7 Palavras de Jesus Na Cruz 2020 I
7 Palavras de Jesus Na Cruz 2020 I
7 Palavras de Jesus Na Cruz 2020 I
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Surpreende-nos que Jesus na Cruz seja capaz de continuar vendo humanidade em seus
verdugos; Ele é capaz de continuar crendo que há esperança para aqueles que cravam seus
semelhantes na Cruz. Porque, esta palavra de perdão, dita a partir do madeiro, é sobretudo uma
declaração eterna: o ser humano, todo homem e toda mulher, conserva sua capacidade de amar
nas circunstâncias mais adversas. E todo ser humano, até aquele que é capaz das ações mais
atrozes, continua tendo um germe de humanidade em seu interior e que permite que haja
esperança para ele. Perdoar é atrever-se a ver o que há de verdadeiro, de beleza em cada um. O
perdão é capaz de ver dignidade e faísca de humanidade escondida no coração do verdugo. O
perdão abre futuro, destrava a vida e não se deixa determinar pelos erros do passado; ele quebra
distâncias, nos faz descer em direção à fragilidade do outro, ao mesmo tempo que revela nossa
fragilidade. É enquanto pecadores que somos chamados a perdoar e não enquanto justos. Por
isso, no perdão é onde mais nos assemelhamos a Deus, pois só Ele podia inventar o perdão.
Deus também continua me perdoando hoje, pelas atitudes pecaminosas em minha vida que
destroem, rompem, ferem os outros e o meu mundo.
- Deixar ressoar esta expressão de Jesus: Fiz experiência de perdão? Sou capaz de perdoar e
acolher o perdão?
canto
SEGUNDA PALAVRA: CONTIGO
“Hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23,43)
Jesus sempre viveu “em más companhias” e agora morre entre dois ladrões. Mais uma
vez, não assume o papel de juiz sobre dos outros mas oferece uma nova chance de salvação. O
moribundo que dá vida: presença solidária, que, mesmo em meio ao pior sofrimento, oferece
companhia a outros sofredores. Um dos ladrões, impactado pela serenidade e testemunho de
Jesus “rouba o paraíso”.
Jesus revela uma promessa que muitas pessoas precisam ouvir hoje, sobretudo aqueles que
carregam cruzes injustas e pesadas, que vivem realidades atravessadas pela dor, pela solidão,
dúvida, incompreensão ou pranto... Como soarão estas palavras no interior de cada um de nós:
“Hoje estarás comigo no Paraíso”. Hoje: porque as mudanças, a nova criação, a humanidade
reconciliada, não tem que esperar mais; hoje, agora, já...; talvez esse “hoje” não chega é por
causa de tantas pessoas que não decidem, não optam, esperam sentadas...
Comigo: promessa de viver em sua companhia e desperta ecos de uma plenitude que não
conseguimos entender.
No paraiso: que não é um mítico Eden, mas lugar de plenitude de vida, onde não haverá mais
pranto, nem dor; realidade já presente onde habitará a justiça e a paz.
- Deixar ressoar esta expressão de Jesus para construir, hoje, o Paraíso em nosso cotidiano.
- Como viver hoje no paraíso? Neste momento, a quem podemos despertar a esperança?
Canto:
TERCEIRA PALAVRA: APOIO
“Mulher, eis o teu filho; filho, eis a tua mãe” (Jo 19,26)
Maria, mulher do “sim”; “sim” que se prolonga até à Cruz, onde, de pé, revela sua
presença materna e consoladora junto a seu Filho Jesus. A presença de Maria na vida de Jesus
não é acidental: foi aquela que mais amou, conheceu e seguiu Jesus. Ela agora é nossa
referência fiel no seguimento do seu Filho.
Despojado de tudo, Jesus tem um tesouro a nos dar: entrega sua própria mãe para que ela seja
presença cuidadora e de ternura junto aos seus filhos sofredores. Jesus não nos deixa órfãos;
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sempre precisamos dos cuidados e do consolo de uma mãe; alguém para nos acompanhar nas
horas mais obscuras e difíceis; alguém que nos sustenta nos momentos trágicos; alguém que
compartilha nossas perdas... e que também está presente nas horas boas, que chegarão. É como
se Jesus nos dissesse: “Para viver o meu seguimento, inspire-se nela, tenha-a como referência”.
Não estamos sozinhos: muitas presenças marianas em nossas vidas – amigos, pais, filhos... São
tantas pessoas junto ao pé da cruz, inumeráveis homens e mulheres de Igreja que foram e são
companheiros de caminho, de esforço, de apoio, de buscas e de amor. João, também de pé junto
à Cruz, representa todo seguidor fiel de Jesus, mesmo nos momentos de crise.
- Deixar ressoar estas palavras de Jesus: ser presença materna e cuidadora junto aos sofredores;
prolongar o modo solidário de Maria junto aos crucificados.
Canto:
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QUINTA PALAVRA: SEDE
Jesus sempre foi um homem “sedento”: fazer a vontade do Pai, realizar o Reino,
compromisso com a vida, presença solidária junto aos sofredores, fazer conhecido a Deus como
Pai/Mãe...
Agora grita sua derradeira sede: um mundo sem dor, sem exclusão, sem violência
Grita o homem com a garganta ressequida: sede na garganta e sede no coração. Sede expansiva,
sede que descentra.
Grito que se multiplica em milhares de gargantas espalhadas pelo mundo: quero “justiça”,
clamam os injustiçados deste mundo; quero “pão”, pede a criança com a barriga inchada de ar e
de fome; quero “paz”, exclama a testemunha de atrocidades sem fim; quero “amor”, pede o
jovem solitário por ser estranho; quero “moradia”, sonha o morador de rua que dorme em um
banco da praça; quero “trabalho”, suspira uma jovem que se sente fracassar; quero liberdade
escreve o presidiário em seus poemas; quero saúde, recita o enfermo em seu leito... Vozes de
compaixão, vozes de pranto, vozes que refletem as dores do mundo.
Há alaridos, e também sussurros, todos carregados de sensibilidade dolorida.
O grito de Jesus na Cruz recolhe todos esses brados da humanidade quebrada. E não há
explicação; não há sentido; não há justiça. Só um grito a mais.
A sede de Jesus desperta em nós outras “sedes”: de quê tenho sede? Sede de sonhos, de mundo
novo...
Sede mobilizadora que ativa as melhores energias dentro de nós, que desperta nossa
criatividade...
Sede que purifica nossa capacidade de escutar os gritos, de perto e de longe. O quê fazer?
“Quem tem sede venha a mim e beba”. Quem não tem sede não busca, não cria.
- Deixar ressoar essa súplica de Jesus: A quem precisamos nos atrever a escutar?
Canto:
SEXTA PALAVRA: COMPROMISSO
Parece contradição alguém dependurado na Cruz afirmar que tudo está consumado;
tem-se a impressão de fracasso total. Mas na Cruz Jesus leva até às últimas consequências sua
Encarnação: mergulha e se faz solidário com todos os crucificados da história. “Desce” até às
profundezas do sofrimento humano e ali revela a presença do Deus compassivo.
No alto da Cruz, Jesus tem consciência que não viveu em vão; sua presença fez a diferença;
viveu para os outros. Jesus morre com as mãos cheias de vida; gastou a vida a serviço da vida;
deixou pegadas nos corações de quem encontrou pela vida. “Jesus morreu de tanto viver”.
Morreu de bondade, de compaixão, de justiça. Jesus teve um “caso de amor” com a vida; viveu
intensamente.
Uma vida consumada faz fecunda a morte. Uma história consumada de Amor. Vida consumada
quando se consome no serviço aos outros. Jesus desencadeou um movimento de vida.
- Deixar ressoar esta afirmação de Jesus: quão plenificante é poder dizer a cada dia: tudo está
consumado. É poder dizer como Pablo Neruda: “Confesso que vivi”.
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SÉTIMA PALAVRA: SENTIDO
Só quem viveu intensamente uma vida expansiva pode acolher a própria morte com paz,
confiança, serenidade e abandono nos braços do Pai. Jesus morre como tinha vivido: ancorado
na confiança do Pai.
Jesus, que sempre prolongou as mãos do Pai, agora entrega-se confiadamente nos braços do
mesmo Pai.
Jesus sempre viveu em profunda sintonia com o Pai; agora Ele dá um “salto vital” nos braços do
Pai.
Ao “entregar seu espírito” Jesus é “aspirado” para dentro de Deus.
A morte nos inspira medo; mas na morte, somos todos iguais, sozinho diante de Deus.
A morte é a última ponte que nos conduz ao Pai. Seremos abraçados do outro lado da ponte.
Nosso destino é o coração de Deus.
Não só na hora da morte, mas a cada dia somos chamados a “entregar o espírito”; num mundo
em que todos buscam seguranças, que em tudo querem ter “salva-vidas”, num mundo que nos
convida a ter as costas cobertas... queremos arriscar, apostar pelo Reino; queremos nos sentir
confiados, atravessar tormentas ou espaços serenos, sentindo-nos protegidos pelas mãos do Pai.
Mãos que curam, acariciam, sustentam...
- Deixar ressoar em nosso interior as palavras de entrega de Jesus: vivemos amparados pelos
mãos providentes e cuidadosas do Pai; sentir-nos movidos a prolongar as mãos do Pai.
Estas palavras, proferidas por Jesus no alto da Cruz, causam um profundo impacto em nosso
coração.
Tal impacto nos faz ter os olhos fixos no Crucificado; a partir do Crucificado ativar um olhar
comprometido com os crucificados da história. Só podemos crer no Crucificado se estivermos
dispostos a tirar da Cruz aqueles que estão dependurados nela (Jon Sobrino).
Após a oração universal faremos a chamada “adoração da Cruz”; não se pode contemplar a Cruz
isolada daquilo que nela aconteceu. A Cruz nela mesma não tem sentido.
O que vemos ao contemplar o Crucificado?
A Cruz é expressão da máxima compaixão e comunhão, com Jesus e com os sofredores. Ela
aponta para Aquele que foi fiel ao Pai e ao Reino. Por isso, a Cruz não é um “peso morto”.
A partir da Cruz de Jesus, iluminamos e damos sentido às nossas cruzes.
Canto:
Oração Final
1 Pai Nosso
1 Ave Maria
1 Glória