Apostila Do Curso NR-35

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ESTUDANDO: NR 35 BÁSICO - TRABALHO EM

ALTURA (2014)
Introdução a NR 35

Uma das principais causas de acidentes de trabalho graves e fatais se deve a


eventos envolvendo quedas de trabalhadores de diferentes níveis.

Os riscos de queda em altura existem em vários ramos de atividades e em


diversos tipos de tarefas. A necessidade de criação de uma norma mais ampla
que atendesse a todos os ramos de atividade se fazia necessária para que
estes trabalhos fossem realizados de forma segura.

No mundo do trabalho existem realidades complexas e dinâmicas e uma nova


Norma Regulamentadora para trabalhos em altura precisaria contemplar
atividades que necessitam de controle do estado.

Não poderiam ficar de fora o meio ambiente de trabalho das atividades de


telefonia, do transporte de cargas por veículos, da transmissão e distribuição
de energia elétrica, da montagem e desmontagem de estruturas, plantas
industriais, armazenamento de materiais, dentre outros.

Por mais detalhada que as medidas de proteção estejam estabelecidas na NR,


não compreenderá as particularidades existentes em cada setor. Por isso a
presente norma regulamentadora foi elaborada pensando nos aspectos da
gestão de segurança e saúde do trabalho para todas as atividades
desenvolvidas em altura com risco de queda. Como existe uma infinidade de
diferentes trabalhos em altura, com dinâmicas diferenciadas, esta norma
propõe a utilização dos preceitos da antecipação dos riscos para implantação
de medidas adequadas para cada situação de trabalho para que o mesmo se
realize com a máxima segurança.

Em setembro de 2010 se realizou no Sindicato dos Engenheiros do Estado de


São Paulo o 1º Fórum Internacional de Segurança em Trabalhos em Altura. Os
dirigentes deste sindicato, juntamente com a Federação de Sindicatos de
Engenheiros se sensibilizaram com os fatos mostrados no Fórum e
reivindicaram ao MTE a necessidade de criação de uma norma específica para
trabalhos em altura que atendesse a todos os ramos dessa atividade. O
Ministério do Trabalho e Emprego avaliou e acatou esta demanda e ato
contínuo, através da DSST criou um grupo formado por profissionais
experientes, formados por representantes do governo, trabalhadores e
empregadores de vários ramos de atividade que se reuniram em maio e junho
de 2011 onde foi criada uma proposta inicial de texto da nova NR.

Esta proposta de texto foi encaminhada para consulta pública, através da


Portaria MTE nº 06 de 28/03/2011 – DOU em 01/04/2011, na qual apresentou à
sociedade o texto base da nova norma, intitulada “Trabalhos em Altura”.

Em agosto de 2011 foram analisadas e sistematizadas as sugestões recebidas


da sociedade para inclusão ou alteração da norma. Em setembro de 2011 foi
constituído o Grupo Técnico Tripartite da nova NR35 que, após reuniões em
setembro e outubro, em consenso, chegaram ao texto final da Norma. Este foi
encaminhada à CTPP (Comissão Tripartite Paritária Permanente) para
avaliação e análise.

Este curso procura auxiliar a interpretação desta NR, esclarecendo seus


conceitos e os aspectos de seus enunciados. Busca, ainda, melhorar a
percepção e o entendimento da gestão e das boas técnicas de segurança nos
trabalhos em altura, visando garantir a manutenção de ambientes de trabalho
seguros e saudáveis.

Objetivo e Campo de Aplicação


35.1.1 Esta Norma estabelece os requisitos mínimos e as medidas de
proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a
organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos
trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade.
Esta norma foi elaborada para proteger os trabalhadores dos riscos dos
trabalhos realizados em altura nos aspectos da prevenção dos riscos de
queda. Conforme a complexidade e riscos destas tarefas o empregador deverá
adotar medidas complementares inerentes a estas atividades. Por isso, esta
norma foca na gestão da segurança e saúde dos trabalhos em altura de forma
mais genérica e abrangente.
No termo “mínimos” denota-se a intenção de regulamentar o menor grau de
exigibilidade, passível de auditoria e punibilidade, no universo de medidas de
controle e sistemas preventivos possíveis de aplicação, e que,
consequentemente, há muito mais a ser estudado e implantado. O conceito de
garantia em segurança e saúde a todos os trabalhadores envolvidos,
assegurando-lhes o direito à segurança e saúde quando houver intervenções
do trabalhador com interferência direta ou indireta em serviços em altura.
 

35.1.2 Considera-se trabalho em altura toda atividade executada acima de


2,00 m (dois metros) do nível inferior, onde haja risco de queda.
Adotou-se esta altura como referência por ser a altura com 2,0 metros de
desnível consagrada em várias normas, inclusive internacionais. Facilita a
compreensão, eliminando dúvidas de interpretação da Norma e as medidas de
proteção que deverão ser implantadas. Trabalho em altura é, portanto,
qualquer trabalho que requeira que o trabalhador esteja posicionado em um
local elevado, com diferença superior a 2,0 m (dois metros) da superfície de
referencia, e que ofereça risco de queda. As atividades de acesso e a saída do
trabalhador deste local também deverão respeitar e atender esta norma.
Para trabalhos realizados em níveis iguais ou inferiores a 2,00 m (dois metros),
onde haja risco de queda capaz de causar lesão ao trabalhador, deverão ser
tomadas as medidas preventivas cabíveis. Todas as atividades com risco para
os trabalhadores devem ser precedidas de análise prévia e o trabalhador deve
ser informado sobre estes riscos e sobre as medidas de proteção implantadas
pela empresa, conforme estabelece a NR.1. Independente do que estabelece a
NR 35 as atividades desenvolvidas em altura igual ou inferior a 2,0 m que
ofereçam risco ao trabalhador deverão receber tratamento que eliminem,
reduzam ou neutralizem estes riscos.
35.1.3 Esta norma se complementa com as normas técnicas oficiais
estabelecidas pelos Órgãos competentes e, na ausência ou omissão dessas,
com as normas internacionais aplicáveis.

Responsabilidades do Empregador

35.2.1 Cabe ao empregador:

a) garantir a implementação das medidas de proteção estabelecidas nesta


Norma;

b) assegurar a realização da Análise de Risco - AR e, quando aplicável, a


emissão da Permissão de Trabalho - PT;

Esta Norma na sua inspiração não buscou elaborar receitas e assim priorizar a
análise de risco responsável, permitindo soluções particulares alternativas que
possam manter a garantia de segurança desejada. No item é especificado
quando será necessário a emissão da Permissão de Trabalho - PT;

c) desenvolver procedimento operacional para as atividades rotineiras de


trabalho em altura;

O procedimento operacional deve ser documentado, divulgado, conhecido,


entendido e cumprido por todos os trabalhadores e demais pessoas envolvidas.
d) assegurar a realização de avaliação prévia das condições no local do
trabalho em altura, pelo estudo, planejamento e implementação das ações e
das medidas complementares de segurança aplicáveis;

A avaliação prévia dos serviços a executar em altura é uma excelente prática


de grande utilidade para a identificação e antecipação dos eventos indesejáveis
e/ou acidentes, não passíveis de previsão nas análises de risco realizadas e
não considerados nos procedimentos elaborados, em função de situações
específicas daquele local, condição ou serviço que foge à normalidade ou
previsibilidade de ocorrência.

Um exemplo é o desenvolvimento de “análise crítica da situação real”, que


possibilita:

- Revisar os procedimentos programados, estudando e planejando as ações a


executar;

- Equalizar o entendimento de todos, com a eliminação de dúvidas de


execução, conduzindo ao uso de práticas seguras de trabalho e as melhores
técnicas, sabidamente corretas, testadas e aprovadas.

- Alertar acerca de outros riscos possíveis, não previstos nas instruções de


segurança dos procedimentos;

- Discutir a divisão de tarefas e responsabilidades;

- Encontrar problemas potenciais que podem resultar em mudanças no serviço


e, até mesmo, no procedimento de trabalho;

- Identificar problemas reais que possam ter sido ignorados durante a seleção
de equipamentos de segurança e de trabalho;

- Difusão de conhecimentos e experiências, criando novas motivações;

e) adotar as providências necessárias para acompanhar o cumprimento das


medidas de proteção estabelecidas nesta Norma pelas empresas contratadas;

f) garantir aos trabalhadores informações atualizadas sobre os riscos e as


medidas de controle;

Sempre que novos riscos ou novas soluções forem identificadas, ou quando


novas técnicas para realizar o trabalho em altura forem adotadas, o trabalhador
deverá receber informações e treinamentos para eliminar ou neutralizar estes
novos riscos. Medidas de controle é uma titulação de item que representa o
coletivo das ações estratégicas de prevenção destinadas a eliminar ou reduzir,
mantendo sob controle, as incertezas e eventos indesejáveis com capacidade
potencial para causar lesões ou danos à saúde dos trabalhadores e, dessa
forma, transpor as dificuldades possíveis na obtenção de um resultado
esperado, dentro de condições satisfatórias.

g) garantir que qualquer trabalho em altura só se inicie depois de adotadas as


medidas de proteção definidas nesta Norma;

h) assegurar a suspensão dos trabalhos em altura quando verificar situação ou


condição de risco não prevista, cuja eliminação ou neutralização imediata não
seja possível;

O empregado deverá paralisar a atividade de trabalho se considerar que ela


envolve grave e iminente risco para a segurança e saúde dos trabalhadores ou
de outras pessoas. Esta obrigação está associada ao Direito de Recusa do
trabalhador para estes casos, conforme estabelece o item 2.2 alínea ¨c¨.

i) estabelecer uma sistemática de autorização dos trabalhadores para trabalho


em altura;

Muitos estabelecimentos mantêm trabalhadores envolvidos com trabalhos em


altura que não tiveram capacitação formal, e muitas vezes, desconhecem ou
subestimam os riscos inerente a estas atividades. Esta alínea o processo de
autorização, devendo constar os documentos de capacitação (realizado na
empresa), dos treinamentos de segurança (determinados nesta Norma) e da
autorização formal dada pela empresa ao trabalhador.

j) assegurar que todo trabalho em altura seja realizado sob supervisão, cuja
forma será definida pela análise de riscos de acordo com as peculiaridades da
atividade;

k) assegurar a organização e o arquivamento da documentação prevista nesta


Norma.

São documentos previstos nesta norma:

- Análise de Riscos (AR);

- Permissão de Trabalho (PT), se existentes;

- Certificados de Treinamento;

- Procedimento Operacional (PO);

- Plano de Emergência da Empresa;

- ASO;

- Registro das inspeções de EPI/Acessórios/Ancoragens.


Estes registros das inspeções devem ser os de aquisição e os de recusa. Estes
documentos devem estar disponíveis para a fiscalização, por pelo menos 25
anos.

Os autorizados a trabalhar em altura devem ter atenção em suas ações ou


omissões que impliquem em negligência, imprudência ou imperícia, zelando
tanto pela sua segurança e saúde como pela de outras pessoas que possam
ser afetadas, podendo ter de responder civil e criminalmente.

35.3.1 O empregador deve promover programa para capacitação dos


trabalhadores à realização de trabalho em altura.

35.3.2 Considera-se trabalhador capacitado para trabalho em altura


aquele que foi submetido e aprovado em treinamento, teórico e prático,
com carga horária mínima de oito horas, cujo conteúdo programático
deve, no mínimo, incluir:
As necessidades de treinamento e o nível de treinamento devem estar
claramente definidos. O treinamento deve incluir questões gerais de saúde e
segurança específicas do trabalho, o uso de equipamentos de proteção
individual, de ferramentas e outros equipamentos do trabalho e o manuseio de
materiais. O trabalhador recentemente treinado deve a princípio ficar sob
supervisão direta, por exemplo, do supervisor, ou de um trabalhador mais
experiente, a critério do supervisor.
a) normas e regulamentos aplicáveis ao trabalho em altura;
Além das normas internas da empresa e as especificas e peculiares às suas
atividades devem ser explicadas ainda as Normas Regulamentadoras 01 e 06,
além daquelas relacionadas ao tipo de serviço realizado.
b) análise de Risco e condições impeditivas; 
O que é o risco? Entendemos como a capacidade de uma grandeza com
potencial para causar lesões ou danos à saúde e a segurança das pessoas. A
adoção de medidas de controle deve ser precedida da aplicação de técnicas
de análise de risco. Análise de risco é um método sistemático de exame e
avaliação de todas as etapas e elementos de um determinado trabalho, para
desenvolver e racionalizar toda a seqüência de operações que o trabalhador
executa podemos citar: 
- identificar os riscos potenciais de acidentes físicos e materiais;
- identificar e corrigir problemas operacionais e implementar a maneira correta
para execução de cada etapa do trabalho com segurança.
É, portanto, uma ferramenta de exame crítico da atividade ou situação, com
grande utilidade para a identificação e antecipação dos eventos indesejáveis e
acidentes possíveis de ocorrência, possibilitando a adoção de medidas
preventivas de segurança e de saúde do trabalhador, do usuário e de terceiros,
do meio ambiente e até mesmo evitar danos aos equipamentos e interrupção
dos processos produtivos. A análise de risco não pode prescindir de
metodologia científica de avaliação e procedimentos conhecidos, divulgados e
praticados na organização e, principalmente, aceitos pelo poder público,
órgãos e entidades técnicas.
As principais metodologias técnicas utilizadas no desenvolvimento de ‘análise
de risco” são:
- Análise Preliminar de Risco (APR); 
- Análise de Modos de Falha e Efeitos – FMEA (AMFE); 
- Hazard and Operability Studies (HAZOP); 
- Análise Risco de Tarefa (ART), 
- Análise Preliminar de Perigo (APP), dentre outras.
c) riscos potenciais inerentes ao trabalho em altura e medidas de
prevenção e controle;
 
d) sistemas, equipamentos e procedimentos de proteção coletiva;
 
e) equipamentos de Proteção Individual para trabalho em altura: seleção,
inspeção, conservação e limitação de uso;
 
f) acidentes típicos em trabalhos em altura;
 
São os acidentes mais comuns de forma geral e os acidentes específicos
relacionados ao ramo de atividade da empresa e ao tipo de atividade que o
trabalhador exerce.
g) condutas em situações de emergência, incluindo noções de técnicas
de resgate e de primeiros socorros.
Não se deseja que em apenas 8 horas um trabalhador conheça as técnicas de
resgate e de primeiros socorros, mas apenas noções específicas, de acordo
com as suas atividades. Como 8 horas é a carga horária mínima, esta poderá,
em função da necessidade e peculiaridade da tarefa, ser ampliada com carga
horária maior, de forma a satisfazer essas necessidades.
Se as técnicas de resgate devam ser conhecidas pelos trabalhadores, pois tem
um serviço de emergência próprio ou realizado pelos próprios trabalhadores,
estes deverão ter, além das aulas teóricas, aulas práticas com simulações
como se fossem casos reais. Este tema é abordado no item 35.6 - Emergência
e Salvamento, desta norma. Se o empregador possuir serviço próprio de
emergência os trabalhadores autorizados para o trabalho em altura deverão
ser competentes em técnicas de resgate apropriadas e procedimentos de
emergência, e estas devem formar parte de seu treinamento inicial e contínuo.
Além disso, técnicas de resgate devem ser praticadas em intervalos regulares
e antes do começo de qualquer trabalho em uma situação que é pouco
conhecida para qualquer um da equipe do trabalho
 

35.3.3 O empregador deve realizar treinamento periódico bienal e sempre


que ocorrer quaisquer das seguintes situações:
 
a) mudança nos procedimentos, condições ou operações de trabalho;
 
b) evento que indique a necessidade de novo treinamento;
Estes eventos poderão ser: acidentes ocorridos, inclusão de novos riscos
adicionais, novos equipamentos, troca de fornecedor de EPI, etc.
c) retorno de afastamento ao trabalho por período superior a noventa
dias;
 
d) mudança de empresa.
Na mudança de empresa o trabalhador deverá ser treinado para as novas
condições de trabalho. Se na nova empresa ele realizar atividades idênticas,
com os mesmos equipamentos, às que realizava na empresa anterior e com os
mesmos riscos, este treinamento poderá ter carga horária reduzida. Isto só
será permitido se o prazo de validade do curso anterior não ultrapassou os 2
anos.

35.3.3.1 O treinamento periódico bienal deve ter carga horária mínima de


oito horas, conforme conteúdoprogramático definido pelo empregador.
É essencial que os empregadores mantenham o nível de capacidade dos seus
empregados. Isto exige uma re-avaliação em intervalos definidos regulares e
treinamento adicional onde necessário. Isto poderá ser um curso de
recapitulação ou um curso completo no nível apropriado. Todos os cursos de
recapitulação devem incluir todas as técnicas cobertas no curso de treinamento
inicial.
35.3.3.2 Nos casos previstos nas alíneas “a”, “b”, “c” e “d”, a carga
horária e o conteúdo programático devem atender a situação que o
motivou.
Estes treinamento poderão ter carga horária e conteúdo programático maior ou
menor que as 8 horas estabelecidas nos treinamentos admissional e o bianual,
em função das situações, necessidades e peculiaridades de cada caso.
35.3.4 Os treinamentos inicial, periódico e eventual para trabalho em
altura podem ser ministrados em conjunto com outros treinamentos da
empresa.
Quando treinamentos para atividades diferentes tiverem uma temática igual em
seus currículos estes podem ser integrados A carga horária do treinamento
poderá ser complementada
Os trabalhos em altura são realizados, de forma geral, com outras atividades (a
principal). Como exemplo, podemos citar o eletricista no SEP que deve ser
capacitado para trabalhos com eletricidade, conforme estabelece a NR.10, ou
seja, capacitação exigida como pré-requisito da função. Portanto nestes casos
o treinamento para trabalhos em altura será realizado de forma complementar
como um módulo para as demais capacitações. Esta autorização pode ser
concedida após treinamento da atividade como um todo (atividade principal) no
qual o trabalho em altura é parte integrante. Exemplo de atividades principais:
entrada em espaço confinado, no SEP e etc.
35.3.5 A capacitação deve ser realizada preferencialmente durante o
horário normal de trabalho.
Em algumas circunstâncias, os treinamentos, principalmente os práticos,
deverão ser realizados em ambientes externos, como campos de prova e
treinamento e frentes de serviço.
35.3.5.1 O tempo despendido na capacitação deve ser computado como
tempo de trabalho efetivo.
Mesmo quando o treinamento for realizado fora do horário normal de trabalho
este deverá ser considerado como se fizesse parte da jornada de trabalho,
respeitando-se, ainda, os acordo e convenções coletivas do trabalho para
jornadas extraordinárias.
35.3.6 O treinamento deve ser ministrado por instrutores com
comprovada proficiência no assunto, sob a responsabilidade de
profissional qualificado em segurança no trabalho.
Este item da norma ratifica o conceito adotado pela NR 1, ou seja, são
entendidos como trabalhadores qualificados aqueles que receberam instrução
específica em cursos reconhecidos e autorizados pelo Ministério da Educação
e Cultura, com currículo aprovado e que comprovaram aproveitamento
mediante exames e avaliação pré-estabelecida e por essa razão receberam
um diploma, um certificado. Nesta categoria se encaixam, alem dos
profissionais de nível superior e nível médio, com profissões regulamentadas
(Engenheiro e ou Técnico de Segurança do Trabalho), as pessoas que
adquiriram conhecimento que lhes permitiu ter uma ocupação profissional.
35.3.7 Ao término do treinamento deve ser emitido certificado contendo o
nome do trabalhador, conteúdo programático, carga horária, data, local
de realização do treinamento, nome e qualificação dos instrutores e
assinatura do responsável.
O treinamento precisa ser comprovado e isto deve ser mencionado na NR. A
forma de documentação (papel, digitalizada, etc.) deve ficar a critério do
empregador.
35.3.7.1 O certificado deve ser entregue ao trabalhador e uma cópia
arquivada na empresa.
A cópia do certificado arquivado na empresa poderá ser em arquivo eletrônico
ou digital. O trabalhador também poderá recebê-lo no formato digital, mas se
for de sua vontade ou necessidade o trabalhador deverá receber o certificado
impresso em papel.
35.3.8 A capacitação deve ser consignada no registro do empregado.
Os empregados que realizam trabalhos em altura devem ter um registro no seu
prontuário individual que mostre o treinamento recebido e descreva sua
experiência de trabalho e serve, ainda, como registro da autorização deste
trabalhador para os trabalhos em altura. Isto auxilia o empregador na
verificação e monitoração da experiência do individuo. Empregadores que
admitirem novos empregados devem avaliar estes registros.
 
Planejamento, Organização e Execução
35.4.1 Todo trabalho em altura deve ser planejado, organizado e executado por
trabalhador capacitado e autorizado.

Determina a obrigatoriedade dos tomadores de serviços de trabalho em altura


garantir a segurança e a saúde de todos os trabalhadores e usuários
envolvidos.

35.4.1.1 Considera-se trabalhador autorizado para trabalho em altura aquele


capacitado, cujo estado de saúde foi avaliado, tendo sido considerado apto
para executar essa atividade e que possua anuência formal da empresa.

A autorização é um processo administrativo através do qual a empresa declara


formalmente sua anuência, autorizando a pessoa a trabalhar em altura. A
autorização está acompanhada da responsabilidade em autorizar, portanto, é
de fundamental importância que as empresas adotem critérios bem claros para
assumir tais responsabilidades.

35.4.1.2 Cabe ao empregador avaliar o estado de saúde dos trabalhadores que


exercem atividades em altura, garantindo que:

a) os exames e a sistemática de avaliação sejam partes integrantes do


Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, devendo estar
nele consignados;

b) a avaliação seja efetuada periodicamente, considerando os riscos envolvidos


em cada situação;

Sob o ponto de viste médico os exames médicos deverão compreender, além


dos principais fatores que causam as quedas de planos elevados como
condições físicas, psíquicas e clínicas do trabalhador, os demais fatores da
tarefa como, por exemplo, exigência de esforço físico, acuidade visual,
restrição de movimentos, etc.

c) seja realizado exame médico voltado às patologias que poderão originar mal
súbito e queda de altura, considerando também os fatores psicossociais.

Podemos relacionar algumas patologias que poderão originar mal súbito e


queda de altura:

- Epilepsia

- Vertigem e tontura

- Distúrbios do equilíbrio e deficiência da estabilidade postural

- Alterações cardiovasculares

- Acrofobia
- Alterações otoneurológicas

- Diabetes Mellitus

Além da existência da acrofobia (medo de altura) devem ser avaliados outros


fatores que interferem na saúde do trabalhador como alimentação inadequada,
distúrbios do sono, consumo de bebidas alcoólicas, problemas familiares,
stress, uso de medicamentos e drogas psicoativas, dentre outros.

Fatores psicossociais: desde 1984, a OIT - Organização Internacional do


Trabalho e a OMS - Organização Mundial de Saúde, evidenciam a importância
dos fatores psicossociais no trabalho (ILO/OMS, 31984, 1987). A urgência de
maior produtividade, associada à redução contínua do contingente de
trabalhadores, à pressão do tempo e ao aumento da complexidade das tarefas,
além de expectativas irrealizáveis e as relações de trabalho tensas e precárias,
podem gerar tensão, fadiga e esgotamento profissional, constituindo-se em
fatores psicossociais responsáveis por situações de estresse relacionado com
o trabalho. Os fatores psicossociais relacionados ao trabalho podem ser
definidos como aquelas características do trabalho que funcionam como
“estressores”, ou seja, implicam em grandes exigências no trabalho,
combinadas com recursos insuficientes para o enfrentamento das mesmas.

35.4.1.2.1 A aptidão para trabalho em altura deve ser consignada no atestado


de saúde ocupacional do trabalhador.

Além de constar apto para a função a aptidão para o trabalho em altura


também deverá estar registrada no Atestado de Saúde Ocupacional.

35.4.1.3 A empresa deve manter cadastro atualizado que permita conhecer a


abrangência da autorização de cada trabalhador para trabalho em altura.

Este cadastro que poderá ser em forma to de documento impresso, crachá,


cartaz, ou registro eletrônico que evidencie para quais atividades o trabalhador
tem autorização para trabalhar em função de sua capacitação e estado de
saúde.

35.4.2 No planejamento do trabalho devem ser adotadas, de acordo com a


seguinte hierarquia:

a) medidas para evitar o trabalho em altura, sempre que existir meio alternativo
de execução;

Esta é a melhor alternativa, pois ela simplesmente elimina o risco de queda. Já


existem medidas alternativas consagradas para se evitar o trabalho em altura
em algumas tarefas. Podemos citar, por exemplo, a demolição de edifícios pelo
método da implosão (utilizando explosivos), que evita o acesso de
trabalhadores com ferramentas e equipamentos ao alto das estruturas por
períodos prolongados. Existem ainda a solução com utilização de postes de luz
onde a luminária desce, através de dispositivos mecânicos até a base do poste,
e a troca de lâmpadas é realizada a 1 metro do nível do chão. Na análise de
risco de uma tarefa esta opção deve sempre ser avaliada e priorizada, quando
possível.

b) medidas que eliminem o risco de queda dos trabalhadores, na


impossibilidade de execução do trabalho de outra forma;

É conceito universal que as medidas de proteção coletiva devem ser


planejadas e desenvolvidas com a análise de risco realizada e aplicado
mediante procedimentos, entendido como forma padronizada do proceder
(fazer) ou implantar a medida de proteção programada. O procedimento deve
ser documentado, divulgado, conhecido, entendido e cumprido por todos os
trabalhadores e demais pessoas envolvidas. Deve-se ainda observar que a
palavra “prioritariamente”, empregada no texto, determina aquilo que tem a
preferência de execução e impõe a condição de seletividade e que a
possibilidade da aplicação de medidas de proteção coletiva deve,
obrigatoriamente, se antecipar a todas as demais medidas de proteção
possíveis de adoção na situação considerada.

c) medidas que minimizem as consequências da queda, quando o risco de


queda não puder ser eliminado.

Trabalhos em altura com ventos podem provocar hipotermia no caso de locais


frios causam sensação térmica muitos graus abaixo do que o termômetro
marca. Em caso de chuva ou garoa associada a vento retira calor do corpo,
portanto para alguns casos é necessário haver recomendação de uso de
vestimentas adequadas ou restringir o trabalho em caso de ventos fortes. O
calor intenso sem a proteção e a hidratação adequada pode causar
desidratação e consequente mal súbito (desmaio, fraqueza, etc. ).

35.4.3 Todo trabalho em altura deve ser realizado sob supervisão, cuja forma
será definida pela análise de risco de acordo com as peculiaridades da
atividade.

No setor elétrico, o responsável pelo cumprimento não é a chefia, mas sim o


supervisor da tarefa a quem caberá esta responsabilidade.

35.4.4 A execução do serviço deve considerar as influências externas que


possam alterar as condições do local de trabalho já previstas na análise de
risco.

35.4.5 Todo trabalho em altura deve ser precedido de Análise de Risco.

35.4.5.1 A Análise de Risco deve, além dos riscos inerentes ao trabalho em


altura, considerar:
a) o local em que os serviços serão executados e seu entorno;

b) o isolamento e a sinalização no entorno da área de trabalho;

c) o estabelecimento dos sistemas e pontos de ancoragem;

d) as condições meteorológicas adversas;

Podem ser: ventos fortes, chuva, vendavais, tempo muito seco que exija
hidratação adicional, umidade alta, sol e calor excessivos, etc. que poderão
que poderão comprometer a segurança e saúde dos trabalhadores;

e) a seleção, inspeção, forma de utilização e limitação de uso dos sistemas de


proteção coletiva e individual, atendendo às normas técnicas vigentes, às
orientações dos fabricantes e aos princípios da redução do impacto e dos
fatores de queda;

f) o risco de queda de materiais e ferramentas;

A queda de materiais e ferramentas deverá ser impedida com a utilização de


procedimentos e técnicas como amarração das ferramentas e matérias,
utilização de redes, ou quaisquer outros que evitem este risco. ...

g) os trabalhos simultâneos que apresentem riscos específicos;

Existem atividades simultâneas com riscos tais como: trabalhos de solda em


altura que podem ser sobrepostas de forma a ...

h) o atendimento aos requisitos de segurança e saúde contidos nas demais


normas regulamentadoras;

Quando houver outros riscos como, por exemplo, o risco de contato elétrico,
áreas classificadas e espaços confinados, as Normas Regulamentadoras n º 10
, 20 e 33 deverão ser cumpridas respectivamente.

i) os riscos adicionais;

Além dos riscos de queda em altura intrínsecos aos serviços objeto da Norma,
existem outros riscos, específicos de cada ambiente ou processo de trabalho
que, direta ou indiretamente, podem expor a integridade física e a saúde dos
trabalhadores no desenvolvimento de atividades em altura. Existe, portanto, a
determinação de obrigatoriedade da adoção de medidas preventivas de
controle para tais riscos “adicionais”, com especial atenção aos gerados pelo
trabalho em campos elétricos e magnéticos, confinamento, explosividade,
umidade, poeiras, fauna e flora, ruído e outros agravantes existentes nos
processos ou ambientes onde são desenvolvidos os serviços em altura,
tornando obrigatória a implantação de medidas complementares dirigida aos
riscos adicionais verificados.
Dentre os riscos adicionais podemos elencar:

Riscos Mecânicos: são os perigos inerentes as condições estruturais do local


como falta de espaço, iluminação deficiente, presença de equipamentos que
podem produzir lesão e dano.

Riscos Elétricos: são todos os perigos relacionados com as instalações


energizadas existentes no local ou com a introdução de máquinas e
equipamentos elétricos, que podem causar choque elétrico.

Riscos de Corte e Solda: os trabalhos a quente, solda e/ou corte, acrescentam


à atividade os perigos específicos como radiações, emissão de partículas
incandescentes, etc.

Riscos líquidos, gases, vapores, fumos metálicos e fumaça: a presença destes


agentes químicos contaminantes gera condições inseguras e facilitadoras para
ocorrências de acidentes e doenças ocupacionais, nestes casos, os trabalhos
não devem ocorrer.

Risco de Soterramento: quando o trabalho ocorre em diferença de nível maior


que 2 metros com o nível do solo ou em terrenos instáveis, existe a
possibilidade de soterramento por pressão externa (ex. construção de poços,
fosso de máquinas, fundação, reservatórios, porão de máquinas, etc)

Risco por temperaturas extremas: o trabalho sobre fornos e estufas pode


apresentar temperaturas extremas que comprometer a segurança e a saúde
dos trabalhadores;

Outros Riscos: pessoal não autorizado próximo ao local de trabalho; queda de


materiais; energia armazenada.

j) as condições impeditivas;

Condições impeditivas são aquelas situações que por serem extremamente


perigosas para a realização do trabalho como as que ultrapassam os padrões
ou limites de cautela como ventos e chuvas fortes ou que ultrapassem ...

k) as situações de emergência e o planejamento do resgate e primeiros


socorros, de forma a reduzir o tempo da suspensão inerte do trabalhador;

A queda não é o único perigo no trabalho em altura. Ficar pendurado pelo


cinturão de segurança é também perigoso.

Ficar pendurado pelo cinto de segurança gera a ¨suspensão inerte¨, quando a


parte inferior do cinto de segurança, que se prende às pernas, impede a
circulação do sangue e este se acumula nelas. Se estas não se movem, o
sangue fica lá e o coração não consegue bombear o sangue para a cabeça
provocando a ¨intolerância ortostática¨que se caracteriza por atordoamento,
tremor, fadiga, dor de cabeça, fraqueza e desmaios.

Suspensão prolongada causada por sistemas de detecção de quedas pode


causar a intolerância ortostática que, por sua vez, pode resultar em perda de
consciência seguida por morte em menos de 30 minutos. Para reduzir os riscos
relacionados à suspensão inerte, provocada por cintos de segurança, o
empregador deve implantar planos de emergência para impedir a suspensão
prolongada identificando os sinais e sintomas da intolerância ortostática e
realizando o resgate e tratamento o mais rápido possível. Quanto mais tempo a
vítima ficar suspensa, sem se mover, maiores serão os riscos para sua saúde.

Vale lembrar que após o resgate as vítimas não devem ser deitadas na posição
horizontal em nenhum momento, seja durante o resgate ou quando chegarem
ao solo. A manobra correta é deixar a vítima na posição sentada, por pelo
menos 20 minutos, mesmo se estiver inconsciente. Deixar de seguir estes
procedimentos pós resgate pode causar danos à vítima e, às vezes, levar até a
morte.

l) a necessidade de sistema de comunicação;

m) a forma de supervisão.

35.4.6 Para atividades rotineiras de trabalho em altura a análise de risco pode


estar contemplada no respectivo procedimento operacional.

Atividades rotineiras: Conjunto de ações que fazem parte do cotidiano de uma


atribuição, função ou cargo do trabalhador no processo do trabalho.

Atividades não rotineiras: Conjunto de ações que não fazem parte do cotidiano
de uma atribuição, função ou cargo do trabalhador no processo do trabalho.

35.4.6.1 Os procedimentos operacionais para as atividades rotineiras de


trabalho em altura devem conter, no mínimo:

a) as diretrizes e requisitos da tarefa;

b) as orientações administrativas;

c) o detalhamento da tarefa;

d) as medidas de controle dos riscos características à rotina;

e) as condições impeditivas;

f) os sistemas de proteção coletiva e individual necessários;

g) as competências e responsabilidades.
35.4.7 As atividades de trabalho em altura não rotineiras devem ser
previamente autorizadas mediante Permissão de Trabalho.

Atividades não rotineiras são as atividades não habituais que estão fora do
planejamento de execução e não contempladas nas Análises de Risco e nos
procedimentos. Existem tarefas que tem frequência mínima, ou seja, realizadas
de tempos em tempos, mas é uma atividade conhecida e planejada que faz
parte do processo de trabalho da empresa. As atividades não contempladas
nestes requisitos deverão ter autorização prévia através de uma Permissão de
Trabalho, que é um documento que, após avaliação prévia, conterá os
requisitos de segurança que devem ser obedecidos naquela situação.

35.4.7.1 Para as atividades não rotineiras as medidas de controle devem ser


evidenciadas na Análise de Risco e na Permissão de Trabalho.

Permissão de trabalho deverá ser o documento para formalizar à autorização


para a execução da atividade, ou seja, o local de trabalho, recursos e pessoal
se encontram em conformidade com a AR portanto é permitida a sua
realização.

35.4.8 A Permissão de Trabalho deve ser emitida, aprovada pelo responsável


pela autorização da permissão, disponibilizada no local de execução da
atividade e, ao final, encerrada e arquivada de forma a permitir sua
rastreabilidade.

35.4.8.1 A Permissão de Trabalho deve conter:

a) os requisitos mínimos a serem atendidos para a execução dos trabalhos;

b) as disposições e medidas estabelecidas na Análise de Risco;

c) a relação de todos os envolvidos e suas autorizações.

35.4.8.2 A Permissão de Trabalho deve ter validade limitada à duração da


atividade, restrita ao turno de trabalho, podendo ser revalidada pelo
responsável pela aprovação nas situações em que não ocorram mudanças nas
condições estabelecidas ou na equipe de trabalho.

Equipamentos de Proteção Individual, Acessórios e Sistemas de


Ancoragem
35.5.1 Os Equipamentos de Proteção Individual - EPI, acessórios e
sistemas de ancoragem devem ser especificados e selecionados
considerando-se a sua eficiência, o conforto, a carga aplicada aos
mesmos e o respectivo fator de segurança, em caso de eventual queda.
O fator de segurança estabelecido mínimo de 2,5:1, tendo como base de
cálculo 6 kN, como força de impacto máximo permitida a ser transmitida ao
trabalhador.
A norma de absorvedor de energia e as de todos os modelos de trava-queda
testam os produtos dentro da pior situação possível e limitam a força de
impacto gerada em 6 kN (600 Kgf). Existe uma discussão dentro do CB-32
para que seja revista e colocada em consulta pública a permissão de talabartes
de segurança sem absorvedor de energia com até 0,9m para proteção de
queda. Outro fator que deve ser levado em conta na seleção do EPI é o
propósito do uso. Por exemplo nem todo trava-quedas pode ser utilizado como
equipamento de posicionamento.
35.5.1.1 Na seleção dos EPI devem ser considerados, além dos riscos a
que o trabalhador está exposto, os riscos adicionais.
Em algumas circunstâncias os EPI devem, além de garantir a eficácia na
retenção da queda do trabalhador, garantir que estes sejam adequados aos
riscos adicionais que possam existir no local de trabalho.
35.5.2 Na aquisição e periodicamente devem ser efetuadas inspeções dos
EPI, acessórios e sistemas de ancoragem, destinados à proteção de
queda de altura, recusando-se os que apresentem defeitos ou
deformações.
Antes do equipamento novo ou usado ser utilizado pela primeira vez por um
usuário específico, esse usuário deve assegurar que seja apropriado para a
aplicação pretendida, que funciona corretamente, e que está em boas
condições.
Antes de usar um cinturão de segurança pela primeira vez é recomendável que
o usuário seja ajudado na execução de um teste em um lugar seguro para
assegurar que o cinturão é de tamanho correto, tem ajuste suficiente e um
nível de conforto aceitável para o uso pretendido, inclusive suspensão.
35.5.2.1 Antes do início dos trabalhos deve ser efetuada inspeção
rotineira de todos os EPI, acessórios e sistemas de ancoragem.
Estas inspeções devem fazer parte da rotina de toda a atividade realizada em
altura. Minuciosa verificação das condições de segurança e integridade de
todos os dispositivos de segurança para o trabalho em altura deverá ser
realizada pelo próprio trabalhador e quando possível também pelo supervisor
35.5.2.2 Deve ser registrado o resultado das inspeções:
a) na aquisição;
b) periódicas e rotineiras quando os EPI, acessórios e sistemas de
ancoragem forem recusados.
Estes registros deverão existir obrigatoriamente nestas duas circunstâncias e
estes registros deverão ser arquivados para rastrea-los.
35.5.2.3 Os EPI, acessórios e sistemas de ancoragem que apresentarem
defeitos, degradação, deformações ou sofrerem impactos de queda
devem ser inutilizados e descartados, exceto quando sua restauração for
prevista em normas técnicas nacionais ou, na sua ausência, normas
internacionais.
Quando apresentarem defeitos, degradação, deformações ou sofrerem
impactos de queda nos pontos de ancoragem, cinturões de segurança,
talabartes, absorvedores de energia, cabos, conectores e trava-quedas devem
ser descartados e inutilizados para evitar reuso.
Alguns tipos de trava quedas retráteis, quando sofrerem impacto de queda,
podem ser revisados conforme especificação do fabricante e norma da ABNT.
Alguns EPI e cabos de fibra sintética, e materiais têxteis de diferentes
naturezas, podem sofrer degradação por foto decomposição (exposição a
radiação solar) e por produtos químicos (ácidos, produtos alcalinos,
hidrocarbonetos, amônia, cimento, etc) que podem estar presentes no
ambiente, mesmo que em pequenas concentrações. Em ambientes industriais
com estes produtos químicos é fundamental que ocorra inspeção nas fibras
têxteis dos equipamentos. Alguns tipos de degradação são imperceptíveis a
olho nu. Se for reconhecida a presença deste agentes agressivos no ambiente
de trabalho os EPI e sistemas de ancoragem deverão ser substituídos a
intervalos menores do que estabelece o prazo de validade especificado.
35.5.3 O cinto de segurança deve ser do tipo paraquedista e dotado de
dispositivo para conexão em sistema de ancoragem.
O sistema de restrição de movimentação restringe o usuário de atingir local
onde uma queda possa vir a ocorrer. Sempre que possível este sistema que
previne a queda é preferível sobre sistemas que buscam minimizar os efeitos
de uma queda.
35.5.3.1 O sistema de ancoragem deve ser estabelecido pela Análise de
Risco.
O sistema de ancoragem são componentes definitivos ou temporários,
dimensionados para suportar impactos de queda, aos quais o trabalhador
possa conectar seu Equipamento de Proteção Individual. O ponto de
ancoragem é um local para fixação de um dispositivo contra queda. Pode ser
um simples olhal de rosca, gancho de metal, talha de viga, ou outro elemento
estrutural com capacidade nominal robusta.
35.5.3.2 O trabalhador deve permanecer conectado ao sistema de
ancoragem durante todo o período de exposição ao risco de queda.
O sistema de proteção contra quedas deve permitir que o trabalhador se
conecte antes de ingressar na zona de risco de queda e se desconecte
somente após sair, permanecendo conectado durante toda sua movimentação
no interior da mesma e em todos os pontos em que a tarefa demandar. No
caso do uso do cinto de segurança com duplo talabarte, pelo menos um dos
mosquetões deverá estar sempre conectado ao sistema de ancoragem.
35.5.3.3 O talabarte e o dispositivo trava-quedas devem estar fixados
acima do nível da cintura do trabalhador, ajustados de modo a restringir a
altura de queda e assegurar que, em caso de ocorrência, minimize as
chances do trabalhador colidir com estrutura inferior.
35.6.1 O empregador deve disponibilizar equipe para respostas em caso
de emergências para trabalho em altura.
Estas equipes deverão estar preparadas e aptas a realizar as condutas mais
adequadas para os possíveis cenários de situações de emergência em suas
atividades. As respostas serão proporcionais ao nível de treinamento e aptidão
necessárias em função da existência ou não de equipe própria, externa ou
composta pelos próprios trabalhadores. Se a equipe de emergência e
salvamento for própria ou formada pelos próprios trabalhadores as respostas
serão realizar o resgate e os primeiros socorros de imediato com as técnicas
aprendidas. Se a equipe for externa, a resposta será chamar a equipe de
emergência com a maior brevidade e dar todo o suporte e retaguarda à(s)
vítima(s) e a equipe de resgate.
35.6.1.1 A equipe pode ser própria, externa ou composta pelos próprios
trabalhadores que executam o trabalho em altura, em função das
características das atividades.
Equipe externa pode ser pública ou privada. A pública é formada pelo corpo de
bombeiros da policia militar ou por voluntários, defesa civil, resgate, SAMU,
paramédicos, etc, em cidades, regiões ou logradouros que as possuam. A
equipe privada é formada por profissionais capacitados em emergência e
salvamento como bombeiros civis, médicos, enfermeiros e resgatistas
treinados em fábricas, estabelecimentos, ou frentes de serviço que tem função
especifica dar suporte para seus próprios funcionários e de contratadas. Em
algumas situações a equipe para respostas em caso de emergências para
trabalho em altura deverá ser própria, ou seja, formada pelos próprios
trabalhadores que exercem trabalhos em altura. Isto deverá ocorrer quando as
equipes externas, públicas ou privadas forem inexistentes ou quando a
distância exija deslocamentos que inviabilizem o trabalho em tempo ideal.
35.6.2 O empregador deve assegurar que a equipe possua os recursos
necessários para as respostas a emergências.

Como exemplo de equipe própria podemos citar trabalhos realizados na


montagem de torres de telecomunicações em locais distantes ou de difícil
acesso onde os trabalhadores deverão estar capacitados a realizar
salvamentos de emergência, resgate e inclusive o auto resgate, quando
possível ou viável. Portanto deve-se assegurar que o plano de emergência,
após análise de risco, contemple os treinamentos específicos necessários para
cada realidade, utilização de sistemas de comunicação adequados,
equipamentos adequados para resgate e primeiros socorros.
35.6.3 As ações de respostas às emergências que envolvam o trabalho
em altura devem constar do plano de emergência da empresa.
Trata-se de um documento contendo os procedimentos para contingências de
ordem geral, que os trabalhadores autorizados deverão conhecer e estar aptos
adotá-los nas circunstâncias em que se fizerem necessários. Essas medidas
são em função dos riscos e das condições do trabalho em áreas externas e
internas sujeitas a diversas variáveis cujo controle não está totalmente nas
mãos dos trabalhadores, como as interferências de veículos em vias públicas,
intempéries, ações de pessoas negligentes, bem como os reflexos dessas
ocorrências nas áreas internas, que determinam a necessidade de serem pré
estabelecidos procedimentos emergenciais.
35.6.4 As pessoas responsáveis pela execução das medidas de
salvamento devem estar capacitadas a executar o resgate, prestar
primeiros socorros e possuir aptidão física e mental compatível com a
atividade a desempenhar.
Se a empresa, de acordo com o seu plano de emergência, tiver ou necessitar
equipe própria para executar o resgate e prestar primeiros socorros os
membros desta equipe devem possuir treinamento adequado. A indefinição do
fator de segurança e sua responsabilidade devem ficar a cargo do fabricante
dos equipamentos o que poderá ser consignado no próprio CA do EPI, ou, no
caso de equipamentos acessórios, em documento próprio do mesmo.

Sempre que possível, os pontos de ancoragem devem estar acima do usuário


de forma a minimizar o comprimento e o impacto de qualquer queda.
Zona Livre de queda (ZQL): É a distância mínima medida desde o dispositivo
de ancoragem até o nível do chão, ou próximo nível inferior real, ou obstáculo
significativo mais próximo. O comprimento indicado será a somatória das
distâncias.
35.5.3.4 É obrigatório o uso de absorvedor de energia nas seguintes
situações:
a) fator de queda for maior que 1;
b) comprimento do talabarte for maior que 0,9m.
O absorvedor de energia é o componente ou elemento de um sistema
antiqueda desenhado para dissipar a energia cinética desenvolvida durante
uma queda de uma determinada altura (força de pico). A obrigatoriedade do
uso do absorvedor de energia nestes casos é reduzir o impacto no trabalhador
caso ocorra a queda quando a fator de queda for superior a 1
35.5.4 Quanto ao ponto de ancoragem, devem ser tomadas as seguintes
providências:
a) ser selecionado por profissional legalmente habilitado;
b) ter resistência para suportar a carga máxima aplicável;
c) ser inspecionado quanto à integridade antes da sua utilização.
O profissional habilitado deve preencher as formalidades de registro nos
respectivos conselhos regionais de fiscalização do exercício profissional,
CREA/CONFEA. É o conselho profissional quem estabelece as atribuições e
responsabilidades de cada qualificação em função dos cursos, cargas horárias
e matérias ministradas. São os conselhos profissionais que habilitam os
profissionais com superior, neste caso engenheiros. A regularidade do registro
junto ao conselho competente é que resulta na habilitação.
O engenheiro responsável deve garantir que os pontos de ancoragem devem
ser cuidadosamente selecionados, de forma a suportar os esforços
decorrentes das cargas aplicadas. Além da habilitação, este profissional deve
ter competência para estas atividades. Estes pontos de ancoragem deverão
ser mantidos em condições de uso pelo empregador. Se existirem meios
alternativos de proteção contra queda de altura e estas já estiverem definidas,
testadas e aprovadas por profissional habilitado, a decisão em campo será
somente sobre qual alternativa utilizar e, neste caso, o profissional capacitado
poderá tomá-la.
 
Glossário da Norma
Absorvedor de energia: dispositivo destinado a reduzir o impacto transmitido
ao corpo do trabalhador e sistema de segurança durante a contenção da
queda.
Análise de Risco - AR: avaliação dos riscos potenciais, suas causas,
consequências e medidas de controle.
Atividades rotineiras: atividades habituais, independente da freqüência, que
fazem parte do processo de trabalho da empresa.
Cinto de segurança tipo paraquedista: Equipamento de Proteção Individual
utilizado para trabalhos em altura onde haja risco de queda, constituído de
sustentação na parte inferior do peitoral, acima dos ombros e envolto nas
coxas.

Condições impeditivas: situações que impedem a realização ou continuidade


do serviço que possam colocar em risco a saúde ou a integridade física do
trabalhador.
Equipamentos auxiliares: equipamentos utilizados nos trabalhos de acesso
por corda que completam o cinturão tipo paraquedista, talabarte, trava quedas
e corda, tais como: conectores, bloqueadores, anéis de cintas têxteis, polias,
descensores, ascensores, dentre outros. (Inserido pela Portaria MTE n.º 593,
de 28 de abril de 2014)
Fator de queda: razão entre a distância que o trabalhador percorreria na
queda e o comprimento do equipamento que irá detê-lo.
Influências Externas: variáveis que devem ser consideradas na definição e
seleção das medidas de proteção, para segurança das pessoas, cujo controle
não é possível implementar de forma antecipada.
Operação Assistida: atividade realizada sob supervisão permanente de
profissional com conhecimentos para avaliar os riscos nas atividades e
implantar medidas para controlar, minimizar ou neutralizar tais riscos. (Inserido
pela Portaria MTE n.º 593, de 28 de abril de 2014)
Permissão de Trabalho - PT: documento escrito contendo conjunto de
medidas de controle visando o desenvolvimento de trabalho seguro, além de
medidas de emergência e resgate.
Ponto de ancoragem: ponto destinado a suportar carga de pessoas para a
conexão de dispositivos de segurança, tais como cordas, cabos de aço, trava-
queda e talabartes.

Profissional legalmente habilitado: trabalhador previamente qualificado e


com registro no competente conselho de classe.
Riscos adicionais: todos os demais grupos ou fatores de risco, além dos
existentes no trabalho em altura, específicos de cada ambiente ou atividade
que, direta ou indiretamente, possam afetar a segurança e a saúde no trabalho.
Sistemas de ancoragem: componentes definitivos ou temporários,
dimensionados para suportar impactos de queda, aos quais o trabalhador
possa conectar seu Equipamento de Proteção Individual, diretamente ou
através de outro dispositivo, de modo a que permaneça conectado em caso de
perda de equilíbrio, desfalecimento ou queda
Suspensão inerte: situação em que um trabalhador permanece suspenso pelo
sistema de segurança, até o momento do socorro.

Talabarte: dispositivo de conexão de um sistema de segurança, regulável ou


não, para sustentar, posicionar e/ou limitar a movimentação do trabalhador.

Trabalhador qualificado: trabalhador que comprove conclusão de curso


específico para sua atividade em instituição reconhecida pelo sistema oficial de
ensino.
Trava-queda: dispositivo de segurança para proteção do usuário contra
quedas em operações com movimentação vertical ou horizontal, quando
conectado com cinturão de segurança para proteção contra quedas.

 
Anexo I - Acesso por Cordas
ACESSO POR CORDAS
(Inserido pela Portaria MTE n.º 593, de 28 de abril de 2014)
1. Campo de Aplicação
1.1 Para fins desta Norma Regulamentadora considera-se acesso por corda a
técnica de progressão utilizando cordas, com outros equipamentos para
ascender, descender ou se deslocar horizontalmente, assim como para
posicionamento no local de trabalho, normalmente incorporando dois sistemas
de segurança fixados de forma independente, um como forma de acesso e o
outro como corda de segurança utilizado com cinturão de segurança tipo
paraquedista.

1.2 Em situações de trabalho em planos inclinados, a aplicação deste anexo


deve ser estabelecida por Análise de Risco.

1.3 As disposições deste anexo não se aplicam nas seguintes situações:


a) atividades recreacionais, esportivas e de turismo de aventura;

b) arboricultura;
c) serviços de atendimento de emergência destinados a salvamento e resgate
de pessoas que não pertençam à própria equipe de acesso por corda.

2. Execução das atividades


2.1 As atividades com acesso por cordas devem ser executadas:
a) de acordo com procedimentos em conformidade com as normas técnicas
nacionais vigentes;
b) por trabalhadores certificados em conformidade com normas técnicas
nacionais vigentes de certificação de pessoas; (Vide prazo para implementação
no Art. 3ª da Portaria MTE n.º 593/2014 e prorrogação no Art. 1º da Portaria
MTE n.º 1.471/2014)
c) por equipe constituída de pelo menos dois trabalhadores, sendo um deles o
supervisor.
2.1.1 O processo de certificação desses trabalhadores contempla os
treinamentos inicial e periódico previstos nos subitens 35.3.1 e 35.3.3 da NR-
35.

2.2 Durante a execução da atividade o trabalhador deve estar conectado a pelo


menos duas cordas em pontos de ancoragem independentes.

2.2.1 A execução da atividade com o trabalhador conectado a apenas uma


corda pode ser permitida se atendidos cumulativamente aos seguintes
requisitos:
a) for evidenciado na análise de risco que o uso de uma segunda corda gera
um risco superior;
b) sejam implementadas medidas suplementares, previstas na análise de risco,
que garantam um desempenho de segurança no mínimo equivalente ao uso de
duas cordas.
3. Equipamentos e cordas
3.1 As cordas utilizadas devem atender aos requisitos das normas técnicas
nacionais.

3.2 Os equipamentos auxiliares utilizados devem ser certificados de acordo


com normas técnicas nacionais ou, na ausência dessas, de acordo com
normas técnicas internacionais. (Vide prazo para implementação no Art. 3ª da
Portaria MTE n.º 593/2014)

3.2.1 Na inexistência de normas técnicas internacionais, a certificação por


normas estrangeiras pode ser aceita desde que atendidos aos requisitos
previstos na norma europeia (EN).

3.3 Os equipamentos e cordas devem ser inspecionados nas seguintes


situações:

a) antes da sua utilização;


b) periodicamente, com periodicidade mínima de seis meses.
3.3.1 Em função do tipo de utilização ou exposição a agentes agressivos, o
intervalo entre as inspeções deve ser reduzido.

3.4 As inspeções devem atender às recomendações do fabricante e aos


critérios estabelecidos na Análise de Risco ou no Procedimento Operacional.

3.4.1 Todo equipamento ou corda que apresente defeito, desgaste, degradação


ou deformação deve ser recusado, inutilizado e descartado.

3.4.2 A Análise de Risco deve considerar as interferências externas que


possam comprometer a integridade dos equipamentos e cordas.

3.4.2.1 Quando houver exposições a agentes químicos que possam


comprometer a integridade das cordas ou equipamentos, devem ser adotadas
medidas adicionais em conformidade com as recomendações do fabricante
considerando as tabelas de incompatibilidade dos produtos identificados com
as cordas e equipamentos.

3.4.2.2 Nas atividades nas proximidades de sistemas energizados ou com


possibilidade de energização, devem ser adotadas medidas adicionais.

3.5 As inspeções devem ser registradas:


a) na aquisição;
b) periodicamente;
c) quando os equipamentos ou cordas forem recusados.
3.6 Os equipamentos utilizados para acesso por corda devem ser
armazenados e mantidos conforme recomendação do fabricante ou fornecedor.

4. Resgate
4.1 A equipe de trabalho deve ser capacitada para autorresgate e resgate da
própria equipe.

4.2 Para cada frente de trabalho deve haver um plano de resgate dos
trabalhadores.

5. Condições impeditivas
5.1 Além das condições impeditivas identificadas na Análise de Risco, como
estabelece o item 35.4.5.1, alínea ¨j¨ da NR-35, o trabalho de acesso por corda
deve ser interrompido imediatamente em caso de ventos superiores a quarenta
quilômetros por hora.

5.2 Pode ser autorizada a execução de trabalho em altura utilizando acesso por
cordas em condições com ventos superiores a quarenta quilômetros por hora e
inferiores a quarenta e seis quilômetros por hora, desde que atendidos os
seguintes requisitos:
a) justificar a impossibilidade do adiamento dos serviços mediante documento
assinado pelo responsável pela execução dos serviços;
b) elaborar Análise de Risco complementar com avaliação dos riscos, suas
causas, consequências e medidas de controle, efetuada por equipe
multidisciplinar coordenada por profissional qualificado em segurança do
trabalho ou, na inexistência deste, pelo responsável pelo cumprimento desta
norma, anexada à justificativa, com as medidas de proteção adicionais
aplicáveis, assinada por todos os participantes;
c) implantar medidas adicionais de segurança que possibilitem a realização das
atividades;
d) ser realizada mediante operação assistida pelo supervisor das atividades.
 
Guia de Nós
Aprenda a fazer os nós corretos para cada finalidade de aplicação. A seguir
descrevemos e ilustramos cada nó e sua aplicação prática.

Tipos de nós:
- Emendas de cabos;
- Nós com alça;
- Nós de ancoragem;
- Nós auto-blocantes;
- Nós de tração;
- Nós de salvamento;
- Nós decorativos;
- Amarras;
- Nós diversos.
Estas definições são flexíveis, ou seja, os nós aqui mostrados podem variar na
sua classificação (seu tipo), pois são usados de várias maneiras com diferentes
finalidades. Para ser bom, um nó deve apresentar algumas características:

- Aquele que é feito com facilidade e rapidez;


- Deve ser fácil desatá-lo e com rapidez;
- Deve apertar à proporção que o esforço sobre ele aumenta;
- Deve-se usar sempre o nó mais simples, que satisfaça as condições exigidas
pelo serviço, sem por em risco a vida de quem o utiliza.
Vejam agora as ilustrações de como se fazer cada nó:
Nó de pescador ou Nó de inglês: Usado para emendar cabos de diâmetros
iguais ou diferentes.

Nó de pescador duplo: Usado para emendar cabos de diâmetros iguais ou


diferentes, sendo este mais seguro que o de pescador, por ter uma volta a
mais.

 
 Nó de correr em oito: Usado para emendar cabos de diâmetros iguais ou
diferentes. Sendo este mais fácil de desatar do que o nó de pescador.

 
Nó de barril: Usado para emendar cabos de diâmetros iguais, principalmente
feitos de nylon.

 
Nó direito: Pouco utilizado para unir cabos de mesmo diâmetro, tendo cuidado
na sua utilização, o mesmo deve estar com um arremate de cada lado para que
não se desfaça.

 
 Nó direito alceado: Também utilizado para unir cabos de mesmo diâmetro,
sendo usado em trabalhos onde a segurança não seja fator determinante,
quando deseja soltá-lo com facilidade, apenas com um puxão.

Nó torto: Mesma função do nó direito, com a diferença de não ser muito


seguro pois pode correr.

 
 
Nó de escota singelo: Usado para unir cabos de diâmetros iguais ou
diferentes; pode ser feito em volta de uma argola, gancho, braçadeira, etc.

Nó de escota alceado: Usado para unir cabos de diâmetros iguais ou


diferentes; para prender uma bandeira; em trabalhos onde a segurança não
seja fator determinante.

Nó de escota duplo: Usado para unir cabos de diâmetros iguais ou diferentes,


sendo este mais seguro que o escota singelo.

Nó albright: Usado para unir cabos de diâmetros iguais ou diferentes,


principalmente feitos de nylon. Empregado principalmente na pesca.
Calabrote ou Nó de aboco ou Nó do artilheiro: Usado para unir cabos de
mesmo diâmetro e cabos de aço.

 
 

Nó de cirurgião: Usado para emendar cabos de mesmo diâmetro, secos ou


molhados com segurança. Bastante empregado no canyoning.

 
Nó d’água ou Nó de fita ou Nó duplo: Nó extremamente seguro, usado para
emendar cabos de mesmo diâmetro. Estes podendo até estar molhados; e para
fitas tubular é o nó mais empregado por não “maltratar” a mesma.

 
Nó de aventureiro: Usado para emendar cabos de mesmo diâmetro. Feito
com uma extremidade da corda para segurança individual do montanhista. É o
nó d’água, com uma volta a mais.

Nó de caçador: Usado para emendar cabos de diâmetros iguais ou diferentes


com bastante segurança. Sendo fácil de desatar.

 
Nó de Zeppelin: Semelhante ao nó de caçador, é usado para emendar cabos
de diâmetros iguais ou diferentes com bastante segurança. Sendo fácil de
desatar.

Nó em oito duplo ou Volta de fiador duplo ou Nó de azelha em oito: Nó


mais usado na segurança individual do montanhista, feito na cadeirinha; usado
para fazer uma ancoragem em seguranças móveis ou fixas; e para emendar
cabos de mesmo diâmetro. Pode ser feito pelo seio ou pela extremidade da
corda.

 
 Nó em nove: Usado em ancoragens fixas ou móveis. Este nó é mais utilizado
para tensões maiores, por reduzir menos a capacidade da corda em relação ao
volta de fiador duplo (nó em oito); na segurança individual do montanhista; e
para emendar cabos de mesmo diâmetro.

Lais de guia ou Nó de bolina: Forma uma alça de qualquer tamanho, usado


para içar objetos; não é aconselhável como segurança individual do
montanhista, nem como ancoragem, por apresentar os riscos às trações
laterais feitas no balso do nó, possibilitando desfazer o aperto e desmanchar o
nó.; também para equalizar um outro nó.

 
Lais de guia com segurança: Forma uma alça de qualquer tamanho, usado
para içar objetos sendo este mais seguro que o lais de guia; serve para
segurança individual do montanhista, sendo usado como auto; usado no
salvamento de vítimas, a volta é lassada no peito e sob os braços da pessoa a
ser içada; usado onde a segurança seja fator determinante; serve também para
equalizar um outro nó.

 
Lais de guia de correr: Forma uma alça que serve para laçar animais, objetos
diversos, etc.

 
Lais de guia alceado: Forma uma alça de qualquer tamanho. Utilizado para
rebocar carros, içar objetos pesados. Muito eficaz, por ser possível desfaze-lo
facilmente mesmo após grandes trações.

 
Nó de azelha: Usado como complemento para amarrações; para formar uma
alça; isolar uma falha no cabo e ancoragem. Uma vez acochado fica difícil
desatar. Pode ser feito pelo meio ou pelo extremo do cabo.

 
 Olho de pescador ou Laçada do pescador: Forma uma alça de qualquer
tamanho, evitando que ela corra, com uso variado.

Alça com grupo simples: Forma uma alça de qualquer tamanho, evitando que
ela corra, com uso variado. Sendo pouco utilizado.

 
Arco de pescador: Forma uma alça de qualquer tamanho, evitando que ela
corra, sendo mais utilizado que a alça com grupo simples.

Nó de arnês: Usado na ligação (encordoamento) dos montanhistas e


espeleólogos, o primeiro e o último da cordada usam um dos nós com alça,
tendo este que ser seguro; usado em trabalhos que necessitem de uma alça
segura; usado para receber tração.

 
Nó de alpinista ou Nó de borboleta ou Borboleta alpina: Usado na ligação
(encordoamento) dos montanhistas e espeleólogos, o primeiro e o último da
cordada usam um dos nós com alça, tendo este que ser seguro. Usado em
trabalhos que necessitem de uma alça segura. Usado para receber tração em
amarrações de cargas ou esticar uma corda.

 
Nó quadrado: Serve como alça, sendo pouco usado. Serve para
ornamentação. Serve para emendar cabos de mesmo diâmetro, sendo este
pouco usado.

Nó amor perfeito: Forma uma alça de qualquer tamanho, evitando que ela
corra. Seu uso é variado.

 
Nó de barraca ou Nó kanoê: Forma uma alça ajustável. Muito utilizado para
amarrar uma barraca nas estacas de fixação, sem deixar o nó correr.

 
Nó de correr: Forma uma alça com uso variado que aperta-se quando puxada.
Com a utilização de madeiras, pode-se fazer uma escada.

 
 

Nó de correr duplo: Forma uma alça com uso variado, sendo este mais
seguro que o nó de correr, porém não pode ser utilizado para fazer uma
escada.

Lais de guia duplo: Usado para fazer uma ancoragem dupla, em seguranças
móveis ou fixas, em dois grampos por exemplo. Serve também para
salvamento de vítimas.

 
 

Volta do salteador ou Nó de fuga: Usado em situações onde a corda depois


de feita a transposição, possa ser resgatado. Muito seguro, mas requer
atenção em sua utilização.

 
 

Volta do fiel e cote: Usado para içar objetos; e para fazer ancoragens. Sendo
bastante seguro.

Volta do fiel duplo: Usado para içar objetos, tendo cuidado na sua utilização;
em amarrações diversas, construções de abrigos, pontes, etc.
Nó U.I.A.A. com nó de mula: Mais utilizado no cascading, para resgatar um
companheiro em dificuldades. Também chamado de rappel debreável. Com
utilização do nó U.I.A.A. e um mosquetão, usado em situações onde a corda
depois de feita a transposição, possa ser resgatada. Muito seguro, mas requer
atenção em sua utilização.

 
Nó de fateixa ou Nó de argola: Usado na marinha, para prender um cabo a
um mastro, argola, âncora, etc., sem apertá-lo.

 
 

Boca-de-lobo com segurança: Usado para amarrações provisórias,


diferentemente do anterior, pode receber tração em apenas um chicote, sendo
assim mais seguro. Também para fixar um mosquetão à base de um grampo.

Nó auto-block ou Nó de Bachman: Nó auto-blocante utilizado na segurança


estática; usado da mesma maneira que o nó Marchand. O mosquetão tem a
função de permitir agarrar e afrouxar rapidamente a laçada levando-a mais à
frente.

Nó de aperto alpino ou Nó de coração: Utilizado para descer pessoas ou


cargas pesadas, sem fazer força.

 
Nó de caminhoneiro: Nó de tração utilizado para esticar cabos. Amarrar
cargas, sendo bastante fácil de desatar.

Lais de guia triplo: Usado para fazer uma ancoragem dupla ou tripla, em
seguranças móveis ou fixas; no salvamento de vítimas. Coloca-se uma perna
em cada alça em quanto a outra fica no peito sob os braços; e quando
pretende-se obter 3 alças seguras para fins diversos.

Nó U.I.A.A. ou Nó de Munter ou Meia-volta de fiel: Função de dar segurança


a guiadas e "top rop", podem substituir perfeitamente oitos e ATCs, com a
vantagem de ser mais difícil da corda escorregar num momento de distração.
Podendo ainda servir para fazer rappel em caso da perda do descensor, tem a
desvantagem de gerar mais atrito na corda provocando um desgaste maior.

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