Instalações Elétricas em Baixa Tensão Residenciais e Prediais
Instalações Elétricas em Baixa Tensão Residenciais e Prediais
Instalações Elétricas em Baixa Tensão Residenciais e Prediais
Residenciais e Prediais
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Brasília
2010
É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio
consentimento do editor. Material em conformidade com a nova ortografia da língua portuguesa.
Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB14/937 - Biblioteca do SENAI/SC Florianópolis
N147i
Nagel, Márcio Luiz
Instalações elétricas em baixa tensão residenciais e prediais / Márcio Luiz
Nagel. – Florianópolis : SENAI/SC, 2010.
98 p. : il. color ; 28 cm.
Inclui bibliografias.
CDU 621.316.17
49 Seção 2 - Especificações da
norma 63 Seção 1 - Distribuição da
iluminação
50 Seção 3 - Acessórios
63 Seção 2 - Tomadas de força
51 Seção 4 - Abertura de rosca
52 Seção 5 - Curvamento
Sumário
87 Seção 1 - Condições da
73 Seção 1 - Critério da capaci- norma
dade de corrente 87 Seção 2 - Dimensionamento
77 Seção 2 - Critério da queda 89 Seção 3 - Disjuntor de
de tensão entada
Finalizando 95
Referências 97
8 CURSOS TÉCNICOS SENAI
Plano de Estudos
Ementa
Objetivos
Objetivo Geral
Objetivos Específicos
SEÇÃO 1
O que é eletricidade?
Eletricidade é o fenômeno físico Vejamos, agora, como se dá o Energia térmica: Calor.
associado a cargas elétricas estáti- processo de geração de energia
cas ou em movimento. elétrica.
Estamos tão habituados ao seu
uso que sequer nos damos conta
de que é ela quem permite usu-
fruirmos das comodidades do dia
SEÇÃO 2 Usinas eólicas: Usinas eólicas
são aquelas cuja energia ad-
a dia. Como é gerada a vém do vento. O termo eóli-
co vem do latim aeolicus,
Ligar um aparelho de televisão ou energia elétrica? pertencente ou relativo a
ar-condicionado, tomar um ban-
Éolo que, na mitologia grega
ho com água quente, iluminar um significa Deus dos ventos.
ambiente dentro de casa e muitas
Podemos obter a energia elétrica
outras ações corriqueiras se tor-
de várias maneiras: pela força da
naram extremamente simples de-
queda d’água, no caso das usinas
pois que aprendemos a manusear
hidrelétricas; pela propulsão do
a eletricidade.
vapor gerado na queima de com-
A transformação direta da ener- bustíveis, no caso das termelétri-
gia elétrica em outras formas de cas; pela fricção nuclear, no caso
energia, assim como a facilidade das usinas nucleares; pela força do
de transporte da mesma, foram vento, no caso das usinas eóli-
os itens que a transformaram na cas; etc.
fonte energética mais utilizada
A figura a seguir mostra uma vis-
nos dias atuais.
ta aérea da usina hidrelétrica de
Quando utilizamos o chuveiro, o Marimbondo, localizada no Rio
ferro de passar, o forno elétrico, Grande, entre as cidades de Icém
estamos convertendo energia elé- (SP) e Fronteira (MG). A Usina de
trica em energia térmica. Marimbondo é a segunda maior
Ao ligarmos uma batedeira, o potência instalada dentre as usinas
cortador de grama ou um mo- de furnas, ou seja, de cavernas ou
tor na indústria, estamos conver- grutas, geralmente, formadas por
tendo energia elétrica em energia blocos de pedras.
mecânica, realizando trabalho.
A conversão de parte da energia
elétrica em energia luminosa se dá
através da iluminação em nossas
residências, vias terrestres, áreas
comerciais e industriais. Mesmo
sendo invisível, percebemos os
efeitos da energia elétrica em mui-
tas das coisas que nos rodeiam.
Figura 1 - Hidrelétrica de Marimbondo
Fonte: Mundo Ciência (2009).
SEÇÃO 3
Transporte da energia elétrica
A energia elétrica precisa ser distribuída aos centros consumidores que
estão na maioria das vezes milhares de quilômetros distante. Ficaria in-
viável economicamente transportá-la com as correntes originalmente
geradas.
14
O problema estaria na seção dos Tensão elétrica: Ou dife-
condutores envolvidos no trans-
SEÇÃO 4 rença de potencial.
porte da energia, no peso das tor- Condutores e isolantes
res de sustentação, etc., estes cus-
tos seriam proibitivos. O que diferencia um condutor de
Para resolver esse problema, um isolante?
próximo das geradoras é construí- Os materiais condutores são
da a subestação elevadora que aqueles que possuem muitos elé-
converte a tensão de 13,8 kV para trons livres e a ligação destes com
uma tensão muito maior (69 kV, o núcleo do átomo é fraca. Quan-
138 kV, 250 kV, etc.), reduzindo, do aplicamos uma força externa
desta forma, a corrente nas linhas (tensão), os elétrons livres podem
de transmissão e possibilitando o facilmente se deslocar pelo mate-
uso de fios com seção menor. rial, caracterizando um condutor.
Os isolantes possuem poucos elé-
trons livres e a ligação ao núcleo
Na hidrelétrica de Marimbon-
do, as linhas de transmissão é forte, precisamos aplicar uma
utilizam uma tensão de 500 tensão muitas vezes maior para
kV, que integram a usina ao conseguirmos o deslocamento de
sistema, foram as primeiras poucos destes elétrons.
a serem construídas no Brasil São exemplos de materiais condu-
e a operar dentro da América tores: o cobre, o alumínio e a pra-
Latina, o que caracterizou, de-
ta. A borracha, a mica, a cerâmica
finitivamente, o total domínio
de empresas brasileiras nos
e o plástico são exemplos de ma-
campos de projeto, fabricação teriais isolantes.
e construção de empreen-
dimentos ligados ao setor
de energia elétrica (FURNAS
CENTRAIS ELÉTRICAS, 2009). SEÇÃO 5
Grandezas elétricas
Ao chegar aos grandes centros, a básicas
tensão é novamente reduzida nas
subestações abaixadoras e trafega Chamamos de corrente elétrica
em 34,5 kV e 13,8 kV, possibili- o movimento ordenado dos elé-
tando, desta forma, um aumento trons, cujo símbolo é o I e a uni-
na capacidade de corrente que dade é o ampère (A).
pode trafegar nas linhas. A força responsável por ordenar
Por fim, das subestações abaixa- o fluxo dos elétrons é chamada
doras a energia segue até nossas de tensão elétrica, cujo símbolo
residências, passando pelos trans- em eletrotécnica é o E ou U (em
formadores instalados nos postes eletricidade ou eletrônica seu sím-
de distribuição, nos quais a tensão bolo é o V) e sua unidade é o Volt
é reduzida para a tensão de utiliza- (V).
ção dos diversos eletrodomésticos Sem a aplicação da tensão não
instalados. conseguimos ordenar os elétrons
e não teremos corrente circulan-
do.
Preto - 0 - -
Marrom 1 1 1 ±1%
Vermelho 2 2 2 ± 2%
Laranja 3 3 3 -
Amarelo 4 4 4 -
Verde 5 5 5 -
Azul 6 6 6 -
Violeta 7 7 7 -
Cinza 8 8 8 -
Branco 9 9 9 -
Ouro - - x 0,1 ±5%
Prata - - x 0,01 ±10%
sem cor - - - ±20%
16
A fonte CC é aquela que perman-
SEÇÃO 6 ece constante ao longo do tempo,
Lei de Ohm como a tensão fornecida pela ba- Lei de Ohm: Em homenagem
teria do automóvel e das pilhas ao físico alemão Georg Simon
usadas em rádios e controles re- Ohm.
R = E (Ω)
I
I = E (A)
R Figura 6 - Formas de Onda da Fonte CC e da Fonte CA
E = R.I (V)
P=E.I (W)
P = E2 (A)
R
SEÇÃO 7
Potência elétrica
Além da resistência existe outra relação dada pela tensão e pela corrente P=I2 (W)
elétrica: a potência.
A potência exprime o trabalho realizado em determinado espaço de
tempo, quanto maior a potência de um equipamento elétrico maior será
sua capacidade em realizar trabalho em um mesmo período de tempo ou
menor será o tempo para realizar o mesmo trabalho.
18
Quando a carga alimentada é uma Para cargas puramente resistivas o
carga puramente resistiva (ferro cos φ é igual a 1, nas cargas reati-
de passar roupas, chuveiro, etc.), vas ele será sempre menor que 1. Cargas: Ativas e reativas.
dizemos que a potência é uma
potência ativa, ou seja, toda a
energia elétrica é convertida em
trabalho. O símbolo da potência SEÇÃO 8
ativa é o P e a sua unidade é o
Watt (W). Associação de cargas
Existem cargas que não são pura-
Podemos ter cargas associadas
mente resistivas, tais como mo-
de diversas maneiras (chamadas
tores, transformadores, etc. Essas
de associação mista), mas basica-
cargas são chamadas cargas reati-
mente elas serão a combinação de
vas e necessitam, além da potên-
duas associações: a associação sé-
cia ativa, da potência reativa ne-
rie e/ou a associação paralela.
cessária para estabelecer o campo
elétrico ou magnético que as faz
funcionar. A potência reativa é Associação série: é aquela na
simbolizada pela letra Q e a sua qual o terminal final de um resis-
unidade é o volt-ampère reativo tor está conectado ao terminal ini-
(VAr). cial do outro resistor, e assim por
Em instalações que contenham diante, conforme a figura abaixo:
diversas cargas a potência total
deve ser especificada pela potên-
cia aparente que é o produto da
tensão pela corrente do circuito, o
símbolo da potência aparente é o
S e a sua unidade é o volt-ampère
(VA).
Figura 8 - Associação Série de
Cargas
Nas cargas reativas teremos
sempre especificado o fator de
potência que relaciona a potência Neste tipo de associação, a re-
aparente com a potência ativa, ou sistência equivalente do circuito
seja, qual o percentual da energia (entre os pontos A e B) será a
elétrica consumida que efetiva- soma das resistências R1, R2 e R3.
mente é transformada em trab- Em um circuito série, a resistência
alho. equivalente será:
FP ou cos φ
20
Calculando o paralelo entre R1 e ▪▪ Associação mista: inclui
R2 (Rx = R1 // R2): configurações série, paralelas
e juntas. Na determinação da
resistência equivalente, inicie
resolvendo as associações
Rx = R1 . R2 paralelas de resistores.
R1 + R2
Com isso concluímos a primeira
unidade de estudos desta unidade
curricular. Transitaremos agora pe-
Determinando Ry = R3 // R4: lo tema condutores elétricos. Há
muitas descobertas por fazer. Es-
tamos apenas começando...
Ry = R3 . R4
R3 + R4
RAB = Rx . Ry
Rx + Ry
Seção 1
Constituição e tipos
Condutor elétrico é todo material
capaz de conduzir ou transportar Cabe lembrar que a escolha
a energia elétrica. Na maioria dos errada do condutor (bem
casos, o condutor elétrico é feito como dos dispositivos de
de cobre eletrolítico e em certos proteção) pode acarretar
casos, de alumínio. em graves acidentes, desde
a exposição acidental a cho-
ques elétricos até incêndios
Um condutor pode ser feito com prejuízos de alta mon-
de fio maciço, rígido, ou com- ta, cabendo a responsabi-
posto de diversos fios mais lidade ao projetista ou ao
finos entrelaçados formando instalador.
um condutor flexível. Tanto
Figura 12 - Condutores e Cabos
um como outro é chamado de
condutor unipolar e consiste Fonte: Wirex (2009).
em um condutor e sua isola- A principal causa dos problemas
ção. em condutores está no aqueci-
mento, quer seja do meio onde
o condutor está, quer seja aquele
DICA imposto pela passagem da corren-
Quando temos dispostos diversos te.
Veja mais exemplos de
condutores, não isolados entre si, condutores em: <http:// Um condutor com seção menor
teremos um cabo unipolar, que www.wirex.com.br/ma- do que a necessária irá aquecer em
também é composto pelo condu- rketing/novanomenclatu-
demasia, assim como a utilização
tor (vários fios) e a isolação, po- ra/>
de condutores com a camada iso-
dendo ainda existir uma terceira
lante imprópria para o meio tam-
camada que tem a função de pro-
bém trará problemas.
teção mecânica.
Quando temos diversos conduto- Seção 2
res isolados entre si formaremos Importância dos condu-
um cabo multipolar, que é com-
posto por dois ou mais conduto- tores nas instalações
res com isolação e proteção me-
cânica. Pode parecer, a princípio, que um
condutor é algo banal, apenas um
A próxima figura mostra as situ-
meio de interligação da rede até a
ações:
carga.
Os compostos isolantes mais utili- Tabela 3 - Temperaturas Máximas para o Pvc e o Epr
zados no Brasil são o PVC (clore- Isolação Regime (°C) Sobrecarga (°C) Curto (°C)
to de polivinila), o EPR (borracha
PVC 70 100 160
etileno-propileno) e o XLPE (po-
lietileno reticulado). Em relação à EPR e XLPE 90 130 250
isolação, a utilização do PVC está
limitada a 6 kV enquanto o EPR Uma vez que a temperatura ou os períodos sejam ultrapassados, a isola-
pode ser usado até 138 kV (o li- ção do condutor estará prejudicada e com certeza a instalação também.
mite de isolação também depende
da espessura da camada isolante).
Como é fácil perceber, o PVC
tem aplicação em baixa tensão (< Seção 5
1.000 V) enquanto o EPR pode Condutos
ser utilizado em baixa tensão, mé-
dia tensão(1 kV a 35 kV) ou alta Além da corrente e da temperatura ambiente, haverá uma alteração na
tensão (> 35 kV). temperatura do condutor quando tivermos vários condutores ou cabos
Em instalações elétricas prediais, instalados juntos, um afetará a temperatura dos outros, o que pode ser
o condutor com camada isolante agravado conforme o tipo de conduto utilizado.
de PVC é o mais utilizado. Denomina-se conduto o tipo de estrutura utilizada para dar suporte e/
ou fixação ao condutor ou cabo na linha elétrica, são exemplos de con-
dutos: eletrodutos, calhas, canaletas, molduras, escadas para cabos, iso-
Seção 4 ladores, suportes, etc.
Temperaturas máximas
24
Como veremos mais adiante, o di- TN-S: neste sistema o neutro é
mensionamento dos condutores
Seção 7 aterrado, mas paralelamente a ele
leva em conta o tipo de conduto Condutor de proteção temos o condutor de proteção
utilizado na instalação, dentre ou- conforme a figura a seguir.
tros fatores. O condutor de proteção é essen-
cialmente um condutor de ater-
ramento. No Brasil, o sistema de
aterramento da rede de distribui-
Seção 6 ção pública é o de multiaterra-
Padronização de cores mento ou sistema TN-C, sendo
que o neutro e a proteção são li-
A NBR 5410, cuja última edição gados juntos (PEN), garantindo
data de 31 de março de 2005, que não haja diferença de poten-
recomenda que ao se efetuar a cial entre a rede de distribuição
identificação dos condutores pela (neutro da concessionária) e o
cor, seja utilizada a cor azul-claro aterramento na entrada do con- Figura 15 - Sistema Terra – Neutro
para identificar o neutro (N) da sumidor. Separados
instalação, quer seja em conduto-
res unipolares ou cabos multipo-
lares; da mesma forma, recomen- TN-C: o condutor de neutro e
da que o condutor de proteção proteção é o mesmo.
(PE) utilize a dupla coloração
verde – amarela ou na falta des-
ta, a cor verde.
Quando se utilizar o mesmo con-
dutor para a função de neutro e
proteção, sua designação será
(PEN) e a cor a ser usada será o
azul-claro. Para o(s) condutor(es)
fase(s), as cores utilizadas serão:
preto, branco, vermelho, cinza ou
qualquer outra cor desde que di-
ferente das adotadas para o neu- Figura 14 - Haste de Aterramento. Figura 16 - Sistema Terra – Neutros
tro e proteção, recomenda-se não Comuns
utilizar a cor amarela para evitar a
confusão com a dupla coloração
do condutor de proteção. TN-C-S: a partir de um determi-
A diferença entre o neutro e o nado ponto da instalação neutro
condutor de proteção (terra) é que e proteção seguem paralelamente.
o neutro é o condutor de retor-
• Neutro (N): azul-claro.
• Fase (F): preto, branco, ver- no da corrente elétrica fornecida
melho, cinza, etc. (evitar ama- pela concessionária, ou seja, pelo
relo). neutro pode circular corrente; já
• Proteção (PE): verde – ama- no condutor de aterramento não
relo. circula corrente, exceto tenhamos
• Proteção + neutro: azul- algum problema na instalação e, aí
claro. sim, ele executa sua função (pro-
teção).
Abaixo os diversos tipos de ater-
ramento.
Figura 17 - Sistema Terra – Neutros
comuns, mas separados no equipa-
mento
26
Observação: nos circuitos trifásicos quando for prevista a presença de
harmônicos o neutro também deverá ser de mesma seção que o circuito
fase, qualquer que seja a seção do mesmo.
A norma ainda enfatiza que em instalações residenciais só podem ser
utilizados condutores de cobre, exceto para aterramento e proteção, cuja
seção mínima obedece à tabela abaixo:
Seção 1
Desencapando os
condutores
Sempre que possível devemos
evitar emendar os condutores
em uma instalação, a emenda re-
presenta uma diminuição na tra-
ção do condutor, bem como um
ponto de maior aquecimento pela
passagem da corrente elétrica.
Na maioria das instalações a
emenda é inevitável, portanto, ve- Figura 19 - Desencapando os Condutores
remos abaixo a melhor forma de Fonte: Senai (1980, P. 18).
fazê-la.
Retire a capa isolante do condu-
tor desencapando em torno de
cinquenta vezes o diâmetro do
Seção 2
mesmo, manuseie o canivete ou Emendando os condutores
estilete sempre saindo do condu-
tor e nunca em sua direção. Se o Cruze os condutores um sobre o outro e com a ajuda de um alicate
condutor estiver oxidado, retire a universal torça as pontas dos mesmos em sentidos contrários, cada uma
oxidação com as costas do corte, das pontas deve dar seis voltas no mínimo. Observe se não ficou alguma
limpando a área onde será efetua- ponta na emenda capaz de perfurar a isolação, nosso próximo passo.
da a emenda.
Seção 3
Soldando as emendas
Podemos ainda soldar a emenda antes de efetuarmos a isolação; o acaba-
mento e a conexão elétrica são significativamente melhorados.
Encoste a ponta do ferro de solda na emenda aquecendo-a, em seguida
aplique o estanho deixando que o mesmo se funde à emenda, procure
manter uma solda uniforme. Espere esfriar e efetue a isolação.
30
Seção 4
Isolando as emendas
Após finalizar a emenda, efetue a isolação utilizando a fita isolante e co-
brindo a emenda. As camadas da fita isolante devem ultrapassar a capa
do fio em torno de 2 mm, procure deixar a isolação o mais uniforme
possível. Corte a fita isolante sempre no sentido oposto ao corpo.
Seção 1
Simbologia para
instalações elétricas
prediais
A NBR 5444 apresenta a sim- identificar numa planta ou dia- interruptores, tomadas, lâm-
bologia para instalações elétricas grama elétrico os diversos com- padas, quadros de distribuição,
prediais. Pelos símbolos podemos ponentes da mesma, tais como: etc. bem como a localização dos
mesmos.
Condutor neutro no interior do eletrodu- Indicar a seção do condutor, exceto se for 1,5
to mm2. Indicar o número do circuito.
Condutor fase de 1 mm2 para campainha Indicar se o condutor for de seção maior.
Botão de minuteria -
Cigarra -
Campainha -
Seção 2
Diagramas elétricos
Na representação do circuito elé- ▪▪ Unifilar – no qual a represen- Exemplo
trico utilizamos três tipos de dia- tação do circuito é simplificada;
Represente os diagramas esque-
gramas: ▪▪ Funcional – no qual visu- máticos para a ligação de uma
▪▪ Multifilar – no qual repre- alizamos os componentes da lâmpada acionada por interruptor
sentamos todas as conexões do instalação e suas conexões. simples.
circuito;
34
Figura 25 - Diagrama Multifilar
Seção 1
Clites e roldanas
Em construções de madeira ainda é muito comum a utilização dos clites
e roldanas para a montagem das linhas principais de alimentação, aque-
las que ficam no forro da residência. Veremos agora como instalá-las.
2m
Clites
2
6 cm
12 m
m
1 m
1,50
12 m
m
38
Figura 33 - Distâncias entre Derivações
Fonte: Senai (1980, P. 19).
40
Figura 38 - Instalação Pronta
Figura 36 - Amarração nas Roldanas Intermediárias
Fonte: Senai (1980, P. 21).
Fonte: Senai (1980, P. 26).
Enrole as duas extremidades na linha tomando o cuidado de deixar os Com o estudo das distâncias pa-
dois lados simétricos e com no mínimo cinco voltas. drão finalizamos a quinta unidade
No caso dos clites, devemos marcar a localização dos mesmos sobre o de estudo desta unidade curricu-
trajeto da instalação, em seguida podemos prendê-los deixando-os frou- lar. Prepare-se, agora, para apro-
xos para a passagem do fio. fundar seus conhecimentos acerca
de instalações básicas. Continue
conosco!
Fase
Neutro
Retorno
Retorno
44
Figura 42 - Diagrama Unifilar do Interruptor Paralelo
Efetue a instalação.
46
Fase
Neutro
Retorno
Retorno
Retorno
Efetue a instalação.
SEÇÃO 3
Acessórios
Diversos são os acessórios encontrados para utilização na instalação,
curvas prontas em diversos ângulos, caixas de passagem, luvas, etc. ga-
rantem uma fácil montagem.
50
Hoje em dia encontramos as conexões para eletrodutos “encaixáveis”
em um sistema modular de fácil instalação no qual não necessitamos
abrir roscas nos eletrodutos para encaixe nos conduletes e luvas.
Esse sistema está disponível para eletrodutos de 1/2”, 3/4”, 1”, para
aplicações típicas em residências, escritórios e na indústria.
SEÇÃO 4
Abertura de rosca
Figura 50 - Cortando o Eletroduto
Embora o sistema encaixável de eletrodutos e acessórios esteja sendo Fonte: Senai (1980, P. 21).
cada vez mais utilizado – e em breve deverá dominar a maioria das in-
stalações –, poderemos nos deparar com os eletrodutos e acessórios
rosqueáveis. Convém, portanto, aprendermos a abrir rosca e a curvá-los. Verifique se o corte ficou reto em
Primeiramente prendemos o eletroduto na morsa, em seguida utilizando relação ao eletroduto e se não fi-
um arco de serra iremos cortá-lo. Marque no eletroduto o ponto de caram rebarbas capazes de dani-
corte, a posição do arco deve ser de 90° em relação a esse ponto e ao ficar a isolação dos condutores.
eletroduto. Veja na figura! Selecione uma tarraxa apropriada
(mesma seção do eletroduto) e
inicie a rosca no eletroduto giran-
do a tarraxa no sentido horário e
anti-horário até que a mesma es-
teja com metade do comprimento
da luva ou do condulete.
Cuidado para não forçar demais a
tarraxa ou apressar a rosca, pois
isso pode arrebentar o eletroduto.
Figura 49 - Ângulo de 90° do Arco de Serra em relação ao Eletroduto Figura 51 - Abertura de Rosca
Fonte: Senai (1980, P. 21). Utilizando a Tarraxa
Fonte: Senai (1980, P. 23).
O ponto marcado deve estar aproximadamente 20 cm de onde a morsa
prende o eletroduto. Com movimentos firmes, force o arco com um
pouco de inclinação para frente, cuidando para não fugir da marca. Ob-
serve!
SEÇÃO 5
Curvamento
Encontramos curvas prontas para
uso com eletrodutos, quer sejam
com rosca ou encaixáveis, porém
não é incomum termos de curvar
eletrodutos nas instalações em
geral. Abaixo a sequência de op-
eração para curvar eletrodutos.
Figura 53 - Mola de Aço para Curvar Eletrodutos
Para efetuarmos a curva no ele-
Fonte: Senai (1980, P. 12).
troduto devemos aquecê-lo, deix-
ando o PVC maleável. Podemos
usar a chama do maçarico de um Para os eletrodutos de metal, a curvatura utiliza uma espécie de alavanca
liquinho, de uma estopa embe- que protege o eletroduto contra o estrangulamento.
bida em álcool ou um soprador
térmico (equipamento que realiza
o aquecimento através de uma re-
sistência elétrica e um ventilador
direcionando o ar quente), tal qual
nos mostra a figura.
52
Figura 54 - Ferramenta para Curvar Eletrodutos de Metal
Fonte: Senai (1980, P. 7-8).
DICA
Ao manusear tanto o soprador térmico como qualquer outro dis-
positivo de aquecimento, deve-se tomar o cuidado com a chama ou
com a sua temperatura para evitar queimaduras graves, além disso,
a chama no caso do liquinho deve estar distante do botijão.
Seção 1
Definições
▪▪ Luz visível: é uma radiação de cor das lâmpadas, quanto
eletromagnética compreendida maior mais branca aparenta ser a
Seção 3
entre 380 e 780 nm. iluminação – unidade: kelvin (k); Tipos
símbolo: T.
▪▪ Cores: são porções do espec-
Podemos dividir as lâmpadas em
tro visível que são refletidas pelos
dois grandes grupos, as de incan-
objetos; a luz é composta por
Do ponto de vista psicoló- descência e as de descarga.
três cores primárias – o verde, o
gico dizemos que uma luz é
vermelho e o azul, o restante das
“quente” quanto apresenta
outras cores são combinações uma tonalidade mais ama- Lâmpadas de
destas. relada e “fria” quanto mais incandescência
▪▪ Fluxo luminoso: quantida- branca for a iluminação,
de total de luz emitida por uma isto está relacionado com a ▪▪ Incandescentes: funcionam
fonte – unidade: lúmen (lm); sensação de aconchego de através da incandescência de um
um ambiente iluminado por filamento de tungstênio colocado
símbolo: φ.
uma luz “quente” em rela-
▪▪ Intensidade luminosa: fluxo em bulbo onde é feito vácuo ou
ção a uma luz “fria”.
luminoso irradiado na direção de preenchido com um gás inerte
um determinado ponto – unida- (nitrogênio ou argônio).
de: candela (cd); símbolo: I. Com temperatura de cor de 2.700
Índice de reprodução de cores: K (amarelada) e IRC de 100, pos-
▪▪ Iluminância: quantidade de escala de 1 a 100 que indica o suem vida média de mil horas, o
luz que incide sobre uma superfí- desempenho na reprodução das fluxo luminoso para uma lâmpada
cie situada a uma certa distância cores quando comparadas à lâm- de 60 W fica em torno de 715 lu-
desta – unidade: lux (lx); símbolo: pada incandescente (IRC = 100). mens. Em função do custo e da
E. Símbolo: IRC ou Ra. durabilidade é ainda a mais usada
▪▪ Luminância: quantidade de na iluminação residencial.
luz refletida por uma superfície –
unidade: cd/m2; símbolo: L.
Quanto maior a diferença na
aparência de cor de um ob-
jeto iluminado em relação ao
Seção 2 padrão (IRC = 100) menor é o
Características seu IRC.
▪▪ Eficiência energética:
relação entre a quantidade de luz ▪▪ Fator de fluxo luminoso:
gerada e a potência consumida desempenho do conjunto reator/
lâmpada quando comparado Figura 55 - Lâmpadas Incandescentes
– unidade: lúmen/watt (lm/W);
ao fluxo nominal da lâmpada Fonte: Adaptado de Osram (2009).
símbolo: ήw ou K.
somente – unidade: %; símbolo:
▪▪ Temperatura de cor: defini-
BF.
da para diferenciar a tonalidade ▪▪ Halógenas: também são
consideradas incandescentes
56
foro (eficiência energética de até 100 lm/W, temperatura de cor entre Encontradas nas temperaturas
4.000 e 6.000 K e índice de reprodução de cor de 85), a vida útil da flu- de cor de 2.700 k até 6.400 k,
orescente tubular é de aproximadamente 7.500 horas. sua vida média fica em torno das
6.000 horas, o IRC na faixa de 80
a 89 e o fluxo luminoso em torno
▪▪ Lâmpadas fluorescentes circulares: possuiem dimensões redu- de 1.500 lm (26 W).
zidas em comparação às fluorescentes tubulares, mas com as mesmas
características das fluorescentes compactas. Encontradas nas tempe-
raturas de 2.700 k até 6.400 k, possuem vida útil em torno de 6.000
horas, seu IRC fica entre 80 e 89 e o fluxo luminoso em torno de 1.300
lm (22 W).
▪▪ Lâmpadas de descarga
vapor de sódio: oferecem luz
amarela e monocromática que dis-
torce as cores – seu IRC é de no
máximo 30. É uma lâmpada que
oferece grande fluxo luminoso Figura 61 - Lâmpada Vapor de Sódio
com baixo consumo. Seu funcio- Fonte: Osram (2009).
namento é parecido com o das
fluorescentes, exceto pela presen-
ça do sódio no lugar do mercúrio.
A partida requer reator específico ▪▪ Lâmpadas de descarga
e ignitor. vapor metálico: estas lâmpadas
empregam um tubo de descar-
As lâmpadas de vapor de sódio ga cerâmico e substituem com
representam a alternativa mais maior eficiência as lâmpadas em
econômica e prática para a ilumi- formato ovóide, proporcionando
nação de exteriores e interiores, até 25% mais luz.
onde não se faz necessária uma Possuem maior estabilidade de
excelente reprodução de cores. cores ao longo de sua vida útil,
Seu tempo de vida útil varia entre sua luz é extremamente branca e
16.000 e 32.000 horas, podem ser brilhante. Possuem excelente re-
instaladas em qualquer posição, o produção de cores (IRC de 90 a
IRC fica entre 20 e 39, a tempera- 100), sua temperatura de cor se
tura de cor é de 2.000 k e o fluxo situa na faixa de 4.200 k, têm vida
luminoso fica na faixa de 10.200 útil de 18.000 a 24.000 horas e flu-
lm (100 W). xo luminoso de 6.700 lm (70 W).
Podem ser instaladas em qualquer
posição e necessitam de reatores
e ignitores para o seu funciona-
mento.
58
potências de 10 W (luminárias de vantagem de uma maior eficiência
emergência), 15 W, 20 W, 30 W, energética e uma reprodução de
40 W e 110 W (HO). cores maior, são encontradas nas
potências de: 70 W, 100 W, 150 W,
▪▪ Fluorescentes compactas, 250 W, 400 W, 600 W e 1.000 W
circulares e eletrônicas: as flu- (vapor de sódio) e 70 W, 150 W,
orescentes compactas eletrônicas 250 W, 400 W, 500 W, 1.000 W e
e a fluorescente circular vêm aos 2.000 W.
poucos substituindo as lâmpadas Os reatores utilizados nas lâmpadas
Figura 62 - Lâmpada Vapor Metálico incandescentes na iluminação re- fluorescentes tubulares podem ser:
Fonte: Osram (2009). sidencial visto sua maior durabili-
dade, economia e queda de preços
no mercado. São encontradas nas ▪▪ eletromagnéticos convencionais;
Seção 4 potências de 5 W, 11 W, 15 W, 20 ▪▪ eletromagnéticos partida rápida;
Aplicação W e 22 W (eletrônicas), as circu- ▪▪ eletrônicos.
lares encontramos na potência de
22 W e 32 W. As fluorescentes
▪▪ Incandescentes: iluminação Como comentado anteriormente,
compactas são utilizadas princi-
geral onde se deseja luz dirigida a função do reator é fornecer um
palmente em abajures para uma
e de facho intenso com diversos pico de alta tensão necessário à
iluminação direta, são encontradas
ângulos de abertura, têm grande partida da lâmpada (ionização do
nas potências de 9 W e 10 W.
aplicação em iluminação de pe- gás) e, após a partida da mesma,
quenos ambientes, principalmen- limitar a corrente.
▪▪ Luz mista: quando se deseja
te residenciais. São encontradas uma maior iluminação que a lâm-
nas potências de 25 W, 40 W, 60 pada incandescente sem que se
W, 100 W, 150 W e 200 W. faça uso do reator, a lâmpada de
luz mista é utilizada. Geralmente
▪▪ Halógenas: tipo lapiseira são é usada na iluminação externa ou
usadas em refletores para iluminar em galpões e interiores de indús-
fachadas e outdoors. São encontra- trias. É encontrada nas potências
das nas potências de 100 W, 150 de 160 W, 250 W e 500 W.
W, 300 W, 500 W e 1.000 W.
Figura 63 - Reatores Eletromagnéticos
▪▪ Vapor de mercúrio: é utili-
▪▪ Halógenas dicróicas: usadas zada na iluminação de interiores de Partida Rápida
principalmente em vitrines para de grandes proporções onde o
realçar um produto e em decora- pé direito é alto e a substituição
ção de interiores onde a ilumina- das lâmpadas é de elevado custo,
ção indireta realça o ambiente. também é utilizada em ilumina-
ção de vias públicas e áreas ex-
▪▪ Fluorescentes tubulares: ternas. Encontramos a vapor de
por seu ótimo desempenho são mercúrio nas seguintes potências:
indicadas para iluminação de 80 W, 125 W, 250 W e 400 W.
escritórios, lojas e indústrias ten-
do espectro luminoso para cada ▪▪ Vapor de sódio e vapor
aplicação. São encontradas nas metálico: têm a mesma aplicação
que a vapor de mercúrio com a
60
Figura 65 - Reator Eletrônico
Fonte: Osram (2009).
Exemplos
64
Como a área é maior do que 6 m2 utilizamos o perímetro, dividindo 22
por 5 teremos 4,4, logo utilizaremos 5 tomadas TUG de 100 VA distri-
buídas uniformemente na sala.
Abaixo uma tabela contendo o consumo médio de alguns eletrodomés-
ticos:
Aquecedor de
1.550 Forno elétrico 1.500
ambiente
Visto tudo isso, que tal agora avançarmos em mais uma unidade de es-
tudo? Continue antenado!
Seção 1
Quadro de distribuição
Toda instalação residencial de uma forma ou outra pode ser representa-
da pelo diagrama em blocos abaixo.
68
Tabela 10 - Previsão de Espaço para Circuitos Adicionais
Até 6 circuitos 2 circuitos adicionais
7 a 12 circuitos 3 circuitos adicionais
13 a 30 circuitos 4 circuitos adicionais
Acima de 30 circuitos 15% dos circuitos
Para circuitos bifásicos ou trifási- Existem muitos modelos e fabricantes de disjuntores, por isso no catá-
cos as cargas devem ser distribu- logo desses fabricantes encontramos diversas correntes nominais, mas
ídas de modo a termos o maior podemos tomar por base as seguintes:
equilíbrio possível entre as fases. 10 A; 15 A; 20 A; 25 A; 30 A; 35 A; 40 A; 50 A; 60 A e 70 A.
O correto dimensionamento e a escolha dos disjuntores serão vistos
quando efetuarmos o projeto da instalação elétrica como um todo.
Seção 3
Os disjuntores diferenciais residuais são dispositivos utilizados para pro-
Disjuntores teção das pessoas ou animais contra choques elétricos e das instalações
contra incêndios – é uma exigência da NBR 5410/05.
Nas instalações residenciais deve-
Seu princípio de funcionamento se baseia na diferença das correntes de
rão ser utilizados disjuntores ter-
entrada e saída do circuito, ou seja, se houver uma “fuga” de corrente o
momagnéticos (DTM) e disjunto-
dispositivo automaticamente detecta essa fuga e desliga.
res diferenciais residuais (DR).
Os disjuntores termomagnéticos
são dispositivos destinados à pro-
teção contra sobrecarga (elevação
gradativa da corrente) e sobre-
corrente (curto-circuito, elevação
instantânea da corrente), propi-
ciando ainda a manobra (ligação
e desligamento) dos circuitos que
estão protegendo.
A proteção contra sobrecarga se dá
pelo dispositivo térmico inserido
no disjuntor e a contra curto-circui-
to pelo dispositivo magnético.
Figura 70 - Dispositivos Dr
Fonte: Adaptado de Siemens (2009).
70
Seção 4
Fusíveis
Os fusíveis são dispositivos utilizados para a proteção dos circuitos Estamos nos aproximando do fi-
contra sobrecorrentes (curto-circuito), são projetados para suportarem nal desta unidade curricular! Falta
a corrente nominal da instalação durante tempo indefinido; somente pouco agora para você adquirir
quando tivermos um curto-circuito eles atuarão. os conhecimentos, habilidades e
Os fusíveis são constituídos por um material com baixo ponto de fusão, competências que precisa para a
é basicamente um fio ou lâmina de cobre, prata, estanho ou outra liga sua formação técnica. Continue
alocado em um corpo (geralmente cerâmica) preenchido por um mate- concentrado em sua aprendiza-
rial extintor (areia de quartzo) e hermeticamente fechado. gem!
Em relação ao material extintor, este é necessário, pois uma vez que o
fusível se funda, sob a ação de um curto-circuito, a corrente não é in-
terrompida plenamente, pois se estabelece um arco elétrico. O material
extintor envolve o arco elétrico e o extingue. O corpo do fusível deve
permanecer isolante após a fusão, caso contrário se estabeleceria uma
nova corrente.
Existe uma grande quantidade de tipos de fusíveis, desde fusíveis de
vidro até fusíveis para instalações industriais, com grande capacidade de
corrente. O tipo mais comum, usado em instalações de baixa tensão e
potência é o fusível diazed, mostrado abaixo:
Seção 1
Critério da capacidade de corrente
O correto dimensionamento dos condutores leva em consideração o
tipo de instalação: embutida, exposta, abrigada ou ao ar livre e também
o tipo de conduto utilizado na mesma.
A NBR 5410, cuja última edição data de 31 de março de 2005, apresenta
diversas tabelas que resumem as situações mais rotineiras em termos
de instalações elétricas, combinando o tipo de condutor ou cabo com o
conduto e sua fixação.
Após o levantamento dessa tabela, uma segunda etapa procurou resumir
o comportamento térmico dos diversos tipos de instalação chegando a
nove categorias que exprimem as mais de quarenta situações levantadas
anteriormente.
O intuito desse levantamento foi o de conseguir determinar a capacida-
de de condução de corrente para os diversos tipos de instalação.
A norma previu uma capacidade máxima de condução de corrente na
temperatura ambiente de 30 °C para linhas acima do solo e de 20 °C
para linhas abaixo deste. Para temperaturas diferentes destas, a norma
fornece uma tabela com fatores de correção.
A seguir as codificações dos nove arranjos:
74
Tabela 12 - Capacidade de Condução de Corrente em Função da Seção do Condutor
para as Categorias de Instalação A1, A2, B1, B2, C, D
A1 A2 B1 B2 C D
mm2
2 cc 3 cc 2 cc 3 cc 2 cc 3 cc 2 cc 3 cc 3 cc 2 cc 2 cc 3 cc
Cobre
1,0 11 10 11 10 14 12 13 12 15 14 18 15
1,5 14,5 13,5 14 13 17,5 15,5 16,5 15 19,5 17,5 22 18
2,5 19,5 18 18,5 17,5 24 21 23 20 27 24 29 24
4w 26 24 25 23 32 28 30 27 36 32 38 31
6 34 31 32 29 41 36 38 34 46 41 47 39
10 46 42 43 39 57 50 52 46 63 57 63 52
16 61 56 57 52 76 68 69 62 85 76 81 67
25 80 73 75 68 101 89 90 80 112 96 104 86
35 99 89 92 83 125 110 111 99 138 119 125 103
50 119 108 110 99 151 134 133 118 168 144 148 122
70 151 136 139 125 192 171 168 149 213 184 183 151
95 182 164 167 150 232 207 201 179 258 223 216 179
120 210 188 192 172 269 239 232 206 299 259 246 203
76
Como a temperatura é maior que
30 °C, aplicamos a correção de Circuito terminal: Monofási-
Para outros tipos de instala- temperatura: co.
ção consulte a norma, visto
que os fatores de correção
são diferentes.
I' = I
FC
Ou seja,
Exemplo
Dimensionar os condutores de
um circuito terminal cuja carga I' = 35,45 A
prevista será de 7.800 W, alimen-
0,79
tado em 220 V. A instalação será
efetuada em eletroduto de PVC
embutido em alvenaria, a isola-
ção dos condutores é de PVC e
a temperatura ambiente prevista é
I' = 44,88 A
de 45 °C.
Solução
Determinando a corrente que cir- De posse do valor corrigido da
culará entre os condutores (2 cc), corrente vamos na tabela escolher
teremos: a seção do condutor.
A instalação será efetuada embu-
tida em alvenaria, logo, o tipo de
I= P instalação será a A1 e o condutor
V terá seção de 10 mm2.
logo
Seção 2
Critério da queda de
I = 7800
220
tensão
Na escolha da seção do condutor
utilizamos o critério da capacida-
I = 35,45 A de de condução de corrente, mas
este não é o único critério que de-
vemos levar em conta.
Nas instalações em geral, também
devemos considerar o critério da
queda de tensão quando formos
escolher a seção do condutor, este
critério é apresentado abaixo.
78
Exemplo
I' = 39,9 A
Dimensione os condutores para 0,79
uma instalação TUE cuja potência
é de 6.800 W, tensão de 220 V, iso-
lação de PVC, eletroduto também
de PVC embutido em alvenaria e
cuja temperatura será de 40 °C. A I' = 39,12 A
carga ficará distante do quadro de
distribuição 19,5 m.
Seção 1
Defasagem entre
tensão e corrente
Em corrente alternada, a corrente Em um circuito resistivo o produto da tensão rms (root mean square) pela
e a tensão têm comportamentos corrente rms, ou seja, a potência é sempre positiva, em outras palavras,
diferentes quando os elementos a potência média será sempre positiva. Em circuitos que contenham in-
do circuito são capacitores e indu- dutores e capacitores o produto da tensão e da corrente será positivo e
tores (motores). negativo com igual amplitude, logo a potência média será zero.
Em um resistor, a corrente e a
tensão estão em fase, seguem jun-
tas no tempo, ou seja, o resistor
não introduz defasagem entre
corrente e tensão.
82
Se tivermos um circuito resistivo
puro, a defasagem entre tensão e
Seção 3
corrente é zero e a potência ativa Fator de potência
será calculada apenas pela tensão
rms e pela corrente rms já que cos As cargas na indústria se caracte-
0˚ = 1. rizam principalmente pelos mo-
Se calcularmos a potência reativa tores de grande potência, ou seja,
do resistor teremos como resulta- são cargas reativas indutivas. O
do 0, pois sen 0˚ = 0. A parcela cos φ é também chamado de fator
de reativos é nula significando que de potência e indica o aproveita-
o resistor dissipa ou absorve toda mento da energia fornecida pela
Figura 79 - Triângulo das Potências
a energia fornecida pela linha. rede à carga.
Da mesma forma, calculando a Equacionando teremos:
E determinar a potência aparente
potência ativa para um circuito
por:
indutivo ou capacitivo puros vere-
mos que ela será 0, pois cos 90°
FP = cos φ = P/S = W/VA
ou cos -90° é igual a zero, signifi-
cando que os elementos reativos S2 = P2 + Q2
do circuito não absorvem ou dis-
sipam energia da rede. Na prática gostaríamos que toda
O dimensionamento dos equipa- a energia absorvida da rede fos-
Usando a trigonometria teremos: se transformada em trabalho, ou
mentos, tais como transformado-
res, e dos condutores em uma ins- seja, o ideal seria um FP = 1.
talação elétrica é feito com base Pelo triângulo das potências fica
na potência aparente (S) que é a sen φ = VAr/VA evidente que a redução dos reati-
soma vetorial das potências ativa cos φ = W/VA vos indutivos se dá pela adição de
e reativa. tg φ = VAr/W reativos capacitivos ao sistema, ou
Utilizando o teorema de Pitágoras seja, adicionando capacitores ao
podemos relacionar as três potên- sistema aumentamos o fator de
cias em um triângulo retângulo potência.
como segue:
DICA
A Agência Nacional de
Energia Elétrica (ANEEL)
estabelece o fator de po-
tência mínimo de 0,92 para
a indústria. Portanto, a adi-
ção de bancos de capacito-
res na entrada da alimen-
tação ou ainda junto às
máquinas se faz necessário
para corrigi-lo, diminuindo
a defasagem entre tensão
e corrente na rede.
Exemplo S = 2165VA
Queremos instalar uma bom-
ba d’água distante do quadro de
distribuição 25 m, a tensão de E a corrente:
alimentação é de 220 V, a tempe-
ratura prevista de 40 °C e a ins-
talação utilizará cabo multipolar Is = 2165VA
sustentado por postes com isola- 220V
dores ao ar livre. Dimensione os
condutores sabendo que a bomba
tem potência de 2 CV e fator de
potência de 0,68.
Observação: 1 CV = 736 W e 1
HP = 746 W.
84
Escolhendo na tabela a seção para
Is = 9,84A uma queda de 2%, encontramos o
valor de 70.180 que corresponde
à seção de 2,5 mm2.
PS x l = 2.165 VA x 25 m = 54.125
Seção 1
Condições da norma
O disjuntor deve proteger a isolação dos condutores contra excessivo
aquecimento oriundo de sobrecarga ou curto-circuito.
Seção 2
A norma prevê que os dispositivos de proteção devam atuar em até uma Dimensionamento
hora (ou em até duas horas para dispositivos maiores) quando houver
uma sobrecarga de 45%, protegendo desta forma os condutores da ins- No escolha do disjuntor, devemos
talação contra excessivo aquecimento. satisfazer as seguintes condições:
Um disjuntor termomagnético possui uma curva de atuação semelhante 1. Ip ≤ IN ≤ Iz
às curvas abaixo:
Sendo:
▪▪ Ip = corrente nominal do
projeto;
▪▪ IN = corrente nominal do
disjuntor;
▪▪ Iz = capacidade de condução
do condutor (já com os fatores
de correção, se necessários).
2. I2 ≤ 1,45 x Iz
Sendo,
▪▪ I2 = corrente que assegura
efetivamente a atuação do dispo-
sitivo.
Figura 80 - Curvas de Atuação de Disjuntores
Fonte: Siemens (2009). Ou seja, a norma diz que a cor-
rente nominal do disjuntor deve
ser maior que a corrente do pro-
Na linha horizontal temos a sobrecarga de corrente, a linha sombreada jeto (das cargas) para que não
nas curvas anteriores mostra o limite de atuação do dispositivo (13% tenhamos o disparo aleatório do
de sobrecarga) e a atuação garantida (45%). Para correntes maiores o disjuntor, mas que a mesma seja
tempo de atuação será menor e vice-versa, note que em caso de curto- suficiente para proteger o condu-
circuito a atuação é quase instantânea com correntes em torno de seis tor.
vezes a corrente nominal. A corrente nominal dos disjunto-
res diminui com o acréscimo da
temperatura ambiente, logo após
uma tabela que mostra essa influ-
ência:
Temp.ºC 20 30 40 50
U M U M U M U M
10 9,5 9,6 9,0 9,2 8,5 8,8
15 14,3 14,4 13,5 13,8 12,8 13,2
20 19,0 19,2 18,0 18,4 17,0 17,6
25 23,8 24,0 22,5 23,0 21,3 22,0
30 28,5 28,8 27,0 27,6 25,5 26,4
IN (A) 35 33,3 33,6 31,5 32,2 29,8 30,8
40 38,0 38,4 36,0 36,8 34,0 35,2
Exemplo
Dimensionar o disjuntor para Aplicando os fatores de correção: Calculando a capacidade de con-
proteger um circuito de chuveiro dução de corrente do condutor:
com potência de 5.400 W ligado
em 220 V. A instalação será feita
I p'= 24,54A Iz = 46 x 0,8 x 0,87 = 32,016A
em eletroduto de PVC aparente
0,87 x0,8
utilizando condutores com cama-
da isolante de PVC. A tempera-
tura estimada será de 40 °C, e no Considerando que no quadro de
eletroduto existe mais um circui- distribuição teremos um acrés-
to; a distância do QD é de 13 m. cimo de 10 °C (valor típico), es-
I p'= 35,26A colheremos um disjuntor com
temperatura de trabalho de 50 °C
e corrente imediatamente menor
Solução que 32,016 A.
Da tabela, coluna A1, 2 cc, tere-
Na tabela encontramos o valor de
mos:
29,8 que corresponde ao disjun-
▪▪ seção do condutor = 10 mm2. tor de 35 A. Ainda precisamos
I p= 5400W Pelo critério da queda de tensão: verificar dois critérios.
220V
Corrente de não atuação: basean-
do-nos nas curvas dos disjuntores
teremos:
P x l = 5.400 x 13 = 70.200
88
CELESC: Centrais Elétri-
cas de Santa Catarina.
I2 = 1,45I x IN = 1,45 x 29,8 = 43,21 A DICA
A norma está disponível
no endereço: <http://
portal.celesc.com.br/
Verificando: portal/atendimento/in-
dex.php?option=com_co
ntent&task=view&id=88
Ip ≤ IN ≤ Iz → &Itemid=32>.
24,54 A ≤ 29,8 A ≤ 32,016 A
Seção 1
Instalação de quadro de
distribuição monofásico
Eis chegada a hora de verificar d. Abra rosca nos eletrodutos, efetue as curvas necessárias, fixe as bra-
como está a sua aprendizagem. çadeiras.
Nesta unidade você fará monta-
gens aplicando os conhecimen- e. Encaixe os eletrodutos nas curvas e no quadro de distribuição.
tos até aqui adquiridos. Mais uma
oportunidade de aquecimento in- f. Fixe os eletrodutos nas braçadeiras, instale os disjuntores no quadro,
telectual para o desenvolvimento fixe o quadro de distribuição.
das atividades a seguir. Prossiga!
g. Passe a fiação pelos eletrodutos até o quadro de distribuição.
92
Analise a simbologia unifilar e multifilar do relé fotoelétrico:
▪▪ CAVALIN, G.; CERVELIN, S. Instalações elétricas prediais. São Paulo: Érica, 1998.
▪▪ LIMA FILHO, D. L. Projetos de instalações elétricas prediais. 3. ed. São Paulo: Érica,
1998.
▪▪ MUNDO CIÊNCIA. Hidrelétrica de Marimbondo. 2009. Altura: 280 pixels. Largura: 373
pixels. 96 dpi. 31 BIT. Formato: JPG. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/
fisica/eletricidade/MARIMB1.JPG>. Acesso em: 21 set. 2009.
98