Seg2617 - OBRIGAÇÕES CONTABILÍSTICAS E FISCAIS DAS EMPRESAS INSOLVENTES

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Formação OCC

Obrigações contabilísticas e fiscais


das empresas insolventes
Seg2617

Ana Arromba Dinis

Junho 2017
Introdução

O fenómeno da insolvência mundial


As estimativas das insolvências
apontam no sentido de um
agravamento para o ano 2017,
onde se estima um crescimento
de 1% das insolvências em
todo o mundo. Ainda assim,
Portugal contraria a tendência,
com uma estimativa de descida
do número de insolvências em
7%, colocando-se em terceiro
lugar como o país com maior
estimativa de queda das
insolvências.

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Introdução

O fenómeno da insolvência em Portugal


. Inversão da tendência do tipo de
pessoa envolvida nas insolvência
decretadas em Portugal.
. Aumento do peso das pessoas
singulares no total de processos
(passando de 21,0% para 74,2%, ou
seja, mais do que uma triplicação do
peso), acompanhado por uma
redução a nível das pessoas coletivas
Direção Geral de Política de Justiça (2017)
de direito privado (passando de
78,5% para 25,5% e registando uma
diminuição de 52,9 pontos
percentuais).
(No final do terceiro trimestre de
2016, e comparativamente ao
mesmo período de 2007)
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ASPETOS JURÍDICOS DO
PROCESSO DE
INSOLVÊNCIA

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1. A situação de insolvência

• Falência - com origem na raiz fall,


comum ao verbo fallere, significando a
fingir, induzir em erro, ou falsidade nas
promessas.
• Insolvência - significa o inverso da
solvência, do verbo latino solvere, que
significa desatar, livrar, pagar, resolver.

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1. A situação de insolvência

• Dissolução - fase prévia, que se traduz


na modificação da situação jurídica, que
se caracteriza pela entrada em liquidação
da sociedade.
• Liquidação - realização dos bens e
direitos que integram o ativo, que consiste
em converter em disponibilidades líquidas,
os saldos das diversas contas do ativo.
• Extinção - registo exclusivo do
encerramento da liquidação.
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1. A situação de insolvência

Conceito de empresa
Art.º 5.º CIRE - Noção de empresa

Para efeitos do CIRE, considera-se empresa


toda a organização de capital e de trabalho
destinada ao exercício de qualquer atividade
económica.

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1. A situação de insolvência

Conceito de empresa

Se o devedor for uma pessoa singular, pode


ser-lhe concedida a exoneração dos créditos
sobre a insolvência que não forem
integralmente pagos no processo de
insolvência ou nos cinco anos posteriores ao
encerramento deste.

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1. A situação de insolvência

Os pressupostos da declaração de
insolvência
Existem dois pressupostos para o pedido de
declaração de insolvência:
• Pressuposto objetivo – a existência de
uma situação de insolvência atual ou
iminente – art.º 3º CIRE.
• Pressuposto subjetivo – ser um dos
sujeitos passivos previstos - artigo 2º
CIRE.
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1. A situação de insolvência

Art.º 3.º CIRE - Situação de insolvência


n.º 1 - É considerado em situação de
insolvência o devedor que se encontre
impossibilitado de cumprir as suas
obrigações vencidas. Insolvência 
atual

n.º 4 - Equipara-se à situação de insolvência


atual a que seja meramente iminente, no
caso de apresentação pelo devedor à
insolvência. Insolvência 
iminente
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1. A situação de insolvência

Art.º 3.º CIRE - Situação de insolvência


n.º 2 - As pessoas coletivas (…) são também
considerados insolventes quando o seu
passivo seja manifestamente superior ao
ativo, avaliados segundo as normas
contabilísticas aplicáveis.

n.º 3 - Cessa o disposto no número anterior,


quando o ativo seja superior ao passivo,
avaliados em conformidade com as seguintes
regras: (…) pelo seu justo valor; (…)
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2. Sujeitos suscetíveis de declaração
de insolvência

O artigo 2.º do CIRE enumera


taxativamente o leque de entidades e
figuras que a lei sujeita à insolvência,
considerando-se pois, um pressuposto
subjetivo – ser um dos sujeitos passivos
previstos:
a) Quaisquer pessoas singulares ou
coletivas; b) A herança jacente; c) As
associações sem personalidade jurídica e as
comissões especiais; d) As sociedades civis;
(…)
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2. Sujeitos suscetíveis de declaração
de insolvência

Excetuam-se
• a) As pessoas coletivas públicas e as
entidades públicas empresariais;
• b) As empresas de seguros, as instituições
de crédito, as sociedades financeiras(…),
na medida em que a sujeição a
processo de insolvência seja
incompatível com os regimes especiais
previstos para tais entidades.”

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3. Efeitos da declaração de insolvência

Uma vez proferida a sentença, os efeitos da


declaração de insolvência são diversos:

•Efeitos sobre o devedor e outras


pessoas
•Efeitos processuais
•Efeitos sobre os créditos
•Efeitos sobre negócios em curso
•Efeitos do encerramento do processo

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3. Efeitos da declaração de insolvência

Efeitos sobre o devedor e outras


pessoas – art.º 81.º e 82.º CIRE
A declaração de insolvência priva imediatamente
o insolvente (…) dos poderes de administração e
de disposição dos bens integrantes da massa
insolvente, os quais passam a competir ao
administrador da insolvência. Os órgãos sociais
do devedor mantêm-se em funcionamento após
a declaração de insolvência, não sendo os seus
titulares remunerados, salvo no caso previsto no
artigo 227.º (enquanto a administração da
insolvência for assegurada pelo próprio devedor ).
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3. Efeitos da declaração de insolvência

Efeitos processuais - art.º 85.º CIRE


Declarada a insolvência, todas as ações em
que se apreciem questões relativas a bens
compreendidos na massa insolvente (…) e
todas as ações de natureza exclusivamente
patrimonial intentadas pelo devedor são
apensadas ao processo de insolvência,
desde que a apensação seja requerida
pelo administrador da insolvência, com
fundamento na conveniência para os fins do
processo.
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3. Efeitos da declaração de insolvência

Efeitos sobre os créditos - art.º 90.º e


91.º CIRE
Os credores da insolvência apenas poderão
exercer os seus direitos em conformidade
com os preceitos do CIRE, durante a
pendência do processo de insolvência.

A declaração de insolvência determina o


vencimento de todas as obrigações do
insolvente não subordinadas a uma condição
suspensiva.
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3. Efeitos da declaração de insolvência

Efeitos sobre negócios em curso - art.º


102.º CIRE

Em qualquer contrato bilateral em que, à


data da declaração de insolvência, não haja
ainda total cumprimento nem pelo
insolvente nem pela outra parte, o
cumprimento fica suspenso até que o
administrador da insolvência declare optar
pela execução ou recusar o cumprimento.
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3. Efeitos da declaração de insolvência

Efeitos do encerramento do processo -


art.º 233.º e ss CIRE

Cessam todos os efeitos que resultam da


declaração de insolvência, recuperando
designadamente o devedor o direito de
disposição dos seus bens e a livre
gestão dos seus negócios.

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4. O processo de insolvência

4.1. Tramitação

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4. O processo de insolvência

4.1. Tramitação

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4. O processo de insolvência

4.2. Massa insolvente e intervenientes


no processo

No processo de insolvência assumem um papel de


essencial relevo, todos os intervenientes judiciários
sem exceção:
- Os credores, e respetiva comissão de credores;
- Os administradores da insolvência;
- Os advogados, funcionários e magistrados.
Sem esquecer a necessidade de comunicação e
cooperação com as Conservatórias e a
Autoridade Tributária e Aduaneira.

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4. O processo de insolvência

4.2. Massa insolvente e intervenientes


no processo

Artigo 46.º CIRE - Conceito de massa


insolvente
A massa insolvente destina-se à satisfação dos
credores da insolvência, depois de pagas as suas
próprias dívidas, e, salvo disposição em contrário,
abrange todo o património do devedor à data da
declaração de insolvência, bem como os bens e
direitos que ele adquira na pendência do processo.

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4. O processo de insolvência

4.2. Massa insolvente e intervenientes


no processo

Artigo 47.º CIRE - Conceito de credores


da insolvência e classes de créditos
sobre a insolvência
Declarada a insolvência, todos os titulares de créditos
de natureza patrimonial sobre o insolvente, ou
garantidos por bens integrantes da massa insolvente,
cujo fundamento seja anterior à data dessa declaração,
são considerados credores da insolvência, qualquer
que seja a sua nacionalidade e domicílio.
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4. O processo de insolvência

4.2. Massa insolvente e intervenientes


no processo

Artigo 128.º CIRE - Reclamação de


créditos (credores da insolvência)
Dentro do prazo fixado para o efeito na sentença
declaratória da insolvência, devem os credores da
insolvência, incluindo o Ministério Público na defesa dos
interesses das entidades que represente, reclamar a
verificação dos seus créditos por meio de
requerimento, acompanhado de todos os documentos
probatórios de que disponham .
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4. O processo de insolvência

4.2. Massa insolvente e intervenientes


no processo

Artigo 52.º - Nomeação pelo juiz e


estatuto (administrador da insolvência)
A nomeação do administrador da insolvência é da
competência do juiz. O administrador da insolvência
exerce a sua atividade sob a fiscalização do juiz e em
cooperação com a comissão de credores, se existir. Tem
como tarefa principal, entre outras, preparar o
pagamento das dívidas do insolvente à custa das
quantias em dinheiro existentes na massa insolvente.
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4. O processo de insolvência

4.2. Massa insolvente e intervenientes


no processo

Artigos 153.º e ss - Inventário, Lista de


Credores e Relatório do Administrador
da Insolvência
O administrador da insolvência elabora:
- um inventário dos bens e direitos integrados na
massa insolvente, com indicação do seu valor,
natureza, características, lugar em que se
encontram (…) – auto de apreensão -
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4. O processo de insolvência

4.2. Massa insolvente e intervenientes


no processo

Artigos 153.º e ss - Inventário, Lista de


Credores e Relatório do Administrador
da Insolvência
O administrador da insolvência elabora:
-uma lista provisória dos credores que constem
da contabilidade do devedor, tenham reclamado os
seus créditos ou sejam por outra forma do seu
conhecimento (…)
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4.2. Massa insolvente e intervenientes


no processo

Artigos 153.º e ss - Inventário, Lista de


Credores e Relatório do Administrador
da Insolvência
O administrador da insolvência elabora:
- um relatório, onde consta a análise do estado da
contabilidade e a sua opinião da informação
financeira do devedor (…)

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4. O processo de insolvência

4.2. Massa insolvente e intervenientes


no processo

Artigo 66.º - Nomeação da comissão de


credores pelo juiz (pode não ser
nomeada)
Anteriormente à primeira assembleia de credores, o
juiz nomeia uma comissão de credores composta
por três ou cinco membros e dois suplentes,
devendo o encargo da presidência recair de
preferência sobre o maior credor da empresa.
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4. O processo de insolvência

4.2. Massa insolvente e intervenientes


no processo

Artigo 67.º - Intervenção da assembleia


de credores
A assembleia de credores pode prescindir da
existência da comissão de credores, substituir
quaisquer dos membros ou suplentes da comissão
nomeada pelo juiz, eleger dois membros
adicionais, e, se o juiz não a tiver constituído, criar
ela mesma uma comissão (…).

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4. O processo de insolvência

4.2. Massa insolvente e intervenientes


no processo

Artigo 72.º CIRE - Participação na


assembleia de credores
Têm o direito de participar na assembleia de
credores todos os credores da insolvência, bem
como os titulares dos direitos referidos no n.º 2 do
artigo 95.º (Responsáveis solidários e
garantes), que, nos termos dessa disposição, não
possam ser exercidos no processo.

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4. O processo de insolvência

4.3. Finalidade do processo de


insolvência - Artigo 1.º CIRE

Processo de execução universal que tem como


finalidade a satisfação dos credores pela forma
prevista num plano de insolvência, baseado,
nomeadamente, na recuperação da empresa
compreendida na massa insolvente, ou, quando
tal não se afigure possível, na liquidação do
património do devedor insolvente e a
repartição do produto obtido pelos credores.
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4.3. Finalidade do processo de


insolvência - Artigo 1.º CIRE

Estando em situação económica difícil, ou


em situação de insolvência meramente
iminente, o devedor pode requerer ao
tribunal a instauração de processo
especial de revitalização (PER), de
acordo com o previsto nos artigos 17.º-A a
17.º-I.
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4. O processo de insolvência

4.3. Finalidade do processo de


insolvência

Resumindo, no processo de insolvência,


estar-se-á perante uma das seguintes
situações:
1. Insolvência de carácter limitado (insuficiência
da massa)
2. Pagamento das dívidas aos credores
3. Manutenção da atividade do estabelecimento
4. Encerramento do estabelecimento
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4. O processo de insolvência

4.3. Finalidade do processo de


insolvência
1. Insolvência de carácter limitado
(insuficiência da massa)* (art.º 39.º CIRE)
2. Pagamento das dívidas aos credores
(art.º 230.º CIRE)

Encerramento do processo de
insolvência (a empresa continua a
atividade normalmente) - art.º 234.º
CIRE
*A liquidação da sociedade prossegue nos termos do RJPADLEC regime jurídico dos
procedimentos administrativos de dissolução e de liquidação de entidades comerciais

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4. O processo de insolvência

4.3. Finalidade do processo de


insolvência

3. Manutenção da atividade do
estabelecimento
(Decisão Assembleia de Credores)

Acordado um plano de insolvência, a


atividade da empresa continua
normalmente (art.º 234º CIRE)
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4. O processo de insolvência

4.3. Finalidade do processo de


insolvência
Artigo 195.º CIRE - Conteúdo do plano de
insolvência
Deve indicar:
- as alterações dele decorrentes para as posições
jurídicas dos credores da insolvência;
- a sua finalidade;
- A descrição das medidas necessárias à sua
execução.
Se se destinar a prover à recuperação do
devedor designa-se plano de recuperação
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4.3. Finalidade do processo de


insolvência
Artigo 195.º CIRE - Conteúdo do plano de
insolvência

a) Plano de liquidação da massa insolvente


b) Plano de recuperação/reestruturação
c) Plano de saneamento – transmissão da empresa a
outra
d) Plano misto – integra as opções a), b), c)

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4. O processo de insolvência

4.3. Finalidade do processo de


insolvência

4. Encerramento do estabelecimento
(Decisão Assembleia de Credores)

Liquidação*
*Com o registo do encerramento do processo após o rateio final, a sociedade
considera-se extinta (art.º 234.º CIRE)

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ASPETOS CONTABILÍSTICO-
FISCAIS DO PROCESSO DE
INSOLVÊNCIA

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• A posição dos Administradores da


Insolvência?…

• A posição da Autoridade Tributária?…

• A posição dos Magistrados Judiciais?…

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• A posição dos Administradores da


Insolvência?…

• Não há atividade quando se delibera a


liquidação do património do devedor insolvente

• A liquidação do ativo insolvente não visa o


lucro

• A massa insolvente não é sujeito passivo de


impostos
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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• A posição da Autoridade Tributária?…

• A empresa que tenha sido dissolvida num


processo de insolvência continua a existir
como sujeito passivo até à data do
encerramento da liquidação

• Os administradores da insolvência têm a


responsabilidade de cumprir as obrigações
fiscais da sociedade insolvente

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• A posição dos Magistrados Judiciais?…

• A posição dos Administradores da


Insolvência?…

vs

• A posição da Autoridade Tributária?…

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• Obrigações fiscais em caso de encerramento


do processo de insolvência

• Obrigações fiscais em caso de decisão de


manutenção em atividade do estabelecimento
ou estabelecimentos compreendidos na massa
insolvente

• Obrigações fiscais em caso de decisão de


encerramento da atividade do
estabelecimento ou estabelecimentos
compreendidos na massa insolvente
(liquidação da massa insolvente)
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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• Obrigações fiscais em caso de


encerramento do processo de insolvência

Com o encerramento do processo de insolvência,


cessam todos os efeitos que resultam da declaração
de insolvência, pelo que a entidade insolvente
retomará a sua atividade e mantém todas as suas
obrigações fiscais, incluindo a obrigação de submeter
a declaração periódica de rendimentos (Modelo 22) e
declaração periódica de IVA, e mantém a obrigação
de liquidação e pagamento dos impostos.

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• Obrigações fiscais em caso de decisão


de manutenção em atividade do
estabelecimento ou estabelecimentos
compreendidos na massa insolvente
Circular 10/2015
Caso a assembleia de credores não opte pelo
encerramento de atividade, a entidade insolvente
mantém todas as obrigações fiscais, incluindo a
obrigação de submeter a declaração periódica de
rendimentos (Modelo 22) e declaração periódica de
IVA, e mantém a obrigação de liquidação e pagamento
dos impostos.
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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• Obrigações fiscais em caso de


liquidação da massa insolvente
A massa insolvente é sujeito passivo em sede
de IRC?

• A tributação do rendimento em sede de IRC


incide sobre a realidade económica constituída
pelo lucro. Devemos considerar que o produto
da liquidação da massa insolvente é acréscimo
de riqueza e concorre para a determinação da
matéria coletável?
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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• Obrigações fiscais em caso de


liquidação da massa insolvente
A massa insolvente é sujeito passivo em sede
de IVA?
• No processo de insolvência, a liquidação do
património do devedor refere-se ao exercício
de uma atividade económica?

• São as operações de liquidação dos ativos


insolventes sujeitas a IVA?
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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• Obrigações fiscais em caso de


liquidação da massa insolvente
A massa insolvente é sujeito passivo em sede
de IMI?

• Sobre quem recai a obrigação de pagamento


do IMI, se após a declaração da insolvência
há a consequente apreensão do prédio a
favor da massa insolvente? E subsiste essa
obrigação no processo de insolvência?

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• Obrigações fiscais em caso de


liquidação da massa insolvente
A massa insolvente é sujeito passivo em sede
de IMT?

• Há transmissão de imóveis integrados na


massa insolvente, no seu processo de
liquidação. É esta transmissão considerada
onerosa? Não será essa operação isenta?

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• Obrigações fiscais em caso de


liquidação da massa insolvente
A massa insolvente é sujeito passivo em sede
de IS?

• No processo de insolvência existem vários


atos, contratos, documentos e outros factos.

• Serão estes atos sujeitos a IS?

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• Obrigações fiscais em caso de


liquidação da massa insolvente
A massa insolvente é sujeito passivo em sede
de IUC?

• Sobre quem recai a obrigação de pagamento do IUC, se


após a declaração da insolvência há a consequente
apreensão das viaturas a favor da massa insolvente?

• Quando existe cláusula de reserva de propriedade que
incida sobre os veículos, quem é sujeito passivo de
IUC?
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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• Obrigações fiscais em caso de


liquidação da massa insolvente
Circular 10/2015

– A manutenção da personalidade
tributária da sociedade insolvente em
fase de liquidação
– Aplicação do disposto no artigo 65.º do
CIRE

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• Obrigações fiscais em caso de


liquidação da massa insolvente
Circular 10/2015
O disposto no artigo 65.º (CIRE), não pode
ser interpretado no sentido de determinar:
i) A perda da personalidade tributária da
pessoa coletiva insolvente, subsistindo a
suscetibilidade de esta ser sujeito de
relações jurídicas tributárias no decurso do
processo de liquidação;
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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• Obrigações fiscais em caso de


liquidação da massa insolvente
Circular 10/2015

O disposto no artigo 65.º (CIRE), não pode


ser interpretado no sentido de determinar:

ii) Qualquer tipo de exclusão do âmbito de


incidência de impostos; ou

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• Obrigações fiscais em caso de


liquidação da massa insolvente
Circular 10/2015

O disposto no artigo 65.º (CIRE), não pode


ser interpretado no sentido de determinar:
iiii) A extinção de obrigações fiscais que
ainda não se tenham constituído na esfera
da pessoa coletiva insolvente à data da
deliberação de encerramento do
estabelecimento, ou
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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• Obrigações fiscais em caso de


liquidação da massa insolvente
Circular 10/2015

O disposto no artigo 65.º (CIRE), não pode


ser interpretado no sentido de determinar:
iv) O afastamento das obrigações que
venham a incidir sobre a insolvente em
resultado das operações de liquidação que
sejam realizadas até à extinção do processo
de insolvência.
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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

Artigo 65.º CIRE - Contas anuais do devedor

n.º 3 - Com a deliberação de encerramento


da atividade do estabelecimento, nos
termos do n.º 2 do artigo 156.º (Deliberações
da assembleia de credores de apreciação
do relatório), extinguem-se necessariamente
todas as obrigações declarativas e fiscais, o que
deve ser comunicado oficiosamente pelo
tribunal à administração fiscal para efeitos de
cessação da atividade.

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

Artigo 65.º CIRE - Contas anuais do devedor

E se a assembleia prevista no art.º 156.º


do CIRE, a que alude o novo n.º 3 do artigo
65.º do CIRE, não for convocada, por
aplicação do disposto na al. n) do n.º 1 do
artigo 36.º do CIRE, que prevê a
possibilidade de o Juiz declarar, na sentença
de declaração de insolvência e
fundamentadamente, prescindir da
realização da mencionada assembleia?
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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.1. A declaração de alterações


Circular 10/2015
Nos termos do n.º 7 do artigo 118.º do CIRC
e n.º 3 do artigo 32.º do CIVA, o contribuinte
fica dispensado do cumprimento desta
obrigação sempre que as alterações em causa
correspondam a factos cujo registo na
Conservatória do Registo Comercial é
obrigatório*.
* A declaração de insolvência e a nomeação de um administrador da
insolvência devem ser oficiosamente registadas – art.º 38.º CIRE.

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.1. A declaração de alterações


Circular 10/2015

Mantêm-se a obrigatoriedade de entrega da


declaração de alterações, quando sejam
modificados quaisquer outros elementos da
declaração que não consubstanciem atos
sujeitos a registo (por exemplo, quando se
pretende a alteração ao NIB/IBAN, para efeito
de reembolsos).

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.1. Em IRC
Artigo 8.º CIRC- Período de tributação
O período de tributação pode ser superior a um
ano relativamente a sociedades e outras
entidades em liquidação, em que tem a
duração correspondente à liquidação.
O facto gerador do imposto considera-se
verificado no último dia do período de tributação.
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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.1. Em IRC
Circular 10/2015
Caso seja deliberado o encerramento de
estabelecimento compreendido na massa insolvente
e comunicado tal facto à AT pelo tribunal, em
conformidade com o disposto no n.º 3 do artigo
65.º do CIRE, é assumida a cessação oficiosa,
prevista no n.º 6 do artigo 8.° do CIRC.

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.1. Em IRC
Circular 10/2015
Mesmo com a deliberação do encerramento de
estabelecimento, as entidades declaradas insolventes
ficam obrigadas à entrega da declaração periódica de
rendimentos, respetiva liquidação e pagamento do
imposto, relativamente aos períodos de tributação em
que se verifique a existência de qualquer facto
tributário sujeito a IRC (n.º7 art.º 8.º CIRC).
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de insolvência

• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.1. Em IRC
Artigo 79.º CIRC- Sociedades em
liquidação
Relativamente às sociedades em liquidação, o lucro tributável é
determinado com referência a todo o período de liquidação.
(…) a) As sociedades que se dissolvam devem encerrar as suas
contas com referência à data da dissolução, com vista à
determinação do lucro tributável correspondente ao período
decorrido desde o início do período de tributação em que se
verificou a dissolução até à data desta;(…)
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• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.1. Em IRC
Artigo 79.º CIRC- Sociedades em
liquidação
Aplicando o disposto no art.º 79.º do CIRC, a sociedade em liquidação
entrega: declaração (obrigatória) referente ao período até à
dissolução e posteriores, devendo, porém, possuir elementos que
permitam a separação e controle do disposto nas alíneas a) e c) do n.º
2 do art.º 79.º do CIRC, nomeadamente no que se refere ao período
normal, antes da data da dissolução e ao período posterior à dissolução
se corresponder ao mesmo exercício económico;
- declaração (facultativa), referente ao período de liquidação.
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• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.1. Em IRC
Cálculo do IRC na declaração do
período da liquidação

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5. Obrigações fiscais após a declaração
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• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.1. Em IRC
Cálculo do IRC na declaração do
período da liquidação

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5. Obrigações fiscais após a declaração
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• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.1. Em IRC
Artigo 79.º CIRC- Sociedades em
liquidação
A Declaração facultativa é vantajosa se:
a) Existir redução de taxa
b) Ao existir reporte de prejuízos o período de liquidação não
for superior a 2 anos
Se período de liquidação > 2 anos, as liquidações dos anos
do período de liquidação são definitivas não há lugar a
declaração facultativa
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• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.1. Em IRC
Artigo 80.º CIRC- Resultado de
liquidação
Na determinação do resultado de liquidação,
havendo partilha dos bens patrimoniais
pelos sócios, considera-se como valor de
realização daqueles o respetivo valor de
mercado.
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• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.1. Em IRC
Artigo 81.º CIRC- Resultado da
partilha
É englobado para efeitos de tributação dos sócios, no
período de tributação em que for posto à sua
disposição, o valor que for atribuído a cada um deles
em resultado da partilha, abatido do valor de
aquisição das correspondentes partes sociais e de
outros instrumentos de capital próprio.(…)
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• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.1. Em IRC
Artigo 82.º CIRC- Liquidação de
pessoas coletivas que não sejam
sociedades
O disposto nos artigos anteriores é aplicável, com
as necessárias adaptações, à liquidação de
pessoas coletivas que não sejam sociedades.

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.1. Em IRC

Caso existam gastos que possam ser


dedutíveis, mesmo que não ocorra a obtenção
de quaisquer rendimentos, não há a
obrigatoriedade de entrega de qualquer
declaração periódica, no entanto esses gastos
são imputáveis ao período a que dizem respeito
e só nesse período podem ser deduzidos.
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5. Obrigações fiscais após a declaração
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• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.1. Em IRC
Artigo 69.º CIRC- Regime Especial de
Tributação dos Grupos de
Sociedades (RETGS)
Não podem fazer parte do grupo as sociedades que, no início ou
durante a aplicação do regime:
a) Estejam inativas há mais de um ano ou tenham sido dissolvidas;
b) Tenha sido contra elas instaurado processo especial de
recuperação ou de falência em que haja sido proferido despacho de
prosseguimento da ação.
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5. Obrigações fiscais após a declaração
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• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.1. Em IRC
Artigo 106.º Pagamento especial por
conta
11 - Ficam dispensados (…) b) Os sujeitos
passivos que se encontrem com processos no
âmbito do CIRE, a partir da data de
instauração desse processo

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• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.1. Em IRC
Artigo 106.º Pagamento especial por
conta
11 - Ficam dispensados (…) c) Os sujeitos
passivos que tenham deixado de efetuar vendas
ou prestações de serviços e tenham entregue a
correspondente declaração de cessação de
atividade a que se refere o artigo 33.º do Código
do IVA.
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5. Obrigações fiscais após a declaração
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• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.1. Em IRC
Artigo 106.º Pagamento especial por
conta
11 - Ficam dispensados (…) d) Os sujeitos
passivos a que seja aplicado o regime simplificado
de determinação da matéria coletável.

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.1. Em IRC
Artigo 93.º Pagamento especial por conta
REEMBOLSO
Em caso de cessação de atividade no próprio período de
tributação ou até ao 6.º período de tributação posterior àquele
a que PEC respeita, a parte que não possa ter sido deduzida é
reembolsada mediante requerimento do sujeito passivo, dirigido ao
chefe do serviço de finanças da área da sede, direção efetiva ou
estabelecimento estável em que estiver centralizada a contabilidade,
apresentado no prazo de 90 dias a contar da data da cessação
da atividade.
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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.1. Em IRC
Artigo 86.º-A - Regime Simplificado
Podem optar pelo regime simplificado de
determinação da matéria coletável, os sujeitos
passivos residentes, não isentos nem sujeitos a um
regime especial de tributação, que exerçam a título
principal uma atividade de natureza comercial,
industrial ou agrícola.

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5. Obrigações fiscais após a declaração
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• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.1. Em IRC
Artigo 86.º-A - Regime Simplificado
O regime simplificado de determinação da matéria
coletável cessa quando deixem de se verificar os
respetivos requisitos ou o sujeito passivo renuncie
à sua aplicação.

E se a entidade for declarada insolvente?


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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.1. Em IRC
Regime Geral vs Regime Simplificado
Não esquecer: o art.º 86.º-B do CIRC define que a
matéria coletável apurada no regime simplificado não
pode ser inferior a 60 % do valor anual da retribuição
mensal mínima garantida (não excecionando as
entidades insolventes). Situação distinta nos termos do
art.º 106.º do CIRC, em que quando uma entidade é
declarada insolvente, que deixa imediatamente de ter a
obrigação de pagar o PEC.
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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.1. Em IRC
Os credores de devedor insolvente - Artigo
28.º-A CIRC- Perdas por imparidade em
dívidas a receber/ Artigo 28.º-B CIRC-
Perdas por imparidade em créditos

Consideram-se créditos de cobrança duvidosa


aqueles em que o risco de incobrabilidade esteja
devidamente justificado.
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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.1. Em IRC
Os credores de devedor insolvente - Artigo
28.º-A CIRC- Perdas por imparidade em
dívidas a receber/ Artigo 28.º-B CIRC-
Perdas por imparidade em créditos

O risco de incobrabilidade considera-se


devidamente justificado quando o devedor tenha
pendente processo de insolvência(…).
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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 85
5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.1. Em IRC (credores de devedor insolvente)
Tratamento contabilístico - Perdas
por imparidade

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.1. Em IRC (credores de devedor insolvente)
Tratamento contabilístico – Reversão
de Perdas por imparidade

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.1. Em IRC
Credores de devedor insolvente - Artigo 41.º
CIRC - Créditos incobráveis

Os créditos incobráveis podem ser diretamente


considerados gastos ou perdas do período de
tributação, desde que não tenha sido admitida
perda por imparidade ou esta se mostre
insuficiente.
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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 88
5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.1. Em IRC
Credores de devedor insolvente - Artigo 41.º
CIRC - Créditos incobráveis

Em processo de insolvência, quando a mesma for


decretada de caráter limitado, após o trânsito em
julgado da sentença de verificação e graduação
de créditos prevista no CIRE ou, quando exista, a
homologação do plano de insolvência.
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5. Obrigações fiscais após a declaração
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• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.1. Em IRC (credores de devedor insolvente)
Tratamento contabilístico - Créditos
incobráveis – Não estando reconhecida
qualquer imparidade

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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 90
5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.1. Em IRC (credores de devedor insolvente)
Tratamento contabilístico - Créditos
incobráveis – Estando reconhecida uma
imparidade insuficiente

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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 91
5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.1. Em IRC (credores de devedor insolvente)
Tratamento contabilístico- Recuperação
de Créditos incobráveis

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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 92
5. Obrigações fiscais após a declaração
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• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.2. Em IVA
Circular 10/2015
Caso seja deliberado o encerramento de
estabelecimento compreendido na massa
insolvente e comunicado tal facto à AT pelo
tribunal, em conformidade com o disposto no
n.º 3 do artigo 65.º do CIRE, é assumida a
cessação oficiosa, prevista no nº 3 do artigo
34.° do CIVA.
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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 93
5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.2. Em IVA

Não há na legislação qualquer derrogação à


liquidação do IVA na gestão da massa
insolvente pelo que em caso de venda dos
ativos insolventes, o IVA deverá ser liquidado
nos termos do CIVA.

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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 94
5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.2. Em IVA
Circular 10/2015
Caso a entidade declarada insolvente continue a realizar,
ainda que ocasionalmente, transmissões de bens ou
prestações de serviços correspondentes ao exercício de
uma atividade económica que, nos termos do artigo 2.º
do Código do IVA, impliquem a sua qualificação como
sujeito passivo de IVA deve, nos períodos de imposto
em que tal se verifique, proceder ao cumprimento das
obrigações previstas no Código do IVA.
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5. Obrigações fiscais após a declaração
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• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.2. Em IVA
Circular 10/2015
A liquidação e pagamento do imposto devem ser
efetuados nos serviços de finanças, através de
documento de cobrança (P2). O comprovativo do
pagamento, acompanhado de documento emitido pelo
administrador da insolvência (onde constem os elementos
a que se refere o n.· 5 do artigo 36.· do Código do IVA) é
considerado meio idóneo para o suporte do exercício do
direito à dedução por parte dos adquirentes dos bens.
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• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.2. Em IVA

A entidade insolvente se pretender pode ainda


exercer o direito à dedução do imposto suportado
na aquisição de bens ou serviços indispensáveis na
fase de liquidação.

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• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.2. Em IVA – Reembolso
Artigo 14.º - Pedido de reembolso – Decreto -
Lei n.º 229/95, de 11 de setembro – Regime
de Cobrança do IVA (alterado até à Lei nº
64/2012, de 20 de dezembro)

No caso de cessação de atividade, (…), os


pedidos de reembolso apenas são considerados se
solicitados em declaração apresentada dentro do
prazo de quatro anos.
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de insolvência

• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.3. Outros impostos - IMI
Artigo 8.º - CIMI – Sujeito passivo

O IMI é devido pelo proprietário do prédio


em 31 de Dezembro do ano a que o mesmo
respeitar.

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• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.3. Outros impostos - IMI
Circular 10/2015
A declaração de insolvência não tem por efeito a
transmissão dos bens da pessoa coletiva insolvente
para a respetiva massa insolvente, pelo que a
entidade insolvente continua a ser sujeito
passivo do IMI, mas o respetivo pagamento deve
ser exigido à massa insolvente (ainda que os
documentos de cobrança sejam emitidos em
nome da empresa insolvente).
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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.3. Outros impostos - IMI
Circular 10/2015

Se o facto tributário definido nos termos do art.º 8º


e 9.º do CIMI ocorrer em data anterior à
declaração de insolvência, as dívidas de IMI são
da responsabilidade da entidade declarada
insolvente e devem ser reclamadas no processo de
insolvência.
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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.3. Outros impostos - IMT
Artigo 2.º CIMT - Incidência objetiva
e territorial/ Artigo 4.º CIMT -
Incidência subjetiva
O IMT incide sobre as transmissões, a título
oneroso, do direito de propriedade ou de figuras
parcelares desse direito, sobre bens imóveis
situados no território nacional. O IMT é devido
pelos adquirentes dos bens imóveis.
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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 102
5. Obrigações fiscais após a declaração
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• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.3. Outros impostos - IS
Artigo 1.º CIS - Incidência objetiva

O imposto do selo incide sobre todos os


atos, contratos, documentos, títulos, papéis
e outros factos ou situações jurídicas
previstos na Tabela Geral, incluindo as
transmissões gratuitas de bens.
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• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.3. Outros impostos - IS
A transmissão da globalidade do estabelecimento,
está sujeita a IS e é tributada pela verba 1.1. da Tabela
Geral do IS: “Aquisição onerosa ou por doação do
direito de propriedade ou de figuras parcelares desse
direito sobre imóveis, bem como a resolução, invalidade
ou extinção, por mútuo consenso, dos respetivos
contratos”.*

* Não esquecer que em muitos dos atos o IS é devido


pelo adquirente
Obrigações contabilísticas e fiscais das empresas
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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.3. Outros impostos - IUC
Artigo 1.º CIUC - Princípio da
equivalência
O IUC obedece ao princípio da equivalência,
procurando onerar os contribuintes na
medida do custo ambiental e viário que
estes provocam, em concretização de uma
regra geral de igualdade tributária.
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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.2. Obrigações declarativas e de


pagamento
• 5.2.3. Outros impostos - IUC
Artigo 3.º CIUC - Incidência subjetiva
São sujeitos passivos do imposto as pessoas singulares
ou coletivas, de direito público ou privado, em nome
das quais se encontre registada a propriedade dos
veículos.
São equiparados a sujeitos passivos os locatários
financeiros, os adquirentes com reserva de
propriedade, bem como outros titulares de direitos
de opção de compra por força do contrato de locação.
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de insolvência

• 5.3. Regularizações
Regularização do IVA de créditos de cobrança duvidosa e de
créditos incobráveis
- Créditos de cobrança duvidosa
• Artigo 78.º nº 8 do CIVA (créditos vencidos antes de 1 de
janeiro de 2013)
• Artigo 78-A, nº 1 e nº 2 do CIVA (créditos vencidos após 1 de
janeiro de 2013) - sujeitos ou não à apresentação de pedido
de autorização prévia
- Créditos incobráveis
• Artigoº 78.º, nº 7, b) CIVA (créditos vencidos antes de 1 de
janeiro de 2013)
• Artigo 78.º - A, nº 4, b) CIVA (créditos vencidos após 1 de
janeiro de 2013)
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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência
Créditos vencidos antes
• 5.3. Regularizações de 1 de janeiro de 2013

5.3.1.1. Créditos de cobrança duvidosa


– Artigo 78.º nº 8 do CIVA (créditos vencidos
antes de 1 de janeiro de 2013)

• Regularizações a favor do sujeito passivo


abrangidas pelo artigo 78.º, nº 8, alínea a)
(QUADRO 2)

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência
Créditos vencidos antes
• 5.3. Regularizações de 1 de janeiro de 2013

5.3.1.1. Créditos de cobrança duvidosa


– Artigo 78.º nº 8 do CIVA (créditos vencidos
antes de 1 de janeiro de 2013)

. Regularizações a favor do sujeito passivo


abrangidas pelo artigo 78.º, nº 8, alíneas b),
c), d), e) (QUADRO 1-D)

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência
Créditos vencidos antes
• 5.3. Regularizações de 1 de janeiro de 2013

Artigo 78.º, nº 9/10 - Regularizações


Os requisitos legais para a dedução do imposto
respeitante a créditos considerados incobráveis nos
termos do n.º 7 deste artigo devem ser certificados
por revisor oficial de contas.
A certificação por revisor oficial de contas deve ser
efetuada por cada um dos períodos em que foi feita
a regularização e até ao termo do prazo estabelecido
para a entrega da declaração periódica ou até à data de
entrega da mesma, quando esta ocorra fora do prazo.

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência
Créditos vencidos após
• 5.3. Regularizações 1 de janeiro de 2013

5.3.1.1. Créditos de cobrança duvidosa


– Artigo 78-A, nº 1 do CIVA (créditos vencidos
após 1 de janeiro de 2013)
Artigo 78.º - A, nº 1, 1ª parte e nº 2, alínea a)
- sujeitos à apresentação de pedido de
autorização prévia)

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência
Créditos vencidos após
• 5.3. Regularizações 1 de janeiro de 2013

Artigo 78.º-B, Procedimento de regularização


A dedução do imposto associado a créditos considerados
de cobrança duvidosa, é efetuada mediante pedido de
autorização prévia a apresentar, por via eletrónica, no
prazo de seis meses contados a partir da data em que os
créditos sejam considerados de cobrança duvidosa – Portaria
172/2015, de 05/06.
Uma vez ultrapassado o prazo, o sujeito passivo perde
a possibilidade de regularização do IVA por via dos
créditos de cobrança duvidosa, restando-lhe apenas a
regularização do IVA por via dos créditos incobráveis.

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência
Créditos vencidos após
• 5.3. Regularizações 1 de janeiro de 2013

Artigo 78.º-D - Documentação de suporte

A certificação por revisor oficial de contas é efetuada


para cada um dos documentos e períodos a que se refere
a regularização e até à entrega do correspondente
pedido, sob pena de o pedido de autorização prévia
não se considerar apresentado, devendo a certificação
ser feita, no caso da regularização dos créditos não
depender de pedido de autorização prévia, até ao
termo do prazo estabelecido para a entrega da declaração
periódica ou até à data de entrega da mesma, quando
esta ocorra fora do prazo.
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de insolvência
Créditos vencidos após
• 5.3. Regularizações 1 de janeiro de 2013

5.3.1.1. Créditos de cobrança duvidosa


– Artigo 78-A, nº 1 do CIVA (créditos vencidos
após 1 de janeiro de 2013)
. Artigo 78.º - A, nº 1, 1ª parte e nº 2, alínea
b) – não sujeitos à apresentação de pedido
de autorização prévia)

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência
Créditos vencidos após
• 5.3. Regularizações 1 de janeiro de 2013

Artigo 78.º-D - Documentação de suporte


A identificação da fatura relativa a cada crédito de
cobrança duvidosa, a identificação do adquirente, o
valor da fatura e o imposto liquidado, a realização de
diligências de cobrança por parte do credor e o
insucesso, total ou parcial, de tais diligências, bem
como outros elementos que evidenciem a realização
das operações em causa, devem encontrar-se
documentalmente comprovados e ser
certificados por revisor oficial de contas.

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de insolvência
Créditos vencidos antes
• 5.3. Regularizações de 1 de janeiro de 2013

Artigo 78.º, nº 7 - Regularizações*


Os sujeitos passivos podem deduzir ainda o imposto
respeitante a créditos considerados incobráveis:
b) Em processo de insolvência, quando a mesma for
decretada de caráter limitado, após o trânsito em
julgado da sentença de verificação e graduação de
créditos prevista no CIRE OU, quando exista, a
homologação do plano de insolvência.
*Lei nº 66-B/2012, de 31 de dezembro (LOE 2013) - Artigo 198.º- Disposição
transitória no âmbito do Código do IVA: O disposto nos n.os 7 a 12, 16 e 17 do artigo
78.º do CIVA aplica-se apenas aos créditos vencidos antes de 1 de janeiro de 2013.

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de insolvência
Créditos vencidos antes
• 5.3. Regularizações de 1 de janeiro de 2013

5.3.1.2. Créditos incobráveis

Regularizações a favor do sujeito passivo


abrangidas pelo artigo 78.º, nº 7, alínea b),
para créditos incobráveis antes de 2013

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de insolvência
Créditos vencidos antes
• 5.3. Regularizações de 1 de janeiro de 2013

5.3.1.2. Créditos incobráveis

Regularizações a favor do sujeito passivo


abrangidas pelo artigo 78.º, nº 7, alínea b),
para créditos vencidos antes de 2013, mas
considerados incobráveis a partir de
01/01/2013

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de insolvência
Créditos vencidos após
• 5.3. Regularizações 1 de janeiro de 2013

Artigo 78.º-A, nº 4 - Créditos de cobrança


duvidosa ou incobráveis - Regularização a
favor do sujeito passivo* (créditos incobráveis)
Os sujeitos passivos podem deduzir o imposto relativo a créditos
considerados incobráveis, em processo de insolvência, quando a
mesma for decretada de caráter limitado, após o trânsito em
julgado da sentença de verificação e graduação de créditos
prevista no CIRE, OU, quando exista, a homologação do plano
de insolvência.

*Lei nº 66-B/2012, de 31 de dezembro (LOE 2013) - Artigo 198.º- Disposição transitória no


âmbito do Código do IVA: O disposto nos artigos 78.º-A a 78.º-D do CIVA aplica-se aos
créditos vencidos após a entrada em vigor da lei (dia 1 de janeiro de 2013).

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência
Créditos vencidos após
• 5.3. Regularizações 1 de janeiro de 2013

Artigo 78.º-A, nº 4 - Créditos de cobrança


duvidosa ou incobráveis - Regularização a
favor do sujeito passivo (créditos incobráveis)
Podem, MAS sempre que o facto relevante ocorra em momento
anterior a (créditos de cobrança duvidosa):
a) O crédito esteja em mora há mais de 24 meses desde a data do
respetivo vencimento e existam provas objetivas de imparidade e de
terem sido efetuadas diligências para o seu recebimento;
b) O crédito esteja em mora há mais de seis meses desde a data
do respetivo vencimento, o valor do mesmo não seja superior a
€750, IVA incluído, e o devedor seja particular ou sujeito passivo que
realize exclusivamente operações isentas que não confiram direito à
dedução.
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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência
Créditos vencidos após
• 5.3. Regularizações 1 de janeiro de 2013

Artigo 78.º-A, nº 4 - Créditos de cobrança


duvidosa ou incobráveis - Regularização a
favor do sujeito passivo (créditos incobráveis)

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência
Créditos vencidos após
• 5.3. Regularizações 1 de janeiro de 2013

Artigo 78.º-D - Documentação de suporte

O revisor oficial de contas deverá, ainda, certificar


que se encontram verificados os requisitos legais
para a dedução do imposto respeitante a créditos
considerados incobráveis.

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência
Créditos vencidos antes
• 5.3. Regularizações de 1 de janeiro de 2013

Artigo 78.º, nº 11 – Regularizações

Deve ser comunicada ao adquirente do bem ou


serviço, que seja um sujeito passivo do imposto, a
anulação total ou parcial do imposto, para efeitos
de retificação da dedução inicialmente efetuada,
devendo esta comunicação identificar as faturas, o
montante do crédito e do imposto a ser
regularizado, o processo ou acordo em causa,
bem como o período em que a regularização é
efetuada.
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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência
Créditos vencidos após
• 5.3. Regularizações 1 de janeiro de 2013

Artigo 78.º-B, nº 9 – Regularizações

Deve ser comunicado ao adquirente do bem ou


serviço, que seja um sujeito passivo do imposto, a
anulação total ou parcial do imposto, para efeitos
de retificação da dedução inicialmente efetuada,
devendo esta comunicação identificar as faturas, o
montante do crédito e do imposto a ser
regularizado, o processo ou acordo em causa, bem
como o período em que a regularização é efetuada

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.3. Regularizações
Créditos vencidos antes
de 1 de janeiro de 2013

Artigo 78.º, nº 11 – Regularizações


Créditos vencidos após
1 de janeiro de 2013

Artigo 78.º-B, nº 9 – Regularizações

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência
Créditos vencidos após
• 5.3. Regularizações 1 de janeiro de 2013

Artigo 78.º-C, nº 3 – Regularizações


Os sujeitos passivos que hajam procedido anteriormente à
dedução do imposto associado a créditos de cobrança
duvidosa ou incobráveis devem entregar o imposto
correspondente ao montante recuperado com a declaração
periódica a apresentar no período do recebimento, ficando a
dedução do imposto pelo adquirente dependente da
apresentação de pedido de autorização prévia.

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.4. Benefícios fiscais no decurso da


insolvência

A liquidação de bens
Vs
A dação em cumprimento
A cessão de bens
As variações patrimoniais positivas

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.4. Benefícios fiscais no decurso da


insolvência
Liquidação dos ativos insolventes -
Artigo 158.º CIRE - Começo da venda
de bens
Transitada em julgado a sentença declaratória da
insolvência e realizada a assembleia de apreciação do
relatório, o administrador da insolvência procede
com prontidão à venda de todos os bens
apreendidos para a massa insolvente,
independentemente da verificação do passivo(…)
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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.4. Benefícios fiscais no decurso da


insolvência
Dação em cumprimento - Artigo 837.º e
ss CCivil

Ocorre dação em cumprimento quando o


devedor oferece bens móveis ou imóveis
para cumprimento da dívida e o credor
aceita.

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.4. Benefícios fiscais no decurso da


insolvência
Cessão de bens - Artigo 831.º
CCivil/Artigo 196.º CIRE

A cessão de bens aos credores verifica-se


quando estes, ou alguns deles são
encarregados pelo devedor de liquidar
o património deste, ou parte dele, e
repartir entre si o respetivo produto, para
satisfação dos seus créditos.
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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.4. Benefícios fiscais no decurso da


insolvência
Variações Patrimoniais Positivas OU
Planos de pagamento – Artigo
196.º/251.º CIRE
O plano de insolvência pode conter o perdão ou
redução do valor dos créditos sobre a
insolvência, quer quanto ao capital, quer quanto
aos juros, com ou sem cláusula «salvo regresso de
melhor fortuna». O devedor pode apresentar,
conjuntamente com a petição inicial do processo de
insolvência, um plano de pagamentos aos credores.
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de insolvência

• 5.4. Benefícios fiscais no decurso da


insolvência
Os benefícios fiscais são concedidos excecionalmente pela lei a
certos sujeitos passivos para não ficarem na obrigação do
imposto, apesar de em relação a elas se verificarem os
pressupostos que condicionam o aparecimento da obrigação do
imposto. Não confundir com a não-sujeição, já que ter isenção
significa que se está “debaixo” da incidência do imposto.
No CIRE
•Artigo 268.º - Benefícios relativos a impostos sobre o
rendimento das pessoas singulares e coletivas
•Artigo 269.º - Benefício relativo ao imposto do selo
•Artigo 270.º - Benefício relativo ao imposto municipal
sobre as transmissões onerosas de imóveis

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.4. Benefícios fiscais no decurso da


insolvência
O CIRE vem confirmar a incidência das entidades
insolventes ao impostos principalmente porque
ao estabelecer aí isenções fiscais, confirma a
sujeição das entidades insolventes às
obrigações tributárias normais pelos atos de
gestão e liquidação dos ativos insolventes?
E tal é assim pois só se pode afastar do âmbito
da tributação por isenção aquilo que, a priori,
está sujeito?
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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.4.1. Benefícios fiscais no decurso da


insolvência – IRC
Artigo 268.º - Benefícios relativos a
impostos sobre o rendimento das
pessoas singulares e coletivas
(…)As mais-valias realizadas por efeito da dação
em cumprimento de bens do devedor e da
cessão de bens (…) as variações patrimoniais
positivas resultantes das alterações das suas
dívidas previstas em plano de insolvência, plano
de pagamentos ou plano de recuperação(…)
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de insolvência

• 5.4.1. Benefícios fiscais no decurso da


insolvência – IRC
Artigo 268.º - Benefícios relativos a
impostos sobre o rendimento das
pessoas singulares e coletivas
No âmbito da dação em cumprimento e da cessão
de bens, se o devedor receber ainda alguma coisa
do credor, essa fatia é passível de imposto, desde
que corresponda a uma mais-valia efetiva, uma vez
que o que está isento é pois, a mais-valia a que
apenas corresponde diminuição do passivo, mas não
também a que gera aumento do ativo.
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de insolvência

• 5.4.1. Benefícios fiscais no decurso da


insolvência - IRC
Artigo 268.º - Benefícios relativos a
impostos sobre o rendimento das
pessoas singulares e coletivas

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.4.1. Benefícios fiscais no decurso da


insolvência – IRC
Artigo 268.º - Benefícios relativos a
impostos sobre o rendimento das
pessoas singulares e coletivas
Tratamento contabilístico – Perdão da dívida –
contabilidade do devedor insolvente

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.4.1. Benefícios fiscais no decurso da


insolvência – IRC
Artigo 268.º - Benefícios relativos a
impostos sobre o rendimento das
pessoas singulares e coletivas
(…)O valor dos créditos que for objeto de redução, ao abrigo
de plano de insolvência, plano de pagamentos ou
plano de recuperação, é considerado como custo ou
perda do respetivo exercício, para efeitos de
apuramento do lucro tributável dos sujeitos passivos do
imposto sobre o rendimento das pessoas singulares e do
imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas.

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• 5.4.2. Benefícios fiscais no decurso da


insolvência - IS
Artigo 269.º - Benefício relativo ao
imposto do selo
Estão isentos de imposto do selo, quando a
ele se encontrem sujeitos, os seguintes
atos, desde que previstos em planos de
insolvência, de pagamentos ou de
recuperação ou praticados no âmbito da
liquidação da massa insolvente (…)
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• 5.4.2. Benefícios fiscais no decurso da


insolvência - IS
Artigo 269.º - Benefício relativo ao
imposto do selo
Circular 10/2015
O artigo 269.º do CIRE prevê isenção de IS para
um elenco fechado de “atos” do qual não
constam as “situações jurídicas” sujeitas a
IS, que possam resultar da detenção de
património com determinadas características num
determinado momento e não em qualquer ato.
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• 5.4.2. Benefícios fiscais no decurso da


insolvência - IS
Artigo 269.º - Benefício relativo ao
imposto do selo
A isenção em causa, refere-se à venda, permuta ou
cessão de elementos do ativo da empresa (NÃO
da transmissão da globalidade do estabelecimento).
A isenção não se aplica quando os bens imóveis
vendidos não integrarem o ativo da empresa
vendedora, mas o ativo do locatário financeiro
imobiliário.

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• 5.4.3. Benefícios fiscais no decurso da


insolvência - IMT
Artigo 270.º - Benefício relativo ao
imposto municipal sobre as
transmissões onerosas de imóveis
(…) as seguintes transmissões de bens imóveis, integradas em
qualquer plano de insolvência, de pagamentos ou de
recuperação (…) igualmente os atos de venda, permuta ou
cessão da empresa ou de estabelecimentos desta integrados
no âmbito de planos de insolvência, de pagamentos ou de
recuperação ou praticados no âmbito da liquidação da massa
insolvente.

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• 5.4.3. Benefícios fiscais no decurso da


insolvência - IMT
Artigo 270.º - Benefício relativo ao
imposto municipal sobre as
transmissões onerosas de imóveis
Circular 10/2015
Para a aplicação da isenção prevista, a
transmissão deveria abranger a
universalidade da empresa ou
estabelecimento.
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• 5.4.3. Benefícios fiscais no decurso da


insolvência - IMT
Artigo 270.º - Benefício relativo ao
imposto municipal sobre as
transmissões onerosas de imóveis
Circular 4/2017
A aplicação dos benefícios fiscais previstos não
depende da coisa vendida, permutada ou
cedida abranger a universalidade da empresa
insolvente ou um seu estabelecimento

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de insolvência

• 5.4.3. Benefícios fiscais no decurso da


insolvência - IMT
Artigo 270.º - Benefício relativo ao
imposto municipal sobre as
transmissões onerosas de imóveis
Os contribuintes que pagaram indevidamente IMT porque
não lhes era concedida a isenção, devem requerer aos
serviços tributários a revisão das liquidações de IMT, para
que as mesmas sejam anuladas e, em consequência,
restituído o imposto pago (prazo de 4 anos – invocar a
ilegalidade do ato praticado – revisão oficiosa com
base em erro imputável aos serviços)
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• 5.4.3. Benefícios fiscais no decurso da


insolvência – IMT
Artigo 270.º - Benefício relativo ao
imposto municipal sobre as
transmissões onerosas de imóveis

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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.4.3. Benefícios fiscais no decurso da


insolvência - IMT
Artigo 8.º - CIMT - Isenção pela
aquisição de imóveis por
instituições de crédito
São isentas do IMT as aquisições de imóveis por
instituições de crédito (…) efetuadas em processo
de falência ou de insolvência, desde que, em
qualquer caso, se destinem à realização de
créditos resultantes de empréstimos feitos ou de
fianças prestadas (dação em cumprimento).
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5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.4.4. Benefícios fiscais no decurso da


insolvência - IVA

Nos termos do nº 32 do artigo 9.º do CIVA, caso


em que haverá isenção de IVA nas transmissões de
bens afetos exclusivamente a uma atividade isenta,
quando não tenham sido objeto do direito à
dedução e bem assim as transmissões de bens cuja
aquisição ou afetação tenha sido feita com exclusão
do direito à dedução nos termos do n.º 1 do artigo
21.º do CIVA.

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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 148
5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.4.4. Benefícios fiscais no decurso da


insolvência - IVA
A dação em cumprimento consiste numa
transmissão de bens, na transmissão do direito
de propriedade do devedor para o credor, com a
finalidade da extinção da obrigação, e assim
sendo, tal entrega de bens integra o conceito
definido no artigo 3.º, n.º 1 do CIVA de
transmissão de bens, sendo sujeita a imposto,
uma vez que se transfere o direito de propriedade
do bem. Não sendo possível por isso a sua
isenção!
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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 149
5. Obrigações fiscais após a declaração
de insolvência

• 5.4.4. Benefícios fiscais no decurso da


insolvência - IVA

A cessão de bens aos credores, e conforme


dispõe o art.º 832º do CC, “deve ser feita por
escrito e está, além disso, sujeita à forma exigida
para a validade da transmissão dos bens nela
compreendidos”. Consubstancia por isso uma
transmissão de bens, sujeita a IVA. Não sendo
possível por isso a sua isenção!

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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 150
6. Responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações fiscais

6.1. Responsabilidade dos


administradores da insolvência
– Dívidas fiscais anteriores à declaração
de insolvência

– Dívidas fiscais posteriores à


declaração de insolvência, relativas a
bens que integram a massa insolvente

– Obrigações fiscais declarativas


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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 151
6. Responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações fiscais

6.1. Responsabilidade dos


administradores da insolvência
– Dívidas fiscais anteriores à declaração
de insolvência
Circular 10/2015
Sempre que o facto tributário ocorra em data
anterior à declaração de insolvência, as dívidas
fiscais são da responsabilidade da empresa
insolvente e devem ser reclamadas no processo de
insolvência nos termos previstos no artigo 128.º do
CIRE e no prazo constante da alínea j) do n.º 1 do
artigo 36.º do CIRE (30 dias).
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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 152
6. Responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações fiscais

6.1. Responsabilidade dos


administradores da insolvência
– Dívidas fiscais posteriores à
declaração de insolvência relativas a
bens que integram a massa insolvente
Se o facto tributário ocorra em data posterior à
declaração de insolvência, as dívidas fiscais são já
consideradas dívidas da massa insolvente e como tal
enquadráveis no artigo 51.º do CIRE, devendo ser
pagas pelo administrador da insolvência, antes de
proceder ao pagamento dos créditos sobre a
insolvência, conforme previsto no artigo 172.º do CIRE.
Obrigações contabilísticas e fiscais das empresas
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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 153
6. Responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações fiscais

6.1. Responsabilidade dos


administradores da insolvência
Circular 10/2015
A responsabilidade pelo cumprimento das
obrigações fiscais (declarativas e de
pagamento) é imputável à entidade
insolvente e aos seus representantes legais:
-Anteriores órgãos sociais (artigo 224.º
CIRE) OU
- Administrador da insolvência (artigo
228.º CIRE)
Obrigações contabilísticas e fiscais das empresas
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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 154
6. Responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações fiscais

6.1. Responsabilidade dos


administradores da insolvência
- Obrigações fiscais declarativas
Circular 10/2015
É da responsabilidade do administrador da
insolvência, conforme decorre do n.º 10 do
artigo 117.º do CIRC, nomeadamente a
entrega da declaração periódica de
rendimentos (art.º 120º do CIRC) e da
declaração anual de informação
contabilística e fiscal (art.º 121.º do CIRC).
Obrigações contabilísticas e fiscais das empresas
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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 155
6. Responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações fiscais

6.2. Responsabilidade dos contabilistas


certificados (CC)
As sociedades insolventes não estão excecionadas
no art.º 3.º do Decreto-Lei nº 158/2009, de 13
de Julho, pelo que estão sujeitas ao Sistema de
Normalização Contabilística (SNC), e por isso
sujeitas à obrigação de manter a contabilidade
organizada.
. Resulta também do disposto no art.º 123.º do
CIRC a obrigação de as entidades disporem de
contabilidade organizada, nos termos da lei (art.º
18º Código Comercial).
Obrigações contabilísticas e fiscais das empresas
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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 156
6. Responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações fiscais

6.2. Responsabilidade dos contabilistas


certificados (CC)
Circular 10/2015 – Entendimento da
CNC
“Uma sociedade comercial, objeto de um
processo de insolvência em fase de liquidação
e partilha da massa insolvente, não fica
dispensada de cumprir com as obrigações
legais de contabilidade organizada após a
data da deliberação de encerramento da
atividade do estabelecimento”.
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6. Responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações fiscais

6.2. Responsabilidade dos contabilistas


certificados (CC)
O CIRE não apresenta qualquer norma
específica quanto à responsabilidade dos CC
pelo cumprimento das obrigações fiscais, na
verdade, se a contabilidade não se encontrar
organizada, torna-se quase impossível
reconstituir a atividade jurídico-económica da
entidade insolvente e controlar os dados por ela
apresentados, inclusivamente na petição
inicial.
Obrigações contabilísticas e fiscais das empresas
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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 158
6. Responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações fiscais

6.2. Responsabilidade dos contabilistas


certificados (CC)
Artigo 23.º Forma e conteúdo da
petição /24.º CIRE - Junção de
documentos pelo devedor
A apresentação à insolvência ou o pedido de declaração desta
faz-se por meio de petição escrita. Com a petição, o devedor,
tendo contabilidade organizada, quando seja o
requerente, junta, entre outros, os seguintes documentos: as
contas anuais relativas aos três últimos exercícios, bem
como os respetivos relatórios de gestão, de fiscalização e de
auditoria, pareceres do órgão de fiscalização e documentos de
certificação legal, se forem obrigatórios ou existirem.
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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 159
6. Responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações fiscais

6.2. Responsabilidade dos contabilistas


certificados (CC)
Resulta das obrigações funcionais do CC e do
cumprimento das regras deontológicas no
exercício da sua profissão, manter a
contabilidade organizada dos seus clientes, de
modo a permitir-lhe o conhecimento e
atempado e real da situação económico-
financeira e dessa forma possibilitar-lhes o
cumprimento do dever da apresentação à
insolvência, atempadamente (artigo 18.º
CIRE).
Obrigações contabilísticas e fiscais das empresas
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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 160
6. Responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações fiscais

6.2. Responsabilidade dos contabilistas


certificados (CC)

Artigo 36.º - Sentença de declaração de


insolvência
Na sentença que declarar a insolvência, o
juiz (...) decreta a apreensão, para imediata
entrega ao administrador da insolvência,
dos elementos da contabilidade do
devedor e de todos os seus bens (…).
Obrigações contabilísticas e fiscais das empresas
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6. Responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações fiscais

6.2. Responsabilidade dos contabilistas


certificados (CC)
Artigo 149.º CIRE - Apreensão dos bens

Proferida a sentença declaratória da


insolvência, procede-se à imediata
apreensão dos elementos da
contabilidade e de todos os bens
integrantes da massa insolvente.(…)

Obrigações contabilísticas e fiscais das empresas


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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 162
6. Responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações fiscais

6.2. Responsabilidade dos contabilistas


certificados (CC)
Artigo 68.º CIRE - Funções e poderes da
comissão de credores

No exercício das suas funções, pode a


comissão examinar livremente os
elementos da contabilidade do devedor e
solicitar ao administrador da insolvência as
informações e a apresentação dos
elementos que considere necessários.
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6. Responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações fiscais

6.2. Responsabilidade dos contabilistas


certificados (CC)
Artigo 129.º CIRE - Relação de créditos
reconhecidos e não reconhecidos
O administrador da insolvência apresenta na
secretaria uma lista de todos os credores por si
reconhecidos e uma lista dos não reconhecidos,
relativamente não só aos que tenham deduzido
reclamação como àqueles cujos direitos constem
dos elementos da contabilidade do devedor ou
sejam por outra forma do seu conhecimento.

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6. Responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações fiscais

6.2. Responsabilidade dos contabilistas


certificados (CC)
Artigo 155.º CIRE – Relatório

O administrador da insolvência elabora um


relatório contendo (…) a análise do estado
da contabilidade do devedor e a sua
opinião sobre os documentos de
prestação de contas e de informação
financeira juntos aos autos pelo devedor.

Obrigações contabilísticas e fiscais das empresas


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6. Responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações fiscais

6.2. Responsabilidade dos contabilistas


certificados (CC)
Artigo 226.º - Intervenção do
administrador da insolvência

O administrador da insolvência fiscaliza a


administração da massa insolvente pelo
devedor e pode inclusivamente examinar
todos os elementos da contabilidade do
devedor.

Obrigações contabilísticas e fiscais das empresas


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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 166
6. Responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações fiscais

6.2. Responsabilidade dos contabilistas


certificados (CC)
Artigo 186.º CIRE – Insolvência culposa
Considera-se sempre culposa a insolvência do
devedor quando os seus administradores tenham:
Incumprido em termos substanciais a obrigação
de manter contabilidade organizada, mantido
uma contabilidade fictícia ou uma dupla
contabilidade ou praticado irregularidade com
prejuízo relevante para a compreensão da
situação patrimonial e financeira do devedor.
Obrigações contabilísticas e fiscais das empresas
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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 167
6. Responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações fiscais

6.2. Responsabilidade dos contabilistas


certificados (CC)
Artigo 186.º CIRE – Insolvência culposa

Presume-se a existência de culpa grave quando os


administradores do devedor insolvente tenham
incumprido na obrigação de elaborar as contas
anuais, no prazo legal, de submetê-las à devida
fiscalização ou de as depositar na conservatória do
registo comercial.

Obrigações contabilísticas e fiscais das empresas


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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 168
6. Responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações fiscais

6.2. Responsabilidade dos contabilistas


certificados (CC) - Artigo 189.º CIRE -
Sentença de qualificação
Na sentença que qualifique a insolvência
como culposa, o juiz deve:
a) Identificar as pessoas, nomeadamente
administradores, de direito ou de facto,
contabilistas certificados e revisores
oficiais de contas, afetadas pela
qualificação, fixando, sendo o caso, o
respetivo grau de culpa.
Obrigações contabilísticas e fiscais das empresas
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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 169
6. Responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações fiscais

6.2. Responsabilidade dos contabilistas


certificados (CC) - Artigo 189.º CIRE -
Sentença de qualificação
Na sentença que qualifique a insolvência
como culposa, o juiz deve:
b) Determinar a perda de quaisquer créditos
sobre a insolvência ou sobre a massa insolvente
detidos pelas pessoas afetadas pela qualificação e a
sua condenação na restituição dos bens ou direitos
já recebidos em pagamento desses créditos (caso
dos contabilistas certificados credores da
insolvência).
Obrigações contabilísticas e fiscais das empresas
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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 170
6. Responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações fiscais

6.2. Responsabilidade dos contabilistas


certificados (CC)

Tratando-se de CC que exerça as suas


funções ao abrigo de um contrato de
trabalho, convém ter presente que a
declaração de insolvência da sua entidade
patronal não significa o fim do vínculo
laboral.

Obrigações contabilísticas e fiscais das empresas


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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 171
6. Responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações fiscais

6.2. Responsabilidade dos contabilistas


certificados (CC)

Art. 347º do Código do Trabalho


(aprovado pela Lei n.º 7/2009,
de 12 de Fevereiro) – “A declaração judicial
de insolvência do empregador não faz cessar o
contrato de trabalho, devendo o administrador da
insolvência continuar a satisfazer integralmente as
obrigações para com os trabalhadores enquanto o
estabelecimento não for definitivamente encerrado”.
Obrigações contabilísticas e fiscais das empresas
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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 172
6. Responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações fiscais

6.2. Responsabilidade dos contabilistas


certificados (CC)

Tratando-se de CC em regime de trabalho


independente, é preciso ter em consideração
que com a sentença declaratória de
insolvência e atendendo ao disposto no art.º
110º do CIRE caducam os contratos de
mandato.

Obrigações contabilísticas e fiscais das empresas


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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 173
6. Responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações fiscais

6.2. Responsabilidade dos contabilistas


certificados (CC)

Tratando-se de CC chamado ao processo,


nomeadamente com outras funções que não
da organização da contabilidade,
nomeadamente peritagem contabilística e
fiscal.

Obrigações contabilísticas e fiscais das empresas


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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 174
6. Responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações fiscais

6.2. Responsabilidade dos contabilistas


certificados (CC)
Artigo 55.º, nº 3, CIRE
O Administrador da Insolvência, no exercício
das respetivas funções, pode ser
coadjuvado sob a sua responsabilidade por
técnicos ou outros auxiliares, remunerados
ou não, incluindo o próprio devedor,
mediante prévia concordância da comissão
de credores ou do juiz, na falta dessa
comissão.
Obrigações contabilísticas e fiscais das empresas
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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 175
6. Responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações fiscais

6.2. Responsabilidade dos contabilistas


certificados (CC)
Artigo 10.º Estatuto OCC
São atribuídas aos CC as funções de planificar,
organizar e coordenar a execução da
contabilidade das entidades (…). O nº 2
prevê, entre as funções do CC, a de perito: b)
Quaisquer outras funções definidas por lei,
adequadas ao exercício das respetivas funções,
designadamente as de perito nomeado pelos
tribunais ou outras entidades públicas ou
privadas.(…)
Obrigações contabilísticas e fiscais das empresas
insolventes
Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 176
6. Responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações fiscais

6.2. Responsabilidade dos contabilistas


certificados (CC)
Artigos 467.º e ss Código de Processo
Civil. A perícia, requerida por qualquer das partes
ou determinada oficiosamente pelo juiz, é
requisitada pelo tribunal. O perito é obrigado a
desempenhar com diligência a função para que
tiver sido nomeado, podendo o juiz condená-lo em
multa quando infrinja os deveres de colaboração com
o tribunal. Os peritos nomeados prestam
compromisso de cumprimento consciencioso da
função que lhes é cometida.
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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 177
6. Responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações fiscais

6.2. Responsabilidade dos contabilistas


certificados (CC)

Logo que seja declarada a insolvência, o CC


pode fazer a renúncia de funções no Portal
das Finanças e atualizar no sítio da internet
da Ordem, em www.occ.pt, a informação
relativa à data de cessação de funções, para
efeitos do disposto no art. 10.º do EOCC.

Obrigações contabilísticas e fiscais das empresas


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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 178
6. Responsabilidade pelo cumprimento
das obrigações fiscais

6.2. Responsabilidade dos contabilistas


certificados (CC)
Proteção dos contabilistas certificados
– Art.º 24.º LGT/Art.º 8.º RGIT -
Responsabilidade civil pelas multas e
coimas
Comunicar até trinta dias após o termo do prazo
de entrega da declaração, à DGI as razões que
impediram o cumprimento atempado da
obrigação e o atraso ou a falta de entrega não
lhes seja imputável a qualquer título.
Obrigações contabilísticas e fiscais das empresas
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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 179
7. A prestação e registo de contas

. Circular 10/2015

. CIRE
- Apresentação de contas pelo
administrador da insolvência
- Prestação de contas por terceiro
- Julgamento das contas
- Contas anuais do devedor

Obrigações contabilísticas e fiscais das empresas


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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 180
7. A prestação e registo de contas

Artigo 18.º CComercial- Obrigações


especiais dos comerciantes
• Os comerciantes são especialmente
obrigados:
• 1.º A adotar uma firma;
• 2.º A ter escrituração mercantil;
• 3.º A fazer inscrever no registo
comercial os atos a ele sujeitos;
• 4.º A dar balanço, e a prestar contas.

Obrigações contabilísticas e fiscais das empresas


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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 181
7. A prestação e registo de contas

Artigo 62.º CComercial-Obrigatoriedade


do balanço

• Todo o comerciante é obrigado a dar


balanço anual ao seu ativo e passivo nos
três primeiros meses do ano imediato.

Obrigações contabilísticas e fiscais das empresas


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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 182
7. A prestação e registo de contas

Artigo 65.º CSC- Dever de relatar a


gestão e apresentar contas

Os membros da administração devem


elaborar e submeter aos órgãos
competentes da sociedade o relatório de
gestão, as contas do exercício e demais
documentos de prestação de contas
previstos na lei, relativos a cada exercício
anual.
Obrigações contabilísticas e fiscais das empresas
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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 183
7. A prestação e registo de contas

Artigo 65.º CSC- Dever de relatar a


gestão e apresentar contas
O relatório de gestão e as contas do
exercício são elaborados e assinados pelos
gerentes ou administradores que
estiverem em funções ao tempo da
apresentação, mas os antigos membros da
administração devem prestar todas as
informações que para esse efeito lhes forem
solicitadas, relativamente ao período em
que exerceram aquelas funções.
Obrigações contabilísticas e fiscais das empresas
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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 184
7. A prestação e registo de contas

Circular 10/2015
Entendimento da CNC

“O artigo 65. o do CIRE não derroga as obrigações


de informação contabilística, nomeadamente
decorrentes do novo SNC, bem pelo contrário, o
n. o 1 do artigo 65.º determina que devem ser
elaboradas e depositadas as contas anuais, nos
termos em que forem legalmente obrigatórias
para o devedor”.

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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 185
7. A prestação e registo de contas

Artigo 65.º CIRE - Contas anuais do


devedor

O disposto nos artigos 62.º, 63.º e 64.º não


prejudica o dever de elaborar e depositar
contas anuais, nos termos que forem
legalmente obrigatórios para o
devedor.

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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 186
7. A prestação e registo de contas

Artigo 62.º - Apresentação de contas


pelo administrador da insolvência

O administrador da insolvência apresenta


contas dentro dos 10 dias subsequentes à
cessação das suas funções, qualquer que
seja a razão que a tenha determinado,
podendo o prazo ser prorrogado por
despacho judicial.

Obrigações contabilísticas e fiscais das empresas


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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 187
7. A prestação e registo de contas

Artigo 63.º - Prestação de contas por


terceiro

Se o administrador da insolvência não


prestar contas a que esteja obrigado no
prazo aplicável, cabe ao juiz ordenar as
diligências que tiver por convenientes,
podendo encarregar pessoa idónea da
apresentação das contas (…)

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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 188
7. A prestação e registo de contas

Artigo 64.º - Julgamento das contas

Cumpre à comissão de credores, caso exista, emitir


parecer sobre as contas apresentadas pelo
administrador da insolvência , no prazo que o juiz
fixar para o efeito, após o que os credores e o
devedor insolvente são notificados por éditos de
10 dias afixados à porta do tribunal e por
anúncio publicado no portal Citius, para, no
prazo de cinco dias, se pronunciarem.

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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 189
7. A prestação e registo de contas

Circular 10/2015
A apresentação da IES/DA pela sociedade
insolvente

Após a declaração de insolvência, mantém-


se a obrigatoriedade de apresentação da
declaração anual de informação
contabilística e fiscal a que se refere a alínea
c) do n.º 1 do artigo 117.º do Código do
IRC, e nos termos previstos no artigo 121.º.

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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 190
7. A prestação e registo de contas

Circular 10/2015
A apresentação da IES/DA pela sociedade
insolvente
Não está em causa uma obrigação de natureza
exclusivamente fiscal, visto que esta
declaração, para além de permitir o
cumprimento da obrigação fiscal prevista no
CIRC, integra, em simultâneo, o registo da
prestação de contas exigível ao nível do
Registo Comercial e informações para fins
estatísticos requeridas pelo INE e pelo Banco de
Portugal.
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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 191
7. A prestação e registo de contas

Circular 10/2015
A apresentação da IES/DA pela sociedade
insolvente

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Junho 2017 © ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS 192
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