Unidade Didática de Atletismo

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GRUPO DE ESTÁGIO DE EDUCAÇÃO FÍSICA 2013/2014

Unidade Didática
Atletismo
Índice

Introdução ......................................................................................................... 3

Módulo 1- Análise da Modalidade ................................................................... 5

Módulo 2- Análise do Contexto ..................................................................... 63

Módulo 3- Análise dos Alunos ............................. Erro! Marcador não definido.

Módulo 4- Extensão e Sequência dos Conteúdos ....................................... 65

Módulo 5- Determinação dos Objetivos ....................................................... 69

Módulo 6- Configuração da Avaliação ......................................................... 73

Módulo 7 – Criação de Progressões de Aprendizagem .............................. 76

Módulo 8 – Aplicação ..................................................................................... 92

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Introdução
O Atletismo é uma modalidade que revela um grande papel social e
pedagógico, como tal, a Escola tem um potencial de extrema importância nesta
sua função, desenvolvendo os alunos do ponto de vista motor, cognitivo e sócio
afetivo. A Escola tem levado alguns alunos ao desejo de praticar esta
modalidade, e é sabido que os indivíduos que praticam desportos são aqueles
que no futuro têm mais probabilidades de serem adultos ativos. Neste sentido
acresce a importância da modalidade no contexto escolar. Sendo assim, e
como professores de Educação Física cabe-nos o papel de desenvolver esta
atividade na Escola, através de uma forma atraente, lúdica e competitiva,
levando os alunos a gostarem cada vez mais de Desporto em geral e, neste
caso, do Atletismo em particular.
Assim, ao elaborar o Modelo da Estrutura de Conhecimento de
Atletismo, tentei criar um documento que abordasse cada disciplina do
atletismo de uma forma pormenorizada. Cada disciplina será descrita ao
pormenor, com o máximo rigor, nas componentes críticas que delas fazem
parte. Para além disso, após a descrição completa, serão apresentados os
erros mais comuns que se encontram na sua realização, tentando com isso
ajudar qualquer professor na sua missão de tornar o processo de ensino-
aprendizagem cada vez mais eficaz.
Como em todas as outras situações, no Atletismo, a aprendizagem de
novos elementos é feita em referência a qualquer coisa já realizada, existindo
esquemas e estruturas anteriores já assimiladas, que podem ser transferidos
ou generalizados.
Cada progressão deve ser colocada em função de um determinado
objetivo, o qual pode ser, a simples tomada de consciência da posição ou do
movimento de determinada parte do corpo em relação às outras, desenvolver
ou aperfeiçoar determinados esquemas de ação, ou facilitar a realização de
parte ou da totalidade do gesto.
Esta estrutura de conhecimentos pretende ser a mais completa possível,
para o contexto escolar. No entanto, tenho a plena consciência, que este é um
documento em contínua construção, e que deve, sempre que necessário, ser

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adaptado às características dos alunos em causa, no sentido de maximizar as
suas possibilidades de aprendizagem.
O Atletismo é uma modalidade que permite ao aluno retirar dela todo um
conjunto de vivências capazes de melhorar e aperfeiçoar as capacidades e
destrezas físicas, a fim de proporcionar um melhor cumprimento das tarefas
quotidianas.
Considero esta unidade didática de uma importância extrema, pois para
além do aspeto quotidiano, relacionado com a saúde e qualidade de vida, já
referido, defendemos que o Atletismo no seio das outras modalidades, assume
um carácter de base, não só no desenvolvimento das capacidades aeróbia e
anaeróbia, mas também no desenvolvimento de destrezas comuns a outras
modalidades, como correr, saltar, lançar...
Deste modo e pelos motivos apresentados, a unidade didática
apresentada, tem como objetivo facultar aos alunos um conhecimento e
aperfeiçoamento das principais disciplinas que dela fazem parte.
As estratégias utilizadas, pretendem levar os alunos a obter um
conhecimento mais fácil, de uma forma progressiva e lúdica, das principais
ações técnicas de cada disciplina.
Além da satisfação pela prática e a emoção que a competição causa, o
atletismo contribui decisivamente para o desenvolvimento integral do jovem
que o pratica de maneira racional e metódica.

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Módulo 1
Análise da Modalidade

Módulo 1- Análise da Modalidade

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Este primeiro módulo é considerado como uma estrutura declarativa
uma vez que apresenta o conteúdo da matéria. É também uma estrutura
baseada na transdisciplinaridade pois recorre ao conhecimento de várias áreas
do saber relacionadas com as ciências do desporto de forma a reunir um
conjunto de informações precisas referentes à atividade abordada.
O que se pretende é contemplar a ligação entre o antes e o depois, isto
é, que se observe uma periodização do ensino, ou seja, no final da unidade
didática de atletismo quero perceber se os alunos apresentam melhorias ao
nível das 4 categorias transdisciplinares.
Procuro, então, utilizar a riqueza de situações que esta modalidade
proporciona, para induzir o desenvolvimento de competências inerentes a estas
quatro categorias.
Deste modo, pretende-se desenvolver a cultura desportiva através do
desenvolvimento, em todas as aulas, dos seguintes pontos: regras básicas do
jogo e as respetivas sinaléticas, terminologia específica, características da
modalidade e finalmente a sua história.
Irei desenvolver em todas as aulas os aspetos psicossociais, dando
maior incidência ao empenho, a atenção, a motivação, ao respeito, ao espírito
de equipa, e também à cooperação/competição
As habilidades motoras que irei abordar, numa primeira fase vão
consistir numa aprendizagem um pouco analítica dos elementos técnicos de
cada disciplina. Consequentemente, e de uma forma gradual, integrarei as
diferentes situações trabalhadas no desenvolvimento da forma final de cada
disciplina.
A condição física será abordada ao longo de todas as aulas por estar
fortemente presente nesta modalidade, indo de encontro à especificidade das
exigências da modalidade, sendo enfatizadas a força, a velocidade de
execução, a coordenação dinâmica geral e o trabalho de capacidade aeróbia.
Vejamos com maior pormenor o desenvolvimento de cada uma delas.

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1 - CULTURA DESPORTIVA

História e Evolução do Atletismo

Os historiadores dizem-nos que já no ano 2000 A.C. se realizavam


competições e jogos atléticos. É claro, que eles não falam no Atletismo como
prática de exercícios corporais baseados simplesmente nos gestos naturais do
homem, tais como, marchar, correr, saltar e lançar, pois isso faria trazer o seu
estudo às mais remotas origens da espécie humana, uma vez que o homem
primitivo tinha que apelar a todas as suas faculdades físicas, em colaboração
com as intelectuais, na sua luta pela sobrevivência.
Na verdade, o Atletismo é, sem dúvida, o mais antigo dos desportos. O
andar, o correr, o lançar e o saltar nasceram com o próprio homem. Estes
padrões motores são capacidades naturais que o Homem realiza desde que se
verticalizou definitivamente, convertendo-se ao bipedismo, primeiro, num meio
de subsistência eficaz e, depois, numa atividade específica e diferencial
relativamente aos outros animais.
Na sua história biológica como ser vivo, o Homem foi conquistando as
suas capacidades, as quais lhe serviram como sistema de relação com o meio
que o envolvia; nessa interação sistemática surgiu o desenvolvimento do
correr, saltar, lançar, primeiro por necessidade de sobrevivência, depois, por
necessidade biológica de movimento. Nasceu assim o espírito lúdico
desportivo.
O Atletismo, palavra de origem grega (Aethlos = esforço) é uma
atividade que se desenvolveu tendo por base o aproveitar e aprimorar de
certas capacidades específicas do Homem – que unido ao espírito desportivo
que já mencionámos, se constitui num conjunto de atividades lúdicas.
Praticadas desde épocas muito antigas nos momentos de ócio e por um grande
número de culturas que interpretavam perfeitamente este tipo de prática
segundo o seu próprio cosmo – celtas, gregos, culturas pré-colombianas,
povos africanos, etc.
Os historiadores não falam contudo nesse Atletismo, mas sim tão só
naquele enquanto organização competitiva.
Alguns baixos-relevos mostram-nos que os Egípcios e diversas raças
asiáticas, já praticavam um Atletismo primitivo.
Na nossa Europa, são os Irlandeses e os Gregos os primeiros, por
alturas do século XIX A.C.. Crê-se que eles se ignoravam mutuamente, embora
as suas características acrobáticas praticadas por rapazes e raparigas, tenham
pouca diferenciação.
Nesses tempos longínquos, o Atletismo era sobretudo composto por
concursos de saltos e lançamentos. Certamente haveriam corridas, mas seriam
num grau sempre mais fraco, pois a não existência do cronómetro dava aos
resultados apenas um valor relativo, enquanto a medida dos lançamentos e
saltos, dando-lhes um valor nitidamente absoluto e concreto, permitia-lhes
desenvolver melhor o seu espírito de emulação.
Na Grécia, os jogos mais antigos são os Olímpicos; conhece-se a sua
existência já desde o ano 884 a.C., todavia a sua história oficial data apenas do
ano 776 a.C. Alternando com estes aparecem em 527 A.C. os jogos Pítios, e
logo após, os Ístmicos e os Nemeus que aparecem em 517 A.C.
Todos estes jogos essencialmente atléticos eram realizados com um
extraordinário cerimonial religioso.
O intercâmbio dos povos traz-nos depois um desenvolvimento e uma
generalização cada vez maior destes torneios atléticos, em que as
características de cada povo influenciam na escolha das suas especialidades
preferidas.
Mas quando teria começado este atletismo moderno, já regulamentado,
aquele que se pratica hoje?
Narrativas do século XII dizem-nos que o rei Henrique II da Inglaterra foi
um grande animador de concursos, especialmente dos lançamentos do martelo
de ferrador com cabo de madeira, da barra e da pedra.
Entre o século XIII e XIV, os Escoceses organizam jogos em que
inventaram um lançamento cem por cento original, o «Tossing the Caber». Este
lançamento consistia em atirar ao ar um tronco de árvore de 4 metros de

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comprimento e cerca de 50 kgs de peso, previamente erguido por uma das
extremidades, com as duas mãos e bem apoiado ao peito. O atleta lançava-o o
mais longe possível de maneira que caísse com a extremidade superior. Não
há porém recordes deste «Carber», pois que o tronco não era devidamente
regulamentado, nem no seu comprimento nem no seu peso.
No século XV organizam-se jogos atléticos na Suíça, quer em Bâle, quer
em Zurich – corridas de velocidade e fundo, saltos e lançamento da pedra.
Entretanto, em Inglaterra, apesar do grande entusiasmo de Henrique V pelas
corridas, apenas a classe trabalhadora pratica o atletismo.
Quanto mais avançamos cronologicamente ao longo dos séculos,
notamos todavia um interesse crescente pela corrida a pé. No século XVII
fazem-se as primeiras experiências de cronometragem, em percursos de umas
cidades para outras. Aparece no século XVIII o Atletismo profissional praticado
pelos estafetas e boletineiros e muito especialmente pelos lacaios-corredores
que puxavam as carrinhas-cadeiras dos aristocratas. Estes lacaios eram
exatamente escolhidos para esta tarefa, pelas suas qualidades de bons
corredores. No entanto, contra o que poderíamos desde já concluir, não é um
lacaio corredor que estabelece o primeiro record da hora. Este primeiro
recordista que percorre 17 km e 300 m ao fim duma hora, é espantosamente
Thomas Carlisle – um dos grandes escritores filósofos da sua época, em 1740.
Foi tão grande o seu feito, que só em 1788, após 48 anos, se melhorou este
record.
No século XIX o profissionalismo atinge o seu máximo, ao mesmo tempo
que nasce o interesse pela imprensa desportiva, em 1838. Grandes
profissionais da América fazem sensação. O pele vermelha canadiano Louis
Beunet era conhecido universalmente por Deerfoot, o pé de gamo. Ele quase
que constrói uma mitologia sobre o seu nome, torna-se o «Invencível» com os
seus records da hora.
Entretanto o atletismo amador, aquele que nos interessa, acima de tudo,
vai crescendo lentamente. O capitão escocês Barclay Allasdyce é cantado por
cronistas por causa dos seus feitos. No quarto da milha (402 m.) ele faz já um
tempo de 56’’. Entre 1796 a 1808 ele é praticamente invencível.

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O britânico Rugby cria no seu célebre Colégio, não somente o desporto
que recebe o seu nome, mas também em 1837 a primeira prova anual de
corrida a pé: a «Crick Run» reservada aos alunos com mais de 17 anos. O
sucesso desta prova passa as fronteiras britânicas, porque Thomas Hughes
descreve-a ao mundo em 1857 no seu livro Tom Brown que se torna a mais
velha descrição do atletismo moderno.
Em 1850, este animado movimento sempre crescente invade as escolas
e a universidade. Em 1857 Cambridge organiza os seus campeonatos. Em
1860 Oxford segue-lhe as pisadas. Pouco depois começam os grandes
encontros entre estas duas escolas. Este grande exemplo serve de impulso
para a organização de movimentos extraescolares. Cria-se em 1868, o
Amateur Athletic Association, organismo que passou a dirigir o atletismo
britânico.
Em 1868 o New York Athletic Club organiza a sua primeira
manifestação.
Daí para cá o interesse é cada vez maior através do mundo. O homem
amador tenta ser exímio em mais que uma prova. Tenta reunir em si, todas as
qualidades de um atleta completo. Nos países baixos, na Inglaterra e mesmo
na Suécia, os jovens realizam concursos de duas provas, o duatlo, de três
provas, o triatlo, de seis provas, o sextatlo e de sete provas, o heptatlo. Nos
Estados Unidos, em 1884, estes concursos eram organizados especialmente
para os atletas equilibrados, que não conseguem ganhar concursos individuais.
O Amateur Athletic Union escolheu 10 provas para estes concursos: 3 corridas,
3 saltos e 3 lançamentos e uma prova de marcha, o decatlo. Em 1906, nos
jogos de Atenas figurava um grupo de 5 provas, o pentatlo, salto em
comprimento, lançamentos do disco e do dardo, uma corrida de estádio e luta.
Este tipo grego de pentatlo é substituído em Estocolmo, em 1912, por um
pentatlo Atlético: 200m, comprimento, dardo, disco e 1500m. Substituiu-se a
luta por uma prova de resistência. A partir de 1924, o decatlo torna-se a prova
base dos atletas completos. Esta prova foi sofrendo várias modificações na sua
constituição. Exige uma técnica aprofundada para cada uma das provas
parcelares que é difícil de ser captada na sua totalidade. É tida, como a

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Maratona, como uma prova para os super-homens. Porém, um concurso de 4
provas, o tetratlo realizado num único dia, ajuizou melhor a aplicação prática
dos elementos fundamentais do atletismo: velocidade (100m), resistência
(1000m), saltos (salto em altura), e força (lançamento do peso).
O cross-country, conhecido em português por corta-mato, é uma corrida
feita através do campo. Esta corrida realiza-se de uma maneira geral na época
de Inverno e deriva da corrida de fundo. A Europa Ocidental sempre foi sua
grande adepta. As suas origens vêm de Inglaterra, onde se organizam pelos
fins do século XIX – por 1870, os primeiros corta-matos, numa distância de 9 a
10 milhas (14,5 a 16 km). França adota o corta-mato pelo ano 1880, e a
primeira competição oficial fez-se em 1887.
Em 1907, reuniram-se a Inglaterra, a Irlanda, a Escócia, o País de Gales
e a França para o 1º Campeonato Internacional de corta-mato. Bem
secundados por outras nações tais como a Bélgica, a Espanha e Portugal, e
mais recentemente pela Tunísia e Marrocos, esta prova vai alargando
internacionalmente o seu âmbito ao ponto de passar a denominar-se o «Cross
das Nações».

Outros aspetos históricos…

Quando, no século passado, se começou a proceder, em Inglaterra, ao


agrupamento e a regulamentação de certas práticas atléticas ancestrais com o
nome de Atletismo, estas formaram o núcleo base de um dos mais importantes
fenómenos sociais do nosso tempo – os Jogos Olímpicos Modernos. O
Atletismo tinha-se convertido num desporto cuja antiga conceção de “esforço”
se transforma numa dura competição para superar uma marca, ou seja, os
limites do ser humano são representados pelo record através de práticas tão
antigas como o próprio Homem – o Atletismo como medida do Homem.
Nos nossos dias, o atletismo engloba um conjunto de várias disciplinas
desde as corridas, aos lançamentos, passando pelos saltos e por provas
combinadas. Durante o séc. XIX foram modificadas regras, primeiro, nas
Universidades onde se organizavam as competições de atletismo e, mais tarde,

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pelos organismos internacionais e olímpicos para, em 1926, assumirem a sua
forma atual.
A pista, no formato de hoje, um circuito de 400 m, surgiu pela primeira
vez nos Jogos Olímpicos de Amesterdão, em 1928. O seu desenvolvimento
acompanhou as transformações tecnológicas, desde o tempo em que eram de
terra batida, passando pelas de cinza até às atuais, de fibra sintética,
denominadas de “tartan”, pela primeira vez usadas nos Jogos Olímpicos de
Tóquio, em 1964.
A partida baixa, ou de cinco apoios, surgiu em
1888 por C. H. Sherril, mas só foi reconhecida em
1896 na primeira Olimpíada Moderna. Até 1936, os
atletas eram autorizadas a fazerem “covas” na pista
para fixarem a ponta dos pés, após esta data, foram
introduzidos oficialmente em competição os blocos de partida.
Em 1870, começou a utilizar-se uma linha suspensa entre duas estacas,
da partida à meta (prova de 100 m), para demarcar o espaço entre os
concorrentes. Esta seria substituída pela atual linha branca no solo, ainda
antes da primeira Guerra Mundial.
Até aos Jogos Olímpicos de Roma, em 1960, em todas as corridas, na
linha de chegada, era colocado um fio de lã no mesmo plano da meta para
facilitar aos juízes, nas chegadas mais confusas, a deteção do primeiro
classificado. Em 1912, nos Jogos Olímpicos de Estocolmo, é usada uma
câmara ligada a um cronómetro. Mais tarde, foi utilizada uma máquina de
filmar, nos Jogos Olímpicos de Amesterdão, em 1928.
Com o desenvolvimento da eletrónica, a máquina de filmar foi
substituída pelo “Photo-finish” – fotografia de chegada; é um equipamento de
alta precisão, automático, fotografando simultaneamente o registo de chegada
dos concorrentes e os respetivos tempos.
Para o controlo do vento, é utilizado um instrumento de medição
chamado anemómetro, nas corridas de 100 m planos, 100 m e 110 m barreiras
e nos saltos em comprimento e triplo salto. Para homologação de record, o
máximo regulamentar é de 2 m/s de vento favorável.

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A origem do cronómetro é assinalada no ano de 1862, com tempos até
aos quartos de segundo, para 1922 ser registado até ao décimo de segundo.
Mais tarde, um grande impulso foi dado pelos Japoneses nos Jogos olímpicos
de Tóquio, em 1964, com o uso de computadores com o objetivo de tornarem
tudo mais rigoroso. Contudo, seriam os Jogos Olímpicos do México, em 1968,
a proporcionarem a cronometragem eletrónica aos centésimos de segundo.
Outras melhorias técnicas foram empregues, tais como: laboratórios para o
controlo anti doping e determinação do sexo, células fotelétricas, os
mostradores automáticos, os colchões de queda para os saltos em altura e
com vara.
Também o equipamento sofre alterações com o decorrer dos tempos. As
sapatilhas que inicialmente eram flexíveis (pele de cabra) e de sola lisa,
surgiram posteriormente na Inglaterra apresentando “tiram” na sola com o
objetivo de aderirem às pistas mais areosas. Em 11 de Novembro de 1868, o
americano William B. Curtis apareceu com os sapatos de “bicos ou pregos”.
Nos Jogos Olímpicos de Amesterdão, 1928,
introduziram-se algumas provas no calendário
olímpico, com destaque para o sector feminino: os
100 m, 800 m, estafeta 4 x 100 m, o lançamento do
disco e o salto em altura.
Mas seria na década de oitenta que grandes
mudanças se dariam no atletismo feminino,
terminando assim um longo debate e simultaneamente quebrando algumas
incompreensões. Tal deveu-se ao avanço da medicina desportiva e à crescente
atitude da mulher face ao desporto contemporâneo. Por isso, é pela primeira
vez incluída a corrida de 3000 m planos e a maratona nos Campeonatos da
Europa, em Atenas, 1982, tendo-se sagrado vencedora, na maratona, a atleta
portuguesa Rosa Mota, repetindo o êxito em 1986 em Estugarda, e em 1990
em Split.

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O Atletismo em Portugal

Fazendo a referência à história do Atletismo em Portugal, pode-se dizer


que a primeira prova oficial deste desporto foi organizada pela Sociedade
Promotora de Educação Física Nacional, a 26 de junho de 1910, com o título
“Jogos Olímpicos Nacionais”. Estes torneios prosseguiram até cerca de 1914,
ano em que uma dissidência levou alguns clubes a fundarem a Federação
Portuguesa de Sports, cuja atividade durou até 1916. Desde essa data até à
fundação da Federação Portuguesa de Atletismo, em 5 de Novembro de 1921,
o Atletismo manifestou-se apenas em organizações particulares à custa do
esforço de alguns clubes.
Atualmente as competições oficiais estendem-se praticamente ao longo
do ano inteiro, organizadas pelas Associações Regionais e pela Federação,
sendo os Campeonatos Nacionais (individuais e por equipas) os mais
importantes conjuntos de provas que se realizam em Portugal.
Embora lento, o progresso do Atletismo Nacional não deixou de se
verificar. Para tal, tem contribuído de certa forma, a participação de atletas e
equipas nacionais em competições internacionais, e a conquista de alguns
títulos. De todos os títulos conquistados, importa referir os alcançados pelos
grandes atletas nacionais que foram Rosa Mota e Carlos Lopes. Mais
recentemente os atletas que têm estado mais em foco são Fernanda Ribeiro,
com a medalha de ouro alcançada nos Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996, e
Paulo Guerra, com o título de Campeão Europeu de Corta-mato. Nélson Évora
(triplo salto) e Vanessa Fernandes (triatlo), com as medalhas de ouro e prata,
respetivamente conquistadas em Pequim 2008, assim como Naide Gomes,
campeã mundial de salto em comprimento.

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Caracterização da Modalidade

O Atletismo é uma modalidade individual


praticada por atletas masculinos e femininos
que se distribuem pelos seguintes escalões:
Infantil (12 e 13 anos), Iniciados (14 e 15 anos),
Juvenis (16 e 17 anos), Juniores (18 e 19 anos),
Sénior (20 a 39 anos) e Veteranos A, B, C, D, E (mais de 39 anos).
Disputa-se ainda coletivamente em Campeonatos de Clubes (1ª, 2ª, 3ª
divisão e Taça dos Clubes Campeões Europeus) e de Seleções Distritais e
Nacionais (Taça da Europa; Campeonatos da Europa e do Mundo e Jogos
Olímpicos) e Continentais.
É uma modalidade disputada sob a forma de torneios, “meetings”
(encontros) e campeonatos, quer em pista coberta, quer ao ar livre, podendo
ser dividida em quatro sectores e respetivas disciplinas (quadro 1 a 5).
Apesar de nos quadros a seguir se apresentar todas as vertentes do
atletismo para tornar o presente documento mais completo, nas nossas aulas
apenas vamos abordar algumas delas, a corrida de resistência, de velocidade
com e sem barreiras.

Quadro 1: Corridas e Saltos

Velocidade

Meio-fundo Altura
CORRIDAS

Fundo
SALTOS

Barreiras Comprimento

Estafetas Triplo Salto

Obstáculos
Vara
Maratona

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Quadro 2: Lançamentos e Provas combinadas

Peso Triatlo
LANÇAMENTOS

COMBINADAS
PROVAS
Dardo Pentatlo

Disco Heptatlo

Martelo Decatlo

Quadro 3: Corridas, Barreiras e Marcha

100m, 200m, 400m, 800m, 1 500m, 3 000m obstáculos,


CORRIDAS
5 000m, 10 000m, maratona, 4x100m, 4x400m.

BARREIRAS 100m (F), 110m (M), 400m

MARCHA ATLÉTICA 5 000, 10 000, 20 000, 50 000.

Quadro 4: Competições de atletismo em pista coberta - masculinas e femininas

Grupo Competições masculinas Competições femininas

Velocidade 60, 200 e 400 metros

Meio-fundo 800, 1500 e 3000 metros


Corridas

Fundo 5000 metros

Barreiras 60 metros

Estafetas 4 x 200 e 4 x 400 metros

Marcha atlética 5000 metros 3000 metros

Comprimento

Triplo salto
Saltos
Altura

Com Vara

Lançamento do Peso

Heptatlo
combinadas

Pentatlo
1º dia: 60 m, salto em comprimento, lançamento do
Provas

peso e salto em altura. 60 m barreiras, salto em altura,


lançamento de peso, salto em
comprimento e 800 m.
2º dia: 60 m barreiras, salto com vara e 1000m.

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Quadro 5: Competições de atletismo em pista de ar livre masculinas e femininas

Grupo Competições masculinas Competições femininas

Velocidade 100, 200 e 400 metros

Meio-fundo 800, 1.500 e 30.00 metros


Corridas

Fundo 5.000 e 10.000 metros

110 e 400 metros 100 e 400 metros


Barreiras
3.000 m Obstáculos 3.000/2.000 m obstáculos

Estafetas 4 x 200 e 4 x 400 metros

Maratona 42.195 metros

5.000, 10.000, 20.000 e 50.000


Marcha atlética 5.000 e 10.000 metros
metros

Comprimento

Triplo salto
Saltos
Altura

Com Vara

Peso 6 kg 3 kg
Lançamentos

Martelo 7,260 kg 4 kg

Disco 1,750 kg 1 kg

Dardo 700 gr 600 gr

Heptatlo
combinadas

Pentatlo
Provas

1º dia: 60 m, salto em comprimento, lançamento do peso e salto 60 m barreiras, salto em altura,


em altura. lançamento de peso, salto em
2º dia: 60 m barreiras, salto com vara e 1000m. comprimento e 800 m.

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2- FISIOLOGIA DO TREINO E CONDIÇÃO FÍSICA

Ativação Inicial

Este momento da aula tem de ser vigoroso e contemplar uma


mobilização eficaz das principais articulações a serem solicitadas,
nomeadamente a articulação tibiotársica e os grupos musculares compostos
pelos isquiotibiais, quadricípites e adutores. A ativação inicial, principalmente
nos dias mais frios deve ser iniciada por uma mobilização articular (pré
ativação geral) e alongamentos ativos dinâmicos. Posteriormente realiza-se
uma ativação geral. Contudo sabemos que no contexto escolar o tempo por
vezes é muito reduzido. Naturalmente que conseguiremos seguir esta
organização, com uma boa gestão do tempo.
A principal importância da ativação inicial reside no facto de ser o
primeiro meio de prevenção de lesões no decorrer da aula, por criar uma
predisposição motora e psíquica do aluno para a parte fundamental da aula.

Características da ativação inicial

Esta deve ser:


 Iniciada com a mobilização articular: Aumenta a lubrificação da
cartilagem articular.
 Feita com alongamento ativo dinâmico: Aumenta a temperatura interna
do músculo.
 Individualizada: Cada indivíduo é diferente de outro, independentemente
de serem sujeitos a um mesmo esforço;
 Adaptada: Preparar para o esforço da modalidade específica, pois cada
atividade exige esforços diferentes;
 Progressiva: Aumentar-se gradualmente a intensidade;
 Geral e global: Abranger todo o organismo.
Efeitos fisiológicos

a) Aparelho cardiovascular e respiratório:


 Aumenta a frequência cardíaca.
 Aumenta a pressão arterial.
 Aumenta a frequência respiratória.
 Dilata os vasos sanguíneos (vasodilatação).

b) Aparelho neuromuscular e articulatório:


 Aumenta o grau de força das contrações musculares.
 Aumenta a temperatura do corpo, favorecendo a velocidade de
contração e de relaxamento dos músculos.
 Aumenta a temperatura, o que produz a energia necessária para a
contração muscular.
 Aumenta a capacidade de resposta do músculo.

c) Coordenação:
 Permite ao indivíduo realizar o gesto em melhores condições.

Duração
Depende de:
 Grau de preparação do indivíduo.
 Característica da tarefa (prova, aula...).
 Horário da sessão.
 Idade do praticante.
 Predisposição do momento.

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Retorno à calma

Depois de um esforço elevado, como o realizado nesta modalidade, há a


necessidade de compensar a atividade, pelo que é necessário ter presente um
momento de relaxamento das principais articulações e músculos solicitados.
Este espaço de aula pode ser utilizado para reforçar musculaturas menos
solicitadas (se bem que podemos integrar este objetivo nos exercícios que se
façam ao longo da aula) e para alongar os principais grupos musculares.

Condição Física

As exigências de desenvolvimento de Capacidades Físicas de Base dos


praticantes são elevadas, particularmente a Flexibilidade e a Força, ao mesmo
tempo que se deve ter em conta a graciosidade do movimento e a sua postura.
Assim os alunos necessitam de apresentar certas qualidades, tais como
coordenação e conhecimento do corpo. De uma forma genérica as
capacidades mais solicitadas são:

Capacidades coordenativas

- Equilíbrio: Permite manter o corpo em posição estável ou recuperá-la


rapidamente caso ela seja perturbada.

- Ritmo: Permite imprimir uma certa estrutura rítmica (cadência) na realização


dos diversos movimentos (ações motoras) ou aperceber-se dessa cadência
quando ela surge. Facilita, portanto, a execução de qualquer gesto desportivo.

- Orientação espacial: Permite ao aluno reconhecer a diversidade de situações


e de movimentos que podem apresentar-se. Para a execução de um
determinado gesto técnico o aluno deverá relacioná-lo com a noção espaço
temporal e com a avaliação das situações que o condicionam.

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- Diferenciação cinestésica: Permite coordenar de forma harmoniosa e precisa
as diferentes intervenções musculares das várias partes do corpo, para a
realização da ação motora adequada, empregando a força necessária à
situação

- Capacidade de reação: Permite executar com rapidez ações motoras em


resposta às informações, conhecidas ou inesperadas, recebidas e analisadas
ao longo da corrida.

Capacidades Condicionais

- Força: Toda a causa suscetível de alterar ou tender a alterar o estado de


repouso ou movimento da matéria.

- Flexibilidade: Flexibilidade é capacidade de realizar movimentos de grande


amplitude angular em torno de uma articulação, por intermédio de uma
contração muscular voluntária ou por ação de forças externas.

- Resistência: Capacidade para realizar exercício durante um período de tempo


prolongado; capacidade para realizar ações de elevada intensidade de forma
repetida; capacidade para realizar ações com elevada potência mantendo a
precisão e eficácia das habilidades técnicas; capacidade para recuperar
rapidamente.

- Velocidade: Capacidade do sistema neuromuscular realizar ações em tempo


mínimo.

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3- HABILIDADES MOTORAS

TÉCNICA DE CORRIDA

A técnica de corrida é uma matéria de extrema importância, uma vez


que constitui, ao nível das aprendizagens e adaptações no âmbito do Atletismo,
um meio de aquisição de determinadas sensações motoras fundamentais à
aprendizagem de todos os outros gestos técnicos da modalidade. Com o intuito
de proporcionar aos alunos um ensino de qualidade, os exercícios técnicos
desempenham naturalmente uma importante decisão pedagógica.
A corrida deverá ser considerada como um hábito motor de base, sendo
deste modo perspetivada como uma atividade que tem de ser aprendida e,
como tal, necessariamente exercitada.
Quer no âmbito da atividade desportiva, quer ao nível da preparação
geral, quer mesmo no campo da preparação específica de outras modalidades
que não só o atletismo, a corrida constitui um importante fator de sucesso da
prestação do praticante, por exemplo, um futebolista com uma boa técnica de
corrida evidencia uma corrida mais eficiente podendo o seu rendimento ser
superior e acusar fadiga mais tardiamente no decorrer do jogo.
Não é, portanto suficiente encará-la apenas como um simples meio de
deslocação do atleta que é adquirido de forma natural, pelo contrário deve ser
interpretado como uma componente da técnica desportiva que é preciso
ensinar e treinar nos momentos e idades mais adequadas.
A corrida é considerada uma tarefa motora de carácter cíclico e de
estrutura rítmica variável ou invariável, em que fases de apoio são alternadas
com fases de suspensão.
Na análise da corrida consideramos a sua estrutura dinâmica e
cinemática dividida em duas grandes fases:
Fase de apoio – durante a qual as forças interiores atuam sobre o solo, daí
resultando uma reação projetiva igual e de sentido contrário (lei da ação
reação).
Fase de suspensão – durante a trajetória aérea, o centro de gravidade do
corpo do atleta descreve uma parábola e eleva-se até uma certa altura.

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O contacto do pé com o solo deve realizar-se da seguinte forma:
Variando a superfície de apoio de acordo com a intensidade da corrida –
para uma intensidade máxima o pé toma contacto pelo terço anterior do seu
bordo externo, enquanto para intensidades média e baixa o apoio tende a ser
realizado sobre a região externa do metatarso e do tarso;
A passagem do pé pelo apoio e a sua posterior repulsão do solo
condicionam a amplitude da passada. À máxima extensão da perna impulsora
deverá corresponder a máxima elevação do joelho da outra perna que,
entretanto, se dirigiu para a frente.

A ação dos MS:

 É de grande importância na corrida pois assegura o equilíbrio, contribui


para a progressão e permite passadas amplas e descontraídas;
 Na corrida, a ação do braço é sobretudo de equilíbrio, mas a sua ação,
em termos de amplitude e dinamismo é determinante na amplitude e na
frequência da passada;
 O movimento dos braços deve ter lugar na articulação do ombro;
 Deve estar em sincronia com o ritmo de ação das pernas;
 Ângulo entre o braço e o antebraço deve rondar os 80º - 85º no final do
seu balanço à frente, abrindo-se ligeiramente este ângulo no limite do
balanço atrás – 95º;
 No balanço atrás a mão não deve ultrapassar o nível dos quadris,
 Nas corridas mais rápidas o cotovelo do braço que vai atrás atinge
quase a altura dos ombros;
 As mãos permanecem abertas de forma a evitarem contrações parasitas
a nível dos braços.

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Para além da qualidade dos apoios, e da ação dos braços a postura
corporal do corredor é fundamental na técnica de corrida:
 A cabeça deve manter-se no prolongamento do tronco e o olhar deve
estar dirigido para a frente (a colocação da cabeça atrás quando
aparece a fadiga está habitualmente associada a uma menor amplitude
da passada, com a consequente diminuição da corrida);
 Os músculos da face e do pescoço devem permanecer descontraídos (a
sua contração indicia uma contração generalizada de todo o corpo);
 Qualquer que seja a intensidade da corrida, o tronco deve permanecer
sempre na vertical e os ombros baixos.

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CORRIDA DE VELOCIDADE

A corrida de velocidade, nas distâncias de 60 m, 80 m e de 100 m, é


caracterizada pela curta duração e pela sua intensidade máxima, por isso,
nesta atividade desportiva é importante reagir rápido na partida, correr rápido e
manter a velocidade da corrida.
Na corrida de velocidade são normalmente consideradas quatro fases:
 Partida (Fase de reação)
 Aceleração
 Velocidade máxima
 Perda de velocidade

1. Partida
A partida é um fator decisivo e como tal pode e deve ser treinada, pois
uma boa saída pode provocar o comando de uma prova, o que constitui, em
muitos casos, uma importante vantagem.
A partida regulamentar da corrida de velocidade realiza-se nos “blocos
de partida”, dispositivos que possibilitam uma maior velocidade inicial e
consequentemente, uma partida eficiente pois permitem uma aplicação de
força máxima dinâmica, uma vez que o aluno se encontra parado e tem de
deslocar o seu próprio corpo.
A posição de saída no bloco, partida baixa, deve ser adaptada a cada
praticante, para obter maior comodidade. Em situação de competição, existe
um juiz que controla os procedimentos da partida, através das seguintes vozes
de comando:
 “Aos seus lugares”;
 “ Prontos”;
 “Sinal de partida”.

“Aos seus lugares”:

À voz de “aos seus lugares”, o aluno entra em contacto com o dispositivo


e deve colocar-se em posição de cinco apoios:

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 Fletir as pernas e os pés apoiados
fortemente nos blocos de partida;
 Apoiar os joelho da perna de trás no
solo;
 Colocar as mãos perto da linha de
partida, ligeiramente mais afastadas que a largura dos ombros e
equidistantes do eixo do corpo;
 Afastar os dedos, polegar e indicador e coloca-los no chão
próximos da linha de partida;
 Colocar a cabeça no “prolongamento” do tronco.

“Prontos”:

À voz de “prontos”, o aluno:


 Colocar-se na posição de quatro apoios,
elevando o joelho que se encontrava no
solo, mantendo ambas as pernas fletidas;
 Elevar suavemente as ancas até estas
ultrapassarem ligeiramente a altura dos
ombros, que, por sua vez, ultrapassam ligeiramente a linha de
partida;
 Apoiar fortemente os pés nos blocos;
 Manter os braços estendidos, apoiando fortemente as mãos no
solo, fazendo força e evitando o avanço antes do tempo.
 Olhar dirigido para um ponto mais à frente no solo;
 Colocar-se numa posição imóvel.

“Sinal sonoro, tiro ou apito”:

Ao sinal de partida (“tiro”), o atleta deve reagir rapidamente:


 Elevar as mãos do solo;
 Exercer força (impulsão) nos blocos de partida;
 Realizar uma rápida e simultânea ação de extensão dos membros
inferiores;

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 Realizar a primeira impulsão com a
perna de trás, logo de seguida, com
maior duração, a perna da frente é
responsável pela projeção do corpo,
formando com o plano da pista um
ângulo de 45º, aproximadamente;
 Colocar os braços numa ação correta e coordenada com as
pernas.
 Manter a cabeça no prolongamento do tronco, olhando em frente;
 Ter em atenção que a primeira passada é a mais curta e que o
tronco se encontra inclinado em frente, retomando a sua posição
normal na fase de velocidade máxima.

Principais erros:
 Na posição de partida os ombros do aluno estão atrás das mãos e o
peso corporal está todo em cima dos MI
 Na posição de partida o ângulo do MI da frente é muito pequeno (menor
que 90º).
 Na posição de partida o ângulo do MI da frente é muito grande.
 Na posição de partida, as costas do aluno estão paralelas ao solo

2- Aceleração

A aceleração é a capacidade mais importante de um corredor de


velocidade. Nesta fase, o objetivo é alcançar a velocidade máxima tão rápido e
tão eficiente quanto possível. Em termos técnicos, esta fase de aceleração
exige algumas preocupações:
 Manter o tronco ligeiramente inclinado para a frente;
 Elevar o tronco até à posição vertical de uma forma gradual;
 Empurrar o solo para a frente com os apoios;

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 Manter um frequência elevado dos primeiros apoios e se possível
deve ser mantida à medida que a passada se vai tornando mais
ampla, com o evoluir da corrida;
 Coordenar os membros superiores com os inferiores, de uma
forma dinâmica e frequente.

Principais erros:
 Na fase de aceleração, a elevação total do tronco para a posição normal
da corrida;
 Pouco impulso com os MI;
 Tronco demasiado inclinado à frente;

3-Velocidade máxima

Tem como principal objetivo manter a corrida à máxima velocidade,


durante o máximo de tempo possível. A velocidade da corrida é o resultado de
dois fatores: o comprimento e a frequência da passada, sendo que a mudança
da aceleração inicial tem características importantes:

 Pousar apenas a parte anterior do pé;


 Manter ligeira flexão da perna de apoio, e colocar o calcanhar da
perna livre perto das nádegas;
 Coordenar o movimento dos braços, fletidos, com os membros
inferiores;
 Olhar dirigido para a frente;
 Manter o tronco direito, com os ombros descontraídos;
 Correr em linha reta, não colocando os pés lateralmente.

Principais erros:
 O aluno sobe pouco a coxa do MI livre.
 O aluno corre com a cabeça muito inclinada para trás ou com o tronco
inclinado para trás.

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 O aluno não corre em linha recta na pista
 Os MS não se movimentam na direcção da corrida.
 “cerrar” os dentes, os braços tensos e rígidos, o rosto e o pescoço
contraído primeiro contacto do pé com o solo seja feito pelo calcanhar

4- A linha de chegada – meta

A chegada, numa corrida de velocidade, é muito importante. Como hoje


em dia, os concorrentes chegam quase todos ao mesmo tempo à linha de
chegada, existe a necessidade de ser rápido a ultrapassá-la. Esta situação
deve ser efetuada no último momento com:
 Inclinar o tronco e a cabeça à frente ou avançar o ombro oposto à
perna da frente e oscilar os braços à retaguarda;
 Evitar a diminuição de velocidade antes de passar a meta.

Principais erros:
 A passagem pela meta com diminuição da velocidade, o que
normalmente se dá no jovem sem prática desportiva;
 Na chegada à meta, a inclinação do tronco e da cabeça e a oscilação
dos braços à retaguarda um pouco afastada da linha de chegada para
não haver desequilíbrio e uma consequente diminuição de velocidade
nas últimas passadas.

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CORRIDA DE BARREIRAS

Basicamente, a corrida de barreiras é uma


corrida de velocidade com obstáculos a vencer
com a maior velocidade possível e produzindo
uma interrupção da corrida tão reduzida quanto
possível. Isto requer certas modificações do
movimento normal de corrida em cada
passagem de obstáculo, e dado que as
barreiras têm uma altura de cerca de 1 metro não é fácil fazê-las.
No entanto,
se a natureza do obstáculo a transpor, bem como a sua altura e
afastamento, estiver de acordo com o nível dos alunos, o processo de ensino-
aprendizagem decorrerá de forma segura e motivante, pois esta é uma das
disciplinas mais ricas em termos de ritmo e coordenação do Atletismo.
A coordenação do movimento do corpo e a concentração são os aspetos
principais desta competição, sendo a primeira necessária para realizar o
movimento altamente crítico sobre as barreiras e a segunda para conseguir
realizá-lo dez vezes numa mesma corrida sem o mais pequeno erro, que
bastará para provocar um desastre.
São três as fases fundamentais nesta prova: aproximação à primeira
barreira, transposição das barreiras, corrida entre barreiras e corrida
terminal até à meta.Fases da Corrida de Barreiras

1. Partida e Aproximação à Primeira Barreira


O corredor de barreiras deve empregar uma partida de forma idêntica à
da corrida de velocidade, no entanto, pode ser necessário fazer certas
modificações nas primeiras passadas de modo a preparar o ataque à primeira
barreira.
Até à primeira barreira o atleta tem de adquirir uma velocidade
razoavelmente elevada. A velocidade ótima até à passagem da primeira
barreira é muito importante para a obtenção de um bom resultado, pois entre
barreiras não há grande possibilidade de a aumentar.

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Para alcançar elevada velocidade na aproximação à primeira barreira, o
atleta não só tem de ser um bom corredor de velocidade, como deve ser capaz
de manter grande regularidade de passada. O comprimento da passada
aumenta progressivamente até ao último passo, o qual será mais curto que o
anterior.

O aluno deve:

 Correr mantendo o tronco na vertical;


 Atacar a barreira longe dela com o joelho fletido e ligeira elevação da
bacia;
 Ter em atenção que se vai colocar na posição vertical de corrida
mais rapidamente do que na corrida de velocidade;
 Realizar apoios ativos sobre o terço médio-anterior do pé,
procurando uma extensão enérgica da perna de impulsão em cada
passada;
 Movimentar os braços energicamente (fletidos a 90º, mãos
descontraídas) no eixo da corrida, coordenado com o movimento das
pernas.

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2. Transposição das Barreiras

A transposição da barreira deverá ser feita em três fases:


a) Ataque à barreira – deverá ser feito com o membro inferior de ataque em
extensão e em direção ao bordo superior da barreira e o membro inferior de
impulsão fletido, inclinando o tronco em frente e avançando a mão contrária ao
membro inferior de ataque.
b) Transposição da barreira – após a passagem do membro inferior de
ataque, passar a coxa do membro inferior de impulsão paralelamente à
barreira, mantendo a inclinação do tronco à frente.

Perna de impulsão:
 Efetuar a impulsão para a barreira aproximadamente a 2 metros da
mesma, fazendo um ataque em profundidade; a maior parte da
impulsão é aplicada para a frente, na direção da corrida;
 Procurar estender ativamente as articulações do tornozelo, joelho e
anca;
 Puxar a perna lateralmente, relativamente ao tronco, rápida e
ativamente, após a passagem da barreira com a perna de ataque,
fazendo com esta um ângulo de cerca de 90 graus.

Perna de ataque:
 Colocar rapidamente a coxa na posição horizontal, mantendo-a
paralela ao solo enquanto se realiza a transposição da barreira (o
mais rasante possível);

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 Após a mesma, procurar o solo rapidamente com um enérgico
movimento de cima – frente – para baixo – atrás;
 Ter o pé fletido, os dedos do pé nunca devem apontar para o solo;
 Após a transposição, fazer o apoio muito rápido e efetuado pelo terço
médio-anterior do pé.

d) Receção – contactar o solo com a parte anterior do pé do membro inferior


de ataque, o mais afastado possível da barreira e avançar o membro inferior
de impulsão, de forma a não perder grande velocidade.

Pontos essenciais:

 Flexão do tronco sobre a perna de ataque, com a ajuda do braço do


lado oposto desta;
 A perna de ataque deve passar a barreira semi-fletida, para a frente e
para baixo;
 A perna de impulsão, na passagem da barreira, deve fletir
lateralmente (abdução) e o braço do mesmo lado deve ser levado um
pouco à frente do tronco, fletido;
 Na fase final, a perna de ataque alonga-se para a frente e para baixo,
naturalmente, facilitando a ação do corpo para o movimento da perna
de passagem.
 A receção deve ser ativa e realizada sobre a planta do pé e com a
cintura (centro de gravidade) à frente do pé de apoio;

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 A continuação da corrida deve ser facilitada com um impulso
enérgico e, ao mesmo tempo, com movimentação rápida dos braços.

3. Corrida Entre Barreiras

A corrida entre barreiras deverá ser feita na máxima velocidade, de


forma ritmada e com o mesmo número de passadas, para que as barreiras
sejam transpostas sempre com o mesmo membro inferior de ataque.
A qualidade do primeiro passo (após a transposição da barreira) é
fundamental para o ritmo e fluidez da corrida.
O ritmo intermédio é de importância capital. O número de apoios deve
permitir a passagem das barreiras sem modificar o ritmo e com uma
regularidade precisa.
Os apoios devem ser ativos e breves, com pouca circulação dos pés, e
alinhados no eixo da corrida.
O número de apoios mais utilizado é de 4 apoios (3 passadas). Contudo,
o ritmo entre os obstáculos (número de passadas efetuadas no máximo de
velocidade) não é sinónimo de 3/4/5 ou mais passadas. O aluno deve antes de

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tudo manter uma elevada velocidade entre as barreiras e efetuar um ritmo em
função das suas características morfológicas. O professor deve contudo
atender ao facto de que, em competição, o número de passadas entre as
barreiras numa corrida de 100 ou 110 m é de 3 passadas e, portanto, deve
também criar situações que permitam isso mesmo. Introduzir variações nas
distâncias entre barreiras em função das características de cada um tentando
que o aluno efetue 3 passadas ou diminuir a altura das barreiras são soluções
didáticas que podem ajudar o aluno a crescer gostando desta disciplina do
atletismo.

4. Corrida Terminal até à Meta

Após a passagem da última barreira, realiza-se a corrida terminal até à


meta com a maior velocidade possível, pois esta fase é idêntica à fase final de
uma corrida de velocidade. Assim, esta distância deve ser percorrida, no início,
com passadas ligeiramente curtas (arrancada), aumentando-as
progressivamente até se chegar à meta, utilizando a mesma técnica de
chegada da corrida de velocidade.

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Principais Erros da Corrida Barreiras:
 A corrida de aproximação à primeira barreira não é suficientemente
acelerada;
 O aluno não corre em linha recta;
 Os passos são saltados;
 O atleta “salta” as barreiras;
 O movimento da perna traseira não se coordena bem com a passada de
saída;
 A perna dianteira não passa sobre a barreira em perfeita em extensão
para diante mas aponta ligeiramente para fora ou para dentro;
 Efeito de travagem no contacto com o solo.

Regulamento Específico

Seniores Masculinos

Altura das Distância à 1ª Distância entre Distância à


Corridas
Barreiras barreira barreiras última barreira

110m 1,06m 13,72m 9,14m 14,02m

400m 0,91cm 45m 35m 40m

Seniores Femininos

Altura das Distância à 1ª Distância entre Distância à


Corridas
Barreiras barreira barreiras última barreira

110m 0,84cm 13m 8,50m 10,50m

400m 0,76cm 45m 35m 40m

Cada barreira terá de ser colocada na pista de tal modo que a sua base
esteja colocada do lado de aproximação do atleta. A barreira será colocada de
modo que a margem da barra transversal superior que fica mais próxima do

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atleta que dela se aproxima, coincida com a margem da marca colocada na
pista que igualmente se situa mais próxima do atleta.
As barreiras terão de ser construídas em metal ou qualquer outro
material apropriado, sendo a barra transversal superior de madeira ou outro
material apropriado. Consistirão de duas bases e dois postes verticais, que
suportam uma estrutura retangular reforçada com uma ou mais barras
transversais.
As barreiras terão de ser concebidas de tal modo que, para as derrubar,
seja necessária uma força de pelo menos a 3,6 kg, aplicada no centro do limite
superior da barra transversal.

1. As corridas são efetuadas em pistas separadas, e os concorrentes


devem permanecer na sua pista até que terminem a prova;
2. Será desclassificado o concorrente que passe uma barreira que não
esteja colocada na sua pista;
3. Qualquer concorrente que derrube intencionalmente uma barreira, com
as mãos ou com os pés, será desclassificado;
4. Duas falsas partidas do mesmo atleta implicam a sua desclassificação
da prova;
5. Não se pode passar nem a perna nem o pé pelo exterior da barreira.
6. Não é permitido prejudicar o adversário, especialmente no momento da
passagem da barreira;

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ESTAFETAS

As provas de estafetas caracterizam-se por serem corridas de equipas.


É uma prova de velocidade, sendo cada equipa constituída por quatro
corredores. O mais importante é conseguir uma elevada velocidade média
durante a corrida, pelo que se deve minimizar todas as perdas de velocidade
na passagem do testemunho. As corridas de estafetas são consideradas
corridas técnico-táticas. A distribuição dos corredores pelos diferentes
percursos deverá ser feita tendo em conta as suas características e a forma
como fazem a transmissão do testemunho, tendo em conta as curvas da pista,
os melhores tempos e as características psicológicas de cada um, entre outros
aspetos.
As estafetas são corridas em que cada equipa é constituída por 4
elementos que: (1) têm por objectivo transportar o testemunho durante a
totalidade do percurso, o mais rapidamente possível; (2) têm de transmitir entre
si o testemunho, em percursos iguais, dentro da zona de transmissão de 20 m
e (3) não devem sair da pista sorteada.

1- Partida
A partida para a corrida de estafetas 4 x 100 m ou 4x400m é feita com
blocos, deste modo o primeiro atleta da equipa realiza a partida baixa e os
restantes a partida alta. Existem várias formas de segurar o testemunho na
partida, mas a mais usual é agarrá-lo próximo do centro.

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Componentes críticas:
 O receptor coloca-se em pé, ocupando a parte interna ou externa do
corredor, conforme vá receber o testemunho com a mão direita ou a
esquerda;
 Linha de ombros paralela ao eixo da pista;
 Pés orientados no sentido da corrida, um à frente do outro
 Colocar-se em pé, ocupando a parte interna ou externa do corredor,
conforme se receba o testemunho com a mão direita ou esquerda;
 Olhar dirigido para trás para se poder aperceber da velocidade do
transmissor;
 No momento em que o transmissor passe a marca estabelecida, o
receptor deve olhar em frente e sair no máximo de velocidade

2 - Aceleração
Componentes Críticas:
 Tronco vai-se endireitando progressivamente;
 Cabeça mantém-se descontraída;
 Passar rapidamente para o interior do corredor.
 Tronco vai-se endireitando progressivamente;
 Cabeça mantém-se descontraída;

3 - Manutenção da velocidade

Componentes Críticas:

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 Manutenção de elevada frequência;
 Aumento da amplitude dos passos;
 Corrida alta e bem circulada;
 Extensão completa dos MI na impulsão;
 Tronco próximo da vertical;
 Oscilação controlada dos MS;
 Braço e antebraço formam um ângulo de 90º.

4 - Transmissão do Testemunho
O testemunho tem de ser entregue dentro de um espaço de 20 m de
comprimento – zona de transmissão. Nas estafetas de 4 x 60m, de 4x80m, e
de 4x100m, a zona de transmissão começa a 10 m da linha dos 60m ou dos
80m ou dos 100m e termina 10 m à frente destas.
O recetor deve aguardar o transmissor na zona de balanço (10 m),
olhando para trás e por cima do ombro. O recetor deve começar a correr
quando o transmissor passa junto a uma marca previamente colocada no
corredor. Corre olhando para a frente e estica o braço para trás com a mão
aberta quando o transmissor lhe der o sinal sonoro: “sai”, “vai”, “toma”.
O testemunho pode ser entregue de cima para baixo (técnica
descendente) ou de baixo para cima (técnica ascendente). Os quatro atletas
têm de combinar o modo e a mão com que fazem as transmissões, pois isso
influencia a colocação de cada um no corredor para receber o testemunho.

Transmissor
 Dar sinal para o colega que vai receber, para ele estender o braço para
trás;

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 Testemunho entregue com firmeza e segurança na mão do atleta que
recebe
 Deve ser reduzida o menos possível a velocidade;
 Continuar no seu corredor, até que todas as transmissões tenham
terminado.

Receptor
 Colocar-se na pista de forma correcta, tendo em conta a mão com que
se vai receber o testemunho;
 Inicia a corrida quando o transmissor ultrapassa a marca estabelecida
colocada no corredor;
 Correr o mais rápido possível, olhando sempre para a frente;
 Ao sinal sonoro combinado (“toma”, “pega”, “vai”), não diminuir a
velocidade e estender completamente o braço receptor à retaguarda,
atrás da bacia;
 O momento de transmissão do testemunho, ambos os corredores devem
estar a correr à máxima velocidade
 O testemunho pode ser entregue de cima para baixo (técnica
descendente) ou de baixo para cima (técnica ascendente)

Ascendente
 MS receptor em extensão atrás, alto e ao lado do corpo;
 MS transmissor em extensão à frente;
 Palma da mão receptora virada para baixo , com dedos a apontar o solo;
 Transmissão de baixo para cima;
 Testemunho colocado activamente na mão do colega, entre o polegar
estendido e os outros 4 dedos unidos

Descendente
 MS receptor em extensão atrás, alto e ao lado do corpo;
 MS transmissor em extensão à frente;
 Palma da mão receptora virada para cima e aberta;

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 Transmissão de cima para baixo;
 Testemunho colocado activamente na mão do colega.

5 – Chegada
Após receber o testemunho, o último atleta corre para a linha de meta de
forma idêntica à corrida de velocidade.

Componentes críticas:
 Tentando manter os joelhos altos
 Mantendo a amplitude de passada
 Não diminuir a velocidade antes de passar a meta.
 Não alterar a técnica de corrida
 Inclinar o tronco para a frente sobre a meta avançando o ombro oposto
ao M.I. da frente e oscilando os M.S. à retaguarda

Principais Erros da Corrida Estafetas:

 Corrida de transmissão e transmissão


 Início da corrida lançada cedo ou tarde demais;
 Durante a corrida lançada, correr de braços estendidos para trás;
 Abrandamento de velocidade no momento da transmissão;
 A extensão do braço demasiado cedo.
 Partida do receptor
 Má colocação na pista;
 Pés com orientação lateral;
 Olhar dirigido para atrás.

SALTO EM COMPRIMENTO

Os saltos têm princípios comuns e algumas semelhanças. Todos eles


são constituídos pelas seguintes fases:
 Corrida de Balanço (o atleta deve acelerar no sentido de
maximizar a sua velocidade óptima);

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 Chamada ou Impulsão (o atleta procura gerar velocidade vertical
e minimizar a perda de velocidade horizontal);
 Suspensão ou Voo (o atleta deve preparar a queda; nesta fase do
salto podem ser utilizadas três técnicas diferentes: salto na
passada, técnica da extensão e a técnica da tesoura);
 Queda ou Receção (o atleta procura maximizar a distância do
percurso de voo e minimizar a perda de distância no contacto com
o solo).

Fase da Corrida de Balanço

Características Técnicas:

 A distância da corrida de balanço pode variar entre as 10


passadas (para jovens atletas) até mais de 20 passadas (para
atletas de top);
 A técnica de corrida de balanço é semelhante à técnica da
velocidade;
 A velocidade deve aumentar progressivamente até à tábua de
chamada.

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Principais erros:
 Redução da velocidade nas passadas finais (devido a uma corrida
demasiado longa e desgastante,
 sendo a velocidade máxima alcançada precocemente);
 Apoio sobre a planta dos pés;
 Joelhos baixos; passada em frequência;
 “Corrida sentada”;
 Membro inferior flectido.

Fase da Chamada

Características Técnicas:

 A planta do pé deve fazer um apoio rápido, activo e em “griffé” (1);


 O tempo de chamada deve ser minimizado através de uma flexão
mínima do MI de chamada;
 O atleta deve fazer uma extensão completa das articulações do
tornozelo, joelho e bacia do MI de chamada(2).

Principais erros:

 Assentamento sobre o calcanhar;


 Inclinação do tronco à frente;
 Apoio a partir do calcanhar;
 Insuficiência do movimento de balanço da perna livre;
 Projecção da bacia exclusivamente para cima;

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 Olhar dirigido para a tábua de chamada.

Fase de Voo – Salto na Passada

Características Técnicas:
 O MI livre é mantido na posição da fase de chamada;
 O tronco deve permanecer direito e vertical;
 O MI de chamada está em constante movimento durante a maior
parte do voo
 O MI de chamada é flectido e lançado para a frente e para cima
perto do final da fase de voo;
 Ambos os MI devem estender-se para a frente antes da queda.

Fase de Voo – Salto em Extensão

Características Técnicas:
 O MI livre baixa através da rotação da articulação da bacia;
 A bacia avança para a frente;
 O MI de chamada deve estar paralelo ao MI livre;
 Os MS vêm de trás para a frente.

Principais erros:

 Braços descoordenados ou em abdução;

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 Perna de chamada mantém-se em baixo;
 Manter os joelhos baixos.

Fase da Queda

Características Técnicas:
 Os MI devem estar quase em extensão completa;
 O tronco deve estar inclinado para a frente;
 Os MS devem ser puxados para trás;
 A bacia deve ser puxada para a frente em direcção ao ponto de
contacto com o solo

Principais erros:

 Recepção com 2 pés afastados;


 Joelhos em extensão;
 Ausência de uma ligeira inclinação lateral;
 Tronco inclinado à retaguarda.

TRIPLO SALTO

Os saltos têm princípios comuns e algumas semelhanças. Todos eles


são constituídos pelas seguintes fases:
 Corrida de Balanço;
 Chamada ou Impulsão;
 Suspensão ou Voo;
 Queda ou Receção;

49
Apesar do Triplo Salto apresentar, também, estas 4 fases, apresenta
uma particularidade mais complexa que consiste no encadeamento de 3
passadas/apoios, sendo que a primeira marca a chamada (na tábua de
chamada e antes da linha de validade) e a terceira a transição para a fase
aérea/suspensão para a consequente queda/receção. Assim, é-nos
apresentado o seguinte:

Fases do Salto

Este salto divide-se em cinco fases fundamentais:

1. Corrida;
2. Primeiro salto (pé coxinho ou hop);
3. Segundo salto (passada saltada ou step);
4. Terceiro salto ou jump;
5. Queda.

Corrida

É uma corrida progressiva com aumento da velocidade até à última passada.


A preocupação fundamental dos três saltos seguintes é manter a velocidade
alcançada nesta corrida preparatória.

1º Salto (Hop)
Este salto tem início quando o pé de chamada toca na tábua e termina com o
contacto desse mesmo pé no solo, após uma fase aérea. A trajetória é rasante.

Componentes críticas:

50
 Para tentar não perder velocidade, é necessário fazer uma chamada
mais ativa que a do salto em comprimento;
 O pé de chamada deve efetuar um apoio ativo preparando a impulsão
que é dirigida para a frente e para cima;
 Manter o joelho da perna livre elevado, durante o início da suspensão;
 Realizar a extensão completa da perna de chamada (pé, joelho e anca);
 Puxar a perna de chamada para a frente e para cima e a perna livre
rasante para baixo e para trás.

Principais erros:

 Chamada prematura ou tardia;


 Último passo mais longo que os restantes;
 O aluno procura saltar muito alto;
 Movimentação prematura das pernas no ar;
 A perna de impulsão contacta o solo demasiado longe do centro de
gravidade;

2º Salto (Step)
Tem início na colocação do segundo apoio no solo e termina após a
colocação do pé contrário do segundo apoio, após o segundo voo. É o mais
curto dos três saltos.

Componentes críticas:
 Logo após o apoio total da planta do pé, realizar uma ação explosiva
para trás, que projeta o centro de gravidade para a frente e minimiza a
perda de velocidade horizontal;

51
 Elevação da coxa da perna livre até à posição horizontal;
 Manter uma posição semelhante à adquirida no fim da chamada, no
sentido de evitar desequilíbrios durante o voo;
 Realizar a extensão da perna livre para a frente e para baixo, para
preparar o salto seguinte.

Principais erros:
 Fraca elevação da coxa do membro inferior de balanço;
 Trajectória de voo demasiado rasante;

3ª Salto (Jump)
Tem início na colocação do terceiro e último apoio e é muito parecido
com o salto em comprimento.

Componentes críticas:
 No contacto com o solo, a perda de velocidade é compensada por uma
maior flexão da perna de chamada e por uma impulsão muito ativa;
 Durante o voo, todos os aspetos referidos no salto em comprimento se
aplicam aqui; a única diferença reside no facto de, nesta fase, a
velocidade horizontal ser menor.

52
Principais erros:

 Reduzida elevação e extensão dos membros inferiores;


 Baixar os membros inferiores demasiado cedo para o contacto;
 Trajectória de voo demasiado rasante;

Queda

Componentes críticas:
 O contacto com o solo o mais à frente possível;
 O contacto com o solo pelos calcanhares e com as pernas em extensão;
 Amortecimento com flexão das pernas e avanço da bacia;
 Não deixar marcas na areia atrás da linha definida no contacto.

Principais erros:
 Incorrecta colocação dos membros superiores (suspensão);
 Contacto prematuro no solo não utilizando toda a extensão do voo;
 Recepção com joelhos rígidos o que implica a queda para trás;
 Tronco inclinado à retaguarda.

Normas de Segurança dos Saltos


É de extrema importância que o professor esteja atento às questões de
segurança, chamando a atenção e consciencializando os seus alunos para o
cumprimento de determinadas normas, com o intuito de evitar acidentes.
Os locais de lecionação das aulas estão repletos de situações
potencialmente perigosas e causadoras de lesões graves, quando não são

53
ensinadas as considerações básicas relativas à segurança. Deste modo, é
muito importante cumprir as normas e princípios básicos de segurança, os
quais passamos a apresentar:
 Os corredores de balanço devem ser mantidos em boas
condições, assim como a tábua de chamada;
 As caixas de areia devem ser mantidas sem covas ou locais rijos.
Devem também ser mantidas sem objetos estranhos, tais como
vidros, pedaços de metal ou madeira;
 Os rodos e pás devem ser sempre colocados num local seguro,
afastados das zonas de corrida e das zonas de receção (os rodos
devem estar sempre arrumados com os dentes para baixo).

LANÇAMENTO DO PESO

O lançamento do peso consiste na projeção, à maior distância horizontal


possível, do engenho para o interior de uma zona de queda, com marcações
próprias, tendo os concorrentes que respeitar as regras específicas impostas,
bem como utilizar os gestos técnicos adequados. As duas técnicas
predominantes do lançamento do peso são: a técnica de costas e a técnica
com rotação.
São normalmente consideradas quatro fases na execução do
lançamento do peso na técnica:
 Preparação – o lançador prepara-se para o início do
deslizamento;
 Deslizamento – há uma aceleração do peso e do lançador, que se
prepara para a fase seguinte;
 Arremesso – é produzida uma velocidade adicional transferida
para o peso antes do lançamento;
 Recuperação – o atleta deve bloquear o movimento para evitar
lançamentos nulos.

54
Pega

Características Técnicas:
 O peso fica nos dedos e nas bases dos dedos;
 Os dedos estão paralelos e ligeiramente afastados;
 O peso é colocado no lado direito do pescoço, por baixo do
maxilar e o polegar na traqueia;
 O cotovelo faz um ângulo de 45º em relação ao corpo.

Fase de Preparação

Características Técnicas:
 O lançador começa de pé, no final do círculo de lançamento e de
costas para a borda do círculo;
 O tronco inclina-se para a frente e fica paralelo ao solo;
 O corpo fica equilibrado apenas num MI;
 O MI de apoio deve estar flectido enquanto o MI esquerdo é
atirado para trás.

55
Fase de Deslizamento

Características Técnicas:
 O atleta move-se da planta do pé para o calcanhar sem mover a
bacia;
 O MI livre é impulsionado em direcção à borda do círculo por
baixo;
 O MI de apoio fica em extensão sobre o calcanhar;
 O MI de apoio mantém-se em contacto com o solo durante a
maior parte da fase do deslizamento;
 Os ombros mantêm-se direitos e virados para o ponto de partida.

Fase de Deslizamento (Colocação dos pés)

Características Técnicas:
 O pé direito desliza pelo calcanhar e aterra no terço anterior do
pé;
 O pé direito é colocado no centro do círculo;
 O contacto com o solo é quase simultâneo, mas o primeiro é o pé
direito;
 O pé esquerdo contacta com o solo pelo terço anterior e zona
interna

56
Fase do Arremesso (1ª parte: Posição de Força)

Características Técnicas:
 O peso do corpo deve estar sobre o MI direito e o joelho flectido;
 O calcanhar do pé direito e o dedo grande do pé esquerdo devem
estar em linha;
 O tronco e os ombros devem estar em torção;
 A cabeça e o MS esquerdo estão virados para trás;
 O cotovelo direito faz um ângulo de 90º com o tronco.

Fase do Arremesso (2ª parte: Aceleração Principal)

Características Técnicas:
 O MI direito fica em extensão completa após um movimento de
rotação explosivo até à bacia estar virada na direcção do
lançamento;
 O MI esquerdo faz um movimento enérgico ficando quase em
extensão, levantando o corpo e influenciando o ângulo de saída;
 O movimento de rotação do tronco é bloqueado pelo MS
esquerdo;
 O cotovelo direito está levantado e virado na direcção do
lançamento;
 O peso do corpo é transferido do MI direito para o esquerdo.

57
Fase do Arremesso (3ª parte: Movimento Final do MS)

Características Técnicas:
 O movimento de “chicote” do MS começa após a extensão
completa dos MI e do tronco;
 O MS esquerdo deve estar flectido e fixo junto do tronco;
 A aceleração é continuada pelo pulso que está em pré-extensão
(polegar para baixo e dedos a apontar para fora após largar o
peso);
 Os pés mantêm-se em contacto com o chão até final do
lançamento;
 A cabeça deve estar atrás do pé esquerdo até final do
lançamento.

Fase de Recuperação

Características Técnicas
 Fazer uma troca de MI rápida logo após o lançamento;
 O MI direito deve ficar flectido;
 A parte superior do corpo deve baixar;
 O MI esquerdo deve balançar para trás;
 O atleta deve olhar para o chão.

58
Principais erros:

 Esquecer as regras de segurança, colocando em risco a segurança


física de todos os elementos do grupo de podendo provocar acidentes
de consequências muito graves.
 Utilizar engenhos demasiado pesados para as capacidades físicas dos
jovens, o que numa fase de aprendizagem não é minimamente
aconselhável.
 Iniciar a aprendizagem pela sequência completa do lançamento. É
aconselhável iniciar pelo lançamento a partir da posição de força e numa
etapa seguinte avançar para o ensino e aperfeiçoamento do
deslizamento.
 Executar o lançamento com uma pega incorreta do peso e/ou uma má
colocação do engenho no pescoço. Estas incorrecções impedem
normalmente a utilização do pulso e dos dedos como alavancas no final
do lançamento e podem inclusive provocar lesões.
 Iniciar o deslizamento demasiado rápido, o que dificulta a coordenação
do gesto técnico na fase do arremesso e normalmente faz com que não
se consiga um final eficaz, quer em termos técnicos quer em termos
rítmicos.
 Mau aproveitamento da perna livre durante a fase de deslizamento, o
que vai provocar um deslizamento demasiado curto e uma maior
contracção e verticalização do tronco.
 Levantar o tronco e rodar no sentido do lançamento ainda na fase de
deslizamento, precipitando assim toda a sequência do lançamento.
 Não definir corretamente a posição de força, rodando cedo demais
no sentido do lançamento e deixando de ter o peso do corpo em cima da
perna direita (lançadores dextros). Além da perda de rentabilidade este
erro aumenta bastante a probabilidade de realizar ensaios nulos devido

59
ao facto de o atleta não se conseguir manter dentro do círculo (saída
para a frente).
 Insuficiente rotação da bacia, normalmente associada a uma
precipitação do lançamento com os ombros e braço lançador, o que faz
com que o lançamento seja pouco eficaz e explosivo principalmente
devido ao mau aproveitamento da força elástica.
 Este erro provoca normalmente uma saída do engenho do lado direito
do sector de queda, próximo da linha delimitadora ou mesmo fora desse
mesmo sector (ensaios nulos).
 Não bloquear o movimento com o lado esquerdo do corpo (lançadores
dextros), impede a aplicação da força na fase da aceleração principal.

CONCEITOS PSICOSSOCIAIS

A participação nas aulas de Educação Física permite aumentar o valor


dos alunos enquanto pessoas. No entanto, para que isso aconteça é
necessário que as exigências a ter no desenrolar das aulas sejam compatíveis
e associadas ao bom senso desportivo.
Considera-se que o professor de Educação Física desenvolve um
importante papel na aquisição, fomento e desenvolvimento de um conjunto de
valores e atitudes fundamentais para a vida em sociedade, de uma forma
agradável e privilegiada.
Sendo assim, é necessário que o aluno desenvolva um conjunto de
atividades que lhe permita adquirir competências e consolidar aprendizagens
que também ajudem a alicerçar o aprofundamento do espírito desportivo, de
solidariedade e do trabalho em equipa.
De seguida, referem-se os conceitos psicossociais que se consideram
importantes no seu emprego e fomentação ao nível da prática da atividade
física escolar.

Motivação, Espírito de Grupo e Espírito Competitivo: As aulas de


Educação Física devem ser agradáveis para os alunos para que estes estejam
empenhados nas suas tarefas. A vontade de aprender e o interesse

60
demonstrado em cada aula são essenciais para o processo de ensino e
aprendizagem. O companheirismo e a entreajuda são valores importantes para
o desenvolvimento de cada aluno, sendo necessária também uma mentalidade
forte no sentido da melhoria individual constante (espírito competitivo).

Fair-Play, Respeito e Disciplina: A disciplina deve ser entendida num


sentido amplo, através do respeito por tudo, e por todos. É necessário o
respeito pelas regras, o fortalecimento dos laços de amizade e
companheirismo, o respeito pelo adversário, e a disputa sem violência física ou
verbal. A disciplina é importante, entre outras, pelo reflexo que tem nas atitudes
e valores dos alunos, e pelo que permite o confronto numa atividade desportiva
sã, bem como a cooperação e a autocrítica.

Autonomia: A promoção da autonomia, pela atribuição, pelo


reconhecimento, e exigência das responsabilidades, podem ser assumidas
pelos alunos, na resolução dos problemas de organização das atividades e de
tratamento de matérias. Cabe ao professor de Educação Física a valorização
da criatividade, pela promoção e aceitação da iniciativa dos alunos, orientando-
os para a elevação da qualidade do seu empenho e dos efeitos positivos da
atividade.

Responsabilidade: O sentido de responsabilidade é determinado na


aquisição de hábitos de trabalho, fomentando atitudes mais espontâneas e
adequadas, para o desenvolvimento da personalidade. O aluno tem que ser
capaz de estar em constante adequação social, pelo que terá de controlar
todas as emoções durante o “jogo”.

Cooperação: O aluno deve ser capaz de cooperar nas situações de


aprendizagem e de organização, escolhendo as ações favoráveis ao êxito,
segurança e bom ambiente relacional, na atividade da turma. Para além disso
deve procurar ajudar os colegas a ultrapassar as dificuldades.

61
Assiduidade: A falta às aulas não permite o acompanhamento adequado
das matérias de ensino abordadas, e a dispensa da parte prática da aula,
prejudica o aluno, na medida em que nela não participa, e Educação Física é
movimento.

Pontualidade: A pontualidade deverá ser exigida a todos, e em todos os


aspetos da vida, pelo que a falta desta característica mostra desrespeito “pelo
outro”. O aluno ao chegar atrasado, sente dificuldade em se integrar e poderá
quebrar o ritmo de quem já começou.

Participação: Nas aulas de Educação Física são apresentados diversos


exercícios. Os alunos, independentemente da sua aptidão, devem estar
disponíveis para participar em todas as atividades, procurando realiza-las da
melhor forma possível, tendo em conta as indicações dadas pelo professor.

62
Módulo 2
Análise do Contexto

Módulo 2- Análise do Contexto

63
2. Módulo 2 – Análise do Contexto

2.1. Recursos Humanos


A turma é composta por 35 alunos, tendo 15 raparigas e 20 rapazes. É
uma turma muito grande, logo em relação ao ensino-aprendizagem, os
conteúdos desta modalidade vão ser muito difíceis de transmitir.

2.2. - Recursos Temporais


A unidade didática referente ao ensino da modalidade de Atletismo está
inserida no conjunto de matérias a lecionar durante o 2º Período, sendo-lhe
destinadas dezasseis blocos de noventa minutos.

2.3. - Recursos Espaciais e Materiais

As aulas de Atletismo irão decorrer no espaço exterior e também, por


vezes, no pavilhão de Educação Física.
Socorrendo-me agora do inventário realizado pelo grupo de disciplina de
Educação Física posso constatar:

Modalidade Material Quantidade Local Observações

Arrecadação
Testemunhos 19 9 Bons e 10 razoáveis
de EF
Arrecadação
Barreiras 25 Razoáveis
de EF
Arrecadação
Pesos 12 Razoáveis
de EF
Atletismo
Arrecadação
Cones 30 Bons
de EF
Setor de
1 Exterior Razoável
lançamento
Caixa de
1 Exterior Razoável
areia

64
Módulo 3
Extensão e Sequência dos
Conteúdos

Módulo 4- Extensão e Sequência dos Conteúdos

65
Módulo 3- Extensão e Sequência dos Conteúdos

Justificação da Extensão e Sequência de Conteúdos de Atletismo

Uma unidade temática consiste numa planificação geral dos conteúdos a


ensinar num determinado número de aulas, tendo em conta o nível em que se
encontram os alunos e as funções didáticas a desenvolver em cada uma das
aulas.
A presente unidade temática foi construída para a modalidade de
atletismo, direcionada para a turma do 10º CD, sendo esta constituída por trinta
e cinco alunos.

66
Os conteúdos designados vão de acordo com o planeamento anual
concebido pelo grupo de Educação Física da Escola Secundária Frei Heitor
Pinto.
Após verificação do calendário escolar, estão previstas quatro aulas para
o ensino da Velocidade, cinco para o salto em comprimento, 7 para as corridas
de barreiras, 7 para o triplo salto, 5 para o Lançamento do peso e 4 para as
estafetas, sendo estas de noventa minutos cada, onde serão introduzidas,
exercitadas, consolidadas e avaliadas todas as componentes desta disciplina
direcionadas para o 10º ano de escolaridade.
Um dos objectivos das aulas de Educação Física é o ensino de técnicas
desportivas e a apreensão e domínio das principais estruturas geradoras de
movimento, assim sendo a minha primeira preocupação na lecionação deste
conteúdo é o ensino da técnica de corrida, pois a corrida sendo um gesto
técnico tem que ser ensinada e consolidada.
Na corrida de velocidade optei por transmitir principalmente a partida e a
colocação dos apoios uma vez que os alunos iriam ainda ter estafetas e corrida
de barreiras e ai podiam também ter mais umas noções sobre a manutenção
da corrida e a chegada.
Em relação ao salto em comprimento e quanto ao seu processo de
ensino aprendizagem, no início comecei pela aquisição da corrida de balanço
de lugares variados, de seguida a noção da chamada/impulsão e só por fim ao
voo e á queda.
Quanto à disciplina do Atletismo de Corrida de Barreiras e relativamente
ao seu ensino/aprendizagem deverei desenvolver a aquisição da noção do
ritmo da corrida com obstáculos – regular e irregular; ritmos variados; noção de
corrida em velocidade maximal, uniforme e com ritmo regular de transposição.
Para atingir estes objetivos, poderá ser conveniente utilizar as seguintes
estratégias; estabilização do ritmo da corrida (3 passadas); noção de atitude de
corrida (técnica de corrida); estabilização da técnica de transposição (atitude de
ataque, ação de transposição, receção ao solo e retoma da corrida; dominar a
estrutura rítmica de transposição e de corrida entre as barreiras; noção das
fases de corrida (partida, corrida entre barreiras e final).

67
Por sua vez, para o triplo salto, é essencial destacar e dar primazia aos
conteúdos da corrida preparatória e do encadeamento hop-step-jump. Para o
primeiro, é vital objetivar a sua exercitação centrando o aluno para o alcance
do “máximo de velocidade no mais curto espaço de tempo”. (Rolim, 2007).
Para que os alunos, neste escalão etário, consigam potenciar a velocidade e a
capacidade de aceleração, deverei procurar desenvolver, primeiro, o aumento
da coordenação do movimento, e segundo o aumento da potência muscular.
No hop-step-jump a criação de exercícios com um caráter multilateral é
fundamental para a aprendizagem dos alunos. Como tal, as propostas didático-
metodológicas, deverão atender a esta necessidade.
Relativamente aos Lançamentos, está estabelecido pelo grupo de
Educação Física da escola a lecionação do Lançamento do Peso. Nesta
disciplina do Atletismo o conteúdo a enfatizar é a técnica de lançamento. Desta
forma, restando quatro aulas para sua introdução, exercitação e consolidação,
e a 5ª aula destina-se à avaliação sumativa.
Para a corrida de estafetas e no processo ensino aprendizagem, será
importante abordar e adquirir a noção de transmissão. Desenvolvendo a noção
de transmissão visual e não visual, a noção de entrega de testemunho
ascendente/descendente e a noção da zona de balanço e de transmissão. Por
outro lado, pretendo aperfeiçoar pela exercitação, a transmissão do
testemunho (preparação, aceleração e transmissão), a transmissão com
controlo visual e não visual e a técnica ascendente e descendente.
Para finalizar, gostava de ressalvar que em todas as aulas será
dedicada uma especial atenção aos conceitos psicossociais, já que estes são
essenciais a uma prática letiva de qualidade. Isto no sentido de que haja
sempre um espírito de perseverança, assim como um ambiente saudável, em
prol de um desenvolvimento organizado, eficiente e eficaz de todas as aulas.

68
Módulo 4
Determinação dos
Objetivos

Módulo 5- Determinação dos Objetivos

69
Módulo 4- Determinação dos Objetivos

Objetivos Gerais

 Promover o gosto pela prática da modalidade;


 Identificar as suas regras e características próprias;
 Desenvolver capacidades motoras básicas;
 Desenvolver o controlo do próprio corpo;
 Contribuir para um harmonioso desenvolvimento global do jovem.

Objetivos Específicos

Fisiologia do treino e Condição Física:

 Desenvolver o sistema cardiovascular mantendo ou melhorando índices


de flexibilidade, força e resistência;
 Desenvolver capacidades condicionais força e resistência diretamente
em exercícios de condição física ou indiretamente nos exercícios mais
específicos da modalidade e desenvolver a flexibilidade em exercícios
específicos para tal;
 Desenvolver as capacidades coordenativas equilíbrio, ritmo,
diferenciação cinestésica e capacidade de reação.

Conceitos psicossociais:

 Empenhar-se nas tarefas propostas.


 Cooperar com os colegas para atingir objetivos e com o Professor para
contribuir para um bom desenrolamento das aulas.
 Revelar motivação pela modalidade.
 Ser autónomo na realização das tarefas e perceber os erros cometidos.
 Realizar as tarefas numa lógica de segurança para todos.
 Ser responsável pelos atos cometidos e pela sua boa aprendizagem das
matérias.

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Cultura Desportiva:

 Identificar os vários materiais essenciais para a modalidade.


 Conhecer os principais factos históricos da evolução da modalidade.
 Ter conhecimento das principais regras das provas e aplicá-las nas
aulas.

Habilidades Motoras:

 Técnica de partida de pé: adotar uma posição com o tronco ligeiramente


inclinado à frente, MI de impulsão à frente e MI livre um pouco atrás e
MS contra lateral ao MI de impulsão à frente.

 Técnica de partida de blocos: adotar uma posição em que o MI de


impulsão se coloca no apoio da frente, as mãos atrás da linha e os MS
em extensão completa, pronunciando uma elevação da bacia

 (Corrida de Velocidade): reagir prontamente ao estímulo, acelerando até


à velocidade máxima; realizar os apoios de forma ativa e enérgica;
coordenar a ação dos membros superiores com os membros inferiores;

 (Corrida de barreiras): Realizar a transposição com impulsão longe da


barreira, MI de ataque em extensão, MS de ataque perto do pé do MI de
ataque e com a ação do MI de passagem conduzida pelo joelho,
passando rasante à barreira e procurando rapidamente o solo, realizar a
primeira passada, depois da transposição, com o MI de ataque em
extensão.

 (Salto em Comprimento): realizar a corrida de balanço em velocidade


progressiva e em aceleração máxima; executar a chamada de uma
forma enérgica, colocando o pé na tábua de chamada; elevar os
membros inferiores, acompanhando o movimento de inclinação do
tronco à frente na altura do voo; realizar a chamada a pés juntos.

71
 (Estafetas): Familiariza com o testemunho; realiza a transmissão a uma
velocidade constante ou crescente (não abrandar); realiza os sinais
sonoros nos momentos adequados; realiza a transmissão do
testemunho com um movimento rápido de trás para a frente e de baixo
para cima; recebe o testemunho com olhar dirigido para a frente,
membro superior para trás com a palma da mão voltada para o solo com
um afastamento do polegar dos outros dedos; realiza uma corrida de
estafeta.

 (Lançamento do peso): Familiariza com o peso; realiza a pega formal do


engenho; lança o engenho a partir de um leque variado de posições;
lança o engenho a partir a posição estática (sem balanço); adquire a
noção extensão dos membros no final do movimento; realiza a técnica
de lançamento com deslizamento – O’ Brien.

 (Triplo salto): Sabe determinar o seu pé de chamada; sabe aferir o


comprimento da corrida de aproximação; realiza a corrida de
aproximação com 12 a 14 passos, com velocidade crescente e impulsão
na zona de chamada com precisão; realiza a chamada com extensão
completa da perna de impulsão e elevação enérgica da coxa da perna
livre projetando-a para a frente durante o voo; adquire a noção de
encadeamento sucessivo de diferentes impulsões/receções; realiza um
movimento circular com a perna de impulsão no hop; eleva o joelho do
membro inferior livre, no step; realiza a técnica de voo da passada;
executa a queda a pés juntos na caixa de saltos.

72
Módulo 5
Configuração da
avaliação

Módulo 6- Configuração da Avaliação

73
Módulo 5- Configuração da Avaliação

A avaliação está diferenciada em dois momentos distintos: intermédia


com carácter formativo e final com carácter sumativo.
Esta Unidade Didática constará de dois momentos de avaliação, sendo
eles a Avaliação Formativa e Avaliação Sumativa.
O sucesso do processo de ensino-aprendizagem é representado pelo
domínio do conjunto das capacidades e competências, que se encontram
especificadas nos objetivos (gerais e comportamentais). O desenvolvimento do
aluno na modalidade a que a Unidade Didática se refere corresponde à
qualidade demonstrada na interpretação prática dessas capacidades e
competências nas situações características, bem como na assimilação dos
exercícios de aprendizagem que decorrem nas aulas.
A avaliação recai necessariamente sobre comportamentos concretos
que se reportam à consecução dos objetivos estabelecidos, que por sua vez
foram perseguidos, com o ensino realizado.
A congruência da avaliação materializa-se no que vai ser exigido aos
alunos. Deve centrar-se, por isso, no que se definiu como essencial e que foi
alvo de um processo de apropriação.
Os critérios de avaliação, foram definidas pelo grupo de Ed. Física e
serão aplicados pelo professor, no sentido de classificar o aluno em função do
seu desempenho nas situações de prova selecionadas para a demonstração
das qualidades visadas.

DEFINIÇÃO DOS MOMENTOS DE AVALIAÇÃO

Avaliação Diagnóstica

A avaliação diagnóstica será realizada no início da Unidade Didática.


Assim, este tipo de avaliação tem como principal objetivo recolher informações
sobre os conhecimentos e aptidões que o aluno possui, verificando em que
níveis se encontram os mesmos e prognosticando o nível que poderão atingir,
sendo assim possível estabelecer ou não diferentes níveis dentro da turma.

74
Avaliação Formativa

A avaliação formativa faz parte integrante do processo ensino -


aprendizagem, sendo assim utilizada durante todo o processo. Tem como
finalidade dar feedbacks ao professor e ao aluno relativamente à evolução
deste e das suas dificuldades, detetar os problemas de ensino aprendizagem,
assim como localizar erros de modo a permitir a utilização de outros processos
de ensino.
Esta avaliação será contínua, ou seja, realizada em todas as aulas,
tomando em atenção o grau de empenho, evolução e prestação motora dos
alunos. Serão consideradas as dificuldades e/ou facilidades dos alunos para
fazer reajustes aos conteúdos a lecionar.

Avaliação Sumativa

Este tipo de avaliação tem como principal objetivo o balanço final da


unidade didática. É após a realização desta avaliação que o professor analisa
se os objetivos inicialmente propostos foram, ou não, cumpridos. É também um
ponto de partida para a aquisição de um maior desempenho do professor, na
medida em que se este fizer uma reflexão crítica, poderá ver o que de melhor
ou pior se verificou no processo ensino-aprendizagem.
É realizada nas últimas aulas da unidade didática, permitindo observar
os comportamentos dos alunos nos conteúdos abordados, de forma a aferir a
sua progressão na aprendizagem e a consolidação dos conhecimentos.
O nível final do secundário será atribuído numa escala de 0 a 20 valores.
No que diz respeito à avaliação, na Escola Secundária Frei Heitor Pinto,
a área disciplinar de Educação Física oferece duas opções de avaliação, sendo
que deve ser escolhida uma delas no início do ano letivo com reconhecimento
dos Encarregados de Educação, sendo que esta se mantém inalterável até ao
final do ano letivo. A Opção 1 é composta por – Teste escrito (20%) +
Avaliação Prática (60%) + Socio-afetivos (20%), ou a Opção 2 que é composta
por – Avaliação Prática (80%) + Socio-afetivos (20%).

75
Módulo 6
Progressões de
Aprendizagem

Módulo 7 – Criação de Progressões de Aprendizagem

76
Módulo 6 – Criação de Progressões de Aprendizagem

Técnica de Corrida

Descrição Esquema

1 – Skipping tibiotársico
Forma de progressão com apoios alternados de
um e de outro pé, exclusivamente à custa da
flexão extensão da tibiotársica, sempre com os
MI em extensão.

2 – Skipping baixo
Forma de progressão através do desenrolar do
pé, em ação circular de pequena amplitude.

3 – Skipping médio
Forma de progressão em ação circular de média
amplitude com apoio ativo do pé.

4 – Skipping alto
Forma de progressão em ação circular, com
apoio ativo do pé, com subida das coxas à
horizontal.

5 – Skipping com MI estendido à frente


Forma de progressão em que o trabalho de
balanço à frente é feito com a perna estendida,
com apoio ativo de frente para trás.

6 – Skipping nadegueiro
Forma de progressão em ação circular, com
predomínio das ações de balanço atrás, com
apoio ativo em griffé, com uma ligeira inclinação
à frente do bloco tronco-coxa.

77
7 – Movimento dos MS a 90º parado
Com pescoço, ombros e braços relaxados,
realizar movimentos dos MS, em pêndulo com
eixo nos ombros, de modo a que a mão da frente
vá até à altura do queixo e a mão de trás até ao
quadril.

8 – Saltitar simples
Forma de progressão com impulsão alternada de
cada MI, de modo a que a receção no solo seja
feita com o mesmo MI que impulsionou, de
imediato ajudado pelo outro que irá realizar a
impulsão seguinte.

9 – Corrida saltada
Forma de progressão em que conservando a
ação circular da corrida se privilegia a
componente amplitude.

10 – Step’s
Forma de progressão através de uma sequência
de saltos de um pé para o outro.

11 – Hop’s
Forma de progressão através de uma sequência
de saltos feitos sempre sobre a mesma perna (pé
coxinho).

12 – Do movimento dos MS para o skipping baixo


Conservando a bacia alta, começar
progressivamente a sincronizar os braços com as
pernas, até ao skipping baixo.

13 – Do skipping baixo para o alto


Passagem progressiva do skipping baixo a alto
com subida progressiva da coxa de balanço à
frente até à horizontal

78
14 – Skipping assimétrico (médio + baixo)
Forma de progressão em que enquanto um dos
MI está a fazer skipping baixo a outra está a fazer
skipping médio ou alto.

15 – Skipping assimétrico (atrás + baixo)


Forma de progressão em que enquanto um dos
MI está a fazer skipping baixo a outra está a fazer
skipping atrás.

16 – Step + hop
Forma de progressão através de uma sequência
de saltos alternadamente sobre o mesmo pé e de
um pé para o outro.

17 - Skipping progressivo de baixo até corrida


Passagem progressiva de skipping baixo para
corrida através duma progressiva subida da coxa
à horizontal, acompanhada dum aumento de
amplitude.

18 – Corrida em velocidade progressiva


Forma de progressão em corrida com
progressivo aumento da velocidade.

19 – In-out’s
Corrida alta, com bacia fixa e bem colocada, em
descontração, com apoio ativo do pé, apoiando
no solo apenas com o terço anterior, alternando
fases de aceleração (20m) com fases de
descontração sem perda da velocidade (20m).

79
Exercícios e Jogos de Aquecimento

Descrição Esquema

1. Toque no joelho
Um contra um, frente a frente. Cada aluno
procura tocar no joelho do parceiro, evitando que
este toque no seu.

2. Pisa pés
Um contra um, frente a frente. Cada aluno
procura pisar o pé do parceiro, evitando que este
pise o seu.

3. Empurra com braços cruzados


Um contra um, frente a frente, em grande flexão
dos MI. Cada aluno procura fazer recuar o
parceiro, empurrando com os ombros e
conservando os braços cruzados à frente.

4. Torneio às cavalitas
Equipas de dois elementos, um às cavalitas do
outro. Cada par procura derrubar o “cavaleiro” da
outra equipa, ao mesmo tempo que procura
evitar que o seu “cavaleiro” seja derrubado.
Depois troca de posições.

5. Empurrar para dentro do círculo


Grupos de 4- 5 alunos, de mãos dadas em torno
de um círculo desenhado no solo. Fazer tração
para trás, procurando levar alguns companheiros
a pisar o círculo.

6. Empurrar para fora do círculo


Grupos de 4/5 alunos dentro de um círculo com
cerca de 4m de diâmetro, com as mãos atrás das
costas. Cada aluno procura empurrar os
parceiros para fora do círculo, em carga de
ombro.

80
7. Um contra três
Grupos de 3 - 4 alunos, de mãos dadas e um
atleta solto. O aluno que está livre, depois de
verbalizar o nome de um companheiro, vai
procurar tocar neste, enquanto o grupo se
movimenta no sentido de o defender.

8. A fortaleza
Duas equipas de 5 a 8 atletas. Uma das equipas
forma um círculo de mãos dadas e virados para
fora. Os atletas da outra equipa, que estão soltos
e do lado de fora, vão procurar entrar dentro da
fortaleza. O jogo termina quando mais de 50% da
equipa exterior entrar dentro da fortaleza.

Exercícios e Jogos de Corrida

Descrição Esquema

1. Tira e foge
Os alunos estão dispostos em duas linhas, frente
a frente. Um objeto é colocado entre cada par. Ao
sinal do professor, cada um tenta tirar o objeto,
fugindo de seguida procurando refugiar-se na sua
linha de fundo (20m atrás).

2. Corrida em espelho
Dois a dois, sentados no chão, frente a frente
com os pés encostados. Ao sinal sonoro, partem
rapidamente e após meia volta, procuram atingir
em primeiro lugar a linha dos 10m.

81
3. A fronteira
O aluno A está sobre a linha de partida, enquanto
o aluno B se aproxima na sua direção. Quando o
aluno B pisa a linha de “fronteira” dá meia volta e
foge; neste momento o aluno A arranca em
perseguição de B.

4. Dia e noite
Duas equipas de 5 a 8 alunos, dispostos em duas
linhas paralelas e distanciadas entre si 3m. Uma
equipa é dia e outra é noite. À voz do professor, a
equipa chamada foge, enquanto a outra vai em
sua perseguição.
Variante: os nomes das equipas podem variar
(cores, números...), tal como as posições de
partida (de frente, de pé, deitados...)

5. Corridas em perseguição
Duas filas de alunos a 3m de distância. Ao sinal
do professor, os alunos da fila de trás procuram
apanhar os da frente (numa distância de 10 a
40m), realizando diferentes posições de partida
(sentado, deitado de cócoras...)
Variante: Saltar no lugar, ao sinal de partir; saltar
no lugar e ao sinal de partir dar meia volta e
sprintar; trote no lugar e ao sinal tocar no solo e
sprintar...

6. Perseguição após sinal


Os alunos correm livremente dois a dois,
formando dois grandes grupos. Há dois sinais de
partida (A e B). Em função do sinal, um aluno
foge e o outro é o perseguidor.

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7. Partida com sinal visual
Os alunos colocam-se atrás da linha de partida
(variando as posições de partida). A corrida
inicia-se quando uma bola, depois de lançada a
rolar pelo chão, ultrapassa uma determinada
linha.

Corrida de Barreiras

Variável de
Situação de Aprendizagem Critérios de êxito
evolução

Transposição de Obstáculos
“Transpõe o mais rápido
possível os obstáculos”.
Dois espaços de 40 x 1m com diversos Colocação de mais
obstáculos (cones). Divide-se a turma em duas obstáculos “Não derrubes nenhum
equipas, cada equipa deverá subdividir-se em obstáculo”.

duas colunas. Parte um aluno de cada equipa Aumento da altura


“Divide a transposição em
em cada pista. O colega de equipa do lado dos obstáculos
3/4 antes do obstáculo e
contrário só poderá sair quando o primeiro lhe 1/3 depois”.
tocar na mão.

“Coloca o pé em extensão
Perna de Ataque
Afastamento das plantar”

barreiras
Após a realização da execução de quatro “Realiza o ataque
grandes movimentos circulares, o aluno deverá conduzido pelo joelho”
Aumento da
fazer passar o seu MI de ataque lateralmente
velocidade “Realiza a extensão do MI
pela barreira (distanciadas entre si 2,5 m).
na última fase do ataque”

Perna de Ataque “Coloca o pé em extensão


Afastamento das
plantar”
barreiras
Quatro espaços de 40 x 1m com quatro
“Realiza o ataque
barreiras (diferentes distancias entre barreiras).
Realização de 3 conduzido pelo joelho”
A turma divide-se em quatro equipas dispostas
passadas entre
em colunas e vão realizando o ataque às “Realiza a extensão do MI
barreiras na última fase do ataque”
barreiras à máxima velocidade.

83
“Coloca os ombros
Perna de Passagem paralelos á parede ou
Afastamento da colega”

Com a barreira colocada perpendicularmente à barreira da coluna


“ Coloca o MI de
coluna que suporta a tabela ou com o auxílio de ou do colega
passagem em abdução e
um colega, os alunos apoiam as mãos sobre o pé em extensão plantar”
este e vão exercitando o MI de passagem de Subida da barreira
forma alternada. “Realiza um movimento
conduzido pelo joelho”

Perna de Passagem
Afastamento das “ Coloca o MI de

barreiras passagem em abdução e


Após realização de grandes movimentos o pé em extensão plantar”
circulares, o aluno deverá fazer passar o seu MI
Aumento da “Realiza um movimento
de passagem lateralmente pela barreira
velocidade conduzido pelo joelho”
(distanciadas entre si 2,5 m).

Perna de Passagem Afastamento das “Coloca os ombros


paralelos á parede”
barreiras
Quatro espaços de 40 x 1m com quatro “ Coloca o MI de
barreiras (diferentes distancias entre barreiras). Realização da perna passagem em abdução e

A turma divide-se em quatro equipas dispostas de ataque e do ritmo o pé em extensão plantar”

em colunas e vão realizando o ataque às das três passadas


“Realiza um movimento
barreiras à máxima velocidade. entre barreiras conduzido pelo joelho”

Técnica Completa Afastamento das


barreiras
A turma será dividida pelas pistas criadas (40
Ter em conta todos
metros) e realiza a técnica de transposição de Aumento da
anteriores
barreiras completa: barreiras de 6 em 6 m (50 velocidade
cm), outra de 6,5 em 6,5 m (65 cm), outra de 6,5
em 6,5 m (75 cm) e outra de 7 em 7m (75 cm). Aumento da altura

84
Corrida de velocidade

85
Salto em Comprimento

86
Triplo Salto

87
88
Estafetas

89
90
Lançamento do peso

91
Módulo 7
Bibliografia

Módulo 8 – Aplicação

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Módulo 7- Bibliografia

Bento, J. (1987). Planeamento e avaliação em Educação Física. Lisboa: Livros


Horizonte.
Costa, A., & Costa, M. (2003). Educação Físca 10º/ 11º/ 12º anos. Porto: Areal
Editores.
Costa, J. (2002). Jogo limpo - Educação Física 7º/ 8º/ 9º anos. Porto: Porto
Editora.
Costa, J., & Linhares, J. (1990). Manual de Educação Física e Desportiva 5º/ 6º
ano de escolaridade. Porto: Porto editora.
Gomes, P. B. (2011). Aulas da Unidade Curricular de Didática Geral do Desporto.
Porto.
Graça, M., & Neves, E. (1987). Principios básicos da prática pedagógica -
didáctica. Porto: Porto Editora.
Pereira, A., & Poupa, C. (2008). Como Escrever Uma Tese, Monografia ou Livro
Científico Usando o Word (4º Edição ed.). Lisboa, Portugal: Edições Sílabo, Lda.
Reis, F. (2007). Unidade Curricular de Aprendizagem Motora - Licenciatura em
Educação Física e Desporto - Instituto Superior da Maia. Maia, Portugal.
Ribeiro, B. (2000). O treino do musculo. (3º Edição ed.). Lisboa: Caminho.
Rink, J. E. (1993). Teaching Physical Education for Learning. Carolina: Mosby.
Rolim, R., & Garcia, R. (2007). Atletismo arquipélago de técnicas, cores e
sabores. Porto.
Rolim, R., & Garcia, R. (2007). Colorir o atletismo - Desafios. Porto.

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