Meio Ambiente, Responsabilidade Social e Sustentabilidade

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 69

Prof. Me.

Ricardo Benedito de Oliveira


REITOR

Reitor:
Prof. Me. Ricardo Benedito de
Oliveira
Pró-reitor:
Prof. Me. Ney Stival
Diretora de Ensino a Distância:
Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo Profa. Ma. Daniela Ferreira Correa
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não Designer Educacional:
vale a pena ser vivida.” Clovis Ribeiro do Nascimento Junior

Cada um de nós tem uma grande res- Diagramador:


ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, Alan Michel Bariani
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica
e profissional, refletindo diretamente em nossa
Revisão Textual:
vida pessoal e em nossas relações com a socie-
Letícia Toniete Izeppe Bisconcim /
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente
Mariana Tait Romancini Domingos
e busca por tecnologia, informação e conheci-
mento advindos de profissionais que possuam
Produção Audiovisual:
Eudes Wilter Pitta / Heber Acuña
novas habilidades para liderança e sobrevivên- Berger
cia no mercado de trabalho.
Revisão dos Processos de
De fato, a tecnologia e a comunicação Produção:
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, Rodrigo Ferreira de Souza
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e
nos proporcionando momentos inesquecíveis. Fotos:
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino Shutterstock
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes
atuantes.

Que esta nova caminhada lhes traga


muita experiência, conhecimento e sucesso.

© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
ENSINO A DISTÂNCIA

01
UNIDADE

O MEIO AMBIENTE

PROF.A PhD. GEZIELE MUCIO ALVES

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 4
O MEIO AMBIENTE .................................................................................................................................................... 5
ENERGIA E AMBIENTE ............................................................................................................................................. 14

WWW.UNINGA.BR 3
ENSINO A DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO
Para aprofundar o conhecimento sobre meio ambiente e, posteriormente, desenvolvimento
sustentável, alguns conceitos serão abordados nesta unidade. Serão discutidos os termos meio
ambiente e ecossistema, homeostase, fluxo de matéria e energia, ciclos biogeoquímicos, cadeias e
teias alimentares, biomas, amplificação biológica e a influência humana dos ecossistemas. Deste
modo, deve-se destacar que meio ambiente não deve ser confundido com o termo natureza, ou
simplesmente fauna e flora, mas sim considerado como o conjunto de seres vivos e a interação
destes com o meio (por exemplo, água, luz, ar e solo) através do fluxo de energia e ciclagem
de matéria, que ocorre através de respiração, alimentação, decomposição, dentre outros. Ainda,
levando-se em conta a influência da sociedade sobre o ambiente, deve-se incluir no conceito

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 1


de meio ambiente, os aspectos econômicos, sociais e culturais. Além disso, nesta unidade será
discutida a geração de energia mundial e brasileira, bem como, as fontes renováveis e não
renováveis de energia, neste contexto.

Bom estudo!

WWW.UNINGA.BR 4
ENSINO A DISTÂNCIA

O MEIO AMBIENTE
Para iniciarmos esta disciplina, vamos discutir alguns conceitos de meio ambiente. Veja
alguns exemplos:
• Segundo a Política Nacional do Meio Ambiente, meio ambiente é considerado como
“o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que
permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas” (BRASIL, 1981, Lei 6.938, art. 3).

• Pode ser conceituado ainda como “os arredores de um organismo, incluindo as plantas,
os animais e os micróbios com os quais interage” (RICKLEFS, 2003, p. 480).

• De acordo com o glossário de ecologia e ciências ambientais “é a reunião do ambiente

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 1


físico e seus componentes bióticos” (GRISI, 2007, p. 157) e deve incluir aspectos econômicos,
socioculturais e de segurança, inerentes ao ambiente humano.

Assim, pode-se observar que o meio ambiente difere de natureza, ou simplesmente


de fauna e flora. Além disso, devido à influência da sociedade sobre o ambiente, as interações
descritas com esse meio, passaram a incluir aspectos econômicos, sociais e culturais.
Para continuarmos nossos estudos e compreendermos os impactos causados no meio
ambiente, mais um conceito precisa ser discutido, o conceito de ecossistema. Ecossistema pode
ser considerado como “o conjunto de seres vivos que interagem entre si e com o meio natural de
maneira equilibrada, pela reciclagem de matéria e pelo uso eficiente de energia solar” (BRAGA
et al., 2005, p. 10). Uma descrição simples de ecossistema é considerá-lo como a interação de
fatores bióticos e abióticos. Vale lembrar que fatores bióticos se referem aos seres vivos e abióticos
à matéria sem vida (água, luz, ar, solo, entre outros). Essa interação, entre fatores bióticos e
abióticos, ocorre através de respiração, alimentação, decomposição, pastagem, ou seja, através de
ações e processos vitais dos organismos que naturalmente provocam alterações no ambiente. Por
exemplo, quando aumenta o nível de água de um rio, devido a uma enchente, com consequente
alagamento da vegetação marginal, naturalmente ocorre o aumento de gás carbônico (CO2) nessa
água. Isso corre devido à redução de fotossíntese dessa vegetação, por receber menor incidência
de luz e posteriormente devido à decomposição dessa vegetação alagada que consome oxigênio
e libera gás carbônico.
Os ecossistemas podem ser classificados em aquáticos (lagos, rios, mares) e terrestres
(florestas, campos, desertos). Uma característica fundamental dos ecossistemas é a homeostase
(Gr. homeo = similar; stase = condição). Homeostase é a tendência de todo ecossistema de
se manter em um estado de equilíbrio dinâmico, por meio de mecanismos de autocontrole e
autorregulação. Desse modo, diante de qualquer alteração que sofra, o ecossistema responde com
o objetivo retornar às condições anteriores de normalidade. O mecanismo de homeostase é mais
efetivo para alterações naturais, por exemplo, a recuperação de uma floresta, desmatada após
uma descarga elétrica, que provoca um pequeno incêndio é rápida, em pouco tempo a mata se
regenera, contudo, em grandes desmatamentos, provocados por ação humana, os ecossistemas
não apresentam condições de autorregulação para regenerar ao sistema original ou despenderá
muito tempo para a recuperação. Isso ocorre porque as modificações impostas pelo homem são
mais intensas e continuadas do que aquelas que ocorrem naturalmente (BRAGA et al., 2005).

WWW.UNINGA.BR 5
ENSINO A DISTÂNCIA

Fluxo de energia e ciclagem da matéria


Dentro dos ecossistemas, tanto a energia como a matéria fluem, mas existe uma diferença
fundamental entre elas: o fluxo de energia é unidirecional enquanto que o fluxo de matéria é
cíclico.

Fluxo de energia
O fluxo de energia no ecossistema envolve diversos níveis de seres vivos. Toda a energia da
Terra tem como fonte as radiações recebidas do Sol, assim há três grupos principais de organismos
dentro de um ecossistema, os quais constituem a cadeia alimentar: os produtores, as algas e
vegetais (e algumas bactérias que fazem quimiossíntese), denominados assim por produzirem
as moléculas de alta energia (C6H12O6 – glicose); os consumidores, representados pelos animais,
que se alimentam dos produtores, ou seja, denominados assim por consumirem essas moléculas
de alta energia (herbívoros) ou se alimentam de outros animais (carnívoros), estes obtêm
moléculas com menor quantidade de energia; e os decompositores, invertebrados pequenos,

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 1


bactérias e fungos, que fazem a decomposição da matéria orgânica (de origem animal ou vegetal)
morta, resíduos de vegetais e animais denominados detritos, que ainda possuem uma quantidade
de energia considerável, por isso a importância de se tratar águas residuárias, devido ainda ser
fonte de energia e continuar sofrendo alterações no ambiente. Desse modo, a energia segue fluxo
único, passando do Sol para os produtores, dos produtores para os consumidores e destes para os
decompositores. Essa energia, em cada um dos grupos, é utilizada para a manutenção do corpo,
crescimento, respiração, criação de novas células, entre outros. Assim, a energia não é reciclada
em um ecossistema e apenas cerca de 10% dessa energia é disponível para o nível seguinte (Figura
1).

Figura 1 - Fluxo de energia no ecossistema (J = Joule). Fonte: Bichólogo (2016).

Suponha que um vegetal receba 1.000J de energia solar. Desse total, 760J não são absorvidos
e apenas 240J são absorvidos. Destes 240J absorvidos, a maior parte é liberada como calor e
apenas 12J são utilizados para a produção do vegetal, sendo 7J para a respiração (manutenção)
e 5J para a formação de novos tecidos no vegetal. Se o vegetal for ingerido por um consumidor,
cerca de 90% dos 5J que estavam presentes no tecido vegetal e que passaram para o consumidor,

WWW.UNINGA.BR 6
ENSINO A DISTÂNCIA

serão direcionados para a manutenção do animal e apenas 10%, ou seja, (0,5J) serão utilizados na
formação de novos tecidos e ficará disponível para o próximo consumidor. Se o segundo animal
ou segundo consumidor for um ser humano então receberá 0,5J da energia proveniente do Sol
(1.000J) e utilizará para a formação de novas células e tecidos, apenas 0,05J, segundo Vesilind e
Morgan (2015).

Dentre os produtores foram citadas algumas bactérias quimiossintetizantes.


Essas bactérias são encontradas em depósitos de lixo, fundos de pântanos, tubos
digestórios de animais, regiões profundas de oceanos, chaminés vulcânicas, que
são ambientes pobres em gás oxigênio. Outros tipos importantes de bactérias
quimiossintetizantes são as dos gêneros Nitrosomonas e Nitrobacter que vivem
no solo e são fundamentais na manutenção de nitrogênio. A quimiossíntese
consiste num processo de produção de substâncias orgânicas (glicose) através

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 1


da energia liberada por reações de oxidação de substâncias inorgânicas simples
(gás carbônico, água e um agente oxidante), sem interferência da luz solar.

Luz Solar - Fotossíntese: a luz solar fornece a energia para converter o dióxido
de carbono e a água em glicose e oxigênio.

6CO2 + 6H2O > C6H12O6 (glicose) + 6O2

Bactérias - Quimiossíntese: o sulfureto de hidrogênio fornece a energia para


converter o dióxido de carbono e a água em glicose e ácido sulfúrico.

6CO2 + 6H2O + 3H2S > C6H12O6 (glicose) + 3H2SO4

Fonte: Infoescola (2017) e Cienciaviva (2017).

Ciclagem da matéria
Como discutido anteriormente, embora o fluxo de energia seja unidirecional, o fluxo
de matéria ou nutrientes é cíclico, por isso também denominado de ciclagem de nutrientes. Os
nutrientes são agrupados em macronutrientes, aqueles necessários aos organismos em grande
quantidade (C, H, O, N, P, S, Cl, K, Na, Ca, Mg e Fe) e em micronutrientes, aqueles necessários
aos organismos em pequena quantidade (Al, B, Cr, Zn, Mo, V e Co), segundo Braga et al. (2005).
Como pode ser verificado na figura a seguir (Figura 2), iniciando pela matéria orgânica
morta ou detritos, a primeira decomposição realizada por microrganismos produz os compostos
amônia, dióxido de carbono e sulfeto de hidrogênio. A decomposição desses novos produtos
forma nitrato, novamente dióxido de carbono, sulfato e fosfato. O dióxido de carbono é utilizado
pelos vegetais na fotossíntese e os nitratos, fosfatos e sulfatos são absorvidos como nutrientes e
utilizados na formação de novos tecidos vegetais. Os vegetais morrem e sofrem decomposição
ou são utilizados como alimento pelos consumidores, que podem ser novamente consumidos
ou morrem e novamente retorna à decomposição, segundo Vesilind e Morgan (2015). Desse
modo, os nutrientes percorrem uma cadeia ou teia alimentar de forma cíclica, não há percas
significativas para o ambiente como ocorre no fluxo de energia. O processo de reciclagem de
matéria apresenta elevada importância, pois os recursos da Terra são finitos e a vida depende do
equilíbrio natural desse ciclo (BRAGA et al., 2005).

WWW.UNINGA.BR 7
ENSINO A DISTÂNCIA

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 1


Figura 2 - Reciclagem da matéria. Fonte: a autora.

Ciclos Biogeoquímicos
Como discutido anteriormente, existe uma troca de materiais entre componentes vivos e
não vivos da Biosfera, essa ciclagem, ou reciclagem de materiais, no ecossistema é denominada de
Ciclo Biogeoquímico (Bio = seres vivos; Geo = atmosfera, hidrosfera e litosfera (meio terrestre é a
fonte dos elementos) e Químico = elementos químicos). Destacam-se os ciclos da água, baseado
em transformações físicas (evaporação, condensação) e consumo e liberação pelos seres vivos
e o ciclo do carbono, também relacionado ao oxigênio, através de fotossíntese e respiração. O
carbono é devolvido ao meio ambiente à mesma taxa em que é sintetizado pelos produtores, por
isso é considerado um ciclo perfeito. Além desses, mais conhecidos, são relevantes os ciclos do
nitrogênio, fósforo e enxofre que serão discutidos a seguir, de acordo com Braga et al. (2005).

Ciclo do nitrogênio
É um dos ciclos (Figura 3) mais importantes no ecossistema terrestre, sendo um processo
pelo qual o nitrogênio circula através das plantas e do solo pela ação de organismos vivos. Esses
organismos utilizam nitrogênio para a produção de moléculas complexas como aminoácidos,
proteínas e material genético, necessárias ao seu desenvolvimento. O principal reservatório de
nitrogênio é a atmosfera, a qual apresenta aproximadamente 78% de nitrogênio na forma gasosa
(N2). O processo de transformação do nitrogênio do ar em formas assimiláveis pelas plantas e
animais é denominado fixação. Esse processo é realizado por bactérias do gênero Rhizobium, em
raízes de leguminosas no meio terrestre e por certas bactérias e algas cianofíceas (cianobactérias) no
meio aquático. Apesar de extremamente abundante na atmosfera o nitrogênio é, frequentemente,
um nutriente limitante do crescimento das plantas (sua ausência prejudica o desenvolvimento
vegetal), porque as plantas apenas conseguem usar o nitrogênio sob três formas sólidas: íon de
amônio (NH4+), íon de nitrito (NO2-) e, em especial, íon de nitrato (NO3-). Estes compostos são
obtidos através de vários processos dependentes de bactérias. Os animais recebem o nitrogênio
que necessitam através das plantas e de outra matéria orgânica, como de outros animais, através
da teia alimentar.

WWW.UNINGA.BR 8
ENSINO A DISTÂNCIA

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 1


Figura 3 - Ciclo do nitrogênio. Fonte: a autora.

Ciclo do fósforo
O fósforo é importante na composição de moléculas do metabolismo celular, como
fosfolipídios, coenzimas e ácidos nucléicos (DNA e RNA). Além disso, também é um nutriente
limitante do crescimento de plantas. Os grandes reservatórios de fósforo são as rochas, que
devido ao intemperismo, fornecem o fósforo para os ecossistemas, onde é absorvido pelos
vegetais e posteriormente transferido aos animais, via cadeia alimentar. O retorno do fósforo ao
meio ocorre pela ação de bactérias (organismos decompositores). Esse retorno ocorre na forma
de composto solúvel, sendo, portanto, facilmente carregado pela chuva para lagos e rios e destes
para os mares, de forma que o fundo do mar, bem como outros corpos aquáticos de água doce,
passa a ser um grande depósito de fósforo solúvel (sedimentação). O uso mais comum para o
fósforo é como fertilizante.

Ciclo do enxofre
O enxofre é um elemento relativamente abundante na crosta terrestre, grande parte
dos reservatórios está em rochas sulfurosas, depósito de elementos sulfurosos e combustíveis
fósseis. As plantas obtêm sulfato inorgânico (SO4-2) do ambiente dissolvido na água e no solo.
Os animais obtêm enxofre na água e no alimento. A decomposição devolve o enxofre que fazia
parte da matéria orgânica ao solo ou a água. A principal perturbação humana no ciclo global do
enxofre é a liberação de dióxido de enxofre (SO2) para a atmosfera, como resultado da queima de
carvão e óleo contendo enxofre provocando chuva ácida.

Para ampliar seu conhecimento sobre os ciclos biogeoquímicos, acesse os links


a seguir:
Ciclo do carbono:
https://www.youtube.com/watch?v=hxQ0T8qOoXg;
e Ciclo do nitrogênio:
https://www.youtube.com/watch?v=FgWJZuWRLug.

WWW.UNINGA.BR 9
ENSINO A DISTÂNCIA

Cadeias e teias alimentares


Agora podemos discutir com mais clareza os conceitos de cadeia e teia alimentar. Assim,
cadeia alimentar é uma série de organismos em um ecossistema, através dos quais a energia
alimentar, proveniente dos produtores, é transferida entre eles, numa sequência de organismos
que ingerem e são ingeridos (GRISI, 2007). As cadeias alimentares que se iniciam com os
produtores, com consumidores primários herbívoros, são denominadas cadeias de herbivoria
ou de pastagem, enquanto que as cadeias que se iniciam pela matéria orgânica morta, em que
os consumidores primários são detritívoros (pequenos invertebrados, bactérias e fungos), são
denominadas cadeias de detritivoria.
As cadeias alimentares não podem ser vistas em sequências isoladas. Naturalmente, existe
interação entre diferentes cadeias alimentares formando as denominadas teias alimentares ou
teias tróficas (trofos = alimento, nutrição). A posição ocupada pelos organismos em um mesmo
patamar na cadeia alimentar é denominada de nível trófico. Assim, produtores ocupam o primeiro
nível trófico, os consumidores primários o segundo nível trófico, os consumidores secundários

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 1


o terceiro nível trófico e passando desses para os decompositores, neste caso, ocuparia o quarto
nível trófico.
Como comentado anteriormente, existe uma redução significativa na quantidade de
energia disponível de um nível trófico a outro, deste modo, as cadeias alimentares não podem ser
tão longas, raramente ultrapassando o quinto nível trófico. Na figura a seguir (Figura 4), uma teia
alimentar no ambiente terrestre, o primeiro nível trófico é ocupado por vegetais, os produtores
(árvore, verdura e gramíneas). A partir desses, cada seta indica um novo nível trófico. Nessa
figura, a cadeia mais longa possui cinco níveis tróficos (ex.: verdura > coelho > coruja > cobra >
gavião).

Figura 4 - Teia alimentar no ambiente terrestre. Fonte: a autora.

O conhecimento das cadeias alimentares permite a atuação sobre elas em favor dos seres
humanos. Possibilita, por exemplo, o aumento da produtividade agrícola, com um combate mais
eficiente às pragas, incorporando à cadeia alimentar predadores naturais, minimizando o uso de
defensivos agrícolas (BRAGA et al., 2005).

Biomas
Devido à grande diversidade de habitats existente no planeta, em função do clima,
distribuição de nutrientes, topografia, pluviosidade, incidência de radiação solar e predomínio
de espécies específicas em diferentes regiões, são formados grandes ecossistemas denominados
de biomas. Bioma pode ser considerado como a maior unidade de comunidade, com flora,
fauna e clima próprios, segundo Grisi (2007). Abaixo será apresentada uma breve descrição dos
diferentes biomas terrestres e aquáticos, segundo Braga et al. (2005).
Os biomas aquáticos são classificados em dois grupos, o marinho (mares e oceanos) e o
de água doce (lagos, lagoas e rios). A classificação dos biomas terrestre é mais ampla (Figura 5).

WWW.UNINGA.BR 10
ENSINO A DISTÂNCIA

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 1


Figura 5 - Principais biomas terrestres. Fonte: Encyclopaedia Britannica (2017).

Vamos iniciar pelo pólo Norte. A TUNDRA é considerada o bioma mais frio do planeta.
Possui solo congelado na maior parte do ano formando regiões pantanosas. Há predomínio de
musgos, líquens, plantas rasteiras e ausência de árvores. O bioma denominado TAIGA (também
Floresta Boreal ou Floresta de Coníferas) possui uma vegetação pouco diversificada com
predomínio, portanto, de coníferas (pinheiros resistentes e perenes). A precipitação (chuva) nesse
bioma, principalmente no verão, é maior do que na tundra. A FLORESTA TEMPERADA é bem
desenvolvida na Europa e América do Norte, mas também no Japão e na Austrália. Ocorre em
regiões de clima moderado, com inverno bem definido e precipitação abundante que se distribui
durante todo o ano. Possui uma flora composta por árvores caducifólias (que perdem suas folhas
no inverno) e uma vegetação mais baixa como arbustos, bem desenvolvida e diversificada. A
FLORESTA TROPICAL, evidentemente no Brasil, está presente em uma região em que não
há grandes oscilações de temperatura durante o ano, portanto, sem grandes distinções entre
as estações. Neste tipo de floresta ocorre precipitação elevada, distribuída durante todo o ano,
portanto, uma elevada umidade. Nessa região há o ápice de diversidade animal e vegetal, com
árvores de grande porte e densa folhagem, com poucas espécies arbustivas e herbáceas. Outro
bioma terrestre é chamado de CAMPOS, com predomínio de vegetação herbácea baixa. Esse
bioma é divido em dois subtipos, PRADARIA que inclui gramíneas (pampas e cerrado no Brasil)
e SAVANA (Índia e África), que inclui arbustos e pequenas árvores. Por fim, outro bioma é o
DESERTO, típico de regiões áridas de vegetação rara e espaçada com predomínio de solo nu. São
locais de baixa precipitação ou alta precipitação mal distribuída, com fauna típica.
Deste modo, os biomas brasileiros (Figura 6) são: Amazônia (floresta tropical); Cerrado
(campo), na região Norte esse bioma está presente na forma de savanas de gramíneas baixas, na
Região Sul, aparece como as pradarias mistas subtropicais; Mata Atlântica (floresta tropical);
Caatinga (sertão), bioma típico do Brasil, com vegetação caducifólia; Pampa (pradaria, citada
anteriormente e Pantanal, uma planície alagável na qual a riqueza de flora e fauna é regulada pelo
ciclo das águas, ou seja, períodos de seca e cheia. O pantanal é praticamente exclusivo do Brasil,
pois apenas uma pequena faixa desse bioma pertence ao Paraguai e a Bolívia.

WWW.UNINGA.BR 11
ENSINO A DISTÂNCIA

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 1


Figura 6 - Biomas brasileiros. Fonte: ABAGRP (2017).

Influência humana nos ecossistemas


Efeito de pesticidas em um ecossistema
Na agricultura a aplicação de pesticidas ocorre em grandes superfícies territoriais e
devido à dificuldade de despoluição após o emprego de pesticidas, o ideal seria tomar medidas
preventivas ou restringir o uso de produtos tão danosos ao meio ambiente. Alguns efeitos de
pesticidas são: i) desconhecimento dos efeitos dos pesticidas sobre os microrganismos essenciais
do solo para a fixação de nutrientes; ii) contaminação dos lençóis freáticos e dispersão da
poluição; e iii) bioacumulação nas plantas, podendo contaminar os alimentos (LANGEBACH e
PAIM, 1995).
Ainda, à medida que o pesticida se move pela cadeia alimentar, ele sofre amplificação
biológica, bioampliação ou é biomagnificado, ou seja, a concentração nos organismos aumenta
com o aumento dos níveis tróficos. Isso ocorre porque são necessários muitos indivíduos do nível
trófico anterior para alimentar um indivíduo do nível trófico seguinte. Entre os poluentes não
biodegradáveis que se acumulam ao longo da cadeia, destacam-se os metais pesados (mercúrio,
chumbo, cádmio) e os pesticidas. Em relação ao mercúrio, um exemplo foi o ocorrido na Baía
de Minamata (Japão), nos anos 60, em que vários pescadores morreram por se alimentarem de
peixes contaminados por mercúrio, segundo Braga (et al., 2005). Veja um exemplo de ampliação
biológica medido em ppm (partes por milhão) de mercúrio em um corpo aquático (Figura 7),
segundo Mitchell (2017).

WWW.UNINGA.BR 12
ENSINO A DISTÂNCIA

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 1


Figura 7 - Bioampliação de mercúrio em um corpo aquático. Fonte: Mitchell (2017)

Efeito de nutrientes em um ecossistema de lagos


Naturalmente em lagos, os organismos produtores (vegetais e principalmente as algas),
habitam a superfície para receberem luz solar e utilizam o CO2 proveniente também da atmosfera.
Outros nutrientes necessários para a reprodução de algas são nitrogênio e fósforo. Algumas algas
conseguem utilizar o nitrogênio atmosférico, contudo, o fósforo é o único elemento essencial
que não entra no sistema aquático a partir da atmosfera, assim funciona como um regulador da
reprodução de algas. Além disso, este elemento tende a sedimentar em rios e lagos. Assim, se
ocorrer uma fonte externa desses nutrientes, principalmente o fósforo, através de escoamento de
fertilizantes da agricultura ou os efluentes de uma estação de tratamento de águas residuais, as
algas começarão a se reproduzir em uma taxa muito elevada, resultando em uma produção maior
de alimentos para os consumidores que também crescerão em uma taxa superior. Ainda, esta
alteração produzirá maior quantidade de matéria orgânica morta e aumentará a multiplicação
de decompositores. Com o aumento de decompositores, maior é o consumo de oxigênio para
a decomposição e maior liberação de CO2 na água. Além disso, a elevada multiplicação de
algas forma um tapete turvo impedindo a penetração de luz na água, reduzindo as taxas de
fotossíntese, ou seja, menor a produção de oxigênio no sistema. Assim, a ausência de oxigênio
leva a mortandade de peixes e outros organismos que precisam desse elemento químico. Esse
processo de enriquecimento das águas, em especial com nitrogênio e fósforo, é denominado
de eutrofização ou eutroficação. A eutrofização natural é muito lenta, ocorre em milhares de
anos. Contudo, com a introdução de nutriente, ocorre uma eutrofização artificial ou acelerada
(VESILIND; MORGAN, 2015).
A Lagoa da Pampulha (Belo Horizonte/MG), considerada um dos principais e mais
belos cartões postais de Belo Horizonte, está imprópria para pesca e banho devido ao excesso de
poluição e estado de eutrofização. Em novembro de 2016, os níveis de cianobactérias e fósforo
foram considerados fora dos padrões estipulados pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA) para que a população possa ter contato secundário com as águas da represa, para
atividades como navegação e esportes náuticos (PARNAÍBA, 2016).

WWW.UNINGA.BR 13
ENSINO A DISTÂNCIA

Efeito de projetos sobre um ecossistema


Os projetos de engenharia podem ter grande impacto sobre o ecossistema, assim
algumas medidas podem ser tomadas. Para reduzir o número de animais mortos nas rodovias,
podem ser construídas passagens subterrâneas ou viadutos com jardins para a passagem dos
animais. Telhados com plantas (Telhado Verdes) reduzem custos energéticos e o escoamento de
águas pluviais. A utilização de energia solar, eólica ou células de combustível podem reduzir os
custos com eletricidade e a poluição ambiental. Além disso, escolher materiais menos tóxicos e
produzidos de forma sustentável reduz a geração de resíduos e melhoram a qualidade do ar.

ENERGIA E AMBIENTE
Os seres humanos precisam de energia para cozinhar seus alimentos, para a proteção

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 1


contra o frio, para o transporte de pessoas, matérias-primas e produtos; para mover máquinas
e aquecer fornos e caldeiras (CARMONA et al., 2003). Assim, os impactos no meio ambiente
estão relacionados a três aspectos: ao crescimento populacional, a essa demanda de matéria e
energia e a geração de resíduos. O desenvolvimento tecnológico, social e econômico aumenta
as quantidades de materiais e de energia para satisfazer os padrões adquiridos pela sociedade e,
consequentemente eleva a produção de resíduos (BRAGA et al., 2005). A redução da produção
de energia por combustíveis fósseis, de 1980 a 2012, foi de 69,6 para 67,2% (não representativa),
contudo, o aumento da produção por fontes renováveis, passou de 0,4 para 5%, com destaque
para a energia eólica (2,4%) (Figura 8).

Figura 8 - Geração de Energia Elétrica Mundial (%) por fonte (TWh - Terawatt-hora, equivalente a 1012
Wh). Fonte: Brasil (2015).

No Brasil, a maior geração de energia é realizada por hidrelétricas (63,2%), seguida pela
geração a partir de gás natural (13,7%) e por biomassa (7,6%), segundo Brasil (2015).

Fontes de energia
As fontes de energia são recursos, naturais ou artificiais, utilizados pela sociedade para
a produção de algum tipo de energia. A principal fonte de energia é constituída por radiações
provenientes da luz do Sol (99% da energia térmica utilizada pelos ecossistemas). Os outros 1%
são formados por outras fontes primárias de energia (água, ventos, madeira, gás natural, carvão
mineral, o petróleo), fontes que são convertidas pelo homem em outras fontes de energia, as fontes
secundárias (gasolina, o diesel, a energia elétrica, química, térmica e mecânica), segundo Braga
(et al., 2005). Os recursos ou fontes primárias são classificados em renováveis e não-renováveis.

WWW.UNINGA.BR 14
ENSINO A DISTÂNCIA

Fontes renováveis de energia


Aquelas fontes em que a sua utilização pode ser mantida e aproveitada ao longo do tempo
sem possibilidade de esgotamento, segundo Portal Energia (2015).

Hidroeletricidade
É um dos métodos mais eficientes de geração de energia. Consiste em aproveitar a energia
potencial da água, através da transformação em energia mecânica pela passagem por uma turbina
e transformação dessa energia em eletricidade pela passagem por um gerador, segundo Braga
(et al., 2005). O Brasil é o país com maior potencial hidrelétrico do Mundo, com mais de 70%
desse potencial presente nas bacias do Amazonas e do Tocantins/Araguaia, segundo ANEEL
(2008). Localizada em nosso país, a Itaipu Binacional é considerada a maior usina hidrelétrica do
mundo, em geração de energia, com 14.000 MW de potência instalada, e fornece 20% da energia
consumida no Brasil e abastece 94% do consumo paraguaio, segundo Itaipu Binacional (2017).
Contudo, a construção de hidrelétrica está relacionada a alguns impactos socioambientais,

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 1


como: elevação do lençol freático, podendo a água ficar imprópria para o consumo, inclusive
em regiões vizinhas; o alagamento geralmente atinge áreas de solos férteis, provocando a saída
compulsória da população e desintegrando costumes; afetam a fauna e flora local; milhares de
famílias são desapropriadas e possuem suas terras e residências relocadas, ainda, foram registrados
vários casos de rompimento de grandes barragens, uma possibilidade crescente à medida em que
ocorre o envelhecimento da estrutura construída, através de infiltrações (NOELI, 2005).

Mar
A geração de energia elétrica utilizando água do mar pode ser a partir da energia cinética
(do movimento), produzida pelo movimento das águas ou pela energia gerada pela diferença
do nível do mar, entre as marés alta e baixa, segundo ANEEL (2008). Alguns países estão mais
avançados na exploração das ondas do mar para produção de eletricidade, tais como a Grã-
Bretanha, Portugal Brasil e Países Escandinavos. Algumas vantagens dessa fonte são a constância
e previsibilidade da ocorrência das marés, ainda, trata-se de uma fonte de baixa poluição, contudo,
os custos de instalação ainda são bastante elevados, segundo Portal Energia (2017). Em Fortaleza
(CE) foi construída a primeira usina na América Latina responsável pela geração de energia
elétrica por meio do movimento das ondas do mar (Figura 9), segundo COPPE UFRJ (2017).

Figura 9 - Usina de ondas (Fortaleza, CE). Fonte: COPPE UFRJ (2016).

WWW.UNINGA.BR 15
ENSINO A DISTÂNCIA

Energia solar direta


A radiação do Sol pode ser empregada de forma direta, como fonte de energia térmica,
como ocorre em aquecimento de fluidos e ambientes, ou pode ser convertida diretamente em
energia elétrica, através dos processos termoelétrico e o fotovoltaico, segundo ANEEL (2002). No
processo termoelétrico, a radiação solar é convertida em calor e utilizada em usinas termelétricas
para a produção de eletricidade e no processo fotovoltaico, a transformação da radiação solar
em eletricidade é direta utilizando um material semicondutor (geralmente o silício). A utilização
da energia solar é pouco representativa mundialmente e no Brasil, apesar de ser privilegiado em
termos de radiação solar, com uso de aquecedores solares e uso bastante difundido em cidades
do interior e na zona rural, a participação do Sol na matriz energética brasileira ainda é bastante
reduzida. Vale destacar que o Nordeste possui radiação comparável às melhores regiões do
mundo, como a cidade de Dongola, no deserto do Sudão, e a região de Dagget, no Deserto de
Mojave, Califórnia, segundo ANEEL (2008). O uso direto da energia solar é considerado uma
opção ideal do ponto de vista ambiental, pois não contamina o ar, nem a água e seu fornecimento

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 1


é ilimitado, segundo Carmona (et al., 2003).

Energia eólica
Nessas usinas ocorre a transformação da energia cinética contida no vento em
eletricidade. Os aspectos positivos em relação à fonte eólica são, renovabilidade, perenidade,
grande disponibilidade, independência de importações e ausência de custo para obtenção de
suprimento, por outro lado o preço de instalação ainda é considerado elevado em comparação
com outras fontes (ANEEL, 2008). Considerando o meio ambiente, a construção de usinas eólicas
pode interferir na migração de pássaros e na transmissão de sinais de rádio e TV (BRAGA et al.,
2005).
Mundialmente, houve um aumento expressivo da utilização dessa fonte de energia, nas
últimas décadas, e no Brasil, favorecido em termos de vento, as regiões com maior potencial
medido são Nordeste, onde se encontram a maioria das usinas eólicas, Sudeste e Sul, e ainda há
usinas no Centro-Oeste (ANEEL, 2008). Em Osório, no Rio Grande do Sul, está situado o Parque
Eólico de Osório, Parque Eólico, considerado o maior parque fornecedor de energia eólica da
América Latina e o segundo maior do mundo em operação, desde 2006, formado por 75 torres
com 98 metros, que somados às pás dos aerogeradores atingem 135 metros de altura, segundo
Prefeitura Municipal de Osório (2017).

Biomassa
Energia de biomassa é proveniente de qualquer matéria orgânica que possa ser
transformada em energia mecânica, térmica ou elétrica. Pode ser classificada em biomassa florestal
(madeira, principalmente), agrícola (soja, arroz, cana-de-açúcar, entre outras) e de rejeitos
urbanos e industriais (sólidos ou líquidos). A geração de energia pode ocorrer por combustão
direta para obtenção do calor, em fornos (metalurgia) e caldeiras, com a formação de vapor para
acionar turbinas ou pode haver a conversão de um combustível sólido (normalmente lenha) em
outro de melhor qualidade e conteúdo energético (ex.: carvão). A biomassa é uma das fontes para
produção de energia com maior potencial de crescimento nos próximos anos, tanto no exterior
como no Brasil. O Brasil se destaca como o segundo maior produtor de etanol que, obtido a
partir da cana-de-açúcar. Como os combustíveis fósseis, a combustão de biomassa também libera
o poluente gás carbônico (CO2), assim, sua aplicação moderna e sustentável está diretamente
relacionada ao desenvolvimento de tecnologias de produção da energia e às técnicas de manejo
da matéria-prima. Por outro lado, os recursos podem ser regenerados dentro de poucos anos, por
isso a biomassa é considerada um recurso renovável, segundo Carmona (et al., 2003).

WWW.UNINGA.BR 16
ENSINO A DISTÂNCIA

Geotérmica
É a energia gerada a partir do calor existente no interior da Terra. As principais fontes são
os gêiseres (fontes de vapor no interior da Terra que apresentam erupções periódicas) e o calor
existente no interior das rochas para o aquecimento da água (em regiões próximas aos gêiseres),
segundo Braga (et al., 2005).

A natureza renovável ou não renovável, considerando a fonte geotérmica, é


bastante discutida, assim, quando se trata da utilização de fluidos e vapores
quentes do interior da Terra, como os gêiseres, trata-se de uma fonte não-
renovável (BRAGA et al., 2005). Deste modo, quando se utiliza um reservatório de
água para ser reinserido no solo pode ser considerada renovável.

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 1


A partir desta água aquecida (150 a 3500C) é produzido o vapor utilizado em usinas
termelétricas ou a partir da utilização de vapor quente seco para movimentar as turbinas, segundo
ANEEL (2008).
É possível encontrar aquíferos em profundidades menores que cinco quilômetros.
Considerando que o fornecimento de calor do núcleo da Terra é inesgotável na escala humana,
esta forma de energia pode ser considerada como renovável, mesmo quando pode haver um
limite para a quantidade de aquíferos subterrâneos exploráveis para fins energéticos, segundo
Carmona (et al., 2003). O Parque Geotérmico foi expandido nos últimos anos em alguns países,
como México, Japão, Filipinas, Quênia, Islândia e Estados Unidos. No Brasil não há nenhuma
usina geotérmica em operação, segundo ANEEL (2008).
Os impactos ambientais são sentidos nos arredores dessa fonte de energia. Em geral, os
fluxos geotérmicos contêm gases e são liberados para a atmosfera, junto com o vapor de água, a
maioria gases sulfurosos (H2S), com odor desagradável, corrosivos e com propriedades nocivas
à saúde humana. Além disso, existe a possibilidade de contaminação da água, nas proximidades
de uma usina geotérmica, devido à natureza mineralizada dos fluidos geotérmicos e a descarga
livre dos resíduos líquidos para a superfície pode resultar na contaminação de rios, lagos, além
da possibilidade de abalos sísmicos, devido a uma grande quantidade de fluido retirada do solo,
segundo Ambiente Brasil (2017).

Fontes não renováveis de energia


Essas fontes são principalmente formadas por combustíveis fósseis, sendo depósitos
naturais de petróleo, gás natural e carvão mineral. São constituídas de energia solar, retida na
forma de energia química, em depósitos formados há milhões de anos, através da decomposição
de vegetais e animais, segundo Braga (et al., 2005). Soma-se as fontes não renováveis a energia
nuclear.
O processo de produção de energia elétrica é semelhante em todas as usinas que utilizam
como matéria-prima os combustíveis fósseis, em geral, esse material é queimado em uma câmara
de combustão e o calor obtido nesse processo é usado para aquecer e aumentar a pressão da
água, que se transforma em vapor. Este vapor movimenta as turbinas, que transformam a energia
térmica em energia mecânica. Um gerador, transforma a energia mecânica em energia elétrica,
segundo ANEEL (2002).

WWW.UNINGA.BR 17
ENSINO A DISTÂNCIA

Derivados de petróleo
O petróleo cru não tem aplicação direta, é necessário o processo de refino para a obtenção
de seus derivados que são: gás liquefeito de petróleo (GLP, ou gás de cozinha), gasolina, óleo diesel,
óleo combustível, nafta, querosene de aviação e de iluminação, asfalto, lubrificante, combustível
marítimo, solventes, parafinas e coque de petróleo (produto sólido). Tanto a geração de energia
elétrica a partir dos derivados de petróleo, quanto o consumo dos combustíveis derivados, geram
emissões de gases que contribuem para o efeito estufa. Além disso, há perspectiva de esgotamento,
em médio prazo, das reservas hoje existentes, cerca de 40 anos, segundo ANEEL (2008).

Gás natural
É um gás resultante da decomposição da matéria orgânica durante milhões de anos. Nas
primeiras etapas desse processo, o gás natural encontra-se associado ao petróleo, mas nos últimos
estágios de degradação da matéria, esse gás é produzido separadamente, portanto há reservas de
gás natural associado ao petróleo ou em campos isolados (gás natural não associado), segundo

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 1


ANEEL (2008).
O gás natural é formado por gás metano (70 a 99%), com pequenas quantidades de
hidrocarbonetos gasosos mais pesados, como propano e butano. No uso do gás natural, o propano
e o butano são liquefeitos, gerando o GLP, e o metano é distribuído em redes. Se mantidas as
taxas de consumo atual, estima-se que há reservas de gás natural suficiente para os próximos 50
anos. Esse gás produz menos poluentes quando comparados a queima de outros combustíveis
fósseis, produzindo pouco SO2; quase nenhum material particulado; cerca de um sexto de óxidos
de nitrogênio produzidos pelo carvão, óleo, gasolina; produz CO2 por unidade de energia inferior
a outros combustíveis e apresenta custo de aproveitamento baixo com rendimento alto, segundo
Braga (et al., 2005).
O gás natural ocupa o segundo lugar dentre as fontes geradoras de energia (20,1%). No
primeiro lugar está o carvão (41%) (ANEEL, 2008). No Brasil a utilização do gás natural ocupa a
segunda posição (13,7%) sendo superado pela energia hidráulica (63,2%), segundo Brasil (2015).

Carvão mineral
Cerca de 80% do consumo de carvão é destinado para geração termoelétrica e o restante
é utilizado na metalurgia e combustível em caldeiras. O carvão é o combustível fóssil mais
abundante na Terra (73%), seguido pelo petróleo (14%) e pelo gás natural (13%). Apesar de
sua abundância relativa, o consumo de carvão diminuiu significativamente nas últimas décadas,
devido ao seu alto teor de liberação de enxofre e cinzas gerando graves problemas ambientais.
Devido ao seu poder calorífico inferior, o carvão gera 1,5 tonelada de CO2 por mJ de energia
térmica liberada, o que é quase 30% maior do que as emissões de outros combustíveis fósseis,
segundo Carmona (et al., 2003).

Energia nuclear
A matéria-prima para a produção da energia nuclear é principalmente o minério de
urânio, encontrado em estado natural nas rochas da crosta terrestre, mas existem também
as fontes secundárias, compostas por material obtido com a desativação de artefatos bélicos,
estoques civis e militares, reprocessamento do urânio já utilizado e sobra do material usado
no processo de enriquecimento. O urânio é principalmente aplicado em usinas térmicas para
a geração de energia elétrica denominadas usinas termonucleares. Nestas usinas, o núcleo do
átomo é submetido a um processo de fissão (divisão) para gerar a energia. Se a energia for liberada
lentamente, manifesta-se sob a forma de calor e se for liberada rapidamente, manifesta-se como
luz. Nas usinas termonucleares, portanto, é liberada lentamente e aquece a água existente no
interior dos reatores, a fim de produzir o vapor que movimenta as turbinas. Essa fonte passou a

WWW.UNINGA.BR 18
ENSINO A DISTÂNCIA

ser considerada uma fonte limpa, considerando que sua operação origina baixos volumes de gás
carbônico (CO2). As reservas de urânio estão distribuídas por 14 países, destacando a Austrália,
Cazaquistão e Canadá que somam mais de 50% do volume total. O Brasil ocupa o 7o lugar do
ranking mundial com de 6% do volume total, segundo ANEEL (2008).
No Brasil há duas usinas nucleares em atividade (Angra 1 e 2) e uma em construção
(Angra 3), todas localizadas na Praia de Itaorna, em Angra dos Reis (RJ). Todas as atividades
relacionadas à área nuclear no Brasil são de competência exclusiva da União, com exceção da
utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos medicinais, agrícolas, industriais e atividades
análogas, que podem ser realizados por terceiros, por meio de concessão ou permissão, segundo
Sinus (2014).

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 1

WWW.UNINGA.BR 19
ENSINO A DISTÂNCIA

02
UNIDADE

O MEIO AQUÁTICO

PROF.A PhD. GEZIELE MUCIO ALVES

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 21
O MEIO AQUÁTICO .................................................................................................................................................. 22
PARÂMETROS FÍSICOS ........................................................................................................................................... 22
PARÂMETROS QUÍMICOS ...................................................................................................................................... 24
PARÂMETROS BIOLÓGICOS ................................................................................................................................... 25
O MEIO TERRESTRE ................................................................................................................................................ 27
O MEIO ATMOSFÉRICO .......................................................................................................................................... 30

WWW.UNINGA.BR 20
ENSINO A DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO
Visando ampliar o conhecimento sobre meio ambiente, responsabilidade social e
sustentabilidade, devemos conhecer, mais especificamente, os meios aquático, terrestre e
atmosférico. Devemos compreender sua formação, bem como os padrões de condições normais
e de poluição desses meios. Assim, serão abordados nessa unidade, as resoluções CONAMA nº
357/2005, CNRH nº 91/2008 e Portaria 2.914/2011, principais regulamentadoras dos parâmetros
de qualidade de água. Serão estudados os parâmetros físicos, químicos e biológicos de qualidade
de água e o comportamento dos poluentes no corpo aquático. Ainda, serão discutidos os conceitos
de solo, sua composição e formação, sua importância ecológica, poluição e os diferentes tipos de
resíduos sólidos, perigosos e radioativos. Por fim, será apresentada uma descrição da atmosfera,
dos principais poluentes atmosféricos e os processos que geram poluição, chuva ácida, efeito

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 2


estufa, aquecimento global, a destruição da camada de ozônio e os padrões de qualidade do ar.

Bom estudo!

WWW.UNINGA.BR 21
ENSINO A DISTÂNCIA

O MEIO AQUÁTICO
A água é um recurso natural essencial para a vida, pois todo o metabolismo dos seres vivos
funciona em meio aquoso, no interior das células. Em nosso planeta, apenas uma porcentagem de
água é disponível para atividades humanas. Embora 70% da superfície da Terra seja água, a maior
parte desta está contida nos oceanos e apenas 3% são reservas de água doce e que, geralmente,
não está disponível, compondo calotas polares e geleiras, ou seja, cerca de 1% é água doce de
superfície acessível Carmona (et al., 2003).

Parâmetros indicadores de qualidade de água


A qualidade da água pode ser avaliada através de diversos parâmetros que revelam suas
principais características físicas, químicas e biológicas. As principais regulamentações sobre os

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 2


parâmetros de qualidade de água são as resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente
(CONAMA) e do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), segundo Ana (2017).
Assim, destaca-se as resoluções do CONAMA nº 357/2005 E CNRH nº 91/2008. A CONAMA
nº 357/2005 dispõe sobre a classificação dos corpos de água (doce, salobra e salina) e padrões
de qualidade de acordo com a sua destinação (consumo humano, recreação, irrigação, pesca,
paisagismo), bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes e outras
providências. Por exemplo, no capítulo 2, o artigo 4 classifica as águas doces em Classes Especial,
I, II, III e IV, sendo a classe especial, aquela com as melhores características nos parâmetros
de qualidade, destinada a consumo humano apenas com desinfecção, enquanto que a classe IV
é imprópria para consumo humano, mesmo após tratamento avançado, servindo apenas para
navegação e harmonia paisagística, segundo CONAMA (2012). A Resolução CNRH nº 91/2008
estabelece os procedimentos gerais para o enquadramento dos corpos d’água superficiais e
subterrâneos, segundo Ana (2017). Ainda, deve-se considerar a portaria 2.914, de 12 de dezembro
de 2011, que estabelece critérios de controle e vigilância da qualidade da água para consumo
humano e seu padrão de potabilidade, segundo Brasil (2011).

PARÂMETROS FÍSICOS
TEMPERATURA
Este é um parâmetro importante, visto que influencia na velocidade das reações químicas,
na solubilidade dos gases, na taxa de crescimento dos microrganismos, segundo Souza (2001).
Ainda, com o aumento da temperatura ocorre uma redução na densidade da água. Deste modo, a
inserção de efluentes aquecidos, ou que causam reações químicas, que elevam a temperatura nos
corpos aquáticos, reduzem a densidade, pois aumenta a solubilidade dos nutrientes, com isso,
as algas fitoplanctônicas, que se sustentam na coluna de água, devido a força de atrito, tendem a
ocupar o fundo, reduzindo ou cessando a fotossíntese, segundo Braga (et al., 2005).

WWW.UNINGA.BR 22
ENSINO A DISTÂNCIA

COR
A cor é um indicativo da presença de substâncias, partículas e organismos em grandes
quantidades, segundo Carmona (et al., 2003). É uma das características que pode afetar a
penetração de luz no corpo aquático.
Pode ser classificada em cor real e cor aparente. A cor real está relacionada às substâncias
dissolvidas na água, ou seja, é a cor que a água realmente apresenta se for removida a matéria em
suspensão. Esse é o caso do Rio Negro (AM), afluente do Rio Amazonas, que possui esse nome
devido a presença de ácidos húmicos (originado a partir da decomposição de matéria orgânica,
proveniente de ser vivo). A cor aparente do meio aquático está associada a reflexos da paisagem
ao redor ou aos materiais presentes no fundo, se esse for visível da superfície, isto é, coloração da
água como ela se apresenta, com todas as matérias em suspensão (BRAGA et al., 2005). A cor é
medida em unidades de cor, chamadas uH (unidade Hazen). A determinação da cor real realiza-
se após centrifugação da amostra. Para atender o padrão de potabilidade, a água deve apresentar
intensidade de cor aparente inferior a cinco unidades, segundo Brasil (2014). A cor pode tornar

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 2


a água imprópria ao consumo humano por manchar roupas e utensílios, para a produção de
bebidas ou outros alimentos, ou ainda na fabricação de louças e papéis, segundo Braga (et al.,
2005).

TURBIDEZ
É a medida da resistência da água a passagem de luz, ou o grau de atenuação de intensidade
que um feixe de luz sofre ao atravessar a água. A água fica turva devido a presença de materiais
em suspensão ou de organismos microscópicos na água, segundo Braga (et al., 2005).
É expressa em unidades de turbidez, também denominadas unidades de Jackson ou, mais
comumente, em unidades nefelométricas. A turbidez da água pode ser causada por lançamentos
de esgotos domésticos ou industriais. A turbidez natural das águas está, geralmente, compreendida
na faixa de 3 a 500 unidades para fins de potabilidade. Tal restrição fundamenta-se na influência
da turbidez nos processos usuais de desinfecção, atuando como escudo aos micro-organismos
patogênicos, minimizando a ação do desinfetante, segundo Brasil (2014). Considerando o padrão
de potabilidade a turbidez da água não deve exceder 5uT (Portaria MS n. º 2914/2011), segundo
Brasil (2011).

SÓLIDOS
São considerados sólidos totais presentes em um corpo aquático, a matéria que permanece
como resíduo após evaporação de 103 a 105ºC. Podem ser divididos em sólidos em suspensão
e sólidos filtráveis. O filtro utilizado possui cerca de 1 mícron (μ) de diâmetro, segundo Souza
(2001). Assim, os sólidos retidos no filtro são também denominados de sólidos em suspensão
ou particulados, enquanto que os sólidos que atravessam o filtro são classificados como sólidos
dissolvidos ou solúveis.
O padrão de potabilidade refere-se apenas aos sólidos totais dissolvidos (limite: 1000
mg/L), pois esta parcela reflete a influência de lançamento de esgotos e afeta a qualidade
organoléptica (sabor, odor) da água. Os sólidos são tratados como parâmetros físicos, embora
possam estar associados às características químicas e biológicas, segundo Brasil (2014).

CONDUTIVIDADE ELÉTRICA
Este parâmetro indica a capacidade da água de transmitir a corrente elétrica em função da
presença de substâncias dissolvidas, que se dissociam em ânions (íons negativos) e cátions (íons
positivos). Quanto maior a concentração iônica da solução, maior é a capacidade em conduzir
corrente elétrica. A condutividade elétrica é expressa em unidades de resistência (mho ou S) por
unidade de comprimento (geralmente cm ou m), em geral, μS/cm. Deste modo, águas naturais

WWW.UNINGA.BR 23
ENSINO A DISTÂNCIA

condutividade na faixa de 10 a 100 μS/cm e, em ambientes poluídos por esgotos domésticos ou


industriais os valores podem chegar a 1.000 μS/cm.

SABOR E ODOR
O sabor e odor também fazem parte dos parâmetros físicos e estão associados à
presença de poluentes industriais ou outras substâncias indesejáveis, como matéria orgânica em
decomposição, algas, entre outros. Águas com sabor e odor não palatáveis são desprezadas para
consumo humano (BRAGA et al., 2005).

PARÂMETROS QUÍMICOS
Os parâmetros químicos são avaliados a partir de substâncias dissolvidas e são medidos

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 2


em aparelhos analíticos, segundo Braga (et al., 2005).

pH
O pH ou potencial hidrogêniônico indica a intensidade das condições ácidas ou alcalinas
do meio aquoso, através da presença de íons hidrogênio (H+). Os valores de pH variam de 0 a 14,
sendo, inferior a 7, condições ácidas; superior a 7: condições alcalinas e 7 considerado neutro. O
valor do pH altera o grau de solubilidade das substâncias. As alterações desse parâmetro podem
ter origem natural (dissolução de rochas, fotossíntese) ou antropogênica (despejos domésticos
e industriais). Em águas de abastecimento, baixos valores de pH podem contribuir para sua
corrosividade e agressividade, enquanto que valores elevados aumentam a possibilidade de
incrustações nas tubulações. A acidificação das águas pode ser também um fenômeno derivado da
poluição atmosférica, mediante precipitações ou passagem direta de CO2 da atmosfera para água
por diferença de concentração, segundo Brasil (2014). Assim, em regiões muito poluídas ocorrem
passagem direta do CO2 da atmosfera para o corpo aquático. O pH para águas de abastecimento
deve estar entre 6,5 e 9,5, visando minimizar os problemas de incrustação e corrosão das redes de
distribuição (Portaria MS n. º 2914/2011).

DUREZA
A dureza das águas reflete a concentração de cátions em solução, na água cálcio (Ca+2) e
magnésio (Mg+2), mas também pode ser por ferro (Fe+2), manganês (Mn+2), estrôncio (Sr+2)
e alumínio (Al+3), segundo Brasil (2014). Águas com dureza elevada ou águas duras necessitam
de muita quantidade de detergentes, sabões e shampoo para produzir espuma ou que dão origem
a incrustações nas tubulações de água quente, em panelas ou outros equipamentos, em que a
temperatura da água é elevada. A dureza das águas superficiais é menor do que a das águas
subterrâneas e reflete a natureza das formações geológicas com as quais ela esteve em contato. A
dureza, em geral, é expressa em mg/L de carbonato de cálcio CaCO3, segundo Souza (2001). O
padrão de potabilidade para águas de abastecimento é de 500 mg/L CaCO3, Brasil (2014).

NUTRIENTES DISSOLVIDOS
Alguns nutrientes dissolvidos no meio aquático são essenciais para o desenvolvimento
dos seres vivos que ocupam esse meio. Nitrogênio e fósforo são fatores limitantes para o
crescimento de organismos autótrofos fotossintetizantes (algas e vegetais), portanto, o excesso
desses nutrientes provoca uma proliferação exagerada de algas denominada eutrofização. Assim,
os organismos precisam de quantidades moderadas de sais de silício, cálcio, magnésio, sódio,
potássio, enxofre, cloro e ferro e de quantidades diminutas de manganês, cobalto, zinco, cobre,

WWW.UNINGA.BR 24
ENSINO A DISTÂNCIA

entre outros, segundo Braga (et al., 2005). Desse modo, alterações nas concentrações de nutrientes
dissolvidos causam mudanças na estrutura das comunidades aquáticas.

MATÉRIA ORGÂNICA: DBO E DQO


Em grandes quantidades no meio aquático, a matéria orgânica (MO) causa alterações na
cor, odor, turbidez e eleva consumo do oxigênio dissolvido pelos organismos decompositores,
provocando desequilíbrios ecológicos, podendo causar a extinção dos organismos de diversos
organismos. Em geral, são utilizados dois indicadores do teor de matéria orgânica na água:
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e Demanda Química de Oxigênio (DQO). Estes
parâmetros indicam a demanda, ou seja, o consumo de oxigênio necessário para oxidar a matéria
orgânica contida na amostra de água. A diferença entre DBO e DQO está no tipo de matéria
orgânica estabilizada. A DBO refere-se exclusivamente à matéria orgânica oxidada por atividade
dos micro-organismos e a DQO abrange, também, a oxidação da matéria orgânica ocorrida por
agentes químicos. Assim o valor da DQO é sempre superior ao da DBO. Tanto a DBO quanto

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 2


a DQO são expressas em mg/L. A concentração média da DBO em esgotos domésticos é da
ordem de 300 mg/L, o que indica que são necessários 300 miligramas de oxigênio para estabilizar
a quantidade de matéria orgânica biodegradável contida em 1 litro da amostra. Em ambientes
naturais não poluídos, a concentração de DBO é baixa, cerca de 1 mg/L a 10 mg/L, segundo Brasil
(2014). Por convenção, usa-se DBO5, 20, ou seja, os ensaios são feitos com duração de 5 dias a
uma temperatura de 200C, segundo Braga (et al., 2005).

PARÂMETROS BIOLÓGICOS
Organismos que são utilizados para indicar mudanças do ambiente são denominados
de bioindicadores, segundo Bagliano (2012). Os bioindicadores são importantes por serem
muito sensíveis a poluentes, a toxinas e a perturbações do meio, portanto, servem como alerta
de desequilíbrio ambiental, segundo Ricklefs (2009). Podem fazer parte de diferentes grupos
como algas, bactérias, fungos, vegetais, protozoários, microinverterbrados, entre outros, porém,
as algas e os microrganismos patogênicos destacam-se em relação aos parâmetros de qualidade
de água.

ALGAS
As algas são pertencentes a três diferentes reinos: Monera, Protista e Plantae, sendo as
algas verdes (Chlorophyta/Plantae) as responsáveis pela maior parte da produção de oxigênio
molecular disponível no planeta a partir da fotossíntese, segundo Vidotti e Rollemberg (2003).
Contudo, a formação de grandes massas de algas, devido ao processo de eutrofização comentado
anteriormente, leva a produção de lodo (Figura 1) e a liberação de vários compostos que podem
ser tóxicos ou produzirem sabor e odor desagradável.

WWW.UNINGA.BR 25
ENSINO A DISTÂNCIA

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 2


Figura 1 - Um pescador caminhando no lago Chaohu, coberto de alga, Chaohu (China) em julho de 2013.
Fonte: SIM (2014).

Ainda, essa formação de camadas de algas na superfície de reservatórios, causa turbidez,


dificulta a passagem de luz, reduzindo consequentemente a concentração de oxigênio do meio,
entopem filtros em estações de tratamento, adere a paredes de reservatórios e piscinas e leva a
corrosão de estruturas de ferro e aço, segundo Braga (et al., 2005).

MICRORGANISMOS PATOGÊNICOS
Existem vários organismos patogênicos presentes em águas naturais, em geral,
provenientes do lançamento de águas residuais comunitárias, originários de indivíduos doentes
ou portadores. Considerando a dificuldade de identificação e contagem dos microrganismos
patogênicos, é habitual realizar a contagem de bactérias coliformes (coliformes totais, coliformes
fecais, Escherichia coli e estreptococos fecais) como um indicador da presença de microrganismos
patogênicos e de águas residuais de origem fecal, segundo Souza (2001). O padrão microbiológico
da água para consumo humano afirma que sistemas que analisam 40 ou mais amostras por mês,
os coliformes totais devem estar ausentes em 100ml em 95% das amostras examinadas no mês e
em sistemas que analisam menos de 40 amostras por mês, apenas uma amostra poderá apresentar
mensalmente resultado positivo em 100ml (Portaria MS n.º 2914/2011).
Comportamento dos poluentes no meio aquático

Os poluentes ao atingirem os corpos aquáticos sofrem a ação de diferentes mecanismos


físicos, químicos e biológicos. Dentre os processos físicos, pode-se destacar a diluição, processo
natural de mistura do despejo com a água do corpo aquático; pode ocorrer a sedimentação de
substâncias poluidoras pela ação gravitacional e a redução da penetração de luz, pela elevação
da turbidez devido a dissolução de nutrientes. Mecanismos químicos ocorrem pela reação das
substâncias poluidoras com aquelas já existentes no corpo aquático, causando assim alterações
na temperatura, pH, penetração da luz, entre outros, segundo Braga (et al., 2005). Ainda, as
alterações que ocorrem modificam a estrutura e dinâmica das comunidades aquáticas, com
morte de algumas comunidades sensíveis e elevação da densidade de espécies resistentes, os
mecanismos biológicos dessa nova comunidade altera as características do ambiente.

WWW.UNINGA.BR 26
ENSINO A DISTÂNCIA

O impacto produzido por esgoto doméstico, por exemplo, com restos de matéria orgânica,
restos de alimentos de origem vegetal ou animal, leva a redução de oxigênio no corpo aquático.
Ao atingir o corpo aquático, bactérias aeróbias, que utilizam oxigênio, gastam o oxigênio do
corpo aquático e ainda liberam mais gás carbônico na água durante a decomposição. Se o despejo
for contínuo e o consumo de oxigênio for maior do que a capacidade do meio de para repô-lo,
então, pode haver esgotamento e inviabilidade de sobrevivência de peixes e outros organismos
que necessitam de oxigênio para respirar, segundo Braga (et al., 2005).

O MEIO TERRESTRE
O solo pode ser compreendido como um manto superficial formado por desagregação
de rochas e matéria orgânica (matéria de origem animal ou vegetal) em decomposição, contendo

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 2


água, ar e organismos vivos em proporções variáveis. Ou seja, o solo é resultado das interações
envolvendo a litosfera, hidrosfera, atmosfera e biosfera, segundo Mendonça (2006). Contudo, o
conceito de solo pode variar de acordo com sua finalidade. Para os agrônomos pode ser entendido
em função de suas características de suporte para a produção agrícola e para o engenheiro civil
pode ser descrito de acordo com sua capacidade de suportar cargas ou de transformar em material
de construção, segundo Braga (et al., 2005).

Composição do solo
A proporção entre os componentes varia entre um solo e outro, mas geralmente fica
em torno de 45% de materiais minerais, 25% de água, 25% de ar e 5% de matéria orgânica. A
matéria mineral é proveniente da desagregação de rochas no próprio local ou em locais distantes,
trazida por água e vento. A parte líquida é constituída por precipitações como chuva, sereno,
neblina e orvalho. A proporção gasosa é formada por ar atmosférico e por gases formados pela
biodegradação da matéria orgânica. E por último, a parte orgânica resultante da queda de folhas,
frutos, galhos, restos de animais e resíduos em diferentes estágios de decomposição no estado
sólido ou líquido, segundo Braga (et al., 2005).

Formação do solo
Os solos são formados pela atuação do clima (pluviosidade, temperatura, umidade, etc.),
pela ação dos organismos (vegetação, animais, decompositores), material de origem, relevo e
idade, segundo Braga (et al., 2005). Os diferentes solos, alterados ou não, ou seja, apresentam um
perfil pode ser visualizado através de cortes verticais em profundidade (Figura 2). Um solo típico
pode apresentar três camadas denominadas de horizontes A, B e C. Acima desses horizontes há
uma camada superficial pouco espessa rica em resíduos orgânicos em decomposição, denominada
de “horizonte O”, segundo Mendonça (2006).

WWW.UNINGA.BR 27
ENSINO A DISTÂNCIA

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 2


Figura 2 - Horizontes dos solos. Fonte: o autor.

O horizonte A, em geral, possui textura leve (arenosa), concentrando as maiores


proporções de raízes, microorganismos e matéria orgânica, podendo expressar alto grau de
lixiviação. O horizonte B é subsuperficial e possui uma região que pode acumular parte dos sais
lixiviados e argilas. A terceira camada, ou horizonte C, possui acúmulo de óxidos de ferro e de
alumínio, argilas, carbonatos e minerais primários parcialmente intemperizados. Este horizonte
está acima da rocha matriz do solo, segundo Mendonça (2006).

Características ecologicamente importantes dos solos


Acidez
O pH dos solos é, em geral, entre 3 e 9, com valores mais comuns na faixa intermediária.
A acidez do solo (valores menores que 7) afeta significativamente as características químicas,
físicas e biológicas do solo e a nutrição das plantas. Essa acidez é comum em regiões em que a
quantidade de chuva é suficientemente para lixiviar quantidades representativas de cátions como
ocorre em regiões tropicais e subtropicais úmidas, segundo Silva (et al., 2009).

Troca de íons
As cargas elétricas do solo são fundamentais nas trocas químicas entre as partículas sólidas
e a solução aquosa presente, repelindo ou absorvendo íons, configurando uma característica
denominada de capacidade de troca iônica do solo, segundo Braga (et al., 2005). Ou seja, as
propriedades de adsorção e troca de íons do solo constituem no evento físico-químico de maior
importância no solo, definindo suas transformações desde a sua origem, segundo Silva (et al.,
2009). Os solos tropicais apresentam maior quantidade de cargas elétricas negativas, e possuem,
em geral, maior quantidade de argilas e óxidos de ferro e alumínio.

WWW.UNINGA.BR 28
ENSINO A DISTÂNCIA

Resíduos sólidos
Os Resíduos sólidos são todo material sólido ou semissólido (com teor de umidade
inferior a 80%) indesejável e que deve ser removido por ter sido considerado inútil e descartado.
Deve-se ressaltar que, o que é descartado para um pode se tornar matéria-prima para outro. Há
várias maneiras de se classificar os resíduos sólidos, mas, as mais comuns estão relacionadas
aos riscos potenciais de contaminação do meio ambiente e quanto à natureza ou origem. Os
resíduos sólidos podem ser classificados de acordo com a NBR 10.004, segundo ABNT (2004)
em: Classe I ou perigosos, aqueles que apresentam risco ao meio ambiente e exigem tratamento
e disposição especiais, ou que apresentam riscos à saúde pública. Por exemplo: embalagens de
pesticidas e resíduos de indústria química ou farmacêuticas; Classe II ou não inertes: podem
apresentar características de combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade, e podem
causar danos à saúde ou ao meio ambiente, por exemplo, resíduos domésticos, matéria orgânica
e papel; Classe III ou inertes, resíduos que não se degradam quando dispostos no solo, como
restos de construção civil, entulho de demolição ou pedras.

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 2


No Brasil, em 2014, foi estimada a produção média de 1,062 Kg/hab/dia de resíduos
sólidos urbanos (RSU), com destaque para a região sudeste que produz cerca de 17% acima da
média nacional (1.239 Kg/hab/dia) (Tabela 1) (ABRELPE,2014)

Tabela 1: Quantidade de resíduos sólidos urbanos gerado no Brasil em 2014 (Fonte: ABRELPE, 2014).

A coleta seletiva de resíduos sólidos, previamente separados de acordo com a sua


constituição e composição (Lei Federal nº 12.305/2010), deve ser implementada pelos municípios,
contudo, em muitos destes, as atividades de coleta seletiva não abrangem a totalidade de sua área
urbana. Quanto aos resíduos de construção civil, os chamados RDC – Resíduos de Construção e
Demolição, compostos por reformas, reparos e demolições, preparação e escavação de terrenos,
são de responsabilidade do gerador dos mesmos, embora sejam em grande parte coletados
pelos municípios, segundo ABRELPE (2014). Ainda, nos termos da Lei Federal n.12.305/10, a
reciclagem, processo de transformação dos resíduos em insumos ou novos produtos é considerada
prioritária na hierarquia na gestão de resíduos. A reciclagem de alumínio, papel e plástico, possui
participação significativa nas atividades de reciclagem no país, segundo ABRELPE (2014).
Quando não houver possibilidade de reutilização ou reciclagem, um aterro pode ser recorrido
seguindo a Resolução 307 do CONAMA/2002 e normatizado pela ABNT – Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT).

Resíduos perigosos
Estes são os resíduos sólidos que podem ser considerados nocivos ao meio ambiente e
à saúde, dos humanos e de outros organismos, no presente e no futuro. Os resíduos perigosos
são classificados em resíduos biomédicos, aqueles de hospitais, clínicas, laboratórios, que
apresentam características patológicas e infecciosas; e resíduos químicos, os produzidos por
atividade industrial e utilizados por grande parte da sociedade, de forma direta ou indireta. Os
resíduos hospitalares devem ser incinerados no próprio local, acaso isso não ocorra, poderá ser
encaminhado ao aterro com tratamentos prévios de cuidados e de prevenção. A destinação ideal

WWW.UNINGA.BR 29
ENSINO A DISTÂNCIA

para os resíduos perigosos seria também a reciclagem ou reutilização. Alguns produtos podem
ser utilizados como matéria-prima em ouros processos industriais. Se necessário, a disposição
final escolhida depende da natureza do resíduo, das características do meio receptor e das leis
vigentes. Os métodos mais comuns para a disposição final de resíduos perigosos são: disposição
no solo, em aterros de armazenamento, em lagoas artificiais, em formações geológicas subterrânea
e em injeções em poços e o tratamento de resíduos, com processos químicos, físico-químicos ou
biológicos Braga (et al., 2005).
As indústrias devem elaborar o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS),
que é parte integrante do processo de licenciamento ambiental do empreendimento ou atividade.
O PGRS deve ser elaborado de acordo com acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos do
Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária
(SNVS) e do Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA) e, se houver, do Plano
Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Além do PGRS, as indústrias também devem
prestar informações sobre seus resíduos pelo Cadastro Técnico Federal (CTF) do IBAMA (IPEA,

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 2


2012).

Resíduos radioativos
Em geral, há duas grandes instalações geradoras de rejeitos radioativos, as instalações
usuárias de radioatividade ou instalações radiativas, que incluem hospitais, laboratórios de análises,
instituições de pesquisa, indústrias, universidades, entre outras que operam equipamentos e
aparelhos laboratoriais analíticos ou hospitalares e as usinas nucleares, que são convencionadas
como instalações nucleares, as quais processam minerais e substâncias contendo urânio e outros
elementos químicos potencialmente radioativos para a geração de energia elétrica (PIVA et al.,
2010).
Esses rejeitos radioativos podem ser sólidos, líquidos ou gasosos. O gerenciamento de
resíduos radioativos está relacionado ao isolamento desses em local seguro. Os rejeitos líquidos
e gasosos podem ser retidos até a redução do nível de radioatividade e depois lançados no meio
ambiente ou através da retirada dos rejeitos radioativos dos resíduos totais, de modo que eles
sejam gerenciados como resíduos sólidos. A intensidade do dano causado pela radiação depende
da fonte de radiação, do tempo de exposição e da distância entre o receptor e essa fonte, Braga et
al. (2005).

O MEIO ATMOSFÉRICO
Características da atmosfera
Atmosfera é o nome dado a camada gasosa que envolve a Terra que se estende cerca
de 1.000 km de altitude. Os principais gases presentes na atmosfera são nitrogênio (78,11%),
oxigênio (20,95%), argônio (0,934%) e gás carbônico (0,033%). Ainda, compondo uma menor
porcentagem, estão presentes na atmosfera, neônio, hélio, criptônio, xenômio, hidrogênio,
metano, ozônio e dióxido de nitrogênio, entre outros. Além dos gases, a atmosfera apresenta
vapor de água (1 a 4%) e material particulado orgânico (pólens e microrganismos) e inorgânico
(partículas de areia e fuligem) (BRAGA et al., 2005). A medida que aumenta a altitude, a densidade
do ar vai diminuindo devido à menor força de atração que a Terra exerce sobre a atmosfera.
Assim, 50% da massa total atmosférica encontram-se nos primeiros 5 km sobre o nível do mar.
Portanto, as características físicas e a composição química da atmosfera variam em relação à
altitude, dividindo-se em vários extratos bem diferenciados e com características próprias.
Existem diferentes formas de caracterização da atmosfera, contudo, do ponto de vista

WWW.UNINGA.BR 30
ENSINO A DISTÂNCIA

biológico, a classificação baseada na variação de temperatura com a altitude é a mais utilizada


(Tabela 2).

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 2


Tabela 2 - Descrição das camadas da atmosfera. Fonte: a autora.

Processos poluentes
Considera-se como processo poluente todos os procedimentos, seja natural ou por
métodos tecnológicos, que constituem uma fonte de poluição atmosférica. Existem diferentes
processos decorrentes de transformação industrial ou domésticos, segundo Pereira (2011), que
serão descritos a seguir:

Processos de combustão
Este processo, principalmente dos derivados do petróleo, do carvão e do gás natural, é
uma das fontes de energia mais utilizadas na atualidade. Nas centrais térmicas, esses derivados
são queimados para obtenção de energia elétrica e a composição dos gases de saída depende dos
combustíveis utilizados. Outro processo de poluição através de combustão, ocorre no tráfego
rodoviário, em que os veículos automotores são responsáveis por quantidades superiores a 90%
do monóxido de carbono, por entre 20-30% dos óxidos de enxofre e de material particulado e
por entre 70 e 90% dos hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio, segundo Mota (1999). Ainda, em
estações incineradoras de resíduos sólidos, ocorre a liberação gases e cinzas poluentes.

Processos nas indústrias siderúrgica e metalúrgica


Tanto a metalurgia, que extrai um metal de seu minério bruto e realiza o tratamento
posteriormente, como a siderurgia que efetua o tratamento e transformação do ferro, em
fundições ou na formação do aço, geram poluentes atmosféricos. Esses processos geram poluição
na fundição dos metais em grandes caldeiras, nas etapas associadas à extração do metal das
minas e pedreiras, em seu transporte, armazenamento, na desagregação em pedaços menores e
nos tratamentos químicos finais.

Processos da indústria química


As reações que ocorrem nestes processos são variadas, portanto produzem diversos
poluentes. A maioria dos poluentes são gasosos, mas há poluentes compostos de partículas sólidas
e líquidas, derivados de enxofre (ácidos, sulfetos), derivados halogenados (cloretos, fluoretos,
iodetos, brometos, compostos orgânicos) e de metais pesados (chumbo, alumínio, ferro).

Processos na construção
Estes processos estão relacionados a pedreiras, indústrias de fabricação de produtos
cerâmicos ou cimenteiras e deposição de partículas sólidas ou de fuligem pelos arredores. A

WWW.UNINGA.BR 31
ENSINO A DISTÂNCIA

indústrias cimenteira, geralmente, deposita uma típica poeira de cor esbranquiçada sobre as
folhas das árvores e edificações. Esta poeira é rica em óxido de cálcio (cal viva ou cal virgem).
A vegetação sofre ressecamento da folhagem e os corpos d’água em áreas em que a cal virgem
é usada como corretivo agrícola, possuem pH alcalino, com diminuição na disponibilidade de
fósforo assimilável pelos vegetais, segundo Duarte (et al., 2012).

Processos petroquímicos
As operações de refino, destilação, transformação ou de transporte de derivados de
petróleo e sua utilização na indústria, produzem a emissão de efluentes tóxicos e inflamáveis.
No petróleo, uma mistura de hidrocarbonetos, os componentes são separados em estações
petroquímicas de acordo com suas características e, posteriormente, os produtos obtidos são
tratados através de procedimentos físicos ou químicos para obter os derivados comerciais do
petróleo que são aplicados nas áreas da drogaria, na fabricação de detergentes, na síntese de
plásticos e borrachas, na produção de adubos, explosivos e solventes, nos corantes industriais,

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 2


entre outros, gerando diferentes produtos poluidores.

Poluentes na atmosfera
A poluição atmosférica pode ser classificada quanto às fontes de poluição (fixas ou
móveis), bem como, quanto à dimensão da área atingida (problemas locais, regionais e globais).
A distinção entre fonte fixas e móveis é fundamental para o controle da poluição levando-se em
conta que o tratamento do problema é diferente em cada caso, segundo Braga (et al., 2005).
As fontes fixas são aquelas operadas de um ponto fixo, como chaminés industriais, caldeiras
e fornos, enquanto que, aquelas consideradas móveis, são provenientes de fontes autônomas, que
emitem contaminantes em sua trajetória, como automóveis, trens, aviões e barcos, entre outros,
segundo Carmona (et al., 2003).
O aumento da concentração de poluentes atmosféricos nas cidades causa diversos
problemas locais, entre eles a elevação da temperatura nas zonas mais edificadas, doenças
respiratórias e desconforto na população. Essa elevação da temperatura média local devido à
urbanização é conhecida como “ilhas de calor”. Ainda, a queimada de uma floresta pode gerar
impactos em escala regional, como a chuva ácida, resultantes da emissão de dióxido de enxofre
na atmosfera, e em escala global, como o aumento do efeito estufa (aquecimento global) e a
destruição da camada de ozônio. Os problemas globais envolvem toda a biosfera, com a
necessidade de esforços mundiais para enfrenta-los e controlá-los.

Chuva ácida
As chuvas, naturalmente, são ligeiramente ácidas, apresentando um pH próximo de 5,6.
Essa acidez é resultante da dissociação do dióxido de carbono (CO2) em água, formando ácido
carbônico, um ácido considerado fraco. Contudo, chuva ácida é o fenômeno originado da reação
entre gases nitrogenados e sulfonados produzidos por uma série de atividades humanas e o vapor
de água na atmosfera, produzindo ácidos nítrico (HNO3) e sulfúrico (H2SO4). A ocorrência desse
fenômeno gera diferentes impactos ao meio ambiente. Assim, é considerada ácida a chuva com
pH inferior a 5,6.
Na América do Sul, os menores valores de pH atingem cerca de 4,7. Estes valores foram
registrados na região amazônica resultantes da oxidação de H2S (ácido sulfídrico) produzidos
nos alagados da região ou da queima de biomassa (BRAGA et al., 2005). Na agricultura há
elevadas perdas resultantes da acidificação do solo. Ainda, ocorre a acidificação da água de lagos
e de reservatórios responsáveis pelo abastecimento da população, necessitando de diferentes
tratamentos, e produção de energia elétrica. A acidez causa desgaste no concreto, nas tubulações e
turbinas. Ainda, causam prejuízos à vegetação e pode levar a mortandade de peixes locais. Outro

WWW.UNINGA.BR 32
ENSINO A DISTÂNCIA

dano provocado pela chuva ácida está relacionado à destruição de obras civis e monumentos. O
controle da chuva ácida se faz através do controle das emissões de óxidos de nitrogênio (NOx) e
dióxido de enxofre (SO2) (BRAGA et al., 2005).

Efeito estufa e aquecimento global


A atmosfera da Terra é formada por vários gases, e cada um deles absorve calor do Sol em
comprimentos de ondas específicos. Assim, nosso planeta atua como um refletor dos raios do Sol,
recebendo a radiação e refletindo uma parte para o espaço e absorvendo o restante. Dessa forma,
a Terra mantém um equilíbrio de temperatura atmosférico, mantido pela parte da radiação solar
que não foi refletida para o espaço, esse fenômeno natural é denominado efeito estufa. Sem o
efeito estufa, a temperatura da Terra seria de aproximadamente – 200C (Figura 3).
Deste modo, o aumento da concentração de gases considerados gases de efeito estufa.
Exemplo: CO2, CH4, N2O, O3, CFC (clorofluorcarbonetos), tende a aumentar a temperatura da
superfície da Terra, gerando o denominado aquecimento global causando mudanças climáticas. A

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 2


atenção é focada principalmente em emissões CO2, uma vez que estão diretamente relacionados
com a geração de energia a partir de combustíveis fósseis. O aumento da atividade industrial
também acelera a taxa de emissões de CO2. A implementação de fontes de energia alternativa,
ou seja, que não utilize a combustão de material orgânico, medidas de conservação e aumento
da eficiência energética, juntamente com programas extensos reflorestamento, poderia reverter a
tendência atual, segundo Carmona (et al., 2003).

Figura 3 - Efeito estufa. Fonte: Mohr (2009).

Estima-se que se a temperatura média do mundo aumentar apenas em 4°C,


o nível geral das marés poderá subir cerca de 5 metros e cidades inteiras
desaparecerão debaixo d’água. Assista ao vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=mz6t9PVX0io.

WWW.UNINGA.BR 33
ENSINO A DISTÂNCIA

Destruição da camada de ozônio


A camada de ozônio (O3) situa-se entre 15 e 50km de altitude, na estratosfera. Essa camada
possui a capacidade de bloquear as radiações solares, principalmente a radiação ultravioleta,
impedindo que níveis excessivos dessa radiação atinja a superfície terrestre. A forte incidência de
radiações ultravioleta pode causar câncer de pele, reduzir as safras agrícolas, destruir ou inibir
o desenvolvimento de vegetais, entre outros. O ozônio (O3) é formado a partir da reação de
oxigênio atômico (O), originado da separação de O2 atmosférico pela ação de raios ultravioleta
com o próprio O2. Essa camada pode ser destruída pela ação das mesmas radiações ultravioletas
de alta intensidade ou com a reação outros compostos. O primeiro buraco na camada de
ozônio foi identificado sobre a Antártica, em 1977, com redução de cerca de 50% da camada
local. Os clorofluorcarbonos ou clorofluorcarbonetos, comumente utilizados em aparelhos de
ar condicionado e de refrigeração, embora com concentrações decrescentes desde os anos 90,
reagem com o O3 destruindo essa camada, segundo Braga (et al., 2005).

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 2


Padrões de qualidade do ar
São padrões de qualidade do ar as concentrações de poluentes atmosféricos que,
ultrapassadas, poderão afetar a saúde, a segurança e o bem-estar da população, bem como
ocasionar danos à flora e à fauna, aos materiais e ao meio ambiente em geral (CONAMA 03/90).
Há duas formas de controle da poluição, através do estabelecimento de padrões de qualidade do
ar e através da fixação de padrões de emissão atmosférica.
No Brasil, quanto aos padrões de qualidade do ar, foi estabelecida a Resolução CONAMA
nº 3 de 1990, que dispõe sobre padrões de qualidade do ar, previstos no PRONAR - Programa
Nacional de Controle da Qualidade do Ar. De acordo com esta resolução, os poluentes são
divididos em padrões primários e secundários. São padrões primários de qualidade do ar, as
concentrações de poluentes que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população e padrões
secundários são as concentrações de poluentes abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso
sobre o bem-estar da população, assim como o mínimo dano à fauna, à flora, aos materiais e ao
meio ambiente em geral. São definidos padrões para partículas totais em suspensão, fumaça,
partículas inaláveis, dióxido de enxofre, monóxido de carbono, dióxido de nitrogênio e ozônio,
além das metodologias de coleta e análise aplicáveis para cada um dos poluentes.
Em relação aos padrões de emissão de poluentes destacam-se as resoluções CONAMA
264/99, 316/02 e 382/06. A resolução CONAMA no 264 de 1999 define padrões de emissão de
poluentes no ar para o co-processamento de resíduos sólidos industriais em fornos de cimento.
Com o aumento significativo de resíduos sólidos industriais foi publicada a resolução CONAMA
no 316 de 2002 definindo padrões de emissão atmosférica para a incineração desses resíduos.
A resolução CONAMA no 382 publicada em 2006, define os limites máximos de emissão de
poluentes atmosféricos para fontes fixas, estabelecidos por poluente e por tipologia de fonte,
como por óleo combustível, bagaço-de-cana, derivados de madeira, turbinas a gás, entre outros.

WWW.UNINGA.BR 34
ENSINO A DISTÂNCIA

03
UNIDADE

EDUCAÇÃO AMBIENTAL (EA)

PROF.A PhD. GEZIELE MUCIO ALVES

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 36
EDUCAÇÃO AMBIENTAL (EA) ................................................................................................................................. 37
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL .................................................................................................................... 40

WWW.UNINGA.BR 35
ENSINO A DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO
Nesta unidade, as questões ambientais serão abordadas em termos de Educação Ambiental
e Sustentabilidade, dois temas complementares, visando a conservação do meio ambiente e
qualidade de vida. Será apresentado um breve histórico sobre Educação Ambiental, os princípios
e algumas peculiaridades dessa forma de educação e a legislação brasileira que trata a Educação
Ambiental.
Ainda, será descrito o conceito de sustentabilidade, apresentando a origem da utilização
desse termo e as diferentes área envolvidas com esse desenvolvimento. Serão destacados e
discutidos os três aspectos, ambiental, social e econômico, que norteiam o desenvolvimento
sustentável. Além disso, a Pegada Ecológica será descrita como um método de avaliação da
sustentabilidade. Serão, ainda, discutidos os principais impactos ambientais brasileiros, o

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 3


caráter das medidas de controle e os fatores relacionados a degradação ambiental. Por fim, serão
apresentados os tratados mundiais de conservação ambiental.

WWW.UNINGA.BR 36
ENSINO A DISTÂNCIA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL (EA)


Educação ambiental pode ser entendida como “os processos por meio dos quais o indivíduo
e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências
voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia
qualidade de vida e sua sustentabilidade” (Política Nacional de Educação Ambiental - Lei nº
9795/1999, Art 1º). Ainda, “A Educação Ambiental é uma dimensão da educação, é atividade
intencional da prática social, que deve imprimir ao desenvolvimento individual um caráter social
em sua relação com a natureza e com os outros seres humanos” (Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação Ambiental, Art. 2°), segundo MMA (2017). Ou seja, a educação ambiental
refere-se ao meio através do qual o cidadão adquire conhecimentos e habilidades relacionados a
sustentabilidade e ética ambiental, além de ser considerada uma extensão da educação escolar.

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 3


Além disso, essas habilidades devem ser colocadas em prática, em benefício das nossas gerações,
como custos ou conforto ambiental, e das gerações futuras. Situações de impactos ambientais e
de desperdício, não podem ser passadas despercebidas como a descrita na tirinha do Marcelino
(Turma da Mônica) a seguir (Figura 1).

Figura 1- Ação de Educação Ambiental (Fonte: SOUZA, 2016).

A educação ambiental deve atingir o público em geral, assim é subdividida em Educação


Formal, aquela que envolve estudantes, professores e outros profissionais envolvidos em cursos de
treinamento em Educação Ambiental e Educação Informal, quando envolve outros segmentos da
população, como trabalhadores, políticos, empresários, associações de moradores, profissionais
liberais, dentre outros, não relacionados a um ambiente escolar (MARCATTO, 2002).

BREVE HISTÓRICO SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL


Os primeiros registros termo “Educação Ambiental” datam, de 1948, em um encontro
da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), em Paris. A inserção da
temática da Educação Ambiental na agenda internacional, iniciou a partir da Conferência de
Estocolmo (Suécia), em 1972. Em 1975, foi instituído o Programa Internacional de Educação
Ambiental, em Belgrado (Sérvia, ex-Iugoslávia). Somente em 1977, foi realizada a Conferência
Intergovernamental sobre Educação Ambiental, em Tbilisi (Georgia, ex-União Soviética). Esta
conferência foi organizada pela UNESCO (United Nations Organization for Education, Science
and Culture - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) em
parceria com Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Neste encontro,
firmado pelo Brasil, foram estabelecidas definições, objetivos, princípios e estratégias para a
Educação Ambiental mundial. Além desses, outro documento internacional relevante para

WWW.UNINGA.BR 37
ENSINO A DISTÂNCIA

a Educação Ambiental foi o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis


e Responsabilidade Global elaborado durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92). Esse documento evidenciou a necessidade de formação
de um pensamento crítico, coletivo e solidário, de interdisciplinaridade, de multiplicidade e
diversidade, e estabeleceu uma relação entre as políticas públicas de EA e a sustentabilidade, com
plano de ação para educadores ambientais, voltadas para a recuperação, conservação e melhoria
do meio ambiente e da qualidade de vida (SECAD/MEC, 2007).

PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL


Após a Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental (Tbilisi) foram
estabelecidos os princípios para guiar os programas e projetos relacionados à educação ambiental.
Esses princípios serão descritos a seguir, de acordo com Marcatto (2002).

- Avaliar o ambiente em sua totalidade. Deste modo, deve ser avaliado seus aspectos

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 3


naturais, artificiais, tecnológicos e sociais. O aspecto social engloba uma abordagem econômica,
política, histórico-cultural e estética;

- Constituir-se em um processo contínuo e permanente, através do ensino formal e não


formal;
- Ser interdisciplinar, para obter uma perspectiva global e equilibrada;

- Avaliar as questões ambientais em escala pessoal, local, regional, nacional e internacional;

- Concentrar-se nas situações ambientais atuais e futuras, utilizando uma perspectiva


histórica;

- Ressaltar a necessidade de cooperação local, nacional e internacional, para a prevenção


e resolução dos problemas ambientais;

- Avaliar os aspectos ambientais relacionados ao desenvolvimento e crescimento;

- Oportunizar aos alunos tomar decisões com base em suas experiências de aprendizagem;

- Favorecer para que os alunos compreendam os efeitos e as causas dos problemas


ambientais;

- Favorecer a compreensão da complexidade dos problemas ambientais e da necessidade


de desenvolver aptidões necessárias para resolvê-los;

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: INTERFACES E PECULIARIDADES


Como discutido anteriormente, a EA deve avaliada, também, através do aspecto social,
que engloba uma abordagem econômica, política, bem como, histórico-cultural. Assim, serão
destacados a seguir alguns aspectos referentes as particularidades da Educação Ambiental
indígena e afro-brasileira (ME, 2007).

Educação indígena
A comunidade indígena possui uma forte relação com a natureza, essa integração pode ser
verificada no dia-a-dia, nas tarefas domésticas ou de subsistência e nas relações interpessoais. As
comunidades indígenas exercitam uma educação profundamente comprometida com seu meio

WWW.UNINGA.BR 38
ENSINO A DISTÂNCIA

socioambiental. Em época de chuva, realiza-se determinado trabalho. No verão, faz-se outro tipo
de trabalho. Ou seja, há atividades que não se fazem quando está chovendo e outras que não se
fazem, quando está seco. São regras ditadas pela natureza.
A exploração predatória e degradação dos recursos naturais são diretas e facilmente
observáveis. Por exemplo, na cerimônia de casamento dos Auwe-Xavante (MT), há oferenda de
caça por parte do noivo à família da noiva. Ainda, se não há caça, não há matéria-prima para
confecção das vestimentas e adornos adequados à cerimônia (Figura 2).

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 3


Figura 2 - Vestimenta e adornos característicos de índios. Fonte: Miranda (2017).

No Brasil, há, aproximadamente 225 etnias, em quase todas as unidades federativas.


Estima-se que possuem uma população de 600 mil indivíduos, 120 mil deles residindo nas
capitais e que apresentam cerca de 180 línguas. Apenas quatro etnias possuem uma população
com mais de 20 mil pessoas e outras 12 estão ameaçadas de desaparecimento com população que
não ultrapassa 40 pessoas.

Religiosidade afro-brasileira e o meio ambiente


A educação ambiental sempre foi praticada pelos seguidores dos orixás. Os orixás são
identificados como integrantes da natureza. São ancestrais divinizados que se transformaram em
rios, árvores, pedras, entre outros, os quais fazem a intermediação entre os homens e as forças
naturais e sobrenaturais. Cada habitat natural está relacionado a um orixá, que tem como um de
seus atributos preservar o planeta e a humanidade. Por exemplo, Iemanjá (Figura 3), soberana
das águas do mar, protege o ecossistema aquático e, é considerada, a grande mãe dos orixás e do
Brasil, como padroeira, sendo igualmente a Nossa Senhora da Conceição Aparecida; e Xangô,
Deus do trovão e da justiça. Similar a figura de São Jerônimo (PRANDI, 2003).

Figura 3 - Estátua de Iemanjá, localizada em Natal (RN). Fonte: Ciuffo (2010).

WWW.UNINGA.BR 39
ENSINO A DISTÂNCIA

O candomblé valoriza não apenas a vida religiosa, mas também a vida social, hierárquica,
ética e moral. Para que cada ecossistema tenha o seu guardião, Oludumaré (o Deus Supremo),
presenteou cada divindade com um atributo para auxiliá-lo na grande obra de perpetuação da
humanidade.
Preservar, cuidar e manter o ecossistema, a fauna e a flora, é condição fundamental para
os participantes dessa religiosidade afro-brasileira. Os ritos e rituais são propiciados por meio de
folhas, banhos de águas naturais e por partes de animais consagrados aos orixás. Ou seja, para a
religião dos orixás, a natureza é parte fundadora da constituição dos seres.

Você sabia?
- Dia 05 de junho comemora-se o Dia Mundial do Meio Ambiente e da Ecologia;
- Dia 15 de outubro comemora-se o Dia do Educador Ambiental.

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 3


LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL (MARCATTO,
2002)
O termo Educação Ambiental foi discutido na legislação brasileira, pela primeira vez, na
Lei Federal Nº 6938/1981, que institui a “Política Nacional do Meio Ambiente”. Essa lei destacou
que a Educação Ambiental deve ser oferecida em todos os níveis de ensino.
Ainda, na Constituição Federal do Brasil, promulgada no ano de 1988, estabelece, em
seu artigo 225, que afirma que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
complementa que cabe ao Poder Público “promover a educação ambiental em todos os níveis de
ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente”.
Posteriormente, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), nº 9394/1996, reafirmou
os princípios definidos na Constituição em relação à Educação Ambiental: “A Educação
Ambiental será considerada na concepção dos conteúdos curriculares de todos os níveis de
ensino, sem constituir disciplina específica, implicando desenvolvimento de hábitos e atitudes
sadias de conservação ambiental e respeito à natureza, a partir do cotidiano da vida, da escola e
da sociedade”.
Ainda, em 1997, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), enfatizaram a
interdisciplinaridade e o desenvolvimento da cidadania entre os educandos. Os PCN estabeleceram
que alguns temas transversais deveriam ser discutidos pelo conjunto das disciplinas da escola,
não em disciplinas específicas. Estes temas, ética, saúde, meio ambiente, orientação sexual e
pluralidade cultural foram denominados de temas transversais. Assim, a educação ambiental,
integrante do tema meio ambiente é constituinte dos temas transversais e deve ser trabalhada
enfatizando-se os aspectos sociais, econômicos, políticos e ecológicos.

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
CONCEITOS BÁSICOS
O desenvolvimento urbano e industrial ocorreu acompanhado de níveis crescentes de
poluição e degradação ambiental, transformando rios, como o Tietê, em São Paulo, em locais de
esgoto a céu aberto e reduzindo da fertilidade do solo Assim, levando-se em conta que a tecnologia
poderia ser utilizada também para contribuir com a reversão de impactos ou agir de modo que os

WWW.UNINGA.BR 40
ENSINO A DISTÂNCIA

danos ambientais fossem reduzidos, surgiu o conceito de Desenvolvimento Sustentável, proposto


pela “Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento” em 1987. Essa comissão era
formada pelas Nações Unidas, composta por 22 países e coordenada pela primeira ministra da
Noruega Gro Harlem Brundtland, segundo Braga (et al., 2005). Os estudos dessa comissão foram
condensados em um relatório, publicado neste mesmo ano, chamado Nosso futuro Comum
(Our Commom Future), mas ficou amplamente conhecido como Relatório Brundtland. Foi
neste relatório que, pela primeira vez, utilizou‑se o termo desenvolvimento sustentável, definido
como “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades da geração presente sem comprometer a
capacidade de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades” (CMMAD, 1991,
p. 9). Ou seja, trata-se de um modelo alternativo de desenvolvimento que estimule a evolução
e equilíbrio dinâmico entre a atividade econômica, desenvolvimento social e a preservação e a
regeneração dos sistemas ecológicos.

Medidas de ação propostas pelo relatório Brundtland:

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 3


•Limitar o crescimento da população;
•Garantir a provisão de alimentos a longo prazo;
•Preservar a biodiversidade;
•Diminuir o consumo de energia e desenvolver tecnologias baseadas
em energias renováveis;
•Desenvolver a produção industrial nos países não industrializados com
base em tecnologias com impacto ambiental reduzido;
•Controlar a urbanização desregrada e fazer a integração entre os
pequenos meios urbanos e as zonas rurais.

Sachs (1993) ampliou o conceito de sustentabilidade ou desenvolvimento sustentável à


diferentes áreas:
Sustentabilidade ecológica: crescimento econômico e social com a manutenção de
estoques dos recursos naturais;

Sustentabilidade ambiental: manutenção da capacidade de sustentação dos ecossistemas,


com capacidade de absorção e recomposição dos ecossistemas em face das agressões antrópicas;

Sustentabilidade social: desenvolvimento com a melhoria da qualidade de vida da


população, com a adoção de políticas distributivas e a universalização de atendimento a questões
como saúde, educação, habitação e seguridade social;

Sustentabilidade política: construção da cidadania para garantir a incorporação plena


dos indivíduos ao processo de desenvolvimento;

Sustentabilidade econômica: gestão eficiente dos recursos em geral e regularidade de


fluxos do investimento público e privado.

OS TRÊS PILARES DA SUSTENTABILIDADE


Como discutido anteriormente, a sustentabilidade é a capacidade de um sistema humano,
natural ou misto resistir ou se adaptar às mudanças por tempo indeterminado, deste modo,
para Elkington (1994) a sustentabilidade pode ser considerada como o equilíbrio entre os três
pilares: ambiental, econômico e social. A união entre esses pilares, formando o desenvolvimento
sustentável está representada na Figura 4. As três visões, segundo Sales (2013), serão descritas a
seguir.

WWW.UNINGA.BR 41
ENSINO A DISTÂNCIA

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 3


Figura 4 - Os três pilares da sustentabilidade. Fonte: a autora.

Visão ambiental
Nesta visão, a principal preocupação está relacionada aos impactos da atividade humana
sobre o meio ambiente, denominada de capital natural. A sustentabilidade ambiental se preocupa
em aumentar a capacidade do planeta por meio da utilização do potencial encontrado nos
diversos ecossistemas e de se manter um nível mínimo de deterioração desses ambientes, por
meio da redução de uso de combustíveis fósseis, da diminuição da emissão de gases e outras
substâncias poluentes. Além disso, visa adotar políticas de conservação de energia, com a
substituição de recursos não renováveis por renováveis e o aumentar a eficiência em relação aos
recursos utilizados.

Visão econômica
Na visão econômica o mundo é encarado em termos de estoques e fluxo de capital. Essa
visão não se restringe apenas ao convencional capital monetário ou econômico, mas considera
capitais de diferentes tipos, ambiental, natural, capital humano e capital social. Os economistas
possuem uma tendência mais otimista no que se refere à capacidade do ser humano de adaptação
a novas realidades ou circunstâncias e resolver problemas com sua capacidade técnica e se baseiam
nos conceitos de sustentabilidade forte e fraca. Dentro do conceito de sustentabilidade forte,
todos os níveis de recursos devem ser mantidos e não reduzidos, enquanto que, no conceito de
sustentabilidade fraca se admite a troca entre os diferentes tipos de capitais na medida em que se
mantenha constante o seu estoque. Essas duas abordagens consideram que o capital natural não
deve ser tratado independentemente do sistema como um todo, mas sim como parte integrante
dele. Essa integração entre ambiente e economia deve ser alcançada dentro do processo decisório,
dentro dos diferentes setores como governo, indústria e ambiente doméstico, visando alcançar a
sustentabilidade.

Visão social
A visão social objetiva alcançar a sustentabilidade em benefício da vida humana,
garantindo aos seres humanos o direito a uma vida saudável, produtiva e em harmonia com
a natureza. Assim, a proteção do meio ambiente tem, como função primordial, proteger o ser
humano e garantir‑lhe uma vida saudável. Uma vida saudável se baseia no respeito a direitos
mínimos como: saúde, lazer, trabalho, acesso a serviços básicos, água limpa e tratada, ar puro,
serviços médicos, proteção, segurança e educação. Nesse sentido, a sustentabilidade social baseia-

WWW.UNINGA.BR 42
ENSINO A DISTÂNCIA

se em um processo de desenvolvimento que garanta um crescimento estável, com distribuição


equitativa de renda, reduzindo as atuais diferenças de classe da sociedade e a melhorando as
condições de vida das populações.

Saiba um pouco mais sobre Desenvolvimento Sustentável, acesse:


https://www.youtube.com/watch?v=6bY-5ivpt0s

FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE


São consideradas ferramentas ou sistemas de avaliação de sustentabilidade os instrumentos

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 3


utilizados para avaliar o grau de sustentabilidade do desenvolvimento. Dentre as ferramentas
conhecidas destaca-se a Pegada Ecológica, segundo Van Bellen (2004), discutida a seguir.

Pegada Ecológica (Ecological Footprint)


Essa é uma ferramenta proposta por Wackernagel e Rees (1996) que representa o espaço
ecológico correspondente para sustentar um determinado sistema ou unidade, ou seja, é uma
ferramenta que transforma o consumo de matéria-prima e a assimilação de dejetos, de um
sistema econômico ou população humana, em área correspondente de terra ou água produtiva.
O tamanho da área requerida vai depender das receitas financeiras, da tecnologia existente,
dos valores predominantes dentro do sistema e de outros fatores socioculturais. Este método
fundamenta-se basicamente no conceito de capacidade de carga, que para efeito de cálculo,
corresponde à máxima população que pode ser suportada indefinidamente no sistema. O cálculo
do método é baseado na ideia de que para cada item de matéria ou energia consumida pela
sociedade existe uma certa área de terra, em um ou mais ecossistemas, que é necessária para
fornecer o fluxo destes recursos e absorver seus dejetos.
A medida de pegada ecológica é feita em hectares globais (gha). Cada hectare global
representa a média da capacidade de produção anual de determinada região, considerando
recursos naturais biológicos e renováveis como grãos, carne, madeira e fibras, vegetais peixes
e energia renovável. Deste modo, quanto maior o valor da Pegada Ecológica, maior o dano
ambiental. Um método de avaliação é descrito pela seguinte fórmula:

N * [∑(Ci/Pi)], onde:

N= número de habitantes
Ci = consumo médio per capita de cada bem
Pi = produtividade ou quantidade de terra

A pegada ecológica engloba a terra bioprodutiva, mar bioprodutivo, área de energia fóssil,
área urbanizada e biodiversidade (Figura 5).

WWW.UNINGA.BR 43
ENSINO A DISTÂNCIA

Figura 5 - Composição da pegada Ecológica. Fonte: INFAP (2017).

Desde a década de 80 a demanda da população mundial por recursos naturais é maior do


que a capacidade do planeta em renová-los (Figura 6). Assim, considera-se que a pegada ecológica

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 3


analisa a sustentabilidade das atividades humanas, bem como contribui para a construção de
consciência pública a respeito dos problemas ambientais e auxilia no processo decisório.

Figura 6 - Pegada ecológica mundial entre 1961 e 2005. Fonte: WWF (2017).

Um estudo avaliou a pegada ecológica, a partir do padrão de consumo de papel e


tipo de meio de transporte, utilizado pelos alunos da graduação da Escola da Engenharia da
Universidade Federal Fluminense. Foi obtida uma pegada ecológica de 0,07 hectare ao ano por
aluno, e, verificou-se que 34% dos alunos são responsáveis por 86% do CO2 emitido por todos
os alunos, principalmente pelo fato de utilizarem carro como transporte à universidade, um
aspecto relevante que compõe a pegada estudada. Posteriormente foi desenvolvido um conjunto
de planos de ação para a redução da pegada ecológica que contribuam com o desenvolvimento
sustentável, segundo Nascimento, Lima, Maciel (2013).
No setor da construção civil, visando maior responsabilidade ambiental, por meio de
ações sustentáveis, como a redução do consumo de recursos de materiais, energia e água, além
do volume de resíduos gerados, foi elaborado um software denominado ECO OBRA, baseado
nos critérios de classificação do sistema “Alta Qualidade Ambiental (Aqua Brasil), para avaliar
a sustentabilidade ambiental na execução de obras. O software foi aplicado em empresas
construtoras de Águas Claras (Distrito Federal) para propiciar, de forma rápida, a avaliação

WWW.UNINGA.BR 44
ENSINO A DISTÂNCIA

da sustentabilidade em um canteiro de obras e elaborar estratégias de redução dos impactos,


segundo Oliveira, Sposto, Blumenschein (2012).

Qual o tamanho de sua PEGADA?


Acesse: https://www.vivaalongevidade.com.br/quiz/qual-e-o-tamanho-da-
sua-pegada-ecologica

TRATADOS MUNDIAIS DE CONSERVAÇÃO AMBIENTAL


A primeira conferência internacional para discutir temas referentes à preservação da
natureza e ao desenvolvimento sustentável, ocorreu cerca de 30 anos após a criação da Organização

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 3


das Nações Unidas (ONU), uma organização intergovernamental, em 1945. Após esse período,
vários tratados, convenções e conferências foram realizados. Esses tratados discutem, além de
questões ambientais, aspectos sociais e culturais. Algumas das principais conferências ambientais
internacionais serão descritas a seguir de acordo com Pereira (2011).

O Primeiro Informe do Clube de Roma


O Clube de Roma foi fundado em 1968, por políticos, físicos, industriais e cientistas
em uma pequena vila italiana para debater sobre o desenvolvimento sustentável. Em 1972, foi
publicado o Primeiro Informe do Clube de Roma, intitulado “Limites do Crescimento”, ressaltando
que “não pode haver crescimento infinito com recursos finitos”. Deste modo, determinaram
cinco fatores básicos que limitam o crescimento no planeta: a população, a produção agrícola, os
recursos naturais, a produção industrial e a poluição. Foram propostas medidas para atenuação
de impactos ambientais como deter o crescimento demográfico, limitar a produção industrial, o
consumo de alimentos e matérias-primas, e deter a poluição.

A Conferência em Estocolmo (Suécia)


Em 1972, celebrou-se a Conferência de Estocolmo, também denominada Conferência
sobre o Meio Humano, da Organização das Nações Unidas (ONU), incluindo a participação de
representantes de 113 nações. Desta conferência surgiu o Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente (PNUMA). Foram descritos 26 princípios da declaração de Estocolmo, dentre
eles: a poluição não deve exceder a capacidade do meio ambiente de neutralizá-la; a ciência e a
tecnologia devem ser usadas para melhorar o meio ambiente e que os direitos humanos devem
ser defendidos.

Protocolo de Montreal (Canadá)


Em 1987, 46 países firmaram o Protocolo de Montreal, relacionado com as substâncias
que esgotam a camada de ozônio. Esse protocolo fixou as seguintes metas: redução de 50%
do consumo de 5 tipos de CFC (clorofluorcarbonos) para finais do século e congelamento do
consumo de três tipos de halons (agentes de extintores de incêndio).

Eco-92 ou Rio-92 (Brasil)


Também denominada de Cúpula da Terra, ocorreu no Rio de Janeiro, em 1992.
Reuniu representantes de 179 países, centenas de funcionários de organismos da ONU,
representantes de governos municipais, grupos de pesquisadores, empresários, ONGs e outros
grupos, ficando marcada como a mais ampla reunião de dirigentes mundiais já organizada. Neste

WWW.UNINGA.BR 45
ENSINO A DISTÂNCIA

encontro, foram criados cinco documentos: dois acordos internacionais, duas declarações de
princípios e um programa de ação sobre desenvolvimento mundial sustentável, com destaque
para a Agenda 21 que visa alcançar o Desenvolvimento Sustentável, baseada no planejamento do
futuro, com ações de curto, médio e longo prazos. Esse documento está organizado sob forma de
livro, contendo 40 capítulos.

Protocolo de Kyoto (Japão)


Neste encontro em Kyoto (1997), foram fixados os conteúdos do “Protocolo de Kyoto”,
estabelecendo metas para limitar a poluição pela queima de combustíveis fósseis causadoras do
efeito estufa. Dentre os principais aspectos debatidos por esse protocolo destacam-se: os países
industrializados se comprometiam a reduzir suas emissões de gases tóxicos em 5,2%, entre os
anos de 2008 e 2012, em relação aos níveis de 1990; e os países em desenvolvimento ficariam
excluídos do cumprimento dessa norma de redução de emissão de gases de efeito estufa. Foram
estabelecidos três mecanismos para atingir tal objetivo:

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 3


• Iniciativas dos países desenvolvidos para combater o aquecimento global;

• A transferência de tecnologia limpa dos países desenvolvidos aos países em


desenvolvimento.

• Criação dos Créditos de Carbono ou Redução Certificada de Emissões (RCE), atribuindo


um valor monetário à poluição e redução de gases do efeito estufa (GEE). Por convenção, uma
tonelada de dióxido de carbono (CO2) equivale a um crédito de carbono e este crédito pode
ser negociado no mercado internacional. A redução da emissão de outros gases que também
contribuem para o efeito estufa, bem como, a absorção de CO2 por vegetação, através do
plantio de árvores, também podem ser convertidos em créditos de carbono. Assim, países ou
indústrias que não conseguem atingir as metas de reduções de emissões estabelecidas, tornam-se
obrigatoriamente compradores de créditos de carbono e aqueles que conseguirem reduzir suas
emissões abaixo das cotas determinadas, podem vender o excedente de “redução de emissão” ou
“permissão de emissões” no mercado nacional ou internacional (GREEN CO2, 2017).

Rio + 10 (Johanesburgo, África do Sul)


A Rio+10, com nome oficial Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável,
ocorreu em 2002 com a presença de representantes de 189 países. Os principais pontos dessa
cúpula foram a afirmação da questão do desenvolvimento sustentável com base no uso e
conservação dos recursos naturais renováveis. A maior parte das acusações por parte de ONGs
e ativistas ambientais, em relação a esse encontro, direcionou-se aos países desenvolvidos sobre a
falta de perspectivas no combate às desigualdades sociais, segundo Brasil (2012).

Rio + 20 (Rio de janeiro – Brasil)


Também denominada Conferência da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável,
ocorreu em 2012, reuniu 193 representantes de países, estabeleceu uma nova agenda de
desenvolvimento sustentável, caracterizando-se como um importante ponto de partida para a
construção do futuro que queremos. Dois temas principais orientaram os debates: a economia
verde, no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza; e a estrutura
institucional para o desenvolvimento sustentável, segundo Relatório Rio + 20 (2012). Contudo,
novas críticas surgiram, relacionadas à falta de clareza, objetividade e ao não estabelecimento de
metas concretas para que os países reduzam a emissão de poluentes e preservem ou reconstituam
suas áreas naturais.

WWW.UNINGA.BR 46
ENSINO A DISTÂNCIA

PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS NO BRASIL


Levando-se em conta que nosso país é um dos maiores do mundo em biodiversidade,
todas as intervenções sobre seus biomas geram grandes impactos. Sobre os recursos hídricos,
destacam-se a poluição por esgotos domésticos, poluição industrial, deposição de resíduos
sólidos, poluição difusa de origem agrícola, eutrofização de lagos e represas, poluição por
mineração e falta de proteção aos mananciais superficiais e subterrâneos. Ou seja, são impactos
relacionados ao seu uso direto pela sociedade, aplicação insuficiente de tecnologias adequadas
ou pela falta de instrumentos adequados para sua gestão. Sobre o solo, os principais impactos
estão ao uso na agropecuária. Este modelo agrícola é predominante baseado no uso de energia
fóssil, de agroquímicos e na mecanização intensiva, o que causa erosão e degradação do solo.
Até 1997, estimou-se que as perdas ambientais, associadas ao recurso solo para uso agrícola e
florestal, causadas por erosão, alcançavam 1,4% do PIB brasileiro. A manutenção e intensificação
desse impacto gera os processos de desertificação. Ainda, evidencia-se os impactos causadas
pela urbanização. A crescentes urbanização verificada nas duas últimas décadas promoveu o

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 3


agravamento dos problemas urbanos no país, tais como, crescimento desordenado e concentrado,
ausência ou deficiência no planejamento municipal, obsolescência de estrutura física existente,
demanda não atendida por recursos e serviços e agressões ao ambiente urbano, por exemplo, pela
alta produção de resíduos sólidos, segundo Pereira (2011).

WWW.UNINGA.BR 47
ENSINO A DISTÂNCIA

04
UNIDADE

POLÍTICAS AMBIENTAIS,
PROGRAMAS E LEGISLAÇÃO
PROF.A PhD. GEZIELE MUCIO ALVES

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 49
POLÍTICAS AMBIENTAIS, PROGRAMAS E LEGISLAÇÃO ..................................................................................... 50
GESTÃO DO AMBIENTE .......................................................................................................................................... 56

WWW.UNINGA.BR 48
ENSINO A DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO
Esta unidade aborda a estrutura do Sistema Nacional de Meio Ambiente com ênfase
nas normas e instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente. Serão evidenciados o
zoneamento ambiental, a avaliação de impacto ambiental, com elaboração dos estudos de
impactos ambientais e relatórios de impactos ambientais, e o sistema de tríplice licença.
Ainda, serão abordados os aspectos de restauração e recuperação de ambientes degradados
com a definição de medidas corretivas e preventivas. Posteriormente, será conceituado gestão
ambiental e descrita a organização da política ambiental brasileira. Além disso, serão delimitadas
as ferramentas utilizadas para avaliar o desempenho ambiental das empresas e as leis que regem
esses instrumentos.

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 4

WWW.UNINGA.BR 49
ENSINO A DISTÂNCIA

POLÍTICAS AMBIENTAIS, PROGRAMAS E LEGISLAÇÃO


ASPECTOS LEGAIS E REGULAMENTADORES DO MEIO AMBIENTE
Durante o estudo foram destacados diversos problemas ambientais, mas estes seriam
maiores se não existissem normas e instrumentos legais para a regulamentação de ações
consideradas impactantes ao meio ambiente. Na Constituição Federal de 1988 o capítulo VI
refere-se especificamente ao Meio Ambiente e no artigo 225 afirma “Todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade
de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo
para as presentes e futuras gerações” (BRASIL, 1988. p. 127). O estabelecimento das normas
de controle ambiental considera três níveis hierárquico, União, Estados e Municípios. Cabe à
União o estabelecimento de normas gerais válidas para todo o território Nacional, aos Estados o

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 4


estabelecimento de normas peculiares e aos Municípios o estabelecimento de normas que visem
interesses locais.
Anteriormente à Constituição de 1988, várias leis federais relativas ao Meio Ambiente
foram promulgadas, com destaque para o Estatuto da Terra (Lei no 4.504 de 30.11.1964) referente
à conservação dos recursos naturais renováveis; o Código Florestal (Lei no 4.771 de 15.09.67); o
Código de Pesca (Decreto-lei no 221 de 28.02.67); o Código de Mineração (Decreto-lei no 227
de 28.02.67) e a Lei de Proteção à Fauna (Lei no 5.197 de 03.01.67). Ainda, foi a Lei Federal no
6.938 de 31.08.81 que estabeleceu a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) reconhecendo
a legitimidade do Ministério Público da União para propor ações de responsabilidade civil e
criminal por danos causados ao meio ambiente, segundo Braga (et al., 2005).
De acordo com o artigo 9, da Lei Federal no 6.938 de 31.08.81 são instrumentos da Política
Nacional do Meio Ambiente, segundo Brasil (1981, p. 4):

I. O estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;

II. O zoneamento ambiental;

III. A avaliação de impactos ambientais;

IV. O licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;

V. Os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de


tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;

VI. A criação de reservas e estações ecológicas, áreas de proteção ambiental e as de


relevante interesse ecológico, pelo Poder Público Federal, Estadual e Municipal;

VII. O sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;

VIII. O Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental;

IX. As penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas


necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental.

Alguns desses instrumentos serão detalhados a seguir.

WWW.UNINGA.BR 50
ENSINO A DISTÂNCIA

Zoneamento ambiental
É a organização do território em áreas onde se autorizam determinadas atividades ou
restringe-se, de modo absoluto ou relativo, o exercício de outras, em razão das características
ambientais e socioeconômicas do local, sem comprometer seus recursos naturais e o meio
ambiente. Deve ser executado em nível nacional (macrozoneamento), regional ou municipal.
O zoneamento é um regulamento para que determinadas parcelas do solo, ou mesmo
de cursos d’água doce ou do mar, sejam utilizadas ou não utilizadas, segundo critérios
preestabelecidos. Esses critérios são considerados obrigatórios, seja para a Administração Pública
ou Privada e constitui-se em limitação administrativa incidente sobre o direito de propriedade,
segundo Antunes (1999).
A Constituição Federal atribui competência à União sobre elaborar e executar planos
nacionais e regionais de ordenação do território; A Lei no 6. 803 de 02.07.80 prevê que os Estados
estabeleçam leis de zoneamento nas áreas críticas de poluição que compatibilizem as atividades
industriais de proteção ambiental. Ainda, cabe ao munícipio a delimitação do solo urbano com

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 4


destinação ao seu uso (BRAGA et al., 2005). Esse zoneamento pode ser para área de pesquisas
ecológicas, áreas de proteção ambiental, parques públicos, áreas industriais, zoneamento agrícola
ou rural, entre outros.

Avaliação de Impacto Ambiental


Este é um dos instrumentos mais importantes para a proteção dos recursos ambientais,
declarado na Constituição como um dever do Poder Público de exigir um estudo prévio de
impacto ambiental para autorização de instalação de obra ou atividade potencialmente causadora
de degradação do meio ambiente (BRASIL, 1988).
Primeiramente deve-se conceituar impacto ambiental (Figura 1). De acordo com a
resolução CONAMA de 1986,

considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas,


químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria
ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente,
afetam:
I - A saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II - As atividades sociais e econômicas;
III - A biota;
IV - As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V - A qualidade dos recursos ambientais (CONAMA, 1986, p. 2548).


Figura 1 - Exemplos de impactos ambientais. Fonte: Taringa (2017).

WWW.UNINGA.BR 51
ENSINO A DISTÂNCIA

Em 1986, uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente estabeleceu a exigência de um


Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e de um respectivo Relatório de Impacto Ambiental (Rima),
segundo CONAMA (1986). Essa resolução afirma que dependerá de elaboração de estudo de
impacto ambiental e relatório de impacto ambiental algumas atividades como construção de
estradas, ferrovias, portos, aeroportos, gasodutos, oleodutos, obras hidráulicas, usinas de geração
de energia, aterros, projetos agropecuários, entre outros.
A decisão dos órgãos competentes sobre a possibilidade ou não do licenciamento está vinculada
a elaboração desse estudo e relatório e a análise dos efeitos de realização do projeto sobre o meio
ambiente. O Rima é acessível ao público, suas cópias devem ficar à disposição e deve ser feita
audiência pública para a análise e discussão de seu conteúdo, segundo CONAMA (1987). Esse
relatório deve conter, no mínimo, alguns constituintes obrigatórios (Tabela 1).

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 4


Tabela 1 - Constituintes obrigatórios de um Relatório de Impacto Ambiental (Rima). Fonte: a autora.

Licenciamento ambiental
Embora o licenciamento ambiental já estivesse previsto na legislação de vários Estados,
passou a ser obrigatório somente com a promulgação da Lei Federal no 6.938 de 31.08.81, segundo
Brasil (1981). Posteriormente, a resolução Lei no 237 de 19.12.97 do CONAMA, instituiu o
sistema da tríplice licença (prévia, instalação e operação), segundo CONAMA (1997). Essas três
licenças serão discutidas a seguir de acordo com Watanabe (2011).
A responsabilidade pela concessão de licença fica a cargo dos órgãos ambientais estaduais
(como Instituto Ambiental do Paraná - IAP) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), no âmbito nacional ou regional. Todas as obras ou
atividades utilizadoras de recursos naturais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras
estão sujeitas ao licenciamento. Para o licenciamento de estabelecimentos destinados a produção
de materiais nucleares e suas aplicações, o licenciamento é competência da Comissão Nacional
de Energia Nuclear (CNEN), mediante parecer do IBAMA e de órgão estaduais e municipais de
controle ambiental, segundo Braga (et al., 2005).

LICENÇA PRÉVIA (LP)


É a licença concedida para a construção da obra. Essa licença é solicitada na fase preliminar
da atividade, correspondente à fase de estudos e da escolha da localização do empreendimento.
Nessa fase, o empreendedor e o órgão licenciador definem o local do projeto e atestam a
concepção e viabilidade ambiental do empreendimento, estabelecendo os requisitos básicos a

WWW.UNINGA.BR 52
ENSINO A DISTÂNCIA

serem atendidos nas próximas fases. O projeto básico será elaborado somente após a expedição
da Licença Prévia. O pedido de Licença Prévia deve vir acompanhado de certidão da Prefeitura do
Município onde se deseja iniciar as obras, comprovando que o local pode receber a atividade ser
publicado no Diário Oficial e em periódico de grande circulação. Também deve atender os prazos
determinados, caso os mesmos não sejam atendidos a licença poderá ser arquivada. Dependendo
do local e da atividade poderá haver a exigência de audiências públicas. Quando expedir licença
prévia, o órgão ambiental estabelecerá as medidas mitigadoras que devem ser contempladas no
projeto de implantação como condição para solicitar e obter a Licença de Instalação. Quando o
empreendimento configurar casos de significativo impacto, o empreendedor é obrigado a apoiar
financeiramente a implantação e manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção
Integral, conforme previsto no art. 2º incisos I e VI da Lei 9985/00 que institui o Sistema Nacional
de Unidades de Conservação da Natureza.

LICENÇA DE INSTALAÇÃO (LI)

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 4


A licença de instalação é a licença concedida para o início da construção da obra
propriamente dita. Assim, após a licença prévia e antes do início das obras, deve ser solicitada a
licença de instalação junto ao órgão ambiental. Para a Licença de Instalação devem ser apresentados
os projetos básicos do empreendimento, os projetos de engenharia, o conjunto de elementos
necessários e suficientes com nível de precisão adequado para caracterizar a obra, serviço,
complexo de obras ou serviços objeto da licitação. O órgão ambiental autoriza a instalação do
empreendimento comprovando-se o cumprimento das condicionantes estabelecidas na Licença
Prévia e com as devidas medidas de controle ambiental e as condicionantes determinadas para a
terceira fase (Licença de Operação).
Assim, ao conceder a Licença de Instalação o órgão gestor do meio ambiente terá
(WATANABE, 2011, p. 130):

• Autorizado o empreendedor a iniciar as obras;


• Concordado com as especificações constantes dos planos, programas e projetos
ambientais, seus detalhamentos e respectivos cronogramas de implementação;
• Verificado o atendimento das condicionantes determinadas na Licença Prévia;
• Estabelecidas medidas de controle ambiental para garantir o atendimento da
lei e os padrões de qualidade;
• Fixada as condicionantes da Licença de instalação – medidas mitigadoras e /ou
compensatórias, para prevenir ou reduzir os danos ambientais.
O prazo da Licença de Instalação deve ser, no mínimo, o estabelecido no
cronograma para instalação do empreendimento, mas não pode ser superior
a 06 anos, e durante esse período o órgão ambiental deve monitorar a obra,
fiscalizando-a em todas as suas fases.

LICENÇA DE OPERAÇÃO (LO)


Esta é a licença de operação e funcionamento. É solicitada após a conclusão das etapas da
Licença Prévia e Licença de Instalação, antes do início efetivo das atividades de funcionamento
do empreendimento. Nesta licença são descritos os prováveis impactos ambientais e sociais da
empresa e avaliada a magnitude e a abrangência de tais impactos. Assim, devem ser formuladas
medidas capazes de eliminar ou atenuar os impactos causados ao meio ambiente.
Para a concessão dessa licença devem ser ouvidos os órgãos ambientais das esferas
competentes que o empreendimento envolver e os órgãos e as entidades setoriais, cuja área de
atuação se situa o empreendimento.
Quando solicitar a Licença de Operação deve ser comprovada que (WATANABE, 2011,
p. 131):

WWW.UNINGA.BR 53
ENSINO A DISTÂNCIA

• A implantação de todos os programas ambientais já deve ter sido executada;


• Houve o cumprimento de todas as condicionantes estabelecidas quanto à con-
cessão da licença de instalação;
• Havendo a liberação, deve pagar as taxas e publicar a informação acerca da
licença.

A Licença de Operação tem validade de no mínimo 04 e no máximo 10 anos e deve ser


requerida com antecedência mínima de 120 dias antes do término do prazo da validade da licença
anterior, mediante publicação do pedido no Diário Oficial e em jornal de grande circulação.
A Resolução CONAMA 237/97, em seu anexo I, apresenta as diferentes atividades que
estão sujeitas ao licenciamento ambiental, porém diversas outras devem ser licenciadas, devendo
o empreendedor adotar todo os procedimentos anteriormente mencionados. Além disso, alguns
empreendimentos, dependendo da natureza e dos recursos ambientais envolvidos necessitam de
outras licenças e ou de outras autorizações específicas, como exemplo, a concessão de licença de
instalação específica para atividades que incluam desmatamento, segundo o Código Florestal Lei

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 4


4771/65, art. 19; e uso de recursos hídricos devem seguir a Lei 9433/97 da Política Nacional de
Recursos Hídricos (PNRH).

RECUPERAÇÃO E CONTROLE DE AMBIENTES DEGRADADOS


Primeiramente, deve-se compreender o conceito de degradação. De acordo com o art. 2º
do Decreto no 97.632, de 10 de abril de 1989, “são considerados como degradação os processos
resultantes dos danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem algumas de suas
propriedades, tais como, a qualidade ou capacidade produtiva dos recursos ambientais” (BRASIL,
1989, p. 1).
Áreas degradadas são áreas sem vegetação, utilizadas como empréstimo de forma
desmedida, escavadas, mineradas, assoreadas e erodidas, causando diretamente impactos
ambientais desastrosos, que provocam a redução drástica na qualidade de vida de forma
sustentável. Assim, alguns exemplos das principais consequências da ação do homem sobre o
meio ambiente são: desmatamento, poluição, qualidade da água, o derramamento de petróleo,
o lixo tóxico, a pesca predatória, a desertificação, as queimadas e a extinção da flora e da fauna,
segundo Watanabe (2011).
Assim, a recuperação de ambientes degradados ou a restauração ecológica é o processo
de restabelecimento de um ecossistema que foi degradado, danificado ou destruído. Portanto, um
ecossistema é considerado recuperado e restaurado quando possuir recursos bióticos e abióticos
suficientes para continuar seu desenvolvimento sem auxílio ou subsídios adicionais, segundo
MMA (2017a).
A Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, em seu art. 2º, incisos XIII e XIV, distingue, para
seus fins, um ecossistema “recuperado” de um “restaurado”, da seguinte forma (SNUC, 2004, p.
8) (Figura 2):

XIII - recuperação: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre


degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição original;

XIV - restauração: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada


o mais próximo possível da sua condição original;

WWW.UNINGA.BR 54
ENSINO A DISTÂNCIA

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 4


Figura 2 - Ecossistema recuperado (à esquerda) e restaurado (à direita). Fonte: BRITO (2016).

No Brasil a primeira tentativa de recuperação de áreas degradadas foi o reflorestamento


da floresta da Tijuca, em 1886, por ordem do Imperador, em que foram utilizadas plantas nativas
e exóticas, incluindo eucaliptos, segundo Watanabe (2011).
Atualmente, estima-se que o Brasil possua um déficit de cerca de 43 milhões de hectares
de Áreas de Preservação Permanente (APPs) e de 42 milhões de hectares de Reserva Legal (RL).
Nesse contexto, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) objetiva promover a recuperação de
áreas degradadas, por meio de pesquisa e instrumentos de adequação e regularização ambiental
de imóveis rurais, com base na Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Ainda, o MMA também é
parceiro do Programa de Recuperação de Áreas Degradadas na Amazônia (Pradam), executado
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O Pradam visa recuperar
5 milhões de hectares de áreas de pastagens, em cinco anos, de cerca de 30 milhões de hectares
dessas áreas em algum estágio de degradação, com baixíssima produtividade para o alimento
animal, reinserindo-as ao processo produtivo, segundo MMA (2017a).

Como recuperar as áreas degradadas


Para indicar a melhor solução para recuperar áreas degradadas, devem ser considerados
os fatores eficiência, segurança e custo. Ainda, deve ser identificada a diferenciação entre medidas
corretivas e preventivas. Uma ação corretiva é resultante de um planejamento sistemático com
o objetivo de detectar não conformidades ou oportunidades de melhoria existentes e eliminar
as causas dessas não conformidades para prevenir reincidências e consolidar ganhos obtidos.
Por outro lado, uma ação preventiva é a antecipação do problema, através da elaboração de um
planejamento, que visa a não ocorrência da não conformidade, ou seja, identificar potenciais
oportunidades para preveni-las. Após esta identificação, devem ser concretizadas as providências
a serem tomadas e designá-las aos responsáveis e os participantes para coloca-las em prática.
Ressalta-se que o esforço para identificar os problemas deve ser periódico, que ocorra uma
análise crítica do problema como instrumento para acompanhar as ações preventivas em curso e
que a administração das ações preventivas pendentes, ocorra de forma contínua e seja tratada de
acordo com a prioridade de cada uma, segundo Watanabe (2011).

WWW.UNINGA.BR 55
ENSINO A DISTÂNCIA

GESTÃO DO AMBIENTE
Durante um longo período, a industrialização e a poluição foi avaliada como sinônimo de
progresso. Essa visão foi mantida até que os problemas causados ao ambiente, como contaminação
do ar, da água e do solo, começaram a ter efeito direto sobre os seres humanos. Essa degradação
ambiental e preocupação tornou-se mais evidente na década de 1970, com a realização, em 1972,
em Estocolmo (capital da Suécia), da 1ª Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano.
Nesse período, em muitos países, em especial, da Europa e América do Norte, as empresas foram
forçadas a utilizar recursos financeiros expressivos devido a problemas resultantes de uma atuação
desvinculada do meio ambiente, além de possuírem sua imagem comprometida perante o mercado.
Com o tempo, as empresas transformaram essa desvantagem em vantagem competitiva, quando
passaram a contribuir para o aprimoramento das relações entre o desenvolvimento e o ambiente.

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 4


Após essa percepção, conceitos como gestão ambiental e o já consagrado desenvolvimento
sustentável passaram a ser incorporados às estratégias de planejamento de inúmeras indústrias
mundiais, segundo Braga (et al., 2005). Assim, pode-se considerar gestão ambiental como “uma
forma de controle, através de regulamentos, normatizações e medidas, visando administrar
determinado ambiente, no benefício da manutenção de uma boa qualidade de vida” (GRISI,
2007, p. 121).
Os problemas mais visíveis, causados pela industrialização, estão relacionados a destinação
dos resíduos de qualquer tipo, sólido, líquido ou gasoso. A seguir são descritas algumas das
principais catástrofes ambientais e as devidas consequências ocorridas no século XX (Tabela 2).

GESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL


Até meados do século XX, pouco se conhecia sobre as relações do crescimento
econômico e a degradação ambiental, e, neste período, a questão ambiental não era prioritária
para a sociedade, governo, ciência e empresas. Apenas no final do século XX o Brasil passou
a vivenciar políticas públicas voltadas para a prevenção de acidentes ambientais, característica
de uma adequada gestão ambiental. Ainda, as políticas ambientais deste período apresentavam
uma preocupação com o meio ambiente em nível local (poluição, extinção de espécies animais e
vegetais, desmatamento e outros). A gestão do meio ambiente, portanto, visava, principalmente,
resolver os problemas e não os prevenir, ou seja, tinha sentido reativo e não pró-ativo, segundo
Watanabe (2011).
Segundo a mesma autora citada anteriormente, as primeiras políticas ambientais
brasileiras que subsidiaram a gestão aplicada ao meio ambiente no Brasil foram: a criação de
parques florestais e áreas de preservação ambiental; a preservação de algumas espécies ameaçadas
de extinção e a proteção de determinadas paisagens e espaços naturais e as leis sobre o uso das
florestas, das águas e dos minerais – Código Florestal e o Código das Águas de 1934, o Código de
Pesca de 1938 e o Código de Mineração de 1940.

WWW.UNINGA.BR 56
ENSINO A DISTÂNCIA

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 4

Tabela 2 - Principais catástrofes ambientais ocorridas no século XX. Fonte: Teixeira (2017).

No Brasil, apenas a partir da década de 1980, com a edição da Lei Federal n0 6.938,
de 31 de agosto de 1981, que instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), que
a gestão ambiental passou a ser explícita no âmbito federal, com controle e fiscalização. Essa

WWW.UNINGA.BR 57
ENSINO A DISTÂNCIA

política tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia
à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses
da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. Esta lei instituiu o Sistema
Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA),
com gestão participativa com a sociedade. O Conselho Nacional do Meio Ambiente é o órgão
consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente (BRASIL, 1981).
O SISNAMA possui a seguinte estrutura (MMA, 2017a):

• Órgão Superior: O Conselho de Governo;


• Órgão Consultivo e Deliberativo: O Conselho Nacional do Meio Ambiente -
CONAMA
• Órgão Central: O Ministério do Meio Ambiente – MMA;
• Órgão Executor: O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis – IBAMA;
• Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 4


de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de
provocar a degradação ambiental;
• Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e
fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições;

Assim, as ações nacionais e regionais passaram a ser adequadas às necessidades


internacionais, com vistas ao atendimento dos preceitos do desenvolvimento sustentável.

INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL


Para garantir um melhor desempenho ambiental das empresas, existem diferentes
instrumentos ou ferramentas de gestão ambiental, que se apoiam na regulamentação direta,
acompanhada de fiscalização para o cumprimento das normas e padrões estabelecidos. São
instrumentos de gestão ambiental: Avaliação de Impacto Ambiental; Análise do Ciclo de Vida;
Rótulo Ecológico; Ecodesign; Auditoria Ambiental; Avaliação de Desempenho Ambiental e
Sistema de Gestão Ambiental.

Avaliação de Impacto Ambiental (AIA)


É um processo de apreciação de um determinado projeto, programa ou plano que
provoque alterações no meio ambiente, com o objetivo de fornecer informações consistentes
sobre a ação, para apoiar a tomada de decisão, proporcionando uma visão dos aspectos positivos
e negativos do projeto, direcionando a definição de medidas corretivas dos impactos negativos
e medidas de valorização dos impactos positivos, segundo Watanabe (2011). É um estudo
destinado a identificar, interpretar, bem como prevenir as consequências ambientais ou os efeitos
que determinados projetos ou ações podem causar aos ecossistemas, ou seja, à saúde e ao bem-
estar do homem ou diferentes organismos e ao entorno, segundo Bolea (1984).

Avaliação do Ciclo de vida (ACV)


É a denominação utilizada para um estudo que abrange os impactos ambientais causados
para todo o ciclo de vida de uma atividade, ou seja, para toda a cadeia produtiva relacionada
com essa determinada atividade, processo ou produto, segundo Watanabe (2011). Segundo o
Instituto Nacional de Metodologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO, 2013), o ciclo de vida é
o conjunto de todas as etapas necessárias para que um produto cumpra sua função na cadeia de
produtividade, desde a extração, processamento da matéria‐prima até o descarte final. Esse ciclo
engloba as diferentes fases do processo, transformação, produção, transporte, distribuição, uso,
reuso, manutenção e reciclagem (Figura 3).

WWW.UNINGA.BR 58
ENSINO A DISTÂNCIA

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 4


Figura 3 - Avaliação do ciclo de vida. Fonte: ECYCLE (2013).

Os objetivos gerais de uma análise do ciclo vida são obter um quadro completo das
interações de determinada atividade com o meio-ambiente; compreender a interdependência
das consequências ambientais associadas à essas atividades; criar uma base para determinação
de novos investimentos e comparar o impacto ambiental total de produtos diferentes usados
para o mesmo fim, segundo Fonseca (2005). Assim, a ACV é uma poderosa ferramenta de
apoio à tomada de decisões que gera informações sobre a atividade, avalia impactos e compara
desempenhos ambientais de processos e produtos. Existe um conceito bastante relacionado ao
ACV, que são os “seis ‘erres’ da sustentabilidade”: repensar, repor, reparar, reduzir, reutilizar e
reciclar (IBICT, 2016).
A ACV é regida pelas normas ISO 14040, criadas pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), segundo INMETRO (2013).

Rótulo ecológico
O rótulo ecológico, também denominado de selo verde, rótulo ambiental, eco-selo ou
selo ecológico, é uma rotulagem que atesta que determinado produto causa menor impacto
ambiental que outros semelhantes, disponíveis no mercado. Seu objetivo é promover a redução
dos impactos negativos em todo o ciclo de vida do produto, mobilizando as forças de mercado
através da conscientização de produtores e consumidores, segundo Watanabe (2011).
O Programa da ABNT de Rotulagem Ambiental é uma certificação voluntária desenvolvida
de acordo com as normas da ABNT NBR ISO 14020 e ABNT NBR ISO 14024, concedida por
um comitê técnico que tem a responsabilidade de aprovar os critérios utilizados sua concessão
(Figura 4). Este tipo de rótulo leva em consideração o ciclo de vida dos produtos, objetivando a
redução de impactos negativos causados no meio ambiente em todas as etapas do ciclo de vida
destes produtos: extração de recursos, fabricação, distribuição, utilização e descarte, segundo
ABNT Online (2017). O rótulo ecológico é um instrumento de gestão ambiental orientado para
o produto, mas que pode ser aplicado aos serviços.

WWW.UNINGA.BR 59
ENSINO A DISTÂNCIA

Figura 4 - Selo de Qualidade Ambiental criado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Fonte: Ribeiro (2017).

Ecodesign

Ecodesign é a fabricação de produtos a partir da escolha de materiais de baixo impacto


ambiental, ou seja, menos poluentes, não tóxicos, de produção sustentável ou reciclados, e que

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 4


requeiram menos energia na fabricação. Estes produtos devem priorizar a eficiência energética,
a qualidade e durabilidade, a modularidade (com que possam ser trocadas em caso de defeito,
evitando a troca de todo o produto) e a reutilização ou reaproveitamento, segundo MMA (2017b).

Auditoria ambiental
É uma avaliação periódica, documentada e objetiva das operações e processos de forma
a garantir o cumprimento da legislação e os objetivos ambientais, para diversas atividades e
eventos, segundo Watanabe (2011). Ainda, pode ser considerada como uma sequência de revisões
de qualidade utilizadas pela indústria e outros setores empresariais visando uma certificação
da gestão de qualidade da empresa, segundo Antunes (1998). A auditoria ambiental pode ser
realizada pelo Poder Público ou por empresa privada e os resultados devem ser disponibilizados
aos clientes.

Avaliação de Desempenho Ambiental (ADA)


A Avaliação de Desempenho Ambiental é uma ferramenta para determinar se o
desempenho ambiental ou o esforço para a proteção do ambiente de uma organização está
adequada aos critérios estabelecidos pelas normatizações, criando condições para um melhor
controle do impacto ambiental das atividades, produtos e serviços da organização, segundo
Watanabe (2011).

Sistema de Gestão Ambiental (SGA)


O Sistema de Gestão Ambiental (SGA) é a parte de um sistema de gestão que inclui a
estrutura organizacional, planejamento de atividades, responsabilidades, práticas, procedimentos,
processos e recursos para desenvolver, implementar, alcançar, rever e manter a política ambiental
de acordo com a ISO 14001, segundo Watanabe (2011). Esse sistema auxilia a empresa a identificar
os aspectos ambientais mais importantes associados à sua atividade, permitindo avaliar os
processos que necessitam ser melhorados e implementar medidas ambientais eficazes. Ou seja, o
sistema de gestão ambiental é um ciclo contínuo que visa promover a melhoria do desempenho
ambiental de uma organização, segundo Fonseca (2005).

Documentos relativos aos instrumentos de gestão ambiental


O Sistema de Gestão Ambiental (SGA) apresenta um conjunto de normas definidas por
uma organização internacional de normalização (International Organization for Standardization),
conhecida pela sigla ISO. Assim, a ISO 14000 é constituído por uma série de normas que
determinam diretrizes para garantir que determinada empresa (pública ou privada) pratique a
gestão ambiental. As normas da série ISO 14000 foram originadas para responder às necessidades

WWW.UNINGA.BR 60
ENSINO A DISTÂNCIA

das empresas frente à problemática ambiental. Essas normas fornecem orientações sobre a
elaboração e implementação de um Sistema de Gestão Ambiental; instrumentos de avaliação
específica do meio ambiente e meios práticos e adequados para abordar os produtos do ponto de
vista ambiental, segundo Watanabe (2011).
De acordo com a ISO 14000 tanto a organização das empresas quanto o produto, são
analisados para que seja conferida a certificação de qualidade ambiental a determinado processo
produtivo. Essa série engloba seis grupos de normas, que atendem a um assunto específico da
questão ambiental (Figura 5).

MEIO AMBIENTE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE | UNINDADE 4


Figura 5 - Organização das normas da ISO 14000. Fonte: a autora.

Conheça a ISO 14001, acesse:


https://www.youtube.com/watch?v=TBTyJNokg7k.

WWW.UNINGA.BR 61
ENSINO A DISTÂNCIA

REFERÊNCIAS
ABAGRP. Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto. 2017. Disponível
em: <http://www.abagrp.org.br/agronegocioBiomasBrasileiros.php>. Acesso em: 14 out. 2017.

ABNT. Resíduos Sólidos - Classificação. Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Normas


Técnicas, 2004.

ABRELPE. Panorama dos resíduos sólidos no Brasil. São Paulo: Associação Brasileira de
Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, 2014. Acesso em 21 jan. 2017.

AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS (ANA). Enquadramento – Bases legais. Disponível em:
<http://portalpnqa.ana.gov.br/enquadramento-bases-legais.aspx#>. Acesso em: 25 jan. 2017.

AMBIENTE BRASIL. Ambiente Brasil. 2017. Disponível em: <www.ambientebrasil.com.br/>.


Acesso em: 24 jan. 2017.

ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica. 2002. Atlas de energia elétrica do Brasil/
Agência Nacional de Energia Elétrica. 1. ed. Brasília: Aneel, 2002.

ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica. 2008. Atlas de energia elétrica do Brasil/
Agência Nacional de Energia Elétrica. 3. ed. Brasília: Aneel, 2008.

ANTUNES, P. B. Direito Ambiental. 3. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 1999.

ANTUNES, P.B. Auditorias ambientais: competências legislativas. Revista de Informação


Legislativa, v. 35, n. 137, p. 119-124, 1998.

BICHÓLOGO. ¿Cómo se transfiere la energía a través de las cadenas tróficas? 2016. Disponível
em: <https://micruzbiological.blogspot.com.br/2016_03_01_archive.html?view=classic>.
Acesso em: 03 fev. 2017.

BOLEA, T. Evaluacion del impacto ambiental. Madrid, Mapfre, 1984.

BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental – O desafio do desenvolvimento


sustentável. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.

BRASIL. Pegada ecológica: que marcas queremos deixar no planeta? Brasília: WWF-Brasil,
2007.

BRASIL. Anuário Estatístico de Energia Elétrica - ano base 2014. Ministério de Minas e
Energia. EPE – Empresa de Pesquisa Energética, 2015. Disponível em: <http://www.epe.gov.
br/AnuarioEstatisticodeEnergiaEletrica/Anu%C3%A1rio%20Estat%C3%ADstico%20de%20
Energia%20El%C3%A9trica%202015.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2016.

WWW.UNINGA.BR 62
ENSINO A DISTÂNCIA

REFERÊNCIAS
BRASIL. 2012. Rio+20. Comitê Nacional de Organização. Conferência das Nações Unidas
sobre Desenvolvimento Sustentável. Disponível em <http://www.rio20.gov.br/sobre_a_rio_
mais_20/rio-20-como-chegamos-ate-aqui/at_download/rio-20-como-chegamos-ate-aqui.pdf>.
Acesso em: 29 mai. 2017.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro
Gráfico, 1988. p. 292.

BRASIL. Decreto no 97.632, de 10 de abril de 1989. Regulamentação do Artigo 2°,


inciso VIII, da Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981e outras providências. 1989.

BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Manual de controle da qualidade


da água para técnicos que trabalham em ETAS. Fundação Nacional de Saúde. Brasília: Funasa,
2014.

BRASIL. Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA). Lei Federal n0 6.938, de 31 de agosto de
1981. Brasília, 31 de agosto de 1981.

BRASIL. Portaria nº 2914 de 12 de dezembro de 2011 do Ministério da Saúde. 2011. Disponível


em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2914_12_12_2011.html>. Acesso
em: 17 jan. 2017.

BRITO, R. O. 2016. Recuperação e restauração. Disponível em: <http://roosanee2.blogspot.


com.br/2016/04/recuperacao-e-resturacao.html>. Acesso em: 01 jun. 2017.

CARMONA, A.A. et al. Conceptos Básicos sobre medio ambiente y desarrollo sustentable.
Buenos Aires: Overprint Grupo Impresor SRL, 2003.

CIENCIAVIVA. Doce Quimiossintese. Disponível em: <http://www.cienciaviva.pt/rede/


oceanos/materiais/DoceQuimiossintese.pdf>. Acesso em: 16 jan. 2017.

CIUFFO. L. N. The queen of the sea. Praia do Meio, Natal (RN), Brazil. 2010. Disponível em:
<https://www.flickr.com/photos/leandrociuffo/5297404821/>. Acesso em: 17 jan. 2018.

CMMAD – Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nosso futuro comum.
2. ed. Tradução de Our common future. 1. ed. 1988. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio
Vargas, 1991.

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente (Brasil). Resoluções do Conama: Resoluções


vigentes publicadas entre setembro de 1984 e janeiro de 2012. Ministério do Meio Ambiente.
Brasília: MMA, 2012.

______. Resolução nº 264, de 26 de agosto de 1999. Ministério do Meio Ambiente, p. 11.

______. Resolução nº 3, de 28 de junho de 1990. Ministério do Meio Ambiente. p.5.

WWW.UNINGA.BR 63
ENSINO A DISTÂNCIA

REFERÊNCIAS
______. Resolução nº 316, de 29 de outubro de 2002. Ministério do Meio Ambiente. p.14.

______. Resolução nº 382, de 26 de dezembro de 2006. Ministério do Meio Ambiente, p.37.

______. Resolução nº 9, de 03 de dezembro de 1987. Publicada no DOU, de 5 de julho de 1990,


Seção 1, p. 12945.

______. Resolução nº 1, de 23 de janeiro de 1986. Publicada no DOU, de 17 de fevereiro de


1986, Seção 1, p. 2548-2549.

COPPE UFRJ. O futuro sustentável, tecnologia e renovação para uma economia verde e a
erradicação da pobreza. 2016. Disponível em: <http://www.coppenario20.coppe.ufrj.br/wp-
content/uploads/2012/05/Usina-de-Ondas_31.jpg>. Acesso em 04 de fevereiro de 2017.

DUARTE, W.H.B. Contaminação geoquímica ambiental da produção de calcários corretivos e


cal na região de Santa Maria do Cambucá, Pernambuco: considerações sobre a produção mineral
regional. Revista de Geografia (UFPE), v.29, n.3, 2012.

ECYCLE. 2013. O que é a avaliação do ciclo de vida (ACV) de produtos e quais seus impactos
sobre o desenvolvimento sustentável?. Disponível em: <http://www.ecycle.com.br/component/
content/article/35/3074-o-que-e-avaliacao-analise-ciclo-vida-produto-acv-ferramenta-
metodologia-estudo-etapas-cadeia-produtiva-extracao-producao-embalagem-transporte-uso-
deposicao-impactos-efeitos-riscos-poluicao-meio-ambiente-saude-sustentabilidade.html>.
Acesso em 27 de maio 2017.

ENCYCLOPAEDIA BRITANNICA. Bioma. 2017. Disponível em: <https://escola.britannica.


com.br/levels/fundamental/article/bioma/480789>. Acesso em: 14 out. 2017.

FONSECA, A. Sistemas de Gestão Ambiental. Disciplina Gestão para Desenvolvimento


Sustentável. Curso MBA em Gestão Ambiental. Universidade Luterana do Brasil. 2005.

GREEN CO2. Créditos de carbono - O que são. Disponível em: <http://www.greenco2.net/


credito_oquesao.shtml>. Acesso em: 17 out. 2017.

GRISI, B.M. Glossário de ecologia e ciências ambientais. 3 ed. João Pessoa: Editora da UFPB,
2007.

IBICT- Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia. O pensamento do ciclo


de vida: uma história de descobertas/ Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e
Tecnologia. 2016.

INFAP - INSTITUTO DE FORMAÇÃO E AÇÃO EM POLÍTICAS SOCIAIS. Pegada Ecológica.


2017. Disponivel em: <http://www.infap.org.br/pegadaecologica.php>. Acesso em: 15 mai. 2017.

INFOESCOLA. Quimiossintese. Disponível em: <http://www.infoescola.com/bioquimica/

WWW.UNINGA.BR 64
ENSINO A DISTÂNCIA

REFERÊNCIAS
quimiossintese/ >. Acesso em: 16 jan. 2017.

IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Diagnóstico dos Resíduos Sólidos


Industriais. Brasília: Ipea, 2012. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/
PDFs/relatoriopesquisa/120927_relatorio_residuos_solidos_industriais.pdf>. Acesso em: 28 jan.
2017.

ITAIPU BINACIONAL. Capa Energia. 2017. Disponível em: <https://www.itaipu.gov.br/capa-


energia>. Acesso em: 17 jan. 2018.

LANGEBACH, T; PAIM, S. Os pesticidas no ecossistema do solo. v. 1, p. 349-63, 1995.

MARCATTO, C. Educação ambiental: conceitos e princípios. Belo Horizonte: FEAM, 2002.

ME - Ministério da Educação, Coordenação Geral de Educação Ambiental: Ministério do Meio


Ambiente. Vamos cuidar do Brasil: Conceitos e práticas em Educação Ambiental na escola.
Departamento de Educação Ambiental: UNESCO, 2007.

MENDONÇA, J.F.B. Solo: substrato da vida. Brasília: Embrapa Recursos Genéticos e


Biotecnologia, 2006.

MIRANDA, J. 2017. Como o índio se veste? Disponível em: <http://www.grupoescolar.com/


pesquisa/como-o-indio-se-veste.html>. Acesso em: 16 out. 2017.

MITCHELL. Welcome to Biology. Disponível em: <http://mrmitchellsbiology.weebly.com/>.


Acesso em: 04 fev. 2017.

MMA – Ministério do Meio Ambiente, 2017. Conceitos de educação ambiental. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/educacao-ambiental/politica-de-educacao-ambiental>. Acesso em: 14
out. 2017.

MMA – Ministério do Meio Ambiente. Sistema Nacional do Meio Ambiente. 2017a. Disponível
em: <http://www.mma.gov.br/port/conama//estr1.cfm>. Acesso em: 2 mai. 2017.

MMA – Ministério do Meio Ambiente. Ecodesing. 2017b. Disponível em: <http://www.mma.


gov.br/destaques/item/7654-ecodesign>. Acesso em: 29 mai. 2017.

MOHR, M. Ecologia e Biodiversidade. 2009. Disponível em: <https://pt.slideshare.net/realvic/


enade-ecologia>. Acesso em: 13 mai. 2017.

MOTA, S. Urbanização e Meio Ambiente. Rio de Janeiro: ABES, 1999.

WWW.UNINGA.BR 65
ENSINO A DISTÂNCIA

REFERÊNCIAS
NASCIMENTO, S.C.; LIMA, G.B.A.; MACIEL, G.F.S.V. Aplicação da ferramenta Pegada
Ecológica para análise de impactos ambientais gerados pelas atividades acadêmicas de
alunos da escola de engenharia da Universidade Federal Fluminense. In: XXXIII ENCONTRO
NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO/A Gestão dos Processos de Produção e as
Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos. Salvador, 2013.

NOELI, A.S.M. As usinas hidrelétricas e seus impactos: os aspectos socioambientais e


econômicos do Reassentamento Rural de Rosana - Euclides da Cunha Paulista. Dissertação
(mestrado) – Faculdade de Ciências e Tecnologia – FCT/UNESP, Pós-Graduação em Geografia.
Presidente Prudente, SP, 2005.

OLIVEIRA, J. A. C.; SPOSTO, R. M.; BLUMENSCHEIN, R. N. Ferramenta para avaliação da


sustentabilidade ambiental na fase de execução de edifícios no Distrito Federal. GEPROS -
Gestão da Produção, Operações e Sistemas, ano 7, n. 2, p. 11-21, 2012.

PARNAÍBA, G. Água da Lagoa da Pampulha ainda não atingiu parâmetros que permitem
esportes náuticos. 2016. Disponível em: < http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2016/11/26/
interna_gerais,827320/agua-da-lagoa-da-pampulha-ainda-nao-atingiu-parametros-que-
permitem-es.shtml>. Acesso em: 04 fev. 2017.

PEREIRA, C.L.F. Aspectos da ciência meio ambiente. Pernambuco: Universidade de Pernambuco


- Escola Politécnica de Pernambuco/Departamento Civil, 2011.

PIVA et al., 2010. Critérios de Projeto para Destinação de Rejeitos Radioativos. Projeto Final de
Curso (Graduação em Engenharia Química/Química Industrial). Universidade Federal do Rio
de Janeiro, Escola de Química, Rio de Janeiro, 2010.

PORTAL ENERGIA. Ondas e Mares. Disponível em: <http://www.portal-energia.com/ondas-e-


mares/>. Acesso em: 23 jan. 2017.

_____. Fontes de energia renováveis e não renováveis. 2015. Disponível em: <http://www.
portal-energia.com/fontes-de-energia/>. Acesso em: 04 fev. 2017.

PRANDI, R. As religiões afro-brasileiras e seus seguidores. Civitas: Revista de Ciências Sociais.


Porto Alegre, v. 3, n. 1, p. 15-33, 2003.

PREFEITURA MUNICIPAL DE OSÓRIO. Parque Eólico. Disponível em: <http://www.osorio.


rs.gov.br/site/turismo/visualizar/id/22/?Parque-Eolico.html>. Acesso em: 04 fev. 2017.

RELATÓRIO RIO +20. Relatório. Disponível em: <http://www.rio20.gov.br/documentos/


relatorio-rio-20/1.-relatorio-rio-20/at_download/relatorio_rio20.pdf>. Acesso em: 29 mai. 2017.

RIBEIRO, V. Novos Programas do Rótulo Ecológico da ABNT: Produtos e Serviços de Limpeza


com Qualidade Ambiental. Disponível em: < http://www.abnt.org.br/noticias/4829-novos-
programas-do-rotulo-ecologico-da-abnt-produtos-e-servicos-de-limpeza-com-qualidade-
ambiental>. Acesso em 20 de outubro de 2017.

WWW.UNINGA.BR 66
ENSINO A DISTÂNCIA

REFERÊNCIAS
RICKLEFS, R.E. A economia da natureza. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 2003.

_____. A Economia da Natureza. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.

SACHS, I. Estratégias de Transição para do século XXI – Desenvolvimento e Meio Ambiente.


São Paulo: Studio Nobel – Fundação para o desenvolvimento administrativo, 1993.

SALES, F.A.V.B. Desenvolvimento sustentável. São Paulo: Editora Sol, 2013.

SECAD/MEC - Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade/ Ministério da


Educação. Cadernos SECAD 1 - Educação Ambiental: aprendizes de sustentabilidade. Brasília
(DF), 2007.

SILVA, F.M. et al. Geografia Física II/ Propriedades dos solos – características químicas e
mineralógicas. Natal: EDUFRN, 2009.

SIM, D. Dead Pigs and Rivers of Blood: Shocking Photos of Water Pollution in China. 2014.
Disponível em: <http://www.ibtimes.co.uk/dead-pigs-rivers-blood-shocking-photos-water-
pollution-china-1459222>. Acesso em: 04 fev. 2017.

SINUS - Simulação das Nações Unidas para Secundarista. Agência Internacional de Energia
Atômica (AIEA) - Guia de Estudos. 2014. Disponível em: <http://sinus.org.br/2014/wp-content/
uploads/2013/11/AIEA-Guia-Online.pdf>. Acesso em: 28 jan. 2017.

SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - lei nº 9.985, de 18 de


julho de 2000; decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002. 5.ed. aum. Brasília: MMA/SBF, 2004.
p.56.

SOUZA, M. Turma da Mônica. 2016. Disponível em: <http://turmadamonica.uol.com.br/


tirinhasdomarcelinho/>. Acesso em: 16 out. 2017.

TARINGA. Terrible: El sucesor de la DDR4 alcanzará 6.40 GHz. 2017. Disponível em: <http://
www.taringa.net/posts/ecologia/10011262/Si-con-la-radiacion-no-alcazara.html>. Acesso em:
31 mai. 2017.

TEIXEIRA, A.L. 2017. ICEC – Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura. Apostila de Desenvolvimento
Sustentável. Disponível em: < http://www.icec.edu.br/>. Acesso em: 17 jan. 2017.

VAN BELLEN, H.M. Desenvolvimento Sustentável: Uma Descrição das Principais Ferramentas
de Avaliação. Ambiente & Sociedade, v. 7, n. 1, p. 67-88, 2004.

VESILIND, A.P; MORGAN, SM. Introdução à engenharia ambiental. São Paulo: Cengage
Learning, 2015.

VIDOTTI, E.C; ROLLEMBERG, M.C. Algas: da economia nos ambientes aquáticos à


biorremediação e à química analítica. Quim. Nova, vol.27, n.1, p. 139-145, 2004.

WWW.UNINGA.BR 67
ENSINO A DISTÂNCIA

REFERÊNCIAS
WATANABE, C.B. Conservação Ambiental. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia.
Paraná. Educação a Distância. 2011.

WWF - World Wide Fund For Nature. Pegada Ecológica Humana. 2017. Disponível em:
<http://www.wwf.pt/o_que_fazemos/por_um_planeta_vivo/o_relatorio_planeta_vivo/pegada_
ecologica_humana/>. Acesso em: 15 mai. 2017.

WWW.UNINGA.BR 68

Você também pode gostar