M1 6 Os Niveis de Ser e A Auto Observacao Psicologica
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MÓDULO 1
Tema 6
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Os distintos Níveis de Ser e
a Auto-Observação Psicológica
Introdução
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O Ser e o Saber
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Na cultura ocidental, sobretudo, considera-se normal que um homem
possua um grande saber, que possa ser um cientista competente, realizar
descobertas importantes, fazer que a ciência progrida e, ao mesmo tempo,
possa ser um homem mesquinho, egoísta, crítico, cruel, tacanho, invejoso,
arrogante (presunçoso), ingênuo, distraído etc., no entanto, tal é o seu
ser... A realidade desse homem, por mais eminente que seja no campo do
saber, é o que ele é.
O conceito do valor e da
importância do nível do ser está
completamente esquecido. E se
esquecem que o nível do saber está
determinado pelo nível do ser. Em
realidade, em um nível dado do ser,
as possibilidades de conhecimento
são finitas e limitadas. Dentro dos
limites de um determinado ser, a
qualidade do saber não se pode
mudar. Uma mudança na natureza
do saber só é possível com uma
mudança na natureza do ser.
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O saber e a “compreensão”
Por outra parte, o que é importante entender em tudo isto é a relação
do saber e do ser com a “compreensão”: “O saber é uma coisa, a
compreensão é outra”.
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Ao mesmo tempo, a relação
do saber com o ser não muda com
um simples aumento do saber.
Somente muda quando o ser
cresce simultaneamente com o
saber. Em outras palavras, a
compreensão só surge e cresce no
homem, com o desenvolvimento
do ser.
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Inquestionavelmente, o mais importante para nós, os gnósticos, é o
SER. De que serviria possuir uma grande erudição e saber muitas coisas, se
não temos desenvolvido o ser interno, se possuímos defeitos
horripilantes? De nada serviria isso. Alguém que tenha estudado muitas
obras espirituais e no entanto é capaz de roubar, é capaz de fornicar, de
adulterar, etc., obviamente pode saber muito de Yoga ou pode ter lido
muito sobre Teosofia, porém, de que serve isso? O importante é o Ser!
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O exterior é o reflexo do interior
A massa é a soma dos indivíduos; o que é o indivíduo, é a massa. A
massa é pois a extensão do indivíduo; não é possível a transformação das
massas, dos povos, da humanidade, se o indivíduo, se cada pessoa, não se
transforma.
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não sabem como; não conhecem o procedimento; estão dentro de um
beco sem saída. O que lhes aconteceu ontem lhes acontece hoje e lhes
acontecerá amanhã; repetem sempre os mesmos erros e não aprendem as
lições da vida nem a tiros de canhão. Todas as coisas se repetem em sua
própria vida: dizem as mesmas coisas, fazem as mesmas coisas, lamentam
as mesmas coisas. Essa repetição aborrecedora de dramas, comédias e
tragédias continuará enquanto carreguemos em nosso interior os
elementos indesejáveis da Ira, Cobiça, Luxúria, Inveja, Orgulho, Preguiça,
Gula, que marcam nosso nível de ser ...
A Escada do Ser
Temos que almejar uma mudança verdadeira, sair desta rotina
aborrecedora, desta vida meramente mecanicista, farta (irritante,
instável)... Para isso, o que primeiro devemos compreender com inteira
clareza é que cada um de nós, seja burguês ou proletariado, abastado ou
de classe média, rico ou miserável, encontra-se realmente em tal ou qual
nível do ser, e se queremos desenvolver nossa Essência, devemos nos
elevar nos níveis do ser.
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Nesta vertical
extraordinária, nesta escada
maravilhosa, é claro que
podemos encontrar todos os
níveis de ser. Cada pessoa é
diferente e isso ninguém pode
refutar... Não estamos falando
agora de caras feias ou bonitas,
nem tampouco se trata de
questões de idade. Nesta
“escada do ser” há pessoas
jovens e idosas, anciãos que já
estão para morrer e crianças
recém nascidas. A questão do
tempo e dos anos, isso de
nascer, crescer, desenvolver-
se, casar-se, reproduzir-se,
envelhecer e morrer, é
exclusiva da linha horizontal.
Na “escada maravilhosa”, na
vertical, não cabe o conceito
tempo. Nos degraus de tal escada só podemos encontrar “níveis de ser”.
A esperança mecânica das pessoas não serve para nada em tudo isso;
as pessoas creem que, com o tempo, as coisas serão melhores; assim
pensavam nossos avós e bisavós; os fatos precisamente vêm demonstrar o
contrário. O “nível de ser” é o que conta e isso é vertical: nós nos
encontramos em um degrau, porém podemos subir para outro degrau...
A Personalidade se
desenvolve e se estende na linha
horizontal da vida. Nasce e morre
dentro de seu tempo linear; é
perecedora, não existe nenhum
amanhã para a Personalidade do
morto; não é o Ser...
A vertical é diferente. Na
vertical estão os distintos níveis
do ser, estão as faculdades
transcendentais e transcendentes
da consciência, os poderes
esotéricos, as virtudes que
divinizam. Nesta linha está a
Revolução da Consciência. Com
as forças da vertical nós podemos
influir positivamente sobre os aspectos horizontais da vida prática;
podemos mudar totalmente nosso destino, fazer de nossa vida algo
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totalmente diferente do que temos sido, do que somos, do que temos
conhecido em nossa amarga existência.
Os níveis de ser, o Ser mesmo não é do tempo, nada tem a ver com a
linha horizontal; encontra-se dentro de nós mesmos, agora, na vertical...
Resultaria manifestadamente absurdo buscar a nosso próprio Ser fora de
nós mesmos.
É ostensível que o
horizontal é muito
piegas, por ele anda
“Vicente e toda gente”,
“Villegas e tudo que
chega”, “Dom
Raimundo e todo o
mundo”. É evidente
que o vertical é
diferente; é o caminho
dos rebeldes
inteligentes, dos
revolucionários.
Quando alguém se
recorda de si mesmo,
quando trabalha sobre
si mesmo, quando não se identifica com todos os problemas e penas da
vida, de fato vai pela senda da vertical. Certamente, jamais resulta tarefa
fácil eliminar as emoções negativas, perder toda a identificação com nosso
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próprio trem da vida: problemas de toda índole, negócios, dívidas,
pagamentos, hipotecas, telefone, água, luz, etc.
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Existem momentos prazerosos e muito agradáveis na vida, porém isso
não é felicidade; as pessoas confundem prazer com felicidade. “Farra”,
“noitada” (balada), bebedeira, orgia, etc., é prazer, mas não é felicidade
verdadeira. Também há festinhas sãs, sem bebedeiras, sem bestialidades,
sem álcool, etc., porém isso também não é felicidade... Tudo isto pertence
à linha horizontal. Passamos a vida buscando a felicidade por todas as
partes e morremos sem haver encontrado. A linha horizontal nunca nos
trará a felicidade...
São muitos os que têm
esperanças de tirar algum dia o
prêmio gordo da loteria, creem que
assim alcançarão a felicidade; alguns
conseguem ganhar o prêmio, mas
nem por isso alcançam a tão ansiada
felicidade. Quando se é jovem,
sonha-se com a mulher ideal,
alguma princesa das “mil e uma
noites”, algo extraordinário; depois
vem a crua realidade dos fatos:
mulher, crianças para sustentar,
difíceis problemas econômicos que
crescem e até se tornam
impossíveis. Resumo, neste mundo
cruel em que vivemos não existem
pessoas verdadeiramente felizes;
todos os pobres seres humanos são
infelizes em tal ou qual grau.
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A Auto-Observação Psicológica
Assim como existe o sentido da visão, que nos permite ver e observar
o que acontece à nossa volta, também existe um sentido psicológico que
nos permite ver e observar a nós mesmos. Em nossos estudos o
chamamos: o Sentido da Auto-observação Psicológica.
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Conhecer e Observar também são diferentes
Por exemplo, você sente antipatia por alguém? Certa pessoa lhe cai
mal? A pergunta chave é, por que? Você dirá que conhece essa pessoa...
Por favor! Observe; conhecer nunca é observar; não confunda o conhecer
com o observar...
No caso de uma pessoa por quem se tem antipatia assim porque sim
(sem motivo), porque nos deu vontade e muitas vezes sem motivo algum,
quando alguém se auto-observa, repara na multidão de pensamentos
quese acumulam na mente, o grupo de vozes que falam e gritam
desordenadamente dentro de si mesmo, o que estão dizendo, as emoções
desagradáveis que surgem em nosso interior, o sabor desagradável que
tudo isso deixa em nossa psique, etc., etc., etc.
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nos faz compreender que o conhecer é algo completamente passivo e
mecânico, em contraste evidente com a observação de si que é um ato
consciente.
Não queremos com isso dizer que não exista a observação mecânica
de si, mas tal tipo de observação nada tem a ver com a auto-observação
psicológica a que estamos nos referindo.
É necessário recordar
agora uma frase do Mestre
Samael, incluída na lição
número 2: “Ainda que pareça
incrível, quando o estudante
observa a si mesmo não se
recorda de si mesmo. Os
aspirantes, fora de toda
dúvida, realmente não se
sentem a si mesmos, não são
conscientes de si mesmos.
Parece algo inverossímil que
quando o aspirante gnóstico
auto-observa sua forma de rir,
falar, caminhar, etc., se
esquece de si mesmo, isto é
incrível, porém certo. No
entanto é indispensável tratar
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de se recordar de si mesmo enquanto se auto-observa; isto é fundamental
para conseguir o Despertar da Consciência. Auto-observar sem esquecer
de si mesmo é terrivelmente difícil, porém urgente para lograr o Despertar
da Consciência”.
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mundo interior é o auto-observável em si mesmo e dentro de si mesmo,
aqui e agora.
Realmente, o sentido de
auto-observação de si
mesmo se encontra
atrofiado na raça humana
desta época decadente em
que vivemos. À medida que
se persevera na auto-
observação de si mesmo, o
sentido de auto-observação
íntima irá desenvolvendo-se
progressivamente.
Conclusão: A auto-
observação íntima é o meio
prático para lograr o
conhecimento de si mesmo e
conseguir o
desenvolvimento de nossa
Essência.
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Como devemos auto-observar
Se alguém de verdade e muito sinceramente começa a se observar
internamente, resulta se dividindo em dois: Observador e Observado.
Indubitavelmente,
quando esta divisão não
acontece continuamos identificados com todos os processos do Eu
Pluralizado. E quem se identifica com os diversos processos do Eu
Pluralizado, é sempre vítima das circunstâncias. Como poderia modificar
circunstâncias e deixar de ser vítima das circunstâncias aquele que não
conhece a si mesmo? Como poderia conhecer a si mesmo quem nunca se
observou internamente? De que maneira poderia alguém se auto-observar
se não se divide previamente em Observador e Observado?
A separação interior
Quem sempre acredita ser “um”, nunca será capaz de se separar de
seus próprios elementos indesejáveis; considerará a cada pensamento,
sentimento, desejo, emoção, paixão, afeto, etc., etc., etc., como
funcionalismos diferentes, imodificáveis, de sua própria natureza e até se
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justificará ante os demais dizendo que tais ou quais defeitos pessoais são
de caráter hereditário...
Continuamos
recomendando o estudo do
livro TRATADO DE PSICOLOGIA
REVOLUCIONÁRIA; nele se
encontrarão as orientações
precisas, entregues pelo Mestre
Samael, para que você possa se
guiar no Trabalho Interior.
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