Física - Teoria e Prática

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INSTITUTO FEDERAL DE SÃO PAULO

CAMPUS SÃO CARLOS


CURSO TÉCNICO EM MANUTENÇÃO
DE AERONAVES EM CÉLULA

FÍSICA: TEORIA E PRÁTICA


Autor: Ivens Alberto Meyer

São Carlos, SP
2017
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ...................................................................................................... 3

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 5

PARTE I – SUGESTÕES PARA USO DA APOSTILA – Material para o professor 6

1 ROTEIRO PARA APLICAÇÃO DESTE MATERIAL ............................................... 7


1.1 Desenvolvimento do primeiro encontro .............................................................. 9
1.1.1 Objetivos ...................................................................................................... 9
1.1.2 Discussão dos objetivos do trabalho ........................................................... 9
1.1.3 Realização do “Questionário de conhecimentos prévios” ............................ 9
1.1.4 Realização do teste de conhecimentos em física – modo pré-teste .......... 11
1.1.5 Gabarito do teste de conhecimentos em física .......................................... 27
1.1.6 Distribuição da apostila .............................................................................. 29
1.2 Desenvolvimento do segundo encontro ........................................................... 30
1.2.1 Objetivos .................................................................................................... 30
1.2.2 Aula teórica sobre velocidade linear, radiano e velocidade angular .......... 30
1.2.3 Aula prática – experimento 01 ................................................................... 31
1.3 Desenvolvimento do terceiro encontro ............................................................. 35
1.3.1 Objetivos .................................................................................................... 35
1.3.2 Aula teórica sobre translação, rotação e torque ........................................ 35
1.3.3 Aula prática – experimentos 2 e 3 ............................................................. 35
1.4 Desenvolvimento do quarto encontro ............................................................... 43
1.4.1 Objetivos .................................................................................................... 43
1.4.2 Aula teórica sobre momento de inércia, giroscópio, momento angular e
precessão giroscópica ........................................................................................ 43
1.4.3 Aula prática – experimento 04 ................................................................... 44
1.4.4 Experimento 05.......................................................................................... 52
1.5 Desenvolvimento do quinto encontro ............................................................... 57
1.5.1 Objetivos .................................................................................................... 57
1.5.2 Aula teórica sobre a conservação do momento angular ............................ 57
1.5.3 Aula prática – experimento 06 ................................................................... 58

2 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS ........................................................................ 62

PARTE II –APOSTILA – Material para alunos........................................................ 63

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 64
2 RELACIONANDO VARIÁVEIS LINEARES E ANGULARES ................................ 67
Exercícios ............................................................................................................ 70
2.1 Posição ............................................................................................................ 71
2.2 Velocidade ....................................................................................................... 72
Exercícios ............................................................................................................ 74
2.3 Aceleração ....................................................................................................... 75
Exercícios ........................................................................................................... 76
2.4 Momento linear ................................................................................................ 77
2.5 Momento de inércia .......................................................................................... 77
2.6 Período e frequência ........................................................................................ 78
Exercícios ........................................................................................................... 80

3 TORQUE ................................................................................................................ 81

4 MOMENTO ANGULAR E CONSERVAÇÃO DE MOMENTO ANGULAR ............. 84


Exercícios ........................................................................................................... 86

5 PRECESSÃO GIROSCÓPICA .............................................................................. 87


Exercícios ........................................................................................................... 91

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 92

RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS DA APOSTILA .................................................. 93


Relacionando variáveis lineares e angulares ......................................................... 93
Velocidade ............................................................................................................. 94
Aceleração ............................................................................................................. 97
Período e frequência .............................................................................................. 98
Momento angular ................................................................................................... 99
Precessão giroscópica ......................................................................................... 100
3

APRESENTAÇÃO

Compartilhando de uma preocupação da classe docente quanto ao ensino


significativo de física, com propostas que aliam teoria e prática, este material foi
elaborado.
A partir das propostas dos PCN para o ensino de física, o estudo desta área
ganhou novos sentidos e está voltado para a formação de um cidadão contemporâneo
que domine os instrumentos para compreender, intervir e participar na realidade.
A Física na sala de aula deve consistir em um conjunto de competências que
permite com que o aluno saiba identificar e lidar com fenômenos naturais e
tecnológicos, presentes no cotidiano imediato ou em universos mais distantes, a partir
de princípios, leis e modelos por ela construídos. Isto implica em conhecimentos da
própria linguagem da física, que possui terminologias e formas de expressão bem
definidas.
Contudo, acreditamos que as competências para lidar com o mundo físico não
têm significado quando trabalhadas de forma isolada. Sendo assim, as competências
em física devem ser construídas em contextos e em diálogo com outras áreas.
Nesse sentido, este material foi pensado de forma a modificar o trabalho com
o ensino de física, pensando na união entre teoria e prática, deixando de concentrar-
se na memorização de fórmulas ou na repetição automática de procedimentos e
dando-lhes significados em situações reais de aprendizado. Pensamos em contribuir
para que o aluno:
 Compreenda o conteúdo abordado de um modo mais interessante.
 Associe este conteúdo ao contexto profissional do mecânico de manutenção.
 Utilize seguramente os instrumentos de medição presentes no cotidiano de
trabalho
 Sinta-se mais atraído pela utilização do conteúdo na solução dos problemas
diários encontrados no exercício de seu oficio.
Para os professores, este material contêm sequências metodológicas, com
orientações claras para o trabalho com cada tema proposto.
Sabendo que um livro didático é um importante instrumento para aulas, mas
não o único, este material foi concebido para, de forma objetiva e clara, contribuir com
a prática pedagógica dos profissionais da física. Esperamos que excelentes
aprendizagens ocorram nas aulas.
4

INTRODUÇÃO
Este material consiste em produto do mestrado profissional de Ivens Alberto
Meyer, realizado na Universidade Federal de São Carlos – Campus Sorocaba. O
objetivo foi desenvolver um material alternativo para o ensino de física, de maneira
específica pensando no Curso Técnico de Formação de Mecânicos de Aeronaves, do
Instituto Federal de São Paulo, campus São Carlos – SP.
Ainda que o material tenha sido desenvolvido pensando neste curso, não
objetiva-se que ele fique restrito a este contexto, pois aborda temáticas centrais para
o ensino de física, como: Movimento Circular, Torque, Momento de Inércia, Momento
Angular, Precessão Giroscópica e Conservação de energia do movimento angular.
A primeira parte do presente material é destinada ao professor, com sugestões
para as aulas. A segunda é um compêndio de teoria e propostas de exercícios,
acompanhados de respostas.
5

PARTE I – SUGESTÕES PARA


USO DA APOSTILA
Material para o professor
6

1 ROTEIRO PARA APLICAÇÃO DESTE MATERIAL

Para esta apostila foram idealizados seis encontros, de 3h30 cada um. Fica a
critério do professor a organização do tempo e da quantidade de encontros da maneira
que cabe à sua realidade. Aqui apresentamos apenas uma sugestão.

1. Primeiro encontro
a) Discussão dos objetivos do trabalho
b) Realização do questionário de conhecimentos pessoais
c) Realização do teste de conhecimentos, versão pré-teste
d) Distribuição da Apostila

2. Segundo Encontro - Movimento Circular Uniforme


a) Aula teórica
i. Velocidade Linear
ii. Radiano
iii. Velocidade Angular
b) Aula prática – Experimento 01
i. Hélice + Trena
1. Velocidade linear
2. Velocidade angular

3. Terceiro encontro - Torque


a) Aula teórica
i. Translação e rotação
ii. Braço de uma alavanca
iii. Força aplicada
b) Aula prática – Experimentos 02 e 03
i. Torquímetro de estalo + Balança de peixeiro
1. Torque ou momento
ii. Hélice + Balança de peixeiro
1. Torque ou momento

4. Quarto encontro – Momento de inércia, giroscópio e momento angular


a) Aula teórica
i. Centro de Massa
ii. Formas geométricas e seus momentos de inércia
iii. Momento angular
iv. Precessão giroscópica
b) Aula prática – Experimentos 04 e 05
7

i. Roda de bicicleta
1. Giroscópio
2. Momento de Inércia
ii. Roda de bicicleta
1. Precessão giroscópica

5. Quinto encontro - Conservação de energia do momento angular


a) Aula teórica
i. Conservação de energia do momento angular
b) Aula prática – Experimentos 06 e 07
i. Roda de bicicleta + Plataforma Giratória + Halteres
1. Conservação de energia, momento angular

6. Avaliação de resultados
a) Realização do teste de conhecimentos, versão pós-teste
8

1.1 Desenvolvimento do primeiro encontro

1.1.1 Objetivos
a. Discussão dos objetivos do trabalho
b. Realização do questionário de conhecimentos pessoais
c. Realização do teste de conhecimentos, versão pré-teste
d. Distribuição da Apostila

1.1.2 Discussão dos objetivos do trabalho


Neste momento o professor deve expor aos alunos os objetivos do trabalho
com o material, que serão a abordagem dos assuntos: Movimento circular uniforme,
torque, momento de inércia, precessão giroscópica e conservação do momento
angular.

1.1.3 Realização do “QUESTIONÁRIO DE CONHECIMENTOS PRÉVIOS”


Sugere-se ao professor que aplique o questionário a seguir a fim de conhecer
melhor a realidade dos alunos e adaptar as aulas quando necessário.
9

_____________, __ de _________ de 20__. Número Aluno:_______

QUESTIONÁRIO DE CONHECIMENTOS PRÉVIOS

1. Você gosta de Matemática?


a. ( )Sim b. ( )Não

2. Você gosta de Física?


a. ( )Sim b. ( )Não

3. Você gosta mais de:


a. ( )Aula prática b. ( )Aula teórica

4. Você escolheu este curso:


a. ( )Por querer b. ( )Por acaso

5. Você está satisfeito com a sua escolha?


a. ( )Sim b. ( )Não

6. Você acredita que a Física é importante na área da Aviação Civil?


a. ( )Sim b. ( )Não

7. Você acredita que a Matemática é importante na área da Aviação Civil?


a. ( )Sim b. ( )Não

8. Como você distribuiria as aulas no curso?


a. ( )50% teoria e 50% prática
b. ( )30% teoria e 70% prática
c. ( )70% teoria e 30% prática
d. ( )90% teoria e 10% prática
e. ( )10% teoria e 90% prática
f. ( )Só teoria
10

9. Você estudou o seu ensino básico na:


a. ( )Rede privada ( )Rede pública

10. Você estudou, ou estuda, o ensino médio em:


a. ( )Rede privada ( )Rede pública

11. Você pretende trabalhar na área da Aviação Civil?


a. ( )Sim b. ( )Não

12. Na sua opinião os Professores dominam o assunto que tratam?


a. ( )Sim b. ( )Não

13. Em sua opinião, os professores possuem uma boa didática?


a. ( )Sim b. ( )Não

14. Como você se considera quanto a sua dedicação nos estudos?


a. ( )Muito empenhado
b. ( )Empenhado
c. ( )Compareço a aula
d. ( )Faço por obrigação

1.1.4 Realização do TESTE DE CONHECIMENTOS EM FÍSICA, no modo pré-teste

Esta é uma proposta de tese a fim de que se tenha conhecimento sobre o


domínio teórico dos alunos.
É importante que os alunos tenham consciência de que este teste não se trata
de uma prova, mas, sim, de uma ferramenta para averiguar conhecimentos prévios
abordados no ensino médio, por exemplo.
11

TESTE DE CONHECIMENTOS EM FÍSICA

Figura 01 – Sistema de acionamento de uma bicicleta

Fonte: osfundamentosdafisica.blogspot.com. Acesso em 01 ago. 2016

De acordo com a Figura 01, responda às questões de número 1 a 3.


1. A velocidade V1, que descreve a rapidez com que a partícula P1 percorre a
trajetória entre as duas engrenagens, é conhecida como:
a) Velocidade linear.
b) Velocidade angular.
c) Velocidade dinâmica.
d) Não sei.

2. A velocidade ω1 , que descreve a rapidez com que a partícula P 1 percorre um


ângulo central da circunferência da engrenagem da coroa, com raio R 1, é
conhecido como:
a) Velocidade linear.
b) Velocidade angular.
c) Velocidade dinâmica.
d) Não sei.

3. Para você, quais são os componentes de uma circunferência?

4. Sem fazer uso de equações matemáticas, o que você entende por radiano.

5. Como podemos calcular o perímetro de uma circunferência?


12

6. Observe a figura abaixo:

Figura 02 – Figura sobre Rotação

Fonte: o autor

Dos itens enumerados na Figura 2, por favor, informe qual é o seu grau de
conforto com relação a cada um deles, usando como referência os níveis Bom,
Regular e Nenhum. Exemplo: 01B, 02R, 03N, 04B...

7. Observe com atenção o Gráfico da Figura 03, o que você pode dizer sobre o
comportamento da massa relativística quando relacionada com o aumento da
velocidade?
13

Figura 03 - Gráfico Massa X Velocidade da Luz

Fonte: simetriadegauge.blogspot.com.br. Acesso feito em 09 ago. 2016

8. Observando o diagrama de forças da Figura 04, o que se pode dizer caso


consideremos um aumento da massa do corpo m2 ?

Figura 04 – Lei de Isaac Newton para a Gravitação Universal

Fonte: www.alfaconnection.pro.br. Acesso em 09 ago. 2016

9. De acordo com a equação da figura 05, e considerando que o campo gravitacional


na lua corresponde a 1/6 do campo gravitacional na Terra, o que você pode dizer
sobre o peso na lua para uma pessoa que, na Terra, tem massa igual a 75Kg ?

Figura 05 – Equação da força peso

Fonte: o autor
14

10. Observando a figura 06, quais são os tipos de trajetória que você consegue
identificar?

Figura 06 – Tipos de Trajetórias

Fonte: o autor

11. De acordo com a Figura 07 e a equação que a define, a quantos radianos


correspondem 180 graus ?

Figura 07 – Espaço angular

Fonte: www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica?Cinematica/mc.php. Acesso em 09 ago. 2016.

12. O deslocamento _____________está para o movimento linear, assim como o


deslocamento circular está para o movimento ________________.

13. Observando a figura 8, considerando que o raio equatorial da Terra é de 6.378Km,


e que a mesma está em rotação constante em torno de seu eixo, qual a velocidade
escalar que uma pessoa em algum ponto do equador percebe com relação ao
centro da Terra ?
15

Figura 08 – Raio equatorial da Terra

Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=56709
Acesso em 09 ago. 2016

14. Um helicóptero (figura 9) tem as hélices do rotor principal girando a uma frequência
de 7,8Hz, qual a sua velocidade angular em 𝑟𝑝𝑚 𝑒 𝑒𝑚 𝑟𝑎𝑑⁄𝑠 ?

Figura 09 – Helicóptero em voo

Fonte: http://www.helibras.com.br Acesso em 10 ago. 2016.

15. Uma aeronave com propulsão à hélice (figura 10) está com o seu motor ajustado
para um regime de rotação de 1320rpm. Quanto tempo leva para a hélice realizar
uma volta completa?
Figura 10 – Aeronave Biplano

Fonte: https://pt.dreamstime.com/imagem-de-stock-royalty-free-no1-antigo-do-biplano-image10036.
Acesso em 10 ago. 2016.
16

16. O rotor de cauda de um helicóptero (figura 11) está a uma velocidade angular de
1740rpm. Considerando que o raio da pá é de 1,2m, qual a velocidade linear de
sua ponta em 𝑘𝑚⁄ℎ ?
Figura 11 – Rotor de cauda

Fonte: https://pt.depositphotos.com/13646360/stock-photo-berlin-september-14-tail-rotor.html.
Acesso em Acesso em 10 ago. 2016

17. O tacômetro (figura 12) é um instrumento também utilizado no motor convencional


a pistão, e tem como função mostrar em tempo real, a rotação do eixo virabrequim
do motor. Qual a velocidade angular do motor em 𝑟𝑎𝑑⁄𝑠𝑒𝑔 quando o instrumento
estiver marcando 2400 𝑟𝑝𝑚 ?

Figura 12 – Tacômetro

Fonte: http://skywingsinternacional.com.br/pecas/228-tacometro-iluminado-cessna-pn-s3329-6
Acesso em: 16 Ago. 2016

18. A engrenagem motora da bomba de óleo do motor (figura 13) tem um diâmetro de
40mm e opera com uma rotação máxima de 1900rpm. Determine a velocidade
linear de um ponto na extremidade da engrenagem.
17
Figura 13 – Bomba deslocamento positivo

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAqawAJ/bombas-deslocamento-positivo
Acesso em: 16 Ago. 2016

19. Uma aeronave encontra-se pilonada (figura 14), ou seja, perpendicular a uma
superfície plana. A aeronave, ao ser puxada pela cauda, leva 6s para deixar a
posição vertical e ficar no chão na posição horizontal. Determine o valor
aproximado da velocidade angular média de queda dessa aeronave.

Figura 14 – Aeronave pilonada

Fonte: http://voarnews.blogspot.com.br/2009/01/ - Acesso em: 16 ago. 2016

20. Com relação ao movimento circular uniforme (MCU), indique o que for correto.
a. O período é diretamente proporcional à frequência de giro de um corpo em
MCU.
b. Sabendo que o período de giro do ponteiro dos minutos é de 1 min, podemos
dizer que a sua frequência será, aproximadamente, de 0,017 Hz.
c. Se a frequência do ponteiro dos segundos é de 1 min, podemos calcular a sua
frequência aproximada como de 0,017 Hz.
d. A frequência é diretamente proporcional ao período.
e. Um corpo que gira com frequência de 20 Hz possui período igual a 0,05s.
18

22. Quando um corpo extenso está sujeito à ação de forças de resultante não nulas,
ele pode adquirir quais tipos de movimento simultaneamente?
a. Translação, rotação, ambos.
b. Aplicação, rotação, relação.
c. Translação, relação, rotação.
d. Equilíbrio, rotação, ação.
e. Equilíbrio, relação, ambos.

23. Em relação à Figura 15 podemos afirmar que:

Figura 15 – Aplicação de força X Torque

Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/5824043/. Acesso em 10 ago. 2016

a. A Força F1, perpendicular ao braço da alavanca não produz o momento ou


torque máximo.
b. A Força F2, radial ao braço da alavanca não produz momento ou torque
nenhum.
c. A Força F3, aplicada ao centro do parafuso produz momento ou torque.

24. Um mecânico instalará um cilindro em um motor convencional a pistão Lycoming.


Segundo o manual deste motor, o torque ( 𝜏⃗ = 𝑟 ∗ 𝐹⃗ ) de aperto de cada um dos 06
parafusos que prendem o cilindro ao bloco é de 25Nm. Qual a força a ser aplicada
pelo mecânico na extremidade da chave (figura 16) sabendo que o mecânico
utilizará uma chave combinada de 3/8” que apresenta um braço (d) de alavanca
de 15cm (0,15m)?
19

Figura 16 – Chave combinada X Torque aplicado

Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/5824043/. Acesso em 16 ago. 2016

25. Que nome recebe a resistência à mudança no movimento rotacional, ou seja, à


mudança em sua velocidade angular?
a. Momento linear.
b. Momento angular.
c. Momento de inércia.
d. Torque de aperto.

26. Considerando a Figura 17, qual o momento de inércia ( 𝐼 = 𝑀 ∗ 𝑅 2 ) do corpo


“m”, sabendo que o mesmo está a 3 metros do seu eixo de rotação e possui uma
massa de 5kg?

Figura 17 – Momento de inércia de um corpo pontual

Fonte: http://www.infoescola.com/mecanica/momento-de-inercia/. Acesso em 16 ago. 2016


1
27. Qual o momento de inércia ( 𝐼 = 2
∗ 𝑀 ∗ 𝑅 2 ) para um disco de massa igual a

20 gramas que gira em torno de um eixo imaginário que passa pelo seu centro,
cujo raio é igual 80 centímetros, como mostra a figura 18?
20

Figura 18 – Momento de inércia de um Compact Disc (CD)

Fonte: http://www.infoescola.com/mecanica/momento-de-inercia/. Acesso em 16 ago. 2016

28. Determine o momento de Inércia do corpo apresentado na Figura 19, sabendo-se


que o comprimento (L) é de 2 metros e a massa é de 15 kg.

Figura 19 – Momento de Inércia de uma barra delgada

Fonte: https://www.respondeai.com.br/resumos/4/capitulos/1/exercicios/168. Acesso em 16 ago.


2016

29. Que nome recebe a quantidade de movimento associado a um objeto que executa
um movimento de rotação em torno de um ponto fixo, conforme mostra a Figura
⃗⃗ = 𝑄𝑑⃗ 𝑠𝑒𝑛𝜃 , ou ainda,
20, e dado pela equação 𝐿 ⃗⃗ = 𝐼 𝜔
𝐿 ⃗⃗ .
21

Figura 20 – Decomposição de forças que agem em um corpo que gira

Fonte: http://www.infoescola.com/mecanica/momento-angular/. Acesso em 16 ago. 2016

30. Dois garotos de massa ( 𝑀𝑔𝑎𝑟𝑜𝑡𝑜 𝐴 ) e ( 𝑀𝑔𝑎𝑟𝑜𝑡𝑜 𝐵 ) empurram-se mutuamente


sobre uma superfície com atrito desprezível. De acordo com a Figura 21,
( 𝑉𝐴 = 𝑉𝐵 = 0 ) , portanto ( 𝑄𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 = 0 ). Na sequência da Figura 22, após o
empurrão ( 𝑄𝑎𝑝ó𝑠 = 0 ), temos ( 𝑀𝑔𝑎𝑟𝑜𝑡𝑜 𝐴 ∗ 𝑉𝐴 ) + ( 𝑀𝑔𝑎𝑟𝑜𝑡𝑜 𝐵 ∗ 𝑉𝐵 ) = 0 , logo;
𝑀𝑔𝑎𝑟𝑜𝑡𝑜 𝐵 ∗ 𝑉𝐵
𝑉𝐴 = − . Isto representa o quê?
𝑀𝑔𝑎𝑟𝑜𝑡𝑜 𝐴

a. Conservação do momento linear.


b. Conservação do momento angular.
c. Quantidade de movimento angular.
d. Quantidade de momento angular

Figura 21 - Dinâmica das rotações 1 Figura 22 - Dinâmica das rotações 2

Fonte: Fonte:
http://www.ufjf.br/joaoxxiii/files/2009/02 http://www.ufjf.br/joaoxxiii/files/2009/
/dinamica-das-rotacoes.pdf 02/dinamica-das-rotacoes.pdf
Acesso em: 16 ago. 2016 Acesso em: 16 ago. 2016
22

31. Qual das figuras abaixo representa:


a. Quantidade de movimento ( 𝑞⃗ = 𝑚 ∗ 𝑣⃗ )
b. Conservação de energia ( 𝑀𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝐴𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟 ⇒ 𝐼𝑖 𝜔
⃗⃗𝑖 = 𝐼𝑓 𝜔
⃗⃗𝑓 )

c. Momento ou torque ( 𝜏⃗ = 𝑟 × 𝐹⃗ )

Figura 23 - Dinâmica Figura 24 - Dinâmica Figura 25 -


das rotações 1 das rotações 2 Dinâmica das
rotações 3

Fonte 23, 24 e 25: http://www.ufjf.br/joaoxxiii/files/2009/02/dinamica-das-rotacoes.pdf. Acesso em


16 ago. 2016

⃗⃗ = 𝐼𝜔
32. Considerando 𝐿 ⃗⃗ = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 ⇒ 𝐼𝑖 ⃗⃗⃗⃗⃗
𝜔𝑖 = 𝐼𝑓 𝜔
⃗⃗⃗⃗⃗⃗𝑓 , podemos dizer que está
sendo apresentado, na figura 26, um modelo de :

Figuras 26 – Dinâmica das rotações 4

Fonte: http://www.ufjf.br/joaoxxiii/files/2009/02/dinamica-das-rotacoes.pdf

a. Momento de Inércia
b. Momento linear
c. Conservação de energia
d. Momento angular
23

33. Considerando a Figura 27, quando o atleta recolhe seus braços, o que acontece
com o momento de inércia ( 𝐼 ) e com a velocidade angular ( 𝜔 ) ?

Figura 27 - Conservação de energia 1

Fonte: http://midia.cmais.com.br/assets/file/original/ (adaptado). Acesso em 16 ago. 2016

34. Dados : 𝐼𝑏𝑖𝑐 = 1,2 𝑘𝑔𝑚2 ; 𝐼𝑡𝑜𝑡 = 6,8 𝑘𝑔𝑚2 ; 𝜔𝑖𝑛𝑖 = 3,9 𝑟𝑜𝑡⁄𝑠 .
Observando a Figura 28 e considerando a lei de conservação da energia, calcule:

Figura 28 - Conservação de energia 2

Fonte: http://midia.cmais.com.br/assets/file/original/ (adaptado). Acesso 16 ago. 2016

a. Momento angular inicial do sistema roda de bicicleta + rapaz + banco


b. Momento angular quando o rapaz inverte o sentido de rotação da roda da
bicicleta?
c. Momento angular final do sistema?
d. Rotação angular final do sistema?
24

35. A rotação de um pião que gira, conforme a Figura 29, no plano horizontal é
conhecida como precessão giroscópica. Esta frequência de precessão é dada
(𝑀𝑔)𝑟 𝜏
pelo modelo ( 𝜔𝑝 = ), ou seja, ( 𝜔𝑝 = ). Com base nesta colocação,
𝐼𝜔 𝐿

responda às questões abaixo.

Figura 29 - Diagrama de forças no girar de um pião

Fonte:
http://imagem.casadasciencias.org/online/36849199/23_giroscopio-teoria.htm
(adaptado). Acesso em 16 ago. 2016

a. O que acontece com a frequência de precessão quando o torque aumenta?


b. O que acontece com a frequência de precessão quando o momento angular
aumenta?
c. Como podemos aumentar o momento angular?

36. O período de uma precessão do corpo (peão) apresentado na Figura 29 é dado


2𝜋 2𝜋 4𝜋 2 𝐼𝑠 4𝜋 2 𝐼𝑠
pela relação 𝜔𝑝 = ⇒ 𝑇𝑝 = , ou ainda, 𝑇𝑝 = = , sendo
𝑇𝑝 𝜔𝑝 𝑚𝑔𝑟 𝑇𝑠 𝜏 𝑇𝑠

assim o que acontece com o período de precessão se aumentarmos a velocidade


do peão?
a. Aumenta o período de precessão do peão.
b. Diminui o período de precessão do peão.
c. Não altera o período de precessão do peão.

37. Qual das partes do instrumento apresentado na Figura 30 é a responsável por


prover o momento de inércia do conjunto e, assim, definir o valor do momento
⃗⃗ = 𝐼𝜔
angular 𝐿 ⃗⃗ ⇒ (𝑚. 𝑟 2 )𝜔
⃗⃗ ?
25

Figura 30 – Giroscópio padrão

Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Gyroscope. Acesso em 16 ago. 2016

a. Gyroscope frame.
b. Spin axis.
c. Gimbal.
d. Rotor.
26

1.1.5 GABARITO DO TESTE DE CONHECIMENTO EM FÍSICA

1. a.
2. b.
3. Os componentes de uma circunferência são o raio, o diâmetro e o perímetro.
4. Radiano é a relação expressa pelo comprimento da circunferência e o raio da
mesma.
5. 2 ∗ 𝜋 ∗ 𝑟, em que 𝑟 é o raio da circunferência.
6. Resposta de caráter individual.
7. A massa relativística aumenta com o aumento da velocidade.
8. Ocorre um aumento da força de atração ( 𝐹 ) entre os corpos.
9. Seu peso será menor.
10. I-Trajetória linear e II trajetória circular.
11. 180° corresponde a 𝜋 𝑟𝑎𝑑.
12. Linear, circular.
13.
2𝜋 2𝜋 6,28
𝑣 = 𝜔𝑟 → 𝜔= → 𝑣= 𝑟 → 𝑣= . 6378𝑘𝑚 → 𝑣 =
𝑡 𝑡 24ℎ

1669 𝑘𝑚⁄ℎ𝑟

14. 𝜔 = 𝑓 ∗ 60 = 468 𝑟𝑝𝑚 → 𝜔 = 2𝜋𝑓 = 49 𝑟𝑎𝑑⁄𝑠


1320 𝑟𝑝𝑚 1
15. 𝐹 = = 22𝐻𝑧 → 𝑇 = = 45𝑚𝑠
60 𝐹

16.
1740 𝑟𝑝𝑚
𝜔 = 2 𝜋 .𝑓 = 2 𝜋 . = 182,21 𝑟𝑎𝑑⁄𝑠 → 𝑣 = 𝜔 𝑟 = 182,2 ∗ 1,2
60
= 218,65 𝑚⁄𝑠 → 𝑣 = 218,65 ∗ 3600 = 787,15 𝑘𝑚⁄ℎ𝑟

17. 𝜔 = 2 𝜋 . 𝑓 → 2 𝜋 .
2400 𝑟𝑝𝑚 𝑟𝑎𝑑⁄ → 𝜔 = 251,3 𝑟𝑎𝑑⁄
60 𝑠 𝑠
1900 𝑟𝑝𝑚
18. 𝑣 = 𝜔 𝑟 → 𝜔 = 2 𝜋 . 𝑓 → 𝑣 = 2 𝜋 . 𝑓. 𝑟 = 2 𝜋 . . 0,04𝑚 =
60
𝑚 𝑚
7,958 , 𝑜𝑢 480 𝑚
𝑠
𝜋⁄
= 0,262 𝑟𝑎𝑑⁄𝑠 𝑜𝑢 15 °⁄𝑠
∆𝜃 2 𝜋 1 𝜋
19. 𝜔 = = = .6 =
∆𝑡 6 2 12

20. As alternativas “b” e “e” estão corretas.


21. A alternativa correta é a “a”.
22. As alternativas “a” e “c” são falsas.
27

23.
𝜏 = 𝐹 ∗ 𝑟 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝜃 = → 25𝑁𝑚 = 𝐹 ∗ 0,15 ∗ 1 → 𝐹 = 25𝑁𝑚⁄0,15𝑚 → 𝐹

= 166𝑁 (16,6𝐾𝑔𝑓)
24. A alternativa correta é a “c” .
25. 𝐼 = 𝑀 ∗ 𝑅 2 → 5 ∗ 32 → 45𝑘𝑔𝑚2
1 1
26. 𝐼 = ∗ 𝑀 ∗ 𝑅2 → ∗ 0,02 ∗ (0,8)2 → 0,08𝑘𝑔𝑚2
2 2

27. 𝐼 = 1⁄12 ∗ 𝑀 ∗ 𝐿2 → 1⁄12 ∗ 15 ∗ 42 → 5𝑘𝑔𝑚2


28. Momento angular.
29. A alternativa correta é “a”.
30. Figura 24 = a ; Figura 23 = a ; Figura 25 = c .
31. A alternativa correta é a “c”.
32. O momento de inércia diminui e a velocidade angular aumenta.
33. Respostas:
a.
b. 𝐿𝑖𝑛𝑖 = 𝐿𝑏𝑖𝑐 = 𝐼𝑏𝑖𝑐 ∗ 𝜔𝑖𝑛𝑖 ⇒ 1,2 𝑘𝑔𝑚2 ∗ 3,9 𝑟𝑜𝑡⁄𝑠 ⇒ 𝐿𝑖𝑛𝑖 =
4,68 𝑘𝑔𝑚2 𝑠 −1 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑠 −1 = 𝑟𝑎𝑑⁄𝑠 𝐿𝑏𝑖𝑐 = − 𝐿𝑖𝑛𝑖 = − 4,68 𝑘𝑔𝑚2 𝑠 −1 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑠 −1 =
𝑟𝑎𝑑⁄
𝑠
c. 𝐿𝑓𝑖𝑛 = 𝐿𝑏𝑖𝑐 + 𝐿𝑟𝑎𝑝𝑎𝑧 = 𝑳𝒓𝒂𝒑𝒂𝒛 − 𝑳𝒊𝒏𝒊
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑎 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎çã𝑜 𝑚𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟, 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 ∶
𝐿𝑓𝑖𝑛 = 𝐿𝑖𝑛𝑖 ⇒ 𝐿𝑟𝑎𝑝𝑎𝑧 − 𝐿𝑖𝑛𝑖 = 𝐿𝑖𝑛𝑖 ⇒ 𝐿𝑟𝑎𝑝𝑎𝑧 = 2𝐿𝑖𝑛𝑖

= 1,4 𝑟𝑜𝑡⁄𝑠
2∗ 𝐼𝑏𝑖𝑐 ∗ 𝜔𝑖𝑛𝑖
d. 𝐿 = 𝐼 ∗ 𝜔 ⇒ 𝐼𝑡𝑜𝑡 ∗ 𝜔 = 2 ∗ 𝐼𝑏𝑖𝑐 ∗ 𝜔𝑖𝑛𝑖 ⇒ 𝜔 = 𝐼𝑡𝑜𝑡

34. Respostas.
a. A frequência de precessão aumenta.
b. A frequência de precessão diminui.
c. Aumentando-se a velocidade angular do corpo que gira (peão).
35. A alternativa correta é a “a” .
36. A alternativa correta é a “d”.
28

1.1.6 Distribuição da apostila


Neste momento, devem ser entregues as apostilas e comentados seus objetivos.

1.2 Desenvolvimento do segundo encontro

1.2.1 Objetivos

a. Aula teórica
i. Velocidade Linear
ii. Radiano
iii. Velocidade Angular

b. Aula prática - Experimentos


i. Hélice, Trena, Protactor e Tacômetro óptico
1. Velocidade linear
2. Velocidade angular

1.2.2 Aula teórica sobre velocidade linear, radiano e velocidade angular


Fazendo uso do MI, abordar os capítulos; 1. Introdução, 2. Relacionando
variáveis lineares e angulares, 2.1.Posição, 2.2.Velocidade e 2.3. Aceleração, e, em
seguida, realizar os exercícios propostos nos respectivos capítulos. Desta maneira,
os assuntos velocidade linear, radiano e velocidade angular serão abordados, dando
condições para a sequência de experimentos que serão praticados.
Na sequência, provocar discussão, junto ao grupo de alunos, com base no
mapa conceitual da Figura 31:
29

Figura 31 : Mapa conceitual para Rotação

Fonte: o autor

1.2.3 Aula prática – Experimento 01


Este experimento envolve o uso de uma hélice (Figura 32), uma trena e um
protactor (figura 34) ou inclinômetro. Neste experimento, abordaremos dois assuntos,
quais sejam: velocidade linear e velocidade angular. Esta aula deverá ser realizada
em um dos laboratórios do Hangar.

Figura 32: Experiência 01 - Hélice Figura 33: Experiência 01 - Pá da


instalada na aeronave hélice já dividida em 03 estações de
igual comprimento.

Fonte: http://papodehangar.blogspot.com.br/ Fonte: o autor


30

A hélice deverá ter uma de suas pás divididas em 03 seções, devidamente


identificadas com fita crepe, como mostrado na figura 33. Nestas seções deverá ser
realizada a medição do ângulo de incidência com o protactor ou inclinômetro, como
mostrado nas figuras 34 e 35. Em seguida, deverá ser solicitado aos alunos,
preferencialmente divididos em grupos, que calculem a velocidade linear em cada
uma das seções para uma dada velocidade angular, conforme mostrado na figura 36,
sendo que esta velocidade angular deverá ser obtida em manuais, disponíveis na
internet, que tratam, de alguma maneira, das características da hélice utilizada no
experimento.

Figura 34: Experiência 01 - Protactor ou Figura 35: Experiência 01 - Medição do


medidor de nível angular. grau de incidência da pá em cada uma
das estações usando o protactor.

Fonte: o autor Fonte: o autor

Ainda aproveitando este momento, deve ser solicitado aos alunos que
determinem, para a velocidade angular definida, quais são os valores de frequência e
período.
A ideia central deste experimento é dividir uma das pás da hélice em 03 seções
de igual comprimento, conhecidas como estações (St - station), sendo estas: estação
01 (St01), estação 02 (St02) e estação 03 (St03). Para tanto, usaremos uma fita adesiva
de papel (fita crepe), que será colada à superfície da hélice, conhecida como
extradorso, e, sobre esta fita, com o auxílio de uma trena (em metros) e uma caneta
para marcação, realizaremos a divisão e a marcação de três partes iguais.
31

Figura 36: Experiência 01 - Experimento proposto para o cálculo da velocidade


linear

Fonte: o autor

Os alunos deverão pesquisar, na Internet, gráficos que apresentem o


comportamento do coeficiente de sustentação de um aerofólio, conforme o exemplo
apresentado na figura 37, e, a partir de um destes gráficos, deverão elaborar um texto
simples que explique a razão da variação do ângulo de incidência da hélice ao longo
de seu comprimento.

Figura 37: Experiência 01 - Variação do CL para mudanças do ângulo de ataque.

Fonte: o autor
Neste caso em particular vamos considerar o ângulo de incidência = ângulo de ataque

Em seguida, observando todos os procedimentos do SGSO (Sistema de


Gerenciamento da Segurança Operacional), deverá ser realizado o acionamento do
motor da aeronave equipada com a mesma hélice, já devidamente marcada com a fita
crepe em suas três seções, e, com a utilização do tacômetro óptico, deverá ser
realizada a medição da velocidade angular em cada uma das três seções ou
trajetórias, de forma a comprovar que, de fato, a velocidade angular é constante.
32

Figura 38: Experiência 01 - Tacômetro Figura 39: Experiência 01 - Realizando


óptico utilizado na medição a medição da velocidade angular da
hélice.

Fonte: o autor Fonte: o autor

Este procedimento tem como objetivo apresentar a ferramenta de medição de rotação,


o princípio de leitura óptica e a velocidade angular constante em qualquer uma das
trajetórias.

1.3 Desenvolvimento do terceiro encontro


1.3.1 Objetivos

a. Aula teórica
i. Translação e rotação
ii. Braço de uma alavanca
iii. Força aplicada

b. Aula prática - Experimentos 02 e 03


i. Torquímetro de estalo e torquímetro de vara e balança de peixeiro
1. Torque ou momento
ii. Hélice, balança de peixeiro
1. Torque ou momento

1.3.2 Aula teórica sobre translação, rotação e torque


Sugere-se que seja abordado o capítulo 3 da apostila: Torque. Na sequência,
devem ser resolvidos os exercícios propostos no capítulo. Desta forma, os assuntos:
translação, rotação, braço de alavanca, força aplicada e torque serão abordados,
dando condições para a sequência de experimentos que serão praticados.
33

Em seguida, deve ser provocada a discussão, junto ao grupo de alunos, sobre


a Figura 40:
Figura 40 : Torque

Fonte: o autor

1.3.3 Aula prática – Experimento 02 e 03


Antes de iniciar a prática de experimentos, o professor deverá utilizar o
programa de simulação da empresa PHET Interactive Simulations (Disponível em:
https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/torque - figura 42) para que os alunos
possam experimentar a variação dos valores de forma dinâmica.

Figura 41: Matematização a Figura 42 : Tela da Aba de


ser discutida nos experimentos Simulação de Torque do
02 e 03 Simulador de Torque da PHET

Fonte figuras 41 e 42: https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/torque. Acesso 16 ago.


2016
34

O professor deverá, para tal feito, utilizar o projetor multimídia. Na


apresentação, deve ser demonstrado o funcionamento do aplicativo, evidenciando
claramente como operá-lo.
Após realizada a explicação sobre o funcionamento do software, a sugestão é
dividir os alunos em grupos de, no máximo, 04 elementos. Além disso, deve-se pedir
para que os alunos sugiram mudanças nos controles do aplicativo. Outra sugestão é,
no momento da mudança nos controles, pedir para que os alunos antecipem os
resultados dos gráficos e imagem resultantes da mudança nos comandos do
aplicativo.

Figura 43 : Experiência 02. Figura 44 : Faixa de medição


Encaixando o soquete de 3/8” do disponível no torquímetro
Torquímetro de estalo no parafuso 𝑑𝑒 0,5 𝑎 3,4 𝐾𝑔𝑓𝑚
do conjunto da hélice

Fonte: o autor Fonte: o autor

Outro quesito importante para ser explorado neste experimento é a


apresentação de ferramentas que serão utilizadas durante os trabalhos de
manutenção nas aeronaves, como o apresentado através das figuras 43 e 44, por
exemplo: chaves fixas, combinadas, cabos de força, etc.
A Experiência 02 fará uso de um torquímetro de estalo e uma balança de
peixeiro (Figura 45 e 46), também conhecida como dinamômetro. Assim, deve ser
apresentada aos alunos a ferramenta “Torquímetro de Estalo”. Além disso, devem ser
discutidos o manuseio e funcionalidades da ferramenta, conforme sugere a figura 41.
Em seguida, o professor deve lançar mão de um parafuso, que prende o conjunto de
controle do passo da hélice ao motor convencional (ou qualquer outro parafuso que
possa ter uma prática semelhante), para realizar a instalação do soquete do
35

torquímetro adequado a este parafuso, a fim de aplicar o torque de aperto especificado


pelo fabricante do conjunto, ou da aeronave.

Figura 45 : Balança de mola Figura 46 : Faixa de medição


conhecida também como balança disponível na balança de peixeiro
de peixeiro de 1 à 11𝑘𝑔𝑓

Fonte: o autor Fonte: o autor

Estes últimos dados serão importantes para os alunos, pois eles serão
orientados a como consegui-los nos sites dos fabricantes ou em outros sítios de
confiança na internet.

Figura 47 : Experiência 02. Figura 48 : Experiência 02. O braço


Calibrando o torquímetro par a do torquímetro foi dividido em duas
1 𝑘𝑔𝑓𝑚 seções. St01 de 0,19𝑚 e a St02 de
0,38m

Fonte: o autor Fonte: o autor

Deve ser salientada aos alunos, neste momento, a possibilidade de utilização


de diferentes unidades de medida para o mesmo fim, dependendo do sistema
utilizado, situação muito comum no dia a dia do mecânico, pois, ora encontram-se
especificações em kg.f.m, ora em lb.ft.inch. Assim, a fim de prepará-los para estas
adversidades, pode-se solicitar aos alunos que façam transformações de sistemas de
unidade utilizando-se de sites da internet, por exemplo.
36

Com o valor do torque a ser aplicado já conhecido e sendo este compatível com
a faixa de torque da ferramenta a ser utilizada, deve ser proposto aos alunos,
novamente divididos em grupos, a realização da medição do tamanho do braço do
torquímetro a ser utilizado, como sugerem as figuras 47 e 48. Com este valor os alunos
devem realizar o cálculo da força a ser aplicada para alcançar o valor do torque
requerido pelo fabricante.

Figura 49 : Experiência 02. Figura 50: Experiência 02.


Aplicando a força de 5,2𝑘𝑔𝑓 no Detalhe da aplicação de forca de
braço do torquímetro (St01) de 5,2𝑘𝑔𝑓 sendo medido com a
0,19𝑚 calculado pelos alunos balança de peixeiro

Fonte: o autor Fonte: o autor

A partir do resultado e utilizando a “balança de peixeiro” deve ser solicitado aos


alunos que verifiquem o aperto, como sugerem as figuras 49 e 50. É possível propor
variações no braço do torquímetro para que fique bem evidente a questão do aumento
ou da diminuição da força a ser aplicada.
A Experiência 03 fará uso de um torquímetro de vara (figura 51) e uma “balança
de peixeiro”, também conhecida como dinamômetro. Para tanto, deve ser apresentada
aos alunos a ferramenta Torquímetro de Vara, explicando, com detalhes, seu
funcionamento e forma de uso.

Figura 51 – Torquímetro de vara

Fonte: o autor
37

No experimento 03, os alunos realizarão um procedimento de inspeção


preventiva estabelecido pelo fabricante da aeronave que consiste em verificar o torque
de aperto da hélice à flange do eixo virabrequim do motor convencional a pistão.
Assim, de início, o professor deve apresentar, por meio do Manual do Fabricante
(Figura 52), o processo de manutenção preventiva a ser aplicado, discuti-lo e colocá-
lo em prática no hangar.

Figura 52 - Torque de aperto dos parafusos da hélice Sensenich de acordo com o


manual do fabricante

Fonte: Manual do fabricante da Hélice Sensenich

O professor deverá ter acesso aos parafusos que prendem a hélice à flange do
motor convencional, como mostrado nas figuras 53 e 54, instalando o soquete do
torquímetro de vara adequado a este parafuso para aplicar o torque de aperto
especificado pelo fabricante da hélice ou da aeronave.

Figura 53: Experiência 03. Aeronave Figura 54: Experiência 03. Detalhe
onde será realizado o procedimento dos parafusos que prendem a
técnico hélice à flange do motor

Fonte: o autor Fonte: o autor


38

Com o valor do torque a ser aplicado já conhecido e sendo este compatível com
a faixa de torque da ferramenta a ser utilizada, deve ser proposta aos alunos,
novamente divididos em grupos, a realização da medição do tamanho do braço do
torquímetro a ser utilizado (Figuras 55 e 56). A partir deste valor, os alunos devem
fazer o cálculo da força a ser aplicada para alcançar o valor do torque requerido pelo
fabricante.

.
Figura 55: Experiência 03. Detalhe Figura 56: Experiência 03.
da medida do braço do torquímetro Rascunho da matematização feita
de vara por um grupo de alunos

Fonte: o autor Fonte: o autor

Os alunos, neste momento do experimento, devem constatar que, quando


aplicada a força calculada com base no braço do torquímetro medido, é possível
alcançar, no torquímetro de vara, o valor definido no manual do fabricante,
constatando, assim, que o torque aplicado está correto.
Ao final, a prática dos experimentos 02 e 03, conforme figuras 57 e 58, que
fazem uso do torquímetro, deve servir para comprovar que a parte teórica está
adequada. Os alunos devem ser deixados à vontade nos experimentos, sem que haja
a preocupação com danos às aeronaves para os casos de erro ou manuseio errado
das ferramentas.
Estes experimentos (2 e 3) são contundentes para evidenciarmos para os
alunos que, ainda que as ferramentas necessárias não estejam disponíveis, é possível
realizar os trabalhos solicitados, mesmo que de forma rudimentar.
39

Figura 57: Experiência 03A. Outras Figura 58 : Experiência 03A.


medições realizadas pelos alunos. Outras medições realizadas pelos
Divisão da pá em seções St01 e alunos. Medição do torque
St02 ou braços. necessário para girar a hélice em
função do braço St01 e St02

Fonte: o autor Fonte: o autor

Além disso, estes experimentos (2 e 3), contribuem para a fixação de


conhecimentos teóricos (apresentados em sala de aula e por meio do simulador
virtual) e também para a apresentação de ferramentas de medição conhecidas como
torquímetro, balança de mola e dinamômetro. Ademais, nestes experimentos são
aplicados muitos conceitos da física que envolvem as atividades diárias de um técnico
de manutenção de aeronaves em célula.

1.4 Desenvolvimento do quarto encontro


1.4.1 Objetivos

a. Aula teórica
i. Centro de massa
ii. Formas geométricas e seus momentos de inércia
iii. Momento angular
iv. Precessão giroscópica

b. Aula prática - Experimentos


i. Roda de bicicleta
1. Giroscópio
2. Momento de inércia
3. Precessão giroscópica
40

1.4.2 Aula teórica sobre: momento de inércia, giroscópio, momento angular e


precessão giroscópica

Sugere-se que sejam abordados os capítulos: 2.4. Momento linear, Momento


de inércia e 4. Momento angular. Na sequência, os exercícios propostos no capítulo
devem ser resolvidos. Nesta aula, os assuntos giroscópio e precessão giroscópica
serão abordados, dando condições para a sequência de experimentos que serão
praticados.
Inicialmente deve ser provocada a discussão da Figura 59:

Figura 59: Conservação do momento angular

Fonte: o autor

1.4.3 Aula prática – Experimento 04

Antes de iniciar as atividades do experimento 04, deve ser apresentado aos


alunos, através de um projetor de multimídia, o simulador digital desenvolvido pelo
Laboratório Didático Virtual da Escola do Futuro da USP, cujo nome é “Uma Questão
de Gravidade” (figura 60). Com este simulador pretende-se evidenciar a diferença
entre as grandezas massa e peso.
41

Figura 60 – Simulador na forma de um jogo para ensinar o que é o peso e o que é a


massa e qual o papel da gravidade no universo

Fonte:
http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/bitstream/handle/mec/4858/sim_fis_questaogravidade.htm?
sequence=4. Acesso 16 ago. 2016

O experimento 04 envolve os equipamentos: tacômetro óptico (figura 61),


balança de precisão (figura 62), roda de bicicleta e motor elétrico.

Figura 61 : Experiência 04. Figura 62: Experiência 04.


Tacômetro óptico utilizado para Balança de precisão
medir a rotação

Fonte: o autor Fonte: o autor

O tacômetro, apresentado na figura 61, realizará as medições de velocidade


angular tanto por contato, como pelo princípio óptico. Já as medições de velocidade
linear são realizadas apenas por contato. Este instrumento será utilizado em várias
situações para obter parâmetros a serem aplicados nos cálculos.
A balança de precisão (figura 62) com fundo de escala de 4𝑘𝑔𝑓 será necessária
para que os alunos possam estabelecer a massa dos materiais envolvidos e o avaliar
o comportamento desta nos experimentos.
42

Figura 63 : Experiência 04. Motor Figura 64: Experiência 04.


elétrico AC de 3570𝑅𝑃𝑀, utilizado Pedal utilizado para ligar e
para acelerar a roda da bicicleta desligar o motor elétrico

Fonte: o autor Fonte: o autor

O motor elétrico de indução, apresentado na figura 63, será utilizado como


forma de acelerar o corpo em prova – neste caso, a roda da bicicleta. O acionamento
do motor será feito com um pedal pulsante, conforme exposto na figura 64, de modo
a diminuir o escorregamento quando colocado o pneu da roda de bicicleta em contato
com a superfície de seu rebolo.

Figura 65: Experiência 04. Figura 66: Experiência 04. Detalhe


Medida do raio do rebolo, 0,66𝑚, da película reflexiva que irá ser
que irá acelerar a roda da utilizada para aa medição da rpm
bicicleta com o tacômetro óptico

Fonte: o autor Fonte: o autor

Os alunos deverão realizar o levantamento de dados do motor elétrico para


determinar os parâmetros necessários para o experimento 04, de acordo com as
figuras 65 e 66. Os dados são: velocidade angular do rebolo em 𝒓𝒑𝒎, medida com o
43

tacômetro no modo óptico ou no modo de contato, conforme apresentado nas figuras


67 e 68, e o raio do rebolo em 𝒎, medido com uma trena. Além disso, os alunos
deverão calcular a velocidade linear do rebolo conforme exposto na equação abaixo:

𝑉𝐿𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟 𝑅𝑒𝑏𝑜𝑙𝑜 = 𝜔𝑅𝑒𝑏𝑜𝑙𝑜 (𝑟𝑝𝑚) ∗ 𝑟𝑅𝑒𝑏𝑜𝑙𝑜 (𝑚)

Figura 67 : Experiência 04. Medida Figura 68: Experiência 04. Detalhe


da velocidade angular, 3574𝑟𝑝𝑚, da medida de velocidade angular,
do rebolo de aceleração da roda da 3546 𝑟𝑝𝑚, do rebolo de aceleração
bicicleta, com o tacômetro óptico da roda de bicicleta, com o
tacômetro por contato.

Fonte: o autor Fonte: o autor

Os alunos deverão, ainda, trabalhar com os valores de medidas referentes aos


parâmetros relevantes da roda de bicicleta. Para tanto, as informações acerca da roda
da bicicleta, conforme as figuras 69 e 70, devem ser buscadas na internet, nos
manuais dos fabricantes de bicicletas e de rodas para bicicletas. Com esta pesquisa
os alunos entenderão o funcionamento do padrão de identificação internacional destes
parâmetros e poderão interpretar as informações da roda, além de outras disponíveis
na banda lateral do pneu.
44

Figura 69: Experiência 04. Roda Figura 70: Experiência 04.


da bicicleta com detalhe da Diâmetro da roda da bicicleta de
película reflexiva para medição da 26” impresso em alto relevo no
rotação pelo tacômetro óptico pneu da bicicleta.

Marca para medição da


rotação pelo tacômetro
óptico

Fonte: o autor Fonte: o autor

Com as informações obtidas nos passos anteriores, deverá ser delegado aos
alunos o cálculo do comprimento da circunferência da roda de bicicleta, conforme
exposto na equação abaixo:

𝐶𝑅𝑜𝑑𝑎 𝐵𝑖𝑐𝑖𝑐𝑙𝑒𝑡𝑎 = 2 ∗ 𝜋 ∗ 𝑟𝐵𝑖𝑐𝑖𝑐𝑙𝑒𝑡𝑎 (𝑚)

Figura 71 – Diagrama do processo de aceleração da roda de bicicleta

Fonte: o autor

Além disso, os alunos deverão calcular a máxima velocidade angular da roda


da bicicleta quando ela estiver em contato com a roda de aceleração do motor elétrico
(rebolo), conforme apresentado pela figura 71 . O motor, por sua vez, deve estar em
45

rotação máxima, determinada em procedimento anterior. Para o cálculo da velocidade


angular os alunos devem utilizar a equação abaixo:

𝑉𝑙𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟𝑅𝑒𝑏𝑜𝑙𝑜
𝑉𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟𝑅𝑜𝑑𝑎 𝐵𝑖𝑐𝑖𝑐𝑙𝑒𝑡𝑎 =
𝐶𝑅𝑜𝑑𝑎 𝐵𝑖𝑐𝑖𝑐𝑙𝑒𝑡𝑎

Nesta etapa do procedimento é possível que os alunos processem todas as


informações recebidas para poderem calcular o momento de inércia da roda de
bicicleta para as condições nominais. Poderá, com base nas informações contidas no
MI, ser definida a utilização do modelo matemático para o cálculo de momento de
inércia em corpos de anel fino que giram em torno de um eixo central, isto porque este
é o modelo que mais se assemelha à roda de bicicleta. Na equação abaixo, vamos o
cálculo do momento de inércia da roda de bicicleta:

𝐼𝑅𝑜𝑑𝑎 𝐵𝑖𝑐𝑖𝑐𝑙𝑒𝑡𝑎 = 𝑚𝑅𝑜𝑑𝑎 𝐵𝑖𝑐𝑖𝑐𝑙𝑒𝑡𝑎 ∗ 𝑟 2 𝑅𝑜𝑑𝑎 𝐵𝑖𝑐𝑖𝑐𝑙𝑒𝑡𝑎

Após este cálculo, é interessante suscitar a discussão com os alunos sobre


qual a influência da velocidade angular, ou rotação, no momento de inércia da roda
de bicicleta. Essa discussão deve clarear o fato de que a influência da velocidade
angular se dá apenas devido à geometria do corpo, à distribuição de sua massa
(considerada simétrica em toda a sua extensão) e à distância entre a massa e o centro
de sua rotação.
Para auxiliar na compreensão do conteúdo e para que os alunos possam
realizar o experimento com outros valores de massa do corpo e raio, uma vez que a
roda de bicicleta não permite a mudança destes parâmetros tão facilmente, deve ser
apresentado novamente o simulador “PHET Interactive Simulations” (Figura 72). Com
o uso do software, os alunos poderão fazer a mudança dos parâmetros de massa e
de raio livremente.
46

Figura 72 – Simulador PHET para momento de inércia

Fonte: o autor

Na sequência das discussões praticadas pelos alunos neste encontro, deverá


ser encaminhado pelos mesmos os resultados obtidos na aplicação do cálculo do
momento de inércia, de acordo com a equação abaixo:

𝐿𝑅𝑜𝑑𝑎 𝐵𝑖𝑐𝑖𝑐𝑙𝑒𝑡𝑎 = 𝑚𝑅𝑜𝑑𝑎 𝐵𝑖𝑐𝑖𝑐𝑙𝑒𝑡𝑎 (𝑘𝑔) ∗ (𝑟𝑅𝑜𝑑𝑎 𝐵𝑖𝑐𝑖𝑐𝑙𝑒𝑡𝑎 )(𝑚)2 ∗ 𝜔𝑅𝑜𝑑𝑎 𝐵𝑖𝑐𝑖𝑐𝑙𝑒𝑡𝑎

Deve ser salientado aos alunos que a unidade de medida para o momento
𝑘𝑔𝑚2⁄
angular, no Sistema Internacional (SI), é o ( 𝑠 ). Assim, o professor deve
destacar que a massa da roda de bicicleta está na unidade compatível, ou seja, em
( 𝑘𝑔 ). O mesmo acontece com o raio da roda da bicicleta, que está em ( 𝑚 ). Assim,
os alunos perceberão incompatibilidade na velocidade angular, uma vez que, em
razão dos equipamentos de medição utilizados, ela estará sendo tratada em ( 𝑟𝑝𝑚 ) ,
enquanto de acordo com o modelo matemático do SI, este valor deveria estar em
𝑟𝑎𝑑⁄ .
𝑠
Assim que os alunos entenderem a problemática, estes deverão realizar a
conversão da unidade ( 𝑟𝑝𝑚 ) para a unidade ( 𝑟𝑎𝑑⁄𝑠 ), usando o modelo:

2𝜋 𝑟𝑎𝑑
1 𝑟𝑝𝑚 = ∗
60 𝑠
47

Figura 73: Experiência 04. Figura 74: Experiência 04.


Demonstrando o eixo de rotação Demonstração da rotação do
do corpo. corpo como um todo em torno do
eixo 𝑥

Fonte: o autor Fonte: o autor

Deve ser demonstrado aos alunos, como apresentam as figuras 73 e 74, com
a roda de bicicleta sem rotação, ou seja, ( 𝑉𝐴𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟 = 0 𝑟𝑝𝑚 ) e, portanto,
𝑘𝑔𝑚2
( 𝐿𝑅𝑜𝑑𝑎 𝐵𝑖𝑐𝑖𝑐𝑙𝑒𝑡𝑎 = 0 ) , a rotação do plano da roda sobre os eixos imaginários 𝑥 e
𝑠

𝑦 , salientado aos alunos que não houve, para movimentar a roda nestes dois eixos,
nenhum tipo de dificuldade ou reação ao movimento provocado. Em seguida, deve
ser acelerada a roda de bicicleta, no sentido do relógio (CW), por meio da utilização
do motor elétrico, até a velocidade angular de 𝑋 𝑟𝑝𝑚, ou seja, 𝑌 𝑟𝑎𝑑⁄𝑠 .

Figura 75: Experiência 04. Figura 76: Experiência 04.


Demonstração da rotação do Aplicado rotação na roda de
corpo como um todo em torno bicicleta, ou seja, a velocidade
do eixo 𝑦 angular é de 113,9 𝑟𝑝𝑚

Fonte: o autor Fonte: autor

O próximo passo é solicitar ao aluno que estiver segurando a roda de bicicleta,


agora em movimento, que tente provocar uma mudança no eixo x. Ao tentar, o aluno
perceberá que a roda de bicicleta reage a esta tentativa de mudança, fato este que
48

𝑘𝑔𝑚2
não acontecia quando parada e ( 𝐿𝑅𝑜𝑑𝑎 𝐵𝑖𝑐𝑖𝑐𝑙𝑒𝑡𝑎 = 0 ). Esta é uma boa
𝑠

demonstração do efeito giroscópico e do momento de inércia, ou seja, da tendência


do corpo querer permanecer em sua trajetória.
Na continuidade, o professor pode sugerir aos alunos que experimentem outros
valores menores de velocidade angular, uma vez que esta situação é possível a partir
do uso modulado do acelerador do motor elétrico. Ao fazer este experimento, os
alunos poderão confirmar que a reação também diminuirá.

Figura 77 – Simulador PHET para momento angular

Fonte: o autor

Na sequência do experimento 04, a fim de envolver os alunos nos estudos, o


professor pode sugerir a alteração da massa ou do raio da roda de bicicleta, com base
no uso do simulador PHET, apresentado na figura 77. Assim, os alunos poderão
alterar os parâmetros do momento de inércia e evidenciar a mudança da reação da
roda de bicicleta na aplicação da mudança do movimento.

1.4.4 Aula prática – Experimento 05

Ainda neste quarto encontro, o professor deve realizar o experimento 05


envolvendo os equipamentos: tacômetro óptico, balança de precisão, roda de bicicleta
49

com suporte de nylon em suas extremidades do eixo de rotação e um cordão puxador


em uma das extremidades do suporte de nylon, e motor elétrico.

Figura 78: Experiência 05. Figura 79: Experiência 05


Rascunho demonstrando a
rotação do corpo em razão
exclusiva do torque produzido
pelo seu peso

Fonte: o autor Fonte: o autor

Após uma rápida discussão sobre o modelo matemático apresentado na Figura


78, deverá ser solicitado ao aluno que participará do experimento que segure a roda
de bicicleta pelo cordão de sustentação, preso a uma das extremidades do seu eixo,
enquanto, com a outra mão, apoie a outra extremidade, equilibrando, assim, a roda
suspensa no ar, conforme apresentado na Figura 79.

Figura 80: Experiência 05. Demonstração da presença do momento angular (𝐿) a


partir do momento em que o corpo é rotacionado, ou seja 𝜔 > 0 . Aplicado a regra da
mão direita para determinar a direção do (𝐿)

𝜔𝑅𝑜𝑑𝑎 𝐵𝑖𝑐𝑖𝑐𝑙𝑒𝑡𝑎 = 11,93 𝑟𝑎𝑑⁄𝑠

𝑘𝑔𝑚2
𝐿⃗ = 2,29
Fonte: http:ilectureonline.com – Mechanics the Gyroscope. Acesso𝑠em 16 ago. 2016

O professor deve, neste momento, perguntar ao público presente o que


acontecerá quando o aluno soltar a sua mão esquerda. A expectativa de resposta,
com base no senso comum, é a de que a roda cairá devido ao seu peso. Todavia, se
50

o grupo de alunos estiver atento e dominando a matematização dos conceitos, como


apresentado na figura 80, no sentido da aprendizagem significativa, eles responderão
que a roda irá rotacionar no sentido horário de quem olha este aluno, o que deverá
ser considerado como correto e compatível com a modelagem matemática.
A roda da bicicleta deve ser colocada em movimento através do uso do motor
elétrico e deve ser acelerada até a velocidade angular de 𝜔 = 𝑋 𝑟𝑝𝑚 ⟺ 𝑌 𝑟𝑎𝑑⁄𝑠.
Nesta etapa do experimento, os alunos já terão calculado um momento angular no
𝑘𝑔𝑚2
sistema, cujo valor é de 𝐿𝑅𝑜𝑑𝑎 𝐵𝑖𝑐𝑖𝑐𝑙𝑒𝑡𝑎 = 𝑍 . Sendo assim, espera-se que seja de
𝑠

concordância de todos que, se existe movimento angular, há alguma reação quando


se tenta mudar a posição da roda.

Figura 81: Experiência 05. Figura 82: Experiência 05.


Demonstração (1) da precessão Demonstração (2) da
giroscópica em razão do torque precessão giroscópica em
produzido pela decomposição razão do torque produzido pela
do momento angular decomposição do momento
angular

Fonte: o autor Fonte: o autor

Neste experimento, mostrado pelas figuras 81 e 83, o conhecimento prévio dos


alunos deverá estar bem sustentado em alguns pilares, já referidos ao longo deste
trabalho como subsunçores, sendo interessante ao professor solicitar que os mesmos
construam um mapa conceitual em que, no topo, conste o tema “movimento circular
uniforme”. Espera-se, desse mapa conceitual, que traga referências dos
conhecimentos apropriados pelos alunos até o presente momento, em especial:
velocidade linear e angular, torque, momento de inércia e momento angular.
51

Figura 83: Matematização do precessão

Fonte: http:ilectureonline.com – Mechanics the Gyroscope . Acesso 16 de ago. 2016

Cumpridas as etapas anteriores, o professor pode seguir para o experimento


5. Nesta etapa, deve ser solicitado ao aluno que estará assessorando o professor que
retire a mão de apoio da roda de bicicleta para que todos possam comprovar a reação
da roda em movimento, de acordo com o modelo matemático apresentado na figura
83 .
Com o encerramento da etapa visual do fenômeno, deve então ser apresentada
aos alunos uma revisão da matematização do experimento 05. A partir desta
apresentação, o professor pode realizar uma exposição matemática do fenômeno e
questionar o grupo sobre o que acontecerá com a velocidade de rotação da precessão
em função da diminuição da velocidade angular da roda de bicicleta. Esta questão
deve ser colocada seguindo o princípio da verificação da aprendizagem significativa,
ou seja, sem apresentar soluções ou caminhos prévios, exigindo raciocínio dos
alunos.
Figura 84 : Matematização da velocidade de precessão

Fonte: http:ilectureonline.com – Mechanics the Gyroscope . Acesso em 16 ago. 2016


52

Espera-se que o resultado do questionamento seja um consenso de que a


velocidade angular da roda de bicicleta provocará diminuição do valor do momento
angular, conforme apresentado através do modelo matemático da figura 84, com o
aumento do 𝑑𝜃, e, consequentemente, aumento da velocidade de rotação da
precessão.

1.5 Desenvolvimento do quinto encontro


1.5.1 Objetivos

a. Aula teórica
i. Conservação de energia do momento angular

b. Aula prática - Experimentos


i. Roda de bicicleta + Plataforma giratória + Halteres
1. Conservação de energia do momento angular

1.5.2 Aula teórica sobre a conservação do momento angular


Sugere-se que se explore o capítulo: 4. Momento angular e conservação de
momento angular. Devem também ser realizados os exercícios propostos no capítulo.
De início, o professor deve provocar uma discussão, junto ao grupo de alunos,
embasada na Figura 85:

Figura 85: Conservação da energia

Fonte: o autor
53

Na sequência, deve ser apresentada a equação abaixo, que calcula a


Conservação do Momento Angular com a variação do momento de inércia:

𝐿𝑖 = 𝐼𝑖 𝜔𝑖 ⇒ 𝐿𝑓 = 𝐼𝑓 𝜔𝑓 ⇒ 𝐼𝑖 𝜔𝑖 = 𝐼𝑓 𝜔𝑓 − 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 01

1.5.3 Aula prática – Experimento 06

O experimento 06 envolve os equipamentos didáticos: plataforma giratória de


marca Cidepe (figura 86), dois pesos conhecidos como tipo halteres com 02 kg de
massa cada um (figura 87), uma banqueta e um cronometro.

Figura 86 : Experiência 06. Figura 87: Experiência 06. Peso


Plataforma giratória Cidepe conhecido como Alteres de 2kg de
massa cada

Fonte: o autor Fonte: o autor

No experimento 06 o professor demonstrará a conservação do momento


angular. Para tanto, um aluno será colocado sob uma plataforma girante, a qual
apresenta o seu eixo sobre rolamentos – o que lhe afere um baixo coeficiente de atrito.
O aluno, então, segurará, em cada uma das mãos, um halter de massa próxima a 2kg,
com os braços recolhidos, o que representará o valor do raio no cálculo do momento
de inércia. Após isto a plataforma será colocada para girar, suavemente, a, em média,
16 rotações por minuto (esta é uma velocidade angular segura e não causará mal
estar no aluno).
54

Figura 88: Experiência 06. Aluno Figura 89: Experiência 06. Aluno
sobre a plataforma giratória girando sobre a plataforma giratória
a uma velocidade de 36 voltas por girando a uma velocidade de 10
minuto com os braços recolhidos voltas por minuto com os braços
estendidos

Fonte: o autor Fonte: o autor

Para obter uma variação do momento de inércia, ou é proposto mudar a massa


do aluno, conforme apresentado nas figuras 88 e 89, o que é muito difícil, ou muda-
se a distribuição da massa já existente, solicitando ao aluno que abra os seus braços,
que seguram os halteres. Com a abertura dos braços do aluno, alteramos, grosso
modo, o valor de r , modificando, por conseguinte, o momento de inércia, vide equação
abaixo:

𝐼 = 𝑚 ∗ 𝑟2 𝑒 𝑎𝑖𝑛𝑑𝑎 𝐿 = 𝐼 ∗ 𝜔

Figura 90 : Demonstração da conservação do momento angular com roda de


bicicleta

Fonte: http://midia.cmais.com.br. Acesso em 16 Ago. 2016


55

As equações abaixo demonstram a demonstração da conservação do momento


angular com roda de bicicleta, apresentado através das figuras 90 , 91, 92 e 93.

𝐿𝑍𝑖 = 𝐿𝑟 − 𝑆𝑖𝑡𝑢𝑎çã𝑜 𝑒𝑚 (𝑎) − 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 01

𝐿𝑓𝑍 = 𝐿𝑐 − 𝐿𝑟 − 𝑆𝑖𝑡𝑢𝑎çã𝑜 𝑒𝑚 (𝑏) − 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 02

𝐿𝑍𝑖 = 𝐿𝑓𝑍 − 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟 − 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 03

𝐿𝑟 = 𝐿𝑐 − 𝐿𝑟 − 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 04

𝐿𝑐 = 2𝐿𝑟 − 𝑂𝑛𝑑𝑒 𝐿𝑐 = 𝐼𝑐 𝜔𝑐 − 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 05

Figura 91: Experiência 07. Figura 92: Experiência 07. Aluno


Aluno sentado sobre a sentado sobre a plataforma giratória
plataforma giratória com a com a roda de bicicleta girando e
roda de bicicleta sem rotação movimentando todo o conjunto no
sentido CCW

Fonte: o autor Fonte: o autor


56

Figura 93: Experiência 08. Aluno sentado sobre a plataforma giratória com a
roda de bicicleta girando e movimentando todo o conjunto no sentido CW

Fonte: o autor
57

2 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS


Após o término do trabalho com a matéria, o professor pode aplicar novamente
o “Teste de conhecimentos em física”, agora como pós-teste. O objetivo desta
avaliação é medir se houve evolução do conhecimento do aluno após o contato com
o material e com as práticas propostas neste estudo.
58

PARTE II – APOSTILA
MATERIAL PARA ALUNOS
59

1. INTRODUÇÃO
Quando associamos a mecânica de manutenção a um movimento circular ao
redor de um ponto, chamamos esse “ponto” de eixo. O eixo, por sua vez, pode ser
real – eixo mecânico – ou imaginário. Em uma aeronave, os eixos longitudinal,
transversal e vertical devem apresentar o seu equilíbrio estático e dinâmico.
Pensando no conceito de movimento circular no cotidiano de um técnico em
manutenção de aeronaves em célula, é comum que este seja denominado Movimento
de Rotação, pois é um movimento no qual todas as partículas de um corpo rígido (que,
a princípio, não sofrem deformação) seguem na trajetória circular, cujo centro sempre
será o eixo mecânico desta rotação. Fica a ressalva de que todas estas partículas têm
a mesma abertura angular, pois tomam como base uma dada – e mesma – referência
angular.
A Figura 1 apresenta os três eixos de rotação de uma aeronave, a partir da qual
é possível observar a ocorrência do movimento circular.

Figura 1 – Movimentos de Rotação de uma aeronave

Fonte:http://sabordevoar.blogspot.com.br/2012/03/informacao-24-movimentos-de-um-aviao.html.
Acesso em 12. Jan. 2017

As figuras 2 e 3 trazem o movimento de rotação exemplificado por uma


aeronave do tipo asa baixa com trem de pouso convencional já em seu processo de
decolagem. No caso deste exemplo, o eixo longitudinal da aeronave rotaciona em
torno do seu eixo transversal, tendo como referência angular o próprio plano Terra.
Desta forma, a aeronave, ao iniciar a sua corrida para decolagem, apresenta um
ângulo de 30⁰ entre o eixo longitudinal e o plano da Terra. Durante a corrida de
decolagem, no momento em que a aeronave alcança a velocidade de 60Mph, o piloto,
60

por meio da movimentação do manche, provoca um momento de rotação no sentido


“CW”, o que causa a rotação do eixo longitudinal em torno do eixo transversal,
alterando a abertura angular de 30⁰ para próxima de 0⁰ .

Figura 2 – Aeronave já com a cauda levantada

Fonte: http://www.risingbrasil.com.br/aeronaves.html. Acesso em 12. Jan. 2017

Figura 3 – Rotação do eixo longitudinal da aeronave

Ângulo de 0⁰ entre o eixo


longitudinal e o plano terra

Ângulo de 30⁰ entre o eixo


longitudinal e o plano terra

Fonte: o autor

Figura 4 – Movimento de rolagem e rotação da hélice

Fonte: http://www.risingbrasil.com.br/aeronaves.html. Acesso em 12. Jan. 2017


61

A Figura 4 apresenta uma aeronave de asa baixa com motor à reação. Nesta
imagem temos duas condições do efeito de rotação: a primeira observa-se na
realização do movimento de rotação do eixo transversal em torno do eixo longitudinal,
manobra esta conhecida como “Toneaux”, que ocorre a uma razão de 4 RPM; a
segunda observa-se na hélice, em uma razão de 2500 RPM.
Como visto, o movimento circular está presente o tempo todo na operação de uma
aeronave. De maneira geral, o controle de uma aeronave se dá a partir de fragmentos
de movimentos circulares, ou, fragmentos de rotação.
62

2. RELACIONANDO VARIÁVEIS LINEARES E ANGULARES


O componente que chamamos de Hélice (Figura 5) é uma máquina capaz de
transformar a energia mecânica de um motor (presente em seu eixo virabrequim).
Além disso, a hélice é composta por um conjunto de pás com um mesmo centro que,
ao ser girado segundo o seu eixo, desenvolve a propulsão representada pela
movimentação da massa de ar em baixas velocidades. Fica a ressalva de que cada
pá descreve no espaço uma trajetória que é, de fato, uma hélice geométrica.

Figura 5 – A trajetória de uma hélice quadripá

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/H%C3%A9lice. Acesso em 12. Jan. 2017

Este instrumento que, dependendo de sua montagem na aeronave, pode ser


tratado como hélice de propulsão ou de tração, está acoplado a um motor e, em geral,
empurra para trás o que está ao seu redor – neste caso, em particular, o fluido
conhecido como ar atmosférico – convertendo, assim, a energia rotacional em
translacional e deslocando a aeronave na qual se encontra acoplado. As pás de hélice
agem como asas e produzem força, obedecendo ao princípio de Bernoulli e à 3ª lei
de Newton, criando uma diferença de pressão entre as superfícies das pás.
Em uma hélice aeronáutica instalada em um motor em funcionamento, todas
as partículas da hélice completam uma volta no mesmo intervalo de tempo, ou seja,
todas as partículas têm a mesma velocidade angular e desenvolvem o mesmo
deslocamento angular – neste caso, para uma volta completa, o deslocamento será
de 360⁰ .
Entretanto, a distância linear percorrida por cada um destes pontos que
compõem a hélice, assim como a sua velocidade linear, ao longo de seu comprimento
(raio), está em função do raio de cada um destes pontos. Este fato é demonstrado na
63

figura 6, na qual se pode observar que a velocidade linear é diretamente proporcional


ao raio do ponto considerado.

Figura 6 – Trajetória ‘a’, ‘b’ e ‘c’ de uma hélice

Fonte: o autor

Com base na Figura 6 vemos que o comprimento da trajetória do ponto ‘a’ é


maior do que a trajetória do ponto ‘b’, o qual, por sua vez é maior do que a trajetória
do ponto ‘c’. Sabendo que os três pontos realizam o deslocamento angular de 360⁰
no mesmo intervalo de tempo, pode-se supor que a velocidade linear do ponto ‘a’ é
maior que a do ponto ‘b’, e que esta é maior que a do ponto ‘c’. A frequência com que
um ponto se desloca em um movimento circular, ou rotação, é dada pela razão entre
o número de voltas (deslocamento angular de 360⁰ ) descritas por este corpo no
espaço de um segundo. Podemos usar também o minuto como base de tempo, o que
é até mais comum na área de trabalho, a RPM. Conclui-se, então, que, por exemplo,
12RPM indicam que um ponto de um corpo está realizando 12 rotações completas de
360⁰ no espaço de um minuto (F = 12 RPM).
Neste momento, propomos algumas perguntas a partir de uma exposição
matemática simples e objetiva.

a) Observando a equação abaixo, como posso determinar a frequência que gira um


ponto qualquer de um corpo?

𝑁(𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑉𝑜𝑙𝑡𝑎𝑠) (𝑅𝑜𝑡𝑎çã𝑜)


𝐹(𝐹𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎) =
∆𝑡(𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑣𝑎𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜) (𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜𝑠)
64

b) Sabendo a frequência, como posso determinar o tempo necessário para que ocorra
uma única rotação? Tome como exemplo a equação abaixo.

1 ∆𝑡(𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑣𝑎𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜)
𝑇(𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜) = ⟺ 𝑇(𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜) =
𝐹(𝐹𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎) 𝑁(𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑉𝑜𝑙𝑡𝑎𝑠)
65

Exercícios propostos: relacionando variáveis lineares e angulares

1. Em uma hélice de 2 metros de diâmetro, qual a distância percorrida pela ponta da


hélice ao completar uma volta completa?

2. Em uma hélice de 6 metros de diâmetro, qual a distância percorrida em um ponto


que está a 60% do seu eixo central?

3. Em uma hélice de 8 metros de diâmetro, qual será a distância percorrida pela ponta
da hélice em uma volta?

4. Em uma hélice com 3 metros de diâmetro com a rotação de 1000RPM, qual a


velocidade linear de um ponto em qualquer uma de suas extremidades?
66

2.1 POSIÇÃO
O intervalo do espaço linear é considerado a partir do deslocamento de um corpo
de uma posição conhecida como inicial até uma conhecida como posição final. A
equação de definição do intervalo espaço linear é:

∆𝒙(𝒅𝒆𝒔𝒍𝒐𝒄𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒍𝒊𝒏𝒆𝒂𝒓) = 𝒙𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 − 𝒙𝒊𝒏𝒄𝒊𝒂𝒍

Assim sendo, o intervalo do espaço linear decorrente de uma mudança de


posição é obtido a partir da diferença entre a posição final (𝒙𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 ) e a posição inicial
(𝒙𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍 ) deste corpo. O deslocamento angular, por sua vez, é definido de forma
bastante análoga ao espaço linear, vide equações abaixo:

∆𝜽(𝒅𝒆𝒔𝒍𝒐𝒄𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒂𝒏𝒈𝒖𝒍𝒂𝒓) = 𝜽𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 − 𝜽𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍 𝒐𝒖 𝒆𝒏𝒕ã𝒐

∆𝜽(𝒅𝒆𝒔𝒍𝒐𝒄𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒂𝒏𝒈𝒖𝒍𝒂𝒓) = ∆𝑺(𝑬𝒔𝒑𝒂ç𝒐 𝒂𝒏𝒈𝒖𝒍𝒂𝒓) ⁄ 𝑹(𝑹𝒂𝒊𝒐)

Seguindo a linha de pensamento do espaço linear, é possível também obter o


espaço angular pela diferença entre o ângulo final (𝜽𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍) e o ângulo inicial 𝜽(𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍) ,
conforme a figura 7.

Figura 7 - Relação entre posição linear e angular

Fonte: o autor
67

2.2 VELOCIDADE
A velocidade linear média de um corpo é expressa pela razão entre a distância
percorrida e o tempo gasto para cumprir esta distância, como mostra a equação
abaixo:

∆𝒔(𝑬𝒔𝒑𝒂ç𝒐 𝒑𝒆𝒓𝒄𝒐𝒓𝒓𝒊𝒅𝒐) 𝒎⁄
𝒗(𝒗𝒆𝒍𝒐𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝑳𝒊𝒏𝒆𝒂𝒓 𝑴é𝒅𝒊𝒂) = 𝒔
∆𝒕(𝑰𝒏𝒕𝒆𝒓𝒗𝒂𝒍𝒐 𝒅𝒆 𝑻𝒆𝒎𝒑𝒐 𝒈𝒂𝒔𝒕𝒐)

Normalmente, o cálculo da velocidade linear média é feito em metros por


segundo (m/s), quilômetros por hora (Km/h), etc.
O raciocínio para se obter o valor da velocidade angular média é análogo;
utilizaremos a letra grega  para representar a velocidade angular e  para representar
o ângulo, vide equação abaixo:

∆𝜽(𝑰𝒏𝒕𝒆𝒓𝒗𝒂𝒍𝒐 𝑨𝒏𝒈𝒖𝒍𝒂𝒓)
𝝎(𝑽𝒆𝒍𝒐𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝑨𝒏𝒈𝒖𝒍𝒂𝒓 𝑴é𝒅𝒊𝒂) = .
∆𝑻(𝑰𝒏𝒕𝒆𝒓𝒗𝒂𝒍𝒐 𝑻𝒆𝒎𝒑𝒐)

A unidade de medida utilizada para o cálculo da velocidade angular média, de


maneira geral, é radianos por segundo, 𝑅𝑎𝑑⁄𝑠 , rotações por minuto 𝑅⁄𝑚, ou rotações
por segundo 𝑅⁄𝑚 , como demonstrado nas equações abaixo:

𝑑(𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎)
𝑣𝑙𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟 = 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑑 ⟺ 𝑐(𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑛𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎) = 2. 𝜋. 𝑟
𝑇(𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜)

2. 𝜋. 𝑟 𝑚
⇒ 𝑣𝑙𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟 = ⁄𝑠
𝑇(𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜)

2𝜋 . 𝑟 1
𝑣𝑙𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟 = 𝑠𝑒𝑛𝑑𝑜 𝐹 = ⟹ 𝑣𝑙𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟 = 2𝜋 . 𝑟(𝑚). 𝐹(1⁄𝑠)
𝑇 𝑇

𝑆𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒 𝑙𝑒𝑚𝑏𝑟𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑞𝑢𝑒 2. 𝜋 = 360⁰

∆𝜃 ° 2. 𝜋 1
𝜔= ( ⁄𝑠) 𝑜𝑢 𝑎𝑖𝑛𝑑𝑎 ( ⁄𝑠)
∆𝑡 𝑇

A medida de um radiano, como mostra a figura 08, é expressa pela relação


entre o comprimento de um arco e o raio de uma circunferência. O radiano é a unidade
padrão para medida angular e deriva do Sistema Internacional de Medidas. Neste
68

sentido,  radianos é equivalente à metade da circunferência de um círculo, e 2


radianos é o comprimento da circunferência do círculo. Seguindo o raciocínio:

360° 180°
2𝜋. 𝑟𝑎𝑑 = 360° → 𝑟𝑎𝑑 = → 𝑟𝑎𝑑 = → 𝑟𝑎𝑑 = 57,296°
2𝜋 𝜋

Figura 8 – Relação entre o Raio e Radiano

Fonte: o autor

Convertendo os radianos para graus:


180
𝐺𝑟𝑎𝑢𝑠 = 𝑥𝑟𝑎𝑑𝑖𝑎𝑛𝑜𝑠 × .
𝜋

Convertendo os graus para radianos:


𝜋
𝑅𝑎𝑑𝑖𝑎𝑛𝑜𝑠 = 𝑥𝑔𝑟𝑎𝑢𝑠 × .
180
69

Exercícios Propostos - Velocidade


1. Qual a máxima velocidade média linear, em km/h, a ser alcançada na extremidade
de uma hélice que possui um diâmetro de 3 metros e uma rotação máxima de
1750RPM?

2. Uma aeronave percorre uma distância de 280 Km em 47 minutos. Calcule a sua


velocidade linear média.

3. Uma aeronave fabricada pela Boeing, modelo 737-800, tem a velocidade Vr


(velocidade de rolagem / decolagem) de 140 Kt (nós). Seus pneus do trem de pouso
principal têm 1,5m de diâmetro. A partir disto, responda:
(a) Qual é a velocidade média linear dos pneus no momento da decolagem em
Km/h?
(b) Qual é a velocidade angular (rad/s) dos pneus no mesmo instante?

4. Uma aeronave fabricada pela Cessna, modelo 172R, mede 8,28m de comprimento,
e está pousando na pista 33R do Aeroporto Internacional de Boston. Quando cruza
a pista 24L, a aeronave está voando a 55 kt e leva 2s para cruzar a mesma. Qual
é a largura da Pista 24L?

5. Um Embraer Ipanema vai da pista de operação até a plantação, que fica a 3 km de


distância, porém, ao chegar ao destino, percebe um problema no motor e resolve,
por questões de segurança, retornar imediatamente à pista. Supondo que a
aeronave fez o trajeto com uma velocidade média de 120km/h e que, na volta à
pista, enfrentou um vento contrário de 2m/s, determine o tempo total gasto em voo
pela aeronave. Considere o voo em linha reta e desconsidere qualquer manobra
necessária.
70

2.3 ACELERAÇÃO
A variação na velocidade é chamada de aceleração, e a aceleração média
linear pode ser descrita como:
∆𝒗
𝒂𝒎é𝒅𝒊𝒂 = .
∆𝒕

Assim, se um helicóptero que estava em voo pairado começa a se mover para


frente, este tem uma aceleração média linear na direção do movimento diferente de
0. Já a aceleração angular média, representado pela letra grega  (alpha), é expressa
como:
∆𝝎
𝜶𝒎é𝒅𝒊𝒂 = ∆𝒕

A aceleração angular pode ser observada, e ouvida, por exemplo, ao dar a


partida em um motor Rolls-Royce Trent 1000, um turbofan desenvolvido pela fábrica
inglesa Rolls-Royce e encontrado no moderno jato da Fábrica Boeing, modelo 787
Dreamliner.
Também podemos descrever a aceleração média linear de um pneu (Figura 9),
por exemplo, como:
𝒂𝒎é𝒅𝒊𝒂 𝒍𝒊𝒏𝒆𝒂𝒓 = 𝜶𝒂𝒏𝒈𝒖𝒍𝒂𝒓 𝒎é𝒅𝒊𝒂 ∙ 𝒓𝒓𝒂𝒊𝒐

Figura 9 - Representação de deslocamento x tempo

Fonte: o autor
71

Exercícios Propostos - Aceleração

1. Uma aeronave estava parada na cabeceira da pista esperando por autorização para
decolagem. 15 segundos depois, a aeronave tinha percorrido 1.200 metros. Qual é a
aceleração média da aeronave?

2. Um helicóptero está voando a 180 km/h quando avista seu heliporto de destino a
500 m de distância. O piloto, então, diminui a velocidade para 80 km/h em 20
segundos. Qual a aceleração do helicóptero?
72

2.4 MOMENTO LINEAR


Momento linear é a grandeza física que possibilita entender a transferência de
⃗⃗, por ser uma
movimento. A unidade deste momento é kgm/s e é representada por 𝒑
grandeza vetorial. A quantidade de momento linear relaciona a massa de um corpo
com sua velocidade, como mostra a equação abaixo:

⃗⃗ = 𝒎𝒗
𝒑 ⃗⃗

Entretanto, o que faz os corpos acelerarem ou desacelerarem (acelerar na


direção oposta)? O impulso, que é representado por 𝑰⃗, e muda a velocidade de um
objeto. O impulso descrito pela equação abaixo:

𝑰⃗ = ∆𝒑
⃗⃗.

2.5 MOMENTO DE INÉRCIA


Momento de inércia é a tendência que um corpo tem de permanecer em seu
estado inicial, a menos quem uma força aja sobre ele. Por exemplo, um satélite em
órbita, onde o atrito com o ar é mínimo, tende a permanecer na mesma órbita
eternamente (isto não acontece porque existe variação na força gravitacional da
Terra).
Existe, ainda, uma resistência à mudança no movimento rotacional, também
chamada de momento de inércia angular. Como característica, temos que, quanto
mais próxima a massa de um corpo estiver do eixo de rotação, menor será o momento
de inércia; em contrapartida, quanto mais afastada a massa do eixo de rotação, maior
será o momento de inércia. A equação que representa o momento de inércia é:

𝑰 = ∑ 𝒎 ∙ 𝒓𝟐

Em que m é a massa de um corpo a uma distância r do eixo de rotação.

Para objetos de corpo rígido (com número grande de partículas), o momento


de inércia é definido pela equação abaixo:
73

𝑰 = ∫ 𝒓𝟐 𝒅𝒎.

Como esses cálculos são complexos, é comum achar tabelas como a da Figura
10, que mostram os resultados dessa integração para algumas formas geométricas.

Figura 10 – Fórmulas para o cálculo do momento de inércia

Fonte: o autor

2.6 PERÍODO E FREQUÊNCIA


Período é o intervalo de tempo mínimo para que um fenômeno cíclico se repita.
A unidade de medida utilizada para um período é o tempo (segundo, minuto, hora,
etc.). A Frequência representa quantas vezes um fenômeno ocorre em uma unidade
de tempo, a unidade mais utilizada para representar esse fenômeno é o Hertz: 1Hz é
igual a 1 repetição por segundo. No movimento circular, a frequência é o número de
rotações por segundo, equivalente à velocidade angular. Podemos converter Hertz
para rad/s da seguinte forma:

𝑟𝑜𝑡𝑎çã𝑜⁄ rad
Hz = 𝑠𝑒𝑔 → 1 rotação = 2 ∙ π. rad → Hz = 2π s

x 𝑟𝑎𝑑⁄𝑠 = Hz . 2π .

Exemplo:
A hélice de uma aeronave de asa fixa, em marcha lenta, gira com uma
frequência de 13Hz (780RPM). Convertendo esta frequência para rad/s teremos:

𝑟𝑎𝑑
𝑥 = 𝐻𝑧 . 2𝜋 → 13 × 2𝜋 = 81,68 𝑟𝑎𝑑/𝑠
𝑠
74

Exercícios Propostos – Período e Frequência


1. O tacômetro de um monomotor está marcando 1500 rpm. Determine a frequência
em Hertz e o período em segundos deste corpo.
2. Determine a frequência e o período para 1000, 1200, 1800 e 2000 rpm.
75

3 TORQUE
O torque pode ser definido como a ação de girar ou torcer de uma força. As
unidades de medida do torque são libra-polegada (lbf.in), libra-pé (lbf.ft) e a unidade
do SI é Newton-metro (N. m). O torque é medido em unidade de força e distância, ou
seja, a quantidade de força aplicada vezes a distância entre o centro do eixo de
rotação e o local da força aplicada.
O torque é representado pela letra grega  (tau) e é descrito pela equação:

𝜏 = 𝑟 𝐹𝑠𝑒𝑛(𝜃)

Na qual F é a força sendo aplicada, r é a distância entre a linha da força e o


centro do eixo e θ é o ângulo formado entre eles. Na forma vetorial o torque é dado
por:

𝜏⃗ = 𝑟⃗ × 𝐹⃗

O sentido do vetor de torque respeita a regra da mão direita, na qual apontamos


os dedos na direção do braço de força e, em seguida, curvamos na direção da força.
Nestas circunstâncias, ao estender o polegar, ele apontará para a direção do torque,
como mostram as figuras 11 e 12.

Figura 11 - Rotação sentido Figura 12 - Rotação sentido


anti-horário horário

Fonte: o autor Fonte: o autor

O torque pode ser observado e sentido em helicópteros equipados com um


rotor principal. Ao girar, a fuselagem do helicóptero tende a girar na direção oposta à
76

rotação do rotor principal, por isso é necessário um sistema de compensação de


torque. O mais comum destes é o rotor de calda, que gera empuxo na direção oposta
daquela que a fuselagem tende a girar. Como pode ser visto na figura 13:

Figura 13 - Reação do torque (Helicóptero)

Fonte: o autor

A figura 13 mostra como o torque está diretamente relacionado à rotação,


quanto maior a frequência, maior o torque e, consequentemente, maior a reação do
torque.

Figura 14 – Christen Eagle II

Fonte: o autor

Outro exemplo, que pode ser observado nas Figuras 14 e 15, é que em
aeronaves que utilizam hélice, por exemplo, o Christen Eagle II. A hélice de seu motor
77

gira para a direita, portanto, ao dar mais potência no motor, a aeronave tende a rolar
para a esquerda.

Figura 15 - Reação de torque (avião)

Fonte: o autor
78

4 MOMENTO ANGULAR E CONSERVAÇÃO DE MOMENTO ANGULAR


Momento angular é a grandeza equivalente ao momento linear, porém para
rotação. Ele representa a quantidade de movimento associado a um objeto em rotação
em torno de um eixo e é descrito pela equação:

𝑙 = 𝑚𝑟 2 𝜔

Na equação acima, 𝒍 é o momento angular de uma partícula, 𝒎 é a massa, 𝒓 é


o vetor posição em relação ao eixo de rotação e 𝝎 é a velocidade angular.
O momento angular total de um corpo girando em torno de um eixo fixo é a soma de
todos os momentos angulares, que é representado pelo 𝑳 maiúsculo. Na equação
abaixo, 𝑰 é o momento de inércia de um corpo.

𝐿 = 𝐼𝜔

Para definir a direção do momento angular, seguimos a regra da mão direita,


na qual o polegar aponta a direção do vetor momento angular.
A conservação do momento angular é sempre constante, isso quer dizer que:

𝐿𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝐿𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙

Ou seja, o momento angular inicial é igual ao final. Um exemplo clássico do


momento é uma bailarina girando no gelo: a bailarina gira mais rápido com os braços
fechados do que com os braços aberto, isso acontece porque, quando ela está com
os braços abertos, seu momento de inércia é maior do que quando com os braços
fechados. Sendo assim, a velocidade angular deve ser menor para se manter essa
igualdade. Fato semelhante a este ocorre quando há um carregamento em uma
aeronave e o centro de gravidade (CG) não fica fora dos limites pré-estabelecidos pela
fabricante da aeronave.
Ao decolar, a aeronave tenderá a girar na direção do CG em relação ao eixo
da aeronave. Por exemplo, se o CG estiver deslocado para a frente da aeronave, a
aeronave tenderá a abaixar o nariz, rotacionando em torno do seu eixo transversal.
79

Similarmente, se houve consumo desigual do combustível contido nas asas da


aeronave, a aeronave tende a rolar sobre seu eixo longitudinal.
80

Exercícios Propostos – Momento angular e conservação de momento angular

1. Se uma pessoa utiliza 5 N de força para fechar uma porta de 0,75 m de largura
aplicando uma força perpendicular a ela, calcule o momento dessa força em
relação ao eixo da porta.
2. Na figura 16, temos duas cargas em uma aeronave: de 400 kg e 600 kg.
Precisamos manter o centro de gravidade no local apontado. Qual deverá ser
a distância do ponto de CG desejado da carga de 400kg?

Figura 16 - Cargas em um Embraer 170

Fonte: o autor

3. Uma aeronave tem 25m de envergadura, sendo 3m de fuselagem. Se


adicionarmos um tanque de ponta de asa que, quando cheio, pesa 750N, qual
será o momento na ponta da asa em relação à raiz?
81

5 PRECESSÃO GIROSCÓPICA
Em função da rotação de um objeto em torno de um eixo, temos uma força
resultante, o momento angular (L), e sua direção respeita a regra da mão direita. O
eixo x, de acordo com as figuras 17 e 18, é paralelo ao eixo longitudinal da aeronave,
que vai da calda ao nariz; o eixo y é paralelo ao transversal, de uma ponta a outra das
asas; por fim, o eixo z é paralelo ao eixo vertical da aeronave.

Figura 17 – Precessão giroscópica na hélice a partir do diagrama de forças

Fonte: o autor

Entretanto, temos uma força externa ao sistema, que é a força da gravidade


agindo em direção ao centro da Terra. Se imaginarmos que o eixo de rotação da hélice
⃗⃗, que tem um angulo  em
está a uma distância r do apoio do motor, temos o vetor 𝒓
relação à força da gravidade. Isso gera um torque que será perpendicular a ambas as
forças e que será direcionado para a esquerda do motor, respeitando a regra da mão
direita. O módulo do torque será:

𝜏 = 𝑚𝑔 ∙ 𝑟 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝛼)

Entretanto, o vetor:
⃗⃗
𝑑𝐿
𝜏⃗ =
𝑑𝑡
82

Além disso:
⃗⃗ = 0
𝜏⃗ ∙ 𝐿
⃗⃗ mantém seu módulo constante e gira “perseguindo” o vetor 𝝉
Portanto, 𝑳 ⃗⃗. O
nome deste fenômeno é precessão. É possível calcular a velocidade angular da
precessão, que é representada pela letra grega  (ômega maiúsculo) com a seguinte
equação:

Na equação acima, m é a massa, g é a força da gravidade, r é o braço de


alavanca,  é o ângulo, I é o momento de inércia e  é a velocidade angular em que
a hélice está girando.

Figura 18 - Diagrama de forças agindo no motor em funcionamento

Fonte: o autor

Outro exemplo semelhante é o de uma aeronave de trem de pouso


convencional (Figura 19). Neste caso, temos “duas” decolagens: a primeira
decolagem é a da calda da aeronave, quando o piloto empurra o manche para frente,
abaixando o nariz da aeronave, que, nesse caso, levantará a calda da aeronave.
Nesse momento, o plano de rotação da hélice é levado à frente, promovendo a
precessão giroscópica que fará a aeronave virar para a esquerda, forçando o piloto a
contrabalancear esse movimento, aplicando o leme, para fazer o nariz da aeronave
83

voltar ao centro da pista. Depois de chegar à velocidade de decolagem, a aeronave


sairá do solo.

Figura 19- Aero Boero (Trem de pouso convencional)

Fonte: o autor

Esse mesmo efeito acontece com os paramotores (Figura 20), que são como
parapentes nos quais o piloto tem um motor com hélice acoplado a suas costas.
Enquanto o piloto corre para decolar e dá potência no motor, a precessão giroscópica
tende a fazê-lo girar para um lado, o que, muitas vezes, pode causar acidentes.

Figura 20 - Paramotor em voo

Fonte: o autor

Situação similar também acontece, em menor escala, em voo, ao aumentar a


potência, ou ao pousar, como na família ATR, por exemplo.
O ATR72-600 (figura 21), ao pousar e aplicar o passo reverso na hélice,
aumenta o RPM para 100%, o que gera mais torque e o movimento de precessão
giroscópica.
84

Figura 21 - ATR72-600 em voo

Fonte: o autor

A sequência de fotos (figura 22) a seguir mostra um pouso de um ATR72-600


em Campo Grande, MS, em 2014, sem vento. Nas imagens, podemos observar o
nariz da aeronave dirigindo-se para a esquerda e voltando ao centro porque está
sendo corrigido pelo Auto-Trim da aeronave. Ao observar a distância entre o divisor
de janela central e a marcação central da pista vê-se que, em um primeiro momento,
o nariz da aeronave vai para a esquerda e, logo, retorna ao centro. A sequência de
imagens foi retirada do vídeo particular cedido pelo Comandante Henrique Pires.

Figura 22 – Efeito giroscópico dos motores em um ATR72

Fonte: Vídeo particular cedido pelo Comandante Henrique Pires


85

Exercícios Propostos

1. A aeronave acrobática Zivko Edge 540 V3 (figura 23), utilizada pelo piloto Muroya
no campeonato mundial de corrida aérea, possui uma hélice Hartzell com pás de
1,98m de diâmetro, que operam a 1500 RPM. Calcule:

Figura 23 - Zivko Edge 540 V3

Fonte: o autor

a. A frequência da hélice em Hertz;


b. O período de rotações da hélice;
c. A velocidade angular da hélice;
d. A velocidade linear na ponta das pás da hélice;
e. Qual seria o RPM máximo de trabalho dessa hélice, levando em conta a
velocidade do som de 340 m/s.
86

REFERÊNCIAS CONSULTADAS
COPELLI, M; 11.7 Precessão do giroscópio e a curva da bicicleta. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=1aHoC1EB6oU>. Acesso em: 14 mar, 2017.

HALLIDAY; RESNICK; WALKER. Rotação. In: HALLIDAY, RESNICK, WALKER.


Fundamentos da Física, 8a Edição. Rio de Janeiro: LTC, v.1, 2008. p. 259-294.

HALLIDAY; RESNICK; WALKER. Rolamento, Torque e Momento Angular.


In:______.(Org.) Fundamentos da Física, 8a Edição. Rio de Janeiro: LTC, v.1,
2008. p. 295-326.

YOUNG, H.; FREEDMAN, R. Dinâmica do Movimento de Rotação. In: Young,


Freedman. (Org.). Física 1: Mecânica, 12a edição. São Paulo: Pearson, v.1, 2011. p.
316-354.
87

RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS DA APOSTILA

RELACIONANDO VARIÁVEIS LINEARES E ANGULARES

1. Em uma hélice de 2 metros de diâmetro, qual a distância percorrida pela ponta da


hélice ao completar uma volta completa?

R: Para achar a distância percorrida, devemos encontrar a circunferência do círculo


percorrido pela ponta da hélice. A Fórmula da circunferência é 𝐶 = 2𝜋 ∙ 𝑟, portanto,
𝐶 = 2𝜋 ∙ 1
𝐶 = 6,28 𝑚

2. Em uma hélice de 6 metros de diâmetro, qual a distância percorrida em um ponto


que está a 60% do seu eixo central?

R: O raio da hélice é de 3 metros, portanto, 60% será 1,8 metros do centro, ou:
𝐶 = 2𝜋 ∙ 1,8
𝐶 = 11,3 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠

3. Em uma hélice de 8 metros de diâmetro, qual será a distância percorrida pela ponta
da hélice?
R: Mesmo raciocínio da pergunta 1: 8m de diâmetro é igual a 4m de raio.
𝐶 = 2𝜋 ∙ 4
𝐶 = 25,13 𝑚

6 Em uma hélice com 3 metros de diâmetro com a rotação de 1000RPM, qual a


velocidade linear de um ponto em qualquer uma de suas extremidades?

R: o raio é igual a 1,5 metros e a frequência é igual à rotação em segundos, que


equivale a 16,7 RPS. Assim sendo:
𝑣𝑙𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟 = 2. 𝜋. 𝐹. 𝑟
1000
𝑣𝑙𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟 = 6,28. ( ) . 1,5 = 157,3 𝑚⁄𝑠
60
88

VELOCIDADE
1. Qual a máxima velocidade linear, em km/h, a ser alcançada na extremidade de uma
hélice que possui um diâmetro de 3 metros e uma rotação máxima de 1750RPM?

Resposta:
O raio é igual a 1,5 metros e a frequência é igual á rotação em segundos, que equivale
a 29,17 RPS. Assim sendo:

𝑣𝑙𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟 = 2. 𝜋. 𝐹. 𝑟
1750
𝑣𝑙𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟 = 6,28. ( ) . 1,5 = 274,78 𝑚⁄𝑠
60
𝑣𝑙𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟 = 274,78 . 3600 = 989,2 𝑘𝑚⁄ℎ

2. Uma aeronave percorre uma distância de 280 Km em 47 minutos. Calcule a sua


velocidade média.
Resposta:
A velocidade média é a razão entre a distância percorrida em metros e o tempo gasto
em segundos, portanto a razão entre 280.000 m e 2820 segundos, logo;

280000𝑚
𝑣= = 99,3 𝑚/𝑠 ∴ 357,45 𝑘𝑚/ℎ
2820𝑠

3. Uma aeronave Boeing 737-800 tem velocidade Vr (velocidade de rolagem /


decolagem) de 140 Kt (nós). Seus pneus do trem de pouso principal têm 1,5m de
diâmetro.
(Questão 3.a) Qual é a velocidade linear dos pneus no momento da decolagem em
Km/h?

Dados:
Velocidade de rolagem = 140 kt
Raio do pneu = 0,75m
1 kt = 1,8 km/hr então 140kt = 252 km/h ou então 70 m/s,

Resposta da questão 3.a.:


A velocidade linear será portanto, 252 km/h.
89

(Questão 3.b) Qual é a velocidade angular (rad/s) dos pneus no mesmo instante?
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑛𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑛𝑒𝑢 = 2𝜋𝑟 ∴ 𝐶 = 2𝜋 ∗ 0,75𝑚 = 4,71𝑚
𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑙𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟 𝑑𝑜 𝑝𝑛𝑒𝑢 = 70 𝑚/𝑠
70 𝑚 𝑟𝑜𝑡𝑎çõ𝑒𝑠
=𝑋 ⁄𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜
4,71𝑚
𝑟𝑜𝑡𝑎çõ𝑒𝑠
𝑋 = 14,86 ⁄𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜

1 𝑟𝑜𝑡𝑎çã𝑜/𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜 = 2𝜋𝑟𝑎𝑑/𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜
14,86 𝑟/𝑠 ∗ 2𝜋𝑟𝑎𝑑/𝑠 = 29,72 𝜋𝑟𝑎𝑑/𝑠

Resposta da questão 3.b.:


A velocidade angular é de 29,72 𝜋𝑟𝑎𝑑/𝑠.

4. Um Cessna 172 mede 8,28m de comprimento e está pousando na pista 33R do


Aeroporto Internacional de Boston, quando cruza a pista 22L, está voando a 55 kt,
e leva 2s para cruzar a mesma. Qual é a largura da Pista 22L?
Resposta:
V=55 kt x 1,8km/h = 99 km/h ÷3,6 = 27,5 m/s

𝐿(𝑎𝑣𝑖ã𝑜) + 𝐿(𝑝𝑖𝑠𝑡𝑎 22𝐿)


𝑉𝑚é𝑑𝑖𝑎 =
∆𝑡

8,28𝑚 + 𝐿(𝑝𝑖𝑠𝑡𝑎)
27,5𝑚/𝑠 =
2𝑠

27,5 ∙ 2 = 8,28 + 𝐿(𝑝𝑖𝑠𝑡𝑎)

55 − 8,28 = 𝐿(𝑝𝑖𝑠𝑡𝑎)

46,72 𝑚 = 𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑝𝑖𝑠𝑡𝑎 22𝐿

5. Um Embraer Ipanema vai da pista de pouso até a plantação, que fica a 3 km de


distância, porém precisa voltar imediatamente por motivo de pane. Supondo que a
aeronave fez o trajeto com uma velocidade média de 120km/h e que, na volta à pista,
enfrentou um vento contrário de 2m/s, determine o tempo total gasto em voo pela
90

aeronave. Considere o voo em linha reta e desconsidere qualquer manobra


necessária.
R: Dados: d=3 Km ou 3000 metros, V= 120 km/h ou 33,33 m/s e Vento contrário = -
2 m/s

IDA:
∆𝑠 3000 3000
𝑉𝑚𝑒𝑑 = ∆𝑡 → 33,33 𝑚/𝑠 = ∆𝑡 ∴ ∆𝑡𝑖𝑑𝑎 = 33,33
𝑖𝑑𝑎 𝑖𝑑𝑎

∆𝑡𝑖𝑑𝑎 = 90𝑠
VOLTA:
A velocidade de volta é de 33,33 m/s, menos o vento contrário de 2 m/s, portanto
31,33 m/s.

∆𝑠 3000 3000
𝑉𝑚𝑒𝑑 = → 31,33 𝑚/𝑠 = ∴ ∆𝑡𝑖𝑑𝑎 =
∆𝑡𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎 ∆𝑡𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎 31,33

∆𝑡𝑖𝑑𝑎 = 95,75𝑠

Sendo assim, tempo total é o tempo de ida (90s) somado ao tempo de volta (95,75s),
totalizando 185,75s.
91

ACELERAÇÃO
1. Uma aeronave estava parada na cabeceira da pista esperando por autorização
para decolagem, 15 segundos depois, a aeronave tinha percorrido 1.200 metros.
Qual é a aceleração média da aeronave?
R: Dados: S=1200 m, t=15 s, Vo=0

𝑎𝑡 2
Podemos utilizar ∆𝑆 = 𝑉0 𝑡 + 2

152
1200 = 0 ∙ 15 + 𝑎 ∙
2

→ 1200 = 0 + 𝑎 ∙ 112,5
1200
→ =𝑎
112,5

→ 𝑎 = 10,66 𝑚/𝑠 2

2. Um helicóptero está voando a 180 km/h, quando avista seu heliporto de destino a
500 m de distância. O piloto, então, diminui a velocidade para 80 km/h em 20
segundos. Qual a aceleração do helicóptero?
R: Dados: Vo=180 km/h = 50m/s
V=80 km/h = 22,22 m/s
t=20 s

Equação a ser usada:


∆𝑉
𝑎= ∆𝑡
, sendo que v=v-vo ou v = 80 – 180.

v=-100 km/h ou -27,78 m/s.

−27,78
Portanto, 𝑎 = 20
→ 𝑎 = −1,389 𝑚/𝑠 2 .

A aceleração é negativa porque a aeronave está diminuindo a velocidade.


92

PERÍODO E FREQUÊNCIA

1. O tacômetro do de um monomotor está marcando 1500 rpm. Determine a


frequência em Hertz e o período em segundos.
R:𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 1500 ÷ 60
𝑓 = 25 𝐻𝑒𝑟𝑡𝑧
1
𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 =
25
𝑇 = 0,04 𝑠

2. Frequência e Período
1000: f= 16,67 Hz / T= 0,06 s
1200: f= 20 Hz / T= 0,05 s
1800: f= 30 Hz / T= 0,033 s
2000: f= 33,33 Hz / T= 0,03 s
93

MOMENTO ANGULAR

1. Se uma pessoa utiliza 5 N de força para fechar uma porta de 0,75 m de largura
aplicando uma força perpendicular a ela, calcule o momento dessa força em relação
ao eixo da porta.
𝜏 = 𝐹𝑑
𝑀𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 5𝑁 ∙ 0,75𝑚
= 3,75 𝑁𝑚

2. Na figura abaixo, temos duas cargas em uma aeronave, de 400 kg e 600 kg.
Precisamos manter o centro de gravidade no local apontado. Qual deverá ser a
distância do ponto de CG desejado da carga de 400kg? *g = 9,8 m/s 2.

R: Força agindo no ponto do Centro de Gravidade,


𝑀 = 600 ∙ 9,8 ∙ 4 = 23520 𝑁𝑚
23520 = 400 ∙ 9,8 ∙ 𝑋
→ 23520 = 3920 𝑋
23520
→ =𝑋
3920
→𝑋 =6𝑚

3. Uma aeronave tem 25m de envergadura, sendo 3m de fuselagem. Se adicionarmos


um tanque de ponta de asa que, quando cheio, pesa 750N, qual será o momento
na ponta da asa em relação à raiz?
R: Dados: 25m de envergadura menos 3m de fuselagem, temos 22m de asa, cada
asa tem 11m. Portanto,
𝑀 = 750 ∙ 11
= 8250 𝑁𝑚
em cada ponta de asa em relação a sua respectiva raiz.
94

PRECESSÃO GIROSCÓPICA
A aeronave acrobática Zivko Edge 540 V3, utilizada pelo piloto Muroya no
campeonato mundial de corrida aérea, possui uma hélice Hartzell com pás de 1,98m
de diâmetro, que opera a 1500 RPM. Calcule:
a. A frequência em Hertz;
b. O período de rotações;
c. A velocidade angular da hélice;
d. A velocidade linear na ponta das pás da hélice;
e. Qual seria o RPM máximo de trabalho dessa hélice, levando em conta a
velocidade do som de 340 m/s.

a) Frequência:
1500𝑟𝑝𝑚⁄
𝐹= 60𝑠 = 25 𝐻𝑧

b) Período:
𝑇 = 1⁄𝐹 → 𝑇 = 1⁄25 𝐻𝑧 → 𝑇 = 0,04 𝑠

c) Velocidade angular ():


𝜔 = 2𝜋𝑓 → 𝜔 = 2𝜋⁄𝑇 → 𝜔 = 2𝜋 ∙ 25 → 𝜔 = 50𝜋 𝑟𝑎𝑑/𝑠

d) Velocidade linear:
𝑣 = 𝜔 ∙ 𝑟 → 𝑣 = 50𝜋 ∙ 0,99 → 𝑣 = 155,5 𝑚/𝑠

e) RPM máxima:
340
𝑣𝑚𝑎𝑥 = 𝜔 ∙ 𝑟 → 340 = 𝑥 ∙ 𝜋 ∙ 0,99 ∴ 𝑥=
0,99𝜋
𝑥 = 109,32 𝜋 𝑟𝑎𝑑/𝑠
2𝜋 2𝜋
𝜔 = 2𝜋⁄𝑇 → 109,32 𝜋 𝑟𝑎𝑑/𝑠 = → 𝑇= →
𝑇 109,32 𝜋 𝑟𝑎𝑑/𝑠
𝑇 = 0,018 𝑠

1 1 1
𝑇= → 0,018 = ∴𝑓= 𝑓 = 55,55 𝐻𝑧
𝑓 𝑓 0,018
95

𝑅𝑃𝑀 𝑅𝑃𝑀
𝑓= → 55,55 = ∴ 𝑅𝑃𝑀 = 55,55 ∙ 60 →
60𝑠 60
𝑅𝑃𝑀𝑚𝑎𝑥 = 3333,33

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