Em Sua Teoria Sobre o Nacionalismo
Em Sua Teoria Sobre o Nacionalismo
Em Sua Teoria Sobre o Nacionalismo
2018
Em sua teoria sobre o nacionalismo, Benedict Anderson propõe uma associação entre
nacionalismo e sacrifício. Explique esta proposição de Anderson e a discuta à luz das
reflexões sobre biopoder, apresentadas por Michel Foucault, necropolítica e sacrifício
propostas por Achille Mbembe.
São estes pontos apresentados sobre o nacionalismo, que fazem com que as
pessoas morram por estas formas imaginadas de agrupamento, por se identificarem com
uma determinada comunidade, tornando de certa forma, a identidade que deveria ser
maleável, até mesmo quando se está falando de identidade nacional, acaba se perdendo
em uma “falsa” impossibilidade de mudança, ou para colocar em termos de Zygmunt
Bauman, “ela se perde em sua liquidez, para se tornar “ilusoriamente” concreta”; seria
uma forma de tentar entender o que o autor tenta explicar em sua obra, com o fato de
pessoas se sacrificarem pelo país em que vivem, o que para ele seria um ato de
superioridade da comunidade em que vive, sobre a sua própria vida.
Está ideia de sacrifício pela nação, se mostra como uma forma, próxima ao
conceito de biopolítica de Michel Foucault, por ser a forma pela qual um determinado
Estado utiliza-se de seu poder, para fazer políticas que controlem a sociedade de forma
a em grande medida usar de seus corpos, praticando o que ele chama de biopoder, que
se baseia na ideia de “fazer viver ou deixar morrer”, desta forma será feita uma
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biopolítica para determinar, por exemplo, em uma guerra, quem irá ao campo de batalha
e quem não o fará; caberá ao governo tal decisão e o cidadão deverá seguir suas
orientações caso seja convocado, seja para estar na defesa ou na linha de frente, não é o
indivíduo que decide. Mas após ser levado a decisão tomada pelo Estado, determinado
indivíduo poderia ter a liberdade de decidir se vai ou não, mas está é impedida pelo
sentimento de pertencimento a comunidade imaginada na qual ele vive, sendo o que o
faz ter a ideia de compromisso com está tendo o que vemos muito nos Estados Unidos,
principalmente, a ideia de que o indivíduo não está indo para a guerra por sua vontade
ou pela vontade do Estado, (que travou a guerra), mas pela nação.
Com essa ideia de que o indivíduo se submete a nação para ir à guerra e não por
motivos pessoais ou familiares, mas acabando por ir independente disso, mas por
pessoas que nunca viu e nunca vai acabar vendo na vida, são condições que Achille
Mbembe, define como necropolítica, por “subjugar a vida ao poder da morte”, para
poder acrescentar e aprimorar o conceito de biopoder e biopolítica. Seguimos com o
exemplo do indivíduo que é convocado a guerra, que seria uma forma de política por
meio da violência, tornando o indivíduo como um Ser do Estado e não, com o conceito
de Jean-Paul Sartre, “o Ser-Para-Si”, por isso de certa forma, seria a perda de liberdade
pessoal deste Ser, para estar sujeito a “Ser-Para-Outro”, portanto, este indivíduo que vai
a guerra, não é livre para viver a própria vida, por depender da comunidade, pelas
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relações de harmonia que estabelece em sua nacionalidade, por isso, não é livre para
morrer.
O sacrifício é como se fosse uma “morte anunciada”, que relacionado aos pontos
já apresentados nos parágrafos anteriores possibilita que o ser humano se identifique
como um animal que está à beira da morte, por ter sido, por exemplo, pego por seu
caçador. Assim o sacrifício, se torna a forma de trazer a morte por seu próprio empenho;
nada garante que o indivíduo que vá a guerra, vá morrer, mas também não há a certeza
de que vá voltar, por isso, ele vai com a mente já ferrenha em sua morte certa, mas
dando um sentido a ela, este que para ele lhe dá a intenção de que é necessária a sua
vida não para si, mas o sentimento de que ela é para além disso, para uma grande
comunidade, o que nada mais é do que uma justificativa para a sujeição, para a perda da
liberdade, pois em certa medida, ele sabe, que indo para a linha de frente em um
conflito armado, não tem sentido para si, mas tem para a sua nação.
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Bibliografia
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