Planejamento de Carreira
Planejamento de Carreira
Planejamento de Carreira
PLANEJAMENTO DE CARREIRA
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................................................................................. 4
MERCADO DE TRABALHO ........................................................................................................ 5
Contexto brasileiro ..................................................................................................................... 13
Competências necessárias para atender ao mercado de trabalho ............................................. 16
Redes sociais ............................................................................................................................ 19
CARREIRA ................................................................................................................................ 23
Teorias tradicionais .................................................................................................................... 23
Transição conceitual .................................................................................................................. 24
Principais modelos e concepções de carreira ............................................................................ 27
Principais propostas de desenvolvimento e gestão da carreira .................................................. 33
Categoria e definição de carreira ............................................................................................... 40
PLANEJAMENTO DE CARREIRA: PAPEL DO INDIVÍDUO ...................................................... 43
Analisar o mercado e as oportunidades de carreira ................................................................... 47
Em busca do autoconhecimento ................................................................................................ 51
Uma ação sempre presente na vida dos profissionais competitivos: o constante aprendizado .. 64
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................... 72
INTRODUÇÃO
MERCADO DE TRABALHO
serviços, cujo trabalho é consumido como valor de uso e não de troca e que se
encontram em expansão na maioria dos segmentos, além de outros trabalhadores
não assalariados.
Em comparação ao século XIX e boa parte do século XX, a classe
trabalhadora atual não se concentra apenas no proletariado industrial, o que faz com
que se mostre mais heterogênea, complexa e fragmentada, por isso a noção de uma
“classe-que-vive-do-trabalho”. Não estão neste grupo os pequenos empreendedores,
já que estes detêm parte dos meios de produção, e “aqueles que vivem de juros e
especulação” (p. 201) os chamados gestores do capital, considerados responsáveis
pelo controle no processo de valorizar e reproduzir o capital.
Os cinco pontos principais de mudanças na “classe-que-vive-do-trabalho” e
no próprio mundo do trabalho destacados por Antunes (1999) estão relacionados ao:
1) Aumento da produção com menor número de operários, principalmente aos
ligados ao trabalho manual e com vínculo estável;
2) Aumento do número de trabalhadores temporários com consequente
precarização do vínculo de trabalho;
3) Aumento da mão de obra feminina nas áreas de trabalho ainda manuais e
com vínculos parciais de trabalho;
4) Crescimento do setor voltado para serviços;
5) Exclusão da força de trabalho jovem e idosa do mercado de trabalho.
está mais claramente delimitado. Assim, como na dimensão tempo, havia certa
previsibilidade, havia um modelo de crescimento horizontal com cargos e funções
definidas, temos presenciado uma maior dificuldade de planejamento e antecipação
dos passos futuros da carreira. Há uma redução do número de hierarquias,
principalmente de média gerência, e uma movimentação lateral com mudanças das
atividades a serem realizadas e rotação dentro da organização, o espaço está sendo
tomado pela instabilidade.
Dentro deste cenário, ficam marcadas: a diversidade de formas de atuação, a
falta de delimitação de fronteiras dentro das categorias e a imprevisibilidade com
relação ao futuro, como apontam Antunes (1999), Blanch (2003), Mattoso (1994) e
Sennett (1998).
As carreiras, antes determinadas por estruturas homogêneas, fixas e
estáveis, sofrem o impacto de todas estas transformações descritas, se tornando
estruturas e processos mais heterogêneos, complexos e instáveis, levando ao maior
desenvolvimento dos estudos sobre a temática, e a configuração de um conjunto
sistematizado de produções acadêmicas e administrativas com foco nas carreiras.
Contexto brasileiro
dos seus funcionários por tempo de trabalho, uma forma de diminuir a rotatividade
do quadro de funcionários. É importante destacar que as teorias administrativas
contemporâneas de autogerenciamento da carreira vêm para reforçar esta lógica,
em que cada vez mais se atribui ao indivíduo as conquistas.
A temática carreira ainda não estava em evidência. O trabalho, tido como
ideal para as pessoas, era ser concursado em uma empresa pública como o Banco
do Brasil.
A estagnação econômica e a retração de produção foram marcos dos anos
1980, resultando em demissões e redução de postos de trabalho, o sindicato retoma
forças e faz uma década marcada pelas greves. O foco da gestão de pessoas foi a
descrição dos cargos e os métodos de remuneração foram aprimorados tanto
internamente, quanto externamente. Momento no qual surgem os grupos de
pesquisas salariais no mercado, assim como os programas de qualidade.
A psicologia organizacional muda seu foco de estudo de grupos para o de
equipes. Em função da recessão houve achatamento das curvas salariais e
começam a ser desenhadas as árvores de carreira, surgindo a possibilidade de
carreira em Y, por exemplo, que permitia ao funcionário seguir pelo caminho da
gestão, ou pelo caminho técnico, como especialista, em alguns contextos
organizacionais.
A partir de 1990, presenciamos a entrada maciça das tecnologias da
informação, como a Internet e aparelhos de telefone celular. Além da abertura do
mercado para importação de produtos. Começam a redução das barreiras entre
países e a informação começou a ser disponibilizada com maior velocidade. A
palavra de ordem nas empresas era fazer mais com menos. Começam mudanças
marcantes no cenário do mercado de trabalho: reengenharia, privatização de
estatais, terceirização da mão de obra. Inicia-se, também, a introdução da prática de
remuneração variável, resultante da produtividade, assim o salário, para
determinados cargos, passa a ser constituído por uma base fixa mais remuneração
variável. O conceito de equipe passa para times, e a descrição de cargos começa a
ser substituída por competências, com foco nos conceitos de agregação de valor e
busca de comprometimento.
Em carreira, o foco é dado para empregabilidade, definida como
competências, atitudes e habilidades esperadas para uma pessoa conquistar e
manter um trabalho ou emprego. No mercado de trabalho é essencial a condição de
relaciona com a influência de um indivíduo sobre o contexto, que está ligada ao fato
de se “[...] colocar em prática o que se sabe em um determinado contexto” (p. 80),
gerando a influência do outro (linha europeia de concepção das competências).
Enfim, definem competência como “ [...] uma realidade dinâmica, mais um processo
do que um estado, ou seja, usando a competência é que nos tornamos
competentes” (p. 78).
O estudo constata que, na avaliação dos líderes, o que leva a pessoa a
permanecer na mesma organização são, principalmente, os desafios, as
oportunidades de aprendizagem e o bom ambiente de trabalho. Pontos que entram
em contradição com o que, tradicionalmente, era avaliado como principal: os planos
de carreira e bons pacotes de remuneração. Isto significa que é necessário estar
atento às novas formas de gestão de pessoas.
Dutra (2007) realizou uma pesquisa em que, através da combinação dos
conceitos de competência e complexidade, buscou compreender quais as formas de
interação entre a dinâmica da gestão de pessoas e o desenvolvimento das carreiras
profissionais no cenário contemporâneo.
O autor considera que as mudanças no mercado de trabalho refletem a
necessidade de modificação no processo de gestão de pessoas. Destacam-se dois
pontos de influência direta no gerenciamento de pessoas. O primeiro relacionado à
mudança no perfil exigido das pessoas, a partir da década de 1980, pois antes o
foco estava na obediência e disciplina e, então, muda para a autonomia e o
empreendedorismo. O segundo está na descentralização dos processos decisórios.
Ambas as mudanças tornam a empresa mais dependente da iniciativa e do
envolvimento das pessoas.
O ponto de atenção está no fato que gerar maior envolvimento das pessoas
para garantir melhores resultados e diferenciais competitivo também significa
oferecer um espaço maior para as pessoas pressionarem as organizações em busca
da satisfação de suas necessidades. Esta discussão caracteriza a importância de
serem estabelecidos novos contratos de trabalho. Desta forma, a exigência por
remuneração e carreira continua a existir, mas somados a elas outros fatores
tornam-se importantes para garantir a permanência do indivíduo na organização,
conforme estudo de Dutra et al. (2009).
Redes sociais
autor destaca que este movimento ocorre através da busca de um cargo de menor
remuneração e responsabilidade e visa conquistar maior equilíbrio com a vida
pessoal, redução horas de trabalho, adoção horários flexíveis, ou interrupção da
atividade profissional por um período. Fatores apontados como maiores
influenciadores para decisão de opt-out são o gênero e a idade. A idade está
atrelada a geração que pertence o profissional. Considerando as gerações
presentes no mercado de trabalho atual: baby boomers (nascidos entre 1946 e
1964); geração X (nascidos entre 1965 e 1978) e geração Y (nascidos entre 1978 e
1994), constata-se o movimento opt-out, mais presente nas duas últimas. Com
relação ao gênero, é identificado que as mulheres apresentam mais interrupções na
carreira, sendo os motivos relatados ligados a questões familiares. O autor destaca
que este motivo é o alegado por ser socialmente aceito, mas pesquisas mais
minuciosas mostram que a falta de reconhecimento e de flexibilidade de horários
leva a este resultado.
Este é um discurso com foco na carreira subjetiva, pois a atenção dos
gestores é nas necessidades dos integrantes das equipes, já que temos diferentes
demandas e sistemas de valores, quando consideramos as diferentes gerações. E
também na carreira sem fronteiras, nas quais as pessoas são responsáveis pelo
futuro de sua carreira, sendo importante para esta prática, cultivar o network,
traduzido como rede de relacionamentos, e buscar constantemente atualizar seus
conhecimentos, conforme veremos no próximo tópico.
O movimento opt-out indica uma tendência de que a carreira seja concebida e
gerida levando-se em conta os principais papéis sociais que cada indivíduo
considera relevantes e que são muito heterogêneos, pois não são mais construídos
em relação a um modelo homogêneo e genérico de sociedade com papéis fixos,
mas antes em relação às redes sociais: complexas, heterogêneas e múltiplas.
Em síntese: a carreira se amplia e tem sido construída na relação com as
redes sociais em geral, não somente na relação organizacional; e começa,
gradativamente, a levar em conta um equacionamento das várias dimensões da
vida, além do trabalho, como importantes para o planejamento e desenvolvimento da
carreira, como o movimento opt-out.
Após a apresentação da configuração do mercado de trabalho, em termos de
sua estruturação e seus requisitos, no interior do qual se desenvolvem as carreiras,
CARREIRA
Teorias tradicionais
Transição conceitual
Arco-íris de carreira Foco nos diferentes papéis sociais que o indivíduo assume ao
longo da vida e na articulação destes e do contexto em que está
inserido com a construção de sua carreira.
porém limitados; e a atuação, que remete a ação, ao indivíduo ser responsável por
seu aprendizado e construí-lo de forma cooperativa. A construção cooperativa está
relacionada a cultivar redes de relacionamento que proporcionam troca de
conhecimento e aprendizado (VELOSO; DUTRA, 2010).
A carreira espiral ou multidirecional é marcado pela flexibilidade,
dinamismo e abertura à experiências múltiplas numa variedade de opções e
direções de desenvolvimento, sendo o valor atribuído a cada uma delas de
responsabilidade do empregado: a pessoa define seus padrões de carreira e
sucesso, o que exige um autoconhecimento e um conhecimento da organização de
trabalho grande, mas a estrutura da carreira é planejada e gerida pelas
organizações do trabalho (BARUCH, 2004, 2006; HIGGINS; THOMAS, 2001).
Na carreira caleidoscópio destaca-se que os padrões de carreira de homens
e mulheres
[...] não se tornaram sem fronteiras, mas sim caleidoscópicas, ou seja, tanto
homens quanto mulheres estão atualmente trabalhando dentro e fora das fronteiras
organizacionais visando primordialmente a conciliar as suas necessidades
particulares de autenticidade, balanceamento e desafios. (VELOSO; DUTRA, 2010,
p. 11).
Isto reorganizando os diferentes aspectos de suas vidas para formar padrões
distintos da carreira com base na sua situação particular naquele momento
(MAINIERO; SULLIVAN, 2006).
A carreira portfolio foca no caráter relacional da carreira. Considera que a
divisão entre carreira interna e externa não agrega valor aos modelos atuais, visto
que a construção está na relação e vinculada ao olhar do outro, ou seja, não
percebe, como possíveis, construções individuais de carreira, visto que estão
inserido em um contexto, marcado por mudanças e por esquemas interpretativos
(RIBEIRO, 2009a).
O arco-íris de carreira propõe uma análise que relaciona os papéis que o
indivíduo assume durante a vida com a atuação no mundo do trabalho e a realização
do projeto de vida. O modelo está baseado nas características relacional e
psicossocial. A base está na possibilidade de mobilizar e desenvolver estratégias
para lidar com constantes modificações ocorridas na trajetória da carreia,
considerando a articulação dos diferentes papéis sociais, concebendo a carreira
novos olhares sobre carreira é que antes a organização era responsável por planejar
e administrar as carreiras e hoje este papel é atribuído ao indivíduo.
Mesmo com a mudança de foco na responsabilidade, as novas formas de
administrar carreira ainda partem de uma proposta de rota programada. Ao
autogerenciamento que já era estimulado é adicionada a responsabilidade pelo
desenvolvimento. A proposta de vínculo durante a vida profissional a uma
organização, não é mais central, e o compromisso do indivíduo é com o mercado de
trabalho e com seu desenvolvimento independente da organização em que está
atuando. O Quadro 3, adaptado de Costa e Campos (2006), sintetiza as
competências principais do modelo tradicional de carreira versus modelo atual.
Competência - modelo de carreira Competência - modelo de carreira atual
tradicional
Autodisciplina Flexibilidade
Conformação Autonomia
condições transacionais para isto. Desta forma esperam dos empregados uma
postura de engajamento, desenvolvimento de seu potencial, motivação, ao mesmo
tempo, os líderes mantêm uma postura impessoal, adotam decisões racionais e sem
envolvimento da equipe, não investindo no desenvolvimento de potenciais. A
conclusão de Thite (2001) é que as organizações devem adotar uma postura pró-
ativa no seu papel de gerenciamento de carreiras, através da remoção de fronteiras
internas para movimentação de pessoal, planos de carreira individual, ações de
mentoring e autogerenciamento, além de adotar uma nova filosofia de RH.
Thite (2001) faz um comparativo entre as responsabilidades da organização
no modelo tradicional de carreira e no modelo contemporâneo. Em seguida faz a
mesma comparação partindo da visão dos indivíduos. Assim, na primeira
comparação, são destacadas as responsabilidades da organização no modelo
tradicional de carreira e os pontos principais são: estrutura de cargos com vários
níveis hierárquicos, supervisão baseada em avaliação de performance, estilo de
gerenciamento baseado no comando e controle, responsabilidade pelo planejamento
e desenvolvimento da carreira das pessoas e movimentos unidirecionais de carreira.
Em contraposição,no modelo contemporâneo de carreira, as responsabilidades da
organização são: tecnologia da informação e do conhecimento direcionando o
aprendizado organizacional, colaboração estratégica com osconcorrentes, incentivo
a redes de relacionamento, grupo menor de empregados com vínculo efetivo com a
empresa e grupo maior de funcionários com vínculos de trabalho com tempo
determinado, times autogerenciados e movimentos multidirecionais de carreira.
OPORTUNIDADES DE CARREIRA
1998 Ganha mais estrelas a empresa que está constantemente abrindo novas
oportunidades de carreira para seus funcionários. E que possibilita àqueles que
entraram nos níveis mais baixos chegarem aos mais altos. Existem mecanismos
específicos para isso: oferta interna de cargos vagos, avaliações de
desempenho anuais, política que dá preferência aos profissionais da casa em
vez de buscá-los no mercado etc. Para ser cinco estrelas neste quesito a
empresa deve estar sempre criando vagas por meio da expansão de seus
negócios.
1999 Promover as pessoas, permitir que elas troquem de função, ter programas de
aprendizagem contínua e serviços de aconselhamento de carreira são fatores
2000 Não basta apenas oferecer chances reais (e para a maioria dos funcionários) de
ascensão dentro da organização para obter a cotação máxima. A empresa tem
de dar apoio e suporte para que o pessoal se desenvolva e aumente a
empregabilidade tanto dentro quanto fora de suas fileiras. E isso só é possível
se houver investimentos consistentes em treinamento, mobilidade interna e
aproveitamento da prata da casa na hora de promoções. E aqui temos, este
ano, uma novidade: juntamos os quesitos "Treinamento e Desenvolvimento" e
"Oportunidades de Carreira", que apareciam nos anos anteriores. A razão: os
dois falam das mesmas coisas. Também mudou o fato de não nos basearmos
mais no total anual de horas de treinamento que a empresa afirma dar a cada
funcionário. Sabemos que é difícil contabilizar o treinamento dado no próprio
local de trabalho - e justamente este que acaba sendo mais eficaz. Como medir,
por exemplo, as horas de treinamento de um profissional que está fazendo um
estágio de três meses em um filial do grupo em outro país? Para dar as estrelas
neste quesito, baseamo-nos, principalmente, no que ouvimos dos funcionários.
Nas empresas auditadas por nossa equipe, pergunta-se isso pessoalmente. Nas
demais, consideramos os comentários espontâneos escritos por eles nos
questionários de satisfação. Também consideramos as políticas que garantem
mobilidade interna e se a avaliação de desempenho é levada em consideração
nas horas de promoção.
TREINAMENTO E OPORTUNIDADES DE CARREIRA
2001 De nada adianta ser um profissional cheio de planos para o futuro se a empresa
não proporciona chances reais de crescimento. Empresas que têm como
prioridade promover os profissionais de suas fileiras em vez de buscar gente no
mercado e que investem em treinamento mostram que valorizam seu pessoal. O
total anual de horas de treinamento que uma companhia oferece a seus
colaboradores não é o único fator levado em conta. Isso porque é praticamente
impossível colocar tudo em números. Como medir aquele treinamento que é
dado no local de trabalho? As estrelas deste quesito vêm principalmente do que
ouvimos dos funcionários nas entrevistas que são realizadas nas empresas.
Também são levados em consideração os comentários feitos por eles no
2003 O importante aqui é dar oportunidade de crescimento a equipe, tais como cursos
de reciclagem, apoio a educação continuada, treinamento e possibilidades reais
de promoção. O número de estrelas aponta a quantidade e a qualidade de
oportunidades oferecidas e o que os funcionários consideram que está a seu
alcance para incrementar a própria carreira.
2004 As estrelas relacionadas a desenvolvimento profissional são concedidas
levando-se em conta as oportunidades e condições de crescimento oferecidas à
equipe, e fatores como política de recrutamento interno e oferta de bolsas de
estudo.
2005 Desenvolvimento profissional, treinamentos e bolsas de estudo (por exemplo)
estão especificados nos subitens: funcionários brasileiros que trabalham no
exterior, funcionários promovidos, subsídio para graduação e pós-graduação,
programas de mentoria, MBA por meio de convênios com instituições tais como
FGV, Universidade de Michigan e Universidade George Washington. O
recrutamento interno é forte e há grandes perspectivas de crescimento na
própria empresa.
CARREIRA PROFISSIONAL
2006 Pesquisas realizadas pela fia deste 2000 têm mostrado que o aspecto mais
valorizado pelas pessoas é a perspectiva de crescimento profissional. Para isso,
as ações da empresa se referem tanto ao estímulo quanto ao suporte para que
Estabelecimento de Objetivos
de Carreira
Identificação de
Oportunidades
Autoavaliação de Carreira
Plano de Ação
Seguidor
Leal
Paciente
Executor
Especializado
Ainda para o mesmo autor, até hoje muitas empresas e indivíduos acreditam
que essas são as qualidades exigidas para o sucesso. Porém, atualmente nas
empresas competitivas as qualidades exigidas parecem ser o contrário destas
apresentadas.
Logo, o profissional que deseja se manter competitivo e assegurar sua
permanência no mercado deve orientar-se em um novo perfil de profissional bem
sucedido, apresentado abaixo: .
NOVO PERFIL
Iniciativa
Liderança
Criatividade
Autodesenvolvimento
Agilidade
Flexibilidade
Gerenciar o risco
Educador
Lógica de raciocínio
Trabalho em equipe
Conhecimento de línguas
Informática
Resistência emocional
É neste cenário junto aos novos padrões de carreira que profissionais, assim
como as organizações, encontram-se frente a oportunidades e perigos, conforme
Kanter (1997).
As consequências são aos profissionais deste novo mercado maior
autonomia, liberdade e criatividade para determinar seus próprios destinos. Isto gera
uma força de trabalho adaptável, para quem progredir significa melhorar, conseguir
mais habilidades, desenvolver ideias onde encontrar-se-ão cenários cada vez mais
desafiadores.
Porém, segundo Kanter (1997) é perigoso retirar das pessoas a segurança
corporativa sem oferecer outra atividade para concentrar-se em construir seu futuro.
Por conseguinte o desmoronamento da hierarquia corporativa tradicional além da
segurança no emprego, os salários foram intensamente afetados. Para a autora,
status, e não a sua real contribuição para a empresa, era a base tradicional para os
números impressos nos contracheques das pessoas.
Assim nos planos de remuneração tradicionais, cada cargo tem atribuído a si
um nível de salário, fixado relativamente sem levar em conta como o trabalho foi
executado ou o valor real do desempenho para a organização. "Se houvesse um
componente de "mérito", este era em geral muito pequeno" (KANTER, 1997, p. 233).
Em busca do autoconhecimento
seu ocupante. Raros indivíduos eram remunerados por atividades que executavam
por prazer, exceto atletas, cantores, pintores, entre outros.
Porém, a diferença entre os trabalhadores que "desejam" executar seu
trabalho e aqueles que não o desejam pode representar a diferença entre o trabalho
de alta e de baixa qualidade, entre o trabalho executado rapidamente e aquele que
não consegue acompanhar os prazos estabelecidos e entre o trabalho que identifica
soluções para os problemas e o que fica atolado quando estes são encontrados
(BRIDGES, 1998, p. 54).
Ainda para o mesmo autor, o ponto principal é que o desejo é uma motivação
demasiadamente forte para não ser considerada quando se está em busca de
oportunidades profissionais.
Logo, "o desejo não apenas representa uma poderosa força motriz, como
também capacita o indivíduo a criar outras condições necessárias para o sucesso"
(BRIDGES, 1998,p. 55).
Para identificar seus desejos, o profissional deve desenvolver seu
autoconhecimento. Para isto algumas questões podem nortear a busca do
conhecimento dos desejos individuais, tais como: Estou neste mundo para fazer o
que? Quais situações da vida fizeram me sentir mais energizado, mais vivo, mais
envolvido com o que fiz?
Temperamento
Ativos
De acordo com Lobato et al (2003) a definição dos objetivos, tomam por base
não só os desafios atuais, mas também aqueles já identificados para os próximos
cinco ou até dez anos. Essa etapa é considerada uma das mais clássicas da
Os ciclos da carreira
E1.2
E2.2
Portanto, o processo de
formação continuada deve fazer
parte de qualquer planejamento de
carreira do profissional moderno.
"Educação e treinamento,
educação contínua e
retreinamento, permanecem como
prioridades na agenda" (KANTER,
1997, 379).
COMPETÊNCIAS HABILIDADES
Saber fazer Saber fazer. Saber
acontecer. pensar e agregar valor.
Postura e atitude.
CONHECIMENTO
Saber.
Aprendizagem
continua.
de informação, que permite a comunicação mais rápida e com preço menor, aliado
ao conhecimento de línguas estrangeiras, conforme Kanter (1997). Constata-se o
conhecimento em informática e idiomas (principalmente o inglês) como sendo uma
necessidade básica no atual mercado de trabalho.
Contudo, Vianna (2003) chama atenção para um fenômeno que está
ocorrendo com a carreira profissional, independentemente de qual seja, que é a
imagem de commodity, ou seja, produto básico de consumo. Já que muitos "gurus",
"headhunters" apontam competências necessárias para o sucesso na carreira
(como: MBA, idiomas, internet). Cabe dizer que há atributos que são valorizados no
mercado de trabalho, porém é arriscado afirmar que aqueles que os possuem terão
êxito em sua carreira.
a) Organizações privadas:
As organizações como em geral (pequenas, familiares, médias, grandes)
estão sendo afetadas pelas mudanças do mercado. Para Kanter (1997) a iniciativa
privada, em especial, através de um esforço para aumentar o valor gerado por suas
atividades. Para tal missão, elas reduzem custos, tornando-se mais enxutas,
interrompendo ou terceirizando áreas não relacionadas à sua competência essencial
e movendo-se dentro e fora dos negócios com maior flexibilidade.
REFERÊNCIAS