Unidade Didática de Atletismo
Unidade Didática de Atletismo
Unidade Didática de Atletismo
Unidade Didática
Atletismo
Índice
Introdução ......................................................................................................... 3
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Introdução
O Atletismo é uma modalidade que revela um grande papel social e
pedagógico, como tal, a Escola tem um potencial de extrema importância nesta
sua função, desenvolvendo os alunos do ponto de vista motor, cognitivo e sócio
afetivo. A Escola tem levado alguns alunos ao desejo de praticar esta
modalidade, e é sabido que os indivíduos que praticam desportos são aqueles
que no futuro têm mais probabilidades de serem adultos ativos. Neste sentido
acresce a importância da modalidade no contexto escolar. Sendo assim, e
como professores de Educação Física cabe-nos o papel de desenvolver esta
atividade na Escola, através de uma forma atraente, lúdica e competitiva,
levando os alunos a gostarem cada vez mais de Desporto em geral e, neste
caso, do Atletismo em particular.
Assim, ao elaborar o Modelo da Estrutura de Conhecimento de
Atletismo, tentei criar um documento que abordasse cada disciplina do
atletismo de uma forma pormenorizada. Cada disciplina será descrita ao
pormenor, com o máximo rigor, nas componentes críticas que delas fazem
parte. Para além disso, após a descrição completa, serão apresentados os
erros mais comuns que se encontram na sua realização, tentando com isso
ajudar qualquer professor na sua missão de tornar o processo de ensino-
aprendizagem cada vez mais eficaz.
Como em todas as outras situações, no Atletismo, a aprendizagem de
novos elementos é feita em referência a qualquer coisa já realizada, existindo
esquemas e estruturas anteriores já assimiladas, que podem ser transferidos
ou generalizados.
Cada progressão deve ser colocada em função de um determinado
objetivo, o qual pode ser, a simples tomada de consciência da posição ou do
movimento de determinada parte do corpo em relação às outras, desenvolver
ou aperfeiçoar determinados esquemas de ação, ou facilitar a realização de
parte ou da totalidade do gesto.
Esta estrutura de conhecimentos pretende ser a mais completa possível,
para o contexto escolar. No entanto, tenho a plena consciência, que este é um
documento em contínua construção, e que deve, sempre que necessário, ser
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adaptado às características dos alunos em causa, no sentido de maximizar as
suas possibilidades de aprendizagem.
O Atletismo é uma modalidade que permite ao aluno retirar dela todo um
conjunto de vivências capazes de melhorar e aperfeiçoar as capacidades e
destrezas físicas, a fim de proporcionar um melhor cumprimento das tarefas
quotidianas.
Considero esta unidade didática de uma importância extrema, pois para
além do aspeto quotidiano, relacionado com a saúde e qualidade de vida, já
referido, defendemos que o Atletismo no seio das outras modalidades, assume
um carácter de base, não só no desenvolvimento das capacidades aeróbia e
anaeróbia, mas também no desenvolvimento de destrezas comuns a outras
modalidades, como correr, saltar, lançar...
Deste modo e pelos motivos apresentados, a unidade didática
apresentada, tem como objetivo facultar aos alunos um conhecimento e
aperfeiçoamento das principais disciplinas que dela fazem parte.
As estratégias utilizadas, pretendem levar os alunos a obter um
conhecimento mais fácil, de uma forma progressiva e lúdica, das principais
ações técnicas de cada disciplina.
Além da satisfação pela prática e a emoção que a competição causa, o
atletismo contribui decisivamente para o desenvolvimento integral do jovem
que o pratica de maneira racional e metódica.
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Módulo 1
Análise da Modalidade
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Este primeiro módulo é considerado como uma estrutura declarativa
uma vez que apresenta o conteúdo da matéria. É também uma estrutura
baseada na transdisciplinaridade pois recorre ao conhecimento de várias áreas
do saber relacionadas com as ciências do desporto de forma a reunir um
conjunto de informações precisas referentes à atividade abordada.
O que se pretende é contemplar a ligação entre o antes e o depois, isto
é, que se observe uma periodização do ensino, ou seja, no final da unidade
didática de atletismo quero perceber se os alunos apresentam melhorias ao
nível das 4 categorias transdisciplinares.
Procuro, então, utilizar a riqueza de situações que esta modalidade
proporciona, para induzir o desenvolvimento de competências inerentes a estas
quatro categorias.
Deste modo, pretende-se desenvolver a cultura desportiva através do
desenvolvimento, em todas as aulas, dos seguintes pontos: regras básicas do
jogo e as respetivas sinaléticas, terminologia específica, características da
modalidade e finalmente a sua história.
Irei desenvolver em todas as aulas os aspetos psicossociais, dando
maior incidência ao empenho, a atenção, a motivação, ao respeito, ao espírito
de equipa, e também à cooperação/competição
As habilidades motoras que irei abordar, numa primeira fase vão
consistir numa aprendizagem um pouco analítica dos elementos técnicos de
cada disciplina. Consequentemente, e de uma forma gradual, integrarei as
diferentes situações trabalhadas no desenvolvimento da forma final de cada
disciplina.
A condição física será abordada ao longo de todas as aulas por estar
fortemente presente nesta modalidade, indo de encontro à especificidade das
exigências da modalidade, sendo enfatizadas a força, a velocidade de
execução, a coordenação dinâmica geral e o trabalho de capacidade aeróbia.
Vejamos com maior pormenor o desenvolvimento de cada uma delas.
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1 - CULTURA DESPORTIVA
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comprimento e cerca de 50 kgs de peso, previamente erguido por uma das
extremidades, com as duas mãos e bem apoiado ao peito. O atleta lançava-o o
mais longe possível de maneira que caísse com a extremidade superior. Não
há porém recordes deste «Carber», pois que o tronco não era devidamente
regulamentado, nem no seu comprimento nem no seu peso.
No século XV organizam-se jogos atléticos na Suíça, quer em Bâle, quer
em Zurich – corridas de velocidade e fundo, saltos e lançamento da pedra.
Entretanto, em Inglaterra, apesar do grande entusiasmo de Henrique V pelas
corridas, apenas a classe trabalhadora pratica o atletismo.
Quanto mais avançamos cronologicamente ao longo dos séculos,
notamos todavia um interesse crescente pela corrida a pé. No século XVII
fazem-se as primeiras experiências de cronometragem, em percursos de umas
cidades para outras. Aparece no século XVIII o Atletismo profissional praticado
pelos estafetas e boletineiros e muito especialmente pelos lacaios-corredores
que puxavam as carrinhas-cadeiras dos aristocratas. Estes lacaios eram
exatamente escolhidos para esta tarefa, pelas suas qualidades de bons
corredores. No entanto, contra o que poderíamos desde já concluir, não é um
lacaio corredor que estabelece o primeiro record da hora. Este primeiro
recordista que percorre 17 km e 300 m ao fim duma hora, é espantosamente
Thomas Carlisle – um dos grandes escritores filósofos da sua época, em 1740.
Foi tão grande o seu feito, que só em 1788, após 48 anos, se melhorou este
record.
No século XIX o profissionalismo atinge o seu máximo, ao mesmo tempo
que nasce o interesse pela imprensa desportiva, em 1838. Grandes
profissionais da América fazem sensação. O pele vermelha canadiano Louis
Beunet era conhecido universalmente por Deerfoot, o pé de gamo. Ele quase
que constrói uma mitologia sobre o seu nome, torna-se o «Invencível» com os
seus records da hora.
Entretanto o atletismo amador, aquele que nos interessa, acima de tudo,
vai crescendo lentamente. O capitão escocês Barclay Allasdyce é cantado por
cronistas por causa dos seus feitos. No quarto da milha (402 m.) ele faz já um
tempo de 56’’. Entre 1796 a 1808 ele é praticamente invencível.
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O britânico Rugby cria no seu célebre Colégio, não somente o desporto
que recebe o seu nome, mas também em 1837 a primeira prova anual de
corrida a pé: a «Crick Run» reservada aos alunos com mais de 17 anos. O
sucesso desta prova passa as fronteiras britânicas, porque Thomas Hughes
descreve-a ao mundo em 1857 no seu livro Tom Brown que se torna a mais
velha descrição do atletismo moderno.
Em 1850, este animado movimento sempre crescente invade as escolas
e a universidade. Em 1857 Cambridge organiza os seus campeonatos. Em
1860 Oxford segue-lhe as pisadas. Pouco depois começam os grandes
encontros entre estas duas escolas. Este grande exemplo serve de impulso
para a organização de movimentos extraescolares. Cria-se em 1868, o
Amateur Athletic Association, organismo que passou a dirigir o atletismo
britânico.
Em 1868 o New York Athletic Club organiza a sua primeira
manifestação.
Daí para cá o interesse é cada vez maior através do mundo. O homem
amador tenta ser exímio em mais que uma prova. Tenta reunir em si, todas as
qualidades de um atleta completo. Nos países baixos, na Inglaterra e mesmo
na Suécia, os jovens realizam concursos de duas provas, o duatlo, de três
provas, o triatlo, de seis provas, o sextatlo e de sete provas, o heptatlo. Nos
Estados Unidos, em 1884, estes concursos eram organizados especialmente
para os atletas equilibrados, que não conseguem ganhar concursos individuais.
O Amateur Athletic Union escolheu 10 provas para estes concursos: 3 corridas,
3 saltos e 3 lançamentos e uma prova de marcha, o decatlo. Em 1906, nos
jogos de Atenas figurava um grupo de 5 provas, o pentatlo, salto em
comprimento, lançamentos do disco e do dardo, uma corrida de estádio e luta.
Este tipo grego de pentatlo é substituído em Estocolmo, em 1912, por um
pentatlo Atlético: 200m, comprimento, dardo, disco e 1500m. Substituiu-se a
luta por uma prova de resistência. A partir de 1924, o decatlo torna-se a prova
base dos atletas completos. Esta prova foi sofrendo várias modificações na sua
constituição. Exige uma técnica aprofundada para cada uma das provas
parcelares que é difícil de ser captada na sua totalidade. É tida, como a
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Maratona, como uma prova para os super-homens. Porém, um concurso de 4
provas, o tetratlo realizado num único dia, ajuizou melhor a aplicação prática
dos elementos fundamentais do atletismo: velocidade (100m), resistência
(1000m), saltos (salto em altura), e força (lançamento do peso).
O cross-country, conhecido em português por corta-mato, é uma corrida
feita através do campo. Esta corrida realiza-se de uma maneira geral na época
de Inverno e deriva da corrida de fundo. A Europa Ocidental sempre foi sua
grande adepta. As suas origens vêm de Inglaterra, onde se organizam pelos
fins do século XIX – por 1870, os primeiros corta-matos, numa distância de 9 a
10 milhas (14,5 a 16 km). França adota o corta-mato pelo ano 1880, e a
primeira competição oficial fez-se em 1887.
Em 1907, reuniram-se a Inglaterra, a Irlanda, a Escócia, o País de Gales
e a França para o 1º Campeonato Internacional de corta-mato. Bem
secundados por outras nações tais como a Bélgica, a Espanha e Portugal, e
mais recentemente pela Tunísia e Marrocos, esta prova vai alargando
internacionalmente o seu âmbito ao ponto de passar a denominar-se o «Cross
das Nações».
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pelos organismos internacionais e olímpicos para, em 1926, assumirem a sua
forma atual.
A pista, no formato de hoje, um circuito de 400 m, surgiu pela primeira
vez nos Jogos Olímpicos de Amesterdão, em 1928. O seu desenvolvimento
acompanhou as transformações tecnológicas, desde o tempo em que eram de
terra batida, passando pelas de cinza até às atuais, de fibra sintética,
denominadas de “tartan”, pela primeira vez usadas nos Jogos Olímpicos de
Tóquio, em 1964.
A partida baixa, ou de cinco apoios, surgiu em
1888 por C. H. Sherril, mas só foi reconhecida em
1896 na primeira Olimpíada Moderna. Até 1936, os
atletas eram autorizadas a fazerem “covas” na pista
para fixarem a ponta dos pés, após esta data, foram
introduzidos oficialmente em competição os blocos de partida.
Em 1870, começou a utilizar-se uma linha suspensa entre duas estacas,
da partida à meta (prova de 100 m), para demarcar o espaço entre os
concorrentes. Esta seria substituída pela atual linha branca no solo, ainda
antes da primeira Guerra Mundial.
Até aos Jogos Olímpicos de Roma, em 1960, em todas as corridas, na
linha de chegada, era colocado um fio de lã no mesmo plano da meta para
facilitar aos juízes, nas chegadas mais confusas, a deteção do primeiro
classificado. Em 1912, nos Jogos Olímpicos de Estocolmo, é usada uma
câmara ligada a um cronómetro. Mais tarde, foi utilizada uma máquina de
filmar, nos Jogos Olímpicos de Amesterdão, em 1928.
Com o desenvolvimento da eletrónica, a máquina de filmar foi
substituída pelo “Photo-finish” – fotografia de chegada; é um equipamento de
alta precisão, automático, fotografando simultaneamente o registo de chegada
dos concorrentes e os respetivos tempos.
Para o controlo do vento, é utilizado um instrumento de medição
chamado anemómetro, nas corridas de 100 m planos, 100 m e 110 m barreiras
e nos saltos em comprimento e triplo salto. Para homologação de record, o
máximo regulamentar é de 2 m/s de vento favorável.
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A origem do cronómetro é assinalada no ano de 1862, com tempos até
aos quartos de segundo, para 1922 ser registado até ao décimo de segundo.
Mais tarde, um grande impulso foi dado pelos Japoneses nos Jogos olímpicos
de Tóquio, em 1964, com o uso de computadores com o objetivo de tornarem
tudo mais rigoroso. Contudo, seriam os Jogos Olímpicos do México, em 1968,
a proporcionarem a cronometragem eletrónica aos centésimos de segundo.
Outras melhorias técnicas foram empregues, tais como: laboratórios para o
controlo anti doping e determinação do sexo, células fotelétricas, os
mostradores automáticos, os colchões de queda para os saltos em altura e
com vara.
Também o equipamento sofre alterações com o decorrer dos tempos. As
sapatilhas que inicialmente eram flexíveis (pele de cabra) e de sola lisa,
surgiram posteriormente na Inglaterra apresentando “tiram” na sola com o
objetivo de aderirem às pistas mais areosas. Em 11 de Novembro de 1868, o
americano William B. Curtis apareceu com os sapatos de “bicos ou pregos”.
Nos Jogos Olímpicos de Amesterdão, 1928,
introduziram-se algumas provas no calendário
olímpico, com destaque para o sector feminino: os
100 m, 800 m, estafeta 4 x 100 m, o lançamento do
disco e o salto em altura.
Mas seria na década de oitenta que grandes
mudanças se dariam no atletismo feminino,
terminando assim um longo debate e simultaneamente quebrando algumas
incompreensões. Tal deveu-se ao avanço da medicina desportiva e à crescente
atitude da mulher face ao desporto contemporâneo. Por isso, é pela primeira
vez incluída a corrida de 3000 m planos e a maratona nos Campeonatos da
Europa, em Atenas, 1982, tendo-se sagrado vencedora, na maratona, a atleta
portuguesa Rosa Mota, repetindo o êxito em 1986 em Estugarda, e em 1990
em Split.
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O Atletismo em Portugal
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Caracterização da Modalidade
Velocidade
Meio-fundo Altura
CORRIDAS
Fundo
SALTOS
Barreiras Comprimento
Obstáculos
Vara
Maratona
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Quadro 2: Lançamentos e Provas combinadas
Peso Triatlo
LANÇAMENTOS
COMBINADAS
PROVAS
Dardo Pentatlo
Disco Heptatlo
Martelo Decatlo
Barreiras 60 metros
Comprimento
Triplo salto
Saltos
Altura
Com Vara
Lançamento do Peso
Heptatlo
combinadas
Pentatlo
1º dia: 60 m, salto em comprimento, lançamento do
Provas
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Quadro 5: Competições de atletismo em pista de ar livre masculinas e femininas
Comprimento
Triplo salto
Saltos
Altura
Com Vara
Peso 6 kg 3 kg
Lançamentos
Martelo 7,260 kg 4 kg
Disco 1,750 kg 1 kg
Heptatlo
combinadas
Pentatlo
Provas
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2- FISIOLOGIA DO TREINO E CONDIÇÃO FÍSICA
Ativação Inicial
c) Coordenação:
Permite ao indivíduo realizar o gesto em melhores condições.
Duração
Depende de:
Grau de preparação do indivíduo.
Característica da tarefa (prova, aula...).
Horário da sessão.
Idade do praticante.
Predisposição do momento.
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Retorno à calma
Condição Física
Capacidades coordenativas
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- Diferenciação cinestésica: Permite coordenar de forma harmoniosa e precisa
as diferentes intervenções musculares das várias partes do corpo, para a
realização da ação motora adequada, empregando a força necessária à
situação
Capacidades Condicionais
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3- HABILIDADES MOTORAS
TÉCNICA DE CORRIDA
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O contacto do pé com o solo deve realizar-se da seguinte forma:
Variando a superfície de apoio de acordo com a intensidade da corrida –
para uma intensidade máxima o pé toma contacto pelo terço anterior do seu
bordo externo, enquanto para intensidades média e baixa o apoio tende a ser
realizado sobre a região externa do metatarso e do tarso;
A passagem do pé pelo apoio e a sua posterior repulsão do solo
condicionam a amplitude da passada. À máxima extensão da perna impulsora
deverá corresponder a máxima elevação do joelho da outra perna que,
entretanto, se dirigiu para a frente.
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Para além da qualidade dos apoios, e da ação dos braços a postura
corporal do corredor é fundamental na técnica de corrida:
A cabeça deve manter-se no prolongamento do tronco e o olhar deve
estar dirigido para a frente (a colocação da cabeça atrás quando
aparece a fadiga está habitualmente associada a uma menor amplitude
da passada, com a consequente diminuição da corrida);
Os músculos da face e do pescoço devem permanecer descontraídos (a
sua contração indicia uma contração generalizada de todo o corpo);
Qualquer que seja a intensidade da corrida, o tronco deve permanecer
sempre na vertical e os ombros baixos.
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CORRIDA DE VELOCIDADE
1. Partida
A partida é um fator decisivo e como tal pode e deve ser treinada, pois
uma boa saída pode provocar o comando de uma prova, o que constitui, em
muitos casos, uma importante vantagem.
A partida regulamentar da corrida de velocidade realiza-se nos “blocos
de partida”, dispositivos que possibilitam uma maior velocidade inicial e
consequentemente, uma partida eficiente pois permitem uma aplicação de
força máxima dinâmica, uma vez que o aluno se encontra parado e tem de
deslocar o seu próprio corpo.
A posição de saída no bloco, partida baixa, deve ser adaptada a cada
praticante, para obter maior comodidade. Em situação de competição, existe
um juiz que controla os procedimentos da partida, através das seguintes vozes
de comando:
“Aos seus lugares”;
“ Prontos”;
“Sinal de partida”.
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Fletir as pernas e os pés apoiados
fortemente nos blocos de partida;
Apoiar os joelho da perna de trás no
solo;
Colocar as mãos perto da linha de
partida, ligeiramente mais afastadas que a largura dos ombros e
equidistantes do eixo do corpo;
Afastar os dedos, polegar e indicador e coloca-los no chão
próximos da linha de partida;
Colocar a cabeça no “prolongamento” do tronco.
“Prontos”:
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Realizar a primeira impulsão com a
perna de trás, logo de seguida, com
maior duração, a perna da frente é
responsável pela projeção do corpo,
formando com o plano da pista um
ângulo de 45º, aproximadamente;
Colocar os braços numa ação correta e coordenada com as
pernas.
Manter a cabeça no prolongamento do tronco, olhando em frente;
Ter em atenção que a primeira passada é a mais curta e que o
tronco se encontra inclinado em frente, retomando a sua posição
normal na fase de velocidade máxima.
Principais erros:
Na posição de partida os ombros do aluno estão atrás das mãos e o
peso corporal está todo em cima dos MI
Na posição de partida o ângulo do MI da frente é muito pequeno (menor
que 90º).
Na posição de partida o ângulo do MI da frente é muito grande.
Na posição de partida, as costas do aluno estão paralelas ao solo
2- Aceleração
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Manter um frequência elevado dos primeiros apoios e se possível
deve ser mantida à medida que a passada se vai tornando mais
ampla, com o evoluir da corrida;
Coordenar os membros superiores com os inferiores, de uma
forma dinâmica e frequente.
Principais erros:
Na fase de aceleração, a elevação total do tronco para a posição normal
da corrida;
Pouco impulso com os MI;
Tronco demasiado inclinado à frente;
3-Velocidade máxima
Principais erros:
O aluno sobe pouco a coxa do MI livre.
O aluno corre com a cabeça muito inclinada para trás ou com o tronco
inclinado para trás.
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O aluno não corre em linha recta na pista
Os MS não se movimentam na direcção da corrida.
“cerrar” os dentes, os braços tensos e rígidos, o rosto e o pescoço
contraído primeiro contacto do pé com o solo seja feito pelo calcanhar
Principais erros:
A passagem pela meta com diminuição da velocidade, o que
normalmente se dá no jovem sem prática desportiva;
Na chegada à meta, a inclinação do tronco e da cabeça e a oscilação
dos braços à retaguarda um pouco afastada da linha de chegada para
não haver desequilíbrio e uma consequente diminuição de velocidade
nas últimas passadas.
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CORRIDA DE BARREIRAS
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Para alcançar elevada velocidade na aproximação à primeira barreira, o
atleta não só tem de ser um bom corredor de velocidade, como deve ser capaz
de manter grande regularidade de passada. O comprimento da passada
aumenta progressivamente até ao último passo, o qual será mais curto que o
anterior.
O aluno deve:
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2. Transposição das Barreiras
Perna de impulsão:
Efetuar a impulsão para a barreira aproximadamente a 2 metros da
mesma, fazendo um ataque em profundidade; a maior parte da
impulsão é aplicada para a frente, na direção da corrida;
Procurar estender ativamente as articulações do tornozelo, joelho e
anca;
Puxar a perna lateralmente, relativamente ao tronco, rápida e
ativamente, após a passagem da barreira com a perna de ataque,
fazendo com esta um ângulo de cerca de 90 graus.
Perna de ataque:
Colocar rapidamente a coxa na posição horizontal, mantendo-a
paralela ao solo enquanto se realiza a transposição da barreira (o
mais rasante possível);
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Após a mesma, procurar o solo rapidamente com um enérgico
movimento de cima – frente – para baixo – atrás;
Ter o pé fletido, os dedos do pé nunca devem apontar para o solo;
Após a transposição, fazer o apoio muito rápido e efetuado pelo terço
médio-anterior do pé.
Pontos essenciais:
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A continuação da corrida deve ser facilitada com um impulso
enérgico e, ao mesmo tempo, com movimentação rápida dos braços.
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tudo manter uma elevada velocidade entre as barreiras e efetuar um ritmo em
função das suas características morfológicas. O professor deve contudo
atender ao facto de que, em competição, o número de passadas entre as
barreiras numa corrida de 100 ou 110 m é de 3 passadas e, portanto, deve
também criar situações que permitam isso mesmo. Introduzir variações nas
distâncias entre barreiras em função das características de cada um tentando
que o aluno efetue 3 passadas ou diminuir a altura das barreiras são soluções
didáticas que podem ajudar o aluno a crescer gostando desta disciplina do
atletismo.
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Principais Erros da Corrida Barreiras:
A corrida de aproximação à primeira barreira não é suficientemente
acelerada;
O aluno não corre em linha recta;
Os passos são saltados;
O atleta “salta” as barreiras;
O movimento da perna traseira não se coordena bem com a passada de
saída;
A perna dianteira não passa sobre a barreira em perfeita em extensão
para diante mas aponta ligeiramente para fora ou para dentro;
Efeito de travagem no contacto com o solo.
Regulamento Específico
Seniores Masculinos
Seniores Femininos
Cada barreira terá de ser colocada na pista de tal modo que a sua base
esteja colocada do lado de aproximação do atleta. A barreira será colocada de
modo que a margem da barra transversal superior que fica mais próxima do
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atleta que dela se aproxima, coincida com a margem da marca colocada na
pista que igualmente se situa mais próxima do atleta.
As barreiras terão de ser construídas em metal ou qualquer outro
material apropriado, sendo a barra transversal superior de madeira ou outro
material apropriado. Consistirão de duas bases e dois postes verticais, que
suportam uma estrutura retangular reforçada com uma ou mais barras
transversais.
As barreiras terão de ser concebidas de tal modo que, para as derrubar,
seja necessária uma força de pelo menos a 3,6 kg, aplicada no centro do limite
superior da barra transversal.
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ESTAFETAS
1- Partida
A partida para a corrida de estafetas 4 x 100 m ou 4x400m é feita com
blocos, deste modo o primeiro atleta da equipa realiza a partida baixa e os
restantes a partida alta. Existem várias formas de segurar o testemunho na
partida, mas a mais usual é agarrá-lo próximo do centro.
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Componentes críticas:
O receptor coloca-se em pé, ocupando a parte interna ou externa do
corredor, conforme vá receber o testemunho com a mão direita ou a
esquerda;
Linha de ombros paralela ao eixo da pista;
Pés orientados no sentido da corrida, um à frente do outro
Colocar-se em pé, ocupando a parte interna ou externa do corredor,
conforme se receba o testemunho com a mão direita ou esquerda;
Olhar dirigido para trás para se poder aperceber da velocidade do
transmissor;
No momento em que o transmissor passe a marca estabelecida, o
receptor deve olhar em frente e sair no máximo de velocidade
2 - Aceleração
Componentes Críticas:
Tronco vai-se endireitando progressivamente;
Cabeça mantém-se descontraída;
Passar rapidamente para o interior do corredor.
Tronco vai-se endireitando progressivamente;
Cabeça mantém-se descontraída;
3 - Manutenção da velocidade
Componentes Críticas:
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Manutenção de elevada frequência;
Aumento da amplitude dos passos;
Corrida alta e bem circulada;
Extensão completa dos MI na impulsão;
Tronco próximo da vertical;
Oscilação controlada dos MS;
Braço e antebraço formam um ângulo de 90º.
4 - Transmissão do Testemunho
O testemunho tem de ser entregue dentro de um espaço de 20 m de
comprimento – zona de transmissão. Nas estafetas de 4 x 60m, de 4x80m, e
de 4x100m, a zona de transmissão começa a 10 m da linha dos 60m ou dos
80m ou dos 100m e termina 10 m à frente destas.
O recetor deve aguardar o transmissor na zona de balanço (10 m),
olhando para trás e por cima do ombro. O recetor deve começar a correr
quando o transmissor passa junto a uma marca previamente colocada no
corredor. Corre olhando para a frente e estica o braço para trás com a mão
aberta quando o transmissor lhe der o sinal sonoro: “sai”, “vai”, “toma”.
O testemunho pode ser entregue de cima para baixo (técnica
descendente) ou de baixo para cima (técnica ascendente). Os quatro atletas
têm de combinar o modo e a mão com que fazem as transmissões, pois isso
influencia a colocação de cada um no corredor para receber o testemunho.
Transmissor
Dar sinal para o colega que vai receber, para ele estender o braço para
trás;
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Testemunho entregue com firmeza e segurança na mão do atleta que
recebe
Deve ser reduzida o menos possível a velocidade;
Continuar no seu corredor, até que todas as transmissões tenham
terminado.
Receptor
Colocar-se na pista de forma correcta, tendo em conta a mão com que
se vai receber o testemunho;
Inicia a corrida quando o transmissor ultrapassa a marca estabelecida
colocada no corredor;
Correr o mais rápido possível, olhando sempre para a frente;
Ao sinal sonoro combinado (“toma”, “pega”, “vai”), não diminuir a
velocidade e estender completamente o braço receptor à retaguarda,
atrás da bacia;
O momento de transmissão do testemunho, ambos os corredores devem
estar a correr à máxima velocidade
O testemunho pode ser entregue de cima para baixo (técnica
descendente) ou de baixo para cima (técnica ascendente)
Ascendente
MS receptor em extensão atrás, alto e ao lado do corpo;
MS transmissor em extensão à frente;
Palma da mão receptora virada para baixo , com dedos a apontar o solo;
Transmissão de baixo para cima;
Testemunho colocado activamente na mão do colega, entre o polegar
estendido e os outros 4 dedos unidos
Descendente
MS receptor em extensão atrás, alto e ao lado do corpo;
MS transmissor em extensão à frente;
Palma da mão receptora virada para cima e aberta;
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Transmissão de cima para baixo;
Testemunho colocado activamente na mão do colega.
5 – Chegada
Após receber o testemunho, o último atleta corre para a linha de meta de
forma idêntica à corrida de velocidade.
Componentes críticas:
Tentando manter os joelhos altos
Mantendo a amplitude de passada
Não diminuir a velocidade antes de passar a meta.
Não alterar a técnica de corrida
Inclinar o tronco para a frente sobre a meta avançando o ombro oposto
ao M.I. da frente e oscilando os M.S. à retaguarda
SALTO EM COMPRIMENTO
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Chamada ou Impulsão (o atleta procura gerar velocidade vertical
e minimizar a perda de velocidade horizontal);
Suspensão ou Voo (o atleta deve preparar a queda; nesta fase do
salto podem ser utilizadas três técnicas diferentes: salto na
passada, técnica da extensão e a técnica da tesoura);
Queda ou Receção (o atleta procura maximizar a distância do
percurso de voo e minimizar a perda de distância no contacto com
o solo).
Características Técnicas:
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Principais erros:
Redução da velocidade nas passadas finais (devido a uma corrida
demasiado longa e desgastante,
sendo a velocidade máxima alcançada precocemente);
Apoio sobre a planta dos pés;
Joelhos baixos; passada em frequência;
“Corrida sentada”;
Membro inferior flectido.
Fase da Chamada
Características Técnicas:
Principais erros:
47
Olhar dirigido para a tábua de chamada.
Características Técnicas:
O MI livre é mantido na posição da fase de chamada;
O tronco deve permanecer direito e vertical;
O MI de chamada está em constante movimento durante a maior
parte do voo
O MI de chamada é flectido e lançado para a frente e para cima
perto do final da fase de voo;
Ambos os MI devem estender-se para a frente antes da queda.
Características Técnicas:
O MI livre baixa através da rotação da articulação da bacia;
A bacia avança para a frente;
O MI de chamada deve estar paralelo ao MI livre;
Os MS vêm de trás para a frente.
Principais erros:
48
Perna de chamada mantém-se em baixo;
Manter os joelhos baixos.
Fase da Queda
Características Técnicas:
Os MI devem estar quase em extensão completa;
O tronco deve estar inclinado para a frente;
Os MS devem ser puxados para trás;
A bacia deve ser puxada para a frente em direcção ao ponto de
contacto com o solo
Principais erros:
TRIPLO SALTO
49
Apesar do Triplo Salto apresentar, também, estas 4 fases, apresenta
uma particularidade mais complexa que consiste no encadeamento de 3
passadas/apoios, sendo que a primeira marca a chamada (na tábua de
chamada e antes da linha de validade) e a terceira a transição para a fase
aérea/suspensão para a consequente queda/receção. Assim, é-nos
apresentado o seguinte:
Fases do Salto
1. Corrida;
2. Primeiro salto (pé coxinho ou hop);
3. Segundo salto (passada saltada ou step);
4. Terceiro salto ou jump;
5. Queda.
Corrida
1º Salto (Hop)
Este salto tem início quando o pé de chamada toca na tábua e termina com o
contacto desse mesmo pé no solo, após uma fase aérea. A trajetória é rasante.
Componentes críticas:
50
Para tentar não perder velocidade, é necessário fazer uma chamada
mais ativa que a do salto em comprimento;
O pé de chamada deve efetuar um apoio ativo preparando a impulsão
que é dirigida para a frente e para cima;
Manter o joelho da perna livre elevado, durante o início da suspensão;
Realizar a extensão completa da perna de chamada (pé, joelho e anca);
Puxar a perna de chamada para a frente e para cima e a perna livre
rasante para baixo e para trás.
Principais erros:
2º Salto (Step)
Tem início na colocação do segundo apoio no solo e termina após a
colocação do pé contrário do segundo apoio, após o segundo voo. É o mais
curto dos três saltos.
Componentes críticas:
Logo após o apoio total da planta do pé, realizar uma ação explosiva
para trás, que projeta o centro de gravidade para a frente e minimiza a
perda de velocidade horizontal;
51
Elevação da coxa da perna livre até à posição horizontal;
Manter uma posição semelhante à adquirida no fim da chamada, no
sentido de evitar desequilíbrios durante o voo;
Realizar a extensão da perna livre para a frente e para baixo, para
preparar o salto seguinte.
Principais erros:
Fraca elevação da coxa do membro inferior de balanço;
Trajectória de voo demasiado rasante;
3ª Salto (Jump)
Tem início na colocação do terceiro e último apoio e é muito parecido
com o salto em comprimento.
Componentes críticas:
No contacto com o solo, a perda de velocidade é compensada por uma
maior flexão da perna de chamada e por uma impulsão muito ativa;
Durante o voo, todos os aspetos referidos no salto em comprimento se
aplicam aqui; a única diferença reside no facto de, nesta fase, a
velocidade horizontal ser menor.
52
Principais erros:
Queda
Componentes críticas:
O contacto com o solo o mais à frente possível;
O contacto com o solo pelos calcanhares e com as pernas em extensão;
Amortecimento com flexão das pernas e avanço da bacia;
Não deixar marcas na areia atrás da linha definida no contacto.
Principais erros:
Incorrecta colocação dos membros superiores (suspensão);
Contacto prematuro no solo não utilizando toda a extensão do voo;
Recepção com joelhos rígidos o que implica a queda para trás;
Tronco inclinado à retaguarda.
53
ensinadas as considerações básicas relativas à segurança. Deste modo, é
muito importante cumprir as normas e princípios básicos de segurança, os
quais passamos a apresentar:
Os corredores de balanço devem ser mantidos em boas
condições, assim como a tábua de chamada;
As caixas de areia devem ser mantidas sem covas ou locais rijos.
Devem também ser mantidas sem objetos estranhos, tais como
vidros, pedaços de metal ou madeira;
Os rodos e pás devem ser sempre colocados num local seguro,
afastados das zonas de corrida e das zonas de receção (os rodos
devem estar sempre arrumados com os dentes para baixo).
LANÇAMENTO DO PESO
54
Pega
Características Técnicas:
O peso fica nos dedos e nas bases dos dedos;
Os dedos estão paralelos e ligeiramente afastados;
O peso é colocado no lado direito do pescoço, por baixo do
maxilar e o polegar na traqueia;
O cotovelo faz um ângulo de 45º em relação ao corpo.
Fase de Preparação
Características Técnicas:
O lançador começa de pé, no final do círculo de lançamento e de
costas para a borda do círculo;
O tronco inclina-se para a frente e fica paralelo ao solo;
O corpo fica equilibrado apenas num MI;
O MI de apoio deve estar flectido enquanto o MI esquerdo é
atirado para trás.
55
Fase de Deslizamento
Características Técnicas:
O atleta move-se da planta do pé para o calcanhar sem mover a
bacia;
O MI livre é impulsionado em direcção à borda do círculo por
baixo;
O MI de apoio fica em extensão sobre o calcanhar;
O MI de apoio mantém-se em contacto com o solo durante a
maior parte da fase do deslizamento;
Os ombros mantêm-se direitos e virados para o ponto de partida.
Características Técnicas:
O pé direito desliza pelo calcanhar e aterra no terço anterior do
pé;
O pé direito é colocado no centro do círculo;
O contacto com o solo é quase simultâneo, mas o primeiro é o pé
direito;
O pé esquerdo contacta com o solo pelo terço anterior e zona
interna
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Fase do Arremesso (1ª parte: Posição de Força)
Características Técnicas:
O peso do corpo deve estar sobre o MI direito e o joelho flectido;
O calcanhar do pé direito e o dedo grande do pé esquerdo devem
estar em linha;
O tronco e os ombros devem estar em torção;
A cabeça e o MS esquerdo estão virados para trás;
O cotovelo direito faz um ângulo de 90º com o tronco.
Características Técnicas:
O MI direito fica em extensão completa após um movimento de
rotação explosivo até à bacia estar virada na direcção do
lançamento;
O MI esquerdo faz um movimento enérgico ficando quase em
extensão, levantando o corpo e influenciando o ângulo de saída;
O movimento de rotação do tronco é bloqueado pelo MS
esquerdo;
O cotovelo direito está levantado e virado na direcção do
lançamento;
O peso do corpo é transferido do MI direito para o esquerdo.
57
Fase do Arremesso (3ª parte: Movimento Final do MS)
Características Técnicas:
O movimento de “chicote” do MS começa após a extensão
completa dos MI e do tronco;
O MS esquerdo deve estar flectido e fixo junto do tronco;
A aceleração é continuada pelo pulso que está em pré-extensão
(polegar para baixo e dedos a apontar para fora após largar o
peso);
Os pés mantêm-se em contacto com o chão até final do
lançamento;
A cabeça deve estar atrás do pé esquerdo até final do
lançamento.
Fase de Recuperação
Características Técnicas
Fazer uma troca de MI rápida logo após o lançamento;
O MI direito deve ficar flectido;
A parte superior do corpo deve baixar;
O MI esquerdo deve balançar para trás;
O atleta deve olhar para o chão.
58
Principais erros:
59
ao facto de o atleta não se conseguir manter dentro do círculo (saída
para a frente).
Insuficiente rotação da bacia, normalmente associada a uma
precipitação do lançamento com os ombros e braço lançador, o que faz
com que o lançamento seja pouco eficaz e explosivo principalmente
devido ao mau aproveitamento da força elástica.
Este erro provoca normalmente uma saída do engenho do lado direito
do sector de queda, próximo da linha delimitadora ou mesmo fora desse
mesmo sector (ensaios nulos).
Não bloquear o movimento com o lado esquerdo do corpo (lançadores
dextros), impede a aplicação da força na fase da aceleração principal.
CONCEITOS PSICOSSOCIAIS
60
demonstrado em cada aula são essenciais para o processo de ensino e
aprendizagem. O companheirismo e a entreajuda são valores importantes para
o desenvolvimento de cada aluno, sendo necessária também uma mentalidade
forte no sentido da melhoria individual constante (espírito competitivo).
61
Assiduidade: A falta às aulas não permite o acompanhamento adequado
das matérias de ensino abordadas, e a dispensa da parte prática da aula,
prejudica o aluno, na medida em que nela não participa, e Educação Física é
movimento.
62
Módulo 2
Análise do Contexto
63
2. Módulo 2 – Análise do Contexto
Arrecadação
Testemunhos 19 9 Bons e 10 razoáveis
de EF
Arrecadação
Barreiras 25 Razoáveis
de EF
Arrecadação
Pesos 12 Razoáveis
de EF
Atletismo
Arrecadação
Cones 30 Bons
de EF
Setor de
1 Exterior Razoável
lançamento
Caixa de
1 Exterior Razoável
areia
64
Módulo 3
Extensão e Sequência dos
Conteúdos
65
Módulo 3- Extensão e Sequência dos Conteúdos
66
Os conteúdos designados vão de acordo com o planeamento anual
concebido pelo grupo de Educação Física da Escola Secundária Frei Heitor
Pinto.
Após verificação do calendário escolar, estão previstas quatro aulas para
o ensino da Velocidade, cinco para o salto em comprimento, 7 para as corridas
de barreiras, 7 para o triplo salto, 5 para o Lançamento do peso e 4 para as
estafetas, sendo estas de noventa minutos cada, onde serão introduzidas,
exercitadas, consolidadas e avaliadas todas as componentes desta disciplina
direcionadas para o 10º ano de escolaridade.
Um dos objectivos das aulas de Educação Física é o ensino de técnicas
desportivas e a apreensão e domínio das principais estruturas geradoras de
movimento, assim sendo a minha primeira preocupação na lecionação deste
conteúdo é o ensino da técnica de corrida, pois a corrida sendo um gesto
técnico tem que ser ensinada e consolidada.
Na corrida de velocidade optei por transmitir principalmente a partida e a
colocação dos apoios uma vez que os alunos iriam ainda ter estafetas e corrida
de barreiras e ai podiam também ter mais umas noções sobre a manutenção
da corrida e a chegada.
Em relação ao salto em comprimento e quanto ao seu processo de
ensino aprendizagem, no início comecei pela aquisição da corrida de balanço
de lugares variados, de seguida a noção da chamada/impulsão e só por fim ao
voo e á queda.
Quanto à disciplina do Atletismo de Corrida de Barreiras e relativamente
ao seu ensino/aprendizagem deverei desenvolver a aquisição da noção do
ritmo da corrida com obstáculos – regular e irregular; ritmos variados; noção de
corrida em velocidade maximal, uniforme e com ritmo regular de transposição.
Para atingir estes objetivos, poderá ser conveniente utilizar as seguintes
estratégias; estabilização do ritmo da corrida (3 passadas); noção de atitude de
corrida (técnica de corrida); estabilização da técnica de transposição (atitude de
ataque, ação de transposição, receção ao solo e retoma da corrida; dominar a
estrutura rítmica de transposição e de corrida entre as barreiras; noção das
fases de corrida (partida, corrida entre barreiras e final).
67
Por sua vez, para o triplo salto, é essencial destacar e dar primazia aos
conteúdos da corrida preparatória e do encadeamento hop-step-jump. Para o
primeiro, é vital objetivar a sua exercitação centrando o aluno para o alcance
do “máximo de velocidade no mais curto espaço de tempo”. (Rolim, 2007).
Para que os alunos, neste escalão etário, consigam potenciar a velocidade e a
capacidade de aceleração, deverei procurar desenvolver, primeiro, o aumento
da coordenação do movimento, e segundo o aumento da potência muscular.
No hop-step-jump a criação de exercícios com um caráter multilateral é
fundamental para a aprendizagem dos alunos. Como tal, as propostas didático-
metodológicas, deverão atender a esta necessidade.
Relativamente aos Lançamentos, está estabelecido pelo grupo de
Educação Física da escola a lecionação do Lançamento do Peso. Nesta
disciplina do Atletismo o conteúdo a enfatizar é a técnica de lançamento. Desta
forma, restando quatro aulas para sua introdução, exercitação e consolidação,
e a 5ª aula destina-se à avaliação sumativa.
Para a corrida de estafetas e no processo ensino aprendizagem, será
importante abordar e adquirir a noção de transmissão. Desenvolvendo a noção
de transmissão visual e não visual, a noção de entrega de testemunho
ascendente/descendente e a noção da zona de balanço e de transmissão. Por
outro lado, pretendo aperfeiçoar pela exercitação, a transmissão do
testemunho (preparação, aceleração e transmissão), a transmissão com
controlo visual e não visual e a técnica ascendente e descendente.
Para finalizar, gostava de ressalvar que em todas as aulas será
dedicada uma especial atenção aos conceitos psicossociais, já que estes são
essenciais a uma prática letiva de qualidade. Isto no sentido de que haja
sempre um espírito de perseverança, assim como um ambiente saudável, em
prol de um desenvolvimento organizado, eficiente e eficaz de todas as aulas.
68
Módulo 4
Determinação dos
Objetivos
69
Módulo 4- Determinação dos Objetivos
Objetivos Gerais
Objetivos Específicos
Conceitos psicossociais:
70
Cultura Desportiva:
Habilidades Motoras:
71
(Estafetas): Familiariza com o testemunho; realiza a transmissão a uma
velocidade constante ou crescente (não abrandar); realiza os sinais
sonoros nos momentos adequados; realiza a transmissão do
testemunho com um movimento rápido de trás para a frente e de baixo
para cima; recebe o testemunho com olhar dirigido para a frente,
membro superior para trás com a palma da mão voltada para o solo com
um afastamento do polegar dos outros dedos; realiza uma corrida de
estafeta.
72
Módulo 5
Configuração da
avaliação
73
Módulo 5- Configuração da Avaliação
Avaliação Diagnóstica
74
Avaliação Formativa
Avaliação Sumativa
75
Módulo 6
Progressões de
Aprendizagem
76
Módulo 6 – Criação de Progressões de Aprendizagem
Técnica de Corrida
Descrição Esquema
1 – Skipping tibiotársico
Forma de progressão com apoios alternados de
um e de outro pé, exclusivamente à custa da
flexão extensão da tibiotársica, sempre com os
MI em extensão.
2 – Skipping baixo
Forma de progressão através do desenrolar do
pé, em ação circular de pequena amplitude.
3 – Skipping médio
Forma de progressão em ação circular de média
amplitude com apoio ativo do pé.
4 – Skipping alto
Forma de progressão em ação circular, com
apoio ativo do pé, com subida das coxas à
horizontal.
6 – Skipping nadegueiro
Forma de progressão em ação circular, com
predomínio das ações de balanço atrás, com
apoio ativo em griffé, com uma ligeira inclinação
à frente do bloco tronco-coxa.
77
7 – Movimento dos MS a 90º parado
Com pescoço, ombros e braços relaxados,
realizar movimentos dos MS, em pêndulo com
eixo nos ombros, de modo a que a mão da frente
vá até à altura do queixo e a mão de trás até ao
quadril.
8 – Saltitar simples
Forma de progressão com impulsão alternada de
cada MI, de modo a que a receção no solo seja
feita com o mesmo MI que impulsionou, de
imediato ajudado pelo outro que irá realizar a
impulsão seguinte.
9 – Corrida saltada
Forma de progressão em que conservando a
ação circular da corrida se privilegia a
componente amplitude.
10 – Step’s
Forma de progressão através de uma sequência
de saltos de um pé para o outro.
11 – Hop’s
Forma de progressão através de uma sequência
de saltos feitos sempre sobre a mesma perna (pé
coxinho).
78
14 – Skipping assimétrico (médio + baixo)
Forma de progressão em que enquanto um dos
MI está a fazer skipping baixo a outra está a fazer
skipping médio ou alto.
16 – Step + hop
Forma de progressão através de uma sequência
de saltos alternadamente sobre o mesmo pé e de
um pé para o outro.
19 – In-out’s
Corrida alta, com bacia fixa e bem colocada, em
descontração, com apoio ativo do pé, apoiando
no solo apenas com o terço anterior, alternando
fases de aceleração (20m) com fases de
descontração sem perda da velocidade (20m).
79
Exercícios e Jogos de Aquecimento
Descrição Esquema
1. Toque no joelho
Um contra um, frente a frente. Cada aluno
procura tocar no joelho do parceiro, evitando que
este toque no seu.
2. Pisa pés
Um contra um, frente a frente. Cada aluno
procura pisar o pé do parceiro, evitando que este
pise o seu.
4. Torneio às cavalitas
Equipas de dois elementos, um às cavalitas do
outro. Cada par procura derrubar o “cavaleiro” da
outra equipa, ao mesmo tempo que procura
evitar que o seu “cavaleiro” seja derrubado.
Depois troca de posições.
80
7. Um contra três
Grupos de 3 - 4 alunos, de mãos dadas e um
atleta solto. O aluno que está livre, depois de
verbalizar o nome de um companheiro, vai
procurar tocar neste, enquanto o grupo se
movimenta no sentido de o defender.
8. A fortaleza
Duas equipas de 5 a 8 atletas. Uma das equipas
forma um círculo de mãos dadas e virados para
fora. Os atletas da outra equipa, que estão soltos
e do lado de fora, vão procurar entrar dentro da
fortaleza. O jogo termina quando mais de 50% da
equipa exterior entrar dentro da fortaleza.
Descrição Esquema
1. Tira e foge
Os alunos estão dispostos em duas linhas, frente
a frente. Um objeto é colocado entre cada par. Ao
sinal do professor, cada um tenta tirar o objeto,
fugindo de seguida procurando refugiar-se na sua
linha de fundo (20m atrás).
2. Corrida em espelho
Dois a dois, sentados no chão, frente a frente
com os pés encostados. Ao sinal sonoro, partem
rapidamente e após meia volta, procuram atingir
em primeiro lugar a linha dos 10m.
81
3. A fronteira
O aluno A está sobre a linha de partida, enquanto
o aluno B se aproxima na sua direção. Quando o
aluno B pisa a linha de “fronteira” dá meia volta e
foge; neste momento o aluno A arranca em
perseguição de B.
4. Dia e noite
Duas equipas de 5 a 8 alunos, dispostos em duas
linhas paralelas e distanciadas entre si 3m. Uma
equipa é dia e outra é noite. À voz do professor, a
equipa chamada foge, enquanto a outra vai em
sua perseguição.
Variante: os nomes das equipas podem variar
(cores, números...), tal como as posições de
partida (de frente, de pé, deitados...)
5. Corridas em perseguição
Duas filas de alunos a 3m de distância. Ao sinal
do professor, os alunos da fila de trás procuram
apanhar os da frente (numa distância de 10 a
40m), realizando diferentes posições de partida
(sentado, deitado de cócoras...)
Variante: Saltar no lugar, ao sinal de partir; saltar
no lugar e ao sinal de partir dar meia volta e
sprintar; trote no lugar e ao sinal tocar no solo e
sprintar...
82
7. Partida com sinal visual
Os alunos colocam-se atrás da linha de partida
(variando as posições de partida). A corrida
inicia-se quando uma bola, depois de lançada a
rolar pelo chão, ultrapassa uma determinada
linha.
Corrida de Barreiras
Variável de
Situação de Aprendizagem Critérios de êxito
evolução
Transposição de Obstáculos
“Transpõe o mais rápido
possível os obstáculos”.
Dois espaços de 40 x 1m com diversos Colocação de mais
obstáculos (cones). Divide-se a turma em duas obstáculos “Não derrubes nenhum
equipas, cada equipa deverá subdividir-se em obstáculo”.
“Coloca o pé em extensão
Perna de Ataque
Afastamento das plantar”
barreiras
Após a realização da execução de quatro “Realiza o ataque
grandes movimentos circulares, o aluno deverá conduzido pelo joelho”
Aumento da
fazer passar o seu MI de ataque lateralmente
velocidade “Realiza a extensão do MI
pela barreira (distanciadas entre si 2,5 m).
na última fase do ataque”
83
“Coloca os ombros
Perna de Passagem paralelos á parede ou
Afastamento da colega”
Perna de Passagem
Afastamento das “ Coloca o MI de
84
Corrida de velocidade
85
Salto em Comprimento
86
Triplo Salto
87
88
Estafetas
89
90
Lançamento do peso
91
Módulo 7
Bibliografia
Módulo 8 – Aplicação
92
Módulo 7- Bibliografia
93