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CONTABILIDADE RURAL
SUMÁRIO
3- CONTROLE GERENCIAL 18
NA EXPLORAÇÃO AGROPECUÁRIA 32
REFERÊNCIAS
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Feno e
23,0 159,3 111,1 0,47 0,04 1,04 3,17
cereais
Prod.
6,2 121,9 63,2 0,86 0,09 1,66 5,58
Leiteiros
Conjunto
das farm 100,0 146,6 72,3 043 0,07 0,90 3,66
s
Passemos agora a estudar o lugar exato ocupado por estas farms altamente
capitalistas no conjunto da economia do país. Mas antes devemos nos deter um
pouco mais em seu caráter intensivo. Consideremos as farms que retiram seu
principal rendimento dos legumes. Sabe-se que em todos os países capitalistas o
desenvolvimento das cidades, fábricas, cidades industriais, terminais ferroviários,
portos, etc., provoca uma demanda crescente de produtos deste gênero, faz subir
seus preços, aumenta o número de empresas agrícolas que os produzem para a
venda. A exploração "hortigranjeira" média possui uma superfície cultivada três
vezes menor que a da farm "comum", que retira sua renda, sobretudo do feno e dos
cereais: a primeira é de 33,8 acres, a de 111, 1. O que significa que uma
determinada técnica para um determinado tipo de acumulação de capital na
agricultura, requer dimensões menores, quando se trata de uma farm hortigranjeira;
em outros termos, para investir um agricultura e obter um lucro que não seja inferior
à media, é necessário, no atual estágio técnico, uma superfície para urna exploração
que produza legumes do que para que produza feno e cereais.
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(Fonte: Senar)
Toda propriedade rural, por mais simples que seja, envolve uma complexidade de
atividades, custos, problemas, etc. Ou seja, é um negócio.
E como todo negócio, para ter sucesso e prosperar, precisa ser bem gerenciado.
Uma propriedade bem administrada precisa ter uma força de equipe de trabalho
qualificada, bem treinada, desenvolvida e satisfeita com aquilo que faz.
Caso contrário, ela terá dificuldades em atingir o sucesso financeiro, com eficácia e
eficiência.
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Podemos afirmar que quando administramos bem, tomamos decisões com maior
clareza e segurança.
A administração é feita por uma visão ampla da fazenda, especialmente nas áreas
financeira e de pessoas. Saber como administrar a sua empresa rural é essencial
para atingir melhores resultados.
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A gestão agrícola também é essencial, e atua mais na parte operacional e por setor
da propriedade rural.
Uma propriedade rural bem administrada e bem gerenciada, precisa ter uma força
de equipe de trabalho qualificada, bem treinada, desenvolvida e satisfeita com aquilo
que faz.
No fim das contas, todo o manejo da lavoura é feito por pessoas. Por isso, tenha
maior atenção com quem trabalha com você.
Agora que já falamos sobre o conceito de administração rural, veja agora qual a
importância dela na sua fazenda:
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Uma regra básica da administração rural, para que o gestor não se perca diante de
tantos fatores que permeiam a função, é guiar-se por um planejamento.
Esse planejamento pode seguir o ciclo de produção por safras, e começar com
passos simples:
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Administração de fazendas
“Não mais buscar a máxima produção a qualquer custo, mas sim buscar a MÁXIMA
RELAÇÃO CUSTO X BENEFÍCIO nas atividades desenvolvidas”.
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É por isso que hoje, para você se adequar às necessidades de sua lavoura, bem
como conhecer o mercado e processos de produção, é fundamental usar a
tecnologia como facilitadora de tempo e administração de custos.
Porém, tudo tem seu preço não é mesmo? quais são os custos de produção de uma
empresa rural?
Têm por finalidade mensurar os gastos da empresa, com o objetivo de analisar seu
resultado econômico financeiro e também planejar suas atividades.
Por meio desses custos que podemos tomar decisões mais seguras quanto a
investimentos, tecnologias a serem empregadas e, em especial: por quanto vender
seu produto agrícola.
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Sendo eles:
Conclusão
Atingir altas produtividades em lavouras vai muito além do que conduzir todo o
passo a passo da ―receita de bolo‖.
E aqui você viu o conceito de administração rural, como fazer isso e toda sua
importância!
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3- CONTROLE GERENCIAL
Para a American Accouting Association citada pelo professor Peixe (2002, p. 52) ―o
sistema de planejamento e controle gerencial consiste de políticas, procedimentos,
métodos e práticas usadas pelo administrador de uma organização para atingir os
objetivos organizacionais‖.
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Nas entidades com fins econômicos as metas visam a maximização do lucro, pois é
através do lucro que os proprietários têm um retorno sobre o investimento total
aplicado na atividade que desenvolvem. Já nas entidades sem fins lucrativos, quais
seriam os objetivos das metas? Na definição de Anthony e Herzlinger, citados pelo
professor Peixe (2002, p. 70) ―(…), o sucesso de uma organização sem fins
lucrativos deveria ser mensurado pelo quanto ela contribui para o bem-estar
público‖. Embora seja de difícil mensuração, o desempenho da organização
governamental no sentido da contribuição à população, pode ser medido
parcialmente pela evolução dos indicadores sociais, tais como: escolaridade,
mortalidade infantil, diminuição do déficit habitacional, etc.
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Para Horngren, Sundem e Stratton (2004, p. 307) ―Para alcançar o máximo benefício
a um mínimo custo, um sistema de controle gerencial deve promover a congruência
de metas e o esforço gerencial‖. A congruência de metas depende
fundamentalmente da participação dos colaboradores, são eles que, assimilando os
objetivos da organização e tornando-os seus também, tomam decisões que ajudam
a satisfazer as metas gerais da organização. O esforço gerencial é definido como o
grau da ação em direção ao atingimento das metas estabelecidas. Para os autores
supra citados (2004, p. 307) ―O esforço, aqui, significa não apenas trabalhar mais
rápido, mas também trabalhar melhor‖.
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Bowditch e Buono citados pelo professor Peixe (2002, p. 55) citam David McClellan
que identificara três necessidades básicas que as pessoas desenvolvem:
―necessidades por realização, poder e afiliação‖. Podemos inferir que alguns
indivíduos serão mais motivados pela necessidade de afiliação (necessidades
sociais), enquanto outros serão motivados pela necessidade de atingir diversas
metas ou conquistar certo grau de poder ou influencia sobre outras pessoas.
Podem-se desenvolver de programas de treinamentos para aumentar a motivação
por realização, em gerentes e subordinados, por exemplo.
Bowditch e Buono citados pelo professor Peixe (2002, p. 59) apresentam um modelo
básico do processo de motivação, a chamada teoria das expectativas, ou VIE:
Pode-se concluir que o indivíduo, para se motivar, precisa dar valor ao resultado ou
recompensa, precisa ainda acreditar no esforço adicional, que levará a um melhor
desempenho, melhores resultados ou recompensas maiores. Por exemplo, se o
funcionário estiver preparando um relatório e não tiver certeza quanto ao tipo de
relatório que a administração quer, ou perceber que tal relatório não tem a
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importância devida, pode classificar seu trabalho como perda de tempo. Visto que o
relatório poderá tomar mais uma hora de trabalho, podendo interferir com as
obrigações familiares as expectativas de uma discordância conjugal poderiam
sobrepujar a recompensa potencial, principalmente se a definição de um relatório
―útil‖ não estiver clara. Embora, o individuo tivesse que trabalhar duro produzindo um
relatório de alta qualidade, esse relatório ainda poderia não ser útil para a
administração (instrumentalidade baixa).
Percebe-se que as pessoas serão motivadas a produzir quando percebem que seus
esforços a levarão a um desempenho bem-sucedido e à obtenção das recompensas
almejadas. Os esforços da gerência ou administrador de pessoas de um setor, no
sentido de motivar seus colaboradores, devem se concentrar em esclarecer o
―caminho‖ de um subordinado para uma meta ou objetivo desejado.
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Transparência essa que, segundo Silva (2002, p. 217), será ―… concretizada com a
divulgação ampla, inclusive via Internet, (…), permitindo identificar as receitas e
despesas e a responsabilização no caso de descumprimento das regras e princípios
estabelecidos‖.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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A muito se fala em uma gestão mais profissional da coisa pública, mais responsável,
mais transparente, enfim. A mal versação dos recursos públicos tem levado a
sociedade, por meio de seus representantes, a buscar meios de controle sobre a
administração pública, e, a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal veio para
responder esse anseio, punindo o Gestor que se ―descuidar‖ do equilíbrio financeiro
da entidade pública.
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A contabilidade rural é o ramo que atua com foco no patrimônio rural. Ela se dedica
ao estudo dos ativos, tais como caixa, terra, equipamentos, fertilizantes e
sementes; dos passivos, como os empréstimos bancários; e do patrimônio líquido da
empresa rural.
Para entender melhor do que se trata a contabilidade rural e em quais casos ela é
aplicável, é necessário compreender alguns conceitos importantes vinculados ao
assunto. Confira:
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a agricultura;
a pecuária;
a extração e a exploração vegetal e animal;
atividades zootécnicas;
a venda de rebanhos;
o cultivo de florestas;
a transformação de produtos oriundos de atividade rural.
Compreender os pontos acima é importante para que o profissional da
área perceba em quais setores do segmento é possível aplicar os conhecimentos
trazidos pela contabilidade rural.
No que tange à legislação, o Código Civil Brasileiro regula parte das normas
vinculadas à atividade rural. Além dele, há o Estatuto da Terra (Lei n. 4.504/1964), a
Lei da Política Agrícola (Lei n. 8.171/1991) e outros preceitos que tratam de
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Registros contábeis
Quando se fala em contabilidade rural, uma das questões técnicas que precisa ser
abordada é a dos registros contábeis. Mas, afinal, que tipo de informação deve ser
considerado no registro contábil de uma empresa rural?
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De forma geral, um plano de contas rural deve conter dados sobre ativos, passivos,
receitas, custos e despesas. Dentro de cada um deles, precisam ser esmiuçadas
todas as informações relativas ao respectivo item. Nos ativos, por exemplo, o
recomendado é incluir notas sobre:
rebanhos;
culturas temporárias e permanentes;
estoques de sementes;
imóveis da fazenda;
imóveis de residência de funcionários, entre outras.
Benefícios
Dessa forma, é possível planejar e adotar estratégias que visem à melhora dos
resultados da empresa. Isso permite que o empresário adote um planejamento
econômico e estratégico baseado nas informações geradas pelo próprio negócio e
organizadas por um profissional qualificado para esse tipo de trabalho.
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1. ATIVIDADES AGRÍCOLAS
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Cultura Temporária
São aquelas sujeitas ao replantio após a colheita, possuindo período de vida muito
curto entre o plantio e a colheita, como por exemplo os cultivos de feijão, legumes,
arroz, trigo, etc. Durante o ciclo produtivo, os custos pagos ou incorridos, nesta
cultura, serão acumulados em conta específica que pode ser intitulada como
―Cultura Temporária em Formação‖ – Estoques – Ativo Circulante.
Após a colheita, esta conta deverá ser baixada pelo seu valor de custo e transferida
para uma nova conta, que poderá ser denominada ―Produtos Agrícolas‖ – Estoques
– Ativo Circulante, especificando-se o tipo de produto.
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Cultura Permanente
São aquelas não sujeitas ao replantio após a colheita, uma vez que propiciam mais
de uma colheita ou produção, bem como apresentam prazo de vida útil superior a
um ano, como por exemplo: laranjeira, macieiras, plantações de café, etc.
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Durante o período de formação do produto a ser colhido (maçã, uva, laranja, etc.) os
custos pagos ou incorridos serão acumulados em conta específica, que poderá ser
denominada de ―Colheita em Andamento‖ – Estoques – Ativo Circulante, devendo-se
especificar o tipo de produto que vai ser colhido.
Após a colheita, esta conta deverá ser baixada pelo seu valor de custo e transferida
para uma nova conta denominada ―Produtos Agrícolas‖ – Estoques, especificando-
se o tipo de produto colhido.
Registros Contábeis
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7 – os custos incorridos que aumentem a vida útil da cultura permanente devem ser
adicionados aos valores imobilizados;
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2. ATIVIDADES PECUÁRIAS
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3 – Crias novas:
O valor do custo das crias nascidas poderá ser apurado pelo preço real de custo ou
pelo preço corrente de mercado, gerando nesse último caso uma receita de
―superveniência ativa‖.
Registros Contábeis
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DEPRECIAÇÃO
Contabilização
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A empresa rural tem como atividades principais a produção e venda dos produtos
agropecuários por ela produzidos, e como atividades acessórias as receitas e
despesas decorrentes de aplicações financeiras; as variações monetárias ativas e
passivas não vinculadas a atividade rural; o aluguel ou arrendamento; os dividendos
de investimentos avaliados pelo custo de aquisição; a compra e venda de
mercadorias, a prestação de serviços, etc.
Desse modo, não são alcançadas pelo conceito de atividade rural as receitas
provenientes de: atividades mercantis (compra e venda, ainda que de produtos
agropastoris); a transformação de produtos e subprodutos que impliquem a
transformação e a alteração da composição e características do produto in natura,
com utilização de maquinários ou instrumentos sofisticados diferentes dos que
usualmente são empregados nas atividades rurais (não artesanais e que configurem
industrialização), como também, por meio da utilização de matéria-prima que não
seja produzida na área rural explorada; receitas provenientes de aluguel ou
arrendamento, receitas de aplicações financeiras e todas aquelas que não possam
ser enquadradas no conceito de atividade rural consoante o disposto na legislação
fiscal (RIR/94, art. 352, e PN CST nº 07/82).
4. DESPESAS DE CUSTEIO
5. AVALIAÇÃO DE ESTOQUE
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a) custo médio;
b) custo de aquisições mais recentes (Peps);
c) inventário físico (contagem física) avaliado aos preços unitários praticados mais
recentemente nas compras; e
d) preços correntes no mercado.
Fundamento Legal:
Resolução CFC 909, de 08.08.2001, que aprovou a NBC T-10, Atividades
Agropecuárias.
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Podemos perceber, então, que as atividades rurais são divididas em três grupos
distintos:
I. agricultura;
II. pecuária;
III. extração e exploração vegetal e animal;
IV. exploração de atividades zootécnicas, tais como apicultura, avicultura,
cunicultura, suinocultura, sericicultura, piscicultura e outras culturas animais;
V. cultivo de florestas que se destinem ao corte para comercialização, consumo ou
industrialização;
VI. venda de rebanho de renda, reprodutores ou matrizes;
VII. transformação de produtos decorrentes da atividade rural, sem que sejam
alteradas a composição e as características do produto in natura, feita pelo próprio
agricultor ou criador. A atividade deve ser feita com equipamentos e utensílios
usualmente empregados nas atividades rurais, utilizando exclusivamente matéria-
prima produzida na área rural explorada.
A IN 1700 também determina as atividades que não são consideradas rurais embora
sejam desenvolvidas no meio rural, como é o caso do arroz beneficiado em
máquinas industriais e da fabricação de bebidas alcoólicas em geral.
A Contabilidade Agropecuária
Toda e qualquer atividade rural, por menor que seja, precisa de um controle eficiente
para um bom gerenciamento do agronegócio. Isso é possível por meio das
informações contábeis, assim como acontece com os outros setores da economia.
O grande problema que acontece na maioria das propriedades rurais é que essas
informações, mesmo que sejam importantes ferramentas de gestão, não são
analisadas e utilizadas por seus proprietários ou administradores.
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Essa situação piora quando há mais de uma atividade rural na propriedade: eles não
são capazes de distinguir o dinheiro recebido com a venda do arroz do capital obtido
com a venda do leite, por exemplo. Logo, o controle de caixa fica desordenado,
impossibilitando a contabilização exata dos resultados.
A Contabilidade e o Agronegócio
A contabilidade, por sua vez, pode comprovar toda a evolução do agronegócio. Por
isso, é fundamental que, também na atividade rural, a contabilização dos fatos e sua
estruturação sejam realizadas com o devido conhecimento técnico e operacional,
sempre respeitando as especificidades da atividade.
Exercício Social
Isso porque sua produção é sazonal. Se uma propriedade tiver mais de uma
atividade rural, o exercício social corresponderá ao ano agrícola da atividade com
maior representatividade econômica.
Culturas temporárias
Temporárias são culturas sujeitas ao replantio após a colheita, ou seja, são
arrancadas da terra para que seja feito um novo plantio, como é o caso do milho, do
feijão, do arroz etc.
Culturas permanentes
Permanentes são aquelas que estão vinculadas ao solo, duram mais de um ano e
dão mais de uma colheita, como a citricultura (laranja, limão etc), as árvores
frutíferas (cajueiro, jaqueira, mangueira, goiabeira etc), cana-de-açúcar, cafeicultura
e outros.
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Depois da formação da cultura — etapa que pode levar até alguns anos — transfere-
se o valor da conta “Cultura Permanente em Formação” para a conta “Cultura
Permanente Formada”. A partir daí, a conta não pode mais receber custos e, após a
colheita ou a partir da primeira produção, os custos adicionais são lançados no Ativo
Circulante — Estoque, na conta ―Colheita em Andamento”.
Essa cultura deverá ser corrigida monetariamente por ser parte do Imobilizado
desde o início da formação. A partir da primeira produção, deve ser reconhecida a
sua depreciação.
A atual legislação tributária não determina taxas de depreciação para bens rurais,
deixando a estipulação do prazo a critério do empresário, mas é preciso
fundamentar como ocorreu essa estipulação.
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Perspectivas nacionais
Saber como calcular o custo da produção agrícola é muito mais que uma simples
conta de soma ou subtração. Para entender realmente o quanto é necessário
investir a fim de gerar resultados no campo, é preciso levar em conta diversas
variáveis, além do simples gasto com sementes, defensivos, adubo e mão de obra.
Neste artigo, vamos explicar um pouco mais sobre a importância de calcular o custo
de produção agrícola e como chegar a esses números. Continue lendo para saber
mais!
Uma visão completa e correta das finanças é importante na gestão de qualquer tipo
de negócio. Apenas com dados claros e verdadeiros é possível tomar decisões
acertadas para os rumos de uma empresa — sem informações confiáveis, as
escolhas da gestão acabam se tornando imprecisas.
No campo, isso não é diferente. Para entender se a atividade rural está sendo
sustentável do ponto de vista financeiro, é necessário saber não só quanto entra de
dinheiro no negócio, mas também o quanto é investido para que isso seja possível.
Portanto, saber como calcular o custo da produção agrícola é essencial para
entender a viabilidade do negócio.
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Mas, ao comparar números exatos do custo real com o que foi orçado, é possível
encontrar os erros e imprecisões que causaram essa dissonância e, com isso, lidar
melhor com eles da próxima vez.
Todo produtor tem uma ideia de quanto gasta e quanto ganha com o seu trabalho,
mas não é incomum encontrar gestores de propriedades de todos os portes que não
sabem exatamente o custo por safra e por talhão da sua lavoura.
Isso porque o cálculo exige muito mais do que o simples gasto durante o período,
mas sim a soma de despesas fixas e variáveis em diversos quesitos. Dependendo
do tipo de lavoura e do porte da empresa, esses elementos podem ser diferentes,
mas elencamos alguns dos principais números que não devem faltar nessa conta.
Confira!
Calcular os gastos com insumos para a produção talvez seja a parte mais simples
da equação, mas certamente não é tão fácil quanto parece. Além de somar tudo que
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Um dos principais gastos no campo é com a mão de obra contratada para realizar o
trabalho nas lavouras. E, dependendo da época, os gastos podem variar
significativamente: na colheita, por exemplo, é comum contratar reforços temporários
para potencializar os resultados.
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As demais despesas fixas e variáveis podem variar de acordo com o tipo de lavoura,
o porte do negócio e outros detalhes particulares de cada propriedade.
Por fim, é interessante também levar em conta o valor da terra, mesmo que o
produtor não esteja em um espaço arrendado. O terreno em que a lavoura está
instalada significa um investimento no negócio.
Nem sempre é interessante somar esse valor diluído aos custos de produção, já que
ele pode levar a uma distorção do cálculo real, mas é importante que os gestores
tenham uma boa noção do valor da terra para entender que o que é investido na
propriedade se justifica. Ou seja, que é mais inteligente continuar no campo do que,
por exemplo, vender o terreno e guardar tudo na poupança.
É verdade que o cálculo feito por talhão vai exigir mais trabalho na coleta dos dados
e no gerenciamento das informações em si. Porém, os resultados serão mais
precisos. Então, se você está iniciando na tarefa de realizar cálculos do custo da
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Custos variáveis
Custeio
Operações;
Insumos;
Funcionários a cada safra;
Pós-colheita;
Assistência técnica;
Comercialização e beneficiamento;
Transporte dos produtos;
Armazenamento e estoque;
Impostos.
Financeiro
Custos fixos
Administrativo
Almoxarifado;
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Cantina;
Funcionários da entressafra;
Escritório;
Pró-labore (salário dos proprietários);
Demais despesas administrativas.
Para obtermos o Custo Operacional Total, precisamos somar o COE com alguns
custos fixos — aqueles que não sofrem alteração dependendo do volume de
produção. Por exemplo, o custo de um barracão para abrigar o maquinário vai ser o
mesmo, independentemente se o produtor cultivar 5 ou 15 hectares.
Esses custos são muitas vezes invisíveis e difíceis de calcular. É o caso do custo de
depreciação, que se refere à perda de valor devido ao desgaste de um equipamento.
Uma forma de calcular a depreciação de uma máquina é tomar o valor do bem novo
e subtrair pelo valor residual (que seria o preço de sucata no fim da sua vida útil).
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Dessa forma, o cálculo não seria correto se o custo fosse direcionado a apenas um
produto ou atividade. As despesas relacionadas precisam ser rateadas, e o
percentual que compete a cada atividade fica a critério do proprietário.
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Mas o que seria esse custo de oportunidade? Sempre que um produtor faz uma
escolha, ele ganha as vantagens de ter tomado um caminho, mas perde os
benefícios que viriam de outras alternativas. Por exemplo, todo o dinheiro investido
no negócio agrícola e as terras cultivadas poderiam render de outra forma, em uma
aplicação financeira ou em arrendamentos, por exemplo.
Quando o agricultor decidiu cultivar a terra, ele deixou de ganhar por meio de outros
investimentos. Mas a decisão de trabalhar na lavoura precisa ser mais rentável que
as às demais opções, certo? Ele poderá buscar isso somente se tiver conhecimento
de quanto renderiam as outras alternativas.
Como visto, saber como calcular o custo da produção agrícola é muito importante
para manter a sustentabilidade financeira do negócio. Além disso, é preciso levar em
consideração todas as variáveis que fazem parte do processo para entender a real
situação e ter uma boa gestão no campo. Saiba que é praticamente impossível se
manter competitivo no mercado, com preços que sustentem o negócio, sem saber
fazer esses cálculos. Assim, comece do mais básico, e com o tempo vá aprimorando
sua gestão de custos.
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REFERÊNCIAS
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