Desenho Da Figura Humana
Desenho Da Figura Humana
Desenho Da Figura Humana
Humana
Prof.ª Vania Konell
Prof.ª Tatiane Jeruza Odorizzi
Prof.ª Cristiane Kreisch
2016
Copyright © UNIASSELVI 2016
Elaboração:
Vania Konell
Tatiane Jeruza Odorizzi
Cristiane Kreisch
743.4
K82d Konell; Vânia
204 p. : il.
ISBN 978-85-515-0034-7
III
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
UNI
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 - A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NA HISTÓRIA DA ARTE .1
VII
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 73
2 DESENHO DA CABEÇA HUMANA ........................................................................................... 73
2.1 OLHOS . ........................................................................................................................................ 77
2.2 NARIZ . ......................................................................................................................................... 78
2.3 BOCA ............................................................................................................................................ 80
2.4 ORELHAS . ................................................................................................................................... 81
RESUMO DO TÓPICO 2 ................................................................................................................... 83
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 84
VIII
3 O DESENHO SE PERDE? O DESENHO NA ADOLESCÊNCIA E NA FASE
ADULTA ............................................................................................................................................. 170
4 O VILÃO DA ESCOLA: O ESTEREÓTIPO ................................................................................. 171
RESUMO DO TÓPICO 2 ................................................................................................................... 174
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 175
IX
X
UNIDADE 1
A REPRESENTAÇÃO DA
FIGURA HUMANA NA
HISTÓRIA DA ARTE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. Em cada um deles, você encontrará
atividades que auxiliarão na compreensão dos conteúdos apresentados.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico serão apresentadas algumas formas de representação gráfica
da figura humana, que foram realizadas durante séculos de existência do homem
na Terra, partindo da pré-história até a arte moderna.
Os desenhos da figura humana, que têm sua primeira aparição por meio
de registros na pré-história, se mostram com aparências distintas que vão desde
a abstração das formas até o desenho realista. Para Derdyk (1990, p. 70), “as
alterações estilísticas que ocorrem na representação da figura humana são uma
pequena amostragem da visitação do pensamento e da sensibilidade humana por
paisagens até então desconhecidas”.
3
UNIDADE 1 | A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NA HISTÓRIA DA ARTE
Isto talvez tenha acontecido porque o homem percebeu que sua presença
na Terra não era definitiva. O homem sempre sentiu a necessidade de se retratar,
na tentativa de aprisionar sua imagem e talvez o próprio tempo. De acordo com
Derdyk (1990, p. 70):
4
TÓPICO 1 | PERCEPÇÃO HISTÓRICA DA FIGURA HUMANA
UNI
Figura estilizada: é o desenho que não possui todas as formas reais ou não
possui todos os detalhes.
5
UNIDADE 1 | A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NA HISTÓRIA DA ARTE
UNI
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TÓPICO 1 | PERCEPÇÃO HISTÓRICA DA FIGURA HUMANA
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UNIDADE 1 | A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NA HISTÓRIA DA ARTE
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TÓPICO 1 | PERCEPÇÃO HISTÓRICA DA FIGURA HUMANA
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UNIDADE 1 | A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NA HISTÓRIA DA ARTE
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TÓPICO 1 | PERCEPÇÃO HISTÓRICA DA FIGURA HUMANA
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UNIDADE 1 | A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NA HISTÓRIA DA ARTE
UNI
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TÓPICO 1 | PERCEPÇÃO HISTÓRICA DA FIGURA HUMANA
Já a Arte Barroca que surgiu na Itália, entre os séculos XVI e XVII, foi uma
arte preocupada com o indivíduo e com a personalidade, como também com o
naturalismo da visualização, compreendendo, principalmente, a arte do retrato.
Para Hogarth (1998, p. 52), “a figura feminina pela primeira vez na história numa
forma não idealizada, emocional, viva, pulsante, respeitada como igual ao seu
oposto contemporâneo na arte”.
13
UNIDADE 1 | A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NA HISTÓRIA DA ARTE
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TÓPICO 1 | PERCEPÇÃO HISTÓRICA DA FIGURA HUMANA
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UNIDADE 1 | A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NA HISTÓRIA DA ARTE
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TÓPICO 1 | PERCEPÇÃO HISTÓRICA DA FIGURA HUMANA
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UNIDADE 1 | A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NA HISTÓRIA DA ARTE
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TÓPICO 1 | PERCEPÇÃO HISTÓRICA DA FIGURA HUMANA
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UNIDADE 1 | A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NA HISTÓRIA DA ARTE
Já a Pop Art, que foi instituída nos anos 50 nos Estados Unidos, marca
a cultura de massa, com reflexo da imagem voltada para a mídia e os meios
de comunicação. A imagem que o movimento artístico pop prega está ligada
à transitoriedade do tempo e da imagem do ser humano em um momento de
exibição do corpo por meio da técnica de impressão.
20
TÓPICO 1 | PERCEPÇÃO HISTÓRICA DA FIGURA HUMANA
21
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, vimos que:
22
AUTOATIVIDADE
23
HOMEM COM UMA GUITARRA, 1911. GEORGES BRAQUE. MOMA, EUA
a) A Arte Moderna.
b) A Arte Contemporânea.
c) A Arte Primitiva.
d) A Arte Renascentista.
24
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico serão apresentadas as formas de perceber e entender o corpo
humano durante o tempo e o espaço. No decorrer da história da humanidade, a
imagem do corpo foi alvo de inspiração para muitos artistas, que, dependendo da
época, representavam a imagem do corpo de maneiras diferentes. Ora mostravam
o corpo de forma estilizada, ora mostravam-no de forma grotesca, ora mostravam
o corpo de forma idealizada e ora mostravam-no de forma real.
25
UNIDADE 1 | A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NA HISTÓRIA DA ARTE
Este modo de perceber as obras, que instiga o olhar reflexivo e crítico, faz
com que a arte se torne permanente no momento presente. Portanto, este tópico
apresentará a história da arte numa busca pela compreensão das diferentes visões
da figura humana e do corpo nu na sociedade.
26
TÓPICO 2 | A FIGURA HUMANA E A ESTÉTICA DO PENSAMENTO VISUAL
E
IMPORTANT
27
UNIDADE 1 | A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NA HISTÓRIA DA ARTE
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TÓPICO 2 | A FIGURA HUMANA E A ESTÉTICA DO PENSAMENTO VISUAL
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UNIDADE 1 | A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NA HISTÓRIA DA ARTE
UNI
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TÓPICO 2 | A FIGURA HUMANA E A ESTÉTICA DO PENSAMENTO VISUAL
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UNIDADE 1 | A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NA HISTÓRIA DA ARTE
Outra técnica que foi criada também pelo artista Leonardo foi o
“chiaroscuro”, que se define pelo contraste entre luz e sombra na representação das
figuras. Esta técnica só era possível quando se tinha conhecimento de perspectiva
e dos efeitos que a luz poderia provocar sobre o objeto.
32
TÓPICO 2 | A FIGURA HUMANA E A ESTÉTICA DO PENSAMENTO VISUAL
33
UNIDADE 1 | A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NA HISTÓRIA DA ARTE
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TÓPICO 2 | A FIGURA HUMANA E A ESTÉTICA DO PENSAMENTO VISUAL
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UNIDADE 1 | A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NA HISTÓRIA DA ARTE
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TÓPICO 2 | A FIGURA HUMANA E A ESTÉTICA DO PENSAMENTO VISUAL
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UNIDADE 1 | A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NA HISTÓRIA DA ARTE
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TÓPICO 2 | A FIGURA HUMANA E A ESTÉTICA DO PENSAMENTO VISUAL
UNI
Assista ao filme: Olho nu. Direção: Joel Pizzini. Brasil, 2012. 101 minutos.
39
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico foram apresentadas as formas de perceber e entender o
corpo humano e o nu artístico durante o tempo e o espaço.
40
AUTOATIVIDADE
41
2 – Observe a imagem:
a) Um despido mitológico.
b) A retratação de uma mulher real.
c) Uma pintura alegórica.
d) A representação de uma imagem grotesca.
42
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
O corpo traduz linguagens que sempre estiveram presentes em todas
as épocas, desenvolvendo discussões ao considerar que o corpo e a alma são
portadores e agentes de conhecimento. Para Derdyk (1990, p. 18):
43
UNIDADE 1 | A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NA HISTÓRIA DA ARTE
Como tudo o que existe, o corpo é visto e isso implica entender que ele
pode ser interpretado, pois pode se comunicar. Derdyk (1990, p. 23) direciona seu
olhar para um pensamento de que corpo e alma juntos são elementos primordiais
para o ser no mundo, dizendo que:
44
TÓPICO 3 | A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA DO CORPO COMO LINGUAGEM
Observe a imagem:
Essa é uma fotografia do grupo de rock brasileiro Secos & Molhados, que
surgiu nos anos de 1970 em plena ditadura. O grupo, que estava fazendo muito
sucesso em meio a um grande número de pessoas com ideais conservadores, tinha
uma atitude extremamente provocadora com seus rostos pintados e vestimentas
extravagantes. O grupo buscava estratégias cênicas para conceber a liberdade
individual. Assim, o corpo assume a função expressiva, como era o caso da
representação do cantor do grupo, Ney Matogrosso.
45
UNIDADE 1 | A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NA HISTÓRIA DA ARTE
46
TÓPICO 3 | A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA DO CORPO COMO LINGUAGEM
Vários povos, tidos como grupos originários, como é o caso das etnias
indígenas, cultivam e mantêm as tradições até os dias atuais em suas comunidades.
Isto possibilita indicadores capazes de identificar que a fotografia acima trata-se
de um homem que pertence a alguma tribo indígena, bem como, trata-se de uma
tribo tradicional em seus costumes.
Estas marcas servem, na maioria das vezes, para distinguir grupos e famílias
étnicas. Também possuem significados dentro da tribo, como por exemplo, para
alguns grupos os desenhos no corpo estão associados a determinadas fases da vida.
47
UNIDADE 1 | A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NA HISTÓRIA DA ARTE
Você já fez alguma alteração no seu corpo? Furou as orelhas para usar
brincos ou furou outra parte do corpo para usar piercing? Você pinta o cabelo?
Fez alguma tatuagem? Caso já tenha feito alguma modificação em seu corpo, ela
contém algum significado?
FIGURA 38 - PRISCILLA DAVANZO (1978). PARA SER MAIS BELO E EFICIENTE. INTERVENÇÃO
URBANA E PERFORMANCE, 2005. PARQUE DO IBIRAPUERA, SÃO PAULO. REGISTROS
FOTOGRÁFICOS DE PATRÍCIA CECATTI
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TÓPICO 3 | A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA DO CORPO COMO LINGUAGEM
UNI
UNI
49
UNIDADE 1 | A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NA HISTÓRIA DA ARTE
LEITURA COMPLEMENTAR
Alessandro Silva
Edição de Imagens: Diana Melo
50
TÓPICO 3 | A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA DO CORPO COMO LINGUAGEM
51
UNIDADE 1 | A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NA HISTÓRIA DA ARTE
Inovador
52
TÓPICO 3 | A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA DO CORPO COMO LINGUAGEM
53
RESUMO DO TÓPICO 3
• O corpo pode ser entendido como a prova da existência do ser humano no
mundo, que se expressa e se comunica. Todas as pessoas possuem um corpo que
ocupa um certo espaço na vida terrestre, e este corpo é percebido inseparável da
mente humana que pensa, que reflete, que questiona, que sonha, que inventa,
que cria, que imita, que simboliza e que age.
54
AUTOATIVIDADE
1 – Visualize a imagem:
Esta imagem se refere a uma performance, feita pela artista Marina Abramovic
(Belgrado, 1946), que teve como título “Rhythn 0” (Ritmo 0). Esta obra
foi realizada no ano de 1974, no Museu de Arte Moderna de Nova York –
MoMA. Nesta performance, a artista colocou sobre uma mesa vários objetos
que poderiam agradar ou destruir. Estes objetos ficaram disponíveis para o
público interferir no corpo da artista durante seis horas.
Caro acadêmico! Descreva aspectos que fazem dessa obra ser considerada uma
performance, como também, relate sobre o que você acredita que as pessoas
fizeram, ou seja, quais foram as interferências feitas no corpo da artista e por
que motivo.
55
FIGURA - UMA GAROTA, 2006. RONALD RON MUECK
56
UNIDADE 2
DESENHANDO A
FIGURA HUMANA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Nessa unidade vamos:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. Em cada um deles, você encon-
trará atividades que auxiliarão na compreensão dos conteúdos apresentados.
57
58
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
A figura humana sempre exerceu um certo fascínio para o homem e sua
produção artística ao longo dos tempos. Podemos refletir sobre isso e perceber
quanto o corpo humano é complexo em sua totalidade. Para desenhar uma figura
humana de maneira bela são necessários vários conhecimentos, procedimentos
técnicos, um olhar apurado, capaz de perceber detalhes e proporções.
59
UNIDADE 2 | DESENHANDO A FIGURA HUMANA
NOTA
60
TÓPICO 1 | COMO CONSTRUIR A FIGURA HUMANA NO DESENHO
A discussão para definir qual era o cânon correto foi intensa. Os artistas
no Renascimento não chegaram a um consenso. Michelangelo utilizou os cânones
de sete cabeças e meia e o de oito cabeças e meia, enquanto que Leonardo da Vinci
utilizou o cânon de oito cabeças e aprofundou seus estudos para criar o chamado
Homem Vitruviano, usado como referência estética de simetria e proporção em
vários países. (Esse conteúdo já foi abordado na Unidade 1 desse caderno de
estudos). O cânone de nove cabeças foi escolhido por Boticelli e o de 11 cabeças
por El Greco, que buscava alongar suas figuras de maneira intensa, sendo possível
perceber, que vários artistas fizeram uso de cânones diferentes.
61
UNIDADE 2 | DESENHANDO A FIGURA HUMANA
62
TÓPICO 1 | COMO CONSTRUIR A FIGURA HUMANA NO DESENHO
Por meio desse exercício é possível observar em qual posição está a figura,
e traçar as linhas básicas para delimitar o corpo e os seus membros. Perceba, por
meio dessa imagem, que o corpo humano é simétrico, ou seja, apresenta no lado
direito e no lado esquerdo as mesmas partes, como: braço, perna, ombros etc.
63
UNIDADE 2 | DESENHANDO A FIGURA HUMANA
64
TÓPICO 1 | COMO CONSTRUIR A FIGURA HUMANA NO DESENHO
Existem muitos outros exemplos e esquemas que podem ser feitos, como
o manequim articulado de madeira. Porém, vamos compreender a partir de
agora outra regra muito importante: a perspectiva. Como aplicar a perspectiva
no desenho de figura humana?
65
UNIDADE 2 | DESENHANDO A FIGURA HUMANA
66
TÓPICO 1 | COMO CONSTRUIR A FIGURA HUMANA NO DESENHO
UNI
67
UNIDADE 2 | DESENHANDO A FIGURA HUMANA
68
TÓPICO 1 | COMO CONSTRUIR A FIGURA HUMANA NO DESENHO
69
UNIDADE 2 | DESENHANDO A FIGURA HUMANA
FIGURA 50 - DESENHOS REALISTAS – LÁPIS GRAFITE E CRAYON - ARTISTA JOÃO PAULO MENDES
70
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico vimos que:
• Luz e sombra é uma técnica aplicada ao desenho da figura humana para produzir
os efeitos de volume. A partir da incidência da luz é possível delimitar as áreas
mais claras e as mais escuras da figura, para aplicar com o lápis as variações
tonais que irão definir cada parte do corpo e suas formas.
71
AUTOATIVIDADE
2- Neste exercício observe como o corpo humano pode ser simplificado por linhas.
Elas nos orientam e auxiliam a produzir os esquemas visuais para iniciar os
esboços. Observe na figura a seguir, busque representar primeiramente as
linhas para nortear a sua produção, em seguida vá preenchendo as linhas com
as formas arredondadas, dando forma ao corpo humano.
72
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
O rosto humano sempre foi visto e apreciado por artistas e pelas pessoas
que o observam. Conseguir desenhar o rosto com suas formas, detalhes é
realmente algo muito belo e desafiador. O desenho do rosto requer um estudo
aprofundado de cada parte que o compõe e pode, por meio dos traços, revelar a
personalidade de quem foi retratado, como também, do artista que o produziu.
73
UNIDADE 2 | DESENHANDO A FIGURA HUMANA
Perceba que nesse exemplo a forma oval foi dividida em quartos, foi traçada
uma linha no meio da forma para delimitar a linha dos olhos. A linha vertical
no meio da forma auxilia na produção do desenho para que fique proporcional.
Em seguida, os elementos do rosto foram inseridos de acordo com o formato e a
localização correta. O desenho de perfil fica da seguinte maneira:
74
TÓPICO 2 | PORMENORES DA CABEÇA HUMANA
Observe que a forma oval está inclinada, tem uma linha cortando na
diagonal a forma. Também há um quadrado, na região em que são desenhadas as
partes do rosto, a linhas dos olhos, nariz e boca e orelha.
75
UNIDADE 2 | DESENHANDO A FIGURA HUMANA
76
TÓPICO 2 | PORMENORES DA CABEÇA HUMANA
2.1 OLHOS
Para desenhar os olhos, assim como cada parte do rosto, é importante
situá-los no local adequado. É importante perceber cada parte que compõe o
olho: globo ocular, íris, pupila, pálpebras e cílios. Observe a imagem:
77
UNIDADE 2 | DESENHANDO A FIGURA HUMANA
2.2 NARIZ
Existem vários tipos e formatos de narizes. Mas vamos estudar o tamanho-
padrão, para compreender como se desenha essa parte do rosto. Para desenhar
de frente é necessário comparar “a distância entre as duas laterais do nariz com a
distância entre o canto interno do olho e a base do nariz. Normalmente, a base do
nariz é um pouco menor” (HALLAWELL, 2010, p. 138).
78
TÓPICO 2 | PORMENORES DA CABEÇA HUMANA
79
UNIDADE 2 | DESENHANDO A FIGURA HUMANA
2.3 BOCA
Juntamente com os olhos, a boca é o que dá a expressão de personalidade
ou até mesmo de emoção ao rosto. Para fins de estudos utilizaremos aqui a boca
padrão, porém há vários outros tipos. Segundo Hallawell (2010, p. 153),
80
TÓPICO 2 | PORMENORES DA CABEÇA HUMANA
2.4 ORELHAS
As orelhas possuem uma forma oval na parte superior e, na parte de
baixo, a forma circular. Cada pessoa possui características próprias, mas, no
geral, a medida da orelha será proporcional à medida do nariz. Existem algumas
saliências na orelha, por isso, ao desenhar essa parte da cabeça, é importante
observar os detalhes.
81
UNIDADE 2 | DESENHANDO A FIGURA HUMANA
82
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, vimos que:
• Para desenhar os olhos, assim como cada parte do rosto, é importante situá-los
no local adequado. É importante perceber cada parte que compõe o olho: globo
ocular, íris, pupila, pálpebras e cílios.
83
AUTOATIVIDADE
1- Boca.
2- Olhos.
3- Nariz.
4- Orelha.
1 - BOCA:
2 - OLHOS:
84
3 - NARIZ:
4 - ORELHA:
85
2- O rosto humano é um grande desafio no desenho! Essa parte
do corpo é muito interessante, pois permite expressar vários
sentimentos e emoções. Primeiramente, olhe-se no espelho
e procure representar em seu rosto: medo, tristeza, raiva e
felicidade. Em seguida, observe na figura e busque desenhar as
expressões apresentadas. Você pode complementar o desenho
com cabelos e orelhas. Bom trabalho!
Raiva Tristeza
Medo Felicidade
FONTE: Disponível em: <http://www.inteligemcia.com.br/tranquilo-e-favoravel-mas-nem-
sempre/>. Acesso em: 8 nov. 2016.
86
UNIDADE 2
TÓPICO 3
RETRATO E AUTORRETRATO
1 INTRODUÇÃO
O desenho do retrato e do autorretrato está presente na história da arte e
modifica suas concepções e significados ao longo do tempo. É importante salientar
que até o século XX o desenho era considerado um estudo das formas, exercício
acadêmico em que se copiava uma escultura ou um esboço para produzir,
posteriormente, uma pintura.
Foi a partir do período citado que o desenho passa a ser considerado
obra de arte, possível de ser lida e exposta como outras linguagens. Porém, não
significa dizer que o desenho não possa continuar sendo desenvolvido como
meio complementar para a prática artística, o que ocorre é um processo híbrido,
em que ambas as possibilidades se entremeiam e acontecem concomitantemente.
Vamos estudar, nesse tópico, como o retrato e o autorretrato foram
desenvolvidos por artistas em períodos históricos diferentes e ampliar nosso
conhecimento acerca disso.
Para compreender como acontece um desenho de retrato de modelo vivo,
são necessários vários procedimentos técnicos e conhecimentos específicos acerca
desse gênero, tão explorado em contextos históricos diversos e que permanece
sendo produzido até a contemporaneidade.
87
UNIDADE 2 | DESENHANDO A FIGURA HUMANA
88
TÓPICO 3 | RETRATO E AUTORRETRATO
89
UNIDADE 2 | DESENHANDO A FIGURA HUMANA
90
TÓPICO 3 | RETRATO E AUTORRETRATO
91
UNIDADE 2 | DESENHANDO A FIGURA HUMANA
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TÓPICO 3 | RETRATO E AUTORRETRATO
93
UNIDADE 2 | DESENHANDO A FIGURA HUMANA
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TÓPICO 3 | RETRATO E AUTORRETRATO
95
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, vimos que:
96
AUTOATIVIDADE
97
98
UNIDADE 2
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico serão estudados as partes do corpo como o tronco, e os
membros inferiores e superiores. O tronco é uma importante parte no desenho
da figura humana. Alguns artistas iniciam seus estudos e trabalho com base no
desenho do torso, pois é nesse local que se originam os movimentos do corpo. O
tronco liga os membros, estes geram os movimentos.
2 TRONCO
Para o artista Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni (1475-1564), o
tronco era a principal parte do corpo humano, ele dedicava especial atenção a ela,
pois a considerava como a origem do movimento. “Para êle (sic), o importante
eram os músculos do tronco, dos membros, que se torcem, inclinam, esticam;
considerando, entretanto, que as partes movidas, a cabeça, as mãos e os pés,
apresentavam tão sòmente (sic) um interêsse (sic) secundário” (PARRAMÓN,
1973, p. 60).
99
UNIDADE 2 | DESENHANDO A FIGURA HUMANA
100
TÓPICO 4 | ESTUDO DAS PARTES DO CORPO
3 BRAÇOS
Podemos comparar o formato dos braços com o cilindro, para começar
o esboço. A partir dessa forma os braços começam a ter vida com a marcação
dos músculos e a aparência dos ossos em alguns pontos, porém a aparência
mais próxima do real irá acontecer a partir do trabalho com luz e sombra, isso
representará o volume das formas. Veja no exemplo:
4 PERNAS
Existem vários tamanhos e tipos de pernas, cada modelo apresentará
suas características, obviamente. Assim como os braços, a forma das pernas é
cilíndrica e o processo de aplicação de luz e sombra é semelhante, conforme
citado anteriormente.
101
UNIDADE 2 | DESENHANDO A FIGURA HUMANA
5 MÃOS
As mãos são a parte mais complicada do corpo humano para desenhar.
Vamos começar com um exercício: observe suas mãos em diferentes posições,
abertas, fechadas, escondendo um ou mais dedos, apontado para alguma direção.
Perceba que são infinitas as possibilidades de posicionar as mãos. Por esse motivo,
essa parte é a mais complexa. Mas também, pelo fato de ser desafiador, o desenho
das mãos é um grande aprendizado.
Vamos analisar algumas dimensões das mãos: os dedos equivalem à metade
do comprimento da mão, a largura da mão tem a mesma medida na altura das
102
TÓPICO 4 | ESTUDO DAS PARTES DO CORPO
juntas e forma um arco. Vale lembrar que essas são medidas que correspondem
ao valor médio, mas existem pessoas com tamanhos e formatos bem diferentes.
Para desenhar cada modelo é necessário o exercício da observação detalhada.
Observe o esquema a seguir para compreender melhor:
As mãos são a parte do corpo que fica descoberta, como o rosto. Como
não se usam roupas ou qualquer acessório que as escondam, o desenho é
produzido baseando-se no real, no que é visto. Em uma composição essa parte
do corpo desempenha um papel importante. Se estiver desenhada de maneira
desproporcional, pode gerar um efeito estético ruim.
Vamos pensar na forma da mão, ela é resultado de sua estrutura interna,
ou seja, o esqueleto. Analise a figura:
103
UNIDADE 2 | DESENHANDO A FIGURA HUMANA
Os nós dos dedos formam uma linha paralela, assim também os nós do
punho formam essa mesma regra. Essa observação auxilia quando se deseja
desenhar as dimensões proporcionalmente, o que garantirá um bom desenho.
Exercitar o desenho de mãos em diferentes posições é imprescindível para
compreender essas regras na prática. Observe a imagem e tente representar,
exercite-se!
104
TÓPICO 4 | ESTUDO DAS PARTES DO CORPO
6 PÉS
Os pés também não são simples de desenhar. Um importante passo é
perceber a sua forma, com o auxílio de algumas linhas é possível enquadrá-lo
para compreender a estrutura básica. Como no exemplo a seguir:
105
UNIDADE 2 | DESENHANDO A FIGURA HUMANA
A forma principal dos pés é o arco, “sendo que a planta e o calcanhar são
as regiões onde ele repousa” (VANDERPOEL, 1979, p. 118). Na planta, o pé é mais
largo e afina-se em direção dos dedos. “O segundo dedo, sendo o mais longo,
forma o ápice do grupo. Da planta para trás, a largura diminui gradualmente até
a superfície redonda do calcanhar” (VANDERPOEL, 1979, p. 118).
106
TÓPICO 4 | ESTUDO DAS PARTES DO CORPO
107
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, vimos que:
• O tronco também pode ser chamado de torso, os elementos que fazem parte
são: o pescoço, a barriga, o tórax, as genitálias, o quadril, as nádegas e as
costas. Nessa área há uma grande concentração de músculos. Alguns artistas
consideram essa uma das mais importantes partes do desenho da figura
humana, pois ali se originam os movimentos do corpo.
108
AUTOATIVIDADE
2 - PÉS:
109
2- A obra da artista Tarsila do Amaral será a inspiração para esta atividade.
Observe os detalhes da imagem, e desenvolva uma releitura dessa obra
dando destaque para os pés. É necessário utilizar o fragmento da obra onde
aparecem os pés, em seguida desenhar a imagem com giz de cera, lápis
de cor e até colagem de papel colorido. O objetivo é criar algum calçado
diferenciado. Explore sua criatividade!
Observação: Esta atividade é muito interessante para ser trabalhada também
em sala de aula, quando você acadêmico realizar suas atividades docentes.
Socialize esta atividade com os colegas da turma.
110
UNIDADE 2
TÓPICO 5
1 INTRODUÇÃO
A figura humana masculina possui suas características, bem como
a figura feminina e a infantil também possuem. Cada qual, suas medidas e
especificidades. Basta observar o corpo de homens, mulheres e crianças e teremos
a clara impressão das diferenças.
111
UNIDADE 2 | DESENHANDO A FIGURA HUMANA
112
TÓPICO 5 | FIGURA HUMANA MASCULINA, FEMININA, INFANTIL E JUVENIL
113
UNIDADE 2 | DESENHANDO A FIGURA HUMANA
É preciso ter em mente que a figura feminina não foi representada sempre
da mesma maneira. No início do século, a mulher tinha um corpo com a cintura
fina, resultado do uso de espartilho e cadarços, o que modificava sua estrutura
física, além do desdobramento do busto e dos quadris. Com o passar do tempo
a mulher foi modificando sua condição de vida e seus costumes sociais. O papel
da mulher mudou, atualmente desempenha diversas profissões, pratica esportes,
e todo esse processo modifica também o seu corpo. Percebe-se que ombros já não
são mais tão estreitos, o aparelho respiratório foi mais desenvolvido, o perfil é
mais afinado, a silhueta é mais alta, entre outras características.
Isso não quer dizer que todas as mulheres tenham o mesmo padrão de
corpo. Observe na figura alguns exemplos de corpos diferentes:
114
TÓPICO 5 | FIGURA HUMANA MASCULINA, FEMININA, INFANTIL E JUVENIL
115
UNIDADE 2 | DESENHANDO A FIGURA HUMANA
A partir dos dois anos até os seis, há uma proporção de seis cabeças em
média, lembrando que nem todas as crianças apresentam o mesmo ritmo de
crescimento. As pernas ocupam a medida de três cabeças.
116
TÓPICO 5 | FIGURA HUMANA MASCULINA, FEMININA, INFANTIL E JUVENIL
LEITURA COMPLEMENTAR
Alexandre Jubran
Metodologia de aula
117
UNIDADE 2 | DESENHANDO A FIGURA HUMANA
118
TÓPICO 5 | FIGURA HUMANA MASCULINA, FEMININA, INFANTIL E JUVENIL
• É muito mais fácil para o professor dar uma aula expositiva, aplicar
um exercício e uma leitura sem maiores discussões, mas a experiência
empírica mostra que esse não é o melhor caminho. Os alunos já não aceitam
mais este tipo de aula. Todo o ambiente é importante, e os estudantes podem
avaliar o professor e a aula.
119
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, vimos que:
120
AUTOATIVIDADE
121
2 - Vimos como os cânones variam de acordo com a faixa etária dos indivíduos.
Observe na imagem, no lado esquerdo o esquema que mostra como são as
medidas de um corpo adulto e de um corpo de criança. A ênfase nesse
exercício é o desenho da figura da criança. Desenhe as figuras indicadas:
recém-nascido, de um ano, de dois anos, de três anos e de quatro anos.
122
UNIDADE 3
O DESENHO DA FIGURA
HUMANA NO CONTEXTO
ESCOLAR
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. Em cada um deles, você encontra-
rá atividades que o auxiliarão na compreensão dos conteúdos apresentados.
123
124
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo à última unidade do caderno de estudos.
Nessa unidade você conhecerá um pouco sobre o desenho da figura humana no
contexto escolar.
125
UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
Bons estudos!
O desenho é a maneira de expressão mais rica que existe, pois não utiliza
palavras ou símbolos rígidos, mas é fruto da alma das pessoas. Desenhar é um
ato pré-histórico e uma das primeiras manifestações que o homem utilizou para
se expressar.
126
TÓPICO 1 | REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NO DESENHO INFANTIL
FONTE: A autora
127
UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
128
TÓPICO 1 | REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NO DESENHO INFANTIL
É ainda importante saber que a criança passa por algumas fases no seu
processo de representação através do desenho. Vejamos o que diz Derdyk (1990,
p. 104):
UNI
Vale destacar o filme: Como estrelas na Terra. O filme mostra uma lição de vida
e o papel do desenho na vida da criança. Um garoto que foi tratado com respeito por um
professor, que soube valorizar e entender as diferenças, usa como forma de expressão a arte,
incentivando-o e mostrando que seu problema pode ser superado e que sua deficiência não
o tornava diferente dos outros. A dislexia é uma doença que está longe de ser solucionada, e
o que salvou o garoto não foi a descoberta da doença, mas sim, os novos métodos utilizados
pelo educador, fazendo com que o menino aprendesse a lidar com sua diferença. Este filme
retrata a realidade na qual vivemos, os alunos com diversas deficiências são colocados em
escolas normais e, infelizmente, as escolas regulares e os professores não estão preparados
para essa mudança. Torna-se necessário que os futuros educadores saibam lidar com esses
problemas no contexto escolar, para poder encontrar meios e soluções para trabalhar com
essa e as demais deficiências.
129
UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
130
TÓPICO 1 | REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NO DESENHO INFANTIL
LUQUET L O W E N F E L D I A V E L B E R G HEIMANN
(1913) (1947) (1993) (2015)
Realismo Fortuito Garatuja Ação Garatuja Desordenada
Garatuja Nomeada Garatuja Ordenada
Garatuja Nomeada
R e a l i s m o Pré-esquema Imaginação Pré-esquemática
Fracassado
R e a l i s m o Esquema Apropriação Esquematismo
Intelectual
Realismo Visual Realismo Proposição Realismo
Pseudonaturalismo
Fase da Adolescência
FONTE: A autora
131
UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
132
TÓPICO 1 | REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NO DESENHO INFANTIL
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UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
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TÓPICO 1 | REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NO DESENHO INFANTIL
De acordo com Luquet (1969), nessa etapa a criança cria convicção de que
pode realizar tudo por meio do desenho. O desenho é algo mágico e que lhe dá o
poder de se posicionar diante de seus pensamentos.
135
UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
136
TÓPICO 1 | REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NO DESENHO INFANTIL
Essa etapa se inicia aos quatro anos de idade e se estende até por volta dos
10 ou 12 anos. "Esse período caracteriza-se pelo fato de que a criança desenha do
objeto não aquilo que vê, mas aquilo que sabe" (MÈREDIEU, 1974, p. 22).
De acordo com Pillar (1996), a criança, nessa fase, utiliza processos gráficos
variados, como: a descontinuidade, o rebatimento, a transparência, a planificação
e a mudança de pontos de vista.
137
UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
138
TÓPICO 1 | REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NO DESENHO INFANTIL
139
UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
UNI
Semelhante ao desenho das crianças, Pablo Picasso retrata a figura humana por
meio de vários pontos de vista em um único plano.
140
TÓPICO 1 | REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NO DESENHO INFANTIL
141
UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
A primeira etapa é o "Estágio das garatujas", que acontece por volta dos
dois anos de idade. Nessa etapa, a criança rabisca sem intenção e sem controle,
de forma desordenada e que aos poucos vai percebendo seus movimentos e
controlando e organizando seus traços. Nessa fase, as crianças exploram mais os
movimentos de seu corpo e espaço (LOWENFELD; BRITAIN, 1977).
De acordo com Lowenfeld (1954), quando a criança chega aos dois anos de
idade, começa a traçar linhas no papel assim que vê um lápis. Esses movimentos
são desordenados e confusos e são exteriorizados a partir dos seus sentimentos,
como o de felicidade. Após alguns meses, consegue ter o controle e perceberá
que pode produzir traços no papel a partir da sua própria vontade, e assim o fará
exaustivamente.
142
TÓPICO 1 | REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NO DESENHO INFANTIL
143
UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
A terceira etapa é o "Estágio esquemático", que tem início aos sete anos de
idade e pode ir até os nove anos. Nessa fase, o conceito de forma já foi desenvolvido
e os desenhos da criança são representativos, descritivos e demonstram uma
organização das ideias abordadas.
144
TÓPICO 1 | REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NO DESENHO INFANTIL
145
UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
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TÓPICO 1 | REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NO DESENHO INFANTIL
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UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
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TÓPICO 1 | REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NO DESENHO INFANTIL
149
UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
A primeira fase é a das "Garatujas desordenadas", que vai até dois anos
de idade, quando a criança não tem consciência de que o risco é consequência do
movimento do lápis, não olha para o que faz, segura o lápis de qualquer maneira,
com as duas mãos em movimentos desordenados sobre a folha (HEIMANN, 2015).
151
UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
A terceira fase é a das "Garatujas nomeadas", que inicia a partir de três anos
de idade. Nesse momento, a criança passa muito tempo desenhando, descreve
o que faz, o que pretende fazer. Alguns movimentos circulares e associados a
verticais começam a dar forma à figura humana (HEIMANN, 2015).
152
TÓPICO 1 | REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NO DESENHO INFANTIL
153
UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
De acordo com Heimann (2015), nessa etapa os desenhos ainda não são
organizados de forma coerente, pois são produzidos de forma solta e sem relação
entre si. A própria escolha das cores é subjetiva e aplicada de acordo com suas
emoções. Como podemos analisar na imagem a seguir, aos poucos a criança
começa a retratar suas experiências da realidade, por meio de formas e cores que
já visualizou e que lhe são familiares.
154
TÓPICO 1 | REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NO DESENHO INFANTIL
155
UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
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TÓPICO 1 | REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NO DESENHO INFANTIL
Esta fase pode se estender até os nove anos. É uma fase que indica grandes
mudanças no pensamento infantil. Em seu desenho, as linhas de base podem
tanto simbolizar a base onde estão colocadas as coisas, como a superfície do
terreno. A criança expressa sua visão de um lado e de outro da cena. Encontram-
se desenhos misturados nos planos e elevação na própria composição.
157
UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
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TÓPICO 1 | REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NO DESENHO INFANTIL
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UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
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TÓPICO 1 | REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA NO DESENHO INFANTIL
UNI
Derdyk (1990, p. 108) nos diz ainda que “o processo de aquisição da figura
humana nos faz pensar na nossa própria construção como ser no mundo”, mais
do que isso: “A representação da figura humana estabelece vínculos de identidade
profundos com nós mesmos – estamos ali: expostos".
UNI
162
RESUMO DO TÓPICO 1
• Luquet (1969) foi um dos primeiros a estudar o grafismo infantil e para ele
o desenho é a exteriorização de algo que foi concebido pela criança em seus
pensamentos. O desenho é a reprodução do modelo interno que a criança
possui do objeto que ela vê no seu dia a dia.
163
AUTOATIVIDADE
• GRUPO 1: Este grupo deverá desenhar uma figura humana em uma folha de
papel. Também poderá usar colagem de recortes de revistas e jornais. Segue
imagem exemplificando a atividade do Grupo 1:
164
FONTE: Acervo pessoal da autora.
165
166
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Desenhar é um ato que acompanha o ser humano desde os primeiros anos
de vida. A necessidade de expor, de se comunicar e deixar sua marca no mundo
faz do desenho um ato político e ao mesmo tempo informativo.
Na infância o desenho faz parte da rotina das crianças, porém ele continua
na adolescência e na fase adulta. Na fase da adolescência e na adulta, o desenho
passa a não ser mais interessante para a maioria dos jovens e, além disso, o
conceito de beleza pode intimidar os adolescentes e adultos de expor seus traços
que, muitas vezes, não condizem com os cânones e padrões estabelecidos.
167
UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
Sabemos que cada ser é único, pois tem experiências diferentes, mesmo
irmãos gêmeos, que em geral vivem em um mesmo contexto e possuem uma
mesma rotina e o mesmo círculo familiar, isso porque cada um possui suas
individualidades, tem sentimentos variados, vivências, vontades, sonhos, desejos,
medos e frustrações.
Quando pensamos que o desenho possibilita exteriorizar todos esses
sentimentos, podemos ver que cada criança os apresenta de uma forma diferente.
Esperar que a criança siga à risca cada fase das etapas do desenvolvimento do
desenho citados pelos autores no Tópico 1 desta unidade seria muita ousadia,
mas podemos contribuir para que as crianças tenham um bom desenvolvimento
expressivo e gráfico, sem interferir muito em suas criações.
Uma estratégia muito importante para desenvolver o desejo e aptidões
para desenhar a figura humana é estimular o repertório visual das crianças,
adolescentes, jovens e adultos que gostam de desenhar, mesmo que não consigam,
mas desejam realizar, pois quando observamos estamos alimentando nossa
criatividade e ideias para de certa forma representá-las futuramente. É como diz
o ditado: Um bom escritor é, sobretudo, um bom leitor.
Conforme Achcar (2016) quando se refere a propostas didáticas por meio
de desenho, o professor precisa planejar e ter consciência sobre o objetivo da sua
atividade. É preciso criar estratégias e situações para alimentar a imaginação
e a criatividade das crianças sobre o tema por meio de vários materiais, como:
canetinha, lápis, tinta, giz de cera, carvão e diversos suportes, como papelão,
papel, chão, areia, parede, vidro, etc.
Achcar (2016) aborda que perguntar "o que é isso?" aos pequenos ou pedir
que eles contem a história do desenho não é recomendável. "Isso induz a criança
a tentar interpretar o desenho e a dar nome a traços que não foram feitos com
168
TÓPICO 2 | TRABALHANDO A FIGURA HUMANA EM SALA DE AULA
169
UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
170
TÓPICO 2 | TRABALHANDO A FIGURA HUMANA EM SALA DE AULA
UNI
Uma leitura que pode contribuir com sua formação docente é a pesquisa
intitulada: “O desenhar de adolescentes: características na produção gráfica de seis meninos”,
que aborda características do desenho de seis meninos adolescentes.
FONTE: Disponível em: <ttp://www.unioeste.br/prppg/mestrados/letras/revistas/travessias/
ed_006/EDUCA%C7AO/PDF/DESENHAR%20ADOLESCENTES%20-%20PRONTO.pdf>.
171
UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
172
TÓPICO 2 | TRABALHANDO A FIGURA HUMANA EM SALA DE AULA
173
RESUMO DO TÓPICO 2
174
AUTOATIVIDADE
SEQUÊNCIAS DE ATIVIDADES
A sequência de atividades se constitui em uma série planejada e orientada
de tarefas, com objetivo de promover uma aprendizagem específica e
definida. São sequências que podem fornecer desafios com diferentes graus
de complexidade, auxiliando as crianças a resolverem problemas a partir
de diferentes proposições. Por exemplo, se o objetivo é fazer com que elas
avancem em relação à representação da figura humana por meio do desenho,
pode-se planejar várias etapas de trabalho complementares, ajudando-as
numa elaboração progressiva e cada vez mais rica de seus conhecimentos e
habilidades, como:
175
176
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! Bem-vindo ao último tópico do caderno de estudos. Nesse
momento vamos abordar um modo mais prático da figura humana no contexto
escolar. Dessa forma, abordamos autores que sugerem atividades pedagógicas.
Cabe aos professores adequá-las de acordo com cada idade para que se tornem
diversificadas e apropriadas para cada faixa etária.
177
UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
e potencial criador. Mas desenhar tem a ver com dom? Ensina-se a desenhar? Ou
essa é uma aptidão que algumas pessoas possuem?
Por que que pensar assim, se o processo é o mesmo? A luz que projeta
no objeto e na figura humana, o enquadramento, a proporção, a sombra são os
mesmos. Então, por que é tão difícil desenhar a figura humana? Que o corpo
humano é complexo podemos concordar, porém existem muitos objetos que
também são.
178
TÓPICO 3 | PROPOSTAS DIDÁTICAS E METODOLÓGICAS DO DESENHO DA FIGURA HUMANA EM SALA DE AULA
De acordo com Iaverlberg (2013), para que o aluno se liberte dos estereótipos
é necessário que o professor crie intervenções didáticas para estimular essa ação.
Alguns recursos são sugerir meios e suportes diferentes, realizar atividade a
partir de imagens da arte, vincular seus desenhos a experiências.
179
UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
3.1 NA INFÂNCIA
Na Educação Infantil, o desenho da figura humana aparece desde cedo,
porém com algumas particularidades, muitas vezes, nulas diante do nosso olhar,
porém ele está representado entre rabiscos e muitas cores.
Quanto mais materiais (como giz de cera e papel) tiver ao seu alcance,
melhor será seu desenvolvimento. Passada essa fase inicial, sua experiência
melhora, ela percebe que há relação entre o movimento que faz e seus riscos. Sua
ação é mais coordenada. Esse prazer leva para outros movimentos já circulares,
resultado do movimento feito com todo o braço. Durante esses movimentos, fala,
conta histórias, mesmo sem ligação visual.
180
TÓPICO 3 | PROPOSTAS DIDÁTICAS E METODOLÓGICAS DO DESENHO DA FIGURA HUMANA EM SALA DE AULA
Temas que podem ser propostos nessa fase, de acordo com Heimann (2015):
Entre os temas abordados para essa fase, temos a ação com brincadeiras:
cuidar do jardim, pular corda com amiguinhos, montar uma cabana. Representação
de espaço: como eu e a minha mãe fomos ao mercado; um passeio no parque
zoológico. Fazer um raio X, visitando diferentes andares de um shopping center,
andares de um prédio, minha casa. Os temas devem ser caracterizados pelas
palavras, estimulando a consciência do eu e de outra pessoa ligada a ele (ação). O
objetivo é expressar, identificar e envolver sentimentos.
Na fase do realismo, Heimann (2015) sugere que a partir dessa idade pode-
se usar todos os tipos de materiais. Trabalhar a cooperação entre colegas é muito
importante. São sugeridos trabalhos em duplas ou em grupos.
181
UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
182
TÓPICO 3 | PROPOSTAS DIDÁTICAS E METODOLÓGICAS DO DESENHO DA FIGURA HUMANA EM SALA DE AULA
183
UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
Uma das caricaturas mais antigas de que se tem registro foi realizada por
Manoel de Araújo, de Porto Alegre, em 1837, e publicada em um jornal chamado
Monitor Mercantil. Feita apenas em preto e branco, a caricatura de Manoel de
Araújo trouxe, por meio do desenho, a denúncia de seu pior inimigo, o então
político Justiniano José da Rocha. Manoel retratou o recebimento de dinheiro por
parte de seu inimigo.
184
TÓPICO 3 | PROPOSTAS DIDÁTICAS E METODOLÓGICAS DO DESENHO DA FIGURA HUMANA EM SALA DE AULA
Para desenhar pessoas, você deve olhar com atenção para sua família, seus
amigos ou celebridades. Todo mundo tem um traço marcante que pode render
uma ótima caricatura. Reúna fotos de pessoas em diferentes trajes, posições e
poses. Consulte-as para ter ideias quando for desenhar caricaturas.
185
UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
DICAS
Você pode usar círculos e figuras ovais para fazer personagens: formas
alongadas produzem personagens altos e magros, círculos produzem pessoas gorduchas.
Crie a partir da mistura de formas.
186
TÓPICO 3 | PROPOSTAS DIDÁTICAS E METODOLÓGICAS DO DESENHO DA FIGURA HUMANA EM SALA DE AULA
DICAS
Outra estratégia apontada por Nicholson; Robis (2008) é a cabeça de ovo. Não
é assim tão fácil desenhar os rostos das pessoas vistas de perfil, de cima ou de baixo. Um
ovo cozido pode ser um item muito útil do seu estojo de desenho. Por meio de três passos
podemos desenvolver a percepção do espaço:
CABEÇA DE OVO
187
UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
188
TÓPICO 3 | PROPOSTAS DIDÁTICAS E METODOLÓGICAS DO DESENHO DA FIGURA HUMANA EM SALA DE AULA
DICAS
DICAS
Você pode apreciar desenhos feitos com giz pelo pintor francês Jean-Antoine
Watteau visitando o site: <www.getty.edu/art/collections/bio/a365-1.html>.
Antes de começar a fazer seu autorretrato, pense nos seus traços. Qual é
o formato de seus olhos? Seus lábios são finos ou grossos? Seu nariz é grande ou
pequeno?
1 Use lápis macio para fazer um esboço de formato oval para o contorno
de seu rosto.
2 Desenhe uma linha vertical no meio do rosto, e outra horizontal um
pouco acima do centro.
3 Agora, divida a parte de baixo em duas. Depois, desenhe mais três
linhas: uma horizontal e duas verticais, como mostra a figura.
4 Use linhas como guias para esboçar seus olhos. Deixe o espaço de um
olho entre eles. Desenhe sua boca: comece com a linha entre os lábios, depois faça
o contorno dos lábios superiores e inferiores. Desenhe a ponta do nariz, mas não
as laterais.
189
UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
DICAS
Agora que você já viu como se faz, tente criar uma história em quadrinhos
com seus próprios personagens engraçados, assustados ou tolos. Você pode até
fazer um gibi com sua coleção de tiras.
191
UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
4.2 MANGÁ
Mangás são histórias em quadrinhos japonesas. Ao contrário das histórias
em quadrinhos convencionais, sua leitura é feita de trás para frente. Teve origem
através do Oricom Shohatsu (Teatro das Sombras), que na época feudal percorria
diversos vilarejos contando lendas por meio de fantoches. Essas lendas acabaram
sendo escritas em rolos de papel e ilustradas, dando origem às histórias em
sequência, e consequentemente originando o mangá. Essas histórias passaram a
ser publicadas por algumas editoras na década de 20, porém sua fama só veio por
volta da década de 40 (PERCÍLIA, 2016).
192
TÓPICO 3 | PROPOSTAS DIDÁTICAS E METODOLÓGICAS DO DESENHO DA FIGURA HUMANA EM SALA DE AULA
193
UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
DICAS
194
TÓPICO 3 | PROPOSTAS DIDÁTICAS E METODOLÓGICAS DO DESENHO DA FIGURA HUMANA EM SALA DE AULA
LEITURA COMPLEMENTAR
195
UNIDADE 3 | O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO CONTEXTO ESCOLAR
Para compreender por que esse problema surge e é tão comum, é válido
saber um pouco sobre como se desenvolve o percurso das crianças no desenho.
A princípio, quando elas começam a fazer seus primeiros traços, as produções
se parecem com o que se convencionou chamar de boneco girino, uma figura
humana constituída por um círculo de onde sai um traço representando o tronco,
dois riscos para os braços e outros dois para as pernas. Depois, entre 5 e 8 anos,
essa imagem incorpora cada vez mais detalhes, conforme os pequenos refinam
seu esquema corporal e ganham um repertório de imagens ao ver desenhos de
sua cultura e dos próprios colegas.
Mas, afinal, por que isso ocorre? O fato pode ser resultado de comparação
dos próprios desenhos com os dos colegas e também a percepção de haver uma
distância entre suas intenções ao desenhar e a capacidade de realização. "É como
se eles dissessem: 'Me ensine, por favor, porque eu preciso saber como representar
exatamente o que estou pensando'", diz Karen Amar, professora da Escola da
Vila, em São Paulo.
196
TÓPICO 3 | PROPOSTAS DIDÁTICAS E METODOLÓGICAS DO DESENHO DA FIGURA HUMANA EM SALA DE AULA
197
RESUMO DO TÓPICO 3
• De acordo com Iavelberg (2013), para que o aluno se liberte dos estereótipos é
necessário que o professor crie intervenções didáticas para estimular essa ação.
Alguns recursos sugerem meios e suportes diferentes, realizam atividades a
partir de imagens da arte, vinculam seus desenhos a experiências.
• Na fase das garatujas, Heimann (2015) sugere a importância de utilizar nas aulas
a música como apoio pedagógico, defendendo seus benefícios para acalmar
as crianças, e ainda ajudando elas a conhecer os ritmos e se descobrir. Esse
processo é lento, vai depender dos estímulos a ele propostos.
198
• Na fase do realismo, Heimann (2015) sugere que a partir dessa idade pode-se
usar todos os tipos de materiais. Trabalhar a cooperação entre colegas é muito
importante. São sugeridos trabalhos em duplas ou em grupos.
199
AUTOATIVIDADE
200
2) Materiais e suportes diversificados devem fazer parte do cotidiano
escolar, principalmente quando se trata de estratégias pedagógicas para o
Ensino Fundamental e Ensino Médio. Como proposta iremos observar a
obra do artista americano Doug Powell (1965) que trabalha com teclas de
computadores velhos para recriar imagens e rostos de figuras emblemáticas.
As obras do artista se assimilam com as obras do artista brasileiro Vik
Muniz (1961) que trabalha com lixo reciclável.
Quando estiver pronto o trabalho prático, socialize com seus colegas da turma.
Uma sugestão é realizar uma exposição.
201
REFERÊNCIAS
ACHCAR, Tatiana. Pequenos artistas. Disponível em: <http://novaescola.org.
br/educacao-infantil/4-a-6-anos/pequenos-artistas-422892.shtml>. Acesso em: 15
ago 2016.
202
HOGARTH, Burne. O desenho anatômico sem dificuldade. Editora Printed:
Lisboa, 1998.
LOWENFELD, Viktor. A criança e sua arte. São Paulo: Mestre Jou, 1954.
NICHOLSON, Sue; ROBINS, Deri. Livro gigante de arte para criança. Ilustrado
por Melanie Grimshaw: traduzido por Carolina Caires. São Paulo: Girassol:
Londres Qed Publishing, 2008.
203
PILLAR, Analice Dutra. Desenho e escrita como sistemas de representação.
Editora Artes Médicas Sul Ltda., Porto Alegre, 1996.
VANDERPOEL, John H. O desenho da figura humana. 2. ed. São Paulo: Parma,
1979. 123 p, il.
204