Tecnologias Semióticas em Enfermagem Clínica Dermatológica - Gustavo Lopes

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA


CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

Gustavo Lopes Soares

TECNOLOGIAS SEMIÓTICAS EM ENFERMAGEM CLÍNICA


DERMATOLÓGICA

Florianópolis
2018
2

Gustavo Lopes Soares

TECNOLOGIAS SEMIÓTICAS EM ENFERMAGEM CLÍNICA


DERMATOLÓGICA

Trabalho de conclusão de curso, referente à


disciplina: Trabalho de conclusão de curso II
(INT5182) do Curso de Graduação em
Enfermagem da Universidade Federal de Santa
Catarina, como requisito parcial para obtenção do
Grau de Enfermeiro.

Orientadora: Dra. Maria Elena Echevarría Guanilo

Florianópolis
2018
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Tegumentum: “tudo o que serve para cobrir,


cobertura, abrigo, proteção”. Dedico este
trabalho a todos os enfermeiros que
inflamam suas vidas ao uso verdadeiro
desta ciência, proliferam qualidade de vida,
remodelam saberes e práticas, e
intencionam-se a cicatrizar os atravesses
que afetam um viver saudável. E assim,
tegumentam, o que chamamos de assistência
à saúde humana.
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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, André e Aliciana, não poderia negar, que em tudo que faço revela um
pouco dos seus bons traços, aparentemente, fazendo parte do que sou. Agradeço o esforço
de cada um, que em época universitária, dividiram esta mesma etapa que realizo e em
mesma instituição, com a incomensurável vivência da paternidade/maternidade.
Agradeço por me abrirem caminhos, de seus diferentes modos.

Ao meu avô Sérgio Lopes e minha tia, embora não goste de ser chamada ao título (mas é
tia afinal) Priscila Lopes, agradeço por serem minha raiz forte nos momentos em que
precisei e por acompanharem tão de perto minha formação, nestes nossos momentos
família, tão intimamente nossos.

Ao meu grande amor, Pattrícia, meu mais difícil agradecimento curto, por não faltar
palavras, agradeço o companheirismo incondicional, o constante encorajamento e apoio
nesta etapa, assim como, em todas as outras. E por dividir comigo os sabores de realizar
esta pesquisa, com imenso incentivo e carinho.

Aos meus irmãos mais novos, Isaac e Pedro, que desejo os melhores caminhos e também
a todos os demais familiares e os amigos de longa data, que tanto estimo, agradeço por
todo os bons sentimentos estendidos a mim agora e sempre.

Agradeço a minha orientadora Dra. Maria Elena, que tanto me inspira em seu
conhecimento, e que mostrou não existir impedimentos para concretização de ideias,
apoiou e orientou grandiosamente meu projeto.

Agradeço também aos membros da minha banca, escolhidos por serem inspiração ao que
estudo, Dra. Sayonara, Ms. Maria Terezinha, Dra. Natália e Dra. Fernanda.

Aos amigos cúmplices da mesma jornada, demais professores e pacientes que se tornaram
amigos nessa trajetória, com muito carinho durante o curso, dedico meu agradecimento e
oportunidade de lhes dizer que não teria sido tão fácil chegar até esta realização sem o
apoio que tive, os quero infinitamente bem.
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RESUMO

Objetivo: identificar quais tecnologias semióticas que aperfeiçoam a prática clínica de


enfermeiros especialistas do estudo da pele, assim como reconhecer também as razões
que fundamentam a adesão ou a não adesão do exercício clínico destes equipamentos em
suas rotinas. Método: Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, do tipo
exploratório descritivo, utilizando-se a técnica Delphi. Para tanto, construiu-se um
questionário semiestruturado através da ferramenta Google Forms®, abordando o
conteúdo das principais tecnologias para avaliação dermatológica encontradas na
literatura. Posteriormente, o instrumento foi enviado por correio eletrônico para
enfermeiros especialista no estudo da pele, identificados a partir de consulta na plataforma
Lattes. Foram realizadas análises descritivas e de frequência simples. O estudo recebeu
aprovação de comitê de ética da Universidade Federal de Santa Catarina. Resultados:
Participaram da pesquisa 110 especialistas, entre as ciências de enfermagem
dermatológica, estomaterapia, enfermagem forense, feridas e enfermagem estética. Entre
as 12 tecnologias identificadas na literatura, os principais fatores semióticos que
justificaram a contribuição destes recursos para o aperfeiçoamento do exame clínico da
pele foram: avaliação de diversificadas lesões elementares, condições vasculares,
localização, extensão e grau de lesões, espessura e turgor da pele, alterações de umidade
e de secreção sebácea, valores de índice glicêmico e de hemoglobina, assim como, outros
aspectos diversos da abordagem de inspeção tecidual a partir de tecnologias de interação
luz-tecido, tecnologias de captação e aumento de imagem, tecnologias ecográficas,
tecnologias da biomecânica da pele e tecnologias laboratoriais. As tecnologias da
interação luz-tecido se destacaram na contribuição desse aperfeiçoamento da prática
avaliativa, por contribuir com melhores condições para a visualização das lesões em suas
reais cores, como no caso da lanterna clínica. Assim, também, a tecnologia mais presente
na avaliação clínica de condições de pele, por estes especialistas, foi identificada pela
fotografia clínica, exames laboratoriais, doppler vascular e lupa clínica. A partir da
compreensão dos motivos que levam estes profissionais a adquirir ou não a tecnologia em
sua prática, foi possível compreender que o fator custo-portabilidade se destaca.
Conclusão: Compreendeu-se que os enfermeiros são consumidores de recursos de
aperfeiçoamento clínico de avaliação dermatológica e conhecedores de maior parte destes
equipamentos, assim como, determinou-se as tecnologias que contribuem para esta
prática. Diante as motivações e impedimentos que levam os profissionais a
implementarem estas tecnologias na avaliação semiológica, refletiu-se que enfermeiros
precisam ser participantes do processo de engenharia destes equipamentos clínicos, de
modo a especializar suas necessidades e interesses como aos fatores de custo,
portabilidade e eficácia, aperfeiçoando sua clínica e oferecendo melhor assistência aos
seus examinados.

Descritores: Dermatologia; Avaliação em Enfermagem; Tecnologias Biomédicas;


Pesquisa em Enfermagem Clínica.
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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Exemplo do procedimento de pré-análise de respostas abertas, realizado com


conteúdo abordado em Tecnologias da Interação Luz-Tecido: Lanterna Clínica............81

Quadro 2 – Exemplo de procedimento de análise dos dados de respostas abertas, em


exploração do material abordado com os participantes em Tecnologias da Interação Luz-
Tecido: Lanterna Clínica..................................................................................................82
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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Regra ABCD.................................................................................................. 42

Figura 2 – Lesões Elementares.........................................................................................43

Figura 3 – Alterações da Coloração..................................................................................45

Figura 4 - Alterações da Espessura...................................................................................47

Figura 5 – Perdas e Reparações Teciduais........................................................................48

Figura 6 – Identificação de patologias com a lâmpada de Wood.......................................56

Figura 7 – Oxímetro de Pulso...........................................................................................59

Figura 8 – Oxímetro Transcutâneo...................................................................................60

Figura 9 – Imagem emitida por um ultrassom...................................................................63

Figura 10 – Imagem emitida por um Doppler...................................................................65

Figura 11 - Técnica de medida do índice sistólico tornozelo-braço por meio de


Doppler............................................................................................................................66

Figura 12 – Registro fotográfico de lesões pigmentares retirada no modo de flash


automático com diferentes câmeras.................................................................................71

Figura 13 – Localidades de Residência dos Participantes da Pesquisa...........................88

Figura 14 – Conhecimento e utilização da Lanterna Clínica..........................................89

Figura 15 – Conhecimento e utilização da Luz de Wood...............................................90

Figura 16 – Conhecimento e utilização do Termômetro Infravermelho.........................91

Figura 17 – Conhecimento e utilização da Oxímetria.....................................................92

Figura 18 – Conhecimento e utilização do Venoscópio..................................................93

Figura 19 – Conhecimento e utilização do Doppler.........................................................94

Figura 20 – Conhecimento e utilização do Dermatoscópio.............................................95

Figura 21 – Conhecimento e utilização da Lupa Clínica.................................................96

Figura 22 – Conhecimento e utilização da Fotografia Clínica.........................................97


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Figura 23 – Conhecimento e utilização do Analisador de Umidade, Ressecamento e


Elasticidade Cutânea........................................................................................................98

Figura 24 – Conhecimento e utilização da Diascopia......................................................99

Figura 25 – Conhecimento e utilização dos Exames Laboratoriais.................................100


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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABEFORENSE - Associação Brasileira de Enfermagem Forense

ADNA - Associação Australiana de Enfermeiros Dermatologistas

ASPSN - Sociedade Americana de Enfermeiros de Cirurgia Plástica

BACN - British Association of Cosmetic Nurses

BDNG - Grupo Britânico de Enfermagem Dermatológica

CE – Consulta de Enfermagem

CIPE - Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem

CNS – Conselho Nacional de Saúde

COFEN – Conselho Federal de Enfermagem

DCNP - Dermatology Certified Nurse Practitioner

DNA - Dermatology Nurse’s Association

EBN - Enfermagem Baseada em Evidências

ET - Enfermeiro Estomaterapeuta

EUA – Estados Unidos da América

EWMA - European Wound Management Association

IAFN - Associação Internacional de Enfermeiros Forenses

IES - Instituição de Ensino Superior

IMC – Índice de Massa Corporal

ISO - International Organization for Standard

ISPAN - Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética

ITB – Índice Tornozelo Braço

LASER - Light Amplification by Stimulated Rmission of Radiation

LED - Light Emitting Diodes

LW – Luz de Wood

MEC - Ministério da Educação


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NAD – Nicotinamida Adenina Dinucleotídeo

NANDA - North American Nursing Diagnoses Association

NIC - Nursing Intervention Classification

NOC - Nursing Outcome Classification

O2Hb – Hemoglobina Oxigenada

PCR – Proteína C Reativa

RHb – Hemoglobina Reduzida

RUV – Radiação Ultravioleta

SAE - Sistematização da Assistência de Enfermagem

SatO2 – Saturação de Oxihemoglobina

SBEE - Sociedade Brasileira de Enfermagem Estética

SILAUHE - Sociedade Ibero Latino Americana de Úlceras e Feridas

SOBEND - Associação Brasileira de Enfermagem em Dermatologia

SOBENFeF - Sociedade Brasileira de Enfermagem em Feridas e Estética

SOBEST - Associação Brasileira de Estomaterapia: estomias, feridas e incontinências

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

USG – Ultrassonografia

VHS – Velocidade de Hemossedimentação

WCET - World Council of Enterostomal Therapists


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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................15
1.1 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO....................................................................... 19
2 OBJETIVOS............................................................................................................... 22
2.1 OBJETIVO GERAL.......................................................................................... 22
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................ 22
3 REVISÃO DA LITERATURA................................................................................. 23
3.1 ENFERMAGEM NA AVALIAÇÃO DERMATOLÓGICA............................ 23
3.1.1 Os Cenários da Avaliação da Pele........................................................ 24
3.1.2 Especialistas no Estudo da Pele............................................................ 29
3.1.2.1 Enfermagem Dermatológica........................................................29
3.1.2.2 Enfermagem Estética...................................................................31
3.1.2.3 Estomaterapia.............................................................................. 32
3.1.2.4 Enfermagem em Feridas..............................................................34
3.1.2.5 Enfermagem Forense...................................................................35
3.1.3 Diagnose em Enfermagem Dermatológica Clínica.............................37
3.1.4 Semiologia e Semiotécnica.....................................................................39
3.1.4.1 Etapas do Exame Físico..............................................................39
3.1.4.2 Semiologia em Enfermagem Clínica Dermatológica...................41
3.1.4.3 Lesões Elementares......................................................................42
3.1.4.3.1 Alterações da Cor..........................................................43
3.1.4.3.2 Formações Sólidas e Coleções Líquidas.......................45
3.1.4.3.3 Alterações de Espessura............................................... 46
3.1.4.3.4 Perdas e Reparações Teciduais....................................47
3.1.4.4 Mucosas.......................................................................................46
3.1.4.5 Fâneros.........................................................................................48
3.1.4.6 Feridas e Estomias.......................................................................49
3.2 TECNOLOGIAS DA SEMIÓTICA CLÍNICA.................................................51
3.2.1 Tecnologias Semióticas da Dermatologia Clínica................................51
3.2.1.1 Tecnologias da Interação Luz-Tecido......................................... 53
3.2.1.1.1 Lanterna Clínica...........................................................54
3.2.1.1.2 Luz de Wood..................................................................55
3.2.1.1.3 Termometria Infravermelha..........................................57
3.2.1.1.4 Oxímetria........................................................................58
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3.2.1.1.5 Venoscópio.....................................................................61
3.2.1.2 Tecnologias Ecográficas.........................................................................62
3.2.1.2.1 Utrassonografia.............................................................63
3.2.1.2.2 Doppler..........................................................................64
3.2.1.3 Tecnologias do aumento de imagem.......................................................66
3.2.1.3.1 Dermatoscópio...............................................................67
3.2.1.3.2 Lupa Clínica...................................................................67
3.2.1.4 Tecnologias da Captação de Imagem.....................................................68
3.2.1.4.1 Fotografia Clínica..........................................................68
3.2.1.5 Tecnologias da Biomecânica da Pele......................................................72
3.2.1.5.1 Analisador da Umidade, Ressecamento e Elasticidade
Cutânea..............................................................................................................................72
3.2.1.5.2 Diascopia........................................................................73
3.2.1.6 Tecnologias dos Exames Laboratoriais...................................................74
4 MÉTODO .................................................................................................................... 76
4.1 TIPO DE ESTUDO ............................................................................................... 76
4.2 CENÁRIO DO ESTUDO ..................................................................................... 76
4.3 PARTICIPANTES DO ESTUDO ........................................................................ 76
4.4 COLETA DOS DADOS ....................................................................................... 78
4.5 ANÁLISE DOS DADOS ...................................................................................... 80
4.6 ASPÉCTOS ÉTICOS ............................................................................................ 82
5 RESULTADOS........................................................................................................…84
5.1 MANUSCRITO - TECNOLOGIAS SEMIOLÓGICAS APLICADAS A
ENFERMAGEM CLÍNICA DERMATOLÓGICA.........................................................84
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............…………………………………...............…113
REFERÊNCIAS …….........……………………….......……………................….…115
APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido...................……..…133
APÊNDICE B – Instrumento de Pesquisa..........................................……....…….…136
ANEXO A – Parecer Consubstanciado do CEP................………….......…….....….143
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1 INTRODUÇÃO

A pele ou cútis, é o maior órgão do corpo humano e constitui-se de uma complexa


estrutura tecidual de multíplice natureza celular, disposta e inter-relacionada de modo a
adequar-se, harmonicamente, ao desempenho de suas funções. (SAMPAIO; RIVITTI,
2014). Atua na manutenção térmica e eletrolítica, possui essencial razão de proteção a fatores
externos a partir de sua permeabilidade epidérmica e elementa-se ao sistema imunológico,
nervoso e endócrino como componente constitutivo para a interação cruzada entres esses
sistemas, estabelecida intracutaneamente (TRISTÃO; SALES; ROSSALES, 2018).

Ao mesmo tempo em que a pele humana é a primeira linha de defesa contra


patógenos, ela também abriga uma diversa microbiota. Estes organismos simbióticos
desempenham papéis essenciais no metabolismo lipídico, na resistência à colonização de
organismos transitórios e na educação do sistema imunológico. A biogeografia da pele
determina a composição da comunidade microbiana a partir das suas características
fisiológicas locais, incluindo pH, temperatura, umidade, conteúdo sebáceo e sua topografia.
Alterações na modulação homeostática influenciam na dinâmica microbiana saudável da
pele e podem se manifestar de forma prejudicial ao indivíduo hospedeiro, possibilitando
lesões e condições patogênicas (OH et al., 2016).

Além deste microbioma, a pele também possui barreiras químicas que mantém a
umidade e o manto ácido da pele, barreiras físicas como queratinócitos que preservam a sua
estrutura, e barreira imune compreendendo as células imunes inatas e adaptativas, que são
residentes ou recrutadas para a pele. Portanto, trata-se de um órgão ativo e não apenas uma
barreira mecânica inerte, apresenta diferentes níveis de proteção em uma rede funcional e
altamente interconectada de células e mediadores que permitem medidas de defesa
equilibradas para proteger o corpo e manter a integridade cutânea, detectando sinais de
perigo, protegendo contra patógenos e montando respostas de memória EYERICH et al.,
2018).

Por compreender-se como um detector sensível de estímulos térmicos, químicos e


mecânicos, ofertando variada disponibilidade de aferentes neuronais, como também alta
atividade de síntese e processamento proteico estrutural, de moléculas de sinalização,
ativação de receptores celulares em comunicação ativa à neuromediadores e demais
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funcionalidades e interatividades coordenadas ao funcionamento integral do corpo humano,


entende-se que a pele influencia e evidencia diversas funções fisiológicas e fisiopatológicas,
exigindo uma complexa interpretação semiótica dos inúmeros sinais e sintomas expressos
através dela (TRISTÃO; SALES; ROSSALES, 2018).

Os primeiros registros históricos sobre os cuidados e saberes de avalição de lesões


baseavam-se em conhecimentos empíricos, mágicos e na patologia humoral de observar e
associar alterações dos fluídos corporais e os danos representados à saúde. Entende-se que
os agravos à pele sempre estiveram presentes e os prelúdios de ensaios para o manejo no
tratamento de feridas encontram-se em blocos de argila (2.500 a.C.), documentos em
sânscritos (2.000 a.C.), papiros (1.650 a 1.550 a.C.) e escritos de Homero (800 a.C.) que
descreveram a tríade clássica de intervenção terapêutica dermatológica: higiene, cobertura e
proteção (VIEIRA et al.,2017).

A avaliação dermatológica recebe avanços marcantes no século XVIII, com o


surgimento de tecnologias clínicas em mesma época que também emergem melhorias nas
técnicas de intervenção, além do surgimento dos primeiros antimicrobianos, conjunto que
para a história do tratamento de lesões cutâneas, representa significativo avanço e até mesmo
superação das altas taxas de mortalidade relacionadas (VIEIRA et al.,2017).

Em meio a tantas doenças endêmicas e desigualdades sociais em território


brasileiro, a chamada enfermagem moderna surge quando a saúde pouco assistida constituía
progressiva e grave ameaça à população, teve seu ensino implementado no Brasil no final
do século XIX e inicialmente sua atuação na saúde pública representava uma evidente
perspectiva eugênica de trabalho sanitário, realizando educação no setor de profilaxia das
doenças infectocontagiosas e como uma delas, realizava também a educação preventiva da
hanseníase e visitação aos portadores desta doença (ABENPE, 2013).

Nas primeiras publicações de enfermeiros do século XX, a assepsia e a antissepsia


já se apresentavam como bases de conhecimento para a realização de curativos e estes
princípios eram aplicados em procedimentos que envolviam as mãos, instrumentais e
materiais. Em relação aos registros de avaliação de lesões, enfermeiros identificavam à
presença ou não de processo infeccioso através de sinais como odor fétido, edema e exsudato
e as lesões poderiam ainda ser classificadas conforme a etiologia, área de extensão e
topografia anatômica, porém, a avaliação tecidual inicialmente não recebe tratamento
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taxonômico, sendo descrita de diferentes formas. A atuação deste profissional no processo


de avaliação e decisão do plano de intervenção é apresentada nestes escritos da época diante
as mais variadas lesões cutâneas e com grande influência de modelos norte-americanos
(VIEIRA et al.,2017).

Ressalta-se que a enfermagem em dermatologia apresenta uma longa trajetória no


Brasil, desde a prática cotidiana de cuidados preventivos com a pele, promoção cicatricial
de injúrias teciduais, até a atuação dos enfermeiros em programas de atenção dermatológica,
como: hanseníase, leishmaniose, pênfigo foliáceo, psoríase, entre outros agravos, em todos
os níveis de atenção à saúde. Esta construção histórica permitiu que hoje a profissão conte
com o acúmulo de um conjunto significativo de saberes da atenção à saúde da pele e feridas,
consolidados e especializados por enfermeiros, em contínua produção de conhecimento,
melhoria das práticas de cuidado e desenvolvimento de recursos tecnológicos.
(MANDELBAUM, 2016).

Contudo, as lesões cutâneas continuam a exigir progresso na perspectiva de cuidado


para a sua qualidade assistencial, pois afetam a população de um modo geral, onde os mais
diversos princípios intrínsecos e extrínsecos oportunizam seu desenvolvimento e retardo
cicatricial. Estas afecções teciduais influenciam na qualidade de vida, geram alto custo de
tratamento, e por consequência, exprimem ainda significativo agravante para a saúde pública
(MITTAG et al., 2017).

Em âmbito mundial a prevalência de doenças relacionadas à pele varia entre cada


país, o que sugere o papel importante de influência dos fatores ambientais e genéticos na sua
patogênese. Por exemplo, um estudo comparativo realizado em Minessouta, EUA, no qual
foram identificadas as prevalências epidemiológicas publicadas globalmente de doenças
dermatológicas, se constatou que entre as regiões italianas, havia uma prevalência 2,8 vezes
maior de psoríase nas regiões centrais, quando comparadas com a Sardenha e a região Sul,
sugerindo uma possível associação com exposição solar e clima. No sudoeste de Ontário, no
Canadá, as prevalências de esclerodermia também variaram entre as áreas de Windsor,
Sarnia e Woodstock. Curiosamente, observou-se que os pacientes com esclerodermia nessas
áreas eram mais propensos a beber álcool (ANDERSEN; DAVIS, 2016).

Neste sentindo, compreende-se que fatores socioeconômicos, culturais, genéticos e


ambientais estão diretamente relacionados com a incidência e prevalência das afecções
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cutâneas. Porém, um olhar global também mostra dados preocupantes de lesões que
impactam todo o contexto mundial, como o caso das feridas crônicas em que a prevalência
mundial se encontra entre 0,5% a 2%, a psoríase entre 2 e 3% e as feridas neoplásicas entre
5% a 10%. Ainda, a hanseníase reportada em 2016, em 143 países com 214.783 casos novos,
representando uma taxa de detecção de 2,9 casos por 100 mil habitantes, a leishmaniose
visceral que notifica 500 mil novos casos anualmente e tantas outras situações de pele
manifestadas internacionalmente (SILVEIRA; PELEGRINA NETO; FERREIRA, 2017;
NOGUEIRA et al., 2017; AGUIAR; RODRIGUES, 2017; BRASIL, 2018).

Quando profissionais apresentam potencial conhecimento para avaliação do


processo reparador da pele, de sua integridade anatômica e funcional, é possível que
apliquem medidas efetivas de prevenção e manejo das lesões, favorecendo que o processo
de cicatrização não ultrapasse três meses, evitando uma progressão de reparo sem resultado
sustentado, anatômico e funcional, ou seja, uma cronificação destas lesões. No entanto, em
uma lesão crônica já estabelecida, seja lesão por pressão, diabética, venosa, arterial ou ainda
outras de tendência de cura lentificada, se impõe uma carga significativa ao processo
avaliativo que pode evitar efeitos adversos, identificar necessidade de intervenções
imediatas, beneficiar as condições do reparo e gerar melhor qualidade de vida, amenizando
também, sua natureza onerosa de manejo (JÄRBRINK et al., 2016).

A gestão de feridas e lesões teciduais, objetiva resultados significativos para


indivíduos com agravos dermatológicos ou que apresentem riscos para integridade da pele,
de modo a selecionar intervenções que promovam a prevenção e a cicatrização de feridas,
redução do seu tempo clínico, aumento da qualidade de vida da população, prevenção de
novos casos, melhor custo-efetividade e riscos mínimos. Para tanto, é necessária a
abordagem avaliativa inicial e contínua fundamentada em uma prática baseada em
evidências científicas concisas e de recursos tecnológicos, que sustentem a tomada de
decisão clínica adequada e o planejamento efetivo de cuidados (WOUNDS AUSTRALIA,
2016).

Devido ao grande número de condições cutâneas, uma descrição precisa destas


lesões, por parte do enfermeiro promove maior acerto e qualidade na sua conduta terapêutica,
evitando custos desnecessários, prescrições errôneas, sofrimento ao paciente, desfigurações
e até mesmo fatalidades. Além disso, esta atenção semiológica apurada permite também a
aplicação dos descritores em instrumentos clínicos que se baseiam em observação e lógica,
19

eficazes na obtenção diagnóstica e na tomada de decisões (LIONS; OUSLEY, 2015). Neste


contexto, considera-se de destaque ao conhecimento clínico de enfermagem, os saberes de
semiologia, que incluem a investigação e o estudo de sinais e sintomas apresentados pelo
paciente, e da semiotécnica que envolvem o estudo e o método das ações que sucedem ao
exame físico (MELO et al., 2016).

A aplicação de tecnologias clínicas no campo da saúde tem recebido progressiva


inovação e adaptação aos serviços, o que pode ser interpretado como uma mediação entre a
evolução de equipamentos e de novas técnicas de cuidado em saúde. Desta forma, pode-se
dizer que existe uma importante aproximação entre inovações tecnológicas e
aperfeiçoamento do cuidado de modo geral, também influenciando a evolução do processo
avaliativo dos profissionais através de equipamentos tecnológicos e de exames diagnósticos
precisos (KOTZ et al., 2014).

Este tipo de cuidado, pode ser classificada como tecnologia dura, a qual caracteriza-
se pelo uso de equipamentos que fazem referência ao desenho de artefatos e à planificação
da sua realização, operação, ajuste, manutenção e monitoramento. É importante destacar,
que este tipo de tecnologia no processo de trabalho em saúde e também à luz do
conhecimento científico, soma-se aos tipos de tecnologia classificados como tecnologia
leve-dura, aquelas próprias dos saberes estruturados, como normas, protocolos,
conhecimentos, e tecnologia leve, aquelas das teorias e relações (MERHY, 1998).

Compreende-se que o surgimento de novos recursos tecnológicos tem


proporcionado inovação para a atenção aos cuidados da pele e para o contexto semiológico
em enfermagem dermatológica. A profunda mudança nos conhecimentos sobre a pele e seus
mecanismos de recuperação gera a cada dia novas abordagens que implicam em uma
consequente inovação e qualificação por parte destes enfermeiros para a avaliação, o
planejamento dos cuidados e o estabelecimento de protocolos para indicação e
implementação adequada destas tecnologias (SANTOS; BRANDÃO; CLO, 2009).

1.1 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO

Os agravos dermatológicos representam um dos principais problemas de saúde


pública no país, com alta incidência e prevalência de condições como hanseníase,
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leishmaniose, infecções de pele e doenças parasitárias (MANDELBAUM, 2016). Dados


epidemiológicos demonstram que estas necessidades se tornam uma das principais razões
para a procura de consultas ambulatoriais, em clínicas privadas e em serviços públicos, o
que justifica a necessidade de um aprofundamento científico e tecnológico de enfermagem
dermatológica em sincronia com as reais necessidades do cenário de atenção à saúde da pele
no Brasil (MANDELBAUM, 2012).

Além disso, no país e no mundo também se constitui grave problemática a forte


incidência de lesões com alterações da integridade da pele. Em todo o mundo, existem mais
que 110 milhões de incisões cirúrgicas por ano, feridas traumáticas ocorrem a uma taxa de
1,6 milhões de casos por ano e ainda se estima uma incidência de aproximadamente 8,5
milhões de pessoas com lesões por pressão na população mundial (SANTOS et al., 2014).

Frente a importantes avanços em prevenção e tratamentos de lesões de pele, a


maioria dos profissionais concorda que as afecções cutâneas geralmente são de difícil
avaliação, necessitando vasto conhecimento e habilidade para distinção e descrição precisa,
objetivando uma formulação diagnóstica e planejamento terapêutico adequado. Considera-
se importante maiores investimentos tecnológicos que, por sua vez, confiram maior precisão
na diferenciação de alterações cutâneas que apresentam características semelhantes,
principalmente em etapas iniciais da sua manifestação (LIONS; OUSLEY, 2015).

No Brasil, há dificuldade de controle das patologias dermatológicas, assim como da


incidência de lesões cutâneas na população e seus impactos sociais e econômicos gerados.
Entretanto, há disponibilidade de diversos recursos tecnológicos para avaliação da pele, por
esta razão, compreendo que cabe, significativa responsabilidade, ao profissional a busca pela
qualidade e aperfeiçoamento de sua prática clínica, para o alcance de resultados eficientes
junto aos indivíduos e comunidades.

Ao mesmo tempo em que observo um reconhecimento da expertise do enfermeiro


com a saúde da pele por parte da população que procura e recebe este serviço, assim como
pela equipe multiprofissional em saúde, tenho me perguntado como o progresso da ciência
de enfermagem dermatológica se encaminha por parte da profissão, de forma a saber se tem
usufruído de recursos existentes que apresentem evidências atuais, se tem conseguido
aumentar a oferta deste serviço para a população, se procura constante atualização científica
21

da sua clínica e também, se é evidenciado pelos próprios profissionais novas práticas e


recursos para enfermeiros avaliarem e tratarem lesões de pele.

Neste sentido, posso dizer que esta pesquisa se torna parte de um acerto contas que
tenho comigo mesmo, para a busca de conhecimento nesta temática, já que, durante o meu
processo de ensino estes saberes me despertaram grande interesse e motivação para
aprofundar nestes estudos, realizar esta assistência e ainda, fazer parte da construção
contínua de aprimoramento da prática clínica da enfermagem dermatológica. A vivência
direta neste setor, já me proporcionou compreender que uma avaliação clínica de lesões de
pele possui um dinamismo que requer, além de conhecimento teórico, habilidades práticas e
condições que facilitem a correta compreensão dos multifatores relacionados a se avaliar.
Além disso, posso afirmar que não existe avaliação clínica do enfermeiro que não considere
também a saúde da pele, e não existe avaliação da pele que não considere a ótica dos saberes
semiológicos.

Então, a compreensão da relevância da dermatologia em relação às necessidades de


atenção em saúde, a importância da semiologia e da implementação de recursos tecnológicos
para maior precisão clínica e o déficit de serviços de enfermagem dermatológica, quando
comparadas as necessidades de saúde de pele da população, me motivaram ao interesse pelo
desenvolvimento do presente projeto.

Desta forma, o estudo apresenta como pergunta de pesquisa: Quais tecnologias


semióticas existentes contribuem para a avaliação semiológica da pele no contexto da
enfermagem clínica dermatológica?
22

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Identificar quais das tecnologias de avaliação clínica existentes aperfeiçoam o exame


clínico dermatológico realizado por enfermeiros, de modo a facilitar a coleta das condições
de pele e estruturas que a compõem.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Conhecer quais das tecnologias semióticas levantadas já fazem parte da prática clínica
de enfermagem na atenção à saúde da pele por profissionais atuantes deste campo;

Identificar as tecnologias que são conhecidas por enfermeiros especialistas do estudo


da pele, porém não utilizadas em suas práticas clínicas;

Conhecer as razões que fundamentam a adesão ou a não adesão do exercício prático


destas tecnologias;
23

3 REVISÃO DE LITERATURA

A revisão da literatura se constrói como modelo de revisão narrativa, considerada a


revisão tradicional ou exploratória, onde não há a definição de critérios explícitos e a seleção
dos artigos é feita de forma arbitrária. Não segue passos sistemáticos na identificação de
informações, permitindo que o autor inclua a literatura de acordo com o interesse que norteia
sua necessidade de conhecimento e desta forma, não se preocupando em esgotar as fontes
de informação (FERENHOF; FERNANDES, 2016), porém atenta para a necessidade de
inclusão e informações que conferem suporte teórico para o desenvolvimento de objetivos
previamente traçados.

Para tanto, para a construção desta revisão, buscou-se artigos científicos, livros
base, teses de mestrado e doutorado, regulamentações profissionais e políticas públicas
relacionados às temáticas de semiologia da pele, avaliação e diagnose dermatológica em
enfermagem e tecnologias semióticas utilizadas para avaliação clínica da pele. Os materiais
analisados, a seguir, são apresentados segundo temáticas. Essa organização visou o
aprofundamento do conhecimento sobre os conteúdos de avaliação clínica de enfermagem e
tecnologias em saúde.

3.1 ENFERMAGEM NA AVALIAÇÃO DERMATOLÓGICA

A avaliação, como fazer do enfermeiro, representa um processo sistemático e


contínuo de verificação de mudanças nas respostas, físicas, psicológicas ou emocionais da
pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde doença. É
um fator determinante de diagnósticos e intervenções, assim como, uma ferramenta de
verificação das necessidades de mudanças ou adaptações nas etapas que constroem o
raciocínio clínico de enfermagem. Por meio da avaliação é possível evidenciar os efeitos, as
repercussões e os benefícios da terapêutica adotada (BRASIL, 2009).

A profissão mantém uma constante preocupação pela qualificação da assistência


prestada à saúde da população. Para tanto, busca o aprimoramento de seus conhecimentos
técnico-científicos, que forma base importante da Sistematização da Assistência de
Enfermagem (SAE), destaca-se, dentro da preocupação pela busca de conhecimento e
espaços de atuação, o potencial da consulta de Enfermagem (CE), respaldada pela lei
24

nº7498/86 e pelo decreto nº94406/87. Trata-se de uma estratégia tecnológica de cuidado


privativa do enfermeiro que traz avaliações importantes e resolutivas, fortalece a assistência
prestada, facilita a promoção da saúde, o diagnóstico e o tratamento precoce (OLIVEIRA et
al., 2012; PATINE; BARBOZA; PINTO, 2004).

A consulta de Enfermagem é uma tecnologia leve-dura eficaz para a avaliação


precoce de desvios de saúde e acompanhamento de medidas instituídas que viabiliza o
trabalho do enfermeiro durante o atendimento ao paciente, facilitam a identificação de
problemas e as decisões a serem tomadas. Um instrumento metodológico estrutural para uma
CE, o Processo de Enfermagem, tem em uma de suas etapas o exame físico, extremamente
relevante na avaliação do paciente e obtenção de subsídios para a definição de um
diagnóstico e para um planejamento da assistência de acordo com as necessidades e
anormalidades encontradas (PATINE; BARBOZA; PINTO, 2004).

O atendimento às necessidades de saúde do paciente, está intimamente relacionado


a uma avaliação integral para o processo de interpretação clínica, de construção diagnóstica
e de planejamento estratégico em saúde. Nesta perspectiva, é coerente argumentar que dentro
da organização sistemática profissional, operacionalizada por meio de instrumento essencial
e obrigatório para o atendimento e consulta ao cliente, o do Processo de Enfermagem, no
qual o exame físico integral é uma etapa de avaliação inter-relacionada e interdependente
das demais, não é possível deixar de realizar a avaliação da pele em qualquer situação de
saúde.

3.1.1 Cenários da avaliação da pele

Apesar de que as doenças de pele ainda figuram entre as três primeiras causas de
demanda aos serviços de saúde, existiram grandes avanços na saúde pública que
proporcionaram a redução de alguns agravos dermatológicos. O abandono da visão da saúde
como atenção meramente curativa, individual e isolada do contexto social para assumir um
modelo de proporções mais amplas, promovendo a integralidade das ações em saúde, teve
grande impacto neste resultado. As principais estratégias de medidas preventivas destas
doenças estão sendo realizadas pelas equipes multiprofissionais da Atenção Primária à
25

Saúde, caracterizada por ações preventivas e de promoção da saúde física, social e


psicológica (AGOSTINHO et al., 2013; RONZANI; SILVA, 2008).
O enfermeiro atua na prevenção, diagnóstico e tratamento de lesões cutâneas
apresentadas pela população. Realiza uma abordagem clínica e farmacológica, com
autonomia para prescrever medicamentos de uso sistêmico ou tópico e solicitar exames
laboratoriais pautado em protocolos de saúde. Ainda prescreve plano de cuidados, realizar
educação em saúde e identifica diagnósticos de enfermagem individuais e comunitários. O
impacto dos agravos dermatológicos na saúde pública, ressalta a importância de uma boa
avaliação e registro da anamnese e exame físico na consulta de enfermagem em atenção
primária, na qualidade de tempo, acompanhamento e vínculo (FLORIANÓPOLIS, 2016).

Apesar dos significativos avanços, este setor ainda necessita de maior


direcionamento para o atendimento de nosologias dermatológicas, visto que grande parte
destas doenças são preveníveis ou precocemente identificáveis em uma boa avaliação
clínica, além de também serem dependentes dos esforços em educação e saneamento básico.
Neste contexto o enfermeiro encontra-se em posição privilegiada, por atuar fortemente com
prevenção de doenças e medidas de educação em saúde (AGOSTINHO et al., 2013).

Embora seja importante o destaque do panorama dos agravos dermatológicos no


Brasil e a atuação do enfermeiro neste embate, é relevante enunciar o quanto é imperativo a
qualquer enfermeiro avaliar e prestar assistência ao cuidado com a pele. Não é preciso iniciar
correlacionando a avaliação dermatológica de enfermagem a todas as condições de doença,
pois alguns próprios estados fisiológicos geram inúmeras alterações da pele e trazem esta
demanda profissional, tais como a gravidez e o próprio processo de envelhecimento.

Os cuidados com a pele, são iniciados pelo profissional de enfermagem a partir da


avaliação dos riscos de lesões de pressão, lesões orais, lesões na pele e mucosas associadas
a sondas de alimentação e cateter nasal, lesões associadas ao cateter venoso periférico, lesões
ao uso de fraldas e lesões em pacientes com sonda vesical de demora, no momento da
internação. A avaliação dermatológica por este profissional é determinante no âmbito
hospitalar, sendo a perda da integridade da pele uma porta de entrada para microorganismos,
gerando maiores complicações clínicas e o prolongamento da internação (BUSANELLO et
al., 2015).

Além disso, o fazer do enfermeiro está diretamente relacionado ao tratamento de


lesões de pele, seja na atenção primária, secundária ou terciária, tendo a responsabilidade de
26

manter a observação criteriosa dos fatores locais, sistêmicos e externos que condicionem o
surgimento de lesões de pele ou interfiram no processo de cicatrização. A visão clínica,
permite a avaliação de todas as características do ferimento, o estágio de cicatrização, sua
etiologia, os tipos de tecidos envolvidos, e muitas outras condições de saúde (exemplo:
hipertensão, diabetes mellitus), aspectos nutricionais, infecciosos, medicamentosos, entre
outros, a qualidade do cuidado educativo. Salienta-se a importância da habilidade e do
conhecimento, uma vez que isto permitirá a escolha correta de intervenções e da cobertura
mais adequada conforme os aspectos e evolução da lesão (MORAIS; OLIVEIRA; SOARES,
2008).

Destaca-se que na resolução vigente 0567/2018 do Conselho Federal de


Enfermagem (COFEN), no que diz respeito à atuação da Equipe de Enfermagem no Cuidado
aos pacientes com feridas, atribui-se como competência específica do enfermeiro, a abertura
autônoma de consultórios de enfermagem especializados na prevenção e cuidados de feridas.
Além disso, confere ações de prescrição de medicamentos, coberturas, a realização de
curativos em qualquer complexidade, solicitação de exames radiológicos, realização de
coleta de material biológico da lesão, utilização de tecnologias atuais, realizar desbridamento
autolítico, instrumental, enzimático e mecânico, assim como, a avaliação do estado
nutricional através do Índice de Massa Corporal (IMC) e dos indicadores de hemoglobina,
glicemia, albumina sérica, aporte de zinco, vitaminas B12 vitamina D e outros, sendo
atividades exclusivas do enfermeiro dentro da equipe de enfermagem, o que permite concluir
que qualquer cenário de saúde que surjam estas demandas, a incumbência de avaliação do
paciente será ordinária a este profissional dentro de sua equipe (BRASILb, 2018).

Estas ações podem ser realizadas em distintos ambientes, tais como, Unidade de
Terapia Intensiva quais as lesões podem ser mecânicas, laceradas, químicas, térmicas, lesões
por eletricidade ou radiação, incisas, contusas, perfurantes, ulcerativas, lesões de
escalpelamento do couro cabeludo, lesões oncológicas, psoríase, esclerodermia, entre outras
(PIANCÓ et al., 2013).

A assistência especializada ao paciente queimado, também está contemplada. Neste


caso, a boa avaliação clínica e de todo o contexto que abrange esta assistência, determina
uma boa conduta terapêutica. O primeiro contato com este paciente requer uma avaliação
rápida e eficiente, de modo a identificar o que é de caráter emergencial, podendo-se incluir
a reposição volêmica, a manutenção do sistema respiratório e circulatório, o controle da dor,
riscos de vida e choques emocionais. Após isto, o enfermeiro avalia o agravo tecidual,
27

interpretando-se a etiologia da queimadura, as estruturas e os tecidos comprometidos, para


se tomar as decisões clínicas referentes ao plano de tratamento, em uma abordagem,
geralmente, multiprofissional (OLIVEIRA; MOREIRA; GONÇALVES, 2012).

A avaliação e atenção do enfermeiro neonatologista com a pele também denota


grande importância e não deve ser negligenciada, pois os bebês são mais suscetíveis a
contrair infecções, já que, quanto menor a idade gestacional, maior a imaturidade de seus
órgãos, sobretudo a pele (FERNANDES; MACHADO; OLIVEIRA, 2011). Durante o
decorrer da infância a pele da criança desenvolve-se e recebe alterações anatômicas e
funcionais. Comumente nesta idade existem acidentes que provocam lesões e escoriações da
pele, nesta fase a tendência é existir um processo normalizado de cada etapa da cicatrização,
exceto se apresentarem-se questões infecciosas, medicamentosas, nutricionais ou vasculares
que interfiram (TRISTÃO; SALES; ROSSALES, 2018). O enfermeiro de atuação pediátrica
lidará com variadas lesões cutâneas, onde as mais comuns ao ambiente hospitalar serão as
dermatites e as lesões causadas por dispositivos clínicos (HEINEN; ROSA; KOCHHANN,
2018).

No cenário oncológico o processo de avaliação dermatológica também é constante


e essencial, não sendo restrita aos quadros de neoplasias diretamente relacionadas a pele. A
radioterapia, por exemplo, na segunda semana de aplicação pode ocasionar um quadro de
radiodermite, decorrente da destruição das células da camada basal da epiderme, com
exposição da derme. Como qualquer processo inflamatório da pele, demanda ao enfermeiro
a observação, classificação das reações e verificação de fatores relacionados ao tratamento
ou intrínsecos de cada paciente, que interferem diretamente na lesão. (PIRES; SEGRETO;
SEGRETO, 2008).

Além disso, alguns agentes antineoplásicos podem ocasionar toxicidade


dermatológica decorrente do extravasamento destas substâncias para os tecidos
circunjacentes ao espaço puncionado para terapia endovenosa. Este é um quadro considerado
emergencial para a conduta do enfermeiro, já que os danos podem ser altamente dolorosos,
acompanhados de edema, eritema ou até mesmo lesões com necrose, necessitando de
desbridamento e enxertia de pele, no caso das drogas vesicantes (SOUZA et al., 2017).

Em um cenário muitas vezes paralelo ao oncológico, a atuação do enfermeiro no


cuidado com estomias também apresenta destaque, uma vez que no Brasil, em 2016,
estimaram-se mais de 34 mil novos casos de câncer de cólon e reto e mais de 9 mil casos
28

novos de câncer de bexiga. Esses dados revelam que haverá crescente demanda dos cuidados
especializados de enfermagem neste cenário (FURTADO; PETUCO; SILVA, 2018). A sua
atuação perpassa desde a demarcação do local deste estoma, até aos cuidados com a mucosa
e pele periestomia, além do cuidado com fistulas e as condições funcionais do estoma
(SOBEST, 2017).

No que diz respeito a área de enfermagem estética, o profissional especializado atua


com diversos procedimentos que necessitam de constante avaliação dermatológica, sendo
que os resultados estéticos dependem desta aptidão de avaliar para intervir a partir das
técnicas de laserterapia, eletroterapia, escleroterapia, implementação de cosméticos, peeling,
intradermoterapia, drenagem linfática, e os demais procedimentos que são restritos a esta
especialidade dentro da enfermagem (BRASIL, 2016).

A área que intercepta os conhecimentos legais e os conhecimentos de saúde, tem a


avaliação da pele como uma responsabilidade determinante na administração da justiça.
Segundo a Associação Internacional de Enfermeiros Forenses (IAFN), este profissional tem
um conhecimento especializado do sistema legal e habilidades em identificação, avaliação e
documentação de lesões. Após atender os cuidados de vida imediatos de um paciente, o
enfermeiro forense coleta provas e fornece testemunho especializado em tribunais de justiça,
lidando com casos de agressões sexuais, violência doméstica, abuso e negligência infantil,
maus tratos em idosos e investigação de mortes. Para este cenário de atuação, ele precisa
consolidar um vasto conhecimento de autópsia, psiquiatria, anatomia, fisiologia, patologia,
balística e identificação de feridas por arma de fogo e arma branca, cortes, lacerações e
hematomas (NURSES, 2017).

É possível identificar diversos cenários, nos quais o enfermeiro atua diretamente na


avaliação dermatológica, existindo ainda tantos outros, tais como, a área de ginecologia,
oftalmologia, infectologia, emergência, nefrologia, sexologia, enfermagem do trabalho,
saúde mental e enfermagem aeroespacial. Esta prática acompanha a construção histórica da
profissão, a progressão do conhecimento de enfermagem como ciência neste âmbito de
cuidado, assim como, os resultados e esforços para o declínio de enfermidades
dermatológicas na saúde da população.

Porém, não seria possível deixar de citar o cenário que precede todos os outros já
citados, que é o cenário avaliativo do enfermeiro docente, sendo a reminiscência do
conhecimento em qualquer área de estudo da enfermagem. O enfermeiro docente tem a
29

experiência dignificante de ilustrar todo o conhecimento científico necessário para o futuro


profissional exercer com maestria a prática do exame clínico da pele. Então, pode-se concluir
que a docência constitui um cenário de avaliação dupla, que ministra a avaliação do paciente
nos cenários já citados, junto ao discente, de forma a completar-se o ensino prático deste
aprendiz, mas também se responsabiliza em avaliar e garantir que futuros profissionais
enfermeiros examinem com o raciocínio e a criticidade indispensável para assegurar a saúde
da pessoa avaliada.

3.1.2 Especialistas do Estudo da Pele

O Conselho Federal de Enfermagem atualizou a partir da resolução 0570/2018 a


lista de especialidades da profissão, conferindo-as legalidade de atuação nas áreas
específicas do exercício profissional, que totalizam um número de 137 especialidades.
Dentre estas, destacam-se como especialidades que mais se apropriam do exame
dermatológico dentro de sua expertise, a enfermagem dermatológica, a enfermagem forense,
a enfermagem em feridas, a enfermagem estética e a estomaterapia (BRASILc, 2018).

3.1.2.1 Enfermagem Dermatológica

A assistência em enfermagem dermatológica se inicia internacionalmente nos anos


70, incluindo o Brasil. Em 1978, embora de forma informal, ocorreu uma reunião nos
Estados Unidos, discutindo-se uma educação adicional para enfermagem dermatológica. Em
1981, surgiu a Dermatology Nurse’s Association (DNA), a partir da qual distintos países
passam a investir na organização das ações dos profissionais nessa área. Neste âmbito
destacam-se o Grupo Britânico de Enfermagem Dermatológica (BDNG) em 1989, a
Associação Australiana de Enfermeiros Dermatologistas (ADNA) em 1990, a Associação
Canadense de Enfermeiros em Dermatologia em 1997 a Sociedade Brasileira de
Enfermagem Dermatológica em 1998, a Associação Irlandesa de Enfermeiros
Dermatologistas em 2002 e a Associação de Enfermeiros Dermatologistas da Nova Zelândia
em 2006 (IDNA, 2017; CDNA, 2017; NZDNS, 2017; DNA, 2017; BDNG, 2017; ADNA,
2017; SOBENDE, 2017).

Nos Estados Unidos da América, a especialidade de enfermeiro dermatologista


requer da aprovação de exame de licenciamento do conselho nacional (3.000 horas de prática
30

em dermatologia), ter mestrado ou doutorado e aprovar no exame de Dermatology Certified


Nurse Practitioner (DCNP). Destaca-se que a credencial identifica a expertise do
profissional, porém não é critério obrigatório para o exercício em dermatologia. O exame de
certificação testifica a capacidade do profissional de avaliar e diagnosticar condições
dermatológicas agudas e crônicas, aplicar intervenções e terapêuticas baseadas em
evidências, realizar educação comunitária, discutir dermatologia de forma interdisciplinar e
interpretar dados de pesquisas (DCNP, 2017).

No Reino Unido, após uma série de mudanças legislativas entre 1992 e 2006, os
enfermeiros britânicos passaram a ter direitos de prescrição farmacológica ampliada. Este
contexto tem proporcionado uma maior abertura de clínicas de enfermagem dermatológica
no país (CAREY; COURTENAY; STENNER, 2013). Em uma pesquisa realizada no Reino
Unido em 2005, constatou-se que quase 75% dos enfermeiros prescrevem medicamentos
dermatológicos, e que a maioria destes profissionais se encontra na atenção primária lidando
com quadros clínicos como os de eczema, infecções fúngicas, impetigo, acne e psoríase. Esta
prática não tem sido benéfica apenas para a população atendida, mas também para os
profissionais médicos, de modo que esta relação profissional se mostrou mais eficiente nos
serviços de saúde e independente no sentido que, médicos não são mais solicitados a assinar
prescrições para pacientes que não foram avaliados por eles, e enfermeiros estejam
respaldados diante seus saberes sólidos de enfermagem dermatológica para a condução de
uma terapêutica (CAREY; COURTENAY; STENNER, 2013).

No Brasil, a Sociedade Brasileira de Enfermagem em Dermatologia (SOBENDE),


fundada em 1998, participou do primeiro curso de especialização em 2004, acompanha os
avanços nas atribuições da profissão e coordena os Congressos Brasileiros em Enfermagem
Dermatológica. O título de especialista no país exige que o enfermeiro realize o curso de
pós-graduação em enfermagem dermatológica, residência ou efetue a prova de título
ministrada pela organização, que avaliará tanto os conhecimentos gerais da profissão, como
os conhecimentos específicos dos estudos da pele e seus anexos (SOBENDE, 2017;
SOBENFEE, 2017).

A conformação desta especialidade é um grande marco, considerando que desde os


primórdios da profissão o enfermeiro esteve em contato com a atenção dermatológica,
firmando conhecimentos neste campo e hoje, junto ao profissional médico, está na porta de
entrada do cuidado primário da saúde da pele. Enfermeiros especialistas em dermatologia
estão habilitados para avaliar, utilizando a prática baseada em evidências e uma expertise
31

que depende não apenas do seu conhecimento teórico, como de uma vasta experiência no
campo da dermatologia, utiliza também de uma organização sistemática do raciocínio clínico
de modo a direcionar a avaliação da pele, coletar evidências e histórico do agravo, levantar
os descritores da lesão, realizar uma revisão dos dados investigados, para finalmente
diagnosticar adequadamente a situação de pele e realizar intervenções coerentes (LIONS;
OUSLEY, 2015).

3.1.2.2 Enfermagem Estética

Os saberes de enfermagem são abrangentes e emergem numa encruzilhada de


conhecimentos, em que uma ecologia de saberes vem sendo construída, de uma forma um
pouco emancipatória, em função dos contextos e dos atores que em cada momento
organizam e vivenciam a relação do cuidar. Deste princípio, o conhecimento estético em
enfermagem vem sendo consolidado como uma área emergente de cuidado e implementado
como uma legítima especialidade em diversos países, variando em sua nomenclatura e
regulamentação, como especialidade de enfermagem estética, estética não-cirúrgica, plástica
ou cosmética (RADMEHR; ASHKTORAB; ABEDSAEEDI, 2015).

A Sociedade Americana de Enfermeiros de Cirurgia Plástica (ASPSN), desde a sua


criação, ano 1975, tem como missão promover a excelência prática, liderança de
enfermagem, segurança do paciente e resultados que utilizem da prática estética baseada em
evidências como uma base de cuidados. Nos Estados Unidos, a área é conhecida como
“enfermagem estética não-cirúrgica” (ISPAN; 2017).

No Reino Unido, a British Association of Cosmetic Nurses (BACN) foi criada em


2010 e até o ano de 2017, contava com mais de 4.000 enfermeiros atuantes neste setor.
Segundo estatísticas apresentadas pelo órgão, os enfermeiros britânicos formam mais de
40% dos clientes na compra direta de cosméticos (médicos 24%, dentistas 11%, outros 25%),
fornecem 54% dos tratamentos de enchimento dérmico e 52% dos tratamentos com toxina
botulínica (médicos 13%, dentistas 6% e clínicas 29%). Para a formação especializada,
recomenda-se que se tenha três anos de prática como pós-graduado antes de atuar na carreira
estética, possua o curso de prescritor para estar apto a prescrever cosméticos e que tenha
praticado o período de um ano na área que se pretende prescrever (BACN, 2017).

A regulamentação desta especialidade na Austrália data o ano de 2015, legalizando


a atuação profissional de trabalho em clínicas lideradas por enfermeiros ou de forma
independente na prática privada e determinando suas atribuições, que incluem: orientações
32

de cuidados da pele, avaliações de câncer de pele, manejo de distúrbios comuns da pele,


prescrição de produtos de cuidados dermatológicos, manejo da acne, cicatrização, manejo
da rosácea, de danos solares, da sensibilidade da pele, remoção de pelos, terapias anti-
envelhecimento, laser e outras terapias à base de luz, remoção de lesões benignas,
microdermoabrasão, remoção de tatuagem, enchimentos dérmicos, administração de
relaxantes musculares, mesoterapia e outras. Entende-se como certificação de aptidão para
o exercício da estética no território australiano, o diploma em Enfermagem Cosmética;
Certificado de Pós-Graduação Profissional em Enfermagem Cosmética; Mestrado em
Enfermagem Clínica ou Mestrado em Enfermagem no cuidado com feridas (ACCS, 2015).

No Brasil a especialidade de Enfermagem Estética é regulamentada pela resolução


do COFEN Nº 529/2016. Na mesma, estabelece-se como competência ao enfermeiro da área
de estética, procedimentos como: a realização de consulta de enfermagem, anamnese e
definição do tratamento estético, prescrição dos cuidados domiciliares e orientações para o
autocuidado, a realização de micropuntura, carboxiterapia, cosmecêuticos, criolipólise,
dermopigmentação, depilação à laser, drenagem linfática,
eletroterapia/eletrotermofototerapia, escleroterapia, intrademoterapia, laserterapia, peelings,
ultrassom cavitacional, vacuoterapia, entre outros (BRASIL, 2016).

A Sociedade Brasileira de Enfermagem Estética (SBEE), fundada em 2 de fevereiro


de 2016, tem atuado na implementação da educação e regulamentação profissional neste
campo, assim como, na produção científica nacional. Devido ao especialista atuar no cuidado
estético, o conhecimento clínico de anatomia e fisiologia do reparo tecidual e alterações
clínico-dermatológicas, se torna essencial para o entendimento do tratamento. Esta afinidade
entre as condições clínicas de pele e os procedimentos, faz com que o profissional atue neste
intermeio, avaliando e tratando esteticamente, também, as muitas condições clínicas que
afetam a autoimagem dos seus pacientes (SBEE, 2017).

3.1.2.3 Estomaterapia

A estomaterapia se originou a partir do primeiro curso na temática, no ano de 1961,


na Cleveland Clinic Foundation - Estados Unidos da América. As ações profissionais foram
exercidas até a década de 70 por qualquer profissional da saúde, porém, com a criação do
World Council of Enterostomal Therapists (WCET), órgão oficial da estomaterapia mundial,
33

a partir de 1980 passou a ser uma especialidade exclusivamente da enfermagem (SOBEST,


2017).

Esta especialidade está presente e oficializada em 21 países e em todos os


continentes. No Brasil, foi instituída formalmente em 1990, sendo seu órgão oficial a
Associação Brasileira de Estomaterapia: estomias, feridas e incontinências – SOBEST,
fundada em 4 de dezembro de 1992, nas dependências do Hospital Alemão Oswaldo Cruz
(SOBEST, 2017).

No Brasil, em virtude do novo contexto saúde-doença, caracterizado pelo


envelhecimento da população, que passa a demandar cuidados complexos, principalmente
nas áreas de prevenção e tratamento de lesões de pele e incontinência urinária e fecal, e
alguns tipos de câncer que exigem a confecção de estomias e estratégias de reabilitação do
paciente, os cursos de estomaterapia tem ganhado importante espaço. O enfermeiro pode
aceder ao título de especialista a partir da conclusão do curso de especialização, recebendo
o título de Enfermeiro Estomaterapeuta (ET), ou a partir da aprovação de prova de título,
sendo certificado como Enfermeiro Estomaterapeuta TiSOBEST (BORGES, 2016).

A Estomaterapia é a especialidade que capacita o enfermeiro técnica e


cientificamente para atuar tanto nos aspectos preventivos, terapêuticos e de reabilitação,
quanto para a pesquisa e o ensino desta ciência (YAMADA; ROGENSKI; OLIVEIRA,
2003). O especialista atua na prevenção, tratamento, pré-operatório, intra e pós-operatório
no que se relaciona aos estomas intestinais, urinários, vesicostomia, gastrostomia,
traqueostomia, fístulas, lesões por pressão, úlceras vasculogênicas, úlceras neutróficas por
doença de Hansen, úlceras diabéticas, feridas em geral e incontinência urinária (SOBEST,
2017).

No que diz respeito a avaliação e intervenção dermatológica, é atribuição deste


especialista avaliar as feridas operatórias, a pele periestoma e do estoma, realizar
intervenções quando identificar complicações do estoma como dermatites, granulomas,
prolapsos ou retrações, mensurar o diâmetro do estoma e da parede abdominal, solicitar
exames de urina, cultura de feridas, hematológicos e bioquímicos quando pertinentes,
administrar a necessidade ou cuidados de sonda vesical, prescrever terapia tópica e terapias
adjuntas (LASER, eletroestimulação, terapia a vácuo e outras), fazer exame com utilização
do Doppler vascular periférico, realizar cuidados podiátricos mediante capacitação em
podiatria, realizar desbridamento instrumental, prescrever bota de Unna ou terapia
34

compressiva, prescrever cuidados com a pele em geral e demais medidas de preservação da


integridade cutânea (SOBEST, 2017).

3.1.2.4 Enfermagem em Feridas

Com os avanços científicos no cuidado ao paciente com feridas, enfermeiros


organizaram-se em associações. Em decorrência desse fato, a prática de cuidados a essa
clientela tornou-se uma especialidade dentro da enfermagem brasileira, concretizada pela
Associação Brasileira de Enfermagem em Dermatologia (SOBEND), Associação Brasileira
de Estomaterapia (SOBEST) e Sociedade Brasileira de Enfermagem em Feridas e Estética
(SOBENFeF). A organização da especialidade de enfermagem em feridas tem dado maior
autonomia profissional para a categoria, e ao longo do tempo e da evolução da enfermagem,
a autonomia tem sido um tema importante à compreensão da profissão, tanto na definição
de seus desafios e objetivos como na forma em que os enfermeiros se relacionam e se
apresentam para a equipe de saúde e para a sociedade em geral (FERREIRA; BOGAMIL;
TORMENA, 2008; MANDELBAUM; SANTIS; MANDELBAUM, 2003).

São inúmeras as organizações internacionais neste âmbito, pode-se citar a European


Pressure Ulcer Advisory Panel, fundada em 1996 e líder na Europa em esforços de
prevenção e tratamento de úlceras de pressão. Também neste continente tem grande
importância para o cenário de feridas, a European Wound Management Association
(EWMA) fundada em 1991, com o objetivo de promover o avanço da educação e pesquisa
em epidemiologia, patologia, diagnóstico, prevenção e tratamento de feridas. A Sociedade
Ibero Latino Americana de Úlceras e Feridas (SILAUHE) tem por objetivo fomentar e
defender tudo relacionado a atenção às úlceras e outras feridas bem como os profissionais
encarregados desse cuidado (MANDELBAUM; SANTIS; MANDELBAUM, 2003;
SOBENFEE, 2017).

No Brasil, em 2003, na sede da Nursing Care, cooperativa de enfermagem,


reuniram-se enfermeiros com o interesse de debater o panorama dos cuidados e terapêuticas
com os portadores de feridas, onde atentou-se para a formação de uma sociedade que pudesse
dar seguimento pleno as necessidades avaliadas para este setor de serviço, surgindo a
Sociedade Brasileira de Enfermagem em Feridas e Estética SOBENFeE (SOBENFEE,
2018).
35

A avaliação científica da pele é primordial para este especialista alcançar o sucesso


da terapia que pretende adotar junto ao seu paciente no alcance da cicatrização, de modo
que, examinar as características e todos os aspectos do ferimento possam identificar o estágio
do processo dinâmico, fisiológico e bioquímico de eventos celulares e moleculares da
repavimentação e reconstituição do tecido (MANDELBAUM; SANTIS; MANDELBAUM,
2003).

3.1.2.5 Enfermagem Forense

A especialidade é definida como a a plicação dos aspectos forenses nos cuidados


de saúde combinados com uma educação biopsicossocial e espiritual do enfermeiro, a atuar
na investigação científica e tratamento do trauma ou morte, seja com as vítimas ou com os
autores da violência. O cientista de enfermagem forense identifica, avalia e intervém no
trauma, doença e morte, enquanto documenta descobertas e assegura evidências
determinantes para resultados legais e para o atendimento do paciente (LYNCH; DUVAL,
2011).

A história da prática de enfermagem forense pode ter se iniciado na Inglaterra com


o surgimento das midwifes, precursoras dos enfermeiros obstetras, em que suas práticas
teriam alguma aproximação de situações que realizassem exames forenses de enfermagem
gineco-obstetra. A atuação profissional na área psiquiátrica também reconheceu grande
sapiência para esta especialidade (LYNCH; DUVAL, 2011).

É possível que por um longo tempo, as habilidades forenses do profissional de


enfermagem, tenham sido amplamente ignoradas para a vida do paciente. A ciência forense
entrou pela primeira vez nos currículos formais de pós-graduação de enfermagem em 1986
na Universidade do Texas, Arlington, com foco na investigação científica da morte. No
mesmo ano a introdução oficial da enfermagem forense é documentada em artigo científico
da American Academy of Forensic Sciences, enquanto no ano de 1991 a academia tornou-se
a primeira a reconhecer formalmente a enfermagem forense como uma disciplina emergente
nas ciências forenses. Funda-se concomitantemente a Associação Internacional de
Enfermeiros Forenses (IANF), em busca da internacionalização da especialidade (LYNCH;
DUVAL, 2011).
36

No Brasil, o Enfermeiro Forense é o bacharel em enfermagem, portador do título


de especialização lato ou stricto sensu em enfermagem forense emitido por Instituição de
Ensino Superior (IES) reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC). A especialidade foi
regulamentada através do Decreto do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) pela
Resolução nº 389, de outubro de 2011. Diante a epidemiologia da violência no território
brasileiro, a profissão tem se difundido de maior forma, com aumento de pesquisas
científicas neste setor e a conquista da resolução 0556/2017 que regulamenta as atividades
da profissão (BRASIL, 2017).

A Associação Brasileira de Enfermagem Forense (ABEFORENSE) regulamenta as


competências técnicas de atribuições clínicas e especializadas do enfermeiro forense desde
2015, baseando-se no regulamento da Associação Portuguesa de Enfermagem Forense.
Estabelecem-se como domínios da competência profissional e as especificações da atuação
em cada um deles: Maus tratos, abuso sexual, trauma e outras formas de violência;
Investigação da morte; Enfermagem psiquiátrica forense; Preservação de vestígios;
Testemunho pericial; Consultoria; Desastres de massa; Enfermagem Carcerária
(ABEFORENSE, 2017).

Na identificação do processo de morte, o profissional segue a metodologia forense


para avaliação do cadáver, que atribui a análise de diversos princípios de “transformações
cadavéricas” manifestadas nos tecidos orgânicos. Avalia-se o ressecamento e endurecimento
tegumentar na finalidade de compreender o processo de desidratação da pele e a cronologia
da morte, avalia-se sinais da esclerótica, o calor corporal, a rigidez corporal derivada do
aumento progressivo de ácido lático e queda do glicogênio, eventos circulatórios, a
decomposição dos tecidos e a presença de lesões (MAIA,2012; ABEFORENSE, 2015)

Um gráfico anatômico é uma ferramenta útil para registrar todas as marcas no


corpo. A descrição de cada marca deve incluir tamanho, forma, cor, localização e as
características das bordas ao redor da ferida. Além disso, a presença de qualquer material ou
substância estranha ao redor deste ferimento deve ser investigada. A fotodocumentação é
um método que tem sido muito utilizado por enfermeiros forenses na prática clínica de
examinar a pele de seus pacientes, por ser um método objetivo que suplementa a
documentação das lesões encontradas (LYNCH; DUVAL, 2011).

Fotografar estas lesões é fundamental, pois as feridas de superfície se cicatrizarão


ou poderão se tornar evidências perdidas, neste caso o profissional justifica que a fotografia
37

deva ser feita imediatamente, sem aguardo de consentimentos prévios. Até porque, a
documentação fotográfica das lesões pode ser usada para uma avaliação litigiosa, onde o
enfermeiro possa estudar o estágio de cura do processo de reparo tecidual e entender a
cronologia da violência, sendo que a justiça é sempre melhor servida com a objetividade dos
fatos (LYNCH; DUVAL, 2011).

O enfermeiro clínico forense, pode atuar na área criminal e no atendimento


hospitalar, principalmente em serviços de urgência e emergência, por serem muitas vezes os
primeiros profissionais a interagir com uma situação de crime, com suas vítimas e seus
autores. O espaço permite a inclusão de enfermeiros capacitados em práticas forenses,
socorrendo devidamente seus pacientes e também praticando o cuidado em não adulterar ou
perder possíveis vestígios no espólio, ou no próprio corpo das pessoas assistidas, recolhendo
estas provas e preservando-as devidamente (LYNCH; DUVAL, 2011).

No exame físico deste especialista, a avaliação da pele exige um saber semiológico


para identificação de agressões sexuais, sinais de estrangulamento, sinais de autoagressão,
força bruta e força incisa aplicada na pele, feridas de entrada e saída, lacerações e diversos
outros acometimentos que poderão sinalizar a origem da violência e das suas consequências
eventuais geradas no corpo, para isso, utilizam semiotécnica específica e a implementação
de tecnologias, a exemplo disto a régua forense para calcular a extensão das lesões
encontradas em uma agressão sexual e a luz negra para identificar presença de substâncias
proteicas no corpo como saliva, sêmen ou sangue, que serão identificadas, coletadas e
documentadas (AMAR; SEKULA, 2016).

3.1.3 Diagnose em Enfermagem Dermatológica Clínica

Os enfermeiros identificam o significado dos dados coletados, seguindo o Processo


de Enfermagem, através de um julgamento clínico, uma interpretação dos problemas de
saúde do paciente, de suas necessidades e da decisão de intervir em uma abordagem
específica. Como um diagnosticador, o profissional lida com fenômenos relacionados a
saúde individual e comunitária, de forma integralista, e dentro da sua ciência de estudo, que
irá exigir, competências do domínio intelectual, interpessoal e técnico. A coleta de dados
subjetivos da pessoa ou grupo e dos dados objetivos obtidos por exames diagnósticos, se
tornam então, essencial para a investigação clínica e formulação diagnóstica de enfermagem
baseada em evidências. Os diagnósticos de enfermagem são a base para a escolha das
38

intervenções de enfermagem que visam à obtenção de resultados pelos quais o enfermeiro é


responsável (NANDA, 2017).

O processo de formulação diagnóstica em enfermagem dermatológica clínica é um


processo investigativo e de síntese de informações relacionado aos eventos fisiopatológicos
agravantes na pele, e é caracterizado pelo raciocínio de evidências biopsicossociais junto ao
indivíduo, família ou coletividade (CAPPELLETTI; ENGEL; PRENTICE, 2014; WELLER
et al., 2008).

Forma parte importante do processo de formulação diagnóstica a Enfermagem


Baseada em Evidências (EBN), por ser um processo sistemático que promove a utilização
de evidências atuais na tomada de decisões sobre o atendimento, incluindo avaliação de
qualidade e aplicabilidade de pesquisas existentes, preferências e singularidades do cliente,
conhecimentos clínicos e recursos disponíveis de cuidados de saúde, assegurando uma boa
entrega do cuidado. O desenvolvimento de que cada enfermeiro e estudante de enfermagem
desenvolva habilidades de investigação clínica de modo a ter acesso imediato à evidência
(ACKLEY; LADWIG, 2011).

Determinar um diagnóstico diferencial é o processo de distinguir uma condição de


saúde de outra que apresenta sinais e sintomas similares. Por isto é importante realizar uma
escuta adequada para junto ao cliente levantar uma análise dos sintomas, investigando
características da lesão, como foi o seu modo de início, duração, sintomas associados, fatores
agravantes ou desencadeantes, fatores de alívio, efeitos no seu cotidiano, e demais dados que
podem ser obtidos em um histórico de enfermagem (RHOADS; JENSEN, 2015).

Na taxonomia da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE),


encontra-se alguns exemplos de terminologias que podem ser formadas quando relacionadas
a quadros de enfermagem dermatológica: Alergia; Ferida por queimadura; Ferida
traumática; Ferida maligna; Ferida cirúrgica; Função neurovascular periférica ineficaz;
Gengivite; Infecção; Inflamação; Integridade da pele; Integridade tissular; Lesão elétrica;
Lesão física decorrente de abuso; Lesão por laser; Lesão perioperatória; Lesão por queda;
Lesão por radiação; Lesão química; Lesão térmica; Pele seca; Percepção tátil; Perfusão da
ferida; e Perfusão tissular (CIPE, 2017).

Na taxonomia da NANDA, também podem ser citados alguns exemplos das


terminologias que se diferenciam, incluindo alguns diagnósticos de risco: Mudanças
biofísicas associadas ao transtorno da pele; Integridade da pele prejudicada; Função
39

imunológica deprimida impedindo a integridade do tecido; Alteração circulatória;


Pigmentação da pele aumentada; Imagem corporal perturbada; Risco de lesão;
Hipersensibilidade ao látex de borracha natural; Risco de resposta alérgica; Perda de parte
do corpo; Risco de hemorragia; Risco de infecção; Dor aguda; Dor crônica; Síndrome
traumática; Risco de função neurovascular periférica prejudicada; Automutilação; Risco da
integridade da pele causada por choque; Risco de trauma; Perfusão tissular periférica
ineficaz; Risco de trauma vascular; Risco de síndrome do desequilíbrio metabólico; Risco
de infecção no local cirúrgico; Risco de tromboembolismo venoso; Risco de mutilação
genital feminina (LADWIG; ACKLEY, 2014; NANDA, 2017).

3.1.4 Semiologia e Semiotécnica

A semiologia para o enfermeiro, é a investigação e estudo dos sinais e sintomas


apresentados pelo paciente sob o ponto de vista da ciência da enfermagem. Os instrumentos
básicos para o exame físico são a inspeção, palpação, percussão e ausculta, que geralmente
respeitam esta ordem de execução e podem ser complementados por tecnologias que apurem
melhor definição de detalhes. Para a sua realização, o examinador necessita de
conhecimentos científicos em anatomia, fisiologia, fisiopatologia, diagnóstico por imagem,
análises laboratoriais, patologia clínica e semiologia, sem os quais ele não conseguirá
detectar plenamente os problemas identificados e que necessitam de sua intervenção.
(PORTO; PORTO, 2014; LUIZARI; OHARA; HORTA, 2007).

A semiologia e semiotécnica são a base para formulação do diagnóstico clínico, é


uma análise corroborada com a erudição clínica, visando capacitar o profissional com
métodos e técnicas para examinar o paciente e, ao mesmo tempo, com meios e formas de
descobrir os sinais e sintomas, interpretá-los adequadamente para avaliar com precisão e
prontidão o diagnóstico clínico, intervindo efetivamente para apoiar a recuperação/melhoria
da saúde do paciente (VASILE; MOLDOVEANU, 2011).

3.1.4.1 Etapas do Exame Físico


40

A avaliação geral do estado de saúde do indivíduo é chamada de ectoscopia, ou


somatoscopia. É possível avaliar o biótipo, marcha, estado nutricional, estado mental ou de
consciência, fácies, aspectos comportamentais e a presença de dismorfias. Na etapa de
avaliação física o enfermeiro usa como instrumentos básicos os órgãos do sentido, visão,
audição, tato e olfato, ou também tecnologias que ampliem a capacidade de identificar sinais
clínicos nas técnicas propedêuticas do exame físico: inspeção, palpação, percussão e ausculta
(ROCCO, 2010).

A inspeção é um exame semiótico minucioso e criterioso, avaliando a pessoa como


um todo e também cada sistema do corpo. Uma avaliação geral já é desenvolvida no contato
inicial com o paciente e a medida que se avança o exame também se realiza uma inspeção
específica. Técnicas como a comparação entre os dois hemisférios do corpo, por exemplo,
podem servir de parâmetros para a investigação de assimetrias. É uma etapa que requer boa
iluminação, exposição adequada e o uso ocasional de tecnologias, como otoscópio,
oftalmoscópio, lanterna e outros recursos que melhor ampliem a visão da região corporal a
se examinar (JARVIS, 2016).

A palpação, permite a confirmação de aspectos observados anteriormente na


inspeção, avaliando-se texturas, temperatura, umidade, localização e tamanho do órgão,
presença de edemas, vibração, pulsação, rigidez, dor, presença de nódulos ou massas e outros
fatores. A ponta dos dedos oferece uma discriminação tátil fina, como a textura da pele,
edema, pulsatilidade e nódulos. (JARVIS, 2016).

A percussão é uma etapa que se traduz na aplicação de pequenos golpes leves em


uma determinada área para produção de som. O princípio é produzir uma vibração na
superfície do corpo a ser avaliada, investiga-se a densidade da estrutura subjacente, podendo
ser o som resultante chamado de timpânico, hiper ressonância, ressonância, macicez e
submacicez. (PATINE; BARBOZA; PINTO, 2004).

A ausculta consiste na audição dos sons produzidos pelo corpo. Estes sons são
decorrentes da vibração das estruturas entre sua origem e a superfície corporal, podendo ser
captadas diretamente pelo ouvido do examinador - ausculta direta, ou com auxílio de
estetoscópio ou outra tecnologia- ausculta indireta, sendo avaliado a intensidade, frequência
e qualidade deste som (BARROS, 2015).

O exame físico do enfermeiro tem seus dados objetivos apoiados nas ciências
biológicas e a construção da anamnese de enfermagem tem profunda influência dos aspectos
41

humanos, psicológicos, sociológicos e culturais, acrescidos das questões objetivas


(BARROS, 2015). Compreende-se que em suas etapas, a implementação tecnológica pode
suplementar os órgãos do sentido do examinador, garantindo ao examinado uma maior
precisão da sua definição diagnóstica.

3.1.4.2 Semiologia em Enfermagem Clínica Dermatológica

A semiologia dermatológica tem sua máxima expressão na inspeção, onde é


possível reconhecer as alterações que ocorrem ao nível do tegumento. A observação já
permite muitas vezes estabelecer o tipo da lesão, identificando características, como por
exemplo, a presença de soluções de continuidade, a saúde do tecido perilesional, distribuição
da lesão, a predileção topográfica, sua morfologia, e tipo de exsudação. Em alguns casos
segue-se também a palpação, na interpretação de um elemento eruptivo da pele ou
enrijecimento do tecido, assim como, verificação da temperatura corporal, mobilidade,
extensão, presença de sensação dolorosa e profundidade da lesão (ROTTA, 2008; POSSO,
2010).

A distribuição das lesões cutâneas pode ser identificada como lesões anulares
(circulares que começam em centro e se espalham em periferia), anelares (aglomeradas),
isoladas, agrupadas, circinadas (torcidas, espiraladas ou serpenteadas), em íris ou em alvo
(anéis concêntricos), lineares (uma linha), policíclicas (anulares que aglutinam-se) e
zosteriformes (linear – herpes zoster) (JARVIS, 2016).

É determinante ao tratamento que o enfermeiro consiga descrever os sinais de


determinados eventos que envolvem o processo fisiopatológico da lesão e a progressão do
seu reparo, para isto, o conhecimento semiológico é necessário ao exame. Os distúrbios da
pele são muitas vezes agrupados pela sua morfologia, uma vez que esta é bem definida,
diagnósticos diferenciais podem ser melhores determinados. Então, além do conhecimento,
a precisão do exame pode necessitar de tecnologias que facilitem a coleta e interpretação dos
signos dermatológicos ou respostas sistêmicas (WELLER et al., 2008).

Estes descritores da lesão, quando bem definidos, também amparam o enfermeiro


na utilização de um instrumento de definição do agravo dermatológico e de intervenções
baseadas em evidências, como escalas, árvores de tomada de decisão, diretrizes clínicas
42

(guidelines), fluxogramas validados ou tecnologias que favorecem a avaliação e diagnostico.


A tomada de decisão clínica é a capacidade de sintetizar informações, tomar decisões e
implementá-las adequadamente (SWANSON; ASIMUS; MCGUINESS, 2014).

A exemplo de um instrumento, existe a regra ABCD (FIGURA 1), que visa


quantificar o risco de uma lesão ser maligna pelos critérios: A – assimetria; B- borda
(terminação abrupta do pigmento em borda); C – cores; D – diâmetro. A soma de todas estas
características através de pontuações e pesos, define a importância estatística da malignidade
(JARVIS, 2016). A Escala de Braden, outro instrumento, também exemplifica a importância
de uma boa avaliação semiótica da pele no diagnóstico de risco de lesão por pressão, a
critério de definição, pontificando por características de: percepção sensorial, umidade,
atividade, mobilidade, nutrição, fricção e cisalhamento da pele (MELLO et al., 2017).

Figura 1: Regra ABCD

Fonte: Hospital Sírio Libanês (2018).

Devido ao grande número de condições de pele que se apresentam de forma


semelhante, a simples falta da identificação de algum signo na lesão pode ocasionar um
diagnóstico inconcluso (LIONS; OUSLEY, 2015). Desta forma, é necessário conhecer a
terminologia dos sinais morfológicos das lesões, além de ter o olhar para a coloração da pele,
integridade, umidade, textura, espessura, temperatura, elasticidade, mobilidade, turgor e
sensibilidade (FITZPATRICK; HIGH, 2017, LIONS; OUSLEY, 2015).

3.1.4.3 Lesões Elementares


43

Na lógica de estabelecer uma linguagem única do estudo da pele, forma-se a


terminologia das chamadas lesões elementares (FIGURA 2), modificações do tegumento
cutâneo. No exame clínico podem ser avaliadas empregando-se a inspeção e a palpação. O
uso de algumas tecnologias semióticas como, por exemplo, as de iluminação e aumento de
imagem pode ser vantajoso ao momento do exame. (PORTO; PORTO, 2014).

Figura 2: Lesões Elementares

Fonte: Dermweb (2013).

3.1.4.3.1 Alterações da cor

Na avaliação da pele podemos encontrar manchas ou máculas, que correspondem à


área circunscrita de coloração diferente da pele normal (FIGURA 3), no mesmo plano do
tegumento e sem alterações na superfície, podendo ser avaliada nas técnicas de inspeção e
palpação. (PORTO; PORTO, 2014; JARVIS, 2016).

A cianose é a coloração azulada resultante de uma falha da oxigenação sanguínea,


aparece com o comprometimento circulatório ou respiratório. Pode manifestar-se em lábios,
polpas digitais e leitos ungueais. Os outros sinais de perfusão tecidual diminuída, incluem a
pele fria, pulso rápido e filiforme e respiração rápida e superficial. Já a icterícia, é um
amarelamento da pele relacionado com elevações da bilirrubina sérica, sua deposição é
44

observada nas escleras e mucosas. Também pode ser observado eritema nos tecidos, um
rubor da pele causado pela congestão dos capilares (PORTO; PORTO, 2014; JARVIS,
2016).

As lesões pigmentares são alterações que decorrem da presença de pigmentos como


melanina, caroteno, melanóide, oxi-hemoglobina e hemoglobina, assim como, da maior ou
menor irrigação sanguínea. Quando a alteração é relacionada a deposição melânica podem
ser hipocrômicas, observadas no vitiligo e pitiríase, ou, hipercrômicas, observadas no
melasma, nevos e efélides. Nas alterações vasculho-sanguíneas, evidenciam-se distúrbios da
microcirculação da pele, como as telangiectasias e manchas eritematosas ou hiperêmicas.
Telangiectasias são dilatações dos vasos terminais, ou seja, arteríolas, vênulas e capilares,
como por exemplo as varículas, microvarizes e aranhas vasculares. A mancha eritematosa
ou hiperêmica decorre de vasodilatação, tem cor rósea ou tom vermelho-vivo e desaparece
à digitopressão ou à vitropressão (POSSO, 2010).

As lesões hemorrágicas não desaparecem pela compressão, diferentemente dos


eritemas, por se tratar de sangue extravasado. Podem ser petéquias, quando puntiformes e
com até 1 em de diâmetro, víbices quando formam uma linha e equimoses, quando são em
placas maiores que 1 cm de diâmetro. Estas condições recebem o nome de púrpura e se o
extravasamento sanguíneo for suficiente para produzir elevação da pele, denomina-se
hematoma (POSSO, 2010; BRASILEIRO FILHO, 2016).

E por último, também pode-se classificar como mancha, aquelas de deposição


pigmentar exógena ou endógena, por deposição de hemossiderina, bilirrubina (icterícia),
pigmento carotênico (ingestão exagerada de mamão, cenoura), corpos estranhos (tatuagem)
e pigmentos metálicos (prata, bismuto) (BRASILEIRO FILHO, 2016).

Figura 3: Alterações da coloração


45

Fonte: Dermweb (2013).

3.1.4.3.2 Formações sólidas e coleções líquidas

São elevações causadas por edema na derme ou hipoderme. Pápulas são elevações
sólidas da pele, palpáveis, de pequeno tamanho (até 1,0 em de diâmetro), superficiais, bem
delimitadas, com bordas facilmente percebidas quando se desliza a polpa digital sobre a
lesão. Inúmeras dermatoses se evidenciam por lesões papulares; exemplos: picada de inseto,
leishmaniose, blastomicose, verruga, erupções medicamentosas, e acne (PORTO; PORTO,
2014; JARVIS, 2016).

Os nódulos são formações sólidas causadas por espessamento epidérmico,


infiltração inflamatória dérmica ou do tecido subcutâneo, proliferações neoplásicas ou
depósitos de substâncias (BARROS, 2009). Pequenos tamanhos são denominados nódulos
que tem como exemplo xantoma ou fibroma, quando mais volumosas são nodosidades, e
quando estas últimas tendem ao amolecimento e ulceração com eliminação de substância
semissólida, são chamadas de goma. (JARVIS, 2016).

As vegetações são lesões sólidas, salientes, lobulares, filiformes ou em couve-flor,


de consistência mole e agrupadas em maior ou menor quantidade, como exemplo, as
verrugas. Quando a camada córnea é mais espessa, a lesão apresenta consistência endurecida
e recebe o nome de verrucosidade (PORTO; PORTO, 2014).
46

Nas coleções líquidas, encontram-se vesícula, bolha, pústula, abscesso e hematoma


A vesícula contém líquido transparente em seu interior com diâmetro limitado a 1,0. A
diferença fundamental entre pápula e vesícula é que aquela é uma lesão sólida, e esta é
constituída por uma coleção líquida. A bolha é uma elevação da pele contendo substância
líquida em seu interior, porém, seu diâmetro é superior a 1,0 em. As pústulas são vesículas
de conteúdo purulento e os abscessos são coleções purulentas e uma nova cavidade formada.
Enquanto os hematomas, decorrem do derrame de sangue na pele ou nos tecidos subjacentes
(JARVIS, 2016).

3.1.4.3.3 Alterações da espessura

As alterações da espessura (FIGURA 4) abrangem queratose, espessamento ou


infiltração, liquenificação, esclerose, edema e atrofias. Queratose é uma modificação difusa
da espessura da pele, que se torna mais consistente, dura e inelástica, em consequência de
espessamento da camada córnea. A liquenificação é um espessamento da pele com
acentuação das estrias, encontrada nos eczemas liquenificados ou em qualquer área sujeita a
coçaduras constantes. Esclerose é o aumento da consistência da pele, que se toma mais firme,
aderente aos planos profundos e difícil de ser pregueada entre os dedos. O exemplo típico é
a esclerodermia. (PORTO; PORTO, 2014).

Edema é o fluído acumulado no espaço intersticial que pode ser avaliado


pressionando uma proeminência óssea, onde uma depressão se forma no local
descomprimido. O edema é mais evidente em membros inferiores e mascara a cor normal da
pele, obscurecendo condições patológicas como a icterícia ou a cianose, uma vez que o
líquido se localiza entre a superfície e as camadas pigmentadas e vasculares, fazendo com
que a pele escura pareça mais clara. O edema generalizado por todo corpo, ou anasarca,
sugere um problema central como insuficiência cardíaca ou renal (JARVIS, 2016).

Atrofias são causadas por adelgaçamento da epiderme, derme ou tecido subcutâneo.


Ocorre a diminuição da elasticidade e dos anexos cutâneos, apresentando, frequentemente,
depressão visível ou, em certos casos, pode ser detectada apenas por palpação (BARROS,
2009).
47

Figura 4: Alterações da Espessura

Fonte: Widoctor (2018).

3.1.4.3.4 Perdas e reparações teciduais

As perdas e reparações teciduais são lesões provocadas por eliminação ou


destruição patológicas e de reparações dos tecidos cutâneos. Abrangem: escama, erosão,
úlcera ou ulceração, fissura, crosta, escara e cicatriz (FIGURA 5). Crosta é um exsudato seco
e espesso após vesículas ou pústulas se romperem e secarem. Escama são flocos de pele
compactos e ressecados, secos ou gordurosos, resultantes do descolamento do excesso de
células queratinizadas mortas (PORTO; PORTO, 2014; JARVIS, 2016).

Muitas afecções manifestam-se por descamação, como a caspa, a pitiríase


versicolor, a psoríase e a queimadura da pele por raios solares. Úlcera ou ulceração, é uma
perda delimitada das estruturas que constituem a pele, atingindo a derme. Tal fato a
diferencia da escoriação. A fissura é uma fenda linear com bordas abruptas que se estendem
até a derme, podendo ser seca ou úmida. Erosão ou escoriação, é uma depressão escavada,
porém rasa, com perda apenas da epiderme, sem sangramento (PORTO; PORTO, 2014;
JARVIS, 2016).
48

Figura 5: Perdas e Reparações Teciduais

Fonte: Dermweb (2013).

3.1.4.4 Mucosas

As mucosas facilmente examináveis são as conjuntivas oculares, mucosas


labiobucal, lingual e gengival. Assim, no caso do exame das mucosas é indispensável uma
boa iluminação, de preferência fazendo-se uso também de uma lanterna. Analisa-se
coloração e umidade. Quando normocorada, é róseo-avermelhada, decorrente da rica rede
vascular das mucosas. As alterações da coloração são descoramento das mucosas, mucosas
hipercoradas, cianose, icterícia e leucoplasia. Ainda, a umidade em condições normais,
especialmente a mucosa lingual e a bucal, demonstram bom estado de hidratação
(SMELTZER et al., 2014; PORTO; PORTO, 2014).

As mucosas descoradas são um achado semiológico de grande valor prático, pois


indicam anemia. Há muitos tipos de anemia, e cada uma pode ser determinada por várias
causas, mas o denominador comum é a diminuição das hemácias e da hemoglobina no
sangue, alterações responsáveis pelo descoramento das mucosas. Na acentuação da
coloração normal, mudança de tonalidade para vermelho-arroxeada, indica aumento das
hemácias naquela área, como ocorre nas inflamações (conjuntivites, glossites, gengivites) e
nas poliglobulias. (PORTO; PORTO, 2014).
49

3.1.4.5 Fâneros

Uma boa avaliação das unhas (localizadas nas dorsais dos dedos das mãos e dos
pés) atentará para o tipo de implantação, espessura, brilho, ângulo de implantação, cor e
consistência, pois muitas alterações na unha ou no leito ungueal, refletem as anormalidades
locais ou sistêmicas em progressão ou decorrentes de eventos pregressos. O ângulo entre a
unha normal e sua base é de 160º, quando palpada sua base comumente é firme, tem apenas
uma curvatura lateral nítida, a superfície é lisa, brilhante, tem cor róseo-avermelhada, a
espessura e a consistência são firmes. O baqueamento da unha que pode acontecer devido
uma hipóxia, manifesta-se por uma retificação do ângulo normal, 180º ou mais, e o
amolecimento da sua base. (SMELTZER et al., 2014; JARVIS, 2016).

Quanto à coloração, podem ser pálidas (anêmicas), ou adquirir uma tonalidade


azulada, ou seja, cianótica. A superfície pode tornar-se irregular, a espessura aumentar ou
diminuir, o brilho pode desaparecer, e a consistência estar diminuída. A coloníquia ou unha
em forma de colher, é um estado distrófico no qual a placa ungueal torna-se fina e
desenvolve-se uma depressão, é uma alteração característica de anemia ferropriva grave. É
importante observar também as regiões que rodeiam as unhas, pois processos inflamatórios
de origem micótica ocorrem neste espaço com muita frequência. Por fim, deve-se observar
se há sinais indicativos do hábito de roer unhas (onicofagia), por ser um indicativo de
ansiedade (PORTO; PORTO, 2014).

A avaliação dos pelos e cabelos é feita na inspeção e palpação, qualquer lesão


anormal evidente de prurido, descamação ou sinais de infestação devem ser observados. A
perda de cabelos pode ser localizada em áreas em placa ou pode variar desde o
adelgaçamento generalizado, até calvície total. Outras características como brilho, espessura
e consistência devem ser avaliadas, muitas vezes, os cabelos podem perder o brilho e tornar-
se quebradiços e secos como no caso de mixedema, nos estados carenciais e em várias outras
afecções (SMELTZER et al., 2014; PORTO; PORTO, 2014).

3.1.4.6 Feridas e estomias

A partir da compreensão de algumas informações prévias das lesões, com perda e


reparação tecidual, assim como de outras lesões elementares, destaca-se que, se tratando de
feridas, as particularidades a se avaliar e terminologias encontradas para estes achados, são
50

também em grande número. O exame completo deve ser realizado avaliando o leito da ferida
identificando tecido de necrose, granulação, fibrina, esfacelo, epitélio, exsudato, processo
inflamatório, coloração, odor, bordas e margens da ferida. Deve ser observado infiltração, a
extensão da ferida sob a superfície cutânea, tamanho em milímetros ou centímetros do
diâmetro, profundidade do ferimento e avaliar também a umidade, coloração, elasticidade,
irritação e descamação em tecido perilesional (SMELTZER et al.,2014).

Os aspectos do sistema circulatório, como ritmo, intensidade e amplitude de pulsos,


a identificação de um edema periférico, seu grau e comprimento do membro edemaciado, a
tensão nos níveis da borda da ferida, a perfusão sanguínea e aspectos coagulativos, estão
primordialmente no exame físico do profissional que gerencia um plano de tratamento. A
fotografia clínica, na qual o enfermeiro tem respaldo legal para fazer uso desde que tenha
consentimento documentado do seu paciente, junto com todas as medidas escaladas,
fornecem amplas informações para que se possa consultar outros enfermeiros especialistas
através de tecnologias como um tele-saúde, de modo a discutir casos e assegurar um
monitoramento do estado da lesão com mais de um julgamento clínico (MANDELBAUM;
DI SANTIS; MANDELBAUM, 2003).

A avaliação dermatológica no caso das estomias, demanda muitos fatores


específicos desta condição de saúde. No pré-operatório o enfermeiro estomaterapeuta
demarca o local apropriado para o estoma, distanciando de cicatrizes prévias, proeminências
ósseas, pregas cutâneas ou fístulas. Também é examinado o estado nutricional do paciente,o
turgor cutâneo a hidratação da pele e mucosas. No pós-operatório será avaliado a coloração
do estoma, que deve ser vermelho-brilhoso, tamanho, a drenagem de fluídos, valores
laboratoriais para identificar a necessidade de reposição eletrolítica, dor e desconforto,
presença de escoriações, integridade da pele periostomal, respostas alérgicas, irritação
química causada pelo efluente, fixação do dispositivo e presença de infecções. A irritação
do tecido periestomal constitui uma das principais complicações de estomias, o enfermeiro
estomaterapeuta irá avaliar a necessidade de terapias tópicas e o disposto adequado de
drenagem, assim como, educar em relação a higiene, drenagem e irrigação (SMELTZER et
al., 2014).

A avaliação da pele periestomia pode estar examinando ainda lesões irritativas que
originam-se devido ao frequente contato do efluente sobre a pele, alérgicas aos produtos e
dispositivos utilizados, traumáticas por remoção dos dispositivos ou fricção exagerada na
51

sua limpeza, lesões por infecção bacteriana, infecção fúngica e lesões pseudoverrucosas
(FURTADO; PETUCO; SILVA, 2018).

3.2 TECNOLOGIAS DA SEMIÓTICA CLÍNICA

3.2.1 Tecnologias Semióticas da Dermatologia Clínica

O avanço científico e a sua aplicação na área da saúde se expressaram com a


introdução da informática e o aparecimento de aparelhos modernos e sofisticados, os quais
há décadas vêm trazendo benefícios e rapidez no diagnóstico e tratamento das doenças. Essa
tecnologia moderna tem contribuído em larga escala para a solução de problemas antes
insolúveis, e pode atribuir melhores condições de vida e saúde para as pessoas (SALVADOR
et al., 2012).

O apoio tecnológico é uma característica crescente dentre da ciência da enfermagem


e das demais ciências da saúde, podemos afirmar que vivemos um período de transição neste
cenário: da era hipocrática para a tecnológica. Porém, a implementação destes recursos não
deve abandonar os processos semiológicos e nem pôr em risco a relação enfermeiro-paciente
em detrimento da enunciação de um diagnóstico correto. Os profissionais devem manipular
tecnologias que fortifiquem esta relação e mantenham seu conhecimento técnico pessoal e
raciocínio clínico avaliativo (RODRIGUES et al., 2011).

Velasco e Fuentes (2016), em relação ao cuidado de enfermagem, ressaltam que,


este corre o risco de, na enfermagem moderna, se tornar um meio instrumental para alcançar
os objetivos do setor da saúde, que podem não ser os objetivos e políticas da profissão. É
por isto que a implementação de tecnologias na prática da atenção à saúde humana pelo
enfermeiro, não deve nunca ferir os princípios da sua própria ciência de cuidar em atribuição
de outras influências, sejam elas econômicas ou institucionais.

As novas tecnologias compreendem as máquinas, os equipamentos, os diversos


instrumentos, o modelo de organização das empresas e de organização do trabalho, métodos
de gestão, desenvolvidas em um contexto histórico social. As tecnologias de atenção à saúde
incluem medicamentos, equipamentos, procedimentos técnicos, sistemas organizacionais,
52

educacionais e de suporte, programas e protocolos assistenciais, por meio dos quais, a


atenção e os cuidados com a saúde são prestados à população. O setor saúde, fortemente
influenciado pelo paradigma da ciência positiva, tem sido sensível à incorporação
tecnológica do tipo material, para fins terapêuticos, diagnósticos e de manutenção da vida,
utilizando os conhecimentos e produtos da informática, novos equipamentos e materiais
(SALVADOR et al., 2012).

A preocupação com maior eficiência e eficácia na avaliação clínica do cliente, como


também na determinação das intervenções de enfermagem, vem aumentando gradativamente
na população de enfermeiros. A avaliação aguçada da pele permite a elaboração de
diagnósticos e intervenções mais adequados aos dados coletados, e uma avaliação das
respostas do cliente à terapêutica implementada mais segura e confiável (PATINE;
BARBOZA; PINTO, 2004).

Os enfermeiros estão expostos diariamente às novas tecnologias desenvolvidas pela


própria enfermagem ou outras ciências, colocando-as a serviço do ser humano e permitindo
mais avanços em sua profissão. Sob este prisma, é importante que as pesquisas científicas e
tecnológicas sejam conhecidas e consumidas pelo profissional da enfermagem a fim de
permitir uma melhor qualidade do cuidado. Mas, além de consumir novas tecnologias,
acredita-se que o enfermeiro deva transformar sua prática diária criando, gerando inovações,
estimulando para que estas sejam testadas e sistematizadas através de pesquisas científicas
(KOERICH et al., 2011).

A necessidade de controle das patologias dermatológicas no Brasil, requer ser


acompanhada do aprimoramento e interesse dos profissionais de saúde na incorporação de
novos conhecimentos e tecnologias de cuidado. Isso favorece a inclusão de novos conceitos
sobre cuidados com a pele e manejo de feridas, assim como, dominar novas tecnologias para
avaliação, tratamento e cicatrização. Entretanto, a partir do cenário atual, interpreta-se que a
esfera científica de enfermagem ainda utiliza pouco os recursos tecnológicos que
forneceriam maior qualidade ao cuidado da pele. No campo da pesquisa, é importante que
estes profissionais avaliem as inovações tecnológicas que estão em uso, para que sirvam de
ponto de partida para outras invenções e também estabeleçam maiores métodos de
aproximação relacionados ao processo de invenção (KOERICH et al., 2011; MONETTA,
2016).
53

3.2.1.1 Tecnologias da Interação Luz-Tecido

As áreas da saúde têm definitivamente recebido grandes avanços tecnológicos e


neste ponto, grande influência da ciência óptica (PINHEIRO; ALMEIDA; SOARES, 2017).
Para o uso de tecnologias a base de luz se torna necessário compreender as propriedades
ópticas da pele, junto com uma observação cuidadosa da finalidade clínica do equipamento
a ser utilizado. Todos os efeitos da luz na pele começam com a absorção do fóton por
moléculas chamadas de cromóforos. Podem então ser absorvidos (desistindo de sua energia
para a matéria) ou ainda dispersos (mudando sua direção de viagem). Na pele, os cromóforos
mais importantes são hemoglobina, melanina, pigmentos exógenos (por exemplo, tinta de
tatuagem, alguns medicamentos), água e lipídios. O cromóforo alvo pretendido, a
profundidade das estruturas alvo e a absorção de luz por tecido adjacente influenciam a
seleção apropriada do comprimento de onda (PINHEIRO; ALMEIDA; SOARES, 2017).

Um comprimento de onda é o intervalo entre duas ondas e, no caso da luz, define


sua cor. Por exemplo, luzes azuis, vermelhas e infravermelhas possuem comprimentos de
ondas diferentes. Os comprimentos de onda entre 600 nm (luz visível, vermelha) e 1.000 nm
(luz não visível, infravermelho próximo) são utilizados na prática terapêutica. Em relação as
diferenças de penetrabilidade sobre o tecido alvo, a luz pode ser absorvida por barreiras
estruturais antes de atingi-lo, das quais a pele é a principal limitante, diminuindo a penetração
dos fótons. Luzes vermelhas e infravermelhas são pouco absorvidas por essas estruturas e
podem atingir camadas mais profundas do tecido, sendo que as luzes visíveis apresentam
menor penetrabilidade quando comparadas a estas (VASCONCELOS, 2017).

Compreende-se então, que a interação luz-tecido é dependente do comprimento de


onda da luz aplicada, servindo na clínica tanto para iluminação artificial e para fins
terapêuticos, até mesmo em favor de uma melhor cicatrização.

Nos últimos anos diversos estudos têm pesquisado fontes eficientes de luz, como o
LASER - light amplification by stimulated emission of radiation (amplificação de luz por
emissão estimulada de radiação) que já existia em teoria desenvolvida por Einstein desde
1916, e o LED - light emitting diodes (diodo emissor de luz) desenvolvido pela NASA em
1998 (MUMIC; SILVA, 2015). A utilização da luz tem sido aplicada como ferramenta
terapêutica para inúmeras doenças e condições de pele, melhorando métodos eficientes de
54

detecção de micro-organismos patógeno e melhorando as tecnologias de iluminação de


exames clínicos. Os estudos acerca de seu potencial de uso nas ciências da saúde ainda se
apresentam incipientes (PINHEIRO; ALMEIDA; SOARES, 2017).

3.2.1.1.1 Lanterna Clínica

A inspeção da pele no exame físico necessita de luz ambiente favorável ou luz


artificial preferencialmente branca e de intensidade suficiente para melhorar o campo de
visão, de forma a facilitar a identificação de alterações da coloração da pele e mucosas. A
lanterna clínica também favorece a visão de áreas não alcançadas pela iluminação natural,
como cavidades, e ainda, é utilizada para verificação de reflexos fotomotores (PORTO;
PORTO, 2014).

No caso da iluminação artificial, existem lanternas e focos de luz a base de lâmpadas


halógenas ou de LED. As lâmpadas halógenas são lâmpadas incandescentes, consideradas
uma fonte de luz ineficiente pois 90% da energia de entrada é perdida como saída quente, ou
seja, são lâmpadas que convertem um percentual mínimo da eletricidade consumida em luz,
sendo que o restante é eliminado em forma de calor. Ainda podem apresentar outros
limitantes como o cuidado no seu manuseio pelo risco de provocar queimaduras térmicas no
indivíduo examinado (SANTOS et al., 2015).

O LED pertence a categoria dos diodos semicondutores e quando polarizado


diretamente, emite radiação luminosa visível ou não visível ao olho humano. Pode ser
utilizado unicamente para a função de iluminação, como também para utilização terapêutica.
A utilização da lanterna clínica a base de LED permite uma maior homogeneização da cor
branca quando comparada as lâmpadas halógenas convencionais, consome menos energia,
fornece uniformidade de iluminação sem pontos escuros e monocromaticidade, facilitando
a inspeção do tecido, análise das suas verdadeiras cores e detecção de problemas (INPI,
2016).
55

3.2.1.1.2 Luz de Wood

A Luz de Wood (LW), inventada em 1903 por Robert Wood, tem sido utilizada
para avaliar profundidade de manchas, espessamento de pele e para definir extensão, grau e
localização de lesões dermatológicas. É aplicado na estética para detecção de discromias,
mas também auxilia na identificação de dermatofitoses, infecções bacterianas e leveduras. É
um dos equipamentos mais úteis para a diferenciação de pitiríase versicolor do eritrasma e
da dermofitose (OLIVEIRA; MAZOCCO; STEINER, 2002; MANELA-AZULAY et al.,
2010).

Não dispensa a avaliação com lanterna clínica de luz branca, mas pode
complementar o exame dermatológico. Lesões com pigmentação melânica discreta ou em
regiões com fotodano extenso, podem não apresentar visibilidade suficiente sob a luz branca
para distinção das áreas de pigmentação clara das áreas normais da pele, devido à falta de
contraste. A razão disto é que, principalmente, a derme reflete os comprimentos de onda
mais longos e, assim, reduz o contraste da imagem perceptível ao olho do examinador
(CASTRO et al., 2015).

Esta tecnologia constitui um método de observação e diagnóstico baseado no


fenômeno de fluorescência da superfície cutânea (Figura 6). A radiação ultravioleta (RUV)
de onda longa emitida pela LW origina-se de um arco de mercúrio de alta pressão que passa
através de um filtro de silicato de bário, com 9% de óxido de níquel. Esse filtro permite a
passagem de ondas de RUV que se situam na faixa entre 320nm e 400nm, com pico em
365nm. (LW) A fluorescência do tecido é derivada, principalmente, dos constituintes da
elastina, colágeno, aminoácidos aromáticos, nicotinamida adenina dinucleotídeo (NAD), e
de precursores ou produtos da melanina (MANELA-AZULAY et al., 2010).

Em casos de lesões cutâneas com maior concentração de melanina epidérmica o


profissional a visualizará com um contraste mais escuro em relação à pele normal
circunscrita. Quando a LW ilumina uma epiderme com grande quantidade de melanina, a
maioria é absorvida, enquanto a pele adjacente, menos pigmentada, reflete luz como de
costume, resultando em contrastes na borda entre às áreas com gradientes distintos de
melanização. Com esse entendimento, a tecnologia apresenta potencial na avaliação da pele
durante o tratamento de melasmas, podendo incluir o uso de fotografia clínica de dentro da
56

LW, de modo a facilitar o acompanhamento para análises e comparações (SEELIG; LOPES;


PAULA, 2012).

O exame deverá ser realizado sobre a pele limpa e isenta de todas e quaisquer
substâncias. Devido a radiação ultravioleta, a luz não deve ser dirigida aos olhos. Neste
sentido, é preferível que o cliente permaneça com os olhos na hora da observação com
proteção ocular. É necessário criar previamente uma escuridão total na área que será
observada para a efetividade do exame. Se faz importante também, aguardar três a quatro
minutos com a luz acesa para aquecimento de modo a atingir o seu poder de radiação
máximo. A distância da luz, em relação a área da pele examinada, é recomendada em
aproximadamente 20-25 cm (SEELIG; LOPES; PAULA, 2012).

A interpretação segura dos signos da pele requer o conhecimento de que cada


substância tem um comportamento distinto face às radiações susceptíveis de produzir
fluorescência. As manchas homocrômicas têm limites mais definidos, nas manchas
hiperpigmentadas quando a localização é de nível epidérmico (no caso de sardas, por
exemplo), acentua as anomalias e pelo contrário, quando o pigmento é dérmico, suaviza-as,
contribuindo com o diagnóstico e prognósticos (SEELIG; LOPES; PAULA, 2012).

Figura 6: Identificação de patologias com a lâmpada de Wood

Fonte: BVDL (2018).


57

3.2.1.1.3 Termometria Infravermelha

A termologia foi, primeiramente, documentada em 400 a.C. por Hipócrates. Nesta


época, Hipócrates desenvolveu a teoria de que “Em qualquer parte do corpo, se houver
excesso de calor ou de frio, a doença existe e é para ser descoberta.” O cientista William
Hershell descobriu o que hoje chamamos de infravermelho, que descreve uma extensão
específica do espectro electromagnético, uma escala usada para classificar várias formas de
emissão de energia. A teoria de Albert Einstein sobre o efeito fotoelétrico também significou
fundamental ganho para expandir a compreensão dos fundamentos físicos da energia
infravermelha (CÔRTE; HERNANDEZ, 2016).

A temperatura corporal pode ser dividida em temperatura central, correspondente


aos tecidos profundos do corpo e que permanece quase constante (variação diária de ±0,6ºC)
ou em temperatura cutânea, equivalente a temperatura superficial da pele que aumenta e
diminui com relativa facilidade, em consonância com as variações da temperatura do meio
ambiente (OLIVEIRA, 2010).

O aumento da temperatura cutânea é um sinal clássico de infecção da ferida, trauma


repetitivo e inflamação profunda. Os termômetros infravermelhos cutâneos podem existir no
formato sem contato ou com contato, auxiliando a detectar aumentos nas temperaturas da
superfície da pele. Estas tecnologias podem ser utilizadas na prática clínica dos provedores
de cuidados de feridas registrando a normotermia, hipotermia e hipertermia de tecidos, com
suas leituras de temperatura confiáveis para identificar e quantificar estes gradientes que
juntamente com outros sinais podem estar associados a infecção e envolvente da ferida
ou lesão tecidual devido ao microtraumatismo repetido (MUFTI; COUTTS; SIBBALD,
2015).

A perda de umidade na lesão por evaporação, é seguida de resfriamento do tecido


e consequentemente afeta o seu processo cicatricial. O resfriamento estará causando
vasoconstrição e aumentando a necessidade de oxigênio da hemoglobina, diminuindo a
oferta de oxigênio livre para leucócitos. Estudos tem mostrado o aumento significativo na
atividade mitótica em feridas cujo curativo mantinha a temperatura próxima da temperatura
corporal (PAGE; MAGAREY; WIECHULA, 2016).
58

A literatura considera uma temperatura média de 36 °C para otimizar a cicatrização


e atribui dificuldades de epitelização em temperaturas abaixo de 33°C. A ferida na
temperatura corporal ou perto dela, está associada a uma atividade mitótica
significativamente maior. O tipo de terapia escolhido pelo profissional pode influenciar os
parâmetros do leito da ferida, uma diminuição da temperatura de 2ºC é suficiente para afetar
a biologia do processo cicatricial. Estudos in vitro concluíram que 33ºC é o nível crítico no
qual neutrófilos, fibroblastos e células epiteliais tem sua atividade celular diminuída.
Leucócitos apenas recuperam sua atividade mitótica normal após quatro horas da
normotermia retomada (PAGE; MAGAREY; WIECHULA, 2016).

Um estudo australiano realizado por enfermeiros em 2004 (MCGUINESS;


VELLA; HARRISON, 2004), verificou a partir de um termômetro cutâneo infravermelho
de contato, as temperaturas do leito de feridas de pacientes com feridas resultantes de trauma
ou desbridamento cirúrgico. Foi avaliada a temperatura de superfície da cobertura em 133
episódios, sendo que as avaliações ocorreram antes da mudança de curativo e, em seguida,
a cada cinco minutos. Os resultados apontaram que o leito das feridas mantinha, em média,
temperaturas abaixo do limiar de 33 graus oC imediatamente após a retirada do curativo
(média: 32,7 graus C) e durante o procedimento de mudança de curativo caíram dois graus
(média: 29,9 graus C). A temperatura pré-processual voltava em uma média de 23 minutos,
concluindo a importância da qualificação da avaliação térmica da pele pela termometria
infravermelha e da manutenção de um leito de ferida que promova uma temperatura
normotérmica (MCGUINESS; VELLA; HARRISON, 2004).

3.2.1.1.4 Oxímetria

O oxímetro de pulso (FIGURA 7) se baseia na lei de Lambert-Beer-Bouguer e


consiste em medir a absorção de um feixe de luz infravermelho pela oxihemoglobina quando
passado por um leito vascular arterial. É um método simples e não-invasivo baseado na
análise espectrofotométrica da luz transmitida e absorvida pela hemoglobina, combinado
com pletismografia que permite a detecção da luz pulsátil e forneça dados de amplitude e
frequência de pulsação (PÉREZ et al., 2017). No aspecto da atenção à saúde da pele, se torna
importante no auxílio da verificação de perfusão periférica da área acometida pela lesão
(GAMBA; PETRI; COSTA, 2016).
59

Esta tecnologia emite luz vermelha e infravermelha, ou seja, dois comprimentos de


onda, a de hemoglobina oxigenada (O2Hb) e a desoxihemoglobina ou hemoglobina reduzida
(RHb). Com um comprimento de onda de 660 nm, a luz vermelha é mais absorvida pela RHb
e a 940 nm, a luz infravermelha tem maior absorção pela O2Hb. Essas luzes de diferentes
comprimento de ondas são passadas através da pele, chegando ao ramo arterial e
determinando o percentual de saturação de oxihemoglobina (SatO2), permitindo detectar a
hipóxia quando presente (PÉREZ et al., 2017).

Figura 7: Oxímetro de Pulso

Fonte: Garatherm oxy control (2018).

Além desta tecnologia, a oximetria também pode ser mensurada pelo oxímetro
transcutâneo (FIGURA 8). Apesar de não entrar na categoria de tecnologias da interação luz-
tecido, é uma medida local não invasiva que reflete a quantidade de O2 que se difundiu dos
capilares através da epiderme, demonstrando a capacidade do corpo em fornecer oxigênio
aos tecidos. A mensuração do oxigênio transcutâneo reflete esta capacidade do estado
metabólico, que se torna importante tanto para a determinação da oxigenação vascular
periférica, quanto para quantificar de melhor forma o grau de comprometimento de uma
lesão e sua predição de cura, determinação do nível de amputação, avaliação de
procedimentos de revascularização e seleção de candidatos para oxigenoterapia hiperbárica
(PERIMED AB, 2018).

Tecnicamente, o oxímetro transcutâneo funciona a partir de um eletrodo que aquece


o tecido (superfície de contato), de forma a criar uma hiperemia local que intensifica a
60

perfusão sanguínea e aumenta a pressão de oxigênio. Este calor dissolverá a estrutura lipídica
das células mortas, queratinizadas, na camada epidérmica, tornando a pele permeável à
difusão gasosa. No caminho, o oxigênio pode ser consumido pelas células se o metabolismo
for alto. Este eletrodo é do tipo Clarck, que permite medir a concentração deste oxigênio que
atinge a sua superfície catalítica (PERIMED AB, 2018).

Figura 8: Oxímetro Transcutâneo

Fonte: Perimed AB (2018).

A hipóxia causa a incapacidade de cicatrização das feridas. Este processo cicatricial


em sua normalidade requer uma sequência ordenada de etapas envolvendo o controle da
contaminação e da infecção, a resolução da inflamação, a regeneração da matriz de tecido
conectivo, angiogênese e a reepitelização. Sabe-se que a velocidade média com que feridas
normalmente cicatrizam é dependente de oxigênio. A replicação de fibroblastos, a deposição
de colágeno, a angiogênese, a resistência à infecção e a fagocitose com destruição
intracelular leucocitária de bactérias, são respostas oxigênio-sensíveis essenciais para a
cicatrização. Em uma perfusão normal do tecido perilesional, expressivos gradientes de
oxigênio da periferia para o centro hipóxico da ferida serão suficientes para sustentar uma
resposta cicatrizante adequada (FELDMEIER, 2003).

As leituras da oxímetria de pulso e oxímetria transcutânea, podem permitir uma


avaliação quantitativa direta da disponibilidade de oxigênio para a pele que circunda a ferida
e uma medida indireta do fluxo sanguíneo na microcirculação perilesional, refletindo melhor
61

as possibilidades de sucesso ou fracasso de cicatrização. Estudos clínicos apontam que na


identificação dos riscos de cicatrização de lesões ou de cotos de amputação, definir a hipóxia
perilesional é determinante na compreensão primária da futura falha de cicatrização tecidual
(FELDMEIER, 2003).

3.2.1.1.5 Venoscópio

O venoscópio é um transiluminador cutâneo na opção portátil ou de mesa, não


invasivo, utilizado para melhorar a visualização da estrutura venosa, a partir de uma
pluralidade de lâmpadas de LED. É basicamente uma fonte de luz com uma certa intensidade
e faixa de comprimento de onda (JIřÍčEK, 2017).

Os dispositivos originais da década de 1960 não eram de boa portabilidade,


utilizavam cabos de fibra óptica, geravam aquecimento local e esta longa exposição ao calor
ocasionava vasodilatação e vermelhidão da pele. Hoje são equipamentos de uso portátil
formados por diferentes LEDS com diferentes comprimentos de onda, como branco, verde
e vermelho, que ao passar sobre a pele tem sua luz absorvida pela rede vascular, gerando o
contraste apropriado que permite evidenciar a estrutura venosa (JIřÍčEK, 2017).

A sua aplicação para visualização dos vasos sanguíneos é diversa, e a sua utilidade
pode ser melhor explorada na avaliação dermatológica, já que permite verificar tanto calibre,
extensão e direção vascular. Pode estar presente na avaliação da presença de infiltrações
intravenosas, na avaliação do trajeto vascular que exija demasiada precisão como no caso de
neonatos e hemofílicos, ou até mesmo guiando procedimentos estéticos como o de
escleroterapia (YUCHA; RUSS; BAKER, 2015).

O espectro da radiação eletromagnética na região do infravermelho destes


equipamentos varia aproximadamente de 800 a 10000nm. As principais estruturas que
possibilitam a marcação e o posicionamento dos vasos sanguíneos em tempo real são a
hemoglobina, presente de forma abundante nas hemácias, a gordura e a água. As diferentes
expressividades da interação de luz com estes cromóforos, variam em consonância com o
comprimento de onda utilizada pelo equipamento. Ao momento em que a luz é entra em
contato com a pele, a mesma é absorvida pelos cromóforos presentes nos tecidos, a imagem
refletida das estruturas é detectada por uma câmera de vídeo que possui um filtro para
62

infravermelho, impedindo que raios visíveis atinjam a mesma, sendo processada e em


seguida emitida de volta para a pele do paciente por um projetor (MEDEIROS NETO;
NICOLAU, 2012).

Foi testada a sua utilização diante do diagnóstico das telangiectasias e os resultados


foram positivos, principalmente quando comparados aos resultados com ultrassonografia,
uma vez que a utilização de gel condutor do ultrassom, dificulta a demarcação e palpação
venosa do local. Nas flebotomias também favoreceu a visualização do calibre e a
profundidade dos vasos, mesmo de veias remanescentes de visualização está comprometida
pela presença de hematomas locais (MEDEIROS NETO; NICOLAU, 2012).

3.2.1.2 Tecnologias Ecográficas

A ecografia é resultado de uma reverberação múltipla das ondas sonoras e o Hertz


é a medida utilizada para medir o seu número de vibrações por segundo. Quanto maior o
número de Hertz, mais agudo será o som, quanto menor o número de Hertz, mais grave será
o som. A produção do som em uma frequência superior à qual humanos conseguem escutar,
foi estudada pelos irmãos Curie em 1880 e ficou conhecida como ultrassom (SANTOS;
AMARAL; TACON, 2012).

O desenvolvimento de dispositivos com frequências superiores a 15 MHz permitiu


a diferenciação das camadas da pele, aumentando consideravelmente seu uso em
dermatologia no estudo de estruturas superficiais. São exames completamente indolores e
não radioativos, baseiam-se na reflexão de ondas sonoras através do tecido. De acordo com
a estrutura anatômica, vascularização e densidade, as ondas ultrassônicas são refletidas de
volta ao transdutor que as transforma em uma escala de cinza ou de cores, no caso do Doppler
colorido, observadas ao monitor (BARCAUI et al., 2014).

Atualmente, os exames ecográficos acomodam-se confortavelmente ao paciente,


onde o transdutor é o responsável por transformar os ecos refletidos pelo interior do corpo
humano em sinais que serão decodificados eletronicamente em uma imagem (SANTOS;
AMARAL; TACON, 2012).
63

3.2.1.2.1 Ultrassonografia

A ultrassonografia é utilizada na dermatologia desde 1970 para avaliar o


espessamento cutâneo (FIGURA 9), comprometimento tecidual de lesões cavitárias, fístulas,
determinações de coleções líquidas, visualizações de abscessos e ação de coberturas
especiais no tratamento de feridas (GAMBA; PETRI; COSTA, 2016).

Apesar de ter seu uso ainda pouco difundido pelos especialistas da pele, esta
tecnologia pode contribuir muito na definição de espessura de placas de psoríase, hanseníase
e esclerodermia. Também permite avaliar diâmetros, volumes e espessuras de reações
histamínicas (SILVA; CASTRO, 2010). Assim, pode ser utilizado no estudo de processos
inflamatórios (dermatoses inflamatórias, paniculite, granulomas), corpos estranhos, trauma,
cistos sebáceos e epidermóides, tumores benignos e malignos, possibilitando identificar
lesões profundas e impalpáveis, detectar alterações nos tecidos vizinhos, avaliar efeitos da
terapia com esteroides, identificar inflamações, infecções, hemorragias e fibrose cicatricial
(SILVA; CASTRO, 2010).

Transdutores com frequência maior que 15 MHz possibilitam uma melhor avaliação
de estruturas superficiais ampliando significativamente seu uso na avaliação de lesões
cutâneas, e anexos, pois possibilitam distinguir as camadas e estruturas cutâneas. Contudo,
equipamentos com frequência acima de 20 MHz são os que apresentam melhor resolução
para o estudo de estruturas superficiais (BARCAUI et al., 2014).

Figura 9: Imagem emitida por um ultrassom*

Fonte: Barcaui (2014)


64

3.2.1.2.2 Doppler

A tecnologia de ecografia Doppler do fluxo sanguíneo, possibilita identificar o


comportamento hemodinâmico das lesões arteriais ou venosas (FIGURA 10) e também a
realização do índice tornozelo braço (ITB) (FIGURA 11). É um método simples, de bom
custo-efetivo e não invasivo para detecção precoce de doença arterial obstrutiva. Esta
tecnologia é recomendada na prática clínica diária (MOTA et al., 2017).

O ITB é calculado dividindo-se o maior valor da pressão sanguínea sistólica da


artéria tibial posterior pelo maior valor da pressão sanguínea sistólica da artéria braquial,
utilizando-se do esfigmomanômetro e do Doppler portátil e com o paciente em decúbito
dorsal. O ITB maior ou equivalente a 1,0 é considerado dentro da normalidade, abaixo de
0,9 indica insuficiência arterial capaz de levar ao desenvolvimento de úlcera e prejudicar o
processo de cicatrização. Abaixo de 0,8 indica alteração arterial importante, em que
possivelmente a diminuição da luz do vaso é o motivo desencadeante de alguma lesão.
Enquanto este índice inferior a 0,5 sugere lesão profunda e o paciente provavelmente
apresenta sinais de obstrução grave com necrose tecidual, dor intensa e risco de amputação
grave se não revascularizar (GAMBA; PETRI; COSTA, 2016).

Além da tradução e amplificação do som do movimento vascular, também existirá


equipamentos da sua tradução para imagem, avaliando a anatomia vascular através das ondas
de velocidade de fluxo sanguíneo produzidas pelo ultrassom ao incidir nos vasos. A onda de
velocidade de fluxo é composta pelas variações da frequência do ultrassom refletido pelas
hemácias contidas no sangue em movimento. A frequência das ondas refletidas por objetos
em movimento, como as células vermelhas do sangue, sofre uma alteração proporcional à
velocidade do alvo, colorindo o fluxo sanguíneo e fornecendo dados sobre a pressão
intravascular, que permitem analisar com maior precisão o sistema vascular superficial e
profundo, determinando assim a origem de refluxo, extensão, presença de perfurantes e a
existência de eventos trombóticos (COREN-SP, 2010).

Além de possibilitar a avaliação do fluxo sanguíneo em condições de feridas


venosas e arteriais, o Doppler tem se mostrado efetivo para estimar a profundidade de
queimaduras e auxiliar a avaliação clínica das lesões. A profundidade da lesão de
queimadura é um determinante chave do tempo de cicatrização, estabelecendo a diferença
65

entre as queimaduras cutâneas superficiais que curarão espontaneamente dentro de 21 dias e


queimaduras dérmicas profundas que podem resultar em um tempo de cicatrização maior. A
avaliação da progressão da profundidade da ferida queimada e do fluxo sanguíneo
microvascular dérmico, é beneficiada com utilização da tecnologia ecográfica Doppler
principalmente na fase clínica em que o prognóstico da queimadura se encontra
indeterminado (WEARN et al., 2018).

Enfermeiros realizam exame com Doppler para avaliação dos pulsos pediosos,
tibial e poplíteo, manifestações clínicas da doença venosa e arterial e obtendo maiores
parâmetros para sua classificação da ferida e prescrição de cuidados de enfermagem a serem
implementados ao paciente. A Sociedade Brasileira de Estomaterapia apresenta, dentre as
competências do Enfermeiro Estomaterapeuta, o cálculo do ITB por meio da utilização de
Doppler vascular periférico para atividades relacionadas à prevenção e tratamento de úlceras
vasculogênicas de origem venosa, úlceras neurotróficas por Doença de Hansen, úlceras
vasculogênicas de origem arterial (diabética ou não) e úlceras diabéticas (COREN-SP,
2010).

Figura 10: Imagem emitida por um Doppler

Fonte: Insight Medical Publishing (2018).


66

Figura 11: Técnica de medida do índice sistólico tornozelo-braço por meio de Doppler

Fonte: Abbade; Lastória (2006).

3.2.1.3 Tecnologias do Aumento de Imagem

As tecnologias de aumento de imagem possuem longa trajetória histórica do seu


desenvolvimento, aperfeiçoamento e prática de uso. A microscopia teve seu uso pioneiro na
avaliação clínica de superfície pelo médico Petrus Borrelius em 1620. Dois séculos mais
tarde, em 1878, Ernst Karl Abbe, físico alemão e autor de diversos trabalhos sobre a refração,
escritos em conjunto com Carl Zeiss, experimenta usar azeite de cedro em substituição de
água, para aumentar a resolução do microscópio e conseguir, desta forma, imagens com uma
maior nitidez e ampliação (DOMÍNGUEZ; KIESELOVÁ, 2016).

Em 1892, Greenough desenvolveu um aparelho binocular com objetivas


posicionadas a 14 graus uma da outra, conseguindo aumentar a visualização da epiderme até
1720 vezes. No início do século XX, Lombard desenvolve um microscópio com aumento de
60 diâmetros, porém era um equipamento grande e de pouca precisão, iluminação ainda
deficiente e tinha a necessidade de comprimir os tecidos observados, retirava a exatidão das
imagens visualizadas (DOMÍNGUEZ; KIESELOVÁ, 2016).

Em 1921, por primeira vez o termo “dermatoscopia” é citado por Johan Saphier,
quem destaca entre as aplicações: o estudo dos capilares da pele normal e patológica,
visualização de nevos e também salienta a sua utilidade para estudar os diferentes aspectos
67

que caracterizam a tuberculose e a sífilis e suas diferenciações. Em 1933 surge o colposcópio


para exames ginecológicos e em 1958 é desenvolvido o primeiro dermatoscópio
(DOMÍNGUEZ; KIESELOVÁ, 2016).

3.2.1.3.1 Dermatoscópio

A Dermoscopia é uma técnica de diagnóstico que pode diminuir a refração e a


reflexão na pele. É um instrumento portátil que possui uma fonte de luz transiluminada e
ótica ampliada padrão. Facilita a visualização de cores e em estruturas de pele localizadas
dentro da epiderme, junção dermoepidérmica e derme papilar, que de outra forma não são
visíveis a olho nu. Melhora assim a precisão diagnóstica, sensibilidade e especificidade para
o reconhecimento da presença de rede de pigmento atípico, assimetria dermática e avaliação
de ferimentos (MARGHOOB; USATINE; JAIMES, 2013).

Pérez (2017) refere que é um equipamento importante parava avaliação das lesões
pigmentadas, assim como, reconhecimento precoce de lesões possivelmente malignas e tem
proporcionado maior clareza na presença de lesões não reconhecidas, somando-se ao
conhecimento do examinador e aos algoritmos clínicos existentes. Não demanda muito
tempo de uso, as maiores limitações estão no custo do produto e na necessidade de
capacitação prévia (PÉREZ, 2017).

Entre as variedades dos equipamentos existem os não digitais, com lâmpada


halógena, com lâmpada de LED, iluminação polarizada, digitais conectados a monitor ou a
câmeras fotográficas e lentes dermatoscópicas capazes de serem acopladas como dispositivo
celular, associados a softwares de processamento e ainda, com diferentes capacidades de
aumento (PÉREZ, 2017).

3.2.1.3.2 Lupa Clínica

Um dos mais simples instrumentos de aumento de imagem, a lupa, cujo uso data do
ano de 1300 e foi pouco explorada em sua vasta possibilidade de uso, já que não se conhecia
muita a respeito sobre a refração da luz. Na época, alguns obstáculos religiosos fizeram com
que a utilização de instrumentos para multiplicar, desviar, expandir ou reduzir, duplicar ou
68

inverter as imagens visuais fossem muitas vezes entendidos como meios de distorção da
verdade (PUYUELO; BESCOS, 2002).

Atualmente se dispõe de inúmeros tipos, assim como seu aumento de imagem é em


diferentes tipos de ofícios. As lupas variam consideravelmente em portabilidade, modo de
fixação para uso, intensidade de ampliação, campo de visão, distância de trabalho, tamanho
e portabilidade, preço e características adicionais (por exemplo, iluminação embutida)
(BLAZÉ, 2009).

A lupa clínica é um instrumento óptico de aumento dermatológico muito utilizado


nos serviços de saúde por profissionais que realizam este tipo de exame, já que pode ser
considerada uma prática clínica relativamente simples e convencional para a avaliação de
lesões. Seu funcionamento se dá através de uma lente convergente que necessita de um
distanciamento focal específico para conjugação adequada da imagem, porém, a variedade
de tipos existentes destes instrumentos na utilização em dermatologia deve-se ao fato de que
muitos aspectos influenciam na escolha do equipamento a se adquirir. É necessário avaliar
se o tempo de observação será rápido ou prolongado, a distância a qual se pretende visualizar
a pele, o fácil ajuste focal nas mudanças de posição, a necessidade de fontes de luz acopladas,
a precisão do aumento e também deve-se considerar a fadiga ocular ou inconvenientes
ergonômicos proporcionados ao profissional clínico (QIHONG; YANGXIN; HUIWEN,
2017).

3.2.1.4 Tecnologias da Captação de Imagem

3.2.1.4.1 Fotografia Clínica

O surgimento da fotografia ocorreu no século XIX e marcou a sua utilização no


campo da saúde, percorrendo um longo caminho de evolução tecnológica. É um instrumento
de captação de imagem, acompanhamento do estado clínico, avaliação de alterações
morfológicas, assim como, de demonstração e análise do progresso terapêutico. A
abordagem do acometimento aos tecidos cutâneos, mucosos e adjacentes se beneficia desta
ferramenta e tem recebido grande proporção de uso pelos profissionais na medida em que
permite maior precisão para a avaliação de ferimentos ou demais condições clínicas da pele
(VIANA; FONSECA; MENEZES, 2018).
69

Este registro fotográfico para enfermagem dermatológica, tem como função estar
fornecendo informações precisas quanto ao tamanho da lesão, coloração e comprometimento
tecidual, condições de tecido perilesional e também aspectos de eficácia das terapêuticas
adotadas e de procedimentos realizados (VIANA; FONSECA; MENEZES, 2018). É uma
tecnologia de incorporação crucial na prática clínica dos enfermeiros que avaliam lesões de
pele, pois estão em posição de serem cientistas objetivos e a fotografia se torna uma forma
suplementar de documentação para este tipo de trabalho (LYNCH; DUVAL, 2011).

A ciência de uma fotografia digital, basicamente, é possuir uma série de lentes que
focam a luz para criar a imagem de um objeto. Esta luz exterior se concentra em um
dispositivo semicondutor que a registra eletronicamente. Os responsáveis pela formação da
imagem são pontos luminosos denominados pixels, que são a medida da capacidade de
resolução da câmera. A questão de qual é esta resolução ideal para a fotografia dermatológica
tem sido um tópico frequentemente discutido. Alguns autores apontam que, para todos os
efeitos práticos na dermatologia clínica, baixas resoluções de câmera já apresentam nitidez
suficiente para determinados casos. No entanto, a fabricação atual destes dispositivos já
compreende maiores resoluções e também ao considerar a sua rápida evolução tecnológica
de mercado, pode-se entender improvável que a resolução seja uma questão importante a se
discutir no futuro, no que diz respeito à fotografia digital em dermatologia (KALIYADAN
et al., 2008).

A tecnologia avança passos gigantes no campo das câmeras digitais, e não é fácil
optar entre os recursos que incorporam os novos modelos. O tipo de equipamento a se
escolher está entre: as câmeras de reflexo de lente única (SLR), as de reflexo de lente única
digital (DSLR), as compactas ou as sem espelho (mirrorless). As câmeras SLR e DSLR são
caracterizadas por terem um espelho que reflete a luz que entra na lente e a envia para o
pentaprisma, são câmeras volumosas e com um preço mais alto, mas com um sensor maior
e boa qualidade de imagem. As DSLR, por serem digitais são mais comumente utilizadas
hoje, possuem adaptadores para flash anular e as imagens são captadas como visualizadas
no viewfinder (visor da imagem na câmera) do equipamento (BARCO; RIBERA;
CASANOVA, 2012).

As câmeras compactas, ou point-n-shoot, não possuem espelho para refletir a


imagem no visor e, portanto, têm um corpo menor e mais compacto. A imagem é exibida na
tela de cristal líquido já que geralmente não possuem viewfinder. Apresentam a vantagem
70

do baixo peso e volume que as tornam muito gerenciáveis e transportáveis, porém, a


qualidade da imagem que geram é inferior à dos outros tipos de câmeras. As mirroless, como
o nome já diz, apresentam-se sem espelho assim como as compactas, no entanto, o
diferencial está em um funcionamento superior como a capacidade de fixar lentes macro de
alto desempenho (BARCO; RIBERA; CASANOVA, 2012).

Ainda é possível encontrar equipamentos específicos para imagiologia clínica


dermatológica, projetados para alcançar alta resolução dos tecidos e até mesmo capacitados
com lentes dermatoscópicas. Estes equipamentos ainda podem contribuir com a praticidade
de uso nos cenários de saúde, com design apropriado para facilidade de limpeza e cuidados
com contaminação, lentes polarizadas e não polarizadas, terem uso facilitado e intuitivo ou
exigirem maior complexidade, existindo dentre modelos DSLR, point-n-shoot, mirroless e
também no formato de dispositivo acessório para smarthphones (DERMLITE, 2018).

A utilização de câmeras de smartphones tem sido muito aplicada para o uso clínico
rotineiro dos profissionais. A principal vantagem que acompanha este uso é a facilidade de
captura a partir de um equipamento comumente utilizado e também a facilidade de
transferência destas imagens. O compartilhamento das fotografias por estes dispositivos,
beneficia tanto aos profissionais que podem discutir casos clínicos com demais estudiosos
da área, como aos pacientes que muitas vezes por questão de logística ou urgência se dispõe
a compartilhá-las com seu clínico de modo a economizar tempo ou outros recursos. Entre as
desvantagens e limitações da fotografia por smartphone, precisa-se ressaltar que existem
diversas capacidades de resolução destes aparelhos, mas o grande fator que tem afetado a
nitidez de sua captação de imagem é a baixa consistência de iluminação que dificulta, por
exemplo, o registro adequado de lesões pigmentares (FIGURA11) (ASHIQUE;
AURANGABADKAR; KALIYADAN, 2015).

Figura 12: Registro fotográfico de lesões pigmentares retirada no modo de flash automático
com diferentes câmeras
71

Fonte: Ashique; Aurangabadkar; Kaliyadan (2015).

Também se faz importantes destacar, seja qual for o tipo de equipamento para a
fotografia clínica, que se deve adotar medidas de controle de infecção, já que se corre o risco
de contaminação da câmera por contato e por proximidade durante a troca de curativo por
exemplo, que pode favorecer contaminação de forma aerossolizada, assim como,
inadequadas práticas de higienização de mãos e da própria tecnologia (VIANA; FONSECA;
MENEZES, 2018).

A sua aplicação na prática clínica como instrumento de análise, deve ser realizada
de forma padronizada, com o rigor científico e aspectos éticos específicos como em qualquer
outra prática fundamentada nas ciências biológicas (SANTO et al., 2018; VIANA;
FONSECA; MENEZES, 2018).

O mínimo de desfocagem pode afetar a visualização, e pode não se mostrar tão


óbvia até visualizadas em monitor, o que sugere conveniente ter uma cópia extra de cada
ponto de foco para que a melhor imagem possa ser selecionada. Para lesões generalizadas, é
adequado tirar fotos de pelo menos três faixas de reconhecimento: uma visão vertical
completa do paciente mostrando a extensão e a distribuição da lesão, um plano de distância
média mostrando o arranjo e a sua configuração e uma visão de perto representando apenas
a lesão, podendo incluir alguma referência anatômica se apropriado. Nas fotos aproximadas
é aconselhável o registro de mais de um tipo de ângulo, incluindo fotos oblíquas (SANTO
et al., 2018).
72

No caso da fotografia microscópica, que muitas câmeras podem permitir para


imagens básicas como em microscopia do cabelo, sarna ou pediculose, à frente da lente da
câmera pode ser colocada no olho e a imagem tirada no modo automático ou com uma
velocidade rápida do obturador. As imagens reais da histopatologia da pele requerem,
idealmente, o uso de unidades de câmera integradas ao microscópio (SANTO et al., 2018).

Atualmente, a captação de imagens se tornou uma ferramenta valiosa aos


enfermeiros, equipamento tão comumente utilizado por estes profissionais quanto os seus
estetoscópios. Através da fotodocumentação, o tempo pode ser interrompido e o histórico
capturado (LYNCH; DUVAL, 2011). Embora a tecnologia da fotografia clínica tenha
evoluído muito desde as primeiras câmeras pinhole dos anos 1800 até as câmeras digitais de
hoje, a composição adequada da imagem para demonstrar a doença ou o processo clínico do
paciente continua sendo uma arte atemporal, não dependendo apenas do equipamento, esta
composição se encontra também nas mãos do fotógrafo clínico, o que exige um olhar para o
aperfeiçoamento das técnicas de uso e para a capacidades de aplicação especializada neste
campo (ASHIQUE; AURANGABADKAR; KALIYADAN, 2015).

3.2.1.5 Tecnologias da Biomecânica da Pele

3.2.1.5.1 Analisador da Umidade, Ressecamento e Elasticidade


Cutânea

Há muito tempo se buscou, e ainda se procura, maior compreensão da relação entre


a hidratação da pele com o seu comportamento biomecânico, incluindo as influências em
sua elasticidade e viscoelasticidade. O conteúdo hídrico do estrato córneo é crucial para a
manutenção da elasticidade, força tênsil, integridade da barreira e resistência elétrica. Entre
os muitos fatores que influenciam a quantidade de água no tecido subcutâneo, pode-se citar
a quantidade de fator umectante natural (NMF), uma mistura complexa de aminoácidos,
ácidos orgânicos, ureia e íons, que é obtido através da lise da filagrina. O envelhecimento, a
radiação ultravioleta e o excesso de produtos de limpeza para a pele, são alguns exemplos
da sua diminuição. Em contrapartida ao processo de desidratação cutânea, o espaço
extracelular da derme contém ácido hialurônico, que com suas propriedades hidrofílicas
possui importante papel de impedir grande fluxo de fluídos (ROSADO et al., 2015).
73

Com a finalidade de poder avaliar esta interação do meio externo, com a interação
intracutânea, desenvolveu-se equipamentos capazes de mensurar funções biomecânicas
pelos produtos de umidade, ressecamento e elasticidade tecidual. Basicamente, algumas
tecnologias utilizam seu método de medida por tempo de percurso da ressonância, de modo
que, transmite-se pulsos de ondas acústicas que se propagam na pele de acordo com a sua
umidade e elasticidade. O tempo que as ondas necessitam para ir do transmissor ao receptor
é o parâmetro de medida. Como as ondas acústicas se propagam com diferentes velocidades
quando percorrem as fibras, pode-se determinar não só elasticidade, mas também a direção
das fibras de colágeno e elastina (REVISCOMETER, 2009).

Existem equipamentos complexos que analisam a viscoelasticidade e anisotropia


cutânea combinando força mecânica com imagem, através de um anel de sucção que desloca
a pele uniformemente em todas as direções com pressão negativa, enquanto uma câmara de
alta resolução localizada no interior da sua sonda monitoriza o deslocamento de cada pixel
por um algoritmo de fluxo óptico (ROSADO et al., 2015).

Por sua vez, o instrumento portátil de leitura dos níveis de umidade, oleosidade e
elasticidade da pele por impedância bioelétrica, apresenta medições em percentuais destes
aspectos e pode ser utilizado em qualquer região anatômica, tendo previamente o
conhecimento dos parâmetros destes indicadores, que variam pela extensão corporal. Alguns
dispositivos ainda podem indicar o fator equilíbrio entre a leitura da umidade, oleosidade e
elasticidade (SKINUP, 2018).

3.2.1.5.2 Diascopia

Na Alemanha, em 1893, Paul Gerson Unna, utilizando azeite de sândalo aplicado


diretamente sobre a epiderme ao mesmo tempo em que se colocava uma lâmina de vidro
sobre esta lesão (tornando-a mais translúcida) obteve uma visualização do aspecto profundo
das lesões de lupus. Concluiu que era possível conseguir a transparência da epiderme e do
corpo papilar, combinando unicamente uma lupa com azeite e exercer vitropressão sobre a
lesão, com uma lâmina, em simultâneo. Surge importante conhecimento sobre aumento de
imagem, mas também, a diascopia (DOMÍNGUEZ; KIESELOVÁ, 2016).

Atualmente, a diascopia, ou vitropressão, é utilizada como uma tecnologia simples,


passível de se aplicar com uma lâmina de vidro ou até mesmo outro equipamento que não
74

retire o campo de visão da pele, como as lupas. Consiste em visualizar uma estrutura
comprimida da lesão, provocando-se isquemia temporária, de forma, a conseguir distinguir
assim uma lesão vascular de uma lesão purpúrica (BIASOLI et al., 2015).

Ao observar-se o processo isquêmico presente, ou seja, seu “esbranquiçamento”


local com retorno da coloração ao momento de retirada do instrumento, compreende-se que
se trata de uma lesão vascular e não purpúrica. Esta técnica pode ser determinante na
identificação da lesão e na proposta de cuidados, portanto trata-se de um bom achado
semiótico (BRASIL, 2008).

3.2.1.6 Tecnologias dos Exames Laboratoriais

A utilização das tecnologias de exames laboratoriais para a avaliação


dermatológica, contribui como parâmetro de acompanhamento do controle metabólico e
como um marcador a ser interpretado visando a recuperação da lesão e do estado geral de
saúde (MARTINS et al, 2016).

Como respaldo legal de base, é a Resolução COFEN 195/97 que dispõe sobre a
solicitação de exames de rotina e complementares por enfermeiros. A solicitação de exames
é parte integrante da consulta de enfermagem regulamentada em 1986, uma vez que o
enfermeiro necessita solicitar exames complementares e de rotina para uma efetiva
assistência ao paciente (COFEN, 1997).

A interpretação de marcadores como hemoglobina, glicemia, albumina sérica,


aporte de zinco, vitamina b12 e vitamina d, são exames especificados na resolução atual do
COFEN 0567/2018 que regulamenta o tratamento de feridas pela equipe de enfermagem. No
mesmo documento, consta o respaldo para solicitação de exames laboratoriais e de
radiografias inerentes ao processo de cuidado, assim como, a coleta para exame
microbiológico quando necessário diagnóstico etiológico de infecção (COFEN, 2018).

Para a organização em Atenção Básica, a portaria vigente nº 2.436, de 21 de


setembro de 2017, traz como atribuição do enfermeiro a solicitação de exames
complementares, observadas as disposições legais da profissão (BRASIL, 2017). Enquanto
que entre as especialidades do estudo da pele que possuem em descrição própria desta
atribuição, destaca-se a Estomaterapia que através da sua associação representativa,
75

SOBEST, define como competência deste especialista a solicitação de exames bioquímicos,


microbiológicos e hematológicos quando pertinente (SOBEST, 2017).

Especificamente para a avaliação dermatológica, a utilização desta tecnologia


permite a identificação de dados importantes para interpretação da saúde da pele, do processo
cicatricial e para diagnosticar potenciais riscos de lesão. O alto índice glicêmico e a depleção
de albumina, por exemplo, podem estar diretamente relacionados com o atraso cicatricial,
por diminuição de processos como o da angiogênese, da proliferação de fibroblastos e da
síntese e remodelação do colágeno. A hemoglobina glicada, a albumina, o hemograma
completo e demais exames, traduzem a resposta metabólica, evidenciando as alterações no
progresso ou retardo cicatricial, o que faz importante para avaliação desta resposta e para o
raciocínio clínico do enfermeiro que atua no tratamento de lesões (MARTINS et al, 2016).

De igual forma o exame de material de cultura de feridas é importante, por se tratar


de um método onde ocorre a retirada da colonização de bactérias para amostras a serem
encaminhadas ao laboratório buscando-se identificar uma infecção tecidual (CARNEIRO;
SOUSA; GAMA, 2012).
76

4 METODOLOGIA

4.1 TIPO DE ESTUDO

Este é um estudo quantitativo que utiliza a metodologia caracterizada como


exploratória descritiva, utilizando-se a técnica Delphi. Estudos de abordagem quantitativa
permitem identificar a natureza profunda das realidades, seu sistema de relações e sua
estrutura dinâmica. Assim, como estudar a força de associação ou correlação entre variáveis,
a generalização e a objetivação dos resultados através de uma mostra que faz inferência a
uma população (ESPERÓN, 2017).

No cenário atual do campo da saúde, a quantidade crescente e a complexidade das


novas informações revelam a necessidade de se desenvolver procedimentos metodológicos
que possibilitem a síntese do conhecimento. O método da técnica Delphi, inclui a seleção
dos especialistas e a consulta a um amplo grupo de sujeitos, com a finalidade de obter,
comparar e direcionar o julgamento desses especialistas para um consenso sobre a área de
estudo, promovendo a convergência de opiniões (COUTINHO et al., 2013).

Destaca-se nesta técnica, a característica de um feedback das respostas com


reavaliação em rodadas subsequentes, o que permite aos sujeitos redefinir seus julgamentos,
com base na visão coletiva do grupo. Além disso, se trata de um método que pode ser
realizado por correio ou meio eletrônico, possibilitando maior adesão de participantes, com
um menor custo, se comparado à participação presencial (COUTINHO et al., 2013).

4.2 CENÁRIO DO ESTUDO

Este estudo realizou sua investigação via questionário online e também utilizou da
plataforma lattes para a busca de especialistas do estudo da pele.

4.3 PARTICIPANTES DO ESTUDO

Foram convidados a participar desta pesquisa enfermeiros especialistas das áreas


de estudos da pele. A determinação destas especialidades se deve a importância de que o
estudo requer profissionais com maior habilidade de avaliação semiológica em
77

dermatologia, associado ao fato de que, possuem uma aproximação de maior significado


com tecnologias semióticas, que vem a ser o tema de investigação.

Para pesquisas de opinião e consenso, a técnica Delphi se torna uma ferramenta


eficaz onde a confiabilidade dos resultados depende da qualidade dos especialistas e não da
quantidade. A literatura preconiza que um grupo heterogêneo garante uma ampla base de
conhecimento e confere maior qualidade aos resultados, por isso foram selecionados
especialistas de diferentes áreas e seguimentos de enfermagem que atuam na avaliação
dermatológica (SANTOS; VILELA; ANTUNES, 2017).

Os profissionais foram identificados a partir da Plataforma Lattes, conforme a


descrição da especialidade no currículo, sendo encaminhado e-mail para consulta de
participação na pesquisa e confirmação de informações. Outra forma de identificação foi a
partir da indicação dos próprios participantes, após solicitada a indicação de contato de
profissional com potencial para participação na presente pesquisa.

Para tanto, utilizou-se os seguintes critérios de inclusão: Ser enfermeiro com título
de especialista em enfermagem dermatológica, enfermagem em feridas, enfermagem forense
(ou pós-graduação em andamento na área), estomaterapia e/ou enfermagem estética (ou pós-
graduação em andamento na especialidade), com mínimo de seis meses de experiência na
sua área de especialização. Aos critérios de exclusão estabeleceu-se: Enfermeiros que não
possuem tempo igual ou superior a seis meses no campo da avaliação dermatológica;
Enfermeiros que por algum motivo manifestaram não estar atuando com avaliação
dermatológica.

O número de experts para gerar informações relevantes ao fenômeno a ser estudado


pode variar considerando que a validade e a confiança da técnica Delphi não aumentam
significativamente com painéis superiores a este número de participantes e que o índice de
abstenção pode variar de 30% a 50% dos especialistas no primeiro ciclo e de 20% a 30% no
segundo (WRIGHT; GIOVINAZZO, 2000) (OKOLI; PAWLOWSKI, 2004).

Selecionou-se 180 enfermeiros especialistas, sendo que destes 110 responderam ao


convite encaminhado via correio eletrônico e participaram do questionário online
(APÊNDICE B), existindo então um total de 38,8% de abstenção.
78

4.4 COLETA DE DADOS

Para compreensão da coleta de dados é importante destacar que a técnica Delphi


possui uma terminologia específica na definição de suas atividades, que são: a) rodada (ou
circulação), na qual é submetido a apreciação do painel de participantes, em mais de uma
ocasião, versões do instrumento es estudo, contemplando as mudanças geradas a partir da
rodada anterior; b) questionário, é o documento (instrumento) que se envia aos especialistas
e do qual se espera uma apreciação por parte dos participantes das rodadas; c) painel é o
conjunto de especialistas que farão a apreciação do questionário ou documento em estudo,
parte do Delphi; d) moderador é a pessoa responsável por recolher as respostas do painel e
preparar os questionários, que no caso, serão os próprios formuladores da pesquisa
(ROZADOS, 2015).

Assim, para a coleta de dados do estudo, da etapa desenvolvida até o momento,


seguiram-se os seguintes passos:

1º Passo: Após submissão e aprovação do comitê de ética e pesquisa, o questionário de


coleta de dados foi construído pelos autores na ferramenta Google Forms®, e posteriormente
encaminhado para um grupo de cinco pesquisadores enfermeiros, que não formavam parte
da amostra, porém teriam conhecimento da temática em questão, cuidados com a pele, para
apreciação do conteúdo. Após, conforme orientado pelo grupo, foram realizadas pequenas
adequações relacionadas a redação, para melhor compressão do questionário. Considerando-
se o instrumento claro e objetivo para o alcançar os objetivos do estudo.

2º Passo: Foram selecionados os potenciais participantes através da plataforma Lattes e do


contato com órgãos representativos das especialidades já discriminadas, além disso, alguns
participantes foram indicados ainda pelos próprios especialistas.

3º Passo: Foi encaminhado questionário para aos especialistas através da ferramenta Google
Forms®, por correio eletrônico, apresentando por meio de convite formal e concessão do
acesso virtual. A coleta ocorreu no mês de abril de 2018.

4º Passo: A partir da data de envio, foi realizado em média uma tentativa de reforço do
convite por semana de forma a assegurar o maior recebimento dos dados pelos respondentes,
antes de se considerar o selecionado como exclusão do painel da pesquisa. Foi dado o prazo
79

de resposta ao período de 14 dias, sendo que o participante poderia solicitar prorrogação do


prazo caso precisasse, o que ocorreu em três momentos da coleta.

Questionário de avaliação

Trata-se de um questionário, construído pelos autores, estruturado de forma os


participantes respondessem as mesmas perguntas, na mesma ordem, de forma anônima e
individual. O conteúdo foi incluído a partir de perguntas construídas com base nas
informações encontradas na literatura acerca das tecnologias semióticas e ao conteúdo que
se refere a avaliar a pele em seus diferentes contextos de saúde. Como relatado
anteriormente, o mesmo foi submetido a apreciação de pesquisadores experiente na área, de
forma que o conteúdo pudesse ser apreciado por peritos, não envolvidos na pesquisa.

Ao acessar o formulário, inicialmente apresentou-se ao participante os objetivos e


justificativa do estudo, metodologia, riscos e benefícios, assim como contribuições esperadas
à profissão, para na sequência, coletar seus dados, incluindo documentos de comprovação
de identidade, local de procedência e de atuação, titulação de especialista e aceite do termo
de consentimento esclarecido.

O instrumento (APÊNDICE B) foi dividido em temáticas: Tecnologias da Interação


Luz-Tecido; Tecnologias ecográficas; Tecnologias do aumento de imagem; Tecnologias da
captação de imagem; Tecnologias da biomecânica da pele e Tecnologias dos exames
laboratoriais. Em cada eixo temático abordou-se uma ou mais tecnologias relacionadas, onde
o participante explanava a respeito do seu conhecimento do equipamento, fatores que levam
o seu uso ou não uso na prática de avaliação dermatológica em consulta de enfermagem,
portabilidade, segurança, custo e também permitiu campos abertos para observações
adicionais do especialista sobre a tecnologia.

O método Delphi é uma técnica prospectiva para obter consensos de um


determinado problema entre profissionais de diferentes áreas, escolhidos em função de uma
inserção social, política ou por trajetória profissional, de forma que possam ser consideradas
pessoas formadoras de opinião no segmento a que se pesquisa. A técnica é definida como
um método de estruturação de um processo de comunicação colegiada (FINKELMAN,
2012). Uma prerrogativa da técnica utilizada ao estudo é permitir a possibilidade de
aprofundar o assunto em rodadas subsecutivas, porém, por inviabilidade de tempo, optou-se
80

pela apresentação da primeira rodada e dar continuidade às seguintes rodadas. Desta forma,
apresenta-se para este estudo os resultados de primeira rodada de questionário.

4.5 ANÁLISE DOS DADOS

Após a devolução dos instrumentos da primeira rodada de opiniões, os moderadores


realizaram a tabulação dos dados por meio de planilhamento para, sequencialmente,
formular uma análise dos dados através de estatística descritiva, considerando o nível de
concordância entre as respostas dos participantes. Os dados receberam tratamento estatístico,
foram realizadas análises de frequência absoluta e relativa. Futuras etapas da pesquisa
contemplarão a análise de concordância entre os avaliadores.

As informações obtidas por meio das considerações abertas que o instrumento


disponibilizou para os participantes do estudo responderem, foram submetidas à análise
temática proposta por Minayo, que visa descobrir os núcleos de sentido que criam uma
comunicação, cuja presença ou frequência signifiquem algo para o objeto analítico visado
(MINAYO, 2014). Para tanto foram percorridas três fases:

1) Pré análise. Nesta etapa as informações coletadas por meio do instrumento foram
analisadas, retomando os pressupostos e os objetivos iniciais do estudo. A pré-análise foi
dividida em duas partes, sendo elas: Leitura flutuante, na qual há o contato direto e intenso
com o material; Constituição do corpus, na qual o conjunto das informações é submetido às
regras de representatividade, homogeneidade e pertinência, atribuindo-se uma unidade de
registro.

2) Exploração do material. Esta etapa constituiu-se na categorização, processo de


redução do texto às palavras e expressões significativas. Desta maneira, o conteúdo das
entrevistas será trabalhado a partir de unidades de registro. Em seguida, os dados serão
classificados e agregados, dando origem às categorias.

3) Tratamento dos resultados obtidos e interpretação. Os resultados permitirão


propor inferências e fazer interpretações, inter-relacionando-as com a leitura consultada e
com os demias resultados da pesquisa.
81

Quadro 1: Exemplo do procedimento de pré-análise de respostas abertas, realizado com


conteúdo abordado em Tecnologias da Interação Luz-Tecido: Lanterna Clínica.

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).


82

Quadro 2- Exemplo de procedimento de análise dos dados de respostas abertas, em


exploração do material abordado com os participantes em Tecnologias da Interação Luz-
Tecido: Lanterna Clínica.

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

4.6 ASPECTOS ÉTICOS

Os aspectos éticos da pesquisa foram respeitados com base na Resolução do


Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) 311/2007 que discorre sobre o Código de Ética
dos Profissionais de Enfermagem, como também nas diretrizes da Resolução 510/2016 do
Conselho Nacional de Saúde (CNS). O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina – CEP/UFSC sob o número
2.595.470/2018 e CAEE: 80349817.2.0000.0121 (Anexo A).
83

Todos os integrantes da pesquisa foram esclarecidos sobre os objetivos e a


metodologia do estudo, bem como assegurados de seus direitos de acesso aos dados. A
inclusão dos participantes ocorreu apenas após aceite do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) solicitado junto a pesquisa, garantindo a confidencialidade da
identidade dos participantes e das informações colhidas (APÊNDICE B). Foi garantido a
eles a liberdade de participar, como também deixar de participar da pesquisa a qualquer
momento, sem prejuízos ou sanções.

Como toda pesquisa oferece riscos, ainda que mínimos, denota-se importante
salientar que como risco deste estudo, compreendeu-se principalmente a possibilidade de
gerar cansaço ou aborrecimento ao responder questionários. Neste aspecto, como adota-se
um método de questionário, como medida de minimização deste eventual risco, procurou-se
construir um questionário de fácil compreensão e com objetividade do seu conteúdo para
proteger o respondente de estar realizando uma atividade exaustiva.

Um risco de monótonas chances, porém, importante de se reconhecer previamente,


era a possibilidade de em qualquer etapa do estudo existir alguma quebra de sigilo
involuntária ou não intencional. A própria metodologia adotada nesta pesquisa necessitou
do anonimato para ser viabilizada, no entanto, o participante foi expressamente informado
deste risco no TCLE e da garantia dos seus direitos nesta ocorrência, antes mesmo de seu
aceite em colaborar com o estudo.

Desta pesquisa, estipulou-se como benefício a curto prazo, aos participantes, apenas
o conhecimento proporcionado de uma discussão colegiada acerca da temática com elevado
teor de compreensão do fenômeno estudado. A longo prazo considerou-se pertinente este
estudo para a implementação e/ou inovação tecnológica em seus campos de profissão.
84

5 RESULTADOS

Os resultados obtidos deste estudo serão apresentados na forma de manuscrito,


conforme a normativa para apresentação de Trabalhos de Conclusão de Curso da Graduação
em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Catarina.

5.1 MANUSCRITO - TECNOLOGIAS SEMIOLÓGICAS APLICADAS À


ENFERMAGEM DERMATOLÓGICA CLÍNICA

TECNOLOGIAS SEMIOLÓGICAS APLICADAS À ENFERMAGEM


DERMATOLÓGICA CLÍNICA

SEMIOLOGICAL TECHNOLOGIES APPLIED TO CLINICAL DERMATOLOGICAL NURSING

TECNOLOGÍAS SEMIOLÓGICAS APLICADAS A LA ENFERMERÍA DERMATOLÓGICA CLÍNICA

RESUMO

Objetivo: Identificar quais tecnologias semióticas aperfeiçoam a prática clínica de enfermeiros especialistas
do estudo da pele, assim como reconhecer também as razões que fundamentam a adesão ou a não adesão do
exercício clínico destes equipamentos em suas rotinas. Método: Trata-se de um estudo de abordagem
quantitativa, do tipo exploratório descritivo, utilizando-se a técnica Delphi. Para tanto, construiu-se um
questionário semiestruturado através da ferramenta Google Forms®, abordando o conteúdo das principais
tecnologias para avaliação dermatológica encontradas na literatura. Posteriormente, o instrumento foi enviado
por correio eletrônico para enfermeiros especialistas no estudo da pele, identificados a partir de consulta na
plataforma Lattes. Foram realizadas análises descritivas e de frequência simples. O estudo recebeu aprovação
de comitê de ética da Universidade Federal de Santa Catarina. Resultados: Participaram da pesquisa 110
especialistas, entre as ciências de enfermagem dermatológica, estomaterapia, enfermagem forense, feridas e
enfermagem estética. Entre as 12 tecnologias identificadas na literatura, os principais fatores semióticos que
justificaram a contribuição destes recursos para o aperfeiçoamento do exame clínico da pele, foram a avaliação
de diversificadas lesões elementares, condições vasculares, e outros aspectos diversos da abordagem de
avaliação tecidual. As tecnologias que mais demonstraram-se utilizadas foram a fotografia clínica (86,4%), as
dos exames laboratoriais (83,6), lupa clínica (50,9%) e doppler vascular (45,5%). O fator custo-portabilidade
se destaca entre as motivações de adesão ou não das tecnologias em suas práticas. Conclusão: Compreendeu-
85

se quais tecnologias melhor aperfeiçoam o exame da pele e que os enfermeiros são consumidores destes
recursos e conhecedores de maior parte destes equipamentos.

Palavras-chave: Dermatologia; Avaliação em Enfermagem; Tecnologias Biomédicas; Pesquisa em


Enfermagem Clínica

INTRODUÇÃO

A pele é um dos órgãos do corpo humano com complexa natureza celular,


diversidade estrutural e também multíplices funcionalidades essenciais. Atua na manutenção
térmica e eletrolítica, tem ação protetora, é um detector sensível de estímulos e também um
componente integral do sistema imunológico, nervoso e endócrino (TRISTÃO; SALES;
ROSSALES, 2018). É na pele que inúmeras condições cutâneas se manifestam, sejam
fisiológicas ou patológicas, e uma atenção semiológica apurada a estes sinais promove maior
acerto e qualidade na conduta clínica do enfermeiro (LIONS; OUSLEY, 2015).

As lesões cutâneas têm afetado a população de um modo geral, influenciado na


qualidade de vida, gerado alto custo de tratamento, e por consequência, representam ainda
significativo agravante para a saúde pública (MITTAG et al., 2017). Uma boa abordagem
avaliativa do profissional, permite selecionar intervenções que promovam a prevenção e a
cicatrização de feridas, redução do seu tempo clínico, aumento da qualidade de vida da
população, prevenção de novos casos, melhor custo-efetividade e riscos mínimos. Para esta
tomada de decisão clínica, a utilização de recursos tecnológicos pode aumentar a
assertividade avaliativa e desta forma, garantir o planejamento efetivo destas intervenções
(WOUNDS AUSTRALIA, 2016).

O aperfeiçoamento das práticas em saúde tem recebido progressiva aplicação de


tecnologias clínicas, o que pode ser interpretado como uma mediação entre a evolução de
equipamentos e de novas técnicas de cuidado em saúde (KOTZ et al., 2014). A compreensão
dos diversos aspectos que envolvem a atenção ao sistema tegumentar pode se beneficiar das
inovações de recursos tecnológicos (SANTOS; BRANDÃO; CLO, 2009).

No Brasil, há dificuldade de controle das lesões cutâneas, assim como de seus


impactos sociais e econômicos gerados. A compreensão da relevância da dermatologia em
relação às necessidades de atenção em saúde, a importância do conhecimento semiológico e
da implementação de recursos tecnológicos para maior precisão clínica, mas também, o
86

déficit de serviços de enfermagem dermatológica, quando comparadas as necessidades de


saúde de pele da população, demonstram a necessidade de pesquisas aprofundadas neste
cenário.

Nesta ótica, o estudo teve como seu objetivo, identificar quais das tecnologias de
avaliação clínica existentes aperfeiçoam o exame clínico dermatológico realizado por
enfermeiros, de modo a facilitar a coleta das condições de pele e estruturas que a compõem.
Assim como, também identificar quais destes recursos já fazem parte da prática clínica de
enfermagem, quais são conhecidos por enfermeiros especialistas do estudo da pele, porém
não utilizados em suas práticas clínicas e reconhecer estas razões, que fundamentam a adesão
ou a não adesão do exercício prático destas tecnologias.

MÉTODO

Este é um estudo quantitativo que utilizou a metodologia caracterizada como


exploratória descritiva, aplicando-se a técnica Delphi e que foi aplicada no período de março
a maio de 2018. Foram convidados a participar desta pesquisa enfermeiros especialistas das
áreas de estudos da pele, contando com a participação de 110 profissionais no total. Este
público foi identificado a partir da Plataforma Lattes, conforme a descrição de especialidade
no currículo, também a partir de indicação pelos próprios especialistas.

Para tanto, utilizou-se os seguintes critérios de inclusão: Ser enfermeiro,


independente do sexo, ter título de especialista em enfermagem dermatológica, enfermagem
em feridas, enfermagem forense ou pós-graduação em andamento na área, estomaterapia
e/ou enfermagem estética ou pós-graduação em andamento na especialidade, com mínimo
de seis meses de experiência na sua área de especialização. Aos critérios de exclusão
estabeleceu-se: Enfermeiros que não possuem tempo igual ou superior a seis meses de
experiência; Enfermeiros que por qualquer razão manifestaram não exercer atividades na
área de avaliação dermatológica.

A coleta dos dados foi realizada a partir de um instrumento de pesquisa com


perguntas semi-estruturadas, construído pelos autores através da ferramenta Google Forms®
e testado em sua funcionalidade por 4 docentes familiarizados com pesquisas desta natureza,
para posteriormente ser encaminhado para os especialistas, por correio eletrônico,
apresentando convite formalizado ao participante e concessão do acesso virtual. Foi
87

realizado em média uma tentativa de reforço do convite por semana de forma a assegurar o
maior recebimento dos dados pelos respondentes, antes de se considerar o selecionado como
perda para o painel da pesquisa.

Este instrumento foi construído pelos autores de forma totalmente estruturada para
que os participantes respondessem as mesmas perguntas, em mesma ordem, de forma
anônima e individual, com perguntas pré-especificadas baseadas na literatura encontrada
acerca das tecnologias semióticas e ao conteúdo que se refere a avaliar a pele em seus
diferentes contextos de saúde. Antes de encaminhá-lo aos participantes, foi submetido a
avaliação de quatro enfermeiros docentes familiarizados com pesquisas desta natureza, na
intenção de testar e validar sua funcionalidade, como também torná-lo mais claro e pertinente
aos objetivos pretendidos.

Após a devolução dos instrumentos da primeira rodada de opiniões, realizou-se a


tabulação dos dados por meio de planilhamento para, sequencialmente, formular uma análise
dos dados através de estatística descritiva. Os dados receberam tratamento estatístico, foram
realizadas análises de frequência absoluta e relativa. Futuras etapas da pesquisa
contemplarão a análise de consenso entre os avaliadores.

As perguntas abertas dissertativas, foram tratadas com a análise temática de


Minayo, seguindo as etapas de pré-análise, onde foi realizada uma leitura flutuante e
constituição do corpus, na qual o conjunto das informações recebeu uma unidade de registro;
exploração do material e sua categorização, para por fim, interpretação dos seus resultados
(MINAYO, 2014).

Devido ao tempo prático, não foi possível iniciar uma segunda rodada, que será
realizada posteriormente a este estudo, abordando novamente o conteúdo com os
participantes, realizando a exposição estatística das respostas e explorando as possibilidades
de inovações tecnológicas para a prática de avaliação dermatológica.

Os aspectos éticos da pesquisa serão respeitados com base na Resolução do


Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) 311/2007 que discorre sobre o Código de Ética
dos Profissionais de Enfermagem, como também nas diretrizes da Resolução 510/2016 do
Conselho Nacional de Saúde (CNS). O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina – CEP/UFSC sob o número
2.595.470/2018 e CAEE: 80349817.2.0000.0121.
88

RESULTADOS

A amostra do estudo esteve composta por 110 enfermeiros, que responderam ao


questionário, brasileiros, especialistas no estudo da pele, os quais constavam com uma ou
mais especializações na área: 67 eram Estomaterapeutas (57,3%), 42 Enfermeiros
Dermatológicos (38,2%), 10 especialistas em Feridas (9,1%), 8 especialistas em
Enfermagem Forense (5 com especialidade e 3 pós-graduandos), e 5 enfermeiros na área de
Enfermagem Estética (4 formados na especialidade e 1 pós-graduando).

A região brasileira com maior número de participação foi a região sudeste com 53
especialistas (48,1%), seguida da região nordeste com 27 (24,5%), região sul com 18
(16,3%), em igual número, a região centro-oeste e região norte tiveram 5 participantes cada
(4,5%) e 2 participantes residiam em território internacional, nos Estados Unidos (1,8%).
Do total de participantes, 94,4% declarou atualmente estar trabalhando em território
nacional, 1,9% em território internacional, e 3,7% atuam em território nacional e
internacional.

Figura 13: Localidades de Residência dos Participantes da Pesquisa

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

Do total de participantes (n=110), 48 (43,6%) conheciam e faziam uso de lanterna


clínica, sendo que destes 39,6% referiram utilizar a lâmpada LED. Entre as justificativas de
utilização, destacam-se: fornecer iluminação de cavidades corporais (58,3%), ser de fácil
89

portabilidade (56,3%) e ser de bom custo benefício (52,1%). Por outro lado, 52 participantes
referiram conhecer, porém não utilizar a lanterna clínica, sendo que 48,9% justificaram que
a luz natural atende a todas as necessidades e 27,7% que a lanterna clínica não seria de prática
portabilidade (Figura 2).

Figura 14: Conhecimento e utilização da Lanterna Clínica.

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

Na análise das respostas abertas, 80% indicaram a utilização de outras tecnologias


para a função de iluminação dermatológica como lâmpadas acopladas em óculos de pala,
lâmpada de chão (foco clínico) e lanterna de dispositivos celulares. Os demais (20%)
apontaram a importância e indispensabilidade da tecnologia no exame físico da pele.

Figura 15: Conhecimento e utilização da Luz de Wood.


90

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

Em relação à tecnologia Luz de Wood (Figura 15), apresentou 10% (11


participantes) de uso na prática clínica de avaliação dermatológica dos profissionais. Do total
de entrevistados, 54,5% (60 participantes) declarou ter conhecimento do produto e não fazer
uso, e 35,5% (39 participantes) ter desconhecimento da mesma.
Entre a parcela de maior representação da justificativa de não uso desta tecnologia,
37,9% referiu reconhecer seus benefícios para a prática clínica, porém considerar seu fator
de custo elevado, e 34,5% declarou não ser de fácil portabilidade em sua rotina. O fator
semiológico para o destino de uso da Luz de Wood mais apontado entre os participantes que
a utilizam, foi a avaliação da profundidade de manchas, discromias, espessamento de pele e
para definir extensão, grau e localização de lesões dermatológicas (90,9%), e também a
identificação de dermatofitoses, infecções bacterianas e leveduras (27,3%).
Entre as respostas abertas abordou-se o não uso por indisponibilidade do
equipamento na instituição de trabalho (60%) dificuldade de portabilidade e da manutenção
do equipamento (20%). Entre outras aplicabilidades do uso (20%), destacou-se a avaliação
de desidratação, hidratação intensa e oleosidade da pele, localização de comedões, acne,
pápulas, pústulas e aplicação adequada da fotoproteção da pele.
91

Figura 16: Conhecimento e utilização do Termômetro Infravermelho.

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

Para o termômetro infravermelho (Figura 16), foi verificado que 62,7% (69
participantes) apesar de conhecer a tecnologia não a utilizavam, 20,9% (23 participantes)
a utilizam e 16,4% (18 participantes) apresentaram não ter conhecimento sobre este
equipamento.
A maior parte do público (78,3%) que possui e utiliza o equipamento, relatou
preferência pelo termômetro infravermelho sem contato, utilizando a tecnologia para
avaliar a temperatura superficial da pele na investigação de processo inflamatório e/ou
infeccioso (65,2%) e para avaliar se a dificuldade de epitelização está relacionada com
hipotermia da lesão em nível crítico (39,1%). Já, 8,7% apontou uso para determinar um
tipo de cobertura ao ferimento que não gere resfriamento ou aquecimento inadequado na
realização do seu curativo. Deste público, 60,9% o considerou uma tecnologia de fácil
portabilidade, 47,8% apontou bom custo-benefício e 43,5% considerou uma tecnologia
segura para diagnosticar hipotermia, normotermia e hipertermia tecidual.
O não uso foi justificado por considerar seu custo elevado apesar de reconhecer os
benefícios (38,5%) e também considerado dispensável para a prática de avaliação
semiológica da pele (32,3%). Nas respostas abertas, destacou-se considerações sobre
dificuldade para custeio e adesão pelos serviços de saúde (71,4%) e outras aplicabilidades
92

de uso (28,5%), como a identificação da temperatura ideal, equilibrada e homogênea da


pele durante o uso de equipamentos de eletrotermofototerapia.

Figura 17: Conhecimento e utilização da Oxímetria.

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

Em relação à oxímetria transcutânea e oxímetro de pulso (FIGURA 17), 50,9% (56


participantes) do público tem conhecimento e não faz o seu uso, enquanto 30,9% (34
participantes) utiliza. Os especialistas ainda referiram expressivo uso preferencial do
oxímetro portátil (79,4%), enquanto menor número acusou o uso de oxímetria de mesa
(5,9%), podendo ser o oxímetro transcutâneo ou o oxímetro de luz infravermelha não
portátil.
Os profissionais justificaram o uso, sobressaindo-se a avaliação da perfusão
periférica da área acometida pela lesão e hipóxia de tecido perilesional (32,4%),
destacando-se também as repostas de sua boa portabilidade na rotina (61,8%). Entre as
justificativas do não uso, apareceu mais vezes, como uma tecnologia considerada
desnecessária a prática de avaliação dermatológica clínica destes profissionais (49%). Nas
respostas abertas destacou-se outras especificações do não uso (70%) como
indisponibilidade no serviço e também, sua utilização por rotina de unidade (30%) como
no caso de atendimento de pacientes com doença falciforme, onco-hematologia e nas
unidades de terapia intensiva.
93

Figura 18: Conhecimento e utilização do Venoscópio.

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

Em relação ao Venoscópio (Figura 18) para evidências de condições


dermatológicas, 85,5% (94 participantes) dos profissionais relataram o conhecimento da
tecnologia sem fazer seu uso; 9,1% (10 participantes) o desconheciam e apenas 5,5% (6
participantes) utilizavam o instrumento. Entre os que utilizavam esta tecnologia, 66,7% o
utilizavam para avaliação endovascular de trajeto, bifurcações, calibre, diâmetro, fluxo e
permeabilidade venosa, e 33% o como auxílio na realização de procedimentos invasivos.
Em relação às opções de não utilização, 44,8% acredita ter utilidade na prática
dermatológica, porém considera de custo elevado para aquisição, 31% não considera ter
utilidade para a sua avaliação clínica da pele, e 24% declara não fazer uso por considerar
não ter capacitação.
Nas respostas abertas adicionais, 100% estavam relacionados à justificativa de não
uso, justificado pela preferência por ultrassonografia (9,1%), causar prejuízos da
intensidade de luz na aplicação em neonatologia (9,1%), considerar uma tecnologia de
maior aproveitamento aos especialistas em acessos vasculares e terapia infusional, do que
aos especialistas da pele (9,1%) e, (72,7%), relata dificuldade de acesso a este
equipamento na localidade que reside ou na instituição em que trabalha.
94

Figura 19: Conhecimento e utilização da Doppler.

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

Os especialistas certificaram que em relação a tecnologia Doppler (FIGURA 19)


51,8% (57 participantes) conhece, porém, não faz uso e 45,5% (50 participantes) a utiliza.
No entanto, a sua utilização divide-se entre os especialistas como uso da tecnologia de
doppler vascular portátil (88%) e uso da tecnologia de ultrassonografia com doppler
colorido (4%).
A indicação de uso por 88% foi para a utilização no cálculo do índice tornozelo
braço (ITB), 64% em atividades relacionadas à prevenção, avaliação e tratamento de
úlceras vasculogênicas de origem venosa, úlceras neurotróficas por Doença de Hansen,
úlceras vasculogênicas de origem arterial e úlceras diabéticas, enquanto, 78% para
avaliação de pulso tibial, pedioso e poplíteo. Ainda, a prática portabilidade na rotina dos
enfermeiros e bom custo-benefício foi relatado por 68% dos especialistas. Entre as
justificativas dos especialistas que conheciam, porém não utilizavam a tecnologia, 55,8%
as consideravam de custo elevado.
Entre as respostas discursivas destacou-se os motivos de não uso (72,7%), como
indisponibilidade do equipamento nas instituições de trabalho e utilização de outros
exames de imagem e também o desuso do doppler colorido por enfermeiros pelo
impedimento de aplicá-lo em forma de laudo (9%).
95

Figura 20: Conhecimento e utilização da Dermatoscópio.

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

O dermatoscópio (Figura 20) se apresentou para a pesquisa em 63,6% (70


participantes) como uma tecnologia conhecida, porém não utilizada pelos especialistas,
26,4% (29 participantes) não a conheciam e 10% (11 participantes) a utilizavam. Em
relação aos que utilizam, 36,4% dos profissionais referiram ter dermatoscópio digital com
capacidade de registro de imagens e conexão ao monitor, enquanto 27,3% o
dermatoscópio não digital.
Nas indicações de seu uso 27,3% o indicavam para a aplicação da regra ABCD,
avaliando benignidade ou malignidade de lesões pigmentadas. A boa portabilidade na
rotina foi relatada em 45,5% das respostas. O não uso foi justificado pelos especialistas
em 66% das respostas, como uma tecnologia de custo elevado, enquanto 20% manifestou
não ter tido capacitação e estudo sobre a sua aplicação.
96

Figura 21: Conhecimento e utilização da Lupa Clínica.

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

Outra tecnologia de aumento, a lupa clínica (Figura 21), foi assinalada como sendo
utilizada por 50,9% (56 participantes) dos especialistas, e 47,3% (52 participantes) não a
utilizam em sua prática apesar de a conhecerem.
Entre os tipos de lupa, se destacou o uso de lupa de mão (44,6%). Nas ocorrências
de seu uso, apareceu como pequeno aumento de procedimentos instrumentais como
desbridamentos, retiradas de pontos, curativos intracavitários e outros (48,2%) e pequeno
aumento na avaliação semiológica de alterações dermatológicas elementares, como em
manchas, máculas, pápulas, placas, pústulas, vesículas, petéquias, equimoses e outros
(46,4%). As respostas referentes ao não uso do instrumento, tem como destaque de 46%
por não considerar necessário a sua prática clínica.
Também apareceu na análise de respostas abertas, outras aplicabilidades de uso da
tecnologia como avaliação de lesões ginecológicas (50%) e para auxiliar a condução de
tratamentos estéticos, raramente clínicos, mas que exigem avaliação da estrutura
superficial dermatológica como na limpeza de pele, retirada de milium, procedimento
estético injetável para microvasos (PEIM) e aplicação de toxina botulínica (50%).
97

Figura 22: Conhecimento e utilização da Fotografia Clínica.

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

Em relação à fotografia clínica (Figura 22) 86,4% (95 participantes) apontaram seu
uso, sendo que 75,8% a utilizava para fotodocumentação de lesões, formando parte do
histórico clínico do paciente; 74,7% para avaliar a evolução do processo cicatricial de
lesões, alteração de perímetro lesional, aspecto geral, tecidos presentes, coloração e
demais características semiológicas verificáveis na planimetria fotográfica; 55,8% para o
desenvolvimento de pesquisas, apresentando o acompanhamento das lesões de forma
padronizada, com fundo de mesma cor, data do registro e
angulação/posição/distanciamento uniforme da câmera para a lesão em todas as fotos.
Ainda, 60% para discutir casos clínicos com outros profissionais enfermeiros e/ou
recorrer a programas de teleassistência quando necessário; 63,2% para se ter um acervo
fotográfico do seu trabalho e 7,4% em casos de lesões que se apresentem como evidências
criminais, exigindo registro comprovatório. Nas respostas relacionadas ao não uso,
destacou-se por 69,2% o custo elevado do equipamento.
Destes profissionais ainda surgiu respostas referente ao tipo de equipamento, onde
61,1% faz uso da fotografia clínica em câmera e lentes não desenvolvidas
necessariamente para registro dermatológico, e 16,8% tem preferência por fotografia
clínica em câmera e lentes especialmente desenvolvidas para esta finalidade.
98

Figura 23: Conhecimento e utilização da Analisador de Umidade, Ressecamento e


Elasticidade Cutânea.

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

Sobre o Analisador de Umidade, Ressecamento e Elasticidade Cutânea (FIGURA


23), os especialistas apontaram 59,1% (65 participantes) de conhecimento da tecnologia
sem a sua utilização, 34,5% (38 participantes) de desconhecimento e apenas 6,4% de
utilização (7 participantes).
A maior preferência apontada do equipamento foi de 85,7% por equipamento
analisador da pele portátil. As respostas demonstraram uso destacado para avaliar as
alterações de umidade e de secreção sebácea da pele e para avaliar aumento e dimuição
do turgor da pele, verificando presença de hiperelasticidade/hipoelasticidade (71,4%).
Sua boa portabilidade foi constatada por 71,4% dos participantes.
Destaca-se entre os motivos que levam profissionais a não terem adquirido esta
tecnologia apesar de conhecê-la, o custo elevado, aparecendo por 50% do público e a falta
de capacitação para aplicação do seu uso, que surge em 27,8% das respostas.
99

Figura 24: Conhecimento e utilização da Diascopia.

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

A diascopia (FIGURA 24), como tecnologia, apareceu sendo utilizada por 6,4% (7
participantes) apenas do público, 35,5% (39 participantes) a conhece mas não faz uso e
58,2% (64 participantes) não a conhece. Do seu uso, 85,7% dos especialistas declararam
realizar com lâmina de vidro. Também 57,1% apontou utilizar para diferenciar uma lesão
eritematosa de uma lesão purpúrica e destacou-se ainda que 85,7% considera de fácil
portabilidade em sua rotina clínica.
Entre as respostas abertas, 38,9% não a considera necessária na sua avaliação e
33,3% não tem capacitação sobre a aplicação desta tecnologia

Figura 25: Conhecimento e utilização de Exames Laboratoriais.


100

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

As tecnologias dos exames laboratoriais (Figura 25) apontaram alto índice de


utilização para a avaliação de condições dermatológicas, em que 83,6% (92 participantes)
dos especialistas declararam fazer parte da sua clínica. Destacou-se entre as respostas
sobre o uso, o apontamento da utilização para avaliar índices glicêmicos (82,6%), para
avaliar valores de hemoglobina (73,95), para avaliar valores de albumina sérica (67,45),
para solicitar exame de cultura em feridas (63%) e para avaliar valores de vitamina D
(41,3%). Ainda, 63% acusou ser uma tecnologia de prática portabilidade na rotina e
59,8% relatou ter bom custo-benefício. Entre as respostas dos profissionais que não
utilizam deste recurso tecnológico (14,5% dos participantes), os respondentes conferiram
em 60% não ter capacitação para aplicá-la.
Na análise de questões abertas surgiu as dificuldades para a solicitação dos exames
(90%), entre esta categoria destacam-se as rotinas institucionais em que somente o
profissional médico realiza a solicitação (55,5%) e a dificuldade de solicitação como
enfermeiro docente (22%). Também surgiu ao tema outros exames utilizados para
avaliação clínica de condições cutâneas (10%) como o leucograma, proteínas totais e
frações, Proteína C Reativa (PCR) e Valor de Hemossedimentação (VHS).
101

DISCUSSÃO

Na perspectiva da integralidade do cuidado, se torna inerente ao trabalho do


enfermeiro a avaliação de lesões de pele em qualquer cenário de atuação em saúde, porém,
os profissionais especializados neste fenômeno devem ser criteriosos em apontar as
motivações e impedimentos do uso de tecnologias para o aperfeiçoamento desta prática
clínica. Neste sentido, o presente estudo contempla um diagnóstico e reflexão a partir das
contribuições de profissionais especializados nas ciências de enfermagem dermatológica,
estomaterapia, enfermagem forense, feridas e estética. Este conjunto de especialistas atua
com avaliação cutânea em óticas distintas, com perspectivas de cuidados que se diferem,
e que desta forma, permite uma ampliada visão dos benefícios semiológicos dos recursos
abordados.

O olhar semiológico, somado ao profundo conhecimento da fisiologia da pele, sua


anatomia e do processo de cicatrização, é determinante para o enfermeiro clínico que
avalia lesões, pois trata-se de um processo complexo e dinâmico, que muitas vezes requer
a utilização de recursos tecnológicos como ferramenta de trabalho somada ao
conhecimento técnico-científico, de modo a permitir qualificar o julgamento clínico, para
uma sustentada tomada de decisão e planejamento da assistência (ROSSO; BORN;
SANTOS, 2018)

Para que o enfermeiro tenha diagnósticos acurados, o exame físico específico da


pele exige um processo intelectual e técnico com habilidades precisas para investigar as
reais condições de saúde (ROSSO; BORN; SANTOS, 2018). Este minucioso exame das
afecções cutâneas associado ao uso de tecnologias competentes, possibilita o diagnóstico
de fatores etiológicos das lesões, assim como, cofatores de risco e de comprometimento
do processo cicatricial (GAMBA; PETRI; COSTA, 2016).

Dentre as tecnologias que favorecem a coleta de informações, os profissionais


que participaram do presente estudo, apontaram importante auxílio no uso da lanterna
clínica, por permitir o alcance da uniformidade de iluminação sob a pele, facilitando a
inspeção dos tecidos a partir da monocromaticidade de luz que se oferta ao leito da lesão,
além de iluminar cavidades corporais em que a luz natural não permite. Isto é, o uso desta
tecnologia favoreceria a análise das reais cores do tecido e assim melhores oportunidades
para a detecção de problemas.
102

As lâmpadas de LED, teriam menor uso que as lâmpadas incandescentes halógenas,


o qual pode estar relacionado com a procura pela homogeneização das cores da superfície
avaliada, e devido a que lâmpadas halógenas convertem um percentual mínimo da
eletricidade consumida em luz e requerem cuidados no seu manuseio pelo risco de
provocar queimaduras térmicas no indivíduo examinado (SANTOS et al., 2015).

Outro destaque ao uso da lanterna foi portabilidade e praticidade, assim como a


possibilidade de associação a outras tecnologias, o que torna seu uso interessante já que
dispensa o uso sequenciado de diferentes equipamentos.

A utilização da Luz de Wood, embora conhecida pelos profissionais, foi


apontada por uma pequena parcela. A mesma foi indicada como um recurso eficaz para a
avaliação da profundidade de manchas, discromias, espessamento de pele e para definir
extensão, grau e localização de lesões dermatológicas. Sendo um dos principais
impedimentos de utilização o custo elevado e difícil portabilidade. Apontamento
compreensível quando é avaliada a demanda de tempo e cuidados específicos para seu
uso, uma vez que se trata de uma radiação ultravioleta, que em muitas rotinas e cenários
não se torna prático ao enfermeiro. Para a efetividade do exame seria necessário criar
previamente uma escuridão total na área a se observar, prover cuidados oculares
protetivos ao paciente e aguardar o aquecimento do equipamento de modo a atingir um
poder de radiação máximo (SEELIG; LOPES; PAULA, 2012).

O termômetro infravermelho, apresentou-se como tecnologia expressivamente


conhecidas pelos especialistas, porém, com reduzida representatividade de suas
utilizações em avaliação clínica dermatológica. A maior parte dos profissionais
consideram esta tecnologia dispensável ao exame da pele. Contudo, aos que declaram
uso, a termometria se mostrou de boa portabilidade na rotina e representada, pela maioria,
na avaliação da temperatura superficial da pele para investigação de processo inflamatório
e/ou infeccioso, no qual também, quase metade destes profissionais manifestou
considerar uma tecnologia segura para diagnóstico de normotermia, hipotermia e
hipertermia tecidual.

Destaca-se a importância da utilização do termômetro na determinação de


algumas condutas, por exemplo, a do tipo de cobertura, a qual não gere resfriamento ou
aquecimento inadequado na realização do seu curativo, já que estudos comprovam que
esta prática aumenta significativamente a condução da atividade mitótica, tornando-se
103

benéfico à busca de uma temperatura próxima da corporal para otimizar a cicatrização,


uma vez que atribui-se dificuldades de epitelização em temperaturas abaixo de 33°C,
considerado um nível crítico para a atividade celular (PAGE; MAGAREY; WIECHULA,
2016).

Em relação à oxímetria, a avaliação da perfusão periférica da área acometida


pela lesão e hipóxia de tecido perilesional, foi o principal motivo de da sua utilização na
avaliação clínica, assim como, a facilidade de portabilidade do equipamento, já que o
oxímetro infravermelho portátil foi a opção da maior parte dos profissionais.

O oxímetro transcutâneo, ainda é pouco conhecido ou adquirido por estes


profissionais. Destaca-se que a utilização do equipamento transcutâneo permitiria
avaliação mais acurada do estado metabólico, já que o oxímetro infravermelho portátil
tem limitação na adaptação de algumas áreas do corpolimitando-se a ser um equipamento
de uso em dedos, sendo que o oxímetro transcutâneo, por meio de seus transdutores,
permite favorece a avaliação de qualquer região dos membros (PERIMED AB, 2018).
Não foi explorado nesta rodada do estudo, os motivos que não levam os especialistas a
utilizar esta opção da tecnologia.
A utilização do venoscópio também não foi apontada por número expressivo de
profissionais. Além da reconhecida aplicação para avaliação endovascular de trajeto,
bifurcações, calibre, diâmetro, fluxo e permeabilidade venosa, que correspondeu a maior
discriminação de usabilidade pelos participantes. Entende-se que esta tecnologia carece
de melhor exploração de uso, já que permite a projeção destes vasos de maneira
instantânea, talvez podendo significar alguma aplicação na avaliação de lesões
vasculares, que não foi encontrada nesta pesquisa (YUCHA; RUSS; BAKER, 2015).

Destaca-se que a tecnologia semiótica que apresentou conhecimento e utilidade,


por parte dos especialistas, para avaliar lesões de pele com comprometimento vascular,
foi o Doppler. A maior parte dos participantes fazem uso do doppler vascular portátil com
indicação semiológica para cálculo do índice tornozelo braço (ITB), em proposta de
atividades relacionadas à prevenção, avaliação e tratamento de úlceras vasculogênicas de
origem venosa, úlceras neurotróficas por Doença de Hansen, úlceras vasculogênicas de
origem arterial e úlceras diabéticas. A avaliação dos pulsos pediosos, poplíteos e tibiais
se faz presente ao uso deste equipamento.
104

Este dispositivo permite verificar fatores semiológicos suficientes para a


identificação da insuficiência arterial capaz de levar ao desenvolvimento de úlcera e
prejudicar o processo de cicatrização; a alteração arterial importante, em que
possivelmente a diminuição da luz do vaso é o motivo desencadeante de alguma lesão; e
uma lesão profunda em que o paciente provavelmente apresenta sinais de obstrução grave
com necrose tecidual, dor intensa e elevado risco de amputação se não revascularizar
(GAMBA; PETRI; COSTA, 2016).

Ao analisar a utilização das tecnologias do aumento de imagem, verificou-se que


tanto o dermatoscópio quanto a lupa clínica, são equipamentos conhecidos pela maior
parte dos especialistas. No entanto, a lupa clínica se faz muita mais adquirida na prática
destes profissionais para a avaliação de lesões elementares como em manchas, máculas,
pápulas, placas, pústulas, vesículas, petéquias e equimoses, e para procedimentos
instrumentais que necessitem de um pequeno aumento. No caso do dermatoscópio, os
profissionais destacaram na razão de sua utilização a avaliação elucidativa de lesões
pigmentares. Nas etapas seguintes da pesquisa, o estudo sobre ser esta a razão essencial
da aquisição do equipamento, já que foi destacado expressivamente o elevado custo para
os que não o utilizam, deverá ser estudada.

A lupa se apresenta como uma tecnologia de fácil aquisição, devido ao reduzido


custo e útil para a avaliação generalista da maior parte das lesões elementares. Mas
quando os descritores das lesões pigmentares precisam ser visualizados com maior
capacidade de imagem, para apurar estes signos, instrumento de maior capacidade, por
exemplo para determinar os riscos de malignidade, o dermatoscópio tem destaque
(QIHONG; YANGXIN; HUIWEN, 2017; PÉREZ, 2017).

Como tecnologia de captação de imagem, a fotografia clínica foi apontada como


tecnologia de uso frequente para a fotodocumentação e evolução do processo cicatricial
de lesões. Entre suas vantagens aponta-se a análise e acompanhamento da alteração de
perímetro lesional, aspecto geral da lesão, tecidos presentes, coloração e demais
características semiológicas verificáveis na planimetria fotográfica, se mostra uma prática
essencial aos profissionais que lidam com o cuidado da pele em uma realidade
significante de uso (LYNCH; DUVAL, 2011; VIANA; FONSECA; MENEZES, 2018).

O registro fotográfico tem sido um veículo importante para a análise e


interpretação destas lesões, pois fornece informações semiológicas mais precisas sobre
105

seu estadiamento, coloração e comprometimento tecidual, aspecto perilesional, além de


contribuir para a avaliação de produtos dermatológicos, de propostas terapêuticas e desta
forma, ser uma evidente ferramenta da gestão do processo de tratamento de lesões
cutâneas (VIANA; FONSECA; MENEZES, 2018) e de discussão de casos clínicos entre
enfermeiros, com outros membros da equipe multidisciplinar ou para recorrer a
programas específicos de teleassistência.

Entretanto, é importante destacar que existem achados semióticos que


dificilmente seriam identificados na planimetria fotográfica clínica, como as evidências
da alteração do turgor cutâneo, da umidade e da secreção sebácea. Estas são
características definidoras para o diagnóstico do enfermeiro, representando estados
metabólicos alterados, podendo estar presentes na formação de lesões, no
comprometimento da derme e rompimento da epiderme (RESENDE; BACHION;
ARAUJO, 2006; RIBEIRO; LAGES; LOPES,2012).

A avaliação semiológica da pele a partir da tecnologia do analisador de umidade,


ressecamento e elasticidade cutânea apresentou pequena ocorrência de utilização pelos
especialistas, apesar de boa parte ter conhecimento da tecnologia. Porém, aos que
adquiriram este equipamento a sua prática clínica, respondem com importante significado
de utilizar o modelo portátil e considerar de boa portabilidade e ser relevante na avaliação
das alterações de umidade, de secreção sebácea da pele, assim como para avaliar aumento
e diminuição do turgor da pele (SKINUP, 2018).

A análise dos dados referente ao uso de diascopia no exame físico da pele, chama
atenção, pois trata-se de uma avaliação que pode ser realizada com uma simples lâmina
de vidro, como a de microscopia, e conduz importantes achados semióticos. Entre os que
utilizam a tecnologia apontam que buscam diferenciar uma lesão vascular de uma lesão
purpúrica e que é uma tecnologia de fácil portabilidade em suas rotinas (BIASOLI et al.,
2015).

Em relação às tecnologias de exames laboratoriais, de fato estas propiciam sinais


elucidativos para a atuação com prevenção, diagnóstico clínico, tratamento, prognóstico
e acompanhamento das enfermidades, a sua solicitação e correta interpretação é uma
práxis relevante para a prática de explanação semiológica, garantia da assistência efetiva,
da melhoria na qualidade do atendimento e na promoção à saúde da população
(PERDIGÃO; PESSOA, 2012). No processo de enfermagem deve-se enfatizar a
106

variedade de parâmetros bioquímicos que podem ser analisados e a importância da


correlação com quadro clínico do paciente, permitindo uma conduta e assistência de
enfermagem adequadas (EUFRASIO et al, 2017).

Os dados do estudo mostram que os especialistas incluem a utilização dos dados de


exames laboratoriais, comprovando a importância para a identificação de valores
semióticos que não se interpretam diretamente na inspeção da pele e podem ser achados
bioquímicos, hematológicos e microbiológicos que elucidem o processo lesional. A
avaliação a partir de índice glicêmico, hemoglobina, albumina sérica, vitamina D, ureia,
aporte de zinco, vitamina b12 se mostra significantemente presente e contribui para a
avaliação dermatológica por estes especialistas, além também da solicitação de exame de
cultura para feridas. Apesar dos apontamentos que a apresentam como uma tecnologia de
prática portabilidade na rotina e com bom custo-benefício, muitos profissionais
entrevistados apontaram dificuldades de solicitação na sua rotina institucional,
dependendo da solicitação médica para poderem realizar este processo de análise dos
marcadores de saúde laboratoriais.

Este fato evidencia que enfermeiros estão avaliando lesões de forma desigual, em
diferentes processos de trabalho, já que principalmente os profissionais autônomos e
profissionais que atuam em programas de saúde pública conseguem utilizar desta
atribuição e outros profissionais não tem esta rotina aprovada em suas instituições. Ao
respeito, o Conselho Federal de Enfermagem, que regulamenta a solicitação de exames
de rotina e complementares na resolução nº195/1997 e também cita a atribuição na
resolução de tratamento de feridas nº567/2018, inclui a avaliação o de resultados
laboratoriais, isto com o intuito de diminuir riscos ao paciente em determinadas situações,
já que pode não estar sendo realizada uma assistência efetiva do cuidado por parte do
profissional (BRASIL,1997; BRASIL, 2018).

Em uma análise geral das tecnologias e inferências expostas neste estudo, pode-se
dizer que a maior parte das 12 tecnologias semióticas avaliadas, são conhecidas pela
maioria dos especialistas, e que os fatores mais determinados como justificativas para o
não uso destes equipamentos foram a difícil portabilidade nas suas rotinas clínicas e o
elevado custo. Para discutir esta portabilidade é necessário destacar que a rotina clínica
destes profissionais envolve multifunções, muitas vezes em cenários que exigem alto
estado de alerta para as ocorrências da unidade e equipe que este enfermeiro gerencia, e
107

entre outras particularidades, que dificultam a adoção prática de algumas tecnologias de


modo a não respeitar seus preceitos técnicos de uso ou não estarem adaptadas para
complexidade desta rotina, para serem implementadas sem afetarem a qualidade da
assistência.

Contudo, também constata-se, que todos os participantes consultados desta


pesquisa articulam a realização da sua prática de avaliação dermatológica mediante a
utilização de tecnologias. As tecnologias que se mostraram mais presentes por estes
profissionais, foram os exames laboratoriais, a fotografia clínica, a lupa clínica, o doppler
e a lanterna clínica.

Evidenciou-se então, que existem equipamentos na rotina destes enfermeiros que


cumprem a indagação do estudo, mostrando aperfeiçoarem a coleta das condições de pele
e estruturas que a compõem. Os fatores semiológicos no uso das tecnologias que foram
mais expressados pelo painel de especialistas, por pelo menos 70% dos seus utilizantes,
está: a avaliação de lesões elementares diversificadas; grau, localização extensão de
lesões; espessura e turgor da pele; alterações de umidade e de secreção sebácea; valores
de índice glicêmico e de hemoglobina; condições vasculares e de acompanhamento do
processo cicatricial. Ainda, em pelo menos 50% dos profissionais, identificou-se o
interesse de uso tecnológico para levantar fatores semiológicos a partir de iluminação
homogênea na inspeção dos tecidos, auxiliar com aumento de imagem na investigação de
lesões não reconhecidas, diferenciar lesões vasculares de lesões purpúricas, solicitar
exame de cultura de ferida, avaliar valores de albumina sérica, e também, avaliar presença
de processo inflamatório ou infeccioso.

CONCLUSÃO

Através dos achados deste estudo foi possível verificar que enfermeiros que lidam
com o cuidado clínico da pele, que necessitam de uma avaliação apurada dos indicadores
semiológicos das lesões, para tanto, utilizam tecnologias com o intuito de aprimorar sua
prática e conferir maior qualidade a sua formulação diagnóstica e terapêutica.
As tecnologias de luz se destacaram na contribuição desse aperfeiçoamento da
prática avaliativa, por contribuir com melhores condições para a visualização das lesões
em suas reais cores, como no caso da lanterna clínica, mas também para outros aspectos
108

da interação luz-tecido a partir dos cromóforos presentes na pele, como a mensuração da


temperatura local e de oxihemoglobina.

Para avaliação vascular, na investigação deste aspecto importante e definidor de


muitas lesões, a tecnologia ecográfica doppler é considerada a de maior relevância pelos
especialistas, devido sua portabilidade e custo-efetividade. No entanto este ponto
estatístico se marca em relação ao doppler vascular portátil que traduz o ultrassom em
som audível aos avaliadores para que principalmente executem o cálculo de ITB, não
sendo percebido representativamente o uso da tecnologia que realiza esta tradução para
imagem vascular colorida de fluxo.

As tecnologias de aumento de imagem e de captação de imagem foram apontadas


como relevantes na avaliação e gestão de lesões de pele, sendo que a fotografia clínica e
lupa clínica foram significantemente apontadas como parte da realidade do exame
semiológico feito por estes enfermeiros. Em menor índice de uso, o dermatoscópio, foi
verificado como um importante instrumento para avaliação de lesões pigmentares.

As tecnologias de avaliação da biomecânica da pele são menos conhecidas e


utilizadas, porém os especialistas destacaram sua importância, e bom custo-benefício,
para coleta de informações sobre umidade, ressecamento, elasticidade, secreção sebácea
e diferenciação de lesões vasculares das lesões purpúricas.

A tecnologia mais presente na avaliação clínica de condições de pele, por estes


especialistas, foi identificada pelos exames laboratoriais. Apesar de encontrarmos
achados relevantes sobre tecnologias que aperfeiçoam o raciocínio semiológico, muitos
destes equipamentos não são vistos com bom custo-efetividade e custo-portabilidade na
qual seriam adquiridos e implementados na rotina destes enfermeiros.

Ainda existem muitos dados a serem explorados sobre esta ótica de pesquisa da
abordagem tecnológica em enfermagem clínica dermatológica, porém compreendeu-se
aqui a importância do estudo para certificar que enfermeiros são consumidores de
recursos de aperfeiçoamento clínico da sua prática. Em particular, determinou-se como
uma prática clínica do enfermeiro ao avaliar a pele, pode estar aliada a equipamentos que
melhor apurem fatores semiológicos a este exercício.

E também surge a reflexão, de que é preciso investir em tecnologias voltadas e


idealizadas a estes profissionais, com a segurança de fatores de custo-portabilidade e
109

eficácia, particularmente considerados para o trabalho e rotina que desenvolvem. Assim


como, no mesmo sentido, compreender que enfermeiros precisam estar à frente e
participarem do processo de decisão e de engenharia das próprias tecnologias semióticas
nas quais identificam necessidade de uso, para a oferta da melhor assistência aos seus
examinados.

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113

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados do estudo permitiram obter informações em relação ao uso de


tecnologias semióticas para o aperfeiçoamento da avaliação das condições cutâneas
realizada por enfermeiros. Os resultados obtidos tornaram evidente um panorama em que
o conhecimento clínico de enfermeiros que atuam com a pele está, de alguma forma,
aliado a estes recursos na lógica de aperfeiçoar a investigação semiológica. E também
demonstrou, que mesmo aos recursos semióticos não implementados nesta avaliação são,
em maior parte, conhecidos pelos profissionais.

A partir da compreensão dos motivos que levam estes profissionais a adquirir ou


não a tecnologia em sua prática, foi possível compreender que o fator custo-portabilidade
se destaca. Além disso, aos sinais semiológicos que mais configuram a busca destes
equipamentos pelos profissionais, foram conferidos à busca de avaliação de diversificadas
lesões elementares, condições vasculares e aspectos diversos da abordagem de feridas,
através das tecnologias de luz, tecnologias ecográficas, tecnologias de aumento e de
captação da imagem, tecnologias da biomecânica da pele e tecnologias dos exames
laboratoriais.

No que se refere à metodologia adotada, a técnica Delphi se mostra pertinente para


a busca de informações provindas de especialistas para o fenômeno estudado. Nesta
perspectiva, o presente estudo abordou a etapa de primeira rodada de questionário,
enquanto uma subsequente rodada de exploração deste conteúdo, aqui já estudado, será
realizada posteriormente, sendo possível a obtenção de consenso relacionado ao uso de
tecnologia na avaliação das condições de pele por enfermeiros especialistas.

Interpreta-se como uma limitação à temática abordada, que o estudo não tenha
explorado outras modalidades de tecnologias como as leves e leve-duras que podem
contribuir para o aperfeiçoamento da avaliação semiológica. Também em uma
perspectiva maior, ainda seria possível encontrar equipamentos aqui não explorados ou
não citados pelos participantes do estudo. No entanto, neste aspecto, destaca-se que ao
foco dado as 12 tecnologias abordadas e suas variações, se conseguiu permear as
principais ciências que conceituam a engenharia dos equipamentos clínicos.
114

Entende-se que este estudo possa subsidiar o conhecimento acerca das tecnologias
semióticas que ganham representatividade de uso por enfermeiros na avaliação cutânea,
para ações que contribuam com esta prática clínica de cuidado, para investimento
científico de pesquisas que explorem esta temática e maior entendimento do destino
avaliativo dermatológico destes recursos.

A respeito da experimentação científica, proporcionada ao meu exercício


acadêmico, esta pesquisa posicionou-me a gerar conhecimento. Este é um aprendizado
singular, pois me tira da posição de receber o que é transmitido e me coloca a descobrir
novos caminhos de saberes. Diante este objetivo, me deparei com a base da ciência, onde
vivenciei o enfrentamento da temática previamente indagada, a criação da proposta de
um roteiro teórico e metodológico para a sua investigação e demais etapas de se pesquisar,
que aqui foram realizadas. Foi possível compreender que apesar de buscar objetivos
pontuais, a discussão do aperfeiçoamento clínico dos enfermeiros ao cuidado com a pele
não é uma discussão que se conclua por aqui, ademais, o estudo me mostra que este tipo
de discussão e investigação é necessária de estar sempre sendo novamente iniciada.
115

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APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu, Gustavo Lopes Soares (pesquisador responsável), acadêmico do Curso de


Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina, juntamente
com minha orientadora, Profª. Dra. Enf. Maria Elena E. Guanilo, estamos
desenvolvendo a pesquisa intitulada “TECNOLOGIAS SEMIÓTICAS EM
ENFERMAGEM CLÍNICA DERMATOLÓGICA”, como meu Trabalho de
Conclusão de Curso (TCC) que tem como objetivo principal identificar quais das
tecnologias de avaliação clínica existentes aperfeiçoariam o exame clínico
dermatológico realizado por enfermeiros, de modo a facilitar a coleta das condições de
pele e estruturas que a compõem. Também buscamos identificar quais das tecnologias
semióticas levantadas já fazem parte da prática clínica de enfermagem na atenção à
saúde da pele por profissionais atuantes deste campo e quais são conhecidas por
enfermeiros especialistas do estudo da pele, porém não utilizadas em suas práticas
clínicas, reconhecer as razões que fundamentam a adesão ou a não adesão do exercício
prático destas tecnologias e discriminar quais tecnologias possuem potencial de uso na
enfermagem dermatológica sendo passíveis de inovações para este contexto
profissional.

Considerando que a dermatologia é uma das principais necessidades de atenção


em saúde, a importância da semiologia e tecnologias nesta atenção e que exista ainda
um déficit quando comparadas as necessidades de saúde de pele da população com a
disponibilidade de serviços de enfermagem dermatológica, gostaríamos de convidá-lo
(a) a participar do referido estudo como especialista na área e, por meio deste termo de
consentimento, certificá-lo (a) da garantia de sua participação.

O estudo adota a metodologia da técnica Delphi, que utiliza ciclos de


questionários a serem respondidos anonimamente por experts no estudo da pele que
foram convidados para a pesquisa. Sua participação na pesquisa ocorrerá por meio da
resposta virtual a estes questionários encaminhados por correio eletrônico, após isto,
os pesquisadores estarão analisando os dados e verificando um consenso entre as
respostas de todos os convidados.

É possível que o convidado receba novos questionários que aprofundem as questões


de acordo com as respostas coletivas, até que se consiga determinar uma proposta final
134

a ser encaminhada e apreciada por todos os participantes. A dinâmica proporcionará


que conheçam diferentes pontos de vista dos especialistas em anonimato, permitindo
a modificação da sua opinião caso os argumentos apresentados lhe pareçam mais
apropriados.

Esta pesquisa segue as normas e princípios éticos aplicáveis ás pesquisas em


Ciências Humanas e Sociais cujos procedimentos metodológicos envolvam a
utilização de dados diretamente obtidos com os participantes ou de informações
identificáveis que possam acarretar riscos, em coerência com a Resolução 510/16 do
Conselho Nacional de Saúde (CNS).

Como participante, você terá a liberdade de recusar participar do estudo, ou


retirar o seu consentimento a qualquer momento, sem implicância em nenhuma sanção,
prejuízo, dano ou desconforto; ter sua privacidade respeitada e garantida, assim como,
garantia da confidencialidade das suas informações pessoais e sigilo do seu nome; ter
acesso ao resultado da pesquisa quando finalizada; ter acesso ao registro de
consentimento sempre que solicitado e ser indenizado por danos decorrentes da
pesquisa ao ter algum prejuízo material ou imaterial, podendo solicitar indenização nos
termos da Lei.

Informamos que como risco de pesquisa, determinou-se apenas a possibilidade


de aborrecimento em responder os questionários e por isto buscou-se a objetividade de
seus conteúdos. No caso de ocorrer uma quebra de sigilo involuntária ou não
intencional, inviabilizará a pesquisa e estará o convidado na garantia de seus direitos
para esta ocorrência em coerência com a Resolução CNS 510/16. Como benefício a
curto prazo aos participantes, determinou-se o conhecimento proporcionado de uma
discussão colegiada acerca da temática com elevado teor de concepção do fenômeno
estudado. A longo prazo, considera-se pertinente este estudo para a implementação
e/ou inovação tecnológica em seus campos de profissão.

Os dados serão utilizados em produções acadêmicas, como apresentação em


eventos e publicações em periódicos científicos. O contato com o pesquisador
responsável, se necessário, pode ser realizado pelo telefone (48) 996977419 ou e-mail
[email protected] em qualquer fase da pesquisa. Você também poderá entrar em
contato com o Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFSC para
eventuais dúvidas, através do telefone (48) 37216094, ou pessoalmente no Prédio
135

Reitoria II, 4ºandar, sala 401, localizado na Rua Desembargador Vitor Lima, nº 222,
Trindade, Florianópolis.

CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO

Declaro que após convenientemente esclarecido (a) pelo pesquisador e ter


entendido o que me foi explicado neste documento, concordo de livre e espontânea
vontade com a minha inclusão na pesquisa.

Nome do participante: __________________________________________.

RG: ___________________________________

CPF: ______________________________.

Data: ______________________________.
136

APÊNDICE B – INSTRUMENTO DE PESQUISA


137
138
139
140
141
142
143

ANEXO A – PARECER CONSUBISTÂNCIADO CEP


144
145
146
147

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