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Doenças

ocupacionais –
aspectos clínicos
da saúde do
trabalhador
Autora
Diana Pacheco
Apresentação
Caro(a) estudante,

É com muita satisfação e responsabilidade que este material foi desenvolvido, com o intuito de
ampliar seus conhecimentos e oferecer uma oportunidade de aperfeiçoamento profissional.

Neste conteúdo, você entrará em contato com o histórico da saúde do trabalhador no Brasil, a
epidemiologia das doenças ocupacionais e as doenças relacionadas ao trabalho propriamente
dito, de maneira ampla e detalhada.

Bons estudos!

Professora Diana Pacheco

Videoaula - Aspectos históricos da saúde do trabalhador

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[https://player.vimeo.com/video/476994775] .
UNIDADE 1

Aspectos históricos e
conceituais da saúde do
trabalhador e do acidente de
trabalho
Objetivos:
Competências:

Compreender o contexto histórico envolvido com a saúde do trabalhador.

Analisar os principais dados epidemiológicos.

Caracterizar os acidentes de trabalho.

Habilidades:

Realizar análises acerca da saúde do trabalhador no contexto histórico.

Entender e aplicar conhecimentos relativos às principais e mais frequentes doenças.

Introdução
A saúde do trabalhador é uma área inserida nas ações do Sistema Único de Saúde (SUS) que
procura analisar e intervir nas relações de trabalho que podem provocar doenças e agravos à saúde
da população trabalhadora. Portanto, no Brasil, as ações relativas à saúde do trabalhador são
consideradas como competências do SUS, o qual em sua organização conta com os Conselhos de
Saúde. São esses conselhos que garantem a participação da população nos processos de gestão
em saúde (GOMEZ; VASCONCELLOS; MACHADO, 2018).

Nesse contexto, podemos entender que a criação do SUS, na década de 1980, teve grande relevância
não apenas na democratização da saúde no Brasil, como também na construção de políticas
públicas relacionadas à saúde dos trabalhadores.

A importância do papel do SUS e das políticas de saúde pública pode ser compreendida por meio da
análise da forma como o trabalho é exercido. Com a evolução do mundo do trabalho, o trabalhador
foi confrontado com uma realidade desafiadora, que ficou evidente quando começaram a ocorrer
degradações física e mental decorrentes, por exemplo, da intensificação da jornada de trabalho, da
precarização das relações, dos contratos de trabalho e da perda dos direitos sociais, entre outras
questões que atingem a saúde dos trabalhadores.

A dura realidade é que os trabalhadores, mesmo doentes, têm desenvolvido estratégias para não se
afastar do emprego. Tal realidade é tão relevante que foi criado um termo que representa o mundo
do trabalho atual: trata-se do chamado “presenteísmo”, definição utilizada para quem sofre do mal
de não poder faltar ao trabalho, mesmo não tendo condições de trabalhar. Isso se justifica pelo
medo do desemprego e também pelo significado negativo que a palavra “absenteísmo” representa
quando se trata do trabalhador problema (PEREIRA, 2014). Essas condições e relações de trabalho
podem potencializar o desenvolvimento de doenças do trabalho. Podemos citar como exemplo a
ocorrência de doenças ocupacionais relacionadas ao trabalho (DORT), lesões por esforços
repetitivos (LER), distúrbios emocionais relacionados ao estresse, lombociatalgias, cervicalgias e
perdas auditivas, entre outros agravos à saúde. Também não podemos deixar de destacar os altos
índices de acidentes de trabalho (LARA, 2011, p. 348).

É nesse contexto heterogêneo de interesses que vêm sendo institucionalizadas políticas de saúde
do trabalhador e desenvolvido o papel do fisioterapeuta como agente que previne e trata dos
problemas de saúde relativos aos trabalhadores.
1 Conceito
O conceito de saúde do trabalhador está relacionado com conhecimentos que permitem a
compreensão das relações entre o trabalho e o processo saúde-doença. Nesse âmbito, envolve
práticas e estratégias multidisciplinares (profissionais da área da saúde, assistentes sociais,
políticos, pesquisadores e interinstituições), que em seu conjunto atuam de forma a garantir
melhores condições de trabalho.

Caso queira saber mais sobre o tema da saúde do trabalhador, acesse o link a seguir:
bvsms.saude.gov.br [http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cad05_saudetrab.pdf] .

Videoaula - Saúde do Trabalhador

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[https://player.vimeo.com/video/476995272] .
Histórico de construção de políticas relativas à saúde do
2
trabalhador
A saúde do trabalhador, como área de conhecimento e de ação, evoluiu muito próxima ao
desenvolvimento da medicina do trabalho como uma resposta aos movimentos sociais e dos
trabalhadores. A medicina do trabalho, por sua vez, ganhou corpo e forma no final da década de
1960, quando críticas foram tecidas a respeito da concepção limitada da saúde ocupacional
(GALINDO; GURGEL, 2016).

Na década de 1970, a produção científica/acadêmica já revelava aumento da visibilidade da


temática. Foram criadas medidas preventivas em relação à saúde do trabalhador, influenciando
tanto a classe baixa dos trabalhadores como as classes mais vistas e renomadas, incluindo
aspectos físicos, sociais, econômicos, políticos e aspectos individuais de cada trabalhador.

Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, a saúde do trabalhador foi concretizada


enquanto conquista social e, posteriormente, consolidada pela Lei nº 8.080, em 1990. Desde
então, as ações que dizem respeito à saúde do trabalhador devem ser desenvolvidas e
garantidas pelo Estado brasileiro, sendo essa uma das competências do SUS (GALINDO;
GURGEL, 2016).

Em 1990, com a publicação da Lei Federal nº 8.142/1990, foram instituídos os Conselhos de


Saúde na organização do sistema de saúde, os quais têm a premissa de garantir a participação
da população na gestão do SUS. Para viabilizar a operacionalização da saúde do trabalhador, o
art. 12 da Lei nº 8.080/1990 criou as Comissões Intersetoriais de Saúde do Trabalhador e da
Trabalhadora (CISTT). Tais leis representaram um progresso considerável na democracia e na
representatividade em nosso país (DURÁN; GERSCHMAN, 2014).

No Brasil, recentemente, foram publicadas duas políticas: a Política Nacional de Segurança e


Saúde no Trabalho – PNSST (Decreto nº 7.602, de 7 de novembro de 2011) e a Política Nacional
de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (PNSTT) (Portaria nº 1.823, de 23 de agosto de
2012).

“A PNSST busca a promoção da saúde e a melhoria da qualidade de vida do trabalhador e a


prevenção de acidentes e de danos à saúde advindos, relacionados ao trabalho ou que ocorram
no curso dele” (MAUTONE, 2018). Para isso, procura eliminar ou reduzir riscos nos ambientes de
trabalho.
Caso queira saber mais sobre o tema, leia o artigo Saúde do trabalhador: aspectos históricos,
avanços e desafios no sistema único de saúde, disponível no link a seguir: scielosp.org
[https://www.scielosp.org/article/csc/2018.v23n6/1963-1970/] .

Videoaula - Dados epidemiológicos

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3 Dados epidemiológicos
Para melhor compreensão da magnitude e do impacto dos problemas relacionados ao trabalho, é
importante conhecer dados epidemiológicos. Os dados mais relevantes que dizem respeito à
saúde do trabalhador são aqueles que envolvem questões relativas às doenças ocupacionais,
com destaque para a LER e as DORTs, que atingem o sistema osteomioarticular, e também
aqueles que envolvem situações relacionadas com a ocorrência de acidentes de trabalho.

Nesse sentido, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em 2013,

visou coletar informações sobre o desempenho do sistema nacional de saúde no que se refere ao

acesso e uso dos serviços disponíveis e à continuidade dos cuidados, bem como sobre as condições

de saúde da população, a vigilância de doenças crônicas não transmissíveis e os fatores de risco a

elas associados. (IBGE, 2003).

As doenças ocupacionais, de forma característica, relacionam uma atividade laboral específica


com agravos à saúde dos indivíduos. As doenças apresentam prevalência maior relacionada com
certas atividades laborais, de forma que, em linhas gerais, podemos dizer que temos classes
profissionais mais ou menos sujeitas a determinadas patologias. As doenças relacionadas ao
trabalho são classificadas de acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID-10).
Assim, otimizaram-se as ações em vigilância à saúde, e também a “caracterização pelos
serviços de saúde do diagnóstico de doenças e seu vínculo com o trabalho, auxiliando os
médicos e viabilizando o adequado tratamento e notificação [das patologias relacionadas ao
trabalho]” (WÜNSCH FILHO, 2004, p. 110), tornando bastante complexo estabelecer a relação
entre doença-trabalho.

A tabela 1 demonstra a evolução de acidentes de trabalho e doenças relacionadas ao trabalho,


notificados pelo CAT (Comunicação de Acidentes de Trabalho).

Tabela 1 – Evolução de acidentes de trabalho.

Evolução proporcional dos acidentes de trabalho típicos, de trajeto e doenças profissionais no setor

formal da economia notificados por meio de comunicação de acidentes de trabalho (CAT).

Brasil, 1980-1998

Anos Acidentes típicos (%) Acidentes de trajeto (5) Doenças profissionais (%)

1980 95,9 3,8 0,3

1981 95,7 4,1 0,3


Evolução proporcional dos acidentes de trabalho típicos, de trajeto e doenças profissionais no setor

formal da economia notificados por meio de comunicação de acidentes de trabalho (CAT).

Brasil, 1980-1998

Anos Acidentes típicos (%) Acidentes de trajeto (5) Doenças profissionais (%)

1982 94,9 4,9 0,2

       

1989 92,7 6,5 0,7

1990 91,1 8,1 0,8

1991 91,7 7,3 1,0

       

1998 84, 1 8,8 7.1

1999 84,2 9,7 6,1

2000 83,5 10,9 5 ,6

Fonte: Ministério da Previdência e Assistência Social.

Fonte: Wünsch Filho (2004). Disponível em: rbmt.org.br [http://www.rbmt.org.br/details/200/pt-BR/perfil-


epidemiologico-dos-trabalhadores] .

Também foi possível notar, com o passar dos anos, modificações profundas no perfil de doenças
que provocam agravo à saúde do trabalhador. Fazendo uma breve passagem pela história, no
início do período entre as décadas de 1960 e 1970, “as dermatoses profissionais eram as
doenças mais prevalentes, ao lado das pneumoconioses, do saturnismo e de intoxicações
induzidas pela manipulação de mercúrio, manganês, solventes e agrotóxicos” (WÜNSCH FILHO,
2004, p. 106).

As doenças relacionadas ao trabalho no período de 1980 e 2000 tiveram uma notificação mais
elevada pela CAT, devido ao fato de desenvolverem atividades relacionadas à exposição aos
fatores de risco, ocorrendo o aumento da prevalência da surdez profissional, das doenças por
agentes biológicos, da asma profissional e das LERs (WÜNSCH FILHO, 2004, p. 108).

Já ao final desse período houve mudanças gradativas, devido à criação de ações de programas
ligados ao contexto da saúde do trabalhador, criado nos anos 1980, que fizeram com que o
sistema de saúde obtivesse melhores diagnósticos em relação a essas doenças. Como podemos
observar no quadro 1, os acidentes típicos tiveram uma diminuição gradativa, enquanto os
acidentes de trajetos aumentaram devido aos riscos gerados pelos meios de transporte em que
os trabalhadores são submetidos para ir trabalhar.

Assim, é imprescindível buscar estratégias através dos sindicatos dos trabalhadores, a fim de


minimizar acidentes de trajeto por meio de fiscalização de trânsito, trazendo qualidade de vida
para os trabalhadores.

Você sabe o que é o saturnismo?

Caso queira saber mais sobre o tema, acesse o link a seguir: prevenir.contagem.br
[https://www.prevenir.contagem.br/single-post/saturnismo] .

Destaque especial, nessa linha histórica, deve ser dado ao fato de que houve e há uma grande
incidência de DORT/LER, mas também surgiram e se desenvolvem de forma crescente os
transtornos mentais/emocionais. No quadro 1, verificamos alguns fatos básicos sobre as
doenças relacionadas ao trabalho no país.

Quadro 1 – Doenças relacionadas ao trabalho no Brasil.

Fatos sobre acidentes de trabalho no Brasil

As informações oficiais disponíveis desde 1970 sobre acidentes de trabalho se referem apenas aos

trabalhadores do setor formal da economia.

Embora a notificação de acidentes de trabalho no setor formal venha decaindo desde 1970, a letalidade

aumentou cerca de cinco vezes nesse período.

Estudos recentes sugerem que a mortalidade por acidentes de trabalho seja mais alta entre os

trabalhadores do setor informal da economia.

Três classes de atividade econômica são responsáveis pela geração do maior número de acidentes de

trabalho registrados: construção civil, transporte e comunicações e indústria extrativa.

Os acidentes e os atropelamentos envolvendo veículos a motor constituem, isoladamente, a principal

causa de mortes por acidentes de trabalho.


Condutores de motocicletas, automóveis, ônibus e caminhões são as principais classes de trabalhadores

atingidos por acidentes de trabalho fatais.

Os homicídios representam a principal causa de morte por acidentes de trabalho ocorridos dentro dos

muros das empresas.

Atualmente, as causas dos acidentes de trabalho fatais se aproximam daquelas das mortes por causas

externas nas populações urbanas brasileiras.

O impacto dos acidentes de trabalho sobre o conjunto da economia brasileira pode chegar a 10% do PIB.

Fonte: Wünsch Filho (2004).


4 Acidentes de trabalho
Os acidentes de trabalho são notificados por meio da Comunicação de Acidentes do Trabalho
(CAT) e vêm decaindo desde o início das notificações, na década de 1970..

No site do Tribunal Superior do Trabalho (TST), são apresentados os dados oficiais mais recentes
acerca da realidade do Brasil. Embora sejam dados entre 2007 e 2014, é a fonte mais segura de
consulta. Diante desse contexto, observa-se que “os dados estatísticos de Acidentes de Trabalho
de 2011 divulgados pelo Ministério da Previdência Social indicam, em comparação com os dos
anos anteriores, um aumento no número de acidentes de trabalho registrados” (TST, 2013).

Na figura 1, verifica-se que “o número total de acidentes de trabalho registrados no Brasil


aumentou de 709.474 casos em 2010 para 711.164 em 2011”, segundo dados do TST (2013).

Figura 1 – Acidentes de trabalho 2007-2011.

Fonte: TST (2013). Disponível em: tst.jus.br


[http://www.tst.jus.br/web/trabalhoseguro/dados-nacionais] .

Na tabela 2, podemos verificar os dados relativos ao número de trabalhadores formais, acidentes


típicos, acidentes de trajeto, doenças ocupacionais e mortes notificadas.

Tabela 2 – Dados comparativos de acidentes de trabalho entre 2007-2011.

Trabalhadores Acidentes Acidentes de Despesas Total dos

ANOS formais típicos trajeto ocupacionais acidentes Mortes

2007 37.607.430 417.036 79.005 22.374 659.523 2.845

2008 39.441.566 441.925 88.742 20.356 755.980 2.817

2009 41.207.546 424.498 90.180 19.570 733.365 2.560

2010 44.068.355 417.295 95.321 17.177 709.474 2.753

2011 46.310.631 423.167 100.230 15.083 711.164 2.884


Trabalhadores Acidentes Acidentes de Despesas Total dos

ANOS formais típicos trajeto ocupacionais acidentes Mortes

Obs.: 1. No número total de acidentes, a partir de 2007, foram incluídos os acidentes registrados pelo INSS

sem CAT emitida, sendo 141.108 em 2007, 204.957 em 2008, 199.117 em 2009, 179.681 em 2010 e 172.684 em

2011.

2. A coluna “Trabalhadores formais” considerou, a partir de 1985, os dados da RAIS, já que o INSS não

publica o número de empregados abrangidos pelo Seguro de Acidente do Trabalho.

(Número total de acidentes de trabalho fatais no período comparativo de 2007 a 2011. FONTE: MPAS).

Fonte: TST (2013). Disponível em: tst.jus.br [http://www.tst.jus.br/web/trabalhoseguro/dados-nacionais] .

Já na tabela 3, pode-se verificar dados relevantes que vão desde 1975 até 2012.

Tabela 3 – Acidentes do trabalho no Brasil 1975-2012.

ACIDENTES DO TRABALHO NO BRASIL – DADOS OFICIAIS

Anos Total de acidentes Acidentes típicos Acidentes de trajeto Doenças Mortes

1975 1.916.187 1.869.689 44.307 2.191 4.001

1985 1.077.861 1.010.340 63.515 4.006 4.384

1995 424.137 374.700 28.791 20.646 3.967

2005 499.680 398.613 67.971 33.096 2.766

2011 543.889 426.153 100.897 16.839 2.938

2012 541.286 423.935 102.396 14.955 2.731

Acidentes com CAT emitidas: Acidentes sem CAT emitidas: SOMA

2010 529.793 179.681 709.474

2011 543.889 176.740 720.629

2012 541.286 163.953 705.239

Fonte: slideplayer.com.br [https://slideplayer.com.br/slide/3110056/] .

Podemos verificar na tabela 3 a grande incidência desse tipo de problema e como repercute nos
sistemas de saúde, de previdência e de trabalho no Brasil.
Recapitulando
A saúde do trabalhador se define como um conjunto de ações através da vigilância
epidemiológica e sanitária, visando à promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde
dos trabalhadores submetidos a diversos riscos e agravos no ambiente de trabalho.

Não deixamos de relatar também que o comportamento desses trabalhadores frente a um fator
de risco é de extrema importância, pois a prática e a colaboração de cada trabalhador auxiliam
na diminuição dos acidentes de trabalho.
Exercícios de fixação
(NUCEPE – 2019) Com relação ao “acidente de trabalho”, é incorreto afirmar que (OTTO;
VERGOTTI et al, 2019, p. 20):

Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de


empregador doméstico, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a
morte, a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Considera-se acidente do trabalho a doença profissional, assim entendida, produzida ou


desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da
respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social.

Considera-se acidente do trabalho a doença do trabalho, assim entendida, adquirida ou


desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se
relacione diretamente, constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho
e da Previdência Social.

Não se equipara ao acidente de trabalho o acidente sofrido pelo segurado no local e no


horário do trabalho, em consequência de ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado
por terceiro ou companheiro de trabalho.

Equipara-se ao acidente do trabalho o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido
a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda
da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua
recuperação.

(IBFC – 2016) Um trabalhador que manipula chumbo e que apresenta saturnismo desenvolve
doença produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e
constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego e da
Previdência Social. Assinale a alternativa que contemple o tipo de acidente de trabalho envolvido
neste caso, de ação traumatizante específica e diluída.

Acidente típico.

Doença do trabalho.

Doença profissional ou ocupacional.


Acidente de trajeto.

Doença corriqueira.

Videoaula - Doenças ocupacionais dos sistemas


musculoesquelético, tegumentar e respiratório

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UNIDADE 2

Doenças ocupacionais dos


sistemas musculoesquelético,
tegumentar e respiratório
Objetivos:
Competências:

Analisar os dados epidemiológicos sobre LER/DORTs.

Caracterizar as principais lesões por esforço repetitivo e doenças ocupacionais.

Habilidades:

Descrever as doenças do sistema musculoesquelético, com ênfase em LER/DORTs.

Relatar as principais doenças tegumentares e respiratórias que acometem os trabalhadores,

comprometendo sua saúde.

Introdução
Conforme comentamos anteriormente, as LER/DORTs são definidas, respectivamente, como lesões
por esforço repetitivo e distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. Ambas representam
um conjunto de doenças que acometem diversas partes do corpo (dedos, punhos, mãos,
antebraços, braços, ombro, pescoço, coluna cervical, tornozelos e, principalmente, joelhos). Os
danos são provenientes dos movimentos repetitivos impostos sobre o sistema musculoesquelético,
decorrentes dos ambientes físicos e da organização do trabalho.

Não há uma causa única para a ocorrência de LER/DORT, a qual engloba diversos fatores
psicológicos, biológicos e sociológicos. Esses fatores são caracterizados

pela ocorrência de vários sintomas, concomitantes ou não, de aparecimento insidioso, geralmente nos

membros superiores, tais como dor, parestesia, sensação de peso e fadiga. Abrangem quadros clínicos

do sistema musculoesquelético adquiridos pelo trabalhador submetido a determinadas condições de

trabalho. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, apud SANTOS, 2016).


Diante desse contexto, é imprescindível que os Conselhos de Saúde e a vigilância em relação à
saúde do trabalhador gerem mais medidas a fim de identificar os problemas na área da saúde, com
o intuito de desenvolver e criar ações que transformem ambientes propícios para o trabalho e seus
respectivos trabalhadores. Na área preventiva das doenças ocupacionais, as ações promovidas pelo
Ministério da Saúde visam à promoção da saúde levando em conta as condições de riscos que
atingem o âmbito empresarial, bem como os órgãos públicos.

Aspectos organizacionais do trabalho e psicossociais também devem ser considerados. A prevenção

das LER/DORT não depende de medidas isoladas, mas sim da identificação dos fatores de risco e as

estratégias de defesa, que deve ser fruto de análise integrada entre a equipe técnica e os trabalhadores,

considerando-se o saber de ambos os lados. Análises unilaterais geralmente não costumam retratar a

realidade das condições de risco. (PICOLOTO; SILVEIRA, 2008, p. 516).


LER/DORT atinge 3,5 milhões de trabalhadores.

“A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo IBGE, mostrou que em 2013, 3.568.095
trabalhadores disseram ter tido diagnóstico de LER/DORT. Há décadas, dentre as doenças
ocupacionais, são as mais frequentes nas estatísticas da Previdência Social.

De acordo com o protocolo do Ministério da Saúde, as LER/DORT ‘são, por definição, um


fenômeno relacionado ao trabalho. São danos decorrentes da utilização excessiva, imposta ao
sistema musculoesquelético, e da falta de tempo para recuperação. Caracterizam-se pela
ocorrência de vários sintomas, concomitantes ou não, de aparecimento insidioso, geralmente nos
membros superiores, tais como dor, parestesia, sensação de peso e fadiga. Abrangem quadros
clínicos do sistema musculoesquelético adquiridos pelo trabalhador submetido a determinadas
condições de trabalho’.

A Norma Regulamentadora nº 36, em seu texto, particulariza o cenário produtivo e decodifica os


fatores que se constituem em agressões diretas e/ou possibilidades indiretas. Desde os aspectos
de infraestrutura predial, maquinário, organização, modo de produção, estratégias
administrativas, ao priorizar a produção sobre a qualidade de vida dos trabalhadores. Destacam-
se as LER/DORT pela gravidade, grau de incidência e por ter seu espaço conquistado à duras
penas para ser conhecido e reconhecido. ‘Porém, os fatores que geram esse tipo de adoecimento,
geram também outros, ainda pouco discutidos e relacionados entre si, como os cardiovasculares,
respiratórios e relacionados à saúde mental’” (SANTOS, 2016).

Leia a notícia completa em: gov.br [https://www.gov.br/fundacentro/pt-


br/assuntos/noticias/noticias/2016/2/pesquisadores-da-fundacentro-comentam-sobre-a-
lerdort] .
Caso queira saber mais sobre o tema, leia a notícia LER/DORT afastaram 22 mil trabalhadores das
atividades profissionais em 2017, disponível no link a seguir: jusbrasil.com.br
[https://mte.jusbrasil.com.br/noticias/595535837/ler-dort-afastaram-22-mil-trabalhadores-das-
atividades-profissionais-em-2017] .

Videoaula - Tenossinovite dos extensores dos dedos, Tenossinovite


de Quervain e Epicondilites

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Lesões por esforço repetitivo e doenças ocupacionais
5
relacionadas ao trabalho

5.1 Tenossinovite dos extensores dos dedos

A tenossinovite dos extensores dos dedos faz parte do grupo de LER/DORTs, sendo
caracterizada por um processo inflamatório no revestimento da bainha sinovial (AREND, 2012), a
qual recobre os tendões e suas cápsulas articulares, com o intuito de lubrificar e nutrir esses
tendões. Esse quadro, na maioria das vezes, pode estar relacionado a um esforço repetitivo; se
ocorrer dentro do trabalho, deverá ser enquadrado como um caso de DORT (NOVAES, 2009).

A tenossinovite gera diversos sinais em decorrência do seu processo inflamatório. Conforme sua
evolução, podem ocorrer sinais como dor, calor, edema e redução do grau de força muscular, bem
como redução da sensibilidade e dificuldade para realizar atividades diárias, entre outros.

5.2 Tenossinovite de Quervain

A tenossinovite de Quervain faz parte do grupo de LER/DORT e acomete com frequência a saúde
dos trabalhadores, sendo definida por processo inflamatório no revestimento dos tendões do
abdutor longo e extensor curto do polegar em decorrência de movimentos repetitivos e de
sobrecarga musculoesquelética de mãos, punhos e dedos. Seus sintomas e sinais clínicos são
apresentados com dor na região dos tendões extensores e abdutores do polegar, edema e perda
de força do polegar, já que este é responsável pelos movimentos de apreensão (AREND, 2012).

O diagnóstico clínico para tenossinovite de Quervain é realizado através do teste de Finkelstein,


que consiste em realizar a flexão do polegar até a palma da mão e então realizar o desvio ulnar,
alongando os tendões sobre o processo estiloide do rádio, como mostra a figura 2. Caso o
paciente se queixe de dor, o teste é considerado positivo (JIMENEZ et al., 2010, p. 467).

Figura 2 – Teste de Finkelstein.

Fonte: campcursos.com.br
[https://campcursos.com.br/teste-de-
finkelstein/] .

5.3 Epicondilites
A epicondilite lateral de cotovelo, também conhecida como cotovelo de tenista, é decorrente de
processos inflamatórios causados por movimentos repetitivos, o que gera microtraumas na
região extensora do cotovelo (ALMEIDA et al., 2013).

Ainda de acordo com Almeida et al. (2013, p. 922), os sintomas são dor na região do epicôndilo
lateral com irradiação para a musculatura extensora do antebraço e diminuição da força de
preensão, afetando atividades de vida diária.’

A epicondilite medial, também conhecida como cotovelo de golfista, é uma inflamação no


epicôndilo lateral do cotovelo, podendo ocorrer em alguns casos irradiação para a musculatura
flexora do antebraço. Essa patologia é bastante comum no dia a dia dos trabalhadores (LIEBERT,
2018). Ocorre devido à degeneração tendínea, decorrente de movimentos repetitivos com altos
índices de tensão nos flexores do cotovelo, o que ocasiona microtraumas na região do epicôndilo
medial, geralmente devido ao fato de realizar atividades em que o punho não fique em posição
neutra (LIEBERT, 2018).

Os principais sintomas relatados são dor na região do antebraço, rubor, edema, diminuição da
amplitude de movimento e perda de força para segurar objetos. Observe a figura 3.

Figura 3 – Epicondilite medial e lateral.

Fonte: acessa.com
[https://www.acessa.com/saude/arquivo/fisioterapia/2016/08/30-dor-face-
interna-cotovelo-epicondilite-medial/foto03.jpg] .
Videoaula - Bursites, Tendinite do supraespinhoso e do tendão
bicipital

Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui
[https://player.vimeo.com/video/476996859] .

5.4 Bursites

A bursite é um dos tipos de LER mais comuns que afetam a qualidade de vida dos trabalhadores,
devido ao processo inflamatório na bursa/bolsa subacromial, cujo objetivo é evitar atrito entre
uma estrutura ou outra do ombro.

Como em toda LER/DORT, a bursite é decorrente de movimentos repetitivos, microtraumas,


alterações biomecânicas do espaço subacromial (bursite de ombro), posturas inadequadas
durantes longos períodos de trabalho e trauma direto no ombro.

A bursite é classificada em aguda e crônica.

Na bursite aguda, a dor é geralmente decorrente de algum movimento quando a bursa se comprime
ou se alonga.
Na bursite crônica, a dor é persistente, podendo persistir por meses e até mesmo anos.

Os principais sintomas da bursite incluem dor, rigidez, edema, vermelhidão e dificuldade de


realizar alguns movimentos utilizando o membro afetado, como levantar o braço após a linha
média axilar.

Nas figuras 4 e 5, podemos observar que a bursite causa inflamação na articulação com a qual
se comunica.
Figura 4 – Bursite de ombro.

Fonte: mdsaude.com [https://www.mdsaude.com/ortopedia/bursite-no-ombro/] .


Figura 5 – Bursite do olécrano/cotovelo.

Fonte: drleandrogregorut.com.br [https://drleandrogregorut.com.br/wp-


content/uploads/2019/02/1-7.jpg] .

5.5 Tendinite do supraespinhoso e do tendão bicipital

5.5.1 Tendinite supra espinhal


A tendinite supraespinhal é uma condição do ombro caracterizada por inflamação e degeneração
do tendão por sobrecarga na articulação do ombro, sendo uma das patologias que levam a um
maior índice de afastamento do trabalho.

Existem diversos fatores para a ocorrência da tendinite do supraespinhoso, tanto extrínsecos


quanto intrínsecos, como mostra a figura 6.

Os fatores extrínsecos são decorrentes de movimentos repetitivos, traumas diretos, posturas


inadequadas e sobrecarga no ombro.
Os fatores intrínsecos são decorrentes de alterações biomecânicas do espaço subacromial e de uso
ou envelhecimento tendíneo (ALMEIDA et al., 2008).

Já os sintomas descritos são dor, rigidez, diminuição da amplitude de movimento, edema, rubor e
dificuldades em realizar as atividades necessárias (ALMEIDA et al., 2008).

Figura 6 – Tendinite do supraespinhoso.

Fontes: tuasaude.com [https://www.tuasaude.com/tendinite-no-ombro/] e


Raycat/istock.com.
Videoaula - Tendinite bicipital e Cistos sinoviais

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[https://player.vimeo.com/video/476997132] .

5.5.2 Tendinite bicipital

Segundo Pai (2019), a tendinopatia do bíceps é uma condição musculoesquelética comum e


consiste na inflamação no tendão do músculo bicipital, associada a lesões da coifa dos
rotadores (conjunto de músculos e tendões que envolvem a articulação do ombro).

As principais causas da tendinite bicipital são movimentos repetitivos, microtraumas, tensão e


sobrecarga excessiva. Os sintomas descritos são dor, diminuição da amplitude de movimento
(ADM), fraqueza muscular e processos inflamatórios, levando em inúmeros casos à diminuição e
à perda da função do ombro (PAI, 2019).

Muitas vezes, as ações repetitivas e contínuas do ombro podem causar o uso exagerado do
tendão. Com o uso repetitivo e prolongado, as células que foram danificadas dentro do tendão
não têm tempo de se recuperar por causa das ações repetitivas (PAI, 2019).

Observe na figura 7 a tendinite bicipital.


Figura 7 – Tendinite bicipital.

Fonte: tuasaude.com [https://www.tuasaude.com/tendinite-no-ombro/] .

5.6 Cistos sinoviais

Segundo Pinheiro (2020),

O cisto sinovial é um tumor benigno que habitualmente apresenta-se como um pequeno nódulo

arredondado e de consistência mole acima das articulações ou tendões, principalmente nas mãos e

punhos.

Ainda segundo o mesmo autor,

Cisto é o nome que damos a qualquer bolsa que tenha material líquido ou semilíquido em seu

interior. O cisto sinovial é, portanto, é uma bolsa que contém líquido sinovial. O cisto sinovial surge

nas articulações ou tendões, sendo uma herniação de parte da sinóvia e da cápsula das articulações.

Esse “vazamento” de líquido sinovial para fora das articulações forma uma bolsa que pode ser
facilmente vista e palpada, como vemos na figura 8.

Os sintomas incluem dor, diminuição da força de apreensão, falta de sensibilidade e a presença


evidente do cisto sinovial (PINHEIRO, 2020).
Figura 8 – Cistos sinoviais.

Fonte: mdsaude.com
[https://www.mdsaude.com/wp-
content/uploads/cisto-sinovial.jpg] .

Os cistos sinoviais são mais comuns em mulheres e sua manifestação clínica pode decorrer de
algum trauma, de doenças reumáticas, idiopáticas, ruptura da bainha sinovial, crescimento
anormal da membrana sinovial e atrito articular decorrente de movimentos excessivos
(PINHEIRO, 2020). Os principais sintomas relatados são dor, diminuição da amplitude de
movimento da mão/punho e dificuldade para realizar atividades da vida diária.

O tratamento inicial é realizado com medicações analgésicas e anti-inflamatórias e fisioterapia.


Com a progressão da doença, muitas vezes é necessária a realização da cirurgia, pois caso o
cisto esteja localizado na articulação, pode vir afetar a realização de atividades diárias.

Videoaula - Tenossinovite estenosante e Contratura de Dupuytren

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5.7 Dedo em gatilho ou tenossinovite estenosante

O dedo em gatilho é o travamento do dedo em uma posição dobrada causado por uma
inflamação do tendão do dedo, ocorrendo o travamento dos tendões que flexionam. O dedo se
inflama ou incha, geralmente com uma área redonda e elevada (nódulo) na palma da mão.
“Normalmente, o tendão se move facilmente dentro e fora de sua bainha circundante quando o
dedo se estica e flexiona. No caso do dedo em gatilho, o tendão inflamado pode se mover para
fora da bainha na flexão do dedo” (STEINBERG, 2018a).

Conhecida também como dedo em gatilho, conforme a figura 9, a tenossinovite estenosante é


caracterizada pelo estreitamento em um sistema de polias e túneis, no qual trafegam os tendões
flexores na região palmar das mãos e dos dedos, geralmente os polegares, médio e anelar. Os
sintomas são edema, rigidez, sensibilidade, sensação de estalo, limitação de movimento e dor no
trajeto dos tendões flexores (SPREY et al., 2012).

Figura 9 – Dedo em gatilho.

Fonte: Steinberg (2018a). Disponível em: msdmanuals.com


[https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-%C3%B3sseos,-
articulares-e-musculares/doen%C3%A7as-das-m%C3%A3os/dedo-em-gatilho] .

5.8 Contratura de Dupuytren

Os movimentos repetitivos podem acometer de forma bem critica a saúde dos trabalhadores, que
desenvolvem patologias no decorrer de suas atividades. Umas dessas patologias é conhecida
como contratura de Dupuytren, na qual a região palmar é afetada pela contratura, e os dedos –
geralmente anular e mínimo – são afetados. Com a progressão da doença, poderá ocorrer a
impossibilidade de realizar a extensão completa do dedo, permanecendo este em flexão. Em
alguns casos, o procedimento cirúrgico é necessário.

Essa condição pode variar desde pequenos nódulos até faixas muito espessas, as quais podem
tracionar dos dedos em direção à palma da mão, devido à contratura progressiva dos espaços
interdigitais pela relação da articulação metacarpofalangena e interfalangeana.

As sintomatologias são caracterizadas por nódulos na palma da mão, desconforto local e


dificuldades para pegar objetos e escrever, entre outras atividades da vida diária que exigem a
flexão dos dedos das mãos (LIMA, 2020).

Figura 10 – Contratura de Dupuytren.

Fonte: saudebemestar.pt
[cola_dupuytren.jpg]

Videoaula - Síndrome do túnel do carpo e Síndrome do canal de


Guyon

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5.9 Síndrome do túnel do carpo

Segundo Varella Bruna (2011), a síndrome do túnel do carpo é uma neuropatia resultante da
compressão do nervo mediano no canal do carpo, estrutura anatômica que se localiza entre a
mão e o antebraço. É causada pelo aumento das estruturas que passam pelo túnel ou pelo seu
espessamento. Através desse túnel rígido, além do nervo mediano, passam os tendões flexores,
que são revestidos pelo tecido sinovial. Qualquer situação que aumente a pressão dentro do
canal provoca a compressão do nervo mediano e a síndrome do túnel do carpo.

Portanto, a síndrome do túnel do carpo, que será vista na figura 11, resulta da compressão
(pinçamento) do nervo mediano. A compressão pode ser causada pelo inchaço do tecido
adjacente dentro do túnel ou por bandas de tecido fibroso que se formam na face palmar ao nível
do punho (STEINBERG, 2018b).

A doença acomete indivíduos que realizam esforço manual com movimento excessivo e
repetitivo, diabetes, artrite reumatoide, infecções, traumatismos na região da mão e alterações
endócrinas (STEINBERG, 2018b).

Ocorre em maior frequência em mulheres com faixa de idade de 30 a 60 anos e, na grande


maioria dos casos, é bilateral, o que pode ocorrer devido a alterações vasculares, tendinosas,
compressão nervosa, e rigidez da fáscia do antebraço (STEINBERG, 2018b).

A sintomatologia é caracterizada por dor e parestesias, principalmente durante a noite, em que


frequentemente é recomendado uso de talas com o objetivo de imobilizar o punho e assim evitar
dormências e formigamentos. Também ocorrem diminuição da força e alteração da sensibilidade
(STEINBERG, 2018b).

Figura 11 – Síndrome do túnel do carpo.

Fonte: institutocefisa.com.br
[https://www.institutocefisa.com.br/noticia/sindrome-do-tunel-do-carpo] .
“Estudos relatam tendência à síndrome do túnel do carpo em indivíduos que trabalham no
computador por mais de 20 horas por semana, devido aos movimentos repetitivos’’ (VOLL
PILATES GROUP, 2017).

5.10 Síndrome do canal de Guyon

O canal de Guyon é uma patologia bem semelhante à síndrome do túnel do carpo. Ambas
ocorrem na mão, porém a síndrome do canal de Guyon é decorrente de uma compressão no
nervo ulnar. Essa patologia também está associada ao grupo de LER/DORT, visto que sua
incidência é bastante comum nesse grupo de trabalhadores.

Diante disso, é de extrema importância realizar movimentos de alongamentos e pausas para o


descanso no ambiente de trabalho. A compressão é sentida com parestesias e formigamentos,
geralmente nos dedos mínimo e anelar, porque “o ramo superficial é sensitivo e inerva a borda
ulnar e radial do dedo mínimo e a borda ulnar do anular. O ramo profundo é puramente motor e
inerva o músculo abdutor, oponente e flexor curto do quinto dedo’’ (SEVERO et al., 2003, p. 419).
Outras queixas clínicas também são notadas como dor, perda de força do dedo e da mão,
sensação de peso na mão e inchaço, com evolução para alterações de sensibilidades e sensação
de queimação nos dedos. Os principais fatores são doenças reumáticas, diabetes, traumas na
mão e/ou punho, alterações ortopédicas e cistos, entre outros.

Figura 12 – Síndrome do canal de Guyon.

Fonte: fisioterapiaoeiras.com
[https://www.fisioterapiaoeiras.com/uploads/galeria_glossario/imagem[546].jpg] .
Videoaula - Síndrome do desfiladeiro torácico e outras doenças

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5.11 Síndrome do desfiladeiro torácico

A síndrome do desfiladeiro torácico não está entre os distúrbios mais comuns, sendo de rara
incidência. Seus sintomas são descritos como dor não radicular persistente, adormecimento ou
desconforto na extremidade afetada – com piora devido à prática de exercícios físicos – e
melhora com o descanso.

O desfiladeiro torácico, indicado na figura 13, é caracterizado pelo espaço entre a primeira
costela e a clavícula, preenchido por vasos sanguíneos e nervos ao nível dos membros
superiores. Frequentemente ocorre a compressão dos nervos entre essas estruturas, evoluindo
muitas vezes para a compressão das artérias subclávias, o que faz com que o indivíduo sinta dor,
edema ou até mesmo cianose (caracterizada por falta de fluxo sanguíneo naquela região),
podendo gerar complicações vasculares devido à compressão.

As causas são diversas e podem estar associadas a exercícios repetitivos, traumas e variação
anatômica, fazendo com que haja compressão nessas estruturas.

Os sintomas são dor, fraqueza, parestesias, fraqueza do membro acometido e, em alguns casos,
dor radicular para outros membros como braço e pescoço.
Figura 13 – Síndrome do desfiladeiro torácico.

Fonte: sportmedschool.com [http://sportmedschool.com/thoracic-outlet-


syndrome/] .

Videoaula - Doenças ocupacionais do sistema pulmonar- Silicose e


Asbestose

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6 Pneumopatias ocupacionais

6.1 Silicose

A silicose faz parte do grupo das pneumopatias ocupacionais e consiste na formação


permanente de tecido cicatricial nos pulmões causada pela inalação de poeira de sílica (quartzo).
É caracterizada por inflamação e cicatrização em forma de lesões nodulares nos lóbulos
superiores do pulmão. A sílica é o principal elemento para a fabricação do vidro e do cimento
(LARA, 2018).

As atividades de trabalho mais comuns que envolvem o risco ocupacional da silicose são a
extração de rochas, a mineração de ouro e pedras preciosas, a indústria de cerâmica e vidro, a
fundição de ferro, a construção de túneis, a fabricação de fertilizantes (rochas fosfáticas), as
atividades de limpeza de fornos e filtros e a confecção de prótese dentária, dentre outros (TERRA
FILHO; FREITAS; NERY, 2006).

Provoca, na forma aguda, dificuldades respiratórias, febre e cianose, sendo uma doença
ocupacional que gera vários transtornos à saúde do trabalhador, manifestando-se num intervalo
de tempo de até dois anos após a exposição.

Os sintomas incluem dispneia, perda de peso, fraqueza e achados de infiltrados alveolares nos
exames de imagem.

Já na forma acelerada, os sintomas podem se desencadear até dez anos depois da exposição,
com dispneia e presença de nódulos na região pulmonar.

A forma crônica é a combinação das formas aguda e acelerada, o que faz com que sua
progressão seja muito acelerada, evoluindo para o óbito.

Recentemente, a silicose foi identificada em trabalhadores que fabricam ou instalam bancadas


fabricadas a partir de silicatos modificados (conglomerado de sílica). É causada por depósitos de
poeira de carvão nos pulmões, podendo obstruir as vias aéreas, devido ao fato de acumular a
poeira do carvão ao redor dos bronquíolos. Em geral, esses indivíduos podem desenvolver
dispneia, tosse e fadiga muscular, podendo evoluir até mesmo para a fibrose pulmonar e o óbito.
A vacina de pneumonia e da gripe é de grande importância para esses trabalhadores no combate
dessas patologias, as quais advêm, na maioria dos casos, da exposição aos fatores agravantes
(LARA, 2018).

6.1.1 Fisiopatologia
Uma vez inaladas, as partículas de sílica depositam-se principalmente nos bronquíolos

respiratórios e alvéolos. Se o clearance mucociliar ascendente e linfático não for capaz de remover

as partículas, elas acabam por induzir um processo inflamatório, caracterizado inicialmente como

uma alveolite, podendo evoluir para a fase de fibrose. (TERRA FILHO; SANTOS, 2006, p. 42).

A fisiopatologia da silicose é definida pela “formação de nódulos de células mononucleares nos


locais onde as células se acumulam” (GUTIERREZ, et al., 2008, p. 32). Esse acumulo de células
vai acometendo cada vez mais a região dos bronquíolos. As células de defesa são agredidas,
ocorrendo cada vez mais a sua diminuição, na qual os nódulos das células mononucleares vão
se aglomerando no tecido pulmonar nas paredes alveolares, causando a sua destruição. Assim,
os macrófagos e os fibroblastos danificam os tecidos pulmonares, que se tornam fibróticos,
aderindo aos alvéolos e comprometendo o pulmão em decorrência da inalação da sílica.

Esse processo, se mantido pela persistência da inalação de partículas, amplia-se com a


liberação de enzimas proteolíticas, a geração de mais espécies reativas de oxigênio e de
nitrogênio e a liberação de citocinas inflamatórias, como o fator de necrose tumoral α, o fator de
transformação de crescimento β, a interleucina 1 e a proteína inflamatória de macrófago. Essas
substâncias recrutam macrófagos, neutrófilos e linfócitos, dando origem à alveolite e
consequente perda da integridade da barreira epitelial, ocorrendo a intersticialização das
partículas, o que estimula os macrófagos e a proliferação de fibroblastos, ampliando assim o
processo inflamatório no interstício. O resultado final é o aumento incontrolado da proliferação
de fibroblastos e da produção de colágeno, com resultante fibrose intersticial (TERRA FILHO;
SANTOS, 2006).

O mecanismo sugerido para explicar a estimulação dos macrófagos, células epiteliais e dos
fibroblastos está centrado no papel dos radicais livres. Esses radicais alterariam a expressão de
genes responsáveis pela produção de citocinas, pela proliferação e apoptose celular. Diversos
estudos apresentam evidências de que a alteração da expressão de genes pela sílica é mediada
pelos fatores de transcrição nuclear NF-kb e AP-1 (TERRA FILHO; SANTOS, 2006).

Na fase de reparação ou de instalação da fibrose, fatores de crescimento como o fator de


necrose tumoral α, a interleucina 1, o fator de crescimento derivado de plaquetas, o fator de
transformação de crescimento e o fator de crescimento insulina-símile estimulam a proliferação
de pneumócitos tipo II e de fibroblastos, além da produção de fibronectina e de colágeno. Essas
fases não são separadas, já se manifestando o processo de reparação durante a fase de alveolite
(figura 14) (TERRA FILHO; SANTOS, 2006).
Figura 14 – Fisiopatologia da silicose.

Fonte: publisher.gn1.link [https://cdn.publisher.gn1.link/rbmt.org.br/images/v16n3a16-thumbfig01.jpg] .

Os tipos de silicose são:

silicose aguda: é caracterizada por tosse, dispneia, fraqueza e cansaço evoluindo de forma
progressiva; em alguns casos, pode desencadear insuficiência respiratória e presença de infiltrado
alveolar;
silicose crônica simples: a manifestação clínica desenvolve até 15 anos após a exposição às
partículas de sílica. Desenvolve com sintomas mais leves como tosse crônica e dispneia progressiva
ao esforço;
silicose acelerada: geralmente ocorre com manifestação clínica até 10 anos depois da exposição,
decorrente da silicose crônica, apenas desenvolvendo de forma mais progressiva e rápida; e
silicose complicada: é manifestada de forma mais grave, com presença de nódulos nos lóbulos
superiores do pulmão, podendo haver calcificação nodular e evoluir para pneumotórax, em que pode
ocorrer agravamento para obstrução das vias áreas em razão da exposição à sílica.

6.2 Asbestose

A asbestose tem sido um grande problema de saúde pública, uma vez que diversos
trabalhadores estão expostos a essa doença, pois esse material é usado principalmente na
fabricação de cerâmicas. Atualmente no Brasil, sua produção tem ultrapassado a marca anual de
300 mil toneladas. De acordo com dados da literatura, inúmeros trabalhadores já tiveram contato
em anos passados com esse material.
Essa patologia é proveniente da inalação de pó de amianto, que contém substâncias tóxicas para
o organismo.

A relação dessa fibra com o organismo humano tem desenvolvido diversas doenças, entre elas
carcinogênese, câncer de pulmão, alterações pleurais, asbestose, mesotelioma de pleura,
peritônio e atelectasias (CAPELOZZI, 2001, p. 207).

Inúmeros sintomas têm sido relatados por indivíduos expostos à fibra de amianto, sendo os
principais dispneia, tosse seca, crepitação pulmonar e diminuição da função pulmonar,
principalmente da expansibilidade pulmonar (TERRA FILHO; FREITAS; NERY, 2006, p. 49). Com a
progressão da doença, podem ocorrer as atelectasias pulmonares. Geralmente esse
acometimento é de forma bilateral, com presença de fibrose pulmonar, evoluindo até atingir o
parênquima pulmonar.

Consequentemente, são estimados cerca de 10 mil mesoteliomas e 20 mil casos de câncer de


pulmão induzido por asbesto por ano em uma população de aproximadamente 800 milhões de
pessoas (CAPELOZZI, 2001, p. 207).

O risco de câncer de pulmão nesses grupos de indivíduos que são ou já foram expostos a esse
tipo de fibra é 20 vezes maior, e 60 vezes maior caso o indivíduo seja fumante ou já tenha algum
histórico de doença pregressa.

O prognóstico da doença deve ser sempre embasado em histórico de vida do paciente, levando
em consideração o tempo de exposição ao material, o tipo de material e as comorbidades de
cada indivíduo (TERRA FILHO; FREITAS; NERY, 2006, p. 53).

Caso queira saber mais sobre o tema, leia a notícia Supremo proíbe uso do amianto em todo o
país, disponível no link a seguir: agenciabrasil.ebc.com.br
[https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-11/supremo-proibe-uso-do-amianto-em-
todo-o-pais] .

Segundo Capelozzi (2006, p. 214), em relação ao câncer de pulmão, “em qualquer circunstância é
de fundamental importância estimar-se a carga ou dose de exposição, pois com pouco tempo de
exposição em altas concentrações, o risco para seu aparecimento é de duas ou mais vezes
maior".

Nesse caso, trata-se de um problema de saúde pública, como mostra a figura 15, ressaltando a
importância de meios preventivos para a saúde do trabalhador.

Figura 15 – Forma de contaminação da asbestose.

Fonte: nsctotal.com.br [https://www.nsctotal.com.br/noticias/entenda-por-que-o-amianto-faz-mal-para-


saude-e-esta-banido-de-santa-catarina] .

Caso queira saber mais sobre o tema, leia Considerações gerais sobre doenças pulmonares
ambientais, disponível no link a seguir: msdmanuals.com [https://www.msdmanuals.com/pt-
br/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/doen%C3%A7as-
pulmonares-ambientais/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-doen%C3%A7as-
pulmonares-ambientais] .
Videoaula - Doenças ocupacionais do Sistema Tegumentar -
Dermatoses

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[https://player.vimeo.com/video/476998440] .
7 Dermatoses ocupacionais
Segundo Alchorne, Alchorne e Silva (2010), “dermatose ocupacional é qualquer alteração da pele,
mucosa e anexos, direta ou indiretamente causada, condicionada, mantida ou agravada por
agentes presentes na atividade ocupacional ou no ambiente de trabalho”.

As complicações são as relacionadas a cada dermatite ocupacional. As principais consistem em:

infecções secundárias, sequelas (hipercromia, hipocromia e cicatrizes), diminuição da produção e

incapacidade profissional. (ALCHORNE; ALCHORNE, SILVA, 2010, p. 139).

As dermatoses ocupacionais são classificadas em causas diretas e indiretas. As causas diretas


são caracterizadas pelos agentes físicos (radiações, traumas, pressão, calor, frio), químicos
(metais, ácidos, hidrocloretos, óleos) e biológicos (vírus, fungos, bactérias, plantas, animais). A
partir desses fatores, o processo inflamatório se inicia quando algum desses agentes entra em
contato com a pele, mucosas e anexos. Ocorre então a lesão através da camada córnea,
caracterizada por um conjunto de camadas superficiais da pele, dando origem ao processo
inflamatório.

Já as causas indiretas compreendem os fatores como idade, etnia, sexo, doenças preexistentes e
fatores ambientais. As dermatoses preexistentes podem facilitar a penetração de agentes
sensibilizantes (ALCHORNE; ALCHORNE, SILVA, 2010, p. 138).

Dermatites irritantes de contato: são subdivididas em irritativas e alérgicas; ambas ocorrem após
o contato da pele com agentes tóxicos. A dermatite irritativa de contato é bastante comum,
podendo desenvolver seus sintomas de imediato ou após algumas horas de exposição.

A dermatite alérgica de contato se desenvolve a partir de compostos sensibilizantes do produto


aos quais o indivíduo é alérgico. Seus sinais alérgicos podem desenvolver de forma imediata ou
após certo período de tempo, manifestando com o passar das semanas.

A dermatite alérgica de contato é decorrente da exposição ao agente tóxico através do tecido


subcutâneo da pele, produzindo reações inflamatórias no organismo. As dermatites alérgicas de
contato se caracterizam por eczemas agudo ou crônico.

Na fase aguda, após a exposição à substância alérgica, os sintomas e sinais alérgicos logo
começam a aparecer. Sintomas como vermelhidão, coceira e erupções cutâneas com pequenas
bolhas são os mais comuns. Diversas substâncias desencadeiam reações alérgicas aos
indivíduos como: acetonas, esmaltes, sabonetes, hidratantes corporais e faciais, amônia e
xampus, entre outros.

A fase crônica engloba sintomas na pele que aparecem após 4 semanas ou mais após a
exposição ao agente alérgico. Diferentemente da fase aguda, em que os sinais aparecem no
decorrer de 12 a 72 horas após a exposição.

Caso queira saber mais sobre o tema, leia o material Dermatoses ocupacionais, produzido pelo
Ministério da Saúde, disponível no link a seguir: bvsms.saude.gov.br
[http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/06_0553_M.pdf] .
Recapitulando
A saúde do trabalhador é de extrema importância para o seu bem-estar no ambiente de trabalho
e para a empresa. Em decorrência de longas jornadas de trabalho, sem pausas para o descanso,
as LER/DORTs acometem a saúde do trabalhador, estando entre as principais causas de
afastamento de invalidez do trabalho. A incidência de LER/DORTs tem crescido cada vez mais,
provocando não apenas alterações musculoesqueléticas, mas também doenças ocupacionais,
pelo fato de o trabalhador estar sempre exposto ao fator de risco. Todas essas doenças trazem
consequências para o trabalhador e para a empresa, principalmente no que diz respeito aos
lucros empresariais. Com base no conteúdo apresentado, é sempre necessária a utilização de
equipamentos de proteção individual, a fim de reduzir cada vez mais a incidência de lesões por
esforço repetitivo, bem como de doenças ocupacionais, ambas relacionadas ao ambiente de
trabalho. Essa redução gera lucro para as empresas e diminui o afastamento dos trabalhadores,
os quais passam a ter melhores condições de trabalho e melhor qualidade de vida.
Exercícios de fixação
(FGV – 2010) As dermatoses ocupacionais podem ser entendidas como alterações encontradas
nas mucosas, pele e seus anexos que sejam direta ou indiretamente causadas, condicionadas,
mantidas ou agravadas por agentes presentes na atividade ocupacional ou no ambiente de
trabalho.

Com relação às dermatoses ocupacionais, é correto afirmar que:

Os fatores condicionadores que contribuem diretamente para o seu aparecimento são os


agentes ergonômicos existentes no meio ambiente, atuando diretamente sobre o tegumento,
quer causando, quer agravando dermatose preexistente.

A inspeção do local de trabalho é pouco produtiva no recolhimento de dados importantes


sobre os agentes potencialmente irritantes ou alergênicos, causadores de dermatoses.

Os agentes: biológicos (bactérias, fungos, leveduras, vírus e insetos), físicos (radiações não
ionizantes, calor, frio, eletricidade) e químicos (cimento, solventes, detergentes e ácidos)
podem causar dermatoses ocupacionais ou funcionar como fatores desencadeantes,
concorrentes ou agravantes.

Atendimento no ambulatório da empresa, inspeção periódica aos locais de trabalho, exames


periódicos e tratamento precoce das lesões são exemplos de prevenção primária às
dermatoses ocupacionais.

A não utilização de proteção adequada ou sua utilização incorreta, além da não observância
pelo trabalhador das normas de higiene e segurança padronizadas para a atividade que
executa, são fatores que não influenciam no aparecimento de dermatoses ocupacionais.

(VUNESP – 2015) Com relação à síndrome do túnel do carpo, assinale a alternativa correta.

Apresenta compressão do nervo ulnar no canal do carpo do punho.

O túnel do carpo é uma estrutura rígida delimitada pelos ossos do carpo e pelo ligamento
transverso do carpo.

Apresenta dor, parestesia e disestesia na distribuição cutânea do nervo ulnar decorrente de


movimentos repetitivos da mão.
É decorrente de lesões agudas no punho de origem traumática.

Leva à atrofia e perda da sensibilidade na região hipotenar.


UNIDADE 3

Doenças ocupacionais
decorrentes de exposição a
fatores de risco
Objetivos:
Competências:

Discutir a saúde do trabalhador.

Habilidades:

Refletir sobre doenças decorrentes de ruídos e de exposição a agrotóxicos e solventes.

Introdução
A saúde do trabalhador é de extrema importância para o desenvolvimento de suas atividades no
ambiente de trabalho. Assim, a construção do campo da saúde do trabalhador se faz necessária
frente ao Sistema Único de Saúde, a fim de construir e proporcionar melhores condições de trabalho
aos trabalhadores através de políticas e práticas construtivas, reduzindo e/ou prevenindo doenças
musculoesqueléticas e ocupacionais.
Videoaula - Doenças ocupacionais decorrente a exposição a fatores
de risco

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8 Saúde do trabalhador
De acordo com Gomez, Vasconcellos e Machado (2018, p. 1964),

a saúde do trabalhador configura-se como um campo de práticas e de conhecimentos estratégicos

interdisciplinares – técnicos, sociais, políticos, humanos –, multiprofissionais e interinstitucionais,

voltados para analisar e intervir nas relações de trabalho que provocam doenças e agravos.

Esse campo de estudos tem como objetivo a diminuição e prevenção dos riscos e doenças
relacionados ao ambiente de trabalho, por meio da fiscalização das condições de trabalho.

O tratamento interdisciplinar implica a tentativa de estabelecer e articular dois planos de análise: o

que contempla o contorno social, econômico, político e cultural – definidor das relações particulares

travadas nos espaços de trabalho e do perfil de reprodução social dos diferentes grupos humanos –

e o referente a determinadas características dos processos de trabalho com potencial de

repercussão na saúde. (GOMEZ; VASCONCELLOS; MACHADO, 2018, p. 1964).

Dessa forma, o emprego tem relação direta com a produção nacional, sendo de grande
importância assuntos relacionados a estratégias voltadas para a segurança do trabalhador. Com
o intuito de melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, foi criada a Lei nº 8.080/1990, que
designa estratégias para a promoção e proteção dos trabalhadores. Através da Vigilância em
Saúde do Trabalhador (VISAT), as vigilâncias sanitária e epidemiológica se submetem a medidas
e ações de prevenção de fatores de risco, sejam eles ambientais ou trabalhistas (WÜNSCH
FILHO, 2004, p. 113).

Segundo a Portaria nº 3.120/1998, a VISAT compreende uma atuação contínua e sistemática, ao


longo do tempo, no sentido de detectar, conhecer, pesquisar e analisar os fatores determinantes
e condicionantes dos agravos à saúde relacionados aos processos e ambientes de trabalho.

Apesar dessas leis em relação à saúde e proteção dos trabalhadores no desenvolvimento de


suas atividades trabalhistas, os riscos ainda se mantêm com grande relevância, tendo como
desafio a desregulamentação no setor trabalhista. Isso ocorre porque muitas empresas não
cumprem seu papel em relação às leis trabalhistas, o que coloca em dúvida a aplicação e
efetividade das referidas leis. Nesse sentido, as ações de vigilância em relação às condições de
trabalho devem ser cada vez mais integradas às políticas de saúde para que as condições de
trabalho sejam realmente transformadas, proporcionando bem-estar e qualidade de vida aos
trabalhadores (SOUZA; VIRGENS, 2013, p. 294).
Os agravos psíquicos em relação ao trabalho aumentaram no decorrer de 2008, como pode ser
observado na figura 16.

Figura 16 – Agravos psíquicos relacionados ao trabalho.

Fonte: Ministério da Previdência Social (2010, apud SELIGMANN-SILVA et al.,


2010). Disponível em: scielo.br [https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0303-
76572010000200002&script=sci_arttext&tlng=pt] .

Esses números referem-se apenas aos segurados do Seguro de Acidentes do Trabalho (SAT), parte

dos trabalhadores do mercado formal, excluídos os funcionários públicos e os domésticos, dentre

outros. (SELIGMANN-SILVA et al., 2010, p. 188).

Diante desse contexto, é necessário que a construção de políticas públicas para medidas de
prevenção e assistências seja embasada em melhorias na questão de estrutura e organização do
ambiente de trabalho, levando em consideração os altos índices de evolução dos transtornos
mentais a que os trabalhadores estão sujeitos (SELIGMANN-SILVA et al., 2010).
9 Doenças decorrentes de ruídos
No ambiente de trabalho, diversos trabalhadores são acometidos pela perda auditiva em
decorrência de elevados níveis sonoros. O zumbido é uma das principais queixas dos
trabalhadores expostos a altos níveis de ruídos.

Perda Auditiva Induzida por Ruído (Pair) é a perda provocada pela exposição por tempo prolongado

ao ruído. Configura-se como uma perda auditiva do tipo neurossensorial, geralmente bilateral,

irreversível e progressiva com o tempo de exposição ao ruído (CID 10 – H 83.3). Consideram-se como

sinônimos: perda auditiva por exposição ao ruído no trabalho, perda auditiva ocupacional, surdez

profissional, disacusia ocupacional, perda auditiva induzida por níveis elevados de pressão sonora,

perda auditiva induzida por ruído ocupacional, perda auditiva neurossensorial por exposição

continuada a níveis elevados de pressão sonora de origem ocupacional. (BRASIL, 2006a, p. 13).

Quando se estudam as perdas auditivas de origem ocupacional, deve-se levar em conta que há

outros agentes causais que não somente podem gerar perdas auditivas, independentemente de

exposição ao ruído, mas também, ao interagir com este, potencializar os seus efeitos sobre a

audição. Entre outros, podem ser citados a exposição a certos produtos químicos, as vibrações e o

uso de alguns medicamentos. (BRASIL, 2006a, p. 7).

De acordo com a Norma regulamentadora NR-15, o limiar do ruído que pode ser tolerado é de
130 dB(a). Caso a exposição ao ruído seja contínua, alta e frequente, o trabalhador pode
desenvolver PAIR ocasionando lesão no órgão de Corti (BRASIL, 2006a).

A Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) recebe muitas terminologias, tais como “Perda
Auditiva por Exposição ao Ruído no Trabalho”, “Perda Auditiva Ocupacional”, “Surdez
Profissional”, “Disacusia Ocupacional”, “Perda Auditiva Induzida por Ruído Ocupacional” e “Perda
Auditiva Neurossensorial por Exposição Continuada a Níveis Elevados de Pressão Sonora
Ocupacional”, porém todas constituem uma doença profissional, caracterizada pela diminuição
gradual da acuidade auditiva decorrente da exposição continuada a níveis intensos de pressão
sonora, ocasionando lesão nas células ciliadas externas e internas no órgão de Corti,que
segundo pesquisas, trata-se de uma das doenças mais prevalentes nos dias atuais. (BOGER;
BARBOSA-BRANCO; OTTONI, 2009, p. 329).

Uma vez que 30 milhões de trabalhadores estão expostos a altos níveis de pressão sonora, a
perda auditiva acomete, principalmente, trabalhadores expostos a ruídos elevados como
motoristas de ônibus, caminhões e trabalhadores do setor industrial, entre outros. Os
trabalhadores expostos a ruídos com intensidade acima de 85 decibéis (dB) já correm o risco de
lesão coclear irreversível. Por isso, é de grande importância o uso dos equipamentos de proteção
individual (EPIs), a fim de evitar agravos maiores.

Quadro 2 – Mecanismos de lesão do órgão de Corti.

1 – Insuficiência vascular na região coclear responsável pela audição a 4 kHz.

2 – A velocidade de propagação da onda sonora é muito alta e faz com que a amplitude de deslocamento

no ducto coclear comece a crescer na região de 4 kHz.

3 – A estrutura anatômica da cóclea causa colisão do fluido na primeira curva coclear.

4 – Características de ressonância do canal auditivo provocariam a lesão na região citada.

Fonte: Araújo (2002). Disponível em: scielo.br [http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-


72992002000100008] .

As características do ruído são: intensidade, frequência, tempo de exposição e natureza do ruído. A

intensidade a partir de 84/90 dB de ruído causa uma lesão coclear irreversível e a lesão será mais

importante quanto maior for o ruído, o que tem sido razoavelmente comum em alguns ambientes

industriais como metalúrgicas, teares, bancos de prova de motores e outros. (ARAÚJO, 2002, p. 48).

A lesão coclear é proporcionalmente relacionada ao tempo de exposição ao ruído. Com efeito, em


casos em que o indivíduo é exposto a 100 horas de exposição, já é possível determinar que haja
lesão irreversível. Os principais sintomas relacionados à exposição crônica a ruídos são tinidos,
irritabilidade, diminuição da produtividade, estresse e zumbidos. Todos esses sintomas são
relatados por indivíduos que desenvolvem a PAIR, gerando muito desconforto (BRASIL, 2006a, p.
10).

Caso queira saber mais sobre o tema, leia a matéria Saiba nove curiosidades sobre perda auditiva
e formas de prevenção, disponível no link a seguir: terra.com.br [https://www.terra.com.br/vida-e-
estilo/saude/saiba-nove-curiosidades-sobre-perda-auditiva-e-formas-
deprevencao,70488c3d10f27310VgnCLD100000bbcceb0aRCRD.html] .
Videoaula - Doenças decorrentes da exposição a agrotóxicos e da
exposição a Benzeno

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10 Doenças decorrentes da exposição a agrotóxicos
Segundo Lopes e Albuquerque (2018, p. 519),

o termo agrotóxico passou a ser adotado no Brasil a partir da Lei Federal nº 7.802, de 1989,

regulamentada pelo Decreto nº 4.074, de 2002, e traz o seguinte conceito:

Compostos de substâncias químicas destinadas ao controle, destruição ou prevenção, direta ou

indiretamente, de agentes patogênicos para plantas e animais úteis e às pessoas.

Atualmente, o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, como você pode ver na
figura 17. Diversos estudos comprovam os malefícios para a saúde humana e ambiental da
exposição aos agrotóxicos (LOPES; ALBURQUEQUE, 2018, p. 519). A contaminação em
reservatórios de água, rios e recursos hídricos provoca danos à flora aquática e intoxicação dos
alimentos, gerando grandes danos para a saúde da população.

Figura 17 – Uso de agrotóxicos no Brasil.

Fonte: sul21.com.br [http://www.sul21.com.br/wp-


content/uploads/2017/07/20170721-infoagro.jpg]
Principais doenças causadas pelo uso de agrotóxicos:

Câncer: o câncer é a doença mais perigosa e fatal relacionada com o consumo contínuo e em excesso
de agrotóxicos. Os tipos de câncer mais comuns relatados são câncer de mama, cerebral, pulmonar e
de próstata. Lembrando que o câncer de pulmão é o que causa mais mortes no sexo masculino e que 1
entre 7 homens terá câncer de próstata.
Doenças nos rins: o trato urinário sofre muito dependendo do que ingerimos. Isso porque o corpo
humano realiza um trabalho de absorção e de filtragem, e os agrotóxicos podem afetar diretamente
essas áreas primordiais, destruindo os tecidos renais, podendo causar até mesmo a falência dos rins.
Danos ao fígado: o fígado é outro órgão bastante afetado pela absorção do organismo de produtos
considerados prejudiciais à saúde. Os agrotóxicos afetam perigosamente as funções celulares do
fígado, causando várias doenças hepáticas que têm como característica sintomas silenciosos.
Alergias: sendo o veneno uma substância química altamente potente, o organismo humano pode
esboçar reações indesejadas como o desenvolvimento de alergias. Muitas vezes, não sabemos ao certo
quais são as causas de todas as alergias do nosso corpo, e os agrotóxicos utilizados no cultivo dos
alimentos que você coloca à mesa podem ser a resposta.

Disponível em: globo.com [https://gq.globo.com/Corpo/Saude/noticia/2018/08/12-doencas-


mais-perigosas-causadas-por-agrotoxicos.html] .

Os efeitos da exposição aos agrotóxicos podem ser agudos, conforme demonstrado no quadro 3,
ou crônicos, como visto no quadro 4.

Quadro 3 – Principais efeitos agudos e sintomas da exposição ao agrotóxico.

Efeitos agudos Sintomas

Através da pele Irritação na pele, ardência, desidratação e alergias.

Através da respiração Ardência no nariz e boca, tosse, coriza, dor no peito e dificuldade de respirar.

Através da boca Irritação da boca e garganta, dor de estomago, náuseas, vômitos e diarreia.

Fonte: inca.gov.br [https://www.inca.gov.br/exposicao-no-trabalho-e-no-ambiente/agrotoxicos] .

Quadro 4 – Principais efeitos crônicos da exposição ao agrotóxico.

Efeitos crônicos
Efeitos crônicos

Dificuldade para dormir.


Esquecimento.
Aborto.
Impotência.
Depressão.
Problemas respiratórios graves.
Alteração do funcionamento do fígado e dos rins.
Anormalidade da produção de hormônios da tireoide.
Incapacidade de gerar filhos.
Malformação e problemas no desenvolvimento intelectual e físico das crianças.
Câncer.

Fonte: inca.gov.br [https://www.inca.gov.br/exposicao-no-trabalho-e-no-ambiente/agrotoxicos] .

10.1 Classificação

A classificação dos agrotóxicos é utilizada para fins de registro e reavaliação pela Anvisa. É
baseada no grau de toxicidade das substâncias. No quadro 5, podemos observar essa
classificação.

Quadro 5 – Classificação dos agrotóxicos quanto à toxicidade.

CATEGORIA 1 CATEGORIA CATEGORIA 3 CATEGORIA CATEGORIA NÃO

2 4 5 CLA

EXTREMAMENTE ALTAMENTE MODERADAMENTE POUCO IMPROVÁVEL NÃO

TÓXICO TÓXICOMO TÓXICO TÓXICO DE CAUSAR CLA

DANO

AGUDO

PICTOGRAMA Sem símbolo Sem

PALAVRA DE PERIGO PERIGO PERIGO CUIDADO CUIDADO Sem

ADVERTÊNCIA adv

CLASSE DE

PERIGO

ORAL Fatal se ingerido Fatal se Tóxico se ingerido Nocivo se Pode ser -

ingerido ingerido perigoso se

ingerido
DÉRMICA Fatal em contato Fatal em Tóxico em contato Nocivo em Pode ser -

com a pele contato com com a pele contato perigoso em

a pele com a pele contato com

a pele

INALATÓRIA Fatal se inalado Fatal se Tóxico se inalado Nocivo se Pode ser

inalado inalado perigoso se

inalado

COR DA FAIXA VERMELHO VERMELHO AMARELO AZUL AZUL VER

Fonte: inca.gov.br [https://www.inca.gov.br/exposicao-no-trabalho-e-no-ambiente/agrotoxicos] .

A relação entre a exposição a agrotóxicos e o desenvolvimento de câncer ainda gera polêmicas,


devido ao fato, principalmente, de os indivíduos estarem expostos a diversas substâncias
tóxicas. Mesmo ocorrendo o risco de intoxicação e o seu desenvolvimento cancerígeno, a
recomendação é de precaução com o uso e o contato com agrotóxicos.

Os agrotóxicos são classificados em:


Inseticidas: usados para controlar os insetos e pragas das plantações.
Herbicidas: utilizados para matar as plantas que são consideradas danosas para as
plantações.
Bactericidas: usadas para controlar as bactérias que podem afetar as plantações.
Fungicidas: usados para controlar os fungos que crescem em locais de plantio. (DIANA, 2018).

Deve-se salientar, entretanto, que para muitas doenças, a exemplo do câncer, com longos períodos

de latência, quando o diagnóstico é estabelecido, o paciente pode já estar aposentado e, embora a

causa da doença possa ser atribuída a exposições sofridas durante sua fase produtiva, estabelecer o

nexo com o trabalho torna-se muitas vezes difícil. (WÜNSCH FILHO, 2004, p. 109).

O quadro 6 demonstra a lista de ativos dos ingredientes autorizados pela Anvisa para produtores
rurais.

Quadro 6 – Classificação dos agrotóxicos quanto à toxicidade.


Princípios ativos dos agrotóxicos liberados

Governo anunciou a liberação de 16 pesticidas nesta segunda (2). São 2 produtos biológicos e 14 genéricos.

Produtos Classificação da

Princípio ativo autorizados Situação na União Europeia e EUA Anvisa*


Princípios ativos dos agrotóxicos liberados

Governo anunciou a liberação de 16 pesticidas nesta segunda (2). São 2 produtos biológicos e 14 genéricos.

Produtos Classificação da

Princípio ativo autorizados Situação na União Europeia e EUA Anvisa*

Glufosinato 1 Autorizado com restrições na UE (uso de Produto improvável de

equipamentos na aplicação) e em reavaliação nos causar dano agudo

EUA

Malationa 1 Autorizado com restrições (uso em estufas) na UE e Produto improvável de

em reavaliação nos EUA causar dano agudo

Sulfentrazona 1 Sem registro na UE e liberado nos EUA Produto

medianamente tóxico

Trichoderma 2 Autorizado na UE e em reavaliação nos EUA Produto improvável de

harzianum causar dano agudo

(biológico)

Diafentiurom 1 Sem registro na UE e nos EUA Produto pouco tóxico

Mancozebe 2 Autorizado na UE e nos EUA Produto improvável de

causar dano agudo

Mesotriona 1 Autorizado na UE e em reavaliação nos EUA Produto não

classificado

Azoxistrobina 2 Autorizado na UE e em reavaliação nos EUA Produto improvável de

causar dano agudo

Abamectina com 1 Autorizado na UE e em reavaliação nos EUA Produto

ciantraniliprole moderadamente

tóxico

Isoxaflutol 1 Autorizado na UE e em reavaliação nos EUA Produto improvável de

causar dano agudo

Espirodiclofeno 1 Autorizado na UE e nos EUA Produto improvável de

causar dano agudo

Tiodicarbe 1 Sem registro na UE e em reavaliação nos EUA Produto pouco tóxico

Difeconazol 1 Autorizado na UE e nos EUA Produto altamente

tóxico

* Anvisa leva em conta o potencial do agrotóxico matar uma pessoa


Fonte: amazonia.org.br [https://amazonia.org.br/2020/03/governo-libera-o-registro-de-16-agrotoxicos-
genericos-para-uso-dos-produtores-rurais/] .
Cerca de 100 outros agentes são tidos como possivelmente cancerígenos para humanos, devido
ao alto índice de intoxicação e efeitos deletérios à saúde humana. Assim, é fundamental
estabelecer medidas preventivas a fim de evitar a contaminação por esses agentes tóxicos,
através de EPIs e informativos de prevenção para os trabalhadores (WÜNSCH FILHO, 2004, p.
107).

Caso queira saber mais sobre o tema, leia a notícia Número de mortes e doenças causadas por
agrotóxicos está subestimado, diz pesquisadora, disponível no link a seguir: cartacapital.com.br
[https://www.cartacapital.com.br/sociedade/numero-de-mortes-e-doencas-causadas-por-
agrotoxicos-esta-subestimado-diz-pesquisadora/] .

10.2 Toxicologia ocupacional

A toxicologia ocupacional é um ramo da ciência que estuda os efeitos nocivos causados por
substâncias químicas presentes no ambiente de trabalho. O desequilíbrio fisiológico é
consequente de alterações bioquímicas no organismo quando este é exposto a alguma
substância química via inalação, ingestão ou contato, provocando sequelas e até mesmo óbitos
(BRITO, MARTINS, 2015).

Para Ruppenthal (2013), os fatores que influenciam a toxicidade de uma substância são a
frequência de exposição, a duração da exposição e a via de administração da substância. Para
isso, deve-se conhecer o tipo de efeito que ela produz, a dose para produzir o efeito, as
informações sobre as características/propriedades da substância e detalhes sobre a exposição e
a condição de saúde do indivíduo afetado.

Intoxicação é um processo patológico causado por substâncias endógenas ou exógenas,


caracterizado por desequilíbrio fisiológico, consequente das alterações bioquímicas no
organismo (RUPPENTHAL, 2013, p. 20). Diversos tipos de substância podem causar intoxicação
aos trabalhadores, como gasolina, álcool, querosene, acetona, alvejantes, inseticidas e
praguicidas.

Para Ruppenthal (2013, p. 22), as fases da toxicologia são descritas como:


Fase de exposição – é a fase em que as superfícies externa ou interna do organismo entram
em contato com o toxicante. É importante considerar nessa fase a via de introdução, a
frequência e a duração da exposição, as propriedades físico-químicas, assim como a dose ou
a concentração do xenobiótico e a suscetibilidade individual.
Fase de toxicocinética – inclui todos os processos envolvidos na relação entre a
disponibilidade química e a concentração do agente nos diferentes tecidos do organismo. [...]
Fase de toxicodinâmica – compreende a interação entre as moléculas do toxicante e os sítios
de ação, específicos ou não, dos órgãos e, consequentemente, a alteração do equilíbrio
homeostático.
Fase clínica – é a fase em que há evidências de sinais e sintomas, ou ainda, alterações
patológicas detectáveis mediante provas diagnósticas, caracterizando os efeitos nocivos
provocados pela interação do toxicante com o organismo.
11 Doenças decorrentes de exposição a solventes

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2018a), solventes (também chamados de


dissolventes ou dispersantes) são

substâncias que permitem a dispersão de outra substância, denominada soluto, em seu meio.

Algumas atividades laborais podem expor seus trabalhadores a níveis elevados de solventes,

aumentando o risco de desenvolvimento de doenças, tais como o câncer.

11.1 Benzeno

Os trabalhadores de postos de combustíveis estão expostos às ações do benzeno, que é uma


das substâncias mais produzidas em quantidade e diversidade e está presente na composição
de diversos produtos, sendo encontrado principalmente no petróleo e na produção do carvão. O
benzeno é considerado uma substância altamente perigosa, podendo afetar negativamente a
saúde da população e o ambiente, quando utilizada de maneira incorreta (INCA, 2018b).

Quadro 7 – Formas de exposição ao benzeno.

No trabalho Ambiental

Trabalhadores dos Nos grandes centros urbanos, onde há maior concentração de veículos, a

setores de população em geral está exposta a concentrações altas de benzeno no ar.

siderúrgica.

Frentista.

Produção e utilização

de tintas.

Fabricação de

plástico.

Produção de couro.

Indústria de borracha

(pneus e outros).

Fonte: Instituto Nacional de Câncer (INCA, 2018b).


Efeitos agudos:
Normalmente suas manifestações ocorrem até 24 horas após o contato com o combustível,
pois causa efeitos tóxicos para sistema nervoso central; os sintomas são: aceleração dos
batimentos cardíacos, dificuldade respiratória, tremores, convulsão, irritação das mucosas
oculares e respiratória, podendo causar edema (inchaço) pulmonar.

Efeitos crônicos:
Anemia, sangramento excessivo (no nariz, por exemplo) e queda do sistema imunológico,
aumentando as chances de infecções e de desenvolvimento de cânceres sanguíneos de
vários tipos, como as leucemias, além da suspeita de relações a outros tumores. (INCA,
2018b).

O benzeno pode ser relacionado à extração de petróleo e também ao gás natural e os solventes
através dos laboratórios químicos, sendo altamente tóxico.

O benzeno e os produtos que o contêm (gasolina, por exemplo), quando em contato com a pele,
são absorvidos e passam para a corrente sanguínea, podendo provocar os mesmos danos de
quando é inalado. Já a absorção pode ser mais eficaz ainda no caso de pele com ferimento, pelo
fato de o benzeno ser mais rapidamente absorvido se estiver relacionado com contaminante em
solventes (LAUXEN, 2016, p. 4).

11.2 Medidas de controle do benzeno

Algumas medidas protetivas e preventivas precisam ser tomadas com o intuito de prevenir
agravos à saúde dos trabalhadores, principalmente nos postos de gasolina. Algumas medidas
podem ser descritas como:

Empregadores em postos de gasolina:


Garantir aventais e luvas impermeáveis para os lavadores de carro;
Fornecer gratuitamente uniforme e calçados de trabalho adequados aos riscos, bem como
garantir a higienização destes semanalmente;
Instalar peças protetoras contra respingo nas bombas de abastecimento;
Realizar a manutenção do bico automático das bombas de abastecimento.

Funcionários de postos de gasolina:


Afastar o rosto da direção do tanque de combustível do veículo ou tanque do subsolo do
posto;
Evitar cheirar a tampa do veículo antes de abastecer;
Trocar o uniforme, caso esteja molhado de combustível;
Evitar lavar as mãos com combustível, nem mesmo com o etanol, pois outros agentes
químicos nocivos à saúde também são misturados a esse combustível. (INCA, 2018b).
Caso queira saber mais sobre o tema, leia o documento disponível no link a seguir, que trata da
intoxicação em locais de trabalho: quimicosunificados.com.br
[http://www.quimicosunificados.com.br/arquivos/2011/03/cartilha-intoxicacao-
2009_para_internet.pdf] .

O formol também é uma substância altamente tóxica e perigosa, uma vez que compromete a
função pulmonar do indivíduo, sendo um produto cancerígeno, liberado somente pela Anvisa em
baixas concentrações, conforme o quadro 8 a seguir.

O Formaldeído, conhecido popularmente como Formol [https://www.inca.gov.br/perguntas-

frequentes/formol] , é um agente químico produzido em larga escala e começou a ser usado

intensamente no Brasil a partir do ano 2000, nos salões de beleza para alisamento capilar, o que

expõem os trabalhadores a níveis mais elevados do que a população em geral. (INCA, 2018c).

Quadro 8 – Riscos do formol para a saúde.

Características da substância

O que é o formol Como intoxica Riscos para a saúde

Permitido apenas para A nocividade é maior Em curto prazo Em longo prazo

conservar cosméticos e como quando há inalação. Queda de Boca


cabelo. amarga.
agente endurecedor de unhas. É o que ocorre durante
Irritação. Dores de
É adicionado aos produtos na a realização de escovas Coceira. barriga.
Queimadura. Enjoos.
indústria, e não depois que já progressivas.
Inchaço. Vômitos.
está pronto. Descamação e Desmaios.
vermelhidão do Feridas na
Concentrações permitidas couro cabeludo. boca,
Ardência e narina e
Como conservante ... 0,2%
lacrimejamento olhos.
Em esmaltes ... 0,5% dos olhos. Câncer nas
Falta de ar. vias aéreas
Tosse. superiores.
Dor de cabeça. nariz
Ardência e Faringe.
coceira no Laringe.
nariz. Traqueia.
Brônquios.
Características da substância

O que é o formol Como intoxica Riscos para a saúde

Venda proibida

Desde 2009, não pode ser vendido, a não ser para

funerárias e universidades.

O desvio do formol é caso de polícia, assim como seu

acréscimo no produto acabado.

A punição é de 15 anos de prisão.

Fonte: beleza.culturamix.com [https://beleza.culturamix.com/dicas/os-riscos-do-formol-para-a-saude] .

Como observado, o formol possui inúmeros malefícios à saúde humana, tanto em curto quanto
em longo prazos. Entre eles, podemos destacar a intoxicação, causada pelo agente tóxico que, ao
ser inalado, chega até os pulmões, provocando sérios danos. Os efeitos à saúde do formol e as
principais medidas de controle estão descritos a seguir.

Principais efeitos à saúde

Efeitos agudos:
Irritações nos olhos, no trato gastrointestinal ou nas membranas das mucosas das vias
respiratórias.

Efeitos crônicos:
Asma, espasmos, tosse, chiado, edema pulmonar, além de câncer de nasofaringe, leucemia,
cavidade nasal e de seios paranasais, pulmão e outros cânceres hematológicos.

Medidas de controle

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária vem aos poucos elaborando leis cada vez mais

restritivas ao uso do formol e propondo substituição desse agente em vários produtos. No entanto,

empenhos devem ser feitos em relação a fiscalização dos ambientes de trabalho (INCA, 2018c).

No entanto, medidas de prevenção devem ser feitas em relação à fiscalização dos ambientes de
trabalho, pois esses produtos utilizados para alisar os fios contêm um teor de formol superior ao
permitido pela Anvisa na sua fórmula. A Anvisa permite apenas o limite de 0,2% da substância na
composição de cosméticos, inclusive alisantes, e de 5% para as unhas (ANVISA, 2019).

A principal via de aspiração desse produto é o sistema respiratório, pois os vapores logo atingem
a corrente sanguínea.
Caso queira saber mais sobre o tema, leia o artigo Os perigos do uso inadequado do formol na
estética capilar, disponível no link a seguir: semanticscholar.org
[https://pdfs.semanticscholar.org/0616/3ae478adfc707bd69d8bcaff198f8254bbad.pdf] .

A saúde do trabalhador é embasada em estratégias visando a promover e recuperar a saúde


diante de doenças ocupacionais. Diversas doenças comprometem o desempenho dos
trabalhadores, tanto musculoesqueléticas quanto ocupacionais, sendo que alguns podem
desenvolver seus sintomas em longo prazo. Estratégias da saúde do trabalhador, cada vez mais,
precisam ser levadas em consideração, promovendo ao trabalhador melhor relação de saúde no
âmbito do trabalho. Visando à segurança, os trabalhadores devem ser conscientizados e
orientados a usar os equipamentos de proteção individual. Dessa forma, são criadas estratégias
que priorizam a saúde do trabalhador e que, consequentemente, colaboram para o melhor
desempenho de suas atividades no trabalho.
Exercícios de fixação
(UFSC – 2014) Do ponto de vista de acidentes do trabalho, é correto afirmar que:

doença profissional é entendida como aquela produzida pelo exercício do trabalho peculiar a
determinada atividade constante da relação elaborada pelo Ministério da Previdência Social.

doença profissional é entendida como aquela adquirida em condições especiais em que o


trabalho é realizado, e quando a doença se relaciona diretamente com a atividade e consta da
relação elaborada pelo Ministério da Saúde.

doenças profissionais e doenças do trabalho não são equiparadas a acidentes do trabalho.

a ofensa física praticada contra o segurado no local e no horário de trabalho não é


considerada como acidente de trabalho.

o segurado que sofreu acidente de trabalho tem garantida a manutenção de seu contrato pelo
prazo igual ao período em que ficar afastado.
UNIDADE 4

Riscos ocupacionais na área


de saúde e fadiga
Objetivos:
Competências:

Relatar acerca dos riscos ocupacionais na área da saúde.

Relatar a fadiga física na vida dos trabalhadores.

Descrever acerca da fadiga psíquica no dia a dia dos trabalhadores.

Habilidades

Relatar sobre os principais riscos ocupacionais na saúde do trabalhador.

Descrever sobre a fadiga física e psíquica.

Introdução
O campo da saúde do trabalhador tem crescido muito, procurando criar diversas estratégias que lhe
promovam satisfação e bem-estar. A partir desses conhecimentos, várias leis têm sido criadas com
o intuito de estabelecer um nexo causal entre trabalho e saúde e integrar o trabalhador nesse
campo. Inúmeras ocasiões do trabalho têm levado o trabalhador a desenvolver doenças
ocupacionais, tanto físicas quanto psicológicas. Esses fatores levam ao não rendimento trabalhista,
provocando insatisfação com o trabalho, longas jornadas de trabalho e tantos outros fatores
negativos associados. Com base nesse conhecimento, as empresas precisam criar medidas para a
prevenção desses fatores, otimizando a satisfação e bem-estar dos trabalhadores ao realizar sua
jornada de trabalho com segurança, entusiasmo e consequentemente, gerar maiores lucros.
Videoaula - Riscos Ocupacionais na área da Saúde e Fadiga

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12 Riscos ocupacionais na área de saúde
Segundo Nascimento (2014),

A Portaria nº 25 (29/12/1994) destaca como principais classes de riscos ocupacionais: a) riscos

químicos (poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, vapores e substâncias compostas ou produtos

químicos em geral); b) riscos biológicos (vírus, bactérias, protozoários, fungos e outros); c) riscos

ergonômicos e de acidentes (esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso,

exigência de postura inadequada, controle rígido de produtividade, imposição de ritmos excessivos,

trabalho em turno e noturno, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia e repetitividade, arranjo

físico inadequado, máquinas e equipamentos sem proteção, ferramentas inadequadas ou

defeituosas, probabilidade de incêndio ou explosão, entre outras situações causadoras de estresse

físico e/ou psíquico ou acedentes); d) riscos físicos (ruídos, vibrações, radiações ionizantes,

radiações não ionizantes, frio, pressões anormais, umidade e calor).

De acordo com Souza et al. (2014, p. 924),

para se estabelecer o nexo causal da relação saúde-doença do trabalhador, a compreensão acerca

dos riscos ocupacionais que envolvem o trabalho dos profissionais da saúde é essencial, pois, a

partir dessa compreensão, podem-se elaborar propostas de solução para o controle e/ou eliminação

dos riscos e dos agravos à saúde do coletivo profissional.

Dessa forma, destaca-se a real dificuldade da informação relativa à saúde dos trabalhadores, o
que dificulta ainda mais a prioridade acerca das políticas públicas.

O Ministério do Trabalho (MT) classifica os riscos ocupacionais de acordo com sua natureza: física,

química, biológica, ergonômica ou acidental. Assim, eles podem ser operacionais (riscos para

acidente), comportamentais ou ambientais (físicos, químicos ou biológicos, ergonômicos). Cada tipo

é identificado por uma cor, o que acarreta a facilidade de realizar a sinalização, a qual contribui,

portanto, para a segurança do trabalhador. (RISCOS OCUPACIONAIS, 2016).


Figura 18 – Riscos ocupacionais.

Fonte: nr12semsegredos.com.br
[https://www.nr12semsegredos.com.br/risc
os-ocupacionais-no-trabalho-o-que-sao-e-
como-classifica-los/] .

O que significa cada cor na classificação de riscos ocupacionais?

O grupo 1 é denominado de verde e se refere aos riscos físicos, como ruídos, vibrações, radiações

ionizantes, frio, calor, pressões anormais e umidade.

O grupo 2 corresponde à cor vermelha, que são os riscos químicos, como poeiras, fumos, névoas,

neblinas, gases, vapores e substâncias compostas ou produtos químicos que podem prejudicar a

saúde do trabalhador.

O grupo 3 é titulado com a cor marrom, que abrange os riscos biológicos: vírus, bactérias,

protozoários, fungos, parasitas e bacilos.

Já o grupo 4 recebe a cor amarela, que engloba os riscos ergonômicos, tais como esforço físico

excessivo, levantamento e transporte de peso exagerados, exigência de postura inadequada,

controle rígido de produtividade, trabalho noturno, jornadas de trabalho extensas, monotonia e

repetitividade, entre outras situações que se ligam ao estresse físico ou psicológico do trabalhador.

Por fim, há o grupo 5, que é definido como azul e se compõe de riscos de acidentes causados por

conjuntos físicos inadequados, máquinas e equipamentos sem proteção, ferramentas inapropriadas,

iluminação incorreta, eletricidade, probabilidade de incêndio ou explosão, armazenamento

inadequado, entre outras incontáveis situações de risco que poderão contribuir para ocorrência de

acidentes no ambiente de trabalho. (RISCOS OCUPACIONAIS, 2016).

O grupo 5 apresenta alto risco de periculosidade, mesmo diante dos diversos meios de
prevenção para que não ocorram acidentes com os trabalhadores. Para as profissões que
contêm diferentes tipos de riscos ocupacionais no local de trabalho, poderão ser incluídas mais
cores como aviso de risco de acidentes naquele ambiente.
13 Fadiga física
Segundo Chagas (2016),

considera-se fadiga no trabalho a alteração no mecanismo de controle psíquico e físico, quando este

não responde adequadamente às exigências do trabalho, ou responde com aumento de esforço da

resistência física e mental. [...]

Em contexto de trabalho, a fadiga física é um estado de esgotamento mental e/ou físico que reduz a

capacidade do indivíduo para realizar a sua atividade de forma segura. [...] Esta é frequentemente

apontada como uma das causas dos acidentes de trabalho.

Observe na figura 19 fatores determinantes da fadiga no trabalho.

Figura 19 – Fatores determinantes da fadiga no trabalho.

Fonte: Chagas (2016). Disponível emsafemed.pt [http://blog.safemed.pt/fadiga-no-


trabalho-fatores-e-consequencias/] .

A fadiga pode ser classificada em aguda e crônica.

A fadiga aguda pode ser aliviada pelo descanso e é de curta duração.


A fadiga crônica não pode ser aliviada pelo sono e pelo descanso. Geralmente decorre de atividades
intensas ou por outros fatores: sono insuficiente, estresse, ruídos e barulhos e trabalhos em posições
errôneas, o que gera dores articulares e musculares. Todos esses fatores geram consequências para o
corpo humano, como dores de cabeça e de estômago, irritabilidade e perda de apetite, entre outros.
Isso gera baixa produtividade e até mesmo acidentes de trabalho. É possível prevenir todos esses
problemas através de bons hábitos para o descanso físico, levando em consideração que as
condições de trabalho refletem na qualidade de vida dos trabalhadores.
Caso queira saber mais sobre o tema, leia sobre o artigo Transtornos mentais estão cada vez
mais presentes no trabalho, disponível no link a seguir: conjur.com.br
[https://www.conjur.com.br/2019-mar-08/reflexoes-trabalhistas-transtornos-mentais-cada-vez-
presentes-trabalho] .
14 Fadiga psíquica
A fadiga psíquica está relacionada ao trabalho e diversos fatores contribuem para a sua
ocorrência, podendo afetar tanto o desenvolvimento trabalhista quanto o convívio social dos
trabalhadores. Uma das principais queixas clínicas está relacionada a longas jornadas de
trabalhos, com exaustão e estresse físico, o que compromete a saúde psíquica dos indivíduos,
levando-os a desenvolver síndromes psíquicas. A principal manifestação é o esgotamento
psíquico e físico, marcado pela síndrome de burnout, uma patologia que impacta
significativamente a saúde do trabalhador.

Pessoas com esgotamento físico e mental tendem a ter o desenvolvimento do seu trabalho
limitado, uma vez que estão sobrecarregadas de estresse e tensões.

Na CID-10, as diretrizes para um diagnóstico definitivo apontam para as seguintes queixas: fadiga

aumentada após esforço mental; fraqueza e exaustão após esforço mínimo; sintomas autonômicos

ou depressivos não classificados em outros diagnósticos da CID-10 e duas ou mais das queixas de

dores musculares, tonturas, cefaleias, perturbação do sono, irritabilidade e dispepsia. (OLIVEIRA et

al., 2010, p. 634-635).

Além de ser um fenômeno que causa mal-estar, [a fadiga] provoca alterações no estado

psicossomático, podendo ser encarada como resultante de esforço físico e/ou mental associado às

condições ambientais e psicológicas, individuais e de trabalho. (OLIVEIRA et al., 2010, p. 634).

A classificação de Schilling foi criada com o objetivo de descrever os fatores que levam os
trabalhadores a desenvolver diversas patologias e acidentes em decorrência do trabalho. As
principais causas investigadas pela classificação são: iluminação inadequada, pisos impróprios
no ambiente de trabalho, cadeiras com apoio e altura errada e relações ergonômicas como
posturas viciosas, sem pausas para o descanso, e tudo aquilo mais que leva o trabalhador a
desenvolver inúmeras patologias tanto físicas como psíquicas.

Portanto, a contribuição do trabalho para a alteração da saúde mental se dá a partir de uma gama de

aspectos, desde fatores pontuais como a exposição a agentes tóxicos até a complexa articulação de

fatores relativos à organização do trabalho. No entanto, no território da saúde/ doença mental, a

distribuição na classificação de Schilling se complexifica. As teorias divergem sobre o papel do

trabalho no processo de adoecimento mental, considerandoo ou como determinante ou como fator

desencadeante a partir de uma estrutura pré-existente. Além disso, os transtornos mentais têm

uma etiologia multicausal em que conjuntos de diversos fatores interagem de modo complexo.

(JACQUES, 2007, p. 115).


Os fatores que contribuem para a ocorrência de LER/DORTs no ambiente de trabalho, mesmo que
tenham passados anos e o trabalhador comece a apresentar sintomas de acordo com a
patologia apresentada, também entram na classificação de Schilling. Por exemplo, os carvoeiros
que trabalham por anos expostos a fumaça são grupos propícios a desenvolver diversas
patologias como asma, enfisema pulmonar e atelectasias, entre outras doenças pulmonares.

Quadro 9 – Classificação de Schilling.

Classificação de Schilling (1984)

CATEGORIA EXEMPLOS

I. Trabalho como causa necessária; Intoxicação por chumbo;


Silicose;
Doenças profissionais
legalmente prescritas;
Outras.

II. Trabalho como fator de risco contributivo, mas não necessário; Doença coronariana;
Doenças do aparelho
locomotor;
Câncer;
Varizes do membros
inferiores;
Outras.

III. Trabalho como provocador de um distúrbio latente, ou Bronquite crônica;


agravador de doença já estabelecida. Dermatite de contato
alérgica;
Asma;
Doenças mentais;
Outras.

Fonte: abrham.org.br
[http://www.abrham.org.br/portal/painel/_galeria/uploads/paginas_internas/downloads/Palestra_Evandro_Mi
ola_-__Painel_Doencas_Ocupacionais_-_FORUM_DE_RELACOES_TRABALHISTAS_20.07.16.pdf] .

As doenças relacionadas ao trabalho se distribuem entre os grupos I, II e III, segundo a


classificação de Schilling, adotada no Brasil (JACQUES, 2007). Veja no quadro 10.

Quadro 10 – Grupos, sinais e sintomas de acordo com Schilling.

Grupo I Demência, delirium, transtorno cognitivo leve, transtorno mental

Exposição a agentes orgânico, episódios depressivos, síndrome de fadiga relacionada ao

tóxicos/fatores específicos trabalho, estado de estresse pós-traumático e transtorno do ciclo vigília-

sono.
Grupo II Alcoolismo crônico, outros transtornos neuróticos, síndrome de burnout,

Estudos epidemiológicos episódios depressivos e síndrome de fadiga relacionada ao trabalho.

demonstrando maior

frequência, intensidade ou

precocidade

Grupo III Alcoolismo crônico, outros transtornos neuróticos, síndrome de burnout,

Trabalho como fator episódios depressivos e síndrome de fadiga relacionada ao trabalho.

desencadeante ou agravante

Fonte: Jacques (2007). Disponível em: scielo.br [http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-


71822007000400015] .

As doenças relacionadas ao trabalho se distribuem entre os grupos I, II e III, segundo a classificação

de Schilling, adotada no Brasil. No primeiro grupo, em que o trabalho aparece como causa

necessária, estariam as doenças legalmente reconhecidas. No grupo II, o trabalho aparece como

fator contributivo mas não necessário e, no grupo III, o trabalho é considerado um provocador de um

distúrbio latente ou agravador de doença já estabelecida. (JACQUES, 2007, p. 115).

São aquelas doenças não definidas de forma direta como resultantes do trabalho, mas que
podem ser causadas por ele. Nesses casos, impõe-se a necessidade de laudo técnico que
estabeleça sua real origem.

Também são classificados no grupo I: o estado de estresse pós-traumático e o transtorno do ciclo

vigília-sono devido a fatores não orgânicos em trabalhadores que exercem suas atividades em

turnos alternados e/ou trabalho noturno.

Ainda fazem parte da lista de transtornos mentais e do comportamento relacionados ao trabalho

segundo a Portaria MS 1339/99: o alcoolismo crônico relacionado ao trabalho, o grupo classificado

como outros transtornos neuróticos e a síndrome de burnout ou síndrome do esgotamento

profissional (classificados ou no grupo II ou no grupo III). Evidências epidemiológicas de excesso de

prevalência em determinados grupos ocupacionais justificam a classificação no grupo II. Episódios

depressivos e síndrome de fadiga relacionada ao trabalho, quando não associadas à exposição a

algumas substâncias químicas, podem ser classificadas nos grupos II ou III. (JACQUES, 2007, p. 115).

Embasados nesse conhecimento, podemos dizer que a qualidade de vida dos trabalhadores está
interligada ao seu ambiente de trabalho, sendo este um dos principais fatores causadores de
doenças físicas e psíquicas.
Assim, a aplicação de um programa de melhoria da qualidade de vida é apresentada como
alternativa na busca da eliminação dos fatores de estresse que prejudicam o bem-estar da
população trabalhadora.

A saúde do trabalhador está associada com o trabalho porque o ambiente de trabalho é um fator
desencadeante de estresse físico e psíquico ao qual o indivíduo se submete no dia a dia. O
esgotamento físico decorrente da síndrome de burnout afeta muito a saúde do trabalhador,
gerando consequências como a depressão. Dessa forma, a saúde pública, juntamente com as
normas e leis em defesa do trabalhador, deve desenvolver seu papel na construção de medidas
alternativas que visem a priorizar a vida desses trabalhadores, gerando para as empresas melhor
geração de lucros e, para os trabalhadores, satisfação e bem-estar. Por isso, é de extrema
importância eliminar e/ou prevenir todos os fatores que possam colocar a vida dos
trabalhadores em risco.
Exercícios de fixação
(VUNESP – 2019) Para que um determinado problema de saúde seja considerado uma doença
ocupacional, é necessário que haja o nexo causal entre as condições em que o trabalho é
realizado e o agravo à saúde do indivíduo. Assim,

A intermação ou insolação é um quadro gravíssimo, ocasionado no centro térmico regulador


devido a uma sobrecarga térmica, em que o indivíduo apresenta aumento descontrolado da
temperatura com sintomas como cefaleia, vertigem, desmaio e pele quente e seca, sem suor.

As radiações ionizantes e não ionizantes, dependendo de seu comprimento de onda e da


quantidade de energia envolvida, podem provocar efeitos somáticos no organismo irradiado,
gerando mutações nos cromossomos ou genes das células germinativas.

O manganismo se refere à doença causada por manganês e seus compostos, cujos fumos
penetram no organismo por meio de pequenas lesões na pele e provocam cefaleia, astenia,
sonolência, espasmos musculares nos membros inferiores e excitação.

A perda auditiva induzida por ruído é causada pela exposição continuada a níveis de pressão
sonora elevados, e tem caráter progressivo se não cessar a exposição após o diagnóstico que,
ao apontar as frequências comprometidas, permite a reversão quase completa da perda já
ocorrida.

O saturnismo surge associado à indústria de baterias e de pigmentos para tintas e


estabilizantes para plásticos, com a exposição se dando por via respiratória e cutânea, sendo
esta última impossível para o chumbo tetraetila, que é incapaz de atravessar a pele íntegra.

(EBSERH – 2015) O indivíduo submetido ao estresse ocupacional pode deixar de responder


adequadamente às demandas do trabalho e geralmente se encontra irritável, ansioso e/ou
deprimido. Indivíduos com cronificação de altos níveis de estresse ficam vulneráveis ao
surgimento da síndrome de burnout. A síndrome é um processo de enfraquecimento decorrente
de um período prolongado de estresse profissional. O termo burnout é a junção de burn (queima)
e out (exterior), significando exaustão emocional, fadiga, frustração, desajustamento.

São fatores associados ao aparecimento da síndrome de burnout, exceto:

Baixa autonomia no desempenho das atividades profissionais.


Elevado reconhecimento no trabalho por parte dos pares e superiores.

Sobrecarga de trabalho.

Problemas de relacionamentos interpessoais (chefia, colegas ou clientes).

Sentimento de desqualificação e falta de cooperação dentro da equipe.

(FGV – 2019) Os riscos em um ambiente de trabalho podem ser classificados em diversos tipos,
como físicos, químicos, biológicos e ergonômicos.

Os itens a seguir são considerados riscos ergonômicos, à exceção de um. Assinale-o.

Calor excessivo.

Fadiga muscular.

Esforço físico intenso.

Repetitividade.

Postura inadequada.
Videoaula - Conclusão

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Considerações finais
O ambiente de trabalho tem crescido cada vez mais, buscando o aumento da produtividade dos
trabalhadores. Nessa dinâmica, torna-se imprescindível criar estratégias que beneficiem os
trabalhadores e tragam resultados satisfatórios, proporcionando melhores condições de saúde
no ambiente de trabalho e minimizando impactos negativos na empresa. Medidas que
promovam a prevenção de acidentes devem ser adotadas para diminuir a incidência de doenças
ocupacionais em decorrência de estresse físico, biomecânico e psíquico.

Além disso, longas e extenuantes jornadas de trabalho, sem pausas, devem ser combatidas e
desestimuladas pelas políticas públicas de saúde, a fim de prevenir e reabilitar a saúde dos
trabalhadores, através de programas compulsórios, oferecendo ao trabalhador uma melhor
qualidade de vida, gerando um bem-estar físico e psíquico e otimizando cada vez mais o ramo
empresarial.
Exercícios de fixação - respostas
(NUCEPE – 2019) Com relação ao “acidente de trabalho”, é incorreto afirmar que (OTTO;
VERGOTTI et al, 2019, p. 20):

Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de


empregador doméstico, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a
morte, a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Considera-se acidente do trabalho a doença profissional, assim entendida, produzida ou


desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da
respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social.

Considera-se acidente do trabalho a doença do trabalho, assim entendida, adquirida ou


desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se
relacione diretamente, constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho
e da Previdência Social.

Não se equipara ao acidente de trabalho o acidente sofrido pelo segurado no local e no


horário do trabalho, em consequência de ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado
por terceiro ou companheiro de trabalho.

Equipara-se ao acidente do trabalho o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido
a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda
da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua
recuperação.

(IBFC – 2016) Um trabalhador que manipula chumbo e que apresenta saturnismo desenvolve
doença produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e
constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego e da
Previdência Social. Assinale a alternativa que contemple o tipo de acidente de trabalho envolvido
neste caso, de ação traumatizante específica e diluída.

Acidente típico.

Doença do trabalho.

Doença profissional ou ocupacional.


Acidente de trajeto.

Doença corriqueira.

(FGV – 2010) As dermatoses ocupacionais podem ser entendidas como alterações encontradas
nas mucosas, pele e seus anexos que sejam direta ou indiretamente causadas, condicionadas,
mantidas ou agravadas por agentes presentes na atividade ocupacional ou no ambiente de
trabalho.

Com relação às dermatoses ocupacionais, é correto afirmar que:

Os fatores condicionadores que contribuem diretamente para o seu aparecimento são os


agentes ergonômicos existentes no meio ambiente, atuando diretamente sobre o tegumento,
quer causando, quer agravando dermatose preexistente.

A inspeção do local de trabalho é pouco produtiva no recolhimento de dados importantes


sobre os agentes potencialmente irritantes ou alergênicos, causadores de dermatoses.

Os agentes: biológicos (bactérias, fungos, leveduras, vírus e insetos), físicos (radiações não
ionizantes, calor, frio, eletricidade) e químicos (cimento, solventes, detergentes e ácidos)
podem causar dermatoses ocupacionais ou funcionar como fatores desencadeantes,
concorrentes ou agravantes.

Atendimento no ambulatório da empresa, inspeção periódica aos locais de trabalho, exames


periódicos e tratamento precoce das lesões são exemplos de prevenção primária às
dermatoses ocupacionais.

A não utilização de proteção adequada ou sua utilização incorreta, além da não observância
pelo trabalhador das normas de higiene e segurança padronizadas para a atividade que
executa, são fatores que não influenciam no aparecimento de dermatoses ocupacionais.

(VUNESP – 2015) Com relação à síndrome do túnel do carpo, assinale a alternativa correta.

Apresenta compressão do nervo ulnar no canal do carpo do punho.

O túnel do carpo é uma estrutura rígida delimitada pelos ossos do carpo e pelo ligamento
transverso do carpo.

Apresenta dor, parestesia e disestesia na distribuição cutânea do nervo ulnar decorrente de


movimentos repetitivos da mão.

É decorrente de lesões agudas no punho de origem traumática.

Leva à atrofia e perda da sensibilidade na região hipotenar.

(UFSC – 2014) Do ponto de vista de acidentes do trabalho, é correto afirmar que:

doença profissional é entendida como aquela produzida pelo exercício do trabalho peculiar a
determinada atividade constante da relação elaborada pelo Ministério da Previdência Social.

doença profissional é entendida como aquela adquirida em condições especiais em que o


trabalho é realizado, e quando a doença se relaciona diretamente com a atividade e consta da
relação elaborada pelo Ministério da Saúde.

doenças profissionais e doenças do trabalho não são equiparadas a acidentes do trabalho.

a ofensa física praticada contra o segurado no local e no horário de trabalho não é


considerada como acidente de trabalho.

o segurado que sofreu acidente de trabalho tem garantida a manutenção de seu contrato pelo
prazo igual ao período em que ficar afastado.

(VUNESP – 2019) Para que um determinado problema de saúde seja considerado uma doença
ocupacional, é necessário que haja o nexo causal entre as condições em que o trabalho é
realizado e o agravo à saúde do indivíduo. Assim,

A intermação ou insolação é um quadro gravíssimo, ocasionado no centro térmico regulador


devido a uma sobrecarga térmica, em que o indivíduo apresenta aumento descontrolado da
temperatura com sintomas como cefaleia, vertigem, desmaio e pele quente e seca, sem suor.

As radiações ionizantes e não ionizantes, dependendo de seu comprimento de onda e da


quantidade de energia envolvida, podem provocar efeitos somáticos no organismo irradiado,
gerando mutações nos cromossomos ou genes das células germinativas.
O manganismo se refere à doença causada por manganês e seus compostos, cujos fumos
penetram no organismo por meio de pequenas lesões na pele e provocam cefaleia, astenia,
sonolência, espasmos musculares nos membros inferiores e excitação.

A perda auditiva induzida por ruído é causada pela exposição continuada a níveis de pressão
sonora elevados, e tem caráter progressivo se não cessar a exposição após o diagnóstico que,
ao apontar as frequências comprometidas, permite a reversão quase completa da perda já
ocorrida.

O saturnismo surge associado à indústria de baterias e de pigmentos para tintas e


estabilizantes para plásticos, com a exposição se dando por via respiratória e cutânea, sendo
esta última impossível para o chumbo tetraetila, que é incapaz de atravessar a pele íntegra.

(EBSERH – 2015) O indivíduo submetido ao estresse ocupacional pode deixar de responder


adequadamente às demandas do trabalho e geralmente se encontra irritável, ansioso e/ou
deprimido. Indivíduos com cronificação de altos níveis de estresse ficam vulneráveis ao
surgimento da síndrome de burnout. A síndrome é um processo de enfraquecimento decorrente
de um período prolongado de estresse profissional. O termo burnout é a junção de burn (queima)
e out (exterior), significando exaustão emocional, fadiga, frustração, desajustamento.

São fatores associados ao aparecimento da síndrome de burnout, exceto:

Baixa autonomia no desempenho das atividades profissionais.

Elevado reconhecimento no trabalho por parte dos pares e superiores.

Sobrecarga de trabalho.

Problemas de relacionamentos interpessoais (chefia, colegas ou clientes).

Sentimento de desqualificação e falta de cooperação dentro da equipe.

(FGV – 2019) Os riscos em um ambiente de trabalho podem ser classificados em diversos tipos,
como físicos, químicos, biológicos e ergonômicos.

Os itens a seguir são considerados riscos ergonômicos, à exceção de um. Assinale-o.


Calor excessivo.

Fadiga muscular.

Esforço físico intenso.

Repetitividade.

Postura inadequada.
Autoria
Diana Pacheco
Autora
Fisioterapeuta formada pela Universidade Estadual de Londrina (2002). Possui formação em
Fisioterapia pela Unaerp há 16 anos, com experiência em fisioterapia hospitalar, UTI, home care e
treinamento em ventilação mecânica domiciliar. Leciona há 12 anos na Uniceplac (Centro
Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos), tendo já lecionado na Facesa, com
experiência na orientação de TCCs em diversas áreas com foco em reabilitação cardiovascular,
mobilização precoce e projetos de reabilitação cardiovascular e pulmonar. Experiência nas
disciplinas de reabilitação cardíaca e pulmonar, fisiologia do exercício, cinesioterapia, ética e
deontologia, anatomia geral e do aparelho locomotor, fisioterapia integrada (direcionada à
promoção à saúde), SUS, ergonomia, próteses e órteses e supervisão em estágio em reabilitação
cardiovascular, fisioterapia hospitalar e UTI geral. Estudos na área de gestão em educação
superior presencial e EAD e cursos de metodologias ativas. Foi membro do NDE do curso de
Fisioterapia por seis meses, curso de Coaching pela SBC e, no momento, doutoranda pela
Universidade Ibero-Americana (México) na modalidade EAD e cursando a pós em Reabilitação
em Oncologia pela Unyleya, também EAD.
Glossário

Acidente
Fato que tem início e desenvolvimento geralmente bruscos, independente da vontade humana,
causado por múltiplos motivos, com intervenção de alguns fatores externos, que superam a
capacidade de resposta da pessoa e são potencialmente capazes de causar dano. Fonte:
saude.gov.br
[http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/glossario_tematico_saude_trabalhador_mercosul.p
df] . Acesso em: 9 set. 2019.

Amianto
Termo que designa um grupo de minerais metamórficos fibrosos que se encontram de forma
natural nas formações rochosas, compostos quimicamente por uma variedade de silicatos
caracterizados por sua grande resistência ao calor. Fonte: saude.gov.br
[http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/glossario_tematico_saude_trabalhador_mercosul.p
df] . Acesso em: 25 set. 2019.

Asbestose
Doença pulmonar progressiva e crônica provocada pela exposição ao asbesto ou ao amianto,
caracterizada pela fibrose progressiva crônica do órgão, com a consequente perda da
capacidade respiratória. Fonte: bvsms.saude.gov.br
[http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/glossario_tematico_saude_trabalhador_mercosul.p
df] . Acesso em: 9 set. 2019.

iBurnouti
O termo provém do inglês e é traduzido como “estar queimado”. Síndrome de esgotamento
emocional, despersonalização e baixa realização pessoal que pode ocorrer entre indivíduos cujo
trabalho implica atenção ou ajuda a pessoas. Fonte: bvsms.saude.gov.br
[http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/glossario_tematico_saude_trabalhador_mercosul.p
df] . Acesso em: 18 set. 2019.

Carcinogênese
Indução por meio de agentes químicos, físicos ou biológicos de neoplasmas que não são
observados usualmente; indução precoce de neoplasmas observáveis; e/ou indução de um
número maior de neoplasmas que os encontrados habitualmente. Fonte: bvsms.saude.gov.br
[http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/glossario_tematico_saude_trabalhador_mercosul.p
df] . Acesso em: 9 set. 2019.
Compulsório
Adjetivo masculino que classifica algo que obriga ou compele a fazer alguma coisa. Fonte:
significados.com.br [https://www.significados.com.br/compulsorio/] . Acesso em: 18 jul. 2019.
Bibliografia
Bibliografia Clássica
BRASIL. Decreto nº 7.602/2011, de 7 de novembro de 2011. Dispõe sobre a Política Nacional de
Segurança e Saúde no Trabalho - PNSST. Brasília, Diário Oficial da União, 8 nov. 2011. Disponível
em: planalto.gov.br [http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
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