os Mandamentos, deveis ler as Sagradas Escrituras, deveis procurar
saber o que a Igreja determina no que diz respeito aos sacramentos, e não aceitar
todas e quaisquer ideias modernistas, que se espalham, apoiadas por facilidades que
apontam e acabam por se tornar despercebidas, omitindo um ponto ou outro, dizendo
que é para facilitar e acabando por se transformar em abusos e sacrilégios.
Deveis tomar atenção ao respeito que deveis ao vosso próximo, não o tornando
alvo das vossas críticas, sejam quais forem os seus defeitos. Meus filhos, criticar o
próximo desagrada e ofende sempre o Senhor, porque o vosso próximo, mesmo com
faltas, com fraquezas, é Seu filho muito querido, que vós deveis ajudar e não criticar.
Aconselho-vos, quando virdes defeitos em alguém e vos apetecer criticar, não o
façais, antes rezeis por essa pessoa.
Muito menos deveis tratá-la com dureza, envergonhá-la, dizer-lhe coisas
desagradáveis, mostrar-vos zangados, porque tudo isso ofende o Senhor, mesmo que
essa pessoa vos tenha feito sofrer e acheis que tendes razão.
Se tendes deveres de educação, deveis repreender em segredo, com amor, como Eu
faço convosco que, apesar de muito Me fazerdes sofrer com as vossas faltas de
delicadeza, com os vossos esquecimentos, com os vossos pecados, nunca vos digo
palavras duras.
Deveis, meus filhos, ter atenção à modéstia de vida, fugir das vaidades, do desejo
de possuir, da ambição de mandar, do desejo das honras. Tudo isso, por muito que
agrade à natureza, leva ao pecado e ofende a Deus.
Prestai atenção à modéstia das roupas. Muitos de vós ofendeis o Senhor pelas
roupas que vestis. Dizer que é moderno não é desculpa, pois nem tudo o que é
moderno é bom.
Minhas filhas, é mau, muito mau, que andeis a exibir os vossos corpos, chamando
a atenção para as suas formas e, dessa maneira, tornando-vos motivo de tentação para
muitos, tentação a que eles, por vezes, acabam por ceder em pensamentos ou obras.
E tudo começou porque olharam para vós. É vossa responsabilidade. É como que
pactuar com aquele que tenta.
Dizei-Me, porque é que as modas passam, e a moda que tenta permanece e torna-
se, cada ano, mais provocante? Apenas para se impor, para vos acostumar às suas
manifestações, para que ninguém ouse levantar contra ela a sua voz.
Mas Eu, meus filhos, que sou vossa Mãe, levanto a Minha voz e desmascaro-a.
Essa moda tentadora, a que vos vindes acostumando, é obra do Meu inimigo, do
inimigo que vos quer perder, que vos tenta por todos os modos, que agora, com a
beleza, quer cegar os vossos olhos.
Não façais o seu jogo, minhas filhas! Deixai lá as modas! Vesti decente, mas
modestamente.

148
Fugi à exibição dos corpos, mesmo que tal vos pareça bonito. Lembrai-vos de que
caminhais para a eternidade, que não sabeis o tempo que tendes na Terra para a
preparar, nem aquele que tereis para vos arrependerdes.
Lembrai-vos de que a felicidade eterna é a coisa mais importante para vós e que
para a eternidade não levareis modas, mas sim pureza de vida.
Meus filhos, é com muita mágoa que vejo entrar corpos despidos nos Meus
santuários. Essas pessoas que assim se apresentam nada lá vão fazer senão magoar-
Me e ofender o Senhor.
Quando falo em corpos despidos, não Me refiro a integralmente despidos. Sabeis
que ainda não chegastes a isso. Refiro-Me a pedaços de corpo que deviam estar
cobertos e não estão. Achais que, se Eu estivesse agora na Terra, Me vestiria assim?
Procurai os Meus olhos e dizei se conseguis imaginar-Me vestida com as vossas
modas de saias curtas, transparências, decotes grandes e roupas cingidas.
Minhas filhas, escutai-Me! Não ofendais mais ao Senhor com essa forma de vestir!
Prestai também atenção aos locais que costumais frequentar, às companhias que
tendes, aos espetáculos que vedes.
Vede que nem todas as companhias são boas, e algumas levam-vos com a sua
conversa a acompanhar as suas ideias.
Muitos têm perdido muito de si, desde a pureza até à fé, por causa das companhias
que frequentam.
Vede bem se os vossos amigos estão do meu lado, porque se não estão, mais vale
que vos afasteis deles do que venhais a cair no mesmo buraco.
Abri os vossos olhos para as ditas facilidades que vos prometem em certos lugares.
Isso não são facilidades, saída de problemas, são ocasiões de pecado para vós, porque
é pecado tudo aquilo que se faz em lugares onde está o espiritismo ou qualquer forma
de magia.
Meus filhos, é vossa Mãe que vos diz, tudo isso é obra do Meu inimigo, mesmo
que, aparentemente, aí vejais rezar.
Tende atenção a religiões paralelas. Não vos deixeis seduzir pela bondade, pela
sabedoria, por alguns dotes mais ou menos vistosos de certas pessoas. Já Jesus vos
disse: «Se vos disserem que Cristo está aqui ou ali, não acrediteis.»
Meus filhos, Cristo está na Sua Igreja, na vossa Igreja. Amai-a, pois ela é a barca
da vossa salvação. Se saís dela, afundais-vos nas ondas.
Se vos parecer que um ou outro marinheiro desta barca não está a proceder bem,
isso não é motivo para sair de lá e vos afogardes. Deixai cada um com os seus
defeitos e rezai por todos, principalmente por esses que vos escandalizam.
Filhos queridos, vinde a Fátima quando puderdes, mas vinde para rezar, não para
passear e fazer compras. Vinde a Fátima fazer o vosso exame de consciência e
prometer-Me mudança de vida.
Vinde a Fátima com amor, por amor de Mim, que do Céu vos olho e Me preocupo
convosco.
Preocupai-vos com o que vos digo, com o que vos peço, pois causa-Me muita
tristeza que ofendais o Senhor.
Não sabeis, Meus filhos, quanto Ele vos ama, e quanto a Sua Santidade é infinita,
para assim O ofenderdes. Arrependei-vos e mudai de vida.

149
Não falo só para aqueles que estão afastados, mas também para aqueles que já
estão nos caminhos do Senhor. Mudai de vida, todos vós, pois todos tendes bastante
que mudar, que reformar, num ou noutro ponto.
Vim a Fátima dizer-vos quanto vos amo, pedir-vos que mudeis de vida, que deixeis
de ofender a Deus, e apontar-vos as formas de o conseguirdes, de vos salvardes, de
serdes felizes.
Sou a Mãe que vos ama. E vós, amais-Me? Se Me amais, segui os Meus conselhos,
fazei o que vos digo.
Do Céu olho para vós constantemente e vejo o que fazeis.Não Me contristeis, se
Me amais.
Rezai o vosso terço, que Me dais com ele muita alegria. Procurai viver uma vida
simples, ser bons, cumprir a lei de Deus e ser humildes. Esse é o caminho que Eu
segui, é o caminho onde vos espero.
O Meu Coração inclina-se para vós. Inclinai-vos para Mim, porque vos quero
abençoar.
Meus filhos, Eu vos abençoo. Os Meus braços estão estendidos para vós. Lançai-
vos neles, e eles vos levarão ao Céu.

150
Table of Contents
1.ª APARIÇÃO
«Não tenhais medo»
«Eu não vos faço mal»
«Sou do Céu»
«No dia 13, a esta mesma hora vim para vos pedir que venhais aqui seis meses
seguidos »
«Depois vos direi quem sou e o que quero»
«Sim, vais»
«Também»
«Também, mas tem que rezar muitos terços»
«Sim, está»
«Estará no Purgatório até ao fim do mundo»
«Quereis oferecer-vos a Deuspara suportar todos os sofrimentos que Ele quiser
enviar-vos, em acto de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de
súplica pela conversão dos pecadores?»
«Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto»
«Rezem o terço todos os diaspara alcançarem a paz para o mundoe o fim da
guerra»
2.ª APARIÇÃO
«Quero que venhais aqui no dia 13 do mês que vem; que rezeis o terço todos os
dias e que aprendeis a ler»
«Depois direi o que quero»
«Se se converter, curar-se-á durante o ano»
«Sim, a Jacinta e o Franciscolevo-os em breve»
«Mas tu ficas cá mais algum tempo»
«Jesus quer servir-Se de ti para Me fazer conhecer e amar»
«Ele quer estabelecer no mundoa devoção ao Meu Imaculado Coração»
«A quem a abraçar prometo a salvação, e serão queridas de Deus estas almas,
como flores postas por Mima adornar o Seu trono»
«Não, filha»
«E tu, sofres muito?»
«Não desanimes»
«Eu nunca te deixarei»
«O Meu Imaculado Coraçãoserá o teu refúgio e o caminhoque te conduzirá até
Deus»
3.ª APARIÇÃO
«Quero que venham aqui no dia 13 do mês que vem; que continuem a rezar o
terço todos os dias em honrade Nossa Senhora do Rosário, para obter a paz do
mundo e o fim da guerra, porque só Ela lhes poderá valer»
«Continuem a vir aqui todos os meses»
«Em Outubro direi quem sou [...] e farei um milagre que todos hão-de ver para
acreditarem»

151
«Melhorá-lo-ei ou dar-lhe-ei meios de se governar»
«Que reze sempre o terço com a família»
«Levo, mas não tenham pressa;Eu bem sei quando o hei-de vir buscar»
«Sacrificai-vos pelos pecadorese dizei muitas vezes e em especial sempre que
fizerdes algum sacrifício:Ó Jesus, é por Vosso Amor,pela conversão dos
pecadorese em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração
de Maria»
«Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores»
«Para as salvar,Deus quer estabelecer no mundoa devoção ao Meu Imaculado
Coração»
«Se fizerem o que Eu vos disser,salvar-se-ão muitas almas e terão paz»
«A guerra vai acabar. Mas, se não deixarem de ofender a Deus,no reinado de Pio
XI começará outra pior»
«Quando virdes uma noite iluminadapor uma luz desconhecida, sabeique é o
grande sinal que Deus vos dáde que vai punir o mundo de seus crimes,por meio
da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre»
«Para a impedir, virei pedir a consagração da Rússia ao Meu Imaculado
Coraçãoe a Comunhão Reparadorados primeiros sábados»
«Se atenderem aos Meus pedidos,a Rússia converter-se-á e terão paz»
«Se não, espalhará os seus errospelo mundo, promovendo guerrase perseguições
à Igreja»
«Os bons serão martirizados,o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações
serão aniquiladas»
«Por fim o Meu Imaculado Coração triunfará»
«O Santo Padre consagrar-Me-á a Rússia, que se converterá, e será concedidoao
mundo algum tempo de paz»
«Em Portugal conservar-se-á sempre o dogma da fé»
«Isto não o digais a ninguém»
«Ao Francisco, sim, podeis dizê-lo»
«Quando rezardes o terço, dizei,depois de cada mistério: Ó meu Jesus, perdoai-
nos e livrai-nos do fogo do inferno. Levai as almas todas para o Céu,
principalmente aquelas que mais precisarem»
«Hoje não te quero mais nada»
4.ª APARIÇÃO
«Quero que continueis a ir à Cova da Iria no dia 13; que continueis a rezar o
terço todos os dias»
«No último mês farei o milagrepara que todos acreditem»
«Façam dois andores: um leva-o tucom a Jacinta e mais duas meninas, vestidas
de branco; o outro, que o leveo Francisco com mais três meninos»
«O dinheiro dos andores é para a festade Nossa Senhora do Rosário,e o que
sobrar é para a ajudade uma capela que hão-de mandar fazer»
«Sim, alguns curarei durante o ano»
«Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas
para o inferno, por não haverquem se sacrifique e peça por elas»
5.ª APARIÇÃO

152
«Continuem a rezar o terço,para alcançarem o fim da guerra»
«Em Outubro virá Nosso Senhor, Nossa Senhora das Dores e do Carmo, São
José com o Menino Jesus,para abençoarem o mundo»
«Deus está contentecom os vossos sacrifícios,mas não quer que durmais com a
corda»
«Trazei-a só durante o dia»
«Sim, alguns curarei»
«Outros não»
«Em Outubro farei o milagre,para que todos acreditem»
6.ª APARIÇÃO
«Quero dizer-te que façam aquiuma capela em Minha honra;que sou a Senhora
do Rosário; que continuem a rezar o terço todos os dias»
«A guerra vai acabar e os militares voltarão em breve para as suas casas»
«Uns sim, outros não»
«É preciso que se emendem,que peçam perdão pelos seus pecados»
«Não ofendam mais a Nosso Senhor,que já está muito ofendido»

153
Índice
1.ª APARIÇÃO 7
«Não tenhais medo» 8
«Eu não vos faço mal» 9
«Sou do Céu» 11
«No dia 13, a esta mesma hora vim para vos pedir que venhais aqui seis
13
meses seguidos »
«Depois vos direi quem sou e o que quero» 15
«Sim, vais» 17
«Também» 19
«Também, mas tem que rezar muitos terços» 21
«Sim, está» 23
«Estará no Purgatório até ao fim do mundo» 25
«Quereis oferecer-vos a Deuspara suportar todos os sofrimentos que Ele
quiser enviar-vos, em acto de reparação pelos pecados com que Ele é 27
ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?»
«Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto» 29
«Rezem o terço todos os diaspara alcançarem a paz para o mundoe o fim da
31
guerra»
2.ª APARIÇÃO 33
«Quero que venhais aqui no dia 13 do mês que vem; que rezeis o terço todos
34
os dias e que aprendeis a ler»
«Depois direi o que quero» 37
«Se se converter, curar-se-á durante o ano» 39
«Sim, a Jacinta e o Franciscolevo-os em breve» 41
«Mas tu ficas cá mais algum tempo» 43
«Jesus quer servir-Se de ti para Me fazer conhecer e amar» 45
«Ele quer estabelecer no mundoa devoção ao Meu Imaculado Coração» 47
«A quem a abraçar prometo a salvação, e serão queridas de Deus estas almas,
49
como flores postas por Mima adornar o Seu trono»
«Não, filha» 51
«E tu, sofres muito?» 53
«Não desanimes» 55
«Eu nunca te deixarei» 57
«O Meu Imaculado Coraçãoserá o teu refúgio e o caminhoque te conduzirá
59
até Deus»
3.ª APARIÇÃO 61
«Quero que venham aqui no dia 13 do mês que vem; que continuem a rezar o

154
terço todos os dias em honrade Nossa Senhora do Rosário, para obter a paz 63
do mundo e o fim da guerra, porque só Ela lhes poderá valer»
«Continuem a vir aqui todos os meses» 66
«Em Outubro direi quem sou [...] e farei um milagre que todos hão-de ver
68
para acreditarem»
«Melhorá-lo-ei ou dar-lhe-ei meios de se governar» 70
«Que reze sempre o terço com a família» 72
«Levo, mas não tenham pressa;Eu bem sei quando o hei-de vir buscar» 75
«Sacrificai-vos pelos pecadorese dizei muitas vezes e em especial sempre
que fizerdes algum sacrifício:Ó Jesus, é por Vosso Amor,pela conversão dos
77
pecadorese em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado
Coração de Maria»
«Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores» 79
«Para as salvar,Deus quer estabelecer no mundoa devoção ao Meu Imaculado
81
Coração»
«Se fizerem o que Eu vos disser,salvar-se-ão muitas almas e terão paz» 83
«A guerra vai acabar. Mas, se não deixarem de ofender a Deus,no reinado de
85
Pio XI começará outra pior»
«Quando virdes uma noite iluminadapor uma luz desconhecida, sabeique é o
grande sinal que Deus vos dáde que vai punir o mundo de seus crimes,por 87
meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre»
«Para a impedir, virei pedir a consagração da Rússia ao Meu Imaculado
89
Coraçãoe a Comunhão Reparadorados primeiros sábados»
«Se atenderem aos Meus pedidos,a Rússia converter-se-á e terão paz» 91
«Se não, espalhará os seus errospelo mundo, promovendo guerrase
93
perseguições à Igreja»
«Os bons serão martirizados,o Santo Padre terá muito que sofrer, várias
95
nações serão aniquiladas»
«Por fim o Meu Imaculado Coração triunfará» 97
«O Santo Padre consagrar-Me-á a Rússia, que se converterá, e será
99
concedidoao mundo algum tempo de paz»
«Em Portugal conservar-se-á sempre o dogma da fé» 101
«Isto não o digais a ninguém» 103
«Ao Francisco, sim, podeis dizê-lo» 105
«Quando rezardes o terço, dizei,depois de cada mistério: Ó meu Jesus,
perdoai-nos e livrai-nos do fogo do inferno. Levai as almas todas para o Céu, 106
principalmente aquelas que mais precisarem»
«Hoje não te quero mais nada» 108
4.ª APARIÇÃO 110
«Quero que continueis a ir à Cova da Iria no dia 13; que continueis a rezar o
111
terço todos os dias»

155
«No último mês farei o milagrepara que todos acreditem» 113
«Façam dois andores: um leva-o tucom a Jacinta e mais duas meninas,
115
vestidas de branco; o outro, que o leveo Francisco com mais três meninos»
«O dinheiro dos andores é para a festade Nossa Senhora do Rosário,e o que
117
sobrar é para a ajudade uma capela que hão-de mandar fazer»
«Sim, alguns curarei durante o ano» 119
«Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas
121
para o inferno, por não haverquem se sacrifique e peça por elas»
5.ª APARIÇÃO 123
«Continuem a rezar o terço,para alcançarem o fim da guerra» 124
«Em Outubro virá Nosso Senhor, Nossa Senhora das Dores e do Carmo, São
126
José com o Menino Jesus,para abençoarem o mundo»
«Deus está contentecom os vossos sacrifícios,mas não quer que durmais com
128
a corda»
«Trazei-a só durante o dia» 130
«Sim, alguns curarei» 132
«Outros não» 135
«Em Outubro farei o milagre,para que todos acreditem» 137
6.ª APARIÇÃO 139
«Quero dizer-te que façam aquiuma capela em Minha honra;que sou a
140
Senhora do Rosário; que continuem a rezar o terço todos os dias»
«A guerra vai acabar e os militares voltarão em breve para as suas casas» 142
«Uns sim, outros não» 144
«É preciso que se emendem,que peçam perdão pelos seus pecados» 146
«Não ofendam mais a Nosso Senhor,que já está muito ofendido» 148

156

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