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HEMOGRAMA: LEUCOGRAMA

H
E
M
O
G
R
A
M
A
Série Leucocitária
• O grande avanço tecnológico na análise da série branca foi a possibilidade da contagem
diferencial dos leucócitos ser automatizada, fornecendo resultado rápido e preciso.

• As células são identificadas e quantificadas por diferentes metodologias, incluindo impedância


(forma de medir a maneira como a corrente elétrica"viaja" em cada elemento químico), radiofrequência
e citoquímica.

• Além das células maduras morfologicamente normais, linfócitos atípicos, granulócitos imaturos e
células blásticas podem ser detectados e mesmo quantificados por determinados sistemas
automatizados.

• A sensibilidade e a precisão nessa detecção dependem da metodologia utilizada e devem ser


avaliadas cuidadosamente. Por isso, cada laboratório deve estabelecer os seus critérios de
revisão das lâminas de acordo com as características do sistema utilizado.
Glóbulos Brancos
Histograma
• É uma curva de frequência da distribuição e tamanho das hemácias, leucócitos e plaquetas.

• O volume está na abscissa e a frequência na ordenada.

• Para hemácias, quando a curva situa-se mais à esquerda denota-se microcitose e mais à direta
macrocitose

• Quando há dupla população de hemácias a curva pode se sobrepor (corcova de camelo).

Microscopia mostrando dupla população eritrocitária


Histograma de Hemácias

Normocitose e normocromia Anemia microcítica Anemia macrocítica


Histograma de Leucócitos

frequência
Volume
Histograma de Plaquetas
LEUCÓCITOS
ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS
DISTRIBUIÇÃO QUANTITATIVA DOS LEUCÓCITOS

LEUCOPENIA LEUCOCITOSE

Menor produção Maior produção


DISTRIBUIÇÃO QUANTITATIVA DOS LEUCÓCITOS

LEUCOPENIA LEUCOCITOSE
LEUCOCITOSE
LEUCOCITOSE
Leucemia Linfocítica Leucemia Mielocítica Processos Infeciosos
NEUTROFILIA

> 8.800/ µL
LINFOCITOSE
EOSINOFILIA
MONOCITOSE

Pós- esplenectomia
BASOFILIA
LEUCOPENIA
NEUTROPENIA < 1.600/µL

Rápida detecção pode ser vital!


LINFOPENIA < 1.000/µL
DISTÚRBIOS QUALITATIVOS DOS LEUCÓCITOS

Alterações morfológicas podem indicar alterações funcionais

Presença de formas imaturas

****** A OBSERVAÇÃO MORFOLÓGICA DOS LEUCÓCITOS É FUNDAMENTAL!!!!


HEMATOPOESE
GRANULOPOESE
GRANULOPOESE
DESVIO À ESQUERDA
• Presença de células da linhagem granulocítica anteriores aos bastonetes, o que caracteriza o "desvio à
esquerda“ comumente observado nas infecções por bactérias gram-positivas.
DESVIO À ESQUERDA
DESVIO À ESQUERDA

Infecção bacteriana x doenças malignas da MO


Infecções bacterianas são
acompanhadas de alterações
específicas!

Inclusões citoplasmáticas de RNA


Infecção bacteriana x doenças malignas da MO

Doenças do sistema
hematopoético induzem alterações
que podem atingir outras séries!
Desvio à Erquerda intenso!
DESVIO À DIREITA

• Na anemia megaloblástica – deficiência


de ácido fólico (adquirida ou genética)

• Na deficiência de ferro

• Síndromes mielodisplásicas e
mieloproliferativas (neoplasia das cel.
Precursoras)

• Pós-esplenectomia

• Constitucional – organismo adaptado


Outras alterações

Bastonetes de Auer (LMA) Bactérias Presença de vacúolos Crioglobulinas

Compostos lisossomais que -Intoxicação por benzeno Pequenas inclusões


podem ser vistos nos blastos da -Terapia com fator arredondadas em neutrófilo
leucemia mieloide aguda. Eles estimulante de células ou massa com
são agrupamentos de material (GSF) deslocamento do núcleo
azulado em forma de agulhas -Anomalia de Jordan
alongadas e contêm peroxidase,
enzimas lisossomais e grandes
inclusões cristalinas.
Outras alterações
Granulação grosseira e gigante.

Anomalia de Chediak-Higashi Anomalia de May-Hegglin Anomalia de Alder-Heilly

Defeitos na membrana Alterações dos ribossomos que Enzima peroxidase anormal


lisossomal por alterações de afetam todos os leucócitos. É associada a mucopolissacaridose,
glicolipídeos celulares, que afeta uma doença autossômica comum na doença de Tay-Sachs com
leucócitos em geral, melanócitos dominante associada a deformidades ósseas
e células do túbulo renal. trombocitopenia e plaquetas congênitas
gigantes.
Agregação de neutrófilos

• Artefato in vitro

• Erros nas contagens

• Fenômeno transitório na mononucleose infecciosa e outras


infecções bacterianas

• Doenças autoimunes
Causas mais comuns de linfócitos atípicos

Linfocitose com linfócitos atípicos e plasmócitos


LINFÓCITOS ATÍPICOS
Linfócitos normal
Infecções virais: sarampo, rubéola, mononucleose, HIV,
HTLV-1, hepatite A

Infecções bacterianas: brucelose ( nfecção generalizada causada


por bactérias do gên. Brucella e transmitida ao homem por contato
com caprinos, bovinos, suínos e cães) tifo (doença transmitida por
bactérias que entram em contato com humanos, normalmente através
de vetores como pulgas, piolhos ou carrapatos que as adquiriram de
animais como ratos, gatos, gambás, guaxinins e outros), tuberculose,
sífilis
Linfócitos atípicos
Infecções protozoárias: toxoplasmose, malária, babesiose (
ou doença do carrapato é uma doença causada por diversas espécies
de protozoários do gênero Babesia spp. Sao transmitidos por
carrapatos.
LINFÓCITOS ATÍPICOS
Em infecções bacterianas graves, queimaduras e intoxicações por benzeno
ocorre a presença de linfócitos, neutrófilos e monócitos com vacúolos.

A presença de vacúolos em linfócitos é muito rara. Em situações


Linfócito normal específicas como em leucemias e linfoma de Burkit (neoplasia de células B
maduras altamente agressiva, sendo endémico nas regiões centrais da
África.) a vacuolização se deve à presença de proteínas citoplasmáticas
anormais.
LINFÓCITOS ATÍPICOS Plasmócitos
• Os plasmócitos estão presentes sobretudo na medula óssea e nos linfonodos.
• Cada plasmócito se divide repetidamente para formar um clone que produzem um único tipo
específico de anticorpo( existem um vasto número de anticorpos diferentes para combater os
diversos microrganismos infecciosos aos quais o corpo é exposto).
• Nos distúrbios dos plasmócitos, um clone de plasmócitos se multiplica de maneira
descontrolada, e como resultado, esse clone produz vastas quantidades de um único anticorpo
(anticorpo monoclonal) conhecido como proteína M. Em alguns casos (tais como gamopatias
monoclonais), o anticorpo produzido é incompleto e consiste somente em cadeias leves ou
pesadas (anticorpos funcionais normalmente consistem em dois pares de duas cadeias
diferentes chamadas cadeia leve e cadeia pesada).
• Os plasmócitos anormais e os anticorpos produzidos por eles se limitam a um único tipo, e os
níveis de outros tipos de anticorpos que ajudam a combater infecções caem.
• Assim, pessoas com doenças dos plasmócitos apresentam com frequência risco mais elevado de
infecções.
• O número sempre crescente de plasmócitos anormais também invade e danifica diversos
tecidos e órgãos e o anticorpo produzido pelo clone de plasmócitos pode, às vezes, danificar
órgãos vitais, especialmente os rins e os ossos.

• Mieloma múltiplo, macroglobulinemia (um único clone de plasmócitos produz quantidades


excessivas de um determinado tipo de anticorpo de grandes dimensões (IgM), designado
macroglobulina.
Plaquetas
• Formadas na medula óssea, destruídas pelo sistema retículo endotelial (SER), principalmente no baço.

• É variável a detecção de plaquetas em diferentes momentos do dia, segundo as condições fisiológicas do paciente.

IDADE
Valores normais Rn: inicial é baixo, depois aumenta e ultrapassa a concentração do adulto
Idosos: número reduzido pela atrofia medular

• A detecção precisa dos valores das plaquetas, especialmente no diagnóstico das plaquetopenias, é de
suma importância na prática clínica e cirúrgica, no monitoramento das quimioterapias e
procedimentos de transplante, entre diversas outras situações.
Quantificação das plaquetas:
Método direto: contagem de plaquetas por método automatizado ou contagem em câmara de Neubauer.
Método indireto: proporção entre as plaquetas e os eritrócitos por mm3 de sangue nos esfregaços de sangue
periférico.
Método de Fonio: sulfato de magnésio a 14% antiagregante
Contagem 1.000 eritrócitos e plaquetas nº plaquetas = nº eritrócitos/mm3 x nº plaquetas
1000

- Parâmetros relacionados ao tamanho (VPM – volume plaquetário médio) e o PDW – análogo ao RDW para os
eritrócitos, podem fornecer informações interessantes sobre a atividade trombopoética, ou como tem sido
avaliado após procedimentos de transplante.
- É sugerido que as trombocitopenias de origem medular cursam com VPM reduzido, enquanto as resultantes de
destruição periférica apresentam valores mais elevados de VPM, refletindo a liberação precoce na circulação de
plaquetas mais jovens e de maior volume.
- O grau de imaturidade das plaquetas, reportado como IPF (immature platelet fraction) também pode ser
avaliado.Corresponde à fração de plaquetas reticuladas que contêm RNA citoplasmático e que permanecem na
circulação por 24 a 36 horas, quando, então, o RNA é degradado, o volume é reduzido e a plaqueta atinge a sua
maturidade.
- Tem sido investigada como auxiliar na detecção precoce de recuperação medular após transplante de
medula óssea, quimio ou radioterapia, além de indicativa da atividade megacariocítica.
Alterações Patológicas
TROMBOCITOSE ou HIPERPLAQUETOSE TROMBOCITOPENIA ou PLAQUETOPENIA
Primárias: Púrpura: trombocitopênica idiopática
• Após traumas ou fraturas ósseas
• Após asfixia Congênita:
• Pós-operatório Rn com trombocitopenia transitória
Aplasias congênitas do megacariócitos medular
• Hemorragias agudas (subida progressiva,
com níveis máximos entre 7-10º dia após
Secundária:
hemorragia aguda)
Agentes químicos: depressores medulares,
• Leucemia mieloide crônica
reações de sensibilização e drogas como
• Policitemia grave
quinina e salicilato.
• Trombocitemia idiopática primária
Agentes físicos: irradiação por raios X,
(mieloproliferação similar a LM)
queimaduras graves.
• Infecções com septicemia, tuberculose
Agentes biológicos: Leucemias (agudas),
crônica, reumatismos
anemias aplásicas, hiperesplenismo,
• Diminuição da sua destruição como após a
trombose, anemia megaloblástica, Infecções
esplenomegalia.
virais e bacterianas, dengue.
Fatores sanguíneos: Após transfusão
incompatível, enfermidade hemolítica do RN.
CONSIDERAÇÕES

• Concluindo, o hemograma, embora tenha um poder diagnóstico limitado, nas mãos de um clínico
que conheça as funções celulares e as bases fisiopatológicas das doenças pode ser uma
ferramenta importante para a avaliação de diversas situações, como no diagnóstico e evolução de
doenças hematológicas, detecção de quadros infecciosos e no monitoramento terapêutico.

• Novos parâmetros laboratoriais obtidos de sistemas automatizados podem ser auxiliares na análise
do sangue e da medula óssea, mas devem ser utilizados com cautela.

• Vale lembrar que a microscopia ainda é fundamental para a identificação de várias anormalidades
na hematopoiese.

• A associação dos dados referentes a aspectos quantitativos, aspectos morfológicos e conhecimento


fisiopatológico dos distúrbios da hematopoiese é importante para um diagnóstico preciso das
alterações que acometem o sangue e a medula óssea.

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